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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE ESCOLA DE MÚSICA RODRIGO SILVA DE AMORIM INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE AULAS DE MÚSICA E CONTEÚDO REGULAR NA ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ: UM ESTUDO DE CASO NATAL 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

RODRIGO SILVA DE AMORIM

INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE AULAS DE MÚSICA E CONTEÚDO

REGULAR NA ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ: UM ESTUDO DE

CASO

NATAL

2016

2

RODRIGO SILVA DE AMORIM

INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE AULAS DE MÚSICA E CONTEÚDO

REGULAR NA ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ: UM ESTUDO DE

CASO

NATAL

2016

Monografia apresentada ao departamento de Graduação da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como exigência parcial para obtenção do título de licenciado em Música.

Orientador: Professor Dr. Ticiano

Maciel D’Amore

3

Catalogação da Publicação na Fonte

Biblioteca Setorial da Escola de Música

A524i Amorim, Rodrigo Silva de.

Interdisciplinaridade entre aulas de música e conteúdo

regular na Escola Municipal Ferreira Itajubá: um estudo de

caso / Rodrigo Silva de Amorim. – Natal, 2016.

34 f.: il.; 30 cm.

Orientador: Ticiano Maciel D’Amore.

Monografia (graduação) – Escola de Música,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 2016.

1. Música - Instrução e estudo - Monografia. 2. Currículos - Integração - Monografia. 3. Abordagem interdisciplinar do conhecimento na educação - Monografia. I. D’Amore, Ticiano Maciel. II. Título.

RN/BS/EMUFRN CDU 78:37

4

RODRIGO SILVA DE AMORIM

INTERDISCIPLINARIDADE ENTRE AULAS DE MÚSICA E CONTEÚDO

REGULAR NA ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ: UM ESTUDO DE

CASO

Aprovado em: ___/___/____

BANCA EXAMINADORA:

______________________________

Dr. Ticiano Maciel D’Amore

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________

Me. Catarina Shin Lima de Souza

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

______________________________

Me. Juliano Antônio Ferreira Xavier

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Monografia apresentada ao departamento de Graduação da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como exigência parcial para obtenção do título de licenciado em Música.

5

Dedico este trabalho de conclusão da

graduação a Deus, o responsável por todas

as minhas conquistas. Aos meus pais, Edvan

e Marilene, pelo apoio e incentivo à carreira

docente/musical, a minha esposa amada,

Priscila Amorim, presente no meu dia-a-dia,

com apoio para que eu pudesse superar as

dificuldades surgidas no decorrer dessa

trajetória.

6

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, criador de tudo e de todos, digno de toda

honra. O que seria de mim sem o seu amor?

Aos meus pais, Edvan e Marilene Amorim, pelo amor e confiança em todos os

momentos da minha vida, pelo incentivo na minha escolha profissional e pela

educação que levarei para o resto da minha vida.

A minha esposa Priscila Amorim, que sempre está ao meu lado me ajudando e

orientando. A qual não mediu esforços para o apoio na conclusão desse trabalho.

Ao meu mestre e orientador Ticiano D’Amore, por ter abraçado esse trabalho, pela

paciência e disponibilidade de sempre.

A meus amigos de trabalho da Escola de Música Severino Cordeiro e aos amigos

de curso, pelo incentivo mútuo.

Enfim, a todos que contribuíram direta ou indiretamente na construção desse

trabalho.

7

RESUMO

O presente trabalho busca apresentar uma proposta de integração curricular entre uma escola especializada de música e uma escola de ensino regular, localizadas no mesmo espaço físico, através de uma prática educacional interdisciplinar, um ensino inovador. O objetivo dessa integração é inserir a musica gradualmente na vida acadêmica dos alunos da escola regular, levando em conta o conhecimento de mundo e a realidade que o cerca, podendo ser utilizada mesmo após a implementação da lei da obrigatoriedade da música, que ainda não entrou em total vigor. Na investigação, utilizamos uma pesquisa semiestruturada, através de um formulário que foi elaborado com quatro perguntas diretas, mas com potencial para respostas variadas. Em um primeiro momento, apresentamos as características das duas escolas, em seguida abordamos as possíveis metodologias de ensino a serem aplicadas e por fim, apresentamos a proposta de integração curricular, por meio de dois modelos de aulas, utilizando como exemplo as disciplinas de história e matemática. Através desse trabalho a escola regular pode tornar-se um modelo de ensino interdisciplinar para outras instituições. Palavras-chave: Escola regular. Escola especializada. Integração curricular.

Interdisciplinaridade. Ensino de música.

8

ABSTRACT

This work aims to present a proposal for curricular integration of a specialized music school and a mainstream school, located in the same physical space, through an interdisciplinary educational practice, an innovative education. The aim of this integration is gradually insert music in the academic life of students in regular school, taking into account previous knowledge and the reality that surround them, being also used even after the implementation of the compulsory music law, which has not yet entered in complete stringency. In the research, we used a semi structured survey, through four directed designed questions, but with varied potential responses. At first, we talked about the two schools characteristics, and then we discussed the possible teaching methodologies to be applied and finally presented the curriculum integration proposal, through models classes, using as an example the history and mathematics. Through this work, a regular school could become an interdisciplinary teaching model for other institutions. Keywords: Regular school. Specialized school. Curriculum integration. Interdisciplinarity. Music education

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO............................................................................................. 9

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................... 11

2.1. AS METODOLOGIAS DE ENSINO.................................................. 11

2.1.1. MULTIDISCIPLINARIDADE............................................................ 12

2.1.2. INTERDISCIPLINARIDADE............................................................ 13

2.1.3. TRANSDISCIPLINARIDADE........................................................... 13

3. A PESQUISA............................................................................................... 15

3.1 AS INSTITUIÇÕES................................................................................ 15

3.1.1. EMFI................................................................................................ 15

3.1.2. EMUSCO......................................................................................... 15

4. PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO CURRICULAR.......................................... 20

4.1. ERA RENASCENTISTA – HISTÓRIA E MÚSICA............................ 20

4.2. FRAÇÕES – MATEMÁTICA E MÚSICA........................................... 21

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 23

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 25

APÊNDICES....................................................................................................... 27

ANEXOS............................................................................................................. 32

9

1. INTRODUÇÃO

Historicamente, a música tem sido tratada pelas instituições regulares de

ensino como atividade extracurricular, uma opção para aqueles que demonstram

interesse específico. No entanto, com novas perspectivas de ensino em pauta,

surge a necessidade de incluir áreas do conhecimento antes pouco lembradas,

como filosofia, sociologia e música, na grade curricular por serem estas

consideradas de fundamental importância para a formação sociocultural do aluno e

para capacitá-lo tanto para a vida, quanto para as situações impostas pelo

mercado de trabalho.

Como uma forma de implementar o ensino de musica à grade curricular

escolar, foi sancionada a Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, que torna

obrigatório o ensino regular de música nas escolas a partir do ano letivo de 2012.

Infelizmente, passados quatro anos da data limite para adequação das escolas,

não vemos a lei sendo cumprida pela maioria das instituições.

Para atenuar a ausência das aulas regulares de música, existem diversos

programas de incentivo à arte e à cultura, a exemplo das escolas públicas,

oferecidos pelo governo federal, como o Programa Mais Educação (PME), que

além de outras atividades, incluem oficinas de música. O programa é ofertado às

escolas de ensino fundamental na forma de atividades de educação integral que

expandem o tempo de escola para o mínimo de sete horas diárias e ampliam as

oportunidades educativas dos estudantes. O acompanhamento pedagógico é a

única atividade obrigatória, sendo as demais optativas, incluindo aquelas voltadas

para a educação musical - banda fanfarra, canto coral, percussão, violão e flauta

doce.

Esta é a realidade da Escola Municipal Ferreira Itajubá (EMFI), situada na

Rua dos Pegas, sem número, em Natal/RN, que trabalha com alunos do 1º ao 9º

ano. Parte do seu espaço físico é cedida à Escola de Música Severino Cordeiro

(EMUSCO), onde ocorrem aulas de diversos instrumentos musicais e teoria

musical - uma escola dentro de outra escola.

Esse trabalho propõe a criação de uma prática de ensino inovadora,

apresentando opções de integração curricular entre as duas escolas (música e

demais disciplinas). Trata-se de um currículo inovador que dissolverá as barreiras

entre as áreas do conhecimento, buscando a unificação do saber. Faremos uso da

10

interdisciplinaridade, que vai além da justaposição das disciplinas, utilizando as

tecnologias de cada área do conhecimento para resolver um problema ou

compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista.

Como instrumento investigativo, utilizamos uma pesquisa semiestruturada,

através de um roteiro (formulário). Foram entrevistados professores da EMUSCO e

da EMFI, bem como alunos de ambas as escolas. Foi feita análise comparativa

entre as vivências de cada indivíduo, identificados pontos a melhorar, desejos em

comum, bem como as dificuldades mais evidentes.

O primeiro capítulo nos apresenta em linhas gerais, as características de

cada instituição, sua história e sua realidade de funcionamento. No capítulo

seguinte, abordaremos as metodologias de ensino e como podem ser aplicadas na

prática escolar. Na sequencia, será apresentada a pesquisa realizada com

professores e alunos das instituições em questão, bem como a análise dos

resultados obtidos através dela. Por fim, apresentaremos uma proposta de

integração curricular, tomando como exemplo dois conteúdos das disciplinas de

história e matemática, respectivamente, objetivando não apenas reparar a falta da

disciplina de música, mas também criar o interesse por uma metodologia de

ensino que favorece o aluno e o aprendizado dos conteúdos expostos.

.

11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O capítulo a seguir nos apresenta três metodologias de ensino amplamente

discutidas no meio acadêmico. São elas: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade

e transdisciplinaridade. Cada uma traz particularidades e tem seu lugar no ensino.

É indispensável uma análise integral do meio onde serão aplicadas, considerando

as possíveis limitações, bem como os benefícios que cada metodologia pode

alcançar. Também é preciso levar em consideração a preparação da equipe tanto

em relação ao conhecimento de cada metodologia quanto às disciplinas

envolvidas nesse ensino, para que o objetivo de cada uma seja cumprida com

êxito.

2.1. AS METODOLOGIAS DE ENSINO

Com a globalização e especialização do conhecimento, o processo de

ensino-aprendizado vem sofrendo uma fragmentação em diversas áreas, e cada

professor é detentor de uma delas. Tal modelo torna mais difícil uma compreensão

maior de mundo, sociedade e de uma problemática a ser estudada. O aluno perde

aos poucos, sua capacidade de analisar situações em seus muitos aspectos. Cada

disciplina é uma “caixinha de informações” individual, única e incapaz de se

relacionar com as demais. Sabemos, contudo, que para tornar o conteúdo

apreendido na escola útil para a vida, é necessário fazer associações entre

informações das diversas áreas.

Faz-se necessário então, uma transformação educacional e adequação

dos currículos educacionais, deixando de lado o sistema tradicional, que tem o

professor como detentor de todo o saber, desconsiderando a aprendizagem

adquirida pelo aluno no decorrer do convívio com a família e a sociedade. O

professor deve se tornar um motivador e provocador para, junto ao aluno, conduzir

aos problemas propostos, levando à reflexão. A partir daí, ambos organizarão

soluções, construindo uma educação voltada para o aluno, mas que também sirva

para renovação de aprendizagem do educador.

Como dito anteriormente, o conhecimento foi dividido em vários

compartimentos, denominados disciplinas. Em busca de uma solução para essa

problemática, alguns autores propõem o abandono do currículo padrão, que já é

pré-definido, para o “currículo da sala de aula”, que seria elaborado a partir do

12

trabalho diário em sala e de acordo com a realidade do aluno ou turma. Para a

construção de um currículo inovador, Fazenda (1992) fala sobre a necessidade de

quebra das barreiras entre as disciplinas, buscando uma visão interdisciplinar do

saber:

A interdisciplinaridade torna-se possível, então, na medida em

que se respeite a verdade e a relatividade de cada disciplina, tendo-se

em vista um conhecer melhor. (FAZENDA, 1992, p. 89)

Temos então algumas novas metodologias facilitadoras da aprendizagem,

capazes de alcançar com maior profundidade a compreensão de determinado

assunto, propondo uma visão mais horizontal dos temas abordados. Tais

metodologias são conhecidas como Multidisciplinaridade, Interdisciplinaridade e

Transdisciplinaridade e serão brevemente descritas a seguir.

2.1.1. MULTIDISCIPLINARIDADE

O conceito da multidisciplinaridade é equivalente a pluridisciplinaridade,

citada por diversos autores como Gusdorf (1990), Pombo (1994), Nicolescu et al.

(2000). Tais autores a entendem como uma versão menos compartilhada de todas

as “disciplinaridades”. Ocorre a multidisciplinaridade quando um determinado

elemento é estudado por várias disciplinas, ao mesmo tempo. Segundo Almeida

Filho (1997) a ideia mais correta para esta visão seria a da justaposição das

disciplinas cada uma cooperando dentro do seu saber para o estudo do elemento

em questão. Cada professor coopera de acordo com a sua própria ótica, sem que

exista o rompimento entre as disciplinas.

Nicolescu (2000, p. 4) diz que a multidisciplinaridade “ultrapassa as

disciplinas, mas sua finalidade continua inscrita na estrutura da pesquisa

disciplinar”. Para Delattre (2006), que considera fundamental distinguir apenas os

termos pluridisciplinaridade e interdisciplinaridade (deixando de lado a multi- e a

transdisciplinaridade), a multidisciplinaridade pode ser entendida como:

Uma simples associação de disciplinas que concorrem para uma

realização comum, mas sem que cada disciplina tenha que modificar

significativamente a sua própria visão das coisas e dos próprios métodos

[...]. Toda realização teórica que põe em prática saberes diversos

13

corresponde de fato a um empreendimento pluridisciplinar. (DELATTRE

2006, p. 280)

Em resumo, tem-se um conteúdo estudado sob diversas óticas isoladas –

história, geografia, português, etc. – sem que haja integração entre essas visões.

2.1.2. INTERDISCIPLINARIDADE

Essa abordagem do conhecimento não nega a união entre as disciplinas e

é indispensável para implantação de um processo inteligente na construção do

currículo inovador em sala de aula. Por meio dela, o conhecimento deixa de ser

um elemento setorizado e passa a ser integralizado. O prefixo inter- possui,

morfologicamente, o sentido de “reciprocidade”. Segundo Gusdorf (1990), ele não

se reduz a uma justaposição, mas:

“evoca também um espaço comum, um fator de coesão entre saberes

diferentes [...]. Cada qual aceita esforçar-se fora do seu domínio próprio e

da sua própria linguagem técnica para aventurar-se num domínio de que

não é o proprietário exclusivo. A interdisciplinaridade supõe abertura de

pensamento, curiosidade que se busca além de si mesmo”. (1990 apud

POMBO, 1994, p. 2)

Com certeza, a interdisciplinaridade é a forma mais correta de se superar a

fragmentação do saber instituída no currículo formal, ocorrendo interação

reciproca entre as disciplinas, trocando dados e conseguindo muitos resultados.

Em resumo, interdisciplinaridade é um intercâmbio mútuo com interação de

diversos conhecimentos de forma recíproca e coordenada, permanecendo os

interesses próprios de cada disciplina, mas, buscando soluções dos seus próprios

problemas através da articulação com as outras áreas.

2.1.3. TRANSDISCIPLINARIDADE

A transdisciplinaridade teve sua primeira proposta com Piaget em 1970,

porem só recentemente se tornou alvo de estudo e análise para ser colocada em

prática. Trata-se da inexistência de fronteiras disciplinares, sendo impossível

14

determinar onde começa e onde termina cada uma, devido a essa sobreposição

das disciplinas. Nicolescu (1996) vê a transdisciplinaridade como uma forma de

ser, saber e abordar. Atravessa as fronteiras epistemológicas de cada ciência,

praticando o diálogo dos saberes sem perder de vista a diversidade e a

preservação da vida no planeta, construindo um texto contextualizado e

personalizado de leitura de fenômenos.

Ainda como embasamento dessa temática, Nicolescu (2001) afirma a frase:

"A transdisciplinaridade diz respeito ao que se encontra entre as disciplinas,

através das disciplinas e para além de toda a disciplina".

Deste modo, concluímos que a transdisciplinaridade é uma etapa superior à

interdisciplinaridade, porém ainda pouco estudada e pouco colocada em prática.

Um método inovador que vai além da integração recíproca do conhecimento, mas

uma sobreposição destes.

Fazendo uma explanação sobre esses meios de ensino, acreditamos que a

interdisciplinaridade seja a melhor forma de integrar os currículos da EMFI e da

EMUSCO. Trata-se de uma metodologia de mais fácil aplicação que a

transdisciplinaridade, já que nesta última, as fronteiras das disciplinas não existem,

e o conhecimento de outras áreas deve ser muito mais amplo, exigindo mais da

equipe. É também mais completa que a multidisciplinaridade, visto que esta não

busca a integração das áreas do saber, mas o estudo individualizado de um tema

por cada disciplina.

15

3. A PESQUISA

3.1. AS INSTITUIÇÕES

3.1.1. ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ (EMFI)

A escola está localizada no Bairro das Quintas, zona oeste de Natal/RN. Foi

fundada em 1961, durante o governo de Djalma Maranhão, por meio da campanha

"De pé no chão também se aprende a ler", voltada para a erradicação do

analfabetismo. Por se tratar de um bairro periférico o perfil dos alunos é de classe

média baixa.

Atualmente, a escola atende cerca de 1.300 alunos a cada ano,

trabalhando com os ensinos fundamentais I e II e educação de jovens e adultos

(EJA), distribuídos nos turnos da manhã, tarde e noite. A escola possui 14 salas de

aulas, sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática com cerca

de 10 computadores, biblioteca climatizada, sala de vídeo, cozinha, refeitório, pátio

coberto e uma quadra de esportes. A equipe é constituída por 55 funcionários,

sendo 40 professores e 15 em cargos administrativos e de apoio. A EMFI cede

uma parte da sua estrutura para a EMUSCO desde o seu inicio, em 2004.

3.1.2. ESCOLA DE MÚSICA SEVERINO CORDEIRO (EMUSCO)

É uma escola especializada de música localizada nas dependências de

uma escola regular, a EMFI. A escola teve início em 2004, a partir de um sonho da

professora Maria José Sarmento Veríssimo, então diretora da EMFI. A EMUSCO

passou três anos sem um espaço físico certo. Em 2007, através da Prefeitura

Municipal do Natal, foram construídas 06 salas climatizadas e aos poucos foram

adquiridos os equipamentos necessários para o bom funcionamento do projeto.

A escola atende crianças, jovens e adultos da comunidade, dando

preferência aos alunos da EMFI e demais escolas públicas. O projeto conta com a

banda marcial e a Big Band Severino Cordeiro, que participa de eventos na

cidade, e realiza concertos didáticos durante todo o ano nas escolas municipais.

Atualmente, o projeto possui dois coordenadores: a professora e fundadora

do projeto, Maria José Sarmento Veríssimo, e o Uandeson José da Silva Alves.

Conta também com cinco professores com habilitação em música, 25 estagiários

de nível técnico e superior cursando música pela UFRN e 01 auxiliar de limpeza.

Os 25 estagiários se dividem nas funções de músico, arranjador e auxiliar de sala.

16

A EMUSCO tem um caráter assistencialista e, através do ensino musical,

propõe-se a melhorar o contexto social no qual seus alunos estão inseridos, dando

oportunidades e potencializando o futuro dos alunos que querem seguir a carreira

musical. Como disse Araújo,

O ensino de música nos espaços não formais não tem os

mesmos objetivos dos espaços formais. De caráter lúdico, visando à

autodisciplina e o respeito às regras da sociedade, o ensino de música

reconfigura-se, dando espaço a benefícios e aquisições de habilidades

sociais. (ARAÚJO, 2012, p. 5).

Disse também:

A música nesses projetos assume um discurso de formador de

personalidade, levando o aprendiz a integrar-se a sociedade, estimulando

as capacidades cognitivas, otimizando o desempenho escolar. Portanto, é

recorrente o discurso de como o ensino de música pode “consertar” os

constrangimentos sociais causados pela omissão do sistema de mercado

capitalista. (ARAÚJO, 2012, p. 6).

Diante da problemática que é a união entre o currículo da EMFI e da

EMUSCO – escola regular x escola especializada – buscou-se identificar através

de um estudo de caso a possibilidade e viabilidade dessa integração curricular.

Para esse fim, foi escolhido o estudo de caso como ferramenta, já que,

segundo Yin, é uma ferramenta de:

Investigação para se preservar as características holísticas e

significativas dos eventos da vida real, tais como ciclos de vida

individuais, processos organizacionais e administrativos, mudanças

ocorridas em regiões urbanas, relações internacionais e a maturação em

alguns setores. (YIN, 2001, p. 13).

Podemos dizer que o estudo de caso investiga os acontecimentos de um

ambiente, preservando a veracidade dos fatos, por meio de coleta de dados. É

utilizado quando não se consegue esclarecer uma problemática de imediato,

precisando de um estudo minucioso e exaustivo de um objeto, aprofundando e

detalhando um determinado caso, realidade ou contexto. Cabe ao pesquisador

17

um papel transparente para suas fontes, tomando todos os cuidados que precisam

seguir ao iniciar o estudo de caso.

Foi feita uma pesquisa com 13 pessoas, sendo cinco professores da

EMUSCO, quatro professores da EMFI e quatro alunos que fazem parte de ambas

as escolas. O instrumento utilizado foi um formulário desenvolvido especialmente

para esta situação. Marconi e Lakatos (2003) definem formulário como contato

face a face entre pesquisador e informante, sendo o roteiro de perguntas

preenchido pelo pesquisador no momento da entrevista. Tal abordagem se

mostrou mais adequada devido à subjetividade de alguns conceitos, e à

necessidade de compreensão total e adequada do ponto de vista de cada

entrevistado. Gil (2002) deixa claro que o formulário, estando entre o questionário

e a entrevista, é o instrumento ideal para pesquisa de opinião, corroborando para a

escolha do método.

O formulário foi construído com base em quatro perguntas diretas, mas com

grande potencial para respostas variadas. Cada participante foi informado do tema

e da metodologia da pesquisa. Após aceitação voluntária, as perguntas foram lidas

em conjunto com o pesquisador, que não teve qualquer influência sobre as

respostas.

A primeira questão buscava saber dos participantes se percebiam algum

tipo de integração de conteúdos entre as disciplinas dadas na EMFI e as

disciplinas dadas na EMUSCO. Os cinco professores da EMUSCO, os alunos e

dois dos quatro professores da EMFI concordaram que não existe nenhum tipo de

integração, sendo apenas duas instituições funcionando num espaço em comum.

Dois professores da EMFI, no entanto, disseram haver integração, e justificaram

da seguinte forma: (1) uma professora responsável pelas aulas na biblioteca, que

atua como mediadora de leitura, afirmou que nos momentos na biblioteca, os

alunos entram em contato com a música através dos textos poéticos, entre outros,

e que é um de seus focos promover integração entre a língua portuguesa e

literatura com outras áreas do conhecimento, principalmente as artes; (2) um

professor de história avaliou a integração na via oposta aos demais, afirmando que

nas aulas da EMUSCO utiliza-se dos conceitos ensinados em outras disciplinas

para tornar possível o aprendizado, principalmente se considerarmos o caráter

social dessa escola especializada, que visa auxiliar no desenvolvimento dos

18

alunos, agregando conhecimento e habilidades aos já adquiridos no ensino

regular.

Na questão dois, era questionada a possibilidade de integração curricular.

Nesse ponto, houve unanimidade e todos concordaram ser possível. A maioria dos

entrevistados complementou a resposta afirmando que, apesar de possível, não

seria fácil por diversos motivos. Os mais citados foram ausência de planejamento

conjunto entre a equipe e falta de uma abordagem interdisciplinar.

Sempre é possível, mas existe um grande empecilho para essa

relação positiva, que é a falta de um planejamento conjunto.

Professor 1 EMUSCO

A terceira questão, o participante responderia se acha ou não desejável

essa integração. Todos os participantes desejam esse tipo de currículo

integralizado, citando os benefícios que poderiam vir atrelados a essa mudança.

Entre eles, foram mencionadas a formação integral do aluno, o favorecimento da

compreensão mais completa de mundo e a melhor aceitação dos conteúdos mais

negligenciados pelos alunos por falta de aplicabilidade quando visto de forma

isolada.

Com certeza, o ideal é que o currículo tenha essa ‘conversa’

entre os diferentes componentes curriculares, para que a

aprendizagem flua de uma forma mais contínua.

Professor 1 EMFI

A questão final solicitava aos participantes sugestões para implementar a

integração entre os currículos das duas escolas de forma prática e factível,

levando em conta a estrutura e pessoal disponíveis, assim como a realidade dos

professores e alunos. Entre os professores, foram feitas sugestões de (1)

capacitação musical para os professores da EMFI, (2) a inserção de elementos

musicais nas aulas das disciplinas curriculares, (3) a realização de planejamento

conjunto entre as duas equipes para que a integração tenha via dupla, (4)

integração dentro do projeto político pedagógico (PPP), entre outros. Pude notar

que a maioria ainda tende a sugerir modelos de ensino multidisciplinar, o que

dificulta a integração, visto que os professores de outras áreas não são

19

capacitados para dar aulas de música propriamente ditas – apesar de serem

capazes de inseri-la nas suas aulas citando e relacionando elementos musicais

pertinentes ao assunto. Um professor, entretanto, frisou a importância de uma

abordagem interdisciplinar, baseada numa capacitação mínima dos professores da

EMFI, e sua relevância para a formação do aluno.

Através da interdisciplinaridade. Vivenciar interdisciplinaridade não é uma

coisa prática, quando falamos sobre ela, deixamos o conteúdo

pragmático das disciplinas em segundo plano, deixando de ser o “carro

chefe” e dando lugar a contribuição para a formação do aluno para a

sociedade.

Professor 2 EMFI

Quanto aos alunos, a maioria não soube opinar quanto a formas de

relacionar e associar os dois currículos. Uma hipótese forte é a falta de

conhecimento sobre o tema.

Através desta pesquisa, constatamos que de fato não existe integração

entre os currículos, apesar de haver consenso quanto à possibilidade e desejo de

que esta ocorra. Dessa maneira, propomos a interdisciplinaridade como método

ideal de integração, considerando ser esta uma metodologia que poderá ser

utilizada mesmo após a lei nº 11.769, de 2008, fazendo da instituição uma escola

referência nesse modelo de ensino.

Como ponto de partida, é necessário que os professores, ao prepararem

suas aulas, identifiquem elementos que possam ser compartilhados com a música.

Como os professores da escola regular, em sua maioria, são musicalmente leigos,

se faz indispensável a colaboração dos professores da escola especializada, no

sentido de apoiar e orientar no que for preciso. Para tal, podem-se elaborar

planejamentos conjuntos, em encontros pedagógicos, que transformarão em

planos de aula e planos de curso.

20

4. PROPOSTA DE INTEGRAÇÃO CURRICULAR

Como exemplos, apresento a seguir duas sugestões como propostas de

integração curricular, enfatizando os pontos de encontro entre duas disciplinas.

Utilizaremos como base as matérias de história e matemática no 7º ano do ensino

fundamental, abordaremos assuntos da era renascentista e frações,

respectivamente. A escolha dos temas veio a partir de uma observação de aulas

na EMFI.

4.1. Era renascentista – história e música:

A era renascentista foi um período entre os séculos XIV e XVII marcado por

transformações evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião. Foi

a ruptura com a era feudalista e a descoberta do mundo e do homem. A igreja

católica, como maior patrocinadora e detentora das artes, tinha indiscutível

influência sobre as produções da época. No entanto, o período foi marcado por

uma lenta migração da música puramente cantada para a valorização cada vez

maior da instrumentação e de arranjos mais elaborados. A música sacra cedeu

espaço à música profana. Isso não ocorreu apenas no âmbito musical, visto que

as esculturas e pinturas valorizavam cada vez mais os aspectos anatômicos do

corpo humano, buscando-se a proporção em sua máxima perfeição. Essa

mudança fez com que ocorresse a descentralização musical – e das artes em

geral – em relação à hegemonia da igreja católica, a amplitude das funções

sociais da música passou a ser encarada não apenas como música para aspectos

litúrgicos das missas e, como consequência, começou a ser vista como arte.

De forma prática, o professor pode correlacionar os aspectos históricos

clássicos com os aspectos da história da música como elemento transformador da

realidade da época. Poderiam ser apresentados materiais sobre esse período

musical aos alunos, mostrando exemplos das músicas tocadas nas igrejas e

exemplos da música profana, tornando uma parte da aula um momento de

apreciação musical.

Em contrapartida, a era renascentista também pode ser abordada durante

uma aula de música. Os alunos seriam apresentados ao estilo musical da época,

através de análises melódicas e apreciação musical. Estudariam as condições

21

sociais e históricas que influenciaram os músicos e compositores renascentistas

na criação dessas obras.

4.2. Frações – matemática e música:

Em uma aula de matemática sobre frações, podemos nos utilizar de um

fragmento de partitura como modelo. A partitura contém uma fórmula de

compasso, símbolo colocado no início, que indica a quantidade de figuras

musicais e o tempo que cada uma representa dentro de uma partitura (compasso).

Fonte: acervo pessoal

Para isso, é preciso conhecer as figuras musicais e a quantidade de tempo

que cada uma representa. Abaixo, um modelo autoexplicativo das figuras musicais

e seus tempos.

Fonte: acervo pessoal

Padronizaremos como fórmula de compasso o modelo 4 4⁄ . O numerador

representa a quantidade de tempos que o compasso deve ter, enquanto o

denominador, representa a figura musical correspondente à quarta parte da

semibreve, isto é, uma semínima.

Como primeiro exemplo de atividade, a partitura a seguir será apresentada

aos alunos para que eles façam a representação numérica das figuras de valor

que formam cada compasso.

22

Fonte: acervo pessoal

Como um segundo exemplo, apresentamos a figura abaixo: uma partitura

sem a divisão de compassos, com a fração 4 4⁄ na frente. A atividade do aluno

seria colocar as barras separadoras de compasso nos locais adequados, levando

em conta o valor que cada figura representa.

Fonte: acervo pessoal

Com as duas atividades em prática, o aluno se utilizará do seu

conhecimento para resolução de problemas fracionários, e também aprenderá

sobre alguns elementos básicos de uma partitura musical.

23

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através deste estudo, concluímos que a integração curricular entre o ensino

regular e a escola especializada em música não está presente entre as duas

instituições analisadas. No entanto, é de desejo das duas equipes que haja uma

aproximação entre elas, de forma que possam se tornar complementares.

Após uma breve explanação sobre três metodologias de ensino,

escolhemos como forma de aproximação, a interdisciplinaridade. Ela servirá como

pilar do planejamento e da prática docente. Para que a integração curricular possa

acontecer, é necessário capacitar os professores de ambas as instituições, a fim

de que tenham o conhecimento mínimo necessário de outras áreas do

conhecimento. A partir daí, eles terão a habilidade de identificar em suas próprias

disciplinas, pontos de possível integração com outras disciplinas, incluindo a

música.

Obviamente, não esperamos que a inserção interdisciplinar da música nas

aulas de outras matérias supra a falta de uma disciplina formal na grade curricular.

Será uma forma de inserir a música gradualmente na vida acadêmica dos alunos e

uma forma de estimular os professores a buscarem uma formação mais completa

para seus discentes, que leve em conta a integralidade do indivíduo, seu

conhecimento de mundo e a realidade que o cerca.

Para tanto, desenvolvemos duas propostas para exemplificar o modelo

sugerido. Utilizamos como exemplo as disciplinas de história e matemática. Na

primeira, escolhemos a era renascentista, de fundamental importância na história

das artes e da ciência, e mostramos formas de abordar o movimento musical da

época sem fugir do foco da aula, nem tornar o momento uma aula específica de

história da música, mas correlacionando com os acontecimentos relevantes da

época para o desenvolvimento da sociedade. Na matemática, escolhemos as

frações como exemplo. Utilizamos a partitura e as figuras de valor que a compõem

para criar atividades práticas em que os alunos podem exercitar seus

conhecimentos sobre frações de uma maneira mais lúdica.

Por fim, esperamos que o presente trabalho sirva de embasamento e

incentivo para a integração curricular entre a Escola Municipal Ferreira Itajubá e a

Escola de Música Severino Cordeiro. Com isso, a EMFI tornar-se-ia uma escola

24

referência para a cidade como modelo de ensino interdisciplinar e poderia ampliar

sua forma de docência para outras instituições públicas.

25

REFERÊNCIAS

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Coletiva. II (1-2), 1997.

ARAÚJO, A. Múltiplos contextos e intencionalidades do ensino de música.

ABET, 2012, out. 2012

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BRASIL. Ministério da Educação. Mais Educação: Passo a passo. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/passoapasso_maiseducacao.pdf>. Acesso

em: 12 maio 2016.

BRASIL. Ministério da Educação - MEC, Secretaria de Educação Básica. Orientações Curriculares para o Ensino Médio: Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília, 2002.

DELATTRE, Pierre. Investigações interdisciplinares: objetivos e dificuldades. In:

POMBO, Olga; GUIMARAES, Henrique Manuel; LEVY, Teresa.

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original: Interdisciplinaires (recherches). Objectifs ET difficultés. Encyclopedia

Universalis, 1973, p. 387-397).

FAZENDA, I. C. A Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro: efetividade ou ideologia? São Paulo. Loyola, 1992.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GUSDORF, Georges. Reflexions sur l‟interdisciplinarité. Bulletin de

Psychologie, XLIII, 397, p. 847-868, 1990 apud POMBO, Olga. Contribuição para

um vocabulário sobre interdisciplinaridade. In: POMBO, Olga, GUIMARÃES,

Henrique, LEVY, Teresa. Interdisciplinaridade: reflexão e experiência. 2 ed. rev.

aum., Lisboa: Texto, 1994.

Lei Nº 11.769, de 18 de Agosto de 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11769.htm>. Acesso em: 10 abril 2016

MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica.

5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

NICOLESCU, Basarab et al (org.) Educação e transdisciplinaridade. Tradução de VERO, Judite; Mello, Maria F. de; e SOMMERMAN, Américo. Brasília: UNESCO, 2000 (Edições UNESCO).

26

NICOLESCU, B. O manifesto da transdisciplinaridade. São Paulo: Trion, 2001. 168 p.

POMBO, Olga. Contribuição para um vocabulário sobre interdisciplinaridade.

In: POMBO, Olga, GUIMARÃES, Henrique, LEVY, Teresa. Interdisciplinaridade:

reflexão e experiência. 2 ed. rev. aum., Lisboa: Texto, 1994.102p.

SILVA, Renata Ferreira da. Importância da interdisciplinaridade no processo

de aprendizagem. 2013. Disponível em:

<http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/49573/importancia-da-

interdisciplinaridade-no-processo-de-aprendizagem#ixzz46I9DHkfI>. Acesso em:

18 maio 2016.

THEOPHILO, Roque. A transdisciplinaridade e a modernidade. Disponível em: <http://www.sociologia.org.br/tex/ap40.htm>. Acesso em: 24 abril 2016.

YIN, Robert K. Estudo de caso – planejamento e métodos. (2 ed.). Porto Alegre:

Bookman. 2001.

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APÊNDICES

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APÊNDICE I – FORMULÁRIO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

ESCOLA DE MÚSICA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MÚSICA – LICENCIATURA

Formulário utilizado em entrevista realizada com professores que atuam na Escola

Municipal Ferreira Itajubá (EMFI), professores que atuam na Escola de música

Severino Cordeiro (EMUSCO) e alunos que participam das duas escolas.

( ) Professor EMFI ( ) Professor EMUSCO ( ) Aluno

1. Em sua opinião, existe integração de conteúdos entre as disciplinas dadas na

EMFI e EMUSCO?

2. Em sua opinião, você acha possível essa integração?

3. Em sua opinião, essa integração seria desejável?

4. Como essa integração poderia ocorrer, dê sugestões?

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APÊNDICE II – PLANO DE AULA HISTÓRIA

ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ

DISCIPLINA – HISTÓRIA

PLANO DE AULA HISTÓRIA

Escola: Escola Municipal Ferreira Itajubá

Série/Turma: 7º ano

Turno: Matutino

Duração da aula: 60 minutos

Conteúdo:

ERA RENASCENTISTA

Objetivos:

1. Relacionar os aspectos históricos do período com os aspectos da

história da música como elemento transformador da realidade

renascentista.

2. Compreender a arte renascentista como um todo, destacando as

pinturas, esculturas e outras formas de expressão artística.

3. Apreciar a música sacra tocada na época, como também a musica

profana renascentista. Destacando as principais características e as

diferenças entre os dois tipos.

Descrição das atividades

1. Durante a aula sobre o período do renascimento, expor sobre o movimento

artístico da época.

2. Abordar pontos da história musical da época.

3. Em seguida, utilizando o multimídia, visualizar algumas obras artísticas

(pinturas, esculturas) e apreciar um pouco da música renascentista,

destacando os dois tipos: sacra e profana.

4. Discorrer sobre o interesse dos compositores da época pela musica profana

(não religiosa), que passaram a escrever peças instrumentais, e não

somente utilizar os instrumentos para acompanhamento de voz.

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5. Por fim, inserir questões na avaliação que façam referência ao movimento

artístico e, principalmente, musical da época.

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APÊNDICE III – PLANO DE AULA MATEMÁTICA

ESCOLA MUNICIPAL FERREIRA ITAJUBÁ

DISCIPLINA – MATEMÁTICA

PLANO DE AULA MATEMÁTICA

Escola: Escola Municipal Ferreira Itajubá

Série/Turma: 7º ano

Turno: Matutino

Duração da aula: 60 minutos

Conteúdo:

FRAÇÃO

Objetivos:

1. Utilizar a partitura e as figuras de valor como elementos visuais

no aprendizado das frações.

2. Ser capaz de resolver problemas de frações a partir das figuras

de valor.

Descrição das atividades

1. Apresentar aos alunos a estrutura de uma partitura, das figuras musicais e

os valores que representam.

2. Explicar de forma breve o que é um compasso e a fórmula de compasso

44⁄ , que será utilizada como base nas atividades.

3. Exemplificar o conceito de fração através da partitura.

4. Solicitar que os alunos separem os compassos com barras a cada soma de

frações que resulte em 1 (número inteiro).

5. Solicitar que os alunos representem numericamente, através de frações, as

figuras de valor, e realizem sua soma, observando para as diferenças no

numerador e denominador de cada uma.

6. Avaliar o aprendizado através de questões semelhantes dentro da

avaliação, bem como o desempenho do aluno durante as aulas.

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ANEXOS

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ANEXO I

Aula de teoria musical na EMUSCO – foto cedida pela EMUSCO.

Aula de violão da EMUSCO – foto cedida pela EMUSCO.

34

Aula de história da EMFI – Foto cedida pela EMFI.

Esta versão foi revisada e aprovada pelo(a) orientador(a), sendo aceite, pela

Coordenação de Graduação em Música, como versão final válida para depósito

no Repositório de Monografias da UFRN.

Valéria Lazaro de Carvalho

Coordenadora dos Cursos de Graduação