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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO A MODALIDADE EMPRESARIAL MEI: UM ESTUDO DOS RESULTADOS PRÁTICOS APÓS 5 ANOS DE EXISTÊNCIA ALEX MAGNO SOUTO BORGES NATAL, RN JUNHO/2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇAO

A MODALIDADE EMPRESARIAL MEI: UM ESTUDO DOS RESULTADOS

PRÁTICOS APÓS 5 ANOS DE EXISTÊNCIA

ALEX MAGNO SOUTO BORGES

NATAL, RN

JUNHO/2014

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ALEX MAGNO SOUTO BORGES

A MODALIDADE EMPRESARIAL MEI: UM ESTUDO DOS RESULTADOS

PRÁTICOS APÓS 5 ANOS DE EXISTÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à

Coordenação do curso de graduação em

Administração da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, com requisito parcial para a

obtenção do título de Bacharel em

Administração.

Orientador: Professor João Vianei Tenório

NATAL, RN

JUNHO/2014

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Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Borges, Alex Magno Souto.

A modalidade empresarial MEI: um estudo dos resultados práticos após 5

anos de existência/ Alex Magno Souto Borges. – Natal, RN, 2014.

80f.

Orientador: Prof. Esp. João Vianei Tenório.

Monografia (Graduação em Administração) – Universidade Federal do

Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento

de Ciências Administrativas.

1. Administração – Monografia. 2. Empreendedorismo – Monografia. 3.

Informalidade – Monografia. 4. Microempreendedor informal – Monografia.

I. Tenório, João Vianei. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

III. Título.

RN/BS/CCSA CDU 658

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ALEX MAGNO SOUTO BORGES

A MODALIDADE EMPRESARIAL MEI: UM ESTUDO DOS RESULTADOS PRÁTICOS

APÓS 5 ANOS DE EXISTENCIA

Monografia apresentada e aprovada em 06/06/2014 pela Banca Examinadora

composta pelos seguintes membros:

_______________________________________________

Prof°. João Vianei Tenório

Orientador - UFRN

_______________________________________________

Prof°. Marcelo Rique Caricio

Examinador - UFRN

______________________________________________

Profª. Adrianne Paula Vieira de Andrade

Examinadora - UFRN

Natal, 06 de junho de 2014.

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Dedico este trabalho a minha família, amigos, minha namorada e aqueles que sempre acreditaram na minha capacidade e estiveram presentes no meu dia-a-dia, prestando o total apoio para que pudesse superar as dificuldades surgidas no decorrer desta linda trajetória.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus,

pela força que me deu no decorrer desse árduo caminho que trilhei para realização

deste trabalho e conclusão deste curso.

A Toda a minha família, em especial aos meus tios Eraldo Eudes da Nóbrega

Dantas e Maria Lauricea de Araújo Nobrega,

pelo constante apoio, compreensão e ajuda durante toda esta caminhada.

A minha namorada Luanna Alves,

Pela enorme compreensão, colaboração e contribuição.

Aos meus amigos e colegas de curso,

pela amizade, ajuda e cumplicidade.

Ao professor Orientador João Vianei,

pela dedicação e paciência durante a realização deste trabalho.

Ao SEBRAE/RN, em especial Alinne Dantas,

Pelo fornecimento dos dados e total atenção e presteza.

A Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

que me proporcionou momentos únicos, inesquecíveis e uma educação de

qualidade, que com certeza contribuíram para meu desenvolvimento tanto

profissional, quanto pessoal.

Enfim, este trabalho é apenas o resumo de toda uma jornada de dedicação,

superação de limites, alegrias, tristezas, e muito esforço. Dedico este à vocês, que

de uma forma ou de outra contribuíram para que fosse realizado da melhor forma

possível.

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“E sem saber que era impossível, ele foi

lá e fez.”

Jean Cocteau

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RESUMO

Diante de um mercado extremamente competitivo, o mercado de trabalho tradicional cada vez mais disputado, e o alto índice de informalidade, foi criado em 2008 uma nova modalidade empresarial, o Microempreendedor Individual, que por sua vez, visa o incentivo a formalização de milhões de negócios. Sendo assim, este estudo se propõe verificar os resultados práticos da modalidade empresarial MEI (Microempreendedor Individual) em âmbito nacional, no tocante a economia e sociedade. A metodologia deste estudo é caracterizada por ser um estudo exploratório descritivo. O estudo tomou como base uma pesquisa realizada pelo SEBRAE em âmbito nacional, que por sua vez avaliou os impactos e benefícios do MEI (Microempreendedor Individual), por meio de questionamentos, feitos pela pesquisa original. Através da mesma, o presente estudo concluiu que o Microempreendedor Individual em seus 5 primeiros anos de existência, se mostrou uma política pública eficiente no combate a informalidade e que apesar de não combater de forma direta o desemprego, contribui para o desenvolvimento da economia e dá contribuições indiretas ao combate do mesmo. Palavras-chave: MEI, Empreendedorismo, Informalidade.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – Evolução dos optantes pelo Simples Nacional ..................................... 14

Quadro 01 – Ações e Contribuições para o Empreendedorismo ............................ 16

Quadro 02 – Competência de Empreendedores bem sucedidos ............................ 19

Quadro 03 – Tipos de Empreendedores ................................................................. 22

Quadro 04 – Semelhanças e diferenças entre Administradores e

Empreendedores ...................................................................................................... 23

Tabela 01 – Estimativa da População Empreendedora ........................................... 30

Tabela 02 – Representatividade das Micro e Pequenas Empresas ........................ 32

Tabela 03 – Grau de Informalidade pelos critérios de não possuir CNPJ e não

contribuir para a previdência .................................................................................... 34

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SUMÁRIO

1 - PARTE INTRODUTÓRIA ................................................................................. 10

1.1. Problema de Pesquisa .................................................................................... 10

1.2. Objetivos de Estudo ....................................................................................... 11

1.2.1. Objetivo geral .............................................................................................. 11

1.2.2. Objetivos específicos ................................................................................. 11

1.3. Justificativa do Estudo .................................................................................. 11

2 – REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 13

2.1. Empreendedorismo ...................................................................................... 13

2.1.1. Características do Empreendedor de Sucesso ............................................ 15

2.1.2. Tipos de Empreendedores ............................................................................ 17

2.1.3. Diferenças e semelhanças entre administrador e empreendedor ................ 20

2.2. Empreendedorismo no Brasil ....................................................................... 23

2.3. Lei Geral ....................................................................................................... 26

2.3.1. Simples Nacional .......................................................................................... 28

2.4. Microempresa (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) ......................... 31

2.5. Ascensão da informalidade no Brasil ........................................................... 33

2.6. Microempreendedor Individual (MEI) ........................................................... 35

3 – METODOLOGIA DA PESQUISA .................................................................... 40

3.1. Caracterização da pesquisa ......................................................................... 40

3.2. População e amostra .................................................................................... 40

3.3. Dados e instrumento de coleta ..................................................................... 40

3.4. Tratamento estatístico e forma de análise .................................................... 40

4 – APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ................................................ 41

4.1. Permanência da atividade como MEI ........................................................... 41

4.2. Local do negócio (MEI’S ativos) ................................................................... 43

4.2.1. Local do negócio (MEI’S que se tornaram ME) ............................................. 44

4.3. Escolaridade (MEI’S ativos) .......................................................................... 46

4.3.1. Escolaridade (MEI’S que se tornaram ME) ................................................... 48

4.4. Principal ocupação antes de se registrar como Microempreendedor

Individual (MEI’s ativos)................................................................................. 50

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4.4.1. Principal ocupação antes de se registrar como Microempreendedor

Individual (MEI’s que se tornaram ME).......................................................... 52

4.4.2. Tempo de negócio sem CNPJ (MEI’s ativos) ................................................ 54

4.4.3. Tempo de negócio sem CNPJ (MEI’s que se tornaram ME) ......................... 55

4.5. Mais de uma renda (MEI’s ativos) ................................................................. 56

4.5.1. Mais de uma renda (MEI’s que se tornaram ME) .......................................... 58

4.6. Principal motivo para registro como Microempreendedor Individual (MEI’s

ativos) ............................................................................................................ 59

4.6.1. Principal motivo para registro como Microempreendedor Individual (MEI’s

que se tornaram ME) ..................................................................................... 61

4.7. Pretensão de se tornar ME (MEI’s ativos)...................................................... 63

4.7.1. Pretensão de se tornar ME (MEI’s que se tornaram ME)............................... 63

4.8. Avaliação (MEI’s ativos)................................................................................. 65

4.8.1. Avaliação (MEI’s que se tornaram ME).......................................................... 66

4.9. Classe social (MEI’s ativos)............................................................................ 67

4.9.1. Classe social (MEI’s que se tornaram ME)..................................................... 68

4.10. Dificuldade na contratação de empregado com carteira assinada (MEI’s

ativos)............................................................................................................. 70

4.10.1. Dificuldade na contratação de empregado com carteira assinada (MEI’s

que se tornaram ME)...................................................................................... 70

4.11. Pretensão em iniciar as atividades (MEI’s que ainda não iniciaram suas

atividades)...................................................................................................... 72

4.11.1. Motivo de inatividade (MEI’s que ainda não iniciaram suas

atividades).................................................................................................... 72

5 – CONCLUSÃO ................................................................................................... 75

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 77

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1. PARTE INTRODUTÓRIA

Levando em consideração o cenário de um alto índice de desemprego e de

negócios informais, há uma necessidade de se estimular a formalização dos

mesmos. Para isso, foi criado uma lei complementar à Lei Geral, conhecida como

MEI (Microempreendedor Individual). Desde a sua criação, no ano de 2008, o

Microempreendedor Individual vem ganhando cada vez mais força e benefícios,

como por exemplo, o acesso a crédito facilitado, taxas de juros reduzidas, prioridade

em caso de empate em licitações e tributação através do simples nacional, que por

sua vez consiste em um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e

fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte,

previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. No entanto, o

valor arrecadado não varia de acordo com o faturamento, sendo assim uma taxa fixa

mensal de até R$42,20 (5% do salário mínimo de INSS, R$ 1,00 de ICMS para o

setor de indústrias ou comércio e/ou R$ 5,00 de ISS para o setor de serviços).

Contudo, pode-se afirmar que além de ser uma política pública notoriamente criada

para o combate ao desemprego e a informalidade, também fomenta e incentiva o

empreendedorismo no país, possibilitando o desenvolvimento de pequenos

negócios.

1.1. Problema de Pesquisa

Até o ano de 2008, antes da criação do MEI (Microempreendedor Individual) o

que se via era uma grande dificuldade, por parte do empreendedor, em iniciar seu

pequeno negócio, pois não haviam ideias bem estabelecidas, conhecimentos sobre

o mercado das diversas modalidades, força de trabalho, bem como o capital social.

No entanto, a criação do MEI representou uma alternativa para estes pequenos

empresários que desejavam realizar seus sonhos de empreender. Diante deste fato,

pode-se afirmar que a criação da Lei Complementar à Lei Geral, o MEI, vem

favorecendo a diminuição da taxa de desemprego, bem como o aumento do índice

de formalização de empreendimentos, trazendo de certa forma benefícios para a

sociedade como um todo, tanto em termos sociais quanto econômicos, se tornando,

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cada vez mais, uma modalidade empresarial com 11 resultados evidentes e

representativos para o cenário do país, mesmo que um alto índice de inadimplência

também faça parte da realidade do programa. Em face do que foi exposto, o

presente estudo propõe o seguinte problema: “Após 5 anos de existência do

Microempreendedor Individual quais seus resultados práticos no mercado e na

sociedade brasileira?

1.2. Objetivos do Estudo

1.2.1. Geral

Verificar os resultados práticos da modalidade empresarial MEI

(Microempreendedor Individual) em âmbito nacional, no tocante a economia e

sociedade.

1.2.2. Específicos

Identificar dentre os dados da pesquisa realizada pelo SEBRAE, resultados

pertinentes ao presente estudo.

Analisar a pesquisa de perfil do MEI realizada pelo SEBRAE no ano de 2013

nos quesitos pertinentes ao contexto econômico e social brasileiro.

Fazer relação entre os dados identificados na pesquisa, a fim de entender o a

realidade do MEI.

1.3. Justificativa do Estudo

A escolha do tema deve-se ao fato de o pesquisador fazer parte do corpo de

funcionários do SEBRAE/RN, sendo ele estagiário da (UAM) Unidade de Acesso a

Mercados nos anos de 2013 e 2014, tendo assim facilidade quanto ao acesso de

informações, como no caso da pesquisa utilizada sobre o perfil do

Microempreendedor Individual, para o presente estudo.

Deste modo, o pesquisador identificou uma forma de colher resultados

práticos sobre o MEI por perceber em seu dia-dia que a modalidade empresarial

estava sendo determinante na vida de milhões de brasileiros, desenvolvendo no

mesmo uma vontade crescente de contribuir para a melhoria do Microempreendedor

Individual. lidade empresarial.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Empreendedorismo

A aceleração das mudanças no cenário social e econômico, mediante

grandes dificuldades quanto a oferta de empregos e a inserção de novos jovens ao

mercado de trabalho, vem fazendo com que a sociedade se preocupe em criar

novas oportunidades de negócios, atribuindo uma dinâmica auto-geradora de

trabalho. (AIUB, 2002). Deste modo, as organizações estão se interessando por

estudos sobre a modificação das condições de mercado, em resposta as

oportunidades e necessidades constatadas pelos empreendedores. (ARAÚJO,

2013).

Segundo Tenório (2008), a palavra empreendedor denomina-se como

atividades daquele que se dedica à geração de riquezas, seja na geração ou

transformação do conhecimento em produtos e serviços ou até mesmo na

construção do próprio conhecimento. Dornelas (2008) afirma ainda que os

empreendedores são pessoas diferenciadas, pois possuem motivação singular,

onde são apaixonadas pelo que fazem e não se satisfazem em ser mais um na

multidão, ou seja, querem ser reconhecidas e admiradas.

Malheiros, Ferla e Cunha (2005) enfatizam que o empreendedorismo é o

principal fator que contribui para o crescimento de um país, ou seja, para eles, o

cultivo da cultura do empreendedorismo aumenta as perspectivas de crescimento

econômico de uma nação. Sendo assim um dos caminhos encontrados para a

formação de um cenário ou ambiente, onde seja estimulado comportamentos

voltados para o desenvolvimento da competência de geração do próprio trabalho.

(AIUB, 2002).

“O papel do empreendedor no mundo é tomar a iniciativa para

construir um novo mercado, no qual deve oferecer mudanças

para a sociedade. Seu papel é mais que uma grande produção e

também o aumento do rendimento econômico de um

determinado local.” (VIANA, 2010, p. 17).

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Aiub (2002) considera o empreendedor como sendo um ser social onde ao

mesmo tempo em que é resultado do desenvolvimento econômico social também

contribui para o mesmo, através da criação de novos negócios, incorporando

inovações, proporcionando novas oportunidades de trabalho, entre outros. Ou seja,

o autor afirma que se o contexto social é importante para o desenvolvimento do

empreendedorismo é imprescindível que o ambiente seja favorável e estimulador de

comportamentos que conduzam esta ação. Portanto, segundo Tenório (2008) a era

atual pode ser denominada de era do empreendedorismo, onde os empreendedores

estão eliminando barreiras comerciais e culturais, aperfeiçoando conceitos

econômicos, estabelecendo novas relações de trabalho, quebrando paradigmas e

consequentemente gerando riquezas para a sociedade como um todo, o Quadro 1

retrata as ações e contribuições desses empreendedores.

Quadro 01: Ações e Contribuições para o empreendedorismo

Fonte: Adaptado de Fuzetti, 2009, p. 4.

Dornelas (2003, apud Viana 2010: 14) afirma ainda que o empreendedorismo

é uma filosofia comportamental, que por sua vez contribui para o desempenho de

uma empresa, focando todos em um mesmo objetivo, produzindo novas

oportunidades de mercados, produtos e processos.

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)

indica que o empreendedorismo contribui para o sustento da economia nacional,

especialmente através do desempenho das micro e pequenas empresas,

aprimorando a distribuição de renda, redução da informalidade, bem como a

ampliação de oportunidades e da base de arrecadação de impostos. (ARAÚJO,

2013).

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2.1.1- Características do empreendedor de sucesso

Considerando que o empreendedorismo é uma das formas com grande

potencial de contribuição, de vários aspectos, para a sociedade como um todo,

pesquisadores se voltaram a analisar habilidades, atitudes, personalidades e

condições que possam colaborar com o aumento ao estímulo à inovação. (GREATTI

E SENHORINI, 2000).

Contudo, Tenório (2008) assegura que um empreendedor não trata-se

necessariamente de um inovador, mas sim de um indivíduo que percebe, acredita e

compromete-se com uma oportunidade, buscando recursos para explorá-la. Ou seja,

para ele empreendedores são pessoas que pensam, planejam e propõem novos

negócios, resistindo a pressões do mercado, não receando as transformações.

Diante disto, Filion (2000) diz que estudiosos propõem características

semelhantes entre empreendedores bem-sucedidos, são elas:

Valores e cultura de empreendedorismo adquiridos por meio de contato com,

pelo menos, um modelo empreendedor durante a sua juventude;

Experiência em negócios;

Diferenciação;

Intuição;

Envolvimento;

Trabalhadores incansáveis;

Sonhadores realistas (visionários);

Líderes;

Trabalham em rede com moderação;

Têm o seu próprio sistema de relações com os empregados;

Controladores do comportamento das pessoas ao seu redor;

Aprendizagem dos seus próprios padrões.

Acredita-se que o empreendedorismo é um fenômeno cultural, onde torna-se

fruto dos hábitos, práticas e valores das pessoas. Ou seja, para o autor, a prática do

empreendedorismo pode ser desenvolvida através da convivência com pessoas que

possuem características empreendedoras, afirmando ainda que empresários de

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sucesso são influenciados por indivíduos do seu círculo de relações, tais como

família, amigos, líderes ou figuras importantes. (CAMPOS, 2007).

Greatti e Senhorini (2000) corrobora, informando que a personalidade de um

indivíduo não nasce pronta, ou seja, para ele as características empreendedoras

podem ser fruto do meio em que se vive, tais como, educação advinda dos pais,

experiências vividas na infância e/ou adolescência, ambiente social e cultural no

qual o indivíduo está inserido.

Sendo assim, o quadro abaixo mostra as características em comum de

empreendedores de sucesso.

Quadro 2: Competência de empreendedores bem sucedidos.

Fonte: Adaptado de Greatti e Senhorini (2000).

Já Tenório (2008) assegura que um empreendedor bem sucedido sabe onde

quer chegar, é motivado pelo desejo de realizar, confia em si mesmo, corre riscos

viáveis, é otimista ao mesmo tempo em que não perde o contato com a realidade,

aprende com seus erros e confia em si mesmo.

Contudo, Jordão (2010) conclui que as características de um empreendedor

circunda um conjunto de realizações, tais como, busca de oportunidade, persistência

e comprometimento; e um conjunto de planejamento (busca de informações,

estabelecimento de metas e monitoramento), associando visão com ação. Para ele,

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o momento é de aprendizado constante, e de busca por capacitação, facilitando a

recolocação ou montagem do próprio negócio.

2.1.2 – Tipos de empreendedores

O perfil empreendedor está se expandindo cada vez mais em virtude do

cenário em que o mercado de trabalho se encontra, onde pode-se destacar a

escassez de emprego, que por sua vez, faz com que as pessoas optem por ter o seu

próprio negócio, com o intuito de gerar renda.(VIANA, 2010, p.23).

Contudo, Tenório (2008) afirma que o grau de desenvolvimento de uma nação

pode ser analisado mediante a eficiência com que os produtos e serviços são

produzidos, uma vez que quando adquiridos, elevam a qualidade de vida e o grau de

bem estar da sociedade. Deste modo, produz estímulos por parte dos

empreendedores, na tentativa de buscar soluções para os problemas sócio-

econômicos.

“As diversificações do conceito de empreendedorismo não fazem

distinção de gênero, considerando que as características

empreendedoras podem ser encontradas tanto em homens

como em mulheres, apesar de que as primeiras definições

apontavam o homem com o perfil empreendedor. Mas é

inegável, nos dias atuais, o crescimento da população brasileira

feminina no mercado de trabalho.“ (ARAÚJO, 2013, P. 18).

Conforme Viana (2010), os empreendedores não são essencialmente

pessoas que tem novas ideias, são aqueles líderes com a habilidade de desenvolver

novas ideias e introduzi-las em qualquer ambiente. No entanto é bem difícil

encontrar todas as características empreendedoras em uma só pessoa. O mesmo

autor sugere ainda quatro perfis de empreendedores, conforme a seguir:

Empreendedor Clássico: tem ambição, está sempre em busca de suas

realizações visando sempre resultados.

O Grande Vendedor: se destaca em suas habilidades pelo fato de sua rede

de relacionamento ser expansiva, tem facilidade em vendas por ser uma

pessoa convincente.

O Gerente: É apto a competição e sempre busca ser o melhor em tudo que

faz. É o líder da organização.

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O Criativo: Crê que novos produtos é o que mantêm a empresa no mercado.

É inteligente, e usa a inteligência como vantagem. Não se arrisca.

Conforme Pessoa (2005), todo empreendedor necessita ser um bom

administrador, para que facilite o processo de tomada de decisões, no entanto nem

todo administrador dispõe de habilidades empreendedoras ao realizar suas

atividades. Uma vez que o empreendedor vai além das atividades, normalmente

associadas aos administradores, tendo assim uma visão mais ampla, não se

agradando em fazer apenas aquilo que deve ser feito. A autora define três tipos de

empreendedores, os quais se destacam em qualquer ambiente de trabalho,

conforme segue:

Empreendedor Corporativo: Conhecido também por intra-empreendedor ou

empreendedor interno, estes são definidos como sendo uma maneira de

identificação, desenvolvimento, captura e implementação de novas

oportunidades de negócios, numa empresa já existente. Ou seja, este retrata

um tipo de empreendedorismo em que o colaborador, ou um grupo,

associados a uma empresa, são capazes de criar uma nova ou instigam a

inovação e renovação dentro da organização já existente.

Empreendedor start-up (negócios): é um pouco parecido com o

empreendedor corporativo, no entanto não se baseiam em empresas já

existentes. Deste modo, lidam com os aspectos exógenos às empresas, tais

como concorrentes, lucratividade, conquista e fidelização de clientes,

produtividade, bem como a manutenção do empreendimento.

Empreendedor Social: Este, por sua vez, é diferenciado do

empreendedorismo propriamente dito, pois não produz para vender e sim

para criar soluções de caráter social, assim como não é conduzido para o

mercado, ou seja, são direcionados para solução de problemáticas sociais

(pobreza, risco de vida, exclusão social, entre outros.

Mediante várias pesquisas realizadas sobre o tema, com o intuito de se definir

um perfil universal dos empreendedores, é possível concluir que não existe um único

tipo, ou seja, não existe um modelo-padrão de empreendedor. Isso mostra ainda que

tornar-se empreendedor é algo que pode acontecer a qualquer um. (DORNELAS,

2008, P. 11). No quadro 3 são definidos vários tipos de empreendedores.

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Quadro 3: Tipos de Empreendedores

1- Empreendedor Nato (Mitológico)

São os mais reconhecidos e aclamados, pois começaram jovens, do nada, porém construíram grandes impérios. são visionários, otimistas, estão à frente do seu tempo e comprometem-se 100% para realizar seus sonhos

2- Empreendedor que aprende

(Inesperado)

Trata-se de uma pessoa que nunca pensou em se tornar empreendedor, no entanto a oportunidade bateu à porta. Este tipo de empreendedor tem sido muito comum e muitas vezes se encaixa em aposentados.

3- Empreendedor Serial (Cria novos

negócios)

Entusiasmado não apenas pelas empresas que cria, como também pelo fato de empreender. Trata-se de uma pessoa dinâmica, a qual prefere os desafios envolvidos na criação de algo novo. Geralmente tem uma habilidade incrível de montar equipes, motivar e captar recursos para o início do negócio colocando a empresa em funcionamento.

4- Empreendedor Corporativo

Este tem aparecido mais nos últimos anos, devido a necessidade de inovação das empresas. São geralmente executivos muito competentes, com capacidade gerencial e conhecimento de ferramentas administrativas. Trabalham de olho nos resultados para crescer no mundo corporativo.

5- Empreendedor Social

São imprescindíveis em países em desenvolvimento, uma vez que tem como missão de vida construir um mundo melhor para as pessoas. Envolve-se em causas humanitárias com comprometimento singular.

6- Empreendedor por Necessidade

Referem-se aqueles que não têm outra alternativa, não tiveram acesso ao mercado, ou foram demitidos, ou seja, não resta outra opção a não ser trabalhar por conta própria.

7- Empreendedor Herdeiro (Sucessão

Familiar)

Este, por sua vez, aprende a arte de empreender com exemplos da família, e geralmente segue seus passos. O desafio é multiplicar o patrimônio recebido.

8- Empreendedor Normal (Planejado)

É aquele que “faz a lição de casa”, que busca minimizar riscos, que se preocupa com os próximos passos do negócio, que tem uma visão de futuro clara e que trabalha em função de metas.

Fonte: Elaborado pelo autor

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Tendo em vista que o Empreendedor por Oportunidade é aquele que mais

avança no Brasil, Bedê (2013) afirma que existem três fatores os quais contribuem

para o desenvolvimento do mesmo, são eles: expansão do mercado interno,

aumento do grau de escolaridade dos brasileiros e a melhoria do ambiente legal,

caracterizado por sua vez pela implantação da Lei Geral das Micro e Pequenas

Empresas, MEI (Microempreendedor Individual) e Simples Nacional.

No entanto, para que este tipo de empreendedor, por oportunidade, continue

em expansão no Brasil, além da manutenção das conquistas já obtidas, é preciso

dar continuidade ao desenvolvimento da cultura empreendedora no país, assim

como das condições para empreender.

2.1.3 – Diferenças e semelhanças entre administrador e empreendedor

Diante de um mundo globalizado, como o que se vive hoje, há uma

necessidade crescente de adaptação, pois as mudanças ocorrem com cada vez

mais frequência, exigindo rapidez nas respostas em meio grandes transformações.

Deste modo, o ser humano pode ser um dos fatores responsáveis por manter a

competitividade de uma organização. No entanto não basta apenas conhecimento,

isso dar-se muitas vezes do espírito empreendedor. (BUENO, LEITE E PILATTI,

2004).

Malheiros, Ferla e Cunha (2005) afirmam ainda que nesse contexto, as

organizações que sobreviverão são aquelas capazes de se adaptarem rapidamente

a estas transformações. É necessário ser rápido no processo de tomada de

decisões.

Para isso, não basta você ter uma boa formação acadêmica. O

momento é de aprendizado permanente, de busca contínua de

nível de capacitação profissional que facilite a realocação ou

recolocação e/ou a montagem do próprio negócio, num mundo

em que o universo do emprego tradicional está diminuindo.

(MALHEIROS, FERLA E PILATTI, 2004, P. 38).

Segundo Souza et al. (2010), a profissão de Administrador e a função que o

mesmo exerce são objetos de estudo há muito tempo, no entanto, a pouco mais de

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uma década, surgiu o termo Empreendedor e com ele o questionamento sobre quais

são suas semelhanças, diferenças e contribuições para a sociedade como um todo.

A arte de Administrar consiste nas ações de planejar, organizar, dirigir e

controlar, sendo assim, possui características semelhantes aos empreendedores,

uma vez que compartilham de três características principais, são elas: Demandas (o

que tem que ser feito), Restrições (fatores internos e externos da organização que

limitam as atividades do funcionário) e Alternativas (identificam as opções que o

responsável tem na determinação do que e de como fazer). (DORNELAS, 2008, P.

15).

Já Nonato (2013) defende que os administradores possuem como

características o foco nas organizações e atividades conjuntas, bom relacionamento

interpessoal e utilização da estrutura, ao mesmo tempo em que os empreendedores

são visionários, sabem explorar o máximo das oportunidades, são independentes,

proativos, assumem risco calculado, além de saberem tomar decisões.

Hampton (1991, apud Rodrigues et al 2011 : 13) completa ainda que os

administradores e empreendedores se diferenciam em dois aspectos, são eles: o

nível que eles ocupam na hierarquia ( define como os processos são alcançados) e

o conhecimento que detém (são funcionais ou gerais).

Um administrador possui uma visão mais abrangente da empresa, ou seja,

ele é mais focado no planejamento e controle, analisando e solucionando situações

diárias e problemáticas diversas. Já o empreendedor está direcionado nas

oportunidades do mercado, inovações, criatividade, identificando algo prático,

transformando em oportunidade, ou seja, ele vive o presente pensando no futuro.

(SOUZA ET AL, 2010).

É fato que uma coisa não exclui a outra, ou seja, para ser um empreendedor

não necessariamente precisa ser alguém formado em administração, no entanto

seus conhecimentos seriam fundamentais para o sucesso de um novo

empreendimento, de qualquer espécie. (NONATO, 2013).

No quadro abaixo, Raza (2008) aponta algumas semelhanças, bem como

diferenças entre administradores e empreendedores.

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Quadro 4: Semelhanças e diferenças entre administradores e empreendedores

EMPREEDEDOR

ADMINISTRADOR

1- Quanto à orientação estratégica Tem a percepção de oportunidade.

Guia-se pelos critérios de desempenho.

2- Quanto à análise de oportunidades

Toma decisões rápidas.

Vê mais a redução do risco.

3- Quanto à alocação dos recursos

financeiros e de mão de obra

Prioriza a eficiência.

Vai pelo planejamento formal.

4- Quanto ao controle dos recursos

É flexível.

Valoriza o poder, o “status” e a recompensa.

5- Quanto à estrutura gerencial

Informal

Formal, seguindo a cultura organizacional.

Fonte: Elaborado pelo autor

De um modo geral, Souza et al (2010) afirma que um administrador possui o

foco no planejamento e controla, sendo assim centrado em como melhorar os

processos, informações qualidades e análises. Já o empreendedor mantém o foco

nas oportunidades disponíveis no mercado, na criatividade, inovação, estando assim

agregado nos negócios do presente e do futuro.

2.2 – Empreendedorismo no Brasil

Levando-se em consideração as análises feitas por Araújo (2013), no Brasil, o

conceito de empreendedorismo vem se expandindo cada dia mais, no entanto, a

difusão do mesmo se deu essencialmente a partir da década de 90, em que houve

um maior interesse, principalmente na área acadêmica, sob a responsabilidade de

incentivar novas pesquisas.

Segundo Viana (2010), existem alguns fatores, os quais fizeram com que o

tema fosse cada vez mais difundido no Brasil, são eles:

Grande queda nos números de empregos para a sociedade, que de

certa forma, é economicamente ativa;

Dinamismo econômico no mundo;

Transformação no modo de administrar empresas.

Compartilhando da mesma ideia, Sales (2004, apud Araújo 2013, p. 17)

afirma que, no contexto brasileiro, o empreendedorismo se deu devido a

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necessidade, em função da grande dificuldade de se obter emprego regular no

mercado onde, para ele, consequentemente ocasiona um despreparo por parte

desses empreendedores e um alto desperdício de capital inicial.

No entanto, pesquisas sobre a formação e expansão de empreendedores no

Brasil mostram que os incentivos a criação de novos negócios são escassos. Sendo

assim notório que, na última década do século passado, vários programas de

formação de empreendedores foram concebidos como alternativa vital para o

desenvolvimento econômico-social. (TENÓRIO, 2008).

De acordo com a pesquisa realizada pelo GEM (Global Entrepreneurship

Monitor), em 2008, o Brasil continua com uma Taxa de Empreendedores em Estágio

Inicial (TEA) superior à média, de 12,72%, enquanto que a maioria é de 7,25%.

Contudo, esta pesquisa mostra o grande potencial e reforça que o Brasil é um país

que possui uma elevada capacidade empreendedora, pois na média entre 2001 e

2008 o brasileiro é 75,58% mais empreendedor que os outros. (GRECO, 2009)

(Tabela 1).

Tabela 1: Estimativa da População Empreendedora

Fonte: Adaptado de Greco (2009, p. 25).

Em outras palavras, Viana (2010) afirma ainda que, de acordo com esta

pesquisa, em 2001, houve uma inversão de proporção, onde o Brasil detinha 65%

dos empreendedores nascentes para 35% de empreendedores novos, já em 2008,

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esta realidade muda, uma vez que 24% eram de empreendedores nascentes e 76%

eram os empreendedores novos.

Greco et al (2009, apud Viana 2010, p. 19) “Na investigação

realizada, notaram também que a capacidade de empreender do

povo brasileiro é determinante nos processos de

desenvolvimento socioeconômico. Constatando-se que em 2008,

o Brasil, ocupou o 3º lugar em relação a 42 países pesquisados,

na participação de jovens em atividades empreendedoras, e 30º

posição em relação ao público idoso, demonstrando, portanto,

uma nova dinâmica de empreendorismo.

Contudo, os autores Greco et al (2009, apud Viana 2010, p. 19) esclarecem

ainda que o Brasil apresenta um grande potencial para o desenvolvimento de novos

empreendedores, no entanto o grande desafio do país é multiplicar, em números, a

quantidade destes, que por sua vez contribuem para a geração de emprego e

consequentemente de renda. Para tanto, é imprescindível o investimento contínuo

em políticas e programas de apoio ao empreendedorismo.

Tenório (2008) esclarece que o movimento do empreendedorismo no Brasil

começou a tomar forma a partir da criação de entidades como o SEBRAE (Serviço

Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e a SOFTEX (Sociedade

Brasileira para Exportação de Software).

O SEBRAE é um dos órgãos mais renomados e conhecidos, pelo pequeno

empresário brasileiro, uma vez que busca o suporte para iniciar a empresa, bem

como consultorias, entre outras atividades de apoio. A exemplo disso há o programa

Brasil Empreendedor, originado do Governo Federal, onde proporciona atividades de

apoio à entidade, comandando a capacitação de mais de um milhão de

empreendedores em todo o país, destinando recursos financeiros a esses

empreendedores.

Segundo Dornelas (2008), houve ainda outros fatores que contribuíram para a

movimentação empreendedora no Brasil, que foram a explosão de criação de

empresas pontocom entre os anos de 1999 e 2000 acarretando o aparecimento de

empresas start-up de Internet, criadas por jovens empreendedores, bem como o

desenvolvimento do movimento de incubadoras de empresas no Brasil. Dados da

Anprotec (Associação de Entidades Promotoras de Empreendimentos de

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Tecnologias Avançadas) de 2008, informam que mais de 400 incubadoras de

empresas encontravam-se em atividade no país.

O mesmo autor afirma ainda que há outras formas de incentivo quanto ao

desenvolvimento da atividade empreendedora no Brasil, tais como:

Criação de programas de novos negócios focados em

empreendedorismo social e empreendedorismo corporativo;

Programas de formação de empreendedores, incluindo MBA (Master of

Business Administration), cursos de curta e média duração, bem como EAD (Ensino

a Distância);

Crescente movimento de franquias no Brasil.

Tenório (2008) esclarece que este movimento, em favor do incentivo ao

empreendedorismo, deve promover o espírito empreendedor no sentido de criar uma

cultura, para que assim seja possível agir na formulação de políticas abrangentes e

específicas, criando condições para a criação de soluções quanto ao desemprego

estrutural, que por sua vez diminui a capacidade de competitividade da economia

brasileira frente à globalização dos mercados.

2.3 – Lei Geral

Para real compreensão da origem e significado do Micro Empreendedor

Individual para a economia brasileira, devemos recorrer a uma vasta literatura que

nos remete a sua origem no ano de 1988 com a elaboração do Artigo 170 da

constituição federal. Todo o artigo demonstra fundamental importância para a

realidade empresarial que vivemos hoje, porém destaca-se 2 incisos que são

extremamente pertinentes ao presente estudo, os incisos VIII e IX.

VIII - busca do pleno emprego;

IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de

pequeno porte.

Tendo ainda como base a constituição de 1988, há outro artigo que faz

relação as MPE’s, o Artigo 179, conforme segue:

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Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal, e os Municípios dispensarão

às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei,

tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas

obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela

eliminação ou redução destas por meio de lei.

O artigo acima é inteiramente direcionado ás MPEs, pois condicionou o

cenário atual e benefícios que as mesmas detêm, pois inspirados neste artigo que

muitos projetos fomentadores das MPEs saíram do papel e viraram realidade.

Em se tratando de uma política pública, a consistência do

projeto pressupunha a construção de um conjunto lógico e

complementar de ações que pudesse de transformar o

ambiente empresarial. (QUICK, 2006)

Em 1996 como tentativa de facilitar a operação das MPEs brasileiras o

Governo Federal criou o Simples Federal que tratava-se de um sistema simplificado

de recolhimento de tributos e contribuições federais que, mediante convênio, poderia

abranger os tributos devidos aos Estados e aos Municípios. Mas os Estados

preferiram não aderir ao Simples e instituíram regimes próprios de tributação, o que

acabou resultando em 27 tratamentos tributários diferentes em todo o Brasil. Da

mesma forma, poucos Municípios aderiram ao Simples, e a maioria não adotou

qualquer benefício para as microempresas e empresas de pequeno porte instaladas

em seus territórios.

O Simples Federal foi criado para favorecimento das MPEs através de um

pagamento unificado de tributos Federais, Estaduais e Municipais, mas por falta de

apoio dos estados e municípios o programa não teve êxito e em sua grande maioria

os impostos unificados no programa foram apenas os Federais, resultando assim em

diversos tratamentos tributários no Brasil. (PORTAL, 2014)-----------------------------------

No dia 14 de dezembro de 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva

assinou a Lei Complementar 123/2006. No dia 15, a Lei Geral foi publicada no Diário

Oficial da União, entrando imediatamente em vigor. Apenas o capítulo tributário da

lei (Simples Nacional) passaria a vigorar a partir de julho de 2007. “... uma lei que

gera emprego, que gera riqueza, é lei de inclusão social e trabalhista.”. Hauly (2007)

Pode-se afirmar que 14 de dezembro de 2006 é um marco histórico para toda

a sociedade brasileira, pois a Lei Geral representou além de um sinal de bons

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tempos para as MPE’s no Brasil, também favoreceu a igualdade social e a geração

de novos empregos, proporcionando aos pequenos empresários um ambiente

propicio ao desenvolvimento.

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas deve ser apontada como um

desenvolvimento importante no tratamento diferenciado as Micro e pequenas

empresas, até mesmo por beneficiar aquelas atividades de caráter individual ou

familiar exercidas, atualmente, em grande parte na informalidade. (Domingos, 2007).

O então presidente das Associações comerciais do estado de São Paulo

Guilherme Afif Domingos é hoje Ministro da Micro e Pequena Empresa e mesmo em

2007 quando não existia o Microempreendedor Individual ele já destacava a

importância do negócio individual para o país.

Segundo a lei geral em caso de empate nos processos de licitação determina

a preferência á contratação da MPE, e entende-se por empate, o caso em que

propostas apresentadas pelas MPEs sejam iguais ou até 10% superiores em relação

á proposta melhor classificada, já em caso de “pregão”, o intervalo percentual é de

5% superior à melhor proposta.

Procedimento de desempate:

a. A ME ou EPP mais bem classificada poderá apresentar proposta de preço inferior

áquela considerada vencedora, caso em que lhe será adjudicado o objeto licitado;

b. Caso a ME ou a EPP não possa ser contratada, serão convocadas as demais

para o exercício do mesmo direito, na ordem classificatória, desde que se encontrem

no critério de desempate;

c. Em caso de equivalência dos valores apresentados por MPEs, será realizado

sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro apresentará melhor

oferta;

d. No caso de pregão, a MPE melhor classificada será convocada para apresentar

nova proposta no prazo máximo de 5 minutos após o encerramento dos lances.

O superintendente do SEBRAE/RN José Ferreira de Melo afirma que hoje as

MPEs são responsáveis por vinte por cento do PIB brasileiro e quarenta por cento

dos assalariados, no entanto, a participação poderia ser maior caso a Lei

Complementar 123/2006 fosse implementada em todos os municípios brasileiros,

enfatizou a inviabilidade de desenvolvimento econômico sem estímulo as MPEs.

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2.3.1 - Simples nacional

Segundo consta no Art. 13 da Lei 123, de 2006 o Simples Nacional implica o

recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos seguintes

impostos e contribuições. (SEBRAE, 2007)

I – Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;

II – Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, observado o disposto no

inciso XII do § 1º deste artigo;

III – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;

IV – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS,

observado o disposto no inciso XII do § 1º deste artigo;

V – Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no inciso XII do § 1º

deste artigo;

VI – Contribuição para a Seguridade Social, a cargo da pessoa jurídica, de

que trata o art. 22 da Lei nº

8.212, de 24 de julho de 1991, exceto no caso das pessoas jurídicas que se

dediquem às atividades de

prestação de serviços previstas nos incisos XIII a XXVIII do §1 º e no § 2º do art. 17

desta Lei Complementar;

VII – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e

Sobre Prestações de Serviços

de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS;

VIII – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS.

Essa Lei do Simples representa, pela primeira vez, dentro de uma

perspectiva prática mais concreta, a integração de algumas

atividades dos físicos, a possibilidade de atuação conjunta, ao

mesmo tempo em que se prepara o terreno e se preserva a

autonomia relativa dos antes subnacionais. Aqui transparece a

negociação entre autonomia e coordenação. (Abreu, 2008 p.124).

Levando em consideração o Simples nacional, os dois pontos mais positivos

às empresas, segundo Leite (2008), são a simplificação no pagamento de tributos e

a redução da burocracia na abertura das empresas. O autor está correto quanto ao

legado inicial do simples nacional, porém os dois pontos citados anteriormente,

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ainda precisam ser ajustados, principalmente no tocante a redução da burocracia

que é objeto de desânimo para os empreendedores.

Como todos sabemos, crescimento não é algo que se produz por

ato de vontade ou que acontece em decorrência de

circunstâncias conjugadas momentaneamente. O

desenvolvimento é fruto de uma agenda densa, complexa, que

tem que ser perseguida com firmeza. (MONTEIRO NETO, 2007,

P.45).

A citação acima sobre o simples retrata bem a história do desenvolvimento

das MPEs no Brasil, e não seria diferente com o Simples nacional, que apesar de 7

anos de existência e de total aprovação da modalidade tributária, melhorias ainda

estão sendo identificadas e planejadas.

De acordo com o Ministro-Chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa,

Guilherme Afif Domingos, o princípio do governo é que para entrar no Simples, não

importa a categoria, mas sim o tamanho da empresa, ou seja, empresas que tenham

seu faturamento anual até 3,6 Milhões de reais devem ser enquadradas no simples,

o que não é realidade hoje já que o setor de serviços salvo exceções se encontra

fora do Simples nacional. (BONFATI, 2013).------------------------------------------------------

Além de ter como foco a desburocratização dos diversos processos

relacionados com o setor empresarial, a “Caravana da Simplificação”, evento no qual

o Ministro-Chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif

Domingos, traz como excelente novidade o enquadramento de todo o setor de

serviços no “Simples Nacional” deixando de privilegiar apenas alguns poucos

negócio s desse setor.

Mesmo com pouco tempo de existência, o Simples Nacional está sempre

melhorando e se adequando a realidade dos negócios, assim como, anualmente,

vem crescendo o número de empresas adeptas à modalidade tributária, a Figura 1

retrata a evolução dos optantes pelo simples nacional

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Figura 1: Evolução dos optantes pelo Simples Nacional

Fonte: SEBRAE (2014)

Conforme visto no gráfico anteriormente, o número de empresas optantes

pelo Simples vem crescendo frequentemente. Em quatro anos a quantidade de

empresas que utilizam o Simples para arrecadação de seus impostos cresceu

aproximadamente 250%, o que nos leva a um crescimento médio mensal de

aproximadamente 5,2% ao mês.

O segmento das micro e pequenas empresas responde por

cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e por

mais de 40% da massa salarial gerada no País. Contudo, essa

participação poderia ser maior se a Lei Complementar 123/2006

fosse implementada em todos os municípios brasileiros.

(SEBRAE/RN, 2013).

2.4 – Microempresa (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP).

Até o ano de 2011, uma Microempresa possuía um faturamento bruto anual

até o valor de R$ 240.000,00. Já uma Pequena empresa possuía um faturamento

anual bruto de até R$ 2.400.000,00 segundo o que constava na Lei 123/2006

(SEBRAE,2007).

Todavia, uma resolução do Conselho de Gestão do Simples Nacional (CGSN)

94/2011 modificou essa realidade, e desde então o faturamento bruto anual passou

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a ser até o valor de R$ 360.000,00 para Microempresa e de R$ 3.600.000,00 para

as Pequenas empresas.

O artigo 3° da lei complementar n° 123, de 14 de Dezembro de 2006 define as

microempresas e empresas de pequeno porte:

Art. 3 º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se

microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a

sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o

empresário a que se refere o art. 966 da Lei n º 10.406, de 10 de janeiro de 2002

(Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no

Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: (Redação dada

pela Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos –

vide art. 7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 )

I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou

inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e Redação dada pela Lei

Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art.

7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 )

II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita

bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a

R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais). Redação dada pela Lei

Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011 ) (Produção de efeitos – vide art.

7º da Lei Complementar nº 139, de 2011 ).

“Fomentar e fortalecer os pequenos negócios significa

apostar no crescimento do país, pois são responsáveis por

impulsionar a economia e promover o desenvolvimento de um

território, por meio da geração de emprego, distribuição de

renda e melhor qualidade de vida para a população”

(SEBRAE, 2013).

As MPEs (Micro e Pequenas Empresas) estão se desenvolvendo de forma

continua se mostrando cada vez mais importantes em vários contextos, sociais,

econômicos e tributários como é notório na tabela 2:

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Tabela 2: Representatividade das Micro e Pequenas Empresas.

Fonte: Adaptado do SEBRAE/SP, 2012.

2.5 - Ascensão da informalidade no Brasil.

Para a abordagem do tópico, faz-se necessária a compreensão do conceito

“informalidade”, que segundo PINTO (2012) a economia informal é o conjunto de

unidades econômicas em desacordo com obrigações imposta pelo Estado, quanto

aos tributos e suas regulações. O mesmo autor afirma ainda que informalidade é a

produção de bens e serviços baseados no mercado, independente da legalidade ou

não, que escapa da detecção dos dados oficiais do Produto Interno Bruto (PIB).

Paiva et al. (2013) expõe que é válido lembrar que o emprego informal

sempre esteve presente na economia brasileira, e um ótimo exemplo disso é o maior

centro de comércio a céu aberto da América Latina, localizado no centro da cidade

de São Paulo, na rua 25 de março, inúmeros trabalhadores informais disputam

espaço com outros informais e também junto ás lojas comerciais com a venda de

produtos nacionais e importados. Considerando que cenários como esse já estavam

afixados na cultura brasileira, essencialmente paulistana nesse caso, antes mesmo

do ápice do crescimento brasileiro, são apresentados outros referenciais para

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exemplificar a expressividade do problema que a informalidade traz para economia

brasileira atualmente.

A realidade exposta pelos autores acima não é uma particularidade do estado

de São Paulo. No Rio Grande do Norte, esse desenvolvimento da informalidade

também foi notório, podem ser citados milhares de negócios informais localizados no

bairro do Alecrim que fica no centro da cidade de Natal, capital do estado do Rio

Grande do norte. O bairro do Alecrim é de fundamental importância para o combate

a informalidade no estado, que inclusive anualmente tem concentrado o foco do

SEBRAE/RN durante a semana do MEI para o incentivo à formalização dos

negócios naquele local.

No mercado, são evidenciadas repetidamente falhas graves como patamares

elevados de desemprego, alta taxa de informalidade, a constância de litígio nos

tribunais trabalhistas, a desigualdade de renda em níveis elevados, o acesso restrito

as leis trabalhistas e dos auxílios aos trabalhadores.(PINTO, 2012)

O MEI proporciona a saída da informalidade há milhares de empresários

autônomos, desempregados e empreendedores natos, que sempre desejaram abrir

seu próprio negócio, mas não tinham os meios necessários para tal, dando a

oportunidade destes gerirem seu próprio negócio e, consequentemente torna efetiva

a inserção desses novos empresários no cenário socioeconômico brasileiro.

Segundo Nascimento et. al (2012, p. 34) “a informalidade é o principal

estigma de uma sociedade desigual e como tal, deve ser minimizada por meio de

políticas governamentais.” Com o intuito de reverter essa situação o governo

brasileiro adotou medidas para amenizar a situação da informalidade e tentar

diminuir o índice da economia subterrânea, através da criação da figura do

Microempreendedor Individual que foi instituída pela Lei Complementar nº 128/2008.

A referida lei ofereceu para os trabalhadores informais a oportunidade de

regularização de seu empreendimento de um jeito bem simplificado de forma que

estes profissionais deixem de atuar na informalidade e possam assim usufruir dos

benefícios que a citada lei lhes oferece.

Pinto (2012) Afirma que no Brasil a informalidade é considerada uma opção

para pessoas que não obtém êxito em entrar no mercado formal. Por parte do

Governo Federal tem sido adotadas medidas que enfraquecem a informalidade e

incentivem a classe empreendedora, sendo as mesmas, medidas fomentadoras do

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fortalecimento do mercado formal brasileiro, a exemplo das linhas de créditos, o

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), dentre outros.

Conforme o Índice de Economia Subterrânea (IES), divulgado pelo Instituto

Brasileiro de Ética Concorrencial (Etco) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da

Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), entre 2006 e 2011, o IES representava o

equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) 20,2% e 17% respectivamente. Em

queda nestes anos a economia informal se estabilizou em 2012 representando

16,9% do PIB.

Este índice ainda continua alto, tornando-se necessário por parte do governo

mais medidas para reverter esta situação, porém percebe-se que a figura do

Microempreendedor Individual vem ajudando a diminuir este número e

consequentemente a enfraquecer a economia subterrânea.

A tabela 3 mostra que, para todas as categorias apresentadas, o percentual

dos empreendedores que não possuíam CNPJ e não contribuíam para a

previdência, caiu entre 2009 e 2011.

Tabela 3: Grau de Informalidade pelos critérios de não possuir CNPJ e não contribuir para a previdência.

Fonte: Adaptado de Corseuil, Neri e Ulyssea, 2013.

Vale salientar ainda que esses trabalhadores, adeptos ao MEI, terão dentre

vários benefícios, acesso ao crédito e ao mercado, bem como a preferência quanto

as obtenções de produtos e serviços pelos Poderes Públicos, à tecnologia, ao

associativismo e as regras de inclusão previstas. (PESSOA, 2013).

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A informalidade causa prejuízo para todos os envolvidos,

sendo que o maior lesado é o próprio estado, uma vez que

sofre com uma alta evasão contributiva e esse prejuízo é

refletido diretamente em toda a sociedade, coibindo,

inclusive, investimentos que podem reduzir a diferença

social, como exemplo. (PINTO, 2012).

2.6 – Microempreendedor Individual (MEI).

Diante de um cenário de altos índices de informalidade e desemprego surge o

Microempreendedor Individual (MEI) que de acordo com o SEBRAE (2013) surgiu

como um avanço da Lei Geral através da Lei complementar 128/2008.

A Lei Complementar nº 139, de 10 de novembro de 2011, determinou que o

microempreendedor individual (MEI) corresponde ao empresário individual que

aufere receita bruta, cumprindo os requisitos que menciona, de até sessenta mil

reais (a LCP nº 139, de 2011, aumentou esse valor, antes correspondente a R$

36.000,00). Esse valor corresponde ao rendimento de em média cinco mil reais por

mês, caracterizando a pequena dimensão do negócio praticado pelo

microempreendedor. (BIJOS E BARBOSA, 2013).

Este mesmo autor diz que a figura do microempreendedor individual é uma

iniciativa governamental visando a formalização das pessoas que exercem algum

tipo de atividade microempresarial. Entre as atividades permitidas para ingresso na

figura jurídica, constam as atividades de artesão, barbeiro, comerciante, editor,

fabricante, guia de turismo, instrutor, jornaleiro, locador, montador, ourives, padeiro,

proprietário, reparador, sapateiro, transportador e vendedor ambulante.

O portal do empreendedor sintetiza que o Microempreendedor Individual é a

pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário.

Entre as vantagens oferecidas por essa Lei está o registro no Cadastro Nacional de

Pessoas Jurídicas (CNPJ).

A Lei Complementar nº 128 de 19 de dezembro de 2008, nos trouxe pela

primeira vez em seu artigo 18-A o conceito de Microempreendedor Individual que foi

inserido pela Lei Complementar nº 126/2006. Através da Lei Complementar nº

128/2008, o governo criou a figura do Microempreendedor Individual, que dispõe de

condições especiais, além de inúmeras vantagens para que os profissionais que

atuam na informalidade possam se tornar empreendedores individuais legalizados.

Considera-se MEI o empresário individual que se refere o artigo nº 966 da

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Lei nº 10.406/2002 – Código Civil, ou seja, o empresário que exerce 26

atividades econômicas profissionalmente organizada para a produção ou a

circularização de bens ou serviços.

Abaixo relaciona-se o artigo 18-A da Lei Complementar nº 128/2008 que

determina o conceito de Microempreendedor Individual.

Artigo 18-A: O Microempreendedor Individual - MEI poderá optar pelo

recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional em

valores fixos mensais, independentemente da receita bruta por ele auferida no mês,

na forma prevista neste artigo.

§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se MEI o empresário individual [...]

que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário anterior, de até R$ 36.000,00

(trinta e seis mil reais), optante pelo Simples Nacional e que não esteja impedido de

optar pela sistemática prevista neste artigo.

§ 2º No caso de início de atividades, o limite de que trata o § 1º deste artigo

será de R$ 3.000,00 (três mil reais) multiplicados pelo número de meses

compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário,

consideradas as frações de meses como um mês inteiro. Além das exigências

citadas acima, para o trabalhador informal tornar-se um Microempreendedor

Individual deverá ainda cumprir com os requisitos impostos pelo § 4º do artigo 18-A

desta mesma lei.

§ 4º Não poderá optar pela sistemática de recolhimento prevista no caput

deste artigo o MEI:

I. cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV e V da Lei

Complementar nº 126/2006, salvo autorizado pelo Comitê Gestor;

II. que possua mais de um estabelecimento;

III. que participe de outra empresa como titular, sócio ou administrador;

IV. que contrate mais de um empregado.

Estes são os requisitos impostos na Lei Complementar nº 128/2008 para que

os profissionais que estão na informalidade possam se tornar empreendedores

individuais, não havendo outro fator que impeça à adesão deste regime.

Considera-se Microempreendedor Individual (MEI) o empresário a que se

refere o art. 966 da Lei 10.406/2002 (código Civil), o empresário tenha auferido

receita bruta acumulada nos anos-calendários anterior e em curso até R$ 60.000,00,

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ou seu limite proporcional se estiver em seu primeiro ano de atividade. Também

devem atender os seguintes requisitos:

- Exercer tão-somente as atividades constantes do anexo XIII da resolução CGSN

94/2011;

- Possuir um único estabelecimento;

- Não participar de outra empresa como titular, sócio ou administrador;

- Não contratar mais de um empregado, observado o disposto no art. 96 da

resolução CGSN 94/2011.

Mediante Julião (2011) ao definir em ser um MEI o empresário individual

recolherá um valor mensal de 5% (cinco por cento) sobre o salário-mínimo

equivalente a contribuição previdenciária, mas R$ 1,00 (um real), a título de imposto

sobre operações relativas á circulação de mercadorias e sobre prestações de

Serviço de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS e/ou

R$ 5,00 (cinco reais), consoante Imposto Sobre serviços de qualquer Natureza –

ISS, Conforme a sua atividade, de forma unificada e simples, de forma que não fica

sujeito aos seguintes tributos e contribuições:

– Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica - IRPJ;

– Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI;

– Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL;

– Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS;;

– Contribuição para o PIS/Pasep;

– Demais contribuições instituídas pela união; e

– Contribuições para as entidades privadas de serviço social e de apoio profissional

vinculados ao sistema sindical e demais entidades de serviço social autônomo.

Paiva et al. (2013) afirma que o MEI tem como foco a redução da

informalidade e o combate ao desemprego no mercado brasileiro, possibilitando ao

Governo Federal elevar sua arrecadação com os trabalhadores que possuem um

negócio informal, oferecendo aos mesmos, acesso a benefícios que apenas os

trabalhadores formalizados já detêm.

A formalização dos Microempreendedores Individuais teve inicio em julho de

2009 e desde então um grande número de empreendedores que anteriormente

estavam na informalidade se registraram como MEI’s e tornaram seus negócios

formais.(LOURENÇO, 2013).

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Paiva et al. (2013) firma que a elevada carga de tributos e a burocracia

sempre exerceram o papel de empecilho para que o cidadão comum que visasse

iniciar uma nova atividade ou regularizar o seu negócio pudesse se formalizar.

“O EI é um grande avanço na legislação brasileira que,

pela primeira vez considera de forma diferenciada não

somente as micro e pequenas empresas...”

(SEBRAE/PB, 2009).

Segundo Carvalho (2009) o MEI soluciona 4 grandes problemas para alguns

empreendedores, são eles: A comprovação de renda, que dificultava o acesso ao

crédito; a falta da comprovação da aquisição de suas mercadorias, que por sua vez

implicava em apreensão das mesmas; as reclamações trabalhistas devido à falta de

registro de funcionários pelo alto custo e a falta de benefícios previdenciários para o

próprio empreendedor.

Agora, no Brasil, tais cidadãos, denominados microempreendedores,

recebem as garantias sociais advindas do cadastro no Instituto Nacional de

Seguridade Social – INSS que representam uma segurança em diversas situações

como nas de: maternidade, acidente, doença, incapacidade, invalidez, prisão, idade

avançada, tempo de contribuição, morte, além de reabilitação profissional.

Está cada vez mais evidente que o excesso de burocracia é um dos maiores

obstáculos para a formalização e desenvolvimento das empresas, comprometendo

diretamente o avanço econômico e social do país.

“Pelo trâmite atual, para registrar sua empresa, muitas vezes o

empreendedor, após diversos comparecimentos à junta

comercial ou ao cartório, a órgãos tributários e de emissão de

alvarás, necessita, dentre outras providências, aguardar a

vistoria do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária, dos

órgãos ambientais, antes de iniciar suas atividades.”.

(SCHWINGEL E RIZZA, 2013).

Corseuil, Neri e Ulyssea (2013) corroboram que desde a tentativa de

implantação do Simples Nacional, em 1996, o governo brasileiro tem desenvolvido

políticas com o intuito de reduzir os encargos tributários e burocráticos, incidentes

sobre as MPEs (Micro e Pequenas Empresas). Contudo, estes programas políticos

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tem o objetivo de incentivar a criação de novas empresas, bem como a formalização

daquelas já existentes.

Os mesmos autores afirmam ainda que a Lei Complementar n° 128/2008,

conhecida como Lei do Empreendedor Individual, constitui um marco para os

empreendedores, diferenciando-o dos demais, pois cria-se condições para a

formalização de seus negócios, bem como para a contribuição previdenciária.

Deste modo, com a Lei n° 128, os Microempreendedores Individuais passam

a ter acesso ao CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas), estando assim

automaticamente enquadrados no Simples Nacional, reduzindo significativamente os

custos de tornar o negócio formal. Ou seja, com o MEI as duas margens de

formalização (Obtenção de CNPJ e Contribuição Previdenciária) passam estar

associadas, que antes não acontecia.

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3 – METODOLOGIA

3.1- Caracterizações da pesquisa

O presente trabalho pretende analisar a eficácia da política pública MEI

(Microempreendedor Individual) no combate à informalidade e o desemprego.

Portanto, trata-se de uma pesquisa segundo Tripodi (1981, p.32-40) exploratória

descritiva.

3.2- População e amostra

A população desta pesquisa, compreende todos os Microempreendedores

Individuais, num total de 3.6 milhões aproximadamente.

Como não será possível pesquisar todos os elementos, trabalhar-se-á com

uma amostra não probabilística acidental de 12.534 Microempreendedores

Individuais.

3.3- Dados e instrumentos da coleta

Os dados secundários foram obtidos pelo autor do presente estudo junto ao

SEBRAE/RN através da Unidade de Gestão Estratégica uma vez que o mesmo era

estagiário da instituição.

3.4- Tratamento estatístico e forma de análise.

Os dados foram selecionados em função dos objetivos do presente estudo.

Foram selecionados 108 gráficos dos 414 gráficos da base de dados do

SEBRAE/RN

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4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 Permanência da atividade como MEI

Dados obtidos através de todos os Microempreendedores Individuais que

participaram da pesquisa.

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Os gráficos do item 1, mostram por região brasileira o percentual de

Microempreendedores Individuais (MEI) que permanecem exercendo suas

atividades na mesma modalidade empresarial. O gráfico aponta como detentora do

índice mais baixo a região Norte com o percentual de 80,1% de manutenção no

enquadramento como MEI, no entanto a mesma se destaca como a mais recorrente

em casos de desenvolvimento, com 2,9% de empresas que anteriormente eram

enquadradas como MEI e passaram a ser Microempresa, Empresa de Pequeno ou

Empresa de Médio Porte.

A região sul apresenta um percentual de 86,4% sendo a com o maior índice

de permanência no enquadramento como MEI, porém o percentual de empresas

que se desenvolveram para Microempresa, é de apenas 1,6%, o menor dentre as

regiões brasileiras.

As regiões Sul e Centro-oeste aparecem empatadas com 7,8% dos

Microempreendedores Individuais que encerraram suas atividades, sendo as regiões

com o menor índice.

No tocante a continuidade, ou não, do enquadramento no MEI, nota-se uma

semelhança entre as regiões, cada uma com suas particularidades, mas todas bem

próximas uma das outras. O balanço é positivo para o Brasil, pois em um programa

que foi iniciado a 5 anos e possui um índice de 82,6% de continuidade, com

certeza, é um resultado satisfatório.

Dentre os estados o Acre e o Amazonas se mostram com o pior cenário, 75%

de permanência, ou seja, a cada 4 empreendedores individuais que se formalizaram

1 não está em atividade. Já o estado do Piauí apresenta o melhor cenário, com 88%

de permanência no programa, o que merece atenção, pois a região nordeste tem um

percentual médio de 82,6%.

A variação total é de 13%, levando em consideração a extensão territorial do

Brasil o programa demonstra de forma geral uma tendência á continuidade no

programa já que o índice nacional é de 82,6%. Se faz importante destacar a

existência de empresas que se desenvolveram através do MEI e hoje são Micro,

Pequena ou Média empresa, apesar do baixo percentual em números temos cerca

de 70 mil empreendedores no Brasil que através do Microempreendedor Individual

desenvolveram seu negócio e passaram a ser uma Microempresa.

Enquanto análise da realidade empresarial brasileira no tocante a taxa de

sobrevivência, o MEI aparece com um percentual melhor do que a média das

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MPE’s, com um índice de 91% contra 75,6% das micro e pequenas empresas

(SEBRAE,2013)

No entanto 2 pontos devem ser levados em consideração o índice obtido pela

pesquisa objeto do presente estudo foi desenvolvido com empresas entre 0 e 5 anos

de existência já o índice realizado pelo SEBRAE das MPE’s levou em consideração

exatos 2 anos de existência, e quanto ao MEI, 21% dos adeptos tem como principal

motivação, o beneficio do INSS, essas variações podem distorcer um pouco os

dados.

4.2- Local do negócio (MEI’s ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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4.2.1- Local do negócio (MEI’S que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

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Os gráficos do item 2 mostram onde os MEI’s operam o seu negócio, e todas

as regiões apresentam predominância pelo negócio na residência, tendo a região

Sul com 55% o maior percentual e a região centro oeste o menor com 44,6%. Uma

variação de cerca de 10%. A média brasileira é de 48,6%, ou seja, quase metade

dos MEI’s desenvolvem suas atividades em sua residência.

Como 2ª opção do MEI, o estabelecimento comercial aparece com uma

média nacional de 30,2%. Em uma análise regional identificamos o sul com o menor

numero de empreendedores desenvolvendo suas atividades em estabelecimento

comercial, apenas 23,3%, já o norte apresenta-se como líder neste quesito, com o

índice de 32%.

Em uma análise estadual há uma grande diferença nesses números, no Rio

Grande do Sul apenas 18% dos MEI’s operam seus negócios em um

estabelecimento comercial, no entanto, Minas Gerais e a Paraíba possuem 36% ou

seja, o dobro.

Tomando como base os dados explícitos, ao fazer uma relação do percentual

de MEI’s que passaram a ser Microempresa, com os locais onde os mesmo operam

seus negócios percebe-se que entre esses empreendedores a tendência é distinta

dos índices gerais dos Microempreendedores ativos.

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Dentre esses Microeempreendedores 56,7% operam seus negócios em um

estabelecimento comercial e 28,8% em suas residências, índice bastante divergente

quando se leva em consideração todos os MEI’s participantes da pesquisa, com os

índices de 30,2% e 48,6% respectivamente.

Os gráficos acima demonstram claramente que negócios operados em

estabelecimentos comerciais são mais tendenciosos ao desenvolvimento do que

negócios com suas operações realizadas na residência do empreendedor.

Os dados expostos nos gráficos acima demonstram claramente que a maioria

dos MEI’s possuem o ensino médio completo com um índice de 42,7% em âmbito

nacional, e a menor parte dos mesmos possuem pós graduação, apenas 1.2%

Em uma análise regional os dados são bastante distribuídos, no entanto,

destaca-se o índice de 11,6% de MEI’s com ensino superior completo a região Sul e

o índice de 21% de MEI’s com fundamental incompleto na região Centro-Oeste.

Em um comparativo entre os dados coletados com os MEI’s em geral e os

MEI’s que se tornaram MPE’s percebe-se que a escolaridade está ligada ao

desenvolvimento do negócio. Quando a avaliação abrange todos os MEI’s no estado

de São Paulo por exemplo a soma dos empreendedores que possuem o ensino

superior incompleto, ensino superior completo e pós graduação, soma 26%, já

quando avaliamos apenas os MEI’s que passaram a ser MPE esse índice quase

dobra, e passa para 50%.

A mesma relação é notória em âmbito nacional enquanto a soma dos

empreendedores que possuem o ensino superior incompleto, ensino superior

completo ou pós-graduação, quando levado em consideração todos os MEI’s

entrevistados, o índice é de 18,7%, já quando contabilizamos apenas os

empreendedores que desenvolveram seus negócios para MPE’s esse mesmo índice

passa a ser de 38,8% ou seja, mais que o dobro.

4.3- Escolaridade (MEI’S ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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4.3.1- Escolaridade (MEI’S que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

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Os dados expostos nos gráficos do item 3 demonstram claramente que a

maioria dos MEI’s possuem o ensino médio completo com um índice de 42,7% em

âmbito nacional, e a menor parte dos mesmos possuem pós graduação, apenas

1.2%

Em uma análise regional os dados são bastante distribuídos, no entanto,

destaca-se o índice de 11,6% de MEI’s com ensino superior completo a região Sul e

o índice de 21% de MEI’s com fundamental incompleto na região Centro-Oeste.

Em um comparativo entre os dados coletados com os MEI’s em geral e os

MEI’s que se tornaram MPE’s percebe-se que a escolaridade está ligada ao

desenvolvimento do negócio. Quando a avaliação abrange todos os MEI’s no estado

de São Paulo por exemplo a soma dos empreendedores que possuem o ensino

superior incompleto, ensino superior completo e pós graduação, soma 26%, já

quando avaliamos apenas os MEI’s que passaram a ser MPE esse índice quase

dobra, e passa para 50%.

A mesma relação é notória em âmbito nacional enquanto a soma dos

empreendedores que possuem o ensino superior incompleto, ensino superior

completo ou pós-graduação, quando levado em consideração todos os MEI’s

entrevistados, o índice é de 18,7%, já quando contabilizamos apenas os

empreendedores que desenvolveram seus negócios para MPE’s esse mesmo índice

passa a ser de 38,8% ou seja, mais que o dobro.

4.4- Principal ocupação antes de se registrar como Microempreendedor

Individual (MEI’s ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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4.4.1- Principal ocupação antes de se registrar como Microempreendedor

Individual (MEI’s que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

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4.4.2- Tempo de negócio sem CNPJ (MEI’s ativos)

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Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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4.4.3- Tempo de negócio sem CNPJ (MEI’s que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

De acordo com os gráficos expostos no item 4, percebe-se que quanto a

eficácia da política pública MEI, de forma primária o objetivo de combate a

informalidade do programa está sendo atingido de forma satisfatória.

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A resposta dos empreendedores quando perguntados por quanto tempo

tiveram um negócio sem CNPJ, mostra que apenas 13% disseram ter esses

negócios por menos de 2 anos, ou seja, pelo menos 87% dos Microempreendedores

Individuais antes de aderirem ao programa operaram seus negócios de forma

informal, sendo 44% por mais de 10 anos, compreendendo que o programa se

mostra extremamente eficaz como combate a informalidade.

No entanto, quando perguntados sobre sua principal ocupação antes de se

registrar como Microempreendedor Individual, o impacto do programa no tocante ao

combate ao desemprego é bastante sutil pois dos MEI’s atuais 40,6% eram

empregados com carteira assinada e apenas 1,1% eram desempregados,

demonstrando que o MEI não tem sido uma politica impactante no combate ao

desemprego de forma direta, no entanto 16,3% dos entrevistados possuíam

empregos sem carteira assinada, ou seja, não tinham direito de usufruir da

previdência social e dos demais direitos que são de concedidos aos

Microempreendedores Individuais.

Apesar de não ser identificado um combate explicito ao desemprego através

do MEI em detrimento dos próprios não serem prévios desempregados, as vagas

anteriormente ocupadas por estes empreendedores tornam se disponíveis o que de

caracteriza o MEI como uma ferramenta de combate indireto ao desemprego.

Um benefício que pode ser identificado através do dados expostos é o

incentivo ao empreendedorismo, se 40,6% do MEI’s eram empregados de carteira

assinada e através do Microempreendedor Individual tiveram a oportunidade de

empreender, mostra que o programa incentiva e fomenta o empreendedorismo no

Brasil, tendo em vista que caso o programa não existisse tal mudança se tornaria

mais cara e complicada.

É exposto de forma clara a diferença dos dados por região, enquanto na

região Norte a maioria dos empreendedores afirmou ter como ocupação principal

antes da formalização, um empreendimento informal (35%), os empreendedores do

Sul informaram que a maioria (44,3%) tinha como atividade principal o emprego com

carteira assinada.

4.5- Mais de uma renda (MEI’s ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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4.5.1- Mais de uma renda (MEI’s que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

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No item 5, quando perguntados sobre outra renda além do MEI 76,1% dos

empreendedores entrevistados responderam que não, o que vem reforçar a

importância do programa, objeto do presente estudo o Microempreendedor

Individual se mostra de fundamental importância na vida de milhões de brasileiros ao

retratar que 3 a cada 4 MEI’s tem seu negócio como única fonte de renda.

Avaliando-se as regiões se percebe uma semelhança no tocante a este dado

com uma variação de menos de 4% entre o Nordeste (73,7% e o Sudeste 77,2%, no

entanto ao serem avaliados apenas MEI’s que se tornaram ME’s a diferença é

enorme, passando a ter uma variação de 45,6% entre o Nordeste (44,7%) e o Sul

(90,3%) porém o índice Brasileiro permanece próximo do estudo com abrangência

total, com 72,3% de Microempreendedores dependentes exclusivamente de seus

negócios.

4.6- Principal motivo para registro como Microempreendedor Individual (MEI’s ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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4.6.1- Principal motivo para registro como Microempreendedor Individual (MEI’s que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

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Os gráficos expostos no item 6 demonstram a real motivação por parte dos

empreendedores ao se registrar como MEI. Com um índice de 42,5% em do total de

entrevistados o fator de ter uma empresa formal foi o que motivou o maior número

de empreendedores a se formalizarem, em 2° lugar com 21,5% os benefícios do

INSS são apontados como motivo principal de adesão ao MEI.

Todos os benefícios apontados pela pesquisa foram pontuados e a

possibilidade de emitir nota fiscal obteve 9,1% de resposta. Em uma análise sobre

os estados destaca-se o estado do Ceará que diferentemente de todos os outros

estados apontou como o principal agente motivador para adesão ao MEI o benefício

do INSS (35%) e em segundo lugar o fator de ter uma empresa informal(33%) uma

realidade inversa da demonstrada pelos outros estados.

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4.7- Pretensão de se tornar ME (MEI’s ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

4.7.1- Pretensão de se tornar ME (MEI’s que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

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No item 7, os gráficos expostos mostram que os empreendedores que

pretendem faturar mais de 60 mil por ano e passar a ser ME nos próximos anos são

maioria, apresentando resposta positiva em 84% das respostas os empreendedores

demonstram otimismo. Os gráficos retratam a vontade do MEI em desenvolver seu

negócio.

O estado do Pará retrata o cenário mais otimista com 92% dos MEI’s

almejando torna-se ME, o estado do Rio Grande do Sul apresentou o percentual

mais baixo com 76% dos empreendedores entrevistados que afirmaram interesse

em elevar nos próximos anos o seu faturamento, ultrapassando o patamar dos 60

mil reais.

4.8- Avaliação (MEI’s ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram estar em atividade.

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4.8.1- Avaliação (MEI’s que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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Os gráficos acima mostram como os empreendedores avaliam o

Microempreendedor Individual onde foram estimulados a dar uma nota de 0 a 10

para o quanto ele recomendaria o mesmo para alguém. Em todas as regiões os

resultados foram satisfatórios agregando um índice nacional de 79,2% de

empreendedores que deram notas 9 e 10.

A região sul obteve a melhor avaliação como 80,3% de notas 9 e 10 porém

também deteve o maior índice de pessoas que afirmaram não saber avaliar com 9%.

4.9- Classe social (MEI’s ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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4.9.1- Classe social (MEI’s que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

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Os dados expostos acima retratam o mapa social dos Microempreendedores

Individuais e nos permite análises muito pertinentes ao contexto do presente estudo.

A pesquisa mostra que 63,9% ou seja a maioria do MEI’s estão inseridos entre a

“Alta classe média”, “Baixa classe alta” e a “Alta classe alta” enquanto menos de 1/5

desses empreendedores (18%) estão inseridos na categoria “baixa classe média”

somada as classes inferiores (Vulnerável, Pobre mas não extremamente pobre ou

extremamente pobre). Individualmente a classe social com o maior índice é a “Alta

classe alta” (32%) e com o menor índice é a “extremamente pobre”(0%).

Em uma análise regional os dados variam de acordo com a realidade

econômica da região, as regiões Norte e Nordeste, as mais pobres do país,

totalizam 54% e 51,5% respectivamente entre as 3 classes mais altas da pesquisa,

já a região Sul, que é a mais rica do país totaliza 71,9% dos MEI’s inseridos nessas

classes sociais.

4.10- Dificuldade na contratação de empregado com carteira assinada (MEI’s ativos)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que afirmaram

estar em atividade.

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4.10.1- Dificuldade na contratação de empregado com carteira assinada (MEI’s que se tornaram ME)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que

transformaram seu negócio em uma Microempresa.

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Através dos dados obtidos no item 10, pode-se perceber que mesmo com

facilidades e subsídios governamentais, o empreendedor acha difícil contratar um

empregado com carteira assinada, o que se mostra como um ponto negativo no

tocante ao combate ao desemprego.

Percebe-se que quando o objeto de estudo são os MEI’s que se tornaram ME

o índice sobre de 58% ( MEI ativos) para 63%. Quando feita uma análise em âmbito

estadual percebe-se dados destoantes onde no Distrito Federal 29% dos

empreendedores responderam Sim e no Estado de São Paulo 88% disseram sim á

pergunta.

Em análise regional nota-se uma variação relativamente amena destacando

se com o maior percentual de respostas sim a região suldeste com 60,5% e com o

menor percentual a região Norte com 53,2%.

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4.11- Pretensão em iniciar as atividades (MEI’s que ainda não iniciaram suas atividades)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que não iniciaram suas atividades.

4.11.1- Motivo de inatividade (MEI’s que ainda não iniciaram suas atividades)

Dados obtidos através de Microempreendedores Individuais que não iniciaram suas atividades.

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Os dados acima foram gerados através de entrevista com MEI’s que

realizaram seu cadastro porém ainda não iniciaram suas atividades. No gráfico 1 foi

perguntada a pretensão do empreendedor em iniciar suas atividades como MEI, a

grande maioria deu uma resposta positiva, tem interesse em iniciar as atividades.

A média nacional foi de 86% de empreendedores já registrados como MEI e

com pretensões de iniciar suas atividades. Na esfera regional, identifica-se o norte e

o sul com o maior (87,8%) e o menor (80,6%) índice de respostas positivas

respectivamente. O norte se destaca por um fato curioso é lá que estão os 2

extremos, se fizermos uma análise por estado, pois o Pará com 97% tem o maior

índice e o Tocantins com 72% tem o menor índice.

Esse dado aliado ao fato de que quase metade desses empreendedores que

externaram vontade de iniciar as operações do seu negócio não iniciaram suas

atividade por falta de dinheiro nos faz perceber que o crédito é um tema de extrema

importância quando falamos do Microempreendedor Individual.

Quando perguntados sobre o que faltava para iniciar suas atividades como

MEI’s 47,7% indicaram a falta de dinheiro, a outra metade foi distribuída entre:

Licenças/documentação, tempo, local, informação, ajuda/apoio e outros, porém

nenhum deles com pontuação tão expressiva quanto a falta de dinheiro.

É perceptível a diferença de valores entre a região Norte e a região Sul no

tocante ao número de empreendedores que apontam a falta de dinheiro como o

motivo de não terem iniciado suas atividades, a diferença entre as duas regiões é de

15,5%, o norte possui 51,7% e o sul 36,2%. Esse número pode ser relacionado com

o desenvolvimento econômico de cada região pelo fato de a região Sul ser

considerada uma região rica do país e o Norte uma região pobre.

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5 - CONCLUSÃO

No presente trabalho foi realizada uma avaliação do Microempreendedor

Individual como combate a informalidade e ao desemprego no Brasil.

A partir deste entendimento, inicialmente foi pesquisado o conceito referentes

a empreendedorismo, em seguida o histórico e o contexto no qual o

Microempreendedor Individual está inserido, incluindo a Lei Geral da Micro e

Pequena Empresa, as Micro e pequenas empresas e o conceito de informalidade. A

pesquisa teórica abordou ainda sobre o Microempreendedor Individual (MEI).

Em seguida os dados retirados de uma pesquisa realizada pelo SEBRAE no

ano de 2013 sobre o perfil do Microempreendedor Individual foram abordados,

sendo identificado que após 5 anos de existência do programa 82,6% dos adeptos

continuam em atividade e cerca de 70 mil empreendedores transformaram seus

negócios em uma Micro ou Pequena Empresa.

Outro fato observado no tocante ao desenvolvimento desses empresários, foi

a influência do local de operação do negócio, onde foi observado que negócios

operados em um estabelecimento comercial tem mais perspectivas de crescimento

em comparação com um negócio operado na residência do empreendedor.

O fator escolaridade se mostrou o segundo fator relacionado ao

desenvolvimento do negócio ao notar-se que entre os MEI’s o percentual de

migração para Micro ou Pequena Empresa era maior quando se tratando de

empreendedores com um maior grau de escolaridade. Os empreendedores que

possuem o ensino superior incompleto, ensino superior completo ou pós-graduação

e tornaram seus negócios uma Micro ou Pequena empresa, são o dobro dos

empreendedores de menor grau de escolaridade.

Em se tratando do combate a informalidade o MEI se mostrou bastante eficaz

através do fato de que pelo menos 87% dos empreendedores individuais antes de

aderirem ao MEI operaram seus negócios de forma informal por mais de 2 anos

sendo destes, 44% por mais de 10 anos.

Quanto a satisfação dos empreendedores individuais com a modalidade

empresarial eles se mostraram em grande maioria satisfeitos, quase 80% atribuíram

notas 9 e 10 ao quanto ele recomendaria a mesma para alguém, e 84% pretendem

faturar mais de R$ 60.000,00 anuais e passar a ser ME nos próximos anos o que

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índica que índica um alto índice de confiança no MEI como meio de

desenvolvimento desses empresários.

Em uma análise social dos empreendedores individuais, foi possível identificar

que 63,9%, ou seja, a maioria do MEI’s estão inseridos entre a “Alta classe média”,

“Baixa classe alta” e a “Alta classe alta” enquanto menos de 1/5 desses

empreendedores (18%) estão inseridos na categoria “baixa classe média” somada

as classes inferiores (Vulnerável, Pobre mas não extremamente pobre ou

extremamente pobre). Individualmente a classe social com o maior índice é a “Alta

classe alta” (32%) e com o menor índice é a “extremamente pobre”(0%).

O que nos leva a conclusão de que apesar de ser feito para pequenos

negócios o Microempreendedor Individual não é uma ferramenta utilizada apenas

por pessoas das classes sociais mais baixas, mostrando inclusive a predominância

das classes mais altas da sociedade entre os adeptos da modalidade empresarial.

Quando os empreendedores avaliados foram os que formalizaram seu

negócio, mas não iniciaram suas atividades, a grande maioria declarou interesse em

iniciar suas atividades com um índice de 86% em âmbito nacional.

Esse dado aliado ao fato de que quase metade desses empreendedores que

externaram vontade de iniciar as operações do seu negócio não iniciaram suas

atividade por falta de dinheiro nos faz perceber que o crédito é um tema de extrema

importância quando falamos do Microempreendedor Individual.

As conclusões alcançadas com a realização deste estudo são de que o

Microempreendedor Individual nesses 5 anos de existência tem sido eficaz no

combate a informalidade através da formalização de milhões de negócios e que

também no combate ao desemprego de forma indireta através da migração de

antigos empregados com carteira assinada para a modalidade empresarial,

deixando disponíveis seus postos de trabalho.

No decorrer do presente estudo foram expostas situações que levam o autor

a sugerir novas pesquisas sobre:

O crédito para os Microempreendedores Individuais.

A desmotivação do MEI em contratar empregados com carteira assinada.

A inadimplência dos MEI e a perca do seu direito á benefícios previdenciários.

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