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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS KERMESON KEILON GOMES DE LIMA QUALIDADE DO DISCLOSURE NO BRASIL: UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE EVIDENCIAÇÃO ACERCA DO TESTE DE RECUPERABILIADE DAS EMPRESAS SIDERÚRGICAS E METALÚRGICAS NATAL, RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

KERMESON KEILON GOMES DE LIMA

QUALIDADE DO DISCLOSURE NO BRASIL:

UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE EVIDENCIAÇÃO ACERCA DO TESTE DE

RECUPERABILIADE DAS EMPRESAS SIDERÚRGICAS E METALÚRGICAS

NATAL, RN

2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

KERMESON KEILON GOMES DE LIMA

QUALIDADE DO DISCLOSURE NO BRASIL:

UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE EVIDENCIAÇÃO ACERCA DO TESTE DE

RECUPERABILIADE DAS EMPRESAS SIDERÚRGICAS E METALÚRGICAS

Monografia apresentada à Banca Examinadora

do Trabalho de Conclusão do Curso de

Ciências Contábeis, em cumprimento às

exigências legais como requisito parcial à

obtenção do título de Bacharel em Ciências

Contábeis.

Orientador: Prof. Felipe da Silva Moreira

Natal/RN 2016

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Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Lima, Kermeson Keilon Gomes de. Qualidade do disclosure no Brasil: um estudo sobre o nível de

evidenciação acerca do teste de recuperabiliade das empresas siderúrgicas e metalúrgicas / Kermeson Keilon Gomes de Lima. - Natal, RN, 2016.

42f. : il. Orientador: Prof. Felipe da Silva Moreira. Monografia (Graduação em Ciências Contábeis) - Universidade Federal

do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Contábeis.

1. Contabilidade - Monografia. 2. Valor recuperável de ativos -

Monografia. 3. Demonstrações contábeis – Monografia. 4. Disclosure – Monografia. I. Moreira, Felipe da Silva. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 657.1

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KERMESON KEILON GOMES DE LIMA

QUALIDADE DO DISCLOSURE NO BRASIL:

UM ESTUDO SOBRE O NÍVEL DE EVIDENCIAÇÃO ACERCA DO TESTE DE

RECUPERABILIADE DAS EMPRESAS SIDERÚRGICAS E METALÚRGICAS

Essa monografia foi julgada adequada para obtenção do grau de bacharel em

Ciências Contábeis e aprovada em sua forma final pelo Departamento de Ciências

Contábeis da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Aprovado em 14 de junho de 2016.

Banca examinadora:

______________________________________

Prof. Felipe da Silva Moreira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Orientador

______________________________________

Prof. DSc. Diogo Henrique Silva de Lima

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

_____________________________________

Prof. Ermínio José Araújo de Carvalho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Membro

Natal, 14 de junho de 2016.

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"Lute com determinação, abrace a vida

com paixão, perca com classe e vença

com ousadia, porque o mundo pertence

a quem se atreve e a vida é muito para

ser insignificante”. Charles Chaplin

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AGRADECIMENTOS

Parece que foi ontem. Muitas coisas estão passando pela minha cabeça,

lembranças de quando entrei para o curso, de quantas dificuldades passei, de

quantas vezes muito cansado, tive que me esforçar para poder seguir em frente, de

quantas pessoas ficou pelo meio do caminho, tendo seus sonhos interrompidos por

algum motivo, mas estou aqui, e hoje posso dizer, eu consegui.

Não cheguei até aqui sozinho, por isso tenho que agradecer primeiramente a

Deus, por ter me dado força sempre que precisei.

Aos meus pais que tiveram toda paciência e dedicação para poder cuidar da

minha filha nos momentos e que precisei sair para ir para aula, minha mãe, minha

heroína, obrigado por todo amor, toda dedicação, sempre acreditando nos meus

sonhos e dando todo apoio que sempre precisei. Meu pai, minha referência de vida,

meu exemplo de superação, sempre acompanhando minha trajetória de perto, tanto

na minha vida profissional quanto na minha vida pessoal.

Aos meus irmãos Kássio e Kalill que direta ou indiretamente me ajudaram a

chegar até aqui, me apoiando e me incentivando nos momentos mais difíceis.

A minha avó, Dona Elza (in memoriam) e meu tio Valdomiro (in memoriam)

que acompanhou minha trajetória e que tenho certeza que eles estão felizes por

minha conquista.

Aos meus amigos do grupo “Panela depressão”. Arthur, Eduardo Nabas,

Gabriel, Geíza, Leonardo Nabas, Marcelo, Raylanderson e Saulo, onde passamos

esses quatro anos juntos, estudando, farreando, arengando, mas sempre unidos,

juntos e misturados.

Queria agradecer ao meu orientador, Felipe da Silva Moreira, pela atenção,

pela paciência, pela ajuda na elaboração do meu trabalho, sempre disposto a me

ajudar nos momentos em que precisei.

Deixei-a por final. A inspiração de vida, meu amor eterno, a pessoa mais

importante da minha vida, minha filha. Maria Clara, essa conquista eu dedico a você,

pelas noites que você ficou acordada me esperando para fazer a minha janta, pelas

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vezes que você chorou me vendo sair para ir para aula, pelas noites que tive que

levar você para aula comigo e você só pensando em correr nos corredores do setor

V, por tudo, meu muito obrigado.

A todos vocês, os meus agradecimentos!

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RESUMO

A adoção às Normas Internacionais de Contabilidade no Brasil gerou efeitos nas

informações econômico-financeiras reportadas nas demonstrações contábeis. Esse

processo pode influenciar na postura das empresas no que respeito à evidenciação

adequada quanto às informações relativas ao valor recuperável dos ativos. Tem-se

como questão de pesquisa: Qual o nível de disclosure das companhias siderúrgicas

e metalúrgicas acerca da redução ao valor recuperável? O objetivo é verificar o nível

de disclosure em empresas do setor siderúrgico e metalúrgico brasileiro quanto ao

valor recuperável de seus ativos nas demonstrações contábeis. A pesquisa analisou

as demonstrações contábeis e notas explicativas de 11 companhias brasileiras,

sendo 5 siderúrgicas e 6 metalúrgicas nos anos de 2014 e 2015. Entre os resultados

encontrados é possível verificar que: a) as empresas evidenciam parcialmente as

informações acerca do valor recuperável do ativo e b) as empresas que melhor

evidenciam, são as empresas siderúrgicas.

Palavras-chave: Valor recuperável de ativos; Demonstrações Contábeis; disclosure.

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ABSTRACT

The adoption of the International Accounting Standards in Brazil generated effects on

the economic and financial information reported in the financial statements. This can

influence the attitude of companies with respect to adequate disclosure for

information related to impairment of assets. It has been as a research question: What

is the level of disclosure of steel and metallurgical companies on the impairment?

The aim is to check the level of disclosure in companies in the steel sector and

Brazilian metallurgical as the recoverable value of its assets in the financial

statements. The research analyzed the financial statements and explanatory notes

11 Brazilian companies, 5 steel and 6 metals in the years 2014 to 2015. Among the

findings you can see that: a) companies partially reveal information about the

recoverable value active and b) the companies that best demonstrate, are steel

companies.

Keywords: Impairment of Assets; Financial Statements; disclosure.

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LISTA DE SIGLAS

BM&FBOVESPA – Bolsa de Mercadorias e Futuros de São Paulo

DVA – Demonstração do Valor Adicionado

CFC – Conselho Federal de Contabilidade

CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis

CVM – Comissão de Valores Mobiliários

IASB – International Accounting Standards Board

IFRS – International Financial Reporting Standards

FASB – Financial Accounting Standards Board

IN – Instrução Normativa

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Empresas do Setor Siderúrgico ............................................................. 24

Quadro 2 - Empresas do Setor Metalúrgico ............................................................. 25

Quadro 3 - Itens de divulgação para a redução ao valor recuperável de ativos ....... 26

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Comparativo dos índices de divulgação entre o período de 2014 e 2015 ... .................................................................................................................................. 27

Tabela 2 - Nível de disclosure das empresas siderúrgicas e metalúrgicas 2014 (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure) ..................................................... 28

Tabela 3 - Nível de disclosure das empresas siderúrgicas e metalúrgicas 2015 (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure) ..................................................... 29

Tabela 4 - Nível de disclosure das empresas siderúrgicas e metalúrgicas 2014 (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure) ..................................................... 30

Tabela 5 - Nível de disclosure das empresas siderúrgicas e metalúrgicas 2015 (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure) ..................................................... 31

Tabela 6 - Nível de disclosure - 2014 ....................................................................... 31

Tabela 7 - Nível de disclosure - 2015 ....................................................................... 32

Tabela 8 - Nível de disclosure em relação a Demonstração do Valor Adicionado (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure) ..................................................... 32

Tabela 9 - Nível de disclosure em relação ao Fluxo de Caixa (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure) ..................................................................................... 33

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ..................................................... 11

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA ........................................................................ 12

1.3 OBJETIVOS ................................................................................................. 12

1.3.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 12

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 12

1.4 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 15

2.1 Ativo ............................................................................................................. 15

2.1.1 Ativo imobilizado ....................................................................................... 16

2.1.2 Ativo Intangível ......................................................................................... 17

2.2 Redução ao Valor Recuperável de Ativos .................................................... 17

2.3 Evidenciação (Disclosure) ............................................................................ 19

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 23

3.1 Característica e Abordagem do Problema ................................................... 23

3.2 Coleta de Dados e Instrumentos Utilizados ................................................. 23

3.3 Análise da qualidade do disclosure .............................................................. 24

3.4 Empresas Analisadas ................................................................................... 24

4 RESULTADOS E ANÁLISE ............................................................................... 26

4.1 Redução ao valor recuperável de ativos ...................................................... 26

4.2 Itens de divulgação para a redução ao valor recuperável de ativos ............. 34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 35

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

No mundo atual a informação e a comunicação estão cada vez mais

presentes no ambiente empresarial e de negócios. A velocidade dessas informações

pode trazer consequências positivas e negativas acerca dos negócios das

corporações.

Em meio ao mercado globalizado de hoje, as diferentes práticas acarretam

um custo a mais para as empresas, pois elas precisam elaborar vários relatórios

contábeis nas diferentes normas. No Brasil em virtude dessa nova realidade foi

iniciado um processo de convergência motivado pela busca de melhores práticas

contábeis para entendimento à participação dos grupos nas principais economias do

mundo, harmonizando as normas contábeis brasileiras aos padrões internacionais

de contabilidade (TONETTO FILHO; FREGONESI, 2010).

A Lei 11.638/07 além de disciplinar a elaboração e divulgação das

demonstrações contábeis alterou e revogou alguns dos dispositivos da Lei

6.404/1976, dando início ao processo de convergência da contabilidade brasileira ao

padrão internacional emitidos pelo International Accounting Standards Board (IASB).

Mudanças significativas ocorreram com o advento de novas práticas

contábeis, trazendo consigo novos procedimentos e técnicas contábeis que implicam

em significativas mudanças no reconhecimento e na mensuração de ativos e

passivos, onde um dos objetivos é promover uma maior comparabilidade das

demonstrações contábeis apresentadas pelos diversos países (CARVALHO;

LEMES; COSTA, 2009).

O teste de Impairment tem como propósito assegurar que um bem não esteja

registrado no ativo por um valor superior ao retorno que ele pode proporcionar no

tempo por uso das suas operações na entidade ou em sua eventual venda. Caso

existam evidências reais que de que os ativos estejam avaliados por um valor não

recuperável no futuro, a entidade deverá imediatamente reconhecer a

desvalorização por meio de uma constituição de provisão de perdas (CPC 01, 2010).

De acordo com Bushman e Smith (2003), a informação contábil confiável

facilita o monitoramento por parte do acionista, permite aos conselheiros avaliar o

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desempenho dos executivos e possibilita a criação de um conjunto de incentivos

visando ao alinhamento de interesses entre executivos e investidores, onde a

qualidade das informações contábeis está voltada a representatividade da sua

utilização frente às demandas.

De acordo com a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) a Contabilidade é

objetivamente um sistema de informação, onde sua avaliação destina a prover aos

seus usuários, a demonstrações e análise da natureza econômica, financeira, física

e de produtividades de uma empresa.

Nesse sentido, a contabilidade tem como objetivo divulgar informações úteis

para tomada de decisão pelos usuários não dispensando o papel desempenhado

pela evidenciação, visto que para as demonstrações contábeis poderem adquirir sua

utilidade, elas deverão conter informações de qualidade, necessárias para uma

adequada interpretação da situação econômico-financeira de uma entidade.

1.2 PROBLEMA DE PESQUISA

Nesse cenário a pesquisa tem como problema: Qual o nível de disclosure

das companhias siderúrgicas e metalúrgicas brasileiras acerca da redução ao

valor recuperável de ativos?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Verificar o nível de disclosure em empresas do setor siderúrgico e metalúrgico

brasileiro quanto ao valor recuperável de seus ativos nas demonstrações contábeis.

1.3.2 Objetivos Específicos

A fim de atingir o objetivo geral, a presente pesquisa tem como objetivos

específicos:

a) Verificar quais informações foram evidenciadas pelas empresas

siderúrgicas e metalúrgicas com relação ao Impairment;

b) Verificar quais itens foram plenamente atendidos, com base nas

disposições do IAS 36;

c) Verificar quais companhias divulgam melhor as premissas utilizadas

para a realização do Impairment;

d) Avaliar a relação dos ativos com o nível de disclosure.

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1.4 JUSTIFICATIVA

A escolha pelo setor siderúrgico e metalúrgico se dá pelo fato de serem

setores que requer grandes investimentos em ativos, tendo um alto índice de

imobilização, com grandes aportes de capitais, surgindo com isso à necessidade de

avaliar as informações acerca do ativo imobilizado das empresas, pois se elas

estiverem sendo apresentado de maneira inadequada grande parte de seu valor de

mercado estará sendo evidenciado de maneira incorreta, deixando de atender a

característica qualitativa da informação contábil.

As indústrias siderúrgicas brasileiras são de grande importância para o

desenvolvimento industrial e econômico de país, pois fabricam insumos para outros

setores industriais fundamentais em quase todos os bens consumidos,

impulsionando o processo de industrialização das empresas, respondendo por boa

parcela do PIB (Produto Interno Bruto) que seria a representação da soma, em valor

monetário, de todos os bens e serviços produzidos em uma determinada região,

durante um determinado período.

Segundo a PWC (PricewaterHouseCoopers) o Brasil é o 9º maior produtor de

aço no mundo colocando o Brasil em uma posição estratégica no cenário mundial.

Em 2012, o setor ficou responsável por 4% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro,

produzindo cerca de 34,5 milhões de toneladas de aço no ano.

Grande parte do que é produzido pelas empresas siderúrgicas são

consumidos internamente pela construção civil, pelas indústrias de máquinas e

equipamentos, pelas indústrias automotivas, representando mais de 80% do

consumo de aço no Brasil.

As siderúrgicas nacionais possuem uma grande capacidade instalada,

dispondo de um alto grau de tecnologia de produção, porém todo esse investimento

gera um custo, onde segundo o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social) entre os anos de 1994 e 2011, foram investidos mais de US$

36,4 bilhões em tecnologia e modernização das usinas siderúrgicas.

Todavia, a indústria brasileira de aço está passando pela pior crise de sua

história, agravada por fatores conjunturais e estruturais, onde reduziu

consideravelmente a produção de aço, agravada pelo processo de

desindustrialização do país, pela concorrência desleal da China, país esse maior

produtor de aço do mundo, onde segundo o Instituto Aço Brasil, a indústria brasileira

de aço está operando com menos de 70% de sua capacidade instalada, levando a

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paralisar e desativar alguns equipamentos, demitindo colaboradores e adiando

investimentos, situação que provavelmente levou a realização de testes de

recuperabilidade.

Em virtude dos eventos mais recentes mencionados, tem-se momento

adequado para avaliação sobre os possíveis efeitos que um teste de

recuperabilidade pode ocasionar nos ativos das companhias deste setor. Espera-se

que as empresas tenham realizado uma revisão sobre a capacidade de geração de

caixa desses ativos e que estes eventos tenham sido divulgados de maneira

apropriada em notas explicativas.

Esta pesquisa contribui com a literatura contábil ao discutir questões

importantes sobre a qualidade da evidenciação no Brasil. De forma prática, o

trabalho também pode auxiliar usuários e preparadores das demonstrações

contábeis sobre o processo de divulgação.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Ativo

Para entender a essência de Impairment e sua divulgação, é preciso entender

claramente o conceito de ativo.

Para Iudícibus (2000, p.129) um dos conceitos mais importantes, dentro da

estrutura da teoria contábil, é a do ativo, onde ele fala que “é tão importante o estudo

do ativo que poderíamos dizer que é o capítulo fundamental da contabilidade,

porque sua definição e avaliação estão ligadas a multiplicidade de relacionamentos

contábeis que envolvem receitas e despesas”.

Segundo o IASB (International Accounting Standards Board) ativo é um

recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se

espera que futuros benefícios econômicos resultem para a entidade.

Segundo Stickney e Weil (2001, p. 407), “a empresa adquire ativos porque

trazem consigo benefícios futuros para ela”, onde Iudícibus (2004, p. 153)

caracteriza o ativo como fundamental para a capacidade de prestar serviços futuros

à entidade que os controla individualmente ou conjuntamente com outros ativos e

fatores de produção capazes de transformar, direta ou indiretamente, em fluxos

líquidos de entradas de caixa.

Segundo o item 89 do Pronunciamento Conceitual Básico, 2011 um ativo só

deve ser reconhecido quando ambas as seguintes condições forem atendidas: "for

provável que benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a

entidade e seu custo ou valor puder ser determinado em bases confiáveis.".

Verifica-se que o ativo tem como característica a capacidade de gerar

benefícios futuros para a entidade, porém se ele vier a perder essa capacidade, isso

significa que o ativo sofreu um Impairment, ou seja, o ativo perdeu parcialmente ou

totalmente a capacidade de um retorno futuro.

O art. 178, parágrafo 1º, da Lei n° 6.404/76 determina que o ativo seja

dividido em circulante e não circulante, sendo este último subdividido em realizável a

longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível, porém de acordo com a lei, a

companhia deverá realizar o teste de impairment nos grupos do imobilizado e

intangível.

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2.1.1 Ativo imobilizado

De acordo com o CPC 27 (2009, p.3), o ativo imobilizado é o tangível que é

mantido para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para

aluguel a outros, ou para fins administrativos (geram fluxos de caixa) e se espera

utilizar por mais de um período.

A norma não determina o critério de materialidade utilizado para definir se um

ativo deve ser reconhecido no imobilizado, porém o pronunciamento informa que

pode ser adequado registrar determinados itens não matérias no imobilizado e

aplicar os critérios do imobilizado pelo valor global.

Os itens do imobilizado devem ser mensurados pelo método de custo, onde

de acordo com o item 30 do CPC 27 (CPC, 2009b, p. 10), após o reconhecimento, o

item deve ser apresentado pelo seu custo deduzido de qualquer depreciação,

amortização ou exaustão, e perda por redução ao valor recuperável acumuladas.

Segundo o CPC 27, custo “é o montante de caixa ou equivalente de caixa

pago ou o valor justo de qualquer outro recurso dado para adquirir um ativo na data

da sua aquisição ou construção, ou ainda, se for o caso, o valor atribuído ao ativo

quando inicialmente reconhecido de acordo com as disposições específicas de

outros Pronunciamentos, como, por exemplo, o Pronunciamento Técnico CPC 10 –

Pagamento Baseado em Ações”.

Conforme Carvalho, Lemes e Costa (2009, p. 134-135) esse valor inclui ainda

os impostos de importação e aqueles impostos não recuperáveis sobre a compra,

depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; todos os gastos

necessários para colocar o ativo no local e condições de funcionamento pretendidas

pela administração; além da estimativa inicial dos custos de desmontagem, remoção

do item e de restauração do local no qual ele está localizado.

Iudícibus et al (2010, p. 221) salientam que o imobilizado contabilizado deve

estar limitado à sua capacidade de gerar benefícios econômicos para a entidade, de

forma que esse ativo não pode estar reconhecido nas demonstrações contábeis por

um valor superior ao seu valor recuperável, portanto, deve-se revisar periodicamente

o valor contábil dos itens do imobilizado e, em sendo o valor recuperável menor que

o valor contábil, uma conta redutora do ativo tem que ser constituída.

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2.1.2 Ativo Intangível

Segundo Hendriksen e Van Breda (1999, p.387), ativos intangíveis são ativos

que carecem de substância. Como tais, esses ativos devem ser reconhecidos

sempre que preenchem os requisitos de reconhecimento de todo e qualquer ativo,

ou seja, devem atender à definição de um ativo, devem ser mensuráveis e devem

ser relevantes e precisos.

De acordo com a Lei nº 11.638/07 serão classificados no intangível os

direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da

companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio

adquirido (goodwill).

Segundo definição do CPC 04, ativo intangível é um ativo não monetário

identificável e sem substância física. Dessa forma, ele se diferencia do ágio por

expectativa de rentabilidade futura que é um ativo intangível não identificável.

Os ativos Intangíveis formam uma das áreas mais complexas da

Contabilidade, em virtude das dificuldades de definição, mas principalmente por

causa das incertezas a respeito da mensuração dos seus valores e da estimação de

suas vidas úteis (HENDRIKSEN, VAN BREDA, 1999, p. 388).

2.2 Redução ao Valor Recuperável de Ativos

Emitido no dia 14 de setembro de 2007 pelo CPC e aprovado pela CVM no

dia 1 de novembro de 2007 através da resolução 527, o pronunciamento técnico

CPC 01 foi deliberado tornando as empresas de capital aberto obrigadas a tratar da

redução do valor recuperável dos ativos a partir dos exercícios encerrados em 31 de

dezembro de 2008.

De acordo com o CPC 01 (2010), a redução ao valor recuperável de ativos

visa assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor

superior àquele passível de ser recuperado por uso ou por venda. Caso existam

evidências claras de que os ativos estão avaliados por valor não recuperável no

futuro, a entidade deverá imediatamente reconhecer a desvalorização por meio da

constituição de provisão para perdas.

Para o CPC 01, a perda por impairment deve ser reconhecida quando o valor

contábil do ativo em uso for superior ao seu valor recuperado na projeção de

geração de caixa ou do valor de realização para os ativos em descontinuidade.

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O teste de Impairment é o instrumento utilizado pela gestão das empresas

para adequar o valor do ativo a sua real capacidade de retorno econômico (SILVA et

al., 2006). Por isso, a entidade deve revisar o valor contábil de seus ativos

periodicamente, determinar seu valor recuperável e, se necessário, reconhecer ou

reverter à perda por redução ao valor recuperável (CPC 27, 2009).

Caso o valor justo do bem não possa ser mensurado, o valor recuperável será

obtido por meio de seu valor de uso, com base em projeções de fluxo de caixa

fundamentadas em estimativas de entradas e saídas futuras de caixa decorrentes da

utilização do bem. Tal valor poderá ser calculado por meio do valor presente líquido

dos benefícios que este bem é capaz de gerar (IAS 36, 2004).

Vale destacar que o CPC 01 o valor recuperável de um ativo não se limita a

um só ativo isoladamente, pois quando não puder ser feito isolado, deverá ser

utilizado o conceito de unidade geradora de caixa, devendo ser considerado o

benefício futuro dos ativos em conjunto, visto que em muitas vezes o retorno

econômico é representado por um conjunto de ativos.

Segundo o CPC 01 a unidade geradora de caixa “é o menor grupo

identificável de ativos que gera as entradas de caixa resultantes de uso contínuo,

que são em grande independente das entradas de caixa de ativos ou de grupos de

ativos”.

Palácios (2012) considera a identificação das unidades geradoras de caixa

(UGCs) uma das maiores dificuldades ao se iniciar o teste. Segundo ele, esse

trabalho pode ser bastante complicado dependendo do ramo de atividade da

empresa. Primeiramente, é preciso separar cada tipo de receita e identificar os

ativos que são necessários a sua obtenção, e depois, apurar o custo contábil desse

conjunto de ativos.

Destaca-se que o impairment of assets não se aplica a todos os tipos de

ativos, ela abrange apenas o ativo imobilizado; controladas, coligadas e joint

ventures; propriedades para investimento mensuradas ao custo e ativos intangíveis

e goodwill (CPC, 2007; LEMES; CARVALHO, 2010).

Mendes (2010) afirma que, conforme o CPC 01, a entidade deve avaliar, pelo

menos por ocasião da elaboração das demonstrações contábeis anuais, se há

alguma indicação de que seus ativos ou conjunto de ativos perderam valor

considerado relevante, porém mesmo que não exista qualquer evidência que indique

a perda, alguns ativos deverão ser testados anualmente, como o ativo intangível

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19

com a vida indefinida, o ativo intangível não disponível para uso e o goodwill

adquirido em uma combinação de negócios.

Quando for constatado que houve uma perda por impairment, o CPC define

que as empresas divulguem as informações dessa perda para que os usuários

entendam como seu deu essa perda, quais ativos sofrem essa perda e qual a foi a

base de cálculo foi utilizada para o cálculo do valor recuperável.

REIS, ANJOS, SEDIYAMA e LÉVIS (2013) investigaram sobre a qualidade da

recuperabilidade do ativo imobilizado no Setor Siderúrgico Brasileiro no triênio 2008-

2010 e revelou a o não atendimento de forma adequada das informações

evidenciadas frente às exigências do CPC 01, onde as demonstrações contábeis

apresentaram um caráter mais descritivo do que explicativo, apresentando-se mais

como uma réplica do que trata a norma contábil do que uma representação clara da

realidade das empresas, podendo comprometer a representação fidedigna e a

transparência das informações evidenciadas pelas empresas.

No que tange a adequabilidade destas informações às exigências feitas pelo

CPC 01 os autores observaram que a Gerdau foi a empresa que mais evidenciou

informações em consonância ao exigido pelo CPC, embora essas informações

pudessem ser consideradas incompletas, já que não informavam quais premissas

foram consideradas na determinação das taxas de projeção do fluxo de caixa e não

destacarem a linha da DRE em que a perda foi registrada. A CSN foi a empresa que

menos evidenciou informações sobre o teste de impairment, apresentando

informações de maneira não discricionária somente no ano de 2009.

Desta maneira, é fundamental acompanhar a evolução da “maturidade” da

divulgação nas demonstrações contábeis e como as empresas vem divulgando as

informações sobre o impairment em um contexto mais atual, principalmente em

cenários que possam modificar projeções de fluxo de caixa.

2.3 Evidenciação (Disclosure)

Um dos objetivos da contabilidade é promover informações úteis para que os

usuários possam ter parâmetro para tomada de decisão, com base nas

evidenciações ou disclosure, informações essas com qualidade sobre o caráter

financeiro e econômico da entidade.

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20

Niyama e Gomes (1996, p. 65) dão a dimensão do que se espera de uma

evidenciação, ao afirmarem que o disclosure trata sobre qualidade da informação,

promovendo utilidade na tomada de decisão que possibilitem acompanhamento dos

eventos passados e inferências em relação ao futuro.

Com essa afirmação pode-se afirmar que a evidenciação não significa apenas

divulgar e sim fazê-lo com qualidade contábil possibilitando o usuário ter a noção

real da saúde econômico-financeiro da empresa. Portanto é de se esperar que a

qualidade da evidenciação seja pautada em aspectos relacionada à empresa do que

meramente descrição da norma.

O disclosure está vinculado ao atendimento das características qualitativas da

informação contábil – compreensibilidade, relevância, confiabilidade e

comparabilidade, de acordo com a estrutura conceitual do IASB (IASC, 2002, p. 49).

Para Coelho e Lins (2010) a informação divulgada deve ser confiável, ou seja,

deve estar livre de erros ou vieses relevantes e representar fidedignamente aquilo

que se propõe a representar, por isso deve ser completa, neutra e livre de erros,

para que os usuários da informação possam ter uma visão mais precisa da empresa.

Iudícibus (2009) alerta sobre a quantidade de informações divulgadas, onde

ocultar informações e tão prejudicial quanto fornecê-la em excesso, pois o excesso

de informações disponibilizadas pode confundir o usuário (MURCIA, 2009). Diante

disse fato, surge à questão sobre o nível de divulgação, se ela é adequada, justa ou

pela (adequate, fair ou full disclosure), onde Iudícibus (2000, p.117) defende que

toda informação precisa ser, ao mesmo tempo, adequada, justa e plena, pelo menos

no que se refere ao detalhe que está sendo evidenciado.

Para aumentar a qualidade da informação e limitar a assimetria dessas

informações no sucesso do mercado financeiro das empresas, alguns autores

defendem a indução ao disclosure, onde segundo Ronen e Yaari (2002, p.350) a

indução ao disclosure é realizada em função dos dispositivos legais que permitam

aos investidores processar os administradores por eventuais omissões de

informações ou informações apresentadas de forma enganosa.

A adequada evidenciação financeira influencia diretamente na eficiência e no

desenvolvimento de capitais, pois além de reduzir o custo do capital, aumenta a

liquidez das ações, porém as empresas têm certa relutância em aumentar o grau de

evidenciação, tendo que fazer essa divulgação por pressão dos reguladores

(DANTAS, ZENDERSKY, SANTOS, NIYAMA, 2005).

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Para Hendriksen e Van Breda (1999) “as evidências mostram que as

empresas relutam em aumentar o grau de divulgação financeira sem que haja

pressão proveniente da comunidade contábil ou do poder público”.

O maior nível de disclosure representa, portanto, que além de beneficiar os

usuários da informação em suas tomadas de decisões, também cria uma melhor

condição para o desenvolvimento e estabilidade do mercado, valorizando a

empresa, aumentando o grau de confiabilidade de seus credores e investidores,

como aumentando o nível de liquidez de suas ações e reduzindo o custo de seu

capital.

Para Iudícibus (2010) a evidenciação é um compromisso da contabilidade

com seus usuários e com seus objetivos, dessa forma a essência é apresentar

informações que propiciem uma base adequada, melhorando a qualidade da

informação divulgada a seus usuários.

O aprimoramento do disclosure é de grande importância para que a

contabilidade possa atingir seu objetivo que é fornecer informações úteis para o

processo decisórios dos usuários, reduzindo o nível de incerteza, oferecendo uma

melhor compreensão da realidade organizacional da empresa.

Nota-se que, desde o escândalo da Enron nos Estados Unidos, o disclosure

tem recebido ainda mais atenção (AKHTARUDDIN, 2005). Neste cenário, a

Contabilidade exerce um papel extremamente importante, pois as demonstrações

contábeis são a principal forma de evidenciação das informações corporativas

(BRAVO; ABAD; TROMBETTA, 2008).

Evidências empíricas apontam que empresas com melhor evidenciação

possuem menor custo de capital próprio (BOTOSAN, 1997; HAIL, 2003; FRANCIS;

KRURANA; PEREIRA, 2005; ALENCAR, 2007), menor custo de capital de terceiros

(SENGUPTA, 1998; LIMA, 2007), aumento da liquidez das ações da empresa

(WELKER, 1995; HEALY; HUNTTON; PALEPU, 1999; LEUZ; VERRECCHIA, 2000)

e aumento do acompanhamento por parte dos analistas (HEALY; HUNTTON;

PALEPU, 1999; LANG; LUNDHOLM, 2000).

Embora comprovados os benefícios do disclosure, diversas pesquisas,

fundamentado por estudos científicos, apontam que a maioria das empresas se

limitam apenas em divulgar as informações que são exigidas pela legislação ou por

órgãos reguladores e que não optam por uma evidenciação voluntária com o

argumento de proteção das informações de natureza estratégica, custo na

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elaboração e divulgação dessas informações e com a preocupação de possíveis

questionamentos jurídicos a respeito das informações levantadas.

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3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Característica e Abordagem do Problema

A pesquisa apresenta um caráter descritivo, de natureza qualitativa, realizada

por uma pesquisa bibliográfica. Quanto aos objetivos a pesquisa se classifica como

descritiva visando à identificação, o registro e a análise das características em

relação à evidenciação do valor recuperável do ativo nas demonstrações contábeis e

notas explicativas das empresas do setor siderúrgico e metalúrgico listadas na

BM&FBOVESPA.

No que diz respeito aos procedimentos, a pesquisa tem natureza bibliográfica,

visto que para o desenvolvimento do estudo foram necessárias análises em livros,

artigos, teses e legislação que abordam o tema em questão.

A abordagem do problema de pesquisa é de caráter predominantemente

qualitativo, visto que foram analisados o nível de disclosure das demonstrações

contábeis e notas explicativas das empresas siderúrgica e metalúrgica listadas na

BM&FBOVESPA, acerca dos itens obrigatórios de divulgação sobre o teste de

recuperabilidade dos ativos.

A pesquisa procedeu primeiramente à leitura das demonstrações contábeis e

notas explicativas onde em seguida os dados foram separados e analisados em dois

períodos distintos para proceder à comparabilidade dos resultados.

Definida pela Financial Accounting Standards Board (FASB), a

comparabilidade é uma característica qualitativa da informação que permite aos

usuários identificar semelhanças e diferenças entre dois conjuntos de fenômenos

econômicos, isto é, permitir comparações dos demonstrativos financeiros entre duas

ou mais entidades, ou mesmo com a própria entidade em datas diferentes.

3.2 Coleta de Dados e Instrumentos Utilizados

Os dados utilizados para a realização da pesquisa foram extraídos por meio

do sítio da BM&FBOVESPA, onde é possível encontrar as empresas listadas no

mercado, sendo coletados os dados nos anos de 2014 e 2015. A justificativa para

escolha do período é mediante o fato que nesse período o Brasil tem passado por

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uma recessão econômica e uma crise política, fatores que possam afetar as

premissas utilizadas pelas empresas na realização do teste de impairment.

A pesquisa utiliza as demonstrações contábeis das empresas siderúrgicas e

metalúrgicas brasileiras que contemplam Balanço Patrimonial, Demonstração de

Resultado, Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração da Mutação do

Patrimônio Líquido, Demonstração do Valor Adicionado e Notas Explicativas para os

anos de 2014 e 2105.

Verificando a quantidade de empresas coletadas, foram analisadas cinco

empresas do setor siderúrgico e seis empresas do setor metalúrgico listadas no site

da BM&FBOVESPA, totalizando 11 empresas analisadas.

3.3 Análise da qualidade do disclosure

Para extrair o nível de evidenciação utilizou um indicador de disclosure, obtido

pela aplicação de uma métrica aplicada as 11 empresas dos setores metalúrgico e

siderúrgico brasileiro nos anos de 2014 e 2015. Foi selecionado para análise, itens

obrigatórios de divulgação nas demonstrações contábeis e notas explicativas

verificando se é aplicável ou não e se as empresas o divulgaram. Ou seja, no

processo de análise foram verificados os itens obrigatórios de divulgação conforme

pronunciamento específico e realizado observação se o item foi divulgado (“SIM”),

não foi divulgado (“NÃO”) ou se o item não se aplica para as empresas (“N/A”). Na

verificação do nível de disclosure foi calculado o total de itens divulgados em relação

ao total de itens aplicáveis (exclusão dos Itens “N/A”).

3.4 Empresas Analisadas

A população da pesquisa compreende as empresas siderúrgicas e

metalúrgicas listadas na BM&F BOVESPA, conforme Quadro 1 e Quadro 2:

Quadro 1 – Empresas do Setor Siderúrgico

Empresa

Cia Ferro Ligas Ferbasa

Gerdau S.A

Metalúrgica Gerdau S.A

Cia Siderúrgica Nacional

Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A

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Fonte: própria, 2016.

Quadro 2 - Empresas do Setor Metalúrgico

Empresa

Siderúrgica J L Aliperti AS

Fibam Companhia Industrial

Mangels Industrial S.A.

Panatlantica S.A.

Tekno S.A. Indústria e Comércio

Paranapanema S.A.

Fonte: própria, 2016.

A seguir são demonstrados os principais resultados e análises encontradas

no desenvolvimento da pesquisa e informações que permitem respaldar as

conclusões obtidas no trabalho.

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4 RESULTADOS E ANÁLISE

O CPC 01 (R1) orienta que as políticas contábeis adotadas pelas entidades

devem ser mencionadas em notas explicativas às demonstrações contábeis, onde

deve informar os critérios de avaliação utilizado na preparação das demonstrações

contábeis e cada política contábil específica para os grupos de contas, onde essas

informações divulgadas de maneira correta e com qualidade ajudariam os usuários a

entender o modo pelo qual as transações e eventos são demonstrados no

desempenho e posição patrimonial e financeira da empresa.

4.1 Redução ao valor recuperável de ativos

Para analisar o parâmetro de qualidade do nível de evidenciação acerca da

redução ao valor recuperável de ativos foram selecionados os itens obrigatórios para

divulgação em busca de verificar se foram apresentados de maneira adequada nas

demonstrações contábeis das empresas selecionadas. O Quadro 3 revela quais os

itens foram analisados para aplicação da métrica:

Quadro 3 - Itens de divulgação para a redução ao valor recuperável de ativos

1 - O montante das perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha da demonstração do resultado na qual essas perdas por desvalorização foram incluídas;

2 - O montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha da demonstração do resultado na qual essas reversões foram incluídas;

3 - Os eventos e as circunstâncias que levaram ao reconhecimento ou à reversão

4 - O montante da perda por desvalorização reconhecida ou revertida

5 - Para um ativo individual: natureza do ativo e se divulga informações por segmento, qual o segmento reportado

6 - Para uma UGC: descrição da UGC e se houve mudanças dos ativos integrantes da UGC em relação ao período anterior, informar as mudanças

7 - Se o valor recuperável da UGC é o valor justo ou o valor em uso

8 - Se o valor recuperável for o valo justo, informa-se a base

9 - Se o valor recuperável for o valor em uso, qual a taxa de desconto estimada para o periodo corrente e anterior (se houver)

10 - Base de obtenção do valor recuperável, valor em uso ou valor justo

11 - Descrição de cada premissa-chave sobre a qual a administração tenha baseado suas projeções de fluxo de caixa

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12 - Descrição da abordagem utilizada pela administração para determinar o valor sobre o qual estão assentadas as premissas-chave

13 - O período sobre o qual a administração projetou os fluxos de caixa, baseada em orçamento ou previsões por ela aprovados e, quando um período superior a cinco anos for utilizado para a UGC uma explicação do motivo por que um período mais longo é justificável.

14 - A taxa de crescimento utilizada para extrapolar as projeções de fluxo de caixa, além do período coberto pelo mais recente orçamento ou previsão

15 - A taxa de desconto aplicada às projeções de fluxo de caixa Se por valor justo e não adotado o preço de mercado que seja observável, necessita-se divulgar:

16 - Descrição de cada premissa-chave sobre a qual a administração tenha baseado a determinação do valor justo

17 Descrição da abordagem utilizada pela administração para determinar o valor sobre o qual estão assentadas as premissas-chave

18 Período dos fluxos de caixa

19 Taxa de crescimento utilizada para extrapolar as projeções de fluxo de caixa

20 Taxa de desconto aplicada às projeções de fluxo de caixa

Fonte: própria, 2016.

A partir dos itens analisados, a Tabela 1 revela o acompanhamento do nível

de evidenciação nas notas explicativas para os anos de 2014 e 2015. É possível

observar que as empresas não apresentam melhorias em seus índices de

divulgação com exceção da Empresa Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais –

UMINAS que apresenta uma pequena melhoria nos seus índices alterando de 59%

em 2014 para os 68% em 2015.

Tabela 1 - Comparativo dos índices de divulgação entre o período de 2014 e 2015

2014 2015

EMPRESA Nível de

Disclosure Nível de

Disclosure

Cia Ferro Ligas Ferbasa 30% 30%

Gerdau S.A 86% 86%

Metalúrgica Gerdau S.A 86% 86%

Cia Siderúrgica Nacional 79% 79%

Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A 59% 68%

Siderúrgica J L Aliperti AS 0% 0%

Fibam Companhia Industrial 0% 5%

Mangels Industrial S.A. 5% 5%

Panatlantica S.A. 5% 5%

Tekno S.A. Indústria e Comércio 5% 5%

Paranapanema S.A. 5% 5%

Fonte: própria, 2016.

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Outro ponto a ser observado é que duas empresas não divulgaram em suas

demonstrações contábeis evidências do teste de Impairment, empresas essas do

setor metalúrgico, apesar da obrigatoriedade em fazer tais divulgações conforme

CPC 01.

As empresas que tiveram menores índices de evidenciação são as do setor

metalúrgico que estão listadas no sítio da BM&FBOVESPA em um segmento que

não exige regras rígidas de governança corporativa.

No que diz respeito a adequabilidade destas informações às exigências feitas

pelo CPC 01, verificou que a Gerdau continua sendo a empresas que mais evidencia

as informações exigidas pelo CPC, embora algumas informações se mostraram

incompletas.

As Tabelas 2 e 3 mostram o comparativo do nível de disclosure das empresas

com relação ao ativo imobilizado, intangível e seu ativo total, correlacionando o nível

de evidenciação com sua necessidade da redução ao valor recuperável dos ativos.

Tabela 2 - Nível de disclosure das empresas siderúrgicas e metalúrgicas 2014 (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure)

EMPRESA Nível de

Disclosure Imobilizado Intangível Ativo Total

CIA FERRO LIGAS FERBASA 30% 564.763 2.571 1.461.529

GERDAU S.A 86% 22.131.789 14.103.502 70.094.709

METALÚRGICA GERDAU S.A 86% 22.132.447 14.195.514 63.253.424

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL 79% 15.624.140 943.653 49.767.100

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A

59% 15.535.573 2.377.679 30.484.062

SIDERÚRGICA J L ALIPERTI AS 0% 313.537 594 434.671

FIBAM COMPANHIA INDUSTRIAL 0% 19178 - 86.577

MANGELS INDUSTRIAL S.A. 5% 151.289 9.790 417.625

PANATLANTICA S.A. 5% 168529 2.788 635.007

TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO 5% 95.725 3.907 242.655

PARANAPANEMA S.A. 5% 1.314.758 4.990 4.964.224

Fonte: própria, 2016.

Observa-se na Tabela 2 que as empresas Gerdau S.A. e Metalúrgica Gerdau

S.A. são aquelas que possuem um maior volume dos seus ativos e foram aquelas

que apresentaram um maior nível de disclosure, o que possa ser é que exista uma

associação positiva do volume financeiro com a necessidade de melhor divulgação.

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Também é possível visualizar a relevância dos itens passíveis de realização

do teste de impairment. Apesar do volume financeiro apresentado, percebe-se ainda

um nível de evidenciação insatisfatório.

Tabela 3 - Nível de disclosure das empresas siderúrgicas e metalúrgicas 2015 (Valores em R$

mil, exceto o nível de disclosure)

EMPRESA Nível de

Disclosure Imobilizado Intangível Ativo Total

CIA FERRO LIGAS FERBASA 30% 613.052 2.371

1.643.335

GERDAU S.A 86%

23.255.730

16.488.787

63.042.330

METALÚRGICA GERDAU S.A 86%

23.256.376

16.488.787

70.218.773

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL 79%

17.871.599

5.458.509

48.649.974

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A

68%

14.743.629

337.922

27.758.332

SIDERÚRGICA J L ALIPERTI AS 0% 312.828 282

423.372

FIBAM COMPANHIA INDUSTRIAL 0% 17.364 - 73.624

MANGELS INDUSTRIAL S.A. 5% 149.528 6.087

397.193

PANATLANTICA S.A. 5% 193.161 2.662

643.375

TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO 5% 94.055 5.280 2 30.733

PARANAPANEMA S.A. 5% 1.346.599 8.815 5.306.234

Fonte: própria, 2016.

Verifica-se na Tabela 3 acima, que no ano de 2015 em comparação com o

ano de 2014, que as empresas Gerdau S.A. e a Metalúrgica permaneceram com o

maior volume de ativos e melhor nível de divulgação, porém a empresa Usinas

Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. foi a única que teve seu nível de disclosure

alterado, passando de 59% em 2014 para os 68% em 2015.

Em relação às Tabelas 4 e 5, é possível identificar a relação do volume de

empréstimos e financiamento das empresas siderúrgicas e metalúrgicas no ano de

2015 com relação ao nível de evidenciação.

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30 Tabela 4 - Nível de disclosure das empresas siderúrgicas e metalúrgicas 2014 (Valores em R$

mil, exceto o nível de disclosure)

EMPRESA Nível de

Disclosure

Empréstimos e financiamento

- Circulante

Empréstimos e financiamento

- Não Circulante

Total

CIA FERRO LIGAS FERBASA 30% 1.426 12.251 13.677

GERDAU S.A 86% 2.037.869 17.483.616 19.521.485

METALÚRGICA GERDAU S.A 86% 2.843.706 18.649.526 21.493.232

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL 79% 3.261.203 27.092.855 30.354.058

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A 59% 1.705.891 4.978.324 6.684.215

SIDERÚRGICA J L ALIPERTI AS 0% 14.656 42.366 57.022

FIBAM COMPANHIA INDUSTRIAL 0% 21.634 9.760 31.394

MANGELS INDUSTRIAL S.A. 5% 1.299 436.189 437.488

PANATLANTICA S.A. 5% 111.431 88.951 200.382

TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO 5% 110 305 415

PARANAPANEMA S.A. 5% 749.123 583.960 1.333.083

Fonte: própria, 2016.

Conforme visualizado na tabela acima, é possível observar que as empresas

Gerdau S.A., Metalúrgica Gerdau S.A. e a Cia Siderúrgica Nacional são aquelas que

possuem um maior volume de empréstimos e financiamentos e consequentemente

foram as empresas que obtiveram um melhor nível de disclosure. Essa situação

pode ter alguma associação entre a importância de uma boa evidenciação e a

obtenção de empréstimos e financiamentos junto aos credores e até mesmo um

volume de investimentos vindo dos acionistas.

Observa-se na Tabela 5, que comparando com o ano de 2014, as empresas

Gerdau S.A., Metalúrgica Gerdau S.A. e a Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A.

continuam sendo as que mais possuem um volume de empréstimos e

financiamentos e com melhores níveis de disclosure.

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31 Tabela 5 - Nível de disclosure das empresas siderúrgicas e metalúrgicas 2015 (Valores em R$

mil, exceto o nível de disclosure)

EMPRESA Nível de

Disclosure

Empréstimos e

financiamento - Circulante

Empréstimos e financiamento - Não Circulante

Total

CIA FERRO LIGAS FERBASA 30% 1.963 15.865 17.828

GERDAU S.A 86% 2.387.237 24.073.620 26.460.857

METALÚRGICA GERDAU S.A 86% 2.807.746 25.062.398 27.870.144

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL 79% 1.874.681 32.407.834 34.282.515

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A

68% 1.911.501 5.957.213 7.868.714

SIDERÚRGICA J L ALIPERTI AS 0% 496 45.980 46.476

FIBAM COMPANHIA INDUSTRIAL 5% 11.935 15.303 27.238

MANGELS INDUSTRIAL S.A. 5% 20.916 550.608 571.524

PANATLANTICA S.A. 5% 91.671 144.686 236.357

TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO 5% 119 186 305

PARANAPANEMA S.A. 5% 964.655 986.749 1.951.404

Fonte: própria, 2016.

A Tabela 6 mostra o nível de disclosure das demonstrações contábeis de

2015 acerca do teste de recuperabilidade dos ativos.

Tabela 6 - Nível de disclosure - 2014

EMPRESA Total de

Itens Divulgados

% Total de

Itens Não Divulgados

%

CIA FERRO LIGAS FERBASA 6 30% 14 70%

GERDAU S.A 12 86% 2 14,3%

METALÚRGICA GERDAU S.A 12 86% 2 14,3%

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL 15 79% 4 21%

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A 10 59% 7 41%

SIDERÚRGICA J L ALIPERTI AS 0 0% 20 100%

FIBAM COMPANHIA INDUSTRIAL 1 5% 19 95%

MANGELS INDUSTRIAL S.A. 1 5% 19 95%

PANATLANTICA S.A. 1 5% 19 95%

TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO 1 5% 19 95%

PARANAPANEMA S.A. 1 5% 19 95%

Fonte: própria, 2016.

Observa-se que no ano de 2014 a empresa que mais atendeu as

determinações do CPC 01 em relação à divulgação da perda no valor recuperável foi

a empresa Cia Siderúrgica Nacional com 15 itens divulgados, porém teve um nível

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de disclosure mais baixo que as empresas Gerdau S.A. e Metalúrgica Gerdau S.A.

devido a quantidade total de itens para divulgação, pois nessas duas últimas

empresas alguns itens não se aplicaram.

Conforme Tabela 7, percebe-se que houve uma pequena mudança no nível

de disclosure da empresa Cia Siderúrgica Nacional, devido a uma evolução na

quantidade de itens divulgados e uma pequena baixa na quantidade de itens não

divulgados, entretanto sua posição no ranking das melhores empresas com nível de

disclosure analisadas não se alterou em relação ao ano de 2014, ficando atrás das

empresas Gerdau S.A. e Metalúrgica Gerdau S.A.

Tabela 7 - Nível de disclosure - 2015

EMPRESA Total de

Itens Divulgados

% Total de

Itens Não Divulgados

%

CIA FERRO LIGAS FERBASA 6 30% 14 70%

GERDAU S.A 12 86% 2 14,3%

METALÚRGICA GERDAU S.A 12 86% 2 14,3%

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL 15 79% 4 21%

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A 13 68% 6 32%

SIDERÚRGICA J L ALIPERTI AS 0 0% 20 100%

FIBAM COMPANHIA INDUSTRIAL 1 5% 19 95%

MANGELS INDUSTRIAL S.A. 1 5% 19 95%

PANATLANTICA S.A. 1 5% 19 95%

TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO 1 5% 19 95%

PARANAPANEMA S.A. 1 5% 19 95%

Fonte: própria, 2016.

A Tabela 8 demonstra o nível de disclosure em relação à Demonstração do

Valor Adicionado, indicador esse que fornece informações que demonstram a

geração de riqueza das empresas e seus efeitos sobre a sociedade, permitindo que

a empresa seja visualizada tanto sobre o enfoque econômico, evidenciando o valor

da riqueza gerada, quando sobre o enfoque social, evidenciado a riqueza distribuída.

Tabela 8 - Nível de disclosure em relação à Demonstração do Valor Adicionado (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure)

2014 2015

EMPRESA ND*%

Valor Riqueza gerada (DVA)

ND*%

Valor Riqueza gerada (DVA)

CIA FERRO LIGAS FERBASA 30% 30%

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506.930 626.419

GERDAU S.A 86%

11.680.100 86%

5.665.184

METALÚRGICA GERDAU S.A 86%

11.690.066 86%

5.581.539

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL 79%

9.148.306 79%

11.836.969

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A

59%

3.732.400 68%

- 574.807

SIDERÚRGICA J L ALIPERTI AS 0%

48.318 0%

39.299

FIBAM COMPANHIA INDUSTRIAL 0%

39.627 0%

23.022

MANGELS INDUSTRIAL S.A. 5%

200.044 5%

214.437

PANATLANTICA S.A. 5% 166.559 5% 161.828

TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO 5%

70.033 5%

49.595

PARANAPANEMA S.A. 5%

1.102.558 5%

2.436.840

*ND: Nível de disclosure Fonte: própria, 2016.

Verifica-se que das 11 empresas analisadas, 63,64% delas tiveram queda no

valor da riqueza gerada, comparando com o ano de 2014 e que a maioria delas não

tiveram seus níveis de disclosure alterados, com exceção da empresa Usinas

Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. que apesar da queda no valor da riqueza gerada,

teve um aumento no nível de disclosure.

A tabela 9 demonstra o nível de evidenciação quanto ao valor do fluxo de

caixa, importante indicador, sendo uma ferramenta gerencial indispensável, pois

auxilia a empresa no controle financeiro, ao identificar todas as entradas e saídas de

dinheiro, bem como o saldo final que sobra no caixa.

Tabela 9 - Nível de disclosure em relação ao Fluxo de Caixa (Valores em R$ mil, exceto o nível de disclosure)

2014 2015

EMPRESA ND*%

Valor do Fluxo de Caixa

ND*%

Valor do Fluxo de Caixa

CIA FERRO LIGAS FERBASA 30%

54.680 30%

40.641

GERDAU S.A 86%

3.049.971 86%

5.648.080

METALÚRGICA GERDAU S.A 86%

3.111.608 86%

5.681.778

CIA SIDERÚRGICA NACIONAL 79%

8.686.021 79%

7.861.052

USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S.A

59%

2.109.812 68%

800.272

SIDERÚRGICA J L ALIPERTI AS 0%

39.456

0%

30.747

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FIBAM COMPANHIA INDUSTRIAL 0%

1.512

0%

1.239

MANGELS INDUSTRIAL S.A. 5%

42.631

5%

35.236

PANATLANTICA S.A. 5%

178.784

5%

206.772

TEKNO S.A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO 5%

59.249

5%

51.654

PARANAPANEMA S.A. 5%

276.872

5%

253.713

* ND: Nível de disclosure Fonte: própria, 2016.

Dentre as 11 empresas analisadas, 27,27% delas tiveram um aumento de

seus fluxos de caixa, porém sem alteração nos níveis de disclosure, ou seja, apesar

da melhora nos fluxos de caixa dessas empresas, esse indicador não teve influência

em uma possível melhora de seus níveis de disclosure. Já 72,73% das empresas

tiveram uma queda nos valores de seus fluxos de caixa, porém a empresa Usinas

Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. foi a que mais teve baixa no valor do fluxo de

caixa e a única que teve aumento no nível de evidenciação.

4.2 Itens de divulgação para a redução ao valor recuperável de ativos

Dentre os itens de divulgação para a redução ao valor recuperável de ativos

demonstrado no quadro 1, os itens que tiveram os maiores índices de divulgação no

ano de 2014 foram os itens 16 (Descrição de cada premissa-chave sobre a qual a

administração tenha baseado a determinação do valor justo) com 64% e o item 17

(Descrição da abordagem utilizada pela administração para determinar o valor sobre

o qual estão assentadas as premissas-chave) com 55%. Já os itens que foram

menos divulgados, destacam-se os itens 8 (Se o valor recuperável for o valo justo,

informa-se a base) e o item 13 (O período sobre o qual a administração projetou os

fluxos de caixa, baseada em orçamento ou previsões por ela aprovados e, quando

um período superior a cinco anos for utilizado para a UGC uma explicação do motivo

por que um período mais longo é justificável) no qual nenhuma empresa fez a

divulgação desses itens.

Percebe-se que no ano de 2015 no houve alteração dos itens mais divulgados

e menos divulgados, permanecendo com os mesmos percentuais. Observa-se que a

maioria das empresas apenas cita a norma em suas notas explicativas, porém não

aplicam a divulgação exigida.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Normas Internacionais de Contabilidade trouxeram mudanças

significativas nos padrões contábeis brasileiros, de forma que as empresas

precisaram se adequar a esse novo cenário.

É possível observar, com base no teste de Impairment, a importância da

qualidade do disclosure nas empresas do setor siderúrgico e metalúrgico brasileiro

visando assegurar aos usuários da informação contábil simetria nas informações

divulgadas na qual reduz o risco para os tomadores de decisão.

A pesquisa busca analisar se as empresas desses dois setores mencionados

apresentam qualidade nas informações emitidas tendo como base o nível de

disclosure do ativo e outras informações de cunho relevante sobre esse grupo nas

demonstrações contábeis e se é possível afirmar que existe qualidade no nível de

disclosure sobre as demonstrações contábeis e notas explicativas, observando-se

como critério técnico de julgamento a adoção da Redução ao valor recuperável de

ativos. É importante verificar que as demonstrações contábeis devem contemplar

situações que sejam necessárias para sua compreensão e que as notas explicativas

subsidiam os usuários da informação e que este possa tomar decisões de maneira

tempestiva.

O estudo demonstra que as empresa siderúrgicas apresentam melhor nível

de evidenciação em comparação com as empresas metalúrgicas devido ao fato das

empresas siderúrgicas possuírem um maior grau de imobilização de seus ativos e

também pelo fato de estarem em um segmento da BM&FBOVESPA que exige um

maior grau de divulgação das informações por atraírem mais investidores, por

assegurar direitos e garantias aos acionistas.

É possível concluir que a maioria dos relatórios contábeis e financeiros das

empresas possui um caráter mais descritivo do que explicativo, visto que as

empresas apresentam em seus relatórios uma adaptação dos textos da norma do

CPC 01 do que uma representação mais clara e fiel da realidade das empresas, o

que diverge da essência das notas explicativas que seria explicar aspectos

relevantes no qual não foram adequadamente apresentados em suas

demonstrações contábeis.

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O presente trabalho contribui aos estudos de evidenciação das informações

obrigatórias ao demonstrar que a as empresas analisadas não divulgam de forma

completa todas as exigências apresentadas no CPC 01, no que ao teste de

recuperabilidade dos ativos, podendo afirmar que apesar da necessidade de uma

maior evidenciação e de uma melhor qualidade das informações, as empresas ainda

não fazem de maneira correta, informações essas que iriam reduzir o nível de

incerteza, oferecendo subsídios a análise da realidade da empresa no qual beneficia

aos usuários no que tange a confiabilidade das informações contábeis.

A pesquisa se limita a análise das demonstrações contábeis e notas

explicativas, abordando a questão da recuperabilidade do ativo. A limitação dos

dados pesquisados se deu pelo fato da pouca quantidade de empresas do segmento

siderúrgico e metalúrgico listados na BM&FBOVESPA.

Por fim, verifica-se que o estudo sobre o nível de evidenciação acerca do

teste de recuperabilidade do ativo está aumentado, portanto essa pesquisa vem a

contribuir com o a literatura contábil e estimular o desenvolvimento de novos estudos

a respeito desse tema.

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