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LUZIA PATRICIA FERNANDES DE CARVALHO GALVÃO

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE ÓXIDOS DE ZINCO E DE MAGNÉSIO

SUPORTADOS EM AlSBA-15 PARA PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento a exigência para obtenção do título de Doutora em Química.

Orientador: Prof.º Dr.Valter José Fernandes Junior

Coorientador: Prof.º Dr. Pedro Jesús Maireles Torres

(Universidad de Málaga-Espanha)

NATAL-RN

2012

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UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede.

Catalogação da Publicação na Fonte.

Galvão, Luzia Patricia Fernandes de Carvalho.

Síntese e Caracterização de Óxidos de Zinco e de Magnésio

Suportados em A1SBA-15 para Produção de Biodiesel / Luzia Patricia

Fernandes de Carvalho Galvão. – Natal, RN, 2012.

156 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Valter José Fernandes Júnior.

Co-Orientador: Prof. Dr. Pedro Jesús Maireles Torres.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ciências Exatas e da Terra. Instituto de Química. Programa de

Pós-Graduação em Química.

1. Catálise heterogênea - Tese. 2. A1SBA-15 - Tese. 3. Óxidos

metálicos - Tese. 4. Transesterificação - Tese. 5. Biodiesel - Dissertação.

6. Química - Tese. I. Fernandes Júnior, Valter José. II. Torres, Pedro

Jesús Maireles. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III.

Título.

RN/UF/BCZM CDU 544.47

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por sua infinita sabedoria e bondade, que me proporcionou

paciência e força o suficiente para concluir mais uma etapa da minha vida.

A toda minha família, em especial aos meus pais, Joel e Lourdes, que sempre estiveram me

apoiando e dando forças em todas horas que precisei tomando possível que eu levasse adiante

meus estudos. Aos meus irmãos Gustavo e Augusto, que sempre apoiaram cada etapa da

minha vida e também pelo carinho e amor. E ao meu esposo, Christiano Vasconcelos, que

acompanhou cada etapa para a realização deste trabalho, sempre com muito amor e paciência.

Além da contribuição gráfica.

Ao Professor Dr. Valter José Fernandes Júnior pelos seus valiosos ensinamentos e

orientação na trajetória acadêmica, e sobre tudo por seu carisma e simplicidade. E também ao

Professor Dr. Antônio Souza de Araújo pelo apoio durante a realização deste trabalho, e,

sobretudo pelo constante incentivo, apoio e amizade.

Aos professores do programa de pós-graduação em química – PPGQ da UFRN- que sem

dúvida contribuíram significativamente para meu aprimoramento profissional.

A Edjane, Marcílio, Késia, Geraldo, Ana Claudia, Aline, Geraldo, Regineide, Maria

(Dedéia), Beatriz, João Paulo e a todos fazem ou fizeram parte do Laboratório de Catálise e

Petroquímica da UFRN, pelo apoio e bons momentos de convivência e de amizade. E em

especial aos meus amigos Amanda, Anne Gabriella, Marcela e Vinicius pela bela amizade

construída e pelo enriquecimento científico adquirido com vocês.

Aos Professores Pedro José Maireles-Torres e Enrique Rodriguéz-Castellon, pela

acolhida, atenção e todo apoio prestado na minha estadia em Málaga-Espanha. Em especial a

Pedro José Maireles-Torres, pela valiosa orientação e contribuição na realização deste

trabalho, pois sempre estive disponível para o desenvolvimento do trabalho, além do

incentivo a pesquisa, apoio e amizade. E a todos os professores e funcionários do

Departamento de Química Inorgânica e Cristalografia da Universidade de Málaga, em

especial aos técnicos responsáveis pela execução de algumas analises de caracterização, que

muito contribuíram no desenvolvimento deste trabalho. A amizade construída no Laboratório

de Catalise da Universidade de Málaga (Ana, Enrique, Álvaro, Inácio(macho), Álvaro

Romero (mexicano), Cristina e Ramón) em especial a Juan Miguel (Juanmi) que foi meu

inseparável companheiro de laboratório para o desenvolvimento deste trabalho.

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RESUMO

Para superar o desafio de atender a crescente demanda por energia de forma sustentável, o

biodiesel tem se demonstrado bastante promissor como alternativa energética, que possa

substituir os combustíveis fosseis, mesmo que parcialmente. Industrialmente, o biodiesel é

produzido através de reação homogênea de transesterificação de óleos vegetais na presença de

espécies básicas utilizadas como catalisadores. Entretanto, este processo há a necessidade de

purificação dos ésteres obtidos e a remoção da glicerina formada após a reação. Diante deste

contexto, tem-se buscado catalisadores alternativos, que possa aprimorar o processo de

produção de biodiesel, visando diminuir os custos e facilitar a sua produção. Neste trabalho,

foram sintetizados o suporte AlSBA-15 na razão Si/Al = 50, e os catalisadores heterogêneos

de óxido de zinco e de magnésio suportado sobre sílica mesoporosa AlSBA-15, nas

concentração de 5, 10, 15 e 30 %, com relação ao suporte. As propriedades texturais e a

caracterização estrutural dos catalisadores e do suporte foram determinadas pelas técnicas de:

difratometria de raios X (DRX), microscopia eletrônica de varredura (MEV), microscopia

eletrônica de transmissão (MET) acoplada ao analisador químico, adsorção/dessorção de N2,

análise térmica (TG/DTG), espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR) e

espectroscopia fotoeletrônica de raios X (XPS). Os resultados de caracterização indicaram

que o suporte AlSBA-15 preservou a estrutura hexagonal ordenada, após a incorporação do

óxido de zinco e do óxido de magnésio no suporte. Em relação aos catalisadores

heterogêneos, ZnO-AlSBA-15, observou-se a presença de nanopartículas de óxido de zinco

dispersas na superfície e no interior dos canais microporosos e mesoporosos do suporte. A

atividade catalítica foi avaliada pela reação de transesterificação do óleo de girassol via rota

metílica, e alguns parâmetros reacionais foram otimizados com o catalisador mais ativo na

produção de biodiesel pelo óleo de girassol. Para as séries de catalisadores heterogêneos, a

amostra com 30 % ZnO suportado na AlSBA-15 apresentou melhor conversão dos

triglicerídeos em ésteres metílicos, cerca de 95,41 %, nas condições reacional de: temperatura

de 175 ºC, com razão molar de 42:1, em agitação de 200 rpm e sob pressão de 14 bar durante

6 h. O catalisador MgO-AlSBA-15 não apresentou atividade catalítica nas reações estudadas.

Palavras-chave: AlSBA-15. Catálise heterogênea. Óxidos metálicos. Transesterificação.

Biodiesel.

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ABSTRACT

To overcome the challenge of meeting growing energy demand in a sustainable way,

biodiesel has shown very promising as alternative energy can replace fossil fuels, even

partially. Industrially, the biodiesel is produced by homogeneous transesterification reaction

of vegetable oils in the presence of basic species used as catalysts. However, this process is

the need for purification of the esters obtained and the removal of glycerin formed after the

reaction. This context, the alternative catalysts have that can improve the process of biodiesel

production, aiming to reduce costs and facilitate its production. In this study, the AlSBA-15

support with Si / Al ratio = 50 was synthesized, as like as the heterogeneous catalysts of zinc

oxide and magnesium supported on mesoporous AlSBA-15 silica, in the concentrations of 5,

10, 15 and 30 %, relative to the support. The textural properties and structural characterization

of catalysts and supports were determined by techniques: X-ray diffraction (XRD), scanning

electron microscopy (SEM), transmission electron microscopy (TEM) coupled to the

chemical analyzer, adsorption / desorption of N2, thermal analysis (TG / DTG), absorption

spectroscopy in the infrared (FTIR) and X-ray photoelectron spectroscopy (XPS).

Characterization results indicated that the support AlSBA-15 retained the hexagonal ordered

after the incorporation of zinc oxide and magnesium oxide in the holder. For heterogeneous

catalysts, ZnO-AlSBA-15, that was observed the presence of zinc oxide nanoparticles

dispersed in the surface and interior channels of the mesoporous and microporous support.

The catalytic activity was evaluated by the transesterification reaction of sunflower oil via

methylic route, and some reaction parameters were optimized with the most active catalyst in

biodiesel production by sunflower oil. For the series of heterogeneous catalysts, the sample

with 30 % ZnO supported on AlSBA-15 showed a better conversion of triglyceride to methyl

esters, about 95.41 % of reaction conditions: temperature 175 °C, with molar ratio of 42:1,

stirring at 200 rpm and under a pressure of 14 bar for 6 h. The catalyst MgO-AlSBA-15

showed no catalytic activity in the studied reactions.

 

 

Keywords: AlSBA-15. Heterogeneous catalysis. Metal oxides. Transesterification. Biodiesel.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Ciclo de carbono de biodiesel ................................................................................... 21

Mapa 1 - Potencialidade brasileira para produção e consumo de combustíveis vegetais ......... 27

Figura 2 - Flor de Girassol ......................................................................................................... 29

Esquema 1 - Reação global de transesterificação ...................................................................... 32

Esquema 2 - Etapas envolvidas na reação de transesterificação ............................................... 32

Esquema 3 - Mecanismos da reação de transesterificação de triglicerídeos em meio

alcalino ................................................................................................................ 37

Esquema 4 - Mecanismos da reação de transesterificação de triglicerídeos em meio

ácido .................................................................................................................... 38

Figura 3 - Representações estruturais mais comuns dos materiais da família M41S ................ 51

Figura 4 - Esquema ilustrativo do sistema de poros da SBA-15 ............................................... 53

Figura 5 - Estrutura química do copolímero tribloco – Pluronico 123 ...................................... 53

Figura 6 - Mecanismo de formação da SBA-15 ........................................................................ 54

Figura 7 - Representação das estruturas: (A) neutra, para o SBA-15 e (B) após a

introdução do alumínio, AlSBA-15. ..................................................................... 56

Figura 8 - Esquema representativo da remoção do direcionador dos poros de materiais

com arranjo mesoporoso hexagonal. ....................................................................... 58

Fluxograma 1 - Procedimento de síntese do suporte AlSBA-15 .............................................. 59

Figura 9 - Esquema representativo da impregnação do suporte pelo método de volume

incipiente .................................................................................................................. 60

Figura 10 - Esquema representativo para formulação da lei de Bragg. ..................................... 61

Figura 11 - Representação ilustrativa do diagrama de raios-X dos planos (100), (110) e

(200) de materiais mesoporosos ............................................................................ 62

Figura 12 - Representação da estrutura hexagonal do material mesoporoso. ........................... 64

Figura 13 - Perfil das histereses de adsorção de nitrogênio. ..................................................... 69

Figura 14 - Curvas TG/DTG do suporte AlSBA-15 (Si/Al=50) não calcinadas a 10°C

min-1. ..................................................................................................................... 74

Figura 15 - Difratograma de raios-X do suporte AlSBA-15 calcinada ..................................... 76

Figura 16 - Difratogramas de baixo ângulo das amostras calcinadas: AlSBA-15 (a), 5

% ZnO-AlSBA-15 (b), 10 % ZnO-AlSBA-15 (c), 15 % ZnO-AlSBA-15

(d) e 30 % ZnO-AlSBA-15 (e).. ............................................................................ 77

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Figura 17 Difratogramas em alto ângulo das amostras calcinadas: AlSBA-15 (a), 5 %

ZnO-AlSBA-15 (b), 10 % ZnO-AlSBA-15 (c) e 15 % ZnO-AlSBA-15 (d) e

30 % ZnO/AlSBA-15 (e) ......................................................................................... 79

Figura 18 - Difratogramas de baixo ângulo das amostras calcinadas: AlSBA-15 (a), 5

% MgO-AlSBA-15 (b), 10 % MgO-AlSBA-15 (c), 15 % MgO-AlSBA-15

(d) e 30 % MgO-AlSBA-15 (e) ............................................................................... 80

Figura 19 - Difratogramas de alto ângulo das amostras calcinadas: AlSBA-15 (a), 5 %

MgO/AlSBA-15 (b), 10 % MgO/AlSBA-15 (c), 15 % MgO/AlSBA-15 (d)

e 30 % MgO/AlSBA-15 (e) .................................................................................. 81

Figura 20 - Espectro de infravermelho de AlSBA-15 nas formas calcinada e não

calcinada ............................................................................................................. 82

Figura 21 - Espectros de infravermelho de: (a) AlSBA-15, (b) 5 % ZnO-AlSBA-15, (c)

10 % ZnO-AlSBA-15, (d) 15 % ZnO-AlSA-15 e (e) 30 % ZnO-AlSBA-

15 ........................................................................................................................... 84

Figura 22 - Espectros de infravermelho de: (a) AlSBA-15, (b) 5 % MgO-AlSBA-15, (c)

10 % MgO-AlSBA-15, (d) 15 % MgO-AlSA-15 e (e) 30 % MgO-AlSBA-

15 ........................................................................................................................... 85

Figura 23 - Isoterma de adsorção/dessorção de nitrogênio do suporte AlSBA-15. Em

detalhe, a distribuição do diâmetro de poros deste suporte ................................... 86

Figura 24 - Isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio das amostras: 5 % ZnO-

AlSBA-15, 10 % ZnO-AlSBA-15, 15 % ZnO-AlSBA-15 e 30 % ZnO-

AlSBA-15. Em detalhe, os gráficos da distribuição do diâmetro de poros ........... 87

Figura 25 - Representação ilustrativa da incorporação do óxido de zinco no suporte

AlSBA-15 .............................................................................................................. 89

Figura 26 - Isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio das amostras: 5 % MgO-

AlSBA-15, 10 % MgO-AlSBA-15, 15 % MgO-AlSBA-15 e 30 % MgO-

AlSBA-15. Em detalhe, os gráficos da distribuição do diâmetro de poros. .......... 89

Figura 27 - Micrografias eletrônicas de varredura do suporte AlSBA-15 ................................ 92

Figura 28 - Micrografias eletrônica de varredura das amostras: (a) 5 % ZnO-AlSBA-15,

(b) 10 % ZnO-AlSBA-15, (c) 15 % ZnO-AlSBA-15 e (d) 30 % ZnO-

AlSBA-15 .............................................................................................................. 92

Figura 29 - Micrografias eletrônicas de varredura das amostras: (a) 5 % MgO-AlSBA-

15, (b) 10 % MgO-AlSBA-15, (c) 15 % MgO-AlSBA-15 e (d) 30 % MgO-

AlSBA-15 .............................................................................................................. 93

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Figura 30 - Imagens de MET do suporte AlSBA-15 ................................................................. 94

Figura 31 - Espectro de EDX da AlSBA-15 calcinada ............................................................. 95

Figura 32 - Imagens de MET do catalisador 30% ZnO-AlSBA-15 .......................................... 96

Figura 33 - Imagens de MET do catalisador 30% MgO-AlSBA-15. ........................................ 96

Figura 34 - Imagens da microscopia eletrônica de transmissão dos catalisadores

sintetizados: 5 % ZnO-AlSBA-15 (a), 10 % ZnO-AlSBA-15 (b), 15 %

ZnO-AlSBA-15 (c) , 5 % MgO-AlSBA-15 (d), 10 % MgO-AlSBA-15 (e)

e 15 % MgO-AlSBA-15(f).. ................................................................................ 97

Figura 35 - Espectro de EDX de 5 % ZnO-AlSBA-15 ............................................................. 98

Figura 36 - Espectro de EDX de 10 % ZnO-AlSBA-15 ........................................................... 99

Figura 37 - Espectro de EDX de 15 % ZnO-AlSBA-15 ........................................................... 99

Figura 38 - Espectro de EDX de 30 % ZnO-AlSBA-15 ........................................................... 99

Figura 39 - Espectro Fotoeletrônico (XPS) para o nível 1s do O, nas amostras de

AlSBA-15 e ZnO-AlSBA-15 .............................................................................. 101

Figura 40 - Espectro Fotoeletrônico (XPS) para o nível 2p de Si, nas amostras de

AlSBA-15 e ZnO-AlSBA-15 ................................................................................ 101

Figura 41 - Espectro Fotoeletrônico (XPS) para o nível 2p3/2 de Zn, nas amostras de

AlSBA-15 e ZnO-AlSBA-15 ................................................................................ 102

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Oferta interna de energia nacional (OIE) de 2011 e 2010 ........................................ 19

Tabela 2 - Composição de Ácidos Graxos do óleo de girassol ................................................. 30

Tabela 3 - Sumário dos catalisadores heterogêneos para a produção de biodiesel ................... 50

Tabela 4 - Identificação dos intervalos de temperaturas, as perdas de massa do suporte

sintetizado e seus percentuais totais perdidos .......................................................... 75

Tabela 5 - Valores dos ângulos 2θ e suas respectivas distâncias interplanares para o

suporte AlSBA-15 com a razão Si/Al= 50 ............................................................ 76

Tabela 6 - Valores dos ângulos 2θ e suas respectivas distâncias interplanares para os

catalisadores de óxido de zinco suportados em AlSBA-15. .................................. 78

Tabela 7 - Valores dos ângulos 2θ e suas respectivas distâncias interplanares para os

catalisadores de óxido de magnésio suportados em AlSBA-15 ............................ 80

Tabela 8 - Dados relativos às frequências vibracionais observadas e suas respectivas

atribuições feitas para o espectro de infravermelho de AlSBA-15 com razão

Si/Al=50 ................................................................................................................... 83

Tabela 9 - Propriedades texturais das amostras AlSBA-15, 5% ZnO-AlSBA-15, 10%

ZnO-AlSBA-15, 15% ZnO-AlSBA-15 e 30% ZnO-AlSBA-15 .............................. 88

Tabela 10 - Propriedades texturais das amostras AlSBA-15, 5% MgO-AlSBA-15, 10%

MgO-AlSBA-15, 15% MgO-AlSBA-15, o e 30% MgO-AlSBA-15 .................... 91

Tabela 11 - Razão molar Si/Al e teor de alumínio incorporado na amostra sólida de

AlSBA-15 .............................................................................................................. 95

Tabela 12 - Composição química em percentual de massa obtida pela técnica de EDX

das amostras ZnO-AlSBA-15 ................................................................................ 100

Tabela 13 - Energia de ligação dos catalisadores ZnO-AlSBA-15 e a razão atômica de

superfície ............................................................................................................... 103

Tabela 14 - Quantidade atômica dos elementos presente na superfície das amostras de

ZnO-AlSBA-15 ..................................................................................................... 103

Tabela 15 - Energia de ligação dos catalisadores MgO-AlSBA-15 e a razão atômica de

superfície .............................................................................................................. 104

Tabela 16 - Quantidade atômica dos elementos presente na superfície das amostras de

MgO-AlSBA-15 .................................................................................................... 105

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução da oferta total de energia primária mundial entre 1973 e 2009

de combustível ...................................................................................................... 17

Gráfico 2 - Oferta Interna de Energia no Brasil ........................................................................ 18

Gráfico 3 - Percentual de participação das fontes de renováveis e não renováveis na

matriz energética do Brasil ..................................................................................... 22

Gráfico 4 - Matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel .......................................... 28

Gráfico 5 - Valores médios de conversão obtidos nas reações de transesterificação do

suporte AlSBA-15 ................................................................................................ 106

Gráfico 6 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos em função da razão

molar metanol: óleo .............................................................................................. 107

Gráfico 7 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos em função do tempo

da reação ............................................................................................................... 108

Gráfico 8 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos em função da

concentração de catalisador na reação ............................................................... 109

Gráfico 9 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos em função da

concentração de ZnO suportado na AlSBA-15 .................................................. 110

Gráfico 10 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos com os catalisadores

heterogêneos de 30% ZnO-AlSBA-15, 30% MgO-AlSBA-15 e sem

catalisador ............................................................................................................. 111

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 15

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................ 16

3.1 SITUAÇÃO ENERGÉTICA MUNDIAL. ........................................................................... 16

3.2 ENERGIAS RENOVÁVEIS ................................................................................................ 19

3.3 BIODIESEL .......................................................................................................................... 22

3.3.1 Especificações do Biodiesel ............................................................................................. 25

3.4 MATÉRIAS-PRIMAS PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL ....................................... 26

3.4.1 Óleo Vegetal ..................................................................................................................... 26

3.5 PROCESSOS DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL .............................................................. 31

3.6 FATORES QUE INFLUENCIAM NA REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO ........... 33

3.6.1 Efeito da Umidade e dos Ácidos Graxos Livres ............................................................... 34

3.6.2 Tempo e Temperatura de Reação. .................................................................................... 34

3.6.3 Tipo de Álcool e sua Razão Molar com o Óleo Vegetal .................................................. 35

3.6.4 Tipo de Catalisadores ....................................................................................................... 36

3.6.4.1 Catalisadores Homogêneos Básicos ............................................................................... 36

3.6.4.2 Catalisadores Homogêneos Ácidos ................................................................................ 37

3.6.4.3 Enzimas .......................................................................................................................... 39

3.6.4.4 Catalisadores Heterogêneos ............................................................................................ 39

3.7 ESTUDOS SOBRE O USO DE CATALISADORES HETEROGÊNEOS NA

REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO ......................................................................... 40

3.8 MATERIAIS MESOPOROSOS ....................................................................................... 50

3.8.1 Material Mesoporoso do tipo SBA-15 ............................................................................ 52

3.8.1.2 Incorporação do alumínio na estrutura do SBA-15 ........................................................ 55

4. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 57

4.1 SÍNTESE DE PENEIRA MOLECULAR MESOPOROSA ALSBA-15 ............................ 57

4.1.1 Reagentes para a síntese de AlSBA-15 .......................................................................... 57

4.1.2 Síntese do Suporte Sílica do Tipo AlSBA-15 (Si/Al=50) .............................................. 57

4.2 PREPARAÇÃO DOS CATALISADORES SUPORTADOS .............................................. 60

4.3 CARACTERIZAÇÕES FISICO-QUÍMICA DOS MATERIAIS ........................................ 61

4.3.1 Difração de Raios-X ......................................................................................................... 61

4.3.2 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) ................................................................ 64

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4.3.3 Espectroscopia de Absorção no Infravermelho (FTIR). .............................................. 66

4.3.4 Microscopia Eletrônica de Transmissão ( MET) .......................................................... 67

4.3.5 Adsorção e Dessorção de N2 ............................................................................................ 67

4.3.6 Termogravimetria ........................................................................................................... 70

4.3.7 Espectroscopia Fotoeletrônica por Raios-X (XPS) ..................................................... 71

4.4 Ensaios Catalíticos para a Reação de Transesterificação do Óleo de Girassol . .......... 72

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 74

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS CATALISADORES ............................................................... 74

5.1.1 Análise Termogravimétrica (TG/DTG) ......................................................................... 74

5.1.2 Difração de Raios-X ......................................................................................................... 75

5.1.3 Espectroscopia na região do Infravermelho com transformada de Fourier

(FTIR) ............................................................................................................................... 81

5.1.4 Adsorção e Dessorção de Nitrogênio (N2) ...................................................................... 85

5.1.5 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) .............................................................. 91

5.1.6 Microscopia Eletrônica de Transmissão e microanálise com energia

dispersiva por raios-X. ................................................................................................. 94

5.1.7 Espectroscopia de fotoemissão de raios-X (XPS) .......................................................... 100

5.2 ENSAIOS CATALÍTICOS .................................................................................................. 105

5.2.1 Influência do suporte AISBA-15 na reação ................................................................... 106

5.2.2 Influência da razão molar metanol: óleo ....................................................................... 107

5.2.3 Influência do tempo reacional ........................................................................................ 108

5.2.4 Influência da quantidade de catalisador ....................................................................... 109

5.2.5 Influência da concentração da fase ativa ....................................................................... 110

5.2.6 Influência do tipo de catalisador .................................................................................... 111

6 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 113

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................ 115

APÊNDICE A ........................................................................................................................... 135

APÊNDICE B ............................................................................................................................ 158

ANEXO A .................................................................................................................................. 144

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13

1 INTRODUÇÃO

A utilização de fontes renováveis para a produção de energia surge cada vez mais

como uma necessidade de garantir um desenvolvimento sustentável para a sociedade atual e

futura. De fato, os sinais de alerta são frequentes e a conscientização da sociedade em geral

para a problemática energética que tem sido cada vez mais crescente. As energias renováveis

têm se acentuado nos últimos anos, especialmente, em virtude das mudanças climáticas. Com

isso, muitos países vêm investindo fortemente em energia eólica, solar e biomassa com o

objetivo de minimizar os impactos ambientais e diversificar a matriz energética

(ARCCARINI, 2006).

Os biocombustiveis obtidos a partir de espécies vegetais e/ou animais estão

adquirindo um papel relevante como alternativa energética. Dentre várias possibilidades, uma

das alternativas é o biodiesel, que consiste de metil ésteres de ácido graxos (fatty-acid methyl

ester - FAME) ou etil ésteres de ácidos graxos (fatty-acid ethyl ester - FAEE), oriundo da

reação de transesterificação de triglicerídeos com metanol ou etanol, respectivamente, na

presença de um catalisador adequado (FANGRUI; MILFORD, 1999; DEMIRBA, 2003;

FUKUDA, 2001).

A produção de biodiesel via transesterificação é realizada majoritariamente por meio

de catalisadores básicos homogêneos, como o hidróxido de sódio, hidróxido de potássio,

carbonatos ou óxidos (ALBURQUEQUE, 2008). Estes promovem a reação com uma boa

velocidade e uma boa conversão. Entretanto, a remoção dos catalisadores do produto gerado é

tecnicamente difícil e exige uma grande quantidade de água e por sua vez a geração de uma

grande quantidade de efluente (MEHER et al., 2006). Neste contexto, diversos grupos de

pesquisas em todo mundo vem propondo o uso de catalisadores heterogêneos, no intuito de

substituir os catalisadores homogêneos convencionais que poderão potencialmente reduzir os

custos da produção de biodiesel, tornando-o competitivo em relação ao combustível fóssil

(ONO, 2003; HATTORI, 2001). Isto simplificaria o tratamento dos produtos da reação

(separação e purificação) e não haveria a formação de sabões decorrente da neutralização dos

ácidos graxos livres ou da saponificação dos triglicerídeos. Em contraste, sabe-se que os

processos de transesterificação via catálise heterogênea necessitam de condições reacionais

mais severas, como altas temperaturas e pressão, para que a reação seja realizada em um

tempo que seja competitivo com o processo homogêneo (VICENTE et al., 2004).

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14

Diante deste contexto, vários estudos vêm sendo conduzidos a fim de aperfeiçoar a

síntese de biodiesel das diversas oleaginosas existentes, com a finalidade de aprimorar esse

processo e encontrar novos catalisadores alternativos, visando diminuir os custos e facilitar a

sua produção.

Muitas classes de compostos químicos têm sido testadas como catalisadores

heterogêneos para produção de biodiesel através do processo de esterificação e/ou

transesterificação. Entre estes estão as zeólitas, zircônia sulfatadas, resinas de troca iônica,

óxidos inorgânicos, guanidinas, complexos, hidrotalcitas, óxidos básicos, materiais

mesoporosos com alta área superficial e outros. Os catalisadores básicos heterogêneos

clássicos têm sido os mais estudados para reação de transesterificação de triglicerídeos,

principalmente, óxidos, hidróxidos e alcoóxidos de metais alcalinos terrosos (PETERSON;

SCARRAH, 1984). Dentre eles, os óxidos metálicos são os mais estudados pelo fato de

possuir na sua estrutura um íon metálico positivo (cátion) que atua como ácido de Lewis, e

um íon de oxigênio negativo (ânion) que atua como base de Brönsted. Entretanto, os óxidos

metálicos apresentam problemas devido a sua fácil carbonatação e sua lixiviação parcial no

meio reacional.

Uma das maneiras de minimizar o processo de lixiviação dos óxidos no meio

reacional é usando um suporte catalítico. Dentre os suportes inorgânicos mais empregados na

última década, se encontram as peneiras moleculares mesoporosas, por apresentarem

excelentes propriedades texturas, os quais se tem promovido no desenvolvimento de novos

catalisadores com fases ativas bem dispersas. Neste contexto, a peneira molecular do tipo

SBA-15 apresenta-se como um material promissor, já que é um material que contém

mesoporos de arranjos hexagonais uniformes e paredes espessas, que proporcionam uma

maior estabilidade térmica e hidrotérmica.

Albuquerque et al. (2008a) estudaram sílicas mesoporosas (SBA-15 e MCM-41)

impregnadas com CaO. Eles relataram que a SBA-15 apresentou maior estabilidade térmica

quando comparada com o MCM-41 e que a interação entre o CaO e a sílica é forte o

suficiente para evitar a lixiviação da fase ativa no metanol. O catalisador mais ativo,

CaO/SBA-15 14 % em peso, mostrou uma conversão de 95 %, após 5 h para a

transesterificação de óleo de girassol em 60 ºC e com uma razão molar 12:1 metanol / óleo.

Os autores estimaram que a atividade catalítica do CaO/SBA-15 foi melhor do que o

catalisador homogêneo, NaOH, quando a atividade catalítica foi expressa por grama de fase

ativa (CaO, NaOH).

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15

Com o intuito de se obter novos catalisadores heterogêneos a base de peneiras

moleculares mesoporosas do tipo AlSBA-15, contendo óxidos de metais depositados na sua

estrutura, neste trabalho foram sintetizados catalisadores heterogêneos para produção de

biodiesel.

2 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo geral desenvolver novos catalisadores heterogêneos,

no intuito de sintetizá-los, caracterizá-los, e posteriormente aplicá-los na reação de

transesterificação do óleo de girassol, visando à produção de biodiesel. Para atingir o objetivo

geral, são propostos os seguintes objetivos específicos:

v Sintetizar a peneira molecular do tipo AlSBA-15, na razão Si/Al = 50, através do

método hidrotérmico proposto por Zhao et al. (1999);

v Sintetizar os catalisadores heterogêneos do tipo nZnO-AlSBA15 e nMgO-AlSBA-15,

onde n = 5, 10, 15 e 30 % em massa, mediante o método de impregnação de volume

incipiente;

v Caracterizar quimicamente e estruturalmente o suporte AlSBA-15 e os catalisadores

heterogêneos sintetizados por: Difração de Raios-X (DRX), Espectroscopia na Região do

Infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR), Adsorção/Dessorção de Nitrogênio,

Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET)

acoplado a um analisador de energia dispersiva (EDX), Espectroscopia Fotoeletrônica por

Raios-X (XPS) e Termogravimetria (TG/DTG);

v Aperfeiçoar as condições reacionais para a reação de transesterificação de óleo de

girassol usando os catalisadores heterogêneos sintetizados;

v Comparar a eficiência entre os catalisadores sintetizados na produção de biodiesel.

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16

 

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 SITUAÇÃO ENERGÉTICA MUNDIAL

A energia é considerada como questão estratégica das nações e a extensão de seu uso

sempre esteve diretamente associada ao grau de desenvolvimento de um país. Desde a

Revolução Industrial, a competitividade econômica dos países e a qualidade de vida de seus

cidadãos são diretamente influenciadas pela energia. Em um mercado global e com as

crescentes preocupações com o meio ambiente, essa influência se mostra cada vez mais

decisiva. Nesse contexto, as economias que melhor se posicionam quanto ao acesso para

recursos energéticos de baixo custo e de baixo impacto ambiental obtêm importantes

vantagens comparativas. As necessidades mundiais de energia são, em sua grande maioria,

supridas por fontes petroquímicas, carvão, gás natural e energia nuclear.

Os combustíveis fósseis representam um papel importante no desenvolvimento de

setores da indústria, transporte, agricultura e supre muitas outras necessidades básicas da

humanidade. Estes combustíveis são limitados e o consumo tem aumentado aceleradamente

durante longo dos anos. Além disso, seu uso é um alarmante problema ambiental para a

sociedade (BASHA et al., 2009). Pelo fato que estes combustíveis emitem na atmosfera gases

tóxicos, tais como compostos aromáticos, dióxido e trióxido de enxofre, que são alguns dos

causadores da chuva ácida e do efeito estufa.

O efeito do aumento da temperatura do planeta (efeito estufa) está diretamente

relacionado ao aumento do consumo de combustível fóssil. Com isso, há uma necessidade

latente de se buscar outras fontes de alternativas energética renováveis. Somado a isso, os

constantes conflitos políticos, envolvendo os países do Oriente Médio, onde se encontram

quase 80 % das reservas comprovadas de petróleo no mundo, conferem instabilidade ao

suprimento, incentivando várias nações a reduzirem a dependência em relação às importações

do produto. Assim, energia e tecnologia são dois fatores importantes para o desenvolvimento

econômico. Segundo a ONU, esses fatores poderá sustentar uma população mundial de 9

bilhões que está prevista para 2070.

A matriz energética pode ser considerada como uma representação quantitativa da

oferta de energia, ou seja, da quantidade de recursos energéticos oferecidos por um país ou

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17

 

por uma região. A análise da matriz energética de um país, ao longo do tempo, é fundamental

para a orientação do planejamento do setor energético, que tem de garantir a produção e o uso

adequado da energia produzida (ROSENHAIM, 2009).

A matriz energética atual é responsável pela maior parte das emissões destes gases.

Como evidenciado no Gráfico 1, 80 % da oferta primária de energia mundial vem de origem

fóssil (petróleo 32,8 %, carvão 27,2 %, gás 20,9 %) referente ao ano base de 2009. Esta

composição apresenta um ritmo de redução relativamente lento da participação dos

combustíveis fósseis, que em 1973 representavam 86,6 % (AIE, 2011).

Gráfico 1 - Evolução da oferta total de energia primária mundial entre 1973 e 2009 de combustível.

FONTE: AIE, 2011.

O cenário brasileiro atual da oferta interna de energia (quantidade de energia que se

disponibiliza para ser transformada ou para consumo final, incluindo perdas posteriores na

distribuição). Segundo os resultados preliminares do Balanço Energético Nacional do

Ministério de Minas e Energia (MME), referente ao ano base de 2011 (Gráfico 2), as

principais fontes energéticas brasileiras são, em ordem decrescente, o petróleo e seus

derivados (38,6 % da oferta interna de energia), os derivados da cana-de-açúcar (15,7 %),

hidráulica e eletricidade (14,7 %) e o gás natural (10,1 %). Porém, o petróleo e seus derivados

ainda são considerados a fonte mais importante. Em 2011, a demanda total de petróleo e

derivados ficou 3,4 % superior ao de 2010 (EPE; MME, 2012). Segundo a ANP (2012) houve

aumento de 5,2 % no consumo de óleo diesel na comparação entre 2010 e 2011. Dos 49.239

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bilhões de litros consumidos em 2011, as vendas desse combustível – mistura obtida a partir

da adição de biodiesel ao diesel - aumentaram para 51.782 bilhões de litros.

Gráfico 2 - Oferta Interna de Energia no Brasil.

FONTE: MME, 2012.

A oferta interna de energia – OIE, em 2011, atingiu 272,3 milhões de tep – tonelada

equivalentes de petróleo, que é 1,3 % superior ao de 2010 e equivalente a cerca de 2 % da

energia mundial. Na Tabela 1 temos a composição da oferta interna de energia de 2011 e

2010, no qual se observa um pequeno decréscimo na participação das fontes de energia, como

resultado, principalmente, da queda dos produtos da cana. O agregado “outras renováveis”

apresenta um ótimo desempenho, de mais de 6 % sobre 2010, devido aos bons desempenhos

da produção de biodiesel (11,5 %) e da geração eólica (24,2 %). Neste contexto, as fontes

renováveis passaram a uma participação de 44,1 % na demanda total de energia de 2011,

contra os 45,1 % verificados em 2010 (MME, 2012).

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19

 

Tabela 1 - Oferta interna de energia nacional (OIE) de 2011 e 2010.

FONTE: MME, 2012.

3.2 ENERGIAS RENOVÁVEIS

Alguns acontecimentos evidenciaram a necessidade de se buscar alternativas

energéticas renováveis de menor custo e maior diversidade de matérias-primas. As fontes

renováveis de energia assumem importante presença no mundo contemporâneo pelas

seguintes razões: 1) os cenários futuros apontam para a possível finitude das reservas de

petróleo; 2) a concentração de petróleo explorado atualmente está em áreas geográficas de

conflito, o que impacta súbita elevação no preço do barril do petróleo e na insegurança no

abastecimento do produto, (HILL, 2000; PARENTE, 2003); 3) as novas jazidas em

prospecção estão situadas geograficamente em áreas de elevado custo para a sua extração; e

4) as mudanças climáticas com as emissões de gases de efeito estufa liberados pelas

atividades humanas e pelo uso intensivo de combustíveis fósseis, com danosos impactos

ambientais, reorientam o mundo contemporâneo para a busca de novas fontes de energia, com

possibilidade de renovação e que assegurem o desenvolvimento sustentável (BIODIESEL,

2010 IPCC, 2010).

Com isso, as fontes alternativas de energia vêm ocupando um espaço cada vez maior

em discussões e medidas governamentais. Como exemplos de fontes de energias renováveis

podem-se citar: a energia solar, a energia eólica, a hidrelétrica e a biomassa (matéria de

origem vegetal), etc. Essas fontes renováveis na matriz energética do Brasil são bastante

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significativas, principalmente a hidroeletricidade e a biomassa, onde essa última representa a

principal alternativa de substituição frente ao petróleo (BAIRD, 2002).

A biomassa tem atraído muita atenção nestas últimas décadas por se tratar de uma

fonte de energia renovável e por seu uso sustentado não provocar danos ao meio ambiente.

Dentre as fontes de biomassa consideradas adequadas e disponíveis para a consolidação de

programas de energia renovável, os óleos vegetais têm sido priorizados por representarem

alternativa para a geração descentralizada de energia, atuando como forte apoio à agricultura

familiar, criando melhores condições de vida (infraestrutura) em regiões carentes, valorizando

potencialidades regionais e oferecendo alternativas aos problemas econômicos e

socioambientais de difícil solução (RAMOS et al., 2003).

Os biocombustíveis, segundo a Lei N° 9.478, são definidos como sendo um

combustível derivado de biomassa renovável que pode substituir, parcial ou totalmente,

combustíveis derivados de petróleo e gás natural em motores à combustão ou em outro tipo de

geração de energia (ANP, 1997).

O principal papel dos biocombustíveis como fontes de energia na matriz energética, é

que esses não contribuem para o acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera. Como os

gases gerados na sua queima são reabsorvidos no crescimento da safra seguinte, há um

equilíbrio entre a emissão e a absorção de poluentes, permitindo o estabelecimento do ciclo de

carbono, ilustrado na Figura 1. Além disso, os biocombustíveis que contêm oxigênio em sua

composição, como o etanol e o biodiesel, ajudam a reduzir as emissões de monóxido de

carbono (CO) quando adicionados aos combustíveis fósseis. E reduzir essas emissões

representa menos poluição atmosférica local, principalmente nas grandes cidades.

Figura 1 - Ciclo de carbono de biodiesel.

FONTE: WABIODIESEL, 2010.

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Atualmente, o etanol é o biocombustível mais utilizado e possui a produção que mais

cresce no mundo (MURRAY et al., 2005). Os maiores produtores mundiais de etanol são

Estados Unidos, o Brasil e a China, respectivamente. O etanol é produzido principalmente a

partir da cana-de-açúcar (Brasil) e milho (EUA). Entretanto, outro biocombustível que vem

despertando crescente interesse e potencial aplicação é o biodiesel, combustível composto de

alquilésteres de ácidos graxos de cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou de gorduras

animais (ANP, 2010).

Devido à grande extensão de terras, ao clima e relevo favoráveis, o Brasil possui

reconhecidamente uma propensão notável para a geração de energia através da biomassa. A

participação de fontes renováveis de produção de eletricidade ampliou-se em 2,5 pontos

percentuais na matriz elétrica brasileira no ano de 2011, chegando a 88,8 %. De acordo com

os dados preliminares do Balanço Energético Nacional – BEN 2012, produzido pela Empresa

de Pesquisa Energética – EPE, houve redução na produção de bioeletricidade a partir da

biomassa da cana-de-açúcar. Por outro lado, o ano de 2011 apresentou condições hidrológicas

favoráveis, o que assegurou aumento de 6,3 % na produção hidrelétrica. A evolução da matriz

energética brasileira, presente no Gráfico 3, mostra ainda que permaneceu praticamente

estável a participação das energias renováveis na matriz energética brasileira (MME, 2012). A

pequena variação entre 2010 e 2011 reflete as restrições na oferta da biomassa da cana, muito

em função da queda de 9,8 % na safra, mostrando um recuo de 18 % sobre a produção de

2010. A presença de renováveis manteve-se no elevado patamar de 44,1 % muito acima da

média mundial de 13,3 %, segundo a AIE (2012). Entre as fontes de energias renováveis, em

2011, foram consumidos 2,6 bilhões de litros de biodiesel no Brasil, o que representa um

aumento de 3,3 % sobre 2010. Como não houve mudança no mandatório, o crescimento do

consumo deveu-se exclusivamente ao aumento na demanda do óleo diesel convencional e

ficou muito próximo da variação anual do PIB, de 2,7 % (MME, 2012). O biodiesel

representa, atualmente, 0,8 % da matriz energética brasileira. Assim, a participação dos

biocombustíveis líquidos no setor de transportes, sinaliza uma tendência de redução nos

índices de emissão de CO2 no setor.

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Gráfico 3 - Percentual de participação das fontes de renováveis e não renováveis na matriz energética do Brasil.

Fonte: EPE/MME, 2012.

3.3 BIODIESEL

A história do biodiesel teve início 1900, quando Rudolf Diesel usou óleos vegetais em

motores de combustão interna. Razões de natureza econômica levaram ao completo abandono

dos óleos vegetais como combustíveis à época. Em respostas as crises do petróleo, o mercado

sentiu a necessidade de diminuir a dependência do petróleo, levando ao investimento no

desenvolvimento de tecnologia de produção e uso de fontes alternativas de energia

(OLIVEIRA, 2001). De acordo com a lógica de usar fontes alternativas de energia redutoras

de poluição, capazes de gerar empregos e com custos competitivos, o biodiesel apresenta-se

como candidato natural a um programa global e que também vem ganhando espaço nas

discussões energéticas do Brasil e no mundo (ROSENHAIM, 2009).

O biodiesel é definido como um combustível alternativo constituído por ésteres

alquílicos de ácidos carboxílicos de cadeia longa, proveniente de fontes renováveis como

óleos vegetais, gorduras animal e/ou residual, cuja utilização está associada à substituição

total ou parcial dos combustíveis fósseis em motores de ignição por compressão, exigindo

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pouca ou nenhuma necessidade de adaptação dos motores (MEHER et al., 2006; PARENTE,

2003).

O biodiesel apresenta baixo risco de explosão (alto ponto de fulgor), conferindo ao

mesmo manuseio e armazenamento mais seguros. Além disso, no processo da

transesterificação resulta como subproduto a glicerina, sendo seu aproveitamento outro

aspecto importante na viabilização do processo da produção do biodiesel, fazendo com que

ele se torne competitivo no mercado de combustíveis (FERRARI et al., 2005).

O biodiesel foi introduzido na matriz energética brasileira mediante a Lei N°

11.097/05, aprovada pelo Congresso Nacional em 13 de janeiro de 2005. Essa lei

complementa o marco regulatório do novo segmento um conjunto de decretos, normas e

portarias, estabelecendo prazo para cumprimento da adição de percentuais mínimos de

mistura de biodiesel ao diesel mineral.

A implementação deste biocombustível na matriz energética, apresenta-se como um

grande potencial, uma vez que o biodiesel evidencia diversas vantagens adicionais em

comparação ao combustível fóssil, por ser miscível e compatível ao diesel em quase todas as

propriedades físico-químicas. Trata-se de um biocombustível biodegradável que promove a

redução nas principais emissões presente nos gases de exaustão, com exceção dos óxidos de

nitrogênio (NOx), causadores do efeito estufa; não contêm nenhuma das substâncias

cancerígenas encontradas no óleo diesel, tais como compostos aromáticos que são nocivos ao

ser humano; seu uso aumenta o tempo de vida útil do motor devido a sua elevada capacidade

de lubrificação e existem vantagens sociais e econômicas para seu uso. Além de ser uma fonte

de energia de caráter renovável e não tóxico, que está associado ao fato de suas matérias

primas serem oriundas de práticas agrícolas, ao contrário dos derivados de petróleo. (HAAS et

al., 2001; HAAS et al., 2006; BAGLEY et al., 1998; DEMIRBAS ,2008; HANH et al., 2008;

KNOTHE et al., 2006). Com isso, todo o gás carbônico emitido na queima do biodiesel é

capturado pelas plantas.

Mundialmente, passou-se a adotar uma nomenclatura para identificar a concentração

de biodiesel em mistura com o diesel mineral, BXX, na qual B significa biodiesel e XX é a

percentagem em volume de biodiesel à mistura. Assim, a sigla significa 2 % de biodiesel

(B100), derivado de fontes renováveis e 98 % de óleo diesel e o B5 equivale a 5 % de

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biodiesel e 95 % de óleo diesel. Essas misturas estão aprovadas para uso no território

brasileiro e são produzidas segundo as especificações técnicas definidas pela ANP.

O mundo tem grande interesse na produção e comercialização de biodiesel, em função

da crescente exigência pela redução da emissão de gases poluentes que resultaram em acordos

como o Protocolo de Kyoto e como fonte estratégica de energia renovável em substituição ao

óleo diesel e outros derivados no petróleo.

Assim, países como França, Áustria, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Itália,

Holanda, Finlândia, Estados Unidos, Japão e Suécia vêm investindo significativamente na

produção com diferentes capacidades. No entanto a comercialização do biodiesel ainda

apresenta alguns impasses tecnológicos, surgindo como obstáculo para sua comercialização o

preço da matéria prima e os custos operacionais.

Em relação ao mercado global de biodiesel, a produção aumentou de 959 milhões de

litros em 2001 para 15, 760 bilhões de litros em 2009, em uma taxa composta de crescimento

anual (Compound Annual Growth Rate - CAGR) de 41,9 %. Apoiado pelos Governos para

aumentar a independência energética e atender a demanda crescente de energia, o mercado de

biodiesel deverá produzir 45,291 bilhões de litros de biodiesel em 2020, representando um

CAGR de 10,1 % durante 2009-2020 (GLOBODATA, 2010). Os países da União Europeia

são as maiores responsáveis pelo crescimento da produção e do consumo mundial de

biodiesel. A União Europeia (EU) é a região que detém o maior programa de produção e uso

de biodiesel do mundo, com destaque para a Alemanha e para a França. Nesta região, o

biodiesel vem sendo produzido em larga escala desde o inicio da década de noventa (MELLO

et al., 2007).

A União Europeia produz anualmente mais de 1,35 milhões de toneladas de biodiesel,

em cerca de 40 unidades de produção. Isso corresponde a 90 % da produção mundial de

biodiesel. O governo garante incentivo fiscal aos produtores, além de promover leis

específicas para o produto, visando melhoria das condições ambientais através da utilização

de fontes de energia mais limpas. A tributação dos combustíveis de petróleo na Europa,

inclusive do óleo diesel mineral, é extremamente alta, garantindo a competitividade do

biodiesel no mercado. O maior país produtor e consumidor mundial de biodiesel é a

Alemanha, responsável por cerca de 42 % da produção mundial, com a produção anual de 2,6

bilhões de litros (BIODIESELBR, 2012). A participação europeia na produção de biodiesel

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tem diminuído desde 2001, enquanto houve um crescimento por parte das Américas e da

Ásia-Pacífico. Os cinco maiores produtores de biodiesel do mundo são a Alemanha, os

Estados Unidos, França, Argentina e Brasil. Todos estes países juntos produzem

aproximadamente 70 % do total de biodiesel do mundo. A Austrália é o maior produtor de

biodiesel na região do Pacífico Asiático, seguido por China e Índia.

O Brasil que está entre os maiores produtores e consumidores de biodiesel do mundo,

com uma produção anual, em 2010, de 2,4 bilhões de litros e uma capacidade instalada, no

mesmo ano, para cerca de 5,8 bilhões de litros. O que mostra que ele está apoiado nas

oportunidades associadas às cadeias produtivas da soja e do abate de bovinos, já consolidadas.

Segundo os dados divulgados pela ANP, o consumo de biodiesel cresceu 5,3 % na

comparação entre os dois períodos, de 2,425 bilhões de litros em 2010 para 2,554 bilhões de

litros em 2011 (ANP, 2012).

3.3.1 Especificações do Biodiesel

Em virtude da atual importância do biodiesel na matriz energética brasileira e mundial,

a especificação do biodiesel para uso comercial é considerada uma etapa primordial para o

sucesso do desenvolvimento de programas de biodiesel no país (GONDIM, 2009). A

especificação do biodiesel destina-se a garantir a sua qualidade e é primordial para se ter um

produto adequado ao uso. A especificação brasileira é similar à europeia e americana, com

alguma flexibilização para atender às características de matérias-primas nacionais. Esta

especificação editada em portaria pela ANP é considerada adequada para evitar alguns

problemas, inclusive observados na Europa. A especificação europeia determina

expressamente o uso de metanol para produção de biodiesel. A especificação brasileira, como

a americana, não restringe o uso de álcool etílico. O ponto essencial é que a mistura de

biodiesel com diesel atenda a especificação do diesel, principalmente quanto às exigências do

sistema de injeção, do motor, do sistema de filtragem e de exaustão (BIODIESELBR, 2010).

Assegurar um combustível de qualidade sob qualquer situação, garantir os direitos dos

consumidores e preservar o meio ambiente são os focos principais na preocupação com as

especificações do biodiesel. Os parâmetros que definem a qualidade do biodiesel podem ser

divididos em dois grupos. Um grupo contendo as características gerais, as quais também são

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usadas para avaliação do óleo diesel mineral, e o outro descreve especificamente a

composição química e a pureza dos ésteres alquílicos de ácidos graxos (MITTELBACH,

1996).

Atualmente, o biodiesel produzido a partir de óleos vegetais ou de gorduras animais

deve atender às especificações estabelecidas pelo Regulamento Técnico da ANP Nº 7/2008.

Com isso, a determinação das características do biodiesel no Brasil é feita mediante o

emprego das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), das normas

internacionais American Society for Testing and Materials (ASTM), da International

Organization for Standardization (ISO) e do Comité Européen de Normalization (CEN). A

regulamentação dessas características é realizada pela ANP por meio do monitoramento.

As propriedades e os limites usados no controle de qualidade (especificação) do

Biodiesel no Brasil, conforme a Resolução Nº 7/2008 da ANP está presente no Anexo A.

Qualquer óleo vegetal pode ser utilizado como combustível para motores de ciclo diesel,

entretanto alguns óleos têm melhor desempenho em função de suas propriedades físico-

químicas.

3.4 MATÉRIAS-PRIMAS PARA A PRODUÇÃO DE BIODIESEL

3.4.1 Óleo Vegetal

Os óleos vegetais são produtos naturais constituídos por triglicérides ou triglicerídeos,

cujos ácidos graxos contêm de 8 a 24 átomos de carbono com diferentes graus de insaturação.

Conforme a espécie de planta oleaginosa, variações na composição química do óleo vegetal

são expressas por variações na relação molar entre os diferentes ácidos graxos presentes na

estrutura. Portanto, a análise da composição química dos ácidos graxos constitui o primeiro

procedimento para a avaliação preliminar da qualidade do óleo bruto e/ou de seus produtos de

transformação (RAMOS et al., 2000).

O Brasil é um país que por sua extensa área geográfica, o clima tropical e subtropical

favorece uma ampla diversidade de matérias-primas para a produção de biodiesel. Destacam-

se, dentre as principais matérias-primas cotejadas para o biodiesel, as seguintes oleaginosas: a

soja, o girassol, a mamona, o milho, o pinhão-manso, o caroço de algodão, a canola, o babaçu,

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o buriti, o dendê, a macaúba, o amendoim, dentre outras. São também consideradas matérias-

primas para biocombustíveis os óleos de descarte, gorduras animais e óleos já utilizados em

frituras de alimentos.

Como ilustrado no Mapa 1, cada oleaginosa dependendo da região na qual é cultivada

e segundo as condições de clima e de solo, apresenta características específicas na

produtividade por hectare e na percentagem de óleo obtida da amêndoa ou grão. A

produtividade obtida também está diretamente associada às condições de clima e do sol, às

tecnologias de cultivo, à qualidade de semente e às tecnologias de processamento praticadas.

Mapa 1 - Potencialidade brasileira para produção e consumo de combustíveis vegetais.

FONTE: CIÊNCIA/TECNOLOGIA, 2010.

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Ao longo dos últimos anos, a soja continua sendo o carro-chefe do programa brasileiro

de biodiesel. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

indicam que pelo menos quatro em cada cinco gotas de biodiesel produzido no país têm

origem no óleo de soja. Em posição minoritária, estão produtos como a gordura bovina e os

óleos de algodão e de palma ou dendê. Já girassol, canola e pinhão-manso possuem

participação irrisória na fabricação de biodiesel, mas especialistas alertam para o potencial

dessas culturas em um cenário de demanda crescente. Segundo a Agência Nacional do

Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP (2012), o boletim mensal de biodiesel

referente ao mês de abril de 2012, revela que a participação das três principais matérias-

primas foi: 77,35 % (soja), 16,11 % (gordura bovina) e 3,66 % (algodão), como mostrado no

Gráfico 4.

Gráfico 4 - Matérias-primas utilizadas para produção de biodiesel.

FONTE: ANP, 2012.

A diversificação das matérias-primas do biodiesel é de interesse do governo federal,

segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Isso seria positivo para integrar

um maior rol de agricultores ao programa, inclusive os familiares, além de reduzir os efeitos

dos humores do mercado internacional da soja sobre o custo final do biodiesel brasileiro.

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No período 2010 - 2030 predominará a utilização de matérias primas tradicionais,

como soja, girassol, canola e palma. Deverão ser intensificadas as parcerias público-privadas

voltadas para o desenvolvimento de matérias-primas alternativas. Na comparação dos mapas

tecnológicos – mundo e Brasil – constatou-se um relativo atraso do país em relação ao

exterior, o que exigirá ações básicas de apoio e incentivo a PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento

e Inovação) para a concretização das trajetórias preconizadas no mapa tecnológico da

oleoquímica no Brasil (QUÍMICA VERDE NO BRASIL, 2010). Em virtude da diversidade

de oleaginosas cultiváveis, abordaremos somente o óleo de girassol que é nossa oleaginosa de

estudo.

O girassol, nome botânico Helianthus, do grego Hélios, para Sol, e Annuus, para flor,

é a mais pura tradução de uma flor que gira procurando o sol a todo instante (Figura 2).

Planta que alcança até 3 metros de altura, e com espécies de flores de várias tonalidades de

cores, esta busca constante pela luz e calor vai produzir sementes cujo óleo é um dos mais

saudáveis para o consumo humano (CAMPESTRE, 2010). O girassol é originário da

América, entre o México e o Peru, tradicionalmente cultivada pelos povos indígenas para

alimentação. Foi rapidamente introduzida no continente europeu como planta ornamental,

porém a utilização alimentar do óleo da semente de girassol iniciou apenas no século XVIII.

Figura 2 – Flor de Girassol.

FONTE: TRANSFORMARSE, 2009.

Os maiores produtores mundiais de girassol são a Rússia, a Argentina e os Estados

Unidos. No Brasil, a produção de girassol e o consumo de óleo vêm crescendo

significativamente nos últimos anos. Atualmente a área de cultivo de girassol está estimada

em 9400 ha, sendo os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul os maiores

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produtores. A grande importância da cultura do girassol no mundo deve-se à excelente

qualidade do óleo comestível que se extrai de sua semente. É um cultivo econômico, rústico

que não requer maquinário especializado e apresenta melhor tolerância à seca do que o milho

ou o sorgo, a baixa incidência de pragas e doenças, além dos benefícios que o girassol

proporciona às culturas subsequentes são alguns dos fatores que vêm conquistando os

produtores brasileiros. Possui um ciclo vegetativo curto e se adapta perfeitamente a

condições de solo e clima pouco favoráveis. Para seu cultivo correto são necessários os

mesmos conhecimentos maquinários utilizados na cultura de milho, sorgo ou soja

(BIODEISELBR, 2010). Para o girassol que pode ser produzido em diversas regiões do

Brasil, existem iniciativas de extração de óleo por prensagem em pequena escala, para atender

demandas locais para produção de biodiesel.

Como todos os óleos vegetais, o óleo de girassol é essencialmente constituído por

triacilgliceróis (98 a 99 %). Tem um elevado teor em ácidos insaturados (em torno de 83 %),

mas um reduzido teor em ácido linolênico (≤ 0,2 %). O óleo de girassol é essencialmente rico

no ácido linoléico e oléico. As variações no seu teor são consequência não só da variedade,

mas também das diferenças climáticas durante o seu cultivo (NOVAENERGIA, 2010). A

composição dos ácidos graxos encontra-se na Tabela 2 (CAMPESTRE, 2010).

Tabela 2 - Composição de Ácidos Graxos do óleo de girassol. ÁCIDOS GRAXOS ESTRUTURA VALORES DE REFERÊNCIA* (%)

C<14 < 0,4 Ácido Mirístico C14:0 < 0,5 Ácido Palmítico C16:0 3,0 - 10,0

Ácido Palmitoleico C16:1 < 1,0 Ácido Esteárico C18:0 1,0 - 10,0

Ácido Oleico (Ômega 9) C18:1 14,0 - 35,0 Ácido Linoleico (Ômega 6) C18:2 55,0 - 75,0

Ácido Linolênico (Ômega 3) C18:3 < 0,3 Ácido Araquídico C20:0 < 1,5 Ácido Eicosenoico C20:1 < 0,5

Ácido Behênico C22:0 < 1,0 Ácido Erúcico C22:1 < 0,5

Ácido Lignocérico C24:0 < 0,5 Ácido Nervônico C24:1 < 0,5

*Valores de Referência da RDC Nº482, de 23/09/1999, da Agência Nacional da Vigilância Sanitária – ANVISA.

FONTE: CAMPESTRE, 2010.

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O óleo de girassol apresenta como constituinte majoritário da sua fração tocoferólica a

forma alfa-tocoferol, ao contrário da maioria dos óleos vegetais que têm a forma gama -

tocoferol. O alfa-tocoferol presente no óleo de girassol apresenta, a temperaturas elevadas,

menor atividade antioxidante do que o gama-tocoferol dos óleos em que é mais abundante.

Por outro lado, o óleo de girassol apresenta maior atividade em vitamina E (alfa-tocoferol tem

1,49 IU/ mg) do que os óleos onde predomina a forma gama-tocoferol (0,14 IU/ mg)

(CAMPESTRE, 2010).

Analisando o cenário nacional, constata-se que a cultura do girassol pode ser utilizada

como combustível, apresentando viabilidade técnico-ambiental, com o Governo Federal como

incentivador na utilização do biodiesel na matriz energética nacional. Segundo o pesquisador

da Embrapa César de Castro, depois da soja, o girassol é a commodity com mais potencial

para atender a demanda brasileira de biodiesel. Pelo fato do girassol agregar várias

características que atendem ao programa do governo e também à iniciativa privada. "O

girassol possui um elevado teor de óleo, é resistente à falta de água, tem alto grau de

adaptabilidade em praticamente todo o País e possui um custo de produção menor que outras

oleaginosas" (EMBRAPA, 2010).

3.5 PROCESSOS DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Existem cinco maneiras de obtenção do biodiesel a partir de óleos vegetais ou gordura

animal, seja em escala laboratorial ou industrial temos: misturas diretas de óleos vegetais e

diesel fóssil, técnicas de microemulsificações, pirólise, esterificação e a transesterificação

(FUKUDA et al., 2001).

Dentre estas, o processo de produção de biodiesel empregado mundialmente é a

transesterificação, também conhecida de alcoólise, como mostrada no Esquema 1, que

consiste na reação entre um álcool de cadeia curta, geralmente metanol ou etanol, com um

triglicerídeo, formando éster e glicerol. Um catalisador é geralmente usado para aumentar a

taxa conversão dos triglicerídeos para alquil éster da reação. Por se tratar de uma reação

reversível, um excesso de álcool é comumente usado com o intuito de deslocar o equilíbrio

para a formação dos produtos.

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Esquema 1 - Reação global de transesterificação.

FONTE: SCHUCHARDT et al., 2004.

A reação de transesterificação é composta por um mecanismo reacional de três reações

consecutivas e reversíveis, nas quais são formados diglicerídeos e monoglicerídeos como

intermediários, como ilustrada no Esquema 2. Inicialmente, é promovida a quebra da

molécula do triacilglicerídeo e convertida em diglicerídeo, depois em monoglicerídeo e,

finalmente, em glicerol, produzindo um mol de éster a cada etapa reacional e liberando a

glicerina como subproduto (CANDEIA, 2008; SUAREZ et al., 2007).

Esquema 2 - Etapas envolvidas na reação de transesterificação.

FONTE: SUAREZ et al., 2007.

As condições reacionais geralmente envolvem a reação entre tempo e a temperatura na

qual a reação se torna completa e reversível. Esta relação é o parâmetro mais crítico na

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obtenção do biodiesel, pelas dificuldades por contaminação por água, ácidos graxos e

impurezas no final da produção, tais como glicerina, metanol e sabão (GERPEN, 2005).

No Brasil, atualmente, a vantagem na utilização do etanol para a produção do

biodiesel está na grande oferta deste álcool em seu território. Desta forma, os custos

diferenciais de fretes, para o abastecimento de etanol e metanol, em certas situações, poderão

ser determinantes na escolha do álcool utilizado. Sob o ponto de vista ambiental, o uso do

etanol (obtido a partir de fontes renováveis) leva vantagem sobre o metanol (geralmente

obtido a partir do petróleo), no entanto é importante considerar que o metanol também pode

ser obtido a partir da biomassa (FREEDMAN et al., 1986; ZANETTE, 2010). A alcoólise

com metanol é o mais utilizado em todo o mundo para a produção de biodiesel, sendo

atualmente utilizado em 95 % da produção brasileira, devido ao seu baixo custo na maioria

dos países e às suas vantagens físicas e químicas (polaridade, álcool de cadeia mais curta que

reage rapidamente com o triacilglicerídeo acelerando a reação de transesterificação e dissolve

facilmente o catalisador básico) (MA; HANNA, 1999; MONTEIRO et al., 2005). Além disso,

permite a separação simultânea do glicerol. A mesma reação usando etanol é mais

complicada, pois requer um álcool anidro, bem como um óleo com baixo teor de água para

levar à separação do glicerol (SCHUCHARDT et al., 1998).

3.6 FATORES QUE INFLUENCIAM NA REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO

A transesterificação de óleos vegetais ou gordura animal é uma reação reversível, cuja

cinética é regida pelo princípio de Le Chatelier. Assim, a conversão da reação dependerá do

deslocamento do equilíbrio químico no sentido da formação dos produtos, que pode ser

afetada por vários fatores, os mais importantes são: presença de ácidos graxos livres,

umidade, tipo de álcool utilizado, razão molar de álcool/óleo, concentração e tipo de

catalisador, tempo e temperatura de reação (DEMIRBAS, 2008; CRABBE, 2001).

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3.6.1 Efeito da Umidade e dos Ácidos Graxos Livres

O teor de umidade e os ácidos graxos livres são parâmetros imprescindíveis na

determinação da viabilidade da reação de transesterificação de óleo vegetal na produção de

biodiesel. Para que seja realizada por completo a reação de transesterificação catalisada por

uma base, é necessário que o valor dos ácidos graxos livres seja inferior a 3%

(ALBUQUERQUE, 2008). Quanto maior a acidez do óleo vegetal utilizado na reação, menor

será a conversão esperada (MEHER et al., 2006).

Deve-se ser cauteloso com a qualidade das matérias-primas empregadas na alcoólise.

O triglicerídeo, por exemplo, deve ser anidro e apresentar baixo teor de acidez. Ao contrário,

os ácidos graxos livre interagem com o catalisador básico em excesso utilizado para

compensar a acidez, causando um aumento na viscosidade e favorecendo a formação de

sabão, o que dificulta a separação da glicerina após o termino e diminui a eficiência catalítica.

O catalisador empregado também deve manter-se anidro e ter cuidado com sua manipulação,

pois o contato prolongado do mesmo com o ar diminui sua efetividade devido a sua interação

com a umidade e com o dióxido de carbono do ar.

3.6.2 Tempo e Temperatura de Reação

Vários pesquisadores relatam que a conversão dos triglicerídeos para ésteres está

diretamente relacionada com o tempo de reação (HANNA; MA, 1999). Eles estudaram o

efeito do tempo na reação de transesterificação de sebo bovino com metanol. Verificaram que

no primeiro minuto a reação se mostrou muito lenta, entretanto após os cinco primeiro

minutos da reação, passou a realizar-se rapidamente, alcançando um valor máximo de

conversão em 15 minutos.

Segundo o modelo de Arrhenius, a constante da velocidade da reação é função da

temperatura de reação. Entretanto, se for dado tempo suficiente, a reação se processará por

completo à temperatura ambiente (PRASAD; SRIVASTAVA, 2000). Geralmente, a reação é

conduzida perto do ponto de ebulição do álcool (no caso do metanol a 65 ºC). Estudos

mostram que a transesterificação do óleo de soja refinado com metanol na proporção molar

(6:1) e usando 1 % de NaOH como catalisador, nas temperaturas de 60 ºC, 45 ºC e 32 ºC,

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obteve-se após 0,1 h, ésteres com 94 %, 87 % e 64 % de conversão, respectivamente.

Enquanto que após 1 h a conversão foi a mesma para as temperaturas de 60 ºC e 45 ºC e

levemente menor para 32 ºC (HANNA e MA , 1999).

3.6.3 Tipo de Álcool e sua Razão Molar com o Óleo Vegetal

Uma das variáveis mais importantes que afetam o rendimento dos ésteres é a razão

molar álcool/óleo vegetal (MA; HANNA, 1999; GERPEN, 2005; MEHER et al., 2006). A

estequiometria da reação requer três mols de álcool para um mol de triglicerídeos tendo como

produto três mols de ésteres alquílicos de ácidos graxos e um mol de glicerol (HANNA; MA,

1999). Entretanto, sabe-se que transesterificação é uma reação de equilíbrio e necessita de um

excesso de álcool para que seja favorecida à conversão de produtos. Segundo a literatura

(PRASAD; SRIVASTAVA, 2000), a razão molar (6:1) álcool/óleo é normalmente utilizada

em processos industriais para obter ésteres metílicos com rendimentos acima de 98 %,

enquanto que para proporções maiores de álcool/óleo, o álcool e glicerol formados difundem-

se no biodiesel dificultando a sua separação.

O processo catalisado por base ou ácido na formação de ésteres etílicos é mais lento

do que a formação dos ésteres metílicos. Isto ocorre devido à formação de uma emulsão

estável durante a etanólise. Ambos, metanol e etanol apresentam baixa miscibilidade com as

moléculas de triglicerídeo sob temperatura ambiente e, por isso, se faz necessário o uso de

agitação (geralmente mecânica) para aumentar o processo de transferência de massa (NAIK et

al., 2004). Durante a reação, emulsões geralmente são formadas e, no caso da metanólise, as

emulsões rapidamente se quebram para formar uma camada inferior rica em glicerol e outra

camada superior rica em ésteres metílicos. Na etanólise, essas emulsões são mais estáveis e a

purificação e separação dos ésteres são um pouco mais complicadas. Essas emulsões podem

ser atribuídas à formação de intermediários de mono e diglicerídeos que apresentam grupos

polares (devido aos grupos hidroxila) e apolares (devido à cadeia carbônica do ácido graxo)

(NAIK et al., 2004).

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3.6.4 Tipo de Catalisadores

A reação de transesterificação pode ser realizada por catalisadores homogêneos

(ácidos e/ou básicos), enzimas e catalisadores heterogêneos (ácidos e/ou básicos), sendo a

catálise homogênea o processo mais comumente empregado em escala industrial. Os

catalisadores homogêneos mais utilizados para este fim são básicos, ácidos e enzimáticos.

3.6.4.1. Catalisadores Homogêneos Básicos

A transesterificação via catálise homogênea básica é o processo mais usado em escala

industrial, pois a reação de transesterificação procede de forma mais rápida e menos corrosiva

que a catalisada por um ácido. Geralmente, os catalisadores usados são alcóxidos de metais

alcalinos e hidróxidos de sódio ou potássio. Os alcóxidos de metais alcalinos são catalisadores

mais efetivos, porém, a baixa sensibilidade à umidade e o menor custo dos hidróxidos

correspondentes faz destes os preferidos em transesterificações em larga escala industrial

(SCHUCHARDT et al., 1998). Estas bases de Brönsted-Lowry produzem o íon alcóxido in

situ, que é responsável pelo ataque nucleofílico à carbonila do acilglicerol. As quantidades

usualmente empregadas em processos industriais variam de 1 e 2 %, dependendo da matéria-

prima. Apesar de que a transesterificação usando catalisadores alcalinos alcance altos níveis

de conversão em espaços curtos de tempo, alguns problemas são inerentes a este tipo de

catalisador (NAIK et al., 2004). A recuperação do glicerol se torna dificultada devido a

emulsões formadas, pois se a mistura usada álcool/óleo tiver alguma umidade, ou mesmo um

pouco de água, que é produzida pela reação do hidróxido com álcool, leva consequentemente

à formação de sabão, que é indesejável reduzindo o rendimento de ésteres (SCHUCHARDT

et al., 1998).

No Esquema 3 mostra o mecanismo da reação de transesterificação de triglicerídeos

em meio alcalino. A primeira etapa é a reação da base com o álcool, produzindo um alcóxido

(fase ativa) e o catalisador protonado. Em seguida ocorre o ataque nucleofílico do alcóxido ao

grupo carbonila da molécula de triglicerídeo, gerando um intermediário tetraédrico (etapa 2)

que, posteriormente, se rearranja, regenerando o catalisador e formando a molécula de éster

do álcool juntamente com uma molécula de diglicerídeo (etapa 3). Após desprotonar o

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catalisador (etapa 4), este está agora pronto para reagir com uma molécula de álcool,

iniciando novamente o ciclo catalítico. Diglicerídeos e monoglicerídeos são convertidos pelos

mesmos mecanismos formando uma mistura de alquil ésteres e glicerol (MA; HANNA, 1999;

SCHUCHARDT et al., 2004).

Esquema 3 - Mecanismos da reação de transesterificação de triglicerídeos em meio alcalino.

FONTE: LEE et al., 2009.

3.6.4.2 Catalisadores Homogêneos Ácidos

Ácidos de Brönsted-Lowry também podem ser utilizados como catalisadores,

preferencialmente por ácidos sulfônicos e sulfúricos (SCHUCHARDT et al., 2004) na reação

de transesterificação. Esses catalisadores fornecem alto rendimento em monoésteres

alquílicos, mas a reação é lenta (cerca de 4000 vezes mais lenta do que a catálise básica),

exige altas temperaturas (temperaturas maiores do que 100 ºC), elevadas razões molares, mais

de 2 h para conversão completa e sem contar que a recuperação do glicerol se torna

dificultada (LOTERO et al., 2005). Por exemplo, Canacki e Gerpen (1999) obtiveram

rendimentos da ordem de 98,4 % em ésteres etílicos utilizando razão molar álcool: óleo de

30:1 e 3 % em massa de ácido sulfúrico como catalisador. A mistura de reação permaneceu

em refluxo a 60 °C por 48 h. Outra desvantagem é que a reação é muito sensível ao teor de

água presente no sistema de reação.

Muito embora o processo para produção do biodiesel em meio ácido exija condições

mais energéticas e maiores excessos de álcool em relação ao processo em meio alcalino, para

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óleos que possuem teores de ácidos graxos livres superiores a 1 % (por exemplo, óleos usados

em frituras), o emprego de ácidos de Brönsted-Lowry como catalisadores pode trazer

vantagens (CANACKI; GERPEN, 1999). A grande vantagem é que o catalisador ácido não é

fortemente afetado pelos ácidos graxos livres, não sendo necessária uma etapa de eliminação

dos ácidos graxos. E ainda, a catálise ácida é útil tanto na esterificação quanto na

transesterificação, sendo indicada quando existem pequenos traços de água no meio reacional.

Por outro lado, os resíduos de catalisadores ácidos podem trazer problemas para o motor,

atacando as partes metálicas e, por isso, devem ser sempre eliminados completamente.

O mecanismo do processo de transesterificação de triglicerídeos catalisada por ácido

está esquematicamente apresentado no Esquema 4. Primeiramente, é a protonação do

oxigênio da carbonila. Esta protonação faz com que o carbono da carbonila apresente um

aumento no seu caráter eletrofílico, formando um carbocátion. Este carbocátion sofre um

ataque nucleofílico de uma molécula do álcool, formando um intermediário tetraédrico. Em

seguida, a molécula se rearranja produzindo a molécula de éster do álcool mais a molécula de

diglicerídeo. O processo ocorrerá até a formação de três moléculas éster mais uma molécula

de glicerol.

Esquema 4 - Mecanismos da reação de transesterificação de triglicerídeos em meio ácido.

*R= Cadeia Carbônica do álcool e R1, R2 e R3 = Cadeia Carbônica do ácido graxo da Molécula de Triglicerídeo.

FONTE: PIETRE, 2006.

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3.6.4.3 Enzimas

Ambas as enzimas extracelular e intracelular são úteis para catalisar as reações de

transesterificação de triglicerídeos ou em soluções aquosas ou não aquosas. Alguns problemas

observados na catálise ácida e básica como, dificuldade na separação do glicerol; remoção do

catalisador ácido ou básico após a reação; o óleo tem que estar livre de ácidos graxos e o

catalisador livre de umidade na catálise alcalina, verifica-se que no processo enzimático esses

problemas podem ser facilmente suportados. Em particular, o glicerol formado é facilmente

separado, e os ácidos graxos livres são facilmente convertidos em ésteres derivados do álcool

(FUKUDA et al., 2001). Em contrapartida, o custo de produção dessas enzimas é bem maior

do que um catalisador alcalino, e o tempo necessário para se completar a reação é

relativamente alto (maior do que 3 h).

Os processos catalisados por enzimas do tipo lípases são muito úteis, pois dão bons

rendimentos, são razoavelmente estáveis e, geralmente, toleram reagentes orgânicos. As

lípases apresentam grande eficiência na transesterificação tanto com álcoois de cadeia curta

quanto de cadeia ramificada (FUKUDA et al., 2001). Lípase do tipo M. miehei foi a mais

eficiente na conversão de triglicerídeos com álcoois de cadeia curta (95-98 % de conversão),

enquanto que a C. Antarctica foi a mais eficiente para a transesterificação com álcoois

secundários originando ésteres alquílicos ramificados (61-84 % de conversão).

Na literatura pode-se ainda encontrar relatos de trabalhos utilizando enzimas como

catalisadores heterogêneos para a reação de produção de biodiesel via metanólise (FUKUDA

et al., 2001).

3.6.4.4 Catalisadores Heterogêneos

Trabalhos recentes vêm propondo o uso de catalisadores heterogêneos, especialmente

catalisadores sólidos básicos, (GRYGLEWICZ, 1999; LIU et al., 2008; JITPUTTI et al.,

2006; SASIDHARAN; KUMAR, 2004; AYHAN, 2007; ALBURQUERQUE et al., 2008)

como alternativa potencialmente capaz de melhorar os métodos de síntese de biodiesel,

eliminando os custos adicionais do processo associados à purificação dos monoésteres

alquílicos, a reutilização do catalisador sólido e minimização na geração de resíduos, etapas

necessárias na catálise homogênea. Além disso, facilitam consideravelmente a recuperação e

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purificação da glicerina que é produzida na alcoólise. Atualmente, a procura por catalisadores

sólidos que possam vir a substituir os catalisadores homogêneos ácidos e básicos utilizados na

reação de transesterificação, vem sendo o objetivo de muitas pesquisas na área da catalise

(CORMA; IBORA, 2006).

Dentre as vantagens do processo catalítico heterogêneo, podem ser citadas:

• Não há a produção de emulsões de glicerina na fase orgânica;

• Pode se eliminar as etapas de lavagem do biodiesel para a separação da glicerina e do

catalisador;

• A possibilidade de utilização de matérias primas de menor qualidade e

consequentemente de menor custo;

• Reutilização do catalisador sólido no processo.

A principal limitação encontrada nos catalisadores heterogêneos é que estes não se

apresentam tão ativos quanto os homogêneos e em geral, necessitam de condições

operacionais mais intensificadas, tais como: aumento na temperatura de reação, na quantidade

de catalisador, na razão molar álcool: óleo e tempos de reação maiores para alcançar valores

de conversão similares aos obtidos no processo homogêneo (BRAY, 2004; LEE et al., 2009).

A seguir, apresentaremos um levantamento sobre vários catalisadores heterogêneos

que têm sido empregados em reações de transesterificação de óleos vegetais e gordura animal.

3.7 ESTUDOS SOBRE O USO DE CATALISADORES HETEROGÊNEOS NA REAÇÃO

DE TRANSESTERIFICAÇÃO

De forma geral, os catalisadores heterogêneos podem ser utilizados puros ou

suportados sobre uma matriz catalítica. O processo de impregnação da fase ativamente

catalítica sobre a superfície da matriz é usualmente baseada na utilização de uma fase líquida

(gel ou solução) contendo uma fase sólida, previamente sintetizada, dispersa no meio

reacional.

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Os catalisadores suportados consistem de uma fase ativa e uma fase inerte ao processo

catalítico, sendo a última um material quimicamente e termicamente estável, como a alumina.

Este suporte, ou fase inerte, permite que a fase ativa exista como nanopartículas que são

resistentes à sinterização (ANJOS et al., 2004).

O processamento de catalisadores suportados em superfícies ativas pode levar,

frequentemente, ao surgimento de diferentes tipos de reações químicas decorrentes das

interações entre os sítios ativos e o suporte do catalisador. A quantidade relativa dos sítios de

Brönsted ou Lewis e suas características ácido/base estão relacionadas com a natureza dos

óxidos e grau de hidratação superficial. A superfície de óxidos inorgânicos pode,

consequentemente, ser representada como um ligante multidentado. Este dualismo da

superfície reativa pode ser interpretado como inerente à elevada atividade, reconhecido como

uma característica determinante nas propriedades de um suporte catalítico (FIGUEIREDO;

RIBEIRO, 1989).

Muitas classes de compostos químicos têm sido testadas como catalisadores

heterogêneos para produção de biodiesel, tanto pelo processo de esterificação como por

transesterificação. Entre estes estão as zeólitas, zircônia sulfatadas, resinas de troca iônica,

óxidos inorgânicos, guanidinas, complexos, hidrotalcitas, óxidos básicos, materiais

mesoporosos com alta área específica e argilas também.

Shu et al. (2007) utilizaram zeólita β modificada com íon La3+, pelo método de troca

iônica, como catalisador heterogêneo para a transesterificação metílica do óleo de soja.

Obteve um rendimento de 48,9 % utilizando razão molar metanol: óleo de 14,5: 1 com 11 %

de catalisador em relação à massa de óleo e 4 h de reação. Outra observação importante foi

que zeólita β modificada com íon La3+ mostrou conversões mais elevadas e maior estabilidade

da zeólita β que está correlacionada com a maior quantidade de sítios ácidos de Brönsted.

Outro fator relevante para a resposta catalítica de zeólitas em reações de alcoólise é o

diâmetro de seus poros. Segundo Schuchardt e colaboradores (1998), o diâmetro dos poros de

zeólitas do tipo HY é muito pequeno para permitir a difusão interna de triacilglicerois,

fazendo com que o fenômeno ocorra majoritariamente na sua superfície. Como o diâmetro de

poros de zeólitas Hβ é ainda menor que os de zeólitas HY, a acessibilidade do substrato aos

sítios catalíticos distribuídos internamente em sua estrutura também é limitada e a

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42

 

modificação química mencionada acima não parece ter sido suficiente para compensar tal

limitação difusional (IZA, 2010).

Os sítios básicos das zeólitas estão relacionados com a ponte Si(OH)Al e a permuta de

hidrogênios por metais alcalinos e/ou alcalino-terrosos é o que torna o sítio básico disponível.

Desta forma, a impregnação de óxidos de metais alcalinos e alcalino-terrosos, mediante o uso

dos óxidos correspondentes, tem sido utilizada como estratégia para intensificar a força de

seus sítios catalíticos básicos. Suppes et al. (2004) utilizaram zeólitas básicas na

transesterificação de óleo de soja refinado com metanol utilizando razão molar de álcool: óleo

de 6:1. As zeólitas NaX e ETS-10 proporcionaram rendimentos superiores a 90 % em

temperaturas de 150 °C e 120 °C após 24 h de reação. A 100 °C, a zeólita ETS-10 promoveu

uma conversão de 92 % em 3 h.

Sunita et al. (2008) avaliaram zircônia (ZrO2) suportada em isopoli- e heteropoli-

tungstato como catalisadores heterogêneos para a transesterificação metílica do óleo de

girassol. A ZrO2 suportada com isopoli-tungstato mostrou atividade catalítica superior à

suportada com heteropoli-tungstato. Quando a reação foi conduzida a 200 °C, com razão

molar metanol: óleo de 15:1 e 15 % de catalisador WO3/ZrO2 calcinado a 750 °C, o

rendimento foi da ordem de 97 %.

Furuta et al. (2004) reportaram o uso de zircônia-alumina dopada com tungstênio

(WZA), óxido de estanho sulfatado (STO) e zircônia sulfatada sobre alumina (SZA) na

metanólise do óleo de soja, porém, sob temperaturas superiores a 250 ºC e tempo reacional de

20 horas. As conversões obtidas foram de 90 % com WZA, 75 % com STO e 67 %

utilizando-se SZA.

Dos Reis et al. (2005) investigaram a preparação de biodiesel a partir de óleos vegetais

usando sulfônico resinas de troca iônica de polímeros comercialmente disponíveis.

Amberlyst-15 apresentaram os melhores desempenhos entre as resinas comerciais

investigadas. Notadamente, esses sistemas apresentaram melhor atividade que catalisadores

homogêneos.

Marciniuk (2007) submeteu a uma patente diversos catalisadores a base de fósforo e

metais trivalentes que se mostraram altamente ativos na etanólise e na metanólise de óleos

vegetais, bem como na esterificação de ácidos graxos livres, com conversões superiores a 95

%. Estes catalisadores não desativam na presença de água e podem ser reutilizados. Porém, a

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perda de atividade catalítica a partir da terceira reutilização indicou a lixiviação de grupos

fosfato.

Soldi (2006) testou catalisadores poliméricos, obtidos a partir da sulfonação do

poliestireno linear, na alcoólise dos óleos de soja, milho e sebo bovino. Na etanólise do óleo

de soja (acidez de 0,1 mg KOH/g de amostra), sob razão molar álcool:óleo de 100:1 e 20 mol

% de catalisador, foram obtidas conversões de 85 %, enquanto que, com metanol, nas mesmas

condições de reação, conversões de 94 % foram atingidas. A etanólise do óleo de milho bruto

(acidez de 1,3 mg KOH/g de amostra) forneceu conversões de 75 % e, ao se empregar sebo

bovino (acidez de 53 mg de KOH/g de amostra), o percentual de conversão decresceu para 70

%.

Xie e Li (2006), nos seus trabalhos, utilizaram como catalisador sólido o iodeto de

potássio suportado em alumina. Após introduzir 35 wt % de KI na alumina, seguido de uma

temperatura de calcinação de 773 K durante 3 h, obtiveram como resultados uma grande

basicidade e uma excelente atividade da reação. Considerando 8 h de reação e uma razão

molar metanol: óleo de 15:1, os autores obtiveram uma conversão de 96 %.

Bases orgânicas nitrogenadas fortes (guanidinas e biguanidinas) também foram

estudadas como catalisadores, tanto dissolvidas em metanol, quanto imobilizadas sobre

poliestireno (GELHARD et al., 2000). Em ambos os casos, os catalisadores mostraram boa

atividade catalítica em reações de transesterificação de óleos vegetais, apresentando

conversões superiores a 90 % após 15 min de reação. Além disso, foi observado ainda que

esses catalisadores podem ser utilizados até 15 vezes sem alterações significativas na sua

eficiência.

Com a crescente pesquisa por catalisadores heterogêneos que possam ser aplicados em

reações de transesterificação, mencionado anteriormente, diversos autores vêm estudando a

aplicação de óxidos metálicos em substituição à reação homogênea. Pelo fato dos óxidos

metálicos possuírem em na sua estrutura um íon metálico positivo (cátion) que atua ácido de

Lewis e um íon de oxigênio negativo (ânion) que atua base de Brönsted.

As propriedades estruturais dos materiais sintetizados dependem das condições

experimentais empregadas na obtenção dos óxidos metálicos, seja para a aplicação destes

como catalisadores ou como suportes.

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O uso de óxidos alcalinos terrosos como catalisadores heterogêneos em reação de

transesterificação tem sido foco de muitas pesquisas. Di Serio et al. (2006) publicaram um

estudo a respeito do uso de MgO e hidrotalcitas calcinadas em reações de transesterificação

de óleo de soja com metanol. Neste estudo, os autores concluíram que existe uma correlação

entre os resultados catalíticos, a basicidade e as características texturais dos catalisadores, as

quais dependem do tipo de precursor e do método de preparação. Estes catalisadores, quando

postos em contato com o ar, encontram-se carbonatados e este carbonato é inerte na reação de

transesterificação de triglicerídeos. A forte basicidade destes óxidos alcalinos e alcalinos

terrosos só aparece após o tratamento térmico em alta temperatura, com a obtenção do óxido

metálico correspondente (HATTORI, 1995). Trabalhos na literatura afirmam ainda que os

óxidos mistos CaO-MgO exibem uma maior força básica que o MgO puro (OMATA et al.,

1990).

O emprego de diferentes óxidos metálicos em reação de transesterificação também é

reportado na literatura por diversos autores (CANTRELL et al., 2005; REDDY et al., 2006;

SUPPES et al., 2004; CLIMENT et al., 2004; ALBURQUERQUE et al., 2008a ). O uso de

óxidos metálicos nanocristalinos tais como, CaO, MgO, ZnO, Al2O3, TiO2, CeO2 em reações

de produção de biodiesel a partir de óleo de soja e metanol foi estudado e verificado uma

conversão de 99 % para o CaO independente da área superficial (REDDY et al., 2006), sendo

observada a desativação deste catalisador após sete ciclos de reação. Dentre os demais óxidos,

o único que também mostrou atividade foi o MgO, mas com apenas 6 % de conversão. Outro

estudo envolvendo o CaO revelou que a força básica do CaO é suficiente para transesterificar

óleos vegetais obtendo 93% de conversão (ALBURQUERQUE et al., 2008a), entretanto foi

preciso a adição de agentes descalcificantes para eliminar o CaO lixiviado no meio reacional.

Bancquart et al. (2001) compararam a atividade dos catalisadores básicos de óxidos

metálicos simples, La2O3, MgO, CaO, e ZnO, na transesterificação de glicerol com ácidos

graxos de metil ésteres a 220 °C. Os autores concluíram que a taxas de reação de óxidos

metálicos simples dependem diretamente da basicidade do óxido, especialmente dos sítios

básicos fortes. Portanto, a ordem de atividade, seguida do intrínseco da basicidade dos óxidos:

La2O3 > MgO >> CeO2 = ZnO.

Yan et al. (2009) estudaram a combinação dos óxidos básicos CaO com La2O3, e

determinaram as propriedades de basicidade desses catalisadores, utilizando o método de

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Hammett. Verificaram que os óxidos metálicos binários apresentam uma maior força básica,

melhor distribuição dos sítios básicos e maior reatividade do que os catalisadores CaO e

La2O3, individualmente. Observaram que o uso dos catalisadores de óxidos binários com uma

relação molar 3:1 de Ca: La, obtiveram um rendimento do FAME de 94,3 % durante 1 h de

reação na temperatura de 58 °C.

O óxido de zinco foi utilizado como catalisador da metanólise do óleo de Pongamia

pinnata (SCHUCHARDT et al., 1998). O melhor resultado obtido foi de 83 % quando as

condições corresponderam a uma RM de 10:1, 10 % de catalisador e aquecimento a 120 ºC

por 24 h de reação. Materiais obtidos da coprecipitação de alumina e óxidos de estanho e

zinco foram utilizados como sistemas catalíticos para alcoólise de óleos vegetais. Macedo et

al. (2006) preparam catalisadores, Al2O3-SnO e Al2O3-ZnO, e avaliaram sua eficiência na

transesterificação do óleo de soja para obtenção de biodiesel. O uso desses catalisadores,

apresentaram rendimentos na cerca de 80 %, após de 4 h a 60 °C utilizando 5 % em peso de

catalisador. Outra observação relevante é que o rendimento diminuiu para 28,3 %, quando o

metanol foi substituído pelo etanol, e diminuiu somente uma pequena percentagem quando o

comprimento da cadeia do álcool foi aumentado ou quando foi usado um álcool ramificado.

Esses resultados foram atribuídos pelos efeitos estéricos sobre a atividade catalítica destes

catalisadores mistos.

Alguns trabalhos referentes à base de combinações do CaO como CaO.MgO

(ALBUQUERQUE et al., 2008b); CaO.CeO2 (KAWASHIMA et al., 2008); CaO.ZnO

(NGAMCHARUSSRIVICHAI et al., 2008); CaO suportado em sílica mesoporosa

(ALBUQUERQUE et al., 2008a), não mencionam sequer a possibilidade de perda de

atividade catalítica por lixiviação ou em função de uma possível reação com ácidos graxos

livres que possam estar presentes. É possível que as características desses catalisadores sejam

diferentes em função da mudança estrutural ao combinar CaO com óxidos de outros metais,

podendo resultar em catalisadores totalmente heterogêneos. Porém, estabelecer com 100 % de

certeza a influência desses fatores é ainda uma necessidade, devendo-se levar em conta que

segundo Granados et al. (2007), a reação catalítica empregando CaO ativado em metanol é o

resultado de uma contribuição de mecanismos heterogêneo e também homogêneo.

Cantrell et al. (2005) estudaram a atividade de óxidos mistos do tipo Mg-Al

preparados por meio de calcinação de hidrotalcitas (óxidos laminares duplos) correspondentes

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em reação de transesterificação de tributirato de glicerilo com metanol. Neste estudo foi

observado uma conversão máxima de 75 % para o catalisador com relação molar Mg: Al de

4:1. Entretanto, o magnésio puro apresentou apenas 11 % de conversão nas mesmas condições

de reação. Outro estudo semelhante encontrado na literatura (XIE et al., 2006), em que as

relações molares das hidrotalcitas Mg: Al variaram entre 2,0 e 4,0. Neste estudo o catalisador

com relação molar 3:1 apresentou uma conversão de 67 % do óleo de soja em metanol após

de 9h de reação. Estes autores concluíram que existe uma relação entre a basicidade de

Hammett e a atividade catalítica na transesterificação. Climent et al. (2004) também sintetizou

óxidos mistos derivados de hidrotalcitas Mg-Al, controlando o tamanho do cristal e a área

superficial com o objetivo de aumentar a atividade catalítica nas reações de transesterificação.

Corma et al. (2005) utilizaram HDLs na transesterificação do oleato de metila como

glicerol. Os HDLs foram ativados na mufla em fluxo de N2 a 450 °C, com taxa de

aquecimento de 2 °C. min-1 durante 8 h. Os óxidos assim obtidos foram reidratados sob

temperatura ambiente e fluxo N2 livre da presença de CO2. Os resultados mostraram que os

HDL do sistema Li/Al apresentam melhores resultados que MgO ou os do sistema Mg/Al

devido a formação de sítios básicos de Lewis mais fortes.

Óxidos estruturados oriundos da calcinação de HDLs dos sistemas Mg/Al e Zn/Al

foram utilizados, paralelamente ao MgO, ZnO e Al2O3, como catalisadores em reações de

transesterificação metílica do óleo de soja (ANTUNES; VELOSO; HENRIQUES, 2008). A

calcinação foi realizada a 450 ºC por 12 h, com taxa de aquecimento de 1 ºC. min-1 e os

experimentos foram conduzidos nas temperaturas de 70, 100 e 130 ºC, sendo que, em todos os

casos, melhores resultados foram obtidos em temperaturas mais elevadas. Na temperatura de

130 ºC, os rendimentos obtidos foram de 80 % com o MgO, 70 % com óxidos estruturados

derivados de HDLs do sistema Mg/Al, 63 % com óxidos derivados de HDLs do sistema

Zn/Al, 30 % com ZnO e 11 % com Al2O3, quando as reações foram conduzidas por 7 h com

razão molar de 55:1 metanol: óleo e 5 % de catalisador.

Outros óxidos foram também testados como catalisadores para a alcoólise de

triglicerídeos. Por exemplo, foi mostrado que com o óxido de estanho (SnO), em uma reação

conduzida a 80 °C, foram obtidas conversões de 56 % em 1 h e de 94,7 % em 3 h de reação

(ABREU et al., 2005). Os autores afirmam ainda que não foi verificada qualquer formação de

emulsão, ocorrendo uma fácil separação dos produtos no final da reação, sendo possível

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recuperar o sólido por filtração e reutilizá-lo mais três vezes, sob as mesmas condições

reacionais, conservando-se a atividade catalítica. O óxido de zinco (ZnO) foi também testado,

apresentando rendimentos reacionais de até 80 % em 24 h de reação a 120 °C (SUPPES et al.,

2004).

Cordeiro et al. (2008), utilizaram hidroxinitrato de zinco, um composto lamelar da

família dos hidroxissais, em reações de esterificação metílica e etílica do ácido láurico e na

transesterificação metílica do óleo de palma refinado em reator pressurizado. Conversões de

97,4 % do ácido láurico em ésteres metílicos foram obtidas empregando-se razão molar

metanol: ácido de 4:1, 4 % de catalisador em relação à massa de ácido a 140 ºC por 2 horas.

Quando se empregou etanol nas condições de razão molar etanol: ácido de 6:1, 2 % de

catalisador a 140 ºC por 2 horas, no qual obteve conversões em ésteres etílicos de 77,2 %,

sendo observada, após as reações, a mudança estrutural do catalisador a laurato de zinco, ao

qual foi atribuída a atividade catalítica. A metanólise do óleo de palma também foi realizada

com este mesmo catalisador, nas condições de razão molar metanol: óleo de 48:1, 150 ºC, 5 %

de catalisador em relação à massa de óleo por 2 horas, tendo sido obtida uma conversão em

ésteres metílicos de 95,7 % e uma glicerina bruta com grau de pureza de 93 %.

Outros compostos lamelares da família dos hidróxidos duplos lamelares têm sido

utilizados como catalisadores heterogêneos. Como exemplo, podem ser citados os

catalisadores em reações de esterificação: (a) ZnAl-GeW11; (b) ZnAl-GeW11Ni; (c) ZnAl-

GeW11U; (d) ZnAl-NO3; (e) K8GeW11O39 e (f) ZnAl-XW11Co (X = Ge4+, B3+ e Co2+)

(SMART; MOORE, 1995).

Monteiro e Cruz (2004) estudaram misturas de óxidos, entre elas: ZrO2-SiO2,

KOH/ZrO2-SiO2, Co2O3-SiO2, Mo2O5-SiO2, Na2O-SiO2, La2O3 (10 %)-MCM-41, MgO (10

%)-MCM-41, BaO (10 %)-MCM-41, CaO e MgO. Nas condições reacionais de 8 horas a 70

°C e uma razão em massa de 4,5:6,0:0,3 de metanol, óleo de soja e catalisador,

respectivamente, as melhores conversões em ésteres foram de 81 % com La2O3 (10 %)-MCM-

41, de 76 % com Na2O-SiO2 e de 67 % com CaO.

Uma das maneiras de minimizar o processo de lixiviação dos óxidos no meio reacional

é usando um suporte catalítico. Dentre os suportes inorgânicos mais empregados na última

década, se encontram as peneiras moleculares mesoporosas, devido apresentar excelentes

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propriedades texturais, no qual tem permitido o desenvolvimento de novos catalisadores com

fases ativas bem dispersas.

Lima (2008) estudou a transesterificação etílica (óleo/etanol 1:9) da mistura dos óleos

de algodão e milho por catálise básica com 2 % de MCM-41 e 1 % Mo/MCM-41, fazendo uso

de dois sistemas: um com sistema de vidraria em refluxo a 70 ºC por 5 h, e outro num reator

PAAR 4842 a 150 ºC por 2 h. Em ambos os sistemas reacionais, não houve conversão em

ésteres etílicos, porém os teores de mono e diglicerídeos foram a crescidos quando utilizado

1-2 % Mo/MCM-41.

Albuquerque et al. (2008a) estudaram sílicas mesoporosas (SBA-15 e MCM-41)

suportadas com CaO. Eles relataram que a SBA-15 apresentou maior estabilidade térmica

quando comparada com o MCM-41 e a interação entre o CaO e a sílica é forte o suficiente

para evitar a lixiviação da fase ativa no metanol. O catalisador mais ativo, CaO/SBA-15 14 %

em peso, mostrou uma conversão de 95 %, após 5 h para a transesterificação de óleo de

girassol em 60 ºC e com uma razão molar 12:1 metanol / óleo. Os autores estimaram que a

atividade catalítica do CaO/SBA-15 foi melhor do que o catalisador homogêneo, NaOH,

quando a atividade catalítica foi expressa por grama de fase ativa (CaO, NaOH).

Georgogianni et al. (2009) estudaram a metanólise do óleo canola com o catalisador

básico Mg/MCM-41 a 1 %, numa alta razão molar álcool/óleo de 275:1, utilizando um reator

de vidro com refluxo a 60 ºC e agitação mecânica de 600 rpm por 24 h ou via ultrassônica por

5 h. Esse estudo apresentou resultados com 85 e 89 % em FAME, respectivamente,

mostrando que o magnésio suportado na MCM-41 apresenta bons resultados nas condições

utilizadas, embora se faça necessário uma quantidade extremamente elevada de metanol, o

que representaria um alto custo numa produção industrial para obtenção do biodiesel e

recuperação do álcool, além da necessidade de uma grande infraestrutura adequada à reação.

Em relação à catálise ácida com o Al-MCM-41, encontramos na literatura apenas

trabalhos focados na obtenção de biodiesel pela reação de esterificação. Pietre (2006)

sintetizou o Al-MCM-41 com razão molar Si/Al de 20, onde sob condições de refluxo a uma

temperatura de 65 ºC, com 1,5 % do catalisador e razão molar óleo/álcool de 1:75, observou o

rendimento em ésteres metílicos do ácido oleico por RMN 1H, obtendo 10 % em FAME.

Carmo et al. (2008), analisaram a influência da razão Si/Al (8, 16 e 32) dos

catalisadores de Al-MCM-41 na esterificação do ácido palmítico com metanol, etanol e

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isopropanol, utilizando 0,6 % de catalisador e uma razão óleo/álcool de 1:60, num reator

PAAR 4853 a 130 ºC por 2 h sob agitação de 500 rpm. Neste estudo, os catalisadores

apresentaram maiores conversões para o metanol, etanol e isopropanol, respectivamente. Em

relação a razão Si/Al, foram observados os melhores rendimentos quando aumentado o teor

de alumínio no material, ou seja, para menores valores de Si/Al. Deste modo, o catalisador

Al- MCM-41 (Si/Al = 8) se mostrou como o mais ativo com valores de conversão em 79 %,

67 % e 59 % utilizando metanol, etanol, e isopropanol, respectivamente.

Cruz e colaboradores (2011) mostraram que os catalisadores de níquel e platina

suportados em sílica mesoporosa, SBA-15 e SBA-16, apresentaram sucesso na síntese de

biodiesel através da transesterificação de óleo de canola via catálise ácida. Todos os

catalisadores heterogêneos obtiveram conversões acima de 70 %. No entanto, os catalisadores

suportados em mesoporosa SBA-15 foram mais ativos do que os catalisadores suportados em

SBA-16, com SBA-15Ni 2,5 % em peso, no qual teve o melhor rendimento de biodiesel (89

%).

Galvão et al. (2012) verificaram que o catalisador KI/SBA-15 apresentou melhor

atividade catalítica na reação de transesterificação de óleo de girassol do que o KI/MCM-41.

Isto pode ser devido à formação de espécies ativas de K2O, oriundas da decomposição térmica

do KI, observada nos difratogramas de raios-X, bem como através da basicidade, cujo valor

foi maior para KI/SBA-15 do que para KI/MCM-41. Portanto, a interação sal-suporte, nessas

condições, resultou na geração de sítios básicos na superfície. Quanto à reação de

transesterificação, 2 % do catalisador KI/SBA-15 às 8 h apresentou melhor resultado na

conversão de triglicerídeos em ésteres metílicos, de 96,5 % de ésteres.

Na Tabela 3, temos os principais trabalhos exposto nesta seção, na forma resumida,

referente aos catalisadores heterogêneos encontrado na literatura. Com a finalidade de

compararmos sua atividade catalítica, apesar das diversas condições operacionais propostas.

Na maioria dos estudos encontrados na literatura, a conversão de triglicerídeos em ésteres

metílicos obtidos está relacionada com a atividade catalítica do catalisador e com as condições

operacionais. Foram observados alguns catalisadores sólidos sofre o processo de lixiviação no

meio reacional, como exemplo CaO.

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  Tabela 3 - Sumário dos catalisadores heterogêneos para a produção de biodiesel.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

3.8 MATERIAIS MESOPOROSOS

Com a demanda no processamento de moléculas que possuam diâmetro cinético mais

volumoso (superior a 0,75 nm), o desenvolvimento de catalisadores com elevada área

específica, ou com alta dispersão da área ativa, é uma necessidade imprescindível na melhoria

do desempenho dos atuais processos industriais (GUISNET; RIBEIRO, 2004). A descoberta

recente de materiais mesoporosos altamente ordenados e alta área específica (BECK et al.,

Catalisadores t (h)

T (ºC) M:O Cat.

(%) Conversão

(%) Referências

Zeólita β modificada com íon La3+ 4 - 14,5:1 11 48,9 Shu et al. (2007)

zeólitas NaX 24 150 6:1 - 90 Suppes et al. (2004) WO3/ZrO2 - 200 15:1 15 97 Sunita et al. (2008) WZA STO SZA

20 <250 - - 90 75 67

Furuta et al. (2004

Sulfonação do poliestireno - - 100:1 20 mol 94 Soldi (2006) 35% KI/Al2O3 8 65 15:1 2,5 96 Xie e Li (2006) ZnO 24 120 10:1 10 83 Schuchardt et al. (1998) Al2O3-SnO Al2O3-ZnO 4 60 - 5 80 Macedo et al. (2006)

Hidrotalcitas (Mg:Al de 4:1) - - - - 75 Cantrell et al. (2005) Hidrotalcitas (Mg:Al de 3:1) 9 - - - 67 Xie et al. (2006)

MgO HDLs Mg/Al HDLs Zn/Al ZnO Al2O3

7 h 130 55:1 5

80 70 63 30 11

Antunes, Veloso e Henriques (2008) Antunes, Veloso e Henriques (2008) Antunes, Veloso e Henriques (2008)

SnO 3 h 80 - - 94,7 Abreu et al. (2005)

ZnO 24 h 120 - - 80 Suppes et al. (2004)

14% CaO/SBA-15 5 h 65 12:1 - 95 Albuquerque et al. (2008)

1% Mg/MCM-41 24 h 60 275:1 - 85 Georgogianni et al. (2009)

Al-MCM-41 Si/Al=20 - 65 75:1 1,5 10 Pietre (2006)

AlMCM-41 Si/Al=8 AlMCM-41Si/Al=16 AlMCM-41Si/Al=32

2 h 130 60:1 0,6 79 67 59

Carmo et al. (2008)

KI/SBA-15 8h 65 15:1 2 96,5 Galvão et al. (2012)

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1991; BECK et al., 1992), introduziu novas perspectivas no desenvolvimento de catalisadores

mais eficientes (PINNAVAIA et al., 2004).

Diferentemente das zeólitas, esses materiais apresentam paredes amorfas, já que os

átomos que constituem o esqueleto inorgânico não possuem uma distribuição espacial regular.

Em 1992, os pesquisadores da Companhia Mobil Oil foram os primeiros a desenvolver

uma nova rota de síntese para a família de peneiras moleculares mesoporosas denominadas

M41S. Esses novos materiais possuem diâmetros de poro bem definidos na faixa de 1,5 a 10

nm, estreita distribuição de tamanho de poros e elevadas áreas específica ( 1000 m2. g-1). Ao

invés de usar pequenas moléculas orgânicas modeladoras, como na síntese das zeólitas, os

pesquisadores utilizaram longas cadeias de surfactante (templates) para direcionar a estrutura

desses materiais. Além de modelar a estrutura final, os templates são responsáveis pela

formação do sistema de poros do material. Dependendo da matéria-prima inicial e variando as

condições de síntese, óxidos de sílica mesoporosa possuem diferentes arranjos conhecidos

como: fase hexagonal (MCM-41), fase cúbica (MCM-48) e fase lamelar (MCM-50) (Figura

3). Dentre os membros da família M41S a peneira molecular MCM-41 (Mobil Composition of

Matter) é a mais pesquisada (KRESGE et al, 1992; BECK et al., 1992), que apresenta um

arranjo hexagonal altamente ordenado de poros unidimensionais, com uma distribuição de

tamanho de poros muito estreita e com poros variando de 20 a 100 Å. A preparação desses

materiais da família M41S envolve o uso de um surfactante, exemplificado pelo brometo de

cetiltrimetilamônio (C16H33(CH3)N+Br- ou genericamente CTABr), como agente direcionador

de estrutura, e uma fonte de silício e alumínio.

Figura 3 - Representações estruturais mais comuns dos materiais da família M41S.

* (A) Hexagonal, (B) Cúbica, (C) Lamelar. FONTE: CORMA, 1997.

(A) (B) (C)

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Estes materiais mesoporosos são preparados através do processo sol-gel (CHEN et al.,

1999; CHOI; YANG, 2003) em conjunto com agentes direcionadores responsáveis pela

arquitetura do esqueleto inorgânico.

Finalmente, introduziram uma nova rota de síntese para materiais mesoporosos,

envolvendo copolímeros tribloco como agentes direcionadores de estrutura, denominado

SBA-15. Este material será detalhadamente estudado na seção seguinte, tendo como foco de

material de estudo.

3.8.1 Material Mesoporoso do tipo SBA-15

No final da década de 90, pesquisadores da Universidade da Califórnia – Santa

Bárbara – EUA, obtiveram um êxito na preparação de materiais do tipo SBA (Santa Barbara

Amorphous) que possui estrutura hexagonal ordenada semelhante à MCM-41. A SBA-15,

dentro desta família de materiais mesoporosos, vem recebendo maior atenção da comunidade

científica em decorrência da sua estrutura mesoporosa unidirecional. Esta possui uma elevada

área específica (600-1000 m2g-1), diâmetros de poros variando de 5 a 30 nm, grande volume

porosos, com uma faixa de espessura de parede inorgânica amorfa de 3,1-6,4 nm, gerando

assim maior estabilidade térmica e hidrotérmica do que MCM-41(ZHAO et al., 1998a,b,c;

LIU et al., 2004; GOBIN, 2006). Uma característica típica desse material, é que a mesma

apresenta uma estrutura com arranjo hexagonal bidimensional, de poros simétricos retos e

tamanho uniforme, conhecidos com mesoporos, que se encontram interconectados com poros

não ordenados, que são os microporos (diâmetro de poros menor que 2nm) na parede de sílica

(Figura 4), o qual possibilita o alojamento ou a difusão de grandes moléculas; que confere a

este material uma grande potencialidade como adsorvente (HIYOSHI et al., 2005), suporte

catalítico e dispositivo para liberação controlada de fármacos (VALLET-REGÍ, 2001;

VALLET-REGÍ, 2004; RÁMILA, 2003) e catalisadores (LUZ JR., 2010; FORNÉS et al.,

2003; UENO et al., 2004).

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Figura 4 - Esquema ilustrativo do sistema de poros da SBA-15.

Segundo os procedimentos descritos por Zhao e colaboradores (1998), a SBA-15 é

normalmente sintetizada utilizando o copolímero tribloco Pluronic P123 (poli(óxido de

etileno)-poli(óxido de propileno)-poli(óxido de etileno), (EO)20(PO)70(EO)20), onde EO é o

grupo hidrofílico e PO é o grupo hidrofóbico, como direcionador (ver Figura 5). Além disso,

temos o tetraetilortosilicato (TEOS) como fonte de sílica, em meio fortemente ácido, (ZHAO

et al., 1998a, b).

Figura 5 - Estrutura química do copolímero tribloco – Plurônico 123.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

O processo de síntese típica de materiais mesoporosos do tipo SBA-15 (YAMADA et

al., 2002) (Figura 6), é realizado da seguinte forma: primeiramente solubiliza-se o

direcionador em água e ácido sob agitação e aquecimento brando, a qual há formação de uma

estrutura miscelar, constituída de um domínio hidrofóbico e outro hidrofílico, em decorrência

das interações copolímero/solvente. Posteriormente, adiciona-se a fonte de sílica (em geral,

tetraetilortosilicato – TEOS), que inicialmente é hidrolisada no meio ácido, e depois interage

com as micelas do direcionador orgânico (Equação 1 e 2). O gel obtido pode ser então

submetido a um processo de envelhecimento em agitação por 24 h, gerando assim, uma fase

siloxana pela condensação das espécies de sílica sobre a estrutura micelar do direcionador

orgânico, formando um híbrido mesoestruturado. Então, o mesmo é submetido a um

tratamento hidrotérmico a 100 ºC, para intensificar a condensação e aumentar a espessura da

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parede de sílica, à qual dá origem à estrutura mesoporosa da SBA-15. Após a cristalização, o

material obtido é filtrado e lavado para remoção do excesso de direcionador e, em seguida,

seco a temperatura ambiente. Para a remoção das micelas tensoativas aprisionadas no material

inorgânico e a desobstrução dos mesoporos, faz-se necessário realizar a calcinação desse

material (ARAUJO et al., 2009; COUTINHO, 2006). A presença de microporos interligando

os mesoporos é decorrente da interação entre as micelas por meio dos grupos de óxido de

etileno, parte hidrofílica das micelas (SONWANE; LUDOVICE, 2005).

Si (OC2H5)4 + H2O à Si(OH)4 + 4C2H5OH (1)

Si(OH)4 à SiO2 + 2H2O (2)

Figura 6 - Mecanismo de formação da SBA-15.

FONTE: (SOLLER-ILLIA et al., 2003).

A SBA-15 por apresentar excelentes propriedades texturais, tem se tornado bastante

promissora na área de catálise. No entanto, esta não possui em sua estrutura íon metálico, de

modo que a ausência de sítios ativos faz com que ela não apresente atividade catalítica. Neste

contexto é que vários esforços vêm sendo realizados para preparar os mesoporos ordenados

deste tipo de catalisador com componentes ativos como óxidos metálicos, grupos orgânicos e

enzimas através de sínteses diretas e modificações pós síntese, como por exemplo,

impregnações (SHAH et al., 2004; GOMEZ-CAZALILLA et al., 2007).

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3.8.1.2 Incorporação do alumínio na estrutura do SBA-15

Devido à alta área específica e grande acessibilidade de seus sistemas de poros, os

materiais mesoporosos caracterizam-se como potenciais catalisadores ácidos em processos

petroquímicos. O SBA-15 tem sido modificado com a incorporação de diferentes espécies

metálicas em sua estrutura como alumínio (Al-SBA-15) (LUAN et al., 1999b; COUTINHO,

2006), estanho (Sn-SBA-15) (SHAH et al., 2007), cromo (Cr-SBA-15) (SELVARAJ; KAWI,

2007), molibdênio (Mo-SBA-15) ( BAKALA et al., 2006), níquel (Ni/SBA-15) ( GOMEZ-

REYNOSO et al., 2005), lantânio (La-SBA-15) ( JANG et al., 2004, QUINTELLA, 2007;

LUZ JR, 2010 ) e outros.

Entre os metais incorporados na estrutura de materiais mesoporosos, o alumínio, tem

mostrado como potenciais catalisadores ácidos em processos petroquímicos (ARMENGOL et

al., 1995; MOKAYA; ONES, 1997; PAULY et al., 1999; OOI et al., 2004). A acidez da Al-

SBA-15 tem sido brevemente analisada por alguns autores, mas pouco se discuti sobre uma

sistemática de execução. Li et al. (2004) concluíram que Al-SBA-15 contém ácido de

Brönsted, bem como sítios ácidos de Lewis e esses sítios aumenta a medida que a relação

Si/Al aumenta. Essa informação nos dá informações valiosas sobre a natureza dos sítios

ácidos, no entanto, uma completa descrição das propriedades ácidas necessita da quantidade

de sítios ácidos e também da distribuição da força ácida em função da relação Si/Al.

A presença dos grupos hidroxila associados a um metal tetracoordenado como, por

exemplo, o alumínio dentro da estrutura do SBA-15, favorece a acidez de Brönsted,

melhorando a atividade catalítica dos materiais mesoporosos que possuem uma estrutura

neutra, apresentada na Figura 7.

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Figura 7 - Representação das estruturas da AlSBA-15.

*(A) neutra, para o SBA-15 e (B) após a introdução do alumínio, AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Em virtude do que foi exposto nessa secção, abordaremos a seguir o desenvolvimento

de novos catalisadores heterogêneos, no intuito de sintetizá-los, caracterizá-los, e

posteriormente aplicá-los na reação de transesterificação do óleo de girassol, visando à

produção de biodiesel.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 SÍNTESE DE PENEIRA MOLECULAR MESOPOROSA ALSBA-15

4.1.1 Reagentes para a síntese de AlSBA-15

O suporte mesoporoso do tipo AlSBA-15 referente a razão Si/Al = 50 foi sintetizado

utilizando os seguintes reagentes:

a) Fonte de silício: Tetraetilortosilicato (TEOS, Sigma-Aldrich, 98 % - Si(OC2H5)4);

b) Fonte de alumínio: Pseudobohemita (AlOOH, Vista, 70 % de Al2O3 e 30 % de

água);

c) Direcionador: Pluronic P123 (Copolímero Tribloco, BASF, PMmédio = 5750 g/mol);

d) Meio Ácido: Ácido Clorídrico (Merck, HCl, 37 %);

e) Solvente: Água destilada.

4.1.2 Síntese do Suporte Sílica do Tipo AlSBA-15 (Si/Al = 50)

O suporte sílica do tipo AlSBA-15, na razão Si/Al = 50, foi sintetizado partindo do

copolímero tribloco Pluronic P123 (poli(óxido de etileno)-poli(óxido de propileno)-poli(óxido

de etileno), PEO20PPO70PEO20)), ácido clorídrico 37 %, água destilada, tetraetilortosilicato

(TEOS) como fonte de sílica, e como fonte de alumínio utilizou-se a pseudobohemita

(AlOOH), através do método hidrotérmico proposto por Zhao et al. (1998 a). Estes reagentes

foram misturados em ordem para obter um hidrogel reativo na seguinte proporção molar: 1.0

TEOS: 0.017 P123: 5.7 HCl: 193 H2O: 0.01Al2O3 (YAMADA et al., 2002). A memória dos

cálculos referente às quantidades relativas dos materiais precursores em função da

composição molar do gel de síntese está apresentada no Apêndice A.

Primeiramente, o procedimento de síntese foi iniciado com a dissolução do

direcionador Pluronic P123 em água destilada e ácido clorídrico (HCl) P.A, sob agitação e

aquecimento a 37 ºC durante duas horas, no intuito da dissolução completa do copolímero

P123. Em seguida, adicionou-se a fonte de sílica, tetraetilortosilicato (TEOS), e a quantidade

necessária da fonte de alumínio, pseudobohemita (AlOOH) , para obtenção da razão Si/Al

desejada. A mistura foi mantida sob agitação na mesma temperatura durante 24 horas (pH =

0-1) para obtenção de um gel homogêneo. Posteriormente, o gel foi transferido para um

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recipiente de teflon e mantido sob aquecido a 100 ºC por 48 horas em um reator de aço

inoxidável (autoclave) (ZHAO et al., 1998; YANG et al., 1998; YAMADA et al., 2002).

Após a síntese hidrotérmica, o material foi resfriado a temperatura ambiente.

Um aspecto importante da síntese destes materiais mesoporosos é a remoção do

direcionador orgânico ocluído no interior dos poros como ilustrado na Figura 8. Diversos

métodos estão sendo utilizados, porém os mais populares são calcinação e lavagem com

solvente orgânico (YANG et al., 2003; BÉRUBÉ; KALIAGUINE, 2008; THIELEMANN et

al., 2011). Segundo Araujo e Jaroniec (2000), este procedimento facilita a remoção do

direcionador Pluronic P123 (EO20PO70EO20) dos poros do material mesoporoso. Com isso, a

amostra AlSBA-15, foi lavada com solução de 2 % em volume de ácido clorídrico em etanol,

com o intuito de remover o máximo possível do direcionador, e, em seguida, filtrada a vácuo.

Posteriormente, o material foi colocado para secar a temperatura ambiente. Vale salientar que

a utilização de solução alcoólica ácida na lavagem é bem conveniente, porém não temos a

remoção completa das moléculas do direcionador que estão ocluídas nos mesoporos.

Figura 8 - Esquema representativo da remoção do direcionador dos poros de materiais com arranjo

mesoporoso hexagonal.

FONTE: BARBOSA, 2009.

A etapa de calcinação é extremamente necessária para a remoção total do direcionador

que ainda esteja presente nos poros da peneira molecular mesoporosa. Neste procedimento a

amostra foi submetida a aquecimento da temperatura ambiente até 550 oC com uma razão de

aquecimento de 1°C. min-1 durante 6 horas. O Fluxograma 1 apresenta a síntese da AlSBA-

15.

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Fluxograma 1 - Procedimento de síntese do suporte AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

P123 (EO20PO70EO20) Ácido Clorídrico (HCl) Água Destilada

Agitação a 35°C por 2h

TEOS AlOOH

Agitação a 35°C por 24h

Autoclave a 100°C por 48h

Lavagem com HCl/ETOH (2%) e Filtração a vácuo

Seco a temperatura ambiente

Calcinação a 550ºC por 6h

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4.2 PREPARAÇÃO DOS CATALISADORES SUPORTADOS

Os precursores dos catalisadores foram obtidos impregnando o suporte AlSBA- 15

com os óxidos desejados, mediante o método de umidade incipiente. Este método consiste

primeiramente na determinação do volume mínimo de impregnação. Para isto adicionou-se

lentamente água destilada, com o auxílio de uma micropipeta volumétrica de 1 mL, sobre uma

quantidade conhecida do suporte, em forma de pó, até que este ficasse totalmente umedecido.

Para o suporte AlSBA-15 sintetizado, foi obtido o volume incipiente de 4,2 mL g-1.

Uma vez conhecido o volume de incipiente, foram preparadas duas soluções aquosas

de cloreto de zinco (ZnCl2) e cloreto de magnésio (MgCl2), com os percentuais de

impregnações desejados de 5, 10, 15 e 30 % de ZnO e MgO em massa com relação ao suporte

AlSBA-15, respectivamente. Em seguida, foram realizadas as impregnações no suporte,

seguidas de secagem a 80 °C e calcinadas na temperatura de 600 °C, com razão de

aquecimento de 10 °C min-1 por 6 h (Figura 9). Os catalisadores foram nomeados por nZnO-

AlSBA-15 e nMgO-AlSBA-15, onde n é o percentual mássico de óxido de zinco e óxido de

magnésio, respectivamente, incorporado ao suporte AlSBA-15.

Figura 9 - Esquema representativo da impregnação do suporte pelo método de volume incipiente.

FONTE: ADAPTADO DE ALBUQUERQUE (2008).

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4.3 CARACTERIZAÇÕES FISICO-QUÍMICA DOS MATERIAIS

4.3.1 Difração de Raios-X

A difratometria de raios-X (DRX) corresponde a uma das principais técnicas de

caracterização, para se determinar as propriedades dos materiais, tais como: estrutura

cristalina e o grau de cristalinidade; identificação quantitativa das fases existentes no material;

os parâmetros da cela unitária; textura e tamanho dos cristalitos. Para a realização das

análises, o material pode estar na forma de sólidos em pó, monocristais, matrizes, folhas e

fibras (PIKUS et al., 2007).

A difração de raios-X (DRX) representa o fenômeno de interação entre o feixe de

raios-X incidente e os elétrons dos átomos componentes de um material, relacionado ao

espalhamento coerente. A técnica consiste na incidência da radiação em uma amostra e na

detecção dos fótons difratados, que constituem o feixe difratado. Em um material onde os

átomos estejam arranjados periodicamente no espaço, característica das estruturas cristalinas,

o fenômeno da difração de raios-X ocorre nas direções de espalhamento que satisfazem a Lei

de Bragg (HATTORI, 1995; CULLITY, 1956).

A Figura 10 representa um plano cristalino para formulação da Lei de Bragg. Para

que haja uma interferência construtiva das ondas espalhadas, é necessário que seja obedecida

a Lei de Bragg.

Figura 10 - Esquema representativo para formulação da lei de Bragg.

FONTE: WIKIPEDIA, 2011.

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Com a descoberta e o crescente interesse na síntese e caracterização de materiais

mesoporosos ordenados por causa de suas fascinantes propriedades estruturais e potenciais

aplicações, tem-se utilizado a difração de raios-X como técnica de caracterização de estrutura

mesoporosa. A técnica de difração de raios-X para materiais mesoporosos é tanto limitada,

por cauda do pequeno número de picos (3 a 5) presente no difratograma, que estão localizados

em baixos ângulos ( 2θ abaixo de 5º), que está relacionado à presença de poros relativamente

grandes ordenados (PIKUS et al., 2007). Além da natureza amorfa das paredes dos poros, os

estudos de DRX destes materiais não são fáceis, uma vez que os procedimentos padrões

cristalográficos não podem ser utilizados para a sua caracterização devido à falta de

ordenação ao nível atômico.

O método empregado para a análise de raios-X dos materiais mesoporosos do tipo

SBA-15 foi o método do pó proposto por Settle (1997). O método consiste basicamente em

uniformizar a amostra de modo a torná-la um pó fino e homogêneo. Então, esse pó é colocado

na porta amostra do equipamento e orientado em todas as direções possíveis. Dessa forma,

quando um feixe de raios-X atravessa o material, um número significativo de partículas estão

orientadas de tal forma que a condição de Bragg para a reflexão de cada possível distância

interplanar obedeça a Equação 3. A identificação da fase ocorre quando se observa a

obtenção de três a cinco picos referentes aos planos (100), (110), (200), (210) e (300), na

faixa de 0,5 a 3,0º. Estes planos são, segundo a literatura (ZHAO et al., 1998 a, b; HAN et al.,

2000; TUEL et al., 2000), característicos de estruturas hexagonais de materiais mesoporosos,

como ilustrado na Figura 11.

Figura 11 - Representação ilustrativa do diagrama de raios-X dos planos (100), (110) e (200)

de materiais mesoporosos.

FONTE: PORTFOLIO, 2010.

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O parâmetro mesoporoso de rede (ao) que representa a soma do diâmetro médio dos

poros (dp) do material e a espessura média da parede de sílica (wt) pode ser obtido a partir do

valor da distância interplanar no plano (100) como representado na Figura 12. Logo, pode-se

correlacionar as distâncias interplanares no plano (100) com o valor do parâmetro mesoporoso

ao (BECK et al., 1992).

O parâmetro do arranjo hexagonal mesoporoso a0 (parâmetro de rede) AlSBA-15 do

suporte AlSBA-15 e dos catalisadores heterogêneos sintetizados foram obtidos através do

pico de reflexão para o plano (100), o qual é o mais característico no difratograma de raios-X,

sendo calculado pelas Equações 3 a 5 (BECK et al., 1992).

1d (hkl )2=

4(h2+hk+12 )3a0

2 +12

c (3)

Para o plano (100) teremos:

(4)

3

2 )100(0

da = (5)

Onde:

d(hkl) = distância interplanar relativa ao plano (100)

a0 = parâmetro do arranjo hexagonal da estrutura mesoporosa

A distância interplanar para o plano (100) pode ser obtida pela Equação 6:

λCuKα=2d(100)senθ (Lei de Bragg) (6)

Onde:

λCuKα = comprimento de onda para o CuKα = 1,5418 Å (CULLITY, 1956).

20

2)100( 3

41ad

=

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Figura 12 - Representação da estrutura hexagonal do material mesoporoso.

FONTE: BARBOSA, 2009.

A difração de raios-X (DRX) foi utilizada com o intuito de confirmar a formação da

estrutura hexagonal proposta por Zhao et al. (1998a) para a peneira molecular do tipo AlSBA-

15. O mesmo foi feito para as amostras impregnadas com óxidos após o processo de

calcinação, com a finalidade de se verificar variações na estrutura hexagonal mesoporosa e

identificar as fases cristalinas dos óxidos em estudo formados.

O difratograma de raios-X do suporte AlSBA-15 foi obtido através da varredura

angular de 0,5 a 5° em um equipamento Rigaku modelo Mini Flex II, utilizando radiações de

CuKα, em uma voltagem de 30 k/V e corrente de tubo de 30 m. A abertura da fenda foi de

0,15º e o feixe foi defasado em relação à amostra com velocidade de 0,5ºmin-1 e passo de

0,01º. Para os catalisadores heterogêneos contendo óxidos metálicos depositados no suporte,

os difratogramas também foram realizados em baixo ângulo, 0,5 a 5°, e houve a varredura em

alto ângulo de 10 a 80°, no intuito de identificar, se houve a formação das fases cristalinas dos

óxidos metálicos.

4.3.2 Microscopia eletrônica de varredura (MEV)

A morfologia do suporte, AlSBA-15, foi estudado mediante a microscopia eletrônica

de varredura (MEV), realizada em um equipamento JEOL JSM 840. O procedimento de

preparação da amostra para a análise consistiu na deposição de uma porção do sólido sobre

uma fita adesiva de carbono fixada na porta-amostra. Em seguida foi depositada uma fina

camada de ouro utilizando o acessório JEOL íon sputter JCC 1100, com o objetivo de tornar a

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65

amostra boa condutora de elétrons e assim poder dar uma boa qualidade e resolução de

imagem.

Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) é um instrumento muito versátil e usado

rotineiramente para a análise microestrutural de materiais sólidos. Apesar da complexidade

dos mecanismos para a obtenção da imagem, o resultado é uma imagem de muito fácil

interpretação (TERASAKI, 1999).

O princípio da microscopia eletrônica de varredura consiste na emissão de um feixe de

elétrons por um filamento de tungstênio, que concentrado, controlado e reduzido por um

sistema de lentes eletromagnéticas, diafragmas e bobinas, incide sobre a amostra, provocando

uma série de emissões de sinais relacionados com a interação do feixe de elétrons incidente e

a amostra. Os sinais emitidos encontram-se sob a forma de elétrons (secundários,

retroespalhados, absorvidos, transmitidos, difratados, etc.) e de fótons (fotoluminescentes e

raios-X), os quais são captados por detectores apropriados, sendo amplificados e processados

num sistema analisador específico para cada tipo de sinal (DUNLAP; ADASKAVEG, 1997;

MALISKA, 2004).

Na microscopia eletrônica de varredura os sinais de maior interesse para a formação

da imagem são os elétrons secundários e os retroespalhados. À medida que o feixe de elétrons

primários vai varrendo a amostra estes sinais vão sofrendo modificações de acordo com as

variações da superfície. Os elétrons secundários fornecem imagem de topografia da superfície

da amostra e são os responsáveis pela obtenção das imagens de alta resolução, já os

retroespalhados fornecem imagem característica de variação de composição através do

contrataste de cor (MALISKA, 2004; STEVENS et al., 2009).

Microscopia eletrônica de varredura (MEV) tem vantagens sobre microscopia

eletrônica de transmissão (MET) para a determinação das estruturas de superfície. O MEV é

um experimento relativamente simples, de fácil interpretação e de preparação da amostra. No

entanto, não é apenas estas características que fazem do MEV uma ferramenta tão importante

e tão usada na análise dos materiais. A elevada profundidade de foco (imagem com aparência

tridimensional) e a possibilidade de combinar a análise microestrutural com a microanálise

química são fatores que em muito contribuem para o amplo uso desta técnica. Porém, a baixa

resolução das imagens tem sido inadequadas para determinação precisa das estruturas de

superfície detalhadas dos materiais mesoporosos (CHE et al., 2003).

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4.3.3 Espectroscopia de Absorção no Infravermelho (FTIR)

A espectroscopia de infravermelho é um tipo de espectroscopia de absorção, na qual

usa-se a região do infravermelho do espectro eletromagnético. É uma técnica que pode ser

usada para identificar um composto ou investigar a composição de uma amostra. Este método

se baseia no fato de que as ligações químicas das substâncias possuem frequências de

vibração específicas, as quais correspondem a níveis de energia da molécula (chamados nesse

caso de níveis vibracionais). Tais frequências dependem principalmente da forma da

superfície de energia potencial da molécula, da geometria molecular e das massas dos átomos.

A Espectroscopia na região do infravermelho com Transformada de Fourier (FTIR) é

uma técnica de caracterização que representa uma alternativa muito elegante aos métodos

tradicionais de análise de espectros moleculares na faixa do infravermelho. O seu uso permite

caracterizar uma larga faixa de compostos inorgânicos e orgânicos. Esta técnica se baseia

fundamentalmente na medida de absorção em frequências de infravermelho por uma amostra

posicionada no caminho do feixe de radiação infravermelha. Uma vantagem teórica dos

instrumentos com transformada de Fourier é que a sua óptica fornece um transporte de

energia muito maior que em instrumentos dispersivos.

A técnica de espectroscopia na região do infravermelho foi utilizada com os objetivos

de identificar qualitativamente as frequências vibracionais e suas respectivas atribuições

referentes aos grupos funcionais inorgânicos presentes no material mesoporoso do tipo

AlSBA-15 (Si/Al = 50) e aos grupos funcionais orgânicos presentes na estrutura do

direcionador (P123) contido nos poros da amostra na forma não calcinada. Além disso,

verificar quais são as principais frequências vibracionais e suas respectivas atribuições na

estrutura das peneiras moleculares contendo os óxidos de magnésio e óxidos de zinco e

avaliar as diferenças entre a % dos óxidos incorporados no suporte.

Os espectros de absorção na região do infravermelho das amostras foram analisados

por espectroscopia na região do infravermelho médio na faixa de 400 – 4000 cm-1 com

resolução de 4 cm-1 e número de scan de 32. Essas análises foram realizadas em um

espectrofotômetro de infravermelho com transformada de Fourier na Thermo Nicolet, modelo

Nexus FT-IR 470, sendo utilizado o método do KBr como agente dispersante. Antes das

análises as amostras foram homogeneizadas em um almofariz com o agente dispersante (KBr)

numa concentração de aproximadamente 0,5 % da amostra. O material obtido foi prensado a

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67

uma pressão de 4,5 torr por 3 minutos formando uma pastilha fina e translúcida que foi

analisado para obtenção dos espectros.

4.3.4 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET)

Um microscópio eletrônico de transmissão consiste de um feixe de elétrons e um

conjunto de lentes eletromagnéticas, que controlam o feixe, encerrados em uma coluna

evacuada com uma pressão cerca de 10-5 mmHg.

Para a visualização das nanoestruturas através da técnica de Microscopia de

Transmissão Eletrônica (MET), a amostra foi disposta sobre porta amostra, e em seguida

houve um recobrimento com carbono amorfo da mesma, através do sistema de "sputtering”.

Esta analise foi utilizada em um microscópio modelo CM-200 da Philips (200 KV)

acoplada a um dispositivo de energia dispersiva (EDX) da EDAX, para obtenção de

informações a cerca da morfologia, do diâmetro médio e do parâmetro de rede a0, além da

analise semiqualitativa dos elementos presentes nas amostras.

4.3.5 Adsorção e Dessorção de N2

As propriedades texturais do suporte e dos catalisadores foram avaliadas a partir das

isotermas de adsorção e dessorção de nitrogênio a -196 ºC em um analisador de área

superficial e porosidade ASAP 2020 da marca Micromeritics. Com a utilização desta técnica,

foi determinada a superfície específica, o volume de poros e a distribuição do tamanho dos

poros referentes aos materiais sintetizados.

Antes do inicio da adsorção de nitrogênio as amostras foram submetidas a um

processo de desgaseificação por 12 h. Neste processo foi utilizado uma temperatura de 200º C

e pressão de 2,7 Pa, aproximadamente. A temperatura de -196 ºC utilizada para a adsorção de

nitrogênio é alcançada termostatizando o porta amostra com um Dewar com N2 líquido. As

isotermas de adsorção e dessorção de N2 a -196 ºC são construídas com os volumes

adsorvidos expressas em condições estáticas de pressão e temperatura a diferentes pressões

relativas de equilíbrio.

A área superficial específica das amostras foi determinada pelo método de BET e o

volume total de poros pelo método do single point (LEOFANTI et al., 1998). O método BJH

foi utilizado para estimar o diâmetro médio e a distribuição dos poros, enquanto o método t-

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68

plot foi empregado na determinação do volume e área microporosa das amostras (LEOFANTI

et al., 1998).

Essas propriedades superficiais, como área superficial, volume e distribuição de poros

se baseiam no fenômeno da adsorção. A capacidade de adsorção de qualquer adsorvente é

função da pressão (quando gases) ou da concentração (quando líquidos) e da temperatura.

Quando em um processo a capacidade de adsorção varia com a pressão a temperatura

constante é possível à obtenção de curvas denominadas isotermas.

Em geral os dados de equilíbrio de adsorção de um dado adsorvente são determinados

e apresentados por estas curvas. São de grande importância para o projeto de sistemas de

adsorção uma vez que, em geral, os leitos de adsorção trabalham essencialmente a

temperatura constante, enquanto a pressão e a quantidade de gases adsorvidos variam.

Há dezenas de milhares de registros na literatura de isotermas para diversos tipos de

adsorventes e gases. Contudo, a maioria destas isotermas resulta da adsorção física. A

adsorção física é um fenômeno reversível onde se observa normalmente a deposição de mais

de uma camada de adsorbato (espécie química retida pelo adsorvente) sobre a superfície

adsorvente (sólido sobre o qual ocorre o fenômeno de adsorção). A adsorção física constitui o

princípio da maioria dos processos de purificação e separação. As energias liberadas durante

as adsorções são relativamente baixas.

Segundo a IUPAC, a maioria dos sólidos obedece a um dos seis tipos de isotermas de

adsorção existentes, que representa a classificação originalmente proposta por Brunauer,

Emmet e Teller (BRUNAUER, 1945; BRUNAUER et al., 1938). Contudo quatro tipos de

isotermas (I, II, IV e VI) são comumente encontrados em caracterização de catalisadores

(EVERETT, 1988; ROQUEIROL et al., 1994).

Os materiais mesoporosos do tipo SBA-15 apresentam as Isotermas do tipo IV ao

adsorver nitrogênio a 77 K. O fenômeno de histerese pode ocorrer, principalmente em função

da estrutura dos mesoporos. Isto pode ser explicado pelo fato de que a evaporação do gás

condensado em poros mais finos não ocorre tão facilmente como a sua condensação. Isto

ocorre porque as moléculas que evaporam de meniscos de altas curvaturas tem uma alta

probabilidade de recondensar que uma evaporando de uma superfície plana (BOND, 1987).

Segundo a IUPAC as histereses observadas em isotermas do tipo IV por adsorção de

nitrogênio com p/po de 0 a 1 se dividem em quatro tipos (Figura 13). As histereses do tipo I e

II são características de materiais com sistema de poros cilíndricos, ou feitos a partir de

agregados ou aglomerados, de partículas esferoidais. Em ambos os casos os poros podem ter

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69

tamanho uniforme (H tipo I) ou tamanho não uniforme (H Tipo II). As histereses do tipo III e

IV são usualmente encontradas em sólidos formados a partir de agregados de partículas

formando poros de diferentes geometrias, como por exemplo: pratos ou partículas cúbicas,

com tamanho uniforme (H tipo III) e não uniforme (H tipo IV).

Figura 13 - Perfil das histereses de adsorção de nitrogênio

FONTE: GREGG; SING, 1982.

Um dos métodos mais empregados para se obter área superficial total de sólidos

porosos foi proposto por Brunauer, Emmet e Teller (BET) (BRUNAUER, 1945;

BRUNAUER et al., 1938). Com esse método se permite determinar a massa de gás necessária

a recobrir uma monocamada (Wm) a 77 K.

Um método bastante utilizado para determinação da distribuição e volume mesoporoso

consiste no método proposto por Barret, Joyner e Halenda (BJH) (BARRET et al., 1953). Este

método é amplamente utilizado e pode ser encontrado comercialmente nos softwares de

tratamento de dados em muitos equipamentos de levantamento de isotermas de adsorção sob a

norma ASTM D 4481/87.

Outros métodos que podem ser utilizados para estimar as propriedades superficiais de

materiais micro, meso e macroporosos são encontrados na literatura, como por exemplo, t-plot

para área superficial externa e volume total de poros para sólidos microporosos (DE BOER;

LIPPENS, 1965; SING, 1970), MP para volume e distribuição de diâmetro de microporos

(MIKHAIL et al., 1968), DFT para volume e distribuição de diâmetro microporoso

(SEATON et al., 1989), KJS para distribuição de diâmetro de mesoporos (KRUK et al., 1997

a,b).

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70

4.3.6 Termogravimetria

Atualmente, a análise térmica está sendo aplicada em várias áreas científicas por

possibilitar uma avaliação rápida das transformações ocorridas quando materiais de diferentes

naturezas são submetidos a variações de temperatura por um determinado tempo (RIVES,

2000). A utilização de métodos de análise térmica permite realizar a determinação de muitas

propriedades dos materiais, tais como: estabilidade térmica, percentual de água fisissorvida e

quimissorvida, pureza, pontos de ebulição, calores de transição, calores específicos,

coeficiente de expansão linear; inflamabilidade, reações metal-gás, caracterização de

catalisadores, cristalização, caracterização de minerais, caracterização de fibras, controle de

produtos cerâmicos, transições do vidro, controle de qualidade de polímeros, etc.

Na área de catálise as técnicas termoanalíticas mais empregados são: termogravimetria

(TG), derivada da termogravimetria (DTG), análise térmica diferencial (DTA) e calorimetria

exploratória diferencial (DSC). A análise térmica através da TG é um experimento que

permite avaliar a perda de massa de uma determinada substância em um ambiente que é

aquecido ou resfriado a uma taxa controlada, tendo como variáveis o tempo e/ou temperatura

(KEATTCH; DOLLIMORE, 1975). O equipamento utilizado para este experimento é

denominado de termobalança. Os resultados obtidos são apresentados nas formas das curvas

TG e DTG. Da análise TG se obtém um gráfico de perda de massa no eixo da ordenada versus

temperatura ou tempo no eixo da abscissa. A partir da derivada da curva TG se obtém a curva

DTG, que em outras palavras dá ideia da taxa de perda de massa em função da temperatura ou

do tempo. Da curva DTG também podem ser visualizados com boa aproximação o início e o

término de cada evento de perda de massa.

Neste trabalho, foi utilizada a análise por termogravimetria (TG/DTG) das amostras

AlSBA-15 calcinada e não calcinada para avaliar a remoção do direcionador orgânico da

estrutura ordenada de sílica dos materiais mesoporosos. As análises termogravimétricas das

amostras foram realizadas em uma Termobalança da Mettler Toledo, modelo 851. As curvas

termogravimétricas foram obtidas aquecendo cada uma das amostras, contidas em um cadinho

de porcelana, da temperatura ambiente até 900 ºC, com uma razão de aquecimento de 10 ºC

min-1 e em atmosfera dinâmica de hélio (25 mL min-1).

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71

4.3.7 Espectroscopia Fotoeletrônica por Raios-X (XPS)

A espectroscopia fotoeletrônica de raios-X (XPS) utiliza um feixe incidente de raios-

X, o qual causa a ejeção de elétrons dos níveis do cerne dos átomos da amostra. A energia dos

fotoelétrons é característica para cada átomo da tabela periódica e, portanto, a análise

elementar torna-se possível, dando origem ao nome espectroscopia eletrônica para análise

química, ESCA. A energia dos elétrons é muito baixa, e somente aqueles elétrons das

primeiras monocamadas podem ser detectados. Para evitar perdas de energia, é necessário

executar a análise em sistemas de alto vácuo, UHV (MENDES, 2011).

A energia do elétron ejetado é afetada pelo estado de valência do elemento, o qual

também pode ser medido. Este é conhecido como o efeito do deslocamento químico e é uma

das maiores potencialidades da técnica de XPS.

A espectroscopia fotoeletrônica de raios- X (XPS) é uma técnica que permite se ter o

conhecimento do estado de oxidação e natureza química das espécies presentes na superfície

do material estudado, visto que as informações detectadas dos fotoelétrons são provenientes

de um espessor meio superficial de 4,0 nm. O poder médio de penetração varia entre 20-50 Å,

a depender do material a ser analisado. Esta técnica que se baseia na medida da energia

cinética de elétrons emitidos, quando uma amostra é irradiada com raios-X. O espectro

consiste da relação entre número de elétrons emitidos em função da energia desses elétrons,

expressos em eV. A técnica fornece, essencialmente, duas informações: a análise elementar da

superfície da amostra e o estado de oxidação dos elementos (MOULDER et al., 1992).

As análises de Espectroscopia Fotoeletrônica por Raios X (XPS) foram realizadas na

Universidad de Málaga – Málaga. Os espectros de XPS foram obtidos em um

espectrofotômetro Physical Eletronics PHI-5700 equipado com uma fonte dupla de radiação

de raios-X de Mg Kα (hυ = 1253,6 eV) e de Al Kα (hυ= 1483,6 eV). Os espectros foram

registrados a um ângulo de 45º em um analisador, modelo 80-365B. As amostras na forma de

pó foram depositadas sobre fita adesiva de cobre, de forma a cobrir toda a sua superfície. As

medidas foram realizadas sob vácuo, no qual a pressão na câmara de análise foi mantida

inferior a 5 x 10-6 Pa. Para a análise dos dados, foi utilizado o software PHI ACCESS ESCA-

V6.0 F, enquanto, os espectros obtidos foram ajustados fazendo-se uso de curvas Gauss-

Lorentz. Foi possível então, desta forma, determinar a forma precisa de ligação dos níveis

internos dos diferentes elementos que compunham as amostras estudadas.

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72

4.4 ENSAIOS CATALÍTICOS PARA A REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO DO

ÓLEO DE GIRASSOL

A atividade catalítica dos catalisadores na reação de transesterificacão do óleo de

girassol foi realizada em um reator de marca Parr Controller, modelo 4848, no Laboratorio

de Catalísis em Málaga-Espanha.

Todos os ensaios catalíticos foram realizados na temperatura fixa de 175 ºC em

velocidade de agitação constante de 200 rpm. Para otimização desta reação, alguns

parâmetros reacionais foram modificados, tais como: razão molar metanol: óleo de girassol,

% de catalisador, tempo reacional e % ZnO ou % MgO em massa com relação ao suporte

AlSBA-15.

Primeiramente foi realizado um estudo da razão molar metanol: óleo, utilizando razão

superior ao valor estequiométrico presente na reação de transesterificação, no intuito de

favorecer a formação de biodiesel (KNOTHE et al., 2006). Neste estudo avaliamos a

influencia da razão molar metanol: óleo tanto em processos não catalíticos (na ausência do

catalisador) como em processo catalítico (na presença do catalisador ou do suporte). Em

seguida, dos demais parâmetros foram analisados em função da razão molar que obteve

melhor conversão. Após a reação de transesterificação, o sistema foi resfriado e retirado do

mesmo, alíquotas de 2 mL do produto reacional. Em seguida, adicionou-se 1 mL de água e

1,5 mL de diclorometano, submetendo a mistura à agitação. A amostra foi deixada em

repouso para que houvesse a separação e inversão das fases: não polar contendo

diclorometano, mono-, di- e triglicerídeos e ésteres metílicos de ácidos gordos (FAME) (e

vestígios de metanol e glicerol) e a fase polar contendo água, glicerol e metanol (e vestígios

de ésteres). A fase éster foi removida e filtrada, e o diclorometano foi eliminado da fase éster

por evaporação a 90 ºC.

A composição dos produtos da transesterificação oriundo da metanólise de óleo de

girassol foi realizada através da cromatografia liquida de alta eficiência (HPLC), utilizando

um cromatógrafo líquido da JASCO equipado com bomba de solvente quaternária (PU-2089),

detector de múltiplos comprimentos de onda (MD-2015), amostrador automático (AS-2055) e

forno da coluna (co-2065) utilizando uma coluna analítica de fase inversa C18, modelo

PRENOMENEX LUNA (250 mm x 4,6 mm x 5 mm). A temperatura da coluna foi mantida

constante a 40 ºC. O programa gradiente foi de 100 % metanol para 50 % metanol + 50 % 2-

propanol: hexano (5:4, v/v), durante um tempo de análise total de 35 minutos. Todas as

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73

amostras foram dissolvidas em 10 mL da solução de 2-propanol: hexano (5:4, v/v). Em

seguida, agitou-se vigorosamente e foi injetado 15 µL da amostra no cromatógrafo com fluxo

de 1 mL min-1.

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74

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta seção serão apresentados os resultados obtidos com o estudo realizado do

suporte AlSBA-15 e, principalmente, dos dois tipos de catalisadores heterogêneos

mesoporosos sintetizados: nZnO/AlSBA-15 e nMgO/AlSBA-15, onde n = 5, 10, 15 e 30 %.

Em cada subseção constará os resultados de caracterização fisico-química, bem como os

testes catáliticos realizados em cada caso.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS CATALISADORES

5.1.1 Análise Termogravimétrica (TG/DTG)

A análise termogravimétrica do suporte AlSBA-15, na razão Si/Al = 50, foi realizada

para determinar a melhor condição de calcinação, visando a remoção do direcionador

(material orgânico). Na Figura 14 encontra-se a curva TG/DTG do suporte na forma não

calcinada, utilizando a razão de aquecimento de 10 °C min-1. Na Tabela 4 temos os intervalos

de temperaturas, as perdas de massa do suporte sintetizado e seus percentuais totais perdidos.

Figura 14 - Curvas TG/DTG do suporte AlSBA-15 (Si/Al = 50) não calcinadas a 10 °C min-1.

100 200 300 400 500 600 700 800 900

40

50

60

70

80

90

100

110

TG AlSBA-15

Var

iaçã

o de

Mas

sa (%

)

T empera tura  (°C )

Derivad

a  (%

 C-­‐1)

-0,010

-0,008

-0,006

-0,004

-0,002

0,000

DTG AlSBA-15

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

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75

Tabela 4 - Identificação dos intervalos de temperaturas, as perdas de massa do suporte sintetizado e seus percentuais totais perdidos.

Suporte Faixa de Temperatura (°C)

Perda de Massa (%) Perda de Massa Total (%)

I II III I II III

AlSBA-15

30-175

175-480

480-705

54,8

10,6

2,2

67,5

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Como se pode observar temos três etapas de perdas percentuais de massa tipicamente em

três intervalos de temperatura. A primeira etapa de perda percentual de massa de 54,81 %,

localizado na faixa de temperatura de 30 a 175 ºC refere-se à remoção da água fisissorvida na

cavidade porosa do suporte, na qual pode ser atribuída à umidade que a amostra foi exposta

antes da análise. Uma vez que trata de água fisicamente adsorvida e de material mesoporoso

a base de aluminosilicato que é extremamente susceptível à umidade. Nesta segunda etapa

também há possibilidade significativa que esse maior percentual de perda de massa esteja

relacionado à saída de moléculas de direcionador a baixa temperatura, o que explicaria a

variação do percentual de perda de massa do segundo intervalo de temperatura. Este intervalo

de 175 a 480 °C obteve uma perda de massa de 10,6 % que está relacionado com a saída do

restante das moléculas do direcionador (P123) presente na estrutura mesoporosa.

A pequena variação no percentual de perda de massa apresentada no terceiro intervalos de

temperatura 450-650 ºC está associada à liberação de água intersticial e pode ser um

indicativo de que o alumínio incorporado ao gel de síntese do material SBA-15 interfere na

condensação dos grupos silanóis. Além disso, temos neste intervalo de temperatura a remoção

residual do P123 que não foi removido em temperaturas menores.

5.1.2 Difração de Raios-X

Na Figura 15 temos o difratograma de raios-X do suporte AlSBA-15, na razão Si/Al =

50, na forma calcinada. Esta técnica é utilizada para a identificação da estrutura hexagonal

mesoporosa. Uma vez que a estrutura atômica do material AlSBA-15 é composta de paredes

de T-O (T = Si ou Al) ordenadas de tal forma que constroem um conjunto de mesoporos

conectados com microporos, que pode se ordenar formando hexágonos ou pode ficar

desordenados. As paredes do AlSBA-15 não são cristalinas, mas amorfas, ou seja não existe

uma ordenação atômica de longo-alcance entre os tetraedros de Si-O ou Al-O. E as linhas de

difração que aparecem nos ângulos muito baixos se devem apenas à ordenação hexagonal dos

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76

mesoporos e não a uma ordenação atômica de longo-alcance (cristalina) dentro das paredes da

AlSBA-15.

Figura 15 - Difratograma de raios-X do suporte AlSBA-15 calcinada.

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

(110

)(2

00)

2θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

) AlSBA-15

(100

)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Pelo difratograma apresentado, foi observada a presença dos três principais picos de

difração referentes aos planos, cujos índices de Miller são (100), (110) e (200), característicos

de estrutura mesoporosa tridimensional com simetria P6mm, como aquele presente em

materiais do tipo SBA-15 (ZHAO et al., 1998a,b), indicando uma excelente uniformidade

estrutural do material. Pode-se constatar que a incorporação do alumínio, durante a síntese,

não destruiu as características estruturais da SBA-15.

Os valores dos ângulos 2θ com suas respectivas distâncias interplanares (d(hkl)) no

plano (hkl) e o parâmetro mesoporoso a0 para o plano (100) do suporte AlSBA-15, na razão

Si/Al=50, estão apresentadas na Tabela 5.

Tabela 5 - Valores dos ângulos 2θ e suas respectivas distâncias interplanares para o suporte AlSBA-15 com a razão Si/Al = 50.

Suporte 2θ hkl d(hkl) (Å) a0 (nm)

AlSBA-15 0,90 100 97,69 11,28 1,62 110 54,55 1,79 200 47,41

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

O valor de a0 que representa a soma da espessura da parede de sílica (wt) e do

diâmetro de poros (dp), associado juntamente com os dados de adsorção de nitrogênio para a

determinação dos diâmetros de poros (dp) e espessuras de parede de sílica (wt), foram

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utilizados para analisar as características estruturais do material mesoporoso do tipo AlSBA-

15 através da adsorção e dessorção de N2. Apresentando um parâmetro de célula unitária a0

relativamente grande, de 11,28 nm, referente à distância interplanar d100.

Os catalisadores de óxido de zinco suportados em AlSBA-15, nZnO-AlSBA-15, onde

n = 5, 10, 15 e 30 % em massa, em relação ao suporte AlSBA-15, foram obtidos a partir da

impregnação do sal precursor via método de volume incipiente, como descrito na subseção

4.2. Após este processo, novas análises de DRX foram realizadas em duas varreduras. A

primeira varredura foi de 0,5 a 5º para a identificação da fase mesoporosa hexagonal da

AlSBA-15. Entretanto que a segunda varredura foi em 10 a 80º, no intuito de verificar se

houve formação das fases dos óxidos de zinco cristalinos formados sobre a superfície dos

materiais mesoporosos. O mesmo procedimento foi realizado para os catalisadores de óxidos

de magnésios suportados em AlSBA-15, nMgO-AlSBA-15 onde n = 5, 10, 15 e 30 % em

massa, em relação ao suporte. No Apêndice B temos todos os difratogramas em baixo ângulo,

na forma separada de cada catalisador heterogêneo sintetizado. Na Figura 16 apresentam-se

os difratogramas em baixo ângulo das amostras calcinadas de ZnO-AlSBA-15.

Figura 16 - Difratogramas de baixo ângulo das amostras calcinadas: AlSBA-15 (a), 5 %

ZnO-AlSBA-15 (b), 10 % ZnO-AlSBA-15 (c), 15 % ZnO-AlSBA-15 (d) e 30 % ZnO-AlSBA-15 (e).

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

(200

)(1

10)

( e )

( d )

( c )

( b )  In

tens

idad

e (u

.a)

2θ (graus)

( a )

(100

)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Pode ser observada a presença dos três principais picos de difração, cujos índices de

Miller de (100), (110) e (200) para todas as amostras, semelhante à estrutura SBA-15 proposta

por Zhao e colaboradores (1998). Indicando assim, que após a incorporação de ZnO e ao

tratamento térmico, não houve alteração significativa na estrutura mesoporosa, mantendo

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78

assim o grau de ordenação e de boa qualidade dos materiais finais. Vale salientar que a

impregnação do AlSBA-15 com algum óxido metálico em seus poros podem promover perda

ou diminuir a ordenação. No entanto a impregnação não deve afetar as paredes de sílicas que

são amorfas. Na Tabela 6 temos os valores dos ângulos (2θ) dos picos dos difratogramas,

suas respectivas distâncias interplanares no plano (hkl) (d(hkl)) e o parâmetro unitário da rede

hexagonal do material mesoporoso a0 para o plano (100) para os catalisadores de óxido de

zinco suportados em AlSBA-15, com razão Si/Al = 50.

Tabela 6 - Valores dos ângulos 2θ e suas respectivas distâncias interplanares para os catalisadores de óxido de zinco suportados em AlSBA-15.

Catalisador 2θ hkl d(hkl) (Å) a0 (nm) 0,91 100 96,57 11,15

5 % ZnO-AlSBA-15 1,62 110 54,65

1,90 200 46,51 0,91 100 97,08 11,20

10 % ZnO-AlSBA-15 1,59 110 55,60 1,84 200 47,95 0,99 100 88,69 10,24

15 % ZnO-AlSBA-15 1,71 110 51,61 1,97 200 44,78 1,03 100 85,76 9,90

30 % ZnO-AlSBA-15 1,75 110 50,36 2,01 200 43,99

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Analisando os dados do suporte AlSBA-15 da Tabela 5 e comparando com os dos

catalisadores da Tabela 6, pode-se notar que em todos os casos, houve um crescente

deslocamento de d100, para maiores valores de 2θ, principalmente, para a amostra de 30 %

ZnO-AlSBA-15. Paralelamente ao deslocamento, verificou-se uma contração da estrutura

hexagonal do suporte com o aumento da % ZnO presente no suporte, que pode ser verificado

através da redução de a0 e d100. Essa contração observada está relacionada a um maior grau de

condensação dos aluminosilicatos após a incorporação de nanopartículas de ZnO na parede

interna dos poros, devido a possível interação Zn-O-Si.

A Figura 17 apresenta os difratogramas de 10 a 80º para as amostras calcinadas de

nZnO/AlSBA-15, onde n = 5, 10, 15 e 30 %, em relação ao suporte AlSBA-15.

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79

Figura 17 - Difratogramas em alto ângulo das amostras calcinadas: AlSBA-15 (a), 5 % ZnO-AlSBA-15 (b), 10 % ZnO-AlSBA-15 (c) e 15 % ZnO-AlSBA-15 (d) e 30 % ZnO-AlSBA-15 (e).

10 20 30 40 50 60 70 80 90

(e)

(d)

(c)

(b)  

2θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

) (a)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Pode ser notado na Figura 17, que todas as amostras preservaram a parede de sílica

amorfa em 2θ = 23º. Além disso, não foi observada a presença de picos de difração, referente

ao ZnO para as amostras calcinadas a 600 ºC. Segundo as cartas cristalográficas de ZnO de

JCPDS (International Centre of Powder Diffracton Standarts), como exemplo, o Registro

JCPDS: 36-145 referente a estrutura hexagonal, que tem como os principais picos de ZnO (2θ

= 31,77; 34,42; 36,25; 47,54; 56,60; 62,86; 67,96 e 69,10). Isto pode ser atribuído a excelente

dispersão das nanopartículas de óxido de zinco no suporte AlSBA-15, semelhante ao

reportado na literatura (AUROUX; GERVASINI; GUIMON, 1999; JIANG et al., 2006;

WANG et al., 2005; WANG et al., 2007; WANG et al., 2008; MUREDDU et al., 2012).

Segundo Auroux e colaboradores (1999), a ausência dos picos de difração em alto ângulo, não

significa a exclusão da possibilidade da presença de pequenos aglomerados de vários

tamanhos de nanômetros que não é visualizado por difração de raios-X. Este resultado é

semelhante ao que foi estudado para os óxidos de outros metais aglomerados dentro dos

canais de SBA-15 (JIANG et al., 2006; WANG et al., 2005).

Outra observação importante relatado na literatura (QINGSHAN et al., 2009; XIE;

TANG, 1990; WANG et al., 2008; MIHAI et al., 2010) é que a presença dos picos cristalinos

de difração de óxido de zinco suportado em materiais mesoporosos pode ser influenciado pela

concentração (%) de ZnO e pela temperatura de calcinação. Na Figura 18 temos os

difratogramas em baixo ângulo para as amostras calcinadas de MgO suportado em AlSBA-15,

nMgO-AlSBA-15, onde n = 5, 10, 15 e 30 % em massa com relação ao suporte. Pode ser

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80

observada a presença dos três principais picos de difração, cujos índices de Miller de (100),

(110) e (200) para todas as amostras, semelhante à estrutura do suporte AlSBA-15. Indicando

assim, que a incorporação de MgO e ativação térmica do catalisador, não alterou a estrutura

mesoporosa, mantendo assim o grau de ordenação e de boa qualidade dos materiais finais.

Figura 18 - Difratogramas de baixo ângulo das amostras calcinadas: AlSBA-15 (a), 5 % MgO-AlSBA-15 (b), 10 % MgO-AlSBA-15 (c), 15 % MgO-AlSBA-15 (d) e 30 % MgO-AlSBA-15 (e).

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5

(110

)

(200

)(100

)

(e)

(d)

(c)

(b)

2θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

) (a)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

A Tabela 7 apresenta os valores dos ângulos 2θ, suas respectivas distâncias

interplanares no plano (hkl) (d(hkl)) e o parâmetro mesoporoso a0 para o plano (100) para os

catalisadores de óxido de magnésio suportados em AlSBA-15.

Tabela 7 - Valores dos ângulos 2θ e suas respectivas distâncias interplanares para os

catalisadores de óxido de magnésio suportados em AlSBA-15. Catalisador 2θ Hkl d(hkl) (Å) a0 (nm)

1,02 100 86,57 10,00 5 % MgO-AlSBA-15 1,72 110 51,27

1,98 200 44,59 0.97 100 92,05 10,63

10 % MgO-AlSBA-15 1,66 110 53,13 1,93 200 45,67 1,02 100 86,70 10,01

15 % MgO-AlSBA-15 1,73 110 50,94 1,99 200 44,25 0,93 100 94,72 10,94

30 % MgO-AlSBA-15 1,65 110 53,57 1,91 200 46,13

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

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81

Com base na Figura 18 e nos dados da Tabela 7, nota um pequeno deslocamento dos

picos no sentido de maiores valores de 2θ e redução no valor do parâmetro de célula unitária

a0, principalmente, para as amostras 5 % MgO-AlSBA-15 e 15 % MgO-AlSBA-15. Nestas

amostras pode ter ocorrido uma maior contração da estrutura hexagonal com a incorporação

de nanopartículas de óxido de magnésio no suporte, do que as amostras de ZnO-AlSBA-15,

exceto à 30 % ZnO-AlSBA-15. Essa contração observada está relacionada a um maior grau de

condensação dos aluminosilicatos após a incorporação de óxido metálico na parede dos poros.

Na Figura 19 temos os difratogramas de 10 a 80º para as amostras calcinadas de

nMgO/AlSBA-15, onde n = 5, 10, 15 e 30 % em massa com relação ao suporte AlSBA-15.

Figura 19 - Difratogramas de alto ângulo das amostras calcinadas: AlSBA-15 (a), 5% MgO-

AlSBA-15 (b), 10% MgO-AlSBA-15 (c), 15% MgO-AlSBA-15 (d) e 30% MgO-AlSBA-15 (e).

10 20 30 40 50 60 70 80 90

(e)

(d)

(c)

(b)

 In

tens

idad

e (u

.a)

2θ (graus)

(a)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Pode ser visto na Figura 19 que houve preservação da parede de sílica amorfa, em 2θ

= 23º, para todas as amostras analisadas. Além disso, não foi observado a presença de picos

de difração característicos de MgO nos difratogramas em alto ângulo das amostras calcinadas

a 600º, baseadas nas cartas cristalográficas de registros JCPDS (19-0771; 27-0759; 30-0794;

76-1363; 79-0612; 89-7746). Isto pode está atribuído a boa dispersão das nanopartículas de

óxido de magnésio no suporte AlSBA-15.

5.1.3 Espectroscopia na região do Infravermelho com transformada de Fourier (FTIR)

As análises por espectroscopia na região do infravermelho médio (FTIR) com

transformada de Fourier foram conduzidas na faixa de 4000-400 cm-1. Esta análise foi

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82

conduzida no intuito de identificar as frequências vibracionais e suas respectivas atribuições

referentes aos grupos funcionais orgânicos presentes na estrutura do direcionador (P123)

contido nos poros na forma não calcinada e monitorar a eficiência do processo de lavagem e

calcinação na remoção do direcionador pelo desaparecimento dessas bandas. Além de

verificar quais são as principais frequências vibracionais e suas respectivas atribuições na

estrutura dos catalisadores heterogêneos ZnO-AlSBA-15 e MgO-AlSBA-15, após a

incorporação do óxido no suporte pelo método de volume incipiente.

A Figura 20 apresenta o espectro de infravermelho do suporte AlSBA-15 , na razão

Si/Al = 50, nas formas calcinada e não calcinada.

Figura 20 - Espectro de infravermelho de AlSBA-15 nas formas calcinada e não calcinada.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

0

20

40

60

80

100

Tran

smitâ

ncia

(%)

Numero de Onda (cm-1)

AlSBA-15 não calcinada AlSBA-15 calcinada

3500

2960 28

70

1630 14

6013

90

940 80

5

470

1150

1080

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Para o suporte AlSBA-15, podem ser observados diversas bandas referentes tanto as

deformações e os estiramentos dos grupos funcionais das espécies orgânicas (molécula

orgânica direcionadora P123), como também dos grupos funcionais inorgânicos, presentes na

estrutura da AlSBA-15, como mostra a Tabela 8. Em todas as amostras foi observada a

presença de uma banda larga com pico de vibração em torno de 3500 cm-1, referente às

vibrações de estiramento dos grupos hidroxilas internos e externos na estrutura mesoporosa

(COUTINHO, 2006), e também as moléculas de água da hidratação, que interagem com estes

grupos hidroxilas por ligações de hidrogênio. Foram observadas também bandas referentes às

vibrações das moléculas orgânicas do direcionador - P123, em 2960 – 2870 cm-1, que está

relacionada ao estiramento entre a ligação C-H dos grupos CH2. Em 1460 cm-1 temos as

bandas referentes às deformações da ligação -(CH2)n de cadeia e em 1390 cm-1 para às

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83

deformações da ligação C-O-C do direcionador P123. A banda de vibração com pico em 1630

cm-1 pode ser atribuída à água de hidratação interagindo com a superfície do suporte (HO;

CHO, 1995; WANG et al., 2006).

Pode ser observado, que após a etapa de calcinação as bandas referentes aos grupos

funcionais orgânicos do direcionador P123 desapareceram. Além disso, não foi observado

deslocamento da frequência de 1080 cm-1 para valores em torno de 1115 cm-1 referente à

sílica amorfa. Este fato indica que a etapa de calcinação não foi acompanhada pelo colapso da

estrutura gerando espécies de sílica amorfa (CHEN et al., 1997), comprovando que o processo

de calcinação do material mesoporoso AlSBA-15, partindo de condições bem definidas de

tempo e temperatura foi satisfatório, pelo fato de que houve total remoção das espécies

direcionadoras P123 e com preservação estrutural.

As bandas típicas referentes aos estiramentos assimétricos da ligação T-O-T (T = Si,

Al), pode ser visualizada em 1150-1080 cm-1 e 805 cm-1, devidas a estiramentos simétricos

das ligações T-O-T (T = Si, Al) e em 470 cm-1 atribuído a deformações da ligação T-O-T (T =

Si, Al), muito comuns em silicatos e aluminosilicatos. O pico em 940 cm-1 pode ser atribuído

a vibrações Si-OH gerado pela presença de sítios defeituosos na estrutura (VINU et al., 2005).

Através das análises de DRX e adsorção de nitrogênio apresentadas nas subseções 5.1.2 e

5.1.4, no qual foi retificada a qualidade da estrutura mesoporosa obtida de forma mais

detalhada.

Tabela 8 - Dados relativos às frequências vibracionais observadas e suas respectivas

atribuições feitas para o espectro de infravermelho de AlSBA-15 com razão Si/Al=50.

Número de onda (cm-1) Atribuições

3500 Estiramento dos grupos hidroxilas internos e externos na estrutura mesoporosa, e as moléculas de água de

hidratação. 2960 – 2870 Estiramentos das ligações C-H dos grupos CH2 do

direcionador P123 1630 Água interagindo com a superfície do suporte 1460 Deformações da ligação -(CH2)n de cadeia

1150-1080 Estiramentos assimétricos da ligação T-O-T (T = Si, Al) 940 Vibrações Si-OH gerado pela presença de sítios

defeituosos na estrutura 805 Estiramentos simétricos das ligações T-O-T (T = Si, Al) 470 Deformações da ligação T-O-T (T = Si, Al)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

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84

Na Figura 21 mostra comparativamente os espectros de infravermelho na região de

4000 a 400 cm-1 dos catalisadores de 5, 10, 15 e 30 % de óxido zinco suportados em AlSBA-

15, na razão Si/Al = 50.

Figura 21 - Espectros de infravermelho de: (a) AlSBA-15, (b) 5 % ZnO-AlSBA-15, (c) 10 % ZnO-AlSBA-15, (d) 15 % ZnO-AlSA-15 e (e) 30 % ZnO-AlSBA-15.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

(e)

(d)

(c)

(b)

 

3500 1630

1150

1080

940

805

470

Tran

smitâ

ncia

(u.a

)

Número de Onda (cm-1)

(a)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Através dos espectros de infravermelho das amostras incorporadas com ZnO, nota-se

que em 3500 cm-1 temos o estiramento vibracional de O-H dos grupos Si-OH e moléculas de

água, que apresenta um aumento da intensidade das bandas à medida que aumentamos a % de

ZnO suportado em AlSBA-15 (MOOSAVI et al., 2012). Isto pode está relacionado à presença

do ZnO na estrutura das amostras.

O pico em 940 cm-1 atribuído a vibrações Si-OH gerado pela presença de sítios

defeituosos na estrutura, diminuiu à medida que aumentou as percentagens em massa do ZnO

no suporte. Esta diminuição do pico pode ser atribuído a interação do ZnO com os grupos

silanóis (Si-OH) presente na parte externa e/ou interna do suporte AlSBA-15 (JIANG et al.,

2006). A maior confirmação da interação foi revalidada a partir dos espectros XPS que mostra

a existência da interação Si-O-Zn. Em relação ao pico em torno de 490 cm-1, temos os modos

de estiramento da ligação Zn-O, entretanto este pode não ser visualizado devido à

sobreposição com a banda referente à vibração no tetraedro da ligação T-O-T (T = Si, Al).

Semelhante comportamento também foi observado nas bandas 3500, 940 e 470 cm-1

para os espectros de infravermelho na região de 4000 a 400 cm-1 dos catalisadores de 5, 10, 15

e 30 % de óxido magnésio suportados em AlSBA-15, mostrado na Figura 22.

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85

Figura 22 - Espectros de infravermelho de: (a) AlSBA-15, (b) 5 % MgO-AlSBA-15, (c) 10 % MgO-AlSBA-15, (d) 15 % MgO-AlSA-15 e (e) 30 % MgO-AlSBA-15.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

(d)

(e)

(c)

(b)

 

47080

594

010

8011

501630

3500

Número de Onda (cm-1)

Tran

smitâ

ncia

(u.a

)

(a)

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Com a incorporação do óxido de magnésio no suporte AlSBA-15, o pico em 950 cm-1

diminui até desaparecer, com o aumento da % de MgO, no qual está atribuído a presença de

sítios defeituosos na estrutura mesoporosa gerado pela vibração Si-OH. Isto pode ter

ocasionado a interação do MgO com os grupos silanóis (Si-OH) presente no suporte AlSBA-

15. Também se pode observar, que em 1635 cm-1 há um aumento da intensidade do pico com

o aumento do teor de MgO. Isto se deve ao aumento do número de moléculas de água

interagindo com o Si-O-Si de AlSBA-15 para formar hidroxilas na superfície (WANG et al.,

2010).

5.1.4 Adsorção e Dessorção de Nitrogênio (N2)

A isoterma de adsorção e dessorção, assim como, a distribuição de diâmetros de poros

pelo método de BJH de adsorção, do suporte AlSBA-15 na razão Si/Al=50, estão

apresentadas na Figura 23.

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86

Figura 23 - Isoterma de adsorção/dessorção de nitrogênio do suporte AlSBA-15. Em detalhe, a distribuição do diâmetro de poros deste suporte.

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,00

100

200

300

400

500

600

700

800

0 5 10 15 20 25 30

0,00

0,05

0,10

0,15

dV/d

r (c

m3 .g-1

)Diâmetro de Poros (nm)

Adsorção Dessorção

p/p0

Vol

ume

Ads

orvi

do (c

m3 g-1

)

AlSBA-15

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Pode ser observado que o suporte AlSBA-15 apresentou isoterma do tipo IV, segundo

a classificação de Brunauer e colaboradores (BRUNAUER et al., 1938), que é característica

de material mesoporoso. De acordo com a IUPAC, a histerese encontrada foi do tipo I,

característica de materiais com sistema de poros cilíndricos, ou feitos a partir de agregados ou

aglomerados de partículas esferoidais com poros de tamanhos uniformes. Além disso, o

suporte AlSBA-15 apresentou uma distribuição uniforme em relação ao diâmetro de poros,

que está em sintonia com os resultados obtidos por DRX.

As distribuições de diâmetros de poros dos materiais mesoporosos foram obtidas

correlacionando os valores de volume adsorvido em função da pressão relativa (p/po) nos

algoritmos propostos por BJH (BRUNAUER et al., 1953). Os diâmetros médios de poros

foram obtidos pelas curvas de adsorção referente à distribuição de poros através do método

BJH.

Na Figura 24, temos as isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio das amostras

de nZnO-AlSBA-15, onde n = 5, 10, 15 e 30 % em massa com relação ao suporte AlSBA-15.

Em detalhe, temos a distribuição do diâmetro de poros para cada amostra em estudo.

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87

Figura 24 - Isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio das amostras: 5 % ZnO-AlSBA-15, 10 % ZnO-AlSBA-15, 15 % ZnO-AlSBA-15 e 30 % ZnO-AlSBA-15. Em detalhe, os gráficos da distribuição do diâmetro de poros.

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,00

100

200

300

400

500

600

Adsorção Dessorção

0 5 10 15 20 25 30

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

Diâmetro de Poros (nm)

dV/d

r (cm

3 .g-1

)

Volum

e  Ads

orvido

 (cm

3 g-­‐1)

p/p0

5%ZnO-AlSBA-15

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

100

200

300

400

500

600

700

800

0 5 10 15 20 25 30

0,00

0,05

0,10

0,15

dV/d

r (c

m3 .g-1)

D iâmetro de Poros (nm)

Adsorção Dessorção

p/p0

Volum

e  Ads

orvido

 (cm

3 g-­‐1)

10% ZnO-AlSBA-15

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,00

100

200

300

400

500

600

700

Adsorção Dessorção

0 5 10 15 20 25 30

0,00

0,05

0,10

0,15

dV/d

r (cm

3 .g-1

)

Diâmetro de Poros (nm)

Vol

ume

Ads

orvi

do (c

m3 g-1

)

p/p0

15% ZnO-AlSBA-15

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,00

50

100

150

200

250

300

350

400

0 5 10 15 20 25 30

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

dV/d

r (cm

3 .g-1)

Diâmetro de Poros (nm)

Vol

ume

Ads

orvi

do (c

m3 g-1

)

p/p0

30% ZnO-AlSBA-15

Adsorção Dessorção

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Com a impregnação do óxido de zinco no suporte, como mostra a Figura 24, houve

alterações significativas nas isotermas de adsorção e dessorção; porém, continuando a ser

isotermas do tipo IV com histerese do tipo I, mantendo assim a estrutura mesoporosa

ordenada. Uma vez que isotérmicas são do mesmo tipo, pode-se concluir que não houve

colapso estrutural induzida pela incorporação do ZnO corroborando com os resultados de

DRX. Além disso, houve uma redução relevante no volume de poros mediante o aumento da

concentração de ZnO suportado na AlSBA-15, indicando que nanopartículas de ZnO pode ter

sido dispersas ao longo dos poros, e um possível bloqueio parcial dos mesmos, de modo que

os canais mesoporosos ainda estão acessíveis para as moléculas sonda. Essa redução do

volume de poros existente na estrutura das amostras, pode ser mais visualizado para a amostra

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88

de 5 % ZnO-AlSBA-15. Este resultado pode está relacionado à maneira como o ZnO foi

distribuído no suporte durante o método de impregnação.

As propriedades texturais do suporte AlSBA-15 e dos catalisadores 5 % ZnO-AlSBA-

15, 10 % ZnO-AlSBA-15, 15 % ZnO-AlSBA-15 e 30 % ZnO-AlSBA-15 obtidos a partir das

isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio a 77 K e dos difratogramas de raios-X, estão

presente na Tabela 9.

Tabela 9 - Propriedades texturais das amostras AlSBA-15, 5 % ZnO-AlSBA-15, 10 % ZnO-AlSBA-15, 15 % ZnO-AlSBA-15 e 30 % ZnO-AlSBA-15.

Comparando os dados do suporte AlSBA-15 com dos catalisadores ZnO/AlSBA-15,

pode ser observado que a incorporação do óxido de zinco no suporte provocou alterações

significativas nas propriedades texturais da peneira molecular. A área específica, a

microporosidade (área e o volume microporoso), o volume poroso (Vp) e a espessura da

parede (w) diminuíram, enquanto que houve um aumento do diâmetro médio de poros (Dp).

Tais alterações podem ser explicadas pela contração da estrutura mesoporosa, devido a

provável incorporação de ZnO no suporte, ocasionado pela interação Zn-O-Si. O alargamento

do diâmetro médio dos poros causou uma diminuição da espessura da parede. Mostrando-se

mais acentuada para o catalisador 30 % ZnO-AlSBA-15, que está relacionado à maior

concentração de nanopartículas ZnO existente na estrutura mesoporosa (mesoporos e

microporos).

A redução da microporosidade pode ser atribuída a elevada dispersão de algumas

nanopartículas de ZnO no interior dos canais microporosos, como ilustrado na Figura 25.

Amostras SBET (m2g-1)

Smicro (m2g-1)

Vp* (cm3g-1)

Vmicro (cm3g-1)

Dp* (nm)

a0 (nm)

Wt (nm)

AlSBA-15 727,71 100,91 1,24 0,055 6,63 11,28 4,65

5 % ZnO-AlSBA-15 474,30 41,53 0,83 0,021 6,92 11,15 4,23

10 % ZnO-AlSBA-15 591,00 6,20 1,19 0,001 8,04 11,20 3,16 15 % ZnO-AlSBA-15 524,26 12,07 0,98 0,005 7,39 10,24 2,85

30 % ZnO-AlSBA-15 337,05 4,42 0,57 0,001 7,73 9,90 2,17 *BJH de Adsorção

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

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89

Figura 25 - Representação ilustrativa da incorporação do óxido de zinco no suporte AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

As isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio das amostras incorporadas com

óxido de magnésio, nMgO-AlSBA-15, onde n = 5, 10, 15 e 30 % em massa com relação ao

suporte AlSBA-15, estão presente na Figura 26, assim como, em detalhe, a distribuição do

diâmetro de poros de cada amostra. Figura 26 - Isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio das amostras: 5 % MgO-AlSBA-

15, 10 % MgO-AlSBA-15, 15 % MgO-AlSBA-15 e 30 % MgO-AlSBA-15. Em detalhe, os gráficos da distribuição do diâmetro de poros.

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,00

100

200

300

400

500

600

0 5 10 15 20 25 30

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

Diâmetro de Poros (nm)

dV/d

r (c

m3 .g-1

)

Vol

ume

Ads

orvi

do (c

m3 g-1

)

P/P0

Adsorção Dessorção

5% MgO-AlSBA-15

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,00

50

100

150

200

250

300

350

400

450

0 5 10 15 20 25 30

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

dV/d

r (cm

3 .g-1)

Diâmetro de Poros (nm)

10% MgO-AlSBA-15

Vol

ume

Ads

orvi

do (c

m3 g-1

)

P/P0

Adsorção Dessorção

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90

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

0

100

200

300

400

500

0 5 10 15 20 25 30

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

dV/d

r (cm

3 .g-1

)

Diâmetro de Poros (nm)

15% MgO-AlSBA-15V

olum

e A

dsor

vido

(cm

3 g-1)

P/P0

Adsorção Dessorção

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,00

100

200

300

400

500

0 5 10 15 20 25 30-­‐0,02

0,00

0,02

0,04

0,06

0,08

0,10

0,12

0,14

0,16

0,18

dV/d

r (cm

3 .g-1

)

Diâmetro de Poros (nm)

30% MgO-AlSBA-15

Adsorção Dessorção

Vol

ume

Ads

orvi

do (c

m3 g-1

)

P/P0

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Baseado na Figura 26, pode ser visualizada que todas os catalisadores de MgO

suportados em AlSBA-15, apresentaram alterações significativas nas isotermas de adsorção e

dessorção, em relação ao suporte AlSBA-15. Entretanto, continuam a ser isotermas do tipo IV

com loop de histerese do tipo I, preservando a estrutura mesoporosa ordenada. Pode-se

concluir que não houve colapso estrutural induzido pela incorporação do óxido de magnésio,

que foi consistente com os resultados de baixo ângulo de DRX. Além disso, houve uma

diminuição significativa da área superficial e do volume de poros após o processo de

impregnação, mediante o aumento da concentração de MgO. Isso pode está relacionado à

dispersão de nanopartículas de MgO ao longo dos poros e da estrutura de AlSBA-15, como

também ao bloqueio parcial de alguns poros.

As propriedades texturais do suporte AlSBA-15 e dos catalisadores 5 % MgO-AlSBA-

15, 10 % MgO-AlSBA-15, 15 % MgO-AlSBA-15, o e 30 % MgO-AlSBA-15 obtidas a partir

das isotermas de adsorção/dessorção de nitrogênio a 77 K e dos difratogramas de raios-X, está

presente na Tabela 10.

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91

Tabela 10 - Propriedades texturais das amostras AlSBA-15, 5 % MgO-AlSBA-15, 10 % MgO-AlSBA-15, 15 % MgO-AlSBA-15, e 30 % MgO-AlSBA-15.

*BJH de Adsorção

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Através da Tabela 10, pode observar comportamento semelhante no tipo de isoterma

das amostras de ZnO-AlSBA-15 e MgO-AlSBA-15. A incorporação de óxido de magnésio no

suporte também provocou alterações significativas nas propriedades texturais da peneira

molecular. Logo a área superficial, a microporosidade (área e o volume microporoso), o

volume poroso (Vp) e a espessura da parede (w) diminuíram, enquanto que houve um

aumento do diâmetro médio de poros (Dp). Essas alterações podem estar relacionada à

presença de nanopartículas de MgO na estrutura mesoporosa como também ao bloqueio nos

poros, além de um alargamento do diâmetro médio dos poros, que provoca a diminuição da

espessura da parede. Exceto para a amostra de 30 % MgO-AlSBA-15, no qual apresentou

diâmetro e espessura da parede próximo dos valores do suporte. Entretanto, a espessura da

parede deveria aumentar com a incorporação de ZnO devido a contribuição nas propriedades

texturais dos microporos e mesoporos, firmado pelas técnicas de MET e XPS.

5.1.5 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)

A Figura 27 mostra micrografia eletrônica de varredura da peneira molecular do tipo

AlSBA-15 na razão Si/Al = 50, com ampliação de 3000X.

Amostras SBET (m2g-1)

Smicro (m2g-1)

Vp* (cm3g-1)

Vmicro (cm3g-1)

Dp* (nm)

a0 (nm)

Wt (nm)

AlSBA-15 725,70 100,92 1,20 0,061 6,63 11,28 4,65 5 % MgO-AlSBA-15 448,43 38,48 0,89 0,015 7,95 10,00 2,05

10 % MgO-AlSBA-15 338,94 51,62 0,64 0,027 7,51 10,63 3,12 15 % MgO-AlSBA-15 308,04 29.16 0,694 0,014 9,01 10,01 1,00 30 % MgO-AlSBA-15 432,14 65,25 0,707 0,034 6,41 10,94 4,53

 

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92

Figura 27 - Micrografias eletrônicas de varredura do suporte AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Pode-se observar na Figura 27, que fibras de sílica não uniforme em forma

aglomerada e uma distribuição homogênea com dimensões micrométricas, foram formadas a

partir da adesão linear de nódulos de partículas submicrométricas.

Na Figura 38 temos as micrografias eletrônicas de varreduras das amostras de nZnO-

AlSBA-15, onde n = 5, 10, 15 e 30 % em massa.

Figura 28 - Micrografias eletrônicas de varredura das amostras: (a) 5 % ZnO-AlSBA-15, (b)

10 % ZnO-AlSBA-15, (c) 15 % ZnO-AlSBA-15 e (d) 30 % ZnO-AlSBA-15.

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93

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Após a incorporação do óxido de zinco no suporte, evidenciado na Figura 28, pode

ser visualizado que a morfologia não foi alterada, mantendo assim, a forma de fibras

micrométricas formadas a partir de partículas submicrométricas. Na Figura 29 temos as

micrografias eletrônica de varredura dos catalisadores de MgO-AlSBA-15.

Figura 29 - Micrografias eletrônicas de varredura das amostras: (a) 5 % MgO-AlSBA-15, (b) 10 % MgO-AlSBA-15, (c) 15 % MgO-AlSBA-15 e (d) 30 % MgO-AlSBA-15.

(a) (b)

(c) (d)

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94

Semelhança na morfologia também foi observada para os catalisadores de MgO-

AlSBA-15, no qual foi preservada após a incorporação do MgO, mantendo assim, a forma de

fibras micrométricas formadas a partir de partículas submicrométricas.

5.1.6 Microscopia Eletrônica de Transmissão e microanálise com energia dispersiva por

raios-X

A técnica de microscopia eletrônica de transmissão (MET) acoplada em um

microanalisador com energia dispersiva por raios-X (EDX) mostrou-se uma importante

ferramenta de caracterização dos materiais na identificação da fase ativa metálica dispersa

sobre o suporte e na composição química semiquantitativa dos materiais mesoporosos.

Na Figura 30 temos as imagens de microscopia eletrônica de transmissão (MET) do

suporte AlSBA-15, na fase vertical e longitudinal.

Figura 30 - Imagens de MET do suporte AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Através da Figura 30, pode-se observar uma excelente uniformidade textural na

estrutura mesoporosa tridimensional com simetria P6mm para o suporte AlSBA-15, no qual

foi encontrado nanotubos paralelos e a presença da estrutura hexagonal, sancionando com os

resultados obtidos através do DRX. Além disso, utilizando o programa Imagej, foi possível

determinar o parâmetro de rede da cela unitária a0 que foi de 11,36, que corrobora com os

resultados obtidos por adsorção e dessorção de N2. Através das imagens de MET foi possível

constatar a presença de fileiras claras e escuras. Este contraste se deve à difração de elétrons e

(a) (b)

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95

neste caso as fileiras escuras são observadas devido à presença de átomos de Si, Al e O

(parede da AlSBA-15), enquanto que as fileiras brancas refere-se aos mesoporos.

A partir do espectro de EDX da peneira molecular mesoporosa AlSBA-15,

apresentado na Figuras 31, pode ser determinado a razão molar Si/Al no sólido e teor de

alumínio incorporado na amostra sólida de AlSBA-15, como mostrado na Tabela 11.

Figura 31 - Espectro de EDX da AlSBA-15 calcinada.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Tabela 11 - Razão molar Si/Al e teor de alumínio incorporado na amostra sólida de AlSBA-15. Amostra Si/Al no gel Si/Al no sólido Al incorporado (%)

AlSBA-15 50 114,5 43,6 FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Como pode ser observado na Tabela 11, o material mesoporoso AlSBA-15, na razão

Si/Al = 50, apresentou 43,6 % de Al incorporado na sua estrutura. A partir dos percentuais de

massa de cada elemento mostrado no espectro de EDX do suporte calcinado, podemos

determinar a fórmula mínima ou empírica (AlxSiyOz) para AlSBA-15.

Onde, x = % massa do Al / M do Al. y = % massa do Si / M do Si.

z = Valor determinado considerando-se a composição dos óxidos de Al e Si.

M = massa atômica de 1 mol de átomos.

Portanto, a fórmula empírica para a peneira molecular e Al-SBA-15 é a seguinte

fórmula: Al0,004Si0,382O5,588. Na fórmula empírica, os valores numéricos são referentes aos

números de moles de cada elemento presente no material mesoporoso.

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96

Nas Figuras 32 a 33 temos as imagens da microscopia eletrônica de transmissão

(MET) das amostras de 30 % ZnO-AlSBA e 30 % MgO-AlSBA-15.

Figura 32 - Imagens de MET do catalisador 30% ZnO-AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Figura 33 - Imagens de MET do catalisador 30 % MgO-AlSBA-15.

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97

Figura 34 - Imagens da microscopia eletrônica de transmissão dos catalisadores sintetizados: 5 % ZnO-AlSBA-15 (a), 10 % ZnO-AlSBA-15 (b), 15 % ZnO-AlSBA-15 (c) , 5 % MgO-AlSBA-15 (d), 10 % MgO-AlSBA-15 (e) e 15 % MgO-AlSBA-15(f).

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

(a) (d)

(b) (e)

(c) (f)

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98

Pode ser observado nas imagens de microscopia eletrônica de transmissão, que todas

as amostras sintetizadas preservaram a ordenação da estrutura hexagonal mesoporosa do

suporte, após a incorporação de óxidos de zinco e magnésio. Os valores obtidos do parâmetro

de rede a0 (a distância entre dois centros vizinhos dos poros) da amostra de 30 % ZnO-

AlSBA-15 foi cerca de 9.77 nm, enquanto que, na amostra 30 % MgO-AlSBA-15 foi de

10,97 nm. Estes valores estão semelhantes aos resultados obtidos através das análises de

DRX. Pelas imagens de microscopia eletrônica de transmissão, observa-se a ausência de

aglomerados de ZnO e MgO nos canais mesoporosos, que é atribuído a boa dispersão da fase

ativa sobre o suporte, através do método de impregnação escolhido. A confirmação da

presença de zinco foi possível através da analise química elementar, obtida pelos espectros de

EDX dos materiais mesoporosos de nZnO-AlSBA-15, onde n = 5, 10, 15 e 30 % em massa

(Figuras 35 a 38). Também foi constatado a presença de óxido de magnésio nos catalisadores

de MgO-AlSBA-15 (ver Apêndice B).

Figura 35 - Espectro de EDX de 5 % ZnO-AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

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99

Figura 36 - Espectro de EDX de 10 % ZnO-AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Figura 37 - Espectro de EDX de 15 % ZnO-AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Figura 38 - Espectro de EDX de 30 % ZnO-AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Comparando as informações obtidas pela difração de raios-X em alto ângulo com os

espectros de EDX das amostras de ZnO-AlSBA-15 (Figuras 35 a 38), no qual mostra

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100

claramente a presença de zinco. Pode-se afirmar que maioria do óxido de zinco encontra-se

bem dispersos no suporte AlSBA-15, caso contrário, a presença de agregados de ZnO sobre a

superfície externa do suporte deveria ser detectado pela técnica de DRX.

A partir da técnica EDX, foi possível determinar as composições químicas

semiquantitativa dos catalisadores heterogêneos, ZnO-AlSBA-15, através dos valores em

percentuais de massa de cada elemento para as amostras de nZnO-AlSBA-15, onde n = 5, 10,

15 e 30 % em massa (Tabela 12). Através dos percentuais de massa de cada elemento, pode

ser observado o aumento da presença do zinco, com o aumento da percentagem em massa de

ZnO presente no suporte AlSBA-15.

Tabela 12 - Composição química em percentual de massa obtida pela técnica de EDX das amostras ZnO-AlSBA-15.

Amostras O (%) Al (%) Si (%) Zn (%) 5 % ZnO-AlSBA-15 82,97 0,19 16,83 0,01

10 % ZnO-AlSBA-15 83,34 0,03 16,60 0,03

15 % ZnO-AlSBA-15 83,71 0,01 16,20 0,08

30 % ZnO-AlSBA-15 43,20 0,4 52,30 4,0 FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

5.1.7 Espectroscopia de fotoemissão de raios-X (XPS)

Através da espectroscopia de fotoemissão de raios-X (XPS) foi possível analisar a

superfície das amostras estudadas, no intuito de identificar a provável composição da

superfície. Uma vez que esta técnica de análise química fornece análise elementar e

informação sobre ligações químicas existente na superfície. As Figuras 39 a 41 mostra os

espectros fotoeletrônicos de O 1s, Si 2p e Zn 2p3/2, referente aos espetros dos principais

elementos presente na superfície das amostras de óxido de zinco suportado em AlSBA-15.

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101

Figura 39 - Espectro Fotoeletrônico (XPS) para o nível 1s do O, nas amostras de AlSBA-15 e ZnO-AlSBA-15.

528 530 532 534 536 538

Inte

nsid

ade

(u.a

)

Energia de Ligaçao / eV

AlSBA-15 5% ZnO-AlSBA-15 10% ZnO-AlSBA-15 15% ZnO-AlSBA-15 30% ZnO-AlSBA-15

O 1s

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Figura 40 - Espectro Fotoeletrônico (XPS) para o nível 2p de Si, nas amostras de AlSBA-15 e ZnO-AlSBA-15.

96 98 100 102 104 106 108 110

Inte

nsid

ade

(u.a

)  

AlSBA-15 5% ZnO-AlSBA-15 10% ZnO-AlSBA-15 15% ZnO-AlSBA-15 30% ZnO-AlSBA-15

Si 2p

Energia de ligaçao / eV

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

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102

Figura 41 - Espectro Fotoeletrônico (XPS) para o nível 2p3/2 de Zn, nas amostras de AlSBA-15 e ZnO-AlSBA-15.

1016 1018 1020 1022 1024 1026 1028 1030

 In

tens

idad

e (u

.a)

Energia de Ligaçao / eV

5% ZnO-AlSBA-15 10% ZnO-AlSBA-15 15% ZnO-AlSBA-15 30% ZnO-AlSBA-15

Zn 2p3/2

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Através do espectro fotoeletrônico do nível 2p3/2 de Zn, observa-se que todas as

amostras de ZnO-AlSBA-15 apresentaram energia de ligação de 1022,7-1022,9 eV, que pode

ser atribuída à interação Zn-O-Si na superfície, uma vez que a energia de ligação de Zn 2p3/2

no óxido de zinco é 1021,1 eV, baseado no banco de dados da NIST ( NIST, 2012). Essa

interação Zn-O-Si, está relacionada à densidade eletrônica de valência do átomo de Zn na

ligação Si-O-Zn ser menor do que na ligação Zn-O-Zn (CANNAS et al., 1999). Estes

resultados corrobora com os obtidos por FTIR, que é referente ao pico em 940 cm-1. Além

disso, os espectros fotoeletrônicos de Zn 2p3/2 mostraram variações nas intensidades dos

picos, que é atribuído ao teor de fase ativa presente na superfície do suporte. Essa maior

intensidade dos picos pode ser observado na amostra 30 % ZnO-AlSBA-15, no qual

apresentou maior quantidade de fase ativa na superfície. Uma vez que a intensidade dos picos

está relacionada à concentração do elemento em questão na amostra ou à presença deste

elemento na superfície (MENDES, 2011).

Na Tabela 13 temos os valores das energias de ligações referente aos espectros

fotoeletrônico de Si 2p, O 1s, Al 1s e Zn 2p3/2, como também a razão atômica Si/Al e Si/Zn.

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103

Tabela 13 - Energia de ligação dos catalisadores ZnO-AlSBA-15 e a razão atômica de superfície.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

A partir dos dados obtidos da Tabela 13, pode-se notar que as energias de ligação dos

picos de O 1s em 532.5-533.2 eV e de Si 2p (103,1-103,8 eV), refere-se a existência de SiO2

na superfície. Entretanto, há uma redução da intensidade destes sinais, uma vez que a

superfície da AlSBA-15 possuem grupos silanóis livres e sua intensidade pode ser atenuada,

devido a presença do zinco na superfície, ocasionado pela interação de Zn-O-Si. Pode-se

verificar que a energia de ligação do nível 2p de Al (74,4 eV), referente a presença de Al2O3

na superfície, desaparece após a incorporação de ZnO no suporte. Isto pode estar atribuída à

presença de zinco na superfície, impedindo que o alumínio seja visualizado por XPS, uma vez

que esta é uma técnica de analise de superfície. Ou uma provável retirada de Al e entrada de

Zn na estrutura do suporte AlSBA-15, no qual só pode ser confirmado pela Espectroscopia de

ressonância magnética nuclear. Na Tabela 14 temos os valores da quantidade atômica dos

elementos presente na superfície das amostras de ZnO-AlSBA-15.

Tabela 14 - Quantidade atômica dos elementos presente na superfície das amostras de ZnO-

AlSBA-15.

Amostras Quantidade atômica dos elementos na superfície (%)

C 1s O 1s Al 2p Si 2p Zn 2p3/2

AlSBA-15 5,22 63,93 0,14 30,71 - 5 % ZnO-AlSBA-15 5,94 62,48 - 30,99 0,59

10 % ZnO-AlSBA-15 8,42 60,99 - 29,73 0,86 15 % ZnO-AlSBA-15 5,83 62,91 - 30,12 1,14 30 % ZnO-AlSBA-15 15,18 60,1 - 27,53 4,18

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Amostras Energia de Ligação (Ev) Razão atômica de superfície O1s Al2p Si2p Zn2p3/2 Si/Zn

AlSBA-15 533,2 74,4 76,9 103,8 - - 5 % ZnO-AlSBA-15 532,9 - 103,4 1022,7 52,5

10 % ZnO-AlSBA-15 532,7 - 103,3 1022,7 34,6

15 % ZnO-AlSBA-15 533,0 - 103,6 1022,9 26,4

30 % ZnO-AlSBA-15

532,5

-

103,1

1022,6

6,6

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104

Relacionando os valores da quantidade atômica dos elementos na superfície (Tabela

14) com os dados da razão atômica Si/Zn (Tabela 13), podemos comprova que há um

aumento da quantidade de zinco presente na superfície do suporte, pelo aumento da

percentagem em massa de ZnO suportado na AlSBA-15. Este aumento foi significativo para a

amostra de 30 % ZnO-AlSBA-15, que apresentou razão atômica Si/Zn de 6.6. Os resultados

estão em conformidade com os resultados das propriedades texturais e estruturais já

discutidos.

Com relação aos catalisadores de MgO-AlSBA-15, na Tabela 15 temos os valores das

energias de ligações referente aos espectros fotoeletrônico de Si 2p, O 1s, Al 1s e Mg 2p e

também a razão atômica Si/Al e Si/Mg.

Tabela 15 - Energia de ligação dos catalisadores MgO-AlASBA-15 e a razão atômica de superfície.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Por meio da análise de XPS verificou-se a presença de dois picos de energia de ligação

para o nível 1s do C com valores de 284,8 e 287,7 eV, que corresponde aos grupos funcionais

C-H e C-O, respectivamente. Para a interpretação dos resultados de análise por XPS, o pico

C(1s) foi tomado como referência para a correção das demais energias de ligação. Com base

nos dados da Tabela 15, o nível 2p de Mg apresentou dois picos, cujos valores das energias

de ligação são: 45.6-46.1eV e 50-50,6 eV, que pode está relacionado a presença de MgO e o

cátion Mg2+, respectivamente, na superfície. Contudo não são observadas variações

significativas das energias de ligação com a incorporação de MgO ao suporte, indicando

assim uma interação similar entre a fase ativa e o suporte em todos os catalisadores

mesoporosos sintetizados.

A Tabela 16 mostra a quantidade atômica dos elementos presente na superfície das

amostras MgO-AlSBA-15.

Amostras

Energia de Ligação (Ev) Razão atômica

de superfície

C 1s O 1s Al 2p Si 2p Mg 2p Si/Mg

AlSBA-15 - 533,2 74,4 103,8 - -

5 % MgO-AlSBA-15 284,9 287,7 532,6 74,2 103,1 46,1 50,5 8,2

10 % MgO-AlSBA-15 284,9 287,5 532,5 74,2 103,1 46,0 50,6 5,8

15 % MgO-AlSBA-15 284,8 287,7 532,3 73,8 102,9 45,9 50,5 4,7

30 % MgO-AlSBA-15 284,8 287,4 532 73,8 102,3 45,6 50,0 3,1

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105

Tabela 16 - Quantidade atômica dos elementos presente na superfície das amostras de MgO-AlSBA-15.

Amostras Quantidade atômica dos elementos na superfície (%)

C1 s O 1s Al 2p Si 2p Mg 2p

AlSBA-15 5,22 63,93 0,14 30,71 -

5 % MgO-AlSBA-15 5,54 60,98 0,97 28,92 3,53

10 % MgO-AlSBA-15 6,84 60,07 1,41 26,97 4,66

15 % MgO-AlSBA-15 7 59,84 2,09 25,53 5,44

30 % MgO-AlSBA-15 8,15 56,16 3,28 25,53 7,65

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Ao correlacionarmos os dados da Tabela 15 com da Tabela 16, pode-se observar que

a razão atômica de Si/Mg variam com o aumento da percentagem em massa do MgO no

suporte. Nota-se notou um aumento da quantidade atômica de Al na superfície das amostras à

proporção que diminui a razão atômica Si/Mg, uma vez que aumentamos a quantidade de

MgO incorporado na superfície. Possivelmente, temos a formação de aluminato de magnésio.

A incorporação de óxido metálico no suporte, para os catalisadores de ZnO-AlSBA-15

e MgO-AlSBA-15, ocorreu de forma homogênea, que não foi encontrado segregação de fase

com formação do óxido na superfície, principalmente para ZnO-AlSBA-15. Este tem

demonstrado bem disperso na superfície do suporte, devido à provável interação de Zn-O-Si,

como já firmado pelas técnicas de MET e FTIR, respectivamente.

5.2 ENSAIOS CATALÍTICOS

Para a realização do estudo da atividade catalítica na reação de transesterificação do

óleo de girassol via rota metílica, foram selecionados os catalisadores de ZnO suportado na

AlSBA-15. Uma vez que os mesmos, apresentaram melhores resultados preliminares nos

ensaios catalíticos comparado com MgO-AlSBA-15.

Com base nos resultados que serão apresentados a seguir (Gráfico 5 até Gráfico

10), foi possível avaliar os efeitos das variáveis independentes (razão molar metanol: óleo,

tempo da reação, quantidade e a concentração do catalisador ) sobre as variáveis dependentes

(ésteres e triglicerídeos). Todos os ensaios foram realizados na temperatura de 175 ºC, com

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106

agitação de 200 rpm com a pressão autógena de 14 bar. Estas condições foram estabelecidas

através de vários ensaios preliminares realizados.

5.2.1 Influência do suporte AlSBA-15 na reação

Inicialmente, o Gráfico 5 mostra um estudo da atividade catalítica do suporte

AlSBA-15, na razão Si/Al = 50, no intuito de verificar alguma atividade do mesmo na reação

de transesterificação, nas condições experimentais de : 2 % em peso do suporte, tempo de 6 h

e variando a razão molar metanol: óleo de 23 e 42.

Gráfico 5 - Valores médios de conversão obtidos nas reações de transesterificação do suporte AlSBA-15.

12,24

21,49

0

5

10

15

20

25

23 42Biodiesel Razão molar metanol: óleo

% C

onve

rsão

Razão molar metanol: óleo

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Nessas condições, o suporte apresentou pouca atividade catalítica, obtendo melhor

conversão somente para a razão molar 42:1, de 21,49 %. Isso mostra a baixa influência do

suporte AlSBA-15 na reação de transesterificação, antes da incorporação do óxido de

metálico.

Para a realização da otimização dos parâmetros reacionais (razão molar metanol:

óleo, tempo reacional e da quantidade de catalisador) dos catalisadores heterogêneos, o

catalisador 30 % ZnO-AlABA-15 foi eleito para este estudo. Uma vez que em ensaios

preliminares, este teve melhor resultado de conversão dos triglicerídeos em ésteres metílicos

(biodiesel).

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107

5.2.2 Influência da razão molar metanol: óleo

Primeiramente, realizou-se um estudo da influência da razão molar metanol: óleo na

reação de transesterificação do óleo de girassol, utilizando 2 % de catalisador, como mostrado

no Gráfico 6. Com base neste resultado foi possível avaliar a influência da razão molar

metanol: óleo na conversão de triglicerídeos em ésteres metílicos (biodiesel).

Gráfico 6 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos em função da razão molar metanol: óleo.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Verificou-se que, com o aumento da quantidade de metanol no meio reacional,

houve um crescimento na conversão dos triglicerídeos em ésteres metílicos de 57,66 % a

95,41 %, com maior conversão (95,41 % durante 6 h) na a razão molar metanol: óleo de 42:1.

O excesso de álcool no meio reacional, baseado no Princípio de Le Chatelier, favorece o

deslocamento da reação para direita (formação dos produtos), até se atingir um novo estado de

equilíbrio químico. Uma vez que o catalisador apenas acelera a velocidade da reação, não

afetando o equilíbrio químico, rendimento ou constante de equilíbrio.

Sabemos que o processo de transesterificação consiste em uma sequência de três

reações consecutivas, onde os triglicerídeos são transformados em diglicerídeos, em seguida

em monoglicerídeos, e finalmente em alquil éster e glicerol. A razão molar óleo: álcool é um

dos fatores mais importantes a afetarem a conversão dos triglicerídeos em ésteres. Do ponto

de vista estequiométrico, três moles de álcool são necessários para cada mol de

triacilglicerídeo, entretanto, na prática uma quantidade maior é requerida para que a reação

siga em direção à formação de produtos, segundo o princípio de Le Chatelier. Portanto, o

efeito positivo da razão molar na reação de transesterificação do óleo de girassol corrobora

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108

com nessa afirmação. Entretanto, o excessivo aumento da quantidade metanol no meio

reacional, com a elevação da razão molar metanol: óleo prejudicou o deslocamento do

equilíbrio da reação em favor à formação de produtos, ou seja, dos ésteres metílicos e o

glicerol. Portanto, a explicação mais provável para a menor velocidade de reação em elevadas

razões molares (álcool: óleo), pode está relacionado ao aumento da inibição pelo metanol, que

interage com o catalisador, impedindo o contato dos sítios ativos do catalisador com as

moléculas dos triglicerídeos.

5.2.3 Influência do tempo reacional

No Gráfico 7 foi efetuado o estudo da velocidade cinética da reação de

transesterificação, utilizando a razão molar metanol/óleo de 42:1, 2 % de catalisador e

variando o tempo reacional, para obtenção dos valores médios da conversão dos triglicerídeos

em ésteres metílicos (biodiesel).

Gráfico 7 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos em função do tempo da

reação.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Pode-se observar através dos valores médios presente no Gráfico 7, que houve uma

crescente conversão dos triglicerídeos em ésteres metílicos, e, consequentemente, uma

redução dos subprodutos (mono, di- e triglicerídeos). Que segundo o princípio de Le

Chatelier, com o passar do tempo à concentração dos reagentes (triglicerídeos e metanol)

diminui e a velocidade da reação direta também, ao passo que a concentração dos produtos

(ésteres e glicerol) vai aumentando e a velocidade da reação inversa aumenta também. Com

isso, a máxima conversão foi 95,41 % em 6 h de reação. Entretanto, em tempos maiores que

6h, temos um pequeno desfavorecimento do deslocamento da reação para formação dos

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109

produtos, uma vez que houve um aumento da velocidade da reação inversa, deslocando o

equilíbrio da reação para formação dos reagentes.

5.2.4 Influência da quantidade de catalisador

A quantidade de catalisador utilizado é outro parâmetro que deve ser optimizado

porque influencia não só a rapidez da transesterificação, mas também a ocorrência de reações

secundárias. Para verificar a influência da quantidade de catalisador foi realizado os ensaios

com o catalisador 30 % ZnO-AlSBA-15, na razão molar metanol/óleo de 42:1 durante 6

horas. Os resultados obtidos são apresentados no Gráfico 8.

Gráfico 8 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos em função da concentração de catalisador na reação.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

O Gráfico 8 permite verificar que o aumento da quantidade de catalisador contribuiu

para acelerar a velocidade da reação de transesterificação, com melhor conversão de 95,4 %

de ésteres metílicos, para 2 % em massa (massa do catalisador/ massa de óleo). Já que

teremos um aumento da interação da fase ativa (óxido de zinco) presente no catalisador com

as moléculas de triglicerídeos. No entanto, o aumento da quantidade do catalisador de 2 a 4

% não conduz a uma melhoria dos resultados. A utilização de grandes quantidades de

catalisador é desvantajosa porque pode tornar a mistura reacional mais viscosa e aumentar a

resistência à transferência de massa no sistema multifásico.

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110

5.2.5 Influência da concentração da fase ativa

As condições utilizadas nos testes efetuados para estudar a influência da concentração

da fase ativa foram as seguintes: razão molar metanol/óleo de 42:1, 2 % de catalisador e 6h de

reação. No Gráfico 9 temos os valores médios de conversão de triglicerídeos em ésteres

metílicos, na concentração de 15 e 30 % de ZnO suportado na AlSBA-15.

Gráfico 9 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos em função da concentração de

ZnO suportado na AlSBA-15.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Com base nos ensaios catalíticos realizados, mostra que o catalisador de 30 % ZnO-

AlSBA-15 apresentou uma excelente atividade catalítica, levando a produção de biodiesel

com teor de ésteres metílicos em torno de 95 %. Como já visto nos resultados anteriores. Este

resultado obtido pode estar relacionado com a distribuição do óxido de zinco no suporte,

como também a quantidade de sítios ativos presente na estrutura da AlSBA-15. Já os

catalisadores de 5 e 10 % de ZnO suportado em AlSBA-15, apresentaram conversões

semelhantes ao catalisador com 15 % ZnO-AlSBA-15 (Gráfico 7), entre 40 a 49 % de

conversão. Isto está atribuído à baixa atividade catalítica, devido à presença de poucos sítios

ativos que não contribui significativamente na reação de transesterificação. Uma vez que

houve pouco contato destes sítios com a molécula dos triglicerídeos durante a reação.

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111

5.2.6 Influencia do tipo de catalisador

Uma vez que a atividade catalítica dos óxidos de metálicos para a reação de

transesterificação é influenciada tanto pela alcalinidade como também pela distribuição das

nanopartículas de óxidos metálicos no suporte. No Gráfico 10, temos a influência dos tipos

de óxidos metálicos (ZnO e MgO) suportado em AlSBA-15, como também o tratamento

térmico, nas seguintes condições: na temperatura de 175 ºC durante 6 horas de reação, com

razão molar metanol/óleo 42:1, 2 % de catalisador, com agitação de 200 rpm com a pressão

autógena.

Gráfico 10 - Valores médios de conversão dos ésteres metílicos com os catalisadores heterogêneos de 30 % ZnO-AlSBA-15, 30 % MgO-AlSBA-15 e sem catalisador.

FONTE: ELABORAÇÃO PRÓPRIA.

Neste caso a alcalinidade do catalisador não influenciou significativamente, visto que

o óxido de magnésio é mais alcalino do que o óxido de zinco. A alcalinidade do óxido de

magnésio apresentou conversão de 47 % de ésteres metílicos, semelhante ao resultado obtido

sem catalisador. Mostrando assim, que houve pouca ou nenhuma interação dos sítios básicos

ativos com as moléculas de triglicerídeos. O uso de 30 % MgO-AlSBA-15 na reação de

transesterificação, promoveu uma diminuição dos triglicerídeos, e maior formação dos

diglicerídeos e monoglicerídeos como produtos intermediários. Uma vez que a reação de

transesterificação que é composta por um mecanismo reacional de três reações consecutivas e

reversíveis. O catalisador de 30 % ZnO-AlSBA-15 apresentou melhor atividade catalítica com

um teor em ésteres metílicos superior a 95 %, como já visto nos resultados anteriores. Este

resultado pode estar relacionado com a melhor distribuição do óxido de zinco no suporte

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112

AlSBA-15, corroborando com os resultados das propriedades texturais e estruturais visto

anteriormente. Esse catalisador apresentou um aumento na conversão de 50,53 %, quando

comparado com a reação sem catalisador, uma vez que a presença do catalisador diminui a

energia de ativação e aumentou a velocidade da reação, contribuindo assim na conversão dos

triglicerídeos em ésteres metílicos.

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113

6. CONCLUSÕES

Neste trabalho foi sintetizado novos catalisadores heterogêneos mesoporosos do tipo

nZnO-AlSBA-15 e nMgO-AlSBA-15, onde n= 5, 10, 15 e 30%, para aplicação no processo

de produção de biodiesel. Avaliando todos os resultados obtidos conclui-se que:

v O suporte mesoporoso sintetizado do tipo AlSBA-15, na razão Si/Al=50, obteve uma

boa incorporação do alumínio no interior das paredes da peneira molecular, por meio de

ligações Al – O – Si, mostrando um excelente grau de ordenação hexagonal, mediante o

método hidrotérmico.

v O método de volume incipiente revelou-se bem promissor na dispersão da fase ativa

de óxido de zinco e de óxido de magnésio no suporte AlSBA-15. Através deste método, os

catalisadores heterogêneos sintetizados, principalmente, ZnO-AlSBA-15 apresentaram uma

forte interação entre ZnO com a sílica presente na parte interna e externa do suporte AlSBA-

15.

v Após a incorporação dos óxidos metálicos no suporte, os catalisadores heterogêneos

mesoporosos do tipo ZnO-AlSBA-15 e MgO-AlSBA-15, mantiveram a estrutura bem

ordenada de mesoporos, entretanto, houve alterações significativas nas propriedades texturais

da peneira molecular. A área superficial, a microporosidade (área e o volume microporoso), o

volume poroso (Vp) e a espessura da parede (w) diminuíram, enquanto que houve um

aumento do diâmetro médio de poros (Dp). Para o catalisador ZnO-AlSBA-15, essas

alterações podem ser explicadas pela contração da estrutura mesoporosa, devido a

incorporação de ZnO no suporte, proporcionado pela interação Zn-O-Si, mostrando-se mais

acentuada para o catalisador 30 % ZnO-AlSBA-15, que está relacionado à maior concentração

de nanopartículas ZnO existente na estrutura mesoporosa (mesoporos e microporos), apesar

de não observada no MEV e MET.

v Os ensaios de otimização das condições operacionais na reação de transesterificaçao

do óleo de girassol, via rota metílica, utilizando os catalisadores sintetizados, mostrou que a

razão molar metanol: óleo é o fator que mais influenciou dentre os parâmetros estudados.

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114

v O melhor desempenho catalítico dessa classe de catalisadores estudadas refere-se aos

catalisadores ZnO-AlSBA-15. Isto pode ser atribuído a forte interação Zn-O-Si, ocasionado

pela boa dispersão dos sítios ativos no suporte, favorecendo a reação de transesterificação.

v A maior atividade catalítica (95,4 %) foi obtida para o catalisador 30 % ZnO-AlSBA-

15, com razão molar metanol: óleo de 42, temperatura de 175 ºC, 2 % em peso de catalisador

e sob pressão autógena durante 6h.

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115

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APÊNDICE A - MEMÓRIAS DE CÁLCULO PARA SÍNTESE DO SUPORTE TIPO

ALSBA-15 COM RAZÃO SI/AL=50

1. Cálculo das massas dos componentes do gel para síntese da AlSBA-15:

Razão Si/Al = 50

Razão de Molar: 1 TEOS: 0,017 P123: 5,7 HCl: 193 H2O: 0,01Al2O3

1 mol de gel = 1x208,33+0,017+5750+5,7x(36,5)+193x18,02+0,01x101,9612 = 3993,9512 g

Para 100 g de gel

1 mol de gel ---- 3993,9512 g

X mol de gel ----100 g

X = 0,0250 mol de gel

Quantidade dos componentes em 100 g de gel:

TEOS

1 mol de gel ------- 208,33 g de TEOS

0,0250 mol ------- x TEOS

X = 5,20825 g de TEOS

Sabendo que o TEOS é 98%. Então, realiza-se a regra de três inversa:

Y= 5,20825g x 100/98 = 5,3145g de TEOS

A densidade do TEOS é 0,934 g cm-3, logo o volume de solução é:

d=m/v v=m/d v=5,3145/0,934

v= 5,69 mL de TEOS

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136

P123

1 mol de gel ---------- (0,017x5750) g de P123

0,0250 mol ------- x g de P123

X = 2,44375g de P123

HCl

1 mol de gel ------------ (5,7x36,5) HCl

0,0250 mol --------- x HCl

X= 5,20125g de HCl (100%)

Sendo que o HCl é 37%, logo necessita-se de mais HCl. Através a regra de três

inversa temos:

Y = 5,20125g de HCl x 100/37 = 14,0574g de HCl

A densidade do HCl = 1,19 g cm-3, logo o volume da solução será:

V=14,0574/1,19 v= 11,8129mL de HCl

AlOOH

A pseudobohemita (AlOOH) apresenta composição de 70% de Al2O3 e 30% de

H2O, logo:

1 mol de gel -------- (0,01x101,9612) Al2O3

0,0250 mol------- x

X = 0,0255g (100%)

Y g de AlOOH = 0,0255g de 100/70 de AlOOH

Y g de AlOOH = 0,0364 g de AlOOH

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137

H2O

1 mol de gel ---------- (193x18,02) H2O

0,0250 mol -------- x

X = 86,9465g de H2O

A massa de água é calculada subtraindo a água pré-existente nos outros

componentes de partida:

TEOS

Z =5,69 mL x 2/100

Z = 0,1138mL de H2O

HCL

Z= 11,8129mL x 63/100

Z = 7,4421 mL de H2O

AlOOH

Z = 0,0364 g x 30/100

Z = 0,01092g de H2O

H2O Total = H2O(TEOS) + H2O(HCL) + H2O(AlOOH)+ H2O(Adicionada)

86,9465g = 0,1138+ 7,4421 + 0,01092 + X

X = 79,3796 mL de H2O

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138

APÊNDICE B – RESULTADOS EXTRAS

Neste apêndice serão apresentados alguns dos resultados de caracterização dos

catalisadores obtidos durante o estudo realizado e que não foram mostrados no capítulo de

resultados e discussão da presente tese.

CATALISADORES MESOPOROSOS

ANÁLISE DE DIFRAÇÃO DE RAIOS-X

Difratograma de raios-X de 5 % ZnO-AlSBA-15

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

 

2θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

)

5% ZnO-AlSBA-15

Difratograma de raios-X de 10 % ZnO-AlSBA-15

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

 

2θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

)

10% ZnO-AlSBA-15

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139

Difratograma de raios-X de 15 % ZnO-AlSBA-15

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

 In

tens

idad

e (u

.a)

2θ (graus)

15% ZnO-AlSBA-15

 

Difratograma de raios-X de 30 % ZnO-AlSBA-15  

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

 

2θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

)

30% ZnO-AlSBA-15

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140

Difratograma de raios-X de 5 % MgO-AlSBA-15

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

 In

tens

idad

e (u

.a)

2θ (graus)

5% MgO-AlSBA-15

Difratograma de raios-X de 10 % MgO-AlSBA-15

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,02θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

)

10% MgO-AlSBA-15

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141

Difratograma de raios-X de 15 % MgO-AlSBA-15

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

 

2θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

)

15% MgO-AlSBA-15

Difratograma de raios-X de 30 % MgO-AlSBA-15

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,02θ (graus)

Inte

nsid

ade

(u.a

)  

 

30% MgO-AlSBA-15

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142

ANÁLISE DE EDX

Espectro de EDX de 5 % MgO-AlSBA-15

Espectro de EDX de 10 % MgO-AlSBA-15

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143

Espectro de EDX de 15 % MgO-AlSBA-15

Espectro de EDX de 30 % MgO-AlSBA-15

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144  

ANEXO A - RESOLUÇÃO ANP Nº 7

AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS

RESOLUÇÃO ANP Nº 7, DE 19.3.2008 - DOU 20.3.2008

O DIRETOR-GERAL da AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO, GÁS NATURAL

E BIOCOMBUSTÍVEIS – ANP, no uso de suas atribuições,

Considerando o disposto no inciso I, art. 8º da Lei nº 9.478, de 6 de agosto de 1997,

alterada pela Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005 e com base na Resolução de Diretoria nº

207, de 19 de março de 2008,

Considerando o interesse para o País em apresentar sucedâneos para o óleo diesel;

Considerando a Lei nº 11.097 de 13 de janeiro de 2005, que define o biodiesel como um

combustível para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão,

renovável e biodegradável, derivado de óleos vegetais ou de gorduras animais, que possa

substituir parcial ou totalmente o óleo diesel de origem fóssil;

Considerando as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional de Política Energética –

CNPE, quanto à produção e ao percentual de biodiesel na mistura óleo diesel/biodiesel a ser

comercializado; e

Considerando a necessidade de estabelecer as normas e especificações do combustível

para proteger os consumidores, resolve:

Art. 1º Fica estabelecida no Regulamento Técnico ANP, parte integrante desta

Resolução, a especificação do biodiesel a ser comercializado pelos diversos agentes

econômicos autorizados em todo o território nacional.

Parágrafo único. O biodiesel deverá ser adicionado ao óleo diesel na proporção de 5%,

em volume, a partir de 1º de janeiro de 2010.

(Nota)

Art. 2º Para efeitos desta Resolução, define-se:

I – biodiesel – B100 – combustível composto de alquil ésteres de ácidos graxos de

cadeia longa, derivados de óleos vegetais ou de gorduras animais conforme a especificação

contida no Regulamento Técnico, parte integrante desta Resolução;

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145  

II – mistura óleo diesel/biodiesel – BX – combustível comercial composto de (100-X)%

em volume de óleo diesel, conforme especificação da ANP, e X% em volume do biodiesel,

que deverá atender à regulamentação vigente;

III – mistura autorizada óleo diesel/biodiesel – combustível composto de biodiesel e

óleo diesel em proporção definida quando da autorização concedida para uso experimental ou

para uso específico conforme legislação específica;

IV – produtor de biodiesel – pessoa jurídica autorizada pela ANP para a produção de

biodiesel;

V – distribuidor – pessoa jurídica autorizada pela ANP para o exercício da atividade de

distribuição de combustíveis líquidos derivados de petróleo, álcool combustível, biodiesel,

mistura óleo diesel/biodiesel especificada ou autorizada pela ANP e outros combustíveis

automotivos;

VI – batelada – quantidade segregada de produto em um único tanque que possa ser

caracterizada por um "Certificado da Qualidade".

Art. 3º O biodiesel só poderá ser comercializado pelos Produtores, Importadores e

Exportadores de biodiesel, Distribuidores e Refinarias autorizadas pela ANP.

§ 1º Somente os Distribuidores e as Refinarias autorizados pela ANP poderão proceder

mistura óleo diesel/biodiesel para efetivar sua comercialização.

§ 2º É vedada a comercialização do biodiesel diretamente de produtores, importadores

ou exportadores a revendedores.

Art. 4º Os Produtores e Importadores de biodiesel deverão manter sob sua guarda, pelo

prazo mínimo de 2 (dois) meses a contar da data da comercialização do produto, uma

amostra-testemunha, de 1 (um) litro, referente à batelada do produto comercializado,

armazenado em embalagem apropriada de 1 (um) litro de capacidade, fechada com batoque e

tampa plástica com lacre, que deixe evidências em caso de violação, mantida em local

protegido de luminosidade e acompanhada de Certificado da Qualidade.

§ 1º O Certificado da Qualidade deverá indicar a data de produção, as matérias-primas

utilizadas para obtenção do biodiesel, suas respectivas proporções e observar todos os itens da

especificação constante do Regulamento Técnico, bem como ser firmado pelo responsável

técnico pelas análises laboratoriais efetivadas, com a indicação legível de seu nome e número

da inscrição no órgão de classe.

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146  

§ 2º O produto somente poderá ser liberado para a comercialização após a sua

certificação, com a emissão do respectivo Certificado da Qualidade, que deverá acompanhar o

produto.

§ 3º Após a data de análise de controle de qualidade da amostra, constante do

Certificado da Qualidade, se o produto não for comercializado no prazo máximo de 1 (um)

mês, deverá ser novamente analisada a massa específica a 20ºC. Caso a diferença encontrada

com relação à massa específica a 20ºC do Certificado da Qualidade seja inferior a 3,0 kg/m3,

deverão ser novamente avaliadas o teor de água, o índice de acidez e a estabilidade à oxidação

a 110ºC. Caso a diferença seja superior a 3,0 kg/m3, deverá ser realizada a recertificação

completa segundo esta Resolução.

§ 4º As análises constantes do Certificado da Qualidade só poderão ser realizadas em

laboratório próprio do produtor ou contratado, os quais deverão ser cadastrados pela ANP

conforme Resolução ANP n° 31 de 21 de outubro de 2008.

(Nota)

§ 5º (Revogado).

(Nota)

§ 6º No caso de certificação do biodiesel utilizando laboratório próprio e contratado, o

Produtor deverá emitir Certificado da Qualidade único, agrupando todos os resultados que

tenha recebido do laboratório cadastrado pela ANP. Esse Certificado deverá indicar o

laboratório responsável por cada ensaio.

§ 7º A amostra-testemunha e seu Certificado da Qualidade deverão ficar à disposição da

ANP para qualquer verificação julgada necessária, pelo prazo mínimo de 2 meses e 12 meses,

respectivamente.

§ 8º Os Produtores deverão enviar à ANP, até o 15º (décimo quinto) dia do mês, os

dados de qualidade constantes dos Certificados da Qualidade, emitidos no mês anterior, com a

devida indicação do material graxo e álcool usados para a produção do biodiesel certificado.

§ 9º Os Produtores deverão enviar à ANP, até 15 (quinze) dias após o final de cada

trimestre civil, os resultados de uma análise completa (considerando todas as características e

métodos da especificação) de uma amostra do biodiesel comercializado no trimestre

correspondente e, em caso de nesse período haver mudança de tipo de matéria-prima, o

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147  

produtor deverá analisar um número de amostras correspondente ao número de tipos de

matérias-primas utilizadas.

§ 10. Os dados de qualidade mencionados nos parágrafos oitavo e nono deste artigo

deverão ser encaminhados, em formato eletrônico, seguindo os modelos disponíveis no sítio

da ANP, para o endereço: [email protected].

§ 11. A ANP poderá cancelar o cadastro de laboratório indicado pelo Produtor, quando

da detecção de não-conformidade quanto ao processo de certificação de biodiesel.

Art. 5º A documentação fiscal, referente às operações de comercialização e de

transferência de biodiesel realizadas pelos Produtores e Importadores de biodiesel, deverá ser

acompanhada de cópia legível do respectivo Certificado da Qualidade, atestando que o

produto comercializado atende à especificação estabelecida no Regulamento Técnico.

Parágrafo único. No caso de cópia emitida eletronicamente, deverão estar indicados, na

cópia, o nome e o número da inscrição no órgão de classe do responsável técnico pelas

análises laboratoriais efetivadas.

Art. 6º A ANP poderá, a qualquer tempo, submeter os Produtores e Importadores de

biodiesel, bem como os laboratórios contratados à inspeção técnica de qualidade sobre os

procedimentos e equipamentos de medição que tenham impacto sobre a qualidade e a

confiabilidade dos serviços de que trata esta Resolução, bem como coletar amostra de

biodiesel para análise em laboratórios contratados.

§ 1º Esta inspeção técnica poderá ser executada diretamente pela ANP com apoio de

entidade contratada ou órgão competente sobre os procedimentos e equipamentos de medição

que tenham impacto na qualidade e confiabilidade das atividades de que trata esta Resolução.

§ 2º O produtor ou laboratório cadastrado na ANP ficará obrigado a apresentar

documentação comprobatória das atividades envolvidas no controle de qualidade do biodiesel,

caso seja solicitado.

Art. 7º É proibida adição ao biodiesel de: corante em qualquer etapa e quaisquer

substâncias que alterem a qualidade do biodiesel na etapa de distribuição.

Art. 8º A adição de aditivos ao biodiesel na fase de produção deve ser informada no

Certificado da Qualidade, cabendo classificar o tipo.

Art. 9º O não atendimento ao estabelecido na presente Resolução sujeita os infratores às

sanções administrativas previstas na Lei nº 9.847, de 26 de outubro de 1999, alterada pela Lei

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148  

nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, e no Decreto nº 2.953, de 28 de janeiro de 1999, sem

prejuízo das penalidades de natureza civil e penal.

Art. 10. Os casos não contemplados nesta Resolução serão analisados pela Diretoria da

ANP.

Art. 11. Fica concedido, aos produtores e importadores de biodiesel, o prazo máximo de

até 30 de junho de 2008 para atendimento ao disposto no Regulamento Técnico anexo a esta

Resolução, período no qual poderão ainda atender à especificação constante da Resolução

ANP nº 42, de 24 de novembro 2004.

Art. 12. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação no Diário Oficial da

União.

Art. 13. Fica revogada a Resolução ANP nº 42, de 24 de novembro 2004, observados os

termos do art. 11 desta Resolução.

HAROLDO BORGES RODRIGUES LIMA

ANEXO

REGULAMENTO TÉCNICO ANP Nº 1/2008

1. Objetivo

Este Regulamento Técnico aplica-se ao biodiesel, de origem nacional ou importada, a

ser comercializado em território nacional adicionado na proporção prevista na legislação

aplicável ao óleo diesel conforme a especificação em vigor, e em misturas específicas

autorizadas pela ANP.

2. Normas Aplicáveis

A determinação das características do biodiesel será feita mediante o emprego das

normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), das normas internacionais

"American Society for Testing and Materials" (ASTM), da "International Organization for

Standardization" (ISO) e do "Comité Européen de Normalisation" (CEN).

Os dados de incerteza, repetitividade e reprodutibilidade fornecidos nos métodos

relacionados neste Regulamento devem ser usados somente como guia para aceitação das

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149  

determinações em duplicata do ensaio e não devem ser considerados como tolerância aplicada

aos limites especificados neste Regulamento.

A análise do produto deverá ser realizada em uma amostra representativa do mesmo

obtida segundo métodos ABNT NBR 14883 – Petróleo e produtos de petróleo – Amostragem

manual ou ASTM D 4057 – Prática para Amostragem de Petróleo e Produtos Líquidos de

Petróleo (Practice for Manual Sampling of Petroleum and Petroleum Products) ou ISO 5555

(Animal and vegetable fats and oils – Sampling).

As características constantes da Tabela de Especificação deverão ser determinadas de

acordo com a publicação mais recente dos seguintes métodos de ensaio:

2.1. Métodos ABNT

MÉTODO

TÍTULO

NBR 6294 Óleos lubrificantes e aditivos - Determinação de cinza sulfatada

NBR 7148 Petróleo e produtos de petróleo - Determinação da massa específica,

densidade relativa e ºAPI - Método do densímetro

NBR 10441 Produtos de petróleo - Líquidos transparentes e opacos - Determinação

da viscosidade cinemática e cálculo da viscosidade dinâmica

NBR 14065 Destilados de petróleo e óleos viscosos - Determinação da massa

específica e da densidade relativa pelo densímetro digital.

NBR 14359 Produtos de petróleo - Determinação da corrosividade - método da

lâmina de cobre

NBR 14448 Produtos de petróleo - Determinação do índice de acidez pelo método

de titulação potenciométrica

NBR 14598 Produtos de petróleo - Determinação do Ponto de Fulgor pelo aparelho

de vaso fechado Pensky-Martens

NBR 14747 Óleo Diesel - Determinação do ponto de entupimento de filtro a frio

NBR 15341 Biodiesel - Determinação de glicerina livre em biodiesel de mamona

por cromatografia em fase gasosa

NBR 15342 Biodiesel - Determinação de monoglicerídeos, diglicerídeos em

biodiesel de mamona por cromatografia em fase gasosa

NBR 15343 Biodiesel - Determinação da concentração de metanol e/ou etanol por

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150  

cromatografia gasosa

NBR 15344 Biodiesel - Determinação de glicerina total e do teor de triglicerídeos

em biodiesel de mamona

NBR 15553 Produtos derivados de óleos e gorduras - Ésteres metílicos/etílicos de

ácidos graxos - Determinação dos teores de cálcio, magnésio, sódio,

fósforo e potássio por espectrometria de emissão ótica com plasma

indutivamente acoplado (ICPOES)

NBR 15554 Produtos derivados de óleos e gorduras - Ésteres metílicos/etílicos de

ácidos graxos - Determinação do teor de sódio por espectrometria de

absorção atômica

NBR 15555 Produtos derivados de óleos e gorduras - Ésteres metílicos/etílicos de

ácidos graxos - Determinação do teor de potássio por espectrometria de

absorção atômica

NBR 15556 Produtos derivados de óleos e gorduras - Ésteres metílicos/etílicos de

ácidos graxos - Determinação de sódio, potássio, magnésio e cálcio por

espectrometria de absorção atômica

NBR 15586 Produtos de petróleo - Determinação de microrresíduo de carbono

NBR 15764 Biodiesel - Determinação do teor total de ésteres por cromatografia em

fase gasosa

NBR 15771 Biodiesel - Determinação de glicerina livre - Método Volumétrico

(Nota)

2.2. Métodos ASTM

MÉTODO

TÍTULO

ASTM

D93

Flash Point by Pensky-Martens Closed Cup Tester

ASTM

D130

Detection of Copper Corrosion from Petroleum Products by the Copper Strip

Tarnish Test

ASTM Kinematic Viscosity of Transparent and Opaque Liquids (and the Calculation

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151  

D445 of Dynamic Viscosity)

ASTM

D613

Cetane Number of Diesel Fuel Oil

ASTM

D664

Acid Number of Petroleum Products by Potentiometric Titration

ASTM

D874

Sulfated Ash from Lubricating Oils and Additives

ASTM

D1298

Density, Relative Density (Specific Gravity) or API Gravity of Crude

Petroleum and Liquid Petroleum Products by Hydrometer

ASTM

D4052

Density and Relative Density of Liquids by Digital Density Meter

ASTM

D4530

Determination of Carbon Residue (Micro Method)

ASTM

D4951

Determination of Additive Elements in Lubricating Oils by Inductively

Coupled Plasma Atomic Emission Spectrometry

ASTM

D5453

Total Sulfur in Light Hydrocarbons, Motor Fuels and Oils by Ultraviolet

Fluorescence

ASTM

D6304

Test Method for Determination of Water in Petroleum Products, Lubricating

Oils, and Additives by Coulometric Karl Fisher Titration

ASTM

D6371

Cold Filter Plugging Point of Diesel and Heating Fuels

ASTM

D6584

Determination of Free and Total Glycerine in Biodiesel Methyl Esters by Gas

Chromatography

ASTM

D6890

Determination of Ignition Delay and Derived Cetane Number (DCN) of

Diesel Fuel Oils by Combustion in a Constant Volume Chamber

2.3. Métodos EN/ ISO

MÉTODO

TÍTULO

EN 116 Determination of Cold Filter Plugging Point

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152  

EN ISO

2160

Petroleum Products – Corrosiveness to copper – Copper strip test

EN ISO

3104

Petroleum Products – Transparent and opaque liquids – Determination of

kinematic viscosity and calculation of dynamic viscosity

EN ISO

3675

Crude petroleum and liquid petroleum products – Laboratory determination

of density – Hydrometer method

EN ISO

3679

Determination of flash point – Rapid equilibrium closed cup method

EN ISO

3987

Petroleum Products – Lubricating oils and additives – Determination of

sulfated ash

EN ISO

5165

Diesel fuels – Determination of the ignition quality of diesel fuels – Cetane

engine

EN 10370 Petroleum Products – Determination of carbon residue – Micro Method

EN ISO

12185

Crude petroleum and liquid petroleum products. Oscillating U-tube

EN ISO

12662

Liquid Petroleum Products – Determination of contamination in middle

distillates

EN ISO

12937

Petroleum Products – Determination of water – Coulometric Karl Fischer

Titration

EN 14103 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of ester and linolenic acid methyl ester contents

EN 14104 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of acid value

EN 14105 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of free and total glycerol and mono-, di- and triglyceride content –

(Reference Method)

EN 14106 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of free glycerol content

EN 14107 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of phosphorous content by inductively coupled plasma (ICP) emission

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153  

spectrometry

EN 14108 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of sodium content by atomic absorption spectrometry

EN 14109 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of potassium content by atomic absorption spectrometry

EN 14110 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of methanol content

EN 14111 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of iodine value

EN 14112 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of oxidation stability (accelerated oxidation test)

EN 14538 Fat and oil derivatives – Fatty acid methyl esters (FAME) – Determination

of Ca, K, Mg and Na content by optical emission spectral analysis with

inductively coupled plasma (ICP-OES)

EN ISO

20846

Petroleum Products – Determination of low sulfur content – Ultraviolet

fluorescence method

EN ISO

20884

Petroleum Products – Determination of sulfur content of automotive fuels –

Wavelength- dispersive X-ray fluorescence spectrometry

Tabela I: Especificação do Biodiesel

CARACTERÍSTICA

UNIDADE LIMITE MÉTODO

ABNT

NBR

ASTM

D

EN/ISO

Aspecto - LII (1) - - -

Massa específica a 20º

C

kg/m³ 850-900 7148

14065

1298

4052

EN ISO

3675

-

EN ISO

12185

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154  

Viscosidade

Cinemática a 40ºC

Mm²/s 3,0-6,0 10441 445 EN ISO

3104

Teor de Água, máx.

(2)

mg/kg 500 - 6304 EN ISO

12937

Contaminação Total,

máx.

mg/kg 24 - - EN ISO

12662

Ponto de fulgor, mín.

(3)

ºC 100,0 14598 93 EN ISO

3679

Teor de éster, mín % massa 96,5 15764 - EN

14103

Resíduo de carbono

(4)

% massa 0,050 15586 4530 -

Cinzas sulfatadas,

máx.

% massa 0,020 6294 874 EN ISO

3987

Enxofre total, máx. mg/kg 50 -

-

5453 -

EN ISO

20846

EN ISO

20884

Sódio + Potássio,

máx.

mg/kg 5 15554

15555

15553

15556

- EN

14108

EN

14109

EN

14538

Cálcio + Magnésio,

máx.

mg/kg 5 15553

15556

- EN

14538

Fósforo, máx. mg/kg 10 15553 4951 EN

14107

Corrosividade ao

cobre, 3h a 50 ºC,

- 1 14359 130 EN ISO

2160

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155  

máx.

Número de Cetano (5) - Anotar - 613

6890 (6)

EN ISO

5165

Ponto de entupimento

de filtro a frio, máx.

ºC 19 (7) 14747 6371 EN 116

Índice de acidez, máx. mg KOH/g 0,50 14448

-

664

-

-

EN

14104

(8)

Glicerol livre, máx. % massa 0,02 15341

15771

-

-

6584 (8)

-

-

EN

14105

(8)

EN

14106

(8)

Glicerol total, máx. % massa 0,25 15344

-

6584 (8)

-

-

EN

14105

(10)

Mono, di,

triacilglicerol (5)

% massa Anotar 15342

15344

6584 (8) -

-

EN

14105

(8)

Metanol ou Etanol,

máx.

% massa 0,20 15343 - EN

14110

Índice de Iodo (5) g/100g Anotar - - EN

14111

Estabilidade à

oxidação a 110ºC,

h 6 - - EN

14112

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156  

mín.(2) (8)

Nota:

(1) Límpido e isento de impurezas com anotação da temperatura de ensaio.

(2) O limite indicado deve ser atendido na certificação do biodiesel pelo produtor ou

importador.

(3) Quando a análise de ponto de fulgor resultar em valor superior a 130ºC, fica

dispensada a análise de teor de metanol ou etanol.

(4) O resíduo deve ser avaliado em 100% da amostra.

(5) Estas características devem ser analisadas em conjunto com as demais constantes da

tabela de especificação a cada trimestre civil. Os resultados devem ser enviados pelo produtor

de biodiesel à ANP, tomando uma amostra do biodiesel comercializado no trimestre e, em

caso de neste período haver mudança de tipo de matéria-prima, o produtor deverá analisar

número de amostras correspondente ao número de tipos de matérias-primas utilizadas.

(6) Poderá ser utilizado como método alternativo o método ASTM D6890 para número

de cetano.

(7) O limite máximo de 19ºC é válido para as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e

Bahia, devendo ser anotado para as demais regiões. O biodiesel poderá ser entregue com

temperaturas superiores ao limite supramencionado, caso haja acordo entre as partes

envolvidas. Os métodos de análise indicados não podem ser empregados para biodiesel

oriundo apenas de mamona.

(8) Os métodos referenciados demandam validação para as matérias-primas não

previstas no método e rota de produção etílica.

(Nota)