universidade federal do rio grande do norte … · a tensão superficial sugeriu que a adsorção...

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Guymmann Clay da Silva

Sistema microemulsionado: caracterização e aplicação na indústria de petróleo.

Tese realizada e apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Química do Departamento de

Química da UFRN em preenchimento parcial dos requisitos para a obtenção do grau de Doutora em

Química

Orientador: José Luís Cardozo Fonseca

Co-orientadora: Tereza Neuma Castro Dantas

Natal, RN

2011

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial de Química

Silva, Guymmann Clay da.

Sistema microemulsionado: caracterização e aplicação na indústria de petróleo / Guymmann Clay da Silva. Natal, RN, 2011

155 f.

Orientador: José Luís Cardozo Fonseca. Co-Orientadora: Tereza Neuma Castro Dantas.

. Tese (Doutorado em Química) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Química.

1. Microemulsão – Tese. 2. Micelas “wormlike” – Tese. 3. Reologia – Tese. 4. Espalhamento de luz dinâmico – Tese. 5. Recuperação avançada – Tese. 6. Borra de petróleo – Tese. I. Fonseca, José Luís Cardozo. II. Dantas, Tereza Neuma Castro. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UFRN/BSE- Química CDU 661.18

A minha querida família

AGRADECIMENTOS

Dirijo o meu mais sincero agradecimento...

À Deus........

Ao Prof. Dr. José Luís Cardozo Fonseca, a Profa. Dra. Tereza Neuma Castro Dantas,

ao Prof. Dr. Afonso Avelino Dantas Neto e a Profa. Dra.Márcia Rodrigues Pereira pela

orientação, dedicação e amizade que estiveram sempre presentes no decorrer deste trabalho;

À minha família, em especial a minha mãe (Socorro) e meu irmão (Hallenn), pelo

apoio e carinho sempre presentes em minha vida;

Aos amigos (as) do Laboratório de Membranas e Coloides (LMC): Zilvam, Camila,

Jéssica Marques, Wildson, Ângelo, Alisson, Anndson, Jader, Anderson e Paulo; aos amigos

do Núcleo de Pesquisa em Petróleo e Gás Natural (NUPEG): Paulinha, Damilson, Shirley,

kelly, Manuelzinho, Sylos e Ítala; aos amigos do Laboratório de Tecnologia de Tensoativos

(LTT): Erileide, Ana Paula, Mônica, Isabely, Claudinha, Kaline, Miro, Yuri, Ewerton e Cátia;

aos colegas e amigos da UFERSA: Daniel, André Moreira, Ana Tereza, Luis Carlos, Céres,

Pordeus, Cid Ivan, Edna, Jackson, Ana Cecília, Fernado, Vânia, Karina, Walderez e Alváro;

aos amigos do condomínio Viégas: Jéssica Emamela, Bruna Vital, Samuel, Evis, Rosane,

Jeismanete e Felipe; aos demais amigos: Eliane, Christian, Jardeilson, André Pereira,

Waldenice, Cipriano, Salete, Irany, Ana Alice, Moisés, Graça e Rangel que, direta ou

indiretamente, me ajudaram na realização desse trabalho;

À Agência Nacional de Petróleo (ANP), ao Ministério da Ciência e Tecnologia

(MCT), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), à

FINEP, ao CTPETRO, e à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Federal

do Rio Grande do Norte (PROPESQ-UFRN), pelo suporte financeiro durante a realização

deste trabalho.

A todos pelo incentivo, compreensão e companheirismo dedicado.

RESUMO

Os tensoativos alquil-polietoxilados são amplamente utilizados em diferentes campos,

desde a explotação de petróleo até aplicações na indústria farmacêutica. Uma das

características mais interessantes destes tensoativos é a sua capacidade de formar sistemas

micelares que apresentam uma geometria micelar específica, a chamada micela wormlike,

“tipo verme”. Neste trabalho, foram utilizados três pontos de microemulsão: C/T = 40 %, C/T

= 30 % e C/T = 25 % num sistema contendo UNITOL/xileno/butanol/água. Esses pontos de

microemulsão foram caracterizados por espalhamento de luz dinâmico (DLS), viscosimetria

capilar, reometria de torque e tensão superficial com composições de tensoativo, cotensoativo

e óleo fixo - 5 % (com e sem fase óleo) e variando a concentração total dos pontos de

microemulsão. Os resultados mostraram que a transição da geometria de micela wormlike

para nanogotas poderia ser caracterizada por um máximo na viscosidade relativa (dependendo

de como a viscosidade foi definida), que foi vinculado a um máximo de diâmetro efetivo,

determinada por DLS. A tensão superficial sugeriu que a adsorção na interface água/ar tinha

um caráter de Langmuir, o limite de excesso da superfície do tensoativo é independente da

presença de cotensoativo e do xileno, e que o valor limite do excesso superficial foi

independente da presença de cotensoativo e xileno. Os resultados da solubilização da borra de

petróleo e da recuperação avançada de petróleo com os pontos de microemulsão C/T = 40 %,

C/T = 30 % e C/T = 25 %, se mostraram bastante eficaz com solubilização da borra de

petróleo, com porcentagem de solubilização (% solubilização) até 92,37 %, e recuperação

avançada de petróleo de até 90,22 % para o ponto que apresenta maior concentração de

matéria ativa (tensoativo), ou seja, C/T = 40 %.

Palavras-chave: Microemulsão. Micelas “wormlike”. Reologia. Espalhamento de luz

dinâmico. Recuperação avançada. Borra de petróleo.

ABSTRACT

Alkyl polyethoxylates are surfactants widely used in vastly different fields, from oil

exploitation to pharmaceutical applications. One of the most interesting characteristics of

these surfactants is their ability to form micellar systems with specific geometry, the so-called

wormlike micelle. In this work, microemulsions with three distinct compositions (C/T = 40

%, 30 % and 25 %) was used with contain UNITOL / butanol / water / xylene, cosurfactant /

surfactante (C/S) ratio equal to 0,5. The microemulsion was characterized by dynamic light

scattering (DLS), capillary viscometry, torque rheometry and surface tensiometry experiments

carried out with systems based on xylene, water, butanol (cosurfactant) and nona-

ethyleneglycolmonododecyl ether (surfactant), with fixed surfactant:cosurfactant:oil

composition (with and without oil phase) and varying the overall concentration of the

microemulsion. The results showed that a transition from wormlike micelles to nanodrops

was characterized by maximum relative viscosity (depending on how relative viscosity was

defined), which was connected to maximum effective diameter, determined by DLS. Surface

tension suggested that adsorption at the air–water interface had a Langmuir character and that

the limiting value of the surfactant surface excess was independent of the presence of

cosurfactant and xylene. The results of the solubilization of oil sludge and oil recovery with

the microemulsion: C/S = 40%, 30% and 25% proved to be quite effective in solubilization of

oil sludge, with the percentage of solubilization (%solubilization) as high as 92.37% and

enhanced oil recovery rates up to 90.22% for the point with the highest concentration of

active material (surfactant), that is, 40%.

Keywords: Microemulsion. Wormlike micelles. Rheology. Dynamic light scattering.

Petroleum recovery. Petroleum sludge.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Representação esquemática de um tensoativo38, 39

........................................ 24

Figura 2- Adsorção de tensoativo na interface líquido-líquido e orientação das

micelas neste sistema43

..................................................................................

25

Figura 3- Distribuição de um tensoativo numa solução aquosa45

................................. 27

Figura 4- Estrutura das micelas: (a) micela inversa; (b) micela direta48

....................... 27

Figura 5- Representação esquemática de diferentes estruturas de microemulsão53

..... 29

Figura 6- Ilustração esquemática de (1) fase lamelar (2.a) fase hexagonal e (2.b) fase

hexagonal reversa49

................................................................................

30

Figura 7- Estrutura da fase cúbica de monoleoato de glicerila-água em três dimensões

com ampliação mostrando bicamada lipídica49, 54

.......................

30

Figura 8- Representação esquemática de diferentes estruturas de microemulsão55

..... 31

Figura 9- Representação da classificação de Winsor57

................................................. 32

Figura 10- Diferentes características entre emulsão e microemulsão62

.......................... 33

Figura 11- Curvas de escoamento de alguns tipos de fluidos68

...................................... 40

Figura 12- Forças de atração entre moléculas de um líquido na superfície e no seu

interior76

........................................................................................................

45

Figura 13- Estrutura química do Unitol L90................................................................... 62

Figura 14- Esquema de solubilização da borra de petróleo............................................ 68

Figura 15- Sistema de determinação de porosidade – porosímetro82

69

Figura 16- Ilustração de um plug preparado82

71

Figura 17- Diagrama pseudoternário para o sistema utilizado neste trabalho. Fa é a fase

aquosa. C/T é a razão de cotensoativo (butan-1-ol), tensoativo (Unitol

L90). Fo, é a fase óleo (xileno). A estrela indica o teor de matéria

tensoativa: C/T = 40 %, Fo = 5 %, Fa = 55 %. Uma razão rC/T = 0,588

.........

75

Figura 18- Diâmetro efetivo, de, como uma função da concentração: (a) dos

componentes de superfície ativa para sistemas livre de óleo: dispersão

aquosa de cotensoativo mais tensoativo; (b) de fase óleo para a

microemulsão: sistema micelar com a presença da fase óleo.......................

77

Figura 19- Viscosidade do sistema sem óleo, μCS, como função da concentração dos

componentes de superfície ativa, CCT. (b) Viscosidade relativa, ηR = μCS /

μW, como uma função da concentração dos componentes de superfície

ativa, CCT....................................................................................................... 81

Figura 20- Esquema de uma micela wormlike104 “tipo verme”.................................... 82

Figura 21- (b) Viscosidade relativa, μME / μW (água pura como fase contínua), como

função da concentração de óleo no sistema microemulsionado (Sistema

micelar com a presença da fase óleo)............................................................

82

Figura 22- Viscosidade aparente, η, como função da taxa de cisalhamento, .

(a) Sistema micelar sem a presença da fase óleo: dispersão aquosa de

cotensoativo/tensoativo. (b) Microemulsão: Sistema micelar com a

presença da fase óleo. Quadros: CCT = 8,45 g.L-1

: Circulos: CCT = 29,8

g.L-1

: Triângulos: CCT = 50,3 g.L-1

. Triângulos para baixo: CCT = 76,7 g.L-

1. Diamantes: CCT = 151 g.L

-1. Triângulos para a esquerda: CCT = 203 g.L

-

1. Triângulos para a direita: CCT = 274 g.L

-1...........................................

85

Figura 23- Taxa de cisalhamento crítica, , como função da

viscosidade do sistema disperso neste trabalho. A linha reta representa a

equação da taxa de cisalhamento critica, [K = (3.64 ± 0.03)·103 cP-1s-1]..

86

Figura 24- Tensão superficial, , como função da concentração molar de tensoativo.

(a) solução de tensoativo pura, (b) tensoativo, cotensoativo e água e (c)

sistema microemulsionado. A concentração micelar crítica foi determinada

como o resultado da intersecção de duas linhas indicadas no

gráfico........................................................................................................... .

88

Figura 25- Figura 25: O esquema mostra a formação das micelas quando a

concentração de óleo e tensoativo são elevadas. (a): em concentrações

muito diluídas quase todo os tensoativos estão na fase contínua e o óleo na

superfície. (b): Formação de hemimicelas. (c): Sistema na cmc..............

89

Figura 26- Tensão superficial, γ, como função da concentração de tensoativo, [T] ,

para os sistemas usados neste trabalho. (a): Tensoativo + água; (b):

Tensoativo + cotensoativo + água; (c): Tensoativo + cotensoativo + óleo +

água............................................................................................................

91

Figura 27- Solubilização da borra de petróleo em função do tempo a diferentes

composições de C/T......................................................................................

94

Figura 28- Curva de calibração para o plug de formação Assu...................................... 98

Figura 29- Curva de calibração para os plugs de formação Botucatu............................. 98

Figura 30- Percentagem de recuperação em função do volume poroso (Vp) injetado

para os plugs de formação Assu: Círculos fechados Método convencional

de recuperação (KCl 2%). Cículos abertos: Método avançado de

recuperação – ME (C/T = 40 %)...................................................................

99

Figura 31- Percentagem de recuperação em função do volume poroso (Vp) injetado

para os plugs de formação botucatu: Círculos e triângulos fechados:

Método convencional de recuperação (KCl 2%). Círculos e triângulos

abertos: Método avançado de recuperação – ME (C/T = 40 %, C/T = 25 %

respectivamente)............................................................................................

99

Figura 32- Percentagem de recuperação em função do volume poroso (Vp) injetado

para o plug de formação Botucatu para Vp = 2: Círculos fechados: método

convencional de recuperação (KCl 2%). Círculos abertos: Método

avançado de recuperação – ME (C/T = 40 %)..............................................

100

Figura 33- Percentagem de recuperação em função do volume poroso injetado (Vp)

para o plug de formação Botucatu para Vp = 1: método avançado de

recuperação – ME (C/T = 40 %)...................................................................

100

Figura 34- Viscosidade aparente, η, como função da taxa de cisalhamento, ,

para os pontos: C/T = 30 % e 25 %, sem a presença da fase óleo. Círculos:

C/T = 30 %. Quadros: 25

%.....................................................................................................................

124

Figura 35- Viscosidade aparente, η, como função da taxa de cisalhamento,

: C/T = 30 % e 25 %. Círculos: C/T = 30 %. Quadros: C/T = 25

%......................................................................................................................

124

Figura 36- Diâmetro efetivo, de, como uma função da concentração dos componentes

de superfície ativa para o ponto: C/T = 30 % sem a presença da fase óleo.

Círculos: : C/T = 30 %..................................................................................

125

Figura 37- Diâmetro efetivo, de, como uma função da concentração dos componentes

de superfície ativa para o ponto: C/T = 30 % sem a presença da fase óleo.

Círculos: : C/T = 30 %..................................................................................

125

Figura 38- Diâmetro efetivo, de, como uma função da concentração dos componentes

de superfície ativa para o ponto: C/T = 25 % sem a presença da fase óleo.

Círculos: : C/T = 25 %..................................................................................

126

Figura 39- Diâmetro efetivo, de, como uma função da concentração dos componentes

de superfície ativa para o ponto: C/T = 25 % sem a presença da fase óleo.

Círculos: : C/T = 25 %..................................................................................

126

LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Diferentes características entre emulsão e microemulsão62

..................... 33

Tabela 2- Percentagem dos pontos escolhidos no diagrama pseudoternário na

região de microemulsão............................................................................

63

Tabela 3- Condições para a determinação do tamanho de micela da

microemulsão (ME)..................................................................................

66

Tabela 4- Condições para a determinação do tamanho de micela da dispersão

micelar sem a presença da fase óleo.........................................................

66

Tabela 5- Teor de matéria tensoativa da microemulsão utilizada para a

caracterização neste trabalho....................................................................

75

Tabela 6- Densidade das composições estudadas..................................................... 76

Tabela 7- Parâmetros calculados dos dados de tensão superficial........................... 87

Tabela 8- Parâmetros obtidos a partir dos dados da Equação (4.15) para dados

experimentais da isoterma de adsorção....................................................

92

Tabela 9- Solubilização de borra (C/T = 40%)......................................................... 95

Tabela 10- Solubilização de borra (C/T = 30%)......................................................... 95

Tabela 11- Solubilização de borra (C/T = 20%)......................................................... 96

Tabela 12- Dados dos plugs utilizados nos testes de recuperação. 97

Tabela 13- Dados de recuperação para os plugs A1 e B1 com teor de matéria

tensoativa C/T = 40 % e Vp = 4 mL..........................................................

101

Tabela 14- Dados de recuperação para os plugs B1 (C/T = 40) e B2 (C/T = 25) 102

Tabela 15- Dados de recuperação para a microemulsão com teor de matéria

tensoativa: C/T = 40 %, variando o volume poroso injetado (Vp): B1, Vp

= 4 mL, B3 Vp = 2 mL, B4, Vp = 1 mL......................................................

104

LISTA DE SÍMBOLOS

m Índice de refração da mistura;

óleo Fração volumétrica do óleo;

sol Índice de refração do solvente utilizado;

aL Fase lamelar;

IH Fase normal;

IIH Fase reversa;

EM Microemulsão;

,máx sólido Densidade de adsorção da saturação a interface líquido-sólido;

,máx ar Densidade de adsorção da saturação a interface líquido-ar;

1 Números de camadas no sólido;

Número máximo de sítios disponíveis;

/L ads desk k k Constante de equilíbrio de adsorção de Langmuir;

Equilíbrio do excesso superficial;

máx Máximo do valor de ;

b Constante de Langmuir

c Concentração de equilíbrio;

n Fator de heterogeneidade de Freundlich;

FK Uma constante

Tensão de cisalhamento;

F Força aplicada na direção do escoamento;

A Área da superfície exposto ao cisalhamento;

Viscosidade dinâmica do fluido;

Taxa de cisalhamento;

Viscosidade cinemática;

Massa específica;

a Viscosidade aparente;

P e L Viscosidade plástica e limite de escoamento;

VVR Relação do excesso de Rayleigh;

C Concentração em gramas por litro;

Ângulo de dispersão;

WM Massa molar média da partícula;

2A Coeficiente virial de segunda ordem;

2

gR Raiz quadrada média das partículas;

D Constante de difusão;

a Raio das esferas

Bk Constante de Boltmann;

T Temperatura em Kelvin

Viscosidade do solvente;

Tensão superficial;

/C T Razão cotensoativo/tensoativo;

oF Fase óleo;

Cm Massa de cotensoativo;

Tm Massa de tensativo;

CTr Razão cotensoativo/tensoativo;

CTm Massa de cotensoativo/tensoativo;

OFm Massa da fase oleosa;

aFm Massa da fase aquosa;

BC Base de cálculo;

MEX Microemulsão utilizando xileno como fase óleo;

CS Viscosidade da dispersão micelar sem a fase óleo;

W Viscosidade da fase contínua (água);

CSC Concentração de cotensoativo/tensoativo;

R Viscosidade relativa;

ME Viscosidade da microemulsão;

,R CS Nova viscosidade relativa;

água Percentagem de água;

xileno Percentagem de xileno;

C T Percentagem de cotensoativo e tensoativo;

ed Diâmetro efetivo;

OC Concentração da fase óleo;

r Distância;

, 0,0P r t Probabilidade da partícula estar em uma distância r ;

t Tempo;

f Fator de fricção;

Viscosidade da fase contínua;

d Diâmetro da esfera;

DG D Coeficiente de distribuição;

1g t Coeficiente de autocorrelação;

.

w Taxa de energia dissipada;

Viscosidade para fluidos Newtonianos;

crít Taxa de cisalhamento crítica;

eR Função do número de Reynolds;

S Concentração molar do tensoativo;

micG Energia livre de micelização;

R Constante universal dos gases;

Sa Atividade do tensoativo;

Sx Fração molar do tensoativo;

S Tensoativo;

/C S Cotensoativo, tensoativo;

O Tensão superficial de líquido puro;

LK Razão entre a velocidade de adsorção e a adsorção no equilíbrio

dinâmico;

DLS Espalhamento de luz dinâmico;

O/A Micela do tipo óleo água;

A/O Micela do tipo água/óleo;

Porosidade;

vV Volume de vazios;

tV Volume total;

fS Saturação de um fluido em meio poroso;

pV Volume de poros ou volume porosos;

fV volume de fluidos;

wiS Água conata ou saturação de água inicial;

wS Saturação de água;

oS Saturação de óleo;

gS Saturação de gás;

fk Permeabilidade efetiva do fluido;

f Viscosidade do fluido;

fA Área da seção transversal do fluxo;

L Comprimento da seção;

fq A vazão do fluido;

rfk Permeabilidade efetiva do fluido;

k É a permeabilidade absoluta;

A Tensão de adesão;

ocS Saturação do óleo crítica;

orS Saturação de óleo residual;

sV Volume do plug em cm3

;

oiS Saturação de óleo inicial;

D cE Percentual de óleo recuperado ou eficiência de deslocamento do

método convencional;

or cS Saturação de óleo residual após a injeção da solução de KCl 2 %;

or MeS Saturação de óleo residual após a injeção da solução pelo método

avançado;

D MeE Eficiência de deslocamento do método avançado (microemulsão);

D totalE Eficiência de deslocamento total.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 21

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................ 24

2.1 TENSOATIVOS OU SURFACTANTES.................................................. 24

2.1.1 Micelização................................................................................................ 26

2.1.2 Geometria das micelas.............................................................................. 28

2.1.3 Regiões de Winsor..................................................................................... 31

2.2 MICROEMULSÃO.................................................................................... 32

2.3 PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM A MICROEMULSÃO.............. 35

2.3.1 A influência do cotensoativo.................................................................... 35

2.3.2 A influência da isomeria do álcool........................................................... 36

2.3.3 influência da razão cotensoativo/tensoativo........................................... 36

2.3.4 A influência da estrutura do hidrocarboneto......................................... 36

2.3.5 A influência da salinidade........................................................................ 36

2.3.6 A influência do pH.................................................................................... 37

2.4 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA MICELAR E DO SISTEMA

MICROEMULSIONADO..........................................................................

37

2.4.1 Reologia...................................................................................................... 37

2.4.1.1 Classificação dos fluidos viscosos.............................................................. 39

2.4.1.2 Fluidos Newtonianos.................................................................................. 40

2.4.1.3 Fluidos não-Newtonianos........................................................................... 40

2.4.1.3.1 Modelo de Bingham ou plástico ideal..................................................... 41

2.4.1.3.2 Modelo de Ostwald-Waale....................................................................... 41

2.4.2 Espalhamento de Luz............................................................................... 42

2.4.3 Tensão superficial..................................................................................... 44

2.5 ISOTERMAS.............................................................................................. 45

2.5.1 Isoterma de Langmuir.............................................................................. 46

2.6 O PETRÓLEO E SEUS CONSTITUINTES.............................................. 47

2.7 PROPRIEDADES DAS ROCHAS............................................................ 49

2.7.1 Porosidade das rochas.............................................................................. 49

2.7.2 Saturação................................................................................................... 49

2.7.3 Permeabilidade........................................................................................... 49

2.7.3.1 Permeabilidade efetiva................................................................................. 50

2.7.3.1 Permeabilidade relativa................................................................................ 50

2.7.3.2.1 Molhabilidade............................................................................................. 51

2.7.3.2.1 Processo de saturação................................................................................ 52

2.8 ARENITO BOTUCATU............................................................................. 52

2.9 ARENITO ASSU......................................................................................... 53

2.10 BORRA DE PETRÓLEO............................................................................ 53

2.11 MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO DE PETRÓLEO.................................. 55

2.11.1 Métodos convencionais de recuperação................................................... 56

2.11.1.1 Fluidos injetados.......................................................................................... 56

2.11.1.2 Injeção de água............................................................................................ 57

2.11.1.3 Injeção de gás............................................................................................... 58

2.11.1.4 Reservas e métodos de recuperação............................................................. 58

2.11.2 Métodos especiais de recuperação ou recuperação avançada............... 58

2.11.2.1 Métodos térmicos......................................................................................... 59

2.11.2.2 Métodos miscíveis....................................................................................... 60

2.11.2.3 Métodos químicos....................................................................................... 60

2.11.2.4 Outros métodos............................................................................................ 61

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL.................................................... 62

3.1 MATERIAIS................................................................................................ 62

3.2 ESTUDO DO DIAGRAMA PSEUDOTERNÁRIO................................... 62

3.3 ESTUDO DO SISTEMA MICELAR.......................................................... 63

3.3.1 Determinação dos pontos do sistema microemulsionado....................... 63

3.3.2 Obtenção das dispersões micelares sem a presença da fase óleo........... 64

3.4 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA MICELAR E DO SISTEMA

MICROEMULSIONADO...........................................................................

64

3.4.1 Reologia....................................................................................................... 64

3.4.1.1 Análise reológica......................................................................................... 64

3.4.1.2 Viscosimetria capilar................................................................................... 64

3.4.1.3 Reometria..................................................................................................... 65

3.4.2 Determinação do tamanho de micela ou diâmetro efetivo..................... 65

3.4.3 Medidas de índice de refração.................................................................. 66

3.4.4 Medidas de tensão superficial................................................................... 67

3.5 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO..................................... 67

3.5.1 Solubilização da borra de petróleo........................................................... 67

3.5.2 Recuperação avançada de petróleo.......................................................... 68

3.5.2.1 Porosidade dos plugs................................................................................... 68

3.5.2.1.1 Curva de calibração do porosímetro........................................................ 69

3.5.2.1.2 Determinação da porosidade.................................................................... 70

3.5.2.2 Preparação dos plugs................................................................................... 70

3.5.2.3 Ensaios de recuperação................................................................................ 70

4.5.2.3.1 Saturação com solução de KCl 2 %........................................................ 71

3.5.2.3.2 Saturação com óleo.................................................................................... 71

3.5.2.3.3 Recuperação convencional (solução de KCl 2 %)................................... 71

3.5.2.3.4 Recuperação avançada de petróleo (microemulsão).............................. 72

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 74

4.1 DIAGRAMA PSEUDOTERNÁRIO E DETERMINAÇÃO DOS

PONTOS DE MICROEMULSÃO..............................................................

74

4.1.1 Diagrama pseudoternário 74

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PONTO DO SISTEMA

MICROEMULSIONADO...........................................................................

75

4.2.1 Densidade.................................................................................................... 76

4.2.2 Tamanho de micela.................................................................................... 76

4.2.3 Reometria.................................................................................................... 80

4.2.3.1 Viscosimetria capilar................................................................................... 80

4.2.3.1 Reometria de torque..................................................................................... 84

4.2.4 Tensão superficial...................................................................................... 86

4.2.4.1 Determinação da concentração micelar crítica (cmc).................................. 86

4.2.4.2 Isoterma de adsorção................................................................................. 90

4.3 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO................................... 93

4.3.1 Solubilização de borra de petróleo........................................................... 93

4.3.2 Recuperação avançada de petróleo.......................................................... 98

5 CONCLUSÕES.......................................................................................... 106

REFERÊNCIAS ........................................................................................ 107

ANEXO I: CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS C/T = 30 E 25 %... 124

ANEXO II: PUBLICAÇÕES.................................................................... 127

Artigo I: publicado....................................................................................... 127

Artigo II: enviado à revista Langmuir......................................................... 136

21

1 INTRODUÇÃO

O petróleo, atualmente é a principal fonte de energia do planeta, é formado pelo

processo de decomposição de matéria orgânica, restos vegetais, algas, alguns tipos de

plâncton e restos de animais marinhos processo que leva centenas de milhões de anos em

bacia sedimentar. Pelos métodos convencionais de recuperação, apenas 30% deste é extraído.

Isso pode ser atribuído á alta viscosidade do petróleo, á geologia da formação e a elevadas

tensões interfaciais entre os fluidos do reservatório. Diante da necessidade de aumentar a

produção de reservatórios, os métodos de recuperação avançada vêm sendo bastante

utilizados nos últimos anos, visto que apenas os métodos convencionais não têm solucionado

o problema de deslocamento do óleo. Os métodos de recuperação avançada de petróleo

envolvem a injeção de um fluido ou mistura de fluidos para atuar nos pontos onde o processo

convencional não conseguiu atingir as taxas de extração desejadas. Como as microemulsões

são excelentes solventes para contaminantes polares e apolares, a injeção de sistema

microemulsionado é considerada um método avançado, e tem por finalidade dessorver o óleo

da formação rochosa e obter um deslocamento eficiente de petróleo1.

Sistemas microemulsionados, sejam eles sistemas micelares diretos ou inversos, já são

aplicados em diversos campos industriais2 tais como na indústria farmacêutica

3-6, 2 e de

cosméticos4, 2

, na indústria têxtil2 entre outros.

Uma potente técnica já aplicada hoje, a qual será cada vez mais empregada no futuro,

é a injeção de tensoativos, de sistemas microemulsinados e sistema polimérico

microemulsionados. O método é baseado na baixa tensão interfacial, e boa molhabilidade

proporcionada por tais sistemas2. Ekwall et al, (1970)

7, fizeram um estudo detalhado de

sistemas binário e ternário utilizando métodos físicos, tais como viscosidade intrínseca e

dinâmica4, tamanho de partícula/espalhamento de luz

4, 6. Tais técnicas estão sendo usadas para

estudar como a mudança na quantidade relativa de componentes afeta a microestrutura da

microemulsão na solução de tensoativos e em sistemas de mistura de tensoativos4.

Ainda na indústria de petróleo, uma apreciável quantidade de borra oleosa é gerada a

partir das refinarias de petróleo durante as suas operações de armazenamento8. Esta borra, é

um dos resíduos industriais que necessitam ser tratados pela refinaria ou indústria

petroquímica9, 10

. Na produção de petróleo, pelo equilíbrio termodinâmico causado pela queda

de pressão ao redor do poço, há precipitação de componentes pesados que causem danos à

formação tornando necessária a intervenção11

. Para isso, cada vez mais se precisa desenvolver

22

tecnologias e métodos que facilitem a remoção, o armazenamento e o transporte do petróleo,

atuando desde a produção até o consumidor.

Os sistemas microemulsionados são bastante aplicados em diversas áreas da indústria,

por serem termodinamicamente estáveis, de fácil preparo, espontâneos, transparentes, de

baixa viscosidade e por facilitarem a solubilização de diversos compostos12

. Suas

propriedades os tornam sistemas altamente versáteis e de interesse em diversos domínios de

aplicação13

. Gomes (2009) e Siroky et al, (2011)13, 14

estudaram diferentes sistemas

microemulsionados que possibilitam uma maior solubilização da fração pesada do óleo

(borra). Suas propriedades e seu grande poder de solubilização os tornam excelentes solventes

para contaminantes polares e apolares, ampliando em muito as vantagens de aplicação de

tensoativos em solução14

.

Os tensoativos alquil-polietoxilado (CnEm, onde n é o números na carbonos de cadeia

linear saturada e hidrofóbica e m é o número de grupos etóxi na cabeça polar) estão entre as

substâncias de anfifílicas mais úteis, atraindo também o interesse de comunidades científicas,

devido a sua propriedade única e interessante15-17

. Na indústria de petróleo eles têm sido

usados em formulações para melhorar a microfiltração de metais em líquidos18

. Aminas

etoxiladas têm sido usadas em formulações de fluidos de perfuração a fim de alterar a

molhabilidade dos minerais presentes em uma dada formação19

. Elas têm sido usadas também

para reforçar a ação biocida para evitar a degradação microbiana em sistemas água/diesel20

.

Algumas das propriedades interessantes desses sistemas estão relacionadas ao fato de

eles poderem formar espontaneamente micelas com geometrias wormlike21

. Micelas wormlike

se comportam muito semelhantemente a cadeias poliméricas em solução, fazendo deles

candidatos viáveis para aplicações características quando o comportamento reológico não-

Newtoniano é necessário22

. Esta geometria micelar específica já foi observada em soluções de

tensoativos iônicos23

. Elas foram descobertas para fazerem parte de uma transição de sistemas

micelares baseados em vesículas24

e as propriedades reológicas dos compostos de sistemas

micelares aniônico/catiônico podem ser ajustados variando suas composições25

.

Com relação aos tensoativos polietoxildos, Guo e Guo (2008, 2010)26, 27

têm

caracterizado a mudança estrutural das micelas wormlike compostas de Tween 80 e Brij 30 na

presença de um líquido iônico comum 1-butil-3-metilimidazolina tetraborato, usado em

medidas reológicas. Aramaki et al, (2010)28

tem aproximado o efeito do comprimento da

cadeia carbônica de alcoóis monohidroxilados nas propriedades reológicas de soluções

micelares formadas por água/sacarose e monohexadecanoato/monohidróxido. Sharma et al

(2010)29

, usaram a reologia para caracterizar transições de esferas wormlike e Shresta et al,

23

(2007)30

, usaram o SAXS com mesmo objetivo. Acharya et al (2007)31

, disseram que esses

sistemas aproximam-se reologicamente de soluções poliméricas, resultando em uma

correlação entre a temperatura e a ocorrência de geometria wormlike. Sharma et al. (2007)32

estudaram a influência da composição de tensoativo na reologia de soluções micelares de

tensoativo com diferentes grau de etoxilação. Ao estudar o sistema pentaetilenoglicol-

monododeciléter (C12E5)/água e decano, Menge et al (1999, 2000)33, 34

, descobriram que o

raio de giro da seção transversal e a massa por unidade de comprimento aumentam quando o

teor de óleo é aumentado, e o comprimento do contorno permanece aproximadamente o

mesmo, o que implicaria numa transição de micelas wormlike “tipo verme” para gotas de

microemulsão. Eles também descobriram que, em sistemas com razões fixas de óleo:

tensoativo, a transição de gotas wormlike ocorre de temperatura alta para abaixa (por

exemplo, para sistemas com razão óleo: tensoativo = 0,1 esta transição é iniciada a 19 oC e

termina a 13 oC).

O objetivo deste trabalho é explorar o comportamento do sistema microemulsionado

contendo Unitol (tensoativo etoxilado), butanol, xileno e água. Portanto nosso foco será na

influência da concentração total (fase óleo, tensoativo e cotensoativo) sobre a ocorrência

dessas transições a temperatura e composição de óleo/cotensoativo/tensoativo fixas. Esse

trabalho tem como objetivo também estudar os efeitos dos três pontos, /C T = 40 %, 30 % e

25 %, do sistema microemulsionado citado anteriormente na solubilização da borra de

petróleo e na recuperação avançada de petróleo.

24

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 TENSOATIVOS OU SURFACTANTES

Os tensoativos ou surfactantes são substâncias anfifílicas naturais ou sintéticas, que

possuem em sua estrutura uma parte hidrofóbica (afinidade pela fase orgânica) e uma parte

hidrofílica (afinidade pela fase aquosa)35-37

(Figura 1).

Figura 1 - Representação esquemática de um tensoativo38, 39

Cada parte tem diferente solubilidade em diferentes solventes e tende a orientar a interface

entre duas fases, o grupo polar fica voltado para a parte polar (aquosa) e o grupo apolar para a

fase oleosa40, 41

, formando um filme interfacial cujas propriedades mecânicas estão ligadas às

propriedades tensoativas. A estabilidade deste filme depende da natureza dos grupos

hidrofílicos que formam o tensoativo41

. Estes tensoativos são responsáveis pela a adsorção de

moléculas tensoativas nas interfaces líquido-líquido, líquido-gás ou sólido-líquido de um dado

sistema37, 42

, como mostra a Figura 2.

25

Figura 2 - Adsorção de tensoativo na interface líquido-líquido e orientação das micelas neste sistema43

Os tensoativos podem ser classificados em dois grandes grupos: iônicos e não-iônicos.

Os tensoativos iônicos: em meio aquoso dissociam-se, apresentando cargas

elétricas na parte hidrofílica, formando íons carregados negativamente chamados

de tensoativos aniônicos, ou íons carregados positivamente chamados tensoativos

catiônicos44, 42

. Dentre os grupos iônicos, os mais importantes são os carboxilatos,

os sulfatos e as aminas;

Tensoativos não-iônicos: esses tipos de tensoativos não apresentam íons em

solução aquosa e sua solubilidade em água se deve à presença, em suas moléculas,

de grupamentos funcionais que possuem forte afinidade pela água42

. Dentre os

não-iônicos estão os derivados dos óxidos de etileno e/ou propileno41

;

Tensoativos anfóteros: também conhecidos como tensoativos zwiteriônicos, eles

dependem do pH do meio para serem aniônicos (pH entre 9 e 10) ou catiônico (pH

entre 4 e 9). Porém, para que um tensoativo seja classificado como zwiteriônico se

faz necessário que apresente tanto carga positiva quanto negativa em condições

normais e não dependa do pH do meio como citado anteriormente para os

tensoativos classificados como anfóteros42

.

Os tensoativos anfifílicos são caracterizados pelo balanço hidrofílico-lipofílico (BHL).

O BHL corresponde a uma classificação semi-empírica. Baseia-se nas contribuições

hidrofílicas e lipofílicas do tensoativo. Um baixo BHL indica materiais menos hidrofílicos.

26

Em termos gerais o BHL correlaciona às diversas propriedades físico – químicas das soluções

aquosas dos tensoativos como: solubilidade, energia de adsorção interfacial, CMC etc.,

podendo ser usado para caracterizar e selecionar tensoativos. A solubilidade em água e a

classificação dos grupos funcionais são úteis para orientar a escolha ou caracterização de um

tensoativo em relação a seu BHL41

.

Uma característica interessante deste parâmetro é que o BHL de misturas de

tensoativos pode ser calculado, de acordo com a Equação (2.1), com uma boa aproximação,

pela soma algébrica do BHL de seus componentes41

.

1 2 (100 )

100m

BHL BHL xBHL

(2.1)

onde, mBHL = BHL da mistura e 1,2BHL = BHL do tensoativo lipofílico e hidrofílico

respectivamente e x a quantidade em gramas do tensoativo lipofílico

2.1.1 Micelização

As propriedades físico-químicas dos tensoativos na sua grande maioria, não variam

significativamente, mesmo em baixas concentrações42

. No entanto, a adição de tensoativos à

água, abaixo da concentração micelar crítica (CMC) tende a saturar as interfaces (situações B

e C Figura 3), abaixo da CMC, 45

as moléculas de tensoativos estão presentes na forma de

monômeros dispersos42

. Quando a concentração de tensoativo excede a concentração micelar

crítica (CMC), as moléculas de tensoativos excedentes agregam-se para formar pequenos

aglomerados coloidais esféricos chamados de micelas46, 45, 47, 42

. A

Figura 3 mostra bem este sistema.

27

Figura 3- Distribuição de um tensoativo numa solução aquosa45.

Em agregados de caráter iônico, a parte hidrofóbica da molécula tensoativa se agrupa

no interior da micela de forma a se ter um mínimo de superfície em contato com a água,

enquanto as extremidades polares ficam dirigidas para o meio aquoso, tais agregados são

chamados de micelas diretas (Figura 4b). Fenômeno oposto de orientação das micelas, onde,

as cabeças polares estão direcionadas no centro e as cadeias apolares estão direcionadas para

o meio externo, origina micelas chamadas micelas inversas42

. Figura 4a.

Figura 4 - Estrutura das micelas: (a) micela inversa; (b) micela direta48

.

28

2.1.2 Geometria das micelas

Os tipos de agregados formados podem ser previstos em função de parâmetros

geométricos das moléculas tensoativas envolvidas, como comprimento da cauda apolar,

volume ocupado pela cauda apolar e área superficial da parte polar da molécula. Quando se

utilizam os parâmetros geométricos para prever as estruturas dos agregados, tem-se um

modelo aproximado que não leva em consideração muitos outros fatores que podem estar

envolvidos. A repulsão entre as cabeças dos tensoativos faz com que a estrutura assuma

arranjos que minimizem essas repulsões, compativelmente com as outras energias envolvidas

no sistema. Quando a força de repulsão é predominante, os tensoativos tendem a se organizar

de forma esférica garantindo a máxima distância entre as cabeças polares. A curvatura dos

agregados pode ser correlacionada com um parâmetro “p”, chamado de parâmetro de

empacotamento, determinante para a estrutura dos agregados. O efeito desse parâmetro está

ligado ao arranjo que proporcione a menor energia livre possível. Alguns dos arranjos

possíveis são os de estrutura esférica, cilíndrica, bicamada, bicontínua, esférica invertida e

vesícula esférica49

.

As estruturas internas das micelas existentes em microemulsão podem ser variadas,

complexas e podem ser físico-quimicamente entendidas50

. Dependendo das concentrações dos

constituintes da microemulsão uma grande diversidade de estruturas entre a fase contínua e

dispersa pode ser identificada51

. A Figura 5 mostra os diferentes tipos de estruturas

encontradas num sistema microemulsionado52

. A região A representa uma microemulsão

contínua em água com micelas de óleo em água (O/A). Região B: microemulsão contínua em

óleo com micelas de água em óleo (A/O). Região C: microemulsão que apresenta estrutura

bicontínua (O/A ou A/O). Região D: microemulsão rica em tensoativo, possivelmente

apresentando estruturas lamelares aL .

29

Figura 5- Representação esquemática de diferentes estruturas de microemulsão53.

A fase lamelar (designada aL ) é formada por camadas paralelas e planas de bicamadas

de tensoativo separadas por camadas de solvente, formando uma rede unidimensional (Figura

6-ilustração 1). Já na fase hexagonal, os agregados são formados pelo arranjo de cilindros

longos, originando estruturas bidimensionais. Na fase HI (fase normal), as moléculas do

tensoativo se agrupam em micelas cilíndricas circulares, com água preenchendo o volume

entre os cilindros (Figura 6-ilustração 2a), enquanto que na fase HII (fase reversa), os cilindros

contêm canais de água circundados pelas cabeças polares do tensoativo e a porção oleosa

localizada ao redor dos cilindros (Figura 6-ilustração 2b)49

. Fases cúbicas liotrópicas (Figura

7) apresentam estruturas mais complicadas e visualizadas com maior dificuldade que as

outras. Quase todas as fases fluidas tridimensionais observadas são de simetria cúbica, apesar

de as romboédricas, tetragonais e ortorrômbicas de topologia inversa também serem

detectadas em alguns sistemas49, 54

. Estas estruturas estão bem ilustradas no diagrama ternário

da Figura 8.

30

Figura 6 - Ilustração esquemática de (1) fase lamelar (2.a) fase hexagonal e (2.b) fase hexagonal reversa49

.

Figura 7 - Estrutura da fase cúbica de monoleoato de glicerila-água em três dimensões com ampliação mostrando

bicamada lipídica49, 54

.

Figura 8 - Representação esquemática de diferentes estruturas de microemulsão55.

31

2.1.3 Regiões de Winsor

Um sistema de classificação que define os vários equilíbrios existentes entre a

microemulsão e as fases aquosa e oleosa foi proposto por Winsor (1948)49, 56

. A mistura dos

constituintes da microemulsão (ME) nem sempre conduzirá a um sistema disperso

homogêneo, podendo coexistir diferentes fases. Dependendo da natureza e do número de

fases líquidas presentes, esses sistemas podem ser classificados no diagrama de fases de

acordo com Winsor48

.

Dessa forma, foram estabelecidos quatro tipos de regiões:

Winsor I: Contendo uma fase oleosa em equilíbrio com uma fase microemulsionada

(O/A) contendo óleo, água e a maior parte de mistura de tensoativo. Ele é representado

pelo equilíbrio entre a fase microemulsionada com a fase oleosa em excesso. Por

possuir densidade menor que a da microemulsão, a fase oleosa posiciona-se acima da

microemulsão49, 48

;

Winsor II: Apresenta-se numa fase também bifásica, constituída de uma fase aquosa

em equilíbrio com uma microemulsão (A/O). Ele representa o equilíbrio entre a fase

microemulsionada e a fase aquosa em excesso. Por possuir densidade menor que a da

fase aquosa, a microemulsão posiciona-se na parte superior à fase aquosa49, 48

;

32

Winsor III: Trifásica, contendo uma fase aquosa e outra oleosa, separadas por uma

fase microemulsionada. Nessa região, existem três fases em equilíbrio, óleo,

microemulsão e água, em que o óleo é a fase superior, a microemulsão a fase

intermediária e a água, a fase inferior49, 48

;

Winsor IV: Correspondente a uma região monofásica, representada por uma

microemulsão homogênea. É um sistema em que apenas existe a fase de

microemulsão, isto é, um sistema macroscopicamente monofásico49, 48

. A Figura 9

representa bem os sistemas de Winsor.

Figura 9 - Representação da classificação de Winsor57.

.

2.2 MICROEMULSÃO

As microemulsões são definidas como sistemas de alta agregação nas quais água e

óleo são homogeneamente misturados devido à presença de substâncias anfifílicas chamadas

de tensoativos (seção 2.1)58

. Elas são isotrópicas59-61

com estruturas típicas de tamanho

próximo de 3 a 30 nm59, 61

, com aparência transparente59-61, 26, 58

. Elas diferem das emulsões

não apenas por seu tamanho estrutural ser muito menor59, 61

, mas também na sua estabilidade

termodinâmica59, 61, 26

estabilizando e proporcionando vida longa a sistemas de misturas do

tipo óleo/água59, 61

. Tabela 1Erro! Fonte de referência não encontrada. e a Figura 10 mostram

bem essa diferença.

33

Tabela 1 - Diferentes características entre emulsão e microemulsão62

Emulsão Microemulsão

Instável, eventualmente poderá

separar

Termodinamicamente estável

Gotas relativamente largas (1-10

mm)

Agregados pequenos

Sistema relativamente estático Sistema altamente dinâmico

Superfície interna “larga”, pouca

quantidade de tensoativo

Superfície interna “alta” necessita

de grande quantidade de tensoativo

Curvatura A/O pequena A interface A/O pode ser

altamente curvada

Figura 10: Diferentes características entre emulsão e microemulsão62

.

A formação da microemulsão geralmente envolve a combinação de três a quatro

componentes, tais como tensoativo, fase aquosa, fase oleosa e, quando necessário, o

cotensoativo, sendo que o tipo de sistemas (O/A ou A/O) depende das propriedades físico-

químicas do tensoativo, traduzidas principalmente pelo seu balanço hidrofílico-lipofílico

(BHL). A principal característica do sistema é formar espontaneamente a fase interna por

homogeneização suave dos componentes da formulação48

. Considerando que as

microemulsões O/A são formados por gotículas de óleo dispersas em água, contendo o

tensoativo na interface óleo/água, elas possuem ótima capacidade de solubilização de

substâncias, pois permitem a incorporação de vários tipos de compostos na fase interna oleosa

(baixa constante dielétrica), na região interfacial (constante dielétrica intermediária entre o

óleo e a água) ou na fase externa aquosa (alta constante dielétrica)48

.

34

Enquanto que as emulsões são estabilizadas por agentes emulsificantes comuns

(tensoativo), ás microemulsões geralmente é adicionado um cotensoativo48

. Na literatura tem

sido relatado que a adição de um cotensoativo diminui o tamanho das gotículas ampliando as

regiões de microemulsão. Dessa forma, o tamanho da gotícula é fortemente afetado pela

mistura de matéria ativa no sistema, havendo tendência à diminuição do tamanho das gotas

com o aumento da concentração de tensoativo, gerando sistemas opticamente transparentes ou

translúcidos. Isso ocorre porque a mistura de tensoativo com um cotensoativo é mais eficiente

em reduzir a tensão interfacial entre óleo-água do que os emulsificantes comuns49, 48

. No

entanto, nos casos em que os tensoativos são capazes de cumprir integralmente essa função, a

presença dos cotensoativos não é necessária e a composição da microemulsão restringe-se aos

outros três componentes48

.

Como citado anteriormente, a formação de microemulsão é um fenômeno de auto-

agregação. Nesse processo dinâmico, mudança significativa entre diferentes fases ocorre

continuamente. O estudo da viscosidade intrínseca e dinâmica de sistemas microemulsionados

fornece informações de toda a geometria da molécula nas partículas da fase dispersa, bem

como o tamanho e a forma das gotas de microemulsão solubilizados em água60, 50

.

As medidas reológicas oferecem um caminho indireto para determinar a estrutura

interna nas soluções de tensoativos numa ampla faixa de concentração, e pode freqüentemente

oferecer evidências de mudanças estruturais das micelas. Dependendo da concentração do

tensoativo e da temperatura, diferentes tipos de geometrias micelares são formadas, tais como

esféricas ou cilíndricas40.

Trabalhos recentes mostraram o efeito da concentração de tensoativo na reologia e

microestrutura na fase lamelar. A fase lamelar é mais facilmente produzida em cristais

líquidos com sistemas concentrados de tensoativos. A resposta reológica durante o processo é

diretamente relatada para estabelecer mudanças microestruturais e a reologia do produto final

pode ter importante benefício funcional63

.

Para medir o tamanho médio das partículas, Chen et al, (2004)64

, diluiram as amostras

com água destilada para prevenir o fenômeno de multi-espalhamento. Como resultado, os

tamanhos das gotas das microemulsões diluídas, usando Tween 80 como tensoativo, não

apresentaram mudanças significativas.

Para medida de tamanho de partícula é necessário definir o ângulo a ser trabalho e o

índice de refração da fase contínua e dispersa. Na literatura64, 3, 5, 65

, é bastante utilizado nessa

medida ângulo a 90 oC e o índice de refração (RI) da água, 1,333.

35

O índice de refração tem se mostrado presente em várias propriedades importantes do

petróleo, na produção de combustível, bem como nos seus respectivos componentes. Seus

valores podem ser medidos de forma exata. As informações obtidas das medidas de índice de

refração podem ser aplicadas a vários cálculos de Engenharia. Por exemplo, fluido de

reservatório e tensão superficial, alteração de molhabilidade em reservatórios e precipitação

de asfalteno66

.

Em alguns estudos de soluções de petróleo, o índice de refração de uma mistura foi

encarado como uma combinação linear dos índices de refração, n , dos componentes

individuais66

como mostra a Equação (2.2)

(1 )m óleo óleo sol óleon n n (2.2)

onde mn , é o índice de refração da mistura, óleo , fração volumétrica do óleo, soln , é o índice

de refração do solvente utilizado.

2.3 PARÂMETROS QUE INFLUENCIAM A MICROEMULSÃO

2.3.1 A influência do cotensoativo

O cotensoativo é uma molécula utilizada para agir diretamente sobre o fator de

empacotamento, sua função é reduzir a repulsão das “cabeças” polares, estabilizando a

micela. Quando se trabalha com tensoativos não-iônicos, os cotensoativos podem ser

utilizados para melhorar a solubilização do sistema. Os cotensoativos são geralmente alcoóis

de cadeia curta. Os contesoativos: os alcoóis, aminas, ácidos orgânico, desempenham três

papéis essenciais41

.

Eles permitem obter tensões interfaciais muito baixas;

Eles induzem várias possibilidades estruturais agindo sobre a camada interfacial;

Eles melhoram a fluidez do filme interfacial.

A estrutura molecular do álcool possui uma forte influência na forma e extensão do

domínio de existência das microemulsões em um diagrama pseudoternário. Álcool de cadeia

longa (heptan-1-ol, por exemplo) promove regiões pequenas com existência de zonas de

solubilização. O fenômeno contrário com álcool de cadeia curta (butan-1-ol, por exemplo)

promove uma região de microemulsão do tipo bloco triangular que ocupa grande parte do

36

diagrama pseudoternário, estendendo-se de uma região de composição rica em água a uma

região de composição rica em hidrocarbonetos41

.

2.3.2 A influência da isomeria do álcool

Para mesma proporção cotensoativo/tensoativo, os diagramas pseudoternários são

análogos e a isomeria do álcool não influencia no domínio de existência das micromulsões41

.

2.3.3 A influência da razão cotensoativo/tensoativo

A preparação de microemulsão com tensoativos iônicos exige a presença de

cotensoativo mais hidrofóbico. A proporção ideal de tensoativo iônico para cotensoativo é um

fator importante para o aumento da solubilização. O poder solubilizante da mistura de

cotensoativo/tensoativo é influenciado pelo BHL (balanço hidrofílico lipofílico). O domínio

da existência das microemulsões em um diagrama pseudoternário aumenta com a razão

cotensoativo/tensoativo41

.

2.3.4 A influência da estrutura do hidrocarboneto

Com o decréscimo do número de átomos de carbono do hidrocarboneto ou

substituição de um aromático por um alifático de cadeia longa, afeta o domínio de existência

das microemulsões é afetado de modo idêntico ao que ocorre com o aumento do número de

átomos de carbonos do álcool41

.

2.3.5 A influência da salinidade

Os sais minerais promovem:

A diminuição das interações eletrostáticas;

A redução da rigidez da interface na relação cotensoativo/tensoativo constante;

Melhora as possibilidades de solubilização da fase orgânica, que se traduz por um

aumento do domínio de existência da microemulsão na presença de pouca

quantidade de sal. Excesso de sal reduz a ionização das moléculas de tensoativos e,

por conseqüência, o domínio de existência das microemulsões. Isto é válido para

os tensoativos iônicos; os não-iônicos não sofrem muito esses efeitos41

.

37

2.3.6 A influência do pH

Estudos demonstram que o pH possui uma forte influência sobre a formação das

microemulsões pelas razões evidentes da presença ou não de tensoativos ou ionização das

microemulsões.

A influência do pH sobre as tensões superficiais e interfaciais é que fornece

importância a este parâmetro41

.

2.4 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA MICELAR E DO SISTEMA

MICROEMULSIONADO

2.4.1 Reologia

A reologia é a ciência da deformação e do fluxo da matéria. Trata-se de uma sub-área

da física relacionada com a mecânica dos corpos deformáveis. O nome reologia vem do grego

rheo = deformação e logia = ciência ou estudo. Portanto, reologia é a ciência que estuda como

a matéria se deforma ou escoa, quando está submetida a esforços originados de forças

externas67

.

Os fluidos viscosos ideais se deformam contínua e irreversivelmente, sob a ação de um

sistema de forças, sendo essa deformação também conhecida por escoamento. A deformação

viscosa é geralmente expressa em função de taxa de cisalhamento, que é a relação entre a

variação da velocidade de escoamento e a distância entre camadas ou partículas discretas de

um fluido. A resistência de um fluido contra qualquer mudança posicional de seu elemento

volumétrico é a responsável por outra grandeza física, equivalente ao módulo de Young,

conhecida por viscosidade ou coeficiente de viscosidade67

.

Considere duas placas planas e paralelas, infinitas, afastadas uma da outra por uma

distância y. O espaço entre elas está preenchido com um fluido viscoso. A placa inferior está

fixa, enquanto a superior se desloca a uma velocidade constante, provocando uma variação de

velocidade, em regime estacionário laminar, no interior do fluido. A camada de fluido

próximo da placa inferior está parada, enquanto a camada próxima da placa superior se move

com a mesma velocidade da placa. Este fluido sofre um cisalhamento contínuo, isto é,

caracterizado pela relação proporcional ou linear entre a tensão e a magnitude da taxa de

cisalhamento. A discussão detalhada de tensão cisalhante e taxa de cisalhamento torna-se

38

importante neste momento, para que possamos entender melhor o fenômeno do cisalhamento,

a definição de viscosidade e a descrição física e matemática dos tipos de fluido. A tensão de

cisalhamento é a força por unidade de área cisalhante, necessária para manter o escoamento

do fluido. A resistência ao escoamento é quem promove esta tensão, que pode ser expressa

por67

:

F

A (2.3)

onde F é força aplicada na direção do escoamento e A é a área da superfície exposta ao

cisalhamento.

A taxa de cisalhamento, definida como o escoamento relativo das partículas ou planos

de fluido, está relacionada com a distância entre eles. A taxa de cisalhamento é também

denominada de grau de deformação ou gradiente de velocidade e pode também ser definida

através de uma expressão matemática que relaciona a diferença das velocidades entre duas

partículas ou planos vizinhos com a distância entre eles, como a seguir67

:

v

y

(2.4)

onde Δv é a diferença entre duas camadas de fluido adjacentes e Δy é a distância entre elas.

Para fluidos viscosos ideais, a tensão de cisalhamento é proporcional à taxa de

cisalhamento, onde a constante de proporcionalidade é, por definição, a viscosidade dinâmica

do fluido, conforme explicita a expressão a seguir67

:

v=

y

(2.5)

Uma vez que μ, definida pela Equação (2.5), é realmente uma viscosidade média em

Δy e a curva como função de y nem sempre será uma linha reta, a Equação (2.5) ficará mais

completa se usarmos a definição de derivada, onde γ é, por definição, a taxa de cisalhamento,

definida por ∂v/∂y67.

39

v=

y

(2.6)

Da Equação (2.6), podemos definir a viscosidade dinâmica de um fluido como a relação entre

a tensão cisalhante e a taxa de cisalhamento67

.

(2.7)

Outra grandeza útil é a viscosidade do fluido dividida pela sua massa específica,

conhecida por viscosidade cinemática67

.

(2.8)

onde ν é a viscosidade cinemática e ρ é a massa específica do fluido.

A viscosidade cinemática se mostra importante e útil, uma vez que engloba duas

propriedades importantes do fluido: a viscosidade dinâmica que define a resistência do fluido

em escoar ou cisalhar, e a densidade ou massa específica que define o potencial piezométrico

de escoamento67

.

2.4.1.1 Classificação dos fluidos viscosos

A relação entre a tensão de cisalhamento define, de certo modo, o comportamento

reológico dos líquidos considerados puramente viscosos. A Figura 11 mostra como a tensão

cisalhante varia em função da taxa de cisalhamento ou taxa de deformação67

.

Os fluidos viscosos, portanto, podem ser classificados em função do seu

comportamento de escoamento ou reológico. Fundamentalmente, os fluidos se classificam em

Newtonianos e não-Newtonianos67

. Observando a Figura 11, a única curva que apresenta a

relação de tensão cisalhante com a taxa de cisalhamento constante é a curva C, logo esse

fluido é denominado Newtoniano, as demais se referem a tipos ou modelo de fluidos não-

Newtonianos67

.

Figura 11- Curvas de escoamento de alguns tipos de fluidos68

.

40

2.4.1.2 Fluidos Newtonianos

Newton considerou que a curva equivalente à sua Equação (2.6), para um fluido ideal,

seria uma linha reta com início na origem dos eixos. Portanto a viscosidade só seria

influenciada pela temperatura e pressão. No escoamento de um fluido Newtoniano, em regime

laminar, existe uma proporcionalidade entre a tensão cisalhante e a taxa de cisalhamento. A

sua viscosidade é única e absoluta, pois a razão entre a taxa e a tensão de cisalhamento é

constante. Matematicamente, os fluidos Newtonianos são definidos pela equação67

:

(2.9)

O reograma, em coordenadas cartesianas, de um fluido Newtoniano é linear e passa pela

origem, (Figura 11 C). Outra maneira de analisar seu comportamento é através da relação

entre a viscosidade e a taxa de cisalhamento, também conhecida como “curva de

viscosidade”. Para fluido Newtoniano, esta relação é uma reta paralela ao eixo das taxas de

cisalhamentos67

.

2.4.1.3 Fluidos não-Newtonianos

Todo fluido cuja relação entre tensão e taxa de cisalhamento não é constante é

denominado de não-Newtoniano, considerando temperatura e pressão constante, e escoamento

laminar. A viscosidade não é única e varia com a magnitude da taxa de cisalhamento.

Qualquer fluido não-Newtoniano pode ser definido pela relação67

:

41

a

(2.10)

onde a viscosidade μa, variável como função de γ, é denominada de viscosidade aparente, isto

é, a viscosidade que o fluido teria se fosse Newtoniano, naquela condição de escoamento67

.

2.4.1.3.1 Modelo de Bingham ou plástico ideal

Teoricamente, o modelo de Binghmam ou plástico ideal requer a aplicação de uma tensão

mínima, τL, denominada de limite de escoamento, para que haja alguma deformação

cisalhante. A equação matemática que define este fluido é67

:

p L (2.11)

onde μp e τL, são os parâmetros reológicos deste tipo de fluido, denominados de viscosidade

plástica e limite de escoamento, respectivamente,. Sua viscosidade aparente é definida de

acordo com a Equação (2.12), através da relação das Equações (2.10) e (2.11)67

:

La p

(2.12)

2.4.1.3.2 Modelo de Ostwald-Waale

O modelo de Ostwald ou fluido de potência é definido pela expressão67

:

n

K (2.13)

A Figura 11 mostra curvas de escoamento que seguem a lei da potência definida pela

Equação (2.11). A curva B corresponde ao caso em que n na função de potência assume

valores menores do que um e maiores do que zero, esses fluidos são chamados de

pseudoplásticos. Tecnicamente esses fluidos, “afinam” quando a vazão ou taxa de

cisalhamento aumenta67

.

42

Ao contrário dos fluidos pseudoplásticos, o dilatante apresenta comportamento de

viscosidade crescente com o acréscimo da taxa de cisalhamento. A dilatância nos líquidos é

muito rara. Este fluido está representado na Figura 11 (D); neste caso os valores de n são

maiores do que um. Observe que quando n for igual a um, teremos o caso trivial do fluido

Newtoniano. Observe também que os fluidos peudoplásticos sempre diminuem a viscosidade

com o aumento da taxa de cisalhamento, enquanto que os dilatantes aumentam de viscosidade

com o aumento da taxa de cisalhamento67

.

2.4.2 Espalhamento de Luz

Nas últimas décadas as técnicas de espalhamento de luz69, 70

estática (SLS) e a

dinâmica (DLS)69

têm sido um método importante para caracterizar69, 70

macromoléculas70

e

micelas de tensoativos em solução69

. A partir desses experimentos informações relevantes

sobre tais propriedades como o coeficiente de difusão, tamanho, forma e massa molecular das

micelas podem ser obtidas69

.

Em espalhamento de luz estático (SLS), a dependência angular do excesso do

espalhamento médio absoluto, conhecida como a relação do excesso de Rayleigh[ vvR ]

pode ser medida. Para uma suspensão diluída com uma concentração C (g/mL) e ângulo de

dispersão θ, vvR pode ser aproximadamente expressa como71

:

2 2

2

vv

11 2g

W

KCR q A C

R M (2.14)

onde, K = 4π2n

2(dn/dC)

2/(NAλ0

4) e q = (4πn/λ0) seno de (θ/2) com NA, dn/dC,n e λ0, como

sendo o número de Avogadro. MW é a massa molar média da partícula; A2 é o coeficiente

virial de segunda ordem e Rg2

é a raiz quadrada media das partículas.

O espalhamento de luz dinâmico é conhecido como espectroscopia de correlação de

fótons. Essa técnica é um dos métodos mais utilizados para determinar tamanho de partícula.

Um feixe de luz monocromática radiante dentro de uma solução com partículas esféricas em

movimento Browniano causa o efeito Doppler: quando uma luz atinge uma partícula em

movimento, muda o comprimento de onda da luz incidente. Essa mudança é relacionada ao

tamanho de partícula. É possível calcular a distribuição do tamanho esférico permitindo

descrever movimentos das partículas no meio, medindo o coeficiente de difusão das partículas

e usando o coeficiente de autocorrelação (é uma medida que informa o quanto o valor de uma

43

variável aleatória é capaz de influenciar seus vizinhos). Este método tem várias vantagens:

primeiramente as análises são de curta duração e é quase todo automatizado e tem custo de

desenvolvimento modesto. Essas análises de tamanho de partícula operam sobretudo em

apenas um ângulo, 90o, e usam a luz vermelha (675 nm). Geralmente a dependência da

concentração é negligenciada72

. Outra vantagem de utilizar o espalhamento de luz dinâmico é

a possibilidade de analisar as amostras contendo ampla distribuição de espécies de massa

molares (por exemplo, uma proteína nativa de vários tamanhos de agregados). Além disso,

nessa técnica também é possível obter medidas absolutas de diversos parâmetros de interesse,

como massa molar, o raio de giro das moléculas poliméricas, difusão translacional constante,

entre outras72

.

A intensidade do espalhamento de luz a alguns ângulos depende do comprimento de

onda da luz incidente, o tamanho e a forma da luz espalhada, e as propriedades ópticas da

dispersão, bem como o ângulo de observação. Além disso, a relação funcional entre essas

variáveis é mostrada para partículas espirais e outras geometrias, dentro de certas

circunstâncias. Aplicando essas relações para experimento de espalhamento de luz,

informação sobre as partículas responsáveis pelo espalhamento pode ser deduzida. Vamos ver

como a massa e a dimensão linear característica das partículas pode ser determinada para

alguns sistemas de espalhamento de luz73

.

A teoria do espalhamento de luz é baseada essencialmente em duas suposições: a

primeira condição é que as partículas estão em movimento Browniano (também chamado de

movimento aleatório); nesta situação demostra-se a função de densidade de probabilidade72

,

dada pela a Equação (2.15)73, 72

:

2 /4

3/2

1( , | 0,0)

4

r DtP r t eDt

(2.15)

onde D é a constante de difusão.

A segunda suposição é que as gotas usadas nos experimentos são partículas espirais

com diâmetro pequeno, comparado a dimensões moleculares. Assim, é possível aplicar a

relação de Stokes-Einstein, que facilmente fornece uma difusão constante72

.

6 a

Bk TD

(2.16)

44

onde a é o raio das esferas, kB é a constante de Boltzmann, T é a temperatura em Kelvin e η, é

a viscosidade do solvente.

2.4.3 Tensão superficial

A tensão superficial, , é a medida da resistência do filme que parece cobrir a

superfície de um líquido, ou seja, é a tendência das moléculas do filmes de serem puxadas

para o corpo do líquido: quanto maior for a tensão superficial, mais resistente o filme da

superfície parece ser74

.

No interior de um líquido moléculas estão cercadas por outras sujeitas a forças de

tração provenientes das moléculas vizinhas, em todas as direções, de modo aproximadamente

igual e, num grande intervalo de tempo, não experimentam nenhum desbalanceamento de

forças em qualquer direção74

.

A superfície de um líquido é lisa porque as forças intermoleculares tendem a manter

juntas as moléculas puxando-as para o interior do líquido. A tensão superficial é a resposta ao

empuxo em direção ao interior do líquido74

. Embora as moléculas na superfície de um líquido

sejam atraídas por suas vizinhas, estas são atraídas na direção do interior do líquido, havendo

assim um desbalanceamento de forças. Dessa forma, moléculas que se encontram na

superfície do líquido apresentam maior energia, em relação às moléculas no interior. Sendo

assim, para remover uma molécula do interior do líquido para a superfície, é necessário

fornecer energia a esta molécula. Como a presença de outra molécula aumenta a área

superficial, torna‐se necessário fornecer uma certa energia para aumentar a área da superfície

líquida. Portanto a tensão superficial é definida como a energia necessária para efetuar um

aumento de 1 m2 na área superficial de um líquido

75. O comportamento do composto em

solução pode ser avaliado quanto ao seu poder de redução da tensão superficial do meio

líquido onde ele esteja presente. A Figura 12 mostra a representação esquemática das forças

de atração entre as moléculas de um líquido na superfície e no seu interior.

45

Figura 12- Forças de atração entre moléculas de um líquido na superfície e no seu interior76.

.

Espera-se que os líquidos formados por moléculas em que as interações

intermoleculares são fortes tenham tensão superficial elevada, porque o empuxo para o

interior do líquido deve ser forte74

.

A tensão superficial explica vários fenômenos, como de uma gota de líquido suspensa

no ar ou em uma superfície encerada e esférica, porque a tensão superficial faz com que as

moléculas assumam a forma mais compacta possível. As forças atrativas entre as moléculas

de água são maiores do que entre a água e a cera, que é composta essencialmente por

hidrocarbonetos74

.

2.5 ISOTERMAS

O termo “adsorção” foi proposto por Bois-Reymond. Entretanto, foi introduzido na

literatura por Kayser, o qual também implementou alguns conceitos teóricos que se tornaram

a base da teoria da adsorção monomolecular77

.

Isotermas de adsorção consistem em relações de equilíbrio entre a concentração (ou

pressão) do adsorvato em um fluido qualquer e sua concentração na superfície de um

adsorvente que esteja em contato com o fluido, a temperatura constante. O significado estrito

das isotermas de adsorção pode ser derivado do conceito de adsorção, que foi introduzido na

ciência de superfície por Gibbs e forma uma importante ferramenta para descrever o

fenômeno de adsorção que ocorre em vários tipos de interfaces77

.

A equação de Langmuir, inicialmente derivada de estudos cinéticos, assume que a

superfície do adsorvente apresenta um número de sítios de adsorção energeticamente

equivalentes e definidos. Em cada um destes sítios pode ser adsorvida uma molécula de gás

ideal. As interações entre as móleculas de adsorvente e adsorvato podem ser tanto de natureza

46

química como física, no entanto, devem ser fortes o suficiente para mantê-las unidas.

Diferentemente da isoterma de Freundlich, a isoetrma de Langmuir tem um significado físico

definido. Ela descreve relativamente bem a adsorção física (ou química) em superfícies

sólidas com um tipo de sítio ativo de adsorção. Nesta, as moléculas do adsorvato podem se

movimentar ao longo da superfície do adsorvente77

. Tais isotermas serão mais bem descritas a

seguir.

A equação de Freundlich foi usada, a princípio, sem ser justificada teoricamente. Esta

equação assume que o adsorvente apresenta sítios com diferentes potenciais de adsorção77

.

As isotermas de adsorção são obtidas pela “depleção” de tensoativos devido a

adsorção. A densidade de adsorção da saturação na interface líquido-sólido ( max,solido ) e

líquido-ar ( max,ar ) pode obter uma estimativa do número de camadas, 1n , no sólido78

.

max,

max,

solido

ar

(2.17)

A superfície coberta pode fornecer informação na orientação das moléculas de

tensoativo na camada adsorvida com a bicamada microscrópica do tensoativo hidrofílico,

devido as cabeças iônicas ou polares dos tensoativos estarem orientadas na direção da

solução78

.

A adsorção de tensoativos não-iônicos é normalmente reversível com baixa histerese.

A maioria dos tensoativos não-iônicos contêm grupos polares que formam ligações de

hidrogênio com grupos hidroxil em superfície sólidas. Uma vez que a ligação de hidrogênio é

mais fraca do que as interações eletrostáticas, a adsorção de tensoativos não-iônicos para a

maioria dos sólidos é menor do que para os tensoativos iônicos. Para os tensoativos iônicos, a

adsorção também é reversível embora a histerese em alguns casos seja observada78

.

O principal problema para a interpretação da tensão superficial dinâmica (TSD) é a

aplicação de uma isoterma apropriada. O propósito de uma isoterma de adsorção é relacionar

a concentração de tensoativo no seio da solução e a quantidade adsorvida na interface.

Supondo-se que a adsorção seja monomolecular. Além da isoterma de Gibbs, outras equações

são usadas, como serão descritas a seguir79

.

2.5.1 Isoterma de Langmuir

Esta é a isoterma não linear mais utilizada. Ela é baseada em um modelo tipo de

látices. A adsorção de cada sítio é equivalente a dos látices; a probabilidade da adsorção em

47

um sítio vazio é independente da ocupação de sítios vizinhos e não existe interação entre

monômeros na interface e não há forças intermoleculares entre eles79

. A taxa de mudança de

cobertura de superfície devido à adsorção é proporcional à concentração de tensoativo em

solução e o número de sítios vazios disponíveis. O número máximo de sítios disponíveis é

79

e afeta a taxa de variação de F da seguinte forma:

1a

dk c

dt

(2.18)

Mas taxa de mudança de Γ devido à dessorção é proporcional ao número de espécies

adsorvidas79

assim:

d

dk

dt

(2.19)

No equilíbrio, estas duas taxas são iguais, e introduzir a constante de equilíbrio de adsorção de

Langmuir desadsL kkk / , resulta na isoterma de Langmuir79

:

1

L

L

K c

K c

(2.20)

Para o presente trabalho, a isoterma de Langmuir pode ser descrita como:

max

1

bc

bc

(2.21)

onde, , é o equilíbro do excesso superficial, máx ,é o máximo do valor de , b é a constante

de Lamgmuir e c é a concentração de equilíbrio.

2.6 O PETRÓLEO E SEUS CONSTITUINTES

Petróleo, palavra originada do latim petra (pedra) e oleum (óleo)80-82

, chamado

também de óleo cru39

, é o nome dado as misturas naturais de hidrocarbonetos que podem ser

48

encontrados no estado sólido, líquido ou gasoso, a depender das condições de pressão e

temperatura a que estejam submetidas81

. No estado líquido é uma substância oleosa,

inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e cor variando entre o negro e

o castanho-escuro80, 82

, tem uma composição química muito complexa e quase nunca é

possível fazer uma análise completa desta matéria-prima. Dentre uma série de

hidrocarbonetos que formam o petróleo e o gás natural estão as parafinas, os hidrocarbonetos

cíclicos e os aromáticos. Algumas impurezas encontradas incluem o nitrogênio, o dióxido de

carbono e o sulfeto de hidrogênio39

.

De origem orgânica, o petróleo é constituído basicamente por uma mistura de

compostos químicos orgânicos (hidrocarbonetos). Nas condições normais de temperatura e

pressão, quando a mistura contém uma maior percentagem de moléculas pequenas seu estado

físico é gasoso e quando a mistura contém moléculas maiores seu estado físico é líquido.

Admite-se que esta origem orgânica esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o

plâncton – organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas tais como protozoários,

celenterados e outros – causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias. Estes seres

decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos mares e dos

lagos, sendo pressionados pelos movimentos da crosta terrestre e transformaram-se na

substância oleosa que é o petróleo. Ao contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na

rocha em que foi gerado – a rocha geradora – mas desloca-se até encontrar um terreno

apropriado para se concentrar. Estes terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas

por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários83, 82

.

Os óleos obtidos de diferentes reservatórios de petróleo possuem características

diferentes. Alguns são pretos, densos, viscosos, liberando pouco ou nenhum gás, enquanto

outros são castanhos ou bastante claros, com baixa viscosidade e densidade, liberando

quantidade apreciável de gás. A alta percentagem de carbono (83 – 87 %) e hidrogênio (11 –

14 %) existente no óleo mostra que os seus principais constituintes são os hidrocarbonetos. Os

outros constituintes aparecem sob a forma de compostos orgânicos que contêm outros

elementos, sendo os mais comuns o nitrogênio (0,11 – 1,7 %), o enxofre (0,06 – 8 %) e o

oxigênio (0,1 – 2 %). Metais, até 0,3 %, também podem ocorrer com os sais de ácidos

orgânicos83, 82

.

49

2.7 PROPRIEDADES DAS ROCHAS

As propriedades das rochas constituem-se em fatores decisivos para o estudo do

comportamento do reservatório de petróleo. As rochas-reservatórios contém, normalmente,

dois ou mais fluidos81

. A ocorrência dos depósitos de petróleo se dá em reservatórios

formados por rochas sedimentares, principalmente em arenitos e calcários81

. A seguir, as

principais propriedades de rochas reservatórios.

2.7.1 Porosidade das rochas

A porosidade absoluta ou porosidade, , é definida como sendo a relação entre o

volume de vazios presentes na rocha, vV , e o volume total desta tV 84, 1, 81, 82.

100%v

t

V

V (2.22)

A porosidade efetiva é a relação entre os espaços vazios interconectados de uma rocha

e o volume total da mesma. De acordo com a engenharia de reservatório, a porosidade efetiva

é o valor que se deseja quantificar, pois representa o espaço ocupado por fluidos que podem

ser deslocados do meio poroso.

A porosidade depende do tamanho, forma, arranjo e homogeneidade dos grãos. Se os

grãos forem de tamanho variado, a porosidade tende a ser menor do que num caso de grãos

uniformes, uma vez que os grãos menores ocupam os espaços vazios entre os maiores. Na

medição da porosidade em laboratório é necessária a determinação de somente dois de três

parâmetros básicos: volume total, volume de poros (ou volume de vazios) e volume de

sólidos84, 1, 81, 82

.

2.7.2 Saturação

A saturação de um fluido em meio poroso, fS , é definida como sendo a fração ou

percentagens do volumes de poros, pV , ocupada pelo fluido, fV 84, 81:

100%f

f

p

VS

V (2.23)

50

Se um único fluido ocupar o meio poroso, diz-se que a saturação deste é 100%.

Entretanto, num reservatório de hidrocarbonetos, aceita-se que a rocha-reservatório contenha

inicialmente água e que não é totalmente deslocada pelo óleo ou pelo gás durante a fase de

migração; a essa saturação dá-se o nome de água conata ( wiS ) ou saturação de água inicial,

pelo fato de ser determinada no momento da descoberta do reservatório81, 82

.

A saturação da água, óleo e gás é dada pelo quociente entre volume do fluido e

volume dos poros, pV 84, 81. A somatória das respectivas saturações é dada através da Equação

(2.10), que sempre é igual a 1 ou 100 %81, 82

.

1o g wiS S S (2.24)

2.7.3 Permeabilidade

A permeabilidade de um meio poroso é uma medida de sua capacidade de se deixar

atravessar por fluidos84, 81

.

Em 1856, Darcy introduziu o conceito de permeabilidade absoluta em suas

experiências, onde somente um fluido saturava o meio poroso. Entretanto, ao se estudar mais

de um fluido em um sistema poroso deve-se definir os conceitos de permeabilidade efetiva e

permeabilidade relativa82

.

2.7.3.1 Permeabilidade efetiva

A capacidade de transmissão de um fluido que satura 100 % de um meio poroso é

definida como sendo a permeabilidade absoluta ou simplesmente a permeabilidade do meio.

No caso em que dois ou mais fluidos saturam o meio poroso, a capacidade de transmissão de

um desses fluidos chama-se permeabilidade efetiva do meio poroso ao fluido considerado1, 82

.

Segundo a lei de Darcy, pode-se definir a permeabilidade efetiva como sendo:

ff q

f

f

Lk

A p

(2.25)

51

Onde fk é a permeabilidade efetiva do fluido (água, óleo ou gás); f é a viscosidade do

fluido; fA é área da seção transversal do fluxo; L o comprimento da seção e fq , a vazão do

fluido deslocado e p é a variação de pressão82

.

2.7.3.2 Permeabilidade relativa

A permeabilidade relativa de um determinado fluido, rfk é a representação percentual

da permeabilidade efetiva de um determinado fluido desde a inexistência de fluxo até o fluxo

de 100 % de um único fluido82

:

f

rf

kk

k (2.26)

Onde: fk é a permeabilidade efetiva do fluido e k é a permeabilidade absoluta. Existem

vários fatores que influenciam a permeabilidade relativa, dentre os quais se citam a

molhabilidade e o processo de saturação82

.

2.7.3.2.1 Molhabilidade

Imagine-se uma gota de água depositada sobre uma superfície sólida, no interior de

um recipiente que contém um determinado tipo de óleo.

Por definição, o ângulo de contato é o ângulo (variando entre 0° e 180°) medido no

líquido mais denso (ou, num caso mais geral, num fluido mais denso). Quando esse ângulo de

contato é menor que 90° diz-se que o líquido mais denso molha mais o sólido e quando é

maior que 90° diz-se que o líquido menos denso molha preferencialmente o sólido.

Utilizando-se essa convenção, define-se tensão de adesão como sendo a diferença de tensões

ao longo do sólido. Assim:

cosA so sw wo wo (2.27)

de onde se obtém que:

cos so swwo

wo

(2.28)

52

A tensão de adesão é responsável pela ascensão ou depressão de fluidos em capilares,

ou seja, determina qual fluido molha preferencialmente o sólido. A propriedade da

molhabilidade e a tensão de adesão variam de acordo com os fluidos e os sólidos envolvidos.

Por exemplo, quando o sólido é a sílica, a água molha preferencialmente o sólido na presença

de isoctano. Porém quando o líquido é a isoquinolina, este molha preferencialmente o sólido.

Por outro lado, quando a isoquinolina e água são os fluidos considerados, mas o sólido é a

calcita no lugar de sílica, a água é fluida que molha preferencialmente o sólido81

.

2.7.3.2.2 Processo de saturação

Capilares sofrem um processo de embebição quando há aumento da saturação de um

fluido que o molha preferencialmente a outro fluido. Por outro lado o capilar sofreu um

processo de drenagem quando há redução de saturação do fluido que o molha81

. A diferença

fundamental entre as curvas de embebição e drenagem, obtidas pelos dois processos, equivale

à saturação mínima que produz fluxo do fluido que não molha a rocha81, 82

.

Em um processo de embebição, a água (ou fluido molhante) penetra no meio poroso

alojando-se junto às paredes dos poros e nos capilares de maior diâmetro, deslocando o óleo

(ou fluido não molhante) para os capilares de maior diâmetro, nos quais existe uma corrente

contínua deste fluido. Esse processo continua até que a saturação de óleo seja reduzida a um

valor tal que o óleo deixe de fluir. No processo de drenagem o óleo penetra inicialmente no

meio poroso através dos capilares de maior diâmetro, ocupando preferencialmente as partes

centrais dos canais de fluxo. Na prática, verifica-se que a saturação mínima de óleo necessária

para que ele forme uma fase contínua e flua através do meio poroso, a saturação de óleo

crítica ( ocS ), é menor que a saturação de óleo residual ( orS )85, 82

.

2.8 ARENITO BOTUCATU

O arenito Botucatu está presente através de uma vasta área na América do Sul82

.

Segundo a classificação de Folk86

, os arenitos da Formação Botucatu são dominantemente

quartzo-arenitos e subordinadamente subarcóseos. Durante o transporte e deposição desses

arenitos, os minerais sofreram fortemente a ação abrasiva eólica, eliminando os minerais de

baixa dureza. Por sua vez, as condições eólicas de clima árido estão vigentes propiciaram a

preservação de minerais metaestáveis, pouco resistentes ao ataque químico, porém altamente

53

resistentes à abrasão mecânica, como a estaurolita. Nestas condições os minerais não sofreram

forte atuação de intemperismo químico na área-fonte e no sítio deposicional. As

características de maturidade mineralógica e textural dos subarcóseos da Formação Pirambóia

e dos quartzo-arenitos e subarcóseos da Formação Botucatu indicaram que os materiais destes

arenitos são derivados de áreas de relevo pouco acentuado, com transporte relativamente

prolongado e fortemente retrabalhados87

. A formação Botucatu é a denominação de um tipo

de rocha-reservatório arenítica, composta aproximadamente de: 70% de areias finas, 18% de

silte e 12% de argila1, 82

.

2.9 ARENITO ASSU

A formação Assu caracteriza-se por sedimentos clásticos (rocha formada por

fragmentos de rocha pré-existentes) em camadas relativamente espessas, variando de areias

finas a seixos. Sua litologia é de formações finas a grossas, localmente conglomeráticas, de

cor cinza claro, amarelada ou avermelhada, com intercalações de folhelhos, calcarenitos, e

argilitos siltíticos, com Idade do Cretáceo Inferior, 100 milhões de anos82

. CASTRO

DANTAS (2010) et al 88

, caracterizaram amostras de arenito Assu e Botucatu através da

técnica de BET, obtendo área superficial de 3,0577 m2/g para amostra de arenito Assu e

2,3245 m2/g para amostra de arenito Botucatu. Por meio da técnica fluorescência de raios-x

foi concluído que ambas as amostras de arenito são principalmente compostas por quartzo em

percentagens muito altas como 79,24 % para as amostras de arenito Assu e 85,27 % para

amostras de arenito Botucatu. Além disso, medidas de microscopia óptica indicaram que os

poros; da amostra de arenito Assu não são regularmente distribuídos e apresentam

polidispersão no tamanho dos poros, o oposto ocorre com a amostra de arenito Botucatu, que

apresenta maior distribuição e uniformidade no tamanho dos seus poros88

.

2.10 BORRA DE PETRÓLEO

Uma enorme quantidade de borra oleosa é gerada nas refinarias de petróleo durante as

suas operações de armazenamento8. Ela constitui um dos maiores resíduos industriais, que

necessita ser tratada pela refinaria ou indústria petroquímica9, 10

. Com o avanço tecnológico,

soluções relacionadas ao tratamento, reutilização e recuperação, tanto do óleo presente no

material quanto de solos contaminados por borra de petróleo, têm apontado resultados

satisfatórios, possibilitando sua junção a outros materiais, como na construção civil em

54

processos de sínteses de massas argilosas, simultaneamente sendo uma forma de reciclagem

de resíduos do setor petrolífero, bem como em sistemas de impermeabilização em aterros

industriais9.

A indústria de petróleo, em decorrência de uma intensa atividade de exploração e

produção de petróleo, é responsável por grande parte da geração de resíduos, os quais são

considerados tóxicos e poluentes ao meio ambiente. Dentre estes, pode-se citar os resíduos

oleosos e viscosos formados durante as etapas de produção, de transporte de refino de

petróleo, de filtros de petróleo nas plataformas, tanques de navios petroleiros, oleodutos, da

limpeza de permutadores e da parte inferior dos tanques de armazenamento de petróleo e seus

derivados, como: diesel, gasolina, GLP, nafta petroquímica, solventes como querosene, óleos

lubrificantes, parafinas, óleo combustível, asfalto e outros9. Esses resíduos oleosos

denominados borra89, 9

, são emulsões basicamente compostas por óleo, água, sólidos

grosseiros, agentes tensoativos e estabilizadores. Estes resíduos têm um aspecto pastoso,

constituído de areia (mistura de argila, sílica e óxidos) contaminada com óleo, água produzida

e produtos químicos utilizados no processo de produção de petróleo9.

A presença de água nas borras de petróleo expostas ao ar livre é bastante comum. Em

amostras coletadas a maior profundidade, a percentagem de água encontrada é de 2 % e nas

amostras coletadas na superfície a percentagem de água encontrada (é cerca de 50%). De 4 %

a 7 % de sedimentos constituídos de halita, calcita, caulinita e quartzo são encontrados nas

amostras de borras de petróleo. O restante da borra é constituída naturalmente de

hidrocarbonetos de petróleo9. Nesta fase, encontram-se 40 a 60 % de hidrocarbonetos

saturados, 25 a 40 % de aromáticos, 10 a 15 % de resina e 10 a 15 % de asfalteno90, 9

. É

comum a presença de aromáticos nas borras de petróleo, que por sua vez são parcialmente

responsáveis pela inflamablidade da borra e sua consequente classificação como resíduo

perigoso (Classe I)90, 9

. Rocha et al. (2007)89

, em seu estudo da fotocatálise heterogênea no

tratamento de borra de petróleo, constataram que a borra em estudo (borra proveniente do

fundo dos tanques de petróleo) apresentou os seguintes metais e suas referidas quantificações:

cobalto 100 mg/kg; chumbo 565 mg/kg; Cobre 213,5 mg/kg; ferro 34.500 mg/kg ; níquel 125

mg/kg; Zinco 769 mg/kg; manganês 542 mg/kg e cromo 119 mg/kg. O ferro (Fe) se destacou

significativamente em termos de quantidade (34.500 mg/Kg)89, 91

, devido ao armazenamento

da borra, pois o material utilizado neste estudo foi retirado dos tanques de armazenamento de

petróleo e o desgaste do tanque, com possíveis corrosões, pode ser a causa da enorme

quantidade de ferro encontrado, quando comparada a de outros metais91

.

55

A ocorrência de óleos pesados e ultrapesados vêm aumentando sensivelmente.

Acompanhando este crescimento está a dificuldade de exploração deste óleo devido à

deposição das frações pesadas, provocando entupimentos de poços e tubulações14

. Os

petróleos de médio e baixo grau API - American Petroleum Institute (expressão utilizada para

a classificação do óleo cru, através da densidade do óleo em relação à densidade da água. O

óleo pesado apresenta um grau de API inferior a 19°API e uma densidade superior a

0,90g/mL)14

, durante a produção, transporte, e estocagem tem propensão a apresentar

precipitação de sólidos (asfaltenos, resinas, ceras etc). Na produção de petróleo, pelo

equilíbrio termodinâmico causado pela queda de pressão ao redor do poço, há precipitação de

componentes pesados que causam danos a formação tornando necessária a intervenção11

. Para

isso, cada vez mais se precisa desenvolver tecnologias e métodos que facilitem a remoção, o

armazenamento e o transporte do petróleo, atuando desde a produção até o consumidor. Os

sistemas microemulsionados são bastante aplicados em diversas áreas da indústria, por serem

termodinamicamente estáveis, de fácil preparo, com formação espontânea, transparente, de

baixa viscosidade e por facilitarem a solubilização de diversos compostos12

. Suas

propriedades as tornam sistemas altamente versáteis e de interesses em diversos domínios de

aplicação13

.

Gomes (2009)13

e Siroky et al (2011)13, 14

, estudaram diferentes sistemas

microemulsionados que possibilitaram uma maior solubilização de fração pesada do óleo

(borra), uma vez que suas propriedades e seu grande poder de solubilização as tornam

excelentes solventes para contaminantes polares e apolares ampliando em muito as vantagens

de aplicação de tensoativos em solução.

2.1.1 MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO DE PETRÓLEO

Os métodos de recuperação avançada de petróleo, de uma maneira geral, tentam

interferir nas características do reservatório que favorecem a retenção do óleo. Eles foram

desenvolvidos para se obter uma produção maior do que aquela que se obtém quando apenas a

energia natural do reservatório é utilizada92, 83

.

Baseado na idéia de que as baixas recuperações são resultado de baixas pressões nos

reservatórios, as primeiras experiências buscavam fornecer pressão ao reservatório por meio

da injeção de um fluido cuja finalidade era deslocar o fluido residente no meio poroso (óleo) e

ocupar o espaço deixado por este. Como nem sempre o aspecto mais crítico do fluxo dos

fluidos nos meios porosos é a baixa pressão, a simples injeção de fluidos para deslocar outros

56

fluidos resultava em insucesso. Como resultado da observação e da análise dos

comportamentos dos meios porosos quando sujeitos a injeção de fluidos, surgiram os diversos

processos de recuperação que se conhecem atualmente92, 83

.

Para processos cujas tecnologias são bem conhecidas e cujo grau de confiança na

aplicação é bastante elevado, como é o caso da injeção de água e de gás, dá-se o nome de

métodos convencionais de recuperação, para os processos mais complexos cujas tecnologias

ainda não estão satisfatoriamente desenvolvidas, dá-se o nome de métodos especiais de

recuperação ou recuperação avançada92, 83

.

2.11.1 Métodos convencionais de recuperação

Os métodos convencionais de recuperação são definidos como a injeção de fluido num

reservatório com finalidade única de deslocar o óleo para fora dos poros das rochas, ou seja,

um processo puramente mecânico. Nesse processo, sem qualquer interação de natureza

química ou termodinâmica entre os fluidos ou entre os fluidos e a rocha, não se espera que

esses fluidos se misturem entre si ou interfiram na rocha reservatório, uma vez injetados no

reservatório ou submetídos a um processo não miscível de injeção de gás. Assim, classifica-se

como Recuperação Convencional, além da obtida com os processos de injeção mencionados

anteriormente, a recuperação devido à energia primária do reservatório92, 83

.

2.11.1.1 Fluidos injetados

Nos processos convencionais de recuperação de petróleo utiliza-se a água ou o gás natural

como fluidos de injeção. A água de injeção pode ter quatro origens diferentes92, 83

:

Água subterrânea, coletada em mananciais de subsuperfície por meio de poços

perfurados para este fim;

Água de superfície, coletada em rios, lagos e mares;

Água produzida, isto é, a água que vem associada à produção de petróleo.

Normalmente a água, antes de ser injetada, deve ser submetida a um tratamento, de

modo a torná-la mais adequada ao reservatório e aos fluidos nele existentes92, 83

.

Apesar de a água a ser injetada no reservatório ter quatro origens diferentes, em

muitos projetos de injeção a água utilizada é a água dos aqüíferos, pois essa água é similar à

água da formação e geralmente é bastante salina não sendo apropriada nem para o consumo

humano e nem para o consumo animal92, 83

.

57

2.11.1.2 Injeção de água

Os projetos de injeção de água, de uma maneira geral, são compostos das seguintes

partes92, 83

:

Sistema de captação de água, que podem ser poços no caso de se injetar água

subterrânea, ou um conjunto de bombas para o caso de se utilizar água de superfície

ou água do mar;

Sistema de tratamento de água de injeção;

Sistema de injeção de água, que é composto por bombas, linhas e poços de injeção;

Sistema de tratamento e descarte de água produzida.

Durante o processo de injeção, a água injetada também é produzida com o óleo e,

então, os dois fluidos são separados na superfície. A quantidade de óleo remanescente é

removida e a água é, então, reinjetada. A quantidade de água que é produzida juntamente com

o óleo pode chegar até 99 % da produção total, isto antes mesmo do custo com a injeção de

água se tornar ineficaz economicamente. A injeção de água já tem suas vantagens, porém

existem alguns aspectos que precisam ser melhorados, principalmente quando fluidos

imiscíveis, como óleo/água, óleo/gás, água/gás ou óleo/água/gás são colocados em contato

com a rocha-reservatório, alterando a capacidade da rocha de permear (transmitir) fluidos.

Nesses casos, torna-se importante verificar os principais parâmetros que caracterizam a

distribuição e o fluxo dos fluidos imiscíveis nos poros da rocha, como tensão interfacial,

molhabilidade e pressão capilar92, 83

.

O aumento do custo de produção com a injeção de água se torna crucial quando se tem

de trabalhar com muitos reservatórios. Neste caso, outras tecnologias de recuperação

aprimoradas certamente poderão recuperar mais óleo de um dado reservatório. Outros

métodos estão sendo estudados para melhorar a tecnologia de injeção de água e, também, para

estender sua aplicação a reservatórios com óleos mais viscosos, uma vez que essa operação

nesses tipos de reservatórios era impraticável92, 83

.

O método de injeção de água pode não ser adequado para alguns casos. Entre os

reservatórios mais comuns, para os quais não é indicado o uso de injeção de água, estão os

que são heterogêneos e apresentam pouca continuidade, pois o efeito da injeção de água pode

não chegar ao poço produtor. Em outros campos pode ocorrer o contrário, ou seja, a água

escoa por fraturas ou caminhos preferenciais causando uma produção de água elevada desde o

início da injeção92, 83

.

58

2.11.1.3 Injeção de gás

Nos projetos de injeção de gás natural, o gás pode ser injetado com a mesma

composição com a qual é produzido ou após ser processado. O gás é injetado no meio poroso

utilizando-se compressores que fornecem as pressões e as vazões necessárias para o processo.

O processo não requer que o gás injetado se misture com o óleo do reservatório para deslocá-

lo para fora do meio poroso. Na verdade, o nome mais adequado para o método é processo

não-miscível de injeção de gás. O papel do gás é de um simples agente mecânico de

deslocamento92, 83

.

2.11.1.4 Reservas e métodos de recuperação

Estimativas feitas em diversos locais têm conduzido a um fator de recuperação médio

de cerca de 30 %, considerando-se apenas os processos convencionais de recuperação, ou

seja, de todo óleo já descoberto cerca de 30 % pode ser recuperado por processos

convencionais de recuperação83

.

O declínio da descoberta de novos campos de grandes extensões, que vem sendo

observado nos últimos tempos, conduz à conclusão de que a mais provável fonte para a

ampliação das reservas está no desenvolvimento e aplicação de tecnologias que aumentem o

fator de recuperação dos campos já descobertos. Em suma, como é pouco provável que

avanços significativos nas reservas sejam alcançados através de reforços exploratórios, a

aplicação mais ampla dos métodos especiais de recuperação se apresenta como uma possível

resposta para as necessidades e suprimento de energia quando as reservas e produção pelos os

métodos convencionais começaram a se esgotar. Assim o alvo dos processos especiais de

recuperação é a parcela correspondente a 70 % do óleo original provado, que é o volume

percentual médio restante nos reservatórios após a recuperação convencional83

.

2.11.2 Métodos especiais de recuperação ou recuperação avançada

Pode-se dizer que um método especial de recuperação é empregado para atuar nos

pontos onde o processo convencional falhou83

.

As baixas recuperações resultantes de um processo convencional de injeção de fluidos

podem ser creditadas a dois aspectos principais: alta viscosidade do óleo no reservatório e

altas tensões interfaciais entre o fluido injetado e o óleo83

.

59

Quando a viscosidade do fluido injetado é muito menor que a do fluido a ser

deslocado, o primeiro se move mais facilmente no meio poroso, encontrando

caminhos preferenciais e se dirigindo rapidamente para os poços de produção. O óleo

fica retido porque o fluido injetado não se propaga adequadamente no reservatório

ficando grandes volumes de rocha nos quais o deslocamento não se processou;

No caso de altas tensões interfaciais, a capacidade de desalojar o óleo do reservatório

para fora dos poros é bastante reduzida deixando saturações residuais elevadas de óleo

nas regiões já contactadas pelo fluido injetado.

As duas situações referidas definem a forma de atuação dos métodos especiais de

recuperação e é o ponto de partida para a distribuição em três categorias: métodos térmicos,

miscíveis e químicos83

.

2.11.2.1 Métodos térmicos

Em reservatórios cujos óleos são muito viscosos, a utilização de um processo

convencional de recuperação fatalmente resulta em insucesso. A alta viscosidade do óleo

dificulta o seu movimento dentro do meio poroso, enquanto que o fluido injetado, água ou

gás, tem uma mobilidade muito maior, resultando em baixas eficiências de varrido e, por

conseqüência, uma recuperação normalmente muito baixa83

.

A constatação de que, ao ser aquecido, o óleo tem a sua viscosidade substancialmente

reduzida foi o ponto de partida para o desenvolvimento dos métodos térmicos83

.

O desenvolvimento inicial dos métodos térmicos buscava a redução da viscosidade do

óleo através do seu aquecimento para aumentar a recuperação do petróleo. À medida que

outros efeitos igualmente benéficos foram aparecendo, os processos foram se modificando,

resultando-nos diversos tipos de métodos que se tem atualmente83

.

Há dois tipos de métodos térmicos que diferem na maneira como é feito o

aquecimento do fluido do reservatório. Em um deles o calor é gerado na superfície e em

seguida transportado para o interior da formação, utilizando-se um fluido. É chamado de

Injeção de Fluidos Aquecidos. No outro grupo o calor é gerado no interior do próprio

reservatório a partir da combustão de parte do óleo ali existente. Este segundo processo é

chamado de Combustão in situ83

.

Na injeção de fluidos aquecidos utiliza-se a água como meio para transportar o calor

da superfície até o reservatório. A água é normalmente injetada na forma de vapor, mas pode

60

também ser injetada a uma temperatura elevada, porém ainda no estado líquido. Têm-se,

portanto, dois tipos de processos, a Injeção de Vapor e a Injeção de Água Quente83

.

A combustão in situ se inicia por meio de uma injeção de ar aquecido, um processo de

oxidação do óleo que vai gerando calor, que por sua vez intensifica a oxidação num processo

crescente até se chegar a uma temperatura chamada “ponto de ignição”, a partir do qual está

estabelecida a combustão. A partir daí, continuando-se a injetar ar frio, o processo tem

continuidade. O calor gerado desencadeia processos que resultam no aumento do fator de

recuperação83

.

2.11.2.2 Métodos miscíveis

Quando se trata de baixas eficiências de deslocamento, ou seja, o fluido injetado não

consegue retirar o óleo para fora dos poros da rocha devido às altas tensões interfaciais, os

métodos miscíveis são os indicados. Trata-se de processos em que se procura reduzir

substancialmente e, se possível, eliminar as tensões interfaciais83

.

Quando dois fluidos que não se misturam estão em contato, entre eles se estabelece

uma interface submetida a tensões interfaciais. Estas tensões de natureza físico-química

desempenham um papel também nas relações rocha e fluido, podendo ser mais ou menos

intensas, dependendo da natureza dos fluidos e da rocha. Caso o fluido injetado e o óleo sejam

miscíveis, isto é, se misturem, não existe nem interfaces nem tensões interfaciais83

.

Os métodos miscíveis se ocupam da injeção de fluidos que venham a se tornar, ou que

sejam, miscíveis com o óleo do reservatório, de tal modo que não existam tensões interfaciais.

Dessa maneira, o óleo será totalmente deslocado para fora da área que for contatada pelo

fluido injetado. Os fluidos que podem ser utilizados para deslocamento miscível são,

preferencialmente, o dióxido de carbono, o gás natural e o nitrogênio83

.

2.11.2.3 Métodos químicos

Estão agrupados como métodos químicos alguns processos em que se pressupõe certa

interação química entre o fluido injetado e os fluidos do reservatório. São eles: a injeção de

polímeros, injeção de solução de tensoativos, injeção de microemulsão, injeção de solução

alcalina, etc. Não existe um ponto único de ataque como nas outras categorias, sendo que

alguns processos poderiam ser enquadrados dentro dos métodos miscíveis83

.

61

Quando o óleo do reservatório tem viscosidade elevada, pode-se adicionar polímeros à

água de injeção para transformá-la em um fluido que se desloca no meio poroso com a mesma

mobilidade que o óleo. Devido a essa semelhança, o fluido injetado, em vez de escolher

caminhos preferenciais e se dirigir rapidamente para os poços de produção, se difunde mais

no meio poroso, aumentando as eficiências de varrido83

.

Ao se adicionar uma substância tensoativa à água de injeção, na verdade está se

fazendo um deslocamento miscível com água. O tensoativo, também chamado de surfactante,

tem a finalidade de reduzir as tensões interfaciais entre a água e o óleo, que é uma

propriedade termodinamicamente fundamental de uma interface, ampliando a eficiência de

deslocamento, pois a tensão interfacial é uma medida de miscibilidade. De uma maneira geral,

os métodos miscíveis são pobres em relação às eficiências de varrido. Isto acontece porque

essas soluções normalmente têm viscosidades bem menores que a do óleo, deixando a maior

parte do reservatório sem ser varrida83

.

A injeção de microemulsão é uma tentativa de se obter um deslocamento miscível com

boas eficiências de varrido. É uma mistura com a qual se tem a preocupação com a

miscibilidade e com o controle da viscosidade83

.

No processo de injeção de fluidos alcalinos, a substância alcalina que se adiciona à

água, em geral soda cáustica, tem a finalidade de reagir com certos ácidos orgânicos presentes

em alguns óleos, produzindo dentro do próprio reservatório certa quantidade de substância

tensoativa. Este tensoativo, assim formado, vai produzir uma série de efeitos dentro do

reservatório, os quais concorrem para um ganho na produção de óleo83

.

2.11.2.4 Outros métodos

Existem outros processos que têm sido pesquisados e que não se enquadram em

nenhuma das categorias acima, como é o caso da recuperação microbiológica e da

recuperação utilizando ondas eletromagnéticas83

.

A recuperação microbiológica é obtida a partir da utilização de diferentes

microorganismos que, quando adequadamente escolhidos e através de processos biológicos no

interior do reservatório, produzem uma série de substâncias que causam os mais diversos

efeitos e que podem aumentar a recuperação de petróleo83

.

A recuperação através de ondas eletromagnéticas é um processo de aquecimento do

reservatório por meio de ondas eletromagnéticas, campos elétricos, ocasionadas pela

aplicação de uma diferença de potencial entre os poços do campo83

.

62

3 METODOLOGIA EXPERIMENTAL

3.1 MATERIAIS

Unitol L90 (Oxiteno, Brasil), butan-1-ol - 99,4 % (P.A., Synth Brasil), xileno (P.A., Synth

Brasil), KCl - 99 % (P. A., Vetec Brasil) borra de petróleo (Proveniente de tanques de

petróleo da Bacia de Campos – RJ), petróleo (Campo de Ubarana), arenito Assu e Botucatu,

água potável (foi utilizada para tentar simular o máximo um poço de petróleo) e água

bidestilada, foram os principais materiais e reagentes usados nesta pesquisa. A Figura 13

mostra a estrutura química do Unitol L90.

Figura 13: Estrutura química do Unitol L90.

3.2 ESTUDO DO DIAGRAMA PSEUDOTERNÁRIO

Os sistemas de dispersão foram preparados usando a metodologia de titulação da

fração mássica utilizando uma centrífuga, uma balança analítica e agitadores magnéticos, à

temperatura de 27 °C, conforme descrito em trabalhos anteriores93-95

. As regiões de Winsor

foram confirmados medindo a tensão de superfície, utilizando um tensiômetro de bolha

(SensaDyne QC-6000, Chem-Dyne Research Corp, E.U.A.) de cada fase, após equilíbrio e

comparando-a com a tensão superficial dos componentes puros. Todos os sistemas tiveram

uma razão mássica de cotensoativo/tensoativo / 0,5C Tr .

63

3.3 ESTUDO DO SISTEMA MICELAR

3.3.1 Determinação dos pontos do sistema microemulsionado

O sistema microemulsionado contendo xileno como fase óleo foi obtido por Castro

Dantas et al. (2010)88

. Os pontos escolhidos no diagrama pseudoternário na região de

microemulsão, mostrado na seção 4.1.1, Figura 17 foram: C/T = 40%, 30 % e 25 % a uma

razão / 0,5C Tr . A percentagem de cada substância está descrita na Tabela 2. Esses pontos

foram escolhidos devido a um baixo percentual de C/T e a um alto percentual de fase aquosa.

As massas de tensoativo (unitol L90), cotensoativo (butan-1-ol), fase oleosa (xileno) e água

foram obtidas através da seguinte equação:

CCT

T

mr

m (3.1)

onde, Cm é a massa de cotensoativo, Tm é a massa de tensoativo e CTr

é a razão

cotensoativo/tensoativo.

Massas conhecidas de tensoativo, cotensoativo, óleo e água foram adicionados,

respectivamente, num erlenmayer de 250 mL. Em seguida a mistura foi posta sob agitação por

1 h, e então levada para análises de caracterização (reologia, tamanho de micela e tensão

superficial) e ensaios de aplicação na indústria de petróleo (solubilização de borra de petróleo

e recuperação avançada de petróleo). Esse procedimento foi feito para os três pontos de

microemulsão escolhidos: C/T = 40 %, 30 % e 25 % a uma razão / 0,5C Tr .

Tabela 2- Percentagem dos pontos escolhidos no diagrama pseudoternário na região de microemulsão.

Parâmetros Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3

/C Tr 0,5 0,5 0,5

/C T 40 % 30 % 25 %

oF 5 % 5 % 5 %

aF 55 % 65 % 70 %

64

3.3.2 Obtenção das dispersões micelares sem a presença da fase óleo

As dispersões micelares (dispersão aquosa de cotensoativo/tensoativo) foram obtidas

da mesma forma que o sistema microemulsionado, seção 3.3.1, porém sem a presença da fase

óleo.

Obs: Os 5 % de xileno foi compensado com água.

3.4 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA MICELAR E DO SISTEMA

MICROEMULSIONADO

3.4.1 Reologia

3.4.1.1 Análise reológica

O comportamento reológico tanto do sistema microemulsionado (ME) quanto da

dispersão micelar, sem a presença da fase óleo, obtido na seção 3.3.1 e 3.3.2, foram realizados

em dois diferentes experimentos, como mostram as seções 3.4.1.2 e 3.4.1.3.

3.4.1.2 Viscosimetria capilar

As viscosidades do sistema microemulsionado (ME) e da dispersão micelar sem a

presença da fase óleo obtida na seção 3.3.1, foram determinadas usando um viscosímetro

capilar de vidro, Ubbelohde (1) previamente calibrado, num banho termostático a 25 ºC ± 0,1

ºC. As medidas foram realizadas numa média de 6 vezes para um resultado mais confiável.

A viscosidade relativa, R , foi determinada através da relação entre a viscosidade da

dispersão micelar sem a presença da fase óleo, CS , Equação (3.2), ou da viscosidade da

dispersão na presença da fase óleo (microemulsão [ME]), ME , Equação (3.3), pela

viscosidade da fase contínua W , água. Assim:

CSR

W

(3.2)

65

e

MER

W

(3.3)

A viscosidade relativa, ,R CS , foi obtida através da razão da viscosidade da

microemulsão ME , pela a viscosidade da dispersão sem a fase óleo CS .

,ME

R CS

CS

(3.4)

Todas as análises foram feitas em duplicata.

3.4.1.3 Reometria

As interações partícula-partícula podem ser quebradas pelo aumento da taxa de

cisalhamento, resultando em um comportamento reológico caracterizado pela a dependência

não linear entre a tensão de cisalhamento, , e a taxa de cisalhamento .

96-98

.

Os dados reológicos do sistema microemulsionado (ME) e da dispersão micelar sem a

presença da fase óleo obtidas na seção 3.3 foram determinados utilizando um Reômetro Haak

Mars Controler – Thermo Scientific - Modular advanced Rheometer System, Cup DG 41

(Messbecher DG 41) e um Rotor DG 41 DIN 53544, a 25 0C ± 0,1 ºC. Todas as análises

foram feitas em duplicata.

3.4.2 Determinação do tamanho de micela ou diâmetro efetivo

A determinação do tamanho de micela do sistema microemulsionado (ME) e da

dispersão micelar sem a presença da fase óleo obtidas nas seções 3.3.1 e 3.3.2, foram

determinadas utilizando um aparelho “ZetaPlus Particle Sizing” (Brookhaven Instruments

Corp.). Todas as amostras foram filtradas numa unidade filtrante GV Millx (Millipore) com

membrana durapore 0,22, 13 mm de poro, para garantir que a mesma não contenha

impurezas. Todas as análises foram feitas em duplicata de acordo com os parâmetros descritos

nas Tabelas 3 e 4.

66

Tabela 3- Condições para a determinação do tamanho de micela da microemulsão (ME).

Microemulsão

Fase contínua Água

Viscosidade 0,890 cP (água)

Índice de refração 1,330 (água)

Índice de refração real 1,4956 (da fase dispersa, xileno)

Temperatura 25 oC

Comprimento de onda 659 nm

Ângulo 90

Tabela 4 - Condições para a determinação do tamanho de micela da dispersão micelar sem a presença da fase

óleo.

Dispersão de cotensoativo/tensoativo

Fase contínua Água

Viscosidade 0,890 cP (água)

Índice de refração 1,330 (água)

Índice de refração real 1,4583 [Tensoativo (Unitol L90)]

Temperatura 25 oC

Comprimento de onda 659 nm

Ângulo 90 oC

Obs: os índices de refração real foram determinados de acordo com o constituinte da fase

dispersa.

3.4.3 Medidas de índice de refração

O índice de refração das substâncias puras, Unitol L90, butan-1-ol, xileno e água,

foram medidos usando um Refratômetro LEICA AUTO ABBE (Modelo 10500B, 10501B e

10502B).

67

3.4.4 Medidas de tensão superficial

As medidas de tensão superficial, γ, para a dispersão micelar sem a presença da fase

óleo e para a microemulsão foram realizadas utilizando um tensiômetro K 100, modelo

MK2/SF/C da Krüss. Todas as análises foram feitas em duplicata. A tensão é calculada

através da equação84

:

cos

F

L

(3.5)

O método empregado é o da placa que, consiste em levantar o líquido até registrar o

contato entre a superfície e a placa. A placa é feita de platina áspera e é otimamente molhada

de forma que o ângulo de contato, , meça virtualmente 0°. Isso significa que o termo

100 200 300

6

9

12

15

d e (nm)

CCS

(g L-1)

(a)

tem um valor de aproximadamente 1, de forma que só a força medida F e o

comprimento da placa, L , são levados em consideração.

3.5 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO

3.5.1 Solubilização da borra de petróleo

Para a solubilização da borra de petróleo (Bacia de Campos – RJ), pesaram-se 2 g de

borra em um erlenmayer de 250 mL e adicionavam-se 8 mL de microemulsão, com teor de

matéria tensoativa C/T = 40 % na razão rC/T = 0,5 sob agitação mecânica no tempo de 1 min,

30 min, 60 min, 120 min e 240 min, à temperatura de 25 oC. O procedimento está ilustrado na

Figura 14.

68

Figura 14 - Esquema de solubilização da borra de petróleo.

Após esta etapa, a borra foi filtrada e o resíduo de borra que não solubilizou foi lavado

com 40 mL de água potável. Esse resíduo foi seco, à temperatura ambiente, e posteriormente

pesada (Experimento 1). Após a pesagem, este foi tratado com a microemulsão a 40 oC

(Experimento 2).

O mesmo procedimento foi feito para as microemulsões com teor de matéria

tensoativa /C T = 30 % e 25 % com razão / 0,5C Tr , a 25 ºC.

3.5.2 Recuperação avançada de petróleo

3.5.2.1 Porosidade dos plugs

Antes de medir a porosidade dos plugs (formação Assu e Botucatu), estes foram

cortados e calcinados a 700 oC por 6 horas. A porosidade dos plugs em estudo foi medida

num porosímetro Figura 15, cujo procedimento experimental foi desenvolvido por Paulino

(2007)1.

69

Figura 15- Sistema de determinação de porosidade – porosímetro82

3.5.2.1.1 Curva de calibração do porosímetro

A curva de calibração do sistema de avaliação de porosidade (porosímetro) foi obtida

pela medida de pressão utilizando-se três padrões cilíndricos (C1, C2 e C3), de material, massa

e volume de sólido conhecidos1, 82

. Dessa forma, temos o seguinte procedimento de calibração

(ver Figura 15):

1. Verificar se V1 encontra-se fechado e sem vazamentos.

2. Colocar o padrão C1 dentro de V1 e fechar este.

3. Ligar o medidor de pressão que está conectado ao transdutor de pressão e ao

computador.

4. Verificar se a válvula V1 está totalmente fechada e V2 aberta.

5. Com V3 aberta, realizar vácuo em V1 e V2.

6. Fechar V2 e depois V3.

7. Abrir V1 até que o gás ocupe o espaço de V1 e alcance a pressão inicial estabelecida.

8. Fechar V1, abrir V2, e aguardar que a pressão estabilize. Anotar este valor de pressão.

9. Repetir o mesmo procedimento de 1 a 8 para os padrões C2, C3 e as associações (C1 +

C2), (C1 + C3), (C2 + C3) e (C1 + C2 + C3).

70

A determinação da curva de calibração foi realizada com os valores conhecidos do

volume dos cilindros-padrão em função das pressões inicial e exercida após a estabilização1,

82.

3.5.2.1.2 Determinação da porosidade

A determinação da porosidade dos plugs (Assu A1 e Botucatu B1 e B2) foi realizada da

mesma forma descrita na seção 3.5.2.1.1, substituindo os padrões cilíndricos pelos plugs A1,

B1, e B2, com diâmetro ( )d e comprimento ( )L de d = 4,0 cm e L = 6,2 cm para A1, d =

4,025 cm e L = 6,158 cm para B1, d = 3,995 cm e L = 4,0 cm para B2. Após a

determinação da porosidade, , calculou-se o volume poroso, pV , para cada plug de acordo

com a Equação 3.6.

p sV V (3.6)

onde, sV é o volume do plug em cm3.

3.5.2.2 Preparação dos plugs

Inicialmente, nas paredes de cada plug, foi colocado adesivo epóxi para garantir que o

fluido injetado passe apenas por dentro do mesmo. Em seguida, com o auxílio da cola

durepoxi ® dois difusores de fluxo em acrílico foram conectados nas extremidades dos plugs,

para permitir uma distribuição homogênea do fluido injetado. Estes plugs foram cobertos com

resina transparente, para evitar que nem o fluido injetado e nem o óleo retido escoassem

radialmente pelo mesmo. Após essa etapa os plugs foram levados para um sistema de

deslocamento de fluido (Figura 16)

71

Figura 16 - Ilustração de um plug preparado82

3.5.2.3 Ensaios de recuperação

4.5.2.3.1 Saturação com solução de KCl 2 %

Esta etapa consiste na injeção de solução de KCl 2 % com vazão de 0,4 mL.min-1

, com o

monitoramento contínuo da pressão, até que 250 mL dos 300 mL injetado tenha passado a fim

de garantir que todo o plug esteja saturado. Simula-se assim o processo de embebição do

reservatório.

3.5.2.3.2 Saturação com óleo

Após a saturação do plug com solução de KCl 2 %, com o monitoramento contínuo da

pressão, inicia-se a injeção de óleo com vazão de 0,4 mL.min-1

. O petróleo utilizado neste

trabalho é uma solução de óleo bruto proveniente do campo de Ubarana a 5 % de xileno (para

evitar a formação de asfaltenos). Esta solução é injetada até que 250 mL dos 300 mL injetados

tenham passado a fim de garantir que todo o plug esteja saturado. Após essa etapa, foi

determinada a saturação de água irredutível e a saturação de óleo inicial, simulando, desta

forma, o processo de drenagem do reservatório.

A saturação de água irredutível foi determinada pela diferença entre o volume de água

que estava alojado no plug no final da etapa de saturação com KCl 2 % menos o volume de

água que foi coletado no final da etapa de saturação com óleo82

. Desta forma, a saturação de

água irredutível pode ser calculada a partir da Equação 3.7.

0 100 200 300

0

6

12

(a)

CS (c

P)

CCS

(g L-1)

(3.7)

72

De maneira análoga, a saturação de óleo inicial, oiS , foi determinada a partir do

volume de óleo que restou na célula menos o volume de óleo que foi coletado após sua

injeção no plug menos o volume de água irredutível wiV contido no plug ou seja:

oioi

P

VS

V (3.8)

onde, PV , é o volume poroso e oiV é o volume de óleo inicial.

3.5.2.3.3 Recuperação convencional (solução de KCl 2 %)

Após a saturação com óleo, a recuperação convencional foi realizada injetando 4

volume porosos de solução de KCl 2 % no plug saturado com óleo a uma vazão de 0,4 mL.min-1.

O volume de óleo recuperado e o volume de água foram medidos em provetas de 10 mL.

A injeção da solução de KCl 2 % tem o objetivo não só de recuperar o óleo, mas

também de calcular o percentual de óleo recuperado até este instante, de modo que a

eficiência de deslocamento, ED-c, por este método é dado por:

oi or cD c

oi

S SE

S

(3.9)

onde or cS é a saturação de óleo residual após a injeção da solução de KCl 2 % (recuperação

convencional).

3.5.2.3.4 Recuperação avançada de petróleo (microemulsão)

Após as etapas de saturação e recuperação com solução de KCl 2 % a recuperação

com micreomulsão (ME) foi iniciada, com o objetivo de determinar a recuperação de óleo que

ficou no plug após os testes de recuperação convencional. A microemulsão foi injetada no

plug com vazão 0,4 mL.min-1

até que 4 volumes porosos fossem atingidos. O volume de

petróleo recuperado e o volume de microemulsão foram medidos em provetas de 10 mL.

73

No final da etapa de recuperação avançada, foram então calculadas as eficiências de

deslocamento pelo método avançado (microemulsão), 0 20 40

0

5

10

15

(a)

CO (g L

-1)

ME /

W , através da Equação (3.10), e a

eficiência deslocamento total, 0 20 40 60

1.0

1.5

2.0

2.5

ME /

CS

CO (g L

-1)

(b)

, Equação (3.11):

or c or MeD Me

or c

S SE

S

(3.10)

oi or MeD total

oi

S SE

S

(3.11)

Onde or MeS é a saturação de óleo residual após a injeção do método avançado.

74

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo estão descritos os resultados da caracterização e da aplicação na indústria

de petróleo para o sistema microemulsionado obtido por Castro Dantas et al. (2010)88

.

4.1 DIAGRAMA PSEUDOTERNÁRIO E DETERMINAÇÃO DOS PONTOS DE

MICROEMULSÃO

4.1.1 Diagrama pseudoternário

O diagrama pseudoternário para o sistema utilizado neste trabalho é mostrado na

Figura 17. Podem-se encontrar as seguintes regiões neste diagrama99

:

Winsor II (W II): uma fase microemulsão em equilíbrio com fase aquosa em excesso;

Winsor IV (W IV): um sistema microscopicamente homogêneo composto apenas de

uma fase microemulsão;

Emulsão: ela pode ser emulsão A/O (quantidade de xileno maior do que a de água) ou

O/A (quantidade de água maior do que a de xileno).

A partir destes resultados optou-se por trabalhar com microemulsões com a

composição dada na Tabela 5. A escolha desse ponto explica-se, pois, além de se trabalhar

com um baixo percentual de e a um alto percentual de fase aquosa, esta composição pode ser

diluída em água sem se afastar da região de microemulsão (como se pode perceber na Figura

17, considerando as propriedades de diagramas triangulares). Tal composição (está marcada

com uma estrela no diagrama).

75

Figura 17- Diagrama pseudoternário para o sistema utilizado neste trabalho. aF é a fase aquosa. /C T é a razão

de cotensoativo (butan-1-ol), tensoativo (Unitol L90), oF é a fase óleo (xileno). A estrela indica a teor de

matéria tensoativa: /C T = 40 %, oF = 5 % e aF = 55 % a uma razão / 0,5C Tr 88.

0,00 0,25 0,50 0,75 1,00

0,00

0,25

0,50

0,75

1,000,00

0,25

0,50

0,75

1,00

WII

WIV

C/TF a

Fo

Emulsão

Tabela 5- teor de matéria tensoativa da microemulsão utilizada para a caracterização neste trabalho.

Parâmetro Valor

102

103

104

10

(c

P)

ddt(s-1)

(a)

0,5

102

103

104

1

10

(

cP)

ddt (s-1)

(b)

55 %

oF 5 %

/C T 40 %

4.2 CARACTERIZAÇÃO DO PONTO DO SISTEMA MICROEMULSIONADO

Nesta seção estão descritos os resultados da caracterização para o ponto de

microemulsão /C T = 40 %. A caracterização deste ponto foi feita tanto para o sistema

micelar sem a presença da fase óleo (dispersão aquosa de cotensoativo/tensoativo), quanto

para o sistema microemulsionado (sistema micelar com a presença da fase óleo), que tem

76

como objetivo explorar o comportamento desse sistema, usando um tensoativo alquil-

etoxilado.

Os resultados da caracterização dos pontos: /C T = 30 % e /C T = 25 %, encontra-se

no Anexo I.

4.2.1 Densidade

A densidade de cada amostra (Tabela 6), , foi determinada por picnometria, a fim de

calcular a concentração massa/volume, Ci, e a concentração molar, [i], de qualquer

componente do sistema de acordo com as Equações (4.1) e (4.2).

i i iC w (4.1)

i i

i

wi

M

(4.2)

onde, wi, é a fração mássica do componente i, e Mi é a massa molar do componente i.

Tabela 6- Densidade das composições estudadas.

Sistema Densidade (1g mL )

T 1,0

CT 0,984

ME 0,975

Onde T, é a dispersão de tensoativo (Unitol L90), CT (butan-1-ol e Unitol L 90) é a dispersão

aquosa de cotensoativo/tensoativo (sistema micelar sem a presença da fase óleo), e ME é o

sistema microemulsionado (sistema micelar com a presença da fase óleo).

4.2.2 Tamanho de micela

A Figura 18a mostra o diâmetro efetivo, de, obtido por espalhamento de luz dinâmico

como uma função da concentração de cotensoativo + tensoativo, CCT: Este sistema

77

corresponde ao sistema mostrado na Tabela 5 sem a presença da fase óleo a diferentes

concentrações de cotensoativo + tensoativo. Esses experimentos foram realizados com o

objetivo de verificar a influência do CCT no tamanho da micela. Pode-se perceber que o

tamanho da micela parece mudar aleatoriamente com a concentração indicando que o

diâmetro efetivo da micela está entre 6 e 9 nm.

Figura 18- Diâmetro efetivo, ed ,como uma função da concentração: (a) dos componentes de superfície ativa

para sistemas livre de óleo: dispersão aquosa de cotensoativo mais tensoativo; (b) de fase óleo para a

microemulsão: sistema micelar com a presença da fase óleo.

100 200 300

6

9

12

15

de (

nm)

CCT

(g L-1)

(a)

20 30 40 50

6

9

12

15

de (

nm

)

CO (g L

-1)

(b)

78

Uma vez que o tamanho da micela parece não ser fortemente influenciado por CCT,

análises foram feitas utilizando a concentração da fase óleo (xileno) CO. Esta abordagem foi

aplicada para a microemulsão e a dependência entre de e CO é mostrado na Figura 18b. Nós

pode-se observar que a adição de xileno primeiramente aumenta o diâmetro efetivo,

concordan-do com o fato de que micelas seriam inchadas por xileno, consequentemente,

aumentando seu tamanho.

No entanto, deve-se resaltar que o aumento contínuo no diâmetro efetivo não pode ser

relacionado simplesmente pelo aumento na quantidade de xileno, provocando um inchaço

adicional na micela. Se fosse o caso, como explicar a diminuição do diâmetro efetivo

observado após CO = 38 g L-1

? Um fator forma deve ser incluído nesta discussão.

Para entender como este fator forma atua sobre o sistema, tem-se que rever

rapidamente como o espalhamento de luz dinâmico, também conhecido como espectroscopia

de correlação de fótons, é influenciado pelo tamanho de partícula100

. A fim de simplificar esta

análise suponha-se que se esteja lidando com partícula monodispersa. O espalhamento de luz

está relacionado com o movimento Browniano de partículas no interior da dispersão através

de uma função de probabilidade. Einstein mostrou que essa função de probabilidade está

relacionada ao coeficiente de difusão de partículas, D como mostra a Equação (4.3)73

:

2 /4

3/2

1( , | 0,0)

4

r DtP r t eDt

(4.3)

onde P(r, t |0, 0) é a probabilidade de a partícula estar em uma distância r da sua posição

inicial, a um tempo t. O coeficiente de difusão, D, está relacionado à temperatura absoluta e

ao fator de fricção, como mostra a Equação 4.4:

kTD

f (4.4)

onde k é a constante de Boltzmann, T é temperatura absoluta, e f é o fator de fricção o qual

está relacionado com as interações geométricas e hidrodinâmicas das partículas com o meio

contínuo. Para o caso de uma esfera perfeita, Stokes descobriu que:

3 sf d (4.5)

79

onde é a viscosidade da fase contínua, e Sd é o diâmetro da esfera.

No caso de sistemas polidispersos o coeficiente de distribuição, GD(D), é obtido por

experimento de DLS, via a função de autocorrelação, 1( )g t , a qual é obtida através de

medidas de espalhamento de luz utilizando um correlator101

:

2

1

0

( ) ( ) Dk t

Dg t G D e dD

(4.6)

Depois de encontrar ( )DG D usando a técnica de transformação inversa de Laplace,

um espectro de equivalente ao de uma esfera com diâmetro conhecido é obtido,

( )Sd SG d .

Aplicando-se a Equação (4.5) na Equação (4.6), o diâmetro efetivo médio, ed , é calculado

como:

0

( ) Se d S Sd dG d dd

(4.7)

Qualquer fator que diminui D aumentará de. D poderia ser diminuído ou aumentado (ou

uma combinação destes fenômenos) por uma das seguintes situações:

Aumento ou diminuição real do tamanho de micela;

Aumento ou decréscimo de viscosidade da fase contínua, sem alimentar o software

com essa informação (o diâmetro médio seria superestimado);

Mudança na forma de micelas no sistema disperso, criando ou destruindo assimetrias

que aumentarão ou diminuirão o volume hidrodinâmico das micelas.

Einaga et al (2004)102

., descobriram que, com o aumento da concentração da fase dispersa,

a média para o coeficiente de difusão para sistemas composto de éter dodecil hexaoxietileno,

água e dodecanol diminui atingindo um mínimo e em seguida aumenta novamente. Este é

exatamente o comportamento observado nos nossos experimentos de acordo com as Equações

(4.4) e (4.5), ed é inversamente proporcional a média do coeficiente de difusão. Eles

sugeriram que o aumento ou decréscimo foi o resultado de dois efeitos concorrentes: a adição

de n-dodecanol nas micelas enfraquecem as interações hidrofóbicas entre as caudas do

80

tensoativo PEO, causando a subdivisão das micelas menores, e a adição do n-dodecanol

aumenta o tamanho da micela, devido a sua atuação como cotensoativo.

Esta linha de raciocínio ainda está aberta para debate. Como indicado anteriormente

no presente trabalho, o tensoativo e o cotensoativo representam o papel mais importante na

determinação do tamanho e forma da micela33, 34, 22

. No entanto parte do tensoativo seria

solubilizada na fase contínua, sem formação de micela, aumentando esta viscosidade. Isto não

resultaria num decréscimo de D, resultando num diâmetro efetivo superestimado? Tentou-se

responder essa questão com medidas reológicas que serão apresentadas e discutidas na

próxima seção.

4.2.3 Reometria

Como mostra a próxima subseção, a viscosimetria capilar foi utilizada para obter

novas informações das várias formas e tamanhos micelares possíveis. Experimentos da

dependência de tensão com taxa de cisalhamento foram usados para analisar a possibilidade

de interações micela-micela.

4.2.3.1 Viscosimetria capilar

A Figura 19a mostra o gráfico de viscosidade da dispersão micelar feita apenas com

cotensoativo, tensoativo e água, CS (sem a fase óleo), como função da concentração de

cotensoativo + tensoativo, CCT. Na Figura 19b, a viscosidade relativa é plotada, como definida

pela a Equação (3.2) na seção 3.4.1.2:

81

Figura 19 - (a) Viscosidade do sistema sem óleo, CS ,como função da concentração dos componentes de

superfície ativa, CCT.. (b) Viscosidade relativa, /R CS W , como uma função da concentração dos

componentes de superfície ativa, CCT.

0 100 200 300

0

6

12

(a)

C

T (

cP)

CCT

(g L-1)

0 100 200 300

0

7

14

R

CCT

(g L-1)

(b)

O comportamento observado na Figura 19 em concentrações muito baixas, foi

matematicamente descrito por Einstein, na forma de suspensão de nanoesferas diluídas103

.

Quando a concentração é aumentada, micelas wormlike, “tipo verme” (Figura 20) tendem a se

comportar como um emaranhado de cadeias poliméricas, resultando num forte aumento de

viscosidade, que é devido ao afastamento do regime diluído, como analogia observada para as

soluções de amido97

.

82

Figura 20- Esquema de uma micela wormlike104 “tipo verme”.

A Figura 21a mostra o gráfico da viscosidade relativa, R , como definida nas

Equações (3.3) e (3.4) como uma função da concentração da fase óleo, CO.

Figura 21- Viscosidade relativa, /ME W (água pura como fase contínua), como função da concentração de

óleo no sistema microemulsionado (Sistema micelar com a presença da fase óleo). (b) Viscosidade relativa,

/ME CT (sistema micelar sem a presença da fase óleo como “fase contínua”), como função na concentração

de óleo no sistema microemulsionado.

0,0 2,0x101

4,0x101

0

5

10

15

(a)

CO (g L

-1)

W

0,0 2,0x101

4,0x101

6,0x101

1,0

1,5

2,0

2,5

CT

CO (g L

-1)

(b)

83

Neste caso vale resaltar que, ao analisar o diâmetro efetivo, usando DLS, descobriu-se

que este era independente da concentração de CCT. Em outras palavras este não parece ser a

maior influência sobre a geometria da fase dispersa. Seguindo essa linha de raciocínio,

quando analisamos a viscosidade de um sistema microemulsionado, isto parece adequado para

relacionar os efeitos relatados para as interações tensoativo-tensoativo (em concentrações

mais elevadas elas devem ser muito importantes). Isso foi feito assumindo a fase contínua

como feita de moléculas de tensoativos e água, e fase dispersa como gotículas constituídas de

moléculas de óleo, estabilizados por moléculas de tensoativo. Mais especificamente, a

viscosidade da fase contínua agora seria a viscosidade das dispersões aquosas do

cotensoativo/tensoativo como determinado na Figura 19a. A nova viscosidade relativa é

definida de acordo com a Equação (3.4) na seção 3.4.1.2:

Este gráfico é mostrado na Figura 21b e nele pode-se ver claramente a correlação entre

este gráfico e o observado na Figura 18b com a ocorrência de um máximo na concentração de

óleo entre 30 e 40 gL-1

para a determinação do diâmetro efetivo e da viscosidade relativa

respectivamente.

Estes resultados de viscosidade relativa agora podem nos ajudar a conseguir uma

percepção diferente de quais possíveis mudanças estruturais podem estar acontecendo:

1. Aumento na viscosidade relativa: a concentrações de microemulsões muito baixas, o

óleo deve estar principalmente na interface líquido/ar e as moléculas de

cotensoativo/tensoativo são solubilizadas na fase contínua. Quando a concentração de

microemulsão é aumentada, moléculas de óleo tendem a se incorporar dentro das

micelas recém formadas, resultando num aumento de tamanho de partícula devido a

transição wormlike para nanogotas de microemulsão elipsoidal como previamente

descrito neste trabalho. Segundo a abordagem de Einstein para a viscosidade relativa,

resultaria num aumento da mesma, uma vez que o volume da fase dispersa aumentaria.

2. Decréscimo na viscosidade relativa: por outro lado, como teria menos complexos

wormlike na fase contínua (quando moléculas de tensoativo seriam consumidas para

estabilizar nanogotas de óleo), as interações relatadas neste sistema decrescem,

resultando em uma viscosidade da fase contínua que seria superestimada como mostra

os dados da Figura 19b: em outras palavras, a viscosidade relativa calculada tenderia a

decrescer. Outra razão para a diminuição da viscosidade pode ser o colapso de

nanogotas de microemulsão como descrito na última seção.

Consequentemente o máximo observado na Figura 21b seria interpretado como a

concentração nas quais as ocorrências simultâneas (1) e (2) são equilibradas.

84

4.2.3.2 Reometria de torque

A Figura 22 retrata a correlação entre a viscosidade aparente, , e a taxa de

cisalhamento, , para o sistema sem a fase óleo, Figura 22 a, e para o sistema

microemulsionado, Figura 22b. Pode-se observar que, a baixas concentrações e a baixas taxas

de cisalhamento características, a viscosidade aparente aumenta quando a taxa é aumentada

indicando que existe uma concentração crítica no qual as dispersões comportam-se como

fluidos dilatantes. Embora sistemas microemulsionados sejam usualmente descritos como

fluidos pseudoplásticos105

, Herle et al (2007)106

, utilizaram FTIR e técnicas ópticas para

caracterizar os sistemas de espessamento wormlike. No entanto, se esse comportamento de

espessamento por cisalhamento foi devido à presença de tensoativo, deveria ser mais evidente

quando a concentração tensoativo/óleo fosse aumentada. Por outro lado, o oposto é

observado: quando a concentração tensoativo/óleo diminui o espessamento por cisalhamento

é observado a baixas taxas de cisalhamento. O mesmo foi observado para soluções aquosas de

amido-DMSO e foi assumido como conseqüência da relação entre a taxa de energia dissipada

por volume, w , e viscosidade, , para fluidos Newtonianos97

. A Equação (4.8) é válida

apenas para fluxo laminar.

2w (4.8)

Quando a taxa de cisalhamento é aumentada, a uma dada taxa de cisalhamento crítica,

crit , o fluxo se afasta do regime laminar para o turbulento. No último regime, a energia é

usada para promover o transporte convectivo, resultando na superestimação da viscosidade.

Se plotarmos taxa de cisalhamento crítica, crit , como função da viscosidade aparente, ,

usando todas as medidas na qual foi detectado o possível fluxo turbulento, tem-se o gráfico

representado na Figura 23 Esses dados foram ajustados de acordo com a Equação 4.9:

crit K (4.9)

que fortalece nossa hipótese em relação à ocorrência de turbulência. Sabe-se que a turbulência

ocorre a um número de Reynolds, Re, que é diretamente proporcional à taxa de cisalhamento

e inversamente proporcional à viscosidade107

.

85

A discussão realizada até este ponto envolveu a suposição da presença das moléculas

do óleo isolado na interface líquido-ar. Abordamos essa questão na próxima seção por meio

de tensiometria de superfície.

Figura 22 - Viscosidade aparente, , como função da taxa de cisalhamento,

/d dt . (a) Sistema micelar

sem a presença da fase óleo: dispersão aquosa de cotensoativo/tensoativo. (b) Microemulsão: Sistema micelar

com a presença da fase óleo. Quadros: CCT = 8,45 g.L-1: Circulos: CCT = 29,8 g.L-1: Triângulos: CCT = 50,3 g.L-

1. Triângulos para baixo: CCT = 76,7 g.L-1. Diamantes: CCT = 151 g.L-1. Triângulos para a esquerda: CCT = 203

g.L-1. Triângulos para a direita: CCT = 274 g.L-1.

102

103

104

10

(

cP)

ddt(s-1)

(a)

102

103

104

1

10

(cP

)

ddt (s-1)

(b)

86

Figura 23-Taxa de cisalhamento crítica, crit crit/d dt , como função da viscosidade do sistema disperso

neste trabalho. A linha reta representa a equação da taxa de cisalhamento critica, [K = (3.64 ± 0.03)·103 cP-1s-1].

1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4

4

5

6

7

8

d/

dtcr

it (

103 s

-1)

(cP)

4.2.4 Tensão superficial

4.2.4.1 Determinação da concentração micelar crítica (cmc)

A Figura 24 mostra o gráfico semi-logarítmo da tensão superficial, , como função da

concentração, [S], para sistemas compostos de tensoativo/água, tensoativo/cotensoativo/água

e tensoativo/cotensoativo/óleo/água. Através destes gráficos, a concentração micelar crítica,

cmc, foi determinada através da intersecção entre duas linhas traçadas no gráfico. O excesso

máximo de superfície, max , e a energia livre de micelização de Gibbs, micG , foram

determinadas como:

max

[S] CMC

1

ln[S]

sd

RT d

(4.10)

87

(4.11)

onde R é a constante universal dos gases, T é a temperatura absoluta, Sa é a atividade do

tensoativo que é aproximadamente igual a sua fração molar, Sx (comportamento de solução

ideal, solução com concentração de tensoativo muito baixa). Os valores calculados são

mostrados na Tabela 7

Tabela 7- Parâmetros calculados dos dados de tensão superficial.

Sistema cmc (10-3

mol L-1

) micG (J mol

-1) max (10

-6 mol m

-2)

T 0,057 ± 0.003 -34,2 ± 0.4 3,68 ± 0.01

CT 0,56 ± 0.07 -28 ± 1 3,68 ± 0.05

ME 0,64 ± 0.07 -28,2 ± 0.9 3,75 ± 0.04

Analisando os valores apresentados na Tabela 7, podemos observar que a cmc

aumenta marcadamente com a adição de tensoativo e da fase óleo no sistema. Janavian et al

(2008) 108

, descobriram que à baixas concentrações, a cmc de soluções aquosas de SDS

decresce com a adição de cotensoativo, aumentando-a há altas concentrações. Isto é esperado,

uma vez que a baixas concentrações, a presença de cotensoativo diminuiria a intensidade das

interações repulsivas das cabeças polares. As altas concentrações, o cotensoativo seria

solubilizado na fase óleo, aumentando a área disponível para a adsorção de tensoativo,

resultando em um alto valor de cmc.

88

Figura 24- Tensão superficial, , como função da concentração molar de tensoativo. (a) solução de tensoativo pura, (b) tensoativo, cotensoativo e água e (c) sistema

microemulsionado. A concentração micelar crítica foi determinada como o resultado da intersecção de duas linhas indicadas no gráfico.

10-9

10-7

10-5

10-3

10-1

40

60

(a)

(m

N m

-1)

[T] (mol L-1)

10-6

10-4

10-2

100

30

60

(b)

(m

N m

-1)

[T] (mol L-1

)

10-8

10-6

10-4

10-2

100

20

40

60

80

(c)

(m

N m

-1)

[T] (mol L-1

)

89

A energia livre de micelização de Gibbs aumenta (torna-se menos negativo) quando o

cotensoativo e a fase óleo estão presentes. Quando o volume das micelas aumenta, sua área

específica diminui, diminuindo também suas interações com a água. Como consequência, o

aumento de entropia na micelização será menor, aumentando a energia livre de micelização

de Gibbs.

O excesso superficial máximo manteve-se o mesmo para todos os três sistemas. No

primeiro esperar-se-ia que, max , fosse maior para o sistema que tem apenas tensoativo e

água, já que o cotensoativo dividiria espaço na interface com o tensoativo e a baixas

concentrações, abaixo da cmc, o óleo seria segregado na superfície do líquido. Em relação ao

cotensoativo, poder-se-ia dizer que haveria diminuição na repulsão das cabeças polares e seria

favorecia a conformação do tensoativo, que ocuparia menos espaços. Diante deste ponto de

vista é fato que esta linha de raciocínio é válida para tensoativo iônico; o tensoativo utilizado

neste trabalho foi não-iônico. Quando esse resultado é analisado levando em conta a adição de

óleo, poderia ser proposto o seguinte mecanismo para a formação de micela (o cotensoativo e

as micelas com geometria wormlike serão omitidas por questão de simplicidade), como

descrito na Figura 21.

Figura 25 - O esquema mostra a formação das micelas quando a concentração de óleo e tensoativo são elevadas.

(a): em concentrações muito diluídas quase todos os tensoativos estão na fase contínua e o óleo na superfície.

(b): Formação de hemimicelas. (c): Sistema na cmc.

1. As concentrações de tensoativo + óleo muito baixas, a fase óleo seria agregada na

superfície líquida e moléculas de tensoativos seriam dispersas na fase contínua;

2. Quando a concentração é aumentada, o tensoativo é adsorvidos na interface líquido/ar

com regiões não polares interagindo com o óleo ou inseridos na fase gás. Dessa forma

90

a presença do óleo na interface não cria uma redução da área por adsorção de

tensoativo; a primeira hemimicelas são formadas na interface líquido-ar;

3. No entanto o aumento da concentração de tensoativo + óleo resulta em sua

incorporação no seio da solução, retirando moléculas de óleo da superfície da água e

formando uma interface ocupada somente por tensoativo e os que explicaria a alta cmc

e os valores cnstantes de max .

4.2.4.2 Isoterma de adsorção

De acordo com a abordagem de Gibbs109

:

[S]

[S]

sd

RT d

(4.12)

de modo que

0

[S]

0

[S]

[S]s

dd RT

(4.13)

onde 0 é a tensão superficial do líquido puro. Para o caso de formação de monocamada, a

baixas concentrações, Langmuir desenvolveu a seguinte isoterma110

:

max [S]

1 [S]

L

L

K

K

(4.14)

onde, LK é a razão entre a velocidade de adsorção e a adsorção no equilíbrio dinâmico111

.

Substituindo a Equação (4.14) na (4.13) e integrandos têm:

0 ln 1 [S]s LRT K (4.15)

A Figura 26 mostra a dependência entre a tensão superficial, , e a concentração de

tensoativo, S , para três sistemas. Estes dados foram ajustados para a Equação (4.15), via

91

Figura 26 - Tensão superficial, , como função da concentração de tensoativo, [T] , para os sistemas usados neste trabalho. (a): Tensoativo + água; (b): Tensoativo +

cotensoativo + água; (c): Tensoativo + cotensoativo + óleo + água.

0,0 3,0x10-5

6,0x10-5

40

60

80

(a)

(m

N m

-1)

[T] (10-3 mol L

-1)

0,0 2,0x10-4

4,0x10-4

6,0x10-4

40

60

80

(b)

(m

N m

-1)

[T] (10-3 mol L

-1)

0,0 2,0x10-4

4,0x10-4

6,0x10-4

40

60

80

(c)

(m

N m

-1)

[T] (10-3 mol L

-1)

92

regressão não linear, usando o software OriginPro 8. Os resultados dos parâmetros estão

listados na Tabela 8.

Tabela 8 - Parâmetros obtidos a partir dos dados da Equação (4.15) para dados experimentais da isoterma de

adsorção.

Sistema Parâmetros da isoterma de Langmuir

max (10-6

mol m-2

) LK (105 mol

-1 L)

T 4,4 ± 0.4 6 ± 1

CT 4,7 ± 0.4 0.5 ± 0.1

ME 5,1 ± 0.5 0.38 ± 0.09

Como pode ser visto os valores de max são valores ligeiramente superiores aos

obtidos a partir dos dados da Figura 24, quando foi determinada a cmc. Certamente isto deve

ser devido ao fato de que os experimentos anteriores foram realizados utilizando-se a

concentração de tensoativo na faixa de solução ideal. Entretanto, pode-se ver que os valores

de max podem ser os mesmos (dentro da extensão de erro experimental), confirmando o

desempenho das análises usadas na Figura 24. Os valores de LK indicam que, embora os

valores de max não se alterem muito, a adição de cotensoativo diminui a razão da taxa de

adsorção para dessorção. Isto é consistente com a descrição de moléculas de óleo e tensoativo

competindo para a adsorção na interface e confirma que o papel do cotensoativo deve ter

alguma semelhança com a do tensoativo. Em outras palavras quando sua concentração é

aumentada, o cotensoativo torna-se insolúvel na fase contínua e vai para a interface; a altas

concentrações, além da sua atuação como cotensoativo, o butanol deve estar na parte interna

da micela inchada apenas com xileno.

93

4.3 APLICAÇÃO NA INDÚSTRIA DE PETRÓLEO

Essa seção está direcionada à aplicação do sistema microemulsionado com razão

/ 0,5C Tr na solubilização de borra de petróleo e na recuperação avançada de petróleo. Os

testes foram feitos com sistemas microemulsionados a diferentes teores de matéria tensoativa:

(Sistema 1: /C T = 40 %; Sistema 2: /C T = 30 % e Sistema 3: /C T = 25 %), tanto na

solubilização da borra de petróleo quanto na recuperação avançada de petróleo. No caso da

recuperação de petróleo, os testes foram feitos em dois tipos de rochas diferentes, a rocha da

formação Assu e da formação Botucatu.

4.3.1 Solubilização de borra de petróleo

A Figura 27 mostra a percentagem de solubilização de borra de petróleo em função do

tempo para cada sistema microemulsionado investigado.

94

Figura 27- Solubilização da borra de petróleo em função do tempo a diferentes composições de C/T:

Quadros: /C T = 40 %, 25 oC. Círculos: /C T = 30 %, 25 oC. Triângulo: /C T = 25 %, 25 oC. Hexágono:

/C T = 40 %, 40 oC. Estrela: total (solubilização de /C T = 40 % a 25º e 40 °C).

0 50 100 150 200 250

0

20

40

60

80

100%

Sol

ubil

izaç

ão

Tempo (min)

Analisando a Figura 27, pode-se observar que a microemulsão contendo /C T = 40 %,

a 25 oC, apresenta 76,58 % de solubilização em apenas 1 minuto. Com 60 minutos, essa

percentagem apresenta um leve aumento, 81,18 %. O aumento do tempo não foi significativo

para a obtenção de maiores índices de solubilização da borra com a microemulsão estudada a

essa temperatura. Devido a isso, foi feito também um estudo de solubilização subsequente do

resíduo da borra com o mesmo sistema ( /C T = 40 %) a uma temperatura de 40 oC. Nesta

temperatura solubilizou-se cerca de 10 % a mais da borra de petróleo. Esse aumento deve-se

ao fato de que a temperaturas mais altas, acima da temperatura ambiente de 25 oC, as micelas

da microemulsão tendem, devido ao movimento Browniano, a se movimentar de forma mais

rápida, penetrando no resíduo de borra mais facilmente e aumentando seu poder de

95

solubilização. Esses resultados estão bem detalhados na Tabela 9. Os resultados obtidos

nesses estudos de solubilização encontram-se na Tabela de 9 a 11.

Tabela 9: Solubilização de borra (C/T = 40%).

Tempo

min

% solubilização

(25 oC)

1º tratamento

% solubilização

(40 oC)

2º tratamento

% solubilização

total

1 76,58 10,97 87,55

30 76,47 10,63 87,1

60 81,18 10,62 91,8

120 77,33 10,25 87,58

240 78,59 13,78 92,37

Para a microemulsão contendo /C T = 30 % e /C T = 25 % a 25 oC, podemos

observar que ambas apresentam percentagens de solubilização bem próximas para os tempos

de 60, 120 e 240 min.

Tabela 10: Solubilização de borra ( /C T = 30%).

Tempo

min

% solubilização

(25 oC)

1 31,30

30 74,53

60 80,04

120 80,20

240 80,96

96

Tabela 11: Solubilização de borra ( /C T = 25%).

Tempo

min

% solubilização

(25 oC)

1 21,84

30 73,23

60 80,30

120 79,40

240 80,19

Observando as Tabelas 9-11, o sistema que apresentou maior índice de solubilização

de borra, nos tempos de 1 e 30 min, foi o sistema com /C T = 40 %. Esse resultado já era

esperado, uma vez que o tensoativo está presente em maior quantidade. Percebemos que as

percentagens de solubilização para os tempos a partir de 60 min não apresentam variações

significativas para os três sistemas microemulsionados em estudo. Se compararmos a

eficiência de solubilização das microemulsões em estudo em um mesmo tempo, por exemplo,

1 e 30 min, seria relevante usarmos a microemulsão que tem maior concentração de

tensoativo, neste caso o sistema que tem teor de matéria tensoativa /C T = 40 %. Porém,

levando em consideração o custo/benefício, seria mais viável utilizarmos a microemulsão com

menor concentração da mistura /C T , ( /C T = 25 %), gastando apenas 30 e 60 min, à

temperatura de 25°C, para a solubilização de 73,23 % e 80,30% de borra de petróleo,

respectivamente.

Para os sistemas /C T = 30 % e /C T = 25 % não foi possível realizar o ensaio de

solubilização da borra de petróleo a 40 ºC, pois paraesses sistemas a esta temperatura ocorre a

separação de fases.

4.3.2 Recuperação avançada de petróleo

Na solubilização da borra de petróleo a microemulsão, com teor de matéria tensoativa:

/C T = 30 %, apresentou resultados de solubilização muito próximos do teor de matéria

tensoativa /C T = 25 %. No entanto foi decidido trabalhar com teor de matéria tensoativa de

/C T = 25 % e /C T = 40 %, ou seja, as composições de menor e maior concentração de

matéria ativa, para a recuperação avançada de petróleo. O estudo de recuperação avançada foi

realizado em dois arenitos (plugs) diferentes, a formação Assu A1 e formação Botucatu B1,

97

com o objetivo de analisar o poder de recuperação da microemulsão com teor de matéria

tensoativa /C T = 40 %, com quatro volumes porosos injetados, pV = 4 mL.

Em seguida o estudo foi direcionado a duas concentrações de matéria ativa

(tensoativo), /C T = 40 % e 25 % com volume poroso pV = 4 mL, ou seja, quatro vezes o

valor de pV calculado através da Equação 3.6, que é a quantidade de microemulsão que foi

injetada. Nesta etapa foi injetada uma microemulsão com maior teor de matéria tensoativa,

/C T = 40 % e uma microemulsão com menor teor de matéria tensoativa, /C T = 25 %, no

mesmo arenito, o de formação Botucatu B1 e B2, com o objetivo de estudar o poder de

recuperação das microemulsões com diferentes concentrações de matéria ativa. Esse ensaio

foi realizado apenas nesses plugs de formação Botucatu devido a sua porosidade ser maior do

que o arenito de formação Assu, apresentando maiores índices de recuperação do que o

arenito Assu.

O último estudo foi realizado com o objetivo de ver a influência do volume poroso

injetado, pV , para a microemulsão que apresentou maior porcentagem de recuperação ( /C T =

40 %), para pV = 4, 2 e 1 mL . A escolha dos pontos de microemulsão foi direcionada a injetar

a menor quantidade possível de matéria ativa e estudar a influência desses pontos na

recuperação avançada de petróleo. Essas análise foram realisadas nos plugs de formação

Botucatu B1, B3 e B4. A Tabela 12 mostra os resultados da caracterização desses plugs.

Tabela 12 - Dados dos plugs utilizados nos testes de recuperação.

Formação Plug Comprimento

(cm)

Diâmetro

(cm)

Volume

do plug

(cm3)

Porosidade

%

Volume

Poroso

(cm3)

Assu A1 6,2 4,0 77,91 25,56 19,91

Botucatu B1 6,158 4,025 78,35 35,75 28,01

Botucatu B2 6,184 3,995 77,51 36,79 28,52

Botucatu B3 6,118 3,439 56,83 35,75 20,5

Botucatu B4 6,208 3,418 56,93 36,23 20,64

As Figuras 28 e 29 mostram as curvas de calibração para os plugs de formação Assu, e

Botucatu. Através dos dados da Equação (4.16) foi possível calcular a porosidade e

consequentemente o volume poroso (Equação 3.6) desses plugs (Tabela 12).

98

y a bx (4.16)

Figura 28- Curva de calibração para o plug de formação

Assu

2,4 2,8 3,2

100

200

300

V (

cm3)

P (bar)

Equation y = a +

Adj. R-Squ 0,9794

Value Standard Er

V (mL) Intercep 974,959 43,59453

V (mL) Slope -271,369 14,85476

Figura 29: Curva de calibração para os plugs de

formação Botucatu.

2,4 2,8 3,2

100

200

300

V (

cm3)

P (bar)

Equation y = a + b*

Adj. R-Square 0,97294

Value Standard Error

V (mL) Intercept 957,61159 49,00734

V (mL) Slope -268,01454 16,85889

Os testes de recuperação de petróleo foram analisados plotando-se o volume

recuperado de óleo (% Recuperação) em função do volume poroso injetado ( pV em mL). Os

resultados são mostrados nas figuras 30Erro! Fonte de referência não encontrada. a 33. Em

todas essas Figuras, os símbolos fechados indicam a percentagem de recuperação pelo método

convencional (KCl 2 %) e os símbolos abertos indicam a percentagem de recuperação

avançada (microemulsão). Analisando essas figuras, foi possível perceber o aumento na

porcentagem de recuperação de petróleo no momento em que a microemulsão é injetada.

Observando a Figura 31, por exemplo, a porcentagem de recuperação pelo método

convencional chega a 54,46 % (círculos fechados) e (32,43 % (triângulos fechados). No

momento em que a microemulsão é injetada a porcentagem de recuperação vai para 68,75 %

(círculos abertos - /C T = 40 %) e 42,16 % (triângulos aberto – /C T = 25 %). O aumento da

99

recuperação do petróleo devido à injeção de microemulsão se deve ao fato de que os métodos

químicos atuam justamente no óleo residual. As microemulsões atuam de forma a

homogeneizar o fluido injetado, minimizando as interações fluido-fluido e fluido-rocha que

está associada à viscosidade desse fluido, que geralmente é maior que a da salmoura

(recuperação convencional). A microemulsão atua assim na diminuição da razão de

mobilidades, impedindo a formação de caminhos preferenciais 84, 81

.

Figura 30- Percentagem de recuperação em função do volume

poroso ( pV ) injetado para os plugs de formação Assu: Círculos

fechados Método convencional de recuperação (KCl 2%).

Cículos abertos: Método avançado de recuperação – ME ( /C T =

40 %).

0 2 4 6 8 10 12

-10

0

10

20

30

40

50

60

70

% (

Rec

uper

ação

)

Vp (mL)

Figura 31- Percentagem de recuperação em função do volume

poroso ( pV ) injetado para os plugs de formação botucatu:

Círculos e triângulos fechados: Método convencional de

recuperação (KCl 2%). Círculos e triângulos abertos: Método

avançado de recuperação – ME ( /C T = 40 %, /C T = 25

respectivamente).

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

% (

Rec

uper

ação

)

Vp (mL)

100

Os dados citados para a Figura 31 são resultados obtidos para o volume porosos, pV =

4 mL. Para pV = 2 e 1 mL (Figuras 32 e 33 respectivamente), a percentagem de recuperação

no momento em que a microemulsão é injetada é de 37,91 % (Erro! Fonte de referência não

encontrada. círculos fechados) para pV = 2 mL e 31,18 % (Erro! Fonte de referência não

encontrada. círculos fechados) para pV = 1 mL, ou seja, mesmo para volume poroso injetado

quatro vezes menor, pV = 1 mL, a porcentagem de recuperação obtida nesse experimento foi

muito satisfatória.

Figura 32- Percentagem de recuperação em função do

volume poroso (10

-310

-210

-110

010

110

210

310

410

5

10

100

1000

10000

(c

P)

ddt (s-1)

) injetado para o plug de formação

Botucatu para pV = 2: Círculos fechados: método

convencional de recuperação (KCl 2%). Círculos

abertos: Método avançado de recuperação – ME

( /C T = 40 %).

0 2 4

20

30

40

50

% (

Rec

uper

ação

)

Vp (mL)

Figura 33-Percentagem de recuperação em função do

volume poroso ( pV ) injetado para o plug de formação

Botucatu para pV = 1: Círculos e fechados: método

convencional de recuperação (KCl 2%). Círculos

abertos: método avançado de recuperação – ME

( /C T = 40 %).

0 1 2 3

16

24

32

40

% (

Rec

uper

ação

)

Vp (mL)

101

A Tabela 13 apresenta os dados de recuperação de petróleo em função das eficiências

de deslocamento calculadas a partir das Equações 3.9, 3.10 e 3.11. Esses testes foram

realizados nos plugs da formação Assu, A1, e Botucatu, B1, para a microemulsão com teor de

matéria tensoativa /C T = 40 % a uma razão 0,5CTr , com pV = 4 mL.

Tabela 13- Dados de recuperação para os plugs A1 e B1 com teor de matéria tensoativa C/T = 40 % e pV = 4 mL.

Propriedade Plug A1 ( pV = 4 mL) Plug B1 ( pV = 4 mL)

k / mD 25,17 49,81

Soi 0,6278 0,3998

Sor-c 0,3867 0,1821

Sor-Me 0,2360 0,0178

ED-c 38,4039 % 54,4522 %

ED-Me 38,9708 % 90,2252 %

ED-total 62,4084 % 95,5478 %

OIPc 38,4000 % 54,4643 %

OIPMe 38,9610 % 90,1961 %

OIPtotal 62,4000 % 95,5357 %

Analisando os dados da Tabela 13 para um mesmo teor de matéria tensoativa de

/ 40%C T , observou-se que a eficiência de deslocamento, 20 30 40 50

10

15

20

25

30

d e (nm

)

Co (gL-1)

, de petróleo para B1, foi

maior tanto na eficiência de deslocamento convencional, D cE , com recuperação com solução

de KCl 2 %, quanto na eficiência de deslocamento avançado, D MeE , recuperação com

microemulsão. Os valores obtidos foram de 38,40 % em A1 e 54,45 % em B1, para D cE , e

38,97 % em A1 e 90,22 % em B1, para 90 120 150 180

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

d e (nm)

CCT (gL-1)

, levando a uma eficiência de deslocamento

total, D totalE , de 62,40 % e 95,54 %, respectivamente. Esse fato pode ser atribuído à diferença

de porosidade dos plugs, pois mesmo a D cE para A1 ter deixado uma saturação de óleo

residual, or cS , maior 0,3867 e B1 0,1821 que de acordo com a literatura, quanto maior a

saturação residual maior a atuação do método químico82

. Temos que levar em consideração

que A1 tem porosidade igual a 25,56 % e B1 tem porosidade igual a 35,75 % e quanto maior

for a porosidade da rocha mais facilmente o óleo pode se deslocar através de seus poros como

102

consequência, mais óleo vai ser deslocado. Além disso, a rocha Botucatu ser mais homogênea

e favorece o deslocamento da água, devido a sua permeabilidade ser maior82

.

O percentual de óleo recuperado, OIP, para a microemulsão foi de 62,40 % para A1 e

95,53 % para B1, considerando que há uma diferença entre eficiência de deslocamento e

percentual de óleo recuperado. A eficiência de deslocamento é definida levando-se em conta

as saturações de óleo, ou seja, quanto de óleo foi efetivamente retirado dos poros do plug e,

no percentual de recuperação, leva-se em conta o percentual recuperado do óleo original, ou

seja, a fração recuperada de óleo81

.

A Tabela 14 apresenta os dados de recuperação avançada de petróleo em função das

eficiências de deslocamento calculadas a partir das Equações 3.9, 3.10 e 3.11. Esses testes

foram realizados nos plugs da formação Botucatu, B1 e B2, para a microemulsão com teor de

matéria tensoativa: C/T = 40 %, e C/T = 25 %, com razão 0,5CTr .

Tabela 14- Dados de recuperação para os plugs B1 (C/T = 40) e B2 (C/T = 25).

Propriedade Plug B1 ( = 4 mL) Plug B2 ( = 4 mL)

k (mD) 49,81 49,71

Soi 0,3998 0,6487

Sor-c 0,1821 0,4383

Sor-Me 0,0178 0,0964

ED-c 54,4522 % 32,4340 %

ED-Me 90,2252 % 78,0059 %

ED-total 95,5478 % 85,1395 %

OIPc 54,4643 % 32,4324 %

OIPMe 90,1961 % 78,0000 %

OIPtotal 95,5357 % 85,1351 %

Observando a Tabela 14, pode-se perceber que, à medida que se aumenta a quantidade

de matéria ativa, e, portanto, a concentração de tensoativo no sistema microemulsionado,

aumenta-se a eficiência de deslocamento do óleo pela microemulsão, , para B2 este foi

de 78,00 % com teor de matéria tensoativa de C/T = 25 %, e 90,22 % em B1 com teor de

matéria tensoativa C/T = 40 %. Isto ocorreu porque com o aumento da concentração de

tensoativo há uma interação mais efetiva entre o tensoativo e a rocha e uma diminuição das

103

tensões interfaciais entre o óleo e a água, favorecendo assim a minimização da saturação de

óleo residual 82

.

Analisando todos os dados de percentual de óleo recuperado, OIP, pode-se observar

que o sistema microemulsionado (B1, com C/T = 40 %) apresentou o maior percentual de

recuperação com 95,53 % do que o sistema microemulsionado (B2 com C/T = 25 %) com

percentual de recuperação de 85,13 %.

Observando o efeito da concentração de cotensoativo/tensoativo, C/T no sistema

microemulsionado para a recuperação de petróleo, pode-se perceber que mesmo com um teor

de matéria tensoativa C/T = 25 % a eficiência de deslocamento e do percentual do óleo

recuperado foram muito satisfatórios. Levando em consideração o custo/benefício, pode ser

utilizado um sistema com quantidade menor de matéria ativa (C/T = 25 %), quase a metade da

composição que contém maior quantidade de matéria ativa (C/T = 40 %), que recuperou

78,00 % de petróleo. De acordo com os dados obtidos, a microemulsão com teor de matéria

tensoativa C/T = 40 % foi a que apresentou a maior porcentagem de recuperação de petróleo.

Passaremos agora ao estudo da influência de pV injetado com a microemulsão com

teor de matéria tensoativa C/T = 40 %. A Tabela 15 apresenta os dados de recuperação de

petróleo em função das eficiências de deslocamento calculadas a partir das Equações 3.9, 3.10

e 3.11. Esses testes foram realizados nos plugs da formação Botucatu (B1, B3, B4) para a

microemulsão com teor de matéria tensoativa: C/T = 40 % com razão 0,5CTr , variando o

volume poroso, pV , injetado (4, 2 e 1 mL).

104

Tabela 15- Dados de recuperação para a microemulsão com teor de matéria tensoativa: C/T = 40 %, variando o

volume poroso injetado, ( pV ): B1, pV = 4 mL; B3, pV = 2 mL e B4, pV = 1 mL.

Propriedade Plug B1 ( pV = 4 mL) Plug B3 ( pV = 2 mL) Plug B4 ( pV = 1 mL)

k (mD) 49,81 96,10 95,00

Soi 0,3998 0,8878 0,98

Sor-c 0,1821 0,6488 0,77

Sor-Me 0,0178 0,4244 0,60

ED-c 54,4522 % 26,9205 % 21,78 %

ED-Me 90,2252 % 34,5869 % 21,52 %

ED-total 95,5478 % 52,1964 % 38,61 %

OIPc 54,4643 % 26,9231 % 21,78 %

OIPMe 90,1961 % 34,5865 % 21,52 %

OIPtotal 95,5357 % 52,1978 % 38,62 %

Analisando os dados da Tabela 15, pode-se perceber que à medida que o volume

poroso injetado, é aumentado na ordem, B1 > B2 > B3, maiores são a eficiência de

deslocamento, 0 100 200 300

0

6

12

(a)

CS (c

P)

CCS

(g L-1)

, e a percentagem de óleo recuperado, OIP, tanto para o método

convencional (90 120 150 180

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

d e (nm)

CCT (gL-1)

e OIPc), quanto para o método avançado ( D MeE e OIPMe). Analisando de

outra forma, à medida que pV injetado diminui, diminui também DE e OIP para ambos os

métodos de recuperação. Se levar-mos em consideração o custo/benefício, a utilização de um

sistema microemulsionado com apenas 1 pV injetado recuperar 21,51 % e 21,51 % de D MeE

e MeOIP respectivamente, ainda sim seria viável uma vez que, de acordo com a literatura, a

recuperação convencional de um modo geral recupera apenas 30 % do óleo in place.

Recuperar 21,51 % desse óleo, ou seja, 70 % tornam não só o método de injeção de

microemulsão viável, mas também torna viável utilizar o sistema micreomulsionado em

pequenas quantidades ( 1pV mL) de volume poroso na injetação de microemulsão.

De um modo geral, analisando os resultados de recuperação avançada nos plugs de

formação Assu e formação Botucatu, tanto para o estudo da variação de matéria ativa, quanto

para o volume de microemulsão injetada,

1pV , os resultados obtidos foram como esperado,

ou seja, se compararmos os dados obtidos nos plugs de formação Assu com os da formação

Botucatu percebemos que a percentagem de recuperação foi maior para o plug da formação

Botucatu, uma vez que este apresenta um valor maior de porosidade. Se compararmos os

105

resultados dos plugs da formação Botucatu, uma vez que a porosidade desses plugs são muito

próximas, as maiores percentagens de recuperação nesses plugs foram devidos à concentração

de matéria ativa e ao volume de microemulsão injetada, pV .

106

5 CONCLUSÕES

O sistema UNITOL/água/butanol/xileno a uma razão cotensoativo/tensoativo igual a

0,5 dependem de suas composições. Para o caso de microemulsões diretas, ensaios de

espalhamento de luz dinâmico e viscosidade mostraram que, quando a fase óleo é aumentada,

existe um ponto crítico a partir do qual a fase dispersa muda sua hidrodinâmica. Tal mudança

pode ser relacionada ao aumento (inchaço) de micelas wormlike por moléculas de óleo,

resultando na transição deste tipo de geometria para nanogotículas estabilizadas por

tensoativos. Medidas de tensão superficial mostraram que o excesso máximo de superfície foi

o mesmo para o sistema com ou sem xileno.

Esse sistema se mostra bastante eficaz na solubilização da borra de petróleo, seja ele

em uma concentração elevada de tensoativo ou numa concentração mais baixa, uma vez que a

baixas concentrações de tensoativo foi possível obter resultados muito próximos do sistema

que apresenta maior teor de matéria tensoativa de C/T: 80,3 % e 91,8 % de solubilização de

borra respectivamente. O que deve ser considerado é o tempo que esse sistema de menor

concentração leva para solubilizar a borra de petróleo. Dessa forma, podemos considerar que

é mais vantajoso gastar apenas 60 min para solubilização da borra gastando menor quantidade

de matéria ativa (25 % de CT), do que gastar apenas 1 min para solubilização utilizando

grande quantidade de tensoativo (40 % de C/T).

Na recuperação de petróleo, esse sistema se mostrou bastante eficaz na recuperação,

seja ela em composições menores de matéria ativa, 25 % de cotensoativo/tensoativo, ou em

quantidades menores de microemulsão injetada, VP = 1 mL, em dois tipos de plugs (rochas)

diferentes, formação Assu e Botucatu. Os resultados mostraram que os sistemas

microemulsionados utilizados para a recuperação de petróleo, e com resultados de

recuperação muito satisfatórios, podem ser utilizados tanto numa rocha com alta porosidade

(formação Botucatu) quanto numa rocha que porosidade baixa (formação Assu). Nas rochas

com porosidade mais elevadas, a recuperação de petróleo pelo método avançado (injeção de

microemulsão) se mostra bastante eficaz tanto variando a concentração de matéria ativa,

quanto a quantidade de microemulsão injetada.

107

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118

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111 PROSSER, A. J.; FRANSES E. I. Adsorption and surface tension of ionic surfactants

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7757(00)00706-8.

119

ANEXO I: CARACTERIZAÇÃO DOS PONTOS /C T = 30 % E 25 %.

Figura 34-Viscosidade aparente, , como função da

taxa de cisalhamento, 0 100 200 300

0

6

12

(a)

CS (cP)

CCS

(g L-1)

.para os pontos:

/C T = 30 % e 25 %, sem apresença da fase óleo.

Círculos: /C T = 30 %. Quadros: /C T = 25 %.

10-3

10-2

10-1

100

101

102

103

104

105

10

100

1000

10000

(

cP)

ddt (s-1)

Figura 35- Viscosidade aparente, , como função da

taxa de cisalhamento, 10

210

310

4

10

(cP)

ddt(s-1)

(a)

.para os pontos de

microemulsão: 10

210

310

4

1

10

(cP)

ddt (s-1)

(b) = 30 % e 25 %. Círculos:

/C T = 30 %. Quadros: /C T = 25 %.

10-3

10-2

10-1

100

101

102

103

104

105

10

100

1000

10000

(

cP)

ddt (s-1)

120

Figura 36 - Diâmetro efetivo, ed ,como uma função

da concentração dos componentes de superfície ativa

para o ponto: /C T = 30 %, sem apresença da fase

óleo. Círculos: /C T = 30 %.

100 150 200

6

7

8

de

(nm

)

CCT (gL-1)

Figura 37- Diâmetro efetivo, ed ,como uma função da

concentração dos componentes de superfície ativa

para o ponto: /C T = 30 %, sem apresença da fase

óleo. Círculos: /C T = 30 %.

20 30 40 50

10

15

20

25

30

de

(nm

)

Co (gL-1)

121

Figura 38- Diâmetro efetivo, ed ,como uma função da

concentração dos componentes de superfície ativa para

o ponto: /C T = 25 %, sem apresença da fase óleo.

Círculos: /C T = 25 %.

90 120 150 180

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

de

(nm

)

CCT (gL-1)

Figura 39 - Diâmetro efetivo, ed ,como uma função da

concentração dos componentes de superfície ativa para

o ponto de microemulsão: /C T = 25 %. Círculos:

30 40 50

12

18

24

d e (nm)

CCT (gL-1)

= 25 %.

30 40 50

12

18

24

de

(nm

)

CCT (gL-1)

122

ANEXO II: PUBLICAÇÕES

Artigo I: publicado

123

124

125

126

127

128

129

130

131

Artigo II: enviado à revista Langmuir

132

133

134

135

136

137

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