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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDUC CAMPUS DE CAICÓ-RN A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E COM SURDEZ NA ESCOLA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES. VITÓRIA APARECIDA DA SILVA CAICÓ, RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDUC CAMPUS DE CAICÓ-RN

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E COM SURDEZ NA

ESCOLA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES.

VITÓRIA APARECIDA DA SILVA

CAICÓ, RN

2016

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VITÓRIA APARECIDA DA SILVA

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E COM SURDEZ NA

ESCOLA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES.

Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES, Caicó – RN, como requisito avaliativo parcial, para obtenção do título em Licenciatura plena em Pedagogia.

Orientadora:Prof.ªMa. Célia Fonsêca de Lima.

CAICÓ, RN

2016

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VITÓRIA APARECIDA DA SILVA

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E COM SURDEZ NA

ESCOLA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Centro de Ensino Superior do Seridó – CERES, Caicó – RN, como requisito avaliativo parcial, para obtenção do título em Licenciatura plena em Pedagogia.

Orientadora: Prof.ª Ma. Célia Fonsêca de Lima.

Aprovada em ___/___/___

BANCA EXAMINADORA:

____________________________________________________________ ProfªMa. Célia Fonsêca de Lima – Orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CERES-DEDUC) - Caicó/RN

_____ ProfªDrª. Nazineide Brito - Examinadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CERES-DEDUC) – Caicó/RN

__ Prof. Me. Gisonaldo Arcanjo de Sousa - Examinador

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CERES- DELET) – Currais Novos/RN

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Dedico ao meu pai Francisco Assis, por sempre acreditar no meu potencial; à minha mãe Luzia, pelo apoio em todos os momentos fáceis ou difíceis; a meu irmão Daniel, que esteve presente em todas as fases dessa caminhada... E sobretudo, a meu amigo surdo Luis Guilherme que com sua inocência me ensinou o verdadeiro dom da vida.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS primeiramente, porquanto estou realizando este sonho, pois se cheguei até

aqui foi graças ao PAI todo poderoso que com sua infinita bênção sobre mim

enfrentei todas as dificuldades. Graças e louvor te dou sempre!

Aos meus PAIS, Francisco Assis e Luzia, pelo exemplo que me deram como ser

essa pessoa de bem, pela educação que tive, por estarmos realizando NOSSO

sonho juntos, pelo amor. Agradeço imensamente por ser filha de vocês. Te amo pai,

te amo mãe!

Aos meus FAMILIARES que estiveram sempre do lado dispostos a ajudar, sempre

perguntando se estava tudo bem, pela atenção e preocupação de todos vocês,

muito obrigada.

Aos meus COLEGAS do curso de Pedagogia, em especial, Adriana e Maria

Rozivânia, vocês ficarão para sempre em meu coração. Obrigada pelo

companheirismo, aprendi muito com vocês, é na amizade que se constrói os mais

sinceros sentimentos com aqueles que amamos e cuidamos em todos os momentos.

Muitas saudades!

À ORIENTADORA, Célia Fonsêca de Lima por ter aceitado trabalharmos juntas

neste estudo, pela paciência que teve nos momentos em que me ausentei, pela sua

insistência e assistência, por ter acreditado na minha capacidade. Eu a admiro

muito!

Aos meus PROFESSORES, grandes instrutores que estiveram a todo instante

interessados em nossa aprendizagem. Levarei como exemplo para toda vida.

Obrigada!!!

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"A gaivota cresceu e voa com suas próprias asas. Olho do mesmo modo como que poderia escutar. Meus olhos são meus ouvidos. Escrevo do mesmo modo que me exprimo por sinais. Minhas mãos são bilíngües. Ofereço-lhes minha diferença. Meu coração não é surdo a nada neste duplo mundo..."

O vôo da gaivota, Emmanuelle Laborrit

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RESUMO

O presente trabalho de pesquisa, intitulado: A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E COM SURDEZ NA ESCOLA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES,tem como objetivo analisar os desafios e possibilidades do professor no processo de inclusão de crianças com deficiências auditiva/surdez na escola. Realizou-se na Escola Municipal Presidente Kennedy, localizada na cidade de Caicó – RN, em duas turmas dos anos finais do Ensino Fundamental que apresentam alunos com deficiência auditiva/surdez na escola. Iniciaram-se os estudos com uma fundamentação bibliográfica através dos teóricos Quadros; Schmiedt (2006), Sampaio (2009), Gesser (2009), Asfora (2012), Mantoan (2006), Damázio (2007) entre outros. Para a coleta de dados realizaram-se observações sistemáticas e questionários com perguntas abertas e fechadas, tendo como conclusão diante dos resultados coletados, que o maior desafio do professor é não estar preparado para trabalhar com estas crianças. Contudo, acreditam que uma das possibilidades de enfrentar este desafio é aprender a Língua de Sinais que eles utilizam para se comunicarem.

Palavras-chave: Inclusão. Desafios. Língua de Sinais.

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ABSTRACT

This research paper entitled: A STUDENT WITH DISABILITIES INCLUSION WITH HEARING AND HEARING IN SCHOOL: CHALLENGES AND POSSIBILITIES, is to analyze the challenges and possibilities of the teacher in the inclusion process of children with hearing impairments / deafness in school. Was held at the Municipal School President Kennedy, in the city of Caicó - RN in two divisions of the final years of elementary school students who present with hearing loss / deafness in school. studies in a literature basis through theorists began;Quadros;Schmiedt (2006), Sampaio (2009), Gesser (2009), Asfora (2012), Mantoan (2006), Damázio (2007) among others. For data collection were carried out systematic observations and questionnaires with open and closed questions, with the conclusion on the results collected, the greatest teacher of the challenge is not to be prepared to work with these children. However, they believe that one of the possibilities to meet this challenge is to learn sign language they use to communicate. Keywords: Inclusion. Challenges.Sign language.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................... 10

2 DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ: breve histórico....................... 12

3 TERMO DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ: definições................ 17

4 A INCLUSÃO NO CONTEXTO ESCOLAR........................................ 20

4.1 O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DA INCLUSÃO ESCOLAR DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E COM SURDEZ..............................................................................................

22

5 DESAFIOS E POSSIBILIDADES ENFRENTADAS PELOS PROFESSORES PARA A INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS QUE APRESENTAM DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ.............

24

5.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO.............................................. 24

5.2 METODOLOGIA UTILIZADA.............................................................. 25

5.3 RESULTADOS DAS COLETAS DE DADOS...................................... 26

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 30

REFERÊNCIAS................................................................................... 31

APÊNDICES....................................................................................... 33

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INTRODUÇÃO

Sabemos que o primeiro passo para a integração social passa pela escola, já

que o papel dela não é apenas o de ensinar conteúdos, mas também o de participar

decisivamente no estabelecimento dos padrões de convivência social.

É através da escola que a sociedade adquire, fundamenta e modifica

conceitos de participação, colaboração e adaptação. Embora outras instituições

como a família ou a igreja tenham papel muito importante, é da escola a maior

parcela. Isto torna a questão da inclusão, principalmente da pessoa com deficiência

na escola, de fundamental importância, uma vez que vai garantir o respeito às

diferenças e, sobretudo, no que se refere à igualdade de direitos.

O presente estudo tem como finalidade pesquisar os desafios e possibilidades

enfrentados pelos professores que tem alunos com deficiência auditiva ou surdez

profunda para sua inclusão escolar na sala de aula. Tendo como objetivo analisar

esse processo da inclusão destes alunos com necessidades educacionais especiais

1nos anos finas do Ensino Fundamental, para que assim se estabeleça os

empecilhos que interdita o procedimento desta inclusão.

Dessa forma, baseados nos teóricos apontados abaixo para fundamentar esta

pesquisa e que tiverammuita importânciapara esclarecer de alguma maneira os

questionamentos e dúvidaslevantadas.

Assim, autores como Quadros;Schmiedt (2006), Gesser (2009), Sampaio

(2009), Asfora (2012), Mantoan (2006), Damázio (2007) foram alguns dos que

ajudaram como grande suporte para entender sobre esta área da educação

especial. Vale ressaltar que documentos do Ministério da Educação - MEC também

tiveram sua relevância neste trabalho, pois os mesmos norteiam as políticas

públicas propostas pelo Governo.

1Lei 9394/96 no Cap. V, Art.58, apresenta o seguinte texto: “entende-se por educação especial, para

os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais”. Antes da promulgação da referida lei já havia alunos com necessidades educacionais matriculados em escolas regulares, o que mudou após LDBEN foi às questões que envolvem a escola para atender as reais necessidades dos alunos incluídos no sistema regular de ensino. (BRASIL, 1996).

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Apresentamos no primeiro capítulo, um breve relato histórico sobre a

educação das pessoas com deficiência auditiva e com surdez e logo após, no

segundo capítulo as definições e diferenças a respeito do termo estudado.

Em seguida, para o terceiro capítulo, dissertamos o termo inclusão no

contexto escolar para entendermos melhor esse processo e dando continuidade, o

quarto capítulo apresenta a análise dos dados coletados, um dos pontos fortes desta

pesquisa, explanando a caracterização da instituição, a metodologia e os resultados

obtidos durante a realização do referido trabalho, dando respostas ao problema

central:quais os desafios e possibilidades enfrentados pelos professores para a

inclusão escolar de alunos que apresentam deficiência auditiva esurdez?

E, por último, têm-se as considerações finais. Nesse, apresentam-seas

questões relevantes que proporcionaram respostas às indagações iniciais.

Enfim, espera-se que este trabalho possa contribuir para uma reflexão dos

educadores que, na sua prática pedagógica, estejam preparados para enfrentar os

desafios que éa inclusão de alunos com a deficiência auditiva esurdez.

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2 DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ: breve histórico.

Estudando a trajetória histórica da educação de indivíduos que por algum

motivo não escuta como as demais pessoas consideradas sem déficit auditivos,

percebeu-se que houve muitas mudanças no decorrer do seu percurso em todos os

sentidos, uma vez que, hoje, alguns direitos seus são assegurados por Lei em nosso

país. Mas, nem sempre foi assim.Desde muito tempo, a sociedade excluía-os e os

condenavam a viverem isolados por serem considerados pessoas irracionais, não

educáveis, não cidadãos; castigadas e enfeitiçadas, privadas de serem alfabetizadas

e terem instruções.

Na época do Império Romano, por exemplo, sociólogos como Aristóteles

escreveram como os surdos eram tratados. Eles eram declarados seres que não

pensavam, já que não falavam, logo, não conseguiam desenvolver o pensamento.

Depois de algumas décadas, especificamente na Idade Média, os surdos eram

vistos como seresnão humanos para a Igreja Católica, em vista que não conseguiam

falar os dogmas que a igreja pedia e nem se redimirem do pecado por não poderem

falar em confissão. (MOURA; LODI; HARRISON,2005).

Já no final da Idade Média surge uma primeira experiência de educação para

o surdo.Essa trata-se de ensinar o surdo a se comunicar e para auxiliá-lo existia um

professor que se habilitava para, segundo Moura; Lodi; Harrison, (2005. p. 20)

“ensiná-lo a falar, ler e escrever para que ele pudesse ter o direito de herdar os

títulos e os bens familiares. ”

Então, foi a partir deste interesse em dar ao surdo os seus direitos de

herança, que começavam a abrir as oportunidades para educá-lo, sendo a primeira

iniciativa em família de nobres, já que o interesse principal dessas famílias é que

não deixassem os descendentes perderem seus bens por não conseguirem se

comunicar com os outros.

Ainda no estudo de Moura; Lodi; Harrison (2005) destacou-se Pedro Ponce

de León, este que iniciou a verdadeira educação do surdo, ensinando-o afalar

(oralizar), ler, escrever e até obter um ensino superior. Ele instituiu uma escola

para surdos no Mosteiro de San Salvador em Oña Burgos contrariando as falsas

suposições que os médicos afirmavam sobre os surdos antigamente, pois eles

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osdiagnosticavam como seres incapazes de aprender, por possuírem lesões

cerebrais. Quanto a isso, vale ressaltar que o surgimento da surdez em um ser pode

se associar também com outras deficiências,como por exemplo, surdo-cego;isso

pode acontecer quando há problemas durante a gravidez, comoafirma Silva, (2009,

p.6):

[...] o surdo pode nascer surdo-cego, surdo com problemas mentais, surdo com problemas psíquicos, surdo com paralisia cerebral, entre outras. Essas situações podem ocorrer por dificuldades na hora do parto, doenças durante a gravidez e por fatores genéticos.

Retomando ao pensamento de educar os surdos, aconteceramvários

experimentos.Além de Ponce de León, surgiram outros pesquisadores, já que

existiam testemunhas vivas para comprovarem que era possível essa perspectiva de

aprendizagem. Os principais são: Jacob Rodrigues Pereire; Johann Conrad Amman

e John Wallis ( MOURA; LODI; HARRISON, 2005).

Então, de acordo com Moura; Lodi; Harrison (2005), Jacob Rodrigues Pereire

defendia a oralidade e que o surdo tinha que aprender a falar, para conseguir isso,

ele utilizava em seu trabalho os Sinais.Johann Conrad Amman, por sua vez,também

defendeu o oralismo como a maneira correta do surdo se comunicar. Ele médico,

utilizou de sua profissão para obter êxito comos alunos surdos, “fez com que seu

uso não só propiciasse a imitação dos movimentos da linguagem, por seus

discípulos, como fazia com que estes percebessem, através do tato, as vibrações da

laringe.” (SOARES, 1999 p. 18).

E ainda, John Wallis conhecido como o fundador do oralismo na Inglaterra,

diferente dos citados anteriormente, abandonou essa abordagem de ensinar os

surdos a falarem e o método de usarem sinais, se destacava cada vez mais, “[...],

pois os considerava [sic] importantes para ensinar os surdos.” (MOURA, LODI,

HARRINSON, 2005 p. 21).

Percebemos que estes três grandes estudiosos, buscaram fazer com que o

surdo se sentisse integrado na sociedade através da comunicação oral, viram que o

uso de sinais era fundamental, mesmo que depois não os utilizassem. Por

conseguinte, ensinar o surdo a aprender a falar, foi deixado de lado e começou a ser

trabalhado os sinais para a sua educação.

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Não existem relatos sobre a origem de uma Língua de Sinais, contudo destaca-

se o começo de seu uso no ano de 1760 na cidade de Paris na França, onde o

abade L’Epée fundou a primeira escola pública para surdos. Foi Charles Michel de

L’Epée, o predecessor de uma nova etapa nesse processo histórico. Utilizou a

Língua de Sinais e com ela ensinou aos surdos, uma vez que sentia preocupação

com a ignorância destes em relação à religião, já que eles não tinham nenhum

conhecimento sobre a fé católica, nem ao menos como praticá-la.

A partir deste mérito do trabalho de L’Epée, esta língua foi sendo cada vez

mais reconhecida, se espalhando por toda a Europa e chegando aos Estados

Unidos, onde passou à nomenclatura Língua de Sinais Americana. Com o tempo,

mais escolas para surdos estavam sendo fundadas, pode-se dizer que foi a “era de

ouro” para o surdo, “os professores contratados aprenderam a Língua de Sinais

Francesa, os Sinais que os próprios alunos traziam, Sinais Metódicos adaptados

para o inglês [...]” (MOURA, LODI, HARRINSON, 2005 p. 23). Perlin (2002), destaca

que foi a partir da fundação desta escola quese iniciou a sua multiplicação que

espalharam pelo mundo, disseminando assim o uso da Língua de Sinais.

No Brasil a Língua de Sinais ganhou espaço a partir de 1857 quando Eduard

Huet, um francês que veio ao país para fundar a primeira escola para meninos

surdos, inicialmenteconhecida como Imperial Instituto de Surdos Mudos e

atualmente INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos) no Rio de Janeiro.

Vale ressaltar que essa nova educação para os surdos se distanciava cada

vez mais do sistema oral e que o fundamental era que eles aprendessem a escrita e

a serem independentes na sua vida social.Contudo, a comunidade surda ainda teve

que suportar mais proibições por algum tempo. Mesmo após terem uma educação,

sua língua natural chegava a ser proibida dentro das escolas, sendo até castigados

fisicamente, caso desobedecessem, como afirma Padden & Humphries (2009, p. 25

apud GESSER), “[...] proibiam o uso da língua de sinais para a comunicação entre

os surdos, forçando-os a falar e a fazer leitura labial. [...] tinham as mãos amarradas

dentro das salas de aula.”

Como percebemos, não era aceitável que houvesse essa comunicação entre

eles, pois um dos motivos seria que essa “língua era vista como algo exótico,

obsceno e extremamente agressivo, já que o surdo expunha demais o corpo ao

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sinalizar” (WRIGHT, 1969; LANE, 1984; SACKS, 1990; BAYTON, 1996 apud

GESSER, 2009).

Por esse breve relato sobrea trajetória histórica vivenciada pelo deficiente

auditivo/surdopercebe-se que não foi nada fácil, porém podemos observar que

aconteceram mudanças significativas nessa trajetória. É tanto, que atualmente já foi

adquirido por eles o direito de entrarem na escola e usufruirem de seus direitos

educacionais como qualquer outro aluno.É relevante ressaltarmos também, que

recentemente aqui no Brasil, a Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS foi reconhecida

como a Língua para a comunicação entre os surdos. Isso ocorreu a partir da Lei nº

10.436, de 24 de abril de 2002 sancionada pelo Presidente da República Fernando

Henrique Cardoso que em seu parágrafo único explica:

Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. (BRASIL, 2002)

É com esta Lei em vigor que muitas oportunidades se abrem para estas

pessoas que até então, na sua trajetória histórica, não tiveram muitas chances de

impedidos pela comunicação. Todavia, ainda há desafios que são enfrentados

diariamente na vida educacional de uma pessoa não ouvinte.

Destacamos aqui a década de 1990, uma vez que as mudanças quanto à

educação dos Surdos foram bem significativas, algumas escolas assumiram a

proposta da educação bilíngue, em que a Língua de Sinais foi reconhecida como

primeira língua e língua de instrução, sendo a Língua Portuguesa oral e/ou escrita

considerada como segunda língua para os surdos (KUCHENBECKER; THOMA,

2011).

Percebemos que com o surgimento da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS,

a vida do surdo mudou expressivamente, pois novas propostas de trabalho foram

surgindo no mercado, uma delas é a do profissional habilitado para atender este

público, o Tradutor/Intérprete da Língua de Sinais-TILS, também reconhecido na Lei

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nº 12. 319, de 1º de Setembro de 2010. O Presidente Luis Inácio Lula da Silva

sancionou e no seuprimeiro e segundo artigo destacam:

Art. 1º Esta Lei regulamenta o exercício da profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais- LIBRAS.

Art. 2º O tradutor e intérprete terá competência para realizar interpretação das 2 (duas) línguas de maneira simultânea ou consecutiva e proficiência em tradução e interpretação da Libras e da

Língua Portuguesa. (BRASIL, 2010)

É perceptível o quanto a história do Surdo evoluiu.No entanto, se faz

necessário que se desenvolva muito mais.Afinal, ele necessita do auxílio do

Tradutor/Intérprete da Língua de Sinais- TILS,aonde for, como por exemplo, a uma

consulta ao médico, quando for ao banco, enfim, ele terá essa dependência. Em

contrapartida, se ele conseguir ser acompanhado por esse profissional durante toda

sua vida escolar, sem dúvida nenhuma, o surdo se sentirá cada vez mais

capacitado. E aquelas ideias falsas de que eles não são capazes de aprender, como

diziam os médicos na Antiguidade, já mencionados anteriormente, passaram

somente por falsas proposições.

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3 TERMO DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ: definições

Neste capítulo, iremos trazer os conceitos básicos sobre a deficiência auditiva

e a surdez, pois ao contrário do que muitas pessoas pensam, ambas têm

significados diferentes e são distintas, dependendo do seu grau de intensidade. É

relevante ressaltarmos também, que os termos: “mudo” ou “surdo-mudo”, devem ser

extintos.

Segundo Smith (2008, p. 299) “a perda auditiva acontece quando o ouvido e o

mecanismo da audição são lesados ou obstruídos, de modo que os sons não podem

ser percebidos ou entendidos.” Para a autora, a perda leve e moderada é também

conhecida como perda condutiva de audição, que se dá por uma avaria no ouvido

externo ou médio que dificulta a passagem do som para o ouvido interno.

Todavia, quando se fala em perda neurossensorial da audição, essa de

acordo com Smith, (2008, p. 301), “Ocorre quando há uma lesão no ouvido interno

ou no nervo auditivo, em geral não pode ser melhorada com medicamento ou

cirurgia.” Então, este segundo tipo de perda é a considerada mais grave, a qual o

indivíduo está impossibilitado de ouvir qualquer som.

Ao falarmos em: Deficiência Auditiva e Surdez, estamos nos referindo a uma

perda na audição. Consta apresentarmos três graus da intensidade desta perda, são

eles: perda de grau leve, perda moderada e perda severa ou profunda.

Para Bisol e Valentini (2009), a pessoa que tiver uma perda de audição leve:

escuta, apesar de ter dificuldade em alguns fonemas, fazendo uso assim de leitura

labial algumas vezes. Já na perda moderada, a pessoa precisa de um

acompanhamento com um fonoaudiólogo, como também usar a prótese auditiva,

que se trata do aparelho auditivo a fim de ajudar o surdo na sua comunicação. Por

fim temos a perda severa ou profunda, na qual, a pessoa não ouve absolutamente

nada nem mesmo usando o aparelho e em alguns casos, só conseguirá fazer uso da

palavra com o implante coclear.

A definição para os termos de uma pessoa com deficiência auditiva e com

surdezse baseia na intensidade do grau da perda, se ela for leve, poderá usar a

prótese, a qual ajudará quando o som for mais baixo do que possa ouvir. Entretanto,

se o grau for muito elevado, a comunicação se dar através daLíngua Brasileira de

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Sinais - LIBRAS, que é a língua visual-espacial, utilizando gestos com as mãos que

são os sinais como também expressões faciais e corporais.

Podemos identificar a diferença entre ambas as perdas de audição quando

em algum momento, no qual estarão presentes pessoas surdas, pois conforme Bisol

e Valentini (2009) enfatizam, se torna mais fácil perceber que uma pessoa é surda,

com grau severo e profundo, quando esta precisa estaracompanhada por um

intérprete e ou fazendo uso da Língua de Sinais para se comunicar. Entretanto,

quando uma pessoa tem a deficiência auditiva, nota-se porque ela usa o aparelho

auditivo, ou tem uma pequena dificuldade na fala.

Como vimos até agora, os dois termos apresentam características diferentes.

E ainda assim os ouvintes se amedrontam em como chamar uma pessoa surda,

outra parte prefere chamá-los de “mudo” ou “mudinho” e também “surdo-mudo”. A

palavra “mudo” denota ausência de linguagem e perda do aparelho fonador. E estas

não são as realidades dos surdos. Eles, com a ajuda de um profissional

fonoaudiólogo, são capazes de se “oralizarem”; pois o seu aparelho fonador

encontra-se preservado.Elespreferem ser chamados de surdos.

Portanto, nem todo surdoé mudo, ele consegue falar se for treinado,

a mudez é uma outra deficiência, sem conexão com a surdez.A sua língua primária

é a Língua de Sinais, precisando também aprender a língua oficial do país que éa

Língua Portuguesa. Ou seja, uma educação bilíngue.

A proposta de educação bilíngue está estabelecida no Decreto nº 5626/2005,

que regulamenta Lei nº. 10.436/2002, construído pelo Ministério da Educação em

parceria com a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS

e demais órgãos governamentais e não governamentais. Caracteriza-se, de acordo

com esse Decreto, pelo ensino ministrado através da Língua Portuguesa e da

Libras, devendo ser disponibilizados os serviços de tradutor/intérprete e o ensino da

Libras para os alunos.

Sabemos que a língua de sinais, não generalizando, não é vista no processo

de alfabetização do surdo. Segundo Quadros, Schmiedt (2006, p.25)

A produção em sinais artística não obteve a atenção merecida na educação de surdos, uma vez que a própria língua de sinais não é a língua usada nas salas de aula pelos professores. Desta forma,

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estão se reproduzindo iletrados em sinais. A língua brasileira de sinais é “a” primeira língua e merece receber esse tratamento.

A deficiência auditiva e a surdez, infelizmente, pode acontecer na vida das

pessoas e as dificuldades enfrentadas por ambos são enormes. Com isso, é direito

deles que haja inclusão na escola, e em qualquer lugar público, para que estas

mesmas dificuldades enfrentadas por estes sujeitos sejam abatidas.

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4 A INCLUSÃO NO CONTEXTO ESCOLAR

A escola inclusiva é aquela em que se faz necessário que todos aprendam a

conviver com as diferenças, tornando-os cidadãos solidários convivendo com o

outro, oferecendo educação de qualidade para todos. Vale ressaltar que

segundoBrasil (2004. p. 08),

Numa escola inclusiva, o aluno é sujeito de direito e foco central de toda ação educacional; garantir a sua caminhada no processo de aprendizagem e de construção das competências necessárias para o exercício pleno da cidadania é, por outro lado, objetivo primeiro de toda ação educacional.

No entanto, sabemos que a construção de uma escola inclusiva implica em

transformação no contexto educacional, em mudanças de paradigmas, e que o

ambiente escolar muitas vezes se depara com situações que não estão preparados

para enfrentá-las, como por exemplo, receber alunos com alguma deficiência. A

instituição não está instruída ou acessível, a fim de que estes ingressantes tenham

uma educação de equidade com os demais que não apresentamqualquer

deficiência. Outrora, há casos que, por receber alunos com alguma deficiência

acham que já está acontecendo inclusão, contudo não é bem assim.

Na própria instituição é comum se deparar com situações que desencadeia

violência verbal e preconceitos entre os alunos. O papel da escola diante dessas

situações é, portanto, esclarecer que todos são iguais independente da deficiência,

cor, religião, entre outros e que estão todos no mesmo ambiente com o mesmo

propósito, que é ter uma educação de qualidade.

Buscar soluções para este inevitável desafio seria o primeiro passo, devendo

ser realizado em conjunto com toda a equipe escolar: trazer, fazer, refazer,

alterações em toda estrutura organizacional física, burocrática e entre outros fatores.

Isso se trata de uma inclusão escolar, isto é, a instituição para ser inclusiva precisa

se adaptar ao aluno e não o aluno se adaptar à instituição.

Um grande mérito para a inclusão dos alunos com necessidades

educacionais especiais nas escolas foi em 2008, com a publicação da nova Política

Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, documento

este, apresentado pela Secretaria de Educação Especial (SEESP) do MEC, na qual

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tinha como propósito orientar as instituições para construir espaços, recursos,

materiais que atendessem a esse público de crianças. É conhecida como a sala do

AEE (Atendimento Educacional Especializado) ou Sala de Recurso Multifuncional

que segundo Asfora, (2012, p. 36) são:

[...] atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização, com foco pedagógico e não clínico. É importante lembrar que não deve ser confundido com sala de reforço, e sim como um ensino complementar. Deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado, que realize esse atendimento educacional, a fim de que o aluno não deixe de ter acesso aos conteúdos curriculares e conviver com os seus pares.

Dessa forma, é de suma importância que o aluno tenha boas afinidades na

sala de aula com seus colegas e durante seu acompanhamento

educacionaldesenvolvatambém o relacionamento afetivo, a cognição, suas

habilidades e potencialidades. Entretanto, uma escola inclusiva não é somente para

alunos que apresentam deficiências, como já foi dito. Segundo Mantoan (2006),

todos os alunos da escola precisam de uma ponderação, e para que haja sucesso

no processo de aprendizagem de todos, é oportuno que haja uma nova perspectiva

educacional nas instituições.

Especificando a inclusão do SURDO nas escolas comuns, de acordo com o

Decreto nº 5626/2005, que regulamenta a Lei nº. 10.436/2002, se faz necessário

que a instituição oferte a educação bilíngue. Isso com o objetivo de garantir ao aluno

surdo o pleno acesso à comunicação, à informação e à educação, conforme seu Art.

15 e 16:

Art. 15. Para complementar o currículo da base nacional comum, o ensino de Libras e o ensino da modalidade escrita da Língua Portuguesa, como segunda língua para alunos surdos, devem ser ministrados em uma perspectiva dialógica, funcional e instrumental, como:

I – atividades ou complementação curricular específica na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental; e

II – áreas de conhecimento, como disciplinas curriculares, nos anos finais do ensino fundamental, no ensino médio e na educação superior.

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Art. 16. A modalidade oral da Língua Portuguesa, na educação básica, deve ser ofertada aos alunos surdos ou com deficiência auditiva, preferencialmente em turno distinto ao da escolarização, por meio de ações integradas entre as áreas da saúde e da educação, resguardado o direito de opção da família ou do próprio aluno por essa modalidade.

Conforme Damázio (2007, p. 14) “os alunos com surdez precisam de

ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento, explorem suas

capacidades, em todos os sentidos”. Logo, somente aprender uma língua não é o

bastante para incluir o surdo. Ela afirma ainda, que, se somente a língua bastasse

para aprender, as pessoas ouvintes não teriam problemas de aproveitamento

escolar, já que entram na escola com uma língua oral desenvolvida.

Contudo, os profissionais a eles indicados não apresentam, em alguns casos,

qualificações para trabalhar com esses alunos. Para que isso aconteça, se faz

necessário formações continuadas, ehá constantemente cursos oferecidos para

professores na área de surdez, tudo a distancia para que os mesmos em exercício

sejam capacitados.Issofaz com que a educação inclusiva seja de fato efetivada para

todos. Mas, qual é o papel do professor no processo de inclusão na escola,

especificamente de crianças com deficiência auditiva/surdez?

4.1O papel do professor no processo da inclusão escolar das crianças com

deficiência auditiva e com surdez

Para Mantoan (2006, p. 52) “a maioria dos professores ainda tem uma visão

funcional do ensino. Esse profissional tem o falar, o copiar e o ditar como recursos

didático-pedagógicos básicos.” Deveras, ainda se encontra profissionais com

métodos tradicionais em sala de aula e quando se defrontam com uma inovação

educacional que é a inclusão, se sentem meio abalados.

Segundo, Basto apud Sampaio (2009, p. 49),

[...] o que se observa hoje na rede de ensino são inúmeros profissionais transtornados pela falta de preparo ante uma tarefa que lhes parece hercúlea, e também mergulhados em dúvidas, ansiedades e incertezas sobre como viabilizar a concretização de tal proposta.

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No intuito, acerca da inclusão, se imagina o pensamento de um docente ao

receber em sua sala alunos com deficiência. Em relação a esse trabalho desafiador

para sua profissão, ele não se encontra preparado, como afirma Mantoan (2009),

que eles não foram instruídos para lidar com essas situações e por isso não se

sentem preparados.

Diante disso, efetivamente o profissional terá a responsabilidade de atender a

este público. Por ventura em sua sala de aula, receberá um aluno com deficiência

auditiva e outro aluno com surdez profunda, e a partir de seu breve estudo

acadêmico fará com que estes alunos estejam incluídos nas suas aulas. É

importante que este profissional da educação esteja sempre buscando novas

metodologias de ensino, pesquisando muito além das suas indagações e se

acontecer de não ter o auxílio de um intérprete de LIBRAS, o professor deverá

estudar ao menos, o básico da LIBRAS, pois o não conhecimento prejudicará o

ensino e a aprendizagem por não ter como se comunicar, principalmente com o

surdo, e sabemos que a comunicação é essencial para se viver em sociedade.

É certo que foi a partir da Declaração de Salamanca2, em 1994, sobre a

educação de alunos com necessidades educacionais especiais, que por sua vez o

Brasil também participou;que estes alunos têm o direito à educação em escolas

comuns, sendo atendidos de acordo com suas necessidades. (ARANHA, 2004).

Com isso, o aluno com deficiência, síndrome ou com habilidades superiores, são

inseridos nestas instituições e tornando-se um estímulo para o profissional docente

em sua prática pedagógica em sala de aula.

O trabalho do professor está ligado em pesquisas e estudos, portanto, quando

receber uma turma com alunos surdos executará sua prática de acordo com as

necessidades de todos sem exceção. Mas, o educador terá muitos desafios e

possibilidades para enfrentar quando se fala em inclusão escolar.

2É um documento internacional muito importante para a educação, organizado a partir da Conferência

Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais, efetivada na Espanha, em junho de 1994, que reuniu vários países os quais discutiram sobre necessidades educacionais especiais. Em Salamanca, foi reafirmado o direito à educação para todos, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e as demandas resultantes da Conferência Mundial de Educação para Todos, de 1990.(UNESCO, 1994)

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5. DESAFIOS E POSSIBILIDADES ENFRENTADAS PELOS PROFESSORES

PARA A INCLUSÃO ESCOLAR DE CRIANÇAS QUE APRESENTAM

DEFICIÊNCIA AUDITIVA E SURDEZ

Diante de todo o tema exposto até o momento, parte-se agora nessecapítulo

para a análise dos dados coletados em campo para descobrir os desafios e

possibilidades enfrentadas pelos professores para a inclusão escolar de alunos que

apresentam deficiência auditiva, especificamente o aluno SURDO .

Inicialmente, foi averiguada a prática de duas professoras que tem em sua sala

de aula alunos tanto com deficiência auditiva leve e também com grau severo –

SURDEZ, com intuito de observar o desenvolvimento educacional destes estudantes

e buscar respostas para a nossa problemática.

Para isso, é necessário primeiramente apontar as características físicas e

humanas da instituição pesquisada e logo após descrever a metodologia

utilizada,destacando os principais pontos para chegarmos aos seus resultados.

5.1 Caracterização da instituição

A instituição pública localizada na cidade de Caicó – RN, a qual nos

propusemos em pesquisar, tem como nome Escola Municipal Presidente Kennedy-

EMPK, que se encontra na Avenida Carlindo de Souza Dantas, nº 381, no centro da

cidade de Caicó - RN. É composta por uma equipe gestora, supervisão, um pelo

turno da manhã e outra à tarde.

A Escola Presidente Kennedy apresenta ainda um quadro funcional de 30

professores no total, pois a modalidade de ensino na Escola é dividida em 5º Ano ao

9º Ano pela manhã, compreendendo assim o Ensino Fundamental I e II, 6º Ano ao 9º

Ano à tarde, sendo somente neste turno o Ensino Fundamental II e ainda atende à

Educação de Jovens e Adultos à noite. Totalizando cerca de 460 alunos, dentre

eles, 7 (sete) deles tem algum tipo de deficiência, sendo: 3(três) surdos, 1 (um) com

deficiência auditiva, 1(um) com Síndrome de Down, 1(um) Autista e 1(um) com

Paralisia cerebral(todos com diagnósticos de especialistas de cada área).

A referida Escola acolhe o maior número de alunos com deficiência auditiva e

surdez da cidade. E ainda tem em sua equipe, dois Intérpretes de LIBRAS para

auxiliar as crianças com deficiência surdez em sala de aula. É uma instituição sem

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quadra de esportes, mas dispõe de salas espaçosas e ventiladas, e tendo duas

funcionando com ar condicionado, seis salas de aula, uma de recursos

multifuncionais, uma de jogos, uma de informática, uma sala dos professores, uma

secretaria, uma direção, duas salas de circulação, uma cozinha, uma dispensa, uma

área de serviço e um refeitório.Funciona nos turnos matutino, vespertino e noturno;

no matutino de 07hàs 11h30min, no vespertino 13h às 17h20 min, e no noturno com

a EJA das 19h às 22h, sendo que as atividades são organizadas de acordo com o

planejamento dos professores.

Para coleta de dados, observou-seduas salas de aulas, uma no 8º Ano B e

outra no 6º Ano C, ambas dos anos finais do Ensino Fundamental. Na primeira

salasão em torno de 27 alunos ao todo, contendo duas surdas. Entretanto, a outra

turma observada é maior, 30 alunoscom, dois deficientes, um com deficiência

auditiva leve/moderada e uma com surdez profunda,também são acompanhados por

outra profissional.

5.2 Metodologia utilizada

O presente trabalho trata-se de uma pesquisa com uma forma de análise

descritiva e com uma abordagem qualitativa, a qual o pesquisador pode fazer sua

interpretação sobre o que está sendo desenvolvido através de observações

sistemática em sala de aula e também aplicações de questionários com perguntas

abertas e fechadas aplicadas ao público-alvo da pesquisa: professores que têm em

sua sala de aula, alunos surdos.

Vale salientar que a observação é fundamental para o desenvolvimento da

pesquisa,

[...] é a formulação do problema, passando pela construção de hipóteses, coleta, análise e interpretação de dados, a observação desempenha papel imprescindível no processo de pesquisa. (GIL 2010, p.100)

Outro instrumento de pesquisa utilizado foi o questionário, como já

mencionado. Ainda com base nos estudos de Gil (2010, p. 121), o questionário é,

Uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses,

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expectativas, aspirações, temores, comportamentos presente ou passado.

Este trabalho também conta com a pesquisa bibliográfica, visando a

solidificação de conceitos e visão teórica por meio de leituras relacionada ao tema

pesquisado.

Por fim, será apresentado a seguir uma análise descritiva dos dados

coletados, confrontando e relacionando-os com base nos autores estudados para

dar resposta ao problema levantado sobre a temática em estudo.

5.3 Resultado da coleta de dados

Através das observações, ficou constatado que se faz necessário que a

professora titular da sala de aula explique as tarefas e ou os conteúdos trabalhados

para que a intérprete passe para estes alunos com surdez e que assim, os mesmos

saibam o que realmente a professora quer que realizem.

Em ambas as turmas, é notável que os professores têm pouco conhecimento

sobre a LIBRAS, em vista que a comunicação com estes alunos é mínima, logo,

para que possam dialogar com elas sentem-se satisfeitos com a presença do

profissional da Língua de Sinais, pois ele está ali como o intercessor.

Percebemos ainda que os professores utilizam o livro didático e também o

retroprojetor como materiais para as suas aulas e com isso, percebemos o quanto a

turma participa e interage. Os alunos com deficiência auditiva e com surdez estão

sempre atentos, participam de todas as atividadese são interessados mais ainda

quando a aula é com vídeo, por isso os professores usam sempre o projetor como

um recurso para trabalhar com eles.

Outro ponto que podemos destacar é que a socialização entre ouvintes e não-

ouvintes não é tão visível, isso se dá pelo motivo da maioria não se sentirem

seguros de dialogar com estes alunos não-ouvintes, isto é, do mesmo modo que os

professores não têm domínio da língua de sinais, as crianças também sentem

dificuldades.

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Fez-se necessário destacar a atuação do Intérprete de LIBRASuma vez que

desempenha um papel de grande responsabilidade, além de fundamental. Traduz

desde a explicação do professor até um comentário de outro aluno, para que os

alunos que têm a implicação na audição não se sintam em nenhum momento

excluído das conversas.

Por último, e não menos importante, observamos as atividades destes alunos

com deficiência auditiva/surdez, e é perceptível que não são diferentes das demais

atividades feitas pelos outros alunos, eles realizam todas e as mesmas que as dos

ouvintes. Percebemos assim, o quanto eles sabem de suas capacidades e como

tentam buscá-las a qualquer custo, afinal eles aprendem da mesma maneira que os

alunos ouvintes.

Então, a presença do intérprete é muito importante no processo de inclusão

dessas crianças, uma vez que ficou constatado que em nenhum momento houve

empecilho para o processo de ensino-aprendizagem dessas crianças e das suas

relações sociais com as outras.

Quanto aaplicação do questionário para cinco professores procuramos

diagnosticar suas respostas a fim de identificar quais os maiores desafios e as

possibilidades que enfrentam na sala de aula com estes alunos.

Podemos averiguar que todos têm formação de nível superiore trabalham há

bastante tempo na educação. Através de suas respostas, todos afirmam que não

realizaram nenhum curso para trabalhar com os surdos. Porém, é perceptível, que

os professores da escola pesquisada, reconhecem a importância de uma escola

inclusiva e explicitam que é necessária para que estes alunos que necessitam de

educação especial sejam cada vez mais inseridos na sociedade.

Sobre a questão do conhecimento ideal para trabalhar com estes alunos,

resultou-se de que todos os respondentes acreditam que o curso da Língua

Brasileira de Sinais – LIBRAS é a aprendizagem imprescindível para lidar com este

público. Logo, reconhecem que essa é a língua oficial e de grande importância para

o desenvolvimento das crianças com surdez nas suas aprendizagens.

Sobre a interação em sala de aula professor/alunos não-ouvintes, segundo as

respostas dos professores se dá integralmente, interagem o máximo com eles e seu

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trabalho flui normalmente. De fato, a interação é de suma importância para uma

aprendizagem se desenvolver. De acordo com Vygotsky apud Fontana (1997, p. 61)

“as origens e as explicações do funcionamento psicológico do homem devem ser

buscado nas interações sociais.”

Procuramos saber também o ponto de vista dos referidos profissionais que

trabalham há anos na docência quanto seu trabalho pedagógico, se na prática deve

ser alterada para atender aos alunos. Contudo, verificamos que dois dos cinco

respondentes consideram que, não tem necessidade de trabalhar diferenciadamente

entre os alunos com deficiência e surdez. Mas, um planejamento para a sala de

aula, de acordo comSousa; Mourão (2012. p.30)“[...]de um modo geral,se

organizado, primeiramente levando em conta as necessidades da criança surda,

pode-se atingir melhor a todos os outros alunos.

Ficou constatado que os professores aparentemente são inseguros e parece

que não se sentem preparados para atender os alunos que possuem algum tipo de

deficiência e especificamente a surdez. A autora Mantoan (2006) confirma este

pensamento que apresentamos no capítulo 3(três) deste trabalho, em seu subtópico

3.1. Em vista disso, percebemos o desafio que se apresenta a um docente que quer

superar esta insegurança que enfrenta diariamente.

A partir desta realidade, é notável o quanto valorizam o trabalho do

Tradutor/Intérprete de LIBRAS, de acordo com o ponto de vista de cada um,

trouxemos alguns fragmentos de suas respostas.

“Ótimo. É o necessário para o nosso trabalho fluir.”(Professora M. L. Ensino

Fundamental maior. Disciplina: Português)

“É um trabalho bastante positivo, estamos sempre em sintonia, uma relação

harmoniosa e seu trabalho é fundamental.”(Professor J. S. Ensino Fundamental

maior.Disciplina História)

“Muito importante, o intérprete é uma “ponte” entre o educador e o aluno

especial, e para que o ensino funcione é necessário o acompanhamento do mesmo.”

(Professora M. T. Ensino Fundamental maior.Disciplina Geografia)

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“É fundamental sua presença para que possamos desenvolver o ensino na

sala de aula para todos sem distinção.”(Professor M. A Ensino Fundamental maior.

Disciplina Matemática)

“Muito bom. Uma grande ajuda para nós docentes.” (Professor F. P. Ensino

Fundamental maior. Disciplina Ciências)

Diante desse reconhecimento, procuramos saber como seria para estes

profissionais da educação lidarem com crianças com Surdez sem o auxílio do

intermediador. Logo, segundo o ponto de vista de todos, foi evidente que para eles a

possibilidade mais eficaz seria aprender a língua destes alunos para que fosse

possível a comunicação.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nesta pesquisa pode-se considerar que, a inclusão do aluno com

deficiência auditiva ou surdez na escola, compete a um trabalho em conjunto.

Os desafios são muitos, mas diante dos resultados coletados nesta pesquisa

foi possível diagnosticarmos que o maior desafio do professor é não estar habilitado

para trabalhar com estas crianças. Contudo, acreditam que a possibilidade de

enfrentar este desafio é aprender a Língua Brasileira de Sinais-LIBRAS,que eles

utilizam para se comunicarem.

Este trabalho torna-se valioso de informações por trazer fatos da história

vivida por estes indivíduos. Entretanto, em uma base teórica documental

percebemos quanto o tema deve ser analisado. A inclusão exige mudanças e cabe a

cada profissional se habilitar para tal tarefa, de modo que cumpra as necessidades

que o outro precisa.

Os desafios sempre surgem, as possibilidades existem, mas pensar o melhor

para seu aluno é de inteiro dever de um profissional da educação.

Esta pesquisa será de possível interesse para estes profissionais, seja para

refletirem sobre suas ações, seja para se autoavaliarem. Ela, portanto, tem como

valor significativo para discernir a inclusão como deve ser enxergada.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A: Roteiro da observação sistemática

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDUC

CURSO DE PEDAGOGIA

Caro professor:

Solicito a sua colaboração no sentido de responder às questões abaixo, uma

vez que os dados servirão de apoio para efetivação da minha pesquisa que busca

analisar os desafios e as possibilidades enfrentadas pelos professores para a

inclusão de crianças com deficiência auditiva/surdez na Escola Municipal Presidente

Kennedy e apresentar considerações importantes que possam auxiliar a pesquisa.

- Número total de alunos na sala________________________

- Número de alunos com deficiência auditiva_______________

- Número de alunos com surdez_________________________

1. A metodologia utilizada pelo (a) professor (a) para auxiliar o processo de

aprendizagem dos alunos surdos

2. Os recursos didáticos utilizados pelo (a) professor (a) para trabalhar com os

alunos surdos.

3. O comportamento na sala, a participação das atividades na aula dos alunos

surdos.

4. A aprendizagem das crianças surdas no desenvolvimento das atividades

observando a aprendizagem do conteúdo trabalhado.

5. Observar a socialização entre as crianças da sala brincando e aprendendo.

6. Observar a atuação do professor Interprete da língua de sinais na sala.

7. Observar as atividades escolares realizadas pelos alunos surdos.

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APÊNDICE B: Questionário

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – DEDUC

CURSO DE PEDAGOGIA

Caro professor:

Solicito a sua colaboração no sentido de responder às questões abaixo, uma

vez que os dados servirão de apoio para efetivação da minha pesquisa que busca

analisar os desafios e as possibilidades enfrentadas pelos professores para a

inclusão de crianças com deficiência auditiva/surdez na Escola Municipal Presidente

Kennedy e apresentar considerações importantes que possam auxiliar a pesquisa.

1- Qual sua formação acadêmica e quanto tempo atua na sala de aula?

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___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2- Na sua sala de aula, existem alunos que possuem necessidades

educacionais especiais? Quais? Cite-as e coloque a quantidade.

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___________________________________________________________________

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___________________________________________________________________

3- Você possui alguma experiência ou fez algum curso para trabalhar com

alunos surdos?

( ) SIM ( ) NÃO

Se a resposta foi sim, cite exemplos.

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4- Qual sua compreensão sobre escola inclusiva? Argumente.

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5- Em sua opinião, quais conhecimentos são necessários para trabalhar com

alunos surdos?

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___________________________________________________________________

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6- Como você atua em sala de aula com seu(s) aluno(s) surdo(s)?

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7- Você acha que seu trabalho pedagógico deve ser diferenciado para trabalhar

pedagogicamente com surdos? Argumente.

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8- Você considera que está preparado (a) para atender alunos surdos?

Argumente.

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9- Quanto à presença do Intérprete de Libras na sala de aula, qual é o seu ponto

de vista em relação ao trabalho dele junto com você?

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10- Caso não tenha o auxílio de um intérprete na sua sala de aula, como você

pensaria em incluir o(s) aluno(s) surdo(s) nas atividades?

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___________________________________________________________________

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Obrigada!!!