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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE ECONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO MESTRADO E DOUTORADO ÍNDICE I.JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS 3 POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO 3 HISTÓRICO DAS ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO 5 II – ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO 7 1. DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS 2. DISCIPLINAS ELETIVAS 3. DISCIPLINAS ESPECÍFICAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO 4. DISCIPLINAS EXTERNAS AO PROGRAMA LISTA DAS DISCIPLINAS POR ÁREA DE CONCENTRAÇÃO (ELETIVAS E ESPECÍFICAS): 8 1. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS 8 2. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO 8 3.ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO 9 GRADE CURRICULAR POR SEMESTRES 10 DISCIPLINAS, EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS 11 DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS 11 DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO 25 DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO 41 DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS 60

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ECONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO

MESTRADO E DOUTORADO

ÍNDICE

I.JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS 3 POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO 3 HISTÓRICO DAS ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO 5 II – ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO 7

1. DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS 2. DISCIPLINAS ELETIVAS 3. DISCIPLINAS ESPECÍFICAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO 4. DISCIPLINAS EXTERNAS AO PROGRAMA

LISTA DAS DISCIPLINAS POR ÁREA DE CONCENTRAÇÃO (ELETIVAS E ESPECÍFICAS): 8

1. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS 8

2. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO 8 3.ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO 9 GRADE CURRICULAR POR SEMESTRES 10 DISCIPLINAS, EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS 11 DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS

PÚBLICAS 11 DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS

E DESENVOLVIMENTO 25 DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO 41 DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS 60

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III - REGULAMENTO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO (PPED) 63

IV. ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO 78

1. GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS 78 2. INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO 78 3. INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO 80

V. CORPO DOCENTE 81 VI. PROFESSORES VISITANTES E CONVIDADOS 88 VII. CONVÊNIOS E ACORDOS DE COOPERAÇÃO. INTERCÂMBIO ACADÊMICO-CIENTÍFICO, EM ÂMBITO NACIONAL E INTERNACIONAL 89

VIII. ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO, LINHAS DE PESQUISA E PROJETOS DE PESQUISA DOS DOCENTES 90

I. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS 90 I.1– Globalização, Estado, Políticas Públicas e Sociedade 90 I.2 – Equidade, Governança e Políticas Públicas 91 I.3 – Esferas de Poder e Accountability 91 II. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO 106 II.1. Instituições, Inovação e Desenvolvimento 106 II.2. Estratégias, Inovação e Desenvolvimento 107 III. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO 116 III.1 – Políticas de Regulação da Propriedade Intelectual e Desenvolvimento 116 III.2 – Inovação e estratégias empresariais a partir do conhecimento proprietário 117 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS QUADRO DISCIPLINAS E LINHAS DE PESQUISA 133 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO QUADRO DISCIPLINAS E LINHAS DE PESQUISA 134 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO - QUADRO DISCIPLINAS E LINHAS DE PESQUISA 135 VIII. Recursos humanos de apoio técnico-administrativo. Instalações, equipamentos e outros recursos materiais. Sistemas informacionais e acervo Recursos orçamentários 136

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO DE ECONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM

POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO

MESTRADO E DOUTORADO

I. JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO O programa de pós-graduação em Políticas Públicas, Estratégias e

Desenvolvimento, em nível de mestrado e doutorado, no contexto da transformação do papel do Estado e de suas políticas, tendo em conta as estratégias inovadoras de atores sociais e de empresas, visa contribuir para a renovação conceitual e instrumental da ação pública comprometida com o desenvolvimento. O programa tem, em suma, como objetivo capacitar seus participantes não apenas para a identificação de prioridades, lacunas e possibilidades de ação no campo das políticas públicas, como efetivamente capacitá-los para processos decisórios estratégicos e para a ação voltados para a mudança institucional e para o desenvolvimento.

O programa, de caráter multidisciplinar e inter-institucional, é resultado do desejo e do compromisso de um grupo de docentes de diferentes formações acadêmicas, agregando uma combinação de saberes nos campos da Ciência Política, da Economia, do Direito, da Biologia, da História e da Geografia. Ancorado no campo das Ciências Sociais Aplicadas e das Ciências Humanas, o programa não pode prescindir dos métodos quantitativos da Matemática e da Estatística. Desta forma, o programa estrutura-se de maneira a transpor os muros do conhecimento compartimentado e fomentar a ampla circulação de idéias, de alunos e docentes. Em suma, pretende-se ampliar o diálogo entre o ensino e a pesquisa comprometidos com a reflexão: sobre o estado brasileiro e latino-americano; sobre estratégias empresariais; sobre inovação; e sobre os direitos de propriedade subordinados a uma agenda da inovação e do desenvolvimento.

O programa está concebido a partir da interação entre suas três áreas de concentração, que se organizam em torno das idéias-chave de inovação, estratégias de desenvolvimento e mudança institucional:

1. Governança e Políticas Públicas;

2. Instituições, Estratégias e Desenvolvimento;

3. Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento.

A sinergia entre as áreas de concentração - Governança e Políticas Públicas; Instituições, Estratégias e Desenvolvimento; e Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento – é construída a partir da explicitação de interfaces que busquem aproveitar o potencial de fertilização cruzada das áreas de concentração, a saber:

1. temas transversais – Políticas Públicas, Inovação e Mudança Institucional, Catching-up ou emparelhamento tecnológico.

2. enquadramentos teóricos - Economia Institucional, Sociologia Econômica, Visão Baseada em Recursos;

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3. molduras conceituais e temáticas - governança, accountability, federalismo e descentralização, estratégias nacionais de desenvolvimento, economia do conhecimento, redes sociais, redes tecnológicas, sustentabilidade, responsabilidade social, regulação, direitos de propriedade, regimes de apropriabilidade.

Queremos assinalar suas peculiaridades:

1. A ênfase na capacitação de gestores públicos, profissionais e docentes, voltada para a renovação do Estado, brasileiro e latino-americano, e para a formulação e discussão de estratégias e políticas a partir de uma sólida base de conhecimentos teóricos e de experiências comparadas de políticas públicas;

2. Combinação da orientação estratégica com a preocupação com a ação, tanto no âmbito público quanto na esfera não governamental;

3. A abordagem multidisciplinar e a combinação de distintos campos do saber;

4. A criação de um seminário de pesquisa permanente sobre as três áreas de concentração: transformações do estado brasileiro e latino-americano e experiências comparadas de gestão e políticas públicas; catching-up, estratégias inovadoras, desenvolvimento sustentável e mudança institucional; disseminação de informações sobre propriedade intelectual e suas múltiplas dimensões no contexto latino-americano.

5. A novidade da área de concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento, cujo tratamento interdisciplinar é pioneiro nas Américas, bem como o enquadramento dos direitos econômicos da propriedade intelectual numa moldura dos bens públicos globais, da inovação e do desenvolvimento;

6. A redução das barreiras entre programas de pós-graduação, visando aproveitar o potencial dos recursos de conhecimento existentes na UFRJ, nos programas associados - FIOCRUZ, mais diretamente, a partir de uma associação parcial para a terceira área de concentração, mas também com os programas da UERJ e da UNICAMP, na medida em que conta com docentes colaboradores desses programas;

7. A proposta de utilização de recursos de pesquisa e de ensino que incluem palestras em vídeo conferência, treinamento em métodos quantitativos avançados, constituição de grupos de pesquisa temáticos, ampla utilização de bases de dados disponíveis, apoio à publicação de artigos por parte do corpo discente e docente do programa, disseminação de informações e resultados nas páginas e portais do Programa;

8. A instituição de seminários, e cursos de pequena duração, de docentes internacionais, sendo estes cursos obrigatórios e em língua estrangeira, e uma estrutura flexível de ensino, caracterizada por cursos de duração diferenciada segundo a temática, seminários, docentes visitantes, e disciplinas realizadas fora do programa.

Em síntese, acreditamos que a proposta apresentada não encontra similares no Estado do Rio de Janeiro, no Brasil, ou mesmo em outros países. Por outro lado, a vocação ao mesmo tempo nacional e global do Rio de Janeiro, e a existência de importantes instituições públicas, governamentais e não governamentais, no Estado, sugere a oportunidade de sua constituição.

O Instituto de Economia, ao acolher a iniciativa de um grupo de professores do próprio Instituto, de outros Programas da UFRJ, e de fora dela, busca viabilizar não apenas a agregação desses recursos e temas, a partir de um enquadramento multidisciplinar convergente e da fertilização de seus eixos constitutivos, pretende formar profissionais prioritariamente comprometidos com uma agenda propícia ao desenvolvimento. Ou melhor, atores sociais comprometidos com a idéia do bem comum, de um entendimento sinérgico de que a sociedade resulta ser mais do que a soma de suas partes. A decisão de propor um programa acadêmico integrado, por outro lado, justificava-se pela existência de recursos de docência e pesquisa nos programas consolidados de pós-graduação já existentes e que

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poderiam ser potencializados, dada a existência de uma demanda por este tipo de conhecimento multidisciplinar.

O Programa, em nível de doutorado, destina-se, assim, a produzir uma reflexão original e uma ação transformadora por parte de profissionais das mais diferentes origens - professores e pesquisadores, lideranças políticas e de governos, gestores públicos, membros de organizações não governamentais - que se deparam com os desafios de interpretar, gerar conhecimentos e capacitar-se para processos decisórios estratégicos, e que possam, seja no plano das idéias ou no da ação política, contribuir para a implementação de programas e projetos de desenvolvimento. O Doutorado destina-se também aos que se pretendem dedicar-se ao ensino e à pesquisa nos campos de conhecimento das áreas de concentração do Programa. O profissional a ser formado pelo doutorado terá o título de Doutor em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento.

No caso do Mestrado Acadêmico, o público alvo do Programa é constituído por profissionais dos setores público e privado, lideranças políticas e de governos, gestores públicos e empresariais, membros de organizações não governamentais, professores, técnicos e pesquisadores que, no exercício de suas funções – policy-making no âmbito macro e micro, gerência estratégica corporativa, pública e não-governamental de programas e projetos de desenvolvimento, gerência de questões estratégicas - deparam-se com os desafios de compreender e intervir nas complexas realidades econômicas, sociais e políticas da atualidade. Mais especificamente, o programa se destina a capacitar profissionais das mais variadas procedências disciplinares para a formulação, seleção e acompanhamento de políticas e projetos de desenvolvimento. O Mestrado tem também como missão formar docentes para as Universidades que aceitam professores com diplomas de mestre. No caso do Mestrado, a orientação é mais pragmática, ou seja, o objetivo central é formar atores com capacidade de intervenção social. Por outro lado, o mestrado também se destina a preparar profissionais de perfil mais acadêmico para o ingresso no Doutorado. O profissional a ser formado pelo mestrado terá o título de Mestre em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento.

Cada uma das áreas de concentração possui uma história própria, a seguir narrada.

HISTÓRICO DAS ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO. A área de concentração em Governança e Políticas Públicas iniciou sua trajetória no

mestrado de Políticas Públicas do IFCS e buscará manter relações acadêmicas com outros docentes desse programa. Apesar de constituir uma área de ensino e pesquisa com temática e enquadramento disciplinar próprios, a possibilidade de desenvolver uma reflexão interdisciplinar em governança e governabilidade, a partir de uma perspectiva institucionalista, e com ênfase em estratégias e desenvolvimento, que pudesse, além disso, ser instrumental para pensar as políticas governamentais relacionadas com a propriedade intelectual, incentivou os docentes no sentido da ampliação do seu espaço acadêmico no novo programa. Desta forma, a área de concentração reuniu recursos e professores que estavam localizados tanto no Instituto de Economia, quanto no IFCHS, quanto no programa em Geografia do Instituto de Geociências, e em outras unidades da UFRJ. Esta área de concentração pretende refletir sobre o Estado e sua ação política, reunindo professores sênior, com reconhecidas contribuições acadêmicas, com recém doutores cujas teses estudaram em profundidade experiências de gestão pública recente, quer no plano nacional, estadual e principalmente no âmbito municipal, num certo sentido carente dessa reflexão. O marco comparativo internacional constitui referência obrigatória desta reflexão. A construção dessa área constitui, supõem-se, um grande desafio capaz de instigar professores permanentes, associados e docentes visitantes do programa.

A área de concentração em Instituições, Estratégias e Desenvolvimento percorreu uma longa trajetória que se inicia em 2001, como Programa Internacional de Pós-graduação em Instituições, Organizações Econômicas e Estratégias. Esse programa foi oferecido em

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nível de pós-graduação lato sensu pelo Instituto de Economia da UFRJ, e como mestrado e doutorado pelo CPDA (Curso de Pós-graduação em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade) da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. No CPDA constituía a linha de pesquisa em Instituições, Organizações e Estratégias, hoje denominada Instituições, Mercado e Regulação. Como programa lato sensu do Instituto de Economia, destinou-se à capacitação de técnicos do setor público (FINEP, BNDES, BANCO DO BRASIL, PETROBRÁS, etc.), tendo formado mais de 200 alunos ao longo dos quatro anos de vigência do curso. O programa contou com a contribuição de renomados professores nacionais e internacionais e, no caso dos alunos do mestrado e do doutorado do CPDA, com uma taxa de titulação próxima a cem por cento. Como linha de pesquisa do programa de pós-graduação stricto sensu (CPDA) encontrava-se limitada pelo interesse naturalmente dominante em estudos sobre os temas do rural. Por outro lado, e num plano maior, a possibilidade de acolher propostas de dissertações e teses com temas e abordagens diferenciadas encorajou os docentes a buscarem as sinergias que as demais áreas de concentração deste novo programa – Governança e Políticas Públicas; Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento – podem oferecer a Instituições, Estratégias e Desenvolvimento, e que esta pode oferecer às demais. Concretamente: a reflexão sobre o Estado, Governo e Políticas Públicas não pode prescindir de um enquadramento institucional e de uma visão estratégica; a área de concentração em “Instituições, Estratégias e Desenvolvimento” não pode prescindir do entendimento das transformações do papel do Estado, além de encontrar um fecundo campo de pesquisa nas múltiplas dimensões dos direitos de propriedade, especialmente quando se enfatiza a inovação e se tem em conta o estágio de desenvolvimento dos países.

A área de concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento tem uma história muito mais recente. Em 2005, a UFRJ, através do Instituto de Economia, foi chamada a organizar um programa interdisciplinar de pós-graduação lato sensu, dirigido a técnicos do INPI e a pesquisadores interessados na temática da propriedade intelectual. A crescente importância da propriedade intelectual, sua inevitável relação com os processos de geração e difusão de inovações e a necessidade de difundir uma cultura de proteção ao conhecimento, permitiram a formatação de um curso e de oito grupos de pesquisa nos mais diversos temas relacionados com a proteção da propriedade intelectual. A rica experiência de ensino e pesquisa derivada do Laboratório em Inovação e Gestão da Propriedade Intelectual levou os professores comprometidos com a iniciativa a considerarem a oportunidade de transformar o curso lato sensu em uma área de concentração do mestrado e doutorado acadêmico em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento. Ainda que se atenda às especificidades do tema da inovação e da propriedade intelectual, busca-se introduzir uma dimensão de governança e políticas públicas, bem como uma perspectiva institucionalista para a análise da agenda da inovação e do desenvolvimento em propriedade intelectual. O Brasil carece, ainda hoje, de um núcleo de desenvolvimento de estudos sobre os distintos componentes dos direitos de propriedade intelectual (patentes, marcas, segredos tecnológicos, proteção e infração dos direitos autorais, denominações de origem geográfica, proteção ao conhecimento tradicional, cultivares, etc) e estratégias de exploração desses direitos associadas às estratégias das instituições, por um lado, e de proteção às suas características de bens públicos globais, por outro.

Paralelamente, outras iniciativas acadêmicas em propriedade intelectual desenvolviam-se complementarmente, por exemplo, com a criação do Núcleo de Pesquisas em Propriedade Intelectual no âmbito da Faculdade de Direito da UERJ e em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) e a criação da disciplina propriedade intelectual em biociências, na esfera dos cursos de mestrado e doutorado do programa de ensino em biociências da FIOCRUZ. Visualizou-se assim o grande potencial de integração acadêmica e de reflexão multidisciplinar que a união dessas iniciativas poderia trazer ao programa.

Vale ressaltar que a propriedade intelectual é razão de ser de diversos programas de pós-graduação nos países desenvolvidos, posto que o tema é intimamente ligado às

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questões de inovação, de desenvolvimento econômico e social e de diplomacia. A inclusão da área no programa Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento vem, pois, suprir grave lacuna no Brasil. Pretende-se oferecer condições para a formação de docentes, pesquisadores e gestores de alta qualificação. Uma vez que há, no país, uma notória escassez de doutores neste campo do conhecimento, o programa também inova ao conseguir reunir competências dispostas a investir continuamente em um projeto de conhecimento estratégico. Outro aspecto não menos importante é a formação de um conjunto de expressões e pensamentos relacionados aos aspectos do desenvolvimento brasileiro. As soluções de políticas de propriedade intelectual dos países desenvolvidos nem sempre refletem as necessidades de nações com níveis de capacitação tecnológica e econômica menos expressivos. Propiciar um ambiente de ensino, pesquisa e reflexão em assuntos de propriedade intelectual contribuirá para a realização de negociações e contratações mais vantajosas para o Brasil.

II – ESTRUTURA CURRICULAR DO CURSO A Estrutura Curricular do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas,

Estratégias e Desenvolvimento compõe-se da seguinte forma:

1. DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS:

- Mestrado: Métodos Quantitativos para Análises Sociais e Econômicas; Metodologia de Pesquisa para Dissertação de Mestrado;

- Doutorado: Metodologia para Avaliação de Políticas; Metodologia de Pesquisa para Tese de Doutorado.

2. DISCIPLINAS ELETIVAS: conjunto de nove disciplinas, sendo três de cada área de concentração, com o objetivo de construir pontes e terrenos comuns entre as áreas. - o aluno, seja do Mestrado ou do Doutorado, escolhe, obrigatoriamente, duas disciplinas desse conjunto, sendo necessariamente ambas fora de sua área de concentração;

3. DISCIPLINAS ESPECÍFICAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: Todas as demais disciplinas são específicas da Área de Concentração.

4. DISCIPLINAS EXTERNAS AO PROGRAMA: observados os limites estabelecidos no Regimento Interno da Pós-graduação.

5. DISCIPLINA DE APERFEIÇOAMENTO DIDÁTICO: obrigatória para alunos bolsistas, sendo um semestre para mestrandos e dois semestres para doutorandos. Essa Estrutura Curricular é compatível com o Capítulo V (Da Organização Curricular).

1. DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS MESTRADO: ESTATÍSTICAS SOCIAIS E ECONÔMICAS METODOLOGIA PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DOUTORADO: METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS

METODOLOGIA PARA TESE DE DOUTORADO

2. DISCIPLINAS ELETIVAS: 1.1 HISTÓRIA DO PENSAMENTO POLÍTICO E SOCIAL BRASILEIRO 1.2 INSTITUIÇÕES, ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS 1.3 CONSTITUCIONALISMO MODERNO E ACCOUNTABILITY 2.1 GLOBALIZAÇÃO E INSTITUIÇÕES DE GOVERNANÇA GLOBAL 2.2 INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES E ESTRATÉGIAS

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2.3 INSTITUIÇÕES E ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO INDUSTRIAL 3.1 ECONOMIA DA TECNOLOGIA 3.2. A GLOBALIZAÇÃO E HARMONIZAÇÃO DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL 3.3. NEGOCIAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA LISTA DAS DISCIPLINAS POR ÁREA DE CONCENTRAÇÃO (ELETIVAS E ESPECÍFICAS):

1. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS.

1. Disciplina 1.1: HISTÓRIA DO PENSAMENTO POLÍTICO E SOCIAL BRASILEIRO

2. Disciplina 1.2: INSTITUIÇÕES, ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS. 3. Disciplina 1.3: CONSTITUCIONALISMO MODERNO E ACCOUNTABILITY 4. Disciplina 1.4: DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO E GOVERNANÇA 5. Disciplina 1.5: POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO DESCENTRALIZADA: NOVAS

CONFIGURAÇÕES

6. Disciplina 1.6: GESTÃO FINANCEIRA ESTADUAL E MUNICIPAL 7. Disciplina 1.7: POLÍTICA AMBIENTAL, DESCENTRALIZAÇÃO E QUALIDADE DE

VIDA 8. Disciplina 1.8: MEIO AMBIENTE E CONVENÇÕES GLOBAIS 9. Disciplina 1.9: GESTÂO PÚBLICA E TERRITÓRIO 10. Disciplina 1.10: CONTEMPORANEIDADE: RECONFIGURAÇÃO DO POLÍTICO E

DAS RESPONSABILIDADES SOCIAIS.

2. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO

11. Disciplina 2.1: GLOBALIZAÇÃO E INSTITUIÇÕES DE GOVERNANÇA GLOBAL 12. Disciplina 2.2: INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS E ESTRATÉGIAS 13. Disciplina 2.3: INSTITUIÇÕES E ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO INDUSTRIAL 14, Disciplina 2.4.: INSTITUIÇÕES E DESENVOLVIMENTO 15. Disciplina 2.5: DIREITO E ECONOMIA 16. Disciplina 2.6: ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE

17.Disciplina 2.7: DINÂMICA EMPRESARIAL E APLICAÇÕES 18. Disciplina 2.8: CONHECIMENTO E INOVAÇÃO EM MICRO E PEQUENAS

EMPRESAS 19. Disciplina 2.9: ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS E SUSTENTABILIDADE

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3- ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO

20. Disciplina 3.1: ECONOMIA DA TECNOLOGIA 21. Disciplina 3.2: A GLOBALIZAÇÃO E HARMONIZAÇÃO DOS DIREITOS DE

PROPRIEDADE INTELECTUAL 22. Disciplina 3.3: TRASFERÊNCIA DE TECNOLOGIA E DIREITOS DA PROPRIEDADE

INTELECTUAL - NEGOCIAÇÃO E GESTÃO 23. Disciplina 3.4: ORGANIZAÇÃO DO MERCADO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA 24. Disciplina 3.5: PROPRIEDADE INTELECTUAL E BIOTECNOLOGIA EM SAÚDE 25. Disciplina 3.6: GESTÃO PÚBLICA, PROPRIEDADE INTELECTUAL E

ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO 26. Disciplina 3.7: PROPRIEDADE INTELECTUAL E MEDICAMENTOS 27. Disciplina 3.8: LIMITES CONCORRENCIAIS DA PROPRIEDADE INTELECTUAL 28. Disciplina 3.9: PROTEÇÃO INTELECTUAL EM PROGRAMAS DE COMPUTADOR 29. Disciplina 3.10: PROPRIEDADE INTELECTUAL NO AGRONEGÓCIO 30. Disciplina 3.11: INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS, DESENVOLVIMENTO REGIONAL E

COMPETITIVIDADE

31. Disciplina 3.12: DIREITOS DE AUTOR E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 32. Disciplina 3.13: DIREITOS DE MARCAS

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GRADE CURRICULAR POR SEMESTRES DISCIPLINAS

PRIMERIO SEMESTRE SEGUNDO SEMESTRE TERCEIRO SEMESTRE

METODOLOGIA PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - Vários

OBRIGATÓRIAS ESTATÍSTICAS SOCIAIS E ECONÔMICAS Carlos Eduardo Young

METODOLOGIA PARA AVALIA ÇÃO DE POLÍTICAS Lena Lavinas

METODOLOGIA PARA TESE DE DOUTORADO Vários

HISTÓRIA DO PENSAMENTO POLÍTICO E SOCIAL BRASIL. Wanderley Guilherm dos Santos

INSTITUIÇÕES, ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS Eli Diniz

CONSTITUCIONALISMO MODERNO E ACCOUNTA BILITY Charles Pessanha

GLOBALIZAÇÃO E INSTI TUIÇÕES DE GOVERNANÇA GLOBAL – Ana Célia Castro e Eli Diniz

INSTITUIÇÕES, ORGANIZA ÇÕES E ESTRATÉGIAS – Ana Célia Castro

INSTITUIÇÕES E ESTRATÉGIAS DE CRES CIMENTO INDUSTRIAL – Antonio Barros de Castro

ELETIVAS

ECONOMIA DA TECNO LOGIA - Paulo Tigre

GLOBALIZAÇÃO E HARMONI ZAÇÃODOS D.P.I. – Ronaldo Fiani e Juliana N. Magalhães

TRANS FERÊNCIA DE TECNOLOGIA E DIREITOS DA P.I. NEGOCIAÇÃO E GESTÃO– José Carlos Vaz e Dias

DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO E GOVERNANÇA – Eli Diniz

GESTÃO FINANCEIRA ESTADUAL E MUNICIPAL – Renata La Rovere e Sol Garson

MEIO AMBIENTE E CONVENÇÕES GLOBAIS – Carlos Eduardo Young e Valéria da Vinha

POLÍTICAS PÚBLICAS E GES TÃO DESCENTRALIZADA: NOVAS CONFIGURAÇÕES – Maria Antonieta Leopoldi

POLÍTICA AMBIENTAL, DESCENTRALIZAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA – Iná de Castro e Estela Neves

GESTÃO PÚBLICA E TERRITÓRIO Iná de Castro

INSTITUIÇÕES E DESENVOL VIMENTO – Ronaldo Fiani

ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE – Carlos Eduardo Young

CONTEMPORANEIDADE: RECONFIGURAÇÃO DO POLÍTICO E DAS RESPON SABILIDADES SOCIAIS – Silvana de Paula

DIREITO E ECONOMIA – Maria Teresa Leopardi

DINÂMICA EMPRESARIAL E APLICAÇÕES – Victor Prochnick

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – Renata La Rovere

ORGANIZAÇÃO DO MERCA DO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA - Luiz Martins e Lia Hasenclever

PROPRIEDADE INTELECTUAL E MEDICAMENTOS – Cláudia Chamas

ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS E SUSTENTABILIDADE – Valéria da Vinha

PROPRIEDADE INTELECTU AL EM BIOTECNOLOGIA – Cláudia Chamas

LIMITES CONCORRENCIAIS DA PROPRIEDADE INTELECTUAL – João Assafim DIREITO DE MARCAS – João Assafim

INDICAÇÕES GEOGRÁ FICAS, DESENVOLVI MENTO REGIONAL E COMPETITIVIDADE – Sérgio Paulino

ESPECÍFICAS

GESTÃO PÚBLICA, PROPRIE DADE INTELEC TUAL E ESTRATÉGIAS DE DESEN VOLVIMENTO – Carlos Morel

PROPRIEDADE INTELECTUAL NO AGRONEGÓCIO – Sérgio Paulino

PROTEÇÃO INTELECTU AL EM PROGRAMAS DE COMPUTADOR – Sérgio Salles Filho DIREITOS DE AUTOR E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO – Antonio Márcio Buainain

BOLSISTAS Aperfeiçoamento Didático Aperfeiçoamento Didático Aperfeiçoamento Didático

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DISCIPLINAS, EMENTAS E BIBLIOGRAFIAS DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS: SESSENTA HORAS AULA, QUATRO CRÉDITOS; DISCIPLINAS ELETIVAS E ESPECÍFICAS: TRINTA HORAS AULA, DOIS CRÉDITOS.

DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA

E POLÍTICAS PÚBLICAS 1.1. HISTÓRIA DO PENSAMENTO POLÍTICO E SOCIAL BRASILEIRO (30 H AULA) Professor: Wanderley Guilherme dos Santos Ementa:

O principal objetivo do curso consiste em revelar o sistema de causalidade econômica e social implícito nas reflexões dos autores nacionais, seja quando têm por tema as condições internas do país, seja quando especulam sobre cenários futuros incluindo o panorama internacional. As conexões entre crescimento econômico e autonomia nacional, por exemplo, são recorrentes nos autores mais importantes do século dezenove, mas nem sempre ficam claras as mediações que conduzem de um fenômeno a outro. As teorias internacionais forneciam o estoque de questões a serem debatidas, mas ao longo da história os teóricos brasileiros tiveram que explicar como as idéias sobre a sociedade e suas instituições poderiam se transformar em matéria social com poder causal. Por este prisma, acredita-se vir a ser possível escapar à tirania da ordem cronológica e apresentar uma abordagem inovadora à sucessão de debates que caracterizaram os dois últimos séculos brasileiros.

Bibliografia Será utilizada como principal fonte bibliográfica o Roteiro Bibliográfico do

Pensamento Político-Social Brasileiro (1870-1965), Belo Horizonte/Rio de Janeiro, Editora UFMG/Casa de Oswaldo Cruz, 2002. Além de textos clássicos já registrados Visconde de Uruguai, Alberto Torres, Vitor Nunes Leal, por exemplo serão também privilegiados, sob nova perspectiva, os trabalhos de Tavares Bastos, os estudos políticos e econômicos de José de Alencar, os debates tributários ao longo do século XIX e a controvérsia nuclear do século XX entre intervencionistas e liberais.

1.2. INSTITUIÇÕES, ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS (30 H AULA) Professor: Eli Roque Diniz Ementa:

O objetivo do curso é avaliar abordagens alternativas referentes aos processos de formulação e implementação de políticas públicas. O curso está dividido em três partes. Quais os princípios teóricos subjacentes a cada um dos enfoques selecionados, quais o alcance e os limites de cada um deles, são algumas das questões que nortearão as discussões, na primeira parte. Num segundo momento, será dada atenção especial aos diferentes formatos institucionais de articulação entre os setores público e privado, nos países capitalistas avançados. Finalmente, um terceiro aspecto a ser focalizado refere-se às relações entre crise, transição, governabilidade e novas modalidades de articulação Estado-sociedade, nos países em desenvolvimento, tendo em vista a discussão contemporânea sobre o novo papel do Estado e estratégias de desenvolvimento. As três partes em que se subdivide o curso serão desdobradas em tópicos de acordo com a bibliografia selecionada.

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1ª Parte: O objetivo desta parte é a discussão de algumas abordagens clássicas de políticas públicas e modelos de regulação. Não se pretende uma análise exaustiva dos enfoques teóricos existentes, senão que uma avaliação preliminar de alguns textos básicos.

2ª Parte: O foco será o estudo de conjunturas críticas de mudança nos países capitalistas centrais. Serão abordadas situações complexas envolvendo crises externas e a busca de novas vias de desenvolvimento. Crises, transição, Estado e políticas públicas, formas alternativas de articulação públicoprivado serão alguns dos principais tópicos de discussão.

3ª Parte: Crises externas e reestruturação da agenda pública nos países em desenvolvimento. Estabilização e reformas, nas décadas de 1980 e 1990. O debate contemporâneo sobre estratégias alternativas de desenvolvimento no período pós-reformas orientadas para o mercado. A transição de um Estado produtor para um Estado regulador: em busca de novas formas de articulação Estado-sociedade e de novos arranjos institucionais para enfrentar os desafios do novo milênio.

Bibliografia CHANG, Ha-Joon., Globalization, Economic Development and the Role of the State.

Malaysia, London and New York: TWN, Zed Books LTD. 2003.

LOWIE, T. J., American Business, Public Policy, Case-Studies and Political Theory, World Politics, vol. 16, 1964: 677-715.

EVANS, P., Embedded Autonomy, States & Industrial Transformation. New Jersey: Princeton University Press. 1995.

GOUREVITCH, P., Politics in Hard Times, Comparative Responses to International Economic Crises, Ithaca and London: Cornell University Press, 1986.

GRINDLE, Merilee S. and THOMAS, John W., Public Choices and Policy Change, Baltimore and London: The John Hopkins University Press, 1991.

HAGGARD, S. and KAUFMAN, R., The Politics of Economic Adjustment, Princeton, New Jersey: Princeton University Press. 1992.

HALL, P. A. e SOSKICE, D., Varieties of Capitalism: The Institutional Foundations of Comparative Advantage. Oxford: Oxford University Press. 2001.

MAXFIELD, Sylvia and SCHNEIDER, Ben Ross (eds)., Business and the State in Developing Countries, Ithaca and London: Cornell University Press, 1997.

BOSCHI, R. (org.), Corporativismo e Desigualdade, A Construção do Espaço Público no Brasil, Rio de Janeiro, IUPERJ/Rio Fundo.

DINIZ, E., Globalização, Reformas Econômicas e Elites Empresariais, Rio de Janeiro: FGV, 2004 (2ª edição).

SALISBURY, R. H., The Analysis of Public Policy: A Search for Theories and Roles, In A Ranney (ed.), Political Science and Public Policy, Chicago: Markham Publishing Co, 1968: 151-175.

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1.3. CONSTITUCIONALISMO MODERNO E ACCOUNTABILITY (30 H AULA) Professor: Charles Pessanha Ementa:

As leis constitucionais existem para proteger os indivíduos dos abusos da autoridade pública, mediante uma declaração de direitos e um processo de pluralização do poder. Estas dimensões representam a base do que se convencionou chamar de constitucionalismo moderno, como demonstram as ideais dos founding fathers americanos e franceses. Para os federalistas "sem controle externo uma maioria tiraniza uma minoria ou uma minoria tiraniza uma maioria". Mais específica com relação à administração pública, a Declaração de Direitos da Revolução Francesa rezava: "La société a lê droit de demander compte à tout agent public de sont adminis-tration". Esses princípios foram materializados em duas instituições importantes, que serviram de modelos para várias outras sociedades: o General Accounting Office e a Cour de Comptes.

São modalidades de agências estatais com poder legal para realizar ações rotineiras de supervisão a sanções legais ou impeachment contra atos ou omissões de outros agentes ou agências públicas qualificadas como delituosas, de acordo com o que O´Donnel classifica como accountability horizontal.

As democracias da chamada terceira onda, principalmente na América Latina e Europa Oriental, ratificaram seus processos de transição política em pactos constitucionais que deram grande relevância às questões ligadas ao processo de accountability horizontal, tendo em vista os clientelismo e patrimonialismo crônico dessas sociedades. As instituições inseridas nos textos constitucionais são, em sua maioria, cópias dos melhores modelos dos países de democracia avançada. No entanto, subsistem os problemas para os quais essas instituições visam ao combate.

O curso objetiva uma na análise do constitucionalismo, dos mecanismos de pluralização de poder e do processo de accountability, sem perder de vista a análise das instituições destinadas à sua implementação, principalmente no caso brasileiro.

Bibliografia ACKERMAN, Bruce. "The New Separation of Powers". Harward Law Review, vol. 113, n. 3,

(2000), pp.642-727.

BEHN, Robert D. Rethinking Democratic Accountability. Washington, Brookings Institution Press.2001.

BELLAMY, Richard. “The Political Form of The Constitution: the Separation of Powers", Rights and Representative Democracy".Political Studies, XLIV, 1996, pp. 436-56.

BOGDANOR, Vernon. “The Scott Report” Public Administration, London, Vol. 47, Winter 1996, pp.593-611.

CANOTILHO, J.J. Direito Constitucional. Coimbra, Ed. Almedina, 1998.

CARDOSO, Sérgio. "Que República? Notas sobre a Tradição do 'Governo Misto". In: Newton Bignotto, (org) Pensar a República. Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2000, pp.27-48.

DAHL, Robert, A. How Democratic Is the American Constitution?. New Heaven & London, Yale University Press, 2001.

ELSTER & SLAGSTAD. Constitutionalism and Democracy. Cambridge, Cambridge University Press, 1988(**).

FINER, S. E. The History of Government Vol. III. Oxford, Oxford University Press, 1999.

GRANT Ruth W.; KEOHANE, Robert O. “Accountability and Abuses of Power in World Politics” American Political Scince Review, Vol. 99, n. 1, Frebruary, 2005.

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MACILWAIN, Charles H. Constitutionalism, Ancient and Modern. Ithaca, Cornel University Press. 1947.

MADISON, J., HAMILTON, A. JAY, J. Os Artigos Federalistas. Rio de Janeiro, Ed. Paz e Terra, 1987.

MAINWARING, Scott; WELNA, Christopher. Democratic Accountability in Latin America. Oxford, Oxford University Press.

MONTESQUIEU, O Espírito das Leis, Brasília, Brasilia, Ed. UnB,1995.

O'DONNEL, Guillermo. "Accountability Horizontal e Novas Poliarquias", Lua Nova 44: (1998).

PESSANHA, Charles. The National Congress and External Control in Brazil: The Federal Court of Accounts, 1946-1998. Session Governance and Accountability in Institutional Design: Analyses of Experiments?, 18th IPSA World Congress, Quebec, Canada, 2000.

POCOCK, J.G.A. "The Ideal of Citizenship Since Classical Times", in Beiner, R. Theorizing Citizenship.Albany, State University of New York 1995, pp. 29-52.

PRZEWORSKI, Adam, STOKES, Susan C., and MANIN Bernard. Democracy, Accountability, and Representation. Cambridge: Cambridge University Press, 1999.

RIBEIRO, Renato Janine. "Democracia versus República", in Pensar a República, Newton Bignotto, (org). Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2000, pp. 13-25.

SKINNER, Quentin. The Foundations of Modern Political Thought, Cambridge, Cambridge University Press, 1978.

VILE, M.J.C. Constitutionalism and Separation of Powers. Indianapolis, Liberty Fund, Inc. 1998.

WHEARE, K.C. Modern Constitutions. London, Oxford University Press, 1956.

1.4. DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO E GOVERNANÇA (30 H AULA) Professor: Eli de Roque Diniz Ementa: O curso tem por objetivo discutir algumas questões centrais da agenda contemporânea do debate acadêmico, relacionando-as com aspectos básicos do funcionamento das democracias modernas. Questões clássicas, como as características da poliarquia, as relações entre os poderes, a articulação entre sociedade civil e Estado, teorias da representação política, políticas públicas e presidencialismo de coalizão, globalização e democracia, governabilidade e governança, participação e co-gestão, responsiviness e accountability, transparência e controle externo serão retomadas, à luz da produção teórica mais recente. O curso está dividido em 4 tópicos: Democracia e Representação Política; Instituições políticas e democracia: "responsiviness/accountability"; Relações Executivo/Legislativo; e, Globalização, sociedade civil e democracia.

Bibliografia 1- Democracia e Representação Política: DAHL, Robert, Poliarquia, São Paulo, Edusp, 1997.

DAHL, Robert, Democracy and Its Critics. New Haven/London: Yale University Press PITKIN, Hanna, The Concept of Representation, Berkeley, University of California Press, 1972, caps 7, 8 e 10.

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2 - Instituições políticas e democracia: "responsiviness/accountability": ELSTER, Jon, (ed.), Deliberative Democracy, Cambridge, University of Cambridge, 1998.

PRZWORSKI, Adam, MANIN, Bernard e STOKES, Susan (eds), Democracy, Accountability and Representation, New York, Cambrige Univesity Press, 1999.

O´DONNELL, Guillermo, “Teoria Democrática e Política Comparada”, Dados, vol. 42, nº 4, 1999.

DINIZ, Eli, ‘Governabilidade, Democracia e Reforma do Estado: o Desafio da Construção de uma Nova Ordem no Brasil dos Anos 90’. In: Dados, vol. 38, nº 3, 1995.

3 - Relações Executivo/Legislativo: FIGUEIREDO, Argelina e LIMONGI, Fernando. Executivo e Legislativo na Nova Ordem

Constitucional. Rio de Janeiro: Ed. Da FGV, 1999.

PALERMO, Vicente, “Como se Governa o Brasil? O Debate sobre Instituições Políticas e Gestão de Governo”, Dados, vol. 43, nº 3.

SANTOS, Fabiano. “Partidos e Comissões no Presidencialismo de Coalizão”. Dados, vol 45, nº 2, 2002.

4 - Globalização, sociedade civil e democracia: KEANE, John, Democracy and Civil Society. Londres: Verso, 1998.

COHEN, Joshua e ROGER, Joel, Associations and Democracy. Londres: Verso,1995.

KITSCHELT, H., LANGE, P., MARKS, G. & STEPHENS, J. D. (eds), Continuity and Change in Contemporary Capitalism, Cambridge, Cambridge University Press, 2000, caps 3 e 4.

STIGLITZ, Joseph E. A Globalização e seus malefícios. A promessa não cumprida de benefícios globais. São Paulo: Futura. 2004.

PUTNAM, Robert, Comunidade e Democracia, A Experiência da Itália Moderna. Rio de Janeiro: Ed. Da Fundação Getúlio Vargas, 1996.

1.5. POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO DESCENTRALIZADA: NOVAS CONFIGURAÇÕES (30 H AULA)

Professor: Maria Antonieta Leopoldi Ementa:

Nas duas últimas décadas do séc. XX a mudança dos valores que sustentam a ação do Estado nacional, combinada aos novos experimentos de gestão local, resultaram em uma concepção inovadora sobre a coordenação política. O debate entre os que favoreciam a coordenação pelo Estado nos países capitalistas (keynesianismo e social democracia) e os que defendiam a coordenação pelo Mercado (policy-makers neoliberais, economistas neo-clássicos) deu lugar a um terceiro campo de discussão sobre modelos de gestão de políticas governamentais: a gestão descentralizada combinada à coordenação por redes (Castels, Lechner). As raízes intelectuais do movimento de descentralização administrativa nos anos 90 vêm da direita (neoliberalismo) e da esquerda (terceira via, social-liberalismo) e já estão presentes nos dois modelos de gestão de políticas sociais propostos pela Constituinte de 1987-88 na gestão das políticas de educação e de saúde.

Paralelamente a esta discussão teórica introduziu-se também a reflexão sobre as fronteiras que separam os conceitos de público e privado.

Com o fim da hegemonia da era keynesiana nos paises capitalistas europeus, à força do argumento neoliberal anglo-saxão (governos Thatcher e Reagan), que vê o Estado como problema, somaram-se novas formas de gestão compartilhada. Governos europeus em

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busca de uma terceira via que mantivesse o papel do Estado como centro das políticas de welfare, sem depender exclusivamente da extração fiscal para viabilizar políticas sociais, lançaram-se em experimentos de gestão descentralizada, operando através de parcerias e de networks. Dentre os parceiros dessas novas políticas descentralizadas surgiram empresas privadas (atuando sob a forma de responsabilidade corporativa), movimentos sociais, ongs, e estruturas nacionais e subnacionais de gestão pública como parte de uma rede de vários nós. O curso sustenta que apesar dos condicionantes gerais da ordem internacional, o formato e a substância das políticas públicas compartilhadas são afetados por questões institucionais (características políticas regionais, regime político em vigor). Reformas econômicas, movimentos sociais, aumento da demanda por participação no processo de gestão pública são fatores que levam aos processos inovadores de gestão, que reformam partes do Estado nacional e alteram a estratégia da governança.

O ponto de partida do curso são os conceitos ligados às novas formas de governança: solidariedade, responsabilidade, comunidade, capital social,

Bibliografia ARRETCHE, Marta (2000), Estado Federativo e Políticas Sociais. Determinantes da

Descentralização. Rio de Janeiro, Ed. Revan; São Paulo, FAPESP.

BAKER, I. e MILLER, R. (1996), Escape from fordism: the emergence of alternative forms of state administration and output, in BOYER, R. e DRACHE, D. States against Markets, London, Routledge.

BRESSER PEREIRA, L.C. e GRAU, Nuria (organizadores) (1999) O Público não estatal na reforma do Estado Caracas, CLAD e Rio de Janeiro, Editora da FGV.

BRESSER PEREIRA,L.C e outros (organizadores) (1999), Sociedade e Estado em Transformação São Paulo, Editora da Unesp; Brasília, ENAP.

DINIZ, Eli (1997) Crise, Reforma do Estado e Governabilidade Rio de Janeiro, Editora da FGV.

EVANS, Peter (1996), Government Action, Social Capital and Development: in World Development vol. 34, n. 6.

GRAU, Nuria (1998), Repensando o público através da sociedade. Novas formas de gestão pública e representação social. Rio de Janeiro, Ed. Revan; Brasília, ENAP.

LECHNER, N. (1997), Três formas de coordinacion social: in Revista de la Cepal n. 61, abril.

OFFE, Claus (1997), Towards a new equilibrium of citizen´s rights and economic resources, in Social Cohesion and the Globalising Economy. What does the future hold? Paris, OECD.

PUTNAM, R. (1996), Comunidade e Democracia. A experiência da Itália Moderna Rio de Janeiro, Editora da FGV.

SCHMITTER, P. e STREECK, W. (1985), Private Interest Government. Beyond Market and State, London, Sage Publications.

SKIDMORE, David (2001), Sociedade Civil, capital social e desempenho econômico: in ABREU, A. (Coordenadora) Transição em fragmentos.

Desafios da Democracia no final do século XX. Rio de Janeiro, Editora da FGV.

SOUZA, Celina e CARVALHO, Inaiá (1999), Reforma do Estado, Descentralização e Desigualdades? in Revista Lua Nova n. 48, São Paulo.

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1.6. GESTÃO FINANCEIRA ESTADUAL E MUNICIPAL (30 H AULA) Professor: Renata Lebre La Rovere e Sol Garson Ementa: O curso fornecerá instrumentos para a compreensão da estrutura dos orçamentos e análise da situação e do desempenho financeiro de governos subnacionais.Com isto, busca-se atingir o objetivo principal: capacitar os alunos para a análise e acompanhamento do gasto público e para o desenho de sistemas de avaliação de políticas públicas. Apesar do foco nas finanças subnacionais, os temas a serem abordados são de caráter geral e se aplicam, com as devidas qualificações, às finanças federais. Os temas serão abordados em três blocos.

1º Bloco: O objetivo, neste bloco, é fazer uma revisão de conceitos básicos necessários à análise das finanças públicas, Em particular, busca-se compreender a ação do Estado em países de organização federativa, voltando a atenção para os aspectos fiscais de processo de descentralização fiscal no Brasil.

2º Bloco: Neste bloco, será oferecido o instrumental necessário à análise do desempenho financeiro de estados e municípios: estrutura dos orçamentos públicos e regras da execução orçamentária, conteúdo das peças orçamentárias e verificação de sua consistência - Plano Plurianual (PPA), Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), Lei de Responsabilidade Fiscal, conceitos básicos para análise de desempenho financeiro de governos subnacionais. Serão também apresentadas as principais fontes de informação sobre finanças públicas no Brasil: seu conteúdo, forma de apresentação e as dificuldades metodológicas das fontes.

3º Bloco: A evolução recente das finanças de estados e municípios brasileiros é o objeto deste bloco, em que se discutirão as oportunidades e dificuldades com que se defrontam para gerir suas finanças. A discussão se valerá do instrumental adquirido no bloco anterior, para a análise de estados e municípios quanto à estrutura da receita e diferenças no perfil de receita per capita, distribuição funcional e por categoria econômica da despesa, peso do serviço da dívida, contas de resultado orçamentário e composição das fontes de financiamento para o investimento. Busca-se, na análise, avaliar o grau de rigidez dos orçamentos públicos vis a vis a autonomia formalmente concedida pela Constituição federal aos estados e municípios. Discute-se como a estrutura de fontes de financiamento do investimento público afeta sua sustentabilidade e a possibilidade de cooperação entre União, estados e municípios: projetos de longo prazo só poderão ser desenvolvidos em um ambiente de cooperação, caso os participantes disponham de garantia de fontes de recursos, que lhes permitam assumir compromissos de caráter permanente.

Bibliografia GARSON, Sol, RIBEIRO, Luiz Cesar de Queiroz (Coord.). Análise do desempenho fiscal

dos municípios das áreas metropolitanas: Relatório da Atividade 3c: Projeto Análise das Regiões Metropolitanas do Brasil. Rio de Janeiro: Observatório das Metrópoles, 2004, disponível em http://www.ippur.ufrj.br/ observatorio/

____. Lei de Responsabilidade Fiscal: Acompanhamento da execução orçamentária: Criando instrumentos para o equilíbrio fiscal dos municípios. 2001. Banco Federativo: www.federativo.bndes.gov.br.

Giacomoni, James. Orçamento Público, São Paulo,Editora Atlas, 2000, 314p.

GIAMBIAGI, Fábio. Do déficit de metas às metas de déficit: a política fiscal do governo Fernando Henrique Cardoso? 1995/2002. BNDES, Texto para Discussão nº 93, 2002.

____, ALÉM, Ana Cláudia Duarte. Finanças públicas: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 384p.

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MENDES, Marcos. Federalismo Fiscal. In: BIDERMAN, Ciro (Org.); ARVETE, Paulo Roberto (Org.).Economia do setor público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 421-461.

Mora, Monica, Giambiagi, Fábio, Federalismo e endividamento subnacional: uma discussão sobre a sustentabilidade da dívida estadual e municipal - TD 1142 - Rio de Janeiro, Ipea, 2005, em http://www.ipea.gov.br/pub/td/2005/ td_1142.pdf

Mora, Monica, Processo de endividamento dos estados e limites à descentralização e à autonomia. Rio de Janeiro, UFRJ, 1997 (dissertação de mestrado).

Nascimento, Edson. Ronaldo, Debus, Ilvo Entendendo a Lei de Responsabilidade Fiscal. 2ª edição http: //federativo. bndes. gov.br/bf_bancos/estudos/ e0001737.pdf.

PRADO, Sérgio Roberto (coordenador); QUADROS Waldemir; CAVALCANTI, Carlos Eduardo. Partilha de recursos na federação brasileira. São Paulo: FAPESP: FUNDAP; Brasília: Ipea, 2003. 245p.

REZENDE, Fernando; CUNHA, Armando (coordenadores). Disciplina fiscal e qualidade do gasto público: fundamentos da reforma orçamentária. Rio de Janeiro: FGV, 2005. 156p.

REZENDE, Fernando Antonio. Finanças públicas. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2001. 382p.

VAINER, Ari; ALBUQUERQUE, Josélia; GARSON,Sol. Plano Plurianual - Manual de Elaboração, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Caixa Econômica Federal, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e comércio Exterior/ BNDES, 2005 - ISBN 85-86836-05-2.

____. Lei de Diretrizes Orçamentárias? Manual de Elaboração. Coleção Simples Municipal, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e comércio Exterior/ BNDES ,2001.

____.Lei Orçamentária Anual? Manual de Elaboração. Coleção Simples Municipal, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e comércio Exterior/ BNDES, 2001.

VIGNOLI, Fernando Henrique. Legislação e execução orçamentária.In: BIDERMAN, Ciro (Org.); ARVETE, Paulo Roberto (Org.). Economia do setor público no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. p. 365-380.

1.7. POLÍTICA AMBIENTAL, DESCENTRALIZAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA (30 H AULA) Professores: Iná Elias de Castro e Estela Neves Ementa: O objetivo do curso é familiarizar os alunos com a base teórica, marcos conceituais e questões operacionais da política ambiental no âmbito municipal, para capacitá-los para analisar propostas e experiências concretas de políticas ambientais promovidas pelos Municípios. O campo escolhido para o tratamento do tema é o das políticas públicas.

A defesa do meio ambiente é uma responsabilidade explicitamente atribuída aos Municípios brasileiros ao final dos anos oitenta, em um contexto de intensa transformação do Estado brasileiro. A defesa ambiental é um dos múltiplos fatores que transformam o papel do poder local no novo pacto constitucional.

O enfoque teórico do campo das políticas públicas de defesa do meio ambiente será conjugado ao estudo do campo específico de atuação do Município brasileiro no tema ambiental, incluindo as estratégias e respectivos instrumentos de atuação. No que diz ao plano teórico da política ambiental, serão apresentados e discutidos os marcos teóricos e conceitos analiticamente relevantes para a compreensão das principais questões do

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processo da política ambiental. No que diz respeito ao estudo da política ambiental no contexto municipal no Brasil, o tema será tratado a partir da problemática da política ambiental em sistemas federativos, focalizando as especificidades da atuação do município no contexto da matriz institucional da política ambiental brasileira.

O marco de referência do curso inclui (i) o estudo das peculiaridades do contexto institucional e organizacional brasileiro, com especial atenção às questões de implementação, cooperação e coordenação da política ambiental local; (ii) as especificidades da agenda ambiental municipal, (iii) o tratamento dos principais instrumentos e estratégias adotados pelos Municípios na defesa ambiental, (iv) as interfaces entre políticas municipais de meio ambiente e as demais políticas públicas promovidas no âmbito municipal, com destaque para os temas dos serviços básicos, desenvolvimento urbano e desenvolvimento local, (v) o papel do poder público e os demais atores relevantes nas políticas ambientais locais, e (vi) as relações entre agenda local e agenda global de defesa do meio ambiente.

A metodologia do curso conjugará aulas expositivas leitura crítica de textos de referência, com estudos de caso da implementação de políticas e programas ambientais. Serão previstos enlaces pertinentes com os cursos que tratam de gestão pública e território e de finanças públicas municipais.

O programa do curso está organizado em cinco segmentos:

1. Aspectos teóricos da política ambiental.Especificidades da política ambiental no contexto das políticas públicas. As questões-problema objetos de política, as contribuições de distintas disciplinas. O debate teórico do federalismo ambiental.

2. A política ambiental no Brasil: trajetória, marco normativo, matriz institucional. Características da política ambiental no Brasil. Distribuição de atribuições relativas ao meio ambiente.

3. O município como promotor de políticas públicas. O município na Federação brasileira e a questão ambiental. Especificidades da política ambiental no âmbito municipal. Os atores relevantes na arena ambiental local.

4. A agenda ambiental municipal. Principais estratégias e instrumentos. Integração entre agenda ambiental e as agendas de desenvolvimento urbano, saúde e desenvolvimento local.Agenda ambiental local e problemas globais.

5. Metodologias para análise de política ambiental e estudos de caso. Serão analisados seis estudos de caso, de maneira a abordar a implementação de programas ambientais em municípios selecionados segundo o porte populacional e o perfil das questões ambientais.

Bibliografia ABRUCIO F.L. e COUTO, C.G. A redefinição do papel do Estado no âmbito local. São Paulo

em Perspectiva, 10(30), 1996, p. 40-47.

ALMEIDA L. T. Política Ambiental - uma análise econômica. São Paulo: Papirus, Fundação Editora da UNESP. 1998.

CARVALHO, J. C. A vocação democrática da gestão ambiental brasileira e o papel do Poder Executivo. In: TRIGUEIRO, André (coord.) Meio ambiente no Século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental em suas áreas de conhecimento, Rio de Janeiro: Sextante, 2003, p. 259-274.

CISTULLI, V. Environment in decentralized development: economic and institutional issues. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations, 2002, 122 p. CAVALCANTI, C. Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Políticas Públicas. Cortez Editora, São Paulo, 1997.

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JACOBI, P. Meio ambiente e sustentabilidade. In Fundação Prefeito Faria Lima - CEPAM O Município no Século XXI: Cenários e Perspectivas, edição especial, São Paulo, 1999

GRAZIA,. G. Estatuto da Cidade e Reforma Urbana. In: RIBEIRO, L. C. Q. e CARDOSO, A . L. (orgs.) Reforma urbana e gestão democrática: promessas e desafios do Estatuto da Cidade. Rio de Janeiro: Revan / FASE, 2003, p.53-70

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1.8. MEIO AMBIENTE E CONVENÇÕES GLOBAIS (30 H AULA) Professor: Valéria da Vinha, Carlos Eduardo Young e Peter May Ementa: A disciplina busca analisar os desdobramentos globais da Conferência Rio-92, descrevendo o arcabouço institucional internacional voltado à gestão de recursos comuns, e avaliar através de estudos de caso as repercussões das convenções acordadas durante a Rio-92 na gestão ambiental nacional, de forma comparada. O nascimento do conceito de desenvolvimento sustentável e o processo que levou a Rio-92. As disputas políticas em torno do conceito: da retórica conciliadora à especificação programática. Processos da Agenda XXI nacionais e locais. Os dilemas da ineqüidade ecológica internacional. As convenções globais da biodiversidade e do clima, os instrumentos de gestão internacional e suas repercussões nacionais e locais. Instrumentos de gestão ambiental e sua compatibilidade com as convenções globais do meio ambiente. Liberalização comercial, fluxos financeiros e o meio ambiente. Propostas e experiências de desenvolvimento rural sustentável na América Latina e na África.

I. A MODERNA CRISE AMBIENTAL GLOBAL: ORIGENS E DÚVIDAS: evolução do Moderno Sistema Global; Ciência, Inovação e Imperialismo Biológico; Evidências, Projeções e Disputas sobre Risco e Crise Ambiental; Soluções Propostas para Problemas Globais.

II. RIO-92 E AS CONVENÇÕES AMBIENTAIS GLOBAIS: Estocolmo, Ecodesenvolvimento e Movimentos Ambientalistas; o Relatório Brundtland, as Negociações no Rio-92 e Rio+10; Convenção do Clima e o Protocolo de Quioto; a Convenção de Biodiversidade e a política de conservação de recursos genéticos IN SITU; Acesso e Propriedade Intelectual sobre Recursos Genéticos;

III. Política e Instrumentos de Governança Global: Fluxos de Capital e Conteúdo Ambiental; Comércio Internacional e Meio Ambiente; Mercados para Bens e Serviços Ambientais; Certificação Voluntária e o Mercado Consumidor.

Bibliografia ALBAGLI, S. (1998) Geopolítica da biodiversidade. Brasília, IBAMA.

ARRIGHI, G. E B.J. SILVER (1999) Caos e governabilidade no moderno sistema mundial. Rio de Janeiro: UFRJ/Contraponto.

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CARRERE, R. (2003) Certificando o não-certificável: certificação pelo FSC de plantações de árvores na Tailândia e no Brasil. Montevideo: World Rainforest Movement.

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COMISSÃO MUNDIAL DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO (1987) Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro: FGV.

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May, P. (2004a) Comércio internacional agrícola e meio ambiente. In: May, P., Lustosa, C. e Vinha, V. (orgs.) Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus.

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NORGAARD, R. (1994) Development Betrayed; the end of progress and a coevolutionary revisioning of the future. Londres: Routledge.

PAGIOLA, S. J. BISHOP, E LANDELL-MILLS (orgs.) (2005). Mercados para serviços ecossistêmicos: Instrumentos econômicos para conservação e desenvolvimento. Rio de Janeiro, REBRAF.

PEREIRA, A. E MAY, P. (2003) Economia do aquecimento global. In: May, P., Lustosa, C. e Vinha, V. (orgs.) Economia do meio ambiente: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus.

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SWANSON, T. (1995) The international regulation of biodiversity decline: optimal policy and evolutionary product. In: C. Perrings, et alii. (orgs.) Biodiversity Loss: Economic and Ecological Issues, Cambridge: Cambridge University Press.

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VOGEL, J. (2000) El Cartel de la Biodiversidad: transformacion de los conocimientos tradicionales en secretos comerciales. CARE, Quito.

YALE PROGRAM ON FOREST CERTIFICATION (2004) Forest certification in developing and transitioning societies: social, economic and ecological effects. Atas do Simpósio, Yale University, New Haven, EUA, 10 -11 de junho de 2004.

YOUNG, C.E. (2002) Expenditures, Investment and Financing for Sustainable Development in Brazil. Santiago: CEPAL/PNUD (com C.A. Roncisvale).

1.9. GESTÃO PÚBLICA E TERRITÓRIO (30 H AULA) Professor: Iná Elias de Castro Ementa: O objetivo do curso é abordar a gestão pública a partir da questão das escalas dos fenômenos e os modos como elas definem territórios de ação. O curso está composto de três unidades. Na primeira, será feita uma discussão conceitual da escala como problema e as possibilidades de observação das dimensões adequadas da ação pública abertas por esta perspectiva. Na segunda, serão apresentadas algumas perspectivas conceituais do território e as vertentes teóricas que buscam compreender cada uma delas. Na terceira, o federalismo será analisado a partir das escalas da gestão pública, com enfoque no problema da escala local e os conflitos e acordos com outras escalas territoriais de gestão. O município brasileiro será objeto de discussão, em relação às suas características gerais e às suas especificidades.

Bibliografia BECKER, Bertha et alii (Orgs). (1988) Tecnologia e gestão do território. Rio de Janeiro,

Editora UFRJ.

BOURDIN, Alain (2001) A questão local. Rio de Janeiro, DP&A Editora.

BRUNET, Roger (1990) Le Territoire dans les turbulences. Montpellier, GIP RECLUS.

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CASTRO, Iná Elias (1995). O Problema da Escala. In: CASTRO, I.E. et. al (Org.) Geografia: Conceitos e Temas. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, p. 117/140.

COX, Kevin R. (1998). “Spaces of Dependence, Spaces of Engagement and the Politics of Scale, or: Looking for Local Politics”. Political Geography, vol. 17, N.º 1, p 1/23.

GAY, Jean-Christophe (1995) Les discontinuités spatiales. Paris, Ed. Economica. Cap.III.

JONES, Katherine T. (1998) “Scale as epistemology”. Political Geography, vol. 17, N.º 1, p.25/28.

JUDD, Dennis R. (1998) ?The case of the missing scales: a comentary on Cox?. Political Geography, vol. 17, N.º 1, p.29/34.

LOINGER, Guy; NÉMERY, Jean-Claude (1997) Construire la dynamique des territories. Paris, L’Harmattan.

OAKERSON, Ronald J. (1999) Governing local publics economies. Oakland, ICS Press.

SACK, Robert D. (1986) Human Territoriality? Its Theory and history. Cambridge University Press.

SMITH, Michael Peter (1998) ?Looking for the Global Spaces in Local Politics?. Political Geography, vol. 17, N.º 1, p. 35/40.

SOJA, Edward W. (1966) Thirdspace. Oxford, Blackwell.

VERGARA, Sylvia C.; CORREA, Vera Lucia A. (Orgs). (2003) Propostas para uma gestão pública municipal. Rio de Janeiro, Editora FGV.

1.10. CONTEMPORANEIDADE: RECONFIGURAÇÕES DA POLÍTICA E DAS RESPONSABILIDADES SOCIAIS (30 H AULA)

Professor: Silvana Gonçalves de Paula Ementa:

A disciplina tem como objeto o enfoque do lugar das organizações da sociedade civil na cena política contemporânea. Para tanto a disciplina aborda as relações de proximidade e de diferença entre tais organizações e agremiações de perfil mais tradicional - como partidos políticos, por exemplo, de modo a indagar sobre a pertinência de se considerar uma reconfiguração do campo da política. Ao mesmo tempo, a disciplina focaliza os temas e os parâmetros de atuação atinentes às organizações da sociedade civil na atualidade, para, com isso avaliar as reflexões que postulam a emergência da Ética como o marcador do fazer político na contemporaneidade. Operando um corte de estudo de caso, a disciplina se detém na abordagem da relação entre organizações da sociedade civil e a questão da responsabilidade social.

Dos atributos com os quais as Ciências Sociais têm buscado caracterizar a contemporaneidade, a disciplina pretende focalizar mais de perto nesta disciplina aqueles que apontam para uma nova configuração do político, isto é, para uma reconfiguração dos parâmetros da ação política, dos atores políticos e das responsabilidades sociais. Assim, a disciplina aborda explicitamente questões como: o fim das utopias; a falência das ideologias e seus respectivos projetos políticos; os novos contornos do protagosnimo da sociedade civil; e o terreno da Ética como provedor dos parâmetros para a política. A disciplina tem como objetivos específicos familiarizar o estudante com a bibliografia que versa sobre o tema da disciplina, de modo a oferecer instrumentos para a compreensão das questões políticas e sociais implicadas no cenário contemporâneo; abordar, através de textos, as principais questões que pautam a atuação das organizações da sociedade civil nos âmbitos nacional e internacional; estudos de caso como o projeto sobre Responsabilidade Social de

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Empresas, desenvolvido no interior da linha programática Responsabilidade Social e Ética das Organizações, do Ibase.

Bibliografia BAUMAN, Z. (1998); O Mal-estar da Pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

BAUMAN, Z. (1999); Modernidade e Ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

BHABHA, H. (1998); O Local da Cultura. Belo Horizonte: Editora UFMG.

CAMPBELL, C. (2002); A Ética Romântica e o Espírito do Consumismo Moderno. Rio de Janeiro: Rocco.

DELGADO, N. and ROMANO, J. O. (2005); The World Social Forum: A Space for the Translation of Diversity in Social Mobilization. In De Paula, S. and Dymski, G. A. (eds). (2005). Reimagining Growth. Towards a Renewal of Development Theory. London and New Yok: Zed Books.

DE PAULA, S (forthcoming); "Globalization and Civil Society: Framing the Problem". Texto apresentado em The UN at 60: Towards a New Reform Agenda? International Conference on the UN at 60, October 2005, Pretoria, South Africa. Session 4: Towards a global consensus on development.

DE PAULA, S. (2005); From Rio-92 to the World Social Forum: The impact of UN international meetings on Brazilian Civil Society. Summary Document. Research document to UNRISD-Ibase research partnership.

DE PAULA, S and DYMSKI, G. A.(eds). (2005); Reimagining Growth. Towards a Renewal of Development Theory. London and New Yok: Zed Books.

DERRIDA, J. (1995); A Escritura e a Diferença. São Paulo: Editora Perspectiva.

LACLAU, E. and MOUFFE, C. (1985); Hegemony and Socialist Strategy. London: Verso.

WILKINSON, J. (2005); Consumer Society: What Opportunities for New Expressions of Citizenship and Control? In De Paula, S and Dymski, G A. (eds)(2005) Reimagining Growth. Towards a Renewal of Development Theory. London and New Yok: Zed Books.

DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO

2.1. GLOBALIZAÇÃO E INSTITUIÇÕES DE GOVERNANÇA GLOBAL (30 H AULA) Professores: Eli Roque Diniz e Ana Célia Castro Ementa:

O curso pretende examinar as instituições de governança global e sua capacidade de promover o desenvolvimento. A análise estará concentrada nas instituições de governabilidade econômica, principalmente as instituições de Bretton Woods, até sua presente configuração: OMC, FMI e Banco Mundial. O propósito é responder às seguintes questões: 1) A atual infra-estrutura institucional da economia global é adequada para assegurar a estabilidade e o crescimento do sistema mundial? 2) Essas instituições são capazes de gerar desenvolvimento e melhorar (ou manter) as condições de vida dos cidadãos do mundo? A partir do exame dessas questões, o curso pretende ainda indagar-se sobre a possibilidade de mudanças institucionais e em que direção.

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1. O Problema da Governabilidade numa Economia Política Global: Sucesso (limitado) do embedded liberalism e das instituições de Bretton Woods. Fracassos da globalização: desigualdade (entre e dentro das nações), volatilidade e crescimento medíocre. Ressurgimento e re-dimensionamento do "problema Polanyiano".

2. Globalização: Estrutura Inevitável ou Conseqüência da Matriz Institucional? Padrão atual da Globalização. Trajetórias possíveis de globalização, matriz institucional. É possível construir um quadro institucional no nível global menos desigual, com mais segurança e proteção social? As Nações Unidas e as Metas do Milênio.

3 - O Papel do Estado Nacional na Economia Globalizada: Argumentos Gerais: O Estado "evaporou-se", "foi superado", "abdicou" do seu papel ou renasce fortalecido? A internacionalização forçada da governabilidade nacional. As possibilidades de relações de soma-positiva complementares entre as instituições de governabilidade nacional e global.

4 - O Quadro Institucional Atual I: O FMI (Fundo Monetário Internacional): FMI como caso clássico de governabilidade econômica global, economicamente ineficaz e politicamente vulnerável. A importância histórica do Fundo e sua atuação junto a países em desenvolvimento. É possível e desejável reconstruí-lo?

5 - O Quadro Institucional Atual II: O Banco Mundial. Regulamentação formal do poder: Relações informais entre países ricos e gerência do Banco como reforço da estrutura do poder formal. Implementação de políticas alternativas de desenvolvimento.

6 - O Quadro Institucional Atual III: A Organização Mundial do Comércio (WTO/OMC): Expansão do controle global sobre políticas "domésticas". Direitos de propriedade intelectual (TRIPS), normas de saúde (e.g. fito-sanitárias), e normas ambientais relacionadas ao comércio internacional (trade-related).

7- Blocos Regionais e desenvolvimento: A União Européia ampliada, Mercosul e Alca - as questões do desenvolvimento. Cooperação Norte-Norte, Sul - Sul e Norte-Sul. Integração e conflito numa perspectiva histórica.

8 - Movimentos para outras formas de Governabilidade Econômica Global: Movimentos sociais transnacionais e instituições de governo global. Comércio Justo e Solidário, o Desenvolvimento Sustentável, Equidade Social. Fórum Econômico e Fórum Social Global. Caminhos da globalização desejados, menos desiguais, com mais segurança pessoal e proteção social. Hegemonia ou utopia?

Bibliografia BERGER, Susan and DORE, Ronald, 1996. National Diversity and Global Capitalism. Ithaca,

NY: Cornell University Block, Fred, "Introduction" (to 2001 edition of Polanyi´s The Great Transformation) http://sociology.berkeley.edu/faculty/evans/ index.html

BNDES, 2004. Castro, Ana Célia (Organizadora). Desenvolvimento em Debate: Novos Rumos do Desenvolvimento no Mundo. Editora BNDES e Mauad.

DE PAULA, S. and DYMSKI, G., 2005, Reimagining Growth. Zed Editors.

EVANS, Peter 1997. "The Eclipse of the State", Reflections on Stateness in an Era of Globalization, World Politics 50, 1, 62-87. draft version available at http://sociology.berkeley.edu/ faculty/evans/index.html ]

EVANS, Peter. 2003. Autonomia e Parceria, Editora UFRJ.

FIORI, J. L. (organizador), 2004, O poder americano. Editora Vozes.

PNUD, IPEA, ENAP, 2004. Como colocar o Comércio Global a Serviço da População, Brasília.

POLANYI, Karl, 1957. The Great Transformation: The Political and Economic Origins of Our Time. Boston: Beacon Press.

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RODRIK, D., 1997. Has Globalization Gone Too Far, Washington, DC: Institute for International Economics.

RODRIK, D. 1999. The New Global Economy and Developing Countries: Making Openness Work.

2.2. INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS E ESTRATÉGIAS (30 H AULA) Professor: Ana Célia Castro Ementa:

O Curso "Instituições, Organizações e Estratégias", de caráter interdisciplinar, tem como objetivo o estudo das instituições, com ênfase nos mercados e firmas. No caso das organizações, o interesse desdobra-se na sua dimensão institucional, por um lado, e estratégica, por outro.

Busca-se não apenas o entendimento específico de cada tema, mas principalmente, das relações entre eles, e para tal vale-se da exploração de áreas do conhecimento situadas na interface entre a Economia, a Sociologia e a Administração (Pública e Privada).

1. Instituições e suas múltiplas dimensões: regras do jogo/restrições impostas às sociedades; formas de agir e pensar; "alavancas" aproveitadas por indivíduos e organizações e, instituições histórica e culturalmente enraizadas em uma dada sociedade. Regularidade e mudança institucional; relações entre indivíduos, arcabouço institucional e sua transformação. Conceitos neo-institucionalistas de transações e custos de transação versus outras teorias institucionalistas.

2. Organizações e as diferentes visões sobre o tema: interesse/poder/hierarquia nas organizações; informação e conhecimento; a interpretação das correntes neo-institucionalistas vis a vis a dos velhos institucionalistas; os conceitos de isomorfismo, campo e mudança organizacional; a combinação de uma visão institucionalista com uma perspectiva evolucionária na análise das organizações econômicas. Visão Baseada em Recursos para o estudo das empresas. Conhecimento, capacitação dinâmica, competitividade e inovação como dimensões constitutivas das organizações.

3. As estratégias competitivas: o que é estratégia, as diferentes escolas do pensamento estratégico, as capacitações e o posicionamento competitivo das empresas. Papel do conhecimento e da inovação nas estratégias e na mudança estratégica.

4. Por fim, o curso conclui com estudos de caso de estratégias de desenvolvimento em países que realizam experiências de rápido crescimento, buscando identificar as instituições responsáveis por reconhecidos sucessos e fracassos históricos.

Bibliografia BURLAMAQUI, L.; Castro, A.C. and Chang, H-J (Editors), Instituti-ons and the Role of the

State. Edward Elgard, Publishers, Decem-ber 2000.

CHRISTENSEN, C. e Raynor, M., 2003. O Crescimento pela Inovação. Rio de Janeiro, RJ: Ed. Campus.

Dimaggio, Paul J. and Powell, Walter W. Editors, The New Institutionalism in Organizational Analysis, The University of Chicago Press, Chicago.

Dosi, G.; Teece, D. J., and Chytry, J., Technology, Organization, and Competitiveness, Perspectives on Industrial and Corporate Change, Oxford University Press, 1998, pgs. 193 a 214.

DRUCKER, P. 1985, Innovation and Entrepeneurship. Harper Collins (Trad. Port.)

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GUEMAWAT, Pankaj., Strategy and the Business LandscapeMintzberg, Henry and Quinn, James Brian. Readings in the Strategy Process.

PORTER, Michael E. e Montgomery, C., Eds., 1998. Estratégia. Campus.

HODGSON, Geoffrey., Economics and Institutions. Polity Press, 1988.

MARCH, T.G. and H. Simon (1993). Organization, 2nd ed., Oxford, Basil Blackwell.

NELSON, R.R. and S.G. Winter (1982). An Evolutionary Theory of Economic Change.

NORTH, Douglass C., Institutions, Institutional Change and Economic Performance Cambridge University Press.

RUMELT, Richard P., Schendel, Dan E. and Teece, David J., Fundamental Issues in Strategy, A Research Agenda, Harvard Business Press, Boston, Massachussets, 1995.

2.3. INSTITUIÇÕES E ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO INDUSTRIAL (30 H AULA) Professor: Antonio Barros de Castro Ementa:

Analisar os processos de rápido crescimento econômico com redução da brecha tecnológica vivenciados por países em desenvolvimento em períodos marcantes de sua história. O curso pretende discutir: as especificidades dos processos históricos de distintas experiências de catch-up tecnológico; suas recorrências; as instituições propícias; as configurações políticas; as estratégias empresariais; que permitiram aos países transitar do atraso histórico ao rápido crescimento econômico e social.

1) Catch up e convergência. De Gerschenkron ao debate contemporâneo.

2) Experiências fracassadas de transição: Argentina e Chile nos anos 1970 e ex-economias socialistas nos anos 90.

3) Catch up x modelo de substituição de importações: Brasil, Argentina, Coréia e Taiwan. Reflexões.

4) Estratégias empresariais e abertura no caso brasileiro (na perspectiva da visão baseada em recursos).

5) Depois da reestruturação: novas estratégias industriais? Novas políticas industriais e tecnológicas.

Bibliografia AMSDEN, A; Asia´s Next Giant: South Korea And Late Industrialization. Cap. 6. Oxford

University Press.

AMSDEN, A.; The Rise of The Rest, cap. 4. Oxford University Press. 2001

BIELCHOWSKI, R e Mussi, C. (organizadores); Políticas para a Retomada do Crescimento. Cap. 1. IPEA, 2002.

CASTRO, A.B.; Renegate Development: Rise and Demise of State led Development in Brazil. Smith, W, (org) Democracy, Markets and Structural Reforms in Latin America. Transaction Publishers, 1993.

COHEN, S. and SCHWARTZ, A.; The Tunnel at the End of the Light. University of California at Berkeley, 1998.

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COUTINHO, L.; A Especialização Regressiva: Balanço do Desempenho Industrial Pós-Estabilização. In Brasil: Desafios de um País em Transformação. Org. Velloso, J.P., José Olympio Ed, 1997.

FOXLEY, A.; Experimentos neoliberales em América Latina. Caps. 2 e 8. Fondo de Cultura Económica, 1988.

FRANCO, G.; A Inserção Externa e o Desenvolvimento em Franco, G., O Desafio Brasileiro, Editora 34, 1999.

GERSCHENKRON, A. 1963.; The Early Phases of Industrialization in Russia and their Relationship to the Historical Study of Economic Growth, in Supple, Barry E., Experience of Economic Growth, A Ramdom House Book.

HIKINO, T. e AMSDEN, A.; Stayng Behind, Stumbling Back, Sneaking Up, Soaring Ahead: Late Industrialization in Historical Perspective, in Convergence of Productivity Ed. By Baumol J, Nelson R. and Wolff E., Oxford University Press 1994.

JOHNSON, C.; The Developmental State, Odissey of a Concept in Woo-Cumings, The Developmental State, Cap. 2. Cornell University Press, 1999.

LAZONICK, W.; Social Organization and Technological Leadership an Convergence of Productivity, in Baumol, W.J., Nelson, R.R. and Wolff, E. Convergence of Productivity, Ob Cit.

MARKWALD, R.; O Impacto da Abertura Comercial sobre a Industria Brasileira, em como vão o Desenvolvimento e a Democracia no Brasil? Org: J.P. José Olympio, 2001.

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SACHS, J.; Poland´s Jump to the Market Economy, Cap. 2 Pages. 1 a 57. The Mit Press 1994.

SIKKINK, K.; Ideas and Institutions. Developmentalism in Brazil and Argentina. Cap. 5. Cornell University Press, 1991.

STIGLITZ, J.; Towards a New Paradigm for Development : Strategies, Policies and Processes. Prebish Lecture At Unctad, 1998.

WADE, R.; Governing the Market, cap. 4. Princeton University Press, 1990.

2.4. INSTITUIÇÕES E DESENVOLVIMENTO (30 H AULA) Professor: Ronaldo Fiani Ementa:

O objetivo deste curso é apresentar a análise institucionalista e avançar na discussão dos pontos em que ela se mostra mais frágil, para a compreensão do desenvolvimento econômico. Procuraremos discutir quais são os determinantes da atuação institucional do Estado no desenvolvimento econômico. Isto envolverá levantar os elementos, existentes na literatura, relacionados às seguintes perguntas: qual é a natureza do Estado, sua estrutura política e sua burocracia, e como essa estrutura e burocracia determinam e condicionam as políticas institucionais adotadas pelo Estado? Como as instituições definidas pelo Estado afetam o desenvolvimento econômico? As duas primeiras unidades deste curso discutem as duas perguntas acima. A estas unidades soma-se uma última, em que o caso asiático é estudado à luz das discussões das duas primeiras unidades.

É importante deixar bem claro que este não será um curso sobre teorias do desenvolvimento econômico, mas uma discussão sobre desenvolvimento a partir de uma

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investigação do papel das instituições no desenvolvimento, e do papel do Estado na definição destas instituições.

1. Introdução: o Ponto de Partida, conceitos básicos da Economia Institucionalista.

1ª Unidade: O que é Estado?

2ª Unidade: Estado e Desenvolvimento

3ª Unidade: Estado e Desenvolvimento: O Caso Asiático

Bibliografia AOKI, Masahiko.; Unintended Fit: Organizational Evolution and Government Design of

Institutions in Japan, in Aoki, Masahiko; Kim, Hyung-Ki e Okuno-Fujiwara, Masahiro. The Role of Government in East Asian Economic Development. Clarendon Paperbacks, 1996.

BARZEL, Yoram.; Economic Analysis of Property Rights. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. Caps. 1, 2 e 3.

BHALA, A. S.; Market or Government Failure, An Asian Perspective. Palgrave Macmillan, 2001.

BENDIX, Reinhard.; Construção Nacional e Cidadania. Edusp, 1996.

CHANG, Ha-Joon.; “Conditions for Successful Technology Policy in Developing Countries - Learning Rents, State Structures and Institutions”, The United Nations University Discussion Paper 2001-8, 2001.

CHANG, Ha-Joon.; Financial Liberalization and the Asian Crisis. Palgrave Macmillan, 2001.

__________.; The Political Economy of Industrial Policy. Macmillan Press, 1994, Cap. 4.

__________ e SHIN, Jang-Sup.; “Institutional Transition and Transition Costs, Assessing the Post 1997 Corporate Reform in South Korea”, National University of Singapore working paper 0209, 2002.

__________ e YOO, Chul-Gyue.; “The Triumph of Rentiers - The 1997 Korean Crisis in a Historical Perspective”, CEPA Working Paper n. 12, 1999.

__________.; Kicking Away the Ladder. Anthem Press, 2002.

__________.; Rethinking Development Economics. Anthem Press, 2002.

__________.; “The Economic Theory of Developmental State”, in Woo-Cumings, Meredith. The Developmental State. Cornell University Press, 1999.

__________.; The Political Economy of Industrial Policy. Macmillan Press, 1994, Caps. 1, 2 e 3.

___________ and ROWTHORN, Robert.; Role of the State in Economic Change: Entrepreneurship and Conflict Management, in Chang, Ha-Joon and Cho, Yoon Je. Government Intervention, Rent Distribution, and Economic Development in Korea, in Aoki, Masahiko; Kim, Hyung-Ki e Okuno-Fujiwara, Masahiro. The Role of Government in East Asian Economic Development. Clarendon Paperbacks, 1996.

COASE, R. H.; “The Problem of Social Cost”, in Coase, R. H. The Firm, the Market, the Law. Chicago: University of Chicago Press, 1990.

EVANS, Peter B., RUESCHEMEYER, Dietrich e SKOCPOL, Theda.; On the Road Toward a More Adequate Understanding of the State, in Evans, Fiani, Ronaldo. A Natureza Multidimensional dos Direitos de Propriedade e os Custos de Transação. Economia e Sociedade, Campinas, v. 12 n. 2, 2003.

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____________.; Teoria dos Custos de Transação. In Kupfer, David e Hasenclever, Lia. Economia Industrial. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 2002.

HERRING, Ronald J.; “Embedded Particularism: India’s Failed Developmental State”, in Woo-Cumings, Meredith. The Developmental State. Cornell University Press, 1999.

KIM, Hyung-Ki and MA, Jun.; “The Role of Government in Acquiring Technological Capability: The case of petrochemical industry in East Asia”, in Aoki, Masahiko; Kim, Hyung-Ki e Okuno-Fujiwara, Masahiro. The Role of Government in East Asian Economic Development. Clarendon Paperbacks, 1996.

KOHLI, Atul.; “Where do High-Growth Political Economies Come From” The Japanese Lineage of Korea’s, ?Developmental State”, in Woo-Cumings, Meredith. The Developmental State. Cornell University Press, 1999.

KOZUL-WRIGHT, Richard.; The Myth of Anglo-Saxon Capitalism: Reconstructing the History of the American State, in Chang, Ha-Joon and Rowthorn, Robert. The Role of the State in Economic Change, Clarendon Press, 1995.

LAU, Lawrence.; “The Role of Government in Economic Development: Some observations from the experience of China, Hong Kong, and Taiwan”, in Aoki, Masahiko; Kim, Hyung-Ki e Okuno-Fujiwara, Masahiro. The Role of Government in East Asian Economic Development. Clarendon Paperbacks, 1996.

MIGDAL, Joel S.; Strong Societies and Weak States. Princeton University Press, 1988, caps. 1, 2, 6, 7 e 8.

__________. ; State in Society. Cambridge University Press, 2001.

NORTH, Douglass C.; Institutions, Institutional Change and Economic Performance. Cambridge University Press, 1990.

OKAZAKI, Tetsuji.; “The Government-Firm Relationship in Postwar Japanese Recovery: resolving the coordination failure by coordination in industrial rationalization”, in Aoki, Masahiko; Kim, Hyung-Ki e Okuno-Fujiwara, Masahiro. The Role of Government in East Asian Economic Development. Clarendon Paperbacks, 1996.

OKUNO-FUJIWARA, Masahiro.; “Toward a Comparative Institutional Analysis of the Government-Business Relationship”, in Aoki, Masahiko; Kim, Hyung-Ki e Okuno-Fujiwara, Masahiro. The Role of Government in East Asian Economic Development. Clarendon Paperbacks, 1996.

PETER, B., RUESCHEMEYER, Dietrich e SKOCPOL, Theda.; Bringing the State Back In. Cambridge University Press, 1985.

ROWTHORN, Robert.; The Role of the State in Economic Change, Clarendon Press, 1995.

SINGH, Ajit.; “The State and Industrialization in India: Successes and Failures and the Lessons for the Futur” in Chang, Ha-Joon and Rowthorn, Robert. The Role of the State in Economic Change, Clarendon Press, 1995.

SKOCPOL, Theda.; "Bringing the State Back In: Strategies of Analysis in Current Research", in Evans, Peter B., Rueschemeyer, Dietrich e Skocpol, Theda. Bringing the State Back In. Cambridge University Press, 1985.

TILLY, Charles.; Coerção, Capital e Estados Europeus. Edusp, 1996.

VARTIAINEN, Juhana.; “The Economics of Successful State Intervention in Industrial Transformation”, in Woo-Cumings, Meredith. The Developmental State. Cornell University Press, 1999.

___________.; “The State and Structural Change: What Can be Learnt from the Successful Late Industrializers” In in ____ and Rowthorn, Robert. The Role of the State in Economic Change, Clarendon Press, 1995.

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WADE, Robert.; “Resolving the State-Market Dilemma in East Asia”, in ___ and ___. The Role of the State in Economic Change, Clarendon Press, 1995.

WEBER, Max.; Essays in Economic Sociology. Princeton University Press, 1998, caps. 1, 5, 6, 7, 8, 9.

____________.; Economy and Society. University of California Press, 1978, vol. 1, caps. 1 e 3 e vol. 2 cap. 9, 10, 11 e 12 (Apêndice 2).

WILLIAMSON, O. E.; The Economics Institutions of Capitalism: firms, markets, relational contracts. New York: The Free Press, 1987. Cap. 3

_____________.; The Mechanisms of Governance. New York: Oxford University Press, 1996. Cap. 4.

WOO-CUMINGS, Meredith.; “The Political Economy of Growth in East Asia: A Perspective on the State, Market, and Ideology”, in Aoki, Masahiko; Kim, Hyung-Ki e Okuno-Fujiwara, Masahiro. The Role of Government in East Asian Economic Development. Clarendon Paperbacks, 1996.

2.5. DIREITO E ECONOMIA (30 HA AULA) Professor: Maria Teresa Leopardi Ementa:

O curso pretende oferecer uma visão geral de diferentes formas de abordagem interdisciplinar de Direito e Economia com vistas a capacitar os alunos a desenvolverem análises que integrem as duas disciplinas, do ponto de vista tanto teórico quanto aplicado. Programa: 1. Direito e Economia - Dificuldades da abordagem interdisciplinar. As diferentes

perspectivas teóricas e os problemas comuns: direito de propriedade, contratos.

2. A Análise Econômica do Direito (Law and Economics)

3. A Nova Economia Institucional

4. A perspectiva Weberiana (sociologia do Direito)

Bibliografia COASE, R. (1961). The Problem of Social Costs, in Journal of Law and Economics, vol..

COOTER, R. & ULEN, T. (1988). Law and Economics. USA, Harper Collins Publishers.

DEFFAINS B. & KIRAT, T., eds. (2001). Law and Economics in Civil Law Countries. Amsterdam, Elsevier Science.

KIRAT, T. & SERVERIN, E., orgs. (2000). Le Droit dans l’Action Économique. Paris, CNRS.

KIRAT, T. (1999). Economie du Droit. Paris, La Découverte. (Caps. 1 a 3).

MERCURO, N. & MEDEMA, S.G. (1999). Economics and the Law: from Posner to post-modernism. Princeton, Princeton University Press. (caps 1 a 5).

POLINSKY, Mitchell (1989). An Introduction to Law and Economics. Little Brown, 2a. edição. (caps. 1 a 3; 15 e 16).

POSNER, R. (1987). “The Law and Economics Movement”, in American Economic Review, 77(2):01-14, may.

POSNER, R. (1992). Economic Analysis of Law. Little Brown, 4th ed.. (Caps. 1 a 4, 8)

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ROEMER, A. (1994). Introducción al Análisis Económico del Derecho. México, D. F., Fondo de Cultura. Introducción; caps. I a III.

WEBER, M. (1964). Economía y Sociedad. México DF, Fondo de Cultura Económica, 2ª edição em espanhol (1ª edição em alemão, 1922). Segunda Parte, cap. I ? La Economia y los diversos órdenes (p. 251-272).

WILLIAMSON, O. & WINTER, S., orgs. (1996). La Naturaleza de la Empresa - orígenes, evolución y desarrollo. México DF, Fondo de Cultura Económica, 1ª edição em espanhol (1ª edição em inglês, 1991).

WILLIAMSON, O. (1985). The Economic Institutions of Capitalism. New York, The Free Press.

2.6. ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE (30 H AULA) Professor: Carlos Eduardo Young Ementa:

O curso procura compreender o contexto de uma economia mundial globalizada, e crescentemente condicionada às restrições ambientais e às pressões sociais. O objetivo é introduzir o aluno ao instrumental teórico e metodológico da Economia do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais, enfatizando aspectos diretamente relacionados à realidade brasileira. Além de noções básicas sobre as questões ambientais relevantes, serão abordados aspectos institucionais, apoiados em instrumentos práticos de análise.

1. Economia dos Recursos Naturais Ementa: Conceitos de recursos não-renováveis e recursos renováveis. Modelos de extração ótima: lema de Hotelling (recursos minerais); modelos de Fisher/Faustman (florestas); gerenciamento ótimo de recursos pesqueiros.

2. Economia da Poluição Ementa: O conceito de externalidades. O Teorema de Coase e a proposta de Pigou. Princípio do poluidor-pagador e o uso de instrumentos econômicos para a gestão ambiental.

3. Valoração dos Recursos Naturais Ementa: A diferença entre preço de mercado e o valor econômico do recurso ambiental. As principais propostas da literatura para corrigir o problema: técnicas de valoração empregadas na análise econômica do meio ambiente (método dos preços hedônicos; método do custo de viagem; método da valoração contigente). Exemplificação com estudos de caso.

4. Instrumentos econômicos e gestão ambiental Ementa: Duas visões alternativas: comando-e-controle e a aplicação do princípio do poluidor/usuário-pagador através de instrumentos econômicos na gestão ambiental. O sistema de gestão ambiental no Brasil. Avanços recentes no Brasil: ICMS verde; nova legislação de recursos hídricos e a criação de comitês de bacia.

5. Contabilidade Ambiental Ementa: Estatísticas ambientais e sua incorporação nas estimativas de produto e renda nacionais. As principais propostas: SICEA e NAMEA. Estudos de caso para o Brasil, através da valoração dos serviços e perdas ambientais causados por: (i) depleção mineral; (ii) desmatamento; (iii) poluição da água; (iv) poluição do ar.

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6.Gestão Ambiental Privada, Certificações Voluntárias e Mercados Verdes Ementa: Gestão ambiental nas empresas. Tipos de certificação. Mercados ‘verdes’. Certificações adotadas no Brasil.

7.Meio Ambiente e Relações Internacionais Ementa: Problemas transfronteiriços e problemas globais. Convenções internacionais sobre meio ambiente (camada de ozônio, biodiversidade, mudança climática, etc.). A economia do aquecimento global: impactos econômicos do aquecimento global; implicações econômicas da Convenção sobre Mudança do Clima; o Protocolo de Kyoto e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (CDM).

8.Globalização, Meio Ambiente e Desenvolvimento Ementa: Restrições ambientais e o comércio internacional ‘neoprotecionismo’ Efeitos da globalização sobre o meio ambiente. A questão ambiental nos acordos internacionais de livre comércio (GATT, OMC) e nos acordos regionais de integração econômica (NAFTA, MERCOSUL). O caso brasileiro.

Bibliografia ALMEIDA, L. T. (1997) Política Ambiental: Uma Análise Econômica. (Cap. 5). Campinas:

UNESP/Papirus.

ATKINSON, G. et al. Measuring sustainable development: macroeconomics and the environment. Cheltenham (GB): Edward Elgar. 1997.

CHIANG, A.C. Elements of dynamic opimization. Singapore: McGraw-Hill International, 1992. COPPE/UFRJ (1998) Emissões de CO2 derivadas do uso de fontes energéticas no sistema energético brasileiro.

EL SERAFY, S. "The proper calculation of income from depletable resources". In: AHMAD, Y.J. et al.(ed.) Environmental accounting for sustainable development. Washington: Banco Mundial, 1989.

LA ROVERE, E. (1996). "Energia e Meio Ambiente", In: MARGULIS, S. (ed.) Meio Ambiente: Aspectos Técnicos e Econômicos.

LANNA, A. E, CÁNEPA, E. M. e PEREIRA, J. S. (1997). "O princípio usuário pagador e a legislação de recursos hídricos do Rio Grande do Sul" II Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica, São Paulo, 6-8 Novembro.

LUSTOSA, M.C.J., YOUNG, C.E.F. Integrating Evolutionary and Ecological Economics: A Dynamic Analysis of Environmental Concern and Innovation in Brazilian Firms. Texto para Discussão. Rio de Janeiro: IE/UFRJ, 2000.

MARGULIS, S. (ed.). 1990. Meio ambiente: aspectos técnicos e econômicos. Rio de Janeiro: IPEA.

MARKANDYA, A., RICHARDSON, J.(ed.) The Earthscan reader in environmental economics. Londres: Earthscan, 1992.

MAY, P. e SERÔA DA MOTTA, R. (ed.). 1994. Valorando a natureza: análise econômica para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Campus.

MAY, P.. (ed.). 1995. Economia ecológica: aplicações no Brasil. Rio de Janeiro: Campus.

NAÇÕES UNIDAS (1997). O Protocolo de Quioto para a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

NEHER, P.A.. 1990. Natural resource economics: conservation and exploitation. Cambridge, G.B.: Cambridge University Press.

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PEARCE, D.W. e TURNER, K. 1989. Economics of natural resources and the environment. Londres: Harvester-Wheatsheaf

PEARCE, D.W. et al. (1989). Blueprint for a green economy. Londres: Earthscan.

PEARCE, D.W., WARFORD, J.J. World without end: economics, environment and sustainable development. Nova Yok: Oxford university Press, 1993.

PERMAN, R., MA, Y., MCGILVRAY, J. Natural resource and environmental economics. Harlow (GB): Longman, 1996.

PLANEJAMENTO E POLÍTICAS PÚBLICAS. Economic issues for environmental policymaking in developing countries (Número especial). Vol. 18. Dezembro 1998.

PNUMA - PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE (1992) Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Texto integral, Genebra.

RUITENBEEK, H.J. "The rainforest supply price: a tool for evaluating rainforest conservation expenditures". Ecological Economics 6:57-78, 1992.

SAMUELON, P. ‘Economics of forestry in an evolving society’ . Economic Inquiry 14: 466-492, dec.1976.

SERÔA DA MOTTA, R. (ed.). 1995. Contabilidade ambiental: teoria, metodologia e estudos de caso no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA.

______. (1996) "Análise de Custo-Benefício do Meio Ambiente", In: MARGULIS, S. (ed.) Meio Ambiente: Aspectos Técnicos e Econômicos.

______. Manual para valoração de recursos ambientais. Brasília: MMA, 1998.

SEROA da MOTTA, R. et al. (1999) Clean Development Mechanism and Climate Change: Cost-Effectiveness and Welfare Maximization in Brazil. Rio de Janeiro: IPEA (mimeo).

SEROA DA MOTTA, R., e MENDES, F. E. (1996). Proposta de um imposto ambiental sobre os combustíveis líquidos no Brasil. Rio de Janeiro: IPEA, Texto para Discussão no 399.

SMITH, S. "Taxation and the environment: a survey". Fiscal Studies 13(4):21-57, 1992.

SOLOW, R. 1986. "On the intergenerational allocation of natural resources". Scandinavian Journal of Economics 88(1):141-49, 1986.

VAN DEN BERGH, J.C.J.M., VAN DER STRAATEN, J. (ed.) Economy and ecossystems in change: analytical and historical approaches. Cheltenham (GB): Edward Elgar. 1997.

WEITZMAN, M.L. (1976).’On the welfare significance of national product in a dynamic economy’ Quarterly Journal of Economics 90:156-62, 1976.

YOUNG, C. E. F. Economic adjustment policies and the environment: a case study of Brazil. Orientador: David Pearce. Londres: University College London/Univ. of London. 1997. Dissertação. (Doutorado em Economia).

YOUNG, C. E. F. (1998) "O Desenvolvimento Energético e a Base de Recursos Naturais" In: OLIVEIRA, A. (ed.). Energia e Desenvolvimento Sustentável. IE/UFRJ: Rio de Janeiro, 1998.

_______, "Industrial pollution and export-oriented policies in Brazil", Revista Brasileira de Economia, 52(4):543-561, out.dez. 1998.

YOUNG, C. E. F., e SERÔA da MOTTA, R. (1995). "Measuring sustainable income from mineral extraction in Brazil", Resources Policy 21(2):113-125.

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2.7. - CONHECIMENTO E INOVAÇÃO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (30 H AULA) Professor: Renata Lebre La Rovere Ementa:

No novo paradigma tecno-econômico a atividade inovadora e a produção de conhecimento são essenciais para a competitividade das empresas. O requisito de flexibilidade deste novo paradigma levou alguns autores a propor, ainda nos anos 80, que as micro e pequenas empresas (MPEs) assumiriam importância crescente na economia. A idéia de flexibilidade associada a porte foi rapidamente questionada, e a partir daí vários estudos sobre as MPEs foram realizados, focando na capacidade empreendedora destas empresas.

Hoje em dia a literatura sobre MPEs aponta para um conjunto de características destas empresas que condicionam seu desempenho competitivo.

Compreender de que forma o conhecimento é gerado nestas empresas e como elas adotam e difundem inovações é importante para discutir a contribuição destas empresas para o desenvolvimento nacional e local. O objetivo deste curso é fornecer elementos de reflexão para este debate.

1. Definição de MPEs. Características e importância na economia

2. Inovação e conhecimento no novo paradigma: o papel das MPEs

3. Empreendedorismo e MPEs

4. Incubadoras e spin-offs: MPEs e desenvolvimento local

Bibliografia AUDRESTCH, D.B., THURIK, R. What is New About the New Economy: sources of growth

in the managed and entrepreneurial economies. Industrial and Corporate Change 19, 795-821

AUDRETSCH, D. B. Knowledge spillovers and the role of small firms. Conferência internacional “Knowledge Spillovers and The Geography of Innovation a Comparison of National Systems of Innovation”. Château de Goutelas: Université Jean Monnet Saint-Étienne, 1-2 de julho de 1999. Anais...

AUTANT-BERNARD, C. Geographic knowlodge spillovers and technological proximity, Creuset,University Jean Monnet Saint Étienne, 1999

BAPTISTA, R., Culture, Institutions and Government Attitude towards New Firm Entry. In: III Conferência Internacional de Pesquisa em Empreendedorismo na América Latina. Rio de Janeiro, 2004. Anais...(disponível em CDROM)

COOKE, P., CLIFTON, N. Spatial variation in social capital among UK small and medium-sized enterprises. In: DE GROOT, H.L.F; NIJKAMP, P.; STOUGH, R.R. (eds). Entrepreneurship and Regional Economic Development? A Spatial Perspective.Cheltenham:Edward Elgar, 2004.

COOKE, P.,WILLS, D. Small firms, social capital and the enhancement of business performance through innovation programmes. Small Business Economies 13: 219-234, 1999.

ELIASSON, G.;GREEN, C. Microfoundations of Economic Growth: A Schumpeterian Perspective. United States of America: The Michigan University Press, 1998.

GURISATTI P., Experimenting generative relationships and innovation processes in a number of European industrial districts. In: V Fórum Interamericano da Microempresa -

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Ambiente Favorável às Micro e Pequenas Empresas 9, 10 e 11 de setembro de 2002 Rio de Janeiro, Brasil. CDROM.

LA ROVERE, R.L. Perspectivas das micro, pequenas e médias empresas no Brasil. Revista de Economia Contemporânea, Rio de Janeiro, volume 5, Ed. Especial, 2001.

LASTRES, H.M.M.,CASSIOLATO, J.E. MACIEL, M.L. Pequena Empresa: Cooperação e Desenvolvimento Local. Rio de Janeiro:Relume-Dumará, 2003

MENDES, G.H.S., MECENAS,D.S., TOLEDO, J.C. Caracterização da Gestão do Processo de Inovação em Empresas de Base Tecnológica de Pequeno e Médio Porte: Estudo de Casos em Empresas Residentes em uma Incubadora de Alta Tecnologia. XXIII Simpósio de Gestão da Inovação Tecnológica, Salvador, 2004. Anais....(disponível em CDROM)

MYTELKA, L.; FARINELLI, F. Local clusters, innovation systems and sustained competitiveness, UNU/INTECH, Holanda, 2000 OECD. Networks, partnerships, clusters and intellectual property rights: opportunities and challenges for innovative SMEs in a Global Economy. In: 2nd OECD Conference of Ministers Responsible for Small and Medium-Sized Enterprises (SMEs) ? Promoting Entrepreneurship and Innovative SMEs in a Global Economy: towards a more responsible and inclusive globalisation. Istanbul, Turkey, 3-5 June 2004. Disponível em: http://www.oecd.org./dataoecd/6/10/ 31919244.pdf

PACI, R. ; USAI, S. Externalities, knowledge spillovers and the spatial distribution of innovation. Geojournal, vol.4, 2000.

PETIT, P. Structure and development of a knowledge based Economy: The policy implications. CEPREMAP/CNRS. France, 2000

RODRIGUES, M.E. O conhecimento nas micro e pequenas empresas: um estudo sobre sua absorção e utilização nas micro e pequenas empresas fluminenses. 2000. 157 f. Dissertação (Mestrado em Economia)? COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2000.

SILVERA R., Inversiones Tempranas en Innovación de la Pequeña Empresa. In: V Fórum Interamericano da Microempresa - Ambiente Favorável às Micro e Pequenas Empresas 9, 10 e 11 de setembro de 2002 Rio de Janeiro, Brasil. CD-ROM.

SOUZA, M. C. A. F., et. al. Oportunidades e restrições para as pequenas empresas no processo recente de reestruturação industrial. Texto apresentado no Seminário Internacional Políticas para Sistemas Produtivos Locais de MPME(micro pequenas e médias empresas),11 a 13 de março de 2002, Hotel Porto Bello, Mangaritiba - Rio de Janeiro.

WENNEKERS, S., THURIK, R., Linking Entrepreneurship and Economic Growth. Small Business Economics 13, 27-55, 1999

WENNEKERS, S.; VAN STEL, A.; THURIK R.; REYNOLDS, P. "Nascent en-trepreneurship and the level of economic development", Discussion Papers on Entrepreneurship, Growth and Public Policy 2005-14, Max Planck Institute of Economics, Group for Entrepreneur-ship, Growth and Public.

2.8. DINÂMICA EMPRESARIAL E APLICAÇÕES (30 H AULA) Professor: Victor Prochnik Ementa: O curso está dividido em três partes. Na primeira, apresenta-se uma abordagem teórica para estudar o processo de competição, o enfoque das competências dinâmicas. Também são vistos princípios gerais de outras escolas que estudam a

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concorrência empresarial. Na segunda e mais importante (70% do curso), são discutidas as principais teorias explicativas do investimento direto no exterior e do processo de expansão das grandes empresas multinacionais. O curso também avalia tanto a inserção das empresas transnacionais na economia brasileira como as estratégias de internacionalização das firmas dos países em desenvolvimento e, em particular, do Brasil. A terceira parte debate as implicações da internacionalização empresarial para o desenvolvimento econômico, procurando mostrar alternativas de política pública.

Bibliografia CANTWELL, J. Multinational Corporations and Innovatory Activities: Towards a New Evolutionary Approach, mimeo, s/ data. CANTWELL, J. NARULA, "The eclectic paradigm in the global economy", International Journal of the Economics of Business , Vol. 8, No. 2, July 2001, pp. 155-172. DIERICKX, I. & COOL, K. Asset Stock Accumulation and Sustainability of Competitive Advantage, c. 13 do livro FOSS, N. J. Resources, Firms and Strategies? A Reader in the Resource-Based Perspective, Oxford, 1997. DUNNING, J. H. Multinational Enterprises and the Global Economy, Addison Wesley Publishing Company, Inglaterra, 1993. Cap. 3 The Motives for International Production", pp. 54-65; e Cap. 4 The Determinants of MNE Activity, pp. 66-95. DUNNING, J. H. Regions, Globalization and the Knowledge Economy: the Issues Stated, trabalho apresentado à Sétima Conferência Internacional da Sorbonne, Universidade de Paris 1, 17/18 de junho de 1999. DUNNING, J.H. (2006). Towards a new paradigm of development. Transnational Corporations EKHOLM, K. and MIDELFART, K. H. (2004) Determinants of FDI: the Evidence, cap. 6, NAVARETTI, G. B. and VENABLES, A. (orgs.) Multinational Firms in the World Economy, Princeton University Press GREENAWAY, DAVID AND KNELLER, RICHARD, "Firm Heterogeneity, Exporting and Foreign Direct Investment: A Survey" (December 2005). University of Nottingham Research Paper Series No. 2005/32 Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=863964 KOGUT, B.; ZANDER, I. Knowledge of the firm and the evolutionary theory of the multinational corporation. Journal of International Business Studies, fourth quarter, 1993. NAVARETTI, G. B. and FALZONI, A. M. (2004) Home Country Effects of Foreign Direct Investment, cap. 9, NAVARETTI, G. B. and VENABLES, A. (orgs.) Multinational Firms in the World Economy, Princeton University Press. NAVARETTI, G. B. and VENABLES, A. (2004) The Multinational Enterprise: an Overview of Theory and Empirical Fidings, cap. 2, NAVARETTI, G. B. and VENABLES, A. (orgs.) Multinational Firms in the World Economy, Princeton University Press. PETERAF, M. A. The Cornerstones of Competitive Advantage: A Resource-Based View, cap. 15 de FOSS, N. J. (Ed.) Resources, Firms and Strategies? A Reader in the Resource-Based Perspective, Oxford University Press, 1997. PROCHNIK, V. POR QUE É BAIXO O INVESTIMENTO DIRETO DAS FIRMAS BRASILEIRAS NO EXTERIOR?, MIMEO, 2007 TALLMAN, S (2003) 'The significance of Kogut and Zander' article' Knowledge of the firm and the evolutionary theory of the multinational corporation. Journal of International Business Studies Vol. 34, 6 TEECE, D. E PISANO, G & SHUEN, A. Dynamic Capabilities And Strategic Management, Strategic Management Journal, V.18:7, 509-533, 1997. UNCTAD, (2006). World Investment Report 2006: FDI from Developing and Transition Economies: Implications for Development United Nations, New York and Geneva , ISBN 92-1-112703-4.

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2.9. ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS E SUSTENTABILIDADE (30 HA AULA) Professor: Valéria da Vinha Ementa:

Está em curso um profundo processo de mudanças culturais e organizacionais no segmento empresarial, sobretudo nas empresas globais, que caminha na direção do que se convencionou chamar de desenvolvimento sustentável ou, simplesmente, sustentabilidade. Este conceito pressupõe a integração das variáveis econômica, social e ambiental, de forma equilibrada, no planejamento estratégico, mas, também, nas estruturas e processos decisórios. Por conseguinte, cresce o número de companhias que procuram estreitar parceria com o poder público e com as organizações sociais que atuam na área de influência de seus empreendimentos de maneira a agregar valor e credibilidade à sua política de responsabilidade social. Do ambiente de competitividade informado pela convenção da sustentabilidade, emergem novos arranjos institucionais, bem como modelos gerenciais, cujo alcance altera estruturas, trajetórias tecnológicas e rotinas operacionais, gerando, ou realocando, um conjunto de ativos e recursos, os quais serão analisados à luz das teorias reunidas pela VBR (Visão Baseada em Recursos).

O curso fornecerá elementos para a compreensão deste contexto (os agentes impulsionadores; concepções e controvérsias; as etapas deste processo; aspectos regulatórios e legais, entre outros), e analisará, usando estudos de caso representativos, as principais estratégias empresariais em curso, com ênfase nas indústrias de base extrativista (petróleo & gás; papel & celulose; mineração e indústria florestal) e no sistema financeiro.

Procuraremos verificar se os resultados gerados pelo crescente envolvimento dos stakeholders nos processos corporativos contribui para flexibilizar as tradicionais fronteiras entre o público e o privado, e entre a economia e a sociedade, na perspectiva proposta pela Sociologia Econômica.

1. Abordagem teórica: Análise da firma e do mercado no contexto da sustentabilidade a partir do instrumental teórico da Visão Baseada em Recursos (VBR) e da Sociologia Econômica.

2. A trajetória da convenção da sustentabilidade: a empresa global; a construção social do conceito de desenvolvimento sustentável e sua representação no pensamento empresarial; os principais agentes de mudança (papel das ONGs e dos desastres ambientais); responsabilidade social corporativa e o Terceiro Setor.

3. Fundamentos da sustentabilidade: O principio da internalização das externalidades; a gestão ambiental e a trajetória da eco-eficiência; o stakeholder approach, a gestão participativa e o diálogo com stakeholders; responsabilidade socioambiental nos princípios da Governança Corporativa.

4. Governança, arranjos institucionais e marco regulatório: a governança ambiental e a politica regulatória no contexto nacional e internacional; o papel do Estado e as convenções ambientais globais; gerenciamento de risco e de reputação (os ativos intangiveis e as práticas de auto-regulação; padrões, ferramentas e indicadores de sustentabilidade).

5. A resposta do sistema financeiro e os novos mercados, o papel do sistema financeiro e os Princípios do Equador; o fluxo de capitais privados (fundos Verdes e os Investimentos Socialmente Responsáveis); os nichos de mercados e o comércio justo.

6. Análise crítica e experiências comparadas na relação Empresa-Estado-Sociedade: As indústrias extrativistas, seus impactos e suas estratégias socioambientais; formas de articulação de interesses e conflitos socioambientais (alianças e parcerias multisetoriais; gestão participativa; poder local); críticas às falsas noções de Responsabilidade Social Corporativa; as melhores práticas de responsabilidade socioambiental.

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DISCIPLINAS DA ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO

3.1. ECONOMIA DA TECNOLOGIA (30 H AULA) Professor: Paulo Bastos Tigre Ementa:

O curso busca estudar as distintas abordagens da Economia da Tecnologia, a partir de uma retrospectiva histórica dos autores que, em maior ou menor medida, trataram a tecnologia como elemento fundamental do desenvolvimento econômico e social.

1. Teorias Econômicas Clássicas e Neoclássicas da Tecnologia As bases técnicas e institucionais da revolução industrial

O progresso técnico no pensamento clássico

O tratamento neoclássico da tecnologia

O contexto técnico e institucional da gênese das teorias neoclássicas.

2. A Tecnologia em Marx, Schumpeter e nas Teorias da Organização Industrial. A tecnologia no pensamento marxista

Schumpeter: a tecnologia como motor da economia

Inovações tecnológicas e o surgimento da grande empresa

Tecnologia e Organização Industrial

O pensamento neo-schumpeteriano e evolucionista

A visão neo-institucionalista da tecnologia

O papel das inovações organizacionais

3. A Economia da Informação e do Conhecimento Conceitos econômicos de Informação e Conhecimento

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Economias de escala e escopo na produção e distribuição de informações

Externalidades de Rede

Estrutura do mercado e aprisionamento do cliente

Aprendizado Cumulativo: A dimensão cognitiva da Economia da Informação.

4. Invenção, Inovação e Difusão Conceitos

Determinantes da mudança tecnológica

Fontes de mudança tecnológica

Capacitação tecnológica

O processo de difusão

Condicionantes setoriais

5. Gestão da Inovação Evolução da organização para inovação (Rothwell)

Características organizacionais das empresas inovadoras

Redes de firmas e tecnologia

Estratégias competitiva e tecnológica

Tecnologias industriais básicas

Financiamento da inovação

6. A dimensão Internacional da tecnologia A globalização da tecnologia: impactos sobre o sistema nacional de inovação

A nova divisão do trabalho em P&D das multinacionais.

Tecnologia e comércio exterior

OMC e TRIPS

Cooperação internacional e transferência de tecnologia

7. Apropriação da tecnologia O sistema de propriedade intelectual

Segredo industrial e engenharia reversa

Pirataria

Padrões tecnológicos abertos e fechados

Casos: software, transgênicos e farmacêuticos.

Bibliografia Adam Smith, A Riqueza das Nações, Cap. 1 a 3.

Tigre, Paulo B. Teorias Econômicas da Tecnologia (mimeo)

Vídeo: A Era das Inovações

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3.2. GLOBALIZAÇÃO E HARMONIZAÇÃO DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL (30 H AULA)

Ronaldo Fiani e Juliana N. Magalhães Ementa:

Globalização: história e atualidade do conceito. A Economia e o Direito na sociedade global. O discurso do 'fim da soberania'. Transnacionalização dos mercados. Pluralismo Jurídico e 'Global Law'. Governança Global. Conceito de propriedade e sua evolução. A Teoria Econômica dos Direitos de Propriedade e Custos de Transação. Evolução das formas de proteção à propriedade intelectual. Patentes: difusão ou exclusão? Capacidade de absorção e crescimento econômico. Direitos de propriedade intelectual, investimento estrangeiro e catch-up tecnológico.

A internacionalização dos Sistemas de Proteção da Propriedade Intelectual. Unificação, uniformização ou harmonização dos sistemas de proteção? A visão dos Países Desenvolvidos sobre a Harmonização dos Sistemas de Propriedade Intelectual. A Visão Crítica dos Sistemas de Propriedade Intelectual. Os Tratados Internacionais: da Convenção de Paris à TRIPS. O Papel dos Organismos Internacionais na Propriedade Intelectual: WIPO e OMC. Os Principais Sistemas Jurídicos de Propriedade Intelectual em Países Desenvolvidos: Os Sistemas Norte-Americano e da Comunidade Européia. Sistemas Jurídicos de Propriedade Intelectual em Países em Desenvolvimento e o Caso Brasileiro. Entre 'harmonização' e 'pluralismo': o reconhecimento de uma Global Law em matéria de Propriedade Intelectual e seu caráter pluralista e dinâmico. Novas perspectivas da propriedade intelectual. A Agenda do Desenvolvimento.

Bibliografia AGUILLAR, Fernando Herren. Direito Econômico e Globalização in: SUNDFELD, Carlos Ari

e VIEIRA, Oscar Vilhena. Direito Global. São Paulo: Max Limonad, 1999. p. 269-278.

BASSO, Maristela. O Direito Internacional da Propriedade Intelectual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2000.

CAMPILONGO, Celso. Teoria do Direito e Globalização Econômica in: SUNDFELD, Carlos Ari e VIEIRA, Oscar Vilhena. Direito Global. São Paulo: Max Limonad, 1999. p.77-92.

CHANG, Ha-Joon. Technology Transfer, Intellectual Property Rights and Industrial Development in Developing Countries. A background paper prepared for World Industrial Development Report, 2001, of the Unido. Cambridge, 2001.

CHAVANNE, Albert, BURST, Jean Jacques. Droit de la proprieté industrielle. Paris: Dalloz, 1998.

CORREA, CARLOS. Intellectual Property Rights, the WTO and Developing Countries: The TRIPS Agreement and Policy Options, Zal Books, Estados Unidos, 2001.

DINWOODIE, Graeme B. et al. International Intellectual Property Law and Policy. New York: Lexis Publishing, 2001.

FIANI, Ronaldo. A Natureza Multidimensional dos Direitos de Propriedade e os Custos de Transação. Economia e Sociedade, Campinas, v. 12, n. 2, p. 185-204, 2003.

FURTADO, Lucas Rocha. Sistema de Propriedade Industrial no Direito Brasileiro: comentários à nova legislação sobre marcas e patentes. Brasília: Livraria e Editora Brasília Jurídica Ltda, 1996.

GADBAW, R. Michael & RICHARDS, TIMOTHY. Intellectual Property Rights: Global Consensus, Global Conflict? London: Westview Press, 1988.

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3.3. NEGOCIAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA (30 H AULA) Professor: José Carlos Vaz e Dias Ementa:

Análise da estruturação legal construída para amparar os contratos de transferência tecnológica e licenciamento, incluída a permanente interferência e dirigismo estatal nestes tipos contratuais, por meio de controles cambiais, eliminação de benefícios fiscais e restrições à exploração de direitos.

Discussão sobre a relevância da transferência de tecnologia para o ambiente produtivo de conhecimentos tecnológicos com a promulgação da Lei 10.973, de 02 de dezembro de 2004 (denominada Lei da Inovação).

Justificativa: Uma quantidade significativa de negócios jurídicos, envolvendo a exploração de direitos da propriedade intelectual e correlatos, advém dos contratos de transferência de

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tecnologia. Esse tipo contratual apresenta característica relevante no Brasil, pela necessidade dos empresários locais necessitarem de constantes conhecimentos tecnológicos para a manutenção da competitividade empresarial por meio da importação tecnológica. Essa importação trouxe nos anos 60 e 70 um viés ideológico que influenciou o Brasil em atuar no campo internacional, por meio da revisão dos tratados internacionais relativos às marcas e patentes e criação de um Código de Condutas para a Transferência de Tecnologia.

Bibliografia BARBOSA, A. L. Figueira. 'Importação, Trabalho Obrigatório, Caducidade e Licença

Compulsória'. Revista da ABPI. No. 25 - Nov/Dez 1996. Pág. 27.

BARBOSA, Denis Borges. 'Uma Introdução à Propriedade Intelectual'. 2ª. Ed. Lúmen Júris Editora. 2003.

CORREA, José Antonio B.L. Faria. 'Considerações Sobre o Tratamento do Segredo de Negócio - Os Efeitos da Nova Lei de Propriedade Industrial'. (1997) 27 Revista da ABPI. Pág. 31.

DIAS, José Carlos Vaz e. 'Os Princípios da Legalidade e da Competência e os Limites de Atuação do INPI no Direito da Concorrência'. (1998) 9 Revista do IBRAC. Pág. 18.

DI BLASI, Gabriel. 'A Propriedade Industrial'. 2ª. Ed. Editora Forense. 2005.

HYMER, Stephen. 'Empresas Multinacionais: A Internacionalização do Capital'. Biblioteca de Economia. 2a. Edição.

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LEONARDOS, Gabriel. 'Tributação da Transferência de Tecnologia'. Editora Forense. 1997.

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SANTOS, Manoel J. Pereira. 'A Regulamentação da Propriedade Intelectual e da Transferência de Tecnologia no Comércio Internacional'. 39 Revista da ABPI (1999). Pág. 15.

3.4. ORGANIZAÇÃO DO MERCADO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA (30 H AULA) Professores: Luiz Martins de Melo e Lia Hasenclever Ementa:

Propriedade Intelectual e Fluxo de Investimento em Tecnologia

- Introdução e Conceitos Básicos de Balanço de Pagamentos e de Tecnologia

- O Balanço de Pagamentos e a Balança de Serviços Tecnológicos: Patentes, Marcas, Licenças, etc.

- A Assimetria Tecnológica e a Globalização

- Mercado Internacional de Tecnologia

- Inserção Internacional via Conta de Capitais e Conta Comercial (Balança Comercial).

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- Os Países em Desenvolvimento, a Inserção Tecnológica e as Multinacionais. Implicações Econômicas.do Mercado Intrafirmas.

Aproveitamento de Janelas de Oportunidades Legislação Patentária.

Bibliografia ALBUQUERQUE, Eduardo da Motta. Patentes e Atividades Inovativas: Uma Avaliação

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BNDES. Desenvolvimento em Debate: Novos Rumos do Desenvolvimento no Mundo. Livro 1. Produzido pela Editora MAUAD, 2002.

BRUSONI, Stefano, CRISCUOLO, Paola and GEUNA, Aldo. The Knowledge Bases of the World's Largest Pharmaceuticals Groups: What do patent citations to non-patent literature reveal? SPRU Electronic Working Paper Series, Paper no. 90, June 2003.

CHANG, H. Kicking Away The Ladder: Development Strategy in Historical Perspective. Anthem Press; London, 2002.

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3.5. PROPRIEDADE INTELECTUAL E INOVAÇÃO EM SAÚDE (30 H AULA) Professor: Cláudia Chamas Ementa: A disciplina busca identificar aspectos da propriedade intelectual críticos no campo da inovação em saúde. Será dada ênfase aos países em desenvolvimento, uma vez que têm de lidar tanto com doenças globais, contra as quais em geral existem intervenções eficazes, quanto com doenças negligenciadas onde os mecanismos normais de mercado não asseguram a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, a produção destas intervenções ou seu acesso pelas populações de baixa renda. Avaliam-se tanto as falhas responsáveis pela escassez ou inexistência de medicamentos, vacinas ou outras ferramentas necessárias às políticas sanitárias? falhas de mercado, de saúde pública e de ciência? como os determinantes da inovação em saúde, em particular as políticas de propriedade intelectual. Ao final discute-se a importância de Redes de Inovação em Saúde e sua possível evolução para um Sistema Global de Inovação em Saúde.

Programa: o Inovação em saúde: Conceito. Exemplos de inovação em produtos, métodos, processos e

estratégias.

o Classificação de doenças. Doenças globais; negligenciadas; mais negligenciadas. Doenças endêmicas; epidêmicas; emergentes ou re-emergentes.

o Falhas de mercado, de saúde pública e de ciência. O hiato ‘10/90’.

o Os seis determinantes da inovação em saúde: Produção industrial; Mercados domésticos; Mercados de exportação; Apoio a pesquisa e desenvolvimento; Propriedade Intelectual; Sistemas regulatórios.

o Modo 1 e Modo 2 de geração de conhecimento.

o Pesquisa básica e inovação tecnológica: O Quadrante de Pasteur

o Relações entre ciência, tecnologia e inovação: Diferenças entre países industrializados e em desenvolvimento.

o Investimentos em P&D e inovação em saúde: Parcerias para o desenvolvimento de novos produtos e suas políticas de propriedade intelectual.

o Países em desenvolvimento inovadores e suas políticas de propriedade intelectual.

o Redes de inovação em saúde e sistemas de inovação em saúde.

Bibliografia ALBUQUERQUE, E.D.E.; Domestic patents and developing countries: arguments for their

study and data from Brazil (1980-1995). Research Policy 2000, 29: 1047-1060.

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R., MARTINEZ-PALOMO, A., MASHELKAR, R.A., MATLIN, S.A., MZIMBA, M., OEHLER, J, RIDLEY, R.G., PRAMILLA, S., SINGER, P., YUN, M.Y.; Health innovation networks to help developing countries address neglected diseases. Science 2005, 309:401-404.

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3.6. GESTÃO PÚBLICA, PROPRIEDADE INTELECTUAL E ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO (30 H AULA)

Professor: Carlos Médicis Morel Ementa:

A disciplina busca identificar aspectos da propriedade intelectual críticos no campo da inovação em saúde. Será dada ênfase aos países em desenvolvimento, uma vez que têm de lidar tanto com doenças globais, contra as quais em geral existem intervenções eficazes, quanto com doenças negligenciadas onde os mecanismos normais de mercado não asseguram a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, a produção destas intervenções ou seu acesso pelas populações de baixa renda. Avaliam-se tanto as falhas responsáveis pela escassez ou inexistência de medicamentos, vacinas ou outras ferramentas necessárias às políticas sanitárias – falhas de mercado, de saúde pública e de ciência – como os determinantes da inovação em saúde, em particular as políticas de propriedade intelectual. Ao final discute-se a importância de Redes de Inovação em Saúde e sua possível evolução para um Sistema Global de Inovação em Saúde.

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Programa o Inovação em saúde: Conceito. Exemplos de inovação em produtos, métodos, processos e

estratégias.

o Classificação de doenças. Doenças globais; negligenciadas; mais negligenciadas. Doenças endêmicas; epidêmicas; emergentes ou re-emergentes.

o Falhas de mercado, de saúde pública e de ciência. O hiato “10/90”.

o Os seis determinantes da inovação em saúde: Produção industrial; Mercados domésticos; Mercados de exportação; Apoio a pesquisa e desenvolvimento; Propriedade Intelectual; Sistemas regulatórios.

o Modo 1 e Modo 2 de geração de conhecimento.

o Pesquisa básica e inovação tecnológica: O Quadrante de Pasteur

o Relações entre ciência, tecnologia e inovação: Diferenças entre países industrializados e em desenvolvimento.

o Investimentos em P&D e inovação em saúde: Parcerias para o desenvolvimento de novos produtos e suas políticas de propriedade intelectual.

o Países em desenvolvimento inovadores e suas políticas de propriedade intelectual.

o Redes de inovação em saúde e sistemas de inovação em saúde.

Bibliografia ALBUQUERQUE, E.D.E.; Domestic patents and developing countries: arguments for

their study and data from Brazil (1980-1995). Research Policy 2000, 29: 1047-1060.

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MOREL, C.M., Acharya, T., Broun, D., Dang, A.J., Elias, C., Ganguly, N.K., Gardner, C.A., Gupta, R.K., Haycock, J., Heher, A.D., Hotez, P.J., Kettler, H.E., Keusch, G.T., Krattiger, A.F., Kreutz, F.T., Lall, S., Lee, K., Mahoney, R., Martinez-Palomo, A., Mashelkar, R.A., Matlin, S.A., Mzimba, M., Oehler, J., Ridley, R.G., Pramilla, S., Singer, P., Yun, M.Y.; Health innovation networks to help developing countries address neglected diseases. Science 2005, 309:401-404.

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3.7. PROPRIEDADE INTELECTUAL E MEDICAMENTOS (30 H AULA) Professor: Cláudia Chamas Ementa: A disciplina busca é analisar a importância do desenvolvimento e uso das salvaguardas na aplicação dos direitos de propriedade industrial no Brasil, bem como suas implicações para as políticas de saúde pública, especificamente no que tange ao acesso aos medicamentos essenciais. A abordagem é interdisciplinar e integra aspectos econômicos e jurídicos para a interpretação das regulamentações, visando a um processo de melhoramento das políticas públicas.

Programa: o Indústria farmacêutica: Padrões de acumulação tecnológica e de apropriação;

o Capacitação acumulada em fármacos (Estados Unidos, Europa, Brasil);

o Inovação em Saúde no Brasil: Um Quadro de Dependência;

o Patentes de Fármacos;

o Critérios de patenteabilidade;

o Construção do quadro reivindicatório;

o Interpretação das reivindicações patentárias;

o O Acordo Trips e a Saúde Pública;

o A Declaração Ministerial de Doha

o As Salvaguardas e o Direito de Propriedade Industrial

o Licenças Compulsórias

o Importações Paralelas

o Exceção Bolar

o Política Brasileira de Acesso a Medicamentos Anti-retrovirais

o Transferência de tecnologia

Bibliografia BARBOSA, A.L.F. Preços na Indústria farmacêutica: abusos e salvaguardas em propriedade

industrial. A questão brasileira atual. In: Picarelli, M.F.S. & Aranha, M.I. Política de Patentes em Saúde Humana, São Paulo: Atlas, 2001.

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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

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3.8. LIMITES CONCORRENCIAIS DA PROPRIEDADE INTELECTUAL (30 H AULA) Professor: João Marcelo Assafim Ementa:

O objetivo da disciplina antitruste é examinar as relacoes entre o próprio direito da concorrência e o direito constitucional, considerando-se a microeconomia e a economia dos custos de transação. São ainda preocupações o estudo do impacto concorrencial dos contratos de transferência de tecnologia (e.g. contratos de licença de patentes e know-how), as relações entre o CADE, as Agências Reguladoras e o Banco Central.Bibliografia

Bibliografia Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996 Richard A. Posner, Antitrust in the New Economy, 68 Antitrust L.J. 925, 925 (2001).

3.9. DIREITO DE MARCAS Professor: João Marcelo Assafim Ementa:

O objetivo da disciplina é examinar o impacto da regulacao marcaria nas diversas dimensoes economicas.

Bibliografia Lei nº 9.279 de 14 de maio de 1996 3.10. PROTEÇÃO INTELECTUAL EM PROGRAMAS DE COMPUTADOR (30 H AULA) Professor: Sérgio Salles Ementa: O desenvolvimento tecnológico e organizacional na indústria de software (SL/CA, componentes e outras tecnologias de reuso e o crescimento do outsourcing), tem suscitado preocupações quanto aos aspectos de propriedade intelectual. A própria gestão e monitoramento dos ativos de propriedade intelectual se transformaram em um modelo de negócio para algumas empresas. Além disso, o INPI está recebendo um grande volume de

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solicitações de patentes de software, que apesar de não serem vetadas pela lei de Propriedade Industrial, são no mínimo polêmicas. Os estudos internacionais mostram que não há consenso se patentes de software estimulam inovação, o que reforça o posicionamento do movimento SL/CA de que patente de software pode inviabilizar o desenvolvimento de softwares SL/CA. Entretanto, este instrumento tem sido utilizado em larga escala por grandes players e mesmo pequenas e médias empresas dos EUA, pois o marco regulatório deste país atinente à propriedade intelectual inclui registro de patentes para o software (inclusive algoritmos matemáticos). É um fenômeno que, inclusive, se estende para outras áreas além da de TI e pode ser traçado um paralelo com outras áreas como biotecnologia. Por exemplo, existem vários instrumentos de proteção, sendo que há várias lacunas de proteção também; licenciamento cruzado de patentes e começa a ser mais interessante achar formas de proteção para os serviços do que para as tecnologias "tangíveis", que estão virando commodities (programação e sequenciamento). A disciplina, desse ponto de vista, discute e analisa o regime de PI como uma instituição que afeta o desenvolvimento e uso de componentes, tanto responsabilidade jurídica de garantir que a solução não está utilizando componentes com licenças conflitantes ou infringindo alguma patente de software. Contempla a natureza da gestão de direitos de propriedade e a questão jurídica como fontes de incertezas nesta área. Mostra que o entendimento e a adequação de políticas para lidar com direitos de propriedade em software no Brasil são fundamentais para o desenvolvimento da indústria, considerando a legislação nacional, internacional e as formas emergentes de proteção. Como pano de fundo da discussão, serão abordadas na disciplina a situação atual da indústria do software no Brasil e nos principais países, as trajetórias tecnológicas e tendências de proteção da indústria no Brasil e nos principais países, e a utilização da proteção no Brasil e principais países.

Bibliografia CARVALHO, S.; SALLES-FILHO, S.; & BUAINAIN, A.M. A institucionalidade da propriedade

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TANG, Puay; ADAMS, John e PARÉ, Daniel. Patent protection of computer programmes - Final Report. Submitted to European Commission, Directorate-General Enterprise.

3.11. INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS E COMPETITIVIDADE (30 H AULA) Professor: Sérgio Paulino Ementa:

A disciplina busca criar competências em gestão da propriedade intelectual, relacionada com as indicações geográficas e marcas coletivas; estudar suas implicações sobre o desenvolvimento regional e local bem como sobre a competitividade de produtos com denominações de origem e de qualidade certificadas e controladas.

Num contexto de intensificação das trocas comerciais, característico da globalização, os consumidores desejam reconhecer sinais de identificação da procedência dos produtos que adquirem. Por outro lado, os produtores desejam meios eficazes de promoção comercial dos atributos de seus produtos e de defesa da concorrência. Por esta razão, encontra-se em pleno desenvolvimento um quadro jurídico internacional e nacional cujo objetivo é o de favorecer o reconhecimento dos signos de qualidade dos produtos e serviços e de valorização da qualidade, especialmente de produtos agrícolas, alimentares e bebidas. Os produtores, a região e o país passam a beneficiar-se de uma marca coletiva. Por outro lado, outros produtores e países sentem-se prejudicados pelo estabelecimento de marcas coletivas ou de denominações geográficas que limitem a competitividade no plano internacional. A construção de uma nova institucionalidade está em curso e suas implicações são objetos desse curso.

Módulo I - Quadro institucional: evolução do tratamento dado às Denominações de Origem e Indicações Geográficas pelas diferentes legislações nacionais e supranacionais. Abordagem histórico-institucionalista.

Módulo II - Implicações dos modelos de Denominações de Origem e Indicações Geográficas para a promoção do Desenvolvimento Local. Abordagem da nova geografia regional.

Módulo III - Empresas e marketing nas Denominações de Origem e Indicações Geográficas: diferenciação dos produtos e segmentação dos mercados; associação e organização dos produtores; normas e controle de qualidade; a marca regional e a marca nacional.

Módulo IV - Estudos de caso: a experiência da Comunidade Européia; a incipiente experiência brasileira; outras experiências.

Bibliografia ABRAMOVAY, R. O Capital Social dos territórios: repensando o desenvolvimento rural, in

Economia Aplicada número 2, vol. IV, 379-397. Brasil, 2000.

ADDOR, Felix; THUMM, Nikolaus; GRAZIOLI, Alexandra. Geographical Indications: Important Issues for Industrialized and Developing Countries, in The IPTS Repor, number 74. European Commision, Joint Research Centre. Institute for Prospective Technological Studies. Seville. Maio de 2003.

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BEAKLINI, Luiz Otávio. O Sistema de Patentes e o Papel do INPI. In Foffmeister, Wilhelm; Trein, Franklin (org.). Anuário Brasil-Europa, Solução de Controvérsias, Arbitragem Comercial e Propriedade Intelectual. Konrad Adenauer Foundation. Rio de Janeiro, Brasil, 2003.

CALLON, m.; MÉADEL, C & RABEHARISOA, V.. The Economy of Qualities in Economy and society, Vol. 31 numero 2, 2002.

GIOVANNUCCI, D. e REARDON, T. Understanding Grades and Standars and how to apply them. In: Giovannucci, D. (ed) A Guide to Developming Agricultural Markets and Agro-enterprises. Washington: The World Bank. 2000.

GOEBEL, Burkhar. Geographical Indications and Trademarks: The Road from Doha. WIPO/GEO/SFO/03/11. Preparado para o Worldwide Symposium on Geographical Indications, WIPO and USPTO. San Frnacisco, EUA. 9 a 11 julho 2003.

RNAGNEKAR, Dwijen. The Sócio-Economics of Geographical Indications. A Review of Empirical Evidence from Europe. ICTSD (Intellectual Property Rights and Sustainable Development) e UNCTAD (United Nations Conference on Trade and Development). Issue Paper n.8. Maio, 2004.

3.12. PROPRIEDADE INTELECTUAL NO AGRONEGÓCIO (30 H AULA) Professor: Sérgio M. Paulino de Carvalho Ementa: A disciplina trata as formas de proteção utilizadas no agronegócio, tendo como referência as suas fontes de dinamismo tecnológico. Desse ponto de vista, há uma conjugação de formas de proteção que envolve a propriedade industrial (patentes de invenção e de modelo de utilidade, marcas - especialmente marcas coletivas, desenho industrial, indicações geográficas, direitos de autor (seja na proteção de artigos científicos gerados na atividade de pesquisa agropecuária, seja na proteção de programas de computador), proteções sui generis (proteção de cultivares, da biodiversidade, do conhecimento tradicional a ela associado). É tratada igualmente a utilização de estratégias empresariais como mecanismo de apropriação e como instância de integração da utilização de formas de proteção distintas.

Bibliografia ARRUDA P; ARRUDA F S Propriedade intelectual em genômica no Brasil. Texto

apresentado na Oficina de Trabalho - Genômica e propriedade intelectual no Brasil, no CGEE, Brasília, 01 de fevereiro de 2005.

CARVALHO, S. M. P. Propriedade Intelectual na Agricultura. Campinas: Instituto de Geociências, Departamento de Política Científica e Tecnológica. Tese de doutorado, 2003.

CARVALHO, SMP; BUAINAIN, AM; CHAMAS, CI. Políticas de propriedade intelectual no Brasil: análise comparativa entre saúde e agricultura. Aceito para publicação nos Anais do XI Seminario de Gestión Tecnológica - ALTEC 2005 25 a 28 de outubro de 2005 - Salvador - Bahia - Brasil.

FUCK, M. P. Funções públicas e arranjos institucionais: o papel da Embrapa na organização da pesquisa de soja e milho híbrido no Brasil.

Dissertação de mestrado. Departamento de Política Científica e Tecnológicas (DPCT/IG/Unicamp), Campinas, 2005, p. 112.

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POSSAS, M. L; SALLES-FILHO, S.L. e SILVEIRA, JM An evolutionary approach to technological innovation in agriculture: some preliminary remarks. Research Policy 25 (1996) 933-945, 1996.

ROSEBOOM, J. Sources of Technological Innovation in Brazilian Agriculture. ISNAR: Discussion Paper No. 99-12, December 1999.

SANTINI, G. A. A reestruturação da indústria de sementes no Brasil: o novo ambiente concorrencial dos segmentos de milho híbrido e soja. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção, Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos:São Carlos, 2002.

SHIVA, V. Biopirataria: a pilhagem da natureza e do conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.

VASCONCELLOS,A.G. Propriedade Intelectual dos Conhecimentos Associados à Biodiversidade, com Ênfase nos Derivados de Plantas Medicinais: Desafio para Inovação Biotecnológica no Brasil. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro, Pós-Graduação do Programa de Biotecnologia Vegetal da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2003. 179p.

WILKINSON, J.; CASTELLI, P. G. A Transnacionalização da indústria de sementes no Brasil: biotecnologias, patentes e biodiversidade. Rio de Janeiro: ActionAid Brasil 2000.

WETZEL, C. T. Marcas competidoras no mercado de sementes: obtentores e cultivares protegidas. Brasília: Embrapa Negócios Tecnológicos, 2001.

3.13. DIREITOS DE AUTOR E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO (30 H AULA) Professor: Antonio Buainaim Ementa:

A dinâmica e vida das e nas sociedades contemporâneas, integradas no abrangente processo de globalização, são profundamente afetadas pela criação, reorganização e adaptação das instituições (regras, organizações, normas de conduta etc.) que procuram regular o comportamento dos indivíduos e as atividades econômicas em geral, do comércio, saúde pública, proteção do meio ambiente até a propriedade intelectual. Essas normas, instrumentos e mecanismos de regulação das atividades econômicas dão origem a uma macro institucionalidade de alcance nacional e internacional, estabelecem fóruns de articulação dos setores públicos e privados, mecanismos de resolução de conflitos, penalidades e incentivos que afetam de forma considerável o funcionamento da economia e o comportamento dos agentes em geral. Um dos institutos legais mais antigos sobre a propriedade intelectual é precisamente aquele do direito de autor, que protege os direitos sobre trabalhos intelectuais originais do autor ou artista em diferentes campos de atividade da criação e das artes. Na realidade, os direitos de propriedade intelectual em geral são a essência da chamada sociedade de informação e do conhecimento, movida principalmente à inovação, cujos principais insumos e resultados são ativos intangíveis, muitos dos quais objeto de proteção da propriedade intelectual.

No mundo contemporâneo, o espírito criativo e o engenho humano tanto para criar coisas úteis à produção como obras de arte adquiriram grande importância econômica, constituindo-se em insumos básicos para mover a economia em geral e para um próspero setor da economia que se funda essencialmente na exploração de ativos protegidos pelo instituto do Direito de Autor. Essas atividades, denominadas por alguns como indústria da cultura e por outros como indústria do direito de autor, incluem a indústria gráfica, editorial e musical; atividades de criação do setor de serviços, tais como publicidade e propaganda, televisão, rádio, filmes, entretenimento (nos teatros, cinemas, estabelecimentos para shows e locais de espetáculos, entre outros), programas de computador; atividades de suporte a

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estas indústrias. Trata-se de setores intensivos em mão de obra, em inovação tecnológica, e com participação no PIB dos países desenvolvidos ao redor de 5%.

A disciplina toma como ponto de partida as leis que regulam os direitos de autor no Brasil e na comunidade internacional, e, assim, tem como objetivo elucidar o que se poderia denominar Economia do Direito de Autor (Copyright Economics), um ramo emergente da economia que, ao lado da Nova Economia Institucional, vem se firmando como corpo teórico válido para compreender as relações entre o Direito e a Economia no campo das atividades direta e indiretamente sujeitas à proteção de direitos de autor. Dentre os temas a serem tratadas, destacam-se os seguintes: (i) a natureza econômica dos bens culturais: bens públicos, quase-públicos e externalidades associadas às atividades criativas; (ii) a indústria de direitos de autor nas economias modernas; papel, dinâmica e importância econômica; (iii) como as regras que definem e protegem juridicamente os direitos de propriedade intelectual no campo do direito de autor são aplicadas e validadas pela economia; (iv) em que medida e como o direito de autor interfere no processo de criação artística e no funcionamento da economia; (v) distribuição dos eventuais benefícios entre os vários agentes que integram a cadeia da produção de direitos de autor; (vi) direitos de autor e vantagens competitivas entre empresas, países e mercados regionais comuns; (vii) cobrança e enforcement de direitos autorais e funcionamento das sociedade coletivas; (viii) indicação de políticas públicas voltadas para promover a indústria de direitos de autor em países como o Brasil.

DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS

MÉTODOS QUANTITATIVOS PARA ANÁLISES SOCIAIS E ECONÔMICAS (60 H AULA) Professor: Carlos Eduardo Young e Ronaldo Fiani

Ementa: O curso, de caráter obrigatório para os alunos do mestrado, pretende familiarizá-los com o instrumental quantitativo para análises econômicas e sociais, com vistas à auxiliá-los na elaboração de suas dissertações. 1. Caracterização dos Indicadores Econômicos 1.1. Natureza 1.2. Periodicidade 1.3. Regularidade 1.4. Sazonalidade e Tipo de Ajuste 1.5. Metodologia de Construção 2. Introdução às Contas Nacionais 2.1. As Identidades Básicas 2.2. O Novo Sistema de Contas Nacionais 3. Teoria de Números Índice 3.1 Índices de Preços 3.2 Índices de Quantidade 3.3 Índices de Laspeyres e Paasche 3.4 Propriedades dos Índices 3.5 Outros Tipos de Índices 4. Indicadores Conjunturais de Atividade Econômica 4.1. PIB Trimestral 4.2. Pesquisas Industriais (PIM, PIA, INA) 4.3. Pesquisas Agrícolas (LSPA, PAM, etc.) 4.4. Pesquisas de Comércio (PMC, FCESP) 4.5. Indicadores Antecedentes 5. Índices de Preço 5.1. Índices de Preços ao Consumidor e por Atacado 5.2. Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF)

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5.3. Pesquisa de Local de Compras 5.4. Índices de Preços Nacionais (INPC e IPCA) 5.5. Índices de Preços Regionais (IPC-FGV, IPC-FIPE, ICV-DIEESE etc). 5.6. Índice Geral de Preços 5.7. Deflator Implícito do PIB 6. Modelo de Insumo-Produto 6.1. Fundamentos Teóricos 6.2. Aplicações do Modelo 7. Renda e Desigualdade de Renda 7.1. Medidas Simples (Média, Mediana, Variância dos Logaritmos, Decis/Quartis) 7.2. Indices de Desigualdade (Gini, Theil etc) 7.3. Distribuição de Renda Pessoal e Familiar 7.4. Distribuição de Renda no Brasil 8. Pobreza 8.1 A Noção de Linha de Pobreza 8.2 Pobreza e Indigência 8.1. Pobreza Absoluta 8.2. Pobreza Relativa 8.3. Pobreza no Brasil 9. Emprego e Desemprego 9.1. PIA, PEA e Taxa de Atividade 9.2. Emprego, Desemprego e Subemprego 9.3. Setor Formal e Informal 9.4. Taxa de Desemprego 9.5. Fontes de Dados (PME, PNAD, RAIS etc) 9.6. A Nova PME 10. Indicadores da Indústria 10.1. Concentração 10.2. Diversificação 10.3. Utilização de Capacidade 10.4. Produtividade 10.5. Competitividade Bibliografia FIBGE, Manual de Contas Nacionais.

CEPAL, Cadastros Estatísticos, 2003.

METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS (60 H AULA) Professor: Lena Lavinas Ementa:

Esta disciplina tem por finalidade introduzir os alunos do doutorado nos métodos de avaliação das políticas e programas sociais, levando-os a descobrir os indicadores sociais, as técnicas de avaliação e resultados derivados de avaliações a partir de estudos de caso específicos. Antes disso, porém, seja dado um panorama do que é a política social e seu perfil institucional no Brasil. Por essa razão, tal disciplina tem um caráter semiaplicado.

O curso será dividido em quatro blocos e dois módulos:

1. Módulo I: O Papel do Estado nas Políticas Sociais: Módulo teórico onde será explicitado o papel do Estado na esfera da reprodução social.

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Surgimento das políticas seculares de combate à pobreza. Ciclo familiar e políticas sociais. Desmercantilização, regulação social, financiamento público, política fiscal. Estado e Política Social no Brasil. Competências federativas na esfera da proteção social.

2. Módulo II: Metodologias de Avaliação: 1. O que avaliar e por que avaliar? Nesse primeiro bloco, vamos situar o campo empírico da avaliação, discutindo aspectos ligados ao planejamento das políticas sociais, às ferramentas utilizadas para avaliar e às distintas técnicas e metodologias que orientam o monitoramento e a avaliação de programas e políticas sociais.

2. Como avaliar? Nesse segundo módulo, estaremos tratando da produção de indicadores, suas características, apresentação às bases de dados, métodos.

3. Exemplos e exercícios: Finalmente, vamos nos debruçar sobre alguns exemplos de avaliações para entender as técnicas, os recursos utilizados e os resultados, de forma a sistematizar os procedimentos que devem presidir a avaliações rigorosas e consistentes.

Bibliografia ARRETCHE M. (2000). Uma Contribuição para Fazermos Avaliações Menos Ingênuas. In

Barreira M.C. e Carvalho M.C. Tendências e Perspectivas na Avaliação de Políticas e Programas Sociais, São Paulo: PUC-SP.

ATKINSON A. and alii. (2002). Social Indicators. The EU and Social Inclusion. (Cap. 2. Indicators in principle ? 19-43). London: Oxford.

BAKER J. (2000). Avaliando o impacto dos projetos em desenvolvimento voltados à pobreza. In Barreira M.C. e Carvalho M.C. Tendências e Perspectivas na Avaliação de Políticas e Programas Sociais, São Paulo: PUC-SP.

BARREIRA M.C. (2002) . Avaliação Participativa de Programas Sociais. Lisboa: Veras Editora.

CANO I. (2004). Introdução à Avaliação de Programas Sociais. Cap. 9. Rio de Janeiro: FGV Ed.

COHEN E. e Franco R. (1993). Políticas Sociais, Racionalidade e Avaliação. In Avaliação de Projetos Sociais, Petrópolis: Vozes.

COMMISSION ON Social Justice (1993). What is Social Justice? In Pierson C. and Castles F. (2003) The Welfare State Reader. Cambridge: Polity Press.

DRAIBE S. (2000). Avaliando a implementação: esboço de uma metodologia de trabalho em políticas públicas. In Barreira M.C. e Carvalho M.C. Tendências e Perspectivas na Avaliação de Políticas e Programas Sociais, São Paulo: PUC-SP.

GOUGH I. Social. Welfare and Competitiveness. In Gough I. (2000) Global Capital, Human Needs and Social Policies. London: Palgrave.

KOGA D. (2003). Medidas de Cidades. (Cap. 2, Cidades entre Medidas Sociais e Territoriais, p. 81-146) São Paulo: Cortez Editora.

LAVINAS L. (2003) Pobreza, Desigualdade e Exclusão: contextos atuais. Mimeo, 75 páginas, UBRAL-10, Prefeitura de São Paulo -União Européia. Partes I e II

MEAD L. (1991). The New Politics of the New Poverty (1993) In Pierson C. and Castles F. (2003) The Welfare State Reader. Cambridge: Polity Press.

POCHMANN M. (2003). Outra cidade é possível. Alternativas de Inclusão Social em São Paulo. Cap. I (Diagnóstico da Situação Sócio-Econômica? pa. 13-64). São Paulo: Cortez Editora.

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METODOLOGIA PARA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO (60 H AULA) METODOLOGIA PARA TESE DE DOUTORADO (60 H AULA)

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III - REGULAMENTO PROVISÓRIO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO (PPED)

TÍTULO I

NATUREZA E FINALIDADE

Art. 1º - O Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED) do Instituto de Economia (IE) da UFRJ é a forma institucional permanente que assegura, para docentes e discentes, a associação regular e sistemática entre atividades de ensino de pós-graduação e atividades de pesquisa no campo multidisciplinar das Ciências Sociais Aplicadas e das Ciências Humanas. Parágrafo único. O PPED está aberto a candidatos diplomados em cursos de graduação que atendam às exigências da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Art. 2º - O objetivo do Programa de Pós-graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED) do Instituto de Economia (IE) da UFRJ é oferecer, de forma regular, contínua e gratuita, cursos stricto sensu, em nível de mestrado e de doutorado, no campo das Ciências Sociais Aplicadas e das Ciências Humanas. § 1o. O mestrado acadêmico está voltado à formação para a pesquisa e ao aprofundamento da formação científica, cultural e profissional do graduado, podendo constituir a fase preliminar ao doutorado. § 2o. O doutorado constitui-se no mais alto nível da educação superior e visa à formação científica e cultural ampla e aprofundada e à capacitação para a docência na graduação e na pós-graduação stricto sensu e lato sensu. § 3º O mestrado e o doutorado conferem diploma e o grau acadêmico deste decorrente. § 4º O pós-doutorado, entendido como um programa de estudo e pesquisa com prazo limitado, desenvolvido por portador de título de Doutor, não constitui curso ou nível específico de estudos pós-graduados, nem confere grau ou título acadêmico.

TÍTULO II DA CRIAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DO PROGRAMA

CAPÍTULO I

Da Organização Administrativa Art. 3º - O Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento (PPED), do Instituto de Economia da UFRJ, será dirigido pelo Diretor Adjunto de Pós-graduação do Instituto de Economia e pelos coordenadores constituídos pelo Conselho de Pós-Graduação e pela Câmara Conjunta de Graduação e Pós-Graduação da unidade, nos termos estabelecidos pelo regimento do Instituto de Economia. § 1o – O Diretor Adjunto de pós-graduação deverá ser um professor doutor, contratado em regime de trabalho de 40 horas ou DE, e será eleito, em conjunto com os demais membros da Diretoria do Instituto de Economia, por um colégio eleitoral composto de professores, funcionários e alunos, em conformidade com o Regimento do Instituto de Economia, para um mandato de dois anos, renovável por, no máximo, mais dois anos.

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§ 2o – O Diretor Adjunto de pós-graduação preside o Colegiado do Programa cuja composição e atribuições estão definidas no capítulo III deste regulamento e no regimento do Instituto de Economia.

§ 3o – O Diretor Adjunto de pós-graduação será apoiado em suas tarefas por um Coordenador do Programa, cuja forma de indicação e atribuições estão definidas no Capítulo III deste regulamento e no regimento do Instituto de Economia.

Art. 4º - O PPED, do Instituto de Economia da UFRJ, constitui uma associação parcial com a FIOCRUZ, na área de concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento, instituída, no tocante à Universidade Federal do Rio de Janeiro, no Instituto de Economia, responsável por sua criação e desenvolvimento. Art. 5º - O programa de pós-graduação (PPED) é regido por este regulamento, aprovado por sua comissão deliberativa, pela comissão de pós-graduação e pesquisa do Instituto de Economia, a que está vinculado.

CAPÍTULO II Do Corpo Docente

Art. 6º - O corpo docente permanente do Programa de pós-graduação é constituído, majoritariamente, por professores doutores da UFRJ, em particular do Instituto de Economia, predominantemente em regime de dedicação exclusiva (DE) ou 40 horas que apresentem, continuadamente, além das atividades de ensino, orientação de teses e produção científica.

§ 1o. - Todos os integrantes do corpo docente do Programa deverão estar diretamente engajados em áreas de concentração e linhas de pesquisa do Programa.

§ 2o. - O Programa contará com docentes da FIOCRUZ, com a qual se estabeleceu uma associação parcial prevista pela CAPES.

§ 3o. - O Programa poderá contar com a colaboração de pesquisadores associados, cujas atividades de pesquisa vinculem-se a linhas de pesquisa e projetos desenvolvidos no Programa bem como de professores visitantes e convidados. Art. 7º - Cabe ao corpo docente do PPED:

I - realizar as atividades de ensino, orientação, pesquisa, extensão e direção acadêmica do programa de pós-graduação e garantir-lhes continuidade;

II - formular a política acadêmica do programa de pós-graduação, de acordo

com o Diretor Adjunto e com o Conselho de Pós-graduação do Instituto de Economia, de modo a assegurar a execução de sua proposta;

III - responsabilizar-se institucionalmente pelas atividades acadêmicas do

programa de pós-graduação. §1º Os docentes da FIOCRUZ, associados ao PPED, compartilharão das

responsabilidades estabelecidas no caput deste Artigo. §2º Desde que autorizados pela comissão deliberativa e sem que isso venha

a estabelecer vínculo funcional com a Universidade Federal do Rio de Janeiro ou a alterar o vínculo funcional previamente existente, e observadas as recomendações relativas à área de conhecimento no tocante à avaliação nacional da pós-graduação, poderão compor o

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corpo docente do PPED portadores do título de doutor ou equivalente nas seguintes condições:

I - Professor Visitante, conforme definido no Art. 8º do Decreto Nº 94.664, de 23 de julho de 1987 (Plano Único de Classificação e Retribuição de Cargos e Empregos); II - professor que tenha vínculo funcional com outra instituição de ensino superior ou de pesquisa, cuja atuação na Universidade Federal do Rio de Janeiro seja permitida por cessão ou convênio; III - professor em regime de dedicação parcial à Universidade Federal do Rio de Janeiro, com percentual de carga horária dedicada ao programa de pós-graduação compatível com as necessidades de atuação no ensino, na orientação e na pesquisa; IV - professor aposentado da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em conformidade com regulamentação específica do Conselho Universitário; V - funcionário técnico-administrativo da Universidade Federal do Rio de Janeiro com título de Doutor e competência reconhecida pelo programa de pós-graduação; VI - bolsista de agência de fomento na modalidade fixação de docente ou pesquisador ou equivalente; VII - profissional que tenha vínculo funcional com outra instituição de ensino superior ou de pesquisa, cujas atividades de ensino e orientação serão obrigatoriamente exercidas em conjunto com professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro integrante do programa de pós-graduação. Art. 8. Para efeito da avaliação nacional da pós-graduação, realizada pela CAPES, caberá ao PPED classificar seus docentes nas diferentes categorias previstas, sem que essa classificação estabeleça vínculo funcional com a Universidade Federal do Rio de Janeiro ou altere o vínculo funcional previamente existente.

CAPÍTULO III Do Colegiado do Programa

Art. 9º - O Colegiado do Programa tem a seguinte composição, nos termos do regimento do Instituto de Economia: 1) o Diretor de Ensino de Pós-Graduação do Instituto de Economia, que o preside; 2) O Coordenador do Programa; 3) 3 (três) representantes dos professores do programa, com título de doutor; 4) 2 (dois) representantes dos alunos de pós-graduação do programa, sendo um do mestrado e um do doutorado; 5) 1 (um) representante dos servidores técnicos-administrativos, de nível superior.

§ 1o. – O Coordenador do Programa deverá ser um professor doutor, membro do

corpo docente do Instituto de Economia, contratado em regime de trabalho de 40 horas ou DE, escolhido pelos seus pares e homologado pelo Conselho de Pós-graduação do Instituto de Economia, para um mandato de dois anos, renovável por, no máximo, mais dois anos.

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§ 2o – O Coordenador do Programa poderá constituir sub-cordenadores, indicados pelo professores permanentes e colaboradores das respectivas áreas de concentração do Programa. Os sub-coordenadores participarão das reuniões do Colegiado com direito a voto.

§ 3o. – Os representantes a que se referem os itens 3, 4 e 5 serão escolhidos pelos seus pares, em eleições convocadas pelo Diretor do Instituto, com mandato de um ano, permitida a renovação por igual período. Art. 10º - Compete ao Colegiado do Programa I - aprovar, emendar ou substituir o presente Regulamento, encaminhando as respectivas decisões à apreciação do Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia, e das instâncias superiores do Instituto de Economia e da UFRJ; II - discutir e aprovar a programação didática semestral do Programa e a alocação dos professores, a partir de proposta da Coordenação do Programa; e submetê-la à aprovação do Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia III - discutir e aprovar qualquer medida e alteração curricular cujo teor deverá ser levado ao conhecimento de todos os seus membros com a devida antecedência; IV - pronunciar-se sobre solicitação de colaboração de docente, em termos efetivos ou provisórios, no âmbito do Programa; e encaminhar para homologação do Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia V - examinar propostas concernentes à alteração de prazos acadêmicos ou administrativos previstos neste Regulamento ou fixados pelo próprio conselho e submetê-las à aprovação do Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia; VI – aprovar as Bancas Examinadoras de concursos e de dissertação e tese, cabendo ao orientador a proposta de nomes para compor as Bancas Examinadoras de dissertação e tese; e encaminhá-las para homologação do Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia VII – aprovar, à vista dos respectivos relatórios ou atas, os resultados ou conclusões de toda e qualquer Comissão ou Banca Examinadora; VIII - compor as Comissões designadas pela Coordenação do Programa e apresentar relatórios nos prazos estipulados; IX – aprovar os Editais de Seleção para ingresso no Programa, encaminhados pela Coordenação do Programa; e submetê-los à aprovação do Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia X – reunir-se mensalmente em caráter ordinário; XI – reunir-se em caráter extraordinário sempre que expressamente convocado pelo Diretor Adjunto de Pós-Graduação ou por solicitação escrita de 1/3 (um terço) de seus membros, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas e explicitação do assunto que justifica a reunião; XII – deliberar sobre qualquer matéria que lhe seja submetida pelo Diretor Adjunto de Pós-Graduação.

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CAPÍTULO IV Da Coordenação do Programa:

Art. 11º - A coordenação do Programa é responsável pelo funcionamento acadêmico administrativo do Programa, bem como pela execução de todas as atribuições que lhe são conferidas por este Regulamento. Art. 12º - A coordenação do Programa será composta pelo Diretor Adjunto de Pós-Graduação e pelo Coordenador do Programa. § 1o. – Cabe ao coordenador do Programa apoiar o Diretor Adjunto de Pós-Graduação na execução das tarefas acima e substituí-lo em todos os casos de impedimento. Art. 13º - Compete à Coordenação do Programa: I – cumprir e fazer cumprir o presente Regulamento, bem como sugerir as eventuais alterações ditadas pelas exigências de sua aplicação; II – convocar e presidir as reuniões do Colegiado do Programa; III – representar o Programa no Conselho de Pós-graduação do Instituto de Economia e, quando assim designado por este Conselho, perante todos os órgãos e instâncias da UFRJ, assim como perante as instituições congêneres, suas associações e as agências de fomento da pesquisa e do ensino de pós-graduação; IV – submeter à aprovação do Colegiado do Programa os nomes que deverão compor comissões ou coordenações específicas, tais como Comissão de Seleção; V – encaminhar à homologação do Colegiado do Programa qualquer proposta de alteração de regulamento e de credenciamento de docentes de Programa, assim como de constituição de Bancas Examinadoras de concursos e de dissertação e tese; VI- submeter à apreciação do Colegiado do Programa quaisquer propostas de alteração de prazos acadêmicos regimentais ou não; VII – submeter ao Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia temas e atividades relacionadas ao ensino de pós-graduação do Programa. VIII – elaborar a programação didática semestral e demais atividades acadêmicas do Programa a fim de submetê-la à aprovação do Colegiado e do Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia; IX – coordenar e supervisionar todas as atividades didáticas científicas e administrativas do Programa; X - supervisionar a constituição e o funcionamento das Bancas e comissões constituídas nos termos deste Regulamento e submeter todos os seus respectivos relatórios à homologação do Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia; XI – supervisionar o funcionamento da Secretaria do Programa e de todos os demais setores e serviços administrativos; XII – analisar e encaminhar ao Colegiado, e posteriormente ao Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia, alterações de orientação a pedido de alunos ou professores, de modo a assegurar a orientação individual a todo aluno; XIII – submeter ao Colegiado, e posteriormente ao Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia, para aprovação, minutas de Editais de Seleção e matrícula; XV – encaminhar ao Colegiado, e posteriormente ao Conselho de Pós-Graduação do Instituto de Economia, relatórios anuais das atividades do Programa, devidos às instâncias superiores de administração universitária e fomento, os quais, uma vez aprovados, deverão ser amplamente divulgados.

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TÍTULO III

DO REGIME DIDÁTICO

CAPÍTULO I Da Seleção, Admissão e Matrícula

Art. 14º - As inscrições para o processo de seleção com vistas à admissão nos cursos de mestrado e doutorado serão abertas periodicamente, no mínimo 2 (dois) meses antes do início dos mesmos, fixando-se na oportunidade, através de Edital Público de Seleção,as disposições quanto ao número de vagas, ao local, horário e prazo de inscrição e às exigências a serem atendidas pelos candidatos, bem como critérios e bibliografia das provas de seleção, quando for o caso. Art. 15º - A admissão de alunos estará condicionada à capacidade de orientação do corpo docente do PPED, conforme estabelecido por sua comissão deliberativa. Art. 16º - Os cursos de pós-graduação são destinados a candidatos portadores de diploma de curso de nível superior e outros critérios de acordo com o Conselho de Pós-Graduação. Art. 17º - A seleção para o curso de mestrado se baseará em provas, análise do curriculum vitae, histórico escolar e outros critérios de acordo com o Conselho de Pós-Graduação. Art. 18º - A seleção para o curso de doutorado será feita em duas etapas: análise do curriculum vitae, ante-projeto de tese e histórico escolar; entrevista. Poderá ser instituída prova de conhecimentos e apresentação pública do ante-projeto de tese

§ 1º – Os candidatos ao curso de doutorado deverão ser portadores do título de mestre, exceto no caso de progressão direta, nos termos e condições estabelecidas no Artigo 19º deste regulamento;

§ 2º O processo de seleção deverá verificar a capacidade de leitura e compreensão de textos em pelo menos uma língua estrangeira para o mestrado e em pelo menos duas línguas estrangeiras para o doutorado, estabelecidas no edital dos exames de seleção. Art. 19º - Os alunos do curso de mestrado em Políticas Públicas, Estratégias e Desenvolvimento, do Instituto de Economia, que tenham tido um desempenho acadêmico excelente no período em que estiverem cursando disciplinas e que completarem a carga horária mínima requerida em até 3 (três) períodos/semestres, poderão obter mudança de nível do mestrado para o doutorado sem necessidade de defesa da dissertação.

§ 1º – considera-se que o aluno do mestrado teve um desempenho acadêmico excelente e está apto a progredir diretamente para o doutorado quando tiver obtido grau A em, no mínimo, n-1 das n disciplinas cursadas, e grau B ou A na enésima, além de ter demonstrado maturidade para iniciar uma tese de doutorado;

§ 2o – A mudança de nível será proposta através de carta do orientador justificando o pleito, devendo ser apreciada e aprovada pelo Conselho de Pós-Graduação, que deliberará com base na carta do orientador, no desempenho do aluno, em plano de trabalho para o doutorado e outros critérios que venham a ser estabelecidos pelo Conselho.

§ 3o – O pedido de mudança de nível deve ser encaminhado ao Conselho de Pós-graduação no prazo máximo de 17 meses após o início do curso.

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Art. 20º - A seleção de alunos estrangeiros, não domiciliados no país, será efetuada com base em edital específico.

§ 1º – os candidatos estrangeiros deverão comprovar a disponibilidade de recursos financeiros para custear sua estada no país durante o período em que estiver cursando a pós-graduação.

§ 2º - o prazo-limite para que aluno estrangeiro não lusófono comprove proficiência em língua portuguesa é de dois anos. Art. 21º - Os candidatos selecionados terão direito à matrícula no Programa de pós-graduação. Esta se fará com a assistência da secretaria, no período previsto pelo calendário acadêmico. Art. 22º - A matrícula será válida por um prazo máximo de 30 meses para o mestrado e 48 meses para o doutorado, ao fim dos quais, se não houver sido trancada ou prorrogada será automaticamente cancelada.

§ 1º – A prorrogação da matrícula poderá ser admitida em casos excepcionais e por um período máximo de seis meses, tanto para o doutorado como para o mestrado.

§ 2º – O pedido de prorrogação da matrícula deverá ser feito ao Conselho de Pós-Graduação, com a devida justificativa, cabendo à Comissão de Pós-Graduação e Pesquisa da Unidade a homologação da decisão do conselho.

CAPÍTULO II Do Cancelamento e do Trancamento da Matrícula

Art. 23º - O aluno terá sua matrícula automaticamente cancelada quando: for reprovado em mais de uma disciplina; apresentar coeficiente de rendimento deficiente; não estiver inscrito em qualquer disciplina durante um período letivo, salvo os casos de trancamento de matrícula; ou descumprir os prazos regulamentares. Art. 24º - Candidatos ao Programa que, por qualquer motivo, tiverem matrícula cancelada no IE terão o direito a nova matrícula, condicionada à aprovação pelo Conselho de Pós- graduação do IE, decorridos dois anos do cancelamento e mediante submissão a novo processo de seleção, de acordo com as normas vigentes no momento da nova candidatura, devendo portanto apresentar documentação atualizada.

§ 1º – A coordenação do Programa procederá a uma avaliação do desempenho anterior do candidato, bem como das razões pelas quais a matrícula do aluno foi cancelada.

§ 2º – Nos casos de readmissão previstos no caput deste artigo, a atividade acadêmica do aluno passará a reger-se pelos regulamentos e normas vigentes à época da readmissão, cabendo o seguinte procedimento em relação a aproveitamento de carga horária e histórico escolar:

a) para efeito de atingir a carga horária mínima exigida pelo Programa somente poderão ser aprovadas disciplinas da primeira matrícula que preencham até um terço desta carga horária mínima, contanto que o tempo decorrido entre a obtenção da aprovação na disciplina e a nova matrícula não tenha ultrapassado 4 (quatro) anos e desde que revalidadas pela coordenação do Programa;

b) as disciplinas anteriormente cursadas e revalidadas não serão consideradas para avaliação de desempenho;

c) no novo histórico escolar serão indicadas as circunstâncias da readmissão.

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Art. 25º - Será assegurado regime acadêmico especial mediante atestado médico apresentado à coordenação do programa de pós-graduação: I – à aluna gestante, por três meses a partir do oitavo mês de gestação, ou a critério médico, como disposto na Lei Nº 6.202, de 17 de abril de 1975; II – aos alunos em condição física incompatível com a freqüência às aulas, como disposto no Decreto-Lei Nº 1.044, de 2 de outubro de 1969, desde que por período que não ultrapasse o máximo considerado admissível por cada programa de pós-graduação para a continuidade do processo pedagógico. Parágrafo único. Os exercícios domiciliares previstos no regime acadêmico especial não se aplicam às disciplinas de caráter experimental ou de atuação prática. Art. 26º - O Conselho de Pós-Graduação poderá autorizar o trancamento de matrícula a pedido do aluno, apenas por motivo de força maior.

§ 1º – O aluno deverá apresentar por escrito as razões da solicitação do trancamento e anexar documentação comprobatória.

§ 2º – O tempo durante o qual a matrícula permanecer trancada não será computado no cálculo do prazo máximo de validade da matrícula, de 30 meses para o mestrado e 48 meses para o doutorado, a que se refere o Art. 19º deste capítulo.

§ 3º – O tempo em que permanecer trancada a matrícula não poderá exceder 6 meses.

§ 4º – Não haverá trancamento de matrícula para o primeiro período do Curso, salvo em casos excepcionais que caracterizem, de modo inequívoco, o impedimento do aluno em participar das atividades acadêmicas, e a critério do Conselho de Pós-Graduação. Art. 27º. Fica autorizada a matrícula em disciplina isolada de alunos de outros programas de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro ou de outras Instituições de Ensino Superior, respeitada a legislação universitária pertinente. Art. 28º. Não será autorizada a matrícula simultânea em mais de um curso de pós-graduação stricto sensu da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Parágrafo único. O CEPG poderá autorizar a matrícula simultânea nos casos em que um aluno concluinte começar um outro curso de mestrado ou doutorado.

CAPÍTULO III Da Inscrição e Abandono de Disciplinas

Art. 29º - A inscrição em disciplinas, em cada período, far-se-á nas épocas previstas no calendário acadêmico e deverá ser autorizada pelo coordenador do Programa. Art. 30º - O abandono de disciplina deverá ser feito dentro dos prazos previstos no calendário acadêmico e deverá ser autorizada pelo coordenador do Programa.

CAPÍTULO IV Do Regime Acadêmico

Art. 31º - Todo aluno matriculado no mestrado e doutorado deve cumprir regime de tempo integral, que compreende atividades acadêmicas realizadas de acordo com seu plano de estudos, durante o período em que estiver cursando disciplinas.

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§ Único. Todo aluno bolsista, de mestrado e doutorado, que ingressar no Programa deverá cumprir estágio-docência, por meio da atuação como tutor nos cursos de graduação do IE/UFRJ. A critério do professor responsável pela disciplina, os tutores elaboram e corrigem listas de exercícios, fazem estudos dirigidos ou outras atividades de suporte aos cursos. Os tutores escolhem as disciplinas de acordo com seu interesse, geralmente pertencentes a sua área de concentração.

CAPÍTULO V Da Organização Curricular

Art. 32º - As disciplinas do Programa de mestrado e doutorado estão agrupadas em: disciplinas obrigatórias; disciplinas eletivas e disciplinas específicas das áreas de concentração.

§ 1º - No Programa de mestrado estão previstas duas disciplinas obrigatórias e duas disciplinas eletivas, sendo uma delas fora da área de concentração do aluno. As demais disciplinas são específicas das áreas de concentração do aluno.

§ 2º - No Programa de doutorado, estão previstas duas disciplinas obrigatórias e duas disciplinas eletivas, sendo uma delas fora da área de concentração do aluno. As demais disciplinas são específicas das áreas de concentração do aluno.

§ 3º – No exame de seleção o aluno deverá escolher uma área de concentração. § 4º – A escolha de uma área de concentração implica que o aluno deverá escolher

um mínimo de 3 (três) disciplinas listadas na área. Art. 33º - No 2º período, o aluno de mestrado deverá se matricular na disciplina Metodologia para Dissertação de Mestrado. Parágrafo único. Após cursar a Metodologia para Dissertação de Mestrado, o aluno deverá defender seu projeto de dissertação num prazo não superior a 15 meses após a primeira matrícula em disciplina. Art. 34º - No curso de doutorado, a matrícula na disciplina Metodologia para Tese de Doutorado, é obrigatória a partir do 3º período. Parágrafo único. Após cursar a Metodologia para Tese de Doutorado, o aluno deverá defender seu Exame de Qualificação num prazo não superior a 27 meses após a primeira matrícula em disciplina. Art. 35º - Em cada disciplina poderá inscrever-se um número máximo de 30 (trinta) alunos. Parágrafo único. Os alunos regularmente matriculados em outros Programas de Pós-graduação poderão inscrever-se nas disciplinas oferecidas por esse Programa de Pós-Graduação, sempre que respeitado o limite de inscrições estabelecido no caput deste artigo e atendida a demanda dos alunos desse Programa. Art. 36º - Semestralmente, por convocação do coordenador, o Colegiado do Programa decidirá o elenco de disciplinas a serem oferecidas vinculadas às áreas de concentração e linhas de pesquisa do Programa.

§ 1º – A critério do Colegiado, em acréscimo a esse elenco poderão ser oferecidas disciplinas eletivas não diretamente relacionadas às linhas de pesquisa.

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§ 2º - As disciplinas oferecidas pelo Programa de Pós-graduação em Economia poderão ser consideradas disciplinas eletivas para o aluno, em comum acordo com o orientador e ouvido o Colegiado. Art. 37º - A carga horária mínima de atividade pedagógica será igual a 360 (trezentos e sessenta) horas de aula para a obtenção do título de Mestre e a 600 (seiscentas) horas de aula para a obtenção do título de doutor distribuídas entre as disciplinas teóricas e aplicadas.

§ 1º – No caso dos alunos de doutorado, as disciplinas cursadas em nível de mestrado poderão ser computadas, a critério da Coordenação, até os seguintes limites:

a) 360 horas de aula, para os alunos que ingressaram por meio da prova de seleção;

b) 360 horas de aula, para os alunos que mudaram de nível, de acordo com o artigo 16º deste regulamento.

§ 2º – O reconhecimento de disciplinas cursadas há mais de 10 anos só poderá ser concedido após exame específico pelo Conselho de Pós-Graduação da equivalência de conteúdo das disciplinas solicitadas em relação aos cursos em vigor, ainda que haja coincidência de nomes ou códigos. Art. 38º - O aluno deverá completar sua formação com uma experiência didático-pedagógica visando ao exercício futuro da docência, devendo para isso inscrever-se em Disciplina de Aperfeiçoamento Didático, conforme Res. CEG-CEPG 01/00.

§ 1º – os alunos de mestrado deverão cursar a Disciplina de Aperfeiçoamento Didático por 1 (um) período e os alunos de Doutorado por 2 (dois) períodos.

§ 2º – a carga horária da Disciplina de Aperfeiçoamento Didático não será computada para fins de atingir a carga horária mínima referida no artigo 32 o deste Regulamento.

§ 3º – estão isentos da obrigação de cursar a disciplina de Aperfeiçoamento Didático os alunos que já tiverem uma experiência de docência em estabelecimento de ensino superior por mais de um ano, desde que reconhecida pela Coordenação de Pós- Graduação. Art. 39º - Os alunos de mestrado, a partir do segundo semestre de seu curso, e os alunos de doutorado, a partir do primeiro semestre de seu curso, deverão inscrever-se na secretaria, no ato da matrícula, para participação nos seminários de pesquisa do Instituto de Economia, por dois semestres, devendo obter uma freqüência mínima de 2/3. Art. 40º - Até o final do segundo semestre contado a partir de sua matrícula no Programa, o aluno deverá comunicar ao coordenador e registrar na Secretaria, o nome do professor escolhido para a orientação da dissertação ou tese, com aceite do mesmo. Art. 41º - A orientação de dissertações e teses será de responsabilidade de um orientador do Programa.

§ 1º – De acordo com o orientador e com aprovação do Conselho de Pós-Graduação, a orientação poderá ser compartilhada por outro professor do Programa, segundo critério de adequação à realização da pesquisa do aluno.

§ 2º – Excepcionalmente, o orientador poderá ser externo ao Programa, desde que aprovado pelo Conselho de Pós-Graduação; neste caso, a Coordenação do Programa indicará um co-orientador escolhido entre os membros do corpo docente do Programa.

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Art. 42º - A troca de orientador será permitida sob solicitação justificada do aluno ou do professor ao coordenador do programa.

CAPÍTULO VI Dos Critérios de Avaliação do Rendimento Acadêmico

Art. 43º - O aproveitamento em cada disciplina será avaliado através de provas, exames e outros trabalho escolares, e expresso pelo professor responsável pela disciplina mediante os seguintes conceitos: A = Excelente; B = Bom; C = Regular; D = Deficiente. Parágrafo único. Cabe exclusivamente ao professor responsável pela disciplina o registro em documento apropriado do resultado das avaliações, nos prazos estabelecidos pela coordenação do Programa. Art. 44º - O coeficiente de rendimento acumulado (CRA) será calculado pela média ponderada dos conceitos, sendo a carga horária (horas de aula) de cada disciplina o peso, atribuindo-se os seguintes valores aos conceitos: A - 3 (três); B - 2 (dois); C - 1 (um); D - 0 (zero). Parágrafo único. Terá a matrícula cancelada o aluno que apresentar C.R. acumulado inferior a: 1,0 ao final do 1º período; 1,5 ao final do 2º período e 2,0 ao final do 3º período. Art. 45º - Serão considerados como aprovados em uma disciplina os alunos que alcançarem os conceitos A, B ou C nesta disciplina e que tenham comparecido a pelo menos 75% das atividades escolares. Art. 46º - O aluno será reprovado na disciplina em que obtiver um conceito D. Parágrafo único. Terá sua matrícula automaticamente cancelada o aluno que tiver duas reprovações (= D). Art. 47º - Um aluno somente poderá repetir disciplina, na qual tenha obtido o conceito D, a critério da coordenação do Programa, exceto no caso das disciplinas obrigatórias. Neste caso os dois resultados constarão do histórico escolar do aluno e serão computados no cálculo do coeficiente de rendimento escolar, definido no Art. 38º deste Regulamento. Art. 48º - A critério do professor responsável, a indicação I (incompleta) será concedida ao aluno que, não tendo concluído os trabalhos da disciplina, assumir o compromisso de concluídos em prazo nunca superior a um bloco letivo com duração de 10 semanas. § único - A indicação I será automaticamente substituída pelo conceito D caso os trabalhos não sejam concluídos dentro do prazo estipulado.

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Art. 49º - Por motivo justificado, com aceite do professor responsável, poderá o aluno abandonar uma disciplina durante o período letivo, devendo constar do Histórico Escolar a indicação J (abandono justificado). Art. 50º - A indicação T (transferida) será atribuída às disciplinas completadas em outros programas. Art. 51º - As disciplinas com indicação I, J ou T não serão consideradas para o cálculo do CRA, mas deverão constar do histórico escolar.

CAPÍTULO VII Da Transferência e Validação e Disciplinas Cursadas em Outros Programas

Art. 52º - Disciplinas cursadas em nível de pós-graduação em outros programas serão aceitas até um limite máximo de quarenta por cento do total da carga horária exigida para a obtenção do grau correspondente. Art. 53º - O aproveitamento de disciplinas cursadas fora do Programa para completar a carga horária mínima será decidida pela coordenação do Programa, de acordo com as seguintes condições: a) parecer favorável sobre equivalência de ementas de um professor membro do conselho de pós-graduação ou do professor responsável por disciplina similar oferecida pelo Programa, quando for o caso; b) avaliação criteriosa, por parte da Coordenação de ensino, quando a disciplina externa for considerada relevante para o plano de estudos de pós-graduação do aluno.

CAPÍTULO VIII

Da Concessão dos Graus de Doutor e Mestre Art. 54º - Um aluno matriculado no Programa será considerado candidato ao grau de mestre quando satisfizer a todos os seguintes requisitos: a) haver cursado todas as disciplinas obrigatórias, definidas por norma específica da coordenação do Programa; b) haver cumprido o requisito mínimo de carga horária no mínimo três e no máximo quatro períodos letivos; c) apresentar coeficiente de rendimento acumulado não inferior a 2,0 (dois); d) estar inscrito na disciplina de Metodologia para Dissertação de Mestrado e contar com a orientação de um membro do corpo docente do Programa conforme estabelecido no artigo 35º deste Regulamento. Parágrafo único. Em casos excepcionais, mediante justificativa escrita do orientador, o prazo referido na alínea (b) poderá ser estendido por um semestre. Art. 55º - Um aluno matriculado no Programa será considerado candidato ao grau de doutor quando satisfizer a todos os seguintes requisitos: a) ter cumprido o requisito mínimo de carga horária definido no artigo 31º deste regulamento em no máximo quatro períodos letivos; b) ter cursado as disciplinas consideradas como pré-requisitos pela Coordenação do Programa em comum com o orientador acadêmico;

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c) apresentar coeficiente de rendimento não inferior a 2,0 (dois); d) ter obtido aprovação de seu exame de qualificação do projeto de tese por uma comissão constituída por seu orientador e por dois especialistas na área de conhecimento da pesquisa proposta, estes últimos indicados pela Coordenação do Programa, num prazo não superior a vinte e seis meses contados a partir da inscrição no curso de doutorado, valendo o mesmo prazo para os alunos que obtiveram mudança de nível nos termos do artigo 16º deste regulamento; e) ser aprovado em exame de qualificação ao doutorado, num prazo não superior a 26 meses contados a partir da inscrição no doutorado, valendo para o caso dos alunos que obtiveram mudança de nível nos termos do artigo 16º deste regulamento; f) ter demonstrado proficiência no domínio da língua inglesa; g) estar inscrito na disciplina Metodologia de pesquisa para tese de doutorado e contar com a orientação de um membro do corpo docente do Programa conforme estabelecido no artigo 35o deste Regulamento. Parágrafo único. O exame de qualificação referido na alínea e constará de uma prova escrita sobre questões relativas ao campo teórico em que se situa a tese, sendo o candidato avaliado por uma banca constituída por três membros pertencentes ao programa. Art. 56º - Será concedido o grau de mestre ao candidato ao mestrado cuja dissertação for aprovada por uma banca examinadora composta de pelo menos 3 (três) – e no máximo 5 (cinco) – membros, todos eles portadores do título de doutor.

§ 1º – Farão parte da banca examinadora o orientador da dissertação e pelo menos um e no máximo dois membros externos ao Programa.

§ 2º – A indicação dos nomes de todos os componentes da banca examinadora terá de ser aprovada pelo Conselho de pós-graduação e homologada pela Comissão de Pós-Graduação e Pesquisa da Unidade.

§ 3º – Em casos excepcionais, e mediante solicitação justificada, poderá ser admitida a participação de membros da banca sem título de doutor, desde que autorizada pelo CEPG. Art. 57º - Os membros da banca examinadora serão indicados de comum acordo pelo candidato ao mestrado, pelo seu orientador de tese e pela Coordenação do Programa. Art. 58º - Será concedido o grau de doutor ao candidato a doutorado cuja tese for aprovada por uma banca examinadora de pelo menos 5 (cinco) Doutores.

§ 1º – Farão parte da banca examinadora o orientador da tese e pelo menos dois, e no máximo três, membros externos ao Programa.

§ 2º – A indicação dos nomes de todos os componentes da banca examinadora terá de ser aprovada pelo Conselho de Pós -graduação e homologada pela Comissão de Pós-Graduação e Pesquisa do CCJE. Art. 59º - Os membros da banca examinadora serão indicados de comum acordo pelo candidato ao doutorado, pelo seu orientador e pela Coordenação do Programa. Art. 60º - A tese de doutorado deverá apresentar característica de originalidade, demonstrando contribuição ao saber na área específica.

§ 1º – As publicações parciais do candidato ocorridas durante a realização do trabalho de tese não invalidam a originalidade desta.

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§ 2º – A tese de doutorado poderá ser composta de 3 artigos originais, publicados em periódico indexado durante o período de vigência da matrícula. Art. 61º - A defesa de dissertação de mestrado ou de tese de doutorado perante a banca examinadora só poderá realizar-se após 30 (trinta) dias a contar da data de entrega do original e cópias de versão final na secretaria de ensino. Art. 62º - As defesas de Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado deverão ser públicas, com divulgação prévia do local e horário de sua realização.

§ 1º – O ato da defesa de dissertação ou tese e seu resultado devem ser registrado em Ata, de acordo com o modelo definido pelo CEPG.

§ 2º – A Banca Examinadora poderá condicionar a aprovação da dissertação ou tese ao cumprimento de exigências, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

§ 3º – No caso de aprovação com exigências, estas deverão ser registradas em ata, bem como o(s) membro(s) da Banca responsável(is) pelo controle e verificação de seu cumprimento pelo aluno.

§ 4º – O resultado da defesa será submetido à Comissão de Pós-graduação e Pesquisa da Unidade para homologação, conforme Resolução CEPG 01/99.

§ 5º – Após a aprovação da dissertação ou tese, o aluno terá prazo máximo de 60 (sessenta) dias para entregar à Secretaria do Programa 3 (três) exemplares da versão final, preparada de acordo com a resolução específica sobre o assunto.

§ 6º – Uma vez entregue a versão final da dissertação ou tese pelo aluno, o Programa terá prazo máximo de 30 (trinta) dias para encaminhar ao CEPG o processo de homologação de defesa e emissão de diploma. Art. 63º - O presidente da banca anotará no livro de ata próprio o resultado da decisão dos membros da banca pela aprovação ou pela reprovação do candidato. Poderá ser feita menção de “distinção” caso a banca considere a tese ou dissertação de excepcional qualidade.

TÍTULO IV

DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS Art. 64º - Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos, no que for de sua competência pela Coordenação do Programa, pelo Conselho de Pós-graduação do Instituto de Economia, pelo Conselho deliberativo do Instituto de Economia, ou, quando for o caso, pelos órgãos superiores da administração da Universidade. Art. 65º - Para fins de equivalência de disciplinas cursadas sob regulamentos anteriores ou fora do programa, fica estabelecido que um crédito equivale a 15 horas de atividade acadêmica. Art. 66 - Este regulamento poderá ser reformado ou emendado: a) por motivo de lei ou alteração do estatuto e do regime da universidade; b) por iniciativa do Diretor do Instituto de Economia, ou, no mínimo de 1/5 (um quinto) dos membros do Conselho deliberativo desse Instituto, devendo a proposta ser aprovada por, no mínimo, 3/5 (três quintos) dos membros desse Conselho, pelo Conselho de coordenação do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas e pelo Conselho de ensino para graduados e pesquisa da UFRJ.

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Art. 67º - Este regulamento entrará em vigor na data de sua publicação, revogada as disposições em contrário.

IV. ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO

O PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO está estruturado em três áreas de concentração, que são a seguir explicitadas.

1. GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS O objetivo desta área de concentração é a análise do Estado, sua natureza e seu

papel, na fase atual do capitalismo globalizado, bem como dos processos de formulação e implementação de políticas públicas, sobretudo nas áreas econômica e social. Indo além dos enfoques convencionais que se concentram nos aspectos técnicos e procedimentais da tomada de decisões, a preocupação aqui será de teor mais abrangente, envolvendo a dimensão política do processo de execução e a não menos importante questão da coordenação política exercida pelo Estado, seu alcance e seus limites. Para tanto, os estilos de gestão pública e as formas de governança, com maior ou menor transparência, maior ou menor concentração e centralização das decisões, maior ou menor abertura a parcerias, e outras modalidades de gestão compartilhada, constituem temas relevantes. Finalmente, será dada atenção especial à dimensão institucional, destacando-se as relações entre os poderes, o funcionamento dos mecanismos de controle e fiscalização, as garantias da responsabilização pública dos governantes, as formas de cobrança e prestação de contas (responsiviness e accountability), tendo em vista a sobrevivência dos traços clientelistas e patrimonialistas que historicamente caracterizaram a formação do Estado na América Latina.

Uma das preocupações centrais da área de concentração em Governança e Políticas Públicas é, assim, a necessária articulação entre as distintas esferas de poder do Estado - Executivo, Legislativo e Judiciário - assim como sua maior ou menor coordenação nos planos Federal, Estadual e Municipal - principalmente no que diz respeito às políticas de desenvolvimento econômico e social. As dimensões políticas da gestão do Estado brasileiro e latino-americano serão igualmente objeto de análise. A área de concentração em Governança e Políticas Públicas está construída de maneira a oferecer uma moldura conceitual para a reflexão sobre o Estado e suas políticas, que é fundamental para as outras áreas de concentração do Programa - tanto para Instituições, Estratégias e Desenvolvimento, quanto para as políticas relacionadas com a Propriedade Intelectual. Por outro lado, a reflexão da área de concentração em Instituições, Estratégias e Desenvolvimento, centrada sobre os conceitos de inovação e mudança institucional, repercutem sobre a análise da dinâmica política de governos e de estruturas de governança global. A Área de Concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento, por sua vez, constitui campo privilegiado de aplicação para os enquadramentos teóricos e conceituais de governança e políticas públicas.

2. INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO O renascimento das temáticas do crescimento e desenvolvimento econômico na

economia aberta vem redefinindo o papel do Estado e das políticas públicas face à elevada

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instabilidade e às crises, bem como às exigências das sociedades democráticas. Assim, tendo em conta a redefinição dos papéis dos organismos de governança global, dos estados nacionais, governos regionais e locais, bancos de desenvolvimento e corporações, bem como a crescente importância das transformações estruturais, tecnológicas e organizacionais em curso, fazem oportuna e necessária uma ampla reflexão teórica e aplicada, centrada no desenvolvimento, nas instituições, nas organizações e em suas estratégias. A preocupação de fundo desta área de concentração é a relação entre a formulação e execução de estratégias, a mudança institucional e o desenvolvimento.

A revolução de cunho tecnológico, organizacional e cultural ora em curso evidencia, por outro lado, a importância crescente do conhecimento e da inovação para a produção de bens tangíveis e intangíveis que caracterizam a sociedade informacional em processo de consolidação. Estas mudanças, por sua vez, produzem impactos sobre as instituições, a estrutura de governança das organizações, bem como suas estratégias. A necessidade de transacionar ativos intangíveis, por outro lado, coloca na ordem do dia a questão da propriedade de tais ativos.

A área de concentração em Instituições, Estratégias e Desenvolvimento propõe-se a desenvolver os seguintes temas de investigação.

- Teorias da concorrência e da regulação da concorrência, características do processo competitivo tendo em conta: os condicionantes da expansão empresarial concebida como processo estratégico; o ambiente institucional globalizado onde as mesmas se situam, e onde são centrais as inovações, a mudança tecnológica, as múltiplas fontes de incerteza; os mercados, as micro, pequenas e médias empresas e as cooperativas; a concorrência como processo; os custos de transação e de governança; a confiança, o papel dos contratos, as competências e os recursos; a inovação tecnológica e a sociedade do conhecimento; os fundamentos da regulação econômica, das políticas de defesa da concorrência e a discussão sobre o trade-off contemporâneo entre políticas de competitividade e políticas de defesa da concorrência.

- Perspectiva analítica sobre a relação entre a economia, o contexto social e o aparato jurídico e legal onde a economia mesma está enraizada. Discutir o processo de formação e a dinâmica das instituições, e seu papel na estruturação e inserção de mecanismos de coordenação (e regularidades) nas relações econômicas, e nos mercados, nas economias capitalistas.

- Estudo das transformações produtivas resultantes de políticas de desenvolvimento e suas instituições específicas.

- A eficácia das políticas de desenvolvimento e sua capacidade de lidar com oportunidades e restrições derivadas do aparato regulatório nacional e internacional; a análise das relações entre Estado, sociedade civil e instituições de governança global; a integração regional numa perspectiva histórica.

- Corporações transnacionais e a maneira como têm reorientado sua gestão, organização e suas estratégias, incluindo modelos centrados na construção de vastas estruturas em rede, intra e inter corporações. Por outro lado, de que maneira as novas formas de desenvolver e sustentar vantagens competitivas conduziu a uma agressiva agenda de expansão a novos mercados e segmentos e à implementação de múltiplas formas de alianças, joint ventures, fusões e aquisições.

- A convenção da sustentabilidade, a regulação das externalidades, valoração de recursos ambientais, mercados de serviços ambientais; negociação de convenções globais de comércio, dos direitos de propriedade intelectual e do meio ambiente; responsabilidade ambiental das empresas e as estratégias dos stakeholders.

- A importância dos mercados financeiros globais e dos sistemas bancários nacionais, sua regulação, pressão competitiva, os processos de fusão e aquisição, e as pressões derivadas das exigências de estabilidade macroeconômica. Por outro lado, de que maneira os

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choques internacionais e os processos de desregulamentação financeira e liberalização das contas de capital liberaram um potencial acumulado para inovações e de que forma este potencial vem mudando a macrodinâmica das modernas economias.

3. INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO A inovação tecnológica tem sido considerada uma peça fundamental para o

desenvolvimento econômico, o aumento da produtividade e a competitividade de um país. Nesse contexto, a propriedade intelectual, sob certas circunstâncias, pode ser um instrumento central para apoiar o avanço tecnológico, garantindo os direitos dos criadores e ao mesmo tempo, oferecendo informações cruciais ao estabelecimento de estratégias de fomento à inovação.

As Universidades e Centros de Pesquisa, juntamente com o setor empresarial, vêm, pouco a pouco, compreendendo o papel importante da proteção do intangível, o que tem feito com que políticas específicas para a propriedade intelectual venham sendo adotadas por toda parte. Além disso, o tema da propriedade intelectual tem tomado significativa importância na agenda internacional, seja em foros específicos, como na OMPI, seja em foros de comércio internacional e de desenvolvimento econômico, como na OMC, ou em negociações no âmbito do Mercosul, da União Européia, da Alca e da OCDE, entre outras.

No entanto, os mecanismos para interligar inovação tecnológica, propriedade intelectual e competitividade não se têm mostrado tão eficazes, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Tal fato pode ser explicado por carências de diversas naturezas. Um importante gargalo para uma melhor capacidade de gestão tecnológica e de propriedade intelectual centra-se na falta de estudos e discussões que orientem decisões tanto no nível de formulação de políticas públicas e negociações internacionais quando no nível de gerenciamento de negócios conduzidos pelas empresas.

Reconhecendo que a propriedade intelectual é matéria de característica multidisciplinar, situando-se fortemente na esfera do Direito, da Economia e da Administração (ações de gestão de tecnologia), a presente proposta nutre-se de um conjunto de atividades de pesquisa, que estão sendo presentemente desenvolvidas tanto no Laboratório de Pesquisa e Capacitação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia (Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, CCJE), quanto no Núcleo de Pesquisas em Propriedade Intelectual no âmbito da Faculdade de Direito da UERJ e do Programa de Ensino em Biociências da Fiocruz.

Os objetivos dessa área de concentração são:

- promover a discussão teórica e conceitual do tema da propriedade intelectual tendo em conta: a agenda do desenvolvimento; a economia dos bens públicos globais e as diferentes modalidades de transações de bens intangíveis, que supõem a troca de direitos de propriedade;

- estudar as instituições que compõem os sistemas de proteção da propriedade intelectual e como operam os diferentes Institutos Nacionais de Propriedade Industrial;

- disseminar a agenda do desenvolvimento em propriedade intelectual;

- promover uma maior articulação das atividades de pesquisa nas universidades, institutos de pesquisas, agências federais, estaduais e regionais de fomento, entidades empresariais, representações de classe e outros organismos públicos e privados dedicados à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico, às atividades de extensão tecnológica e à inovação;

- relacionar os temas da propriedade intelectual com a promoção e o fomento à inovação e ao desenvolvimento.

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Os temas que se pretende desenvolver são os seguintes: globalização do sistema de propriedade intelectual; gestão da propriedade intelectual; parcerias tecnológicas e comercialização de tecnologia; organização do mercado internacional de tecnologia; mecanismos de acesso à informação tecnológica, ao mercado de tecnologia e ao sistema de propriedade intelectual pelas micro, pequenas e médias empresas; proteção de propriedade intelectual na indústria farmacêutica e de biotecnologia em geral; tecnologia da informação e tecnologias sensíveis; proteção de conhecimentos tradicionais, fomento e uso de indicações geográficas e marcas de certificação; proteção e infração dos direitos de autor e da propriedade intelectual.

V. CORPO DOCENTE O Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas, Estratégias e

Desenvolvimento terá como coordenadora a Professora Titular Eli Diniz, do Instituto de Economia, responsável pela Área de Concentração em Governança e Políticas Públicas, e como coordenadoras adjuntas a Professora Titular Ana Célia Castro, do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, responsável pela Área de Concentração em Instituições, Estratégias e Desenvolvimento, e a Professora Cláudia Inês Chamas, da FIOCRUZ, responsável pela Área de Concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento.

1. CORPO DOCENTE PERMANENTE

DOCENTE TITULAÇÃO REG LOTAÇÃO HORAS ÁREA ANA CELIA CASTRO DOUTOR D.E. CCJE 30 IED ANTONIO BARROS DE CASTRO

DOUTOR PROF EMÉRITO

IE 25 IED

CARLOS MEDICIS MOREL DOUTOR D.E. FIOCRUZ 25 IPID CLAUDIA INES CHAMAS DOUTOR D.E. FIOCRUZ 30 IPID ELI ROQUE DINIZ DOUTOR D.E. IE 30 GPP JULIANA NEUENSCHWANDER MAGALHÃES

DOUTOR D.E. FND 25 IPID

LUIZ MARTINS DE MELO DOUTOR D.E. IE 25 IED MARIA LÚCIA W. VIANNA DOUTOR D.E. IE 30 GPP MARIA TEREZA LEOPARDI MELLO

DOUTOR D.E. IE 30 IED

RENATA LEBRE LA ROVERE DOUTOR D.E. IE 30 IED PAULO BASTOS TIGRE DOUTOR D.E. IE 30 IPID VALERIA G. DA VINHA DOUTOR D.E. IE 30 IED VICTOR PROCHNIK DOUTOR D.E. IE 30 IED WANDERLEY GUILHERME DOS SANTOS

DOUTOR UFRJ 25 GPP

2. CORPO DOCENTE DE COLABORADORES

ANTONIO MÁRCIO BUAINAIN DOUTOR D. E. UNICAMP 20 IPID CARLOS EDUARDO FRICKMAN YOUNG

DOUTOR D. E. IE 20 GPP

JOÃO MARCELO DE LIMA ASSAFIM

DOUTOR D.E. FND/UFRJ 20 IPID

CHARLES FREITAS PESSANHA

DOUTOR D. E. IFCHS UFRJ

20 GPP

INÁ ELIAS DE CASTRO DOUTOR D. E. GEOCIENCIAS 20 GPP

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UFRJ JOSÉ CARLOS VAZ E DIAS DOUTOR D. E. UERJ 20 IPID LIA HASENCLEVER DOUTOR D.E. IE 20 IPID MARIA ANTONIETA PARAHYBA LEOPOLDI

DOUTOR D. E. UFF 20 GPP

MARIA HELENA LAVINAS DE MORAES

DOUTOR D. E. IE 20 GPP

RONALDO FIANI DOUTOR D. E. IE 20 IED SÉRGIO LUIZ MONTEIRO SALLES FILHO

DOUTOR D. E. UNICAMP 20 IPID

SÉRGIO PAULINO DOUTOR D. E. INPI 20 IPID SILVANA G. DE PAULA DOUTOR P. V. CPDA/UFRRJ 20 GPP

CORPO DOCENTE

Nome: ANA CELIA CASTRO Documento: 52895017700 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR TITULAR Ano: 1998 IES: UNICAMP - INSTITUTO DE ECONOMIA País: BRASIL Área de titulação: ECONOMIA Orientador:JOSÉ TAVARES DE ARAÚJO Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: ANTONIO BARROS DE CASTRO Documento: 02950545734 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR EMÉRITO Ano: 1977 IES:UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS País: BRASIL Área de titulação: ECONOMIA Orientador: JORGE MIGLIOLI Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 25 Dedicação Exclusiva: Não Nome: ANTONIO MARCIO BUAINAIN Documento: 53741293768 Nível: DOUTORADO Ano: 1999 IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS País: BRASIL Área de titulação: ECONOMIA Orientador: RINALDO BARCIA FONSECA Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Não Nome: CARLOS EDUARDO FRICKMANN YOUNG

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Documento: 85943681787 Nível: DOUTORADO Ano: 1997 IES: UNIVERSITY OF LONDON País: GRÃ-BRETANHA Área de titulação: ECONOMIA Orientador: DAVID WILLIAM PEARCE Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: CARLOS MEDICIS MOREL Documento:00040452468 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR TITULAR Ano: 1974 IES: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO País: BRASIL Área de titulação: BIOFÍSICA Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 25 Dedicação Exclusiva: Sim Orientador: KLAUS SCHERRER Nome: CHARLES FREITAS PESSANHA Documento: 03194310704 Nível: DOUTORADO Ano: 1997 IES: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO País: BRASIL Área de titulação: CIÊNCIA POLÍTICA Orientador: CARLOS ESTEVAM ALDO MARTINS Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: CLAUDIA INES CHAMAS Documento: 01086558731 Nível: DOUTORADO Ano: 2001 IES: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, UFRJ País: BRASIL Área de titulação:ENGENHARIAS Orientador:CARLOS ALBERTO NUNES COSENZA/ORLANDO COSENZA Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: ELI ROQUE DINIZ Documento:17496624772 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR TITULAR Ano: 1978 IES: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO País: BRASIL Área de titulação: CIÊNCIA POLÍTICA Orientador: FRANCISCO C. WEFFORT

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Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: INÁ ELIAS DE CASTRO Documento: 09713409787 Nível: DOUTORADO Ano: 1989 IES: INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE PESQUISAS DO RIO DE JANEIRO País: BRASIL Área de titulação: CIÊNCIA POLÍTICA Orientador: SÉRGIO HENRIQUE ABRANCHES Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: JOSÉ CARLOS VAZ E DIAS Documento: 28328868172 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR TITULAR Ano: 1993 IES: UNIVERSITY OF KENT AT CANTERBURY, CANTERBURY País: INGLATERRA Área de titulação:DIREITO Orientador: JOHN ADAMS Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: JULIANA NEUENSCHWANDER MAGALHÃES Documento: 75261138604 Nível: DOUTORADO Ano: 2000 IES: UNIVERSIDADE FEDFERAL DE MINAS GERAIS País: BRASIL Área de titulação:DIREITO Orientador: RAFAELLE DE GIORGIO Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 25 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: LIA HASENCLEVER Documento:33045437753 Nível: DOUTORADO Ano: 1997 IES:UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO País: BRASIL Área de titulação: ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Orientador: JOSE MANOEL CARVALHO DE MELO Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Documento: LUIZ MARTINS DE MELO Nome: 33585490700 Nível: DOUTORADO

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Ano: 1991 IES:UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO País: BRASIL Área de titulação: ECONOMIA DE TECNOLOGIA Orientador: FERNANDO JOSÉ CARDIM DE CARVALHO Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 25 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: MARIA ANTONIETA PARAHYBA LEOPOLDI Documento: 01683494776 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR TITULAR Ano: 1984 IES: UNIVERSITY OF OXFORD País: GRÃ-BRETANHA Área de titulação: CIÊNCIA POLÍTICA Orientador: HERMINIO MARTINS Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: MARIA HELENA LAVINAS DE MORAIS Documento: 26124823772 Nível: DOUTORADO Ano: 1984 IES: UNIVERSITE DE PARIS III (SORBONNE-NOUVELLE), U.P. III País: FRANÇA Área de titulação: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS Orientador: JACQUES CHONCHOL Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Documento: MARIA LÚCIA WERNECK VIANNA Nome: 73556947749 Nível: DOUTORADO Ano: 1995 IES: IUPERJ - UCAM País: BRASIL Área de titulação: CIÊNCIA POLÍTICA Orientador: ELI ROQUE DINIZ Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: MARIA TEREZA LEOPARDI MELLO Documento:04413069854 Nível: DOUTORADO Ano: 1995 IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS País: BRASIL Área de titulação: ECONOMIA Orientador: ANGELA KAGEYAMA Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30

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Dedicação Exclusiva: Sim Nome: PAULO BASTOS TIGRE Documento:33706220768 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR TITULAR Ano: 1982 IES: UNIVERSITY OF SUSSEX, SUSSEX País: GRÃ-BRETANHA Área de titulação: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS Orientador: EDMOND SCIBERRAS Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: RENATA LEBRE LA ROVERE Documento: 71814388753 Nível: DOUTORADO Ano: 1990 IES: UNIVERSITÈ DE PARIS 7 País: FRANÇA Área de titulação: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS Orientador: BENJAMIN CORIAT Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: RONALDO FIANI Documento: 73353680730 Nível: DOUTORADO Ano: 1997 IES: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO País: BRASIL Área de titulação: ECONOMIA DE TECNOLOGIA Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: SERGIO LUIZ MONTEIRO SALLES FILHO Documento:72805897749 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR TITULAR Ano: 1993 IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS País: BRASIL Área de titulação: ECONOMIA Orientador: MÁRIO LUÍS POSSAS Docente Permanente: Não Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: SERGIO MEDEIROS PAULINO DE CARVALHO Documento:45854114704 Nível: DOUTORADO Ano: 2003 IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, UNICAMP País: BRASIL

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Área de titulação: CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS Orientador: SERGIO LUIZ MONTEIRO SALLES-FILHO Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 20 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: SILVANA GONÇALVES DE PAULA Documento: 59445874749 Nível: DOUTORADO Ano: 1999 IES:INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE PESQUISAS DO RIO DE JANEIRO País: BRASIL Área de titulação: SOCIOLOGIA Orientador: RICARDO BENZAQUEN DE ARAUJO Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 25 Dedicação Exclusiva: Não Nome: VALÉRIA GONÇALVES DA VINHA Documento: 49291661791 Nível: DOUTORADO Ano: 2000 IES:UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO País: BRASIL Área de titulação: SOCIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO Orientador: ANA CÉLIA CASTRO Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: VICTOR PROCHNIK Documento: 33771006791 Nível: DOUTORADO Ano: 1996 IES: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO País: BRASIL Área de titulação: ENGENHARIA Orientador: FATIMA GIANINI GAIO Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 30 Dedicação Exclusiva: Sim Nome: WANDERLEY GUILHERME DOS SANTOS Documento: 11162090715 Nível: DOUTORADO. PROFESSOR TITULAR Ano: 1979 IES: STANFORD UNIVERSITY, SU País: ESTADOS UNIDOS Área de titulação: CIÊNCIA POLÍTICA Orientador: ROBERT PACKENHAM Docente Permanente: Sim Horas de Dedicação Semanal: 25 Dedicação Exclusiva: Sim

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OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES: 1. A FIOCRUZ é a instituição com a qual se estabeleceu um acordo de associação parcial para a implantação da área de concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento. A FIOCRUZ autorizou dois de seus docentes a se dedicarem ao Programa de Pós-graduação. Para efeitos do Programa são considerados docentes institucionais. 2. Os docentes colaboradores externos à UFRJ são notórios e reconhecidos especialistas nas áreas de concentração a que estão vinculados, e sua produção acadêmica e experiência docente confirmam essa condição. 3. GPP – Área de concentração em Governança e Políticas Públicas; IED – área de concentração em Instituições, Estratégias e Desenvolvimento; IPID – área de concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento. O número total de docentes por área é o seguinte: GPP = nove docentes; IED= oito docentes; IPID = dez docentes.

VI. PROFESSORES VISITANTES E CONVIDADOS. O Programa contará no seu primeiro ano de existência com os professores visitantes

Matias Vernengo, da Universidade de Utah, e Lionello Punzo, da Universitat de Siena, Instituições com as quais a UFRJ mantém acordo de intercâmbio institucional. Os professores deverão receber recursos do programa de professores visitantes da CAPES, solicitados pelo Instituto de Economia. Outros professores, mencionados no próximo item, poderão igualmente contribuir para a consolidação do novo Programa ainda no primeiro ano, na dependência de recursos de outros convênios e projetos de pesquisa.

VII. CONVÊNIOS E ACORDOS DE COOPERAÇÃO. INTERCÂMBIO ACADÊMICO-CIENTÍFICO, EM ÂMBITO NACIONAL E INTERNACIONAL.

Os docentes do Instituto de Economia da UFRJ, pertencentes ao programa, compõem, majoritariamente, o corpo de professores permanentes e colaboradores, acrescido de docentes de outros Programas de Pós-graduação da UFRJ. O Programa estabelece uma “associação acadêmica parcial”, instituída e estimulada pela CAPES, com a Fundação Oswaldo Cruz. Além disto, o Programa pretende manter e ampliar parcerias com outros programas de pós-graduação no Rio de Janeiro, em outros Estados do Brasil e com Universidades no exterior.

As áreas de concentração do Programa possuem grandes possibilidades de

intercâmbio e cooperação com programas no interior da própria UFRJ, com outros Programas no Rio de Janeiro e no país, e com programas internacionais com os quais os docentes já possuem tradição de cooperação.

No plano intra-institucional, o Programa pretende interagir com o programa de pós-graduação em Economia do Instituto de Economia, com o Mestrado em Ciências Políticas do IFCS, e com o programa em Geografia do Instituto de Geociências da UFRJ. No Rio de Janeiro, também se espera a cooperação com o programa da UCAM/ IUPERJ, bem como com o programa de mestrado da UERJ em Direito e Propriedade Intelectual, e a pós-graduação em Direito, da Fundação Getúlio Vargas.

Deve ser feita especial menção à Escola Nacional de Administração Pública (Brasília), de reconhecida excelência e ampla experiência, e cuja missão de formar gestores públicos é convergente com os objetivos do programa. Estão em andamento conversações no sentido de estreitar relações e estabelecer as bases para um intercâmbio frutífero. O mesmo acontece com programas internacionais de gestão pública: identificá-los e buscar

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parcerias é um objetivo da política de estabelecimento de redes acadêmicas que está presente neste projeto e programa.

A cooperação acadêmica, no plano nacional - com a Universidade de São Paulo (professores Ana Maria Bianchi, Décio Zylbersztajn, Elizabeth Maria Mercier Querido Farina), FGV-SP (professor Paulo Furquim de Azevedo, Ramon Garcia Fernandez) e com a UNICAMP (professores Rui Albuquerque, Rui Quadros, Sérgio Queiroz, entre outros que serão professores colaboradores do programa, como Sérgio Salles Filho e Antonio Márcio Buainain) é igualmente bem vinda.

No plano internacional, pretende-se ampliar a interação já existente entre docentes das áreas de concentração em Instituições, Estratégias e Desenvolvimento e docentes dos seguintes centros internacionais, com vistas a futuros programas de intercâmbio de professores e para a obtenção de bolsas “sanduíche” para alunos do doutorado:

- University of California, Berkeley – professor Peter Evans; - University of California, Davies – professor Fred Block; - University of California, Sacramento - professor Gary Dymski; - Columbia University - professor Richard Nelson; - Harvard University - professor Calestous Juma; - Université de Paris XII - professor Benjamin Coriat; - University of Heartforshire - professor Geoffrey Hodgson; - University of Manchester - professor Stanley Metcalfe; - Universitát de Roma – professor Guido Fabianni - Universitát de Pisa - professor Giovanni Dosi; - Universitát de Siena – professor Lionello Punzo; - Universitat de Torino - professor Cristiano Antonelli; - University of Thullin - professores Erik Reinert e Wolfgang Drechsler; - United Nations University/Intech - professores Luc Soete e Rishab Gosh; - United Nations Millenium Goals – professor Jan Kregel.

Destaque-se a cooperação e interação com o programa de pós-graduação da Universidade de Siena, através do prof. Lionello Punzo, e com a Universitat de Roma, já havendo convênio de cooperação entre ambas Universidades e a UFRJ.

A área de concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento nasce sob o signo de um Convênio Interinstitucional entre a UFRJ e o Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), com a colaboração do Programa de Pós-graduação em Direito da ERJ, mais especificamente o Núcleo de Estudos em Propriedade Intelectual, que através dos docentes permanentes e colaboradores estarão inseridos na proposta do Programa. Como colaborador principal do Programa da UERJ, teremos o professor Jose Carlos Vaz e Dias.

Em âmbito nacional, além da UERJ, apresentam-se:

- Faculdade de Direito da UFSC - professor Luiz Otavio Pimentel; - EBAPE, Fundação Getúlio Vargas – professor Paulo Figueiredo; - Universidade Mackenzie – professora Patrícia Vidal; - Universidade Federal de Viçosa - professora Patrícia del Nero; - FINEP - Conceição Vedovello; - Universidade Cândido Mendes -professor João Marcelo de Lima Assafim; - Universidade Pedro Leopoldo - professoras Adelaide Baeta e Valéria Júdice; - Universidade Federal do Rio Grande do Sul – professor Paulo Zawislak.

Em âmbito internacional, diversas são as parcerias:

- Universidade de Bolonha – professora Silvia Guizzardi; - Instituto Max Planck de Propriedade Intelectual – professores Wolrad Zu

Waldeck; - Universidade de Buenos Aires – professor Carlos Correa;

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- Universidad Austral – professora Mônica Witthaus; - Jawaharlal Nehru University – professor Amit Ray - Agence Nationale de Recherches sur le SIDA, Hépatites Virales B et C- professor

Benjamin Coriat ; - UNCTAD - Pedro Roffe e Zeljka Kozul-Wright; - Instituto Superior de Economia e Gestão - Universidade Técnica de Lisboa -

professor Manuel Mira Godinho. - Escola Superior Aveiro-Norte, Universidade de Aveiro, Portugal – professor José

Martinho M. Oliveira. - University of London professora Birgitte Andersen

VIII. ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO, LINHAS DE PESQUISA E PROJETOS DE PESQUISA DOS DOCENTES.

I. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS

Coordenadora: Eli Diniz

Linhas de Pesquisa:

I.1– Globalização, Estado, Políticas Públicas e Sociedade.

Coordenadora: Eli Diniz

Ementa: O objetivo desta linha de pesquisa é a análise do Estado, sua natureza e seu papel, na fase atual do capitalismo globalizado, bem como dos processos de formulação e implementação de políticas públicas, sobretudo nas áreas econômica e social. Indo além dos enfoques convencionais que se concentram nos aspectos técnicos e procedimentais da tomada de decisões, a preocupação aqui será de teor mais abrangente, envolvendo a dimensão política do processo de execução e a não menos importante questão da coordenação política exercida pelo Estado, seu alcance e seus limites. Para tanto, os estilos de gestão pública e as formas de governança, com maior ou menor transparência, maior ou menor concentração e centralização das decisões, maior ou menor abertura a parcerias, e outras modalidades de gestão compartilhada, constituem temas relevantes.

Projetos: I.1.1. Empresário, Democracia, Desenvolvimento e Instituições: Continuidades e Mudanças

entre os Governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.

I.1.2. Políticas Públicas e Gestão Descentralizada: Novas Configurações do Estado.

I.1.3. Contemporaneidade: Reconfiguração do Político e das Responsabilidades Sociais.

I.1.4. Primeira República: Uma Oliguarquia não Esclarecida

I.1.5. Avaliação de Políticas Públicas: Uma Abordagem Interdisciplinar Jurídico-Econômica

I.2 – Equidade, Governança e Políticas Públicas Coordenadora: Lena Lavinas

Ementa: A linha de pesquisa se propõe a investigar o impacto econômico-social das políticas públicas, com especial ênfase: no desenvolvimento sustentável; nas políticas de inclusão social; na avaliação das metas do milênio; nas questões relacionadas com seguridade social; políticas de emprego; sistema educacional; políticas de saúde pública.

Projetos:

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I.2.1. Inclusão Social em Projetos no Âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo no Brasil

I.2.2. Crédito Consignado: Endividamento Familiar ou Diferencial de Bem-Estar?

I.2.3. O Federalismo Ambiental Brasileiro - A Cooperação Intergovernamental na Perspectiva Municipal I.3 – Esferas de Poder e Accountability Coordenador: Charles Pessanha Ementa: A linha de pesquisa em Esferas de Poder em Accountability dará atenção especial à dimensão institucional do Estado e das políticas, destacando-se as relações entre os poderes, o funcionamento dos mecanismos de controle e fiscalização, as garantias da responsabilização pública dos governantes, as formas de cobrança e prestação de contas (responsiviness e accountability), tendo em vista a sobrevivência dos traços clientelistas e patrimonialistas que historicamente caracterizaram a formação do Estado na América Latina. Uma das preocupações centrais desta llinha de pesquisa é, assim, a necessária articulação entre as distintas esferas de poder do Estado - Executivo, Legislativo e Judiciário - assim como sua maior ou menor coordenação nos planos Federal, Estadual e Municipal - principalmente no que diz respeito às políticas de desenvolvimento econômico e social.

Projetos: I.3.1. Inovação Institucional, Cidadania e Território no Brasil. O Município como Problema e

a Localização como Mediação.

PROJETO I.1.1 :ELI ROQUE DINIZ

EMPRESÁRIO, DEMOCRACIA, DESENVOLVIMENTO E INSTITUIÇÕES: CONTINUIDADES E MUDANÇAS ENTRE OS GOVERNOS

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO E LULA Este projeto pretende reunir teses e pesquisas recentes para sistematizar e avaliar a

produção teórica sobre desenvolvimento, instituições e democracia. Do ponto de vista teórico, essa proposta se apóia nas contribuições mais representativas de alguns dos principais economistas e cientistas políticos (Stigliz,2002, Chang 2004, Rodrix, 2004, Evans, 2002) que têm refletido sobre a questão, buscando uma nova visão do desenvolvimento como alternativa à concepção neoliberal dominante até recentemente. O outro eixo temático está centrado no debate contemporâneo sobre estratégias alternativas de desenvolvimento no período pós-reformas orientadas para o mercado.

Assim, os eixos temáticos escolhidos privilegiam as conexões entre a análise do desenvolvimento, instituições e as estratégias dos atores sociais à luz das reformas pro-mercado dos anos noventa.

O tratamento dessa temática teórica abrange estudos de caso sobre estratégias de desenvolvimento, reformas orientadas para o mercado, construção de agendas de desenvolvimento, participação de atores em distintas arenas de poder em países isolados ou em perspectiva comparada. Dessa maneira busca-se examinar os fundamentos teóricos do novo debate sobre desenvolvimento à luz da experiência histórica recente. Atenta-se para a emergência ou não de novos paradigmas para explicar o desenvolvimento, o papel do Estado e suas relações com o crescimento econômico sustentado.

Democracia, desenvolvimento e instituições: Este eixo temático está centrado no debate contemporâneo sobre estratégias alternativas de desenvolvimento no período pós-reformas orientadas para o mercado, como salienta Stiglitz, em seu marcante livro Globalization and its Discontents (2002) ou, como destacam outros autores, entre os quais Bresser Pereira (2002), nesta etapa pós-Consenso de Washington.

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Nesta terceira geração de enfoques, o que há de comum entre os analistas de diferentes tendências são a crítica a certos parâmetros consagrados pelas agências multilateriais ao longo da década de 90, que preconizavam uma única via para a inserção dos distintos países na ordem mundial globalizada. Distanciando-se do saber convencional dominante na década passada, o novo enfoque enfatiza a necessidade de se buscar formas autônomas de pensar e de agir, o que implica naturalmente uma postura teoricamente inovadora e, portanto, independente, cuja conseqüência prática seria a de explorar ao máximo os graus de liberdade existentes.

Em outros termos, reconhecendo embora que, dadas as restrições externas, as margens de manobra seguem sendo estreitas, não abdicar da produção de conhecimento inovador e da busca de estratégias alternativas na consecução das metas coletivas, entre as quais, situam-se as diferentes opções para alcançar o desenvolvimento sustentado, compatibilizando três aspectos da agenda pública contemporânea, quais sejam, democracia, crescimento a taxas continuadas e elevadas e redução das desigualdades.

É dentro deste contexto, que alguns temas já debatidos na década passada de forma aparentemente exaustiva voltam à tona em busca de refinamentos analíticos e conceituais e de desenhos institucionais compatíveis com os novos desafios. Ademais, nesta etapa, as continuidades e contrastes entre os anos noventa e a primeira década do novo milênio tornam apropriadas abordagens comparativas entre os governos Fernando Henrique Cardoso e Lula.

Desta forma, esta temática tem pelo menos três desdobramentos: O primeiro remete-nos a uma rediscussão da reforma do Estado, superando a falsa dicotomia entre Estado-Mercado, ou o falso dilema Estado forte-mercado fraco, pois este debate já ficou se tornou anacrônico. A questão central não é se o Estado deve estar mais ou menos envolvido na economia, se deve ou não ter suas dimensões reduzidas, porém de que forma, mediante que métodos de governo e estilos de gestão, este envolvimento deve se dar para se alcançar maior eficiência, por exemplo, na passagem de um Estado produtor para um Estado regulador, ou para assumir novos papéis, como aquele relacionado ao planejamento estratégico. Aqui cabem, certamente, estudos sobre as agências reguladoras ou outras modalidades de inovação institucional, seja sob a forma de estudos de caso ou a partir de uma perspectiva comparada.

O segundo desdobramento envolve a análise das novas arenas de poder, com particular destaque para os espaços de concertação criados pelo governo Lula, como o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Fórum Nacional do Trabalho (FNT), a Coalizão Empresarial, ou ainda o Conselho de Comércio Exterior (CONCEX), que, no âmbito de diferentes ministérios, como o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE ) ou o Ministério das Relações Exteriores (MRE), procuram dar institucionalidade a novas formas de articulação entre o Estado e a sociedade.

Um terceiro tipo de desdobramento compreende os estudos sobre empresariado, Estado e democracia, no período das transições duais para mercados mais liberalizados e políticas competitivas, no contexto de regimes democráticos que se defrontam com o desafio do desenvolvimento sustentado. Nesta seção, o foco se desloca para o papel dos atores estratégicos - empresários, elites políticas, sindicais, técnicas e estatais no delineamento de caminhos alternativos para o capitalismo brasileiro.

De que forma os empresários ou as lideranças empresariais perceberam e reagiram às reformas institucionais que marcaram os anos 90 e quais as perspectivas que, a partir destas modalidades de atuação política, se projetam no novo quadro institucional. Qual o teor das mudanças do regime produtivo ora em curso, em que medida a capacidade maior ou menor revelada pelo ator-empresário para a concertação, parcerias e acordos podem

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interferir na determinação dos resultados institucionais, são algumas das questões básicas subjacentes a esta temática.

Finalmente, um último desdobramento diz respeito à internacionalização e estratégias de integração regional do capitalismo brasileiro. Nesta fase, a atividade central será a realização de um survey focalizando as elites empresariais do Brasil, Argentina e Chile em termos de suas percepções e atividades voltadas para a integração regional como uma alternativa para o desenvolvimento do capitalismo latino-americano. Esta etapa será realizada em colaboração com Renato Boschi, professor e pesquisador do IUPERJ.

PROJETO I.1.2.: MARIA ANTONIETA PARAHYBA LEOPOLDI E MARIA LÚCIA

WERNECK VIANNA. POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO DESCENTRALIZADA: NOVAS CONFIGURAÇÕES DO

ESTADO. Nas duas últimas décadas do séc. XX a mudança dos valores que sustentam a ação

do Estado nacional, combinada aos novos experimentos de gestão local, resultaram em uma concepção inovadora sobre a coordenação política. O debate entre os que favoreciam a coordenação pelo Estado nos países capitalistas (keynesianismo e social democracia) e os que defendiam a coordenação pelo Mercado (policy-makers neoliberais, economistas neo-clássicos) deu lugar a um terceiro campo de discussão sobre modelos de gestão de políticas governamentais: a gestão descentralizada combinada à coordenação por redes (Castels, Lechner). As raízes intelectuais do movimento de descentralização administrativa nos anos 90 vêm da direita (neoliberalismo) e da esquerda (terceira via, social-liberalismo) e já estão presentes nos dois modelos de gestão de políticas sociais propostos pela Constituinte de 1987-88 na gestão das políticas de educação e de saúde.

Paralelamente a esta discussão teórica introduziu-se também a reflexão sobre as fronteiras que separam os conceitos de público e privado. Com o fim da hegemonia da era keynesiana nos paises capitalistas europeus, à força do argumento neoliberal anglo-saxão (governos Thatcher e Reagan), que vê o Estado como problema, somaram-se novas formas de gestão compartilhada. Governos europeus em busca de uma terceira via que mantivesse o papel do Estado como centro das políticas de welfare, sem depender exclusivamente da extração fiscal para viabilizar políticas sociais, lançaram-se em experimentos de gestão descentralizada, operando através de parcerias e de networks. Dentre os parceiros dessas novas políticas descentralizadas surgiram empresas privadas (atuando sob a forma de responsabilidade corporativa), movimentos sociais, ongs, e estruturas nacionais e subnacionais de gestão pública como parte de uma rede de vários nós.

O projeto sustenta que apesar dos condicionantes gerais da ordem internacional, o formato e a substância das políticas públicas compartilhadas são afetados por questões institucionais (características políticas regionais, regime político em vigor). Reformas econômicas, movimentos sociais, aumento da demanda por participação no processo de gestão pública são fatores que levam aos processos inovadores de gestão, que reformam partes do Estado nacional e alteram a estratégia da governança.

O ponto de partida da investigação são os conceitos ligados às novas formas de governança: solidariedade, responsabilidade, comunidade, capital social, cidadania corporativa, parcerias, networks, descentralização.

PROJETO I.1.3.: SILVANA GONÇALVES DE PAULA CONTEMPORANEIDADE: RECONFIGURAÇÃO DO POLÍTICO E

DAS RESPONSABILIDADES SOCIAIS.

Uma das características atribuídas à cena contemporânea é a relação entre, de um lado, processos de fragmentação do self, exacerbação do individualismo, fim das utopias e

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das ideologias e, de outro lado, o enfraquecimento da vitalidade da sociedade civil. Neste sentido, a história recente revela impacto profundo na direção da fragmentação do sujeito e dos laços coletivos, a erosão de projetos políticos coletivos, assim como força o reconhecimento do fim das utopias políticas. A queda do Muro de Berlim figura, neste cenário interpretativo, como o evento emblemático do processo que desmantela a configuração moderna da vida política e social. Ao mesmo tempo, a agenda neoliberal tem, indubitavelmente, ensejado e reforçado tal processo, através de sua pauta de desinstitucionalização e de sua crença no mercado como instância suprema de organização da vida econômica e social. Assim, muitos são os que consideram que a arena da sociedade civil tradicional esteja desmantelada. As crescentes fragmentações simultâneas à falta de projetos coletivos coesos e acabados redundam, nesta perspectiva, na erosão e na desvitalização da sociedade civil.

Entretanto, ao lado deste quadro de características mais disruptivas, é possível detectar também a existência de um outro quadro. Isto porque as últimas décadas têm igualmente revelado processos de revitalização das organizações da sociedade civil. Evidentemente, tais processos de revitalização da têm ocorrido através de mudanças no significado das entidades da sociedade civil e em suas práticas. Tais mudanças têm ocorrido em conexão com o quadro de fragmentação, mas, no entanto, elas têm mostrado grande capacidade de lidar com a fragmentação. Nesta perspectiva, uma das primeiras dimensões das organizações da sociedade civil contemporânea a ser ressaltada é sua diversidade. O traço da diversidade em si mesmo não constitui uma singularidade dos tempos presentes, pois que não há realidade social, sociedade nacional, tradição, ou comunidade que possa ser tomada como homogênea. Assim, no que tange à diversidade, a singularidade dos atores da sociedade civil contemporânea reside na maneira em que ela diversidade opera, isto é, o traço distintivo da atualidade está no papel que a diversidade desempenha na configuração da sociedade civil organizada.

Desde a experiência do Fórum Global de Cidadãos, evento da sociedade civil paralelo à Conferência Rio 92, as organizações da sociedade civil, tanto nacionais, como internacionais, foram capazes de construir uma metodologia de trabalho baseada fundamentalmente na afirmação e na defesa da diversidade. Afirmar e defender a diversidade, isto é, trabalhar com e através da diferença, significa praticar a tolerância. Contudo, a tolerância, neste enquadramento, merece ser qualificada No contexto em pauta, a tolerância não é definida como o simples reconhecimento da alteridade que pode ser derivado do relativismo e no qual a aceitação da diferença pode levar à situação em que o “diferente”, o “outro” é visto e “respeitado” desde que ele/a fique “lá”, vivendo na sua alteridade, enquanto “nós” permanecemos “aqui”. Isto significa separação, segregação, e, no limite, absoluta ausência de comunicação. Profundamente diferente disso, a tolerância em jogo entre as organizações da sociedade civil define-se como tolerância ativa, isto é, define-se como trabalho com e através da diferença, de modo a constituir sempre uma prática de trabalho inclusiva. Como o processo iniciado com o Fórum Global dos Cidadãos demonstrou, tal trabalho demanda discussão, debate, em suma: diálogo. E os processos herdeiros desta experiência aprenderam que há momentos deste diálogo em que as diferenças são suspensas, temporariamente suspensas, de modo a permitir que os projetos sejam concretizados. Todavia, uma vez que as diferenças não são dissimuladas, empalidecidas ou apagadas, elas retornam, ou seja, elas voltam nos processos subseqüentes de diálogo. É importante pontuar que a prática do diálogo intra e inter organizações não transcorre sem conflitos. Ao contrário: como terreno da política, a arena de atuação das organizações da sociedade civil é impregnada de questões de poder, isto é, trata-se de um terreno de tensões, competição e disputas.

A ênfase na afirmação da diversidade e na prática do diálogo vem questionando a idéia de consenso, posto que consenso retém uma dimensão que aponta para a dissolução das diferenças; ademais, há uma dose de abdicação que é inerente à idéia de consenso. Ainda no que tange a esta noção, o processo do Fórum Social Mundial figura em posição

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exemplar, pois que deixa explícita a inadequação de se pensar em termos de consenso. Assim, a idéia de acordo, isto é, a idéia de compromisso em torno de um conjunto de posições, tem se mostrado mais pertinente aos parâmetros adotados pelas organizações da sociedade civil nos âmbitos nacional e internacional.

A perspectiva inclusiva, a afirmação e a defesa da diversidade, a via do diálogo, assim como os conteúdos presentes nos fora e nos documentos produzidos por entidades da sociedade civil em redes e em plataformas - indicam que o conjunto de parâmetros de atuação adotado pela sociedade civil está mais próximo do terreno da Ética do que do terreno dos sistemas ideológicos. Para a compreensão desta proximidade, é preciso interpelar a Ética não como preceitos abstratos, mas como seara da socialização e da política contemporâneas, isto é, a Ética como preceitos incorporados nas práticas de instituições e organizações.

Sociedade Civil e Desenvolvimento O terreno das organizações da sociedade civil é heterogêneo em muitos sentidos.

Primeiro é um terreno diverso em termos da natureza/tipo das organizações: sindicatos, movimentos, associações, ONGs, entidades ligadas às igrejas, e campanhas. Tais diferenças intervêm na capacidade das organizações para recrutar recursos financeiros, o que, por seu turno, tem impacto no desenvolvimento de suas atividades. As organizações

da sociedade civil igualmente variam em termos de tamanho, recursos humanos (quadro de funcionários e ativistas), relação com o Estado, grau de institucionalização, e formas de atuação. Toda esta gama de diversidade interfere no escopo da atuação que desenvolvem, condicionando seu grau de participação nos processos sociais e políticos.

A despeito desta diversidade, há um conjunto de demandas em relação à questão do desenvolvimento que é repetidamente postulado por entidades, movimentos, campanhas e associações nos vários documentos, declarações e fora.

O pilar destas questões é a demanda pela democratização da teoria, da discussão e da elaboração de propostas que visem a um quadro de desenvolvimento que suplante o atual hiato entre as dimensões econômica e social. Neste sentido, são questionadas a globalização neoliberal e as prescrições neoliberais para o desenvolvimento. Por esta razão, tal perspectiva questiona o papel privilegiado que vem sendo assumido pelo FMI, pelo Banco Mundial e pela OMC, assim como pelos estados nacionais do Centro/Norte. Também neste bojo, situa-se a demanda para que os organismos multilaterais realmente funcionem como tais, razão pela qual a questão da reforma da ONU adquire extrema importância. De acordo com as discussões e produções promovidas no âmbito das organizações da sociedade civil, a tarefa de democratizar tanto o processo de globalização como o processo de elaboração de uma agenda para o desenvolvimento constitui responsabilidade que, por definição, implica a sociedade civil, não podendo ocorrer sem sua ativa participação.

O horizonte expresso por entidades, movimentos e campanhas da sociedade civil em seus documentos, manifestações e fora é o de construir um processo de globalização contra-hegemônico e uma alternativa à agenda neoliberal de desenvolvimento, isto é, criar uma agenda alternativa que seja comprometida com a justiça e a inclusão sociais. Neste contexto, algumas iniciativas em curso que encompassam os âmbitos: local, regional e global merecem ser destacadas: economia solidária; comércio justo; cooperativas de produção rurais e urbanas; sistemas alternativos de financiamento; discussões e projetos acerca de patentes e propriedade intelectual nos campos da biodiversidade, do conhecimento tradicional, medicina, comunicação e informática; projeto Observatório Social (Social Watch); projeto sobre Responsabilidade Social das Empresas; e o processo do Fórum Social Mundial.

Cada uma destas iniciativas mereceria ser estudada mais de perto, tendo em vista os aspectos e as dimensões arroladas. Para o propósito desta disciplina, é pertinente focalizar, como estudo de caso, o projeto Responsabilidade Social de Empresas,

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coordenado pelo IBASE, como atividade da linha programática intitulada Responsabilidade Social e Ética das Organizações, do Ibase.

(1). Esta abordagem é muito próxima da concepção de negociação em Homi Bhabha (1998), ao estado de irredutibilidade da différance em Derrida ( 1995, e outros textos ), às proposições em Laclau and Mouffe (1985) e à postulação de tradução desenvolvida por Boaventura de Sousa Santos ( apud Delgado and Romano, 2005).

(2). Cf. Carta de Princípios do Fórum Social Mundial. Ver também Delgado and Romano (2005).

PROJETO I.1.4. : Wanderley Guilherme dos Santos

Primeira República: Uma Oliguarquia não Esclarecida A Primeira República foi retratada basicamente pela geração de ensaístas que

iniciaram carreira na década de 30. Majoritariamente favoráveis à Revolução, a análise que desenvolveram sobre o primeiro período republicano não poderia deixar de ser altamente crítica e com conclusões negativas. Os ensaístas posteriores, inclusive os historiadores modernos, têm repetido o diagnóstico daquela época, em seus aspectos básicos, somente com maior apuro vocabular. Existem poucas pesquisas primárias sobre funcionamento e desempenho do sistema político brasileiro da Primeira República, e talvez ainda menos sobre o pensamento político e social do período. Não obstante, tendo presente que fraudes eleitorais e violência local sempre foram ingredientes de sistemas oligárquicos (também a esse respeito a historia inglesa é exemplar), o fato histórico surpreendente consiste em que o brasileiro foi um dos sistemas oligárquicos mas bem sucedidos, por critérios de estabilidade institucional, entre as várias histórias das democracias contemporâneas. Não houve, a partir de Prudente de Morais e até a Revolução de outubro de 30, nenhum golpe de Estado no país nem interrupção das eleições parlamentares. Aparentemente, a produção intelectual do período além de escassa não registrou a singularidade da trajetória. Sabe-se que os discursos e documentos dos ministérios, sobretudo nos relatórios do Ministro da Fazenda, encontram-se avaliações sobre o estado geral do país. A se confirmar a impressão, teríamos tido um período de governos oligárquicos sem esclarecimento. Qual o impacto que o descompasso entre a intelectualidade e o governo produziu na gestão pública que pode ser um tema para alimentar uma pesquisa exploratória.

A preliminar bibliografia se pautará por Wanderley Guilherme dos Santos, Roteiro Bibliográfico do Pensamento Político-Social Brasileiro (1870-1965), Belo Horizonte: Editora UFMG; Rio de Janeiro: Casa de Oswaldo Cruz, 2002.

PROJETO I.1.5: MARIA TEREZA LEOPARDI AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS: UMA ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR

JURÍDICO-ECONÔMICA

O projeto aqui proposto tem como problema central a análise da efetividade de políticas públicas sob um enfoque interdisciplinar pelo qual procuraremos integrar os aspectos jurídicos e econômicos envolvidos na ação do Estado.

Até um passado recente, tanto o ambiente de uma economia instável e inflacionária quanto o quadro político-institucional dificultavam uma análise mais sistemática dos usos efetivos de recursos orçamentários e, conseqüentemente, do desempenho das instituições atuantes na implementação de políticas públicas.

Atualmente, num ambiente econômico e institucional mais estável, os problemas sociais associados às desigualdades sócio-econômicas estão no centro das preocupações dos formuladores de políticas públicas, o que faz crescer a importância da avaliação sistemática de seus resultados a fim de garantir um uso eficiente de recursos públicos.

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Este projeto pretende contribuir para a reflexão sobre critérios de avaliação e sobre os diversos elementos que influenciam os resultados potencialmente alcançados pelas políticas.

Políticas públicas são sempre formuladas e, em algum grau, executadas por agentes do Estado que, para isso se utiliza, de técnicas de intervenção diversas, constituídas por toda sorte de instrumentos para incentivar (ou desincentivar) certos comportamentos, atribuir ou extinguir direitos, controlar e fiscalizar o cumprimento das normas e o uso de recursos públicos etc. Tais instrumentos são, em última análise, conformados por um conjunto de normas jurídicas em que se baseia a ação do Estado (um modelo).

Observe-se, contudo, que numa sociedade democrática, em que se garantem as liberdades fundamentais aos cidadãos, as políticas buscam influenciar comportamentos quase sempre deixando algum grau de liberdade para a adesão dos indivíduos às suas prescrições. Assim, os resultados obtidos dependerão sempre das respostas do público-alvo ao sistema de incentivos estabelecido normativamente, o que implica que o sistema jurídico-institucional não dispõe de capacidade de determinação absoluta de suas prescrições e que existe um limite natural à eficácia das normas jurídicas (e das políticas, portanto), na medida em que os destinatários tenham liberdade de decisão (no sentido discutido em Weber, 1964:270).

Nesse sentido, os modelos jurídicos concebidos para implementar políticas podem se mostrar mais ou menos adequados à realização de seus objetivos, enfrentar maiores ou menores dificuldades (ou resistências) na implementação, maiores ou menores custos para a Administração Pública e para a sociedade. A literatura de Law & Economics discute os parâmetros para avaliação de políticas e ajuda a entender este ponto (v. Posner, 1986; Polinsky, 1989; Kaplow & Shavell, 2002).

Tais modelos são integrados por diversos elementos jurídico-institucionais que podemos agrupar em: a) diferentes tipos de organizações e/ou entidades executoras; b) diferentes tipos de instrumentos jurídicos de ação, que podem se caracterizar como mais interventivos (e.g., pelo estabelecimento de obrigações) ou menos (e.g., com o uso de mecanismos de mercado associados a algum tipo de ação estatal). Partimos da hipótese de que a combinação desses elementos deve ser levada em consideração na avaliação de políticas porque, dependendo do grau de articulação entre eles, o sistema de incentivos normativos pode se mostrar mais ou menos eficaz. Por exemplo, a divulgação do desempenho das Universidades a partir do provão é uma forma de reduzir a assimetria de informação no processo de escolha das pessoas, e com isso induzir as Universidades, sobretudo as particulares, a investir em qualidade de ensino, sem contudo criar obrigações rígidas que tenham que ser constantemente fiscalizadas pela Administração Pública. Saber se isso é ou não eficaz para alcance das finalidades da política em questão é algo que só se pode apurar a partir da pesquisa empírica.

A avaliação de uma política, portanto, requer necessariamente uma abordagem jurídica que não se limite, porém, à tradição formalista comum no âmbito do Direito (cf. Kelsen), mas incorpore a análise da eficácia das normas - em sentido substantivo - de modo a identificar o potencial e os limites destas para alcançar os resultados desejados, bem como os efeitos da implementação de políticas para a sociedade, o que requer análise econômica. Daí a importância da abordagem interdisciplinar.

A discussão dos aspectos jurídicos e econômicos na avaliação de políticas públicas pode ser uma contribuição para o aprimoramento do desenho de políticas mais eficientes.

PROJETO I.2.1: CARLOS EDUARDO FRICKMANN YOUNG INCLUSÃO SOCIAL EM PROJETOS NO ÂMBITO DO MECANISMO DE

DESENVOLVIMENTO LIMPO NO BRASIL

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1. Apresentação e objetivo principal: A ratificação do Protocolo de Kyoto abre grandes perspectivas para que recursos externos sejam direcionados a projetos no Brasil através do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Muito tem-se discutido sobre os aspectos econômicos e ambientais dos projetos de MDL no Brasil, mas o terceiro requerimento da sustentabilidade - o desenvolvimento social - tem sido pouco explorado. O objetivo desta pesquisa é aprofundar esta questão, comparando a viabilidade econômica e o conteúdo social de três possíveis áreas de MDL: a. projetos de biogás associados ao melhor manejo de resíduos sólidos b. projetos de reflorestamento por pequenos produtores agrícolas, produção de biodiesel através de agricultura familiar e da pequena e média produção agrícola. Todos os três casos são citados como exemplos de projetos que podem combinar avanços econômicos, sociais e ambientais. Contudo, pouco trabalho analítico foi desenvolvido comparando essas opções. O objetivo deste trabalho é proceder uma análise comparativa dessas três opções, identificando vantagens e desvantagens através de critérios de emissões evitadas, viabilidade técnica, desempenho financeiro e impactos sociais.

2. Estado atual do conhecimento: Diversos estudos setoriais têm sido efetuados, analisando isoladamente cada uma dessas opções, e a bibliografia setorial é extensa. Contudo, o MDL busca introduzir componentes de mercado na busca de soluções mais eficientes, mas poucos trabalhos têm buscado analisar comparativamente as diferentes possibilidades que os investidores terão. Essa é a contribuição pretendida do trabalho no avanço do conhecimento: dar um passo adiante na comparabilidade dos retornos esperados de cada projeto, não ficando restrito apenas aos aspectos "tradicionais" (quantidade de emissões evitadas e necessidade de financiamento) mas também apresentando metodologia consistente de comparação dos projetos em termos de sua capacidade de inclusão social.

3. Síntese da metodologia e resultados esperados: O projeto divide-se em duas etapas. Na primeira, será efetuada uma análise de custo-benefício social para cada uma das áreas identificadas. Para isso, será adaptada a metodologia utilizada em trabalho anterior (Seroa da Motta et alli 2000) para projetos representativos de cada uma das áreas indicadas, mas com a construção de indicadores objetivos de inclusão social. Nessa análise, buscar-se-á identificar também os principais problemas e limitações que cada opção deverá apresentar. A identificação dos projetos representativos deverá exigir esforço de revisão de literatura, entrevistas com especialistas e visitas de campo. Alguns aspectos que serão considerados: - a análise dos projetos de biogás deve levar em consideração a diferenciação dos cenários alternativos entre aterros sanitários e "lixões"; - a análise dos projetos de reflorestamento deve considerar as diferenças econômicas, sociais e ambientais entre os projetos que utilizem espécies nativas e os baseados em espécies exóticas; - deve ser considerado o risco de pressões adicionais de desmatamento e perdas de habitats nos projetos de biodiesel, bem como as diferenças esperadas se a produção dos óleos vegetais for gerada pelo monocultivo em larga escala ou pela pequena produção familiar. A segunda etapa da pesquisa envolve a discussão e proposição de políticas públicas que promovam o "MDL social". Também será destacado o papel que associações representando o setor privado e as agências multilaterias de investimento, e será discutido como sua ação pode ser também direcionada ao atendimento de objetivos sociais, além das metas ambientais e econômicas usualmente associadas ao MDL. Por fim, também serão discutidas propostas para o aprimoramento no uso dos instrumentos econômicos para o segundo período de compromisso de redução de emissão de gases de efeito estufa, que se iniciará na próxima década. (Financiamento: CNPq)

PROJETO I.2.2.: MARIA HELENA LAVINAS DE MORAES CRÉDITO CONSIGNADO: ENDIVIDAMENTO FAMILIAR OU

DIFERENCIAL DE BEM-ESTAR?

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Em artigo que se tornou referencial na defesa de uma nova arquitetura para o edifício institucional da proteção social, Holzmann, ex-diretor do Banco Mundial na área de Proteção Social e Combate à Pobreza, delineou o modelo da gestão social do risco: a pobreza sendo entendida como um déficit de ativos, mais do que propriamente como um déficit de renda, deveria ser combatida através do acesso a crédito e outros tipos de dotação que garantissem liquidez e o desenvolvimento de uma estratégia mais robusta de enfrentamento de situações de risco e instabilidade “crescentes e imprevisíveis” - por parte dos grupos mais desfavorecidos socialmente, aqueles vivendo abaixo de padrões mínimos de subsistência.

Não por acaso, dentre os instrumentos cujo acesso deveria ser incentivado nas camadas mais pobres, destaca-se o micro-crédito. Assim, ao longo da década de 90, assiste-se a uma expansão estrondosa dessa nova modalidade de ativo, notadamente nos países em desenvolvimento, com baixa capacidade fiscal muitas vezes em razão do seu elevado endividamento. Inicialmente o micro-crédito tinha por alvo fomentar a atividade dos pequenos produtores e trabalhadores informais, ou a de grupos vulneráveis, como as mulheres mais pobres, cujo acesso às linhas de financiamento oficiais, de mercado, eram fortemente restritivas, senão proibitivas (assimetria de informação, ausência de garantias, etc). Tiveram peso central na estruturação das cooperativas de produção e outras associações de grupos marcados pela exclusão ao mercado.

A novidade mais recente, e cuja expansão mostra-se igualmente espantosa no Brasil, é o crédito consignado, ou seja, uma linha especial de financiamento, para grupos especiais, com taxas de juros diferenciadas e condições mais amenas de reembolso. Caracteriza-se ainda por dispor de uma cláusula coercitiva, para além da contratual: o desconto é feito diretamente em folha, sem intervenção do trabalhador. Essa medida considerada trunfo na garantia do reembolso do empréstimo seria o elemento central na redução da taxa de juros especial vis a vis a de mercado. A parcela mensal do reembolso não pode exceder 30% da renda mensal líquida do indivíduo.

Num primeiro momento, o lançamento do crédito consignado favoreceu os funcionários públicos e, logo em seguida, os trabalhadores regidos pela CLT . Vê-se, portanto, que tal modalidade de crédito começa por favorecer aqueles com condição invejável de dispor de um emprego fixo, estável e praticamente sem risco, o funcionalismo, ou aqueles que podem comprovar renda regular pela formalidade do emprego. A novidade mais recente é a inclusão no acesso ao crédito consignado de pensionistas e aposentados, agora regulada pelo INSS.

Em paralelo ao aumento exponencial do crédito consignado entre aposentados e pensionistas, desde sua aprovação em 2004, cresce também a inadimplência financeira, com recordes praticamente mensais na sua progressão, como apontam vários artigos na imprensa brasileira. Isso afeta sobremaneira os trabalhadores do segmento informal da economia. Ou seja, enquanto aqueles com vínculos formais, seja na condição de beneficiários de aposentadorias ou pensões ou trabalhadores, podem usufruir de taxas de juros preferenciais, em queda entre maio de 2004 e maio de 2005 (passando de 39,1% a.a., para 35,6% a.a.), os demais, sujeitos a taxas de juros de mercado, viram seus custos financeiros aumentar, em razão da elevação das taxas de juros anuais praticadas na modalidade crédito pessoal ou cheque especial, para não citar os verdadeiramente excluídos que não podem recorrer ao circuito financeiro oficial e passam por financeiras e agiotas cujas taxas de juros são exorbitantes. No caso dos pensionistas e aposentados, os empréstimos variam de R$ 300,00 a R$ 15.000,00, sendo o valor médio estimado em R$ 2.200,00. O prazo varia de 1 mês a 4 anos. Dados do Banco do Brasil informam que o prazo médio para reembolso do principal é de 24 meses.

Estimativas da Dataprev e do Santander Investment, citadas na Nota para Debate Interno do PSDB, revelam que 53% dos tomadores de crédito consignado na categoria pensionistas e aposentados do INSS estavam na faixa de renda do benefício até 3 salários

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mínimos. De fato, o crédito consignado se concentra em tomadores de baixa renda, cuja demanda não foi ainda totalmente atendida e mostra, portanto, condições altamente positivas de expansão. Prova disso, o fato de as operações com recursos livres terem crescido 36,8% em 12 meses, ao passo que o crédito consignado progrediu no mesmo período 120% . A despeito de tamanha progressão, este representa apenas 3% do volume global de empréstimos e financiamentos bancários.

Pesquisas preliminares apontam ser o crédito consignado utilizado primeiramente na quitação de dívidas (60%). Gastos com saúde (9%), reforma da casa (27%), seriam outras alocações secundárias. Pesquisa da Fecomércio (2005) corrobora, a partir do universo estudado, que as despesas com saúde representariam cerca de 10% do destino do crédito consignado entre aposentados e pensionistas. O perfil do uso desse crédito é desconhecido no que tange o consumo, as mudanças nas relações familiares intergeracionais, a redução da pobreza e da indigência, etc.

Na verdade, pouco se sabe sobre a forma como opera o crédito consignado na cobertura de despesas concorrentes nas faixas mais pobres da população. O que é certo é que sendo utilizado prioritariamente para pagamento de outros débitos financeiros, em circuitos muitas vezes não oficiais (agiotagem), poder-se-ia estar diante de um fenômeno de intermediação financeira do circuito formal para o informal, sem maiores vantagens para a população carente, cuja renda não tem variado significativamente nos últimos anos, nem mesmo seu padrão de vida.

O cenário mais desfavorável seria o crédito consignado estar levando a um aumento do endividamento das famílias mais pobres a patamares de alto risco, sem estar de fato propiciando melhora alguma ou pouca nas condições de vida dessa população (senão permitindo-lhe romper com a agiotagem), ou ainda estar fazendo com o que o consumo ou atendimento de necessidades básicas, direitos elementares como acesso a saúde, alimentação, etc, das famílias carentes seja ampliado com base no pagamento de juros elevados (embora menores que os de mercado). Se tal for o caso, é a provisão privada, mediante pagamento de juros, que estaria substituindo o dever do Estado, levando a um grau crescente de financeirização do cotidiano dos mais destituídos.

Objeto da Pesquisa: A pesquisa está voltada para a análise do perfil do gasto das famílias de

aposentados e pensionistas, de ambos os sexos, para entender suas implicações na expansão do consumo e na provisão dos serviços básicos de responsabilidade do Estado, e que são constitucionais (saúde, educação, direito à alimentação e outras atenções).

Pretende-se desenvolver um estudo comparativo entre o Brasil e um dos dois outros países do IBSA Initiative. A escolha da Índia ou África do Sul depende ainda de um levantamento prévio dos mecanismos existentes de crédito voltado a aposentados e pensionistas nesses países e seu nível de semelhança com o crédito consignado brasileiro.

O principal objetivo da pesquisa é avaliar os impactos do crédito consignado na saúde e bem-estar da população idosa brasileira e comparar com os resultados encontrados no país escolhido (Índia ou África do Sul).

O trabalho será realizado a partir de pesquisa de campo nos dois países, utilizando-se um questionário preparado especialmente para a pesquisa em uma amostra de domicílios com idosos beneficiários de crédito consignado em uma região selecionada de cada país.

Não está afastada a hipótese de se desenvolver um trabalho comparativo entre os três países. Tal decisão, entretanto, dependeria de se encontrar parceiros na Índia e África do Sul, além da disponibilidade de recursos para o projeto tripartite.

Coordenação e Equipe:

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O trabalho será coordenado pela professora Lena Lavinas, do IE-UFRJ, e pelo Prof. João Sabóia, diretor do IE/UFRJ.

Na África do Sul foram identificadas duas possíveis colaboradoras, que já trabalharam com o coordenador da pesquisa no passado recente:

Mônica Ferreira: professora e diretora do Institute of Ageing in África da Universidade de Cape Town;

Valerie Moller: professora e diretora do Institute of Social and Economic Research da Universidade Rhodes, em Grahamstown.

Ainda não foi identificada uma equipe na Índia.

Projeto I.2.3.ESTELA NEVES O FEDERALISMO AMBIENTAL BRASILEIRO - A COOPERAÇÃO

INTERGOVERNAMENTAL NA PERSPECTIVA MUNICIPAL

O projeto proposto tem como tema central o estudo da ação municipal para a defesa do meio ambiente no Brasil, na perspectiva das relações federativas.

Considerações introdutórias. Ao longo do último quarto de século o Estado

brasileiro passou por sucessivas e drásticas transformações, entre as quais estão a incorporação da atribuição da defesa do meio ambiente e a inédita ampliação do papel dos governos locais. No plano jurídico-institucional, a partir de 1988 os municípios ganham o status de ente federado e o tema ambiental é pela primeira vez tratado como bem jurídico autônomo. O sistema de atribuição de competências ambientais definido pela Constituição de 1988 amoldou-se à forma federativa do Estado, delineando o que se designa por “federalismo cooperativo” (FIORILLO, 2006) ou federalismo ambiental - o meio ambiente é objeto de tutela simultânea por todos os entes federados.1

No que diz respeito aos municípios brasileiros, eles desfrutam atualmente de inédita autonomia e importância, sendo considerados essenciais para o provimento das chamadas funções de bem-estar (ABRUCIO, 2001, apud ABRUCIO e SOARES, p. 52). Instalou-se a partir dos anos noventa um importante processo transformações e de aprendizado governamental através de experiências inovadoras que consagram um ciclo virtuoso de gestão pública local, a despeito das grandes dificuldades decorrentes da assimetria de situações e dos desafios representados pelas áreas metropolitanas.

Ainda não está nítido o resultado deste conjunto de transformações do Estado brasileiro no plano local. No Brasil, múltipos fatores enfatizam a importância de se avançar na pesquisa sobre as relações federativas no campo ambiental, desde a perspectiva local. Figuram entre os aspectos relevantes a posição ímpar ocupada pelos governos locais desde a Constituição de 1988, sua atribuição de exercer o poder de polícia em matéria ambiental, a extraordinária diversidade do universo municipal e as dramáticas disparidades, o reconhecimento da ocorrência de novas formas de gestão municipal e a importância do patrimônio ambiental brasileiro no cenário mundial.

O ponto de partida da pesquisa proposta é a constatação de duas insuficiências do conhecimento: sobre as exigências relacionadas à ação governamental cooperada no campo ambiental, e sobre o papel da contribuição dos poderes locais para a melhoria da qualidade ambiental e para o enfrentamento dos processos de degradação ambiental. No plano jurídico-institucional, até o momento está indefinido o quadro normativo que disciplina

1 A proteção ao meio ambiente e o combate à poluição é matéria de competência comum pela União, pelos

Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios (art. 23, VI), a proteção ao meio ambiente é tema de legislação concorrente da União, Estados e Distrito Federal (art. 24, VI) e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado cujo dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações cabe ao Poder Público e à coletividade (art. 225).

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as formas de exercício da cooperação federativa para a defesa ambiental e que define em detalhe d distribuição de responsabilidades entre os entes federados, a ser inspirada nos mesmos princípios da repartição das competências legislativas - a predominância de interesses e o critério da colaboração, privilegiando o que mais atenda ao bem comum (FIORILLO, 2006). Não há modelos genéricos replicáveis em todas as áreas de ação estatal. Os arranjos federativos que enquadram as políticas públicas são distintos segundo as áreas de intervenção governamental. Variam a distribuição de responsabilidades, as fontes de financiamento, os mecanismos de incentivos à participação, de sanções ao descumprimento das regras e os mecanismos de controle e de prestação de contas.

No terreno das políticas públicas, a ação municipal na defesa do meio ambiente tem se mostrado casuística e inconstante, desprovida de suporte jurídico- institucional e financeiro. Além destes, há mais obstáculos a serem enfrentados pelos gestores locais. Entre eles está o tratamento dado a este tema, alimentado por um influente caldo de cultura que alega serem os governos locais incapazes de levar adiante suas atribuições ambientais, e a própria imprecisão sobre o conteúdo da agenda constitucional de defesa do meio ambiente.

No domínio acadêmico, ainda está por ser construída uma visão sistemática da ação municipal ambiental na perspectiva federativa na qual seja avaliado seu papel no cumprimento do mandato constitucional, as políticas públicas que mais adequadamente respondem a este mandato e o potencial de impacto da ação municipal sobre as ações de política ambiental desenvolvidas nas instâncias estaduais e federal.

O objeto da pesquisa e a abordagem adotada. O objeto principal da pesquisa é

constituído pelo Município brasileiro como titular de mandato ambiental, na perspectiva das relações federativas. Para o desenvolvimento da pesquisa, de duração prevista de três anos, foram adotados três recortes de investigação.

No primeiro segmento do trabalho é analisado o arcabouço jurídico-institucional das relações federativas para a defesa do meio ambiente. Nele será delineado o estado-da-arte do debate jurídico-institucional sobre a disciplina da distribuição de competências ambientais no Brasil. O objetivo deste segmento é identificar o atual marco jurídico-institucional, os avanços e os aspectos que são considerados relevantes para a construção do arranjo federativo ambiental no Brasil.

No segundo segmento da pesquisa, são identificados e analisados o arcabouço jurídico e os arranjos institucionais adotados em países nos quais a matéria ambiental é organizada em moldes federativos. O objetivo deste segmento da pesquisa é analisar como foram tratadas e respondidas em outros países as questões atualmente enfrentadas no Brasil.

O terceiro segmento corresponde ao estudo comparado de situações de ação municipal no campo da defesa ambiental em regime de cooperação com outros níveis de governo em distintas regiões do país. Este segmento dos estudos visa identificar como municípios brasileiros conseguiram superar os entraves da estrutura jurídico-institucional incompleta e promoveram ações em regime de cooperação, analisando-se os mecanismos e estratégias adotadas, como se apropriaram das inovações jurídico-institucionais criadas no terreno do direito ambiental, quais os institutos que permitiram o exercício da cooperação com um mínimo de efetividade, qual o resultado do processo de aprendizado institucional e as principais políticas públicas implementadas. A escolha de pelo menos duas regiões distintas visa descortinar a existência de diversidade de respostas relacionadas à diversidade de circunstancias características dos municípios brasileiros.

A abordagem a ser adotada para o estudo da política ambiental não se restringe aos aspectos técnicos e operacionais, recorte característico das primeiras gerações de estudos sobre políticas públicas, nem à análise dos aspectos doutrinários do Direito Ambiental sobre o tema. Nesta pesquisa se adota a abordagem que considera a permanente interação entre as decisões e conteúdos das políticas públicas, assim como seus aspectos técnicos e procedimentais (policy), a dimensão do processo de política (no sentido de politics) e a dimensão da ordem institucional que emoldura a ação da política pública (polity), na qual se

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situa a legislação ambiental, marcada por seus aspectos de inovação e criação de instrumentos coercitivos, habilitadores e estruturadores.

As perguntas-guia da investigação. Como é desenhado o arcabouço jurídico-

institucional para a defesa do meio ambiente em regime de cooperação intergovernamental? Como são desenhados os arranjos federativos? Qual o papel dos governos locais no arranjo institucional estabelecido para a intervenção no campo ambiental? Como se caracterizam as relações de interdependência entre as instâncias de administração e governo no arranjo institucional para política ambiental, desde a ótica municipal? Como têm sido viabilizadas e estruturadas as ações municipais realizadas em regime de cooperação com outro nível de governo? Prazo e atividades. A duração prevista para a pesquisa é de três anos, de acordo com o processo de captação de recursos para sua realização. Em paralelo á investigação propriamente dita, ao longo dos três anos está prevista a organização de um laboratório de acompanhamento do processo de institucionalização do arranjo federativo para a política ambiental no Brasil, além da realização de realização de seminários e a elaboração de papers.

PROJETO I.3.1: INÁ ELIAS DE CASTRO E CHARLES PESSANHA INOVAÇÃO INSTITUCIONAL, CIDADANIA E TERRITÓRIO NO BRASIL. O MUNICÍPIO

COMO PROBLEMA E A LOCALIZAÇÃO COMO MEDIAÇÃO.

As condições institucionais da descentralização e da democracia participativa no Brasil, estabelecidas na Constituição de 1988, definem marcos importantes para uma reflexão sobre as lógicas espaciais da ação individual e coletiva. Esta descentralização promoveu a reorganização dos poderes territoriais no país mediante a reformulação da estrutura federativa. Isto possibilitou a soberania dos níveis federais inferiores ao estado central e criou as condições para uma verdadeira democracia geográfica pela reconfiguração de espaços políticos institucionais, como os municípios e os estados, continentes de interesses que são territorializados.

Há nesta inovação institucional um desafio para a geografia, seja para compreender os seus impactos sobre os agentes que atuam na configuração do território nacional e na sua dinâmica, seja para compreender como o espaço organizado constitui, ele mesmo, uma mediação para aquela inovação. Este desafio é aqui enfrentado de duas formas.

Numa o município é o recorte federativo privilegiado por ser um espaço político, cujo aparato institucional corresponde às condições particulares desta escala federativa. Este aparato é territorializado e desempenha funções mediadoras frente à isonomia do sistema nacional. Esta territorialidade e mediação institucionais ocorrem em territórios afetados por condições diferenciadas, mesmo se o quadro de normas legais no país tenha sido, na maior parte do tempo, o mesmo. Esta diferenciação, acreditamos, produz e reproduz territórios qualitativamente descontínuos para o cotidiano dos habitantes do país e cria uma ‘síndrome da simetria’, ou seja, uma isonomia que ignora a multiplicidade de situações dos municípios, suas particularidades históricas, econômicas e culturais.

A outra, recupera a questão da escala como pertinência da medida em relação a um espaço de referência, no qual existe um fenômeno a ser analisado, no caso aquele das relações entre o território e a política. O primeiro, como arena de disputa e de conflitos de interesses, a segunda, como gerenciamento e controle destes conflitos, delimitados aqui pelo governo e pela sociedade locais. A articulação entre escalas é central nesta recuperação que é feita com base no universo municipal brasileiro como referência para a investigação, o que permite restabelecer as possibilidades analíticas e metodológicas da relação entre o nacional e o local. Estas duas escalas são definidas como espaços de

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pertinência para o problema da cidadania, formalizada na escala nacional e vivenciada na local, que no plano federativo brasileiro é o município.

Nas décadas de 1970 e de 1980, a geografia contribuiu para a compreensão dos conflitos de interesses que balizavam o processo dinâmico da produção, e sua inserção no espaço e na configuração dos territórios. Desde a década de 1990, a questão dos modos pelos quais a organização do território afeta o exercício da cidadania vem desafiando a reflexão sobre as relações entre política e território, e o papel deste último para as condições concretas do cotidiano social.

Um primeiro ponto de partida para esta reflexão é que a desigual distribuição de riquezas, qualquer que seja a escala territorial de observação, esconde uma outra desigualdade, cujas condições de produção e de reprodução não se limitam à lógica econômica. Esta desigualdade é aquela produzida pelo acesso desigual aos meios que garantem os recursos necessários às condições mínimas de dignidade humana, inerentes ao exercício da cidadania. No entanto, a aceitação da existência de uma lógica explicativa para as práticas do cotidiano social, balizadas por princípios democráticos e de justiça social, e mediadas pela organização do território, ainda não é consensual na geografia. A forte influência da matriz conceptual e analítica de inspiração marxista colocou no centro das reflexões da disciplina a problemática do sistema de produção capitalista e das relações de classe a ele inerentes. Nesta perspectiva, como os modelos de análise centrados nos conflitos produtivos não eram adequados à compreensão dos conflitos distributivos, que se encontram na base do problema da cidadania e do acesso diferenciado a ela, o problema da distribuição era percebido como subjacente, e por isto mesmo, desprovido de qualquer autonomia explicativa. No entanto, enquanto a lógica produtiva comanda a economia, é na política que reside a lógica distributiva (Abranches et al.,1987; Santos, 1979).

Do ponto de vista espacial, os recursos mobilizados para o exercício da cidadania e da justiça social, assim como aqueles da produção, são necessariamente territorializados e constituem as bases empíricas da relação entre a política - suas instituições, normas, leis - e o território - continente da base material do cotidiano social. Esta relação fundamenta a territorialidade das condições concretas da cidadania. Neste sentido, as instituições que a facilitam ou a constrangem fazem parte do imaginário social e da materialidade do território e devem ser objeto da análise geográfica.

Na realidade, o problema da dimensão política do espaço é uma questão que vem se incorporando às reflexões e pesquisas geográfica, contribuindo com novos elementos para a compreensão das condições que fazem do território - no caso, seu conteúdo institucional – um componente inescapável da prática da cidadania. Temas como o espaço público e suas dinâmicas (Gomes,1997; Berdoulay e Soubeyran,1996); a cidadania ativa e o lugar (Kearns,1995); a segregação urbana e as condições de acesso à cidadania dos imigrantes estrangeiros nos países centrais (Painter,1995); o papel da sociedade civil no processo de desenvolvimento (Macllwaine,1998); o problema das densidades institucionais e a cidadania (Castro, 2003, Fonseca, 2003, O?Neill, 2004) constituem algumas da respostas suscitadas pelo olhar geográfico para o problema.

Apesar da atenção que o tema vem merecendo nas geografias européia e americana, na América Latina em geral e no Brasil em particular a produção bibliográfica é ainda bastante limitada e nos debates públicos, seminários ou reuniões científicas sobre o tema, quase não há geógrafos e o interesse pela discussão da relação entre política e território é bastante periférico, não tendo ainda produzido muitos ecos no ambiente acadêmico geográfico (Gomes e Berdoulay,2000).

O Problema A complexidade do universo municipal brasileiro, aguçada pela ‘síndrome da

simetria’ ou seja, uma isonomia que ignora a multiplicidade de situações dos municípios, suas particularidades históricas, econômicas e culturais, requer maior atenção a este recorte

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federativo como um recorte espacial, ao qual o fenômeno político atribui sentido e a localização uma mediação a ser considerada. Tomando a cidadania, fenômeno definido por normas e vivenciado pela prática social no território, o município é o recorte privilegiado para a sua visibilidade.

A territorialidade intrínseca ao conceito de cidadania implica alguns desafios para o campo da geografia, pois a existência das condições materiais para o seu exercício continua sendo uma questão central para os países que não alcançaram uma ubiqüidade territorial das instituições que garantem ao cidadão o exercício dos seus direitos. Este é o caso do Brasil, onde tanto os direitos civis como os políticos e sociais são garantidos por lei e inscritos na Constituição da República, mas exercidos numa sociedade e num território atravessados por profundas desigualdades. É nesse marco que o recorte administrativo local adquire visibilidade própria frente à escala nacional. O novo pacto federativo que emergiu da Constituição de 1988, a consolidação da base infra-estrutural do território, os novos recursos institucionais de participação social na vida política delineiam um novo cenário de diferenças no espaço nacional que precisa ser explicado.

Delimitação do objeto A Constituição de 1988 incorporou o Município como ente federativo, ampliando suas atribuições e seus instrumentos de intervenção na organização do espaço brasileiro. Desse modo, numa perspectiva da geografia política no país, devem ser percebidos o conjunto de instituições municipais que atuam, por meio tanto dos recursos materiais - finanças, pessoal, infra-estrutura - como da direção política definida pela coalizão do poder, na gestão municipal como facilitador ou constrangedor do acesso aos direitos sociais. Trata-se de incorporar a vertente políticoinstitucional do processo decisório que afeta a cidadania a partir dos modos de organização e de gestão do território.

O município é o recorte territorial que expressa a institucionalidade da política mais próxima do cidadão. O seu significado como objeto de análise é duplo e contraditório: como espaço da política ele pode ser a base para o fortalecimento da democracia participativa ou um fator de ruptura no processo de construção de uma ordem democrática; como espaço social ele pode ser o lugar do fortalecimento dos vínculos horizontais, de reforço da solidariedade social e do capital social ou o espaço de controle e domínio político de oligarquias conservadoras, com conseqüências sobre as transformações necessárias em direção a um maior nível de justiça distributiva no país.

Nas últimas décadas, a consolidação da democracia representativa de base territorial no Brasil e os novos papéis atribuídos à estrutura de gestão municipal vêm apontando a necessidade de identificação dos limites e das possibilidades das relações entre a institucionalidade da democracia e os municípios, como um dos caminhos possíveis para compreender a complexidade do espaço nacional. Trata-se, a partir daí, de tentar compreender o significado das ações na escala local e seus efeitos na organização da escala nacional.

Questões: A estrutura espacial brasileira caracteriza-se por um processo extremamente

dinâmico e complexo de mudanças. A Constituição de 1988 criou condições objetivas para uma participação mais efetiva do município como um espaço político institucional e como continente de outros atores institucionais neste processo. Cabe indagar, portanto,

1. Qual o significado do Município como uma escala pertinente para a análise do fenômeno ‘político institucional’ no processo contemporâneo de transformações na sociedade e na estrutura espacial brasileira?

2. De que modo as condições institucionais dos municípios brasileiros são influenciadas por fatores como localização, dimensão e pelas interações espaciais?

3. Como as competências deste nível de gestão afetam o cotidiano da sociedade ‘aquele do exercício da cidadania’ e a articulação com outras escalas nacionais e internacionais? E, finalmente,

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4. qual o papel efetivo da Constituição de 1988 para as transformações da base institucional do território brasileiro, ou seja, como se materializam no território as normas e regras definidas pela base legal da sociedade?

Objetivos: Analisar o município como escala do fenômeno político institucional, o qual se

materializa na gestão e organização do território, tratando o recorte municipal como objeto de análise na geografia política brasileira e, paralelamente, buscando inserir o espaço na agenda de discussões sobre a cidadania e a democracia representativa no país.

Identificar o papel e os limites das densidades institucionais no processo de transformações do território e nos mecanismos de produção e de reprodução dos espaços da desigualdade social, que afetam as condições de acesso aos direitos sociais inscritos da cidadania.

Tomando como suposto que a escala local é fortemente afetada pela sua base infra-estrutural, propõe-se comparar e analisar os padrões de localização, no território brasileiro, dos recursos institucionais, para a democracia e a cidadania, disponíveis nos municípios.

II. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO.

Coordenadora: Ana Célia Castro LINHAS DE PESQUISA II.1. Instituições, Inovação e Desenvolvimento Coordenadora: Ana Célia Castro Ementa:

O renascimento das temáticas do crescimento e desenvolvimento econômico na economia aberta vem redefinindo o papel do Estado e das políticas públicas. Assim, tendo em conta a redefinição dos papéis dos organismos de governança global, dos estados nacionais, governos regionais e locais, bancos de desenvolvimento e corporações, bem como a crescente importância das transformações estruturais, tecnológicas e organizacionais em curso, faz-se oportuna e necessária uma ampla reflexão teórica e aplicada, centrada no desenvolvimento, nas instituições, e na revolução tecnológica em curso. Evidencia, por outro lado, a importância crescente do conhecimento e da inovação para a produção de bens tangíveis e intangíveis que caracterizam a sociedade informacional em processo de consolidação. Estas mudanças, por sua vez, produzem impactos sobre as instituições e sobre a estrutura de governança das organizações.

Projetos: II.1.1. - O Catching-Up do Sistema Agroalimentar Brasileiro: Instituições, Estratégias e

Desenvolvimento

II.1.2 - A Nova Economia Brasileira face aos Desafios do Século Xxi : Instituições, Políticas e Desenvolvimento Comparado.

II.1.3 - Economia da Tecnologia e da Inovação

II.1.4 - Dicotomia "Estado Predatório" Versus "Estado Desenvolvimentista" De Peter Evans

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II.2. Estratégias, Inovação e Desenvolvimento Coordenadora: Renata Lebre La Rovere Ementa:

A linha de pesquisa em Estratégias, Inovação e Desenvolvimento, tem em conta as teorias da concorrência e da regulação da concorrência, características do processo competitivo tendo em conta: os condicionantes da expansão empresarial concebida como processo estratégico; o ambiente institucional globalizado onde as mesmas se situam, e onde são centrais as inovações, a mudança tecnológica, as múltiplas fontes de incerteza; os mercados, as micro, pequenas e médias empresas e as cooperativas; a concorrência como processo; os custos de transação e de governança; a confiança, o papel dos contratos, as competências e os recursos; a inovação tecnológica e a sociedade do conhecimento; os fundamentos da regulação econômica, das políticas de defesa da concorrência e as estratégias empresariais num contexto que privilegia a responsabilidade social e as convenções.

Projetos: II.2.1. - As Pequenas Empresas na Economia do Conhecimento: Questões para o Debate

II.2.2. - Dinâmica das Empresas e Política Econômica para o Desenvolvimento Econômico e Social

II.2.3. - Novas Estratégias Empresariais no Contexto da Sustentabilidade

PROJETO II.1.1: ANA CELIA CASTRO

O CATCHING-UP DO SISTEMA AGROALIMENTAR BRASILEIRO: INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO

Pretendo construir, a partir da história do catching-up do sistema agroalimentar brasileiro, cujo início poderia ser datado em meados dos anos 1940, uma interpretação desse processo. A proposta buscará esclarecer como se deu a rápida aquisição de competências, seja através de missões estrangeiras no país, seja através de programas de estudo, capacitação e intercâmbio no exterior, seja através de instituições e políticas que, concertadas ou não, participaram da ‘conspiração’ do processo de catching-up. Estarei explorando a hipótese de que o catching-up deve ser analisado, cada vez mais, à luz dos processos de globalização, na disputa pela competitividade em mercados internacionais, tendo em conta instituições de governança global e com foco na transformação produtiva e no desenvolvimento regional e nacional.

Na explicação do processo histórico do catching up do sistema agroalimentar brasileiro pretendo chamar a atenção para (o que acredito sejam) seus principais fatos estilizados:

1. o papel catalisador e modernizador exercido pela Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (Missão Abbink), no final dos anos 1940 até meados dos anos 1950, responsável pela articulação de políticas e construção de instituições que promoveram profunda transformação técnico-econômica e social, tais como a criação do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), em 1952, e as propostas que amadureceriam no Plano de Metas do Governo Juscelino (1956-1961), especialmente a implantação de uma infra-estrutura de transportes e comunicação, e de setores industriais chave, denominados de indústria de base, requisitos para a montagem e atualização do sistema agroindustrial (indústrias de máquinas e insumos básicos);

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2. as instituições responsáveis pelo catching-up; a precoce articulação do tripé pesquisa agronômica pública (sistema nacional de inovação para a agricultura)m; assistência técnica/extensão; crédito rural; mais adiante a explicitação de uma política de ciência e tecnologia para o sistema agroalimentar nos chamados Planos Nacionais de Desenvolvimento Econômico; e ainda, no presente, uma particular interação entre instituições de pesquisa (EMBRAPA, Institutos, Universidades) públicas com instituições de pesquisa do setor privado, tanto agrícolas quanto agroindustriais, além do papel das instituições de financiamento à pesquisa, sendo a FINEP e os Fundos Setoriais as mais importantes;

3. o papel exercido por empresas líderes, responsáveis pelo emparelhamento tecnológico verificado, seja nos setores à montante da agricultura (insumos modernos e máquinas), seja na indústria de alimentos. Ao ilustrar, através de casos bem sucedidos de catching-up empresarial, pretende -se apontar os elementos explicativos do pioneirismo das empresas, padrões recorrentes e trajetórias tecnológicas, seqüências compulsivas, rotinas de busca e seleção de oportunidades lucrativas e de novas tecnologias no país e no exterior, sua cultura empresarial e suas estratégias.

4. a importância de certas cadeias agroindustriais que funcionaram como motor do processo, como por exemplo, a da soja, cujas conseqüências ultrapassam de longe os efeitos do catching up. A expansão da soja, nos anos 1970, promoveu uma redistribuição fundiária que viabilizou médios e pequenos produtores no sul do país, através da produção de soja e trigo no mesmo calendário agrícola. Além de permitir o efetivo emparelhamento com os Estados Unidos e a Argentina, tornando o Brasil competitivo nos vários mercados internacionais da soja, deslocou as fronteiras agrícolas para o centro-oeste e o centro-norte, ampliando dramaticamente o potencial produtivo brasileiro. Logrou solucionar problemas tecnológicos criados pela expansão da fronteira, barateou a produção e pressionou no sentido da criação de uma malha inter modal de transportes antes inexistente, reduzindo seus custos. A pesquisa da soja brasileira enfatizou a fixação biológica do nitrogênio nos solos, reduzindo o problema do seu desgaste, tornando sustentável sua contínua expansão. A soja, através da articulação das cadeias de grãos-farelo-óleos e grãos-ração-carnes, contribuiu para que a indústria oferecesse alimentos mais diversificados e sofisticados, mais competitivos e capazes de atender a novas demandas de consumidores (alimentos funcionais, transgênicos versus tradicionais versus orgânicos). Nesse sentido, capacitou o sistema agroalimentar para a crescente competição internacional. Finalmente, o desenvolvimento de novos produtos e processos da soja (soy-ink, biodiesel, rastreabilidade, rotulagem) aponta os caminhos da sua fronteira tecnológica.

A interpretação deste processo, na medida em que revele as condições e os requisitos do emparelhamento tecnológico, ajudará a avaliar se esse mesmo sistema agroalimentar será capaz de permanecer competitivo e na fronteira, face às novas tendências tecnológicas. Que tendências são essas, para onde vamos, que novas instituições e políticas serão necessárias, e em que medida poderão surgir entraves institucionais, organizacionais e tecnológicos, são questões que deverão ser enfrentadas.

PROJETO II.1. 2: ANTONIO BARROS DE CASTRO A NOVA ECONOMIA BRASILEIRA FACE AOS DESAFIOS DO SÉCULO XXI :

INSTITUIÇÕES, POLÍTICAS E DESENVOLVIMENTO COMPARADO.

O tema central da pesquisa é a nova economia brasileira - uma realidade econômica moldada pelas mudanças ocorridas nos últimos 15 anos. O objeto será abordado a partir de três ângulos: a) a nova institucionalidade e a política econômica; b) as transformações estruturais e das empresas em resposta ao novo ambiente; c) o desempenho da economia numa perspectiva comparativa.

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A organização da pesquisa, cujo objetivo é produzir um livro, será feita a partir de temas e não segundo um princípio de ordem cronológica. A decisão de colocar o foco na economia brasileira atual e nas transformações ocorridas na década de 90 e no início do século XXI é coerente com a opção de tratamento temático. De fato, os temas relevantes na atualidade mudaram substancialmente em relação àqueles que dominaram os debates e as atenções nas décadas de 60, 70 ou 80. Assim, por exemplo, a temática da alta inflação/hiperinflação, de importância crítica nos anos 80 e início dos 90, perdeu grande parte de seu interesse para a discussão da atualidade e só será tratado como uma referência muito breve.

Por outro lado, temas como a resposta da indústria à abertura comercial, reforma fiscal e previdenciária, ou o comportamento do mercado de câmbio e o ?medo da flutuação? só fazem sentido, no caso brasileiro, quando referidos aos últimos dez anos. O resultado dessa pesquisa dirige-se a um público mais amplo. Seu objetivo, portanto, não será o de defender teses ou fomentar polêmicas mas sim apresentar interpretações e análises já consagradas e que se mostraram consistentes e robustas, resistindo ao debate e à própria evolução dos fatos, constituindo, em geral, a base dos capítulos da pesquisa. Ao final de cada capítulo temático será realizada uma revisão sintética dos debates ou das principais idéias dos economistas (inclusive do autor) a respeito do tópico, preferencialmente na forma de boxes. Muito resumidamente, esta visão incorpora os seguintes pontos:

♦ As reformas estruturais dos anos 90 - destacadamente a privatização, a eliminação dos monopólios e aumento da concorrência, a abertura comercial e financeira, e a mudança no tratamento do capital estrangeiro, embora não tenham apresentado os resultados imaginados por seus proponentes, promoveu importantes mudanças na economia do país, que delas emergiu, em vários sentidos, fortalecida.

♦ Se por um lado observou-se nos últimos anos, em parte como decorrência das mudanças da década de 90, um espetacular florescimento do agronegócio, com repercussões importantes no comportamento das exportações brasileiras, não se verificou, no caso do Brasil, uma especialização da economia com retração da indústria. Ao contrário, as empresas industriais se revigoraram, verificando-se uma reafirmação de uma vocação industrial brasileira.

♦ A estabilização obtida com o Plano Real promoveu uma melhoria substancial do ambiente macroeconômico. Além disso, a reforma do regime de política econômica realizada em 1999, em resposta à crise cambial brasileira, que introduziu o tripé câmbio flutuante - metas inflacionárias, superávit primário do setor público, resultou numa melhoria da qualidade da política econômica do país, e em particular numa maior flexibilidade para lidar com choques exógenos.

♦ Apesar dos pontos positivos relacionados acima, a economia brasileira teve um crescimento médio muito baixo nos últimos dez anos. A taxa média reduzida oculta, entretanto, uma realidade para qual é necessário chamar a atenção: a sucessão de retomadas vigorosas, porém de curta duração, seguidas de crises marcadas por quedas bruscas dos níveis de atividade. Sinteticamente, a economia brasileira padece de fragilidades que a tornam extremamente vulnerável a choques exógenos. As principais fragilidades eram a existência de uma dívida pública elevada e crescente, de uma elevada necessidade de financiamento externo, e de coeficientes de endividamento externo muito negativo - particularmente a relação dívida externa/exportações. Após a mudança do regime de política econômica, tem havido um progresso substancial no que toca aos dois primeiros problemas, e um progresso um pouco mais lento no que se refere ao último.

Em suma, nos últimos dez anos, a despeito de avanços consideráveis no plano institucional e das políticas econômicas e de uma resposta positiva das empresas a tais

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mudanças, o crescimento econômico foi detido freqüentemente pelo lado da demanda, através de uma seqüência que pode ser assim estilizada: choque exógeno (externo ou político); redução da confiança; retração nos fluxos de capitais para a economia; queda das reservas e/ou depreciação cambial; reação da política econômica geralmente via elevação dos juros; queda do nível de atividades; retração do PIB contribuindo para a deterioração de indicadores como dívida pública/PIB; piora nas expectativas e redução da confiança na economia.

Na medida em que o fortalecimento dos fundamentos referido no tópico anterior venha a tornar a economia mais resistente a choques pelo lado da demanda, as possibilidades de um crescimento sustentado aumentam, estando seu ritmo, porém, sujeito, a partir de então, a desafios pelo lado da oferta. A partir de então, melhorias institucionais adicionais e uma administração competente da política econômica poderão colocar a economia numa trajetória de crescimento alto. Alternativamente, um tratamento inadequado de questões como o marco regulatório do setor de infra-estrutura ou um manejo ineficiente da política econômica e da máquina pública poderão baixar o potencial de crescimento econômico.

PROJETO II.1.3 : LUIZ MARTINS DE MELO ECONOMIA DA TECNOLOGIA E DA INOVAÇÃO

Inovação é resultado do desenvolvimento da tecnologia. Esta por sua vez resulta das decisões de investimento da empresa em desenvolver determinados ativos específicos, que farão a diferença dela em relação às outras firmas para a conquista de uma melhor competitividade. Para obter isso é necessário que ocorra uma forte compatibilidade entre a estratégia de inovação da empresa, o desenvolvimento das estruturas organizacionais que vão viabilizar essa estratégia e as condições de financiamento para a realização desses investimentos.

A globalização trouxe uma forte tendência de padronizar todos os procedimentos e hábitos de consumo e de produção cultural. Em contraposição a esta tendência de homogeneização, começaram a surgir com grande intensidade vários estudos e pesquisas mostrando como determinadas regiões, permaneceram diferentes tanto culturalmente, quanto produtivamente, mantendo suas tradições locais e regionais.

O entendimento dessas questões torna-se cada vez mais premente dada à necessidade de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento regional, de modo que as diferentes regiões possam contar com ações específicas e adequadas de fomento, e com isso, contribuir para a atenuação das disparidades inter-pessoais, intra-regionais e inter-regionais de renda. Adicionalmente, a descentralização, ao incorporar os agentes locais ao processo decisório, possibilita maior eficácia e eficiência das ações.

Os APLs/SPLs constituem aglomerados de agentes econômicos, políticos e sociais, localizados em um mesmo território, que apresentam vínculos consistentes de articulação, interação, cooperação e aprendizagem e apresentam, na maioria das vezes, vantagens microeconômicas advindas da proximidade entre os agentes. Para que essas características sejam otimizadas é importante que se conheça com profundidade os mecanismos de governança, de gestão e transmissão do conhecimento e de articulação entre os diversos atores locais, para a geração de vantagens competitivas dinâmicas, que envolvem inovações tecnológicas de produto e de processo e mudanças na própria estrutura da oferta, o que faz com que o crescimento dos APLs/SPLs seja um poderoso instrumento de enfrentamento das desigualdades regionais.

Porém, para que as empresas envolvidas nos APLs/SPLs possam se desenvolver é necessário analisar como as decisões de financiamento do investimento das unidades empresariais são afetadas pelas variáveis macroeconômicas e vice-versa. É claro que

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estamos falando da formação de expectativas e da criação de um estado de confiança que favoreça o crescimento das empresas e da economia.

É muito freqüente observarmos na literatura econômica uma separação formal estabelecida entre o conjunto de fenômenos reais, relativos à esfera produtiva, e os fenômenos financeiros. É bem verdade que alguns autores importantes, como Hilferding, Keynes e Schumpeter, discutiram a importância do sistema financeiro, em particular a importância do crédito para o desenvolvimento industrial. Entretanto, a maior parte dos trabalhos de Economia Industrial não presta suficiente atenção à dimensão financeira.

Isto é explicado, em parte, pelo fato do estudo dos problemas financeiros ter sido considerado, durante muitos anos um campo de trabalho à parte, uma espécie de “primo pobre” da economia, tratando basicamente dos aspectos técnicos e contábeis dos mecanismos de financiamento das empresas.

A interdependência entre o sistema financeiro e o sistema industrial tem sido uma preocupação constante dos estudiosos das finanças corporativas. A questão principal que procura ser respondida pela literatura desta área é a seguinte: de que forma as condições e a estrutura de financiamento das empresas influenciam as decisões de investimento das empresas.

É importante notar que uma empresa sempre recorre a fontes distintas para financiar seus programas de investimento. Essas fontes podem ser classificadas da seguinte maneira:

1- Lucros retidos

2- Emissão de ações.

3- Emissão de títulos financeiros

4- Empréstimos bancários

A estrutura de financiamento da empresa é a escolha da melhor combinação das fontes de financiamento que igualem as condições de prazo, risco e retorno do investimento. Um dos problemas mais importantes da escolha da estrutura de financiamento diz respeito ao custo de cada uma dessas fontes de financiamento e o impacto delas para a determinação da taxa de desconto para a seleção do programa de investimentos da empresa.

O objetivo desse projeto de pesquisa é analisar as relações de interdependência entre os sistemas industrial e financeiro, caracterizado por um estado de interação permanente. Isto é, os limites ao desenvolvimento do sistema industrial não são independentes da estrutura do sistema financeiro. Sob esta ótica, as escolhas tecnológicas das empresas podem estar condicionadas por problemas relacionados com a oferta e os instrumentos de crédito.

A pesquisa busca analisar a relação existente entre o financiamento (racionamento de crédito) e as decisões de investimento. Num mercado perfeito de capitais, a taxa de juros cumpre o papel de equilibrar oferta e demanda de crédito. Não haveria lugar, nesse caso, para problemas de racionamento de crédito. Entretanto, esse é um problema real. As instituições financeiras levam em conta simultaneamente a rentabilidade esperada dos projetos a serem financiados e a capacidade da empresa de reembolsar as dívidas contratadas.

Desse ponto de vista, o risco financeiro de novos projetos exige a avaliação da capacidade de assegurar o pagamento das dívidas. Isto é explicado pelo fato de que os empréstimos considerados mais arriscados têm contratos de financiamento com condições mais restritivas: prazos mais curtos e taxas de juros mais elevadas. Este argumento leva à rejeição do pressuposto de neutralidade entre decisões de financiamento e de investimento.

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Quando a empresa está mais endividada, seus projetos se tornam mais arriscados e o financiamento mais caro. Ora, isso se reflete no custo médio de capital da empresa.

Vale lembrar que as diferenças de custo entre as diversas fontes de financiamento estão ligadas ao problema dos riscos financeiros assumidos pelos credores. De forma simplificada, podemos afirmar que o departamento de projetos toma recursos emprestados do departamento financeiro a um custo médio de capital. Porém, em grandes empresas, o risco econômico e financeiro de múltiplas atividades pode ser distinto.

Dessa forma, importa avaliar a questão da escolha da taxa de desconto para o processo de seleção de investimentos. Como se sabe, uma taxa de desconto baixa implica na seleção de projetos mais capital intensivo. Em contrapartida, uma taxa de desconto alta conduz à seleção de projetos menos capital intensivo.

Em situações de racionamento de crédito, a taxa de desconto cumpre mais um papel na seleção de investimentos: A arbitragem de uma taxa de desconto irá refletir escolhas estratégicas. Nestas condições, o departamento projetos não pode tomar emprestado ao departamento financeiro a uma taxa equivalente ao custo médio de capital, e os métodos de análise de risco devem ser mais sofisticados.

Mesmo sem entrar na análise detalhada da determinação da taxa de desconto a ser utilizada no cálculo econômico, pode-se constatar que o custo do investimento inicial e seu modo de financiamento não constituem uma restrição fundamental nesse tipo de método. Porém, num contexto de racionamento de crédito, esse tipo de método não é suficiente. Nesse caso, apesar de ser mais interessante, do ponto de vista estritamente econômico, o desenvolvimento do projeto A pode não se concretizar, pois o seu equacionamento financeiro será muito mais complexo, em função da diferença do custo do investimento inicial. Esse aspecto assume uma relevância ainda maior nas indústrias altamente intensivas em capital e com longo prazo de maturação dos investimentos. Se a empresa possui uma elevada relação endividamento/capitais próprio, a contratação de empréstimos adicionais pode comprometer a sua capacidade de solvência.

Isto posto, cabe notar que o problema de racionamento de crédito não está tão-somente relacionado com a liquidez das instituições financeiras. O papel ativo do sistema financeiro confere um caráter seletivo às decisões de oferta ou de restrição de crédito. Nesse caso, o que importa são as condições de solvência do tomador de empréstimo que deve ser capaz de oferecer garantias de reembolso dos recursos emprestados.

Se, estamos trabalhando com a estrutura conceitual da interdependência entre o sistema financeiro e o sistema industrial, a especificidade de cada setor industrial é um bom indicador de que tipo de instrumentos financeiros utilizar. Muitas vezes, o recurso ao autofinanciamento é absolutamente necessário. Outras vezes diferentes estratégias de financiamento como project finance e venture capital deverão ser as preferidas.

Em alguns setores mais maduros, onde a estrutura industrial já esteja bem estabelecida o financiamento via crédito bancário pode ser a melhor alternativa.

A estrutura financeira e jurídica montada para o financiamento tem a finalidade de possibilitar os arranjos necessários para viabilizar a participação dos potenciais agentes econômicos e a perfeita identificação de riscos. Neste aspecto a preocupação primordial é dar garantias e proteções contra os riscos a que estarão sujeitos os participantes, tendo em conta as especificidades das estruturas industriais e empresariais setoriais.

O importante nesse projeto de pesquisa é tentar mostrar a importância da análise das necessidades de financiamento e das empresas, apontando quais modalidades de apoio financeiro são as mais compatíveis para o seu desenvolvimento, a maturidade da sua estrutura industrial e o estágio das suas empresas.

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PROJETO II.1. 4: RONALDO FIANI. DICOTOMIA "ESTADO PREDATÓRIO " VERSUS "ESTADO DESENVOLVIMENTISTA" DE

PETER EVANS

Há cerca de dez anos, em 1995, era publicado o livro de Peter Evans, Embedded Autonomy: States and Industrial Transformation (Princeton: Princeton University Press, 1995).

Nesta obra, Evans apresentava uma dicotomia que se tornou referência na discussão do papel do Estado no desenvolvimento econômico, ao menos entre autores que assumem a possibilidade de que o Estado assuma um papel positivo na transformação econômica dos países em desenvolvimento, a dicotomia entre “estado predatório” e “estado desenvolvimentista”. Como explica o próprio Evans, na tradução brasileira (Evans 2004, p. 37): “Os Estados predadores conseguem, às custas da sociedade, refrear deliberadamente o processo de desenvolvimento... Os Estados desenvolvimentistas, por sua vez, não apenas direcionam a transformação industrial, mas também... são em grande parte responsáveis pelo desenvolvimento.”

Esta dicotomia foi um ponto de partida extremamente útil, no sentido de superar as duas posições a priori na análise do papel do Estado no desenvolvimento econômico: a posição que via o Estado como um agente de rent seeking, com um papel necessariamente nocivo para a alocação eficiente de recursos e a posição que, desde os anos quarenta e cinqüenta do século passado, vê o Estado como o agente promotor por excelência da transformação econômica em países em desenvolvimento. O trabalho de Evans foi essencial no sentido de mostrar que não há um único papel possível do Estado no desenvolvimento econômico, mas vários papéis possíveis, inclusive situações intermediárias entre os extremos polares do Estado predador e do Estado desenvolvimentista.

PROJETO II.2.1: RENATA LEBRE LA ROVERE AS PEQUENAS EMPRESAS NA ECONOMIA DO CONHECIMENTO: QUESTÕES PARA O

DEBATE

O papel das pequenas empresas na sociedade do conhecimento vem sendo alvo de debates desde a ruptura do modelo fordista nos anos 80. Se por um lado estas empresas apresentam os requisitos de flexibilidade e capacidade de adaptar inovações exigido pelo novo paradigma sócio-econômico, por outro lado elas freqüentemente não dispõem dos recursos necessários para proceder ao desenvolvimento de inovações da maneira feita pelas grandes empresas, as quais contam com equipes de pesquisa e desenvolvimento, recursos para consulta a bancos de patentes, orçamento para o desenvolvimento de protótipos etc. O processo inovador nas empresas menores é freqüentemente mais informal, partindo do compartilhamento de informações originárias da rede de relacionamento do empresário, envolvendo um processo adaptativo e também propiciando laços de cooperação com universidades e instituições de pesquisa. A questão que se coloca é até que ponto o endurecimento das normas sobre propriedade intelectual pode vir a prejudicar o processo inovador das pequenas empresas, limitando-as ao papel de meros executores de projetos de inovação de empresas maiores.

A dificuldade em se estudar estas empresas decorre do fato de que seu universo é extremamente heterogêneo, abrangendo desde firmas em setores tradicionais trabalhando com processos artesanais até firmas em setores dinâmicos com expressiva atividade de pesquisa e desenvolvimento. Além disso, o modo pelo qual as pequenas empresas se associam e interagem com instituições de pesquisa e agências públicas para produzir conhecimento dependem das características do sistema de inovações onde elas se localizam.

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Assim, o presente projeto de pesquisa pretende estudar o processo de inovação de empresas localizadas em um determinado sistema de inovação e até que ponto elas são afetadas pelas normas de propriedade intelectual neste processo. A metodologia adotada será a de estudo de caso. Pretende-se iniciar a pesquisa analisando o caso das empresas situadas no pólo Petrópolis-tecnópolis, no estado do Rio de Janeiro.

PROJETO II.2.2: VICTOR PROCHNIK DINÂMICA DAS EMPRESAS E POLÍTICA ECONÔMICA PARA O DESENVOLVIMENTO

ECONÔMICO E SOCIAL.

O projeto DINÂMICA DAS EMPRESAS E POLÍTICA ECONÔMICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL discute alternativas de política econômica, principalmente política industrial e tecnológica, a partir do estudo da dinâmica empresarial. Recorre-se preferencialmente à vertente teórica neo-schumpeteriana e a escolas próximas, que abordam a estratégia e crescimento das organizações, como a teoria das capacitações dinâmicas. Dois resumos de publicações recentes exemplificam o trabalho realizado:

Em UMA ANÁLISE DO BAIXO GRAU DE INOVAÇÃO NA INDÚSTRIA BRASILEIRA A PARTIR DO ESTUDO DAS FIRMAS MENOS INOVADORAS (trabalho em co-autoria com Rogério Dias) é estudada a inovação nas firmas brasileiras menos produtivas, que são 78,5% do total de firmas industriais do Brasil. São discutidas diversas características da inovação nestas empresas e procura-se mostrar que há uma relação entre o baixo grau de inovação e o porte relativamente pequeno da indústria brasileira de bens de capital. Neste sentido, a política industrial para o setor de bens de capital e software é relevante para a ampliação da taxa de inovação no Brasil. Já a cooperação Universidade/empresa, pilar da recentemente aprovada Lei da Inovação, tem reduzida participação na vida empresarial brasileira.

O trabalho A CADEIA TÊXTIL/CONFECÇÕES PERANTE OS DESAFIOS DA ALCA E DO ACORDO COMERCIAL COM A UNIÃO EUROPÉIA discute as oportunidades e os riscos que se abrem para a cadeia produtiva têxtil/confecções (CTC), tendo em vista as perspectivas de crescente liberação do comércio internacional. Na CTC, entretanto, existem dois graves problemas, uma grande massa de empresas ineficientes e uma sub-cadeia menos competitiva, a de produtos à base de fibras sintéticas e artificiais. Há, portanto, um dilema de política econômica. As empresas exportadoras precisam que o Brasil participe do movimento de liberação, para conseguirem o mesmo status que competidores de outros países têm junto às nações consumidoras e se manterem competitivas. Mas estes acordos podem prejudicar parte significativa da CTC, que é menos competitiva.

PROJETO II.2.3: VALÉRIA GONÇALVES DA VINHA NOVAS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS NO CONTEXTO DA SUSTENTABILIDADE

Trata-se de uma pesquisa sobre um tema que vem ganhando destaque a cada dia: como as empresas brasileiras vêm enfrentando o desafio de responder, simultaneamente, à crescente influência de duas novas convenções de mercado, no sentido que Keynes atribuiu ao termo: o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social corporativa.

Dentre os atuais desafios empresariais, destaca-se a capacidade de resposta da firma às forças coercitiva do Estado e indutora do mercado no sentido de adotar os princípios do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade social nas suas operações. Adicionalmente, a pressão da sociedade por políticas de inclusão e redução da pobreza está obrigando as empresas a reverem seus conceitos sobre estratégia e organização.

Considerando que atuam em um ambiente de incerteza, empresas líderes e globais definem novas estratégias visando construir capacidades internas para gerar diferencial competitivo num contexto crescentemente influenciado pelos limites impostos à preservação

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dos recursos naturais, por um lado e, por outro, pela crescente demanda dos grupos sociais organizados por produtos e tecnologias "limpas".

A pesquisa abordará as estratégias das firmas do setor de petróleo e gás - uma das indústrias mais poluentes e, também, das mais arriscadas, do ponto de vista do trabalhador e de sua política de engajamento dos stakeholders (grupos de interesse) como ferramenta de gestão, cujos resultados reduzem custos de transação e de administração de conflitos sócio-ambientais, de difícil reversão.

Nosso objetivo é analisar como está se processando a internalização dos princípios do desenvolvimento sustentável e da responsabilidade social corporativa no interior dessas firmas de que forma, e quão efetivo, está sendo o envolvimento dos stakeholders neste processo. Por conseguinte, procuraremos identificar se esta variável contribui para a constituição de vantagens comparativas entre firmas do mesmo setor.

A abordagem teórica combina elementos da Sociologia Econômica e da Visão Baseada em Recursos, particularmente na perspectiva da teoria evolucionária. As empresas líderes do setor serão analisadas à luz de sua capacidade adaptativa (como observado por Alfred Chandler: a estrutura deve mudar para acompanhar a estratégia), e de gerar habilidades internas para lidar com a dimensão social da gestão. Por exemplo, incorporar metodologias dialógicas e participativas no processo de elaboração do planejamento estratégico das firmas.

O trabalho dirige-se ao público acadêmico, particularmente às áreas da Economia e da Sociologia, mas, também, da Administração, na medida em que o estudo dessas novas estratégias empresariais é analisado à luz da teoria do gerenciamento da firma e dos modelos organizacionais.

Estágio da pesquisa A seqüência de desastres ambientais, aliada à mudança substancial no quadro

regulatório brasileiro desde a flexibilização do monopólio da Petrobrás, influenciou o padrão de concorrência no setor. Por exigência do Ibama, o Projeto de Comunicação Social foi incorporado ao Relatório de Controle Ambiental (RCA), pré-requisito para a obtenção da licença de perfuração, obrigando as empresas operadoras a realizarem um mapeamento atualizado de todos os stakeholders passíveis de serem afetados pelas atividades de exploração.

A pesquisa enviará questionário às empresas-operadoras de blocos licitados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo), responsáveis pela elaboração do RCA, mas, também, às firmas de consultoria terceirizadas que elaboram e acompanham a implementação do RCA.

III. ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO

Coordenadora: Cláudia Chamas Linhas de Pesquisa: III.1 – Políticas de Regulação da Propriedade Intelectual e Desenvolvimento Coordenador: Carlos Morel Ementa:

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A inovação tecnológica tem sido considerada uma peça fundamental para o desenvolvimento econômico, o aumento da produtividade e a competitividade de um país. Nesse contexto, a propriedade intelectual, sob certas circunstâncias, pode ser um instrumento central para apoiar o avanço tecnológico, garantindo os direitos dos criadores e ao mesmo tempo, oferecendo informações cruciais ao estabelecimento de estratégias de fomento à inovação. A linha de pesquisa em Políticas de Regulação da Propriedade Intelectual tem como objetivos:

- promover a discussão teórica e conceitual do tema da propriedade intelectual tendo em conta: a agenda do desenvolvimento; a economia dos bens públicos globais e as diferentes modalidades de transações de bens intangíveis, que supõem a troca de direitos de propriedade;

- estudar as instituições que compõem os sistemas de proteção da propriedade intelectual e como operam os diferentes Institutos Nacionais de Propriedade Industrial;

- disseminar a agenda do desenvolvimento em propriedade intelectual;

- promover uma maior articulação das atividades de pesquisa nas universidades, institutos de pesquisas, agências federais, estaduais e regionais de fomento, entidades empresariais, representações de classe e outros organismos públicos e privados dedicados à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico, às atividades de extensão tecnológica e à inovação;

- relacionar os temas da propriedade intelectual com a promoção e o fomento à inovação e ao desenvolvimento.

Projetos: III.1.1 – Patentes Biotecnológicas, Moralidade e Saúde Pública

III.1.2. - A Saúde Pública e as Flexibilidades no Acordo Trips: A Facilitação do Acesso a Medicamentos em Países em Desenvolvimento

III.1.3 -Propriedade Intelectual e Células-Tronco: Subsídios para a Formulação de Políticas Públicas

III.1.4 - Propriedade Intelectual em Vacinas

III.1.5. - Avaliação legal, técnica e econômica da capacidade de produção brasileira dos medicamentos antiretrovirais genéricos (AvaliaARVs)

III.2 – Inovação e estratégias empresariais a partir do conhecimento proprietário Coordenadora: Cláudia Chamas Ementa:

A Linha de Pesquisa em Inovação e Estratégias Empresariais a partir do conhecimento proprietário tem como objetivo desenvolver os seguintes temas: gestão da propriedade intelectual; parcerias tecnológicas e comercialização de tecnologia; organização do mercado internacional de tecnologia; mecanismos de acesso à informação tecnológica, ao mercado de tecnologia e ao sistema de propriedade intelectual pelas micro, pequenas e médias empresas; proteção de propriedade intelectual na indústria farmacêutica e de biotecnologia em geral; tecnologia da informação e tecnologias sensíveis; proteção de conhecimentos tradicionais, fomento e uso de indicações geográficas e marcas de certificação; proteção e infração dos direitos de autor e da propriedade intelectual.

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Projetos: III.2.1. - Propriedade Intelectual em Genômica, Proteômica e Bioinformática

III.2.2. - Propriedade Intelectual em Nanotecnologia III.2.3. - Propriedade Intelectual no Agronegócio III.2.4. - Indicações Geográficas e Desenvolvimento Regional

III.2.5. - Inovação Organizacional e Competitividade na Indústria de Software e Serviços

PROJETO III.1. 1: CARLOS MEDICIS MOREL E CLAUDIA INES CHAMAS PATENTES BIOTECNOLÓGICAS, MORALIDADE E SAÚDE PÚBLICA

O objetivo da proposta é avaliar o conceito de moralidade no âmbito da lei de propriedade industrial, considerando-se as especificidades das invenções biotecnológicas.

As patentes biotecnológicas, grosso modo, têm gerado grande controvérsia em nível mundial. Não somente grupos religiosos e parte do mundo acadêmico mostram-se céticos em relação ao vertiginoso crescimento das patentes que envolvem fragmentos de DNA. Diversas empresas se sentem alijadas do mercado em função da concessão de patentes contendo reivindicações de grande amplitude. Cresce, a cada ano, o número de ações judiciais questionando a validade de muitas dessas patentes. Aumentam os custos de entrada no mercado biotecnológico e as incertezas relacionadas aos novos investimentos.

Em função dos recentes investimentos das agências de fomento governamentais (CNPq, FAPs, Ministério da Saúde, etc) em projetos de genômica, proteômica e bioinformática, bem como de interesses empresariais, com o surgimento de empresas de base tecnológica e fundos de risco, justifica-se um estudo mais detalhado da problemática do patenteamento nessa área de interesse.

A biotecnologia moderna é capaz de gerar um grande espectro de invenções passíveis de proteção patentária. O desenvolvimento das técnicas de base genética nas últimas três décadas têm influenciado, profundamente, os rumos da comercialização dos frutos da pesquisa no campo das ciências da vida. Milhares de patentes que contêm reivindicações sobre seqüências de DNA são concedidas para o setor privado e governamental, como pode ser constatado nas diversas bases de dados públicas sobre documentos de patente. Boa parte dessas patentes protege todos os usos relacionados a uma determinada seqüência. O direito concedido é, portanto, deveras extensivo. Muitas patentes vêm sendo contestadas judicialmente quanto à sua validade e enquadramento nos pré-requisitos para sua concessão, gerando, assim, uma atmosfera de incerteza legal e colocando sob questão a própria natureza do sistema de propriedade industrial.

As leis de patentes desempenham papel fundamental nos sistemas nacionais de inovação, fomentando o desenvolvimento tecnológico e econômico: o Estado concede um direito ao titular da invenção como forma de lhe permitir recuperar os custos de pesquisa, em contrapartida é revelado à sociedade o conteúdo pormenorizado da tecnologia. Naturalmente, estruturas governamentais confiáveis para concessão de patentes favorecem o processo de inovação, uma vez que os agentes investidores trabalham em um ambiente de menor incerteza. No caso da biotecnologia, há fatores que tornam o jogo mais complexo que em outros campos do conhecimento. Questões de ordem ética e econômica traduzem-se na não-harmonização da proteção legal da biotecnologia no mundo. Países detentores de tecnologia tendem a oferecer maior amplitude de proteção patentária. Países de baixa produção tecnológica, em geral, buscam limitar-se às condições patentárias mínimas exigidas pelos acordos internacionais. Nem todas as invenções são patenteáveis. O material biológico para ser patenteável deve ser considerado uma invenção e não uma descoberta, pois descobertas não são patenteáveis. Na prática, material biológico que ocorre na natureza, mas pode ser isolado de seu ambiente original ou pode ser produzido por um

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determinado processo pode ser matéria patenteável. Vale ressaltar que a fronteira entre o que é descoberta e o que é invenção é sempre objeto de controvérsia. Há necessidade de se associar uma função ao material. Um exemplo é o hormônio humano purificado Relaxin, cuja patente européia reivindica o DNA que contém a proteína.

Em 1994, quando a Divisão de Oposição do European Patent Office foi designada para proceder ao exame da moralidade da patente do Relaxin, uma proteína secretada por mulheres grávidas, que favorece o processo de parto -, ela o fez em parte em referência ao princípio do consentimento informado. Foi questionada a concessão da patente por ofender a moralidade, em função da necessidade de se remover tecido de mulheres grávidas, e isso seria uma afronta à dignidade humana porque usa a mulher em uma condição especial (gravidez) para um processo orientado para o lucro. A Divisão respondeu que o tecido havia sido doado livremente e que o isolamento do material genético da amostra não seria algo imoral.

O Artigo 53(a) da Convenção de Patentes Européia estabelece que: "European patents shall not be granted in respect of inventions the publication or exploitation of which would be contrary to 'ordre public' or morality, provided that the exploitation shall not be deemed to be so contrary merely because it is prohibited by law or regulation in some or all of the Contracting States".

Além da Comunidade Européia, outros países incorporam a palavra ‘moralidade’ nas leis de patentes: China, Índia, Filipinas, Argentina, Brasil.

Além da Europa, em quais desses países houve discussão em torno do conceito da moralidade? O que é uma invenção contrária à moral?

No Brasil, o Artigo 18, da lei n° 9.279/96 trata das exclusões legais referindo-se às invenções que são contrárias à moral e à ordem pública.

Como o conceito da moralidade no âmbito da lei de propriedade industrial pode ser aplicado no Brasil? Quando uma invenção deve ser avaliada do ponto de vista da moralidade? A moralidade se aplica somente à proteção da invenção ou também à exploração da invenção?

Na esfera econômica, Estados Unidos, Europa e Japão compõem o grupo que busca ofertar o máximo de proteção possível aos inovadores. Por outro lado, o Brasil - país detentor de megabiodiversidade dispõe de uma política de concessão mais restritiva. É desejável a formação de monopólios no campo da saúde pública (em testes de diagnóstico, por exemplo) através de invenções patenteadas com reivindicações muito amplas (broad claims)?

Na esfera da ética, detectam-se permanentes questionamentos sobre a pertinência da concessão de patentes no campo da vida, especialmente da vida humana. Organizações não-governamentais, grupos religiosos e segmentos organizados da sociedade monitoram as concessões dos órgãos oficiais de propriedade industrial, aplicando oposição quando possível. Tornou-se clássico o caso da oposição, em 2002, no âmbito do European Patent Office, por parte do governo alemão, do governo italiano, do governo holandês e da seção alemã do Greenpeace à patente de "Edinburgh" (EP 0695351, titular: University of Edinburgh), a qual trata da tecnologia de células tronco.

Assim, o caso das patentes biotecnológicas, até agora, não abriga a idéia de consenso em nível mundial, mesmo com os esforços do United States Patent and Trademark Office, do Japanese Patent Office e do European Patent Office para definir condutas e interpretações harmônicas em diversas etapas do patenteamento. Um exemplo é o "Trilateral Project B3b", um estudo comparativo de práticas relacionadas às patenteabilidade de fragmentos de DNA.

A questão da moralidade veio à tona especialmente durante a apreciação da patente do "rato de Harvard" no European Patent Office. Tratava-se de um animal transgênico, que

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contém um oncogene exógeno. A presença desse gene estranho é responsável pela suscetibilidade do animal para desenvolver câncer. O "Board of Appeal" avaliou que não haveria, nesse caso, impedimento legal à concessão da patente. E, mais, três fatores deveriam ser considerados: (i) o interesse da humanidade em prover tecnologias para as doenças que atingem o ser humano; (ii) a proteção contra a disseminação descontrolada de genes indesejados; e (iii) a prevenção à crueldade com os animais. Como o desenvolvimento de um rato especial, como o de Harvard, evitaria um uso muito mais extenso de outros animais em testes contra o câncer, atuaria como contrapartida a possíveis aspectos negativos. (Financiamento: CNPq/Fiocruz)

PROJETO III.1. 2: CLAUDIA INES CHAMAS E JOSÉ CARLOS VAZ E DIAS A SAÚDE PÚBLICA E AS FLEXIBILIDADES NO ACORDO TRIPS: A FACILITAÇÃO DO ACESSO A MEDICAMENTOS EM PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

O objetivo da pesquisa é analisar a importância do desenvolvimento e uso das salvaguardas na aplicação dos direitos de propriedade industrial no Brasil, bem como suas implicações para as políticas de saúde pública, especificamente no que tange ao acesso aos medicamentos essenciais.

A evolução do Acordo Trips e sua repercussão no contexto da saúde e da dinâmica da indústria químico-farmacêutica, reduzindo e limitando as políticas de regulação em propriedade industrial, ficaram evidentes no processo de aprovação da "Declaration on the Trips Agreement and Public Health", em Doha, 2001, que buscou incentivar o uso de certas flexibilidades. A preocupação em interpretar Trips de modo mais flexível ocorreu em função de determinados conflitos de interesse e de leituras divergentes de algumas de suas disposições. O apelo pelo uso da flexibilidade do Acordo Trips foi em nome do bem-estar geral de toda a humanidade.

Por força da pressão exercida por países em desenvolvimento, com forte liderança do Brasil, incluiu-se na Declaração a importância da implementação e interpretação do Acordo Trips em consonância com os interesses de saúde pública dos países, no tocante ao acesso de novos medicamentos. O Conselho de Trips foi convencido de que o Acordo Trips não deve impedir seus membros de tomar as medidas necessárias para acessar medicamentos. Entre as medidas, os mecanismos de importações paralelas e de licença compulsória de patentes podem contribuir para reduzir os custos do tratamento de doenças endêmicas graves (como Aids, malária ou tuberculose), e possibilitar a cobertura da população afetada, através de programas de saúde pública.

No contexto de países em desenvolvimento, como o Brasil, que enfrentam uma profunda dependência tecnológica no campo dos produtos da saúde, proposições como a Declaração de Doha permitem visualizar algum futuro para a sustentabilidade de programas de acesso universal (Programa de Fornecimento de Medicamentos para Aids, por exemplo), os quais utilizam muitos produtos inovadores e sob proteção patentária.

PROJETO III.1. 3: CLAUDIA INES CHAMAS PROPRIEDADE INTELECTUAL E CÉLULAS-TRONCO: SUBSÍDIOS PARA A

FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS

As formas de apropriação das ciências da vida têm gerado controvérsias em nível mundial. Até o fim dos anos 70, patentes para esse tipo de tecnologia não eram usuais posto que a interpretação vigente a definia como produto da natureza, descobertas não-patentáveis. Após a decisão norte-americana Diamond versus Chrakabarty, começou a ascensão de invenções de natureza protegidas pelo sistema de patentes. A corrida pelas biopatentes não se deram sem críticas, afinal a fronteira entre o que é invenção e o que é

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descoberta é bastante nebulosa no campo da biologia. Muitos ambientalistas reivindicam a colocação desses produtos em uma categoria especial de patrimônio da humanidade, com ênfase no domínio público.

Em legislações como a européia, o patenteamento de usos de embriões humanos para fins comerciais é expressamente proibido, porém não se identifica proibição diretamente relacionada às células-tronco, o que gera dúvidas em relação às possibilidades de proteção desse promissor campo do conhecimento. Se as células-tronco podem ser consideradas patenteáveis, o que poderia constar do quadro reivindicatório, o que seria realmente protegido? A patente de Edinburgh que trata do isolamento, seleção e propagação células-tronco de animais transgênicos, concedida pelo Escritório Europeu de Patentes, em 1999, pode ajudar a compreender melhor esse quadro.

A patente sofreu processo de oposição na Europa. A Divisão de Oposição do Escritório Europeu de Patentes decidiu, posteriormente, que a patente seria inválida por insuficiência descritiva. Uma decisão que também envolveu critérios morais e sociais.

O corrente projeto de pesquisa busca investigar a tecnologia das células-tronco do ponto de vista da patenteabilidade. Quais as decisões tomadas pelo USPTO, pela EPO e pelo JPO? Há diferenciação de tipos de células-tronco para fins de patenteamento? Quais conseqüências econômicas em relação à concessão desse tipo de patente poderá provocar? No Brasil, qual a política de concessão do INPI? A concessão desse tipo de patente pode obstruir a pesquisa? (Financiamento: CNPq/Fiocruz)

PROJETO III.1.4: CLAUDIA INES CHAMAS E SERGIO MEDEIROS PAULINO DE CARVALHO

PROPRIEDADE INTELECTUAL EM VACINAS No Brasil, o investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico em vacinas

encontra-se em pequena escala. Há iniciativas de pesquisa em universidades e instituições de pesquisa tais como a Fiocruz, que criou, recentemente, o Programa de Desenvolvimento Tecnológico de Insumos em Saúde (PDTIS), visando a gerar tecnologias no campo dos fármacos, medicamentos e vacinas, entre outros. Em 2004, a Fiocruz desenvolveu o Subprojeto Vacinas, no âmbito do Projeto Inovação em Saúde, cujo objetivo é formular propostas e políticas para a área da saúde. Entre as propostas para vacinas estão: a criação do Programa Nacional de Competitividade em Vacinas e a Câmara Multisetorial de Imunobiológicos, para a discussão de política de preços, propriedade intelectual, regulação, qualidade, entre outros.

Em relação aos problemas hoje detectados, Homma et al (2003) advertem que faltam: a definição de prioridades, o planejamento de projetos de longo prazo, a continuidade no investimento em projetos e os recursos financeiros.

De 1995 a 2003, o Ministério da Saúde disponibilizou cerca de 2,4 bilhões de doses de vacinas, saltando de 214 milhões de doses em 1995 para 295,4 milhões de doses em 2003, representando um acréscimo de 38%. Os investimentos na compra de imunobiológicos saltaram de R$ 57,41 milhões, em 1995, para R$ 439,58 milhões em 2003, havendo um acréscimo de R$ 382,17 milhões no orçamento do Programa. As importações saltaram de 70 milhões de dólares (1997/1998) para 125 milhões de dólares (1999/2001). Em 2003, 71% do total de imunobiológicos consumidos no Brasil foram produzidos por laboratórios nacionais. Entre os desafios do Programa Nacional de Imunizações estão a busca de homogeneidade da cobertura vacinal em todos os municípios brasileiros, o incentivo à descoberta de novas vacinas, a garantia do não-retorno de doenças já erradicadas e a consolidação da eliminação do sarampo no Brasil. No campo das negociações para acesso futuro a tecnologias, o desafio reside na capacitação em vincular o

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uso do poder de compra do Estado, a capacitação acumulada e os direitos de propriedade intelectual associados. O fortalecimento das instituições públicas envolvidas no desenvolvimento e produção de vacinas é aspecto também imprescindível, especialmente com a introdução de inovações organizacionais.

Isto posto, percebe-se então uma grave lacuna no conhecimento em torno da questão da inovação em vacinas: são escassos os estudos sobre os aspectos relacionados à propriedade intelectual em vacinas no Brasil. Assim, como se trata de área de alto valor agregado, a construção e consolidação das atividades inovadoras em vacinas envolvem diversos elementos da propriedade intelectual. Entre eles: a capacidade de proteção das invenções desenvolvidas em instituições e/ou empresas brasileiras; a capacidade de negociação das invenções protegidas por patentes, no Brasil e no exterior; a capacidade de monitoramento da regulamentação em propriedade intelectual (tratados internacionais, Lei da Propriedade Industrial, Lei da Inovação, etc); a capacidade de monitoramento de depósito de pedidos de patentes e de patentes concedidas a terceiros no Brasil (formação de monopólios); a capacidade de monitoramento de depósito de pedidos de patentes e de patentes concedidas a terceiros no exterior (observatório de tendências tecnológicas); e a capacidade de negociação de aspectos de propriedade intelectual em cooperação tecnológica e estabelecimento de joint ventures, especialmente com parceiros que detêm tecnologias estratégicas.

Nesse contexto, algumas questões são especialmente relevantes:

Qual o cenário mundial de acesso a tecnologias de saúde delineado após a adoção do Acordo Trips? Qual a perspectiva de países como o Brasil?

Quais as limitações impostas pela política mundial de propriedade intelectual após a década de 90? Quais as oportunidades que podem ser aproveitadas?

Considerando-se a política (lei de patentes e guidelines de interpretação para concessão de patentes) do United States Patent and Trademark Office e do European Patent Office, qual é o perfil das patentes no campo das vacinas?

Considerando-se a política do Instituto Nacional da Propriedade Industrial, qual o perfil das patentes no campo das vacinas no Brasil?

Qual escopo de proteção a lei brasileira de propriedade industrial oferece? Quais salvaguardas podem ser aplicadas em situações especiais (emergência nacional, abuso de poder econômico, etc)?

Quais são os arranjos de propriedade intelectual e de transferência de tecnologia organizados por organismos internacionais de vacinas (International AIDS Vaccine Initiative, The Global Alliance for Vaccines and Immunization, etc)? Quais são as ações/orientações adotadas pela Organização Mundial da Saúde para apoio aos países em desenvolvimento?

Qual a estratégia de propriedade intelectual dos produtores brasileiros de vacinas (Biomanguinhos / Fiocruz; Instituto Butantan; Tecpar; e Fundação Ataulpho de Paiva)? Qual é o histórico de transferência de tecnologia no campo das vacinas?

Quais seriam as recomendações para o aperfeiçoamento das políticas públicas que visam à proteção de invenções no campo das vacinas e à contratação de tecnologia? (Financiamento: Fiocruz (Projeto Papes, coordenado pelo CNPq).

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PROJETO III.1.5: LIA HASENCLEVER AVALIAÇÃO LEGAL, TÉCNICA E ECONÔMICA DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO BRASILEIRA DOS MEDICAMENTOS ANTIRETROVIRAIS GENÉRICOS (AVALIAARVS)

Desde a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), o acordo Trade Related Aspects of Intelectual Property Rights (TRIPS) tem sido o mais controverso dos acordos firmado no âmbito desta Organização. Ele tem implicações sobre o desenvolvimento humano em várias esferas: tecnológica, de saúde pública, educacional, de preservação da propriedade do conhecimento e dos recursos biológicos. A assimetria existente na propriedade do conhecimento faz o acordo favorecer em maior escala os países desenvolvidos; eles são os principais beneficiários de transferências de rendas antecipadas da compra de tecnologia a partir dos altos preços finais de produtos patenteados; e da imposição do direito individual, em oposição ao direito coletivo.

O efeito mais imediato do TRIPS é na área da saúde pública na medida em que ele afeta o acesso aos medicamentos. Este assunto foi amplamente discutido em Bermudez et al. (2000). A Declaração de Doha de 2001 afirmou o direito dos países de usar TRIPS de formas a não comprometer suas iniciativas e compromissos de saúde pública (Chaves, 2004).

A Declaração de Doha e o parágrafo número 6 desta declaração foram o resultado da luta dos países do Sul por um regime de propriedade intelectual balanceado após o TRIPS, que prioriza considerações de saúde pública que afetam direta e indiretamente o acesso aos medicamentos. A resolução permite a manufatura e a exportação de medicamentos genéricos sob um regime de licença compulsória. Esta resolução, entretanto, tinha muito pouca capacidade de ser posta em prática devido à dificuldade de operação sob o regime de licença compulsória. Neste sentido, foi aprovada recentemente, no âmbito da OMC, uma regulamentação deste regime onde se permite a possibilidade de que haja exportação de um país com capacidade tecnológica, como o Brasil, para outro país sem capacidade tecnológica, como os países do continente africano, de medicamentos genéricos, que visam atender a demanda de algum país em caráter de emergência nacional, desde que ambos os países procedam ao mecanismo de licença compulsória. Alguns analistas apontam que ainda assim serão de difícil operacionalização a produção e a exportação sob o regime de licença compulsória. Além disso, poucos países do Sul têm capacidade de produzir medicamentos genéricos por si só, a esperança de acesso a esses medicamentos é dependente de alguns países do Sul nos quais os antiretrovirais não estavam sob a proteção das patentes e estavam sendo produzidos sob a forma de genéricos.

Duas novas questões a partir de 2005 mudaram esta situação exacerbando-a. A primeira questão é que no início de 2005, alguns dos antiretrovirais não correntemente afetados, serão protegidos por patentes como é o caso de certos países com forte capacidade produtiva de genéricos, Índia, por exemplo, onde as regras do TRIPS tiveram que ser estritamente observadas a partir do início do ano passado. A China, outro fornecedor importante de versões genéricas, apesar de já possuir um regime de propriedade no setor farmacêutico desde 1993, pratica uma regulamentação branda desse regime, sendo bastante restritiva, por exemplo, na abrangência das patentes para a área farmacêutica. Em geral não costuma, por exemplo, conceder patentes para segundo uso dos medicamentos como foi o caso recente do viagra que teve sua patente negada.

A segunda questão é o fato de que o Programa Brasileiro de DST/Aids estará completando em 2006 dez anos de distribuição gratuita e universal de medicamentos para pacientes diagnosticados com HIV/Aids e, como é natural em doenças de cunho virótico, o paciente tratado com medicamentos de primeira linha passa a ter resultados da terapia cada vez menos eficazes, devido à mutação e resistência do vírus à medida que o tratamento vai se alongando. Neste caso são recomendados medicamentos de segunda linha, que são medicamentos mais novos e mais resistentes às mutações virais, mas que, por isso mesmo,

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estão ainda sob a proteção de patentes ameaçando de forma ainda mais drástica a sustentabilidade do Programa.

Ambas as questões tornam a atualização das informações sobre o caso do Brasil ainda mais urgente, relevante e com forte interesse para a implementação de políticas públicas. Os temas ao redor de TRIPS e da saúde pública são particularmente importantes no caso do HIV/Aids e o acesso aos medicamentos antiretrovirais para o tratamento é básico para a sustentabilidade do paradigma de desenvolvimento humano defendido por organizações internacionais tais como o Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. Assegurar acesso universal para as necessidades de saúde precisa ser uma prioridade fundamental dos governos.

Orsi et al.(2003) mostraram que o Brasil construiu uma sólida base na capacidade de produção de genéricos a partir de competências públicas em medicamentos finais e algumas competências privadas na área de princípios ativos. Entretanto, a capacidade de produção pública de medicamentos genéricos ainda está se adequando ao preenchimento dos requerimentos regulatórios no que diz respeito ao registro de genéricos e à certificação de boas práticas de manufatura, conforme discutido em Hasenclever (2004a), e na capacidade de inovação das competências públicas de acordo com Hasenclever et al. (2004b). A capacidade de produção local de princípios ativos, por sua vez, foi desestimulada por uma série de assimetrias de custos entre os produtores nacionais e estrangeiros.

Todas estas questões, todavia, deveriam ser atualizadas à luz do novo contexto acima delineado. Adicionalmente, aspectos internos de política industrial e tecnológica, financiamento da inovação e criação de uma Rede Brasileira de Produção Pública de Medicamentos (RBPPM) no âmbito da Secretaria de Ciência e Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, reforçam a necessidade de atualizar os estudos já realizados anteriormente pela equipe.

O objetivo principal do presente projeto é atualizar os dados e o impacto dos novos eventos acima mencionados sobre a capacidade de produção brasileira de medicamentos genéricos antiretrovirais de uma perspectiva legal, econômica, tecnológica e de saúde pública.

Objetivos Específicos 1. Descrição do quadro da legislação em propriedade intelectual e as questões

específicas relativas à saúde; 2. Descrição do quadro da legislação sobre medicamentos genéricos, com ênfase para

os medicamentos antiretrovirais; 3. Descrição e análise do corrente quadro regulatório de saúde pública e propriedade

intelectual, e suas implicações para a contribuição brasileira nos mercados nacional e internacional na área de produção de medicamentos genéricos.

4. Descrição do quadro regulatório internacional. 5. Descrição do mercado de antiretrovirais nacional e internacional, com ênfase na

situação atual de patentes, principais produtores dos medicamentos e dos princípios ativos, grau de substituição entre os produtos e grau de concorrência observado em cada um dos mercados;

6. Descrição das capacidades tecnológicas brasileiras na produção de princípios ativos, medicamentos finais, controle de qualidade e testes de bioequivalência na área pública e privada voltada para antiretrovirais;

7. Análise da competitividade brasileira na produção de antiretrovirais, tanto do medicamento final, quanto do princípio ativo, através da comparação de custos regulatórios e taxas e impostos, no mercado nacional e internacional

O projeto é composto de três etapas de pesquisa e uma etapa de análise. Na 1ª etapa de pesquisa será realizado um levantamento sobre a legislação e o quadro regulatório pertinente. Nessa etapa serão executadas as seguintes tarefas e respondidas as questões abaixo formuladas:

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1. Descrição do quadro da legislação em propriedade intelectual e as questões específicas relativas à saúde. Quais as implicações do TRIPS sobre a legislação brasileira e que flexibilidades existem para o acesso aos medicamentos voltados para a saúde pública?

2. Descrição do quadro da legislação sobre medicamentos genéricos, com ênfase para os medicamentos antiretrovirais. Quais são as exigências feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para registrar, produzir e comercializar os produtos genéricos?

3. Descrição e análise do corrente quadro regulatório de saúde pública e propriedade intelectual, e suas implicações para a contribuição brasileira nos mercados nacional e internacional na área de produção de medicamentos genéricos. Quais as implicações do TRIPS e da Declaração de Doha, bem como de sua ratificação atual pela OMC para a viabilidade da produção e exportação de antiretrovirais genéricos sob o regime de licença compulsória?

4. Descrição do quadro regulatório internacional. Quais são os requisitos necessários para o suprimento dos mercados internacionais?

Na 2ª etapa de pesquisa será realizado um estudo sobre o mercado de antiretrovirais,

contendo informações sobre o mercado de antiretrovirais nacional e internacional, com ênfase na situação atual de patentes, principais produtores dos medicamentos e dos princípios ativos, grau de substituição entre os produtos e grau de concorrência observado em cada um dos mercados.

Na 3ª etapa da pesquisa será realizada uma investigação sobre as capacidades tecnológicas brasileiras. Essa última etapa envolverá a seguinte tarefa: descrição das capacidades tecnológicas brasileiras na produção de princípios ativos, medicamentos finais, controle de qualidade e testes de bioequivalência na área pública e privada voltada para antiretrovirais.

Finalmente na etapa de análise o objetivo é verificar o nível de competitividade brasileira na produção de antiretrovirais, tanto do medicamento final, quanto do princípio ativo, através da comparação de custos regulatórios e taxas e impostos, no mercado nacional e internacional.

A partir do desenvolvimento destas etapas de pesquisa e da análise acima proposta, espera-se poder responder a questão mais ampla, formulada através do objetivo principal, acerca da avaliação legal, técnica e econômica sobre a capacidade de produção brasileira de antiretrovirais genéricos para o mercado interno e para a exportação, principalmente sob o regime de licença compulsória.

Frente ao diagnóstico apresentado serão sugeridas algumas medidas de políticas industrial,, tecnológica e regulatória com o objetivo de suprir as falhas por ventura identificadas em prol da sustentabilidade do Programa DST/Aids e da contribuição brasileira para os países parceiros em desenvolvimento no que diz respeito ao acesso aos medicamentos antiretrovirais.

PROJETO III.2.1: CLAUDIA INES CHAMAS PROPRIEDADE INTELECTUAL EM GENÔMICA, PROTEÔMICA E BIOINFORMÁTICA

A biotecnologia moderna é capaz de gerar um grande espectro de invenções passíveis de proteção patentária. O desenvolvimento das técnicas de base genética nas últimas três décadas têm influenciado, profundamente, os rumos da comercialização dos frutos da pesquisa no campo das ciências da vida. Milhares de patentes que contém reivindicações sobre seqüências de DNA são concedidas para o setor privado e governamental, como pode ser constatado nas diversas bases de dados públicas sobre documentos de patente. Boa parte dessas patentes protegem todos os usos relacionados a uma determinada seqüência. O direito concedido é, portanto, deveras extensivo. Muitas

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patentes vêm sendo contestadas judicialmente quanto à sua validade e enquadramento nos pré-requisitos para sua concessão, gerando, assim, uma atmosfera de incerteza legal e colocando sob questão a própria natureza do sistema de propriedade industrial.

As leis de patentes desempenham papel fundamental nos sistemas nacionais de inovação, fomentando o desenvolvimento tecnológico e econômico: o Estado concede um direito ao titular da invenção como forma de lhe permitir recuperar os custos de pesquisa, em contrapartida é revelado à sociedade o conteúdo pormenorizado da tecnologia. Naturalmente, estruturas governamentais confiáveis para concessão de patentes favorecem o processo de inovação, uma vez que os agentes investidores trabalham em um ambiente de menor incerteza. No caso da biotecnologia, há fatores que tornam o jogo mais complexo que em outros campos do conhecimento. Questões de ordem ética e econômica traduzem-se na não-harmonização da proteção legal da biotecnologia no mundo. Países detentores de tecnologia tendem a oferecer maior amplitude de proteção patentária. Países de baixa produção tecnológica, em geral, buscam limitar-se às condições patentárias mínimas exigidas pelos acordos internacionais.

A importância da proteção às criações intelectuais varia de indústria para indústria e com o tamanho da firma: pequenas firmas são mais dependentes de proteção legal assegurada. Em algumas indústrias, o patenteamento aparece como indutor crítico ao investimento em pesquisa e desenvolvimento.

Conforme evidências de diversos autores, as patentes desempenham um papel crucial na indústria biomédica. A introdução de uma nova droga demanda altos custos para pesquisa, desenvolvimento e testes clínicos e pré-clínicos. Há relativa facilidade para imitação sem que seja necessária a mesma dose de investimentos realizada pela firma inovadora, especialmente se o imitador possuir capacitação tecnológica semelhante ou próxima a do inovador. Patentes também ofereceram incentivos para o "boom" das firmas "start-up" de biotecnologia.

O projeto de pesquisa busca identificar aspectos críticos da proteção intelectual e da exploração comercial das invenções biotecnológicas, considerando-se a evolução das regulamentações de patentes, em nível internacional. Inicialmente efetua-se a caracterização das patentes biotecnológicas e com a evolução da regulamentação em nível internacional. Discutem-se os critérios legais para o patenteamento de seqüências genéticas e as exclusões legais. Apontam-se as complexidades inerentes aos critérios técnicos aplicáveis a este tipo de patentes. Aborda-se o problema do escopo das reivindicações, que dá margem a muitos questionamentos jurídicos e a incertezas do ponto de vista empresarial.

Identificam-se os problemas referentes à transferência das tecnologias patenteadas. A concessão de patentes extremamente amplas no campo biotecnológico impõe restrições severas a futuras pesquisas. Como não esbarrar em áreas protegidas ou como não infringir direitos de terceiros são questões complexas para gestores de empresas biotecnológicas e para líderes de pesquisa universitários. (Financiamento: Faperj/CNPq/Fiocruz)

PROJETO III.2.2: CLAUDIA INES CHAMAS PROPRIEDADE INTELECTUAL EM NANOTECNOLOGIA

O objetivo do projeto é promover a avaliação dos modos de proteção e exploração econômica da propriedade intelectual em Nanotecnologia.

Pretende-se oferecer subsídios para o pleno aproveitamento dos resultados de projetos científico-tecnológicos de instituições acadêmicas e empresas brasileiras.

O acelerado desenvolvimento das Nanociências e das Nanotecnologias e as expectativas de exploração comercial dos seus produtos têm contribuído para a crescente importância da obtenção dos direitos de propriedade intelectual. Invenções no campo da Nanotecnologia comportam características técnicas específicas, as quais devem ser

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compreendidas pelo agente de propriedade industrial responsável pela redação do pedido de patente e pelos gestores de propriedade intelectual de instituições acadêmicas e empresas. Essas invenções impõem também problemas específicos aos escritórios oficiais para a concessão de direitos de patentes - no caso do Brasil, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial.

Uma vez que a nanotecnologia reflete uma combinação de conhecimentos de natureza multidisciplinar (química, física, eletrônica, engenharia, biologia), pedidos de patentes nessa área vêm sendo classificados e examinados de modo diferenciado em relação a outras invenções, de acordo com as práticas adotadas pelo European Patent Office (EPO) e pelo United States Patent and Trademark Office (USPTO).

Nem todas as invenções são patenteáveis. O exame do pedido de patente leva em consideração os requisitos de patenteabilidade constantes nas leis nacionais. São patenteáveis as invenções que apresentem novidade, atividade inventiva e aplicação industrial. Tais aspectos valem para todos os campos tecnológicos, inclusive a Nanotecnologia.

Somente no âmbito do United States Patent and Trademark Office (USPTO) quase 3.000 patentes foram concedidas no período 1996-2002, considerando-se a busca com o termo "nano". A tendência é que o número de depósitos de pedidos de patentes cresça em todo o mundo.

Outro fator a ser considerado no patenteamento da Nanotecnologia, é o escopo das reivindicações contidas no documento de patente. Patentes que contêm reivindicações muito amplas (broad claims) podem constituir elemento inibidor no mercado. Tal fenômeno ocorreu durante as décadas de 80 e 90 com as patentes biotecnológicas. Algumas patentes abarcavam um campo demasiadamente amplo, fornecendo um monopólio poderoso a um só titular. Diversas empresas temem se sentir excluídas do mercado em função da concessão de patentes contendo reivindicações de grande amplitude. Eleva-se, a cada ano, o número de ações judiciais que questionam a validade de muitas dessas patentes.

Aumentam-se os custos de entrada no mercado e as incertezas relacionadas aos novos investimentos. Assim, no Brasil e no mundo, qual será a tendência de concessão de patentes em termos de escopo de proteção para a Nanotecnologia? Uma posição mais cautelosa ou mais liberal? (Financiamento: CNPq/Fiocruz)

PROJETO III.2.3: ANTONIO MARCIO BUAINAIN; SERGIO LUIZ MONTEIRO SALLES FILHO; SERGIO MEDEIROS PAULINO DE CARVALHO

PROPRIEDADE INTELECTUAL NO AGRONEGÓCIO O projeto tem como objetivo estudar a incorporação de cultivares protegidas no

mercado brasileiro de sementes.

A legislação em vigor no Brasil assimilou aspectos constantes das Revisões (ou Atas) de 1978 e de 1991. A Revisão da UPOV de 1978 previa que as variedades protegidas deveriam ser distintas, homogêneas e estáveis, e a exceção do agricultor e do melhorista. Proibia a dupla proteção (simultaneamente por direitos de melhorista e por patentes), ao mesmo tempo em que possibilitava aos países definir quais espécies seriam protegidas.

A Revisão da UPOV de 1991 agregou a exigência da variedade ser nova (não ter sido colocada à venda anteriormente à solicitação de proteção por um período determinado de tempo - um ano no país onde for solicitado o registro ou quatro anos no caso de culturas e seis anos no de árvores e videiras). Introduziu a noção de variedade essencialmente derivada, exigindo que a variedade melhorada a partir de outra por número mínimo de características definido em lei, mantidas as características essenciais da variedade inicial, tenha a permissão do detentor dos direitos e pague royalties para o mesmo. Esse conceito foi complementado com a extinção da exceção do melhorista A exceção do agricultor

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também foi extinta, ampliando-se a proteção proprietária para multiplicação para quaisquer fins. O prazo de proteção foi ampliado de 15 para 20 anos para culturas e, pelo menos, 25 para árvores e videiras.

A proibição explícita à dupla proteção foi o ponto que possibilitou ao Brasil a adesão à Revisão de 1978 da UPOV, mesmo no contexto de reconhecimento de patente para os organismos geneticamente modificados. O Brasil é membro da Convenção de 1978, incorporando elementos da Convenção de 1991, entre esses, a figura da variedade essencialmente derivada. A variedade essencialmente derivada, do ponto de vista econômico, protege os titulares de cultivares de maior sucesso no mercado e os melhoristas com maior capacidade de lançamento de novas cultivares. As principais características da legislação brasileira de proteção de cultivares, segundo Wilkinson e Castelli (2000) são as seguintes:

a- considerar a proteção de cultivares como a única forma de proteção e proibir a dupla proteção (Convenção de 1978);

b- exigir que a variedade protegida seja distinta, homogênea, estável e nova (Convenção de 1991);

c- estabelecer proteção para variedades essencialmente derivadas, incluindo derivação a partir de variedades reconhecidas como essencialmente derivadas (Convenção de 1991);

d- reconhecer direito de proteção para todas as espécies, ressaltando, que estas serão definidas progressivamente, através de atos da autoridade competente; e- reconhecer retroativamente, para fins de derivação essencial, variedades que não tenham sido colocadas à venda até dez anos antes da promulgação da lei, igualmente reconhecendo direitos sobre variedades que tenham sido comercializadas até doze meses antes da solicitação de direitos de proteção.

Cabe ressaltar que os maiores beneficiários tendem a ser os agentes econômicos que tenham a maior capacidade de lançamento de variedades, no caso do Brasil, as instituições públicas de pesquisa;

f - manter isenção do melhorista, ressalvando a exigência de autorização do titular do cultivar utilizado;

g - proteger por prazo inferior ao estipulado pela Convenção de 1991 (15 anos para as variedades de culturas e 18 para árvores e videiras);

A expectativa em relação à implantação da lei de proteção de cultivares era de que esse impacto tendia a ser diferenciado, em termos do dinamismo das culturas e dos condicionantes técnicos e científicos. A capacitação técnica e científica do setor público e suas articulações as associações e cooperativas de produtores, o credenciavam a manter sua capacidade de lançamento de novas cultivares.

Será feita uma análise dos principais pontos da legislação brasileira de proteção de cultivares, comparando aspectos relacionados às Convenções ou Atas da UPOV utilizadas como referência.

Os dados referentes à incorporação de cultivares protegidas como material propagativo conformam outro tipo de apuração. Há um acompanhamento da produção de sementes no Brasil voltado para oito espécies. Visando estimar a importância da participação das cultivares protegidas produzidas como sementes na safra 2004/2005, será feita uma análise cruzando os dados disponibilizados pelo Serviço Nacional de Proteção de Cultivares e os constantes do acompanhamento da produção de sementes no Brasil feito pelo Ministério da Agricultura, pela Embrapa e pela Associação Brasileira de Produtores de Sementes (Abrasem).

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As listagens serão cruzadas da seguinte forma: entre as cultivares que tiveram produção aprovada para cada uma das oito espécies monitoradas, serão identificadas as que fazem parte da Listagem de Cultivares Protegidas do Serviço Nacional de Proteção de Cultivares que constavam na atualização de fevereiro de 2005.

Entre os elementos analisados estão a área destinada à produção de sementes por espécie e para cada cultivar; a produção aprovada pela autoridade responsável como semente, produção essa que é denominada como produção de sementes; e o valor atribuído à produção de sementes aprovada, estimado para o ano de 2005. Cabe ressaltar que o valor estimado para as cultivares protegidas é o preço atribuído às cultivares não protegidas para cada espécie. Tal procedimento decorre da não apuração dos preços dos dois tipos de cultivares (protegidas ou não protegidas) no monitoramento do mercado brasileiro de sementes.

A articulação institucional promovida pela Embrapa, organizando parcerias voltadas tanto para o desenvolvimento de novas variedades proprietárias, assim como licenciando essas e demais variedades desenvolvidas individualmente pela empresa federal. Dessa forma, os principais agentes (pesquisa pública, empresa multinacional e organização de produtores rurais) estabeleceram complementaridade em suas trajetórias.

Para a safra 2000/2001, a Monsanto ampliou a presença transnacional e reduziu a participação de empresas nacionais no mercado de sementes de soja como decorrência da incorporação da empresa nacional mais importante. No entanto, apesar de ter ocorrido deslocamento da empresa privada nacional, as características da organização das fontes de dinamismo da agricultura ensejaram uma presença nacional marcante. A forte presença da Monsanto, por intermédio da Monsoy, não lhe garantiu presença majoritária. Esta é da Embrapa, individualmente e para o conjunto dos seus parceiros.

O outro grande titular de cultivares protegidas e utilizados com foi uma organização de produtores (COODETEC), com larga experiência no desenvolvimento e distribuição de cultivares de soja. A indicação oferecida pela participação da COODETEC é a de que a capacitação prévia e a articulação com os usuários/produtores rurais são relevantes elementos de apropriação que se complementam com os estatutos legais.

O quadro favorável à produção de sementes por empresas nacionais, de porte regional e reguladoras de preços, não prescinde de uma política industrial e de inovação voltada para o setor e para as estratégias de organização das relações público privado. A regulação da concorrência é, neste cenário, essencial para que se mantenha uma trajetória virtuosa de relação entre base tecnológica inovadora, capacitação institucional (pública e privada) e uso criativo dos instrumentos de propriedade.

O presente projeto pretende avaliar se o quadro acima descrito se mantém na atualidade e quais tendências que se apresentam, de forma que possam ser estabelecidas bases mais objetivas para o delineamento de políticas públicas articulando inovação e proteção intelectual no campo de sementes, de forma a incorporar o setor em questão nas estratégias de desenvolvimento nacional.

PROJETO III.2.4: SÉRGIO PAULINO INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL

O projeto pretende criar competências em gestão da propriedade intelectual relacionadas com as indicações geográficas e marcas coletivas bem como estudar suas implicações sobre o desenvolvimento regional e local bem e sobre a competitividade de produtos com denominações de origem e de qualidade certificadas e controladas.

Num contexto de intensificação das trocas comerciais, característico da globalização, os consumidores desejam reconhecer sinais de identificação da procedência dos produtos

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que adquirem. Por outro lado, os produtores desejam meios eficazes de promoção comercial dos atributos de seus produtos e de defesa da concorrência. Por esta razão, encontra-se em pleno desenvolvimento um quadro jurídico internacional e nacional cujo objetivo é o de favorecer o reconhecimento dos signos de qualidade dos produtos e serviços e de valorização da qualidade, especialmente de produtos agrícolas, alimentares e bebidas. Os produtores, a região e o país passam a beneficiar-se de uma marca coletiva. Por outro lado, outros produtores e países sentem-se prejudicados pelo estabelecimento de marcas coletivas ou de denominações geográficas que limitem a competitividade no plano internacional. A construção de uma nova institucionalidade está em curso e suas implicações são objeto desse curso.

Os temas da pesquisa poderiam ser assim sintetizados:

I - Quadro institucional: evolução do tratamento dado às Denominações de Origem e Indicações Geográficas pelas diferentes legislações nacionais e supranacionais. Abordagem histórico-institucionalista.

II - Implicações dos modelos de Denominações de Origem e Indicações Geográficas para a promoção do Desenvolvimento Local. Abordagem da nova geografia regional.

III - Empresas e marketing nas Denominações de Origem e Indicações Geográficas: diferenciação dos produtos e segmentação dos mercados; associação e organização dos produtores; normas e controle de qualidade; a marca regional e a marca nacional.

IV - Estudos de caso: a experiência da Comunidade Européia; a incipiente experiência brasileira; outras experiências.

PROJETO III.2.5: PAULO BASTOS TIGRE INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL E COMPETITIVIDADE NA INDÚSTRIA DE SOFTWARE E

SERVIÇOS

1. Objetivos O projeto visa analisar as oportunidades e desafios defrontados pelo Brasil para se inserir na indústria global de software e serviços habilitados por tecnologias da informação e da comunicação (TIC). O projeto pretende contribuir para a formulação de políticas públicas e privadas que visem a promoção das exportações de serviços de TIC e habilitados por TIC, a geração de empregos qualificados e o apoio aos processos de inovação em indústrias a jusante da cadeia produtiva.

Pressões competitivas têm levado empresas multinacionais a buscarem novas localizações para seus centros de software e serviços tendo em vista reduzir custos e ter acesso a recursos humanos qualificados. O projeto pretende contribuir para o entendimento das oportunidades geradas por este fato para o desenvolvimento de atividades de exportações de serviços de TIC e habilitados por TIC. Mais especificamente, o projeto aborda cinco questões principais:

1. Como as transformações tecnológicas impactam nos aspectos econômicos da indústria de software? O surgimento da Internet e a difusão da banda larga tem efetivamente levado a uma relocalização da indústria global de serviços?

2. Quais são as tendências mundiais em produtos e serviços de software que alteram modelos de negócios nos diferentes segmentos da indústria? Sabemos que o mercado de software pacote tem se tornado cada vez mais concentrado em poucas empresas globais, limitando as oportunidades para empresas nacionais. Por outro lado, o crescimento do business process outsourcing (BPO) abre efetivamente possibilidades para empresas locais ou deverá permanecer concentrado em empresas com capacidade para prestar tais serviços em diferentes regiões do mundo?

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3. Quais são os fatores de competitividade em software e serviços? De que forma fatores de ordem econômica, tecnológica e institucional influem na localização das atividades?

4. Como os padrões tecnológicos e os regimes de propriedade intelectual afetam a cooperação e a competição no setor? Como vêm evoluindo o sistema de proteção à propriedade intelectual do software no mundo e no Brasil? Qual o papel do software livre no desenvolvimento da indústria local?

5. Que estratégias empresariais são mais viáveis para o Brasil participar em diferentes segmentos da indústria global? Que tipo de políticas públicas fazem mais sentido?

2. Justificativa O setor de software e serviços, dada sua natureza imaterial, é bastante flexível quanto ao desenho de seus modelos de negócios. Inovações organizacionais em setores usuários, a exemplo do outsourcing, aliada ao impulso tecnológico proporcionado pelo desenvolvimento de formas de comunicação cada vez mais rápidas, confiáveis e baratas vem permitindo a reconfiguração de redes e a inclusão de novos participantes no comércio internacional de serviços habilitados por TIC. Isso pode ser verificado pelo surgimento de novos pólos de prestação de serviços, a exemplo da Índia, mostrando que existem oportunidades consideráveis para países em desenvolvimento que contam com capacitação tecnológica, infra-estrutura adequada e capacitação empresarial para competir na indústria global.

No Brasil, entretanto, a exemplo de outros países da América Latina, a participação no mercado internacional de software e serviços ainda tem sido modesta. O continente latino-americano participa com apenas 3% dos serviços terceirizados de TIC contra 18% dos países da Ásia e Oceania (AT Kearney, 2006. O governo brasileiro tem como meta elevar as exportações de software e serviços correlatos para US$ 2 bilhões até 2007. No entanto, as diferentes estimativas apontam para exportações de pouco mais de US$ 300 milhões contra importações de cerca de US$ 2 bilhões em 2004. Os obstáculos defrontados pelas empresas locais para explorar o crescente mercado internacional de serviços de TIC necessitam ser mais bem estudados.

Analisar as oportunidades e dificuldades defrontadas pelo Brasil para se inserir neste mercado global se justifica principalmente pelo potencial de geração de empregos qualificados. Segundo a RAIS, o setor empregava formalmente 200 mil pessoas em 2005. Sabe-se que a informalidade é grande, principalmente em pequenas e médias empresas. Um dos problemas defrontados pelas grandes empresas para empregar mais é a falta de profissionais qualificados para exercer as novas funções que vem sendo criadas. Que qualificações são essas e como a formação de profissionais deve evoluir é uma questão muito importante para o país.

Além da geração de empregos qualificados, o desenvolvimento da industria de software exerce um importante papel como gerador de conhecimentos para a economia local. O setor de software se encontra na raiz do sistema de inovações na maioria da indústria e dos serviços. Assim, o desenvolvimento econômico requer que tecnologias disponíveis no mercado internacional sejam absorvidas e adaptadas a necessidades específicas.

Do ponto de vista social, as TIC são instrumentos poderosos de inclusão, por meio de novas metodologias educacionais, cooperação interinstitucional e melhoria dos serviços públicos.

3. Metodologia O estudo de atividades produtoras de bens da informação - que são imateriais e

facilmente reproduzíveis a custo zero - apresenta dificuldades metodológicas significativas, quando comparadas às indústrias de bens físicos. Uma primeira dificuldade enfrentada pelo

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projeto proposto é como medir as exportações. Pelos dados da conta de serviços de computação e informação do Balanço de Pagamentos do Banco Central, o país obteve receitas de apenas US$ 88 milhões em 2005, enquanto as importações atingiram US$ 1,7 bilhão.

Sabe-se, entretanto que os dados relativos às receitas estão subestimados, pois muitas transações não são registradas nesta conta a fim de evitar uma tributação que varia entre 30 e 40%. O mesmo ocorre para alguns serviços prestados por filiais a matrizes que podem ser contabilizados como transações intra-firma. Desta forma, as estimativas de exportações devem ser feitas por meio de consultas diretas às empresas. Diversas consultorias internacionais – ATKearney, Digital Planet, McKinsey – e nacionais vêm procurando estabelecer parâmetros e produzir estimativas de comércio de serviços de TIC. Um primeiro passo metodológico será adquirir novas versões destes estudos (com recursos da verba de bancada) para formar um quadro crítico e comparativo.

Além da revisão da bibliografia disponível e da consulta a bases de dados secundários, a pesquisa pretende incluir entrevistas com dirigentes de empresas nacionais e estrangeiras envolvidas nos esforços de exportação de software. Neste aspecto convêm destacar a importância das empresas multinacionais que vem consolidando suas bases produtoras de serviços no país de forma a prestar o mesmo serviço em diferentes países para seus clientes globais. Por outro lado, iniciativas nacionais, a exemplo do consórcio BRASSCOM, formado por um grupo de empresas brasileiras para promover exportações de software, precisam ser acompanhados. Tal consórcio busca em sua oferta no exterior, um posicionamento de “alta resolutividade”, aproveitando sua base interna de recursos especializados e demanda interna sofisticada para oferecer soluções inovadoras aos potenciais clientes (BRASSCOM, 2005a, p. 20).

A pesquisa deverá contar com a colaboração de outras instituições acadêmicas, profissionais e governamentais. Em particular, estou empenhado em formar uma rede de pesquisas no tema no âmbito do Mercosul. Um projeto piloto deverá ser iniciado no segundo semestre de 2006 em colaboração com Daniel Chudnovsky e Andrés Perez do CENIT para estudar as perspectivas da indústria na Argentina, Uruguai e Brasil. O tema desperta interesse da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL – ONU) que pretende expandir o estudo para outros países da América Latina com apoio de consultores locais. No âmbito nacional, o projeto recorrerá à colaboração com outros pesquisadores para ter acesso a estudos de caso de clusters de TIC nas regiões Nordeste e Sul do país. A orientação de duas teses de doutorado no tema deverá também criar sinergias positivas para o desenvolvimento de metodologias eficazes e resultados consistentes. Outra iniciativa será a realização de seminários para discussão do tema.

Bibliografia ABDI. Balanço PITCE 2005. Abril, 2006.

BRASSCOM. Desenvolvimento de Uma Agenda Estratégica para o Setor de “IT Off-shore Outsourcing”. Sumário-Texto. 2005a.

____. Desenvolvimento de Uma Agenda Estratégica para o Setor de “IT Off-shore Outsourcing”. Apresentação de Slides. 2005b.

MDIC. Diretrizes de Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior. Novembro, 2003.

____. Medidas de Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior. Março, 2004.

____. Política Industrial – Medidas Implementadas. Fevereiro, 2005.

MIT-SOFTEX. Slicing the Knowledge-Based Economy: a tale of three software industries. Síntese do Relatório Final. Cambridge: Massachussetts Institute of Technology, 2003a.

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____. A indústria de software no Brasil, 2002: fortalecendo a economia do conhecimento.Capítulo Brasil do Projeto. Campinas: Softex, 2003b.

ROSELINO, J.E. A indústria brasileira de software: o “modelo brasileiro” em perspectiva comparada. Tese Doutorado. IE/Unicamp. Campinas, 2006.

SÉRIE ESTUDOS. Tecnologia da Informação - Software, 2005. Agosto, 2005.

____. Outsourcing 2006. Abril, 2006.

SOFTEX. Indicadores do Setor de Software Brasileiro. Campinas: Softex, 2002.

____. Perfil das Empresas Brasileiras Exportadoras de Software. Campinas: Softex, 2005.

STEFANUTO, G. O Programa Softex e a indústria de software no Brasil. Tese Doutorado. IG/Unicamp. Campinas, 2004.

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ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS

QUADRO DISCIPLINAS E LINHAS DE PESQUISA

LINHAS DE PESQUISA GEPPS EGPP EPA

DISCIPLINAS

GEPPS HISTÓRIA DO PENSAMENTO POLÍTICO E SOCIAL BRASILEIRO

GEPPS INSTITUIÇÕES, ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS

EPA CONSTITUCIONALISMO MODERNO E ACCOUNTABILITY

DEMOCRACIA, REPRESENTAÇÃO E GOVERNANÇA

EPA

POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO DESCENTRA GEPPS

LIZADA NOVASCONFIGURAÇÕES

GESTÃO FINANCEIRA ESTADUAL E MUNICIPAL EPA

EGPP POLÍTICA AMBIENTAL, DESCENTRALIZAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA

MEIO AMBIENTE E CONVENÇÕES GLOBAIS EGPP

GESTÂO PÚBLICA E TERRITÓRIO EPA

CONTEMPORANEIDADE: RECONFIGURAÇÃO DO POLÍTICO E DAS RESPONSABILIDADES

SOCIAIS EGPP

GEPPS – GLOBALIZAÇÃO, ESTADO, POLÍTICAS PÚBLICAS E SOCIEDADE

EGPP – EQUIDADE, GOVERNANÇA E POLÍTICAS PÚBLICAS

EPA – ESFERAS DE PODER E ACCOUNTABILITY

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ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INSTITUIÇÕES, ESTRATÉGIAS E DESENVOLVIMENTO

QUADRO DISCIPLINAS E LINHAS DE PESQUISA

LINHAS DE PESQUISA

DISCIPLINAS

IID EID

GLOBALIZAÇÃO E INSTITUIÇÕES DE GOVERNANÇA GLOBAL

IID

INSTITUIÇÕES, ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS E ESTRATÉGIAS

EID

INSTITUIÇÕES E ESTRATÉGIAS DE CRESCIMENTO INDUSTRIAL IID

INSTITUIÇÕES E DESENVOLVIMENTO IID

DIREITO E ECONOMIA IID

ECONOMIA DO MEIO AMBIENTE IID

DINÂMICA EMPRESARIAL E APLICAÇÕES EID

CONHECIMENTO E INOVAÇÃO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

EID

ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS E SUSTENTABILIDADE

EID

IID - INSTITUIÇÕES, INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

EID - ESTRATÉGIAS, INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

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ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM INOVAÇÃO, PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO - QUADRO DISCIPLINAS E LINHAS DE PESQUISA

DISCIPLINAS/ LINHAS DE PESQUISA PRPID IEECP

ECONOMIA DA TECNOLOGIA PRPID

GLOBALIZAÇÃO E HARMONIZAÇÃO DOS

DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL PRPID

NEGOCIAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

IEECP

ORGANIZAÇÃO DO MERCADO INTERNACIONAL DE TECNOLOGIA

IEECP

PROPRIEDADE INTELECTUAL E BIOTECNOLOGIA EM SAÚDE

PRPID

GESTÃO PÚBLICA, PROPRIEDADE INTELECTUAL E ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO

PRPID

PROPRIEDADE INTELECTUAL E MEDICAMENTOS IEECP

PATENTES E INFORMAÇÃO TECNOLÓGICA IEECP

PROTEÇÃO INTELECTUAL EM PROGRAMAS DE COMPUTADOR

PRPID

PROPRIEDADE INTELECTUAL E AGRONEGOCIO IEECP

INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS E COMPETITIVIDADE IEECP

DIREITOS DE AUTOR E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

PRPID

PRPID - POLÍTICAS DE REGULAÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E DESENVOLVIMENTO

IEECP - INOVAÇÃO E ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS A PARTIR DO CONHECIMENTO PROPRIETÁRIO

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VIII. Recursos humanos de apoio técnico-administrativo. Instalações, equipamentos e outros recursos materiais. Sistemas informacionais e acervo

Recursos orçamentários.

Infra-Estrutura Administrativa e de Ensino e Pesquisa

Infra-estrutura exclusiva para o programa? Sim.

Salas para docentes? Sim

Quantas: 6

Sala para alunos equipadas com computadores? Sim

Quantas: 1

Recursos humanos: uma secretária de pós-graduação para o novo programa. Os demais recursos humanos são comuns com os do Programa de Pós-graduação em Economia, do Instituto de Economia. Laboratório para pesquisa - recursos disponíveis:

Como se trata de um Curso Interdisciplinar na Área de Ciências Sociais e Ciências Humanas, nosso laboratório é a biblioteca, o Portal Periódicos CAPES, e a rede de computadores. Haverá uma sala especial de reuniões/discussões para professores, pesquisadores e alunos, com recursos de vídeo-conferência, visando à integração das equipes nacionais e internacionais.

Quantidade de computadores: 8

Biblioteca: Biblioteca Eugenio Gudin.

Biblioteca ligada à rede mundial de computadores? Sim

Caracterização do acervo - Dados gerais (Número de livros, periódicos e áreas nas quais eles se concentram)

A biblioteca Eugênio Gudin, localizada no prédio de economia do Campus da Praia Vermelha conta com material didático e pedagógico apropriado ao curso, bem como com computadores conectados às bases de Periódicos CAPES. Foi solicitada a aquisição das principais obras que compõem a bibliografia das disciplinas. Além da Biblioteca Eugênio Gudin, as outras bibliotecas da UFRJ são de acesso livre aos participantes do Programa. Na Fiocruz, parceira do projeto está em construção um acervo especializado em propriedade intelectual e transferência de tecnologia, acessível a todos os participantes do Programa. Também serão compartilhados recursos bibliográficos localizado no INPI, onde se está construindo a Academia da Propriedade Intelectual, com programa de mestrado profissional no mesmo tema.

Financiamentos: O novo Programa conta com, ou tem possibilidades de obter, recursos de várias

procedências. A área de concentração em Governança e Políticas Públicas poderá obter financiamento para suas pesquisas em diferentes instituições governamentais (FINEP, Petrobrás, BNDES, entre outras), estaduais (Tribunal de Contas do Estado) e municipais (Prefeituras), bem como se beneficiar do interesse de Organizações Não Governamentais no desenvolvimento de estudos e pesquisa de interesse público.

A área de concentração em Instituições, Estratégias e Desenvolvimento está associada a um projeto denominado MINDS - Multidisciplinary Interinstitutional Network in Development and Strategies REDES/CPDA/(UFRRJ) que conta com recursos da Fundação Ford. Beneficia-se, ainda, entre outros convênios interinstitucionais acadêmicos, de um convênio estabelecido entre a UFRJ e a Universitá di Siena e

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poderá receber recursos da Cooperação Italiana, bem como contará com intercâmbio de docentes e alunos de ambas instituições.

A área de concentração em Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento conta com financiamento da Fundação Ford no projeto de igual denominação - Inovação, Propriedade Intelectual e Desenvolvimento - por dois anos a partir de 2007.

O novo programa buscará recursos na CAPES, CNPq, FINEP e FAPERJ como bolsas para professores visitantes, bolsas de fixação de recém doutores, e na medida em que sejam lançados Editais sobre projetos para os quais o Programa deseja criar competências. Os grupos de pesquisa já constituídos pelos docentes do Programa, e em andamento, contam com recursos das agências mencionadas.