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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CI Ê NCIAS JUR í DICAS E ECON Ô MICAS INSTITUTO DE P Ô S-GRADUAÇ Ã O E PES Q UISA EM ADMINISTRAÇ Ã O COPPEAD UM ESTUDO EMP í RICO SOBRE OS EFEITOS DA INTERNACIONALIZAÇ Ã O NO CUSTO DE CAPITAL DAS COMPANHIAS ABERTAS BRASILEIRAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE Edinelson Faria de Oliveira Mestrado em Administração Orientador: Celso Funcia Lemme, D.Se. Rio de Janeiro, RJ - BRASIL 2001

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURíDICAS E ECONÔMICAS

INSTITUTO DE PÔS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO

COPPEAD

UM ESTUDO EMPíRICO SOBRE OS EFEITOS DA

INTERNACIONALIZAÇÃO NO CUSTO DE CAPITAL DAS COMPANHIAS

ABERTAS BRASILEIRAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE

Edinelson Faria de Oliveira

Mestrado em Administração

Orientador: Celso Funcia Lemme, D.Se.

Rio de Janeiro, RJ - BRASIL

2001

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FOLHA DE APROVAÇÃO

UM ESTUDO EMPíRICO SOBRE OS EFEITOS DA

INTERNACIONALIZAÇÃO NO CUSTO DE CAPITAL DAS COMPANHIAS

ABERTAS BRASILEIRAS DO SETOR DE PAPEL E CELULOSE

Edinelson Faria de Oliveira

Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto de Pós-Graduação e

Pesquisa em Administração - COPPEAD da Universidade Federal do Rio

de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos para obtenção do grau de

Mestre em Ciências (M.Sc).

Aprovada por:

Prol. Celso Funcia Lemme, D.Sc. (COPPEAD/UFRJ)

PrQI. Eduardo'Facó Lemgruber, Ph.D. (COPPEAD/UFRJ)

c J' f'_ L.

Prol Antonio Carlos Figueiredo Pinto, D.Sc. (PUC - Rio)

Rio de Janeiro, RJ - BRASIL

Dezembro de 2001

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Oliveira, Edinelson Faria de

Um estudo empmco sobre os efeitos da internacionalização no custo de capital de companhias abertas brasileiras do setor de papel e celulose I Edinelson Faria de Oliveira. Rio de Janeiro, COPPEAD, 2001.

xi, 107; il.

Dissertação de Mestrado - Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPEAD, 2001.

1. Internacionalização 2. ADRs 3. Tese (Mestr. -COPPEAD/UFRJ). I. Titulo.

li'

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Dedico e.\'{e ImbuI/to u AlIll Carolil/a e Dal/ie/u.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me permitir grandes realizações na minha vida, não só no campo profissional

mas sobretudo, no campo pessoal.

Aos meus pais, por terem dedicado todas as suas atenções no apoio â realização dos

meus objetivos, pelo exemplo de vida e caráter, pela magnitude de seus corações.

Ao Prof. Celso Funcia Lemme, pelo incomensurável incentivo, pela imensa receptividade

e pela grande competência mostrada não só durante as aulas ministradas mas também

na orientação desta dissertação.

Aos demais professores do curso de Finanças do COPPEAD: Eduardo Facó Lemgruber,

Cláudio Roberto Contador e Ricardo Pereira Câmara Leal pela redobrada dedicação com

que ministraram suas disciplinas.

Aos professores do Instituto Militar de Engenharia com quem tive contato na graduação,

por terem me ensinado os dois principais alicerces do conhecimento: a humildade e a

curiosidade.

Ao Clube de Regatas do Flamengo, "por não deixar morrer as esperanças de um futuro

brilhante, calcadas num passado glorioso".

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RESUMO DA DISSERTAÇÃO APRESENTADA AO INSTITUTO

COPPEAD/UFRJ COMO PARTE DOS REQUISITOS PARA OBTENÇÃO DO

GRAU DE MESTRE EM CIÊNCIAS (M.Se).

OLIVEIRA, Edinelson Faria de. Um Estudo Empírico sobre os efeitos da

Internacionalização no custo de capital das Companhias Abertas

Brasileiras do setor de Papel e Celulose. Orientador: Celso Funcia

Lemme, D.Se. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2001. Tese (Mestrado em

Administração)

Dentre as estratégias de redução do custo de capital das

companhias localizadas em países emergentes, a internacionalização da estrutura

de financiamento tem sido muito utilizada na última década. O número crescente

de programas de emissão de recibos depositários de ações, os ADRs ou GDRs,

nos mercados mundiais suscita algumas questões a respeito das conseqüências

de tais emissões. A teoria financeira preconiza uma redução significativa no custo

global de capital das empresas emissoras, com base na hipótese de

segmentação.

Uma série de pesquisas aponta resultados conflitantes a respeito do

tema, e boa parte delas lança mão de estudos de evento. Face às inúmeras

formas de mensuração de retornos utilizadas nos estudos de evento visitados,

para diferentes amostras de empresas, seria natural um certo ceticismo em torno

das conclusões apontadas.

Diante das discussões geradas em torno do assunto, foram

analisadas as influências de três processos de geração de retornos escolhidos no

estudo do evento emissão de AOR: o modelo de Scholes&Williams, o modelo dos

coeficientes agregados de Oimson e o modelo de retornos ajustados pelo retorno

médio. Como amostra foram escolhidas cinco empresas brasileiras de capital

aberto do setor de Papel e Celulose. Os resultados não indicam divergências

sobre o impacto da emissão de ADR no custo de capital destas empresas,

dependendo do método de mensuração de retornos adotado.

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ABSTRACT

OLIVEIRA, Edinelson Faria de. Um Estudo Empírico sobre os efeitos da

Internacionalização no custo de capital das Companhias Abertas

Brasileiras do setor de Papel e Celulose. Orientador: Celso funcia

Lemme, D.Sc. Rio de Janeiro: COPPEAD/UFRJ, 2001. Tese (Mestrado em

Administração)

Given lhe strategies adopted in arder to reduce the cosi af capital in

companies located in emerging markets, the internationalization cf financing

structure has been fully employed in the lasl decade. The growing number af

ADRs' ar GDRs' issue programs in world financiai markels induces some

questions about its overall effects. Theory in finance mentions a meaningful drop in

issuer company's global cosI af capital, under lhe segrnentation hypothesis.

Several researches pointed oul conflicling resulls about this subject,

and lhe majorily of Ihem has employed lhe evenl sludy melhodology. Since

various measure ways of relums generation has been used, for differenl

companies samples, it would be quite comprehensible a skeplicism around lhe

conclusions menlioned in those studies.

Influences af three relurns generation processes in lhe ADR issue

event were sludied: the Scholes&Williams model, the Dimson aggregated

coefficienls. and lhe mean-adjusled-relum mode!. Five Pulp and Paper lisled

brazilian companies were chosen lo compound lhe sample. Resulls didn't show

divergences aboul lhe impacl of ADR issue in lhe cosi of capilal, depending on lhe

measure relurns process adopted.

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1 - Relornos Médios Mensais de Ações de Mercados Emergentes calculados por Kim e Singal (2000),

QUADRO 2 - Características dos programas de DR negociados nos EUA.

QUADRO 3 - Razão O'x (independência) I O"x (dependência) para vários níveis de correlação e tamanho de amostra.

QUADRO 4 - Percentuais de Receita e Empréstimos em R$ e USS, para cada uma das cinco empresas da amostra em estudo.

QUADRO 5 - Síntese dos Fundamentos das Teorias de Custo de Capital, seus Instrumentos e Métodos de Mensuração pesquisados.

QUADRO 6 - Dalas de Listagem dos ADRs, sendo considerados somente a primeira emissão para cada uma das cinco empresas da amostra.

QUADRO 7 - Resultados das Regressões Múltiplas de Oimson para diferentes valores de k. Tamanho da Amostra: 125; Número de Coeficientes da Regressão: k=O, 2; k=5,12; k=10, 22; k=15, 32.

QUADRO 8 - Autocorrelações significativas dos retornos anormais das janelas do evento emissão de ADR das 5 empresas de P&C

QUADRO 9 - Coeficientes de S&W para as cinco ações da amostra, obtidos nas respectivas Janelas de Estimação.

QUADRO 10 - Significâncias dos coeficientes de S&W para as cinco ações da amostra.

QUADRO 11 - Retornos Anormais significativos (10%) da carteira agregada pelos três métodos de geração de retornos.

QUADRO 12 - Dias em que foram encontrados retornos anormais significativos simultaneamente nos três métodos de geração de retornos.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Relornos Anormais significativos (10% bicaudal) pelo modelo de S&W na janela do evento.

FIGURA 2 - Retornos Anormais significativos (10% bicaudal) por Dimson na janela do evento.

FIGURA 3 - Retornos Anormais significativos (10% bicaudal) pelo Modelo de média

constante.

FIGURA 4 - Retornos Anormais Agregados significattvos pelos três melodos.

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ADR

AMEX

APB

BNDES

BOVESPA

CRSP

FINAME

FPI

GATT

GDR

IBOVESPA

IFC

NASD

NYSE

OTC

OIB

SEAO-I

LISTA DE ABREVIATURAS

American Oepositary Receipt

American Stock Exchange

Accounting PrincipIes Board

Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Social

Bolsa de Valores de São Paulo

Center for Research in Securities Prices

Financiamento de Máquinas e

Equipamentos

Foreign Portfolio Investments

General Agreement on Trade and

Traffies

Global Oeposí/ary Receíp/

índice da Bovespa

International Finanee Corporatíon

National Association Df Securities

Oealers

New York S/ock Exchange

Over-the-counter

Qualified Institutianal Buyer

S/ock Exchange Au/oma/íon Quo/afion Internalional

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SUMÁRIO

Capítulo I - O Problema .................................................................................................

I.1- Introdução .........................................................................................................

I.2 - Objetivos ..........................................................................................................

I.3 - Relevância do Estudo .......................................................................................

I.4 - Delimitação do Estudo ......................................................................................

Capítulo II - Revisão de Literatura .................................................................................

II.1- Internacionalização: a Abrangência do Conceito ............................................

II.2 - Custo de Capital e Estratégias de Redução ....................................................

II.2.1 - Fundamentos Teóricos sobre Estrutura Ótima de Capital e Evidência

Empírica no Brasil ...........................................................................................

II.2.2 - Segmentação, Integração e Liberalização de Mercados Financeiros ..........

II.2.2.1- Hipótese de Segmentação ..........................................................................

II.2.2.2 - Efeito da Liberalização no Custo de Capital e na Volatilidade ..................

II.2.2.3 - A Idéia da Dupla-Listagem como Forma de Sinalização ...........................

II.3 - Instrumentos Internacionais de Captação .......................................................

II.3.1 - Commercial Paper ..……………………………………………………………...

II.3.2 - High-Yield ………………………………………………………………………….

II.3.3 - Eurobond …………………….…………………………………………………….

II.3.4 - Outros Títulos de Dívida .....……………………………………………………..

II.3.5 - Os FPIs .………………………………………………………............................

II.3.6 - O Mercado de ADRs .………………………………………………………........

II.4 - Estudo de Eventos .......………………………………………………………….....

II.4.1- Modelos de Geração de Retornos .................................................................

II.4.2 - Determinação do Tamanho das Janelas de Estimação e do Evento ..........

II.4.3 - Testes de Hipótese aplicados em Estudos de Evento ..................................

II.5 - O Setor de Papel e Celulose ...........................................................................

II.6 – Síntese ….....……………………………………………………...………………...

Capítulo III - Metodologia................................................................................................

III.1 - Tipo da Pesquisa ............................................................................................

III.2 - Perguntas da Pesquisa ...................................................................................

III.3 - Formulação das Hipóteses .............................................................................

III.4 - Universo e Amostra ........................................................................................

III.5 - Descrição da Metodologia ..............................................................................

III.5.1 - Tratamento inicial dos dados ......................................................................

III.5.2 - Testes de Hipóteses nos casos de retornos anormais autocorrelacionados

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III.5.3 - Estimação de retornos anormais por Scholes e Williams ...........................

III.5.4 - Estimação de retornos anormais por Dimson .............................................

III.5.5 - Estimação de retornos anormais pelo modelo de média constante ............

Capítulo IV – Resultados ...............................................................................................

IV.1 – Análise das Significâncias das Autocorrelações ...........................................

IV.2 – Retornos Anormais com Coeficientes de Scholes e Williams .......................

IV.3 – Retornos Anormais com Coeficientes Agregados de Dimson .......................

IV.4 – Retornos Anormais pelo modelo de média constante....................................

IV.5 – Análise dos Retornos Anormais Agregados na Janela do Evento ................

Capítulo V – Conclusão ................................................................................................

Capítulo VI - Recomendações para Novas Pesquisas ..................................................

Referências Bibliográficas .......................................... ...................................................

Anexos ................................................... .......................................................................

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CAPÍTULO I

O PROBLEMA

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I.1 - INTRODUÇÃO:

Uma das grandes preocupações no mundo corporativo reside no fato de se

obter capital de forma menos onerosa possível. A redução do custo de obtenção deste

capital pode ser fator determinante no prosseguimento de diversos projetos

empreendidos pelas empresas. E este custo depende não só dos juros pagos aos

credores mas também dos retornos exigidos pelos acionistas.

A teoria financeira preconiza que, se uma companhia é precificada de

acordo com o valor presente de seus ganhos futuros, descontados a uma determinada

taxa de retorno, tal taxa é o custo global de capital da companhia. Portanto, se uma

dada empresa sofre uma valorização no mercado sem aumento nos seus ganhos

futuros, isto indicaria uma redução no seu custo de capital.

Dentre as estratégias empregadas para a redução desse custo em

mercados emergentes, a internacionalização das fontes de financiamento aparece

como uma das mais praticadas no momento. Sabe-se que uma das formas de se

financiar externamente é através da chamada dupla-listagem, o que significa dizer que

as ações da empresa passariam a ser listadas em duas bolsas, sendo uma local e

outra no exterior, como os ADRs e GDRs. É possível também obter capital externo por

meio de dívida, como os eurobonds e high yields, por exemplo. Estes procedimentos

permitiriam relaxar as restrições de aporte de capital das empresas de mercados

emergentes. Uma emissão de ADRs, por exemplo, poderia, de acordo com a hipótese

de segmentação de mercados de capitais, induzir a uma redução no custo de capital

próprio na medida em que haveria uma valorização das ações da companhia. De

acordo com Miller (1999), durante a última década o número de empresas não

americanas que listaram ADRs no mercado de capitais americano aumentou

intensamente. Até o final de 1994, mais de 800 empresas patrocinaram programas de

ADRs, representando um aumento de 756% desde 1986. Só em 1994, um total de 289

novas emissões originadas de 44 países foram feitas. Duzentos e nove, ou 73% das

empresas não americanas emissoras de recibos de depósito de ações em 1994 eram

de países emergentes.

Uma série de pesquisas apontam resultados conflitantes a respeito do

tema e boa parte delas lança mão de estudos de evento para constatar a redução no

custo de capital no momento da emissão do ADR ou algum tempo após. Face às

inúmeras formas de mensuração de retornos utilizadas nos estudos visitados, para

diferentes amostras de empresas, surgiu a idéia de se analisar as influências de três

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processos de geração de retornos escolhidos no estudo do evento emissão de ADR: o

modelo de Scholes&Williams, o modelo dos coeficientes agregados de Dimson e o

modelo de retornos ajustados ao mercado.

Sobre a hipótese de segmentação, que é a explicação mais comumente

encontrada nos estudos que indicam uma redução no custo de capital das companhias

que emitem ADR, Stulz (1997) menciona em seu trabalho alguns pontos relevantes no

desenvolvimento dos mercados financeiros em direção a integração global. Neste

trabalho, pode ser encontrado um apanhado histórico dos eventos que provocaram

mudanças sobre o modo de operação das economias locais, especialmente no que

concerne a fluxos internacionais de capitais e a restrições à propriedade privada.

Dentre estes evento, as duas grandes guerras do século XX e as crises econômicas

estabeleceram, algumas vezes, drásticas mudanças, outras, apenas maiores

preocupações em torno do tema.

O autor contrasta argumentos favoráveis e desfavoráveis à liberalização

destes mercados tendo em vista as crises asiática e russa. Os instrumentos

disponíveis para a integração de um mercado doméstico mereceram especial

destaque já que, na opinião do autor, há uma concordância geral no sentido de que

tais instrumentos devem ser empregados de forma criteriosa para se reduzir os riscos

associados.

Com isso, a presente dissertação foi estruturada de modo a estabelecer

uma seqüência lógica, em que são apresentados no decorrer deste capítulo os

objetivos principais, a relevância e a delimitação da pesquisa. No capítulo II a literatura

referente ao assunto tratado neste trabalho é visitada, no intuito de se levantar alguns

aspectos relevantes sobre a sua inserção e posicionamento dentro do conceito de

internacionalização de empresas, além de abordar alguns fundamentos teóricos sobre

custo de capital e as estratégias de redução deste custo mais discutidas no meio

acadêmico, incluindo a hipótese de segmentação. No decorrer da Revisão de

Literatura é mencionada também uma das formas mais empregadas na mensuração

indireta das variações no custo de capital: o estudo de eventos. Ainda no capítulo II

são discutidos alguns instrumentos de internacionalização da estrutura de capital,

como os commercial papers, os high-yields, os eurobonds e os ADRs. O capítulo III

apresenta a metodologia utilizada, com a delimitação da amostra, o tratamento dos

dados e as estimações dos retornos anormais pelos três métodos escolhidos: o de

Scholes&Williams, o de Dimson e o dos retornos ajustados ao mercado. No capítulo IV

são discutidos os resultados, apontando os retornos significativos e as divergências

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constatadas entre os três métodos. As conclusões e sugestões para novas pesquisas

estão relatadas no capítulo V.

I.2 - OBJETIVOS:

Este trabalho se propõe a verificar, inicialmente, se há uma mudança

significativa no custo de capital das empresas brasileiras abertas, pertencentes ao

setor de Papel e Celulose, que tenham emitido ADRs no mercado externo. Além disso,

no presente estudo será feita uma análise das eventuais influências do método de

avaliação de retornos escolhido sobre as conclusões obtidas a respeito da mudança

no custo de capital.

I. 3 - RELEVÂNCIA DO ESTUDO:

A relevância deste trabalho está em verificar a eficácia de uma das formas

de internacionalização das fontes de capital sobre a redução do custo global de

financiamento das empresas abertas nacionais: a emissão de ADRs. Com a redução

deste custo, as possibilidades de crescimento da companhia são maiores, pois os

projetos antes considerados pouco rentáveis do ponto de vista econômico-financeiro

serão descontados a um custo de oportunidade menor.

Adicionalmente, como em qualquer outra área do conhecimento científico,

é imprescindível evitar que o instrumento de mensuração de um determinado fato

exerça influência decisiva sobre as conclusões da pesquisa, na medida em que este

instrumento distorça a sua percepção. Portanto, este trabalho assume especial

importância, na medida em que compara resultados provenientes da aplicação de

metodologias distintas entre si.

I. 4 - DELIMITAÇÃO DO ESTUDO:

O fenômeno conhecido como internacionalização pode referenciar uma

série de ampliações dos elementos pertinentes ao cenário econômico atual, como, por

exemplo, a ampliação do mercado consumidor para fora dos limites territoriais

nacionais; o aumento do número de concorrentes no próprio mercado interno; e a

construção ou aquisição de bases operacionais em mercados externos. Pode também

se referir à globalização dos fatores de produção, como a mão-de-obra e a matéria-

prima. Entretanto, uma outra face da internacionalização, nem sempre tão abordada

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quanto a referente ao comércio exterior, pode se tornar também de extrema

importância na medida em que permite uma sensível redução do preço de um outro

fator de produção: o custo global de capital.

Em vista disso, o foco desta pesquisa concentrar-se-á em um dos

instrumentos utilizados na internacionalização da estrutura de capital: a emissão de

ADRs. Outras formas de internacionalização, como as citadas no parágrafo anterior,

estarão fora do escopo de aplicação da metodologia. Será estudada a alteração de

valor de cinco companhias de capital predominantemente brasileiro no setor de Papel

e Celulose vis-à-vis a emissão de ADRs no mercado internacional de capitais. Foram

consideradas neste estudo somente as emissões datadas do período que compreende

os anos de 1992 a 1994.

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CAPÍTULO II

REVISÃO DE LITERATURA

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Na Revisão de Literatura, discutida neste capítulo, serão levantados alguns

argumentos capazes de posicionar o tema desta dissertação de mestrado na teoria

financeira. Adicionalmente a este objetivo, dentre as estratégias de redução de custo

de capital abordadas na seção II.2, as que sustentariam a idéia de emissão

internacional merecerão especial destaque, pois poderiam explicar a decisão de emitir

títulos em mercados internacionais. Os instrumentos de captação internacional

também são arrolados na seção II.3, no intuito de permitir ao leitor uma melhor

visualização das possibilidades de internacionalização da estrutura de capital. Os

fundamentos mais discutidos na teoria de estudo de eventos encerram o objetivo do

capítulo, na seção II.4. Ao final deste capítulo poderá ser encontrado uma síntese de

todos os pontos levantados na Revisão de Literatura e que servirão de alicerce no

desenrolar do trabalho.

II.1 - INTERNACIONALIZAÇÃO, A ABRANGÊNCIA DO CONCEITO:

Tema de inúmeros trabalhos acadêmicos e discussões na mídia mundial, a

internacionalização tem sido amplamente debatida, juntamente com as suas formas e

suas possíveis conseqüências. Mas a própria denotação de um efeito de tal magnitude

nunca poderá ser bem entendida se não fizer menção aos seus vários aspectos. E

quando não se elege, isto é, quando não é acordado o envoltório capaz de limitar

todas as suas extensões, surge o campo fértil ao florescimento de inúmeras idéias que

sinonimizam este fenômeno.

Drache (1999) reúne alguns conceitos e algumas indagações no que ele

denomina “a incerteza semântica” do fenômeno internacionalização:

“...como podemos entender a dinâmica e as características

principais da nova era de competição global? Como um trator,

um rolo compressor limpando tudo a sua frente, ...

inadvertidamente ricos ou pobres? (Barnet and Cavanagh,

1994) Como a liberdade do fluxo de capitais? „Um mundo no

qual as pessoas podem colocar seu dinheiro onde desejarem.‟

(Wolf, 1998) Como um mundo radicalmente redefinido onde

somos „todos interdependentes no mercado global‟?

(Dahrendorf, 1995) Como um regime de comércio que é

fundamentalmente „sobre integração e as pressões

competitivas para edificação dos mega-mercados‟? (Cable,

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1995) Como geo-política? Ou seja, o liberalismo americano e

„sua capacidade de externalizar suas políticas nacionais

globalmente.‟ (Blank, 1994) Como o aumento da importância e

do papel das exportações nas economias nacionais? (Bairoch,

1996) Como o fim do estado Keynesiano e sua estratégia

intervencionista para mercados moldados? (Boyer e Drache,

1996) Como o principal elemento da revolução tecnológica? Os

enormes benefícios resultantes da massiva introdução de

tecnologias substitutas de mão-de-obra que alteram o modo

como os produtos ou serviços são produzidos. (Rodrik, 1997)

Ou, isto é sobre o desenvolvimento irreversível de longo prazo?

A mudança em larga escala dos arranjos espaciais e temporais

que estão redefinindo as atuais relações de mercado

indiscriminadamente nas economias desenvolvidas e

emergentes?” (1999, p. 2)1

O autor acredita na reafirmação do liberalismo, com o redimensionamento

das fronteiras entre o público e o privado. A empresa internacionalizada seria o

principal agente, arquiteto, vilão e maior beneficiário da nova ordem mundial.

Para Gundlach et al. (1995), internacionalização significa uma melhor

integração mundial de produção e de mercados. Para o autor, a atual

interdependência das economias em torno do mundo seria resultado dos fluxos de

comércio e de capitais que vêm sendo incrementados ao longo dos anos, além da

maior cooperação tecnológica entre empresas de diversos países.

Ainda de acordo com Gundlach et al. (1995), a internacionalização

aumentaria as chances dos países emergentes atingirem o mesmo nível econômico

dos países industrializados. Dependendo da política econômica em relação à abertura,

ela aumentaria o fluxo de capital e de tecnologia para os emergentes, o que geraria

uma maior taxa de crescimento da renda.

Tais tendências estariam refletindo a liberalização do comércio iniciado

com as reuniões do GATT e, especialmente nos anos 80, a desregulamentação de

uma considerável parte dos mercados financeiros. Tudo isto levou a uma maior

competição na economia mundial e a novas oportunidades de lucro para investidores.

1 Tradução livre do autor

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Na verdade, a internacionalização não é um fenômeno essencialmente

inédito. A evolução histórica dos acontecimentos mostra um aprofundamento deste

processo, principalmente nas duas últimas décadas, devido ao desenvolvimento

ocorrido nos campos da informática, da microeletrônica, e das telecomunicações. Isto

permitiu a difusão mundial das novas tecnologias de produção e organização a um

custo menor. E a grande diferença que se faz entre aspectos da internacionalização

discutidos atualmente e avanços anteriores na divisão internacional do trabalho é a

capacidade dos meios produtores dividirem a cadeia de valor de modo otimizado, isto

é, a possibilidade de se conseguir uma fragmentação geográfica da produção no

intuito de se reduzir custos.

Sob todo esse debate, a internacionalização tem impetrado uma série de

modificações nas estratégias empresariais. A possibilidade de ampliação dos

mercados consumidores, com a quebra de barreiras alfandegárias e com a melhoria

dos canais de exportação e importação, parecem benefícios plenamente vivenciados

apenas por companhias capazes de percorrer uma outra via do processo de

internacionalização: a captação de recursos na arena mundial.

Não há evidências, pelo menos na literatura revisada, de que a escolha

pelo estabelecimento de bases produtivas no exterior esteja intimamente ligada à

tentativa de se obter um menor custo de capital, na medida em que se aumenta a

visibilidade da companhia além da maior facilidade de lastreamento dos débitos

porventura contraídos. Chowdhry (1999) afirma que as companhias multinacionais

estabelecem bases operacionais em outros países com o objetivo de se reduzir a

exposição ao risco de câmbio. Este procedimento, definido pelo autor como hedge

operacional, seria preferido ao hedge financeiro (sob suas várias formas, como, p.ex.,

contratos futuros de câmbio e opções) somente quando o volume de vendas em

determinado país, ou região, fosse grandioso mas de valor incerto e não estivesse

perfeitamente correlacionado com a taxa de câmbio. De fato, seguindo este

pensamento, as corporações multinacionais estariam mais vulneráveis ao risco de

câmbio já que as flutuações cambiais não costumam ser acompanhadas tão

rapidamente pelas alterações nos preços nos países correspondentes.

Sobre a internacionalização de bases produtivas, Markusen (1999) afirma

que há uma distinção na teoria entre multinacionais “verticais” e “horizontais”. As

multinacionais “verticais” são aquelas que fragmentam geograficamente a cadeia de

produção, localizando as atividades intensivas de mão de obra altamente

especializada em países com esta mão-de-obra disponível. Multinacionais

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“horizontais“ costumam se especializar em um determinada atividade e difundir o seu

know-how em bases operacionais similares em diversos países. Para o autor, mais

recentemente há a tendência de se integrar estes dois modelos, onde as companhias

implementam fábricas em vários países ou separam geograficamente a cadeia

produtiva. Este novo modelo é chamado de “knowledge-capital model”.

Do mesmo modo que empresas locais passam a vislumbrar a possibilidade

de atingir outros mercados, corporações estrangeiras podem ameaçar os concorrentes

existentes no mercado local. A alta competitividade destas empresas é, em grande

parte, fruto de um baixo custo de capital que permitiu o melhor desenvolvimento das

tecnologias empregadas, da capacidade produtiva, do processo de aquisição de

matéria-prima de melhor qualidade, etc. As vantagens de financiamento que elas

normalmente detêm as tornam extremamente capacitadas em qualquer ambiente.

Assim sendo, as decisões de financiamento das empresas locais devem ser

fundamentadas em estratégias que visem a busca de fontes mais baratas de recursos.

Nesta seção da Revisão de Literatura foram vistos alguns dos mais

discutidos vetores de internacionalização de empresas. Foi levantada não só a

importância de cada um individualmente, mas também isolado o vetor de interesse

desta dissertação: o que se refere à estrutura de capital. Na seção II.2 serão vistas

algumas teorias sobre custo global de capital, entre elas a que se baseia na hipótese

de segmentação de mercados financeiros e na de sinalização.

II.2 - CUSTO DE CAPITAL E ESTRATÉGIAS DE REDUÇÃO:

Nesta parte da Revisão de Literatura serão mostradas as estratégias de

redução do custo de capital mais abordadas na teoria financeira. Como poderá ser

visto na seqüência da seção II.2.1, grande parte da teoria sobre custo de capital

envolve mudança na própria estrutura de capital. E aspectos importantes do

pensamento em voga sobre mudanças na estrutura de capital, como meio de redução

do custo global de capital, foi verificado em uma pesquisa empírica no Brasil sob a

forma de questionários enviados às empresas atuantes no país, realizado por Eid

Júnior (1996). Finalmente, na seção II.2.2, são levantadas as características

relevantes da hipótese de segmentação, que é o ponto de partida da estratégia de

redução do custo de capital via emissão internacional de títulos.

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II.2.1 Fundamentos Teóricos sobre Estrutura Ótima de Capital e Evidência

Empírica no Brasil:

Ainda há um constante debate em finanças corporativas sobre a existência

de uma estrutura ótima de capital, ou seja, aquela que permita o menor custo possível

de capital. Segundo Eid Júnior (1996), há duas linhas distintas de pensamento: a

primeira, proposta por Modigliani e Miller (apud Ross, 1995), defende a irrelevância da

relação capital de terceiros/capital próprio dentro de um mercado perfeito2; a segunda

defende a existência de um nível ótimo de endividamento, fruto das imperfeições do

mercado, que maximiza o valor da empresa.

Na primeira teoria, entende-se por mercado perfeito, segundo Ross (1995),

aquele que atende às seguintes condições: transações feitas a custo zero, informação

disponível sobre oportunidades de tomada e concessão de empréstimos e existência

de inúmeros participantes com igual poder de influência sobre os preços de mercado,

além de um grande volume disponível de recursos.

De acordo com a segunda teoria, dado o nível total de capital necessário

para sustentar as atividades da empresa, a grande dúvida reside no fato de se

estabelecer uma razão capital de terceiros/capital próprio que maximize o valor da

companhia. Se débito em excesso poderia destruir valor causando risco financeiro e

pouco investimento, débito reduzido, pelo menos nas grandes e amadurecidas

empresas, poderia levar ao excesso de investimento e, portanto, a baixos retornos de

capital.

Na verdade, não se pode afirmar que esta teoria entra em choque com a

teoria de M&M, já que as duas partem de premissas distintas em relação às

características do mercado. Na teoria de M&M, a afirmação de irrelevância da

proporção entre as formas de financiamento deixa de existir a partir do momento em

que são consideradas as ineficiências do mercado.

A Teoria de Modigliani e Miller, abordada por Ross (1995), menciona o

efeito do benefício fiscal no valor da empresa, dando preferência à emissão de dívida.

Mas não considera o pagamento de impostos, como pessoa física, pelos investidores

sobre os juros recebidos. Adicionalmente a este fato, os investidores que recebem

rendimentos de ações na forma de ganhos de capital seriam taxados a uma alíquota

2 Conhecidos também como mercados financeiros em concorrência perfeita

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menor. Com isso, os credores devem procurar compensações pelo aumento de

impostos devidos, na forma de pessoa física, elevando o custo da dívida corporativa.

Dentro da linha de pensamento defendida na segunda teoria, Myers (apud

Barclay, 1999) explica alguns pontos da Teoria da Ordem de Captação (pecking order

theory) no seu texto, onde sugere que a estrutura de capital seria o resultado

cumulativo de decisões financeiras individuais, nas quais os gestores seguem uma

certa “hierarquia” financeira. Segundo o autor, fontes de financiamento interno, como

os lucros retidos, seriam preferidas em relação às fontes de financiamento externo.

Neste caso, os gestores não estão preocupados com uma estrutura ótima de capital,

eles simplesmente escolhem o “caminho de menor resistência”, decidindo o que

parece ser o meio mais barato de financiamento.

Alguns autores afirmam que a escolha de uma estrutura ótima de capital

está intimamente ligada ao seu respectivo “custo financeiro”. Barclay (1999), por

exemplo, diz que o custo financeiro surge na medida em que as empresas mais

endividadas tendem a deixar passar oportunidades de investimento, especialmente

quando deparadas com a propensão do risco default. Em alguns casos os gestores

não só prorrogam os investimentos em novos projetos, mas fazem também cortes em

pesquisa e desenvolvimento, manutenção, propaganda, treinamento, reduzindo

futuros lucros.

Mas a existência de uma considerável fração de capital de terceiros faz

com que os gestores controlem os excessos em investimentos. Isto porque, como diz

Jensen (apud Barclay, 1999), grandes empresas de capital aberto geram substanciais

fluxos de caixa, que não poderiam ser reinvestidos de forma lucrativa na empresa, e

estratégias de uso destes excedentes, como diversificar através de aquisições em

outros negócios diferentes do negócio principal, podem reduzir o valor da empresa.

Os chamados custos de informação existem devido ao fato de executivos

corporativos possuírem melhores informações sobre o valor das companhias do que

os investidores externos. Isso gera duas estratégias distintas, mas relacionadas com a

teoria que defende a relevância das formas de financiamento, que são a da

Sinalização e da Ordem de Captação (pecking order theory, já mencionada

anteriormente). A Teoria da Sinalização advoga que o aumento da dívida tem se

mostrado como um dispositivo eficiente de sinalização dos gestores aos investidores

sobre novos e bons negócios na empresa. A dívida obriga a empresa a se preocupar

com um pagamento fixo durante o empréstimo, pois se não forem pagos ela correrá o

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risco de falência, o que não ocorre com os dividendos, que costumam ser

discricionários. No intuito de minimizar os custos de informação ao emitir títulos, a

empresa tenderia a emitir dívida se ela estiver com seu valor de mercado abaixo do

preço justo, e a emitir ação se ela estiver sobrevalorizada.

Barclay (1999) menciona dois tipos básicos de modelos que descrevem o

comportamento das empresas em relação à estrutura de capital. O primeiro são os

chamados Modelos de Relação Estática onde a empresa mantém como meta um nível

de endividamento que maximiza o seu valor, ao minimizar o custo das imperfeições do

mercado. O segundo tipo se baseia na Teoria da Assimetria de Informações, onde as

empresas estão mal avaliadas pelo mercado dado que os administradores têm

informações que o mercado não possui sobre novos projetos.

Por isso, os dirigentes das empresas sempre evitarão emitir ações, já que

o mercado iria desvalorizá-las (talvez baseado na idéia proposta pela Teoria da

Sinalização), preferindo outras formas de captação de recursos, seguindo a hipótese

da Ordem de Captação. No exterior, alguns estudos revelaram que esta hipótese

explica melhor o comportamento dos gestores. Entretanto, ainda segundo Barclay

(1999), os métodos empíricos praticados em finanças corporativas não seriam tão

sofisticados quanto os de mercado de capitais, por diversos motivos. Primeiro, os

modelos de decisão de estrutura de capital são menos precisos que os de precificação

de ativos, pois as teorias existentes fornecem premissas qualitativas e direcionais.

Segundo, as teorias não são mutuamente exclusivas. De fato, impostos, custos de

falência e custos de informação cumprem simultaneamente, apesar de defendidos por

teorias distintas, um importante papel na determinação de uma estrutura ótima.

Terceiro, muitas das variáveis que afetam a estrutura ótima são difíceis de serem

mensuradas. Por exemplo, a Teoria da Sinalização sugere que as informações

privadas dos gestores influenciam as decisões financeiras, mas não há um meio fácil

de medi-las.

A estrutura de capital das empresas brasileiras deve ser estudada sob

alguns aspectos peculiares das fontes existentes de financiamento. Devido à baixa

lucratividade de grande parte das empresas brasileiras no início dos anos 90, o saldo

da conta contábil Lucros Retidos não apresentou valores suficientes para permitir

vultosos investimentos, segundo Eid Júnior (1996). Simultaneamente, o Banco

Nacional de Desenvolvimento (BNDES) oferece uma atrativa fonte de recursos

denominada FINAME. Por estes fatores, é bem possível que as práticas existentes

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entre os dirigentes de empresas nacionais apresentem um certo viés em relação às

teorias normalmente aplicadas no mercado externo, na opinião do autor.

Na pesquisa realizada por Eid Júnior no mercado brasileiro, onde foram

consultadas por meio de questionário 1126 empresas, dos mais variados setores e

tamanhos, sendo aproximadamente 50% delas sociedades anônimas, 46% limitadas e

o restante associações, fundações e outros tipos de organizações, verificou-se que

47% das empresas pesquisadas responderam que se utilizam das oportunidades de

mercado e 40% obedecem uma hierarquia de captação predeterminada. O autor

conclui, de posse dos dados exibidos, que grande parte das empresas, ou seja, o

grupo que corresponde aos 47%, busca fontes de recursos mais vantajosas no

momento. A resposta dada pelo segundo grupo, aquele que engloba 40% das

empresas pesquisadas, seria baseada na Teoria da Assimetria, devido ao

desequilíbrio de informações. Nela as empresas buscariam primeiro os lucros retidos,

depois a emissão de débito, e daí a emissão de ações ordinárias. A emissão de ações,

apenas em último caso, baseia-se na idéia de que os gestores da empresa têm

informações não possuídas pelo mercado sobre o futuro desempenho da empresa e,

se estas informações indicarem um desempenho superior ao esperado pelo mercado,

as ações da empresa estarão sempre subavaliadas, não existindo, portanto,

motivação para emissão de novas ações, segundo Eid Júnior (1996).

Computando-se a amostra utilizada pelo autor, as empresas apontaram

como fonte de financiamento, em ordem decrescente de preferência, os empréstimos

bancários, apesar da alta taxa de juros praticada no período, as ações ordinárias e só

depois os lucros retidos. Talvez a atitude de se utilizar pouco os lucros retidos para

financiar as atividades se deva à baixa lucratividade das empresas brasileiras nos

últimos anos e à existência de fundos subsidiados de financiamento como o FINAME.

Isto inverteu a ordem de preferência prevista na Teoria da Assimetria.

Ainda segundo a pesquisa, 51% das empresas usam o WACC3 com

valores de mercado, o que é preconizado pela teoria de finanças, 14% calculam o

WACC com base em valores contábeis, 9% não calculam e 25% usam a fonte de

recursos disponível no momento. Na determinação do custo de capital próprio, 45%

usam o CAPM e 38% usam o preço/lucro.

As empresas que não são sociedades anônimas seguem uma hierarquia

predeterminada em sua maioria (52%), as companhias S.A. buscam os recursos mais

3 WACC – Sigla para Custo Médio Ponderado de Capital, em inglês.

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atraentes no momento. As S.A. de capital aberto preferem a emissão de ações

ordinárias, contra os empréstimos bancários das S.A. de capital fechado. De acordo

com o autor, partindo dos resultados apontados nessa pesquisa, pode-se imaginar que

as empresas estariam dispostas a emitir títulos internacionais se, e somente se, fosse

constatada uma redução do custo de obtenção de recursos.

As teorias vistas nesta parte do trabalho, aliadas a algumas conclusões da

pesquisa feita por Eid Júnior (1996), dão algumas indicações sobre o comportamento

dos gestores brasileiros no que se refere à emissão de ações. Agora, será discutido a

Hipótese de Segmentação, que pode ser vista como uma motivação ou explicação

para emissões de ações no mercado externo.

II.2.2 – Segmentação, Integração e Liberalização de Mercados Financeiros:

Dentre as diversas teorias que explicariam as atuações dos executivos

corporativos com relação à captação de recursos mais baratos para a companhia,

grande parte já apontada na seção anterior, a que fundamentaria e justificaria a

estratégia de redução do custo de capital por meio de emissão internacional de títulos,

entre eles o próprio ADR, é a Teoria de Segmentação e Integração de Mercados

Financeiros, que será abordada nesta seção.

A discussão sobre a liberalização dos mercados financeiros assumiu

importância adicional à luz dos acontecimentos da crise asiática, mostrando as

diferenças ideológicas entre os proponentes e oponentes da liberalização. Sobre a

forma de se executar a liberalização, Stulz (1997) argumenta que as propostas são

ainda bastante nebulosas, talvez refletindo o constante debate sobre o assunto. Não

obstante, parece haver consenso entre os favoráveis à integração dos mercados

financeiros de que uma liberalização cadenciada e cautelosa poderia minimizar os

riscos associados à abertura de um mercado que não esteja totalmente pronto a tal

façanha. Feito deste modo, o processo de internacionalização das fontes de recursos

pode permitir o acesso a menores custos de capital por parte das companhias locais.

Nas últimas décadas, segundo Stulz (1997), viu-se no mercado

internacional de capitais um gradual desmantelamento das restrições de fluxos de

capital originárias das duas grandes guerras. No final da segunda guerra, os mercados

de capitais estavam completamente segmentados. Em adição aos altos impostos e

aos custos de transação, houve restrições explícitas à propriedade estrangeira e à

mobilidade de capitais. Os investimentos externos eram feitos sob a forma de fluxos

oficiais de capitais. Algumas destas restrições acabaram logo que as moedas

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tornaram-se conversíveis. Stulz (1997) advoga que um país não pode tirar completo

proveito dos benefícios do livre comércio em produtos sem que haja mobilidade de

capital. Ele defende que a total liberalização permite que o residente se incumba de

uma menor parcela de risco associado à produção doméstica.

Nas seções II.2.2.1 e II.2.2.2 serão revistos os conceitos de segmentação

e integração de mercados financeiros e sua relação com a emissão de ADRs, que são

um dos instrumentos mais utilizados para se reduzir o custo de capital, segundo Serra

(1997). Na seção II.2.2.3 é apresentada a idéia da sinalização aos investidores no

caso de dupla-listagens.

II.2.2.1 Hipótese de Segmentação:

Eiteman (1998) define segmentação como uma imperfeição existente no

mercado financeiro que permite às empresas reduzir o custo de obtenção de capital

buscando recursos fora do mercado interno, melhorando a liquidez de seus títulos. Um

mercado é segmentado se a taxa de retorno exigida nos títulos difere das taxas de

retorno exigidas em títulos, com risco igual aos primeiros, de outros mercados.

Serra (1997) define integração de mercados de capitais como uma

situação onde os investidores têm o mesmo retorno ajustado ao risco em instrumentos

financeiros similares, em diferentes mercados locais. Para a autora, num mercado

totalmente integrado apenas fatores de risco sistemático são precificados e o preço do

risco é o mesmo no mundo inteiro. No caso de um mercado totalmente segmentado,

entretanto, apenas o risco associado a fatores locais é precificado e as recompensas

ao risco não são as mesmas.

O meio mais utilizado pelas empresas de países emergentes para tentar

reduzir seu custo de capital próprio é através das chamadas dupla-listagens, o que

significa que suas ações são listadas em duas bolsas, sendo uma local e outra no

exterior, sendo denominadas GDRs ou ADRs neste último mercado. Elas têm a

característica de relaxar as restrições de capital das empresas de mercados

emergentes.

Serra (1997) estudou os retornos dos papéis de uma amostra composta de

70 empresas de 10 países emergentes que tenham listado na NYSE, NASDAQ ou

SEAQ-I no período de 1991-1995. Os resultados mostram um retorno positivo anormal

antes da listagem e um significante declínio nos dias posteriores ao evento. A autora

explica a redução do retorno logo após a listagem afirmando que se os mercados são

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segmentados anteriormente à dupla-listagem, então esta facilitaria a redução da

segmentação ao permitir uma melhor divisão de risco entre os investidores.

Mas, ainda segundo Serra (1997), a mudança nos retornos de uma

empresa que efetua a dupla-listagem pode estar relacionada a outros fatores que não

a segmentação. Uma listagem pública em bolsa de renome internacional aumenta o

reconhecimento do investidor, conforme já mencionado em outros trabalhos, e

melhora a liquidez dos papéis, o que ocasiona um achatamento do bid-ask spread. E

qualquer um desses efeitos pode induzir a uma menor taxa de retorno.

Alternativamente a esse pensamento, os retornos pós-lançamento podem ser baixos

porque gestores de pequenas empresas inscrevem-se para uma dupla-listagem

quando as mesmas tenham tido uma boa performance recentemente.

Para Eiteman (1998), a segmentação é causada por restrições impostas

pelo governo local e pela própria percepção dos investidores. As mais importantes

imperfeições são:

- Barreiras ao fluxo de informação: diferenças de idioma, princípios

contábeis e qualidade das informações disponibilizadas pelas empresas.

- Custos de transação: impostos, comissões de corretagem podem

rapidamente transferir fundos para outros mercados menos onerosos.

- Risco cambial: uma taxa de câmbio extremamente volátil não é capaz de

atrair investidores de longo prazo.

- Viés inerente a um mercado pequeno: a pouca liquidez desses mercados

impede a negociação de títulos sem perda de valor.

- Risco político: constantes intervenções do governo no mercado local

causam medo nos investidores estrangeiros.

II.2.2.2 Efeito da Liberalização no Custo de Capital e na Volatilidade:

Conforme já discutido anteriormente, o custo médio de capital é função

direta dos retornos exigidos pelos investidores. Mas, a determinação de uma medida

efetiva do retorno esperado pelo investidor não é tarefa fácil, sendo agravada no caso

de períodos com liberalização gradual em mercados emergentes. A idéia de utilizar os

retornos passados para tentar prever os futuros não seria válida porque a própria

liberalização muda a situação. Na opinião de Stulz (1997) os retornos anteriores à

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liberalização costumam ser altos, conforme já visto na seção anterior, devido

primordialmente a dois fatores: primeiro porque o prêmio de risco é alto antes da

liberalização, dado que os investidores locais teriam mais papéis à disposição do que

no caso da ausência de segmentação; e segundo, porque a liberalização induz a

valorização das ações, na medida que o custo de capital cai.

Uma segunda idéia para se medir o novo retorno esperado pelo investidor

após a liberalização, que servirá de proxy para o custo de capital para a companhia

emissora, assume que o risco das papéis passará a ser precificado pelos mercados

globais. Para isso, deve-se assumir um modelo de como o risco é mensurado nos

mercados já liberalizados.

Entretanto, como o processo de liberalização costuma ser lento, Stulz

menciona que o estabelecimento de um forma que aborde as duas idéias propostas

será mais próxima do real custo de capital.

Há uma vasta literatura abordando o comportamento da volatilidade dos

papéis e dos mercados emergentes como um todo, na ocasião da liberalização. Kim e

Singal (1993) consideram mudanças na volatilidade em torno das liberalizações para

uma amostra de 16 mercados emergentes. Os autores encontraram que a volatilidade

para os doze meses seguidos à liberalização não é significativamente diferente dos

doze meses anteriores à ela, mas cai após esse tempo. Encontraram aumento da

volatilidade na Argentina, Chile e México.

Bekaert e Harvey (1997b) montaram uma amostra de 20 mercados

emergentes e examinaram os retornos das ações antes e depois da liberalização

(emissão de ADRs) e verificaram que há uma diminuição da volatilidade.

Kim e Singal (2000) examinam o efeito da liberalização nos retornos das

ações, na volatilidade e na hipótese do caminho aleatório, para verificação de

eficiência, em 18 países relacionados no Emerging Markets Data Base do IFC. A

análise dos retornos foi baseada na determinação dos retornos em excesso, que

expressam a diferença entre o índice do mercado local, em dólares4, e a t-bill de 3

meses. O retorno médio em excesso variou entre 0,12 % e 4,32% mensais, como

pode ser visto no Quadro 1. Dado que as ações americanas têm, historicamente, um

retorno mensal em excesso de 0.5%, os autores verificaram que muitos dos países

emergentes dão um retorno maior, conforme mostrado na tabela abaixo, o que seria

4 conforme reportado pelo IFC

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consistente com o pensamento “popular”, segundo os autores. O último mês de

cálculo dos retornos foi setembro de 1996.

O IFC usa um subgrupo de ações negociadas no mercado emergente, de

acordo com Harvey (1995), e são selecionadas para inclusão no índice local de acordo

com tamanho, liquidez e indústria. O índice representa 60% da capitalização do

mercado local e 60% do volume negociado. O índice não inclui ações cujo emissor

tenha seu controle central no país mas são listadas somente no mercado externo. Se

diversas ações empatarem nos critérios anteriores (tamanho e liquidez), o IFC

seleciona as ações que representam indústrias que não estão bem representadas no

índice.

O retorno sobre os papéis foi maior logo após a abertura no Brasil, Colômbia,

Grécia, Paquistão, Filipinas, Turquia, Venezuela e Zimbábue. Este aumento se deve

ao aumento no preço das ações devido à demanda adicional criada pelos investidores

estrangeiros. O estudo abrangeu 5 anos antes e 5 anos após a liberalização, no intuito

de tentar capturar todos os efeitos da abertura.

QUADRO 1 – Retornos Médios Mensais de Ações de Mercados Emergentes

calculados por Kim e Singal (2000).

Retornos em excesso em dólares

País Data inicial dos

dados mensais

Número de

Meses Média Desvio-padrão

Argentina Jan 1976 249 4,32% 27,51%

Brasil Jan 1976 249 1,52% 16,48%

Chile Jan 1976 249 2,23% 10,83%

Colômbia Jan 1985 141 2,34% 8,87%

México Jan 1976 249 1,52% 12,62%

Fonte: Singal (2000)

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Analisando os anos subsequentes à liberalização, Kim e Singal verificaram

uma significante redução nos retornos mensais, o que reforça a hipótese de que as

companhias terão acesso a custo menores de capital devido à entrada dos

investidores estrangeiros. Adicionalmente, não foi constatado aumento da volatilidade

após a abertura dos mercados. Eles testaram também a hipótese de random walk e

verificaram que os mercados se tornaram mais eficientes, como p. ex. o Brasil, a

Colômbia e o México.

A respeito de estudos anteriores sobre as evidências do evento ADR no

custo de capital, Faria (2000) apresenta uma relação mais abrangente, abordando

maiores detalhes sobre tais pesquisas.

II.2.2.3 A Idéia da Dupla-Listagem como Forma de Sinalização:

Reese (2000) verifica a hipótese de que empresas não americanas

listariam títulos nos EUA para sinalizar uma intenção de melhorar a proteção aos

minoritários. Empresas cujos países de origem empregam o chamado Direito Francês,

que apresenta relativamente poucas proteções aos acionistas minoritários, são mais

propensas a listar em uma bolsa mais organizada do que empresas originárias de

países que empregam o Direito Inglês.

Tais evidências são consistentes com a idéia de que as empresas regidas

pelo Direito Francês irão tentar aumentar as proteções aos minoritários ao listar em

mercados mais organizados como o americano. O autor encontra uma associação

entre a proteção dada ao minoritário no país de origem e a localização da oferta de

títulos (nos EUA ou não), sendo que as ofertas de títulos, no mercado americano, de

empresas não americanas provém de países com poucas proteções aos minoritários.

Ele afirma também que nos países europeus (com exceção do Reino Unido) a

proteção aos minoritários não é tão boa quanto a dada nos países saxões, como

Estados Unidos e Reino Unido.

Reese menciona que uma parte implícita nos contratos financeiros, mas

pouco reconhecida, é o efeito do sistema jurídico vigente nos direitos e obrigações das

partes contratantes. E, obviamente, em sistemas pouco preocupados com proteções a

qualquer uma das partes vê-se a cobrança desta ausência na forma mais cabível ao

caso: o aumento da remuneração ou do retorno exigido pela parte prejudicada. A

qualidade das proteções legais afetam a capacidade das partes em expropriar

recursos da outra ex post, e, portanto, influenciariam os contratos que serão avaliados

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ex ante. Diferenças nesses instrumentos legais afetariam os contratos financeiros,

segundo o autor.

Em vista disso, algumas empresas estariam propensas a optar por se

submeterem a determinadas obrigações que promovam uma melhora das proteções

aos acionistas minoritários, no caso de não serem oriundas de países cujo sistema

legal não as exija de modo satisfatório, na opinião de Reese (2000). Esta medida

mostraria aos acionistas o real interesse da empresa em garantir seus direitos,

podendo levar a uma sensível redução do retorno exigido. Uma forma de se submeter

a essas restrições legais é, justamente, listando papéis em mercados mais exigentes,

como o americano.

Como exemplo das exigências do SEC que vão bem além das

normalmente vistas em outros países, temos (Coffee, 1999, apud Reese):

A Seção 13(d) do Exchange Act de 1934 exige que qualquer grupo ou

pessoa que detenha previamente menos que 5% do patrimônio líquido de uma

corporação passe a submeter um relatório dentro de cinco dias quando a marca dos

5% for ultrapassada. Este valor é bem menor que os 10% exigidos pela Directive

Transparency da Comunidade Européia, e tem claramente um grande impacto sobre

as estratégias de controle acionário e suas implicações aos acionistas minoritários.

De acordo com a Seção 14(d) do referido ato do SEC, todas as ofertas

de compra feitas a corporações, registradas no SEC, devem obedecer às regras de

disclosure e aos procedimentos operacionais estipulados. Tais regras se aplicariam se

alguma empresa européia, por exemplo, fizesse uma oferta de compra a uma segunda

empresa que possuísse ADRs listadas nas bolsas americanas, mesmo se tais ADRs

totalizassem menos de 1% das ações em circulação. Tal medida garante o direito de o

acionista americano participar desta operação e receber o melhor preço pago a

qualquer outro acionista.

As empresas que listam no mercado americano estão sujeitas à maioria

das regras da bolsa no que concerne à governância corporativa.

De acordo com a Seção 13(e) ainda do Exchange Act, o próprio SEC se

encarrega de regulamentar o tratamento dado aos minoritários nas transações

privadas. O impacto disso, segundo Coffee (apud Reese), é impedir que acionistas

majoritários pressionem os minoritários oferecendo preços baixos.

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24

De acordo com o Foreign Corrupt Practices Act todas as companhias

registradas nos EUA devem manter livros e registros que reflitam as suas transações.

O artigo 10(b) dá o direito ao acionista de processar a companhia por perdas devidas

a balanços ou outras declarações fraudulentas feitas por ela.

Mesmo que tais proteções não se apliquem diretamente aos minoritários

do países de origem da companhia, o fato de a companhia estar sujeita a tais regras

pode trazer benefícios aos investidores locais, como a maior transparência na

divulgação de demonstrativos de resultado, por exemplo. Isto poderá fazer com que o

valor da ação aumente no mercado local.

Se a empresa tem por objetivo emitir ADR para reduzir seu custo de

capital, é evidente que ela teria interesse em obter vantagem da valorização dos seus

papéis logo após a emissão. Portanto é de se esperar que o número e o volume de

ofertas públicas de títulos aumente após a dupla-listagem. Os resultados apontados

por Reese indicam que há grande evidência de ofertas públicas após as listagens.

Empresas sob o Direito Francês realizaram a maioria das novas emissões fora dos

Estados Unidos após a dupla-listagem, segundo Reese (2000).

Neste ponto do trabalho já podem ser notadas algumas concordâncias na

literatura visitada sobre os objetivos das emissões internacionais. Com base nas

teorias que justificam a emissão de ações, vistas na seção II.2.1, e na Teoria de

Segmentação, analisada na seção II.2.2, foi possível constatar algumas justificativas

para a dupla-listagem. Contudo, apesar de ter sido utilizado para mensuração das

conseqüências da internacionalização da estrutura de capital somente o evento

emissão de ADRs, estão listados na seção II.3 os instrumentos mais abordados na

literatura de finanças.

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25

II.3 - INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS DE CAPTAÇÃO:

Com base na teoria de custo de capital vista na seção II.2 a estratégia de

diminuição deste custo por meio da internacionalização da estrutura de capital passa

por diferentes instrumentos financeiros de captação externa, que estão descritos de

forma suscinta a seguir. Na seqüência serão explicados os principais títulos

internacionais de dívida e de capital acionário.

II.3.1 Commercial Paper:

É uma nota promissória de curto prazo, normalmente não lastreada, que é

emitida no mercado aberto e representa uma obrigação da companhia emissora. Esta

forma de captação é uma alternativa normalmente mais barata aos empréstimos

bancários para grandes companhias, financeiras ou não, com bons ratings de crédito.

O próposito original do commercial paper era fornecer fundos de curto

prazo para suprir necessidades de capital de giro. Nos anos 80, a empresas

começaram a utilizar esta forma de captação como uma espécie de ponte de

financiamento. Isto ocorria quando uma corporação, objetivando emitir títulos de longo

prazo, não encontrasse o mercado de capitais muito favorável num determinado

momento. Daí, os fundos captados por meio de commercial paper eram utilizados até

que os títulos de longo prazo fossem vendidos normalmente.

Entre 1975 e 1980 nos Estados Unidos, o spread entre a LIBOR de 30

dias, usada como medida para o custo de empréstimo para grandes companhias

(conhecidas como high qualities), e as taxas exigidas no commercial paper variou

entre 0 e 60 pontos-base, a favor das emissões.

Nos Estados Unidos, o vencimento dos papéis não ultrapassa 270 dias, e

o mais comum é que o prazo seja menor do que 50 dias. Isto ocorre porque o

Securities Act de 1933 obriga que emissões com prazo maior que 270 dias sejam

registradas no SEC, o que acarreta em maior custo.

Normalmente, para resgatar os papéis já vencidos, as empresas realizam

novas emissões de commercial paper. Para eliminar o risco de rolagem da dívida, que

ocorre quando a companhia não consegue emitir novos papéis dentro do vencimento,

o commercial paper é lastreado por linhas de crédito bancárias.

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26

No caso das empresas com classificações de risco default não tão boas

quanto as maiores empresas é usual que se exija alguma garantia. Elas podem obter

um apoio de crédito de uma grande corporação com bom rating, chamado de credit-

supported commercial paper, ou lastrear as emissões com ativos de boa qualidade,

este último tipo chamado de asset-backed commercial paper.

A nota promissória emitida por uma companhia estrangeira nos Estados

Unidos é chamada de Yankee commercial paper. O eurocommercial paper é emitido

fora da jurisdição da moeda de denominação, a maturidade pode ser maior que 270

dias, como no caso dos papéis americanos, e é disponibilizado no mercado através de

dealers.

O mercado secundário é praticamente inexistente. O investidor típico

costuma adotar a estratégia buy-and-hold até a maturidade, já que ele pode comprar o

papel com o prazo de vencimento desejado diretamente com o emissor.

II.3.2 High-Yield:

Também chamado de junk bond, é um título de dívida corporativo de longo

prazo com rating pior do que os triple B. Normalmente são classificados como

“investment grade” à época de sua emissão, mas acabam caindo de rating (para

“noninvestment grade”), ou já são classificados como “noninvestment grade” no

momento da emissão. Segundo Modigliani (1996), 14% dos high-yields emitidos nos

Estados Unidos em 1992 tiveram seu rating piorado após a emissão por causa das

LBOs (leveraged buyouts) e das recapitalizações, 16% tiveram seu rating piorado por

outros motivos (os chamados fallen angels) e 70% já eram classificados como

“noninvestment grade” no momento da emissão.

Antes do desenvolvimento do mercado de high-yield, as companhias

americanas que não podiam emitir títulos no mercado de dívida contraiam

empréstimos de instituições financeiras a curto e no máximo a médio prazo ou

estavam simplesmente fora das linhas de crédito. Com o advento do high-yield o risco

de crédito deixa de ser das instituições financeiras e, conseqüentemente de toda a

população americana involuntariamente, devido ao seguro federal de depósito5, e

passa a ser do público investidor.

5 para maiores detalhes ver Modigliani (1996)

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27

A segunda vantagem é o fato de a maioria dos empréstimos bancários

serem com taxa flutuante e no máximo a médio prazo. Com os high-yields a taxa é fixa

e o prazo pode ser mais longo.

O mercado secundário para esses títulos são os normalmente utilizados

para negociação de ações, o de bolsa e o de balcão (OTC). Há também a

possibilidade de private placement, o que desobriga o registro no SEC, de acordo com

a regra 144a que permite a negociação direta com os Qualified Institutional Buyers.

II.3.3 Eurobond:

O mercado externo é comumente chamado de Euromarket. Inclui títulos

com as seguintes características: são subscritos por uma instituição financeira

internacional, no momento da emissão são oferecidos simultaneamente aos

investidores em vários países, com exceção do país de origem da companhia e não

precisam ser registrados.

Embora os eurobonds sejam registrados normalmente em bolsas locais, a

maior parte dos negócios é feita no mercado OTC.

O mercado de eurobonds é caracterizado por permitir uma melhor

adequação às necessidades particulares de emissores e investidores. Há os

chamados “plain vanilla”, com pagamento de cupons fixos. Por não terem lastro, só

são emitidos por corporações com rating elevado. Neste caso os cupons são pagos

anualmente.

Há também os eurobonds zero-coupon, os deferred-coupon, sem

pagamentos iniciais de cupons (normalmente entre 3 e 7 anos iniciais) e os step-up,

com pagamentos de cupons em taxas crescentes com o tempo6.

II.3.4 Outros Títulos de Dívida:

Como alternativa à emissão de títulos como ADRs, eurobonds, commercial

papers ou high yields, as empresas também podem obter fundos através de um

empréstimo bancário feito com um ou com um grupo de bancos, este último

denominado empréstimo sindicalizado.

6 Para maiores detalhes veja Modilgiani (1996)

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28

Um instrumento de débito também utilizado pelas corporações, com a

característica de ser oferecido continuamente aos investidores, é o medium-term note,

e são registrados no SEC de acordo com a regra 415.

Pode ser feita também a securitização de ativos, onde a companhia coloca

um grupo de ativos como garantia na emissão de títulos (chamados de asset backed

securities7). A vantagem reside no fato de o investidor olhar para a qualidade dos

ativos postos em garantia e não necessariamente para o rating da empresa emissora.

Isto permite um menor custo de capital para corporações com más classificações de

rating.

II.3.5 Os FPIs:

Sobre as melhores formas de entrada de capital estrangeiro no mercado

local por meio de capital próprio, diversos autores mencionam as vantagens dos

chamados FPIs (portfolios internacionais de investimentos), onde investidores

estrangeiros aplicam dinheiro indiretamente nos mercados locais. Tais portfolios

possuem os atributos essenciais de divisão eficiente de riscos e matching de fluxos de

caixa, provendo a forma pura de capital de risco ao dividir riscos específicos da

empresa, do país e também os riscos mundiais entre aplicadores e emissores de

títulos.

Os FPIs ajudam a melhorar o acesso às bolsas de valores estrangeiras e a

reverter a fuga de capital. Eles impactam positivamente o crescimento econômico de

longo prazo através de suas contribuições ao melhor desenvolvimento do mercado

local. Tal desenvolvimento é permitido graças à demanda por informações mais claras

e detalhadas, à melhor regulamentação comercial, ao aumento da confiança do

investidor local e externo e à exigência de uma governância corporativa mais apurada.

Segundo Miler (1998), os riscos de investimento podem ser partilhados no caso dos

FPIs, o que não ocorre com os empréstimos bancários. Além disso, os FPIs tendem a

baixar o custo doméstico de capital, a melhorar avaliações de projetos e práticas de

gestão de risco.

Segundo Stulz, em 1996 os investidores aplicaram menos que um por

cento dos seus ativos em mercados emergentes, o que equivaleria na época a

aproximadamente U$ 120 bi.

7 Doravante denominados simplesmente como ABS

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No Brasil, a partir de maio de 1991, os FPIs passaram a ser

regulamentados pela Resolução 1832 - Anexo IV da CVM, que permitia a instituições

estrangeiras serem proprietárias de no máximo 49% das ações ordinárias e 100% das

ações preferenciais. Foram estabelecidas mais algumas limitações, como a proibição

de aquisição de ações preferenciais da Petrobrás e de ações ordinárias dos bancos

nacionais.

II.3.6 O Mercado de ADRs:

O ADR (American Depositary Receipt) é um dos instrumentos de captação

de recursos internacionais, por meio de equity, mais conhecidos entre as companhias

de mercados emergentes, interessadas em buscar novas fontes de capital nos

Estados Unidos. Os ADRs negociados fora do mercado americanos são chamados de

GDRs (Global Depositary Receipts), e foram criados em 1927 por J.P. Morgan como

uma medida para que os investidores americanos pudessem participar da bolsa de

valores de Londres.

É um certificado negociável emitido por um banco depositário de um título

não americano. As cotas de títulos estabelecidas neste certificado são mantidas, pelo

custodiante do depositário, fora da negociação no mercado originário da empresa não

americana. São registradas no SEC americano e passam a ser negociados como

qualquer outro título americano, tendo sua cotação e seus dividendos expressos em

dólar.

Na última década, o número de programas de dupla-listagem (com ADRs)

aumentou vertiginosamente no mercado norte-americano, segundo Miller (1999). Até o

final de 1994, mais de 800 empresas patrocinaram programas de ADRs,

representando um aumento de 756% desde 1986. Só em 1994 foram lançados 289

novos ADRs de 44 países, sendo que 209 empresas não-americanas que

patrocinaram os programas são de países emergentes, perfazendo 73% do total de

patrocinadores.

Antigamente os programas de DRs eram iniciados com a requisição dos

investidores, sem a autorização da companhia. Estes programas “não-patrocinados”

podiam ter múltiplos agentes que faziam a inscrição, transferência e pagamento dos

papéis. Nos anos 50, diversas empresas de mineração australianas e sul-africanas

resolveram patrocinar programas de DRs, assinando contratos de exclusividade com

os respectivos depositários. Deste modo, as companhias exerciam um maior controle

sobre os DRs referentes as suas próprias ações. Só a partir de 1983 o SEC passou a

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30

exigir que todos os novos programas de ADR deveriam ter a aprovação das empresas

para que fossem estabelecidos.

Estes papéis oferecem vantagens aos investidores americanos à procura

de diversificação dos seus portfolios, ao permitir investimentos em países que

possuem acesso restrito ao mercado primário como é o caso da Coréia. O banco

depositário é responsável pela distribuição dos demonstrativos financeiros aos

investidores. Além disso os programas forçam uma maior transparência da empresa,

de acordo com os princípios contábeis americanos.

O Quadro 2 resume as características principais dos programas de ADR

por mercado, princípios contábeis, registro no SEC, capital angariado, tempo para se

completar o processo e custos.

A forma mais barata de uma empresa emitir ADR é pelo programa de nível

I. Os ADRs de nível I são negociados no mercado de balcão americano e em algumas

bolsas fora dos Estados Unidos. Por preencher os requisitos de isenção 12g3-2(b) do

Exchange Act de 1934, a empresa não precisa obedecer às normas do US GAAP ou

ao completo disclosure exigido pela SEC. Miller afirma que 56% dos aproximadamente

1500 programas de ADRs são classificados como de nível I.

Os ADRs de nível II são negociados na NASDAQ, AMEX ou NYSE, e são

usados por empresas à procura de maior liquidez nos seus papéis e maior

reconhecimento por parte dos investidores, mas exigem maiores gastos. O custo

inicial de implementação deste programa excede US$1 milhão. Empresas que emitem

o nível II devem fazer a reconciliação contábil de acordo com as normas do GAAP,

divulgar demonstrativos trimestralmente e atender aos requisitos de listagem

particulares de cada bolsa em que são negociadas. Devido ao alto custo e aos

requisitos de divulgação mais severos, muitas empresas escolhem o nível I ao invés

dos demais programas.

Os ADRs se transformaram num dos mais populares instrumentos de

obtenção internacional de capital. Só em 1994, mais de US$20 bilhões foram obtidos

por meio das dupla-listagens, incluindo 77% de todo o capital obtido pelas empresas

localizadas nas economias emergentes.

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QUADRO 2 - Características dos programas de DR negociados nos EUA

Nível I Nível II Nível III 144a

Bolsa Primária OTC „pink

sheets‟

NYSE, AMEX

ou NAsDAQ

NYSE, AMEX

ou NAsDAQ

PORTAL

Princípios

Contábeis

Padrões do

País de

Origem

US GAAP US GAAP Padrões do

País de Origem

Registro no SEC Isento Registro

completo

Registro

completo

Isento

Emissão de

Ações

Somente

Ações

existentes

(oferta pública)

Somente

Ações

existentes

(oferta pública)

Nova Emissão

(oferta pública)

Nova Emissão

(oferta privada)

Tempo de

processamento

10 semanas 10 semanas 14 semanas 16 dias

Custos U$25.000 U$200.000-

700.000

U$500.000-

U$2.000.000

U$250.000-

U$500.000

Das empresas não-americanas que emitem títulos nos EUA é exigido que divulguem

periodicamente seus demonstrativos sob as regras do Exchange Act de 1934, que

estabelece tal obrigatoriedade no caso de os papéis da companhia serem mantidos por

um número de pessoas maior que 500, das quais 300 ou mais residentes nos EUA.

Exige divulgação de demonstrativos trimestrais, de acordo com o relatório 20-F do US

Generaly Accepted Accounting Principles. Nível I e 144a são elegíveis para uma

isenção do tipo 12g3-2(b) desta exigência, e devem somente fornecer à SEC cópias

das informações prestadas pela companhia no seu país de origem. ADRs ofertadas de

forma privada também são elegíveis à isenção do tipo 12g3-2(b). Eles são negociados

entre os Qualified Institutional Buyers de acordo com a regra 144a da SEC.

Fonte: Global Offerings of Depositary Receipts, A Transaction Guide (The Bank of New

York, 1995) apud Miller (1999)

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Os ADRs de nível III permitem emissão de novas ações por meio de oferta

pública na NASDAQ, AMEX ou NYSE. O emissor registra a oferta de acordo com o

Securities Act de 1933 e divulga demonstrativos de acordo com o Exchange Act de

1934. A empresa deve obedecer todos os requisitos de disclosure da SEC, além das

normas do GAAP, reportar trimestralmente, além é claro, de cumprir as exigências da

bolsa onde a negociação será feita. Os programas II e III exigem o cumprimento do

relatório 20-F, que é similar ao 10-K. Em junho de 1995, havia 329 programas de DRs

níveis II e III listados na NYSE, NASDAQ e AMEX. Em 1994, mais de 11 bi foram

obtidos via nível III, um aumento de 633% desde 1990.

Finalmente, os ADRs regra 144a (RADRs) são aqueles que permitem nova

emissão de ações via oferta privada. A regra 144a foi adotada pela SEC em abril de

1990 para aumentar a liquidez dos ADRs ofertados de modo privado permitindo que

os QIBs8 negociem entre si sem restrições de propriedade. A SEC define os QIBs

como instituições que administram pelo menos US$100 mi em títulos. Antes da regra

144a, os ADRs só podiam ser revendidos após três anos de propriedade. Atualmente,

os RADRs são negociadas no PORTAL, uma sistema com tela de negociação

automática desenvolvido pela NASD para permitir a negociação secundária dos títulos

144a. Apesar de tais medidas, o mercado de 144a ainda não tem liquidez, com a

maioria das negociações feitas nos mercados offshores desregulados. A maior

vantagem do 144a é que ele está isento das exigências do Exchange Act de 1934

podendo, portanto, ser usados para captar dinheiro sem obedecer às normas de

publicação de demonstrativos e de transparência de oferta pública americana. Em

1994, mais de US$8 bi foram obtido usando os ADRs 144a, um aumento de 980%

desde 1990.

De acordo com Reese (2000), enquanto a grande maioria prefere emitir

papéis no mercado americano por meio de ADRs, algumas empresas canadenses e

israelenses optam por emitir diretamente. Os requisitos de listagem e de divulgação de

documentos são os mesmos que no caso das ADRs, no resto os detentores do papéis

que não as ADRs não têm os mesmos benefícios.

Na seção II.4 será discutida a metodologia que servirá de ferramenta para

mensuração dos efeitos da emissão internacional, que é o estudo de eventos. Estão

listados nesta parte do trabalho os modelos de geração de retornos mais encontrados

na literatura pesquisada.

8 Qualified Institucional Buyer

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33

II.4 ESTUDO DE EVENTOS:

Uma vez já discutidos os aspectos da teoria de custo de capital que

fundamenta a emissão internacional de títulos e os instrumentos de captação em

mercados externos, serão vistos na seção II.4 os fundamentos da metodologia mais

utilizada na mensuração de variações não só no custo de capital, mas também em

outros indicadores econômico-financeiros: o estudo de eventos.

Segundo Campbell (1997), esta metodologia é bastante empregada em

estudos na área de finanças porque permite certa flexibilidade não só em assuntos

relacionados a um determinado setor ou empresa como também em assuntos que

tenham maior abrangência macro-econômica. Alguns exemplos incluem fusões e

aquisições, anúncios de resultados de exercícios financeiros, de pagamento de

dividendos, anúncio de alguma variável macro-econômica, mudanças na legislação,

etc. Em grande parte das aplicações o foco do estudo está no efeito de algum evento

conhecido no preço de um ativo ou de um grupo de ativos financeiros.

O objetivo com o emprego desta metodologia nas pesquisas sobre custo

de capital é verificar variações significantes no valor da companhia emissora em um

período em torno da data de dupla-listagem. Neste período, denominado janela do

evento, presume-se que os retornos das ações da empresa emissora, negociadas na

bolsa local, tenham tido um componente não explicado por um dado modelo de

geração de retornos. Na seção II.4.1 estão descritos os principais modelos de geração

de retornos empregados em estudos de eventos.

Estes modelos são necessários para a determinação dos resíduos, ou

retornos anormais, na janela do evento. A identificação precisa das datas em que

ocorrem os eventos proporciona uma redução no tamanho da janela. Portanto, o

tamanho ideal da janela do evento depende de um eventual desdobramento da

informação relevante em uma série de anúncios, da freqüência de transações,

principalmente após o evento e do risco em se captar na janela em questão

movimentos anormais não provenientes da informação estudada.

II.4.1 Modelos de Geração de Retornos:

Conforme explicado anteriormente, no período que abrange um

determinado evento, denominado janela do evento, presume-se que os retornos das

ações das companhias abertas, negociadas na bolsa local, têm um componente não

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explicado por um dado modelo de geração de retornos. Tal componente não

explicado, ou retorno anormal, pode ser determinado do seguinte modo:

t,iRAtt,it,i XRER

onde t,iRA , Ri,t e E(Ri,t) são, respectivamente, os retornos anormal, real e esperado do

título i na data t. Xt é a informação condicional do retorno esperado.

Pode-se utilizar um modelo de retorno médio constante, ou modelo de

média constante, onde o tt,i XRE seria constante e igual à média dos retornos do

título num dado período de tempo, como é mostrado na equação abaixo:

it,it,i RRA

Já o modelo de retornos ajustados ao mercado empregado por Lerner (1999),

e adotado também no presente trabalho, admite que o retorno anormal ou excessivo é

representado pela diferença entre o retorno da ação i na data t e o retorno baseado

em um índice de mercado na mesma data:

t,mt,it,i RRRA

O modelo de mercado também é bastante empregado na determinação do

retorno anormal. Supondo normalidade dos retornos de um ativo i, temos:

t,it,miit,i RR

0E t,i

2

t,i iVar

onde Ri,t e Rm,t são, respectivamente, os retornos do título i na data t e da carteria de

mercado na mesma data t. O termo i,t representa o resíduo aleatório com valor

esperado nulo. Os termos i, i, e 2

i são os parâmetros do modelo.

Segundo Campbell (1997), o modelo de mercado representa uma melhoria

importante em relação ao modelo do retorno médio constante, na medida em que o

primeiro, ao remover a porção do retorno que é relacionada à variação do retorno de

mercado, induz a uma redução da variância do retorno anormal. Para o autor, tal fato

pode melhorar a sensibilidade da metodologia em captar alterações no valor das

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companhias provocadas por eventos isolados. O benefício oriundo do uso do modelo

de mercado depende do R2 da regressão. Quanto maior o coeficiente de determinação

R2, maior será a redução da variância do retorno anormal, como pode ser visto na

equação a seguir:

SQT

SQE1R2

onde SQT é a soma dos quadrados dos desvios da variável dependente Ri,t em

relação ao retorno médio no período, não sendo influenciado, portanto pela escolha do

modelo de regressão. O termo SQE representa a soma dos quadrados dos resíduos

da regressão tendo com variável independente o retorno da carteira de mercado Rm,t.

A redução do termo SQE indica redução da variância dos retornos anormais, já que:

2T

SQE2

i

onde T é o tamanho da amostra.

O modelo de mercado apresentado é um modelo de um fator. Pode-se

incluir um segundo fator no intuito de se reduzir a variância dos resíduos. Por exemplo,

ao se trabalhar com uma amostra composta de empresas pertencentes a uma única

indústria, o segundo fator a ser incluído seria um índice do setor. Neste modelo de

dois fatores não só a variância do retorno anormal poderia ser significativamente

reduzida, mas também o retorno anormal assumiria valores menores em módulo ao

longo do tempo. Entretanto, se for mantido o modelo de um fator, a variância dos

retornos anormais será maior, mas também a magnitude dos retornos anormais será

elevada, mantendo-se praticamente constante o coeficiente de variação dos retornos

anormais. Portanto, a estatística teste dos retornos anormais não sofreria grande

influência com tal ampliação do modelo. Tal idéia é defendida por Campbell (1997),

que comenta no seu livro que a redução da variância dos resíduos não costuma ser

significativa.

Além de ser plenamente utilizado em estudos na área de Finanças, o

modelo de mercado de um fator também é tomado como base para o desenvolvimento

de dois outros modelos que levam em consideração uma eventual baixa freqüência de

transações dos papéis que compõem a amostra, que são o modelo de Scholes e

Williams e o modelo de Dimson.

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O modelo proposto por Scholes e Williams (1977), que modificaram o

modelo de mercado descrito anteriormente, e utilizado em estudo de eventos

anteriores, como, p.ex. Costa et al. (1998), leva em consideração a ocorrência de

dados não sincronizados no período de estudo. Ele admite a influência dos retornos do

índice de mercado defasados (t-1) e adiantados (t+1) no retorno de um dado título no

dia t.

Segundo Scholes e Williams (1977), o fato de se utilizar dados diários na

determinação do beta do modelo de mercado induz a um erro econométrico. Muitos

títulos listados em bolsa têm baixa freqüência de negociação, o que dificulta a

determinação dos retornos em intervalos de tempo constantes. Tal impedimento

ocasiona um viés no cálculo dos coeficientes do modelo de mercado.

O modelo dos coeficientes agregados de Dimson é semelhante ao método

de S&W. Dimson, apud Costa Jr. et al. (1993), sugere uma regressão linear múltipla

tendo como variáveis independentes os retornos do índice de mercado em séries

defasadas e adiantadas em k períodos de tempo. Os coeficientes dos modelos de

Dimson e S&W são determinados na chamada janela de estimação de parâmetros,

que antecede a janela do evento.

Um modelo também bastante conhecido em Finanças é o CAPM. De

acordo com Haugen (1997), o modelo do CAPM (Capital Asset Pricing Model) assume

que o retorno exigido pelo acionista é determinado em função do risco sistemático. Tal

modelo baseia-se num trade-off entre duas variáveis, onde o investidor admite uma

compensação entre risco e retorno. Neste caso, o risco sistemático é medido por um

coeficiente de sensibilidade do retorno da ação em relação ao retorno de uma

carteira de mercado, onde estejam ponderados os rendimentos de todos os papéis

negociáveis de acordo com seus respectivos valores de mercado.

O CAPM era bastante utilizado em estudo de eventos nos anos 70.

Durante os últimos anos, entretanto, desvios provocados pelo uso do CAPM

colocaram em dúvida a validade das restrições impostas pelo modelo, segundo

Campbell (1997).

II.4.2 Determinação do Tamanho das Janelas de Estimação e do Evento:

De acordo com Thompson (1995), são normalmente usados períodos de

estimação de 250 dias para retornos diários e 60 meses para retornos mensais. Há

também algumas alternativas que envolvem o uso de janelas de estimação após o

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evento. Uma vez determinado o período de estimação, os parâmetros relevantes do

processo de geração de retornos são calculados.

A identificação precisa das datas em que ocorrem os eventos proporciona

uma redução no tamanho da janela. Entretanto, nos casos em que um evento se

desdobra em uma pequena série de anúncios, deve-se comparar entre as vantagens

da diminuição dos erros de estimação ao se focalizar somente o dia da informação

mais importante e a possibilidade da não captação da verdadeira reação do mercado,

segundo Thompson (1995).

Segundo Lerner (1999) a data base para o início da negociação de ADRs

no exterior é a aprovação do registro pela Comissão de Valores Mobiliários. Portanto,

a informação sobre a intenção de listagem pode ser desencadeada em uma série de

sub-eventos que englobam a inscrição e a concessão de registro na CVM. Após o

registro, a companhia tem livre escolha sobre o momento adequado de inscrição e

registro no SEC, dependendo do tipo de ADR.

II.4.3 Testes de Hipótese aplicados em Estudos de Evento:

A estatística-teste para verificação de significância dos retornos anormais

diários agregados ou de uma única ação pode ser representada pela seguinte

equação:

)RA(

t

t

RAteste

Para testes de hipóteses de retornos diários agregados acumulados, a

estatística teste se torna a razão entre o CAR9 e seu respectivo desvio-padrão

estimado, que é dado por:

21

0t

RA

teste

Onde é a matriz de covariâncias mostrada anteriormente e

representa o vetor unitário. O denominador da equação acima é, simplesmente, a

soma de todos os termos da matriz de covariâncias para cada CAR na janela do

evento.

9 CAR – Retorno Anormal Acumulado em inglês.

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38

Supondo autocorrelação nula entre os retornos anormais da janela do

evento a equação anterior se resumiria a:

21

0t

RA2

0t

RA

teste

Onde os termos no denominador representam o desvio-padrão para cada

retorno anormal computado no retorno acumulado, que é obtido na janela de

estimação.

De acordo com Campbell (1997), a autocorrelação pode ser oriunda de

dois fatores: quando há sobreposição das janelas do evento ou quando as empresas

são de um mesmo setor. No caso de sobreposição, ou até mesmo das datas do

evento, como nos exemplos estudados por Collins (1984), podem existir covariâncias

não-nulas entre os retornos anormais agregados da carteira de ações em estudo.

Segundo o autor, nestes casos é recomendável uma análise individual dos títulos que

compõem a amostra. No caso de haver concentração da amostra em uma indústria,

pode-se utilizar um segundo fator, que seria um índice específico para o setor, no

intuito de se reduzir a variância dos resíduos. Entretanto, esta redução não costuma

ser significativa, de acordo com Campbell (1997).

Collins (1984) avaliou a gravidade dos problemas provenientes dos

retornos correlacionados contemporâneos quando um evento contábil ocorre em um

mesmo dia e pode impactar as ações de empresas de um mesmo setor. Este seria o

caso, por exemplo, dos efeitos de alguma medida adotada pela SEC ou alguma

mudança na política contábil do APB10 e do FASB11.

Por meio de técnicas analíticas e de simulação, o autor tira conclusões

proveitosas a respeito dos erros de inferência ao se fazer testes que não levem em

consideração os elementos não-nulos, fora da diagonal principal, da matriz de

covariâncias.

10

Accounting Principles Board 11

Financial Accounting Standards Board

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39

Um modelo de mercado de um fator é utilizado na regressão com retornos

semanais num período de 100 semanas de julho de 1975 a junho de 1977 para todos

os títulos que constam no arquivo de retornos diários do CRSP, com dados completos

para este intervalo de tempo. Carteiras compostas de um, cinco e dez títulos foram

montadas dentro de cada código SIC de três dígitos, e os resíduos das regressões do

modelos de mercado foram correlacionados com resíduos de outras carteiras de

mesmo tamanho, dentro da mesma classificação de três dígitos.

No nível de títulos individuais, a correlação contemporânea dos retornos

residuais é relativamente modesta, com 50% das amostras de pares de títulos com

correlações menores que 0,16, sendo que a média ficou em torno de 0,18.

Adicionando títulos às carteiras há uma redução das variâncias dos resíduos em

relação às covariâncias, resultando em níveis maiores de correlação entre os pares de

carteiras. Para pares de carteiras compostas por cinco títulos, a correlação média gira

em torno de 0,50, enquanto que os pares de carteiras com dez papéis a média

aumenta para 0,66. No caso de portfólios maiores, como o de 50 papéis, p. ex., a

correlação média atinge o valor de 0,85. O autor deixa claro que o problema da

correlação é maior em portfólios de uma única indústria do que em títulos individuais.

O Quadro 3, desenvolvido por Collins (1984), ilustra bem o viés nos

desvios-padrão da distribuição amostral teórica dos retornos residuais médios que

pode resultar ao se aplicar procedimentos de estimação que não levem em conta as

correlações no dados. Os resultados estão dispostos por tamanhos da amostra, por

níveis de correlação, sendo que as variâncias dos retornos foram assumidas como

equânimes para todos os papéis. Para cada caso, o desvio-padrão é computado de

duas formas: uma sob a premissa de que as observações amostrais são

independentes, isto é, os termos de covariâncias são nulos, a outra admitindo-se os

casos em que a correlação é incorporada ao desvio-padrão via termos de

covariâncias. Os valores tabelados representam a razão entre o primeiro e o segundo

desvio-padrão.

Percebe-se no Quadro 3 que não só o tamanho da amostra, mas também

o nível de correlação entre os dados afetam o grau de subestimação do desvio-

padrão. Por exemplo, quando o nível de correlação é de 0,2 e o tamanho da amostra é

de 10 títulos, procedimentos de estimação que ignoram a correlação positiva nos

retornos geram estimativas do desvio-padrão em torno de 60% do valor correto.

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40

QUADRO 3 - Razão x (independência) / x (dependência) para vários níveis de

correlação e tamanho de amostra.

Correlação

( )

Tamanho da Amostra

5 10 20 40 60 80 100 150 200

0,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00

0,10 0,8452 0,7255 0,5872 0,4518 0,3807 0,3352 0,3029 0,2508 0,2187

0,20 0,7454 0,5976 0,4564 0,3371 0,2795 0,2440 0,2193 0,1802 0,1566

0,30 0,6742 0,5199 0,3863 0,2806 0,2312 0,2012 0,1805 0,1479 0,1284

0,40 0,6202 0,4663 0,3410 0,2454 0,2016 0,1751 0,1569 0,1285 0,1114

Fonte: Collins et alii (1984), reprodução parcial.

Segundo Brown (1985), para testes de hipóteses em vários intervalos

diários, como é o caso dos retornos diários acumulados (CARs), há evidência de que a

especificação da estatística teste é melhorada utilizando um procedimento para se

ajustar a variância estimada, de modo que reflita a autocorrelação na série temporal

dos retornos anormais diários agregados.

Entretanto, os benefícios são pequenos no caso de amostras de empresas

de vários setores, sendo esse procedimento mais aplicável no caso de amostras com

características comuns, como, p.ex., o fato de pertencerem a uma mesma indústria,

exatamente o que Collins (1984) defende. Segundo Brown (1985), a existência de

negociações não sincronizadas, que induziriam a autocorrelação, podem apresentar

uma certa influência, ainda que limitada, na escolha de uma metodologia apropriada.

Se for levada em conta a autocorrelação, o denominador da estatística

teste passa a ser a raiz quadrada da soma dos termos da matriz de covariâncias,

representada pela letra na equação abaixo, dos retornos anormais computados no

CAR:

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41

RARA,RAcov

RARA,RAcov

RA,RAcovRA,RAcovRA

2

0

1

2

01

0100

2

Na matriz acima, todos os termos são calculados com base na janela de

estimação. Os termos da diagonal têm o mesmo valor e representam a variância dos

retornos anormais na janela de estimação. Os termos fora da diagonal principal

representam as covariâncias entre os retornos pertencentes ao intervalo admitido para

cada CAR da janela do evento.

A matriz de covariância terá ordem n para CARn onde n é o número de

dias com retornos acumulados no CAR. Os termos fora da diagonal principal são

determinados do seguinte modo:

)RA()RA()RA,RA()RA,RAcov( LttLttLtt

Onde L é o lag entre os retornos anormais. O coeficiente de autocorrelação

de lag L, L é calculado no período de estimação de 126 dias. Para verificar a

siginificância de L, Brown (1985) recomenda o seguinte critério de Box-Jenkins

abaixo:

LT

0,2L

Ainda segundo o autor, o processo de estimação das autocorrelações é

iniciado com lag igual a 1 e continua se, e somente se, L é significante. Se não for,

todas as autocorrelações seguintes são automaticamente zeradas. Uma vez

completada a estimação, é verificado se as estimativas de L implicam que a matriz de

autocovariâncias seja positiva definida, pois caso contrário todos os valores de L são

restringidos a zero.

Na próxima seção será apresentado um breve panorama do setor de Papel

e Celulose, com objetivo de mostrar o porte das companhias mais importantes desta

indústria e, além disso, apontar a necessidade de obtenção capital a custo baixo.

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42

II.5 O SETOR DE PAPEL E CELULOSE:

O Brasil é o sétimo maior produtor de celulose, respondendo por 4,6% do

total produzido no mundo, através de um parque industrial composto por cinco plantas.

Na liderança encontra-se os EUA com 36,2% do total. De toda produção brasileira de

celulose, cerca de 50% destina-se à conversão em papel, caixas de papelão ondulado

e produtos de papel. Dentre as diversas categorias produzidas no Brasil, o papel

embalagem representa 45% do total. Além disso, o país se classifica como o maior

exportador de celulose fibra curta branqueada de eucalipto, tendo a Europa como

principal importador, com mais de 40% do total da celulose brasileira embarcada.

Apesar disso, o Brasil necessita importar o papel imprensa, já que a capacidade

instalada nacional neste segmento cobre apenas metade do consumo interno. Outro

ponto relevante é o baixo consumo per capita anual de papel no Brasil, atualmente em

39 kg/habitante, bem abaixo dos EUA, que mostra um consumo de 347 kg/habitante,

segundo dados obtidos em relatórios setoriais apontados na Bibliografia desta

dissertação.

O setor de Papel e Celulose oferece uma grande variedade de produtos,

utilizados na fabricação de embalagens, artigos gráficos e bens de consumo. A

celulose utilizada na produção destes itens é classificada em quatro tipos: fibra longa

branqueada e não branqueada, utilizadas na fabricação de papéis mais resistentes,

empregados em embalagens; e fibra curta branqueada e não branqueada, utilizadas

em produtos mais flexíveis, como papel de imprimir e escrever, papéis sanitários,

papéis especiais, etc. Existem ainda as fibras recicladas, utilizadas juntamente com as

fibras naturais em papéis menos sofisticados, normalmente papéis de embalagens,

alguns tipos de papel cartão e de papel imprensa.

Esta indústria é caracterizada pela necessidade de grandes aportes de

capital nas suas operações, o que obrigaria, provavelmente, a busca de instrumentos

financeiros de menor custo.

O ano de 2000 foi caracterizado como o fim do ciclo de baixa no setor, com

o mercado mostrando plena recuperação. Os estoques foram reduzidos no ano de

1999, atingindo o nível de 1,1 milhão de toneladas em dezembro. A operação de

novas fábricas de papel na China e na Indonésia contribuíram para a mudança do

cenário. De janeiro de 1999 a dezembro de 2000, o preço da celulose de fibra curta

subiu 64,3% no mercado mundial.

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43

As principais empresas brasileiras de capital aberto no setor são a Aracruz

Celulose S.A., a Bahia Sul Celulose S.A., a Companhia Suzano de Papel e Celulose

S.A., a Votorantim Celulose e Papel S.A. e a Indústrias Klabin de Papel e Celulose

S.A.. O custo de produção destas empresas é classificado entre os menores do

mundo, segundo relatório da Corretora Lopes Filho e Associados. Entretanto, ainda

segundo o relatório, a escala de produção é reduzida em relação aos grandes

concorrentes mundiais.

O aprofundamento de estudos sobre o tema de captação de recursos

(custo de capital) pode permitir uma melhor visualização das possibilidades de

melhoria da competitividade das empresas nacionais na arena mundial. Na opinião de

Chowdhry (1999), particularmente no caso das companhias exportadoras, a estratégia

de internacionalização da estrutura de capital facilitará a rápida adaptação às

constantes mudanças no mercado global, além de oferecer um eficiente instrumento

natural de proteção ao risco cambial, através do “casamento” de fluxos de caixa no

caso de emissão de títulos de dívida.

Conforme mostrado no quadro 4, todas as grandes empresas do setor de

papel e celulose possuem percentuais consideráveis de receita e empréstimos em

moeda estrangeira. A Bahia Sul possuía 65,9% dos empréstimos e financiamentos em

moeda estrangeira para 74,26% do volume de vendas para o mercado externo em

1999. A Aracruz vendeu 95% da sua produção em 1999 para o mercado externo,

enquanto quase 80% do total da dívida da companhia era em moeda estrangeira. A

Votorantim apresentou em seus resultados no mesmo ano um percentual de 44,95%

das vendas totais para o mercado externo, com um percentual de dívida em moeda

estrangeira de 74,8%.

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44

QUADRO 4 – Percentuais de Receita e Empréstimos em R$ e US$, para cada

uma das cinco empresas da amostra em estudo.

Bahia Sul Celulose S.A.

1999 1998 1997 1996

Empréstimos e Financiamentos (em mil reais) 1.034.538 921.133 996.295 1.087.472

% do Total em moeda nacional 34,10% 43,65% 45,96% 51,45%

% do Total em moeda estrangeira 65,90% 56,35% 54,04% 48,55%

Volume de Vendas (em mil toneladas) 617,7 513,3 544,6 523,7

% do Total p/ Mercado Interno 25,74% 29,10% 28,34% 2

% do Total p/ Mercado Externo 74,26% 70,90% 71,66% 2

Aracruz Celulose S.A.

1999 1998 1997 1996

Empréstimos e Financiamentos (em mil reais) 1.549.281 1.875.552 1.547.934 1.354.017

% do Total em moeda nacional 20,05% 18,18% 21,08% 25,62%

% do Total em moeda estrangeira 79,95% 81,82% 78,92% 74,38%

Volume de Vendas (em mil toneladas) 1265,3 1154,0 1092,0 1101,0

% do Total p/ Mercado Interno 5,00% 6,00% 2 2

% do Total p/ Mercado Externo 95,00% 94,00% 2 2

Votorantim Celulose e Papel S.A.

1999 1998 1997 1996

Empréstimos e Financiamentos (em mil reais) 1.219.755 1.170.400 888.657 673.599

% do Total em moeda nacional 25,20% 27,17% 21,58% 23,41%

% do Total em moeda estrangeira 74,80% 72,83% 78,42% 76,59%

Volume de Vendas (em mil toneladas) 824,9 751,0 673,9 514,6

% do Total p/ Mercado Interno 55,05% 52,50% 56,34% 65,74%

% do Total p/ Mercado Externo 44,95% 47,50% 43,66% 34,26%

Companhia Suzano de Papel e Celulose 1

1999 1998 1997 1996

Empréstimos e Financiamentos (em mil reais) 1.563.282 1.668.041 1.223.369 2.089.644

% do Total em moeda nacional 35,16% 52,08% 53,03% 54,95%

% do Total em moeda estrangeira 33,71% 27,78% 32,11% 23,81%

Volume de Vendas (em mil toneladas) 553,0 527,0 478,0 449,0

% do Total p/ Mercado Interno 2 75,01% 74,90% 2

% do Total p/ Mercado Externo 2 24,99% 25,10% 2

Indústrias Klabin de Papel e Celulose S.A.

1999 1998 1997 1996

Empréstimos e Financiamentos (em mil reais) 1.479.962 1.185.464 1.173.669 968.154

% do Total em moeda nacional 29,33% 36,63% 36,07% 35,17%

% do Total em moeda estrangeira 70,67% 63,37% 63,93% 64,83%

Volume de Vendas (em mil toneladas) 1360,0 1316,0 1274,0 1221,0

% do Total p/ Mercado Interno 67,70% 67,74% 66,33% 67,45%

% do Total p/ Mercado Externo 32,30% 32,27% 33,67% 32,53% Notas:

1- Os Dados são da Controladora

2- Informações não encontradas nas respectivas DFPs

Fonte: Demonstrações Financeiras Padronizadas obtidas nos sites das empresas e da CVM.

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45

II.6 SÍNTESE DA REVISÃO DE LITERATURA:

No decorrer deste capítulo foram expostas algumas teorias e pesquisas

sobre o tema custo de capital no intuito de coletar possíveis explicações para a

estratégia de emissão internacional de títulos por parte das companhias locais como

forma de diminuição do custo global de captação. Foram apontadas também não só as

teorias sobre o assunto, mas os instrumentos normalmente utilizados em captações

internacionais.

A coexistência de diversos modelos de geração de retornos presentes nas

metodologias de estudos de eventos visitadas mostram a possibilidade de conclusões

adversas a respeito da hipótese de segmentação de mercados financeiros. Não foi

encontrada menção, em toda a literatura visitada, sobre tal problema da influência do

modelo adotado.

No Quadro 5 é apresentado um breve panorama da argumentação teórica

abrangida nesta dissertação, estando sublinhadas aquelas mais contundentes, além

do instrumento de captação e dos modelos confrontados utilizados na implementação

prática do estudo, como será visto no capítulo III.

QUADRO 5 – Panorama Teórico sobre os Fundamentos das Teorias de Custo

de Capital, seus Instrumentos e Métodos de Mensuração.

Internacionalização

1. Liberdade do Fluxo de Capitais, Wolf apud Drache (1999).

2. Mercado Global Interdependente, Dahrendorf, apud Drache

(1999).

3. Fruto do Liberalismo Americano, Blank, apud Drache

(1999).

4. Importância às exportações nas economias locais, Bairoch

apud Drache (1999).

5. Rearranjo espaço-temporal que influencia as relações de

mercado, Drache (1999).

6. Melhor integração mundial de produção e mercados,

Gundlach (1995).

7. Estabelecimento de bases operacionais em outros países,

Markusen (1999) e Chowdhry (1999).

Principais Teorias

sobre Custo de

Capital

1. Teoria da Ordem de Captação, Myers apud Barclay (1999).

2. Teoria da Sinalização, Jensen, apud Barclay (1999).

3. Teoria da Assimetria, Barclay (1999).

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46

4. Hipótese de Segmentação e Integração de Mercados

Financeiros, Stulz (1997), Eiteman (1998), Serra (1997).

5. Emissão Internacional como forma de sinalização aos

investidores no sentido de maior transparência, Reese

(2000).

Principais

Pesquisas sobre

Custo de Capital

Investidores Locais estariam dispostos a emitir títulos

internacionais se fosse constatado a redução no WACC, Eid

Júnior (1996).

Aumento significativo de valor após a listagem, Serra (1997).

Diminuição da volatilidade após a listagem, Bekaert e Harvey

(1997b).

Aumento significativo de valor após a listagem, Kim e Singal

(2000).

Instrumentos

Internacionais de

Captação

Commercial Papers

High-Yields

Eurobonds

Empréstimos Sindicalizados

Medium-term notes 415

Asset Backed Securities

FPIs – Anexo IV

ADRs/GDRs

Estudos de Evento

Modelos de

Geração de

Retornos

1. Retorno Médio Constante ou Retornos Ajustados pelo

Retorno Médio, Lerner (1999).

2. Retornos Ajustados ao Mercado, Serra (1997).

3. Modelo de Mercado, Campbell et al. (1997).

4. Scholes e Williams, Scholes e Williams (1977).

5. Coeficientes Agregados de Dimson, Costa Jr. et al. (1993).

6. CAPM, abordado por Haugen (1997).

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47

CAPÍTULO III

METODOLOGIA

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48

Neste capítulo serão detalhados todos os aspectos importantes para

a aplicação da metodologia adequada para verificação das hipóteses da

pesquisa. Com base na teoria de estudo de eventos estudada na Revisão de

Literatura, aplicada no caso de emissão de ADRs, serão introduzidas nesta

parte do trabalho todas as equações econométricas empregadas. No início do

capítulo são indicadas as perguntas desta dissertação que guiarão a aplicação

dos modelos de geração de retornos e a posterior comparação dos resultados.

Com a definição das perguntas principais e de posse de todo o referencial

bibliográfico recolhido não só no que diz respeito às teorias que embasam a

estratégia financeira de emissões internacionais, mas também o conhecimento

necessário à aplicação da metodologia de estudo de evento, far-se-á na seção

III.2 a formulação das hipóteses econométricas testáveis estatisticamente. Na

seção III.3 é apresentada a amostra escolhida dentre as diversas companhias

brasileiras não-financeiras listadas na BOVESPA e que possuam emissão de

algum tipo de ADR.

E na busca das respostas às perguntas explicitadas, o restante do

capítulo III está estruturado de modo a fornecer todos os procedimentos

necessários à verificação das hipóteses formuladas, sendo diferenciados

apenas os três modelos escolhidos, que são os modelos de média constante, o

modelo de Scholes e Williams e o modelo dos coeficientes agregados de

Dimson.

III.1 TIPO DA PESQUISA:

De acordo com os conceitos propostos por Vergara (1998) esta

dissertação é do tipo metodológico quanto aos fins, pois se refere a instrumentos de

captação de uma realidade. Será utilizado um instrumento de mensuração do efeito de

um dado evento no custo de capital de cinco empresas do setor de P&C. Quanto aos

meios de investigação ela é ex post facto, dado que as prováveis manifestações no

indicador empregado, o valor das empresas, já ocorreram, em virtude das datas

passadas dos eventos.

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49

III.2 – PERGUNTAS DA PESQUISA:

Dada a relevância do estudo, conforme já mostrado na Seção II.3,

as perguntas a que a pesquisa se destina a responder são:

Há variação significativa no custo de capital das companhias abertas

brasileiras do setor de Papel e Celulose que tenham emitido ADR?

A resposta à primeira pergunta depende do modelo de geração de

retornos adotado?

Como na literatura visitada não há padronização do método de geração de

retornos, eventuais comparações ficam, em grande parte, prejudicadas. Tal

adversidade induziu à segunda pergunta da pesquisa, prioritária no desenvolvimento

da pesquisa, que é justamente sobre a influência do método de geração de retornos

adotado na detecção de retornos anormais significativos, no período que compreende

a janela do evento de emissão do ADR.

III.3 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES:

Como a teoria financeira preconiza que, se uma determinada empresa

sofre uma valorização no mercado de capitais sem aumento nos seus ganhos futuros,

isto indicaria uma redução no custo de capital, o indicador mais adequado poderia ser

o histórico do preço da ação mais líquida em bolsa. Com isso, as hipóteses são:

10 Grupo:

Ho - Não há variação significativa no custo de capital da empresa

de P&C em torno da data da listagem de ADR;

H1 - Há variação significativa no custo de capital da empresa de

P&C em torno da data da listagem de ADR;

20 Grupo:

Ho - Não há variação significativa no custo de capital da carteira

composta pelas cinco empresas de P&C em torno da data da listagem de

ADR;

H1 - Há variação significativa no custo de capital da carteira

composta pelas cinco empresas de P&C em torno da data da listagem de

ADR;

A comparação dos três modelos abrangerá os retornos agregados na

amostra no período que compreende a janela do evento, em torno da data de emissão

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50

dos ADRs. Porém, convém salientar ao leitor que as perguntas suscitadas não serão

respondidas de modo isolado, ou seja, a constatação de convergência ou não das

significâncias entre os três modelos escolhidos ficará automaticamente vinculada à

tentativa de se responder à primeira pergunta, que gerou os dois grupos de hipóteses

acima. Portanto, o primeiro passo será o de verificar se há retornos anormais

significativos na janela do evento obtidos por apenas um dos modelos.

A escolha do modelo média constante encontra fundamento na sua

simplicidade de tratamento econométrico e na freqüência com que é encontrado na

literatura de estudo de eventos em geral. Os modelos de Scholes&Williams e Dimson

chamam a atenção devido à grande preocupação com que abordam o problema da

pouca freqüência de transações, fato particularmente comum nos mercados de

capitais menos desenvolvidos.

III.4 UNIVERSO E AMOSTRA:

Como população foram avaliadas para composição da amostra todas as

empresas não-financeiras, isto é, aquelas que não atuam no setor de intermediação

financeira, que possuam ações negociadas na BOVESPA e algum tipo de emissão

internacional de ações no período de 1992 a 1999. Cabe ressaltar aqui que o termo

população é empregado em pesquisas científicas para definir o conjunto de elementos

que possuem as características que são objeto de estudo.

Das 33 empresas que atendiam aos pré-requisitos, em outubro de 2000,

verificou-se que o setor de Papel e Celulose apresentava 5 empresas de grande porte,

com uma parte considerável das suas respectivas receitas provenientes de

exportação, que são: a Aracruz, a Klabin, a Suzano, a Votorantim Celulose e Papel e a

Bahia Sul. Portanto, definiu-se uma amostra não-probabilística por acessiblidade, já

que as empresas foram escolhidas devido à facilidade de acesso.

III.5 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA

Na Revisão de Literatura foram descritos os três modelos que serão

empregados no estudo do evento emissão de ADR. Estes modelos são necessários

para a determinação dos resíduos, ou retornos anormais, na janela do evento.

Conforme já estudado na Revisão de Literatura, a identificação precisa das datas em

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51

que ocorrem os eventos proporciona uma redução no tamanho da janela. Portanto, o

tamanho ideal da janela do evento depende de um eventual desdobramento da

informação relevante em uma série de anúncios, da freqüência de transações,

principalmente após o evento e do risco em se captar, na janela em questão,

movimentos anormais não provenientes da informação estudada.

Nas próximas seções deste capítulo será detalhado não só o tratamento

dos dados utilizados como base para esta pesquisa, mas também algumas descrições

essenciais sobre as fórmulas empregadas para determinação de estimadores dos

coeficientes de Dimson e de S&W.

Questões relativas a eventuais problemas originados pelas

autocorrelações dos resíduos na janela do evento, não só no caso da carteira

estudada mas também nas análises individuais, serão estudadas no intuito de

minimizar tais problemas.

III.5.1 Tratamento Inicial dos Dados:

Os preços diários de fechamento das cinco ações de P&C que compõem a

amostra foram obtidos junto à base de dados da Economática® no período de 500

dias de negociação na Bolsa de Valores de São Paulo em torno das datas do evento

emissão de ADR. Foram coletados não só os preços de fechamento das cinco ações

mas também o IBOVESPA, que será utilizado como “proxy” do índice de mercado. Os

dados da Economática® já estão ajustados aos proventos do período.

Como os modelos de S&W e de Dimson exigem que o retorno de uma

ação seja calculado se, e somente se, ocorreu transação em períodos consecutivos de

tempo, descartando da série de preços os valores que não são precedidos ou

seguidos por uma transação adjacente no tempo, segundo Costa Jr. et al. (1993), foi

determinada uma segunda seqüência de retornos geométricos para utilização nos três

modelos escolhidos. Apesar de o modelo de retornos ajustados ao mercado não

apresentar como pré-requisito o exposto acima, foi utilizada a mesma seqüência

filtrada para os três modelos, a fim de evitar um viés na comparação. Para

determinação dos retornos diários foi empregada a seguinte fórmula para retornos

geométricos:

1tttt P/DPlnR

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52

As janelas de estimação de coeficientes, utilizados nos modelos de

Dimson e de S&W, foram compostas por 125 dias, com início no 150o dia anterior e

término no 26o anterior à data da listagem do ADR. E as janelas do evento

compreendem o período entre o 25o dia anterior e o 25o posterior à data de início da

listagem de cada empresa. As datas foram obtidas no Citibank e são mostradas no

Quadro 6. O modelo de retornos ajustados ao mercado não necessita das janelas de

estimação já que os retornos anormais são obtidos diretamente.

QUADRO 6 – Datas de Listagem dos ADRs, sendo considerados somente o

primeiro para cada uma das cinco empresas da amostra.

Empresa Início da Listagem

Aracruz 26/05/92

Bahia Sul 06/12/94

Klabin 01/12/94

Suzano 25/10/93

VCP 17/06/92

Fonte: Citibank.

As respectivas séries de retornos geométricos confrontadas com o

Ibovespa, que compõem as janelas de estimação das ações, podem ser vistas

nos Anexo 1 a 5 deste trabalho. Para a janela de estimação da carteira

agregada, os retornos diários desta carteira foram obtidos calculando-se a

média dos retornos geométricos das cinco ações consideradas no trabalho. E

as séries de retornos geométricos confrontadas com o Ibovespa que compõem

as janelas do evento estão apresentadas nos Anexos 6 a 10.

III.5.2 Testes de Hipótese nos casos de retornos anormais autocorrelacionados:

Ao se considerar os coeficientes de autocorrelação significativos na matriz

de autocovariâncias, pode-se deduzir a seguinte equação geral para determinação do

desvio-padrão a ser utilizado nos testes de significâncias dos CARs:

2

ilag

2

ii,N .).lagN.(2N.

para todo e qualquer lag significante e (N-lag) inteiro positivo.

Na equação acima N indica o número de dias que compreendem o

respectivo CAR e Σ será o somatório de k elementos, que correspondem aos k

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53

coeficientes de autocorrelação significantes da matriz de autocovariâncias. Este é o

modelo alternativo que será usado para verificar as alterações nos testes de

significâncias ao se considerar os elementos significativos fora da diagonal principal da

matriz de autocovariâncias.

III.5.3 Estimação de retornos anormais por Scholes&Williams:

Para determinação de coeficientes mais consistentes Scholes e Williams

(1977) propõem o seguinte modelo modificado:

t,miit,it,i RRRA , sendo

1T

2t

t,mi

1T

2t

t,ii R2T

1ˆR2T

m

1iií

ˆ21

ˆˆˆˆ

1t,mt,m

1t,mt,i

iR.R

R,Rcovˆ

1t,mt,m

1t,mt,i

1R.R

R,Rcovˆ

Nas equações acima, iˆ e 1

ˆ representam, respectivamente, os betas das

regressões de mínimos quadrados com defasagem e antecedência da série de

retornos do título i em relação ao retorno do índice de mercado.

Segundo S&W, se em alguma data t o título i não foi negociado, então não

será computado o retorno do papel neste dia e no dia de negociação subseqüente. Os

coeficientes de S&W são obtidos na janela de estimação, que é anterior à janela do

evento. Neste trabalho foi utilizada uma janela de 125 dias.

A janela de estimação de S&W compreende o período que vai do 150o ao

26o anterior à data de início de negociação pesquisada junto aos respectivos

departamentos de relações com o mercado das cinco companhias estudadas. Tais

datas foram obtidas também no Citibank.

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54

Para a estimação dos coeficientes de S&W, só serão considerados os

retornos entre dias subseqüentes de negociação da ação, de acordo com Costa Jr. et

al. (1993). Os resultados são mostrados na seção IV.2.

A significância dos coeficientes alfa e beta de S&W é testada pelos seguintes desvios-padrão

desenvolvidos pelos autores, respectivamente:

2/1

n

2

M

2

nn

2/12

nn 212T

varˆ2Tlimp2T

1ˆ2Tlimp

2T

2/1

2

t3MMt

1t3Mt3Mnt3M

2/12

nnr,rcov

r,rcovvar2rvarvar

2T

1ˆ2Tlimp2T

onde

1MtMt1Mtt3M rrrr

e

nt

1ntntn

var

,cov

que representa a autocorrelação de primeira ordem dos resíduos da

regressão OLS.

O termo Plim significa limite de probabilidade, que é obtido pelo seguinte

modo:

nn xlimp1xobPrlimn

Isto quer dizer que a variável aleatória xn , que representa o retorno numa

data t qualquer, converge em probabilidade para o retorno médio , no caso de

distribuições assintóticas.

Os retornos anormais calculados com base nos coeficientes de S&W e a

própria determinação destes coeficientes são mostradas em detalhe no capítulo de

Resultados.

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55

III.3.3 Estimação de retornos anormais por Dimson:

Este modelo consiste na realização da seguinte regressão:

n

n

t,ikt,Mk,iit,i

~RbaR

Onde RM,t+k é a série de retornos da carteira de mercado defasada (ou

antecedida) de k períodos de tempo em relação a série original.

Daí, a estimativa do Beta da ação i ( iˆ ) será dada pela soma de todos os

coeficientes de inclinação da regressão anterior, ou seja:

n

nk

k,ii bˆ

Costa Jr. et al. (1993) comparou os betas de Dimson, com k igual a 5, 10 e

15, com o beta tradicional em duas amostras distintas: a primeira composta de 15

ações pouco negociadas na bovespa e a segunda composta de 15 ações blue-chips,

incluindo Klabin, Aracruz e Suzano.

Na amostra de ações pouco negociadas, os testes de hipóteses para

verificar se o beta estimado pela metodologia de Dimson é igual ao beta tradicional

(modelo de um fator) foram rejeitados, ao nível de 1% de significância, para os três

modelos (k=5, 10 e 15).

Na amostra das blue-chips, a hipótese nula só foi rejeitada para k igual a 5,

não sendo rejeitada para k igual a 10 e 15.

Como três das cinco empresas que compõem a amostra em estudo neste

trabalho pertenceram à segunda amostra acima e dado o resultado obtido pelos

autores mencionados, optou-se por empregar como modelo de Dimson para

comparação com os outros métodos de geração de retornos o que leva em

consideração apenas 5 fases adiantadas e 5 defasadas, isto é, com k igual a 5.

Nesta seção foram determinados os coeficientes agregados de Dimson

para k igual a 5, 10 e 15 nas respectivas janelas de estimação de 125 dias. Não serão

considerados os retornos dos dias seguintes a feriados no cômputo dos retornos nas

janelas de estimação de Dimson para as respectivas empresas. O Quadro 7 mostra os

coeficientes de Dimson obtidos no SPSS® para quatro valores diferentes de k.

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56

QUADRO 7 – Resultados das Regressões Múltiplas de Dimson para

diferentes valores de k. Tamanho da Amostra: 125; Número de Coeficientes da

Regressão: k=0, 2; k=5,12; k=10, 22; k=15, 32.

Aracruz

k R2 t/F Sig Alfa Beta RSS

0 0,2010 43,7751 0,0000 0,0072 0,4118 0,2315

5 0,5152 5,2223 0,0000 0,0046 0,6042 0,2115

10 0,2820 2,6938 0,0003 0,0048 0,6116 0,2054

15 0,3688 2,4316 0,0003 0,0095 0,3225 0,1793

Bahia Sul

k R2 t/F Sig Alfa Beta RSS

0 0,0511 6,6249 0,0112 0,0141 0,2983 0,3325

5 0,1874 2,3696 0,0113 -0,0021 1,1991 0,2848

10 0,2434 1,5778 0,0692 0,0009 1,0513 0,2651

15 0,3629 1,7089 0,0260 0,0011 1,0863 0,2233

Klabin

k R2 t/F Sig Alfa Beta RSS

0 0,1796 26,9251 0,0000 0,0074 0,3928 0,1188

5 0,3068 4,5459 0,0000 0,0044 0,7093 0,1004

10 0,4418 3,8813 0,0000 0,0044 0,6096 0,0808

15 0,5136 3,1674 0,0000 0,0024 0,8284 0,0704

Suzano

k R2 t/F Sig Alfa Beta RSS

0 0,0853 11,4736 0,0009 0,0081 0,2899 0,1081

5 0,1932 2,4604 0,0085 0,0049 0,4525 0,0954

10 0,2340 1,4985 0,0941 0,0011 0,6895 0,0905

15 0,2769 1,1486 0,2999 -0,0006 0,7897 0,0855

VCP

k R2 t/F Sig Alfa Beta RSS

0 0,2319 37,1451 0,0000 0,0076 0,5914 0,2708

5 0,3138 4,6982 0,0000 0,0025 0,9139 0,2420

10 0,3684 2,8613 0,0002 0,0017 0,9685 0,2227

15 0,4388 2,3453 0,0009 -0,0054 1,4071 0,1979

Com base nos coeficientes de Dimson para k igual a 5, são calculados os

resíduos na janela de estimação para se obter o desvio-padrão a ser empregado na

verificação da significância dos retornos anormais na janela do evento, que estão

apresentados no Quadro 11 do capítulo IV. As respectivas significâncias podem ser

vistas no Anexo 12 ao final do trabalho.

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57

III.5.5 Estimação dos Retornos Anormais pelo Modelo de média constante:

Neste modelo não há necessidade da determinação de coeficientes, como

é necessário nos modelos de Dimson e S&W. Conforme já visto anteriormente na

Revisão de Literatura, o retorno anormal é dado por:

it,it,i RRRA

onde iR representa o retorno médio do título i na janela de estimação e

Ri,t é o retorno do título i na mesma data t. Os retornos anormais na janela do evento

determinados com o emprego deste modelo estão mostrados no capítulo IV, e as

respectivas significâncias no Anexo do trabalho.

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58

CAPÍTULO IV

RESULTADOS

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59

IV.1 - ANÁLISE DAS SIGNIFICÂNCIAS DAS AUTOCORRELAÇÕES:

De acordo com Collins(1984), o processo de estimação das

autocorrelações é iniciado com lag igual a 1 e continua se, e somente se, L é

significante. Se não for, todas as autocorrelações seguintes são automaticamente

zeradas. Apesar disso, foram verificadas as significâncias das autocorrelações dos

retornos anormais agregados e individuais com defasagem de até 50 dias. Seguindo a

verificação de significância por Box-Jenkins, conforme já explicado na anteriormente,

estão mostradas no Quadro 8 apenas as autocorrelações significativas.

Apesar de terem sido encontrados coeficientes de correlação significativos

para a amostra em estudo, por Box-Jenkins, em séries com defasagem acima de três

dias entre si, não houve modificação dos resultados nos testes de significância dos

retornos anormais, isto é, a variação no desvio-padrão não foi suficiente para alterar a

rejeição ou aceitação da hipótese nula para os retornos anormais.

QUADRO 8 – Autocorrelações significativas dos retornos anormais das janelas

do evento emissão de ADR das 5 empresas de P&C.

Aracruz Bahia-Sul Suzano Klabin VCP Agregado

Dimson - lag28 = -0,24 - - - lag19 = 0,218

S&W - - - - - lag19 = 0,258

Retornos

Ajustados

- - lag2 = -0,201 - lag4 = -0,186 lag7 = -0,207

lag19 = 0,268

IV.2 - RETORNOS ANORMAIS COM COEFICIENTES DE S&W:

Para a estimação dos coeficientes de S&W, só foram considerados os

retornos entre dias subseqüentes de negociação da ação, de acordo com Costa Jr. et

al. (1993). Os coeficientes OLS utilizados para cálculo dos coeficientes de S&W são

mostrados no Quadro 9. As significâncias dos coeficientes de S&W foram

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60

determinadas com base nas equações propostas pelos autores e mostradas no

capítulo de Metodologia, e os coeficientes significativos estão indicados em negrito.

QUADRO 9 – Coeficientes de S&W para as cinco ações da amostra, obtidos

nas respectivas Janelas de Estimação.

Companhia 1Lag Sig. Sig. 1Lead Sig. W&Sˆ W&S

ˆ Ibovespa

Aracruz 0,1054 0,2441 0,4722 0,0000 -0,0888 0,3272 0,0079 0,5588 -0,0626

Bahia Sul 0,2588 0,0283 0,2983 0,0112 0,0846 0,4747 0,0309 0,6378 0,0030

Klabin 0,2655 0,0011 0,3928 0,0000 0,1257 0,1336 0,0153 0,6145 0,1379

Suzano 0,0699 0,4335 0,2899 0,0009 -0,0815 0,3628 0,0229 0,3987 -0,1510

VCP 92 0,0217 0,8453 0,5914 0,0000 0,0207 0,8545 0,0258 0,5867 0,0401

Os coeficientes de S&W foram calculados utilizando-se somente os

estimadores significativos. Todos os betas síncronos foram significativos, os

defasados em 1 dia só foram significativos para os retornos das empresas

Bahia Sul e Klabin.

QUADRO 10 – Significâncias dos coeficientes de S&W para as cinco ações da

amostra.

S&W Aracruz Bahia Sul Klabin Suzano VCP92

alfa 0,0079 0,0309 0,0153 0,0229 0,0258

dp 0,0040 0,0062 0,0211 0,0213 0,0115

t 1,9584 4,9777 0,7253 1,0762 2,2475

sig 0,0524 0,0000 0,4697 0,2839 0,0264

beta 0,5588 0,6378 0,6145 0,3987 0,5867

dp 0,1325 0,1988 0,1275 0,1955 0,1678

t 4,2189 2,8111 4,8189 2,0394 3,4972 sig 0,0000 0,0057 0,0000 0,0435 0,0007

Os únicos coeficientes lineares (alfas) não significativos ao nível de

5% (bicaudal) foram os das empresas Klabin e Suzano. Todos os betas foram

significativos ao nível de 5%.

Os retornos anormais foram determinados tomando por base

somente os coeficientes significativos de S&W. As respectivas significâncias

podem ser consultadas no Anexo 11 desta dissertação e os retornos anormais

estão listados no Anexo 15.

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61

FIGURA 1 – Retornos Anormais significativos (10% bicaudal) pelo modelo de

S&W na janela do evento.

-20,0%

-15,0%

-10,0%

-5,0%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

-25 -21 -17 -13 -9 -5 -1 3 7 11 15 19 23

Dia

RA(%)

Aracruz

Bahia Sul

Klabin

Suzano

VCP

Agregado

O Anexo 15 foi obtido levando-se em consideração os resíduos originados

pelas regressões do modelo de S&W e na Figura 1 estão mostrados apenas os

resíduos considerados significativos ao nível de 10% (bi-caudal) empregando-se o

desvio-padrão modificado proposto pelos autores. Pode-se notar que na data 0 não

houve nenhum retorno anormal significativo, inclusive no agregado. No estudo

realizado por Costa et al. (1998) também não foram encontrados retornos anormais

significativos nas respectivas datas de listagens.

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62

IV.3 - RETORNOS ANORMAIS POR DIMSON:

No Anexo 16 estão representados os retornos anormais utilizando os

coeficientes agregados de Dimson com k igual a 5, isto é, com 5 fases adiantadas e 5

fases defasadas. Os retornos anormais significativos ao nível de 10% (teste bi-caudal)

foram colocados em negrito.

Na figura 2, onde estão indicados apenas os retornos anormais

significativos, ao nível de 10% teste bi-caudal, percebe-se que na data da listagem

houve resíduo significativo da regressão Dimson com k igual a 5 para as ações da

empresa Votorantim Papel e Celulose de 8,23% (retorno geométrico) com valor-p de

0,094. Isto quer dizer que, se impusermos um critério mais rigoroso para o nível de

significância, como por exemplo, de 5%, este resíduo não será significativo.

FIGURA 2 – Retornos Anormais significativos (10% bi-caudal) por Dimson na janela do

evento.

-20,00%

-15,00%

-10,00%

-5,00%

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

-25 -21 -17 -13 -9 -5 -1 3 7 11 15 19 23

Dia

RA(%)

Aracruz

Bahiasul

Suzano

Klabin

VCP

Agregado

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63

IV.4 - RETORNOS ANORMAIS PELO MODELO DE MÉDIA CONSTANTE:

O Modelo de média constante, ou de retornos ajustados pelo retorno

médio, também gerou alguns retornos anormais significativos na janela do evento,

conforme pode ser observado no Anexo 17. Como nos quadros dos modelos

anteriores, estão mostrados em negrito todos os resíduos significativos ao nível de

10% em teste bi-caudal na Figura 3.

Esta Figura mostra que não houve resíduo significativo na data da listagem

para nenhuma das ações que compõem a amostra, ao nível de 10% em teste bi-

caudal. De acordo com o modelo adotado neste caso só houve desvalorização

significativa, em dias próximos da data da listagem, na data –3 e -1 para os papéis da

Votorantim Celulose e Papel. Os retornos foram, respectivamente –11,2% e –9,9%.

FIGURA 3 – Retornos Anormais Significativos (10% bi-caudal) para Modelo de

Retornos ajustados pelo Retorno Médio.

-0,2000

-0,1500

-0,1000

-0,0500

0,0000

0,0500

0,1000

0,1500

0,2000

-25 -21 -17 -13 -9 -5 -1 3 7 11 15 19 23

Dia

RA(%)

Aracruz

Klabin

Suzano

Bahia Sul

VCP

Agregado

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64

IV.5 - ANÁLISE DOS RETORNOS ANORMAIS AGREGADOS NA JANELA DO

EVENTO:

Os resultados apontados nesta seção representam a resposta da segunda

pergunta da pesquisa. As janelas do evento, conforme explicado no capítulo de

Metodologia, compreendem o período entre o 25o dia anterior e o 25o posterior à data

de início da listagem de cada empresa. Os resíduos da carteira agregada na janela do

evento gerados pelos três modelos em análise são comparados no Quadro 11,

mostrado abaixo. Os valores dos testes de significâncias estão mostrados nos

respectivos anexos. Como nos Anexos 16 e 17, os resíduos agregados significativos

são mostrados em negrito.

QUADRO 11 – Retornos Anormais significativos (10%) da carteira agregada pelos três

métodos de geração de retornos.

Dia Dimson S&W Médio

-25 -0,0198 -0,0408 -0,0325

-24 -0,0037 -0,0230 -0,0135

-23 -0,0180 -0,0498 -0,0278

-22 0,0086 -0,0235 -0,0115

-21 -0,0244 -0,0442 -0,0094

-20 0,0534 0,0348 0,0372

-19 0,0053 -0,0172 -0,0182

-18 0,0093 -0,0011 -0,0155

-17 0,0023 -0,0229 -0,0281

-16 0,0016 -0,0129 -0,0205

-15 -0,0223 -0,0350 -0,0125

-14 0,0020 -0,0213 -0,0126

-13 0,0193 0,0131 0,0214

-12 -0,0065 -0,0192 -0,0065

-11 0,0007 -0,0086 -0,0062

-10 -0,0072 -0,0214 -0,0152

-9 0,0015 -0,0134 -0,0158

-8 0,0098 -0,0038 -0,0041

-7 0,0006 -0,0126 -0,0103

-6 0,0059 -0,0146 0,0065

-5 0,0192 -0,0034 -0,0014

-4 0,0196 0,0011 0,0359

-3 0,0075 -0,0151 -0,0272

-2 0,0412 0,0080 -0,0069

-1 0,0076 -0,0110 -0,0012

0 0,0249 0,0012 -0,0188

1 0,0049 -0,0214 -0,0174

2 -0,0023 -0,0237 0,0094

3 -0,0033 -0,0292 -0,0158

4 0,0095 -0,0075 0,0134

5 -0,0074 -0,0279 -0,0098

6 0,0039 -0,0182 -0,0462

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65

7 -0,0315 -0,0406 -0,0338

8 0,0093 -0,0143 -0,0131

9 -0,0270 -0,0355 -0,0195

10 0,0327 0,0066 0,0012

11 -0,0352 -0,0543 -0,0256

12 0,0067 -0,0084 0,0005

13 0,0016 -0,0136 -0,0050

14 0,0056 -0,0140 -0,0211

15 0,0069 -0,0077 -0,0105

16 -0,0117 -0,0235 -0,0098

17 -0,0083 -0,0230 -0,0213

18 -0,0174 -0,0342 -0,0424

19 0,0032 -0,0167 0,0076

20 0,0061 -0,0255 -0,0151

21 -0,0075 -0,0260 -0,0446

22 0,0177 -0,0058 0,0047

23 0,0033 -0,0176 -0,0121

24 0,0294 0,0091 0,0209

25 -0,0199 -0,0398 -0,0182

O modelo de Dimson apresentou resíduos significativos em apenas três

dias em toda a janela do evento emissão de ADR para a carteira agregada, o mesmo

número apontado pelo modelo de retornos ajustados pelo retorno médio. O modelo de

S&W aplicado de acordo com o previsto na teoria foi o que demonstrou uma

sensibilidade extremamente elevada, os resíduos foram significativos em dez dias

durante o período de análise.

Na Figura 4 podem ser visualizadas algumas significâncias simultâneas

entre os modelos estudados, que ocorreram nas datas –20, +11 e +18. Percebe-se

entretanto que não houve resíduos simultaneamente significantes para os três

modelos. No Quadro 12 foram transcritos os retornos anormais obtidos nestas datas e

as respectivas significâncias para facilidade de análise.

FIGURA 4 – Retornos Anormais Agregados Significativos pelos três métodos.

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66

-0,06

-0,04

-0,02

0

0,02

0,04

0,06

-25 -21 -17 -13 -9 -5 -1 3 7 11 15 19 23

Dia

RA(%)

Dimson

S&W

Médio

Não houve discrepância entre os sinais dos resíduos para nenhum do três

dias apontados no Quadro 12. Pode-se constatar que, com significância ao nível de

5% em teste bi-caudal, os resíduos agregados S&W na data –20, Dimson na data +11

e S&W e Ajustado na data +18 não são significativos. Portanto, não há “concordância”

entre os três métodos na janela do evento ao nível de significância de 5% em teste bi-

caudal.

Houve concordância entre pelo menos dois modelos de geração de

retornos em toda a janela do evento, composta de 51 dias, sendo computadas nesta

análise também os dias em que não foram encontrados retornos anormais

significativos em pelo menos dois modelos. A concordância entre os três modelos

ocorreu simultaneamente em 38 dos 51 dias da janela do evento.

QUADRO 12 – Dias em que foram encontrados retornos anormais significativos

simultaneamente nos três métodos de geração de retornos.

Resíduo

Data Dimson S&W Ajustado

-20 0,0534 0,0348

11 -0,0352 -0,0543

18 -0,0342 -0,0424

Valor p

Data Dimson S&W Ajustado

-20 0,0098 0,0671

11 0,0861 0,0047

18 0,0720 0,0611

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67

Na análise dos retornos anormais agregados acumulados (CARs) não foi

encontrada significância em nenhum dos resultados do modelo dos coeficientes

agregados de Dimson. O modelo de retornos ajustados à média apresentou

significância para vários CARs, como pode ser constatado nos Anexos 18 e 19. O

somatório de todos os retornos anormais significantes neste último modelo vale

-49,56%. Como Scholes e Williams (1977) não apresentaram em seu trabalho as

equações apropriadas para análise de CARs, os resultados do modelo de S&W não

foram confrontados com os outros dois.

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68

CAPÍTULO V

CONCLUSÕES

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69

O crescente número de dupla-listagens visto ao longo dos anos 90, no

Brasil e em grande parte das economias consideradas emergentes, levanta algumas

idéias não só sobre os motivos que tenham levado à proliferação de programas de

ADRs mas também sobre os reais efeitos destes eventos. Percebe-se, ao se analisar

trabalhos anteriores, que os autores adotaram diversos modelos de geração de

retornos para determinação dos resíduos na janela do evento considerado. E boa

parte destas pesquisas apontam conclusões conflitantes a respeito do efeito da

emissão de ADRs no custo de capital.

Tais conclusões, baseadas na aplicação de algumas metodologias

distintas, provocaram a dúvida que foi o ponto de partida desta dissertação. Nos

trabalhos pesquisados, as amostras eram montadas com empresas de vários setores

ou até mesmo de vários países; em alguns os retornos estudados eram diários, em

outros, mensais. Além disso, notou-se a grande importância, devido à baixa liquidez

de alguns papéis, da utilização de modelos mais sofisticados de geração de retornos,

como o de Scholes e Williams, com desvio-padrão modificado, e o dos coeficientes

agregados de Dimson.

Percebe-se que inúmeras dificuldades em avaliar as conseqüências das

dupla-listagens podem surgir à medida em que o estudo da hipótese de segmentação

vêm sendo aprofundado. A primeira delas é, justamente, o consenso em relação a

qual indicador analisar sob a égide da internacionalização, para se verificar a

vantagem ou não desta abertura.

A respeito das metodologias de mensuração de retornos, que podem ser

também aplicáveis na avaliação dos efeitos dessas emissões, Brown e Warner (1985)

relataram em sua pesquisa que, no caso de dados mensais, o modelo de retornos

ajustados ao mercado e o modelo de mercado de um fator fornecem resultados

equivalentes, o que também ocorre no caso de dados diários. Nesta mesma pesquisa,

estes dois modelos tiveram uma performance melhor que o modelo de retornos

ajustados à média, que teria menor poder no caso de amostras com clustering.

Em vista destas idéias levantadas, entre elas as conclusões conflitantes a

respeito do efeito da emissão de ADRs no custo de capital, este trabalho se propõs a

verificar, inicialmente, se houve uma mudança significativa no custo de capital das

empresas brasileiras abertas, pertencentes ao setor de Papel e Celulose e que

tenham emitido ADRs no mercado externo. O segundo objetivo, intimamente ligado ao

primeiro, foi o de estudar as influências do método de geração de retornos escolhido

sobre as variações do custo de capital em torno da data da dupla listagem. Para isso,

a literatura referente ao tema foi visitada no intuito de levantar aspectos relevantes

sobre a inserção do conceito de internacionalização de empresas via estrutura de

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70

capital, no contexto das estratégias normalmente discutidas sobre redução do custo de

capital. O foco da pesquisa foi totalmente concentrado nas chamadas dupla listagens.

Como meio de mensuração econométrica, foi aplicada a metodologia de estudos de

evento com três modelos distintos de geração de retornos: o de média constante, o de

Dimson e o de Scholes e Williams.

De posse dos resultados dos testes de hipótese mencionados no capítulo

anterior, é possível tentar responder às perguntas da pesquisa. Estas perguntas,

formatadas na seção 1 do capítulo Metodologia, são reapresentadas abaixo:

Há variação significativa no custo de capital das companhias abertas

brasileiras do setor de Papel e Celulose que tenham emitido ADR?

A resposta à primeira pergunta depende do modelo de geração de retornos

adotado?

Com base nos dados levantados no capítulo de Resultados, percebe-se

que houve variação significativa dos retornos individuais das ações das empresas do

setor e da carteira agregada em diferentes dias da janela do evento previamente

definida. Entretanto, como já realçado no decorrer deste estudo, as perguntas acima

não devem ser respondidas de modo isolado, já que estão intimamente ligadas.

Houve concordância entre, no mínimo, dois modelos de geração de

retornos em toda a janela do evento, composta de 51 dias, sendo computadas nesta

análise também os dias em que não foram encontrados retornos anormais

significativos em pelo menos dois modelos. Em 38 dos 51 dias da janela do evento

houve concordância dos três modelos. Isto posto, há forte indicação de que os três

modelos apresentaram convergência no caso da amostra estudada. Entretanto, não foi

encontrado na literatura visitada um teste estatístico adequado à validação desta

conclusão.

Na análise de retornos acumulados, o modelo de Dimson não apresenta

nenhuma significância, enquanto o modelo de retornos ajustados à média apresenta

perda de valor na emissão se considerado o somatório apenas dos retornos

significativos.

As conclusões aqui levantadas devem ser vislumbradas em conjunto com

as limitações da metodologia aplicada. Talvez a limitação mais importante seja a

premissa de que não haja mudança nos fluxos de caixa operacionais futuros da

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71

companhia para que seja validada a relação constante entre custo da capital e

valorização das ações. Recapitulando o que foi dito na Introdução deste trabalho, a

teoria financeira preconiza que, se uma companhia é precificada de acordo com o

valor presente de seus ganhos futuros, descontados a uma determinada taxa de

retorno, tal taxa é o custo global de capital da companhia. Portanto, se uma dada

empresa sofre uma valorização no mercado sem aumento nos seus ganhos futuros,

isto indicaria uma redução no seu custo de capital.

Entre as limitações está também o tamanho reduzido da amostra, que

pode ter introduzido um viés nos resultados, para o caso da carteira agregada. Além

disso, a janela de estimação pode ter sido influenciada por alguma informação

referente à emissão do ADR circulada antes do primeiro dia que compõe a janela do

evento, prejudicando a mensuração dos parâmetros envolvidos. Isto leva a crer

também na possibilidade de a janela do evento não ter sido bem dimensionada o

suficiente para captar todos os movimentos anormais do mercado de capitais

decorrentes da dupla-listagem.

Ao se responder à segunda questão, nota-se claramente que a

contribuição desta dissertação de mestrado foi mostrar que, no caso da amostra de

empresas de Papel e Celulose, as conclusões a respeito das vantagens de se

patrocinar um programa de emissão internacional de ações são incertas, pois é

possível que haja realmente melhora no custo de capital com as emissões externas,

contudo a metodologia aplicada não foi capaz de comprovar isto. Adicionalmente,

pode ser que a resposta à dúvida sobre a vantagem das emissões de ADRs dependa

do método aplicado na mensuração dos resíduos no estudo do evento com base numa

janela de 51 dias. Por isso, este estudo chama a atenção para a importância em se

confrontar métodos distintos de mensuração em pesquisas científicas.

Parece claro que não há como dizer qual seria o modelo mais confiável

neste caso, uma vez que não há consenso na própria teoria financeira. Entretanto,

este fato não pode servir como restrição a análises mais abrangentes, já que era

esperado que a hipótese de segmentação se confirmasse através da valorização das

ações na janela do evento independentemente da metodologia empregada.

Pode ser que a redução do custo de capital não seja necessariamente

devida à valorização dos papéis da empresa emissora na bolsa local, mas decorrente

da maior visibilidade que os programas de ADRs proporcionam às empresas, o que

poderia levar a maiores facilidades na captação de recursos por meio de dívida a

taxas menores, por exemplo.

Além disso, não há como garantir que todas as informações relativas ao

evento emissão de ADR tenham sido passadas ao mercado exatamente na janela

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72

escolhida neste trabalho. Adicionalmente, outros eventos importantes podem ter

influenciado individualmente cada um dos papéis da amostra e seria praticamente

impossível filtrar tais efeitos paralelos no sentido de se reduzir o viés.

Alguns autores defendem que uma visualização temporal mais ampla pode

dar indicações de mudança no padrão de comportamento dos retornos das ações com

dupla-listagem. Contudo, não parece correto vincular mudanças neste padrão às

emissões externas de ações pura e simplesmente, em função da existência de um

grande número de fatores que afetam diretamente o desempenho das companhias.

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73

CAPÍTULO VI

RECOMENDAÇÕES PARA NOVAS PESQUISAS

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74

No decorrer da Revisão da Literatura, algumas considerações podem

ser tomadas como ponto de partida para novas pesquisas. A começar pela própria

definição do vetor de internacionalização estudado na pesquisa, o leitor poderá se

dedicar ao desenvolvimento de trabalhos que apontem as relações entre outras

formas conhecidas de internacionalização e seus efeitos no valor das companhias,

como, por exemplo, o estabelecimento de bases produtivas no exterior, o aumento das

exportações, entre outras. No caso de se optar pela internacionalização da estrutura

de capital, estudos sobre o comportamento do valor de empresas listadas em bolsa

local e que emitam algum título de dívida no mercado externo como high-yields,

commercial papers e eurobonds, terão grande relevância.

Se o interesse for em estudos de evento com emissão de ADR, o

campo é extremamente fértil. Um grupo maior de empresas listadas pode compor a

amostra de estudo, independente do setor a que pertençam. Na montagem da carteira

igualmente ponderada, podem ser consideradas ações de outro setor da economia

nacional. Dentro da idéia desta dissertação, as comparações entre os modelos de

geração de retornos podem ser enriquecidas com testes não paramétricos ou com a

introdução de modelos adicionais de geração de retornos, além da formatação de um

teste estatístico que possa validar as comparações.

Uma análise criteriosa sobre a influência que o tamanho da janela do

evento pode exercer nos resultados e a utilização de janelas de estimação pós-evento

podem contribuir de modo significativo. Adicionalmente, os retornos podem ser

calculados com periodicidade mensal, no caso de haver na amostra empresas com

emissões mais antigas.

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75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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80

ANEXOS

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81

Anexo 1: Aracruz - Janela de Estimação - Retornos Geométricos x Ibovespa

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

25/09/91 -150 2,0203% 2,1746% 06/01/92 -87 3,2790% 11,2638%

26/09/91 -149 -4,0822% -7,5827% 07/01/92 -86 -1,9545% -5,2912%

27/09/91 -148 0,0000% 0,9074% 10/01/92 -85 3,3902% 7,8866%

30/09/91 -147 -2,1053% 1,3949% 13/01/92 -84 -3,3902% 4,2902%

01/10/91 -146 8,1678% 9,7970% 14/01/92 -83 -1,7395% -1,4302%

02/10/91 -145 -2,0803% -7,5785% 15/01/92 -82 -3,5715% -6,6237%

03/10/91 -144 8,7178% 1,1286% 16/01/92 -81 -1,8349% 8,9244%

04/10/91 -143 -6,6375% 5,9411% 17/01/92 -80 0,0000% -1,6839%

07/10/91 -142 0,0000% 1,0041% 20/01/92 -79 -0,3711% 9,4705%

08/10/91 -141 0,9756% -1,5305% 21/01/92 -78 -0,7463% 0,4892%

09/10/91 -140 0,0000% -3,5550% 22/01/92 -77 -0,7519% 1,8422%

10/10/91 -139 0,9662% -6,7343% 23/01/92 -76 2,2389% 9,0717%

11/10/91 -138 1,9048% 8,5904% 24/01/92 -75 4,3328% 6,3900%

14/10/91 -137 3,2485% -3,5065% 27/01/92 -74 18,3499% 6,2250%

15/10/91 -136 8,3199% 9,5421% 28/01/92 -73 5,7436% 5,9425%

16/10/91 -135 0,8368% -1,2807% 29/01/92 -72 7,9765% -2,4108%

17/10/91 -134 11,7783% 5,5127% 30/01/92 -71 -2,5975% -7,4472%

18/10/91 -133 6,4539% -2,3466% 31/01/92 -70 10,0083% 1,9189%

21/10/91 -132 0,0000% 0,2740% 03/02/92 -69 -10,0083% -6,4878%

22/10/91 -131 0,0000% 5,2314% 04/02/92 -68 2,5973% 2,2128%

23/10/91 -130 4,8790% 8,1450% 05/02/92 -67 -6,6247% -5,7893%

24/10/91 -129 5,6570% 2,5750% 06/02/92 -66 -7,0952% -3,4841%

25/10/91 -128 0,0000% -6,0755% 07/02/92 -65 13,7201% 9,3292%

28/10/91 -127 0,0000% -7,8444% 10/02/92 -64 -2,5975% -1,7843%

29/10/91 -126 5,1768% 7,0692% 11/02/92 -63 -5,4067% 5,9498%

30/10/91 -125 6,6015% -0,9041% 12/02/92 -62 10,5361% -0,3757%

31/10/91 -124 0,0000% 3,6492% 13/02/92 -61 -3,8221% -6,8231%

01/11/91 -123 -2,2473% -2,9472% 14/02/92 -60 -1,3072% 4,5390%

04/11/91 -122 -4,0585% -3,2818% 17/02/92 -59 -2,6668% -1,2176%

05/11/91 -121 0,5900% -0,5654% 18/02/92 -58 0,0003% 6,8851%

08/11/91 -120 -2,9265% 0,5059% 19/02/92 -57 11,4773% 8,5632%

11/11/91 -119 0,0000% 2,1486% 20/02/92 -56 6,5291% 4,4559%

12/11/91 -118 -3,0772% 5,5838% 21/02/92 -55 4,8468% 4,9992%

13/11/91 -117 0,0000% -0,1242% 24/02/92 -54 1,2821% -1,4282%

14/11/91 -116 0,0000% 3,6417% 25/02/92 -53 0,2333% 1,0295%

19/11/91 -115 -0,0006% -2,6960% 26/02/92 -52 0,6124% -0,8095%

20/11/91 -114 -6,4532% -2,0901% 27/02/92 -51 3,1091% 3,6595%

21/11/91 -113 -0,0007% -4,4196% 28/02/92 -50 0,0000% 2,3237%

22/11/91 -112 -3,3902% -0,8647% 06/03/92 -49 3,7223% 1,2791%

25/11/91 -111 -2,0907% 2,2693% 09/03/92 -48 0,0000% -3,9959%

26/11/91 -110 0,7018% -3,6137% 10/03/92 -47 0,3839% -0,9200%

27/11/91 -109 -1,4085% 2,4484% 11/03/92 -46 5,2251% 3,5311%

28/11/91 -108 2,7974% 4,3691% 12/03/92 -45 -2,2060% 1,9113%

29/11/91 -107 0,6873% -0,1330% 13/03/92 -44 -1,4982% 3,1400%

02/12/91 -106 2,7029% -3,5634% 16/03/92 -43 1,8692% -2,7066%

03/12/91 -105 0,0000% 6,0547% 17/03/92 -42 -0,9302% -0,6801%

04/12/91 -104 0,0000% 7,8278% 18/03/92 -41 0,0187% 3,0973%

05/12/91 -103 3,2790% 2,3453% 19/03/92 -40 1,4656% 2,1074%

06/12/91 -102 -0,6473% 2,5789% 20/03/92 -39 0,3676% 2,5824%

09/12/91 -101 3,8221% 7,5404% 23/03/92 -38 0,9132% -1,5634%

10/12/91 -100 0,0000% -0,9982% 24/03/92 -37 2,6907% 0,0061%

11/12/91 -99 0,0000% -2,5387% 25/03/92 -36 0,8811% -6,4250%

12/12/91 -98 7,2321% 10,7663% 26/03/92 -35 0,0175% 0,4807%

13/12/91 -97 1,7291% -0,3376% 27/03/92 -34 8,3908% 3,4649%

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

16/12/91 -96 2,8171% -0,1704% 30/03/92 -33 8,0539% 2,6319%

17/12/91 -95 10,5361% 7,7800% 31/03/92 -32 7,5913% 6,8057%

18/12/91 -94 0,0000% 0,2066% 01/04/92 -31 4,8462% 0,1764%

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COPPEAD … · Oliveira, Edinelson Faria de Um estudo empmco sobre os efeitos da internacionalização no custo de capital de companhias abertas

82

19/12/91 -93 0,0000% 3,5282% 02/04/92 -30 5,6209% 3,5362%

20/12/91 -92 9,5310% 5,2722% 03/04/92 -29 1,8462% 4,1500%

23/12/91 -91 0,0000% 4,4245% 06/04/92 -28 -2,4693% 5,7401%

27/12/91 -90 16,2519% 8,8373% 07/04/92 -27 4,2820% 2,6252%

30/12/91 -89 3,7740% 5,4662% 08/04/92 -26 -1,9348% -5,2089%

03/01/92 -88 3,3902% 4,8045%

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COPPEAD … · Oliveira, Edinelson Faria de Um estudo empmco sobre os efeitos da internacionalização no custo de capital de companhias abertas

83

Anexo 2: Bahia Sul - Janela de Estimação - Retornos Geométricos x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

14/10/93 -150 0,0000% 1,2433% 08/03/94 -87 2,4718% 0,8839%

19/10/93 -149 -2,8438% 3,0462% 09/03/94 -86 0,0000% 4,5206%

20/10/93 -148 -1,9418% -6,2002% 10/03/94 -85 2,4098% 0,5302%

21/10/93 -147 -6,0625% -9,9402% 11/03/94 -84 0,0000% 0,1420%

22/10/93 -146 -2,1053% 10,4269% 14/03/94 -83 2,3530% 4,6885%

25/10/93 -145 -4,3485% -6,6731% 07/04/94 -82 5,1293% 2,7009%

26/10/93 -144 0,0000% 5,1329% 08/04/94 -81 12,5163% 4,1570%

05/11/93 -143 5,4252% 1,6920% 11/04/94 -80 2,8988% 7,6424%

08/11/93 -142 10,0083% 5,5185% 12/04/94 -79 0,0000% -0,6469%

09/11/93 -141 1,5905% 0,2533% 13/04/94 -78 6,8993% -6,0052%

10/11/93 -140 -0,0156% 6,7264% 14/04/94 -77 -4,8910% -3,0405%

11/11/93 -139 3,0772% 1,9435% 15/04/94 -76 0,8088% -4,2588%

12/11/93 -138 5,8555% 1,3315% 18/04/94 -75 -2,8171% -2,9744%

17/11/93 -137 1,4185% 4,5576% 19/04/94 -74 -2,1661% -4,0418%

18/11/93 -136 0,0000% 0,3069% 20/04/94 -73 -9,9699% -4,7016%

19/11/93 -135 -1,4185% -0,5868% 25/04/94 -72 7,4108% 8,8489%

22/11/93 -134 -2,7518% -0,9695% 26/04/94 -71 -2,8988% 2,0540%

23/11/93 -133 2,7518% 4,3506% 27/04/94 -70 5,7158% 1,3359%

24/11/93 -132 0,0143% 4,4435% 28/04/94 -69 8,0043% 4,1253%

25/11/93 -131 6,8850% 2,2838% 29/04/94 -68 0,0000% 2,1118%

26/11/93 -130 5,1960% 2,0876% 12/05/94 -67 1,3986% 5,7683%

29/11/93 -129 1,2579% -2,0551% 13/05/94 -66 4,0822% -3,2265%

30/11/93 -128 8,9612% -0,8792% 18/05/94 -65 6,2914% 8,2974%

03/12/93 -127 13,3965% 6,0841% 19/05/94 -64 7,0618% 11,4620%

09/12/93 -126 9,0972% -2,2438% 20/05/94 -63 12,7833% 1,1534%

10/12/93 -125 0,0000% 2,0375% 23/05/94 -62 0,0000% 3,1253%

13/12/93 -124 -9,0972% 1,2858% 26/05/94 -61 27,5563% 1,7400%

14/12/93 -123 7,3427% 3,5153% 27/05/94 -60 -0,6231% 0,3112%

15/12/93 -122 6,0104% -1,2145% 30/05/94 -59 0,0000% 3,3073%

16/12/93 -121 4,0822% 1,0372% 31/05/94 -58 0,6920% 1,5851%

28/12/93 -120 7,4108% 0,3196% 01/06/94 -57 -3,5091% 2,3711%

29/12/93 -119 -11,3329% 3,5860% 06/06/94 -56 0,0000% 7,5940%

30/12/93 -118 0,0000% 0,4940% 13/06/94 -55 3,6368% -2,4636%

04/01/94 -117 0,0000% 5,2406% 14/06/94 -54 -3,5627% 2,3609%

05/01/94 -116 7,3965% 4,9914% 15/06/94 -53 -3,7712% 1,7217%

06/01/94 -115 10,1926% 5,3480% 16/06/94 -52 3,6971% -1,1764%

07/01/94 -114 9,2373% 7,0029% 28/06/94 -51 3,0305% 5,5207%

10/01/94 -113 5,7158% 3,9109% 29/06/94 -50 4,3803% 7,1678%

11/01/94 -112 4,8790% 1,2079% 30/06/94 -49 3,5091% -5,5091%

12/01/94 -111 0,5277% 6,7512% 12/07/94 -48 3,3935% -2,2976%

13/01/94 -110 2,5975% 4,5943% 21/07/94 -47 0,0000% -0,5014%

14/01/94 -109 0,0000% -1,9035% 04/08/94 -46 -7,3315% -0,8506%

17/01/94 -108 16,5080% 8,1831% 05/08/94 -45 5,5484% 2,5975%

18/01/94 -107 0,0000% 1,2727% 08/08/94 -44 3,9682% 2,4619%

19/01/94 -106 0,0000% 5,8218% 09/08/94 -43 -6,5500% -0,4968%

20/01/94 -105 4,4682% 7,1594% 10/08/94 -42 -1,5504% -0,9921%

21/01/94 -104 7,7920% -0,0725% 15/08/94 -41 0,0000% 2,2593%

24/01/94 -103 0,0000% 0,0566% 16/08/94 -40 2,2990% 1,9819%

31/01/94 -102 2,2738% 7,1847% 17/08/94 -39 2,9853% 4,6297%

07/02/94 -101 -3,6368% 3,2865% 18/08/94 -38 -1,4815% 1,1525%

08/02/94 -100 0,0000% 4,5220% 19/08/94 -37 2,9414% 2,1979%

09/02/94 -99 2,1979% 1,8610% 22/08/94 -36 1,2959% 4,7063%

10/02/94 -98 4,9480% 10,1096% 23/08/94 -35 0,1430% -1,5323%

11/02/94 -97 3,3902% 3,3888% 24/08/94 -34 4,0593% -1,8304%

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

18/02/94 -96 0,0000% -9,6868% 25/08/94 -33 -4,0593% 2,7818%

21/02/94 -95 6,0625% -1,7403% 26/08/94 -32 6,7659% -2,6551%

22/02/94 -94 -2,9853% 12,6398% 29/08/94 -31 -1,3441% 2,0632%

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COPPEAD … · Oliveira, Edinelson Faria de Um estudo empmco sobre os efeitos da internacionalização no custo de capital de companhias abertas

84

23/02/94 -93 5,8841% 0,8882% 30/08/94 -30 -8,3205% 1,0577%

24/02/94 -92 -2,8988% -6,3197% 09/09/94 -29 2,0340% 1,4873%

25/02/94 -91 0,0000% 1,0368% 12/09/94 -28 -0,6734% 2,9426%

28/02/94 -90 -7,6373% 4,4137% 13/09/94 -27 -2,7399% 0,0000%

01/03/94 -89 2,1979% 1,8335% 14/09/94 -26 1,9258% -0,6280%

02/03/94 -88 0,9274% -4,9564%

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COPPEAD … · Oliveira, Edinelson Faria de Um estudo empmco sobre os efeitos da internacionalização no custo de capital de companhias abertas

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Anexo 3: Klabin - Janela de Estimação - Retornos Geométricos x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

11/03/94 -150 6,2643% 0,1420% 17/06/94 -87 3,7962% 6,5016%

14/03/94 -149 8,2231% 4,6885% 20/06/94 -86 0,0250% 0,0062%

15/03/94 -148 6,3716% 1,5893% 21/06/94 -85 -2,5568% -3,4628%

16/03/94 -147 1,8349% 4,1683% 22/06/94 -84 -2,5975% 2,2416%

17/03/94 -146 -0,6018% -1,0492% 23/06/94 -83 1,3332% -1,8459%

18/03/94 -145 -0,6177% -4,5431% 24/06/94 -82 0,0000% -0,9729%

21/03/94 -144 -2,4846% -4,6885% 27/06/94 -81 6,2654% 8,1042%

22/03/94 -143 0,6270% 6,3047% 28/06/94 -80 7,5950% 5,5207%

23/03/94 -142 4,8790% 4,4930% 29/06/94 -79 6,7992% 7,1678%

24/03/94 -141 -4,8790% -2,8007% 30/06/94 -78 1,2384% -5,5091%

25/03/94 -140 0,0000% 5,8135% 05/07/94 -77 0,8642% -0,4619%

28/03/94 -139 3,0772% 0,6967% 06/07/94 -76 7,3862% 5,1721%

29/03/94 -138 -1,8967% -1,9589% 07/07/94 -75 9,8940% 3,9543%

30/03/94 -137 4,8820% 5,0616% 08/07/94 -74 1,0811% 3,6954%

05/04/94 -136 3,0772% 5,2403% 11/07/94 -73 0,3578% -1,0195%

06/04/94 -135 5,3110% 0,5308% 12/07/94 -72 -0,1430% -2,2976%

07/04/94 -134 3,3902% 2,7009% 13/07/94 -71 -0,5746% -2,0334%

08/04/94 -133 1,1050% 4,1570% 14/07/94 -70 0,0007% 4,4730%

11/04/94 -132 6,3851% 7,6424% 15/07/94 -69 0,4307% 1,5662%

12/04/94 -131 7,8773% -0,6469% 18/07/94 -68 0,2861% -0,8517%

13/04/94 -130 -5,8364% -6,0052% 21/07/94 -67 -0,7380% -0,5014%

14/04/94 -129 -3,0772% -3,0405% 22/07/94 -66 0,3697% -0,7945%

15/04/94 -128 -2,1053% -4,2588% 25/07/94 -65 -0,3697% 0,1829%

18/04/94 -127 0,0000% -2,9744% 28/07/94 -64 -0,7380% 2,5057%

19/04/94 -126 0,0000% -4,0418% 29/07/94 -63 -3,7740% -1,2771%

20/04/94 -125 0,0000% -4,7016% 01/08/94 -62 1,1472% -1,1804%

25/04/94 -124 10,5361% 8,8489% 02/08/94 -61 0,3795% 3,7510%

26/04/94 -123 0,9479% 2,0540% 03/08/94 -60 -1,5268% 1,8707%

27/04/94 -122 1,6153% 1,3359% 04/08/94 -59 2,8812% -0,8506%

28/04/94 -121 -2,3526% 4,1253% 05/08/94 -58 -0,2245% 2,5975%

29/04/94 -120 2,5853% 2,1118% 08/08/94 -57 -1,9668% 2,4619%

02/05/94 -119 -2,5853% 1,0018% 09/08/94 -56 -2,2403% -0,4968%

03/05/94 -118 4,6520% -4,5830% 10/08/94 -55 0,0000% -0,9921%

04/05/94 -117 4,4017% -4,6251% 11/08/94 -54 -2,3717% -1,1028%

05/05/94 -116 -2,1544% -8,3448% 12/08/94 -53 0,0000% 1,8512%

06/05/94 -115 -7,3766% 4,2263% 15/08/94 -52 1,5873% 2,2593%

09/05/94 -114 -4,4022% -6,0455% 16/08/94 -51 0,7843% 1,9819%

10/05/94 -113 0,0005% 8,5046% 17/08/94 -50 0,7782% 4,6297%

11/05/94 -112 0,0000% -0,1228% 18/08/94 -49 0,3868% 1,1525%

12/05/94 -111 -0,0015% 5,7683% 19/08/94 -48 0,3854% 2,1979%

13/05/94 -110 -5,1284% -3,2265% 22/08/94 -47 0,6899% 4,7063%

16/05/94 -109 -0,2630% -1,4738% 23/08/94 -46 1,5915% -1,5323%

17/05/94 -108 -2,4033% 5,3393% 24/08/94 -45 1,4926% -1,8304%

18/05/94 -107 7,2949% 8,2974% 25/08/94 -44 0,0000% 2,7818%

19/05/94 -106 4,4233% 11,4620% 26/08/94 -43 0,0000% -2,6551%

20/05/94 -105 0,4796% 1,1534% 29/08/94 -42 -0,0741% 2,0632%

23/05/94 -104 5,1293% 3,1253% 30/08/94 -41 -0,6694% 1,0577%

24/05/94 -103 1,5784% 1,4915% 31/08/94 -40 0,7435% -0,9375%

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

25/05/94 -102 7,1228% 7,8606% 01/09/94 -39 0,0000% 1,9970%

26/05/94 -101 2,4693% 1,7400% 02/09/94 -38 -2,2473% -1,2865%

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86

27/05/94 -100 1,6129% 0,3112% 05/09/94 -37 -2,2990% -11,0895%

30/05/94 -99 5,8269% 3,3073% 06/09/94 -36 -0,7782% 3,7706%

31/05/94 -98 5,5060% 1,5851% 09/09/94 -35 4,2066% 1,4873%

01/06/94 -97 3,5091% 2,3711% 12/09/94 -34 0,8487% 2,9426%

06/06/94 -96 8,5360% 7,5940% 13/09/94 -33 0,7018% 0,0000%

07/06/94 -95 8,1440% 0,4083% 14/09/94 -32 11,2329% -0,6280%

08/06/94 -94 6,5149% -3,4380% 15/09/94 -31 -7,1234% -3,5121%

09/06/94 -93 -0,8146% 3,8446% 16/09/94 -30 -2,7206% 0,1191%

10/06/94 -92 -1,8642% 2,9568% 19/09/94 -29 -3,5091% -0,0359%

13/06/94 -91 0,1343% -2,4636% 20/09/94 -28 0,7117% -2,1875%

14/06/94 -90 1,7299% 2,3609% 21/09/94 -27 0,0000% 3,1597%

15/06/94 -89 1,0499% 1,7217% 22/09/94 -26 0,0000% 0,9629%

16/06/94 -88 0,5468% -1,1764%

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Anexo 4: Suzano - Janela de Estimação - Retornos Geométricos x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

17/02/93 -150 3,4486% 5,7743% 24/06/93 -87 0,5970% 1,2327%

18/02/93 -149 0,0000% 1,9991% 25/06/93 -86 -1,8019% 6,9381%

19/02/93 -148 0,0000% 8,8072% 28/06/93 -85 5,8841% 2,5350%

26/02/93 -147 1,5504% -1,7295% 29/06/93 -84 0,0000% -1,3323%

01/03/93 -146 -4,7253% -5,6916% 30/06/93 -83 -0,3434% 1,6547%

02/03/93 -145 0,0000% -1,1294% 01/07/93 -82 -2,5553% -2,7924%

03/03/93 -144 1,6000% 5,1697% 02/07/93 -81 0,0000% 0,1224%

04/03/93 -143 1,5748% 4,0990% 05/07/93 -80 -6,0618% 4,7234%

05/03/93 -142 1,5658% -3,8387% 06/07/93 -79 -0,0006% 2,2405%

08/03/93 -141 3,0152% 7,8030% 07/07/93 -78 13,2766% 2,5395%

09/03/93 -140 4,2373% 3,1229% 08/07/93 -77 -1,1050% -0,7763%

10/03/93 -139 7,0422% -2,8228% 09/07/93 -76 2,7399% 2,8742%

11/03/93 -138 3,7938% 0,6570% 12/07/93 -75 0,0000% 1,6020%

12/03/93 -137 -0,2571% 3,2922% 13/07/93 -74 0,0000% 1,1737%

17/03/93 -136 1,2423% -1,7211% 14/07/93 -73 -1,0870% -4,0463%

18/03/93 -135 11,6410% 6,3193% 15/07/93 -72 0,0000% -1,5983%

19/03/93 -134 0,0000% 0,5472% 16/07/93 -71 -0,5479% 2,0196%

22/03/93 -133 0,0000% 1,8492% 19/07/93 -70 1,6349% 1,5497%

23/03/93 -132 -3,3523% -1,9311% 20/07/93 -69 2,6668% 5,1972%

24/03/93 -131 -2,2990% 2,9014% 21/07/93 -68 0,0000% -0,1027%

29/03/93 -130 -5,8496% 3,6697% 22/07/93 -67 0,0000% -0,8547%

30/03/93 -129 1,1976% -0,0106% 23/07/93 -66 0,0000% 2,7902%

31/03/93 -128 0,5935% 2,0494% 26/07/93 -65 0,5249% -2,7368%

01/04/93 -127 0,0000% -1,1961% 27/07/93 -64 2,0726% 0,5907%

07/04/93 -126 -0,5970% 3,7771% 28/07/93 -63 5,0010% 2,6159%

14/04/93 -125 8,0314% 8,7606% 29/07/93 -62 -2,4693% 3,6330%

15/04/93 -124 0,0000% -1,4675% 30/07/93 -61 0,0050% -0,8700%

16/04/93 -123 -2,1979% 1,5926% 02/08/93 -60 0,1149% -4,5200%

19/04/93 -122 0,0000% 1,2204% 03/08/93 -59 4,2818% -0,1820%

20/04/93 -121 6,4538% 6,4003% 04/08/93 -58 0,4773% -1,1947%

23/04/93 -120 2,0619% -1,0782% 05/08/93 -57 0,0000% 1,4262%

26/04/93 -119 2,0203% 6,1607% 06/08/93 -56 0,0000% 2,3717%

27/04/93 -118 1,4889% -1,1060% 09/08/93 -55 0,0000% 0,1276%

30/04/93 -117 2,7890% 1,7382% 10/08/93 -54 -2,4098% 4,8631%

03/05/93 -116 0,0000% -0,1246% 11/08/93 -53 2,4145% 3,5582%

04/05/93 -115 0,5877% 3,5450% 12/08/93 -52 6,0017% 5,6154%

05/05/93 -114 -0,8828% -1,2395% 13/08/93 -51 5,2414% -1,6957%

06/05/93 -113 3,3901% 3,7399% 16/08/93 -50 0,4246% 6,0518%

07/05/93 -112 -0,9569% 1,1479% 17/08/93 -49 1,6807% 3,7563%

10/05/93 -111 -3,9221% -2,3724% 18/08/93 -48 -0,4175% -0,8788%

11/05/93 -110 3,9221% 4,0413% 19/08/93 -47 2,4795% 6,8018%

12/05/93 -109 0,9569% 1,5329% 20/08/93 -46 0,0000% 3,6265%

13/05/93 -108 0,0000% 2,6766% 23/08/93 -45 4,3919% 1,8652%

14/05/93 -107 -0,9569% 1,5744% 24/08/93 -44 2,3167% 0,6903%

17/05/93 -106 -0,9662% 4,9768% 25/08/93 -43 3,0077% 1,0632%

18/05/93 -105 0,9662% 0,7251% 26/08/93 -42 7,1459% 6,1133%

19/05/93 -104 5,6089% 1,3276% 27/08/93 -41 -0,0069% -0,0093%

20/05/93 -103 4,4452% 6,9024% 30/08/93 -40 3,3637% 2,5873%

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

21/05/93 -102 4,2560% 3,5506% 31/08/93 -39 -1,6474% -3,4855%

26/05/93 -101 3,2523% 1,6331% 01/09/93 -38 0,0000% 6,2222%

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88

27/05/93 -100 -4,0822% -1,2332% 02/09/93 -37 1,0118% 6,8908%

01/06/93 -99 4,5182% 4,8728% 03/09/93 -36 -1,0152% 1,6689%

02/06/93 -98 5,8496% 5,4393% 06/09/93 -35 1,6841% 3,8522%

03/06/93 -97 5,8841% 3,7797% 09/09/93 -34 -0,0035% 0,6278%

04/06/93 -96 5,5570% 0,9935% 10/09/93 -33 0,0035% 3,9874%

07/06/93 -95 0,6734% 2,4568% 13/09/93 -32 2,0479% 0,1381%

08/06/93 -94 -1,0118% 0,0142% 14/09/93 -31 1,5088% -2,4232%

09/06/93 -93 -1,7094% -1,7691% 15/09/93 -30 1,8137% 3,0623%

14/06/93 -92 0,0000% 0,6932% 16/09/93 -29 2,8988% 2,9791%

15/06/93 -91 1,3334% 1,6034% 17/09/93 -28 7,6373% 8,3673%

16/06/93 -90 0,6601% 7,3091% 20/09/93 -27 1,4599% -0,6283%

17/06/93 -89 0,0000% -4,7832% 21/09/93 -26 -2,0499% -2,4271%

23/06/93 -88 4,2820% -2,7499%

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Anexo 5: VCP - Janela de Estimação - Retornos Geométricos x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

24/10/91 -150 4,0820% 2,5750% 31/01/92 -87 1,7095% 1,9189%

25/10/91 -149 -2,0202% -6,0755% 03/02/92 -86 0,0000% -6,4878%

28/10/91 -148 -1,8539% -7,8444% 04/02/92 -85 -3,4487% 2,2128%

29/10/91 -147 2,8691% 7,0692% 05/02/92 -84 -1,8057% -5,7893%

30/10/91 -146 -2,2473% -0,9041% 06/02/92 -83 0,0357% -3,4841%

31/10/91 -145 3,2523% 3,6492% 07/02/92 -82 0,0000% 9,3292%

01/11/91 -144 -2,0202% -2,9472% 10/02/92 -81 0,0714% -1,7843%

04/11/91 -143 0,0000% -3,2818% 11/02/92 -80 -0,0714% 5,9498%

05/11/91 -142 -6,3179% -0,5654% 12/02/92 -79 0,0357% -0,3757%

06/11/91 -141 3,2087% 0,3363% 13/02/92 -78 3,4735% -6,8231%

07/11/91 -140 0,0000% 3,4820% 14/02/92 -77 -7,1459% 4,5390%

08/11/91 -139 -5,4065% 0,5059% 17/02/92 -76 0,0000% -1,2176%

11/11/91 -138 0,0000% 2,1486% 18/02/92 -75 3,6367% 6,8851%

12/11/91 -137 0,0000% 5,5838% 19/02/92 -74 3,5437% 8,5632%

13/11/91 -136 -4,5464% -0,1242% 20/02/92 -73 -0,0345% 4,4559%

14/11/91 -135 4,5464% 3,6417% 21/02/92 -72 3,3567% 4,9992%

19/11/91 -134 1,1176% -2,6960% 24/02/92 -71 0,0334% -1,4282%

20/11/91 -133 -1,1176% -2,0901% 25/02/92 -70 9,5311% 1,0295%

21/11/91 -132 -5,6630% -4,4196% 26/02/92 -69 -6,2520% -0,8095%

22/11/91 -131 6,7807% -0,8647% 27/02/92 -68 -1,6261% 3,6595%

25/11/91 -130 -3,3904% 2,2693% 28/02/92 -67 -1,6530% 2,3237%

26/11/91 -129 0,0000% -3,6137% 06/03/92 -66 5,0325% 1,2791%

27/11/91 -128 3,3904% 2,4484% 09/03/92 -65 -0,3072% -3,9959%

28/11/91 -127 4,3483% 4,3691% 10/03/92 -64 -2,4923% -0,9200%

29/11/91 -126 1,0582% -0,1330% 11/03/92 -63 2,7995% 3,5311%

02/12/91 -125 3,1092% -3,5634% 12/03/92 -62 4,2048% 1,9113%

03/12/91 -124 0,5089% 6,0547% 13/03/92 -61 5,7158% 3,1400%

04/12/91 -123 11,0425% 7,8278% 16/03/92 -60 0,0000% -2,7066%

05/12/91 -122 3,1321% 2,3453% 17/03/92 -59 1,1325% -0,6801%

06/12/91 -121 1,3129% 2,5789% 18/03/92 -58 1,6074% 3,0973%

09/12/91 -120 8,3383% 7,5404% 19/03/92 -57 -1,3606% 2,1074%

10/12/91 -119 0,0000% -0,9982% 20/03/92 -56 11,6504% 2,5824%

11/12/91 -118 -4,0823% -2,5387% 23/03/92 -55 9,9491% -1,5634%

12/12/91 -117 -0,8368% 10,7663% 24/03/92 -54 7,8514% 0,0061%

13/12/91 -116 -7,8642% -0,3376% 25/03/92 -53 -0,6141% -6,4250%

16/12/91 -115 4,4450% -0,1704% 26/03/92 -52 4,6146% 0,4807%

17/12/91 -114 8,3383% 7,7800% 27/03/92 -51 11,9959% 3,4649%

18/12/91 -113 3,9221% 0,2066% 30/03/92 -50 0,5030% 2,6319%

19/12/91 -112 12,9676% 3,5282% 31/03/92 -49 8,6319% 6,8057%

20/12/91 -111 5,9035% 5,2722% 01/04/92 -48 -8,2692% 0,1764%

23/12/91 -110 2,5157% 4,4245% 02/04/92 -47 2,5534% 3,5362%

27/12/91 -109 3,1398% 8,8373% 03/04/92 -46 6,5064% 4,1500%

30/12/91 -108 2,9853% 5,4662% 06/04/92 -45 6,8467% 5,7401%

03/01/92 -107 13,3532% 4,8045% 07/04/92 -44 2,8702% 2,6252%

06/01/92 -106 9,5310% 11,2638% 08/04/92 -43 -2,8702% -5,2089%

07/01/92 -105 -4,6043% -5,2912% 09/04/92 -42 5,0190% 3,3563%

08/01/92 -104 0,9002% -6,2026% 10/04/92 -41 1,3889% 4,7688%

09/01/92 -103 3,7041% 3,1261% 13/04/92 -40 2,0344% 3,5716%

10/01/92 -102 20,4795% 7,8866% 14/04/92 -39 -2,0344% 1,6476%

13/01/92 -101 3,6367% 4,2902% 15/04/92 -38 4,7147% 5,5448%

14/01/92 -100 -3,6367% -1,4302% 23/04/92 -37 1,4130% -4,4121%

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90

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

15/01/92 -99 -3,7741% -6,6237% 24/04/92 -36 -2,0561% -3,6333%

16/01/92 -98 -0,7722% 8,9244% 27/04/92 -35 -7,3612% -3,0446%

17/01/92 -97 -7,4406% -1,6839% 28/04/92 -34 4,0822% 5,9097%

20/01/92 -96 11,9869% 9,4705% 29/04/92 -33 -2,7029% -5,3823%

21/01/92 -95 0,0000% 0,4892% 30/04/92 -32 -1,2287% 1,4816%

22/01/92 -94 0,0000% 1,8422% 05/05/92 -31 0,0000% 2,9604%

23/01/92 -93 10,5360% 9,0717% 06/05/92 -30 -2,9853% 3,3016%

24/01/92 -92 -3,7355% 6,3900% 07/05/92 -29 -9,5310% 1,6543%

27/01/92 -91 0,3454% 6,2250% 08/05/92 -28 15,4150% 4,0199%

28/01/92 -90 9,8440% 5,9425% 11/05/92 -27 10,8214% 4,1704%

29/01/92 -89 0,0313% -2,4108% 12/05/92 -26 4,2666% 2,4436%

30/01/92 -88 -9,8752% -7,4472%

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91

Anexo 6: Aracruz Janela do Evento – Retorno Geométrico x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

09/04/92 -25 -3,6051% 3,3563% 28/05/92 1 -1,2579% -1,7403%

10/04/92 -24 0,0000% 4,7688% 29/05/92 2 -1,2739% 3,7832%

13/04/92 -23 1,8809% 3,5716% 01/06/92 3 0,6390% 5,9262%

14/04/92 -22 0,6192% 1,6476% 02/06/92 4 0,6349% -0,6166%

15/04/92 -21 0,0000% 5,5448% 03/06/92 5 0,0000% -0,9635%

23/04/92 -20 1,1561% -4,4121% 04/06/92 6 -1,2739% -3,0616%

24/04/92 -19 0,0000% -3,6333% 05/06/92 7 -3,9221% -2,2268%

27/04/92 -18 -1,1561% -3,0446% 08/06/92 8 1,3245% -3,7671%

28/04/92 -17 -1,1931% 5,9097% 09/06/92 9 3,8715% 2,4179%

29/04/92 -16 -2,3575% -5,3823% 10/06/92 10 0,0000% 0,4059%

30/04/92 -15 -5,5742% 1,4816% 11/06/92 11 0,3790% 4,1332%

05/05/92 -14 -0,2635% 2,9604% 12/06/92 12 -1,6529% -5,4554%

06/05/92 -13 11,1226% 3,3016% 15/06/92 13 -0,6431% -6,0662%

07/05/92 -12 -0,7874% 1,6543% 16/06/92 14 -4,7565% -7,7080%

08/05/92 -11 1,6983% 4,0199% 17/06/92 15 -5,4218% -9,2761%

11/05/92 -10 0,5812% 4,1704% 22/06/92 16 0,0000% -6,9288%

12/05/92 -9 2,9815% 2,4436% 23/06/92 17 -4,3803% -0,0583%

13/05/92 -8 3,0772% -0,4144% 24/06/92 18 -9,3819% -3,8472%

14/05/92 -7 2,9853% 0,9012% 25/06/92 19 0,0000% 5,9741%

15/05/92 -6 1,7493% 1,1463% 26/06/92 20 5,5791% 5,3578%

18/05/92 -5 -1,7493% -4,6625% 29/06/92 21 -5,5791% -16,0088%

19/05/92 -4 1,1696% 3,4605% 30/06/92 22 3,2261% 6,1020%

20/05/92 -3 0,0000% 0,8238% 01/07/92 23 6,8993% 0,7644%

21/05/92 -2 0,0000% -4,7538% 02/07/92 24 6,4539% 6,7399%

22/05/92 -1 0,0000% -1,5591% 03/07/92 25 0,0000% -6,4388%

25/05/92 0 -2,3530% -7,6945%

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92

Anexo 7: Bahia Sul Janela do Evento – Retorno Geométrico x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

15/09/94 -25 -1,2337% -3,5121% 07/12/94 1 -1,0050% 0,5256%

16/09/94 -24 -2,0907% 0,1191% 08/12/94 2 1,5038% 3,6627%

19/09/94 -23 -8,6755% -0,0359% 09/12/94 3 0,0000% -0,7853%

20/09/94 -22 -0,9259% -2,1875% 12/12/94 4 2,9414% 1,7141%

21/09/94 -21 0,1549% 3,1597% 19/12/94 5 1,5114% 0,1077%

26/09/94 -20 14,7325% -3,5121% 20/12/94 6 0,0000% -2,5490%

29/09/94 -19 0,0000% 3,0899% 01/02/95 7 -0,9132% 2,6618%

30/09/94 -18 2,8171% 0,7578% 02/02/95 8 -10,6380% -2,3329%

06/10/94 -17 -0,5731% -3,6964% 03/02/95 9 -3,1091% 1,1859%

07/10/94 -16 1,9915% -2,0821% 30/03/95 10 6,8993% -2,2963%

10/10/94 -15 1,3986% 3,1369% 05/05/95 11 -1,3423% -0,8867%

20/10/94 -14 -4,1385% -0,7234% 11/05/95 12 0,0000% -2,4847%

26/10/94 -13 0,0000% 2,6156% 12/05/95 13 0,0000% 1,1901%

01/11/94 -12 0,0000% -2,0446% 15/05/95 14 -1,2405% -2,6432%

07/11/94 -11 5,4053% 2,9996% 16/05/95 15 1,2268% -1,5241%

08/11/94 -10 1,3072% -0,5547% 17/05/95 16 -2,2025% 3,3134%

09/11/94 -9 0,0000% 2,1290% 06/06/95 17 -1,6000% -3,2419%

10/11/94 -8 6,2914% 2,1768% 07/06/95 18 -3,1125% -3,2323%

11/11/94 -7 0,6079% -0,8165% 14/06/95 19 -5,4902% -3,3327%

14/11/94 -6 0,6042% -0,0646% 20/06/95 20 -9,1515% -3,2782%

23/11/94 -5 2,4098% -2,2909% 21/06/95 21 0,0000% 1,5177%

24/11/94 -4 9,0972% 4,0223% 22/06/95 22 -1,0471% -0,9073%

01/12/94 -3 5,4067% -0,0795% 23/06/95 23 1,0471% -0,3675%

02/12/94 -2 0,0000% -2,7656% 26/06/95 24 -2,1053% -1,3647%

05/12/94 -1 5,1293% 2,3132% 27/06/95 25 1,0582% 3,4539%

06/12/94 0 0,0000% -1,2668%

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COPPEAD … · Oliveira, Edinelson Faria de Um estudo empmco sobre os efeitos da internacionalização no custo de capital de companhias abertas

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Anexo 8: Klabin Janela do Evento – Retorno Geométrico x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

23/09/94 -25 0,0000% 1,0693% 08/11/94 1 3,4606% -0,5547%

26/09/94 -24 -0,7117% -3,5121% 09/11/94 2 3,6732% 2,1290%

27/09/94 -23 5,5570% -0,9063% 10/11/94 3 3,5430% 2,1768%

28/09/94 -22 1,3423% 1,1339% 11/11/94 4 1,8809% -0,8165%

29/09/94 -21 0,0000% 3,0899% 14/11/94 5 0,0000% -0,0646%

30/09/94 -20 3,9221% 0,7578% 17/11/94 6 -3,8221% -2,3482%

05/10/94 -19 -1,9418% -3,2054% 18/11/94 7 -5,3346% -3,3656%

06/10/94 -18 -0,9852% -3,6964% 21/11/94 8 -1,3793% -4,9816%

07/10/94 -17 -0,3306% -2,0821% 22/11/94 9 -3,1046% 0,2539%

10/10/94 -16 0,0000% 3,1369% 23/11/94 10 -0,4293% -2,2909%

11/10/94 -15 2,6145% -2,1330% 24/11/94 11 4,2260% 4,0223%

14/10/94 -14 -0,6645% -2,2664% 29/11/94 12 1,3889% 6,0278%

17/10/94 -13 0,1501% -1,0272% 30/11/94 13 2,0479% -0,3431%

18/10/94 -12 2,6317% 2,5832% 01/12/94 14 0,0000% -0,0795%

19/10/94 -11 -2,5651% -3,1198% 02/12/94 15 -0,4062% -2,7656%

20/10/94 -10 -0,0666% -0,7234% 05/12/94 16 -0,9543% 2,3132%

21/10/94 -9 -3,3902% -3,5001% 06/12/94 17 -1,3793% -1,2668%

24/10/94 -8 -7,1459% -4,8944% 07/12/94 18 0,0000% 0,5256%

25/10/94 -7 -3,7740% 4,4858% 08/12/94 19 -0,9770% 3,6627%

26/10/94 -6 5,9719% 2,6156% 09/12/94 20 1,6690% -0,7853%

27/10/94 -5 -1,4599% 0,9178% 12/12/94 21 -1,0399% 1,7141%

28/10/94 -4 8,4557% 4,5845% 13/12/94 22 0,3478% 0,4560%

31/10/94 -3 0,0000% -2,6653% 14/12/94 23 0,0000% 2,8885%

01/11/94 -2 -0,3384% -2,0446% 15/12/94 24 -1,3979% -2,7335%

04/11/94 -1 4,4226% 3,4577% 16/12/94 25 -0,0007% 1,5369%

07/11/94 0 0,7067% 2,9996%

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94

Anexo 9: Suzano Janela do Evento – Retorno Geométrico x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

10/09/93 -25 0,0035% 3,9874% 26/10/93 1 2,2473% 5,1329%

13/09/93 -24 2,0479% 0,1381% 27/10/93 2 0,0000% 9,0323%

14/09/93 -23 1,5088% -2,4232% 28/10/93 3 1,3245% -1,2986%

15/09/93 -22 1,8137% 3,0623% 29/10/93 4 6,1656% 3,7865%

16/09/93 -21 2,8988% 2,9791% 05/11/93 5 0,0000% 1,6920%

17/09/93 -20 7,6373% 8,3673% 08/11/93 6 0,0000% 5,5185%

20/09/93 -19 1,4599% -0,6283% 09/11/93 7 1,0257% 0,2533%

21/09/93 -18 -2,0499% -2,4271% 10/11/93 8 5,9423% 6,7264%

22/09/93 -17 0,0000% 1,0484% 11/11/93 9 0,3839% 1,9435%

27/09/93 -16 -2,0961% -2,5841% 12/11/93 10 3,3902% 1,3315%

28/09/93 -15 0,0000% 3,4077% 17/11/93 11 0,9302% 4,5576%

29/09/93 -14 5,8841% 2,4308% 18/11/93 12 -0,9302% 0,3069%

30/09/93 -13 1,4185% -0,5510% 19/11/93 13 0,9302% -0,5868%

01/10/93 -12 1,3986% 1,1732% 24/11/93 14 1,8182% 4,4435%

04/10/93 -11 2,7399% -0,7511% 29/11/93 15 1,6529% -2,0551%

05/10/93 -10 2,6668% 4,1316% 30/11/93 16 -1,6529% -0,8792%

06/10/93 -9 2,3408% 2,8274% 01/12/93 17 0,8299% -2,6101%

07/10/93 -8 2,2877% 5,6296% 02/12/93 18 -0,8299% 1,7341%

08/10/93 -7 3,3481% 3,4899% 03/12/93 19 11,0348% 6,0841%

11/10/93 -6 4,7628% 4,3793% 06/12/93 20 17,7322% 2,5547%

14/10/93 -5 6,4822% 1,2433% 10/12/93 21 -5,2644% 2,0375%

15/10/93 -4 1,6878% 1,2862% 13/12/93 22 1,7442% 1,2858%

18/10/93 -3 -1,6878% -9,9995% 14/12/93 23 -0,4019% 3,5153%

21/10/93 -2 -3,5507% -9,9402% 15/12/93 24 3,9221% -1,2145%

22/10/93 -1 5,8496% 10,4269% 16/12/93 25 0,0000% 1,0372%

25/10/93 0 0,0000% -6,6731%

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95

Anexo 10: VCP Janela do Evento – Retorno Geométrico x Ibovespa.

Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA Data Dia Retorno Geométrico IBOVESPA

13/05/92 -25 -3,6277% -0,4144% 22/06/92 1 -4,3660% -6,9288%

14/05/92 -24 1,7677% 0,9012% 23/06/92 2 8,5767% -0,0583%

15/05/92 -23 -6,4180% 1,1463% 24/06/92 3 -5,6353% -3,8472%

18/05/92 -22 -0,8141% -4,6625% 25/06/92 4 2,8573% 5,9741%

19/05/92 -21 0,0000% 3,4605% 26/06/92 5 1,3847% 5,3578%

20/05/92 -20 -1,0959% 0,8238% 29/06/92 6 -10,2140% -16,0088%

21/05/92 -19 -0,8299% -4,7538% 30/06/92 7 0,0000% 6,1020%

22/05/92 -18 1,3793% -1,5591% 01/07/92 8 5,9719% 0,7644%

25/05/92 -17 -4,1964% -7,6945% 02/07/92 9 0,0000% 6,7399%

26/05/92 -16 0,0000% -0,0296% 03/07/92 10 -1,4746% -6,4388%

27/05/92 -15 3,0945% 7,2056% 06/07/92 11 -9,2227% 5,2530%

28/05/92 -14 0,4285% -1,7403% 07/07/92 12 9,2227% 5,6118%

29/05/92 -13 6,0081% 3,7832% 08/07/92 13 2,9134% 6,2942%

01/06/92 -12 1,2775% 5,9262% 09/07/92 14 1,4185% -1,2158%

02/06/92 -11 -2,5847% -0,6166% 10/07/92 15 5,4808% 8,7176%

03/06/92 -10 -4,3018% -0,9635% 13/07/92 16 7,6838% 6,8523%

04/06/92 -9 0,2743% -3,0616% 14/07/92 17 3,6491% 6,4060%

05/06/92 -8 1,2254% -2,2268% 15/07/92 18 -0,1191% -1,2153%

08/06/92 -7 -0,5427% -3,7671% 16/07/92 19 7,0184% 3,9511%

09/06/92 -6 -2,0619% 2,4179% 17/07/92 20 -15,6004% -4,5712%

10/06/92 -5 1,3793% 0,4059% 20/07/92 21 -2,6317% -7,0914%

11/06/92 -4 5,3346% 4,1332% 21/07/92 22 5,8269% -4,0390%

12/06/92 -3 -9,5310% -5,4554% 22/07/92 23 -5,8269% -5,4953%

15/06/92 -2 8,2238% -6,0662% 23/07/92 24 11,3329% 2,3503%

16/06/92 -1 -8,2238% -7,7080% 24/07/92 25 -2,4098% 5,8470%

17/06/92 0 0,0000% -9,2761%

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96

Anexo 11: Significâncias dos Retornos Anormais por S&W.

Dia Aracruz Bahia Sul Klabin Suzano VCP Agregado

-25 0,1323 0,6978 0,4968 0,1942 0,2042 0,0324

-24 0,4056 0,3282 0,7186 0,9197 0,7744 0,2240

-23 0,8277 0,0302 0,3880 0,9513 0,0406 0,0092

-22 0,7928 0,6254 0,0789 0,5683 0,8879 0,2148

-21 0,3494 0,3571 0,0130 0,8450 0,3257 0,0206

-20 0,4945 0,0107 0,3782 0,5005 0,3751 0,0671

-19 0,7643 0,3465 0,2685 0,8449 0,8943 0,3640

-18 0,9534 0,8878 0,2021 0,2583 0,9511 0,9529

-17 0,2040 0,8077 0,9741 0,3635 0,6290 0,2260

-16 0,9736 0,9660 0,8477 0,2606 0,5843 0,4949

-15 0,0847 0,4918 0,8118 0,2215 0,4283 0,0657

-14 0,5144 0,2088 0,4057 0,3794 0,8090 0,2601

-13 0,0423 0,3760 0,4800 0,8260 0,7966 0,4880

-12 0,5469 0,7392 0,7956 0,6475 0,3083 0,3101

-11 0,7474 0,9404 0,8342 0,8021 0,3060 0,6472

-10 0,5409 0,7899 0,7913 0,6690 0,1789 0,2577

-9 0,8416 0,4078 0,6415 0,7171 0,9131 0,4778

-8 0,5433 0,7357 0,2239 0,4505 0,9916 0,8422

-7 0,6828 0,7147 0,1363 0,9101 0,8453 0,5035

-6 0,9382 0,6488 0,9632 0,8080 0,1970 0,4388

-5 0,9867 0,8844 0,1367 0,2163 0,7585 0,8577

-4 0,7082 0,5218 0,8625 0,7074 0,9441 0,9540

-3 0,7635 0,6594 0,9452 0,9983 0,0589 0,4232

-2 0,6522 0,8047 0,2315 0,5281 0,0512 0,6707

-1 0,9838 0,9164 0,8213 0,8401 0,1813 0,5594

0 0,7797 0,6707 0,6435 0,9018 0,5416 0,9476

1 0,7958 0,4097 0,9402 0,4828 0,5386 0,2572

2 0,3148 0,4653 0,2243 0,0496 0,1994 0,2098

3 0,4045 0,6296 0,5061 0,8797 0,2047 0,1237

4 0,9630 0,8169 0,5629 0,4282 0,4909 0,6893

5 0,9521 0,7588 0,1394 0,3200 0,3549 0,1406

6 0,9326 0,7849 0,8473 0,1331 0,4679 0,3361

7 0,4039 0,2892 0,2593 0,6460 0,1898 0,0329

8 0,5242 0,0240 0,6477 0,7454 0,5302 0,4488

9 0,6760 0,1965 0,3033 0,3683 0,1645 0,0618

10 0,8067 0,3268 0,6964 0,8492 0,9526 0,7270

11 0,5124 0,4716 0,4401 0,2867 0,0018 0,0047

12 0,8833 0,7790 0,3039 0,2625 0,4750 0,6564

13 0,6366 0,4736 0,9012 0,7047 0,4734 0,4730

14 0,7656 0,6222 0,8921 0,4512 0,9235 0,4579

15 0,8047 0,8680 0,9792 0,9520 0,6363 0,6819

16 0,4573 0,1692 0,1263 0,2287 0,8173 0,2140

17 0,2169 0,6252 0,8406 0,8872 0,5659 0,2237

18 0,0549 0,4408 0,7849 0,2018 0,6714 0,0720

19 0,3205 0,2304 0,0555 0,0356 0,6511 0,3778

20 0,6647 0,0604 0,2990 0,0000 0,0012 0,1775

21 0,5340 0,4500 0,5117 0,0057 0,8222 0,1697

22 0,8147 0,5076 0,3626 0,7216 0,2319 0,7585

Dia Aracruz Bahia Sul Klabin Suzano VCP Agregado

23 0,1719 0,7361 0,2876 0,1706 0,2695 0,3506

24 0,6469 0,4209 0,4330 0,4784 0,1172 0,6304

25 0,4981 0,4306 0,0235 0,3643 0,0740 0,0367

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97

Anexo 12: Significâncias dos Retornos Anormais por Dimson.

Dia Aracruz Bahia Sul Suzano Klabin VCP Agregado

-25 0,146 0,615 0,445 0,722 0,475 0,333

-24 0,423 0,750 0,619 0,691 0,887 0,857

-23 0,859 0,185 0,482 0,089 0,116 0,378

-22 0,841 0,763 0,983 0,977 0,513 0,673

-21 0,362 0,589 0,725 0,435 0,486 0,232

-20 0,421 0,003 0,265 0,383 0,668 0,010

-19 0,678 0,582 0,677 0,974 0,504 0,795

-18 0,958 0,738 0,630 0,723 0,601 0,649

-17 0,212 0,521 0,747 0,834 0,597 0,909

-16 0,917 0,459 0,636 0,430 0,964 0,936

-15 0,098 0,734 0,498 0,275 0,445 0,275

-14 0,547 0,629 0,155 0,882 0,717 0,923

-13 0,039 0,644 0,696 0,897 0,638 0,345

-12 0,590 0,674 0,901 0,915 0,370 0,751

-11 0,775 0,750 0,390 0,814 0,643 0,972

-10 0,565 0,730 0,919 0,999 0,454 0,726

-9 0,803 0,712 0,850 0,689 0,564 0,942

-8 0,493 0,539 0,802 0,223 0,538 0,631

-7 0,635 0,777 0,671 0,030 0,588 0,976

-6 0,887 0,888 0,447 0,277 0,356 0,774

-5 0,885 0,398 0,073 0,449 0,876 0,347

-4 0,740 0,480 0,838 0,159 0,789 0,338

-3 0,818 0,368 0,436 0,667 0,328 0,713

-2 0,564 0,578 0,880 0,842 0,006 0,045

-1 0,908 0,686 0,832 0,650 0,770 0,710

0 0,660 0,785 0,401 0,581 0,094 0,223

1 0,873 0,822 0,850 0,312 0,725 0,809

2 0,336 0,673 0,129 0,610 0,088 0,908

3 0,415 0,856 0,637 0,644 0,628 0,872

4 0,896 0,863 0,189 0,549 0,560 0,640

5 0,977 0,802 0,675 0,907 0,442 0,717

6 0,978 0,606 0,320 0,441 0,394 0,847

7 0,467 0,539 0,889 0,316 0,235 0,125

8 0,452 0,230 0,424 0,611 0,305 0,648

9 0,641 0,496 0,742 0,270 0,192 0,187

10 0,865 0,121 0,445 0,823 0,395 0,110

11 0,536 0,991 0,588 0,782 0,004 0,086

12 0,777 0,615 0,603 0,324 0,432 0,744

13 0,540 0,848 0,815 0,583 0,528 0,937

14 0,893 0,736 0,819 0,909 0,641 0,784

15 0,947 0,607 0,487 0,741 0,576 0,735

16 0,373 0,347 0,561 0,368 0,810 0,566

17 0,250 0,693 0,613 0,785 0,616 0,683

18 0,073 0,878 0,483 0,809 0,879 0,393

19 0,330 0,840 0,010 0,235 0,518 0,877

Dia Aracruz Bahia Sul Suzano Klabin VCP Agregado

20 0,652 0,430 0,000 0,597 0,018 0,764

21 0,385 0,800 0,028 0,424 0,462 0,713

22 0,825 0,968 0,824 0,902 0,060 0,386

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98

23 0,154 0,789 0,408 0,461 0,830 0,872

24 0,645 0,968 0,187 0,976 0,069 0,152

25 0,412 0,650 0,748 0,650 0,104 0,331

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99

Anexo 13: Significâncias dos Retornos Anormais pelo modelo de Retornos Ajustados pelo Retorno Médio.

Dia Aracruz Klabin Suzano Bahia Sul VCP Agregado

-25 0,2612 0,8448 0,6702 0,5524 0,3196 0,1506

-24 0,7228 0,7539 0,8044 0,4505 0,9901 0,5482

-23 0,9620 0,4695 0,9441 0,0482 0,1304 0,2173

-22 0,8241 0,9789 0,8646 0,5916 0,6380 0,6102

-21 0,7228 0,8448 0,5976 0,7385 0,7502 0,6750

-20 0,9144 0,6504 0,0383 0,0175 0,6009 0,1004

-19 0,7228 0,6053 0,9570 0,7166 0,6359 0,4199

-18 0,5473 0,7198 0,2714 0,8683 0,9520 0,4903

-17 0,5420 0,8023 0,6694 0,6381 0,2709 0,2126

-16 0,3908 0,8448 0,2648 0,9914 0,7502 0,3637

-15 0,1235 0,8127 0,6694 0,9200 0,7943 0,5794

-14 0,6810 0,7862 0,1323 0,2555 0,8118 0,5746

-13 0,0445 0,8373 0,9678 0,7166 0,4209 0,3415

-12 0,6009 0,8105 0,9730 0,7166 0,9368 0,7726

-11 0,9931 0,5354 0,6344 0,5150 0,4231 0,7844

-10 0,8177 0,8362 0,6516 0,9063 0,2625 0,5005

-9 0,7770 0,4497 0,6701 0,7166 0,7895 0,4827

-8 0,7614 0,1697 0,7439 0,4140 0,9290 0,8563

-7 0,7764 0,4126 0,4993 0,8034 0,6746 0,6473

-6 0,9844 0,4286 0,2545 0,8029 0,4817 0,7724

-5 0,4663 0,6620 0,0893 0,9288 0,9520 0,9497

-4 0,9167 0,2300 0,8973 0,1803 0,4969 0,1119

-3 0,7228 0,8448 0,3264 0,5148 0,0372 0,2285

-2 0,7228 0,8013 0,1120 0,7166 0,2236 0,7600

-1 0,7228 0,5920 0,1352 0,5489 0,0651 0,9579

0 0,3913 0,9372 0,6694 0,7166 0,7502 0,4031

1 0,5329 0,7062 0,7540 0,5814 0,2574 0,4402

2 0,5306 0,6803 0,6694 0,9356 0,1997 0,6757

3 0,8274 0,6961 0,9925 0,7166 0,1714 0,4829

4 0,8267 0,9080 0,1104 0,8500 0,8287 0,5512

5 0,7228 0,8448 0,6694 0,9368 0,9528 0,6648

6 0,5306 0,4081 0,6694 0,7166 0,0273 0,0419

7 0,2337 0,2819 0,9290 0,5932 0,7502 0,1344

8 0,9431 0,6716 0,1275 0,0196 0,4248 0,5606

9 0,6359 0,4784 0,7637 0,3447 0,7502 0,3877

10 0,7228 0,7897 0,4906 0,3521 0,5526 0,9565

11 0,7843 0,6147 0,9040 0,5388 0,0426 0,2563

12 0,4790 0,9728 0,4636 0,7166 0,1609 0,9818

13 0,6225 0,8861 0,9040 0,7166 0,8206 0,8225

14 0,1714 0,8448 0,8634 0,5515 0,9578 0,3499

15 0,1315 0,7926 0,9064 0,8944 0,4798 0,6415

16 0,7228 0,7236 0,3321 0,4380 0,2641 0,6634

17 0,1977 0,6716 0,8779 0,5074 0,7155 0,3445

18 0,0195 0,8448 0,4840 0,3443 0,7334 0,0611

19 0,7228 0,7208 0,0017 0,1650 0,3207 0,7346

20 0,4020 0,9358 0,0000 0,0391 0,0015 0,5028

21 0,1232 0,7131 0,0322 0,7166 0,4180 0,0493

Dia Aracruz Klabin Suzano Bahia Sul VCP Agregado

22 0,7372 0,8901 0,8826 0,5760 0,4406 0,8362

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100

23 0,2632 0,8448 0,5760 0,8678 0,1605 0,5906

24 0,3057 0,6694 0,3876 0,4488 0,0733 0,3545

25 0,7228 0,8447 0,6694 0,8694 0,4422 0,4179

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101

Anexo 14: Significâncias dos Retornos Anormais Acumulados Agregados pelo modelo de Retornos Ajustados ao Mercado e pelo método de Dimson.

Dia Dimson Ajustado Dia Dimson Ajustado

-25 0,3328 0,2728 1 0,3206 0,1365

-24 0,4165 0,3084 2 0,3426 0,2059

-23 0,2417 0,1093 3 0,3669 0,2398

-22 0,4209 0,1736 4 0,3471 0,2391

-21 0,2103 0,0369 5 0,3833 0,3074

-20 0,9382 0,3430 6 0,3811 0,2605

-19 0,9790 0,4682 7 0,5028 0,3768

-18 0,8527 0,7663 8 0,4774 0,3740

-17 0,8310 0,8077 9 0,5877 0,5177

-16 0,8197 0,9560 10 0,4743 0,3606

-15 0,9102 0,6918 11 0,6111 0,6013

-14 0,9362 0,6368 12 0,5922 0,5331

-13 0,8527 0,9261 13 0,5925 0,4935

-12 0,9251 0,8616 14 0,5784 0,4247

-11 0,9205 0,9252 15 0,5602 0,3389

-10 0,9929 0,8541 16 0,6070 0,3688

-9 0,9789 0,8829 17 0,6419 0,3780

-8 0,8895 0,9997 18 0,7096 0,4075

-7 0,8869 0,9183 19 0,7020 0,4596

-6 0,8597 0,9070 20 0,6841 0,5068

-5 0,7375 0,7371 21 0,7144 0,4455

-4 0,6303 0,6476 22 0,6571 0,3926

-3 0,6037 0,5280 23 0,6501 0,3917

-2 0,4158 0,2791 24 0,5607 0,2978

-1 0,4009 0,2744 25 0,6274 0,3631

0 0,3224 0,1340

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102

Anexo 15 – Retornos Anormais por S&W, para cada uma das cinco ações da amostra.

Dia Aracruz Bahia Sul Klabin Suzano VCP Agregado

-25 -0,0627 -0,0208 -0,0218 -0,0388 -0,0597 -0,0408

-24 -0,0345 -0,0526 -0,0116 -0,0030 -0,0134 -0,0230

-23 -0,0090 -0,1174 -0,0277 0,0018 -0,0967 -0,0498

-22 -0,0109 -0,0262 -0,0567 -0,0170 -0,0066 -0,0235

-21 -0,0389 -0,0495 -0,0806 -0,0058 -0,0461 -0,0442

-20 0,0283 0,1388 0,0283 0,0201 -0,0416 0,0348

-19 0,0124 -0,0506 -0,0356 -0,0058 -0,0062 -0,0172

-18 -0,0024 -0,0076 0,0410 -0,0338 -0,0029 -0,0011

-17 -0,0528 -0,0131 0,0010 -0,0271 -0,0226 -0,0229

-16 -0,0014 0,0023 -0,0062 -0,0336 -0,0256 -0,0129

-15 -0,0719 -0,0369 0,0076 -0,0365 -0,0371 -0,0350

-14 -0,0271 -0,0677 -0,0267 0,0262 -0,0113 -0,0213

-13 0,0849 -0,0476 0,0227 -0,0065 0,0121 0,0131

-12 -0,0250 -0,0179 0,0083 -0,0136 -0,0478 -0,0192

-11 -0,0134 0,0040 0,0067 0,0075 -0,0480 -0,0086

-10 -0,0254 -0,0143 0,0085 -0,0127 -0,0632 -0,0214

-9 0,0083 -0,0445 -0,0149 -0,0108 -0,0051 -0,0134

-8 0,0252 0,0181 -0,0391 -0,0225 -0,0005 -0,0038

-7 0,0169 -0,0196 -0,0480 -0,0034 -0,0091 -0,0126

-6 0,0032 -0,0245 0,0015 0,0072 -0,0606 -0,0146

-5 0,0007 0,0078 -0,0479 0,0369 -0,0144 -0,0034

-4 -0,0155 0,0344 -0,0056 -0,0112 0,0033 0,0011

-3 -0,0125 0,0237 0,0022 0,0001 -0,0891 -0,0151

-2 0,0187 -0,0133 -0,0385 -0,0188 0,0920 0,0080

-1 0,0008 0,0056 0,0072 -0,0060 -0,0628 -0,0110

0 0,0116 -0,0228 -0,0149 0,0037 0,0286 0,0012

1 -0,0107 -0,0443 -0,0024 -0,0209 -0,0288 -0,0214

2 -0,0418 -0,0392 -0,0391 -0,0589 0,0603 -0,0237

3 -0,0346 -0,0259 -0,0213 -0,0045 -0,0596 -0,0292

4 0,0019 -0,0124 -0,0186 0,0236 -0,0323 -0,0075

5 -0,0025 -0,0165 -0,0476 -0,0297 -0,0434 -0,0279

6 -0,0035 -0,0147 0,0062 -0,0449 -0,0340 -0,0182

7 -0,0347 -0,0570 -0,0363 -0,0137 -0,0616 -0,0406

8 0,0264 -0,1224 -0,0147 0,0097 0,0294 -0,0143

9 0,0173 -0,0696 -0,0331 -0,0268 -0,0654 -0,0355

10 -0,0101 0,0527 -0,0125 0,0057 -0,0028 0,0066

11 -0,0272 -0,0387 -0,0248 -0,0318 -0,1489 -0,0543

12 0,0061 -0,0151 -0,0330 -0,0335 0,0335 -0,0084

13 0,0196 -0,0385 -0,0040 -0,0113 -0,0336 -0,0136

14 -0,0124 -0,0265 -0,0043 -0,0225 -0,0045 -0,0140

15 -0,0103 -0,0089 0,0008 0,0018 -0,0222 -0,0077

16 0,0308 -0,0741 -0,0493 -0,0360 0,0108 -0,0235

17 -0,0514 -0,0262 -0,0065 -0,0042 -0,0269 -0,0230

18 -0,0802 -0,0414 0,0088 -0,0381 -0,0199 -0,0342

19 -0,0413 -0,0646 -0,0619 0,0632 0,0212 -0,0167

20 0,0180 -0,1015 -0,0334 0,1442 -0,1550 -0,0255

Dia Aracruz Bahia Sul Klabin Suzano VCP Agregado

21 0,0258 -0,0406 -0,0211 -0,0837 -0,0105 -0,0260

22 -0,0097 -0,0356 -0,0293 -0,0106 0,0562 -0,0058

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103

23 0,0568 -0,0181 -0,0342 -0,0410 -0,0518 -0,0176

24 0,0190 -0,0433 -0,0252 0,0211 0,0737 0,0091

25 0,0281 -0,0424 -0,0734 -0,0271 -0,0842 -0,0398

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104

Anexo 16 – Retornos Anormais das cinco ações que compõem a amostra, utilizando coeficientes de Dimson.

Dia Aracruz Bahiasul Suzano Klabin VCP Agregado

-25 -0,0610 0,0319 -0,0229 -0,0120 -0,0350 -0,0198

-24 -0,0334 -0,0202 0,0149 0,0134 0,0070 -0,0037

-23 -0,0074 -0,0842 0,0211 0,0576 -0,0771 -0,0180

-22 -0,0084 0,0191 -0,0007 0,0010 0,0320 0,0086

-21 -0,0381 -0,0342 0,0106 -0,0263 -0,0341 -0,0244

-20 0,0336 0,1915 0,0336 0,0294 -0,0210 0,0534

-19 0,0173 -0,0349 0,0125 -0,0011 0,0327 0,0053

-18 0,0022 0,0212 -0,0145 0,0120 0,0256 0,0093

-17 -0,0523 0,0407 -0,0097 0,0071 0,0259 0,0023

-16 0,0043 0,0470 -0,0142 -0,0267 -0,0022 0,0016

-15 -0,0693 -0,0215 -0,0204 0,0369 -0,0374 -0,0223

-14 -0,0251 -0,0306 0,0429 0,0050 0,0177 0,0020

-13 0,0867 -0,0293 0,0117 0,0044 0,0230 0,0193

-12 -0,0225 0,0266 0,0037 0,0036 -0,0439 -0,0065

-11 -0,0119 0,0202 0,0259 -0,0079 -0,0227 0,0007

-10 -0,0240 0,0218 0,0030 0,0001 -0,0367 -0,0072

-9 0,0104 -0,0234 0,0057 -0,0135 0,0282 0,0015

-8 0,0287 0,0389 -0,0075 -0,0412 0,0301 0,0098

-7 0,0198 0,0180 0,0128 -0,0740 0,0265 0,0006

-6 0,0059 0,0089 0,0229 0,0368 -0,0452 0,0059

-5 0,0061 0,0537 0,0543 -0,0255 0,0076 0,0192

-4 -0,0138 0,0449 0,0061 0,0476 0,0131 0,0196

-3 -0,0096 0,0571 0,0234 0,0145 -0,0479 0,0075

-2 0,0241 0,0353 0,0045 0,0067 0,1352 0,0412

-1 0,0048 0,0257 0,0064 0,0153 -0,0143 0,0076

0 0,0183 0,0173 0,0253 -0,0186 0,0823 0,0249

1 -0,0067 -0,0142 -0,0057 0,0341 0,0172 0,0049

2 -0,0402 -0,0268 -0,0458 0,0172 0,0838 -0,0023

3 -0,0340 0,0115 0,0142 0,0156 -0,0237 -0,0033

4 0,0055 0,0110 0,0396 0,0202 -0,0285 0,0095

5 0,0012 0,0159 -0,0126 -0,0039 -0,0376 -0,0074

6 0,0011 0,0327 -0,0299 -0,0260 0,0417 0,0039

7 -0,0304 -0,0389 0,0042 -0,0339 -0,0582 -0,0315

8 0,0314 -0,0763 0,0241 0,0171 0,0503 0,0093

9 0,0195 -0,0432 -0,0099 -0,0373 -0,0641 -0,0270

10 -0,0071 0,0986 0,0229 0,0075 0,0416 0,0327

11 -0,0258 -0,0007 -0,0163 0,0093 -0,1427 -0,0352

12 0,0118 0,0319 -0,0156 -0,0333 0,0385 0,0067

13 0,0256 -0,0122 0,0070 0,0185 -0,0309 0,0016

14 -0,0056 0,0214 -0,0069 -0,0038 0,0228 0,0056

15 -0,0028 0,0327 0,0209 0,0111 -0,0273 0,0069

16 0,0372 -0,0596 -0,0175 -0,0304 0,0117 -0,0117

17 -0,0481 0,0250 0,0152 -0,0092 -0,0245 -0,0083

18 -0,0752 0,0097 -0,0211 -0,0081 0,0074 -0,0174

Dia Aracruz Bahiasul Suzano Klabin VCP Agregado

19 -0,0407 -0,0128 0,0779 -0,0402 0,0316 0,0032

20 0,0188 -0,0501 0,1608 0,0179 -0,1167 0,0061

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105

21 0,0363 -0,0161 -0,0668 -0,0270 0,0360 -0,0075

22 -0,0092 0,0025 0,0067 -0,0042 0,0927 0,0177

23 0,0598 0,0170 -0,0249 -0,0249 -0,0105 0,0033

24 0,0192 -0,0026 0,0398 0,0010 0,0894 0,0294

25 0,0343 -0,0287 -0,0096 -0,0153 -0,0800 -0,0199

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106

Anexo 17 - Retornos Anormais na Janela do Evento pelo Modelo de Retornos Ajustados pelo Retorno Médio.

Dia Aracruz Klabin Suzano Bahia Sul VCP Agregado

-25 -0,053 -0,012 -0,013 -0,032 -0,053 -0,032

-24 -0,017 -0,019 0,008 -0,040 0,001 -0,014

-23 0,002 0,044 0,002 -0,106 -0,081 -0,028

-22 -0,010 0,002 0,005 -0,029 -0,025 -0,011

-21 -0,017 -0,012 0,016 -0,018 -0,017 -0,009

-20 -0,005 0,027 0,063 0,128 -0,028 0,037

-19 -0,017 -0,031 0,002 -0,019 -0,025 -0,018

-18 -0,028 -0,022 -0,033 0,009 -0,003 -0,016

-17 -0,029 -0,015 -0,013 -0,025 -0,059 -0,028

-16 -0,040 -0,012 -0,034 0,001 -0,017 -0,020

-15 -0,072 0,014 -0,013 -0,005 0,014 -0,012

-14 -0,019 -0,016 0,046 -0,061 -0,013 -0,013

-13 0,095 -0,012 0,001 -0,019 0,043 0,021

-12 -0,024 0,014 0,001 -0,019 -0,004 -0,007

-11 0,000 -0,037 0,014 0,035 -0,043 -0,006

-10 -0,011 -0,012 0,014 -0,006 -0,060 -0,015

-9 0,013 -0,046 -0,013 -0,019 -0,014 -0,016

-8 0,014 -0,083 0,010 0,044 -0,005 -0,004

-7 0,013 -0,050 0,021 -0,013 -0,022 -0,010

-6 0,001 0,048 0,035 -0,013 -0,038 0,007

-5 -0,034 -0,026 0,052 0,005 -0,003 -0,001

-4 -0,005 0,073 0,004 0,072 0,036 0,036

-3 -0,017 -0,012 -0,030 0,035 -0,112 -0,027

-2 -0,017 -0,015 -0,048 -0,019 0,065 -0,007

-1 -0,017 0,032 0,046 0,032 -0,099 -0,001

0 -0,040 -0,005 -0,013 -0,019 -0,017 -0,019

1 -0,029 0,023 0,010 -0,029 -0,061 -0,017

2 -0,029 0,025 -0,013 -0,004 0,069 0,009

3 -0,010 0,024 0,000 -0,019 -0,073 -0,016

4 -0,010 0,007 0,049 0,010 0,012 0,013

5 -0,017 -0,012 -0,013 -0,004 -0,003 -0,010

6 -0,029 -0,050 -0,013 -0,019 -0,119 -0,046

7 -0,056 -0,065 -0,003 -0,028 -0,017 -0,034

8 -0,003 -0,026 0,046 -0,126 0,043 -0,013

9 0,022 -0,043 -0,009 -0,050 -0,017 -0,019

10 -0,017 -0,016 0,021 0,050 -0,032 0,001

11 -0,013 0,030 -0,004 -0,033 -0,109 -0,026

12 -0,033 0,002 -0,022 -0,019 0,075 0,001

13 -0,023 0,009 -0,004 -0,019 0,012 -0,005

14 -0,064 -0,012 0,005 -0,032 -0,003 -0,021

15 -0,071 -0,016 0,004 -0,007 0,038 -0,010

16 -0,017 -0,021 -0,029 -0,041 0,060 -0,010

17 -0,060 -0,026 -0,005 -0,035 0,019 -0,021

18 -0,110 -0,012 -0,021 -0,050 -0,018 -0,042

19 -0,017 -0,022 0,097 -0,074 0,053 0,008

20 0,039 0,005 0,164 -0,111 -0,173 -0,015

21 -0,072 -0,022 -0,066 -0,019 -0,043 -0,045

22 0,016 -0,008 0,004 -0,030 0,041 0,005

23 0,052 -0,012 -0,017 -0,009 -0,075 -0,012

24 0,048 -0,026 0,026 -0,040 0,096 0,021

25 -0,017 -0,012 -0,013 -0,009 -0,041 -0,018

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Anexo 18 – Retornos Anormais Agregados Acumulados na Janela do Evento.

Dia Dimson Médio Dia Dimson Médio

-25 -0,0198 -0,0325 1 0,1434 -0,2320

-24 -0,0235 -0,0460 2 0,1410 -0,2226

-23 -0,0415 -0,0738 3 0,1378 -0,2384

-22 -0,0329 -0,0853 4 0,1473 -0,2249

-21 -0,0573 -0,0947 5 0,1399 -0,2347

-20 -0,0039 -0,0576 6 0,1438 -0,2809

-19 0,0014 -0,0757 7 0,1124 -0,3147

-18 0,0107 -0,0913 8 0,1217 -0,3278

-17 0,0131 -0,1194 9 0,0947 -0,3473

-16 0,0147 -0,1399 10 0,1274 -0,3460

-15 -0,0076 -0,1524 11 0,0922 -0,3716

-14 -0,0057 -0,1650 12 0,0989 -0,3711

-13 0,0137 -0,1436 13 0,1005 -0,3762

-12 0,0072 -0,1501 14 0,1061 -0,3972

-11 0,0079 -0,1562 15 0,1130 -0,4077

-10 0,0007 -0,1714 16 0,1013 -0,4175

-9 0,0022 -0,1872 17 0,0929 -0,4388

-8 0,0120 -0,1913 18 0,0755 -0,4812

-7 0,0126 -0,2016 19 0,0786 -0,4736

-6 0,0185 -0,1950 20 0,0848 -0,4887

-5 0,0377 -0,1965 21 0,0773 -0,5333

-4 0,0573 -0,1605 22 0,0950 -0,5286

-3 0,0648 -0,1877 23 0,0983 -0,5407

-2 0,1060 -0,1946 24 0,1276 -0,5199

-1 0,1135 -0,1958 25 0,1078 -0,5381

0 0,1385 -0,2146

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Anexo 19 – Significâncias dos Retornos Anormais Acumulados Agregados na Janela do Evento.

Dia Dimson Médio Dia Dimson Médio

-25 0,3328 0,1506 1 0,3206 0,0490

-24 0,4165 0,1500 2 0,3426 0,0634

-23 0,2417 0,0599 3 0,3669 0,0509

-22 0,4209 0,0598 4 0,3471 0,0698

-21 0,2103 0,0615 5 0,3833 0,0628

-20 0,9382 0,2971 6 0,3811 0,0288

-19 0,9790 0,2046 7 0,5028 0,0161

-18 0,8527 0,1531 8 0,4774 0,0136

-17 0,8310 0,0787 9 0,5877 0,0100

-16 0,8197 0,0510 10 0,4743 0,0114

-15 0,9102 0,0429 11 0,6111 0,0074

-14 0,9362 0,0359 12 0,5922 0,0083

-13 0,8527 0,0786 13 0,5925 0,0083

-12 0,9251 0,0765 14 0,5784 0,0060

-11 0,9205 0,0748 15 0,5602 0,0053

-10 0,9929 0,0586 16 0,6070 0,0048

-9 0,9789 0,0453 17 0,6419 0,0035

-8 0,8895 0,0468 18 0,7096 0,0016

-7 0,8869 0,0415 19 0,7020 0,0021

-6 0,8597 0,0543 20 0,6841 0,0017

-5 0,7375 0,0585 21 0,7144 0,0007

-4 0,6303 0,1300 22 0,6571 0,0009

-3 0,6037 0,0838 23 0,6501 0,0008

-2 0,4158 0,0794 24 0,5607 0,0014

-1 0,4009 0,0837 25 0,6274 0,0010

0 0,3224 0,0632