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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTAÇÃO PARA MONITORAMENTO DE CORRENTE DE FUGA EM ISOLADORES DE EXTRA ALTA TENSÃO Curitiba 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTAÇÃO PARA MONITORAMENTO DE

CORRENTE DE FUGA EM ISOLADORES DE EXTRA ALTA TENSÃO

Curitiba

2016

FLÁVIA BIANCONI DE OLIVEIRA

DESENVOLVIMENTO DE INSTRUMENTAÇÃO PARA MONITORAMENTO DE

CORRENTE DE FUGA EM ISOLADORES DE EXTRA ALTA TENSÃO

Curitiba

2016

Trabalho de conclusão de curso

apresentado ao curso de Engenharia Elétrica, Área

de Concentração Eletrotécnica, Departamento de

Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia,

Universidade Federal do Paraná, como parte das

exigências para a obtenção do título de Engenharia

Eletricista.

Orientador: Prof. Dr. Sebastião Ribeiro

TERMO DE APROVAÇÃO

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço ao Instituto LACTEC pelo apoio, colaboração,

infraestrutura, material e suporte para o desenvolvimento do meu trabalho de conclusão

de curso, bem como aos pesquisadores Sebastião Ribeiro, Diego Buriti e Daniel

Ussuna pelos conhecimentos transmitidos.

Agradeço a Deus por ser o centro em minha vida, a fonte que me sustenta e por

liberar a sua unção de milagres sobre mim, minha família, meus estudos e meu

trabalho.

Agradeço a minha família pela colaboração, confiança, apoio, amor e carinho.

Agradeço aos colegas Dayse Andrade, Rodrigo Henrique Gonçalves da Silva

pela amizade, apoio e força dada durante o decorrer do curso e ao colega Marcell

Brener pela sua colaboração ao transmitir os conhecimentos que me foram de grande

importância para a realização de meu trabalho de conclusão de curso.

RESUMO

O propósito deste trabalho foi o desenvolvimento de uma instrumentação e de

um software de aquisição de dados para monitoramento de corrente de fuga em

isoladores de extra alta tensão (250kV). A corrente de fuga tem auxiliado na avaliação

do desempenho dos isoladores, uma vez que ela tem demonstrado ser um parâmetro

indicativo do estado de degradação de equipamentos instalados em ambientes com

altos índices de poluição ambiental, permitindo a monitoração em tempo real destes

equipamentos nas linhas de transmissão. O método utilizado consiste em converter um

valor analógico de corrente de fuga para um sinal óptico que foi transmitido por um cabo

de fibra ótica e, após, convertido para um sinal analógico de tensão. Posteriormente,

este sinal foi coletado por um sistema de aquisição dados. Uma ferramenta

computacional foi desenvolvida para a visualização das formas de onda senoidais dos

valores de corrente de fuga coletados.

Palavras-chaves: Isoladores, corrente de fuga, descarga parcial.

ABSTRACT

The purpose of this work includes the development of instrumentation and

acquisition software for leakage current monitoring extra high voltage insulators (250

kV). The leakage current has helped in the insulator performance evaluation, once it had

proved an indicative parameter of the equipment degradation state installed in

environments with high levels of environmental pollution, allowing real-time monitoring of

this equipment in the transmission lines. The method used was to convert an analog

value leakage current for an optical signal to be transmitted by a fiber optic cable and,

thereafter, it was converted to an analog voltage signal. Subsequently, this signal was

collected by a system of data acquisition. This system allowed the visualization

waveforms of the leakage current values.

Keywords: Fault insulators, leakage current monitoring, prototype transmitter and

receiver signal.

LISTA DE FIGURAS

Figura1: Isolador de Porcelana ................................................................................... 13

Figura 2: Isolador de Vidro........................................................................................... 14

Figura 3: Isoladores de Suspensão........................................................................... 15

Figura 4: Perfil de um isolador tipo campânula (MAMEDE, 2005) ........................ 16

Figura 5: Sistema utilizado por Shihab para medição de corrente de fuga

(SHIHAB, 1994). .......................................................................................................................... 20

Figura 6: Sistema utilizado por Fierro-Chavez para medição de corrente de

fuga. (FIERRO-CHAVES, 1996) ............................................................................................... 21

Figura 7: Sistema utilizado por Kurihara para medição de corrente de fuga

(KURIHARA, 2003). .................................................................................................................... 22

Figura 8: (a) Sistema utilizado por Fontana para medição de corrente de fuga;

(b) Detalhe do sensor utilizado (FONTANA, 2006)................................................................ 22

Figura 9: Sistema montado em campo para medição de corrente de fuga

(FONTANA, 2006). ...................................................................................................................... 23

Figura 10: Esquema do sensor utilizado por Albuquerque (ALBUQUERQUE,

2012).............................................................................................................................................. 24

Figura 11: Protótipos antes da instalação em campo (ALBUQUERQUE, 2012).

........................................................................................................................................................ 24

Figura 12: Protótipo instalado em isolador de suspensão (ALBUQUERQUE,

2012).............................................................................................................................................. 25

Figura 13: Protótipos instalados em isoladores de ancoragem

(ALBUQUERQUE, 2012). .......................................................................................................... 25

Figura 14: Fluxograma do processo de transdução de corrente de fuga. ........... 27

Figura 15: Mudança de Offset, a) sinal original em vermelho, b) sinal com

alteração do offset em verde ..................................................................................................... 29

Figura 16: Esquemático do circuito emissor de corrente de fuga – versão inicial.

........................................................................................................................................................ 30

Figura 17: Protótipo 3D do circuito emissor de corrente de fuga – versão inicial.

........................................................................................................................................................ 31

Figura 18: Esquemático do circuito emissor de corrente de fuga – versão final.31

Figura 19: Protótipo 3D do circuito emissor de corrente de fuga – versão final. 32

Figura 20: Transdutor emissor de corrente de fuga – versão final. ...................... 32

Figura 21: Esquemático do circuito receptor de corrente de fuga – versão inicial.

........................................................................................................................................................ 34

Figura 22: Protótipo 3D do circuito receptor de corrente de fuga – versão inicial.

........................................................................................................................................................ 34

Figura 23: Esquemático do circuito receptor de corrente de fuga – versão final.

........................................................................................................................................................ 35

Figura 24: Protótipo 3D do circuito receptor de corrente de fuga – versão final. 35

Figura 25: Transdutor receptor de corrente de fuga – versão final. ...................... 36

Figura 26: Calibração dos transdutores de corrente de fuga. À esquerda,

protótipo do circuito emissor de corrente de fuga; a direita, protótipo do circuito receptor

de corrente de fuga. .................................................................................................................... 37

Figura 27:Osciloscópio . ............................................................................................... 38

Figura 28: Gerador de sinais. ...................................................................................... 38

Figura 29: Fonte de tensão.......................................................................................... 39

Figura 30: Transdutores de corrente de fuga conectados com o cabo de fibra

ótica. .............................................................................................................................................. 40

Figura 31: Forma de onda do sinal (a) 60 Hz; (b) 100 Hz. ..................................... 41

Figura 32: Forma de Onda do Sinal (a) 1 MHZ (b) 1,6 MHz .................................. 41

Figura 33: Análises de pulso (a) 1 MHz (b) 1,6 MHz. ............................................. 42

Figura 34: Diagrama de blocos do referente ao funcionamento do software de

aquisição de dados de corrente de fuga. ................................................................................ 44

Figura 35: Quadro de baixa tensão onde se encontram instalados os protótipos

emissores. ..................................................................................................................................... 45

Figura 36: Protótipo emissor instalado em um quadro de baixa tensão. ............. 46

Figura 37: Transdutores receptores de corrente de fuga e placa de aquisição de

dados. ............................................................................................................................................ 46

Figura 38: Camara de Névoa Salina na qual são instalados os isoladores a

serem testados............................................................................................................................. 47

Figura 39: Ferramenta computacional, (a)Tela inicial da ferramenta

computacional; (b)Programação desenvolvidana plataforma LabVIEW. ........................... 47

Figura 40: Sinal de aquisição ...................................................................................... 48

Figura 41: Sinal RMS máxima e RMS instantânea da corrente de fuga .............. 48

Figura 42: Ocorrência das harmônicas nos sinais adquiridos. .............................. 49

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores ajustados para análise de pulsos. .............................................. 42

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

EPDM – Etileno-Propileno-Dieno

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9

1.2. OBJETIVOS ................................................................................................................ 10

1.2.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 10

1.2.2 Objetivo Específico ................................................................................................. 10

1.3. ESTRUTURA DA PESQUISA ................................................................................. 11

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 12

2.1 Isoladores ..................................................................................................................... 12

2.1.1 Isoladores de porcelana ........................................................................................ 13

2.1.2 Isoladores de vidro ................................................................................................. 14

2.1.3 Isoladores poliméricos ........................................................................................... 16

2.2 MEDIDA DE CORRENTE DE FUGA ....................................................................... 18

2.3 DESCARGA PARCIAL............................................................................................... 25

3. DESENVOLVIMENTO DE CIRCUITOS TRANSDUTORES DE CORRENTE DE

FUGA POR FIBRA ÓTICA .................................................................................. 27

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................... 28

4.1 CIRCUITO TRANSDUTORES EMISSOR .......................................................... 28

4.2 - CIRCUITO TRANSDUTORES RECEPTOR .................................................... 33

4.3 CALIBRAÇÃO DO SISTEMA ................................................................................ 36

4.4 – AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOS TRANSDUTORES ........................ 39

4.5 – FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA ANÁLISE DOS DADOS ......... 43

4.6 – ENSAIO COM ISOLADORES REALIZADOS NO LabCE - LACTEC ......... 45

5. CONCLUSÕES .............................................................................................. 50

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 51

9

1. INTRODUÇÃO

Isoladores são equipamentos utilizados para sustentação mecânica de

condutores e massas energizadas e exercem a função de isolar eletricamente os

condutores submetidos a uma diferença de potencial em relação à terra (estrutura

suporte) ou em relação a um outro condutor de fase (MAMEDE FILHO, 2005).

Os isoladores são identificados pelo tido de dielétricos (materiais isolantes)

empregados em sua fabricação, podendo ser de materiais cerâmicos (vidro recozido,

vidro temperado ou porcelana) ou materiais poliméricos (borrachas de silicone e EPDM)

(MAMEDE FILHO, 2005).

Os isoladores de linhas de transmissão estão sujeitos as mais diversas

condições adversas, como tensões mecânicas, elétricas e ambientais. As condições

climáticas e ambientais variam muito com a zona regional onde encontram-se esses

equipamentos e as propriedades de isolamento dos materiais dielétricos se alteram de

acordo com o índices de poluição da região. Para garantir o funcionamento adequado

dos isoladores em regiões nas quais os índices de poluição são muito altos, deve-se

realizar a inspeção e lavagem periódica destes equipamentos, a fim de que unidades

defeituosas sejam trocadas e de que a poluição acumulada sobre os discos cerâmicos

não reduza a capacidade de isolamento, de forma a ocasionar eventuais danos. Além

disso, o mau funcionamento de um isolador pode provocar suspensão de fornecimento

de energia e afundamentos de tensão, blecautes, multas, e possíveis danos a outros

equipamentos. Sendo assim, é importante garantir o pleno funcionamento dos

isoladores através da manutenção periódica (VILAR, P. B.).

O isolamento entre os condutores de uma linha de transmissão não é um

isolamento ideal, ou seja, sempre existirá uma corrente de fuga. Para garantir o bom

funcionamento do isolador e, por consequência, do sistema, essa corrente de fuga deve

ser mantida dentro de certos limites (VILAR, P. B.). Como nos últimos anos tem se

observado um avanço das tecnologias aplicadas em isoladores para média e alta

tensão torna-se difícil a tarefa de selecionar modelos para aquisição e aplicação em

determinados ambientes e, também, dificulta a identificação de defeitos e de suas

10

causas de falha quando instalados no sistema elétrico. Desta forma, estudos de

corrente de fuga têm auxiliado na avaliação do desempenho de isoladores, assim como

na tentativa de predizer possíveis falhas destes equipamentos nas linhas de

transmissão(VILAR, P. B.).

Desta maneira, este trabalho visa o desenvolvido um sistema de

instrumentação para medição de corrente de fuga, bem como mostrar a forma de onda

dos dados coletados.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho abrange o desenvolvimento de instrumentação para monitoramento

de corrente de fuga em isoladores de extra alta tensão (250kV) e o desenvolvimento de

um software para aquisição de dados.

1.2.2 Objetivo Específico

Desenvolvimento de uma instrumentação eletrônica para medição de

corrente de fuga;

Proteção física entre o circuito de potencia e o circuito de aquisição de

dados;

Desenvolvimento de uma tecnologia para a análise de valores de

corrente de fuga em isoladores de transmissão;

11

1.3. ESTRUTURA DA PESQUISA

O primeiro capítulo do presente trabalho faz uma introdução ao tema abordado no

estudo realizado. Além disso, é definido o problema e são dispostos os objetivos que se

deseja atingir com a realização do mesmo.

No segundo capítulo, são apresentados os resultados da revisão da literatura

sobre o tema abordado, para compreensão do estado da arte. São apresentadas

recomendações e normas, alguns conceitos sobre isoladores, correntes de fuga,

descargas parciais e componentes harmônicas.

O terceiro capítulo detalha instrumentação desenvolvida para a medicação de

corrente de fuga em isoladores.

No quarto capítulo, são expostos os esquemáticos dos protótipos emissor e

receptor de sinal e dos equipamentos utilizados para realização de testes de bancada e

os resultados das simulações desenvolvidas, bem como os gráficos correspondentes

das medidas de corrente de fuga e componentes harmônicas.

O quinto e último capítulo, apresenta a conclusão dos dados obtidos nas

simulações e as considerações finais obtidas com o estudo realizado.

12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Isoladores

Os isoladores são equipamentos constituídos por materiais dielétricos (cerâmicos

ou poliméricos) e ferragens terminais. Eles possuem propriedades mecânicas capazes

de suportar esforços produzidos pelos condutores e exercem a função de isolar

eletricamente os condutores, os quais estão submetidos a uma diferença de potencial

em relação à terra (estrutura suporte) ou em relação a um outro condutor fase

(MAMEDE, 2005).

A classificação dos isoladores é realizada de acordo com o material dielétrico de

que são constituídos, podendo ser porcelana, vidro ou polímero. Os primeiros que

surgiram e que foram utilizados nas linhas de transmissão foram os isoladores

porcelana e vidro. Os isoladores poliméricos surgiram há cerca de três décadas atrás,

nos EUA, com a finalidade de reduzir o peso e melhorar a suportabilidade mecânica e

elétrica quando comparados aos isoladores cerâmicos (vidro ou porcelana) para serem

usados em linhas de transmissão de até 1000 kV (MAMEDE, 2005).

13

2.1.1 Isoladores de porcelana

Os isoladores de porcelana, conforme pode ser ilustrado na Figura1: Isolador de

Porcelana, são constituídos em sua matéria prima por materiais inorgânicos conhecidos

por resistirem à degradação provocada por elementos naturais, ao longo dos anos

(MAMEDE, 2005).

Figura1: Isolador de Porcelana

Entretanto, há vários fatores externos que influenciam na qualidade e nas

propriedades elétricas da porcelana tais como umidade do ar, temperatura, espessura,

composição e condições superficiais. A temperatura e a espessura da porcelana podem

reduzir a rigidez dielétrica do isolador (MAMEDE, 2005).

Em temperaturas acima de 100º C e sob uma tensão de impulso atmosférico a

rigidez dielétrica da porcelana cai drasticamente. Com a redução da rigidez dielétrica

aumentam as perdas por Efeito Joule que ocasionam um aumento da temperatura. Este

processo cumulativo resulta na perfuração do isolador ocasionando um defeito fase e

terra (MAMEDE, 2005).

Já o aumento da espessura da porcelana também ocasiona uma diminuição da

rigidez dielétrica do isolador, uma vez que quando se fabrica um corpo de porcelana de

14

paredes muito espessas, podem aparecer trincas comprometendo a isolação do

equipamento (MAMEDE, 2005).

Os isoladores de porcelana apresentam um longo histórico de uso em linhas de

transmissão e são pouco susceptíveis ao envelhecimento. Porém, devido à tonalidade

escura da porcelana torna-se difícil a sua inspeção visual além do fato de serem alvos

fáceis para vandalismo (MAMEDE, 2005).

2.1.2 Isoladores de vidro

Isoladores de vidro, conforme ilustrado na Figura 2: Isolador de Vidro, são

amplamente utilizados em linhas de transmissão, especialmente em linhas de alta e

extra alta tensão, devido a sua relativa confiabilidade e facilidades de manutenção .

Eles são constituídos em sua matéria prima por materiais inorgânicos, tais como a sílica

(SiO4), óxido de sódio (NaO2) e óxido de cálcio (CaO). (GARCIA, 2003).

Figura 2: Isolador de Vidro

Os isoladores de vidro são muito utilizados devido ao baixo custo e a uma série de

propriedades físicas e mecânicas, tais como dilatação térmica baixa, viscosidade alta,

alta durabilidade, baixa condutividade elétrica, elasticidades ideal, podendo suportar

grandes pesos quando sua superfície não possui falhas, além de suportar uma alta

15

pressão e tração e uma maior dureza pode ser obtida através de um tratamento

térmico, denominado de têmpera (GARCIA, 2003)..

Em linhas de transmissão e distribuição geralmente são utilizado isoladores de

suspensão, conforme é ilustrado na figura 3: Isoladores de Suspensão. Agrupados em

cadeias, esses isoladores podem ser utilizados para qualquer valor de tensão,

dependendo apenas do número de isoladores em série. Também é possível a

montagem de duas ou mais cadeias em paralelo, para esforços mecânicos

especialmente altos, grandes vãos ou cabos muito pesados (GARCIA, 2003)..

Figura 3: Isoladores de Suspensão

O isolador é composto por 3 partes sendo elas o pino de suporte, o dielétrico ou

saia e o pino de interligação, conforme é ilustrado na Figura 4: Perfil de um isolador tipo

campânula.

16

1– Cupilha Tipo R de

latão ou aço inoxidável;

2- Campânula de ferro

maleável ou aço inoxidável;

3– Cimento aluminoso;

4– Dielétrico de vidro

temperado;

5– Pino de aço forjado

zincado por imersão a quente

Entretanto, problemas decorrentes da ação de vandalismo, bem como esforços

mecânicos e elétricos, mesmo de curta duração, em valores acima dos recomendados,

além de altos índices de poluição que favorecem o aparecimento de descargas parciais

podem comprometer o bom funcionamento e desempenho do equipamento (LOOM,

1988).

2.1.3 Isoladores poliméricos

Os primeiros isoladores poliméricos surgiram no final dos anos cinquenta com o

intuito de reduzir o peso e a melhorar a suportabilidade mecânica e elétrica dos

isoladores cerâmicos (vidro ou porcelana). Esses isoladores são constituídos por um

núcleo de fibra de vidro coberto com polímeros tais como borracha de silicone,

politetrafluoretileno e EPDM (etileno propileno dieno monômero) equipado com

encaixes de metal nas suas extremidades (BEZERRA, 2010).

Os isoladores poliméricos apresentam algumas vantagens quando comparados

aos isoladores cerâmicos, sendo a principal delas a sua grau de hidrofobicidade (ato ou

efeito de repelir a água), a qual lhes confere superior desempenho em ambientes de

Figura 4: Perfil de um isolador tipo campânula (MAMEDE, 2005)

17

alta poluição e umidade além de apresentarem um peso menor, facilitando o manuseio

e o transporte; um melhor desempenho em área de vandalismo; e um menor custo de

instalação. Entretanto, estes equipamentos apresentam um tempo de vida útil de difícil

determinação, uma vez que possuem uma menor resistência aos raios ultravioletas,

sofrem influencias de efeitos de envelhecimento, degradação biológica e são mais

susceptíveis a danos decorrentes de atividades elétricas (corona, descargas parciais e

arcos de potência) (BEZERRA, 2010).

A hidrofobicidade é uma propriedade dos materiais poliméricos e se refere à sua

capacidade em repelir água evitando que, em presença de umidade, ocorra formação

de zonas molhadas na sua superfície. Esta propriedade, presente em todos os

materiais poliméricos quando novos, proporciona a supressão da corrente de fuga

superficial e aumento da suportabilidade a descargas disruptivas, melhorando como

conseqüência o desempenho dos isoladores sob condições de poluição e umidade.

Assim, a hidrofobicidade, quando presente, pode ser vista como uma propriedade que

reforça a capacidade isolante de um material (BEZERRA, 2010). Sob a ação de

intemperismo (radiação UV, calor e umidade), poluição e descargas elétricas

superficiais, os materiais poliméricos podem perder a hidrofobicidade que possuíam

inicialmente. O EPDM é exemplo de material polimérico que perde definitivamente a

hidrofobicidade pouco tempo depois de ser exposto ao ambiente externo. O silicone ao

contrário, é um exemplo de material que permanece hidrofóbico por longos períodos de

tempo, mesmo em condições de intemperismo severo e na presença de poluição

ambiental (BEZERRA, 2010).

O trilhamento elétrico pode ser definido como a formação de um caminho condutor

permanente, formado normalmente por compostos de carbono, através da superfície do

isolante, resultado da degradação devido à ação das descargas superficiais. Quando

este fenômeno ocorre numa região localizada, tem-se a erosão (LOOM, 2005).

Os processos de degradação que aparecem nos materiais usados para

manufatura de isoladores compostos de alta tensão pode afetar drasticamente o seu

desempenho em longo prazo (GORUR, 1999). Falhas em campo têm ocorrido devido à

fratura frágil do núcleo de fibra de vidro devido à má aderência da selagem, permitindo

que o núcleo entre em contato com poluentes atmosféricos e umidade (GORUR, 1999).

18

Todavia, muito pouco é conhecido sobre o comportamento dos diferentes tipos de

interfaces que existem em isoladores compostos. A interface entre o revestimento de

silicone e o núcleo de resina epóxi reforçada com fibra de vidro também tem sido foco

de alguns estudos (SHIHAB, 1994).

2.2 MEDIDA DE CORRENTE DE FUGA

Quando em operação os isoladores estão submetidos a diversas condições

adversas como, por exemplo, estresses elétricos, mecânicos, térmicos e ambientais

que, por sua vez, podem afetar as linhas de transmissão ocasionando falhas no sistema

de energia elétrica. Algumas falhas são transitórias e, após a atuação do sistema de

proteção, a linha é religada e volta ao estado normal de operação. Em outros casos, é

necessário o deslocamento de equipes para realizar a manutenção da linha

(CAMPELLO, S. 2008).

Estes estresses agem nos equipamentos e materiais de forma individual ou

combinada. A natureza e a magnitude destes estresses dependem do projeto do

isolador, tipo de aplicação e localização. Por exemplo, o isolador de bastão está

submetido a uma carga mecânica de tração devido ao peso e tensão do condutor. Além

disto, esforços de torção podem ser experimentados pelo isolador durante a construção

de uma linha de transmissão. Cargas de vibração são impostas aos isoladores devido à

vibração e movimento do condutor. O impacto é outro fator a ser levado em

consideração durante eventos como a batida de carros em postes e ações de

vandalismo. O estresse elétrico inclui o estresse imposto pela tensão de operação do

sistema. Surtos de tensão gerados por descargas atmosféricas ou operações de

manobra impõem estresses de curta duração bastante elevados aos isoladores de uso

externo. No caso de uma descarga disruptiva o isolador é submetido a uma grande

corrente de falta na forma de um arco de potência. Este arco de potência persiste até

que falhe a proteção isolante. As condições ambientais externas também variam muito.

A temperatura afeta as propriedades de isolação de todos os materiais na medida em

que a condutividade aumenta com a temperatura. A umidade, na forma de chuva,

19

névoa, gelo ou neve, diminui a resistência superficial da isolação de forma significativa.

Na presença de contaminação, a resistência superficial é reduzida ainda mais

dramaticamente, podendo dar origem ao fenômeno de descarga disruptiva por poluição

(CAMPELLO, 2008).

Um dos métodos mais utilizados na inspeção de isoladores é o visual, que possui

custos baixos. No caso de isoladores de vidro temperado, a inspeção visual é bastante

eficaz devido ao estilhaçamento do vidro seja por agressões mecânicas, elétricas ou

térmicas. Nos isoladores de cerâmica, a inspeção visual é mais difícil pelo fato de que a

cerâmica pode apresentar trincas e fissuras sem se estilhaçar, dificultando a detecção

de isoladores defeituosos. Nos isoladores poliméricos, fissuras e perfurações também

são de difícil visualização por estes não se estilhaçarem quando agredidos

eletricamente, fisicamente ou termicamente (CAMPELLO, 2008).

Nos últimos tempos, a medição de corrente de fuga tem sido um instrumento

bastante utilizado na avaliação de isoladores assim como na tentativa de predizer

momentos que precederão possíveis flashovers. Em 1994 foi desenvolvido um sistema

para medição online de corrente de fuga em isoladores de 400 kV (SHIHAB, 1999). O

princípio do sistema era o de converter o valor RMS (Root Mean Square, ou valor médio

quadrático) da corrente de fuga em níveis DC de sinal e transmiti-los por meio de uma

fibra ótica para um sistema de aquisição, conforme ilustrado na Figura 5. A vantagem

desta metodologia é o do isolamento elétrico por meio dos sinais óticos e da blindagem

do sinal de interferências eletromagnéticas (SHIHAB, 1994).

20

Figura 5: Sistema utilizado por Shihab para medição de corrente de fuga (SHIHAB, 1994).

Em 1996, FIERRO-CHAVEZ desenvolveu um sistema de medição online de

corrente de fuga em cadeias de isoladores de 400 kV por meio de um transformador de

corrente (TC) que mede a corrente que flui do isolador para a terra. Um sistema de

medição é acoplado ao secundário do TC, conforme ilustrado na Figura 6. A

desvantagem deste sistema é que sofre interferências eletromagnéticas, devido ao

campo magnético induzido no transformador pelo campo elétrico gerado pela linha de

transmissão energizada.

21

Figura 6: Sistema utilizado por Fierro-Chavez para medição de corrente de fuga. (FIERRO-CHAVES, 1996)

Em 2003 foi desenvolvido um sistema de medição de corrente de fuga em

isoladores realizando a separação do sinal em três diferentes componentes:

componente pulsiva, componente de arcos de banda seca e componentes condutivos.

Os sinais relativos a cada componente eram obtidos por meio de filtros analógicos e

eram adquiridos por meio de computadores conectados a conversores analógico/digital.

O sistema de aquisição de dados se comunica com outros dispositivos por uma rede

wireless (KURIHARA, 2003). É ilustrado na Figura 7 o sistema utilizado.

22

Figura 7: Sistema utilizado por Kurihara para medição de corrente de fuga (KURIHARA, 2003).

Em 2006 um novo sistema de medição online de corrente de fuga foi utilizado por

Fontana, que faz a utilização de diodos e leds que transmitem o sinal medido da

corrente por meio de fibras óticas para o sistema de medição, conforme ilustrado na

Figura 8. Na Figura 9 é ilustrado o esquema utilizado em campo para realização da

medição de corrente de fuga nos isoladores da linha de transmissão. A desvantagem

deste método é que a única parte do sinal de corrente de fuga que é medida é a do

semiciclo positivo da tensão. Toda a informação do semiciclo negativo é perdida

(FONTANA, 2006).

(a) (b)

Figura 8: (a) Sistema utilizado por Fontana para medição de corrente de fuga; (b) Detalhe do sensor utilizado (FONTANA, 2006).

23

Figura 9: Sistema montado em campo para medição de corrente de fuga (FONTANA, 2006).

Em 2012, Albuquerque desenvolveu um sistema que realiza a medição online de

corrente de fuga de isoladores poliméricos em linhas de transmissão 72,5 kV por meio

de um transformador de corrente. O sistema desenvolvido consiste de um módulo

alimentado por energia solar que é colocado no poste/torre de transmissão e também é

capaz de se comunicar com os demais por uma rede sem fio. Um sistema geral recebe

os dados de cada dispositivo e emite alertas no caso de valores de corrente de fuga

extrapolarem valores pré-definidos. O esquema utilizado é ilustrado na Erro! Fonte de r

eferência não encontrada. 10, a forma do sistema com o painel solar é ilustrado na

Erro! Fonte de referência não encontrada.11 e sua aplicação em campo é ilustrada n

a Erro! Fonte de referência não encontrada.12 e na Erro! Fonte de referência não

encontrada.13.

24

Figura 10: Esquema do sensor utilizado por Albuquerque (ALBUQUERQUE, 2012).

Figura 11: Protótipos antes da instalação em campo (ALBUQUERQUE, 2012).

25

Figura 12: Protótipo instalado em isolador de suspensão (ALBUQUERQUE, 2012).

Figura 13: Protótipos instalados em isoladores de ancoragem (ALBUQUERQUE, 2012).

2.3 DESCARGA PARCIAL

Uma das principais causas de desligamentos não programados nas linhas de

transmissão é o acúmulo de poluentes sobre a superfície de cadeias de isoladores. A

alta umidade do ambiente dissocia os íons presentes na camada dos isoladores,

criando uma camada condutiva na superfície dos mesmos. Através dessa camada

condutiva flui uma corrente, denominada de corrente de fuga. Esse fluxo de corrente

elétrica provoca o aquecimento e a evaporação do orvalho presente na superfície do

26

equipamento ocasionando o surgimento de pequenas regiões dielétricas, denominadas

de bandas secas. Ao redor dessas bandas secas existem regiões condutoras, que

induzem as cargas presentes nas bandas secas e geram campos elétricos

relativamente intensos. Por sua vez, esse campo elétrico é capaz de quebrar a rigidez

dielétrica permitindo o fluxo de carga através do material e ao redor da região criando

uma descarga parcial (CAMPELLO, 2008).

Descargas parciais ocorrem de forma confinada à vizinhança de eletrodos

carregados quando a rigidez dielétrica do meio isolante que separa esses eletrodos é

quebrada. O aumento progressivo da ocorrência de descargas parciais em

componentes e sistemas elétricos leva a uma redução da capacidade de isolação do

material. Uma vez iniciadas, as descargas parciais provocam o envelhecimento do

material, rachaduras e erosão, redução da resistência mecânica, bem como criam

vários subprodutos químicos. Uma vez iniciadas, as descargas parciais alteram as

propriedades físico-químicas do material ou da atmosfera vizinha e, portanto, as

propriedades materiais dos meios envolvidos são variantes no tempo. Se os poluentes

não forem removidos, natural ou artificialmente, quando a umidade estiver alta, pode

ocorrer um flashover danificando os isoladores da cadeia. (CAMPELLO, 2008).

27

3. DESENVOLVIMENTO DE CIRCUITOS TRANSDUTORES DE

CORRENTE DE FUGA POR FIBRA ÓTICA

A metodologia aplicada consistiu no desenvolvimento de um sistema para a medição

de corrente de fuga em isoladores de transmissão, sendo este composto por uma

instrumentação eletrônica capaz de medir corrente de fuga e um sistema de aquisição

de dados que permite a visualização das formas de onda medidas. O sistema de

aquisição de dados é bastante sensível a surtos elétricos, fazendo-se necessária a

utilização de transdutores emissores e receptores de corrente de fuga, os quais

separam os circuitos de potência e de leitura dos sinais, além de limitar suas oscilações

e proteger usuários e equipamentos de medição. O transdutor de corrente de fuga

converte o sinal analógico em luz, a qual é transmitida por fibra ótica. Após este

processo o sinal de luz é convertido em sinal analógico de tensão elétrica que é

adquirido pela placa de aquisição de dados, assim separando o circuito de potência do

circuito de leitura. A vantagem desta metodologia consiste na proteção do operador e

do sistema de leitura/medição, uma vez que estes estão separados eletricamente do

sistema de potência. O fluxograma deste processo é ilustrado na Erro! Fonte de r

eferência não encontrada.4.

Leitura de Corrente de

Fuga de Isoladores

Transdutor de

corrente de fuga

em luz

Transdutor de luz

em corrente de

fuga

Aquisição de

corrente de fuga

Figura 14: Fluxograma do processo de transdução de corrente de fuga.

O processo de desenvolvimento dos transdutores de corrente de fuga foi

constituído por protótipos emissores e receptores do sinal e, posteriormente, foram

aprimorados na tentativa de obter uma melhora na resposta do sinal analisado.

28

Para a analise do sinal monitorado foi desenvolvido uma ferramenta

computacional utilizando a plataforma LabVIEW, uma placa de aquisição de dados da

National Instruments.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 CIRCUITO TRANSDUTORES EMISSOR

O transdutor emissor realiza a transdução da corrente de fuga em um sinal

luminoso e o transdutor receptor transforma o sinal luminoso em um sinal de tensão

elétrica.

O transdutor emissor realiza a conversão do sinal elétrico da corrente de fuga em

um sinal luminoso. O circuito apresenta em sua entrada um centelhador, que realiza a

proteção contra surtos elétricos para tensões superiores a 90 V. A leitura da corrente de

fuga dos isoladores foi realizada por meio de um resistor shunt de 1 kΩ/10W conectado

em série com o isolador para possibilitar a leitura da tensão em seus terminais, as quais

são a entrada do circuito transdutor emissor. O valor da resistência foi escolhido de

forma a apresentar um fator de mil (1000) na leitura da tensão nos terminais do resistor,

visto que as correntes de fuga em isoladores de alta tensão possuem ordem de

grandeza da ordem microampères (µA). O amplificador operacional utilizado foi

escolhido devido à largura de banda de até 100 MHz, possibilitando a operação em

altas frequências.

Para a conversão do sinal de corrente de fuga em sinal luminoso foi utilizado um

diodo emissor de luz (LED - Light Emitting Diode) específico para transmissão de dados

óticos. O diodo é um dispositivo semicondutor constituído por dois terminais, um

positivo (anodo) e um negativo (cátodo), por onde flui uma corrente elétrica. O diodo é

capaz de conduzir ou bloquear a passagem de corrente dependendo da polaridade da

tensão aplicada em seus terminais. Quando aplicada uma corrente alternada em seus

terminais, o diodo funciona como uma chave fechada no semiciclo positivo, permitindo a

passagem de corrente, e como uma chave aberta no semiciclo negativo, bloqueando a

29

passagem de corrente. Como o LED opera apenas com tensões positivas, foi

necessário introduzir um nível de tensão contínua (DC) positiva no sinal de entrada,

para que o led emissor possa transmitir todo o sinal senoidal sem perdas, tanto no

semiciclo positivo quanto no negativo. Encontra-se ilustrado na Erro! Fonte de r

eferência não encontrada. o gráfico com as formas de onda do sinal de entrada e da

soma deste com o nível DC. A escala do sinal em vermelho é de 1 volt por divisão

(1 V/div), enquanto que a escala do sinal em verde é de 2 V/div.

Figura 15: Mudança de Offset, a) sinal original em vermelho, b) sinal com alteração do offset em verde

O meio de transmissão do sinal luminoso é uma fibra ótica plástica. A vantagem

da utilização de fibras óticas consiste na composição de seu material (vidro ou plástico),

os quais possuem características dielétricas. Deste modo, o material permanece imune

a interferências eletromagnéticas, possibilitando a transmissão de dados sem

interferências, uma vez que a fibra ótica apresenta uma menor atenuação do sinal

possibilitando a transmissão de dados numa velocidade maior, com alta eficiência,

baixa manutenção e um longo prazo de vida útil.

Um circuito somador não inversor realiza a soma do sinal de tensão proporcional

à corrente de fuga com o sinal DC. No entanto, como o valor máximo de corrente

elétrica de saída do amplificador operacional é de 25 mA, há a necessidade de

amplificar este sinal de corrente que circulará pelo LED. O estágio de amplificação de

corrente consiste na utilização de um transistor bipolar de junção conectado ao LED. O

30

LED utilizado possui uma curva de resposta em que a região linear de operação é

compreendida entre correntes de 0 até 100 mA, e um resistor de 120 Ω foi inserido em

série com o LED para limitar a corrente neste valor de 100 mA para garantir que o

dispositivo opere apenas na região linear.

A versão inicial do circuito emissor, Figura 16: Esquemático do circuito emissor

de corrente de fuga – versão inicial. e Figura 17: Protótipo 3D do circuito emissor de

corrente de fuga – versão inicial., era formada por dois circuitos integrados, no qual

eram utilizados dois amplificadores operacionais, cada um com um ganho fixo e um

amplificador operacional para a realimentação do sinal. Entretanto, este circuito

apresentava baixas respostas em frequência devido ao efeito capacitivo das trilhas.

Figura 16: Esquemático do circuito emissor de corrente de fuga – versão inicial.

31

Figura 17: Protótipo 3D do circuito emissor de corrente de fuga – versão inicial.

A versão final do circuito emissor, conforme ilustrado nas Erro! Fonte de r

eferência não encontrada. e Figura 19: Protótipo 3D do circuito emissor de corrente de fuga –

versão final., era constituída por apenas um circuito integrado, sendo um amplificador

operacional de ganho unitário e um amplificador para a realimentação do sinal.

Figura 18: Esquemático do circuito emissor de corrente de fuga – versão final.

32

Figura 19: Protótipo 3D do circuito emissor de corrente de fuga – versão final.

O protótipo emissor em sua versão final pode ser observado na

Figura 20: Transdutor emissor de corrente de fuga – versão final.

Figura 20: Transdutor emissor de corrente de fuga – versão final.

33

4.2 - CIRCUITO TRANSDUTORES RECEPTOR

O protótipo do transdutor receptor recebe o sinal luminoso proveniente da fibra

ótica e o converte para um valor de tensão elétrica. O circuito receptor possui no

módulo de entrada um fotodiodo, dispositivo eletrônico construído de material

semicondutor, que converte a intensidade luminosa recebida em uma determinada

quantidade de corrente elétrica. Em série com este dispositivo encontra-se um resistor,

que possibilita a leitura desta corrente em um valor proporcional de tensão elétrica, em

seus terminais. Como o sinal gerado possui amplitudes muito baixas, faz-se necessário

realizar uma amplificação deste sinal. Esta amplificação é ajustada através de um

potenciômetro e, após, é realizado um ajuste de offset. Por fim, este sinal é transmitido

para uma placa de aquisição de dados.

A primeira versão do circuito receptor, conforme ilustrado Figura 21: Esquemático

do circuito receptor de corrente de fuga – versão inicial., apresentava um ganho variável

de 10 vezes e sua eficiência máxima estava na faixa de 2,5 MHz. A amplificação do

sinal era realizada através do potenciômetro R2 e o ajuste de offset era realizado pela

associação do capacitor C9 com o resistor R3. Por fim, o sinal é transmitido para uma

placa de aquisição de dados. Entretanto, esta placa, mesmo sendo uma versão muito

compacta apresentava muito ruído na resposta do sinal.

34

Figura 21: Esquemático do circuito receptor de corrente de fuga – versão inicial.

Figura 22: Protótipo 3D do circuito receptor de corrente de fuga – versão inicial.

A versão final do circuito receptor, conforme ilustrados nas figuras Figura 23:

Esquemático do circuito receptor de corrente de fuga – versão final., Figura 24:

Protótipo 3D do circuito receptor de corrente de fuga – versão final. e Figura 25:

Transdutor receptor de corrente de fuga – versão final., era composta por dois estágios

de amplificação, em que o primeiro deles apresentava um ganho fixo de dois (2) e o

segundo estágio, um ganho variável entre 0 e 5, ajustado por meio de um

35

potenciômetro. Por fim, um capacitor em série com os amplificadores era utilizado

retirar o nível DC do sinal, de forma a igualar o sinal de saída com o sinal de entrada. O

ganho e a amplitude do sinal foram ajustados durante a calibração do sistema.

Figura 23: Esquemático do circuito receptor de corrente de fuga – versão final.

Figura 24: Protótipo 3D do circuito receptor de corrente de fuga – versão final.

36

Figura 25: Transdutor receptor de corrente de fuga – versão final.

4.3 CALIBRAÇÃO DO SISTEMA

Os circuitos emissores e receptores são calibrados com sinais de 60 Hz. Este

valor de frequência foi escolhido por ser o valor de operação do sistema elétrico. A

calibração é realizada com o ajuste dos parâmetros do circuito de forma que as

amplitudes dos sinais de entrada e de saída estejam iguais para que não haja perda de

sinal, ou seja, o sistema foi calibrado para obter os mesmos valores RMS de tensão

tanto na entrada quanto na saída.

A calibração do circuito emissor foi realizada de forma a condicionar o sinal de

entrada para que este seja transmitido sem que haja saturação do amplificador e nem

corte do sinal transmitido pelo LED. Este ajuste foi realizado por meio de um valor de

tensão continua que foi somado ao sinal. Em seguida, a fibra ótica foi acoplada nas

placas dos circuitos emissor e receptor para que o ganho do circuito receptor fosse

ajustado de forma a obter o mesmo valor de amplitude inserida no circuito emissor sem

que houvesse perdas no sinal.

Para a calibração dos circuitos, conforme ilustrado na Figura 26 foram utilizados:

um osciloscópio, para realizar a leitura dos sinais; fontes de alimentação dos circuitos

emissor e receptor; e um gerador de sinais, que possibilita o ajuste dos parâmetros

37

(amplitude e frequência) do sinal de entrada, conforme ilustrados nas Figura

27:Osciloscópio ., Figura 28: Gerador de sinais. e Figura 29: Fonte de tensão.,

Figura 26: Calibração dos transdutores de corrente de fuga. À esquerda, protótipo do circuito emissor de corrente de fuga; a direita, protótipo do circuito receptor de corrente de fuga.

38

Figura 27:Osciloscópio .

Figura 28: Gerador de sinais.

39

Figura 29: Fonte de tensão.

4.4 – AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DOS TRANSDUTORES

Para avaliar o desempenho dos transdutores, as placas emissora e receptora

foram interligadas uma a outra através de um cabo de fibra ótica plástica, conforme

ilustrado na Figura 26 e Figura 30. Tanto a placa emissora quanto a placa receptora

tinham suas entradas conectadas a fonte de tensão e um gerador de funções, conforme

Figura 27 e Figura 28. Um osciloscópio foi utilizado para a leitura dos sinais obtidos na

entrada e na saída de ambas as placas.

40

Figura 30: Transdutores de corrente de fuga conectados com o cabo de fibra ótica.

Primeiramente ajustou-se o circuito de forma a obter a entrada máxima possível

a fim de alcançar um ganho na saída a 60 Hz. Após, foi ajustado o offset em ambas as

placas visando adquirir a mesma tensão na entrada e saída do circuito. Em seguida,

foram realizadas leituras do sinal em 60 Hz, 1 kHz e 1 MHz. O sinal de frequência foi

aumentado até a potência de saída cair pela metade, ou seja, atenuação de 3 dB.

Para a validação do sistema foram realizados testes de bancada com sinais

alternados (senoidais e pulsos). Na Figura 31 e Figura 32 encontram-se ilustrados os

gráficos referentes às formas de onda apresentadas pelo osciloscópio nos testes

realizados com sinais senoidais de 60 Hz, 1 kHz, 1 MHz e 1,607 MHz, respectivamente.

Nas figuras, as curvas em amarelo são referentes aos sinais de entrada no circuito

emissor; as curvas em azul são referentes aos sinais de saída do circuito emissor; e as

curvas em rosa são referentes aos sinais de saída do circuito receptor.

41

(a) (b)

Figura 31: Forma de onda do sinal (a) 60 Hz; (b) 100 Hz.

(a) (b)

Figura 32: Forma de Onda do Sinal (a) 1 MHZ (b) 1,6 MHz

A análise dos gráficos ilustrados na Figura 31 (a) e (b) permite observar que a

amplitude do sinal de saída do circuito receptor é igual a 50% da amplitude do sinal de

entrada do circuito emissor para frequências de 60 Hz e 1 kHz, respectivamente, além

de notar-se que os sinais encontram-se em fase. A análise dos gráficos ilustrados na

Figura 32 (a) permite observar que a amplitude do sinal de saída é igual a 35% da

amplitude do sinal de entrada. Quando o sinal de 1,607 MHz (Figura 32(b)) é aplicado,

a amplitude do sinal de saída do circuito receptor é 25% do sinal de entrada. Ainda

42

referentes aos gráficos da Figura 32, nota-se defasagens entre os sinais de entrada e

saída em torno de 90°. O valor de frequência de 1,607 MHz é considerado o limite de

operação do sistema devido à amplitude do sinal cair em 3 dB em relação ao sinal de

60 Hz.

Além dos testes de transmissão de sinais senoidais, também foram realizados

testes com sinais de pulso. As análises de pulso servem para verificar a resposta do

sistema perante eventos de altas frequências (e.g. descargas superficiais em

isoladores). Neste teste o sinal da onda de entrada foi adequado para valores de

tempos de subida, descida, e Duty Cycle (ciclo de trabalho). Os valores utilizados para

a análise encontram-se apresentados na Tabela 1 e o gráfico obtido encontra-se

ilustrado na

Tabela 1: Valores ajustados para análise de pulsos.

Tempo de

subida Tempo de descida Duty Cycle

20 ns 1 µs 7 %

20 ns 500 ns 4 %

20 ns 250 ns 2 %

20 ns 100 ns 1 %

(a) (b)

Figura 33: Análises de pulso (a) 1 MHz (b) 1,6 MHz.

43

4.5 – FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise e armazenamento dos dados coletados, bem como a construção

da forma de onda da corrente de fuga medida foi utilizado uma placa de aquisição de

dados da National Instruments modelo NI ENET 9163.

A grandeza medida é a corrente de fuga do isolador. Essa corrente passa por um

resistor shunt, o qual permite a adequação do sinal lido em um valor de tensão, que é

proporcional ao valor de corrente. Esse valor de tensão passa pelos amplificadores do

circuito emissor e é convertido para um sinal ótico, no qual é transmitido, através da

fibra ótica para o circuito receptor. O circuito receptor, por sua vez, converte o sinal

ótico para um valor de tensão e o transfere para a placa de aquisição de dados.

Conforme o fluxograma exemplificado na figura 14.

A placa de aquisição de dados recebe um valor de tensão. Esta placa está

conectada a um computador, no qual foi desenvolvido um software na plataforma

LabView, responsável por receber o valor tensão, dividi-lo pelo valor da resistência

shunt, resultando assim na leitura do valor da corrente de fuga.

O primeiro bloco do software desenvolvido para a aquisição dos dados é

denominado Daq Assistent. Neste bloco é especificado as condições de operação em

termos de frequência, tensão e taxa de amostragem (quantos pontos por segundo é

utilizado para realizar a leitura dos dados). Vale ressaltar que esta placa de aquisição

de dados possui capacidade de leituras de frequência até a ordem de Mega Hertz.

Através da aquisição dos pontos obtêm-se as curvas senoidais de corrente de

fuga. O software apresenta um comando no qual é coletado todos os dados e

posteriormente é realizada a separação desses dados em 3 canais, pois no ensaio em

questão existem três fases independentes para a comparação do desempenho de três

isoladores diferentes.

No bloco do canal 1, assim como nos demais canais, é realizada uma rede de

operação no sistema. A primeira função realizada no canal 1 é a coleta dos dados de

corrente em valores RMS, calculados pela função existente na biblioteca do software. A

conversão desses valores é realizada a cada 1 segundo. O próximo bloco do software

44

tem por objetivo armazenar o valor máximo de corrente de fuga obtido dentro de um

intervalo de tempo de 10 minutos. Este valor é denominado valor de corrente RMS

máximo. Em seguida, é realizada novamente a coleta do valor instantâneo de corrente

de fuga reiniciando o loop.

Ainda dentro do canal 1, existe um bloco responsável pela análise de frequências

por meio de uma Transformada de Fourier (FFT - Fast Fourier Transform) do sinal de

forma a se obter uma amostra das componentes harmônicas do sinal. A ocorrência das

componentes harmônicas é mostrada em um gráfico de tensão versus frequência.

Na Figura 34: Diagrama de blocos do referente ao funcionamento do software de

aquisição de dados de corrente de fuga. é exemplificado através de um diagrama de

blocos, o funcionamento do software.

Figura 34: Diagrama de blocos do referente ao funcionamento do software de aquisição de dados de corrente de fuga.

45

4.6 – ENSAIO COM ISOLADORES REALIZADOS NO LabCE - LACTEC

Ensaios com isoladores foram realizado no Laboratório de Compatibilidade

Elétrica (LabCE), no Institutos Lactec, para validação dos dados. Os circuitos

transdutores de corrente de fuga foram conectados a circuitos nos quais se

encontravam isoladores instalados em uma câmara de névoa salina. O procedimento

de ensaio foi desenvolvido tendo como base o método da névoa salina da norma ABNT

NBR 15122. Foi aplicado 35 kg/m3 de cloreto de sódio. Esta quantidade, segundo o

anexo C da ABNT IEC/TR 60815, caracteriza um ambiente de nível de poluição médio.

A condutividade da névoa nesta condição foi de 53 mS/cm. A tensão aplicada no ensaio

foi de 14 kV fase-terra. A Figura 35: Quadro de baixa tensão onde se encontram

instalados os protótipos emissores. e a Figura 36: Protótipo emissor instalado em um

quadro de baixa tensão. Ilustram a instalação dos protótipos emissores de corrente de

fuga conectados aos isoladores. Já a Figura 37 demonstra a disposição dos protótipos

receptores juntamente com a placa de aquisição de dados. Por fim, conforme ilustrado

na Figura 38 pode-se observar como a disposição dos isoladores utilizados no ensaio.

Figura 35: Quadro de baixa tensão onde se encontram instalados os protótipos emissores.

46

Figura 36: Protótipo emissor instalado em um quadro de baixa tensão.

Figura 37: Transdutores receptores de corrente de fuga e placa de aquisição de dados.

47

Figura 38: Camara de Névoa Salina na qual são instalados os isoladores a serem testados

As formas de onda de corrente de fuga dos isoladores utilizados no ensaio para

validação dos protótipos podem ser observadas na Figura 39 e Figura 40.

(a) (b)

Figura 39: Ferramenta computacional, (a)Tela inicial da ferramenta computacional; (b)Programação desenvolvidana plataforma LabVIEW.

48

Figura 40: Sinal de aquisição

Além de demonstrar as formas de onda do sinal de corrente de fuga, o sistema

de aquisição de dados também calcula o valor RMS das correntes de fuga em

intervalos de 300 segundos e a média dos picos de corrente de fuga neste mesmo

período de tempo e gera gráficos conforme ilustrados na Figura 41.

Figura 41: Sinal RMS máxima e RMS instantânea da corrente de fuga

49

Uma análise de frequências por meio da FFT (Fast Fourier Transform) do sinal

também foi implementada na ferramenta computacional, para que uma análise das

componentes harmônicas do sinal fosse realizada. Na Figura 42 pode ser observado

uma análise de FFT do sinal senoidal, no qual cada pico presente representa uma

componente harmônica.

.

Figura 42: Ocorrência das harmônicas nos sinais adquiridos.

50

5. CONCLUSÕES

Os resultados obtidos com os testes realizados comprovaram a eficiência do sistema

para a medição de corrente de fuga de isoladores de transmissão em frequência

industrial. O circuito fornece o sinal completo da corrente de fuga para o sistema de

aquisição, permitindo que este calcule os seus valores RMS e também aplique uma

transformada de Fourier para que o espectro de frequências do sinal possa ser

observado. Além disso, o circuito tem a capacidade de medir descargas elétricas que

ocorrem nos isoladores com frequências de até 1,6 MHz.

51

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