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Universidade Federal do Paraná Eric Cesani Lucas Dranka Aplicativo GPS em dispositivos móveis para ciclistas de Curitiba Curitiba 2012

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Universidade Federal do Paraná

Eric Cesani

Lucas Dranka

Aplicativo GPS em dispositivos móveis

para ciclistas de Curitiba

Curitiba

2012

Eric Cesani

Lucas Dranka

Aplicativo GPS em dispositivos móveis

para ciclistas de Curitiba

Projeto de conclusão de curso

de graduação de Design Gráfico

da Universidade Federal do

Paraná, Setor de Ciências

Humanas, Letras e Artes, tendo

como orientadora a professora

Stephania Padovani.

Curitiba

2012

Resumo

CESANI, Eric & DRANKA, Lucas. Aplicativo GPS em dispositivos móveis para

ciclistas de Curitiba. Curitiba 2011, (Curso de Graduação de Design Gráfico,

Universidade Federal do Paraná).

O presente projeto visa a criação de um aplicativo GPS para dispositivos móveis

voltado para os ciclistas de Curitiba. Considerando o crescente uso da bicicleta como

meio de transporte em uma cidade saturada de veículos e também a popularização do

uso de smartphones, um sistema de navegação através de um aplicativo GPS pode se

tornar uma eficiente alternativa para facilitar o deslocamento do ciclista dentro da

cidade, tornando seu trajeto mais rápido e seguro ao informá-lo a respeito das vias

ciclísticas e vias alternativas da cidade, e também dos principais pontos como parques,

museus, universidades e outros.

Esse projeto é dividido em três etapas: na primeira, é identificado o perfil do ciclista de

Curitiba (suas necessidades, dificuldades, opiniões quanto ao uso de bicicletas na

cidade e familiaridade com o uso de GPS); é analizada a infraestrutura urbana das

ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas com o levantamento de documentos sobre a malha

dessas vias ciclísticas da cidade e seus projetos de ampliação, bem como o uso de vias

alternativas às ciclovias. Na segunda etapa ocorre a apuração dos resultados da

primeira etapa, definindo: quais vias seriam de uso adequado para os ciclistas (ciclovias,

ciclorrotas e ciclofaixas); quais características do perfil dos ciclistas são relevantes para

a criação do aplicativo; qual é o conteúdo a ser mostrado no GPS; conclusões da

análise de similares. A terceira etapa do projeto baseia-se na criação de diretrizes

partir das interpretações dos dados, com a elaboração de um protótipo e interface, a

fim de desenvolver o aplicativo propriamente dito. Nessa etapa, utilizando princípios

de interação homem-computador (HCI), de wayfinding e posteriormente a aplicação de

testes com os usuários (sempre com foco em smartphones), objetiva-se desenvolver

um aplicativo intuitivo, eficiente e tecnicamente implementável.

Palavras-chave: GPS, ciclismo, ciclovia, dispositivos móveis, aplicativos;

Abstract

CESANI, Eric & DRANKA, Lucas. Aplicativo GPS em dispositivos móveis para

ciclistas de Curitiba. Curitiba 2011, (Curso de Graduação de Design Gráfico,

Universidade Federal do Paraná).

This project aims to create a GPS application for mobile devices intended for Curitiba’s

cyclists. Considering the increasing use of bicycles as transportation in a city saturated

with vehicles, and also noticing a visible and rapid popularization of smartphones use, a

wayfinding system in a GPS application can become a efficient alternative to facilitate

the displacement easier by roads in the city, becoming the track faster, safer and advise

user about all those cycleways and alternative roads, also hot spots in the city, like

parks, museums, universities and others.

This project is divided into three major phases. First one, is searched the user profile of

Curitiba’s cyclists (their needs, difficulties, opinions regarding the use of bicycles in the

city and familiarity with the use of GPS). It’s analyzed urban infrastructure of cycleways

using survey documents on the mesh of these bike paths, lanes and its future

expansion projects, as well as the use of alternative routes to bike lanes. The second

step determines de canvass of the first stage results, defining: which way would be to

use suitable for cyclists (bicycle paths, lanes and ciclorrotas), which features of cyclists

are reelevants for building the application, which is the content be shown on the GPS,

plus similar analysis conclusion. The third phase of the project is based on creating

guidelines from the interpretations of the data, with the development of a prototype

and interface design, in order to develop the application itself. At this stage, using

principles of human-computer interaction (HCI), wayfinding and after applying user

tests (always focusing on smartphones), aims to develop an intuitive, efficient and

technically implementable.

Keywords: GPS, cycling, bike lane, mobile devices, applications;

Lista de siglas e abreviaturas

APP Aplicativo

CWB Curitiba

DoD Department of Defense

FRP The Federal Radionavigation Plan

GPS Global Position System

GUI Graphical User Interfaces (Interface Gráfica do Usuário)

HCI Human-Computer Interaction (Interface/Interação Homem-Computador)

IA Information Architecture (Arquitetura da Informação)

IDE Integrated Development Environments

IGEB Interagency GPS Executive Board

iOS Sistema operacional móvel da Apple Inc.

iOS Apple Operating System

IPPUC Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba

NCE The Navigation Center of Excellence

NNSS Navy Navigation Satellite System

OS Operational System

PC Personal Computer

PDA Personal Digital Assistant

POIs Pontos de Interesse

UFPR Universidade Federal do Paraná

UI User Interface

UX User Experience (Experiência do Usuário)

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Introdução

O contínuo crescimento das populações das grandes cidades, o ineficiente

investimento do Estado em transporte público e o uso do carro como meio de

transporte individual, vem ocasionando a saturação de alguns meios de transportes

coletivos e das principais vias da cidade. Com isso, as pessoas vêm optando cada vez

mais por meios alternativos de locomoção. Dentre as alternativas, a bicicleta tem

surgido como um meio de transporte eficiente e barato.

Paralelo a esse contexto, a nossa sociedade vive uma grande mudança de

comportamento em relação à informação: estamos cada vez mais contectados ao

mundo virtual através de smartphones, PDAs e Tablets. Utilizamos constantemente

essas tecnologias móveis para as realizações de tarefas do dia-a-dia, como

pagamentos de contas, leitura de notícias, entretenimento, etc. Localizar-se em meio

ao emaranhado de vias de uma cidade é apenas mais uma dessas tarefas; ela pode ser

encarada como um desafio para quem usa a bicicleta como meio de transporte. Um

app GPS que informa e auxilia especificamente o público ciclista, pode ser uma

ferramenta muito importante para ajudá-lo na locomoção segura e eficiente na cidade,

trazendo bebefícios para o ciclista e para o trânsito.

Esse projeto visa utilizar as tecnologias móveis disponíveis e as funcionalidades de um

aplicativo GPS a favor dos ciclistas da cidade de Curitiba, de modo que eles tenham

facilidade para encontrar informações necessárias para uma locomoção mais segura e

rápida em seus percursos do dia-a-dia. Portanto, um app GPS voltado para ciclistas

será projetado, de modo que ele contenha as informações relevantes para esse público,

como as vias para o tráfego de bicicletas, os bicicletários da cidade, as oficinas de

bicicletas, os pontos turísticos da cidade (que servem de referenciais) durante a

locomoção.

Os apps GPS disponíveis no mercado não atendem especificamente o público ciclista. A

grande maioria dos aplicativos à disposição do público é voltada para o uso em

veículos, existindo alguns que podem ser utilizados para caminhadas, ou mesmo para o

uso em bicicletas, mas sem nenhuma adaptação para este fim. Outra categoria de

aplicativos que vem se destacando são os voltados para esportes, nos quais o usuário

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seleciona seu esporte, tem acesso a informações de velocidades e distâncias, ao

mesmo tempo em que grava o trajeto percorrido em um mapa. Entretanto, nestes

aplicativos, não é possível definir um destino no mapa e o aplicativo guiar o usuário até

lá, pois eles restringem-se a gravar os trajetos já percorridos. Deste modo, não existe

nada adaptado especificamente para ciclistas que mostre as rotas em ciclovias,

ciclofaixas e ciclorotas e que seja possível definir um destino para o usuário (no caso, o

ciclista).

Além do contexto prático de uso do projeto em questão, este trabalho visa também

trazer contribuições acadêmicas, especialmente no que diz respeito à interface homem

computador (HCI) em dispositivos móveis, ao uso de princípios de design da

informação e wayfinding neste tipo de meio e a definição de diretrizes e boas práticas

para o desenvolvimento de aplicativos para smartphones.

Em uma primeira etapa, realizou-se uma série de pesquisas a fim de se informar a

respeito das necessidades de um ciclista nos dias de hoje; da infraestrutura da cidade

no que se diz respeito à malha de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas (vias de circulação

compartilhada); da familiaridade que o ciclista tem com apps GPS em dispositivos

móveis; da disponibilidade de apps similares ao proposto no projeto. Essas pesquisas

colaboram com a construção de um panorama a respeito do público-alvo do projeto e

da malha de vias específicas para os ciclistas.

Na segunda etapa, selecionaram-se todas as ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas a serem

colocadas no mapa. Definem-se também os trajetos que são adequados para interligar

essas vias (vias alternativas) para o tráfego dos ciclistas.

Na terceira etapa, é feito o desenvolvimento do app GPS para ciclistas: com um

benchmarking bem definido, são feitas análises sobre as funcionalidades e a

usabilidade dos apps GPS no mercado. Então, alinham-se os resultados dessas análises

com os apontamentos das pesquisas da primeira etapa e esboça-se o app a ser

proposto no projeto. Prototipagem, layouts e animações auxiliam para a finalização

dessa segunda e última etapa, que é a validação da proposta de app junto ao público-

alvo.

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Problema

Como um aplicativo GPS para dispositivos móveis pode informar os ciclistas de Curitiba

sobre as atuais ciclovias, ciclofaixas, ciclorrotas e outras vias da cidade, incentivando a

utilização destas com maior facilidade e segurança nos percursos?

Objetivo Geral

Desenvolver um aplicativo GPS em dispositivos móveis sobre ciclovias, ciclofaixas,

ciclorrotas e vias alternativas para ciclistas na cidade de Curitiba.

Objetivos específicos

1. Identificar o perfil e as necessidades do público ciclista: por que a utiliza

(lazer, esporte, meio de transporte para faculdade ou trabalho, etc) e quais

os problemas enfrentados por esse público;

2. Verificar a necessidade de um app GPS para ciclistas;

3. Verificar a familiaridade do público-alvo com o uso de GPS, especialmente

em dispositivos móveis;

4. Mapear as ciclovias, ciclofaixas e ciclorotas da cidade, definindo trajetos

alternativos a essas vias e alguns pontos de referência de Curitiba.

5. Investigar as características gráfico-informacionais dos similares disponíveis

hoje para esse público.

6. Apresentar uma proposta gráfica e informacional, em forma de app GPS em

dispositivos móveis, para o problema;

7. Verificar a aceitação e a efetividade do app.

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Objeto

Aplicativos de GPS para smartphones voltado para ciclistas, mostrando ciclovias,

ciclofaixas, ciclorotas, vias alternativas para o percurso, além de pontos de interesse e

outras informações relevantes ao usuário, a fim de facilitar seu deslocamento na cidade

e estimular o uso da bicicleta.

1. Justificativas

1.1 Acadêmica

Esse estudo é relevante no sentido de trabalhar com design da informação em

dispositivos móveis. O maior desafio, em se tratando de um dispositivo GPS, é conciliar

os princípios de HCI (aplicados a dispositivos móveis) e de wayfinding, procurando

tornar eficazes as soluções procuradas no projeto. É necessário também observar quais

informações são relevantes ao usuário do sistema, além de adaptá-las ao formato

pequeno dos dispositivos móveis, a fim de otimizar seu uso.

Também podemos desenvolver a capacidade de escolher métodos corretos para

estudos, assim como os tipos de pesquisas a serem realizadas e, consequentemente,

compreender melhor as necessidades das pessoas pela ótica do design gráfico.

1.2 Social e ambiental

Uma reflexão a respeito da importância do uso de GPS para ciclistas é o potencial que

um app tem de informar a respeito das alternativas de locomoção que existe na cidade

e a viabilidade delas, assim como a segurança em usá-las. Isso pode incentivar o uso de

bicicletas como meio de transporte e fazer com que os utilitários desse tipo de

transporte conheçam mais as vias da cidade.

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Outra razão relevante para o desenvolvimento do projeto é o evidente crescimento do

uso de bicicletas nos grandes centros urbanos como uma alternativa rápida e barata

em relação ao uso de automóveis. Em São Paulo, o uso da bicicleta aumentou 183%

em 10 anos, número maior do que outros meio de transporte neste mesmo período

(Pesquisa Origem/Destino, 2007). Outras grandes cidades como Curitiba também

apresentam um crescente uso da bicicleta. Prova disso são os planos de aumento da

malha cicloviária da cidade: o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de

Curitiba) apresentou um plano-diretor com aumento de 118 para 400 km além da

revitalização das ciclovias existentes (NASCIMENTO, Gazeta do Povo, 30/08/2011).

O aumento no uso da bicicleta como meio de transporte traz impactos positivos para a

cidade: reduz a quantidade de veículos, redução na emissão de gases poluentes,

redução da violência no trânsito e melhoria na qualidade de vida de ciclistas e

motoristas.

Em uma cidade saturada de veículos, onde os ciclistas têm poucas opções de trajetos

não compartilhados com carros, é interessante oferecer meios informativos e

interativos para o ciclista buscar rotas (como ciclovias e ciclofaixas) para seu destino.

Outra questão levantada é o uso cada vez mais freqüentes de smartphones: estão se

tornando mais acessíveis financeiramente e tomando o gosto popular. Esse app GPS

seria um meio de ciclistas que utilizem celulares compatíveis com essa tecnologia

definirem o caminho mais rápido e/ou mais seguro até seu destino. Isso vale tanto para

o estudante que utiliza a bicicleta para ir estudar, quanto para o empresário que utiliza

a bicicleta como lazer nos fins de semana. Ele, além de definir trajetos, identificaria

pontos de referência e pontos turísticos, para quem quer conhecer melhor a cidade.

1.3 Tecnológica

Outro ponto abordado neste trabalho é a popularização do uso de smartphones.

Suas vendas aumentaram 42,6% no terceiro trimestre de 2011, em relação ao

mesmo período do ano anterior. No terceiro trimestre de 2011 foram

comercializados 118,1 milhões de aparelhos, contra 82,8 milhões em 2010 (TI

ONLINE - 07/11/2011). Com esse aumento nas vendas, o número de downloads de

11

apps para estes aparelhos é astronômico. Considerando apenas apps baixados para

sistemas Android e iOS, o número de apps baixados no mundo deve chegar a

marca de 25 bilhões até o final de 2011 (IG TECNOLOGIA 11/11/2011).

Neste contexto, o desenvolvimento do aplicativo proposto é justificável pela

disceminação popular de smartphones e aplicativos, o que tende a facilitar a

aceitação e popularidade no mercado.

2.4.4 Bicicletários e paraciclos

Segundo o Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta (SEMOB, 2007), elaborado

pelo Ministério das Cidades, define que:

paraciclos: constituem estacionamentos de natureza aberta e livre;

bicicletários: são estacionamentos com controle de acesso e fechados. Podem ser

cobertos ou não, assim como pagos ou gratuitos;

Esta definição torna-se importante no contexto de uso do aplicativo, pois bicicletários e

paraciclos são pontos específicos dentro da cidade e nem todos os ciclistas sabem das

suas localizações, apesar de sempre precisarem de um local adaptado e seguro para

deixar a bicicleta. É muito comum encontrar bicicletas presas a postes e placas, apesar

de esta prática não ser segura nem legal. Neste sentido, se o ciclista tiver um suporte

informativo de lugares adequados para deixar a bicicleta, certamente o utilizará.

12

2. Pesquisas exploratórias

2.2.1. Pesquisa e perfil do público de interesse

A seguir é apresentado suscintamente os resultados da pesquisa realizada com os

usuários. Cada seção é baseada em uma questão feita aos participantes e os resultados

são apresentados de maneira numérica e estatística para as questões fechadas, além de

observações diversas sobre as principais insidências de respostas.

1. Gênero 2. Faixa etária

Faixa etária variada, com predominância entre

18 e 35 anos.

3. Profissões

Estudantes (maioria);

Metalúrgicos;

Médicos;

Biólogos.

13

4. Principais motivos pelos quais

usa a bicicleta

5. Tipos de vias utilizadas pelos

ciclistas de Curitiba

Grande parte dos ciclistas usa a bicicleta

como meio de transporte indo para a

faculdade ou trabalho, mas é grande a

incidência do uso da bicicleta como

esporte e lazer.

Quase a totalidade dos entrevistados

utiliza ruas, avenidas e canaletas

durante o transporte.

O uso de canaletas é alto: preferem usar

esse tipo de via na ausência de vias

ciclísticas, pois nelas o tráfego não é

intenso e interligam as principais regiões

da cidade.

A maioria dos participantes também

utiliza ciclovias e, considerando a malha

bastante reduzida de vias ciclísticas, o uso

de ciclofaixas e ciclorrotas também é

considerável (aprox. 30%).

Pode-se inferir que grande parte dos ciclistas usa a bicicleta como transporte pessoal e tem sua

locomoção dificultada pela malha cicloviária atual que não abrange e não interliga os principais

pontos da cidade (os ciclistas são obrigados a saírem das ciclovias e utilizarem outros tipos de

vias para concluir seu deslocamento).

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6. Como o ciclista avalia as vias ciclísticas de Curitiba

Aspectos de melhorias para a malha de ciclovias (segundo os ciclistas)

Mais políticas públicas: ampliação da malha cicloviária e investimento em transporte alternativo.

Integração das vias ciclísticas às canaletas de ônibus (canaletas ligam todos os pontos da cidade);

Muitos sugerem a criação de ciclofaixas ao invés de ciclovias, por serem mais rápidas.

Melhorar a formatação e sinalização nos cruzamentos com carros.

Interligação com outros meios de transporte (por exemplo, a criação de bicicletários adequados

em terminais de ônibus para facilitar a baldeação intermodal)

7. A qualidade das vias ciclísticas em relação a(o):

- Piso (asfalto)

- Quantidade de obstáculos

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- Iluminação noturna

- Largura das vias

Nota-se que os ciclistas têm uma impressão predominantemente negativa a respeito das ciclovias,

tanto em relação à malha cicloviária, quanto à qualidade geral destas. Obstáculos, asfalto de má

qualidade, desníveis, guias rebaixadas inadequadas, vias estreitas e mal iluminadas são queixas

comuns. Esses aspectos fazem com que os ciclistas utilizem as vias para automóveis (ruas e avenidas).

8. A sinalização das ciclovias

- Preservação do espaço do ciclista

- Segurança / prevenção de acidentes

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Aspectos de melhorias para a sinalização de ciclovias (segundo os ciclistas)

É evidente a insatisfação do ciclista quanto à sinalização das ciclovias. As sugestões de melhorias

citadas com maior frequência foram:

● Sinalização adequada em cruzamentos e saída de garagens (placas, pinturas no chão e até

semáforos para ciclistas). Há negligência por parte dos motoristas quanto ao espaço do ciclista.

● Melhoria na sinalização nas vias compartilhadas com pedestres;

● Conservação da sinalização existente;

● Sinalização de sentidos de circulação;

● Mapas de wayfinding indicando rotas e distância entre pontos de referência;

● Inclusão nas aulas de autoescola informações sobre trânsito com ciclistas.

● Sinalização para todos os modais, especialmente em cruzamentos e pontos de conflito.

9. Onde o ciclista costuma deixar sua bicicleta

(a) Locais

(b) Como o público avalia a segurança desses locais

Pode-se considerar que o público ciclista costuma deixar suas bicicletas dentro de casa e edifícios,

postes e bicicletários. Isso condiz com os dados sobre a segurança desses locais: o receio das pessoas

faz com que elas deixem suas bicicletas presas ou dentro de edifícios.

17

10. Os maiores receios dos ciclistas de Curitiba

As incidências de respostas apontadas nessa questão estão relacionadas com os problemas

apontados nas questões anteriores. O fato de que o ciclista se queixa muito a respeito do tráfego

condiz com o seu receio de acidentes, assaltos e roubos.

11. Informações importantes para os ciclistas em relação ao seu percurso

Para o usuário, algumas informações em um GPS podem ter maior relevância do que outras.

Incluímos então opções que fossem mais do que simples pontos de referências. Esses itens poderiam

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ter relação direta ao uso da bicicleta. Teriam importância funcional no uso da bicicleta.

Pode-se perceber que o ciclista gostaria mais de saber a respeitos dos trajetos (que é uma das

informações principais em um GPS), bicicletários / paraciclos (que condiz com sua preocupação,

apontada nas questãos 9b e 10, em relação à estadia da sua bicicleta) e fluxo de veículos (que

coaduna com sua preocupação em relação a acidentes, apontada também na questão 10).

12. Pontos de referência que os ciclistas utilizariam no GPS

Essas duas questões ajudam a delimitar melhor quais informações o ciclista gostaria de tomar

conhecimento durante seus percursos, bem como os pontos da cidade de maior interesse e

relevância para esse público. Esses itens são úteis para determinar o que é mais relevante de se

mostrar no mapa do GPS para o usuário (ou transformá-las em opções, caso o usuário precise).

É importante também permitir que o usuário adicione um ponto de referência a seu gosto: isso pode

ser relevante quando sua rota for compartilhada e pessoas com perfis parecidos poderem ser

beneficiadas com essa opção.

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13. Aspectos positivos de se pedalar

em Curitiba

14. Aspectos negativos de se pedalar

em Curitiba

● Rapidez;

● Opção saudável;

● Baixo custo;

● Baixo índice de trânsito.

● Uso das canaletas de ônibus;

● A paisagem agradável e clima ameno;

● Topografia regular em relação a outras

capitais;

● Respeito e união entre os ciclistas;

● Crescente número de ciclistas;

● Parques como opções de lazer;

● Muitas oficinas de bicicletas;

● Região metropolitana propicia muitos

trajetos alternativos para lazer e esporte.

● Falta de uma infraestrutura urbana

adequada (malha de ciclovias, vias bem

conservadas, segurança e sinalização

adequada);

● Falta de respeito de motoristas;

● Falta de conscientização sobre o ciclista e

seu espaço;

● Falta de investimento da prefeitura (ela

incentiva a andar de bicicleta, mas não

dá a estrutura para isso);

● Insegurança (roubos e assaltos).

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15. Os ciclistas sabem o que é um

GPS?

16. A utilidade de um app GPS para

ciclistas, mostrando vias ciclísticas

e pontos de referência para esse

público.

Essa questão foi criada com o intuito de nos

certificar que os participantes do questionário

sabem o que é um GPS e assim podem

compreender do que se trata esse projeto e

responder adequadamente as perguntas do

questionário.

Como se pode observar, a aceitação do

projeto pelo público em questão é alta. Um

número pequeno de ciclistas (apenas 2%)

atribuíram notas 1 ou 2 (escala 1 a 5) para o

possível utilidade do app.

17. O possível uso do app por parte dos ciclistas

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Um alto percentual usaria o app em sua rotina. Apenas uma minoria (10%) respondeu que não

utilizaria o app (muitos por não possuir um smartphone). Em geral, a aceitação do aplicativo junto ao

público de interesse foi 90%. O restante respondeu que, ou já conhece a cidade o suficiente, ou que

o aplicativo só seria útil no dia em que a cidade tiver uma estrutura cicloviária adequada.

15. A experiência do usuário com apps e/ou dispositivos GPS

A experiência prévia dos usuários com dispositivos GPS pode facilitar o uso, adaptação e processo de

aprendizagem do app que está sendo desenvolvido nesse trabalho. A grande maioria dos

participantes já utilizou um dispositivo GPS veicular e/ou apps GPS em celulares/smartphones.

Apenas uma minoria (13%) nunca utilizou diretamente um GPS. Com isso, pode-se inferir que a

maioria dos participantes tem certo conhecimento e experiência com o uso de apps e dispositivos

GPS e isso facilita a implementação do aplicativo desenvolvido junto ao público de interesse.

22

16. Funcionalidades preferidas dos ciclistas em um GPS

(1) Vias com incidências de roubos e assaltos

Nessa questão, o participante pôde apontar quais funcionalidades considera mais importantes em

um GPS para ciclistas. De modo geral, todas as opções apresentadas foram consideradas relevantes,

sendo que a alternativa com menos votos contou com quase 50% dos participantes. Muitos ciclistas

comentaram ao final desta questão, sugerindo funcionalidades que não estão presentes na lista. As

principais incidências foram:

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Topografia – Bastante recorrente nas respostas, o fator relevo é determinante em um percurso

de bicicleta, interferindo diretamente no tempo do trajeto e no desgaste físico do ciclista.

Salvar e compartilhar rotas - Muitos participantes comentaram que gostariam de seus trajetos

e visualizá-los posteriormente no o computador e compartilhá-los em redes sociais.

Apesar de todas as respostas terem sido muito marcadas, há o despontamento de algumas

funcionalidades em detrimento de outras e isso ajuda a determinar o que é mais relevante no app.

17. Materiais utilizados e materiais preferíveis de uso pelos ciclistas para consulta

Nessa questão, o intuito é saber quais tipos de materiais e representações os participantes estão

habituados a consultar e com quais eles tem mais facilidade. Como se pode observar, as respostas

foram muito similares entre a frequência e a facilidade de consulta. Mapas online e os sistemas de

GPS foram os mais citados, o que reforça sobre o conhecimento e experiência com sistemas digitais e

de GPS, o que deve facilitar seu aprendizado e uso do app desenvolvido neste trabalho.

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3.3.3. Conclusões da pesquisa exploratória

Os resultados dessa pesquisa exploratória mostraram resultados bem delineados,

divididos em dois aspectos principais:

1. A precariedade da estrutura cicloviária de Curitiba. Apesar de Curitiba ser

conhecida nacionalmente como cidade ecológica e exemplo em mobilidade

urbana (possui uma das maiores malhas de ciclovias do país segundo o Estudo

Mobilize 2011), a pesquisa direta com ciclistas que vivenciam a cidade sobre

duas rodas mostrou outra realidade. Foram praticamente unânimes as

reclamações dos diversos aspectos que envolvem o deslocamento na cidade

com bicicletas. A malha cicloviária foi considerada ineficiente e longe do ideal.

Porém, considerando canaletas de ônibus como vias adequadas para tráfego,

elas se tornam caminhos alternativos para o ciclista, interligando a malha

cicloviária existente; a malha cicloviária foi considerada em má conservação e

mal sinalizada, especialmente em vias compartilhadas com pedestres e

cruzamentos com vias de tráfego.

2. A utilidade de um app GPS para ciclistas. Salvo algumas pequenas exceções,

um app de GPS específico para ciclistas que mostre ciclovias, ciclofaixas,

ciclorotas e pontos de interesse para os ciclistas, obteve grande aprovação.

Apesar da infraestrutura curitibana para o modal bicicleta estar longe da ideal, o

app em questão pode facilitar o deslocamento do ciclista, seja informando a

respeito das vias ciclísticas, dos trajetos alternativos mais rápidos e seguros,

como suas distâncias, percursos íngremes e tempo de locomoção e levando o

ciclista a parques e pontos turísticos aos fins de semana.

Além desses dois eixos principais identificados, o questionário auxiliou a delinear

algumas diretrizes a serem trabalhadas no app, adequando-o melhor às necessidades e

opiniões dos usuários. Os pontos mais recorrentes e relevantes para o projeto foram:

1. Além das ciclovias oficiais, é essencial mostrar vias alternativas, considerando

segurança (vias de pouco movimento) e agilidade. Como a pesquisa apontou, a

estrutura cicloviária de Curitiba está longe do ideal, então é imprescindível

considerar vias além das ciclovias e ciclofaixas. Nesse contexto, as canaletas de

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ônibus se tornam a principal categoria de vias alternativas, pois possuem pouco

tráfego e interligam diversos bairros e os conectam ao centro da cidade.

2. Identificar pontos críticos de tráfego de pedestre e especialmente de veículos.

3. Representar a topografia da cidade, visto que este é um fator determinante para

a velocidade, tempo de percurso e desgaste físico do ciclista.

4. Identificar locais seguros para “estacionar” a bicicleta (paraciclo ou bicicletário).

5. Identificar pontos críticos no que diz respeito a roubos e assaltos.

6. Informações do percurso (velocidade, distância percorrida, distância para chegar

ao destino, etc..).

7. Opções de integração com o computador, para posterior consulta das rotas

percorridas, e com as redes sociais, para compartilhar trajetos e informações.

8. Fazer com que o GPS se torne uma ferramenta colaborativa entre ciclistas,

podendo estes se comunicarem com avisos rápidos a respeito do percurso.