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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ – UFPRSETOR DE TECNOLOGIADEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVILCURSO DE ENGENHARIA CIVIL
LABORATÓRIO de MECÂNICA dos SOLOS- Noções de Compressibilidade
- Ensaio de Adensamento
Christiane Wagner Mainardes Krainer
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Compressibilidade
3. Teoria do Adensamento
4. Hipóteses de Terzaghi
5. Adensamento de Campo
6. Ensaio de Adensamento
As cargas de uma determinada estrutura são transmitidas ao
solo gerando uma redistribuição dos estados de tensão em cada
ponto do maciço, a qual irá provocar deformações em maior ou
menor intensidade, em toda área nas proximidades do
carregamento, que por sua vez, resultarão em recalques
superficiais.
1. Introdução
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Define-se como compressão (diminuição) ou expansão
(aumento): o processo pelo qual uma massa de solo, sob a ação
de cargas, varia de volume mantendo sua forma.
Os processos de compressão podem ocorrer por compactação
(redução de volume devido ao ar contido nos vazios do solo) e
pelo adensamento (redução do volume de água contido nos
vazios do solo de acordo com o tempo).
1. Introdução
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
O solo é um sistema composto de grãos sólidos e vazios, os
quais podem estar preenchidos por água e/ou ar.
Quando se executa uma obra de engenharia, impõe-se no solo
uma variação no estado de tensão que acarreta em
deformações.
2. Compressibilidade
Prof. Ilço Ribeiro Jr
É a relação independente do tempo entre variação de volume e
tensão efetiva.
É a propriedade que os solos têm de serem suscetíveis à
compressão quando lhes são aplicadas solicitações.
Diferentemente de adensamento, que corresponde ao processo
dependente do tempo de variação de volume do solo devido à
drenagem da água dos poros.
2. Compressibilidade
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
O solo é um sistema particulado composto de partículas sólidase espaços vazios, os quais podem estar parcialmente outotalmente preenchidos com água.
Os decréscimos de volume (as deformações) dos solos podemser atribuídos, de maneira genérica, a três causas principais:
• Compressão das partículas sólidas;
• Compressão dos espaços vazios do solo, com a consequenteexpulsão da água (no caso de solo saturado);
• Compressão da água (ou do fluido) existente nos vazios do solo.
2. Compressibilidade
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Calculam-se, portanto, as deformações volumétricas do solo a
partir da variação do índice de vazios (função da variação das
tensões efetivas).
Esta variação somente ocorrerá por expulsão de água e/ou ar dos
vazios (compressão) ou absorção de água para dentro dos vazios
(expansão).
Logo, para que o solo se deforme é necessário que haja um
processo de fluxo em seu interior.
2. Compressibilidade
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
2. Compressibilidade
A natureza das deformações pode ser subdividida em 3 categorias:
deformações elásticas, plásticas ou viscosas.
1. As deformações elásticas estão associadas a variações
volumétricas totalmente recuperadas após a remoção do
carregamento. Estas deformações causam, em geral, pequenas
variações no índice de vazios.
Prof. Ilço Ribeiro Jr
2. Compressibilidade A natureza das deformações pode ser subdividida em 3
categorias: deformações elásticas, plásticas ou viscosas.
2. As deformações plásticas são aquelas que induzem a variações
volumétricas permanentes; isto é, após o descarregamento o
solo não recupera seu índice de vazios inicial.
3. As deformações viscosas, também denominada fluência, são
àquelas associadas a variações volumétricas sob estado de
tensões constante.
Prof. Ilço Ribeiro Jr
2. Compressibilidade
Prof. Ilço Ribeiro Jr
Essas deformações se devem a:
deformação dos grãos individuais – Elástica;
compressão da água presente nos vazios (solo saturado) – Adensamento
Primário;
variação do volume de vazios, devido ao deslocamento relativo entre
partículas – Adensamento Secundário.
Define-se como Compressibilidade a relação entre a magnitude das
deformações e a variação no estado de tensões imposta.
3. Teoria do Adensamento
Prof. Ilço Ribeiro Jr
Karl Von Terzaghi (Pai da Mecânica dos Solos)
CamadaCompressível
3. Teoria do Adensamento
Prof. Cezar Bastos
O Princípio das Tensões Efetivas estabelece que as variações de volume
são devido tão somente a variações nas tensões efetivas.
Supondo um elemento de solo saturado tem-se duas fases distintas:
fase sólida -> esqueleto mineral e fase líquida -> água nos poros.
Aplicando uma pressão de compressão sobre este elemento, a
variação de volume decorrente se dá por redução nos vazios, visto
que os grãos são relativamente incompressíveis.
3. Teoria do Adensamento A redução dos vazios implica no estabelecimento de um gradiente hidráulico
determinante de um fluxo de dentro para fora do elemento -> drenagem.
Sendo o fluxo governado pela Lei de Darcy verifica-se que este fluxo será tão
mais rápido quanto mais permeável for o solo.
Prof. Cezar Bastos
3. Teoria do Adensamento
Prof. Cezar Bastos
Logo, assim como a drenagem, a variação de volume se dá com o
tempo e é governada por interações entre tensão total, efetiva,
poropressão, permeabilidade e compressibilidade.
Solos granulares (areias) -> a água flui facilmente devido a alta
permeabilidade. O gradiente gerado é rapidamente dissipado.
3. Teoria do Adensamento
Prof. Cezar Bastos
Solos finos (solos argilosos) -> devido a baixa permeabilidade, a água encontra
dificuldade de percolar. Logo, a água inicialmente “absorve” a pressão aplicada ->
geração de excesso de poropressão. Este excesso de pressão neutra é dissipado
lentamente com a drenagem do elemento.
A medida que dissipa o excesso de poropressão na água, a pressão aplicada é
transmitida aos contatos dos grãos representando acréscimo de tensão efetiva ->
responsável pela variação volumétrica do elemento -> fenômeno de adensamento.
Processo de adensamento – modelo mecânico de Terzaghi
Sendo o solo saturado e as partículas de água e sólidos considerados
incompressíveis, toda variação de volume deverá ocorrer em função da
variação do índice de vazios.
Esta variação somente ocorrerá por expulsão de água dos vazios
(compressão) ou absorção de água para dentro dos vazios (expansão).
Logo, para que o solo se deforme é necessário que haja um processo de
fluxo de água em seu interior.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
3. Teoria do Adensamento
Teoria do Adensamento – Analogia Mecânica
Ao aplicar um carregamento em um solo saturado os recalques
desenvolvem-se ao longo do tempo.
A teoria do adensamento trata de como os recalques evoluem com
o tempo.
Para entender o fenômeno do adensamento será utilizada a
analogia mecânica de Terzaghi.
3. Teoria do Adensamento
Prof. Ilço Ribeiro Jr
Suponha um cilindro com pistão, dentro dele uma mola e na parte
superior uma válvula.
Se o cilindro estiver cheio d’água e a válvula fechada, ao se aplicar uma
carga sobre o pistão toda carga será transferida para a água.
Isso ocorre porque a torneira esta fechada, portanto, não há variação de
volume e consequentemente a mola não se deforma.
3. Teoria do Adensamento
Prof. Ilço Ribeiro Jr
Em um instante t = 0 a torneira será aberta e toda carga será
suportada pela água.
A medida em que o tempo passa a água vai sendo drenada e a carga
suportada pela água vai sendo transferida para a mola.
Ao final do processo toda carga é suportada pela mola e a drenagem
para.
3. Teoria do Adensamento
Prof. Ilço Ribeiro Jr
1 kN
=100kPau= 100kPa’= 0kPa
=100kPau= 75kPa’= 25kPa
=100kPau= 25kPa’= 75kPa
=100kPau= 0kPa’= 100kPa
1 kN1 kN
1 kN1 kN
A = 0,001m²
Tempo
=100kPau= 50kPa’= 50kPa
Pode-se fazer uma abstração e considerar que o solo é semelhante a
mola e que a abertura da torneira seja proporcional a permeabilidade
do solo.
3. Teoria do Adensamento
Prof. Ilço Ribeiro Jr
3. Teoria do AdensamentoO processo de adensamento - modelo mecânico de Terzaghi
Adensamento -> fenômeno pelo qual os recalques decorrentes da
variação volumétrica dos solos sob carga se dão a medida que a
água nos poros é expulsa e portanto são diferidos no tempo.
O estudo do adensamento nos solos é realizado para depósitos de
baixa permeabilidade e de moderada a elevada compressibilidade
(constituídos de argilas e solos argilosos).
Analogia mecânica de Terzaghi (sistema pistão/água/mola)
Prof. Cezar Bastos
3. Teoria do Adensamento Analogia mecânica de Terzaghi (sistema pistão/água/mola)
Prof. Cezar Bastos
h0=u0/w
h=u/w
válvula
mola
pistão
3. Teoria do Adensamento
Prof. Cezar Bastos
O solo saturado é representado por uma mola dentro de um pistão cheio
de água, cujo êmbolo apresenta um pequeno orifício dotado de uma
válvula, que permite fechar e abrir a saída d’água.
Analogia: carga no pistão -> carregamento vertical; cilindro -> confinamento
do solo; água no cilindro -> água nos vazios do solo e mola -> esqueleto
mineral (estrutura formada pelos grãos).
O grau de abertura da válvula representa a permeabilidade, enquanto a
rigidez da mola a compressibilidade do solo.
Antes da aplicação da carga tem-se:
3. Teoria do Adensamento
Prof. Cezar Bastos
Aplicada uma pressão vertical () no pistão, com a válvula fechada a
mola não se deforma, sendo a água considerada incompressível em
relação a Mola -> toda a carga aplicada é transmitida para a água
gerando pressão na água igual a tensão total aplicada. A tensão
transmitida para a mola é nula -> no solo : o excesso de poropressão
gerado é igual ao acréscimo de tensão total e o acréscimo de tensão
efetiva inicial devido ao carregamento externo é nulo.
3. Teoria do Adensamento
Prof. Cezar Bastos
Com a abertura da válvula, a medida que a água drena do cilindro pelo
gradiente estabelecido, a tensão total aplicada é lentamente transferida para a
mola -> no solo: o excesso de poropressão inicial é dissipado na mesma
proporção que ocorre acréscimo de tensão efetiva.
A Teoria do Adensamento, desenvolvida por Terzaghi, equaciona a forma com
que ocorre esta transferência de carga da poropressão para a tensão efetiva
atuante no esqueleto mineral do solo, com a consequente redução de volume.
3. Teoria do Adensamento
Prof. Cezar Bastos
Em um tempo infinito tem-se a total dissipação da pressão na água e a
mola recebe toda a pressão aplicada -> no solo: o excesso de poropressão
gerado cai a zero e o acréscimo de tensão efetiva se iguala ao acréscimo
de tensão total.
t u = 0 ’ =
Considerando o cilindro com área unitária, com a compressão da mola,
o pistão desce de e o volume no interior varia de V:
V = Vw = -
Comportamento em termos de tensões e deformações conforme o modelo:
tensões
3. Teoria do Adensamento
Prof. Cezar Bastos
Comportamento em termos de tensões e deformações conforme o modelo:
Ao se aplicar uma carga () sobre o pistão ou êmbolo, no instante
imediatamente seguinte, a mola não se deforma, pois não ocorreu saída de água,
e a água é muito menos compressível que a mola. Neste caso, toda a carga
aplicada está sendo suportada pela água (sobre-pressão neutra, u =u0+ ), que
procurará a sair do êmbolo, pois o exterior está com pressão inferior
(atmosférica).
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
3. Teoria do Adensamento
A medida que a água sai, a mola se deforma, pois parcialmente as cargas são
transmitidas da água para a mola. Este processo é denominada de dissipação da
sobre-pressão neutra. Enquanto a água estiver em carga (sobre-pressão)
continuará a sair e a mola a se deformar, suportando cargas cada vez maiores.
O processo continua até que toda a carga esteja sendo suportada pela mola, e a
resistência desta seja igual a carga aplicada, cessando a saída da água, ou seja,
ocorreu dissipação total de sobre-pressão neutra.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
3. Teoria do Adensamento
Nos solos, seja em campo ou em laboratório (solo contido no anel de ensaio
edométrico), ocorre algo semelhante. Quando um acréscimo de pressão é
aplicado, a água nos vazios suporta toda esta pressão. A pressão neutra aumenta
de um valor igual ao acréscimo de pressão aplicada, enquanto a tensão efetiva
não se altera (u = u0 + u; = 0 + e ’ = ’0, sendo neste estágio u = ).
A este aumento de pressão neutra (u) dá-se o nome de sobre-pressão neutra,
parcela da pressão neutra acima da pré-existente. Neste instante não há
deformações, pois apenas variações de tensões efetivas provocam deformações
no solo.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
3. Teoria do Adensamento
Estando a água em carga (sobre-pressão neutra), para que se estabelece o
equilíbrio com o meio externo, ocorre percolação desta, em direção as áreas
mais permeáveis (areias - campo, pedras porosas – ensaio).
A saída da água indica que está havendo redução do índice de vazios,
ou seja, deformação do solo. Consequentemente, parte da pressão
aplicada está passando a ser suportada pelos sólidos do solo, logo, está
havendo aumento de tensão efetiva.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
3. Teoria do Adensamento
A soma entre o aumento de tensão efetiva e a sobre-pressão neutra é igual a
carga aplicada. O processo análogo ao mecânico, continua até que toda a
pressão aplicada tenha sido convertida em acréscimo de tensão efetiva e
toda a sobre-pressão neutra tenha sido dissipada.
A maneira como ocorre esta transferência
de sobre-pressão neutra para a estrutura
sólida do solo, com a conseqüente redução
de volume, constitui a teoria do
adensamento de Terzaghi.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
3. Teoria do Adensamento
Para estabelecer esta teoria de adensamento, Terzaghi considera as
seguintes hipóteses simplificadoras para o solo:
1. O solo é totalmente saturado;
2. A compressão é unidimensional;
3. O fluxo de água é unidimensional;
4. O solo é homogêneo;
5. As partículas sólidas e a água são praticamente incompressíveis perante a
compressibilidade do solo;
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
4. Hipóteses de Terzaghi
Para estabelecer esta teoria de adensamento, Terzaghi considera as
seguintes hipóteses simplificadoras para o solo:
6. O solo pode ser estudado como elementos infinitesimais, apesar de ser
constituído de partículas e de vazios;
7. O fluxo é governado pela Lei de Darcy;
8. As propriedades do solo não variam no processo de adensamento;
9. O índice de vazios varia linearmente com o aumento da tensão efetiva
durante o processo de adensamento.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
4. Hipóteses de Terzaghi
Comentários sobre as hipóteses de Terzaghi
As hipóteses 1, 2 e 3 indicam que a teoria se restringe ao caso de compressão
edométrica, com fluxo unidimensional, e a solos saturados.
As hipóteses 4 a 7 são aceitáveis. Todavia, as hipóteses 8 e 9, merecem
atenção.
Hipótese 8 – a rigor as propriedades do solo variam com o processo de
adensamento, tais como a permeabilidade e a compressibilidade. Entretanto, o
resultado final da variação de cada um dos parâmetros envolvidos não é muito
significativo, pois seus efeitos se compensam.
4. Hipóteses de Terzaghi
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
Comentários sobre as hipóteses de Terzaghi
Hipótese 9 – é uma aproximação da realidade, pois o índice de vazios varia não
linearmente com a tensão efetiva. Ocorre uma variação linear, para tensões
acima da tensão de pré-adensamento, mas com a tensão efetiva na escala
logaritmo. Esta hipótese foi introduzida para se ter uma solução matemática do
problema. Para pequenos acréscimos de tensão a consideração de linearidade
não se afasta muito da realidade.
A hipótese 9 permite que se associe o aumento da tensão efetiva, e a
correspondente dissipação de sobre-pressão neutra, com o desenvolvimento
dos recalques de maneira simples, por meio de um parâmetro fundamental no
desenvolvimento da teoria, que é o grau de adensamento.
4. Hipóteses de Terzaghi
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
CONDIÇÕES DE CAMPO QUE INFLUEM NO ADENSAMENTO
Deformações e o fluxo não unidirecionais.
A hipótese de compressão edométrica se adequa na prática acarregamentos de grande extensão em área. Entretanto, em muitos outroscasos, como fundações, aterros rodoviários, etc., tem-se carregamentos delimitadas dimensões, com deformações laterais decorrentes.
Por outro lado, a teoria não considera fluxo lateral,que ocorre desde carregamentos de largura finita,com maior rapidez na dissipação das poropressõese consequentimente dos recalques, devido aocoeficiente de permeabilidade horizontal sermaior que o vertical.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
5. Adensamento no Campo
Lentesdrenantes
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
5. Adensamento no CampoPresença de lentes arenosas
Em campo, também deve-se observar a existência de lentes de
drenagem entre a camada a ser adensada, como por exemplo, a existência de
lentes de areia entre camadas de argila. Quanto maior a quantidade de lentes,
menor será a Hd que é a espessura entre as lentes de areia, consequentimente,
menor será o tempo de recalque, pois este é f(H 2). Não é preciso que elas sejamd
espessas, e sim que elas se prolonguem para o exterior da projeção da área
carregadas.
Tem como objetivo simular a compressão em um solo sujeito a um
carregamento externo.
O ensaio destina-se a medir as propriedades de compressibilidade dos solos em
compressão edométrica (deformações laterais impedidas). Quando associado a
avaliação da compressibilidade, tem-se a quantificação da velocidade do
processo de adensamento, denominado de ensaio de adensamento.
Solos permeáveis e/ou não saturados – avaliação da compressibilidade;
Solos pouco permeáveis e saturados – além da compressibilidade, faz a
avaliação do adensamento.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
6. Ensaio de Adensamento
O método requer que um elemento de solo, mantido lateralmente
confinado, em um anel que impede qualquer deformação lateral, seja
axialmente carregado em incrementos, com pressão mantida constante em
cada incremento, até que todo o excesso de pressão na água dos poros
tenha sido dissipado.
Este simula o comportamento do solo quando o mesmo é comprimido pela
ação de uma carga de grande área, em relação à espessura da camada,
como por exemplo, um aterro de grande extensão sobre finas camadas de
argila.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
6. Ensaio de Adensamento
Pela sua simplicidade os parâmetros obtidos também são empregados
em situações de carregamento de áreas limitadas, como sapatas,
admitindo-se que as deformações sejam somente verticais.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
6. Ensaio de Adensamento
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
6. Ensaio de AdensamentoProcedimento
É normatizado pela ABNT-NBR 12007/90.A aparelhagem é constituída de um sistema de aplicação de carga (prensa de
adensamento ou oedômetro) e da célula de adensamento. A prensa permite a
aplicação e manutenção das cargas verticais especificadas, ao longo do período
necessário
adensamento
para conter o
de tempo. A célula de
é um dispositivo apropriado
corpo de prova que deve
proporcionar meio para aplicação de cargas
verticais, medida da variação da altura do
corpo de prova e sua eventual submersão.
O conjunto consiste de uma
base rígida, um anel para conter o
corpo de prova (anel fixo ou flutuante),
pedras porosas e um cabeçote rígido
de carregamento.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
6. Ensaio de Adensamento
As dimensões do anel devem ser de tal forma que a sua altura seja muito
inferior ao diâmetro (D – 50 a 120 mm e H – 19 a 32 mm), caracterizando as
condições edométricas.
O procedimento para execução do ensaio é iniciado com a colocação da
célula de adensamento no sistema de carga. São aplicadas cargas de forma
incremental. Os incrementos costumam ser o dobro do incremento do
estágio anterior (Valores comuns: 6,25, 12,5, 25, 50, 100, 200, 400, 800 e
1600 kPa).
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
6. Ensaio de Adensamento
Cada estágio de carga é aplicado após cessadas as deformações do anterior.
Para argilas saturas (mantém-se cada pressão, em média, pelo período de
tempo de 24 horas), sendo o tempo reduzido de acordo com as condições de
cada tipo de solo, observada a não deformabilidade (variação de altura da
amostra) do solo ensaiado com a carga aplicada.
Para cada um dos estágios de pressão, faz-se leituras no extensômetro da
altura ou variação de altura do corpo de prova, imediatamente antes do
carregamento (tempo zero) e, a seguir, nos intervalos de tempo 1/8, 1/4, 1/2,
1, 2, 4, 8, 15, 30 min; 1, 2, 4, 8, e 24h. As deformações são geralmente
relacionadas a variação do índice de vazios.
Prof. Francisco Alves da Silva Júnior
6. Ensaio de Adensamento