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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA KAROLINY FARIAS CASTELO BRANCO IMPACTO DA RESTRIÇÃO ALIMENTAR SOBRE OS PARÂMETROS BIOMETRICOS, HORMONAIS E METÁBOLICOS DE OVINOS SANTA INÊS FORTALEZA - CEARÁ 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

KAROLINY FARIAS CASTELO BRANCO

IMPACTO DA RESTRIÇÃO ALIMENTAR SOBRE OS PARÂMETROS

BIOMETRICOS, HORMONAIS E METÁBOLICOS DE OVINOS SANTA INÊS

FORTALEZA - CEARÁ

2015

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KAROLINY FARIAS CASTELO BRANCO

IMPACTO DA RESTRIÇÃO ALIMENTAR SOBRE OS PARÂMENTROS

BIOMETRICOS, HORMONAIS E METÁBOLICOS DE OVINOS SANTA INÊS

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa

de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial para

obtenção do Título de Mestre em Zootecnia. Área de

concentração: Nutrição Animal.

Orientadora: Profª Dra. Elzânia Sales Pereira

FORTALEZA - CEARÁ

2015

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A Deus,

À minha família,

Aos meus amigos,

Com carinho,

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me conceder o dom da vida e me mostrar que a cada dia estava ao

meu lado.

À Universidade Federal do Ceará, pela chance concedida.

À FUNCAP, pela concessão e manutenção da bolsa de mestrado.

À minha orientadora Dra. Elzânia Sales Pereira pelo enorme apoio concedido que

possibilitou esse momento.

Às professoras Ana Cláudia Nascimento Campos pela coorientação e o grande

apoio na realização desse trabalho.

Ao CNPq pela aprovação do processo de número: 304666/2012.

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RESUMO

Objetivou-se com o presente estudo avaliar a biometria, parâmetros sanguíneos e hormonais

de cordeiros Santa Inês. Foram utilizados 30 cordeiros com peso vivo médio inicial de 13,0 ±

1,49 kg e aproximadamente 60 dias de idade para estimativa daglicose, colesterol, β-

hidroxibutirato, N- ureico, proteínas totais, albumina, globulina, cloreto, cálcio, fósforo,

magnésio e os hormônios leptina, insulina e tiroxina (T4). Utilizou-se o delineamento

inteiramente casualizado em esquema fatorial 3 x 3 x 2, que consistia detrês níveis de

restrição alimentar (RA) (controle, 30% e 60%), três períodos de coleta correspondente à

idade dos animais (14, 18 e 23 semanas de idade) e duas classes sexuais (castrados e não

castrados). O sangue foi coletado por punção da veia jugular nos três períodos de coleta. Para

as medidas biométricas utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em esquema

fatorial 3 x 2, levando-se em consideração os níveis de restrição e as classes sexuais. As

medidas foram realizadas quinzenalmente durante todo período experimental.O hormônio

Tiroxina não foi influenciado pela idade, dieta ou classe sexual. Já a leptina e a insulina

aumentaram com a idade dos animais (P<0,01). As concentrações de glicose diminuíram de

acordo com o aumento do nível de RA (P<0,001). As concentrações de BHB foram maiores à

medida que se aumentou a restrição alimentar (P<0,001). O N-ureico foi influenciado pela

idade e dieta experimental (P< 0,001) e houve interação idade X classe sexual (P<0,01). As

concentrações de colesterol total e proteínas totais não foram influenciadas pelos tratamentos

experimentais (P<0,05), entretanto a albumina e globulina foram influenciadas pela idade

(P<0,001; P<0,01). As concentrações plasmáticas de cloretos, cálcio, magnésio e fósforo

variaram significativamente em função da idade. Os animais submetidos à RA cresceram em

ritmo mais lento, sendo que, a influencia negativa foi mais acentuada no R60 (60% de RA).

No R30 (30% de RA), o ritmo de crescimento diminuído foi mais perceptível com 100 dias de

idade no peso corporal (PC), com 130 dias no escore de condição corporal (ECC) e perímetro

torácico (PT), com 145 dias na altura de garupa (AG) e com 160 dias no comprimento de

garupa (CG) e largura de peito (LP). A análise da correlação de Pearson mostra que as

medidas biométricas são co-dependentes do nível de alimentação do animal, pois as

correlações foram altas e significativas nos animais controle (r= + 0,61 a 0,95). Conclui-se

que os parâmetros metabólicos foram influenciados mais pela idade do que pela dieta e que a

restrição alimentar afeta o perfil metabólico e hormonal, em especial o β-hidroxibutirato e a

insulina. O escore de condição corporal, peso corporal e largura de peito foram os parâmetros

mais sensivelmente influenciados pela RA.

Palavras-chaves: Morfometria. Metabolitos.Hormônios.

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ABSTRACT

The present study aimed to evaluate biometric measurements and blood and hormonal

parameters of Santa Ines lambs. Thirty lambs with an average live weight of 13.0 ± 1.49 kg

and 60 days of age were used to estimate glucose, cholesterol, β-hydroxybutyrate, urea N,

total protein, albumin, globulin, chloride, calcium, phosphorus, magnesium, and leptin,

insulin, and thyroxine (T4) hormones. Lambs were assigned to a randomized complete design

in a 3 × 2 factorial arrangement consisting of three levels of food restriction (FR) (control,

30%, and 60%), three collection periods corresponding the age of the animals (14, 18, and 23

weeks of age), and two sex categories (castrated and uncastrated). Blood was collected by

jugular venipuncture in the three collection periods. For biometric measurements, a

randomized complete design in a 3 × 2 factorial arrangement was adopted, taking into account

restriction levels and sex categories. Measurements were taken every two weeks throughout

the experimental period. The hormone thyroxine was not influenced by age, diet, or sex

category. Leptin and insulin increased with the animal age (P <0.01). Glucose concentrations

decreased as the FR level were increased (P <0.001). β-hydroxybutyrate concentrations

increased as the food restriction was increased (P <0.001). Urea nitrogen was influenced by

age and experimental diet (P <0.001), and there was an age × sex category interaction effect

(P <0.01). Concentrations of total cholesterol and total proteins were not influenced by

experimental treatments (P <0.05), but albumin and globulin were influenced by age (P

<0.001, P <0.01). Plasma concentrations of chloride, calcium, magnesium, and phosphorus

varied significantly according to age. Animals subjected to FR grew at a slower rate, and the

negative influence was more pronounced at 60% FR. At 30% FR, the growth rate decline was

more noticeable at 100 days of age for body weight (BW); at 130 days for body condition

score (BCS) and chest girth (CG); at 145 days for rump height (RH); and at 160 days for

rump length (RL) and breast width (BW). Pearson's correlation analysis showed biometric

measurements are co-dependent on the feeding level because correlations were high and

significant in control animals (r = 0.61 to 0.95). It is concluded that the metabolic parameters

were more influenced by age than by diet, and food restriction affects the metabolic and

hormonal profiles, in particular β-hydroxybutyrate and insulin. Body condition score, body

weight, and breast width were the most significantly affected by FR parameters.

Key words: Morphometry. Metabolites. Hormone.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição químico dos ingredientes em g.kgMS-1

.................................... 21

Tabela 2- Efeito do nível de restrição, classes sexuais e idade sobre as

concentrações sanguíneas dos hormônios em cordeiros Santa Inês..............

30

Tabela 3 - Efeito do nível de restrição, idade e classes sexuais sobre as

concentrações sanguíneas dos metabolitos em cordeiros Santa

Inês................................................................................................................

31

Tabela 4 - Media e desvio padrão do N-ureico em função da classe sexual e da idade

dos animais....................................................................................................

32

Tabela 5 - Média e desvio padrão das mensurações biométricas de cordeiros Santa

Inês mantidos com diferentes níveis de restrição alimentar..........................

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Tabela 6 - Coeficiente de correlação de Pearson entre as medidas corporais em

função das dietas...........................................................................................

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....……..……………..............................................…….............11

2 REFERENCIAL TEORICO......................................................................................13

3 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................................20

3.1 Local e período experimental........................................................................................20

3.2 Animais, tratamentos e manejo.....................................................................................20

3.3 Procedimento de coleta de sangue................................................................................22

3.4 Análises bioquímicas.....................................................................................................22

3.5 Determinação hormonal................................................................................................22

3.6 Mensurações biométricas..............................................................................................23

3.7 Análises estatísticas.......................................................................................................23

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................25

5 CONCLUSÕES...........................................................................................................40

REFERÊNCIAS...............................................................................................................41

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1. INTRODUÇÃO

O potencial produtivo dos rebanhos está intimamente relacionado ao manejo

nutricional. Sabe-se que ovinos deslanados criados em regiões semiáridas são submetidos a

processos naturais de restrições alimentares. Entretanto, acredita-se que durante a restrição

alimentar podem ocorrer alterações das concentrações dos constituintes metabólicos e

hormonais dos animais. Outro aspecto importante é que as exigências nutricionais dos ovinos

deslanados parecem ser menores que a de ovinos lanados, fato que pode ser refletidos nos

constituintes metabólitos e hormonais. Indicando que os animais fazem ajustes metabólicos a

todo o momento para garantir a sua sobrevivência, apesar dos desafios impostos.

Diante disso, os perfis metabólitos podem ser utilizados como indicadores da

homeostase (GONZÁLEZ, 2000; WITTWER, 1993). Após um longo período de restrição

alimentar, o mecanismo do crescimento compensatório parece ter ação na base metabólica ou

endócrina do animal (HORNICK et al., 1998). Visto que, segundo Hayden et al. (1993), a

restrição alimentar diminui a concentração de alguns metabólitos sanguíneos e hormônios,

com consequente interferência no crescimento e ganho de peso dos animais. Para melhor

compreensão desses efeitos, há a necessidade de estudar o perfil metabólico e hormonal dos

animais, que pode ser compreendido pela determinação dos perfis proteico (concentrações

séricas de proteínas totais, albumina, globulina, hemoglobina, ureia e o N-ureico), energético

(concentrações de glicose, β-hidroxibutirato, colesterol total e ácidos graxos livres) e mineral

(concentrações de cálcio, fósforo, potássio, magnésio, cloreto dentre outros).

Alguns hormônios têm recebido considerável atenção por estarem envolvidos nos

processos de crescimento, metabolismo basal, proteico e energético do organismo animal, tais

como a insulina, hormônio de crescimento, leptina, triiodotironina e tiroxina (VAN

EENAEME et al., 1994; OSHIBE et al., 1994; DAWSON et al., 1993). Esses hormônios

podem interagir com o eixo somatotrófico interferindo na taxa de crescimento (OSHIBE et

al., 1994). A leptina, as catecolaminas, a tiroxina (T4) e o triiodotironina (T3), por exemplo,

têm uma ação sinérgica com o hormônio do crescimento, aumentando o gasto de energia do

tecido e a lipólise no tecido adiposo, e consequente diminuição do tecido adiposo e / ou da

lipogênese hepática (BURSTEIN et al., 1979; HAVEL, 2004). Outro aspecto importante é

que a leptina é um fator lipostático, que age contra a deposição excessiva de gordura corporal.

Desse modo, a leptina pode contribuir para ajudar os animais a se adaptarem a períodos de

desnutrição. De fato, a rápida diminuição na leptinemia em animais desnutridos poderia ser

um sinal agudo para estimular o comportamento de realimentação e da secreção de

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glicocorticoides, para diminuir a atividade da tireoide, o gasto de energia, sensibilidade à

insulina e proteínas, e assim, bloquear a reprodução (AHIMA et al.,1996; GUI et al., 2003).

No que se refere ao conhecimento dos padrões de crescimento e desenvolvimento

corporais nos animais de produção, considera-se importante o aumento em massa, levando-se

em conta a multiplicação celular (hiperplasia) e o aumento do volume celular (hipertrofia).

Porém, durante o crescimento, a deposição de gordura também é considerada, embora a massa

muscular seja o interesse primário na produção de carne (HOCQUETTE et al., 2010;

OWENS et al., 1993; SALAKO, 2006). Entretanto, mesmo em ruminantes de rápido

crescimento, o músculo esquelético não é o local primário de síntese de proteínas, porque os

órgãos e os tecidos não amadurecem simultaneamente (BALL et al., 1998; OWENS et al.,

1993). O crescimento inicia-se com o tecido neural e prosseguem para o tecido ósseo,

muscular, e, finalmente, adiposo. Dentro de cada um destes tecidos, o desenvolvimento pode

ser precoce, médio ou tardio, dependendo da sua localização no corpo (OWENS et al., 1993).

Além disso, a taxa de crescimento pode ser retardada quando o suprimento energético

ou proteico é limitado. Então, a desaceleração do crescimento não ocorre simplesmente pela

redução da ingestão de energia abaixo da requerida para a manutenção.

Visto que, se isso fosse verdadeiro, a ingestão forçada deveria aumentar a massa

corporal magra de animais maduros, mas isso não ocorre, já que, o excesso de nutrientes

resulta na conversão em lipídios, excreção ou catabolismo (BALL et al., 1998; OWENS et al.,

1993). Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar os parâmetros sanguíneos, hormonais

e biométricos de cordeiros Santa Inês não castrados e castrados, submetidos a diferentes

níveis de restrição alimentar em diferentes idades.

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2. REFERENCIAL TEORICO

A atividade pecuária é responsável por boa parte da economia brasileira, destacando-

se a produção de ovinos na região Nordeste que desempenham também um papel

socioeconômico nesta região, em virtude da conversão de alimentos volumosos em carne de

qualidade (PARENTE et al., 2009). Uma maior eficiência na produção é alcançada quando os

animais se encontram em estado de conforto térmico, desta forma a utilização de ovinos

deslanados é amplamente empregada, devido sua boa adaptabilidade e bons índices

produtivos na região nordeste (SOUZA et al., 2005). A alimentação é um dos componentes

que mais onera o custo da produção animal, sendo o principal responsável pelo desempenho

produtivo dos animais, visto que, a disponibilidade de alimentos é afetada pela

estacionalidade climática, sendo, necessários, portanto mais pesquisas no segmento

nutricional (GERASEEV, 2006; YÁÑEZ et al., 2006). Quando os animais são submetidos a

restrição quantitativa, é desejável que a quantidade de alimento oferecida proporcione o

melhor ganho de peso e reduza os custos com alimentação por quilo de carcaça fria, sem que

haja desperdício.

Comparação das características morfológicas in vivo e da carcaça de ovinos são

importantes, pois permitem comparações entre tipos raciais, peso e sistemas de alimentação,

sendo um método prático e barato (PINHEIRO et al., 2007). Estudos de biometria são

importantes na mensuração de estruturas anatômicas, sendo utilizada na avaliação da

condição corporal no animal vivo, indicando a quantidade de músculos e tecido adiposo, em

relação à proporção óssea, orientando os produtores de ovinos ao melhor momento de abate

dos animais.

Na produção de animais de corte, faz-se necessário o conhecimento dos padrões de

crescimento e desenvolvimento corporais (SALAKO, 2006). Normalmente, o crescimento é

tipicamente mensurado como aumento em massa, levando-se em conta a multiplicação celular

(hiperplasia) e o aumento do volume celular (hipertrofia), desse modo, o crescimento inclui

também a deposição de gordura, embora a massa muscular seja o interesse primário na

produção de carne (HOCQUETTE et al., 2010; OWENS et al., 1993). Entretanto, mesmo em

ruminantes de rápido crescimento, o músculo esquelético não é o local primário de síntese de

proteínas, porque os órgãos e os tecidos não amadurecem simultaneamente (BALL et al.,

1998; OWENS et al., 1993). O crescimento inicia-se com o tecido neural e prossegue para

tecido ósseo, muscular, e, finalmente, adiposo. Dentro de cada um destes tecidos, o

desenvolvimento pode ser precoce, médio ou tardio, dependendo da sua localização no corpo

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(OWENS et al., 1993). A circunferência torácica é uma medida corporal de fácil mensuração

e que é altamente correlacionada com o peso vivo (COSTA JR et al., 2006; MOHAMED e

AMIN, 1996). Entretanto, o peso é uma medida indireta para avaliar o estado nutricional, já

que pode ser influenciada por fatores como, presença ou ausência de lã, diferença de grupo

genético e estado gestacional (NRC, 2007).

Além das medidas biométricas a composição bioquímica do sangue pode refletir a

condição corporal dos tecidos animais, uma vez que os nutrientes no plasma podem indicar

desordens metabólicas (GONZÁLEZ e SCHEFFER, 2003; GATTANI et al., 2011), e avaliar

a adaptação dos animais a desafios nutricionais e fisiológicos imposto pela maior demanda

produtiva entre o ingresso de nutrientes no organismo, a capacidade de metabolizá-los e os

níveis de produção desejados (GONZÁLEZ, 2000). Frente a estas colocações, a avaliação do

status nutricional de um rebanho pode ser realizada mediante a determinação do perfil

bioquímico representados pelas vias metabólicas do organismo energético, a exemplo da

glicose, colesterol, beta-hidroxibutirato e os ácidos graxos livres; proteico: ureia,

hemoglobina, albuminas, globulinas e proteínas totais e mineral: cálcio, fósforo inorgânico,

magnésio, sódio, potássio, manganês, ferro, cobre, zinco e cobalto.

No tocante, aos minerais, em especial os macrominerais, estão em maior concentração

no organismo animal, chegando a ocupar 2 a 5% do peso total, tendo funções essenciais tanto

na estrutura de tecidos e biomoléculas, como no próprio metabolismo animal (SPEARS,

1998). Segundo Tokarnia et al. (1988), as deficiências mais frequentes de macrominerais nos

animais são as de fósforo (P) e sódio (Na) e tem sido observado em animais mantidos em

regime de pasto. Segundo Cavalheiro e Trindade (1992), as necessidades orgânicas dos

minerais são variáveis, e estão em relação direta com o estado fisiológico dos animais e ainda

afirmam que as condições ambientais também afetam as exigências nutricionais dos animais.

Os macrominerais Ca, P, Mg e Na são fundamentais para a sobrevivência e o crescimento dos

microrganismos no rúmen, pois contribuem na regulação de algumas propriedades físico-

químicas do ambiente ruminal como a fermentação, pressão osmótica, capacidade de

tamponamento e taxa de diluição (OSPINA et al., 1999).

O cálcio é o mineral mais abundante no organismo animal, entretanto, sua absorção

intestinal diminui com a idade (McDOWELL, 1999). Quando ocorrem desequilíbrios, os

animais mais velhos não são capazes de mobilizar reservas, sendo, portanto, mais suscetíveis

a hipocalcemia. Este transtorno também foi detectado em animais que têm alta produção de

leite, devido à grande perda de Ca, diariamente (GONZALEZ, 2000). Seu nível no plasma é

bastante constante nas espécies animais, variando entre 8 a 12 mg/dL (GONZALEZ et al.,

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2000). O fósforo é o segundo mineral mais abundante no organismo animal, sendo que 80%

deste encontra-se nos ossos e dentes e o restante nos tecidos moles e fluidos. Contudo, o P

também desempenha outras funções importantes: sendo essencial para o mecanismo de ação

dos microrganismos do rúmen, e para metabolismo dos glicídios e lipídios (GONZALEZ,

2000). As concentrações de fósforo são variáveis devido à quantidade que se recicla via saliva

e sua absorção no intestino. Foi observado também que a concentração de P alimentar diminui

com a idade, razão pela qual os valores sanguíneos de P são menores em animais mais velhos

(GONZALEZ, 2000). Os níveis de Ca e P no sangue são regulados pelo paratormônio,

calcitonina e pela vitamina D e estão interrelacionados (CAVALHEIRO e TRINDADE,

1992).

O magnésio é o quarto elemento mais abundante no organismo e está associado com o

Ca e P nos tecidos e no metabolismo animal (CAVALHEIRO e TRINDADE, 1992). Não

existe controle homeostático do Mg, por isso sua concentração sanguínea reflete diretamente

sua quantidade presente na dieta (GONZALEZ, 2000). A baixa ingestão de Mg ou a excessiva

lipólise por deficiência de energia pode provocar a tetania hipomagnesêmica, uma doença da

produção. Consideram-se hipomagnesemia, concentrações abaixo de 1,75 mg/dL. Já a

hipermagnesemia pode ser controlada mediante a excreção do excesso de Mg pela urina.

No que se refere à insulina sabe-se que as elevações nas concentrações de propionato

no plasma de ruminantes estimulam a síntese de glicose através da gliconeogênese hepática

(FRANDSON, WILK, FAILS, 2005; VALADARES FILHO e PINA, 2011), em ruminantes é

primordial para funções metabólicas cerebrais, sanguíneas e para a lactação. O propionato

além de gerar glicose, estimula a síntese de insulina que é um hormônio regulador das

concentrações de glicose no sangue. Isto leva a altas concentrações de insulina e a mais rápida

assimilação tecidual da glicose seguida pelo declínio da concentração de insulina enquanto

que a de glicose se mantém (BERNE e LEVY, 2004).

A insulina é um polipeptídio originário das células beta do pâncreas, sendo um dos

principais reguladores do estoque e produção de carboidratos. Em ovinos, somente pequenas

quantidades de amido chegam ao abomaso ou duodeno (6% do amido ingerido), mesmo que

se alimentem com grandes quantidades de amido (TOPPS et al., 1968). Na realidade, o amido

é rapidamente fermentado originando principalmente propionato no rúmen (FORBES e

PROVENZ, 2000). O propionato é a principal fonte de glicose para os ovinos, mesmo quando

grandes quantidades de amido são fornecidas junto com o feno (TOPPS et al., 1968). As

quantidades de propionato disponíveis a partir da fermentação ruminal pode teoricamente

fornecer os requisitos necessários para estimular a secreção de insulina (CATUNDA et al.,

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2013). Consequentemente, é esperado que este hormônio tenha papel menos importante na

regulação da glicose e no metabolismo dos carboidratos nos ruminantes (PRIOR et al., 1982).

Os principais metabólicos associados ao balanço energético são ácidos graxos não

esterificados (NEFA), β-hidroxibutirato, glicose, colesterol e triglicerídeos (AEBERHAND et

al., 2001; LAGO et al., 2004). O β-hidroxibutirato tem sido o mais indicado para determinar

o perfil energético em animais ruminantes, devido a sua estabilidade no soro e por mostrar a

magnitude do balanço energético negativo em animais com maior necessidade de aporte

energético (CALDEIRA, 2005; HERDT, 2000). Quando as concentrações dos ácidos graxos

não esterificados estão elevadas e os de β-hidroxibutirato baixos, é indicativo de que o

organismo tem capacidade de utilizar eficientemente o acetil-CoA. Entretanto, as

concentrações elevadas de β- hidroxibutirato indicam claramente que a oxidação total do

acetil-CoA não está ocorrendo, estando intensificada a via de oxidação parcial para formação

de corpos cetônicos (CALDEIRA, 2005). Nos ruminantes em restrição alimentar parcial ou

total, o butirato deixa naturalmente de ser o principal precursor dos corpos cetônicos,

passando o metabolismo dos ácidos graxos livres (AGL), provenientes da mobilização dos

lipídeos corporais a ser o principal responsável pela formação destes compostos (KATZ e

BERGMAN, 1969; ZAMMIT, 1990).

Além da oxidação parcial ou total dos ácidos graxos livres no fígado ocorre também a

produção de proteínas sanguíneas, estando a síntese diretamente relacionada ao estado

nutricional do animal. A redução das proteínas totais no plasma está ligada a falhas hepáticas,

transtornos renais e intestinais, hemorragias ou deficiências nutricionais (GONZÁLEZ e

SILVA, 2006; PAYNE e PAYNE, 1987). De acordo com Kaneko et al. (2008), dietas com

menos de 10% de proteína bruta causam diminuição das concentrações de proteína no sangue.

Contreras et al. (2000) afirmam que a albumina e a globulina são indicadores úteis e sensíveis

para avaliação do estado proteico do animal, porém apresentam respostas mais lentas quando

comparados a ureia, que é considerada um parâmetro de maior magnitude na investigação do

estado protéico do animal. De acordo com Payne e Payne (1987) é necessário um período de

cerca de um mês para uma diminuição significativa da concentração sérica de albumina em

situações de subnutrição. A albumina é a proteína mais abundante no plasma sanguíneo e

corresponde de 35 a 50% das proteínas circulantes (CONTRERAS, 2000; KANEKO et al.,

2008). A concentração de albumina depende do aporte proteico da ração e principalmente da

capacidade do fígado de sintetizá-la. Sendo considerado um indicador mais sensível na

avaliação do status nutricional proteico do que as proteínas totais, então valores

constantemente baixos deste metabólito indicam que o consumo de proteínas está inadequado.

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As globulinas são proteínas assim denominadas por requererem soluções salinas para

manter a sua solubilidade. São identificadas por eletroforese, porque existem muitos grupos

de globulinas, classificadas como alfa, beta e gama globulinas (CONTRERAS, 2000). Elas

têm como função o transporte de íons, hormônios, lipídios e bilirrubina, além de importante

papel na imunidade. Entretanto, são indicadores limitados do metabolismo proteico, tendo

maior importância como indicadores de processos inflamatórios (GONZÁLEZ e SILVA,

2006). Desta maneira, quando altas concentrações de globulinas são encontradas, esses

valores são associados às doenças infecciosas ou a vacinações recentes (KANEKO et al.,

2008). Também mudanças na concentração de globulinas podem ser utilizadas para avaliar a

adaptação ao estresse: animais adaptados possuem índices normais, ao contrário daqueles não

adaptados (AMADORI et al., 2009).

A ureia é um metabólito produzido no fígado e nos rins de animais ruminantes, pois é

oriunda da amônia produzida no ambiente ruminal associada com o CO2 vindo do ciclo de

Krebs. Nos ruminantes, 97% da ureia vêm da hidrólise das proteínas no rúmen que não foram

utilizadas pela microbiota, que é absorvida pelas papilas ruminais, passando para a corrente

sanguínea a partir da amônia proveniente do catabolismo dos aminoácidos e da reciclagem de

amônia no fígado (KOZLOSKI, 2011). O nitrogênio ureico no plasma representa a fração de

nitrogênio existente numa molécula de ureia (46,6%) e sua quantificação, possibilita o

monitoramento da eficiência da utilização da proteína fornecida na dieta, sendo também um

bom indicador da degradabilidade da proteína no rúmen e energia disponível no rúmen

(ROSELER et al., 1993). Desse modo, as concentrações de ureia, principalmente de N-ureico,

estão relacionadas com a sincronização de fontes de energia e a quantidade de N no rúmen

(GONZALEZ et al., 2000). Animais que são alimentados com dietas deficitárias em proteínas

apresentam valores baixos de ureia no sangue. Sua excreção ocorre principalmente pela urina,

e em menor grau pelo intestino e no leite. Particularmente em ruminantes, as concentrações de

ureia e N-ureico sanguíneos são influenciadas pela condição nutricional, sendo o N-ureico um

indicador sensível e imediato da ingestão de proteínas, ao contrário da albumina que é um

indicador em longo prazo do status proteico (GONZÁLEZ e SCHEFFER, 2003). Então, o

equilíbrio energia/proteína na dieta de ruminantes é fundamental para o bom aproveitamento

da ureia. Alterações na dieta influenciam as concentrações de ureia no sangue e o seu bom

aproveitamento pelo animal (WITTWER et al., 1993). Para se determinar a concentração de

ureia no sangue é importante considerar a quantidade de proteínas ingeridas na ração, pois

animais que são alimentados com dietas deficitárias em proteínas apresentam valores baixos

de ureia no sangue (GONZALEZ et al., 2000). Outro fator que também está relacionado à

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concentração de ureia no sangue é a energia, pois dietas com déficit de energia apresentaram

valores altos de ureia no sangue (KOZLOSKI, 2011).

Outro parâmetro metabólico avaliado em animais ruminantes nos perfis bioquímicos é

a concentração de colesterol. O aumento nessas concentrações em animais submetidos à

restrição alimentar, ocorreu provavelmente devido à mobilização de gorduras de reservas

durante o jejum prolongado (INGRAHAM e KAPIEL, 1988). Segundo Gattani et al. (2011),

menores concentrações de colesterol podem estar associadas a níveis mais baixos de tiroxina,

pois diminuição desse hormônio reduzem o catabolismo lipídico decrescendo a síntese de

colesterol. Esse metabólito presente nos animais pode ter origem exógena, quando advém dos

alimentos, quanto endógena, quando é sintetizado a partir do acetil-CoA hepático, gonádico,

intestinal, adrenal e da pele. Quando há ingestão significativa de colesterol, a síntese

endógena é inibida e no sangue é transportado pelas lipoproteínas, todavia, aproximadamente

dois terços estão esterificados com ácidos graxos. Portanto, as concentrações do colesterol

plasmático são indicadores do total de lipídios no plasma, pois correspondem a cerca de 30%

do total (GONZÁLEZ e SILVA, 2006).

Animais submetidos à privação alimentar apresentam queda no volume celular, na

concentração de insulina e nas concentrações dos hormônios tireoidianos (OETZEL, 1988).

Os hormônios tireoidianos, tetra-iodotironina ou tiroxina (T4) e 3-5-30 triiodotironina (T3),

são derivados iodados a partir do aminoácido tirosina. O T4 pode ser deionizado formando o

hormônio T3, essa transformação acontece pela ativação biológica da enzima 50-deionidase

ou T4 em T3 reversa (rT3) pela enzima 5-deiodinase (UTIGER, 1995). Os hormônios

tireoidianos são responsáveis pelo metabolismo basal dos animais e atuando no metabolismo

de carboidratos, proteínas e lipídios, com isso os hormônios circulantes são considerados

como indicadores do estado metabólico e nutricional dos animais (RIIS e MADSON, 1985;

TODINI et al., 2007). A glândula tireoide em ovinos adultos contem cerca de 90,4%, 8,8%,

0,7% de T4, T3, rT3 respectivamente, e o T4 é o principal produto de secreção, cerca de 77%

(CHOPRA et al., 1977). As concentrações circulantes dos hormônios tireoidianos parecem

que melhor se relaciona com o consumo de ração do que com o estado de adiposidade

(MCCANN et al., 1992; CALDEIRA et al., 2007).

A diminuição na atividade tireoidiana, além do estimulo à realimentação e a secreção

de glicocorticoides, o gasto de energia, a sensibilidade à insulina e a síntese de proteínas,

podem ser sinalizadas pela rápida diminuição na concentração de leptina em animais

subalimentados (AHIMA et al., 1996). Desta forma, um dos principais papéis da leptina

parece ser auxiliar os animais a se adaptarem a períodos de subnutrição. Analisando os

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resultados dos estudos de expressão gênica in vivo e in vitro combinados com os efeitos

observados na restrição alimentar e na realimentação, Chilliard et al. (2001) sugeriram que a

leptina além de evitar a deposição excessiva de gordura corporal, parece ter um papel

importante durante a adaptação dos animais à restrição alimentar. Kadokawa et al. (2003)

sugeriram que a regulação da concentração de leptina em ruminantes pode ser resultante da

ação de alguns fatores, como, o tipo e nível energético do alimento, a frequência de

alimentação e até mesmo as diferenças no status fisiológico dos animais. Provavelmente esses

fatores reflitam sobre a fermentação ruminal e na condição corporal dos animais, podendo

afetar a taxa de produção de ácidos graxos voláteis pela fermentação ruminal e, por

conseguinte, a taxa de utilização destes pelos tecidos corporais de ruminantes. Segundo

Chilliard et al. (2001), as concentrações de leptina em ovinos estão mais relacionadas com a

energia diária ingerida a curto prazo, o grau de adiposidade e o nível de nutrição, a longo

prazo.

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Local e período experimental

O experimento foi conduzido por 100 dias no Setor de Digestibilidade da

Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Ceará, Brasil. O município de Fortaleza situa-se na

zona litorânea, a 15,49m de altitude, 30º43’02”de latitude sul e 38º32’35” de longitude oeste.

A precipitação média anual é de 1.378,3mm. A temperatura média dentro das baias foi de

25,71ºC e a umidade relativa média do ar foi de 74,67%.

3. 2 Animais, tratamento e manejo

Foram utilizados 30 cordeiros Santa Inês, de 60 dias de idade e peso corporal (PC)

médio de 13,0 ± 1,49 kg. Antes do início do período experimental, os cordeiros foram

devidamente identificados, vermifugados (Ivermectina/ Merial; 200 mcg/Kg), vacinados

contra clostridiose (Poli-Star/ Valée, 2 ml/animal) e receberam complexos vitamínicos ADE.

Posteriormente, foram distribuídos em baias individuais, com piso de concreto coberto com

maravalha e equipadas com comedouro e bebedouro. Quinze animais foram aleatoriamente

selecionados e castrados. Um período de 15 dias foi usado para adaptação dos cordeiros à

dieta, às condições experimentais e ao procedimento de castração.

Para os parâmetros sanguíneos e hormonais o delineamento experimental utilizado foi

o inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 3x3x2 (três níveis de restrição

alimentar, três períodos de coleta e duas classes sexuais). Os animais foram então,

aleatoriamente distribuídos nos tratamentos de acordo com o nível de restrição alimentar (ad

libitum, 30% e 60% de restrição da ração total), três períodos de coleta correspondente à idade

dos animais (14°, 18° e 23° semana) e classe sexual (castrado e não castrado). Totalizando 18

parcelas experimentais. Para a biometria o delineamento experimental utilizado foi o

inteiramente casualizado (DIC) em esquema fatorial 3x2 (três níveis de restrição alimentar e

duas classes sexuais). A idade dos animais entrou como co-variável.

A dieta fornecida aos animais foi formulada na proporção de 60% de volumoso e 40%

de concentrado, conforme especificações do NRC (2007). Com o objetivo de proporcionar um

ganho médio diário de peso corporal de 200 g aos animais sem restrição alimentar. As dietas

experimentais foram fornecidas aos animais, duas vezes ao dia às 08h00 e às 16h00, a água

foi fornecida ad libitum. Os ingredientes (milho grão moído, farelo de soja, calcário, fosfato

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bicálcico e cloreto de sódio), a ração concentrada e o feno de capim tifton-85, foram

analisados quanto aos teores de matéria seca (MS), cinzas, proteína bruta (PB) e extrato etéreo

(EE), de acordo os procedimentos recomendados pela Silva e Queiroz (2002). As análises de

fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) foram realizadas

segundo Van Soest et al. (1991). Os teores de carboidratos totais (CHOT) foram obtidos

conforme Sniffen et al. (1992), de acordo com a fórmula %CHOT= 100 - (%PB + %EE +

%Cinzas) e os carboidratos não fibrosos (CNF) segundo a equação proposta por Weiss

(1999): % CNF = 100 – (%FDNcp + %PB + % EE + %cinzas), onde FDNcp é a fibra em

detergente neutro corrigida para cinzas e proteínas. O teor de nutrientes digestíveis totais

(NDT) foi calculado de acordo com Weiss (1999): NDT = PBd + CNFd + FDNcpd + EEd x

2,25; onde PBd, CNFd, FNDcpd e EEd correspondem a proteína bruta digestível, carboidratos

não fibrosos digestíveis, fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína digestível

e extrato etéreo digestível, respectivamente.

A composição química do feno de capim tifton-85 e dos ingredientes que compõem a

ração concentrada, assim como a da ração experimental, estão apresentadas nas Tabelas 1 e 2,

respectivamente.

Tabela 1. Composição químico dos ingredientes em g/kgMS-1

Nutrientes Feno de

capim

Tifton-85

Milho grão

moído

Farelo de

soja

Ração

Total¹

Matéria seca 929,58 900,57 901,22 918,10

Proteína bruta 110,61 77,01 500,13 178,00

Matéria mineral 66,95 15,04 70,34 56,72

Extrato etéreo 15,32 66,30 11,84 24,78

Fibra em detergente neutro 707,70 152,95 193,86 492,60

FDNcp 673,52 141,28 128,03 456,49

Fibra em detergente ácido 352,97 25,96 85,96 233,52

Carboidratos Totais 807,12 841,65 417,69 733,51

Carboidratos não fibrosos 133,60 700,37 289,65 276,42

Nutrientes digestíveis totais - - - 556,06

1Composição percentual da ração total (%MN): Feno de Capim Tifton 85:60; concentrado 40; milho grão moído:

20,07; farelo de soja: 19,23; calcário: 0,19; fosfato bicálcio: 0,41; cloreto de sódio: 0,07; premix mineral: 0,03

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3. 3 Procedimento de coleta do sangue

Para a determinação do perfil metabólico e hormonal dos cordeiros, foram colhidas

amostras de sangue, com e sem anticoagulante (EDTA), de todos os animais. O sangue foi

coletado por punção da veia jugular em três períodos diferentes: 14, 18 e 23° semana de idade

dos animais. As amostras foram transportadas, sob-refrigeração (10°C) para o laboratório para

serem centrifugadas (3500rpm durante 20 minutos). Em seguida, o sobrenadante (plasma ou

soro) foram retirados e armazenados em tubos eppendorf de 1 ml, que foram devidamente

identificados conforme tratamentos e animal. As amostras destinadas a análise do perfil

metabólico foram congeladas a -20 ºC e as destinadas à análise dos hormônios foram

congeladas a -80 ºC.

3.4 Análises bioquímica

Os parâmetros metabólicos analisados e os métodos utilizados foram os seguintes:

Proteínas totais pelo método do biureto (Bioclin S.A., Brasil); Albumina pelo método do

verde de bromocresol (Bioclin S.A., Brasil); Globulina por subtração da albumina das

proteínas totais; Glicose e Colesterol pelo método enzimático colorimétrico – GOD -PAP

(Bioclin S.A., Brasil); N-ureico foi determinado pela concentração de ureia multiplicada pela

constante 0,466; β-hidroxibutirato (BHB) foi determinado no aparelho Precision Xtren,

Abbott Laboratories Inc., Abbott Park, IL (PANOUSIS et al., 2012; WEICH et al., 2013;

LITHERLAND et al., 2013); Fosfato inorgânico e cloreto foram determinado pelo método

colorimétrico; Cálcio pela metodologia colorimétrica de ponto final (Arsenazo III) e

Magnésio pelo método de Mann Yoe.

3.5 Determinação hormonal

A leptina plasmática foi determinada em 50 mg/ ml de soro por Sheep Leptin (LEP)

ELISA kit (Catalog No. CSB-EL012870SH; CUSABIO), o limite de sensibilidade foi 0,78

ng/ml, a especificidade intra-ensaio tem o coeficiente de variação menor que 8% e o inter-

ensaio tem o coeficiente de variação menor que 10%.

A concentração plasmática de Insulina foi determinada em 25 mg/ ml de soro por

Ovine Insulin ELISA kit (80-INSOV-E01, ALPCO), o limite de sensibilidade era de 0,14

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ng/ml, a especificidade intra-ensaio tem o coeficiente de variação de 5,69% e o inter-ensaio

tem o coeficiente de variação 5,78%.

Concentração plasmática de T4 foi determinada em 25 mg/ ml de soro por Sheep

Thyroxine (T4) ELISA kit (Catalog No. CSB-EQ027512SH; CUSABIO), com um limite de

sensibilidade de 10 ng/ml, a especificidade intra-ensaio e inter-ensaio com coeficiente de

variação menor que 15%.

3.6 Mensurações biométricas

Os parâmetros mensurados e a metodologia foram: o escore de condição corporal

(ECC) de acordo com Russel et al. (1969) e peso corporal (PC), que foi mensurado em

balança digital com sensibilidade de 50 kg. O comprimento corporal (CC) foi medido da parte

cranial da tuberosidade maior do úmero até a parte caudal da tuberosidade isquiática; altura da

cernelha (AC), medida entre o ponto mais alto da região interescapular e o solo; altura de

garupa (AG) foi obtida entre a tuberosidade sacral do ílio e o solo; largura de garupa (LG)

distância entre as tuberosidades ilíacas; largura de peito (LP) distância horizontal entre as

faces laterais da cabeça do úmero e perímetro torácico (PT) foi medido na circunferência

externa da cavidade torácica, passando pelo esterno, junto às axilas, e pelos processos

espinhais das vértebras torácicas. Estas mensurações foram realizadas usando uma fita

métrica e régua zoométrica com o animal mantido em posição correta de aprumos.

3.7 Análises estatísticas

A análise dos dados foi realizada utilizando PROC GLM do SAS (Sistema de análise

estatística, versão 9.1; 2003), os dados foram expressos em médias e desvio padrão e quando

se observou significância utilizou-se o teste de Tukey a 5% de significância de acordo com o

seguinte modelo estatístico:

Yijkl = μ + Ti + Bj + Ck + (TB)ij + (TC)ik+ (BC)jk+(TBC)ijk + eijkl,

Onde:

Yijkl = concentração dos metabólitos sanguíneos e hormonais analisados;

µ= média geral;

Ti= efeito fixo do nível de restrição alimentar (i = ad libitum, 30 e 60%);

Bj= efeito fixo da idade em semanas (j = 14 semanas, 18 semanas, 23 semanas);

Ck= efeito fixo do sexo (k = castrados, não-castrados);

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(TB)ij = interação entre o nível de restrição alimentar e idade em semanas;

(TC)ik = interação entre o nível de restrição alimentar e sexo;

(BC)jk = interação entre a idade e o sexo;

(TBC)ijk = interação entre nível de restrição alimentar, idade em semanas e sexo;

eijkl = erro aleatório associado a cada observação.

Para as medidas corporais analisadas utilizou-se o seguinte modelo estatístico:

Yij = µ + Ti + Bj + (TB)ij + eij

Onde,

Yij = medidas corporais,

µ = médio,

Ti= efeito do nível de restrição alimentar,

Bj = efeito de classe sexual,

TB = interação entre nível de restrição alimentar e classe sexual,

eij = erro aleatório associado a cada observação.

O coeficiente de correlação de Pearson foi usado para avaliar o grau de associação

existente entre as dietas e as medidas biométricas corporais.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

As concentrações de T4 não foram influenciadas pela idade, dieta, classe sexual ou

qualquer interação (P>0,05) (Tabela 2). Resultados similares foram encontrados por Al-

qarawi (2004), que não verificou efeito da subalimentação sobre a concentração de tiroxina

em cordeiros. Além disso, no presente estudo, as concentrações desse hormônio ficaram

abaixo do relatado em clima temperado, cuja variação foi 14,8 a 31,3 ng/ml (NOVOSELEC et

al., 2009; ANTUNOVIĆ et al., 2010) e subtropical, de 52,2 a 64,5 ng/ml (BALARO et al.,

2015). A tiroxina está envolvida no processo de homeostasia termorregulatória, bem como na

atividade metabólica de energia e proteínas, sendo, portanto importante nas respostas

metabólicas dos animais a diferentes mudanças nutricionais e ambientais (HUSZENICZA et

al., 2002; SYMONDS et al., 1996). Segundo Hornick et al. (2000), concentrações mais

baixas de T3 e T4 permitem ao organismo economizar energia pela diminuição do

metabolismo basal. Então, as variações na bioatividade de T4 permitem que os animais

adaptem o equilíbrio metabólico a diferentes condições ambientais, nutricionais e de

temperatura durante as diferentes fases fisiológicas (TOLDINI, 2007). Conforme exposto,

acredita-se então, que as menores concentrações encontradas nesse experimento possam ser

atribuídas a adaptação dos animais quando expostos a clima quente.

O menor valor de T4 pode ser atribuído às condições de criação, onde ovinos

deslanados submetidos por muito tempo em condições tropicais modificaram seus processos

fisiológicos (MCDOWELL, 1974; HOPKINS et al., 1978), possivelmente tornaram-se mais

adaptados ao clima quente. A exposição repetida ou continuada no ambiente quente determina

além da adaptação funcional dos principais processos fisiológicos, mudanças funcionais ou

estruturais que resultam em menores gastos energéticos para mantença. Nesse contexto,

(STARLING et al., 2005), em estudos com ovinos da raça Corriedale, observaram uma

correlação significativa e negativa entre a temperatura ambiental e os hormônios tireoidianos,

de modo que quanto maior a temperatura ambiental, menor a secreção de tiroxina (T4) e

triiodotironina (T3). Os hormônios tireoidianos exercem fortes efeitos sobre o metabolismo

energético, de forma que o aumento de sua secreção implica na elevação da taxa metabólica,

ao passo que sua redução implica em decréscimo da taxa metabólica (GUYTON, 1996).

Portanto, em áreas onde a temperatura ambiental efetiva ultrapassa a temperatura crítica

superior da zona termoneutra (estresse por calor), altera a taxa metabólica dos tecidos devido

à redução na secreção dos hormônios T3 e T4 (PEREIRA et al., 2015).

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A concentração plasmática de leptina foi influenciada unicamente pela idade (P<0,01;

Tabela 2). Resultados similares foram encontrados por Recabarren et al. (2004), entretanto, os

autores também constataram influência negativa da restrição alimentar sobre as concentrações

sanguíneas de leptina. Segundo Chilliard et al. (2001), em longo prazo, a leptina está

relacionada com o aumento das camadas de gordura no corpo. Esta afirmativa corrobora com

os achados do presente estudo, pois todos os animais cresceram e apresentaram deposição de

gordura, o que pode justificar as maiores concentrações sanguíneas de leptina verificada nos

cordeiros mais velhos. Em ovelhas deslanadas, a suplementação alimentar aumentou a

concentração de leptina (CATUNDA et al., 2013). Todavia, no presente estudo, as

concentrações de leptina não foram influenciadas pela dieta porque os níveis de restrição

alimentar adotados permitiram a ingestão de ração balanceada, apesar da menor quantidade

ofertada; diferindo da metodologia adotada em outras pesquisas (CATUNDA et al., 2013;

RECABARREN et al., 2004), cuja restrição alimentar consistiu apenas do fornecimento de

feno.

As concentrações de insulina (P<0,0001; Tabela 2) e glicose (P<0,0001; Tabela 3)

foram influenciadas pela dieta e idade dos animais. A glicose diminuiu com o aumento dos

níveis de restrição alimentar, e como esperado, a insulina apresentou valores crescentes com o

aumento dos níveis de restrição alimentar. Nos animais monogástricos, secreção de insulina é

mediada pela concentração plasmática de glicose, alguns aminoácidos gliconeogênicos

(arginina, lisina e leucina), ácidos graxos e cetonas (GONZÁLEZ e SILVA, 2006).

Entretanto, nos ruminantes, os ácidos graxos voláteis, derivados da fermentação ruminal de

carboidratos, fornecem cerca de 70% das necessidades de energia dos ruminantes, porque

pouca glicose é absorvida a partir do trato gastrointestinal (SASTRADIPRADJA, 1998).

Dentre os ácidos graxos voláteis, o propionato é o principal substrato energético utilizado pelo

ruminante, sendo convertido em glicose no fígado pelo processo da gliconeogênese. Assim,

propionato (JOHNSON et al., 1982) e butirato (ARCUS et al., 1976) são insulinogênico em

ruminantes.

A quantidade relativa dos ácidos graxos voláteis produzidos depende da dieta

(SASTRADIPRADJA, 1998; BOLAND et al., 2001), e mudanças na sua produção refletem-

se na utilização de glicose, conduzindo a alterações nas concentrações plasmáticas de glicose

(McDOWELL, 1983). Segundo esse autor, as concentrações plasmáticas de alguns

aminoácidos gluconeogênicos diminuem durante a restrição alimentar, devido a maximização

do processo gliconeogênico que ocorre após a ingestão de alimentos (McDOWELL, 1983).

No presente estudo, a concentração de glicose diminuiu com o aumento do nível de restrição

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alimentar, resultados similares foram constatados em outros estudos (CATUNDA et al., 2013;

LININGTON, 1996; SUSIN et al., 1995). O menor aporte energético dos animais em

restrição alimentar foi o responsável pelos resultados encontrados nesse estudo (MCNIVEN,

1984). A idade dos animais influenciou positivamente as concentrações de insulina e glicose.

Resultados similares foram encontradas por Greenwood et al. (2002) em cordeiros de até 17

semanas. Estes resultados sugerem que cordeiros mais velhos necessitam de maior aporte de

energia para o crescimento, o que resultou na maior produção de propionato no rúmen,

resultando em maiores concentrações de insulina e glicose.

Nos ruminantes, o β-hidroxibutirato, deriva do metabolismo hepático do acetil-CoA,

principalmente, a partir da transformação do butirato na parede ruminal

(VANDERMEERSCHEN-DOIZÉ et al., 1983). No presente estudo, o aumento do nível de

restrição alimentar resultou em maiores concentrações de βHB na circulação sanguínea dos

cordeiros (P<0,001; Tabela 3). Elevação da concentração plasmática de βHB em ruminantes

foram constatados como efeito do jejum sobre o metabolismo de ovelhas adultas (BOUCHAT

et al., 1980; VANDERMEERSCHEN-DOIZÉ et al., 1983), identificação de toxemia da

gestação em ovelhas sob restrição alimentar (SCHLUMBOHM e HARMEYER, 2008;

REZAPOUR e TAGHINEJAD-ROUDBANEH, 2011), e diagnóstico de cetose em vacas no

pós-parto (LITHERLAND et al., 2013). Em bovinos leiteiros, certa concentração de ácidos

graxos não esterificados e βHB no sangue é parte de uma adaptação normal ao balanço

energético negativo no início da lactação. No entanto, concentrações excessivas desses

metabólitos podem indicar um excessivo balanço energético negativo, que está associado às

interações do metabolismo de lipídios e carboidratos. No presente estudo, o aumento de βHB

observado, foi parte do processo adaptativo do metabolismo energético, como consequência

do menor fornecimento de alimento. Segundo Caldeira (2005), elevação da concentração de

βHB é indicativo de que a oxidação total do acetil-CoA não está ocorrendo, estando

intensificada a via de oxidação parcial para formação de corpos cetônicos. Nos ruminantes em

restrição alimentar parcial ou total, o butirato deixa naturalmente de ser o principal precursor

dos corpos cetônicos, passando o metabolismo dos ácidos graxos livres (AGL), provenientes

da mobilização dos lipídeos corporais a ser o principal responsável pela formação destes

compostos (KATZ e BERGMAN, 1969; ZAMMIT, 1990).

A concentração sanguínea de N-ureico está fortemente correlacionada com a

concentração de proteína fornecida ao animal (GLABER e HEINRICHS, 2003; PRESTON et

al., 1965). Nesse estudo, a dieta (P<0,001) e idade (P<0,001) influenciaram a concentração

de N-ureico (Tabela 3). Da mesma forma, foi observada interação significativa entre a classe

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sexual e a idade (P<0,01; Tabela 4). Os resultados demonstraram que a maior concentração de

N-ureico no plasma, observada no controle, pode ter sido responsiva a um desequilíbrio na

relação entre a fonte de proteína e energia no rumem (RUSSELL et al., 1992). De acordo com

Roseler et al. (1993) e Rocha et al. (2004), quando a taxa de degradação proteica ruminal é

alta e a de carboidratos é baixa, haverá ausência de sincronização de compostos nitrogenados

e de energia. Tal condição resulta no aumento do nitrogênio amoniacal ruminal, como

consequência, há no aumento do N-ureico plasmático. Outro achado importante foi a

interação entre a classe sexual e a idade sobre as concentrações de N-ureico, resultando em

maiores concentrações nos animais castrados e mais velhos (tabela 4). Estes resultados

diferem da afirmativa do NRC (2007), pois afirma que machos não castrados apresentam

maiores exigências nutricionais que os animais castrados, o que proporciona curvas de

crescimento diferenciadas em função dos hormônios sexuais. Desta forma, estes podem

apresentar níveis de consumo distintos, porque machos não castrados tendem a consumir mais

alimentos, para atender suas maiores exigências, em virtude da maior participação das células

satélites que doam seus núcleos, proporcionando aumento na capacidade de síntese de

proteína do músculo em animais não castrados (ARC, 1980; FLORINI, 1987; SEIDEMAN et

al., 1982). No entanto, ruminantes nas fases iniciais do crescimento, a influência hormonal

não é significativa (CARVALHO et al., 1999; ÍTAVO et al., 2014). Os resultados

encontrados nesse estudo indicaram que os animais castrados apresentaram maior

desequilíbrio na ingestão de proteína e carboidratos que os animais não castrados. Entretanto,

a razão desse desequilíbrio necessita ser esclarecida, visto que a classe sexual não influenciou

nenhum outro parâmetro estudado.

De acordo com Russel e Roussel (2007) e Ahmad et al. (2000), as concentrações

plasmáticas de proteínas são sensíveis às influências nutricionais, mas as mudanças são sutis e

difíceis de detectar e interpretar. Nesse estudo, uma leve hipoproteinemia foi observada no

início do experimento (6,0 a 7,9 g/dl; Kaneko et al. (2008). Porém, as concentrações de

proteínas totais não foram influenciadas pela dieta, idade ou classe sexual (P>0,05; Tabela 3).

Por outro lado, as concentrações de albumina (P<0,001) e globulinas (P<0,03) foram

influenciadas pela idade (Tabela 3), de modo que, as maiores concentrações de albumina

foram observadas na 23° semana e as de globulina na 18° semana de idade. As concentrações

de albumina estavam dentro da normalidade para a espécie (2,4 a 3,0 g/dl; KANEKO et al.,

2008), mas hipoglobulinemia foi verificada durante o período experimental (3,5 a 5,7 g/dl;

KANEKO et al., 2008). Em mamíferos, as concentrações séricas de proteínas totais são

baixas ao nascimento, aumentam com a absorção do colostro, e tornam a reduzir ao longo de

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1 a 5 semanas quando o colostro é metabolizado e aumentam até os níveis do adulto,

aproximadamente entre 6 a 12 meses (LATIMER et al., 2005). Então, estas variações devem

ser observadas e consideradas normais em animais jovens, pois justificam os achados

encontrados no presente estudo.

As concentrações plasmáticas de colesterol não foram influenciadas pela dieta, idade

ou classe sexual (P>0,05; Tabela 3). Entretanto, baixa concentração de colesterol sanguíneo

(52,0 a 76,0, KANEKO et al., 2008) foi observada durante todo o experimento. Segundo

Gatanni et al. (2011), baixas concentrações de colesterol podem estar associadas a níveis mais

baixos de tiroxina, que reduzem o catabolismo lipídico decrescendo a síntese de colesterol,

entretanto, como nesse experimento as concentrações de tiroxina apesar de baixas estavam

normais, justificando assim a ausência do efeito sobre o colesterol.

As concentrações de cloretos, cálcio, fósforo e magnésio variaram apenas em função

da idade (P< 0,05; tabela 3). No presente estudo, estes minerais estavam acima da

normalidade desde o início do período experimental (cálcio: 11,54 a 12,93 mg dL-1

; cloretos:

95,0 a 103,0 mEq L-1;

Kaneko et al., 2008). Valores elevados de cálcio e cloretos também

foram verificados em outros estudos conduzidos em ovinos (AL-HADITHY et al., 2012;

ANTUNOVIĆ et al. 2011; SITMO, 2014). Os autores atribuíram essas elevadas

concentrações à pastagem ingerida pelos animais, à restrição de água, ou a características

inerentes aos animais, visto que diversos fatores podem alterar a taxa metabólica dos ovinos,

tais como o tamanho do animal, idade, classe sexual, estado reprodutivo, estado nutricional e

estação do ano. Como, no atual estudo, os animais receberam alimentação com valores

nutricionais controlados, os resultados sugerem que as concentrações mais elevadas de cloreto

e cálcio podem ser típicas dos ovinos Santa Inês criados em regiões tropicais. Nenhum efeito

da dieta foi verificado sobre os minerais. Entretanto, sugere-se uma adaptação metabólica e

melhor aproveitamento diante de um menor fornecimento de eletrólitos. As concentrações

elevadas de fósforo sanguíneo só foram constatadas no final do experimento (11,4 a 12,83 mg

dL-1

; KANEKO et al., 2008). A hiperfosfatemia pode ser resultado de uma maior absorção

intestinal, como resultado de dietas ricas em fosfato (LATIMER et al., 2005). Já as

concentrações de magnésio variaram com a idade do animal, e diferente do observado por

Borburema et al. (2012), não foi verificado interação entre os tratamentos de restrição e a

idade.

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30

Tabela 2. Efeito do nível de restrição, classes sexuais e idade sobre as concentrações sanguíneas dos hormônios em cordeiros Santa Inês.

Restrição alimentar Idade em semanas Classe sexual Efeito Interações

Variáveis Controle R30 R60 14º 18º 23º Inteiro Castrado vEPM D I C D x I D x C I x C D x I x C

T4 7,35 7,27 7,22 7,39 7,55 6,89 7,37 7,19 0,26 0,9342 0,1827 0,5482 0,2587 0,6401 0,7965 0,7468

Leptina 5,03 3,53 3,04 1,79 3,54 6,26 5,06 2,68 1,06 0,3993 0,0186 0,0606 0,4903 0,6973 0,4838 0,2330

Insulina 0,33 0,35 0,34 0,32 0,33 0,37 0,33 0,34 0,0004 0,0226 <0,0001 0,1148 0,5211 0,5160 0,8515 0,3576

Controle= consumo de ração oferecida ad libitum, R30 = 30% de restrição em relação ao controle, R60 = 60% de restrição em relação ao controle. xP Valor para efeito do dieta, idade e classe

quando se considerado a médias dos 3 dias de coleta nenhum efeito de classe ou qualquer interação. vEPM = erro padrão da média, n = 30. D = dieta; I = idade (semanas); C = classe sexual; T4 =

Tiroxina.

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Tabela 3. Efeito do nível de restrição, idade e classes sexuais sobre as concentrações sanguíneas dos metabolitos em cordeiros Santa Inês.

Controle= consumo de ração oferecida ad libitum, R30 = 30% de restrição em relação ao controle, R60 = 60% de restrição em relação ao controle. xP Valor para efeito do dieta, idade e classe

quando se considerado a médias dos 3 dias de coleta nenhum efeito de classe e dieta x idade, dieta x classe e dieta x idade x classe não foi identificado, mais o n-ureico apresentou interação de

idade x classe (p< 0,01).vEPM = erro padrão da média, n = 30. D = dieta; I = idade (semanas); C = classe sexual; βHB = β-hidroxibutirato.

Variáveis

Restrição alimentar

Idade em semanas

Classe sexual

Efeito

Interação

R0 R30 R60 14º 18º 23º Inteiro Castrado EPM D I C D x I D x C I x C DxIxC

Glicose

(mg/dL) 71,27 67,29 57,70 56,40 79,05 60,81 64,19 66,65

2,16

0,0001 <0,0001 0,328 0,949 0,102 0,125 0,856

βHB

(mg/dL) 3,5 4,81 5,67 5,34 4,37 4,26 4,49 4,83

0,38

0,0007 0,0988 0,494 0,793 0,709 0,701 0,516

Colesterol

(mg/dL) 36,88 37,95 37,20 35,81 38,15 38,07 39,13 35,56

2,10

0,9346 0,6732 0,146 0,060 0,874 0,779 0,712

N-ureico

(mg/dL) 31,05 26,48 27,17 25,76 28,12 30,82 27,25 29,22

0,91

0,0013 0,0010 0,066 0,123 0,123 0,012 0,573

Proteínas

totais

(g/dL)

5,78 6,06 6,02 5,57 6,28 6,00 6,09 5,81

0,21

0,5914 0,0679 0,255 0,909 0,054 0,786 0,381

Albumina

(g/dL) 2,74 2,70 2,53 2,54 2,45 2,98 2,62 2,69

0,10

0,2660 0,0006 0,569 0,639 0,182 0,939 0,739

Globulina

(g/dL) 3,03 3,37 3,49 3,03 3,83 3,03 3,47 3,12

0,24

0,3771 0,0290 0,212 0,706 0,047 0,828 0,308

Cloreto

(mEq/L) 108,9 111,1 105,6 103,8 116,8 104,9 107,5 109,4

2,40

0,2829 0,0003 0,498 0,455 0,501 0,169 0,226

Cálcio

(mg/dL) 13,98 13,62 13,60 13,14 13,09 14,95 13,67 13,80

0,40

0,7568 0,0017 0,782 0,933 0,899 0,898 0,662

Fósforo

(mg/dL) 7,46 7,09 7,00 6,94 6,73 7,89 7,26 7,12

0,28

0,4730 0,0099 0,658 0,875 0,555 0,875 0,361

Magnésio

(mg/dL) 2,36 2,32 2,16 2,52 1,72 2,60 2,30 2,26

0,12

0,4533 <0,0001 0,792 0,718 0,101 0,702 0,668

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Tabela 4. Média e desvio padrão do N-ureico em função da classe sexual e da idade dos

animais.

Variável/

classe

N-ureico

14º semanas 18º semanas 23º semanas

Não Castrado 26,88 ± 4,90Aa

26,84 ± 4,29Aa

28,01 ± 4,92Ba

Castrado 24,63 ± 2,90Ab

29,40 ± 7,61Aab

33,62 ± 6,94Aa

Letras maiúsculas na coluna referem-se a diferenças entre as classes sexuais e letras minúsculas na

linha referem-se à idade dos animais (p<0,05).

Para a biometria corporal, não foi verificada interação com a classe sexual (P>0,05),

todavia, houve interação com as dietas (P<0,05). Então, os tratamentos foram designados

como grupo controle, R30 e R60. Os resultados da biometria corporal estão demonstrados na

(Tabela 5).

No que se refere a classe sexual não apresentou diferença significativa, isso pode se

dar pelo fato que é após a puberdade, que se verifica crescimento da massa muscular e os

efeitos diferenciais provocados pelo hormônio masculino. Os músculos de carneiros inteiros e

carneiros castrados compartilham vias comuns até a puberdade; todavia, em machos inteiros,

alguns músculos são andrógenos responsivos (BUTTERFIELD, 1988). No entanto, se a

castração é realizada logo após o nascimento, alguns padrões diferenciais de crescimento

podem surgir (BUTTERFIELD, 1988). No presente trabalho, a castração dos cordeiros com

60 dias de idade e a curta duração do experimento (100 dias) não permitiram verificar efeito

significativo do hormônio masculino sobre as medidas biométricas.

Os animais submetidos à restrição alimentar cresceram em ritmo mais lento, sendo

que, a influencia negativa foi mais acentuada no R60. Em geral, até 85 dias de idade, todos os

animais apresentaram crescimentos similares, pois não foram verificadas diferenças

significativas entre as medidas biométricas (P>0,05), exceto nas medidas LP e PC no R60,

que já estavam significativamente menores que nos demais tratamentos (P<0,0001). No R30,

o ritmo de crescimento diminuído foi mais perceptível com 100 dias de idade no PC, com 130

dias no ECC e PT, com 145 dias na AG e com 160 dias no CG e LP (P<0,0001). A partir de

100 dias de idade, os animais do R60 já apresentavam as menores medidas biométricas

(P<0,0001).

Entretanto, apesar da restrição alimentar, foi verificado aumento das medidas

corporais em todos os animais experimentais. Então, os resultados foram similares aos de

Homem Jr et al. (2007), que também não constataram parada do crescimento dos cordeiros

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(7/8 Ile de France 1/8 Ideal). Os resultados do presente experimento diferiram dos

encontrados por Kamalzadeh et al. (1998a; 1998b), pois os autores verificaram que os animais

cessaram o crescimento durante o período de restrição alimentar. Todavia, durante a restrição

alimentar, os autores forneceram exclusivamente volumoso. Diferente do experimento atual,

cuja restrição alimentar constituiu no fornecimento de 30 ou 60% menos ração alimentar que

os cordeiros do grupo controle.

O crescimento de um organismo, em tamanho e forma, baseia-se inicialmente em

hiperplasia, seguido de hipertrofia e, finalmente, com a diferenciação das células. Após o

nascimento, o crescimento de um animal é determinado por alargamento de células e pelas

taxas de crescimento dos diferentes componentes do corpo. Desse modo, o tamanho e a forma

do corpo de um animal dependem da estrutura do esqueleto do corpo, e qualquer mudança nos

tecidos do corpo pode ser associada com a mudança de estrutura esquelética (HOCQUETTE,

2010; KAMALZADEH et al., 1998a; OWENS et al., 1993). Para Kamalzadeh et al. (1998b),

a restrição alimentar afeta apenas alguns ossos do esqueleto, que por sua vez, param de

crescer. Para os autores, há reduções das medidas de largura e profundidade, porque são

partes de maturação relativamente tardia, além disso, são compostas de ossos, músculos e

gordura. Dessa forma, estão relacionadas com o esgotamento de gorduras e ao não

desenvolvimento dos músculos ali presentes. Nesse experimento, o crescimento não cessou,

mas foi significativamente retardado pela restrição alimentar.

As consequências da restrição alimentar foram efetivamente demonstradas a partir dos

100 dias de idade, quando as medidas corporais foram significativamente menores no R60. Os

estudos demonstraram que as várias partes do corpo reagem de forma diferente quando

submetidos à restrição alimentar, porque as prioridades de uso de nutrientes diferem daquele

em crescimento normal (KAMALZADEH et al., 1998b). O ECC foi o parâmetro biométrico

mais afetado pela restrição alimentar dos cordeiros. Essa medida depende do desenvolvimento

muscular e da deposição de gordura sobre os processos transversos das vértebras da região

lombar (RUSSEL et al., 1969). Segundo Kamalzadeh et al. (1998b), alguns parâmetros

indicam claramente retardo no crescimento após restrição alimentar e crescimento

compensatório após realimentação. Em geral, medidas esqueléticas, tais como o comprimento

da ulna e do corpo, altura de cernelha e profundidade de peito são menos afetados que aquelas

medidas relacionadas com músculos e deposição de gorduras, tais como, largura e

circunferência, e também o peso corporal. Nesse experimento, o PC em R60 declinou após o

inicio do experimento e somente após 130 dias foi constatado um leve ganho de peso pelos

animais. Resultados similares foram encontrados por Homem Jr et al. (2007), que concluíram

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34

que a restrição alimentar de 60%, seguida de realimentação resultou em menor consumo de

matéria seca e em peso corporal final mais baixo, ocasionando prejuízos na maioria das

medidas corporais. Diante disso, Homem Jr et al. (2007) recomendaram a aplicação de 30%

de restrição como alternativa de manejo alimentar para melhorar a conversão alimentar e

reduzir o consumo total de alimento.

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Tabela 5. Média e desvio padrão das mensurações biométricas de cordeiros Santa Inês mantidos com diferentes níveis de restrição alimentar.

Biometria Tratamento Período de coleta

1 (adaptação) 2 3 4 5 6 7

ECC Controle 1,65 ± 0,34Ac

1,50 ± 0,33Ac

2,05 ± 0,44Ab

2,00 ± 0,41Ab

2,45 ± 0,50Aa

2,60 ± 0,21Aa

2,60 ± 0,32Aa

R30 1,80 ± 0,26Aab

1,50 ± 0,47Ab

1,70 ± 0,35Aab

1,65 ± 0,34Ab

1,85 ± 0,47Bab

1,90 ± 0,21Ba

1,90 ± 0,39Ba

R60 1,65 ± 0,24Aa

1,15 ± 0,34Ab

1,35 ± 0,34Bb

1,25 ± 0,26Bb

1,25 ± 0,26Cb

1,25 ± 0,35Cb

1,30 ± 0,26Cb

PT Controle 57,50 ± 2,46Ae

58,30 ± 1,83Ae

65,50 ± 6,06Ad

64,20 ± 2,10Ad

69,00 ± 2,00Ac

70,80 ± 1,75Ab

73,70 ± 2,21Aa

R30 57,60 ± 2,50Ad

57,90 ± 3,11Ad

62,50 ± 3,95Ac

63,10 ± 2,96Ac

64,20 ± 2,66Bc

66,80 ± 3,39Bb

69,30 ± 1,95Ba

R60 56,50 ± 3,10Ac

55,40 ± 2,67Ad

58,90 ± 1,85Bb

59,30 ± 2,00Bb

59,70 ± 1,70Cb

61,00 ± 1,63Cab

62,70 ± 1,25Ca

AC Controle 51,35 ± 2,32Ae

53,55 ± 1,80Ad

55,30 ± 1,48Ac

54,90 ± 2,34Ac

59,00 ± 1,35Ab

58,75 ± 2,34Ab

60,50 ± 1,81Aa

R30 51,90 ± 3,12Ad

53,00 ± 2,67Ad

54,20 ± 2,49Ac

54,25 ± 3,61Ac

56,45 ± 2,54Ab

56,45 ± 3,20Ab

57,90 ± 2,75Aa

R60 51,40 ± 2,32Ab

51,05 ± 2,29Ab

51,50 ± 2,87Bb

50,90 ± 2,41Bb

53,30 ± 2,30Ba

53,85 ± 1,68Ba

53,60 ± 1,93Ba

AG Controle 49,65 ± 2,24Ae

53,35 ± 2,07Ad

54,45 ± 1,82Acd

55,65 ± 1,96Ac

57,50 ± 1,63Ab

59,75 ± 1,72Aa

60,50 ± 1,35Aa

R30 50,25 ± 3,09Ad

53,15 ± 2,19Ac

52,90 ± 2,48Ac

54,60 ± 3,15Ab

55,30 ± 2,21Ab

56,40 ± 3,41Bb

58,30 ± 2,46Aa

R60 49,35 ± 3,83Ad

50,90 ± 2,59Ac

50,50 ± 2,99Bcd

51,20 ± 3,33Bbc

52,65 ± 2,20Bab

53,20 ± 2,97Ba

53,15 ± 2,97Ba

CC Controle 48,61 ± 2,33Ad

48,40 ± 1,73Ad

51,30 ± 2,77Ac

52,15 ± 2,75Ac

56,00 ± 1,70Ab

56,35 ± 2,12Ab

59,00 ± 2,21Aa

R30 47,75 ± 2,79Af

48,91 ± 2,90Aef

49,65 ± 1,94Ade

50,60 ± 2,41Ad

52,25 ± 2,77Bc

54,60 ± 1,61Ab

56,25 ± 2,47Aa

R60 47,25 ± 3,87Ac

47,30 ± 2,45Ac

46,04 ± 1,44Bc

45,80 ± 2,38Bc

47,90 ± 2,29Cb

48,40 ± 2,33Bab

50,80 ± 2,44Ba

LG Controle 14,95 ± 1,19Ad

14,60 ± 1,22Ad

15,50 ± 1,89Acd

15,85 ± 1,06Ac

16,75 ± 1,11Ab

16,55 ± 0,50Abc

17,80 ± 1,23Aa

R30 13,85 ± 0,91Ac

14,05 ± 1,19Ac

14,35 ± 1,49Ac

15,75 ± 1,38Ab

15,05 ± 1,36BCbc

15,45 ± 0,72Ab

16,90 ± 1,05Aa

R60 14,80 ± 1,60Ac

13,35 ± 0,91Ab

13,40 ± 0,88Bb

14,05 ± 0,55Bbc

13,90 ± 0,66Cb

14,10 ± 0,91Bbc

15,20 ± 1,58Bac

CG Controle 15,80 ± 1,09Ac

15,55 ± 1,32Ac

15,85 ± 1,31Ac

15,50 ± 0,62Ac

16,90 ± 1,39Ab

18,55 ± 1,28Aa

18,55 ± 1,32Aa

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36

R30 15,01 ± 1,03Ab

14,95 ± 1,64Ab

15,20 ± 0,67Ab

15,45 ± 1,07Ab

16,75 ± 0,98Aa

17,45 ± 1,09Aa

16,85 ± 0,82Ba

R60 15,20 ± 0,89Ac

14,45 ± 1,95Ab

14,05 ± 0,98Bb

14,30 ±1,14Abc

14,95 ± 0,86Babc

15,75 ± 1,87Bac

15,60 ± 1,15Bac

LP Controle 12,90 ± 0,99Af

14,10 ± 0,84Ae

14,40 ± 1,13Ae

15,10 ± 0,94Ad

15,75 ± 1,11Ac

16,35 ± 0,85Ab

17,00 ± 0,75Aa

R30 13,20 ± 0,75Ac

13,75 ± 1,38Ac

13,45 ± 0,83Ac

13,70 ± 0,63Bc

15,15 ± 1,29Aab

14,85 ± 0,97Bb

15,65 ± 1,00Ba

R60 12,80 ± 0,86Ab

12,80 ± 1,03Bb

12,35 ± 0,82Bb

12,90 ± 0,57Bb

13,55 ± 1,21Ba

12,85 ± 0,85Cb

14,10 ± 0,70Ca

PC Controle 14,41 ± 1,53Af

14,79 ± 1,47Af

16,86 ± 1,62Ae

17,98 ± 1,85Ad

21,85 ± 1,13Ac

24,51 ± 1,47Ab

27,12 ± 1,30Aa

R30 14,43± 1,08Af

13,92 ± 1,08Abf

15,16 ± 1,17Be

15,82 ± 1,24Bd

18,35 ± 1,10Bc

19,79 ± 1,27Bb

21,84 ± 1,52Ba

R60 14,54 ± 1,40Ab

12,42 ± 0,75Bd

12,42 ± 0,79Cd

12,66 ± 0,73Cd

13,71 ± 0,49Cc

14,36 ± 0,40Cb

15,60 ± 0,59Ca

Controle= consumo de ração oferecida ad libitum, R30 = 30% de restrição em relação ao controle, R60 = 60% de restrição em relação ao controle. Letras

minúsculas referem-se a diferenças entre os tempos de observação no mesmo tratamento (entre colunas) e as letras maiúsculas referem-se a diferenças entre

tratamentos no mesmo tempo de observação (entre linhas). Escore de condição corporal (ECC), perímetro torácico (PT), altura da cernelha (AC), altura de

garupa (AG), comprimento corporal (CC), largura de garupa (LG), Comprimento de garupa ( CG), largura de peito (LP), Peso corporal (PC).

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A análise da correlação de Pearson (Tabela 6) reforçou que o aumento das medidas

biométricas depende da alimentação do animal, pois as correlações foram mais altas, positivas

e significativas nos animais alimentados ad libitum (r = 0,61 a 0,95). No R30, as correlações

variaram de 0,37 a 0,92, e quase todas foram altamente significativos; contudo, vale reforçar

que o ECC perdeu a associação com algumas medidas importantes (AG, CC, LG e LP). No

R60, o ECC manteve correlação significativa unicamente com AC (r = -0,43). Ainda nesse

tratamento, o PC foi o parâmetro que manteve o maior número de correlações com as demais

medidas biométricas. As baixas correlações encontradas do ECC com as demais medidas

corporais após a restrição alimentar, demonstraram claramente que apesar do crescimento dos

cordeiros, não houve adequada deposição de gordura e desenvolvimento muscular sobre essas

áreas ósseas. Ressalta-se ainda que os animais estavam em crescimento e sob restrição

alimentar, não sendo, portanto, a deposição de gordura responsável pelo aumento dessas

medidas, uma vez que somente quando os órgãos e ossos dos animais atingem a maturidade

ou seu limite genético, é que há um declínio na taxa de desenvolvimento muscular e um

aumento de deposição do tecido adiposo (OWENS, 1993).

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Tabela 6. Coeficiente de correlação de Pearson entre as medidas corporais em função das dietas.

Dietas Biometria PT AC AG CC LG CG LP PC

Controle

ECC 0,78512* 0,77396* 0,71089* 0,80428* 0,65192* 0,61190** 0,74636* 0,81236*

PT 0,87578* 0,84808* 0,91098* 0,78410* 0,84209* 0,89580* 0,95906*

AC 0,92036* 0,85938* 0,73319* 0,62861** 0,85549* 0,89663*

AG 0,82832* 0,65558* 0,63625** 0,83124* 0,88604*

CC 0,77518* 0,73935* 0,82558* 0,93993*

LG 0,68889* 0,66942* 0,76907*

CG 0,70998* 0,78776*

LP 0,89272*

PC

R30

ECC 0,42652** 0,37690** 0,22146 0,26365 0,33821 0,42259** 0,26240 0,36770**

PT 0,91945* 0,79691* 0,88929* 0,69267* 0,67226* 0,72948* 0,91814*

AC 0,80439* 0,80037* 0,64215** 0,67276* 0,76587* 0,82037*

AG 0,77286* 0,68081* 0,58875** 0,72591* 0,76057*

CC 0,58129** 0,54570** 0,71401* 0,85350*

LG 0,39197** 0,49644** 0,70018*

CG 0,45955** 0,65338*

LP 0,59320**

PC

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R60

ECC 0,07908 -0,43474** -0,32999 -0,08670 0,36000 0,08903 0,19350 0,30612

PT 0,31579 0,44127** 0,34520 0,53854** 0,34747 0,61616** 0,77478*

AC 0,65137* 0,30009 0,09699 0,29476 -0,01582 0,39513**

AG 0,47909** 0,09498 0,31578 0,33124 0,33544

CC 0,22105 0,05216 0,36556** 0,44286**

LG 0,32153 0,38373** 0,75226*

CG 0,16318 0,38074**

LP 0,38722**

PC

Controle: sem restrição alimentar; T30: 30% de restrição alimentar e T60: 60% de restrição alimentar. *P<0,0001; ** P<0,05

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5 CONCLUSÃO

A restrição alimentar e a idade influenciam no perfil hormonal e metabólico dos

cordeiros. A concentração hormonal de tiroxina em cordeiros de clima tropical é mais baixa

que em animais de clima temperado.

A restrição alimentar diminuiu a taxa de crescimento dos cordeiros, todavia, não cessa

o crescimento. A redução de cerca de 60% da alimentação animal interfere severamente no

crescimento dos cordeiros. O escore de condição corporal, peso corporal e largura de peito

foram os parâmetros mais sensivelmente influenciados pela restrição alimentar, o que pode

comprometer outros índices zootécnicos, tornando os níveis de restrição aplicados não

recomendáveis. Os parâmetros metabólicos analisados foram influenciados mais pela idade do

que pela dieta, de modo que um período de cem dias de restrição alimentar não alterou

negativamente os parâmetros metabólicos analisados.

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