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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE INDÍGENA REGIÃO AMAZONAS TURMA II TITULO: ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE DOENÇA DIARREICA AGUDA NAS FAMILIAS DAS CRIANÇAS DE 0-9 ANOS DAS COMUNIDADES DO POLO BASE IMINAA, DSEI MEDIO RIO PURUS. AUTOR: DR. JESUS ERNESTO ORO MARTINEZ. ESPECIALISTA DE PRIMEIRO GRAU EM MEDICINA GERAL. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Saúde Indígena, da Universidade Federal de São Paulo. Orientador (a): Prof. (a): Maria Ângela Silva Landroni. SÃO PAULO 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE INDÍGENA REGIÃO AMAZONAS TURMA II

TITULO: ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO EDUCATIVA SOBRE DOENÇA DIARREICA AGUDA NAS FAMILIAS DAS CRIANÇAS DE 0-9 ANOS DAS

COMUNIDADES DO POLO BASE IMINAA, DSEI MEDIO RIO PURUS.

AUTOR: DR. JESUS ERNESTO ORO MARTINEZ. ESPECIALISTA DE PRIMEIRO GRAU EM MEDICINA GERAL.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização

em Saúde Indígena, da Universidade Federal de São Paulo. Orientador (a): Prof. (a): Maria Ângela Silva Landroni.

SÃO PAULO

2017

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço aos meus pais por me dar educação para ser um bom profissional.

Agradecer a meu país, que permitiu minha formação como Professional

da saúde.

A minha orientadora que apesar da distancia se mostrou presente, esclarecendo as minhas dúvidas.

A minhas tutoras do curso, por suas preocupações e ajuda incondicional.

E a todos que de forma direta ou indiretamente contribuíram para a

realização e culminação deste curso.

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RESUMO

As doenças diarreicas agudas (DDA) são um complexo e heterogêneo grupo de doenças causadas por diferentes germes que afetam o aparelho digestivo, é uma das principais causas de morte entre as crianças menores de 5 anos, e responsável do 15% das mortes nessa faixa etária. Estes valores incluem mortes durante o período neonatal. A Região Africana e do Sudeste da Ásia são os que têm a maior carga de mortalidade por doenças diarreicas. No Brasil, ocorrem cerca de 250 mil internações ao ano, tendo como causa a doença diarreica e a gastrenterite de origem infecciosa presumível. O seguinte estudo de intervenção será realizado nas comunidades do Polo Base Iminaâ pertencente ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Médio Rio Purus, Município de Labrea, Amazonas com o objetivo de desenvolver ações educativas e aumentar os conhecimentos sobre as DDA e complicações. O universo trabalho estarão composto por os progenitores das crianças menores de 9 anos das comunidades do Polo Iminaâ, o projeto serão feito em três etapas: diagnóstico, intervenção e de avaliação. Com a aplicação deste projeto educativo queremos melhorar os conhecimentos dos pais sobre as DDA e suas complicações assim adotar se medidas de prevenção, diminuição dos encaminhamentos, ingressos e mortes por essa causa, redução dos gastos em medicamentos e outros recursos logísticos assim como diminuir as complicações, considerando esta investigação como de alto impacto econômico e social. Palavras-chave: Doenças Diarreicas Agudas, Prevenção, Ações Educativas.

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LISTA DE SIGLAS OMS Organização Mundial da Saúde DSEI Distrito Sanitário Especial Indígena EMSI Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena DDA Doenças Diarreicas Agudas SESAI Especial de Saúde Indígena UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância

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LISTADE QUADROS

Quadro 1 : Perfil de mobilidades das populações indígenas

DESEI Médio Rio Purus........................................................................ 20

Quadro 2: Aldeias e população do polo Iminaâ....................................21

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LISTA DE FIGURA

Figura 1: DESI Médio Rio Purus........................................................... 22 Figura 2: Município Làbrea................................................................... 2 3 Figura 3: Polo Base Iminaa.................................................................. 23 Figura 4: Equipe de Saude Polo Iminaâ............................................... 24

Figura 5: Atividades educativas Aldeia Ilha Verde............................... 24

Figura 6: Atividade Educativa Aldeia Pedreira de Amazonas............. .. 25 Figura 7: Atenção Materna Infantil........................................................ 25

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SUMÁRIO 1. Introdução............................................................................. 8 2. Objetivo geral e Objetivos específicos................................ 12 3. Metodología.........................................................................13 4. Resultados esperados.........................................................15 5. Considerações finais............................................................17 6. Referências bibliográficas................................................... 18 7. Anexos................................................................................ 20

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1- INTRODUÇÃO:

A “Organização Mundial de Saúde” (OMS) define a saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afeções e enfermidades”. A saúde passou, então, a ser mais um valor da comunidade que do indivíduo. É um direito fundamental da pessoa humana, que deve ser assegurado sem distinção de raça, de religião, ideologia política ou condição sócio- econômica. A saúde é, portanto, um valor coletivo, um bem de todos, devendo cada um gozá-la individualmente, sem prejuízo de outrem e, solidariamente, com todos. (1,2)

Doenças Diarreicas Agudas (DDA) caracterizam-se pela diminuição da

consistência das fezes, aumento do número de evacuações, com fezes

aquosas; em alguns casos, há presença de muco e sangue (disenteria). São

autolimitadas, com duração de até 14 dias. Podem ser classificadas em três

tipos: diarreia sem desidratação; diarreia com desidratação; e diarreia com

desidratação grave. Quando tratadas incorretamente ou não tratadas, levam à

desidratação grave e ao distúrbio hidroeletrolítico, podendo ocorrer óbito,

principalmente quando associadas à desnutrição. (3)

Em alguns casos, há presença de muco e sangue. Podem ser acompanhadas

de náusea, vômito, febre e dor abdominal. As formas variam desde leves até

graves, com desidratação e distúrbios eletrolíticos, principalmente quando

associadas à desnutrição. Os agentes etiológicos de origem infecciosa são as

bactérias e suas toxinas, vírus, parasitos e toxinas naturais. O reservatório é

específico para cada agente etiológico, sendo os principais: humanos,

primatas, animais domésticos, aves, bovinos, suínos, roedores e outros. (3,4)

O modo de transmissão é específico para cada agente etiológico, e pode

acontecer transmissão direta ou indireta.

A contaminação pode ocorrer em toda a cadeia de produção alimentar, desde

as atividades primárias até o consumo (plantio, transporte, manuseio,

cozimento, acondicionamento). Os manipuladores de alimentos e locais de uso

coletivo tais como escolas, creches, hospitais, hotéis, restaurantes e

penitenciárias apresentam maior risco de transmissão. Ratos, baratas, formigas

e moscas também contaminam alimentos e utensílios. O período de incubação

e manifestações clinica variam de acordo com o agente etiológico envolvido.

As doenças diarreicas causam mais de metade da carga global de doenças transmitidas por alimentos, com 550 milhões de pessoas adoecem e 230.000 morrem a cada ano. As crianças estão particularmente em risco de doenças diarreicas de origem alimentar de 220 milhões de doentes e 96.000 morrem a cada ano. Diarréia é frequentemente causada por ingestão de carne crua e ovos cozidos mal, vegetais mal lavados e frutas, e produtos lácteos contaminados pelo norovírus, Campylobacter, Salmonella e febre tifóide patogênico em Escherichia coli.

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Método de controle: Melhoria da qualidade da agua, destino adequado de lixo e dejetos, controle de vetores, higiene pessoal e alimentar. Educação em saúde, particularmente em áreas de elevada incidência. Locais de uso coletivo, tais como escolas, creches, hospitais, penitenciarias, que podem apresentar riscos maximizados quando as condições sanitárias não são adequadas, devem ser alvo de orientações e campanha especifica. Ocorrências em crianças de creches devem ser seguidas de precauções entéricas, além de reforçadas as orientações às manipuladoras e as mães. Considerando a importância das causas alimentares nas diarreias das crianças pequenas, e fundamental o incentivo a prorrogação do tempo de aleitamento materno, comprovadamente uma pratica que confere elevada proteção a esse grupo populacional. (4)

Está demonstrado que quanto mais baixo são os níveis de saneamento, higiene, educação e informação de uma população, maior é a importância das bactérias na etiologia das diarreias, em comparação com os vírus. Além disso, as diarreias causadas por bactérias têm um aumento notável durante os meses quentes do ano, nas regiões onde as mudanças de estação são marcantes. Em contraste, os vírus geralmente manifestam-se de forma mais intensa na esta- cão mais frio do ano. (4,5)

Crianças em países em desenvolvimento têm, em média, de 50 a 60 dias de diarreia por ano. Aproximadamente 10% desses episódios são complicados com a presença de desidratação, decorrente das doenças diarreicas, que representa uma das mais importantes causas da mortalidade infantil nestes países. Sztajnbok (1999) aponta que estudos latino-americanos, asiáticos e africanos registram uma incidência média de 2 a 4 episódios de diarreia por ano em crianças com menos de 12 meses de idade. Em algumas localidades da América Latina, foram estimados pelo menos 10 episódios de doença diarreica aguda (DDA) por criança por ano, estimando-se que tais crianças passem 15% de suas vidas com diarreia.

No Brasil, a maioria das áreas indígenas têm apresentado condições precárias

de saneamento, o que junto à degradação socioambiental vem agravar as

condições de saúde da população local. Com efeito, a situação do saneamento

ambiental, as práticas sanitárias e os indicadores epidemiológicos de saúde em

comunidades indígenas brasileiras vêm provendo resultados preocupantes,

como elevadas taxas de parasitoses intestinais, e significativos fatores de

riscos de doenças diarreicas agudas dentre outros problemas de saúde

inerentes às condições de vida desses grupos. (6,7)

O município de Lábrea encontra-se localizado na parte sul do estado Amazonas, ao lado do rio Purus, afluente do rio Solimões. Com uma população de 37 701 habitantes, conta com um hospital de nível secundário para os atendimentos de pronto socorro (cirurgias de pura emergência, partos normais e cesáreas, urgências clinicas.(IBGE, 2010).

O DSEI Médio Rio Purus, município Lábrea, tem 11 polos base, onde o trabalho é feito por 23 Equipes de saúde indígena. Tem uma área territorial de

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158.162.2 Km², no sul do estado do Amazonas, abrangendo os municípios de Lábrea, Canutama e Tapauá. Compreende vinte Terras Indígenas demarcadas, onde habitam povos de nove etnias, em níveis variados de contato com a sociedade envolvente, totalizando uma população de 7.635 indígenas. (Siasi, Nov./12).

As duas causas fundamentais de morbilidade no DESI no ano 2016 foram à parasitose com taxa de incidência de 54,6, as diarreias e gastroenterites com taxa de 70,3 (Quadro 1).Neste mesmo ano foram atendidos 1286 casos com DDA e 2 mortes por esta causa. Forem encaminhados e internados 23 pacientes do Polo Iminaâ representando um 31,5% dos casos atendidos com DDA da faixa etária de 0 a 9 anos. (SIASI 2016)

O Polo Indígena Iminaâ encontrasse no DSEI Médio Rio Purus Município Labrea estado Amazonas, no Rio Ituxi, nossa área atinge 13 aldeias, com população total de 623 habitantes das etnias Paumari, e Apurinaâ. A faixa etária de 0 - 9 anos è de 179 crianças. (Quadro 2)

Os Paumari eram conhecidos como "nômades do Purus", devido à mobilidade impressionante de seus grupos locais e suas habitações tradicionais, construídas encima de balsas, chamadas "flutuantes". A região atualmente habitada pelos Paumari é exclusivamente a bacia do médio rio Purus com seus afluentes, como os rios Ituxi, Sepatini e Tapauá, no estado do Amazonas. É conhecido por sua orientação aquática, o que se manifesta nos habitats tradicionalmente preferidos: várzeas, rios e lagos. A pesca é à base do auto sustento. A agricultura é praticada tanto na várzea quanto na terra firme, sendo a mandioca a principal planta cultivada. Além da mandioca, os Paumari plantam até mais de 30 culturas diferentes, como macaxeira, cará, batata-doce, ariá, taioba, milho, maxixe, feijão, jerimum e uma série de fruteiras e palmeiras.

Outra das etnias do polo è Apurinaâ, dispersos em locais próximos às margens do Purus, os Apurinã compartilham um rico complexo cosmológico e ritual. Sua história é fortemente marcada pela violência dos dois ciclos da borracha na região amazônica, a atividade laboral fundamental e a pesca e cultivo de mandioca.

No polo Indígena Iminaâ o consumo de agua em geral é do garape, só uma aldeia Ilha Verde sede do polo base tem poço, nos últimos anos aparição de DDA vem sendo uma das causas mais frequentes de consultas e encaminhamento a cidade; durante as visitas as aldeias interatuando com a população indígena observaram baixo conhecimento sobre DDA e suas complicações fundamentalmente no grupo etário de 0-4 e de 5-9 anos.

É muito importante aprender a reconhecer os sinais de alerta que possam apresentar as crianças com DDA e complicações fundamentalmente a desidratação, entre eles encontram-se sede, olhos fundidos, presença da prega, podem apresentar também alterações do sensório como sonolência, confusão mental, fraqueza, instabilidade hemodinâmica com os pulsos finos, perfusão lenta.

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Na atual temporada de inverno e aparição de abundantes chuvas, as fontes de agua estão potencialmente contaminadas conjunto a praticas e hábitos alimentares próprios da população indígena constitui a principal causa de surtos de DDA e de consultas nas comunidades, além dos riscos de complicações como desidratação e morte, atendendo na alta incidência nas crianças de 0 até 9 anos com DDA e a importância de um melhor conhecimento por parte da população de como evitar as diarreias e suas complicações sugiro a necessidade de realizar este trabalho .

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2. OBJETIVOS:

2.1 Geral:

Implantar uma estratégia de intervenção educativa para melhorar os

conhecimentos sobre Doenças Diarreicas Agudas e complicações nas

famílias das crianças de 0-9 anos das comunidades do Polo Base

Iminaa, DSEI Médio Rio Purus no estado do Amazonas no período de

Dezembro 2016- Maio 2017.

2.2 Específicos:

Ampliar o conhecimento sobre Doenças Diarreicas Agudas e complicações nas famílias das crianças de 0-9 anos das comunidades do Polo Indígena Iminaa.

Acrescentar a promoção e prevenção de saúde nas famílias das crianças de 0-9 anos das comunidades do Polo Indígena Iminaa em relação às Doenças Diarreicas agudas e riscos das complicações.

Diminuir a morbidade por Doenças Diarreicas Agudas nas crianças de 0-9 anos do Polo Indígena Iminaa.

Contribuir a qualidade de vida em relação á saúde da população do Polo Iminaâ.

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Metodologia Realizara se um projeto de intervenção educativa em saúde para melhorar os conhecimentos dos pais sobre as DDA e suas complicações nas crianças de 0 a 9 anos das comunidades do polo base Iminaa, DSEI Médio Rio Purus no período de Setembro 2016 a Maio 2017. O cenário de ação serão as próprias comunidades durante as visitas realizadas, visando que os participantes possam se sentir a vontade com as atividades a serem realizadas. Participarão da intervenção os profissionais de saúde que atua no Pólo Base, médico, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e líderes comunitários. Realizara se uma pesquisa a través do processo de envolvimento da comunidade onde o pessoal terá um papel ativo na troca de conhecimento e análise de aspectos importantes sobre Infecções Diarreicas Agudas e complicações frequentes. Será consultada anteriormente a base de dados do DSEI e também os dados fornecidos pelos agentes comunitários de saúde para a confecção do Diagnostico Situacional do território para o desenvolvimento do plano de intervenção. A bibliografia referente a este projeto esta baseada das próprias da espacialização, biblioteca virtual do SUS, artigos, informação estadística do DESEI e revistas de Google. O projeto conta de três Etapas. Primeira etapa Diagnóstica: Se realizará a coleta de dados, revisão bibliográfica e análises documentais sobre as Infecções diarreicas agudas e complicações, a situação internacional e nacional, resultados de outras investigações anteriores, nesta etapa se realizará um intercâmbio com os pais para a identificação do nível de conhecimento que possuem sobre as doenças diarreicas agudas e complicações e como podem contribuir para diminuir ou preveni-las. Segunda etapa Intervenção: Se realizarám as diferentes atividades de educação e promoção de saúde com algumas técnicas participativas, analise geral em grupo, também palestras com o uso de laminas representativo, atingindo 12 aldeias do polo Iminaa por 1,5 horas por atividade utilizando as próprias visitas da equipe de saúde durante a entrada na área. Terceira etapa Avaliação: se realizará uma avaliação qualitativa mediante o intercâmbio direito com os pais das crianças menores de nove anos e avaliar os conhecimentos adquiridos pelas pessoas participantes nas atividades. Cada etapa estará centrada no conhecimento das famílias das infecções diarreicas agudas e sua complicação, se interatua de forma direta com os participantes, avaliando o grado de conhecimento das doenças diarreicas, as complicações que comprometem a vida, formas de evita-las.

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3.1 Universo: O universo estará composto pelos pais das 179 crianças das idades de 0-9 anos de 12 comunidades do Polo Iminaâ, sendo a sua vez a mostra do projeto. Para esta investigação se terám em conta os seguintes critérios: 3.2 Critérios de inclusão: todos os pais das crianças com idade entre 0 e 9 anos das aldeias do Polo Iminaâ. 3.3 Critérios de exclusão: - Aldeia Bom Futuro não existem crianças nem gestantes. - Pessoas que não aceitaram formar parte da investigação. Pessoas que sofreram alguma doença ou condição que impossibilito sua participação. - Pessoas que se encontrem fora de área no momento da investigação. 3.4 Cenários de intervenção: Os cenários de intervenção serão nas próprias aldeias, escolas, casas de caciques. Os pacientes orientam se sobre a proposta do projeto a fim de ser sensibilizados para a importância do mesmo e motivados a participar. 3.5 RECURSOS UTILIZADOS: 3.5.1 Materiais: - Papelaria: lápis, resma de papel, corretor, marcadores, borracha, canetas impressora e tinta para impressora.

- Infraestrutura: Escolas das aldeias e casas próprias dos caciques.

- Logística: Cronograma de trabalho, mapa do setor devidamente identificado, planilhas para a coleta da informação, voadeira de alumínio de 8 metros com motor HP15. 3.5.2. Principais recursos humanos: pessoas em estudo, um médico geral, um enfermeiro (a), um técnico de enfermagem, e um agente comunitário de Saúde.

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5- RESULTADOS ESPERADOS:

O Plano de intervenção será realizado baseado na incidência das DDA nas

idades de 0-9 anos e o desconhecimento da população sobre essa doença, a

sintomatologia, formas de transmissão, e fundamentalmente medidas de

prevenção para evitar complicações e morte. Com a implementação do Plano

de intervenção esperamos desenvolver ações educativas para melhorar os

conhecimentos dos pais das crianças entre 0-9 anos das aldeias do Polo

Iminaâ sobre que são as DDA, seus fatores de risco, causas, sintomatologia, a

conduta a seguir e aprender sobre a prevenção das mesmas, e orientar os

cuidados que devem praticar dede o nascimento da criança até que saiba se

cuidar por si mesma. São importantes que os pais aprendam bem os sinais de

perigo nos seus filhos com DDA, aqueles que demostram que a criança esta

grave especialmente a desidratação que leva a morte e que o tratamento não

deve ser feito em casa e sim em uma instituição de saúde, através dos

cuidados de um profissional da saúde, a família não tem uma adequada

percepção do risco e confia que vai passar e só procura ajuda quando o

paciente esta complicado terminando em um encaminhamento para a cidade

por diagnóstico e tratamento tardio do caso.

Depois de realizar este projeto de intervenção estruturada por um plano de

ação com o objetivo de aumentar os conhecimentos sobre as DDA nos pais

das crianças entre 0-9 anos das comunidades do Polo Iminaâ, os resultados a

serem alcançados é que os pais aprendam a reconhecer a sintomatologia das

DDA e suas complicações em etapas iniciais da doença e os fatores de riscos

nos quais devam trabalhar desta forma podem contribuir a diminuir a incidência

da mesma, uma vez que reconheçam a sintomatologia ajudaram a controlar a

doença e evitar suas complicações e uma melhor qualidade de vida da

população indígena, logo de adquirido os conhecimentos aumentarão os

cuidados com as crianças, combatendo os fatores de risco que possam

aumentar a probabilidade delas adoecerem, procurarám ajuda profissional

rapidamente o qual pode colocar tratamento e conduta com menos riscos de

complicações, com a implementação desse trabalho onde devem estar

presentes também os agentes de saúde e demais lideranças da comunidade,

tentaremos aumentar a preparação profissional dos mesmos em relação ao

tema e aumentarão também a vigilância dessas pessoas com as crianças da

comunidade, já que a saúde e bem-estar dos moradores é uma tarefa de todos.

Outro resultado positivo com esta investigação seria a diminuição das

consultas porque os pais e agente de saúde devem ter mais conhecimento

sobre o tratamento imediato e as complicações das DDA. Também deve existir

uma diminuição significativa dos encaminhamentos em longas distâncias,

dessa forma estamos ajudando na economia dos recursos financeiros,

logísticos ao sistema de saúde, e estaremos contribuindo na melhoria da

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qualidade de vida da população e redução da mortalidade infantil. A melhor

medicina que se pratica é a preventiva.

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6- CONSIDERAÇÕES FINAIS: Nosso objetivo principal é estabelecer estratégias de intervenção educativa

para trabalhar com os pais das crianças menores de 9 anos das aldeias e

levar até eles os elementos necessários para identificaras as DDA ,

melhorando os conhecimentos sobre os fatores de risco, a sintomatologia

presente nas crianças, as complicações e sua prevenção. É importante que os

pais aprendam a reconhecer quando seus filhos encontram-se doentes e

quando precisam ser avaliados pelo profissional de saúde e o mais importante

às ações a serem tomadas para evitar que seus filhos se compliquem. Desta

forma diminuirão os motivos de consulta por essa causa, os encaminhamentos

de longa distância e melhorará a qualidade de vida da população, tentaremos

de atingir o 100 % da faixa etária prevista no projeto, devemos ter em conta

que as populações indígenas mudam muito das aldeias, migram

temporalmente a cidade, a colheita de castanha, também a trabalhar as terras,

e a mostra pode diminuir durante este tempo, neste contexto precisa-se de

uma implantação do projeto aproveitando ao máximo as visitas da equipe às

comunidades, com planejamento adequado considerando as temporadas de

migração dos indígenas, a atividade só serão desenvolvidas duas vezes por

semana. Contamos com algumas fortalezas, presença de uma equipe liderada

por um médico geral integral e pessoas capacitadas, treinadas na atenção

primaria que trabalham com a saúde indígena. A presença de membros da

equipe que falam a língua dos participantes a qual favorece a comunicação,

contamos também com meios audiovisuais simples e documentos impressos

que possibilitam o maior entendimento e compressão dos participantes.

Os resultados levarám para a necessidade de programar esse plano de

intervenção em todas as áreas do DESEI Médio Rio Purus.

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BIBLIOGRAFIA.

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Edição. Brasília DF 2016 pag.243.

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3. Ministério da Saúde Guia de Vigilância em Saúde. Volume Único Primeira

Edição. Brasília DF 2016 pag.243.

4. Kumate RJ. Política Nacional del Programa de Control de

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http://www.who.int/mediacentre/news/releases/2015/foodborne-disease-

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GUIA DE BOLSO 8a edição revista BRASÍLIA – DF 2010 Pág. 157.

7. Ministério da Saúde, Capacitação e Monitorização das DDA- Manual do

Treinado pág. 24.

8. Google Acadêmico. Análise da Correlação de Ocorrência da Doença

Diarreica Aguda com a Qualidade da Água para Consumo Humano no

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9. Álvarez Sintes R. Temas de Medicina General Integral. La Habana:

Editorial Ciencias Médicas; 2001.p.273-784. (UNICEF, 1998;

Mabilia, 2000)

10. Carvalho AI e Buss P. Determinantes Sociais na Saúde, na Doença e na

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Políticas e Sistema de Saúde no Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Fiocruz,

2008, p.141-166

11. Leal Costa CS, Leão da Silva G. Conselho se saúde:

A responsabilidade do controle social democrático do SUS.2 Edição.

Brasília- DF. 2013.

11.Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial

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12 .CARVALHO, S. R. Saúde Coletiva e Promoção da Saúde.

São Paulo: Hucitec, 2005. .

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13. Fukumoto M, Águila R del, Kendall C, Pederson D.

¿Por qué las madres se lavan las manos? Diálogo sobre la diarrea.

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14. Organización Mundial de la Salud(OMS) .Desarrollo de la primera infancia:

un potente ecualizador. Informe final, Comisión de los determinantes

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15. Madureira, M.D.S.A. Ação educativa em saúde. In:

FEDERAL DE MINAS GERAIS. Escola de enfermagem.

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Anexos.

Quadro 1

PERFIL DE MORBIDADES DAS POPULAÇÕES INDÍGENAS

DESEI MEDIO RIO PURUS

Morbidade Taxa de incidência

2014 2015 2016

1 Parasitoses Intestinais 83,86 85 54,06

2 Diarreias e

gastroenterites 57 54,62 70,3

3 Afecções do aparelho

respiratorio 57,87 65,02 74,75

4 Helmintíase NE 131,68 134,76 0,40

5 Infecção do trato

urinário 16,65 55,87 186

6 Malária 98,22 107,86 95,97

7 Dor lombar 11,63 79,72 54,07

8 Influenza dev vírus 163,55 251,50 129,9

Fonte: SIASI 2016

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Quadro 2. População do Polo Iminaa por aldeias. Faixa etária 0-9 anos.

No Aldeia Total de população

Crianças <1 ano

Crianças de 1 a 4anos

Crianças de 5 a 9 anos

1 Ilha Verde

127 4 11 17

2 Araçá

89 4 15 14

3 Cojubim

65 1 10 11

4 Capurana

60 1 2 8

5 Lago de Itacuape

57 0 6 8

6 Ilha da Onça

45 1 6 6

7 Nova Bandeira

40 1 7 5

8 Pedreira Amazonas

39 0 4 5

9 São Sebastião

37 0 2 7

10 Sisibu

30 0 5 6

11 Lago do Recurso

16 0 1 6

12 Jacamim

15 1 0 4

13 Bom Futuro

3 0 0 0

Total

623 13 69 97

Fonte SIASI 2016.

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Figura 1.

DISTRITO SANITÁRIO ESPECIAL INDÍGENADO MÉDIO RIO PURÚS - SEDE:

LÁBREA - AM

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Figura 2

Município Labrea AM

Figura 3

Polo Base Iminaa DSEI Médio Rio Purus

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Figura :4 Equipe de Saude Polo Iminaâ,Técnica,Enfremeiro,Piloto,Medico e AIS

Figura 5

Atividades educativas Aldeia Ilha Verde.

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Figura 4

Atividade Educativa Aldeia Pedreira de Amazonas.

Figura 5

Atenção Materna Infantil