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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI PRÓ-REITORIA DE ENSINO BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM BIOSSISTEMAS VINÍCIUS TADEU DA VEIGA CORREIA ESTABILIDADE DE TANINOS E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE CHURROS SEM GLÚTEN ELABORADOS COM FARINHAS DE SORGO Sete Lagoas 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI

PRÓ-REITORIA DE ENSINO

BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM BIOSSISTEMAS

VINÍCIUS TADEU DA VEIGA CORREIA

ESTABILIDADE DE TANINOS E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE CHURROS

SEM GLÚTEN ELABORADOS COM FARINHAS DE SORGO

Sete Lagoas

2017

VINÍCIUS TADEU DA VEIGA CORREIA

ESTABILIDADE DE TANINOS E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE CHURROS

SEM GLÚTEN ELABORADOS COM FARINHAS DE SORGO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao curso de Bacharelado Interdisciplinar em

Biossistemas da Universidade Federal de São

João del Rei como requisito parcial para

obtenção do título de bacharel em

Biossistemas.

Área de concentração: Ciência e Tecnologia de

Alimentos

Orientadora: Professora Cíntia Nanci Kobori

Co-orientadora: Valéria Aparecida Vieira

Queiroz

Sete Lagoas

2017

VINÍCIUS TADEU DA VEIGA CORREIA

ESTABILIDADE DE TANINOS E AVALIAÇÃO SENSORIAL DE CHURROS

SEM GLÚTEN ELABORADOS COM FARINHAS DE SORGO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao curso de Bacharelado Interdisciplinar em

Biossistemas da Universidade Federal de São

João del Rei como requisito parcial para

obtenção do título de bacharel em

Biossistemas.

Sete Lagoas, 20 de janeiro de 2017.

Banca Examinadora:

Dra. Fernanda Cristina Esteves de Oliveira - (UFSJ)

Dra. Valéria Aparecida Vieira Queiroz – (Embrapa Milho e Sorgo)

_________________________________________________

Dra. Cíntia Nanci Kobori – (UFSJ)

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus por acompanhar meus passos, concedendo-me força e sabedoria para

enfrentar qualquer batalha. À Virgem Maria e ao meu anjo da guarda por estarem do meu

lado, me orientando para o caminho do bem. Ao Padre Estáquio pela proteção ao longo de

todos esses anos.

Aos meus pais Sônia Veiga e Mauro Correia pelo carinho, orações, valentia, respeito, pela

luta diária e pelo amor incondicional. A eles minha eterna dedicação e gratidão.

Às minhas avós Terezinha e Maria pelo apoio e orações, à minha madrinha Simone Veiga

pela amizade e por compartilhar comigo sua alegria, às minhas tias Suely, Solange, Ivanilda,

Simone, Sandra e Andréia pelo carinho, palavras de motivação e por todo respeito

compartilhado. À vocês, todo meu amor.

Aos meus padrinhos Ruy Eduardo e Jefferson Saraiva pelo convívio, amizade e infindáveis

ajudas. Aos meus tios Ricardo e Mário Lúcio por todos os ensinamentos. Aos meus primos

Luiz, Dhiego, Mateus, Jéssica, Geovana e Ana Lívia que sempre compartilharam comigo o

dom da vida e as melhores histórias.

Aos meus irmãos e cunhados pelas conversas, amizade e momentos felizes.

À minha namorada Jéssica por sempre me apoiar e auxiliar com todo amor, carinho e

respeito. À Simone, Mauro e Larissa por terem me acolhido tão bem na família.

Aos meus amigos por me mostrarem que na vida ninguém é feliz sozinho, vocês se

tornaram parte fundamental dessa história. Indubitavelmente os momentos que partilhamos

juntos foram especiais e muito gratificantes.

Aos Doutores Cíntia Nanci Kobori, Valéria Queiroz, Ana Paula Coelho e Erick Ornelas,

obrigado pelas oportunidades e bom convívio no tempo em que trabalhamos juntos. À

professora Fernanda pela disponibilidade.

Ao Colégio Nossa Senhora do Carmo e meus amigos do Laboratório de Segurança

Alimentar da Embrapa Milho e Sorgo, especialmente ao técnico Rafael Miguel, por todos os

momentos de aprendizagem e alegria, contribuindo significativamente para minha vida

profissional e pessoal.

Em especial gostaria de agradecer aos meus avôs Ruy e João e minha avó Geralda por todo

o amor. Tenho certeza de que estariam felizes com essa vitória. SAUDADES. Amo vocês.

.

“Deus não lhe dá um fardo maior do que você pode carregar.”

Jesus Cristo

RESUMO

Devido às suas propriedades funcionais, o sorgo tem desempenhado um papel

importante no desenvolvimento de produtos alimentícios, o que tem agregado valor a esse

cereal. Por não conter glúten em sua estrutura, o sorgo pode ser utilizado em dietas de

indivíduos celíacos, os quais são intolerantes a essa proteína. Neste trabalho, objetivou-se

desenvolver e avaliar a aceitabilidade de dois churros à base de farinhas de sorgo, com e sem

taninos, bem como avaliar o efeito do calor sobre o teor desse composto bioativo. Para a

elaboração dos churros, foi utilizada uma formulação padrão à base de farinha de trigo, com

substituição total dessa por farinhas de sorgo dos genótipos BRS 501 (pericarpo branco, sem

tanino) e BR 305 (pericarpo marrom, com tanino), pertencentes ao programa de

Melhoramento Genético da Embrapa Milho e Sorgo, localizada em Sete Lagoas-MG. Os

produtos foram submetidos ao teste de aceitação e intenção de compra com 110 provadores,

no laboratório de Análise Sensorial da Universidade Federal de São João del Rei – Campus

Sete Lagoas. Além disso, buscou-se avaliar a estabilidade de taninos na farinha, massa crua,

cozida e frita dos churros produzidos com genótipo de pericarpo marrom. Devido ao

processamento térmico, as massas processadas apresentaram teores de taninos

significativamente menores que a massa crua, com perda de 52,22% desse composto para

massa cozida e 62,99% para a massa frita. Os resultados sensoriais exibiram expressivos

índices de aceitabilidade: 88% e 84% em relação à impressão global dos produtos elaborados

com as farinhas das cultivares BR 305 e BRS 501, respectivamente. O índice de intenção de

compra variou entre “provavelmente compraria” e “certamente compraria”, mostrando que

ambos os churros elaborados à base de farinha de sorgo foram muito bem aceitos pelos

julgadores e possuem potencial para entrar no mercado de produtos sem glúten. O tanino não

influenciou negativamente na aceitação do produto, ao contrário, o churros elaborado com

farinha com tanino apresentou média superior ao sem tanino quanto à textura, impressão

global e quanto à intenção de compra.

Palavras-chave: Compostos bioativos, novos produtos, sorgo, churros, processamento

térmico.

ABSTRACT

Due to its functional properties, sorghum has played an important role in the development of

food products, which has added value to this cereal. Because it does not contain gluten in its

structure, sorghum can be used in diets of celiac individuals, who are intolerant to this protein.

In this work, the objective was to develop and evaluate the acceptability of two churros based

on sorghum flour, with and without tannins, as well as to evaluate the effect of heat on the

content of this bioactive compound. For the preparation of the churros, a standard formulation

based on wheat flour was used, with a total substitution by BRS 501 (white pericarp, without

tannin) and BR 305 (brown pericarp, tannin) genotypes, belonging to the program of Genetic

Improvement of Embrapa Maize and Sorghum, located in Sete Lagoas-MG. The products

were submitted to the acceptance test and purchase intention with 110 testers in the

Laboratory of Sensory Analysis of the Federal University of São João del Rei - Sete Lagoas

Campus. In addition, we sought to evaluate the stability of tannins in the flour, raw, cooked

and fried dough of churros produced with genotype of brown pericarp. Due to the thermal

processing, the processed masses had tannin contents significantly lower than the raw mass,

with a loss of 52.22% of this compound for cooked pasta and 62.99% for the fried pasta.

Sensorial results showed significant acceptability indexes: 88% and 84% in relation to the

overall impression of the products elaborated with the flours of cultivars BR 305 and BRS

501, respectively. The intention-to-purchase index ranged from "likely to buy" and "would

certainly buy," showing that both churros made from sorghum flour were well accepted by

judges and have the potential to enter the gluten-free market. The tannins did not negatively

influence the acceptance of the product, on the contrary, the churros elaborated with flour

with tannin presented an average superior to the tannin without regard to the texture, overall

impression and the intention of purchase.

Keywords: Bioactive compounds, new products, sorghum, churros, thermal processing.

Susu

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9

2. MATERIAL E MÉTODOS .............................................................................................. 11

2.1 Material ..............................................................................................................................11

2.2 Processamento da farinha de sorgo ....................................................................................11

2.3 Elaboração dos produtos ....................................................................................................12

2.4 Análises físico-químicas ....................................................................................................14

2.4.1 Estabilidade de taninos ...............................................................................................14

2.4.2 Teor de água ...............................................................................................................14

2.4.3 Cálculo de retenção e perda ........................................................................................15

2.5 Análise sensorial dos churros ............................................................................................15

2.6 Análises Estatísticas ...........................................................................................................17

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................17

3.1 Análises físico-químicas ..................................................................................................17

3.1.1 Estabilidade de taninos ...............................................................................................17

3.2. Análise Sensorial ..............................................................................................................19

3.2.1 Perfil dos Provadores ................................................................................................. 19

3.2.2 Aceitabilidade dos churros ......................................................................................... 20

4. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 24

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................25

9 9

1. INTRODUÇÃO

Originário da África Equatorial, o sorgo (Sorghum bicolor L.) é o quinto cereal mais

produzido do mundo, superado apenas pelo arroz, trigo, milho e cevada (SILVA, 2015).

Devido a sua versatilidade, estima-se que o mesmo seja utilizado como alimento básico por

mais de 500 milhões de pessoas, principalmente em países africanos e asiáticos em

desenvolvimento (MUTISYA et al., 2009). No Brasil, apresenta-se na quarta posição no

ranking de produção, sendo destinado quase que exclusivamente para alimentação animal.

Por apresentar tolerância a seca e menor custo de produção em relação aos demais

cereais, o sorgo vem despertando o interesse nas mais diferentes áreas de atuação. Os grãos

possuem concentrações expressivas de fibras alimentares, potássio, fósforo e zinco, além de

alguns genótipos serem fontes, também, de compostos bioativos, como as antocianinas e os

taninos, os quais são capazes de sequestrar radicais livres e promover a melhoria da saúde

humana (ROONEY, 2007; MORAES et al., 2012).

Possuindo alto peso molecular, os taninos encontrados no sorgo são do tipo

condensados, também conhecidos como proantocianidinas (DYKES & ROONEY, 2006). Os

alimentos ricos em taninos têm sido historicamente considerados indesejáveis do ponto de

vista nutricional (CHUNG et al., 1998), bem como sensorial, pois, acredita-se que esses

compostos conferem um sabor residual adstringente aos produtos. Contudo, estes mostraram

efeitos anticarcinogênicos, antimutagênicos e propriedades antimicrobianas, que podem estar

relacionados às suas características antioxidantes, importantes na proteção das células contra

danos oxidativos (AWIKA & ROONEY, 2004; ROONEY, 2007).

Além disso, é amplamente relatado que genótipos contendo taninos reduzem a

disponibilidade calórica dos alimentos, isso ocorre devido à complexação desses compostos

com certas proteínas e carboidratos, diminuindo a disponibilidade dessas macromoléculas no

organismo de animais experimentais. Nesse contexto, especula-se que essas substâncias têm

potencial, também, para auxiliar no controle da diabetes e da obesidade em humanos

(SIMÕES, 2007; AWIKA et al., 2009; YANG et al., 2009).

Consumidos por todo o mundo e normalmente produzidos com farinha de trigo, os

produtos de panificação e confeitaria apresentam grande importância econômica em vários

países (VÁZQUEZ-ARAÚJO et al., 2012; YOUSIF et al., 2012). Entretanto, indivíduos

intolerantes ao glúten - proteína presente na constituição do trigo, cevada e centeio - não

podem consumir alimentos produzidos com esse cereal (ARAÚJO et al., 2010). Por não

10 10

apresentar essa proteína em sua constituição, o sorgo mostra-se como uma excelente

alternativa de ingrediente para produtos destinados a portadores da doença celíaca (DC).

A doença celíaca é uma enteropatia crônica causada pelo consumo do glúten em

indivíduos geneticamente susceptíveis, apesar dos avanços na compreensão da fisiopatologia

da doença, a restrição de alimentos que contenham essa proteína ainda é o tratamento mais

efetivo para assegurar a integridade fisiológica de pacientes acometidos (STORCK et al.,

2009). É de extrema importância o cumprimento rigoroso das dietas sem glúten, uma vez que,

as mesmas buscam prevenir o surgimento de deficiências de macro e micronutrientes e de

algumas doenças malignas, principalmente relacionadas ao sistema digestivo. Além disso,

auxiliam no desenvolvimento pôndero-estatural adequado, na densidade mineral óssea e na

fertilidade dos portadores dessa doença (SDEPANIAN et al., 2001).

Buscando oferecer alternativas de consumo a pessoas com DC, vários produtos à base

de sorgo já foram desenvolvidos em trabalhos acadêmicos, como bombons (MACEDO et al.,

2015), sorvetes (SILVA et al., 2015), pães de queijo (CARVALHO, 2015), barras de cereais

(QUEIROZ et al., 2012), massas secas (PAIVA et al., 2015), cookies e bolos (FERREIRA et

al., 2009), todos com propostas de diversificação de receitas, focando principalmente na

qualidade e segurança alimentar.

Neste contexto, o churros é um doce de origem árabe, que surgiu no século 19 na

península Ibérica. Devido ao comportamento expansionista desses povos, a iguaria chegou até

a América Latina, se tornando muito popular na Argentina, no México e também no Brasil. A

receita original possui como base a farinha de trigo, o açúcar e a água. A massa proveniente

da mistura é moldada em formato cilíndrico e, posteriormente, frita em óleo vegetal e, em

alguns casos, envolto em açúcar e canela. Apesar de comumente consumido sem nenhum tipo

de acompanhamento nos demais países, no Brasil, o doce é geralmente recheado com doce de

leite ou chocolate, o que valoriza ainda mais seu sabor. Em território brasileiro, é comum ver

sua venda realizada por ambulantes, lanchonetes, padarias e hipermercados, em virtude da sua

popularidade elevada (SEBRAE, 2016).

De acordo com Claro et al. (2014), o setor de alimentos apresentou nos últimos

tempos, um crescimento expressivo. As famílias brasileiras estão gastando mais com a

alimentação fora de casa do que costumavam gastar antigamente. O churros se desponta nesse

cenário, uma vez que o mesmo apresenta características de consumo rápido, além de bons

preços e uma gama extensa de opções para recheios e coberturas.

Vale ressaltar, que apesar das altas concentrações de compostos bioativos, encontrados

em alguns genótipos e produtos à base de sorgo, poucas informações se tem na literatura em

11 11

relação à estabilidade e/ou comportamento dos mesmos frente a variáveis como, por exemplo,

a temperatura (OLIVEIRA et al., 2017). Por outro lado, poucos estudos se referem à aceitação

de produtos elaborados com sorgo contendo taninos (GONZÁLEZ, 2005; AGUIAR, 2015).

Dessa forma, com intuito de se atender a uma demanda crescente de produtos sem glúten,

saborosos e com altos teores de compostos antioxidantes, objetivou-se desenvolver e avaliar a

aceitabilidade de dois churros à base de farinhas de sorgo, com e sem taninos, bem como

avaliar o efeito do calor sobre o teor desse composto bioativo.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. MATERIAL

Para o desenvolvimento dos produtos, foram utilizadas farinhas de sorgo das cultivares

BRS 501 (de pericarpo branco, sem tanino) e BR 305 (de pericarpo marrom, com tanino),

pertencentes ao Programa de Melhoramento Genético da Embrapa Milho e Sorgo, localizada

no município de Sete Lagoas- MG. Os demais ingredientes foram adquiridos no comércio

varejista da cidade de Paraopeba- MG.

2.2 PROCESSAMENTO DA FARINHA DE SORGO

Os grãos de sorgo foram submetidos à trituração em moinho de pedras (Hawos) por

duas vezes e, posteriormente as farinhas foram peneiradas para obtenção de partículas com 0,5

mm.

Figura 1: Moinho utilizado para a obtenção de farinha de sorgo.

Fonte: Correia (2016).

12 12

2.3 ELABORAÇÃO DOS PRODUTOS

Foram elaboradas duas formulações de churros, uma utilizando-se o sorgo proveniente

do genótipo BRS 501 e outra produzida com o genótipo BR 305.

Na Tabela 1, estão apresentados de maneira detalhada cada ingrediente utilizado e suas

respectivas quantidades na elaboração dos produtos. Na Figura 2, estão ilustrados os dois

produtos elaborados com as farinhas de sorgo com tanino (BR 305) e sem tanino (BRS 501).

Tabela 1: Relação dos ingredientes utilizados nas formulações dos churros à base de farinha

de sorgo, genótipos BR 305(GN1) e BRS 501(GN2).

Ingredientes GN1 GN2

Farinha de Sorgo BR305 200 g ----

Farinha de Sorgo BRS501 ---- 200 g

Ovo 1 1

NaCl 1 g 1 g

Açúcar 25 g 25 g

Água 250 mL 250 mL

Margarina sem sal 23 g 23 g

---- Não adicionado

Figura 2: Imagens dos churros formulados com farinha proveniente do genótipo de sorgo

BRS 501 (1) e do genótipo de sorgo BR 305 (2).

( 1 ) ( 2 )

Fonte: Correia (2016)

13 13

Para as duas formulações, os ingredientes foram misturados e submetidos ao

cozimento por 8 min. Após resfriamento durante 30 min, as massas foram moldadas com o

auxílio de um equipamento manual (DECOR-ÚTIL) para formação dos churros. Estes foram

fritos por um 1 min e 30 segundos em óleo de soja; salpicados com açúcar refinado e canela;

e recheados com doce de leite de uma marca comercial, para avaliação sensorial.

Tradicionalmente na culinária brasileira, o churros é recheado com doce de leite,

dessa maneira optou-se pela utilização desse doce, um derivado lácteo com alto conteúdo

energético, o qual se apresenta como fonte de proteínas e minerais (OLIVEIRA et al., 2010).

As massas cruas (CR), cozidas (CZ) e fritas (FR) do churros produzido a partir do

genótipo BR 305, sem doce de leite, foram congeladas e então liofilizadas, em liofilizador

(L101 - Liotop), por 24 horas, para que posteriormente fossem submetidas à análise de

taninos. No caso do genótipo BRS 501, o teor de taninos foi analisado apenas na farinha.

Figura 3: Etapas de elaboração do churros.

14 14

2.4 ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS

2.4.1 ESTABILIDADE DE TANINOS

Para determinação do teor de taninos utilizou-se o método vanilina/HCl (PRICE et al.,

1978). Uma solução de HCl 8% (v/v) em metanol e outra de vanilina 1% (p/v) em metanol

foram preparadas, sendo essas duas soluções misturadas a seguir, obtendo-se dessa forma,

uma solução de vanilina/HCl (1:1).

Foram pesados 0,30 g das massas liofilizadas e da farinha proveniente do genótipo

BRS 501. Por recomendação do método, devido à maior concentração de taninos, utilizaram-

se 0,15 g da farinha proveniente do genótipo BR 305, em seguida, foram adicionados 8 mL de

metanol 1% HCl. Todas as amostras foram agitadas em vortex mixer (GLOBAL TRADE) e

levadas para centrifugação (15 min). Para os tubos controle, preparou-se uma solução de HCl

4% (v/v) em metanol. Em cada tubo de ensaio, mantidos em banho-maria (0215M1, QUIMIS)

a 30°C, durante 20 min, foi adicionado 1 mL do extrato (sobrenadante) e 5 mL da solução de

vanilina/HCl, com intervalos de 30 segundos. A leitura de absorbância foi realizada em

espectrofotômetro (U-1100, HITACHI) a 500 nm.

Para a determinação das concentrações de taninos nas amostras, foi construída uma

curva padrão obtida a partir de diferentes concentrações de catequina. Para isso, em um balão

volumétrico de 100 mL foram adicionados 100 mg de catequina e o volume completado com

metanol. Alíquotas de 0, 2, 4, 6, 8 e 10 mL desta solução foram colocadas em balões

volumétricos de 10 mL, completando-se o volume com metanol. Após as diluições, retirou-se

1 mL de cada balão, acrescentou-se 5 mL de vanilina/HCl e manteve-se o mesmo

procedimento final realizado para as amostras. Todo o processo foi realizado em triplicata.

Os teores de taninos foram calculados por meio da equação abaixo.

𝑇 =(𝐴 − 𝐵)𝑥 8

𝐶𝑎/𝑝𝑒𝑠𝑜 𝐴𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎

Onde: A = Absorbância da amostra;

B = Branco da amostra;

Ca = Coeficiente angular da curva padrão.

2.4.2 TEOR DE ÁGUA

A determinação do teor de água foi realizada pelo método gravimétrico de secagem

em estufa (105°C), baseado na remoção da água por aquecimento. As amostras com massas

15 15

previamente determinadas (2 g) permaneceram em estufa até obtenção de massa constante

(ADOLF LUTZ, 2008).

2.4.3 CÁLCULOS DE RETENÇÃO E PERDA

A retenção de taninos nas massas dos churros foi calculada utilizando-se a seguinte

equação:

R = C1*100/C2

Sendo: C1 – Menor concentração a ser comparada,

C2 – Maior concentração a ser comparada.

Uma vez que a porcentagem de perda foi calculada a partir de:

P = 100 – R

Sendo R: porcentagem de retenção.

2.5 ANÁLISE SENSORIAL DOS CHURROS

Com a finalidade de avaliar a qualidade sensorial dos churros à base de sorgo,

realizou-se um teste de aceitação, com 110 provadores não treinados, dentre estudantes e

funcionários da Universidade Federal de São João del-Rei – Campus Sete Lagoas (CSL), no

Laboratório de Análise Sensorial da UFSJ-CSL. Os churros foram avaliados em relação aos

atributos sabor, cor, aroma, textura, impressão global e intenção de compra.

Foi utilizada uma escala hedônica híbrida de 10 cm (VILLANUEVA et al., 2005),

variando de 0 “desgostei muitíssimo” a 10, “gostei muitíssimo” para cada atributo avaliado, e

uma escala de atitude (FACT) de 5 pontos para verificar a atitude de compra do consumidor.

As amostras foram servidas em cabines individuais, de forma monádica e avaliadas sob luz

branca. Além disso, foi distribuída uma ficha de avaliação socioeconômica para os

provadores, objetivando levantar características importantes dos mesmos.

A aceitação dos produtos, para cada atributo, foi calculada por meio do índice de

aceitabilidade (IA), conforme expressão abaixo (DUTCOSKY, 2011).

IA (%) = (A/B) x 100

Em que: A: é a média dos resultados do teste de aceitação, para cada produto.

B: é a maior nota obtida no teste de aceitação, para cada produto.

16 16

A Figura 4 representa o modelo de ficha utilizada no teste sensorial, já a Figura 5

corresponde a ficha socioeconômica entregue aos colaboradores da análise.

Figura 4: Ficha utilizada no teste sensorial.

Fonte: Adaptado de DUTCOSKY, 2011.

Figura 5: Ficha de avaliação socioeconômica dos provadores.

Fonte: Correia (2016).

17 17

2.6 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os dados referentes ao teste sensorial de aceitação e estabilidade de taninos foram

submetidos à análise estatística, utilizando-se ANOVA e as médias analisadas pelo teste de

Tukey a 5% de probabilidade usando o programa SISVAR (UFLA, Lavras, MG).

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 ANÁLISES FISICO-QUÍMICAS

3.1.1 ESTABILIDADE DE TANINOS

Após construção da curva de calibração e mediante a equação linear gerada, o

coeficiente angular 0,4919 foi utilizado para o cálculo das concentrações de taninos nas

farinhas e massas dos churros de sorgo. A Figura 6 mostra a curva de calibração fornecida

para análise de taninos. A Tabela 2, por sua vez, fornece os valores do teor de água e

concentração de taninos nas amostras liofilizadas, sendo os resultados das concentrações

expressos em mg de catequina equivalente/g de amostra em base seca.

Figura 6: Curva de calibração gerada para análise de tanino.

y = 0,4919x + 0,0005R² = 0,999

0.000

0.100

0.200

0.300

0.400

0.500

0.600

0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2

Ab

sorb

ânci

a

Concentração (mg catequina/mL metanol)

Curva Padrão de Tanino

18 18

Tabela 2: Teor de água e concentração de taninos na farinha integral e peneirada, massa crua,

cozida e frita de churros da cultivar BR 305 em base seca.

Amostras

Teor de água (%)

Concentração de taninos*

(mgcateq/g)**

Farinha Integral 11,15 76,88 a

Farinha Peneirada 12,98 71,32 a

Massa Crua 3,93 32,96 b

Massa Cozida 2,84 15,75 c

Massa Frita 3,60 12,20 d

*Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si, em nível de 5% pelo teste de Tukey.

**mgcateq/g = mg de catequina equivalente por grama de amostra em base seca.

A concentração de taninos encontrada na farinha proveniente da cultivar BRS 501 foi

de 0,053 mgcateq/g de amostra, verificando assim, o baixo teor desse composto na farinha.

Diante disso, os testes nas massas provenientes desse genótipo não foram realizados, uma vez

que, valores inferiores seriam encontrados.

Não houve diferença significativa (p > 0,05) no teor de tanino da farinha integral em

comparação com a farinha de 0,5 mm de granulometria, demonstrando que nesse caso, o

processo de peneiragem não influenciou na concentração desse composto.

Os menores teores de taninos verificados nas massas cozidas e fritas em relação à crua

podem ser explicados pelo emprego de altas temperaturas. O calor pode ter ocasionado a

desnaturação térmica dos taninos, reduzindo consideravelmente sua concentração em 52,22%

para a massa submetida apenas ao cozimento e 62,99% para massa frita, se comparadas a

mistura sem processamento térmico. Comparando a massa cozida e a frita, essa redução foi de

22,54% (Tabela 3).

Tabela 3: Porcentagem de retenção e perda de taninos nas massas de churros.

Comparação Retenção (%) Perda (%)

Crua/Cozida 47,78 52,22

Crua/Frita 37,01 62,99

Cozida/Frita 77,46 22,54

19 19

Corroborando os resultados do presente trabalho, Dias et al. (2012) ao estudarem o

efeito da temperatura de secagem sobre o rendimento na extração de taninos totais em óleos

essenciais de hortelã, verificaram que a concentração desse composto nas folhas da planta foi

reduzida em torno de 50%, o que poderia ser explicado pelo efeito da temperatura, que

promoveu a degradação e redução desse composto. Em adição, outro estudo objetivando

avaliar o efeito do processamento sobre os teores de oxalato e taninos em maxixe, jiló, feijão

verde e andu, observaram que após o branqueamento (100° C/3min) sofrido por essas

hortaliças e leguminosas, houve uma redução no teor de tanino em 11,6% para o jiló, 6,4%

para o maxixe, 7,43% para feijão verde e 16,52% para o feijão andu (BENEVIDES et al.,

2013).

Santos (2006) realizou um estudo com brássicas e apontou que as hortaliças por ele

estudadas demonstraram redução média de 30% nos teores de taninos em decorrência da

aplicação de altas temperaturas (100°C/10min).

3.2 AVALIAÇÃO SENSORIAL

3.2.1 PERFIL DOS PROVADORES

Em relação aos resultados encontrados nas fichas de avaliação das características dos

consumidores, verificou-se que 76,4% dos provadores eram do sexo feminino, enquanto

24,6% do sexo masculino. Desses 110 provadores, apenas 5% nunca haviam consumido

churros, 44% consumiam esporadicamente, 35% raramente e 16% frequentemente (Figura 7).

Figura 7: Frequência de consumo de churros.

5%

35%

44%

16%

Nunca

Raramente

Esporadicamente

Frequentemente

20 20

Mais da metade dos provadores (64,5%) possuíam renda familiar em uma faixa de 1 a

5 salários mínimos, 90,9% apresentaram idades variando entre 18 a 25 anos, sendo 94,5%

desses colaboradores alunos de graduação dos cursos da UFSJ- Campus Sete Lagoas.

3.2.2 ACEITABILIDADE DOS CHURROS

De acordo com os resultados sensoriais, a aceitabilidade dos churros de sorgo não

diferiu significativamente (p>0,05) para os atributos cor, aroma e sabor (Figura 8), sendo que

as notas médias variaram de 7,34 a 7,88. Entretanto, em relação à textura e à impressão

global, observou-se diferença significativa entre as amostras (p<0,05). O churros

desenvolvido com a farinha proveniente da cultivar BR 305 apresentou maior média para

ambos os parâmetros, 7,67 e 8,01, respectivamente, sendo portanto, o preferido.

Da mesma forma, em relação à intenção de compra, o produto elaborado com a farinha

do BR 305 apresentou média geral de 4,40, significativamente superior àquele procedente do

BRS 501 que obteve nota média de 4,18. Esses resultados mostram que a presença de tanino

não afetou negativamente na aceitação do produto elaborado com a farinha de sorgo BR 305,

pois ambas as médias se enquadram na faixa “provavelmente compraria” e “certamente

compraria” da escala FACT de intenção de compra.

Figura 8: Média das notas do teste de aceitabilidade de churros à base de farinha de sorgo

quanto aos atributos cor, aroma, sabor, textura e impressão global.

*Médias seguidas de uma mesma letra para cada atributo não diferem entre si, em nível de 5%, pelo teste de Tukey.

a

7,34

a

7,7

a

7,88 a

7,67

a

8,01 a

7,59

a

7,84 a

7,81 b

7,15

b

7,68

0

2

4

6

8

10

COR AROMA SABOR TEXTURA IMPRESSÃO

GLOBAL

T1 - Churros proveniente do sorgo genótipo BR305

T2 - Churros proveniente do sorgo genótipo BRS501

21 21

Corroborando esses resultados, González (2005) elaborou extrusados à partir de sorgo

branco (sem tanino) e marrom (com tanino), e concluiu que o sorgo com tanino também

produziu bons extrusados, possibilitando a agregação de valor ao produto devido às

propriedades funcionais do tanino.

Devido à coloração marrom do pericarpo do sorgo BR 305, muitos provadores

associaram o churros proveniente dessa cultivar como um produto que continha chocolate em

sua formulação. Já as amostras produzidas com o sorgo BRS 501, de pericarpo branco, foram

comparadas, por vários avaliadores, aos churros feitos com farinha de trigo. Assim, a

aparência marrom do sorgo BR 305 pode ser uma vantagem para uso em produtos com sabor

de chocolate.

De acordo com Awika & Rooney (2004), os genótipos de sorgo que apresentam

concentrações de taninos em sua constituição são digeridos mais lentamente, essa

característica auxilia na plenitude gástrica e garante saciedade para o provador em um maior

intervalo de tempo, se comparado com outros cereais integrais. Diante disso, o emprego de

produtos elaborados com sorgo com tanino na alimentação humana, pode resultar em perda de

peso ou o retardamento do esvaziamento gástrico para indivíduos obesos ou diabéticos, de

maneira a permitir que a glicose seja absorvida de forma mais lenta pelo organismo.

Os taninos também podem auxiliar em processos de cura de inflamações, formando

uma camada protetora (complexo tanino-proteína e/ou polissacarídeo) sobre tecidos epiteliais

lesionados, intensificando a importância do consumo de produtos que contenham esses

compostos (MELLO & SANTOS, 2001).

Aguiar (2015) elaborou duas formulações de shake, um com tanino e outro sem tanino,

de modo que, ao final da análise sensorial realizada, observou-se que o produto que

apresentava concentrações desse composto bioativo foi o preferido pelos 103 provadores.

Resultados estes que evidenciam uma boa aceitação dos genótipos de sorgo com tanino,

demonstrando a potencialidade desse cereal, principalmente na elaboração de produtos sem

glúten e que auxiliam na redução de peso.

Na Tabela 4, estão apresentados os índices de aceitabilidade dos atributos avaliados

nos churros. Segundo Dutcosky (2011), para que o produto apresente uma aceitabilidade

satisfatória, o índice deve ser maior ou igual a 70%. Assim, verifica-se que ambos os produtos

foram muito bem aceitos em todos os atributos avaliados, já que obtiveram aceitabilidade

variando de 77,8 a 88,4%.

22 22

Tabela 4: Índice de aceitabilidade dos churros elaborados com farinhas de sorgo com (BR

305) e sem tanino (BRS 501).

Atributo

Índice de

aceitabilidade (%)

BR 305 BRS501

Cor 80,0 83,2

Aroma 84,6 86,5

Sabor 87,1 85,3

Textura 84,7 77,8

Impressão Global 88,4 84,3

Ferreira et al. (2009) desenvolveram cookies com farinha de sorgo e mediante a análise

de aceitação realizada para esse produto, verificou-se que a frequência de aceitação desse

biscoito foi considerada ótima, uma vez que 100% dos provadores atribuíram notas acima de

6 na escala hedônica, sugerindo que existe viabilidade de implementação do sorgo na

alimentação humana. Ainda, objetivando aumentar o consumo de sorgo pela população,

Queiroz et al. (2012) elaboraram barras de cereais com pipocas de sorgo e realizaram

avaliações sensoriais nas cidades de Londrina e Rio de Janeiro. Os autores observaram que os

índices de aceitabilidade do produto nessas cidades foram de 98,4% e 76,5%,

respectivamente.

Por apresentar variadas características nutricionais, Silva et. al (2015) avaliaram a

potencialidade de adição da farinha de sorgo em sorvetes, com 100 provadores. A análise

sensorial indicou que o produto foi bem aceito, apresentando resultados entre gostei

moderadamente a gostei ligeiramente. Houve diferença significativa apenas para o atributo

avaliação global, em comparação a um sorvete convencional, no qual a nota do sorvete com

farinha de sorgo aumentou quando o provador recebeu a informação de que o produto

continha mais fibra devido a essa adição.

Além da farinha, o farelo de sorgo também se destaca como um ingrediente importante

na elaboração de novos produtos, pois contribui para aumentar o aporte de fibras. Carvalho

(2015) desenvolveu pães de queijo adicionados de farelo de sorgo, os quais apresentaram

médias no teste sensorial superiores a 6 para todos os atributos analisados, além de média 3,73

em relação a intenção de compra dos consumidores. Resultados que indicaram um futuro

potencial do produto no mercado, pois o mesmo agradou de maneira geral os provadores,

além de ser um produto com maior valor nutritivo, o que vai de encontro à demanda dos

consumidores.

Segundo Portela et al. (2008), um dos maiores problemas para consolidação de

produtos sem glúten na culinária se dá pela modificação sensorial desses alimentos. A

23 23

dificuldade de se encontrar produtos saborosos no mercado brasileiro é uma das maiores

preocupações de indivíduos celíacos, uma vez que a diversificação desses alimentos ainda é

considerada baixa.

Dessa forma, os resultados desse trabalho mostraram que os churros à base de sorgo

possuem grande potencial de mercado, apresentando altos índices de aceitabilidade e intenção

de compra dos consumidores.

24 24

4. CONCLUSÃO

Os teores de taninos nas massas cozidas e fritas foram inferiores aos da massa crua

devido ao efeito do calor, mesmo assim, a retenção desse composto no produto frito foi de

37,01%.

Os churros formulados à base de sorgo com ou sem taninos, apresentaram elevados

índices de aceitabilidade e de intenção de compra. Portanto, a presença de tanino não deixou

sabor residual no produto elaborado com o sorgo BR 305 e não afetou negativamente sua

aceitação. Entretanto, a presença do doce de leite, açúcar refinado e canela podem ter

interferido positivamente para aceitação dos novos produtos.

Considerando que o consumo de sorgo é um hábito totalmente novo para os

brasileiros, os resultados mostraram que a utilização da farinha de sorgo é uma importante

alternativa tecnológica para o desenvolvimento de novos produtos, especialmente sem glúten,

com agregação de valor nutricional.

25 25

5. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS

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