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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Análise Comparativa Entre os Sistemas Estruturais Concreto Armado e Alvenaria Estrutural Trabalho apresentado ao departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como requisito para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Pablo Alves Valim Arduini Canassa Orientador: Prof. Dr. Sydney Furlan Junior São Carlos Novembro de 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Análise Comparativa Entre os Sistemas Estruturais Concreto Armado e

Alvenaria Estrutural

Trabalho apresentado ao departamento de

Engenharia Civil da Universidade Federal de

São Carlos como requisito para obtenção do

grau de Engenheiro Civil.

Pablo Alves Valim Arduini Canassa

Orientador: Prof. Dr. Sydney Furlan Junior

São Carlos

Novembro de 2008

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 – Exemplos de respaldo das paredes ............................................................................ 9 

Figura 2 – Exemplos de ligações com reforços metálicos ........................................................ 10 

Figura 3 – Distribuição das cargas verticais em seções horizontais em paredes estruturais .... 29 

Figura 4 – Carga total na base da parede P110......................................................................... 29 

Figura 5 – Cálculo da duração pelo MS Project ....................................................................... 36 

Figura 6 – Diagrama de Gantt para a solução em concreto armado ......................................... 37 

Figura 7 – Cálculo da duração para a solução em alvenaria .................................................... 38 

Figura 8 – Diagrama de Gantt para a solução em alvenaria estrutural ..................................... 39 

ÍNDICE DE FIGURAS

Tabela 1 – Alturas iniciais para lajes pré-moldadas em função de carga e vãos livres máximos

.................................................................................................................................................. 23 

Tabela 2: Armadura e contraflecha utilizadas para atendimento dos estados de deformação

excessiva e limite último .......................................................................................................... 24 

Tabela 3 - Distribuição das cargas provenientes das lajes de pavimento nas paredes do térreo

.................................................................................................................................................. 26 

Tabela 4 – Distribuição das cargas provenientes das lajes de cobertura nas paredes do

pavimento superior ................................................................................................................... 26 

Tabela 5 – Carregamento total atuante na base das paredes do pavimento inferior

desconsiderando-se as ações provenientes do andar superior. ................................................. 27 

Tabela 6 - Carregamento total atuante na base das paredes do pavimento superior ................ 28 

Tabela 7 – Carga total atuante na base das paredes do pavimento inferior .............................. 30 

Tabela 8 – Cargas atuantes na base das paredes do pavimento inferior considerando-se que as

mesmas trabalham em grupos isolados. ................................................................................... 31 

Tabela 9 - Cálculo do fb necessário para o 1º pavimento ......................................................... 33 

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Tabela 10 – Valores de Ψ2 ........................................................................................................ 33 

Tabela 11 – Valores de Ψ3 ........................................................................................................ 33 

Tabela 12 – Determinação da altura das vigas ......................................................................... 34 

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SUMÁRIO

1  REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 5 

1.1  ALVENARIA ESTRUTURAL ............................................................................................5 1.1.1  DEFINIÇÃO .................................................................................................................................... 5 

1.1.2  CONSIDERAÇÕES NA ESCOLHA DA ALVENARIA ESTRUTURAL COMO SISTEMA

CONSTRUTIVO ........................................................................................................................................... 5 

1.1.3  VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DA ALVENARIA ESTRUTURAL ....................................... 5 

1.1.4  DESVANTAGENS DO SISTEMA................................................................................................. 6 

1.1.5  CONCEPÇÃO DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL ............................................. 7 

1.1.6  RACIONALIZAÇÃO NA FASE DE PROJETO ............................................................................ 8 

>> Subsistemas .................................................................................................................................. 11 1.1.7  MATERIAIS E COMPONENTES ................................................................................................ 12 

1.2  CONCRETO ARMADO .................................................................................................... 14 1.2.1  DEFINIÇÃO .................................................................................................................................. 14 

1.2.2  VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DO CONCRETO ARMADO ............................................... 15 

1.2.3  DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DO CONCRETO ARMADO ........................................ 16 

1.3  PLANEJAMENTO APLICADO À CONSTRUÇÃO CIVIL ......................................... 16 

1.4  TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO DOS PLANOS ............................................................ 17 1.4.1  DIAGRAMA DE PRECEDÊNCIAS ............................................................................................ 17 

1.4.2  DIAGRAMA DE GANTT ............................................................................................................ 18 

2  JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 18 

3  OBJETIVOS .................................................................................................................... 19 

4  METODOLOGIA ............................................................................................................ 19 

5  DESENVOLVIMENTO DO PROJETO EM ALVENARIA ESTRUTURAL .............. 20 

5.1  APRESENTAÇÃO DO PROJETO................................................................................... 21 

PROCEDIMENTO DE CÁLCULO ADOTADO ......................................................................... 22 

5.2  MEMORIAL DE CÁLCULO ............................................................................................ 22 5.2.1  DIMENSIONAMENTO DAS LAJES .......................................................................................... 22 

5.2.2  DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES .................................................................................... 24 

6  PLANEJAMENTO DE EXECUÇÃO ............................................................................. 34 

6.1  PROJETO EM CONCRETO ARMADO ......................................................................... 36 

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6.2  PROJETO EM ALVENARIA ESTRUTURAL ............................................................... 37 

7  Conclusões ....................................................................................................................... 39 

8  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 40 

ANEXO 1 – PROJETOS ELÉTRICO E HIDRÁULICOANEXO 2 – LEVANTAMENTO

QUANTITATIVO DE MATERIAIS E SERVIÇOS PARA ELABORAÇÃO DO

CRONOGRAMA FÍSICO ....................................................................................................... 41 

ANEXO 2 – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DE MATERIAIS E SERVIÇOS PARA

ELABORAÇÃO DO CRONOGRAMA FÍSICO .................................................................... 42 

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1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1 ALVENARIA ESTRUTURAL

1.1.1 DEFINIÇÃO

Alvenaria estrutural é um processo construtivo que se caracteriza pelo uso de paredes como

principal estrutura de suporte da edificação.

O principal conceito estrutural ligado à utilização da alvenaria estrutural é a transmissão de

ações através de tensões de compressão. Este é o conceito crucial a ser levado em conta

quando se discute a alvenaria como processo construtivo para a elaboração de estruturas

(Ramalho e Corrêa 2003).

1.1.2 CONSIDERAÇÕES NA ESCOLHA DA ALVENARIA ESTRUTURAL COMO

SISTEMA CONSTRUTIVO

Nos parâmetros atuais do Brasil temos que a alvenaria estrutural é adequada para edifícios de

no máximo 15 ou 16 pavimentos. Acima desse número é observado que a resistência à

compressão dos blocos encontrados no mercado não permite a execução da obra sem um

esquema de grauteamento generalizado, o que prejudicaria a economia. Outro fator é que

acima dessa altura, as ações horizontais começariam a produzir tensões de tração

significativas, exigindo a utilização de armadura e graute, comprometendo também a

economia.

A alvenaria estrutural é recomendada para edifícios residenciais de padrão médio ou baixo,

em que os vãos encontrados são relativamente pequenos. No caso de edifícios comerciais,

verifica-se que esse tipo de sistema é geralmente preterido uma vez que a alvenaria estrutural

limita o rearranjo das paredes (o que é muito usual nesse tipo de edifícação com o intuito de

acomodar empresas de diversos portes).

1.1.3 VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DA ALVENARIA ESTRUTURAL

A seguir serão citados alguns fatores que incentivam a utilização da alvenaria estrutural

apresentados por Ramalho e Corrêa (2003):

Economia de fôrmas - em geral são utilizadas fôrmas somente na concretagem das lajes.

Portanto o uso de fôrmas se limita a fôrmas lisas, baratas e de grande reaproveitamento;

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Redução significativa dos revestimentos - Esse sistema utiliza blocos de qualidade

controlada e com maior controle na execução, o que proporciona uma sensível redução no uso

de revestimentos. O revestimento interno é usualmente executado com gesso, aplicado

diretamente sobre a superfície dos blocos. No caso da utilização de azulejos também é

possível que os mesmos sejam colados diretamente sobre os blocos;

Redução do desperdício de material - se o projeto for desenvolvido corretamente com todas

as especificações de instalações elétricas e hidráulicas e com a planta de modulação da

alvenaria, evita-se as quebras e rasgos posteriores, o que tornam a obra racionalizada;

Redução de especialidades na mão-de-obra - armadores e carpinteiros deixam de ser

necessários;

Aumento na velocidade de execução - no caso da utilização de lajes pré-moldadas o ritmo

da obra será praticamente desvinculado do tempo de cura das peças de concreto armado.

1.1.4 DESVANTAGENS DO SISTEMA

Ramalho e Corrêa (2003) também observam em seu trabalho alguns aspectos negativos do

sistema:

Dificuldade de modificações arquitetônicas - como as paredes compõem a estrutura da

edificação, as alterações arquitetônicas após a concepção do edifício são limitadas e em

muitos casos impossíveis de serem executadas;

Interferências entre projetos de arquitetura/ estruturas/ instalações - Em uma obra de

alvenaria estrutural há grande interferência entre os projetos da edificação é muito grande. Há

uma relação direta entra a modulação da alvenaria e o projeto arquitetônico e a

impossibilidade de se furar as paredes sem o controle rigoroso dos furos condiciona os

projetos de instalação elétrica e hidráulica;

Necessidade de mão-de-obra qualificada - É necessário que a equipe que irá executar a obra

seja treinada previamente, a fim de que esteja apta a utilizar os instrumentos necessários para

a correta execução da estrutura da edificação. O despreparo da mão-de-obra promove o

aumento da possibilidade de ocorrência de falhas que comprometam a segurança da

edificação.

Falta de normas brasileiras - Somente o bloco de concreto possui um texto específico para

cálculo estrutural. Os blocos cerâmicos, silico-calcário e de concreto celular autoclavado

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utilizam normas estrangeiras, como a inglesa BS-5628. Apenas as normas de ensaios de

paredes estruturais referentes à compressão simples ou flexo-compressão e à verificação da

resistência à flexão servem, hoje, para todos os tipos de bloco.

Número insuficiente de fornecedores de blocos em todo o território nacional

1.1.5 CONCEPÇÃO DE EDIFÍCIOS EM ALVENARIA ESTRUTURAL

Algumas das grandes vantagens do sistema construtivo em alvenaria estrutural estão ligadas

com a maior racionalização dos processos construtivos quando comparado com outro sistema.

Para que estas vantagens sejam alcançadas é fundamental a elaboração de um projeto de

qualidade. Medidas de racionalização e controle da qualidade na construção dependem

fundamentalmente de uma clara especificação no projeto, sendo impossível se controlar uma

execução que não esteja claramente especificada no projeto. Assim a fase de concepção do

projeto, na qual se incluem estudos preliminares, anteprojeto e projeto, se torna a base para o

sucesso de qualquer sistema construtivo e em particular da alvenaria estrutural.

É na fase de projeto onde são tomadas as decisões que implicarão em custos, velocidades e

qualidades dos empreendimentos. A decisão por uma solução equivocada, a falta de

detalhamento da solução ou a não especificação dos materiais envolvidos, originarão

possivelmente a maioria das patologias na edificação. Além disso, todo o planejamento da

execução é feito em cima do projeto e uma vez que os detalhes executivos não estejam num

nível de precisão e detalhe necessários à sua execução, todas as decisões acerca de sua

execução ficarão na mão de pessoas como mestres de obra, que apesar de ter um

conhecimento grande dos processos construtivos, não tem a qualificação necessária para

decidir sobre detalhes que não conheça.

Um aspecto que tem de ser levado em conta para a elaboração do projeto é a questão da

“construtibilidade” da solução tomada, fator este que, em muitos casos, pode inviabilizar a

sua construção. Para tal é preciso que haja uma retroalimentação das informações executivas

de obras já concluídas para que projetos englobem a tecnologia adquirida através da

experiência.

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1.1.6 RACIONALIZAÇÃO NA FASE DE PROJETO

Vilató e Franco (2000) apontam três efeitos que, apesar de não serem considerados em

nenhuma norma, levam à otimização da capacidade resistente da alvenaria, obtendo uma

significativa racionalização de projeto:

O primeiro – considerado o de maior importância, uma vez que exerce influência sobre toda a

edificação – é a uniformização de esforços sobre as paredes. Devem ser escolhidos arranjos

que redistribua os esforços sobre as paredes de maneira equilibrada. É importante atentar para

as técnicas de execução, a fim de garantir que as ligações entre os elementos transmitam os

esforços da maneira como foram considerados na etapa de cálculo.

O segundo efeito é o efeito de arco. Quando existir situações em que as paredes estruturais

são apoiadas diretamente sobre a fundação, esse efeito deve ser considerado.

O terceiro é o efeito de encunhamento, que aumenta a capacidade resistente do elemento ante

a flexão. Esse efeito tem poucas possibilidades de aplicação.

Acima de tudo para garantir a otimização da capacidade resistente deve haver um rigoroso

controle no processo de produção. Pontos muito importantes que devem ser observados são o

controle de alinhamento e prumo das paredes e correto preenchimento das juntas verticais.

Um segundo parâmetro de projeto que confere uma grande qualidade ao projeto é a

coordenação modular ou simplesmente a modulação na dimensão das peças que serão

utilizadas. Este procedimento trás benefícios como a diminuição no desperdício de materiais

(eliminação dos cortes de blocos), o aumento da produtividade do pedreiro, além de outras

vantagens como as citadas por Franco (1992):

A padronização proporcionada pela coordenação modular reflete-se na execução, através de

uma maior facilidade da mão-de-obra em assimilar tais detalhes, aumentando a produtividade;

A utilização de sistemas coordenados modularmente permite que se definam soluções mais

simples das amarrações de paredes, simplificando esta operação;

Pode-se adotar uma sistemática de projeto baseada em regras definidas. Isto, além de facilitar

a elaboração do próprio projeto, permite a utilização de um pequeno número de detalhes

padronizados, racionalizando a própria tarefa de execução do projeto;

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Diminuição do número de componentes necessários para execução da alvenaria e

padronização dos demais componentes.

Na amarração da alvenaria nos cantos a solução de alternar os blocos em cada fiada é

considerada uma das melhores, uma vez que satisfaz a condição de transmissão de esforços e

é de simples execução. Para tanto há dois tipos de modulação normalmente adotados:

Amarração de meio bloco – O comprimento do bloco corresponde a duas vezes a largura mais

a espessura da junta vertical. A vantagem dessa solução é que utiliza somente dois tipos de

bloco e a desvantagem é que permite somente a amarração em L.

Amarração de “terço”, em que o comprimento do bloco corresponde a três vezes sua largura

mais duas espessuras de junta vertical. Possibilita amarrações em “L”, “T” e “X”. A

desvantagem é que necessita de três tipos diferentes de blocos para garantir a amarração

completa (bloco inteiro, bloco “1/3” e bloco “2/3”)

Há ainda blocos especiais para solucionar o encontro das paredes com a laje, são os blocos J,

canaletas e blocos compensadores. Algumas soluções comuns podem ser observadas na figura

seguinte.

b)

Figura 1 – Exemplos de respaldo das paredes

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Visando a racionalização também devem ser pensados elementos pré-moldados que tenham

coerência dimensional com a modulação da alvenaria, evitando cortes de elementos da

alvenaria e trabalho de enchimento de folgas. Os elementos que tem maior interface com a

parede são: vergas, contra-vergas e escadas. Como conseqüência, estes devem ser bem

pensados na fase de projeto.

>> Ligações com reforços metálicos

Há alguns casos em que não é possível resolver as intersecções entre os painéis estruturais.

Nesse caso são utilizados reforços metálicos para garantir as amarrações. Os reforços também

são utilizados no caso da necessidade de vincular alvenaria de vedação à alvenaria estrutural,

ou no caso de paredes duplas. Alguns exemplos são apresentados na figura 2.

Figura 2 – Exemplos de ligações com reforços metálicos

>> Juntas de Movimentação

Segundo Vilató e Franco (2000), “as juntas de movimentação têm por função limitar as

dimensões do painel de alvenaria a fim de que não ocorram elevadas concentrações de tensões

em função das deformações intrínsecas do mesmo”. As deformações podem ter sua origem

em movimentações higroscópicas ou em reações de expansão de materiais presentes nas

juntas e ou blocos.

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As juntas podem ser utilizadas nos seguintes casos:

• mudança de altura dos painéis;

• mudança de espessura nos blocos;

• juntas de dilatação nas lajes;

• Encontro com a laje de cobertura

Segundo o código britânico, em paredes não armadas de alvenaria cerâmica o espaçamento

das juntas nunca deve exceder 15m. Espaçamentos menores serão necessários para paredes

pouco restringidas.

No caso de blocos de concreto o código recomenda as juntas com intervalos de 6 m, pelo fato

de que há grande variação entre as propriedades físicas de diferentes concretos.

>> Subsistemas

Para se garantir a racionalização da edificação como um todo deve ser realizada uma análise

sistêmica das interfaces entre todos os sistemas e subsistemas componentes da edificação na

fase de projeto, a fim de evitar a realização de adaptações na obra, o retrabalho e o

desperdício de materiais. O projetista deve considerar as interfaces com os sistemas prediais

(instalações elétricas e hidráulicas) e esquadrias em geral, prevendo soluções que não

prejudiquem a capacidade resistente dos elementos e que minimizem as interferências entre a

alvenaria e os subsistemas, minimizando assim desperdícios de tempo e mão-de-obra.

A construção da alvenaria com blocos vazados privilegia a passagem vertical de eletrodutos,

principalmente quando a alvenaria não é armada, favorecendo o embutimento das instalações

qualquer que seja a solução adotada. Já para a passagem vertical é interessante que o

projetista priorize o uso das lajes.

O embutimento da tubulação hidráulica é mais complicado de ser executado por causa dos

grandes diâmetros das tubulações, mas apresenta a vantagem de se poder concentrar os local

de passagem das prumadas. Assim o projetista deve desde o inicio do projeto prever soluções

como “shafts” e paredes hidráulicas, porem é conveniente que ele tenha em mente que do

ponto de vista da racionalização quanto menos “shafts” e paredes hidráulicas melhor.

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1.1.7 MATERIAIS E COMPONENTES

>> Blocos

Os blocos são os principais responsáveis pela definição das características resistentes da

estrutura. Os blocos podem ser de concreto, cerâmicos, sílico-calcários ou de concreto celular

auto-clavado. A resistência à compressão de blocos produzidos comercialmente varia de 4,5 a

20 MPa.

>> Blocos Sical

O concreto celular auto-clavado, criado na Suécia, é produzido através de uma mistura de

cimento, cal, areia, pó de alumínio (agente expansor) e água. As matérias primas são pesadas

e dosadas e, em seguida, conduzidas a um misturador onde é adicionado por último o agente

expansor. Posteriormente a mistura é colocada em moldes. O alumínio reage com os

componentes alcalinos do cimento, liberando gás hidrogênio, que gera a formação de

inúmeras pequenas bolhas de ar, dispersas igualmente ao longo de todo material. Após duas

horas a fôrma lateral é retirada e o material é cortado. A cura final do material ocorre em

autoclaves, por um tempo médio de 10 horas, em ambiente de vapor saturado à pressão de

doze atmosferas.

Os blocos sical são encontrados nas dimensões 60 x 30 x espessura e canaletas 30 x 30 x

espessura. As espessuras podem variar de 10 a 30 cm e é o projetista estrutural quem vai

defini-las em função das cargas atuantes, da altura efetiva da parede e da resistência do bloco.

>> Blocos Sílico-calcários

Com apenas um fornecedor no mercado nacional (Prensil S/A Produtos de Alta Resistência),

os blocos estruturais de silico-calcário (conhecidos como BSB) são bastante utilizados na

Europa, onde a execução de alvenaria não-armada é tradicional e existe uma preocupação

maior com o isolamento térmico. No Brasil, os blocos Prensil são fornecidos em Classes de

Resistência, conforme a Norma Brasileira, compreendidos de 6,00 MPa a 20,0 MPa para a

Linha SC (Modulação de 20 cm) e de 10 a 15 MPa para Linha DIN-106 (Modulação 12,5

cm). Os Blocos Prensil oferecem integral proteção contra o fogo (ensaio IPT nº 845.530 -

demonstra que uma parede com apenas 11,5 cm, sem revestimento, resiste a mais de 4 horas

de incêndio, sendo classificada como 'PC 240' e 'CF 240'). É mais pesado que o bloco

cerâmico.

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Como não contém o principal elemento condutor térmico em sua composição (óxido de

magnésio), os blocos prensil são um produto de alvenaria pelo menos duas vezes mais

isolantes que os blocos de concreto comum (índice de condutibilidade térmica de 0,77 W/m x

K) e uma vez e meia mais isolante que os blocos cerâmicos. Por serem prensados apresentam

baixo índice de vazios, aumentando o coeficiente de redução sonora e, dessa forma, sendo no

mínimo 30 % mais isolantes que os blocos cerâmicos e de concreto comum.

>> Bloco Cerâmico

Material mais leve que o concreto (alguns fabricantes dizem que cerca de 40%); tem a

vantagem de possuir melhor isolamento térmico que o concorrente. Não alcança, porém,

índices de resistência à compressão similares com a mesma geometria dos blocos.

>> Bloco de concreto

Largamente empregado no Brasil esse tipo de bloco tem a seu favor o fato de possuir vários

fornecedores e de ser o único a possuir norma brasileira para cálculo de alvenaria estrutural.

Possui boa resistência a compressão - o mínimo exigido pelas normas é 4.5 MPa (parede

revestida), mas alguns fabricantes chegam a produzir blocos com mais de 16 MPa, entretanto,

é mais pesado e não possui o mesmo isolamento térmico da cerâmica, por exemplo.

>> Argamassa

A argamassa de assentamento tem várias funções a cumprir tais como unir os componentes da

alvenaria para que o conjunto seja capaz de resistir a diversos esforços, distribuir

uniformemente as cargas atuantes na parede por toda a área resistente do bloco, resistir a

todas as deformações a que a alvenaria estiver sujeita e selar o conjunto quando a alvenaria

for aparente.

Para que a argamassa seja capaz de desempenhar estas funções satisfatoriamente, deve-se

zelar por propriedades no estado fresco e no estado endurecido. No estado fresco a que prestar

atenção à trabalhabilidade e a capacidade de retenção de água; enquanto que no estado

endurecido as principais propriedades seriam a resistência mecânica, capacidade de absorver

deformação, resistência de aderência, retração na secagem e durabilidade.

As argamassas podem ser de cimento, argamassa mista de cal e cimento e argamassa com

aditivo.

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>> Argamassa mista de cal e cimento

É a argamassa formada pela substituição gradativa do cimento pela cal obtendo-se desta

forma uma argamassa menos rígida. Muitos autores consideram ser esta argamassa a mais

adequada para a alvenaria estrutural não armada.

>> Argamassa de cimento

Argamassa industrializada de composição variada dependendo do fabricante, mas em geral

tem em sua composição cimento Portland, areia e um filler mineral, geralmente calcário.

>> Argamassa com aditivos

É a argamassa formada pela substituição de uma porcentagem de cimento por aditivos com

intuito de melhorar a capacidade de deformação e melhorar outras propriedades, como

trabalhabilidade e a capacidade de retenção de água.

>> Graute

O graute é um concreto com agregados de pequena dimensão e relativamente fluido,

eventualmente necessário para o preenchimento dos vazios dos blocos. Sua função é propiciar

o aumento da área da seção transversal das unidades ou promover a solidarização dos blocos

com eventuais armaduras posicionadas nos seus vazios. Desta forma pode-se aumentar a

capacidade portante da alvenaria à compressão ou permitir que as armaduras colocadas

combatam tensões de tração que a alvenaria por si só não teria condições de resistir.

1.2 CONCRETO ARMADO

1.2.1 DEFINIÇÃO

O concreto é um material composto por cimento, agregados e água. Este material apresenta

boa resistência à compressão, entretanto, quando solicitado à tração, o mesmo pouco resiste

(cerca de 1/10 de sua resistência à compressão).

Nas estruturas usuais de edificações é comum o aparecimento de solicitações de tração.

Devido a este fato se faz necessária a associação do concreto com algum outro material

estrutural com boas características de resistência a tração, a fim de viabilizar a sua utilização

na composição de elementos estruturais. O material comumente utilizado nessa associação é o

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aço, utilizado em forma de barras que são colocadas longitudinalmente na região tracionada

da peça.

O sistema estrutural mais comumente utilizado em estruturas de concreto armado é o sistema

em esqueleto, composto por pilares, vigas e lajes (compondo a superestrutura) e fundações

(compondo a infra-estrutura), onde a transmissão de esforços se dá da seguinte maneira: a laje

é solicitada por algum carregamento externo acrescido de seu peso próprio, que transmite seus

esforços para as vigas, que por sua vez transmite aos pilares que, por fim, os transmitem às

fundações.

1.2.2 VANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DO CONCRETO ARMADO

O concreto armado é o material estrutural mais utilizado no Brasil. Ele apresenta diversas

vantagens que incentivam a sua utilização. A seguir serão apresentadas algumas vantagens

citadas por Carvalho e Figueiredo Filho (2005):

Apresenta boa resistência à maioria das solicitações;

Tem boa trabalhabilidade e por isso se adapta a várias formas, podendo assim, ser escolhida a

mais conveniente do ponto de vista estrutural, dando maior liberdade ao projetista;

Permite a obtenção de estruturas monolíticas, o que não ocorre com as de aço, madeira e pré-

moldadas. Há aderência entre o concreto já endurecido e o que é lançado posteriormente,

facilitando a transmissão de esforços;

As técnicas de execução são razoavelmente dominadas em todo o país;

Em diversas situações pode competir com as estruturas de aço em termos econômicos;

É um material durável, desde que seja bem executado, conforme as normas, e evitado o uso de

aceleradores de pega, que com seus produtos químicos podem corroer as armaduras;

Apresenta durabilidade e resistência ao fogo superiores à madeira e ao aço, desde que os

cobrimentos e a qualidade do concreto estejam de acordo com as condições do meio em que

está inserida a estrutura;

Possibilita a utilização de pré-moldagem, proporcionando maior rapidez e facilidade de

execução;

É resistente a choques e vibrações, efeitos térmicos, atmosféricos e desgastes mecânicos.

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1.2.3 DESVANTAGENS NA UTILIZAÇÃO DO CONCRETO ARMADO

Como qualquer outro material, o concreto também apresenta fatores que desabonam o seu

uso. A seguir serão apresentadas algumas desvantagens, também citadas por Carvalho e

Figueiredo Filho (2005):

Resulta em elementos com maiores dimensões que o aço, o que com seu peso específico

elevado (γ ≈ 25 kN/m3) acarreta em peso próprio muito grande, limitando seu uso em

determinadas situações, ou elevando muito o seu custo;

As reformas e as adaptações são, muitas vezes, de difícil execução;

É bom condutor de calor e som, exigindo, em muitos casos específicos, associação com outros

materiais para sanar esses problemas;

É necessária a utilização de escoramentos (quando não se faz uso da pré-moldagem) que,

geralmente, precisam permanecer no local até que o concreto alcance uma resistência

adequada.

1.3 PLANEJAMENTO APLICADO À CONSTRUÇÃO CIVIL

A crescente competitividade no mercado da Construção Civil faz com que haja a necessidade

de racionalizar e dar grande velocidade à obra. Nesse contexto o planejamento de um

empreendimento se torna essencial a fim orientar a execução do empreendimento e facilitar o

controle do mesmo (principalmente em relação ao cumprimento de prazos de execução), de

maneira que os objetivos finais sejam atendidos. Bernardes (1996) afirma que o processo da

construção constitui uma das mais importantes funções gerenciais de uma empresa.

Limmer (1997) apud Bernardes (2003) aponta que as flutuações da economia ocorridas nos

últimos anos e a conscientização crescente do consumidor para os problemas do custo elevado

e da não-qualidade dos produtos têm dirigido a atenção dos empresários da construção civil

para o planejamento e controle da produção. Têm sido exigidas mudanças estruturais e de

comportamento nos procedimentos gerenciais e administrativos, com o intuito de melhorar a

qualidade e reduzir o preço dos produtos.

Segundo Laufer (1990) apud Bernardes (2003) o planejamento é necessário devido a diversos

motivos:

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17

• Facilita a compreensão dos objetivos do empreendimento, aumentando a

probabilidade de atendê-los;

• Define todos os trabalhos exigidos para habilitar cada participante do empreendimento

a identificar e planejar a sua parcela de trabalho;

• Desenvolve uma referência básica para processos de orçamento e programação;

• Evita decisões errôneas para projetos futuros, através da análise do impacto das

decisões atuais;

• Melhora o desempenho da produção através da consideração e análise de processos

alternativos;

• Aumenta a velocidade de resposta para mudanças futuras;

• Fornece padrões para monitoramento, revisão e controle do empreendimento;

• Explora a experiência acumulada da gerência obtida com os empreendimentos

executados, em um processo de aprendizado sistemático.

1.4 TÉCNICAS DE PREPARAÇÃO DOS PLANOS

A seguir serão apresentadas as duas técnicas de preparação de planos que serão utilizadas no

desenvolvimento do projeto.

1.4.1 DIAGRAMA DE PRECEDÊNCIAS

Essa técnica consiste no desenvolvimento de uma rede de atividades em que são realizados

cálculos com o intuito de se explicitar as datas de início e término de cada atividade. Para se

estabelecer essa rede é necessário inicialmente listar todas as atividades que serão executadas

na obra (no caso do presente projeto, serão consideradas as atividades principais que compõe

cada etapa da obra). As atividades são então representadas na rede por eventos e são dispostas

de maneira a indicar sua ordem de execução. Os eventos são interligados por setas, que

indicam o tipo de relacionamento necessário à vinculação entre as atividades. Os cálculos das

durações devem ser baseados em bancos de dados da empresa ou em planilhas orçamentárias.

Após o cálculo das datas, são verificadas qual o seqüenciamento das atividades sem folgas de

execução ou com folgas quase nulas. Essa seqüência de atividades é denominada caminho

crítico, pois qualquer atraso em uma das atividades que estiverem nesse caminho provocará

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atraso na data final de entrega da obra. Essa informação é vital para os gerentes da construção

pois, através da análise da rede, uma vez verificada a ocorrência de atraso, é possível

redimensionar os recursos em determinadas fases da obra, de forma a reduzir durações ou, em

determinadas situações, alterar o seqüenciamento de parte das atividades.

1.4.2 DIAGRAMA DE GANTT

Técnica desenvolvida por Henry Gantt em 1917, que consiste em um gráfico em que em um

de seus eixos é representada a unidade de tempo para o controle e no outro são representadas

as atividades que serão realizadas. É de fácil construção e interpretação, sendo uma das

técnicas mais utilizadas na construção civil. Tem como desvantagem o fato de não apresentar

a vinculação entre as atividades, dificultando assim os estudos da repercussão de possíveis

atrasos no prazo de entrega da obra. Essa dificuldade é facilmente superada com a utilização

de programas computacionais (como o Microsoft Project), que associam esse diagrama com o

diagrama de precedências.

2 JUSTIFICATIVA

Os novos desafios enfrentados pela indústria de construção Civil, principalmente no setor de

construção de edificações, podem ser resumidos pela necessidade de conjugar-se a redução de

custos com elevação dos níveis de qualidade de processos e produtos, através da adoção de

procedimentos gerenciais mais eficientes e da racionalização das técnicas construtivas.

O presente projeto tem o intuito de analisar os sistemas construtivos alvenaria estrutural e

concreto armado na composição de uma edificação de dois pavimentos, a fim de se chegar a

uma conclusão de qual o sistema mais racional e mais adequado para esse tipo de edificação.

Para o cumprimento desse objetivo serão utilizadas ferramentas de gerenciamento aplicadas

atualmente no desenvolvimento de orçamentos e cronograma de execução.

O estudo se justifica plenamente pelo fato de que através do mesmo o aluno terá a

oportunidade de rever e aprofundar diversos conhecimentos adquiridos durante a graduação,

como: projetar uma solução estrutural em alvenaria estrutural; utilizar o software de

gerenciamento MS Project; desenvolver orçamentos e diagramas de Gantt e desenvolvimento

de metodologia de pesquisa técnico-científica.

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19

3 OBJETIVOS

Esta pesquisa tem como objetivo geral realizar uma análise comparativa entre os sistemas

construtivos alvenaria estrutural e concreto armado compondo a estrutura de uma edificação

de dois pavimentos. O objetivo geral será desenvolvido através dos seguintes objetivos

específicos:

Conceituar e caracterizar os referidos sistemas construtivos através de revisão bibliográfica,

identificando aspectos e condições favoráveis para o emprego de cada sistema; as

desvantagens inerentes à aplicação dos mesmos e também aspectos relativos a técnicas de

racionalização construtiva e planejamento de obras.

Desenvolver uma solução em alvenaria estrutural para uma edificação de dois pavimentos a

partir de um projeto arquitetônico já concebido.

Desenvolver um cronograma de execução (diagrama de Gantt), fazendo uso do programa

Microsoft Project, utilizando os mesmos recursos de mão-de-obra para os dois sistemas a fim

de permitir a comparação entre os mesmos.

Desenvolver uma análise comparativa final entre os dois sistemas, levando-se em conta o

cronograma de execução e também as condições favoráveis ao emprego de cada sistema para

empreendimento estudado, elaborando-se considerações finais acerca do que foi observado.

4 METODOLOGIA

A fim de atingir os objetivos propostos, as atividades serão divididas em:

Revisão bibliográfica: nesta etapa serão coletadas informações referentes aos sistemas

estruturais concreto armado e alvenaria estrutural, e também informações acerca de

planejamento de obras com o intuito de cumprir com o objetivo específico número 1, descrito

anteriormente.

Definição do objeto de estudo: será selecionado o projeto de uma edificação de dois

pavimentos, com estrutura concebida em concreto armado, para desenvolvimento da análise

comparativa entre os sistemas estruturais concreto armado e alvenaria estrutural.

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Desenvolvimento do projeto estrutural e do planejamento da execução: nesta etapa serão

desenvolvidos o projeto estrutural para a solução em alvenaria estrutural e também o

cronograma de execução (diagrama de Gantt) para os dois sistemas construtivos.

Para o desenvolvimento do projeto em alvenaria será utilizada a NBR 10837:1989 – Cálculo

de Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de Concreto – para balizar os procedimentos de

cálculo. As contas serão efetuadas sem auxílio de programas de cálculo estrutural. Quando o

autor julgar necessário, será utilizado o programa Microsoft Excel para auxiliá-lo nas contas.

Os diagramas de Gantt serão desenvolvidos através do programa Microsoft Project.

Estudo comparativo e análise de resultados: serão confrontados os resultados relativos ao

tempo total de execução da estrutura do edifício, no caso dos dois sistemas construtivos, e

condições favoráveis para o emprego de cada sistema, vindo-se a desenvolver considerações

finais acerca do que foi observado.

5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO EM ALVENARIA

ESTRUTURAL

Como apresentado anteriormente, sabemos que a alvenaria estrutural necessita de amarração

entre os blocos e que os mesmos sejam modulados. Para tanto, foi necessário realizar

pequenas alterações no projeto arquitetônico para que o mesmo se adequasse à modulação da

alvenaria. As paredes foram deslocadas poucos centímetros de suas posições originais e os

vãos de janela também foram modificados.

Como já abordado anteriormente, o problema da não congruência de paredes em edificações

executadas em alvenaria estrutural é a transmissão de esforços. No caso da edificação em

estudo foi observado que, a fim de conservar ao máximo a concepção arquitetônica inicial,

seria necessário adotar uma solução mista de concreto armado e alvenaria estrutural. Em

alguns pontos, em que haviam paredes no andar superior que não existiam no pavimento

térreo foi necessário estabelecer vigas para realizar a adequada transmissão de esforços e

evitar deformações excessivas nas lajes. No caso de paredes pequenas não foram

dimensionadas vigas, deixando que os esforços provenientes das mesmas fossem absorvidos

pelas lajes. Nesses casos seguiu-se a recomendação usual de utilizar-se reforços nas lajes,

colocando várias vigotas pouco espaçadas a fim de evitar a deformação excessiva. No caso da

viga da garagem, em que havia um vão elevado (maior que 6,5 m) foi prevista a execução de

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pilares para receber tamanha carga concentrada. À seguir serão apresentados os projetos e

explicitados os cálculos das vigas e pilares.

5.1 APRESENTAÇÃO DO PROJETO

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22

PROCEDIMENTO DE CÁLCULO ADOTADO

Para o cálculo das ações atuantes nas paredes, foram assumidos grupos isolados de paredes

para a distribuição das cargas verticais. Esse método é considerado pelo meio técnico como

adequado a edificações de qualquer altura e também como sendo bastante seguro, uma vez

que geralmente resulta em especificações adequadas para os blocos. Ademais, esse

procedimento ainda tem como vantagem o fato de apresentar resultados econômicos na

especificação de blocos, apresentando, em geral, redução significativa nas resistências

necessárias quando comparado ao método das paredes isoladas.

Ramalho e Corrêa (2003) definem um grupo como sendo um conjunto de paredes supostas

totalmente solidárias. Neste caso, as forças de interação em cantos e bordas são consideradas

suficientes para transmitir os esforços de maneira a garantir o seu espalhamento e uma

uniformização total em uma pequena altura. Os autores ainda ressaltam que a confiabilidade

desse processo é maior quando as aberturas (portas, janelas, etc.) na alvenaria forem

consideradas como limites entre os grupos. Dessa maneira, as forças de interação são

desconsideras quando há presença de uma abertura.

Para efeito prático, o procedimento adotado consiste, inicialmente, no cálculo das cargas

atuantes em cada parede isolada. Em seguida as ações atuantes nas paredes pertencentes a um

mesmo grupo são somadas e posteriormente distribuídas pelo comprimento total do grupo.

5.2 MEMORIAL DE CÁLCULO

O presente memorial tem como objetivo descrever os procedimentos de cálculo adotados para

o dimensionamento da edificação em estudo em alvenaria estrutural. Todas as dimensões aqui

utilizadas podem ser conferidas através das plantas exibidas anteriormente, bem como o

detalhamento de algumas soluções.

5.2.1 DIMENSIONAMENTO DAS LAJES

As ações verticais atuantes em uma laje podem ser de três tipos:

q – carga acidental;

g1 – carga permanente estrutural;

g2 – sobrecarga permanente.

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Considerando uma espessura média englobando contrapiso e revestimento da laje como 6 cm

e uma argamassa de γ = 19 kN/m³, temos:

» Lajes de Pavimentos:

g2= 14,11906,0 =× kN/m²

q=1,5 kN/m²

subtotal = 2,64 KN/m²

» Lajes de Forro

g2= 32,1 telhado)do (peso75,0rev.) de reduzida espessura(19015,0 =+× KN/m²

q=0,5 KN/m²

subtotal = 1,82 KN/m²

Na solução em alvenaria estrutural serão utilizadas lajes pré-moldadas, assim como as

existentes no projeto pré-concebido em concreto armado para efeito de comparação. O

dimensionamento das lajes será feito de maneira simplificada utilizando tabelas que evitam o

cálculo detalhado. Inicialmente será utilizada a tabela expressa abaixo, extraída de Carvalho e

Figueiredo (2003), para pré-dimensionar as alturas necessárias para as lajes em função da

carga e vãos livres máximos. Na tabela 1, p é a carga atuante na laje desconsiderando-se o

peso próprio (g1). A tabela 1 considera lajes simplesmente apoiadas.

Tabela 1 – Alturas iniciais para lajes pré-moldadas em função de carga e vãos livres máximos

Altura Total da Laje (cm) Peso próprio (kN/m²) p < 1,0 kN/m² (forro) 2,0 kN/m² < p < 5,0 kN/m²

10 1,1 3,5 m - 12 1,41 5,0 m 4,5 m 14 1,5 6,0 m 5,5 m

16 ou maior > 1,61 - > 5,5 m

No caso do primeiro pavimento encontramos as lajes trabalhando com vão máximo de 4,5 m

(L112). De acordo com a tabela 1 seria possível utilizar uma laje β12, entretanto, como o vão

máximo está no limite, preferiu-se arbitrar a laje como β16 (próxima dimensão comercial

encontrada) à favor da segurança. No caso da cobertura temos vão máximo de 4,20 m (L211),

que implica em uma β12.

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As lajes adotadas β16 e β12 têm peso próprio igual a 1,61 kN/m² e 1,41 kN/m²,

respectivamente. Dessa maneira temos as seguintes cargas totais atuantes nas lajes:

Lajes de piso g = 2,64+1,61=4,25 kN/m²

Lajes de cobertura g = 1,82+1,41=3,23 kN/m²

Em Carvalho e Figueiredo (2003), são apresentadas tabelas que relacionam valores de vão

máximo, em função da altura da laje, com a quantidade de armadura necessária e contraflecha

utilizada para atender os estados de deformação excessiva e limite último. Os valores

encontrados, para as lajes do projeto serão expressos na tabela 2.

Tabela 2: Armadura e contraflecha utilizadas para atendimento dos estados de deformação excessiva e

limite último

Laje lx (m) Carga (kN/m²)

Especificação da Laje Classe Armadura

(cm²) Contraflecha

(mm)

L101 2,85 4,25 β16 10,00 0,72 1,00 L102 2,85 4,25 β16 10,00 0,72 1,00 L103 3,00 4,25 β16 11,00 0,79 1,00 L104 4,20 4,25 β16 21,00 2,04 10,00 L105 1,10 4,25 β16 6,00 0,49 0,00 L106 1,95 4,25 β16 6,00 0,49 0,00 L107 1,05 4,25 β16 6,00 0,49 0,00 L108 3,30 4,25 β16 13,00 0,95 2,00 L109 1,65 4,25 β16 6,00 0,49 0,00 L110 3,90 4,25 β16 18,00 1,53 7,00 L111 3,30 4,25 β16 13,00 0,95 2,00 L112 4,50 4,25 β16 23,00 2,47 12,00 L201 2,55 3,23 β12 6,00 0,49 0,00 L202 3,00 3,23 β12 8,00 0,59 1,00 L203 2,25 3,23 β12 6,00 0,49 0,00 L204 4,20 3,23 β12 17,00 1,39 11,00 L205 2,10 3,23 β12 6,00 0,49 0,00 L206 3,30 3,23 β12 10,00 0,72 2,00 L207 1,65 3,23 β12 6,00 0,49 0,00 L208 3,90 3,23 β12 15,00 1,15 8,00 L209 3,30 3,23 β12 10,00 0,72 2,00 L210 1,50 3,23 β12 6,00 0,49 0,00 L211 4,20 3,23 β12 17,00 1,39 11,00

DIMENSIONAMENTO DAS PAREDES

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Cálculo do peso das paredes

Para o cálculo do peso próprio das paredes será considerado que os blocos serão revestidos

com argamassa com espessura média de 1,0 cm (2 cm no total). O peso da alvenaria (em

kN/m) será obtido multiplicando o peso de um bloco cerâmico de dimensão 14x19x29 (5,4

kg) pela quantidade de blocos por m² (16,67) pelo pé direito (2,8 m) e finalmente pela

gravidade. Desta maneira temos:

g = 0,02 x 19 x 2,80 + (16,67 x 5,4 x 2,80 x 9,8)/1000 = 3,53 kN/m

Distribuição do peso da laje nas paredes

Os carregamentos provenientes das lajes serão transmitidos para as paredes perpendiculares às

vigotas pré-moldadas, de modo que cada parede receberá a metade da carga da laje. O

resultado do cálculo das cargas em cada parede será expresso na tabela 3 e tabela 4.

Cálculo do peso na região da escada

Na região da escada iremos considerar um carregamento de 6 kN/m²/pavimento, devido à

escada, sendo distribuído entre as paredes em que a mesma se apoia (P105, P106, P107 e

P108). Desta maneira obteremos o seguinte carregamento distribuído:

g = 6 x (3,00 x 2,11)/8,39 = 4,53 kN/m

Cálculo do peso total das paredes

Agora podemos calcular o carregamento na base de cada parede dos pavimentos,

considerando-se as paredes trabalhando isoladamente. No desenvolvimento dos cálculos

foram assumidas as seguintes considerações:

• No caso de paredes em que atuam diferentes carregamentos provenientes das lajes (ex:

quando há diminuição do vão da laje devido à composição arquitetônica) foi

considerado para efeito de simplificação de cálculos somente o carregamento crítico;

Carga ( )[ ] parede da efetivo comp.2parede pp.altura vergacomp. ÷÷××=

Em que pp. da parede = 1,26 kN/m²

Desta maneira, temos:

Carga = ( )[ ] (kN/m) efetivo comp.2altura vergacomp.1,26 =÷÷××

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Tabela 3 - Distribuição das cargas provenientes das lajes de pavimento nas paredes do térreo

Tabela 4 – Distribuição das cargas provenientes das lajes de cobertura nas paredes do pavimento superior

Laje lx (m)

Carga (kN/m²)

Carga distribuída nas paredes (kN/m) P202 P204 P206 P208 P210 P212 P213 P214 P215 P216 P217 P218 P219 P220 P222 P223 P224 P226 P227 P232

L201 2,55 3,23 4,12 4,12 - - - 3,15 - - - - - - - - - - - - - - L202 3,00 3,23 - 4,85 4,85 - - - - - - - - - - - - - - - - - L203 2,25 3,23 - - 3,63 3,63 - - - - 3,63 - - - - - - - - - - - L204 4,20 3,23 - - - 6,78 6,78 - - - - - 6,78 - - - - - - - - - L205 2,10 3,23 - - - - - - 3,39 - - - - - - 3,39 - - - - - - L206 3,30 3,23 - - - - - - - 5,33 - - - - - - - 5,33 - - - - L207 1,65 3,23 - - - - - - - - - 2,66 - - - - - - 2,66 - - - L208 3,90 3,23 - - - - - 6,30 - - - - - 6,30 6,30 - - - - - - - L209 3,30 3,23 - - - - - - - - - - - - 5,33 - 5,3  - - - - - L210 1,50 3,23 - - - - - - - - - - - - - - - - 2,42 2,42 - - L211 4,20 3,23 - - - - - - - - - - - - - - 6,78 - - - 6,78 3,4 

Laje lx (m)

Carga (kN/m²)

Carga distribuída nas paredes (kN/m) P102 P103 P104 P106 P108 P110 P111 P112 P114 P116 P119 P120 P121 P122 P123 P124 P125 P128 P129 P130 P133

L101 2,85 4,25 6,06 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - L102 2,85 4,25 - 6,06 - - - 6,06 - - - - - - - - - - - - - - - L103 3,00 4,25 - - 6,38 6,38 - - - 6,38 - 4,14 - - - - - - - - - - 4,14 L104 4,20 4,25 - - - - 8,93 - - - - - - - 6,69 - - - - - - - - L105 1,10 4,25 - - - - - - - - - - - - - - - 2,34 - - - 2,34 - L106 1,95 4,25 - - - - - - 4,14 - 4,14 - - - - - - - - - - - - L107 1,05 4,25 - - - - - - - - - 2,23 2,23 - - - - - - - - - 2,23 L108 3,30 4,25 - - - - - - - - - - 7,01 - 7,01 - - - - - - - - L109 1,65 4,25 - - - - - - - - - - - - - 3,51 3,51 - - - - - - L110 3,90 4,25 - - - - - - - - 8,29 8,29 - - - - - - 8,29 - - - - L111 3,30 4,25 - - - - - - - - - - - 7,01 - - - - - 7,01 - - - L112 4,50 4,25 - - - - - - - - - - - - - - 9,56 - - - 9,56 - -

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Inicialmente, foram efetuados os cálculos das cargas atuantes nas paredes de cada pavimento

isoladamente, considerando-se somente ação de lajes e vergas. Os resultados dos cálculos

serão expressos a seguir (tabela 5 e

tabela 6).

Tabela 5 – Carregamento total atuante na base das paredes do pavimento inferior desconsiderando-se as

ações provenientes do andar superior.

Parede Comp. Efetivo

Carregamentos (kN/m) Vergas Total (kN/m) Laje P.Próprio Escada Comp. Altura Carga

P101 2,09 - 3,53 - 0,90 0,40 1,52 5,05 P102 1,34 6,06 3,53 - 0,90 2,00 3,04 12,62 P103 1,74 6,06 3,53 - 1,50 1,60 0,87 10,46 P104 1,65 6,38 3,53 - 0,70 0,60 1,51 11,42 P105 1,49 - 3,53 4,53 1,50 1,60 1,47 9,53 P106 3,45 6,38 3,53 4,53 0,70 0,60 0,72 15,16 P107 0,60 - 3,53 4,53 0,90 1,20 1,13 9,19 P108 5,24 8,93 3,53 4,53 - - - 16,99 P109 4,20 - 3,53 - - - - 3,53 P110 5,69 6,06 3,53 - 0,90 0,40 0,56 10,99 P111 0,60 4,14 3,53 - 1,50 0,60 6,12 13,80 P112 0,30 6,38 3,53 - 0,70 0,60 8,32 18,22 P113 1,05 - 3,53 - 0,80 0,60 3,88 7,41 P114 1,64 8,29 3,53 - 1,50 0,60 10,31 22,13 P115 3,75 - 3,53 - - - - 3,53 P116 1,15 10,52 3,53 - 0,60 0,60 1,28 15,33 P117 0,91 - 3,53 - - - - 3,53 P118 1,19 - 3,53 - - - - 3,53 P119 2,10 9,24 3,53 - 0,70 0,60 1,67 14,44 P120 0,74 7,01 3,53 - 3,00 3,40 8,68 19,23 P121 1,49 13,71 3,53 - 0,80 0,60 3,88 21,12 P122 3,15 3,51 3,53 - - - - 7,04 P123 4,06 13,07 3,53 - - - - 16,60 P124 0,30 2,34 3,53 - 0,90 2,20 4,16 10,03 P125 1,34 8,29 3,53 - 3,00 0,60 10,12 21,94 P126 1,05 - 3,53 - 1,50 1,60 1,44 4,97 P127 2,09 - 3,53 - 1,50 1,60 1,45 4,98 P128 0,75 7,01 3,53 - 3,00 3,40 8,57 19,11 P129 5,10 9,56 3,53 - 1,50 1,60 0,30 13,39 P130 1,19 2,34 3,53 - 0,90 2,40 4,64 10,51 P131 1,04 - 3,53 - 0,90 2,40 3,39 6,92 P132 0,89 - 3,53 - 0,90 3,40 2,17 5,70

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28

P133 0,29 6,38 3,53 - 0,60 0,60 5,06 14,97

Tabela 6 - Carregamento total atuante na base das paredes do pavimento superior

Parede Comp. Efetivo

Carregamentos (kN/m) Vergas Total (kN/m) Laje P.Próprio Escada Comp. Altura Carga

P201 0,60 - 3,53 - 1,50 0,40 0,63 4,16 P202 2,85 4,12 3,53 - - - - 7,65 P203 1,04 - 3,53 - 1,50 0,40 0,97 4,50 P204 4,21 8,96 3,53 - - - - 12,49 P205 1,49 - 3,53 - 1,50 0,40 0,25 3,78 P206 3,30 8,48 3,53 - 0,70 0,60 0,98 12,99 P207 1,79 - 3,53 - 2,10 0,40 0,30 3,83 P208 3,75 10,42 3,53 - 0,70 0,60 1,04 14,99 P209 0,90 - 3,53 - 2,10 0,40 0,59 4,12 P210 1,49 6,78 3,53 - 1,95 0,60 4,93 15,25 P211 0,74 - 3,53 - - - - 3,53 P212 3,00 6,30 3,53 - 1,50 0,40 1,79 11,62 P213 4,00 3,39 3,53 - 0,70 0,60 0,07 6,99 P214 1,34 5,33 3,53 - 0,70 0,60 2,74 11,59 P215 0,29 3,63 3,53 - 0,70 0,60 9,68 16,84 P216 4,06 2,66 3,53 - 0,70 0,60 0,07 6,26 P217 1,79 6,78 3,53 - 1,95 0,60 4,23 14,55 P218 3,59 6,30 3,53 - 1,50 0,40 1,42 11,25 P219 4,50 11,63 3,53 - - - - 15,16 P220 2,25 3,39 3,53 - 0,70 0,70 0,27 7,20 P221 0,44 - 3,53 - 0,70 0,60 1,20 4,73 P222 4,36 12,11 3,53 - - - - 15,64 P223 1,19 5,33 3,53 - 0,70 0,60 2,01 10,87 P224 3,01 5,09 3,53 - - - - 8,62 P225 0,74 - 3,53 - 0,90 0,40 0,61 4,14 P226 3,01 2,42 3,53 - - - - 5,95 P227 3,29 6,78 3,53 - 0,70 0,60 0,88 11,20 P228 0,90 - 3,53 - 2,10 0,40 0,59 4,12 P229 1,79 - 3,53 - 1,50 0,40 0,51 4,04 P230 2,24 - 3,53 - 1,50 0,40 0,34 3,87 P231 1,20 - 3,53 - 1,50 0,40 0,32 3,85 P232 0,29 3,39  3,53 - 0,70 0,60 5,01 11,93

Posteriormente ao cálculo isolado das paredes nos pavimentos as plantas dos andares foram

sobrepostas, com auxílio do software AutoCAD, para saber como ocorreria a transmissão de

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cargas do pavimento superior para o inferior. Esse processo se torna mais complicado para o

caso de sobrados, devido a não congruência das paredes, diferentemente de um edifício

multifamiliar em que se tenha todos os pavimentos tipo (que para se obter a carga no

pavimento inferior basta multiplicar a carga de um andar pelo número total de pavimentos).

Após a análise da transmissão dos esforços foram identificadas quais paredes do pavimento

superior carregavam as do andar inferior, verificando-se que em uma parede atuavam

diferentes carregamentos distribuídos ao longo de seu comprimento. Segundo a NBR

10837:1989, o espalhamento das cargas concentradas ou parcialmente distribuídas se dá a 45º,

como pode ser visto na figura 3, permitindo a consideração de que as mesmas são distribuídas

uniformemente dentro desses planos inclinados. Como neste projeto foi adotado um pé direito

de 2,8 m, seria necessário que duas cargas fossem afastadas de uma distância maior que 5,6 m

para que não fossem sobrepostas na base das paredes.

Figura 3 – Distribuição das cargas verticais em seções horizontais em paredes estruturais

Foi verificado, no caso em estudo, que todas as paredes apresentam comprimentos

relativamente pequenos, não ocorrendo nenhum caso em que duas cargas estivessem a uma

distância superior a 5,6 m. Portanto, é razoável considerar as cargas como totalmente

sobrepostas na base das paredes, para efeito de simplificação de cálculos. À seguir será

exposto na figura 4 um exemplo de como foi calculada a transmissão de esforços para uma

das paredes.

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30

Figura 4 – Carga total na base da parede P110

No caso dos carregamentos concentrados, a distribuição de cargas foi calculada dividindo-se o

valor da carga concentrada pelo comprimento efetivo da parede. Esse valor era depois somado

aos demais carregamentos distribuídos atuantes na mesma parede em questão.

Os resultados finais das cargas atuantes na base do pavimento inferior foram organizados na

tabela 7.

Tabela 7 – Carga total atuante na base das paredes do pavimento inferior

ParedeComp. Efetivo

(m)

Carga Base 

(kN/m) 

Carga Base (kN) 

P101 2,09 5,05  10,55 

P102 1,34 12,47  16,71 

P103 1,74 13,15  22,88 

P104 1,65 23,91  39,45 

P105 1,49 13,31  19,83 

P106 3,45 28,15  97,12 

P107 0,60 13,02  7,81 

P108 5,24 31,98  167,58 

P109 4,20 3,53  14,83 

P110 5,69 14,52  82,62 

P111 0,60 25,42  15,25 

P112 0,30 30,71  9,21 

P113 1,05 7,41  7,78 

P114 1,64 33,75  55,35 

P115 3,75 3,53  13,24 

P116 1,15 15,33  17,63 

P117 0,91 10,52  9,57 

P118 1,19 10,73  12,77 

P119 2,10 26,03  54,66 

P120 0,74 34,87  25,80 

P121 1,49 27,38  40,80 

P122 3,15 13,3  41,90 

P123 4,06 29,95  121,60 

P124 0,30 24,58  7,37 

P125 1,34 33,19  44,47 

P126 1,05 9,09  9,54 

P127 2,09 9,02  18,85 

P128 0,75 34,75  26,06 

P129 5,10 17,26  88,03 

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31

P130 1,19 14,65  17,43 

P131 1,04 18,12  18,84 

P132 0,89 16,9  15,04 

P133 0,29 21,96  6,37 

Na tabela 7 podemos observar inicialmente que a parede 120 é a mais solicitada, com um

carregamento de 34,87 kN/m. Contudo, como foi afirmado no início dessa seção, as paredes

serão consideradas trabalhando em grupos para o dimensionamento dos blocos. Desta

maneira, será analisada a nova distribuição de carregamentos considerando-se grupo de

paredes isoladas (tabela 8). As configurações dos grupos podem ser observadas juntamente

com as plantas estruturais.

Tabela 8 – Cargas atuantes na base das paredes do pavimento inferior considerando-se que as mesmas

trabalham em grupos isolados.

Grupo Paredes Carga Comp. Carga Total (kN)

Total (m)

Grupo (kN/m)

1 101 10,55 2,09 5,05 2 102 16,71 1,34 12,47 3 103;104 62,33 3,39 18,39 4 110;111;112 107,08 6,59 16,25 5 105;106 116,95 4,94 23,67 6 107;108;109;113 197,99 11,09 17,85 7 121;122;124 90,07 4,94 18,23 8 114;115;116;117;118;119;133 169,59 11,03 15,38 9 120;123;130 164,83 5,99 27,52

10 125;126 54,02 2,39 22,60 11 127 18,85 2,09 9,02 12 128;129;132 129,13 6,74 19,16 13 131 18,84 1,04 18,12

Observando a tabela 8, vemos que o grupo que contém a parede 120 (a mais carregada

considerando-se as paredes atuando isoladamente) é o mais carregado. Contudo, o

carregamento que antes era de 34,87 kN/m foi diluído nas paredes do grupo e agora é de 27,52

kN/m. Desta maneira, assumindo o valor do carregamento atuante no grupo 9 como sendo o

carregamento crítico, podemos dimensionar os blocos.

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32

]

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Dimensionamento dos Blocos

No dimensionamento de uma parede deve ser levada em conta a eficiência da mesma. A

eficiência relaciona a resistência da parede (ou do prisma) com a resistência do bloco que a

compõe. No caso de paredes executadas com blocos cerâmicos a eficiência prisma-bloco pode

variar de 0,3 a 0,6. Os blocos serão dimensionados considerando-se uma eficiência de 50%

entre a resistência do prisma e a do bloco. Desta maneira temos que fp = 0,5fb. Para o cálculo

da resistência do prisma serão utilizadas as fórmulas seguintes, extraídas da NBR 1083: 1989.

Para paredes:

Onde: Fp = resistência média dos prismas h = altura efetiva t = espessura efetiva A = área líquida

Para pilares (L/e <5):

Foi verificado que nenhum dos grupos de paredes se apresentava como pilar. Portanto os

blocos foram dimensionados em todos os casos como paredes. Após os cálculos os resultados

obtidos foram organizados na tabela 9.

Podemos observar que todos os grupos estão bem abaixo da resistência mínima exigida pela

NBR 6136 – Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural que é de 4,5

MPa. Já NBR 7171 – Bloco Cerâmico para Alvenaria exige que a resistência mínima para

blocos portantes cerâmicos seja de 4 MPa. Entretanto, como está sendo usada a norma de

blocos de concreto para balizar os cálculos, serão adotados para toda a edificação blocos de

4,5 MPa.

Não foram analisados os efeitos horizontais atuantes na estrutura por se tratar de uma

edificação com altura reduzida, que apresenta carga de vento insignificante.

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Tabela 9 - Cálculo do fb necessário para o 1º pavimento

Grupo Carga 1º

Pavimento (kN/m)

Tensão P/A

(kN/m²)

fp (kN/m²) fp (MPa) fb (MPa)

5,05 36,07 206,12 0,21 0,41 2 12,47 89,07 508,98 0,51 1,02 3 18,39 131,34 750,50 0,75 1,50 4 16,25 116,07 663,24 0,66 1,33 5 23,67 169,10 966,28 0,97 1,93 6 17,85 127,52 728,71 0,73 1,46 7 18,23 130,23 744,16 0,74 1,49 8 15,38 109,82 627,57 0,63 1,26 9 27,52 196,56 1123,19 1,12 2,25

10 22,60 161,44 922,54 0,92 1,85 11 9,02 64,43 368,16 0,37 0,74 12 19,16 136,85 781,99 0,78 1,56 13 18,12 129,43 739,59 0,74 1,48

Dimensionamento das vigas

Inicialmente, as alturas das vigas foram pré-dimensionadas seguindo-se a recomendação da

NBR 6118:1980 de que a altura útil d a ser adotada a fim de evitar a deformação excessiva,

deve obedecer à seguinte equação:

32 ψψld⋅

≥ , sendo l o vão da viga e Ψ2 e Ψ3, estando indicados nas tabelas à seguir.

Tabela 10 – Valores de Ψ2

Vigas Ψ2 Simplesmente apoiadas 1,0 Contínuas 1,2 Duplamente engastadas 1,7 Em balanço 0,5

Tabela 11 – Valores de Ψ3

Aço Ψ3 CA-25 25 CA-40 20 CA-50 17 CA-60 15

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A tabela 12, nos mostra quais foram as alturas assumidas para as vigas. É interessante

observar que a altura adotada para quase todas as vigas está muito além do necessário. Esse

procedimento foi seguido por dois motivos: racionalização da produção das vigas através da

adoção de uma dimensão padrão; adequação a modulação da alvenaria, uma vez que os blocos

apresentam 20 cm de altura.

Tabela 12 – Determinação da altura das vigas

Viga b (cm) Ψ l máx (cm) d = l/(17.Ψ) h = d+5 (cm) h adotado (cm) V101 14,00 1,00 270,00 15,88 20,88 40,00 V102 14,00 1,00 450,00 26,47 31,47 40,00 V103 14,00 1,00 315,00 18,53 23,53 40,00 V104 14,00 1,00 417,00 24,53 29,53 40,00 V105 14,00 1,20 640,00 31,37 36,37 40,00 V201 14,00 1,00 210,00 12,35 17,35 20,00

6 PLANEJAMENTO DE EXECUÇÃO

O foco do presente trabalho é a comparação entre os sistemas estruturais concreto armado e

alvenaria estrutural. Para tanto, o planejamento para execução será desenvolvido somente para

as etapas de infra-estrutura, estrutura e obra bruta que evidenciará algumas diferenças entre os

dois sistemas. As demais etapas da obra não serão dimensionadas uma vez que serão similares

para os dois casos.

Antes do início do planejamento físico foi necessário, inicialmente, o desenvolvimento de

uma solução em alvenaria estrutural para a edificação, como já mostrado. Além da solução

estrutural em alvenaria, também foi necessário desenvolver os projetos de sistemas prediais da

edificação, uma vez que o aluno não possuía os originais da residência. Os mesmos foram

usados para realizar levantamento quantitativo dos materiais utilizados nas instalações

elétricas e hidráulicas da edificação para dimensionar a duração desses serviços no

planejamento de obra.

No desenvolvimento desses projetos foram utilizados dois softwares com o intuito de agilizar

os trabalhos: o projeto hidro-sanitário foi desenvolvido no CAD/Hidro e o elétrico, no

CAD/Elet.

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Após o levantamento de todos os quantitativos dos serviços referentes às etapas de estrutura e

obra bruta, iniciou-se o planejamento do empreendimento. Inicialmente foi fixada uma equipe

padrão para desenvolver as duas soluções estruturais, a fim de viabilizar a comparação entre

os dois sistemas. A equipe dimensionada foi de quatro oficiais e dois serventes, totalizando

seis operários. Essa equipe foi dimensionada com base em estudos e conhecimentos empíricos

do setor da construção que afirmam que a proporção entre oficiais e serventes é de dois para

um, ou seja, a cada dois oficiais temos um servente. A equipe foi dimensionada com um total

de seis pessoas por se considerar esse um número razoável de mão-de-obra para a tipologia de

edificação em estudo.

Após o estabelecimento da equipe foi utilizada a TCPO para calcular o tempo gasto para

executar cada serviço na obra. Este livro fornece o número de horas/homem necessárias para

executar uma unidade de cada serviço. De posse desse valor unitário é possível calcular o

tempo total gasto para executar a atividade em questão. A relação de serviços e os cálculos

efetuados estão organizados em planilhas em anexo no fim do trabalho.

O cálculo da duração foi efetuado adotando como verdadeira a teoria de que os oficiais são

responsáveis pela duração dos serviços. Desta maneira, as atividades foram organizadas no

MS Project de acordo com a sua seqüência executiva, compondo a rede de precedências e o

diagrama de Gantt. Então os recursos (mão-de-obra) disponíveis foram atribuídos às

atividades presentes no cronograma, de maneira a tentar otimizar ao máximo a equipe. À

medida que os recursos iam sendo alocados, utilizava-se a ferramenta “gráfico de recursos”

que mostrava quanto da mão-de-obra estava sendo utilizada simultaneamente. No caso de

ocorrência da determinação de um número de recursos maior do que os disponíveis na obra o

cronograma tinha que ser revisto e as atividades redistribuídas. Da mesma maneira, quando

havia momentos em que havia somente parte da equipe trabalhando, era realizada uma

realocação para aproveitar ao máximo os recursos disponíveis. É importante lembrar que em

nenhum momento foram incluídos os serventes no cronograma, pois como foi explicado no

começo do parágrafo, a sua importância é secundária no estabelecimento da duração.

Entretanto, eles são considerados implicitamente. Os resultados obtidos serão expressos nos

itens seguintes.

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37

6.1 PROJETO EM CONCRETO ARMADO

O planejamento foi desenvolvido considerando-se o trabalho fixo, ou seja, era fixada a

quantidade de horas referente a cada atividade. Então eram inseridos os recursos que estariam

desenvolvendo aquela atividade e o Project calculava a duração. A figura 5, nos mostra os três

parâmetros levados em conta para o cálculo da duração: trabalho (hrs); distribuição de

recursos e duração. Esses três fatores são interligados e se algum deles for alterado,

consequentemente, todos os outros serão. O levantamento quantitativo detalhado, que levou

aos dados presentes nas figuras abaixo pode ser visto no Anexo 2 do presente trabalho.

Figura 5 – Cálculo da duração pelo MS Project

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38

É interessante destacar que o único serviço não calculado como trabalho fixo foi a execução

de estaca Strauss. Esse serviço foi considerado terceirizado e sua duração foi calculada da

seguinte maneira: Dividiu-se o número de metros de estaca que deveria ser executados na

obra (460) pela produtividade média diária encontrada na TCPO (23).

A figura a seguir nos mostra a distribuição das atividades ao longo do período de execução de

obra (para as fases de estrutura e obra bruta).

Figura 6 – Diagrama de Gantt para a solução em concreto armado

6.2 PROJETO EM ALVENARIA ESTRUTURAL

Para o desenvolvimento do planejamento de execução da solução em alvenaria, alguns

quantitativos foram assumidos como sendo os mesmos levantados para a solução em concreto

armado, por serem muito semelhantes para as duas situações. O trabalho realizado para

execução de alvenaria e dos elementos de concreto (pilares e vigas) foi recalculado para esta

solução.

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39

Figura 7 – Cálculo da duração para a solução em alvenaria

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40

Figura 8 – Diagrama de Gantt para a solução em alvenaria estrutural

7 Conclusões

Assim como era de se esperar foi observado que a execução em alvenaria estrutural foi mais

rápida que a solução em concreto armado. A diferença mais significativa entre os dois

sistemas ocorre devido ao fato de a solução em alvenaria dispensar a montagem de fôrmas e

armações. Outra diferença sensível entre os dois sistemas é o fato de que a solução em

alvenaria já realiza a passagem de eletrodutos juntamente com a elevação da alvenaria, o que

elimina a etapa de corte da vedação, proporcionando aumento na velocidade de execução e

uma obra mais limpa. As instalações hidráulicas também são realizadas em menor tempo,

pelo fato de serem locadas em shafts. Portanto conclui-se que a solução em alvenaria é mais

racionalizada e adequada para esta edificação.

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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10837: Cálculo de

Alvenaria Estrutural de Blocos Vazados de Concreto. Rio de Janeiro, 1989.

BERNARDES, M. M. S. Planejamento e Controle da Produção para Empresas de Construção

Civil. 1ª edição. Ed. LTC, 2003. 208 p.

CARVALHO, R. C.; FIGUEIREDO FILHO, J. R. Cálculo e Detalhamento de Estruturas

Usuais de Concreto Armado Segundo a NBR 6118:2003. 2ª edição. São Carlos: Ed.

EDUFSCAR, 2005. 374 p.

FRANCO, L. S. Aplicação de diretrizes de racionalização construtiva para a evolução

tecnológica de processos construtivos em alvenaria estrutural não armada. 1992. 319 p. Tese

(Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1992.

NOCÊRA, R. J. E.; Planejamento E Controle de Obras com o Microsoft Project 2003. 2ª.

edição. 2004. 402p.

PARSEKIAN, G. A.; FURLAN JUNIOR, S. Compatibilização de projetos de alvenaria

estrutural. III Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção. São Carlos, SP.

PAYNE, A. C.; CHELSOM, J. V.; REAVILL, L. R. P. Gerenciamento para Engenheiros,

Cientistas e Tecnólogos. 2ª edição. Ed. LTC, 2006. 356 p.

RAMALHO, M. A.; CORRÊA, M. R. S. Projeto de Edifícios de Alvenaria Estrutural. 1ª

edição. São Paulo: Ed. Pini, 2003. 174 p.

TCPO - Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos. 12ª Ed. São Paulo:

Editora Pini, 2003.

VILATÓ, R. R.; FRANCO, L. S. Racionalização do Projeto de Edifícios em Alvenaria

Estrutural. Notas de aula – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

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ANEXO 1 – PROJETOS ELÉTRICO E HIDRÁULICO

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ANEXO 2 – LEVANTAMENTO QUANTITATIVO DE

MATERIAIS E SERVIÇOS PARA ELABORAÇÃO DO

CRONOGRAMA FÍSICO

SERVIÇOS PRELIMINARES 

DESCRIÇÃO  UNID.  QUANTIDADECONSUMO UNIT. (H OFICIAL) 

CONSUMO TOTAL (H) 

CORTE DE CAPOEIRA  M²  450  0,0774 34,83 

TAPUME DE MADEIRA  M² TAPUME  180  0,8  144 

ABRIGO PROVISÓRIO DE MADEIRA  M² PROJEÇÃO  21  12,3  258,3 

EXECUÇÃO DE GABARITOS  M² PROJEÇÃO  180,95  0,13  23,5235 

INSTALAÇÃO DE MEDIDOR POLIFÁSICO             

CBE  M  40,00  0,30  12,00 

ARAME 0,1  KG  2,00  0,10  0,20 

TUBO DE 102 MM  BARRA  1,00  9,10  9,10 

CAPS DE 102 MM  UNID.  1,00  0,30  0,30 

CAIXA DE PASSAGEM 20 X 20 CM  UNID.  1,00  1,30  1,30 

REC PARA 1 CASTANHA  UNID.  1,00  0,50  0,50 

CAIXA DE PADRÃO POLIFÁSICO  UNID.  1,00  6,00  6,00 

ABRAÇADEIRA DE 102 MM  UNID.  1,00  0,30  0,30 

PVC DE 1"  M  21,00  0,60  12,60 

LUVAS DE PVC 1"  UNID.  2,00  0,06  0,12 

CABEÇOTE DE 1"  UNID.  2,00  0,50  1,00 

PVC DE 3/4"  M  9,00  0,50  4,50 

LUVAS DE PVC 3/4"  UNID.  1,00  0,03  0,03 

CAIXA 4 X 4  UNID.  1,00  0,15  0,15 

CURVA S DE 1"  UNID.  1,00  0,18  0,18 

BUCHA E ARRUELA DE 1"  UNID.  4,00  0,01  0,04 

HASTE TERRA GALVANIZADA  UNID.  2,00  7,00  14,00 

DISJUNTOR 3 X 60  UNID.  1,00  1,00  1,00 

CABO ISOLADO 16 MM  M  30,00  0,13  3,90 

TERMINAL EM CRUZ DE 16 MM  UNID.  2,00  0,30  0,60 

TERMINAL DE 25"  UNID.  3,00  0,30  0,90 

FITA ISOLANTE  UNID.  1,00  0,20  0,20 

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INFRA‐ESTRUTURA 

DESCRIÇÃO  UNID.  QUANTIDADECONSUMO UNIT. 

(H OFICIAL) CONSUMO TOTAL (H) 

BLOCOS E BALDRAMES             ESCAVAÇÃO MANUAL DE BLOCOS E BALDRAMES 

M³  5,77  4  23,08 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐50  KG  401  0,08  32,08 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐60  KG  92  0,08  7,36 CONCRETO 20 MPA ‐ TRANSP., LANÇ., ADENSAMENTO 

M³  5,77  1,62  9,3474 

ESTRUTURA 

DESCRIÇÃO  UNID. QUANTIDAD

E CONSUMO UNIT. (H 

OFICIAL) CONSUMO TOTAL (H) 

PILARES ‐ 1 PAVIMENTO             CORTE E DOBRA DE ARMADURA PARA PILAR ‐ AÇO CA‐50 

KG  538,00  0,05  28,51 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐60  KG  134,00  0,05  6,70 CONCRETO 20 MPA ‐ TRANSP., LANÇ., ADENSAMENTO 

M³  3,74  1,62  6,06 

FÔRMA DE MADEIRA PARA PILARES  M²  43,90  1,44  63,22 

PILARES ‐ COBERTURA             CORTE E DOBRA DE ARMADURA PARA PILAR ‐ AÇO CA‐50 

KG  270,00  0,05  14,31 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐60  KG  91,00  0,05  4,55 CONCRETO 20 MPA ‐ TRANSP., LANÇ., ADENSAMENTO 

M³  2,63  1,62  4,26 

FÔRMA  M²  31,10  1,44  44,78 

VIGAS ‐ 1 PAVIMENTO             CORTE E DOBRA DE ARMADURA PARA VIGAS ‐ AÇO CA‐50 

KG  406,00  0,10  39,38 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐60  KG  88,00  0,05  4,40 CONCRETO 20 MPA ‐ TRANSP., LANÇ., ADENSAMENTO 

M³  5,75  1,62  9,32 

FÔRMA DE MADEIRA PARA VIGAS  M²  101,10  1,68  169,85 

VIGAS ‐ COBERTURA             CORTE E DOBRA DE ARMADURA PARA VIGAS ‐ AÇO CA‐50 

KG  176,00  0,10  17,07 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐60  KG  65,00  0,05  3,25 CONCRETO 20 MPA ‐ TRANSP., LANÇ., ADENSAMENTO 

M³  3,28  1,62  5,31 

FÔRMA  M²  64,78  1,68  108,83 

LAJES ‐ 1 PAVIMENTO             

LAJE PRÉ‐FABRICADA β16  M²  155,45  1,43  222,29 

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LAJES ‐ COBERTURA             

LAJE PRÉ‐FABRICADA β12  M²  129,77  1,32  171,30 

TELHADO             ESTRUTURA DE MADEIRA PARA TELHA CERÂMICA 

M²  180,95  1,20  217,14 

COBERTURA COM TELHA CERÂMICA  M²  180,95  0,38  67,86 

OBRA BRUTA 

DESCRIÇÃO  UNID.  QUANTIDADECONSUMO UNIT. (H OFICIAL) 

CONSUMO TOTAL (H) 

MATERIAL ELÉTRICO             Eletroduto Tigre 3/4" (Teto)   m  274,70  0,17  46,70 Eletroduto Tigre 3/4" (Parede)  m  122,00  0,17  20,74 Eletroduto Tigre 1" (Parede)  m  4,50  0,20  0,90 Eletroduto Tigre 1" (Piso)            m  14,80  0,20  2,96 Cabo Pirelli 16 mm2 (F)     m  57,80  0,13  7,51 Cabo Pirelli 16 mm2 (T)  m  19,30  0,13  2,51 Cabo Pirelli 16 mm2 (T)          m  19,30  0,13  2,51 Caixa em chapa de ferro estampado 4x2 –retangular  

 pç  81,00  0,15  12,15 

Caixa em chapa de ferro estampado 4x4x2 –octogonal 

 pç  26,00  0,15  3,90 

Caixa estampada retangular 4"x2"   pç  8,00  0,15  1,20 Caixa sextavada 3"x 3"   pç  12,00  0,15  1,80 Conjunto (Bucha‐Arruela) ‐ Eletroduto Tigre 1"  pç  2,00  0,01  0,02 Conjunto (Bucha‐Arruela) ‐ Eletroduto Tigre 3/4"   pç  202,00  0,01  2,02 Curva ‐ Eletroduto Tigre 1"                      pç  2,00  0,13  0,26 Curva ‐ Eletroduto Tigre 3/4"                  pç  69,00  0,12  8,28 Fio Pirelli 2.5 mm2 (F)    m  500,30  0,02  10,01 Fio Pirelli 2.5 mm2 (N)   m  467,30  0,02  9,35 Fio Pirelli 2.5 mm2 (R)   m  252,80  0,02  5,06 Fio Pirelli 2.5 mm2 (T)   m  388,50  0,02  7,77 Fio Pirelli 6 mm2 (F)        m  123,60  0,04  4,94 Fio Pirelli 6 mm2 (T) m  7,70  0,04  0,31 Luva ‐ Eletroduto Tigre 1"                                pç  8,00  0,06  0,48 Luva ‐ Eletroduto Tigre 3/4"        pç  155,00  0,03  4,65 Quadro de distribuição c/ barramento p/ 24 módulos 

 pç  2,00  15,00  30,00 

Disjuntor 1 x 20   pç  1,00  0,30  0,30 Disjuntor 1 x 25       pç  1,00  0,30  0,30 Disjuntor 1 x 10     pç  1,00  0,30  0,30 Disjuntor 2 x 50    pç  5,00  0,75  3,75 Disjuntor 3 x 60      pç  2,00  1,00  2,00 

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DESCRIÇÃO  UNID.  DIMENSÃO  QUANTIDADECONSUMO UNIT. (H OFICIAL) 

CONSUMO TOTAL (H) 

MATERIAL ÁGUA FRIA       Joelho 90 soldável pç 25 mm 41 0,18 7,38 Joelho 90 soldável pç 32 mm 1 0,19 0,19 Joelho 90 soldável pç 50 mm 5 0,28 1,4 Joelho 90 soldável 60 7 0,29 2,03 Luva de redução soldável pç 40 mm x 32 mm 1 0,14 0,14 Luva de redução soldável pç 50 mm x 40 mm 1 0,16 0,16 Luva de redução soldável pç 60 mm x 50 mm 3 0,18 0,54 Luva soldável e c/ rosca pç 25 mm x ¾” 5 0,09 0,45 Registro de gaveta pç 1” 1 0,54 0,54 Registro de gaveta pç ¾” 8 0,61 4,88 Registro de pressão pç ¾” 5 0,61 3,05 Te 90 soldável pç 25 mm 14 0,19 2,66 Te 90 soldável pç 60 mm 1 0,3 0,3 Te de redução 90 soldável pç 32 mm x 25 mm 1 0,19 0,19 Te de redução 90 soldável pç 50 mm x 25 mm 4 0,3 1,2 Te de redução 90 soldável pç 60 mm x 40 mm 1 0,3 0,3 Te de redução 90 soldável pç 60 mm x 50 mm 2 0,3 0,6 Tubo PVC soldável marron m 25 mm 113 0,12 13,56 Tubo PVC soldável marron m 32 mm 9 0,13 1,17 Tubo PVC soldável marron m 50 mm 24 0,24 5,76 Tubo PVC soldável marron m 60 mm 28 0,3 8,4 Válvula de descarga pç 1 ½” 5 2 10 Registro de gaveta bruto pç 2"  2 0,95  1,9 Luva simples pç 25  6 0,14 0,84 luva simples pç 50  2 0,14  0,28 joelho LR pç 25 x 3/4  24 0,18  4,32 boia mecânica pç  3/4  1 0,28  0,28 Reservatório d'água de 1000 l pç ‐  1 7,7  7,7 

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DESCRIÇÃO  UNID.  QUANTIDADECONSUMO UNIT. 

(H OFICIAL) CONSUMO TOTAL (H) 

ALVENARIA       Alvenaria tijolo comum - andar inferior m² 229,24 0,9 206,316 Alvenaria tijolo comum - andar superior m² 239,54 0,9 215,586 Execução de chapisco no andar inferior m² 458,48 0,1 45,848 Execução de chapisco no andar superior m² 479,08 0,1 47,908 Emboço no andar inferior m² 458,48 0,6 275,088 Emboço no andar superior m² 479,08 0,6 287,448 

DESCRIÇÃO  UNID. DIMENSÃO  QUANT. 

CONSUMO UNIT. 

(H OFICIAL) 

CONSUMO TOTAL 

(H) 

MATERIAL ESGOTO       Caixa sifonada porta-grelha redondo pç 150 mm x 75 mm 6 0,4 2,4 

Curva 45 curta pç 100 mm 4 0,45 1,8 Curva 90 curta pç 100 mm 5 0,45 2,25 Joelho 45 pç 40 mm 16 0,28 4,48 Joelho 45 pç 75 mm 3 0,36 1,08 Joelho 45 pç 100 mm 1 0,45 0,45 Joelho 90 pç 40 mm 7 0,28 1,96 Joelho 90 pç 50 mm 1 0,28 0,28 Joelho 90 Pç 75 mm 18 0,36 6,48 Joelho 90 pç 100 mm 7 0,45 3,15 Junção simples pç 40 mm x 40 mm 1 0,29 0,29 Junção simples pç 75 mm x 75 mm 1 0,37 0,37 Junção simples pç 100 mm x 75 mm 4 0,46 1,84 Luva dupla pç 75 mm 5 0,18 0,9 Luva dupla pç 100 mm 11 0,2 2,2 Luva simples pç 50 mm 1 0,14 0,14 Luva simples pç 75 mm 8 0,18 1,44 Luva simples pç 100 mm 16 0,23 3,68 Ralo seco cônico grelha redonda pç 100 mm x 40 mm 1 0,4 0,4 Ralo sifonado cônico grelha redonda pç 100 mm x 40 mm 4 0,4 1,6 

Te sanitário pç 75 mm x 75 mm 6 0,37 2,22 Te sanitário pç 100 mm x 75 mm 1 0,46 0,46 Tubo PVC rígido m 40 mm 32 0,24 7,68 Tubo PVC rígido m 50 mm 5 0,3 1,5 Tubo PVC rígido m 75 mm 74 0,48 35,52 Tubo PVC rígido m 100 mm 158 0,52 82,16 

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  DESCRIÇÃO  UNID.  QUANTIDADE CONSUMO UNIT. (H OFICIAL) 

CONSUMO TOTAL (H) 

PISOS             Contrapiso no pavimento inferior m³ 9,05 1,62 14,661 Regularização para impermeabilização m² 45,67 0,5 22,835 

Impermeabilização de área molhadas m² 52,52 0,4 21,008 Contrapiso/Proteção mecânica sobre imperm. m³ 0,68 1,65 1,122 

Execução de rasgo para inst. elétrica m 126,5 0,15 18,975 Execução de rasgo para inst. Hidr.

m 174 0,15 26,1 

ALVENARIA ESTRUTURAL 

DESCRIÇÃO  UNID.  QUANTIDADE CONSUMO UNIT. 

(H OFICIAL) CONSUMO TOTAL (H) 

EXECUÇÃO DA ALVENARIA             

EXECUÇÃO DA ALVENARIA 1 PAVIMENTO  m²  237,64  0,7  166,348 

EXECUÇÃO DA ALVENARIA 2 PAVIMENTO  m²  261,46  0,7  183,022 

FECHAMENTO DE SHAFTS             FECHAMENTO DE SHAFTS COM TIJOLO CERÂMICO 5,5 X 11 X 23,5 CM 

m²  46,30  2,6  120,38 

PILARES ‐ 1 PAVIMENTO             CORTE E DOBRA DE ARMADURA PARA PILAR ‐AÇO CA‐50 

KG  41,74  0,05  2,21 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐60  KG  13,68  0,05  0,68 CONCRETO 20 MPA ‐ TRANSP., LANÇ., ADENSAMENTO 

M³  0,26  1,62  0,43 

FÔRMA DE MADEIRA PARA PILARES  M²  3,96  1,44  5,70 

VIGAS ‐ 1 PAVIMENTO             CORTE E DOBRA DE ARMADURA PARA VIGAS ‐AÇO CA‐50 

KG  117,60  0,10  11,41 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐60  KG  39,20  0,05  1,96 CONCRETO 20 MPA ‐ TRANSP., LANÇ., ADENSAMENTO 

M³  2,24  1,62  3,63 

FÔRMA DE MADEIRA PARA VIGAS  M²  19,66  1,68  33,03 

VIGAS ‐ COBERTURA             CORTE E DOBRA DE ARMADURA PARA VIGAS ‐AÇO CA‐50 

KG  3,09  0,10  0,30 

CORTE E DOBRA DE ARMADURA ‐ AÇO CA‐60  KG  1,03  0,05  0,05 CONCRETO 20 MPA ‐ TRANSP., LANÇ., ADENSAMENTO 

M³  0,06  1,62  0,10 

FÔRMA DE MADEIRA PARA VIGAS  M²  1,13  1,68  1,90 

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