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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Dimensionamento da mão de obra na execução de edifícios em alvenaria estrutural Trabalho apresentado ao curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos como requisito para obtenção do grau de Engenheiro Civil. Ramsés Yuri da Costa Orientador: Prof. Dr. José Carlos Paliari São Carlos Setembro de 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

Dimensionamento da mão de obra na execução de edifícios em alvenaria

estrutural

Trabalho apresentado ao curso de Engenharia

Civil da Universidade Federal de São Carlos

como requisito para obtenção do grau de

Engenheiro Civil.

Ramsés Yuri da Costa

Orientador: Prof. Dr. José Carlos Paliari

São Carlos

Setembro de 2011

1

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, professor e amigo José Carlos Paliari, por todos os esses anos de

aprendizado em suas disciplinas, que muito me ajudaram no desenvolvimento das minhas

atividades profissionais e acadêmicas. Agradeço também a sua paciência nos momentos

difíceis do desenvolvimento deste trabalho, bem como sua firmeza na correção e na avaliação,

trazendo críticas construtivas que me fizeram crescer como aluno e profissional.

Agradeço aos amigos, família e principalmente, a minha mãe, Maria A. Silva, que me deu

todo o suporte durante a minha vida, e com o seu trabalho e dedicação, me deu educação e

condições de ingressar na Universidade.

2

RESUMO

A alvenaria estrutural se mostra hoje como uma ótima alternativa para construção de edifícios

de baixo e médio padrão. O presente trabalho visa indicar critérios para o dimensionamento

de equipes para a execução de edifícios em alvenaria estrutural. Para tanto serão tratados os

assuntos relativos à produtividade da mão de obra e à alvenaria estrutural. As diferenças de

projeto, prazos de execução e materiais possibilitarão diversas comparações entre as equipes

dimensionadas e a influência dos fatores divergentes nos indicadores de produtividade, sendo

que a escolhas destes indicadores trarão alterações às equipes dimensionadas.

Palavras-chave: Produtividade da mão de obra. Alvenaria estrutural. Dimensionamento.

3

ABSTRACT

The masonry structure is shown today as a great alternative for construction of buildings

of small and medium standard. The present work aims to indicate guidelines for scales teams

to implement structural masonry buildings. To do so will be dealt with issues relating

relating to the productivity of manpower and structural masonry. The differences in design,

implementation deadlines and materials will enable comparisons between

the various sized teams and the influence of different factors on productivity indicators, and

the choice of these indicators will change teams scaled.

Keywords: Productivity of manpower. Structural masonry. Sizing.

4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Primeiro edifício construído nos moldes da alvenaria estrutural atual .........................10

Figura 1.2 – Etapas da Metodologia de Pesquisa (PALIARI, 2008)...................................................18

Figura 1.3 – Etapas do Método de Pesquisa adotado..........................................................................18

Figura 1.4 – Residencial Analli.............................................................................................................19

Figura 1.5 – Residencial Ana Júlia......................................................................................................20

Figura 1.6 – Produtividade variável para o serviço de alvenaria de blocos para alvenaria estrutural (TCPO, 2008).........................................................................................................................................26

Figura 2.1 – Classificação da Alvenaria Estrutural dentro do conjunto Alvenaria (FRANCO, 1999).......................................................................................................................................................28

Figura 2.2 – Componentes da Alvenaria Estrutural............................................................................29

Figura 2.3 – Fluxograma da produção de AE......................................................................................37

Figura 2.4 – Amarração direta (ACCETTI, 1998)...............................................................................40

Figura 2.5 – Junta a prumo (ACCETTI, 1998)....................................................................................40

Figura 2.6 – Amarração indireta com gancho de aço em junta a prumo...........................................41

Figura 3.1 – O levantamento diário de dados como base para a composição do banco de dados para o estudo da produtividade (SOUZA, 2003)...........................................................................................45

Figura 4.1 – Produtividade variável no serviço de alvenaria de tijolo cerâmico furado (TCPO, 2008).............48

Figura 4.2 – Produtividade variável no serviço de alvenaria de blocos para vedação (TCPO, 2008)................48

Figura 4.3 – Produtividade variável no serviço de alvenaria de blocos estruturais (TCPO, 2008)....................48

Figura 5.1 – Fatores que afetam a produtividade do serviço de alvenaria estrutural (TCPO, 2008)................64

5

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 2.1 Variáveis de controle da produção da alvenaria, considerando juntas de 10 mm de espessura (NBR 15812-2/2010)............................................................................................................42

Quadro 2.2 – Número mínimo de corpos-de-prova por tipo de elemento de alvenaria..................42

Tabela 4.1 – Valores de RUP expressos na TCPO...............................................................................49

Tabela 4.2 – Valores de RUP máximos e mínimos adotados para blocos de concreto.......................49

Tabela 4.3 – Valores de RUP máximos e mínimos adotados para blocos cerâmicos.........................51

Tabela 4.4 – Valores de RUP máximos e mínimos adotados para blocos de sílico-calcário..............50

Tabela 4.5 – Variáveis relacionadas ao projeto 1.................................................................................51

Tabela 4.6 – Resultados para situação mais favorável do projeto 1....................................................52

Tabela 4.7 – Resultados para situação menos favorável do projeto 1.................................................53

Tabela 4.8 – Variáveis relacionadas ao projeto 2.................................................................................54

Tabela 4.9 – Resultados para situação mais favorável do projeto 2...................................................55

Tabela 4.10 – Resultados para situação menos favorável do projeto 2...............................................56

Tabela 4.11 – Variáveis relacionadas ao projeto 3...............................................................................57

Tabela 4.12 – Resultados para situação mais favorável do projeto 3..................................................58

Tabela 4.13 – Resultados para situação menos favorável do projeto 3...............................................59

Tabela 4.14 – Variáveis relacionadas ao projeto 4...............................................................................60

Tabela 4.15 – Resultados para situação mais favorável do projeto 4..................................................61

Tabela 4.16 – Resultados para situação menos favorável do projeto 4..............................................62

Tabela 5.1 – Custo do metro quadrado por equipe dimensionada.......................................................65

6

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 9

1.1 Justificativa .......................................................................................................................... 11

1.1.1 Importância da Alvenaria Estrutural ............................................................................. 11

1.1.2 Participação da Alvenaria Estrutural no mercado ......................................................... 13

1.1.3 Mão de obra ..................................................................................................................... 14

1.1.4 Importância do controle da Produtividade .................................................................... 15

1.1.5 Dimensionamento de equipes .......................................................................................... 16

1.2 Objetivo ................................................................................................................................. 17

1.3 Método de Pesquisa .............................................................................................................. 17

1.3.1 Seleção de projetos........................................................................................................... 18

1.3.2 Revisão bibliográfica ....................................................................................................... 21

1.3.2.1 Manual técnico de alvenaria ....................................................................................... 21

1.3.2.2 Contribuições ao projeto estrutural de edifícios em alvenaria .................................. 21

1.3.2.3 Produtividade da mão de obra no serviço de alvenaria ............................................. 21

1.3.2.4 Alvenaria Estrutural - reportagem ............................................................................. 21

1.3.2.5 Tabela de Composição de Preços Unitários ............................................................... 22

1.3.2.6 Alvenaria Estrutural ................................................................................................... 22

1.3.2.7 Estruturas em alvenaria e concreto simples ............................................................... 22

1.3.2.8 Projeto de edifícios de alvenaria estrutural ................................................................ 23

1.3.2.9 Método para prognóstico da produtividade da mão de obra e consumo unitário de

materiais: Sistemas Prediais Hidráulicos .................................................................................... 23

1.3.2.10 Como medir a produtividade da mão de obra na construção civil ............................ 23

1.3.2.11 Tabelas de composições de preço para orçamento ..................................................... 24

1.3.3 Contabilização da área de alvenaria estrutural .............................................................. 24

1.3.4 Estabelecimento de prazos de execução .......................................................................... 24

1.3.5 Indicadores de produtividade .......................................................................................... 25

1.3.6 Dimensionamento das equipes ........................................................................................ 26

1.4 Estrutura do trabalho .......................................................................................................... 27

2 ALVENARIA ESTRUTURAL ........................................................................................ 28

2.1 Definição .............................................................................................................................. 28

2.1.1 Componentes da Alvenaria Estrutural ........................................................................... 29

2.1.1.1 Unidades (blocos ou tijolos) ........................................................................................ 29

2.1.1.2 Junta de Argamassa .................................................................................................... 30

7

2.1.1.3 Graute .......................................................................................................................... 30

2.1.1.4 Armaduras ................................................................................................................... 30

2.2 Classificação ........................................................................................................................ 31

2.2.1 Método construtivo .......................................................................................................... 31

2.2.2 Unidade construtiva ......................................................................................................... 31

2.3 Modulação ............................................................................................................................ 33

2.4 Aspectos técnicos e econômicos ........................................................................................... 34

2.4.1 Pontos positivos do sistema ............................................................................................. 34

2.4.1 Pontos negativos do sistema ............................................................................................ 35

2.5 Execução .............................................................................................................................. 36

2.5.1 Fluxograma da produção de alvenaria estrutural ......................................................... 37

2.5.1.1 Recebimento ................................................................................................................ 37

2.5.1.2 Estocagem .................................................................................................................... 38

2.5.1.3 Transporte interno ...................................................................................................... 38

2.5.1.4 Marcação ..................................................................................................................... 38

2.5.1.4.1 Elevação ....................................................................................................................... 39

2.5.1.4.2 Amarração ................................................................................................................... 39

2.5.1.5 Controle ....................................................................................................................... 42

3 PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA ...................................................................... 43

3.1 Definição .............................................................................................................................. 43

3.2 Classificação da mão de obra .............................................................................................. 43

3.3 Indicadores de Produtividade .............................................................................................. 44

3.4 Produtividade no serviço alvenaria estrutural .................................................................... 45

4 DIMENSIONAMENTO DAS EQUIPES ....................................................................... 47

4.1 Jornada de trabalho ............................................................................................................. 47

4.2 Máximos e mínimos ............................................................................................................. 47

4.3 Dimensionamento das equipes ............................................................................................ 50

4.3.1 Projeto 1 ........................................................................................................................... 50

4.3.1.1 Variáveis relacionadas ao projeto 1 ............................................................................ 50

4.3.1.2 Dimensionamento para a situação mais favorável .................................................... 51

4.3.1.3 Dimensionamento para a situação menos favorável ................................................. 52

4.3.1.4 Análise de resultados ................................................................................................... 53

8

4.3.2 Projeto 2 ........................................................................................................................... 54

4.3.2.1 Variáveis relacionadas ao projeto 2 ............................................................................ 54

4.3.2.2 Dimensionamento para a situação mais favorável .................................................... 55

4.3.2.3 Dimensionamento para a situação menos favorável ................................................. 55

4.3.2.4 Análise de resultados ................................................................................................... 56

4.3.3 Projeto 3 ........................................................................................................................... 57

4.3.3.1 Variáveis relacionadas ao projeto 3 ............................................................................ 57

4.3.3.2 Dimensionamento para a situação mais favorável .................................................... 58

4.3.3.3 Dimensionamento para a situação menos favorável ................................................. 58

4.3.3.4 Análise de resultados ................................................................................................... 59

4.3.4 Projeto 4 ........................................................................................................................... 60

4.3.4.1 Variáveis relacionadas ao projeto 4 ............................................................................ 60

4.3.4.2 Dimensionamento para a situação mais favorável .................................................... 61

4.3.4.3 Dimensionamento para a situação menos favorável ................................................. 61

4.3.4.4 Análise de resultados ................................................................................................... 62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 63

5.1 Sobre a mão de obra ............................................................................................................ 63

5.2 Sobre a produtividade .......................................................................................................... 63

5.3 Sobre a equipe de trabalho .................................................................................................. 64

ANEXOS .................................................................................................................................. 67

Anexo A: Plantas Baixas e Elevações .............................................................................................. 67

Anexo B: Planilhas de Cálculos ....................................................................................................... 82

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 87 

9

1 INTRODUÇÃO

Paredes em alvenaria utilizadas como suporte estrutural é o sistema construtivo mais antigo

desenvolvido pelo homem. A técnica existe desde que as mais antigas civilizações começaram

a empilhar pedra sobre pedra, e assim criar suas edificações.

O tijolo cerâmico é o produto industrial mais antigo desenvolvido pelo homem, sendo datada

a sua produção há 10.000 anos, na Mesopotâmia para construção de moradias, armazéns, já

que o homem deixava de ser nômade, e passava a praticar a agricultura e a pecuária (MCAA,

2010).

Após esta data, outras culturas passaram a utilizar a alvenaria, sempre de maneira empírica,

porém já reconhecendo suas características mais marcantes como a versatilidade e a

durabilidade, além de grande resistência ao fogo, terremotos e do desgaste de séculos.

A primeira evolução dentro deste método data-se de 6.000 anos a.C., quando a palha passou a

ser misturada a argila, dando mais resistência aos blocos e diminuindo sua deformação.

Passados 2.000 anos, descobriu-se também que a queima dos blocos aumentava sua

resistência e durabilidade.

Após esta data foram construídas as Pirâmides do Egito, o Coliseu de Roma, Taj Mahal na

Índia, a Grande Muralha da China e outras importantes realizações arquitetônicas da

humanidade foram construídas com a alvenaria resistente (MCAA, 2010).

Porém, de acordo com Franco (1999), o sistema só passou a ser racionalizado a partir do

século XX, impulsionado por pesquisas de desempenho contra fogo, ensaios de resistência em

paredes de alvenaria estrutural e principalmente em 1.951, quando Paul Haller, após pesquisas

na Universidade, constrói na Suíça, um edifício em alvenaria estrutural de 41,4 metros de

altura, em 13 pavimentos, com paredes de menos de 40 centímetros de espessura na sua base

(Figura 1.1).

Assim, diversas pesquisas são desenvolvidas por todo o mundo, surgindo padrões de cálculos

e materiais, além da percepção do atrativo dessa tecnologia sobre as então em destaque,

concreto armado e estruturas de aço, culminando no 1º IBMAC (International brick Masonry

Conference) em 1.967, onde a alvenaria estrutural foi reconhecida como um método

construtivo de dimensionamento racional e preciso.

O autor ainda afirma que a partir daí, surgem as primeiras normas técnicas tanto de execução,

quanto de cálculo estrutural. Grandes empresas passam a investir em materiais, equipamentos,

10

normatização de blocos e de argamassas industrializadas, racionalizando cada vez mais o

produto alvenaria estrutural e o seu processo de produção.

No Brasil, segundo Parsekian (2010), a alvenaria estrutural é utilizada de forma racionalizada

desde a década de 1.960, porém apenas em 1.977 foi formada a primeira comissão para

criação de uma norma brasileira para projeto de alvenaria estrutural.

O autor ainda diz que pesquisas sobre alvenaria estrutural com blocos cerâmicos tiveram

início no IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo no final da década

de 1.970 e, na década de 1.980 e início dos anos 1.990, o sistema construtivo ganhou força e

as parcerias Universidade-Empresa permitiram a criação de materiais e equipamentos

nacionais para produção de alvenaria.

E foi a partir daí, que segundo o autor, a alvenaria estrutural (dimensionada a partir de

conceitos técnicos e detalhada de forma racional, presente no mundo há cerca de 60 anos)

substitui no Brasil a estrutura de alvenaria (onde as paredes servem de suporte estrutural, mas

são construídas e projetadas de forma empírica, apesar do relativo sucesso há mais de 10.000

anos).

Figura 1.1 - Primeiro edifício construído nos moldes da alvenaria estrutural atual

11

1.1 Justificativa

O sistema construtivo de Alvenaria Estrutural está consolidado no Brasil como uma ótima

alternativa para a construção de edifícios de baixo e médio padrão, de pequeno e médio porte,

que apresentem vãos médios moderados de cerca de 4 a 5 metros, que não prevêem mudanças

arquitetônicas após a construção. Quando utilizado dentro destes moldes, apresenta maior

economia global quando comparado a outros métodos construtivos.

Os estudos sobre materiais e procedimentos de cálculo de orçamento estão bastante avançados

e permitiram uma redução ainda maior nos custos globais de edificações, quando construídos

nos moldes da alvenaria estrutural.

Assim, este trabalho tem como foco a mão de obra da alvenaria estrutural, que já se diferencia

dos cargos tradicionais da construção civil (serventes e pedreiros), por necessitarem de uma

especialização, já que devem realizar um trabalho racional e de conceitos técnicos detalhados.

A carência de mão de obra aliada a um cenário nacional de grande competitividade na

indústria da habitação aumentam a necessidade de otimização do uso da mão de obra.

Portanto o correto dimensionamento da mão de obra no serviço de alvenaria é um

procedimento fundamental para se atingir o melhor equilíbrio entre custo, racionalização,

produtividade e qualidade do produto alvenaria.

1.1.1 Importância da Alvenaria Estrutural

A alvenaria estrutural surgiu no Brasil como sistema racionalizado na década de 70,

impulsionada por investimentos do Banco Nacional da Habitação, BNH. Assim, o sistema era

utilizado para construção de conjuntos habitacionais, surgindo nessa época as normas

brasileiras, e calculistas e projetistas de estrutura puderam se basear em um padrão, com

índices para o projeto até então desconhecidos (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2004).

Com isso, o sistema ficou com o estigma de construção popular até o início da década de 90,

quando construtoras começaram a perceber que a tecnologia se tornava mais barata para

edifícios de poucos pavimentos, migrando o sistema para as construções de médio e médio-

alto padrão.

Como conseqüência, passou-se a investir mais em pesquisas e tecnologia dos materiais

empregados, surgindo uma variedade enorme de opções de blocos no mercado, argamassas

industrializadas, e novas normas tanto de execução, quanto de materiais, tornando o sistema

12

muito racionalizado, e de grande produtividade, comparado ao sistema tradicional de

elementos estruturais de concreto armado moldados em loco.

Surgiram também normas de materiais e execução, assim como certificações e programas de

qualidade, como o PBQP-H, Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade da Habitação,

onde tal certificação se faz necessária para financiamentos do governo via Caixa Econômica

Federal.

Atualmente a alvenaria estrutural se tornou dominante na construção de edifícios de até 12

pavimentos, principalmente em grandes centros, como a Grande São Paulo.

Como o governo busca investir para combater o déficit Habitacional, presente na sua maior

porção nas classes sociais menos favorecidas, a alvenaria estrutural se mostra como a melhor

alternativa para tal, haja vista que além de se mostrar mais competitiva dentro do nicho de

edifícios de baixo e médio porte, também permite uma agilidade maior na sua construção,

comparado ao sistema tradicional de elementos estruturais de concreto armado moldado “in

loco”, já que a divisória funciona como elemento estrutural, sendo erguida junto com as

instalações elétricas e hidráulicas, reduzindo e/ou dispensando etapas como montagem de

armaduras, montagem de formas e concretagem (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2004).

Alem do mais, o sistema tem uma grande capacidade de profissionalização e especialização

da mão de obra envolvida, pois em um sistema racional e tecnológico, o treinamento é um

ponto fundamental para o desenvolvimento do produto alvenaria estrutural.

13

1.1.2 Participação da Alvenaria Estrutural no mercado

Na atualidade a alvenaria estrutural é dominante no país em habitação, nos mercados de baixo

e médio padrão, sendo esses o foco dos novos programas nacionais de investimento

governamental, como o PAC e o Programa Minha Casa, Minha Vida.

Logo, essa tecnologia se mostra atraente para perspectivas futuras, trazendo empresas de

grande prestígio em mercados de alto padrão, como Gafisa e Cyrela para dentro deste

mercado, aquecendo ainda mais a concorrência e trazendo mais inovações nos quesitos

materiais, processos e mão-de-obra.

O nicho de atuação da alvenaria estrutural se dá em edifícios de até 13 andares, sendo que a

economia global é de 17% em relação ao sistema tradicional de elementos estruturais de

concreto armado moldado em loco (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2004).

Já Ramalho & Correa (2003) diz que a alvenaria estrutural é adequada a edifícios de no

máximo 15 a 16 pavimentos. Para estruturas com um número de pavimentos acima deste

limite, a resistência à compressão dos blocos encontrada no mercado não permite que a obra

seja executada sem um esquema de grauteamento generalizado, o que prejudica e muito a

economia.

Na parte social, quando se trabalha com obras de padrão elevado, um dos grandes entraves é

adaptar o layout para criar possibilidades de mudança. Como as paredes funcionam como

vedação e estrutura não se podem derrubá-las para, por exemplo, unir a sala com um quarto.

No entanto, muitos estão revendo esse conceito e, acreditam, há um mercado que aceita essas

restrições em troca de outros benefícios, como o preço (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2004).

No entanto, Ramalho (2004) ressalta que para edifícios comerciais ou de alto padrão, onde

seja necessária a utilização de vãos grandes, esse sistema construtivo normalmente não é

adequado. Sendo adequada em residenciais de médio e baixo padrão, onde os ambientes e

vãos, são relativamente pequenos.

Parsekian (2010) reforça esta idéia quando diz que este sistema construtivo é usualmente

indicado quando não há previsão de alterações na arquitetura (paredes não removíveis) e em

caso de vãos médios moderados de cerca de 4 a 5 metros.

Ramalho (2004) diz também, que para edifícios comerciais, é desaconselhável o uso

indiscriminado de alvenaria estrutural, pois nesses ambientes é muito usual a necessidade de

rearranjos das paredes internas, sendo que o uso de alvenarias estruturais para esses casos

14

faria a flexibilidade deixar de existir. Pode-se inclusive considerar que com o tempo, os

proprietários realizem mudanças sem estarem conscientes do risco que correm.

Além da economia, outro fator determinante para o domínio da alvenaria estrutural dentro dos

mercados de médio e baixo padrão, é a velocidade do sistema em relação ao método

tradicional de estrutura de concreto moldada “in loco”, já que na alvenaria estrutural o

elemento estrutural é erguido simultaneamente às instalações elétricas, hidrossanitárias e as

vedações, dando uma maior agilidade à execução (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2004).

Empresas também utilizam sistemas de escadas e lajes pré-fabricadas, para dar ainda mais

agilidade ao sistema, tornando seu produto ainda mais racional e com prazos menores de

retorno de capital.

1.1.3 Mão de obra

Castro (2007) afirma que surgimento da indústria da construção no Brasil está ligado às obras

viárias do País, executadas por empresas estrangeiras no início do século XX. As primeiras

construtoras nacionais foram estruturadas até os anos 30 aproximadamente, e eram

responsáveis pelas “obras urbanas”.

O autor ressalta que a força de trabalho era composta por italianos e espanhóis, altamente

qualificados e politizados. No início da década de 30, com a lei dos dois terços1, a mão de

obra estrangeira foi substituída.

Após esta data força de trabalho da Construção Civil passou a ser em sua maioria oriunda do

êxodo rural e das regiões norte e nordeste do País, constituída quase na totalidade por

trabalhadores do sexo masculino, com idade entre 30 e 39 anos e de baixa ou nenhuma

escolaridade que tinham como única alternativa o canteiro de obras.

De acordo com o autor esse quadro começou a mudar na década de 90, resultado da

diminuição do fluxo migratório e do declínio da taxa de natalidade, fazendo com que o

trabalhador deixasse de ser substituído com tanta freqüência, e passasse a “envelhecer” no

emprego.

Castro (2007) ainda afirma que a partir daí, começa a haver uma maior valorização dos

recursos humanos da empresa, com ênfase na importância da qualificação do trabalhador e,

em alguns casos, no seu grau de escolaridade.

1 - Regra que previa que dois terços dos empregos em empresas nacionais deveriam ser reservados para o trabalhador brasileiro.

15

O crescimento tecnológico do sistema de alvenaria estrutural seguiu essa mesma linha

temporal, perdendo os financiamentos maciços do governo no final dos anos 80, havendo uma

necessidade de se diminuir os custos, e melhorar a qualidade, graças ao aumento de

competitividade no setor. Para se suprir essas necessidades, a mão-de-obra tem um caráter

fundamental, pois em um sistema racional, ela precisa ser treinada, e não mais servia aquela

mão-de-obra que perdurava até a década de 90 (CONSTRUÇÃO MERCADO, 2004).

Para Castro (2007) o processo de aprendizagem no canteiro de obras até a década de 90, era

feito pela transferência do “saber de ofício”, que dependia muito da ação voluntária do

trabalhador “mais qualificado” de ensinar a outros trabalhadores.

Esse processo não possibilita a sistematização do que é aprendido e, no contexto atual, foi

muito desgastado pela política de absorção de mão-de-obra oriunda de êxodos, e sem

instrução; e pela má gestão dessa mão-de-obra historicamente adotada pelo setor.

Castro (2007) ressalta que por esse motivo, o “saber do ofício” deve ser resgatado pela

empresa em si, por meio de cursos dentro da própria empresa, aliado ao ensino técnico e a

programas de formação escolar.

O autor afirma que os profissionais formados devem saber ler plantas, calcular cotas,

geometria descritiva e trigonometria, por exemplo; buscando uma polivalência, e assim uma

maior flexibilidade deste trabalhador, tendo conhecimentos internos e externos ao canteiro de

obras, valorizando seu trabalho e permitindo ao trabalhador resguardar seu posto de trabalho.

O treinamento dessa mão-de-obra para o serviço de alvenaria estrutural é muito simples,

levando em média duas semanas. O importante é diferenciar a alvenaria estrutural da de

vedação, exigindo um maior controle tecnológico e apresentando as ferramentas e

equipamentos a serem utilizados, que em muitos, são diferentes dos de alvenaria de vedação

(CONSTRUÇÃO MERCADO, 2004).

A especialização da mão-de-obra acabou levando até a criação de uma nova categoria de

trabalhador no caso de São Paulo: a profissão de bloqueiro, especialista apenas em assentar

blocos estruturais.

1.1.4 Importância do controle da Produtividade

Considera-se que produtividade seja a eficiência em se transformar entradas em saídas num

processo produtivo (SOUZA, 1998). Essa eficiência se traduz em um melhor aproveitamento

16

dos recursos na produção, dentro de um âmbito mundial onde se busca a sustentabilidade dos

processos industriais.

Por outro lado, o melhor aproveitamento desses recursos traz também uma relação com o

lucro. Assim sendo, quem trabalha com maior produtividade terá menor custo de produção,

sendo mais competitivo no mercado, e obtendo uma maior margem de lucro.

Pode se salientar também que de acordo com Souza (2000), a mão de obra é o recurso mais

precioso participante da execução de obras de construção civil, não somente porque

representa alta porcentagem do custo total, mas principalmente em função de se estar lidando

com seres humanos, que têm uma série de necessidades que deveriam ser supridas.

Dado o exposto, a monitoria da produtividade tem uma relação íntima não só com a questão

do lucro, mas também com a questão ambiental (melhor aproveitamento dos materiais) e com

a melhor distribuição das equipes de trabalho, garantindo que cada trabalhador execute sua

função, sem sobrecarregar uns e deixando outros ociosos.

1.1.5 Dimensionamento de equipes

A alvenaria estrutural se consolidou no mercado nas duas últimas décadas, graças a sua

agilidade, economia e racionalização. Esses fatores só são vistos no dia de hoje por causa do

desenvolvimento da tecnologia tanto nos processos, quanto nos materiais e equipamentos,

sendo impulsionada também pelo investimento da iniciativa privada e do desenvolvimento de

Normas Técnicas.

As construtoras que atuam no campo da alvenaria estrutural já se mostram preparadas, e com

grande conhecimento no processo executivo. Fornecedores de blocos estruturais, como

Prensil, Selecta, entre outros, produzem blocos com precisão de medidas, para diversas

modulações e com resistências de superiores a 10 MPa.

Por outro lado a mão de obra ainda não apresenta o mesmo desenvolvimento, apesar do

surgimento de cursos de capacitação, além de treinamentos ministrados dentro das empresas

do setor. Mesmo a mão-de-obra especializada também não se mostra capacitada devido ao

fato de que os cursos de engenharia em geral darem ênfase nas disciplinas de estruturas em

aço e concreto armado em detrimento da alvenaria estrutural (CONSTRUÇÃO MERCADO,

2004).

17

Por isso, o modo mais inteligente de melhorar este sistema, que já é o mais barato e mais

utilizado dentro do mercado de edificações residenciais de múltiplos pavimentos de pequeno e

médio porte, é atacar a parte menos racionalizada, que é a mão de obra.

Um sistema racional é aquele que alia a qualidade ao baixo custo, minimizando as perdas de

materiais e encurtando prazos. No caso da mão de obra, já se vê um movimento para a sua

melhor qualificação, sendo o dimensionamento de equipes mais um procedimento importante,

e que necessita de ser estudado.

1.2 Objetivo

O objetivo deste trabalho consiste na indicação de diretrizes para o dimensionamento das

equipes de trabalho para a execução de pavimentos-tipo de edifícios multipavimentos em

alvenaria estrutural com base em indicadores de produtividade da mão de obra variável.

O dimensionamento das equipes parte da definição de dois pontos básicos: prazo de execução

e área dos pavimentos; sendo que a produtividade será obtida por meio de indicadores

presentes em tabelas reais de mercado.

1.3 Método de Pesquisa

Para se definir um Método de Pesquisa são necessárias varias etapas anteriores. Esse conjunto

de etapas é definido como Metodologia de Pesquisa.

A Metodologia de Pesquisa, de maneira simples, caracteriza-se por se obter respostas, por

meio da definição de um problema. O caminho pelo qual se faz esta pesquisa é definido como

Método Científico, que segundo Leopardi (2002), é dividido em quatro etapas: formulação do

problema pesquisa, delineamento da pesquisa (classificação), coleta de dados e análise de

dados e, desta forma, a chegada às conclusões.

De acordo com Paliari (2008), do Método Científico deriva-se o Método de pesquisa, que está

ligado às respostas que se deseja, e por sua vez tem etapas distintas no que diz respeito a sua

natureza e quantidade. Conforme autor, pode se reunir estes conceitos no fluxograma da

Figura 1.2.

18

Figura 1.2 – Etapas da Metodologia de Pesquisa (PALIARI, 2008)

O desenvolvimento do problema, bem como o restante das etapas explicitadas na figura

anterior, foram realizados em momentos anteriores a este trabalho, restando para esta etapa o

Método de Pesquisa, dividido conforme figura 1.3.

Figura 1.3 – Etapas do Método de Pesquisa adotado

1.3.1 Seleção de projetos

A alvenaria estrutural pode ser classificada quanto ao tipo de material do seu componente

básico, podendo ser esse o bloco, ou tijolo; sendo generalizado por Ramalho (2003) como

unidade.

Método de Pesquisa

Levantamento de quantitativos de projeto

Seleção de Projetos Pesquisa Bibliográfica sobre alvenaria

estrutural e produtividade

Estabelecimento de prazos de execução do

pavimento tipo

Reunião de indicadores de produtividade de

mão de obra com base na literatura

Dimensionamento das equipes de trabalho e

análise de custos

19

Segundo Ramalho (2003), as unidades mais utilizadas no Brasil para edificações de alvenaria

estrutural são, em ordem decrescente de utilização: unidades de concreto, unidades de

cerâmica e unidades sílico-calcárias.

Partindo desse ponto, procurou-se abranger todos os três tipos de unidades, podendo assim ter

uma visão do dimensionamento de equipes para as principais situações relacionadas às

unidades.

Projeto 1:

Trata-se de um edifício de 6 pavimentos em blocos cerâmicos, de dimensões de 14x19x29

cm. Em cada pavimento existem 4 unidades habitacionais, totalizando 24 unidades.

O projeto do pavimento-tipo foi desenvolvido pela Selecta Blocos para seu catálogo de

produtos, e adaptado pelo autor deste trabalho para a disciplina Alvenaria Estrutural,

ministrada na UFSCar.

Projeto 2:

Obra realizada pela construtora Proposta Engenharia LTDA durante os anos de 2008 e 2009,

o residencial Analli está situado no logradouro Marechal Deodoro, 1234 - LOTES 05, 06 E 07

- QUADRA 105, Pq São Vicente de Paula, zona 1 - ocupação induzida, São Carlos.

Caracteriza-se por 2 edifícios de 8 pavimentos, e quatro unidades residenciais por pavimento,

sendo que cada unidade habitacional possui uma sala, um banheiro, dois quartos e uma

cozinha com área de serviço. Construído em blocos de sílico-calcários de dimensões

14x11,3x24 cm, tem como público alvo a família de classe média, sendo projetado para 4

moradores por unidade.

Figura 1.4 – Residencial Analli

20

Projeto 3:

Obra realizada pela construtora Proposta Engenharia LTDA. durante o ano de 2008, o

residencial Ana Júlia está situado no logradouro Jacinto Favoreto n° 645 - LOTES 07, 19 E

20 - QUADRA 02, Jardim Lutfalla, São Carlos.

Caracteriza-se por 1 edifício de 8 pavimentos, e quatro unidades residenciais por pavimento,

sendo que cada unidade habitacional possui uma sala, um banheiro, um quarto e uma cozinha

com área de serviço. Construído em blocos de sílico-calcários de dimensões 14x11,3x24 cm,

tem como público alvo o mercado de locações, mais especificamente para universitários.

Figura 1.5 – Residencial Ana Júlia

Projeto 4:

Edifício de 9 pavimentos, sendo duas unidades habitacionais por pavimento, o Solar das

Brisas foi desenvolvido por alunos da Universidade Federal de São Carlos durante a disciplina

Projeto Integrado de Sistemas Construtivos.

Concebido inicialmente em concreto armado, foi adaptado pelo autor para alvenaria estrutural

de blocos de concreto, com modulação 20, sendo os blocos de dimensões 19x19x39 cm.

É o único projeto desenvolvido para o público de alto poder aquisitivo, sendo mais uma

importante variável a ser inserida neste trabalho.

21

1.3.2 Revisão bibliográfica

Os trabalhos selecionados tratam dos assuntos produtividade e alvenaria estrutural indicados

na Figura 1.3.

1.3.2.1 Manual técnico de alvenaria

Concebido pela Associação Brasileira da Construção Industrializada (ABCI), é considerado

pelos próprios autores um trabalho pioneiro no assunto. Foi desenvolvido por diversos

técnicos e estudiosos da área e recebeu o apoio de diversas indústrias do setor, alem da

ABCP.

O objetivo deste manual foi reunir os mais diferentes aspectos do tema alvenaria em um único

trabalho, desde a história do sistema construtivo, até estudos sobre execução, materiais,

patologias, cálculo estrutural entre outros.

Por ser muito abrangente, o Manual contribuiu para este trabalho como um todo, e portanto,

sua contribuição está espalhada por todo o presente trabalho.

1.3.2.2 Contribuições ao projeto estrutural de edifícios em alvenaria

Desenvolvido como dissertação de mestrado por Acetti (1998), a autora versa sobre as

principais tomadas de decisão efetuadas durante a elaboração de projetos estruturais de

edifícios em alvenaria. São abrangidas definições a respeito de armação de paredes,

modulação, técnicas construtivas e utilização de elementos pré-moldados.

Foi de grande valia para o presente trabalho o conhecimento sobre técnicas construtivas,

amarrações e modulação, com grandes influências principalmente no capítulo 2.

1.3.2.3 Produtividade da mão de obra no serviço de alvenaria

Carraro (2008) disserta sobre a produtividade no serviço de alvenaria de vedação, trazendo a

tona os indicadores de produtividade variável e o quão grande esta variação pode ser.

Métodos de medição da produtividade são vistos, e alguns conceitos do trabalho de Carraro

surgem no capítulo 3 do presente trabalho.

1.3.2.4 Alvenaria Estrutural - reportagem

A revista Construção Mercado nº 41 em 2004 trouxe esta reportagem que abrange o sistema

alvenaria estrutural como um todo, desde sua história no Brasil, até sua colocação no mercado

atual. Foi promovido ainda um debate entre os especialistas do assunto, além das empresas

22

que utilizam este método construtivo e as fabricantes de materiais; onde são discutidos

assuntos como norma técnica, nicho de mercado, resolução de patologias, racionalização, mão

de obra, materiais e os prós e contras do sistema.

Sua contribuição é bem presente neste trabalho nos capítulos 1 e 2, sendo interessante o seu

cunho comercial, que traz mais dinamismo que os trabalhos acadêmicos.

1.3.2.5 Tabela de Composição de Preços Unitários

Publicada periodicamente pela Fundação de Desenvolvimento da Educação – FDE é a base

utilizada pelo órgão para avaliar as composições de custos dos concorrentes em suas

licitações.

Possui uma gama de serviços relacionados à construção civil com preços orçados dentro da

realidade do mercado brasileiro e é utilizada por muitas empreses como uma das bases

orçamentárias.

Seus indicadores de produtividade costumam ser mais flexíveis que os da TCPO, ou seja, a

produtividade da mão-de-obra geralmente é menor neste trabalho.

No presente trabalho foram utilizados dados relativos a custos presentes na tabela da FDE,

que podem ser vistos nos apêndices.

1.3.2.6 Alvenaria Estrutural

Neste trabalho, Franco (1999) trata da alvenaria estrutural de maneira qualitativa. Definições,

classificações, materiais e equipamentos são os temas mais abordados e serviram de base ao

capítulo 2 do presente trabalho.

1.3.2.7 Estruturas em alvenaria e concreto simples

Moliterno (1995) aborda a alvenaria estrutural no âmbito do cálculo estrutural. Suas

definições e classificações, bem como sua maneira de abordar o assunto foram importantes na

maneira que se pode confrontar sua visão com a de outros autores. Assim pôde se estabelecer

uma linha de pesquisa e de abordagem do tema alvenaria estrutural mesclando seus

conhecimentos com os de autores mais contemporâneos durante o capítulo 2 do presente

trabalho.

23

1.3.2.8 Projeto de edifícios de alvenaria estrutural

De acordo com Ramalho (2003) seu trabalho compreende uma atual e ampla cobertura dos

vários aspectos do projeto estrutural e reflete o estado da arte do projeto e prática de alvenaria

no Brasil.

O autor ainda cita a sua contribuição não só em âmbito nacional, mas também mundial, dado

o número reduzido de textos amplos sobre o projeto de alvenaria, disponíveis na literatura

mundial.

O trabalho conta com a editora PINI em parceria com a ABCP, e é conhecido dentro do meio

acadêmico, sendo utilizado em diversos cursos e universidades pelo país.

Sua contribuição no presente trabalho se dá ao longo do capítulo 1 e 2 sendo uma das

principais referências quando o assunto tratado é a alvenaria estrutural.

1.3.2.9 Método para prognóstico da produtividade da mão de obra e consumo unitário de

materiais: Sistemas Prediais Hidráulicos

Tese de doutorado, Paliari (2008) elabora um método para se prognosticar a produtividade da

mão-de-obra na execução dos sistemas prediais hidráulicos e o consumo unitário de materiais

destes sistemas em dois momentos distintos: fase de viabilidade do empreendimento e na fase

de anteprojeto ou projeto de arquitetura.

Os conceitos de produtividade da mão de obra da tese em questão foram de grande valia para

o presente trabalho e surgem no capítulo 3 do mesmo.

1.3.2.10 Como medir a produtividade da mão de obra na construção civil

Neste trabalho, Souza (2000) demonstra as dificuldades em se comparar valores de

produtividade da mão-de-obra obtidos com diferentes regras para quantificação. A partir de

um estudo de caso hipotético, demonstra que diferentes diretrizes de quantificação podem

levar a indicadores que diferem demasiadamente. Indica-se, ao final, algumas breves

diretrizes para que os indicadores de produtividade possam ser inteligíveis.

Assim direcionou o presente trabalho na busca de indicadores de mesma fonte, e com critérios

iguais na sua definição; podendo assim aproximar os projetos quantificados neste trabalho de

forma a realizar comparações dentro de possibilidades reais, minimizando erros relativos de

regras de quantificação da produtividade dissidentes.

24

1.3.2.11 Tabelas de composições de preço para orçamento

Foi a fonte dos dados relativos aos indicadores de produtividade, alem de trazer definições

sobre produtividade variável e métodos para a sua quantificação. Esclareceu também pontos

sobre os procedimentos executivos do serviço alvenaria estrutural para todos os casos

estudados.

1.3.3 Contabilização da área de alvenaria estrutural

A contabilização da área de alvenaria estrutural neste presente trabalho foi dada por meio

eletrônico, utilizando-se o programa computacional AutoCAD ® para contabilização dos

metros lineares de alvenaria.

Com esta informação em mãos, multiplicam-se os metros de alvenaria pela altura da elevação

da alvenaria, sendo esta a distância entre a base da primeira fiada e o topo da última fiada.

É importante frisar que interferências como portas, devem ser descontadas para não interferir

no resultado. A contabilização deve ser feita com bom senso, pois é de grande reflexo no

resultado final.

1.3.4 Estabelecimento de prazos de execução

Foram estabelecidos prazos de execução dentro da realidade de mercado, porém alguns serão

manipulados durante este trabalho a fim de estabelecerem-se comparativos de dimensões de

equipes dentro de vários quesitos, como área do pavimento, tipo de unidade, área de alvenaria

por metro quadrado e o prazo propriamente dito.

O prazo base estabelecido para todos os projetos é de 5 dias úteis, sempre mirando na semana

de trabalho, que foi observada pelo autor como sendo a de prática usual nesse tipo de serviço.

Apesar de a semana ter 6 dias úteis, já que o operacional dentro de uma obra tem jornada

semanal de segunda-feira a sábado, observou-se também que sempre a segunda-feira, ou o

sábado é utilizado basicamente para organização de canteiro, recebimento e armazenamento

do material e outras atividades alheias ao serviço de alvenaria propriamente dito.

25

1.3.5 Indicadores de produtividade

Os indicadores de produtividade variáveis passaram a ser estudados recentemente. De acordo

com a TCPO (2008), os dados relativos à mão de obra passaram a ser acumulados a partir dos

trabalhos realizados pelo Prof. Dr. Ubiraci Espinelli Lemes de Souza, durante sua

permanência (de 1993 a 1995) na Pennsylvania State University, como pesquisador visitante,

trabalhando em parceria com o Prof. Dr. H. Randolph Thomas, daquela Instituição.

Os conceitos desenvolvidos durante esse período serviram de base para não só o

dimensionamento de mão-de-obra, mas para questões mais complexas como a composição de

custos e orçamentos de obras com grande precisão. Órgãos importantes do governo e

empresas privadas utilizam-se desses estudos para execução de tabelas e programas que visam

melhorar a produtividade, diminuir custos de produção e analisar o pré-obra com maior

proximidade do real.

Para este trabalho, serão utilizadas as tabelas da Fundação para o desenvolvimento da

educação – FDE, e a Tabela de composição de preços para orçamento, da PINI. Desses

trabalhos serão retirados os indicadores de produtividade que, de maneira variável, trarão a

tona diversas realidades de dimensionamento de equipes, que se diferenciarão por motivos de

canteiro, como transporte, qualidade de materiais e equipamentos, padrão de acabamento etc.

(ver Figura 1.6).

Com esses indicadores, se definirá um valor ideal para cada situação, tendo como base as

características de cada projeto, bem como o que foi observado pelo autor em canteiro; assim

dimensionando equipes próximas do que seria a realidade, bem como para o melhor e o pior

cenário possível.

26

Figura 1.6 – Produtividade variável para o serviço de alvenaria de blocos para alvenaria estrutural

(TCPO, 2008)

1.3.6 Dimensionamento das equipes

Esse dimensionamento ocorrerá para duas situações diferentes dentro de cada projeto, tendo

como idéia poder comparar estas situações e seus reflexos na equipe dimensionada. Estas

duas situações serão diferenciadas por fatores externos ao projeto que alterarão a

produtividade da mão de obra, formando duas equipes para cada projeto, divididas a seguir:

Equipe 1:

Trata-se da equipe dimensionada para a melhor situação possível dentro do canteiro, fixando

valores de projeto, onde a produtividade é máxima dentro dos conceitos de produtividade

variável.

Equipe 2:

Trata-se da equipe dimensionada para a pior situação possível dentro do canteiro, fixando

valores de projeto, onde a produtividade é mínima dentro dos conceitos de produtividade

variável.

27

1.4 Estrutura do trabalho

Além deste capítulo introdutório, este trabalho é composto por mais cinco capítulos, a saber:

Capítulo 2: Alvenaria Estrutural

Será apresentado o sistema de alvenaria estrutural de forma técnica, levando em conta a sua

definição e diferenciação tecnológica frente aos outros sistemas estruturais, além de pontos

relativos à execução, materiais, classificações e canteiro de obras.

Capítulo 3: Produtividade da Mão de Obra

Terá como conteúdo definições sobre produtividade, tendo como pontos principais, os

indicadores de produtividade, e as classes de mão-de-obra presentes na realização do serviço

alvenaria, bem como cada classe interfere no sistema.

Capítulo 4: Dimensionamento das Equipes

Nesse capítulo, serão dimensionadas as equipes de trabalho para cada projeto selecionado.

Assim será mostrado o caminho para obtenção resultado, bem como as respostas procuradas

para cada tipo de projeto estudado.

Capítulo 5: Considerações Finais

Serão tratadas as conclusões, obtidas a partir dos resultados inerentes ao Capítulo 4 e às

comparações de projetos no âmbito do tipo de unidade empregada, prazo e outros.

Além destes capítulos, o trabalho também é composto por mais dois anexos:

Anexo A: Plantas Baixas e Elevações

Anexo B: Planilhas de Cálculos

28

2 ALVENARIA ESTRUTURAL

2.1 Definição

De acordo com Moliterno (1995), a alvenaria é o conjunto de materiais pétreos, naturais ou

artificiais, juntados entre si por meio de argamassa. O autor ainda divide a alvenaria em dois

grandes grupos: alvenarias não estruturais ou de vedação e alvenarias estruturais ou portantes.

Para este autor são consideradas alvenarias estruturais ou portantes, aquelas que mesmo não

tendo sido consideradas no cálculo estático e elástico, colaboram indiretamente para absorver

ações secundárias (vento, variações térmicas, recalques diferenciais, etc.).

Já Franco (1999) define a alvenaria estrutural como processo construtivo que se caracteriza

pelo uso de paredes como principal estrutura suporte do edifício, dimensionada através de

cálculo racional.

O Autor ainda faz a classificação dos tipos de alvenaria em relação à estrutural conforme

Figura 2.1.

Figura 2.1 – Classificação da Alvenaria Estrutural dentro do conjunto Alvenaria (FRANCO, 1999)

Para o presente trabalho, partiu-se da definição de alvenaria estrutural de Franco (1999), que é

mais atual e presente em muitos outros trabalhos.

PAREDE DE ALVENARIA

ALVENARIA DE

VEDAÇÃO ALVENARIA RESISTENTE

ALVENARIA

TRADICIONAL

ALVENARIA

ESTRUTURAL

29

2.1.1 Componentes da Alvenaria Estrutural

Figura 2.2 – Componentes da Alvenaria Estrutural

2.1.1.1 Unidades (blocos ou tijolos)

São os componentes básicos da alvenaria estrutural, podendo estes serem blocos ou tijolos, as

unidades são as principais responsáveis pela definição das características resistentes da

estrutura.

O que diferencia um bloco de um tijolo é o fato que o segundo é maciço. São consideradas

maciças aquelas unidades que possuem índice de vazios menor que 25% da área total.

Já para as unidades vazadas (blocos) as tensões calculadas são sempre sobre a área líquida do

bloco, que corresponde à área total menos os vazios.

Normalmente os blocos apresentam uma área de vazios em torno de 50%, dessa forma a

conversão da tensão na área bruta para a tensão na área líquida se faz multiplicando-se o

primeiro valor por dois.

Por este motivo que usualmente se diz que a resistência do graute deve ser de duas vezes a

resistência do bloco, pois esta resistência referida seria a de área bruta.

30

2.1.1.2 Junta de Argamassa

Ramalho (2003) diz que a argamassa de assentamento possui as funções básicas de solidarizar

as unidades, transmitir e uniformizar as tensões entre as unidades de alvenaria, absorver

pequenas deformações e prevenir a entrada de água e vento nas edificações.

Usualmente composta de areia, cimento, cal e água, a argamassa deve reunir boas

características de trabalhabilidade, resistência, plasticidade e durabilidade para o desempenho

de suas funções.

2.1.1.3 Graute

O graute é um concreto com agregados de pequena dimensão e relativamente fluido,

eventualmente necessário para preencher os vazios dos blocos. Segundo Ramalho (2003), sua

função é propiciar o aumento da área da seção transversal das unidades ou promover a

solidarização dos blocos com eventuais armaduras posicionadas nos seus vazios.

Considera-se que o conjunto bloco, graute e eventualmente armadura trabalhem em conjunto,

analogamente ao concreto armado. Para tanto o graute deve envolver completamente as

armaduras e aderir tanto a elas quanto ao bloco, de modo a formar um conjunto único.

O graute deve ter sua resistência característica maior ou igual a duas vezes a resistência do

bloco. Como explicado acima, isto quer dizer que o graute deve ter resistência igual ou maior

que a resistência do bloco em relação à área liquida.

2.1.1.4 Armaduras

Segundo Ramalho (2003), as barras de aço utilizadas em alvenaria estrutural são as mesmas

das estruturas de concreto armado, mas neste caso, envolvidas por um graute, para garantir o

trabalho conjunto com o restante dos componentes da alvenaria. Uma exceção é feita para as

armaduras colocadas nas juntas das argamassas de assentamento. Neste caso, é importante

ressaltar que o diâmetro da armadura não deve ultrapassar a metade da espessura da junta.

31

2.2 Classificação

A alvenaria estrutural pode ser dividida de diversos modos, levando em consideração vários

fatores, como método de construção, unidade construtiva, utilização, entre outros.

2.2.1 Método construtivo

A alvenaria estrutural pode ser dividida em armada e não-armada. A alvenaria estrutural não-

armada prevê a predominância de ações de compressão sendo, segundo Franco (1999),

adequada a edifícios de até 13 andares, devido às forças horizontais de flexão e tração que

começam a surgir devido à ação do vento. Já edifícios entre 13 e 24 pavimentos são mais

econômicos quando executados em alvenaria armada.

No início da década de 1.990 era considerada alvenaria estrutural não-armada de blocos

vazados de concreto é “aquela construída com blocos vazados de concreto, assentados com

argamassa, e que contém armaduras com finalidade construtiva ou de amarração, não sendo

esta última considerada na absorção dos esforços calculados”. Já alvenaria estrutural armada

de blocos vazados de concreto, segundo a mesma referência, é “aquela construída com blocos

vazados de concreto, assentados com argamassa, na qual certas cavidades são preenchidas

continuamente com graute, contendo armaduras envolvidas o suficiente para absorver os

esforços calculados, além daquelas armaduras com finalidade construtiva ou de amarração”.

Com a nova definição, na alvenaria estrutural não-armada pode haver a presença de

armaduras construtivas e até alguns pontos de graute. Quando o grautemento começa a ser

generalizado devido ao surgimento de muitos pontos de tração essa classificação muda, e a

alvenaria passa a ser considerada armada.

Tanto a alvenaria estrutural não-armada, quanto a armada ainda podem ser divididas. A

armada pode ser de armadura passiva ou ativa (protendida), e a não-armada será o foco do

estudo deste trabalho e esta classificada a diante.

2.2.2 Unidade construtiva

Moliterno (1995) dividiu a alvenaria em estrutural ou portante utilizando como principal

diferencial sua unidade construtiva, sendo pedras, tijolos, ou blocos; ele cita os seguintes tipos

de alvenaria resistente ou portante:

Alvenaria de pedra argamassada:

Foi muito utilizada em muros de arrimo e pequenas barragens.

32

Alvenaria de tijolos maciços:

O autor coloca como a mais adequada para construção de paredes portantes, graças à

facilidade de manuseio, assim como permitir travamentos e amarrações adequadas face às

dimensões e peso desses tijolos.

Alvenaria de adobe:

Trata-se de uma alvenaria em que se utilizam os tijolos de barro secos ao ar sem passarem por

queima posterior. Tem caráter apenas histórico, apesar de ainda ser utilizada em alguns

países, e não é levada em conta em normas e disposições de cálculo atuais.

Taipa de pilão:

Tipo de alvenaria executada com uma mistura de argila, estrume de gado e seixos, socados

manualmente no interior de formas de madeira. Este tipo de alvenaria constitui-se numa das

técnicas mais avançadas da arquitetura colonial brasileira, cujo testemunho ainda pode ser

constatado em antigas edificações.

Alvenaria de concreto simples (não-armado):

Empregado em peças estruturais que dispensam teoricamente armação, cujas solicitações de

tração podem ser resistidas pelo próprio concreto.

Alvenaria de concreto ciclópico:

Trata-se de concreto simples com adição de pedra rachão como solução para reduzir o

consumo do agregado graduado alem de contar com a contribuição do peso próprio do rachão.

Gabiões:

Embora não seja classificado como estrutura de alvenaria, a estabilidade é garantida pelo peso

próprio, trabalhando por gravidade.

Blocos de solo-cimento:

Podem ser fabricados em canteiro e dispensam o consumo de combustível para queima.

Possuem resistência parecida com os tijolos maciços de barro cozido.

Já as unidades usuais da alvenaria estrutural em questão são os blocos. Estes são produzidos

industrialmente, seguindo normas específicas de fabricação, projeto, execução e controle;

sendo os principais componentes da alvenaria estrutural normatizada, foco de estudo deste

trabalho:

33

Alvenaria de blocos vazados de concreto:

Empregados como elemento resistente, pode ser utilizado para confecção de paredes de

alvenaria estrutural armada ou não-armada e tem características e técnicas já normatizadas.

Alvenaria de blocos de sílico-calcário:

Fabricados com cal e agregados finos, de natureza predominantemente quartoza. Depois da

mistura íntima, são compactados na sua forma de blocos sob pressão e endurecidos sob o

calor e pressão de vapor d’água. Como os blocos de concreto, possuem normas técnicas

especificas.

Moliterno não cita os blocos cerâmicos vazados, que como os de concreto, e sílico-calcários,

possuem normatização e são fabricados em plantas especializadas em blocos estruturais,

sendo estes três os objetos deste estudo.

2.3 Modulação

Ramalho (2003) diz que a modulação é um procedimento absolutamente fundamental para

que a edificação em alvenaria estrutural possa resultar econômica e racional. Uma má

modulação acarreta em diminuição da economia pelo fato de haver a necessidade de alguns

enchimentos, blocos especiais e armaduras de amarração, alem de diminuir a agilidade do

sistema por causa da inserção de detalhes construtivos.

Outro fato destacado por Ramalho (2003) é que por falta de amarração entre paredes

proveniente de uma má modulação faz com que a distribuição das ações entre as diversas

paredes de um edifício seja feita de forma a penalizar em demasia alguns elementos e

conseqüentemente a economia do conjunto.

O autor ainda diz que a padronização adotada é adequada apenas à modulação M-20, já que

para o autor uma boa modulação começa da escolha dos blocos de dimensões onde o

comprimento seja o dobro da largura, assim aliado a um projeto arquitetônico onde as

dimensões de cômodos sejam múltiplas da largura do bloco, pode se minimizar o uso de

blocos especiais, armaduras de amarração e juntas a prumo.

Porem em trabalhos mais recentes surgem outras modulações, seguindo a diversidade de

dimensões existentes no mercado atual. Parsekian (2010) cita como mais comuns as

modulações 15x30 (M-15), 20x40 (M-20) e 15x40 para blocos cerâmicos, sendo que a última

não segue a proporcionalidade de medidas, sendo que assim, basta utilizar-se os blocos

especiais de 14x34 e 14x44.

34

Neste trabalho o projeto 1 possui uma modulação M-15 e o projeto 4 uma modulação M-20.

Já os projetos que utilizam blocos sílico-calcários não seguem nenhuma das modulações mais

usuais.

No mercado encontram-se diversos tipos de modulações e blocos de dimensões

completamente diferentes do que recomenda a norma. O importante é o projetista estrutural,

junto com a arquitetura definirem qual tipo de modulação ou de bloco que trará maior

quantidade de benefícios ao projeto a ser executado.

2.4 Aspectos técnicos e econômicos

Para se ter economia na execução de um edifício, deve-se primeiramente verificar se o

sistema estrutural escolhido é mesmo o mais indicado para o empreendimento a ser realizado.

De acordo com Ramalho (2003) são três as características mais importantes para se decidir

pelo sistema construtivo mais adequado: Altura da edificação, arranjo arquitetônico e tipo de

uso.

No caso da altura, Ramalho (2003) diz que a alvenaria estrutural é adequada a edifícios de no

máximo 15 pavimentos, pois após esse limite, além de necessitar de blocos feitos por

encomenda, seria necessário um esquema de grauteamento generalizado que prejudicaria

muito a economia.

Já o arranjo arquitetônico diz respeito à densidade de paredes por m². O usual, segundo

Ramalho (2003) seria entre 0,5 e 0,7 m de alvenaria por m². Mais que isso, prejudica-se a

economia; menos, prejudica-se a resistência da estrutura.

Por fim, o tipo de uso reflete no que foi discutido no capítulo 1, sendo interessantes para

alvenaria estrutural as habitações de baixo e médio padrão, onde não há uma necessidade de

uma flexibilidade dos ambientes.

2.4.1 Pontos positivos do sistema

A seguir são apresentadas as características que podem representar as principais vantagens da

alvenaria estrutural em relação às estruturas convencionais de concreto armado em ordem

decrescente de importância:

Economia de formas:

Quando existem, são utilizadas apenas formas para lajes.

35

Redução significativa nos revestimentos:

A qualidade do bloco estrutural e o controle maior na execução da alvenaria permitem, por

exemplo, que possa se revestir internamente uma parede com uma fina camada de gesso

diretamente sobre os blocos. No caso azulejos, também podem ser aplicados diretamente

sobre os blocos.

Redução nos desperdícios de material e mão de obra:

Por serem proibitivas as intervenções posteriores significativas, como rasgos ou aberturas

para passagem de instalações elétricas e hidráulicas, há uma eliminação de desperdícios. Esse

desperdício visualizado no método tradicional somado a improvisações neste sentido,

encarecem significativamente o preço de uma construção.

Redução de especialidades:

Redução substancial de armadores e carpinteiros na obra.

Flexibilidade no ritmo de execução da obra:

Com a utilização de lajes e escadas pré-fabricadas, o ritmo da obra não terá dependência com

o tempo de cura do concreto, como no caso de moldados em loco.

2.4.1 Pontos negativos do sistema

A seguir são apresentadas as características que podem representar as principais desvantagens

da alvenaria estrutural em relação às estruturas convencionais de concreto armado em ordem

decrescente de importância:

Dificuldade de se adaptar para um novo uso:

Paredes como estrutura não permitem adaptações significativas no arranjo arquitetônico. Uma

modificação desavisada pode comprometer a segurança de uma edificação durante sua vida

útil.

Interferência entre projetos de arquitetura, estruturas e instalações:

O projeto arquitetônico é afetado diretamente pelo sistema. Vãos, dimensões e arranjos

arquitetônicos são completamente influenciados pela modulação. A impossibilidade de furar

essas paredes sem um controle cuidadoso, também condiciona e muito os projetos de

instalações elétricas e hidráulicas.

36

Necessidade de uma mão de obra bem qualificada:

Por ser um sistema preciso e racionalizado, necessita de uma mão de obra treinada e apta para

fazer uso de instrumentos adequados para execução da alvenaria estrutural.

2.5 Execução

A alvenaria estrutural é um método construtivo preciso e racionalizado, que para poder ter

qualidade necessita de uma série de cuidados.

Uma construtora que queira atuar na construção em alvenaria estrutural, deve possuir um

check-list básico:

-visite os fornecedores, e procure blocos que possuam selo de qualidade, para garantir a

qualidade do produto;

-compatibilize os projetos arquitetônico e estrutural, para melhor aproveitamento do sistema;

-certifique-se de que o prisma (corpo-de-prova) foi recolhido e transportado com cuidado;

-escolha e teste corretamente a argamassa, para evitar patologias;

-treine ou empregue apenas mão-de-obra capacitada;

-controle diariamente o prumo, alinhamento e nivelamento das paredes (CONSTRUÇÃO

MERCADO, 2004).

As medidas parecem simples, porém os problemas mais comuns da alvenaria estrutural

sempre estão relacionados a uma ou mais dessas medidas.

37

2.5.1 Fluxograma da produção de alvenaria estrutural

Figura 2.3 – Fluxograma da produção de AE

2.5.1.1 Recebimento

Primeiramente deve se atentar para uniformidade do lote de blocos, já que diferenças de cor

podem significar queima irregular e com prejuízos na resistência.

Deve verificar se há blocos quebrados em demasia, fato que pode estar relacionado tanto com

um transporte mal feito quanto com uma baixa resistência dos blocos a serem entregues.

38

Outro fator importante e a aparência do bloco quanto à geometria. As dimensões devem estar

dentro do que foi pedido, e os blocos não podem ter sofrido deformações, que causariam

problemas no alinhamento e prumo da parede a ser executada.

Sempre é interessante receber estes blocos em paletes. Assim a estocagem e o transporte serão

facilitados.

Parsekian (2010) ainda afirma que o lote não deve passar de 20.000 blocos, ou o número

necessário para dois pavimentos.

2.5.1.2 Estocagem

Os blocos devem ser estocados em um local estratégico dentro do canteiro. A proximidade do

estoque de blocos com a área onde está sendo realizado o serviço de assentamento, ou com

transporte vertical; agiliza o processo construtivo, diminui a quantidade de serventes e

minimiza as quebras durante o transporte.

É importante também que os blocos fiquem desencostados do solo e protegidos da chuva; pois

a umidade diminui a resistência do bloco durante seu manuseio, alem de prejudicar a

aderência com a argamassa.

Mais uma vez atenta-se para o uso de paletes, pois facilitam a disposição e organização desses

blocos dentro do canteiro.

2.5.1.3 Transporte interno

Deve se transportar os blocos até o local onde será executado o serviço de maneira que

minimize as quebras. O transporte é onde acontece a maioria das perdas de blocos, pois é

usual a pratica do servente de encher o carrinho de mão ou a jerica com blocos, e ao chegar ao

destino, despejá-los no chão como se fosse areia. Neste caso, o correto seria utilizar o carrinho

de blocos, pois ele é preparado para receber os blocos de maneira organizada, já que seu

fundo é plano.

Se as condições de canteiro e transporte vertical permitirem, é interessante transportar os

blocos paletizados mesmo dentro do canteiro. Assim as quebras durante o transporte são

quase nulas.

2.5.1.4 Marcação

Segundo Parsekian (2010) inicia-se esta etapa pela liberação do pavimento, verificando as

condições do contrapiso e a locação das armaduras de arranque. Então parte-se para as

39

medidas e esquadro da primeira fiada, posicionando os blocos estratégicos e fazendo o

controle de cota de cada bloco, partindo do bloco localizado no ponto mais alto do pavimento

(referência de nível). Após a marcação e o assentamento dos blocos estratégicos, eleva-se a

primeira fiada

2.5.1.4.1 Elevação

Segundo Parsekian (2010), deve-se assentar os blocos da segunda fiada até a altura do peitoril

das janelas, verificar tolerâncias quanto ao prumo, nível, planicidade, alinhamento e espessura

das juntas de argamassa, iniciar a execução das instalações elétricas, confeccionar vergas e

contravergas, executar o grauteamento nos pontos exigidos pelo projeto, finalizar as

instalações elétricas e executar as cintas de amarração ou respaldos.

2.5.1.4.2 Amarração

As paredes de alvenaria estrutural, como elementos resistentes devem se solidarizar umas com

as outras. Para tanto e importante prever a amarração no encontro de duas ou mais paredes.

De acordo com Accetti (1998) a amarração garante a transmissão de ações de uma parede

para outra, o que alivia uma parede muito carregada e acrescenta tensões em outra menos

carregada, promovendo uniformização de tensões. Esta uniformização é ótima para a

economia, pois a resistência dos blocos de um pavimento é dada pela tensão atuante na parede

mais solicitada, já que não se usam blocos com resistências diferentes em um mesmo

pavimento, por razões operacionais.

A autora ainda afirma que amarração de paredes contribui na prevenção do colapso

progressivo, pois provê a estrutura de caminhos alternativos para transferência de forças no

caso de ocorrência de uma ruína localizada provocada por uma ação excepcional. Além disso,

a amarração serve de contraventamento para as paredes. Segundo a NBR-10837 (ABNT,

1989), item 5.4.9, a união e solidarização de paredes que se cruzam podem ocorrer por um

dos seguintes métodos: amarração direta ou amarração indireta.

A amarração direta é feita através da própria disposição dos blocos nas fiadas, com 50% deles

penetrando alternadamente na parede interceptada.

40

Figura 2.2 – Amarração direta (ACCETTI, 1998)

Já a amarração indireta se dá quando há o surgimento de juntas a prumo. Para evitar esse tipo

de amarração é sempre bom buscar modulações e dimensões de ambientes que inibam esse

efeito.

Figura 2.3 – Junta a prumo (ACCETTI, 1998)

Nestes casos, a NBR-10837 (ABNT, 1989) recomenda a amarração indireta para as paredes,

na qual se utilizam barras metálicas convenientemente dispostas ou em forma de treliças

soldadas, ou mesmo peças em forma de chapa metálica de resistência comprovada. Para

Accetti (1998) estas ligações devem ser feitas à distância máxima de três fiadas umas das

outras, e podem ser feitas por armaduras em forma de ganchos unindo as duas paredes (Figura

2.4). Outra opção é a utilização de telas metálicas na junta de assentamento, que têm a

vantagem, em relação à anterior, de melhor manutenção da posição. Porem esse a amarração

indireta não assegura a total solidarização entre as paredes, servindo mais como redutoras de

fissuração.

41

Figura 2.4 – Amarração indireta com gancho de aço em junta a prumo

42

2.5.1.5 Controle

Parsekian (2010) afirma que toda alvenaria estrutural deve passar pelo controle geométrico e

deve atender às exigências da Tabela 2.1 para aceitação.

Qudro 2.1 – Variáveis de controle da produção da alvenaria, considerando juntas de 10 mm de espessura

(NBR 15812-2/2010)

Fator  Tolerância 

Junta horizontal  Espessura  ± 3 mm 

Nível  2 mm/m                                10 mm no máximo 

Junta vertical  Espessura  ± 3 mm 

Alinhamento vertical 2 mm/m                                10 mm no máximo 

Alinhamento da parede 

Vertical ± 2 mm/m                             ± 10 mm no máximo por piso                                   ± 25 mm na altura total 

Horizontal  ± 2 mm/m                             ± 10 mm no máximo 

Superficie superior das paredes portantes 

Variação no nível entre elementos de piso adjacentes 

± 1 mm/m 

Variação no nível dentro da largura de cada bloco isoladamente 

± 1,5 mm 

O autor também salienta a importância do controle da resistência dos materiais. A NBR-

15812-2 (ABNT, 2010) exige que, antes do início da obra, seja feita a caracterização da

resistência à compressão dos materiais e da alvenaria empregados na construção; devendo

serem ensaiados conforme amostragens e métodos especificados nas respectivas normas. Esta

caracterização pode ser feita por prismas, conforme o Anexo A da NBR-15812-2

(ABNT,2010); de pequenas paredes, conforme o Anexo B da mesma norma; ou de paredes,

conforme NBR-8949 (ABNT, 1985); sendo que o número mínimo destes corpos de prova

aparecem na Tabela 2.2.

Quadro 2.2 – Número mínimo de corpos-de-prova por tipo de elemento de alvenaria

TIPO DE ELEMENTOS DE ALVENARIA 

Prisma  Pequena parede 

Parede 

NÚMERO DE CORPOS‐DE‐PROVA  12  6  3 

43

3 PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA

3.1 Definição

As bibliografias base deste projeto de pesquisa descendem da palavra Produtividade,

intimamente ligada ao Dimensionamento, que por sua vez é o objeto de estudo deste projeto.

Segundo Paliari (2008), produtividade da mão de obra consiste na relação entre as entradas de

um processo (mão de obra), e as saídas do mesmo (m2 de alvenaria), ou seja, é a eficiência da

transformação do esforço humano em serviço de construção.

A produtividade da mão de obra deve ser avaliada sobre o ponto de vista das equipes de

trabalho, levando se em conta o efeito da curva de aprendizagem de atividades repetitivas,

assim como outros fatores que interferem no valor final da produtividade.

Estes fatores são divididos em duas categorias: a primeira é o conteúdo no qual o trabalho é

realizado, dizendo respeito a ele as características físicas do trabalho como especificação dos

materiais e detalhes de projeto; já a segunda categoria, contexto, diz respeito ao ambiente de

trabalho, aos aspectos gerenciais e organizacionais, alem de incluir a disponibilidade de

materiais e equipamentos entre outros.

De maneira geral, estes fatores causam uma interferência na produtividade da mão de obra, de

maneira aleatória ou sistemática, gerando uma curva que exprime a produtividade real, que

tem como característica principal a irregularidade, e a dificuldade da sua definição.

Porém, quando se retira de forma matemática esses fatores, dimensionando-os, e criando um

ambiente ideal de trabalho, pode-se chegar a uma curva de referência, na qual se pode

trabalhar, inserindo ou retirando fatores, e assim dimensionando essa mão-de-obra de acordo

com sua necessidade.

3.2 Classificação da mão de obra

De acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações, os trabalhadores da construção civil

estão divididos da seguinte forma:

Servente: trabalhador não qualificado, executor de tarefas manuais simples, realização

do transporte de materiais, montagem de andaimes, etc;

Pedreiro: trabalhador “qualificado”, presente em quase todas as atividades da

construção. Faz alvenaria, concreto e outros materiais, guiando-se por desenhos, esquemas e

44

especificações, utilizando se de ferramentas e de plantas, apesar do baixo grau de escolaridade

apresentado.

Mestre de obras: trabalhador “altamente qualificado”, tendo a função de organizar e

supervisionar os demais trabalhadores, fazendo a interface entre o engenheiro e o canteiro de

obras. Diferencia-se geralmente por ser do quadro fixo de funcionários da empresa.

No presente trabalho são estudadas apenas as duas primeiras ocupações, servente e pedreiro,

pois elas que participam diretamente da produção da alvenaria estrutural.

No caso, o pedreiro, ou oficial, é responsável pelo assentamento dos blocos, marcações,

posicionamento de armaduras construtivas, grauteamento, controle de qualidade, nível e

prumo; enquanto o servente deve atuar no auxílio apenas, transportando blocos, argamassa,

organizando ferramentas e materiais, dando total suporte ao serviço do pedreiro.

3.3 Indicadores de Produtividade

De acordo com a TCPO (2003), os indicadores de produtividade na Construção Civil, tanto no

Brasil quanto no exterior, tradicionalmente têm sido apresentados por composições

individuais para cada serviço, sendo que, para cada um deles, indica-se a demanda média por

materiais e por mão-de-obra para se executar uma unidade do produto.

Tal postura, embora de fácil entendimento e aplicação, vinha sendo criticada, nos últimos

anos, em função da diversidade de tipologias de produtos, de tecnologias utilizáveis e das

diferentes formas de organização e gestão dos serviços que vêm sendo adotadas pelas

empresas de Construção. Mais que isso, com o aumento da competição no mercado, as

diferenças de desempenho, que já eram uma marca do setor, tornaram-se ainda mais

importantes de serem consideradas para garantir o sucesso das empresas. Enfim, a idéia de se

adotarem valores médios de produtividade para um serviço significa uma postura talvez

simplificada demais ante as atuais necessidades de entendimento mais aprofundado das

atividades de construção.

Segundo Souza (2003) essa postura determinística e, até certo ponto, independente dos fatores

presentes em uma obra, ligados ao conteúdo e ao contexto do trabalho, que podem imprimir

variações no desempenho na execução dos serviços, embora de fácil aplicação, pode estar

associada a uma perda de precisão na previsão da produtividade inaceitável para o mercado

altamente competitivo atual.

45

Os indicadores de produtividade variável se mostram mais capaz de adaptar cada caso

estudado a sua própria realidade, recolhendo informações inerentes a cada projeto e assim

definindo um valor mais adaptado para cada situação.

No presente trabalho, o indicador de produtividade utilizado será a razão unitária de produção

(RUP) que Souza (2000) define como:

Para alvenaria estrutural a RUP será calculada de acordo com Souza (2003):

onde: Hh = homens-hora, A= área construída (m²).

As variações máximas e mínimas da RUP devem ser fruto de um acompanhamento diário de

canteiro e estudos de fatores influentes, seja em relação a contexto ou conteúdo, adquirindo

assim um banco de dados capaz de promover um entendimento satisfatório da produtividade

no serviço estudado.

Figura 3.1 – O levantamento diário de dados como base para a composição do banco de dados para o

estudo da produtividade (SOUZA, 2003)

3.4 Produtividade no serviço alvenaria estrutural

A produtividade da mão de obra no serviço de alvenaria estrutural varia de acordo com as

condições de projeto, canteiro, da mão de obra e da qualidade do produto desenvolvido.

Para TCPO (2008), as características básicas que definem a RUP a ser adotada são:

-Preenchimento ou não das juntas verticais;

46

-Densidade de alvenaria por m² de piso;

-Variação na altura das paredes;

-Prazo de execução do pavimento;

-Espessura das paredes;

-Rotatividade da mão de obra;

-Cumprimento das obrigações salariais para com os funcionários;

-Disponibilidade de materiais;

-Disponibilidade de equipamento de transporte vertical.

Assim sendo, para ter uma boa produtividade neste serviço, é necessária uma organização por

parte da gerência de obras, além de variáveis de projeto favoráveis à produtividade, como

explicitado anteriormente.

47

4 DIMENSIONAMENTO DAS EQUIPES

4.1 Jornada de trabalho

De início, partiu-se para definição da jornada de trabalho a ser adotada. De acordo com o

SINDUSCON, é estabelecido que a jornada de trabalho normal, de 8 (oito) horas diárias e 44

(quarenta e quatro) horas semanais, conforme estabelece a Constituição Federal, será

cumprida de 2ª a 6ª feira, mediante a compensação das 4 horas normais de trabalho do sábado,

distribuindo 1 (uma) hora por dia, a saber:

a) 4 (quatro) dias com 8 (oito) horas normais e 1 (uma) hora de compensação totalizando 09

(nove) horas de trabalho;

b) 1 (um) dia com 08 (oito) horas normais de trabalho.

Ou seja, 44 horas semanais, sendo que na semana básica de serviço pré estabelecida neste

trabalho é de 5 dias, portanto para fins de cálculo será adotado 8,8 horas diárias de trabalho. A

partir desta informação pode-se partir para a definição dos limites para a produtividade

variável no serviço de alvenaria estrutural.

4.2 Máximos e mínimos

Pela TCPO (2008), o serviço de alvenaria é dividido em cinco grupos, onde o fator

preponderante para diferenciação dos mesmos é o tipo de unidade utilizada. São eles: de tijolo

cerâmico furado, de blocos para alvenaria de vedação, de blocos para alvenaria estrutural, de

componentes de concreto celular, e de tijolos de barro.

Para cada grupo discutem-se a produtividade da mão-de-obra e o consumo unitário tanto de

blocos quanto de argamassa de assentamento.

De acordo com a TCPO (2008), as faixas de valores de produtividade da mão-de-obra,

mostradas a seguir para os três principais grupos, foram feitas com as seguintes

considerações:

a) mostram-se faixas de valores separadamente para os pedreiros e para os ajudantes diretos

(aqueles que servem os oficiais estando nas imediações da frente de serviço);

b) tais faixas vêm associadas aos fatores que levam a uma expectativa pior, ou melhor, quanto

ao valor do indicador de produtividade, isto é, uma proximidade maior do extremo direito ou

esquerdo, respectivamente, da faixa.

48

Figura 4.1 – Produtividade variável no serviço de alvenaria de tijolo cerâmico furado (TCPO, 2008)

Figura 4.2 – Produtividade variável no serviço de alvenaria de blocos para vedação (TCPO, 2008)

Figura 4.3 – Produtividade variável no serviço de alvenaria de blocos estruturais (TCPO, 2008)

49

Ou seja, neste caso não são considerados serventes que trabalham na produção da argamassa

de assentamento. Porém, para as composições de custos da TCPO (2008) observa-se que a

RUP dos serventes cresce, ultrapassando o limite considerado máximo pela própria TCPO.

Tabela 4.1 – Valores de RUP expressos na TCPO

Tipo 3: Alvenaria de blocos para alvenaria estrutural

Mínimo Mediana Máxima Mediana Cerâmico

Mediana Sílico-

Calcário

Mediana Concreto

Servente: 0,31 0,43 0,59 0,806 1,024 0,945

Pedreiro: 0,51 0,71 0,98 0,7 0,85 0,8

Isso se deve ao fato que para o cálculo de preços na área de alvenaria, são considerados

serviços indiretos, neste caso a produção de argamassa industrializada, ou produzida no

canteiro de obras.

Neste trabalho, será dimensionada a equipe para o serviço de alvenaria como um todo,

levando em consideração o transporte de materiais, marcações, produção de argamassa em

canteiro de obras e o assentamento de blocos estruturais.

Portanto define-se a produtividade máxima e mínima com base na TCPO (2008) para o

serviço de alvenaria estrutural nas tabelas a seguir:

Tabela 4.2 – Valores de RUP máximos e mínimos adotados para blocos de concreto

Alvenaria estrutural de blocos de concreto

Mínimo Mediana Máxima

Servente: 0,60 0,945 1,21

Pedreiro: 0,51 0,8 0,98

Tabela 4.3 – Valores de RUP máximos e mínimos adotados para blocos cerâmicos

Alvenaria estrutural de blocos cerâmicos

Mínimo Mediana Máxima

Servente: 0,517 0,806 1,042

Pedreiro: 0,504 0,7 0,968

Tabela 4.4 – Valores de RUP máximos e mínimos adotados para blocos de sílico-calcário

Alvenaria estrutural de blocos de sílico-calcário

Mínimo Mediana Máxima

Servente: 0,65 1,024 1,311

Pedreiro: 0,542 0,85 1,041

50

4.3 Dimensionamento das equipes

4.3.1 Projeto 1

O projeto 1, como descrito no capítulo 1, consiste em um edifício de seis pavimentos em

alvenaria estrutural não-armada.

A unidade utilizada nesta edificação é o bloco cerâmico estrutural de 14x19x29 cm, com

juntas de 10 mm em argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia média sem peneirar.

4.3.1.1 Variáveis relacionadas ao projeto 1

Área do pavimento tipo:

Com auxílio do software AutoCAD ®, utilizando o comando area, foram obtidos a área e o

perímetro do pavimento tipo, sendo que o segundo não é relevante a este trabalho.

Assim obteve-se uma área de pavimento-tipo igual a 280,23 m².

Comprimento total de paredes:

Com o AutoCAD ®, utilizando o comando dist, mediu-se em planta o comprimento em

centímetros de cada parede de alvenaria estrutural. Estes comprimentos foram somados no

Microsoft Excel e convertidos para metros.

Neste caso, obteve-se 206,51 m.

Área relativa ao serviço de alvenaria estrutural:

Foi obtida pela multiplicação do comprimento total de paredes pelo pé direito do pavimento,

no caso a distância da base da primeira fiada, ao topo da última fiada.

Este projeto apresentou uma área de alvenaria a ser executada de 534,86 m².

Densidade de alvenaria por m²:

Segundo Ramalho (2003), a densidade usual de paredes estruturais por m² de pavimento deve

estar dentro da faixa de 0,5 a 0,7 m/m².

Essa densidade e colocada pela TCPO (2008) como um dos fatores que influenciam a

produtividade da mão-de-obra neste serviço, e preponderante na adoção de uma RUP para o

projeto.

Para esta situação, calculou-se uma densidade de paredes estruturais de 0,7369 m/m², sendo

este um fator de projeto desfavorável à produtividade.

51

Tabela 4.5 – Variáveis relacionadas ao projeto 1

ÁREA DO PAVIMENTO 

TIPO 280,23 m2

COMPRIMENTO TOTAL 

DE ALVENARIA 20650,8 cm 206,51 m

ESPESSURA DA 

PAREDE 14 cm 0,14 m

ÁREA DE ALVENARIA 

EM PLANTA 28,91 m2

PÉ DIREITO 2,59 m

ÁREA DE SERVIÇO 

ALVENARIA 534,86 m2

DENSIDADE DE 

ALVENARIA POR M2 0,7369 DESFAVORÁVEL

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROJETO

4.3.1.2 Dimensionamento para a situação mais favorável

Como exposto no capítulo 1, o prazo de execução considerado é de cinco dias úteis, sendo 8,8

horas diárias de serviço. Multiplicando os dias pelas horas diárias obteve-se 44 horas por

pavimento.

Assim, dimensionou-se a equipe por meio da seguinte equação:

Equação 4.1 – Dimensionamento da equipe de trabalho

Onde:

Eqp = equipe de trabalho;

RUP = razão unitária de produção em Hh/m²;

A = Área de serviço alvenaria estrutural ser executado em m²;

h = Tempo para execução do pavimento em horas.

Assim, obtiveram-se os seguintes resultados:

52

Tabela 4.6 – Resultados para situação mais favorável do projeto 1

min = 0,504 med = 0,7 max = 0,968

Não preenchimento das  

juntas  verti ca is1

Dens idade  média  de  

a lvenaria/m²1

Presença  quase  que  

exclus iva  de  paredes  na  

a l tura  usual

1

Prazos  enxutos 1

Paredes  de  espessura  

pequena1

Baixa  rotatividade 1

Pagamento conforme  

acordado1

Materia l  disponível 1

Equipamento de  

transporte  vertica l  

disponível

1

RUP OFICIAL: 0,555556 0,5753333

min = 0,517 med = 0,806 max = 1,042

EQUIPE 1 4 Oficiais 4 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO FAVORÁVEL

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Falha  no pagamento 

dos  operários

Fal ta  de  materia l

Quebra  ou 

indisponibi l idade  de  

equipamento de  

transporte  vertica l  

RUP SERVENTE:

Preenchimento das  

juntas  vertica is

Dens idade  alta  ou 

baixa  de  alvenaria/m²

Presença  s igni ficativa  

de  paredes  a l tas  ou 

baixas  demais

Prazos  extensos

Paredes  de  espessura  

grande

Alta  rotatividade

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS CERÂMICOS

4.3.1.3 Dimensionamento para a situação menos favorável

Para esta situação foram fixadas as variáveis de projeto e alteradas as variáveis de canteiro,

equipamentos e mão de obra. Desta forma foram obtidos os seguintes resultados:

53

Tabela 4.7 – Resultados para situação menos favorável do projeto 1

min = 0,504 med = 0,7 max = 0,968

Não preenchimento das  

juntas  verti ca is1

Dens idade  média  de  

a lvenaria/m²1

Presença  quase  que  

exclus iva  de  paredes  na  

a l tura  usual

1

Prazos  enxutos 1Paredes  de  espessura  

pequena1

Baixa  rotatividade 1Pagamento conforme  

acordado1

Materia l  disponível 1Equipamento de  

transporte  vertica l  

disponível

1

RUP OFICIAL: 0,813333 0,867

min = 0,517 med = 0,806 max = 1,042

EQUIPE 2 5 Oficiais 6 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Fal ta  de  materia l

Quebra  ou 

indisponibi l idade  de  

equipamento de  

Alta  rotatividade

Falha  no pagamento 

dos  operários

Prazos  extensos

Paredes  de  espessura  

grande

Dens idade  alta  ou 

baixa  de  alvenaria/m²

Presença  s igni ficativa  

de  paredes  a l tas  ou 

baixas  demais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS CERÂMICOSPreenchimento das  

juntas  vertica is

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

4.3.1.4 Análise de resultados

Com a alteração das condições de canteiro, materiais, equipamentos e mão de obra, houve um

aumento de 25% do número de oficiais e de 50% do número de serventes. De acordo com a

TCPO, o custo da mão de obra no serviço de alvenaria estrutural equivale em média a 30% do

valor global do serviço.

Dado o exposto, com a desorganização do canteiro de obras, falta de materiais e

equipamentos e más condições de trabalho; o custo global do serviço alvenaria neste caso

subiu 10%, levando em consideração apenas o aumento da equipe de trabalho, sem considerar

as perdas de material, aluguel e reparo de equipamentos entre outros problemas gerados.

54

4.3.2 Projeto 2

O projeto 2, como descrito no capítulo 1, consiste em dois edifícios de oito pavimentos em

alvenaria estrutural não-armada.

A unidade utilizada nesta edificação é o bloco de sílico-calcário estrutural de 14x11,3x24 cm,

com juntas de 12 mm na horizontal e 10 mm na vertical, em argamassa mista de cimento, cal

hidratada e areia média sem peneirar.

4.3.2.1 Variáveis relacionadas ao projeto 2

Os procedimentos a seguir, foram realizados como no Projeto 1.

Área do pavimento tipo:

Obteve-se uma área de pavimento-tipo igual a 269,69 m².

Comprimento total de paredes:

Obteve-se um comprimento total de 206,51 m.

Área relativa ao serviço de alvenaria estrutural:

Este projeto apresentou uma área de alvenaria a ser executada de 479,09 m².

Densidade de alvenaria por m²:

Para esta situação, calculou-se uma densidade de paredes estruturais de 0,6768 m/m², sendo

este um fator de projeto desfavorável à produtividade.

Tabela 4.8 – Variáveis relacionadas ao projeto 2

ÁREA DO PAVIMENTO 

TIPO 269,69 m2

COMPRIMENTO TOTAL 

DE ALVENARIA 18251,06 cm 182,51 m

ESPESSURA DA 

PAREDE 14 cm 0,14 m

ÁREA DE ALVENARIA 

EM PLANTA 25,55 m2

PÉ DIREITO 2,63 m

ÁREA DE SERVIÇO 

ALVENARIA 479,09 m2

DENSIDADE DE 

ALVENARIA POR M2 0,6768 FAVORÁVEL

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROJETO

55

4.3.2.2 Dimensionamento para a situação mais favorável

Como expresso no capítulo 1, o prazo de execução considerado é de cinco dias úteis, sendo

8,8 horas diárias de serviço. Multiplicando os dias pelas horas diárias obteve-se 44 horas por

pavimento.

Assim, dimensionou-se a equipe obtendo-se o seguinte resultado:

Tabela 4.9 – Resultados para situação mais favorável do projeto 2

min = 0,542 med = 0,85 max = 1,041

Não preenchimento das  

juntas  vertica is1

Dens idade  média  de  

a lvenaria/m²1

Presença  quase  que  

exclus iva  de  paredes  na  

a l tura  usual

1

Prazos  enxutos 1

Paredes  de  espessura  

pequena1

Baixa  rotatividade 1

Pagamento conforme  

acordado1

Materia l  disponível 1

Equipamento de  

transporte  vertica l  

disponível

1

RUP OFICIAL: 0,542 0,65

min = 0,65 med = 1,024 max = 1,311

EQUIPE 1 3 Oficiais 4 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO FAVORÁVEL

Falta  de  materia l

Quebra  ou 

indisponibi l idade  de  

equipamento de  

transporte  vertica l  

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Preenchimento das  

juntas  vertica is

Dens idade  alta  ou 

baixa  de  alvenaria/m²

Presença  s igni ficativa  

de  paredes  a l tas  ou 

baixas  demais

Prazos  extensos

Paredes  de  espessura  

grande

Al ta  rotatividade

Falha  no pagamento 

dos  operários

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS SÍLICO‐CALCÁREOS

4.3.2.3 Dimensionamento para a situação menos favorável

Para esta situação foram fixadas as variáveis de projeto e alteradas as variáveis de canteiro,

equipamentos e mão de obra. Desta forma foram obtidos os seguintes resultados:

56

Tabela 4.10 – Resultados para situação menos favorável do projeto 2

min = 0,542 med = 0,85 max = 1,041

Não preenchimento das  

juntas  vertica is1

Dens idade  média  de  

a lvenaria/m²1

Presença  quase  que  

exclus iva  de  paredes  na  

a l tura  usual

1

Prazos  enxutos 1Paredes  de  espessura  

pequena1

Baixa  rotatividade 1Pagamento conforme  

acordado1

Materia l  disponível 1Equipamento de  

transporte  vertica l  

disponível

1

RUP OFICIAL: 0,819222 1,01722222

min = 0,65 med = 1,024 max = 1,311

EQUIPE 2 5 Oficiais 6 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Fal ta  de  materia l

Quebra  ou 

indisponibi l idade  de  

equipamento de  

Alta  rotatividade

Falha  no pagamento 

dos  operários

Prazos  extensos

Paredes  de  espessura  

grande

Dens idade  alta  ou 

baixa  de  alvenaria/m²

Presença  s igni ficativa  

de  paredes  a l tas  ou 

baixas  demais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS SÍLICO‐CALCÁREOSPreenchimento das  

juntas  vertica is

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

4.3.2.4 Análise de resultados

Com a alteração das condições de canteiro, materiais, equipamentos e mão de obra, houve um

aumento de 67% do número de oficiais e de 50% do número de serventes. Neste caso, o custo

global do serviço alvenaria estrutural aumentou em 17%, levando em consideração apenas o

aumento da equipe de trabalho.

57

4.3.3 Projeto 3

O projeto 3, como descrito no capítulo 1, consiste em um edifício de oito pavimento em

alvenaria estrutural não-armada.

A unidade utilizada nesta edificação é o bloco de sílico-calcário estrutural de 14x11,3x24 cm,

com juntas de 12 mm na horizontal e 10 mm na vertical, em argamassa mista de cimento, cal

hidratada e areia média sem peneirar.

4.3.3.1 Variáveis relacionadas ao projeto 3

Os procedimentos a seguir, foram realizados como no Projeto 1.

Área do pavimento tipo:

Obteve-se uma área de pavimento-tipo igual a 226,37 m².

Comprimento total de paredes:

Obteve-se um comprimento total de 149,33 m.

Área relativa ao serviço de alvenaria estrutural:

Este projeto apresentou uma área de alvenaria a ser executada de 386,75 m².

Densidade de alvenaria por m²:

Para esta situação, calculou-se uma densidade de paredes estruturais de 0,6596 m/m², sendo

este um fator de projeto desfavorável à produtividade.

Tabela 4.11 – Variáveis relacionadas ao projeto 3

ÁREA DO PAVIMENTO 

TIPO 226,37 m2

COMPRIMENTO TOTAL 

DE ALVENARIA 14932,5 cm 149,33 m

ESPESSURA DA 

PAREDE 14 cm 0,14 m

ÁREA DE ALVENARIA 

EM PLANTA 20,91 m2

PÉ DIREITO 2,59 m

ÁREA DE SERVIÇO 

ALVENARIA 386,75 m2

DENSIDADE DE 

ALVENARIA POR M2 0,6596 FAVORÁVEL

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROJETO

58

4.3.3.2 Dimensionamento para a situação mais favorável

Como expresso no capítulo 1, o prazo de execução considerado é de cinco dias úteis, sendo

8,8 horas diárias de serviço. Multiplicando os dias pelas horas diárias obteve-se 44 horas por

pavimento.

Assim, dimensionou-se a equipe obtendo-se o seguinte resultado:

Tabela 4.12 – Resultados para situação mais favorável do projeto 3

min = 0,542 med = 0,85 max = 1,041

Não preenchimento das  

juntas  verti ca is1

Dens idade  média  de  

a lvenaria/m²1

Presença  quase  que  

exclus iva  de  paredes  na  

a l tura  usual

1

Prazos  enxutos 1

Paredes  de  espessura  

pequena1

Baixa  rotatividade 1

Pagamento conforme  

acordado1

Materia l  disponível 1

Equipamento de  

transporte  vertica l  

disponível

1

RUP OFICIAL: 0,542 0,65

min = 0,65 med = 1,024 max = 1,311

EQUIPE 1 3 Oficiais 3 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO FAVORÁVEL

Alta  rotatividade

Falha  no pagamento 

dos  operários

Fal ta  de  materia l

Quebra  ou 

indisponibi l idade  de  

equipamento de  

transporte  vertica l  

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Preenchimento das  

juntas  vertica is

Dens idade  alta  ou 

baixa  de  alvenaria/m²

Presença  s igni ficativa  

de  paredes  a l tas  ou 

baixas  demais

Prazos  extensos

Paredes  de  espessura  

grande

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS SÍLICO‐CALCÁREOS

4.3.3.3 Dimensionamento para a situação menos favorável

Para esta situação foram fixadas as variáveis de projeto e alteradas as variáveis de canteiro,

equipamentos e mão de obra. Desta forma foram obtidos os seguintes resultados:

59

Tabela 4.13 – Resultados para situação menos favorável do projeto 3

min = 0,542 med = 0,85 max = 1,041

Não preenchimento das  

juntas  verti ca is1

Dens idade  média  de  

a lvenaria/m²1

Presença  quase  que  

exclus iva  de  paredes  na  

a l tura  usual

1

Prazos  enxutos 1Paredes  de  espessura  

pequena1

Baixa  rotatividade 1Pagamento conforme  

acordado1

Materia l  disponível 1Equipamento de  

transporte  vertica l  

disponível

1

RUP OFICIAL: 0,819222 1,0172222

min = 0,65 med = 1,024 max = 1,311

EQUIPE 2 4 Oficiais 5 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Fal ta  de  materia l

Quebra  ou 

indisponibi l idade  de  

equipamento de  

Alta  rotatividade

Falha  no pagamento 

dos  operários

Prazos  extensos

Paredes  de  espessura  

grande

Dens idade  alta  ou 

baixa  de  alvenaria/m²

Presença  s igni ficativa  

de  paredes  a l tas  ou 

baixas  demais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS SÍLICO‐CALCÁREOSPreenchimento das  

juntas  vertica is

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

4.3.3.4 Análise de resultados

Com a alteração das condições de canteiro, materiais, equipamentos e mão de obra, houve um

aumento de 33% do número de oficiais e de 67% do número de serventes. Neste caso, o custo

global do serviço alvenaria estrutural aumentou em 15%, levando em consideração apenas o

aumento da equipe de trabalho.

60

4.3.4 Projeto 4

O projeto 4, como descrito no capítulo 1, consiste em um edifício de 9 pavimentos em

alvenaria estrutural não-armada.

A unidade utilizada nesta edificação é o bloco estrutural de concreto de 19x19x39 cm, com

juntas de 10 mm, em argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia média sem peneirar.

4.3.4.1 Variáveis relacionadas ao projeto 4

Os procedimentos a seguir, foram realizados como no Projeto 1.

Área do pavimento tipo:

Obteve-se uma área de pavimento-tipo igual a 280,82 m².

Comprimento total de paredes:

Obteve-se um comprimento total de 174,99 m.

Área relativa ao serviço de alvenaria estrutural:

Este projeto apresentou uma área de alvenaria a ser executada de 453,22 m².

Densidade de alvenaria por m²:

Para esta situação, calculou-se uma densidade de paredes estruturais de 0,6231 m/m², sendo

este um fator de projeto desfavorável à produtividade.

Tabela 4.14 – Variáveis relacionadas ao projeto 4

ÁREA DO PAVIMENTO 

TIPO 280,82 m2

COMPRIMENTO TOTAL 

DE ALVENARIA 17499 cm 174,99 m

ESPESSURA DA 

PAREDE 19 cm 0,19 m

ÁREA DE ALVENARIA 

EM PLANTA 33,25 m2

PÉ DIREITO 2,59 m

ÁREA DE SERVIÇO 

ALVENARIA 453,22 m2

DENSIDADE DE 

ALVENARIA POR M2 0,6231 FAVORÁVEL

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROJETO

61

4.3.4.2 Dimensionamento para a situação mais favorável

Como expresso no capítulo 1, o prazo de execução considerado é de cinco dias úteis, sendo

8,8 horas diárias de serviço. Multiplicando os dias pelas horas diárias obteve-se 44 horas por

pavimento.

Assim, dimensionou-se a equipe obtendo-se o seguinte resultado:

Tabela 4.15 – Resultados para situação mais favorável do projeto 4

min = 0,51 med = 0,8 max = 0,98

Não preenchimento das  

juntas  vertica is1

Dens idade  média  de  

a lvenaria/m²1

Presença  quase  que  

exclus iva  de  paredes  na  

a l tura  usual

1

Prazos  enxutos 1

Paredes  de  espessura  

pequena1

Baixa  rotatividade 1

Pagamento conforme  

acordado1

Materia l  disponível 1

Equipamento de  

transporte  vertica l  

disponível

1

RUP OFICIAL: 0,614444 0,735556

min = 0,6 med = 0,945 max = 1,21

EQUIPE 1 4 Oficiais 5 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO FAVORÁVEL

Falha  no pagamento 

dos  operários

Fal ta  de  materia l

Quebra  ou 

indisponibi l idade  de  

equipamento de  

transporte  vertica l  

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Preenchimento das  

juntas  vertica is

Dens idade  alta  ou 

baixa  de  alvenaria/m²

Presença  s igni ficativa  

de  paredes  a l tas  ou 

baixas  demais

Prazos  extensos

Paredes  de  espessura  

grande

Al ta  rotatividade

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS DE CONCRETO

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

4.3.4.3 Dimensionamento para a situação menos favorável

Para esta situação foram fixadas as variáveis de projeto e alteradas as variáveis de canteiro,

equipamentos e mão de obra. Desta forma foram obtidos os seguintes resultados:

62

Tabela 4.16 – Resultados para situação menos favorável do projeto 4

min = 0,51 med = 0,8 max = 0,98

Não preenchimento das  

juntas  vertica is1

Dens idade  média  de  

a lvenaria/m²1

Presença  quase  que  

exclus iva  de  paredes  na  

a l tura  usual

1

Prazos  enxutos 1Paredes  de  espessura  

pequena1

Baixa  rotatividade 1Pagamento conforme  

acordado1

Materia l  disponível 1Equipamento de  

transporte  vertica l  

disponível

1

RUP OFICIAL: 0,823333 1,006667

min = 0,6 med = 0,945 max = 1,21

EQUIPE 2 5 Oficiais 6 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Fal ta  de  materia l

Quebra  ou 

indisponibi l idade  de  

equipamento de  

Alta  rotatividade

Falha  no pagamento 

dos  operários

Prazos  extensos

Paredes  de  espessura  

grande

Dens idade  alta  ou 

baixa  de  alvenaria/m²

Presença  s igni ficativa  

de  paredes  a l tas  ou 

baixas  demais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS DE CONCRETOPreenchimento das  

juntas  vertica is

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

4.3.4.4 Análise de resultados

Com a alteração das condições de canteiro, materiais, equipamentos e mão de obra, houve um

aumento de 25% do número de oficiais e de 20% do número de serventes. Neste caso, o custo

global do serviço alvenaria estrutural aumentou em 7%, levando em consideração apenas o

aumento da equipe de trabalho.

63

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

5.1 Sobre a mão de obra

Com um mercado crescente e cada vez mais competitivo, o espaço para métodos arcaicos e

mão de obra desqualificada está diminuindo. Com a chegada de programas de governo que

visam aquecer o setor de construção de habitações de baixa e média renda com

financiamentos às empresas privadas, há a entrada de gigantes da construção civil no mercado

que antes era apenas ocupado por pequenas e médias empresas.

Como um método construtivo racional e econômico, a alvenaria estrutural deve ser executada

por uma mão-de-obra qualificada. Esta qualificação deve ser aplicada não só pela empresa,

mas também por instituições de ensino profissionalizante.

Nessa nova etapa da alvenaria estrutural no mercado nacional terá como diferencial entre as

grandes concorrentes não só os métodos e tecnologias empregadas, mas também a força de

trabalho, que com treinamento conseguirá trazer maior dinamismo, qualidade e racionalização

a um sistema que já é líder nesse nicho de atuação.

5.2 Sobre a produtividade

Os indicadores de produtividade variável são a chave para o correto dimensionamento da

equipe de trabalho. Porém alguns cuidados devem ser tomados ao adotar estes indicadores.

Em uma situação real de projeto deve se verificar quais as condições da empresa que está

lançando o empreendimento, discutindo seu desenvolvimento organizacional, além das suas

condições de prazo, qualidade dos serviços, métodos de construção, disponibilidade de

capital, materiais, equipamentos e a forma de contratação de mão-de-obra.

Para alvenaria estrutural, o que define o posicionamento da RUP dentro da linha de variação

são os fatores expressos na figura a seguir, onde o azul identifica o aumento de produtividade

e o vermelho, a diminuição da mesma:

64

Figura 5.1 – Fatores que afetam a produtividade do serviço de alvenaria estrutural (TCPO, 2008).

Porem, para o projeto 1 e 4, muito desses fatores não podem ser observados pelo fato de não

serem projetos a serem ou que já foram executados, não sendo possível mensurar o grau de

organização da empreendedora e nem as condições de canteiro de obras.

Por esse fato, foram adotados os indicadores que aparecem no TCPO 13 para cada tipo de

bloco, mantendo iguais as variáveis que dizem respeito a prazo e projeto, assim podendo

exibir comparativos expressos na análise de resultados realizada anteriormente.

Por fim, adotando esses indicadores existentes no software, se faz presente assim uma

mediana dos valores para cada tipo de unidade (bloco estrutural) utilizada, deixando o

resultado mais próximo possível do que acontece nas diversas obras de edifícios em alvenaria

estrutural pelo país.

5.3 Sobre a equipe de trabalho

As equipes de trabalho foram dimensionadas de modo a permitir comparações entre os

projetos selecionados, verificando como as singularidades de obra influem no número de

homens por equipe.

Singularidades de projeto também influem no dimensionamento da equipe de trabalho.

Comparando-se os projetos 2 e 3, construídos com o mesmo tipo de bloco e projeto

semelhante, a diferença de área de 19% entre um e outro acarretou no acréscimo de um

servente e um oficial na equipe de trabalho. Esse acréscimo representou em torno de 20% da

mão de obra empregada, mostrando a proporcionalidade entre a quantidade de serviço e a

dimensão da equipe empregada.

65

Pode-se avaliar também o custo do metro quadrado da alvenaria estrutural para cada projeto,

levando-se em conta as equipes correspondentes às situações mais e menos favoráveis:

Tabela 5.1 – Custo do metro quadrado por equipe dimensionada

IndicadoresRelação oficial : ajudante 4 4 5 6

R$/hora de oficial

R$/hora de ajudante

R$/Hh (equipe)

Hh/m2 de alvenaria (RUP cum)

R$/m2 de alvenaria

PLANILHA DE CUSTO POR EQUIPES ‐ PROJETO 1

R$ 21,50 R$ 20,73

0,565 0,843

R$ 12,16 R$ 17,46

Equipe 1 Equipe 2

R$ 30,00 R$ 30,00

R$ 13,00 R$ 13,00

IndicadoresRelação oficial : ajudante 3 4 5 6

R$/hora de oficial

R$/hora de ajudante

R$/Hh (equipe)

Hh/m2 de alvenaria (RUP cum)

R$/m2 de alvenaria

PLANILHA DE CUSTO POR EQUIPES ‐ PROJETO 2

R$ 20,29 R$ 20,73

0,604 0,927

R$ 12,25 R$ 19,22

Equipe 1 Equipe 2

R$ 30,00 R$ 30,00

R$ 13,00 R$ 13,00

IndicadoresRelação oficial : ajudante 3 3 4 5

R$/hora de oficial

R$/hora de ajudante

R$/Hh (equipe)

Hh/m2 de alvenaria (RUP cum)

R$/m2 de alvenaria

PLANILHA DE CUSTO POR EQUIPES ‐ PROJETO 3

R$ 21,50 R$ 20,56

0,596 0,929

R$ 12,81 R$ 19,10

Equipe 1 Equipe 2

R$ 30,00 R$ 30,00

R$ 13,00 R$ 13,00

IndicadoresRelação oficial : ajudante 4 5 5 6

R$/hora de oficial

R$/hora de ajudante

R$/Hh (equipe)

Hh/m2 de alvenaria (RUP cum)

R$/m2 de alvenaria

PLANILHA DE CUSTO POR EQUIPES ‐ PROJETO 4

R$ 20,56 R$ 20,73

0,682 0,923

R$ 14,01 R$ 19,14

Equipe 1 Equipe 2

R$ 30,00 R$ 30,00

R$ 13,00 R$ 13,00

66

Percebe-se que o custo do metro quadrado da mão de obra para o serviço de alvenaria

estrutural aumenta 36% no caso menos crítico (projeto 4) e 57% no caso mais crítico (projeto

2).

Destacam-se também em amarelo os valores do metro quadrado de alvenaria para uma mesma

equipe, nos diferentes projetos analisados. O custo da mão de obra para o bloco cerâmico é

menor, bem como sua RUP. Isso se deve pelo material cerâmico ser mais leve em comparação

aos demais, o que dá mais agilidade à construção e, por conseguinte, diminui o numero de

funcionários na frente de trabalho.

Portanto o dimensionamento de equipes de trabalho para o serviço de alvenaria estrutural é

um procedimento importante para o planejamento, influenciando prazos e custos; se

adequando às tipologias de projeto e ao material a ser empregado.

67

ANEXOS

Este trabalho é composto também por 2 anexos a saber:

Anexo A: Plantas Baixas e Elevações

Tratam-se dos projetos utilizados na construção deste trabalho, e dão todas as informações

necessárias para o entendimento desta obra.

82

Anexo B: Planilhas de Cálculos

São as planilhas criadas pelo autor para o dimensionamento das equipes de trabalho. As

células que aparecem sem preenchimento são aquelas nas quais se inserem as variáveis de

projeto. As que possuem preenchimento em azul, são de cálculo automático.

Os resultados obtidos no capítulo 4 são provenientes desta planilha.

JORNADA DIÁRIA DE 

TRABALHO 8,8 horas

PRAZO DE EXECUÇÃO 

(CONSIDERADO) 5 Dias úteis 44 horas

ÁREA DO PAVIMENTO 

TIPO 280,23 m2

COMPRIMENTO TOTAL 

DE ALVENARIA 20650,8 cm 206,51 m

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROJETO

PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO DE EQUIPES ‐ PROJETO 1

VARIÁVEIS RELACIONADAS À MÃO‐DE‐OBRAS

ESPESSURA DA PAREDE 14 cm 0,14 m

ÁREA DE ALVENARIA EM 

PLANTA 28,91 m2

PÉ DIREITO 2,59 m

ÁREA DE SERVIÇO 

ALVENARIA 534,86 m2DENSIDADE DE 

ALVENARIA POR M2 0,7369 DESFAVORÁVEL

OFICIAIS SERVENTES

Í / /

RAZÃO UNITARIA DE PRODUTIVIDADE

VALOR MÍNIMO DE RUP 0,504 Hh/m2 0,517 Hh/m2

VALOR MÁXIMO DE RUP 0,968 Hh/m2 1,042 Hh/m2VALOR DE RUP 

ADOTADO NA TCPO 0,7 Hh/m2 0,806 Hh/m2

, ,, ,

min = 0,504 med = 0,7 max = 0,968

Não preenchimento das juntas 

verticais1

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Preenchimento das juntas 

verticais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS CERÂMICOS

Densidade média de 

alvenaria/m²1

Presença quase que exclusiva 

de paredes na altura usual1

Prazos enxutos 1

Paredes de espessura pequena 1

Baixa rotatividade 1Pagamento conforme 

acordado1

Material disponível 1

Equipamento de transporte 

vertical disponível1

Falha no pagamento dos 

operários

Falta de material

Quebra ou indisponibilidade 

de equipamento de 

transporte vertical disponível

Densidade alta ou baixa de 

alvenaria/m²

Presença significativa de 

paredes altas ou baixas 

demais

Prazos extensos

Paredes de espessura grande

Alta rotatividade

RUP OFICIAL: 0,555556 0,5753333

min = 0,517 med = 0,806 max = 1,042

EQUIPE 1 4 Oficiais 4 Serventes

min = 0 504 med = 0 7 max = 0 968

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO FAVORÁVEL

Produtividade do Servente (Hh/m²)

RUP SERVENTE:

min = 0,504 med = 0,7 max = 0,968

Não preenchimento das juntas 

verticais1

Densidade média de 

alvenaria/m²1

Presença quase que exclusiva 

de paredes na altura usual1

Prazos enxutos 1

Paredes de espessura pequena 1

Baixa rotatividade 1Pagamento conforme

Alta rotatividade

Falha no pagamento dos

Prazos extensos

Paredes de espessura grande

Densidade alta ou baixa de 

alvenaria/m²Presença significativa de 

paredes altas ou baixas 

demais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS CERÂMICOS

Preenchimento das juntas 

verticais

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Pagamento conforme 

acordado1

Material disponível 1

Equipamento de transporte 

vertical disponível1

RUP OFICIAL: 0,813333 0,867

min = 0,517 med = 0,806 max = 1,042

EQUIPE 2 5 Oficiais 6 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Falta de material

Quebra ou indisponibilidade 

de equipamento de 

transporte vertical disponível

Falha no pagamento dos 

operários

JORNADA DIÁRIA DE 

TRABALHO 8,8 horas

PRAZO DE EXECUÇÃO 

(CONSIDERADO) 5 Dias úteis 44 horas

ÁREA DO PAVIMENTO 

TIPO 269,69 m2

COMPRIMENTO TOTAL 

DE ALVENARIA 18251,06 cm 182,51 m

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROJETO

PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO DE EQUIPES ‐ PROJETO 2

VARIÁVEIS RELACIONADAS À MÃO‐DE‐OBRAS

ESPESSURA DA PAREDE 14 cm 0,14 m

ÁREA DE ALVENARIA EM 

PLANTA 25,55 m2

PÉ DIREITO 2,63 m

ÁREA DE SERVIÇO 

ALVENARIA 479,09 m2DENSIDADE DE 

ALVENARIA POR M2 0,6768 FAVORÁVEL

OFICIAIS SERVENTES

Í / /

RAZÃO UNITARIA DE PRODUTIVIDADE

VALOR MÍNIMO DE RUP 0,542 Hh/m2 0,65 Hh/m2

VALOR MÁXIMO DE RUP 1,041 Hh/m2 1,311 Hh/m2VALOR DE RUP 

ADOTADO NA TCPO 0,85 Hh/m2 1,024 Hh/m2

, ,, ,

min = 0,542 med = 0,85 max = 1,041

Não preenchimento das juntas 

verticais1

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Preenchimento das juntas 

verticais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS SÍLICO‐CALCÁREOS

Densidade média de 

alvenaria/m²1

Presença quase que exclusiva 

de paredes na altura usual1

Prazos enxutos 1

Paredes de espessura pequena 1

Baixa rotatividade 1Pagamento conforme 

acordado1

Material disponível 1

Equipamento de transporte 

vertical disponível1

Falta de material

Quebra ou indisponibilidade 

de equipamento de 

transporte vertical disponível

Densidade alta ou baixa de 

alvenaria/m²

Presença significativa de 

paredes altas ou baixas 

demais

Prazos extensos

Paredes de espessura grande

Alta rotatividade

Falha no pagamento dos 

operários

RUP OFICIAL: 0,542 0,65

min = 0,65 med = 1,024 max = 1,311

EQUIPE 1 3 Oficiais 4 Serventes

min = 0 542 med = 0 85 max = 1 041

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO FAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

min = 0,542 med = 0,85 max = 1,041

Não preenchimento das juntas 

verticais1

Densidade média de 

alvenaria/m²1

Presença quase que exclusiva 

de paredes na altura usual1

Prazos enxutos 1

Paredes de espessura pequena 1

Baixa rotatividade 1Pagamento conforme

Alta rotatividade

Falha no pagamento dos

Prazos extensos

Paredes de espessura grande

Densidade alta ou baixa de 

alvenaria/m²Presença significativa de 

paredes altas ou baixas 

demais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS SÍLICO‐CALCÁREOS

Preenchimento das juntas 

verticais

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Pagamento conforme 

acordado1

Material disponível 1

Equipamento de transporte 

vertical disponível1

RUP OFICIAL: 0,819222 1,01722222

min = 0,65 med = 1,024 max = 1,311

EQUIPE 2 5 Oficiais 6 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Falta de material

Quebra ou indisponibilidade 

de equipamento de 

transporte vertical disponível

Falha no pagamento dos 

operários

JORNADA DIÁRIA DE 

TRABALHO 8,8 horas

PRAZO DE EXECUÇÃO 

(CONSIDERADO) 5 Dias úteis 44 horas

ÁREA DO PAVIMENTO 

TIPO 226,37 m2

COMPRIMENTO TOTAL 

DE ALVENARIA 14932,5 cm 149,33 m

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROJETO

PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO DE EQUIPES ‐ PROJETO 3

VARIÁVEIS RELACIONADAS À MÃO‐DE‐OBRAS

ESPESSURA DA PAREDE 14 cm 0,14 m

ÁREA DE ALVENARIA EM 

PLANTA 20,91 m2

PÉ DIREITO 2,59 m

ÁREA DE SERVIÇO 

ALVENARIA 386,75 m2DENSIDADE DE 

ALVENARIA POR M2 0,6596 FAVORÁVEL

OFICIAIS SERVENTES

Í / /

RAZÃO UNITARIA DE PRODUTIVIDADE

VALOR MÍNIMO DE RUP 0,542 Hh/m2 0,65 Hh/m2

VALOR MÁXIMO DE RUP 1,041 Hh/m2 1,311 Hh/m2VALOR DE RUP 

ADOTADO NA TCPO 0,85 Hh/m2 1,024 Hh/m2

, ,, ,

min = 0,542 med = 0,85 max = 1,041

Não preenchimento das juntas 

verticais1

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Preenchimento das juntas 

verticais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS SÍLICO‐CALCÁREOS

Densidade média de 

alvenaria/m²1

Presença quase que exclusiva 

de paredes na altura usual1

Prazos enxutos 1

Paredes de espessura pequena 1

Baixa rotatividade 1Pagamento conforme 

acordado1

Material disponível 1

Equipamento de transporte 

vertical disponível1

Alta rotatividade

Falha no pagamento dos 

operários

Falta de material

Quebra ou indisponibilidade 

de equipamento de 

transporte vertical disponível

Densidade alta ou baixa de 

alvenaria/m²

Presença significativa de 

paredes altas ou baixas 

demais

Prazos extensos

Paredes de espessura grande

RUP OFICIAL: 0,542 0,65

min = 0,65 med = 1,024 max = 1,311

EQUIPE 1 3 Oficiais 3 Serventes

min = 0 542 med = 0 85 max = 1 041

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO FAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

min = 0,542 med = 0,85 max = 1,041

Não preenchimento das juntas 

verticais1

Densidade média de 

alvenaria/m²1

Presença quase que exclusiva 

de paredes na altura usual1

Prazos enxutos 1

Paredes de espessura pequena 1

Baixa rotatividade 1Pagamento conforme

Alta rotatividade

Falha no pagamento dos

Prazos extensos

Paredes de espessura grande

Densidade alta ou baixa de 

alvenaria/m²Presença significativa de 

paredes altas ou baixas 

demais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS SÍLICO‐CALCÁREOS

Preenchimento das juntas 

verticais

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Pagamento conforme 

acordado1

Material disponível 1

Equipamento de transporte 

vertical disponível1

RUP OFICIAL: 0,819222 1,0172222

min = 0,65 med = 1,024 max = 1,311

EQUIPE 2 4 Oficiais 5 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Falta de material

Quebra ou indisponibilidade 

de equipamento de 

transporte vertical disponível

Falha no pagamento dos 

operários

JORNADA DIÁRIA DE 

TRABALHO 8,8 horas

PRAZO DE EXECUÇÃO 

(CONSIDERADO) 5 Dias úteis 44 horas

ÁREA DO PAVIMENTO 

TIPO 280,82 m2

COMPRIMENTO TOTAL 

DE ALVENARIA 17499 cm 174,99 m

PLANILHA DE DIMENSIONAMENTO DE EQUIPES ‐ PROJETO 4

VARIÁVEIS RELACIONADAS À MÃO‐DE‐OBRAS

VARIÁVEIS RELACIONADAS AO PROJETO

ESPESSURA DA PAREDE 19 cm 0,19 m

ÁREA DE ALVENARIA EM 

PLANTA 33,25 m2

PÉ DIREITO 2,59 m

ÁREA DE SERVIÇO 

ALVENARIA 453,22 m2DENSIDADE DE 

ALVENARIA POR M2 0,6231 FAVORÁVEL

OFICIAIS SERVENTES

Í / /

RAZÃO UNITARIA DE PRODUTIVIDADE

VALOR MÍNIMO DE RUP 0,51 Hh/m2 0,6 Hh/m2

VALOR MÁXIMO DE RUP 0,98 Hh/m2 1,21 Hh/m2VALOR DE RUP 

ADOTADO NA TCPO 0,8 Hh/m2 0,945 Hh/m2

, ,, ,

min = 0,51 med = 0,8 max = 0,98

Não preenchimento das juntas 

verticais1

Preenchimento das juntas 

verticais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS DE CONCRETO

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Densidade média de 

alvenaria/m²1

Presença quase que exclusiva 

de paredes na altura usual1

Prazos enxutos 1

Paredes de espessura pequena 1

Baixa rotatividade 1Pagamento conforme 

acordado1

Material disponível 1

Equipamento de transporte 

vertical disponível1

Falha no pagamento dos 

operários

Falta de material

Quebra ou indisponibilidade 

de equipamento de 

transporte vertical disponível

Densidade alta ou baixa de 

alvenaria/m²

Presença significativa de 

paredes altas ou baixas 

demais

Prazos extensos

Paredes de espessura grande

Alta rotatividade

RUP OFICIAL: 0,614444 0,735556

min = 0,6 med = 0,945 max = 1,21

EQUIPE 1 4 Oficiais 5 Serventes

min = 0 51 med = 0 8 max = 0 98

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO FAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

min = 0,51 med = 0,8 max = 0,98

Não preenchimento das juntas 

verticais1

Densidade média de 

alvenaria/m²1

Presença quase que exclusiva 

de paredes na altura usual1

Prazos enxutos 1

Paredes de espessura pequena 1

Baixa rotatividade 1Pagamento conforme

Alta rotatividade

Falha no pagamento dos

Prazos extensos

Paredes de espessura grande

Densidade alta ou baixa de 

alvenaria/m²Presença significativa de 

paredes altas ou baixas 

demais

ALVENARIA ESTRUTURAL DE BLOCOS DE CONCRETO

Preenchimento das juntas 

verticais

Produtividade do Oficial (Hh/m²)

Pagamento conforme 

acordado1

Material disponível 1

Equipamento de transporte 

vertical disponível1

RUP OFICIAL: 0,823333 1,006667

min = 0,6 med = 0,945 max = 1,21

EQUIPE 2 5 Oficiais 6 Serventes

DIMENSIONAMENTO ‐ SITUAÇÃO DESFAVORÁVEL

RUP SERVENTE:

Produtividade do Servente (Hh/m²)

Falta de material

Quebra ou indisponibilidade 

de equipamento de 

transporte vertical disponível

Falha no pagamento dos 

operários

87

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABCI – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO INDUSTRIALIZADA.

Manual técnico de alvenaria. 6 ed. São Paulo. ABCP/PROJETO, 1990.

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1998. 261p. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de

São Paulo.

CARRARO, F. Produtividade da mão-de-obra no serviço de alvenaria. São Paulo, 1998.

226p. Dissertação (Mestrado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

CASTRO, C.P. Habitação e Industria da Construção Civil – Notas de Aula. São Carlos,

2007. – Universidade Federal de São Carlos.

CONSTRUÇÃO MERCADO. Alvenaria Estrutural. Reportagem de Bianca Antunes.

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FDE. Tabela de Composição de Preços Unitários. São Paulo. Fundação Para o

Desenvolvimento da Educação, Setembro de 2009.

FRANCO, L.S. Alvenaria estrutural. (CD-ROM). São Paulo, PEF / EPUSP, 1999.

MASON CONTRACTORS ASSOCIATION OF AMERICA - MCAA.

http://www.masoncontractors.org, 2010.

MOLITERNO, A. Estruturas em alvenaria e concreto simples. 1 ed. São Paulo. EDITORA

EDGARD BLUCHER LTDA., 1995.

PALIARI, J. C. Método para prognóstico da produtividade da mão-de-obra e consumo

unitário de materiais: Sistemas Prediais Hidráulicos. São Paulo, 2008. 621p. Dissertação

(Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo.

PARSEKIAN, G. A. Alvenaria estrutural em blocos cerâmicos: projeto, execução e

controle / Guilheme Ares Parsekian, Marcia Melo Soares. -- São Paulo: O Nome da Rosa,

2010.

RAMALHO, M. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural. 5 ed. São Paulo. PINI, 2000.

RAMALHO, M. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural/ Marcio A. Ramalho, Marcio

R. S. Corrêa. 1 ed. São Paulo. PINI, 2003.

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SOUZA, U. E. L. Método para a previsão da produtividade da mão-de-obra e do

consumo unitário de materiais para os serviços de fôrmas, armação, concretagem,

alvenaria, revestimentos com argamassa, contrapiso, revestimentos com gesso e

revestimentos cerâmicos. São Paulo, 2001. 265p. Tese (Livre Docência) – Escola

Politécnica, Universidade de São Paulo.

SOUZA, U. E. L. O conceito de produtividade variável aplicado aos manuais de

orçamento. In: III Simpósio Brasileiro de Gestão e Economia da Construção – SIBRAGEC.

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TCPO 2008: Tabelas de composições de preço para orçamento. 13 ed. São Paulo. PINI,

2008.