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Relatório 1 HISTÓRICO E CONSIDERAÇÕES GERAIS

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alvenaria

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Page 1: Alvenaria -curso

Relatório 1

HISTÓRICO E CONSIDERAÇÕES

GERAIS

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1. HISTÓRICO

A alvenaria como material estrutural é um dos mais antigos métodos construtivos. A utilização de paredes de pedra e tijolos cerâmicos é conhecida desde a antiguidade, com as pirâmides, o Farol de Alexandria, passando pelas pontes, castelos e catedrais da Idade Média. Utilizavam-se paredes de 2 a 2,5 m de espessura. Já na Idade Moderna, em 1890 foi construído em Chicago um edificio de 16 andares com paredes de 1,83 m.

Com o desenvolvimento industrial, o aparecimento do aço como material de construção e o surgimento do concreto armado em grande escala, a alvenaria foi deixando de ser o principal material, substituída pela versatilidade, esbeltez, possibilidade de maiores vãos e liberdade arquitetônica que tanto o aço como o concreto proporcionam. Podemos chamar o período de 1900 a 1960 como os anos das estruturas aporticadas.

Por volta dos anos 50 se notou na Europa o ressurgimento da alvenaria estrutural agora com novos materiais , aproveitando todas as suas possibilidades de ser uma estrutura de suporte e também de fechamento , com as conseqüentes reduções de custo da obra final. Basicamente se evoluiu na Europa para a alvenaria não armada e nos Estados Unidos para a alvenaria armada , devido a presença de abalos sísmicos. Desta época são característicos um prédio de 13 andares na Basiléia ( Suiça ) com paredes interans de 15 cm e externas de 37,5 cm. Foram construídos nesta época vários edifícios de até 18 andares com paredes de 15 cm em toda a Europa, sempre com a alvenaria não armada. Até hoje os edifícios de alvenaria tanto na Europa como nos Estados Unidos variam de 12 a 22 pavimentos. O limite teórico para o sistema está entre 30 e 40 pavimentos, dependendo muito do material

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2- HISTÓRICO NO BRASIL

No Brasil Colônia foram muito utilizadas as paredes de taipa, uma mistura de argila e fibras vegetais, com larga espessura. O desenvolvi-mento da alvenaria com blocos de concreto ocorreu a partir da década de 70. A primeira grande obra de alvenaria estrutural no Brasil é o Central Parque Lapa com 4 prédios de 12 andares, com cálculo norte-americano. Toda a tecnologia destes primeiros empreendimentos foi trazida dos Estados Unidos, que utilizava blocos de concreto e bastante armadura devido aos efeitos sísmicos. Como toda tecnologia impor-tada, o pro-cesso de adaptação à realidade de nossos materiais, mão de obra e clima apre-sentou uma série de patologias que fez a utilização da alvenaria estrutural decair por volta de 1986 depois de um grande número de construções até bastante arrojadas. Não podemos deixar de citar aqui os esforços do Arq. Carlos Alberto Tauil, do IPT e depois da Reago no sentido de divulgar e incentivar as pesquisas da técnica construtiva.

Junto com os blocos de concreto, foram também neste período introduzidos os blocos de sílico-calcáreo ( Prensil ) e blocos cerâmicos especiais para estrutura ( Igaçaba, Tebas ). Junto a isto começaram os esforços para o desenvolvimento da nossa Norma Técnica da ABNT, que ainda está em vigor desde a sua primeira publicação.

3- OS ANOS 90

A partir de 1990 houve uma crescente conscientização de que poderíamos aperfeiçoar a alvenaria estrutural no sentido de minimizar as suas patologias, aperfeiçoar as técnicas construtivas e o cálculo estrutural, buscando conseguir um perfeito resultado final para a obra com a tradicional redução de custos que este sistema alcança. Foram realizadas várias pesquisas no sentido de unir a tecnologia de blocos de concreto ( americana ) com a filosofia da alvenaria não armada ( européia ). Devemos lembrar aqui os esforços do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Construção Civil da Escola

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Politécnica da USP, na época coordenado pelo Prof. Dr. Fernando Henrique Sabbatini, que realizaram pesquisas para várias empresas, como Tebas, Lix da Cunha e Encol . O trabalho com a Encol , com as consultorias da Tecsof ( São Carlos ) e Wendler Projetos ( Campinas ) na área de estruturas, resultou um método construtivo em alvenaria não armada para até 8 pavimentos, depois estendido até 10 pavimentos.

Surgiu nesta época uma polêmica entre os conceitos de alvenaria armada e não armada. É evidente que se trata de um só sistema construtivo que pode ser utilizado em diferentes níveis de prédios e portanto diferentes níveis de cargas e tensões. Uma vez calculadas as tensões que aparecem em uma estrutura, será necessária armar onde aparecerem os esforços de tração, para aumentar a capacidade resistente a compressão e melhorar aspectos de flexibilidade.

4- ESTADO ATUAL

Hoje, para prédios usuais ( o tradicional H ), podemos observar alguns limites médios :

- alvenaria não armada sem amarração entre paredes : 4 a 5 pav

- alvenaria não armada com paredes amarradas : 8 pavimentos

- alvenaria estrutural com Fbk de 8 Mpa : 10 pavimentos

- alvenaria estrutural com Fbk de 12 Mpa : 13 pavimentos

- alvenaria estrutural com Fbk de 15 Mpa : 18 pavimentos

- limite do aparecimento de tensões de tração : 11 a 12 pavimentos

- limite com paredes de blocos com 14 cm : 17 a 20 pavimentos

Todos estes valores representam a experiência dos escritórios de cálculo e são observados em obras sem transições ( sem subsolos e pilotis ). Hoje este fato não é mais limitante do sistema. É

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perfeitamente possível executar altos edifícios sobre uma estrutura de concreto armado nos subsolos e térreo, desde que a arquitetura permita a localização adequada dos pilares. ( Exemplo : Ed. Guido Pelliciari, Construtora Tebas, Jundiaí, com 17 andares tipo, duplex de cobertura sobre 2 subsolos, térreo e pilotis : dimensão das vigas de transição = 20/70 cm )

5- CONSIDERAÇÕES GERAIS

Principais vantagens da alvenaria estrutural :

a) ECONOMIA - é inegável a economia obtida em uma obra de alvenaria estrutural. Os números são muito variáveis, mas ficam entre 15 e 20 % do custo da obra. Fatores que levam a esta economia : redução das formas, redução do número de especialidades de mão de obra, redução dos revestimentos.

b) RAPIDEZ - A obra de alvenaria é mais rápida, limpa e segura

c) RACIONALIZAÇÃO - O sistema construtivo induz a racionalização de uma série de outras atividades como por exemplo as instalações elétricas e hidráulicas.

Principais cuidados :

a) Treinamento da mão de obra e cuidados extras de fiscalização. A alvenaria estrutural exige uma execução bem mais cuidadosa.

b) Interação entre os projetistas ( arquitetura, estrutura e instalações ). Para atingirmos uma maior economia devemos coordenar os projetos desde o seu início.

EDIFICIO GUIDO PELLICIARI - CONST. TEBAS - JUNDIAI18 pavimentosem alvenaria

estrutural

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Relatório 2

MODULAÇÃO

Page 7: Alvenaria -curso

1. Dimensão dos blocos

Toda execução de uma modulação racionalizada passa pela definição do tipo de bloco ou tijolo a ser adotado nas paredes. Trabalharemos aqui com os blocos mais comuns utilizados em alvenaria estrutural. Lembre-se entretanto que hoje já há tentativas de racionalizar mesmo a alvenaria de fechamento. De qualquer maneira, sendo estrutural ou não, é imprescindível a exata definição dos tipos de blocos a utilizar.

Para conseguir uma correta amarração entre paredes é necessário que os blocos tenham a seguinte relação :

c = 2 x l + j , sendo c = comprimentol = larguraj = espessura da junta

Blocos e modulações mais comuns :

Dimensão modular Dimensão nominal Tipos de materiais15 x 30 14 x 29 Cerâmica, Concreto

12,5 x 25 11,5 x 24 Cerâmica, Sílico-calcáreo20 x 40 19 x 39 Concreto15 x 40 14 x 39 Concreto

Observe-se que o último bloco não obedece à dimensão modular. Para resolver este problema, foram criadas diversas soluções com blocos de ajuste, sendo hoje mais utilizados os blocos de 14 x 34 e 14 x 54 ( ver item 3)

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2. Dimensão da arquitetura

Para conseguirmos uma perfeita modulação é necessário trabalhar com as medidas dos blocos desde a concepção dos espaços. Neste ponto é interessante ressaltar como é importante o trabalho conjunto do arquiteto com o projetista estrutural. Com as primeiras definições das paredes, o calculista determina quais serão as paredes estruturais ( em função dos apoios de lajes e existencia ou não de pilotis ) e então pode-se iniciar a modulação definitiva. Neste ponto sempre existirão alguns ajustes necessários.

Quando o bloco utilizado é modular, o arquiteto pode trabalhar com uma quadrícula com a dimensão modular. Ex : 12,5 ou 15 ou 20 cm. Sempre haverá uma solução de amarração de paredes que atenda ao posicionamento pretendido. Mas, para o caso do bloco de 15 x 40 , que é o mais utilizado em edifícios, o problema é um pouco maior. A dimensão final do ambiente depende da posição relativa dos blocos nos cantos da parede.

ltip

lo d

e 20

cm

ltip

lo d

e 20

cm

+ 5

cm

ltip

lo d

e 20

cm

+ 1

0 c

m

B loco de 14 x 39 cm

FIG 1 - PO SIÇÃO RELATIVA DOS BLOCOS NOS CANTOS DAS PAREDES

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Isto ainda pode mudar com a utilização dos blocos de ajuste. Neste ponto, surge uma vantagem da utilização dos blocos de ajuste. Se for necessário diminuir um aposento em 5 cm trocamos um bloco de 40 por um de 35 no meio da parede. Isto resolve a modulação mas deve ser feito com cuidado pois estes blocos costumam ter um custo maior.

3. Amarração das paredes

Os encontros de paredes são pontos muito importantes no sistema de alvenaria estrutural. São os pontos naturais de concentração das tensões verticais ( os "pilares" ) e de transferencia de tensões entre uma parede e outra. A partir de um certo nível de tensões, não podemos mais utilizar uma junta a prumo amarrada com elementos de ferro. A eficiência de qualquer um dos detalhes utilizados não chega a 50% da amarração com defasagem de blocos.

A - Sem uso de bloco especial

Junta a prumo

B - Com o uso de bloco especial e pastilha

C - Situação especial

Bloco 14/39 Bloco 14/34 Pastilha 14/4

FIG 2 - AM ARR AÇÃO DOS CANTOS DE PAREDES

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Para amarração da junta a prumo, os detalhes mais utilizados são :

A) grampo vertical unindo dois furos com ferro e graute. É o detalhe tradicional da alvenaria armada.

B) Ferros de fiada . Ferros de 5 ou 6,3 mm colocados entre as paredes na junta de argamassa. Têm uma eficiência muito baixa. Para melhorar adota-se as vezes um estribo deitado, mas este é um detalhe trabalhoso.

C) Tela de amarração - é o detalhe mais recomendado nos dias de hoje. A quantidade de fios da tela e a argamassa penetrando entre eles garante uma boa aderência.

As amarrações com blocos modulares são automáticamente resolvidas com a defasagem de meio bloco.

Detalhamos abaixo as amarrações de canto e cruzamento de paredes para os blocos de concreto de 14 x 39 cm, com e sem a utilização dos blocos especiais de amarração.

Junta a prum o

A - Sem blocos especiais

1ª e 3ª fiadas 2ª fiada 4ª fiada

B - Com bloco de 14/34

C - Com blocos de 14/34 e 14/54

Bloco 14/39

Bloco 14/34

Bloco 14/54

Pastilha 14/4

FIG 3 - AM ARRAÇÃO DE CR UZAM ENTO DE PAREDES

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Relatório 3

MATERIAIS

COMPONENTES

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1. MATERIAIS

Os materiais componentes de uma alvenaria estrutural são : bloco, argamassa, graute e ferro. A resistência final da parede dependerá da composição entre estes materiais. Vamos observar desde já que a resistência da argamassa não é o fator mais importante para termos uma boa alvenaria : argamassas muito rígidas podem comprometer o bom funcionamento do conjunto.

2. BLOCOS

Os blocos são as unidades fundamentais da alvenaria. Chamamos de blocos vazados as unidades que têm mais de 25% de vazios, ou seja a área dos furos deve ser maior que 25% da área total. Em caso contrário os blocos são considerados maciços. Os principais materiais utilizados são :

concreto cerâmica sílico-calcáreos ( Prensil )

A escolha entre eles depende de uma série de fatores.

Os blocos de concreto são os mais amplamente utilizados pois podem ser fabricados em qualquer lugar, têm um custo bastante compatível e conseguem chegar a altas resistências ( hoje pode-se atingir a 15 ou até 20 Mpa ).

Os blocos cerâmicos apresentam um desempenho superior em conforto térmico e acústico,e não têm problemas de retração na secagem. Entretanto, apresentam um custo maior ( na maioria das vezes ), são fabricados nos locais onde existem boas argilas, não conseguem chegar a resistências tão altas e não têm um formato único. Assim, cada cerâmica produz um determinado tipo de bloco com dimensões diferentes. Isto causa alguma insegurança no construtor pois ele não poderá mudar de fornecedor se ocorrer algum problema.

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Os blocos sílico-calcáreos apresentam grande resistência, mas precisam ser aplicados com técnicas corretas pois apresentam alta retração na secagem. Sofrem do mesmo problema dos cerâmicos : existe uma única fábrica ( um só fornecedor ) e dependendo da distância não conseguem apresentar uma boa relação custo-benefício.

Passaremos a tratar daqui por diante de alvenarias de blocos vazados de concreto, pois eles representam mais de 90% do mercado e são utilizados em quase todas as regiões do país. Os blocos são normalizados pela NBR 6136 -“Blocos Vazados de Concreto Simples Para Alvenaria Estrutural “. As dimensões previstas em Norma são :

Largura Nominal

Largura Altura Comprimento Espessuras das paredes

Longitudinal Transversal15 14 19 39 2,5 2,520 19 19 39 3,2 2,5

Com estes valores iremos obter uma porcentagem de vazios de aproximadamente 50 %.

Quanto a resistência os blocos são classificados pela Norma em :

Classe A - Resistência superior a 6 Mpa Classe B - Resistência superior a 4,5 Mpa

( utilizar sempre revestido )

Resistências usuais :

classe B 4,5 Mpaclasse A 6 Mpa

usual até 8 a 9 Mpagrandes fabricantes 12 a 15 Mpa

limite atual 20 MPa

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Além dos blocos padrões ( bloco de 39 e meio bloco de 19 ) temos as linhas de blocos para apoio de lajes e os de amarração:

blocos de apoio de lajes canaleta de 19 cm nas paredes internas com

J alto ( 19/27 ) nas externas, ou compensador de 11 cm nas paredes internas

e J ( 11/19 ) nas externas

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blocos de amarração

3. ARGAMASSAS

a) Funções da argamassa

- unir os blocos, compensando as imperfeições e vedando o conjunto.

- distribuir as cargas pela área dos blocos e absorver as deformações naturais ao seu funcionamento.

b) Características da argamassa

- Trabalhabilidade para permitir um bom assentamento

- Alta retenção de água para não umedecer os blocos

- Elasticidade para absorver as deformações sem fissuras

- ADERÊNCIA - é a principal característica de uma boa argamassa. A resistência de aderência de uma argamassa deve ser de no mínimo 0.19 MPa aos 7 dias e 0,27 MPa aos 14 dias.

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- Resistência - a resistência da argamassa não tem grande influência no comportamento final. Se a argamassa estiver firmemente aderida aos blocos, ela trabalhará confinada em todas as direções ocasionando um estado triplo de tensões que aumenta em muito a resistência final.

c) Traços estimados

Apresentamos os traços médios abaixo que são fornecidos, por normas inglesas, alemães e americanas. A Norma Brasileira não aconselha um traço específico. Lembramos que qualquer traço depende dos materiais e portanto é importante realizar um bom controle tecnológico:

cimento cal em pasta

areia resistência esperada

resistência do bloco

1 0,25 3 12 10 a 151 0,5 4 6 8 a 91 1 5 a 6 3 61 2 8 a 9 1 4,5

ATENÇÃO : Cuidado, ao contrário do hábito de obra, COLOCAR MAIS CIMENTO NÃO É UMA BOA PRÁTICA. A argamassa ficará mais rígida e pode provocar trincas nos blocos.

DITADO INGLÊS : A argamassa é a válvula de segurança do sistema e não se trava válvulas de segurança !!!

Hoje existem no mercado diversas argamassas industrializadas preparadas especialmente para o assentamento de blocos estruturais. Elas são muito práticas de usar, de movimentar no canteiro e apresentam alta confiabilidade quanto a manutenção de suas características.

4.GRAUTE

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O graute é um micro-concreto, ou seja seu agregrado graúdo é o pedrisco. Ele deve ter alta plasticidade para preencher totalmente os vazios dos blocos. O graute deve conter aditivos para evitar sua retração e consequente desligamento das paredes dos blocos. Ele é utilizado no preenchimento das canaletas ou J de apoio das lajes e em vergas e contravergas de janelas. Nos furos verticais pode estar ou não acompanhado de armadura.

A resistência do graute deve estar relacionada com a resistência real do bloco. Como um bloco tem normalmente 50% de área líquida, o material de que é feito ( concreto ) terá o dobro da resistência nominal ( Ex: bloco de 6 Mpa , material com 12 Mpa ). O graute deve trabalhar com resistência próxima a do material constituinte para se aproximar do seu módulo de elasticidade. Assim, podemos adotar a resistência do graute com sendo o dobro da resistência nominal dos blocos.

5.ARMADURAS

As armaduras são utilizadas verticalmente nos pontos estabelecidos pelo projeto estrutural e horizontalmente nas canaletas, vergas e contravergas. A bitola mais utilizada é a de 10 mm para os casos de edifícios onde não ocorrem tensões de tração devido ao vento significativas. As vergas de janelas até 1,5 m também são armadas com esta bitola. O detalhamento de cada ferro em cada parede deve estar indicado nas elevações das paredes fornecidas pelo projetista estrutural.

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Relatório 4

RESISTÊNCIASDOS

ELEMENTOS

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1- ESTATÍSTICA

O primeiro conceito a relembrarmos é o de resistência característica e resistência média. O nome resistência característica é um termo estatístico que define uma resistência com 95% de certeza de ser alcançada, ou seja, apenas 5% das peças terão resistência inferior à característica.

Quando realizamos uma série de ensaios, os valores encontrados se distribuem segundo uma “distribuição normal” ou de “Gauss”. O ponto máximo representa a média e a área hachurada representa 5% do total de ensaios. Este ponto é definido como resistência característica.

É sobre este valor característico que se baseia o método semi-probabilístico, utilizado mais modernamente, por exemplo, na Norma Inglesa BS 5628. Colocamos coeficientes de segurança sobre as cargas características dos materiais . A segurança global será caracterizada por:

1 x Pk fk

2

No método das tensões admissíveis, tanto os coeficientes de segurança como os possíveis valores característicos são englobados num único coeficiente de segurança em relação ao valor médio, como é feito na Norma Brasileira NBR 10837.

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Pm fm

2- ELEMENTOS

Temos 3 elementos básicos para comparar os resultados de ensaios: blocos, prismas e paredes. As suas respectivas resistências à compressão são denominadas:

fb – Resistência do bloco – (especificações pela NBR 6136, ensaio pela NBR 7186)

fp – Resistência do prisma (ensaio pela NBR 8215)

falv – Resistência da parede ( Alvenaria) (ensaio pela NBR 8949)

fa – Resistência da argamassa

fg – Resistência do graute

As normas indicadas se referem a blocos de concreto. Para outros materiais existem normas específicas.

Analisando melhor:

a) BLOCO: O bloco de concreto para Alvenaria Estrutural é o elemento básico para a definição de todas as outras resistências. Os valores especificados pelas normas se referem às cargas resistidas pela área bruta da seção. Na realidade o material com que é feito o bloco tem uma resistência superior.

Os valores usuais para blocos de concreto de 14 cm de largura nominal são:

A bruta = 546 cm2

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A líquida = 271 cm2 (49,6 % da bruta)

Os ensaios de compressão dos blocos são definidos pela carga de ruptura do teste e pela área bruta do bloco.

b) PRISMA - Um prisma de Alvenaria Estrutural é um corpo de prova formado por dois ou mais blocos assentados com argamassa especificada. A resistência do prisma representa um índice para auferirmos em melhores condições a resistência final da parede, pois neste caso, as variáveis que afetam a resistência final são:

- resistência do bloco- resistência e aderência da argamassa- espessura da junta de argamassa- mão de obra na execução do prisma- transporte do prisma para o local do ensaio

O valor básico especificado pelas Normas para o cálculo de Alvenaria Estrutural é a resistência média de uma série de prismas. Note-se que no caso do prisma falamos em resistência média e não na resistência característica como no bloco.O ensaio do prisma permite também observar o comportamento conjunto do graute, com ensaios de prisma oco e prisma cheio. ( ver item 4 )

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c) PAREDE – As paredes são ensaiadas com corpos de prova de 1,20 m de comprimento ( 3 blocos ) e 2,60 m de altura (13 fiadas). Os resultados destes ensaios são os mais significativos, mas devido ao seu custo, bem poucas vezes conseguimos executá-los. Por isso, estuda-se a relação entre o valor da resistência média da parede e a resistência característica do bloco. Este valor é chamado de fator de eficiência.

d) ARGAMASSA - As argamassas devem ter uma resistência mínima para assegurar a capacidade portante da parede, mas principalmente, devem ter boa aderência e capacidade de absorver deformações. Variações de 400 % na

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resistência da argamassa correspondem a variações de 10 a 15 % na resistência da parede.

Voltamos a repetir uma máxima dos ingleses : “Não use uma argamassa mais forte que os blocos. Ela tem a função de válvula de segurança e válvulas de segurança não podem ficar presas.”3 – RELAÇÃO ENTRE RESISTÊNCIAS

Diversos fatores afetam a relação entre as resistências do bloco, do prisma e da parede. Para a definição da resistência da alvenaria, são importantes:

a) Bloco

Resistência característica Baixa absorção de água Uniformidade de dimensões Proporção das dimensões (comprimento, largura e altura) Condições de cura

b) Argamassa

Aderência ao bloco Resistência (pequena influência até blocos com 10 a 12

MPa) Modo e faces de assentamento (em quais paredes será

colocado o cordão de argamassa e execução ou não da junta vertical)

c) Construtivos

Amarração dos blocos na parede Amarração entre paredes Espessura, uniformidade e quantidade de juntas Danos a alvenaria fresca Excentricidade e planicidade das paredes Qualidade de mão de obra Fiscalização e controle de qualidade

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Podemos resumir no gráfico abaixo, como se dá o relacionamento entre as resistências:

fbk – Resistência característica do blocofpm – Resistência média do prismafalv – Resistência da Alvenariafcalc – Resistência de cálculo para o projetoFE – Fator de eficiênciaNI – Norma InglesaNB – Norma Brasileira

4 – INFLUÊNCIA DO GRAUTE E ARMADURAS

Diversos estudos realizados por diferentes pesquisadores mostram que o aumento da resistência a compressão de uma parede não é diretamente proporcional ao aumento da área comprimida. Como os blocos estruturais tem relação de aproximadamente 50% de área líquida em relação à área bruta, poderia se esperar que a parede grauteada tivesse o dobro da capacidade de carga. Mas, o critério de ruptura depende da rigidez relativa e da aderência entre os materiais. Os resultados experimentais mostram um acréscimo de resistência da ordem de 30 a 40%. O aumento percentual é menor com blocos de maior resistência, pois neste caso as paredes do bloco chegam ao limite com uma deformação menor que o graute. A partir deste instante o graute deixa de estar confinado e os materiais trabalham de maneira diferente.

As armaduras influenciam muito menos na resistência à compressão. O papel delas é importante nos casos onde necessitamos

Page 25: Alvenaria -curso

aumentar a ductilidade da parede e é essencial em qualquer ponto onde apareçam tensões de tração. A variação da porcentagem de armadura praticamente não altera a capacidade portante (máximo de 10 a 15%).

5 – RESISTÊNCIA DE CÁLCULO

No Brasil, utilizamos a Norma NBR 10837 que se baseia no método das tensões admissíveis, enquanto na Inglaterra utiliza-se a Norma BS 5628 baseada no método semi probabilístico.

5.1 – Norma Brasileira

A Norma Brasileira NBR 10837 utiliza um coeficiente global de segurança, baseado na resistência média do prisma ou da parede.

- Alvenaria Não Armada:

adm = 0,2x fp x ou adm = 0,286x falvx

- Alvenaria Armada:

adm = 0,225x fp x ou adm = 0,286x falvx

Sendo um coeficiente que depende da esbeltez da parede, valendo para paredes de 2,60m de altura:

= 0,9 ; para blocos de 14 cm = 0,96 ; para blocos de 19 cm

5.2 – Norma Inglesa

Page 26: Alvenaria -curso

A Norma Inglesa BS 5628 utiliza coeficientes parciais de segurança :

a) Para cargas: f . Os valores de f variam entre 0,9 e 1,6 , tendo por base f = 1,4 como no concreto armado.

b) Para os materiais: m . A Norma define valores de acordo com a qualidade do bloco e qualidade da construção. O bloco de qualidade especial deve ser ensaiado e obter resistência característica para 2,5% e não 5% como nos outros. A qualidade especial de construção é obtida pela presença permanente de engenheiro de qualidadena obra, testes em todos os materiais e em especial controle de qualidade da argamassa.

m ConstruçõesEspecial Normal

Bloco Especial 2,5 3,1Normal 2,8 3,5

Este valor é aplicado à resistência característica da parede para obter a resistência de cálculo.

c) Coeficiente de esbeltez ()

Dado em função da relação entre altura efetiva e espessura efetiva sendo para paredes de 2,60m:

t = 14 cm = 0,75t = 19 cm = 0,90

d) Segurança Global

f x Pk x fP , Pk = Carga por metro linear t m

Page 27: Alvenaria -curso

Para f = 1,4 ; = 0,9 ; t = 19 cm ; m = 2,8 ; temos:

Pk fP = 0,23 fP ( contra 0,2 da NB ) t 4,35

5.3 – Comparação

Vemos, pelo coeficiente global que a diferença final não é grande. Apesar disto, a conceituação do método semi-probabilístico é mais atual e permite uma melhor visão e entendimento do processo, facilitando eventuais correções e adaptações quando isto for necessário. Por exemplo: quando temos testes de paredes para medir o fator de eficiência, o m pode ser diminuído pois alguns dos fatores que nele estão incluídos já são medidos pelo ensaio. Também no caso de concentração de tensões, que acontece em pontos localizados e restritos, podemos usar coeficientes diferentes dos coeficientes globais.

Page 28: Alvenaria -curso

Relatório 5

DETALHES CONSTRUTIVOS

NA

ALVENARIA ESTRUTURAL

Page 29: Alvenaria -curso

1.AMARRAÇÃO ENTRE PAREDES

Os encontros de paredes são pontos fundamentais. Nestes pontos ocorrem as concentrações de tensão e transferência de cargas de uma parede para outra.

A amarração deve ser feita preferencialmente com blocos modulares ou blocos especiais para garantir um real funcionamento conjunto (ver relatório 2). Devemos evitar a ocorrência de aberturas (portas ou janelas) totalmente encostadas na parede adjacente.

Quando a amarração não for possível, necessitamos colocar uma ferragem de ligação para evitar a movimentação entre paredes. Os detalhes mais utilizados são:

a) GRAMPOS

Page 30: Alvenaria -curso

b) ESTRIBOS DE FIADA

c) TELAS DE ARGAMASSA ARMADA (por ex.: EQ98 )

Este é um dos detalhes mais eficientes, pois a argamassa penetra na tela e garante uma boa ancoragem.

Na união com paredes não estruturais podemos utilizar a tela ou somente argamassa com boa aderência. Se quisermos soltar completamente as paredes não estruturais utilizamos argamassa fraca.

Page 31: Alvenaria -curso

Também no encunhamento podemos prender ( argamassa com expansor) ou soltar (argamassa fraca).

2. DETALHE DOS APOIOS DE LAJES

Para lajes convencionais moldadas in-loco, utilizamos as peças de acabamento em J ou J alto (ver relatório nº 3). Com isto conseguimos variar o pé direito da obra:

Quando utilizamos lajes maçicas pré moldadas utilizamos o apoio em canaleta e uma peça de acabamento ( o ”picolé”).

Page 32: Alvenaria -curso

3. LAJES DE COBERTURA

Devemos tornar todos os cuidados possíveis para evitar ao máximo que a dilatação da laje cause fissuras nas paredes. Para tanto, trabalhamos em 3 sentidos:

a) Reduzir o calor na laje :

Ventilação sob o telhado Proteção térmica ( isopor ou argila expandida

)

b) Reduzir a dilatação :

Criação de juntas de dilatação Amarrar as bordas com ferragem na laje

ligada a canaletas cintadas

c) Criar uma junta entre a laje e a parede

Borrachas especiais ( ex. Borindus ) Mantas de impermeabilização com revestimento nas 2 faces ( ex.

Viapol Glass 3 ) Papel alcatroado

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4. ESQUADRIAS

Nas janelas utilizar vergas e contravergas que podem ser executadas em canaletas no local ou com peças pré moldadas. Elas devem passar sempre 30 cm do limite da janela e de preferência não terminar sobre uma junta da alvenaria.

A utilização do contramarco de argamassa armada não elimina o uso da contraverga.Para as portas utilizamos uma verga especial para acertar a modulação.

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5. ESCADAS

As escadas mais utilizadas são as moldadas in-loco com a colocação de vigas de apoio no patamar que respeitem a modulação da alvenaria, a escada pré moldada ( colocada com equipamentos ) e a escada jacaré com pré moldados leves.

Page 35: Alvenaria -curso
Page 36: Alvenaria -curso

Relatório 6

ASPECTOS ESTRUTURAIS NA

ALVENARIA

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As paredes de uma construção em alvenaria estrutural têm , além da função de vedação , a função de resistir a todos os esforços que solicitem o edifício. Basicamente devemos analisar a resistência aos esforços verticais, provenientes do carregamento permanente e acidental, e os esforços horizontais, provenientes do efeito de vento.

1. CARGAS VERTICAIS

1.1. PONTOS DE CARGA

A distribuição dos esforços verticais nas paredes depende do arranjo estrutural que é dado na edificação. Quando não tivermos pilotis na obra, é interessante utilizar o maior número possível de paredes como estruturais, deixando como não estruturais ( apenas com a função de fechamento ) somente as que tiverem interferência com as instalações. Com isto a carga chegará às fundações de maneira mais distribuída.

Quando tivermos a presença de pilotis ou for necessário utilizar uma fundação de maior capacidade mas em menor número, devemos observar a não utilização de algumas paredes como estruturais. Cada encontro de parede é um ponto de carga que deve ser apoiado. Assim, se tivermos menos cruzamentos de paredes, necessitaremos de um menor número de pilares ou de fundações pontuais.

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1.2. TIPO DE LAJE

A distribuição de cargas nas paredes é bastante afetada pelo tipo de laje que é utilizado. Para lajes maciças a distribuição de carga se faz em todas as paredes de apoio. No caso de lajes pré-moldadas ou treliças, somente duas paredes receberão as cargas da laje, gerando diferenças de carregamento entre paredes muito maiores.

1.3. UNIFORMIZAÇÃO DE TENSÕES

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Quando duas paredes estão bem interligadas ( amarração ) as cargas entre elas sofrem uma uniformização ao longo do pé direito. Esta uniformização depende da rigidez relativa entre as paredes, presença de aberturas e tipo de ligação entre elas. Este fenômeno só aparece para as tensões de serviço, pois quando estamos próximos da ruptura, as paredes tendem a funcionar isoladas.

1.4. CÁLCULO DA DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS VERTICAIS

Sabemos que as cargas não caminham dentro de uma estrutura na vertical e sim em ângulos médios de 45 º . A estrutura de alvenaria apresenta uma grande possibilidade de aproveitamento deste efeito, pois é uma estrutura de lâminas e não de barras.

a) Hipótese Sabbatini – Durante uma pesquisa realizada pela Poli-USP o professor Sabbatini imaginou uma estrutura de alvenaria ,olhada de

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maneira macro, como um “corpo sólido” que distribuiria as cargas de maneira quase total. Assim, todas as paredes de primeiro andar teriam o mesmo carregamento.

b) Elementos Finitos – A hipótese acima foi testada em uma série de processamentos em elementos finitos que mostraram uma grande distribuição de cargas entre as paredes, mesmo com a presença de aberturas de portas e janelas. O processamento mais característico testou a uniformização de uma carga concentrada no canto de um prédio de 4 pavimentos. No primeiro andar todas as paredes apresentavam-se carregadas.

c) Método São Carlos – Os processamentos em elementos finitos acima mencionados foram realizados por professores da USP-São Carlos, que posteriormente ali desenvolveram uma série de pesquisas e propuseram um método de cálculo baseado em subestruturas. Esta é a maneira mais correta e mais amplamente aceita para o cálculo das tensões verticais em paredes de alvenaria.

Separamos um conjunto de paredes limitados pelas aberturas e dentro desta subestrutura todas as cargas são uniformizadas dentro da altura de um pavimento:

pi – cargas nas paredes ili – comprimento das paredes i dentro da subestrutura

pm = ( pi . li ) / ( li ) – carga média que será considerada na base de todas as paredes da subestrutura.

De uma maneira mais precisa, alguns programas de computador consideram o caminhamento de cada parcela de carga com sua abertura em ângulo de 45 º . Após este procedimento pode-se uniformizar a carga em cada trecho de parede.

Para uma consideração mais precisa, deveríamos considerar a influência dos lintéis ( trechos de paredes entre as aberturas ). Esta consideração só pode ser feita com a utilização de programas de elementos finitos, o que tornaria o cálculo bastante complexo. Algumas pesquisas tentam estabelecer uma parede equivalente para estes trechos, de

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maneira a facilitar o cálculo. A utilização da influencia dos lintéis acarreta uma uniformização bem maior nas paredes.

d) Alerta do prof. Sinha – O prof. B.P.Sinha, da Universidade de Edimburgo não recomenda a utilização de uniformização entre as paredes. Segundo ele, a maioria das rupturas acontece com o desligamento entre paredes e nesta situação é impossível utilizar qualquer influencia de uma parede sobre a outra. Como a Norma Inglesa trabalha com um coeficiente de segurança sobre a tensão de ruptura, estaríamos comprometendo o nível geral de segurança da edificação.

1.5. INFLUÊNCIA DAS ABERTURAS

As aberturas em paredes ( portas e janelas ) são responsáveis por boa parte da movimentação de cargas nas paredes. Para tanto é necessário utilizar sempre vergas e contravergas. Esta movimentação acontece sempre em ângulos de 45º , podendo-se assim determinar todas as tensões que acontecem nesta região.

A presença de aberturas muito próximas a ligação entre duas paredes pode afetar bastante o comportamento da uniformização das tensões e o efeito arco ( ver relatório Nº 7 ). Sempre que possível devemos deixar uma espaleta de pelo menos 15 cm na extremidade da parede.

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2. CARGAS HORIZONTAIS

Os esforços horizontais de uma estrutura de alvenaria são resistidos no conjunto pelas paredes transversais ao esforço.

A parede frontal recebe o esforço de vento, que é transmitido às paredes laterais e para as lajes que funcionarão como diafragmas rígidos. As paredes transversais receberão tensões verticais e mais essas tensões horizontais, no topo e na base.

Devemos observar que dependendo da direção do vento, todas as paredes em algum momento sofrerão esforços horizontais.

2.1. TRAÇÃO NAS PAREDES

Podemos entender o conjunto de paredes como a seção de uma grande viga em balanço em pé ( o edifício ) . Durante o

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dimensionamento determinar o quinhão que cada parede irá resistir e determinamos o momento aplicado em cada parede.

Dependendo da relação entre as cargas verticais e horizontais, podemos ter o aparecimento de tensões de tração nas paredes. Neste caso é imprescindível a utilização de armaduras verticais para resistir a estes esforços. Nos edifícios usuais, estas tensões aparecem prédios com 10 a 12 pavimentos.

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2.2. CÁLCULO DAS TENSÕES NORMAIS DEVIDO A CARGAS HORIZONTAIS

As cargas horizontais consideradas numa edificação de alvenaria estrutural são os esforços de vento e o desaprumo. No Brasil não consideramos efeitos sísmicos. Para esforços de vento devemos utilizar a NBR6123. Para esforço de desaprumo, consideramos :

q – carga de desaprumoN – carga verticalH – altura total da edificação

q = N / ( 100 . H 3/2 )

Esta carga deve ser somada aos esforços de vento.

A parcela de carga que cada parede recebe é proporcional a sua rigidez :

Mtot –Momento total das cargas externas aplicadas ao edifício

Ij – Momento de inércia da parede j Ii –Somatória dos momentos de inércia de todas as

paredes

Mj = Mtot . Ij / Ii

O momento de inércia de cada parede ( b.h3/12 ) pode considerar as mesas colaborantes das paredes transversais nas extremidades, num valor máximo de 6 vezes a espessura da parede, limitada a 120 cm ou a presença de aberturas. A utilização das mesas colaborantes diminui bastante o nível das tensões devido ao vento.

3. DETERMINAÇÃO DO FP E ARMADURAS VERTICAIS

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N = N / A

M = M / W

A determinação da resistência de prisma necessária para a combinação dos esforços devido às cargas verticais e horizontais é dada pela fórmula :

( N / fN ) + ( M / fM ) <=1

N – tensões devidas às cargas verticaisM – tensões devidas às cargas horizontaisfN – resistência admissível na compressão simplesfM – resistência admissível na compressão devido a flexão

fN = 0,2 . fp . R , R = 1 – ( h/40t )3

( influência da flambagem )0,2 – representa um C.S. = 5

fp – resistência MÉDIA de prisma

fM = 0,33 . fp

A partir dos valores de fp necessário em cada parede, determinamos o fp máximo considerando que com grauteamento conseguimos um aumento máximo de 30 %. Assim, adotamos fp = 0,7 do maior fp necessário e grauteamos proporcionalmente as paredes com fp necessário maior que este.

A seguir determinamos todos os trechos onde aparecem tensões de tração : M - N . Como a alvenaria deforma menos que as peças lineares de concreto, devemos adotar uma tensão nas armaduras de 3.000 Kgf/cm2.

4. TENSÕES DE CISALHAMENTO

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Devemos calcular as tensões de cisalhamento ocasionada pelos esforços horizontais :

alv = V / d . t

V – esforço horizontald – largura da paredet – espessura efetiva ( podemos adotar 50 %

da espessura nominal, que representa a área útil )

A tensão limite é : alv 0,09 .( fp ) ½ 0,35 MPa

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Relatório 7

Aspectos estruturais nas transições

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1. O EFEITO ARCO

Um dos mais importantes efeitos de distribuição de tensões na alvenaria é o efeito arco. Uma parede sustentada por viga apoiada em pilares nas extremidades tende a distribui a carga para estes pontos que apresentam maior rigidez que o centro da viga. Este fenômeno acontece em uma altura equivalente a metade do vão ou até menos.

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2. CARREGAMENTO DAS VIGAS

O carregamento nas vigas se dará de maneira não uniforme com uma concentração de tensões nas extremidades. Este tipo de carregamento irá gerar momentos fletores pequenos nas vigas, mas grandes forças cortantes nos apoios. Para efeito de cálculo, consideramos todo o carregamento do vão como duas cargas triangulares, cuja extensão dependerá da rigidez relativa entre a parede e a viga.

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Parâmetro de rigidez relativa

Rf = ( Ep . t . H3 / E . I ) ¼

para paredes de 14 cm, com H >= L

Rf = [ 0,06 . L3 / ( b . h3 ) ] ¼

Coeficiente de concentração

C = 0,6 + 0.9.Rf

Comprimento de contato

ln = L / C

F = N/2 , N= carga total sobre a viga

ln = L / C

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3. CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES

Junto com o efeito arco aparecem grandes concentrações de tensões nos cantos das paredes, logo acima da viga, pois por este trecho de alvenaria "passa" todo o carregamento. Devemos sempre dimensionar a interface entre a alvenaria e o concreto para resistir a estes esforços localizados.

4. PILARES NECESSÁRIOS

Devemos colocar pilares em todos os pontos de carga da estrutura ( encontro de paredes ) ( ver Relatório nº 6 ). Quando isto não for possível devemos observar a concentração da carga de todo o edifício em um ponto da viga de transição ocasionando vigas bastante altas.

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5. EXEMPLOS DE TRANSIÇÃO

5.1. Ed. Barão de Duas Barras - Encol Goiânia

6 pavimentos de alvenaria estrutural não armadaVãos na transição de até 5 metrosVigas de 20 x 40 cm

5.2. Ed. Guido Pelliciari - Tebas - Jundiaí

17 pavimentos de alvenaria estrutural2 subsolos, térreo e transição em concreto armadoVãos de até 6,5 metrosVigas de 20x 60 cm

6. A TRANSIÇÃO TABULEIRO

Quando precisamos fazer uma transição na cobertura ( duplex ) ou só em parte do térreo, não devemos misturar pilares de concreto com alvenaria. O módulo de deformação dos dois materiais é muito diferente e isto introduziria tensões na interface entre os dois materiais. Para resolver este problema utilizamos um conjunto de vigas e lajes de concreto armado apoiado sobre trechos de alvenaria. Estes trechos devem ser dimensionados com a devida concentração de cargas.

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Relatório 8

PATOLOGIAS

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1. CONCEITUAÇÃO

A alvenaria estrutural, assim como todas as alvenarias, tem um comportamento bastante dificil de definir pois ela se constitui de dois materiais diferentes que apresentam comportamentos distintos.

O bloco de concreto apresenta alta resistencia a compressão, baixíssima resistencia a tração e grande variação com a umidade e a temperatura. A argamassa tem baixa resistencia a compressão e tração, mas funciona submetida a um estado triplo de tensões onde a aderência é a característica fundamental. O conjunto também é bastante afetado pelas condições de execução : localização dos cordões de argamassa, condições de assentamento, etc...

Um dos fatores que induzem ao aparecimento de fissuras é a alta movimentação higroscópica do material . Para tanto observa-se que o bloco deve Ter um baixo coeficiente de absorção de água e a argamassa um alto índice de retenção de água, sem perder suas caraterísticas de trabalhabilidade, plasticidade e aderência.

Outro fator preponderante é a movimentação térmica, principalmente nas lajes de cobertura ( ver detalhes construtivos no relatório 5 ).

Trataremos aqui dos principais casos de fissuras, lembrando que entende-se por patologia também a formação de eflorescencias, penetração de água e decolamento de revestimentos.

2. TIPO DE FISSURAS

Dependendo das características relativas entre o material do bloco e a argamassa ( resistência, módulo de deformação,... ) podem ocorrer dois tipos de fissuras :

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Fissuras apenas na argamassa

Fissuras nos blocos

Mais uma vez lembraremos ( relatório 3 ) : a argamassa é a válvula de segurança do sistema e não se travam vávulas de segurança.

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3. PRINCIPAIS TIPOS DE FORMAÇÃO DE FISSURAS

a) Fissuras por recalque

A estrutura de alvenaria estrutural é bastante sensível aos recalques diferenciais de apoio, assim como toda e qualquer movimentação. Como a alvenaria é um elemento bastante rígido, os efeitos destas movimentações são mais significativos.

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b) Fissuras por variação no caminhamento das cargas verticais

São as famosas fissuras nos cantos das aberturas. A parcela de carga que vem na direção do vão se desvia da abertura, se concentra nas laterais ( aumentando a deformação ) e volta a se homogeneizar abaixo da abertura. Para tanto, é fundamental a presença das vergas e contravergas, sempre passando no mínimo 30 cm da abertura

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c) Fissuras higroscópicas

Fissuras características da retração na secagem. Aparecem principalmente em paredes longas, ocorrendo sempre nos pontos mais fracos : aberturas, presença de instalações,...

Para se evitar ao máximo este tipo de ocorrência recomendam-se dois detalhes :

Não execução da junta vertical Previsão de juntas de controle ( juntas não

argamassadas que dividem um painel de alvenaria de laje a laje )

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d) Fissuras térmicas

Ocorrem principalmente no último pavimento . Aparecem como uma fissura horizontal abaixo da canaleta de apoio, ou com inclinações de 45 º nas paredes tranversais. São de dificil solução, devendo-se antes de tudo fazer a prevenção ( ver relatório 5 ).

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e) Fissuras por cargas concentradas

Aparecem quando temos elementos de concreto armado apoiados na alvenaria. Deve-se sempre fazer um berço de apoio, para termos no mínimo 40 a 60 cm de apoio, dependendo da intensidade da carga.

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f) Fissuras na interface das transições

Devido a formação do efeito arco a alvenaria se sustenta mesmo em situações de excessiva flexibilidade das vigas de apoio

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Relatório 9

EXECUÇÃO DA OBRA DE ALVENARIA ESTRUTURAL

1- FERRAMENTAS E EQUIPAMENTOS

1.1- ESCANTILHÃO

- Princípio de funcionamento

Materialização do encontro de duas paredes

- Características

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Material: aço Partes: base, corpo, braços giratórios com mecanismo telescópico, furos e

ranhuras para alojamento de linhas

- Onde utilizar

Canto côncavo da parede Extremidade livre de uma parede

- Como utilizar

Assentamento após a marcação Referência de nível Referência de prumo Alojamento de linhas

- Fases do assentamento (ver figura 1)

Execução da primeira fiada da alvenaria Colocação de argamassa sobre a laje, na região de apoio da base Apoio da base sobre a argamassa Compressão da base até chegar ao nível desejado (nível alemão / ranhura da

primeira linha) Abertura adequada dos braços giratórios Fixação à laje com argamassa e à primeira fiada através de sargentos

1.2- RÉGUA DE BOLHAS

- Características

Perfil de alumínio Presença de bolhas cilíndricas em visores transparentes Comprimentos disponíveis: 198 cm (78”) e 120 cm (48”)

- Utilização (ver figura 2)

Checagem de alinhamento Checagem de planicidade Checagem de prumo

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Checagem de nível

1.3- BISNAGA

- Características Bico de chapa metálica Funil de curvim

- Utilização

Coloca-se argamassa no funil Por torção-compressão do funil e translação da bisnaga deposita-se filete de

argamassa sobre o bloco Pode ser usada em outros serviços

1.4- ESTICADOR DE LINHA

- Características

Peça de madeira Formato de “U” invertido

- Utilização

Emborcado sobre o bloco serve de fixador e esticador de linha O ato de esticar a linha provoca o giro da ferramenta, propiciando o

alinhamento com a aresta do bloco

1.5- CAVALETES E PLATAFORMAS

- Características

Cavaletes: Confeccionado com tubos de aço com altura igual a 100 cm e articulação para fechamento que facilita o transporte

Plataforma: Confeccionada com cantoneiras e tela metálica medindo 90 cm de largura por 200 cm de comprimento

- Utilização

Apoiando-se a plataforma sobre os cavaletes obtém-se com rapidez um andaime para assentamento das fiadas mais elevadas

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1.6- CAIXOTE PARA ARGAMASSA COM CARRINHO REGULÁVEL

- Características

Caixote: Confeccionado em chapas de aço com braços de metalon e formato em tronco de pirâmide

Carrinho: Confeccionado em metalon com encaixe para o caixote com regulagem telescópica e rodas multi-direcionais na parte inferior para favorecer o seu deslocamento

1.7- CARRINHO PARA TRANSPORTE DE BLOCOS

- Características

Confeccionado em aço Carrinho que possui dois tubos na parte dianteira para içamento dos blocos

- Utilização

A operação básica do carrinho passa pelas fases de:Confecção das pilhas de blocos com furos na horizontalEncaixe dos tubos do carrinho nos furos do bloco inferior da pilhaTransporte até o local desejado; descarregamento por tombamento do carrinho e saque dos tubos por recuo do equipamento

O ciclo básico de transporte passa pelas etapas:Carregamento do carrinho no estoque de blocos da obraTransporte até o elevador de obras, havendo o descarregamento da pilha em sua plataformaEnchendo-se a plataforma ocorre o transporte até o andar desejadoA retirada dos blocos é feita através do carregamento pilha a pilha pelo carrinho, seguido de transporte e descarregamento das mesmas nos ambientes em que serão utilizadas

1.8- NÍVEL ALEMÃO

- Características Confeccionado em aço e PVC; Possui tripé com regulagem telescópica e reservatório de água em PVC com

registro e suspiro

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É dotado de haste com régua para leitura regulável que permite a fixação da referência de nível

Possui também uma mangueira flexível que interliga o reservatório a haste de leitura

- Utilização A operação básica do equipamento consiste na determinação da referência

de nível, zeragem equipamento e transporte desta referência para os locais desejados

2- SEQÜÊNCIA DE EXECUÇÃO

2.1- MARCAÇÃO

- Aspectos relevantes

A execução da marcação corresponde ao assentamento da primeira fiada de todas as paredes que compõem um andar do edifício.

Esta fiada servirá de referência para todo serviço restante, devendo portanto ser confeccionada com todo o cuidado possível.

A locação da marcação baseia-se em eixos ortogonais materializados sobre a laje, definidos através de ganchos de aço auxiliares previamente fixados às bordas das lajes ou através das arestas de duas alvenarias externas e perpendiculares.

Cada bloco assentado deve ser checado quanto ao prumo, alinhamento e nivelamento.

- Procedimento padrão

Utilizando o nível alemão analisa-se o nivelamento da laje estabelecendo o ponto crítico de saída da alvenaria que determinará o nível de toda a marcação do pavimento

Materializa-se os eixos de referência, com adoção de uma referência única demarcadas no andar térreo e com a utilização de um fio de prumo, assentando-se o bloco referência ou demarcando-se no gancho de aço auxiliar

Assenta-se os blocos intermediários de amarração entre as paredes, verificando sempre o prumo e as medidas que definem as suas posições de projeto

Assenta-se os demais blocos, deixando demarcado os vãos das portas onde serão assentados os batentes envolventes

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- Coplanaridade entre paredes de andares sucessivos

Ao se locar as paredes de um determinado pavimento, a localização não deve ter discrepâncias maiores que 1,5 cm quando se tentar compatibilizar o posicionamento correto com o deslocamento da laje inferior.

- Balanço entre as fiadas quanto a direção transversal

Admite-se um balanço de até 0,5 cm sem necessidade de cuidados adicionais, para valores maiores (e limitados a 1,5 cm) torna-se obrigatório o grauteamento dos blocos desta fiada.

2.2- POSICIONAMENTO DOS ESCANTILHÕES

- Aspectos relevantes

Os escantilhões são referenciais fixos colocados logo após a execução da fiada de marcação, e que servirão à execução da alvenaria já a partir deste momento.

- Procedimento padrão Vide fases de assentamento em ferramentas e equipamentos

2.3- ELEVAÇÃO DA ALVENARIA ATÉ A QUINTA FIADA

- Aspectos relevantes

Junta horizontal: uniformidade; argamassa comprimida; espessura de 1,0 cmJunta vertical: preenchimento posterior; espessura de 5,0 mm 3,0 mm ou 10,0 mm 8,0 mm.

- Procedimento padrão

O assentamento da alvenaria vai sendo executado com base nos referenciais já assentados anteriormente (escantilhões) e/ou criados (castelos, dentes) e utilizando-se as ferramentas e equipamentos convenientes conforme segue:

Esticador de linhaRégua de bolha para consecução de nivelamentoRégua de bolha para consecução de prumo

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Régua de bolha para consecução de planicidadeRégua de bolha para consecução de alinhamento

2.4- ASSENTAMENTO DE BATENTES ENVOLVENTES

- Aspectos relevantes

Os batentes envolventes quando opcionais no processo construtivo, são confeccionados em chapas de aço (chapa nº 18) e podem ser utilizados encaixados ou não na alvenaria.

- Procedimento padrão

Demarcação do local da porta na marcação Execução da alvenaria até a quinta fiada Posicionamento do batente Travamento do pé e do trecho intermediário até a altura da quinta fiada (é

deslocado de acordo com a elevação da alvenaria) Nivelamento, prumo e alinhamento do batente Enchimento da junta vertical

- Ferramentas utilizadas para posicionamento

Trava e nivelador de péTrava intermediáriaRégua de bolha

2.5- ELEVAÇÃO DA ALVENARIA DA SEXTA A OITAVA FIADA

- Procedimento padrão

O prosseguimento do assentamento da alvenaria consiste na utilização dos referenciais já anteriormente discutidos e também do batente envolvente como um novo referencial

A partir da sexta fiada há de se deixar os vãos onde serão inseridos os contra-marcos das janelas

Nesta fase assentam-se as contra-vergas que podem ser pré-fabricadas em concreto ou em canaletas grauteadas que servem para fazer frente as concentrações de tenções que ocorrem nos cantos inferiores das janelas

As contra-vergas pré-moldadas são assentadas como um componente normal da alvenaria compatibilizando-se com sua modulação

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Interrompe-se o assentamento ao término da oitava fiada em função da altura elevada da próxima fiada

2.6- ELEVAÇÃO DA ALVENARIA DA OITAVA FIADA AO RESPALDO

- Procedimento padrão

Monta-se andaimes para permitir que os pedreiros alcancem as fiadas de alvenaria a assentar

Assenta-se alvenaria até alcançar o topo dos batentes e contra-marcos Nesta fase assenta-se as vergas pré-fabricadas em argamassa armada,

sobre os batentes e vãos de janelas As vergas são assentadas com argamassa sobre os blocos contíguos as

pernas das aduelas e ao vão das janelas e imediatamente inferiores ao seu topo

Não se deve encher com argamassa o vão remanescente entre a verga e a travessa da aduela

Executa-se a elevação da alvenaria até o respaldo, usando como referencial os escantilhões

2.7- CONSIDERAÇÕES GERAIS

O procedimento apresentado baseou-se mais no processo construtivo criado pela USP-Encol, podendo ter suas variações, dependendo de cada particularidade das obras, portanto se faz necessário analisar especificamente cada empreendimento.

3- CONTROLE DE QUALIDADE

3.1- FICHAS DE LIBERAÇÃO DE SERVIÇOS PARA ALVENARIA ESTRUTURAL

CONDIÇÕES PARA INÍCIO DOS SERVIÇOS DE ALVENARIA

1. Projeto de Alvenaria do Pavimento entregue e revisado

Page 71: Alvenaria -curso

2. Projeto de Instalações entregue e revisado3. Projeto de Pré-Moldados entregue e revisado4. Definido aquisição / fabricação de Pré-Moldados5. Definido Projeto de Contra-Piso6. Definido Sistema de Caixilharia (fixação, vãos, peitoril, gabarito)7. Definido Sistema de Portas (vãos, envolvente ou madeira, bandeira, gabarito)8. Definido Processo Construtivo de bonecas e projeções inclinadas9. Definições em varandas (rebaixos, portas, gradil)10.Entrega e ensaios da 1º remessa de blocos11.Definição e Ensaios de Argamassa de assentamento12.Equipamentos, Centrais e Ferramentas disponíveis13.Contrato com o empreiteiro assinado

CONDIÇÕES PARA INÍCIO DOS SERVIÇOS DE MARCAÇÃO

1. Colocação de guarda-corpo metálico e corda no perímetro2. Limpeza da laje3. Nível da laje (ponto crítico)4. Blocos e argamassa no pavimento5. Reprojeto 1ª fiada pronto6. Equipamentos instalados7. Escoramentos com carência atendido8. Escada de acesso executada9. Ensaios de Resistência a Compressão (Prismas, blocos, argamassa)10.Ensaios de Aderência (Prisma)

CONDIÇÕES PARA INÍCIO DOS SERVIÇOS DE ELEVAÇÃO

1. Limpeza da laje 2. Nível 1ª fiada3. Espessura 1ª junta horizontal4. Dimensões dos cômodos5. Prumo dos cantos externos6. Esquadro / Alinhamento7. Espessuras das juntas verticais8. Pontos de Instalação Elétrica9. Aberturas de vãos (portas e shafts)10.Blocos soltos 1ª fiada11.Colocação dos escantilhões

3.2- FICHAS DE CONTROLE DE EXECUÇÃO

Page 72: Alvenaria -curso

3.2.1- MARCAÇÃO DA ALVENARIA ESTRUTURAL

CONTROLE DO PROCESSO

1. Limpeza da laje2. Nível da laje (pontos de referências)3. Prumo e nível dos cantos externos4. Esquadro e fechamento das medidas5. Complementação 1ª fiada6. Junta seca vertical7. Junta horizontal8. Nível 1ª fiada9. Posição dos pontos de instalações 10.Argamassa de assentamento do escantilhão11.Argamassa de assentamento dos blocos12.Nível e prumo dos escantilhões13.Rebarbas de massa14.Operação com os equipamentos15.Manuseio dos materiais16.Terminalidade17.Segurança do trabalho

CONTROLE DE LIBERAÇÃO PARA ELEVAÇÃO / GABARITOS1. Desvio entre diagonais 10 mm2. Prumo dos cantos 2 mm / m3. Alinhamento 2 mm / régua de 2,40

m4. Nivelamento fiadas 2 mm / m5. Juntas verticais 5 mm 6. Abertura dos vãos 5 mm7. Esquadro entre paredes 2 mm / m8. Resistência a compressão dos blocos projeto9. Resistência a compressão prisma oco projeto10.Resistência a compressão prisma cheio projeto11.Resistência a compressão da argamassa projeto12.Resistência a aderência do prisma projeto13.Terminalidades e perdas projeto

3.2.2- ELEVAÇÃO DA ALVENARIA ESTRUTURAL

CONTROLE DO PROCESSO

Page 73: Alvenaria -curso

1. Excessos de argamassa2. Espessura / Nível das juntas verticais3. Pontos de graute4. Instalações das áreas grauteadas5. Instalações em geral6. Colocação contra-marcos7. Colocação batentes (sentido abertura)8. Vergas e contra-vergas9. Escada10.Nível das paredes11.Prumo das paredes12.Amarração das paredes / interpenetração entre paredes13.Nível do respaldo14.Operação dos equipamentos15.Manuseio dos materiais16.Segurança no trabalho17.Terminalidade

CONTROLE DE LIBERAÇÃO PARA CONCRETAGEM DA LAJE

1. Prumo das paredes2. Nivelamento das fiadas3. Espessura das juntas horizontais4. Planicidade das paredes5. Prumo dos marcos das esquadrias6. Dimensão dos vãos de janelas7. Posicionamento de vergas / contra-vergas

8. Terminalidade e perdas