universidade federal de pernambuco centro de … · de malha entre - nós de 40 mm, com...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL
Maíra Nanashara Silva Santos
REPRODUÇÃO E ALIMENTAÇÃO DA GUARAJUBA Carangoides bartholomaei (CUVIER, 1833) (PERCIFORMES: CARANGIDAE) NA
PLATAFORMA CONTINENTAL DE PERNAMBUCO, BRASIL.
Recife, 2012.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA
Maíra Nanashara Silva Santos
REPRODUÇÃO E ALIMENTAÇÃO DA GUARAJUBA Carangoides bartholomaei (CUVIER, 1833) (PERCIFORMES: CARANGIDAE) NA
PLATAFORMA CONTINENTAL DE PERNAMBUCO, BRASIL.
Dissertação submetida ao
Programa de Pós-Graduação em
Biologia Animal da Universidade
Federal de Pernambuco para
obtenção do título de Mestre.
Orientador: Dr. Ulisses dos Santos Pinheiro
Co-orientadora: Dra. Simone Ferreira Teixeira
Recife, 2012
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ANIMAL
Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei (Cuvier, 1833) (Perciformes: Carangidae) na Plataforma Continental de Pernambuco,
Brasil.
Maíra Nanashara Silva Santos
Tese defendida no dia 27 de fevereiro de 2012 e aprovada pela banca
examinadora composta pelos seguintes membros:
____________________________________________
Dra. Maria Elisabeth de Araújo - Examinador Externo
____________________________________________
Dra. Rosangela Paula Teixeira Lessa - Examinador Interno
____________________________________________
Dr. Paulo Sérgio Martins de Carvalho - Examinador Interno
____________________________________________
Dr. Antônio de Lemos Vasconcelos Filho - Suplente Externo
____________________________________________
Dr. José Roberto Botelho de Souza - Suplente Interno
Que os vossos esforços
desafiem as impossibilidades.
Lembrai-vos de que as grandes coisas do homem
foram conquistadas do que
parecia impossível”.
(Charles Chaplin)
AGRADECIMENTOS
A Deus
Por permitir que tudo isso acontecesse.
Aos Orientadores e Professores
Ao meu orientador Prof. Dr. Ulisses dos Santos Pinheiro pela
oportunidade, sugestões e contribuições oferecidas. À minha co-orientadora
Prof. Dra. Simone Ferreira Teixeira, pela dedicação e pelos grandes
ensinamentos. Muito obrigada! Ao Prof. Júlio Brando Messias, do Laboratório
de Histologia da UPE, por ter cedido o laboratório para a preparação dos cortes
histológicos.
Ao meu Companheiro
Ao meu noivo, o Msc. Irailton Prazeres, pelo companheirismo, colaboração e
por sempre me incentivar nos momentos mais difíceis. Te amo muito!
Aos Meus Pais
Aos meus pais, minha gratidão pelo investimento nos meus estudos.
Aos Colegas de Trabalho e Amigos
Aos colegas do LEPT-UPE e do LABPOR-UFPE e amigos, que contribuíram
direta ou indiretamente, através do auxílio com os dados, sugestões, ou
simplesmente pelos momentos felizes com vocês durante o desenvolvimento
deste trabalho. Valeu gente!
A UFPE e UPE
A Universidade Federal de Pernambuco e a Universidade de Pernambuco pela
oportunidade oferecida.
A FACEPE
A Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco pelo
suporte financeiro prestado durante todo o desenvolvimento do projeto.
RESUMO
A espécie Carangoides bartholomaei, conhecida vulgarmente como guarajuba, pertence à família Carangidae, a qual apresenta alguns dos peixes mais importantes para comercialização. Os indivíduos desta espécie possuem distribuição de Massachussetts (EUA) a São Paulo (Brasil), abrangendo toda a plataforma continental. O presente trabalho teve como objetivo analisar os aspectos biológicos da reprodução e alimentação da guarajuba na plataforma continental de Pernambuco. Os 87 indivíduos amostrados, variando de 24,1 a 43,6 cm de comprimento total, foram capturados com rede de espera demersal de malha entre - nós de 40 mm, com aproximadamente 20 m de comprimento e 2 m de altura. Os peixes foram coletados mensalmente, de janeiro de 2009 a março de 2010, após o desembarque do pescado, na comunidade pesqueira de Brasília Teimosa, em Recife. Para cada amostragem, os indivíduos foram submetidos à biometria, sendo mensurados o comprimento total (CT), o comprimento furcal (CF) e o comprimento padrão (CP), medidos em centímetros (± 0,1 cm); o peso total (PT), o peso da gônada (PG), e o peso do estômago (PE), medidos em gramas (± 0,01g). As gônadas foram fixadas em formaldeído 10% e os estômagos fixados internamente com formaldeído a 4% e, externamente, em formaldeído a 10%. Para a análise da reprodução foram determinadas: as proporções sexuais; a frequência relativa dos estádios maturacionais das fêmeas; o índice gonadossomático (IGS); o fator de condição alométrico; o tamanho de primeira maturação sexual (L50); e a fecundidade total das fêmeas. Para a análise da alimentação foram determinados: o grau de repleção (GR); o grau de digestão (GD); o índice de importância alimentar (IAi); as variações na dieta por sexo, meses e classes de comprimento; e o hábito alimentar. A proporção F:M para o total de indivíduos foi 1:0,58. Microscopicamente as gônadas foram classificadas em imatura, em maturação, matura, desovada e em repouso. O período de desova foi longo, ocorrendo do início do período seco até o início do período chuvoso. A relação peso-comprimento para fêmeas e machos foi significativa, com alometria negativa. O L50 foi de 30 cm de CT para as fêmeas. De acordo com o grau e índice de repleção estomacal e grau de digestão das presas, C. bartholomaei apresentou estômagos com maior quantidade de alimento no período chuvoso, enquanto que, no período seco, os conteúdos estomacais se encontravam mais digeridos. A categoria Actinopterygii apresentou maior contribuição no período chuvoso e entre os indivíduos maiores enquanto que Matéria Orgânica Animal e Decapoda foram mais consumidas no período seco e por indivíduos menores. A espécie caracterizou-se por ingerir principalmente Actinopterygii (IAi% = 51,1), tendo Decapoda (IAi% = 3,8) como categoria acessória na dieta. A espécie, bem como a maioria dos indivíduos da família Carangidae, pode ser considerada carnívora pscívora, com dieta variando entre os sexos e de acordo com os estágios reprodutivos, o que se torna uma estratégia para obter sucesso na reprodução.
Palavras chave: período de desova, hábito alimentar, sazonalidade, Nordeste brasileiro.
ABSTRACT
The Carangoides bartholomaei species, commonly known as guarajuba
belongs to the family Carangidae, which presents some of the most important
fish for marketing. Individuals of this species have distribution in Massachusetts
(USA) to Sao Paulo (Brazil), covering the entire continental shelf. This study
aimed to analyze the biological aspects of reproduction and feeding guarajuba
on the continental shelf of Pernambuco. The 87 individuals sampled, ranging
from 24.1 to 43.6 cm in total length, were caught with gillnets demersal mesh
between nodes of 40 mm, with approximately 20 m long and 2 m high. Fish
were collected monthly from January 2009 to March 2010, after landing the fish,
the fishing community Stubborn Brasilia, Recife. For each sample, subjects
underwent biometrics, and measured the total length (TL), fork length (FL) and
standard length (SL) measured in centimeters (± 0.1 cm), the total weight (TW) ,
the weight of the gonad (PG), and the weight of the stomach (PE), measured in
grams (± 0.01 g). The gonads were fixed in 10% formaldehyde and the
stomachs fixed internally with 4% formaldehyde, and externally in 10%
formaldehyde. For the analysis of reproduction were determined: the sex ratio,
the relative frequency of maturational stages of females, and the
gonadosomatic index (GSI), the allometric condition factor, the size of sexual
maturity (L50), and the total fertility of females. For the analysis of power were
determined: the degree of fullness (GR), the degree of digestion (GD), the
importance index food (AI) changes in diet by sex, months and length classes,
and eating habits. The ratio F: M to total individuals was 1:0,58. Microscopically
the gonads were classified as immature, maturing, mature, and spawned at
rest. The spawning season was over, occurring from the beginning of the dry
season until the beginning of the rainy season. The length-weight relationship
for females and males was significant, with negative allometry. The L50 was 30
cm TC for females. According to the degree and repletion index and degree of
digestion of the prey, C. bartholomaei stomachs presented with more food
during the rainy season, while in the dry season, the stomach contents were
digested more. The category Actinopterygii showed higher contribution in the
rainy season and between individuals while larger organic matter Animal and
Decapoda were more consumed in the dry and smaller individuals. The species
characterized by ingesting mainly Actinopterygii (AI = 51.1%) and Decapoda (AI
= 3,8%) as accessory category in the diet. The species, as well as most of the
individuals of the family Carangidae, can be considered carnivorous pscívora
with diet varying between sexes and according to reproductive stages, which
becomes a strategy for successful breeding.
Keywords: timing of spawning, feeding habits, seasonality, Northeast Brazil.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estágios gonadais encontrados para fêmeas de C. bartholomaei e
suas respectivas características........................................................................35
Tabela 2 - Importância alimentar das categorias alimentares na dieta de C. bartholomaei, calculados para ambos os sexos e para fêmeas e machos, no período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma continental de Pernambuco.......................................................................................................36
LISTA DE FIGURAS
Fig. 1 - Exemplar de Carangoides bartholomaei (Cuvier 1833). Fonte:
http://www.johnpsoward.com/Gallery3/pages/YellowJack.html...........................5 Fig. 2 - Localização da plataforma continental de Pernambuco...............................9
LISTA DE FIGURAS CAPÍTULO 1
Fig. 1 - Localização da plataforma continental de Pernambuco........................36
Figs. 2 - (a) Proporção sexual bimestral dos indivíduos de C. bartholomaei coletados na plataforma continental de Pernambuco, no período de janeiro de 2009 a março de 2010. (b) Proporção sexual por classes de comprimento dos indivíduos de C. bartholomaei coletados na plataforma continental de Pernambuco, no período de janeiro de 2009 a março de 2010.........................37
Figs. 3 - (a) Corte de ovário imaturo ou virgem mostrando células germinativas jovens (fase I) e ovócitos do estoque de reserva (fase II). (b) Corte de ovário
em maturação mostrando células germinativas jovens (fase I), ovócitos do estoque de reserva (fase II), ovócitos com vitelogênese lipídica (fase III) e ovócito com vitelogênese lipídica e protéica (fase IV). (c) Corte de ovário maduro mostrando clara predominância de ovócitos com vitelogênese completa (fase V). (d) Aspecto geral de um ovário desovado mostrando folículos vazio e atrésico. (e) Corte de um ovário em repouso, mostrando lamelas mais
distendidas que um ovário imaturo. Aumento 20X............................................38
Fig. 4 - Distribuição dos estágios de maturação gonadal para as fêmeas de C.
bartholomaei, no período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma continental de Pernambuco. IMT: imaturo; EM: em maturação; MAT: maturo; MAT; DES: desovado; REP: repouso................................................................39
Figs. 5 - (a) Variação do índice gonadossomático, em fêmeas de Carangoides bartholomaei, no período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma continental de Pernambuco. (b) Variação de ∆K para as fêmeas de Carangoides bartholomaei na plataforma continental de Pernambuco. A barra horizontal indica o período reprodutivo..............................................................40
Fig. 6 - Curva representativa da frequência percentual de fêmeas adultas por classes de comprimento: L50 (cm) e L100 (cm), na plataforma continental de Pernambuco, no período de janeiro de 2009 a março de 2010.........................41
Figs. 7 - (a) Fecundidade total por comprimento total calculado para fêmeas de
C. bartholomaei da plataforma continental de Pernambuco, para o período de janeiro de 2009 a março de 2010. (b) Fecundidade total por peso total
calculado para fêmeas de C. bartholomaei da plataforma continental de Pernambuco, para o período de janeiro de 2009 a março de 2010..................42
Fig. 8 - Variação do índice de repleção de indivíduos de Carangoides
bartholomaei, no período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma continental de Pernambuco...............................................................................43
Figs. 9 - (a) Frequência de ocorrência do grau de repleção dos estômagos entre os estádios de maturação das fêmeas de Carangoides bartholomaei. (b) Índice de importância alimentar por estágio reprodutivo para as fêmeas de Carangoides bartholomaei.................................................................................44
Fig. 10 - Índice de importância alimentar por classes de comprimento total, em
cm, para C. bartholomaei, no período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma continental de Pernambuco.............................................................45
Figs. 11 - (a) Variação das categorias alimentares na dieta de C. bartholomaei,
no período de janeiro de 2009 a março 2010, na plataforma continental de Pernambuco. (b) Variação das categorias alimentares na dieta de C.
bartholomaei, de acordo com o período seco e chuvoso..................................46
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
2. OBJETIVOS 6
2.1 Objetivo Geral 7
2.2 Objetivos Específicos 7
3. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 8
4.
5.
REFERÊNCIAS
PRIMEIRO CAPÍTULO
4
14
5.1
Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides
bartholomaei (Cuvier, 1833) (Perciformes: Carangidae) na
Plataforma Continental do Recife-PE, Brasil.
15
6. CONCLUSÕES 47
7. ANEXOS 50
2 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Os peixes, por participarem ativamente na estrutura das comunidades
através dos processos de predação, competição e territorialidade, são
membros importantes do ambiente marinho (WOOTTON, 1999) e constituem o
maior número de vertebrados, com cerca de 24.000 espécies (NELSON, 2006).
Uma das melhores formas de compreender a comunidade íctica é através de
estudos sobre a biologia reprodutiva e alimentar dos indivíduos que a compõe.
A reprodução corresponde a um dos fatores mais importantes da
biologia de uma espécie, visto que de seu êxito depende a manutenção das
populações. Esta é influenciada pela capacidade que uma dada espécie tem
em se adequar às novas situações ecológicas estabelecidas pelo meio
(WOOTTON, 1999), determinando o processo de renovação da (FONTELES
FILHO, 1989).
A avaliação do estágio de desenvolvimento de suas gônadas é o
elemento fundamental nos estudos de biologia reprodutiva dos peixes. Esta
disponibiliza dados sobre vários aspectos da reprodução, tais como, tamanho
de primeira maturação, duração do período de desova e fecundidade (WEST,
1990), sendo a análise microscópica mais indicada pela sua confiabilidade
(DIAS et al., 1998).
Diante de toda a variabilidade das estratégias reprodutivas, os peixes
são capazes de alocar energia, via alimentação, e utilizar parte da mesma para
a geração da prole (VAZZOLLER, 1996). Estudos relacionados com a atividade
alimentar de peixes proporcionam uma melhor compreensão da relação entre a
ictiofauna e os outros indivíduos da comunidade aquática (ZAVALA-CAMIN,
1996). WOOTTON (1999) comenta que os peixes ocupam,
3 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
representativamente, todos os níveis tróficos da cadeia alimentar. Sendo
assim, os itens alimentares ingeridos possibilitam reconhecer, diferentes
grupos tróficos e compreender sua estrutura, sua importância e as correlações
entre seus componentes.
A maioria dos estudos sobre a alimentação é realizada indiretamente,
com a obtenção de dados a partir da análise dos conteúdos gástricos
(WINDELL & BOWEN, 1978). É importante levar em conta indivíduos de
épocas e locais diferenciados, assim como classes de tamanho distintas
(MENEZES, 1969) para verificar se a dieta varia com o crescimento,
sazonalmente, de um local para outro, e durante o período reprodutivo.
A família Carangidae é descrita como carnívora eficaz, do tipo que
persegue a presa (HONEBRINK, 2000). Randall (1967) divide a família pela
dieta em comedores de peixe e comedores de plâncton. Com relação a
reprodução, os Carangídeos são gonocoristas e não existe diferenças
aparentes entre os sexos. A fertilização é externa, com algumas espécies
desovando pelagicamente ou perto da costa, e, a maioria das espécies,
apresenta longos períodos de desova, geralmente com picos durante os meses
de verão (HONEBRINK, 2000). Dados de longevidade variam entre 8 e 37 anos
(ESPINO BARR et al., 2008).
Esta família é constituída por indivíduos que apresentam 2 espinhos
destacados adiante da nadadeira anal (LESSA et al., 2000), tais como xaréu,
palombetas, guarajuba, pampo e galo (REED 2002).Distribuem-se nos oceanos
Atlântico, Índico e Pacífico (NELSON, 2006), estando presentes em ambientes
4 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
marinhos tropicais e subtropicais do mundo, com algumas espécies ocorrendo
em regiões temperadas (HONEBRINK, 2000).
Várias revisões de nomenclatura taxonômica têm ocorrido durante anos
para inúmeros gêneros (HONEBRINK, 2000). Atualmente são considerados
válidos para o grupo cerca de 149 espécies, agrupadas em 29 gêneros
(FROESE E PAULY, 2007). Destes gêneros, 10ocorremno Nordeste do Brasil:
Elagatis, Alectis, Caranx, Carangoides, Oligoplites, Selene, Seriola, Selar,
Chloroscombrus e Trachinotus (LESSA et al., 2000), estando entre as espécies
mais pescadas da região e representamuma diversidade de peixes tanto
ecologicamente quanto economicamente importantes (NELSON, 2006;
CEPENE, 2006).
A espécie Carangoides bartholomaei (Cuvier, 1833), conhecida
vulgarmente como guarajuba, possui distribuição de Massachussetts (EUA) a
São Paulo (Brasil), pode atingir 90 cm e 8 Kg, vivendo solitária ou em grupos
pequenos (CARVALHO-FILHO, 1999) (Fig. 1). A guarajuba apresenta-se como
um grande recurso pesqueiro para todo o Nordeste brasileiro, sendo capturada,
principalmente por linha de mão e rede, resultando na segunda espécie mais
amostrada da família dos Carangídeos no programa REVIZEE/ SCORE-NE
(LESSA et al., 2000), e equivaleu a 1,3 % da produção do pescado marítimo e
estuarino do Estado de Pernambuco no ano de 2005 (CEPENE, 2006).
5 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Fig. 1: Exemplar de Carangoides bartholomaei (Cuvier, 1833). Fonte:
http://www.johnpsoward.com/Gallery3/pages/YellowJack.html
Alguns estudos analisaram os aspectos reprodutivos (SOUZA E
MAFALDA JUNIOR, 2008; LEMOS et al., 2011; PINHEIRO et al., 2011) e
alimentares (SILVANO, 2001; OLIVEIRA-SILVA E LOPES, 2002; CARVALHO
E SOARES, 2006; WINIK et al., 2007; SANTOS et al., 2009; PALMEIRA E
MONTEIRO-NETO, 2010; NIANG et al., 2010) de Carangídeos no Brasil. Para
a espécie Carangoides bartholomaei há estudos realizados no Golfo de
Batabanó, em Cuba (SIERRA et al., 1986).
Considerando a escassez de informações com relação aos aspectos
ecológicos da guarajuba Carangoides bartholomaei, e sua reconhecida
importância comercial, estudos relacionados à biologia reprodutiva e alimentar
se fazem necessários, pois representam um subsídio para ações que visam à
conservação e o manejo desta espécie.
7 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
2.1 Objetivo Geral
Analisar os aspectos biológicos da reprodução e alimentação da
guarajuba Carangoides bartholomaei ao longo da plataforma continental de
Pernambuco.
2.2 Objetivos Específicos
Determinar o período de reprodução da guarajuba.
Estabelecer a relação peso-comprimento e determinar o ∆K para a
guarajuba;
Determinar o comprimento médio de primeira maturação gonadal e
calcular a taxa de fecundidade total;
Determinar a atividade alimentar da guarajuba;
Caracterizar os itens alimentares consumidos pela guarajuba;
Verificar as variações da dieta de acordo com o sexo, classes de
comprimento total e meses; e,
Determinar a preferência alimentar da espécie no ambiente de
estudo.
8 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
3. Descrição da Área de Estudo
9 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
A plataforma continental de Pernambuco (07º32’ e 08º55’30” S e
34º49’30” e 35º09’30” O) (Fig. 2) apresenta-se como uma plataforma estreita,
com 18 a 20 milhas, em frente de Recife, relativamente plana e cuja a quebra
da plataforma esta entre 60 e 80 metros de profundidade (KEMPF, 1970).
Fig. 2 - Localização da plataforma continental de Pernambuco.
O clima da região é classificado como tropical úmido, com precipitação
anual em torno de 2.050 mm distribuídos em duas estações, seca e chuvosa.
Os meses de março a agosto são os que caracterizam a estação chuvosa,
enquanto que os de setembro a fevereiro, a estação seca (MACÊDO et al.,
2004).
A partir do mês de outubro, as águas mais frias, com temperaturas
inferiores a 24oC, são substituídas por águas com temperaturas mais elevadas,
superiores a 26oC (FERREIRA E TRAVASSOS, 2009).
11 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
CARVALHO-FILHO, A. 1999. Peixes: Costa Brasileira. São Paulo. Editora Melro. 320p. CARVALHO, M. R. & SOARES, L. S. H. 2006. Diel feeding pattern and diet of rough scad Trachurus lathami Nichols, 1920 (Carangidae) from the Southwestern Atlantic.Neotropical Ichthyology.v. 4, n. 4, p. 419-426. CENTRO DE PESQUISA E GESTÃO DE RECURSOS PESQUEIROS DO LITORAL DO NORDESTE – CEPENE. 2006. Boletim Estatístico da Pesca Marítima e Estuarina do Nordeste do Brasil. p. 236-385. DIAS, J.R.; PERES-RIOS, E.; CHAVAVES, P.T.; ROSSI-WONGSTCHOWSKI, C.L. B. 1998. Análise macroscópica dos ovários de teleósteos: problemas de classificação e recomendação de procedimentos. Ver. Brasil. Biol., v. 58, n. 1. p. 55-69. ESPINO-BARR, E.; GALLARDO-CABELLO, M.; CABRAL-SOLÍS, E.G.;GARCIA-BOA, A.& PUENTE-GÓMEZ, M.; 2008. Growth of the Pacific jack Caranx caninus (Pisces: Carangidae) from the coast of Colima, México. Revista de Biología Tropical 56(1): 171-179. FERREIRA, A.G.; TRAVASSOS, P. 2009. Sensoriamento remoto. In: F. H. V. Hazin (Ed.) Meteorologia e Sensoriamento Remoto, Oceanografia Física, Oceanografia Química, Oceanografia Geológica. Programa REVIZEE- Score Nordeste, v 1. Fortaleza, Martins & Cordeiro Ltda. 9-36pp. FONTELES FILHO, A.A. 1989. Recursos pesqueiros: biologia e dinâmica populacional. Fortaleza: Imprensa Oficial do Ceará, 296p. FROESE, R.; PAULY, D. Editors. Fishbase. World Wide Web electronic publication, http://www.fishbase.org(25 abril de 2011). HONEBRINK, R.R. 2000. A review of the family Carangidae, with emphasis on species found in Hawaiian waters. Division of Aquatic Resources, Dept. of Land & Natural Resources, State of Hawaii. DAR Technical Report 20-01. p. 1-37. KEMPF, M. 1970. A plataforma continental de Pernambuco (Brasil): nota preliminar sobre a natureza do fundo. Trabalhos de Oceanografia. Univ. Fed. Pe., Recife, v. 9/11, p.111-124, LEMOS, V.M.; VARELA JUNIOR, A.S.; VELASCO, G.; VIEIRA, J.P. 2011. The reproductive biology of the plata pompano, Trachinotus marginatus (Teleostei: Carangidae), in southern Brazil.Zoologia (Curitiba, Impr.). v. 28, n.5, pp. 603-609. ISSN 1984-4670. LESSA, R.; NÓBREGA, F.M. SANTANA, F.M.; SOUTO, G.S.; BALENSIFER, P.; DUQUE, P.; CHARLES, W.D. 2000. Guia de identificação de peixes marinhos da região nordeste. DIMAR, In Programa REVIZEE / Score- NE, pp.138.
12 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
MACÊDO, S.J.; MUNIZ, K.; MONTES, M.J.F. 2004. Hidrologia da região costeira e plataforma continental do estado de Pernambuco. In: ESKINAZI LEÇA, E.; NEUMANN LEITÃO, S. & COSTA, M. F. orgs. Oceanografia: um cenário tropical. Recife, Bagaço. p.255-286. MENEZES, N.A. 1969. The food of Brycon and three cluosely related genera of tribo Ancestrorhyncini. Papéis avulsos de zoologia, v.22, n.20, p. 217-223. NELSON, J.S. 2006. Fishes of the world. 4ed. Canadá: John Wiley & Sons, Inc,.
NIANG, T. M. S. PESSANHA, A. L. M. ARAUJO, F. G. 2010. Dieta de juvenis de Trachinotus carolinus (Actinopterygii, Carangidae) em praias arenosas na costa do Rio de Janeiro. Iheringia. Série Zoologia. v.100, n.1, p. 35-42. PALMEIRA, L.P.; MONTEIRO-NETO, C. 2010. Ecomorphology and food habits of teleost fishes Trachinotus carolinus (Teleostei: Carangidae) and Menticirrhus littoralis (Teleostei: Sciaenidae), inhabiting the surf zone off Niterói, Rio de Janeiro, Brazil. Brazilian journal oceanography.vol.58, n.spe4, pp. 1-9. ISSN 1679-8759. OLIVEIRA-SILVA, J.T.; LOPES, P.R.D. 2002. Notas sobre a alimentação e morfologia do aparelho digestivo de Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766) (Actinopterygii, Carangidae) na praia de Ponta da Ilha (Ilha de Itaparica, Bahia). Revista Brasileira de Zoociência. v. 4, n. 2, p. 179-192. PINHEIRO, P.B.; HAZIN, F.H.V.; TRAVASSOS P; OLIVEIRA, P.G.V., CARVALHO F. RÊGO, M.G. 2011. The reproductive biology of the rainbow runner, Elagatis bipinnulata (Quoy & Gaimard, 1825) caught in the São Pedro and São Paulo Archipelago. Brazilian. Journal of Biology. Feb [cited 2011 Dec 31] ; 71(1): 99-106. RANDALL, J.E, 1967. Food habits of reef fishes of the West Indies. In:International Conference on Tropical Oceanography, 1965, Miami Beach, Florida. Proceedings, p. 665-847. REED, D.L.; CARPENTER, K.E.; de GRAVELLE, M.J. 2002. Molecular systematcis of the Jacks (Perciformes: Carangidae) based on mitochondrial cytochrome b sequences using parsimony, likelihood, and Bayesian approaches. Mol Phylogenet evol. 23:513-524. SANTOS, P.V.C.J; CASTRO, A.C.L.; FRANÇA, V.L.; SOARES, L.S; JUNIOR, M.G.S. 2009. Alimentação do tibiro, Oligoplites palometa, (Perciformes, Carangidae) capturado no litoral ocidental do Maranhão e desembarcado no município da Raposa, Ilha de São Luis-MA, Brasil. Boletim do laboratório de hidrobiologia, 22:17-24p. SIERRA, L.M.; GARCIA – CÁGIDE, A.; HERNANDEZ, A. 1986. Aspectos de la biologia Del cibí amarillo (Caranx bartholomaei, Cuvier, 1833), em La región oriental del Golfo de Batabanó, Cuba. Invest. Inst. Ocean. Acad. Cienc. Cuba 55. 36p.
13 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
SILVANO, R. A. M. 2001. Feeding habits and interspecific feeding associations of Caranx latus (Carangidae) in a subtropical reef. Environmental Biology of Fishes, 60: 465-470. SOUZA, C. S. MAFALDA JUNIOR, P. 2008. Distribution and abundance of carangidae (Teleostei, Perciformes) associated with oceanographic factors along the northeast brazilian exclusive economic zone. Brazilian Archives of Biology and Technology. 51(5): 1267-1278.
VAZZOLER, A.E.A.M. 1996. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e prática.Maringá: Eduem/SBI/CNPq/Nupelia, p. 169. WEST, G. 1990. Methods of assessing ovarian development in fishes: a review. Austr. J. Mar. and Freshw. Res., v. 41, n. 2, p. 199-222. WINDELL, J.T. & BOWEN, S.H. 1978. Methods for study of fish diets based on analysis of stomach contents. In Bicudo, C.E.M.; Menezes, N.A. Methods for assessment of fish production in fresh waters (T. Bagenal, ed.), Blackwell Scientific, Oxford, p.219-223. (eds.). CNPq, São Paulo, p. 289-295.
WINIK, S, CARNEIRO, M.H.; MENDONÇA, J.T. 2007. Alimentação da Guaivira, Oligoplites saliens (BLOCH, 1793) (Perciformes: Carangidae), proveniente da pesca na região de Cananéia-SP. Série Relatórios Técnicos, São Paulo, n. 27: 1-13. WOOTTON, R.J. 1984. Fish reproductions: strategies and tactics. London: Academic Press. p. 1-12. ZAVALA-CAMIN, L.A. 1996. Introdução aos estudos sobre alimentação natural em peixes. EDUEM, Maringá, 129p.
14 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
5. Primeiro capítulo
15 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei (Cuvier, 1833)
(Perciformes: Carangidae) na Plataforma Continental de Pernambuco, Brasil.
Este trabalho será submetido para a revista Neotropical Ichthyology para publicação.
16 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei (Cuvier, 1833)
(Perciformes: Carangidae) na Plataforma Continental de Pernambuco, Brasil.
Maíra Nanashara Silva Santos1,2
, Simone Ferreira Teixeira2& Ulisses dos Santos
Pinheiro1
1 Departamento de Zoologia, Universidade Federal de Pernambuco, Recife,
Pernambuco, Brasil.
2 Departamento de Biologia, Universidade de Pernambuco, Pernambuco, Brasil.
Corresponding author:
Maíra Nanashara Silva Santos
Universidade Federal de Pernambuco.
Adress: Avenida Professor Moraes Rêgo, S/N.
Cidade Universitária, Recife, Pernambuco, Brasil
CEP: 50670-901 Recife - PE, Brasil.
Phone: + 55 81 2126 7805
E-mail address: [email protected]
17 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei (Cuvier, 1833)
(Perciformes: Carangidae) na Plataforma Continental de Pernambuco, Brasil.
Resumo: O objetivo deste trabalho foi analisar os aspectos reprodutivos e
alimentares da guarajuba Carangoides bartholomaei ao longo da plataforma continental
de Pernambuco, por representar importante recurso pesqueiro para todo o Nordeste do
Brasil. Para isto foram determinados: a proporção sexual; o período reprodutivo; o fator
de condição (∆K); o comprimento médio de primeira maturação gonadal (L50); a
fecundidade total; a atividade alimentar; as variações da dieta de acordo com o sexo,
classes de comprimento e meses; e, o hábito alimentar. A coleta foi realizada
mensalmente, de janeiro de 2009 a março de 2010, na comunidade pesqueira de Brasília
Teimosa, Recife, totalizando 87 indivíduos, variando de 24,1 a 43,6 cm de comprimento
total (CT). A relação peso-comprimento para fêmeas e machos foi significativa, com
alometria negativa. O L50 foi de 30 cm de CT para as fêmeas. A proporção F:M, para o
total de indivíduos, foi 1: 0,58. Microscopicamente as gônadas foram classificadas em
imatura, em maturação, matura, desovada e em repouso. O período de desova foi longo,
ocorrendo do início do período seco até o início do período chuvoso. De acordo com o
grau e índice de repleção estomacal e grau de digestão das presas, C. bartholomaei
apresentou estômagos com maior quantidade de alimento no período chuvoso, enquanto
que, no período seco, os conteúdos estomacais se encontravam mais digeridos. A
categoria Actinopterygii apresentou maior contribuição no período chuvoso e entre os
indivíduos maiores enquanto que Matéria Orgânica Animal e Decapoda foram mais
consumidas no período seco e por indivíduos menores. A espécie caracterizou-se por
ingerir principalmente Actinopterygii (IAi% = 51,1), tendo Decapoda (IAi% = 3,8)
como categoria acessória na dieta. A espécie, bem como a maioria dos indivíduos da
família Carangidae, pode ser considerada carnívora pscívora, com dieta variando entre
os sexos e de acordo com os estágios reprodutivos, o que se torna uma estratégia para
obter sucesso na reprodução.
Palavras chave: período de desova, hábito alimentar, sazonalidade, Nordeste brasileiro.
18 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Introdução
A guarajuba Carangoides bartholomaei (Cuvier, 1833), possui distribuição de
Massachussetts (EUA) a São Paulo (Brasil), pode atingir 90 cm e 8 Kg e vive solitária
ou em grupos pequenos (Carvalho-Filho, 1999). Esta resultou na segunda espécie mais
amostrada da família dos Carangídeos no programa REVIZEE/ SCORE-NE (Lessa et
al., 2000), equivalendo a 1,3 % da produção do pescado marítimo e estuarino do Estado
de Pernambuco em 2005 (CEPENE, 2006).
O manejo dos recursos pesqueiros implica no conhecimento da biologia destes, a qual
deve ser constantemente monitorada. Dados como alimentação, crescimento e
reprodução necessitam estar relacionados com as condições ambientais para uma
melhor compreensão e elaboração de planos de gerenciamento e utilização dos recursos
(Vaz-dos-Santos et al., 2007).
A avaliação do estágio de desenvolvimento de suas gônadas é o elemento fundamental
nos estudos de biologia reprodutiva dos peixes. Diante de toda a variabilidade das
estratégias reprodutivas, os peixes são capazes de alocar energia, via alimentação, e
utilizar parte da mesma para a geração da prole (Vazzoller, 1996). Estudos relacionados
com a atividade alimentar de peixes proporcionam uma melhor compreensão da relação
entre a ictiofauna e os outros indivíduos da comunidade aquática (Zavala-Camin, 1996).
No entanto, são poucos os estudos sobre a biologia da espécie Carangoides
bartholomaei, como no caso do Golfo de Batabanó, em Cuba (Sierra et al., 1986). No
Brasil, para família Carangidae, alguns estudos analisaram os aspectos reprodutivos
(Souza & Mafalda Junior, 2008; Lemos et al., 2011; Pinheiro et al., 2011) e
alimentares (Silvano, 2001; Oliveira-Silva & Lopes, 2002; Carvalho & Soares, 2006;
19 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Winik et al., 2007; Santos et al., 2009; Palmeira & Monteiro-Neto, 2010; Niang et al.,
2010).
Considerando a escassez de informações com relação a biologia da guarajuba
Carangoides bartholomaei, e sua reconhecida importância comercial, o presente
trabalho teve como objetivo analisar os aspectos biológicos da reprodução e
alimentação da espécie, ao longo da plataforma continental de Pernambuco.
Área de Estudo
A plataforma continental de Pernambuco (07º32’ e 08º55’30” S e 34º49’30” e
35º09’30” O) (Fig. 1) apresenta-se como uma plataforma estreita, com 18 a 20 milhas,
em frente de Recife, relativamente plana e cuja a quebra da plataforma esta entre 60 e
80 metros de profundidade (Kempf, 1970).
O clima da região é classificado como tropical úmido, com precipitação anual em torno
de 2.050 mm distribuídos em duas estações, seca e chuvosa. Os meses de março a
agosto são os que caracterizam a estação chuvosa, enquanto que os de setembro a
fevereiro, a estação seca (Macêdo et al.,2004).
Material e Métodos
Os 87 exemplares foram adquiridos mensalmente, de janeiro de 2009 a março de 2010,
na comunidade de Brasília Teimosa, Recife, e foram pescados através de redes de
emalhar de 20 m de comprimento, 2 m de altura e malha de 40 mm entrenós.
Brasília Teimosa está inserida em uma península triangular de 50 hectares, adjacente a
praia, complexo estuarino e um porto (Moura, 1990) (Fig. 1). Essa comunidade foi
20 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
escolhida por possuir a maior colônia de pescadores do Estado, a Z-01, a qual possui
uma frota pesqueira que abrange toda a plataforma continental de Pernambuco, podendo
chegar até os Estados de Alagoas e Paraíba.
Para cada indivíduo adquirido foram mensurados o comprimento total (CT) (0,1 cm),
pesos total (PT), da gônada (PG) e do estômago (PE) (0,01g). Posteriormente, as
gônadas foram fixadas em formaldeído 10% e, os estômagos, fixados internamente em
formaldeído a 4% e externamente em formaldeído 10%.
Para a análise reprodutiva as gônadas foram seccionadas, na parte média, incluídas em
parafina e cortadas em 5 µm e coradas com H.E. A análise microscópica foi adaptada
de Vazzoler (1996), sendo determinadas: a proporção sexual; a frequência relativa dos
estágios maturacionais das fêmeas; o índice gonadossomático (IGS); o fator de condição
alométrico e o ∆K; o tamanho de primeira maturação sexual (L50); e, a fecundidade total
das fêmeas.
A proporção sexual foi calculada para o período total, para as classes de tamanho e por
mês, por meio do teste do Qui-quadrado (α = 0,05). O período reprodutivo da espécie
foi determinado através da freqüência relativa dos estágios maturacionais e do índice
gonadossomático (IGS), ambos calculados para fêmeas (Vazzoler, 1996).
A média do fator de condição total (K) e a do fator de condição somático (K’),
agrupados por mês, foram calculadas somente para fêmeas, sendo “b” o coeficiente
angular da regressão entre o peso total e o comprimento total. O ∆K foi obtido pela
subtração K – K’ (Vazzoler, 1996).
O L50 foi estimado calculando-se a proporção de fêmeas adultas por classes de
comprimento. Os exemplares de fêmeas foram classificados em jovens quando
21 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
apresentaram gônadas imaturas, e em adultos quando apresentaram qualquer
desenvolvimento reprodutivo (Vazzoler, 1996).
A fecundidade total (FT) foi estimada a partir do número de ovócitos das gônadas de
fêmeas maduras (Vazzoler, 1996), em que uma alíquota de 0,01 g foi retirada de cada
gônada, sendo contado o número total de ovócitos presentes na alíquota e extrapolado
para o total.
Para a análise da alimentação foram determinados o grau de repleção (GR) e índice de
repleção (IR); o grau de digestão (GD); as categorias alimentares e o índice de
importância alimentar (IAi); as variações da dieta por sexo, meses e classes de
comprimento; e o hábito alimentar.
O grau de repleção (GR) dos estômagos foi definido de acordo com o volume ocupado
pelo conteúdo estomacal em relação ao volume total do estômago, baseado no método
de Soares & Apelbaum (1994), onde: 0 - vazio; 1 - quase vazio (≤ 25%); 2 - meio cheio
(> 25% - ≤ 50%); 3 - quase cheio (> 50% - ≤ 75%); 4 - cheio (>75%). O índice de
repleção foi obtido de acordo com a metodologia de Barbieri e Barbieri (1982), em que
o peso total (PT) e o peso do estômago (PE) são relacionados para cada indivíduo, onde
Ir = PE/PT. O grau de digestão foi definido de acordo com a integridade do conteúdo
estomacal, segundo o método adaptado de Soares & Apelbaum (1994), sendo: 1 -não
digerido; 2- parcialmente digerido; 3 - digerido.
Posteriormente, os conteúdos retirados foram analisados sob microscópio
estereoscópico, para identificação e classificação das categorias alimentares, utilizando
o índice de importância Alimentar (IAi) que relaciona a frequencia de ocorrência e o
volume dos itens, onde IAi = Fi x Vi/∑(Fi x Vi) x 100. As categorias alimentares foram
22 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
classificadas como principal (IAi ≥ 50%), secundária (25% ≤ IAi < 50%), e acessória
(IAi < 25%) (Kawakami & Vazzoler, 1980).
Este índice foi analisado para verificar a existência de variação na dieta entre machos e
fêmeas, para os estágios de maturação das fêmeas, entre as classes de comprimento e os
meses de estudo, e para a determinação do hábito alimentar.
Somente foram considerados os indivíduos com variação de comprimento selecionado
pela arte de pesca, devido ao fato dos peixes adquiridos serem provenientes de
desembarques pesqueiros. E, apesar da espécie ser um recurso pesqueiro importante e
amplamente explorado, pode-se observar uma diminuição da captura durante o período
de estudo, refletindo no número total de indivíduos analisados.
Resultados
Reprodução
A partir da análise microscópica de 82 gônadas de C. bartholomaei, para o período
total, pôde-se realizar a classificação quanto ao sexo e estágios de maturação gonadal
em fêmeas.
Observou-se a presença de 52 fêmeas (63,0%) e 30 machos (37,0%) (2 = 7,2; p <
0,05). O predomínio de fêmeas ocorreu na maioria dos meses, exceto em março-abril
2009, em que os machos corresponderam a 73,0% (Fig. 2a) (2= 70,56; p < 0,05). A
distribuição das freqüências de classes de comprimento, para machos e fêmeas, variou
de 28,3 cm a 38,9 e 24,1 a 43,6 cm, respectivamente, com maior frequência significativa
de fêmeas em todas as classes (p < 0,05) (Fig. 2b).
23 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Nas fêmeas, a caracterização dos estágios foi feita de acordo com a frequência das fases
ovocitárias, que tem suas principais características evidenciadas na Tab. 1. Para as
fêmeas foram considerados os seguintes estágios: imaturo (IM), em maturação (EM),
maturo (MAT), desovado (DES) e repouso (REP) (Fig. 3a, b, c, d, e).
A análise da distribuição dos estágios maturacionais, ao longo do período, indicou que
fêmeas maturas (MAT) ocorrem na maioria dos meses, com maior freqüência para os
meses de janeiro-fevereiro 2009 (60,0%) (Fig. 4).
O índice gonadossomático (IGS), calculado para as 52 fêmeas, indicou que as maiores
médias foram registradas de janeiro-fevereiro/2009 e de setembro-outubro/2009 a
março/2010, correspondendo aos meses de reprodução (Fig. 5a). A análise microscópica
da frequência dos estágios de maturação e o índice gonadossomático, para as fêmeas,
indicaram que o período reprodutivo da espécie ocorre principalmente do início do
período seco e início do período chuvoso.
O valor do coeficiente angular da regressão (b), na relação peso-comprimento, para as
fêmeas e machos foi de 2,76 e 2,89, respectivamente, indicando um crescimento
alométrico negativo para a população.Os valores médios de ∆K para as fêmeas
apresentaram variações que coincidem com o observado para o IGS, indicando a
energia despendida do corpo para as gônadas e também a influência do peso das
gônadas em fêmeas maduras (Fig. 5b).
O comprimento de primeira maturação para as fêmeas (L50) foi estimado em 30 cm de
CT, e o comprimento onde todas as fêmeas estiverem aptas a participarem ativamente
do processo reprodutivo (L100) foi estimado em 38 cm de CT (Fig. 6).
Os 14 exemplares de fêmeas maduras utilizados para estimar a fecundidade mediram
entre 29,7 a 42,0 cm de CT, com fecundidade total variando de 106.440 a 1.543.407
24 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
ovócitos. A relação entre a fecundidade total e o comprimento total foi FT = 68.788
(CT) – 2 x 106 e entre a fecundidade total e o peso total foi FT = 73.65PT
1,4349 (Figs. 7a-
b).
Alimentação
Para a caracterização dos aspectos alimentares foram analisados 87 estômagos e todos
apresentaram conteúdo estomacal. A análise do grau de repleção (GR), demonstrou que
o GR 4 (cheio) ocorreu em maior proporção no período chuvoso (21,6%), do que no
período seco (16,0%).A partir da análise do índice de repleção, observou-se que o maior
pico foi registrado para os meses maio-junho/2009 (0,04%), indicando que neste
período os estômagos se encontravam cheios (Fig. 8).
Para relacionar o grau de repleção com o estágio maturacional das fêmeas, foram
analisados 52 estômagos. A freqüência de estômagos cheios (GR 4) foi maior nas
fêmeas nos estágios maturacionais desovado (44,4%) e repouso(33,3 %), enquanto que
de estômagos quase vazios (GR 1) foi maior nos estágios imaturo (60,0%), em
maturação (55,0%) e maturo (42,9%) (Fig. 9a) .Para machos e fêmeas, os estômagos
com alimento digerido (GD 3) foram mais frequentes no período seco (46,0%) do que
no chuvoso (40,0%).
Foram identificadas 6 categorias alimentares: (1) Actinopterygii, - organismos inteiros
quanto fragmentos, vértebras e escamas de peixes; (2) Matéria Orgânica Animal -
matéria orgânica de origem animal em elevado grau de digestão; (3) Decapoda -
organismos inteiros e fragmentos de camarões e lagostas; (4) Gastropoda - molusco
inteiro desta classe; (5) Outros organismos não identificados; e, (6) Sedimento -
partículas minerais e cascalho.
25 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
As categorias alimentares encontradas nos 52 estômagos das fêmeas e nos 30 estômagos
dos machos foram Actinopterygii, M.O.A., Decapoda, Outros e Sedimento. Nas fêmeas,
Actinopterygii apresentou volume mais elevado (IAi% = 52,8) e M.O.A foi mais
frequente (IAi% = 45,7). Em machos, Actinopterygii também foi mais volumoso (IAi%
= 43,4) e M.O.A. apresentou frequência inferior (IAi% = 44,7). Decapoda foi mais
frequente nos machos (IAi% = 11,4) do que nas fêmeas (IAi% = 1,5) (Tabela 2).
Para verificar a variação da dieta por estágio de maturacional das fêmeas, foram
analisados 52 estômagos. A categoria Actinopterygii foi mais importante no estágio de
repouso (IAi% = 90,1), enquanto que M.O.A. foi mais importante nos estágios em
maturação (IAi% = 74,0) e desovado (IAi% = 78,1) e Decapoda nas fases em
maturação (IAi% = 2,4) e matura (IAi% = 2,1) (Fig. 9b).
A dieta de C. bartholomaei apresentou variações com relação às classes de
comprimento, com ingesta de Actinopterygii em todas as classes, incrementando de
acordo com o aumento do tamanho. A categoria Decapoda foi mais importante nas
classes de comprimento inferiores 28 – 32 e 32 - 36 (IAi% = 7,12 e 6,26,
respectivamente) (Fig. 10).
A dieta de C. bartholomaei apresentou variações com relação aos meses, na plataforma
continental de Pernambuco, durante o período de estudo (Fig. 11a). Actinopterygii foi
observado como recurso alimentar nos dois períodos, com maior contribuição no
período chuvoso (60,0%) do que no seco (41,8%) Decapoda foi verificada na maioria
dos meses, sendo observada uma maior contribuição para o período seco (IAi%= 5,0)
em relação ao período chuvoso (IAi%= 2,9) (Fig. 11b).
Desta forma, C. bartholomaei teve Actinopterygii (IAi% = 51,0) como categoria
principal da dieta e M.O.A. (IAi % = 44,97) como categoria secundária (Tab. 2). Para as
26 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
demais categorias o IAi foi menor do que 25%, indicando que as mesmas representaram
itens acessórios na dieta da espécie.
Discussão
A proporção entre fêmeas e machos é uma informação importante para a caracterização
da estrutura de uma espécie ou população, além de constituir subsídio para o estudo de
avaliação do potencial reprodutivo (Vazzoler, 1996). A proporção sexual pode diferir de
1:1 devido às diferenças nas taxas de crescimento e mortalidade, na longevidade, na
inversão de sexos e nas migrações para local de desova (Vazzoler, 1996). Sierra et al.
(1986) encontraram uma proporção F:M de 1:1 na população de C. bartholomaei do
Golfo de Batabanó, em Cuba, enquanto que em Pernambuco, foi de 1:0,58, com
predomínio de fêmeas na maioria dos meses, sugerindo que fêmeas e machos habitem
locais diferenciados, o que pode ter refletido na sua captura. O predomínio de fêmeas
nas maiores classes de comprimento é comum entre os peixes (Lowe-Mcconnell, 1999).
Na plataforma continental de Pernambuco as fêmeas de C. bartholomaei predominaram
nas classes de comprimento superiores, o que pode estar relacionado a uma maior
longevidade das fêmeas em relação aos machos.
A maioria das espécies tem estratégias reprodutivascaracterísticas, ajustando seus
padrões reprodutivos com as variações do ambiente (Vazzoler, 1996). Espécies de
regiões tropicais e subtropicais, por exemplo, caracterizam-se por apresentar um longo
período reprodutivo (Nikolsky, 1963). Desta forma, há uma maior probabilidade da
espécie obter sucesso na reprodução, uma vez que esta estratégia evita uma possível
competição pelo local de desova, alimento para os juvenis, risco de predação e época de
condições ambientais desfavoráveis para a sobrevivência da prole. Para indivíduos de C.
27 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
bartholomaei do Golfo de Batabanó em Cuba, foi descrito um ciclo com maior
intensidade de reprodução em três momentos: março-abril, julho e novembro-dezembro
(Sierra et al., 1986). Na plataforma continental de Pernambuco, C. bartholomaei
apresentou um período de desova longo, de janeiro-fevereiro/2009 a setembro-outubro
2009 e março 2010. Resultados semelhantes foram observados por Souza &Mafalda
Junior (2008) para espécies do complexo Caranx-Carangoides, no Nordeste brasileiro,
em que uma maior abundância de indivíduos foi observada entre os meses de setembro
a dezembro, onde há uma predominância de valores mais elevados de temperaturae
salinidade, e consequentemente maior biomassa planctônica, devido a ação das
correntes marítimas. Isto se torna um fator importante para maximizar a sobrevivência
da prole, por servir de proteção ealimentação nos primeiros meses, facilitando a saída
desseestágio crítico de vida.
A relação peso-comprimento tem importantes aplicações, dentre elas verificar a relação
do crescimento com as variações sazonais (Richter et al., 2000), indicar o grau de
higidez de um indivíduo, refletindo as condições nutricionais recentes, possibilitando as
relações com as condições ambientais e os aspectos comportamentais das espécies
(Vazzoler, 1996). Uma alometria negativa foi observada para a relação peso-
comprimentode C. bartholomaei da plataforma continental de Pernambuco, o que
também foi encontrado para C. bartholomaei do Golfo de Batabanó, em Cuba, em que o
coeficiente alométrico calculado para ambos os sexos também foi pouco menor que 3 (b
= 2,84) (Sierra et al., 1986).
Os valores de ∆K e IGS refletem a época e a duração do período reprodutivo, uma vez
que grande parte da energia acumulada pelo indivíduo deve ter sido canalizada para o
desenvolvimento das gônadas, principalmente dos ovários, e/ou migrações ou outros
comportamentos reprodutivos (Vazzoler, 1996). Na população de C. bartholomaei da
28 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
plataforma continental de Pernambuco o ∆K apresentou resultados condizentes com os
maiores valores do índice gonadossomático, indicando que no início do período seco até
o início do período chuvoso a espécie teve maior desova.
Wootton (1999) destaca que um estágio importante na vida de um indivíduo é quando
atinge o tamanho em que 50% da população inicia o ciclo reprodutivo (L50), ou seja,
quando está apto a iniciar a reprodução. Segundo Barbieri et al. (2004), esta estimativa
é importante por retratar o comportamento da população e auxiliar no planejamento de
normas de preservação dos estoques pesqueiros.O comprimento de primeira maturação
gonadal foi estimado em 30,0 cm de comprimento total para as fêmeas, semelhante ao
encontrado por Sierra et al. (1986) para a mesma espécie em Cuba, com valor de L50 em
32,0 cm, para as fêmeas. Por outro lado, esta breve diminuição no tamanho de primeira
maturação para as fêmeas de C. bartholomaei pode estar relacionada a uma tática
reprodutiva adotada pelas espécies, em geral, no sentido de recuperar o equilíbrio
populacional (Barbieri et al., 2004). Desta forma, a guarajuba, que é um importante
recurso pesqueiro na região, pode estar sofrendo sobrepesca, o que leva a uma
diminuição do tamanho médio de primeira maturação e consequentemente uma
maturação prematura das fêmeas.
A avaliação da fecundidade representa um subsídio na estimativa de estoques
pesqueiros e fornece indicações sobre a estratégia de vida da espécie. A
fecundidadepode variar com otamanho da fêmea, aumentando com o crescimento
(Vazzoler, 1996). Isto foi observado para os indivíduos de C. bartholomaei da
plataforma continental de Pernambuco que apresentaram uma elevada fecundidade total
variando com o aumento de tamanho e peso.Esta elevada fecundidade pode estar
relacionada com as condições dos ambientes de desova, sendo uma estratégia da espécie
para garantira sobrevivência, renovação e manutenção da população.
29 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Em relação à atividade alimentar sazonal de C. bartholomaei, da plataforma continental
de Pernambuco, entre os períodos seco e chuvoso, os dados indicaram que no período
chuvoso, quando a temperatura da água é um pouco mais baixa, há maior freqüência de
estômagos cheios. Isto pode ser uma estratégia da espécie, relacionada a abundância de
alimento. Outro aspecto seria que a maior ingestão de alimento no período que antecede
o período reprodutivo (período seco) corresponderia a uma estratégia da espécie para
alocar a energia necessária para a geração da prole (Zavala-Camin, 1996).
Pelo fato dos peixes serem ectotérmicos, a temperatura ambiente influencia o seu
metabolismo fisiológico, afetando os processos de digestão. Na plataforma continental
de Pernambuco, indivíduos de C. bartholomaei apresentaram variações sazonais do
grau de digestão do conteúdo estomacal, sendo no verão. Esse aumento do grau de
digestão pode estar relacionado com o aumento da temperatura da água, o qual
influencia o processo digestório acelerando a atividade enzimática e degradando mais
rapidamente o alimento digerido.
A mudança de um recurso alimentar pode ser permanente ou temporária, durante o ciclo
de vida de uma espécie, bem como, entre as estações do ano ou durante a reprodução
(Gerking, 1994). Com relação à dieta das fêmeas de C. bartholomaei,da plataforma
continental de Pernambuco, entre os períodos reprodutivos,as presas diferiram em
abundância, com fêmeas na fase de repouso consumindo mais peixes. Isto indica que
após o período de reprodução da espécie, quando ocorre a diminuição do volume
gonadal, propiciando a expansão do conteúdo estomacal, as fêmeas passam a se
alimentar com maior freqüência do item principal de sua dieta, com a necessidade de
suprir o desgaste energético da desova e alocar energia para o próximo período de
reprodução. Isto pode explicar os maiores resultados de GR 4 (cheios) e maiores
valores de IAi% de Actinopterygii e M.O.A. para os estágios desovado e em repouso.
30 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Mudanças ontogenéticas na dieta sugerem haver aumento do tamanho da presa de
acordo com o aumento do tamanho do peixe (Santos & Araújo, 1997; Jennings e t al.,
2001; Oliveira-Silva & Lopes, 2002; Niang et al., 2010).Os resultados observados para
o C. bartholomaei, da plataforma continental de Pernambuco, indicamuma maior
ingestão de Decapoda por indivíduos menores, com a importância de Actinopterygii
incrementando conforme o aumento do tamanho do indivíduo.Resultados semelhantes
também foram descritos por Sierra et al.(1986) para C. bartholomaei,no Golfo de
Batabanó em Cuba. Com o crescimento dos indivíduos, o papel dos peixes no espectro
alimentar aumenta e, em contrapartida, ocorre a reduçãode outros componentes
alimentares da dieta, como crustáceos bentônicos e planctônicos. Conforme Sivakami
(1996), os Carangídeos são peixes carnívoros que se alimentam principalmente de
crustáceos planctônicos nos estágios iniciais ede peixesem um estágio posterior de sua
vida, correspondendo à uma estratégia ecológica para evitar a concorrência direta.
O ritmo anual da intensidade alimentar dos peixes está relacionado com as mudanças
ambientais e essas diferenças na dieta podem ser atribuídas pelas correntes marítimas,
duração do dia e da noite, diferenças de temperatura, abundância e disponibilidade das
presas em cada período (Zavala-Camin, 1996). Muitas espécies de peixes generalistas
podem mudar a dieta juntamente com as mudanças sazonais na disponibilidade de
alimento ou porque houve repentinamente uma alta abundância de um item alimentar
(Wootton, 1999). Os resultados encontrados para C. bartholomaei, da plataforma
continental de Pernambuco, indicamuma maior ingestão de Decapoda nos meses de
verão, o que podeestar associadoa umamaiorabundância deste item nesta temporada.
Carangídeosgeralmente sãopiscívoros(Lowe-Mcconnell, 1987) e segundo Randall
(1967), Potts (1980), Baird (1993) e Sancho (2000) as espécies do gênero Caranx são
31 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
importantes predadores de peixes recifais, em oceanos tropicais e subtropicais,
desenvolvendo comportamento de perseguição típica de predadores transitórios ou até
mesmo de emboscada, dependendo das características estruturais do substrato. Sudekum
et al.(1991), citaram o hábito das espécies Caranx melampygus e Caranx ignobilis, das
ilhas do Hawaii, como piscívoro, acompanhado da ingestão de crustáceos e gastrópodes,
em menor quantidade. Silvano (2001) estudou indivíduos de Caranxlatus na ilha de
Búzios concluindo que estes são predadores generalistas de pequenos peixese
crustáceos. Sley et al. (2009) descreveram como presas mais importantes da dieta de
Caranx crysos do Golfo de Gabés, na Tunísia, peixes teleósteos e crustáceos. A dieta de
C. bartholomaei do Golfo de Batabanó em Cuba (Sierra et al., 1986) foi composta
principalmente por peixes e em menor proporção, lulas e crustáceos. Resultados
semelhantes foram encontrados para C. bartholomaei, na plataforma continental de
Pernambuco, que apresentou uma dieta composta predominantemente por peixes,
complementada por crustáceos, sendo uma espécie de hábito alimentar carnívoro
piscívoro.
AGRADECIMENTOS
Aos pescadores da Comunidade Pesqueira de Brasília Teimosa. Este trabalho teve apoio
financeiro da FACEPE – IBPG-0966-2.04/09.
REFERÊNCIAS
Baird, T. A. 1993. A new heterospecific foraging association between the puddingwife
wrasse, Halichoeres radiatus, and the bar jack, Caranx ruber: evaluation of the foraging
consequences. Environmental Biology of Fishes, 38: 393-397.
Barbieri, G. Verani, J. R. Barbieri, M. C. 1982. Dinâmica quantitativa da nutrição de
Hopliasmalabaricus (Bloch, 1974), na represa do Lobo (Brotas Itirapina/SP.) (Pisces,
Erytthinidae). Revista Brasileira de Biologia. 42(2): 295-302.
32 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Barbieri, G. Salles, F. A. Cestarolli, M. A. Teixeira-Filho, A. T. 2004. Estratégias
reprodutivas do dourado, Salminus maxillosus e do curimbatá, Prochilodus lineatus no
Rio Mogi Guaçu, Estado de São Paulo, com ênfase nos parâmetros matemáticos da
dinâmica populacional. Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Pirassununga. Acta
Scientiarum Biological Sciences.26(2): 169-174.
Carvalho, M. R. & Soares, L. S. H. 2006. Diel feeding pattern and diet of rough scad
Trachurus lathami Nichols, 1920 (Carangidae) from the Southwestern
Atlantic.Neotropical Ichthyology. 4(4): 419-426.
Carvalho-Filho, A. 1999. Peixes: Costa Brasileira. São Paulo. Editora Melro. 320p.
Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral do Nordeste –
CEPENE. 2006. Boletim Estatístico da Pesca Marítima e Estuarina do Nordeste do
Brasil. p. 236-385.
Ferreira, A.G. Travassos, P. 2009. Sensoriamento remoto. Pp 9-36 In: Hazin, F. H. V.
Meteorologia e Sensoriamento Remoto, Oceanografia Física, Oceanografia Química,
Oceanografia Geológica. Programa REVIZEE- Score Nordeste, Vol 1. Martins &
Cordeiro Ltda, Fortaleza. 248p.
Gerking, S.D. 1994. Feeding Ecology of Fish. San Diego. Academic Press. 416p.
Jennings, S.Pinnegar, J. K.Polunin, N. V. C.&Boon, T. W.2001. Weak cross-species
relationships between body size and trophic level belie powerful size-based trophic
structuring in fish communities. Journal of Animal Ecology.70: 934–944.
Kawakami, E. & Vazzoler, G. 1980. Método gráfico e estimativa de índice alimentar
aplicado no estudo de alimentação de peixes. Boletimdo Instituto Oceanográfico de São
Paulo. 29: 205-207.
Kempf, M. 1970. A plataforma continental de Pernambuco (Brasil): nota preliminar
sobre a natureza do fundo. Trabalho do Instituto de Oceanogafia da Universidade
Federal de Pernambuco.9/11: 111-124.
Lemos, V. M. Varela Junior, A. S. Velasco, G. Vieira, J. P. 2011. The reproductive
biology of the plata pompano, Trachinotus marginatus (Teleostei: Carangidae), in
southern Brazil. Zoologia. 28(5): 603-609.
Lessa, R. Nóbrega, F. M. Santana, F. M.; Souto, G. S. Balensifer, P.; Duque, P.;
Charles, W. D. 2000, Guia de identificação de peixes marinhos da região nordeste.
DIMAR, In: Programa REVIZEE / Score- NE, 138p.
Lowe-McConnell, R.H. 1999. Ecological Studies in Tropical Fish Communities.
Cambridge University Press, Cambridge. 382p.
Macêdo, S. J. Muniz, K. & Montes, M. J. F. 2004. Hidrologia daregião costeira e
plataforma continental do estado de Pernambuco. Pp.255-286. In: Eskinazi Leça, E.
Neumann Leitão, S. & Costa,M. F. Oceanografia: um cenário tropical. Recife,
Bagaço.761p.
33 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
MOURA, A. S., 1990. Terra do Mangue: Invasões Urbanas no Recife. Recife: Editora
Massangana.
Niang, T. M. S. Pessanha, A. L. M. Araujo, F. G. 2010. Dieta de juvenis de Trachinotus
carolinus (Actinopterygii, Carangidae) em praias arenosas na costa do Rio de Janeiro.
Iheringia. SérieZoologia. 100(1): 35-42.
Nikolskii, G. V. 1963. The ecology of fish. London: Acad. Press., New Jersey, T. F. H.
Publications, Inc. Neptune. 352p.
.
Oliveira-Silva, J. T. Lopes, P. R. D. 2002. Notas sobre a alimentação e morfologia do
aparelho digestivo de Chloroscombrus chrysurus (Linnaeus, 1766) (Actinopterygii,
Carangidae) na praia de Ponta da Ilha (Ilha de Itaparica, Bahia). Revista Brasileira de
Zoociências.4(2): 179-192.
Palmeira, L. P. & Monteiro-Neto, C. 2010. Ecomorphology and food habits of teleost
fishes Trachinotus carolinus (Teleostei: Carangidae) and Menticirrhus littoralis
(Teleostei: Sciaenidae), inhabiting the surf zone off Niterói, Rio de Janeiro, Brazil.
Brazilian Journal of. oceanography. 58(4): 1-9.
Pinheiro PB, Hazin FHV, Travassos P, Oliveira PGV, Carvalho F, Rêgo MG. 2011. The
reproductive biology of the rainbow runner, Elagatis bipinnulata (Quoy & Gaimard,
1825) caught in the São Pedro and São Paulo Archipelago. Brazilian Journal of.
Biology. 71(1): 99-106.
Potts, G. W. 1980. The predatory behaviour of Caranx melampygus (Pisces) in the
channel environment of Aldabra Atoll (Indian Ocean). Journal of Zoology, London,
192: 323-350.
Randall, J. E. 1967. Food habits of reef fishes of the West Indies. In: International
Conference on Tropical Oceanography, 1965, Miami Beach, Florida. Proceedings,
p.665-847.
Richter, H. C.Luckstadt, C. Focker, U. Becker, K. 2000. An improved procedure to
assess fish condition on the basis of length-weight relationships. Archives of Fishery
and Marine Research. 48: 255-264.
Sancho, G. 2000. Predatory behaviors of Caranx melampygus (Carangidae) on
spawning fishes: a novel ambushing strategy. Bulletin of Marine Science, 66: 487-496.
Santos, A. C. A. Araújo, F. G. 1997. Hábitos alimentares de Gerres aprion (Cuvier,
1829), (Actinopterygii, Gerreidae) na baía de Sepetiba (RJ). Sitientibus.17: 185-195.
Santos, P. V. C. J. Castro, A. C. L. França, V. L. Soares, L. S. Junior, M. G.S. 2009.
Alimentação do tibiro, Oligoplites palometa, (Perciformes, Carangidae) capturado no
litoral ocidental do Maranhão e desembarcado no município da Raposa, Ilha de São
Luis-MA, Brasil. Boletim do laboratório de hidrobiologia, 22:17-24.
34 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Sierra, L. M. Garcia–Cágide, A. Hernandez, A. 1986. Aspectos de la biologia Del cibí
amarillo (Caranx bartholomaei, Cuvier, 1833), em La región oriental del Golfo de
Batabanó, Cuba. Academia de Ciencias de Cuba. 55: 36.
Silvano, R. A. M. 2001. Feeding habits and interspecific feeding associations of Caranx
latus (Carangidae) in a subtropical reef. Environmental Biology of Fishes, 60: 465-470.
Sivakami, S. 1996. On the food habits of the fishes of the family Carangidae. A review.
Journal of the Marine Biological Association of India. 38(1 & 2) : 118-123.
Sley A, Jarboui O, Ghorbel M, Bouain A. 2009. Food and feedinghabits of
Caranxcrysos from the Gulf of Gabès (Tunisia). Journal of the Marine Biological
Association of the United Kingdom. 89(7), 1375–1380.
Soares, L.S.H. Apelbaum, R. 1994. Atividade alimentar diária da cabrinha Prionotus
puncatus (Teleostei: Triglidae) do litoral de Ubatuba, Brasil. Bol. Inst. Oceanogr. v. 42
(1/2). p. 85:98.
Souza, C. S. Mafalda Junior, P. 2008. Distribution and abundance of carangidae
(Teleostei, Perciformes) associated with oceanographic factors along the northeast
brazilian exclusive economic zone. Brazilian Archives of Biology and
Technology.51(5): 1267-1278.
Sudekum, A.E.Parrish, J.D. Radtke, R.L. Ralston, R. 1991. Life History and Ecology of
Large Jacks in Undisturbed, Shallow, Oceanic Communities. Fish Bull 89:493–513
Vaz dos Santos, A.M.; Rossi-Wongtschowski, C.L.D.B.; Figuieredo, J.L. 2007.
Recursos pesqueiros compartilhados: bioecologia, manejo e aspectos aplicados no
Brasil. Boletim do Instituto de Pesca. 33(2). 273-292
Vazzoler, A.E.A.M. 1996. Biologia da reprodução de peixes teleósteos: teoria e
prática.Maringá: Eduem/SBI/CNPq/Nupelia, p. 169.
Winik, S. Carneiro, M.H.& MENDONÇA, J.T. 2007. Alimentação da Guaivira,
Oligoplites saliens (BLOCH, 1793) (Perciformes: Carangidae), proveniente da pesca na
região de Cananéia-SP. Série Relatórios Técnicos. 27: 1-13.
Wootton, R.J. 1999. Ecology of teleost fish. The Netherlands: Kluwer Academic
Publishers, 396p.
Zavala-Camin, L.A. 1996. Introdução aos estudos sobre alimentação natural em
peixes.EDUEM, Maringá, 129p.
35 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
FIGURAS E TABELAS
Tabela 1 – Estágios gonadais encontrados para fêmeas de C. bartholomaei e suas
respectivas características.
Estágios Gonadais
Caracterização dos Estágios Gonadais
Imaturo Lamelas ovígeras em disposição quase paralela, recobertas por
células basófilas. Presença de ovócitos na fase I (células
germinativas jovens - ovócitos apresentando citoplasma escasso e
basófilo com 1 ou 2 nucléolos grandes) e II (ovócitos do estoque de
reserva – citoplasma bem definido e mais basófilo que na fase
anterior, com nucléolos mais volumosos e numerosos) (Fig. 2a).
Em Maturação Presença de ovócitos na fase I, II, III (ovócitos com vitelogênese
lipídica - vacuolização do citoplasma, que representa a deposição
lipídica) e IV (ovócito com vitelogênese lipídica e protéica -
deposição de proteínas na forma de plaquetas acidófilas e membrana
vitelínica mais espessa) (Fig. 2b).
Maturo Lamelas ovígeras distendidas. Presença de ovócitos na fase I, II, III,
IV e V (ovócito com vitelogênese completa – aumento do número
de grânulos de vitelo acidófilo e desaparecimento da basofilia) (Fig.
2c).
Desovado Presença de ovócitos na fase I e II, com folículos vazios e atrésicos
(Fig. 2d).
Repouso Presença de ovócitos na fase I e II (Fig. 2e).
36 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Tabela 2 – Importância alimentar das categorias alimentares na dieta de C.
bartholomaei, calculados para ambos os sexos e para fêmeas e machos, no período de
janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma continental de Pernambuco.
Categorias IAi% Classificação IAi% Classificação
Alimentares Ambos os
Sexos
Ambos os
Sexos Fêmeas Machos Fêmeas Machos
Actinopterygii 51,1 Principal 52,8 43,4 Principal Secundária
M.O.A 45,0 Secundária 45,7 44,7 Secundária Secundária
Decapoda 3,8 Acessória 1,5 11,4 Acessória Acessória
Outros 0,2 Acessória <0,0 0,5 Acessória Acessória
Sedimento <0,0 Acessória <0,0 <0,0 Acessória Acessória
Gastropoda <0,0 Acessória - - - -
Fig. 1 - Localização da plataforma continental de Pernambuco.
37 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Figs. 2 - (a) Proporção sexual bimestral dos indivíduos de C. bartholomaei coletados na
plataforma continental de Pernambuco, no período de janeiro de 2009 a março de 2010.
(b) Proporção sexual por classes de comprimento dos indivíduos de C. bartholomaei
coletados na plataforma continental de Pernambuco, no período de janeiro de 2009 a
março de 2010.
0
20
40
60
80
100
J-F/09 M-A/09 M-J/09 J-A/09 S-O/09 N-D/09 J-F/10 M/10
Fêmeas Machos
7
10
5
8
3
7
2
6
5
9
2
6 6
4
2
Freq
uên
cia
Rel
ativ
a
a
0
20
40
60
80
100
24 - 28 28 - 32 32 - 36 36 - 40 40 - 44
Fêmeas Machos
Classes de comprimento totais (cm)
Fre
qu
ên
cia
Re
lati
va
1
23
13
1413
9
4
5
b
38 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Figs. 3 – (a) Corte de ovário imaturo ou virgem mostrando células germinativas jovens
(fase I) e ovócitos do estoque de reserva (fase II). (b) Corte de ovário em maturação
mostrando células germinativas jovens (fase I), ovócitos do estoque de reserva (fase II),
ovócitos com vitelogênese lipídica (fase III) e ovócito com vitelogênese lipídica e
protéica (fase IV). (c) Corte de ovário maduro mostrando clara predominância de
ovócitos com vitelogênese completa (fase V). (d) Aspecto geral de um ovário desovado
mostrando folículos vazio e atrésico. (e) Corte de um ovário em repouso, mostrando
lamelas mais distendidas que um ovário imaturo. Aumento 20X.
I
II
V
II
I
III IV
Folículo Atrésico
I
II
a b
c d
e
Folículo Vazio
Lamela
39 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Fig. 4 - Distribuição dos estágios de maturação gonadal para as fêmeas de C.
bartholomaei, no período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma
continental de Pernambuco. IMT: imaturo; EM: em maturação; MAT: maturo; MAT;
DES: desovado; REP: repouso.
0
20
40
60
80
100
J-F/09 M-A/09 M-J/09 J-A/09 S-O/09 N-D/09 J-F/10 M/10
IMT EMT MAT DES REP
Freq
uên
cia
Re
lati
va
7 610 3 7 9 6 4
40 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Figs. 5 - (a) Variação do índice gonadossomático, em fêmeas de Carangoides
bartholomaei, no período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma
continentalde Pernambuco.(b) Variação de ∆K para as fêmeas de Carangoides
bartholomaei na plataforma continental de Pernambuco. A barra horizontal indica o
período reprodutivo.
0
2
4
6
J-F/09 M-A/09 M-J/09 J-A/09 S-O/09 N-D/09 J-F/10 M/10
Meses
IGS
10 3 7 7 6 9 6 4
a
-100
0
100
200
300
J-F/09 M-A/09 M-J/09 J-A/09 S-O/09 N-D/09 J-F/10 M/10
10 3 7 7 6 9 6 4
∆K
b
41 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Fig. 6 – Curva representativa da frequência percentual de fêmeas adultas por classes de
comprimento: L50 (cm) e L100 (cm), na plataforma continental de Pernambuco, no
período de janeiro de 2009 a março de 2010.
0
20
40
60
80
100
24 - 28 28 - 32 32 - 36 36 - 40 40 - 44
Freq
uên
cia
rela
tiva
Classes de comprimento total (cm)
42 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Figs. 7 - (a) Fecundidade total por comprimento total calculado para fêmeas de C.
bartholomaei da plataforma continental de Pernambuco, para o período de janeiro de
2009 a março de 2010. (b) Fecundidade total por peso total calculado para fêmeas de C.
bartholomaei da plataforma continental de Pernambuco, para o período de janeiro de
2009 a março de 2010.
Fecundidade total = 68788 (CT) - 2E+06r² = 0,6017; p = 0,0006
0
500000
1000000
1500000
2000000
20 25 30 35 40 45 50
Fecu
nd
idad
e to
tal
CT (cm)
Fecundidade Total = 73,65PT1,4349r² = 0,5845; p = 0,0001
0
500000
1000000
1500000
2000000
0 200 400 600 800 1000 1200
Fecu
nd
idad
e to
tal
PT (g)
43 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Fig. 8 - Variação do índice de repleção de indivíduos de Carangoides bartholomaei, no
período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma continental de Pernambuco.
0
0,02
0,04
0,06
0,08
J-F/09 M-A/09 M-J/09 J-A/09 S-O/09 N-D/09 J-F/10 M/10
IR
15 11 9 11 11 12 12 6
Meses
44 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Figs. 9 - (a) Frequência de ocorrência do grau de repleção dos estômagos entre os
estádios de maturação das fêmeas de Carangoides bartholomaei. (b) Índice de
importância alimentar por estágio reprodutivo para as fêmeas de Carangoides
bartholomaei.
0
20
40
60
80
100
IMT EMT MAT DES REP
GR 1 GR 2 GR 3 GR 4
1
3
1
11
4
24
6
4
3
1
3
1 1
2
1 1 1
Freq
uên
cia
rela
tiva
4
a
0
20
40
60
80
100
IMT EMT MAT DES REP
ACTINOPTERYGII M.O.A DECAPODA
OUTROS SEDIMENTO GASTROPODA
IAi %
5 21 14 9 3
b
45 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Fig. 10 - Índice de importância alimentar por classes de comprimento total, em cm, para
C. bartholomaei, no período de janeiro de 2009 a março de 2010, na plataforma
continental de Pernambuco.
0
20
40
60
80
100
24 - 28 28 - 32 32 - 36 36 - 40 40 - 44
ACTINOPTERYGII M.O.A DECAPODA OUTROS SEDIMENTO GASTROPODA
1 37 27 16 6
IAi %
Classes de comprimento totais (cm)
46 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Figs. 11 - (a) Variação das categorias alimentares na dieta de C. bartholomaei, no
período de janeiro de 2009 a março 2010, na plataforma continental de Pernambuco. (b)
Variação das categorias alimentares na dieta de C. bartholomaei, de acordo com o
período seco e chuvoso.
0
20
40
60
80
100
J-F/09 M-A/09 M-J/09 J-A/09 S-O/09 N-D/09 J-F/10 M/10
ACTINOPTERYGII M.O.A DECAPODA
OUTROS SEDIMENTO GASTROPODA
15 11 9 11 11 12 12 6
IAi %
a
0 20 40 60 80 100
ACTINOPTERYGII
M.O.A
DECAPODA
OUTROS
SEDIMENTO
GASTROPODA
CHUVOSO SECO
IAi %
b
48 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
A diminuição na captura durante o período de estudo, que refletiu o
baixo número de indivíduos analisados, e a breve diminuição no comprimento
médio de primeira maturação das fêmeas podem indicar sobre pesca deste
recurso na região, visto que a diminuição do comprimento de primeira
maturação corresponde a uma estratégia para recuperar o equilíbrio
populacional.
O número de fêmeas predomina em relação ao de machos,
principalmente nas maiores classes de comprimento, o que pode estar
relacionado a uma maior sobrevivência das fêmeas em relação aos machos.
O período reprodutivo da espécie ocorre no período seco e início do
período chuvoso, o que proporciona condições favoráveis a sobrevivência da
prole, pois durante esse período há a predominância de valores mais elevados
temperatura e salinidade, bem como maiores valores de biomassa planctônica,
que servem de abrigo e alimento para a mesma.
Com relação à alimentação, fêmeas no estágio desovado e em repouso
apresentaram estômagos mais cheios, consumindo preferencialmente
Actinopterygii e M.O.A., indicando uma estratégia da espécie para suprir o
desgaste energético desova e alocar energia para o próximo período
reprodutivo.
A alternância de períodos seco e chuvoso, permite que a dieta da
guarajuba varie sazonalmente, apresentando uma maior contribuição de
Actinopterygii no período chuvoso e Decapoda no período seco, o que pode
estar relacionado a abundância da categoria neste período.
49 SANTOS, M.N.S. Reprodução e Alimentação da Guarajuba Carangoides bartholomaei...
Há diferenças na dieta de acordo com as classes de comprimento, com
Decapoda sendo mais ingerido por indivíduos menores e Actinopterygii por
indivíduos maiores, o qual pode estar relacionado, dentre outros fatores, com a
baixa capacidade de predadores menores capturarem presas maiores e mais
móveis. Em função da preferência alimentar da guarajuba por Actinopterygii, o
mesmo pode ser considerado como uma espécie de hábito alimentar carnívoro
piscívoro.
16/10/12 Neotrop. ichthy ol. - Instruções aos autores
1/6www.scielo.br/rev istas/ni/pinstruc.htm
ISSN 1679-6225 versãoimpressa
ISSN 1982-0224 versão online
INSTRUÇÕES AOS AUTORES
Escopo e políticaSumissão de manuscritosForma e preparação de manuscritosInformações adicionais
Escopo e política
O manuscrito deve conter os resultados de pesquisas originais empeixes neotropicais de água doce e marinhos nas áreas de Biologia,Ecologia, Etologia, Fisiologia, Genética e Biologia Molecular eSistemática.
Notas científicas não são aceitas. O Editor e os editores de áreairão realizar uma análise prévia do manuscrito submetido paraanalisar se o seu conteúdo é apropriado para a revista NeotropicalIchthyology.
A revista está aberta para submissões a todos os pesquisadores daictiofauna Neotropical. O pagamento dos custos de publicação podeser requerido se nenhum dos autores for membro da SociedadeBrasileira de Ictiologia.
Submissão de manuscritos
Manuscritos devem ser submetidos como arquivos digitais no sítiohttp://mc04.manuscriptcentral.com/ni-scielo
Com a submissão de manuscrito, os autores devem incluir umacarta com uma declaração de que se constitui em pesquisa originalnão submetida a outro periódico.
Nos manuscritos com múltiplos autores, o autor responsável pelasubmissão deve declarar na carta de submissão que todos os co-autores estão cientes e de acordo com a submissão do manuscrito.
Todos os co-autores e respectivos e-mails devem ser registradosnos formulários indicados durante a submissão do manuscrito.
Durante a submissão, indicar a área da revista (Bioquímica eFisiologia, Biologia, Ecologia, Etologia, Genética e Biologia Molecular,Sistemática) a que o manuscrito se refere.
Durante a submissão, indique três possíveis referees (nome,instituição, país e email) para a análise do manuscrito.
Manuscritos submetidos fora do formato requerido nas instruçõesaos autores serão devolvidos.
Manuscritos submetidos com uso inapropriado da língua inglesaserão devolvidos sem revisão. O uso adequado da língua inglesa éum requisito para a revisão e publicação.
Forma e preparação de manuscritos
16/10/12 Neotrop. ichthy ol. - Instruções aos autores
2/6www.scielo.br/rev istas/ni/pinstruc.htm
Texto deve ser em Word for Windows ou arquivos rtf.
Figuras e tabelas devem ser carregadas separadamente como arquivosindividuais.
Não duplique informações no texto, figuras e tabelas. Apresente apenasfiguras e tabelas que são estritamente necessárias.
Formato
Texto deve ser apresentado em inglês.
O manuscrito deve conter os seguintes itens, nesta ordem:
Título
-Título em minúsculas da seguinte forma: “Isbrueckerichthys epakmos, a newspecies of loricariid catfish from the rio Ribeira de Iguape basin, Brazil(Teleostei: Siluriformes)”.
- Táxons subordinados dever ser separados por dois-pontos, como segue: "(Siluriformes: Loricariidae)".
Autor (es) nome (s)
-Só as iniciais devem ser em letras maiúsculas. Nunca abrevie o primeironome.
Endereços
-Não apresente os endereços em nota de rodapé.
-Use números arábicos sobrescritos1 para identificação no caso de múltiplosautores e endereços.
-Listar endereços completos e email de todos os autores.
Abstract
-Em inglês.
Resumo
-Em Português ou espanhol. Deve ter o mesmo conteúdo do Abstract eminglês.
Palavras-chave
-Cinco palavras-chave em inglês, não repetir palavras ou expressões dotítulo.
Introdução
Material e Métodos
Resultados
Discussão
Agradecimentos
Literatura citada
16/10/12 Neotrop. ichthy ol. - Instruções aos autores
3/6www.scielo.br/rev istas/ni/pinstruc.htm
Tabela (s)
Legenda(s) da(s) Figura(s)
Em trabalhos taxonômicos Verifique também: Neotropical Ichthyologytaxonomic contribution style sheet.
Texto
-Páginas de texto não podem incluir cabeçalhos, rodapés, ou notas de rodapé(exceto o número de página) ou qualquer formato de parágrafo. Texto deveser alinhado à esquerda.
-Usar Times New Roman fonte tamanho 12.
-Não hifenizar o texto.
-Usar a fonte "symbol" para representar os caracteres a seguir: χ μ θ ω ε ρ τ ψ
ν ι ο π α σ δ Φ κ λ э ϖ β ν ≡ Θ Ω Σ Δ Ф
-Espécies, gêneros e termos em Latim (et al., in vitro, in vivo, vs.) devem serem itálico.
- Termos em Latim apresentados entre os nomes genéricos e específicos -cf., aff. (por exemplo, Hoplias cf. malabaricus) não devem ser em itálico.
-Não abreviar o nome do gênero no início de uma frase.
-Não sublinhar palavras.
-Os títulos a seguir devem ser apresentados em negrito: Introduction,Material and Methods, Results, Discussion, Acknowledgements,Literature Cited.
-Listar abreviaturas utilizadas no texto em Material e métodos, exceto paraaqueles de uso comum (por exemplo, min, km, mm, kg, m, s, h, ml, L, g).
-As medidas devem usar o sistema métrico.
-Manuscritos devem conter as siglas institucionais e os números de catálogode espécimes-testemunho.
-Descritores geográficos (rio, igarapé, arroio, córrego) devem ser em letrasminúsculas, exceto quando se refere a um nome de localidade (e.g.municipality of Arroio dos Ratos, State of Rio Grande do Sul, etc).
-O agradecimento deve ser conciso.
Nomenclatura
-Nomes científicos devem ser citados de acordo com o ICZN (1999).
-A autoria de nomes científicos é necessária apenas em trabalhostaxonômicos e na primeira referência de uma espécie ou gênero. Não incluaautoria no resumo e abstract.
-Verifique a ortografia, nomes válidos e autoria de espécies no Catalog offishes emhttp://research.calacademy.org/research/ichthyology/catalog/fishcatmain.asp
16/10/12 Neotrop. ichthy ol. - Instruções aos autores
4/6www.scielo.br/rev istas/ni/pinstruc.htm
Tabelas
-Tabelas devem ser numeradas sequencialmente de acordo com a sua ordemde citação no texto, usando os seguintes formatos: Table 1, Tables 1-2,Tables 1, 4.
-A palavra Table e o respectivo número devem ser grifados em negrito naslegendas das Tabelas.
-Tabelas devem ser construídas usando linhas e colunas; não use tabulaçõese espaços.
-Tabelas não podem conter linhas verticais ou notas de rodapé. Arquivosdigitais de tabelas devem ser formatados em células. Arquivos digitais detabelas com colunas separadas por tabulação ou espaço não serão aceitas.
-Tabelas e legendas devem ser incluídas no final do manuscrito, no seguinteformato:
Table 1. Monthly variation of the gonadosomatic index in Diapomaspeculiferum...
-Os locais aproximados onde as tabelas devem ser inseridas devem serindicados ao longo da margem do texto.
Figuras
-Figuras devem ser numeradas sequencialmente de acordo com a sua ordemde citação no texto, usando os seguintes formatos: Fig. 1, Figs. 1-2, Fig. 1a,Figs. 1a-b, Figs. 1a, c.
-A palavra Fig. e respectivo número devem ser apresentados em negrito naslegendas.
-Figuras devem ser de alta qualidade e definição.
-Texto incluído em gráficos e imagens deve ter tamanho de fonte compatívelcom reduções à largura da página (175 mm) ou largura da coluna (85 mm).Gráficos serão impressos preferencialmente com a largura de uma coluna (85mm).
-Fotos coloridas serão aceitas somente se necessário e o custo da impressãopoderá ser cobrado dos autores.
-Figuras compostas devem ser preparadas a fim de ajustar-se à largura dapágina (175 mm) ou largura da coluna (85 mm).
-Ilustrações devem incluir uma escala ou uma referência para o tamanho doitem ilustrado na legenda da figura.
-Nunca inclua objetos ou ilustrações na legenda da figura. Substituir por texto(por exemplo, "triângulo negro") ou representar seu significado na própriafigura.
-Uma lista de legendas das figuras deve ser apresentada no final do arquivodo manuscrito.
Literatura citada
16/10/12 Neotrop. ichthy ol. - Instruções aos autores
5/6www.scielo.br/rev istas/ni/pinstruc.htm
-Use os seguintes formatos de citação no texto: Eigenmann (1915, 1921) ou(Eigenmann, 1915, 1921; Fowler, 1945, 1948) ou Eigenmann & Norris (1918)ou Eigenmann et al. (1910a, 1910b).
-Não inclua resumos e relatórios técnicos na literatura citada.
-Evite referências desnecessárias a teses ou dissertações.
-Nunca use tabulação ou espaço para formatar referências.
-A literatura citada deve ser ordenada em ordem alfabética. Referências comdois ou mais autores devem ser listadas na ordem alfabética do sobrenome doprimeiro autor e, em seguida, do sobrenome do segundo autor e assimsucessivamente.
-Não abreviar nomes dos periódicos.
-Não use itálico ou negrito para títulos de livros e revistas.
-As citações no texto devem corresponder às referências em Literatura Cited.
-Use os seguintes formatos:
Livros:Campos-da-Paz, R. & J. S. Albert. 1998. The gymnotiform "eels" of TropicalAmerica: a history of classification and phylogeny of the South Americanelectric knifefishes (Teleostei: Ostariophysi: Siluriphysi). Pp. 419-446. In:Malabarba, L. R., R. E. Reis, R. P. Vari, Z. M. S. Lucena & C. A. S. Lucena(Eds.). Phylogeny and Classification of Neotropical Fishes. Porto Alegre,Edipucrs.
Teses/Dissertações:Langeani, F. 1996. Estudo filogenético e revisão taxonômica da famíliaHemiodontidae Boulenger, 1904 (sensu Roberts, 1974) (Ostariophysi,Characiformes). Unpublished Ph.D. Dissertation, Universidade de São Paulo,São Paulo. 171p.
Artigos:Lundberg, J. G., F. Mago-Leccia & P. Nass. 1991. Exallodontus aguanai, a newgenus and species of Pimelodidae (Teleostei: Siluriformes) from deep riverchannels of South America and delimitation of the subfamily Pimelodinae.Proceedings of the Biological Society of Washington, 104: 840-869.
Artigos no prelo:
Burns, J. R., A. D. Meisner, S. H. Weitzman & L. R. Malabarba. (in press).Sperm and spermatozeugma ultrastructure in the inseminating catfish,Trachelyopterus lucenai (Ostariophysi: Siluriformes: Auchenipteridae). Copeia,2002: 173-179.
Recursos da Internet:Author. 2002. Title of website, database or other resources, Publisher nameand location (if indicated), number of pages (if known). Available from:http://xxx.xxx.xxx/ (Date of access)
Informações adicionais
Contate o editor em [email protected]
16/10/12 Neotrop. ichthy ol. - Instruções aos autores
6/6www.scielo.br/rev istas/ni/pinstruc.htm
[Home] [Sobre a revista] [Corpo editorial] [Assinaturas]
Todo o conteúdo do periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma LicençaCreative Commons
Departamento de Zoologia - IBUniversidade federal do Rio Grande do Sul
Av. Bento Gonçalves, 9500 - bloco IV - Prédio 43435 91501-970 - Porto Alegre, RS - Brasil
Tel.: 55-21-2568-8262