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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA DEPARTAMENTO DE ECONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA – PIMES ANA CAROLINA DA CRUZ LIMA POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO BRASIL: EVOLUÇÃO RECENTE DOS MECANISMOS NACIONAIS E ESTADUAIS – O CASO DO NORDESTE Recife 2008

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Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE ......PRODEPE Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco. PRODESIN Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CCSA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA – PIMES

ANA CAROLINA DA CRUZ LIMA

POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO

BRASIL: EVOLUÇÃO RECENTE DOS MECANISMOS

NACIONAIS E ESTADUAIS – O CASO DO NORDESTE

Recife

2008

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE ......PRODEPE Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco. PRODESIN Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas

ANA CAROLINA DA CRUZ LIMA

POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO

BRASIL: EVOLUÇÃO RECENTE DOS MECANISMOS

NACIONAIS E ESTADUAIS – O CASO DO NORDESTE

Dissertação apresentada à Universidade

Federal de Pernambuco como um dos pré-

requisitos para obtenção do grau de mestre em

Economia.

Orientador: Prof. Dr. João Policarpo

Rodrigues Lima

Recife

2008

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Lima, Ana Carolina da Cruz Políticas de desenvolvimento Regional no Brasil : evolução recente dos mecanismos Nacionais e Estaduais – O caso do Nordeste / Ana Carolina da Cruz Lima. – Recife : O Autor, 2008. 176 folhas : fig. tab. e quadro. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CCSA. Economia, 2008. Inclui bibliografia, apêndice e anexo. 1. Economia Regional – Nordeste Brasileiro. 2. Política Fiscal. 3. ICMS. 4. Política Governamental de desenvolvimento – Brasil. I. Título. 338.1 CDU (1997) UFPE 330 CDD (22.ed.) CSA2008-011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCAIS APLICADAS - CCSA

DEPARTAMENTO DE ECONOMIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA - PIMES

PARECER DA COMISSÃO EXAMINADORA DE DEFESA DE DISSERTAÇÃO DE MESTRADO DE

ANA CAROLINA DA CRUZ LIMA

“POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL NO BRASIL: E VOLUÇÃO RECENTE DOS MECANISMOS NACIONAIS E ESTADUAIS – O CA SO DO

NORDESTE”

ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: ECONOMIA REGIONAL

A comissão examinadora composta pelos professores abaixo, sob a presidência do primeiro, considera a candidata ANA CAROLINA DA CRUZ LIMA _________________. Recife, ____de Janeiro de 2008.

___________________________________________________________ Prof. Dr. João Policarpo Rodrigues Lima – Orientador (PIMES/UFPE)

______________________________________________________________ Prof. Dr. Raul da Mota Silveira Neto – Examinador Interno (PIMES/UFPE)

________________________________________________________________ Profa. Dra. Ana Cristina Fernandes – Examinador Externo (Geografia/UFPE)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todas as bênçãos que tem derramado em minha vida.

À minha família, que tanto amo e que está sempre ao meu lado.

Ao meu professor orientador, João Policarpo Rodrigues Lima, com respeito e

admiração.

Aproveito a oportunidade para agradecer às seguintes instituições/órgãos estaduais,

que forneceram dados relativos aos seus respectivos programas, contribuindo para o

desenvolvimento do trabalho: Comissão de Incentivos Fiscais – Piauí, Secretaria de

Desenvolvimento Econômico do Estado do Ceará, Coordenadoria de Desenvolvimento

Industrial da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Companhia

de Desenvolvimento da Paraíba, Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco, Agência de

Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e Companhia de Desenvolvimento Industrial e

de Recursos Minerais de Sergipe.

Por fim, agradeço a todos, professores, funcionários e amigos do Programa de Pós-

Graduação em Economia da Universidade Federal de Pernambuco, que contribuíram direta ou

indiretamente para o desenvolvimento deste trabalho.

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RESUMO

LIMA, Ana Carolina da Cruz. Políticas de Desenvolvimento Regional no Brasil: evolução recente dos mecanismos nacionais e estaduais – o caso do Nordeste, 2008, 175. Mestrado em Economia. Universidade Federal de Pernambuco, Recife. O Governo Federal desempenhou papel fundamental no processo de desenvolvimento recente da economia brasileira. Entretanto, com a adoção, nos anos 90, das políticas neoliberais sugeridas pelos organismos internacionais (FMI e Banco Mundial), houve um esvaziamento do papel do Estado na economia, inclusive em relação à elaboração e aplicação de políticas de desenvolvimento regional. Este espaço deixado pelo governo central foi gradativamente substituído por iniciativas estaduais: esferas sub-nacionais de governo passaram a elaborar seus próprios programas de desenvolvimento, baseados principalmente na concessão de incentivos fiscais relativos ao ICMS, principal imposto sobre o valor adicionado do Brasil, com o intuito de atrair novas plantas industriais para seus respectivos territórios. A utilização destes instrumentos se intensificou no decorrer da década de 90, fenômeno que ficou conhecido como guerra fiscal. Este trabalho analisa os principais programas de desenvolvimento elaborados pelos Estados que compõem a região Nordeste do Brasil, pois esta é a região para qual a atenção sempre se volta quando se trata de política regional no país. O objetivo do trabalho é analisar se há alguma influência entre a concessão de incentivos fiscais e a dinâmica da indústria de transformação e extrativa mineral local, em termos de emprego, interiorização e adensamento das cadeias produtivas. Nos dois últimos casos é calculado o Quociente Locacional, a partir dos dados da RAIS/MTE, para avaliar os níveis de especialização industrial na região. A análise dos dados referentes aos programas estaduais e da RAIS/MTE parece indicar que há uma relação positiva entre o crescimento do emprego, a interiorização e a diversificação das atividades industriais, mesmo que não muito significativa, o que pode ter contribuído para a dinâmica industrial da região no período 1995-2005. Os dados evidenciam que os programas estaduais baseados em incentivos fiscais e financeiros não são capazes, por si só, de alterar significativamente a dinâmica econômica local, visto que os incentivos não são os únicos fatores determinantes da atratividade local. Assim, torna-se clara a necessidade da adoção de outras medidas, de caráter mais duradouro e estrutural, para estimular as áreas menos dinâmicas do país, criando um ambiente econômico e institucional mais favorável ao desenvolvimento de atividades produtivas. Palavras-chave: Políticas de Desenvolvimento Regional; Guerra Fiscal; ICMS.

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ABSTRACT

LIMA, Ana Carolina da Cruz. Regional development policies in Brazil: recent evolution of state and national mechanisms – Northeastern region case, 2008, 175. Masters in Economics. Universidade Federal de Pernambuco, Recife. The federal government has performed an important role in the development of the Brazilian economy. With the adoption of neoliberal policies in the 1990´s suggested by international organs such as IMF and World Bank however, the State intervention in the economy was strongly reduced, specially planning and application of regional development policies. This area previously occupied by the central government has gradually been replaced by initiatives from subnational spheres of government, which started assuming their own development programs based essentially on fiscal incentives related to sales taxes. The usage of these tools increased since the 1990´s, a phenomenon that is known as ‘fiscal war’. This study analyses the main developing programs elaborated by the Brazilian northeastern states, since this region is always on the spotlight whereas the regional policy of the country is concerned. The study also aims at examining the influence of fiscal incentives on the industrial sector, concerning jobs, internalization and diversification of productive chains. In the last two cases the locational quotient is calculated, from the RAIS/MTE data, so that the industrial specialization levels in the region can be evaluated. The data analysis referring to the state programs seems to indicate that there is a positive relation among the increasing of job offers, internalization and diversification of industrial activities. The relation is not very meaningful, but the fiscal war may have contributed to the industrial dynamic of the region throughout 1995-2005. Despite that, the data show that the state programs based on fiscal and financial incentives are not capable on their own to change significantly the local economical dynamic, since the incentives are not the only determining factors of local attractiveness. Thus, it becomes clear the importance of adopting everlasting and structural measures to stimulate less dynamic areas in the country, building up an economical and institutional environment more propitious to the development of productive activities. Keywords: Regional development policies, Fiscal war, Sales Tax.

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LISTA DE SIGLAS

ADDiper Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco S.A.

ADENE Agência de Desenvolvimento do Nordeste.

AGFRN Agência de Fomento do Rio Grande do Norte S.A.

APL Arranjos Produtivos Locais.

BAHIAPLAST Programa Estadual de Desenvolvimento da Indústria de Transformação

Plástica.

BANESE Banco do Estado de Sergipe.

BEC Banco do Estado do Ceará S.A.

BNB Banco do Nordeste do Brasil S/A.

CDE Conselho de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Norte.

CDI Conselho de Desenvolvimento Industrial de Sergipe.

CEDIN Conselho Estadual de Desenvolvimento Industrial do Ceará.

CEPAL Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe.

CIF Comissão de Incentivos Fiscais do Piauí.

CINEP Companhia de Desenvolvimento da Paraíba.

CODEAL Companhia de Desenvolvimento de Alagoas.

CODEN Conselho de Desenvolvimento Econômico do Piauí.

CODIN Conselho Estadual de Desenvolvimento Integrado – Alagoas.

CODISE Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de

Sergipe.

CONDEX Conselho Deliberativo do SINCOEX (Maranhão).

CONDIC Conselho Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços

(Pernambuco).

CONFAZ Conselho Nacional de Política Fazendária.

CONVIVER Desenvolvimento Integrado e Sustentável do Semi-Árido.

DESENBANCO Banco de Desenvolvimento do Estado da Bahia.

DESENVOLVE Programa de Desenvolvimento Industrial e de integração Econômica do

Estado da Bahia.

EBT’s Empresas Cearenses de Base Tecnológica.

ECEX’s Empresas Especializadas em Comércio Exterior (Maranhão).

EIA’s Empresas Industriais e Agroindustriais (Maranhão).

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EUA Estados Unidos da América.

FAI Fundo de Apoio à Industrialização do Estado de Sergipe.

FAIN Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba.

FCO Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste.

FDCI Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial do Rio Grande do

Norte.

FDI Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará.

FINOR Fundo de Investimentos do Nordeste.

FNE Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste.

FNO Fundo Constitucional de Financiamento do Norte.

FOB Free on Board.

FPE Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal.

FPM Fundo de Participação dos Municípios.

FUNDESE Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico do Estado da Bahia.

FUNED Fundo Estadual de Desenvolvimento Integrado (Alagoas).

GTDN Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste.

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.

IDH Índice de Desenvolvimento Humano.

IED Investimento Externo Direto.

IGPM Índice Geral de Preços de Mercado.

II PND II Plano Nacional de Desenvolvimento.

INOVATEC Programa Estadual de Incentivos à Inovação Tecnológica (Bahia).

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

IPI Imposto Sobre Produtos Industrializados.

ISI Industrialização por Substituição de Importações.

MI Ministério da Integração Nacional.

PAEG Plano de Ação Econômica do Governo.

PAS Plano Amazônia Sustentável.

PDCI Programa de Desenvolvimento no Comércio Internacional e das

Atividades Portuárias e Aeroportuárias do Ceará.

PDCO Plano de Desenvolvimento do Centro-Oeste.

PDNE Plano de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste.

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PDSA Plano Estratégico de Desenvolvimento do Semi-Árido.

PERPART Pernambuco Participações e Investimentos S.A.

PIB Produto Interno Bruto.

PND Plano Nacional de Desestatização.

PNDR Política Nacional de Desenvolvimento Regional.

POTIGÁS Companhia Potiguar de Gás.

PPA Plano Plurianual.

PROADI Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do

Norte.

PROAUTO Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia.

PROBAHIA Promoção do Desenvolvimento do Estado da Bahia.

PROBATEC Programa de Apoio às Empresas de Base Tecnológica (Pernambuco).

PROCAP Programa de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas (Ceará).

PROCOBRE Programa Estadual de Desenvolvimento da Mineração, da Metalurgia e da

Transformação do Cobre (Bahia).

PROCOMEX Programa de Incentivo ao Comércio Exterior (Bahia).

PRODECIPEC Programa de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário de

Pecém e da Economia do Ceará.

PRODEPE Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco.

PRODESIN Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas.

PRODETUR Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste.

PRODINPE Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval e de Mecânica Pesada

Associada ao Estado de Pernambuco.

PRODUZIR Organização Produtiva de Comunidades Pobres.

PROGÁS Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do Pólo Gás-Sal

do Rio Grande do Norte.

PROINEX Programa de Incentivo à Industrialização de Produtos para Exportação no

Estado do Ceará.

PROMESO Promoção da Sustentabilidade de Espaços Sub-Regionais.

PROMOVER Promoção e Inserção Econômica de Sub-regiões.

PROVIN Programa de Incentivo ao Desenvolvimento Industrial do Ceará.

PSDI Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial.

QL Quociente Locacional.

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RAIS/MTE Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e

Emprego.

RMF Região Metropolitana de Fortaleza.

RMR Região Metropolitana de Recife.

RMS Região Metropolitana de Salvador.

SDE Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará.

SECEX Setor de Comércio Exterior do Banco do Brasil S/A.

SECTI Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia.

SEDEC/CODIT Coordenação de Desenvolvimento Industrial da Secretaria de

Desenvolvimento Econômico do Estado de Sergipe.

SEFAZ Secretaria da Fazenda do Estado do Piauí.

SEIC Secretária da Indústria e do Comércio do Estado de Sergipe.

SEIC Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços do Estado de Alagoas.

SEPLAN Secretaria do Planejamento do Estado do Piauí.

SICM Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração do Estado da Bahia

SINC Secretaria do Estado da Indústria e Comércio do Maranhão.

SINCOEX Sistema de Apoio à Indústria e ao Comércio Exterior do Estado do

Maranhão.

SINTEC Secretaria do Estado da Indústria, do Comércio, da Ciência e Tecnologia

(Rio Grande do Norte).

SRD Secretaria de Políticas Regionais.

STN Secretaria do Tesouro Nacional.

SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste.

TJPL Taxa de Juros de Longo Prazo.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Participação das Grandes Regiões e Estados selecionados no PIB do

Brasil - 1994-2004........................................................................................

30

Tabela 2.2 Brasil - PIB per capita, por Grandes Regiões e Estados selecionados –

1994 - 2004 - R$ de 2006.............................................................................

31

Tabela 2.3 Brasil - Taxa de mortalidade infantil por Grandes Regiões e Estados

selecionados –1990/2004..............................................................................

32

Tabela 2.4 Brasil - Analfabetismo - Pessoas 15 anos e mais (%) por Grandes Regiões

e Estados selecionados - 1990/2005..............................................................

32

Tabela 2.5 Brasil - Pessoas que vivem em domicílios com instalações adequadas de

esgoto (%) por Grandes Regiões e Estados selecionados 1990/2005...........

33

Tabela 2.6 Brasil - Pessoas que vivem em domicílios com energia elétrica por

Grandes Regiões e Estados selecionados (%) - 1991 e 2000........................

34

Tabela 2.7 Brasil - Renda desigualdade - Índice de Gini – Grandes Regiões e Estados

selecionados - 1990/2005..............................................................................

34

Tabela 2.8 Brasil – Pessoas com renda domiciliar per capita inferior à linha de

pobreza por Grandes Regiões e Estados selecionados (%) - 1990/2005......

35

Tabela 2.9 Brasil – Índice de Desenvolvimento Humano por Estados - 1991 e

2000..............................................................................................................

36

Tabela 4.1 Distribuição percentual (%) das Transferências da União às Grandes

Regiões e aos Estados – 1995-2006..............................................................

69

Tabela 4.2 Brasil - Receita das macrorregiões e estados selecionados (Fluxos) -

Transferências da União - 1995-2006...........................................................

70

Tabela 6.1 Maranhão – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de

transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.........................................

113

Tabela 6.2 Maranhão – Padrão de especialização municipal – 1995 e 2005.................. 113

Tabela 6.3 Maranhão – Padrão de especialização municipal por mesorregião – 1995 e

2005..............................................................................................................

114

Tabela 6.4 Piauí – Investimento privado realizado no âmbito da Comissão de

Incentivos Fiscais - 1994-2006.....................................................................

115

Tabela 6.5 Piauí – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de

transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.........................................

118

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Tabela 6.6 Piauí – Padrão de especialização municipal – 1995 e 2005.......................... 118

Tabela 6.7 Piauí – Padrão de especialização municipal por mesorregião – 1995 e

2005..............................................................................................................

119

Tabela 6.8 Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará (FDI) - Investimento

privado por setor econômico – 1994-2006...................................................

120

Tabela 6.9 Ceará – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de

transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.........................................

123

Tabela 6.10 Ceará – Padrão de especialização municipal – 1995 e 2005.........................

124

Tabela 6.11 Ceará – Padrão de especialização municipal por região – 1995 e 2005....... 124

Tabela 6.12 Rio Grande do Norte – Emprego e estabelecimentos em atividade na

indústria de transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.....................

127

Tabela 6.13 Rio Grande do Norte – Padrão de especialização municipal – 1995 e

2005...............................................................................................................

128

Tabela 6.14 Rio Grande do Norte – Padrão de especialização municipal por

mesorregião – 1995 e 2005...........................................................................

128

Tabela 6.15 Paraíba – FAIN – Investimento privado por setor econômico - 1995-

2006...............................................................................................................

129

Tabela 6.16 Paraíba – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de

transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.........................................

132

Tabela 6.17 Paraíba – Padrão de especialização municipal – 1995 e 2005...................... 133

Tabela 6.18 Paraíba – Padrão de especialização municipal por região – 1995 e 2005..... 134

Tabela 6.19 Pernambuco – PRODEPE – Investimento por setor econômico - 1996-

2006...............................................................................................................

135

Tabela 6.20 Pernambuco – PRODEPE – Uso dos incentivos fiscais por segmentos

econômicos – 1999-2006..............................................................................

138

Tabela 6.21 Pernambuco – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de

transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.........................................

139

Tabela 6.22 Pernambuco – Padrão de especialização municipal – 1995 e 2005.............. 140

Tabela 6.23 Pernambuco – Padrão de especialização municipal por região – 1995 e

2005...............................................................................................................

141

Tabela 6.24 Alagoas – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de

transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.........................................

142

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Tabela 6.25 Alagoas – Padrão de especialização municipal – 1995 e 2005..................... 142

Tabela 6.26 Alagoas – Padrão de especialização municipal por região – 1995 e

2005...............................................................................................................

143

Tabela 6.27 Sergipe – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de

transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.........................................

146

Tabela 6.28 Sergipe – Padrão de especialização municipal – 1995 e 2005...................... 146

Tabela 6.29 Sergipe – Padrão de especialização municipal por mesorregião – 1995 e

2005...............................................................................................................

147

Tabela 6.30 Bahia – Empresas implantadas e em implantação – investimento privado

– 2003-2006..................................................................................................

148

Tabela 6.31 Bahia – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de

transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005.........................................

149

Tabela 6.32 Bahia – Padrão de especialização municipal – 1995 e 2005......................... 150

Tabela 6.33 Bahia – Padrão de especialização municipal por mesorregião – 1995 e

2005...............................................................................................................

150

Tabela 01 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) – Repasses

anuais da Secretaria do Tesouro Nacional – 1995-

2006...............................................................................................................

166

Tabela 02 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – Contratações por

porte de tomadores – 1995-2006............................................................

166

Tabela 03 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - Contratações por

Unidade da Federação - 1995-2006........................................................

167

Tabela A.1 Pernambuco – PRODEPE – Incentivos fiscais por segmentos econômicos

– Arrecadação – 1999-2006..........................................................................

173

Tabela A.2 Pernambuco – PRODEPE – Incentivos fiscais por segmentos econômicos

– Faturamento – 1999-2006..........................................................................

174

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 4.1 Repasses da Secretaria do Tesouro Nacional ao Fundo Constitucional

de Financiamento do Nordeste – 1995-2006......................................

66

Gráfico 4.2 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – Valor

Contratado por Porte de Tomadores (%) – 1995-2006...........................

67

Gráfico 4.3 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – Valor

Contratado por Porte Estado (%) – 1995-2006.......................................

68

Gráfico 6.1 Piauí – Finalidade dos Empreendimentos Incentivados no Período

1994-2006................................................................................................

115

Gráfico 6.2 Piauí – Número de Empresas Incentivadas por Região – 1994-2006..... 116

Gráfico 6.3 Piauí – Número de Empresas Incentivadas pela Comissão de

Incentivos Fiscais – 1994-2006...............................................................

116

Gráfico 6.4 Piauí – Emprego Direto Gerado pelas Empresas Incentivadas – 1994-

2006.........................................................................................................

117

Gráfico 6.5 Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará – Finalidade dos

Empreendimentos Incentivados no Período 1994-2006..........................

120

Gráfico 6.6 Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará – Empresas

Beneficiadas por Região no Período 1994-2006.....................................

121

Gráfico 6.7 Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará – Número de

Empresas Incentivadas – 1994-2006.......................................................

122

Gráfico 6.8 Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará – Emprego Direto

Gerado – 1994-2006................................................................................

122

Gráfico 6.9 Rio Grande do Norte/PROADI – Número de Empresas Incentivadas -

1986/2006................................................................................................

125

Gráfico 6.10 Rio Grande do Norte/PROADI – Emprego Direto Gerado –

1986/2006................................................................................................

126

Gráfico 6.11 Rio Grande do Norte /PROADI – Investimentos Privados – 1995/2006

126

Gráfico 6.12 Rio Grande do Norte/PROADI – Evolução do Incentivo (Renúncia

Fiscal) – 2002-2006.................................................................................

126

Gráfico 6.13 Paraíba/FAIN – Finalidade dos Empreendimentos Incentivados no

Período 1995-2006..................................................................................

130

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Gráfico 6.14 Paraíba/FAIN – Empresas Beneficiadas por Região Geo-

Administrativa – 1994-2006....................................................................

130

Gráfico 6.15 Paraíba/FAIN – Número de Empresas Incentivadas – 1995-2006......... 131

Gráfico 6.16 Paraíba/FAIN – Emprego Direto Gerado – 1995-2006.......................... 132

Gráfico 6.17 Pernambuco/PRODEPE – Finalidade dos Empreendimentos

Incentivados –1996-2006........................................................................

136

Gráfico 6.18 Pernambuco/PRODEPE – Empresas Beneficiadas por Região no

Período – 1996-2006...............................................................................

136

Gráfico 6.19 Pernambuco/PRODEPE – Número de Empresas Incentivadas – 1996-

2006.........................................................................................................

137

Gráfico 6.20 Pernambuco/PRODEPE – Emprego Direto Gerado – 1996-2006.......... 137

Gráfico 6.21 Sergipe/PSDI – Situação dos Projetos Incentivados – 1991-2006.......... 144

Gráfico 6.22 Sergipe/PSDI – Empresas Incentivadas por Região – 1991-2006.......... 144

Gráfico 6.23 Sergipe/PSDI – Número de Empresas Incentivadas – 1991-2007.......... 145

Gráfico 6.24 Bahia – Empresas Implantadas e em Implantação por Mesorregião no

Período 2003-2006..................................................................................

149

Gráfico A.1 Piauí – Número de Empresas Incentivadas por Setor Econômico no

Período 1994-2006..................................................................................

169

Gráfico A.2 Piauí – Emprego Direto Gerado por Setor Econômico pelas Empresas

Incentivadas no Período 1994-2006........................................................

169

Gráfico A.3 Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará – Número de

Empresas Incentivadas por Setor Econômico no Período 1994-2006....

170

Gráfico A.4 Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará – Emprego Direto

Gerado por Setor Econômico Período 1994-2006..................................

170

Gráfico A.5 Rio Grande do Norte/PROADI – Principais Segmentos Beneficiados –

2003 - Maio/2007....................................................................................

171

Gráfico A.6 Paraíba/FAIN – Número de Empresas Incentivadas por Setor

Econômico no Período 1995-2006..........................................................

171

Gráfico A.7 Paraíba/FAIN – Emprego Direto Gerado por Setor Econômico –

1995-2006................................................................................................

172

Gráfico A.8 Pernambuco/PRODEPE – Número de Empresas Beneficiadas por

Segmento Econômico no Período 1996-2006.........................................

172

Gráfico A.9 Pernambuco/PRODEPE – Emprego Direto Gerado por Setor

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Econômico no Período 1996-2006.......................................................... 173

Gráfico A.10 Sergipe/PSDI – Número de Empresas Incentivadas por Setor

Econômico –1991-2006..........................................................................

174

Gráfico A.11 Sergipe/PSDI – Emprego Direto Gerado por Setor Econômico – 1991-

2006.........................................................................................................

175

Gráfico A.12 Bahia – Número de Empresas Implantadas e em Implantação por

Setor Econômico no Período 2003-2006................................................

175

Gráfico A.13 Bahia – Emprego Gerado pelas Empresas Implantadas e em

Implantação por Setor Econômico no Período 2003-2006.....................

176

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LISTA DE QUADROS

Quadro 5.1 Maranhão – Incentivo para empresa industrial e agroindustrial –

prazo, limite e emprego gerado...............................................................

73

Quadro 5.2 Ceará – Metodologia para cálculo do benefício...................................... 78

Quadro 5.3 Ceará – Prazo do benefício...................................................................... 80

Quadro 5.4 Ceará – Retorno do principal e encargos................................................ 80

Quadro 5.5 Bahia – Crédito presumido de ICMS...................................................... 104

Quadro 5.6 BAHIAPLAST – Percentual de redução do ICMS................................. 106

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 22

2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................

2.1 Desenvolvimento Recente da Economia Brasileira..........................................

2.2 Desigualdades Regionais.....................................................................................

2.2.1 Produto Interno Bruto (PIB)........................................................................

2.2.2 Indicadores Sociais......................................................................................

2.3 Política Fiscal e Desenvolvimento......................................................................

2.3.1 O Estado e os Instrumentos de Política Fiscal.............................................

2.3.2 Política Econômica Ativa ou Passiva?.........................................................

2.3.3 Política Fiscal no Brasil...............................................................................

2.4 A Guerra Fiscal no Brasil...................................................................................

2.4.1 Condicionantes para a Intensificação da Guerra Fiscal...............................

2.4.2 A Guerra Fiscal como Política de Desenvolvimento Regional....................

2.4.3 Aspectos negativos da Guerra Fiscal...........................................................

2.4.4 Características Recentes da Guerra Fiscal...................................................

25

25

29

29

31

37

37

39

41

42

43

46

47

48

3 POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL: TENDÊNCIAS

MUNDIAIS................................................................................................................

3.1 Instrumentos de Política Regional.....................................................................

3.2 Novos Rumos para a Política de Desenvolvimento Regional...........................

3.3 Considerações Finais...........................................................................................

51

51

53

54

4 INSTRUMENTOS NACIONAIS DE POLÍTICAS DE

DESENVOLVIMENTO REGIONAL.....................................................................

4.1 Plano Plurianual (PPA).......................................................................................

4.1.1 PPA 1996-1999: Brasil em Ação.................................................................

4.1.2 PPA 2000-2003: Avança Brasil...................................................................

4.1.3 PPA 2004-2007: Plano Brasil – Participação e Inclusão.............................

4.2 Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR)................................

4.3 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE)......................

4.4 Transferências Constitucionais..........................................................................

4.5 Considerações Finais...........................................................................................

56

57

57

59

60

62

65

68

70

5 INSTRUMENTOS ESTADUAIS DE POLÍTICAS DE

DESENVOLVIMENTO LOCAL............................................................................

72

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5.1 Maranhão.............................................................................................................

5.1.1 SINCOEX – Sistema de Apoio à Indústria e ao Comércio Exterior do

Estado do Maranhão..............................................................................................

5.2 Piauí......................................................................................................................

5.2.1 Lei 4.859, de 27 de Agosto de 1996, aplicada por intermédio do

Conselho de Desenvolvimento Econômico do Piauí (CODEN)...........................

5.3 Ceará.....................................................................................................................

5.3.1 FDI – Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará...............................

5.3.2 PRODECIPEC – Programa de Desenvolvimento do Complexo Industrial

e Portuário de Pecém e da Economia do Ceará.....................................................

5.3.3 PROINEX – Programa de Incentivo à Industrialização de Produtos para

Exportação no Estado do Ceará............................................................................

5.3.4 Sistema de Leilão.........................................................................................

5.4 Rio Grande do Norte...........................................................................................

5.4.1 PROADI – Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio

Grande do Norte....................................................................................................

5.4.2 PROGÁS – Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do

Pólo Gás-Sal..........................................................................................................

5.5 Paraíba..................................................................................................................

5.5.1 FAIN – Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba..........

5.6 Pernambuco.........................................................................................................

5.6.1 PRODEPE – Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco....

5.6.2 PROBATEC – Programa de Apoio às Empresas de Base Tecnológica......

5.6.3 PRODINPE – Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval e de

Mecânica Pesada Associada ao Estado de Pernambuco.......................................

5.7 Alagoas..................................................................................................................

5.7.1 PRODESIN – Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de

Alagoas..................................................................................................................

5.8 Sergipe..................................................................................................................

5.8.1 PSDI – Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial......................

5.9 Bahia.....................................................................................................................

5.9.1 PROBAHA – Promoção do Desenvolvimento do Estado da Bahia............

5.9.2 PROCOMEX – Programa de Incentivo ao Comércio Exterior...................

72

72

74

75

76

77

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83

83

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99

99

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5.9.3 PROCOBRE – Programa Estadual de Desenvolvimento da Mineração, da

Metalurgia e da Transformação do Cobre.............................................................

5.9.4 FUNDESE – Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico do Estado

da Bahia.................................................................................................................

5.9.5 DESENVOLVE – Programa de Desenvolvimento Industrial e de

integração Econômica do Estado da Bahia...........................................................

5.9.6 PROTURISMO............................................................................................

5.9.7 Decreto n° 4.316, de 19 de Junho de 1995 e alterações...............................

5.9.8 Crédito Presumido de ICMS – Decreto nº 6.734, de 09 de Setembro de

1997.......................................................................................................................

5.9.9 BAHIAPLAST – Programa Estadual de Desenvolvimento da Indústria de

Transformação Plástica.........................................................................................

5.9.10 INOVATEC – Programa Estadual de Incentivos à Inovação

Tecnológica...........................................................................................................

5.9.11 PROAUTO – Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da

Bahia.....................................................................................................................

5.10 Considerações Finais.........................................................................................

100

100

101

102

103

104

105

106

106

108

6 ANÁLISE DOS PROGRAMAS ESTADUAIS DE INCENTIVOS FISCA IS.....

6.1 Metodologia..........................................................................................................

6.2 Análise dos Dados................................................................................................

6.2.1 Maranhão.....................................................................................................

6.2.2 Piauí.............................................................................................................

6.2.3 Ceará............................................................................................................

6.2.4 Rio Grande do Norte....................................................................................

6.2.5 Paraíba..........................................................................................................

6.2.6 Pernambuco..................................................................................................

6.2.7 Alagoas.........................................................................................................

6.2.8 Sergipe.........................................................................................................

6.2.9 Bahia............................................................................................................

6.3 Considerações Finais...........................................................................................

110

111

112

112

114

119

125

129

134

141

143

147

151

7 CONCLUSÕES.......................................................................................................... 153

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................... 158

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ANEXO A – TABELAS COMPLEMENTARES SOBRE O FUNDO

CONSTITUCIONAL DE FINANCIAMENTO DO NORDESTE (FNE).. ......................

166

APÊNDICE A – GRÁFICOS E TABELAS COM INFORMAÇÕES SET ORIAIS DOS

PROGRAMAS ESTADUAIS DE INCENTIVO À INDUSTRIALIZAÇÃO NO

NORDESTE BRASILEIRO.................................................................................................................

169

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22

1. INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, a utilização de incentivos fiscais como instrumento de política

econômica, cujo objetivo é atrair novas plantas industriais para uma determinada localidade,

tem sido bastante discutida. Este fato está relacionado às transformações ocorridas na

economia brasileira desde meados da década de 80 quando as políticas de ajustamento,

interno e externo, adotadas no período, consolidaram a necessidade de promover reformas na

economia. Estas, implementadas e consolidadas nos anos 90, foram influenciadas por uma

visão ortodoxa, como conseqüência das experiências bem-sucedidas das economias

emergentes do sudeste asiático, e seguiram as instruções do “Consenso de Washington”:

liberalização financeira, comercial e desregulamentação da economia. A adoção destas

políticas, sugeridas por organismos internacionais – Fundo Monetário Internacional (FMI) e

Banco Mundial –, iniciou um intenso processo de liberalização da economia brasileira,

acompanhado da estabilização de preços, via Plano Real, e do esvaziamento da intervenção

estatal na economia, com redução dos mecanismos de políticas de desenvolvimento regional

elaborados pelo governo central.

Estes fatos deixaram praticamente a cargo dos Estados a responsabilidade pela

aplicação de medidas de estímulo à dinâmica econômica local. Como conseqüência, a disputa

por investimentos produtivos entre as unidades federadas, através da concessão de incentivos

fiscais, tornou-se o principal instrumento de política de desenvolvimento, o que valorizou

excessivamente o desenvolvimento local, em detrimento das demandas nacionais. Este

fenômeno, conhecido como guerra fiscal, tem se intensificado nos últimos anos,

principalmente no período pós-95, o que abriu espaço para a discussão dos possíveis

benefícios e/ou prejuízos que o mesmo pode trazer para os Estados em particular e para o país

como um todo.

Vários autores desenvolveram abordagens sobre este tema, com ênfases diferentes, ora

priorizando os aspectos negativos deste instrumento (Varsano, 1997; Diniz, 2001; Dulci,

2002.), ora enfatizando a utilização do mesmo como alternativa à ausência de políticas

nacionais de desenvolvimento regional (Prado, 1999). Mesmo com focos distintos, estas

abordagens indicam que a estratégia estadual é um meio de atrair novas indústrias para

auxiliar o desenvolvimento e estimular a competitividade local no cenário nacional e

internacional. Por isso, naturalmente se estabelece uma relação entre o desenvolvimento de

um Estado e o desempenho de seus instrumentos de política econômica, de tal forma que

alguns autores consideram a utilização de incentivos fiscais elemento responsável ao menos

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23

pela manutenção das taxas de crescimento de determinados Estados (Soares et al., 2007;

Rocha et al., 2006).

Assim, dada a ausência do poder central na elaboração e implementação de políticas

de desenvolvimento regional no país, o objetivo deste trabalho é analisar a evolução dos

programas estaduais de incentivo ao desenvolvimento local (a partir de 1990), elaborados

pelos Estados da região Nordeste do Brasil, pois “[...]esta é a região para a qual a atenção

sempre se volta quando se fala em política regional no país” (DINIZ, 2001, p.15). Para tanto

são analisados dados relativos às empresas incentivadas pelos programas estaduais, no que

concerne ao investimento realizado, emprego direto gerado, localização e finalidade do

empreendimento, fornecidos pelos órgãos estaduais administradores dos respectivos

programas. Também são analisados dados da Relação Anual de Informações Sociais do

Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS/MTE), para observar em que medida o aumento do

emprego e dos estabelecimentos na indústria de transformação e extrativa mineral na região

Nordeste foi afetado pelos programas estaduais, bem como a diversificação e a interiorização

das atividades industriais. É importante ressaltar que o enfoque dado à indústria na política de

desenvolvimento regional reside no fato de ainda haver no país a idéia de que o caminho mais

rápido para o desenvolvimento é a industrialização (devido aos seus possíveis efeitos de

encadeamento e também como herança dos ensinamentos da Comissão Econômica para a

América Latina e o Caribe – CEPAL1). Desta forma a análise das políticas de

desenvolvimento regional ocorre em torno deste setor.

Porém, antes de entrar na análise do tema em si, é feita breve análise do processo de

desenvolvimento recente da economia brasileira e das desigualdades (econômicas e sociais)

existentes entre suas regiões, como forma de contextualizar o leitor. Como o presente trabalho

analisa programas de desenvolvimento baseados em incentivos fiscais, o papel da política

fiscal como instrumento de estímulo/desestímulo a dinâmica econômica também é

brevemente analisado e, por último, é realizado um retrospecto da guerra fiscal, salientando os

fatores que impulsionaram a utilização destes instrumentos, seus aspectos positivos e

negativos, do ponto de vista estadual e nacional. Estas informações são objeto da seção 2

deste trabalho (Referencial Teórico).

Na seção 3 são brevemente analisadas as principais tendências mundiais em relação à

política de desenvolvimento regional, no sentido de demonstrar em que direção os governos

1 Deterioração dos termos de troca nas relações entre centro e periferia (MANTEGA, 1987).

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24

devem trabalhar para estimular, de forma mais consistente, o desenvolvimento de suas regiões

menos dinâmicas.

Em seguida, na seção 4, são analisados os principais instrumentos de planejamento e

desenvolvimento regional na esfera federal utilizados no período pós-90 – Planos Plurianuais,

Fundos Constitucionais de Financiamento e Transferências Constitucionais, enfatizando as

medidas direcionadas para a região Nordeste.

Os principais programas estaduais de desenvolvimento local elaborados pelos Estados

nordestinos são detalhados na seção 5 e seus dados são analisados na seção seguinte. É

preciso destacar que, apesar dos esforços para conseguir dados relativos a todos os programas

implementados na região Nordeste, não foram disponibilizadas informações referentes aos

programas dos Estados do Maranhão, Alagoas e Bahia. Todavia, isto não compromete a

avaliação realizada, visto que parcela significativa da amostra forneceu as informações

necessárias para a análise.

Na seção 7 são expostas as conclusões do trabalho.

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25

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Desenvolvimento Recente da Economia Brasileira

O século XX marca uma época de profundas transformações na economia brasileira.

Em um período relativamente curto, foi instalada no país uma estrutura industrial

diversificada, simultaneamente à integração do mercado nacional, tendo este processo

contado com participação ativa do Estado.

Até a década de 30, o desempenho da economia nacional dependia quase que

exclusivamente de suas exportações (commodities agrícolas), o que tornava o país dependente

do mercado externo e, conseqüentemente, muito vulnerável às condições internacionais. Ao

mesmo tempo, os problemas históricos de distribuição de renda e propriedade no país se

agravavam, pois o modelo de desenvolvimento adotado (agroexportador) tinha como

característica a concentração de recursos, naturais e financeiros, nas mãos dos empresários do

setor exportador. A crise de 1929, aliada à superprodução das commodities agrícolas,

“constituiu um momento de ruptura no desenvolvimento brasileiro”, ou seja, o esgotamento

do modelo agroexportador evidenciou a necessidade de adotar medidas que visassem superar

o subdesenvolvimento e os constrangimentos externos. O resultado foi a definição de um

novo projeto nacional de desenvolvimento, que tinha como principal objetivo a

industrialização do país.

O período subseqüente (1930-60) foi fundamental para a industrialização do Brasil. O

modelo de desenvolvimento adotado foi o de Industrialização por Substituição de Importações

(ISI), que iniciou uma fase de forte avanço industrial, voltado para o mercado interno, com

elevado grau de proteção em relação aos concorrentes externos (industrialização fechada). O

auge da industrialização ocorreu durante o Plano de Metas no Governo de Juscelino

Kubitschek (1956-60), com altos níveis de crescimento do produto e ampliação/diversificação

da estrutura industrial brasileira. Entretanto, o modelo ISI era concentrador e acentuava as

contradições existentes na economia, pois os investimentos se concentravam no setor

industrial e eram intensivos em capital/poupadores de mão-de-obra. Destaca-se o aumento da

participação do Estado na economia, tanto no que diz respeito ao planejamento e

financiamento, quanto ao investimento direto em infraestrutura e insumos básicos.

Nos anos 60, a situação econômica do país se reverteu, como conseqüência dos

desequilíbrios do período anterior: as taxas de crescimento e os investimentos diminuíram,

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26

acompanhados da aceleração da inflação. Em 1964, o Golpe Militar surge como solução para

a instabilidade política (crise do populismo) e como pré-condição para a superação da crise

econômica. No final deste ano foi implementado o Plano de Ação Econômica do Governo

(PAEG), que tinha como objetivo acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico, conter o

processo inflacionário, aumentar o investimento e o emprego, corrigir a tendência ao

desequilíbrio externo e atenuar os desequilíbrios setoriais e regionais2. Como resultado, entre

1968-73, o Brasil experimentou o chamado “Milagre Econômico”, no qual foram verificadas

as maiores taxas de crescimento do produto, com relativa estabilidade de preços, devido,

principalmente, a ocupação da capacidade ociosa do período anterior e a recuperação

mundial. A intervenção estatal foi significativa neste processo, através de investimentos em

infra-estrutura, em empresas públicas e do aumento da concessão de incentivos fiscais e

financeiros. Neste período, também ocorreu a primeira onda de endividamento externo, com

ampla entrada de recursos (excesso de liquidez internacional) e aumento da vulnerabilidade.

Contudo, apesar de ter ocorrido uma pequena descentralização dos investimentos em favor

das regiões (Nordeste, principalmente) e dos setores (agrícolas) menos favorecidos, a

concentração de renda ainda era vista como necessária para aumentar a capacidade de

poupança, financiar o investimento e, conseqüentemente, o crescimento.

Na década de 70, optou-se, mais uma vez, pela continuidade do desenvolvimento, com

a implantação, em 1974, do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). Este consistia

em uma estratégia de financiamento, ao mesmo tempo em que promovia um ajuste na oferta

de longo prazo (para diminuir a necessidade de importar e aumentar a capacidade de exportar)

e a manutenção do crescimento, redirecionando a atividade industrial para o setor de meios de

produção. O Estado concentrou o plano em si e foi o principal agente das transformações, via

empresas estatais e endividamento externo (estatização da dívida externa).

Foi na década de 70 que ocorreu de forma mais intensa a descentralização espacial dos

projetos de investimento, devido principalmente às pressões pela modernização das regiões

menos industrializadas, como destacado por Guimarães Neto (1995, p.17):

2 No final da década de 50, a questão regional vinha ganhando espaço no cenário nacional, devido ao desigual desenvolvimento econômico e social que se observava, principalmente entre o Sudeste (em plena expansão industrial) e o Nordeste (estagnado). Com o intuito de promover o desenvolvimento regional, foi criado ainda no governo JK o Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN). A industrialização era vista como a solução para que o Nordeste pudesse voltar a crescer e, por este motivo, deveria ser criado nesta região um centro autônomo de expansão manufatureira, mediante o incentivo às indústrias de base e àquelas que aproveitassem as matérias-primas regionais. Porém, foi apenas a partir de 1960 que o Nordeste entrou em uma nova fase de desenvolvimento, através, principalmente, de incentivos fiscais (FINOR – Sistema 34/18, isenção do Imposto de Renda, etc.) e financeiros (investimentos de estatais, crédito público, etc.), com a implantação de atividades urbano-industriais, responsáveis pela mudança na dinâmica da região.

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27

[...] apesar da grande heterogeneidade e desigualdade ainda existentes na economia

brasileira, há, durante a década de 70, maior convergência das unidades federadas

em torno da média nacional no que se refere ao produto Interno Bruto (PIB) por

habitante, bem como se verifica desconcentração inter e intra-regional.

O Nordeste, por exemplo, experimentou uma rápida expansão industrial, com

melhorias em seu parque industrial e diversificação da produção3. Todavia, este processo

ocorreu de forma concentrada e seletiva, tanto do ponto de vista setorial quanto espacial

(Affonso e Silva, 1995; Guimarães Neto, 1995; Diniz, 2001) e o centro de decisões dos

grandes grupos econômicos existentes no país continuou concentrado no Sudeste, onde as

estratégias eram definidas.

Alguns fatores foram essenciais para a desconcentração da atividade produtiva: a

desaceleração da economia mundial, que atingiu de forma mais intensa as regiões mais

industrializadas do país; as deseconomias de aglomeração nestas mesmas regiões; e a ação

estatal, que impulsionou o surgimento de vantagens locacionais e a possibilidade de

exploração de recursos naturais em novas áreas do país, graças ao investimento em infra-

estrutura de comunicações e transportes, e às suas políticas setoriais e de desenvolvimento

regional, que consistiam em incentivos fiscais e financeiros, oferecidos pelos órgãos regionais

de desenvolvimento (Superintendências e Bancos de Desenvolvimento Regional, etc.).

Embora a atuação do Governo Brasileiro não tenha sido estrategicamente planejada,

tendo contado, inclusive, com políticas macroeconômicas, setoriais e espaciais

freqüentemente contraditórias, não se pode deixar de enfatizar a importância do mesmo para o

processo de desconcentração. Como resultado, no final da década, o que se verifica é a

deterioração da capacidade de financiamento do Estado (seus gastos eram altos e os

mecanismos de financiamento eram cada vez menos favoráveis), o que modificaria a ação

estatal nos anos seguintes.

Com o segundo choque do petróleo em 1979 e a reversão das condições de

financiamento internacional (elevação das taxas de juros e, mais tarde, o rompimento

completo do fluxo de recursos voluntários para os países em desenvolvimento), observa-se a

piora da situação fiscal do Estado brasileiro (redução da base tributável, aumento das

transferências, etc.), traduzida em desequilíbrios externos e pressões inflacionárias. Por estes

3 A indústria instalada na região Nordeste tinha duas características fundamentais: i) dependência em relação à expansão industrial brasileira, liderada pelo Sudeste, devido a origem extra-regional dos recursos investidos no Nordeste; e ii) tendência à complementaridade entre os segmentos industriais destas regiões. Esta indústria também se caracterizava pelo alto grau de concentração espacial, nos Estados da Bahia, Ceará e Pernambuco (50% dos complexos industriais localizados na região no final dos anos 80 tinham sede nestes Estados), o que diminuía os efeitos dinâmicos sobre a própria região, e a mesma tinha pequena ligação com a base de recursos locais, exceção feita aos Pólos de Desenvolvimento Local. (ARAÚJO, 2000).

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motivos, as atenções do governo voltaram-se à necessidade de gerar superávits para fazer

frente aos serviços da dívida externa e ao controle da inflação. Os anos seguintes foram

marcados pela redemocratização do país e por grandes oscilações nas taxas de inflação e no

produto real, com a adoção de uma política econômica que tinha como objetivo principal a

estabilização dos preços, acompanhada da diminuição dos gastos públicos (principalmente

investimentos), aumento da taxa de juros interna e restrição ao crédito. Assim, o Estado

deixou de ser o principal financiador e implementador das políticas de desenvolvimento

regional, preocupando-se apenas com questões de política econômica, ou seja, a crise da

dívida da década de 80 enfraqueceu a intervenção produtiva do Estado, reduzindo sua

capacidade de implementar políticas sociais, econômicas e de desenvolvimento regional. O

gasto social público tornou-se mais descentralizado, com Estados e municípios assumindo

parcela cada vez mais significativa dos mesmos, movimento que foi confirmado pela

Constituição Federal de 1988 (aumentou a autonomia dos Estados para fixar, por leis próprias,

as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, incidentes sobre

as operações internas).

A economia brasileira chegou à década de 90 em uma situação não muito favorável,

devido, principalmente, às políticas de ajustamento interno e externo do período anterior, que,

aliadas às restrições externas, terminaram por consolidar a necessidade de promover reformas

na economia. Estas, por sua vez, foram influenciadas por uma visão ortodoxa, como

conseqüência das experiências bem-sucedidas das economias emergentes do sudeste asiático

(esta era a forma de voltar ao fluxo internacional de recursos voluntários), e seguiram as

instruções do “Consenso de Washington”: liberalização financeira, comercial e

desregulamentação da economia. A adoção das políticas liberais sugeridas pelos organismos

internacionais (FMI e Banco Mundial) iniciou um intenso processo de liberalização da

economia nacional, acompanhado da estabilização de preços, via Plano Real, e do

esvaziamento da intervenção estatal na economia (política do Estado mínimo), com redução

dos mecanismos de políticas de desenvolvimento regional elaborados pelo Governo Central.

Estes fatos, desestimularam, em alguma medida, o processo de desconcentração da atividade

industrial4, e deixaram praticamente a cargo dos Estados a responsabilidade pela aplicação de

políticas de desenvolvimento local. A disputa por investimentos produtivos (principalmente

4 Por exemplo, Guimarães Neto (1995, p. 37) destaca que: a interrupção do processo de desconcentração espacial, ou ao menos a redução de sua intensidade, pode ser creditada ao aprofundamento da crise e da instabilidade no final dos anos 80 e, sobretudo, à intensificação da crise fiscal e financeira do setor público, o qual, através dos seus gastos, de sua capacidade de financiamento e do seu poder de articulação das distintas frações do capital, foi o elemento indutor das grandes transformações ocorridas no país desde o início de sua industrialização.

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por Investimento Externo Direto – IED) entre as unidades federadas, através da concessão de

incentivos fiscais, tornou-se o principal instrumento de política econômica, com valorização

excessiva do desenvolvimento local, em detrimento das demandas nacionais, promovendo,

assim, um desenvolvimento com baixos níveis de integração. Este fenômeno, conhecido como

guerra fiscal, tem se intensificado nos últimos anos, o que abriu espaço para a discussão dos

possíveis benefícios e/ou prejuízos que o mesmo pode trazer para os Estados em particular e

para o país como um todo, bem como a implicação da falta de mecanismos nacionais de

desenvolvimento regional.

Antes de tratar do fenômeno em si, serão analisados alguns indicadores econômicos e

sociais, que evidenciam a distância ainda existente entre as regiões brasileiras.

2.2. Desigualdades Regionais

O processo de desenvolvimento brasileiro sempre apresentou caráter regional. As

primeiras atividades econômicas aqui desenvolvidas (cana-de-açúcar, ouro, café, etc.)

beneficiaram determinadas regiões, que funcionavam como arquipélagos econômicos,

articulados aos mercados consumidores dos países centrais. No processo de desenvolvimento

industrial recente da economia brasileira, pode-se observar a continuidade desta característica,

uma vez que os investimentos realizados foram destinados, em sua maioria, às áreas que

apresentavam maior dinâmica no início do processo (regiões Sudeste e Sul), uma vez que o

fraco desempenho da economia periférica nacional impediu-lhe maior expansão industrial. É

a partir deste período (de integração do mercado nacional e deslocamento do centro dinâmico

para o setor industrial) que se observa o agravamento da concentração industrial no país,

apesar das iniciativas adotadas pelo Governo Central, principalmente a partir de 1960, no

sentido de descentralizar a produção industrial no país. A sociedade brasileira, já marcada

pelas desigualdades regionais e sociais, vê este movimento se acentuar, visto que este não era

o foco principal das políticas econômicas adotadas pelos sucessivos governos.

Nas tabelas 2.1 a 2.9 são apresentados alguns indicadores, sociais e econômicos, que

evidenciam a distância, ainda existente, entre as regiões do país. Os dados consultados foram

divulgados, principalmente, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo

Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

2.2.1 Produto Interno Bruto (PIB)

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30

Durante o período analisado, a região Sudeste, principal responsável pela dinâmica

econômica do país, teve pequena redução em sua participação relativa no PIB nacional, que

caiu de 57,27% em 1994 para 54,82% em 2004 (variação negativa de 4,1%). A segunda

posição é ocupada, desde 1994, pela região Sul, sendo esta responsável por 18,2% do PIB

nacional em 2004, percentual praticamente igual ao verificado no início do período. Em

seguida vem a região Nordeste com 14,06% do PIB nacional em 2004, percentual superior ao

observado em 1994 (12,87%), que vem crescendo desde 2000 (variou 9,2% no período). A

participação relativa da região Centro-Oeste cresceu durante quase todo o período,

estabelecendo-se em 7,51% em 2004 (região que teve maior taxa de variação do PIB –

23,1%). A região Norte é a que menos contribui para a formação do PIB nacional (5,29%),

posição ocupada desde 1994. Em relação aos Estados nordestinos, Bahia, Ceará e

Pernambuco são aqueles que mais contribuem para a formação do PIB nacional, entretanto,

suas participações mantiveram-se praticamente constantes durante o período (a participação

conjunta dos mesmos aumentou de 8,77% em 1994 para 9,5% em 2004, mas o Ceará obteve

taxa de variação ligeiramente negativa). Os demais Estados, exceto Alagoas, aumentaram

suas participações, com destaque para Rio Grande do Norte e Sergipe que ganharam posições

relativas no cenário regional, mas vale destacar que estes Estados representavam apenas

3,91% do PIB nacional em 2004. Os dados podem ser visualizados na tabela 2.1.

Tabela 2.1 Participação das Grandes Regiões e Estad os selecionados no PIB do Brasil - 1994-2004

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variação (%)

SUDESTE 57,27 58,72 58,07 58,57 58,16 58,25 57,79 57,12 56,34 55,18 54,92 -4,1

SUL 18,67 17,89 18,03 17,68 17,48 17,75 17,57 17,8 17,66 18,59 18,21 -2,5

NORDESTE 12,87 12,78 13,17 13,09 13,05 13,11 13,09 13,12 13,52 13,79 14,06 9,2

Bahia 4,29 4,14 4,24 4,25 4,24 4,32 4,38 4,36 4,61 4,7 4,92 14,7

Pernambuco 2,59 2,7 2,75 2,69 2,71 2,67 2,64 2,65 2,71 2,72 2,7 4,2

Ceará 1,89 1,93 2,01 2,02 2,06 2,0 1,89 1,8 1,8 1,83 1,88 -0,5

Maranhão 0,82 0,78 0,88 0,85 0,79 0,81 0,84 0,86 0,85 0,9 0,94 14,6

Rio Grande do Norte 0,75 0,73 0,75 0,77 0,75 0,79 0,84 0,82 0,86 0,88 0,9 20,0

Paraíba 0,81 0,82 0,84 0,8 0,79 0,81 0,84 0,86 0,86 0,88 0,84 3,7

Sergipe 0,58 0,55 0,55 0,56 0,55 0,56 0,54 0,68 0,71 0,75 0,74 27,6

Alagoas 0,68 0,62 0,65 0,66 0,67 0,66 0,64 0,63 0,65 0,66 0,65 -4,4

Piauí 0,46 0,49 0,5 0,49 0,48 0,49 0,48 0,47 0,46 0,47 0,49 6,5

CENTRO-OESTE 6,1 5,98 6,08 6,25 6,84 6,45 6,95 7,2 7,44 7,47 7,51 23,1

NORTE 5,09 4,64 4,64 4,42 4,48 4,45 4,6 4,76 5,04 4,98 5,29 3,9

BRASIL 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 0,0

Fonte: IBGE - Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

A tabela 2.2 evidencia que o PIB per capita cresceu em todas as regiões brasileiras

(taxas de variação positivas no período, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste,

que ficaram acima da média brasileira). As regiões Sudeste e Sul lideram as estatísticas e

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31

permanecem com valores superiores à média nacional. Neste caso, as regiões Centro-Oeste e

Norte têm indicadores melhores que a região Nordeste, tendo a primeira região conseguido, a

partir de 2000, superar à média nacional. Este movimento positivo também foi verificado

entre os Estados nordestinos. O Estado com maior nível de PIB per capita, desde 1994, é

Sergipe, seguido de Pernambuco e Bahia.

Tabela 2.2 - Brasil - PIB per capita, por Grandes Regiões e Estados selecionados - 1994 - 2004 - R$ de 2006

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 Variação (%)

SUDESTE 7.687 11.750 12.611 13.332 13.488 12.973 13.357 13.330 12.930 13.205 13.669 77,8

SUL 7.162 10.243 11.222 11.551 11.659 11.394 11.727 12.012 11.739 12.901 13.169 83,9

CENTRO-OESTE 5.275 7.655 8.406 8.990 9.970 8.958 9.961 10.353 10.468 10.884 11.330 114,8

NORTE 4.050 5.444 5.855 5.790 5.926 5.583 5.933 6.138 6.332 6.465 7.085 74,9

NORDESTE 2.583 3.833 4.298 4.486 4.572 4.425 4.596 4.664 4.737 5.051 5.371 107,9

Sergipe 3.245 4.507 4.927 5.181 5.208 5.050 5.033 6.447 6.515 7.220 7.393 127,8

Bahia 3.108 4.497 5.011 5.295 5.407 5.319 5.622 5.678 5.937 6.337 6.922 122,7

Pernambuco 3.112 4.861 5.381 5.548 5.721 5.434 5.603 5.681 5.746 6.020 6.246 100,7

Rio Grande do Norte 2.614 3.812 4.267 4.543 4.525 4.561 5.088 4.995 5.177 5.499 5.854 123,9

Ceará 2.481 3.789 4.266 4.493 4.665 4.350 4.252 4.087 4.011 4.244 4.545 83,2

Paraíba 2.207 3.361 3.748 3.775 3.830 3.806 4.093 4.251 4.245 4.542 4.541 105,8

Alagoas 2.319 3.168 3.594 3.833 3.979 3.768 3.787 3.796 3.861 4.111 4.226 82,2

Piauí 1.541 2.456 2.725 2.779 2.829 2.752 2.857 2.784 2.709 2.915 3.153 104,6

Maranhão 1.404 2.003 2.449 2.478 2.346 2.320 2.477 2.570 2.499 2.761 2.996 113,4

BRASIL 5.730 8.539 9.265 9.710 9.894 9.499 9.857 9.949 9.783 10.199 10.606 85,1

Fonte: IBGE - Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais.

As disparidades existentes entre as regiões brasileiras não se limitam à esfera

econômica. A seguir, são apresentados alguns indicadores sociais básicos que confirmam a

existência das mesmas.

2.2.2 Indicadores Sociais

No período 1990/2004, houve redução da taxa de mortalidade infantil para o Brasil e

suas regiões, bem como para os Estados Nordestinos. As taxas de variação da região Nordeste

e de seus Estados ficaram próximas às taxas nacional e da região Sudeste. Entretanto, como

evidenciado pela tabela 2.3, as taxas de mortalidade das regiões Norte (25,6%) e Nordeste

(33,9%) ainda são superiores à média nacional (22,5%), bem como para todos os Estados do

Nordeste, o que demonstra a necessidade de políticas de saúde direcionadas especialmente

para estas regiões/Estados. Alagoas é o Estado que possui a taxa de mortalidade mais elevada

(47,1%).

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32

Tabela 2.3 - Brasil - Taxa de mortalidade infantil por Grandes Regiões e Estados selecionados - 1990/2 004 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 2000 2003 2004 Variação (%) NORDESTE 74,3 71,2 68,4 65,9 63,8 62 60,4 58,3 53,5 41,4 35,5 33,9 -54,4 Alagoas 96,3 92,4 88,7 85,3 82,1 79,1 76,5 74,1 68,2 58 - 47,1 -51,1 Paraíba 80,5 76,4 73,1 70,6 68,6 67,1 66 65,2 61,4 45,2 - 37,6 -53,3 Pernambuco 77,9 74,5 71,5 69,1 67 65,3 63,9 62,7 59 44,6 - 37,6 -51,7 Maranhão 73,8 70,7 68,1 66 64,3 62,9 61,8 60,9 55,7 42,5 - 35,2 -52,3 Rio Grande do Norte 73,6 70,1 67,3 65,2 63,5 62,1 61,1 60,4 49,7 41,5 - 35,1 -52,3 Sergipe 68,7 65,6 62,8 60,5 58,5 56,8 55,3 54,1 46,6 39 - 34,3 -50,1 Bahia 62,7 59,9 57,6 55,7 54,1 52,8 51,8 51 46,3 37,4 - 30,3 -51,7 Piauí 62,6 60,1 58 56,3 54,8 53,7 52,7 51,9 46,4 37 - 30 -52,1 Ceará 69,9 66,8 64,1 61,9 60,1 58,5 57,3 56,3 53,3 37,2 - 29,4 -57,9 NORTE 44,6 42,3 40,4 38,9 37,7 36,8 36,1 36 34,6 28,7 26,2 25,6 -42,6 CENTRO-OESTE 31,2 29,7 28,6 27,6 26,9 26,3 25,8 27,1 25,6 21 18,7 18,7 -40,1 SUL 27,4 25,9 24,9 24,1 23,5 23,1 22,8 24 18,7 17 15,8 15 -45,3 SUDESTE 33,6 31,6 30 28,6 27,5 26,6 25,8 26,1 22,1 18 15,6 14,9 -55,7 BRASIL 49,4 47 44,8 42,8 41 39,4 38 37,4 33,1 26,8 23,6 22,5 -54,5

Fontes: para 1990-1998 estimativa da Mortalidade Infantil por Microrregiões e Municípios, Indicadores e Dados Básicos - 2000; para 2000, 2003 e 2004: Secretaria de Vigilância em Saúde – Ministério da Saúde.

O mesmo comportamento pode ser verificado em relação à proporção de analfabetos

nos país: Brasil, regiões e Estados Nordestinos conseguiram reduzir seus percentuais. A

região Nordeste e seus Estados continuam a apresentar percentuais superiores à média

nacional (21,9% contra 11,1%), seguidos da região Norte (11,5%). Alagoas, também neste

quesito, é o Estado com pior indicador: 29,3%. Em relação às taxas de variação, a região

Norte teve menor redução (apenas 8,0%). As demais regiões e os Estados nordestinos

mantiveram-se próximos à taxa nacional. Informações na tabela 2.4.

Tabela 2.4 – Brasil - Analfabetismo - Pessoas 15 an os e mais (%) por Grandes Regiões e Estados selecio nados - 1990/2005

1990 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 Variação (%)

NORDESTE 36,4 32,8 31,8 30,5 28,7 29,4 27,5 26,6 24,3 23,4 23,2 22,4 21,9 -39,8

Alagoas 43,7 35,9 33,8 34,8 36,2 36,3 34,7 32,8 30,6 31,2 30,4 29,5 29,3 -33

Piauí 41,1 36,8 37,2 35,1 34,4 32,7 34,2 31,6 29,4 29,6 28,4 27,3 27,4 -33,3

Paraíba 38,1 35,4 32,4 32,2 31,4 29,7 28,7 25,9 27,2 27,1 25,2 25,3 25,2 -33,9

Maranhão 39,2 35,3 36,6 31,7 33,1 35,8 29,6 28,8 23,4 22,9 23,8 23,1 23 -41,3

Ceará 38,6 34,5 32,6 31,5 31 30,8 29,6 27,8 24,8 22,7 22,8 21,8 22,6 -41,5

Rio Grande do Norte 36,5 30 29,9 29,5 28,4 27,1 26,6 25,5 24,2 22,7 23,4 22,3 21,5 -41,1

Pernambuco 33,2 31 29,1 29,8 26,2 26,4 24,4 24,7 22 21,5 21,8 21,3 20,5 -38,3

Sergipe 36,6 27,5 28,6 26,3 25,1 25,3 24 23,9 21,4 20,3 19,2 19,4 19,7 -46,2

Bahia 33,2 31,1 30,4 28,3 24,5 26,9 24,9 24,7 22,9 21,7 21,4 20,4 18,8 -43,4

NORTE 12,5 14,2 14,9 13,3 12,5 13,5 12,6 12,3 11,2 10,4 10,6 12,8 11,5 -8

CENTRO-OESTE 16,9 14,5 14 13,3 11,6 12,4 11,1 10,8 10,2 9,7 9,5 9,2 8,9 -47,3

SUDESTE 11,4 10,9 9,9 9,3 8,7 8,6 8,1 7,8 7,5 7,2 6,8 6,6 6,6 -42,1

SUL 11,7 10,2 9,8 9,1 8,9 8,3 8,1 7,8 7,1 6,7 6,4 6,3 5,9 -49,6

BRASIL 18,7 17,2 16,4 15,5 14,6 14,7 13,8 13,3 12,4 11,8 11,6 11,4 11,1 -40,6

Fonte: IPEA. Nota: percentual de pessoas de 15 ou mais anos de idade que não sabem ler nem escrever um bilhete simples.

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33

Para avaliar as condições de moradia dos cidadãos das regiões brasileiras, foram

considerados dois indicadores: percentual de pessoas que vivem em domicílios com

instalações adequadas de esgoto e com energia elétrica.

A tabela 2.5 evidencia que os cidadãos das regiões Sudeste e Sul são os mais

beneficiados com instalações adequadas de esgoto em suas residências, com percentuais

superiores à média nacional (67%), respectivamente, 85% e 75%. Todas as regiões

aumentaram seus percentuais, bem como os Estados Nordestinos. Estes possuem indicadores

inferiores à média nacional. Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão melhoraram

bastante seus indicadores, enquanto Pernambuco, Ceará e Bahia não tiveram um aumento tão

expressivo. Alagoas ocupa a última posição desde 1990, com apenas 28% de seus cidadãos

morando em domicílios com instalações adequadas de esgoto em 2005. As taxas de variação

da região Nordeste e de seus Estados são muito superiores à nacional, o que indica um esforço

para melhorar as condições de moradia na região, apesar desta ainda ocupar a última posição

no cenário nacional.

Tabela 2.5 - Brasil - Pessoas que vivem em domicíli os com instalações adequadas de esgoto (%) por Gran des Regiões e Estados selecionados 1990/2005

1990 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 Variação (%)

SUDESTE 72 73 74 76 80 80 81 82 83 84 85 85 85 18,1

SUL 53 55 55 59 63 62 63 66 67 71 73 74 75 41,5

NORTE 47 35 39 39 41 44 46 49 48 53 50 47 49 4,3

CENTRO-OESTE 30 31 34 33 38 39 42 40 42 44 44 40 44 46,7

NORDESTE 25 28 30 31 36 33 34 34 41 40 42 43 44 76,0

Sergipe 18 32 37 34 56 44 52 44 65 61 58 73 71 294,4

Rio Grande do Norte 25 32 31 30 39 42 42 39 55 42 51 51 54 116,0

Piauí 17 31 35 32 35 39 43 42 43 39 44 50 51 200,0

Paraíba 30 36 31 41 32 41 37 43 44 45 41 52 50 66,7

Maranhão 15 20 24 23 30 26 27 27 34 37 41 46 47 213,3

Bahia 28 28 31 33 37 33 34 37 43 46 45 47 44 57,1

Ceará 39 34 37 32 24 27 30 29 36 39 42 37 39 0,0

Pernambuco 24 29 28 29 44 36 34 32 38 34 39 36 38 58,3

Alagoas 8 11 13 20 33 20 24 29 24 24 19 13 28 250,0

BRASIL 51 52 54 56 60 59 60 61 63 65 66 66 67 31,4

Fonte: IPEA.

Nota: instalações adequadas de esgoto: domicílios com banheiro de uso exclusivo e com escoadouro conectado a rede coletora de esgoto ou pluvial ou a uma fossa séptica ligada ou não a uma rede coletora.

Em relação ao percentual de pessoas que vivem em domicílios com energia elétrica,

todas as regiões brasileiras aumentaram seus percentuais, inclusive a região Nordeste e seus

Estados em particular. Entretanto, as regiões Norte e Nordeste têm indicadores inferiores à

média brasileira, bem como os Estados Nordestinos, exceto Pernambuco, Paraíba e Rio

Grande do Norte. Assim como para os demais indicadores, as regiões Sudeste e Sul têm os

maiores percentuais, seguidas da região Centro-Oeste. Também neste quesito, a região

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Nordeste e seus Estados tiveram taxas de variação superiores à nacional, o que reforça a idéia

da tentativa de melhorar as condições de moradia das regiões menos desenvolvidas do país.

Estes dados estão sintetizados na tabela 2.6.

Tabela 2.6 - Brasil - Pessoas que vivem em domicíli os com energia elétrica por Grandes Regiões e Estados selecionados (%) - 1991 e 2000

1991 2000 Variação (%)

SUDESTE 95,2 98,6 3,6

SUL 92,2 97,9 6,2

CENTRO-OESTE 86,4 95,6 10,6

NORDESTE 70,1 86,6 23,5

Pernambuco 80,3 95,4 18,8

Paraíba 72,6 94,4 30,0

Rio Grande do Norte 82,7 94,3 14,0

Sergipe 79,8 91,8 15,0

Alagoas 75,8 89,9 18,6

Ceará 65,8 88,3 34,2

Bahia 68,9 81 17,6

Maranhão 58,9 78,7 33,6

Piauí 53,8 74,7 38,8

NORTE 64,8 79,5 22,7

BRASIL 84,9 93,5 10,1

Fonte: IPEA.

Nota: iluminação elétrica, proveniente ou não de uma rede geral, com ou sem medidor.

Para observar o grau de desigualdade em cada região brasileira pode-se utilizar o

Índice de Gini, que é uma medida do grau de desigualdade existente na distribuição de renda

domiciliar per capita. Seu valor varia de 0 (zero) – situação em que há igualdade perfeita, a

01 (hum) – situação de desigualdade máxima. Através da tabela 2.7, verifica-se que houve,

tanto para o Brasil, quanto para as regiões e Estados do Nordeste, uma redução generalizada

do Índice de Gini, o que evidencia uma diminuição das desigualdades de renda existentes no

país. Entretanto, esta não foi uma queda muito significativa, visto que todos os indicadores

situam-se num patamar superior a 0,500. As regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste têm

índices mais elevados, ou seja, nas regiões menos desenvolvidas do país a renda é mais

concentrada. Entre os Estados do Nordeste, o Maranhão ocupa a última posição desde 1990,

seguido da Bahia, que conseguiu melhorar seu indicador. Rio Grande do Norte e Pernambuco

também diminuíram seus índices, mas tiveram desempenho inferior, perdendo suas posições

relativas.

Tabela 2.7 – Brasil - Renda desigualdade - Índice d e Gini – Grandes Regiões e Estados selecionados - 1 990/2005

1990 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005

CENTRO-OESTE 0,611 0,590 0,607 0,585 0,601 0,599 0,603 0,593 0,598 0,595 0,581 0,572 0,577

(continua)

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35

Tabela 2.7 – Brasil - Renda Desigualdade - Índice d e Gini – Grandes Regiões e Estados Selecionados - 1 990/2005

1990 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005

NORDESTE 0,626 0,593 0,630 0,604 0,620 0,617 0,610 0,605 0,600 0,595 0,585 0,583 0,571

Rio Grande do Norte 0,609 0,604 0,578 0,597 0,608 0,597 0,598 0,597 0,582 0,584 0,563 0,570 0,598

Piauí 0,666 0,615 0,618 0,588 0,590 0,621 0,594 0,599 0,598 0,618 0,602 0,591 0,591

Pernambuco 0,602 0,588 0,621 0,574 0,605 0,593 0,598 0,604 0,617 0,609 0,590 0,607 0,587

Paraíba 0,655 0,590 0,649 0,615 0,599 0,633 0,640 0,656 0,597 0,601 0,568 0,595 0,581

Ceará 0,627 0,605 0,628 0,617 0,629 0,624 0,618 0,613 0,613 0,590 0,569 0,576 0,579

Alagoas 0,574 0,583 0,633 0,644 0,635 0,623 0,619 0,588 0,607 0,606 0,608 0,575 0,566

Sergipe 0,567 0,592 0,610 0,585 0,606 0,620 0,617 0,624 0,571 0,556 0,578 0,561 0,554

Bahia 0,647 0,594 0,642 0,606 0,635 0,612 0,596 0,585 0,594 0,591 0,590 0,555 0,553

Maranhão 0,563 0,525 0,607 0,579 0,601 0,619 0,605 0,575 0,574 0,567 0,578 0,609 0,521

SUDESTE 0,577 0,547 0,572 0,567 0,563 0,565 0,566 0,559 0,568 0,563 0,557 0,542 0,543

NORTE 0,583 0,560 0,578 0,584 0,580 0,587 0,583 0,565 0,565 0,564 0,542 0,539 0,529

SUL 0,577 0,547 0,557 0,565 0,561 0,555 0,557 0,562 0,548 0,530 0,531 0,522 0,515

BRASIL 0,614 0,583 0,604 0,601 0,602 0,602 0,600 0,594 0,596 0,589 0,583 0,572 0,569

Fonte: IPEA.

Em relação à população vivendo abaixo da linha de pobreza (renda domiciliar per

capita inferior a meio salário mínimo por mês), todas as regiões, exceto a região Norte,

reduziram seus percentuais, inclusive os Estados nordestinos. Entretanto, a região Nordeste

(53,7%) e seus Estados ainda têm percentuais em torno de 50%, chegando a 60% nos casos de

Alagoas e Maranhão, superiores à média nacional (30,7%). A região em melhor situação é a

Sul, com apenas 18,8% de sua população vivendo abaixo da linha de pobreza (tabela 2.8).

Apenas a região Norte teve taxa de variação positiva no período. A região Nordeste teve taxa

de variação negativa, um pouco aquém da taxa nacional.

Tabela 2.8 – Brasil – Pessoas com renda domiciliar per capita inferior à linha de pobreza* por Grandes Regiões e Estados selecionados (%) - 1990/2005

1990 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 Variação(%)

NORDESTE 69,3 67,8 69,1 61,3 61,4 62,1 59,6 60,5 60 58,9 60,6 57,8 53,7 -22,5

Alagoas 72,3 65,5 72,1 62,1 63,5 61,6 62,5 61,8 64,9 65,9 67,5 65 60,5 -16,3

Maranhão 71,3 70,3 75,7 68,9 67,3 72,5 68,8 68,2 64,5 64,2 65,9 63,6 60 -15,8

Piauí 80 76,3 72,1 68,2 66,6 70,1 64,5 66,1 61,1 61,7 61,8 60 57,1 -28,6

Pernambuco 64,9 67 67,6 58,5 59,3 60,2 56,9 60,1 60 59,5 62 59,3 55,4 -14,6

Ceará 73,4 68,3 68,2 60,5 61,6 61,7 59,3 61,2 58 56,4 57,3 57,2 52,1 -29,0

Bahia 67,6 66,4 68,4 61,2 61,5 60,6 58,6 59 59,3 58,3 60,4 55,4 51,5 -23,8

Paraíba 69,5 70,1 68,5 57,8 58,7 58,3 55,8 55,3 62,3 58,4 57,3 57,4 51,1 -26,5

Rio Grande do Norte 65,8 66,7 66 54,9 53,8 53,7 54 53,7 53,6 51,9 56 51,6 47,6 -27,7

Sergipe 61,8 61,3 61,3 57,7 55,6 57,3 54,1 55,7 54,8 52 52,9 47,8 46,9 -24,1

NORTE 37,9 54,3 53,4 44 45,1 46,7 46,2 46,9 45,5 46,7 48,1 46,4 42,9 13,2

CENTRO-OESTE 31,2 34,4 33,5 27 27,3 24,8 23,7 26,2 25,3 24,1 26 21,7 20,6 -34,0

SUDESTE 27,7 28,6 30,6 21 20,4 20,8 20,3 21,6 22,6 22,1 23,6 21,8 19,1 -31,0

SUL 36 33,6 31,4 26,6 25,7 26,6 25,2 26,9 24,5 22,8 22,9 20,4 18,8 -47,8

BRASIL 42 42,2 43 35,1 34,7 35,2 34 35,3 35,1 34,3 35,7 33,6 30,7 -26,9 Fonte: IPEA. Nota (*): renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo por mês.

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36

Por fim, verifica-se que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) aumentou em

todos os Estados brasileiros, entre 1991 e 2000 (tabela 2.9). Os Estados da região Sul, mais

São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, são os únicos com IDH acima de 0,800. Os

demais Estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste têm IDH variando entre 0,700 e 0,799,

bem como os Estados da região Norte, exceto Acre (0,697). Os Estados nordestinos têm os

menores índices do país. Apenas Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará têm IDH acima

de 0,700; os demais Estados têm IDH entre 0,600 e 0,699.

Tabela 2.9 - Brasil – Índice de Desenvolvimento Humano por Estados - 1991 e 2000

Estado IDH-M, 1991 IDH-M, 2000

SUL

Santa Catarina 0,748 0,822

Rio Grande do Sul 0,753 0,814

Paraná 0,711 0,787

SUDESTE

São Paulo 0,778 0,82

Rio de Janeiro 0,753 0,807

Minas Gerais 0,697 0,773

Espírito Santo 0,690 0,765

CENTRO-OESTE

Distrito Federal 0,799 0,844

Mato Grosso do Sul 0,716 0,778

Goiás 0,700 0,776

Mato Grosso 0,685 0,773

NORTE

Amapá 0,691 0,753

Roraima 0,692 0,746

Rondônia 0,660 0,735

Pará 0,650 0,723

Amazonas 0,664 0,713

Tocantins 0,611 0,710

Acre 0,624 0,697

NORDESTE

Pernambuco 0,620 0,705

Rio Grande do Norte 0,604 0,705

Ceará 0,593 0,700

Bahia 0,590 0,688

Sergipe 0,597 0,682

Paraíba 0,561 0,661

Piauí 0,566 0,656

Alagoas 0,548 0,649

Maranhão 0,543 0,636

BRASIL 0,696 0,766

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil

De forma geral, observa-se que houve uma melhora nos indicadores das regiões menos

desenvolvidas do Brasil, o que pode estar relacionado, em alguma medida, às políticas de

transferência de renda adotadas e intensificadas no país a partir da década de 90, visto que os

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programas de renda mínima exigem, como contrapartida dos benefícios recebidos, o

cumprimento de algumas obrigações, como, por exemplo, a matrícula e a freqüência escolar.

Isto, por sua vez, gera efeitos positivos para a camada da população beneficiada pelos

diversos programas (Bolsa Família, Bolsa Escola, etc.), pois há a possibilidade de aumentar

seus níveis de qualificação e competitividade. Contudo, as melhorias observadas ainda não

foram suficientes para melhorar a posição relativa das regiões menos dinâmicas do país, tanto

do ponto de vista econômico quanto social. Este fato evidencia quão necessária é a ação

estatal para evitar o aprofundamento das disparidades regionais, ao considerar os desníveis de

desenvolvimento e seus possíveis impactos em uma região específica.

2.3. Política Fiscal e Desenvolvimento

2.3.1 O Estado e os Instrumentos de Política Fiscal

O Estado pode desempenhar três importantes funções na esfera econômica de um país:

i) alocativa: ao complementar a ação do mercado em relação à alocação de recursos na

economia, corrigindo eventuais falhas de mercado; ii) distributiva: ao arrecadar impostos de

determinadas classes sociais e/ou regiões e transferi-los às demais, direta ou indiretamente,

como, por exemplo, através do redirecionamento da oferta de bens públicos (gastos em

saneamento, educação e saúde para população de baixa renda, etc.); e iii) estabilizadora: ao

conduzir a política econômica para tentar garantir o máximo de emprego e crescimento

econômico, com estabilidade de preços. Ou seja, o Estado pode afetar a economia de

diferentes formas, ao prover bens públicos, criar externalidades positivas e minimizar

negativas, ao fornecer assistência à população de baixa renda, entre outros fatores. É através

da elaboração e aplicação de políticas econômicas que o governo pode influenciar a dinâmica

econômica do país.

Por política econômica entende-se a intervenção estatal na economia com o objetivo

de manter elevados os níveis de emprego e as taxas de crescimento econômico, com relativa

estabilidade de preços. Existem dois importantes grupos de instrumentos de política

econômica: monetários e fiscais. A política monetária refere-se a mudanças nas taxas de

crescimento do estoque monetário. A política fiscal refere-se a atuação do governo no que diz

respeito a arrecadação dos impostos e aos seus gastos (a arrecadação afeta, indiretamente, o

nível de demanda, ao influir na renda disponível dos indivíduos que poderá ser destinada ao

consumo ou a poupança; e os gastos do governo são elementos diretos da demanda agregada,

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desta forma, quanto maior o gasto público, maior a demanda e o produto). Logo, se a

economia apresentar tendência decrescente do nível de atividade (recessão, depressão), o

governo pode estimulá-la, cortando impostos e/ou aumentando gastos. O inverso pode

ocorrer, caso o objetivo seja diminuir o nível de atividade (políticas restritivas para

desestimular a demanda agregada).

As políticas econômicas podem ter diferentes efeitos sobre a economia nacional,

afetando a renda e a taxa de juros. Por exemplo, uma elevação dos gastos do governo aumenta

a renda e a taxa de juros, o que reduz o investimento; e um aumento na oferta monetária

diminui a taxa de juros, estimula o investimento e aumenta a renda. Estas políticas podem não

ser independentes e a alteração de uma delas pode influenciar a outra. Vale destacar que,

qualquer política destinada a aumentar o produto no longo prazo deve ter como objetivo o

aumento do capital, a melhoria do uso da mão-de-obra e/ou o aperfeiçoamento da tecnologia

disponível. Nenhum desses objetivos, entretanto, pode ser atingido facilmente e sem custos

(MANKIW, 2004).

Em particular, as políticas fiscais afetam a demanda por bens e serviços e,

conseqüentemente, influenciam a poupança nacional, o investimento e a taxa de juros de

equilíbrio. Como já mencionado, os principais instrumentos de políticas fiscais são os gastos

do governo (despesas correntes, gastos de custeio, transferências, investimentos diretos, etc.)

e os impostos (diretos – incidem sobre o agente que o recolhe, sobre a renda ou propriedade –

e indiretos – incidem sobre a mercadoria a ser vendida e são recolhidos pelas empresas,

entretanto, são pagos, em última instância, pelo consumidor, pois são embutidos nos preços

das mercadorias). Um aumento dos gastos públicos, em geral, causa mais impacto do que uma

redução de impostos (multiplicador dos gastos do governo). Todavia, os impostos são mais

usados como instrumento de política fiscal porque são menos controversos e mais

rapidamente implementados, além de serem mais facilmente revertidos do que os gastos do

governo.

Assim sendo, segundo Oliveira (2006, p.21), “o sistema tributário deve ser visto e

analisado como instrumento de política econômica de que dispõe o governo para implementar

seu programa de ações e viabilizar objetivos assumidos com as forças políticas que lhe dão

sustentação”.

O principal determinante do volume de arrecadação é o nível de renda/produto da

economia. A arrecadação direta cresce junto com a renda dos indivíduos e a riqueza da

sociedade e a arrecadação indireta cresce conforme aumenta o produto e a circulação de

mercadorias. Os impactos dos impostos sobre o nível e distribuição de renda, a organização

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econômica e a competitividade, dependerão da forma como está estruturado o sistema

tributário do país. Este deve gerar os recursos necessários para financiar os gastos públicos e

afetar a distribuição de renda, definindo quem, na sociedade, deve pagar mais impostos

(sistema tributário progressivo, regressivo ou neutro)5. As distorções criadas em termos de

preços relativos devem ser mínimas, para melhor sinalizar as preferências sociais e os custos

de produção das mercadorias, evitar desincentivos ao investimento e perdas de

competitividade dos produtos nacionais. Por fim, o sistema tributário deve ser flexível para

facilitar o cumprimento das metas socialmente desejáveis para o desenvolvimento (por

exemplo, isentar bens de primeira necessidade e de setores ainda não implementados no país,

estimulando sua produção e consumo; redistribuir renda às regiões menos desenvolvidas;

taxar atividades poluentes; fortalecer setores prioritários; incentivar o investimento; conceder

subsídios à produção/exportação, etc.). De forma geral, o Estado pode utilizar o sistema

tributário, através de incentivos, fiscais e financeiros, para alcançar metas econômicas e

sociais, além de utilizá-lo para reverter ou amenizar determinados ciclos econômicos (conter

recessões ou amenizar um processo de crescimento desajustado que ameaça a estabilidade da

economia).

Entretanto, a avaliação das políticas econômicas e de seus impactos sobre as

economias é um tópico freqüente nos debates entre economistas e formuladores de políticas

públicas, ponto que merece ser destacado a seguir.

2.3.2 Política Econômica Ativa ou Passiva?

Em quais circunstâncias o governo deve participar ativamente na economia? Os

formuladores de políticas públicas devem tentar estabilizar a economia? Os efeitos dos

choques adversos devem ser contrabalançados por políticas fiscais e monetárias? As idéias de

dois importantes economistas merecem ser destacados: Adam Smith e John Maynard Keynes.

Para Smith e seus seguidores a melhor política é o laissez faire, ou seja, a intervenção

governamental geralmente é prejudicial e, por isso, a melhor política econômica é a passiva.

A economia é estável por natureza, os ajustes necessários são realizados pelo próprio mercado

e as flutuações econômicas são resultado, em certa medida, das políticas públicas. Estes

economistas são críticos quanto à capacidade de intervenção governamental e consideram que

5 Sistema tributário progressivo: participação dos impostos na renda dos indivíduos aumenta conforme a renda aumenta, isto é, paga mais em termos relativos quem ganha mais; regressivo: participação dos impostos na renda dos agentes diminui conforme a renda aumenta – paga mais quem ganha menos; neutro: participação dos impostos na renda dos indivíduos é a mesma, independente do nível de renda.

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o mesmo deve manter-se afastado da política macroeconômica. Esta desconfiança está

baseada na defasagem entre a implementação e os efeitos das políticas econômicas, que não

são imediatos. É difícil prever a duração e variabilidade da defasagem, o que complica a

condução das políticas monetárias e fiscais.

Keynes é a favor das políticas econômicas ativas: o governo pode e deve estimular a

demanda agregada até o nível de pleno emprego e ajustá-la sempre que necessário,

combatendo flutuações no produto, emprego e inflação. Através de uma política fiscal

expansionista (execução de uma obra pública, por exemplo), o governo pode gerar um

aumento mais que proporcional da demanda agregada e do produto, caso haja capacidade

ociosa na economia, impacto semelhante ao aumento do investimento privado. A política

econômica deve estimular a economia durante um ciclo depressivo e acalmá-la em fases de

superaquecimento, pois a mesma é instável por natureza.

Qual destes argumentos está correto ou é o mais indicado? Em geral, a análise

econômica não leva inevitavelmente a um governo ativo ou passivo. A melhor escolha,

provavelmente, é o uso combinado e cooperativo das políticas monetária e fiscal, ou seja, a

política econômica pode ser usada como meio de controlar a demanda agregada para evitar

longos períodos recessivos, entretanto, estas devem ser elaboradas e aplicadas com cautela

pelos formuladores de políticas públicas.

Outra questão que também gera debate entre os economistas diz respeito à efetividade

das diferentes políticas econômicas: seria a política fiscal mais eficiente que a política

monetária, ou o contrário? Em geral, não são aceitas opiniões extremas, visto que ambas

afetam a renda e a taxa de juros. O desafio é usar o conhecimento disponível para que as

mesmas afetem a economia da forma esperada. Para tanto é necessário desenvolver a

capacidade de antever as condições econômicas futuras, através da análise dos indicadores

econômicos e sociais e da utilização de modelos econômicos.

Estabelecida a política a ser adotada (ativa ou passiva), restam dúvidas relativas à

condução das mesmas: segundo regras ou discricionárias?

Uma política é aplicada segundo regras (metas) quando os seus formuladores

anunciam com antecedência as respostas às várias situações econômicas e se comprometem a

seguir essas diretrizes. As regras diminuem a desconfiança dos agentes em relação aos

formuladores da política econômica e ao processo político (evitam políticas oportunistas),

bem como podem prevenir flutuações econômicas (sistema de metas, orçamento equilibrado,

etc.). Contudo, não são flexíveis perante choques adversos.

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Uma política é discricionária se os seus formuladores podem agir caso a caso e

escolher a orientação que parecer mais adequada num dado momento. O governo as ajusta

periodicamente para enfrentar flutuações econômicas e as mesmas são flexíveis para

responder às alterações na conjuntura econômica. Seu maior problema está relacionado à uma

possível inconsistência temporal: os agentes econômicos podem desconfiar das políticas

anunciadas pelo governo, que pode voltar atrás depois de anunciá-las, neutralizando seus

possíveis efeitos.

Não existem argumentos definitivos e simples favoráveis a nenhuma das opiniões

relativas à política macroeconômica. Os argumentos, econômicos e políticos, devem ser

avaliados para decidir qual o papel a ser desempenhado pelo governo na tentativa de

estabilizar a economia, tarefa extremamente difícil dada a complexidade da mesma.

Analisando o período recente de desenvolvimento da economia mundial, em especial

durante o pós-guerra, observa-se que diversos países, inclusive os Estados Unidos da América

(EUA), adotaram políticas permanentes e de responsabilidade do Governo Federal para

promover o pleno emprego e a produção, sintetizadas no Welfare State. O Brasil não ficou

fora deste movimento.

2.3.3 Política Fiscal no Brasil

No Brasil, o Estado assumiu, por várias razões, função central na promoção do

desenvolvimento econômico. Essa intervenção deu-se na forma da criação de empresas

estatais em setores estratégicos (bens intermediários; infra-estrutura de transportes, energia

elétrica; exploração de petróleo; siderurgia; etc.), que não foram ocupados pelo setor privado,

nacional (inexistência de recursos em volume suficiente) e internacional (falta de

atratividade). Além disso, o Estado criou agências de desenvolvimento para promover setores

específicos, bem como instituições financeiras para gerar o aporte de recursos necessários ao

investimento. Ou seja, “[...] o Estado assumiu uma função estruturante do desenvolvimento,

que não fazia parte de suas funções clássicas, uma vez que o desenvolvimento era visto como

uma conseqüência da atuação do mercado” (GREMAUD et al., 2002, p. 208).

Em relação ao sistema tributário brasileiro, visto como instrumento manejado pelas

autoridades governamentais para viabilizar determinados objetivos, econômicos e sociais, no

período 1964/1988, observa-se grande centralização fiscal. A União arrecadava a maior parte

dos impostos e tinha poder absoluto para deliberar sobre a matéria tributária. Foram criados os

Fundos de Participação dos Estados e Municípios (FPE e FPM), constituídos por parcelas dos

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impostos arrecadados repassados para as unidades sub-nacionais, evitando seu

estrangulamento financeiro.

No decorrer da década de 80, com a crise da dívida externa e as gradativas mudanças

no papel do Estado, a estrutura do sistema tributário afastou-se dos pilares firmados na

reforma tributária de 1964 e, em 1988, com a promulgação da Constituição Federal, os

Estados e municípios obtiveram maior participação na arrecadação e aumento na base de

incidência dos impostos de competência própria, o que aumentou a autonomia dos mesmos.

O sistema tributário brasileiro é composto por vários impostos e contribuições sociais

(por exemplo, Imposto de Renda, Imposto Predial e Territorial Urbano, Contribuição para o

Financiamento da Seguridade Social, etc.), alguns deles ineficientes (efeito cascata,

prejudicando a produção). Os principais impostos sobre o valor adicionado são o Imposto

Sobre Produtos Industrializados (IPI), de competência federal, e o ICMS, de competência

estadual, importantes instrumentos de política fiscal. O diferimento, a isenção ou mesmo a

renúncia destes impostos podem ser utilizados para impulsionar o desenvolvimento ou a

implantação de determinadas indústrias no país. O ICMS, em especial, tem sido utilizado com

esta finalidade desde a década de 60, movimento que se acentuou bastante na década de 90

devido à ausência de políticas nacionais de desenvolvimento regional. Os Estados têm

utilizado cada vez mais este instrumento para atrair projetos para seus territórios, o que tem

gerado atrito entre algumas lideranças estaduais, fenômeno conhecido como guerra fiscal.

O Estado, ao deixar de utilizar seus instrumentos de política econômica para alterar a

atual situação da economia brasileira (baixo dinamismo, altas taxas de juros, desemprego,

dívida pública elevada, indicadores sociais abaixo dos observados nos países desenvolvidos,

alta concentração de renda, desigualdades regionais, etc.), tem contribuído para consolidar

esta situação de conflito entre as Unidades da Federação e isto tem impactos sobre o

desenvolvimento sócio-econômico do Brasil. A política do Estado mínimo agregada ao

esforço da política econômica em realizar um ajuste fiscal cada vez mais rígido, mantém a

economia bem abaixo do crescimento observado em outros países com características

similares. Não utilizar os instrumentos de política econômica para estabilizar a economia pode

representar um desperdício e intensificação das disputas regionais/estaduais.

2.4. A Guerra Fiscal no Brasil

Apesar da forte presença do Governo Federal no processo de desenvolvimento

nacional, sempre existiram, principalmente a partir da década de 60, programas estaduais de

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estímulo ao investimento e à indústria local. Isenções, reduções e diferimentos tributários

foram, e ainda são, utilizados como recurso para impulsionar o desenvolvimento

estadual/regional. Lagemann (1995, p. 12) define esse fenômeno, conhecido como guerra

fiscal, da seguinte forma:

[...] é um processo de competição interjurisdicional, operada pela adoção de medidas

de caráter fiscal que afetam a base tributária das demais unidades de governo e dessa

forma trazem vantagens e/ou desvantagens diferenciais ao bem-estar dos cidadãos

da territorialidade envolvida, ainda que possam estar em conflito com os interesses

da nação.

Neste sentido, a guerra fiscal funcionaria como um jogo não-cooperativo entre

governos estaduais e/ou municipais, com o objetivo de atrair investimentos privados ou retê-

los em seus territórios. A mesma tem sido uma característica dos países marcados por grandes

desigualdades regionais, com reduzida participação do Governo Federal na economia, que

tem dificuldades para elaborar políticas de desenvolvimento regional. Este fato exclui a visão

mais simplista deste fenômeno e o mesmo deve ser visto como uma forma peculiar de política

de desenvolvimento regional, responsável, em alguns casos, pela manutenção da dinâmica das

economias estaduais.

No período que vai de meados dos anos 60 até o final da década de 80, estes

programas estiveram, em alguma medida, subordinados ao governo central, que através de seu

poder fiscal-financeiro e político, procurava coordenar as iniciativas estaduais e inibir os

conflitos inter-regionais, oriundos das disparidades existentes entre as regiões do país. A

intensificação desse tipo de instrumento, principalmente a partir de 1994, está ligada a

diferentes fatores, detalhados a seguir.

2.4.1 Condicionantes para a Intensificação da Guerra Fiscal

O conflito fiscal entre Estados é resultado de certas condições políticas e econômicas

que emergiram desde a década de 80, a saber:

i) Descentralização política e institucional: a Constituição Federal de 1988

impulsionou o processo de descentralização, iniciado em fins da década de 70, devido a

fragilização do poder regulatório do Governo Federal – antes representado pelo controle dos

recursos fiscais, pelo regime autoritário e pela influência, direta e indireta, sobre os processos

decisórios alocativos –, traduzido no deslocamento de poder em favor dos Estados e

municípios. Ao mesmo tempo, alterou o quadro tributário no âmbito da Federação, atribuindo

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aos Estados o poder de fixar por leis próprias as alíquotas de ICMS sobre operações internas,

sendo este imposto responsável por importante parcela da receita estadual. Também houve a

ampliação da base do ICMS, agora o mais amplo dos tributos incidentes sobre a produção e o

consumo domésticos, o que aumentou o papel dos Estados na formulação da política tributária

nacional, tornando-os agentes mais dinâmicos na alocação do investimento público. Desta

forma, foi estabelecido o arcabouço jurídico para a guerra fiscal;

ii) A mudança no papel do Estado: o início do processo de liberalização da economia

nacional foi acompanhado do esvaziamento do Estado, com o abandono das políticas e dos

instrumentos de coordenação regional, traduzido por uma postura contrária às políticas

industriais ativas de caráter regional. Este fato, associado à expansão do desemprego no setor

industrial, conduziu a uma retomada de iniciativas dos sistemas políticos regionais, que

preencheram rapidamente o espaço deixado pelo Governo Federal. Este pode ser considerado

o alicerce político para a guerra fiscal;

iii) A retomada dos investimentos privados: a abertura da economia criou a condição

econômica para a explosão da guerra fiscal, pois atraiu fluxo crescente de capitais

internacionais em busca de oportunidades no país (grande parte das disputas fiscais

relacionam-se a projetos industriais de origem externa). Ou seja, a guerra fiscal foi estimulada

pela internacionalização, visto que a disputa por capitais externos obriga a crescentes

concessões dos Estados. A estabilização, em 1994, também permitiu a retomada do

investimento privado nacional, impulsionando as disputas estaduais.

Outro fator de estímulo à guerra fiscal está relacionado à estrutura de tributação do

imposto sobre o valor adicionado vigente, principalmente em relação ao comércio

interestadual. Em primeiro lugar, a competência sobre o principal imposto sobre o valor

adicionado nacional – ICMS – é dos governos estaduais, o que retira do poder central

qualquer tentativa de regulação. Em segundo lugar, o Princípio da Origem na formulação do

ICMS garante que a arrecadação de cada Estado seja definida pela produção realizada em seu

território, independente do pagamento efetivo do imposto por seus habitantes. A alíquota do

ICMS aplicável às transações interestaduais é positiva e inferior à alíquota aplicável em uma

operação interna com a mesma mercadoria, de modo que a receita referente àquela transação

se reparta entre as unidades de origem e destino. Nestas condições, o resultado de um ato de

investimento objeto do incentivo é uma ampliação imediata e mensurável da arrecadação

tributária do governo que o concede, mesmo quando a produção é voltada para outro mercado

que não o seu. O Princípio da Origem é condição necessária para que os Estados possam

negociar com as empresas as condições de recolhimento do imposto, dado que ele garante

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apropriação da receita gerada pelo Estado que concede o incentivo (é o destinatário legal da

arrecadação), mesmo no caso extremo em que toda a produção seja exportada para outros

Estados. Como destacado por Prado (1999, p. 05): “estava já originalmente inscrita na

modelagem adotada para o imposto sobre valor adicionado a possibilidade da utilização da

competência estadual sobre o imposto como instrumento de política regional”. Esta

sistemática de tributação foi estabelecida para assegurar uma participação adequada na receita

total dos Estados deficitários no comércio interestadual, em geral, os menos desenvolvidos do

país.

Salienta-se que, alguns dispositivos foram criados para inibir a guerra fiscal e, como

destaca Varsano (1997), desde a década de 70 existe no país legislação suficiente para coibi-

la:

A guerra fiscal ocorre à revelia da Lei Complementar n° 24 de 1975, que veda as

concessões de isenções e outros incentivos relacionados ao ICMS, salvo quando

previstas em convênios celebrados em reuniões do Conselho da Política Fazendária

(CONFAZ) que congrega todos os Estados e o Distrito Federal. A lei determina que

a aprovação da concessão de um benefício dependa da decisão unânime dos Estados

representados e prevê penalidades em caso de inobservância de seus dispositivos.

Bastaria o cumprimento desta lei para que as guerras fiscais acabassem. Porém, a lei

não é cumprida e ninguém toma a iniciativa de exigir a imposição das sanções

previstas (VARSANO, 1997, p. 01).

Entretanto, as normas referentes à concessão de incentivos não foram consolidadas e

os preceitos de ordem legal existentes sobre o assunto foram sendo gerados de forma

fragmentada por meio de convênios no âmbito do CONFAZ. Este perdeu gradativamente sua

posição normatizadora, à medida que o Governo Federal diminuía sua participação na

economia.

Na origem deste processo – intensificação da guerra fiscal - estão as desigualdades

regionais e as limitações de recursos internos para investir em projetos capazes de diminuir

estas dificuldades. Por este motivo, pode ser vantajoso para cada Estado, individualmente,

entrar nesse jogo, principalmente se suas chances de atrair investimentos sem incentivos são

pequenas. E ainda

[...] numa situação em que o Governo Central de um país com altas disparidades

abandone qualquer preocupação por políticas integradas de desenvolvimento

regional, fica politicamente legitimada a pretensão dos governos estaduais,

principalmente daqueles relativamente mais atrasados economicamente, em operar

políticas deste formato. (PRADO, 1999, P. 35).

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Assim, do ponto de vista da economia e da sociedade locais, a concessão de incentivos

fiscais é justificada. Da mesma forma que, as suposições simplistas sobre a perversidade da

guerra fiscal são afastadas e a mesma surge como uma alternativa lógica de política de

desenvolvimento regional.

2.4.2 A Guerra Fiscal como Política de Desenvolvimento Regional

As economias estaduais têm utilizado isenções tributárias para estimular o crescimento

da indústria local e superar seu atraso relativo ou, ao menos, preservar suas posições relativas

na economia nacional.

Estas políticas procuram interferir no processo de decisão locacional privado e

algumas lideranças estaduais têm defendido que os benefícios fiscais são determinantes

básicos deste processo, sendo este um dos argumentos utilizados para a defesa da guerra

fiscal. Entretanto, a decisão de inversão está subordinada a determinantes de natureza mais

ampla, como as condições de infra-estrutura – transporte, comunicação, energia –, a estrutura

de custos, a distância dos mercados consumidores e fornecedores, a disponibilidade de mão-

de-obra qualificada, o nível de organização sindical, a qualidade dos serviços públicos

oferecidos, etc, ou seja, a decisão locacional das empresas está ligada principalmente às

tendências de longo prazo. As empresas possuem um perfil alocativo ótimo, com áreas de

equivalência possuidoras da infra-estrutura necessária ao seu funcionamento, e só depois

procuram, entre estas, a localidade onde são oferecidos os incentivos mais vantajosos.

Qualquer alteração neste perfil alocativo envolve um custo adicional (de afastamento) que

deve ser coberto pelos incentivos fiscais. As decisões de localização valem-se da oferta de

incentivos fiscais sem ignorar os demais fatores.

Seria, então, a concessão de incentivos um instrumento incapaz de aumentar o

investimento agregado? Não necessariamente, visto que os incentivos fiscais podem ampliar o

volume de inversão, principalmente num contexto de abertura da economia e afluxo de IED;

reduzem os custos de inversão no país, o que pode alterar decisões de inversão externa, que,

na sua ausência, poderiam buscar outros países da América Latina; e constituem uma política

de second-best para o tratamento das questões regionais.

Do ponto de vista estadual, o resultado do investimento objeto do incentivo é uma

ampliação imediata da arrecadação tributária do governo que o concede. A base orçamentária

em que o incentivo se apóia não é previamente dada, o que concede ao governo um poderoso

instrumento de renúncia da receita futura gerada pelo projeto beneficiado, sem afetar seu nível

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de receita corrente. As novas plantas devem gerar efeitos indutores sobre a economia local,

como a atração de investimentos complementares (fornecedores e prestadores de serviço), a

criação de novos postos de trabalho, diretos e indiretos, a descentralização da atividade

produtiva (incentivos são diferentes para cada região do Estado) e a expansão do nível de

renda local. Desde que o governo não subsidie estes investimentos complementares e

contando com o sucesso do empreendimento incentivado, deve ocorrer um aumento da

arrecadação corrente e, após o período de concessão, a situação fiscal estará provavelmente

melhorada. Atrelada a este fato está a questão política: se a concessão de incentivos, ao menos

na visão do governante estadual, traz benefícios para o Estado e, além disso, tem impactos

positivos para seu projeto político pessoal, o benefício certamente será concedido, a despeito

dos interesses nacionais.

Do ponto de vista nacional, admite-se que este tipo de programa pode determinar o

surgimento de decisões de investimento de recursos privados, como a atração de

empreendimentos que não seriam aproveitados no país sem os incentivos e a adição efetiva ao

investimento estadual (aumento da capacidade produtiva). Ao mesmo tempo em que

possibilitaria, ao menos parcialmente, a apropriação dos benefícios gerados via incentivos

pelos residentes da unidade, com o aumento do bem-estar e a criação de externalidades

interjurisdiciais.

A concessão de incentivos também pode auxiliar no processo de distribuição da

atividade produtiva, quando combinada a outras medidas de desenvolvimento regional, uma

vez que ela pode estimular a instalação de novas plantas em regiões com menor dinamismo

econômico. Para tanto este deve ser um mecanismo seletivo, destinado a estimular vantagens

comparativas locais e de caráter temporário, pois a generalização do mesmo reduz sua

eficácia. Em geral, os resultados da guerra fiscal dependerão da natureza dos setores

econômicos envolvidos e da dimensão relativa das empresas beneficiadas.

2.4.3 Aspectos negativos da Guerra Fiscal

Alguns autores, no entanto, defendem que a guerra fiscal, apesar de preencher uma

lacuna deixada pelo Governo Central, não traz benefícios para o país como um todo (Varsano,

1997; Dulci, 2002). Segundo os mesmos, a hipótese necessária para que os resultados da

guerra fiscal sejam positivos está relacionada à confrontação dos benefícios esperados da

inversão incentivada com o custo necessário para obter o afastamento do empreendimento de

sua localização ótima. O beneficio só seria concedido se a avaliação custo/beneficio fosse

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positiva. Todavia, este tipo de avaliação, mesmo quando realizada com rigor técnico, pode

não corresponder às preferências alocativas privadas, visto que estas não são voluntariamente

reveladas. E mesmo nos casos de uma avaliação desfavorável, o incentivo pode ser

concedido, pois as lideranças locais aumentariam seu prestígio político por meio da atração de

um novo empreendimento.

Além disso, em geral, os Estados mais desenvolvidos têm melhores condições

locacionais e financeiras e, por este motivo, são os principais vencedores da guerra fiscal, o

que provavelmente agrava as desigualdades regionais e aumenta as tensões entre os Estados.

Possivelmente também pode haver um impacto social das renúncias fiscais, visto que os

Estados que as concedem nem sempre estão em condições de fazê-lo sem sacrificar (mais

ainda) sua população – redução dos investimentos em saúde, educação, moradia, etc.

Por fim, a generalização dos benefícios fiscais provoca a redução do poder de estímulo

dos mesmos, que depende dos diferenciais de tributação, o que reduz o peso da tributação nas

decisões locacionais dos investimentos.

Considerados estes aspectos negativos, estaria, então, a guerra fiscal fadada ao

desaparecimento? Como já evidenciado, este é um instrumento complexo, que possui

características peculiares, principalmente após os movimentos ocorridos na indústria

automobilística pós-1994, que não tende a morrer por si só.

2.4.4 Características Recentes da Guerra Fiscal

Além da generalização da oferta de incentivos fiscais no período pós-94, observam-se

também alguns aspectos relacionados à sua evolução:

i) A disputa estadual mais ampla, entre os Estados das regiões Norte/ Nordeste e

Sul/Sudeste; e

ii) A substituição de programas mais amplos por operações dedicadas, cuja finalidade

é atender a projetos específicos de grande porte. Os agentes exigem dos governos estaduais

contratos detalhados, aprovados por suas Assembléias Legislativas, que maximizem seus

ganhos e os mesmos assumem a forma de pretensos programas de desenvolvimento regional.

As principais críticas acerca da guerra fiscal estão relacionadas ao seu impacto sobre a

situação orçamentária estadual:

a) É provável que a concessão de incentivos deteriore a situação fiscal do Estado que a

pratique, com perda de arrecadação do ICMS; e

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b) A concessão de incentivos também afeta as finanças dos Estados que não a

praticam, pois tem estimulado a realocação inter-regional da atividade produtiva, com perda

de receita para os Estados que perdem o empreendimento.

Se há impacto fiscal negativo, a guerra fiscal não deveria desaparecer? Seria não fosse

a natureza peculiar, já destacada, do fenômeno, que decorre, em primeiro lugar, da dificuldade

em mensurar o impacto sobre a arrecadação estadual oriunda dos incentivos fiscais (Prado,

1999); em segundo, para muitos Estados, em especial para os Estados menos desenvolvidos, é

relevante, na composição de suas receitas, a parcela de recursos oriunda da base tributária

global, via Fundos de Participação e outras transferências, o que reduz a sensibilidade da

receita à perda de incentivos; em terceiro, o Princípio da Origem garante que a guerra fiscal

não tende a morrer por si só e exige alguma ação política para controlá-la. Ou seja, a

capacidade de concessão do incentivo de cada Estado se torna, em boa medida, independente

de seu poder de dispêndio e mesmo de sua situação fiscal conjuntural, visto que os impactos

resultantes do empreendimento incentivado bem sucedido têm aspectos positivos sobre o

nível de arrecadação.

Algumas medidas para minimizar os estímulos à guerra fiscal poderiam ser tomadas,

como a reforma do sistema tributário (unificação da legislação nacional do imposto sobre

valor adicionado e implantação do princípio do destino para a tributação dos fluxos de

comércio interestadual). Isto não eliminaria a disputa, mas funcionaria como uma forte

restrição à eficácia dos incentivos do ICMS. A troca de princípio também promoveria a

alteração na distribuição dos recursos fiscais estaduais em favor dos Estados importadores

líquidos em comércio interestaduais, que vêm a ser os menos desenvolvidos, o que

contribuiria para o crescimento dos mesmos. As principais dificuldades para a implantação

destas medidas residem na esfera política, pois os Estados exportadores líquidos neste

comércio – os mais desenvolvidos e com maior poder econômico e político – teriam uma

redução na arrecadação e, por isto, resistiriam às mudanças.

O Governo Federal, dada a complexidade econômica e social do Brasil, não pode se

eximir de sua responsabilidade. Deve estabelecer orientações claras e explícitas sobre os

mecanismos de desenvolvimento regional (FPM, FPE, Fundos Constitucionais de

Financiamento, etc.), bem como criar as condições necessárias para a superação das tensões

atuais, como as relacionadas à guerra fiscal. Não se pode esperar resultados radicais em

períodos relativamente curtos, já que se tratam de questões estruturais com profunda herança

histórica.

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As políticas de desenvolvimento regional devem estimular a dinâmica das áreas menos

desenvolvidas do país, através de investimentos em infra-estrutura física e social, com a

criação de vantagens locacionais, bem como a reorientação do gasto público em educação,

saúde, habitação, etc., o que provavelmente, impulsionará a desconcentração da produção e o

aumento da renda e do bem-estar da população residente nestas regiões. Todavia, vale lembrar

que esta é uma preocupação nacional e, por isso, deve ser perseguida sob a coordenação do

poder central, visto que a incapacidade do Estado em elaborar políticas discricionárias não

leva ao desaparecimento das mesmas, mas sim a sua recriação em outros níveis de governo.

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3. POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL: TENDÊNCIA S MUNDIAIS

A existência de desigualdades regionais não constitui um fenômeno exclusivo da

economia brasileira. Em todo o mundo, inclusive em países desenvolvidos, podem ser

verificadas regiões com diferentes níveis de renda e, por isso, foi, e ainda hoje é possível,

observar a adoção de políticas regionais em várias situações. Países como os EUA, que

defendem veemente, principalmente no período pós-90, a adoção de políticas liberais e a

ausência da ação direta do governo na economia, realizam intervenções sempre que julgam

necessário, com o intuito de reduzir as desigualdades espaciais (GALVÃO, 1998) 6. Gustavo

Maia Gomes, em 1993, elaborou um trabalho no qual relaciona uma série de medidas

adotadas por países desenvolvidos e em desenvolvimento, no sentido de estimular áreas de

menor dinamismo em seus territórios, ou mesmo em regiões outrora dinâmicas. O autor

destaca que:

Definitivamente, a intervenção é regra absoluta. Pode ser que a extensão dessa

intervenção esteja se tornando menor, sob a influência das idéias neo-liberais. Mas

não parece, de forma nenhuma, provável que os governos deixem de intervir nos

mercados, num futuro previsível, visando perseguir objetivos regionalmente

definidos (MAIA GOMES, 1993, p. 52).

3.1 Instrumentos de Política Regional

As desigualdades regionais têm efeitos sobre os padrões de desenvolvimento de um

país e sobre o bem-estar de parte de sua população. Logo, políticas direcionadas para a

redução das mesmas, quando bem concebidas e implementadas, podem estimular a economia

nacional (aumento da renda e do bem-estar), sem impor custos adicionais para a sociedade e

para as regiões mais desenvolvidas, que poderão ser beneficiadas pela redução da pobreza nas

áreas mais atrasadas do país, como, por exemplo, o aumento do mercado consumidor

(GALVÃO, 1998).

No caso dos países desenvolvidos (EUA, Japão e países europeus, inclusive no âmbito

da União Européia), os instrumentos de política regional mais utilizados, isoladamente ou em

conjunto, estão relacionados à constituição de fundos nacionais para a construção de infra-

estrutura (transportes, energia, telecomunicações) e concessão de empréstimos favorecidos a

6 O autor cita como exemplos os casos do Tennessee Valley Authority e do New Deal nos Estados Unidos; Special Areas Act no Reino Unido; incentivos e investimentos diretos e em infra-estrutura física e social na Itália, Alemanha, Espanha e França.

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iniciativa privada (prazos, taxas e garantias); incentivos fiscais, financeiros e auxílios diretos

ao capital, ao trabalho e ao investimento; relocalização de plantas industriais;

desenvolvimento de novos produtos; abertura de novos mercados; e controle locacional nas

áreas congestionadas. Em geral, o setor que mais recebe atenção das políticas regionais é o

industrial, principalmente seus gêneros dinâmicos e de maior potencial tecnológico, dados os

seus possíveis efeitos de encadeamento. Nestes países é possível observar o estímulo às

atividades de alta tecnologia (intensivos em conhecimento), processamento de informações e

serviços especializados para a indústria, setores com grande potencial de crescimento nas

economias modernas.

Devido às mudanças tecnológicas ocorridas nos últimos anos, as pequenas e médias

empresas têm recebido maior atenção das políticas regionais, pois as mesmas se revelaram

mais propensas à inovação e mais maleáveis a mudanças estruturais, o que lhes concedeu

papel estratégico no desenvolvimento regional. Além disso, o avanço dos meios de

comunicações, de processamento de dados e dos transportes, permitiu que a produção e

assimilação de novas tecnologias se tornassem, em determinado grau, menos dependentes de

localizações específicas (isso não exclui a importância das aglomerações para o

desenvolvimento de diversas atividades produtivas, visto que a existência das mesmas

proporciona um ambiente favorável ao debate e à troca de informações).

No caso dos países em desenvolvimento, com exceção do Chile, que procurou

estimular as vantagens comparativas locais, os principais instrumentos utilizados para

impulsionar a dinâmica de regiões mais atrasadas foram os incentivos fiscais e financeiros,

também concentrados no setor industrial. Entretanto, apesar das possibilidades de produção

em setores de maior intensidade tecnológica, criadas pela mudança do paradigma tecnológico

mundial, os setores objeto das políticas regionais nestes países pertencem primordialmente

aos gêneros tradicionais da indústria (têm menores resultados em relação à atração de

empreendimentos complementares). Os gêneros dinâmicos também receberam incentivos,

mas em uma proporção bem menor.

O porquê desta divisão de setores estimulados entre países desenvolvidos e em

desenvolvimento está relacionado a uma série de fatores, dentre os quais pode-se destacar a

adoção de políticas liberais nos países em desenvolvimento desde fins da década de 80, cuja

preocupação primordial era a estabilização e o ajuste fiscal. Assim, apesar das vantagens

oriundas com o processo de globalização, como a abertura de mercados consumidores

externos e a possibilidade de adquirir, a determinado preço, novas tecnologias, os países em

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desenvolvimento não puderam aproveitá-las por completo, dado o esvaziamento do papel do

Estado na economia, além das barreiras não-tarifárias impostas pelos países desenvolvidos.

Uma visão mais equilibrada reconhece o papel que o governo pode desempenhar na

economia, que inclui tanto a regulamentação quanto o fornecimento de serviços públicos,

como saúde e educação. Segundo Joseph Stiglitz, dois casos de desenvolvimento bem-

sucedido, o dos EUA e o do Leste Asiático, fornecem provas da importância da política

governamental. No caso do Leste Asiático, ele afirma que:

[...] esses países perceberam que o que os separava das nações mais desenvolvidas

não era uma simples defasagem de capital, mas uma defasagem de conhecimento, e

trabalharam com afinco e com êxito para introduzir a tecnologia moderna em suas

sociedades. Hoje, em muitas áreas, eles se encontram na linha de frente (STIGLITZ,

2002, p. 347).

É claro que não se deve defender o protecionismo generalizado, mas também não se

pode deixar de reconhecer que as reformas liberais não foram capazes de reduzir, em grande

escala, as desigualdades entre regiões. As políticas regionais, quando bem elaboradas, podem

integrar uma estratégia mais abrangente de gestão econômica, capaz de produzir crescimento

e estabilidade, que transcendem os interesses das regiões atrasadas. Além de serem essenciais

para o crescimento de longo prazo.

3.2 Novos Rumos para a Política de Desenvolvimento Regional

A globalização, a reestruturação produtiva e as novas exigências tecnológicas estão

criando a necessidade de novas alternativas e enfoques para as políticas de desenvolvimento

regional. A intervenção pública no espaço nacional deve estar voltada para dotar as regiões e

as firmas que nelas operam, de um ambiente econômico e institucional mais favorável, capaz

de torná-las mais ágeis, flexíveis e eficientes na busca e no desenvolvimento de suas

vantagens competitivas.

As novas tecnologias diminuíram a importância das economias de escala em prol das

economias de escopo (habilidade de operar em regimes flexíveis de produção). Logo, os

preceitos da política de desenvolvimento regional moderna devem considerar a especialização

flexível (altas taxas de inovação e progresso técnico) e os novos espaços industriais (Clusters,

por exemplo). É preciso criar um ambiente favorável à atração de investimentos nas áreas de

menor dinamismo do país, desenvolver e fortalecer instituições que aumentem a capacidade

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de inovação de sua base econômica (por exemplo, agências regionais de desenvolvimento) e

que propiciem maior grau de integração espacial dentro e entre as regiões do país.

A política de desenvolvimento regional moderna deve se concentrar na educação e nas

atividades de pesquisa, pré-requisitos fundamentais à atração de indústrias intensivas em

conhecimento (desenvolver a capacidade de iniciativa e de lidar com um processo acelerado

de mudança). Para estimular a criação de um ambiente econômico mais favorável nas regiões

menos desenvolvidas do país é indispensável o investimento em infra-estrutura física e social

(estradas, aeroportos, portos, saneamento, educação, saúde, habitação, qualificação do

trabalhador – políticas ativas de mercado de trabalho, etc.), a criação de parques e incubadoras

industriais e de pesquisa, bem como estimular a diferenciação de produtos, novas redes de

comercialização, a produção e assimilação de novas tecnologias, para elevar a eficiência

produtiva e a competitividade das regiões menos desenvolvidas do país.

A política regional deve ser parte integrante de programas nacionais de

desenvolvimento, dos quais todos se beneficiem (regiões mais e menos desenvolvidas). E são

justamente as atividades de alta tecnologia que podem produzir este resultado (associação de

interesses regionais aos nacionais), ao tornarem as políticas regionais compatíveis com as

tendências observadas para a economia mundial, sendo esta a única maneira de garantir um

lugar de destaque para as mesmas nas agendas dos governos.

3.3 Considerações Finais

Há um consenso, nos EUA e na Europa, de que as políticas de incentivos fiscais não

estão mais em sintonia com as estratégias modernas de desenvolvimento regional. Como

destaca Galvão (1998, p. 31):

[...] ao invés do tradicional enfoque de prover subsídios indiscriminados para as

indústrias ou empresas, os governos, em todo o mundo, estão reconhecendo que a

melhor política regional é criar um ambiente mais favorável nas regiões, para que

estas possam enfrentar os desafios da competitividade e dos constantes avanços na

esfera tecnológica.

Os incentivos fiscais e os controles locacionais não conseguiram criar uma base

permanente e sustentável de crescimento nas regiões menos desenvolvidas. Ainda assim, no

caso de conceder incentivos fiscais (que estão em último lugar na lista de fatores locacionais

relevantes), estes devem ser orientados cada vez mais para apoiar clusters, pois os mesmos

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englobam um conjunto de atividades identificadas como capazes de responder ágil e

eficazmente aos incentivos governamentais.

O governo deve desempenhar um papel muito mais qualitativo, que é o de liderar e

facilitar processos de mudanças; de criar, apoiar e fortalecer organizações engajadas na

promoção do crescimento econômico e social; e de coordenar e implementar programas de

desenvolvimento em todas as esferas territoriais – nacional, regional e local.

“Numa época de recursos escassos, é claro que o governo deve buscar eficiência e

efetividade de resultados, mas isto não deve implicar no seu afastamento de um profundo

comprometimento com o crescimento e o bem-estar da sociedade” (GALVÃO, 1998, p. 30).

Se países desenvolvidos, que possuem problemas regionais menos intensos, aplicam

políticas regionais, muitas vezes abrangentes, por que os países em desenvolvimento não

devem elaborá-las e implementá-las? Estes precisam adotar uma postura em defesa de um

regime mais equilibrado, que funcione não apenas para os ricos dentro do país, mas para

todos. Porém, para tanto “tais países precisam escolher seu próprio rumo, livres dos mantras

simplistas que desempenharam um papel tão central no direcionamento da política econômica

da América Latina na última década” (STIGLITZ, 2002, p. 355).

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4. INSTRUMENTOS NACIONAIS DE POLÍTICAS DE DESENVOLV IMENTO

REGIONAL

O Estado desempenhou papel fundamental no processo de desenvolvimento recente da

economia brasileira. Os principais planos que impulsionaram a dinâmica econômica nacional

foram elaborados, planejados e implementados pelo setor público (Plano de Metas e II PND),

ainda que a participação do capital privado fosse indispensável à consecução dos objetivos

propostos. Este papel de interventor direto perdurou até meados da década de 80, quando a

crise da dívida externa tornou evidente a necessidade de reformas na economia nacional.

Estas reformas, iniciadas ainda nos anos 80 e consolidadas na década de 90, tiveram como

base as teorias econômicas neoliberais e introduziram uma série de mudanças na economia

brasileira.

Em relação à ação estatal, os anos 90 marcam um período de diminuição da

participação direta do governo na economia em prol de uma função mais reguladora. Os

planos de desenvolvimento elaborados a partir de então deram espaço a um novo tipo de

planejamento, que pôs o Estado como facilitador do setor privado. É justamente neste período

que surgem os Planos Plurianuais (PPA’s), principais instrumentos de planejamento de médio

prazo no país, nos quais são estabelecidas as metas da administração pública federal de forma

regionalizada.

Dada a importância destes instrumentos para o desenvolvimento da economia

nacional, são analisados neste capítulo os três planos mais recentes, dando ênfase às propostas

elaboradas para estimular a dinâmica da região Nordeste. Além dos PPA’s, também são

analisados a Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), atual instrumento de

estímulo à dinâmica das regiões brasileiras, e dois de seus subprogramas, o Plano de

Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (PDNE) e o Plano Estratégico de Desenvolvimento

do Semi-Árido (PDSA).

Mais dois instrumentos de apoio ao desenvolvimento regional são brevemente

analisados, devido à sua importância para a economia da região Nordeste: o Fundo

Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), criado em 1988, e as Transferências

Constitucionais (contribuição dos Fundos de Participação na composição das receitas de

alguns Estados e municípios localizados na região).

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57

4.1 Plano Plurianual (PPA)

O Plano Plurianual (PPA) é o principal instrumento de planejamento de médio prazo

das ações do governo brasileiro, conforme artigo 165 da Constituição Federal. Leis de

iniciativa do Poder Executivo instituem o PPA, no qual são estabelecidos, de forma

regionalizada, os objetivos, as diretrizes e as metas da administração pública federal para as

despesas de capital, outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração

continuada. O PPA é elaborado pelo Governo Federal por intermédio do Ministério do

Planejamento e Orçamento e é aprovado pelo Congresso Nacional. Desde sua exigibilidade,

foram aprovados quatro PPA’s. Aqui serão destacados os três planos mais recentes para os

seguintes períodos: 1996-1999 (Brasil em Ação); 2000-2003 (Avança Brasil); e 2004-2007

(Plano Brasil – Participação e Inclusão).

4.1.1 PPA 1996-1999: Brasil em Ação

O Programa Brasil em Ação, instituído pela Lei nº 9.276, de 09 de Maio de 1996, teve

como premissa básica a necessidade de consolidação da estabilidade de preços conquistada

pelo Plano Real. O principal objetivo do plano era remover os obstáculos à consolidação do

Real, à retomada do crescimento e ao progresso econômico e social da população. O plano

estabelecia três estratégias de ação para o período 1996-99:

i) Construção de um Estado moderno e eficiente: consolidar o processo de saneamento

das finanças públicas; descentralizar as políticas públicas para Estados e Municípios;

aumentar a eficiência do gasto público; reformular os organismos de fomento regional;

aprofundar o programa de desestatização (principalmente nos setores de telecomunicações,

energia elétrica e mineração); e reformular a ação reguladora do Estado. Para alcançar estes

objetivos seria preciso aprovar uma série de reformas de natureza constitucional, legal e

administrativa, que deveriam remover os entraves à competitividade e estimular a redução do

“Custo Brasil”;

ii) Redução dos Desequilíbrios Espaciais e Sociais: estimular as potencialidades

regionais, com o uso racional e sustentado dos recursos; fortalecer a infra-estrutura das

regiões menos desenvolvidas; criar novas oportunidades de emprego; reduzir os custos de

produtos de primeira necessidade; ampliar o acesso da população aos serviços básicos de

saúde; melhoria educacional (principalmente no ensino básico fundamental); melhorar as

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condições de vida, trabalho e produtividade no campo e nas aglomerações urbanas críticas;

erradicar a miséria e a fome; e

iii) Competitividade e Modernização Produtiva: a modernização da estrutura

produtiva do País deveria ser obtida pela consolidação da abertura da economia (políticas de

abertura comercial, desregulamentação e defesa da concorrência), qualificação da mão-de-

obra e flexibilização das relações trabalhistas. Já a inserção competitiva exigia a ampliação e

modernização da infra-estrutura, a redução do "custo Brasil", o fortalecimento do papel do

setor privado nos investimentos e o estímulo a setores com potencial de inserção internacional

e a inovação tecnológica.

A partir destas estratégias e diretrizes foram analisados e estruturados os projetos e

ações que seriam implementados ou apoiados pelo governo no período de vigência do PPA,

de acordo com os seguintes grupos temáticos: infra-estrutura econômica (transportes, energia,

comunicações,); recursos hídricos; agricultura; indústria e comércio exterior; turismo; ciência

e tecnologia; meio ambiente; desenvolvimento social (previdência e assistência social, saúde,

educação, saneamento, habitação, desenvolvimento urbano e trabalho); cultura, desporto,

justiça, segurança e cidadania; Estado e Administração Pública; Defesa Nacional.

De forma geral, o planejamento governamental foi redirecionado, privilegiando as

parcerias entre as ações da União, dos Estados e municípios e do setor privado, o que

concedeu às parcerias público-privadas papel determinante no programa do governo. O PPA

sinalizou que alguns empreendimentos não se viabilizariam se dependessem apenas de

recursos da União ou das empresas estatais federais devido à necessidade de manter o

controle das contas públicas e ao processo de desestatização. A elevação dos níveis de

investimentos no País no período dependeria, principalmente, da maior presença da iniciativa

privada na recuperação da infra-estrutura e ampliação dos serviços públicos básicos.

Dentro do conjunto de projetos e ações previstos no PPA, alguns foram classificados

como prioritários devido aos efeitos dinamizadores sobre outros projetos, públicos e privados.

Parcela predominante desse conjunto estava voltada para a eliminação de gargalos ao

crescimento e à melhoria da eficiência do sistema econômico, incluindo empreendimentos

que reduzissem o "Custo Brasil”. A escolha dos projetos atendeu à lógica dos Eixos Nacionais

de Integração e Desenvolvimento, delineada no Plano, que indicava os principais entraves

regionais, e levou em conta a existência de projetos em andamento, alguns praticamente

paralisados, para garantir a racionalidade na aplicação dos recursos públicos.

Entre os projetos elaborados para estimular a dinâmica da região Nordeste, destacam-

se: Hidrovia do São Francisco; Porto de Suape; Ferrovia Transnordestina; consolidação do

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corredor Nordestino (sistema multimodal de transporte para reduzir o custo do frete e os

dispêndios com manutenção das rodovias); políticas de recursos hídricos para o Semi-Árido

brasileiro (ampliar a produção irrigada e o armazenamento de água); incentivo aos pólos

agroindustriais no Nordeste; recuperação econômica da região cacaueira; recuperação da

indústria sucroalcooleira do Nordeste; desenvolvimento de programas regionais integrados de

turismo (por exemplo, o Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste –

PRODETUR). Inclusive, já estava prevista no Brasil em Ação a construção de uma refinaria

no Nordeste.

4.1.2 PPA 2000-2003: Avança Brasil

O programa Avança Brasil foi instituído pela Lei nº 9.989, de 21 de Julho de 2000.

Suas diretrizes estratégicas destinavam-se a consolidar a estabilidade econômica; promover o

desenvolvimento sustentado, gerando empregos e oportunidades de renda; combater a

marginalização social e a pobreza; consolidar a democracia e defender os direitos humanos;

reduzir as desigualdades inter-regionais e promover os direitos de minorias vítimas de

preconceito e discriminação. A meta era construir um novo modelo de desenvolvimento, para

melhor atender as necessidades básicas do cidadão e distribuir os frutos do crescimento

econômico.

O principal desafio era crescer de forma sustentada, mantendo a estabilidade

econômica. A idéia vigente era que apesar dos sacrifícios exigidos, o controle da inflação era

condição indispensável para permitir um salto do Brasil rumo ao desenvolvimento e para

preservar os ganhos sociais obtidos pelo Plano Real. Como, no longo prazo, a estabilidade só

estará garantida se houver um efetivo ajuste fiscal, o governo comprometeu-se a trabalhar de

forma permanente para adequar as despesas às receitas disponíveis. Os programas voltados

para a melhoria da arrecadação tributária, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a gestão

integrada do PPA e dos Orçamentos, permitiriam um melhor aproveitamento dos recursos

disponíveis.

A preocupação com a redução do “Custo Brasil”, já destacada no programa Brasil em

Ação, continuava em pauta, visto que esta redução aumentaria a competitividade sistêmica da

economia. Para tanto era preciso ampliar a reforma econômica (acelerar o Plano Nacional de

Desestatização – PND) e articular novas fontes de financiamento para os programas do

governo. O estabelecimento de parcerias entre Governo Federal, Estados, municípios,

organismos internacionais, organizações não-governamentais e empresas privadas era

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60

necessário para viabilizar a execução dos programas propostos, dada a insuficiência do

Governo Federal para financiar, isoladamente, todos os investimentos estratégicos para o

desenvolvimento.

Em relação às políticas de desenvolvimento regional, o Avança Brasil, através do

estudo dos Eixos de Integração e Desenvolvimento, elaborou uma carteira de oportunidades

de investimentos para um período de oito anos, com o objetivo de descentralizar o

desenvolvimento do país, organizando espacialmente as ações e os empreendimentos

previstos no plano. Os principais programas elaborados para estimular a dinâmica da região

Nordeste seguiam a mesma lógica do PPA 1996-99, destacando a elaboração de programas

destinados a áreas específicas (Chapada do Araripe e Zona da Mata Canavieira Nordestina,

por exemplo) e o Programa de Desenvolvimento da Região Nordeste.

O Programa de Desenvolvimento da Região Nordeste, previsto para o período 2000-

2003, caracterizou-se pelo fomento às atividades produtivas, através do financiamento de

projetos industriais e agrícolas; apoio ao pequeno produtor rural; e capacitação de recursos

humanos para o planejamento e gestão do desenvolvimento. Entretanto, a extinção da

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), por meio da Medida

Provisória n° 2.145, em 02 de maio de 2001, as alterações promovidas no Fundo de

Investimentos do Nordeste (Finor), a criação da Agência de Desenvolvimento do Nordeste

(ADENE), a posterior recriação da SUDENE, ainda não estruturada, e o contingenciamento

dos recursos financeiros do FNE (média de 45%), principais articuladores do programa,

constituíram a principal causa de sua baixa implementação.

4.1.3 PPA 2004-2007: Plano Brasil – Participação e Inclusão

O Plano Brasil – Participação e Inclusão, instituído pela Lei nº 10.933, de 11 de

Agosto de 2004, considerava que os principais problemas nacionais a serem enfrentados eram

a concentração de renda e riqueza, a exclusão social, a baixa criação de emprego e as barreiras

para a transformação dos ganhos de produtividade em aumento de rendimento dos

trabalhadores. Para superar estes problemas seria preciso crescer de forma sustentável,

gerando riqueza em escala suficiente para elevar o volume de investimentos e a massa salarial

do país. Os principais objetivos e desafios do plano foram relacionados da seguinte forma:

i) Inclusão Social e Redução das Desigualdades Social: combater a fome; ampliar a

transferência de renda para as famílias em situação de pobreza (Fome Zero, Bolsa Família);

promover o acesso universal, com qualidade e equidade à seguridade social (saúde,

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61

previdência e assistência); ampliar o nível e a qualidade da escolarização da população;

promover o aumento da oferta e a redução dos preços de bens e serviços de consumo popular;

melhorar a qualidade de vida da população; promover a redução das desigualdades raciais e

de gênero; promover a inclusão digital, garantindo a formação crítica dos usuários;

ii) Crescimento com geração de trabalho, emprego e renda, ambientalmente

sustentável e redutor das desigualdades sociais: ampliar as fontes de financiamento internas e

democratizar o acesso ao crédito para o investimento, a produção e o consumo; promover a

informação/formação profissional e regular o mercado de trabalho; fortalecer e consolidar a

agricultura familiar e promover o desenvolvimento sustentável do meio rural; coordenar e

promover o investimento produtivo e a elevação da produtividade, com ênfase na redução da

vulnerabilidade externa; impulsionar os investimentos em infra-estrutura de forma coordenada

e sustentável; reduzir as desigualdades regionais e intra-regionais com integração das

múltiplas escalas espaciais (nacional, macro-regional, sub-regional e local); melhorar a gestão

e a qualidade ambiental, promover a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais;

ampliar a participação do país no mercado internacional; incentivar e fortalecer as micro,

pequenas e médias empresas com o desenvolvimento da capacidade empreendedora; e

iii) Promoção e expansão da cidadania e fortalecimento da democracia: garantir os

direitos humanos; respeitar a diversidade das relações humanas; garantir a segurança pública

com a implementação de políticas públicas descentralizadas e integradas; combater a

corrupção; democratizar os meios de comunicação social, valorizando os meios alternativos e

a pluralidade de expressão.

O plano não deixou de considerar a importância da manutenção da estabilidade

macroeconômica em suas três dimensões (externa, fiscal e de preços), para o alcance de um

modelo de desenvolvimento sustentável, bem como a necessidade de adotar políticas internas

e externas que ajudassem a reduzir o “risco-país”.

Em relação à política regional, a idéia era privilegiar o desenvolvimento solidário

entre as diversas regiões do país, potencializando suas vantagens e reduzindo as disparidades

inter e intra-regionais. A integração competitiva do território nacional passaria pela

coordenação e pelo investimento seletivo em infra-estrutura, atacando os gargalos em

transporte, energia, telecomunicações e recursos hídricos, obstáculos à valorização das

complementaridades inter-regionais. Caberia ao Governo Federal, articulado às esferas sub-

nacionais, definir o conjunto de projetos prioritários que assegurassem uma distribuição

equilibrada do crescimento econômico e social nas macrorregiões. A estratégia regional

contemplaria, em especial, as potencialidades econômicas do Nordeste, da Amazônia e do

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Centro-Oeste. Assim, foi elaborada a Política Nacional de Desenvolvimento Regional

(PNDR), especificada a seguir.

4.2 Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR)

O Ministério da Integração Nacional (MI), por intermédio da Secretaria de Políticas

Regionais (SRD), elaborou, no âmbito do PPA 2004-2007, a Política Nacional de

Desenvolvimento Regional (PNDR). Seu principal objetivo é reduzir as desigualdades de

nível de vida entre as regiões brasileiras, através da ativação dos potenciais de

desenvolvimento de cada região, orientando os programas e ações federais no território

nacional. A PNDR foi instituída pelo Decreto nº 6.047, de 22 de Fevereiro de 2007.

Objetivos específicos da PNDR: i) dotar as regiões das condições necessárias de infra-

estrutura, crédito e tecnologia; ii) promover a inserção social produtiva da população, a

capacitação dos recursos humanos e a melhoria da qualidade de vida; iii) fortalecer as

organizações sócio-produtivas regionais, ampliando a participação social; e iv) estimular a

exploração das potencialidades sub-regionais que advêm da diversidade sócio-econômica,

ambiental e cultural do país.

São duas as estratégias adotadas para consecução destes objetivos: a) estimular e

apoiar processos e oportunidades de desenvolvimento regional, em múltiplas escalas

(macrorregionais e sub-regionais); e b) articular ações que, no seu conjunto, promovam uma

melhor distribuição da ação pública e investimentos no território nacional, com foco particular

nos territórios selecionados e de ação prioritária.

Os principais planos e programas elaborados no contexto da PNDR são: Plano

Amazônia Sustentável (PAS); Plano de Desenvolvimento do Centro-Oeste (PDCO); Plano de

Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (PDNE); Plano Estratégico de Desenvolvimento

do Semi-Árido (PDSA); e Plano de Desenvolvimento Integrado e Sustentável da Mesorregião

dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri. O governo também elaborou os seguintes programas:

Promoção da Sustentabilidade de Espaços Sub-Regionais (PROMESO); Promoção e Inserção

Econômica de Sub-regiões (PROMOVER); Desenvolvimento Integrado e Sustentável do

Semi-Árido (CONVIVER); Organização Produtiva de Comunidades Pobres (PRODUZIR);

Arranjos Produtivos Locais (APL); e Desenvolvimento Social da Faixa de Fronteira. Será

realizada breve análise do PDNE e do PSDA, apenas para demonstrar as principais diretrizes

dos atuais programas nacionais, cujo objetivo é impulsionar a dinâmica da região Nordeste.

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� Plano de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (PDNE): oferece um

diagnóstico dos principais problemas que afligem a região; procura entender as tendências

econômicas, sociais, demográficas e espaciais em curso; e apresenta uma proposta de

estratégia de atuação para reorientar a atual trajetória de crescimento. A região foi divida em

oito sub-regiões (área de atuação da ADENE: Meio-Norte, Sertão Norte, Ribeira do São

Francisco, Sertão Sul, Litorânea Norte, Litorânea Leste, Litorânea Sul e Cerrados) para

facilitar a elaboração e aplicação de políticas (definição de agendas sub-regionais de

desenvolvimento).

Macro-objetivos estratégicos: 1) desenvolvimento e integração social (serviços básicos

de saúde, educação, habitação, aumento da renda e do trabalho); 2) aumento das vantagens

competitivas do Nordeste (modernização econômica, aumento da eficiência do sistema

produtivo e elevação da produtividade, incorporando novas tecnologias e melhorando a

qualidade dos recursos humanos e dos processos gerenciais); 3) integração competitiva

(intensificação do comércio inter-regional e internacional, com ampliação das exportações);

4) expansão da base produtiva do Nordeste; 5) redução da defasagem do Nordeste na

economia nacional (aumento de sua participação no PIB nacional); e 6) integração

cooperativa das sub-regiões.

A estratégia de desenvolvimento do Nordeste se estrutura em torno de três eixos

estratégicos, aos quais estão relacionados projetos que devem impulsionar a dinâmica

regional:

- Distribuição dos ativos sociais: difusão do conhecimento (ampliação e melhoria

do ensino médio e interiorização do ensino superior); redistribuição de terra e

água; ampliação do acesso aos serviços sociais básicos; e fortalecimento da

sociedade;

- Construção da competitividade sistêmica: capacitação da mão-de-obra; inovação

e capacitação tecnológica; ampliação e modernização da infra-estrutura e

logística regional (duplicação da BR-101; ampliação da Ferrovia Norte-Sul;

construção da Ferrovia Transnordestina; modernização e ampliação de portos;

rede integrada de gasodutos; Hidrovia do São Francisco; ampliação do sistema

elétrico; revitalização da Bacia do São Francisco; e integração do Rio São

Francisco com as Bacias do Nordeste Setentrional); promoção das exportações;

adensamento das cadeias produtivas (fruticultura irrigada; aqüicultura,

piscicultura e carcinocultura; grãos; ovinocaprinocultura; couro e calçados;

petróleo e gás natural; indústria de fármacos e hemoderivados; indústria minero-

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metalúrgica e metal-mecânica; têxtil e confecções; turismo; logística; serviços

avançados, de maior valor agregado; software; e biomassa); desenvolvimento e

apoio a arranjos produtivos locais; e

- Gestão ambiental: regular e controlar as atividades econômicas de modo a

assegurar a utilização sustentável dos recursos naturais e a recuperação de áreas

degradadas.

A PDNE representa um esforço conjunto do MI e da ADENE, que destacam os

principais desafios do plano: a criação da nova SUDENE, a implantação do projeto São

Francisco e da Ferrovia Transnordestina.

� Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável do Semi-Árido (PDSA):

instrumento de apoio a PNDR, cujo objetivo é o crescimento econômico regional sustentável,

com inclusão social e redução das desigualdades entre o Nordeste Semi-Árido e o restante do

país (desdobramento do PDNE). É um plano estratégico porque as ações que pretende

articular incidem sobre focos espaciais expressivos, os quais poderão desencadear efeitos e

impactos capazes de se difundir por amplos espaços da região, provocando grandes

transformações. Possui três eixos estratégicos (espacial7, social e econômico), que dão base

para a seleção e configuração das áreas de atuação do plano.

Os objetivos específicos do PDSA são: i) reorganizar, fortalecer, criar novas frentes de

expansão econômica e elevar a importância da economia do Semi-Árido, no contexto

regional; ii) promover o manejo controlado dos recursos hídricos; iii) apoiar a realização de

estudos destinados a aprimorar o conhecimento da situação dos processos de desertificação e

de secas observados na região; iv) promover atividades rurais-urbanas, para a geração de

atividades econômicas sustentáveis; v) apoiar a expansão da agricultura familiar, segundo as

orientações estabelecidas pela política de reestruturação fundiária; vi) fortalecer os

mecanismos de participação e organização da comunidade, tendo em vista o fortalecimento da

cidadania; vii) apoiar a criação de institucionalidades e mecanismos de gestão regional, sub-

regional e local; viii) contribuir para a erradicação da pobreza na região das áreas afetadas

pela seca; e ix) estimular atividades produtivas de escala diferenciada.

7 O Semi-Árido foi dividido em nove sub-regiões, considerando as particularidades físicas de seu território, a natureza e o peso das relações sociais entre seus atores , bem como as articulações dessa região com as demais regiões do país: Sertão do Piauí; Sertão do Araripe; Sertão do Apodi; Sertão da Borborema; Ribeira do Médio São Francisco; Ribeira do Sub-médio São Francisco; Ribeira do Baixo São Francisco; Sertão de Canudos; e Sertão de Contas.

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65

Os principais projetos, considerados essenciais para o aumento da articulação interna e

externa da região, bem como de sua competitividade, são: revitalização da Bacia do São

Francisco; integração das Bacias Hidrográficas; Hidrovia do São Francisco; Ferrovia

Transnordestina; agricultura irrigada (agronegócio e revitalização de perímetros públicos);

energia alternativa (biodisel, gás natural e outras fontes não-fósseis de energia); mineração; e

refinaria da Petrobrás.

As fontes previstas para o financiamento da PNDR e de seus planos estratégicos

elaborados para a região Nordeste são: i) recursos orçamentários; ii) Fundos Constitucionais

de Financiamento (FNE); iii) Fundos de Desenvolvimento Regional (Fundo de

Desenvolvimento do Nordeste e outros que venham a ser criados); iv) outros fundos

especialmente constituídos pelo Governo Federal com a finalidade de reduzir as

desigualdades regionais; v) recursos de agentes financeiros oficiais; e vi) incentivos e

benefícios fiscais.

4.3 Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE)

Os Fundos Constitucionais de Financiamento foram instituídos pelo artigo 159, inciso

I, alínea “c” da Constituição Federal de 1988, regulamentado pela Lei nº 7.827, de 27 de

Setembro de 1989 (alterada pela Lei nº 10.177, de 12 de Janeiro de 2001). Este artigo

estabelece que:

Art. 159. A União entregará:

I – do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer

natureza e sobre produtos industrializados, quarenta e sete por cento na seguinte

forma:

a) (...)

c) três por cento, para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo

das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, através de suas instituições financeiras

de caráter regional, de acordo com os planos regionais de desenvolvimento, ficando

assegurada ao semi-árido do Nordeste a metade dos recursos destinados à região. Na

forma que a lei estabelecer.

O Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) beneficia

empreendimentos sediados na região Nordeste e nos municípios de Minas Gerais e Espírito

Santo incluídos na área de atuação da extinta SUDENE. Seu objetivo é promover o

desenvolvimento econômico e social da região (aumentar a produtividade dos

empreendimentos, gerar novos postos de trabalho, elevar a arrecadação tributária e melhorar a

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distribuição de renda), por intermédio de programas de financiamento a taxas de juros que

variam em função do porte dos tomadores de empréstimos (pessoas físicas e/ou jurídicas,

firmas individuais ou associações e cooperativas de produção): i) de 6% a 10,75% a.a. para

operações rurais; e ii) de 8,75% a 14% a.a., para as operações relativas aos setores industrial,

agroindustrial, turístico, de infra-estrutura, comercial e de serviços. Todas as operações

poderão ser beneficiadas por um bônus de adimplência de 25% para os empreendimentos

localizados no semi-árido nordestino e 15% para aqueles localizados nas demais regiões. O

agente financeiro do FNE é o Banco do Nordeste do Brasil S/A (BNB).

Projetos de mini e pequenos produtores rurais e de micro e pequenas empresas têm

tratamento preferencial no âmbito do FNE, bem como atividades que utilizem matéria-prima e

mão-de-obra locais de forma intensiva e que produzam alimentos básicos para a população.

Não é objetivo deste trabalho avaliar a eficácia deste instrumento de política de

desenvolvimento regional, esforço que vem sendo perseguido por alguns estudiosos, como,

por exemplo, Silva et al (2007). Estes autores evidenciam um impacto positivo do FNE sobre

a taxa de variação de crescimento do emprego na região (objetivo explícito do fundo),

entretanto, não encontram evidências, estatisticamente significativas, favoráveis para um

impacto positivo do FNE sobre a taxa de variação do salário médio pago pelas firmas

beneficiadas (proxy para mensurar os impactos do fundo sobre a produtividade). No presente

trabalho destaca-se apenas a evolução dos repasses e das contratações do FNE no período

1995-2006.

Os repasses da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) ao FNE mantiveram-se

praticamente estáveis entre 1995 e 1999. A partir de 2000 houve um aumento gradativo destes

repasses que chegaram a pouco mais de R$ 2,8 bilhões em 2006. Estas informações estão

sintetizadas no gráfico 4.1 e seus valores podem ser consultados na tabela 01 do anexo A.

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

R$

mil

de 2

006

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional.

Gráfico 4.1 - Repasses da Secretaria do Tesouro Nac ional ao Fundo Constitucional de Financiamen to do Nordeste 1995-2006

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67

Em relação ao valor das operações contratadas, entre 1995 e 1999, mais de 70% do

valor contatado por ano destinava-se a empreendimentos de mini, micro e/ou pequeno porte,

destaque para 1996, ano no qual 99% do valor contratado foi absorvido por esta faixa. Este

fato traduz uma das prioridades da aplicação do fundo, que privilegia os pequenos produtores.

Entretanto, a partir de 2000 observa-se uma redução da participação destes produtores no

valor contratado anual (menor participação relativa em 2004, 24%) em prol dos grandes

produtores. A participação dos empreendimentos de grande porte no valor contratado anual

cresceu significativamente no período e alcançou marca superior a 50% nos anos mais

recentes (66,8% em 2004). Em 2006 a situação era mais equilibrada: os empreendimentos de

mini, micro e pequeno porte representavam 40,8% do valor contratado; grande porte 44,4%; e

médio porte 14,8% (conseguiu aumentar sua participação no valor contratado anual ao longo

do período). O gráfico 4.2 demonstra estas alterações e seus valores podem ser consultados na

tabela 02 do anexo A. Vale destacar que as operações contratadas por produtores de mini,

micro e pequeno porte representaram, durante todo o período, a principal parcela dos

empréstimos firmados, com participação superior a 95% em todos os anos da série. Este fato

demonstra que, apesar do número de operações com pequenos produtores manter-se estável, o

volume financeiro destas operações diminuiu, favorecendo as operações com produtores de

grande porte (ver tabela 02 do anexo A).

0102030405060708090

100

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

Ano

Par

t. re

lativ

a

Mini/Micro/Peq

Médio

Grande

Fonte: relatórios de atividades do Banco do Nordeste do Brasil.

Gráfico 4.2 - Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - Valor Contratado por Porte de Tomad ores (%) - 1995-2006

A Bahia é o Estado com maior participação no valor contratado anual pelo FNE, com

praticamente o dobro da participação relativa do segundo colocado em 2006, Ceará (32,5%

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68

contra 12,8%). Acrescentando Pernambuco, estes três Estados representavam 56,9% do valor

contratado na região neste mesmo ano, situação predominante em praticamente todo o

período. O Maranhão conseguiu aumentar sua participação de 6,4% em 1995 para 10,1% em

2006. Em uma situação intermediária ficam os Estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e

Piauí (participações entre 7% e 5,5%), seguidos de Alagoas e Sergipe (entre 5,5% e 4%). Em

último lugar estão os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo, que tinham maiores

participações nos primeiros anos de inclusão na área de atuação do FNE. Estas participações

podem ser visualizadas no gráfico 4.3 e na tabela 03 do anexo A. O número de operações

contratadas segue, em geral, o mesmo comportamento, todavia, no final do período o

Maranhão conseguiu aumentar sua participação, ficando a frente de Pernambuco e Minas

Gerais ocupa a sexta posição (dados expostos na tabela 03 do anexo A).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1995 1998 2000 2002 2004 2006Ano

Par

t. R

elat

iva

AL

BA

CE

ES (1)

MA

MG (1)

PB

PE

PI

RN

SE

Fonte: relatórios de atividades do Banco do Nordeste do Brasil.

Gráfico 4.3 - Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - Valor Contratado por Estado (%) - 1 995/2006

4.4 Transferências Constitucionais

A ausência de instrumentos nacionais de políticas de desenvolvimento regional

concedeu às Transferências da União para os Estados e municípios importante papel para a

manutenção e/ou estímulo da dinâmica econômica local, visto que, em muitos casos, estas

representam a principal fonte de recursos da unidade sub-nacional. Dentre as principais

Transferências da União destacam-se as Transferências Constitucionais, em especial o Fundo

de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE) e o Fundo de Participação dos

Municípios (FPM). Estes fundos constituem importante instrumento de redistribuição da

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renda nacional, pois promovem a transferência de parcela dos recursos arrecadados em áreas

mais desenvolvidas para regiões menos desenvolvidas do país: 85% dos recursos são

destinados aos Estados das regiões Norte (25,37%), Nordeste (52,46%) e Centro-Oeste

(7,17%) e 15% aos Estados das regiões Sul (6,52%) e Sudeste (8,48%). A Secretaria do

Tesouro Nacional (www.tesouro.fazenda.gov.br) destaca que:

[...] o rateio da receita proveniente da arrecadação de impostos entre os entes

federados, previsto na Constituição, representa um mecanismo fundamental para

amenizar as desigualdades regionais, na busca incessante de promover o equilíbrio

sócio-econômico entre Estados e municípios.

Os dados da tabela 4.1 demonstram que a região Nordeste é a maior receptora de

Transferências da União: sua participação relativa esteve em torno de 40% durante todo o

período analisado (1995-2006). As demais regiões, exceto a região Sul, tiveram um pequeno

aumento em suas participações relativas, mas este não foi suficiente para alterar a posição das

mesmas. De forma geral, tanto em 1995 quanto em 2006, as regiões menos desenvolvidas do

país, Norte e Nordeste, foram as que mais receberam Transferências da União. A participação

dos Estados nordestinos é bastante homogênea, única exceção feita ao Estado da Bahia

(8,7%). A justificativa para esta distribuição reside no nível de desenvolvimento das regiões

brasileiras, ou seja, no fato de as Transferências levarem em conta não apenas a arrecadação

de cada Estado/região, mas também os desníveis de renda entre os mesmos. Como as regiões

Nordeste e Norte têm parcela significativa de seus habitantes vivendo abaixo da linha de

pobreza (tabela 2.8), elas se tornam as principais receptoras das Transferências da União.

Tabela 4.1 - Distribuição percentual (%) das Transf erências da União às Grandes Regiões e aos Estados – 1995-2006

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

NORTE 15,8 15,8 15,4 15,5 14,6 15,2 15,5 15,7 15,6 15,8 15,9 16,2

NORDESTE 41,0 41,1 39,0 39,5 38,1 38,8 39,6 39,9 40,1 40,0 40,0 40,3

Bahia 8,8 8,9 9,0 9,0 8,9 8,8 9,0 8,9 8,8 8,6 8,6 8,7

Ceará 5,8 5,8 5,4 5,6 5,4 5,4 5,5 5,6 5,7 5,6 5,7 5,7

Maranhão 5,3 5,3 5,0 5,4 5,3 5,4 5,4 5,4 5,4 5,6 5,5 5,4

Pernambuco 5,6 5,6 5,2 5,2 4,9 5,1 5,2 5,3 5,3 5,3 5,3 5,3

Paraíba 3,7 3,7 3,5 3,4 3,2 3,3 3,4 3,5 3,5 3,5 3,5 3,6

Piauí 3,1 3,1 2,9 2,9 2,8 2,9 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0 3,1

Alagoas 3,0 3,0 2,8 2,8 2,6 2,8 2,8 2,9 2,9 3,0 3,0 3,0

Rio Grande do Norte 3,1 3,0 2,8 2,8 2,6 2,8 2,9 2,9 2,9 3,0 3,0 3,0

Sergipe 2,5 2,5 2,4 2,3 2,2 2,3 2,4 2,4 2,5 2,4 2,4 2,5

SUDESTE 22,2 22,2 24,0 22,2 26,2 24,8 24,0 23,5 23,5 23,3 23,2 22,7

SUL 14,1 14,0 14,4 16,0 14,7 14,5 14,1 13,9 13,9 13,8 13,7 13,6

CENTRO-OESTE 6,9 6,9 7,2 6,9 6,4 6,7 6,8 6,9 6,9 7,1 7,2 7,2

BRASIL 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Fonte: Ministério da Fazenda – STN

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Os valores atualizados das Transferências da União aos Estados/Regiões podem ser

visualizados na tabela 4.2 a seguir:

Tabela 4.2 - Brasil - Receita das macrorregiões e e stados selecionados (Fluxos) - Transferências da Un ião - 1995-2006 (R$ milhões de 2006)

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 NORTE 5.696 5.897 6.629 7.634 7.739 8.397 9.057 9.879 9.259 9.780 11.378 12.478

NORDESTE 14.792 15.336 16.732 19.449 20.107 21.442 23.169 25.141 23.786 24.814 28.566 31.100

Alagoas 1.081 1.122 1.187 1.361 1.386 1.538 1.664 1.823 1.730 1.856 2.132 2.325

Bahia 3.186 3.331 3.867 4.455 4.698 4.875 5.248 5.615 5.234 5.358 6.113 6.693

Ceará 2.103 2.175 2.327 2.770 2.862 2.975 3.222 3.498 3.352 3.484 4.042 4.416

Maranhão 1.908 1.975 2.141 2.677 2.815 2.963 3.162 3.369 3.190 3.441 3.896 4.163

Paraíba 1.340 1.385 1.482 1.667 1.711 1.849 2.009 2.207 2.099 2.182 2.534 2.782

Pernambuco 2.028 2.100 2.244 2.586 2.613 2.828 3.062 3.353 3.161 3.264 3.787 4.097

Piauí 1.131 1.169 1.254 1.446 1.489 1.608 1.735 1.906 1.799 1.880 2.169 2.384

Rio Grande do Norte 1.101 1.137 1.216 1.365 1.391 1.530 1.674 1.838 1.746 1.840 2.145 2.336

Sergipe 913 942 1.014 1.123 1.143 1.276 1.394 1.531 1.476 1.508 1.748 1.905

SUDESTE 8.007 8.298 10.297 10.921 13.833 13.726 14.069 14.814 13.937 14.430 16.537 17.520

SUL 5.065 5.232 6.168 7.900 7.774 7.996 8.279 8.764 8.246 8.559 9.814 10.466

CENTRO-OESTE 2.474 2.589 3.084 3.391 3.373 3.724 3.989 4.344 4.070 4.389 5.113 5.539

BRASIL 36.033 37.352 42.909 49.295 52.827 55.285 58.563 62.942 59.299 61.972 71.409 77.103

Fonte: Ministério da Fazenda – STN

4.5 Considerações Finais

Os PPA’s, instrumentos de planejamento de médio prazo, preconizavam/sugeriam a

adoção de medidas que melhorassem a situação econômica e social dos cidadãos brasileiros,

inclusive nas áreas menos desenvolvidas do país. Todos os planos, sem exceção,

evidenciavam a necessidade de providenciar melhores condições de saúde, educação,

habitação e qualificação profissional da população, como forma de aumentar as vantagens

competitivas do país, bem como melhorias na infra-estrutura logística nacional.

As estratégias dos planos tinham por objetivo consolidar a estabilidade alcançada pelo

Plano Real (contando, inclusive, com grande esforço para realizar o ajuste fiscal necessário à

mesma), estimular a competitividade, modernizar a estrutura produtiva nacional e reduzir os

desequilíbrios espaciais e sociais existentes no país.

Para a região Nordeste, foram sugeridos e elaborados, no âmbito dos PPA’s, diversos

projetos (por exemplo, a construção da Ferrovia Transnordestina e a Hidrovia do São

Francisco), com o propósito de aumentar os fatores de atratividade da região. Dentre estes

programas pode-se destacar que algumas medidas foram implementadas, como, por exemplo,

a expansão de complexos portuários (Suape e Pecém), a modernização de aeroportos em

várias capitais nordestinas e o desenvolvimento da fruticultura nas regiões do São Francisco e

no Vale do Açu. Entretanto, devido ao contingenciamento de recursos financeiros de origem

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orçamentária e à prioridade concedida à manutenção da estabilidade da economia nacional, a

implementação de muitos projetos e, conseqüentemente, a consecução dos objetivos das

políticas de desenvolvimento regional foram comprometidas.

Ou seja, os PPA’s eram planos bastante abrangentes e englobavam questões

fundamentais para o desenvolvimento do país, seguindo, inclusive, a linha de ação adotada

pelos países desenvolvidos em relação ao planejamento regional. Porém, na prática, como o

principal objetivo da política econômica brasileira no decorrer da década de 90 foi a

manutenção da estabilidade, os projetos que mais estimulariam as regiões menos

desenvolvidas do país não foram implementados ou ainda estão inacabados, mesmo estando

previstos desde o primeiro PPA (por exemplo, a Ferrovia Transnordestina).

Devido ao esvaziamento do governo central em relação ao planejamento regional, os

Estados passaram a buscar medidas alternativas para impulsionar a dinâmica econômica local.

Como estes também não dispunham de grande volume de recursos financeiros, eles

recorreram, principalmente, à oferta de incentivos fiscais à iniciativa privada. Este

procedimento se intensificou bastante, tanto que no final da década de 90, todos os Estados da

região Nordeste (e em outras regiões do país) possuíam seus próprios programas de incentivo

à dinâmica local, baseados na isenção, diferimento, etc., do ICMS.

Em relação à redução dos desequilíbrios sociais, apesar das melhorias nos indicadores

econômicos e sociais brasileiros, alguns analisados no capítulo 2 deste trabalho, grande parte

da população brasileira (30,7%) e nordestina (53,7%) ainda possuía, em 2005, renda per

capita inferior à linha de pobreza (menos de meio salário mínimo por mês). Os principais

programas sociais elaborados no período 1995-2006 consistiam na transferência de renda para

as camadas mais pobres da população (Bolsa Escola, Bolsa Família, etc.), o que lhes permitiu,

em alguma medida, melhorar suas condições de vida. Porém, vale salientar que estes

programas poderiam ter melhores resultados, caso tivessem sido implementados em conjunto

com medidas que objetivassem estimular a qualidade do ensino público, indispensável ao

aumento da competitividade.

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5. INSTRUMENTOS ESTADUAIS DE POLÍTICAS DE DESENVOLV IMENTO

LOCAL

A insuficiência de instrumentos de planejamento regional a nível federal estimulou a

elaboração de programas de desenvolvimento por parte dos governos estaduais, como forma

de impulsionar a dinâmica econômica local. Estes programas, baseados principalmente na

concessão de incentivos fiscais, têm como objetivo interferir na alocação do investimento

privado, atraindo para o Estado empreendimentos que não o fariam caso o incentivo não

existisse (esta é a premissa dos programas). Neste capítulo são especificados os principais

programas estaduais dos nove Estados que compõem a região Nordeste, destacando seus

aspectos mais importantes, de acordo com as respectivas legislações estaduais.

5.1 MARANHÃO

O Estado do Maranhão, desde meados da década de 90, tem elaborado e aprovado leis

destinadas a impulsionar o desenvolvimento local, através de incentivos relativos ao ICMS.

Nos anos mais recentes destacam-se os instrumentos mais específicos, como, por exemplo, as

Leis n°s 7.323, de 26 de Outubro de 1998, 7.977, de 30 de Setembro de 2003, e 8.212, de 28

de Março de 2005. As primeiras referem-se, respectivamente, à concessão de diferimento do

ICMS para usina produtora de pellets de minério de ferro e seus concentrados e para usinas

siderúrgicas integradas; e a última concede crédito presumido relativo ao ICMS, nas saídas de

mercadorias produzidas pelas indústrias de esmagamento e processamento de grãos. Estes

benefícios destinam-se às empresas que vierem a se instalar no Estado.

O principal instrumento de incentivo a dinâmica econômica local data de meados dos

anos 90. Criado pela Lei n° 6.429, de 20 de Setembro de 1995 e regulamentado pelo Decreto

n° 16.731, de 24 de Fevereiro de 1999, o Sistema de Apoio à Indústria e ao Comércio Exterior

do Estado do Maranhão (SINCOEX) busca promover o desenvolvimento das atividades

industriais e agroindustriais em todo o território maranhense e o incremento das atividades de

comércio exterior. A seguir são detalhadas suas principais características.

5.1.1 SINCOEX – Sistema de Apoio à Indústria e ao Comércio Exterior do Estado

do Maranhão

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O SINCOEX tem como objetivo desenvolver as atividades industriais e agroindustriais

e promover as atividades de comércio exterior, assegurando o incentivo fiscal, por meio de

financiamento, às empresas industriais e agroindustriais, quando da sua implantação,

ampliação (o projeto deverá resultar no aumento mínimo de 20% da capacidade instalada da

empresa pleiteante), reativação ou relocalização, bem como às empresas especializadas em

comércio exterior, sediadas no Estado do Maranhão, observados os critérios fixados em

regulamento.

As estratégias estabelecidas no plano são: i) integração e complementação da matriz

industrial do Estado; ii) transformação, no próprio Estado, dos seus recursos naturais e

insumos agropecuários; iii) interiorização do processo industrial, visando a redução das

disparidades intra-regionais; iv) avanço tecnológico do setor industrial maranhense; v)

fortalecimento do sistema portuário de São Luís, com vistas a credenciá-lo como pólo

regional importador-exportador; e vi) geração de emprego.

O SINCOEX é administrado por seu Conselho Deliberativo (CONDEX), ao qual

compete decidir sobre suas normas operacionais, aprovar suas diretrizes, planos e orçamentos

de aplicação dos recursos. Seu agente financeiro é o Bradesco S/A ou outra instituição

financeira indicada pelo chefe do Poder Executivo.

As beneficiárias do plano são as empresas industriais e agroindustriais (EIA’s), cujos

projetos de implantação, ampliação ou relocalização estejam em operação desde 01/05/95, e

as empresas especializadas em comércio exterior (ECEX’s), assim entendidas as

importadoras, sediadas no Estado, que operem na comercialização de produtos importados do

exterior e tenham registro no Setor de Comércio Exterior (SECEX) do Banco do Brasil. Vale

salientar que no caso de ampliação, para poder gozar do incentivo.

Benefícios previstos:

� EIA’s: financiamento de até 75% (setenta e cinco por cento) do total do ICMS a

recolher. O prazo máximo de fruição do financiamento é 12 (doze) anos e 06 (seis) meses,

com carência de 03 (três) anos (ver quadro 4.1);

Quadro 5.1 – Maranhão – Incentivo para empresa indu strial e agroindustrial – prazo, limite e emprego g erado

Prazo Limite Emprego Gerado

Até 12 anos e 06 meses 75% do ICMS Mínimo de 100 empregos diretos.

Até 10 anos 60% do ICMS De 50 a 99 empregos diretos.

Até 08 anos 50% do ICMS De 05 a 49 empregos diretos.

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� ECEX’s: dedução de até 9% (nove por cento) do valor das saídas das mercadorias

tributadas do estabelecimento importador, com prazo de fruição a ser determinado pelo

conselho do SINCOEX. A carência é de 06 (seis) meses, contados a partir da data da

liberação dos recursos pelo agente financeiro.

Os encargos financeiros limitam-se ao pagamento da taxa de administração de 2% a.a.

(dois por cento ao ano) mais atualização monetária (Índice Geral de Preços de Mercado –

IGPM).

O saldo devedor do financiamento contratado pelo SINCOEX será reduzido à título de

incentivo nos seguintes termos: i) em 95% (noventa e cinco por cento) no caso de EIA cujo

empreendimento se localize em distrito industrial ou em outras áreas industriais do Estado; ii)

em 85% (oitenta e cinco por cento) quando se localizar em qualquer um dos municípios da

ilha de São Luís; e iii) em 85% (oitenta e cinco por cento) no caso de ECEX.

O saldo remanescente será pago pela ECEX, a partir do trigésimo dia após o prazo de

carência, em 60 (sessenta) parcelas mensais, iguais e sucessivas; e pela EIA relativamente a

cada parcela liberada do financiamento, 30 (trinta) dias após o respectivo prazo de carência.

5.2 PIAUÍ

No Estado do Piauí, o principal instrumento de incentivo ao desenvolvimento local é a

Lei n° 4.859, de 27 de Agosto de 1996, regulamentada pelo Decreto n° 9.591, de 21 de

Outubro de 1996, e alterações. Esta lei dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais de

dispensa do pagamento do ICMS para empreendimentos industriais e agroindustriais,

estabelecidos no Estado, bem como revoga as Leis n°s 4.291, de 10 de Julho de 1989 e 4.503,

de 10 de Setembro de 1992, que tratavam sobre esta matéria. A partir da mesma foi criado o

Conselho de Desenvolvimento Econômico do Piauí (CODEN)8, cuja função é definir a

política estadual de desenvolvimento industrial e/ou agroindustrial e de concessão de

incentivos fiscais.

Além deste instrumento, o Estado possui legislação específica para determinados

setores, como, por exemplo, a Lei n° 4.995, de 30 de Dezembro de 1997, que altera os

dispositivos da Lei n° 4.542, de 28 de Dezembro de 1992 e institui incentivos à irrigação, na

8 Composição do CODEN: secretários da Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia, da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura, Abastecimento e Irrigação; pelos Presidentes da Federação das Indústrias do Estado do Piauí, da Federação da Agricultura do Estado do Piauí e da Associação Industrial do Piauí; por um representante de instituição de financiamento e fomento de âmbito federal que atue na Região Nordeste e por um representante do Poder Executivo do Município de Teresina, sendo os dois últimos indicados pelos respectivos órgãos.

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forma de subsídios no consumo de energia elétrica. Esta é uma forma adicional de

impulsionar a atividade local.

5.2.1 Lei 4.859, de 27 de Agosto de 1996, aplicada por intermédio do Conselho de

Desenvolvimento Econômico do Piauí (CODEN)

O objetivo da política de atração de investimentos estadual é conceder incentivos

fiscais de dispensa do pagamento do ICMS para empreendimentos industriais e

agroindustriais, considerados prioritários para o Estado, que visem a implantação,

relocalização, revitalização e ampliação de unidades fabris.

Por empreendimento industrial ou agroindustrial prioritário compreende-se aquele que

adquira, sempre que possível, matérias-primas e insumos produzidos e/ou extraídos no

Estado; absorva mão-de-obra local; disponha de mercado consumidor garantido, interna e/ou

externamente; possa influir na criação de pequenas e microempresas; e explore,

preferencialmente, os potenciais agrícolas e minerais.

A titulo de esclarecimento destaca-se: i) implantação: instalação de estabelecimento

industrial ou agroindustrial que venha a entrar em operação a partir da data da publicação do

regulamento desta Lei; ii) relocalização: deslocamento de estabelecimento de sua área original

para outro município, segundo política estabelecida pelo governo; iii) revitalização: reativação

das atividades do estabelecimento, desativado há mais de 12 (doze) meses, contados do último

faturamento; e iv) ampliação: aumento da capacidade instalada do estabelecimento, do qual

resulte incremento real de receita e/ou absorção de mão-de-obra, de pelo menos 1/3 (um

terço) da já existente, exceto se decorrente de fusão ou incorporação de empresas.

Benefícios previstos nos projetos de:

� Implantação: prazo máximo de 15 (quinze) anos, nas seguintes condições:

a) Produto sem similar no Estado: dispensa de 100% (cem por cento) do ICMS

apurado, durante os 07 (sete) primeiros anos, e de 70% (setenta por cento) por mais 03 (três)

anos, se instalado na capital; e dispensa de 100% (cem por cento) durante os 09 (nove)

primeiros anos, e de 70% (setenta por cento) por mais 03 (três) anos, se instalado no interior;

b) Produto com similar no Estado: dispensa de 60 % (sessenta por cento) do ICMS

apurado, durante 10 (dez) anos, se instalado na capital, e 12 (doze) anos, se instalado no

interior; e

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c) Empreendimentos que fabriquem produto com ou sem similar: dispensa de 100%

(cem por cento) do ICMS apurado durante 15 (quinze) anos, uma vez comprovada a

contratação e manutenção de 500 (quinhentos) ou mais empregados.

� Revitalização e relocalização: o incentivo fiscal terá prazo máximo de 06 (seis)

anos, e será correspondente à dispensa de 60% (sessenta por cento) do ICMS apurado, durante

05 (cinco) anos, se instalado na capital e 06 (seis) anos, se instalado no interior; e

� Ampliação: o incentivo fiscal terá prazo máximo de 06 (seis) anos, e será

correspondente à dispensa de 60% (sessenta por cento) do ICMS apurado, incidente apenas

sobre a parcela do faturamento excedente, durante 05 (cinco) anos, se instalado na capital, e

06 (seis) anos, se instalado no interior, podendo ser prorrogado uma única vez, por igual

período.

Nos setores ligados à produção de Soja e seus derivados, o prazo do benefício pode ser

prorrogado, nas mesmas condições, até 2017.

Destaca-se que o prazo fruição do benefício é contado a partir da data fixada no

decreto concessivo.

5.3 CEARÁ

O Ceará foi um dos primeiros Estados a elaborar um programa de incentivo ao

desenvolvimento local, baseado em incentivos fiscais. Seu principal instrumento, o Fundo de

Desenvolvimento Industrial do Ceará (FDI), foi instituído em 1979 e é regularmente

reestruturado com o intuito de promover o desenvolvimento das atividades industriais em

todo o Estado. Além do FDI, existem outros programas, mais específicos, como o Programa

de Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário de Pecém e da Economia do Ceará

(PRODECIPEC) e o Programa de Incentivo à Industrialização de Produtos para Exportação

no Estado do Ceará (PROINEX).

O Decreto nº 27.039, de 09 de Maio de 2003, dispõe sobre a política de

desenvolvimento econômico do Estado, cujos objetivos são reduzir os índices de pobreza no

Estado; expandir as oportunidades de emprego e renda; combater as desigualdades inter-

regionais e interpessoais; promover o aproveitamento sustentável dos recursos minerais; e

avançar na melhoria da qualidade de vida.

A política de desenvolvimento econômico estadual é coordenada pela Secretaria de

Desenvolvimento Econômico (SDE) e suas diretrizes gerais consistem em promover, de

forma articulada, o desenvolvimento de diversos setores, focado nas cadeias produtivas, com

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ênfase nas atividades inovadoras e estratégicas; investir na criação, ampliação e consolidação

de infra-estrutura; promover a competitividade agropecuária cearense; fomentar o

empreendedorismo e às micro e pequenas empresas; promover as exportações dos produtos

cearenses; manter o equilíbrio financeiro do Estado; procurar desenvolver ambiente e

mecanismos que possibilitem a atração e fixação de investimentos; estimular e valorizar a

utilização sustentável dos recursos naturais existentes; estimular o turismo e a cultura;

priorizar os investimentos comprometidos com ações de responsabilidade social e com o meio

ambiente; concentrar esforços na capacitação da mão-de-obra necessária aos setores

econômicos locais; monitorar e avaliar permanentemente o desempenho dos

empreendimentos contemplados.

Para a consecução destas metas é indispensável a realização de parcerias com os

agentes do sistema econômico, como, por exemplo, bancos; instituições governamentais e

não-governamentais; universidades e organismos multisetoriais e internacionais.

5.3.1 FDI – Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará

O Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará – FDI (Programa de Incentivo ao

Desenvolvimento Industrial - PROVIN) foi criado pela Lei nº 10.367, de 07 de Dezembro de

1979 (alterada pela Lei nº 13.377, de 29 de Setembro de 2003) e regulamentado pelo Decreto

nº 27.040, de 09 de maio de 2003. O FDI institui financiamento para apoiar a política seletiva

de atração de investimentos, cujo objetivo é atrair empreendimentos considerados essenciais

para a formação e o adensamento de cadeias produtivas estratégicas para o desenvolvimento

do Estado. As condições do FDI diferem segundo o segmento, a finalidade9 e a localização da

empresa industrial.

Os segmentos industriais prioritariamente atendidos pelo FDI são: indústrias

estruturantes (indústrias de base, de bens de capital e automotivas); bens de consumo final e

seus componentes (especialmente aquelas que fornecem às cadeias produtivas locais);

indústrias de alta tecnologia ou empresas de base tecnológica; indústrias de reciclagem; e

agroindústrias.

9 Finalidade dos projetos: implantação com investimento inicial de, no mínimo, R$ 50.000,00 (cinqüenta mil Reais), geração de 50 (cinqüenta) ou mais empregos diretos e integrar as cadeias produtivas prioritárias do Estado; ampliação deve aumentar em pelo menos 50% (cinqüenta por cento) a produção média dos últimos 2 (dois) anos e investimentos de R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil Reais) ou mais; diversificação deve incorporar à empresa um novo grupo de produtos e investimentos de R$ 350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil Reais) ou mais.

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Através do FDI são assegurados incentivos de implantação, relocalização, ampliação e

modernização ou recuperação e diversificação, sob a forma de incentivos fiscais e financeiros;

subscrição de ações; participações societárias; empréstimos, inclusive com subsídios sobre o

principal e encargos financeiros; prestações de garantias; aquisição de debêntures; e subsídios

de tarifas de água e esgoto.

O FDI é operado pelo Banco do Estado do Ceará S.A. (BEC), segundo critérios

propostos pela SDE e aprovados pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Industrial

(CEDIN).

O percentual de financiamento, tendo por base o ICMS próprio gerado pela empresa

beneficiária, na forma prevista na legislação de regência do fundo, não poderá ultrapassar

75% (setenta e cinco por cento), com retorno do principal e encargos de até 25% (vinte e

cinco por cento), estabelecidos os seguintes critérios10:

1) Benefício mínimo: 25% (vinte e cinco por cento).

2) O beneficio adicional é definido em função da pontuação que a empresa adquirir,

onde cada ponto corresponderá a 1% ponto percentual de benefício.

A pontuação será definida por:

Quadro 5.2 –Ceará – Metodologia para cálculo do ben efício

I – Volume do Investimento

Discriminação: Pontos

Acima de R$ 20 Milhões 13

De R$ 10 Milhões até R$ 20 Milhões 11

De R$ 6 Milhões até R$ 10 Milhões 07

De R$ 2 Milhões até R$ R$ 6 Milhões 04

De R$ 120 Mil até R$ 2 Milhões 02

Nenhuma das opções acima 00

II – Setores e Cadeias Produtivas

Discriminação: Pontos

Estruturante 08

Base Tecnológica e Reciclagem de Resíduos 06

Bens de Consumo Final 05

Bens Intermediários, insumos e Componentes 04

Agroindústria e Indústria de Minerais Não-Metálicos 03

Nenhuma das opções acima 00

III – Geração de Emprego

Discriminação: Pontos

Acima de 350 empregos diretos 12

(continua)

10 O setor de turismo tem um sistema de pontuação específico. Maiores detalhes no Decreto nº 27.040, de 09 de Maio de 2003.

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Quadro 5.2 – Ceará – Metodologia para cálculo do be nefício

De 250 a 350 empregos diretos 10

De 150 a 250 empregos diretos 09

De 100 a 150 empregos diretos 08

De 50 a 100 empregos diretos 06

Nenhuma das opções acima 00

IV – Impacto sobre a Demanda por Matérias-primas, I nsumos (inclusive energia elétrica) e Serviços Loca is

Discriminação: Pontos

Acima de 40% do custo total 07

De 30% a 40% do custo total 06

De 20% a 30% do custo total 05

De 10% a 20% do custo total 04

De 5% a 10% do custo total 03

Nenhuma das opções acima 00

V – Localização Geográfica

Discriminação: Pontos

Complexo Industrial do Porto de Pecém 06

Cidades Médias (Sobral, Limoeiro, Morada Nova, Russas, Juazeiro

do Norte, Crato, Barbalha e Iguatu) 05

Interior 04

Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) para Empresas Cearenses

de Base Tecnológica (EBTs) 03

RMF, exceto capital 02

Capital 00

VI – Responsabilidade Social, Cultural e Ambiental

Discriminação: Pontos

Responsabilidade Social 04

1) P&D (*) 01

2) Educação, Saúde e Segurança Alimentar 01

3) Cultura (**) 01

4) Inclusão Digital (***) 01

5) Gestão Ambiental 01

6) Adesão aos Programas Sociais do Governo 01

(*) Para cada 1% do ICMS a recolher investido em P&D será concedido um ponto percentual no ranking da

pontuação, limitado, no máximo a dois pontos.

(**) Investimentos em aparelhos culturais, em patrimônio material e imaterial, tecnologia aplicada à cultura,

investimentos fonográficos, audiovisuais, musicais, acervos e outros.

(***) Adoção de uma ilha digital, incluindo montagem e manutenção.

OBS: A empresa não pode acumular pontuação superior a 04 no quesito VI.

A pontuação da empresa é dada pelo somatório dos quesitos I a VI e pode chegar a 50

(cinqüenta) pontos. O prazo do benefício obedecerá aos seguintes critérios:

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Quadro 5.3 – Ceará – Prazo do benefício

Pontuação Prazo

De 35 a 50 pontos 10 anos

De 25 a 34 pontos 08 anos

De 0 a 24 pontos 05 anos

Existe a possibilidade de aumento do prazo do benefício em até 50% (cinqüenta por

cento) do prazo original. Este aumento será definido pela ampliação do volume de

investimento e do emprego no período do prazo original, onde cada ponto percentual de

aumento equivale a 01 (um) ponto percentual de extensão do prazo até o limite de 50%

(cinqüenta por cento). As variações percentuais de investimento e emprego serão calculadas

em função dos valores apresentados no protocolo de intenção submetido a SDE.

Quadro 5.4 – Ceará – Retorno do principal e encargo s

Pontuação Retorno

De 30 a 50 pontos 25%

De 20 a 29 pontos 15%

De 0 a 19 pontos 10%

Para um projeto localizado num raio de 30, 60 ou 80 km do centro do cluster

preferencial de cada indústria, o prazo de vigência do benefício será de 15, 13 e 10 anos

respectivamente. A retirada dos benefícios será gradual. No ano do vencimento do prazo dos

benefícios, a empresa receberá apenas 75% (setenta e cinco por cento) do benefício original.

Nos 02 (dois) seguintes, os incentivos se reduzem a, respectivamente, 50% (cinqüenta por

cento) e 25% (vinte e cinco por cento) dos benefícios iniciais. A empresa receberá 01 (um)

ano adicional de incentivos se conseguir 02 (duas) certificações internacionais.

O empréstimo terá um prazo de carência de 03 (três) anos, a partir do qual inicia-se o

pagamento do retorno. Seu desembolso é mensal, com desconto de 3,5% (três e meio por

cento), sendo 0,5% (cinco décimos por cento) para o agente financeiro e 3% (três por cento)

para o Estado.

Encargos financeiros: Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) ou outra taxa que venha a

substituí-la por decisão da autoridade monetária competente e, no caso em que ocorra atraso,

serão acrescidos 0,3% (três décimos por cento) por dia de atraso até o limite máximo de 2%

(dois por cento), desde que a parcela em atraso seja paga em até 60 (sessenta) dias contados

do seu vencimento. Após 60 (sessenta) dias de atraso serão cobrados juros moratórios de 12%

a.a. (doze por cento ao ano) e juros de mora de 1% (um por cento) sobre o débito em atraso.

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As garantias dos empréstimos podem ser fidejussórias ou reais, para segurança das

operações, a critério do CEDIN.

No âmbito do FDI foram criados dois programas:

i) Programa de Desenvolvimento no Comércio Internacional e das Atividades

Portuárias e Aeroportuárias do Ceará (PDCI): financiamento à empresas importadoras de

produtos amparados pelo programa, desde que tenham como destinatário estabelecimento

localizado no Estado, sob a forma de empréstimos de execução periódica e subsídios do valor

principal e dos encargos financeiros. Os empréstimos serão equivalentes a 60% (sessenta por

cento) do valor devido do ICMS, determinado mensalmente e incidente sobre as operações

realizadas com os produtos amparados pelo programa. As empresas beneficiárias terão um

desconto de 5% (cinco por cento) dos recursos efetivamente desembolsados pelo FDI/PDCI,

sendo 0,5% (cinco décimos por cento) em favor do agente financeiro, como remuneração

pelos serviços prestados, e 4,5% (quatro e meio por cento) como receita do Estado, devendo

ser repassado à Conta do Tesouro Estadual até o segundo dia útil após o desconto; e

ii) Programa de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas (PROCAP): financiamento

às empresas beneficiadoras industriais do setor têxtil importadoras de insumos e matérias-

primas do exterior, desde que tenham como destinatário estabelecimento localizado no

Estado, na forma de empréstimos de execução periódica e subsídios relativos ao valor do

principal e encargos financeiros. Os empréstimos serão equivalentes a até 75% (setenta e

cinco por cento) do valor devido do ICMS incidente na importação do exterior de insumos e

matérias-primas para as empresas enquadradas no programa e terão prazo máximo de até 10

(dez) anos. Os descontos serão de 3,5% (três e meio por cento).

Os encargos financeiros, as garantias e o prazo de carência para ambos os programas,

são os mesmos aplicados para as demais operações contratadas pelo FDI e um atraso de 30

(trinta) dias ou mais das operações implicará na rescisão do contrato, sendo declarado vencido

seu saldo devedor.

5.3.2 PRODECIPEC – Programa de Desenvolvimento do Complexo Industrial e

Portuário de Pecém e da Economia do Ceará

Instituído pela Lei nº 13.379, de 29 de Setembro de 2003 e regulamentado pelo

Decreto nº 27.196, de 29 de Setembro de 2003.

O PRODECIPEC tem como principais objetivos estimular a implantação, ampliação e

modernização de empreendimentos nos seguintes setores de atividade, considerados

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estratégicos para o desenvolvimento do Ceará: refino de petróleo e seus derivados; siderurgia;

geração de energia termoelétrica ou gás natural; produção de biodisel; e empreendimentos de

pequeno ou grande porte que representem a atração de grande volume de investimentos ou a

geração de grande número de empregos na economia estadual, inclusive nos demais setores

de atividade.

Os empreendimentos enquadrados no PRODECIPEC serão beneficiados pelos

incentivos previstos no FDI, bem como pela alienação, gratuita ou onerosa, de terras públicas

e/ou particulares que venham a ser desapropriadas; execução de obras e serviços de

infraestrutura necessários para a instalação do empreendimento, incluindo terraplanagem;

construção ou financiamento de instalações para uso industrial, incluindo galpões e armazéns;

aquisição ou financiamento e instalação de equipamentos para a ligação de estabelecimento

industrial a terminal portuário; isenção do ICMS, na importação de bens objeto de contrato de

arrendamento mercantil (leasing) celebrado com entidade domiciliada no exterior, inclusive

no caso de exercício da opção de compra do bem pelo arrendatário; e diferimento do ICMS

incidente nas operações internas com elevada demanda de energia elétrica e com gás natural

industrial.

5.3.3 PROINEX – Programa de Incentivo à Industrialização de Produtos para

Exportação no Estado do Ceará

O PROINEX foi criado pela Lei nº 13.616, de 30 de Junho de 2005, regulamentada

pelo Decreto nº 27.902, de 02 de Setembro de 2005. Seu objetivo é atrair para o Estado a

instalação ou ampliação de estabelecimentos que industrializem, ainda que por encomenda de

terceiros, produto destinado preponderantemente à exportação, através da assunção de

compromissos, por parte do Estado, em favor de fornecedores de insumos empregados na

industrialização realizada pelo estabelecimento exportador, em contrapartida da redução do

preço de fornecimento dos referidos insumos.

Apenas empreendimentos exportadores de grande porte com evidente potencial de

retorno para o Estado em termos de desenvolvimento econômico e social podem desfrutar dos

benefícios previstos no PROINEX. Destaca-se que um estabelecimento é considerado

exportador quando os produtos destinados ao mercado externo, em cada ano-calendário,

correspondam a, pelo menos, 90% (noventa por cento) do valor total de sua produção.

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83

5.3.4 Sistema de Leilão

É um sistema complementar de concessão de incentivos fiscais, que consiste em uma

oferta pública, através de leilão de unidades de contas do FDI pelo Governo do Estado,

utilizando para isso uma margem de recursos próprios do FDI num montante que não

comprometa o funcionamento normal do sistema tradicional de incentivos. A idéia é permitir

o acesso de determinados segmentos empresariais locais ao sistema de incentivos fiscais e,

além disso, com o sistema de leilão, o governo passa a conhecer melhor os limites mínimos de

incentivos demandados pelas empresas.

Somente podem participar do leilão as pequenas empresas, com investimentos de até

R$ 500.000,00 (Quinhentos Mil reais), de origem local, que tenham projetos sediados fora da

capital, Fortaleza, exceção feita aos projetos de base tecnológica.

Os projetos que demandarem o mínimo de benefício, ao mesmo tempo em que

oferecerem o máximo de emprego, direto e indireto, deverão ser os selecionados.

O leilão ocorrerá 2 (duas) vezes ao ano (primeiro e segundo semestres) e o prazo de

vigência do beneficio é de 5 (cinco) anos, não prorrogável.

5.4 RIO GRANDE DO NORTE

Em 12 de Dezembro de 1975 foi criado o Fundo de Desenvolvimento Comercial e

Industrial do Rio Grande do Norte (FDCI), através da Lei nº 4.525, com o objetivo de

estimular a implantação, ampliação ou a modernização de estabelecimentos industriais,

agroindustriais, comerciais e turísticos localizados no Estado.

Atualmente, os dois principais programas estaduais de desenvolvimento, destinados a

empreendimentos nas áreas agrícola, industrial, mineral, agropecuária, agroindustrial,

tecnológica e a empreendimentos voltados ao comércio exterior e ao turismo são: o Programa

de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande do Norte (PROADI) e o Programa de

Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do Pólo Gás-Sal (PROGÁS).

Para incentivar o consumo e a produção interna, o Estado do Rio Grande do Norte

também oferece reduções na base de cálculo de alguns produtos e isenções tributárias (por

exemplo, na produção de hortaliças, flores, frutas frescas, animais, produtos agropecuários e

produtos extrativos animais e vegetais).

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84

5.4.1 PROADI – Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Rio Grande

do Norte

O PROADI foi criado pela Lei nº 5.397, de 11 de Outubro de 1985. Atualmente é

regido pela Lei nº 7.075, de 17 de Novembro de 1997, e regulamentado pelo Decreto nº

13.723, de 24 de Dezembro de 1997, e alterações.

O programa oferece incentivos econômicos a praticamente todas as empresas

industriais que pretendam instalar-se no Estado, seja na realização de novos investimentos, na

ampliação das unidades já existentes ou ainda como estímulo à reativações de empresas

paralisadas. Seu objetivo é apoiar e incrementar o desenvolvimento industrial do Estado

através do financiamento do ICMS.

A Secretaria do Estado da Indústria, do Comércio, da Ciência e Tecnologia (SINTEC)

é o órgão gestor do PROADI e a Agência de Fomento do Rio Grande do Norte S.A.

(AGFRN) é seu órgão executor. Destaca-se também o papel do Conselho de Desenvolvimento

do Estado (CDE), como seu agente consultivo e de supervisão.

Os beneficiários do PROADI são as empresas novas (fase de implantação,

funcionando há no máximo 06 meses); as empresas já existentes no Estado, desde que

ampliem sua capacidade de produção em pelo menos 50% (cinqüenta por cento), mediante a

realização de novos investimentos fixos e circulantes; as empresas paralisadas há pelo menos

12 (doze) meses, ou com capacidade ociosa de pelo menos 50% (cinqüenta por cento) da

capacidade instalada total; e as empresas produtoras de cerâmica, que passarem a utilizar gás

natural como combustível em substituição a lenha. O PROADI privilegiará empreendimentos

localizados no interior do Estado, especialmente aqueles que integrem programas e ações

prioritários, assim definidos pelo CDE.

O financiamento com recursos do PROADI terá por base o valor do ICMS incidente a

partir do início das operações do empreendimento, apurado mensalmente pelo beneficiário, de

acordo com os limites máximos a seguir, não podendo, em nenhuma hipótese, ser superior a

10% (dez por cento) do faturamento da empresa:

� Projetos localizados na Região Metropolitana de Natal (Natal, São Gonçalo do

Amarante, Parnamirim, Macaíba e Extremoz): 60% (sessenta por cento) do ICMS devido;

� Nos demais municípios e em distritos industriais: 75% (setenta e cinco por cento) do

ICMS devido; e

� Para investimentos superiores a R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de Reais) também

na Região de Metropolitana de Natal: 75% (setenta e cinco por cento).

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Na análise dos projetos apresentados para obtenção do incentivo do PROADI serão

considerados os seguintes fatores: volume de absorção de mão-de-obra; aproveitamento de

matéria-prima, material secundário e outros insumos produzidos na região; aumento de

capacidade de geração de tributos estaduais; modernização tecnológica de processos e

equipamentos industriais; e montante de investimentos a serem aplicados no projeto.

O prazo do incentivo é de no máximo 10 (dez) anos, com 03 (três) anos de carência.

Este prazo pode ser prorrogado por igual período, uma única vez, a juízo do chefe do Poder

Executivo, na hipótese de ampliação, em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento), da

produção da empresa e após a utilização do crédito do incentivo, com a aprovação do CDE.

Os encargos financeiros referem-se a 3% a.a. (três por cento ao ano) sobre o saldo

devedor, atualizado monetariamente em cada semestre, sendo 1% (um por cento) destinado a

AGFRN, como remuneração pelos serviços prestados e 2% (dois por cento) a SINTEC, a ser

repassado à Conta do FDCI, com vista ao desenvolvimento de programas voltados ao setor

industrial.

O reembolso do principal do financiamento é efetuado em parcelas, em número e valor

iguais aos desembolsos exigíveis a partir do primeiro mês subseqüente ao período de carência,

com redução de até 99% (noventa e nove por cento) de acordo com os critérios estabelecidos

na legislação do incentivo.

Por meio do Decreto nº 14.898, de 17 de Maio de 2000, foi aprovado o regulamento

adicional do PROADI, relacionado aos incentivos às empresas de petróleo e gás natural, que

produzem querosene de aviação: o benefício terá prazo de 15 (quinze) anos e 03 (três) meses

de carência; cada parcela a ser amortizada terá seu valor reduzido em 99% (noventa e nove

por cento); juros de 3% a.a. (três por cento ao ano) sobre o saldo devedor em cada semestre. O

limite estabelecido para o financiamento será igual ao valor necessário à operação da unidade

fabril beneficiária, sendo este valor estabelecido pela análise de estudo detalhado apresentado

pela empresa.

5.4.2 PROGÁS – Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do Pólo

Gás-Sal

Criado pela Lei nº 7.059, de 18 de Setembro de 1997 e regulamentado pelo Decreto nº

13.957, de 11 de Maio de 1998, e alterações, com vistas a dar suporte à política de

alavancagem da industrialização e captação de investimentos no Rio Grande do Norte.

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O objetivo do programa é fomentar o desenvolvimento industrial do Estado, ao atrair e

incentivar a implantação de novas indústrias, além da ampliação das já existentes. O mesmo

destina-se a concessão de incentivos sob a forma de tarifas diferenciadas às indústrias que

utilizem o gás natural como fonte de energia em sua atividade produtiva, possibilitando a

diminuição de seus custos operacionais (subsídio no preço de venda do gás natural às

empresas consideradas prioritárias ao desenvolvimento do Estado).

O prazo máximo do benefício é de 05 (cinco) anos, podendo ser prorrogado até 02

(duas) vezes por igual período. O período de carência é de 06 (seis) meses. O nível de redução

da tarifa é de 48,8% (quarenta e oito inteiros e oito décimos por cento).

Beneficiárias do programa: empresas novas (projetos de implantação); empresas já

existentes que aumentem em pelo menos 50% (cinqüenta por cento) sua capacidade

produtiva; e empresas paralisadas há pelo menos 12 (doze) meses, com capacidade ociosa de

no mínimo 50% (cinqüenta por cento) da capacidade instalada total.

As seguintes empresas são consideradas possíveis beneficiárias do PROGÁS:

shoppings centers; supermercados; cooperativas; hospitais; equipamentos turísticos; hotéis;

restaurantes; casas de show; projetos de irrigação; estabelecimentos de ensino; praças de

esportes; sociedades de economia mista e empresas públicas, integrantes da administração

pública estadual, prestadora de serviços considerados essenciais. Estas empresas poderão ser

usufruir o incentivo, no caso em que não prejudiquem o fornecimento de gás natural às

empresas industriais. O prazo para estes estabelecimentos vai até 2005, podendo ser

prorrogado.

O órgão gestor do PROGÁS é a SINTEC e a Companhia Potiguar de Gás (POTIGÁS)

é seu órgão executor.

5.5 PARAÍBA

O Governo da Paraíba concede vários incentivos para os empreendimentos industriais

que decidam se instalar no Estado, como, por exemplo, lotes de terrenos destinados à

implantação de indústrias de grande porte são repassados a preços subsidiados, com toda a

infra-estrutura necessária; e cessão de galpões nos distritos industriais, de acordo com

critérios de viabilidade definidos no projeto, dependendo ainda de urgência de implantação,

da repercussão do empreendimento na economia e de sua capacidade de absorção de mão-de-

obra.

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O principal instrumento de incentivo ao desenvolvimento local é o Fundo de Apoio ao

Desenvolvimento Industrial da Paraíba (FAIN), criado pela Lei nº 4.856, de 29 de Julho de

1986, cujo regulamento é consolidado pelo Decreto nº 17.252, de 27 de Dezembro de 1994, e

alterações.

5.5.1 FAIN – Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba

O FAIN é administrado por seu Conselho Deliberativo e pela Companhia de

Desenvolvimento da Paraíba (CINEP). Seu objetivo é a concessão de estímulos financeiros a

empreendimentos industriais e turísticos que sejam declarados, por seu Conselho

Deliberativo, de relevante interesse para o desenvolvimento do Estado.

As atividades consideradas de relevante interesse para o Estado devem estimular a

absorção de mão-de-obra; o aproveitamento de matérias-primas, material secundário e

insumos, inclusive embalagens produzidas na região; a produção de bens e serviços cuja

oferta seja insuficiente para atender a demanda do mercado local; a substituição de

importação de outras regiões do país e/ou do exterior; o aumento da capacidade de geração de

tributos estaduais; a modernização tecnológica de processos e equipamentos industriais; a

produção de bens com elevada margem de valor agregado; a localização do empreendimento

em área de baixo índice de industrialização; e o pioneirismo, no âmbito nacional, dos bens

produzidos.

As empresas beneficiárias do programa devem ter foro e domicílio fiscal no Estado da

Paraíba e os incentivos serão concedidos nos casos de implantação (empreendimentos que

entraram em operação após a data de vigência da Lei nº 4.859/86); relocalização (de empresas

instaladas fora do Estado), revitalização (de empresas desativadas ou que funcionem

precariamente) e ampliação (projetos que aumentem em pelo menos 25% a capacidade

produtiva).

Os incentivos do FAIN são concedidos através de empréstimos com encargos

subsidiados para financiar investimento fixo e fortalecer capital de giro, através de ICMS, de

acordo com as seguintes condições:

� Empreendimentos localizados na Grande João Pessoa (João Pessoa, Cabedelo,

Bayeux, Santa Rita e Conde): 60% (sessenta por cento) do ICMS recolhido mensalmente pela

empresa;

� Em Campina Grande e Queimadas: 80% (oitenta por cento); e

� Nos demais municípios: 100% (cem por cento).

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Nos casos de empresas de alto poder germinativo (gerem mais de 500 empregos

diretos dentro de um ano após o início do benefício), ou que produzam bens sem similar no

território nacional, bem como aquelas que produzam bens de alta tecnologia ou

empreendimentos turísticos, que por exigência do processo produtivo tenham que se localizar

em área específica, sem alternativa no Estado, os percentuais podem ser revistos.

Os incentivos poderão ser concedidos através das operações de concessão de

empréstimos com encargos subsidiados; subscrição de ações e debêntures, conversíveis ou

não em ações; prestação de garantias, através do agente financeiro do FAIN; e financiamento

direto para investimento fixo e capital de giro.

Os estímulos financeiros terão prazo máximo de 15 (quinze) anos, contados a partir da

data de vigência do decreto concessivo e terão carência de 03 (três) anos.

Os Encargos financeiros não poderão, em nenhuma hipótese, ser inferiores a 6% (seis

por cento), nem superiores a 12% (doze por cento) de juros anuais, mais atualização

monetária. Todavia, a parcela do principal do financiamento será reduzida em até 30% (trinta

por cento) de seu valor ou, no caso de micro e pequenas empresas, este percentual pode

chegar a 70% (setenta por cento). As empresas beneficiadas também devem recolher as

seguintes taxas: 1% (um por cento) de taxa de administração e 1% (um por cento) do total do

incentivo à ordem da CINEP, para a formação de reservas destinadas à promoção industrial.

As garantias exigidas são fidejussórias ou o aval dos representantes legais e/ou

majoritários da empresa.

Os recursos do FAIN não absorvidos nos financiamentos poderão ser destinados a: i)

programas especiais de apoio à micro empresas industriais (de acordo com a Lei nº 7.256 de

27 de Novembro de 1984); ii) programas de construção de galpões industriais; iii) programas

de implantação de infraestrutura para novos distritos industriais, ampliação e revitalização dos

atualmente existentes; iv) desenvolvimento gerencial do FAIN; v) aquisição de imóveis e/ou

instalações desativadas, com vistas a novas instalações industriais; vi) financiamento de

capital de giro às empresas industriais exportadoras de calçados e/ou de componentes de

calçados sediadas no Estado (devem exportar pelo menos 50% da produção integrante de sua

pauta de exportações).

Estes financiamentos terão duração correspondente a 06 (seis) anos para empresas

localizadas em João Pessoa, Cabedelo, Baueux, Santa Rita e Conde; 10 (dez) anos para

Campina Grande e Queimadas; e 15 (quinze) anos para os demais municípios. O valor de tais

financiamentos corresponderá a 10,5% (dez inteiros e cinco décimos por cento) do montante

Free on Board (FOB) de cada exportação, e terá descontos de até 4% (quatro por cento).

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5.6 PERNAMBUCO

O principal instrumento de incentivo à dinâmica econômica local é o Programa de

Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (PRODEPE), que teve sua versão inicial em

1991. Desde então, o mesmo sofreu uma série de mudanças, com o intuito de favorecer a

implantação de novos empreendimentos no Estado. Consiste em uma ação do governo voltada

para empresas de diversos setores econômicos que desejem se instalar no Estado.

Além do PRODEPE, o Estado conta com alguns programas mais específicos, como,

por exemplo, o Programa de Apoio às Empresas de Base Tecnológica (PROBATEC) e o

Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval e de Mecânica Pesada Associada ao Estado

de Pernambuco (PRODINPE), todos especificados a seguir.

5.6.1 PRODEPE – Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco

O PRODEPE teve como versão inicial o FUNCRESCE, instituído pela Lei nº 10.649,

de 25 de Novembro de 1991. Esta foi alterada sucessivamente, dando origem ao atual

programa, hoje dividido em algumas fases:

- PRODEPE I: instituído pela Lei nº 11.288, de 22 de Dezembro de 1995 e alterado

pelas Leis nºs 11.402, de 18 de Dezembro de 1996; 11.509, de 24 de Dezembro de 1997;

11.531, de 19 de Janeiro de 1998; e 11.626, de 29 de Dezembro de 1998;

- PRODEPE II: criado pela Lei nº 11.675, de 11 de Outubro de 1999;

- PRODEPE III: Lei nº 11.937, de 04 de Janeiro de 2001, alterou e consolidou

algumas normas da Lei 11.675/99, refletindo as atuais condições do programa. Esta Lei é

constantemente alterada, para adequar os incentivos aos objetivos estabelecidos na política de

desenvolvimento econômico do Estado. As modificações no PRODEPE foram introduzidas

pelas Leis nºs 12.075, de 02 de Outubro de 2001; 12.138, de 19 de Dezembro de 2001;

12.266, de 20 de Setembro de 2002; 12.308, de 19 de Dezembro de 2002; 12.528, de 30 de

Dezembro de 2003; 13.031, de 14 de Junho de 2006; e 13.280, de 17 de Agosto de 2007, bem

como pelas Leis Complementares nº 060, de 14 de Julho de 2004 e 068, de 21 de Janeiro de

2005. Atualmente é regido pelo Decreto nº 21.959, de 27 de Dezembro de 1999, e alterações.

O PRODEPE é um programa conjunto de três secretarias: de Desenvolvimento

Econômico, Turismo e Esportes, por meio da Agência de Desenvolvimento Econômico de

Pernambuco S.A. (ADDiper); de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente; e da Fazenda.

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90

O principal objetivo do PRODEPE é atrair e fomentar investimentos na atividade

industrial e no comércio atacadista de Pernambuco, mediante a concessão de incentivos

fiscais e financeiros, bem como estimular as centrais de distribuição. A concessão de

benefícios é diferenciada em função da natureza da atividade; das especificidades dos

produtos fabricados e comercializados; da localização geográfica do empreendimento; e da

prioridade e relevância das atividades econômicas, relativamente ao desenvolvimento do

Estado.

Para a consecução dos objetivos do programa foi criado o Fundo-PRODEPE, gerido

pela Pernambuco Participações e Investimentos S.A. (PERPART), cuja finalidade é conceder

os incentivos previstos; auxiliar na aquisição de terrenos e execução de obras de infra-

estrutura e de instalações, objetivando a implantação, ampliação ou modernização de distritos

industriais no Estado; e realizar treinamento de mão-de-obra necessário ao início das

atividades de novos empreendimentos. Estes benefícios devem ser aprovados pelo Conselho

Estadual de Política Industrial, Comercial e de Serviços (CONDIC).

As cadeias produtivas consideradas prioritárias e de relevante interesse para o

desenvolvimento estadual, cujos produtos são objeto de incentivo do PRODEPE são:

agroindústria, exceto a sucroalcooleira e de moagem de trigo; metal-mecânica e de material

de transporte; eletroeletrônica; farmacoquímica; bebidas; minerais não-metálicos, exceto

cimento e cerâmica vermelha; têxtil; e plástico.

Os benefícios são os seguintes:

� Crédito presumido do ICMS, para investimento fixo ou capital de giro, à

implantação, ampliação ou revitalização: 75% (setenta e cinco por cento) do ICMS, de

responsabilidade direta do contribuinte, apurado em cada período fiscal, relativamente à

parcela do incremento da produção comercializada. O prazo de fruição é de 12 (doze) anos,

contados a partir do mês subseqüente ao da publicação do decreto concessivo. No caso de

empreendimentos localizados em município não integrante da Região Metropolitana de

Recife (RMR) ou no Complexo Industrial Portuário de Suape, poderá ser concedido 85%

(oitenta e cinco por cento) do ICMS devido nos quatro primeiros anos de fruição do benefício.

No período restante o percentual volta para 75% (setenta e cinco por cento). Nas operações

interestaduais que destinem seus produtos às demais regiões geográficas do país, poderá ser

concedido crédito presumido adicional no valor correspondente a 5% (cinco por cento) do

valor total dessas saídas, tanto nos casos de vendas CIF ou FOB, no período fiscal, limitado

ao valor do frete (compensação do frete). O beneficiário deverá pagar à ADDiper, à título de

taxa de administração, valor correspondente a 2% (dois por cento) do total dos benefícios

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91

utilizados (não podendo ser superior a 10.000 UFIR’s). O prazo de fruição do benefício pode

ser prorrogado em no máximo 03 (três) anos. Destaca-se que no caso dos investimentos feitos

em áreas tidas como prioritárias pelo Estado, o financiamento pode chegar à totalidade do

ICMS;

� Para as atividades não prioritárias será concedido crédito presumido, nas hipóteses

de implantação, ampliação ou revitalização nas seguintes condições: i) crédito presumido de

47,5% (quarenta e sete inteiros e cinco décimos por cento) do ICMS apurado para produtos

sem similar no Estado; ii) 25% (vinte e cinco por cento) para produtos com similar. O

beneficio pode ser utilizado para investimento fixo ou capital de giro e o prazo de fruição é de

08 (oito) anos; iii) para empreendimentos localizados no Complexo Industrial Portuário de

Suape e fora da RMR, no caso de produtos com similar no Estado será concedido crédito

presumido de 47,5% do ICMS devido nos quatro primeiros anos; iv) compensação do frete

nas operações interestaduais - concessão de crédito presumido no valor correspondente a 5%

(cinco por cento) do valor total das saídas, tanto no caso das vendas CIF ou FOB, limitado ao

valor do frete das exportações;

� Estímulos ao comércio importador atacadista de mercadorias do exterior:

diferimento do prazo de recolhimento do ICMS incidente sobre a operação de importação e

concessão de crédito presumido limitado a: i) 3,5% (três e meio por cento) se a carga

aplicável for menor ou igual a 7% (sete por cento); ii) 6% (seis por cento) se a carga estiver

entre 7% e 12% (sete e doze por cento); iii) 8% (oito por cento) se a carga estiver entre 12%;

e 17% (doze e dezessete por cento); ou iv) 10% (dez por cento) se a carga for maior que 17%

(dezessete por cento). O incentivo deve ser utilizado para capital de giro e seu prazo de

fruição é de 07 (sete) anos;

� Estímulo às centrais de distribuição: concessão de incentivos fiscais relativos ao

ICMS: a) nas operações de saídas interestaduais, crédito presumido de 3% (três por cento) do

valor total das saídas mencionadas promovidas pela central de distribuição, com prazo de 15

(quinze) anos; e b) nas operações de entrada por transferência de mercadorias de

estabelecimento industrial localizado em outra Unidade da Federação, crédito presumido de

3% (três por cento) do valor da transferência, durante 15 (quinze) anos. O benefício poderá

ser elevado em até 1 (um) ponto percentual quando se tratar de operações de distribuição de

veículos automotores, não podendo, em qualquer hipótese, implicar recolhimento inferior a

30% (trinta por cento) do saldo devedor original.

Todas as empresas industriais ou de comércio atacadista com sede ou filial em

Pernambuco podem se candidatar aos benefícios.

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Salienta-se que os incentivos concedidos pelo PRODEPE não poderão implicar em

diminuição do nível de arrecadação do Estado, ou seja, os benefícios serão concedidos a

empreendimentos novos ou, em se tratando de empresas já existentes, os mesmos incidirão

sobre a parcela do incremento de produção resultante de uma comprovada ampliação da

capacidade instalada de, no mínimo, 20% (vinte por cento).

5.6.2 PROBATEC – Programa de Apoio às Empresas de Base Tecnológica

O PROBATEC foi criado pela Lei nº 11.180, de 19 de Dezembro de 1994,

regulamentada pelo Decreto nº 18.309, de 30 de Dezembro de 1994. Seu objetivo é

desenvolver empresas de base tecnológica no Estado.

Seus benefícios consistem no diferimento do prazo de recolhimento do ICMS devido

pela empresa, resultante de operações internas e interestaduais, com produtos considerados

como de base tecnológica, por um prazo nunca inferior a cinco meses, bem como na

exportação de insumos necessários a fabricação destes produtos.

5.6.3 PRODINPE – Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval e de

Mecânica Pesada Associada ao Estado de Pernambuco

A Lei nº 12.710, de 18 de Novembro de 2004, instituiu o PRODINPE, que estabelece

a isenção total do ICMS nas operações deste setor. Seu objetivo é fazer de Pernambuco um

pólo da indústria naval.

O PRODINPE busca, mediante a concessão de incentivos fiscais, fomentar

investimentos a partir da instalação neste Estado de estaleiro naval, viabilizando a construção,

ampliação, reparo, modernização e transformação de embarcações, tais como navios e

plataformas destinadas à lavra, perfuração, exploração e pesquisa de petróleo ou de gás.

Os benefícios previstos no programa são: i) a isenção do ICMS para insumos oriundos

de fornecedores do estaleiro instalado em Pernambuco. Os produtos fabricados pelo próprio

estaleiro (navios e plataformas de petróleo) também serão isentos, assim como a aquisição de

máquinas e equipamentos destinados à construção do estaleiro; ii) diferimento do

recolhimento do ICMS; e iii) dispensa da cobrança antecipada do imposto, na aquisição de

mercadorias, quando precedentes de outra Unidade da Federação, correspondente ao ICMS

complementar.

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93

A fruição dos benefícios previstos fica condicionada ao prévio credenciamento do

estaleiro naval e dos respectivos estabelecimentos fornecedores, nos termos estabelecidos em

decreto do Poder Executivo.

5.7 ALAGOAS

O Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas (PRODESIN),

criado pela Lei nº 5.519, de 20 de julho de 1993, é o principal instrumento de fomento à

economia local.

5.7.1 PRODESIN – Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas

Atualmente o PRODESIN é regido pela Lei nº 5.671, de 01 de Fevereiro de 1995,

regulamentada pelo Decreto nº 38.394, de 24 de Maio de 2000, e alterações. O mesmo

destina-se à promoção de meios e ao oferecimento de estímulos voltados à expansão, ao

desenvolvimento e à modernização das indústrias alagoanas, inclusive às de base tecnológica

e às micro e pequenas empresas. Sua administração é realizada pela Secretaria da Indústria,

Comércio e Serviços (SEIC), tendo como órgão consultivo e deliberativo o Conselho Estadual

de Desenvolvimento Integrado (CODIN).

Principais objetivos do programa:

i) Apoiar ações e providências que melhorem a qualidade e aumentem a produtividade

turística e industrial, através da modernização tecnológica, do aperfeiçoamento dos recursos

humanos e do aprimoramento das atividades de gestão, de modo a assegurar melhores

condições de competitividade aos empreendimentos instalados em Alagoas;

ii) Propiciar incentivos financeiros, técnicos, creditícios, locacionais, fiscais, infra-

estruturais e de interiorização turística e industrial, visando a expansão, a diversificação e a

modernização destes setores;

iii) Estimular a interiorização do processo de desenvolvimento turístico e industrial,

especialmente a implantação, a ampliação e a modernização de agroindústrias;

iv) Contribuir na recuperação de empresas consideradas prioritárias para o

desenvolvimento do Estado e incentivar a desconcentração econômica;

v) Fomentar a implantação de indústrias de transformação de matérias-primas

disponíveis ou produzidas no próprio Estado;

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vi) Promover o desenvolvimento de programas visando controle da poluição e a

preservação do meio-ambiente; e

vii) Estimular a implantação e o desenvolvimento de micro e pequenas empresas,

através da concessão de incentivos fiscais, e de outros mecanismos capazes de proporcionar

condições favoráveis a ampliação deste segmento econômico.

As beneficiárias do PRODESIN são as empresas industriais novas ou já instaladas no

Estado. Os incentivos têm aplicação nos casos de: a) empresas já instaladas, para expansão

(aumento mínimo de 10% da capacidade instalada em até 24 meses após a fruição),

recuperação (reverter a situação de empresa paralisada há pelo menos 06 meses ou com 30%

de capacidade ociosa) e modernização; b) instalação de empreendimento novo; e c) nas

hipóteses de similaridade de produto.

Incentivos previstos no programa:

� Financeiros: participação do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de

Alagoas (CODEAL), na formação do capital social de novas empresas; subscrição de

debêntures conversíveis; financiamento direto, etc;

� Técnico-administrativos: concepção e acompanhamento de execução, a custos

subsidiados, de projetos de implantação, de expansão, de modernização e recuperação de

empreendimentos industriais e turísticos; disponibilidade, a curto prazo, da mão-de-obra

gerencial ou técnico operacional de nível médio e superior, pertencente aos quadros da

administração direta e indireta do Estado;

� Creditícios: financiamento, através do Fundo Estadual de Desenvolvimento

Integrado (FUNED), do ICMS devido pela empresa ao Estado, excluída a parcela a ser

repassada aos municípios, com período de fruição de no máximo 15 (quinze) anos e carência

de 02 (dois) anos contados a partir do início das atividades, em se tratando de

empreendimento novo, ou a partir da data de concessão do estímulo, no caso de empresa já

instalada e em funcionamento. O Financiamento do ICMS corresponderá a 100% (cem por

cento) na carência e a 70% (setenta por cento) no restante do período de fruição do incentivo;

� Locacionais: locação, venda ou permuta de terrenos, galpões e equipamentos

industriais, com destinação específica voltada para a implantação, ampliação ou relocalização

de empreendimentos industriais, procedidos, quando for o caso, a preços subsidiados e

condições específicas de pagamentos; construção de galpões industriais em áreas ou terrenos

pertencentes às empresas incentivadas, financiadas com recursos do FUNED ou da CODEAL,

para pagamento, em condições especiais, em até 05 (cinco) anos, a custos subsidiados;

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� Fiscais: a) diferimento do ICMS incidente sobre os bens adquiridos no país e no

exterior destinados ao ativo fixo da empresa; b) diferimento do ICMS incidente sobre a

matéria-prima adquirida no país ou no exterior, efetivamente utilizada no processo industrial;

c) utilização como crédito fiscal a ser diferido para a data do início das atividades

operacionais da empresa a ser implantada, ou para a data da concessão do benefício; d)

redução em até 50% (cinqüenta por cento) da base de cálculo do ICMS de produtos das

empresas beneficiárias do PRODESIN; e) diferimento, para até 360 (trezentos e sessenta)

dias, dependendo do ciclo produtivo da empresa, a ser avaliado tecnicamente pela CODEAL,

do ICMS a recolher pelo empreendimento incentivado, no caso de empresa localizada no

interior do Estado, desde que em municípios que disponham de legislação específica de

participação no PRODESIN, ou para as indústrias enquadradas como micro e pequenas

empresas;

� Infra-estruturais: execução e custeio de obras de infra-estrutura nos espaços

destinados à implantação de empreendimentos, bem como a manutenção de equipamentos de

uso comum; e

� Incentivos à interiorização: financiamento, pelo FUNED, de até 50% (cinqüenta por

cento) dos investimentos necessários à implantação de empresas que vierem a se instalar nos

municípios do interior do Estado ou de até 70% (setenta por cento), na hipótese de

empreendimentos agroindustriais. Em ambas as hipóteses, o prazo de amortização é de 05

(cinco) anos com carência de até 02 (dois) anos e taxa de juros de 70% (setenta por cento)

daquela praticada no mercado. Este procedimento também se aplica às hipóteses de

modernização, ampliação de empreendimentos trabalho-intensivos já existentes.

O PRODESIN também oferece incentivos decorrentes de similaridade (aos

empreendimentos, cujos produtos venham a concorrer com similares produzidos em outros

Estados nordestinos, assegurar-se-ão os mesmos incentivos de que comprovadamente gozem

as empresas concorrentes, nas Unidades Federadas em que estiverem instaladas, inclusive no

que se refere à alíquota do ICMS); às micro e pequenas empresas (acréscimo de 15% e 10%

sobre os incentivos previstos, respectivamente) e às empresas da indústria do turismo.

O prazo de fruição dos incentivos creditícios e fiscais obedece aos seguintes critérios:

- Mínimo de 10 (dez) anos e máximo de 15 (quinze) anos para empresas situadas nas

microrregiões do Agreste e do Sertão;

- Mínimo de 08 (oito) anos e máximo de 12 (doze) anos para empreendimentos fora

das microrregiões do Agreste e do Sertão; e

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- 15 (quinze) anos para empresas consideradas prioritárias para o desenvolvimento

sustentável do Estado.

Quando o prazo não for especificado, considerar-se-á: 10 (dez) anos para

empreendimentos não situados no Agreste e no Sertão; 15 (quinze) anos para empresas

situadas no Agreste e no Sertão e para empresas prioritárias.

Salienta-se que a aplicação dos incentivos não poderá provocar diminuição de

arrecadação do conjunto da cadeia produtiva ou do arranjo produtivo local.

No âmbito do PRODESIN, através do Decreto nº 1.753, de 29 de Janeiro de 2004, foi

regulamentada a concessão de incentivo para as indústrias do setor químico e de plástico. Este

procedimento próprio foi estabelecido considerando os objetivos específicos do PRODESIN e

as condições naturais existentes no Estado (reserva de Salgema), bem como a estrutura

multifabril de Marechal Deodoro, do distrito Industrial de Major Luiz Cavalcante, do Distrito

Industrial de Arapiraca e do Distrito Industrial de Murici, visando o desenvolvimento da

indústria de transformação local (aumentar a renda, o emprego e a arrecadação tributária).

5.8 SERGIPE

O Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), instituído pela Lei nº

3.140, de 23 de Dezembro de 1991, e regulamentado pelo Decreto nº 22.230, de 30 de

Setembro de 2003, e alterações, é o principal instrumento de promoção sócio-econômica do

Estado.

5.8.1 PSDI – Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial

O propósito do PSDI é incentivar e estimular a cessão de apoio financeiro, creditício,

locacional, fiscal e/ou de infra-estrutura a empreendimentos da iniciativa privada,

considerados necessários e prioritários para o desenvolvimento do Estado de Sergipe.

Entendem-se como empreendimentos da iniciativa privada, necessários e prioritários

para o desenvolvimento do Estado, aqueles, que proporcionem ou contribuam para a elevação

do nível de emprego e renda; a descentralização econômica e espacial das atividades

produtivas; a modernização tecnológica do parque industrial; a preservação do meio

ambiente; o desenvolvimento da tecnologia da informação e fabricação de materiais e

equipamentos para infra-estrutura de comunicação; e o desenvolvimento e/ou implantação de

pesquisas e/ou empreendimentos de base tecnológica.

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Os possíveis beneficiários do PSDI são os empreendimentos industriais,

agroindustriais e de pecuária aquícola novos, ou já instalados e em funcionamento; e os

empreendimentos e/ou ações ligadas ao setor turístico.

Os benefícios concedidos no âmbito do PSDI são:

� Apoio Financeiro: participação acionária ou aquisição de debêntures pelo Estado,

através da Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe

(CODISE), mediante utilização de recursos do Fundo de Apoio à Industrialização (FAI), em

empreendimentos industriais novos, agroindustriais, de pecuária aquícola novos, no limite de

até 30% (trinta por cento) do investimento total, e de turísticos novos, no limite de até 40% do

investimento total;

� Apoio Creditício: financiamento prestado pelo PSDI, com recursos do FAI, através

do Banco do Estado de Sergipe (BANESE), de até 30% (trinta por cento) do investimento

fixo, a empreendimentos turísticos novos ou a empresas ligadas ao setor turístico em

funcionamento que venham melhorar o receptivo turístico do Estado. Prazo de financiamento

de até 10 (dez) anos, incluindo 02 (dois) de carência;

� Apoio locacional: cessão ou venda de terrenos ou galpões industriais ou permuta

desses galpões, para implantação de empreendimentos industriais, agroindustriais e turísticos

e/ou ações voltadas para o Parque Tecnológico de Sergipe, a preços subsidiados;

� Apoio fiscal: i) diferimento do ICMS nas importações, do exterior, de bens de

capital, bem como do diferencial de alíquota nas aquisições interestaduais pertinentes aos

referidos bens de capital novos, feitas por empreendimentos industriais novos, ou por

empresas industriais em funcionamento; ii) recolhimento do ICMS devido, dentro do regime

especial de tributação (alíquota de 6,2% ou 8%), uma vez que os contribuintes enquadrados

no PSDI podem antecipar o pagamento do imposto devido, objeto da carência, solicitando a

participação neste regime junto à Secretaria da Fazenda (empreendimentos industriais,

agroindustriais e de pecuária aquícola: 8%, entretanto este percentual pode ser reduzido para

6,2% caso a localização dos mesmos seja na região do Semi-Árido ou em municípios

localizados nas regiões de fronteira do Estado); e iii) diferimento do ICMS nas importações

de matérias-primas, insumos, material secundário e de embalagem, utilizados exclusivamente

na produção. Ao empreendimento industrial novo que tenha de concorrer com similar de

outro Estado, poderá ser concedido o mesmo benefício fiscal de que goze a referida empresa

industrial concorrente do outro Estado; e

� Apoio de infra-estrutura: implantação de sistemas de abastecimento de água, de

energia, de gás natural; terraplanagem; sistema viário e de acesso; sistema de comunicação de

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voz e de dados; aquisição de imóveis; construção, reforma, ampliação ou recuperação de

galpões industriais e de outras infra-estruturas não disponíveis em áreas onde sejam

necessárias à viabilização de empreendimentos prioritários para o desenvolvimento do Estado.

Dá-se de forma de forma auxiliar aos investimentos fixos da empresa sempre que as infra-

estruturas disponibilizadas forem de utilização coletiva ou com possibilidade para tanto.

Os prazos dos incentivos financeiros e fiscais são:

- Apoio Financeiro: não poderá ultrapassar de 05 (cinco) anos a contar das respectivas

liberações, quando ocorrerá por partes do acionista majoritário a recompra, dessa participação

acionária. No caso da não conversão das debêntures em ações, essas devem ter seus prazos de

vencimentos contados a partir da data da liberação de cada parcela, sendo 04 (quatro) anos

para projetos de implantação, ampliação, modernização e diversificação em qualquer setor; 05

(cinco) anos para projetos agroindustriais, de pecuária aquícola, de telecomunicações,

turísticos e de apoio ao Parque Tecnológico do Estado; e

- Apoio Fiscal: até 10 (dez) anos.

Em casos excepcionais, quando o projeto do empreendimento for de relevante

importância para o desenvolvimento Estado, o prazo de concessão do beneficio poderá ser

estendido para até 20 (vinte) anos, por decisão do Conselho de Desenvolvimento Industrial

(CDI).

O prazo de carência é de 02 (dois) anos. Após este, o ICMS deverá ser pago nas

seguintes condições:

i) Em valor equivalente até 25% (vinte e cinco por cento) do ICMS devido

beneficiado, objeto de carência, concomitante com o ICMS que a partir de então ocorrer; e

ii) Em valor equivalente até 25% (vinte e cinco por cento) do ICMS devido

beneficiado, inclusive do ICMS decorrente de substituição tributária, objeto de carência, para

a indústria que se implante às margens do Rio São Francisco, exclusivamente em áreas que

também façam parte da região do Semi-Árido, dos municípios de Canindé do São Francisco,

Porto da Folha, Poço Redondo, Gararu, Nossa Senhora de Lourdes, Canhoba, Amparo do São

Francisco, Telha e Própria, concomitantemente com o ICMS que a partir de então ocorrer.

Os encargos financeiros referem-se à atualização monetária sobre o financiamento

resultante do apoio creditício (50% do índice oficial de inflação).

O PSDI é administrado pela Secretária da Indústria e do Comércio (SEIC) e tem como

órgão consultivo e normativo o Conselho de Desenvolvimento Industrial (CDI).

5.9 BAHIA

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99

O Estado da Bahia tem uma série de instrumentos de estímulo à dinâmica econômica

local. No decorrer da década de 90 foram criados diversos programas, como PROBAHIA –

Promoção do Desenvolvimento do Estado da Bahia, o PROCOMEX – Programa de Incentivo

ao Comércio Exterior e o PROCOBRE – Programa Estadual de Desenvolvimento da

Mineração, da Metalurgia e da Transformação do Cobre, bem como é concedida a

desoneração do ICMS em setores específicos (agroindustriais, por exemplo)

Alguns destes programas foram reformulados para melhor atender aos objetivos da

política econômica estadual e agora fazem parte de dois importantes instrumentos: o Fundo de

Desenvolvimento Social e Econômico do Estado da Bahia (FUNDESE) e o Programa de

Desenvolvimento Industrial e de integração Econômica do Estado da Bahia

(DESENVOLVE), instituídos, respectivamente, pelas leis nºs 7.599, de 07 de Fevereiro de

2000, e 7.980, de 12 de Dezembro de 2001.

5.9.1 PROBAHA – Promoção do Desenvolvimento do Estado da Bahia

Criado pela Lei nº 6.335, de 31 de Outubro de 1991, o PROBAHIA tinha como

objetivo principal promover a diversificação de indústrias, complementando a matriz

industrial do Estado. Através do programa eram financiados até 75% (setenta e cinco por

cento) do ICMS gerado por empreendimentos novos ou que ampliassem sua capacidade nas

áreas da indústria, agroindústria, mineração, turismo e geração de energia elétrica. O prazo do

benefício era de 06 (seis) a 10 (dez) anos, com carência de 03 (três) a 05 (cinco) anos e juros

de 3% (três por cento) ao ano, sem atualização monetária. Este programa foi revogado pela

Lei Estadual nº 7.599, de 07 de Fevereiro de 2000, que instituiu o FUNDESE, especificado no

item 4.9.4.

5.9.2 PROCOMEX – Programa de Incentivo ao Comércio Exterior

O PROCOMEX foi criado pela Lei nº 7.024, de 23 de Janeiro de 1997, com o objetivo

de estimular as exportações de produtos fabricados no Estado da Bahia, através do

financiamento de 8% (oito por cento) das importações até 2010, com carência de 05 (cinco)

anos, juros de 1% (um por cento) ao ano e sem atualização monetária, às montadoras e

indústrias de autopeças que se instalassem na Bahia. O PROCOMEX financiaria também 11%

(onze por cento) do valor FOB das Exportações fora da Região Metropolitana de Salvador

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100

(RMS) e 6% (seis por cento) das operações realizadas pelas empresas da região, classificadas

como novas indústrias exportadoras com uso intensivo de mão-de-obra. Neste caso o prazo do

beneficio seria de 10 (dez) anos, com 03 (três) anos de carência e amortização única de cada

parcela no final da carência com juros de 10% (dez por cento) ao ano.

O PROCOMEX foi revogado pela Lei estadual nº 7.980, de 12 de Dezembro de 2001,

que criou o DESENVOLVE, especificado no item 4.9.5.

5.9.3 PROCOBRE – Programa Estadual de Desenvolvimento da Mineração, da

Metalurgia e da Transformação do Cobre

Objetivando expandir as empresas transformadoras de cobre, o PROCOBRE,

instituído pela Lei nº 7.508, de 22 de Setembro de 1999, concedia os seguintes benefícios,

com prazo até 31 de Dezembro de 2009:

� Diferimento do ICMS nas saídas internas de cobre em forma de cátodos ou

vergalhão com destino a estabelecimentos dos derivados do cobre primário;

� Diferimento do ICMS quando da importação de bens de capital para ativo fixo e de

insumos, incluindo máquinas, equipamentos, ferramental, moldes e modelos. No caso de

insumos, o beneficio está limitado ao cátodo e ao blister de cobre;

� Infra-estrutura física; e

� Crédito presumido de 23,53% (vinte e três inteiros e cinqüenta e três décimos por

cento) no caso de empresas que realizem extração e beneficiamento de cobre, para todas as

operações; de 56,47% (cinqüenta e seis inteiros e quarenta e sete décimos por cento) nas

operações internas; e de 80% (oitenta por cento) nas operações interestaduais para empresas

que realizem a transformação do cobre primário.

Entretanto, o programa foi revogado pela Lei nº 7.981, de 13 de Dezembro de 2001.

5.9.4 FUNDESE – Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico do Estado da

Bahia

A Lei nº 7.599, de 07 de Fevereiro de 2000, dispõe sobre FUNDESE, que é regulado

pela Lei nº 6.455, de 07 de dezembro de 1992, e alterações. Sua finalidade é financiar,

observadas as diretrizes do Plano Plurianual e as normas estabelecidas em seu regulamento,

programas voltados para o desenvolvimento social e econômico do Estado, em especial

aqueles que estimulem ou promovam:

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101

i) A implantação, ampliação e o desenvolvimento de empreendimentos industriais no

Estado, em especial no setor automotivo;

ii) A diversificação, interiorização e capacitação tecnológica do parque e do processo

industrial do Estado, visando sua maior competitividade;

iii) A manutenção de atividades econômicas locais, em processo de inviabilização em

razão de vantagens ou incentivos concedidos em outros Estados;

iv) A implantação e operação de incubadoras de empresas visando verticalizar o ciclo

de desenvolvimento do Estado;

v) As atividades das micro e pequenas empresas; das cooperativas e associações; dos

empreendimentos da indústria cultural e de turismo;

vi) As exportações de produtos fabricados no Estado;

vii) a implantação de projetos agropecuários de relevante interesse para a economia

baiana, bem como a recuperação de atividades afetadas por fatores endêmicos e epidêmicos

no Estado;

viii) O reaproveitamento, no Estado, de construções desativadas de empresas

instaladas em centros industriais que disponham de infra-estrutura, bem como a construção de

novos galpões; e

ix) Os empreendimentos, as obras e os serviços de apoio a projetos de interesse social.

Através do FUNDESE é possível financiar a instalação de novos empreendimentos

industriais e agropecuários no Estado, bem como os impostos incidentes na importação dos

produtos destinados à sua comercialização e industrialização; e promover a equalização da

carga tributária no campo de incidência do ICMS.

Condições de Financiamento: a) garantia real ou fidejussória; b) prazo global de

financiamento de até 15 (quinze) anos; c) prazo de amortização de até 10 (dez) anos; d) prazo

de carência de até 05 (cinco) anos; e e) encargos financeiros: taxa referencial de juros mais

12% (doze por cento) ao ano.

O FUNDESE é gerido pelo Banco de Desenvolvimento do Estado da Bahia

(DESENBANCO).

5.9.5 DESENVOLVE – Programa de Desenvolvimento Industrial e de integração

Econômica do Estado da Bahia

Instituído pela Lei nº 7.980, de 12 de Dezembro de 2001, e regulamentado pelo

Decreto nº 8.205, de 03 de Abril de 2004, e alterações, o DESENVOLVE é um programa

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102

desenvolvido no âmbito da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM), cujo

objetivo é fomentar e diversificar a matriz industrial e agroindustrial local, com formação de

adensamentos industriais nas regiões econômicas e integração das cadeias produtivas

essenciais ao desenvolvimento econômico e social e à geração de emprego e renda no Estado

da Bahia.

Os incentivos concedidos devem estimular a instalação de novas indústrias e a

expansão (aumento de 35% da produção física do ano anterior), reativação ou modernização

(incorporação de novos métodos e processos) de empreendimentos industriais já instalados no

Estado, gerando novos produtos e processos.

Os setores beneficiados pelo programa são os agroindustriais; metalúrgicos (ferro e

cobre); de geração de energia; transformação plástica; química e petroquímica; de bebidas;

automotivos; confecções; equipamentos para irrigação; calçados; móveis; medicamentos

(vacinas); e de produtos alimentícios.

Os incentivos consistem na dilatação do prazo de pagamento de até 90% (noventa por

cento) do saldo devedor mensal do ICMS nominal, limitado a 06 (seis) anos; e no diferimento

do lançamento e pagamento do ICMS devido. O prazo de fruição dos benefícios não poderá

exceder 12 (doze) anos.

Os encargos financeiros incidirão sobre o valor do ICMS incentivado e serão limitados

até a TJLP. O pagamento do imposto resultante da dilatação ocorrerá em uma só vez após

carência de 06 (seis) meses e a liquidação antecipada de cada uma das parcelas ensejará

desconto de até 90% (noventa por cento) sobre seu saldo, com os seguintes descontos

progressivos:

i) Antecipação em 05 (cinco) anos: desconto de 90% (noventa por cento);

ii) Antecipação em 04 (quatro) anos: desconto de 85% (oitenta e cinco por cento);

iii) Antecipação em 03 (três) anos: desconto de 80% (oitenta por cento);

iv) Antecipação em 02 (dois) anos: desconto de 45% (quarenta e cinco por cento); e

v) Antecipação em 01 (um) ano: desconto de 30% (trinta por cento).

5.9.6 PROTURISMO

Programa criado no âmbito do FUNDESE, cujo objetivo é financiar empreendimentos,

obras e serviços de finalidade ou de interesse turístico, compreendendo obras civis,

instalações, máquinas e equipamentos, transportes turísticos, marinho ou rodoviário,

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103

equipamentos para a prática de esportes e lazer, comércio de artesanato e arte, e terminais

marítimos de pequeno porte.

Benefícios: financia até 70% (setenta por cento) do investimento de empreendimentos

hoteleiros, com limite de até R$ 250.000,00 (duzentos e cinqüenta mil Reais). Nos casos de

ampliação o limite é de 60% (sessenta por cento).

O prazo de fruição dos benefícios é de 08 (oito) anos, com 02 (dois) anos de carência.

Todavia, o prazo para a aquisição de veículos diminui para 04 (quatro) anos.

Os encargos financeiros são a TJLP mais juros de 3% a 7% (três a sete por cento) ao

ano.

5.9.7 Decreto n° 4.316, de 19 de Junho de 1995, e alterações

Dispõem sobre o lançamento e o pagamento do ICMS relativo ao recebimento, do

exterior, de componentes, partes e peças destinados à fabricação de produtos de informática,

elétricos, eletrônicos, eletro-eletrônicos e telecomunicações, por estabelecimentos industriais

desses setores.

Incentivos: ficam diferidos, o lançamento e o pagamento do ICMS relativo ao

recebimento, do exterior, de:

� Componentes, partes e peças, desde que o estabelecimento importador esteja

instalado no Distrito Industrial de Ilhéus, destinados à fabricação de produtos de informática,

elétricos, eletrônicos, eletro-eletrônicos e de telecomunicações por parte de estabelecimentos

industriais desses setores, nas seguintes hipóteses: i) para o momento em que ocorrer a saída

dos produtos resultantes do processo de industrialização; e ii) quando destinados à utilização

em serviço de assistência técnica e de manutenção para o momento em que ocorrer a saída

dos mesmos do estabelecimento industrial importador;

� Nas operações de recebimento do exterior, efetuadas por estabelecimentos

industriais fabricantes de máquinas e aparelhos elétricos, eletrônicos, eletro-eletrônicos e de

telecomunicações e equipamentos de informática, cabos e fios de alumínio e fibra ótica: a) de

bens destinados ao ativo imobilizado, para momento em que ocorrer a desincorporação; e b)

de matérias-primas, material intermediário e embalagens, a serem utilizados exclusivamente

no processo produtivo, para o momento em que ocorrer a saída dos produtos deles

decorrentes.

Aplica-se o diferimento: a) a projetos industriais localizados em qualquer município

da RMS, desde que se refiram exclusivamente a empreendimentos que tenham por objetivo

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104

montagem ou fabricação de produtos de pelo menos dois setores integrados, entre os de

informática, elétricos, eletrônicos, eletro-eletrônicos e de telecomunicações; b) para

empreendimentos cujo valor do investimento total seja equivalente a, no mínimo, R$

50.000.000,00 (Cinqüenta Milhões de Reais); e c) nas demais regiões do Estado, mediante

aprovação por ato específico da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração.

O Decreto concede crédito fiscal adicional de 5% (cinco por cento) do ICMS para os

estabelecimentos comerciais, quando estes promoverem a saída interna de seus produtos; e

redução da carga tributária em 7% (sete por cento) do ICMS, nas operações de saída para

hardware e software.

5.9.8 Crédito Presumido de ICMS – Decreto nº 6.734, de 09 de Setembro de 1997

O crédito presumido de ICMS é aplicado nas operações de saída dos seguintes

produtos, montados ou fabricados no Estado, nos seguintes percentuais:

Quadro 5.5 –Bahia – Crédito presumido de ICMS

Setores Percentagem e Prazos

Veículos automotores, bicicletas e triciclos, inclusive seus

componentes, partes, peças, conjuntos e sub-conjuntos,

pneumáticos e acessórios.

75% (setenta e cinco por cento) do imposto incidente nos

05 (cinco) primeiros anos e 37,5% (trinta e sete inteiros e

cinco décimos por cento) do sexto ao décimo ano.

Calçados, seus insumos e componentes, bolsas, cintos,

bolas esportivas e artigos de malharia e seus insumos.

Redução de até 99% (noventa e nove por cento) e pelo

período de até 20 (vinte) anos.

Móveis. Até 90% e pelo período de até 15 anos de produção.

Preservativos. 70% nos primeiros dez anos de produção.

Processamento e conservação de peixes e crustáceos e

fabricação de conservas de peixes e crustáceos.

90% nos primeiros dez anos de produção.

Artigos sanitários de cerâmica. Até 85% e pelo período de até 10 anos de produção.

Fiação e tecelagem. Até 90% e pelo período de até 15 anos de produção.

Azulejos e pisos. Até 85% e pelo período de até 10 anos de produção.

Confecções. Até 90% e pelo período de até 15 anos de produção.

Os estabelecimentos industriais dos setores abrangidos pelo crédito presumido terão

diferimento no lançamento e pagamento do ICMS pelo recebimento do exterior para o

momento que ocorrer a saída do estabelecimento importador e nas operações de recebimento

do exterior. Além disso, ao optar pelo crédito presumido, a empresa renuncia à utilização de

quaisquer outros créditos decorrentes de aquisição de mercadorias ou utilização de serviços

nas etapas anteriores de produção.

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105

5.9.9 BAHIAPLAST – Programa Estadual de Desenvolvimento da Indústria de

Transformação Plástica

O BAHIAPLAST foi instituído pela Lei nº 7.351, de 15 de Julho de 1998, é

regulamentado pelo Decreto nº 7.439, de 17 de Setembro de 1998, e alterações e é

administrado pelo Departamento de Indústria da Secretaria da Indústria, Comércio e

Mineração.

Seus objetivos são: i) fomentar a instalação de novos empreendimentos industriais no

segmento de transformação petroquímica e plástica; ii) interagir com organismos internos e

externos dedicados a estudos na área de desenvolvimento industrial e tecnológico com vistas à

instalação, expansão, modernização, consolidação e manutenção de empresas do setor de

transformação petroquímica e plástica no parque industrial baiano; e iii) promover medidas

visando a instituição de instrumentos fiscais e financeiros para o fortalecimento de indústrias

de transformação de produtos de base petroquímica e a diversificação industrial no Estado.

O BAHIAPLAST concede os seguintes benefícios:

� Infra-estrutura física: terreno com área suficiente para abrigar a planta industrial,

quando se tratar de novo empreendimento, assim como das atividades consideradas

complementares à produção e imprescindíveis ao pleno funcionamento do empreendimento

beneficiado, a preços simbólicos; e oferta, nos limites do terreno do novo empreendimento,

das facilidades de infra-estrutura, tais como, energia, comunicação, água e acesso viário

pavimentado para interligação da unidade industrial à via coletora de tráfego;

� Diferimento do lançamento e pagamento do ICMS devido nas operações com

máquinas, equipamentos, instrumentos e aparelhos industriais de controle de qualidade,

ferramentas, moldes e modelos, e seus sobressalentes, destinados ao ativo imobilizado, para o

momento em que ocorrer a incorporação dos bens;

� Crédito presumido nas operações de saídas de produtos transformados, desde que

derivados de produtos químicos e petroquímicos básicos e intermediários: a) nas operações

que destinem mercadorias para este Estado, o equivalente a 41,1765% (quarenta e um inteiros

e um mil setecentos e sessenta e cinco décimos de milésimos por cento) do imposto

destacado; b) nas operações que destinem mercadorias para outros Estados, o equivalente a

70% (setenta cento) do imposto destacado, para empresas com projetos de implantação e

ampliação que sejam de relevância para a matriz industrial do Estado, na forma que dispuser o

regulamento, e 50% (cinqüenta por cento) do imposto destacado, para as demais empresas; e

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106

� Outras vantagens: bônus de 3% (três por cento) garantido pelas indústrias do Pólo

Petroquímico de Camaçari, sobre as compras de matérias-primas para as indústrias de

transformação plástica do Estado.

Todos os benefícios têm prazo de fruição limitado a 31 de Dezembro de 2007.

Quadro 5.6 – BAHIAPLAST – Percentual de redução do ICMS

Tipo de Venda Alíquota sem Incentivo Percentual de Redução

da Alíquota

Alíquota Final com

Incentivo

No Estado 17% 41% 10%

Para as regiões Sul e Sudeste 12% 50% 6%

Para as regiões Norte e Nordeste 7% 50% 3,5%

Para outros Estados em projetos relevantes

para a matriz industrial da Bahia

12% 70% 3,6%

5.9.10 INOVATEC – Programa Estadual de Incentivos à Inovação Tecnológica

A Lei nº 9.833, de 05 de Dezembro de 2005, instituiu o INOVATEC, programa gerido

pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI). Seus objetivos são:

i) Promover o desenvolvimento da economia baiana através da ampliação de seu

conteúdo de ciência, tecnologia e inovação;

ii) Incentivar os investimentos de base tecnológica no Estado; e

iii) Incentivar as atividades de P&D e a produção e disseminação do conhecimento

científico e tecnológico.

O INOVATEC concede incentivo fiscal relacionado: a) ao diferimento do ICMS na

entrada decorrente de importação do exterior de bens e materiais necessários às atividades de

inovação; e b) a redução da carga tributária efetiva na utilização de serviços de

telecomunicações.

Através do programa também é possível investir na criação da infra-estrutura

necessária à implantação e fixação de inovações e na aquisição de bens e equipamentos

necessários às atividades de inovação.

5.9.11 PROAUTO – Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia

O PROAUTO foi criado pela Lei nº 7.537, de 28 de Outubro de 1999, e está vinculado

ao FUNDESE. Sua finalidade é estimular a implantação e o desenvolvimento de

empreendimentos industriais desse setor no Estado.

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107

Os beneficiários do programa são os empreendimentos com investimentos totais

superiores a R$ 800.000.000,00 (Oitocentos Milhões de Reais), que utilizem métodos,

sistemas e tecnologias avançados, compartilhados, no que couber, com órgãos, agências e

universidades locais, cujos projetos de investimento contribuam para o desenvolvimento

tecnológico da matriz industrial do Estado; a geração de emprego e formação de mão-de-obra

qualificada; e a consolidação do parque automotivo baiano.

O PROAUTO concede:

� Financiamento de capital de giro nos seguintes critérios e condições: i) prazo de

fruição do benefício de até 15 (quinze) anos; ii) prazo de amortização de até 12 (doze) anos;

iii) carência de até 10 (dez) anos; iv) o valor financiado não poderá exceder a 12% (doze por

cento) do valor do faturamento bruto, no período considerado, dos produtos tributados

comercializados pelos estabelecimentos da empresa beneficiada, situados no Estado; v) a

empresa beneficiada obrigar-se-á a emitir títulos de crédito em favor do gestor financeiro do

FUNDESE, no valor de cada parcela liberada; vi) pagamento do principal em até 144 (cento e

quarenta e quatro) parcelas mensais e sucessivas, a partir do vencimento do prazo de carência;

e vii) a empresa beneficiada poderá optar pelo pagamento antecipado das parcelas mensais

recebidas ou dos saldos devedores anuais do empréstimo, o que dará direito a uma taxa de

desconto de até 98% (noventa e oito por cento); e

� Financiamentos destinados a investimentos fixos e despesas relativas à implantação

do projeto nos seguintes critérios e condições: a) prazo global de financiamento de até 15

(quinze) anos; b) carência de até 05 (cinco) anos, a partir da liberação de cada parcela; c)

pagamento do valor financiado em até 120 (cento e vinte) prestações mensais, iguais e

sucessivas, após o término do prazo de carência; d) incidência de taxa de juros de no mínimo

6% (seis por cento) ao ano, sem atualização monetária; e e) capitalização dos juros no período

de carência.

As garantias dos financiamentos podem ser títulos de crédito, reais ou fidejussórias.

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108

5.10 Considerações Finais

O objetivo deste capítulo foi sistematizar e destacar as principais características das

políticas de incentivo fiscais e financeiros elaboradas pelos Estados que compõem a região

Nordeste do Brasil.

De forma geral, os programas estaduais possuem algumas semelhanças, dentre as

quais pode-se destacar a prioridade na concessão de incentivo dada aos projetos de

investimento que utilizem matérias-primas e insumos locais, explorem potenciais produtivos

do Estado, desenvolvam atividades com alto teor tecnológico e tenham alto poder germinativo

em relação ao emprego (o critério varia entre os Estados, Maranhão, por exemplo, prioriza

projetos de investimento que gerem 100 ou mais empregos diretos, Ceará 350 e Paraíba 500).

Além de considerarem o volume de investimento a ser realizado.

A meta dos programas estaduais é estimular a dinâmica local, através do crédito

presumido, do diferimento e/ou financiamento do ICMS devido (exceto no caso do Piauí, que

concede a dispensa do pagamento do ICMS), em setores já consolidados no Estado e em

setores sem tradição na economia local, com o intuito de diversificar as cadeias produtivas,

aumentar a arrecadação futura deste imposto, consolidar aglomerações produtivas existentes

em seus territórios e gerar emprego e renda, de forma que o crescimento futuro da economia

se torne menos dependente da concessão destes incentivos.

Os benefícios são concedidos a projetos de implantação, ampliação, relocalização,

modernização e revitalização de empreendimentos industriais e agroindustriais, bem como ao

desenvolvimento de novos produtos. No caso do Maranhão, também são incentivadas

empresas voltadas ao comércio exterior e, em Pernambuco, importadores atacadistas e

centrais de distribuição. O percentual do ICMS financiado gira em torno de 75%, porém pode

chegar à totalidade do imposto em determinadas circunstâncias e Estados. Por exemplo, no

Piauí e em Alagoas, os primeiros anos do benefício correspondem a 100% do ICMS, que vai

sendo reduzido gradativamente. Os incentivos em Pernambuco e Paraíba também podem

chegar a 100% do ICMS, caso os empreendimentos sejam considerados prioritário ou se

localizem em determinadas regiões do Estado.

Os Estados que têm menor prazo de fruição dos benefícios são Ceará, Rio Grande do

Norte, Sergipe e Pernambuco (10 anos nos três primeiros casos e 12 no último). Entretanto,

nestes Estados é possível solicitar prorrogação deste prazo que pode chegar a 15, 20, 20 e 18

anos, respectivamente. Em seguida vêm Bahia (12 anos), Maranhão (12 anos e 06 meses),

Piauí, Paraíba e Alagoas (15 anos). O prazo de carência é de 03 anos na maioria dos Estados,

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109

com exceção de Alagoas e Sergipe (02 anos). Pernambuco e Piauí não fazem referência a este

prazo.

Em relação à interiorização da indústria, os Estados que deixam mais claro em seus

programas o aumento do benefício (percentual do ICMS financiado e prazo de fruição) para

empreendimentos que se localizem fora da região mais desenvolvida do Estado são Paraíba,

Rio Grande do Norte, Ceará (através de seu sistema de pontuação), Piauí e Sergipe. O

programa pernambucano diz que são financiados 100% do ICMS de empreendimentos

localizados em áreas consideradas prioritárias para o Estado, mas não deixa muito claro quais

seriam estas áreas. Maranhão e Bahia não definem percentuais específicos para

empreendimentos localizados no interior.

Os encargos financeiros não são citados em muitos programas, como é o caso de

Pernambuco, Piauí, Alagoas e Sergipe. Nos demais Estados, os encargos não ultrapassam

12% a.a. O mesmo pode ser observado em relação às garantias dos financiamentos (não

mencionadas ou limitam-se a garantias fidejussórias ou aval dos sócios).

Nos casos da Paraíba, Alagoas e Sergipe é explícito o apoio à iniciativa privada

também no que diz respeito à infra-estrutura necessária ao funcionamento dos

estabelecimentos, como a execução de obras em terrenos nos quais os empreendimentos serão

implantados, a cessão de galpões e terrenos, etc.

Regra geral em todos os programas é que o benefício não pode diminuir a arrecadação

presente do ICMS.

Em geral, os programas estaduais têm características similares e parecem seguir a

mesma lógica de criação de postos de trabalho, adensamento das cadeias produtivas e

interiorização da indústria. Entretanto, não se pode deixar de destacar que incentivos fiscais

não são os únicos fatores que influenciam as decisões de investimento da iniciativa privada.

Estes programas estaduais não devem, em princípio, ser considerados a melhor opção de

política de desenvolvimento local, apesar de suas constantes reformulações, uma vez que é

preciso adotar medidas mais amplas, como melhorias no sistema educacional e de

qualificação do trabalhador, para estimular a competitividade e aumentar os fatores de

atratividade local.

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110

6. ANÁLISE DOS PROGRAMAS ESTADUAIS DE INCENTIVOS FI SCAIS

Após sistematizar as principais características dos mecanismos estaduais de incentivo

à industrialização existentes no Nordeste, o objetivo deste capítulo é analisar os impactos dos

mesmos para as economias locais no período 1995-2005, em termos de emprego gerado,

investimento realizado, interiorização da indústria e adensamento das cadeias produtivas. Para

tanto, são analisados dados referentes aos respectivos programas, fornecidos por seus órgãos

administradores, em relação às empresas incentivadas11. É preciso salientar que as

informações sobre o investimento e o emprego referem-se aquelas declaradas nos projetos

beneficiados pelos programas estaduais, e não ao que foi efetivamente realizado. Alguns

Estados vêm trabalhando no sentido de fornecer dados mais precisos, pois há uma

preocupação em averiguar a situação dos projetos incentivados, através do desenvolvimento

de sistemas de acompanhamento, para avaliar a aplicabilidade de seus programas. Além disso,

apesar do esforço realizado, não foram fornecidos dados relativos à renúncia fiscal

demandada pelos programas estaduais, exceto no caso de Pernambuco, o que permitiria uma

avaliação, ao menos preliminar, do custo envolvido neste tipo de programa. Entretanto, isto

não compromete o objetivo deste trabalho, que é avaliar se existe alguma relação entre a

concessão de incentivos fiscais e o crescimento estadual (em termos de emprego,

interiorização e adensamento industrial).

Para observar se as mudanças ocorridas no cenário local estão relacionadas à política

industrial implementada pelos Estados foram utilizados dados da Relação Anual de

Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (RAIS/MTE), sobre o emprego e o

número de estabelecimentos industriais nos municípios nordestinos, por setor da indústria de

transformação e extrativa mineral, em 1995 e 2005. A idéia subjacente é que estes dados

refletem, parcialmente, os efeitos destas políticas sobre a economia local, visto que um dos

requisitos para receber os incentivos é estimular a geração direta de emprego. Assim, pode-se

supor que determinada parcela do emprego industrial nos últimos anos foi estimulada pelos

programas estaduais, à medida que estes se intensificavam e novos instrumentos foram

desenvolvidos.

11 A classificação setorial dos programas obedece a normas específicas de cada Estado e por este motivo a comparação direta destes programas deve ser cautelosa.

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111

6.1 Metodologia

As políticas de incentivos fiscais têm diversos impactos sobre os Estados que as

concedem: não apenas são criadas novas oportunidades de investimento e emprego, mas

também a arrecadação estadual é afetada, além de prováveis custos envolvidos nos

programas, como a realização de obras de infra-estrutura. A mensuração de seus impactos é

tarefa complexa, pois envolve uma série de fatores que não são facilmente comparados

(Prado, 2000). Para o objetivo deste trabalho, que é analisar se existe alguma influência entre

a política de incentivos e a dinâmica da indústria de transformação e extrativa mineral, foi

utilizado, em parte, instrumental metodológico descrito por Soares et al. (2007)..

Em primeiro lugar, para avaliar em que medida a indústria cresceu nos Estados da

região Nordeste foram considerados dados relativos ao número de estabelecimentos

industriais em atividade na região. Após a constatação de aumento ou redução nesta

quantidade, foi calculado, para verificar se houve mudanças no perfil industrial dos Estados e,

conseqüentemente, da região, o Quociente Locacional (QL), a partir de informações da RAIS

sobre o emprego, dado pela seguinte expressão:

e

ie

j

ij

ij

E

E

E

E

QL =

Onde, ;jmunicípionoisetordoempregoEij =

;jmunicípionototalempregoE j =

;EstadonoisetordoempregoEie =

;EstadonototalempregoEe =

=e Estados nordestinos: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,

Paraíba; Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia;

=j municípios nordestinos; e

=i setores da indústria de transformação e extrativa mineral: extrativa

mineral; minerais não-metálicos; metalúrgica; mecânica; material elétrico e de

comunicações; material de transporte; madeira e mobiliário; papel e gráfica; borracha,

couro e fumo; química; têxtil; calçados; alimentos e bebidas.

O QL mede a concentração de determinada atividade econômica (setor) em uma área,

tomando como referência a distribuição desta atividade num espaço geográfico mais

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112

abrangente, no qual a área em questão está inserida. Através de seu cálculo será possível

identificar os setores em que cada região concentra sua economia. Este índice pode ser maior,

menor ou igual a 1 (um).

Se QL > 1, significa que o setor analisado é relativamente mais importante em termos

de emprego para o município do que para o Estado a qual pertence. Logo, o município pode

ser classificado como especializado neste setor.

Se QL < 1, significa que o setor analisado é relativamente menos importante em

termos de emprego para o município do que para o Estado a qual pertence. Logo, o município

é classificado como não-especializado neste setor.

O cálculo deste índice permitirá avaliar se o número de municípios especializados nos

Estados aumentou ou diminuiu no período, bem como o mesmo pode ser observado para as

mesorregiões estaduais, sendo esta uma forma de avaliar em que medida os programas

estaduais auxiliaram na interiorização da indústria.

A principal fonte de dados é a RAIS/MTE, visto que a análise realizada refere-se ao

emprego formal industrial.

6.2 Análise dos Dados

6.2.1 MARANHÃO

No caso do Maranhão, apesar das diversas tentativas, não foram fornecidos dados

relativos ao SINCOEX pela Secretaria do Estado da Indústria e Comércio do Maranhão

(SINC). Ainda assim é válido analisar as informações referentes ao emprego e aos

estabelecimentos industriais no período entre 1995 e 2005.

A tabela 6.1 mostra a taxa de variação do número de empresas instaladas no Estado,

por setor, bem como do emprego industrial. A análise dos resultados demonstra que houve um

aumento no número de empresas em funcionamento no Estado, em praticamente todos os

setores da indústria, exceto nos setores de material de transporte e de calçados. Três gêneros

dinâmicos da indústria tiveram as maiores taxas de crescimento: materiais elétricos e de

comunicações, mecânica e química. Entretanto, estes gêneros representam apenas 13% dos

estabelecimentos industriais do Estado. Em relação ao emprego industrial, os setores que mais

cresceram no período foram os de materiais elétricos e de comunicações, produtos químicos e

calçados. Os setores mecânicos, materiais de transporte e madeira e mobiliário tiveram

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113

reduções no número de emprego, fato que pode estar ligado, nos dois primeiros casos, à

adoção de novos métodos de produção, cada vez mais poupadores de mão-de-obra.

Tabela 6.1 - Maranhão - Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de transformação e extrat iva mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos Setores 1995 2005 Variação (%) 1995 2005 Variação ( %)

Extrativa Mineral 469 489 4,3 22 52 136,4

Minerais Não-metálicos 1.719 4.128 140,1 67 175 161,2

Ind. Metalúrgica 3.537 3.708 4,8 80 157 96,3

Ind. Mecânica 870 323 -62,9 6 23 283,3

Mat. Elétricos e de Comunicações 3 220 7.233,3 2 16 700,0

Materiais de Transporte 451 249 -44,8 25 24 -4,0

Madeira e Mobiliário 4.767 3.028 -36,5 194 252 29,9

Papel e Gráfica 1.399 1.933 38,2 90 164 82,2

Borracha, couro e fumo 406 832 104,9 45 55 22,2

Ind. Química 1.111 3.262 193,6 47 168 257,4

Ind. Têxtil 598 1.157 93,5 72 144 100,0

Ind. de Calçados 5 14 180,0 3 3 0,0

Alimentos e bebidas 5.393 5.521 2,4 239 359 50,2

Total 20.728 24.864 20,0 892 1.592 78,5

Fonte: RAIS/TEM

Para avaliar as alterações no perfil produtivo industrial, foi calculado o QL para os

municípios maranhenses. A tabela 6.2 apresenta o número de municípios especializados por

setor, sendo que apenas a indústria de borracha, couro e fumo teve redução neste número. Os

setores com as maiores taxas de variação foram os extrativos minerais, materiais elétricos e de

comunicações, têxteis, químicos e minerais não-metálicos. Entretanto, apenas 21,9% dos

municípios analisados são especializados em gêneros dinâmicos da indústria.

Tabela 6.2 - Maranhão - Padrão de especialização mu nicipal (Quociente Locacional) – 1995 e 2005

N° de Municípios Especializados Setores 1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 5 15 200,0

Minerais Não-metálicos 14 32 128,6

Ind. Metalúrgica 5 5 0,0

Ind. Mecânica 2 4 100,0

Mat. Elétricos e de Comunicações 1 3 200,0

Materiais de Transporte 3 5 66,7

Madeira e Mobiliário 14 19 35,7

Papel e Gráfica 6 7 16,7

Borracha, couro e fumo 6 4 -33,3

Ind. Química 7 17 142,9

Ind. Têxtil 4 11 175,0

Ind. de Calçados 2 2 0,0

Alimentos e bebidas 20 31 55,0

Total 89 155 74,2

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

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114

Em relação à distribuição espacial da indústria, a tabela 6.3 mostra que o número de

municípios especializados cresceu em todas as mesorregiões do Estado, com destaque para o

Oeste e o Sul maranhense, regiões que abrigam, respectivamente, os municípios de Imperatriz

e do Alto Parnaíba, sendo o primeiro município responsável por importante parcela da

economia estadual.

Tabela 6.3 - Maranhão - Padrão de especialização mu nicipal por mesorregião (Quociente Locacional) – 19 95 e 2005

N° de Municípios Especializados Mesorregião 1995 2005 Variação (%)

Centro Maranhense 8 13 62,5

Leste Maranhense 11 14 27,3

Norte Maranhense 10 18 80,0

Oeste Maranhense 15 30 100,0

Sul Maranhense 5 10 100,0

Total 49 85 73,5

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

De forma geral, estes dados podem indicar a receptividade dos investidores à política

industrial estadual, contudo, dada a ausência de dados relativos ao SINCOEX, não é possível

sequer relacionar estas informações à evolução dos incentivos fiscais. Apesar da melhora na

situação do emprego industrial no período analisado, a dinâmica maior permaneceu nas

regiões já mais desenvolvidas do Estado.

6.2.2 PIAUÍ

No período 1994-2006, de acordo com dados fornecidos pela Secretaria da Fazenda

(SEFAZ) e pela Secretaria do Planejamento (SEPLAN) do Estado do Piauí, por intermédio de

sua Comissão de Incentivos Fiscais (CIF), 410 empresas foram incentivadas e geraram cerca

de 28.794 empregos diretos12. A evolução do investimento privado realizado por setor

econômico no âmbito do programa estadual de incentivos fiscais está representada na tabela

6.4. Os investimentos realizados não ocorreram de forma contínua e apenas os setores de

produtos alimentícios e de minerais não-metálicos receberam incentivos de forma

ininterrupta, sendo este último o principal receptor dos investimentos realizados em todo o

período, cerca de 93%.

12 Os dados foram fornecidos por produto fabricado. Para facilitar a análise os mesmos forma agrupados pela autora de acordo com a Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE).

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115

Tabela 6.4 - Piauí - Investimento privado realizado no âmbito da Comissão de Incentivos Fiscais - 1994 -2006

R$ Mil de 2006

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

Agric. e Pecuária. 72.094 - - - 1.035 3.030 2.214 864 - - 2.530 13.393 125.000 220.160

Couro e Calçados - - 249 - 538 11.588 - - 5.545 314 11 - - 18.245

Bebidas 124 639 1.909 - - 341 100.983 4.799 26 23.460 3.079 2.404 1.410 139.174

Celulose e Papel - - - - - 611 1.909 - - - - 41.297 - 43.817

Diversos 7.824 940 - - 332 - 69 - 8.007 8.621 2.968 - - 28.761

Ext. de Min. Não-Metál. - - - - - 2.305 - - - 1.327 - 474 - 4.106

Maq. e Eq. - - - - 5.735 - 466 - - 480 - - - 6.681 Maq. e Mat. Elétricos 5.917 - - 839 - 494 1.336 - - 1.612 3.024 402 - 13.624

Metalurgia - - - - - 15.740 - 913 - 15.026 690 779 - 33.148

Móveis e Madeira 35.246 137 - - 320 138 8.495 5.396 - 2.935 1.613 623 - 54.903

Prod. Alimentícios 3.683.726 8.347 2.648 6.740 41.993 5.347 46.949 17.910 553.594 176.489 20.580 5.984 14.660 4.584.967

Prod. de Borracha - - - - - - 365 - 218 - - - - 583

Prod. de Metal, exc. Maq. e eq. 5.661 - 52 - 4.254 208 1.344 - 4.776 305 - 869 2.719 20.188

Prod. Farmoq. - - - - - 1.878 3.570 312 - 1.078 798 - 3.883 11.519

Prod. Mat. Plásticos 19.937 - - - - 197 - 93 4.100 5.685 - 5.359 65 35.436 Prod. Min. Não-Metál. 90.579.036 1.892 268 456 1.035 6.648 283.883 744 516 13.719 775 3.196 2.297 90.894.465

Prod. Químicos - - - - - 357 1.560 6.088 1.392 53.628 2.431 515 1.554 67.525

Prod. de Limpeza e Higiene 252.668 631 - 1.591 5.987 - 3.217 252 1.176 3.585 1.727 406 1.324 272.564

Têxtil/Confecções/ Vestuário 1.816 1.850 - 802 1.413 45.587 428 65.691 115 587 - - 8.166 126.455 Veículos e Carrocerias 582.418 - - - - - - - - 703 - - - 583.121

Outros(*) 30.872 - - - 38.430 9 18.319 - 24.907 18.139 - - - 130.676

Total 95.277.339 14.434 5.126 10.428 101.071 94.477 473.197 103.062 604.373 327.693 40.227 75.704 161.076 97.288.207

Fonte: SEFAZ/SEPLAN – Comissão de Incentivos Fiscais. (*)Coque, Prod. Derivados do Petróleo/Biocombustíveis; Eletro-Eletrônico; Eq. de Informática, Prod. Eletrônicos e Ópticos; e Outros Eq. de Transporte.

Do total de projetos incentivados, 78% tinham por finalidade a implantação de novas

plantas industriais; 12% a revitalização de empreendimentos e o desenvolvimento de novos

produtos; 8% a ampliação de empreendimentos já existentes; e 2% tinham outras finalidades,

conforme gráfico 6.1.

8%

12%

78%

2%

Ampliação

Revitalização/Novos Produtos

Implantação

Outros(*)

Fonte: SEFAZ/SEPLAN - Comissão de Incentivos Fiscais(*) Decretos e Prorrogações

Gráfico 6.1 - Piauí - Finalidade dos empreendimento s incentivados no período 1994-2006

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116

Cerca de 55% dos projetos incentivados foram realizados na capital e 45% no interior,

sendo que em 1997, 1999 e 2006 o percentual de empresas incentivadas no interior foi

superior, como mostra o gráfico 6.2.

05

1015202530354045

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

Anos

de E

mpr

esas

Capital

Interior

Fonte: SEFAZ/SEPLAN - Comissão de Incentivos Fiscais

'

Gráfico 6.2 - Piauí - Número de empresas incentivad as por região - 1994-2006

A evolução do número de empresas incentivadas no período analisado está

representada no gráfico 6.3, no qual pode-se observar que apenas a partir de 1998 mantém-se

o nível de empresas incentivadas próximo à média do período (32 empresas). Entre 1995 e

1997, 26 empresas foram incentivadas, fato que deve estar ligado à reestruturação da

legislação estadual referente aos incentivos fiscais neste período. A partir de 1998, a

quantidade anual de empresas incentivadas foi superior a 25, com expressivos 72 projetos

incentivados em 2003. Com exceção deste ano, os demais se mantiveram dentro de

determinado patamar, num intervalo entre 30 e 40 projetos por ano.

28

8 9 9

26

44 4335 32

72

34 3238

01020304050607080

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

Ano

de E

mpr

esas

Fonte: SEFAZ/SEPLAN - Comissão de Incentivos Fiscais

Gráfico 6.3 - Piauí - Número de empresas incentivad as pela Comissão de Incentivos Fiscais - 1994- 2006

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117

Setorialmente, os projetos incentivados concentraram-se nos gêneros tradicionais da

indústria, sendo 32,4% em produtos alimentícios, 11,2% em produtos minerais não-metálicos

e 6,8% em produtos de limpeza e higiene pessoal. O gráfico A.1 do apêndice A mostra o total

de empresas incentivadas no período 1994-2006 por setor.

O Emprego direto gerado pelos empreendimentos incentivados foi mais expressivo em

1994, 2000 e 2003, e a média de postos de trabalho gerados no período 1994-2006 foi 2.215

(informações no gráfico 6.4). A maior parcela do emprego gerado coube aos setores de

produtos alimentícios (29,1%), minerais não-metálicos (11,8%), têxteis (11,5%) e bebidas

(4,6%) – gráfico A.2 do apêndice A.

698 747 731

2.1851.835

1.102

3.145

1.967

4.440

2.9822.157

1.892

4.913

0500

1.0001.5002.0002.5003.0003.5004.0004.5005.000

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

Ano

de P

osto

s G

erad

os

Fonte: SEFAZ/SEPLAN - Comissão de Incentivos Fiscais

Gráfico 6.4 - Piauí - Emprego direto gerado pelas e mpresas incentivadas - 1994-2006

Para avaliar em que medida os incentivos ajudaram a desconcentrar geográfica e

setorialmente a indústria local procede-se à análise dos dados da RAIS/MTE.

O número de estabelecimentos industriais em atividade no Estado do Piauí cresceu,

entre 1995 e 2005, em todos os setores da indústria local, com destaque para os setores de

minerais não-metálicos, materiais elétricos e de comunicações e calçados. O emprego

industrial caiu nos setores extrativos minerais, borracha, couro e fumo e têxteis, e cresceu nos

demais, especialmente nas indústrias mecânicas e de materiais de transporte (todavia, estes

ainda representam apenas 4% do emprego industrial). Os setores de minerais não-metálicos e

de produtos alimentícios e bebidas também tiveram taxas bastante positivas. Estes dados estão

sintetizados na tabela 6.5.

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118

Tabela 6.5 – Piauí - Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos Setores 1995 2005 Variação (%) 1995 2005 Variação ( %)

Extrativa Mineral 2071 843 -59,3 25 59 136,0

Minerais Não-metálicos 1382 3177 129,9 56 172 207,1

Ind. Metalúrgica 478 843 76,4 69 129 87,0

Ind. Mecânica 22 129 486,4 8 14 75,0

Mat. Elétricos e de Comunicações 31 113 264,5 4 12 200,0

Materiais de Transporte 143 756 428,7 13 18 38,5

Madeira e Mobiliário 1246 1276 2,4 83 121 45,8

Papel e Gráfica 805 890 10,6 70 116 65,7

Borracha, couro e fumo 1260 839 -33,4 45 60 33,3

Ind. Química 927 1700 83,4 50 97 94,0

Ind. Têxtil 4656 3371 -27,6 141 284 101,4

Ind. de Calçados 28 52 85,7 4 10 150,0

Alimentos e bebidas 3728 8052 116,0 274 533 94,5

Total 16.777 22.041 31,4 842 1.625 93,0

Fonte: RAIS/TEM

O cálculo do QL para os municípios piauienses identificou um aumento no número de

municípios especializados para o total da indústria. O setor de calçados teve a maior taxa de

variação, entretanto, o número de municípios especializados em sua produção ainda é muito

pequeno. Os setores de materiais de transporte, borracha, couro e fumo e têxteis tiveram taxas

negativas. Também neste quesito, o setor de minerais não-metálicos teve indicadores bastante

positivos (tabela 6.6). Dos municípios analisados, 82% são especializados em gêneros

tradicionais da indústria.

Tabela 6.6 - Piauí - Padrão de especialização munic ipal (Quociente Locacional) – 1995 e 2005

N° de Municípios Especializados Setores 1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 7 14 100,0

Minerais Não-metálicos 10 29 190,0

Ind. Metalúrgica 5 7 40,0

Ind. Mecânica 2 2 0,0

Mat. Elétricos e de Comunicações 1 2 100,0

Materiais de Transporte 2 1 -50,0

Madeira e Mobiliário 9 12 33,3

Papel e Gráfica 4 6 50,0

Borracha, couro e fumo 5 4 -20,0

Ind. Química 5 8 60,0

Ind. Têxtil 10 6 -40,0

Ind. de Calçados 1 3 200,0

Alimentos e bebidas 18 19 5,6

Total 79 113 43,0

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

Em relação à distribuição espacial da indústria, a tabela 6.7 mostra que o número de

municípios especializados cresceu em todas as mesorregiões do Estado, exceto no Sudeste

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119

Piauiense (região dos municípios de Fronteiras, Oeiras, Picos e Pio IX, que receberam cerca

de 12% dos projetos incentivados). As regiões com taxas mais positivas foram o Norte e o

Sudoeste Piauiense, que abrigam os municípios de Luís Correia, Parnaíba, Corrente e Floriano

(8,3% dos projetos incentivados instalaram-se nestes municípios). Ou seja, também no caso

do Piauí, o número de municípios especializados cresceu nas regiões do Estado em que já há

certa dinâmica industrial, mesmo quando não pertencentes à área de influência da capital do

Estado.

Tabela 6.7 - Piauí - Padrão de especialização munic ipal por mesorregião (Quociente Locacional) - 1995 e 2005

N° de Municípios Especializados Mesorregião 1995 2005 Variação (%)

Centro-Norte Piauiense 18 22 22,2

Norte Piauiense 7 12 71,4

Sudeste Piauiense 14 14 0,0

Sudoeste Piauiense 9 16 77,8

Total 48 64 33,3

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

O comportamento do emprego em diversos segmentos da indústria, em especial

naqueles que mais receberam incentivos fiscais no período analisado (minerais não-metálicos

e produtos alimentícios), parece indicar uma relação positiva entre a concessão de incentivos

fiscais, o crescimento do emprego industrial e o aumento da produção industrial em

municípios localizados fora da região mais desenvolvida do Estado, entretanto, de forma

ainda restrita. Os setores que mais receberam incentivos pertencem aos gêneros tradicionais

da indústria e por este motivo a capacidade de gerar emprego pode ter sido intensificada.

Ressalta-se que apesar do setor têxtil ter sido responsável por cerca de 11,5% do

emprego incentivado no período, o emprego formal neste setor caiu 27,6%. É provável que

este fato esteja relacionado ao ótimo desempenho deste setor em seu Estado vizinho, o Ceará.

6.2.3 CEARÁ

Os dados relativos ao FDI, fornecidos pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico

do Ceará (SDE), demonstram que no período 1994-2006, 1.111 empresas foram incentivadas

e geraram 211.229 empregos diretos no Estado. A evolução do investimento privado realizado

por setor de atividade no âmbito do FDI está representada na tabela 6.8. Os setores

incentivados que mais receberam investimentos no período foram os de refino de petróleo e

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120

químicos (cerca de 41%), seguidos dos setores de energia eólica e elétrica (11%), têxteis e do

vestuário (9,3%). O setor de calçados foi responsável por 2,8% do investimento realizado.

Tabela 6.8 – Fundo de Desenvolvimento Industrial do Ceará (FDI) - Investimento privado por setor econô mico - 1994-2006

R$ Milhões de 2006

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

Extr. Mineral - 48,1 8,9 4,9 18,2 6,1 657,2 0,9 - 3,1 - - - 747,4

Minerais Não-Metálicos 25,6 10,7 165 20,5 8,9 6,8 115,7 8 0,8 30 14,6 - - 406,6

Metal Mecânica 97,2 75,2 81,4 288,3 237,7 126,3 30,2 37,6 45,8 117,1 2 8,2 22,2 1.169,2

Mat. Elétricoe Eletrônico 6 28,1 11,2 489,7 119,3 321,7 - 2,3 2,5 3,2 - 10,3 - 994,3

Madeira e Mobiliário - 25,7 1,2 23,9 26,9 8,6 11,5 2 11,3 7,4 7,7 3,5 - 129,7

Papel, Papelão - 7,6 106,9 30 51,3 15,3 8,7 2,7 2,2 73,6 9,8 6,4 - 314,5

Couro e Peles - - - 51 16,1 7,2 16,2 - - 0,4 1,4 - - 92,3

Química 638,9 120,5 42,8 18,7 90,1 65,1 16,5 213,9 9,7 11,2 22,8 106 0,3 1.356,5

Refino de Petróleo 51,5 - - - 3.586,40 - - 836,8 5.858,40 58,7 - - - 10.391,8

Mat. Plásticos 6,5 7,1 87,7 93,9 74,6 44,4 1,1 4,7 20,7 63,4 2,6 2,6 - 409,3

Têxtil - 87,8 663,7 249,7 65,4 119,8 14,8 45,6 163 203,6 113,4 - - 1.726,8

Vestuário 51,1 127,4 134,3 213,2 170,4 70,4 31,7 2,7 28,1 56,7 6,7 15,9 16,6 925,2

Prod. Alimentares 10 118 122,9 189,7 66,7 55,2 55,2 169,7 48,8 172,7 111,9 49,3 5,6 1.175,7

Bebidas - 538 12,5 2,2 18,8 43,7 3,6 - 16,2 - 16,2 1,4 - 652,6

Editorial e Gráfica - 2,4 - 12,8 26,9 8,2 0,1 0,8 2,4 - - 3,7 - 57,3

Diversas 6,8 1,2 27,8 80,6 23 11,3 4,5 61,6 83,3 340,4 20,3 3,8 9 673,6

Calçados - 22,5 162,3 174,6 93,4 158,9 16,5 20,2 23,7 84,1 22,8 24,2 1,2 804,4

Energia Eólica e Elétrica - - - - 79,8 301,2 691,2 1.154,20 549,6 495,1 - 39,6 - 3.310,7

Turismo - - 84,4 - - - - - - 1.464,30 - 20,6 - 1.569,3

Outros(*) - 0,1 - - - - - - 6,4 - - 1.490,40 - 1.496,9

Total 893,6 1.220,60 1.713,00 1.943,60 4.773,90 1.370,30 1.674,70 2.563,50 6.872,80 3.184,90 352,1 1.786,00 54,8 28.403,8

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE)

(*) Construção e Siderurgia

O gráfico 6.5 mostra que do total de projetos incentivados, 91% tinham por finalidade

a implantação de novos empreendimentos industriais, 4% e 3% a ampliação e modernização

de empreendimentos já existentes, respectivamente, e 2% outras finalidades.

91%

4% 1%3%1%

Implantação

Ampliação

Diversificação

Modernização

Outros(*)

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SDE(*) Relocalização e Comercialização

Gráfico 6.5 - Fundo de Desenvolvimento Industrial d o Ceará - Finalidade dos empreendimentos incentiva dos no período 1994-2006

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121

O FDI foi reestruturado diversas vezes, com o intuito de estimular a distribuição da

indústria no Estado do Ceará. Entre 1994 e 2006, 49% dos empreendimentos incentivados

localizavam-se na RMF, exceto na capital, 26% no interior do Estado, 13% nas chamadas

cidades médias (Barbalha, Crato, Iguatu, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte, Morada

Nova, Russas e Sobral), 9% em Fortaleza e 3% em outras regiões (gráfico 6.6).

49%

26%

13%

9%2%1%

RMF EXC Capital

interior

Cidades Médias

Capital

Porto de Pecém

RMF & EBTS

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SDE

Gráfico 6.6 - Fundo de Desenvolvimento Industrial d o Ceará - Empresas beneficiadas por reg ião no Período 1994-2006

A evolução do número de empresas incentivadas no período analisado está

representada no gráfico 6.7, no qual pode-se observar um aumento significativo no número de

empresas incentivadas de 1994 até 1998. Nos dois anos subseqüentes houve uma queda neste

número, que esboçou uma recuperação a partir de 2001, entretanto, nos anos mais recentes o

número de empresas incentivadas vem caindo, ficando bem abaixo da média do período (85).

Os setores com maior número de empresas incentivadas foram os de produtos alimentícios

(15,8%), vestuário (13%), calçados (12%), metal-mecânica (10%) e químico (7,7%). Os

setores de refino de petróleo e de energia eólica e elétrica, apesar de representarem boa parte

dos investimentos realizados no âmbito do FDI, figuram com apenas 2,5% do total de projetos

incentivados, ou seja, poucos projetos foram incentivados nestes setores, contudo, estes estão

relacionados a grandes plantas industriais. Estas informações setoriais podem ser observadas

no gráfico A.3 no apêndice A.

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122

29

8096

160 161

132

60 67

93117

51 47

18

020406080

100120140160180

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

AnoN

º de

Em

pres

as

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SDE

Gráfico 6.7 - Fundo de Desenvolvimento Industrial d o Ceará Número de empresas incentivad as - 1994-2006

O Emprego direto gerado pelos empreendimentos incentivados acompanhou o

comportamento da quantidade de empresas incentivadas: cresceu bastante entre 1994 e 1998,

recuou em 1999 e 2000, recuperou-se entre 2001 e 2003, com expressivo aumento neste

último ano, entretanto, vem caindo desde então. A média de postos de trabalho gerados no

período 1994-2006 foi 16.248 (gráfico 6.8). Os setores que mais geraram emprego foram:

calçados (20%), vestuário (18%), produtos alimentícios (15%), metal-mecânico (8%) e têxteis

(6%) – gráfico A.4 do apêndice A.

28.674

22.26621.397

13.116 14.2799.500

0

5.00010.000

15.000

20.00025.000

30.000

35.000

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

Ano

de P

osto

s G

erad

os

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SDE

Gráfico 6.8 - Fundo de Desenvolvimento Industrial d o Ceará Emprego direto gerado - 1994- 2006

Para avaliar em que medida os incentivos ajudaram a desconcentrar geográfica e

setorialmente a indústria local procede-se à análise dos dados da RAIS/MTE.

O número de estabelecimentos industriais em atividade no Ceará cresceu em todos os

setores da indústria entre 1995 e 2005. Destaca-se o desempenho da indústria de calçados, que

mais que duplicou o número de estabelecimentos industriais, fato que pode estar relacionado à

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123

política de incentivos fiscais estaduais, já que este foi o terceiro setor em quantidade de

projetos incentivados. Este fato é reforçado pelo bom desempenho das indústrias de produtos

alimentícios, têxteis, metalúrgicas, mecânicas e químicas (todos com taxas de crescimento

superiores a 50%), que também tiveram parcela significativa de seus empreendimentos

beneficiados no período (aproximadamente 57% do total de empresas incentivadas pelo FDI

no período). O emprego industrial caiu apenas nos setores extrativos minerais, e cresceu

especialmente nos setores de calçados, materiais de transporte, borracha e mecânicos, mais

um fato que corrobora a contribuição da política de incentivos estaduais, visto que dois destes

setores figuram entre aqueles que mais geraram empregos diretos nos âmbito do FDI

(calçados e mecânico). Estas informações estão sintetizadas na tabela 6.9.

Tabela 6.9 - Ceará - Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de transformação e extrativa mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos Setores 1995 2005 Variação 1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 2.947 1.816 -38,4 108 120 11,1

Minerais Não-metálicos 3.934 7.495 90,5 272 493 81,3

Ind. Metalúrgica 5.636 7.601 34,9 248 480 93,5

Ind. Mecânica 1.260 2.776 120,3 72 132 83,3

Mat. Elétricos e de Comunicações 1.385 2.049 47,9 34 49 44,1

Materiais de Transporte 660 2.212 235,2 49 89 81,6

Madeira e Mobiliário 3.320 5.619 69,2 326 515 58,0

Papel e Gráfica 3.827 5.862 53,2 244 479 96,3

Borracha, couro e fumo 2.538 6.009 136,8 179 323 80,4

Ind. Química 5.647 9.284 64,4 233 399 71,2

Ind. Têxtil 34.574 52.449 51,7 1.423 2.390 68,0

Ind. de Calçados 6.339 44.268 598,3 85 221 160,0

Alimentos e bebidas 33.361 35.641 6,8 926 1.613 74,2

Total 105.428 183.081 73,7 4.199 7.303 73,9

Fonte: RAIS/TEM

O cálculo do QL para os municípios cearenses identificou um aumento no número de

municípios especializados em praticamente todos os setores da indústria, exceto no setor

têxtil, ou seja, a produção deste setor tornou-se mais concentrada, provavelmente na RMF,

dado o estímulo existente, via FDI, às empresas que pretendam se instalar próximas a

Arranjos Produtivos Locais (APL’s). O setor com maior taxa de variação foi o de calçados,

cujo número de municípios especializados praticamente quadruplicou (subiu de 6 para 23). Os

setores metalúrgicos e de materiais de transporte também tiveram taxas bastante positivas,

entretanto, sua produção ainda é concentrada em um número relativamente pequeno de

municípios (22). Em 2005, do total de municípios analisados, 83,7% eram especializados em

gêneros tradicionais da indústria e 16,3% em gêneros dinâmicos (aumento de 2,5 pontos

percentuais em relação a 1995).

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124

Tabela 6.10 - Ceará - Padrão de especialização muni cipal (Quociente Locacional) – 1995 e 2005 Setores N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 24 30 25,0

Minerais Não-metálicos 40 59 47,5

Ind. Metalúrgica 7 15 114,3

Ind. Mecânica 8 8 0,0

Mat. Elétricos e de Comunicações 2 3 50,0

Materiais de Transporte 2 7 250,0

Madeira e Mobiliário 27 46 70,4

Papel e Gráfica 14 14 0,0

Borracha, couro e fumo 6 9 50,0

Ind. Química 12 19 58,3

Ind. Têxtil 21 19 -9,5

Ind. de Calçados 6 23 283,3

Alimentos e bebidas 56 68 21,4

Total 225 320 42,2

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

No caso do Ceará, a divisão regional utilizada para avaliar a distribuição espacial da

indústria foi estabelecida pela SDE, de acordo com a localização dos empreendimentos

incentivados pelo FDI. O número de municípios especializados manteve-se constante nas

regiões do Porto do Pecém, nas cidades médias e na RMF, não por falta de dinamismo, muito

pelo contrário, além de já contarem com a totalidade de seus municípios especializados em

determinados setores, em alguns casos, esta especialização foi intensificada, como, por

exemplo, o aumento no número de municípios especializados na produção mecânica na RMF

de 1 para 4. No interior do Estado cresceu o número de municípios especializados.

Tabela 6.11 - Ceará – Padrão de especialização muni cipal por região (Quociente Locacional) – 1995 e 2005

Região N° de Municípios Especializados 1995 2005 Variação (%)

Porto do Pecém 1 1 0,0

Cidades Médias 8 8 0,0

RMF e EBT's(*) 12 12 0,0

Interior 90 121 34,4

Total 111 142 27,9 Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE. (*) Região Metropolitana de Fortaleza (RMF); Empresas Cearenses de Base Tecnológica (EBT’s).

O comportamento do emprego em diversos segmentos da indústria, em especial

naqueles que mais receberam incentivos no período analisado (produtos alimentícios,

vestuário, calçados e metal-mecânico), parece indicar uma relação positiva entre a concessão

de incentivos fiscais, o crescimento do emprego industrial e o aumento da produção industrial

em municípios localizados fora da região mais desenvolvida do Estado, de forma um pouco

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125

mais expressiva no Ceará. Este resultado pode estar ligado à prática estadual, dado que o

mesmo foi um dos pioneiros na elaboração de um programa estadual de incentivo à

industrialização, baseado em incentivos fiscais.

No caso do Ceará, os setores que realizaram os maiores investimentos (refino de

petróleo e química) não geraram muito emprego e nem tiveram muitas plantas instaladas no

Estado, fato que foi compensado, em alguma medida, pelo grande número de empresas

incentivadas em gêneros tradicionais da indústria (produtos alimentares, calçados e vestuário).

6.2.4 RIO GRANDE DO NORTE

Os dados relativos ao PROADI, fornecidos pela Coordenação de Desenvolvimento

Industrial da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC/CODIT), evidenciam que

190 empresas foram incentivadas pelo programa e 44.929 empregos diretos foram gerados, no

período 1986/2006. O gráfico 6.9 mostra o número de empresas incentivadas neste período,

segundo o qual apenas nos anos de 1998, 2005 e 2006 o total de empresas incentivadas foi

superior a média do período (15), com destaque para o último ano analisado. Setorialmente,

os projetos incentivados concentraram-se nos gêneros tradicionais da indústria, sendo 65,6%

em produtos têxteis e confecções, 14% em produtos alimentícios e 4% em produtos minerais

(gráfico A.5 do apêndice A).

29

4 3

11

26

138 10

611 10

16

43

05

1015202530354045

1986

-199

419

9519

9619

9719

9819

9920

0020

0120

0220

0320

0420

0520

06

Ano

de E

mpr

esas

Fonte: SEDEC/CODIT - Coordenação de Desenvolvimento Industrial

Gráfico 6.9 - Rio Grande do Norte - PROADI - Número de empresas incentivadas - 1986/2006

Em relação ao emprego direto gerado pelo programa (gráfico 6.10), até o início de

2000, o número de postos gerados por ano oscilava bastante, entretanto, a partir de 2003,

apesar de não ter alcançado os patamares de 1998 e 2000, o emprego gerado passou a mostrar

uma tendência crescente.

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126

6.793 6.798

8551.8301.6422.560

15.036

2.105

4.414

10.024

19.869

2.650

02.0004.0006.0008.000

10.00012.00014.00016.00018.00020.000

1986

-199

419

9719

9819

9920

0020

01

1995

-200

220

0320

0420

0520

06

2003

-06

Ano

de P

osto

s G

erad

os

Fonte: SEDEC/CODIT - Coordenação de Desenvolvimento Industrial

Gráfico 6.10 - Rio Grande do Norte - PROADI - Empre go direto gerado 1986/2006

Os gráficos 6.11 e 6.12 demonstram a evolução dos investimentos privados e da

renúncia fiscal, respectivamente, entre 2002 e 2006:

18,89 35,69

214,00

376,49

107,92

1.022,91

0

200

400

600

800

1.000

1995-2002

2003 2004 2005 2006 2003-06

Ano

R$

Mil

de 2

006

Fonte: SEDEC/CODIT - Coordenação de Desenvolvimento Industrial

Gráfico 6.11 - Rio Grande do Norte - PROADI - Inves timentos privados - 1995/2006

88.816 88.668

98.512

92.321

82.540

70.000

75.000

80.000

85.000

90.000

95.000

100.000

2002 2003 2004 2005 2006

Ano

R$

Milh

ões

de 2

006

Fonte: SEDEC/CODIT - Coordenação de Desenvolvimento Industrial

Gráfico 6.12 - Rio Grande do Norte - PROADI - Evolu ção do incentivo (renúncia fiscal) - 2002-20 06

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127

Entre 2003 e 2006, aproximadamente 57% das indústrias implantadas por intermédio

do PROADI localizavam-se no interior, sendo os municípios de Mossoró e São José do

Mipibú os maiores beneficiados. Foram gerados 3.816 postos de trabalho diretos no interior

do Estado e os investimentos realizados chegaram a ordem de R$ 144,7 milhões.

Entre 1995 e 2005, o número de estabelecimentos industriais em atividade no Estado

cresceu em todos os setores da indústria local, exceto no setor de materiais de transporte. Os

setores com maiores taxas de variação foram os mecânicos, de materiais elétricos,

metalúrgicos (gêneros dinâmicos), têxteis e minerais não-metálicos. Dentre estes setores,

apenas o de produtos têxteis figura entre os que mais receberam incentivos do PROADI. O

emprego industrial caiu apenas no setor de borracha, couro e fumo e teve desempenho

bastante favorável em alguns gêneros dinâmicos (materiais elétricos e de comunicações,

metalúrgica, mecânica e química), apesar destes ainda representarem pequena parcela do

emprego industrial local (9,6%), dado o perfil capital intensivo de seus investimentos. O setor

de calçados foi o gênero tradicional com maior aumento no emprego, seguido do setor de

minerais não-metálicos. Estes dados estão sintetizados na tabela 6.12.

Tabela 6.12 - Rio Grande do Norte - Emprego e estab elecimentos em atividade na indústria de transforma ção e extrativa mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos Setores 1995 2005 Variação (%) 1995 2005 Variação ( %)

Extrativa Mineral 5.006 6.017 20,2 125 180 44,0

Minerais Não-metálicos 2.372 4.506 90,0 119 258 116,8

Ind. Metalúrgica 261 1.182 352,9 49 141 187,8

Ind. Mecânica 397 1.366 244,1 11 66 500,0

Mat. Elétricos e de Comunicações 1 123 12.200,0 4 12 200,0

Materiais de Transporte 136 219 61,0 29 23 -20,7

Madeira e Mobiliário 830 1.368 64,8 116 201 73,3

Papel e Gráfica 1.102 1.899 72,3 91 183 101,1

Borracha, couro e fumo 570 522 -8,4 50 66 32,0

Ind. Química 1.246 2.969 138,3 66 128 93,9

Ind. Têxtil 9.316 20.722 122,4 187 480 156,7

Ind. de Calçados 164 1.835 1.018,9 9 27 200,0

Alimentos e bebidas 14.103 15.851 12,4 391 737 88,5

Total 35.504 58.579 65,0 1.247 2.502 100,6

Fonte: RAIS/MTE

O cálculo do QL para os municípios potiguares identificou um aumento no número de

municípios especializados, em todos os setores, exceto no metalúrgico, ou seja, apesar do

crescimento do emprego e do número de estabelecimentos neste setor, sua produção tornou-se

mais concentrada. Os setores com maiores taxas de variação foram o de calçados e de

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128

materiais elétricos, entretanto, o número de municípios especializados nos mesmos ainda é

muito pequeno (aumentou de 3 para 9). Apesar do bom desempenho em termos de emprego e

do aumento no número de municípios especializados em sua produção, apenas 17,3% dos

municípios analisados são especializados nos gêneros dinâmicos da indústria.

Tabela 6.13 - Rio Grande do Norte - Padrão de espec ialização municipal (Quociente Locacional) – 1995 e 2005 Setores N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Extrativa mineral 17 21 23,5

Minerais Não-metálicos 23 25 8,7

Ind. Metalúrgica 6 4 -33,3

Ind. Mecânica 3 5 66,7

Mat. Elétricos e de Comunicações 1 3 200,0

Materiais de Transporte 7 8 14,3

Madeira e Mobiliário 9 12 33,3

Papel e Gráfica 5 6 20,0

Borracha, couro e fumo 4 7 75,0

Ind. Química 7 12 71,4

Ind. Têxtil 15 24 60,0

Ind. de Calçados 2 6 200,0

Alimentos e bebidas 25 52 108,0

Total 124 185 49,2

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

Em relação à distribuição espacial da indústria, a tabela 6.14 mostra que o número de

municípios especializados sofreu redução no Oeste Potiguar (região do Vale do Açu e de

Mossoró). Nas demais regiões do Estado as taxas foram positivas, principalmente no Leste

Potiguar (Natal e área de influência). Este fato demonstra que apesar dos esforços de

interiorização do PROADI, esta ainda ocorre de forma limitada, pelo fato de os incentivos

destinados aos municípios do interior ainda ocorrerem de forma concentrada. Por exemplo, a

partir dos dados fornecidos pela SEDEC/CODIT, a região do Oeste Potiguar abrigou, pelo

menos, 07 empreendimentos incentivados, entretanto, estes empreendimentos estão

localizados no município de Mossoró.

Tabela 6.14 - Rio Grande do Norte - Padrão de espec ialização municipal por mesorregião (Quociente Locacional)– 1995 e 2005

Mesorregiões N° de Municípios Especializados 1995 2005 Variação (%)

Oeste Potiguar 22 20 -9,1

Central Potiguar 20 30 50,0

Agreste Potiguar 15 21 40,0

Leste Potiguar 15 36 140,0

Total 72 107 48,6

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

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129

No caso do Rio Grande do Norte, não foi possível verificar uma relação direta entre a

concessão de incentivos, a geração de emprego e a interiorização da indústria, visto que os

setores que mais aumentaram o emprego não foram os maiores beneficiados pelo programa e

a região que mais aumentou o nível de especialização industrial é a mais urbanizada do

Estado – Natal e seu entorno.

Todavia, não se pode deixar de destacar que os setores que mais receberam incentivos

(têxteis, produtos alimentícios e produção mineral) tiveram desempenho positivo, apenas não

foram os mais expressivos para o Estado. Este fato pode indicar a necessidade de um

redirecionamento setorial da política estadual de incentivo à indústria, estimulando setores

sem tradição no Estado, mas que têm alcançado bons resultados em termos de emprego nos

últimos anos. Também é preciso destacar que não foram fornecidos dados relativos ao

PROGÁS, o que poderia melhor indicar as tendências do setor mineral.

6.2.5 PARAÍBA

Entre 1995 e 2005, segundo dados relativos ao FAIN, fornecidos pela CINEP, 422

empresas foram incentivadas, gerando 51.508 empregos diretos. A tabela 6.15 fornece a

evolução do investimento privado realizado por setor industrial no âmbito do FAIN no

referido período. Os setores incentivados que mais receberam investimentos no período

foram: têxteis (31,9%), produtos minerais não-metálicos (27,4%), produtos alimentícios

(9,4%) e calçados/artefatos de couro (5,6%).

Tabela 6.15 – Paraíba - FAIN - Investimento privado por setor econômico - 1995-2006 R$ Mil de 2006

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total Bebidas 493 57.543 22.788 18.470 33.182 - 806 16.041 14.023 - 11.234 - 174.580 Benef. de Frutas e Pescado - - - - 2.537 - - - - - - - 2.537 Calçados e Art. Couro 7.672 35.871 139.368 2.326 13.463 - 4.526 839 3.124 4.200 1.737 120.213 333.339 Diversos - 54.666 55.966 448 14.583 101.589 - 2.187 84.626 30.313 - 4.532 348.910 Editorial e Gráfico - 15.111 - - - 28.357 - - - - - 2.249 45.717 Prod. Limpeza e Papel Hig. - - - - 1.164 - - - - - - - 1.164

Ind. Deriv. do Leite; Mat. Granulado; Especiarias - - - - 2.836 - - - - - - - 2.836 Mat. Plásticos 605 5.493 83.472 33.325 3.910 439 7.617 - 273 7.622 1.557 11.714 156.027 Mecânica - - - - - - 725 - - - - - 725 Metalúrgica - 4.568 8.908 2.821 11.673 270 - 5.755 16.810 2.135 2.139 2.321 57.400 Mobiliário - - - - - 440 941 366 316 571 17.276 11.799 31.709 Papel e Papelão - - - 5.380 - 70.332 128.001 12.028 - 210 4.808 - 220.759 Perfumaria, Sabão,Vela - - - - - 70.332 1.563 - 751 4.253 35.618 610 113.127 Prod. Alimentícios 302 - 29.672 9.505 135.466 14.641 115.768 132.308 9.792 20.233 60.607 31.632 559.926 Prod. Elétricos e de Comunic. - 844 - 7.173 - - 543 2.722 - - - 15.100 26.382

(continua)

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130

Tabela 6.15 – Paraíba - FAIN - Investimento Privado por Setor Econômico - 1995-2006

R$ Mil de 2006

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

Prod. Minerais Não-Metálicos - 89.767 454.042 50.677 85.310 729.566 88.205 5.524 67.658 18.166 18.695 21.828 1.629.438

Prod. Farmacêuticos - - - - - 38.833 592 - - - - - 39.425

Química - - 29.998 - 9.680 - 27.247 119.309 1.040 6.030 625 - 193.929

Têxtil 431.869 824.944 239.031 50.210 178.279 - 67.160 - - 1.250 1.509 103.171 1.897.423

Vestuário e Art. Tecidos - 52.500 210 8.259 30.785 4.583 4.268 3.757 4.404 622 3.353 4.184 116.925

Outras(*) - 424 - - 2.510 - - - - - - - 2.934

Total 440.941 1.141.729 1.063.455 188.594 525.375 1.059.380 447.962 300.836 202.815 95.604 159.156 329.352 5.955.199

Fonte: CINEP - SISCRED - Secretaria Executiva do FAIN

(*) Prod. Minerais; Ind. Com. Argamassas; Fab. De Equipamentos de Segurança Individual

Do total de projetos incentivados, 61% tinham por finalidade a implantação de novos

empreendimentos industriais, 13% e 12%, respectivamente, a revitalização e a ampliação de

empreendimentos já existentes e 13% a relocalização de plantas industriais (gráfico 6.13).

61%12%

13%

1%

13%

Implantação

Ampliação

Revitalização

Relocalização

Modernização

Fonte: CINEP – SISCRED- Secretária Executiva do FAIN

Gráfico 6.13 - Paraíba - FAIN - Finalidade dos empr eendimentos incentivados no período 19 95-2006

As regiões do Estado que mais receberam incentivos foram João Pessoa (39%) e

Campina Grande (37%), como demonstrado no gráfico 6.14, principais regiões econômicas

do Estado.

39%

37%

3%

2%2%

3%

3%

3% 2%

5%

1% João PessoaCampina GrandeGuarabiraCatolé do RochaItabaianaMamanguapePatosSousaPicuíCajazeirasOutras(*)

Fonte: CINEP – SISCRED- Secretária Executiva do FAIN(*) Boqueirão e Monteiro

Gráfico 6.14 - Paraíba - FAIN - Empresas beneficiad as por região geo- administrativa - 1995-2006

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131

No gráfico 6.15 pode ser observada a evolução da quantidade de empresas

incentivadas pelo FAIN, cuja média do período 1995-2006 é 36. Os anos mais expressivos em

relação ao número de empresas beneficiadas pelos incentivos fiscais foram 1999 e 2004. Nos

dois últimos anos o número de empresas incentivadas manteve-se constante. Os setores que

mais se beneficiaram com os incentivos fiscais do FAIN foram: minerais não-metálicos

(17,8%), produtos alimentícios (12,8%), calçados e artefatos de couro (12,6%), vestuário e

artefatos de tecido (7,8%), materiais plásticos (7,8%), metalúrgicos (7,1%) e têxteis (6,4%).

Estas informações setoriais podem ser visualizadas no gráfico A.6 no apêndice A.

12

25 2736 35

27

66

53

32

43 43

0

10203040

5060

70

1995 1996 1997 1998 1999 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Ano

de E

mpr

esas

Fonte: CINEP – SISCRED- Secretária Executiva do FAIN

Gráfico 6.15 - Paraíba - FAIN - Número de empresas incentivadas 1995-2006

O Emprego direto gerado pelos empreendimentos incentivados foi mais expressivo

nos três primeiros anos analisados e não voltou a atingir em nenhum outro ano, o nível

alcançado em 1997. Entre 1998 e 2003 sofreu sucessivas reduções, exceto em 1999. Em 2004

voltou a crescer e em 2006 houve um salto do número de emprego gerado, muito superior à

média do período (4.292). Os setores incentivados que mais geraram emprego foram de

calçados e artefatos de couro (23,8%), têxteis (23,8%), minerais não-metálicos (14%),

produtos alimentícios (8,7%) e vestuário e artefatos de tecido (6,4%) – gráfico A.7 do

apêndice A.

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132

4,6

8,3

9,5

2,7

5,2

3,02,5 2,1

1,5 1,7 1,9

8,4

0,01,02,03,04,05,06,07,08,09,0

10,0

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

Ano

de P

osto

s G

erad

os (

Mil)

Fonte: CINEP – SISCRED- Secretária Executiva do FAIN

Gráfico 6.16 - Paraíba - FAIN - Emprego direto gera do - 1995-2006

Em relação ao número de estabelecimentos em atividade no Estado, houve um

aumento em praticamente todos os setores industriais, entre 1995 e 2005, exceto no setor de

materiais de transporte. Os setores que mais receberam incentivos através do FAIN (minerais

não-metálicos, produtos alimentícios e bebidas, calçados e artefatos de couro, vestuário e

artefatos de tecidos, materiais plásticos, metalúrgico e têxtil) sofreram variações positivas,

entretanto, estas não foram as mais expressivas da indústria, apesar de muitas delas serem

superiores a 50%. As mesmas observações podem ser feitas em relação ao emprego industrial.

O setor com aumento mais expressivo nestes dois indicadores foi o mecânico. Apenas os

setores de materiais elétricos e de comunicações e de materiais de transporte sofreram

reduções no emprego industrial entre 1995 e 2005. Detalhes na tabela 6.16.

Tabela 6.16 - Paraíba - Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de transformação e extrat iva mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos

Setores 1995 2005 Variação (%) 1995 2005 Variação ( %)

Extrativa Mineral 795 1.407 77,0 49 89 81,6

Minerais Não-metálicos 2.810 4.421 57,3 132 199 50,8

Ind. Metalúrgica 981 1.572 60,2 99 160 61,6

Ind. Mecânica 177 476 168,9 13 46 253,8

Mat. Elétricos e de Comunicações 394 296 -24,9 18 21 16,7

Materiais de Transporte 108 105 -2,8 20 18 -10,0

Madeira e Mobiliário 609 981 61,1 121 135 11,6

Papel e Gráfica 1.781 2.397 34,6 103 178 72,8

Borracha, couro e fumo 1.395 3.319 137,9 82 103 25,6

Ind. Química 1.884 3.132 66,2 111 173 55,9

Ind. Têxtil 7.700 11.976 55,5 325 339 4,3

Ind. de Calçados 5.688 8.461 48,8 60 104 73,3

Alimentos e bebidas 16.021 18.093 12,9 580 884 52,4

Total 40.343 56.636 40,4 1.713 2.449 43,0

Fonte: RAIS/TEM

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133

O cálculo do QL para os municípios paraibanos identificou um aumento no número de

municípios especializados principalmente nos setores mecânicos, papel e gráfica e minerais

não-metálicos. Os setores de calçados, têxteis e materiais de transporte obtiveram taxas

negativas. Dos municípios analisados, apenas 16,7% são especializados em gêneros

dinâmicos da indústria.

Tabela 6.17 - Paraíba - Padrão de especialização mu nicipal (Quociente Locacional)– 1995 e 2005 Setores N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 16 25 56,3

Minerais Não-metálicos 24 41 70,8

Ind. Metalúrgica 10 12 20,0

Ind. Mecânica 2 5 150,0

Mat. Elétricos e de Comunicações 3 3 0,0

Materiais de Transporte 6 5 -16,7

Madeira e Mobiliário 15 14 -6,7

Papel e Gráfica 5 9 80,0

Borracha, couro e fumo 9 10 11,1

Ind. Química 10 14 40,0

Ind. Têxtil 16 14 -12,5

Ind. de Calçados 10 11 10,0

Alimentos e bebidas 47 70 48,9

Total 173 233 34,7

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

Em relação à distribuição espacial da indústria, a tabela 6.18 mostra que o número de

municípios especializados cresceu em todas as regiões do Estado, exceto nas regiões de

Itabaiana e João Pessoa (permaneceram constantes, sendo que no caso de João Pessoa, não era

possível crescer porque todos os municípios desta região já apresentavam alguma

especialização em 1995 e assim continuaram em 2005). As regiões com as maiores taxas de

variação foram Princesa Isabel, Itaporanga, Cajazeiras, Catolé da Rocha e Monteiro, sendo

que apenas esta última não pertence ao Sertão Paraibano, o que pode indicar um avanço, ainda

que não muito significativo, na interiorização da indústria (estas regiões abrigam

aproximadamente 19% dos municípios especializados no Estado).

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134

Tabela 6.18 - Paraíba - Padrão de especialização mu nicipal por região (Quociente Locacional) – 1995 e 2005 Região N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Cajazeiras 4 7 75,0

Sousa 6 8 33,3

Catolé do Rocha 3 5 66,7

Picuí 5 7 40,0

Itaporanga 2 4 100,0

Patos 11 12 9,1

Monteiro 3 5 66,7

Princesa Isabel 1 3 200,0

Boqueirão 3 5 66,7

Campina Grande 16 25 56,3

Itabaiana 12 12 0,0

Guarabira 14 17 21,4

Mamanguape 8 8 0,0

João Pessoa 9 9 0,0

Total 97 127 30,9

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

A dinâmica do emprego em diversos segmentos da indústria, em especial naqueles que

mais receberam incentivos fiscais no período analisado (minerais não-metálicos, produtos

alimentícios, calçados e artefatos de couro, vestuário e artefatos de tecidos, materiais

plásticos, metalúrgico e têxteis), parece indicar uma relação positiva entre a concessão de

incentivos fiscais, o crescimento do emprego e da produção industrial em municípios

localizados fora da região mais desenvolvida do Estado, apesar destes setores não terem

apresentado as maiores taxas de variação em seus indicadores (a taxa mais alta foi obtida pela

indústria mecânica, entretanto, devido ao perfil capital intensivo de seus investimentos, esta

ainda representa menos de 1% do emprego da indústria local).

6.2.6 PERNAMBUCO

No período 1996-2006, de acordo com dados relativos ao PRODEPE, fornecidos pela

ADDiper, 1.221 empresas foram incentivadas, gerando 89.995 empregos diretos no Estado.

Na tabela 6.19 pode ser observada a evolução do investimento privado realizado por setor

econômico no âmbito do programa. Os setores incentivados que mais receberam

investimentos no período foram: materiais plásticos (25,3%), produtos alimentares (12,2%),

bebidas (10,1%), químicos (9,9%), têxteis (7,2%) e metalúrgicos (6,2%).

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135

Tabela 6.19 – Pernambuco - PRODEPE - Investimento p or setor econômico - 1996-2006

R$ milhões de 2006

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

Alimentar 220,4 55,8 142,1 156,5 103,7 325,3 169,1 235,4 229 310,4 32,4 1.980,1

Bebidas 108,2 258,3 216,2 212,9 78,4 205,6 3,5 327,2 216,5 5,6 2,8 1.635,2

Borracha - 2,5 12,9 - - - 41 - - - - 56,4

Couro e Calçados 36,6 72,6 10,3 17,3 29,1 41,5 - 3,3 0,9 4,1 - 215,7

Diversos - 59,7 5,8 29,2 - 13,2 19,1 5,1 245,4 - 4,8 382,3

Emb. Plásticas - - - - - - 4,9 - - - 19,8 24,7

Fármacoquímico - - 1,2 - 47,5 89,5 0,9 2 199,9 - 4,3 345,3

Gás - - - - - 526,5 - - - - - 526,5

Gráfica - - - 3,6 - - 94,5 - 0,3 - - 98,4

Mat. elétrico/eletrônico 28,7 73 108,8 172,7 2,3 1,9 57,9 22,8 10,5 1,2 1 480,8

Mat. Higiene/Limpeza - - - - - - - - 3 4,7 9,1 16,8

Mat. Hospitalar - - - - - - - 53,8 0,1 - - 53,9

Metal/Material Elétrico - - - - - 4,4 - - - - - 4,4

Metal-Mec/Transp. 27,3 19,7 10,3 26,3 48,6 55,3 194 28,4 37,1 239,5 78,3 764,8

Metalúrgica 16,6 30,7 351,9 73,4 44,8 151,3 65,6 225,9 0,5 40,4 - 1.001,1

Min. Não-metálicos 70,2 92,4 85,7 193,9 31,8 16,3 202,4 45,9 42,4 - 86,9 867,9

Móveis e Madeira - - 59,6 18,9 - - 0,5 9,4 0,2 18 14,5 121,1

Papel 59,7 16,3 31,4 41 16 1,3 0,6 12 20,4 8,2 19,3 226,2

Plástico 119,1 36,7 154,2 417,1 89,2 167,6 160 1.120,80 1.065,40 72,1 716,5 4.118,7

Químico 93,6 36,8 235 66,6 26,3 3,7 1.029,10 100,5 7,5 9 - 1.608,1

Têxtil 97,2 144,9 130,2 270,1 204,7 86,9 - 88,4 12,6 20,3 109,1 1.164,4

Vestuário - 82,9 121,5 37,2 0,7 0,9 - - - - - 243,2

Outros(*) - - - - - - 79,6 - - 2,4 234,3 316,3

TOTAL 877,4 982,2 1.677,10 1.736,60 723,1 1.691,20 2.122,70 2.281,00 2.091,60 735,9 1.333,30 16.252,1

Fonte: ADDiper

(*) Agroindústria; Fab. de Cimento; Fab. de Inseticidas; Fab. de Lixas; Fab. Laticínios; Mídias Ópticas Magnéticas; Rações para Animais; Alimentar/Bebidas; Couro/Alimentar; Plástico/Químico; e Têxtil/Plástico

Do total de projetos incentivados, 39% destinavam-se à implantação de novas plantas

industriais; 14% à ampliação de empreendimentos em atividade; 11% às centrais de

distribuição; 11% a projetos de importação; 4% à revitalização, substituição de produtos e

aumento da competitividade de empreendimentos industriais; e 3% à modernização de

estabelecimentos (gráfico 6.17).

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136

39%

14%3%11%

3%

11%

4%

1%

13%

1%

ImplantaçãoAmpliaçãoRevital. e SubstituiçãoCompetitividadeCentral de DistribuiçãoMigraçãoImportaçãoReenquadramento e IsonomiaTerceirizaçãoOutros

Fonte: ADDiper

Gráfico 6.17 - Pernambuco - PRODEPE - Finalidades d os projetos incentivados - 199 6-2006

Em relação à distribuição espacial dos empreendimentos incentivados, 77% tinham

sede na RMR, 8% no Agreste, 7% na Zona da Mata e 8% no Sertão, sendo, neste último caso,

2% localizados na região do São Francisco, como mostra o gráfico 6.18. Os municípios que

mais receberam empreendimentos incentivados foram Recife (32,4%), Jaboatão dos

Guararapes (17,9%), Cabo de Santo Agostinho (10,1%) e Paulista (4,7%), todos localizados

na RMR.

77%

2%

6%

3%

4%

1%4%

1% 2%RMR

Agreste Meridional e Setentrional

Agreste Central

Mata Norte

Mata Sul

Sertão Central e Itaparica

Araripe

Pajeú

São Francisco

Fonte: ADDiper

Gráfico 6.18 - Pernambuco - PRODEPE - Empresas bene ficiadas por região no período 1996-2006

O gráfico 6.19 demonstra a evolução do número de empresas incentivadas no período

analisado, no qual pode-se observar significativo aumento na quantidade de empresas

incentivadas entre 1996 e 2001, excluindo apenas o ano 2000. A partir de então, o número de

empresas incentivadas sofreu algumas reduções, especialmente em 2005, recuperou-se em

2006, mas ainda está abaixo da média do período (111 empresas). Em relação à atividade

econômica, 13,4% das empresas incentivadas eram importadoras atacadistas, 10,9% centrais

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137

de distribuição e 75,7% empresas industriais. Os incentivos concentraram-se principalmente

nos setores de materiais plásticos (11,7%), produtos alimentares (10,7%), minerais não-

metálicos (9,5%) e bebidas (8,5%). Os setores químicos, metal-mecânicos, metalúrgicos e

têxteis, que receberam grande volume dos investimentos realizados, foram responsáveis por

19,6% dos empreendimentos incentivados. Estes dados setoriais podem ser observados no

gráfico A.8 do apêndice A.

67

134

7393

38

118158 158 155

101

126

0

50

100

150

200

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

Ano

de E

mpr

esas

Fonte: ADDiper

Gráfico 6.19 - Pernambuco - PRODEPE - Número de empresas incentivadas - 199 6-2006

O Emprego direto gerado pelos empreendimentos incentivados foi mais expressivo em

1998, oscilou bastante no período, mas entre 1996 e 2004 manteve-se em determinado

patamar, nunca inferior a 7 mil postos anuais. Contudo, este valor caiu nos dois últimos anos

analisados, ficando bem abaixo da média do período (8.181) – dados visualizados no gráfico

6.20. Os setores que mais geraram emprego foram de produtos alimentares (16,4%), materiais

plásticos (12,8%), bebidas (8,8%), minerais não-metálicos (8,6%), têxteis (8,4%),

metalúrgicos (8,2%) e calçados/couro (7,9%) – gráfico A.9 do apêndice A.

7,8 7,5

12,3

8,77,8

8,7

10,6

7,69,2

4,65,4

0

2

4

6

8

10

12

14

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

Ano

de P

osto

s G

erad

os (

Mil)

Fonte: ADDIPER

Gráfico 6.20 - Pernambuco - PRODEPE - Emprego diret o gerado 1996-2006

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138

No caso de Pernambuco, foram fornecidas informações sobre a renúncia fiscal no

âmbito do PRODEPE, entre 1999 e 2006. Como já era previsto, devido aos objetivos deste

programa, é a indústria de transformação o segmento econômico que mais utiliza a concessão

de incentivos fiscais no Estado e esta cresceu vertiginosamente no período analisado: de

aproximadamente R$ 4.306 mil em 1999 para R$ 540.929 mil em 2006. Considerando todos

estes anos, a indústria de transformação utilizou 89,7% dos benefícios concedidos, seguida

dos segmentos de comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (10%) –

tabela 6.20. Em contrapartida, a arrecadação do ICMS (deduzidos os incentivos) cresceu

principalmente na indústria de transformação (aumentou de R$ 66.119 mil em 1999 para mais

de R$ 400 milhões nos anos seguintes, atingindo seu máximo em 2004 – R$ 496.063 mil),

que arrecadou aproximadamente 66,4% do ICMS no período analisado. Também em relação à

arrecadação, os segmentos de comércio e reparação de veículos automotores ficaram na

segunda posição (33%). Estes dados pode ser visualizados na tabela A.1 do apêndice A. Para

complementação destas informações são apresentados na tabela A.2, do mesmo apêndice,

dados referentes ao faturamento das empresas por segmento econômico, que evidenciam

comportamento semelhante a arrecadação do ICMS. Estas informações parecem indicar uma

relação positiva entre a renúncia fiscal e a arrecadação do ICMS no Estado, o que pode estar

relacionado à atração de empreendimentos complementares às empresas incentivadas.

Tabela 6.20 - Pernambuco - PRODEPE - Uso dos incent ivos fiscais por segmentos econômicos(*) - 1999-200 6

R$ Mil de 2006 Descrição Seção CNAE 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aqüicultura - - - 16 40 57 68 112 293 Indústrias Extrativas - 40 302 288 471 291 633 924 2.950 Indústrias de Transformação 4.306 78.655 245.054 282.323 334.928 435.263 524.852 540.929 2.446.309

Água, Esgoto, Atividades de Gestão de Resíduos e Descontaminação - - - - 369 803 648 712 2.532

Comércio; Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas - 2.199 8.283 13.443 29.519 56.448 82.085 81.912 273.889 Informação e Comunicação - - - - 166 226 283 294 969

Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados - - - - - - - 265 265 Outras Atividades de Serviços - - - - - - - - -

Total 4.306 80.893 253.638 296.069 365.493 493.088 608.570 625.148 2.727.206 Fonte: Sistema de Informações da Administração Tributária (SIAT) gerenciado pela SEFAZ-PE. (*) Informações sobre as empresas incentivadas pelo PRODEPE. Nota: os valores foram gerados com base nas informações prestadas pelos próprios contribuintes na Guia de Informação e Apuração do ICMS mensal (GIAM), nos campos DEDUÇÃO PARA INVESTIMENTOS e OUTRAS DEDUÇÕES.

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139

Para avaliar em que medida os incentivos ajudaram a desconcentrar geográfica e

setorialmente a indústria local são analisados os dados da RAIS/MTE.

O número de estabelecimentos industriais em atividade no Estado de Pernambuco só

não cresceu, entre 1995 e 2005, no setor de materiais de transporte. Os setores com maiores

taxas de variação foram os têxteis, mecânicos, de minerais não-metálicos, produtos

alimentícios e bebidas, papel e gráfica e metalúrgicos (taxas acima de 50%), sendo alguns

destes setores os que mais tiveram projetos incentivados pelo PRODEPE desde 1996, o que

sinaliza uma relação positiva entre o aumento no número de estabelecimentos industriais no

Estado e a concessão de incentivos. O emprego industrial caiu nos setores de materiais

elétricos e de comunicação, borracha, couro e fumo e de produtos alimentícios e bebidas,

apesar deste último setor ter sido o que mais gerou emprego no âmbito do PRODEPE entre

1996 e 2006 (fato que pode estar relacionado à reestruturação do setor no Estado). Nos

demais setores, o emprego cresceu, entretanto, no caso de Pernambuco, as taxas de variação

foram menos expressivas (em nenhum setor o emprego aumentou em mais de 50%). Os

setores com melhores resultados foram os mecânicos, de calçados, metalúrgicos, madeira e

mobiliário, minerais não-metálicos e químicos, alguns dos quais figuram entre os que mais

geraram emprego através do PRODEPE. Estes dados podem ser visualizados na tabela 6.21.

Tabela 6.21 - Pernambuco - Emprego e estabeleciment os em atividade na indústria de transformação e ext rativa mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos

Setores 1995 2005 Variação (%) 1995 2005 Variação ( %)

Extrativa Mineral 1.577 1.703 8,0 78 112 43,6

Minerais Não-metálicos 8.021 11.179 39,4 350 617 76,3

Ind. Metalúrgica 5.921 8.429 42,4 281 441 56,9

Ind. Mecânica 1.499 2.194 46,4 70 128 82,9

Mat. Elétricos e de Comunicações 5.703 4.512 -20,9 67 80 19,4

Materiais de Transporte 1.667 1.857 11,4 73 65 -11,0

Madeira e Mobiliário 3.023 4.225 39,8 349 456 30,7

Papel e Gráfica 6.036 7.435 23,2 301 474 57,5

Borracha, couro e fumo 2.787 2.748 -1,4 182 231 26,9

Ind. Química 9.781 13.157 34,5 350 516 47,4

Ind. Têxtil 18.067 18.365 1,6 675 1.521 125,3

Ind. de Calçados 1.222 1.776 45,3 37 44 18,9

Alimentos e bebidas 85.262 84.476 -0,9 1498 2.377 58,7

Total 150.566 162.056 7,6 4.311 7.062 63,8

Fonte: RAIS/TEM

O cálculo do QL para os municípios pernambucanos identificou um aumento no

número de municípios especializados em diversos setores da indústria, exceto nos setores

têxteis e de produtos alimentícios e bebidas, apesar do aumento no número de

estabelecimentos nos mesmos (isto indica o aumento da concentração espacial dos mesmos).

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140

Os setores com maiores taxas de variação foram: borracha, couro e fumo, metalúrgico e

químico. Dos municípios analisados, apenas 22% são especializados em gêneros dinâmicos da

indústria. Estas informações estão relacionadas na tabela 6.22.

Tabela 6.22 - Pernambuco - Padrão de especialização municipal (Quociente Locacional) – 1995 e 2005 Setores N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 20 29 45,0

Minerais Não-metálicos 37 48 29,7

Ind. Metalúrgica 12 22 83,3

Ind. Mecânica 7 10 42,9

Mat. Elétricos e de Comunicações 5 7 40,0

Materiais de Transporte 9 10 11,1

Madeira e Mobiliário 38 44 15,8

Papel e Gráfica 13 14 7,7

Borracha, couro e fumo 13 24 84,6

Ind. Química 18 27 50,0

Ind. Têxtil 33 30 -9,1

Ind. de Calçados 7 7 0,0

Alimentos e bebidas 74 73 -1,4

Total 286 345 20,6

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

Em relação à distribuição espacial da indústria, a tabela 6.23 mostra que o número de

municípios especializados cresceu em todas as mesorregiões do Estado, principalmente no

Sertão Pernambucano e na Região do São Francisco. Todavia, este aumento ocorreu de forma

bastante restrita, visto que nenhuma das mesorregiões obteve taxa de variação superior a 30%.

Em relação ao perfil industrial pernambucano, dos municípios analisados pode-se destacar

que na região do São Francisco, 35% são especializados na produção de alimentos e bebidas e

15% em minerais não-metálicos; no Sertão, 21% são especializados na produção de minerais

não-metálicos e 12,9% em extração mineral; no Agreste, 16,7% em produtos têxteis e 16,7%

em madeira e mobiliário; na Zona da Mata, 28,8% em produtos alimentícios e bebidas e

17,5% em minerais não-metálicos; e na RMR há maior nível de diversificação,

principalmente em gêneros dinâmicos da indústria (14,3% química, 12,7% metalúrgica, 7,9%

mecânica, 7,9% materiais elétricos e de comunicações, 6,3% materiais de transporte). Em

geral, o número de municípios especializados nestes setores “característicos” de cada região

aumentou no período, com exceção dos setores de produtos alimentícios e bebidas na Zona da

Mata.

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141

Tabela 6.23 - Pernambuco - Padrão de especialização municipal por região (Quociente Locacional) – 1995 e 2005 Mesorregião N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

São Francisco Pernambucano 8 10 25,0

Sertão Pernambucano 22 28 27,3

Agreste Pernambucano 59 64 8,5

Mata Pernambucana 41 43 4,9

RMR 13 15 15,4

Total 143 160 11,9

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

Também no caso de Pernambuco, o comportamento do emprego em diversos

segmentos da indústria, em especial naqueles que mais receberam incentivos fiscais no

período analisado (plásticos, alimentos, minerais não-metálicos, bebidas, químico e metal-

mecânico), parece indicar uma relação positiva entre a concessão de incentivos fiscais, o

crescimento do emprego industrial e o aumento da produção industrial em municípios

localizados fora da região mais desenvolvida do Estado, entretanto, de forma ainda limitada.

6.2.7 ALAGOAS

No caso de Alagoas, não foram fornecidos dados relativos ao PRODESIN pela

Secretaria da Indústria, Comércio e Serviços. Ainda assim são analisadas as informações

referentes ao emprego e aos estabelecimentos industriais no Estado entre 1995 e 2005.

A tabela 6.24 mostra a taxa de variação do número de empresas instaladas no Estado,

por setor, bem como do emprego industrial. A análise dos resultados demonstra que houve um

aumento no número de empresas em funcionamento no Estado, em praticamente todos os

setores da indústria, exceto nos setores de materiais elétrico e de comunicações e borracha,

couro e fumo. Os setores de papel e gráfica, calçados, químico e têxteis tiveram as maiores

variações na quantidade de estabelecimentos. Em relação ao emprego, os setores de calçados,

mecânicos, minerais não-metálicos, extrativos minerais e de produtos alimentícios e bebidas,

tiveram as maiores taxas de variação, enquanto os setores de materiais elétricos e de

comunicações, materiais de transporte, papel e gráfica e borracha, couro e fumo, obtiveram

taxas negativas.

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142

Tabela 6.24 – Alagoas - Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de transformação e extrat iva mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos Setores 1995 2005 Variação (%) 1995 2005 Variação ( %)

Extrativa Mineral 347 560 61,4 17 24 41,2

Minerais Não-metálicos 784 1.307 66,7 50 73 46,0

Ind. Metalúrgica 573 636 11,0 50 72 44,0

Ind. Mecânica 190 318 67,4 15 19 26,7

Mat. Elétricos e de Comunicações 47 30 -36,2 5 2 -60,0

Materiais de Transporte 221 187 -15,4 16 18 12,5

Madeira e Mobiliário 476 733 54,0 53 78 47,2

Papel e Gráfica 1.216 1.087 -10,6 55 110 100,0

Borracha, couro e fumo 1.222 589 -51,8 40 37 -7,5

Ind. Química 1.730 2.646 52,9 46 81 76,1

Ind. Têxtil 1.613 1.624 0,7 63 109 73,0

Ind. de Calçados 59 110 86,4 5 9 80,0

Alimentos e bebidas 55.454 86.711 56,4 437 603 38,0

Total 63.932 96.538 51,0 852 1.235 45,0

Fonte: RAIS/TEM

Para avaliar as alterações no perfil produtivo do Estado, foi calculado o QL para os

municípios alagoanos. Na tabela 6.25 tem-se o número de municípios especializados por

setor, sendo que apenas as indústrias de papel/gráfica e de produtos alimentícios e bebidas

tiveram redução neste número. Os setores com as maiores taxas foram os de borracha, couro e

fumo, mecânicos, metalúrgicos, de materiais elétricos e de comunicações e calçados. Apesar

do aumento na quantidade de municípios especializados em gêneros dinâmicos da indústria,

este percentual ainda não ultrapassa 22% dos municípios analisados.

Tabela 6.25 - Alagoas - Padrão de especialização mu nicipal (Quociente Locacional) – 1995 e 2005 Setores N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 8 9 12,5

Minerais Não-metálicos 10 15 50,0

Ind. Metalúrgica 4 10 150,0

Ind. Mecânica 1 3 200,0

Mat. Elétricos e de Comunicações 1 2 100,0

Materiais de Transporte 3 5 66,7

Madeira e Mobiliário 5 9 80,0

Papel e Gráfica 4 3 -25,0

Borracha, couro e fumo 1 4 300,0

Ind. Química 4 7 75,0

Ind. Têxtil 7 8 14,3

Ind. de Calçados 2 4 100,0

Alimentos e bebidas 46 43 -6,5

Total 96 122 27,1

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

Em relação à distribuição espacial da indústria, a tabela 6.26 mostra que o aumento no

número de municípios especializados foi tímido para o Estado como um todo, bem como nas

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143

mesorregiões do Sertão e Leste Alagoanos. No Agreste Alagoano houve uma pequena queda

neste número. Dos municípios analisados, 64% estão localizados na região Leste de Alagoas

(incluí os municípios de Maceió, Penedo e área de influência), percentual ligeiramente

superior ao observado em 1995 (63%).

Tabela 6.26 - Alagoas - Padrão de especialização mu nicipal por região (Quociente Locacional) – 1995 e 2005

N° de Municípios Especializados Mesorregião 1995 2005 Variação (%)

Agreste Alagoano 10 9 -10,0

Sertão Alagoano 14 15 7,1

Leste Alagoano 41 43 4,9

Total 65 67 3,1

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

De forma geral, estes dados podem indicar que o PRODESIN tem contribuído para

atrair novas indústrias para o Estado, visto que alguns setores, sem tradição no Estado,

contribuíram para o aumento do emprego no período. Contudo, dada a ausência de dados

relativos ao programa, não é possível relacionar estas informações à evolução dos incentivos

fiscais concedidos no período. Além disso, apesar do aumento do emprego industrial no

período analisado, a dinâmica maior permaneceu na região mais desenvolvidas do Estado, o

que evidencia pouco avanço no sentido de descentralizar a indústria local.

6.2.8 SERGIPE

Os dados relativos ao PSDI, fornecidos pela CODISE, demonstram que no período de

vigência do programa, 1991-200613, 360 projetos foram incentivados, gerando 25.876

empregos diretos no Estado. Do total de projetos incentivados e cadastrados na CODISE no

período analisado, 60% estão implantados, 13% em implantação, 12% fechados, e 15% em

outra situação (não informada ou não visitada) - gráfico 6.21.

13 Os dados referentes ao período entre 1991 e 1999 estão agregados.

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144

60%13%

12%

15%

Implantadas

Em Implantação

Fechadas

Outras Situação

Fonte: DEPIN/CODISE

Gráfico 6.21 - Sergipe - PSDI - Situação dos projet os incentivados - 1991-2006

Aproximadamente 53% dos projetos incentivados foram realizados na Grande

Aracaju, 12% na região de Estância, 5% na região do Baixo Cotinguiba e 5% em Tobias

Barreto, como mostra o gráfico 6.22.

4% 3%

53%5%

4%

3%

2%

12%

4%

3% 5%

1%1%

Agreste de ItabaianaAgreste de LagartoGrande AracajuBaixo CotinguibaBoquimCariraCotinguibaEstânciaJaparatubaNossa Senhora das DoresPropriáSertão de São FransciscoTobias Barreto

Fonte: DEPIN/CODISE

Gráfico 6.22 - Sergipe - PSDI - Empresas incentivad a por região 1991-2006

O número de empresas incentivadas (gráfico 6.23) manteve-se próximo à média do

período (45) em todos os anos analisados, sendo que 2003 foi o ano mais expressivo. As

empresas beneficiadas pertenciam principalmente aos setores de alimentos (11,7%),

confecções (11,1%), móveis e estofados (8,6%), minerais não-metálicos (8,3%), produtos

químicos (8,1%), têxteis (6,1%), bebidas (5,8%), laticínios (5%) e embalagens (4,2%) -

gráfico A.10 no apêndice A.

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145

31 34

92

29 27

5751

39

0

20

40

60

80

100

Até1999

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 -2007Ano

de E

mpr

esas

Fonte: DEPIN/CODISE(*) Dados preliminares para 2007.

Gráfico 6.23 - Sergipe - PSDI - Número de empresas incentivadas 1991-2007*

Não foram fornecidos dados relativos ao emprego gerado por ano, mas se dividirmos o

total de emprego gerado no período (25.876) pela quantidade de anos analisados (16), temos

uma média de 1.617 empregos diretos gerados por ano. Os setores incentivados que mais

geraram emprego foram: têxteis (13,1%), confecções (12,6%), alimentos (12,7%), aqüicultura

(12,7%), bebidas (6,2%), produtos químicos (5,7%), calçados (4,8%), móveis e estofados

(4,8%), embalagens (4,1%) e minerais não-metálicos (4,1%) – gráfico A.11 do apêndice A.

Em relação ao comportamento do número de estabelecimentos industriais em

atividade no Estado de Sergipe, entre 1995 e 2005, pode-se observar (tabela 6.27) o aumento

dos mesmos em todos os setores da indústria de transformação, exceto no setor de materiais

de transporte. Dois gêneros dinâmicos tiveram taxas de variação bastante positivas (materiais

elétricos e de comunicações e mecânica), seguidos dos setores de papel e gráfica e de

calçados. Também figuram entre os setores que mais aumentaram a quantidade de

estabelecimentos os setores de minerais não-metálicos, químicos e de alimentos e bebidas, os

quais receberam parcela significativa dos incentivos no período analisado (aproximadamente

60,3% das empresas incentivadas pertencem a estes setores). O emprego cresceu em todos os

gêneros industriais, principalmente nos dinâmicos (o emprego mais que triplicou), apesar

destes ainda representarem apenas 15,7% do total estadual. Os setores com taxas mais

positivas foram os mecânicos, de materiais elétricos e de comunicações, produtos químicos,

calçados e metalúrgicos. Alguns dos setores incentivados pelo PSDI que mais geraram

emprego (alimentos, bebidas, têxteis, confecções, madeira e mobiliário), tiveram taxas menos

expressivas. Estes dados estão sintetizados na tabela 6.27.

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146

Tabela 6.27 - Sergipe – Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de transformação e extrat iva mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos Setores 1995 2005 Variação (%) 1995 2005 Variação ( %)

Extrativa Mineral 923 2.054 122,5 19 29 52,6

Minerais Não-metálicos 1.967 3.608 83,4 80 160 100,0

Ind. Metalúrgica 494 1.150 132,8 63 114 81,0

Ind. Mecânica 40 1.016 2.440,0 10 31 210,0

Mat. Elétricos e de Comunicações 17 204 1.100,0 3 14 366,7

Materiais de Transporte 424 615 45,0 22 18 -18,2

Madeira e Mobiliário 744 894 20,2 91 117 28,6

Papel e Gráfica 647 1.143 76,7 57 133 133,3

Borracha, couro e fumo 456 859 88,4 36 39 8,3

Ind. Química 424 2.247 430,0 53 90 69,8

Ind. Têxtil 6.248 6.588 5,4 116 181 56,0

Ind. de Calçados 743 2.108 183,7 7 15 114,3

Alimentos e bebidas 6.308 10.841 71,9 333 522 56,8

Total 19.435 33.327 71,5 890 1.463 64,4

Fonte: RAIS/TEM

No caso de Sergipe, o cálculo do QL identificou um aumento no número de

municípios especializados em quase todos os setores industriais, exceto na indústria mecânica.

O setor com maior taxa de variação foi o de calçados, entretanto, o número de municípios

especializados em sua produção ainda é muito pequeno (apenas 6). As taxas de variação dos

setores que concentraram o maior número de empresas incentivadas (alimentos, bebidas,

têxteis, confecções, químicos, madeira e mobiliário) foram menos expressivas e, embora

alguns gêneros dinâmicos tenham tido bom resultado em relação ao emprego e ao número de

estabelecimentos em atividade no período, o percentual de municípios especializados nos

mesmos caiu (de 22,1% em 1995 para 20,5% em 2005), o que indica que os esforços relativos

à desconcentração destes gêneros industriais não alcançaram resultados positivos. Já os

gêneros tradicionais tiveram um aumento no número de municípios especializados (de 77,9%

para 79,5%). Estas informações estão na tabela 6.28.

Tabela 6.28 - Sergipe - Padrão de especialização mu nicipal (Quociente Locacional)– 1995 e 2005 Setores N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 3 6 100,0

Minerais Não-metálicos 11 18 63,6

Ind. Metalúrgica 6 11 83,3

Ind. Mecânica 3 2 -33,3

Mat. Elétricos e de Comunicações 1 2 100,0

Materiais de Transporte 2 2 0,0

Madeira e Mobiliário 8 9 12,5

Papel e Gráfica 3 3 0,0

Borracha, couro e fumo 4 6 50,0

Ind. Química 5 6 20,0

Ind. Têxtil 10 12 20,0

(continua)

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147

Tabela 6.28 - Sergipe - Padrão de especialização mu nicipal (Quociente Locacional) – 1995 e 2005 Setores N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Ind. de Calçados 2 6 200,0

Alimentos e bebidas 19 29 52,6

Total 77 112 45,5

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

Em relação à distribuição espacial da indústria, a tabela 6.29 mostra que o número de

municípios especializados aumentou em todas as mesorregiões do Estado. O Leste Sergipano

(engloba Grande Aracaju, Estância, Boquim, Propriá, Cotinguiba, Japaratuba e Baixo

Cotinguiba) teve a menor taxa de variação, o que pode ser explicado pela redução do número

de municípios especializados na microrregião de Estância, apesar desta ter sido a segunda

maior beneficiada pelo PSDI. Nas demais regiões observa-se um movimento positivo, ainda

tímido, mas que sinaliza o esforço de interiorização da indústria no Estado.

Tabela 6.29 - Sergipe - Padrão de especialização mu nicipal por mesorregião (Quociente Locacional)– 199 5 e 2005 Mesorregiões N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Leste Sergipano 28 34 21,4

Agreste Sergipano 11 15 36,4

Sertão Sergipano 8 11 37,5

Total 47 60 27,7

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

A dinâmica do emprego em diversos segmentos da indústria, inclusive nos maiores

receptores de incentivos no período analisado (alimentos, bebidas, têxteis, químicos), parece

indicar uma relação positiva entre a concessão de incentivos fiscais, o crescimento do

emprego industrial e o aumento da produção industrial em municípios localizados fora da

região mais desenvolvida do Estado. Sergipe foi um dos Estados que mais avançou em

relação ao adensamento das cadeias produtivas, com o crescimento do emprego em gêneros

dinâmicos da indústria. Vale destacar que, apesar do aumento do número de municípios

especializados em regiões menos desenvolvidas do Estado, os incentivos concedidos ainda

concentram-se na microrregião mais desenvolvida do Estado (Grande Aracaju), o que limita o

processo de interiorização da indústria.

6.2.9 BAHIA

No caso da Bahia, apesar das diversas tentativas, não foram fornecidos dados relativos

aos principais programas de incentivo à indústria (DESENVOLVE, PROBAHIA, etc.) pela

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148

Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM). Foram disponibilizados apenas dados

relativos às empresas implantadas e em implantação no período 2003-2006, sendo estas

beneficiadas ou não pelos programas estaduais, o que limitou a análise dos mesmos. Os dados

disponibilizados, apesar de representarem pequeno intervalo de tempo, podem indicar as

principais tendências do comportamento industrial no Estado. A tabela 6.30 mostra o

investimento realizado no período, dos quais aproximadamente 55,6% foi aplicado no setor de

papel e celulose e 14,2% no setor de artefatos de borracha. 436 empresas foram instaladas no

Estado, gerando 90.908 empregos diretos. Os setores com maior número de empresas

instaladas foram de serviços (13,8%), plásticos e resinas (11%), calçadista (10,3%), mineral

(9,9%) e químico/petroquímico (8,5%). Em relação ao emprego, o setor calçadista contribuiu

com 27,6% dos postos gerados, serviços 7,6%, alimentos e bebidas 6,8%, papel e celulose

6,4% e mineral 6,1%. Estes dados setoriais podem ser observados nos gráficos A.12 e A.13

no apêndice A.

Tabela 6.30 - Bahia – Empresas implantadas e em imp lantação – Investimento privado - 2003-2006

R$ Mil de 2006

2003(*) 2004 2005 2006 Total

Empreendimento Industrial 1.081.512 9.986.647 10.825.702 5.369.759 27.263.620

Alimentos e Bebidas 177.006 110.510 149.443 102.675 539.634

Art. de Borracha 434.010 - 1.764.210 1.688.700 3.886.920

Calçadista 50.650 104.229 34.035 102.637 291.551

Informática / Eletroeletrônico 46.249 20.946 30.914 5.708 103.817

Metal/Mecânico 42.228 77.315 70.119 203.583 393.245

Mineral 61.348 153.582 316.156 197.738 728.824

Moveleiro / Madeireiro 7.038 18.382 38.872 37.781 102.073

Papel e Celulose 0 7.141.245 6.769.485 1.352.750 15.263.480

Plásticos e Resinas 73.074 179.147 48.511 43.363 344.095

Químico e Petroquímico 148.854 145.986 105.660 1.139.980 1.540.480

Têxtil - 83.720 - 42.321 126.041

Outros(**) 41.055 1.951.584 1.498.298 452.523 3.943.460

Serviços/ 45.096 108.426 19.996 27.018 200.536

Total 1.126.608 10.095.073 10.845.698 5.396.777 27.464.156

Fonte: Secretaria da Indústria Comércio e Mineração - SICM (*) 2003: dados disponíveis apenas para empresas implantadas.

(**) Inclui: Agroindústria; Ind.Automotiva; Cosméticos e Mat. de Limpeza; Ind. Naval; Prod. Médicos e Hosp.

Do total de empresas implantadas e em implantação, 43% estão localizadas na RMS;

18% no Centro-Norte da Bahia (região de Feira de Santana); 15% no Sul (região de Ilhéus);

14% no Centro-Sul (região de Vitória da Conquista); 4% no Vale São Franciscano (região de

Juazeiro); 3% no Extremo-Oeste (região de Barreiras) e 3% no Nordeste, como mostra o

gráfico 6.24.

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149

4%15%

3%

43%

3%

18%

14%

Vale São Franciscano

Sul

Extremo-Oeste

RMS

Nordeste

Centro-Norte

Centro-Sul

Fonte: SICM

Gráfico - 6.24 -Bahia - Empresas implantadas e em i mplantação por mesorregião no períod o 2003-2006

Entre 1995 e 2005, o número de estabelecimentos industriais em atividade no Estado

cresceu em todos os setores da indústria local, com destaque para os setores da indústria

mecânica, de materiais elétricos e de comunicações, calçados, minerais não-metálicos e

metalurgia. O emprego industrial teve melhor desempenho no setor de calçadista (pode-se

dizer que houve um boom do emprego neste setor, que aumentou sua participação relativa de

menos de 1% em 1995 para 14% em 2005), e em alguns gêneros dinâmicos da indústria

(materiais de transporte, mecânica e materiais elétricos e de comunicações), que tiveram um

pequeno aumento em sua participação relativa (de 27% para 28,6%). Estas informações

podem ser observadas na tabela 6.31.

Tabela 6.31 - Bahia - Emprego e estabelecimentos em atividade na indústria de transformação e extrativ a mineral – 1995 e 2005

Emprego Industrial Nº de Estabelecimentos Setores 1995 2005 Variação (%) 1995 2005 Variação ( %)

Extrativa Mineral 6.338 8.875 40,0 189 346 83,1

Minerais Não-metálicos 6.368 11.925 87,3 328 719 119,2

Ind. Metalúrgica 6.612 8.804 33,2 294 598 103,4

Ind. Mecânica 1.046 5.190 396,2 67 218 225,4

Mat. Elétricos e de Comunicações 780 3.309 324,2 32 90 181,3

Materiais de Transporte 534 7.081 1.226,0 71 124 74,6

Madeira e Mobiliário 4.622 6.685 44,6 525 732 39,4

Papel e Gráfica 6.798 7.107 4,5 369 682 84,8

Borracha, couro e fumo 4.853 8.182 68,6 272 397 46,0

Ind. Química 17.650 22.425 27,1 389 720 85,1

Ind. Têxtil 10.301 16.407 59,3 688 1.195 73,7

Ind. de Calçados 229 22.973 9.931,9 41 95 131,7

Alimentos e bebidas 32.546 34.820 7,0 2023 2.313 14,3

Total 98.677 163.783 66,0 5.288 8.229 55,6

Fonte: RAIS/TEM

A quantidade de municípios especializados no Estado caiu nos setores de materiais de

transporte e de borracha, couro e fumo. A indústria de calçados, além do bom desempenho em

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150

relação ao emprego e ao número de estabelecimentos, também experimentou um aumento na

quantidade de municípios especializados em sua produção (maior taxa de variação no

período), o que indica uma boa perspectiva de crescimento deste setor. Os demais setores

também obtiveram taxas de variação positivas, destacando os setores de materiais elétricos e

de comunicações e químicos. Dos municípios analisados, 14,3% são especializados em

gêneros dinâmicos da indústria (pequeno aumento no período – 1995:13,7%). Dados na tabela

6.32.

Tabela 6.32 - Bahia - Padrão de especialização muni cipal (Quociente Locacional) – 1995 e 2005 Setores N° de Municípios Especializados

1995 2005 Variação (%)

Extrativa Mineral 63 74 17,5

Minerais Não-metálicos 59 92 55,9

Ind. Metalúrgica 22 31 40,9

Ind. Mecânica 11 12 9,1

Mat. Elétricos e de Comunicações 3 7 133,3

Materiais de Transporte 15 9 -40,0

Madeira e Mobiliário 61 78 27,9

Papel e Gráfica 26 33 26,9

Borracha, couro e fumo 29 27 -6,9

Ind. Química 12 29 141,7

Ind. Têxtil 37 37 0,0

Ind. de Calçados 9 29 222,2

Alimentos e bebidas 113 159 40,7

Total 460 617 34,1 Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

Em relação à distribuição espacial da indústria, a tabela 6.33 mostra que o número de

municípios especializados cresceu em todas as mesorregiões do Estado. As regiões com taxas

mais positivas foram o Extremo-Oeste e o Nordeste Baiano, o que pode indicar um avanço no

processo de interiorização da indústria local.

Tabela 6.33 - Bahia - Padrão de especialização muni cipal por mesorregião (Quociente Locacional)– 1995 e 2005

N° de Municípios Especializados Mesorregião 1995 2005 Variação (%)

Extremo Oeste Baiano 9 18 100,0

Vale São-Franciscano da Bahia 15 17 13,3

Centro-Norte Baiano 41 53 29,3

Nordeste Baiano 30 43 43,3

Metropolitana de Salvador 36 37 2,8

Centro-Sul Baiano 72 92 27,8

Sul Baiano 53 61 15,1

Total 256 321 25,4

Elaboração própria a partir de dados da RAIS/MTE.

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151

De forma geral, estes dados podem indicar a receptividade dos investidores à política

industrial estadual, visto que setores com menor representatividade no cenário local, por

exemplo, calçados e alguns gêneros dinâmicos, tiveram bom desempenho em termos de

emprego e número de estabelecimento nos últimos 10 anos, bem como em relação ao aumento

na quantidade de municípios especializados nos mesmos. Contudo, dada a ausência de dados

relativos aos programas estaduais de incentivo à indústria, não é possível relacionar estas

informações à evolução dos incentivos fiscais.

6.3 Considerações Finais

Entre 1995 e 2005, tanto para a região Nordeste, quanto para os Estados

individualmente, houve um aumento no número de estabelecimentos e do emprego

industriais. Em relação ao número de estabelecimentos, Rio Grande do Norte, Piauí,

Maranhão e Ceará tiveram as maiores taxas de variação, superiores à média da região

(65,4%). O Estado da Paraíba teve o menor aumento nesta quantidade, seguido de Alagoas. Já

em relação ao emprego industrial, Ceará, Sergipe, Bahia e Alagoas alcançaram as maiores

taxas (superiores à média da região, 45,3%). Pernambuco teve o pior desempenho, seguido do

Maranhão. O Ceará foi o único Estado que figurou entre os primeiros colocados nas duas

situações.

Analisando os dados dos programas estaduais fornecidos por 6 dos 9 Estados

nordestinos (empresas incentivadas, emprego gerado, localização, finalidade dos projetos), em

conjunto com os dados da RAIS/MTE citados anteriormente, foi possível observar uma

relação positiva entre o comportamento do emprego industrial e a concessão de incentivos

fiscais, visto que, em geral, os setores com maiores taxas de variação no emprego entre 1995 e

2005 foram os principais beneficiados pelos programas estaduais (ou, pelo menos, os setores

incentivados não deixaram de crescer, única exceção feita à indústria têxtil no Estado do

Piauí). Entretanto, no que diz respeito à reestruturação da indústria local, não foi possível

observar avanços significativos, pois o percentual de municípios especializados em gêneros

dinâmicos da indústria ainda é relativamente baixo (17,8%), apesar de alguns destes setores

terem apresentado taxas de variação positivas no período. Além disso, os setores que mais

tiveram projetos incentivados pertenciam aos gêneros tradicionais da indústria (alimentos e

bebidas, têxteis e confecções, calçados, minerais não-metálicos), fato que não reflete a

preocupação implícita nos programas estaduais em relação à diversificação da indústria local

(concessão prioritária de incentivos a investimentos em projetos de alto valor tecnológico). A

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152

parcela de incentivos aplicada nos gêneros dinâmicos concentrou-se nos setores de produtos

químicos, materiais plásticos, mecânicos e metalúrgicos, principalmente nos Estados do Ceará

e Pernambuco.

O número de municípios especializados em determinados segmentos industriais fora

das áreas mais desenvolvidas da região Nordeste cresceu, o que também pode estar

relacionado aos programas estaduais, visto que muitos deles estimulam a desconcentração da

indústria, ao fornecerem maiores incentivos para empreendimentos que se instalem em áreas

menos desenvolvidas do Estado. Entretanto, este ainda é um movimento limitado. São as

regiões metropolitanas as principais responsáveis pela dinâmica industrial da região e, apesar

da existência de maiores benefícios para projetos localizados no interior, a quantidade de

empreendimentos incentivados concentra-se em suas áreas mais dinâmicas.

De forma geral, os programas estaduais de incentivo à indústria, baseados na

concessão de incentivos fiscais, parecem, em alguma medida, auxiliar a dinâmica econômica

estadual e, conseqüentemente, da região. Contudo, como os incentivos não são os únicos

fatores que influenciam as decisões de investimento dos agentes privados, a maior parte dos

empreendimentos que decidem se instalar no Nordeste, ainda que considerem os incentivos

oferecidos, concentra-se nas áreas mais desenvolvidas de seus Estados, que possuem melhor

infra-estrutura de transporte, comunicações e financeira, trabalhadores com maiores níveis de

qualificação, etc., fatores essenciais para o bom funcionamento dos mesmos. Este fato

evidencia a necessidade de pensar no desenvolvimento como um projeto mais amplo, que

englobe a melhoria de aspectos econômicos e sociais da região/Estados, visto que ao

disponibilizar de melhor infra-estrutura logística e de mão-de-obra (qualificação e

treinamento de trabalhadores), o Estado/região ganha um diferencial em relação à atratividade

de novas indústrias.

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153

7. CONCLUSÕES

O processo de desenvolvimento brasileiro sempre apresentou forte caráter regional. As

primeiras atividades econômicas aqui desenvolvidas (cana-de-açúcar, mineração, café, etc.)

beneficiaram determinadas regiões, que funcionavam como arquipélagos econômicos,

articulados aos mercados consumidores dos países centrais. Esta característica também pode

ser observada, é claro que em menor intensidade, no processo de desenvolvimento recente da

economia brasileira: mesmo no período de integração do mercado nacional, a dinâmica de

crescimento das diferentes regiões brasileiras permaneceu bastante diferenciada.

Pode-se destacar que além desta característica regional, o desenvolvimento da

economia brasileira entre as décadas de 50 e 70 contou com intensa participação do Governo

Federal, como elaborador e implementador de importantes planos econômicos, como o Plano

de Metas e o II PND, cujo objetivo era estimular a economia nacional. Muitas metas

estabelecidas por estes planos foram alcançadas, como, por exemplo, a implementação e a

consolidação de gêneros industriais dinâmicos no país e melhorias na infra-estrutura de

transportes e comunicação em grande parte do território nacional. Entretanto, o governo não

pôs entre suas prioridades a diminuição das disparidades de renda e pobreza existentes entre

as regiões brasileiras, que continuaram a ser uma constante nacional.

Não que a questão regional tenha sido totalmente ignorada no período. A partir da

década de 60 o governo passou a utilizar, através das Superintendências Regionais de

Desenvolvimento (SUDENE, Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, etc.),

diversos instrumentos para estimular as regiões menos desenvolvidas do país – Centro-Oeste,

Norte e Nordeste – (por exemplo, a concessão de incentivos fiscais e financeiros, o

investimentos de empresas estatais, etc.), alcançando resultados positivos, como a

consolidação do parque industrial da região Nordeste. Todavia, como estas medidas não

constituíam o objetivo principal da política econômica nacional (mais preocupada em obter

altas taxas de crescimento do PIB), seus resultados foram limitados, no sentido de que os

benefícios ocorridos nas regiões menos desenvolvidas do país acabaram por se concentrar no

Estados e nas áreas mais dinâmicas destas regiões, além dos investimentos serem bastante

complementares à dinâmica da região mais desenvolvida do país, Sudeste.

A partir da década de 80, com a crise da dívida externa e, mais tarde, com a adoção

das políticas neoliberais pelo governo brasileiro, o papel de planejador e interventor do Estado

foi bastante comprometido (Política da Estado Mínimo). Após o sucesso, em 1994, do Plano

Real, os objetivos da política econômica nacional voltaram-se primordialmente à

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154

consolidação da estabilização da economia e diminuição de sua vulnerabilidade externa. Para

tanto foram adotadas várias medidas (contenção do gasto público para realizar o ajuste fiscal,

elaboração da Lei de responsabilidade Fiscal, privatizações, etc.), que resultaram na

diminuição da participação direta do Estado na economia, inclusive no que diz respeito ao

planejamento regional.

Neste período, as Superintendências de Desenvolvimento Regionais foram extintas e a

execução de importantes obras e investimentos nas regiões menos desenvolvidas do país,

ainda que previstas em seu principal instrumento de planejamento de médio prazo – PPA –,

foi comprometida, pois a necessidade de realizar o ajuste fiscal comprimia a utilização de

recursos em outras áreas. Como instrumentos de estímulo à dinâmica das regiões Centro-

Oeste, Norte e Nordeste, coube aos Fundos Constitucionais de Financiamento (FNE, do Norte

– FNO – e do Centro-Oeste – FCO) e às Transferências Constitucionais (FPE e FPM,

principalmente) desempenhar o papel de agente dinamizador. De fato, estes instrumentos

foram bastante utilizados pelos governos estaduais na década de 90 e, em muitos casos,

constituíram a principal fonte de estímulo à economia local. Contudo, não se pode deixar de

destacar que houve significativa redução da intervenção estatal no período, principalmente em

relação à melhoria da infra-estrutura física e social nestas regiões (foram obtidos progressos,

mas estas regiões ainda têm indicadores abaixo da média nacional e das regiões mais

desenvolvidas).

Em resposta a esta mudança no papel do governo central e como forma de estimular as

economias locais, os governos estaduais, em praticamente todas as regiões do país, passaram

a elaborar seus próprios programas de desenvolvimento, os quais tinham por objetivo

impulsionar a indústria local (ênfase dada à indústria devido aos possíveis efeitos de

encadeamento deste setor). Tais programas tinham como principal instrumento de incentivo a

iniciativa privada a concessão de benefícios fiscais relativos ao ICMS, principal imposto

sobre o valor adicionado nacional, de competência estadual e que se tornou bastante

abrangente com a Constituição Federal de 1988, além de representar importante parcela das

receitas estaduais. O objetivo destes programas é influenciar as decisões de investimento do

setor privado (criar mais um fator de atratividade local), com o intuito de gerar novos postos

de trabalho, adensar as cadeias produtivas locais e estimular o processo de interiorização da

indústria.

À medida que os objetivos da política econômica nacional intensificavam-se no

sentido de consolidar a estabilidade viabilizada pelo Plano real, a utilização destes

instrumentos se intensificou, estimulando a chamada guerra fiscal. Na região Nordeste, por

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155

exemplo, todos os Estados elaboraram as primeiras versões de seus programas de incentivos

fiscais até 1995. Desde então, os programas são constantemente reajustados para torná-los

cada vez mais atrativos à iniciativa privada.

No caso do Nordeste, a análise dos dados referentes aos programas de incentivos de

seis Estados (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Sergipe), no período

entre 1994 e 2006, mostra que, em geral, os setores que mais receberam incentivos, ou seja,

que tiveram maior número de empresas incentivadas, foram aqueles que já têm certa tradição

no Estado. Isto não quer dizer que setores não consolidados nestes Estados não receberam

incentivos, apenas demonstra que a participação destes setores nos programas ainda é limitada

(Pernambuco, Ceará e Sergipe foram os Estados que mais avançaram nesta área). O mesmo

pode ser observado em relação à localização dos empreendimentos incentivados: apesar da

instalação de indústrias fora das regiões mais dinâmicas destes Estados, o maior percentual de

empreendimentos beneficiados pelos programas está localizado em suas regiões

metropolitanas.

Além disso, os dados dos programas estaduais foram analisados em conjunto com os

dados da RAIS/MTE relativos ao emprego e ao número de estabelecimentos industriais em

atividade na região Nordeste. O objetivo era avaliar se há alguma relação entre o crescimento

do emprego (uma das principais metas dos programas estaduais), dos estabelecimentos e a

concessão de incentivos fiscais. De forma geral, os setores que mais receberam incentivos

tiveram as maiores taxas de variação nestes dois indicadores entre 1995 e 2005, o que pode

indicar uma relação positiva entre os programas estaduais e o crescimento da indústria na

região Nordeste, bem como a receptividade do setor privado à política industrial estadual.

Estes resultados indicam que, possivelmente, os benefícios fiscais têm colaborado para

atrair empresas para a região Nordeste, entretanto, os maiores beneficiados pelos programas

são os setores já consolidados na região e que dispõem de toda a infra-estrutura necessária ao

seu funcionamento (o incentivo está funcionando como diferencial de atratividade

principalmente nos setores em que a região Nordeste possui maiores vantagens competitivas).

Conseqüentemente, devido às características industriais desta região, os setores que mais

receberam incentivos pertencem aos gêneros tradicionais da indústria (exceto em Pernambuco

e no Ceará), o que pode estar potencializando a geração de emprego no âmbito dos

programas.

Todavia, isto não significa que outros programas e áreas menos desenvolvidas não

cresceram na região Nordeste no período analisado. Em Sergipe, por exemplo, apesar dos

gêneros dinâmicos não serem os maiores beneficiados pelo PSDI, o emprego industrial

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156

cresceu significativamente nos setores mecânicos, de materiais elétricos e de comunicações,

químicos e metalúrgicos, e em Alagoas, a quantidade de municípios especializados em

diferentes setores da indústria de transformação e extrativa mineral cresceu mais no Agreste e

no Sertão do que na região Leste do Estado (que engloba Maceió e sua área de influência). Na

realidade, estes dados evidenciam que os programas não têm contribuído de forma tão

significativa para o adensamento das cadeias produtivas locais e para a interiorização da

indústria, pois acabam privilegiando setores e áreas mais desenvolvidos no cenário regional.

O resultado é uma possível contribuição ao estímulo da dinâmica econômica local

(crescimento do emprego e do número de estabelecimentos industrias), porém em intensidade

um pouco menor do que a proposta.

Estes fatos evidenciam que os programas estaduais baseados em incentivos fiscais e

financeiros não são capazes, por si só, de alterar significativamente a dinâmica econômica

local, visto que os incentivos não são os únicos fatores determinantes da atratividade local (os

incentivos fiscais não são capazes de construir bases permanentes e sustentáveis para o

desenvolvimento – é uma política second best). Assim, torna-se clara a necessidade da adoção

de outras medidas, de caráter mais duradouro e estrutural, para estimular as áreas menos

dinâmicas do Estado/região/país, criando um ambiente econômico e institucional mais

favorável ao desenvolvimento de atividades produtivas.

Entre estas medidas podem ser destacados os investimentos em educação, qualificação

do trabalhador e pesquisa, fatores essenciais ao desenvolvimento e aumento da

competitividade das regiões menos desenvolvidas, além de investimentos em infra-estrutura

física e social (saúde, habitação, saneamento, construção e modernização de rodovias,

ferrovias, portos, aeroportos, etc.). A melhoria nos indicadores de desenvolvimento humano e

na infra-estrutura logística estadual é capaz de provocar um aumento nos fatores de

atratividade local de forma muito mais consistente que os incentivos fiscais e para diferentes

setores da economia. O Estado é elemento fundamental para a aplicação destas medidas,

devido a sua capacidade de articular diferentes atores e instituições (setor público, setor

privado, instituições não-governamentais, organizações da sociedade civil, etc.), evitando

sobreposições de funções.

A implementação de políticas de desenvolvimento regional pode ser observada em

diferentes situações e países, inclusive em países desenvolvidos, que têm problemas regionais

menos expressivos que os brasileiros. Logo, por que deveria o governo brasileiro voltar-se

exclusivamente à manutenção da estabilidade econômica? Aspectos essenciais ao

desenvolvimento sustentável do país, como a educação e a qualificação profissional, não

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157

devem ser postos em segundo plano em prol de políticas assistencialistas e de transferência de

renda. Além disso, a ausência do governo central no planejamento regional não leva ao

desaparecimento de programas de desenvolvimento regional e sim à sua elaboração em outros

níveis, o que vem ocorrendo no Brasil.

O desenvolvimento regional numa perspectiva nacional necessita de uma profunda

reformulação dos atuais instrumentos. É preciso articular a política de desenvolvimento

regional a políticas de outras áreas, como, por exemplo, a política de desenvolvimento

tecnológico, e identificar as oportunidades de investimentos numa perspectiva mais ampla,

tanto setorial quanto espacial, sem desconsiderar os avanços necessários também nas áreas

sociais, fator fundamental para impulsionar a dinâmica econômica local em um cenário

econômico, nacional e internacional, que exige cada vez mais maleabilidade de seus

produtores. Ou seja, é preciso integrar a política regional a uma estratégia mais abrangente de

gestão econômica, capaz de produzir crescimento e estabilidade econômicos no longo prazo,

que beneficiem o país como um todo e não apenas as regiões objeto das políticas.

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158

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SOARES, Francisco de Assis; SANTOS, Sandra Maria dos; TENÓRIO, José Nelson Barbosa; FRAGOSO, Shirley Nascimento. Interiorização e reestruturação da indústria do Ceará no final do século XX. Revista Econômica do Nordeste. Fortaleza, v. 38, nº 01, p. 86-102, Jan-Mar. 2007. STIGLITZ, Joseph. Políticas de desenvolvimento no mundo da globalização. In CASTRO, Ana Célia (Org). Desenvolvimento em debate: novos rumos do desenvolvimento no mundo. Rio de Janeiro: Mauad/BNDES, v. 1, p.333-356. 2002. TRANSFERÊNCIAS Governamentais constitucionais e legais: orientações fundamentais. Brasília: Tribunal de Contas da União, Instituto Serzedello Correa, 2005. Disponível em: <http://www.contaspublicas.gov.br/Download/Cartilha_Transf_Const_Leg.pdf>. Acesso em: 02 jan. 2008. VARSANO, Ricardo. A guerra fiscal do ICMS: quem ganha e quem perde. IPEA Texto para Discussão nº 500. Rio de Janeiro, 1997. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 02 jan. 2008. Legislação Estadual Consultada: MARANHÃO Lei nº 6.429, de 20 de Setembro de 1995. Cria o Sistema de Apoio à Indústria e ao Comércio Exterior do Estado do Maranhão – SINCOEX e dá outras providências. Lei n° 7.323, de 26 de Outubro de 1998. Dispõe sobre a concessão de diferimento do ICMS para usina produtora de pellets de minério de ferro e seus concentrados a ser implantada no Estado do Maranhão, e dá outras providências. Decreto n° 16.731, de 24 de Fevereiro de 1999. Aprova e consolida o Regulamento do Sistema de Apoio à Indústria e ao Comércio Exterior do Estado do Maranhão – SINCOEX e dá outras providências. Lei nº 7.977, de 30 de Setembro de 2003. Dispõe sobre o diferimento do ICMS para usinas siderúrgicas integradas a serem implantadas no Estado do Maranhão, e dá outras providências. Lei nº 8.212, de 28 de Março de 2005. Dispõe sobre concessão de crédito presumido relativo ao ICMS, nas saídas de mercadorias produzidas pelas indústrias de esmagamento e processamento de grãos a serem implantadas no Estado do Maranhão. PIAUÍ Lei n° 4.503, de 10 de Setembro de 1992. Institui incentivo fiscal, relativo ao ICMS às empresas responsáveis por empreendimentos industriais ou agroindustriais. Lei n° 4.859, de 27 de Agosto de 1996. Dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais de dispensa do pagamento do ICMS para empreendimentos industriais e agroindustriais, estabelecidos no Estado do Piauí, e dá outras providências. Decreto n° 9.591, de 21 de Outubro de 1996, e alterações. Regulamenta a Lei nº 4.859, de 27 de agosto de 1996, que dispõe sobre a concessão de incentivos fiscais de dispensa do

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pagamento do ICMS para empreendimentos industriais e agroindustriais, estabelecidos no Estado do Piauí. Lei n° 4.995, de 30 de Dezembro de 1997. Altera os dispositivos da Lei nº 4.542, de 28 de dezembro de 1992, que instituiu incentivo à irrigação, na forma e condições que especifica. CEARÁ Decreto nº 27.039, de 09 de Maio de 2003. Dispõe sobre a política de desenvolvimento econômico do Estado do Ceará e dá outras providências. Decreto nº 27.040, de 09 de maio de 2003. Dispõe sobre a política de desenvolvimento econômico do Estado do Ceará e dá outras providências. Lei nº 13.377, de 29 de Setembro de 2003. Altera os arts. 2º e 5º da Lei nº 10.367, de 07 de Dezembro de 1979, que instituiu o Fundo de Desenvolvimento Industrial do Estado do Ceará – FDI, na forma que indica, e dá outras providências. Lei nº 13.379, de 29 de Setembro de 2003. Institui o Programa De Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pécem e da Economia do Ceará – PRODECIPEC e dá outras providências. Decreto nº 27.196, de 29 de Setembro de 2003. Aprova o regulamento do Programa De Desenvolvimento do Complexo Industrial e Portuário do Pécem e da Economia do Ceará – PRODECIPEC e dá outras providências. Lei nº 13.616, de 30 de Junho de 2005. Institui o Programa de Incentivo à Industrialização de Produtos para Exportação no Estado do Ceará – PROINEX, e dá outras providências. Decreto nº 27.902, de 02 de Setembro de 2005. Regulamenta o Programa de Incentivo à Industrialização de Produtos para Exportação no Estado do Ceará – PROINEX, instituído pela Lei nº 13.616, de 30 de Junho de 2005. RIO GRANDE DO NORTE Lei nº 4.525, de 12 de Dezembro de 1975. Cria o Fundo de Desenvolvimento Comercial e Industrial do Rio Grande do Norte (FDCI). Lei nº 5.397, de 11 de Outubro de 1985. Cria o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial – PROADI, e dá outras providências. Lei nº 7.059, de 18 de Setembro de 1997. Cria o Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do Pólo Gás-Sal (PROGÁS), e dá outras providências. Lei nº 7.075, de 17 de Novembro de 1997. Dispõe sobre o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio Grande do Norte (PROADI) e dá outras providências. Decreto nº 13.723, de 24 de Dezembro de 1997, e alterações. Aprova o Regulamento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Industrial – PROADI.

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Decreto nº 13.957, de 11 de Maio de 1998, e alterações. Aprova o regulamento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento das Atividades do Pólo Gás-Sal (PROGÁS). PARAÍBA Lei nº 4.856, de 29 de Julho de 1986. Autoriza o Poder Executivo a criar o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba (FAIN) e dá outras providências. Decreto nº 17.252, de 27 de Dezembro de 1994 e alterações. Consolida e dá nova redação ao Regulamento do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Industrial da Paraíba – FAIN, e determina outras providências. PERNAMBUCO Lei nº 10.649, de 25 de Novembro de 1991. Institui o Fundo Cresce Pernambuco, e dá outras providências. Lei nº 11.180, de 19 de Dezembro de 1994. Institui o Programa de Apoio às empresas de Base Tecnológica – PROBATEC, e dá outras providências. Decreto nº 18.309, de 30 de Dezembro de 1994. Regulamenta o Programa de Apoio às empresas de Base Tecnológica – PROBATEC, e dá outras providências. Lei nº 11.675, de 11 de Outubro de 1999, e alterações. Consolida e altera o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco - PRODEPE, e dá outras providências. Decreto nº 21.959, de 27 de Dezembro de 1999, e alterações. Regulamenta o Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco – PRODEPE, nos termos da Lei nº 11.675, de 11 de Outubro de 1999, e dá outras providências. Lei Complementar nº 060, de 14 de Julho de 2004. Introduz modificações no Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco – PRODEPE, de que trata a Lei nº 11.675, de 11 de Outubro de 1999, e alterações. Lei nº 12.710, de 18 de Novembro de 2004. Institui o Programa de Desenvolvimento da Indústria Naval e de Mecânica Pesada Associada ao Estado de Pernambuco – PRODINPE. Lei Complementar nº 068, de 21 de Janeiro de 2005. Introduz modificações no Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco – PRODEPE, alterado, em especial, pela Lei Complementar nº 060, de 14 de Julho de 2004, e dá outras providências. ALAGOAS Lei nº 5.671, de 01 de Fevereiro de 1995. Dispõe sobre o Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas – PRODESIN, e dá outras providências. Decreto nº 38.394, de 24 de Maio de 2000, e alterações. Regulamenta a concessão dos incentivos do Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas – PRODESIN, de que trata a Lei nº 5.671, de 01 de Fevereiro de 1995, e alterações posteriores. SERGIPE Lei nº 3.140, de 23 de Dezembro de 1991. Institui o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI, cria o Fundo de Apoio à Industrialização – FAI, e dá outras providências.

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Decreto nº 22.230, de 30 de Setembro de 2003, e alterações. Dispõe sobre a nova regulamentação da Lei nº 3.140, de 23 de Dezembro de 1991, que institui o Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial – PSDI e que cria o Fundo de Apoio à Industrialização – FAI. BAHIA Lei nº 6.335, de 31 de Outubro de 1991. Institui o Programa de Promoção do Desenvolvimento da Bahia - PROBAHIA e dá outras providências. Decreto n° 4.316, de 19 de Junho de 1995, e alterações. Dispõe sobre o lançamento e o pagamento do ICMS relativo ao recebimento, do exterior, de componentes, partes e peças destinados à fabricação de produtos de informática, elétricos, eletrônicos, eletro-eletrônicos e telecomunicações, por estabelecimentos industriais desses setores, e dá outras providências. Lei nº 7.024, de 23 de Janeiro de 1997. Institui o Programa de Incentivo ao Comércio Exterior – PROCOMEX, e dá outras providências. Decreto nº 6.734, de 09 de Setembro de 1997. Dispõe sobre a concessão de crédito presumido de ICMS nas operações que indica, e dá outras providências. Lei nº 7.351, de 15 de Julho de 1998. Institui o Programa Estadual de Desenvolvimento da Indústria de Transformação Plástica – BAHIAPLAST, e dá outras providências. Decreto nº 7.439, de 17 de Setembro de 1998, e alterações. Aprova o Regulamento do Programa Estadual de Desenvolvimento da Indústria de Transformação Plástica – BAHIAPLAST, instituído pela Lei nº 7.351, de 15 de julho de 1998. Lei nº 7.508, de 22 de Setembro de 1999. Institui o Programa Estadual de Desenvolvimento da Mineração, da Metalurgia e da Transformação do Cobre – PROCOBRE, autoriza a concessão de incentivos e dá outras providências. Lei nº 7.537, de 28 de Outubro de 1999. Institui o Programa Especial de Incentivo ao Setor Automotivo da Bahia – PROAUTO, e dá outras providências. Lei nº 7.599, de 07 de Fevereiro de 2000. Dispõe sobre o Fundo de Desenvolvimento Social e Econômico – FUNDESE, e dá outras providências. Lei nº 7.980, de 12 de Dezembro de 2001. Institui o Programa de Desenvolvimento Industrial e de Integração Econômica do Estado da Bahia – DESENVOLVE, revoga a Leinº 7.024, de 23 de Janeiro de 1997, que instituiu o Programa de Incentivo ao comércio Exterior – PROCOMEX, e dá outras providências. Decreto nº 8.205, de 03 de Abril de 2004, e alterações. Aprova o Regulamento do Programa de Desenvolvimento Industrial e de integração Econômica do Estado da Bahia – DESENVOLVE e constitui o seu Conselho Deliberativo. Lei nº 9.833, de 05 de Dezembro de 2005. Institui o Programa Estadual de Incentivos à Inovação Tecnológica – INOVATEC.

Websites consultados:

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http://portal.paraiba.pb.gov.br www.ipea.gov.br

www.ba.gov.br www.ma.gov.br

www.bacen.gov.br www.pe.gov.br

www.bnb.gov.br www.pi.gov.br

www.ceara.gov.br www.planalto.gov.br

www.desenvolvimento.gov.br www.planejamento.gov.br

www.governo.al.gov.br www.rn.gov.br

www.ibge.gov.br www.se.go.br

www.integração.gov.br www.tesouro.fazenda.gov.br

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ANEXO A – TABELAS COMPLEMENTARES SOBRE O FUNDO CONSTITUCIONAL DE

FINANCIAMENTO DO NORDESTE (FNE)

Tabela 01- Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste repasses anuais da Secretaria do Tesouro Nacional - 1995-200 6

R$ mil de 2006(*)

Ano Valor

1995 1.225.861

1996 1.151.861

1997 1.188.786

1998 1.208.616

1999 1.245.347

2000 1.389.000

2001 1.678.271

2002 1.929.716

2003 1.951.306

2004 2.213.103

2005 2.598.664

2006 2.806.130

Fontes: STN e SPOA do Ministério da Integração Nacional.

(*) Valores atualizados pelo BTN e pela TR, a preços de Dezembro de 2006.

Tabela 02 - Fundo Constitucional de Financiamento d o Nordeste - Contratações por porte de tomadores - 1995-2006

Valores Atualizados R$ 2006

Porte/Ano 1995 1996

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

Mini/Micro/Peq 67.141 98,9 842.677 79,4 79.892 99,1 1.318.092 99,1

Médio 547 0,8 78.132 7,4 575 0,7 9.709 0,7

Grande 194 0,3 140.764 13,2 149 0,2 2.528 0,2

Total 67.882 100 1.061.573 100 80.616 100 1.330.329 100

Porte/Ano 1997 1998

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

Mini/Micro/Peq 51.515 98,2 673.701 72,9 136.755 99,3 813.049 84,3

Médio 731 1,4 110.431 12 871 0,6 62.451 6,5

Grande 199 0,4 139.556 15,1 94 0,1 89.097 9,2

Total 52.445 100 923.688 100 137.720 100 964.597 100

Porte/Ano 1999 2000

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

Mini/Micro/Peq 85.907 99,6 598.379 78,2 47.047 98,8 422.742 62,7

Médio 261 0,3 43.722 5,8 414 0,9 52.477 7,8

Grande 84 0,1 122.625 16 160 0,3 198.752 29,5

Total 86.252 100 764.726 100 47.621 100 673.971 100

Porte/Ano 2001 2002

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

Mini/Micro/Peq 16.284 98,2 153.349 43,5 24.796 98,8 207.364 72

Médio 190 1,1 23.795 6,7 173 0,7 21.020 7,3

Grande 109 0,7 175.723 49,8 124 0,5 59.681 20,7

Total 16.583 100 352.867 100 25.093 100 288.065 100(continua)

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Tabela 02 - Fundo Constitucional de Financiamento d o Nordeste - Contratações por porte de tomadores - 1995-2006

Valores Atualizados R$ 2006

Porte/Ano 2003 2004

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

Mini/Micro/Peq 24.161 97 304.763 27,7 171.989 99,1 811.765 24

Médio 415 1,7 167.391 15,2 917 0,5 313.961 9,2

Grande 323 1,3 628.642 57,1 580 0,4 2.268.839 66,8

Total 24.899 100 1.100.796 100 173.486 100 3.394.565 100

Porte/Ano 2005 2006

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

Mini/Micro/Peq 529.133 99,5 1.450.591 33,7 616.300 99,5 1.889.148 40,8

Médio 1.621 0,3 576.313 13,4 2.121 0,3 684.287 14,8

Grande 908 0,2 2.282.186 53 983 0,2 2.059.114 44,4

Total 531.662 100 4.309.090 100 619.404 100 4.632.549 100

Fonte: relatórios de Atividades do Banco do Nordeste do Brasil.

Valores atualizados pelo BTN e pela TR, a preços de Dezembro de 2006.

Nº OP = número de operações.

Tabela 03 - Fundo Constitucional de Financiamento d o Nordeste - Contratações por Unidade da Federação - 1995-2006 Valores Atualizados R$ 2006

UF/Ano 1995 1996 1997 Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

AL 3.072 4,5 55.097 0 4.618 5,7 90.064 6,8 4.885 9,3 78.050 8,4

BA 16.357 24,1 222.079 20,9 15.073 18,7 245.978 18,5 8.466 16,1 201.530 21,8

CE 10.869 16 194.161 18,3 14.417 17,9 215.780 16,2 8.703 16,6 131.541 14,2

ES (1) 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

MA 1.761 2,6 68.047 6,4 3.259 4 114.806 8,6 4.572 8,7 90.472 9,8

MG (1) 5.637 8,3 125.158 11,8 7.256 9 104.033 7,8 2.271 4,3 45.947 5

PB 5.113 7,5 60.297 5,7 7.248 9 92.993 7 4.559 8,7 61.763 6,7

PE 7.698 11,3 124.736 11,8 7.881 9,8 149.262 11,2 6.905 13,2 92.354 10

PI 3.995 5,9 61.890 5,8 6.838 8,5 123.322 9,3 5.428 10,3 111.619 12,1

RN 5.861 8,6 66.243 6,2 8.293 10,3 109.350 8,2 2.385 4,5 50.594 5,5

SE 7.519 11,1 83.865 7,9 5.733 7,1 84.741 6,4 4.271 8,1 59.818 6,5

Total 67.882 100 1.061.573 94,8 80.616 100 1.330.329 100 52.445 100 923.688 100UF/Ano 1998 1999 2000

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

AL 9.616 7 51.539 5,3 6.852 7,9 50.346 6,6 4.295 9 33.459 5

BA 41.381 30 226.950 23,5 17.151 19,9 238.248 31,2 11.842 24,9 253.492 37,6

CE 16.354 11,9 183.068 19 9.057 10,5 77.259 10,1 3.078 6,5 38.164 5,7

ES (1) 0 0 0 0 98 0,1 3.655 0,5 482 1 27.105 4

MA 6.908 5 61.064 6,3 4.855 5,6 39.167 5,1 2.175 4,6 31.486 4,7

MG (1) 7.476 5,4 54.314 5,6 2.700 3,1 43.025 5,6 3.109 6,5 42.856 6,4

PB 11.393 8,3 59.073 6,1 8.510 9,9 42.719 5,6 3.378 7,1 43.919 6,5

PE 22.741 16,5 152.543 15,8 16.837 19,5 127.462 16,7 8.293 17,4 91.091 13,5

PI 7.709 5,6 72.181 7,5 5.018 5,8 68.991 9 3.382 7,1 36.294 5,4

RN 7.236 5,3 54.542 5,7 8.926 10,3 28.971 3,8 2.711 5,7 31.460 4,7

SE 6.906 5 49.323 5,1 6.248 7,2 44.883 5,9 4.876 10,2 44.645 6,6

Total 137.720 100 964.597 100 86.252 100 764.726 100 47.621 100 673.971 100UF/Ano 2001 2002 2003

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

AL 942 5,7 15.728 4,5 1.808 7,2 14.885 5,2 846 3,4 30.412 208

BA 1.841 11,1 151.180 42,8 7.733 30,8 86.193 29,9 6.639 26,7 294.317 26,7

CE 1.316 7,9 23.672 6,7 3.044 12,1 40.417 14 2.627 10,6 310.060 28,2

ES (1) 547 3,3 22.023 6,2 411 1,6 13.449 4,7 312 1,3 20.554 1,9

MA 709 4,3 7.923 2,2 1.965 7,8 23.869 8,3 3.778 15,2 98.628 9

MG (1) 1.717 10,4 18.594 5,3 1.101 4,4 22.970 8 969 3,9 23.215 2,1

(continua)

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168

Tabela 03 - Fundo Constitucional de Financiamento d o Nordeste - Contratações por Unidade da Federação - 1995-2006

Valores Atualizados R$ 2006

UF/Ano 2001 2002 2003 Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

PB 2.294 13,8 22.211 6,3 1.076 4,3 13.082 4,5 1.032 4,1 68.251 6,2

PE 2.329 14 27.388 7,8 1.497 6 14.696 5,1 2.537 10,2 85.834 7,8

PI 854 5,1 8.823 2,5 1.908 7,6 18.966 6,6 1.968 7,9 46.616 4,2

RN 2.538 15,3 31.392 8,9 1.550 6,2 17.604 6,1 2.286 9,2 46.656 4,2

SE 1.496 9 23.933 6,8 3.000 12 21.934 7,6 1.905 7,7 76.253 6,9

Total 16.583 100 352.867 100 25.093 100 288.065 100 24.899 100 1.100.796 305UF/Ano 2004 2005 2006

Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil % Nº OP % R$ Mil %

AL 10.650 6,1 182.851 5,4 30.000 5,6 160.859 3,7 31.498 5,1 226.789 4,9

BA 34.790 20,1 943.817 27,8 97.414 18,3 1.279.919 29,7 104.752 16,9 1.504.196 32,5

CE 24.807 14,3 506.830 14,9 65.419 12,3 475.663 11 86.554 14 591.560 12,8

ES (1) 814 0,5 27.002 0,8 1.366 0,3 35.920 0,8 2.646 0,4 61.939 1,3

MA 20.798 12 257.820 7,6 71.826 13,5 889.412 20,6 82.787 13,4 467.851 10,1

MG (1) 14.032 8,1 86.132 2,5 43.024 8,1 284.435 6,6 55.420 8,9 169.559 3,7

PB 14.377 8,3 183.093 5,4 40.666 7,7 199.371 4,6 45.499 7,3 313.803 6,8

PE 13.538 7,8 409.041 12 65.703 12,4 400.068 9,3 75.257 12,1 537.640 11,6

PI 15.270 8,8 345.303 10,2 51.780 9,8 233.432 5,4 59.946 9,7 259.888 5,6

RN 12.008 6,9 265.441 7,8 35.497 6,7 194.118 4,5 38.705 6,2 275.914 6

SE 12.402 7,1 187.235 5,5 28.772 5,4 155.893 3,6 36.340 5,9 223.410 4,8

Total 173.486 100 3.394.565 100 531.467 100 4.309.090 100 619.404 100 4.632.549 100

Fonte: relatórios de Atividades do Banco do Nordeste do Brasil; valores atualizados pelo BTN e pela TR, a preços de Dezembro de 2006. Nº OP = número de operações.

(1) Municípios incluídos na área de atuação da SUDENE.

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169

APÊNDICE A – GRÁFICOS E TABELAS COM INFORMAÇÕES SET ORIAIS DOS

PROGRAMAS ESTADUAIS DE INCENTIVO À INDUSTRIALIZAÇÃO

NO NORDESTE BRASILEIRO

Bebidas

Prod. Alimentícios

Min. Não-Metálicos

Prod. Limp. e Hig.

0

20

40

60

80

100

120

140

de E

mpr

esas

Agric.e Pec.Couro e CalçadosBebidasCelulose e PapelDiversosExt. de Min. Não-MetálicosMaq. e Equip.Maq. e Materiais ElétricosMetalurgiaMóveis e MadeiraProd. AlimentíciosProd. de BorrachaProd. de Metal, exc. maq. e eq.Prod. FarmoquímicosProd. Materiais PlásticosProd. Min. Não-MetálicosProd. QuímicosProd. de Limpeza e HigieneTêxtil/Confecções/VestuárioVeículos e CarroceriasOutros(*)

Fonte: SEFAZ/SEPLAN - Comissão de Incentivos Fiscais(*) Coque, Prod. Derivados do Petróleo/Biocombustíveis; Eletro-Eletrônico; Eq. de Informática, Prod. Eletrônicos e Ópticos; e Outros Eq. de Transporte.

Gráfico A.1 - Piauí - Número de empresas incentiv adas por setor econômico no período 1994-2006

Bebidas

Prod. Alimentícios

Min. Não-Metál.Têxtil

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

de P

osto

s G

erad

os (

mil)

Agric.e Pec.Couro e CalçadosBebidasCelulose e PapelDiversosExt. de Min. Não-MetálicosMaq. e Equip.Maq. e Materiais ElétricosMetalurgiaMóveis e MadeiraProd. AlimentíciosProd. de BorrachaProd. de Metal, exc. maq. e eq.Prod. FarmoquímicosProd. Materiais PlásticosProd. Min. Não-MetálicosProd. QuímicosProd. de Limpeza e HigieneTêxtil/Confecções/VestuárioVeículos e CarroceriasOutros(*)

Fonte: SEFAZ/SEPLAN - Comissão de Incentivos Fiscais(*) Coque, Prod. Derivados do Petróleo/Biocombustíveis; Eletro-Eletrônico; Eq. de Informática, Prod. Eletrônicos e Ópticos; e Outros Eq. de Transporte.

Gráfico A.2 - Piauí - Emprego direto gerado por set or econômico pelas empresas incentivadas no período 1994 -2006

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170

Metal Mecânica

Química

Vestuário

Prod. Alim.

Calçados

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

de E

mpr

esas

Extr. MineralMinerais Não-MetálicosMetal MecânicaMat. Elétrico e EletrônicoMadeira e MobiliárioPapel, PapelãoCouro e PelesQuímicaRefino de PetróleoMat. PlásticosTêxtilVestuárioProd. AlimentaresBebidasEditorial e GráficaDiversasCalçadosEnergia Eólica e ElétricaTurismoOutros(*)

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SDE(*) Construção e Siderurgia

Gráfico A.3 - Ceará - FDI - Número de empresas ince ntivadas por setor econômico no período 1994-2006

Metal Mecânica

Vestuário

Prod. Alim.

Calçados

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

40000

de P

osto

s G

erad

os

Extr. MineralMinerais Não-MetálicosMetal MecânicaMat. Elétrico e EletrônicoMadeira e MobiliárioPapel, PapelãoCouro e PelesQuímicaRefino de PetróleoMat. PlásticosTêxtilVestuárioProd. AlimentaresBebidasEditorial e GráficaDiversasCalçadosEnergia Elétrica e EólicaTurismoOutros(*)

Fonte: Secretaria de Desenvolvimento Econômico - SDE(*) Construção e Siderurgia

Gráfico A.4 - Ceará - FDI - Emprego direto gerado p or setor econômico período 1994-2006

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171

65.60%

14%

4%

4%

12.40%Têxtil e confecções

Alimentos

Setor Mineral

Embalagens

Outros

Fonte: SEDEC/CODIT - Coordenação de Desenvolvimento Industrial

Gráfico A.5 - Rio Grande do Norte - PROADI - Princi pais segmentos beneficiados - 200 3-Maio/2007

Calç. e Art. Couro

Mat. PlásticosMetalúrgica

Prod. Alim.

Prod. Min. Não-Metál.

Vest. e Art. Tec.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

de E

mpr

esas

BebidasBenef. de Pescado e FrutasCalçados e Artigos de CouroDiversosEditorial e GráficoFab. de Prod. Limpeza e Papel Hig.Ind. Deriv. do Leite; Mat. Gran.; Espec.Mat. PlásticosMecânicaMetalúrgicaMobiliárioPapel e PapelãoPerfumaria, Sabão,VelaProd. AlimentíciosProd. Elétricos e de ComunicaçãoProd. Minerais Não-MetálicosProd. FarmacêuticosQuímicaTêxtilVestuário e Art. de TecidosOutras(*)

Fonte: CINEP – SISCRED- Secretária Executiva do FAIN(*) Prod. Minerais; Ind. Com. Argamassas; Fab. de Equipamentos de Segurança Individual

Gráfico A.6 - Paraíba - FAIN - Número de empresas i ncentivadas por setor econômico no período 1995-2006

Page 173: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE ......PRODEPE Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco. PRODESIN Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas

172

Calç. e Art. Couro

Prod. Alim.

Prod. Min. Não-Metál.

Têxtil

0

2,000

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000N

º de

Pos

tos

Ger

ados

BebidasBenef. de Pescado e FrutasCalçados e Artigos de CouroDiversosEditorial e GráficoFab. de Prod. Limpeza e Papel Hig.Ind. Deriv. do Leite; Mat. Gran.; Espec.Mat. PlásticosMecânicaMetalúrgicaMobiliárioPapel e PapelãoPerfumaria, Sabão,VelaProd. AlimentíciosProd. Elétricos e de ComunicaçãoProd. Minerais Não-MetálicosProdutos FarmacêuticosQuímicaTêxtilVestuário e Art. de TecidosOutras(*)

Fonte: CINEP – SISCRED- Secretária Executiva do FAIN(*) Prod. Minerais; Ind. Com. Argamassas; Fab. de Equipamentos de Segurança Individual

Gráfico A.7 - Paraíba - FAIN - Emprego direto gerad o por setor econômico - 1995-2006

Alimentar

Bebidas

C. Distrib.

Importação

Metal-Mec/Trans.

Min. Não-Metal.

Plástico

Químico

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

de E

mpr

esas

AlimentarBebidasBorrachaCentral de DistribuiçãoCouro e CalçadosDiversosEmb. PlásticasFarmacoquímicoGásGráficaImportaçãoMat. elétrico/eletrônMat. Higiene/LimpezaMat. HospitalarMetal/Material ElétricoMetal-Mec/Transp.MetalúrgicaMin. Não-metálicosMóveis e MadeiraPapelPlásticoQuímicoTêxtilVestuárioOutras(*)

Fonte: ADDIPER(*) Agroindústria; Fab. de Cimento; Fab. de Colchões; Fab. de Inseticidas; Fab. de Lixas; Fab. Laticínios; Mídias Ópticas Magnéticas; Rações para Animais; Terceirização; Alimentar/Bebidas; Couro/Alimentar; Plástico/Químico; e Têxtil/Plástico.

Gráfico A.8 - PRODEPE - Número de empresas benefici adas por segmento econômico no período 1996-2006

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173

Alimentar

BebidasCouro e Calç.

Met-Mec/trans.

Metalúrg.Min. Não-Met.

Plástico

Têxtil

0

2,000

4,000

6,000

8,000

10,000

12,000

14,000

16,000

de P

osto

s G

erad

os

AlimentarBebidasBorrachaCouro e CalçadosDiversosEmb. PlásticasFarmacoquímicoGásGráficaMat. elétrico/eletrônicoMat. Higiene/LimpezaMat. HospitalarMetal/Material ElétricoMetal-Mec/Transp.MetalúrgicaMin. Não-metálicosMóveis e MadeiraPapelPlásticoQuímicoTêxtilVestuárioOutros(*)

Fonte: ADD iper(*) Agro indústria; Fab. de Cimento; Fab. de Inseticidas; Fab. de Lixas; Fab. Laticínios; M ídias Ópticas M agnéticas; Rações para Animais; Alimentar/Bebidas; Couro/A limentar; Plástico /Químico; e Têxtil/Plástico.

Gráfico A.9 - PRODEPE - Emprego direto gerado por s etor econômico no período 1996-2006

Tabela A.1 - Pernambuco - PRODEPE - Incentivos fisc ais por segmentos econômicos(*) - arrecadação - 199 9-2006

R$ Mil de 2006

Descrição Seção CNAE 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total

Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aqüicultura - 1 5 32 44 63 112 59 318 Indústrias Extrativas 1.439 1.498 1.544 2.227 2.037 1.836 1.985 1.892 14.457 Indústrias de Transformação 66.199 422.389 427.921 485.662 447.759 496.063 472.278 478.638 3.296.908

Água, Esgoto, Atividades de Gestão de Resíduos e Descontaminação - - - 465 292 235 144 186 1.324 Comércio; Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas 2.044 170.782 172.658 184.732 226.658 277.616 303.591 304.138 1.642.219 Informação e Comunicação - 208 1.334 1.288 912 1.335 1.131 1.423 7.631 Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados - - - - - - 97 1.228 1.325 Outras Atividades de Serviços - 208 537 586 448 364 453 506 3.102 Total 69.681 595.086 603.999 674.992 678.151 777.513 779.791 788.070 4.967.283 Fonte: Sistema de Informações da Administração Tributária (SIAT) gerenciado pela SEFAZ-PE (*) Informações sobre as empresas incentivadas pelo PRODEPE. Nota: os valores foram gerados com base no recolhimento do ICMS deduzido o incentivo recebido.

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174

Tabela A.2 - Pernambuco - PRODEPE - Incentivos fisc ais por segmentos econômicos (*) - faturamento - 19 99-2006

R$ Mil de 2006 Descrição Seção CNAE 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total Agricultura, Pecuária, Produção Florestal, Pesca e Aqüicultura - 213 427 398 746 1.022 1.054 1.295 5.156 Indústrias Extrativas 2.599 5.332 14.300 16.730 20.128 22.099 22.769 27.166 131.123 Indústrias de Transformação 335.931 3.598.936 13.153.347 15.407.473 17.038.108 19.183.800 21.502.177 29.865.409 120.085.181 Água, Esgoto, Atividades de Gestão de Resíduos e Descontaminação - - - 22.884 18.489 24.889 31.820 29.511 127.593 Comércio; Reparação de Veículos Automotores e Motocicletas 4.546 562.904 3.324.717 3.394.819 4.079.462 5.101.523 6.081.065 5.935.395 28.484.432 Informação e Comunicação - 2.537 114.208 208.280 153.813 140.851 171.485 185.705 976.879 Atividades Financeiras, de Seguros e Serviços Relacionados - - - - - - 892 13.182 14.073 Outras Atividades de Serviços - 593 6.924 8.516 8.345 8.547 9.887 15.613 58.426 Total 343.076 4.170.515 16.613.924 19.059.100 21.319.091 24.482.731 27.821.149 36.073.275 149.882.862 Fonte: Sistema de Informações da Administração Tributária (SIAT) gerenciado pela SEFAZ-PE (*) Informações sobre as empresas incentivadas pelo PRODEPE. Nota: os valores foram gerados com base nas informações prestadas pelos próprios contribuintes na Guia de Informação e Apuração do ICMS mensal (GIAM), no campo SAÍDAS TOTAIS.

Alimentos

Bebidas

Confecções

Embalagens

Laticínios

Min. Não-metálicos

Móveis e EstofadosProd.Químicos

Têxtil

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

de E

mpr

esas

Adubos e FertilizantesAlimentosAquiculturaArt. de MadeiraBebidasCalçadosCelulose e PapelCombustíveisConfecçõesDerv. Cana-de-AçucarEditorial e GráficasEmbalagensEq. Médico-Hospitalar Emp. HoteleirosFrigoríf ico e CurtumeInd. NavalLaticíniosMáq. e Eq.Mat. Eletro-Eletrôn. e de Com.Min. MetálicosMin. Não-MetálicosMóveis e EstofadosPrestação de ServiçosProd. MetálicosProd. MetalúrgicosProd. QuimicosProd. Odont., Promoc. e Recic.Têxtil Outras(*)

Fonte: DEPIN/CODISE(*) Beneficiamento de Algodão; Condimentos; Urnas Funerárias; e Embalagens Metálicas

Gráfico A.10 - Sergipe - PSDI - Número de empresas incentivadas por setor econômico 1991-2006

Page 176: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE ......PRODEPE Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco. PRODESIN Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas

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Alimentos

Aquicultura

Bebidas

Calçados

Confecções

Embalagens Móv. e Estofados

Prod. Químicos

Têxtil

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500N

º de

Pos

tos

Ger

ados

Adubos e FertilizantesAlimentosAquiculturaArt. de MadeiraBebidasCalçadosCelulose e PapelCombustíveisConfecçõesDerv. Cana-de-AçucarEditorial e GráficasEmbalagensEq. Médico-Hospitalar Emp. HoteleirosFrigoríf ico e CurtumeInd. NavalLaticíniosMáq. e Eq.Mat. Eletro-Eletrôn. e de Com.Min. MetálicosMin. Não-MetálicosMóveis e EstofadosPrestação de ServiçosProdutos Metálicos e Metalurg.Prod. QuimicosProd. Odont., Promoc. e Recic.Têxtil Outras(*)

Fonte: DEPIN/CODISE(*) Beneficiamento de Algodão; Condimentos; Urnas Funerárias; e Embalagens

Gráfico A.11 - Sergipe - PSDI - Emprego direto gera do por setor econômico - 1991-2006

CalçadistaMineral

Plásticos e Resinas

Quim/Petroq.

Outros

Serviços

0

10

20

30

40

50

60

70

80

N° d

e E

mpr

esas

Alimentos e BebidasArt. de BorrachaCalçadistaInformát./Eletroeletr.Metal/MecânicoMineralMov./MadeireiroPapel e CelulosePlásticos e ResinasQuím. e PetroquímicoTêxtilOutros(**)Serviços

Fonte: SICM(*) 2003: dados disponíveis apenas para empresas implantadas. (**) Inclui: Agroindústria; Ind.Automotiva; Cosméticos e Mat. de Limpeza; Ind. Naval; Prod. Médicos e Hospitalares.

Gráfico A.12 - Bahia - Número de empresas implantad as e em implantação por setor econômico no período 2003*-2006

Page 177: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE ......PRODEPE Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco. PRODESIN Programa de Desenvolvimento Integrado do Estado de Alagoas

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Alim/bebidas

Calçadista

Outros

Serviços

0

5

10

15

20

25

30

N° d

e P

osto

s G

erad

os (

Mil)

Alimentos e BebidasArt. de BorrachaCalçadistaInformát./Eletroeletr.Metal/MecânicoMineralMov./MadeireiroPapel e CelulosePlásticos e ResinasQuím. e PetroquímicoTêxtilOutros(**)Serviços

Fonte: SICM(*) 2003: dados disponíveis apenas para empresas implantadas. (**) Inclui: Agroindústria; Ind.Automotiva; Cosméticos e Mat. de Limpeza; Ind. Naval; Prod. Médicos e Hospitalares.

Gráfico A.13 - Bahia - Emprego gerado pelas empresa s implantadas e em implantação por setor econômico no per íodo 2003*-2006