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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos Tese INFLUÊNCIA DA LINHAÇA E SUAS FRAÇÕES NOS NÍVEIS DE COLESTEROL E NA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM RATOS HIPERCOLESTEROLÊMICOS LÚCIA ROTA BORGES Pelotas, 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos

Tese

INFLUÊNCIA DA LINHAÇA E SUAS FRAÇÕES NOS NÍVEIS DE

COLESTEROL E NA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM RATOS

HIPERCOLESTEROLÊMICOS

LÚCIA ROTA BORGES

Pelotas, 2013

ii

LÚCIA ROTA BORGES

INFLUÊNCIA DA LINHAÇA E SUAS FRAÇÕES NOS NÍVEIS DE

COLESTEROL E NA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM RATOS

HIPERCOLESTEROLÊMICOS

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos da Universidade Federal de

Pelotas, como requisito parcial à obtenção

do título de Doutor em Ciência e

Tecnologia de Alimentos.

Orientador: Prof. Dr. Álvaro Renato G. Dias

Co-Orientadora: Profa. Dra. Elizabete Helbig

Pelotas, 2013

Dados de catalogação na fonte:

(Marlene Cravo Castillo – CRB-10/744)

B732i Borges, Lucia Rota

Influência da linhaça e suas frações nos níveis de

colesterol e na atividade antioxidante em ratos

hipercolesterolêmicos / Lucia Rota Borges; orientador

Álvaro Renato Guerra Dias; co-orientador Elizabete Helbig -

Pelotas, 2013.-132f.: il. - Tese (Doutorado) – Programa de

Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel. Universidade

Federal de Pelotas. Pelotas, 2013.

1.Linhaça 2.Estresse oxidativo 3.Dislipidemia 4.Ratos

Wistar I. Dias, Álvaro Renato Guerra (orientador) II.Título.

CDD 664.7

iii

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Prof. Dr. Álvaro Renato Guerra Dias (DCTA/UFPEL) Orientador _____________________________________________________ Profa. Dra. Elizabete Helbig (PPGNA/UFPEL) Co-orientadora _____________________________________________________

Profa. Dra. Giovana Duzzo Gamaro (CCQFA/UFPEL) _____________________________________________________

Profa. Dra. Leonor Almeida de Souza Soares (PPGECA/FURG) _____________________________________________________

Profa. Dra. Renata Torres Abib (PPGNA/UFPEL)

iv

Dedico este trabalho aos meus pais, meus maiores exemplos.

v

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado à vida e nunca me faltar nas horas de angústia.

Aos meus pais, Marco Antônio e Cecília, pelo apoio, incentivo, dedicação,

exemplo e oportunidades de estudo.

Ao meu esposo Ângelo, pelo apoio e compreensão de tantas ausências. Te

amo!

Aos meus irmãos, Amélia e Eduardo, por todo o carinho, proteção, incentivo e,

por terem me dado os bens mais preciosos da minha vida, meus afilhados:

João Francisco, Helena e Ana Júlia, assim como à minha prima Cláudia, por

ter colocado a Ana Clara em minha vida.

Aos meus queridos cunhados, Richar e Josi, pelo carinho e por confiarem a

mim o amor dos seus filhos.

Ao orientador deste estudo, Professor Álvaro Renato, pela oportunidade de

trabalho.

A minha co-orientadora, Professora Elizabete Helbig, pela orientação desta

tese e esclarecimento das dúvidas que surgiram no decorrer deste trabalho.

Aos Professores do Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial

(PPGCTA) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pelo conhecimento

transmitido.

Aos membros da banca de qualificação e tese, Professoras Giovana Gamaro,

Leonor Almeida de Souza Soares e Renata Torres Abib, pelas contribuições

que muito enriqueceram este trabalho.

Um, agradecimento, muito especial as minhas grandes amigas Flávia

Fernandes Paiva, Vânia Zanella Pinto, Fernanda Moura e Bruna Klein, por

estes anos de agradável convivência e companheirismo – nunca esquecerei

de vocês!

Aos colegas do Laboratório de Grãos, Bruna Arns, Joana Maria de Souza,

Franciene Villanova, Juliane Mascarenhas, Josiane Bartz, Franciela Spier,

Alexandra Morás, Ricardo Paraginski, Ricardo Pohndorf, Nathan Vanier,

Maurício de Oliveira, Rafael Schiavon, Daniel Rutz, Gilberto Fagundes, Diego

Zeni, Cristiano Ferreira e Marcos Pereira, pela receptividade, companheirismo

e auxílio nos momentos de necessidade.

vi

As minhas colegas Angelita Leitão, Francine Bueno, Cleonice Gonçalves da

Rosa, Magna Lameiro, Vanessa Pestana, Andressa Jacques, por todo apoio

recebido.

A minha grande amiga e incentivadora Fabiana Lemos Goularte Dutra – valeu

Fabi, muito obrigada por tudo!

Ao meu colega da Faculdade de Nutrição Professor Carlos Castilhos Barros,

pelo auxílio na tradução.

Ao Prof. José Cláudio Fonseca Moreira e ao doutorando Guilherme Antônio de

Behr do Laboratório do Centro de Estudos em Estresse Oxidativo do Instituto

de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

pela atenção e colaboração na realização das análises bioquímicas.

Aos médicos veterinários Priscila Moura de Leon e Rafael Aldrighi Tavares e as

Professoras Rosane da Silva Rodrigues e Mirian Galvão Machado pelo auxilio

na eutanásia dos animais.

A Professora Francieli Stefanello, pelo empréstimo da guilhotina.

Aos funcionários do Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas pelo

apoio a este trabalho.

Aos alunos da Faculdade de Nutrição, que foram fundamentais para o

desenvolvimento do ensaio biológico.

A Faculdade de Nutrição, por oportunizar a realização deste estudo.

E por fim a todos os que, direta ou indiretamente, contribuíram para o término

desta tese.

Muito Obrigada!

vii

O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam

(Brillat-Savarin, 1825)

viii

RESUMO

BORGES, Lúcia Rota. Influência da linhaça e suas frações nos níveis de colesterol e na atividade antioxidante em ratos hipercolesterolêmicos.

2013. 132f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. A alimentação adequada aliada à prática regular de atividade física é fator benéfico para a manutenção da saúde. Determinadas enfermidades que afetam o homem moderno decorrem de hábitos alimentares pouco saudáveis, como o consumo de alimentos altamente refinados e de elevada densidade calórica, aliados ao sedentarismo. A dieta, além de prover os nutrientes necessários aos requerimentos metabólicos do organismo, fornece compostos nutrientes, capazes de modular as funções orgânicas, favorecendo a prevenção e/ou o tratamento de doenças. A linhaça vem sendo considerada um alimento com nutrientes importantes para a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis e para um melhor funcionamento do organismo. Baseado nesse contexto propôs-se a avaliação do efeito da linhaça e seus subprodutos em ratos alimentados com dietas normolipídicas e hiperlipídicas e evidenciar se existe uma ação sinérgica entre os constituintes deste grão. No primeiro artigo, o objetivo foi avaliar o efeito do grão e do farelo desengordurado de linhaça no perfil lipídico e na lipoperoxidação hepática em ratos; os resultados obtidos indicam que a inclusão de grão e farelo na dieta dos animais promoveu redução nos níveis de colesterol total, tanto no grupo normolipídico, quanto no hiperlipídico e proporcionou melhoras significativas nos níveis da lipoproteína HDL-c. Quanto à lipoperoxidação hepática, observou-se o efeito benéfico tanto do grão, quanto do farelo entre os animais. No segundo artigo o objetivo foi avaliar o efeito apenas do óleo de linhaça nos animais alimentados com dietas com diferentes concentrações lipídicas; os resultados demonstraram o efeito benéfico do óleo de linhaça no colesterol e nos níveis de triacilgliceróis mesmo numa situação de dieta hiperlipídica. Por outro lado, a inclusão de óleo de linhaça promoveu redução nos níveis de HDL-c. Contudo, pode-se constatar que os efeitos da linhaça e de seus subprodutos foram diferentes dependendo do conteúdo lipídico da dieta ingerida e do percentual de produto adicionado, evidenciando que o tipo de dieta consumida é um fator de grande influência para o desenvolvimento de patologias, como as dislipidemias. Palavras-chave: Linhaça. Dislipidemia. Estresse oxidativo. Ratos Wistar

ix

ABSTRACT

BORGES, Lúcia Rota. Influence of linseed and its fractions in the cholesterol levels and antioxidant activity in hypercholesterolemic rats.

2013. 132f. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. The proper nutrition combined with regular physical activity is beneficial factor

for the maintenance of health. Certain diseases that affect modern man comes

from unhealthy eating habits such as the consumption of highly refined foods

with high calorie density, coupled with a sedentary lifestyle. The diet, besides

provide nutrients necessary for the metabolic requirements of the organism,

provides nutrients compounds capable of modulating physiological functions,

favoring the prevention and/or treatment of diseases. Flaxseed has been

considered a food with nutrients important for the prevention of chronic

diseases and to improve the functioning of the organism. Based on this

framework was proposed to evaluate the effect of flaxseed and its subproducts

in rats fed with normal fat diet and high fat diet and show whether there is a

synergistic action between the constituents of this grain. In the first article we

evaluated the effect of grain and bran defatted flaxseed on lipid profile and

hepatic lipid peroxidation in rats. The results indicate that the inclusion of grain

and bran in diet caused a reduction in total cholesterol in both groups, normal

fat diet as well as in high fat diet, and provided significant improvements in the

levels of HDL-c. Concerning the hepatic lipid peroxidation, was observed

beneficial effect of both grain and bran between the animals. In the second

article we evaluated the effect of flaxseed oil only in animals fed diets with

different lipid concentrations, the results demonstrated the beneficial effect of

flaxseed oil on cholesterol and triglyceride levels even in a situation of high fat

diet. Moreover, the addition of linseed oil promoted reduction in HDL-c.

However, it can be seen that the effects of flaxseed and its by products were

different depending on dietary fat intake and the percentage of product added,

indicating that the type of diet consumed is a factor of great influence to the

development of pathologies as dyslipidemia.

Key Words: Flaxseed. Dyslipidemia. Oxidative stress. Wistar rats

x

LISTA DE FIGURAS

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Figura 4.1 Planta do linho..............................................................................22

Figura 4.2 Linhaça dourada (a) e linhaça marrom (b)...................................22

Figura 4.3 Estrutura dos ácidos graxos das famílias ω-3, ω-6 e ω-9............27

Figura 4.4 Vias de síntese dos ácidos graxos das famílias ω-3 e ω-6..........29

Figura 4.5 Metabolismo das lignanas da linhaça...........................................36

ARTIGO 1 Influência do grão e do farelo desengordurado de linhaça no

perfil lipídico e dano oxidativo hepático em ratos Wistar

Figura 1 Evolução ponderal de ratos Wistar alimentados durante 54 dias

com as dietas normolipídicas (a) e hiperlipídicas (b)....................74

Figura 2 Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante

54 dias com as dietas normolipídicas...........................................75

Figura 3 Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante

54 dias com as dietas hiperlipídicas.............................................76

Figura 4 Níveis de CAT no fígado dos ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas normolipídicas (a) e hiperlípidicas (b)............77

ARTIGO 2 Efeito biológico do óleo de linhaça em ratos wistar

submetidos à dieta normolipídica e hiperlipídica

Figura 1 Atividade enzimática da CAT no sangue das ratas Wistar.........110

Figura 2 Atividade enzimática da SOD no sangue das ratas Wistar........111

xi

LISTA DE TABELAS

ARTIGO 1 Influência do grão e do farelo desengordurado de linhaça no

perfil lipídico e dano oxidativo hepático em ratos Wistar

Tabela 1 Formulação das dietas experimentais..........................................69

Tabela 2 Ganho de peso total (GPT), consumo diário (CD) e quociente de eficiência alimentar (QEA) de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com as dietas normolipídicas................................................70

Tabela 3 Ganho de peso total (GPT), consumo diário (CD) e quociente de eficiência alimentar (QEA) de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com as dietas hiperlipídicas..................................................71

Tabela 4 Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de colesterol total, HDL-c, LDL-c, VLDL-c e TAG das ratas fêmeas Wistar/UFPel alimentadas durante 54 dias com as dietas normolipídicas..............................72

Tabela 5 Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de colesterol total, HDL-c, LDL-c, VLDL-c e TAG das ratas fêmeas Wistar/UFPel alimentadas durante 54 dias com as dietas hiperlipídicas................................73

ARTIGO 2 Efeito biológico do óleo de linhaça em ratos wistar

submetidos à dieta normolipídica e hiperlipídica

Tabela 1 Formulação das dietas experimentais em g.kg-1 de dieta..........105 Tabela 2 Composição de ácidos graxos do óleo de linhaça.....................106 Tabela 3 Gordura peritoneal (GP), consumo total de dieta (CTD) e

quociente de eficiência alimentar (QEA) de ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas durante o período experimental......107

Tabela 4 Lipídeos fecais (%), Massa hepática (%) e Lipídeos hepáticos (%)

de ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas durante o período experimental...............................................................................108

Tabela 5 Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de CT, HDL-c, LDL-c, VLDL-c,

TAG e CT/HDL de ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas durante o período experimental..................................................109

xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AA ÁCIDO ARAQUIDÔNICO

AHA AMERICAN HEART ASSOCIATION

AIN AMERICAN INSTITUTE OF NUTRITION

ALA ÁCIDO ALFA-LINOLÊNICO

AL ÁCIDO LINOLEICO

ANOVA ANÁLISE DE VARIÂNCIA

CAT CATALASE

CD CONSUMO DIÁRIO

CEEA COMITÊ DE ÉTICA EM EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL

cm CENTÍMETROS

COBEA COLÉGIO BRASILEIRO DE EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL

COX CICLOOXIGENASE

CT COLESTEROL TOTAL

CTD CONSUMO TOTAL DIÁRIO

DCNT DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

DHA ÁCIDO GRAXO DOCOSAHEXAENÓICO

DNA ÁCIDO DESOXIRRIBONUCLEICO

END ENTERODIOL

ENL ENTEROLACTONA

EPA ÁCIDO GRAXO EICOSAPENTAENÓICO

ERO ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO

FAEM FACULDADE DE AGRONOMIA ELISEU MACIEL

g GRAMAS

GPT GANHO DE PESO TOTAL

GPx GLUTATIONA PEROXIDASE

GR GLUTATIONA REDUTASE

GSH GLUTATIONA

GSSG GLUTATIONA OXIDADA

H HIPERLIPÍDICA

HDL-c LIPOPROTEÍNA DE ALTA DENSIDADE

HMGA ÁCIDO HIDROXIMETILGLUTÁRICO

xiii

LCAT LECITINA COLESTEROL ACILTRANSFERASE

LDL-c LIPOPROTEÍNA DE BAIXA DENSIDADE

LOX LIPOXIGENASE

LT LEUCOTRIENO

LTB4 LEUCOTRIENO B4

LTB5 LEUCOTRIENO B5

MDA MALONDIALDEÍDO

mg MILIGRAMAS

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE

PI PESO INICIAL

PF PESO FINAL

PG PROSTAGLANDINA

PGE2 PROSTAGLANDINA E2

PGE3 PROSTAGLANDINA E3

QEA QUOCIENTE DE EFICIÊNCIA ALIMENTAR

RL RADICAL LIVRE

SDG SECOISOLARICIRESINOL DIGLUCOSÍDEO

SOD SUPERÓXIDO DISMUTASE

TAG TRIACILGLICERÓIS

TBA ÁCIDO TIOBARBITÚRICO

TBARS ESPÉCIES REATIVAS AO ÁCIDO TIOBARBITÚRICO

TCA ÁCIDO TRICLOROACÉTICO

TXA TROMBOXANO

TXA2 TROMBOXANO A2

TXA3 TROMBOXANO A3

UFPEL UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

VLDL-c LIPOPROTEÍNA DE MUITO BAIXA DENSIDADE

WHO WORLD HEALTH ORGANIZATION

xiv

SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................. viii

ABSTRACT ............................................................................................................................ ix

LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. x

LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................................. xii

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16

2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................... 19

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................................ 19

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................................. 20

4.1 Linhaça (Linum usitatissimum L.) ................................................................................. 20

4.1.1 Principais compostos bioativos presentes na linhaça ............................................. 25

4.1.2 Ácido α-linolênico (ALA) ............................................................................................. 25

4.1.3. Fibras alimentares ..................................................................................................... 32

4.1.4. Lignanas ..................................................................................................................... 34

4.2 Dislipidemias .................................................................................................................. 36

4.3 Estresse oxidativo .......................................................................................................... 38

4.3.1 Defesas antioxidantes ................................................................................................ 39

5 ARTIGO 1: Influência do grão e do farelo desengordurado de linhaça no perfil lipídico

e dano oxidativo hepático em ratos Wistar ........................................................................ 43

RESUMO .............................................................................................................................. 44

ABSTRACT ........................................................................................................................... 45

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 46

MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................................. 49

RESULTADOS ..................................................................................................................... 52

DISCUSSÃO......................................................................................................................... 54

CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 61

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 62

xv

6 ARTIGO 2: Efeito biológico do óleo de linhaça em ratos Wistar submetidos à dieta

normolipídica e hiperlipídica ................................................................................................ 77

RESUMO .............................................................................................................................. 78

ABSTRACT ........................................................................................................................... 79

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 80

MÉTODOS ............................................................................................................................ 82

RESULTADOS ..................................................................................................................... 86

DISCUSSÃO......................................................................................................................... 89

CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 96

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 97

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 111

8 REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 112

9 APÊNDICES .................................................................................................................... 127

10 ANEXOS ........................................................................................................................ 132

16

1 INTRODUÇÃO

O crescimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) é

considerado um dos maiores problemas de saúde pública, sendo responsável,

segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por aproximadamente 60%

do total de mortes no mundo e 46% da carga global de doenças (SCHMIDT;

DUNCAN, 2011; WHO, 2011; MUNIZ et al., 2012; SANTOS et al., 2013).

No Brasil, as DCNT são consideradas o problema de maior magnitude,

representando cerca de 70% das causas de mortes, atingindo de maneira

significativa as camadas mais pobres da população e grupos considerados

mais vulneráveis, como a população de baixa escolaridade e renda (BRASIL,

2011). Em 2007, a taxa de mortalidade por DCNT no país foi de 540 óbitos por

100 mil habitantes (SCHMIDT et al., 2011). E, segundo o Estudo de Carga

Global de Doenças, 58% dos anos de vida serão perdidos precocemente em

função da ocorrência de DCNT (BRASIL, 2012).

Diante da alta incidência de DCNT e da grande preocupação que

envolve este tema, em 2011 foi lançado o Plano de Ações Estratégicas para o

Enfrentamento das DCNT no Brasil 2011-2022. Este plano tem por finalidade

preparar o país para o enfrentamento, nos próximos dez anos, das DCNT,

dentre elas as doenças circulatórias, cânceres, respiratórias crônicas e

diabetes, promovendo o desenvolvimento e a implantação de políticas públicas

efetivas e integradas, para a prevenção e o controle destas patologias e seus

fatores de risco (BRASIL, 2011).

Atualmente, as modificações dos hábitos alimentares convergem para

um padrão dietético rico em gorduras (particularmente as de origem animal),

colesterol, açúcar e alimentos refinados, e reduzido em carboidratos complexos

e fibras. Aliada a estas modificações alimentares, a falta de tempo para as

refeições, o tabagismo, o abuso excessivo de álcool e o declínio progressivo da

atividade física, influenciaram de maneira significativa para o aumento das

DCNT (KAC et al., 2007; CAPILHEIRA et al., 2008; BRASIL, 2011, 2012;

GIMENO et al., 2011; MUNIZ et al., 2012). Além disso, outros fatores de risco

podem ser citados como responsáveis pela ocorrência de DCNT, como os

níveis séricos de LDL-colesterol e triacilgliceróis, bem como a redução dos

17

níveis de HDL-colesterol (MOREIRA et al., 2006; MOLENA-FERNANDES et al.,

2010).

Os danos para a saúde que podem decorrer do consumo insuficiente ou

excessivo de determinados alimentos são há muito tempo conhecidos e

diversos estudos tem evidenciado a relação entre o risco de DCNT e as

características qualitativas da dieta na definição do estado de saúde (ALFAIA

et al., 2009; VELMURUGAN et al., 2010; WHO, 2011; LORGERIL; SALEN,

2012).

A dieta, além de prover os nutrientes necessários aos requerimentos

metabólicos do organismo, fornece compostos capazes de modular funções

orgânicas, favorecendo a prevenção e/ou o tratamento de doenças

(RUDKOWSKA; JONES, 2007; KOMATSU; BURITI; SAAD, 2008; VINHOLES;

ASSUNÇÃO; NEUTZLING, 2009; MARQUES et al., 2011).

As diretrizes alimentares evidenciam a necessidade de implantação de

estratégias efetivas para a redução da morbimortalidade relacionada à

alimentação inadequada, recomendando a inclusão de fibras, grãos, vegetais,

frutas, entre outros na alimentação dos indivíduos, e a redução de alimentos

ricos em gorduras, sódio, açúcares, alimentos com alto conteúdo calórico e

ultraprocessados, como doces e refrigerantes (BRASIL, 2006, 2012;

FERREIRA; MAGALHÃES, 2007; WHO, 2011).

Baseado neste contexto, a linhaça é um alimento que tem atraído a

atenção de pesquisadores, em razão de suas propriedades nutricionais, sendo

considerado um alimento com atributos funcionais, além do baixo custo, o que

a tornaria uma opção viável de consumo às populações de baixa renda

(ALMEIDA et al., 2009; PAN et al., 2009; COUTO; WICHMANN, 2011;

MARQUES et al., 2011; SIMBALISTA et al., 2012; KASOTE, 2013).

Esta oleaginosa, pertencente à família das Lináceas, é rica em ácidos

graxos poli-insaturados, principalmente ácido α-linolênico (ALA) da série ω-3,

aminoácidos, lignanas, fibras, ácidos fenólicos, vitaminas e minerais, o que

confere a esta planta características benéficas e relevantes à saúde,

principalmente devido ao seu efeito hipocolesterolêmico e nos níveis séricos de

triacilgliceróis (BASSETT; RODRIGUEZ-LEYVA; PIERCE, 2009; RODRIGUEZ-

LEYVA et al., 2010). Além disso, em função da sua composição nutricional,

18

apresenta ação antioxidante e efeito quelante sobre metais catalisadores da

peroxidação lipídica (HUBER; RODRIGUES-AMAYA, 2008; KASOTE, 2013).

Em razão da alta incidência e prevalência de DCNT e sua associação

com uma alimentação inadequada, há a necessidade de pesquisas com a

finalidade de explorar o potencial da linhaça como um alimento com

propriedades funcionais, com atuação na prevenção da hipercolesterolemia e

aumento da atividade antioxidante e assim contribuir para a saúde da

população em geral.

19

2 OBJETIVO GERAL

Avaliar a influência da linhaça (Linum usitatissimum L.) nos níveis de

colesterol e na atividade antioxidante em ratos hipercolesterolêmicos.

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Avaliar o efeito de dietas normolipídicas e hiperlipídicas adicionadas ou não

de grão, farelo desengordurado e óleo de linhaça, no ganho de peso,

ingestão diária e acúmulo de gordura peritoneal em ratos;

Avaliar a composição proximal do grão e do farelo desengordurado de

linhaça;

Analisar o perfil de ácidos graxos do óleo de linhaça;

Determinar o perfil sérico lipídico de ratos tratados com dietas

normolipídicas e hiperlipídicas contendo grão, farelo desengordurado e óleo

de linhaça;

Avaliar o efeito de dietas normolipídicas e hiperlipídicas adicionadas ou não

de grão, farelo desengordurado e óleo de linhaça na excreção fecal de

lipídeos em ratos;

Avaliar o efeito de dietas normolipídicas e hiperlipídicas adicionadas ou não

de grão, farelo desengordurado e óleo de linhaça nos lipídeos hepáticos de

ratos;

Avaliar a atividade antioxidante do grão, farelo desengordurado e óleo de

linhaça em dietas normolipídicas e hiperlipídicas na proteção contra a

lipoperoxidação, na modulação da peroxidação lipídica e na atividade de

enzimas antioxidantes.

20

4 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

4.1 Linhaça (Linum usitatissimum L.)

A linhaça ou linho é uma cultura antiga com mais de 200 espécies

reconhecidas. Planta herbácea, pertencente à família Linaceae, tem origem na

Ásia. Seu nome botânico, Linum usitatissimum L., significa “a maior parte

comestível” (CARTER, 1993; SAMMOUR, 1999; OOMAH; DER; GODFREY,

2006).

É uma planta de importante cultivo em países como Canadá -

considerado o maior produtor mundial - seguido pelos Estados Unidos, Índia,

China, Ucrânia, Rússia, Bélgica, França e Alemanha. Na América do Sul, em

termos de produção destaca-se a Argentina. No Brasil, tem seu maior cultivo

no Rio Grande do Sul, principalmente no noroeste gaúcho (TRUCOM, 2006;

NOVELLO; POLLONIO, 2011; FLAX COUNCIL OF CANADÁ, 2012).

A planta da linhaça é aproveitada pela indústria em quase toda a sua

totalidade. Seu caule é utilizado pela indústria têxtil na fabricação de linho e o

grão é utilizado para obtenção de óleo, usado na fabricação de tintas, resinas e

vernizes (BOMBO, 2006; JACINTO, 2007; NOVELLO; POLLONIO, 2011). Após

a extração do óleo, realizada geralmente a frio, tem-se como subproduto o

farelo de linhaça desengordurado, com elevado conteúdo de fibras e proteínas

destinado à produção de ração animal (PITA et al., 2006).

A planta do linho (Figura 4.1) apresenta uma altura entre 30 a 130 cm,

com talos eretos, folhas estreitas, lineares ou lanceoladas, flores de coloração

azul e cápsula globosa (cachopas), localizadas nas extremidades dos ramos

das quais saem os grãos. Estes, pequenos e pontiagudos, finos e ovalados,

apresentam em média 5 mm de comprimento, 2,5 mm de largura e 1,5 mm de

espessura (EPAMINONDAS, 2009; NOVELLO; POLLONIO, 2011).

21

Figura 4.1. Planta do linho

Fonte: TRUCOM, 2006.

A cor do grão varia do marrom avermelhado ao dourado (Figura 4.2),

sendo determinada pela quantidade de pigmentos que, gradativamente,

escurecem o grão. A coloração, também pode ser alterada, por práticas de

reprodução da planta, além das condições de armazenamento (MORRIS, 2007;

FLAX COUNCIL OF CANADÁ, 2012).

Figura 4.2. A – Linhaça dourada / B- Linhaça marrom

Fonte: TRUCOM, 2006.

A B

22

No Brasil, a cultura da linhaça marrom é a mais praticada em função da

adaptação da planta ao clima quente e úmido, ao solo e às técnicas de

manuseio. A variedade dourada é cultivada em regiões frias como o Canadá e

o norte dos Estados Unidos (TRUCOM, 2006).

Apesar de alguns questionamentos indicarem que a cor do grão pode

estar relacionada com a sua composição química, ambas as variedades

apresentam as mesmas propriedades nutricionais, com mínimas diferenças e,

que de modo geral, podem ser resultantes das condições de cultivo

(COSKUNER; KARABABA, 2007; EPAMINONDAS, 2009; MOLENA-

FERNANDES et al., 2010). A linhaça dourada, por exemplo, apresenta

quantidade de lignanas um pouco acima da linhaça marrom, no entanto, em

relação ao conteúdo de ácido α-linolênico, há uma discreta vantagem para a

marrom (GOMES et al., 2012).

O cultivo da linhaça marrom é efetuado com o uso de agrotóxicos, o que

não ocorre com a variedade dourada (LIMA, 2008). Não exige grandes tratos

culturais, sendo seu cultivo realizado, muitas vezes, no processo de rotação de

culturas, com a finalidade de recuperar terras cansadas e evitar o desgaste e a

erosão do solo, aproveitando assim a adubação residual do milho e da soja

(CAMPOS, 2007; SOARES, et al., 2009). O plantio é feito em linhas e ocorre,

geralmente, durante o outono, nos meses de abril a junho, dando-se a colheita

entre a primavera e o verão (novembro a dezembro) (TRUCOM, 2006).

Na alimentação humana, os grãos de linhaça podem ser consumidos

inteiros ou na forma de farinha, sendo acrescentados diretamente a outros

alimentos. A principal aplicação é em produtos forneados, para aumentar a

quantidade e qualidade de fibras e proteínas, como em pães, biscoitos e bolos

(GALVÃO et al., 2008; POHJANHEIMO et al., 2006; MACIEL; PONTES;

RODRIGUES, 2008).

Alguns estudos também têm avaliado a adição de linhaça em carnes e

produtos cárneos, com a finalidade de avaliar os efeitos sobre a composição de

ácidos graxos destes produtos e sua aceitação sensorial (GUILLEVIC; KOUBA;

MOUROT, 2009; ANJUM et al., 2013).

A goma ou mucilagem é outro derivado da linhaça. É uma substância

viscosa, facilmente extraída do grão e que apresenta boa capacidade de

retenção hídrica, sendo utilizada como substituta da goma arábica. Tem

23

elevado valor tecnológico na indústria alimentícia e cosmética, especialmente

pelo seu excelente potencial como hidrocolóide, destacando-se a sua

capacidade de inchamento e alta viscosidade em solução aquosa (CHEN; XU;

WANG, 2006).

Além dos benefícios tecnológicos que esta porção de fibra possui, ela

também pode atuar reduzindo a absorção pós-prandial de glicose. Este

processo de redução da absorção se dá em função do aumento da viscosidade

do conteúdo do intestino delgado e do retardo na absorção de carboidratos

(MORRIS, 2007).

Com relação à composição química, a linhaça é uma oleaginosa rica em

lipídeos, fibras e proteínas (MORRIS, 2007; NOVELLO; POLLONIO, 2011).

Sua composição média é de 41% de lipídeos, 20% de proteínas, 28% de fibra

total, 7,7% de umidade, 3,5% de cinzas e 1% a 2% de açúcares simples, além

de ser uma fonte importante de compostos fenólicos e vitaminas A, D, E e K

(ZHENG et al., 2005; MORRIS, 2007; NOVELLO; POLLONIO, 2011; KASOTE,

2013).

Os valores de composição nutricional podem variar dependendo da

variedade do grão, localização, cultivar, condições ambientais, forma de

processamento e, até mesmo, em função dos métodos utilizados na análise

(TREVINO et. al., 2000, COSKUNER; KARABABA, 2007; MORRIS, 2007;

NOVELLO; POLLONIO, 2011).

Com relação à sua composição lipídica, 75% encontra-se no embrião e

30% no endosperma e na casca do grão (MORRIS, 2007). A linhaça apresenta

baixo percentual de ácidos graxos saturados, em torno de 9%. Por outro lado,

quanto ao perfil de ácidos graxos poli-insaturados, este grão possui um

percentual satisfatório, sendo 57% composto pelos ácidos graxos poli-

insaturados α-linolênico, 16%, pelo ácido linoleico e 18%, pelos ácidos graxos

monoinsaturados ω-9 (ácido oleico). Em função da significativa presença de

ALA no grão, a linhaça é considerada a maior fonte vegetal deste ácido graxo

essencial (COSKUNER; KARABABA, 2007; MORRIS, 2007; NOVELLO;

POLLONIO, 2011; KATARE et al., 2012).

Quanto ao conteúdo proteico, é uma ótima fonte de proteína vegetal,

com seu valor nutritivo comparável à soja (OOMAH; DER; GODFREY, 2006;

MORRIS, 2007). As principais proteínas encontradas neste grão são a

24

albumina, responsável por 20% a 40% da proteína total e a globulina (73,4%)

(MORRIS, 2007; NOVELLO; POLLONIO, 2011). Quanto ao perfil de

aminoácidos, o grão apresenta teor elevado de arginina, ácido aspártico e

ácido glutâmico (AUBRECHT et al., 1998; KATARE et al., 2012).

Apesar de apresentar aproximadamente 30% de carboidratos totais, a

linhaça não é considerada um alimento glicêmico, pois possuí baixo teor de

açúcares simples e amido (1% a 2%). A maioria dos carboidratos presentes no

grão pertencem ao grupo das fibras dietéticas, representando cerca de 28% do

total de carboidratos. A proporção entre fibra solúvel (mucilagem) e insolúvel

(celulose e lignina) varia entre 20:80 e 40:60 (MORRIS, 2007; FIGUEROLA;

MUÑOZ; ESTÉVEZ, 2008; NOVELLO; POLLONIO, 2011; KATARE et al.,

2012).

O grão apresenta ainda outros constituintes, como os compostos

fenólicos, destacando-se os ácidos fenólicos (aproximadamente 1%), os

flavonóides (35 a 70 mg/100 g) e as lignanas. A linhaça é considerada a maior

fonte vegetal de lignanas, principalmente o diglicosídeo secoisolariciresinol

(SDG) (FIGUEROLA; MUÑOZ; ESTÉVEZ, 2008; NOVELLO; POLLONIO, 2011;

KATARE et al., 2012; KASOTE, 2013).

Quanto aos minerais, há em sua composição predominância de cálcio,

magnésio, fósforo e potássio. Em relação ao conteúdo de vitaminas, contém

vitaminas hidrossolúveis e lipossolúveis, com destaque para a vitamina E,

sendo o isômero Ɣ-tocoferol o maior representante, que atua como um

antioxidante biológico, protegendo proteínas celulares e evita a peroxidação

lipídica, além de auxiliar na excreção de sódio pela urina, auxiliando na

redução dos níveis de pressão arterial (MORRIS, 2007).

Segundo Oomah, Der e Godfrey (2006) o conteúdo de Ɣ-tocoferol

presente na linhaça relaciona-se com o alto conteúdo de ácido α-linolênico e

pode variar de 8,5 a 39,5 mg/100 g de grão (MORRIS, 2007; KATARE et al.,

2012).

A linhaça apresenta ainda fatores antinutricionais, como o ácido fítico,

oxalato, glicosídios cianogênicos e a linatina (ligante da vitamina B6). Estes são

fatores antinutricionais que podem prejudicar a digestibilidade do grão,

entretanto, só trariam riscos ao consumo humano com a ingestão em altas

25

doses de linhaça crua (acima de 60 g/dia) (PRASAD, 2005; COUTO;

WICHMANN, 2011).

4.1.1 Principais compostos bioativos presentes na linhaça

A cultura da linhaça é de interesse tanto da comunidade cientifica quanto

da população em geral, em função das suas características nutricionais e

fisiológicas relevantes à saúde (MATIAS, 2007; KATARE et al., 2012; KASOTE,

2013).

Além de suas qualidades têxteis, a linhaça tem sido amplamente

estudada e considerada um alimento com alegação de propriedade funcional e

de saúde1, conferido pela presença de ácido graxo α-linolênico e fibras

alimentares (BRASIL, 1999; OOMAH; DER; GODFREY, 2006; COSKUNER;

KARABABA, 2007; PINHEIRO et al., 2007; KASOTE, 2013). É um alimento de

alta densidade energética, classificada como uma oleaginosa em função de

seu conteúdo lipídico (LEI et al., 2003).

Seu desempenho funcional está na redução dos níveis de colesterol

(VIJAIMOHAN et al., 2006; PAN et al., 2009; PRIM et al., 2012) e glicemia

(PRASAD, 2005), diminuição da resposta inflamatória, efeito cardioprotetor e

capacidade de renovação celular (TRUCOM, 2006).

Os principais produtos de linhaça disponíveis para o consumidor são os

grãos inteiros, grãos integrais triturados (farinha de linhaça), farelo de linhaça

desengordurado e óleo de linhaça. Importante notar que o óleo de linhaça não

contém fibras alimentares, e seu farelo não se constitui como fonte de ALA,

portanto, os benefícios do seu consumo dependem do tipo de produto e da

forma como o grão é consumido (BASSETT; RODRIGUEZ-LEYVA; PIERCE,

2009).

4.1.2 Ácido α-linolênico (ALA)

Os ácidos graxos são ácidos monocarboxílicos com cadeias

hidrocarbonadas, que constituem uma das unidades fundamentais dos lipídeos

(SPOSITO, 2007; SANTOS et al., 2013). Podem ser classificados quanto ao

comprimento da cadeia de carbono, configuração das duplas ligações, grau de 1Segundo a ANVISA, Resolução n°18, de 30 de abril de 1999: “O alimento ou ingrediente que alegar propriedades

funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica”. Assim sendo, estes alimentos têm ganhado destaque devido os aspectos positivos que promovem à saúde.

26

saturação e posição do ácido graxo na molécula de glicerol (SANTOS et al.,

2013).

A presença ou não de ligações duplas na cadeia carbonada determina o

grau de saturação dos ácidos graxos e estes podem ser saturados (ausência

de duplas ligações entre seus átomos de carbono) ou insaturados (presença de

uma ou mais duplas ligações). Os ácidos graxos insaturados são classificados

em duas categorias principais: poli-insaturados e monoinsaturados (SANTOS

et al., 2013).

Os ácidos graxos poli-insaturados são representados pelo ácido linoleico

(18:2n-6, AL) e α-linolênico (18:3n-3, ALA), que apresentam as insaturações

separadas por um carbono metileno, com a primeira insaturação no sexto e

terceiro carbono, respectivamente, enumerado a partir do grupo metil terminal,

identificado pela letra ω, e os ácidos graxos monoinsaturados representados

pelo ácido oleico (18:1n-9). Esses ácidos graxos são classificados em série ω-

3, ω-6 e ω-9 (Figura 4.3) (SPOSITO, 2007; SANTOS et al., 2013).

Figura 4.3. Estrutura dos ácidos graxos das famílias ω-3, ω-6 e ω-9.

Fonte: GARÓFOLO; PETRILLI, 2006.

Os estudos acerca dos ácidos graxos poli-insaturados tiveram início com

esquimós após a verificação de menor ocorrência de doenças cardiovasculares

27

nestas populações2. Observou-se que apesar destes indivíduos consumirem

dieta rica em gorduras, eles apresentavam incidências menores de deposição

de gordura arterial em relação aos povos ocidentais, o que pode ser explicado

pelo alto consumo de ácidos graxos poli-insaturados (ISO et al., 2006;

LOTTENBERG, 2009; YANG et al., 2012).

Os ácidos graxos da série ω-3, α-linolênico de origem vegetal e

eicosapentaenoico e docosahexaenoico, de origem marinha, têm sido foco de

estudos, por estarem relacionados a uma série de benefícios para a saúde,

como, por exemplo, a melhora da acuidade visual e prevenção de doenças

cardiovasculares, atuando na colesterolemia (LOTTENBERG, 2009, SANTOS

et al., 2013). Além disso, são necessários para manter sob condições normais,

as membranas celulares, as funções cerebrais e a transmissão de impulsos

nervosos. Esses ácidos graxos também participam da transferência do oxigênio

atmosférico para o plasma sanguíneo, da síntese da hemoglobina e da divisão

celular (CHRISTIE, 2011).

Em relação à prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares,

sabe-se que estes ácidos graxos promovem redução dos triacilgliceróis

plasmáticos pela diminuição da síntese hepática da lipoproteína de densidade

muito baixa (VLDL-c), podendo ainda exercer outros efeitos cardiovasculares,

como redução da viscosidade sanguínea, maior relaxamento endotelial, além

de efeitos antiarrítmicos (SPOSITO, 2007; LOTTENBERG, 2009; SANTOS et

al., 2013).

Estes ácidos graxos ainda apresentam compostos anti-inflamatórios

aliviando sintomas da artrite e de outras doenças autoimunes. Além disso,

possuem importantes nutrientes como os compostos fenólicos, conhecidos por

exercerem atividade antioxidante (SANTOS et al., 2013).

Os ácidos graxos α-linolênico e linoleico são considerados essenciais,

por não serem sintetizados pelo organismo, em razão das células dos

mamíferos não apresentarem a capacidade de inserir uma dupla ligação

(dessaturar) antes do carbono 9 da cadeia de ácidos graxos, devido a ausência

2Esquimós são povos indígenas que habitam tradicionalmente as regiões em torno do Círculo Polar

Ártico, no extremo norte da Terra, como o leste da Sibéria, o norte do Alasca e do Canadá e a Groenlândia. Vivem da pesca e da caça, retirando a gordura de baleias, focas e ursos para usar como alimento e combustível para seus trenós. (Wikipédia – http://pt. Wikipédia.org).

28

da enzima ∆ 12 dessaturase, devendo, portanto, serem obtidos pelos alimentos

(LOTTENBERG, 2009; CHRISTIE, 2011).

Por meio de reações de dessaturação e elongação (Figura 4.4), ambos

utilizam as mesmas enzimas dessaturases (∆ 6 e ∆ 5) e uma alongase para

sintetizar seus derivados com 20 átomos de carbonos. As alongases atuam

acrescentando dois átomos de carbono no início da cadeia, e as dessaturases

oxidam dois carbonos da cadeia, originando uma dupla ligação com a

configuração cis (GARÓFOLO; PRETILLI, 2006).

O ácido α-linolênico origina o ácido eicosapentaenoico (EPA, 20:5 n-3),

relacionado principalmente com efeitos cardioprotetores e o ácido

docosahexaenoico (DHA, 22:6 n-3), com importante função na formação,

desenvolvimento e funcionamento do cérebro e da retina, sendo predominante

na maioria das membranas celulares desses órgãos (GARÓFOLO; PRETILLI,

2006).

Figura 4.4. Vias de síntese dos ácidos graxos das famílias ω-6 e ω-3.

Fonte: GARÓFOLO; PETRILLI, 2006.

29

Tanto o EPA, quanto o DHA são precursores de eicosanoides anti-

inflamatórios como prostaglandina E3 (PGE3), leucotrieno B5 (LTB5) e

tromboxano A3 (TXA3), com ações anti-inflamatórias, promovendo a

diminuição da agregação plaquetária, da vasoconstrição e trombose

(GARÓFOLO; PETRILLI, 2006; LOTTENBERG, 2009).

O ácido graxo linoleico origina o ácido araquidônico (AA, 20:4 n-6), que é

precursor de eicosanoides pró-inflamatórios, como prostaglandinas E2 (PGE2),

tromboxano A2 (TXA2) e leucotrieno B4 (LTB4) com efeitos opostos ao EPA e

DHA (GARÓFOLO; PETRILLI, 2006; LOTTENBERG, 2009).

Os eicosanoides são metabólitos dos ácidos graxos essenciais e

modulam a resposta inflamatória do organismo, participando de processos

fisiológicos e patológicos, sendo potentes reguladores da função celular.

Existem três famílias de eicosanoides: os prostanóides, leucotrienos e

lipoxinas. Os prostanóides são obtidos pela enzima cicloxigenase (COX), que

converte esses ácidos graxos em endoperóxidos cíclicos, originando as

prostaglandinas (PG) e tromboxanos (TXA). Os leucotrienos (LT) são obtidos

pela ação da enzima lipoxigenase (LOX), que também está relacionada com a

produção das lipoxinas (ANDRADE; CARMO, 2006; LOTTENBERG, 2009;

PERINI et al., 2010; LORGERIL; SALEN, 2012).

A maior afinidade do ácido araquidônico pela COX tem como

consequência a obtenção de prostaglandinas e tromboxanos da série 2 que

participam de vários processos inflamatórios no organismo. Por outro lado, os

ácidos graxos da série ω-3 apresentam propriedades anti-inflamatórias. Em

razão destas diferenças fisiológicas, a produção excessiva de prostanóides da

série 2 estaria relacionada com a ocorrência de desordens imunológicas,

doenças cardiovasculares e inflamatórias, sendo de fundamental importância o

aumento da ingestão de ácidos graxos ω-3 com a finalidade de aumentar

prostanóides da série 3 com características anti-inflamatórias relacionados à

diminuição de fatores aterogênicos (ANDRADE; CARMO, 2006;

LOTTENBERG, 2009; PERINI et al., 2010; LORGERIL; SALEN, 2012).

Em função dos ácidos graxos ω-3 e ω-6 utilizarem as mesmas enzimas

envolvidas nas reações para derivação dos outros compostos, ocorre uma

competição metabólica entre estes dois grupos, o que faz com que um excesso

de ácido linoleico impeça a transformação do α-linolênico em seus derivados

30

EPA e DHA o que também ocorre com um menor consumo do ácido linoleico,

havendo uma redução na formação do ácido araquidônico (ANDRADE;

CARMO, 2006; LOTTENBERG, 2009; PERINI et al., 2010; LORGERIL;

SALEN, 2012).

Embora a maior afinidade das dessaturases pelos ácidos graxos da

série ω-3, a conversão do ácido α-linolênico em ácidos graxos poli-insaturados

de cadeia longa é fortemente influenciada pelos níveis de ácido linoleico na

dieta. Portanto, é necessário um equilíbrio entre o aporte dos dois ácidos

graxos através da alimentação e uma razão adequada de ω-6/ω-3, resultando

em várias recomendações desta relação de ácidos graxos (ANDRADE;

CARMO, 2006; LOTTENBERG, 2009; PERINI et al., 2010; LORGERIL;

SALEN, 2012).

Como consequência das mudanças no padrão dietético, a relação entre

estes dois ácidos graxos sofreu diversas alterações. Na era paleolítica, essa

relação contemplava, aproximadamente, 1:1-1:2, devido ao maior consumo de

vegetais e de pescados ricos em ácidos graxos α-linolênico, enquanto que o

padrão atual apresenta uma relação entre 10:1-20:1, devido principalmente à

maior ingestão de óleos refinados com alto teor de AL e menor ingestão de

frutas e verduras, resultando em dietas inadequadas e com menor teor de

ácidos graxos da série ω-3 (SANTOS et al., 2013).

Embora alguns autores considerem satisfatória a relação ω-6/ω-3 de

5:1-10:1 a proposta mais recente, com base em experimentação animal, é 1:1,

porém nunca inferior a isto, por inibir a transformação do ácido linoleico em

ácido araquidônico (SANTOS et al., 2013). Entretanto, os estudos ainda são

contraditórios quanto à recomendação ideal desta relação. Evidências sugerem

que o aumento da ingestão de ácidos graxos da série ω-3 apresenta efeito

cardioprotetor, no entanto, não há dados convincentes de que a redução da

ingestão de ω-6, por si só, faça o mesmo, portanto, segundo Santos et al.

(2013), até que surjam novas informações científicas em relação a esta

questão, as recomendações dietéticas devem ser baseadas no consumo total

de cada ácido graxo poli-insaturado e não somente na relação ω-6/ω-3

(SANTOS et al., 2013).

A linhaça é considerada a maior fonte vegetal de ácido graxo α-

linolênico e, por esta razão, como já referido, o consumo deste grão tem sido

31

relacionado com benefícios para a saúde cardiovascular (BASSETT et al.,

2009; GOMES et al., 2012). Além disso, seu consumo parece exercer um

efeito positivo na redução da síntese dos eicosanoides pró-inflamatórios e

aumentar a produção de prostanóides não inflamatórios (GARÓFOLO;

PETRILLI, 2006; GOMES et al., 2012).

Cintra et al., (2006) avaliando o perfil lipídico de ratos alimentados com

dieta padrão, dieta hiperlipídica, dieta adicionada com fontes de ácidos graxos

poli-insaturados (linhaça e truta) e dieta rica em ácidos graxos saturados (pele

de galinha) encontraram elevado nível de colesterol sérico nos animais que

foram alimentados com dieta padrão. Os níveis de colesterol nos ratos

alimentados com linhaça foram menores do que nos ratos alimentados com as

outras dietas. A presença do ácido α-linolênico no grão pode ter atuado

aumentando secreção de colesterol na bile, conduzindo à depleção do pool

intra-hepático de colesterol, consequentemente aumentando a síntese e o

turnover de colesterol (CINTRA et al., 2006).

Por outro lado, Prasad (2009), avaliando o efeito de dietas contendo

linhaça triturada, farelo desengordurado de linhaça, óleo de linhaça e complexo

isolado de lignanas (diglicosídeo secoisolariciresinol) no perfil lipídico de

coelhos, atribuiu o efeito hipocolesterolêmico da linhaça a presença das fibras

alimentares e lignanas e não ao ALA.

O mesmo foi observado por Pan et al. (2009) que evidenciaram uma

ação pouco expressiva do óleo de linhaça na colesterolemia de indivíduos

adultos. Entretanto, estes mesmos autores evidenciaram o efeito

hipotrigliceridêmico do óleo de linhaça, inferindo que tal efeito deveu-se ao ALA

presente no óleo, tendo em vista que esse ácido graxo pode inibir a síntese

hepática de triacilgliceróis.

Situação semelhante foi encontrada por Murase et al. (2005) e Marques

et al. (2011). Segundo estes autores, o caráter hipotrigliceridêmico desta

oleaginosa restringe-se ao conteúdo de ALA, não sofrendo nenhuma influência

das fibras alimentares, lignanas ou qualquer outro composto.

32

4.1.3. Fibras alimentares

O termo fibra alimentar engloba uma ampla gama de substâncias, sendo

a maior parte de polissacarídeos não amiláceos definidos pelo seu resíduo de

açúcares e pelas ligações químicas entre essas moléculas (EPAMINONDAS,

2009). Do ponto de vista da nutrição humana, o termo fibra alimentar tem sido

redefinido como polissacarídeos de plantas não sujeitos à hidrólise das

enzimas do trato digestivo humano (MORRIS, 2007).

As fibras são constituídas de celulose, hemicelulose, pectinas, gomas,

mucilagens e ligninas. Estas substâncias estão associadas a outros compostos

situados em uma matriz celular, que formam as frações indigeríveis e

apresentam funções fisiológicas, metabólicas e nutricionais distintas

(EPAMINONDAS, 2009).

Exercem importantes funções na saúde, pois estão associadas com a

diminuição nos níveis de colesterol e glicose sanguínea, além de estarem

envolvidas na redução do risco de câncer de cólon. Além disso, atuam

aumentando a sensação de saciedade, reduzindo picos hiperglicêmicos, o que

contribui para o controle do peso (EPAMINONDAS, 2009).

As fibras podem ser classificadas de acordo com a sua solubilidade. As

fibras solúveis (mucilagens, gomas e pectinas) atuam captando água e

formando géis, aumentando a viscosidade do conteúdo gástrico, contribuindo

com o retardo do esvaziamento gastrointestinal e assim diminuindo a absorção

de carboidratos no intestino delgado, atuando no controle da glicemia e das

dislipidemias por reduzir a absorção intestinal de colesterol (SPOSITO, 2007).

Além disso, sofrem fermentação no cólon, produzindo substâncias

específicas denominadas ácidos graxos de cadeia curta (acetato, butirato e

propionato), que são elementos promotores da motilidade do conteúdo fecal e

da regularização do trânsito intestinal. Estes ácidos graxos também estão

associados à prevenção de doenças colônicas, pois servem de fonte

energética para a mucosa intestinal e como agentes protetores de doenças,

como diarréia e inflamações intestinais (CHEREM; BRAMOSRKI, 2008).

Entre os mecanismos que podem explicar a ação da fibra solúvel na

glicemia e no perfil lipídico, está o aumento da resposta da colecistoquinina

durante as refeições, provocando retardo no esvaziamento gástrico que,

33

associado à viscosidade que as fibras conferem ao bolo alimentar, reduz a

superfície de contato com a mucosa intestinal, levando a menor absorção de

nutrientes e ao aumento da sensibilidade à insulina, promovendo maior

saciedade e menor ingestão calórica (CHEREM; BRAMOSRKI, 2008).

Além disso, a fibra solúvel liga-se aos ácidos biliares e ao colesterol

durante a formação de micelas, resultando em menor conteúdo de colesterol

nos hepatócitos, gerando uma regulação positiva nos receptores de LDL-

colesterol aumentando sua excreção. Ocorre ainda a inibição da síntese

hepática de ácidos graxos pelos produtos de fermentação (SPOSITO, 2007;

CHEREM; BRAMOSRKI, 2008; EPAMINONDAS, 2009).

A fração insolúvel (celulose e lignina) não é fermentada pelas bactérias

do cólon e sua ação fundamental é intestinal, devido à grande capacidade de

retenção hídrica, que, ao absorver a água disponível, aumentam o volume

fecal, promovendo distensão do cólon facilitando a eliminação do bolo fecal.

Além disso, reduzem o tempo de trânsito colônico. As fibras insolúveis, podem

ainda aumentar a excreção fecal de ácidos biliares e, indiretamente, influenciar

no metabolismo de colesterol no fígado (CHEREM; BRAMOSRKI, 2008).

A reduzida ingestão de fibra alimentar vem sendo associada ao aumento

de inúmeras DCNT, enquanto o seu alto consumo à prevenção de diversas

patologias (SCHMIDT; DUNCAN, 2011). Os efeitos proporcionados pelas fibras

se devem a sua composição e às propriedades físicas e químicas dos

polissacarídeos presentes, bem como, dos compostos associados a esta

fração (CHEREM; BRAMOSRKI, 2008).

A linhaça é uma importante fonte de fibras alimentares, representando

aproximadamente 28% do peso total, sendo cerca de 17% a 22% de fibras

insolúveis e 6% a 11% de fibras solúveis (FIGUEROLA, MUÑOZ e ESTÉVEZ,

2008).

Estudos evidenciam que a fibra insolúvel presente na linhaça promove

melhoras no trânsito intestinal, prevenindo a constipação, principalmente em

função do aumento do bolo fecal e da redução do tempo de trânsito intestinal.

Por outro lado, a fração solúvel auxilia na manutenção dos níveis de glicemia e

reduzem significativamente os níveis séricos de colesterol total e LDL-

colesterol. Já os níveis de HDL-colesterol aumentam ligeiramente ou

permanecem constantes. Este efeito está relacionado à fibra alimentar

34

presente na linhaça e não ao óleo de linhaça (MORRIS, 2007; PRASAD, 2009;

KATARE et al., 2012; KRISTENSEN et al., 2012).

4.1.4. Lignanas

A lignina é uma fibra insolúvel altamente ramificada, sendo

quimicamente um composto fenólico tridimensional, associado aos carboidratos

das paredes celulares das plantas. Está envolvida na formação da parede

vascular dos vegetais, atuando no organismo como fitoestrógeno

(EPAMINONDAS, 2009; PETERSON et al., 2010).

Os fitoestrógenos são moléculas polifenóis não esteróides derivadas de

plantas que possuem estrutura molecular similar ao estrógeno. Desempenham

uma fraca ação desse hormônio, além de uma ação antiestrogênica,

antioxidante e anti-inflamatória (CASSANI, 2009; GOMES et al., 2012). Atuam

tanto como agonistas, quanto como antagonistas parciais do estrógeno,

competindo por sítios dos receptores estrogênicos, diminuindo o estímulo e a

resposta do organismo a esses hormônios e protegendo contra a ação do

estrógeno circulante no organismo. O efeito estrogênico pode ser protetor em

relação a doenças relacionadas a hormônios, como no câncer de mama e

também em relação a doenças cardiovasculares (MORRIS, 2007;

EPAMINONDAS, 2009).

A lignana é o produto de transformação da lignina em compostos

fenólicos e contém 2,3-dibenzilbutano em sua estrutura, estando presente na

linhaça sob a forma de precursores de lignanas, como o seicoisolariciresinol

diglicosídeo (SDG), matairesinol, pinoresinol e lariciresinol (CORDEIRO;

FERNANDES; BARSOSA, 2009; ADOLPHE et al., 2010; PETERSON et al.,

2010; KASOTE, 2013).

Estes compostos são convertidos por ação bacteriana no trato

gastrointestinal a enterolactona e enterodiol (Figura 4.5). Após o consumo, a

microflora intestinal, por meio de reações enzimáticas, converte as lignanas da

linhaça em lignanas mamárias ou enterolignanas, sendo então absorvidas, e

sob ação das enzimas hepáticas, são novamente metabolizadas, exercendo

ações similares ao estrogênio sintético, além de apresentarem ainda atividade

antioxidante (CORDEIRO; FERNANDES; BARBOSA, 2009; EPAMINONDAS,

35

2009; CASSANI, 2009; MONEGO, 2009; ADOLPHE et al., 2010; PETERSON

et al., 2010; KASOTE, 2013).

Por serem semelhantes ao estrogênio, exercem atividades sobre o seu

nível, tendo efeito protetor contra o câncer, bloqueando enzimas envolvidas no

metabolismo hormonal, podendo interferir no crescimento e metástase de

células tumorais (MARQUES, 2008; CASSANI, 2009; CORDEIRO;

FERNANDES; BARBOSA, 2009; MONEGO, 2009; ADOLPHE et al., 2010).

Figura 4.5. Metabolismo das lignanas da linhaça.

Fonte: MORRIS, 2007

Os grãos de linhaça são considerados as maiores fontes vegetais dos

precursores de lignanas, com quantidades que variam entre 1 mg/g de grão a

cerca de 26 mg/g de grão, principalmente a SDG (CORDEIRO; FERNANDES;

BARBOSA, 2009; ADOLPHE et al., 2010; PETERSON et al., 2010).

O complexo lignana do grão de linhaça é constituído por SDG (34% a

38%), ácido diglucosídeo cinâmico (15% a 21%), e de ácido 3-hidróxi-metil-

glutaril (HMGA) (9,6% a 11%). A SDG é um antioxidante e o ácido cinâmico e

HMGA apresentam atividade hipolipidêmica (PRASAD, 2005; CASSANI, 2009;

PAN et al., 2009; ADOLPHE et al., 2010).

Os benefícios para o organismo das lignanas da linhaça residem na sua

capacidade antioxidante, atuando como sequestradores de radicais hidroxilas e

supressão das condições oxidantes de espécies reativas de oxigênio (ERO),

com efeitos protetores ao DNA das células, especialmente às células epiteliais

do cólon, expostas a estes compostos durante o metabolismo das bactérias

intestinais que os transformam em lignanas de mamíferos (FIGUEROLA,

36

MUÑOZ e ESTÉVEZ, 2008; ADOLPHE et al., 2010; PETERSON et al., 2010;

KASOTE, 2013).

No que concerne ao efeito hipocolesterolêmico, elas podem agir

modulando a atividade de enzimas envolvidas no metabolismo do colesterol.

Este efeito ocorre, especialmente, devido ao componente SDG, que atuaria na

expressão da enzima colesterol-7-α-hidroxilase responsável por regular a

síntese de sais biliares. O aumento da atividade desta enzima estaria

relacionado com a maior excreção de colesterol hepático pelas vias biliares, o

que representa o mecanismo principal do catabolismo do colesterol. Os

metabólitos das lignanas ligam-se aos ácidos biliares e ao colesterol,

retardando ou diminuindo sua absorção (MELO et al., 2008; CORNISH et al.,

2009; PETERSON et al., 2010; COUTO; WICHMANN, 2011; SANTOS et al.,

2013).

4.2 Dislipidemias

As doenças cardiovasculares são consideradas atualmente a principal

causa de morte em todo o mundo. No Brasil, representam quase um terço dos

óbitos totais, atingindo a população adulta em plena fase produtiva (SCHMIDT

et al., 2011; WHO, 2011).

Entre as enfermidades cardiovasculares, cita-se a aterosclerose, que é

considerada uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial, e ocorre

em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada

íntima de artérias de médio e grande calibre (SPOSITO, 2007; SANTOS et al.,

2013).

Dentre os principais fatores de risco cardiovasculares destacam-se as

dislipidemias que são alterações metabólicas decorrentes de distúrbios em

qualquer fase do metabolismo lipídico, e ocasionam repercussão nos níveis

séricos das lipoproteínas, levando a obstrução do fluxo de sangue nos vasos

sanguíneos em virtude da formação de placas gordurosas que, à medida que

aumentam de tamanho, reduzem o fluxo até a completa obstrução (SPOSITO,

2007; SANTOS et al., 2013).

O colesterol é um esterol lipídeo de alto peso molecular, encontrado em

todos os tecidos animais, sendo sua maior parte derivada ou sintetizada a partir

37

de outras substâncias como, carboidratos, proteínas e gorduras. Esse

composto insolúvel em água necessita ser transportado no sangue por meio de

lipoproteínas plasmáticas do tecido de origem para os tecidos nos quais ele

será armazenado (SPOSITO, 2007; SANTOS et al., 2013). Além disso, é

considerado ponto de partida de muitas vias metabólicas, que incluem a

síntese de vitamina D, síntese de hormônios esteroides e o metabolismo de

ácidos biliares, e, como constituinte das membranas celulares. Atuando ainda,

na fluidez destas e na ativação de enzimas aí situadas (SPOSITO, 2007;

SANTOS et al., 2013).

A homeostase deste composto no organismo é regulada pela interação

entre a absorção, excreção e síntese, e quando há um desequilíbrio como, por

exemplo, pela ingestão excessiva de alimentos ricos em gorduras e em

colesterol, ocorrem diferentes respostas às mudanças nesses parâmetros,

sendo refletidas nos níveis séricos de colesterol (SPOSITO, 2007;

LOTTENBERG, 2009; SANTOS et al., 2013).

A problemática da hiperlipidemia reside na comprovada relação que

essa alteração metabólica mantém com o aparecimento da doença arterial

coronariana. Os fatores que influenciam o aumento desses níveis são as

proporções relativas de partículas de HDL-colesterol, e principalmente de LDL-

colesterol, presentes no organismo. Essas partículas são de grande interesse

de saúde pública, pois o HDL-colesterol é responsável pelo transporte do

colesterol em excesso na corrente sanguínea para o fígado onde é catalisado.

Já a partícula de LDL-colesterol transporta o colesterol do fígado para a

corrente sanguínea, favorecendo seu acúmulo nos órgãos, o que pode estar

relacionado ao aumento do risco cardiovascular (DINIZ; ANDRADE;

BANDEIRA, 2008; ABADI; BUDEL, 2012).

Diversos estudos têm evidenciado os efeitos da linhaça na

colesterolemia, principalmente em função da presença de três componentes

fundamentais: ácido α-linolênico, fibra solúvel e lignanas (PRASAD, 2005;

CINTRA et al., 2006; VIJAIMOHAN et al., 2006; PAN et al., 2009;

RODRIGUEZ-LEYVA et al., 2010; PRIM et al., 2012; SIMBALISTA et al., 2012).

Patade et al. (2008) acrescentaram 30 g de farinha de linhaça na

alimentação de mulheres hipercolesterolêmicas pós-menopausa, durante um

período de três meses, e evidenciaram alterações no perfil lipídico com

38

redução dos níveis séricos de colesterol e LDL-colesterol. Efeito semelhante

encontrou Makni et al. (2008) ao adicionar linhaça e semente de abóbora nas

dietas hipercolesterolêmicas (1% de colesterol) de ratos Wistar. Após 30 dias

de tratamento, os autores observaram que os animais apresentaram redução

nos níveis de LDL-colesterol, além de aumento de 30% do HDL-colesterol.

Os principais mecanismos propostos para a ação antiaterogênica da

linhaça são o efeito antioxidante das lignanas (PRASAD, 2009; KRISTENSEN

et al., 2012; KASOTE, 2013) e o efeito anti-inflamatório do ácido graxo α-

linolênico (BASSETT et al., 2009; GILLINGHAM et al., 2011). Segundo

Bloendon (2008) este grão e seu óleo são considerados, de acordo com a

American Heart Association alimentos potencialmente úteis para prevenção de

doenças cardiovasculares por meio de vários mecanismos, incluindo a redução

do colesterol sanguíneo, além de atuarem na diminuição da agregação

plaquetária e marcadores inflamatórios, controle da glicemia e ação

antioxidante.

4.3 Estresse oxidativo

O estresse oxidativo é definido como um desequilíbrio no balanço de

agentes pró-oxidantes e antioxidantes com a capacidade de exercer efeitos

deletérios ao metabolismo celular. As consequências deste desequilíbrio

podem variar de acordo com o tipo celular e com sua intensidade, conduzindo

a oxidação de biomoléculas com consequente perda de suas funções

biológicas e/ou desequilíbrio homeostático, cuja manifestação é o dano

oxidativo potencial contra células e tecidos (HALLIWELL, 2007, 2011).

O termo radical livre refere-se a átomo ou molécula que contém número

ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica, conferindo-lhe alta

reatividade. Os radicais livres podem ser formados pela perda ou pelo ganho

de um elétron de um não radical. Além disso, em decorrência da redução

univalente do oxigênio molecular (O2), são formados também intermediários

reativos, como radicais superóxidos (O2.-) e hidroxila (OH.) (BARREIROS;

DAVID, 2006; HALLIWELL, 2007, 2011; BARBOSA et al., 2010).

O termo espécies reativas de oxigênio (ERO) é utilizado para incluir, não

só radicais livres, como também alguns não radicais derivados do oxigênio,

39

como o peróxido de hidrogênio (H2O2), o ácido hipocloroso (HOCl) e o ozônio

(O3). O H2O2, apesar de não ser um radical livre, por não ter um elétron

desemparelhado na sua última camada, é uma espécie com alto potencial

reativo (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007; BARBOSA et al., 2010).

As ERO são moléculas instáveis que possuem a capacidade de efetuar

troca de elétrons por meio de reações de óxido-redução gerando a formação

de radicais livres (HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007; HALLIWELL, 2011). São

considerados produtos normais do metabolismo celular e podem apresentar

benefícios ou papeis danosos à manutenção do organismo (VALKO et al.,

2007). Além disso, participam dos processos de fagocitose, fenômeno em que

essas espécies são produzidas com a finalidade de eliminar agentes

agressores, sinalização celular e síntese de algumas proteínas (TREVISAN,

2008; VASCONCELOS et al., 2010).

No entanto, a cronicidade deste processo pode provocar reações em

cadeia, causando danos oxidativos aos lipídios, resultando em peroxidação

lipídica, oxidação de proteínas e ácidos nucléicos e alterações de enzimas

antioxidantes, com implicações na etiologia de inúmeras patologias, dentre

elas, as DCNT, como aterosclerose, diabetes, obesidade, transtornos

neurodegenerativos e câncer (VASCONCELOS et al., 2010). Cerca de 2% a

5% do oxigênio metabolizado nas mitocôndrias são desviados para outra via

metabólica, e reduzidos de forma univalente, originando radicais livres

(HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007; BARBOSA et al., 2010).

4.3.1 Defesas antioxidantes

Em função da produção contínua de ERO durante os processos

metabólicos, os sistemas biológicos desenvolveram defesas antioxidantes

enzimáticas e não enzimáticas que tem a função de inibir e/ou reduzir os danos

causados pela ação deletéria dessas ERO. Estas ações podem ocorrer por

meio de diferentes mecanismos: impedindo a formação de ERO, impedindo a

ação desses ou ainda, favorecendo o reparo e a reconstituição das estruturas

biológicas lesadas (BARBOSA et al., 2010). No entanto, para impedir os danos

celulares decorrentes do estresse oxidativo, o aporte exógeno de substâncias

40

com potencial antioxidante é de fundamental interesse (CATANIA; BARROS;

FERREIRA, 2009).

Segundo Halliwell (2011), antioxidantes podem ser definidos como

qualquer substância que, presente em menores concentrações que as do

substrato oxidável, são capazes de retardar ou inibir a oxidação deste de

maneira eficiente. Estas substâncias podem atuar diretamente, neutralizando a

ação dos radicais livres e espécies não radicais, ou indiretamente, participando

dos sistemas enzimáticos com tal capacidade.

As defesas enzimáticas englobam as enzimas catalase (CAT),

superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx). Enquanto que nas

não enzimáticas pode-se encontrar a glutationa (GSH) e os compostos

antioxidantes de origem dietética, como as vitaminas (ácido ascórbico, tocoferol

e β-caroteno), minerais (zinco, cobre, selênio e magnésio) e compostos

fenólicos. Estas defesas tem a função de manter um nível basal de espécies

reativas, de forma que não sejam tóxicas para as células, mas ao mesmo

tempo não eliminem totalmente a sinalização produzida por essas espécies

(HALLIWELL; GUTTERIDGE, 2007).

O sistema de defesa enzimático é a primeira linha de defesa

antioxidante e tem a função de bloquear a iniciação da oxidação. No segundo

grupo estão as moléculas que interagem com as espécies radicalares e são

consumidas durante a reação. Neste grupo incluem-se os antioxidantes

naturais, como os compostos fenólicos (HALLIWELL, 2011; KASOTE, 2013).

A enzima SOD pertence ao grupo de metaloenzimas, abundante em

células aeróbias e sua ação é dependente da participação de cofatores

enzimáticos. A SOD é encontrada em três formas, com diferentes grupos

prostéticos em sua composição: a forma SOD cobre-zinco, presente

principalmente no citoplasma, a SOD manganês, localizada na mitocôndria e a

SOD ferro em plantas e bactérias (HALLIWELL, 2007). É uma das mais

importantes enzimas antioxidantes, constituindo a primeira linha de defesa

enzimática contra a produção intracelular de radicais livres, sendo responsável

por catalisar a dismutação do radical superóxido a H2O2, já que este radical é

um forte iniciador de reações em cadeia. O H2O2 sendo menos reativo pode ser

degradado por outras enzimas, como a CAT e a GPx (HALLIWELL;

GUTTERIDGE, 2007; HALLIWELL, 2007, 2011; TREVISAN, 2008).

41

A CAT é uma hemeproteína e atua impedindo o acúmulo de peróxido de

hidrogênio, promovendo a sua catálise até água e oxigênio molecular, evitando

desta forma a produção do radical hidroxil (OH•) contra o qual não há sistema

enzimático de defesa (BARBOSA et al., 2010). O radical hidroxil é considerado

o de maior potencial reativo, sendo o mais propício na produção de danos

oxidativos, além de ser o iniciador do processo de peroxidação lipídica

(RINDLER et al., 2013).

A GPx é uma selenoenzima, pois utiliza o selênio como cofator, e sua

ação depende da manutenção do ciclo redox da glutationa, por meio do

controle da relação entre glutationa reduzida (GSH) e glutationa oxidada

(GSSG). Assim como a CAT, é capaz de impedir o acúmulo de H2O2 e de

hidropeptídeos orgânicos por meio da utilização da glutationa reduzida (GSH),

um tripeptídeo composto de ácido α-glutâmico, cisteína e glicina. A GSH atua

como um co-substrato, doando dois hidrogênios dos seus grupamentos

sulfidrilas para os peróxidos, transformando-os em álcool e água. A glutationa

oxidada (GSSG) formada é regenerada para GSH, sendo a enzima glutationa

redutase (GR) responsável por esta redução (ALMONDES et al., 2010;

BARBOSA et al., 2010).

A atividade antioxidante da linhaça decorre da presença conjunta dos

seus principais componentes (ácido α-linolênico, fibras e lignanas), tendo a

lignana um efeito especial, sendo eficaz contra danos antioxidantes ao DNA

das células e inibindo a peroxidação lipídica (KATARE et al., 2012; KASOTE,

2013).

A ação antioxidante das lignanas inibe a peroxidação dos ácidos graxos

poli-insaturados, o que acarreta a diminuição da oxidação de LDL-colesterol.

Além disso, níveis plasmáticos de SDG têm sido associados com ação

hipocolesterolêmica e redução do estresse oxidativo (PRASAD, 2005). As

propriedades do SDG e seus derivados (enterodiol e enterolactona) podem

estar relacionados à capacidade destas enterolignanas em capturar radicais

livres e prevenir a peroxidação lipídica do fígado, além disso, podem

apresentar efeitos indiretos no sistema antioxidante endógeno, poupando

enzimas como a glutationa (HAQUE et al., 2009; PETIT, 2009).

42

Já o ácido graxo α-linolênico, pode atuar como antioxidante, uma vez

que, influencia no metabolismo oxidativo do ácido araquidônico, prevenindo

desordens inflamatórias e evitando a formação de ERO (GOMES et al., 2012).

Por outro lado, autores relatam que o consumo elevado de óleo de

linhaça rico em ácido α-linolênico poderia atuar reduzindo os níveis da vitamina

E, alterando o metabolismo de prostaglandinas, formando peróxidos lipídicos

(SALES, 2009). No entanto, em análises in vivo, foi verificado que o SDG

presente no grão de linhaça pode proteger contra a peroxidação dos ácidos

graxos poli-insaturados, o que foi comprovado pelo fato do ácido tiobarbitúrico

(TBARS) urinário de indivíduos que consumiram diariamente 50 g de linhaça

em muffins não ter sofrido alterações (YUAN; RICKARD; THOMPSON, 1999;

PRASAD, 2005). Em outro estudo, Prasad (2008), sugeriu que a redução do

estresse oxidativo ocorreu em consequência da redução da colesterolemia,

observando que esta redução ocorreu quando a dieta hipercolesterolêmica foi

substituída por uma dieta normolipídica, independentemente da adição de

lignanas.

43

5 ARTIGO 1: Influência do grão e do farelo desengordurado de linhaça no

perfil lipídico e dano oxidativo hepático em ratos Wistar

Influence of the grain and defatted flaxseed bran on lipid profile and

hepatic oxidative damage in Wistar rats

Lúcia Rota BORGES1; Elizabete HELBIG2; Álvaro Renato Guerra DIAS3

1Doutoranda – Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPEL;

2Doutora – Mestrado em Nutrição e Alimentos – Faculdade de Nutrição/UFPEL;

3Doutor – Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPEL.

Rua: Gomes Carneiro no1 – CEP: 96010-610 – Pelotas/RS – Faculdade de Nutrição –

Campus Anglo – [email protected]

Financiamento: FAPERGS ARD PROCESSO (no. 10/0489-0).

O manuscrito encontra-se nas normas do periódico Nutrition (ISSN 0899-9007),

revista escolhida pelos autores para submissão, após apreciação da banca

avaliadora.

44

RESUMO

Objetivo: avaliar o efeito do grão e do farelo desengordurado de linhaça no

perfil lipídico e no estresse oxidativo hepático em ratos.

Métodos: 60 ratas, adultas (70 dias), alocadas em dois grupos normolipídico e

hiperlipídico e subdivididas em quatro grupos cada, conforme a proporção de

grão (NL7,5%, NL15%, HL7,5% e HL15%) e farelo de linhaça (NF7,5%,

NF15%, HF7,5% e HF15%), foram avaliadas quanto ao ganho de peso total

(GPT), consumo diário (CD), quociente de eficiência alimentar (QEA), perfil

lipídico, lipoperoxidação hepática e atividade hepática da enzima catalase

(CAT).

Resultados: a inclusão do grão e do farelo nas duas concentrações (7,5% e

15%) promoveu redução nos níveis de colesterol total, tanto no grupo

normolipídico, quanto no hiperlipídico. Além disso, proporcionou melhoras

significativas nos níveis da lipoproteína HDL-c, principalmente no grupo

normolipídico. A adição de linhaça, em ambos os grupos (normolipídico e

hiperlipídico), evidenciou o efeito hipotrigliceridêmico desta oleaginosa. Quanto

à lipoperoxidação hepática, observa-se que as dietas contendo grão e farelo

foram eficientes, quando comparadas com os grupos controles, com exceção

apenas para a dieta HF7,5%. Não houve diferença entre os grupos para GPT,

CD e QEA.

Conclusão: A inclusão de grão e farelo desengordurado de linhaça resultou

em alterações positivas no perfil lipídico e no estresse oxidativo hepático dos

animais. Os efeitos foram diferentes dependendo do conteúdo lipídico da dieta

e do percentual adicionado de grão e farelo de linhaça. Ainda permanece

obscuro se o efeito hipolipidêmico desta oleaginosa deve-se a um único

componente ou as interações entre os seus constituintes.

Palavras-chaves: linhaça; farelo de linhaça; dislipidemia; estresse oxidativo;

ratos.

45

ABSTRACT

Objective: evaluate the effects of flaxseed and defatted flaxseed bran on lipid

profile and lipid peroxidation in liver of rats.

Methods: sixty adult (70 days) rats, divided in two groups: normal fat diet and

high fat diet. Each group was divided into four groups concerning the proportion

of flaxseed (NL7, 5% NL15%, HL7, and HL15% 5%) and defatted flaxseed bran

(NF7, 5%, NF15% HF7, 5% and HF15%) The animals were evaluated for total

weight gain (TWG), daily feed intake (CD), feed efficiency ratio (SFA), lipid

profile, hepatic lipid peroxidation and hepatic activity of the enzyme catalase

(CAT).

Results: The addition of grain and bran at two concentrations (7.5% and 15%)

caused a reduction in total cholesterol levels in both normal fat diet group and in

high fat diet. Furthermore, it provided significant improvements in the levels of

HDL-c mainly in the normal fat diet group. The addition of linseed, in both

groups (high and normal fat diet) evidenced the effect of lowering the

triglycerides of this oilseed. Concerning hepatic lipid peroxidation, it is observed

that diets containing grain and bran were efficient when compared with the

control groups, except for diet HF7.5%. There was no difference between

groups for TWG, CD and SFA.

Conclusion: The inclusion of flaxseed grain or defatted flaxseed bran resulted

in positive changes in lipid profile and oxidative stress in the liver of the animals.

The effects were different depending on dietary fat and the percentage of added

flaxseed grain and bran. It remains unclear whether the hypolipidemic effect of

this oilseed is due to a single component or the interactions among its

constituents.

Key words: grain flaxseed, defatted flaxseed meal, dyslipidemia, oxidative

stress, rats.

46

INTRODUÇÃO

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são consideradas

atualmente um dos maiores problemas de saúde pública, sendo responsáveis,

segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), por aproximadamente 60%

do total de mortes no mundo [1,2]. As modificações no padrão alimentar

decorrentes do consumo de dietas com alta densidade energética, ricas em

gorduras de origem animal contendo baixos teores de fibras, associadas à

maior prevalência do sedentarismo, tabagismo e abuso excessivo de álcool

influenciaram de maneira significativa para o aumento das DCNT [2-4].

Dentre os principais fatores de risco modificáveis relacionados com a

ocorrência destas doenças, encontram-se as dislipidemias, que se

caracterizam por alterações nos lipídeos plasmáticos que podem estar

relacionadas ao desenvolvimento de aterosclerose [5,6].

A aterosclerose é uma doença inflamatória de origem multifatorial, que

leva a alteração de artérias de médio e grande calibre onde há o espessamento

da camada íntima com perda da elasticidade e posterior calcificação. A

formação da placa aterosclerótica ocorre em decorrência da agressão do

endotélio vascular devido a vários fatores, entre eles, a elevação de

lipoproteínas aterogênicas, como por exemplo, a deposição das partículas de

lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) [5,6]. As placas ateroscleróticas

podem evoluir para lesões mais avançadas, que ao se romperem

desencadeiam a formação de trombos, podendo levar ao infarto agudo do

miocárdio ou até mesmo a morte [5,6].

Estudos evidenciam que a ocorrência de várias doenças, entre elas, as

DCNT, são consequência do consumo de determinados alimentos e a sua

ingestão poderia prevenir ou tratar muitas patologias [4-8]. Estudo transversal

de base populacional, realizado em 2010 com adultos da zona urbana de

Pelotas/RS, identificou que o consumo habitual e excessivo de gorduras de

origem animal foi considerado o principal comportamento de risco para o

desenvolvimento de dislipidemias e como um fator de predisposição para a

ocorrência de doenças cardiovasculares [2].

A alimentação rica em gorduras é comprovadamente um dos fatores

indutores do ganho de peso e poderia estar relacionada com o aparecimento

47

de comorbidades, como as dislipidemias, além de influenciar a peroxidação

lipídica, uma vez que, são observadas correlações positivas entre marcadores

de peroxidação lipídica e os níveis de colesterol e triacilgliceróis no organismo

[2,6,9,10]. No entanto, alguns estudos ainda são contraditórios em relação à

composição lipídica da dieta e o seu papel no desenvolvimento das

dislipidemias [5-8].

Pesquisas tem demonstrado o efeito benéfico do consumo regular de

linhaça na prevenção e tratamento de doenças [11-14]. Esta oleaginosa,

pertencente à família das Lináceas, é rica em ácidos graxos poli-insaturados,

principalmente α-linolênico, aminoácidos, lignanas (diglicosídeo

secoisolariciresinol), fibras, ácidos fenólicos, vitaminas e minerais, o que

confere a esta planta características benéficas e relevantes à saúde,

principalmente devido ao seu efeito hipocolesterolêmico e nos níveis séricos de

triacilgliceróis [7,11-20].

O grão de linhaça, por meio de processamentos tecnológicos, pode

originar óleo e farelo. O farelo tem sido utilizado na formulação de ração

animal, enquanto que o óleo é empregado na fabricação de tintas e vernizes.

Além disso, têm sido desenvolvidos processos que possibilitem a inclusão do

óleo de linhaça em rações, para que produtos como a carne, ovos e leite,

utilizados na alimentação humana, sejam enriquecidos com ácidos graxos da

série ω-3, visto que, dados da literatura demonstram que o óleo deste grão tem

sido relacionado com a baixa incidência de eventos cardiovasculares e redução

do estresse oxidativo [10-20].

Em função da sua composição nutricional, a linhaça possui ação

antioxidante e quelante sobre metais catalisadores da peroxidação lipídica,

sendo importante para a redução dos efeitos causados pelo estresse oxidativo

[12,16,21,22]. Sabe-se que a ocorrência do estresse oxidativo decorre em

função do aumento da produção de substâncias pró-oxidantes e redução dos

níveis de defesas antioxidantes. Tal processo conduz à oxidação de

biomoléculas com perda de suas funções biológicas, cuja principal

manifestação é o dano oxidativo contra células e tecidos, e o efeito contínuo

deste processo implica na ocorrência de diversas enfermidades crônicas não

transmissíveis, entre elas as patologias cardiovasculares [21-24].

48

Em razão da alta prevalência de doenças cardiovasculares e sua

associação com uma dieta rica em gorduras, há a necessidade de pesquisas

com a finalidade de explorar o potencial da linhaça, com atuação na prevenção

da hipercolesterolemia e aumento da atividade antioxidante e desta maneira,

contribuir para a saúde da população em geral.

Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do grão

de linhaça e do farelo desengordurado no perfil lipídico e no dano oxidativo

hepático em ratos Wistar.

49

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram utilizadas 60 ratas cepa Wistar/UFPEL, adultas (70 dias), com

peso inicial variando entre 190 a 280 g, e peso médio de 229,34 g,

provenientes do Biotério Central da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL).

Os animais foram acomodados individualmente em gaiolas metabólicas,

sob condições controladas de temperatura e umidade relativa, respectivamente

(23 1ºC e 50 - 60%), fotoperíodo de 12 horas, com dieta e água ad libitum.

O ensaio biológico ocorreu no Laboratório de Nutrição Experimental da

Faculdade de Nutrição (UFPEL), com duração de 54 dias, incluindo quatro dias

de adaptação às dietas e ao ambiente de experimentação. O estudo foi

aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal (processo 23110.

000472/2010-09 CEEA 0472).

As dietas foram elaboradas segundo as recomendações do American

Institute of Nutrition (AIN-93M) [25]. Os animais foram divididos aleatoriamente

em dois grupos: normolipídico (AIN-93M) e hiperlipídico (H), com modificação

no teor de lipídeos de 4% para 25% e adição de colesterol (1%) e ácido cólico

(0,1%). Posteriormente foram subdivididos conforme a proporção de grão e

farelo de linhaça recebido. Os tratamentos eram compostos de dieta

normolipídica acrescida de grão de linhaça triturado nas concentrações 7,5% e

15% (NL7,5% e NL15%) e farelo nas concentrações 7,5% e 15% (NF7,5% e

NF15%), e de dieta hiperlipídica acrescida de grão de linhaça nas

concentrações 7,5% e 15% (HL7,5% e HL15%) e farelo nas concentrações

7,5% e 15% (HF7,5% e HF15%) conforme formulação apresentada na Tabela

1.

O grão e o farelo de linhaça foram fornecidos pela indústria Pazze, de

Panambi (RS). As análises de umidade (105ºC), cinzas (mufla 550°C/6h) e

proteína (Nx6,25) do grão e do farelo foram realizadas segundo os

procedimentos recomendados pela Association of Official Analytical Chemistry

(AOCS) [26]. Os teores de lipídios foram determinados pelo método descrito

por Bligh e Dyer [27]. Os teores de fibra alimentar foram determinados

conforme o método enzímico-gravimétrico n°991.43 [28]. O conteúdo de

carboidratos foi obtido pela diferença entre 100% e a soma dos demais

macronutrientes [26]. Todas as análises foram realizadas em triplicata.

50

As dietas foram produzidas com substituição parcial dos ingredientes

caseína e celulose microcristalina por grão cru ou farelo desengordurado,

equilibrando os macronutrientes e o valor energético em todos os tratamentos.

O conteúdo energético foi ajustado pela variação da quantidade de amido de

milho.

As dietas foram preparadas semanalmente, embaladas em pacotes de 1

Kg e armazenadas a temperatura de 4ºC, com a finalidade de preservar a

qualidade das mesmas, minimizando a oxidação lipídica dos ácidos graxos

poli-insaturados. Os grãos foram triturados e peneirados em peneira de 40

mesh, instantes antes da elaboração das dietas.

O farelo de linhaça foi desengordurado com hexano na proporção 1:4

(m/v), homogeneizado e mantido em repouso por 24 horas a temperatura

ambiente. Após esse período, o solvente foi filtrado em manta de algodão e

novo volume de hexano igual ao inicial foi adicionado. Esse procedimento foi

repetido sete vezes consecutivas. Para evaporação do excesso de solvente o

farelo permaneceu em capela sob exaustão durante uma noite, posteriormente

foi acondicionado em estufa com circulação de ar a 40ºC, durante seis horas

para total evaporação do solvente.

Ao final do experimento, os animais foram submetidos a jejum de 12

horas, para posterior eutanásia, por decapitação. O sangue retirado do tronco

foi coletado em tubos de ensaio e centrifugado por 15 minutos a 3500 g para

obtenção do soro. Os animais foram laparatomizados para a coleta do fígado,

sendo este lavado com solução fisiológica gelada de NaCl 0,9%, enxutos em

papel filtro. Todo o material foi armazenado a - 80ºC para posterior realização

das análises do perfil lipídico, lipoperoxidação hepática e dosagem hepática da

enzima catalase (CAT).

O controle de peso foi executado no 1º (início), 20º (tratamento), 30º

(tratamento) e 50º dias (fim). O ganho de peso total (GPT) foi avaliado por meio

da diferença entre o peso final (50º dias) e o peso inicial (1º dia).

O consumo diário (CD) foi determinado por meio do somatório da

diferença entre a dieta fornecida e a consumida diariamente. O quociente de

eficiência alimentar (QEA) foi calculado pela razão entre o ganho de peso e a

quantidade total de dieta ingerida durante o experimento [29].

51

Os níveis de colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL-c)

e trigliacilgliceróis (TAG) foram determinados por sistema enzimático Labtest

Diagnóstica® com posterior leitura em espectrofotômetro a 510 nm. O VLDL-c

foi calculado pela fórmula VLDL = Triacilglicerol/5 e o LDL pela diferença entre

colesterol total e (HDL+VLDL) [30].

A formação de malondialdeído (MDA), um índice de peroxidação lipídica,

foi medido no fígado dos animais (lóbulo direito) por meio da quantificação das

substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), conforme Esterbauer e

Cheeseman [31]. A amostra foi incubada com 600 μL de TCA 10%, após

centrifugada (10.000×g; 10 min), onde removeu-se 500 μL do sobrenadante

que foi misturado com 500 μL de ácido tiobarbitúrico 0,67% (TBA). Após, a

amostra foi aquecida em banho de água fervente por 15 minutos. TBARS foram

determinadas por absorbância a 532 nm. Os resultados foram expressos como

nmol de malondialdeído (MDA) por mg-1 de proteína.

A atividade da CAT foi realizada no fígado dos animais por meio da

quantificação da velocidade de decomposição do peróxido de hidrogênio

(H2O2) pela enzima, mediante o decréscimo da densidade ótica a 230 nm. O

consumo de H2O2 pode ser utilizado como medida da atividade da CAT, uma

vez que a taxa de decomposição do H2O2 é diretamente proporcional à

atividade da enzima. A quantificação da CAT foi expressa em unidades de CAT

por mg-1 de proteína [32]. A quantificação de proteínas totais foi determinada

pelo método Lowry et al [33] utilizando albumina de soro bovino como padrão.

Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão (DP) e

analisados pelo programa Statistica versão 7.0. A comparação entre os grupos

foi realizada por meio de análise de variância ANOVA de uma via, seguida por

post hoc de Tukey, quando necessário. Foi considerado como nível de

significância estatística P<0,05. A comparação com o grupo controle foi

efetuada por post hoc de Dunnett (5%).

52

RESULTADOS

A Figura 1 apresenta a evolução ponderal dos animais durante o período

experimental. Pode-se observar que em todos os tratamentos, os animais

apresentaram ganho de peso, no entanto, ao final do experimento, os valores

não diferiram estatisticamente.

As Tabelas 2 e 3 apresentam o GPT, CD e QEA dos animais. Não houve

diferença entre os grupos em relação a estas variáveis.

Quanto ao perfil lipídico, observa-se que em relação ao CT, a inclusão de

grão e farelo desengordurado de linhaça promoveu redução nos níveis de CT

tanto no grupo normolipídico (Tabela 4), quanto no hiperlipídico (Tabela 5), com

exceção apenas para os grupos NF15% e HF7,5%.

Para o grupo normolipídico, os menores valores foram para os ratos

alimentados com NL7,5%, apresentando uma redução de 32,52% nos níveis de

CT quando comparados ao grupo controle normolipídico (AIN-93M), seguido

pelo grupo NF7,5% (29,17%). Para o grupo hiperlipídico, o menor valor de CT

também foi para os animais alimentados com a dieta HL7,5%, com redução de

26,54%, seguido pelo grupo HF15% (24,18%).

Quanto a fração HDL-c, os maiores valores dessa lipoproteína foram

para os grupos NL15%, NF15%, HL15% e HF15%, porém no grupo

hiperlipídico, o aumento da fração HDL-c não foi significativo, quando

comparado com os animais que receberam dieta hiperlipídica sem

suplementação.

Em relação ao LDL-c, para os ratos alimentados com as dietas

normolipídicas, houve redução dos níveis para os grupos NL7,5% e NF7,5%,

com reduções séricas de 66,43% e 48,03%, respectivamente. No grupo

hiperlipídico, resultados satisfatórios foram encontrados nos grupos HF15%,

HL7,5% e HL15%, com percentuais de redução dos níveis de LDL-c,

respectivamente de 29,34%, 28,05% e 18,31%.

Os valores de VLDL-c também diferiram entre si. Para o grupo

normolipídico, os menores valores foram para os tratamentos NL15% e

NF7,5%. No grupo hiperlipídico, as dietas HL7,5%, HL15% e HF7,5% foram as

mais eficientes para a redução dos níveis de VLDL-c.

53

Na análise dos níveis de TAG para o grupo normolipídico, os ratos que

receberam dieta NL15% e NF7,5% foram os que apresentaram os menores

valores de TAG (38,43 ± 2,30 mg.dL-1 e 39,80 ± 1,34 mg.dL-1,

respectivamente). Para aqueles que receberam dietas hiperlipídicas, os

menores resultados foram para os tratamentos HL7,5% (26,59 ± 1,42 mg.dL-1)

e HL15% (28,12 ± 0,43 mg.dL-1).

As Figuras 2 e 3 apresentam a avaliação da lipoperoxidação hepática

em todos os tratamentos. Entre os animais que receberam dietas

normolipídicas, os menores valores foram encontrados nos ratos alimentados

com as dietas NL7,5% e NL15%, o mesmo ocorreu no grupo hiperlipídico.

Observa-se que a adição de grão e farelo desengordurado de linhaça tanto nos

tratamentos do grupo normolipídico, quanto nos do hiperlipídico foi eficiente

para reduzir os níveis de MDA dos animais quando comparados com os grupos

controles, com exceção apenas para o tratamento HF7,5%.

Em relação a atividade da CAT (Figura 4), observa-se que tanto no

grupo normolipídico, quanto no hiperlipídico, ocorreu um aumento nos níveis da

enzima em todos os tratamentos, quando comparados com os grupos controles

(P<0,05), sendo que em ambos os grupos (normolipídico e hiperlipídico), os

animais alimentados com dieta acrescida de farelo na concentração 15%,

foram os que apresentaram os maiores valores (66,63 ± 2,45 unidades de CAT

por mg-1 de proteína e 55,33 ± 4,11 unidades de CAT por mg-1 de proteína).

54

DISCUSSÃO

O presente estudo procurou avaliar o mecanismo antioxidante e

hipocolesterolêmico do grão e do farelo desengordurado de linhaça em dietas

com diferentes teores lipídicos e evidenciar se existe uma ação sinérgica entre

os constituintes deste grão nos parâmetros avaliados.

Apesar dos efeitos fisiológicos da linhaça e de seus derivados já descritos

na literatura [13,14,17,22], diferenças estatísticas em relação ao GPT não

foram observadas neste estudo, tanto nos grupos normolipídicos, quanto nos

hiperlipídicos O fato de não ter ocorrido redução significativa no GPT pode ter

sido em função do baixo percentual de matéria prima adicionada nas dietas,

visto que, os estudos que avaliaram o uso de linhaça nos parâmetros

biológicos de animais, utilizaram percentuais de produto em torno de 20% a

25% [15,34,35].

Outra razão poderia ser decorrente da idade dos animais utilizados neste

experimento, uma vez que são observadas maiores diferenças em relação ao

ganho de peso em animais em crescimento, diferente dos utilizados neste

estudo [7]. Além disso, entre os animais alimentados com as dietas

hiperlipídicas, o efeito do maior conteúdo lipídico da dieta poderia ter

influenciado na maior saciedade [13].

Marques et al [7] ao avaliarem o ganho de peso de ratos da linhagem

Wistar alimentados com linhaça crua e assada, além de óleo de linhaça

também não encontraram diferenças significativas entre os tratamentos.

Segundo os autores, os parâmetros ponderais podem ter influências variadas e

fatores como, idade, composição da dieta, condições ambientais e a espécie

dos animais podem apresentar resultados variados.

Enquanto que, Molena-Fernandes et al [36] encontraram uma importante

ação preventiva no desenvolvimento da obesidade para ratos alimentados com

dietas suplementadas com farinha de linhaça. Segundo os autores, no grupo

controle, o peso médio dos animais foi superior a 40% quando comparado aos

grupos suplementados com farinha de linhaça.

Pacheco et al [34] avaliando ratas que receberam dietas suplementadas

com 20% de semente de linhaça, encontraram uma redução significativa do

peso corporal, quando comparado com o grupo sem suplementação. O mesmo

55

ocorreu no estudo de Freedland et al [37], que relataram que o consumo de

linhaça apresentou efeitos favoráveis sobre o peso e a distribuição de gordura

corporal em modelos experimentais.

Em relação ao perfil lipídico, a suplementação da dieta com linhaça e

farelo desengordurado no grupo normolipídico produziu redução significativa

nos níveis de CT, principalmente para os tratamentos NL7,5% e NF7,5%. Por

outro lado, o maior percentual de substituição destes produtos apesar de

resultar em menores níveis de CT, não apresentou diferenças significativas em

relação ao grupo controle normolipídico (AIN-93M).

Entre os animais alimentados com as dietas hiperlipídicas, reduções

importantes nos níveis de CT foram observadas nos grupos HL7,5%, HL15% e

HF15%. Segundo Morise et al [38], o elevado teor de ácido α-linolênico (ALA)

presente no grão poderia induzir a maior secreção de colesterol biliar,

relacionando-se com reduções importantes nas concentrações de colesterol

sérico. O principal mecanismo envolvido nestas reduções seria que o ALA é

responsável por inibir a enzima 3-hidróxi-3metil-glutaril coenzima A redutase

(HMG-CoA redutase) que atua na síntese do colesterol. Além disso, a presença

de fibras, tanto no grão, quanto no farelo também são responsáveis pelas

propriedades hipocolesterolêmicas desta oleaginosa [15,22].

Já a suplementação das dietas com grão e farelo em ambas as

concentrações aumentou os níveis de HDL colesterol entre os animais que

receberam as dietas normolipídicas. Comparando-se o efeito tanto do grão,

quanto do farelo nas dietas, observa-se aumento no percentual da fração HDL-

c em relação ao CT nas dietas NL7,5%, NL15%, NF7,5%, NF15%, com valores

respectivos de 50,51%, 39,96%, 44,13% e 37,95%, enquanto que para o grupo

controle houve redução, representando 30,79%. Tal efeito poderá ter ocorrido

em função da fibra alimentar presente nestes alimentos ou de algum outro

composto que poderia ter atuado, como por exemplo, as lignanas [15].

Segundo Cornish et al [39] as lignanas presentes na linhaça poderiam

modular a atividade de enzimas envolvidas no metabolismo do colesterol, como

a colesterol-7-α-hidroxilase. Este efeito ocorre, especialmente, devido ao

componente Secoisolariciresinol diglicosídio (SDG), que poderia atuar na

expressão da atividade da enzima colesterol-7-α-hidroxilase responsável por

regular a síntese de sais biliares e o aumento da sua atividade estaria

56

relacionada com a maior excreção de colesterol hepático pelas vias biliares, o

que representa o mecanismo principal do catabolismo do colesterol [6,39].

Entre os ratos alimentados com as dietas hiperlipídicas, os valores de

HDL-c foram maiores nos grupos HL15% e HF15%, porém sem diferir

estatisticamente do tratamento controle hiperlipídico. Pan et al [14] em uma

meta-análise que avaliou o efeito da linhaça e seus derivados no perfil lipídico,

não encontraram correlações significativas entre a suplementação de linhaça

ou seus derivados sobre os níveis de HDL-c.

Cintra et al [10] avaliando após 28 dias o perfil lipídico de 60 ratos machos

adultos da linhagem Wistar, alimentados com dietas hipercolesterolêmicas

acrescidas de diferentes fontes de ácidos graxos, encontraram reduções nos

níveis de HDL-c, principalmente para os animais que receberam linhaça como

fonte de ácidos graxos poli-insaturados. Segundo estes autores, apesar do

efeito hipolipidêmico destes ácidos graxos, os mesmos podem acarretar

reduções significativas nos níveis de HDL-c, principalmente em função da

inibição da síntese da apolipoproteina A1 (Apo A.1), que é responsável por

ativar a enzima lecitina-colesterol aciltranfersase (LCAT) presente na HDL-c e

que participa do transporte de colesterol dos tecidos extra-hepáticos para o

fígado, definido como transporte reverso do colesterol [40].

No presente estudo, reduções importantes foram encontradas em relação

aos níveis de LDL-c, tanto nos grupos normolipídicos, quanto nos

hiperlipídicos, porém no grupo normolipídico, o maior percentual de grão e

farelo adicionados, não resultou em menor concentração de LDL-c. Além disso,

em uma situação de dieta hiperlipídica, a redução nos níveis de LDL-c não foi

tão eficiente com a suplementação de grão e farelo, visto os menores

percentuais de redução nos níveis de LDL-c observados em comparação com

os percentuais do grupo normolipídico. Ao avaliar os níveis de VLDL-c, a

adição de linhaça e farelo promoveu efeitos positivos nos grupos

normolipídicos e hiperlipídicos.

A adição de linhaça na concentração 15% no grupo normolipídico e em

ambas as concentrações no hiperlipídico evidenciou o efeito

hipotrigliceridêmico desta oleaginosa. No entanto, entre os animais que foram

alimentados com farelo desengordurado, os valores também foram menores

57

quando comparados ao grupo controle, com exceção apenas para aqueles

alimentados com dieta HF15%.

Estes achados diferem do estudo de Murase et al [41], os quais inferiram

que o efeito hipotrigliceridêmico da linhaça ocorreu em função apenas da

presença do ácido α-linolênico e que este poderia atuar inibindo a síntese

hepática de triglicerídeos, sem sofrer qualquer influência dos outros compostos

presentes.

Por outro lado, em uma dieta hiperlipídica, a suplementação de farelo

desengordurado não foi suficiente para reduzir ou reduziu muito pouco os

níveis de TAG. Nesta situação, a presença do ácido α-linolênico no grão

poderia por si só ter influenciado nos níveis de TAG, evidenciado pelos

menores valores nos animais alimentados com grão de linhaça nas duas

concentrações.

A análise da lipoperoxidação hepática foi determinada pela formação de

MDA, produto secundário da oxidação dos ácidos graxos poli-insaturados, por

meio do teste TBARS. O acúmulo de subprodutos, tais como o MDA é

considerado um marcador do processo de oxidação do organismo e a redução

da peroxidação lipídica representa um mecanismo de proteção contra injúrias

por estresse oxidativo [23,24].

Apesar dos ácidos graxos poli-insaturados apresentarem alta

susceptibilidade à oxidação in vitro em função do maior número de

insaturações, não está estabelecido que isso também possa ocorrer in vivo,

não havendo um consenso se o maior aporte dietético de ácidos graxos poli-

insaturados da série ω-3 aumentaria o estresse oxidativo no organismo [16,

42]. Portanto, a partir dos resultados obtidos neste estudo, pode-se constatar o

efeito benéfico da linhaça em relação aos níveis de TBARS, principalmente

para os animais alimentados com o grão inteiro, comprovando o potencial

antioxidante do produto em sistemas in vivo.

Em relação à atividade da CAT, a inclusão de grão e farelo de linhaça

nos dois tipos de dietas (normolipídico e hiperlipídico) proporcionou um

aumento na expressão da enzima, protegendo o fígado dos animais contra o

estresse oxidativo, possivelmente pela ação antioxidante dos constituintes

presentes tanto no grão, quanto no farelo de linhaça.

58

No presente estudo, os níveis de CAT foram maiores em todos os

tratamentos, quando comparados com os grupos controles (normolipídico e

hiperlipídico), entretanto, em uma situação de dieta hiperlipídica, somente as

dietas HL15% e HF15% diferiram estatisticamente do grupo controle

hiperlipídico. Já no grupo normolipídico, todos os tratamentos adicionados de

grão ou farelo de linhaça aumentaram significativamente os níveis de CAT,

quando comparados com o grupo controle normolipídico (AIN-93M).

Os dados demonstram que os constituintes presentes na linhaça, como

as lignanas, tocoferóis e ácidos graxos poli-insaturados poderiam ter

influenciado sinergicamente, potencializando sua ação antioxidante,

evidenciado pela menor peroxidação lipídica e maior expressão da atividade da

CAT no fígado dos animais.

O mecanismo pelo qual a linhaça poderia influenciar no estresse

oxidativo e na prevenção das dislipidemias não está totalmente claro, visto que

os estudos demonstram que os efeitos hipocolesterolêmicos e antioxidantes

desta oleaginosa podem ser atribuídos a mais de um componente [20]. Estudos

relatam que as lignanas presentes, tanto no grão, quanto no farelo, apresentam

efeito positivo no perfil lipídico, modulando a ação de enzimas envolvidas no

metabolismo do colesterol, com redução do estresse oxidativo e da agregação

plaquetária [20,43-45]. Além disso, estes compostos podem inibir a oxidação

da LDL-c e formação de compostos oxidativos [44].

Estudos in vivo demonstram a atividade sequestradora das lignanas

contra espécies reativas de oxigênio (ERO), assim como efeitos

potencializadores da detoxificação hepática [44]. Os autores relatam que, a

atividade antioxidante deste composto atua não apenas inativando as ERO,

como também com efeitos indiretos no sistema antioxidante endógeno,

poupando enzimas antioxidantes como a glutationa [44,45].

Prasad [46] em um estudo que objetivou avaliar a regressão da

aterosclerose em coelhos hipercolesterolêmicos que receberam dietas

suplementadas com o complexo isolado de lignana SDG, encontrou redução

significativa das lesões ateroscleróticas destes animais. Além disso, o autor

também avaliou o efeito da SDG no perfil lipídico e redução do estresse

oxidativo e evidenciou que a redução do estresse oxidativo ocorreu

concomitantemente com a redução dos níveis de colesterol. O que evidencia

59

que o consumo da linhaça integral parece exercer um efeito benéfico em

relação ao consumo do óleo de linhaça [44,46].

Por outro lado, o ácido α-linolênico, abundante no óleo de linhaça pode

ser considerado um coadjuvante na defesa antioxidante do organismo por

reduzir o metabolismo oxidativo do ácido araquidônico, por meio da via das

ciclooxigenases [47]. Evidenciando que dietas ricas em ácido linolênico podem

prevenir desordens inflamatórias, por possibilitarem a introdução dos ácidos

graxos eicosapentaenoico (EPA) e docosahexaenóico (DHA) nos fosfolipídios

das membranas, inibindo o metabolismo do ácido araquidônico, o que ocasiona

uma resposta inflamatória menos exacerbada, visto que estes ácidos graxos

são precursores de substâncias eicosanoides relacionadas à diminuição do

processo inflamatório, por reduzirem a formação de leucotrienos e

prostaglandinas da série ímpar, considerados mediadores inflamatórios menos

ativos, além de ERO [47].

Além disso, os tocoferóis presentes no grão de linhaça, também

apresentam atividade antioxidante, especialmente o Ɣ-tocoferol, considerado o

isômero predominante, e o seu conteúdo está relacionado ao alto conteúdo de

ácido α-linolênico [22]. A ação antioxidante dos tocoferóis estaria relacionada

com a inibição da peroxidação lipídica, pois estes compostos são capazes de

sequestrar radicais livres, prevenindo a formação de hidroperóxidos. O Ɣ-

tocoferol atua retardando a oxidação, pois reage com os radicais livres

formados nas etapas iniciais da oxidação para formar produtos intermediários

estáveis [22].

Observa-se que a dieta hiperlipídica foi capaz de causar danos

oxidativos no fígado dos animais, demonstrado pelo aumento da peroxidação

lipídica, o que foi comprovado e relatado por outros autores, que relacionaram

o aumento da ingestão de colesterol com processos de peroxidação lipídica e

elevação dos níveis de MDA, sugerindo que a hipercolesterolemia associa-se

diretamente com a formação de radicais livres e estes compostos poderiam

promover injúria celular e, consequentemente, disfunção endotelial, o que pode

ser considerado o estágio primordial para o início da aterosclerose [46].

Portanto, a redução da colesterolemia, poderia consequentemente reduzir o

estresse oxidativo [45-47].

60

É importante ressaltar que a defesa antioxidante in vivo depende de

mecanismos endógenos e da sua atuação sinérgica com antioxidantes

exógenos, além disso, os valores de TBARS podem apresentar variabilidade

entre os animais, e, fatores como a idade dos modelos biológicos podem

interferir nos mecanismos de respostas adaptativas frente aos compostos

antioxidantes da dieta [48].

Entre as limitações deste estudo pode-se destacar a idade dos animais

utilizados, o que pode ter influenciado na ausência de diferença estatística em

relação ao GPT dos animais. Além disso, o período de realização do ensaio

biológico pode ter sido pequeno para que efeitos mais contundentes da

ingestão do grão e do farelo de linhaça possam ser comprovados.

61

CONCLUSÃO

A análise dos resultados apresentados evidenciou que mesmo não

ocorrendo diferenças entre o ganho de peso e consumo diário entre os

tratamentos, a suplementação das dietas com grão e farelo de linhaça resultou

em melhoras significativas no perfil lipídico, na lipoperoxidação hepática e na

expressão da enzima CAT no fígado dos animais, demonstrando a atividade

biológica desta oleaginosa.

Além disso, pode-se observar que os efeitos da linhaça foram diferentes

dependendo do conteúdo lipídico da dieta ingerida e do percentual de produto

adicionado. Evidenciando também que o tipo de dieta consumida é um fator de

grande influência para o desenvolvimento de patologias, como as dislipidemias.

Ainda permanece obscuro se o efeito hipolipidêmico desta oleaginosa se

deve a um único componente ou as interações entre os seus constituintes,

evidenciando a necessidade de mais estudos para elucidar estas questões. No

entanto, independentemente da ação dos constituintes da linhaça, é

fundamental a priorização de hábitos alimentares saudáveis, prática de

atividade física e mudança comportamental entre os indivíduos.

AGRADECIMENTOS

À empresa Indústria de Óleos Vegetais Pazze Ltda pela doação do grão e

do farelo de linhaça. À FAPERGS pelo apoio financeiro (ARD processo n°.

10/0489 – 0). Ao Professor José Cláudio Fonseca Moreira e ao doutorando

Guilherme Antônio Behr do Laboratório do Centro de Estudos em Estresse

Oxidativo do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul, pela realização das análises de estresse oxidativo.

62

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67

Legendas de figuras

Figura 1. Evolução ponderal de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com

as dietas normolipídicas (a) e hiperlipídicas (b).

Figura 2. Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas normolipídicas.

Figura 3. Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas hiperlipídicas.

Figura 4. Níveis de CAT no fígado dos ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas normolipídicas (a) e hiperlípidicas (b).

68

Tabela 1. Formulação das dietas experimentais.

Ingredientes (g)

Dietas (g)

AIN93M NL7,5% NL15% NF7,5% NF15%

Sacarose 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 Amido de milho 453,472 438,602 397,062 431,162 405,812 Caseína 152,220 137,200 122,100 126,330 100,450 Amido dextrinizado 155,000 155,000 155,000 155,000 155,000 Óleo de soja 40,000 13,316 13,370 39,710 39,430 Fibra 50,000 31,580 13,160 23,490 0,000 Mix mineral 35,000 35,000 35,000 35,000 35,000 Mix vitamínico 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 L-cistina 1,800 1,800 1,800 1,800 1,800 Bitartarato de colina 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500 Tetrabutilhidroquinona 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 Grão de linhaça* - 75,000 150,000 - - Farelo de linhaça** - - - 75,000 150,000 Total 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000

Ingredientes (g) H HL7,5% HL15% HF7,5% HF15%

Sacarose 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 Amido de milho 232,472 217,592 202,802 210,162 184,812 Caseína 152,220 137,200 122,100 126,330 100,450 Amido dextrinizado 155,000 155,000 155,000 155,000 155,000 Óleo de soja 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 Fibra 50,000 31,580 13,160 23,490 0,000 Mix mineral 35,000 35,000 35,000 35,000 35,000 Mix vitamínico 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 L-cistina 1,800 1,800 1,800 1,800 1,800 Bitartarato de colina 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500 Tetrabutilhidroquinona 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 Banha suína 250,000 223,320 196,630 249,710 249,430 Colesterol 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 Ácido cólico 1,000 1,000 1,000 1,000 1,000 Grão de linhaça* - 75,000 150,000 - - Farelo de linhaça** - - - 75,000 150,000 Total 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000

AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%.*Proteína: 15,82g; Lipídeos: 35,58g; Fibra: 24,56g; Cinzas: 3,34g; Umidade: 7,47; Carboidratos: 13,2g (g/100g).** Proteína: 27,2g; Lipídeos: 0,38g; Fibra: 35,35g; Cinzas: 6,36g; Umidade: 7,93; Carboidratos: 22,78g (g/100g).

69

Tabela 2. Ganho de peso total (GPT), consumo diário (CD) e quociente de

eficiência alimentar (QEA) de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com as

dietas normolipídicas.

Dietas GPT (g) CD (g) QEA

AIN-93M 35,15±7,62 14,34±0,52 0,05±0,01

NL7,5% 42,45±15,68 14,43±1,03 0,06±0,02

NL15% 40,39±10,95 14,47±1,09 0,06±0,02

NF7,5% 40,55±10,67 14,70±0,84 0,05±0,01

NF15% 30,85±13,98 13,90±0,79 0,04±0,02

AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA. (P>0,05).

70

Tabela 3. Ganho de peso total (GPT), consumo diário (CD) e quociente de

eficiência alimentar (QEA) de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com as

dietas hiperlipídicas.

Dietas GPT (g) CD (g) QEA

H 51,50±14,12 11,76±1,08 0,09±0,02

HL7,5% 54,33±17,40 12,05±1,34 0,09±0,02

HL15% 48,98±14,71 12,10±1,19 0,08±0,02

HF7,5% 57,59±21,08 12,13±0,62 0,09±0,03

HF15% 46,65±12,03 11,97±0,60 0,08±0,02

H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA. (P>0,05).

71

Tabela 4. Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de colesterol total, HDL-c, LDL-c,

VLDL-c e TAG das ratas fêmeas Wistar/UFPel alimentadas durante 54 dias

com as dietas normolipídicas.

Dietas CT

(mg.dL-1)

HDL-c

(mg.dL-1)

LDL-c

(mg.dL-1)

VLDL-c

(mg.dL-1)

TAG

(mg.dL-1)

AIN-93M 66,60±2,50a 20,51±0,98c 35,39±3,34a 10,69±0,60a 53,49±3,03a

NL7,5% 44,94±3,14b 22,70±0,71b 11,88±4,04b 10,36±0,98a 51,83±4,90a

NL15% 63,40±3,38a 25,37±0,30a 30,33±3,84a 7,68±0,46b 38,43±2,30b

NF7,5% 47,17±5,05b 20,82±1,00b,c 18,39±5,43b 7,96±0,27b 39,80±1,34b

NF15% 67,35±1,99a 25,56±0,30a 31,73±2,06a 10,04±0,24a 50,24±1,23a

AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA. Valores na mesma coluna com diferentes letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey. (P<0,05).

72

Tabela 5. Dosagens sorológicas (mg.dL-1) de colesterol total, HDL-c, LDL-c,

VLDL-c e TAG das ratas fêmeas Wistar/UFPel alimentadas durante 54 dias com

as dietas hiperlipídicas.

Dietas CT

(mg.dL-1)

HDL-c

(mg.dL-1)

LDL-c

(mg.dL-1)

VLDL-c

(mg.dL-1)

TAG

(mg.dL-1)

H 103,32±2,05a 9,23±0,24a 87,30±1,89a 6,79±0,14b 33,95±0,71b

HL7,5% 75,89±2,20c 7,77±0,20c 62,81±2,16c 5,32±0,28d 26,59±1,42d

HL15% 86,45±2,16b 9,51±0,20a 71,31±2,11b 5,62±0,09d 28,12±0,43d

HF7,5% 105,48±5,11a 8,33±0,62b,c 90,86±4,43a 6,29±0,16c 31,46±0,78c

HF15% 78,33±3,68b,c 9,00±0,23a,b 61,68±3,83c 7,65±0,10a 38,27±0,51a

H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA. Valores na mesma coluna com diferentes letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey. (P<0,05).

73

Figura 1. Evolução ponderal de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com

as dietas normolipídicas (a) e hiperlipídicas (b). AIN-93M: Dieta Normolipídica;

NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo

Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%. H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo

7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%;

HF15%: Grupo Farelo 15%. Média ± DP, n=6. ANOVA.

74

Figura 2. Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas normolipídicas. Resultados expressos em média ± DP, n=6.

ANOVA. Significativo pelo Teste de Dunnett em função do controle (5%). AIN-

93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15%

Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%.

75

Figura 3. Lipoperoxidação hepática dos ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas hiperlípidicas. Resultados expressos em média ± DP, n=6.

ANOVA. Significativo pelo Teste de Dunnett em função do controle (5%). H:

Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça;

HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%.

76

Figura 4. Níveis de CAT no fígado dos ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas normolipídicas (a) e hiperlípidicas (b). Resultados expressos

em média ± DP, n=6. ANOVA. Significativo pelo Teste de Dunnett em função

do controle (5%). AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça;

NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo

Farelo 15%. H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%:

Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%.

77

6 ARTIGO 2: Efeito biológico do óleo de linhaça em ratos Wistar

submetidos à dietas normolipídicas e hiperlipídicas

Biological effects of flaxseed oil in rats Wistar submitted to normal-fat and

high-fat diet

Lúcia Rota BORGES1; Elizabete HELBIG2; Álvaro Renato Guerra DIAS3

1Doutoranda – Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPEL;

2Doutora – Mestrado em Nutrição e Alimentos – Faculdade de Nutrição/UFPEL;

3Doutor – Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial – FAEM/UFPEL.

Rua: Gomes Carneiro no1 – CEP: 96010-610 – Pelotas/RS – Faculdade de Nutrição –

Campus Anglo – [email protected]

Financiamento: FAPERGS ARD PROCESSO (no. 10/0489-0).

O manuscrito encontra-se nas normas do periódico British Journal of Nutrition

(ISSN 0007-1145), revista escolhida pelos autores para submissão, após

apreciação da banca avaliadora.

78

RESUMO

O óleo de linhaça é rico em ácidos poli-insaturados, principalmente, o ácido α-

linolênico (ALA) e seu consumo associa-se com efeitos cardioprotetores e

redução do estresse oxidativo. O objetivo do estudo foi avaliar seu efeito em

ratos, submetidos a dietas normolipídicas e hiperlipídicas. Utilizaram-se 36

ratas, adultas (70 dias), alimentadas com dieta normolipídica (AIN-93M);

hiperlipídica (H); normolipídica + óleo 4% (NO4%); normolipídica + óleo 8%

(NO8%); hiperlipídica + óleo 4% (HO4%); hiperlipídica + óleo 8% (HO8%).

Avaliaram-se o ganho de peso, consumo de dieta, perfil lipídico, gordura

peritoneal, lipídeos fecais e hepáticos e dosagem de enzimas catalase (CAT) e

superóxido dismutase (SOD). Foi verificado o efeito benéfico do óleo no

colesterol e nos níveis de triacilgliceróis mesmo numa situação de dieta

hiperlipídica. Observou-se aumento da atividade da CAT nos grupos NO4% e

NO8% quando comparados com o grupo AIN-93M. Por outro lado, nas dietas

hiperlipídicas, a inclusão de óleo de linhaça não se mostrou eficiente no

controle do estresse oxidativo. Quanto ao acúmulo de gordura hepática, a dieta

HO8% promoveu menor acúmulo de gordura, com uma redução de 24,97%

quando comparado com o grupo HO4%. Ainda são conflitantes os mecanismos

pelos quais os lipídeos do óleo de linhaça reduzem o colesterol, havendo a

necessidade de mais estudos para sua elucidação. No entanto,

independentemente disto, é fundamental a priorização de hábitos alimentares

saudáveis, visto que o tipo de dieta consumida é um fator de grande influência

para o desenvolvimento de patologias, como as dislipidemias.

Palavras-chaves: óleo de linhaça: ácido α-linolênico: dislipidemia: estresse

oxidativo: ratos.

79

ABSTRACT

Flaxseed oil is rich in polyunsaturated acids, especially α-linolenic acid (ALA)

and its consumption is associated with cardioprotective effects and reduced

oxidative stress. The objective was to evaluate its effect in rats fed with normal-

fat and high-fat diet. We used 36 adult rats (70 days), normal-fat diet (AIN-93M);

high-fat diet (H); normal-fat diet + 4% oil (% NO4); normal-fat diet oil + 8%

(NO8%); high-fat diet + oil 4% (HO4%); high-fat diet oil + 8% (HO8%). We

evaluated weight gain, food intake, lipid profile, peritoneal fat deposition, fecal

and hepatic lipids contents and enzyme measurements of catalase (CAT) and

superoxide dismutase (SOD). It was found the beneficial effect of oil on

cholesterol and triglyceride levels even in a situation of high-fat diet. There was

an increase in CAT activity in the groups NO4% and NO8% when compared

with the group AIN-93M. Moreover, the inclusion of linseed oil was not effective

in controlling oxidative stress in the high-fat diet groups. Concerning hepatic fat

deposit, HO8% diet promoted a decrease of 24.97% in hepatic fat accumulation

when compared with the group HO4%. The mechanisms by which flaxseed

lipids reduce cholesterol are still unclear and need further studies to be

elucidated. These results show that flaxseed oil can be used to prevent

diseases such as dyslipidemia.

Key words: flaxseed oil: α-linolenic acid: dyslipidemia: oxidative stress: rats.

80

INTRODUÇÃO

O comportamento alimentar possui papel fundamental no

desenvolvimento de certas patologias. A dieta, além de prover os nutrientes

necessários aos requerimentos metabólicos, fornece compostos que modulam

funções orgânicas, favorecendo a prevenção e o tratamento de doenças. Entre

os macronutrientes, os lipídeos exercem forte influência no desenvolvimento de

doenças crônicas, entre elas as patologias cardiovasculares (1-3).

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e

constituem uma das principais causas de permanência hospitalar prolongada

(4,5). No Brasil, são responsáveis por cerca de 300 mil óbitos por ano, e mesmo

quando não letais, levam o indivíduo à incapacidade parcial ou total, além de

proporcionar graves repercussões não somente no indivíduo acometido, como

também à família e a toda sociedade (6-8).

Entre os principais fatores de risco para estas doenças, encontram-se as

dislipidemias (9-11). As dislipidemias são alterações nos níveis das lipoproteínas,

e podem levar à obstrução do fluxo sanguíneo devido à formação de placas

gordurosas. As alterações lipídicas mais frequentes são: hipertrigliceridemia,

hipercolesterolemia, redução das concentrações da lipoproteína de alta

densidade (HDL-c) e aumento das concentrações da lipoproteína de baixa

densidade (LDL-c), as quais podem ocorrer de forma isolada ou combinada (9).

Ademais, estudos sugerem que além das anormalidades lipídicas, o estresse

oxidativo desempenha um papel importante na etiologia das doenças

cardiovasculares (5,6,12).

Atualmente é dada maior ênfase ao papel da dieta na saúde, sendo os

lipídeos objetos de maior interesse, principalmente os ácidos graxos poli-

insaturados da série ω-3, como o α-linolênico de origem vegetal e

eicosapentaenoico e docosaexaenoico, de origem marinha (10,11). Estes ácidos

graxos têm sido foco de estudos, por serem ácidos essenciais e relacionados a

benefícios para a saúde, como a melhor acuidade visual, o desenvolvimento e

crescimento normal do organismo, a prevenção de doenças cardiovasculares,

por meio da atuação na colesterolemia e por estarem associados ao tratamento

de diversas patologias (1,10-14).

81

De acordo com evidências do Comitê de Nutrição da American Heart

Association, existe uma forte associação entre o consumo de ácidos graxos

poli-insaturados e a redução do risco de doença cardiovascular, reforçando a

necessidade de estimular o consumo destes ácidos graxos pela população

(10,15).

Os estudos acerca dos ácidos graxos poli-insaturados iniciaram a partir

da verificação de menor ocorrência de doenças cardiovasculares em esquimós,

pois se observou que apesar destes indivíduos consumirem dieta rica em

gorduras, eles apresentavam menor incidência de deposição de gordura

arterial em relação aos povos ocidentais, o que pode ser explicado pelo alto

consumo de peixes, ricos em ácidos graxos poli-insaturados da série ω-3

(10,12,16).

O óleo de linhaça é rico em ácidos graxos poli-insaturados,

principalmente, o ácido α-linolênico (ALA), com percentuais que variam entre

40% a 60% (17,18). Em função de o ALA ser o seu principal componente, faz

com que a linhaça seja considerada a maior fonte vegetal deste ácido graxo (18-

21). Além disso, evidências demonstram que o seu consumo está relacionado

ao aumento da resposta imunológica (22), redução da gordura corporal e do

estresse oxidativo (5).

Quanto aos benefícios no risco cardiovascular, a ação

hipocolesterolêmica se dá, por meio da modulação de vias que poderiam

influenciar na colesterolemia, com redução dos triacilgliceróis plasmáticos pela

diminuição da síntese hepática de VLDL-c, podendo ainda exercer outros

efeitos cardiovasculares, como redução da viscosidade sanguínea, maior

relaxamento endotelial, além de efeitos antiarrítmicos (9,23-27). Ademais, o

consumo de óleo de linhaça torna-se uma opção viável às populações de baixa

renda, em função do baixo custo, quando comparados com as fontes marinhas

de ácidos graxos ω-3 (21,26,28).

Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito biológico

do óleo de linhaça em ratos Wistar, submetidos à dieta normolipídica e

hiperlipídica.

82

MÉTODOS

Foram utilizadas 36 ratas fêmeas, cepa Wistar/UFPEL, adultas (70 dias),

com peso médio inicial de 234,41 ± 3,07 g, provenientes do Biotério Central da

Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), acomodadas individualmente em

gaiolas metabólicas com administração de dieta e água ad libitum.

O ensaio biológico ocorreu no Laboratório de Nutrição Experimental da

Faculdade de Nutrição da UFPEL. A temperatura do laboratório foi mantida a

23ºC1ºC e umidade relativa de 50%-60%, com alternância automática de

ciclos claro-escuro em períodos de 12 horas. Semanalmente foram alteradas

as disposições das gaiolas a fim de proporcionar aos animais uma melhor

distribuição de luz e ruídos presentes no ambiente e, consequentemente,

diminuir fatores ambientais causadores de estresse.

O ensaio teve duração de 54 dias, incluindo quatro dias de adaptação ao

ambiente de experimentação. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de

Ética em Experimentação Animal da UFPEL (processo 23110. 000472/2010-09

CEEA 0472). Foram tomadas todas as medidas necessárias para o bem-estar

dos animais, conforme recomendação do Colégio Brasileiro de Experimentação

Animal (COBEA), descritas no manual sobre cuidado e usos de animais de

laboratório (29).

As dietas (Tabela 1) foram elaboradas segundo as recomendações do

American Institute of Nutrition (AIN-93M) (30). Os animais foram alocados

aleatoriamente em seis grupos de seis, conforme o tipo de dieta oferecida:

Grupo controle (AIN-93M); Grupo Normolipídico + Óleo de linhaça 4% (NO4%);

Grupo Normolipídico + Óleo de linhaça 8% (NO8%); Grupo Hiperlipídico (H),

com modificação no teor de lipídeos de 4% para 25% e adição de colesterol

(1%) e ácido cólico (0,1%); Grupo Hiperlipídico + Óleo de linhaça 4% (HO4%);

Grupo Hiperlipídico + Óleo de linhaça 8% (HO8%).

As dietas foram produzidas com substituição parcial do ingrediente óleo

de soja por óleo de linhaça, equilibrando os macronutrientes e o valor

energético em todos os tratamentos.

O perfil de ácidos graxos do óleo de linhaça foi determinado por

cromatografia gasosa, a partir do extrato etéreo das amostras, na forma de

83

ésteres de ácidos graxos, previamente preparados através da técnica de

derivatização descrita por Zambiazi et al.(31).

A identificação dos ácidos graxos foi realizada por meio da comparação

do tempo de retenção dos ácidos graxos das amostras com os padrões

conhecidos (Sigma Chemicals Co. - St. Louis, EUA). O teor de cada ácido

graxo foi calculado de acordo com a área de cada um dos picos obtidos nos

cromatogramas, multiplicadas por 100 e dividido pela área total de ácidos

graxos da amostra, sendo os resultados expressos em porcentagem relativa.

As análises foram realizadas em cromatógrafo gasoso - CG (Perkin

Elmer Clarus500), provido com detector FID, com coluna capilar (Phenomenex)

fase líquida constituída de 5% de fenil, 95% de dimetilpolisiloxano, de

dimensões 15 m x 0,32 mm x 0,1 μm, e injetor automático com capacidade de

5 μL. Os dados foram processados com auxílio do software Clarus 500.

Utilizou-se gradiente de temperatura, de acordo com Pestana et al.(32). A

temperatura inicial da coluna foi de 90°C, mantida por 1 min; após, passou para

160°C com incremento linear de 12°C min-1, mantida por 3,5 min; seguindo a

190°C com incremento linear de 1,2°C min-1, mantida por 0 min; e finalmente a

230°C com incremento linear de 15°C min-1, mantida por 15 min. O injetor e o

detector foram mantidos na temperatura de 230°C e 240°C, respectivamente.

Utilizou-se o nitrogênio como gás de arraste a 1,5 mL.m-1.

Ao final do experimento, os animais foram submetidos a jejum de 12

horas, para posterior eutanásia, por decapitação. O sangue retirado do tronco

foi coletado em tubos de ensaio e centrifugado por 15 minutos a 3500 g para

obtenção do soro.

Os animais foram laparatomizados para a coleta do fígado e gordura

peritoneal. O fígado foi lavado com solução fisiológica gelada de NaCl 0,9% e

enxuto em papel filtro. O órgão foi pesado em balança de precisão. Todo o

material foi armazenado a - 80ºC para posterior realização das análises.

As variáveis avaliadas foram peso inicial (PI), peso final (PF), ganho de

peso total (GPT), consumo total de dieta (CTD), quociente de eficiência

alimentar (QEA), perfil lipídico, acúmulo de gordura peritoneal, lipídeos fecais e

hepáticos e dosagem no sangue de enzimas antioxidantes catalase (CAT) e

superóxido dismutase (SOD).

84

O controle de peso foi executado no 1º (PI), 20º, 30º e 50º dias (PF). O

GPT foi avaliado por meio da diferença entre o PF e o PI. O CTD foi

determinado por meio do somatório da diferença entre a dieta total fornecida e

a dieta total consumida. O QEA foi calculado pela razão entre o ganho de peso

e a quantidade total de dieta ingerida durante o experimento (33).

As fezes foram recolhidas em um período de 10 dias consecutivos,

pesadas e armazenadas a - 80ºC para quantificação dos lipídeos totais.

Os níveis de colesterol total (CT), lipoproteína de alta densidade (HDL-c)

e trigliacilgliceróis (TAG) foram determinados por sistema enzimático Labtest

Diagnóstica® com posterior leitura em espectrofotômetro a 510 nm. O VLDL-c

foi calculado pela fórmula VLDL = Triacilglicerol/5 e o LDL pela diferença entre

colesterol total e (HDL+VLDL) (34). Também foi calculada a razão CT/HDL-c,

que é considerado um indicador de risco cardiovascular (35). Todos os

resultados foram expressos em mg.dL-1.

A gordura peritoneal foi retirada dos animais, pesada e os resultados

foram expressos em gramas de gordura peritoneal por 100 g de peso corporal

(36).

Para determinação dos lipídeos totais das fezes, as mesmas foram

maceradas, homogeneizadas e desumidificadas em estufa a 50ºC por 4 horas.

A análise foi realizada em triplicata pelo método de Bligh e Dyer (37), que utiliza

clorofórmio e metanol como solventes para extração da gordura.

Para a análise dos lipídeos hepáticos as amostras dos fígados dos

animais (lóbulo esquerdo) foram maceradas, utilizando-se uma alíquota de

fígado (0,5 g) de cada animal do grupo, seguindo o mesmo protocolo dos

lipídeos fecais (37).

A atividade das enzimas antioxidantes foi realizada no sangue dos

animais. A atividade enzimática foi normatizada pela quantidade de proteína

total. A quantificação de proteínas totais foi determinada pelo método Lowry et

al.(38) utilizando albumina de soro bovino como padrão.

A atividade da SOD foi avaliada por meio da inibição da autoxidação da

adrenalina pela SOD a 480 nm. Os resultados foram expressos em unidades

de SOD por mg-1 de proteína (39). A avaliação da CAT baseia-se na

quantificação da velocidade de decomposição do peróxido de hidrogênio

(H2O2) pela enzima, mediante o decréscimo da densidade ótica a 230 nm. A

85

quantificação da CAT foi expressa em unidades de CAT por mg-1 de proteína

(40).

Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão (DP) e

analisados pelo programa Statistica versão 7.0. A comparação entre os grupos

foi realizada por meio de análise de variância ANOVA de uma via, seguida por

post hoc de Tukey, quando necessário. Foi considerado como nível de

significância estatística P<0,05.

86

RESULTADOS

A Tabela 2 apresenta o perfil de ácidos graxos do óleo de linhaça

utilizado nas formulações das dietas. O ácido α-linolênico foi o principal ácido

graxo identificado, representando cerca de 55,76% da matéria graxa. Observa-

se que o ácido oleico é o segundo constituinte majoritário do perfil de ácidos

graxos, contendo 17,98%, seguido pelo ácido linoleico (13,99%). Além disso,

apenas 11,24% dos ácidos graxos totais do óleo de linhaça são saturados.

O PI dos animais em todos os tratamentos foi semelhante, com uma

média de 234,41 ± 3,07 g. Ao final do ensaio biológico, os animais alimentados

com as dietas normolipídicas apresentaram GPT em torno de 35,49 ±0,46 g,

para aqueles que receberam dietas hiperlipídicas a média de GPT foi de 47,67

± 4,16 g.

Entre os animais que receberam dietas normolipídicas, acrescidas ou

não de óleo de linhaça, a média de PF foi de 269,42 ± 4,65 g, para aqueles

alimentados com as dietas hiperlipídicas, este valor foi de 282,56 ± 5,36 g,

assim como na análise do PI, os valores de PF dos ratos avaliados também

não diferiram significativamente.

Em relação ao acúmulo de gordura peritoneal, não foi verificada

diferença estatística entre os grupos experimentais, por outro lado, quanto ao

CTD, os resultados demonstram diferenças entre os tratamentos, o mesmo foi

observado para o QEA (Tabela 3).

Os dados de ingestão alimentar entre os grupos ao final do ensaio

demonstram que os animais alimentados com as dietas hiperlipídicas

acrescidas ou não de óleo de linhaça em ambas as concentrações

apresentaram menor ingestão alimentar e maior QEA, diferindo

significativamente quando comparados aos grupos com dieta normolipídica.

A excreção fecal diária não diferiu entre os grupos, e a média de

excreção em todos os tratamentos foi de 1,06 ± 0,05 g. Quanto ao teor de

lipídeos fecais (Tabela 4), verificam-se diferenças significativas entre os

grupos. Os ratos alimentados com a dieta NO8% apresentaram excreção

lipídica fecal significativamente maior do que aqueles que receberam a dieta

AIN-93M. Entre os animais alimentados com as dietas hiperlipídicas não houve

diferença estatística.

87

Em relação à massa hepática (Tabela 4), os dados foram diferentes

entre os grupos normolipídicos e hiperlipídicos. Os animais alimentados com as

dietas hiperlipídicas, apresentaram valores de massa hepática superiores aos

animais que receberam as dietas normolipídicas, porém dentro de cada grupo

com o mesmo teor lipídico não houve diferenças. Quanto ao acúmulo de

gordura no fígado, verifica-se que a inclusão de óleo de linhaça na dieta dos

animais não foi eficiente para impedir o acúmulo de gordura hepática.

Entretanto, nos animais alimentados com as dietas hiperlipídicas, a maior

concentração de óleo de linhaça (HO8%) promoveu redução (13,33%) na

quantidade de lipídeos hepáticos quando comparado aos animais alimentados

com dieta HO4%.

Na análise do perfil lipídico (Tabela 5), os dados demonstram resultados

expressivos com a inclusão de óleo de linhaça na dieta dos animais. Neste

estudo, as concentrações séricas de CT apresentaram diferenças significativas

entre si e pode-se observar que tanto nas dietas normolipídicas, quanto nas

hiperlipídicas, os níveis de CT foram menores, conforme aumentaram os

percentuais de substituição de óleo de linhaça.

Ao comparar os níveis de CT do grupo AIN-93M com o grupo HO8%, o

efeito benéfico do óleo foi verificado, evidenciando que mesmo numa situação

de dieta hiperlipídica, o óleo de linhaça foi capaz de reduzir os níveis de CT em

14,93% (66,60 mg.dL-1 vs. 56,65 mg.dL-1). Ao relacionar o grupo AIN-93M com

os animais alimentados com dieta NO8%, esta redução foi de 52,89% (66,60

mg.dL-1 vs. 31,37 mg.dL-1).

Por outro lado, a inclusão de óleo de linhaça não foi capaz de impedir a

redução dos níveis de HDL-c, além disso, conforme aumentaram os

percentuais de óleo de linhaça, os níveis desta lipoproteína diminuíram. Em

relação ao LDL-c, os resultados foram semelhantes aos dados de CT,

evidenciando também o efeito benéfico do óleo de linhaça na redução dos

níveis de LDL-c, principalmente nos grupos NO8% (73,89%) e NO4%

(59,98%). Comportamento semelhante foi observado nos níveis de VLDL-c e

TAG, com exceção apenas para os animais alimentados com as dietas NO4%

e HO4%.

A razão CT/HDL foi menor entre os animais alimentados com as dietas

normolipídicas, quando comparados com os grupos hiperlipídicos. Além disso,

88

entre os animais que receberam dietas hiperlipídicas adicionadas de óleo de

linhaça, o maior percentual de óleo, resultou em uma menor razão CT/HDL.

As Figuras 1 e 2 apresentam os valores médios das determinações das

atividades enzimáticas da CAT e da SOD no sangue dos animais.

Foi observado, neste estudo, um aumento significativo da atividade da

CAT no sangue dos animais alimentados com as dietas normolipidicas

acrescidas de óleo de linhaça quando comparado com o grupo controle. Por

outro lado, entre os animais que receberam dietas hiperlipídicas, a inclusão de

óleo de linhaça em ambas as concentrações não se mostrou eficiente no

controle do estresse oxidativo ocasionado pelo consumo de dietas

hipercolesterolêmicas (Figura 1).

Em relação à atividade da enzima SOD (Figura 2), verifica-se o aumento

da atividade desta enzima, porém sem diferença estatística entre os

tratamentos, com exceção apenas para os grupos NO8% e H.

89

DISCUSSÃO

Este estudo procurou avaliar o efeito biológico do óleo de linhaça em

ratos Wistar submetidos à dietas normolipídicas e hiperlipídicas.

Quanto ao perfil de ácidos graxos do óleo pode-se observar a

quantidade elevada de ALA presente (55,76%), o que já foi demonstrado por

Rosa et al.(13). Os resultados encontrados para o óleo de linhaça, utilizado

neste trabalho, assemelham-se aos relatados por Cintra et al.(1), os quais

detectaram a concentração de ALA em torno de 58,47% e uma concentração

de ácido linoleico de 12,71%. Em outro estudo, Xu et al.(5) encontraram uma

quantidade de ALA inferior aos achados do presente estudo, com percentuais

de 52,90%.

A linhaça apresenta um perfil único de ácidos graxos, sendo reduzida

em saturados, com níveis modestos de ácidos monoinsaturados

(aproximadamente 18%) e um perfil importante de ácidos graxos poli-

insaturados (17,18). A presença do ácido graxo essencial α-linolênico nos grãos

de linhaça faz com que este alimento seja considerado uma das mais ricas

fontes vegetais deste nutriente, além disso, desempenha um papel importante

na redução do risco de doenças cardiovasculares, diminuindo os níveis de

colesterol sanguíneo (1,17,21,26,27).

A partir dos resultados apresentados neste estudo, verifica-se que não

houve diferença estatística entre os pesos inicias e finais dos animais

avaliados. A dieta hipercolesterolêmica resultou em um balanço energético

positivo, promovendo ganho de peso nos animais, no entanto, este ganho não

foi significativo entre os tratamentos em estudo. Da mesma forma, Marques et

al.(41) também não encontraram diferenças quanto ao ganho de peso de ratos

alimentados com dietas contendo óleo de linhaça quando comparados com o

grupo controle.

Em relação à ingestão alimentar, os dados evidenciam diferenças

significativas entre os grupos, com redução do consumo total de dieta para os

animais alimentados com as dietas hiperlipídicas acrescidas ou não de óleo de

linhaça quando comparados com os alimentados pelas dietas normolipídicas.

Apesar da alta palatabilidade de dietas hiperlipídicas ser um dos fatores

desencadeadores da hiperfagia em ratos, isto não ocorreu neste trabalho (42-44).

90

Além disso, segundo Bressan et al.(45) o menor consumo pode ter ocorrido em

função de que alimentos e refeições ricas em gordura diminuem o tempo de

esvaziamento gástrico provocando uma sensação de plenitude pós-prandial.

Por outro lado, as dietas hipercolesterolêmicas apesar de apresentarem

menor consumo total, apresentaram tendência ao maior ganho de peso e maior

QEA em relação às dietas normolipídicas, isto pode ser justificado pelo fato do

ganho de peso corporal estar relacionado aos altos níveis de gordura da dieta,

comprovando a associação entre o consumo de dietas hiperlipídicas e o

acúmulo de gordura visceral, com repercussões negativas na saúde dos

indivíduos (1). Entretanto, pesquisas realizadas com ratos, observaram que

mesmo o emprego de uma dieta altamente energética não garante que todos

os animais se tornem obesos, pois muitos deles ganham peso como os animais

controles, que são alimentados com dieta padrão. A possível explicação está

na evidência de que existem animais propensos e animais resistentes à

obesidade, assim como ocorre entre os seres humanos (43-46).

Pellizzon et al.(47) obtiveram resultados semelhantes quanto à ingestão

alimentar, o grupo que recebeu dieta hiperlipídica obteve maior ganho de peso

e, em contrapartida, o grupo que recebeu dieta padrão teve o maior consumo

alimentar.

A adição de óleo de linhaça tanto nas dietas normolipídicas, quanto nas

hiperlipídicas não foi suficiente para impedir um menor acúmulo de tecido

adiposo nestes animais. Estes achados diferem dos resultados encontrados

por Lima (48) o qual observou um menor ganho de peso corpóreo entre os

animais que receberam dietas acrescidas de linhaça quando comparados ao

grupo que não sofreu intervenção experimental.

Por outro lado, no presente estudo, a inclusão de óleo de linhaça poderia

ter exercido efeito benéfico em relação à quantidade de gordura peritoneal

acumulada, uma vez que não houve diferença significativa entre o grupo

controle e os grupos hiperlipídicos acrescidos de óleo de linhaça, o que

corrobora com Molena-Fernandes et al.(49), que justificam que a adição de

linhaça numa dieta hiperlipídica, pode impedir o depósito de gordura corporal.

A excreção lipídica fecal diária diferiu significativamente entre os grupos

normolipídicos e hiperlipídicos. Verificou-se uma maior excreção fecal de

lipídeos entre os animais alimentados com as dietas hiperlipídicas, diferindo

91

das dietas normolipídicas. No entanto, dentro dos grupos com o mesmo

percentual lipídico este aumento não foi significativo, com exceção apenas para

as dietas NO8% e AIN-93M.

Marques et al.(41) também não encontraram diferenças significativas na

excreção fecal de lipídeos ao investigar ratos alimentados com óleo de linhaça.

Segundo os autores, a quantidade de excreção de gordura fecal foi

significativamente superior para os grupos alimentados com dieta contendo

linhaça crua e assada em relação ao grupo óleo de linhaça, evidenciando o

efeito muito maior da fibra presente no grão de linhaça, do que o ácido graxo α-

linolênico (47,50).

Em relação ao acúmulo de gordura hepática, pode-se observar que a

adição de 1% de colesterol e 0,1% de ácido cólico promoveu alterações

significativas nos lipídeos hepáticos dos animais evidenciados por um aumento

superior a 400% no teor de lipídeos do grupo H, quando comparado com o

grupo AIN-93M.

A utilização de óleo de linhaça não apresentou um papel protetor em

relação ao acúmulo de gordura no fígado, contribuindo para o desenvolvimento

da esteatose hepática entre os animais. Entretanto, a maior substituição de

óleo promoveu menor acúmulo de gordura no fígado dos animais,

principalmente entre os ratos que receberam a dieta HO8%, com uma redução

de 13,33% quando comparados com os animais alimentados com dieta HO4%.

Apesar de evidências científicas sugerirem que o ALA poderia atuar

reduzindo o acúmulo lipídico no fígado, por meio do estímulo da β-oxidação e

assim inibir a síntese de ácidos graxos e TAG, este efeito não ocorreu neste

estudo, ocorrendo inclusive um aumento do depósito de lipídeos no fígado

destes animais, principalmente entre aqueles alimentados com as dietas

hiperlipídicas (41,51).

Diferente dos achados deste estudo, Vijaimohan et al.(23) encontraram

uma importante ação preventiva no acúmulo de gordura hepática de ratos

alimentados com óleo de linhaça (1 g/Kg peso) por um período de 60 dias.

Quanto ao perfil lipídico, observa-se que a dieta enriquecida com

colesterol e ácido cólico resultou em aumento significativo nos níveis de CT

(55,13%) e LDL-c (146,67%), com redução importante do HDL-c (54,99%), no

entanto, a suplementação da dieta com óleo de linhaça evidenciou seu efeito

92

hipocolesterolêmico, tanto em uma dieta normolipídica (NO4% e NO8%),

quanto em uma hiperlipídica (HO4% e HO8%).

Entre os animais alimentados com as dietas normolipídicas, a dieta

NO8% foi a mais eficiente na redução do CT, o mesmo foi observado nos

animais que receberam as dietas hiperlipídicas. Segundo alguns autores, a

presença do ácido α-linolênico no óleo de linhaça poderia aumentar a secreção

de colesterol na bile, levando a diminuição do pool intra-hepático de colesterol,

por meio da inibição de enzimas chaves na síntese de colesterol, como a 3-

hidróxi-3-metil-glutaril coenzima A redutase (HMG-CoA) (52).

Diferente dos resultados encontrados neste estudo, Prasad (53) atribuiu o

efeito hipocolesterolêmico da linhaça a presença das fibras alimentares e

lignanas e não ao ALA. O mesmo foi observado por Pan et al.(25) por meio de

meta análise onde evidenciaram um efeito pouco expressivo do óleo de linhaça

na colesterolemia de indivíduos.

Quanto aos valores de HDL-c, a inclusão de óleo de linhaça nas duas

concentrações (4% e 8%), tanto nas dietas normolipídicas, quanto nas

hiperlipídicas não foi eficiente para aumentar os níveis desta lipoproteína,

ocorrendo inclusive reduções. Resultados semelhantes foram encontrados por

Vijaimohan et al.(23), que avaliaram os efeitos benéficos do óleo de linhaça sob

o ganho de peso e o metabolismo lipídico de ratos alimentados com dietas

ricas em gorduras. Segundo os autores, a suplementação de óleo de linhaça

nas dietas hiperlipídicas foi eficiente para reduzir o ganho de peso e o aumento

do CT, entretanto, também causou redução nos níveis séricos de HDL-c.

Evidências científicas revelam que ácidos graxos poli-insaturados, mesmo

apresentando mecanismos redutores do CT, podem induzir a redução do HDL-

c (5,49).

Alguns autores sugerem a ocorrência de modificações nos receptores de

lipoproteínas e inibição de enzimas envolvidas com o metabolismo da HDL-c,

principalmente quando ocorre um consumo destes ácidos graxos em

quantidade superior a 35% do valor calórico total, no entanto, os mecanismos

responsáveis por esta redução não estão bem esclarecidos (1,27,41,54,55).

Ainda, de acordo com Machado et al.(55), a redução de colesterol entre

os grupos que consumiram dieta rica em ácidos graxos poli-insaturados

ocorreu em todas as frações de colesterol, e desta maneira, a quantidade de

93

colesterol HDL-c não está diminuída quando comparado com o consumo de

dietas ricas em ácidos graxos saturados.

Reduções importantes foram encontradas em relação aos níveis de LDL-

c, tanto nos grupos normolipídicos, quanto nos hiperlipídicos. Em ambos os

grupos, os resultados mais satisfatórios foram para os animais que receberam

dietas com 8% de óleo de linhaça. A partir destes achados pode-se inferir que

como o óleo de linhaça apresenta em sua constituição basicamente lipídeos, o

efeito nas concentrações de LDL-c ocorreu em função do conteúdo de ácido α-

linolênico presente, sem sofrer qualquer influência de outros compostos que

também constituem o grão. Estes resultados contrariam alguns autores que

afirmam que o óleo de linhaça por si só, não parece ter quaisquer efeitos

benéficos sobre os níveis de LDL-c, mas sim a ação sinérgica de todos os

constituintes desta oleaginosa (1,25,53).

Os valores de VLDL-c e TAG foram diferentes entre os grupos normais e

hiperlipídicos. Pode-se observar que os animais tratados com as dietas de

menor teor lipídico, apresentaram os maiores valores de VLDL-c e TAG,

situação semelhante foi encontrada por Cintra et al.(1) que avaliaram o perfil

lipídico de 60 ratos alimentados com dietas hiperlipídicas acrescidas de

diferentes fontes de ácidos graxos. Segundo os autores, a explicação para os

maiores teores encontrados entre os grupos normolipídicos deve-se a maior

quantidade de carboidratos da dieta normal, como consequência do seu baixo

teor de gordura.

A presença do óleo de linhaça na dieta dos animais evidenciou seu

efeito hipotrigliceridêmico tanto no grupo normolipídico, quanto no hiperlipídico,

corroborando com os achados de Murase et al.(51), os quais inferiram que o

efeito hipotrigliceridêmico da linhaça se deu em função da presença do ALA e

que este poderia atuar inibindo a síntese hepática de TAG. Cintra et al.(1)

também encontraram menores valores de TAG entre os animais que

receberam linhaça como fonte de ácidos graxos poli-insaturados, quando

comparados com animais alimentados com pele de galinha (rica em ácidos

graxos saturados), indicando o efeitos destes ácidos graxos na redução de

TAG.

A razão CT/HDL-c é considerada um importante indicador de risco de

doenças cardiovasculares e a redução de 0,01 nesta razão reduz o risco de

94

infarto do miocárdio por aproximadamente 0,5% (56). A partir dos resultados do

presente estudo, observa-se que entre os animais alimentados com dietas

normocolesterolêmicas não houve diferença entre os grupos, no entanto, a

inclusão de óleo de linhaça reduziu a razão CT/HDL, esta redução foi maior

conforme aumentaram os percentuais de óleo de linhaça adicionado. Nos

grupos hiperlipídicos, a diferença ocorreu entre os animais que receberam óleo

de linhaça, sendo o menor valor para aqueles que consumiram a dieta HO8%,

no entanto, ao fazer a comparação entre o grupo hiperlipídico sem

suplementação com o grupo HO8% essa diferença não ocorreu. A ausência de

diferença estatística pode ser explicada pelo efeito insatisfatório do ALA nos

níveis de HDL-c encontrados entre estes animais.

Segundo Couto e Wichmann (54), há uma diversidade enorme de

resultados entre os estudos quanto aos efeitos da linhaça e seus derivados

sobre o perfil lipídico, e isto possivelmente pode ocorrer em função de

diferentes desenhos experimentais e doses utilizadas.

Em relação à avaliação das enzimas antioxidantes, os dados

demonstram que o nível de estresse oxidativo, causado pela indução à dieta

hipercolesterolêmica, não foi suficiente para influenciar na atividade das

enzimas antioxidantes no sangue dos animais, visto a ausência de significância

estatística entre os grupos AIN-93M e H.

O estresse oxidativo é caracterizado pelo aumento da produção de

substâncias oxidantes e/ou uma diminuição dos níveis de defesa antioxidante

do organismo. Este é um processo que vem sendo relacionado à patogênese

de algumas condições que afetam não só o sistema nervoso central como

vários órgãos periféricos (5,57). A produção excessiva de espécies reativas de

oxigênio pode atacar biomoléculas bem como lipoproteínas de baixa

densidade, e assim iniciar o processo aterogênico (5,57). Portanto, evidências

científicas sugerem que o estresse oxidativo é um fator decisivo para a

ocorrência de aterosclerose e outras doenças cardiovasculares (5,58).

A partir dos resultados apresentados, verificou-se o efeito do óleo de

linhaça no aumento da atividade da CAT no sangue dos animais,

principalmente entre as dietas normolipídicas, observou-se uma tendência ao

aumento da atividade da enzima, conforme aumentaram os percentuais de óleo

95

de linhaça adicionados. Por outro lado, na dieta hiperlipídica não foi observado

o mesmo comportamento, ocorrendo inclusive uma redução da sua atividade.

Quanto à atividade da SOD, observa-se um aumento da sua atividade

em todos os tratamentos, porém este aumento não foi significativo, além disso,

ao fazer uma comparação entre a dieta controle (AIN-93M) com a hiperlipídica

(H), verifica-se que a dieta com maior teor de lipídeos, embora não significativo,

produziu tendência de redução de 21,77% na atividade desta enzima.

Em função do alto conteúdo de ácidos graxos poli-insaturados da

linhaça, alguns pesquisadores relatam que o óleo de linhaça por si só não tem

atividade antioxidante, podendo inclusive promover a peroxidação lipídica em

função da sua suscetibilidade à oxidação (5,59). O efeito antioxidante da linhaça

seria em função da presença das lignanas vegetais, contidas nos grãos e

ausentes no óleo de linhaça. Segundo Prasad (60), as lignanas apresentam

atividade depuradora contra espécies reativas de oxigênio, influenciando o

estado oxidativo de órgãos específicos como fígado, lipoproteínas plasmáticas

e glândulas mamárias, inibindo inclusive a oxidação de LDL-c e formação de

compostos oxidativos. Neste sentido, o consumo de linhaça integral pode ser

mais benéfico em relação ao consumo do seu óleo.

96

CONCLUSÃO

Os resultados apresentados neste estudo demonstram que o consumo

de óleo de linhaça pelos ratos apresentou efeito biológico, principalmente em

função da redução dos níveis de CT, TAG e LDL-c, no entanto os níveis de

HDL-c foram pouco afetados, apresentando inclusive reduções. Em relação à

atividade das enzimas antioxidantes, os resultados foram mais eficientes em

uma situação de dieta normolipídica.

Sabe-se que a quantidade, a natureza dos alimentos e os tipos de

preparações ingeridas diariamente influenciam a concentração do colesterol

plasmático e, os níveis elevados de colesterol no sangue estão relacionados

com a incidência de doenças cardiovasculares. Além disso, uma dieta

hiperlipídica pode desenvolver um aumento de peso considerável mesmo com

uma menor ingestão. Portanto, apesar dos efeitos benéficos do óleo de linhaça

evidenciados na literatura, alguns trabalhos mostram dados contraditórios,

tanto em pesquisas realizadas com animais, como em estudos feitos com seres

humanos.

Além disso, a quantidade ideal de consumo e os efeitos em longo prazo

não estão totalmente elucidados, bem como os benefícios dos compostos

bioativos presentes tanto no óleo, quanto no grão inteiro. Em razão destas

questões, mais estudos são necessários com a finalidade de avaliar o efeito

sinérgico ou isolado dos constituintes do grão de linhaça.

AGRADECIMENTOS

À empresa Indústria de Óleos Vegetais Pazze Ltda pela doação do grão e

do farelo de linhaça. À FAPERGS pelo apoio financeiro (ARD processo n°.

10/0489 – 0). Ao Professor José Cláudio Fonseca Moreira e ao doutorando

Guilherme Antônio Behr do Laboratório do Centro de Estudos em Estresse

Oxidativo do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal

do Rio Grande do Sul, pela realização das análises de estresse oxidativo.

97

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103

Legendas de figuras

Figura 1. Atividade enzimática da CAT no sangue das ratas Wistar.

Figura 2. Atividade enzimática da SOD no sangue das ratas Wistar.

104

Tabela 1. Formulação das dietas experimentais em g.kg-1 de dieta.

Ingredientes (g)

Dietas (g)

AIN-93M NO4% NO8% H HO4% HO8%

Sacarose 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000 Amido de milho 453,472 453,472 413,472 232,472 232,472 232,472 Caseína 152,220 152,220 152,220 152,220 152,220 152,220 Amido dextrinizado 155,000 155,000 155,000 155,000 155,000 155,000 Óleo de soja 40,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 Fibra 50,000 50,000 50,000 50,000 50,000 50,000 Mix mineral 35,000 35,000 35,000 35,000 35,000 35,000 Mix vitamínico 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 10,000 L-cistina 1,800 1,800 1,800 1,800 1,800 1,800 Bitartarato de colina 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500 2,500 Tetra-butilhidroquinona 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 0,008 Banha suína -- -- -- 250,000 210,000 170,000 Colesterol -- -- -- 10,000 10,000 10,000 Ácido cólico -- -- -- 1,000 1,000 1,000 Óleo de linhaça -- 40,000 80,000 -- 40,000 80,000 Total 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000 1000,000

AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo.

105

Tabela 2. Composição de ácidos graxos do óleo de linhaça.

Ácidos Graxos* %

Ácido Mirístico (C14:0) 0,06

Ácido Palmítico (C16:0) 6,37

Ácido Palmitoléico (C16:1) 0,07

Ácido Esteárico (C18:0) 4,43

Ácido Oleico (C18:1) 17,98

Ácido Linoleico (C18:2 – ω6) 13,99

Ácido Linolênico (C18:3 - ω3) 55,76

Ácido Docosahexaenóico (C22:6) 0,38

Ácido Lignocérico (C24:0) 0,38

Ácido Lignoceroléico (C24:1) 0,95

Ácidos Graxos Saturados 11,24

Ácidos Graxos Insaturados 89,13

Total ômega-6 13,99

Total ômega-3 55,76

Razão ômega-6/ômega-3 0,25

*AG na forma de ésteres metílicos. Valores expressos em g/100 g.

106

Tabela 3. Gordura peritoneal, consumo total de dieta e quociente de eficiência

alimentar de ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas após 50 dias de

administração das dietas experimentais.

Dietas

Parâmetros

GP (%)* CTD (g)** QEA***

AIN-93M 3,86±0,93 717,01±26,24a 0,05±0,01b,c

NO4% 3,17±1,35 732,33±11,17a 0,05±0,02b,c

NO8% 4,28±1,28 709,33±70,27a 0,05±0,02b,c

H 3,60±0,47 588,09±53,84b 0,09±0,02a

HO4% 3,00±1,69 590,64±29,09b 0,07±0,02a,c

HO8% 3,74±0,90 589,42±32,02b 0,08±0,03a,b

AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo. Média ± DP, n=06. ANOVA. Valores na mesma coluna com diferentes letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey. (P<0,05).*GP: gordura peritoneal - dados expressos em g de gordura peritoneal/100g de peso corporal; **CTD: consumo total de dieta; ***QEA: quociente de eficiência alimentar.

107

Tabela 4. Lipídeos fecais, Massa hepática (%) e Lipídeos hepáticos (%) de

ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas após 50 dias de administração das

dietas experimentais.

Dietas

Parâmetros

Lipídeos fecais (%)

Massa hepática (%)*

Lipídeos hepáticos (%)

AIN-93M 1,45±0,07c 2,78±0,08b 5,33±0,13d

NO4% 1,80±0,09b,c 2,80±0,07b 5,79±0,12d

NO8% 2,11±0,08b 2,78±0,20b 5,50±0,18d

H 7,19±0,11a 5,81±0,35a 26,85±0,68c

HO4% 7,22±0,28a 5,78±0,57a 37,56±1,22a

HO8% 7,60±0,44a 6,06±0,40a 32,55±1,75b

AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo. Média ± DP, n=06. ANOVA. Valores na mesma coluna com diferentes letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey. (P<0,05).*Dados expressos em g de órgão/100g de peso corporal.

108

Tabela 5. Perfil lipídico das ratas fêmeas Wistar/UFPEL alimentadas após 50 dias de

administração das dietas experimentais.

Dietas CT (mg.dL-1)

HDL-c (mg.dL-1)

LDL-c (mg.dL-1)

VLDL-c (mg.dL-1)

TAG (mg.dL-1)

CT/HDL

AIN-93M 66,60±2,50c 20,51±0,97a 35,39±3,34d 10,69±0,60a 53,49±3,03a 3,25±0,19c

NO4% 43,44±2,98e 17,90±0,44b 14,16±3,25e 11,37±0,24a 56,86±1,21a 2,42±0,20c

NO8% 31,37±0,90f 13,22±0,23c 9,24±0,48e 8,90±0,37b 44,50±1,87b 2,37±0,06c

H 103,32±2,05a 9,23±0,24d 87,30±1,89a 6,79±0,14c 33,95±0,71c 11,19±0,33a,b

HO4% 84,72±2,30b 6,49±0,84e 71,02±2,12b 7,21±0,21c 36,05±1,00c 13,18±1,61a

HO8% 56,65±2,27d 5,33±0,24e 45,99±2,49c 5,32±0,21d 26,64±1,08d 10,65±0,90b

AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo. Média ± DP, n=06. ANOVA. Valores na mesma coluna com diferentes letras sobrescritas diferem significativamente entre si pelo Teste de Tukey. (P<0,05).

109

Figura 1. Atividade enzimática da CAT no sangue das ratas Wistar. Resultados

expressos em média ± DP, n=6. ANOVA. Significativo pelo Teste de Tukey

(P<0,05). AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%: grupo

normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%: grupo

hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo.

110

Figura 2. Atividade enzimática da SOD no sangue das ratas Wistar.

Resultados expressos em média ± DP, n=6. ANOVA. Significativo pelo Teste

de Tukey (P<0,05). AIN93-M: dieta normolipídica; H: dieta hiperlipídica; NO4%:

grupo normolipídico 4% óleo; NO8%: grupo normolipídico 8% óleo; HO4%:

grupo hiperlipídico 4% óleo; HO8%: grupo hiperlipídico 8% óleo.

111

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos resultados apresentados evidenciou comportamentos

diferentes em relação aos efeitos da linhaça e seus derivados nos parâmetros

avaliados, sendo possível identificar que o tipo de dieta consumida

(normolipídica ou hiperlipídica), influenciou nos resultados, o que demonstra

que não basta consumir produtos com propriedades benéficas, se existe uma

alimentação desequilibrada.

Os dados demonstraram que mesmo não ocorrendo diferenças

significativas entre algumas variáveis, a suplementação das dietas com linhaça

e seus derivados, resultou em melhoras significativas no perfil lipídico, na

lipoperoxidação hepática e na expressão de enzimas antioxidantes.

A inclusão do grão e do farelo desengordurado induziu resultados

satisfatórios nas avaliações dos diferentes parâmetros estudados,

principalmente em relação aos níveis da lipoproteína HDL-c, entretanto, em

uma situação de dieta hiperlipídica não apresentou o mesmo comportamento.

O óleo de linhaça, por sua vez, apresentou efeito hipotrigliceridêmico

nas duas situações de dietas (normolipídicas e hiperlipídicas), entretanto,

promoveu redução nos níveis de HDL-c.

Quanto ao estresse oxidativo, a inclusão de grão e farelo de linhaça

apresentou efeito protetor nas dietas com diferentes concentrações lipídicas,

por outro lado, o óleo de linhaça, foi eficiente apenas em situação de dieta

normolipídica.

Ainda existem muitos resultados contraditórios em relação aos efeitos da

linhaça e seus subprodutos, no entanto, pode-se inferir que o grão inteiro, em

função de sua composição nutricional, já descrita na literatura, poderá ter um

somatório de efeitos benéficos devido às várias ações destes compostos, o que

parece demonstrar o efeito positivo em alguns parâmetros quando se compara

com estudo isolado de um único composto, portanto, parece que o consumo de

linhaça integral pode ser mais vantajoso em relação ao consumo de óleo.

112

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127

9 APÊNDICES

Tabela 1. Atividade antioxidante em córtex e fígado de ratos Wistar alimentados

durante 54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.

Dietas

NORMOLIPÍDICAS

CÓRTEX

SOD* (unidades de SOD.mg

-1 proteína)

CAT** (unidades de

CAT.mg-1

proteína)

GST*** (unidades de GST.mg

-1 proteína)

AIN-93M 46,848±20,867 0,397±0,224 22,443±16,075 NL7,5% 38,809±16,753 0,309±0,222 20,252±8,487 NL15% 41,168±9,676 0,563±0,331 19,320±11,872 NF7,5% 49,634±11,799 0,480±0,175 27,848±11,881 NF15% 41,612±25,442 0,431±0,215 23,124±12,870 NO4% 36,379±16,225 0,408±0,249 19,059±12,931 NO8% 44,240± 22,079 0,422±0,211 24,206±12,218 FÍGADO

AIN-93M 69,203±23,873 33,186±4,3470 133,900±33,577 NL7,5% 54,261±17,697 50,999±1,038 98,412±19,355 NL15% 54,017±19,401 50,760±4,167 126,506±37,009 NF7,5% 56,515±8,584 47,596±2,263 106,524±15,016 NF15% 76,629±23,520 66,633±2,450 152,254±52,474 NO4% 63,503±20,564 42,583±3,875 142,592±28,031 NO8% 61,774±14,810 46,914±6,958 132,530±25,245

HIPERLIPÍDICAS

CÓRTEX

H 44,280±14,169 0,496±0,294 25,856±15,523 HL7,5% 46,200±14,400 0,243±0,087 20,598±8,061 HL15% 33,304±15,187 0,329±0,309 16,913±10,390 HF7,5% 44,856±12,248 0,471±0,315 22,980±14,323 HF15% 46,079±19,737 0,503±0,265 23,725±9,212 HO4% 45,583±17,968 0,417±0,200 23,021±10,829 HO8% 42,987±13,816 0,342±0,124 23,400±10,123

FÍGADO

H 61,193±17,953 37,234±2,138 87,262±22,610 HL7,5% 34,892±11,675 41,974±2,677 85,239±12,528 HL15% 51,746±27,271 45,079±2,284 93,019±21,942 HF7,5% 50,777±26,082 39,877±0,732 70,444±11,452 HF15% 52,286±25,026 55,335±4,112 97,467±30,001 HO4% 51,414±28,949 25,779±1,196 71,227±24,663 HO8% 41,534±11,150 39,763±3,021 73,382±26,126 AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%. H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%:

Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.*SOD: superóxido dismutase – Misra e Fridovich (1972); **CAT: catalase – Aebi e Lester (1984); ***GST: glutationa S-trasnferase - Habig et al. (1974).

128

Tabela 2. Lipoperoxidação* (nmol MDA.mg-1proteína) em sangue, plasma, fígado e

córtex dos animais alimentados durante 54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013. Dietas

NORMOLIPÍDICAS

Sangue Plasma Fígado Córtex

AIN-93M 0,046±0,008 0,009±0,00 0,164±0,010 0,273±0,099 NL7,5% 0,039±0,008 0,020±0,01 0,112±0,018 0,430±0,228 NL15% 0,043±0,009 0,028±0,02 0,126±0,017 0,301±0,083 NF7,5% 0,066±0,016 0,010±0,00 0,132±0,011 0,350±0,123 NF15% 0,108±0,031 0,026±0,03 0,145±0,019 0,287±0,120 NO4% 0,037±0,010 0,019±0,01 0,129±0,020 0,310±0,126 NO8% 0,048±0,007 0,012±0,01 0,117±0,015 0,396±0,120

HIPERLIPÍDICAS

H 0,043±0,007 0,014±0,00 0,248±0,044 0,345±0,245 HL7,5% 0,033±0,003 0,017±0,01 0,149±0,028 0,306±0,041 HL15% 0,047±0,008 0,014±0,01 0,169±0,047 0,306±0,168 HF7,5% 0,033±0,006 0,034±0,03 0,256±0,030 0,400±0,216 HF15% 0,037±0,003 0,015±0,01 0,180±0,050 0,295±0,132 HO4% 0,042±0,004 0,040±0,04 0,174±0,040 0,358±0,095 HO8% 0,081±0,017 0,031±0,04 0,190±0,023 0,365±0,138 AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%. H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%: Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.*Esterbauer e Cheeseman (1990).

Tabela 3. Conteúdo de sulfidrilas totais (SH*) córtex, fígado e plasma de ratos Wistar

alimentados durante 54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.

Dietas

NORMOLIPÍDICAS

Córtex (μmol SH.mg

-1 proteína)

Fígado (μmol SH.mg

-1 proteína)

Plasma (μmol SH.mg

-1 proteína)

AIN-93M 14,089±3,592 27,913±8,123 3,403±0,644 NL7,5% 13,109±4,862 23,002±5,757 3,256±0,413 NL15% 13,162±2,233 19,857±13,910 3,369±0,453 NF7,5% 16,271±4,806 19,928±5,758 3,221±0,747 NF15% 15,140±4,076 23,020±7,322 4,090±1,060 NO4% 15,264±1,119 26,950±16,412 3,831±0,334 NO8% 17,304±4,181 21,721±10,410 3,401±1,025

HIPERLIPÍDICAS

H 14,363±1,890 41,402±13,911 2,142±1,016 HL7,5% 14,478±3,235 51,286±11,559 1,786±0,770 HL15% 14,566±2,876 56,621±17,487 2,252±0,304 HF7,5% 15,264±3,894 39,291±20,105 2,181±0,461 HF15% 14,160±3,114 50,253±10,505 1,992±0,619 HO4% 14,160±4,885 40,174±18,670 2,947±1,429 HO8% 16,739±3,051 43,937±20,828 2,051±0,581 AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%: Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.*SH: Ellman (1959) e Wendel (1981).

129

Tabela 4. Potencial antioxidante total não enzimático (TRAP*) em córtex, fígado e

plasma de ratos Wistar alimentados durante 54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.

Dietas

NORMOLIPÍDICAS

Córtex (%)

Fígado (%)

Plasma (%)

AIN-93M 41,276±30,688 41,882±16,936 47,365±12,905 NL7,5% 43,991±24,193 43,350±9,238 46,689±1,472 NL15% 43,096±28,901 47,982±14,544 48,138±7,793 NF7,5% 28,204±20,085 54,120±11,912 45,890±9,205 NF15% 41,563±26,494 42,165±16,299 45,166±5,047 NO4% 49,273±27,214 33,100±25,465 46,712±5,778 NO8% 36,431±25,956 40,258±16,216 45,457±5,553

HIPERLIPÍDICAS

H 39,419±24,244 55,402±12,932 43,200±9,350 HL7,5% 42,718±18,281 53,925±13,689 45,288±6,498 HL15% 56,939±20,955 55,117±8,334 45,539±7,691 HF7,5% 40,420±28,610 59,702±9,688 41,962±10,652 HF15% 36,912±23,513 61,495±8,885 43,905±5,249 HO4% 37,709±23,858 59,222±13,153 40,947±9,246 HO8% 34,203±23,550 56,177±12,775 37,431±12,734 AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%: Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.*Lissi et al. (1992) e Dresch et al. (2009).

Tabela 5. Lipídeos fecais (%) e hepáticos (%) de ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.

Dietas

NORMOLIPÍDICAS

Lipídeos fecais Lipídeos hepáticos

AIN-93M 1,45±0,07 5,33±0,13 NL7,5% 7,45±0,50 5,02±0,15 NL15% 14,21±0,20 5,09±0,01 NF7,5% 2,55±0,09 5,39±0,37 NF15% 3,58±0,11 5,41±0,05 NO4% 1,80±0,09 5,79±0,12 NO8% 2,11±0,08 5,50±0,18

HIPERLIPÍDICAS

H 7,19±0,11 26,85±0,68 HL7,5% 16,05±0,98 26,84±0,42 HL15% 19,30±2,15 24,14±0,74 HF7,5% 8,01±0,10 28,15±0,99 HF15% 10,23±1,09 31,86±1,20 HO4% 7,22±0,28 37,56±1,22 HO8% 7,60±0,44 32,55±1,75 AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:

Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%: Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.

130

Tabela 6. Peso das fezes e peso do fígado de ratos Wistar alimentados durante 54

dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.

Dietas

NORMOLIPÍDICAS

Peso fezes (g)* Peso fígado (g)

AIN-93M 15,06±1,29 7,35±0,48 NL7,5% 15,36±1,55 7,36±0,72 NL15% 16,30±1,77 7,63±1,16 NF7,5% 15,04±1,63 7,16±0,33 NF15% 15,55±1,59 7,52±0,57 NO4% 13,97±1,52 7,67±0,26 NO8% 12,42±0,96 7,52±0,87

HIPERLIPÍDICAS

H 12,39±0,90 16,77±1,81 HL7,5% 13,36±1,71 17,46±2,57 HL15% 15,39±1,71 15,36±1,90 HF7,5% 14,40±1,66 15,51±2,12 HF15% 15,70±2,19 13,65±1,02 HO4% 12,19±1,25 16,10±2,19 HO8% 12,57±0,82 17,02±1,43 *2ª coleta 10 dias. AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta

Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%: Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.

Tabela 7. Circunferência abdominal (cm) e gordura peritoneal (g) de ratos Wistar

alimentados durante 54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.

Dietas

NORMOLIPÍDICAS

Circunferência abdominal (cm)

Gordura peritoneal (g)

AIN-93M 12,95±1,65 10,26±2,57 NL7,5% 13,33±0,88 8,30±2,97 NL15% 13,37±0,43 8,49±2,72 NF7,5% 13,68±1,26 9,78±3,83 NF15% 14,30±0,72 9,78±2,86 NO4% 13,97±0,55 8,82±4,12 NO8% 14,58±0,57 11,68±3,82

HIPERLIPÍDICAS

H 13,97±1,14 10,41±1,73 HL7,5% 14,20±0,89 10,22±3,52 HL15% 14,08±0,65 11,27±4,57 HF7,5% 14,60±1,29 8,47±3,82 HF15% 14,33±1,42 10,48±5,09 HO4% 14,03±0,77 8,47±5,23 HO8% 14,38±0,69 10,57±2,88 AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%: Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.

131

Tabela 8. Glicemia (mg/dL) e ácido úrico (mg/dL) de ratos Wistar alimentados durante

54 dias com as dietas experimentais. Universidade Federal de Pelotas (RS), 2013.

Dietas

NORMOLIPÍDICAS

Glicemia Ácido úrico

AIN-93M 85,50±10,29 4,23±0,52 NL7,5% 98,83±27,53 3,98±0,38 NL15% 89,17±8,91 4,04±0,25 NF7,5% 89,50±8,17 3,98±0,07 NF15% 86,33±10,82 3,82±0,17 NO4% 92,00±16,41 3,97±0,28 NO8% 81,33±12,36 4,08±0,47

HIPERLIPÍDICAS

H 92,50±14,39 4,48±0,30 HL7,5% 91,17±13,01 4,39±0,28 HL15% 92,33±8,89 4,41±0,43 HF7,5% 93,50±8,22 4,50±0,32 HF15% 87,17±5,27 4,40±0,26 HO4% 92,00±10,20 4,34±0,51 HO8% 82,00±9,10 4,07±0,29 AIN-93M: Dieta Normolipídica; NL7,5%: Grupo 7,5% Linhaça; NL15%: Grupo 15% Linhaça; NF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; NF15%: Grupo Farelo 15%; NO4%: Grupo Óleo 4%; NO8%: Grupo Óleo 8%; H: Dieta Hiperlipídica; HL7,5%:

Grupo 7,5% Linhaça; HL15%: Grupo 15% Linhaça; HF7,5%: Grupo Farelo 7,5%; HF15%: Grupo Farelo 15%; HO4%: Grupo Óleo 4%; HO8%: Grupo Óleo 8%. Média ± DP, n=6.

132

10 ANEXOS

ANEXO 01

Aprovação da Comissão de Ética em Experimentação Animal (CEEA – UFPEL), em reunião realizada no dia 22 de março de 2010.