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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos TESE Óleos essenciais e oleoresina da pimenta rosa ( Schinus terebinthifolius Raddi): propriedades químicas e biológicas. MASSAKO TAKAHASHI DOURADO PELOTAS/RS 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos

TESE

Óleos essenciais e oleoresina da pimenta rosa (Schinus

terebinthifolius Raddi): propriedades químicas e

biológicas.

MASSAKO TAKAHASHI DOURADO

PELOTAS/RS

2012

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MASSAKO TAKAHASHI DOURADO

Óleos essenciais e oleoresina da pimenta rosa (Schinus terebinthifolius

Raddi): propriedades químicas e biológicas.

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos da Faculdade de Agronomia

“Eliseu Maciel” da Universidade

Federal de Pelotas, como requisito

parcial à obtenção do título de doutor

em Ciência e Tecnologia de Alimentos.

Orientação: Prof. Dr. Wladimir Padilha da Silva

Co-orientação: Profa. Dr

a Ângela Maria Fiorentini

Pelotas /RS

2012

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Dados de catalogação na fonte:

Ubirajara Buddin Cruz – CRB-10/901

Biblioteca de Ciência & Tecnologia - UFPel

D739o Dourado, Massako Takahashi

Óleos essenciais e oleoresina da pimenta rosa

(Schinus terebinthifolius Raddi) : propriedades químicas

e biológicas / Massako Takahashi Dourado. – 120f. : il.

color. – Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação

em Ciência e Tecnologia Agroindustrial. Universidade

Federal de Pelotas. Faculdade de Agronomia Eliseu

Maciel. Pelotas, 2012. – Orientador Wladimir Padilha da

Silva ; co-orientador Ângela Maria Fiorentini.

1.Schinus terebinthifolius Raddi. 2.Pimenta rosa.

3.Aroeira. 4.Antioxidante. 5.Atividade antimicrobiana.

6.Óleos essenciais. 7.Cromatografia gasosa.

8.Propriedades químicas e biológicas.

CDD:

663.84

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Massako Takahashi Dourado

Óleos essenciais e oleoresina da pimenta rosa (Schinus terebinthifolius

Raddi): propriedades químicas e biológicas.

Comissão de orientação:

Prof. Dr. Wladimir P. da Silva (orientador)- DTCA - UFPel/RS

Profa. Dr

a. Ângela Maria Fiorentini (co-orientador) - DTCA-UFPel/RS

Banca examinadora:

________________________________________________________________

Andrea da Silva Ramos Rocha CF-UCPel

________________________________________________________________

Eliezer Avila Gandra CCQFA-UFPel

________________________________________________________________

Luciano do Amarante CCQFA-UFPel

Pelotas, dezembro de 2012

Pelotas /RS

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Ao meu esposo Augusto.

Aos meus filhos Daniel, André e Adriana.

Aos meus pais Katsuko e Fusao,

dedico.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por me dar vida e me proporcionar saúde para iniciar e terminar

mais esta etapa da vida.

A minha família - Augusto, Daniel, André e Adriana, que sempre me

apóiam em tudo e tem sido um forte pilar na minha vida.

Ao prof. Dr. Wladimir Padilha da Silva pela orientação, profissionalismo,

suporte técnico, ensinamentos e amizade.

A profa

Dra

Ângela Maria Fiorentini pela co-orientação, por instruir e

repartir os conhecimentos técnicos e amizade.

Ao Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos

(PPGCTA) da Universidade Federal de Pelotas.

A Universidade Federal de Pelotas, e ao CCQFA (Centro de Ciências

Químicas Farmacêuticas e de Alimentos)

Aos colegas da Universidade de Caxias do Sul professores Dr. Sidnei

Moura e Silva e Msc. Fabiane Agostini.

A todos os colegas do Laboratório de Microbiologia de Alimentos do CTA,

em especial às amigas: Tatiane, Milena e Liziane.

À amiga Lidine Pires Gouvêa, pela amizade, ajuda nesta jornada árdua,

pela cumplicidade, carinho e afeto.

Aos prof. Dr. Cesar V. Rombaldi (UFPel) e profa Dr

a Andrea da Silva

Ramos Rocha (UCPel), pelas criticas construtivas e importantes sugestões

auferidas à finalização do trabalho.

Ao prof. Dr. Pedro Luiz Antunes com saudades e carinho.

A todos meus parentes mesmo longe sempre presentes na minha vida.

Ao Prof. Dr. Claudio Martin Pereira de Pereira, pelo auxilio nas análises

cromatográficas e na doação de alguns reagentes químicos.

Ao Prof. Dr. Neftali Lenin Villarreal Carreño pela doação do Clevenger

para extração de óleos essenciais.

À amiga e orientada, Janaína Garcia Timm pelo auxílio nas análises

laboratoriais, amizade e companheirismo.

A todos que de alguma maneira, contribuíram direta ou indiretamente na

realização deste trabalho.

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“Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os

escolhidos. Fazer ou não fazer algo, só depende de nossa vontade e

perseverança”

(Albert Einstein)

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RESUMO

DOURADO, M.T Óleos essenciais e oleoresina da pimenta rosa (Schinus terebinthifolius Raddi): propriedades químicas e biológicas. 2012. 120f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas.

A pimenta rosa (Schinus terebinthifolius Raddi), popularmente conhecida como pimenta rosa, aroeira, aroeira mansa ou aroeira-vermelha, pertencente à família Anacardiaceae, é muito utilizada na medicina popular, no tratamento de diversas enfermidades. No Brasil, tem sido pouco explorada, mas em outros países, como a França, é um condimento muito popular. Os óleos essenciais são produtos do metabolismo secundário de plantas, cada vez mais utilizados

para diferentes finalidades, como na produção de medicamentos, na cosmetologia, na perfumaria e na área de alimentos. Em alimentos são muito utilizados no controle microbiológico, pois aumentam a sua vida útil, além de poder conferir sabor, odor e apresentar potencial antioxidante, devido a sua fração fenólica. Os óleos essenciais podem ser extraídos do caule, frutos, folhas, sementes e casca e, dependendo da porção de onde são retirados, sua composição difere entre si, não só em quantidade como em qualidade. Neste

estudo, objetivou-se padronizar as condições de extração e caracterizar fisico-quimicamente os frutos de pimenta rosa em diferentes estágios de maturação, analisar o óleo essencial e a oleoresina, que é uma mistura de compostos (óleos voláteis, resinas, ácidos graxos não voláteis, pigmentos e outras substâncias) através da cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa (CG/MS). O óleo essencial foi extraído por hidrodestilação utilizando

Clevenger e foi avaliado por cromatografia gasosa, onde foram identificados 25 compostos no óleo essencial de frutos maduros de pimenta rosa sendo o componente majoritário o mirceno e no óleo essencial de frutos verdes foram identificados 19 compostos sendo o componente majoritário o α-pineno. A oleoresina foi extraida por dois métodos (Soxhlet e a frio) utilizando sete diferentes solventes, o que interferiu no rendimento final. A oleoresina foi

extraída em condições similares e foi avaliada por cromatografia gasosa, onde o solvente metanol foi o mais eficaz. O óleo essencial foi utilizado no estudo do potencial antimicrobiano avaliado pela determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) e da Concentração Bactericida Mínima (CBM), além da capacidade antioxidante do extrato. Os resultados indicaram que o óleo essencial de pimenta rosa apresenta atividade antimicrobiana tanto em

bactérias Gram-positivas como nas Gram-negativas, sendo todas as bactérias estudadas patogênicas em alimentos, e não apresentaram diferença para CIM nem para MBC tanto para E. coli como para L. monocytogenes. A atividade antioxidante foi avaliada através do método da capacidade de captura in vitro do radical livre DPPH, verificou-se que o menor valor de EC50 (0,0170g) foi para o extrato aquoso de frutos maduros de pimenta rosa. O valor de EC50 significa

quantidade de antioxidante necessário para reduzir a 50% a concentração inicial de DPPH. Palavras-chave: Schinus terebinthifolius Raddi; aroeira; pimenta rosa; óleos essenciais, oleoresina, atividade antimicrobiana, antioxidante e DPPH.

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ABSTRACT

DOURADO, M.T Óleos essenciais e oleoresina da pimenta rosa (Schinus terebinthifolius Raddi): propriedades químicas e biológicas. 2012. 120f. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas. The pink pepper (Schinus terebinthifolius Raddi), known popularly as pink

pepper, aroeira, soft aroeira or red aroeira, belongs the Anacardiaceae family, is widely used in folk medicine to treat some diseases. In Brazil, has been underexplored, but in other countries, like France, is a popular condiment. Essential oils are products of secondary metabolism of plants, increasingly used for different purposes, such as in the production of medicinal products in cosmetology, in the perfumery industry and in the food field. In foods are very

used in microbiological control by increasing its useful life, also addition to flavor, odor and to produce antioxidant potential, duo to its phenolic fraction. Essential oils can be extracted from stems, fruits, leaves, seeds, bark and depending on the portion where is removed, its composition differs together, in quantity and quality. This study aimed to standardize the extraction conditions and physico-chemical characterization of pink pepper fruits at different stages of maturity,

analyze the essential oil and oleoresin, that is a mix of compounds (volatile oils, resins, not volatile fatty acids, pigments and other substances) through gaseous chromatography associated to mass spectrometry (GC / MS). The essential oil was removed by hydrodistillation using Clevenger and was evaluated by gaseous chromatography, which were identified 25 compounds in the essential oil of mature fruits of pepper rose, being the myrcene the majority component

and in the essential oil of unripe fruits were identified 19 compound, being the α-pinene the majority component. The oleoresin was extracted by two methods (Soxhlet and cold) using seven different solvents, which affect the final production. The oleoresin was extracted under similar conditions and were evaluated by gaseous chromatography, which the methanol solvent was more effective. The essential oil was used in the study of antimicrobial potential

assessed by determining the Minimum Inhibitory Concentration (MIC) and Minimum Bactericidal Concentration (MBC), also in the antioxidant capacity of the extract. The results indicated that the essential oil in the pink pepper presented antimicrobial activity in both Gram-positive and Gram-negative bacterias, and all bacterias studied are pathogenic in food, and showed no difference in MIC or MBC for both E. coli and L. monocytogenes. Antioxidant

activity was evaluated by the method of harvesting capacity in vitro free radical DPPH, it was found that the lowest EC50 value (0.0170 g) was for the aqueous extract of ripe fruits of pink pepper. The mean EC50 amount of antioxidant required to reduce 50% the initial concentration of DPPH.

Key words: Schinus terebinthifolius Raddi, aroeira, pink pepper, essential oil,

oleoresin, antimicrobial, antioxidant and DPPH.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Destilador por arraste de vapor d'água; método industrial. ............... 31

Figura 2 - Aparelho de Clevenger para extração de óleos essenciais ............. 32

Figura 3 - Extrator Soxhlet ........................................................................... 33

Figura 4 - Flores brancas de pimenta rosa .................................................... 36

Figura 5 - Morfologia das flores de Shinus terebinthifolius Raddi masculina e

feminina. a) secção longitudinal parcial da flor masculina (estames completos e

gineceu reduzido); b) secção longitudinal parcial da flor feminina (gineceu

completo e estames reduzidos).................................................................... 37

Figura 6 - Inflorescências de Schinus terebinthifolius Raddi a) Inflorescência

com flores masculinas, b) Inflorescência com flores femininas. Barras de escala

a= 0,5cm, b=1 cm ....................................................................................... 37

Figura 7 - Schinus terebinthifolius Raddi (frutos maduros de pimenta rosa).....38

Figura 8 - Schinus terebinthifolius Raddi (frutos verdes de pimenta rosa)........38

Figura 9 - Frutos maduros de pimenta rosa selecionados .............................. 40

Figura 10 - Atividade antioxidante DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila), na forma

oxidada e reduzida ...................................................................................... 48

Figura 11 - Escherichia coli; a) Coloração de Gram e b) Imagem de microscopia

eletrônica.................................................................................................... 53

Figura 12 - Staphylococcus aureus; a) Coloração Gram e b) Imagem de

microscopia eletrônica ................................................................................. 54

Figura 13 - Listeria monocytogenes; a) Coloração Gram, b) Imagem de

microscopia eletrônica ................................................................................. 57

Figura 14 - Salmonella Typhimurium a) Coloração Gram e b) Imagem de

microscopia eletrônica ................................................................................. 58

Figura 15 - Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas do

óleo essencial de frutos verdes de pimenta rosa extraído por Clevenger. ....... 81

Figura 16 - Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas do

óleo essencial de frutos maduros de pimenta rosa extraído por Clevenger. ..... 85

Figura 17 - Estrutura química dos componentes majoritários presentes no óleo

essencial de frutos verdes e maduros de pimenta rosa .................................. 88

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Figura 18 - Cromatograma de ésteres de ácidos graxos de frutos maduros de

pimenta rosa, equipado com coluna de polietileno, 30m de comprimento, 0,32

de diâmetro e espessura 0,25μm, e como gás de arraste o He, levando em

consideração a concentração de ácido graxo (100%) .................................... 95

Figura 19 - Cromatograma de ésteres de ácidos graxos de frutos maduros de

pimenta rosa, 30 m de comprimento, diâmetro de 0,32mm e espessura de

0,25μm, gás de arraste o He, levando em consideração a concentração de

ácido graxo em relação à amostra (22,909%) ............................................... 95

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Características fisico-químicas de frutos verdes e maduros de

pimenta rosa ............................................................................................... 73

Tabela 2: Efeito do tipo de maceração no rendimento (g%) de óleo essencial de

frutos de pimenta rosa, obtido por hidrodestilação. ........................................ 75

Tabela 3: Rendimento de óleos essenciais de frutos maduros de pimenta rosa

(Schinus terebinthifolius Raddi) em função do tempo de extração empregado na

hidrodestilação............................................................................................ 77

Tabela 4: Índice de refração (23°C) e densidade (25°C) de óleos essenciais

obtidos de pimenta rosa madura e verde ...................................................... 78

Tabela 5: Composição química do óleo essencial de frutos verdes de pimenta

rosa obtido por Clevenger modificado, determinada por cromatografia gasosa

acoplada ao espectrômetro de massa. ......................................................... 80

Tabela 6: Composição química do óleo essencial de frutos maduros de pimenta

rosa obtidos por hidrodestilação, determinada por cromatografia gasosa

acoplada ao espectrômetro de massa. ......................................................... 84

Tabela 7: Teor de oleoresina (g%) extraída pelo método de Bligh-Dyer, sem e

com a utilização de ultrassom ...................................................................... 90

Tabela 8: Resultados da extração de oleoresina de frutos maduros de pimenta

rosa, a frio e com o uso de calor (Soxhlet) .................................................... 91

Tabela 9: Composição em ácidos graxos (%) da oleoresina do fruto maduro de

pimenta rosa, obtida por extrato hexanóico em Soxhlet ................................. 94

Tabela 10: Valores de EC50 para o extrato aquoso, etanólico e cetônico de

frutos maduros de pimenta rosa. .................................................................. 97

Tabela 11: Valores de EC50 para o óleo essencial de pimenta rosa verde e

madura. ...................................................................................................... 97

Tabela 12: Atividade antimicrobiana do óleo essencial de frutos maduros de

pimenta rosa obtido por hidrodestilação, avaliada pelo método da difusão em

ágar ......................................................................................................... 100

Tabela 13: Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração Bactericida

Mínima (CBM) do óleo essencial de pimenta rosa extraído de frutos maduros,

com Clevenger por hidrodestilação............................................................. 102

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LISTA DE SIGLAS, SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

% - Porcentagem a.C - Antes de Cristo

ABTS - 2,2‟-azinobis 3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico

ANOVA - análise de variância

AOAC - Association of Analytical Communities

BHA - Butylated hydroxyanisole

BHT - Butylated hydroxytoluene

CG/MS - Cromatografia gasosa acoplada ao espectro de massa, do inglês Gas

Chromatography Mass Spectrometry

CO2 - Dióxido de carbono

DCTA - Departamento de Ciência e Tecnologia Agroindustrial

DNA - Ácido desoxirribonucléico

FDA - Food and Drug Administration

g - Gramas

H2O2 - Peróxido de Hidrogênio

Hz - Hertz

IAL - Instituto Adolfo Lutz

IUPAC - International Union of Pure and Applied Chemistry

mg/L - Miligrama por litro

mM - Milimolar

NADH – dinucleotídio de adenina nicotinamida reduzido

nm - Nanômetro (1 x 10-9 metros)

oC - Graus Celsius

OMS - Organização Mundial da Saúde

p/p - Peso sobre peso

pH - Potencial de Hidrogênio

SUS - Sistema Único da Saúde

UFPel - Universidade Federal de Pelotas

μL - Microlitros

μm - Micrometro (1,0 x 10-6 metros)

FID - Flame Ionization Detector

CIM – Concentração Inibitória Mínima

CBM – Concentração Bactericida Mínima

DPPH – 2,2-difenil-1-picrilhidrazila

ATTC - American Type Culture Collection

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO......................................................................................... 17

2 OBJETIVOS ............................................................................................ 21

2.1 Objetivos gerais ...................................................................................21

2.2 Objetivos específicos ...........................................................................21

3 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 23

3.1 Extratos vegetais .................................................................................23

3.2 Óleos essenciais .................................................................................24

3.3 Oleoresinas .........................................................................................27

3.3.1 Ácidos graxos presentes na oleoresina........................................... 28

3.4 Métodos de extração de óleos essenciais..............................................29

3.4.1 Destilação por arraste de vapor ...................................................... 30

3.4.2 Extração com Clevenger (Hidrodestilação) ..................................... 31

3.4.3 Extração por Soxhlet ..................................................................... 32

3.4.4 Enfleurage .................................................................................... 33

3.4.5 Maceração.................................................................................... 33

3.4.6 Prensagens a frio .......................................................................... 34

3.4.7 Extração com solventes orgânicos ................................................. 34

3.4.8 Extração com dióxido de carbono supercrítico ................................ 34

3.5 Características da pimenta rosa (Schinus terebinthifolius Raddi).............35

3.6 Medicamentos fitoterápicos a base de pimenta rosa no Sistema Único de

Saúde (SUS) ...............................................................................................42

3.7 Antioxidantes.......................................................................................42

3.7.1 Atividade antioxidante - capacidade de sequestrar radicais livres ..... 43

3.8 Atividade antimicrobiana ......................................................................48

3.8.1 Óleos essenciais no controle de micro-organismos ......................... 50

3.9 Avaliação da atividade antimicrobiana de óleos essenciais.....................51

3.9.1 Método de difusão em ágar............................................................ 51

3.9.2 Micro-organismos.......................................................................... 51

3.9.2.1 Escherichia coli .......................................................................... 52

3.9.2.2 Staphylococcus aureus ............................................................... 53

3.9.2.3 Listeria monocytogenes .............................................................. 55

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3.9.2.4 Salmonella Thyphimurium. .......................................................... 57

4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................ 60

4.1 Material botânico .................................................................................60

4.2 Excicata ..............................................................................................60

4.3 Caracterização dos frutos de pimenta rosa ............................................61

4.3.1 Determinação da umidade de frutos maduros e verdes de pimenta

rosa............................................................................................................ 61

4.3.2 Determinação de Cinzas de frutos maduros e verdes de pimenta rosa

.................................................................................................................. 61

4.3.3 Determinação eletrométrica do pH de frutos maduros e verdes de

pimenta rosa ............................................................................................... 62

4.4 Avaliação da trituração da amostra .......................................................62

4.5 Extração do óleo essencial por hidrodestilação ......................................63

4.6 Índice de refração do óleo essencial .....................................................63

4.7 Densidade do óleo essencial ................................................................64

4.8 Avaliações da composição do óleo essencial por cromatografia gasosa

acoplada a espectrometria de massa (CG/MS) ..............................................64

4.9 Extração de oleoresina.........................................................................64

4.9.1 Método de Bligh-Dyer sem ultrassom ............................................. 64

4.9.2 Método de Bligh-Dyer com ultrassom ............................................. 65

4.9.3 Método de Soxhlet ........................................................................ 65

4.9.4 Extração de oleoresina de pimenta rosa a frio ................................. 66

4.9.5 Derivatização da oleoresina ........................................................... 66

4.9.6 Cromatografia da oleoresina derivatizada de frutos maduros de

pimenta rosa ............................................................................................... 67

4.10 Determinação da curva do DPPH....................................................... 67

4.11 Atividades antioxidante...................................................................... 68

4.12 Avaliações microbiológicas ................................................................ 69

4.12.1 Micro-organismos utilizados ......................................................... 69

4.12.2 Preparação do inóculo ................................................................. 70

4.12.3 Avaliação qualitativa da atividade antimicrobiana pela técnica de

Difusão em Ágar ......................................................................................... 70

4.13 Determinação da Concentração Inibitória Minima (CIM) e da

Concentração Bactericida Minima (CBM) ...................................................... 71

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5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ...........................................................................72

6 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................73

7 CONCLUSÕES ...................................................................................... 104

8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................ 106

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1 INTRODUÇÃO

A busca por produtos seguros é uma preocupação constante dos

consumidores em geral e, nesse sentido, as indústrias têm direcionado

esforços buscando técnicas/métodos/processos alternativos para produzir

alimentos seguros, bem como para aumentar a vida útil dos produtos. A

atividade microbiana é uma das principais causas de deterioração de

alimentos sendo frequentemente a responsável pela diminuição de sua

qualidade, segurança e vida útil (SANCHES, 2004).

Entre as inúmeras espécies de plantas utilizadas pela população

no controle microbiano, poucas têm ação comprovada cientificamente,

contudo, o uso popular tradicionalmente consolidado tem sido utilizado

como guia para pesquisas farmacológicas (ELISABETSKY, 1987; BABU

et al.,1997). Estuda-se cada vez mais a utilização de metabólitos de

vegetais, tanto na conservação de alimentos, evitando assim, sua

deterioração, quanto na garantia de sua seguridade.

Os consumidores buscam alimentos com menor quantidade de

aditivos sintéticos (BRULL e COOTE, 1999). Há um crescente interesse

no uso de produtos naturais em substituição aos aditivos sintéticos ou

semi-sintéticos e hoje, no mundo globalizado, a cultura de consumo de

produtos orgânicos, sem a adição de substâncias químicas, tem

aumentado a cada dia (MENDONÇA, 2004). O uso abusivo, por longos

períodos, de compostos antimicrobianos químicos é um dos principais

fatores de pressão seletiva para o surgimento da resistência a esses

compostos, exigindo cada vez mais pesquisas na busca da

potencialidade antimicrobiana de compostos de origem vegetal.

Para reduzir os prejuízos econômicos e à saúde pública que

podem advir das contaminações alimentares, tem sido recomendo o

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emprego de bactericidas naturais por estes não deixarem resíduos

tóxicos nas matérias-primas que serão posteriormente utilizadas (BRULL

e COOTE, 1999). Produtos naturais, de origem vegetal, podem tornar o

alimento mais atrativo ao consumidor e, espera-se, que com isto tragam

menos toxicidade, mesmo quando utilizados em concentrações mais

elevadas (PEREIRA et al., 2006). Há um crescente interesse em

encontrar agentes antimicrobianos naturais para uso alimentício e

farmacêutico, com o objetivo de promover ação sinérgica ou em

substituição aos conservantes químicos, os quais têm sido restringidos

devido ao seu potencial carcinogênico (RAUHA et al., 2000). Dessa

forma, são necessários maiores investimentos e estudos para substituir

os aditivos sintéticos por conservantes naturais presentes nos vegetais e

que, ao mesmo tempo em que possam realçar o aroma e sabor, atuem no

controle microbiano.

A própria legislação de alimentos tem restringido o uso de certos

antimicrobianos sintéticos, com base na sua possível toxicidade. Neste

contexto, a fitoquímica apresenta-se como uma alternativa útil, em

substituição aos conservantes químicos sintéticos. Substâncias

produzidas naturalmente por bactérias, como a nisina, também têm sido

empregadas em alimentos, principalmente naqueles produtos com

grandes possibilidades de multiplicação de micro-organismos, como é o

caso de alimentos com elevada atividade de água.

Com a tendência atual do mercado em utilizar produtos naturais, os

agentes antimicrobianos extraídos de plantas, como os óleos essenciais,

têm a cada dia mais ganho destaque (PEREIRA et al., 2006).

A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2000) destaca que 80%

da população mundial utilizam as plantas medicinais para a atenção

primária de saúde. Em pesquisa realizada em 1995, em Feira de

Santana, Bahia, a pimenta rosa, conhecida naquela região como aroeira,

foi a décima erva medicinal mais usada na medicina popular, num total de

138 ervas citadas (NGOKWEY, 1995). Este mesmo autor cita que a

pimenta rosa é utilizada na medicina popular para o tratamento de

doenças venéreas, reumatismo, diarréias, gengivite, febre e dores em

geral.

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A atividade antimicrobiana da pimenta rosa, provavelmente, se

deve a presença de substâncias fenólicas. Essa atividade já foi

comprovada contra bactérias Gram-positivas (Staphylococcus aureus e

Bacillus subtilis) e bactérias Gram-negativas (Escherichia coli e

Pseudomonas aeruginosa), bem como na levedura Candida albicans

(MARTINEZ et al., 1996 a; MARTINEZ,GONZALEZ e BADELL, 1996 b,

GUERRA et al., 2000; MOURE et al., 2001).

No Brasil, o uso de frutos da pimenta rosa ainda é pouco explorado.

Entretanto, têm sido utilizados como condimentos, principalmente em

culinária, para temperar carnes de peixes, salames e massas, como

também em bebidas doces como coquetéis e chocolates (BERTOLDI,

2006). A pimenta rosa é explorada comercialmente para exportação,

apresentando valor comercial maior que a pimenta do reino. Segundo o

jornal ESTADO DE MINAS – caderno Agropecuário de 16/02/2009, o

quilo de pimenta rosa foi comprado por R $3,00 dos fornecedores e

chegou ao mercado internacional por US$ 8,00 a US$10,00, enquanto o

quilo de pimenta do reino já seca custou R$ 3,50. Os frutos secos de

pimenta rosa são exportados, principalmente na forma desidratada, sendo

comercializados a granel. O óleo essencial de pimenta rosa, no Brasil,

também é destinado à exportação. A produção brasileira de óleos

essenciais em geral é equivalente a 13,1% da produção mundial, sendo

responsável por 45 milhões de dólares (Ferri, 1995 apud SILVA et al.,

2005). Um dos grandes entraves para o crescimento da cadeia produtiva

de óleos essenciais é a utilização de produtos similares sintéticos,

entretanto, como descritos anteriormente, em especial a indústria

alimentícia, está substituindo os produtos sintéticos pelos naturais, em

função das exigências atuais dos mercados (Ferri, 1995 apud SILVA et al.

2005).

Como a pimenta rosa possui importância comercial por se tratar de

uma planta com propriedades medicinais, fitoquímicas e alimentícias é

preciso investir, conhecer, caracterizar além de aplicar maiores recursos a

fim de esclarecer muitos detalhes ainda desconhecidos a respeito desta

planta, e assim com o presente estudo preencher uma grande lacuna

existente sobre esta planta nativa do Brasil, mas pouco explorada tanto

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científicamente como comercialmente. A investigação

realizada é uma parte do que ainda está para ser feito, uma vez que é

grande o número de plantas ainda não estudas, tanto no seu uso direto

como da obtenção de novos componentes bioativos com aplicação na

área de alimentos ou de novas moléculas que poderão num futuro

próximo servir para semi síntese de compostos farmacologicamente

ativos.

A pimenta rosa apresenta alto valor agregado no mercado

internacional, além de apresentar características que têm potencial para

serem exploradas pela indústria de alimentos. Existe carência de

informações científicas sobre essa planta nativa, quanto ao rendimento

tanto de óleo essencial como de oleoresina, melhor tipo de solvente e do

método de extração, bem como sobre a caracterização fisico-química e

biológica desses óleos. E como o Brasil possui uma das maiores

diversidades vegetais do mundo e inúmeras experiências vinculadas ao

conhecimento popular das plantas medicinais, é preciso correlacionar o

conhecimento popular com a comprovação científica.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos gerais

Caracterizar físico-quimicamente os frutos de pimenta rosa (Shinus

terebinthifolius Raddi), padronizar as condições de extração do óleo

essencial e da oleoresina, bem como determinar a composição química, a

atividade antimicrobiana e antioxidante do óleo essencial e da oleoresina.

2.2 Objetivos específicos

a) Determinar o tempo de extração e calcular o rendimento de óleo

essencial de frutos de pimenta rosa obtido por hidrodestilação;

b) Determinar a ação do ultrassom no rendimento de lipídios

(oleoresina), extraídos pelo método de Bligh-Dyer;

c) Determinar o rendimento de oleoresina, através da extração com

diferentes solventes;

d) Avaliar o rendimento de oleoresina através da extração a quente

e a frio;

e) Caracterizar as substâncias voláteis presentes no óleo essencial

através da cromatografia gasosa (CG/MS);

f) Determinar os ácidos graxos presentes na oleoresina através da

cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa.

g) Determinar a atividade antioxidante do óleo essencial extraído

por hidrodestilação com Clevenger.

h) Avaliar a atividade antimicrobiana in vitro do óleo essencial pelo

método de difusão em ágar;

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i) Determinar a Concentração Inibitória Mínima (CIM) e

Concentração Bactericida Mínima (CBM), do óleo essencial para micro-

organismos Gram-positivos (Staphylococcus aureus e Listeria

monocytogenes) e Gram-negativos (Escherichia coli e Salmonella

Thyphimurium).

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Extratos vegetais

O homem tem procurado conhecer os vegetais e suas

propriedades medicinais desde a antiguidade, tendo observado que todas

as partes da planta podem apresentar substâncias ativas importantes,

destacando-se os óleos essenciais. Dessa forma, tem-se observado um

aumento na utilização de vegetais, com as mais variadas finalidades:

fitoterápicos, no controle de micro-organismos patogênicos e/ou

deteriorantes em alimentos, ou como prebióticos. Os conservantes

sintéticos atuam no controle microbiano, mas ao mesmo tempo podem

causar efeitos adversos à saúde, como o câncer, e/ou ter efeito

teratogênico, por isto tem sido repudiado pelos consumidores. A busca

por novos produtos que atuem no controle microbiano e que ajam

também na conservação de alimentos, se faz necessária e, nesta busca,

estão sendo estudados e testados produtos naturais, dentre os quais,

destacam-se os óleos essenciais.

Segundo VON POSER e MENTZ (2003) as plantas sintetizam

compostos químicos essenciais ao seu desenvolvimento a partir dos

nutrientes, minerais, CO2, água e luz. Os produtos químicos produzidos

pelos vegetais podem ser divididos em dois grupos: os metabólitos

primários (lipídios, protídios e glicídios), essenciais a todos os seres vivos,

e os chamados metabólitos secundários, compostos de estruturas

complexas, de baixo peso molecular, encontrados em pequenas

concentrações e em grupos distintos de plantas.

A atividade antimicrobiana de plantas medicinais tem sido

pesquisada em diversas espécies, tanto no Brasil quanto em outros

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países (LOGUERCIO et al., 2005). Muitas espécies vegetais têm sido

usadas pelas suas características antimicrobianas, conferidas por

compostos sintetizados pelo seu metabolismo secundário. Estes

compostos são reconhecidos por suas substâncias ativas, como é o caso

dos compostos fenólicos, que fazem parte dos óleos essenciais, e dos

taninos (SANTOS et al., 2007).

A atividade microbiana é a principal causa de deterioração de

muitos alimentos e é responsável pela diminuição de sua qualidade e de

sua vida útil. Além disso, a contaminação microbiana nos alimentos

representa um importante problema de saúde pública, pois a presença de

micro-organismos patogênicos e suas toxinas causam danos à saúde dos

consumidores. Dessa forma, há um grande interesse em utilizar produtos

naturais em substituição aos aditivos químicos sintéticos, pois muitos

deles apresentam elevada toxicidade.

Segundo Pereira et al. (2006), a utilização de substâncias naturais

de origem vegetal, como conservantes em alimentos, os torna mais

atrativos aos consumidores por não apresentarem efeitos tóxicos, mesmo

quando utilizadas em concentrações relativamente elevadas. Os mesmos

autores citam o uso de diferentes condimentos no controle de micro-

organismos deteriorantes e patogênicos veiculados por alimentos. De

acordo com Chao e Young (2000), estudos têm comprovado o efeito de

compostos extraídos de óleos essenciais de plantas que atuam como

fungicidas naturais inibindo a atividade fúngica e, um número significativo

destes constituintes tem se mostrado bastante eficaz.

3.2 Óleos essenciais

Óleos essenciais são produtos do metabolismo secundário dos

vegetais, que estão sendo, a cada dia, mais utilizados com diferentes

finalidades. Na área de alimentos, têm sido utilizados no controle

microbiológico, para o aumento da vida útil e para o controle de

patógenos, bem como conferindo sabor, odor, etc.

São compostos voláteis, oleosos, com odor intenso e, geralmente,

agradável, formados por diversas substâncias, podendo apresentar

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propriedades antissépticas, bactericidas, diuréticas, antiespamódicas,

anti-inflamatórias, expectorantes, antivirais, cicatrizantes, vermífugas,

analgésicas, sedativas, etc (BAKKALI et al., 2008; NASCIMENTO et al.,

2007). Os óleos essenciais são uma mistura de diversos compostos,

todos voláteis, com tensão de vapor pouco elevada, odoríficos, insolúveis

em água (CARSON e FRILEY, 1995; NELSON, 2000). Tisserand e

Balacs (1999) descrevem que são substâncias orgânicas voláteis

responsáveis pela fragrância de muitas plantas e que podem ser

extraídas de diversas partes como folhas, flores, frutos, sementes, raízes,

rizomas e caules das plantas.

Craveiro et al. (1981) relatam que, por muito tempo, os óleos

essenciais foram considerados substâncias de desintoxicação dos

vegetais. Hoje se sabe que estas substâncias voláteis têm importância

nos mecanismos de defesa das plantas contra seus predadores, como

fungos, bactérias, vírus, parasitas, insetos, moluscos e animais superiores

(CALIXTO, 2001).

Os óleos essenciais apresentam natureza volátil e composição

lipofílica. Além de sua utilização industrial na produção de perfumes e

cosméticos, os óleos essenciais também têm sido aplicados com outras

finalidades, como o uso farmacológico e no combate a fungos e bactérias

(CARDOSO et al., 2000).

Deve-se destacar que a composição dos óleos essenciais é

determinada por fatores genéticos, porém, os fatores ambientais podem

causar variações significativas em seus constituintes. A época de

colheita, posição geográfica, horário, o modo de secagem do material

vegetal, bem como teor de umidade, água, solo e herbivoria também

podem influir sobre a composição e o teor do óleo produzido (SILVA et

al., 2003 a; SANTOS et al., 2004; FERRONATTO et al., 2007; GOBBO-

NETO e LOPES, 2007).

Bedin, Gutkoski e Wiest (1999) conceituam especiarias como

vegetais que possuem substâncias aromáticas ou picantes de origem

tropical, utilizadas para realçar sabores e odores nos alimentos, incluindo

caule, flores, germinações, bulbos, rizomas, e outras partes das plantas.

Sagdiç (2003) cita que as substâncias que conferem sabores existentes

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nas especiarias são geralmente compostos como álcoois, ésteres,

aldeídos, terpenos, fenóis, ácidos orgânicos e muitos outros elementos,

que não foram ainda totalmente identificados, nem quanto a sua função,

nem quanto a sua composição. Nos frutos da pimenta rosa, utilizados

como condimentos, estão presentes os flavonóides, taninos e óleos

essenciais, que são metabólitos secundários com grande aplicação na

indústria de medicamentos, cosméticos, perfumaria e indústria de

alimentos (como flavorizantes, antioxidantes e corantes de alimentos e

bebidas) (LAWRENCE, 1984; QUEIRES e RODRIGUES, 1998,

ALLARDICE, BONE e HUTCHISON, 1999; TOSS et al., 2006).

Especiarias têm sido por muito tempo, utilizadas como provedores de

caracteres sensoriais aos alimentos. Porém, nos últimos anos, tem

surgido interesse voltado para o seu uso como promissores compostos

antimicrobianos em conservação de alimentos (EL-SHAMI et al., 1985;

AKGUL e KIVANÇ , 1988; COSETINO et al., 1999; DOMANS e DEANS,

2000, RISTORI, PEREIRA e GELLI, 2002).

Tanto as indústrias de alimentos, quanto os órgãos reguladores,

têm voltado suas atenções para a busca de alternativas aos conservantes

sintéticos, porém, sem descuidar da produção de alimentos seguros

(BRULL e COOTE, 1999). Segundo Chao e Young (2000), muitas

pesquisas vêm sendo realizadas na busca de compostos alternativos

para um uso racional e seguro de conservantes naturais para serem

utilizados em alimentos. Dentre estes compostos temos os óleos

essenciais que são líquidos oleosos menos densos que a água, com

aroma e sabor muito acentuados solúveis em solventes orgânicos e

facilmente oxidáveis sob a ação da luz (BORNHAUSEN, 1991).

Há relatos na literatura científica abordando o estudo do potencial

antimicrobiano de especiarias, como o orégano (Origanum vulgare (L.),

no controle de bactérias e fungos em alimentos (ALIGIANS et al., 2001).

Estudos têm mostrado que espécies de Origanum possuem propriedades

antimicrobianas e antioxidantes, e que as suas propriedades biológicas

apresentam variações de acordo com a técnica de cultivo, origem, estágio

vegetativo e a estação do ano na qual foi coletado o material (LEUNG e

FOSTER, 1996; MILOS, MASTELIC E JERCOVIK, 2000). Sahin et al.,

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(2003) avaliaram a atividade antimicrobiana do extrato metanólico do óleo

essencial de orégano frente a uma série de bactérias de interesse em

alimentos e observaram que este é efetivo na inibição de Acinetobacter

baumanii, Bacillus macerans, Bacillus subtillis, B. megantertium,

Clavibacter michiganense, Enterococcus faecalis, Escherichia coli,

Proteus vulgaris, Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes .

Outros autores concluíram que o óleo essencial de orégano possui

compostos com atividade antimicrobiana (ZARGARI, 1990; LEUNG e

FOSTER, 1996).

3.3 Oleoresinas

As oleoresinas são uma mistura de óleos voláteis, materiais

resinosos e ácidos graxos não voláteis, pigmentos e outras substâncias

extraídas por solventes adequados. São extraídas com solventes

orgânicos, entretanto, na indústria, o etanol é o solvente mais utilizado

(CHASSAGNEZ, CORRÊA e MEIRELES, 1997). Segundo Azevedo et al.,

(2010), estudando oleoresina de copaíba, a produção dessa substância

varia muito entre amostras (árvores), entretanto, destacam que não se

conhecem os fatores que determinam essa variação. As condições

ambientais, época do ano e as caracteristicas genéticas são,

provavelmente, as principais.

Diferentemente dos óleos essenciais, que podem ser extraídos por

hidrodestilação, a oleoresina necessita de solventes orgânicos de

diferentes polaridades para remover substâncias lipídicas contidas nos

frutos de pimenta rosa.

Simões et al., (1999) destacam que as extrações de óleos voláteis

podem ser realizadas com o uso de solventes orgânicos apolares como o

éter etílico, éter de petóleo ou diclorometano, mas que apresentam o

inconveniente de extrair outras substâncias lipofílicas, além dos óleos

voláteis, o que torna o produto com pouco valor comercial, devido aos

seus contaminantes.

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3.3.1 Ácidos graxos presentes na oleoresina

Lipídio é uma terminologia utilizada para gorduras e substâncias

gordurosas. São substâncias insolúveis em água e solúveis em solventes

orgânicos, como éter etílico, éter de petróleo, acetona, clorofórmio,

benzeno e álcoois. Os solventes apolares extraem a fração lipídica

neutra, que inclui ácidos graxos livres, mono, di e triacilgliceróis, e alguns

mais polares como fosfolipídios, glicolipídios e esfingolipídios. Outros

lipídios são extraídos apenas parcialmente, como é o caso das ceras,

pigmentos e as vitaminas lipossolúveis. As oleoresinas são substâncias

hidrofóbicas, portanto, o método de extração e o tipo de solvente são

geralmente tão críticos quanto o tempo e a temperatura de extração,

devido à dificuldade de solubilização e degradação de compostos por

oxidação (BERTOLDI, 2006).

Os lipidios presentes nos vegetais são uma forma de armazenar

energia, é uma rota metabólica anabólica, portanto, consome energia.

Nas células fotossintéticas dos vegetais, a síntese de ácidos graxos

ocorre no estroma dos cloroplastos e requer NADPH, provindo da

fotossíntese. A acetil-CoA sintetase nos cloroplastos possui alta afinidade

pelo acetato e consome ATP, originando o acetil-CoA que sofre

carboxilação formando o malonil-CoA, uma reação irreversível, onde

inicia a síntese de ácidos graxos, envolvendo um complexo

multienzimático acetil-CoA carboxilas e que necessita da biotina como

grupo prostético (BELTRÃO e OLIVEIRA, 2007).

Os lipídios mais neutros estão ligados covalentemente e podem ser

extraídos dos tecidos utilizando solventes apolares, enquanto lipídios

mais polares, que estão ligados por forças eletrostáticas e pontes de

hidrogênio, necessitam de solventes polares capazes de romper estas

ligações e liberá-los. Maior eficiência na extração lipídica se deve as

características dos solventes e aos efeitos da cavitação e agitação

promovidas pelas ondas sonoras no solvente (ZHANG et al., 2008), que

rompem as estruturas que dão resistência as paredes dos tecidos

vegetais. Desde que foi evidenciada a presença de óleos nos espaços

intracelulares nas células vegetais, os pesquisadores têm estudado os

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métodos para provocar maiores danos às estruturas celulares, de forma a

extrair maior quantidade de óleo possível. A utilização de enzimas

envolve um custo muito elevado, enquanto que com o ultrassom o

processo é mais simples, e tem mostrado bons resultados, o que é

comprovado pela microscopia eletrônica sobre a matriz após a extração

(FREITAS et al., 2007; ZHANG et al., 2008).

O método clássico de extração, proposto por Soxhlet (BRUM,

ARRUDA E REGITANO-D´ARCE, 2009), foi o primeiro a ser usado na

extração de lipídios em matrizes graxas, estando baseado no refluxo de

solventes apolares. É bastante usado em nível laboratorial por ser um

método fácil, rápido e eficiente na extração de lipídios além de possibilitar

a extração de maiores volumes de óleo em uma única extração (BRUM

et al., 2009)

Já o método de Bligh-Dyer (SGANZERLA, 2010) utiliza uma

mistura de três solventes (clorofórmio-metanol-água), tendo a capacidade

de extrair tanto lipídios neutros quanto os lipídios mais polares. É muito

utilizado, apesar de apresentar algumas desvantagens, como a toxidez

dos solventes usados e a extração dos contaminantes não-lipidicos da

fase orgânica. Entretanto, entre suas vantagens, destaca-se a formação

de um sistema bifásico a partir das proporções de solventes adicionados

durante a extração, baseado na teoria do equilíbrio líquido-líquido de três

componentes (clorofórmio-metanol-água).

3.4 Métodos de extração de óleos essenciais

Os óleos essenciais são misturas de compostos químicos,

podendo ser extraídos por diferentes processos, os quais dependem da

natureza do óleo a ser extraído (GRAMOLELI JÚNIOR et al., 2006).

Os principais métodos de extração utilizados industrialmente são:

destilação por arraste de vapor, enfleurage, maceração, prensagem,

extração por solventes e extração com dióxido de carbono supercrítico. A

seguir, serão descritos, brevemente, os principais métodos de extração,

detalhando um pouco mais o método de hidrodestilação com Clevenger e

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destilação com Soxhlet, utilizado neste estudo para a extração de óleo

essencial e da oleoresina, respectivamente.

3.4.1 Destilação por arraste de vapor

É um método utilizado para extração de quase todos os tipos de

óleos essenciais, fornecendo um bom rendimento com boa qualidade. A

extração pode ser feita com “vapor úmido” e “vapor seco” encontrando-se

o material a tratar, imerso ou não em água (GRAMOLELI JÚNIOR et al.,

2006). Segundo Ullmann‟s (2002) a destilação por arraste de vapor não é

recomendada para alguns tipos de flores, pois alguns produtos dela

resultante decompõem-se pelo calor. Alguns compostos presentes nos

óleos essenciais são substâncias de alto ponto de ebulição e podem ser

isolados através da destilação por arraste de vapor (GUIMARÃES,

OLIVEIRA e ABREU, 2000). Segundo Lima e Oliveira (2003) o uso da

destilação por arraste de vapor é recomendado quando se deseja separar

uma substância cujo ponto de ebulição é alto e/ou apresenta risco de se

decompor, ou ainda é utilizado na purificação de substâncias

contaminadas com impurezas resinosas apolares.

É uma destilação de misturas imiscíveis de compostos orgânicos e

água (vapor), pois misturas imiscíveis não se comportam como soluções.

A Figura 1 mostra o destilador por arraste de vapor d‟água, método

industrial, onde a matéria-prima é acondicionada e o vapor passa

carreando o óleo essencial contido na amostra. Os óleos essenciais

assim obtidos seguem diferentes destinos no ramo industrial.

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Figura 1- Destilador por arraste de vapor d'água; método industrial

Fonte: http://www.laszlo.ind.br/default.asp?pagina=extracao

3.4.2 Extração com Clevenger (Hidrodestilação)

O extrator Clevenger foi projetado para funcionar em circuito

fechado, tendo como base um design da farmacopéia européia, que

opera por hidrodestilação, através do método de coobação (recirculação

de águas condensadas). Por funcionar em circuito fechado, apresenta

perda mínima de substâncias voláteis (SANTOS et al. 2004, a).

É um método de extração de óleos essenciais em pequena escala,

(em escala laboratorial), através da técnica de arraste de vapor (Fig. 2).

A hidrodestilação utiliza a água como solvente, a qual é capaz de extrair

os óleos essenciais e não deixar resíduos tóxicos após a extração.

Posteriormente, necessita somente da remoção de água excedente, sem

purificação, apresentando um bom rendimento e uma alta eficiência. O

extrator é projetado para destilação de óleos essenciais mais leves que a

água, o que limita o seu uso para extrair óleos mais densos que a água.

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Figura 2 - Aparelho de Clevenger para extração de óleos essenciais

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABQxIAD/caracterizacao-

quimica-oleo-essencial-casca-citrus-sinensis-obtido-por-

hidrodestilacao-aparelho-clevenger

No aparelho Clevenger, quando a mistura água/biomassa entra em

ebulição, os vapores de água e as substâncias voláteis carreadas são

conduzidos até o condensador, onde há uma troca de calor, condensando

os vapores com a água de refrigeração. Nessa etapa, podem ser

visualizados através do Clevenger, o óleo essencial e a água, sendo esta

água retornada ao balão através do tubo de retorno e o ciclo se repete

continuamente até que atinja o tempo de 240 minutos, onde o aparelho é

desligado e o óleo removido (SANTOS et al., 2004).

3.4.3 Extração por Soxhlet

Neste tipo de extração, a amostra é pesada em balança analítica e

transferida para um cartucho, que é tampado com algodão estéril. A

extração por Soxhlet é utilizada para as oleoresinas, pois utiliza solventes

como hexano, álcool etílico, clorofórmio, etc (BRUM, ARRUDA e

REGITANO-D´ARCE, 2009).

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O conjunto extrator Soxhlet (Figura 3) permite que uma quantidade

de solvente puro passe repetidas vezes sobre a substância a ser extraída

(realização de ciclos). O balão que contém o solvente é acoplado a uma

manta de aquecimento e ligado.

Figura 3 - Extrator Soxhlet

Fonte : http://en.wikipedia.org/wiki/File:Soxhlet_Extractor.jpg

3.4.4 Enfleurage

Esta técnica é utilizada para extração de óleos essenciais de

pétalas de flores como jasmim, que perdem seus perfumes após a

colheita. Baseia-se na aplicação de gorduras, por possuírem a

capacidade de absorção em contato com as flores, absorvendo o perfume

exalado (MARQUES, 1973).

3.4.5 Maceração

O processo de maceração é muito semelhante à enfleurage, com o

diferencial que na maceração utiliza-se gordura quente. Atualmente, o

processo está em desuso, porém, já foi considerado como o melhor

processo de extração de óleos essenciais (MARQUES, 1973).

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3.4.6 Prensagens a frio

É um processo físico, onde a planta é prensada, obtendo-se,

assim, o óleo essencial. É muito utilizado para retirada de óleos de

plantas cítricas como limão, laranja e bergamota (GRAMOLELI JÚNIOR

et al., 2006). Os pericarpos desses frutos são prensados, e a camada que

contém o óleo essencial é separada. Posteriormente, o óleo é separado

por decantação, centrifugação, ou destilação fracionada (LIMA, OLIVEIRA

e LIMA, 2006).

3.4.7 Extração com solventes orgânicos

Neste processo, o material a ser extraído é colocado dentro dos

extratores em temperatura adequada, com um solvente apropriado

(usualmente éter de petróleo). O solvente penetra nas flores ou outro

material e dissolve o perfume natural e também os corantes. Esta técnica

é muito vantajosa em relação à extração por destilação, pois reproduz

melhor o perfume natural presente nas flores, entretanto, dependendo do

óleo essencial a ser extraído, o processo pode ser inviável devido ao alto

custo da aparelhagem (GRAMOLELI JÚNIOR et al., 2006). Além disso, o

rendimento em óleos essenciais não é muito elevado. Segundo Lima,

Oliveira e Lima (2006), este método normalmente é usado para extração

de oleoresina e resinas presentes em plantas aromáticas.

3.4.8 Extração com dióxido de carbono supercrítico

Neste processo as partes das plantas a serem utilizadas são

colocadas em tanques, injetando dióxido de carbono supercrítico (em

estado entre o líquido e o gasoso). Quando a pressão diminui, o dióxido

de carbono retorna ao seu estado natural não deixando resíduo no

produto, e a oleoresina é removida do material vegetal.

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3.5 Características da pimenta rosa (Schinus

terebinthifolius Raddi).

Nome científico: Schinus terebinthifolius Raddi

Sinonímia: Schinus mucronulata, Schinus weinmanniifolius,

Schinus riedeliana, Schinus selloana, Schinus damaziana, Schinus

raddiana.

Família: Anacardiaceae

Divisão: Angiosperma

Origem: Brasil, Paraguai e Argentina.

Nomes populares: aroeira, aroeira-da-praia, aroeira-do-mato,

aroeira-de-capoeira, aroeira-do-campo, aroeira-de-goiás, aroeira-do-

amazonas, aroeira-do-rio-grande, aroeira-rasteira, aroeira-mansa, aroeira-

brava, aroeira-preta, aroeira-branca, aroeira-vermelha, pimenta brasileira

ou pimenta-rosa (CLEMENTE, 2006).

Nome em outros idiomas:

Espanhol: Lentisco; Frances: Lentisque, poivre d‟Amerique, poivre

Du Perou; Ingles: Califórnia peper tree, Alemão: pimenteira bastarda;

Pfefferstrauch.

O termo aroeira vem da abreviatura de araroeira, que significa

arara mais o sufixo – eira, árvore da arara, por ser a planta onde os

indígenas observaram que as araras pousavam e viviam (SÁ, 1999;

SOUSA, 2004).

A pimenta rosa é uma árvore de pequeno a médio porte, que

possui propriedades adstringentes, antissépticas e anti-inflamatórias

(BIAVATTI et al., 2007; AGRA, FRANÇA e BARBOSA-FILHO, 2007

AGRA et al., 2008). Segundo Lorenzi (2000), esta planta é comumente

encontrada em beiras de rios, córregos e em várias várzeas úmidas de

formação secundária, entretanto, desenvolve-se também em terrenos

pobres e secos. É muito utilizada na arborização de cidades, como árvore

ornamental, apresentando caule um pouco tortuoso e casca escura e

fissurada. As folhas são imparipinadas, com 8 a 12 cm de comprimento e

7 a 13 folíolos verdes, elípticos a abovados, com nervuras claras. A

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pimenta rosa é dióica, havendo árvores fêmeas e árvores machos

possuindo flores pequenas e brancas dispostas em inflorescências

axilares e terminais do tipo racemo (Fig. 4). Os frutos são pequenos em

drupas, esféricos, vermelhos a rosados, muito utilizados como

condimentos (BERTOLDI, 2006). O florescimento ocorre na primavera e

no outono, sendo que o pólen pode provocar reações alérgicas e

irritações em pessoas sensíveis.

Figura 4 - Flores brancas de pimenta rosa

Segundo Lenzi e Orth (2004), a pimenta rosa apresenta flores

masculinas e femininas (Fig.5), sendo ambas actinomorfas, pentâmeras,

diclinas, apresentando cinco sépalas verdes e cinco pétalas brancas.

Foram detectadas diferenças no comprimento e na largura das

inflorescências masculinas e femininas, mas o número de inflorescências

por ramo não diferiu entre as plantas.

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Figura 5 - Morfologia das flores de Shinus terebinthifolius Raddi

masculina e feminina. a) secção longitudinal parcial da flor masculina

(estames completos e gineceu reduzido); b) secção longitudinal parcial da

flor feminina (gineceu completo e estames reduzidos)

Fonte: Lenzi e Orth (2004).

Lenzi e Orth (2004) verificaram que plantas masculinas produziam

um maior número de flores do que plantas femininas, sendo a proporção

de flores entre plantas femininas e masculinas de 1:4. O número médio

de flores por inflorescência foi de 1392±507,71 (n=8) nas plantas

masculinas e 346,25±53,91 (n=8), nas femininas (Figura 6).

Figura 6 - Inflorescências de Schinus terebinthifolius Raddi a)

Inflorescência com flores masculinas, b) Inflorescência com flores

femininas. Barras de escala a= 0,5cm, b=1 cm

Fonte: Lenzi e Orth (2004)

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É uma planta de domínio público, popularmente utilizada no

tratamento caseiro de inflamações (LISBOA NETO et al., 1998). Seus

princípios ativos ainda não são totalmente conhecidos, portanto, há

necessidade de maiores investimentos em conhecer seus constituintes

químicos, estruturais e propriedades farmacológicas (JORGE e

MARKMANN, 1996).

Segundo Ewe e Sternberg (2003) a pimenta rosa nativa foi

introduzida nos Estados Unidos com fins ornamentais e econômicos. Por

ser uma espécie que apresenta alta capacidade de produção de

compostos alelopáticos, bem como rápido desenvolvimento e reprodução,

verificou-se que esta se mostrou uma espécie invasora e perigosa para a

biodiversidade, já que interfere na flora e na fauna local.

O fruto da pimenta rosa (Figuras 7,8 e 9), é pouco explorado no

Brasil, mas na França é bastante popular, sendo utilizado tanto na

ornamentação como tempero de diferentes pratos culinários. Apresenta

sabor levemente picante e adocicado, podendo ser empregados na forma

de grãos inteiros ou moídos. É especialmente usado na confecção de

molhos que acompanham as carnes brancas, de aves e peixes. No Peru,

é usado em xaropes, vinagres e em bebidas alcoólicas, devido ao seu

sabor picante; no Chile são acrescentados nos vinhos (COUTO, 2010).

Sua madeira é utilizada para moirões, cercas, lenha e carvão, sendo a

casca utilizada na indústria para extrair taninos para uso no curtimento do

couro (ALLARDICE, BONE e HUTCHISON, 1999). Além disso, possui

importância comercial devido às suas propriedades medicinais,

fitoquímicas e alimentícias (GUERRA et al., 2000).

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Figura 7 - Schinus terebinthifolius Raddi (frutos maduros de pimenta

rosa)

Figura 8 - Schinus terebinthifolius Raddi (frutos verdes de pimenta rosa)

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Figura 4 - Frutos maduros de pimenta rosa selecionados

A pimenta rosa foi analisada quanto à composição química de seus

frutos e folhas, detectando-se compostos como hidrocarbonetos

terpênicos, cetonas e ácidos (KAISTHA e KIER, 1962 a, b). As folhas

possuem propriedades balsâmicas e antirreumáticas, sendo usadas na

cura de feridas e úlceras. Já os ramos novos, além de serem usados com

a mesma finalidade, possuem a propriedade de branquear e limpar os

dentes (BERTOLDI, 2006).

Os frutos apresentam propriedades diuréticas (CORRÊA, 1984;

BALBACH, 1986). Entretanto, a maior aplicação é na culinária, sob a

forma desidratada, sendo usados como condimentos para temperar

carnes brancas, salame, chocolates e massas (BERTOLDI, 2006). Como

medicamento, são utilizados no tratamento de inflamações uterinas, como

cicatrizantes em feridas, e apresentam ação como adstringentes e

antimicrobianos (GUERRA et al., 2000). Atualmente, os frutos maduros

vêm se destacando cada vez mais pelo seu consumo como condimento

alimentar, tanto no mercado interno como no internacional (BERTOLDI,

2006).

As folhas, cascas, frutos, sementes e resina (ou bálsamo), têm sido

utilizados como medicamento pelos povos indígenas em todas as regiões

tropicais (PANETTA e MCKEE, 1997). Entretanto, segundo Lorenzi e

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Matos (2002), são as cascas, as folhas e os frutos que apresentam

propriedades medicinais, sendo a escolha do material a ser utilizado, e as

formas corretas de seu preparo e administração, de fundamental

importância para sua utilização, seja para uso interno (oral) ou para uso

externo (pomadas para pele, ou para as mucosas das cavidades

naturais). Os preparados de pimenta rosa devem ser utilizados com muita

cautela, pois podem causar reações alérgicas na pele e nas mucosas em

indivíduos alérgicos (LORENZI e MATOS, 2002). Foi identificada, em

todas as partes da planta, a presença de pequenas quantidades de alquil-

fenóis, que em pessoas sensíveis, causam dermatite alérgica

(REICHERT e FRERICHS, 1945; GRUENWALD, BRENDLER e

JAENICKKE, 2000). Compostos presentes nas espécies da família das

Anacardinaceae são comumentes causadores de dermatites de contato.

Alguns indivíduos, quando entram em contato com a planta, podem

desenvolver irritações na pele, prurido, urticárias, febre e transtornos

visuais (BERTOLDI, 2006). Apesar disto, o extrato hidro alcoólico da

pimenta rosa não apresentou efeito tóxico ou genotóxico (RUIZ et al.,

1996).

De acordo com Carvalho et al. (2003), o extrato de pimenta rosa

mostrou-se potencialmente mutagênico em bactérias e apresentou

propriedades antioxidantes, devido à presença de flavonóides. A análise

fitoquímica revelou a presença de taninos, alcalóides, flavonóides,

saponinas, esteróides, esteróis, terpenos e de óleos essenciais, os quais

estão presentes nas folhas, cascas e frutos. Nos frutos, se concentra a

maior quantidade de óleos essenciais, em torno de 5% e, nas folhas,

aproximadamente 1%.

A Farmacopéia Brasileira (1988) indica o uso da casca da pimenta

rosa, entretanto, estudos revelam que outras partes da planta também

podem ser utilizadas como fonte de substâncias biologicamente ativas.

Estudos fitoquímicos nessa planta detectaram a presença de compostos

fenólicos simples, flavonóides, taninos, óleos essenciais, esteróides,

triterpenos, antraquinonas e saponinas (LAWRENCE, 1984; JORGE e

MAKMANN, 1996; QUEIRES e RODRIGUES, 1998; LIMA, OLIVEIRA e

LIMA, 2006).

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Os flavonóides, taninos e óleos essenciais têm sido utilizados nas

indústrias de medicamentos, cosméticos e perfumaria, bem como na

indústria de alimentos (como flavorizantes, antioxidantes e corantes de

bebidas e alimentos) podendo ser utilizados, também, na indústria de

curtimento de couro (LAWRENCE, 1984; QUEIRES e RODRIGUES,

1998; ALLARDICE et al. , 1999; TOSS et al., 2006).

3.6 Medicamentos fitoterápicos a base de pimenta rosa no

Sistema Único de Saúde (SUS)

A partir de 2009, o SUS do Brasil, financia o fornecimento de

fitoterápicos produzidos à base de cascas de pimenta rosa. A Portaria no

2.982, de 26 de novembro de 2009 GM/MS, do Ministério da Saúde,

publicada no Diário Oficial da União, amplia a oferta de fitoterápicos no

Componente Básico de Assistência Farmacêutica, oferecendo diversos

fitoterápicos, utilizando como matéria-prima a pimenta rosa, espinheira-

santa, guaco, alcachofra, cascara sagrada, garra do diabo, isoflavona de

soja e unha de gato, disponibilizando aos usuários do SUS mais opções

terapêuticas. Isso é importante, porque a Organização Mundial da Saúde

(OMS-2000) recomenda que os países usem os recursos naturais

disponíveis no próprio território para promover a saúde primária.

De acordo com Almeida e Leite (2010), antes de sua

recomendação e de seu uso houve um grande número de estudos

científicos e evidências que comprovavam a sua segurança e eficácia em

humanos.

3.7 Antioxidantes

Alimentos que contém óleos ou gorduras estão sujeitos durante o

processamento ou estocagem, às reações químicas que podem resultar

em alterações indesejáveis modificando as características finais do

produto. Reações de hidrólise e oxidações podem ser responsáveis por

esse processo, principalmente as últimas. Para impedir que esses tipos

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de reações ocorram são utilizados os chamados antioxidantes, sobretudo

em alimentos que contenham quantidades significativas de óleos a fim de

prevenir e retardar sua oxidação (BECKER, NISSEN e SKIBSTED, 2004).

São também utilizados antioxidantes sintéticos como o butil-hidroxianisol

(BHA) e butil-hidroxitolueno (BHT), muito usados, mas tóxicos em altas

dosagens (WENG e WANG, 2000. Os antioxidantes quando presentes

em pequenas concentrações retardam a oxidação de óleos e gorduras

nos alimentos, que pode causar odor e off-flavours. Portanto, os

antioxidantes preservam a cor, sabor, evitam a perda de nutrientes,

mantem a qualidade nutricional, sensorial e conferem segurança

alimentar (BERTOLDI. 2006).

3.7.1 Atividade antioxidante - capacidade de sequestrar radicais

livres

Os radicais livres são substâncias que possuem elétrons não

pareados, que podem provocar danos a qualquer molécula do organismo.

São responsáveis pelo envelhecimento, e por doenças degenerativas

como câncer, doenças cardíacas, doenças oculares como catarata,

disfunções cerebrais e comprometimento do sistema imune (MELO et al,

2011). Os antioxidantes são substâncias que controlam a produção de

radicais livres nos seres vivos, os quais podem ser de origem endógena

ou exógena (provenientes da alimentação, ou de outra fonte). Como

exemplos, podemos citar os tocoferóis, vitamina C, polifenóis, selênio e

carotenóides (ATOUI et al., 2005 ; SOUZA et al., 2007).

Espécies Reativas de Oxigênio (ROS, sigla do inglês reactive

oxygen species) referem-se aos radicais livres contendo oxigênio, como o

ânion superóxido (O2•-

ˑ), o radical hidroxila (HO•), o radical peroxila (ROO

•)

e espécies não radicalares como o peróxido de hidrogênio (H2O2) e o

oxigênio singlete (1O2). Estes radicais são produzidos como subprodutos

de reações biológicas ou por fatores exógenos e, quando produzidos em

grandes escala, podem causar desordens celulares ao reagir com lipídios,

proteínas, carboidratos e ácidos nucléicos (CEZAROTTO, 2009). A

redução de ROS é realizada basicamente por dois mecanismos, sendo

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um enzimático, onde as enzimas do sistema antioxidante são capazes de

reciclar as moléculas oxidadas e prevenir danos às membranas e ao

DNA, como a superóxido dismutase, catalase, ascorbato e glutationa

redutase, dentre outras. O outro processo é químico, onde se utilizam

moléculas com capacidade redutora, como os compostos fenólicos,

ascorbato, carotenoides, dentre outros (SOUSA et al., 2007).

Os antioxidantes são substâncias que previnem ou retardam os

danos provocados pelos processos oxidativos, agindo através da inibição

dos radicais livres (antioxidantes primários), ou por outro processo que

não envolva a inibição direta dos radicais livres (antioxidantes

secundários) (MARIUTTI e BRAGAGNOLO, 2007).

Melo et al. (2011) citam que do ponto de vista químico, os

antioxidantes possuem pelo menos um grupo hidroxila, podendo ser

sintéticos como o BHA (butilhidroxianisol) e o BHT (butilhidroxitolueno)

ambos utilizados nas indústrias alimentícias. Porém, acredita-se que o

uso destes antioxidantes pode estar associado a processos

carcinogênicos quando consumidos em grandes quantidades. A dúvida

quanto à toxicidade destes compostos faz com que haja um grande

incentivo no consumo de antioxidantes de origem natural, bem como na

pesquisa de novos antioxidantes naturais, que apresentem as mesmas

funções e eficácia dos sintéticos (MADSEN e BERTELSEN, 1995;

PASSOTTO, PENTEADO e MANCINI-FILHO, 1998).

O BHA e BHT são os antioxidantes sintéticos mais utilizados nas

indústrias alimentícias, pois apresentam boa resistência a processos de

forneamento, embora sejam pouco resistentes à fritura. Segundo

Bannwart e Toledo (1999) o TBHQ (terc-butila hidroquinona) é um

produto que foi introduzido na década de 70, e mostrou ser efetivo em

produtos submetidos à fritura. O galato de propila, utilizado como

antioxidante sintético, é um sólido cristalino, solúvel em solventes

orgânicos, produzido a partir do ácido gálico, que tem mostrado atividade

antioxidante em alimentos e óleos vegetais, especialmente quando

combinado com palmitato de ascorbila. Ramalho e Jorge (2006) citam

que estudos toxicológicos com animais têm demonstrado a possibilidade

destes antioxidantes sintéticos serem carcinogênicos. Em outros estudos

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efetuados por Cruces-Blanco et al. (1999) cita que o BHA induz

hiperplasia gastrintestinal em roedores, porém, em humanos, ainda não

se sabe.

A capacidade antioxidante, está associada à diminuição dos

processos oxidativos, impedindo danos ao DNA e as macromoléculas,

que pode culminar em doenças cardíacas, câncer, e cataratas

(KUSKOSKI et al., 2005). Os polifenóis apresentam atividade antioxidante

principalmente devido às suas propriedades redutoras, doando

hidrogênio, neutralizando os radicais de oxigênio (ATOUI et al., 2005).

Melo et al. (2011) citam, ainda, a existência de antioxidantes naturais

bioativos, como os organosulfurados, fenólicos e terpenos, constituintes

de diversos alimentos.

Algumas frutas podem potencialmente conter maior teor de

fitoquímicos antioxidantes na semente e pele muito mais do que na polpa,

isto pode ser comprovado pelo extrato metanólico de acerola que

evidenciam a presença compostos fenólicos de alta capacidade

antioxidante. Esta ação antioxidante tem sido atribuída à presença de

compostos fitoquímicos bioativos, assim como nos frutos de aroeira que

contêm níveis significativos destes elementos químicos, que auxiliam nas

funções fisiológicas e bioquímicas, beneficiando a saúde humana assim

como a acerola, supracitada (GUO et al. 2003).

Gordon (1996) relata que os organismos vivos possuem sistemas

antioxidantes endógenos para manter os níveis de radicais livres dentro

dos limites toleráveis. Entretanto, estes sistemas não são totalmente

eficientes e, quando os danos a biomoléculas são excessivos, podem

levar à morte celular. Por isto, o uso de antioxidantes naturais, como

substâncias fenólicas presentes naturalmente na maioria das plantas, tem

sido associado ao menor estresse oxidativo (GORDON, 1996).

Uma alimentação rica em antioxidantes, como vitamina C e E, tem

sido recomendada para evitar o estresse oxidativo. A busca por estas

substâncias antioxidantes tem sido motivo de vários estudos em centros

de pesquisas, indústrias farmacêuticas e indústrias alimentícias, com

elevados investimentos.

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Diferentes fitoquímicos estão presentes nas frutas e hortaliças em

geral, que apresentam capacidade antioxidante, a qual exerce diferentes

funções no organismo, como retardar o envelhecimento e prevenir contra

doenças, por apresentarem capacidade de reagirem com os radicais

livres, protegendo o organismo de estresse oxidativo. ( WANG e PRIOR,

1997; TAPIERO, TOWNSEND e TEW, 2002).

Diversos ensaios foram desenvolvidos para screening de atividade

antioxidante, sendo os mais utilizados o ABTS (ácido 2,2-azino-bis(3-etil-

benzotiazolino-6-sulfônico)), FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power),

DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila) e ORAC (capacidade de absorção de

radical oxigênio) (LEONG e SHUI, 2002; THAIPONG et al., 2006).

Durante o estresse oxidativo há formação de compostos

potencialmente tóxicos, que causam danos prejudicando a saúde,

aumentando o risco de doenças cardíacas e degenerativas, podendo

levar ao envelhecimento. Desta forma, a natureza química e a atividade

antioxidante naturais estão sendo a cada dia mais pesquisadas, isoladas

de diversas plantas. Dentre eles, destacam-se os polifenóis, os quais

demonstraram diversas atividades biológicas: antibacteriana, anti-

inflamatória, antioxidante e antiviral (LARSON, 1988). Atoui et al. (2005)

destacam que a atividade antioxidante dos polifenóis é devida,

principalmente, as suas propriedades redutoras, onde doam hidrogênio,

neutralizando os radicais de oxigênio. O uso de antioxidantes é

necessário para prevenir ou retardar a oxidação de substratos

potencialmente oxidáveis, como lipídios (BECKER, NISSEN e SKIBSTED,

2004), reduzindo, assim, os riscos de muitas enfermidades por sua

capacidade de captar, reativar e recuperar danos causados pelos radicais

livres relacionados com estas doenças (ALONSO et al., 2004, MOURE et

al., 2001).

A atividade antioxidante dos óleos essenciais e da oleoresina está

relacionada com os componentes químicos presentes e com sua

estabilidade. O tipo de solvente utilizado na extração de óleo essencial

ou da oleoresina determina o seu potencial antioxidante, visto que o

comportamento estrutural e a bioatividade de seus componentes no

extrato dependem da biodiversidade e da polaridade encontrada. Estudos

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comparativos são requeridos para otimizar ao máximo o enriquecimento

de compostos bioativos no extrato vegetal de pimenta rosa (BERTOLDI,

2006).

Não existe um método único que avalie satisfatoriamente a

atividade antioxidante de uma amostra, pois depende da técnica de

extração, tipo de amostra, dos componentes químicos presentes, além de

parâmetros metodológicos, como tempo, temperatura, fatores

interferentes entre muito outros (BERTOLDI, 2006). Silva (2003) cita que

são encontrados na literatura resultados conflitantes de atividade

antioxidante de certos compostos puros e de extratos. Diversas causas

são responsáveis por essas diferenças, como o método de extração

empregado, estrutura física do sistema testado, natureza do substrato

para oxidação, presença de componentes interferentes, maneira como a

oxidação foi iniciada e o mecanismo de ação do antioxidante (BECKER,

NISSEN E SKIBSTED, 2004).

A utilização de DPPH é uma técnica rápida e simples, que

apresenta o máximo de absorção a 515-520nm, na qual ao abstrair um

radical hidrogênio do antioxidante em estudo observa-se uma diminuição

da absorção e consequentemente da coloração.

Segundo Melo et al. (2006), para avaliar a atividade antioxidante de

diferentes amostras, muitas técnicas foram estudadas. Algumas

determinam a capacidade dos antioxidantes em sequestrar os radicais

livres produzidos no meio reacional e, outras, avaliam a eficiência dos

antioxidantes em inibir a peroxidação lipidica. Dentre as diferentes

técnicas existentes, destaca-se a do DPPH• (2,2-difenil-1-picrilhidrazil),

que vem sendo muito utilizada por ser, rápida e sensível, quando

comparada a outras técnicas, permitindo, segundo Ascoli, et al. (2006) e

Roesler et al. (2007) realizar um screening de amostras com diferentes

polaridades. Esta técnica permite a redução do radical DPPH•, ou seja, na

capacidade do radical livre reagir com substâncias doadoras de H (Figura

10). A coloração inicial da solução de DPPH é roxa intensa e a ação

antioxidante de um extrato vai fazendo com que ocorra descoloramento

da solução, a qual, ao final torna-se amarelada (ASCOLI, et al., 2006;

DUARTE-ALMEIDA, et al., 2006). O ensaio DPPH é o mais utilizado para

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determinação da capacidade antioxidante em diferentes vegetais. A

capacidade redutora é medida através da redução da absorbância do

radical por 30 minutos ou até cessar a variação na absorbância.

Geralmente o resultado é apresentado como EC50, que expressa a

concentração da amostra ou do padrão, necessária para reduzir em 50%

a concentração inicial de DPPH•.

Figura 5 - Atividade antioxidante DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazila), na

forma oxidada e reduzida

Fonte: Cezarotto (2009)

3.8 Atividade antimicrobiana

A deterioração de alimentos por micro-organismos é um grande

problema nas indústrias alimentícias, dessa forma, a fim de minimizar

esse problema, os fabricantes utilizam os chamados aditivos químicos,

para conservar e aumentar o prazo de validade desses produtos. A

deterioração do alimento é inevitável, e o uso de conservantes poderá

aumentar a vida útil do alimento, entretanto, esses conservantes químicos

poderão apresentar toxicidade. A história do uso de substâncias

antimicrobianas na prática médica é muito mais antiga que a descoberta

de espécies microbianas, pois há citações que Hipócrates (470-399 a.C.)

já recomendava a lavagem dos ferimentos com vinho, a fim de impedir a

propagação do processo infeccioso. Há relatos datados de 2.500 a 3.000

anos atrás, que alguns povos, como os chineses e os indianos, já

utilizavam mofos e papa de soja para tratamentos de lesões infectadas e

dos processos inflamatórios (SANCHES, 2004).

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Lima (2001) descreve que os vegetais têm sido empregados tanto

como alimentos, quanto como medicamentos em diversas enfermidades

na forma de chás, sucos, tintura, banhos, cataplasma e unguentos. O

mesmo autor cita que os povos antigos da China, Egito, Ásia e Roma já

utilizavam numerosas espécies vegetais, para uso medicinal, com base

em seus conhecimentos empíricos. Embora não seja um fato recente o

conhecimento sobre a presença de substâncias antimicrobianas nos

vegetais superiores, a busca destas substâncias teve um grande impulso

após a descoberta da penicilina.

Ainda hoje existem muitas comunidades e grupos étnicos,

principalmente os de rendas mais baixas, que utilizam as plantas

medicinais como o principal, senão o único medicamento para o

tratamento de suas enfermidades (CAETANO et al., 2002).

Apesar do grande desenvolvimento da síntese orgânica e de novos

processos biotecnológicos, 25% dos medicamentos prescritos nos países

industrializados ainda são procedentes de plantas (Oliveira apud O‟HARA

et al., 1998).

Segundo Simões et al. (1999), a etnofarmacologia atua como uma

importante ferramenta no estudo e na pesquisa de novos fármacos de

origem vegetal, e a diversidade molecular no reino vegetal é ainda

considerada quase que ilimitada. Weniger (1991) relata que o

conhecimento popular, embora empírico, fornece indícios de plantas

portadoras de propriedades curativas, representando deste modo a etapa

inicial para projetos de pesquisa. Esse mesmo autor destaca que a

atuação dos primeiros médicos, em sua maioria de origem portuguesa

que vieram ao Brasil no período pré-descobrimento, foram influenciados

pela convivência com a cultura indígena aqui presente, e posteriormente,

sofreram influência africana (CALAÇA, 2002).

Melo Junior et al. (2000) estudaram o extrato da casca de pimenta

rosa, e observaram que dentre as dezessete plantas medicinais

pesquisadas, esta foi uma das que apresentou maiores halos de inibição

no teste de difusão em ágar, contra micro-organismos Gram-positivos,

como Enterococcus, Streptococcus viridans, Streptococcus não do grupo

A, B, D e bacilo Gram-positivo corineforme, porém, não observaram

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atividade em micro-organismos Gram-negativos como Proteus vulgaris,

Pseudomonas aeruginosa, Citrobacter freundii e Escherichia coli.

Martinez Guerra et al. (2000) estudaram a atividade do extrato

etanólico de folhas de pimenta rosa (etanol a 80%) utilizando cepas dos

micro-organismos Staphylococcus aureus (Gram-positivo), E. coli e

Pseudomonas aeruginosa (Gram-negativo) além da levedura Candida

albicans, pelo método de difusão em ágar. Observaram que os extratos

nas concentrações 80, 60, 40, 30, 15,5 e 1% apresentaram atividade

antimicrobiana frente a todos os micro-organismos testados. Martinez et

al. (1996 a,b) utilizaram folhas de pimenta rosa (etanol a 30%) em

diferentes concentrações, utilizando o extrato nas bactérias S. aureus, B.

subtillis (Gram-positivas) E. coli e P. aeruginosa (Gram-negativas) e na

levedura Candida albicans, pelo técnica de difusão em ágar. Os autores

verificaram que na menor concentração (10%) não houve inibição de

nenhum dos micro-organismos, porém, nas concentrações de 50 e 100%,

todas as bactérias foram inibidas, mas as leveduras não sofreram

inibição.

3.8.1 Óleos essenciais no controle de micro-organismos

A cada dia está aumentando o interesse da comunidade cientifica

pela fitoterapia, o que tem levado ao desenvolvimento de pesquisas

científicas baseadas nas práticas e ditos populares. De acordo com

SANTOS et al. (2006 a), a fitoterapia pretende realizar a cura com o uso

de plantas de modo simples, empírico, pouco científica e experimental. A

seleção etnofarmacológica de plantas pode ser baseada em ditos

populares, que sem dúvida é uma ferramenta valiosa para descoberta de

novos fármacos. Dentre estas descobertas estão os óleos essenciais,

atualmente bastante pesquisados para sua utilização em novos

medicamentos.

O óleo essencial de pimenta rosa foi testado como antimicrobiano

contra Escherichia coli, Shigella dysenteriae, Bacillus subtilis e

Staphylococcus albus (SIDDIQUI et al., 1995). Siddiqui et al. (1996)

estudaram a atividade antifúngica desse óleo essencial nos fungos

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Aspergillus níger, A. parasiticus, A. flavus, A. oryzae, A. fumigatum,

Trichoderma spp e Helminthosporium oryzae, verificando que

apresentavam atividade anti-fúngica.

Os óleos essenciais não são substâncias puras, sendo uma

mistura de vários compostos orgânicos voláteis, complexas, presentes em

diferentes concentrações, que variam de espécie para espécie vegetal.

Segundo Cezarotto (2009), as propriedades antimicrobianas dos óleos

essenciais parecem estar associadas a altos teores de hidrocarbonetos

monoterpênicos, em especial ao α-pineno. A atividade antimicrobiana

destes compostos provavelmente se deve a capacidade de destruir a

integridade celular, inibir a respiração e processo de transporte iônico,

além da capacidade de aumentar a permeabilidade da membrana celular

(COX et al, 2000; SIQUEIRA et al; 1985).

3.9 Avaliação da atividade antimicrobiana de óleos

essenciais

3.9.1 Método de difusão em ágar

O resultado obtido por este método é qualitativo, sendo útil para

inferir a sensibilidade do micro-organismo a determinados compostos.

O extrato da planta ou o óleo essencial a testar é colocado em um

reservatório (disco de papel no meio de cultura ou em poços) em contato

com o meio sólido, como o ágar, inoculado com determinado micro-

organismo. Decorrido o tempo de incubação, mede-se o diâmetro ou o

raio da zona clara (onde não houve o crescimento) em volta do

reservatório (LINTON, 1983).

3.9.2 Micro-organismos

Diversos micro-organismos têm sido testados como alvo frente a

diferentes óleos essenciais, visando verificar a atividade antimicrobiana

desses óleos. Devido a sua importância em alimentos e pelo fato de

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representarem os dois grandes grupos de micro-organismos, Gram-

positivos e Gram-negativos, neste estudo, selecionaram-se como alvo as

bactérias E. coli, L. monocytogenes, Salmonella Thyphimurium e S.

aureus, as quais serão descritas brevemente, lembrando que as bactérias

Gram-positivas diferem das Gram-negativas em diferentes características,

especialmente no que diz respeito a composição química, estrutura,

permeabilidade da parede celular, fisiologia, metabolismo e

patogenicidade (Tortora,Funke e Case, 2000).

3.9.2.1 Escherichia coli

Segundo Tortora, Funke e Case (2000) o gênero Escherichia

compreende bacilos Gram-negativos, sendo a espécie de maior

importância, Escherichia coli. É uma bactéria anaeróbia facultativa, que

faz parte da microbiota intestinal de animais de sangue quente, portanto,

quando está presente na água e nos alimentos é um indicativo da

contaminação de origem fecal recente. É um bacilo, não esporulado,

catalase-negativo, oxidase-negativo, pertencente à família

Enterobacteriaceae, que é capaz de fermentar a glicose, produzindo gás

e ácido (HOLT et al., 1994; FRANCO e LANDGRAF, 1998; ADAMS,

2000). Trabulsi e Alterthum (2005) descrevem que na espécie E. coli

existem várias cepas patogênicas. E. coli podem causar infecções

intestinais, urinárias, septicemias, meningite e outros tipos de patologias

(Fig11).

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(a) (b)

Figura 6 - Escherichia coli; a) Coloração de Gram e b) Imagem de

microscopia eletrônica

Fonte: a) faculty. ccbcmd.edu; b) diariodonordeste.globo.com

Os sintomas causados por esta bactéria são diarreia acompanhada

de dores abdominais, vômitos e febre com duração de 6 horas até três

dias, apresentando um período de incubação variando de 17 a 72 horas

(FRANCO E LANDGRAF, 1998).

Bertoldi (2006), em seu trabalho cita vários autores, que

observaram atividade antimicrobiana, atribuida à presença de substâncias

fenólicas presentes na pimenta rosa, contra uma série de micro-

organismos, inclusive a E.coli.

3.9.2.2 Staphylococcus aureus

São bactérias Gram-positivas com, aproximadamente, 1µm de

diâmetro, que ocorrem aos pares, em pequenas cadeias ou em cachos

similares aos de uva. Pertence à família Micrococcaceae, são bactérias

anaeróbicas facultativas, catalase-positiva e oxidase-positiva (ADAMS,

2000). Promovem intoxicação alimentar em humanos através da

produção de enterotoxinas, além de causarem abcessos, furúnculos e

feridas. São halotolerantes, resistindo a concentrações de 10 a 20% de

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nitratos e cloreto de sódio, o que torna os alimentos curados, veículos

potenciais para a sua multiplicação.

Desenvolvem-se bem sob condições de alta pressão osmótica e

pouca umidade, o que parcialmente explica porque podem crescer e

sobreviver nas condições nasais, ambiente externo e sobre a pele.

(a) (b)

Figura 7 - Staphylococcus aureus; a) Coloração Gram e b) Imagem de

microscopia eletrônica

Fonte: a) Infetious Diseases Biomarker Database

(http://biomarker.korea.ac.kr/pathogen/pathogen_view_en.jsp?pdass=1&id

=81), b) NIAID.NIH.GOV

S. aureus é uma bactéria patogênica que possui diversos fatores

de virulência: estafiloquinase, hialuronidase, fosfatase, coagulase,

hemolisina, enterotoxinas. As enterotoxinas são as responsáveis pelas

intoxicações alimentares (FORSYTHE, 2005).

Esta espécie é a mais resistente de todas as bactérias patogênicas

não formadoras de esporos. Multiplicam-se entre 7 e 48°C, sendo a

temperatura ótima de desenvolvimento de 37°C. Suas enterotoxinas são

produzidas quando cultivadas a temperatura de 10 a 48°C, entretanto, a

faixa de 35 a 40°C é considerada ótima para sua proliferação. A faixa de

pH ótimo é entre 6-7, sendo seu limite 4-10. Para a produção de suas

enterotoxinas, o pH é na faixa de 6 (ADAMS, 2000).

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S. aureus pode estar presente no ar, na poeira, em esgoto, na

água, em alimentos, equipamentos processadores de alimentos, nas

superfícies expostas aos ambientes, nos seres humanos e nos animais

(Fig.12). Os homens e os animais são os reservatórios principais,

podendo portar essa bactéria no nariz, garganta, cabelo e pele. As

intoxicações alimentares estafilocócicas são provocadas pelo consumo de

alimentos contaminados com as enterotoxinas estafilocócicas (carne,

frangos, ovos, saladas, produtos de panificação, leites ou seus

derivados), e o risco aumenta quando estes produtos não foram

devidamente acondicionados e/ou refrigerados (FORSYTHE, 2005).

Freire (2008) e Santos (2004 b), destacam que os sintomas são

caracterizados por períodos curtos de incubação (2 a 4 horas), náuseas,

vômitos, dores abdominais e prostração, podendo também levar a

diarreias. A recuperação, geralmente, ocorre entre 1 a 2 dias. Os

sintomas e a duração da doença podem variar, dependendo da

suscetibilidade do hospedeiro, do tipo de toxina, da quantidade de

alimento contaminado ingerido, da quantidade de toxina presente nos

alimentos.

Bertoldi (2006) cita vários autores reportando que a atividade

antimicrobiana da pimenta rosa se deva provavelmente à presença de

substâncias fenólicas contra a bactéria Staphylococcus aureus e inclusive

contra algumas bactérias Gram-negativas e também contra a levedura

Candida albicans.

3.9.2.3 Listeria monocytogenes

L. monocytogenes é uma bactéria desprovida de cápsula, que não

forma esporo. Multiplica-se tanto em aerobiose como em anaerobiose,

tendo predileção por ambientes microaerófilicos e tem capacidade de se

multiplicar em temperaturas de refrigeração (ROCOURT, 1999).

É encontrada na natureza e no trato intestinal dos animais. A

contaminação de diversos alimentos, principalmente carcaça, carnes e

seus cortes durante o abate pode ocorrer pelo seu manuseio incorreto.

Este micro-organismo é o agente da listeriose, que é uma zoonose de

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grande importância em saúde pública, podendo causar casos graves

como aborto, septicemia e meningites (MANTILLA et al., 2007). Esta

patologia é muito mais grave em determinados grupos de risco, como

mulheres grávidas, crianças, idosos e pacientes imunocomprometidos.

Este micro-organismo se multiplica em temperaturas de refrigeração,

sendo seguidamente isolado em alimentos manipulados de modo

inadequado e em indústrias de processamento de alimentos (MANTILLA

et al., 2007).

L. monocytogenes é um bastonete Gram-positivo, anaeróbico

facultativo e não esporulado. Está amplamente disseminado na natureza,

envolvendo um grande número de fontes de infecção. (HOFER, REIS e

HOFER, 2006).

Segundo Hofer, Reis e Hofer (2006) e Araújo et al. (2002), a partir

dos anos oitenta, houve aumento no número de casos e de surtos de

listeriose humana e a relação de sua veiculação com os alimentos

contaminados. Glass e Doyle (1989) descrevem que a contaminação pós

processamento de produtos prontos para o consumo com L.

monocytogenes pode representar perigo ao consumidor (Fig13). Esta

bactéria pode se multiplicar em produtos cárneos durante a estocagem

sob refrigeração. Doyle (1988) cita que a presença de nitrito de sódio nos

níveis permitidos pela legislação não é capaz de inibir L. monocytogenes

a menos que haja uma interação com outros agentes antimicrobianos.

Esta bactéria é muito tolerante a cloreto de sódio, podendo sobreviver

vários dias, dependendo da concentração utilizada e da temperatura de

conservação (DOYLE, 1988).

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(a) (b)

Figura 8 - Listeria monocytogenes; a) Coloração Gram, b) Imagem de

microscopia eletrônica

Fonte: a) Kenneth Todar University of Wisconsin-Madison Department of

Bacteriology (2004). b) University of Wisconsin-Madison Dep.

Bacteriology. Kenneth Todar (2205).

3.9.2.4 Salmonella Thyphimurium.

S. Thyphimurium são bactérias Gram-negativas, pertencentes à

família das Enterobacteriaceae. Não são esporuladas, anaeróbicas

facultativas, produtoras de gás a partir da glicose, exceto Salmonella

Typhi, que não produz gás (LE MINOR e POPOFF, 1987).

O trato intestinal de animais homeotérmicos e heterotérmicos é o

habitat das salmonelas. O consumo de alimentos contaminados por esse

micro-organismo pode causar diversas infecções, como febre tifóide,

causadas por Salmonella Typhi, febres entéricas causadas por

Salmonella Paratyphi A, B e C e gastroenterites ou salmoneloses

causadas por outros sorovales. (FRANCO e LANDGRAF, 1996).

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(a) (b)

Figura 9 - Salmonella Typhimurium a) Coloração Gram e b) Imagem de

microscopia eletrônica

Fonte: Rocky Mountain Laboratories/NIAID/NIH

(http://www.sciencemuseum.org.uk/antenna/spacebacteria/)

Dores abdominais, diarreia, náuseas, vômitos, febre moderada e

dores de cabeça são alguns dos sintomas das gastroenterites, cujo

período de incubação veria de 6 a 72 horas, com média de 12 a 36 horas

(Fig 14). Na febre tifóide ocorre febre contínua, diarreia, esplenomegalia,

erupção de manchas rosa no abdome e septicemia. (FRANCO e

LANDGRAF, 1996). A febre entérica se manifesta com febre, dores

corporais e abdominais, calafrios, náuseas, vômitos e diarreia. Este tipo

de febre pode durar de uma a oito semanas, enquanto, as febres

entéricas duram no máximo três semanas (FRANCO e LANDGRAF,

1996).

Segundo Salyers e Whitt (1994), os principais alimentos

causadores de intoxicação por Salmonella spp são carne de aves,

saladas elaboradas com carne de aves, ovos e derivados, carnes e

produtos cárneos e outros alimentos proteicos. A infecção pode ser muito

grave em crianças com idade inferior a três meses, em idosos e em

indivíduos imunocomprometidos. Esta infecção pode levar a morte

dependendo da virulência da cepa, do inóculo ingerido, e do estado do

sistema imune do hospedeiro. A transmissão pode ocorrer diretamente

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por via oral, através de fezes contaminadas. A ingestão de ovos

contaminados com Salmonella enteritidis pode causar salmonelose, e a

contaminação por este sorotipo aumentou a partir da década de 1980

(SALYERS e WHITT, 1994).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Material botânico

As amostras de frutos verdes e maduros de pimenta rosa utilizados

para a extração do óleo essencial, determinação do rendimento e da

constituição química, foram obtidas a partir de exemplares adultos

provenientes do campus Capão do Leão, da Universidade Federal de

Pelotas, RS. Foram colhidas manualmente, nos períodos antes e durante

a maturação dos frutos (maio a julho de 2011). Os frutos foram coletados

em pontos aleatórios da planta, na copa e nas laterais das árvores, em

diferentes horários. Os frutos verdes foram coletados até o mês de maio,

enquanto os maduros, foram coletados em períodos mais longos, no final

de maio até julho. Dados geográficos da região de produção dos frutos

são: “latitude: 31048‟0459”, “longitude: 52

024‟5532” e altitude de 21

metros.

4.2 Excicata

A identificação do material botânico foi realizada através de

comparação com amostras existentes no herbário do Departamento de

Botânica da Universidade Federal de Pelotas, RS, Brasil. O voucher do

material testemunha está depositado neste mesmo herbário, sob o

registro número 25.131, para a Schinus terebinthifolius Raddi, pimenta

rosa madura, coletada no Campus Universitário da UFPel – RS.

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4.3 Caracterização dos frutos de pimenta rosa

As características físico-químicas determinadas foram umidade,

cinzas e pH. Posteriormente, foram determinados a influência do tipo de

trituração,extração do óleo essencial e da oleoresina, rendimento,

densidade e índice de refração do óleo essencial.

4.3.1 Determinação da umidade de frutos maduros e verdes de

pimenta rosa

A determinação do teor de umidade dos frutos foi realizada pelo

método gravimétrico (perda por dessecação). Para tanto, transferiu-se 2g

dos frutos de pimenta rosa, colocando em cadinhos de porcelana,

previamente tarados, os quais foram secos em estufa elétrica durante 24

horas, regulada a 105ºC. Após esse período, os cadinhos foram retirados

e mantidos em dessecador até atingirem a temperatura ambiente. A

percentagem (%) de matéria seca (MS) a 105ºC foi obtida através da

Equação 1, onde: Pa refere-se ao peso da amostra, Pu é o peso do

cadinho contendo a amostra antes da dessecação, Ps é o peso do

cadinho contendo a amostra após a dessecação. A percentagem de

matéria seca das amostras foi obtida a partir da média de triplicatas

conforme Equação 1:

Equação 1: MS(%) = (Pu –Ps) x 100/Pa

4.3.2 Determinação de Cinzas de frutos maduros e verdes de

pimenta rosa

A análise de cinzas foi realizada de acordo com o Método 923.03

da AOAC (1995), com frutos in natura, utilizando-se 2g de amostra do

fruto, devidamente triturada com auxilio de mixer, até obter uma pasta

homogênea. Após, colocou-se em cadinhos de porcelana previamente

tarados, sendo secos em estufa a 100ºC, calcinados e incinerados à

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600ºC em mufla, por 4h. Depois, foi deixado esfriar em dessecador até

atingir a temperatura ambiente, sendo pesados posteriormente.

O teor de cinzas foi obtido por diferença de peso entre a massa do

cadinho vazio, previamente tarado, e a massa do cadinho com o resíduo

calcinado, considerando a massa da amostra fresca, de acordo com a

Equação 2:

Equação 2: Cinzas (%) = (massa do cadinho com cinzas (g) - massa do

cadinho (g) x 100 / massa de amostra pesada.

Todas as determinações foram executadas em triplicatas.

4.3.3 Determinação eletrométrica do pH de frutos maduros e verdes

de pimenta rosa

O pH foi mensurado com auxílio de um potenciômetro (pH TEK,

modelo 3B), sendo as amostras trituradas e diluidas em água ultra pura e

as médias calculadas a partir de triplicatas, segundo a Farmacopéia

brasileira (1988) pelo método de potenciometria.

4.4 Avaliação da trituração da amostra

A fim de verificar se a trituração ou sua intensidade têm influência

no rendimento de óleo essencial e de oleoresina, utilizaram-se as

amostras (frutos maduros e verdes) que foram submetidas a três tipos de

trituração para extrair o óleo essencial e a oleoresina, de forma a verificar

qual a mais eficaz. Utilizou-se um tratamento sem trituração e dois com

trituração, sendo utilizada em um deles a trituração com mixer (modelo

Walita, 700 w), até obter uma massa homogênea e, no outro, trituração

parcial com auxílio de gral e pistilo.

Após a definição da melhor forma de trituração, esta foi utilizada

durante todo o restante dos experimentos, para extração de óleo

essencial e da oleoresina da pimenta rosa.

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4.5 Extração do óleo essencial por hidrodestilação

Esta parte do experimento foi conduzida no Laboratório da Química

Orgânica, UFPel, Pelotas, RS (Laboratório de Oleoquímica). Utilizou-se o

aparelho Clevenger modificado, acoplado a um balão de fundo redondo,

com capacidade de 2 litros. Foram utilizados separadamente, frutos

maduros e verdes de pimenta rosa, ambos triturados, sendo o material

pesado e submetido à extração durante 5 horas, em ebulição, conforme

determinado pela Farmacopéia Brasileira (1988). A análise foi realizada

em triplicata.

Cem gramas da amostra foi colocada em balão de fundo redondo

de 2L, e acrescentou-se 1.350mL de água ultra pura (Milli-Q). Adaptou-se

o aparelho Clevenger ao balão, e a parte do tubo graduado e do tubo

retorno foi preenchido com água. Em seguida, com o auxilio de uma

manta, foi realizado o aquecimento, em constante ebulição. Após 5 horas,

o óleo foi removido e desidratado com sulfato de sódio anidro, filtrado em

lã de vidro e pesado em balança analítica. Posteriormente, foi colocado

em frasco de vidro, coberto com papel alumínio para proteger da ação da

luz, e estocado em freezer comercial (-18oC) até o momento de sua

utilização (aproximadamente três a cinco meses).

O mesmo procedimento foi utilizado para determinar o rendimento

dos óleos essenciais, em função do tempo de extração, entretanto, para

essa finalidade, as amostras de óleo, foram coletadas de hora em hora do

aparelho de Clevenger, num total de 5 horas, sendo o óleo removido e o

rendimento calculado. Todas as determinações foram realizadas em

triplicata. Para essa avaliação utilizou-se frutos de pimenta rosa maduros.

4.6 Índice de refração do óleo essencial

Na determinação do índice de refração, as leituras foram feitas por

refratometria, utilizando o refratômetro de bancada ABBÉ (QUIMIS/

modelo Q767B), determinado a 230C, em triplicata.

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4.7 Densidade do óleo essencial

Foi determinada de acordo com metodologia preconizada pelas

Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (1985), utilizando-se balança

analítica. A densidade do óleo essencial foi determinada pela relação

entre determinada massa (g) pelo volume (mL) do óleo essencial. O

resultado corresponde à média de três determinações.

4.8 Avaliações da composição do óleo essencial por

cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massa

(CG/MS)

A análise cromatográfica foi realizada na Universidade de Caxias

do Sul (UCS), no Laboratório de Óleos Essenciais e Produtos Naturais

(LOES). A análise em GC/MS foi realizada em cromatógrafo gasoso

acoplado a detector seletivo de massas Hewlett Packard 6890/MSD5973,

equipado com software HP Chemstation e espectroteca Wiley 275. Foi

utilizada a coluna capilar de sílica fundida HP-Innowax (30 m x 250 m)

0,50 m espessura de filme (Hewlett Packard, Palo Alto, USA).

Temperatura da coluna, 40°C (8 min) para 180°C a 3°C/min, 180-230°C a

20°C/min, 230°C (20 min); interface 280°C; split ratio 1:100; gás de

arraste He (56 Kpa); razão de fluxo: 1,0 mL/min.; energia de ionização 70

eV; volume injetado 0,4 L diluído em hexano (1:10).

4.9 Extração de oleoresina

Todos os experimentos foram realizados com frutos maduros de

pimenta rosa.

4.9.1 Método de Bligh-Dyer sem ultrassom

As amostras frutos maduros de pimenta rosa foram pesados e

acrescidos de 10mL de clorofórmio, 20mL de metanol e 8mL de água

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destilada. Após a homogeneização, as amostras foram transferidas para

um funil de separação com agitação, onde se acrescentou mais 10mL de

clorofórmio e 10mL de sulfato de sódio a 1,5%. Após nova agitação,

deixou-se em repouso para separar as camadas bifásicas e filtrou-se,

utilizando papel de filtro com sulfato de sódio anidro, para remover a

água. Posteriormente, pipetou-se 5mL para uma cápsula de porcelana

previamente seca e pesada, a qual foi colocada em estufa até que os

solventes (metanol, clorofórmio e água) fossem eliminados e, depois,

colocou-se em dessecador até o resfriamento da amostra, pesando-se

em seguida em balança analítica.

A quantidade de lipídio presente na amostra foi determinada,

utilizando-se a Equação 3:

Equação 3: Lipídios % = PL x 4 x 100 / peso amostra PL (peso do

lipídio contido na cápsula menos o peso da cápsula), e dos 20 mL de

clorofórmio só 5 mL foi para a cápsula, por isto deve-se multiplicar por 4.

Após a extração da oleoresina, o material foi submetido à

derivatização sendo diluído em hexano e levado para determinação dos

lipídios presentes na oleoresina através da cromatografia gasosa. Todas

as análises foram realizadas em triplicata.

4.9.2 Método de Bligh-Dyer com ultrassom

As amostras de frutos maduros de pimenta rosa, trituradas e

pesadas, foram sonicadas em aparelho de ultrassom (modelo Maxi Clean

1450A, UNIQUE – Brasil), por 30min. Após este tempo, as amostras

foram submetidas à extração de lipídios.

4.9.3 Método de Soxhlet

Empregou-se método IUPAC 1.122 (1979) com uso de sete

diferentes solventes. Foi fixada a velocidade/quantidade de 6 a 8

sifonagens por hora à temperatura constante. As amostras de frutos

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maduros de pimenta rosa foram trituradas e pesadas em balança

analítica, colocadas em um cartucho onde as extremidades foram

dobradas para impedir a saída de material. O cartucho foi colocado no

extrator Soxhlet, encaixado em um balão volumétrico com capacidade de

1000mL, onde o solvente utilizado foi acrescentado. O condensador foi

conectado e a manta de aquecimento ligada, permanecendo em ebulição

por 6 horas, sendo o tempo calculado a partir da ebulição. Somente os

frutos maduros de pimenta rosa foram analisados por esta metodologia. A

análise foi realizada em triplicata.

A extração utilizando Soxhlet foi realizada com os seguintes

solventes em triplicatas: acetona, álcool etílico, éter etílico, éter de

petróleo, clorofórmio, metanol e hexano.

4.9.4 Extração de oleoresina de pimenta rosa a frio

As amostras de frutos maduros de pimenta rosa foram trituradas e

pesadas em balança analítica e, depois, colocadas por 72 horas em

diferentes solventes (acetona, álcool etílico, éter etílico, éter de petróleo,

clorofórmio, metanol e hexano), a fim de determinar o rendimento de

oleoresina extraída. Após esse tempo, filtrou-se em papel de filtro

Whatmam e, o material coletado foi colocado em rota evaporador para

remoção do solvente. O material que apresentava, ainda, um pouco de

solvente, foi colocado em nitrogênio líquido, para eliminação do solvente.

O balão foi pesado e o rendimento de oleoresina calculado.

4.9.5 Derivatização da oleoresina

A oleoresina extraída por Soxhlet foi submetida à derivatização,

onde 250 mg do óleo foi pesado em um balão volumétrico, acrescido de 6

mL de solução metanólica de NaOH a 2% recém preparada e deixada em

refluxo por 10 minutos. Após o tempo previsto foi, adicionado 7 mL de

solução metanólica de BF3 (trifluoreto de boro) e continuou em ebulição

por mais 2 minutos. Adicionou-se 5 mL de heptano e deixou ebulir por

mais 1 minuto, desligando o equipamento e deixando resfriar

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naturalmente. Após adicionou-se solução supersaturada de NaCl, onde

houve separação em duas fases. O sobrenadante foi filtrado, e o material

foi passado em sulfato de sódio anidro a fim de remover a água residual.

Posteriormente, o material passou por nitrogênio para secar e remover

toda a água que por ventura estivesse presente. Após este procedimento

obteve-se o éster metílico, e só depois é que o material foi submetido à

cromatografia gasosa.

4.9.6 Cromatografia da oleoresina derivatizada de frutos maduros de

pimenta rosa

Foi realizada no Centro de Ciências Químicas, Farmacêuticas e de

Alimentos (CCQFA), no Laboratório de Heterociclicos Bioativos e

Bioprospecção - LAHBBIO. Utilizou-se cromatografia gasosa

(Cromatógrafo Shimadzu 2010, equipado com coluna de polietileno glicol

RTX-Wax), tendo como gás de arraste o gás He (Helio) e o volume

injetado foi de 1μL diluído em hexano (1:10). Realizou-se o processo de

derivatização, a fim volatilizar os ácidos graxos, para que pudessem ser

detectados no cromatógrafo pelo detector FID (Flame Ionization

Detector), bem como para reduzir a adsorção de soluto no suporte e

superfície da coluna e melhorar a separação dos compostos (DROZD,

1975; GUTNIKOV, 1995).

4.10 Determinação da curva do DPPH

A determinação da atividade antioxidante foi realizada no Centro

de Ciências Química Farmacêutica e de Alimentos da UFPel, utilizando

todos os reagentes p.a. Todas as soluções foram preparadas no dia e

devidamente armazenadas.

Em ambiente escuro, transferiu-se uma alíquota de 4mL de

solução de DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil) (0,06mM) em diferentes

concentrações (10µM, 20 µM, 30µM, 40µ, 50 µM e 60µM), para cubetas

de vidro e realizaram-se as leituras em espectrofotômetro (Biospectro

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modelo SP-22) a 515nm. A técnica utilizada foi aquela descrita no

Comunicado Técnico on line no 127 do Ministério da Agricultura Pecuária

e Abastecimento, de julho de 2007, calculando-se a equação da reta,

plotando as concentrações de DPPH (μM) no eixo X e as absorbâncias no

eixo Y.

4.11 Atividades antioxidante

Para avaliar a atividade antioxidante do extrato bruto e do óleo

essencial de pimenta rosa utilizou-se o método de capacidade de captura

in vitro do radical livre DPPH (2,2, difenil-2-picrilhidrazil), de acordo com

Brand-Williams et al. (1995) e modificado por Sánchez-Moreno, Larrauri e

Saura-Calixto (1998). O comprimento de onda utilizado foi de 515nm.

Os frutos foram submetidas a dois processos de extração, um

utilizando água ultra pura (Milli-Q) e outro o álcool etílico, sendo 10g de

frutos para 100mL de solução. Depois da trituração da amostra com

auxilio de um mixer até se obter uma pasta homogênea, as amostras

foram submetidas a agitação por 1 hora, centrifugadas a 25.500g (15.000

rpm) durante 15 minutos, em centrifuga Sorvall Instruments (modelo

RC5C). O sobrenadante foi transferido para um balão volumétrico,

completando-se o volume para 100 mL de água ultra pura ou álcool

etílico, conforme o solvente desejado.

A partir do extrato obtido, foram preparados tubos de ensaio

contendo quatro diluições diferentes, em triplicatas. Utilizou-se álcool

etílico como branco, para calibrar o espectrofotômetro. As leituras foram

monitoradas a cada 5 minutos, onde observou a redução da absorbância

até a sua estabilização, ou seja, até que o radical livre DPPH

remanescente nas reações de redução não ocorra mais ou alcance seu

estado estacionário. Após a estabilização da absorbância final este valor

foi utilizado para o cálculo do EC50 (tempo EC50) e, finalmente, foi

calculado grama de fruta/g DPPH = EC50(mg/L)/1.000.1/g DPPH, isto para

obter o resultado final que é expresso em g fruta /g de DPPH (RUFINO et

al., 2007).

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Avaliou-se a capacidade de diferentes extratos (aquoso, etanólico

e cetônicos) de pimenta rosa em sequestrar os radicais DPPH em

concentrações e intervalos de tempo distintos, para verificar a atividade

antioxidante de cada extrato.

Os frutos de pimenta rosa madura foram triturados até obter uma

pasta homogênea utilizando um mixer. Nesta etapa, o solvente etanol foi

substituído por acetona, agitada por 1 hora, e a amostra foi filtrada em um

balão volumétrico, sendo o volume completado para 100mL.

Posteriormente, foram feitas as diluições e levadas ao espectrofotômetro

e determinada o valor do EC50 e a quantidade de fruta em grama/g de

DPPH. Utilizando o solvente acetona, a amostra foi apenas agitada por

uma hora e filtrada, após seguiu-se os mesmos procedimentos realizados

com etanol.

No óleo essencial de pimenta rosa tanto a verde quanto a madura,

foi determinada a atividade antioxidante, sendo a pimenta rosa verde

diluída em etanol p.a, e a pimenta rosa madura diluída em acetona p.a,

pois a diluição em etanol do óleo de pimenta rosa madura deixou a

solução totalmente turva o que impediu de fazer as leituras no

espectrofotômetro. Desta maneira, o solvente foi trocado por acetona p.a,

isto se deve provavelmente a presença de compostos lipídicos removidos

pelo etanol, pois os componentes presentes nos frutos verdes são

diferentes dos frutos maduros.

4.12 Avaliações microbiológicas

Os testes microbiológicos foram desenvolvidos no Laboratório de

Microbiologia de Alimentos do Departamento de Ciência e Tecnologia

Agroindustrial, da FAEM/UFPel.

4.12.1 Micro-organismos utilizados

Foram utilizados dois micro-organismos Gram-positivos e dois

Gram-negativos: Staphylococcus aureus (ATCC 6538), Listeria

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monocytogenes (ATCC 7644), Salmonella Thyphimurium (ATCC 14028)

e, Escherichia coli (ATCC 11775).

4.12.2 Preparação do inóculo

As bactérias foram incubadas em caldo Triptona de Soja com 0,6%

Extrato de levedura (TSB-YE, Merck) (para L. monocytogenes, e em

Caldo Infusão cérebro coração (BHI, Difco) para as outras bactérias,

incubou-se `a 370C, durante 24 horas. Após esse período preparou-se

uma suspensão dos micro-organismos em solução salina (0,8%),

ajustando-se a turvação de acordo com a escala 0,5 de McFarland

(1,5x108

UFC mL-1).

4.12.3 Avaliação qualitativa da atividade antimicrobiana pela técnica

de Difusão em Ágar

Essa avaliação foi feita pelo método de difusão em ágar. O inóculo

bacteriano padronizado, correspondendo a 0,5 da escala McFarland (1,5

x 108 UFC. mL

-1), foi distribuído por toda a placa de petri com auxílio de

swab esterilizado. No ágar, pequenos poços foram perfurados e um

volume de 10μL de óleo essencial foi usado para preencher

individualmente cada um dos poços (com 5 mm de diâmetro), sendo as

placas incubadas por 24h a 36oC. No final deste período observa-se a

formação dos halos de inibição: se a amostra de óleo essencial avaliada

apresentava atividade inibitória sobre as bactérias testadas, formava-se

um halo ao redor do poço onde foi adicionado o óleo essencial, indicando

ausência de crescimento bacteriano.

Após o tempo previamente determinado, mediram-se os halos de

inibição de crescimento, em milímetros, com o auxílio de uma régua

milimetrada. Todos os experimentos foram realizados em três repetições

e as análises foram efetuadas em triplicatas.

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4.13 Determinação da Concentração Inibitória Minima (CIM) e da

Concentração Bactericida Minima (CBM)

Para essa avaliação utilizaram-se microplacas de 96 cavidades,

avaliando-se os resultados de acordo com o preconizado pelo National

Committee of Clinical Laboratory Standards, com modificações. A

microplaca foi dividida em linhas de A a H e em colunas de 1 a 12. A CIM

é definida como sendo a menor concentração da amostra testada que

inibiu em 100% o crescimento dos micro-organismos nos poços e a CBM

é a menor concentração da amostra testada capaz de causar a morte do

inóculo. Nas microplacas foram utilizados três controles, sendo um

controle negativo (só o meio de cultura TSB-YE ou só BHI), um controle

de crescimento (meio de cultura e dimetilsulfóxido - DMSO) e um controle

positivo (meio de cultura e inóculo). Diluições seriadas de razão dois do

óleo essencial foram utilizadas em meio de cultivo, (onde em cada poço

continha a metade da concentração do poço anterior).

Inicialmente, com o auxílio de uma alça de inoculação esterilizada,

transferiu-se uma aliquota de micro-organismos de culturas com 24horas

de desenvolvimento para os tubos contendo os meios específicos para

cada micro-organismo alvo: (TSB-YE para L. monocytogenes e BHI para

as outras bactérias), até atingir a turbidez de 0,5 da escala Mc Farland

(1,5 x 108 UFC.mL

-1), comparando com o frasco da escala contendo um

padrão de turbidez (MURRAY et al., 1999).

A CBM foi determinada de acordo com o resultado da CIM,

retirando-se 5µL de amostra daqueles poços onde não ocorreu

crescimento microbiano visível e semeando-se em placas de petri

contendo ágar Mϋller Hinton, as quais foram incubadas em estufa a 360C

por 24 horas. As análises foram realizadas em triplicata. A menor

concentração de óleos essenciais na qual não houve crescimento dos

micro-organismos nas placas de Petri foi determinada como a sendo a

CBM para o óleo essencial.

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5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A análise estatística foi realizada por meio de análise de variância

(ANOVA). As diferenças significativas entre as médias foram

determinadas pelo teste t ou teste de Duncan, em nível de 5% de

probabilidade.

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6 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste estudo realizou-se, primeiramente, a caracterização físico-

química da matéria-prima, de frutos de pimenta rosa e, após, determinou-

se a melhor forma de trituração da amostra, o tempo de extração do óleo

essencial, o melhor solvente para extrair a oleoresina, bem como a

melhor técnica de extração (Soxhlet ou a frio). Além disso, identificaram-

se os componentes presentes nos óleos essenciais e na oleoresina,

através de cromatografia gasosa, acoplada a espectrometria de massa e

finalmente determinou-se a atividade antioxidante e atividade

antimicrobiana.

Os valores de pH, umidade e cinzas dos frutos maduros e verdes

de pimenta rosa estão expressos na Tabela 1.

Tabela 1: Características fisico-químicas de frutos verdes e maduros de

pimenta rosa

Amostras pH (%) Umidade (%) Cinzas (%)

Pimenta rosa madura 5, 46±0,13 a 34,05±0,15 a 3,18±0,18 a

Pimenta rosa verde 5,55±0,09 a 70,40±1,67 b 1,22±0,27 b

Dados expressos como médias de três repetições. As médias seguidas pelas mesmas

letras não diferem entre si a 5% de probabilidade.

Segundo Totti e Medeiros (2006), o teor de umidade de frutos

verdes de pimenta rosa foi de 65,4% e da pimenta rosa madura de

55,6%, sendo que neste estudo, observou-se valores de 70,40% e de

34,05% para frutos verdes e maduros respectivamente, conforme

mostrado na Tabela 1. Os valores de umidade verificados neste estudo

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para frutos verdes foram semelhantes ao citado por Totti e Medeiros

(2006), entretanto, para a pimenta rosa madura foi inferior.

Degáspari, Waszcznaky e Santos (2004), citam valores de

umidade para frutos maduros de pimenta rosa antes da secagem, de

39%, valor semelhante ao encontado neste estudo. É importante destacar

que esta perda de umidade de frutos verdes em relação aos maduros, se

deve ao fato de que, com a evolução de maturação, os frutos e as

sementes perdem a água, e quando as sementes atingem a umidade de

14%, elas praticamente perdem a capacidade de germinação (TOTTI e

MEDEIROS 2006).

O teor de cinzas para frutos maduros foi de 3,18% e, para frutos

verdes, foi de 1,22%. Observa-se que os frutos verdes apresentam uma

quantidade menor de cinzas. Ressalta-se que nem sempre este resíduo

representa toda a substância inorgânica presente na amostra, pois

segundo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (1985), alguns sais

podem sofrer redução ou volatilização no aquecimento a esta temperatura

(600oC) , alterando o valor de cinzas. Neste estudo, a determinação das

cinzas foi realizada por simples incineração, precedida de calcinação.

O teor de cinzas de frutos maduros de pimenta rosa apresentou

diferença significativa em relação a quantidade de cinzas de frutos

verdes. Isto se deve, provavelmente, ao maior conteúdo de sólidos

solúveis presentes e, também, devido ao conteúdo de água ser maior nos

frutos verdes, diluindo o teor de silicatos, fosfatos e sílica presente na

amostra inicial. (FARMACOPÉIA BRASILEIRA, 1988; SHARAPIN et al.,

2000; COSTA, 2001).

Com relação ao pH, observa-se que não houve diferença

significativa entre os valores obtidos para os frutos maduros e verdes.

Entretanto, o pH dos frutos maduros é levemente inferior ao dos frutos

verdes. Nas plantas encontram-se diversos ácidos minerais, mas

particularmente ácidos orgânicos pertencentes a diferentes séries,

aromáticas, terpênicas, heterociclicas, em geral combinados sob a forma

de sais, ésteres, lactonas, amidas, lipidios, resinas, glicidios, proteínas e

em outros compostos naturais. Como os frutos maduros tiveram um pH

menor em relação aos frutos verdes, isto sugere a presença de mais

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substâncias ácidas no fruto maduro ou, ainda, que em frutos verdes a

quantidade de água presente, dilui os ácidos e, conforme os frutos vão

amadurecendo a quantidade de água diminui e, assim, os ácidos ficam

mais concentrados.

Após a caracterização da matéria-prima, se objetivou extrair e

caracterizar os óleos essenciais e a oleoresina presentes nos frutos de

pimenta rosa. Entretanto, várias etapas da extração de óleos essenciais

são críticas na obtenção desses compostos. Assim, tendo em vista que

os dados relativos à extração desses compostos em pimenta rosa são

escassos na literatura, testaram-se diferentes protocolos nas principais

etapas críticas, a fim de se estabeler aquele que apresente o melhor

desempenho para ser utilizado com esta matéria-prima.

Com relação à primeira etapa de extração testaram-se três

tratamentos diferentes, de forma a verificar o rendimento de cada uma

delas na obtenção de óleos essenciais de pimenta rosa: maceração com

gral e pistilo, maceração com mixer, e sem maceração. Observou-se que

quando os frutos foram submetidos à maceração com mixer, houve maior

rendimento do que nos outros dois tratamentos (Tabela 2), reforçando a

importância de uma vigorosa maceração da matéria-prima para que se

obtenha uma maior quantidade de óleo. Provavelmente, a maceração

rompa as paredes celulares facilitando a extração do óleo.

Tabela 2: Efeito do tipo de maceração no rendimento (g%) de óleo

essencial de frutos de pimenta rosa, obtido por hidrodestilação

Tipo de maceração Rendimento de óleo essencial

g%

Sem maceração 0,015±0,01

Maceração parcial (gral e pistilo) 1,83±0,88

Maceração com mixer 5,89±0,82

Dados expressos como média ±desvio padrão de três repetições.

O resultado obtido neste estudo utilizando a maceração com mixer

é semelhante ao obtido por Silva et al. (2005), que encontraram 5,09% de

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rendimento de óleo essencial, quando a amostra de pimenta rosa foi

macerada, antes da extração.

De acordo com Bertoldi (2006) o teor médio de óleos essenciais

extraídos de frutos secos da pimenta rosa foi de 7% (v/p). Santos et al.

(2006) extraíram o óleo essencial de diferentes partes do vegetal (frutos,

folhas, e flores frescas de pimenta rosa) através da hidrodestilação

utilizando o Clevenger, por 1 hora. O teor médio encontrado ficou entre

0,15% e 0,17%. Assim, pode-se inferir que o teor de óleos essenciais

sofre grandes variações, dependendo da parte utilizada da planta, ou

ainda, que o período de extração utilizado por aqueles autores não foi

suficiente para extrair uma boa quantidade de óleos essenciais. Neste

trabalho, o rendimento final foi de 5,89 g/%, ficando abaixo da média de

7% obtido por Bertoldi (2006) e 8,5% obtido por Roveda et al. (2010), mas

acima do valor obtido por Silva (2005), de 5,09 g/%.

Vários fatores podem interferir na qualidade e quantidade de

substâncias presentes no óleo essencial, como características da região,

temperatura, índice pluviométrico, solo, umidade relativa, altitude, entre

outros fatores, pois estes afetam sua fisiologia e, consequentemente, a

síntese dos compostos (BERTOLDI, 2006). Roveda et al. (2010) relatam

que a quantidade de compostos voláteis é máxima antes da floração, na

sequência, há uma queda neste conteúdo, e quando a planta está em

semente, esta é mínima. Estes últimos autores citam, ainda, que se deve

levar em consideração a espécie estudada, local de coleta (ecotipos) e

variabilidade genética das plantas, que estão intimamente relacionadas

com a qualidade dos óleos essenciais, sendo expressa através de

quimiotipos.

O tempo de extração é outro fator que pode influenciar no

rendimento do óleo obtido. Conforme especificações da Farmacopéia

Brasileira (1988), o tempo máximo para extração de óleos essenciais dos

frutos de pimenta rosa deve ser de 5 horas, dessa forma, avaliou-se o

rendimento de hora em hora, até a quinta hora, de frutos maduros de

pimenta rosa, conforme pode ser visualizado na Tabela 3.

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Tabela 3: Rendimento de óleos essenciais de frutos maduros de pimenta

rosa (Schinus terebinthifolius Raddi) em função do tempo de extração

empregado na hidrodestilação

Amostra Tempo de

extração

Rendimento

g h-1

g%

Frutos maduros

de pimenta

rosa

1 hora 4,5098 a 4,5098

2 horas 0,6972 b 5,2070

3 horas 0,1835 c 5,3905

4 horas 0,1239 d 5,5144

5 horas 0,0095 e 5,5239

Dados expressos como média de três repetições. Médias seguidas pela mesma letra

não diferem estatisticamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade.

Observou-se que o maior rendimento em óleo essencial ocorreu na

primeira hora de extração, portanto, se o objetivo for a obtenção de maior

quantidade de óleo essencial não é preciso, necessariamente, extrair por

4 ou 5 horas, economizando, assim, energia e tempo, diminuindo o custo

final do óleo. Já Bertoldi (2006) cita que o teor máximo de óleos

essenciais extraídos de frutos da pimenta rosa foi obtido em um período

de três horas, entretanto, não menciona o rendimento de hora em hora.

Silva et al. (2005) encontraram rendimento de óleo essencial de

sementes de pimenta rosa, na primeira hora de 1,95%, na segunda hora

3,72% e, com 4 horas, passou para 4,61%. Embora o rendimento

encontrado por esses autores seja menor do que o obtido neste estudo,

estes corroboraram a observação de que é na primeira hora que se extrai

maior quantidade de óleo: o rendimento passou de 1,95% na primeira

hora, para 1,77% na segunda hora e, na sequência houve uma queda

acentuada no rendimento.

Após determinação dos melhores parâmetros para extração de

óleo essencial de pimenta rosa, e de sua utilização para a obtenção do

óleo, esse foi submetido à caracterização.

O índice de refração de uma substância pura é uma constante, em

condições normais de pressão e temperatura, que pode ser usado como

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um meio de identificação para sua pureza, como é o caso dos óleos

essenciais.

Os resultados da determinação do índice de refração e densidade

do óleo essencial extraído de frutos maduros e verdes de pimenta rosa

por hidrodestilação estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4: Índice de refração (23°C) e densidade (25°C) de óleos

essenciais obtidos de pimenta rosa madura e verde

Óleo essencial Índice de refração (230C)

Densidade (25ºC)

g/cm3

Pimenta rosa madura 1,484 a 0,873 b

Pimenta rosa verde 1,484 a 0,864 b

Os valores apresentados na Tabela 4, para o índice de refração de

óleos essenciais de frutos de pimenta rosa maduros e verdes foram iguais

entre si (1,484), bem como iguais ao índice de refração citado pela

Farmacopéia Brasileira (1998), que é de 1,481, entretanto, esta

publicação não cita o tipo de frutos utilizados, se maduros ou verdes.

A qualidade do óleo essencial obtido é considerada um fator básico

importante e está vinculada a sua obtenção, fazendo com que a

realização de análises físicas sejam frequentes e constantes. Desse

modo, podem-se avaliar as suas características, prevenindo problemas

na sua comercialização, como a adulteração com compostos sintéticos de

baixo preço, mistura com óleos essenciais de baixa qualidade ou a adição

de solventes para aumentar o rendimento (VITTI e BRITO, 2003). Para

evitar estes tipos de problemas as análises químicas de índice de

refração e densidade são frequentementes utilizadas a fim de constatar

adulterações dos óleos com uma simples análise física.

Os valores encontrados para a densidade relativa de óleo

essencial de frutos de pimenta rosa, verdes e maduros, extraídos por

hidrodestilação, foram de 0,864 g/cm3 e 0,873 g/cm

3, respectivamente

(Tabela 4). Estes valores são semelhantes aos obtidos por Bertoldi (2006)

que encontrou 0,854 g/cm3 usando solvente acetona, 0,856 g/cm

3 com o

solvente etanol e 0,877 g/cm3 com éter de petróleo. Vale ressaltar que

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embora os dados se aproximem bastante, os valores citados por Bertoldi

(2006), foram obtidos para oleoresina.

A composição dos óleos essenciais obtidos de vegetais pode ser

bastante variável e essa variação pode dever-se à própria planta da qual

foi obtido, como, também, a fatores ambientais ou ao ciclo fisiológico do

vegetal.

Tendo em vista que a variação na composição dos óleos

essenciais influencia diretamente nas características e nas propriedades

dos óleos obtidos, realizou-se a caracterização química dos óleos

essenciais obtidos de frutos de pimenta rosa maduros e verdes, através

de análise cromatográfica por CG/MS.

Na análise cromatográfica do óleo essencial dos frutos verdes de

pimenta rosa foram identificados 19 compostos, sendo o componente

majoritário o α-pineno (41,17%) seguido de δ-cadineno (10,21%) e D-

germacreno (8,56%), conforme demonstrado na Tabela 5 e Figura 15.

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Tabela 5: Composição química do óleo essencial de frutos verdes de

pimenta rosa obtido por Clevenger modificado, determinada por

cromatografia gasosa acoplada ao espectrômetro de massa

Substâncias identificadas Peso molecular (g.mL-1

) %

α-pineno 136,23 41,17%

β-pineno 136,23 0,91%

mirceno 136,23 0,58%

α-copaeno 204,35 1,19%

α-gurjuneno 204,35 1,28%

β-cubebeno 204,35 0,25%

trans-β-cariofileno 204,36 2,86%

neo-allo-ocimeno 136,23 0,41%

α-humuleno 204,35 0,67%

trans-β-farneseno 122,37 0,28%

α-amorfeno 204,37 0,37%

D-germacreno 135,55 8,56%

epi-biciclosesquifelandreno 204,35 0,43%

α-muuroleno 222,37 1,50%

biciclogermacreno 204,37 0,54%

δ-cadineno 204,35 10,21%

cis-calameneno 202,34 0,37%

palustrol 222,37 0,31%

viridiflorol 222.37 0,91%

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Figura 10 - Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas

do óleo essencial de frutos verdes de pimenta rosa extraído por

Clevenger.

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Figura 15 - Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas

do óleo essencial de frutos verdes de pimenta rosa extraído por

Clevenger (continuação).

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No óleo ossencial de frutos maduros de pimenta rosa, foram

identificados 25 compostos. O componente majoritário foi o mirceno

(48,15%), seguido de D-germacreno (7,86%), δ-cadineno (6,43%) e α-

pineno (5,14%), conforme pode ser visualizado na Tabela 6 e Figura 16.

Roveda et al. (2010), analisando óleos essenciais de frutos maduros de

pimenta rosa, também por CG/MS, identificaram 19 compostos, com

predominância de monoterpenos, tendo como componente majoritário o

α-pineno (22,56%), seguido por sabineno (15,78%), z-salveno (10,69%),

β-pineno (10,52%), α-funebreno (8,82%) e limoneno (5,52%). Já Gehrke,

Stolz e Morel, (2008) observaram que os principais compostos

encontrados em frutos de pimenta rosa da região noroeste do Estado do

Rio Grande do Sul, foram os monoterpenos, α-3-careno e o α-pineno,

representando em torno de 40% dos constituintes.

Ressalta-se que nas condições estudada, na cromatografia

gasosa de frutos maduros de pimenta rosa foram identificados maior

número de elementos químicos que no cromatograma da pimenta rosa

verde, o que pode ser devido à falta de alguns padrões para identificação,

uma vez que o número de padrões utilizados para os frutos maduros de

pimenta rosa foram os mesmos para frutos verdes.

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Tabela 6: Composição química do óleo essencial de frutos maduros de

pimenta rosa obtidos por hidrodestilação, determinada por cromatografia

gasosa acoplada ao espectrômetro de massa

Substâncias identificadas Peso Molecular (g.mL-1

) (%)

α-pineno 136,23 5,14%

β-pineno 136,23 1,52%

sabineno 136,23 0,28%

mirceno 136,23 48,15%

limoneno 136,23 1,91%

Β-felandreno 136,23 0,77%

Α-copaeno 204,35 1,08%

Α-gurjuneno 204,35 0,77%

Β-cubebeno 204,35 0,35%

trans-β cariofileno 204,36 4,79%

alloaromadendreno 204,35 0,37%

γ-gurjuneno 204,35 0,28%

α-humuleno 204,35 0,66%

trans-β-farneseno 222,37 0,91%

D-germacreno 135,55 7,86%

epibiciclosesquifela 204,35 0,56%

α-muuroleno 204,37 1,36%

biciclogermacreno 204,37 0,41%

β-bisaboleno 222,37 0,23%

cis-α-bisaboleno 204,35 0,42%

δ-cadineno 204,35 6,43%

Β-sesquifelandreno 204,35 0,16%

cis-calameneno 202,34 0,47%

óxido de cariofileno 220,35 0,25%

viridiflorol 222,36 0,67%

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Figura 116 - Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de

Massas do óleo essencial de frutos maduros de pimenta rosa extraído por

Clevenger.

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Silva et al. (2005) também analisaram o óleo essencial de pimenta

rosa por CG/EM e identificaram hidrocarbonetos monoterpênicos (α-

pineno, β-pineno, α-felandreno, β-felandreno, sabineno), alcoóis

monoterpênicos (α-terpineol, cis e trans hidrato de sabineno) e

sesquiterpenos (carvacrol, δ-cadineno e α-gurjuneno). Os autores citam

que cromatograma foi realizado com óleo essencial extraído com hexano,

embora não citem as concentrações dos compostos encontrados, nem se

a amostra foi de frutos verdes ou maduros. Já Roveda et al. (2010),

avaliando óleo essencial de frutos de pimenta rosa maduros, através da

cromatografia gasosa, identificaram alguns elementos como α e β pineno,

limoneno, germacreno, δ gurjuneno, sabineno, que também foram

observados no óleo avaliado neste estudo, enquanto outros, como, Z-

salveno, trieyeleno, α-fencheno, neo-iso-verbanol, 2-E-decenal, hidroxi-

citronelal, Z-patchenol, longieyeleno α funebreno, epizonareno e E-9-

epicaryophylleno, α-epi-Muurolol, não foram identificados neste trabalho.

A análise cromatográfica dos óleos essenciais de frutos verdes e

maduros de pimenta rosa permitiu verificar que essa matéria-prima

apresenta um teor importante em alcoóis, fenóis e aldeídos, além de

terpenos (α e β pinenos e limonenos), o que infere o potencial

antimicrobiano e antioxidante desse óleo, haja visto que essas

substâncias apresentam essas propriedades. Estes mesmos elementos

foram encontrados em trabalhos realizados por Novacosk e Torres

(2006), Souza et al. (2005), Cezarotto (2009) e Bertoldi (2006), os quais

citam que devido à riqueza química em fenóis, aldeídos e álcoois, os

óleos essenciais apresentam propriedades antissépticas.

Observa-se que a composição química de um óleo essencial

extraído de uma mesma espécie vegetal pode variar significativamente.

De modo geral, a frequente variação química de óleos essenciais obtidos

a partir de uma mesma espécie, é devido à alta complexidade química

dos óleos, que sofrem influência de vários fatores, tanto geográficos e

ecológicos (habitat), quanto pela variabilidade genética das plantas, que

está diretamente ligada com a qualidade dos óleos essenciais (ROVEDA

et al., 2010).

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Em relação às análises dos óleos essenciais derivados dos frutos

verdes e maduros de pimenta rosa, foi verificada que na maioria dos

espectros de massas, foi confirmada a presença do íon molecular das

substâncias químicas presentes em quantidades majoritárias em cada

fração estudada. Os espectros de massas estão representados pelas

Figuras 15 e 16 (Ver os componentes majoritários e peso molecular nas

Tabelas 5 e 6).

Na Figura 17 se observam algumas estruturas químicas dos

componentes majoritários presentes nos óleos essenciais obtidos neste

estudo. Através delas se pode verificar se a substância apresenta

polaridade, qual o grupo químico importante, além de suas propriedades

físico-químicas, como por exemplo, se formam substâncias coloidais, se

apresentam reação ácida e de sabor adstringente, etc.

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Figura 12 - Estrutura química dos componentes majoritários presentes no

óleo essencial de frutos verdes e maduros de pimenta rosa

Cezarotto (2009) analisou o D-germacreno do óleo essencial de

uma planta muito utilizada na medicina popular, que é a macela

(Achyrocline satureioides (Lam) DC), através de cromatografia gasosa. O

autor relata que hidrocarbonetos monoterpênicos, especialmente o α-

pineno, presentes nesse óleo, são responsáveis por suas propriedades

antimicrobianas. Dessa forma, como os óleos essenciais de frutos verdes

e maduros de pimenta rosa possuem α-pineno, em especial os frutos

verdes, onde este foi o componente majoritário (41,17%), apresentam

potencial para serem utilizados como antimicrobianos.

A atividade biológica de um óleo essencial depende de seus

constituintes químicos, em especial citral, pineno, cineol, cariofileno,

elemeno, furanodieno, limoneno, eugenol e carvacrol. Porém, é

importante ressaltar que devido à complexidade da composição química

de um óleo essencial, torna-se difícil relacionar a atividade biológica com

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as substâncias presentes (SOUZA et al., 2005), pois os compostos

podem atuar em sinergismo, e, quando isolados, podem perder a sua

atividade biológica.

O método de Bligh-Dyer é bastante utilizado, tanto na sua forma

original, quanto com modificações, para a extração de lipídios, entretanto,

apresenta como desvantagem, a utilização de solventes tóxicos

(clorofórmio e metanol) para fazer a extração dos contaminantes não-

lipidicos da fase orgânica. A vantagem apresentada por este método em

relação à extração a quente, é que esta técnica pode ser usada tanto em

material seco como para produtos com alto teor de umidade, extraindo

todas as classes de lipidios, inclusive os polares. Pode ser utilizado para

avaliação de deterioração dos lipídios através do índice de peróxido e

ácidos graxos livres, além de determinar a taxa de carotenóides, vitamina

E, composição de ácidos graxos e esteróis. Alguns desses compostos

podem ser degradados com o uso do calor, principalmente as vitaminas

(CECCHI, 1999).

Birch et al. (2001) encontraram rendimento para teor de lipídios de

pimenta rosa de 15% base seca e 12% base úmida, embora não citem o

método utilizado na extração. Santos et al. (2006), extraindo lipídios

dessa mesma matéria-prima, obtiveram rendimento de 22,93%, com o

uso de álcool e água destilada como solventes. Neste estudo, obteve-se

rendimento de 10,77% utilizando apenas o método de Bligh-Dyer, inferior

ao obtido por Birch et al. (2001).

Sganzerla (2010) utilizou ultrassom na extração de oleoresina de

amêndoas de butiás e observou aumento significativo no teor de óleo

extraído, quando comparado com o método sem o ultrassom. A utilização

de ultrassom em reações orgânicas vem aumentando nos últimos anos,

devido às vantagens apresentadas por esta técnica, como a redução do

tempo de reação, menor consumo de energia, menor quantidade de

solventes utilizados, e aumento no rendimento das reações (CINTAS e

LUCHE, 1999; CRAVOTTO e CINTAS, 2006). Dessa forma, testou-se o

ultrassom combinado com o método de Bligh-Dyer, e observou-se que o

rendimento médio subiu para 18,07% (Tabela 7). Observa-se que quando

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se utilizou o ultrassom, o rendimento foi superior ao relatado por Birch,

Fenner, Watkins e Boyd (2001).

Tabela 7: Teor de oleoresina (g%) extraída pelo método de Bligh-Dyer,

sem e com a utilização de ultrassom

Frutos maduros de

pimenta rosa

Sem ultrassom

Com ultrassom

10,77% ±1,1334 b

18,07% ±0,8004 a

Valores médios obtidos de três extrações ± desvio padrão. As médias seguidas pela mesma letra não diferem

estatisticamente entre si, ao nível de 5% de probabilidade.

O aumento da eficácia da extração de lipídios quando se usa

ultrassom, se deve aos efeitos de cavitação e agitação produzidas por

ondas sonoras no solvente, bem como a atuação dos solventes utilizados

(ZHANG et al., 2008), os quais rompem as paredes das células vegetais,

facilitando a remoção de lipídios contidos no seu interior. Quanto maior o

dano à estrutura das células, melhor a extração de óleo, e maior é o

rendimento (Tabela 7). Quando os frutos permanecem na sua forma

íntegra, quase não se observa extração de óleo, mas quando há o

rompimento celular, isto favorece a saída de lipídios e,

consequentemente, aumenta o rendimento final. Este método de extração

é rápido, fácil e o rendimento de oleoresina encontrado aumentou

consideravelmente quando se utilizou o ultrassom.

A Tabela 8 mostra o rendimento da extração de oleoresina de

frutos maduros de pimenta rosa, utilizando dois métodos distintos (a frio e

com Soxhlet) com sete diferentes solventes.

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Tabela 8: Resultados da extração de oleoresina de frutos maduros de

pimenta rosa, a frio e com o uso de calor (Soxhlet)

Solvente

Rendimento em

oleoresina extraído a

frio (g/%)

Rendimento em

oleoresina extraído

com Soxhlet (g/%)

Acetona 15,97±0,63 c 19,98±0,65 c

Éter etílico 10,00±1,08 e 16,33±,1,14 d

Éter de petróleo 7,75±0, 48 e 15,45±1,83 d

Clorofórmio 12,66±1,52 d 16,73±0,67 d

Álcool etílico 22,96±0,93 b 26,29±2,45 b

Metanol 33,84±1,05 a 37,29±1,18 a

Hexano 3,58±0,76 f 7,88±1,27 e

Dados expressos como médias ± desvio padrão de três repetições. As médias seguidas

pela mesma letra não diferem entre si, pelo teste t (p≤0,05).

Houve diferença de rendimento na extração de oleoresina de frutos

de pimenta rosa, tanto em função da técnica empregada (a quente ou a

frio), como pelo tipo de solvente utilizado (éter etílico, hexano ou éter de

petróleo). O uso de Soxhlet proporcionou um rendimento maior de

oleoresina, do que quando os solventes foram utilizados a frio (Tabela 8).

O efeito da temperatura na extração é um diferencial, que pode ser

observado quando se compara a técnica com uso de calor em relação à

técnica a frio, assim como se deve levar em consideração a interação

entre os lipidios e o solvente. A diferença no rendimento de extração pode

ser devida às distintas temperaturas de ebulição dos solventes

empregados, pois o etanol possui elevada temperatura de ebulição

(78oC), comparado ao hexano (69

oC) e ao éter de petróleo (60

oC).

Quando se compara as duas técnicas com o mesmo solvente, observa-se

que o metanol foi mais eficiente com o uso do Soxhlet do que a frio, o que

pode ter ocorrido por causa da degradação de compostos termolábeis. A

temperatura interfere na capacidade de dissolução de certos compostos

em relação a determinados solventes. À medida que aumenta a

temperatura ocorre a solubilização de alguns compostos no solvente,

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aumentando a eficiência da extração. Além disso, a agitação do solvente

pelo calor também pode favorecer a extração (BERTOLDI, 2006).

O metanol foi o solvente mais eficaz, por ambos os métodos,

extraindo-se 33,84g% de oleoresina quando a extração foi realizada a

frio, e 37,29g%, com Soxhlet. O segundo melhor solvente para a extração

de oleoresina de frutos de pimenta rosa, foi o etanol, com o qual se

obteve 22,96g% e 26,29g% de rendimento, após extração a frio e com

Soxhlet, respectivamente. Bertoldi (2006) cita que obteve o melhor

rendimento quando realizou extração com etanol, seguido de acetona,

porém, este autor não utilizou metanol. Com relação ao método de

extração, Bertoldi (2006) observou que as oleoresinas são melhor

extraídas com o uso de Soxhlet, do que quando extraídas a frio, o mesmo

observado neste estudo.

Os rendimentos de oleoresina extraída com Soxhlet utilizando os

solventes acetona, éter etílico, clorofórmio e metanol foram de 25,11%,

63,3%, 32,14% e 10,19% maiores que a frio, respectivamente (Tabela 8),

demonstrando que há influência da temperatura no rendimento de

extração de oleoresina e que esta é diferente para cada tipo de solvente.

No caso do solvente hexano, o rendimento a quente foi 120,1% maior do

que a frio. É importante ressaltar que praticamente todos os constituintes

de interesse para a análise de fitoquímicos apresentam alguma

solubilidade nos solventes testados neste estudo, entretanto, para serem

empregados rotineiramente, deverão, antes, serem testados para verificar

a ausência de toxicidade e segurança, para sua utilização na rotina

extrativa.

O metanol foi o solvente mais eficaz nos dois métodos de extração

testados (Soxhlet e a frio), seguido de álcool etílico e acetona. Com

relação ao éter etílico e ao éter de petróleo, não houve diferença

significativa nos rendimentos obtidos quando utilizados a quente ou a frio,

evidenciando que neste último caso o uso de calor não aumentou a

solubilização dos compostos presentes nos frutos de pimenta rosa. Já

Salvi Jr (2009), extraindo a oleoresina de folhas de pimenta rosa, obteve

melhor rendimento utilizando etanol, seguido de acetato de etila,

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entretanto não utilizou o metanol como o solvente e não extraiu

oleoresina de frutos e sim das folhas.

Tendo em vista que diversos fatores podem fazer variar a

composição da oleoresina, é importante, antes da cromatografia, realizar

a derivatização desse lipídio para tornar as substâncias mais voláteis para

serem identificadas pelo sistema FID (Flame Ionization Detector). Dessa

forma, se obtiveram os ésteres metílicos que foram submetidos à análise

cromatográfica, a fim de determinar quais os ácidos graxos presentes na

amostra de oleoresina de frutos de pimenta rosa madura. Na Tabela 9,

observa-se a presença de nove ácidos graxos, dos 14 presentes no

padrão (percentagem em relação à amostra derivatizada). A

concentração de ácidos graxos foi determinada em relação à amostra,

sendo um total de 22,90% identificados. Pode-se observar, pela Figura 18

e 19, que muitos picos não foram identificados no cromatograma. O perfil

de ácidos graxos demonstra que os ácidos oléico (13,699%) e palmítico

(6,534%) são os majoritários, sendo o ácido oléico, o componente lipídico

presente em maior quantidade. A identificação do perfil lipídico é

importante, tendo em vista que as propriedades físico-quimicas dos

triacilgliceróis e suas aplicações tecnológicas estão diretamente

relacionadas com a sua composição, com o tamanho da cadeia estrutural,

grau e posição das insaturações (SUNDRAN, 1997; ONG e GOH, 2002).

Destaca-se que a análise foi em relação à amostra. Quando a

análise é em relação ao ácido graxo, considerando 100% de ácidos

graxos, a maior quantidade foi de ácido oléico (60,505%), seguido de

palmítico (27,942%), esteárico (6,164%), ácido linolênico (1,494%),

palmitoleico (1,127%), e o restante foram elementos traços com menos

de 1% cada um. Estes dados nos permitem ampliar o conhecimento

sobre os componentes lipídicos presentes na oleoresina, particulamente

de frutos de pimenta rosa, uma vez que os ésteres de ácidos graxos e

seus derivados são utilizados nas indústrias alimentícias, farmacêuticas e

cosméticas, por apresentam baixa toxicidade e serem biodegradáveis.

Ésteres de cadeia curta são importantes flavorizantes e aromatizantes

usados nos alimentos, enquanto os ésteres de cadeia longa estão sendo

pesquisados com o objetivo de serem utilizados na produção de biodiesel

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e de ceras para indústria oleoquímica (GULATI et al., 1998 e LARIOS et

al., 1998).

Tabela 9: Composição em ácidos graxos (%) da oleoresina do fruto

maduro de pimenta rosa, obtida por extrato hexanóico em Soxhlet

Ácido graxo

Concentração em

relação a amostra

(%)

Concentração de ácido

graxo (%)

Laurico (C 12:0) 0,141 0,516

Palmítico (C 16:0) 6,534 27,942

Palmitoleico (C 16:1) 0,283 1,127

Esteárico (C 18:0) 1,398 6,164

Oléico (C18:1) 13,699 60,505

Linoléico (C18:2) 0,162 0,686

Linolênico (C 18:3) 0,338 1, 494

Araquídico (C 20:0) 0,190 0,838

Behenico (C 22:0) 0,164 0,727

Total 22,909 100,0

C – representa carbonos, seguido de sua quantidade e número de insaturações.

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Figura 13 - Cromatograma de ésteres de ácidos graxos de frutos maduros de pimenta

rosa, equipado com coluna de polietileno, 30m de comprimento, 0,32 de diâmetro e

espessura 0,25μm, e como gás de arraste o He, levando em consideração a

concentração de ácido graxo (100%)

Figura 14 - Cromatograma de ésteres de ácidos graxos de frutos maduros de pimenta

rosa, 30 m de comprimento, diâmetro de 0,32mm e espessura de 0,25μm, gás de arraste

o He, levando em consideração a concentração de ácido graxo em relação à amostra

(22,909%)

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A relação encontrada foi de cinco (5) ácidos graxos saturados para

quatro (4) de ácidos graxos insaturados, entretanto, quando se considera

a percentagem (%) de ácidos, verifica-se que 63,22% são ácidos graxos

insaturados e 36,78% são ácidos graxos saturados. O ácido oléico, que

foi aquele presente em maior quantidade, é um ácido graxo

monoinsaturado, do grupo ômega 9 (ω-9), presente nos óleos vegetais

como o azeite de oliva, que exerce ação benéfica no controle de

problemas cardiovasculares.

Na determinação da atividade antioxidante, utilizando a técnica do

radical DPPH, este reage com o antioxidante, transformando-o em sua

forma reduzida. O DPPH na sua forma oxidada é violeta, porém, na sua

forma reduzida, torna-se amarelada, sendo o grau de descoramento

verificado através de espectrofotometria. O descoramento indica que a

substância tem a capacidade de sequestrar o radical livre. A capacidade

do antioxidante de sequestrar metade dos radicais livres DPPH presente

na solução, é expressa em EC50, e quanto menor o valor de EC50 da

substância em estudo, menor quantidade do extrato será necessária para

reduzir 50% do radical livre DPPH, e consequentemente, maior será a

sua atividade antioxidante (LIMA, 2008).

Os valores de EC50 para cada extrato estão apresentados na

Tabela 10. O valor EC50 representa uma forma de expressar a atividade

antioxidante pelo ensaio do radical DPPH, sendo um valor numérico que

demonstra a quantidade de amostra necessária para reduzir em 50% a

quantidade de radicais livres DPPH presente no meio, no início da

reação, isto é, EC50 é a concentração do extrato com 50% de atividade

antioxidante. O EC50 (concentração de antioxidante capaz de reduzir a

50% da concentração inicial do radical livre DPPH•) é inversamente

relacionada com a habilidade de doar hidrogênio) (ZERAIK et al., 2008).

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Tabela 10: Valores de EC50 para o extrato aquoso, etanólico e cetônico

de frutos maduros de pimenta rosa

Extrato de pimenta

rosa madura EC50 mg.L

-1

EC50 g pimenta/g

DPPH

Extrato aquoso 0,1174 0,0170

Extrato etanólico 0,1253 0,0206

Extrato cetônico 0,1666 0,0241

Tabela 11: Valores de EC50 para o óleo essencial de pimenta rosa verde

e madura

Óleo essencial de

pimenta rosa, verde e

madura

EC50 mg.L-1

EC50 g de pimenta/g

DPPH

Extrato etanólico de

Pimenta rosa verde 0,7 0,1131

Extrato cetônico de

Pimenta rosa madura 1,0982 0,2357

É possível observar (Tabela 10) que o extrato aquoso foi o que

apresentou menor valor de EC50, seguido do extrato etanólico e,

finalmente, do extrato cetônico, indicando que o extrato aquoso é aquele

que resulta numa atividade antioxidante maior, quando comparado com

os outros dois extratos. Em relação ao óleo essencial da pimenta rosa,

observou-se que o extrato etanólico de pimenta rosa verde apresentou

menor valor de EC50, demonstrando maior atividade antioxidante, quando

comparado ao extrato cetônico da pimenta rosa madura, conforme pode

ser visuailzado na Tabela 11.

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Oliveira e Sawaya (2008), utilizando DPPH, encontraram valores

de EC50 para folhas de pitanga de 0,040 mg de DPPH em água e

0,114mg de DPPH em etanol. Para sementes de pitanga em água o valor

foi de 0,041mg e, em etanol, de 0,032mg, indicando menores valores de

EC50 e, consequentemente, maior atividade antioxidante. Os valores

encontrados para óleo essencial de pitanga demonstram que a sua

atividade antioxidante é muito elevada, o que também pode ser

observado com o extrato aquoso e etanólico de pimenta rosa neste

trabalho, conforme visualizado nas Tabelas 10 e 11.

O óleo essencial de frutos de pimenta rosa verde, apresentou

atividade sequestrante de radicais DPPH e seu valor de EC50 foi de

0,1131, expresso em g de pimenta rosa verde / g de DPPH. O óleo

essencial de pimenta rosa madura, também apresentou atividade

sequestrante, mas o seu valor foi maior (0,2357).

A amostra extraída com água ultra pura (Milli-Q), quando

comparada com outras extrações, foi a que apresentou menor valor de

EC50, indicando maior atividade antioxidante. Comparando o extrato de

pimenta rosa in natura com o do óleo essencial, ambos etanólicos,

verificou-se um valor de EC50 menor para o extrato de pimenta rosa. O

mesmo ocorreu com o extrato cetônico da pimenta rosa in natura que

apresentou um valor menor de EC50, quando comparado com o extrato

cetônico do óleo essencial.

Aparentemente, as substâncias com atividade antioxidante

presentes nas diferentes amostras de pimenta rosa são solúveis, tanto

em água, como em etanol e acetona, sendo extraídas de forma

diferenciada por estes três solventes. Os responsáveis pela atividade

antioxidante das plantas são os polifenóis (BERTOLDI, 2006), que

apresentam, também, atividade biológica, antibacteriana, anti-inflamatória

e antiviral. Dessa forma, podemos deduzir que no extrato aquoso de

pimenta rosa in natura o teor de polifenóis esteja presente em maior

concentração, doando os hidrogênios, e neutralizando os radicais de

oxigênio. Entretanto, em todos os extratos temos atividade antioxidante

agindo, em quantidades diferentes, mas sempre presentes, evitando

assim o estresse oxidativo.

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99

Comparando os resultados de EC50 obtidos com pimenta rosa com

os de referências consultadas, verifica-se que para polpa de fruto de

maracujá foi de 57,94; para chá mate de 1,42, para resveratrol (padrão),

de 0,30 e para rutina (padrão), de 0,09 (ZERAIK et al., 2008). Os valores

de EC50 foram calculados pela equação do gráfico de % DPPH

sequestrados em função da concentração das amostras. Pode-se verificar

que os frutos de pimenta rosa apresentam uma boa atividade antioxidante

quando comparados com os de referência, entretanto, faltam outros

estudos para que se possa comparar os valores de EC50 desse estudo

com óleo essencial ou extrato bruto de pimenta rosa avaliado em outros

estudos.

A atividade antimicrobiana dos óleos essenciais pode ter

aplicações como conservantes nas indústrias farmacêuticas, alimentícias,

ou como uma alternativa medicinal em terapias naturais. Nesse sentido, o

óleo essencial de pimenta rosa obtido por hidrodestilação foi testado

frente a diferentes micro-organismos tanto, Gram-positivos como Gram-

negativos.

A avaliação qualitativa, realizada através da técnica de difusão em

ágar, demonstrou que o óleo essencial de frutos maduros de pimenta

rosa, apresenta atividade antimicrobiana, conforme verificado na Tabela

12.

Atualmente, pouco se sabe sobre o modo de ação dos óleos

essenciais em extratos alcoólicos nas células microbianas, o que

sabemos é que afeta o sistema de troca da membrana, isto pode ser

devido à ação do óleo diluído que atinge mais facilmente a célula, pois

torna mais fácil a sua difusão no meio de cultura contendo ágar (COX et

al., 2000).

Observou-se que houve inibição dos micro-organismos alvo, o que

é demonstrado pela formação de halos em volta dos poços onde foram

depositadas as soluções testadas. Esses resultados corroboram o

trabalho de Lima et al. (2004), que avaliaram o extrato aquoso de pimenta

rosa frente as bactérias S.aureus, S. epidermidis, B. cereus e P.

aeruginosa, e verificaram que todas mostraram sensibilidade a esse óleo

essencial. Da mesma forma, Santos (2007) cita que os extratos

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hidroalcoólicos de pimenta rosa apresentaram atividade contra S. aureus,

P. aeruginosa, E. coli e B. subtilis. É interessante destacar que o óleo

essencial de frutos de pimenta rosa madura, apresentou atividade

antimicrobiana tanto em bactérias Gram-negativas (E. coli e S.

Typhimurium), quanto em Gram-positivas (S. aureus e L.

monocytogenes).

Santos (2007) estudou a CIM do extrato obtido de cascas de

pimenta rosa, tratadas por autoclave a 121oC por 15 minutos, e verificou

os resultados através dos halos de inibição, em termos do diâmetro da

zona de inibição, e classificou: ˂9mm, inativo; 9-12 mm parcialmente

ativo; 13-18mm ativo, ˃18 mm muito ativo.

Tabela 12: Atividade antimicrobiana do óleo essencial de frutos maduros

de pimenta rosa obtido por hidrodestilação, avaliada pelo método da

difusão em ágar

Micro-organismos Halo de inibição em mm (10µL)

E. coli ATCC 11775 17±0,0632

S. aureus ATCC 23235 21±0, 0547

S. Thyphimurium ATCC 94 15±0,1341

L. monocytogenes ATCC 7644 15±0,0132

dados expressos como médias, ± desvio padrão de três repetições

Qualitativamente os resultados obtidos no presente trabalho

mostram que a pimenta rosa promoveu inibição no crescimento das

bactérias estudadas, com zonas de inibição entre 15 e 21 mm de

diâmetro, com média de 17 mm, S. aureus foi a bactéria que apresentou

maior sensibilidade com o halo de inibição de 21 mm de diâmetro, sendo

esta, portanto, considerada muito ativo, segundo a classificação de

Santos (2007). Alcântara et al. (2006), estudando o extrato da casca de

pimenta rosa, também demonstraram o seu efeito inibitório sobre S.

aureus. Da mesma forma Guerra et al. (2000), estudando o extrato

etanólico a 80% de casca da aroeira, observaram que esta apresentou

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atividade antimicrobiana contra E. coli, P. aeruginosa, S. aureus e

Candida albicans, apresentando ação até a concentração de 1%.

Salienta-se que esses autores utilizaram o óleo essencial do caule da

pimenta rosa, diferentemente deste estudo, que utilizou óleo essencial de

frutos maduros dessa planta.

A técnica de difusão em ágar utilizada é um ensaio preliminar e

tem a vantagem de gerar informações prévias sobre a ação

antimicrobiana de determinadas substâncias, como óleos essenciais,

antibióticos, extratos vegetais, fornecendo dados qualitativos. No entanto,

devido à natureza química (hidrofílica ou lipofílica) dos compostos

naturais, nem sempre ocorre a difusão uniforme destas substâncias

através do meio contendo ágar (LAMBERT, SKANDAMIS e COOTE,

2001).

Óleos essenciais de outros vegetais também têm demonstrado

ação antibacteriana. O óleo essencial de orégano, por exemplo, contém o

timol, cujo composto fenólico apresenta ação sobre a célula bacteriana.

Mendonça (2004), por exemplo, descreve que o óleo essencial de

orégano apresentou ação antibacteriana na concentração de 5%, contra

S.aureus.

A CIM de uma substância é aquela concentração na qual não há

crescimento do micro-organismo alvo, após 24 horas de incubação.

A CIM do óleo essencial de pimenta rosa obtido por hidrodestilação

contra os micro-organismos alvo testados neste estudo, pode ser

visualizada na Tabela 13.

A determinação da CBM foi realizada retirando-se uma alíquota de

5μL dos poços onde não ocorreu crescimento microbiano visível na

técnica de CIM, semeando-se em ágar Mϋller-Hinton, e incubando-se à

temperatura de 37oC por 24horas. A CBM foi considerada como a menor

concentração de óleo essencial de pimenta rosa na qual não houve

crescimento dos micro-organismos no ágar Mϋller-Hinton. Alcântara et al.

(2006) estudando o extrato da casca do caule da aroeira obteve o valor

de 6,25% para a concentração inibitória mínima (CIM) testando em

Staphylococcus aureus, um dado que não podemos comparar pois o

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extrato foi removido de outra parte da planta, não citando o método de

extração.

Tabela 13: Concentração Inibitória Mínima (CIM) e Concentração

Bactericida Mínima (CBM) do óleo essencial de pimenta rosa extraído de

frutos maduros, com Clevenger por hidrodestilação

Concentração

Inibitória Mínima

(Bacteriostático)

Concentração

Bactericida Mínima

(Bactericida)

(CIM) μg.mL-1

(MBC) μg.mL-1

S. Thyphimurium ATCC

94028 5,46 10,92

E.coli ATCC 11775 2,73 5,46

S.aureus ATCC 23235 10,92 21,84

Listeria monocytogenes

ATCC 7644 2,73 5,46

CIM - Concentração Inibitória Mínima MBC - Concentração Bactericida Mínima

De acordo com os resultados apresentados na Tabela 13, observa-

se que o óleo essencial de pimenta rosa madura, apresentou os valores

de CIM e CBM de 2,73 μg.mL-1

e 5,46 μg.mL-1

respectivamente, para as

bactérias E. coli, e L. monocytogenes. Já para a bactéria S.

Thyphimurium, o valor de CIM e de CBM foram de 5,46 μg.mL-1

e 10,92

μg.mL-1

e, para S. aureus o valor encontrado foi de 10,92 μg.mL-1

e

21,84 μg.mL-1

, respectivamente. Estes valores indicam que é necessário

uma maior concentração de óleo essencial de frutos maduros de pimenta

rosa para agir como bacteriostático ou bactericida para S. aureus, do que

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para as outras bactérias avaliadas neste estudo. Destaca-se que para L.

monocytogenes e E. coli, duas bactérias de grande importância em

alimentos, uma baixa concentração já provoca a inibição e morte

bacterianas, demonstrando o potencial de uso desse óleo como anti-

bacteriano em alimentos.

Salvi Jr. (2009) avaliou a atividade antibacteriana e a CIM do

extrato etanólico de aroeira, frente a diversas bactérias. Com relação, a E.

coli e a, S.aureus, encontrou valores para o CIM de 62,5μg.mL-1

e

125μg.mL-1

, respectivamente, que são valores superiores aos

encontrados no óleo essencial de pimenta rosa avaliado neste estudo.

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7 CONCLUSÕES

O estágio de maturação interfere em características físico-químicas de

frutos de pimenta rosa (Schinus terebinthifolius Raddi), com o fruto

verde apresentando quase o dobro de umidade, em relação ao

maduro. Já o teor de cinzas foi maior para frutos maduros. O pH não

variou entre as amostras.

O óleo essencial de frutos de pimenta rosa pode ser extraído por

hidrodestilação utilizando Clevenger modificado, com um rendimento

médio de 5,52%, sendo a maior quantidade de óleo essencial extraída

na primeira hora.

O índice de refração e a densidade do óleo essencial de frutos

maduros e verdes não apresentaram diferenças significativas entre si.

A análise cromatográfica acoplada à espectrometria de massas

(CG/MS) do óleo essencial de frutos verdes de pimenta rosa

demonstrou ter constituintes diferenciados da pimenta rosa madura.

Em frutos maduros identificou-se 25 diferentes compostos, sendo o

mirceno encontrado em maior quantidade. Em frutos verdes foram

identificados 19 compostos, sendo o α-pineno o componente

majoritário. Com relação ao espectro de massas foi confirmada a

presença do íon molecular correspondente às substâncias

majoritárias;

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A técnica de Bligh-Dyer permite a extração de oleoresinas e a

quantidade extraída aumentou quando foi acoplada ao ultrassom.

O uso de diferentes métodos de extração (Soxhlet e a frio) e de

diferentes solventes teve influência no rendimento final de oleoresina,

sendo que no método de Soxhlet o rendimento foi maior que a frio, e o

melhor solvente foi o metanol.

A oleoresina pode ser extraída de frutos de pimenta rosa, utilizando

tanto solventes polares como apolares, e temperaturas de ebulição

podem auxiliar na remoção destes óleos. O binômio tempo-

temperatura deve ser otimizado para cada solvente utilizado.

Dos compostos identificados na oleoresina de pimenta rosa madura, a

maioria é de ácidos graxos saturados, entretanto, o ácido oleico (ω-9)

foi o componente majoritário.

O óleo essencial de pimenta rosa apresentou atividade antioxidante

tendo maior atividade no extrato aquoso, seguido de extrato etanólico

e, posteriormente, com extrato cetônico.

O óleo essencial de pimenta rosa apresenta atividade antimicrobiana

para bactérias de importância em alimentos, tanto para Gram-

positivas, quanto para Gram-negativas. Tanto a E.coli como a

L.monocytogenes não diferiram quanto aos valores de CIM

(2,73μg.mL-1

)

e MBC (5,46 μg.mL-1

), mas diferiram das demais

bactérias estudadas.

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