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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
“PERFIS PULTRUDADOS DE PLÁSTICO REFORÇADO COM
FIBRA DE VIDRO APLICADOS À ESTRUTURA DE UM BANCO
DE CAPACITORES DE SUBESTAÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA”
MARCOS WILLIAN DE SOUZA
Belo Horizonte/MG, Julho de 2007.
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ii
MARCOS WILLIAN DE SOUZA
“PERFIS PULTRUDADOS DE PLÁSTICO REFORÇADO COM
FIBRA DE VIDRO APLICADOS À ESTRUTURA DE UM BANCO
DE CAPACITORES DE SUBESTAÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA”
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Minas Gerais,
como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Mecânica
Área de Concentração: Processos de Fabricação
Orientador: Prof. Carlos Alberto Cimini Júnior (UFMG)
Belo Horizonte/MG
Escola de Engenharia da UFMG
2007
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiríssimo lugar ao meu Deus maravilhoso, criador de todas as coisas, pois é Ele
quem me capacita e me dá forças para lutar pelos meus sonhos. O Senhor Deus é que me levantou
nos momentos em que pensei em desistir, momentos estes que não encontrava mais forças no
mundo natural, então Ele me mostrava na Sua Palavra: “Tudo posso naquele que me fortalece.”
(Fp 4.13); “... Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.” (Sl
91.2); “... Deus resiste aos soberbos, mas dá aos humildes a honra da vitória.” (Tiago 4.6).
Dedico este trabalho à minha amada esposa LEIDE, pois sempre compreendeu perfeitamente
meus momentos de ausência, quando ficava debruçado diante dos estudos e a deixava em 2º plano.
Esse trabalho foi possível principalmente pelo fato de ter uma mulher sábia e virtuosa, pois sempre
esteve firme ao meu lado a todo tempo, principalmente nos momentos mais difíceis, enfim, ela foi
sempre minha fiel ajudadora.
Sou muito grato aos meus pais José Camilo e Zelita, que foram os principais responsáveis pela
formação do meu caráter, me ensinaram a ser uma pessoa de boa índole, mantendo sempre minha
integridade e retidão independentemente das circunstâncias. Sou grato principalmente pela ousadia
da minha mãe, pois foi ela a grande incentivadora dos estudos, mesmo sendo extremamente
humildes, ela nos mostrava que poderíamos vencer a escassez de recursos estudando com
dedicação e entusiasmo, para no futuro fazer a diferença.
Agradeço também ao meu Orientador Prof. Cimini, que confiou plenamente na minha capacidade.
Sou grato também ao Prof. Cláudio Barros do CEA, com quem tive o 1º contato ao chegar na
UFMG após ter passado pelo ITA, pois ele me deu a mais profunda palavra de motivação.
E por último, é importantíssimo manifestar minha profunda gratidão aos meus amigos da
INFRAERO, Carlos Henrique, Israel e Ledenir, pois cada um deles me ajudou grandemente de
forma incondicional.
iv
RESUMO
Neste trabalho, uma estrutura treliçada de um banco de capacitores foi projetada usando perfis
pultrudados de plástico reforçado com fibra de vidro (PRFV) como forma alternativa. Um modelo
de elementos finitos foi desenvolvido para simular os comportamentos estático e de estabilidade da
estrutura. As propriedades do material foram avaliadas por um programa de ensaios de
caracterização. Um protótipo da estrutura foi construído, instrumentado e testado para validação
do modelo. Adicionalmente, três casos críticos de cargas foram simulados. Os resultados
apresentaram margens de segurança elevadas para as análises estáticas. Entretanto, as margens de
segurança da análise de estabilidade global para uma das condições de contorno foram baixas,
indicando que a estrutura deveria sofrer reforços em alguns pontos. No geral, os resultados
justificam o uso de perfis pultrudados de PRFV como material alternativo no projeto de estruturas
treliçadas de bancos de capacitores.
Palavras-chave – PRFV, perfis pultrudados, banco de capacitores, subestações de energia
elétrica.
v
ABSTRACT
In this work, an alternative capacitor bank framed structure was designed using glass fiber
reinforced polymer (GFRP) pultruded bars. A finite element model was developed to simulate the
structure static behavior and stability. Material properties were evaluated by a characterization test
program. A prototype of the structure was built, instrumented and tested in order to validate the
model. Additional three critical load cases were simulated. Results of these simulations showed
large safety margins for static analysis. However, safety margins for global stability were
marginal, indicating that the structure should be reinforced in some points. In general, results
support the use of GFRP as an alternative material in the design of capacitor bank framed
structures.
Keywords: GFRP, pultruded bars, capacitor bank, electrical energy substations.
vi
SUMÁRIO
Nomenclatura x
Lista de Figuras xiv
Lista de Tabelas xix
1) Introdução 1
1.1) Considerações Iniciais 1
1.2) Conteúdo do Trabalho 1
2) Objetivo 3
3) Revisão Bibliográfica 4
3.1) Introdução 4
3.2) Aspectos Gerais Sobre as Linhas Aéreas de Transmissão de Energia 4
3.3) Materiais Convencionais Aplicados em Suportes de LT´s 8
3.4) Materiais Compostos 9
3.4.1) Introdução 9
3.4.2) Processo de fabricação dos CPRF’s: a pultrusão 15
3.4.3) Propriedades gerais dos CPRF’s e as recentes aplicações de
compósitos pultrudados na engenharia estrutural 17
3.5) Elementos Básicos para Projetos das Linhas Aéreas de Transmissão 25
vii
3.5.1) Considerações e normas utilizadas em dimensionamento de
suportes de LT´s e LS’s 25
3.5.1.1) Equações básicas de esforços horizontal para
dimensionamento de componentes de subestações 26
3.5.1.1.1) Velocidade do vento de projeto (Vp) 27
3.5.1.1.2) Pressão do vento 31
3.5.1.1.3) Esforços de vento atuante em acessórios 32
3.5.1.1.4) Esforços de vento atuante nos suportes 32
3.5.1.1.5) Esforço nos barramentos devido à atuação do vento 34
3.5.1.1.6) Esforço nos barramentos devido ao fenômeno de curto-
circuito 34
3.6) Critérios de Análise de Estruturas: Resistência Mecânica e Estabilidade 39
3.6.1) Resistência mecânica 39
3.6.2) Estabilidade 41
3.7) Método dos Elementos Finitos (MEF) Aplicado à Análise Estrutural 44
3.7.1) Considerações iniciais 44
3.7.2) Plataforma computacional ANSYS e a análise estrutural 45
4) Metodologia 47
4.1) Introdução 47
4.2) A Estrutura de Estudo: Banco de Capacitores ou Pórtico A12 47
4.3) Caracterização do Material Pultrudado 48
4.4) Cálculo das Cargas Atuantes no Banco de Capacitores 50
4.5) Modelagem do Banco de Capacitores em Elementos Finitos 51
4.5.1) Introdução 51
viii
4.5.2) Modelo para validação do ensaio 54
4.5.3) Aplicação das cargas e momentos no MEF de validação do ensaio 54
4.5.4) Modelos para estudo dos casos de curto-circuito 55
4.5.5) Aplicação das cargas e momentos no MEF para os três casos de curto-
circuito 56
4.6) Ensaio para a validação do Modelo de Elementos Finitos do Banco de
Capacitores 61
4.6.1) Montagem da Estrutura de Validação em material pultrudado 61
5) Resultados e Discussão 66
5.1) Resultados Obtidos para a Caracterização do Material Pultrudado 66
5.2) Análises Estática e Dinâmica para os MEF 85
5.2.1) Modelo de Validação do Ensaio 85
5.2.2) Análise do Ensaio Real x MEF 86
5.2.3) Análise estática dos modelos de curto-circuito 93
5.2.4) Análise de estabilidade para os modelos de curto-circuito 95
6) Conclusões 104
Referências Bibliográficas 105
Apêndice A: Projeto original do Banco de Capacitores (CEMIG) 110
Apêndice B: Memória de Cálculos 111
ix
B.1) Cálculo de Cargas e Momentos 111
B.1.1) Considerações iniciais 111
B.1.2) Determinação da densidade 112
B.1.3) Cálculo de cargas e momentos nos acessórios 113
B.1.4) Cálculo de cargas no suporte 120
B.1.5) Cálculo de cargas e momentos nos barramentos 122
Apêndice C: Banco de Capacitores de Material Pultrudado 131
x
NOMENCLATURA
VH velocidade de vento para alturas específicas (diferente de 10 m)
V10 velocidade básica do vento para altura de 10 m
Vp velocidade do vento de projeto
Vb velocidade básica do vento
H altura de obstáculo
n coeficiente definido conforme categoria do terreno (A, B, C ou D) do período
de integração
t período de integração
T período de retorno
Kr coeficiente que representa rugosidade de um terreno
Kd coeficiente que representa a relação entre os valores médios de vento a 10
metros de altura do solo, para diferentes períodos de integração e rugosidade do terreno
VT valor da velocidade básica corrigida para período de retorno diferente de 50
anos
qo pressão dinâmica de referência
tc temperatura coincidente
ALT altura média de implantação da linha
Si área da cadeia dos isoladores ou acessórios projetada sobre um plano vertical
ST1, ST2 área líquida total de uma face projetada ortogonalmente sobre o plano vertical
situado na direção das faces 1 e 2, respectivamente
xi
Cxi coeficiente de arrasto
CXT1, CXT2 coeficientes de arrasto próprios das faces 1 e 2 para um vento perpendicular a
cada face
Ai esforço de vento atuante no isolador ou acessório considerado
At esforço de vento atuante nos suportes
At esforço de vento atuante nos barramentos
CXC coeficientes de arrasto próprio para um vento perpendicular ao barramento
PV força no barramento devido à atuação do vento em sua extensão
D Diâmetro
L comprimento
F força
I corrente elétrica
d distância
PC força de curto circuito
CS coeficiente de segurança
MS margem de segurança
Pcr carga crítica de flambagem
I menor momento de inércia da seção transversal
E módulo de elasticidade
L comprimento de uma barra
xii
Le comprimento de flambagem de uma barra
R raio de giração mínimo da seção transversal
S área da seção transversal
K fator de comprimento efetivo de uma barra
MSf margem de segurança em relação a flambagem
E1 módulo de elasticidade do material na direção longitudinal
E2 módulo de elasticidade do material na direção transversal
R resistência
Ri resistência inicial
Sa sensibilidade do SG à deformação axial;
Sg fator gauge
PRFV Plástico Reforçado com Fibra de Vidro
ρ massa específica do ar
θ ângulo de incidência do vento
Ф relação entre as áreas líquida e bruta que constituem os suportes
α coeficiente de efetividade
μ0 permeabilidade magnética no vácuo
σult tensão limite de resistência do material
σadm tensão admissível do material
λ auto-valor
xiii
σcr tensão crítica de flambagem
σatu tensão atuante na barra
Δσ variação de carga em uma porção linear da curva de ensaio
Δε variação de deformação em uma porção linear da curva de ensaio
ν12 coeficiente de Poisson do material na direção longitudinal
ν21 coeficiente de Poisson do material na direção transversal
ε2 deformação obtida pelo Strain Gauge transversal na porção linear da curva
ε1 deformação obtida pelo Strain Gauge longitudinal na porção linear da curva
ΔR variação de resistência
εa deformação ao longo da direção axial do SG
εt deformação ao longo da direção transversal do SG
λba auto-valor de barras bi-articuladas
λbe auto-valor de barras bi-engastadas
xiv
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 – As formas mais comuns da fase dispersa de um material composto 10
Figura 3.2 – (a) Tecido de fibras de vidro, (b) Manta de fibras de vidro 13
Figura 3.3 – Aspecto geral de uma máquina pultrusora 16
Figura 3.4 – Perfis pultrudados típicos e com coloração 17
Figura 3.5 – (a) Ponte de perfis pultrudados, Dinamarca, (b) Aplicação de elementos
pultrudados no passadiço de pontes na Virgínia 20
Figura 3.6 – Torres de transmissão de energia produzidas de material pultrudado, San
Diego, Califórnia 21
Figura 3.7 – (a) Poste de concreto armado, (b) Cruzetas de madeira e aço, (c) instalação
de poste de compósito pultrudado, (d) cruzeta de compósito pultrudado 22
Figura 3.8 – (a) Ponte montada, (b) Detalhe construtivo da treliça de pultrudados 23
Figura 3.9 – Detalhe de conexão utilizada em estruturas de material pultrudado 24
Figura 3.10 – Velocidade básica do vento no território brasileiro 27
Figura 3.11 – Relação entre as velocidades médias a 10 m de altura 30
Figura 3.12 – Médias das temperaturas mínimas diárias 31
Figura 3.13 – Coeficientes de arrasto para painéis de suportes treliçadas (índice de área
exposta) 33
Figura 3.14 – Ação do vento sobre um tronco de suporte 34
Figura 3.15 - Representação da teoria da força magnética entre dois condutores 35
Figura 3.16 - Representação da teoria de força de curto-circuito para o caso 1 37
xv
Figura 3.17 - Representação da teoria de força de curto-circuito para o caso 2 38
Figura 3.18 - Representação da teoria de força de curto circuito para o caso 3 39
Figura 3.19 – Comprimento de flambagem para várias situações de extremidade 43
Figura 4.1 – Modo de retirada do material pultrudado para a confecção de corpos de
prova (Fibras Longitudinais) 48
Figura 4.2 – Modo de retirada do material pultrudado para a confecção de corpos de
prova (Fibras Transversais) 49
Figura 4.3 – Corpo de prova de material pultrudado 49
Figura 4.4 – Máquina de Ensaio Marca INSTRON Laboratório do CDTN-UFMG 50
Figura 4.5 – (a) Perfil U, (b) Perfil L, (c) Perfil duplo L 51
Figura 4.6 – Elemento BEAM 189-3D 52
Figura 4.7 – Sistema de coordenadas local do Elemento de Viga 53
Figura 4.8 – Pontos de aplicação de cargas para a Estrutura de Validação 55
Figura 4.9 – (a) Áreas constituintes das faces do BC; (b) Pontos de aplicação da força de
vento nas faces do BC 57
Figura 4.10 – Pontos de aplicação de cargas para o caso 1 de curto-circuito 58
Figura 4.11 – (a) Elevação do módulo superior da EV; (b) Fixação de um isolador entre
os módulos 62
Figura 4.12 – (a) Vista frontal da EV; (b) Vista em perspectiva da EV 62
Figura 4.13 – (a) Sistema de elevação dos capacitores; (b) Configuração final da
Estrutura de Validação montada com os capacitores 63
Figura 4.14 – Pontos de maior deformação para o modelo de validação do ensaio 64
xvi
Figura 4.15 – (a) Posicionamento do Strain Gauge; (b) Ligação de um Strain Gauges 64
Figura 4.16 – Esquema da montagem do ensaio da Estrutura de Validação 65
Figura 5.1 – CDP longitudinal após ensaio de tração 67
Figura 5.2 – CDP transversal após ensaio de tração 67
Figura 5.3 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 1L (SG2) 68
Figura 5.4 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 2L (SG2) 69
Figura 5.5 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 3L (SG2) 69
Figura 5.6 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 4L (SG2) 70
Figura 5.7 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 5L (SG2) 70
Figura 5.8 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 6L (SG2) 71
Figura 5.9 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 1T (SG2) 72
Figura 5.10 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 2T (SG2) 73
Figura 5.11 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 3T (SG2) 73
Figura 5.12 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 4T (SG2) 74
Figura 5.13 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 5T (SG2) 74
Figura 5.14 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 6T (SG2) 75
Figura 5.15 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 1L (SG1) 76
Figura 5.16 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 2L (SG1) 77
Figura 5.17 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 3L (SG1) 77
Figura 5.18 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 4L (SG1) 78
xvii
Figura 5.19 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 5L (SG1) 78
Figura 5.20 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 1T (SG1) 79
Figura 5.21 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 2T (SG1) 80
Figura 5.22 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 3T (SG1) 80
Figura 5.23 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 4T (SG1) 81
Figura 5.24 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 5T (SG1) 81
Figura 5.25 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 6T (SG1) 82
Figura 5.26 – Ensaio da Estrutura de Validação 86
Figura 5.27 – Campos de tensões longitudinais (x-local) (MPa) para carga obtida no
ensaio (1509,27 N) 87
Figura 5.28 – Resultados para Strain Gauge 01 89
Figura 5.29 – Resultados para Strain Gauge 02 89
Figura 5.30 – Resultados para Strain Gauge 03 90
Figura 5.31 – Resultados para Strain Gauge 04 90
Figura 5.32 – Resultados para Strain Gauge 05 91
Figura 5.33 – Resultados para Strain Gauge 06 91
Figura 5.34 – Resultados para Strain Gauge 07 92
Figura 5.35 – Resultados para Strain Gauge 08 92
Figura 5.36 – Campos de tensões longitudinais (x-local) (MPa) para o caso 01 93
Figura 5.37 – Campos de tensões longitudinais (x-local) (MPa) para o caso 02 94
xviii
Figura 5.38 – Campos de tensões longitudinais (x-local) (MPa) para o caso 03 94
Figura 5.39 – Primeiro modo de flambagem para o caso 01 97
Figura 5.40 – Segundo modo de flambagem para o caso 01 98
Figura 5.41 – Terceiro modo de flambagem para o caso 01 98
Figura 5.42 – Primeiro modo de flambagem para o caso 02 99
Figura 5.43 – Segundo modo de flambagem para o caso 02 99
Figura 5.44 – Terceiro modo de flambagem para o caso 02 100
Figura 5.45 – Primeiro modo de flambagem para o caso 03 100
Figura 5.46 – Segundo modo de flambagem para o caso 03 101
Figura 5.47 – Terceiro modo de flambagem para o caso 03 101
Figura B.1 - Convenção de sinais para forças e momentos 112
Figura B.2 – Representação das forças e momentos atuantes nos isoladores de 13,8 kV
do Banco de Capacitores 114
Figura B.3 – Representação das forças e momentos atuantes nos pára-raios 116
Figura B.4 – Aplicação forças e momentos atuantes no transformador de corrente 117
Figura B.5 – Aplicação de forças de capacitores 119
Figura B.6 – Representação simplificada da vista superior do Banco de Capacitores 120
Figura B.7 – (a) Área útil do Banco de Capacitores; (b) Área bruta do Banco de
Capacitores 121
Figura B.8 – Variação da força de vento pelo ângulo de incidência para o Banco de
Capacitores 122
xix
Figura B.9 – Dimensões consideradas no cálculo dos esforços nos barramentos 123
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 – Características de alguns materiais utilizados como reforços 12
Tabela 3.2 – Comparativo entre materiais estruturais de engenharia 19
Tabela 3.3 – Valores de n para correção da velocidade de vento em função da altura 29
Tabela 3.4 – Coeficientes de rugosidade do terreno 30
Tabela 3.5 – Ocorrência dos curtos-circuitos 36
Tabela 4.1 – Posicionamento e massa dos capacitores 54
Tabela 4.2 – Cargas e momentos nos isoladores e transformador 56
Tabela 4.3 – Cargas e momentos nos pára-raios e capacitores 56
Tabela 4.4 – Cargas de vento e de curto-circuito nos barramentos para os 3 casos 56
Tabela 4.5 – Distribuição da carga de vento na face 1 do BC 59
Tabela 4.6 – Distribuição da carga de vento na face 2 do BC 60
Tabela 5.1 – Área da seção transversal dos CDPs longitudinais 66
Tabela 5.2 – Área da seção transversal dos CDPs transversais 66
Tabela 5.3 – Resultados do cálculo do Módulo de Elasticidade Longitudinal 72
Tabela 5.4 – Resultados do cálculo do Módulo de Elasticidade Transversal 76
Tabela 5.5 – Resultados do cálculo do Coeficiente de Poisson Longitudinal 83
Tabela 5.6 – Resultados do cálculo do Coeficiente de Poisson Transversal 84
Tabela 5.7 – Tensão máxima de ruptura dos CDPs 84
xx
xxi
Tabela 5.8 – Propriedades Mecânicas do PRFV utilizado 85
Tabela 5.9 – Deformações obtidas nos pontos críticos 88
Tabela 5.10 – Margens de segurança para a tensão máxima longitudinal (x-local) 95
Tabela 5.11 – Margens de segurança para a primeira barra a flambar 102
Tabela 5.12 – Margens de segurança para a segunda barra a flambar 102
Tabela 5.13 – Margens de segurança para a terceira barra a flambar 102
1
CAPÍTULO 1
Introdução
1.1) Considerações Iniciais
A utilização de materiais compostos em aplicações estruturais é um fato já constatado
em épocas remotas. O uso de reforços naturais, como a palha pelos israelitas em 800
DC (KARBHARI, 1999) e brotos de bambu pelos egípcios em 1500 DC (KAW, 1997),
comprovam esse fato.
Atualmente, os compósitos reforçados por fibras vêm conquistando um espaço cada vez
mais significativo no setor da construção civil.
No ano de 1996, em um congresso realizado em Sevilla, CALAMA (1996), COMINO
(1996) e JUVANDES et al. (1996) apresentaram seus respectivos trabalhos descrevendo
algumas aplicações práticas dos compósitos poliméricos reforçados por fibras (CPRF)
em diversas situações da construção civil. Seja no formato de perfis ou painéis
estruturais, na associação com o tradicional concreto armado ou na reabilitação de
estruturas, os CPRF’s obtiveram respostas satisfatórias segundo relatos dos
pesquisadores.
No entanto, a proposição de utilização de novos materiais não constitui em tarefa
simples. Aspectos técnicos e até mesmo aspectos culturais podem apresentar-se como
barreiras, visto que, geralmente os projetistas são conservadores e têm restrições à
mudanças.
1.2) Conteúdo do Trabalho
A divisão do trabalho foi planejada da seguinte forma:
2
• Capítulo 2 – Objetivo
Nesse capítulo foram abordados os principais objetivos e motivação para realização
deste projeto.
• Capítulo 3 – Bibliografia Consultada
Nesse capítulo foram abordados os materiais convencionais utilizados em linhas de
transmissão e de subestação de energia elétrica (LT´s e LS´s). Uma referência global a
respeito de materiais compostos também foi tema de discussão nessa oportunidade.
Um material composto tipicamente utilizado em engenharia de estruturas, denominado
pultrudado, foi apresentado de forma resumida juntamente com o seu processo de
fabricação. E ainda, um comparativo entre as principais propriedades desse material
com materiais estruturais convencionais foi considerado.
A utilização de compósitos pultrudados em estruturas de LT´s e LS´s e as equações
básicas utilizadas em dimensionamento foram revisadas.
• Capítulo 4 – Metodologia
Nessa oportunidade, foram descritas as considerações adotadas para os cálculos de
cargas em projetos de LT e LS, a modelagem em elementos finitos, ensaios de tração
para caracterização do material e a descrição do ensaio realizado na estrutura construída
de material composto pultrudado.
• Capítulo 5 – Resultados e Discussão
Ao capítulo 5, foi reservado o espaço para a apresentação de resultados da modelagem
por elementos finitos bem como a análise dos resultados dos ensaios realizados.
• Capítulo 6 – Conclusões
Foram relatadas as conclusões obtidas á respeito dos objetivos propostos.
3
CAPÍTULO 2
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi estudar a viabilidade da aplicação de materiais compostos
pultrudados a estruturas de bancos de capacitores de subestações de energia elétrica sob
o ponto de vista de resistência mecânica e de estabilidade.
Como os perfis pultrudados confeccionados em material composto polimérico reforçado
por fibra tem características de isolante elétrico, são ideais para a construção das
estruturas dos bancos de capacitores para subestações de energia elétrica, pois evitaria
assim muitas das falhas provocadas por curto-circuito e consequentemente a
necessidade de constantes manutenções nas linhas aéreas de transmissão de energia, que
é a razão principal para este projeto.
Segundo dados da CEMIG, de 1999 a 2002 foram constatados 112 casos de defeitos
desta natureza ocasionados por interferências de mamíferos (gambá, ouriço-caxeiro) e
aves (pombo, anu, urubu, coruja, tesourinha e gavião). Sendo assim, a adoção de
material composto pultrudado, um material não condutor de eletricidade, nas estruturas
de linhas de transmissão (LT) e de linhas de subestação (LS) apresenta-se como
alternativa.
4
CAPÍTULO 3
Revisão Bibliográfica
3.1) Introdução
O baixo custo e a longevidade propiciam a alguns materiais convencionais de
construção, como o aço, o concreto e a madeira, aplicabilidade em diversos setores. No
entanto, como destacaram KARBHARI & ZHAO (1999), a rápida deterioração destes
em condições adversas fez surgir, ao longo do tempo, uma necessidade de se buscar
novas tecnologias.
Em especial, alta resistência específica, a produção contínua, as excelentes propriedades
mecânicas, a resistência à corrosão e a flexibilidade de projeto, fazem dos compósitos
pultrudados materiais atrativos para a aplicação estrutural (PRABHAKARAN et al.,
1995).
Este capítulo teve como principal função fornecer os parâmetros primordiais
considerados nos projetos de LT’s e LS´s. Os critérios de avaliação de estruturas
utilizados neste trabalho são rapidamente relembrados, bem como as suas aplicações no
Método de Elementos Finitos. Além disso, também foram destacados aspectos
comparativos de algumas propriedades de materiais convencionais e compósitos.
3.2) Aspectos Gerais Sobre as Linhas Aéreas de Transmissão de
Energia
Segundo relatos, a distribuição subterrânea foi o primeiro modo utilizado na
comercialização da energia elétrica em 1882 (LABEGALINI et al., 1992). Com o
passar do tempo, o aumento da demanda exigiu evoluções de ordem técnica por parte
das empresas distribuidoras.
5
O emprego de corrente alternada (CA) desenvolvido na França em 1886 permitiu o
transporte da energia em potências e tensões maiores com mais economia e eficiência.
Posteriormente, em 1888, Nicola Tesla apresentou um artigo descrevendo os motores de
indução e motores síncronos bifásicos. Na seqüência, as vantagens apresentadas sobre o
sistema de corrente contínua (CC) fizeram com que os sistemas de corrente passassem a
ter um desenvolvimento muito rápido. Inicialmente, eram sistemas monofásicos e em
seguida, sistemas bi e trifásicos.
Da mesma forma, caminhava o sistema de transporte de energia. No Brasil, por
exemplo, a primeira Linha de Transmissão que se tem registro foi construída por volta
de 1883, na cidade de Diamantina, Minas Gerais. Segundo consta, era a linha mais
longa do mundo na época (LABEGALINI et al., 1992).
O crescimento do consumo de energia elétrica exigiu das concessionárias ampliações
das instalações e investimentos em equipamentos mais potentes. A conseqüência deste
fato é que a geração e o fornecimento de energia seriam economicamente viáveis
somente a tensões elevadas. Surgiu então, a necessidade de um meio que pudesse
reduzir as altas tensões oriundas das estações de geração para o consumo local. Este
meio, que constitui um tipo de transporte aéreo de energia, denomina-se subestação.
Além disso, PANSINI (1975) destacou outras funções que podem ser atribuídas às
subestações, tais como:
• Dispor de dispositivos de segurança a fim de desarmar circuitos ou equipamentos
em eventuais problemas;
• Regular a distribuição da tensão de partida;
• Consistir em local apropriado para tomada de medições para checar as operações de
várias partes do sistema.
Em uma LT e LS constata-se a existência de diversos componentes que devem ser
especificados a fim de suportar esforços de origem elétrica e mecânica. Dentre os
principais componentes, destacam-se:
6
a) Condutores de energia
São os agentes de transporte de energia elétrica. Os condutores empregados em LT´s e
LS’s apresentam-se nas formas de cabos ou em forma de barramentos tubulares como
os utilizados nas subestações. Em ambos os casos, os materiais empregados nos
condutores são cobre, alumínio e alumínio com alma de aço.
b) Isoladores
São elementos feitos de material dielétrico que auxiliam o ar no isolamento dos
condutores da linha em relação aos suportes e ao solo podendo ser tipicamente
fabricados de porcelana vitrificada, vidro temperado e material sintético composto. Os
tipos mais comuns de isoladores empregados em Linhas de Transmissão são:
• Isoladores de pino: são fixados no suporte através de um pino de aço rosqueado e
são utilizados em linhas de até 69 kV;
• Isoladores tipo pilar ou coluna: são pouco usados no Brasil. São formados por uma
única peça em porcelana vidrada, vidro temperado ou materiais sintéticos
compostos. Também são fixados às estruturas através de pinos rosqueados;
• Isoladores de suspensão: são empregados em dois tipos, sendo os isoladores
monocorpo e de disco. Os isoladores monocorpo são feitos de uma peça longa de
porcelana ou vidro, com comprimento adequado ao nível de tensão desejado (até
220 kV). Na forma de disco, são compostos de um corpo isolante de porcelana ou de
vidro, sendo que nesse tipo, vários isoladores podem associar-se através de
ferragens formando as cadeias de isoladores.
c) Pára-raios
Constitui a principal função do pára-raio a interceptação das descargas atmosféricas,
evitando assim a danificação dos condutores. Com isto, os pára-raios têm grande
contribuição na redução de incidência de interrupções no fornecimento de energia pelas
linhas.
7
d) Suportes
São as estruturas das linhas e possuem dupla função:
• Proporcionar pontos de fixação dos condutores através dos isoladores garantindo
assim, as distâncias de segurança entre condutores energizados, entre estes e partes
do próprio suporte e entre os condutores e o solo;
• Amarrar, através de suas fundações, as linhas ao terreno ao qual transmitem as
forças resultantes de todas as solicitações a que são submetidos os elementos que
compõe o suporte.
LABEGALINI et al. (1992) classificam os suportes quanto à forma de resistir os
esforços, onde destacaram dois grupos:
• Estruturas autoportantes: transmitem os esforços ao solo através de suas fundações.
Neste tipo de estrutura enquadram-se as rígidas, as flexíveis (postes e pórticos
articulados) e as mistas ou semi-rígidas (pórticos contraventados);
• Estruturas estaiadas: neste tipo de suportes são empregados tirantes ou estais (cabos
de aço galvanizados) para absorver os esforços. A economia nos custos, a
confiabilidade e maior compactação das estruturas são aspectos favoráveis à
utilização destas estruturas. A necessidade de terrenos de topografia favorável e a
maior vulnerabilidade ao vandalismo constituem objeções aos sistemas de suportes
estaiados.
e) Outros componentes
Diversos componentes e dispositivos são freqüentemente utilizados em LT´s e LS’s. No
entanto, para a realização deste trabalho, os termos definidos neste item são
satisfatórios. Em LABEGALINI et al. (1992) são fornecidos maiores detalhes a respeito
de outros componentes.
8
3.3) Materiais Convencionais Aplicados em Suportes de LT´S
Segundo LABEGALINI et al. (1992), os metais, a madeira e o concreto armado
constituem os materiais convencionais utilizados em estruturas das concessionárias de
energia elétrica.
A madeira é, talvez, o material estrutural mais tradicional para estruturas de linhas,
podendo ser empregadas para estruturas de até 500 kV. No Brasil, o seu uso está restrito
a linhas de 230 kV na forma de postes ou de pórticos. A madeira para suporte de linhas
deve atender certos aspectos, tendo a obrigatoriedade de ser uma madeira de lei (a
aroeira, por exemplo). Em caso de madeira não nobre, como o eucalipto, o material
deve ser tratado. O intemperismo, os ataques por bactérias e microorganismos
apresentam-se como aspectos desfavoráveis para a utilização desses materiais em LT´s.
Podendo ser pré-fabricado no canteiro de obras, as estruturas de concreto armado nas
formas autoportantes ou estaiadas tem-se apresentado como ótima alternativa para
suportes de linhas mantendo viabilidade econômica para linhas de até 500 kV. Porém,
por apresentar elevado peso, a instalação de estruturas feitas de concreto armado exige
maquinário típico para o manuseio ficando restrito, em geral, a locais de fácil acesso por
meios de transporte convencionais. Além disso, a fragilidade deste material apresenta-se
como fator negativo para utilização em certas aplicações.
Como elemento estrutural, as características exigidas para os metais são:
• Alta resistência mecânica;
• Alta resistência à corrosão;
• Baixo peso específico;
• Baixo custo de produção.
Para fins estruturais, o aço ASTM-36 galvanizado a fogo apresenta-se como material
aplicável em construções soldadas, rebitadas e parafusadas (GAYLORD &
9
STALLMEYER, 1992). A proteção por pintura também é bastante utilizada, porém,
com o inconveniente de exigir renovação periódica.
Porém, ao levar em consideração os quesitos apresentados, sobretudo pelo baixo peso
específico e alta resistência à corrosão, o alumínio destaca-se sobre aço galvanizado.
Além disso, uma grande diversidade de perfilados de alumínio são obtidos por extrusão
obtendo, em certos casos, melhores propriedades mecânicas que as das cantoneiras
laminadas de aço (LABEGALINI et al., 1992). Vá-se contra os perfis de alumínio o seu
elevado custo.
3.4) Materiais Compostos
3.4.1) Introdução
Um material composto é um conjunto de dois ou mais materiais diferentes, combinados
em escala macroscópica, para funcionarem como uma unidade, visando obter um
conjunto de propriedades que nenhum dos componentes individualmente apresenta
(MENDONÇA, 2005). Para CALLISTER (2002), os compósitos resultam-se de um
processo de formação artificial, excluindo assim as ligas metálicas e vários materiais
cerâmicos que têm a formação de suas fases como conseqüência de fenômenos naturais.
Grande parte dos compósitos é formada apenas por duas fases distintas: a matriz e a fase
dispersa. As propriedades dos compósitos são uma função das propriedades das fases
constituintes, das suas quantidades relativas e da geometria da fase dispersa, sendo que
todas essas características determinam as propriedades finais dos compósitos.
A fase dispersa constitui a parte rígida de um compósito tendo a sua principal função o
reforço. Tal fase pode ser classificada em três formas (KAW, 1997): partículas de
tamanhos diversos, os flakes (flocos) e em fibras. A Figura 3.1 ilustra esta classificação.
Dentre as formas de fase dispersa apresentadas, os compósitos fibrosos são os mais
importantes tecnologicamente (CALLISTER, 2002). O pequeno diâmetro atribuído às
fibras reduz a possibilidade de ocorrência de defeitos tornando-as o tipo de reforço mais
eficiente sob os parâmetros de rigidez e resistência.
Figura 3.1 – As formas mais comuns da fase dispersa de um material composto
As fibras de vidro, carbono e aramida (nome comercial Kevlar®) são os reforços não
metálicos mais utilizados. A seguir, são apresentadas algumas das aplicações típicas
destes reforços (CALLISTER, 2002).
a) Fibras de vidro
A aplicação de fibras de vidro como reforço em matrizes poliméricas restringe-se,
geralmente a temperaturas abaixo de 200 ºC. Carcaças de meios de transporte
automotivos e marítimos, tubulações de plástico, recipientes para armazenamento e
pisos industriais são as aplicações mais comuns desta fibra.
b) Fibras de carbono
As fibras de carbono constituem em material de alto desempenho. Os compósitos
poliméricos reforçados por fibras de carbono são largamente empregados em
equipamentos esportivos e de recreação (varas de pescar e tacos de golfe), em carcaças
de motores e jato enroladas com filamentos, em vasos de pressão e em componentes
estruturais de aeronaves.
10
11
c) Fibras aramida
Conhecidas comercialmente como Kevlar® e Nomex®, as fibras de aramida são
materiais de alta resistência. Possuidoras de excelente relação resistência-peso, as fibras
de aramida são freqüentemente associadas com resinas epóxis e poliésteres.
As aplicações mais comuns para este compósito são: produtos balísticos (coletes à
prova de balas), artigos esportivos, pneus, cordas, carcaças de mísseis, vasos de pressão,
como substituto para o amianto em freios automotivos e em revestimentos de
embreagens e gaxetas.
As fibras anteriormente apresentadas são bastante atraentes em aplicações de
engenharia ao levar-se em conta os elevados valores de módulo de elasticidade e de
resistência mecânica específicos1. Uma análise dos valores apresentados na Tabela 3.1
permite concluir facilmente que, as baixas densidades relativas atribuídas às fibras não
metálicas as conferem propriedades específicas maiores quando comparadas aos
materiais metálicos em forma de arames finos utilizados para fabricação de compósitos.
Dois fatores relativos às fibras são preponderantes nas propriedades de um compósito: o
comprimento e a orientação.
É de conhecimento comum que um comprimento mínimo, também conhecido como
comprimento crítico, deve ser atribuído às fibras de modo a garantir resistência e rigidez
do compósito. Sabe-se também que uma maior eficiência do reforço é obtida na
utilização de fibras contínuas (CALLISTER, 2002).
As propriedades mecânicas relacionadas ao grau de isotropia do material são
amplamente influenciadas pelos fatores anteriormente citados. Os compósitos com
fibras contínuas e alinhadas ou de fibras dispostas ortogonalmente (crossply ou tecidos)
(Fig. 3.2-a) são exemplos de materiais que possuem propriedades dependentes da
direção na qual são medidas, ou seja, são anisotrópicos, e conseqüentemente, estes
1 As propriedades específicas de um material são obtidas através da razão da propriedade considerada pela densidade relativa.
12
materiais possuem uma maior quantidade de parâmetros de rigidez e resistência
mecânica a determinar (HASHIN, 1983).
Tabela 3.1 – Características de alguns materiais utilizados como reforços
Adaptado de CALLISTER, 2002
Material Densidade
relativa
Limite de
resistência à
tração (GPa)
Resistência
específica (GPa)
Módulo de
elasticidade
(GPa)
Módulo
Específico (GPa)
Óxido de alumínio 3,95 1,38 0,35 379 96
Aramida (Kevlar 49) 1,44 3,6-4,1 2,5-2,85 131 91
Carbono 1,78-2,15 1,5-4,8 0,70-2,70 228-724 106-407
Vidro E (E-Glass) 2,58 3,45 1,34 72,5 28,1
Boro 2,57 3,6 1,40 400 156
Carbeto de silício 3,0 3,9 1,30 400 133
Aço de alta resistência 7,9 2,39 0,30 210 26,6
Molibdênio 10,2 2,2 0,22 324 31,8
Tungstênio 19,3 2,89 0,15 407 21,1
Um compósito quase-isotrópico pode ser obtido por uma distribuição randômica de
fibras curtas, dando origem às mantas (Fig. 3.2-b) ou então, utilizando-se de fibras
longas alinhadas em várias direções (multiderecional).
(a) (b)
Figura 3.2 – (a) Tecido de fibras de vidro, (b) Manta de fibras de vidro
Um importante tipo de compósito é o ortotrópico. Estes apresentam três eixos
mutuamente perpendiculares, denominados eixos principais de simetria. Um caso
particular de ortotropia, presente em muitos dos compósitos unidirecionais com fibras
contínuas empacotadas em disposição hexagonal, é o compósito transversalmente
isotrópico. Inclui-se nestes casos os compósitos de fibra de carbono, aramida ou de
vidro com alta fração volumétrica1 de fibra em matriz epoxídica.
Deve-se ressaltar que para um adequado projeto de compósito, o direcionamento das
fibras deve ser paralelo aos esforços atuantes obtendo-se assim, rigidez e resistência
elevadas.
A matriz representa a fase dúctil de um compósito. A esta fase atribuem-se as seguintes
funções:
• Unir a fase dispersa proporcionando resistência mecânica ao compósito;
• Proteger a fase dispersa contra danos superficiais em função da abrasão mecânica ou
de reações químicas com o ambiente;
• Transmitir e distribuir as tensões ao longo da fase dispersa;
• Separar as fibras umas das outras, prevenindo assim a propagação de trincas frágeis
entre uma fibra e outra, evitando dessa forma a falha catastrófica do compósito.
13 1 Razão do volume de fibra pelo volume total do compósito (DANIEL & ISHAI, 1994)
14
As matrizes podem ser constituídas de diversos materiais sendo as mais comuns as
poliméricas, metálicas e cerâmicas. No entanto, a temperatura ambiente, a facilidade de
fabricação e o custo são fatores suficientes que tornam as matrizes poliméricas a de
maior aplicabilidade (CALLISTER, 2002).
Ainda sobre as matrizes poliméricas, pode-se considerar que a significativa estabilidade
térmica e dimensional faz das resinas termofixas, ou seja, uma vez processadas não
mais retornam ao estado líquido original impossibilitando a reutilização, o tipo de
material mais utilizado como matriz em compósitos. No grupo das matrizes termofixas,
as poliésteres para aplicações comerciais, industriais e transportes, e as epóxis na
engenharia estrutural e na indústria aeroespacial se destacam (MANGONON, 1999).
De um modo em geral, pode-se dizer que as matrizes inicialmente citadas possuem
resistência mecânica satisfatória para diversas aplicações. Porém, na escolha de uma
matriz, outros parâmetros a serem considerados são importantes:
a) Afinidade com a fase dispersa
É de suma importância que as forças de ligação entre as fases sejam grandes no intuito
de minimizar possíveis falhas do compósito resultantes do arrancamento da fase
dispersa. A resistência final do compósito depende em grande parte da magnitude dessa
ligação. Sendo assim, uma ligação adequada é essencial para maximizar a transferência
de tensões entre as fases.
b) Resistência a altas temperaturas
Na maioria dos casos, as matrizes determinam a máxima temperatura de serviço do
compósito. Neste aspecto, destacam-se, sobretudo as matrizes metálicas e cerâmicas.
Dentre as matrizes poliméricas, as resinas polimidas são as mais resistentes a altas
temperaturas, aproximadamente 230 ºC para utilização em regime contínuo
(CALLISTER, 2002).
15
c) Densidade
Geralmente, os polímeros, as cerâmicas, as ligas de alumínio, de magnésio, de titânio e
de cobre possuem baixas densidades.
d) Processamento
Para as matrizes metálicas, muitos dos processos convencionais de conformação dos
metais são aplicáveis como o forjamento, a extrusão e a laminação. No entanto, estes
processos requerem altas temperaturas. A laminação manual, o prepeg¸ o enrolamento
de filamento (filament winding) e a pultrusão são os processos mais comuns em
compósitos de matriz polimérica reforçados com fibras. As baixas temperaturas para
estes processamentos os tornam bastantes executáveis. Os compósitos de matriz
cerâmica podem ser fabricados através da estampagem a quente, estampagem isostática
a quente e técnicas de sinterização na fase líquida (CALLISTER, 2002).
3.4.2) Processo de fabricação dos CPRF’s: a pultrusão
Na manufatura de Compostos Poliméricos Reforçados com Fibras (CPRF’s), a condição
primordial para a obtenção de um compósito com performance satisfatória é a
distribuição uniforme das fibras no interior da matriz plástica e orientadas na mesma
direção (CALLISTER, 2002).
Em especial, neste trabalho dá-se o devido enfoque ao processo de pultrusão pela
utilização de perfis pultrudados na estrutura em estudo.
Define-se, então, a pultrusão como o processo industrial de fabricação de perfis
estruturais contínuos constituídos de matriz polimérica (resina líquida, fillers e aditivos
especializados) e reforços de fibras (mais especificamente, a fibra de vidro). Este
processo (Fig. 3.3) constitui o ato de puxar continuamente fibras contínuas em rovings
(reforço longitudinal) e em manta (reforço transversal) embebidas em resina (ao
contrário de empurrar como é o caso do processo de extrusão). Após a impregnação, um
material superficial denominado véu é geralmente acrescido aos perfis estruturais
pultrudados. Posteriormente, através de tracionamento contínuo, os constituintes passam
por um molde de aço aquecido obtendo-se a forma desejada do perfil (pré-
conformação). Já nesta etapa, inicia-se o processo de polimerização (endurecimento) e
ao fim do processo, realiza-se o corte transversal do perfil conforme o comprimento
estabelecido.
A pultrusão surgiu há pelo menos trinta anos nos Estados Unidos e significou um
efetivo avanço na área de engenharia de materiais em relação aos materiais
convencionais a base de fibra de vidro. Atualmente, a pultrusão é considerada o
processo de fabricação de compósitos de maior crescimento no mercado mundial
(PACIORNIK et al., 2002).
Figura 3.3 – Aspecto geral de uma máquina pultrusora
Atualmente, uma variedade de perfis pultrudados está disponível no mercado. Muitos
desses materiais têm as suas formas baseadas nos perfis estruturais do aço como, por
exemplo, as formas “I”, “C”, “L” e tubos (Fig. 3.4).
16
Figura 3.4 – Perfis pultrudados típicos e com coloração
3.4.3) Propriedades gerais dos CPRF’s e as recentes aplicações de compósitos
pultrudados na engenharia estrutural
Como dito anteriormente, as matrizes poliméricas reforçadas por fibras são os
compósitos mais comuns. Uma gama de resinas está disponível comercialmente para tal
fim. A associação dessas resinas com as fibras não metálicas apresentadas na Tabela 3.1
resultam em materiais com propriedades atrativas para aplicações em diversos setores.
Algumas dessas propriedades foram destacadas por KARBHARI & ZHAO (1999):
a) Alta resistência e rigidez específicas
Os compósitos reforçados por fibras apresentam alta relação rigidez por peso e
resistência por peso se comparados à maioria dos metais e ligas. Essas propriedades
representam um grande benefício em projetos possibilitando o desenvolvimento de
produtos com baixo peso e menor espessura.
b) Melhor resistência à fadiga.
Muitos compósitos são considerados resistentes à fadiga. Essa propriedade representa a
maior vantagem que os compósitos de grafite/epóxi possuem sobre as estruturas
metálicas na indústria aeroespacial.
17
18
Os compósitos também vêm se transformando em uma grande inovação em projetos,
especialmente em área de ocorrência de abalos sísmicos.
b) Resistência à corrosão.
Ao contrário dos metais, os compósitos de matrizes poliméricas não se enferrujam.
Dessa forma, um crescente interesse na utilização desses materiais como barras de
reforço, grades, cabos para pré e pós-tensionamento e cabos permanentes tem sido
observado.
c) Partes integráveis.
A utilização de compósitos permite a fabricação de complexas estruturas com reduzido
número de operações de união e com maior segurança. Em contrapartida, a utilização
dos metais em muitos casos requer diversas operações de união entre as partes
resultando em aumento de custos.
d) Manipulação das propriedades.
A possibilidade de confeccionar as propriedades em direções desejadas faz dos
compósitos um material eficiente e econômico possibilitando projetar materiais de
maior rigidez e resistência na direção de maior esforço, poupando peso e volume nas
demais direções.
No caso dos metais, como são materiais muito mais isotrópicos, se houver uma direção
de maior solicitação, não há como atender os requisitos de projeto nesta direção sem
superdimensionar a estrutura nas demais direções adicionando-se volume e peso
desnecessários na estrutura final.
e) Propriedades não magnéticas.
O uso de compósitos de fibra de vidro como elemento estrutural representa uma
excelente solução em aplicações que exigem isolamento elétrico e também em casos
nos quais não são permitidas interferências em equipamentos devido à geração de ondas
eletromagnéticas, como por exemplo, em equipamentos hospitalares, em áreas de
operação de radar e antenas.
f) Baixo custo-benefício
Devido à resistência à corrosão e elevada resistência a solventes, as estruturas feitas de
compósitos exigem menor manutenção.
Atendo-se aos compósitos pultrudados, verifica-se que uma crescente adoção destes
materiais em diversas áreas vem ocorrendo gradualmente, comprovando sua
versatilidade. Elementos estruturais, carrocerias de caminhões, pisos, pontes,
plataformas industriais em indústria petroquímica, componentes elétricos e eletrônicos,
torres de resfriamento e componentes da indústria marítima representam uma parcela da
aplicação dos materiais pultrudados na construção civil e na indústria. A Tabela 3.2
expõe uma comparação de propriedades entre os materiais convencionais de construção
e o material pultrudado de fibra de vidro justificando tais aplicações.
Tabela 3.2 – Comparativo entre materiais estruturais de engenharia
Propriedade Pultrudado de fibra de vidro Madeira estrutural Aço carbono
ASTM –A36 Alumínio estrudado
Resistência à corrosão
Resistência superior a uma grande gama de substâncias.
Apresentam processo de putrefação quando
exposta à umidade, água ou substâncias químicas.
Sujeito à corrosão. Em muitas aplicações, requer pintura ou
galvanização.
Pode sofrer corrosão galvânica. Pode ter sua
resistência aumentada por anodização.
Resistência a insetos Não afetados por insetos Suscetível a ataques de
insetos. Não afetados por insetos Não afetados por insetos
Módulo de Elasticidade
(GPa) 48 10-14 210 70
Condutividade elétrica
Não condutor. Alta capacidade dielétrica.
Quando molhado pode torna-se condutor.
Condutor de eletricidade. Condutor de eletricidade.
Peso específico (kg/m3) 1700 510 7850 2700
Resistência ao impacto
Não se deforma permanentemente abaixo do
valor de resistência ao impacto.
Algumas espécies de madeiras apresentam boa resiliência, sendo capazes de absorver impactos com nível de energia elevado.
Pode se deformar permanentemente abaixo
do valor da resistência ao impacto.
Deforma-se facilmente abaixo do valor da
resistência ao impacto.
Custo
Baixo custo de instalação. Vida útil prolongada em
aplicações industriais propiciando menores custos
globais.
Baixo custo inicial de aquisição de material.
Baixo custo inicial de aquisição de material.
O processo de extrusão é relativamente barato. O preço da aquisição do
material é comparável ou ligeiramente reduzido
19
De fato, essa tecnologia vem ao longo dos anos conquistando o seu espaço e tornando-
se uma excelente alternativa aos materiais convencionais. Nos Estados Unidos e nos
países da Europa, onde o mercado da fibra de vidro é mais amplo, a obtenção do
sucesso nas aplicações estruturais de perfis pultrudados, simbolizada pela ponte sobre
linhas de trem projetada e fabricada pela Fiberline Kolding (1997) (Fig. 3.5-a), na
cidade de Kolding, Dinamarca e pelas pontes de Laurel Lick e Wickwire Run (1997)
(Fig. 3.5-b) na Virgínia, têm contribuído na conquista de novos segmentos.
(a) (b)
Figura 3.5 – (a) Ponte de perfis pultrudados, Dinamarca, (b) Aplicação de elementos
pultrudados no passadiço de pontes na Virgínia
Nos Estados Unidos, recentes trabalhos realizados pela NIST's Advanced Technology
Program (1998), consistiu em bateria de testes em três torres de material composto
pultrudado fabricados pela Ebert Composites Corporation (San Diego, Califórnia) (Fig
3.6).
20
Figura 3.6 – Torres de transmissão de energia produzidas de material pultrudado, San
Diego, Califórnia
Nessa oportunidade, com a utilização dessas torres, alguns ganhos foram observados:
a) Uso mais eficiente dos direitos de solo por parte das empresas fornecedoras
Devido as excelentes propriedades de isolamento elétrico e a compactada faixa de
campo eletromagnético que caracterizam os compósitos, conseguiu-se transmitir e
distribuir mais energia num dado espaço de terreno.
b) Maior segurança
Devido ao menor peso e maior capacidade dielétrica, as estruturas de compósitos
pultrudados apresentaram-se mais seguras que as de outros materiais. A não
condutividade dos compósitos permitiu que as torres fossem erguidas seguramente nas
redondezas de outras linhas já energizadas.
c) Redução do custo de instalação
Devido ao menor peso, as torres de compósitos pultrudados puderam ser instaladas em
um dia com menor esforço. Geralmente são necessários três dias para a instalação das
torres de aço.
21
d) Menor impacto ambiental
As torres de pultrudados não são tóxicas e são feitas de produtos recicláveis (fibra de
vidro e resina) não apresentando dessa forma, nenhum dos problemas ambientais
associados com a indústria da galvanização de aço.
A experiência vivificada pela concessionária do estado da Bahia (ARQUIMACOM,
2002) ao utilizar-se de postes e de cruzetas de perfis pultrudados (Fig. 3.7), foi muito
bem respaldada pelos resultados positivos apresentados nos diversos ensaios realizados
pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). As fotos apresentadas na Figura 3.7
retratam tal aplicação e a deterioração sofrida pelos materiais convencionais ao longo
do tempo.
(a) (b)
(c) (d)
Figura 3.7 – (a) Poste de concreto armado, (b) Cruzetas de madeira e aço,
(c) instalação de poste de compósito pultrudado, (d) cruzeta de compósito pultrudado
22
Em recentes trabalhos científicos direcionados a aplicações de pultrudados na
engenharia estrutural, demonstrou-se a grande preocupação de se conhecer o
comportamento destes materiais em diversas situações.
BROWN & ZUREICK (2001), por exemplo, comprovaram através de ensaios e
simulações computacionais a eficácia das pontes de compósitos de seções treliçadas
feitas de perfis pultrudados (Fig 3.8). Tais pontes, que são severamente requisitadas em
tráfego militar, foram prontamente validadas.
(a)
(b)
Figura 3.8 – (a) Ponte montada, (b) Detalhe construtivo da treliça de pultrudados
BROWN & ZUREICK, 2001
23
A análise do comportamento dinâmico de armações de perfis pultrudados conectados
por parafusos proposta por AHMADIAN & MANTENA (1995) apresentou resultados
experimentais favoráveis em tal situação. Além disso, comprovou-se também que a
obtenção das medidas de vibrações de estruturas feita de pultrudados é obtida com
sucesso utilizando-se das técnicas de análise modal. MOTTRAM & ZHENG (1997)
percebendo a crescente utilização de pultrudados em estruturas armadas em diversos
campos, utilizaram-se de ensaios e de modelos analíticos para estudar o comportamento
das conexões parafusadas (semi-rígidas) aplicadas em tal tipo de construção na Europa
e nos Estados Unidos. Observou-se nesta oportunidade que possíveis deficiências em
conexões semi-rígidas poderiam ser facilmente superadas aplicando-se sapatas de aço
(Fig. 3.9).
Figura 3.9 – Detalhe de conexão utilizada em estruturas de ma
MOTTRAM & ZHENG, 1997
terial pultrudado
24
25
3.5) de
Transmissão
urança, às solicitações a que são submetidos. Para LABEGALINI et al. (1992),
O carregamento horizontal é composto do carregamento de vento atuando no suporte e
te. Em particular, nos condutores consideram-se também
O carregamento vertical resulta apenas dos pesos próprios do suportes e dos acessórios.
Neste trabalho, a determinação dos carregamentos típicos em LT´s teve como base três
Conceituou os parâmetros meteorológicos e as correções (quando necessárias). Definiu
resultante da pressão de vento sobre acessórios e suporte.
Instrução utilizada pela CEMIG para dimensionamento de barramentos. Esse
to-
circuito e de vento atuantes no barramento.
Elementos Básicos para Projetos das Linhas Aéreas
3.5.1) Considerações e normas utilizadas em dimensionamento de suportes de LT´s
e LS’s
Os suportes de uma linha de transmissão devem ser dimensionados a fim de resistir,
com seg
as cargas de projetos a serem consideradas no dimensionamento se suportes de LT´s e
LS’s são:
a) Carregamento horizontal
nos acessórios a ele pertencen
como carregamento horizontal as cargas devido ao fenômeno de curto-circuito (atração
ou repulsão entre os barramentos).
b) Carregamento vertical
documentos:
c) Norma NBR 5422 / 1985
as equações de carregamento
d) Dimensionamento de barramentos tubulares para subestações (VILELA, 1994)
documento contribuiu na definição das equações para cálculo das cargas de cur
26
Forneceu conceitos de ordem técnica sobre subestações e subsídios para análise estática
3.5.1.1) Equações básicas de esforços horizontal para dimensionamento de
Vários trabalhos realizados no intuito de determinar o efeito de vento sobre as estruturas
. Através destes trabalhos, notou-se alguns aspectos que
influenciam a velocidade do vento de projeto (V ):
Kr, maior será a
turbulência do vento e menor a sua velocidade.
b) Altura sobre o solo
ície do solo, a velocidade do vento de
projeto aumenta com a altura sobre o solo.
c) Extensão pela qual os efeitos do vento podem ser sentidos simultaneamente
forma de rajadas, cujas frentes são pouco
extensas (algumas centenas de metros).
d) Obstáculos que se opõe ao vento
ento possuem tempos de respostas diferentes à
sua solicitação, ou seja, possuem um tempo de integração (t) diferente. Assim, sobre um
ntos de intensidades elevadas de curta duração
podem ter efeitos menores do que os outros, menos intensos, porém de maior duração.
e) The Institute of Electrical and Electronics Engineers, 1998, IEEE Guide for
Design of Substation Rigid-Bus Structures.
das cargas atuantes nos barramentos.
componentes de subestações
de engenharia levaram ao reconhecimento de diversos fatores de importância na escolha
dos chamados ventos de projeto
p
a) Rugosidade do solo
Quanto maior for rugosidade do solo, definida pela constante
Devido à maior turbulência próxima à superf
Os ventos, em geral, apresentam-se na
Os diferentes obstáculos que se opõe ao v
determinado elemento estrutural, ve
27
nas curvas
isótocas constantes (Fig. 3.10) observando a localização em que se encontra instalada a
As considerações de tais aspectos resultaram nas equações descritas a seguir.
3.5.1.1.1) Velocidade do vento de projeto (Vp)
O cálculo de Vp é realizado a partir da determinação do valor da velocidade básica do
vento, Vb. Esta última pode ser obtida através do método gráfico diretamente
linha.
Figura 3.10 – Velocidade básica do vento no território brasileiro
28
Ressalta-se que as curvas isótocas fornecem Vb em duas condições específicas:
• altura de 10 m;
• período de retorno1 (T) de 50 anos.
O período de retorno de 50 anos é considerado geralmente satisfatório, não necessitando
de correção. Outros períodos podem ser considerados a critério dos proprietários das
linhas aumentando ainda mais a segurança (LABEGALINI et al., 1992).
Para obstáculos cuja altura sobre o solo seja diferente de 10 m, a velocidade do vento
utiliza-se (Eq. 3.1):
VH = V10nH1
10⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ (3.1)
onde:
VH: velocidade do vento para altura diferente de 10 m [m/s];
V10: velocidade básica do vento para altura de 10 m [m/s];
H: altura do obstáculo [m];
O valor der n, que é um fator que depende da rugosidade do terreno da linha e do
período de
integração t (segundos), é obtido na Tabela 3.3.
1 A Norma NBR 5422/1985 define período de retorno (T) como intervalo médio entre ocorrências
cessivsu as de um mesmo evento durante um período de retorno indefinidamente longo. Corresponde ao inverso da probabilidade de ocorrência do evento no período de um ano,
Tabela 3.3 - Valores de n para correção da velocidade de vento em função da altura
Norma NBR 5422/1985
29
A velocidade do vento de projeto, VP, é calculada através de (Eq. 3.2):
Categoria do terreno n para t = 2 seg. n para t = 30 seg.
A 13 12
B 12 11
C 10 9,5
D 8,5 8
VP = KrKd
nH1
10⎟⎠
⎜⎝
V⎞⎛ (3.2)
Kr: coeficiente de rugosidade;
Kd: coeficiente utilizado apara a conversão de velocidades de vento com tempos de
tegração diferentes;
VT: velocidade do vento período T = 50 anos [m/s]. Não havendo correção de T, VT =
V10 = Vb.
N e
utilizado para a conversão d com tempos de integração
diferentes) são .4 resp ve-se observar
que, VT = V10 = Vb quando não havendo correção de T.
T
onde:
VP: velocidade do vento de projeto [m/s];
in
a Equação 3.2 as constantes Kr (coeficiente de rugosidade obtido) e Kd (coeficient
e velocidades de vento
obtidas na Tabela 3 e Figura 3.11 ectivamente. De
30
Tabela 3.4 – Coeficientes de rugosidade do terreno
Norma ABNT 5422/1985
Categoria do terreno Característica do terreno
Coeficiente de rugosidade
Kr
A Vastas extensões de água; áreas planas costeiras; 1,08 desertos planos.
B Terreno aberto com poucos obstáculos 1,00
C Terreno com obstáculos numerosos e pequenos 0,85
D Áreas urbanizadas; terrenos com muitas árvores altas. 0,67
Figura 3.11 – Relação entre as velocidades médias a 10 m de altura
Norma NBR 5422/1985
31
3.5.1.1.2) Pressão do vento
Definindo a massa específica do ar (ρ) (Eq. 3.3):
.6416000.6416000
.00367,01293,1
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛++−+
+=
ALTtALTt
t c
c
c
ρ (3.3)
onde:
ρ: massa específica do ar [kg/m3];
tc: temperatura coincidente [ºC] (Fig. 3.12);
ALT: altura média da região de implantação da linha [m].
Figura 3.12 – Médias das temperaturas mínimas diárias
Norma NBR 5422/1985
32
Tem-se a pressão dinâmica de referência definida pela Equação 3.4:
qo = 21
ρ VP 2 (3.4)
2
ρ: massa específica do ar [kg/m3].
3.5.1.1.3) Esforços de vento atuante em acessórios
Encontra-se definida na Norma NBR 5422/1985 a equação apropriada para o cálculo do
esforço de vento atuante em isoladores. Neste acessório e em outros de formato
semelhante como os pára-raios, transformador de corrente e capacitores, utiliza-se (Eq.
3.5).
Ai = qo .Cxi .Si (3.5)
onde:
Ai: esforço de vento atuante no isolador ou acessório considerado [N];
qo: pressão dinâmica de referência [N/m2];
Cxi: coeficiente de arrasto;
Si: área da cadeia dos isoladores ou acessórios projetada ortogonalmente sobre um plano
vertical [m2].
3.5.1.1.4) Esforços de vento at
o esforço devido à
ação do vento é dado por (Eq. 3.6).
onde:
qo: pressão dinâmica de referência [N/m ];
VP: velocidade do vento de projeto [m/s];
uante nos suportes
Para suportes metálicos treliçados de seção transversal retangular,
)cos....)(2.2,01( 2211 θθθ xTTxTTt CSsenCSsenA ++= (3.6) 222oq
onde:
At: esforço de vento atuante nos suportes [N];
q : pressão dinâmica de referência [N/m2];
θ: ângulo de incidência do vento [º] (Fig. 3.14);
S , S : área líquida total de uma face projetada ortogonalmente sobre plano vertical
];
o
T1 T2
situado na direção das faces 1 e 2, respectivamente [m2
CXT1, CXT2: coeficientes de arrasto próprios das faces 1 e 2 para um vento perpendicular
a cada face. São obtidos na Figura 3.13 através da relação entre as áreas líquida e bruta
(Ф) que constituem os suportes calculada pela Equação (3.7).
área líquidaФ =
área bruta (3.7)
se do valor obtido na Equação 3.7, utiliza-se o ábaco apresentado na Figura 3.13 De pos
de onde se obtém os valores de CXT1 e CXT2.
Figura 3.13 – Coeficientes de arrasto para painéis de sup dice
exposta) Norma NBR 5422/1985
ortes treliçadas (ín de área
33
34
correta utilização da Equação 3.6, deve-se observar o ângulo de incidência, θ, do
vento no suporte nas faces do suporte (Fig. 3.14).
Para a
Figura 3.14 – Ação do vento sobre um tronco de suporte
3.5.1.1.5) Esforço nos barramentos devido à atuação do vento
Não existindo uma equação específica na norma brasileira para o cálculo de esforço de
vento em barramentos e sendo o barramento um condutor, utiliza-se a equação contida
na NBR 5422/1985 para o cálculo da ação de vento em cabo (Eq. 3.8).
Norma ABNT 5422/1985
2
2θα senZdCqA xcoc = (3.8)
3.5.1.1.6) Esforço nos barramentos devido ao fenômeno de curto-circuito
As forças devido ao curto circuito têm seu embasamento nas teorias elementares do
eletromagnetismo.
Tais teorias afirmam que s ovimento surge entre elas
força magnética (KRAUSS & CARVER, 1973). Da mesma forma, ao se considerar dois
condutores “A” e “B” no ar, paralelos entre si, separados por uma distância d e
e duas cargas elétricas estão em m
percorridos pelas correntes I e I’, a força magnética distribuída que surge entre os
condutores é calculada por (Eq. 3.9):
dII
LF
πμ2
'.0= (3.9)
onde:
LF
: força magnética entre os barramentos [N/m];
μ0: permeabilidade magnética do ar [H.m-1];
I e I’: corrente [A];
d: distância ent
Segundo KRAUSS & CARVER (1973) as forças de interação entre os condutores
odem ser de atração, em caso de corrente movimentando-se em um mesmo sentido, ou
de repulsão em caso contrário (Fig. 3.15).
re os barramentos.
p
d d
L L
I I 'I I '
y
x
Figura 3.15 - Representação da teoria da força magnética entre dois condutores
o fixados e suportados por isoladores, distribuem a corrente em três
Configurando-se em disposição paralela, horizontal e igualmente espaçada, os
barramentos, que sã
fases. Em condições normais de operação, a interação de campos eletromagnéticos faz
surgir forças de interação toleráveis entre os condutores (BUDINICH & TRAHAN,
1995). 35
36
de falta surge no sistema, uma flutuação dinâmica
de estado fica caracterizada. Em especial, um transitório que ocorre freqüentemente em
linhas de tra na-s
de um curto-circuito (ELGERD, 1976):
• rompimentos de isolação;
•
is raro que ocorre em sistemas elétricos, como pode
ser observado na Tabela 3.6, o curto-circuito nas três fases (trifásico) é o mais grave
Tabela 3.5 – Ocorrência dos curtos-circuitos
KINDERMANN, 1997
Tipos de curtos circuitos Ocorrência em %
No entanto, segundo ELGERD (1976), quando algum transitório ocorre, ou seja, se
algum tipo de perturbação decorrente
nsmissão expostas denomi e curto-circuito. Podem constituir as causas
existência de sal nos isoladores;
• contato de pássaros;
• outras causas mecânicas.
Mesmo sendo o curto-circuito ma
ELGERD, 1976).
Trifásico 06
Bifásico 15
Bifásico-terra 16
Monofásico-terra 63
Tal falta pode levar a capacidade de transmissão de potência de uma linha a zero,
necessitando portanto, da atuação da equipe de manutenção. Além disso, como lembrou
ELGERD (1976), as correntes de curto-circuito podem atingir valores de pico muito
superiores aos nominais dos geradores e transformadores, provocando esforços
dinâmicos nos barramentos até o momento da entrada de algum sistema de proteção.
Recorrendo aos estudos do IEEE (1998), subtende-se que no momento do curto circuito
a corrente atinge valores equivalentes a ccI.22 , em que Icc denota o valor eficaz da
corrente de curto-circuito considerada em [A].
Pela teoria de curto-circuito, a corrente alternada atrasada em praticamente 90º no
instante inicial, está com 50% do seu valor máximo sendo que, a soma das três correntes
v r, 1975). Sendo assim, três casos de forças de curto-
s (Figs. 3.16, 3.17 e 3.18).
smo sentido nas fases “A” e “C” e um sentido contrário na
fase “B”.
de e ser igual a zero (Roepe
circuito, CC, podem ser generalizado
a) Caso 1 (Fig. 3.16)
As correntes percorrem o me
L
37
d d
y
A B C
Figura 3.16 - Representação da teoria de força de curto-circuito para o caso 1
tes em cada fase são obtidas pelas Equações 3.10, 3.11 e 3.12:
2)
x
As forças resultan
PCA = FBA - FCA (3.10)
PCB = FCB - FAB (3.11)
PCC = FAC - FBC (3.1
38
as fases
b) Caso 2 (Fig. 3.17)
As correntes percorrem o mesmo sentido n “A” e “B” e em sentido contrário na
fase “C”.
d d
L
A B C
y
x
Figura 3.17 - Representação da teoria de força de curto-circuito para o caso 2
As forças resultantes em cada fase são obtidas pelas Equações 3.13, 3.14 e 3.15:
PCA = -FBA + FCA (3.13)
PCB = F FAB (3.14)
PCC = -FBC - FAC (3.15)
c) Caso 3
As correntes percorrem o mesmo sentido nas fases “B” e “C” e em sentido contrário na
CB +
(Fig. 3.18)
fase “A”.
d d
L
A B C
y
x
Figura 3.18 - Representação da teoria de força de curto circuito para o caso 3
As forças resultantes em cada fase são obtidas pelas Equações 3.16, 3.17 e 3.18:
PCA = 16)
CB = -FCB - FAB (3.17)
(3.18)
ri i An ân
Estabilidade
Dois parâmetros de análise estrutural definidos por POPOV (1984) são freqüentemente
resistência mecânica e estabilidade.
Define-se a resistência mecânica de uma estrutura como sua capacidade de suportar um
determinado carregamento sem que ocorram nos materiais tensões excessivas (BEER,
1995).
FBA + FCA (3.
P
PCC = - FAC + FBC
3.6) C tér os de álise de Estruturas: Resistência Mec ica e
utilizados neste estudo:
3.6.1) Resistência mecânica
39
40
Para o dimensionamento de elementos estruturais, considera-se uma resistência atuante
mais baixa que a resistência última considerada. Essa menor resistência denomina-se
tensão admissível.
POPOV (1984) justifica este critério considerando que:
• os valores exatos das forças que poderão atuar sobre a estrutura raramente são
conhecidos;
• o
• alguns materiais se deformam de valore issíveis antes da ruptura real;
eno denominado fluência.
estabelecida como:
s materiais não são inteiramente uniformes;
s não perm
• alguns materiais podem ser seriamente corroídos;
• alguns materiais escoam plasticamente sob a ação de uma carga de longa duração,
segundo o fenôm
Por tais razões, uma relação designada por coeficiente de segurança (Eq. 3.19) pode ser
admσultSC
σ=.
onde:
σult: tensão limite de resistência do material;
σadm: tensão admissível do material.
m de segurança (MS) ao invés do coeficiente de segurança (Eqs. 3.20 e 3.21)
sendo definida como:
(3.19)
CS: coeficiente;
Em alguns campos de engenharia, principalmente na engenharia aeronáutica, utiliza-se
a marge
1−= CSMS (3.20)
MS = adm
ult
σσ
- 1 (3.21)
racterística a se considerar na
escolha do coeficiente de segurança.
Os teis apresentam grande deformação antes de atingir a ruptura, e esse
comportamento do material fornece um aviso de que está ocorrendo escoamento. Sendo
assim ento como a tensão limite de
i 400
MPa ou mais. Todavia, ele se deforma um tanto subitamente a um nível de tensão de
uma tensão admissível de
Ma a, sem nenhuma indicação de que o
colapso é im
desses m aior do que em materiais que não tem característica frágil.
3.6.2) Estabilidade
A estabilidade de um
inado carregamento sem sofrer uma súbita mudança em sua configuração
(BEER, 1995).
Barras longas, também conhecidas como colunas, quando submetidas a uma carga que
uma flexão lateral (encurvamento) caso
dimensionamento não esteja correto. Sendo assim, as tensões atuantes em qualquer
ão acima das tensões admissíveis e os valores de
(1974), o início do fenômeno é bastante rápido e imperceptível
a olho, e uma coluna aparentemente estável torna-se, na verdade, lateralmente instável.
O modo de ruptura do material é uma importante ca
materiais dúc
, para estes materiais, adota-se a tensão de escoam
res stência. O aço comum, por exemplo, apresenta uma tensão última tração de
250 MPa (tensão de escoamento), sendo que
aproximadamente 150 MPa é utilizada para trabalho estrutural (CS ≅ 1,67).
teriais frágeis apresentam ruptura repentin
inente. Dessa forma, o valor a se adotar para o coeficiente de segurança
ateriais deve ser m
a estrutura é representada por sua capacidade de suportar um
determ
aumenta progressivamente, podem sofrer
seção transversal dessas barras estar
deformações estarão fora das especificações recomendadas caracterizando então, o
fenômeno de flambagem.
Como lembrou COSTA
41
42
A fórmula pa rr sob f mbag
pelo matemático suíço Leonhard Euler (COSTA, 1974). Em seu estudo, Euler
prime
(biarticulada). Para este caso, denominado fundamental, o valor de carga crítica, Pcr,
ra o estudo de uma ba a la em foi pela primeira vez determinada
considerou o caso de uma barra de com nto L articulada nas extremidades
que uma barra poderia suportar sem que ocorresse o fenômeno de flambagem seria (Eq.
3.22):
2
2
LEIPcr
π= (3.22)
onde:
Pcr: carga crítica de flambagem;
I: menor momento de inércia da seção transversal;
E: módulo de elasticidade;
L: comprimento da barra.
Definindo I como (Eq. 3.23):
2.rAI = (3.23)
o mínimo da seção transversal.
onde:
r: raio de giraçã
E sabendo que (Eq. 3.24):
SPcr
cr =σ (3.24)
onde:
S: área da seção transversal;
tem-se então, a tensão critica de flambagem (σcr), dada por (Eq. 3.25):
43
crσ = ( )22
rL
Eπ (3.25)
Porém, as soluções dos problemas de flambagem também são muito sensíveis em
relação aos vínculos de extremidade (POPOV, 1984). Esta variável influencia
diretamente no comprimento efetivo de flambagem (Le) da barra obtendo-se maiores ou
menores valores de σcr.
Para o caso fundamental (Le = L) e para os demais, os valores de comprimentos efetivos
estão definidos na Figura 3.19.
Le
= L
Le =
0,5
L
A
BB
A
(a) Uma extremidadeengastada engast
(b) Biarticulada (c) Articulada-ada
(d) Biengastada
B
A
B
A
Le =
0,7
L
L
P
P P P
Le =
2L
ara várias situações de extremidade
Reescrevendo a Equação 3.25 em função do comprimento de flambagem, Le, em vez do
comprimen
Figura 3.19 – Comprimento de flambagem p
to geométrico (L), obtém-se (Eq. 3.26):
crσ = 22 ⎟
⎠⎞⎜
⎝⎛
rL
2Eπ (3.26)
44
A razão Le / r é conhecida como índice de esbeltez efetivo da barra. Generalizando, tem-
se ( . 3.27Eq ):
KLLe = (3.27)
onde:
K: fator de comprimento efetivo valendo 2, 1, 0,7 ou 0,5 conforme os vínculos de
io para a escolha de Le é muito importante. Em muitos
asos, este valor é obtido por testes. Nas estruturas metálicas de edifícios e pontes, o
coeficiente para extremidades rebitadas é K = 3/4 e para extremidades com pinos K =
7/8 devido a certa resistência do atrito existente. No entanto, onde há dúvidas no critério
a adotar, usa-se K = 1 (COSTA, 1974).
3.7) Método dos Elementos Finitos (MEF) Aplicado à Análise
Estrutural
3.7.1) Considerações iniciais
Nas atividades de engenharia, os profissionais se deparam com problemas estruturais de
diversos graus de complexidade. Dos problemas mais simples aos métodos analíticos
clás ão
suficientes para a obtenção das respostas exatas dos deslocamentos, deformações e
nsões da estrutura.
a maneira generalizada de tratar tais
problemas consiste na obtenção de soluções aproximadas utilizando-se métodos
num e
nome de Método de Elementos Finitos (MEF).
extremidades (Fig. 3.19).
Em aplicações práticas, o critér
c
sicos, apoiados nos teoremas da Mecânica Geral e Resistência dos Materiais, s
te
No entanto, a maioria dos problemas estruturais de ordem prática é muito complexa
para serem analisados pelas técnicas clássicas. Um
éricos d análise. A este tratamento de problemas complexos de engenharia dá-se o
45
um número finito de elementos conectados por nós. Dessa forma, o
comportamento interno de cada elemento pode ser determinado conhecendo-se o
deslocam
o problema incluindo a elaboração da malha (subdivisão da
ftwares) de Elementos Finitos oferecem uma
biblioteca de elementos do programa contendo diversos elementos.
exemplo, BUDINICH & TRAHAN (1995) utilizaram o elemento de viga em análise
resultados bastante acurados foram obtidos.
to
eração do modelo. A verificação
de tensões na estrutura, por exemplo, tornou-se mais fácil ao associar uma escala de
cores às intensidades das tensões obtidas.
O princípio básico do MEF constitui na discretização (divisão em partes) de um sistema
contínuo em
ento de cada nó. FILHO (2000) considerou que existem três grandes etapas no
MEF:
a) Pré-processamento
Consiste na idealização d
estrutura em elementos) e a aplicação das condições de contorno e carregamentos.
Deve-se sempre ter em mente que escolha do elemento apropriado para modelar uma
dada solução física é de grande importância no MEF, pois o elemento formulado deve
corresponder ao comportamento físico da estrutura. Do ponto de vista prático, as
Plataformas Computacionais (PC) (so
Em uma modelagem de estrutura de subestação sujeita a forças de curto-circuito, por
dinâmica. Nessa oportunidade,
b) Processamento (solução)
Realização dos cálculos para a determinação de deslocamentos, reações de apoio e
forças internas nos elementos.
c) Pós-processamen
Nessa etapa, são interpretados os resultados numéricos dos cálculos efetuados.
3.7.2) Plataforma computacional ANSYS e a análise estrutural
Ao longo do tempo, as ferramentas computacionais possuidoras de excelentes
interfaces gráficas, têm contribuído grandemente na g
46
e aos usuários realizar as análises anteriormente referenciadas. Para isto, os
conceitos intrínsecos ao software são (HELP ANSYS 5.7):
a) Resistência mecânica da estrutura
te na determinação
da carga crítica na qual a estrutura se torna instável. Paras isto, o programa calcula o
Dentre os softwares comerciais disponíveis para análises de projetos estruturais,
destaca-se a Plataforma Computacional denominada ANSYS.
Possuidor de uma biblioteca de mais de 100 tipos de elementos, o programa ANSYS
permit
As soluções nodais associadas aos elementos de viga (stress e strain) vinculam o
subíndice x à direção axial do elemento associando os valores positivos ao esforço de
tração e os negativos ao de compressão.
b) Estabilidade da estrutura (flambagem)
A análise de flambagem pela PC ANSYS (buckling analysis) consis
auto-valor (λ) considerando barras bi-engastadas, conforme a Equação 3.28.
atu
cr
σσ
λ = (3.28)
σcr e σatu: tensão atuante na barra.
Na anális a margem de segurança em relação à flambagem, MSf, é
onde:
λ: auto valor;
: tensão crítica de flambagem
e de flambagem, um
definida como (Eqs. 3.29 e 3.30):
1−= λfMS (3.29)
atu
cr
σσ
- 1 (3.30) MSf =
47
CAPÍTULO 4
Metodologia
4.1) Introdução
A metodologia de trabalho apresentou as seguintes etapas:
• definição da estrutura de LS´s;
• ensaios de tração para caracterização do material pultrudado;
• cálculo das cargas atuantes na estrutura segundo normas;
• modelagem da estrutura em Elementos Finitos para validação do ensaio (Caso 4) e
para estudo dos casos de curto circuito (Casos 1, 2 e 3);
• ensaio da estrutura real construída em material composto pultrudado para a
validação do MEF;
• simulação do modelo de validação do ensaio (Caso 4) utilizando resultados obtidos
no ensaio da estrutura real.
4.2) A Estrutura de Estudo: Banco de Capacitores ou Pórtico A12
Uma estrutura típica da concessionária de energia elétrica CEMIG, denominada Banco
de Capacitores ou Pórtico A12 (Apêndice A), foi determinada como alvo de estudo.
Tal estrutura tem como finalidade a sustentação de equipamentos em subestações de
energia elétrica. Vislumbrando a montagem em tamanho real desta estrutura para a
validação do modelo em Elementos Finitos, dois aspectos foram relevantes na escolha
do Banco de Capacitores para o respectivo estudo: as pequenas dimensões e a geometria
simplória a ela atribuída quando comparada à grande maioria de outras estruturas
utilizadas em subestações, facilitando então a parte operacional do trabalho.
4.3) Caracterização do Material Pultrudado
Para a montagem da Estrutura de Validação foram adquiridos da WPP os perfis
PullPlast Série 525 com resina poliéster isoftálica (resina resistente à maioria dos
ataques ácidos) com aditivo retardante de chamas e inibidor de ultravioleta (UV). Há
uma grande variação no grau de degradação por UV conforme a cor do perfil (acrescido
à utilização de um véu de superfície que aumenta em muito o grau de proteção contra
esta degradação).
No intuito de avaliar as propriedades mecânicas (módulo de elasticidade, coeficiente de
Poisson e resistência máxima à tração), foram retiradas amostras do material pultrudado
na direção longitudinal do perfil L (Fig 4.1), região onde as fibras estão dispostas no
sentido longitudinal, e amostras retiradas na aba do perfil U (Fig. 4.2), onde as fibras
estão dispostas transversalmente ao comprimento da aba, totalizando assim 12 (doze)
corpos de prova (Fig. 4.3) para realização dos ensaios de tração. As figuras 4.1 e 4.2
mostram as dimensões das amostras, sendo o comprimento e largura, porém, a
espessura é a mesma para ambas as amostras (Fig. 4.1). Seguiu-se os procedimentos da
Norma ASTM D 3039.
Foram colados na parte central dos corpos de prova Strain Gauges nas direções
longitudinal e transversal (Fig. 4.3).
6,35mm 240mm
Figura 4.1 – Modo de retirada do material pultrudado para a confecção de corpos de
prova (Fibras Longitudinais)
48
Figura 4.2 – Modo de retirada do material pultrudado para a confecção de corpos de
prova (Fibras Transversais)
Figura 4.3 – Corpo de prova de material pultrudado
A Figura 4.4 ilustra o corpo de ensaio preso às garras da máquina de ensaio. A bateria
de ensaio foi realizada utilizando uma máquina de ensaio de tração Marca INSTRON de
capacidade 10 ton. do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN-
UFMG), no qual a velocidade de tração utilizada e os outros parâmetros adotados no
ensaio também foram de acordo com a Norma ASTM D 3039.
49
Figura 4.4 – Máquina de Ensaio Marca INSTRON do Laboratório do CDTN-UFMG
4.4) Cálculo das Cargas Atuantes no Banco de Capacitores
No Apêndice B, são apresentadas as considerações, parâmetros adotados e os cálculos
segundo normas para o estudo em MEF do Banco de Capacitores, com as devidas
justificativas.
As cargas atuantes na estrutura foram divididas em categorias básicas, sendo elas, as
cargas referentes ao peso (capacitores e estrutura), cargas de vento e cargas provocadas
por curto-circuito. Determinaram-se então as cargas para o MEF de validação do ensaio
(Tab. 4.1) e as cargas para estudo de 3 (três) casos de curto-circuito (Tab. 4.2, 4.3 e 4.4).
50
4.5) Modelagem do Banco de Capacitores em Elementos Finitos
4.5.1) Introdução
Na modelagem em Elementos Finitos do Banco de Capacitores em material pultrudado
(Apêndice C) foram mantidas as dimensões básicas oriundas do projeto inicial da
estrutura em aço (Apêndice A). Tanto na modelagem em MEF, quanto no projeto da
Estrutura de Validação, tiveram como base os perfis pultrudados padrão da Webber
Perfis Pultrudados (WPP) conforme se segue:
• perfil U de dimensões 28,6x28,6x101,6x6,35 mm (Fig. 4.5-a) em substituição ao
perfil de aço de 1.5/8”x1.5/8”x4”x1/4";
• perfil L de dimensões 50,8x50,8x6,35mm (Fig. 4.5-b) em substituição ao perfil de
aço de mesmas dimensões;
• perfil duplo L (Fig. 4.5-c) em substituição ao perfil de aço de dimensões
3”x3”x5/16”.
50.8
2 8 .6
101.
6
6.35
6.35
V ig a U 4 "1 ,7 1 4 K g /m
1 ,1 2 5 K g /mC a n to n e ira 2 " P e ril D u p lo "L "
(a) (b) (c)
Figura 4.5 – (a) Perfil U, (b) Perfil L, (c) Perfil duplo L
51
Para a modelagem da Estrutura utilizou-se o elemento BEAM 189-3D da Plataforma
Computacional ANSYS 5.7. Tal elemento (Fig. 4.6) é satisfatório para analisar vigas
esbeltas ou robustas permitindo a análise de vigas compostas como, por exemplo, vigas
fabricadas de dois ou mais partes de materiais unidos para formar uma única viga
sólida. Pelo fato deste elemento ser dotado de 3 (três) nós, consegue-se distribuir os
esforços de forma homogênea pelo elemento, assumindo assim que as partes são unidas
perfeitamente, e essa característica leva vantagem sobre os outros tipos de elementos
para essa aplicação. Conforme o próprio Help do Ansys informa, este elemento é o ideal
para análise de flambagem, além de permitir também perfis na seção transversal.
Um outro fator preponderante na utilização do elemento de viga para o MEF do Banco
de Capacitores encontra-se no fato de tal elemento permitir o estudo de modo independe
dos fenômenos relacionados a esforços mecânicos. (FILHO, 2000).
Figura 4.6 – Elemento BEAM 189-3D
Para o elemento BEAM 189-3D da Plataforma Computacional ANSYS pode-se utilizar
seis ou sete Graus de Liberdade (DOF). O DOF em cada nó depende do valor de
52
KEYOPT (1). Tem-se para KEYOPT (1) = 0 seis graus de liberdade incluindo as
translações e rotações nos eixos x, y, e z. Porém ao se considerar KEYOPT (1) = 1, um
sétimo grau de liberdade relativo a valor de deformação (WARP) também é
considerado.
O BEAM 189 pode ser utilizado para qualquer seção de viga. Esta, por sua vez, é
associada a um número de identificação que constitui em um atributo independente ID
(SECNUM). Para a utilização do BEAM 189 foram fornecidos ao ANSYS os seguintes
dados de entrada:
- Nós: I, J, K e L sendo o nó L sempre obrigatório para se definir a orientação do
elemento. Sendo assim, cada perfil foi orientado utilizando-se de Key Points
auxiliares como referência.
- Graus de liberdade: U
53
X, U , U , ROTY Z X, ROT e ROTY Z em caso de KEYOPT (1) = 0
(padrão) assumindo que a deformação da seção transversal é muito pequena,
podendo ser desprezada.
- Dados da seção: espessuras (Figs. 4.5-a, 4.5-b e 4.5-c).
Um sistema de coordenadas local para o elemento de viga é mostrado Figura 4.7. O eixo
x está alinhado com o eixo longitudinal do elemento, enquanto os eixos y e z estão
posicionados nas transversais definindo a seção transversal do elemento. Letras
minúsculas foram adotadas para representar os eixos x, y e z do sistema de coordenadas
local do elemento de viga. y
xz
Figura 4.7 – Sistema de coordenadas local do Elemento de Viga
Para ambos os modelos descritos a seguir, foram utilizadas as propriedades mecânicas
do material, obtidas através dos ensaios do programa de caracterização do mesmo.
54
4.5.2) Modelo para validação do ensaio
Este MEF foi projetado para realizar uma comparação com os resultados do ensaio real
da estrutura que será descrito no item 4.6.
Os isoladores entre os módulos do Banco de Capacitores (Apêndice A), foram
representados por barras cilíndricas e maciças de diâmetro 45 mm com módulo de
elasticidade de 200 GPa, objetivando desta forma manter rigidez próxima do valor
original e retratar as características próximas da condição real. O Banco de Capacitores
como um MEF apresentou as seguintes características:
- número de graus de liberdade: 13974;
- número de elementos: 1891;
- número de nós: 5586;
- condições de contorno: modelo engastado nas direções x, y e z em quatro pontos
(Fig. 4.8).
4.5.3) Aplicação das cargas e momentos no MEF de validação do ensaio
Para o MEF da Estrutura de Validação foram realizadas simulações considerando as
duas cargas mais significativas atuantes em um Banco de Capacitores tipo A12: o peso
dos capacitores e a carga de vento mais crítica (Apêndice B). O peso dos capacitores é
relevante para esta análise, visto que os mesmos têm massas consideráveis por serem
dotados de óleo em seu interior, portanto, a representação de cargas concentradas
aplicadas ao modelo retrata a posição do centróide de cada capacitor na estrutura.
Foram determinados os pesos dos 15 (quinze) capacitores (Tab. 4.1).
Tabela 4.1 – Posicionamento e peso dos capacitores Posição (pontos) - P (N)
1º Nível 69 – 479,71 63 – 482,65 52 – 489,52 45 – 498,35 17 – 485,60 2º Nível 77 – 487,56 64 – 487,56 57 – 486,58 46 – 490,50 20 – 502,27 3º Nível 79 – 495,41 67 – 491,48 68 – 491,48 51 – 502,27 23 – 491,48
Uma carga concentrada equivalente foi aplicada no topo da estrutura, formando um
ângulo de 14º em relação à face plana da estrutura, com o propósito de simular a força
crítica de vento, posicionada de tal forma a simplificar a realização do ensaio de
validação.
A Figura 4.8 ilustra os pontos de aplicação de tais cargas.
Z Y
X
Figura 4.8 - Pontos de aplicação de cargas para a Estrutura de Validação
4.5.4) Modelos para estudo dos casos de curto-circuito
Para o estudo dos casos de curto-circuito, foi adotado a mesma forma construtiva e as
mesmas características do MEF da estrutura de validação, ou seja, as mesmas
propriedades mecânicas do material obtidas através dos ensaios do programa de
caracterização. Entretanto, para representar a rigidez dos capacitores, também foram
utilizadas as mesmas barras cilíndricas utilizadas para os isoladores, além de se adotar
carregamentos diferentes, pois neste caso foram considerados as cargas e momentos
gerados pela ação do vento em todos os acessórios e nos suportes (área útil da
55
estrutura), além das cargas e momentos gerados nos barramentos (cabos) pela ação do
vento e pelo fenômeno de curto-circuito em 3 (três) casos diferentes.
4.5.5) Aplicação das cargas e momentos no MEF para os três casos de curto-
circuito
Para os 3 (três) casos de curto-circuito, nomeados 1, 2 e 3, foram considerados as cargas
e momentos referentes aos seguintes acessórios: isolador de 13,8 kV e de 34,5 kV,
transformador de corrente (Tab. 4.2); pára-raios e capacitores (Tab. 4.3); cargas de
vento atuantes na estrutura (Tab. 4.5 e 4.6), além das cargas de vento e de curto circuito
atuantes nos barramentos (Tab. 4.4). O carregamento considerando os esforços de curto-
circuito nos barramentos foi o fator que diferenciou os 3 (três) casos simulados para
curto-circuito, sendo eles os Casos 1, 2 e 3 respectivamente.
Tabela 4.2 – Cargas e momentos nos isoladores e transformador
Isolador de 13.8 kV Isolador de 34.5 kV Transformador de Corrente Carga (N) Momento (N.m) Carga (N) Carga (N) Momento (N.m) x y x y x y x y x y
-17,14 17,14 1,29 1,29 -34,56 34,56 -72,4 72,4 -3,62 -3,62
Tabela 4.3 – Cargas e momentos nos pára-raios e capacitores
Pára-raios Capacitores Carga (N) Momento (N.m) Carga (N)
56
Momento (N.m) Altura (mm) x Y x y z
Altura (mm) x y z x y
3705 -23,16 23,16 -11,04 -3,13 5,21 3615 -44,42 13,07 -268,14 -2,29 -7,77 4260 -23,7 23,7 -11,04 -3,2 5,33 4065 -45,30 13,32 -268,14 -2,33 -7,93 4815 -24,19 24,19 -11,04 -3,27 5,44 4560 -47,18 13,58 -268,14 -2,38 -8,14
Tabela 4.4 – Cargas de vento e de curto-circuito nos barramentos para os
3 (três) casos
Casos Caso 1 Caso 2 Caso 3 Fase A Fase B Fase C Fase A Fase B Fase C Fase A Fase B Fase C Esforços
Carga (N) 119,02 -48,98 -216,98 -48,98 287,02 -384,98 287,02 -384,98 -48,98 Momento (N.m) 46,22 -9,22 -64,66 -9,22 101,66 -120,1 101,66 -120,1 -9,22
Dessa forma, estabeleceu-se:
• cargas e momentos relativos aos capacitores: nós 17, 20, 23, 45, 46, 47, 48, 51, 52,
53, 54, 57, 58, 59, 60, 63, 64, 67, 68, 69, 70, 76, 77, 78, 79, 82 e 85;
• cargas e momentos relativos aos barramentos: nós 89, 10 e 87;
• cargas relativas ao transformador de corrente: nós 92, 95, 96 e 94;
• cargas e momentos relativos aos pára-raios e isoladores de 13,8 kV: 90, 91 e 92;
• cargas relativas aos isoladores de 34,5 kV: 40, 41, 140 e 141;
• cargas de vento atuantes na estrutura: a aplicação no MEF levou em consideração as
magnitudes das áreas constituintes de cada face (Fig. 4.9-a). Desse modo, as cargas
de vento foram distribuídas nos pontos (Fig. 4.9-b) obedecendo à proporção relativa
a cada área em relação à área total. As Tabelas 4.5 e 4.6 apresentam os valores
atribuídos a cada ponto.
Face 1 Face 2
S 01
S 02
S 03
S 04
S 05
S 06
S 11
S 12
S 13
S 14
S 15
S 16
S 17
S 18
S 20
S 19
S 21
S 22
S 24
S 23
S 07
S 08
S 09
S 10
S 11
S 12
S 13
S 14
S 15
S 17
S 16
S 01
S 02
S 03
S 04
S 05S 06
S 20
S 18
S 21
S 22 S 23
S 19
Face 2
S 24
S 07
S 10
Face 1
112 111
115116
119 118
122 121
125 124100 99
126 127
133 132
137138
11212
11616
11919
22 122
25
41 141
26 12631 131
3
33 133S 08
S 09
1
135 135137 37
35
125
ZZ
57
(a) (b)
Figura 4.9 – (a) Áreas constituintes das faces do Banco de Capacitores; (b) Pontos de
aplicação da força de vento nas faces do Banco de Capacitores
Y X
As cargas calculadas (Apêndice B) e apresentadas nas Tabelas 4.2, 4.3 e 4.4 para os três
casos de curto-circuito, obedeceu uma distribuição ao longo da estrutura, de forma a
simular a situação real. Como exemplo, o Caso 1 é apresentado na Figura 4.10.
Z Y
X
Figura 4.10 - Pontos de aplicação de cargas para o Caso 1 de curto-circuito
Além das cargas referentes aos acessórios, a carga máxima de vento calculada (3127,38
N) foi distribuída ao longo dos suportes da estrutura conforme apresentado nas Tabelas
4.5 e 4.6, de forma também a simular a situação real.
A distribuição da carga de vento apresentada nas Tabelas 4.5 e 4.6, adotou a
nomenclatura das áreas mostradas na Figura 4.9.
58
59
Tabela 4.5 – Distribuição da carga de vento na face 1 do Banco de Capacitores
Pontos Área (%) Força Np F / np Total F (N)
111 / 112 S 01 20,36 154,02 4 -38,51 -38,51
S 01 20,36 -154,02 4 -38,51 115 / 116
S 02 7,19 -54,36 4 -13,59 -52,10
S 02 7,19 -54,36 4 -13,59 118 / 119
S 03 7,19 -54,36 4 -13,59 -27,18
S 03 7,19 -54,36 4 -13,59 121 / 122
S 04 5,99 -45,30 4 -11,33 -24,92
S 04 5,99 -45,30 4 -11,33 124 / 125
S 05 4,79 -36,24 4 -9,06 -20,39
S 05 4,79 -36,24 4 -9,06 99 / 100
S 06 4,19 -31,71 4 -7,93 -16,99
S 06 4,19 -31,71 4 -7,93 127
S 07 12,57 -95,13 3 -31,71 -39,64
S 06 4,19 -31,71 4 -7,93
S 07 12,57 -95,13 3 -31,71 126
S 08 12,57 -95,13 3 -31,71
-71,35
S 07 12,57 -95,13 3 -31,71
S 08 12,57 -95,13 3 -31,71
S 09 10,78 -81,54 3 -27,18 132
S 10 14,37 -108,72 4 -27,18
-117,78
S 08 12,57 -95,13 3 -31,71 -58,89 133
S 09 10,78 -81,54 3 -27,18
S 09 10,78 -81,54 3 -27,18 135
S 10 14,37 -108,72 4 -27,18 -54,36
137 S 10 14,37 -108,72 4 -27,18 -27,18
138 S 10 14,37 -108,72 4 -27,18 -27,18
Tabela 4.6 – Distribuição da carga de vento na face 2 do Banco de Capacitores
Pontos Área (%) Força Np F / np Total F (N)
12 / 112 S 11 12,2 370,17 4 92,54 92,54
S 11 12,2 370,17 4 92,54 16 / 116 157,78
S 12 8,6 260,94 4 65,24
S 12 8,6 260,94 4 65,24 19 / 119 130,48
S 13 8,6 260,94 4 65,24
S 13 8,6 260,94 4 65,24 22 / 122 130,48
S 14 8,6 260,94 4 65,24
S 14 8,6 260,94 4 65,24 25 / 125 88,00
S 15 3,0 91,03 4 22,76
S 15 3,0 91,03 4 22,76 41 / 141 56,89
S 16 4,5 136,54 4 34,13
S 16 4,5 136,54 4 34,13 26 / 126 90,57
S 17 9,3 282,18 5 56,44
S 17 9,3 282,18 5 56,44 31 117,12
S 18 6,0 182,05 3 60,68
S 17 9,3 282,18 5 56,44 131 117,12
S 18 6,0 182,05 3 60,68
S 17 9,3 282,18 5 56,44
S 18 6,0 182,05 3 60,68 3 236,46
S 19 6,0 182,05 3 60,68
S 20 5,8 175,98 3 58,66
S 18 6,0 182,05 3 60,68 S 20 5,8 175,98 3 58,66
33 238,68 S 21 5,8 175,98 3 58,66 S 22 6,0 182,05 3 60,68
S 19 6,0 182,05 3 60,68
S 20 5,8 175,98 3 58,66 133 238,68
S 21 5,8 175,98 3 58,66
S 23 6,0 182,05 3 60,68
60
Tabela 4.6 – Distribuição da carga de vento na face 2 do Banco de Capacitores (Continuação)
S 21 5,8 175,98 3 58,66 S 22 6,0 182,05 3 60,68
1 236,46 S 23 6,0 182,05 3 60,68
S 24 9,3 282,18 5 56,44
S 22 6,0 182,05 3 60,68 35 117,12
S 24 9,3 282,18 5 56,44 S 23 6,0 182,05 3 60,68
135 117,12 S 24 9,3 282,18 5 56,44
37 S 24 9,3 282,18 5 56,44
61
56,44
137 S 24 9,3 282,18 5 56,44 56,44
4.6) Ensaio para a validação do Modelo de Elementos Finitos do Banco
de Capacitores
4.6.1) Montagem da Estrutura de Validação em material pultrudado
Para a montagem da Estrutura de Validação utilizou-se de perfis pultrudados padrão
WPP (Figs. 4.5-a, 4.5-b, 4.5-c) e como elemento de fixação parafusos, porcas e arruelas.
Inicialmente, foram montadas as duas partes constituintes da Estrutura de Validação
realizando a união dos perfis. Posteriormente, o módulo inferior foi locado na fundação
e em seguida, através de um sistema hidráulico de elevação (Fig. 4.11-a), o módulo
superior foi posicionado sobre o módulo inferior. Entre os módulos constata-se a
existência de isoladores de 34,5 kV realizando a função de elemento de união entre eles
(Fig. 4.11-b).
62
(a) (b)
Figura 4.11 – (a) Elevação do módulo superior da Estrutura de Validação; (b) Fixação
de um isolador entre os módulos
As Figuras 4.12-a e 4.12-b ilustram Estrutura de Validação montada no Campus da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
(a) (b)
Figura 4.12 – (a) Vista frontal da Estrutura de Validação; (b) Vista em perspectiva da
Estrutura de Validação
Para a elevação dos capacitores, foi improvisado um sistema amarrado ao módulo
superior da estrutura (Fig. 4.13-a). Ao término do processo de elevação, a Estrutura de
Validação configurou-se na forma apresentada na Figura 4.13-b.
(a) (b)
Figura 4.13 – (a) Sistema de elevação dos capacitores; (b) Configuração final da
Estrutura de Validação montada com os capacitores
Oito pontos críticos da estrutura (Fig. 4.14) foram selecionados para serem
instrumentados e monitorados com Strain Gauges, segundo resultados de análises
preliminares de elementos finitos. Os Strain Gauges foram colados na direção
longitudinal das barras (Fig. 4.15-a), de modo a se estudar os efeitos de tração e
compressão na Estrutura de Validação.
Os Strain Gauges foram colados longitudinalmente no meio de uma aba do perfil L
(25,4 mm = 1” da borda) conforme mostrado na Figura 4.15. Os Strain Gauges 1, 2, 3 e
4 foram posicionados no módulo superior da estrutura enquanto os Strain Gauges 5, 6, 7
e 8 foram posicionados no módulo inferior, todos eles em pontos de alta concentração
de deformação.
63
Z
YX
Figura 4.14 – Pontos de maior deformação para o modelo de validação do ensaio
As ligações dos Strain Gauges foram executadas através de 4 (quatro) fios eliminando,
assim, efeitos de aumento de resistência relativos aos comprimentos dos cabos (Fig
4.15-b).
64
25,4
(a) (b)
Figura 4.15 – (a) Posicionamento do Strain Gauge; (b) Ligação de um Strain Gauge
Para a realização do ensaio, uma força de vento equivalente foi aplicada no topo da
estrutura através de um sistema de roldana, conectada a um poste adjacente (Fig. 4.16)
com um cabo de aço tracionado por uma manivela manual (Tirfor).
O cabo de aço foi conectado à estrutura de modo a formar um ângulo de 14º (ângulo
para o qual se obteve o maior valor de força de vento, conforme Apêndice B) com a
estrutura, porém o atrito entre o cabo de aço e a roldana foi desprezado.
Z X Y
Figura 4.16 – Esquema da montagem do ensaio da Estrutura de Validação
Uma célula de carga foi conectada ao sistema para medir a força aplicada. A célula de
carga com capacidade de 1000 kgf e os Strain Gauges foram conectados ao PC com um
sistema de aquisição de dados mostrado na Figura 4.16 (Agilent Technologies 34970A,
precisão de 0,004% e resolução de 61/2 dígitos). Durante o ensaio, a força foi
continuamente aplicada com o sistema de aquisição de dados gravando os sinais
sincronizados da célula de carga e dos Strain Gauges.
65
66
CAPÍTULO 5
Resultados e Discussão
5.1) Resultados Obtidos para a Caracterização do Material Pultrudado
Foram tiradas medidas das dimensões dos corpos de prova das amostras do material
pultrudado, e cada amostra foi medida em 5 (cinco) pontos diferentes na largura e
espessura. Através dessas medidas foram encontradas as médias onde se calculou a área
da seção de cada amostra, tanto das longitudinais quanto das transversais (Tabs. 5.1 e
5.2).
Tabela 5.1 – Área da seção transversal dos CDPs longitudinais
CDPL Área (mm2) 1L 84,38 2L 85,65 3L 84,37 4L 84,77 5L 80,76 6L 80,58
Tabela 5.2 – Área da seção transversal dos CDPs transversais
CDPT Área (mm2)
1T 153,66 2T 157,50 3T 157,70 4T 154,40 5T 156,89 6T 156,00
As Figuras 5.1 e 5.2 mostram duas amostras de corpos de prova após realização dos
ensaios de tração para caracterização do material, sendo elas longitudinal e transversal
respectivamente.
Figura 5.1 – CDP longitudinal após ensaio de tração
Figura 5.2 – CDP transversal após ensaio de tração 67
As áreas constantes das tabelas 5.1 e 5.2, foram então utilizadas no cálculo das tensões
que serão apresentadas nos gráficos a seguir (Figs. 5.3 a 5.8), gráficos estes resultantes
dos ensaios das amostras longitudinais do material pultrudado, e (Figs. 5.9 a 5.14)
resultantes dos ensaios das amostras transversais, sendo que as ordenadas apresentam os
valores de deformações calculadas em função da leitura dos Strain Gauges e as
abscissas apresentam os valores das tensões calculadas em função da carga aplicada de
forma gradativa.
As Figuras 5.3 a 5.8 apresentadas abaixo são resultantes dos ensaios das amostras
transversais (SG2).
Tensão x Deform (SG2)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.3 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 1L (SG2)
68
Tensão x Deform (SG2)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12 0,14
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.4 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 2L (SG2)
Tensão x Deform (SG2)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.5 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 3L (SG2) 69
Tensão x Deform (SG2)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.6 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 4L (SG2)
Tensão x Deform (SG2)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.7 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 5L (SG2)
70
Tensão x Deform (SG2)
0
50
100
150
200
250
300
350
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.8 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 6L (SG2)
De posse das curvas do ensaio de caracterização do material pultrudado para as
amostras longitudinais, arbitrou-se, então, 2 (dois) pontos da porção linear das
respectivas curvas tornando-se possível determinar o valor do Módulo de Elasticidade
Longitudinal (E1) do material citado.
Para a obtenção de E1 utilizou-se (Eq. 5.1):
1E σε
∆=∆
(5.1)
onde:
∆σ: variação de carga em uma porção linear da curva de ensaio (SG2);
∆ε: variação de deformação em uma porção linear da curva de ensaio (SG2).
71
Tabela 5.3 – Resultados do cálculo do Módulo de Elasticidade Longitudinal
SG2_Longitudinal (E1) CDPs Tensão_pto 1
(MPa) Tensão_pto 2
(MPa) Deform_pto 1
(*1e-7) Deform_pto2
(*1e-7) E1 (GPa)
1L 78,67 164,35 26.413,20 56.040,96 28,92 2L 48,40 153,46 16.254,05 53.602,44 28,13 3L 87,22 192,94 29.726,41 66.799,54 28,52 4L 85,37 175,61 26.158,48 55.437,94 30,82 5L 34,75 127,19 11.433,99 43.374,93 28,94 6L 73,14 129,93 22.393,63 40.211,50 31,87
E1 médio (GPa) 29,53 Desvio Padrão (GPa) 1,47 % 4,99
As Figuras 5.9 a 5.14 apresentadas abaixo são resultantes dos ensaios das amostras
transversais (SG2).
Tensão x Deform (SG2)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 0,015 0,03 0,045 0,06 0,075 0,09
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.9 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 1T (SG2)
72
Tensão x Deform (SG2)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.10 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 2T (SG2)
Tensão x Deform (SG2)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.11 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 3T (SG2)
73
Tensão x Deform (SG2)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1 0,12
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.12 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 4T (SG2)
Tensão x Deform (SG2)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.13 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 5T (SG2) 74
Tensão x Deform (SG2)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 0,02 0,04 0,06 0,08 0,1
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.14 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 6T (SG2)
De posse das curvas do ensaio de caracterização do material pultrudado para as
amostras transversais, arbitrou-se, então, 2 (dois) pontos da porção linear das
respectivas curvas tornando-se possível determinar o valor do Módulo de Elasticidade
Transversal (E2) do material citado.
Para a obtenção de E2 utilizou-se (Eq. 5.2):
2E σε
∆=∆
(5.2)
onde:
∆σ: variação de carga em uma porção linear da curva de ensaio (SG2);
∆ε: variação de deformação em uma porção linear da curva de ensaio (SG2).
75
Tabela 5.4 – Resultados do cálculo do Módulo de Elasticidade Transversal
SG2_Transversal (E2) CDPs Tensão_pto 1
(MPa) Tensão_pto 2
(MPa) Deform_pto 1
(*1e-7) Deform_pto2
(*1e-7) E2 (GPa)
1T 15,38 23,34 27.276,53 43.858,33 4,80 2T 6,80 13,87 11.537,04 30.452,13 3,74 3T 24,08 29,44 41.997,58 55.611,27 3,94 4T 8,35 18,22 16.199,37 39.644,59 4,21 5T 5,57 15,82 9.471,74 30.035,34 4,98 6T 9,53 15,24 15.849,65 26.729,56 5,25
E2 médio (GPa) 4,49 Desvio Padrão (GPa) 0,61 % 13,62
Os gráficos a seguir (Figs. 5.15 a 5.19) apresentam os resultados obtidos nos ensaios das
amostras longitudinais do material pultrudado, e (Figs. 5.20 a 5.25) resultantes dos
ensaios das amostras transversais. Ambos os gráficos são resultantes da leitura do Strain
Gauge na direção transversal dos CDPs (SG1).
Tensão x Deform (SG1)
0
50
100
150
200
250
300
350
-0,035-0,03-0,025-0,02-0,015-0,01-0,0050
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.15 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 1L (SG1) 76
Tensão x Deform (SG1)
0
50
100
150
200
250
300
350
-0,04-0,035-0,03-0,025-0,02-0,015-0,01-0,0050
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.16 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 2L (SG1)
Tensão x Deform (SG1)
0
50
100
150
200
250
300
350
-0,04-0,035-0,03-0,025-0,02-0,015-0,01-0,0050
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.17 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 3L (SG1) 77
Tensão x Deform (SG1)
0
50
100
150
200
250
300
350
-0,03-0,025-0,02-0,015-0,01-0,0050
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.18 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 4L (SG1)
Tensão x Deform (SG1)
0
50
100
150
200
250
300
350
400
-0,04-0,035-0,03-0,025-0,02-0,015-0,01-0,0050
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.19 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 5L (SG1)
78
Durante a realização do ensaio do CDP 1L houve o descolamento do Strain Gauge
transversal (SG1), portanto não foi possível a aquisição de dados nessa direção da
amostra em questão.
As Figuras 5.20 a 5.25 apresentadas abaixo são resultantes dos ensaios das amostras
transversais (SG1).
Tensão x Deform (SG1)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
-0,008-0,007-0,006-0,005-0,004-0,003-0,002-0,0010
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.20 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 1T (SG1)
79
Tensão x Deform (SG1)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
-0,007-0,006-0,005-0,004-0,003-0,002-0,0010
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.21 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 2T (SG1)
Tensão x Deform (SG1)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,005-0,004-0,003-0,002-0,0010
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.22 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 3T (SG1)
80
Tensão x Deform (SG1)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,005-0,004-0,003-0,002-0,0010
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.23 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 4T (SG1)
Tensão x Deform (SG1)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,006-0,005-0,004-0,003-0,002-0,0010
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.24 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 5T (SG1) 81
Tensão x Deform (SG1)
0
5
10
15
20
25
30
35
40
-0,006-0,005-0,004-0,003-0,002-0,0010
Deformação (µstrain)
Tens
ão (M
Pa)
Figura 5.25 – Gráfico resultante do ensaio do corpo de prova 6T (SG1)
De posse das curvas do ensaio de caracterização do material pultrudado para as
amostras longitudinais, onde se obteve as deformações através dos Strain Gauges nas
direções longitudinal (SG2) e transversal (SG1), arbitrou-se, então, 2 (dois) pontos da
porção linear das respectivas curvas tornando-se possível determinar o valor do
Coeficiente de Poisson na direção longitudinal (ν12) do material citado.
O coeficiente de Poisson foi calculado pela (Eq. 5.3):
212
1
ενε
∆= −
∆ (5.3)
onde:
ε2: denota a deformação obtida pelo Strain Gauge transversal na porção da curva
considerada para o cálculo de E1;
82
ε1: denota a deformação obtida pelo Strain Gauge longitudinal na porção da curva
considerada para o cálculo de E1.
Tabela 5.5 – Resultados do cálculo do Coeficiente de Poisson Longitudinal
CDP Longitudinal ( 12ν )
Strain Gauge Transv. (SG1) Strain Gauge Longit. (SG2) CDPs
Deform_pto 1 (*1e-7)
Deform_pto2 (*1e-7)
Deform_pto 1 (*1e-7)
Deform_pto2 (*1e-7)
12ν
1L -7.886,09 -16.356,62 26.413,20 56.040,96 0,29 2L -5.840,13 -19.406,48 16.254,05 53.602,44 0,36 3L -10.107,56 -22.445,42 29.726,41 66.799,54 0,34 4L -8.121,91 -16.824,80 26.158,48 55.437,94 0,31 5L -3.905,06 -14.917,42 11.433,99 43.374,93 0,34 6L - - 22.393,63 40.211,50 -
12ν médio 0,33 Desvio Padrão 0,03 % 8,46
De posse das curvas do ensaio de caracterização do material pultrudado para as
amostras transversais, onde se obteve as deformações através dos Strain Gauges nas
direções longitudinal (SG2) e transversal (SG1), arbitrou-se, então, 2 (dois) pontos da
porção linear das respectivas curvas tornando-se possível determinar o valor do
Coeficiente de Poisson na direção transversal (ν21) do material citado.
O coeficiente de Poisson foi calculado pela (Eq. 5.4):
221
1
ενε
∆= −
∆ (5.4)
onde:
ε2: denota a deformação obtida pelo Strain Gauge transversal na porção da curva
considerada para o cálculo de E2;
83
ε1: denota a deformação obtida pelo Strain Gauge longitudinal na porção da curva
considerada para o cálculo de E2.
Tabela 5.6 – Resultados do cálculo do Coeficiente de Poisson Transversal
CDP Transversal ( 21ν )
Strain Gauge Transv. (SG1) Strain Gauge Longit. (SG2) CDPs
Deform_pto 1 (*1e-7)
Deform_pto2 (*1e-7)
Deform_pto 1 (*1e-7)
Deform_pto2 (*1e-7)
21ν
1T -2.150,24 -3.466,48 27.276,53 43.858,33 0,08 2T -612,58 -1.470,18 11.537,04 30.452,13 0,05 3T -2.119,49 -2.344,88 41.997,58 55.611,27 0,05 4T -1.146,11 -2.454,26 16.199,37 39.644,59 0,06 5T -659,76 -2.078,05 9.471,74 30.035,34 0,07 6T -920,09 -1.547,97 15.849,65 26.729,56 0,06
21ν médio 0,06
Desvio Padrão 0,01 % 18,96
Nos ensaios para caracterização do material, foram registrados também os valores
referentes às máximas tensões de ruptura para cada corpo de prova.
Tabela 5.7 – Tensão máxima de ruptura dos CDPs
Resistência (MPa) CDP Longitudinal CDP Transversal
1L 313,88 1T 41,50 2L 323,57 2T 37,68 3L 299,41 3T 36,39 4L 321,14 4T 36,53 5L 327,97 5T 36,58 6L 340,90 6T 37,42
Resistência média (MPa) 321,15 Resistência média (MPa) 37,68 Desvio Padrão (MPa) 13,91 Desvio Padrão (MPa) 1,94
% 4,33 % 5,15
84
85
Assim, as propriedades descritas na Tabela 5.8 foram adotadas para os MEF do Banco
de Capacitores.
Tabela 5.8 – Propriedades Mecânicas do PRFV utilizado
Propriedades Unidade Média± Desvio Padrão Módulo de Elasticidade Longitudinal GPa 29,53± 1,47 Módulo de Elasticidade Transversal GPa 4,49± 0,61 Resistência a Tração Longitudinal MPa 321,15± 13,91 Resistência a Tração Transversal MPa 37,68± 1,94
Coeficiente de Poisson Longitudinal - 0,33± 0,03 Coeficiente de Poisson Transversal - 0,06± 0,01
5.2) Análises Estática e Dinâmica para os MEF
5.2.1) Modelo de Validação do Ensaio
A análise estática para o modelo de validação do ensaio foi realizada a fim de obter a
simulação do campo de tensões/deformações, para comparar com as deformações
registradas pelos Strain Gauges instalados em 8 (oito) pontos diferentes da estrutura
ensaiada.
Os oito pontos (Fig. 4.14) mencionados acima são pontos críticos definidos através de
simulações de MEF realizadas preliminarmente, observando-se aspectos de
deformações e tensões quando aplicadas as cargas de vento calculadas (Apêndice B).
Na realização do ensaio real para validação do modelo, os resultados se limitaram ao
valor da carga de 153,85 kgf (1509,27 N), que foi a carga obtida durante a realização do
mesmo. A carga se limitou a esse valor por questões de segurança, pois, como o poste
de madeira não ficou totalmente rígido como necessário, ele começou a fletir e o ensaio
foi interrompido, não atingindo a carga de ruptura da Estrutura de Validação.
A Figura 5.26 destaca o deslocamento da estrutura provocado pela deformação da
mesma durante a realização do ensaio.
Deslocamento
Figura 5.26 – Ensaio da Estrutura de Validação
5.2.2) Análise do Ensaio Real x MEF
Com o resultado obtido no ensaio real, várias análises foram realizadas. Considerando
esse resultado, uma nova simulação para o modelo de validação foi realizada utilizando
o ANSYS 5.7. Aplicou-se ao modelo a máxima carga de vento alcançada durante o
ensaio, equivalente a 153,85 kgf (1509,27 N). Dessa forma foi possível uma análise
mais detalhada MEF para comparação com os dados obtidos no ensaio real.
A Figura 5.27 mostra o resultado da análise estática realizada para o MEF de Validação,
onde apresentam as tensões na direção do eixo-x do sistema de coordenadas local do
elemento, chamadas tensões longitudinais. Pode ser observado também (Fig. 5.27) a
coerência do MEF. As máximas tensões, como se previa, são observadas em regiões
distantes do ponto da aplicação de carga de vento (horizontal). 86
z y x
Figura 5.27 – Campos de tensões longitudinais (x-local) (MPa) para carga obtida no
ensaio (1509,27 N)
As regiões de posicionamento dos Strain Gauges associadas a um número de elemento
do modelo já definidos preliminarmente, é apresentado na Tabela 5.9. As deformações
reais calculadas pela Equação 5.6, com fator de sensibilidade do Strain Gauge de 2,1
(Sg), e também as deformações em cada elemento listadas pela plataforma
computacional ANSYS 5.7, juntamente com os valores de cargas foram plotadas (Figs.
5.28 a 5.35).
g aR S
Rε∆
= (5.6)
No ensaio da estrutura real ocorreram deformações iniciais que são atribuídas às massas
dos capacitores, pois, o funcionamento do Sistema de Aquisição de Dados (SAD) se deu
ao fim do posicionamento dos mesmos, e conseqüente início da aplicação da carga de
vento na estrutura. Uma carga residual de 24,24 kgf (237,83 N), ocasionada por uma
87
88
pré-tensão do conjunto célula de carga e cabo de aço, foi constatada ao início do ensaio.
Devido a essas deformações iniciais ocorridas, foi adotado um off-set nos resultados
para plotagem dos gráficos comparativos entre as deformações do ensaio real e do MEF
de validação (Figs. 5.28 a 5.35), para melhor apresentação e entendimento dos mesmos.
As cargas de ensaio foram plotadas nos eixos das ordenadas e as deformações medidas
nos eixos das abscissas.
Buscando contrapor a reta da modelagem de simulação e os pontos obtidos pelo ensaio,
foi proposta uma aproximação entre ambos. Para tal, realizou-se o processo de ajuste
das curvas adotando o princípio de regressão linear dos pontos do ensaio através do
MSExcel 2003, ajuste este representado nos gráficos pela linha em vermelho. Tal
procedimento possibilitou então confrontar visualmente os resultados obtidos para cada
caso.
A Tabela 5.9 sumariza os valores de deformações obtidos nos 8 (oito) pontos críticos da
estrutura durante a realização do ensaio e MEF no Ansys 5.7.
Tabela 5.9 – Deformações obtidas nos pontos críticos
SG Elemento εENSAIO (strain) εMODELO (strain) Erro (%) 1 1043 -1,82x10-4 -1,73x10-4 5,20
2 1118 1,96x10-4 1,61x10-4 21,74 3 1105 1,16x10-4 1,24x10-4 -6,45 4 1071 -1,96x10-4 -1,56x10-4 25,64 5 1130 2,48x10-4 2,96x10-4 -16,22 6 1058 -3,14x10-4 -4,10x10-4 -23,41 7 1234 -7,81x10-5 -8,20x10-5 -4,76 8 971 9,01x10-5 1,21x10-4 -25,54
y = -6,4963x + 152,5R2 = 0,9335
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
-175-150-125-100-75-50-250
Deformação (µstrain)
Car
ga (N
)
M odelo
Ensaio
AjusteEnsaio
Figura 5.28 – Resultados para Strain Gauge 01
y = 6,3223x + 78,618R2 = 0,9537
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125 150 175 200
Deformação (µstrain)
Carg
a (N
)
M odelo
Ensaio
AjusteEnsaio
Figura 5.29 –Resultados para Strain Gauge 02
89
y = 9,9546x + 195,38R2 = 0,8994
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 25 50 75 100 125
Deformação (µstrain)
Carg
a (N
)
M odelo
Ensaio
AjusteEnsaio
Figura 5.30 - Resultados para Strain Gauge 03
y = -6,3097x + 79,674R2 = 0,9626
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
-200-175-150-125-100-75-50-250
Deformação (µstrain)
Car
ga (N
)
M odelo
Ensaio
AjusteEnsaio
Figura 5.31 – Resultados para Strain Gauge 04
90
y = 5,0791x - 1,2349R2 = 0,966
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 50 100 150 200 250 300
Deformação (µstrain)
Carg
a (N
)
M odelo
Ensaio
AjusteEnsaio
Figura 5.32 – Resultados para Strain Gauge 05
y = -4,286x + 43,28R2 = 0,9728
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
-400-350-300-250-200-150-100-500
Deformação (µstrain)
Carg
a (N
)
M odelo
Ensaio
AjusteEnsaio
Figura 5.33 – Resultados para Strain Gauge 06
91
y = -14,68x + 200,74R2 = 0,9234
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
-90-80-70-60-50-40-30-20-100
Deformação (µstrain)
M odelo
Ensaio
AjusteEnsaio
Carg
a (N
)
Figura 5.34 – Resultados para Strain Gauge 07
y = 13,409x + 140,46R2 = 0,929
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130
Deformação (µstrain)
Carg
a (N
)
M odelo
Ensaio
AjusteEnsaio
Figura 5.35 – Resultados para Strain Gauge 08
92
Verificando-se os gráficos, nota-se que, como as deformações medidas foram muito
pequenas em função da baixa carga aplicada durante a realização do ensaio, os mesmos
apresentam dispersão elevada e isso explica as não-linearidades, ou seja, não
apresentaram a linearidade esperada.
Observando os valores máximos de deformação e suas respectivas cargas de ruptura
obtidas para os CDP´s durante os ensaios de caracterização do material, esperava-se a
falha do material com deformações em torno de 12% (120.000 µstrain) e os gráficos
mostram tensões máximas por volta de 0,03% (300 µstrain). Entretanto, pode-se notar
que os prognósticos do modelo podiam corroborar a tendência do comportamento da
estrutura, principalmente para os pontos com níveis mais altos de deformação.
5.2.3) Análise estática dos modelos de curto-circuito
As Figuras 5.36 a 5.38 mostram os resultados da análise estática realizada para os MEF
dos casos 01, 02 e 03 de curto-circuito, onde apresentam as tensões na direção do eixo-x
do sistema de coordenadas local do elemento, chamadas tensões longitudinais.
z y x
Figura 5.36 – Campos de tensões longitudinais (x-local) (MPa) para o caso 01
93
z y
x
Figura 5.37 – Campos de tensões longitudinais (x-local) (MPa) para o caso 02
z y
x
Figura 5.38 – Campos de tensões longitudinais (x-local) (MPa) para o caso 03 94
A análise estática para os casos 1, 2 e 3 resultou nos campos de tensões longitudinais
com tensões máximas de 30,167 MPa, 30,165 MPa e 30,169 MPa respectivamente.
As Equações 3.21, apresentada no Capítulo 3, foi utilizada para a análise do critério de
resistência mecânica. As margens de segurança (MS) para as tensões longitudinais (x-
local) foram calculadas e apresentadas na Tabela 5.10.
1−= CSMS (3.20)
1−=adm
ultMSσσ (3.21)
Considerou-se σult como a tensão limite à tração obtida pelo programa de ensaios de
caracterização do material e σadm o maior valor obtido na análise de tensões. O σadm
pode ser também tratado como σmax, ou seja, σadm = σmax.
Tabela 5.10 – Margens de segurança para a tensão máxima longitudinal (x-local)
Caso σult (MPa) σmax (MPa) MS
Caso 01 321,150 30,167 9,646
Caso 02 321,150 30,165 9,646
Caso 03 321,150 30,169 9,645
Pode ser observado que as margens de segurança são todas positivas e altas, indicando
que a estrutura atende bem as solicitações estáticas.
5.2.4) Análise de estabilidade para os modelos de curto-circuito
A resposta estrutural de flambagem para as estruturas treliçadas é muito sensível às
condições de contorno impostas às suas barras estruturais (suportes). Ainda, em relação
ao critério de estabilidade da estrutura ressalta-se que, sendo o tipo de elemento
utilizado (elemento de viga) capaz de transferir momentos para os nós, o auto-valor (λ)
calculado pela PC ANSYS é pra barras bi-engastadas. Porém, pela condição de união 95
entre das barras do Banco de Capacitores (utilização de parafusos), a flambagem ocorre
numa tensão intermediária entre os casos perfeitamente engastado (restrição dos seis
graus de liberdade) e perfeitamente articulada (apenas os três graus de liberdade de
translação restringidos, com três graus de liberdade angulares livres). É muito difícil
obter a real condição de contorno das barras de uma estrutura treliçada, pois esta tarefa
depende muito da rigidez de fixação dos membros ou perfis.
Somente análise global de falha de flambagem foi realizada. Os perfis L e U usualmente
sofrem flambagem elástica local nas extremidades antes da falha global da coluna. Este
efeito não foi avaliado neste trabalho.
A análise de estabilidade foi realizada para os três casos críticos de carregamento. Auto-
valores (λ) para as primeiras barras a flambar foram determinados para cada caso. Estes
auto-valores representam a média entre a carga crítica de flambagem (Pcr) dividido pela
carga atuante em cada barra (P), como mostra a Equação 3.29.
Dessa forma, duas equações foram utilizadas para a análise de estabilidade do Banco de
Capacitores. A primeira, para barra bi-engastada, com Le = 0,5L e a segunda, para barra
bi-articulada, com Le = L que substituídos na Equação (3.26) obteve-se as Equações 5.3
e 5.4.
2
22 ...4L
rEcr
πσ = (5.3)
2
22 ..L
rEcr
πσ = (5.4)
Sendo tensão crítica à flambagem de barras bi-articuladas 4 (quatro) vezes menor que a
tensão crítica à flambagem de barras bi-engastadas, tem-se a Equação 5.5 para o cálculo
do auto-valor de barras bi-articuladas (λba):
4be
baλ
λ = (5.5)
96
De um modo geral da Equação 3.29, obtém-se a Margem de Segurança à flambagem
(MSf ).
11 −=−= λP
PMS crf (3.29)
As Figuras 5.39 a 5.47 mostram o primeiro, segundo e terceiro modos de flambagem
apresentados pelos modelos dos casos 1, 2 e 3 de curto-circuito.
Z Y
X
Figura 5.39 – Primeiro modo de flambagem para o caso 01
97
Z Y
X
Figura 5.40 – Segundo modo de flambagem para o caso 01
Z Y
X
Figura 5.41 – Terceiro modo de flambagem para o caso 01 98
Z Y
X
Figura 5.42 – Primeiro modo de flambagem para o caso 02
Z Y
X
Figura 5.43 – Segundo modo de flambagem para o caso 02 99
Z Y
X
Figura 5.44 – Terceiro modo de flambagem para o caso 02
Z Y
X
Figura 5.45 – Primeiro modo de flambagem para o caso 03 100
Figura 5.46 – Segundo modo de flambagem para o caso 03
Figura 5.47 – Terceiro modo de flambagem para o caso 03
Z Y
Z Y
X
X
101
102
A seqüência d exatamente a
mesma com os mesmos auto-valores para todos os casos, ou seja, casos 1, 2 e 3,
ra, segunda
e terceira barra a flambar. As margens de segurança para as condições de contorno para
Tabela 5.11 – Margens de segurança para o primeiro modo de flambagem
Caso λ MS λ MS
e flambagem para o primeiro, segundo e terceiro modos foi
mostrada nas Figuras 5.39 a 5.41, 5.42 a 5.44, 5.44 a 5.47, respectivamente.
As Tabelas 5.11, 5.12 e 5.13 apresentam os resultados obtidos, para a primei
barras bi-engastadas e bi-articuladas, respectivamente MSfbe e MSfba, foram avaliadas de
acordo com a Equação 3.29 e apresentadas adjacentes às colunas de λbe e λba. Esses
valores podem ser considerados os limites máximo e mínimo para margens de
segurança à flambagem para a estrutura real.
be fbe ba fba
Caso 01 4,913 3,913 1,228 0,228
C 4 1 aso 02 ,913 3,913 ,228 0,228
Caso 03 4,913 3,913 1,228 0,228
Tabela 5.12 – Margens de segurança para o segundo modo de flambagem
Caso λ MS λ MSbe fbe ba fba
Caso 01 4,919 3,919 1,230 0,230
C 4 1 aso 02 ,919 3,919 ,230 0,230
Caso 03 4,919 3,919 1,230 0,230
Tabela 5.13 – Margens de segurança para o terceiro modo de flambagem
Caso λ MS λ MSbe fbe ba fba
Caso 01 5,164 4,164 1,291 0,291
C 5 1 aso 02 ,164 4,164 ,291 0,291
Caso 03 5,164 4,164 1,291 0,291
103
Os valo sentados abelas 5.1 3 mostram apesar da diferença de
esforços entre os três casos de curto circuito, o grau de criticidade é o mesmo para
ambos, entretanto, obviamente o primeiro modo de flambagem apresentou a menor
no bi-engastada para as barras (limite
superior) e de 0,228 (22,8%) considerando condição de contorno bi-articulada (limite
ma maneira
próximo da falha. Portanto, é recomendável o reforço das barras ou perfis críticos que
res apre nas T 1 a 5.1 que,
margem de segurança.
A margem de segurança de flambagem da estrutura para o primeiro modo está próximo
de 4 (391%) considerando condição de contor
inferior). As margens de segurança são altas para a condição de contorno engastada,
entretanto, as margens de segurança para a condição articulada são baixas.
Embora as barras da estrutura real tenham uma margem de segurança entre estes
limites superior e inferior, é razoável assumir que a estrutura está de algu
apresentaram margens de segurança baixas.
104
CAPÍTULO 6
Conclusões
Este trabalho apresentou um estudo da viabilidade técnica da aplicação de compósitos
pultrudados em estruturas treliçadas de bancos de capacitores de subestação de energia
elétrica. Por razões previamente estabelecidas, a estrutura de um Banco de Capacitores
(Pórtico A 12) foi o alvo de estudo.
Modelos de elementos finitos foram desenvolvidos para realizar análises estática e
dinâmica da estrutura. As propriedades mecânicas utilizadas para os modelos foram
obtidas através de um programa de ensaios para caracterização do material.
Um protótipo da estrutura foi construído em escala real, instrumentado e ensaiado para
validação do modelo, no qual os resultados registrados foram coerentes com o previsto
no modelo.
Adicionalmente, três modelos de casos críticos foram simulados, contemplando as
cargas referentes aos pesos dos capacitores, máxima carga de vento calculada e cargas
de curto circuito.
Resultados mostraram margens de segurança elevadas para a análise estática. Quanto às
margens de segurança para estabilidade global da estrutura, foram boas para a condição
de contorno bi-engastada (MS ≅ 3,9) e baixas para condição bi-articulada (MS ≅ 0,23).
Consequentemente, é recomendável o reforço em perfis que tiveram margens de
segurança baixas na análise de flambagem para a condição de contorno bi-articulada.
De uma forma geral, os resultados mostraram que a aplicação de material composto
pultrudado atende de forma satisfatória aos esforços atuantes na estrutura do banco de
capacitores, confirmando assim a viabilidade do uso alternativo do material nesse tipo
de estrutura.
10510
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http://www.cfa-hq.org/pic/products/features.htm.
APÊNDICE A
Projeto Original do Banco de Capacitores (CEMIG)
110
111
APÊNDICE B
Memória de Cálculos
B.1) Cálculo de Cargas e Momentos
B.1.1) Considerações iniciais
Para o cálculo das cargas a serem aplicadas no MEF, fixaram-se algumas condições:
• localização da linha: estado de Minas Gerais;
• classificação do terreno quanto à rugosidade: B implicando em Kr = 1,0 (Tab. 3.4) e
Kd = 1,4 (Fig. 3.11);
• altura (ALT): 800 m (MICHALANY et al, 1985);
• t c= 14ºC (Fig. 3.12);
• Vb = 22m/s (Fig. 3.10);
• para terreno tipo B: n = 12 para suporte e isoladores e n = 11 para condutores (Tab.
3.3).
Adotou-se, também, uma convenção de sinais para forças e momentos conforme
representação da Figura B.1. Tem-se momentos positivos para Sentido Anti-horário
(SA) e momentos negativos para Sentido Horário (SH).
Figura B.1 - Convenção de sinais para forças e momentos
B.1.2) Determinação da densidade
Utilizando-se a Equação 2.3:
.6416000.6416000
.00367,01293,1
⎟⎟⎠
⎞⎜⎜⎝
⎛++−+
+=
ALTtALTt
t c
c
c
ρ (3.3)
80014.641600080014.6416000
14.00367,01293,1
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
++−+
+=ρ (B.1)
ρ = 1,119 kg / m3 (B.2)
B.1.2.1) Equações da pressão específica em função da altura
Utilizando-se a Equação 3.2:
T
n
drP VHKKV/1
10⎟⎠⎞
⎜⎝⎛= (3.2)
e substituindo os valores especificados em B.1.1 obtém-se (Eqs. B.3 e B.4):
1/12
1,0.1,4 2210PHV ⎛ ⎞= ⎜ ⎟
⎝ ⎠ (B.3)
12/1
1080,30 ⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛=
HVP (B.4)
Substituindo o valor da densidade (B.2) e a Equação B.4 na Equação 3.4:
112
21 2
po Vq ρ= (3.4)
expressa-se a pressão específica como uma função da altura (Eq. B.5):
10
76,53061
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=
Hqo (B.5)
Uma outra equação (Eq. B.6) pode ser também determinada a partir dos mesmos
princípios ao considerar a variável n = 11 para condutores (Norma NBR 5422/1985):
10
76,5305,51
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=
Hqo (B.6)
B.1.3) Cálculo de cargas e momentos nos acessórios
A Equação 3.5 define o valor da força de vento em isoladores:
ixioi SCqA ..= (3.5)
Como a Norma NBR 5422/1985 define Cxi = 1,20, a Equação 3.5 torna-se (Eq. B.7):
.S10
91,636 i
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=
Hqo (B.7)
Isolador de 13,8 kV
Dados:
- dimensões básicas: 150 x 200 mm;
- peso: 8,5 kgf (83,39 N);
- Para altura em relação ao solo H = 5205mm (Eq. B.8)
( 0,20x0,1510205,591,636
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=iA ) (B.8)
Aix = -17,14 N (B.9)
Aiy = 17,14 N (B.10)
113
Para o cálculo de momentos (Eq. B.11):
(SA) 29,1075,014,17 NmxMM yx === (B.11)
A Figura B.1 explicita os sentidos das forças de vento e dos momentos atuantes no
isolador de 13,8 kV.
75
150
200
Figura B.2 – Representação das forças e momentos atuantes nos isoladores de 13,8 kV
do Banco de Capacitores
Isolador de pedestal 34,5 kV
Dados:
- Dimensões básicas: 200 x 330 mm;
- peso: 20 kgf (196,20 N);
- altura em relação ao solo (H): 3090 mm.
- Para altura em relação ao solo H = 3090 mm (Eq. B.12):
( 0,20x0,3310090,391,636
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=iA ) (B.12)
Aix = -34,56 N (B.13)
Aiy = 34,56 N (B.14)
Pára-raios
Dados:
114
- dimensões básicas: 130x330mm;
- peso: 5kgf (49,05N);
- altura em relação ao solo:
- Para altura em relação ao solo H1 = 3705mm (Eq. B.15):
( 0,13x0,3310705,391,636
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=prA ) (B.15)
Aprx = -23,16N (B.16)
Apry = 23,16N (B.17)
Para o cálculo de momentos (Eqs. B.18, B.19 e B.20):
(SH) 04,11225,005,49 NmxM x −== (B.18)
(SA) 13,3 (SH) 13,3135,016,23 NmNmxM y ⇒−== (para o ponto “A”) (B.19)
(SA) 21,5225,016,23 == xM z (B.20)
- Para altura em relação ao solo H2 = 4260 mm (Eq. B.21):
( 0,13x0,3310260,491,636
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=prA ) (B.21)
Aprx = -23,70 N (B.22)
Apry = 23,70 N (B.23)
Para o cálculo de momentos (Eq. B.24, B.25 e B.26):
(SH) 04,11225,005,49 NmxM x −== (B.24)
(SA) 20,3 (SH) 20,3135,070,23 NmNmxM y ⇒−== (para o ponto “A”) (B.25)
(SA) 33,5225,070,23 == xM z (B.26)
- Para altura em relação ao solo H3 = 4815 mm (Eq. B.27)
115
( 0,13x0,3310815,491,636
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=prA ) (B.27)
Aprx = -24,19 N (B.28)
Apry = 24,19 N (B.29)
Para o cálculo de momentos (Eqs. B.30, B.31 e B.32):
(SH) 04,11225,005,49 NmxM x −== (B.30)
(SA) 27,3 (SH) 27,3135,019,24 NmNmxM y ⇒−== (para o ponto “A) (B.31)
(SA) 44,5225,019,24 == xM z (B.32)
As dimensões, forças e momentos atuantes em uma pára-raio são apresentadas na
Figura B.3-a e B.3-b respectivamente.
330
130
135
225
135
225
(a) (b)
Figura B.3 – Representação das forças e momentos atuantes nos pára-raios
Transformador de corrente
Dados:
- dimensões: 350 x 400 mm;
- peso: 62 kg (608,22 N);
- Para altura em relação ao solo H= 2865 mm (Eq. B.33):
116
( 0,35x0,4010865,291,636
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=tcA ) (B.33)
Atcx = -72,40 N (B.34)
NAtcx 10,184
−= B.35)
Atcy = 72,40 N (B.36)
NAtcy 10,184
= (B.37)
(SH) 62,320,010,18 NmxM x −== (B.38)
(SH) 62,320,010,18 NmxM y −== (B.39)
Considerando quatro pontos de fixação (aplicação de forças no MEF), como
apresentados na Figura B.4.
300
300
400
350
Figura B.4 – Aplicação de forças e momentos atuantes no transformador de corrente
Capacitor
Dados:
- dimensões: 350 x 850 mm (lateral) e 250 x 350 (frontal);
- peso: 82 Kg (804,42 N) ⇒ Acz = -804,42 N ⇒ NAcz 14,2683
−=
- Para altura em relação ao solo H1 = 3615 mm (Eqs. B.40 e B.42):
117
( 0,35x0,8510615,376,530
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=cA ) (B.40)
Acx = -133,27 N ⇒ NAcx 42,443
−= (B.41)
( 0,25x0,3510615,376,530
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=cA ) (B.42)
Acy = 39,20 N ⇒ NAcy 07,133
= (B.43)
Para o cálculo de momentos (Eqs B.44 e B.45)
(SH) 86,6175,020,39 NmxM x −== ⇒ NmM x 29,23
−= (B.44)
(SH) 32,23175,027,133 NmxM y −== ⇒ NmM y 77,73
−= (B.45)
- Para altura em relação ao solo H2 = 4065 mm (Eqs. B.46 e B.48):
( 0,35x0,8510065,476,530
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=cA ) (B.46)
Acx = -135,90 N ⇒ NAcx 30,453
−= (B.47)
( 0,25x0,3510065,476,530
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=cA ) (B.48)
Acy = 39,97 N ⇒ NAcy 32,133
= (B.49)
Para o cálculo de momentos (Eqs. B.50 e B.51):
(SH) 99,6175,097,39 NmxM x −== ⇒ NmM x 33,23
−= (B.50)
118
(SH) 78,23175,090,135 NmxM y −== ⇒ NmM y 93,73
−= (B.51)
- Para altura em relação ao solo H3 = 4560 mm (Eqs. B.52 e B.54):
( 0,35x0,8510560,476,530
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=cA ) (B.52)
Acx = -138,53 N ⇒ NAcx 18,473
−= (B.53)
( 0,25x0,3510560,476,530
61
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=cA ) (B.54)
Acy = 40,74 N ⇒ NAcy 58,133
= (B.55)
Para o cálculo de momentos (Eqs. B.56 e B.57):
(SH) 13.7175,074,40 NmxM x −== ⇒ NmM x 38,23
−= (B.56)
(SH) 42,24175,053,138 NmxM y −== ⇒ NmM y 14,83
−= (B.57)
A Figura B.5 ilustra a distribuição de forças para os capacitores
.
277
277
350
250850
Figura B.5 – Aplicação de forças de capacitores
119
B.1.4) Cálculo de cargas no suporte
Para suportes metálicos treliçados de seção transversal retangular, o esforço devido à
ação do vento é dado por (Eq. 3.6):
)cos..sen..)(2sen.2,01( 222
211
2 θθθ xTTxTTot CSCSqA ++= (3.6)
A Figura B.6 esquematiza a orientação das faces do Banco de Capacitores.
θ
Face 2
Face
1
Figura B.6 – Representação simplificada da vista superior do Banco de Capacitores
As áreas calculadas para cada fase são:
- área líquida do suporte: 3,36 m2 (Fig. B.7-a);
- área bruta do suporte: 12,22 m2 (Fig. B.7-b)
Para a determinação de CXT1 e CXT2 define-se, inicialmente, a relação entre as áreas
líquida e bruta do suporte (Eq. B.58) definida por:
27,022,1236,3
≅=φ (B.58)
120
ÁREA:0,43 m
ÁREA: 1,15 m
ÁREA: 0,42 m
FACE 01 FACE 02
2
2
ÁREA: 1,36 m2
2
ÁREA: 9,78 mÁREA: 2,44 m
FACE 01 FACE 02
2 2
(a) (b)
Figura B.7 – (a) Área útil do Banco de Capacitores; (b) Área bruta do Banco de
Capacitores
Utilizando-se o ábaco (Fig. 3.13), obtém-se:
CXT1 = CXT2 = 2,60 (B.59)
Para altura H= 5300 mm, tem-se para θ = 14º o maior valor da força de vento para o
Banco de Capacitores (Fig. B.8). Da Equação 3.6 e adotando os valores adequados (Eq.
B.60):
( )[ ] ( ) ( )[ ]14cos.60,2.51,214sen.60,2.85,0142sen2,0110
76,530 22261
++⎟⎠⎞
⎜⎝⎛=
HAt (B.60)
obtêm-se:
NAt 38,3127= (B.61)
- Para a face 1: NxAt 58,756)14sen(38,31271 == (B.62)
- Para a face 2 NxAt 48,3034)14cos(38,31272 == (B.63)
121
Força de Vento pela Variação de Ângulo (para o BC)
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
3500,00
1 5 9 13 17 21 25 29 33 37 41 45 49 53 57 61 65 69 73 77 81 85 89
Ângulo (º)
Forç
a (N
)
Figura B.8 – Variação da força de vento pelo ângulo de incidência para o Banco de
Capacitores
B.1.5) Cálculo de cargas e momentos nos barramentos
Os barramentos têm peso equivalente a 1,508 kgf / m (14,79 N / m). Os aspectos
dimensionais levando em consideração para cálculo de esforços em barramentos podem
ser verificados na Figura B.9.
Esforço nos barramentos devido ao vento
Utilizando-se a Equação (3.8)
θα 2sen2ZdCqA xcoc = (3.8)
e considerando:
- Cxc = 1,0;
- α = 1,0;
- d = 48,64 x 10-3 m
- n = 5,5;
- θ = 0º; 122
- H = 4980 mm .
Obtém-se a Equação B.65.
PA7BANCO
DE CAPACITORES
BARRAMENTO(TUBO)
APOIOS
TRECHO 1 / 2 = 2000
TRE
CH
O 2
/ 3
= 80
0
Figura B.9 – Dimensões consideradas no cálculo dos esforços nos barramentos
)90(sen2
)1064,48)(1).(1(1098,476,530 235,5
1
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛
⎟⎠⎞
⎜⎝⎛= − ZxAi (B.64)
).(37,11 ZAi = (B.65)
Esforço nos barramentos devido ao fenômeno de curto-circuito
Retomando a Equação (3.9):
dII
LF
πμ2
'.0= (3.9)
onde :
- ICC = 10000 A;
- d = 0,50 m;.
- μ0 = 2,0 x 10-7 H.m-1;
considera-se os seguintes casos de estudo:
Caso 1
CCA II 2=
123
CCB II 22=
CCC II 2=
Fase A
mNIIII
xFFP CABACABACA /00,120
00,150,0102 7 =⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛−⇒−= − (B.66)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCA 26,972.37,112
00,1202/1 =⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.67)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCA 90,3880,0.37,112
00,1203/2 =⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.68)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ivCACA 02,1193/22/1 =++ (B.69)
- Momentos:
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.A.) 93,4433,0)90,3826,97( NmxM Y =+= (B.70)
Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.A.) 22,4629,193,44 NmM ytotal =+= (B.71)
Fase B
mNIIII
xFFP BABCABCBCB /00,0
50,050,0102 7 =⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛−⇒−= − (B.72)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
124
NmPCB 74,222.37,1120
2/1 −=⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.73)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCB 10,980,0.37,1120
3/2 −=⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.74)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ixCBCB 98,483/22/1 −=++ (B.75)
- Momentos:
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.H.) 51,1033,0)10,974,22( NmxM Y −=−−= (B.76)
Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.H.) 22,929,151,10 NmM ytotal −=+−= (B.77)
Fase C
mNIIII
xFFP CBCABCACCC /00,120
5,000,1102 7 −=⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛−⇒−= − (B.78)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCC 74,1422.37,112
00,1202/1 −=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −−
= (B.79)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCC 10,5780,0.37,112
00,1203/2 −=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −−
= (B.80)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ixCACA 98,2163/22/1 −=++ (B.81)
125
- Momentos:
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.H.) 95,6533,0)10,5774,142( NmxM Y −=−−= (B.82)
Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.H.) 66,6429,195,65 NmM ytotal −=+−= (B.83)
a) Caso 02
CCA II 2=
CCB II 2=
CCC II 22=
Fase A
mNIIII
xFFP AcABCABACA /00,0
00,150,0102 7 =⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛+−⇒+−= − (B.84)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCA 74,222.37,11200,0
2/1 −=⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.85)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCA 10,980,0.37,11200,0
3/2 −=⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.86)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ixCACA 98,483/22/1 −=++ (B.87)
- Momentos:
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.H.) 51,1033,0)10,974,22( NmxM Y −=−−= (B.88)
126Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.H.) 22,929,151,10 NmM ytotal −=+−= (B.89)
Fase B
mNIIII
xFFP BABCABCBCB /00,240
5,050,0102 7 =⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛+⇒+= − (B.90)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCB 26,2172.37,112
00,2402/1 =⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.91)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCB 90,8680,0.37,112
00,2403/2 =⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.92)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ixCBCB 02,2873/22/1 =++ (B.93)
- Momentos:
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.A.) 37,10033,0)90,8626,217( NmxM Y =+= (B.94)
Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.A.) 66,10129,137,100 NmM ytotal =+= (B.95)
Fase C
mNIIII
xFFP CACBACBCCC /00,240
00,150,0102 7 −=⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛−−⇒−−= − (B.96)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
127
NmPCC 74,2622.37,112
00,2402/1 −=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −−
= (B.97)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCC 10,10580,0.37,112
00,2403/2 −=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −−
= (B.98)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ixCACA 98,3843/22/1 −=++ (B.99)
- Momentos:
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.H.) 39,12133,0)10,10574,262( NmxM Y −=−−= (B.100)
Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.H.) 10,12029,139,121 NmM ytotal −=+−= (B.101)
b) Caso 03
CCA II 22=
CCB II 2=
CCC II 2=
Fase A
mNIIII
xFFP ACABCABACA /00,240
00,150,0102 7 =⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛+⇒+= − (B.102)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCA 26,2172.37,112
00,2402/1 =⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.103)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
128
NmPCA 90,8680,0.37,112
00,2403/2 =⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.104)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ixCACA 02,2873/22/1 =++ (B.105)
- Momentos:
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.A.) 37,10033,0)90,8626,217( NmxM Y =+= (B.106)
Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.A.) 66,10129,137,100 NmM ytotal =+= (B.107)
Fase B
mNIIII
xFFP BABCABCBCB /00,240
5,050,0102 7 −=⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛−−⇒−−= − (B.108)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCB 74,2622.37,112
00,2402/1 −=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −−
= (B.109)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCB 10,10580,0.37,112
00,2403/2 −=⎟
⎠⎞
⎜⎝⎛ −−
= (B.110)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ixCBCB 98,3843/22/1 −=++ (B.111)
- Momentos:
129
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.H.) 39,12133,0)10,10574,262( NmxM Y −=−−= (B.112)
Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.H.) 10,12029,139,121 NmM ytotal −=+−= (B.113)
Fase C
mNIIII
xFFP CBCABCACCC /00,0
5,000,1102 7 =⎟
⎠
⎞⎜⎝
⎛+−⇒+−= − (B.114)
- Trecho 1/2 = 2,00 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCC 74,222.37,11200,0
2/1 −=⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.115)
- Trecho 2/3 = 0,80 m (divide-se por 2 apoios)
NmPCC 10,980,0.37,11200,0
3/2 −=⎟⎠⎞
⎜⎝⎛ −= (B.116)
Aix = -17,14 N (B.9)
NAPP ixCACA 98,483/22/1 −=++ (B.117)
- Momentos:
Por vento e curto-circuito nos barramentos:
(S.H.) 51,1033,0)10,974,22( NmxM Y −=−−= (B.118)
Momento no ponto de fixação do isolador:
(S.A.) 29,1 NmMM Yx == (B.11)
(S.H.) 22,929,151,10 NmM ytotal −=+−= (B.119)
130
APÊNDICE C
Banco de Capacitores de Material Pultrudado
131
BAN
CO
DE
CA
PAC
ITO
RE
S T
IPO
A12
Dep
arta
men
to d
e E
ngen
haria
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