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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA VIDALIA VAZQUEZ SEHARA MANEJO DO RISCO REPRODUTIVO NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA UNIDADE ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA CAMPO BELO, PRUDENTE DE MORAIS - MINAS GERAIS SETE LAGOAS – MINAS GERAIS 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS

CURSO DE ESPECIALIZAO ESTRATGIA SADE DA FAMLIA

VIDALIA VAZQUEZ SEHARA

MANEJO DO RISCO REPRODUTIVO NA REA DE ABRANGNCIA DA UNIDADE ESTRATGIA SADE DA FAMLIA CAMPO BELO,

PRUDENTE DE MORAIS - MINAS GERAIS

SETE LAGOAS MINAS GERAIS

2016

VIDALIA VAZQUEZ SEHARA

MANEJO DO RISCO REPRODUTIVO NA REA DE ABRANGNCIA DA UNIDADE ESTRATGIA SADE DA FAMLIA CAMPO BELO,

PRUDENTE DE MORAIS - MINAS GERAIS

Trabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de

Especializao Estratgia Sade da Famlia, Universidade

Federal de Minas Gerais, para obteno do Certificado de

Especialista.

Orientadora: Profa. Dra. Anzia M. F. Madeira

SETE LAGOAS MINAS GERAI 2016

VIDALIA VAZQUEZ SEHARA

MANEJO DO RISCO REPRODUTIVO NA REA DE ABRANGNCIA DA UNIDADE ESTRATGIA SADE DA FAMLIA CAMPO BELO,

PRUDENTE DE MORAIS - MINAS GERAIS

Banca Examinadora

Profa. Dra. Anzia Moreira Faria Madeira - orientadora

Profa. Dra. Maria Rizoneide Negreiros de Arajo - UFMG

Aprovado em Belo Horizonte, em: 15/05/2016

DEDICATRIA

A meus filhos, os quais so minha inspirao.

Ao meu esposo, por seu apoio incondicional e por ter estado

comigo em todos os momentos de minha vida.

minha famlia e amigos, que sofrem pela ausncia do amor e

do carinho imposta por minha separao, mas que, contudo,

tm me acompanhado e me apoiado aqui no Brasil. Para eles

dedico todo esforo!

AGRADEO

A todos aqueles que de uma forma ou de outra me ajudaram a

realizar este trabalho.

Aos professores, especialmente do Brasil, pela magnfica

conduo deste Curso de Especializao; por estarem sempre

atentos s nossas inquietaes e por nos acompanharem em

cada momento com profissionalismo e tica.

Minha formao em Sade da Famlia e a oportunidade de

colocar em prtica todo meu conhecimento, em prol da sade

do povo brasileiro.

Muito Obrigada!

RESUMO

No Brasil tem aumentado o nmero de mulheres que passam a fazer parte dos grupos de risco reprodutivo, alcanando 25% a 30% do total daquelas em idade frtil. O risco reprodutivo em mulheres em idade frtil, residentes no municpio de Prudente de Morais, Minas Gerais, encontra-se associado aos fatores: caractersticas individuais; condies sociais e demogrficas desfavorveis; histria reprodutiva anterior; condies clnicas preexistentes e intercorrncias clnicas e doena obsttrica na gravidez atual. O plano de ao tem como objetivo preparar os profissionais de sade da rea de abrangncia da Unidade Estratgia Sade da Famlia Campo Belo, para manejo adequado do risco reprodutivo em mulheres em idade frtil. Os problemas identificados atravs do diagnstico situacional na rea de abrangncia da unidade de sade foram: deficiente controle do risco reprodutivo; deficiente educao sanitria da populao; baixa prevalncia de doenas crnicas na populao como hipertenso arterial e diabetes mellitus; elevada incidncia de famlias disfuncionais por alcoolismo; baixa renda e desemprego; m qualidade da gua; e inadequado saneamento bsico. Para priorizao dos problemas utilizou-se a tcnica de Ranqueio, e optou-se por trabalhar com: o deficiente controle do risco reprodutivo; deficiente educao sanitria da populao; e baixa prevalncia de doenas crnicas na populao como hipertenso arterial e diabetes mellitus. Para anlise dos fatores causais e riscos dos problemas, utilizou-se o Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe. Foram propostas as aes: capacitaes, grupos operativos, seminrios, atividades educativas nas escolas, palestras; e criao de agenda organizada.

Palavras-chave: Sade Sexual. Sade Reprodutiva. Planejamento Familiar. Educao em Sade. Ateno Primria Sade.

ABSTRACT In Brazil has increased the number of women who become part of the reproductive risk groups, reaching 25% to 30% of those of childbearing age. The reproductive risk in women of childbearing age, resident in the city of Prudente de Morais, Minas Gerais, is associated with factors: individual characteristics; unfavorable social and demographic conditions; previous reproductive history; pre-existing medical conditions and clinical complications and obstetric disease in the current pregnancy. The action plan aims to prepare health professionals in the coverage area of the Health Strategy Unit Family Campo Belo, for proper management of reproductive risk in women of childbearing age. The problems identified by the situational diagnosis in the area covered by the health unit were poor control of reproductive risk; Poor health education of the population; low prevalence of chronic diseases in the population such as hypertension and diabetes mellitus; high incidence of dysfunctional families for alcoholism; low income and unemployment; poor water quality; and inadequate sanitation. For prioritization of problems used the Ranqueio technique, and we chose to work with: the poor control of the reproductive risk; Poor health education of the population; and low prevalence of chronic diseases in the population such as hypertension and diabetes mellitus. To analyze the causes and risks of the problems, we used the Ishikawa diagram or 'Herringbone'. Proposals were actions: training, operative groups, seminars, educational activities in schools, lectures; and creating an organized agenda. Keywords: Sexual Health. Reproductive Health. Family planning. Health Education. Primary Health Care.

SUMRIO

1 INTRODUO..................................................................................................9

2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................16

3 OBJETIVOS......................................................................................................19

4 METODOLOGIAS............................................................................................20

5 REVISES BIBLIOGRFICA..........................................................................25

6 PLANO DE AO.........................................................................................30

7 CONSIDERAES FINAIS...........................................................................42

REFERNCIAS............................................................................................ 43

1 INTRODUO

No decorrer do Curso de Especializao Estratgia Sade da Famlia, da

Universidade Federal de Minas Gerais, especificamente na Disciplina Planejamento

e Avaliao das Aes em Sade, nos foi possvel realizar o diagnstico situacional

em sade da rea de abrangncia da Estratgia Sade da Famlia Campo Belo do

Municpio de Prudente de Morais, Minas Gerais. Foram vrios problemas de sade

identificados, mas priorizamos como foco de nosso Plano de Ao o deficiente

controle do risco reprodutivo pelos profissionais de sade s mulheres em idade

frtil da rea de abrangncia da unidade. Este problema se destacou por sua

gravidade, preocupao e pela disponibilidade de recursos existentes na unidade

para ameniz-lo. Alm disso, por constituir risco importante para a populao

vulnervel, no caso as mulheres em idade frtil.

A gravidez tida como uma das etapas mais importantes na vida da mulher, no

entanto certas situaes podem trazer alguns transtornos que implicam risco para

me e filho. Nunca antes a Organizao Mundial da Sade (OMS) se preocupou

tanto em reduzir a morbimortalidade materna por complicaes na gravidez. Esta

preocupao passa pela ateno integral mulher em todos os nveis de ateno

sade (FRNANDEZ, 2012). Logo, para implementar as atividades de pr-natal necessrio identificar os riscos

a que cada gestante est exposta. Isso permitir orientaes e encaminhamentos

adequados em cada momento da gravidez. indispensvel que a avaliao do risco

seja permanente, ou seja, acontea em todas as consultas de pr-natal. A avaliao

de risco no tarefa fcil. O conceito de risco est associado ao de probabilidades e

o encadeamento entre um fator de risco e um dano, nem sempre est explicitado

(BRASIL, 2010).

Para os autores, risco reprodutivo a probabilidade que uma mulher no grvida

tem de sofrer danos no processo reprodutivo. O risco pode ser de carter biolgico,

psquico, social ou ambiental, assim como a somatria deles. Um controle adequado

da populao feminina permite identificar os riscos individuais e coletivos e atuar

sobre eles para alcanar uma gravidez satisfatria, um parto feliz e um recm-

nascido sadio; condio determinante na diminuio da morbimortalidade geral da

populao feminina e possibilidade real de diminuir ou evitar o dano me e filho,

do ponto de vista biopsicossocial e ambiental (NAVAS; CASTILLO; CAMPOS, 2012).

O Ministrio da Sade prope uma classificao operacional dos fatores de risco

reprodutivo, distribuindo-os em quatro categorias: caractersticas individuais e

condies sociais e demogrficas desfavorveis; histria reprodutiva anterior;

condies clnicas preexistentes e intercorrncias clnicas; e doena obsttrica na

gravidez atual (BRASIL, 2010).

O indicador de mortalidade materna est associado aos fatores de risco que esto

presentes nas mulheres durante a gravidez. Este indicador varia com o nvel de

desenvolvimento do pas. Na frica uma em cada 21 mulheres tem risco de morte

materna; na sia uma em cada 54; na Amrica do Norte uma em cada 1366 e na

Europa uma em cada 9850. Em Cuba, pas subdesenvolvido, este indicador

comparvel com o da Amrica do Norte e da Europa onde uma em cada 6636

mulheres tem risco de morrer; 2/3 das mortes em idade frtil esto relacionados com

complicaes da gravidez (MOREJN et al., 2008; FERNNDEZ et al., 2008).

Em pases com melhores condies socioeconmicas e melhor nvel cultural, o

percentual de mulheres com risco reprodutivo inferior a 5%, e em alguns como

Sucia e Japo de 4% e 3%, respectivamente (CUBA, 2010). No Brasil, Mxico e

Venezuela tem aumentado o nmero de mulheres que passam a fazer parte dos

grupos de risco, alcanando 25% a 30% do total de mulheres em idade frtil (OMS,

2002).

Em Cuba existe um programa de manejo e controle do risco reprodutivo, no qual

15% a 25% das mulheres em idade frtil tm alguma condio biolgica, obsttrica

ou socioeconmica vinculada ao risco; apresentam elementos que so capazes de

condicionar ou desencadear a morbidade e mortalidade durante o processo

reprodutivo (MOREJN et al., 2008).

Os indicadores de sade materna so considerados muito sensveis s

desigualdades sociais, refletindo condies diferenciadas de vida e de acesso a

recursos sociais (sade, educao, renda, trabalho, segurana, participao social)

entre diversos grupos da populao, e as formas como classe social, gnero e

raa/etnia se entrelaam e operam como determinantes sociais da sade. A maioria

das mortes e morbidades maternas severas devida a causas consideradas

evitveis, como hipertenso, hemorragia, infeco ou complicaes de abortamento.

Isso significa que o acesso a uma assistncia de sade oportuna, humanizada e de

boa qualidade evitaria que muitas mulheres perdessem suas vidas por motivos

reprodutivos (MORSE et al., 2011).

Neste sentido, acreditamos que um plano de ao voltado para os profissionais de

sade poder de certa forma melhorar o manejo do risco reprodutivo em mulheres

em idade frtil, na rea de abrangncia da Estratgia Sade da Famlia Campo Belo,

municpio de Prudente de Morais, Minas Gerais.

1.1 Descrio do municpio de Prudente de Morais 1.1.1 Aspectos histricos

Figura 1 Presidente Prudente de Morais (1894 - 1898)

Fonte: Acervo da autora.

O nome atual Prudente de Morais uma homenagem ao primeiro Presidente Civil

da Repblica do Brasil. A regio conhecida desde o tempo dos Bandeirantes como

Lagoa do Cercado. Localizada na Zona Metalrgica, Prudente de Morais constitui

micro regio econmica de Belo Horizonte. A sede municipal dista 65 quilmetros da

capital, e liga-se a ela por rodovia pavimentada e por ferrovia. Seus abrigos e grutas

calcrias, com valiosos painis rupestres, foram cadastrados pelo Instituto Estadual

do Patrimnio Histrico e Artstico de Minas Gerais (PRUDENTE DE MORAIS,

ARQUIVOS, 1984).

A fundao da cidade explicada em duas verses: a primeira conta que as terras

do municpio, em pocas coloniais, pertenceram ao Bandeirante Joo Leite da Silva

Horta que possua residncia prxima lagoa da regio. Neste local, construiu-se

um cercado, da originando o antigo nome do lugar, Lagoa do Cercado. A outra

verso diz respeito Bandeira de Ferno Dias Paes Leme. Alguns bandeirantes

aderiram revolta iniciada pelo filho de Ferno Dias, que acabou sendo enforcado.

Os revoltosos foram expulsos. Entre eles estava Antnio Barbosa, conhecido como

capito Peroba, que teria construdo uma casa prximo lagoa da cidade e, junto a

ela, um cercado para trabalhar e amansar bois, ficando o lugar conhecido como

Lago do Cercado. Em 1880, Lago do Cercado, que at ento pertencia Santa

Luiza, passou a fazer parte da recm-criada Freguesia de Pedro Leopoldo. Em

diviso territorial datada de 1 de julho de 1950, o distrito de Prudente de Morais

passa a figurar no municpio de Matozinhos, assim permanecendo at 1962, quando

foi elevado categoria de municpio autnomo, pela Lei estadual n. 2.764, de 30 de

dezembro de 1962, desmembrando assim de Matozinhos (PRUDENTE DE MORAIS,

ARQUIVOS, 1984).

1.1.2 Aspectos socioeconmicos

Os dados abaixo foram extrados do DATASUS (BRASIL, 2015):

- A rea total do municpio de 124.189 km2, sendo 77.08 hab./km2;

- ndice de Desenvolvimento Humano (IDH): 0.690;

- Renda mdia familiar: 440 reais;

- Saneamento bsico: 83,0% da populao do municpio possui gua tratada; 15,4%

utilizam poos ou nascentes e 2,6% outras formas de abastecimento; 70,7% dos

domiclios possuem rede de esgoto e em 75,0% existe coleta pblica de lixo;

- Atividades econmicas: comrcio e agricultura;

- Taxa de escolarizao: 92% da populao.

1.1.3 Aspectos demogrficos

O Quadro 1 apresenta a distribuio da populao do municpio, por faixa etria, nas

reas urbana e rural, referente ao ano de 2010. Como podemos observar existe

predomnio de moradores na rea urbana, com grande concentrao na faixa etria

de 25 a 60 anos.

Quadro 1 - Distribuio dos habitantes, por faixa etria, rea urbana e rural, Prudente de Morais, MG, 2010.

Nmero de hab./idade

Coordenadoria de Vigilncia Epidemiolgica e Ambiental; Coordenadoria de

Vigilncia Sanitria e Controle de Zoonoses; e Controle Social.

O municpio possui duas unidades bsicas de sade; uma unidade de fisioterapia;

um centro de especialidades odontolgicas; um centro de sade equipado com

laboratrio de anlises clnicas; e um posto de sade. A Estratgia Sade da Famlia

(ESF) cobre 100% da populao. So trs equipes da ESF e Ncleo de Apoio a

Sade da Famlia (NASF). Projetos associados: Hiperdia e Farmcia de Minas.

Os pacientes so referenciados para UPA e Hospital Municipal de Sete Lagoas.

Em relao aos meios de transporte dos pacientes, o municpio possui duas

ambulncias; um carro do Programa sade da Famlia (PSF); e um carro para

traslado de pacientes a consultas fora do municpio.

No Quadro 2 apresenta-se a mortalidade no municpio, referente ao ano de 2013.

Quadro 2 - Mortalidade, Prudente de Morais, MG, 2013.

Fonte: Secretaria de Sade, Prudente de Morais, MG, 2013.

Total de bitos: 53

Total de nascimentos (2013): 145

Produo ambulatorial atendimentos pelo SUS: 3.682 (SIAB/SUS, 2015)

1.1.4.1 Unidade da Estratgia Sade da Famlia Campo Belo

A rea de abrangncia da ESF Campo Belo composta pelos bairros Campo Belo,

Maraca, e Campo Limpo. A unidade est localizada na zona urbana, no bairro

Campo Belo, que fica a 3 km do centro de Prudente de Morais. Atende 633 famlias;

alguns povoados ficam distantes da unidade, porm o acesso bom. A equipe da

ESF formada atualmente por 10 profissionais, sendo: um mdico, uma enfermeira,

uma auxiliar de enfermagem, quatro agentes comunitrios de sade, uma

bitos Fetais

bitos Infantis

bitos de Mulheres em Idade Frtil e bitos Maternos

bitos por Causas Evitveis

bitos por Causas Externas

1

3

6 39 4

recepcionista, uma auxiliar de servios gerais, alm de outra enfermeira responsvel

pela vacina.

Do total de 1128 mulheres atendidas pela ESF Campo Belo, 541 (46.5%) encontram

em idade frtil. A maioria delas desconhece o risco reprodutivo. Para cada mulher

em idade frtil nasce 4.7 filhos, como forma de se garantir o equilbrio da populao

local.

2 JUSTIFICATIVA

O controle do risco reprodutivo pode melhorar a sade das crianas e das gestantes,

bem como diminuir os custos com os cuidados e o sofrimento das mulheres grvidas

(GONZLEZ; MUOZ, 2008).

Nossa preocupao se remete ao fato de que nos ltimos anos os riscos

reprodutivos vm sendo estudados com mais afinco por parte dos interessados.

Como dito anteriormente so riscos importantes, idade da gestante, doenas

associadas gravidez, antecedentes obsttricos, condies socioambientais

desfavorveis, dentre outros. No entanto, na unidade de sade que atuamos no

existe um controle das mulheres em idade reprodutiva. No se conhecem quais

delas apresentam risco reprodutivo e os fatores que deveriam ser controlados, tanto

pelos profissionais quanto pelas prprias mulheres.

Em estudo realizado preliminarmente na unidade de sade conseguiu-se identificar

as mulheres com risco reprodutivo residentes na rea de abrangncia da ESF. O

estudo mostrou nmero elevado de mulheres com risco dentre aquelas com idades

extremas. Em relao ao perfil, so mulheres com baixo nvel de escolaridade; a

maioria so donas de casa; so solteiras ou divorciadas.

O diabetes e a hipertenso arterial so as doenas que predominam nas famlias

destas mulheres, sendo a hipertenso arterial a mais frequente. Um nmero grande

de mulheres apresenta sobrepeso ou obesidade, alm disso, algumas fumam e

consomem bebida alcolica. Os antecedentes obsttricos como a multiparidade com

menos de dois anos e a doena hipertensiva gravdica foi o que mais se apareceu.

Um nmero grande de mulheres no usa nenhum mtodo contraceptivo; e no

controla as doenas crnicas. H preferncia por contraceptivos injetveis e orais.

Na Tabela 1 apresentamos a distribuio das mulheres em idade frtil, segundo

grupo etrio, da rea de abrangncia da ESF Campo Belo.

Tabela 1 - Distribuio das mulheres em idade frtil, segundo grupo etrio, ESF Campo de Belo, Prudente de Morais, MG, 2015.

Grupos de Idade

Mulheres em Idade

Frtil

%

15 a 18 173 31.0 19 a 34 162 29.9 35 e + 206 38.0 Total 541 100.0

Fonte: Dados (questionrio) da ESF Campo Belo, 2015.

A distribuio das mulheres em risco reprodutivo segundo situao conjugal

mostrada na Tabela 2.

Tabela 2 - Distribuio das mulheres em risco reprodutivo segundo situao conjugal, ESF Campo Belo, Prudente de Morais, MG, 2015.

Situao Conjugal

N

%

Solteiras 162 29.9 Acompanhada 101 18.6 Casadas 161 29.7 Divorciada 163 30.1 Total 541 100.0

Fonte: Dados (questionrio) da ESF Campo Belo, 2015.

A Tabela 3 apresenta a distribuio das mulheres em risco reprodutivo segundo

ocupao, da rea de abrangncia da ESF Campo Belo.

Tabela 3 - Distribuio das mulheres em risco reprodutivo segundo ocupao, ESF Campo Belo, Prudente de Morais, MG, 2015.

Ocupao N % Dona de Casa 192 35.4 Trabalhadora 191 35.3 Estudantes 158 29.2 Total 541 100.0

Fonte: Dados (questionrio) da ESF Campo Belo, 2015.

Acreditamos que um plano de ao direcionado para os profissionais de sade que

atuam na unidade poder contribuir para melhorar o manejo dos riscos reprodutivos

em mulheres em idade frtil da rea de abrangncia da ESF Campo Belo.

3 OBJETIVO

Propor um plano de ao visando melhorar o manejo do risco reprodutivo em

mulheres em idade frtil, pelos profissionais de sade que atuam na Estratgia

Sade da Famlia Campo Belo, Prudente de Morais, Minas Gerais.

4 METODOLOGIA

Primeiro passo para realizao do Plano de Ao aconteceu na Disciplina

Planejamento e Avaliao das Aes em Sade, do Curso de Especializao em

Ateno Bsica, da Universidade Federal de Minas Gerais, quando fomos

orientados a realizar o diagnstico situacional, por meio da estratgia Estimativa

Rpida (CAMPOS; FARIA; SANTOS, 2010), da rea de abrangncia de nossa

Unidade Bsica de Sade.

O diagnstico da rea possibilitou-nos identificar os seguintes problemas: deficiente

controle do risco reprodutivo; deficiente educao sanitria da populao; baixa

prevalncia de doenas crnicas na populao como Hipertenso Arterial e Diabetes

Mellitus; elevada incidncia de famlias disfuncionais por alcoolismo, baixa renda e

desemprego; m qualidade da gua; e inadequado saneamento bsico.

Entretanto era necessrio priorizar alguns problemas, para que pudssemos

viabilizar nossa interveno. Para isto utilizamos a tcnica de Ranqueio, que

segundo Aez et al. (2010), consiste em selecionar um grupo de critrios e atribuir o

valor de 0 a 2 para cada um dos problemas analisados. A pontuao de dois (2)

pontos dada ao problema apresentado: alta frequncia, gravidade, impacto na

populao, recursos, tendncia, vulnerabilidade s intervenes, e misso dos

planejadores. O valor um (1) dado queles problemas que cumprem os requisitos

em parte; quando impossvel de cumprir os requisitos atribudo o valor zero (0).

So critrios: Tendncia - refere-se ao aumento ou diminuio do problema; Frequncia: porcentagem da populao afetada; Gravidade: o quanto grave o problema para a sade das pessoas; Disponibilidade de recursos: a comunidade conta com recursos fsicos, humanos e financeiros para resolver o problema? Alm

disso, so critrios, vulnerabilidade e possvel preveno do problema; o que fazer

para melhorar a situao? A coerncia com a misso desse plano: importncia

poltica; a comunidade e sociedade em geral esto envolvidas para resolver o

problema?

Para anlise dos fatores causais e os riscos dos problemas, utilizamos o diagrama

de causa e efeito, conhecido tambm como Diagrama de Ishikawa ou Espinha de

Peixe. O nome Ishikawa tem origem no seu criador, Kaoru Ishikawa que

desenvolveu a ferramenta atravs de uma ideia bsica: fazer as pessoas pensarem

sobre causas e razes possveis que fazem com que um problema ocorra. O

diagrama de Ishikawa tambm pode ser denominado como diagrama de causa e

efeito; quando elaborado assemelha-se a uma espinha-de-peixe, motivo pelo qual

ele tambm conhecido por este nome (PILZ et al., s/d).

Neste plano de ao optou-se trabalhar os problemas: deficiente controle do risco

reprodutivo; deficiente educao sanitria da populao; e baixa prevalncia de

doenas crnicas na populao como hipertenso arterial e diabetes mellitus, por

serem os de possibilidade de interveno utilizando recursos prprios da sade.

Para os demais necessria articulao intersetorial, o que torna invivel no

momento. Os problemas aqui priorizados sero trabalhados com a equipe de sade.

A seguir apresentamos os trs problemas, foco de nossa interveno:

1 - DEFICIENTE CONTROLE DO RISCO REPRODUTIVO

P- Deficiente controle do risco reprodutivo.

R- Desconhecimento pela equipe de sade do universo de mulheres em idade frtil;

- No identificao pela equipe de sade as mulheres em idade frtil com risco reprodutivo para controle.

C- Gravidez de risco; - Crianas com baixo peso ao nascer; -Mortalidade materna, fetal e infantil.

R Falta de orientaes s mulheres acerca do planejamento familiar;

- No disponibilidade de mtodos contraceptivos para evitar a gravidez.

P- Deficiente controle do risco reprodutivo.

2- DEFICIENTE EDUCAO SANITRIA DA POPULAO

R- No utilizao dos meios de comunicao em funo dos problemas de sade no territrio;

- No disponibilizao de material educativo para a populao;

- Baixo nvel de escolaridade da populao.

R- Ausncia de aes educativas desenvolvidas pela equipe de sade;

- Falta de articulao com lderes da comunidade e outros setores.

P- Deficiente educao sanitria da populao.

C- Aumento das doenas;

- Ausncia do autocuidado sade;

- No percepo dos riscos scioambientais e outros danos sade;

- Desconhecimento de programas de sade e dos direitos dos cidados, como vacinao.

3- BAIXA PREVALNCIA DE DOENAS CRNICAS NA POPULAO COMO HIPERTENSO ARTERIAL E DIABETES MELLITUS

Legenda: P Problema C Consequncias R Causas

Para embasar a realizao do projeto de interveno foi realizada uma reviso

bibliogrfica com busca da produo cientifica na Biblioteca Virtual em Sade.

A busca nos bancos de dados foi realizada por meio dos seguintes descritores: sade sexual; sade reprodutiva; planejamento familiar; educao em sade; e ateno

primria sade.

R- Falta de ateno mdica continuada na UBS;

- Desconhecimento do nmero de mulheres com risco reprodutivo pela equipe de sade.

P- Baixa prevalncia de doenas crnico degenerativas.

C- Desconhecimento dos indivduos de seus problemas de sade;

- Morbidade oculta sem tratamento e exposio a complicaes;

- Desconhecimento da equipe dos problemas de sade da comunidade.

R- No sistematizao no cadastramento de pacientes doentes;

- No aferio da presso arterial de todas as pessoas acima de 15 anos durante as consultas mdicas e nas visitas domiciliares.

5 REVISO BIBLIOGRFICA

5.1 Aspectos gerais do risco reprodutivo A sade reprodutiva um estado geral de bem-estar fsico, mental e social e no a

ausncia de doenas em todos seus aspectos, em relao ao sistema reprodutivo e

suas funes e processos. a capacidade de desfrutar de uma vida sexual

satisfatria e sem riscos, assim como de procriar; tambm a liberdade para exerc-la

ou no, quando e com que frequncia (LEYVA et al., 2011).

Atualmente, o conceito de sade reprodutiva compreende desde a infncia at a

idade adulta. Est implcito o direito do homem e da mulher em obter informao e

planejar a famlia, assim como utilizar mtodos para regulao da fecundidade, que

no so legalmente proibidos e o acesso para mtodos seguros, eficazes,

acessveis e aceitveis. Tambm inclui o direito para receber servios adequados de

ateno em sade que permitam uma gravidez e parto com menos riscos e a

mxima possibilidade de ter filhos sadios (CUBA, 2010).

O nascimento de uma criana um acontecimento compartilhado e comemorado

pela sociedade, em todas as culturas do mundo. Porm, para muitas famlias o

processo de reproduo pode ser um acontecimento sombrio e arriscado,

redundando sequelas na criana, morte da me ou do concepto, ou at mesmo de

ambos (MOREJN et al., 2008).

A reduo da mortalidade infantil o quarto objetivo preconizado pelas Naes

Unidas para o desenvolvimento do milnio. A meta era que para o ano 2015 a

mortalidade de crianas menores de cinco anos fosse reduzida em dois teros em

relao taxa de 1990. De acordo com informe do Fundo das Naes Unidas para a

Infncia (UNICEF), a Amrica Latina reduziu a taxa de mortalidade em menores de

cinco em 40% entre 1990 e 2007. O impacto maior foi no perodo ps-neonatal

(UNICEF, 2008). No houve melhora deste indicador nos ltimos cinco anos. A

anlise epidemiolgica do estado de sade da populao revela que um dos grupos

mais vulnerveis continua sendo a populao feminina em idade frtil (MRQUEZ,

2006).

A reduo da mortalidade materna em 75% no perodo de 1990 a 2015 uma das

metas pactuadas pelos 191 pases participantes da Cpula do Milnio. No Brasil,

para cumprir este compromisso e garantir os direitos previstos na Constituio

Federal, o Ministrio da Sade tem proposto uma srie de diretrizes, normas e

protocolos para incrementar a qualidade da ateno mulher no pr-natal, parto e

puerprio e melhorar os indicadores de sade materna e neonatal. Entre 1990 e

2007, houve uma diminuio de 46% nas taxas de mortalidade materna, ou seja, de

140 para 75 bitos (BRASIL, 2010; ESCALANTE; VIOLA; ALVES, 2010;

ESCALANTE; MORAIS NETO, 2010).

Os problemas de sade da rea materno-infantil vo acentuando em pases como

Bolvia, Nicargua, Guatemala, Honduras e Haiti, devido ao rpido crescimento

urbano nas periferias; 93 milhes de latino-americanos vivem na pobreza, sem

acesso aos servios de sade (RIQUENES; GUTIERREZ, 2004).

As mulheres representam 50,7% da populao brasileira e so as principais

usurias do Sistema nico de Sade (SUS). Em idade reprodutiva, ou seja, de 10 a

49 anos, ocupam 65% do total da populao feminina, conformando um segmento

social importante para a elaborao das polticas de sade (BRASIL, 2010; 2011;

2012; COELHO; FRANCO, 2009). Entre as aes que contempla o Ministrio da

Sade do Brasil esto atividades que possibilitam s mulheres exercer melhor

controle sobre suas vidas em termos do nmero de filhos que desejam ter.

Atualmente se dispe de servios de planejamento familiar, porm mais de 120

milhes de mulheres no mundo em desenvolvimento querem limitar os nascimentos,

mas no tm acesso aos anticoncepcionais e se espera que o nmero de parceiros

em idade de conceber aumente pelo menos em 20 milhes a cada ano (AMARO et

al., 2006; BROSS; SHAPIRO, 2007).

O risco reprodutivo tambm definido como risco preconcepcional, risco obsttrico,

risco perinatal, risco infantil. O risco reprodutivo preconcepcional se aplica a

mulheres em idade reprodutiva entre 15 e 49 anos, que em presena de condies e

fatores de risco aumenta a probabilidade de sofrer danos sua sade ou a do filho,

quando grvidas. Esta probabilidade no igual para todas as mulheres, mais a

magnitude do risco individual e assim deve ser considerado. No existe uma

condio de risco que seja mensurvel por igual em cada mulher ou em casais

(LEYVA, et al., 2011; JONSON; DORSAL, 2011).

So mltiplas as classificaes do risco reprodutivo, porm nenhuma delas substitui

o pensamento mdico para cada caso individual, de maneira que as mulheres em

idade reprodutiva devero ser cuidadosamente avaliadas para identificar os fatores

de risco que incrementem sua vulnerabilidade durante a reproduo e desenhem

estratgias para elimin-los ou modific-los (FERNNDEZ et al., 2008).

Alguns autores assinalam como fatores de risco reprodutivo as idades extremas da

vida reprodutiva; o espao curto entre perodos gestacionais, por sua incidncia na

mortalidade perinatal; a multiparidade; a gravidez no desejada, pela

morbimortalidade materna e perinatal que acomete ao binmio me-filho; o efeito

socioeconmico da gravidez; a desnutrio e outras complicaes maternas durante

os perodos gestacionais anteriores; o nvel intelectual e cultural deficiente; mes

solteiras; tabagistas; assim como a presena de doenas crnicas associadas

gravidez, as quais atuam nocivamente sobre o processo reprodutivo (PENA et al.,

2010; WICKREMASINGHE, 2011).

As consequncias desta problemtica tambm foram discutidas e coincidem em:

gravidez de risco, crianas com baixo peso ao nascer, assim como incremento da

mortalidade materna, fetal e infantil.

5.2 Atuao dos profissionais de sade no risco reprodutivo A atuao do mdico e do enfermeiro no planejamento familiar tem grande

importncia na ateno bsica, pois suas aes influenciam direta e indiretamente

nos fatores que afetam a ocorrncia da gravidez.

A atuao dos profissionais envolve atividades educativas, clnicas e de

acompanhamento e aconselhamento. Estas devem ser desenvolvidas de forma

integrada com outros profissionais da Estratgia Sade da Famlia, para que

possam atender a mulher em todos seus aspectos (CUBA, 2010).

O trabalho em equipe determinante no planejamento das aes voltadas para

mulher. Nesse planejamento devem ser consideradas doenas ou agravos como

diabetes, hipertenso arterial, cncer ou fatores de risco, por exemplo, consumo de

lcool e outras drogas, sobrepeso, obesidade, gravidez na adolescncia; alm das

condies de vulnerabilidade social: famlias com condies socioeconmicas

precrias, baixa escolaridade, situao de violncia intrafamiliar, desestruturao por

separao, morte ou divrcio. importante avaliar tambm os determinantes

biolgicos, psicossociais e ambientais sobre as condies de risco e vulnerabilidade

(NAVAS; CASTILLO; CAMPOS, 2012).

A identificao de condies potencialmente prejudiciais mulher pressupe a

implementao de aes de sade, interdisciplinares e multisetoriais, dirigidas para

promoo da sade, preveno e controle das doenas, o que inclui o

assessoramento gentico visando orientao e educao com fins de promoo,

que permita a tomada de decises por parte dos indivduos, famlia e comunidade

(PENA et al., 2010).

Em relao etapa reprodutiva os cuidados so promocionais e preventivos quando

identificam fatores ou doenas prvias gravidez, que caso coexista aumentaro o

risco obsttrico e perinatal. unnime afirmar que os fatores de risco mais comuns

so os biolgicos, mais tambm so importantes os sociais; o foco de ateno no

restringe mulher, mas tambm deve incluir o pai, a famlia e toda comunidade

nesta ateno (ROSELL; DELGADO; TRUFERO, 2012).

O Manual Tcnico de Gestao de Alto Risco, do Ministrio da Sade, destaca a

importncia de uma abordagem integral s mulheres pelos profissionais de sade,

considerando-se questes de gnero, raa/etnia e classe social; preconiza o manejo

adequado de "situaes de vulnerabilidade relacionadas ao processo sade-doena,

sejam elas individuais, sociais e at mesmo programticas" (BRASIL, 2010).

Para identificao e manejo de riscos durante o pr-natal e tambm para uma

abordagem de riscos reprodutivos em mulheres no grvidas, em idade frtil, o

Ministrio da Sade prope para os profissionais de sade uma classificao

operacional dos fatores de risco reprodutivo, distribuindo-os em quatro categorias.

So elas: caractersticas individuais e condies sociais e demogrficas

desfavorveis; histria reprodutiva anterior; condies clnicas preexistentes e

intercorrncias clnicas; e doena obsttrica na gravidez atual. Vrias condies

elencadas no primeiro grupo indicam situaes de vulnerabilidade individual e/ou

social como o nvel de escolaridade, conflitos familiares ou conjugais, condies de

trabalho desfavorveis, exposio a ambientes insalubres e abuso de drogas que,

muitas vezes, manifestam desigualdades e discriminaes, seja por classe social,

gnero, cor de pele, idade ou outras. A interdependncia entre vulnerabilidade

programtica e risco reprodutivo tambm discutida no manual, citado acima, que

ressalta que importante que as mulheres em idade reprodutiva, especialmente

aquelas em situaes de vulnerabilidade, tenham acesso aos servios de sade e

oportunidade de estar bem informadas e na melhor condio fsica possvel antes de

engravidar (BRASIL, 2010).

Realizar consultas de controle a mulheres com risco reprodutivo promove a sade

da mulher e sua descendncia e tem demonstrado diminuir a morbidade e

mortalidade materna e infantil, pois se avaliam os fatores que podem dificultar a

concepo e o posterior desenvolvimento da gravidez, para atuar sobre eles e

diminuir sua incidncia (BRASIL, 2010).

Logo, o acesso a uma assistncia oportuna, humanizada e de boa qualidade

contribui para melhoria dos indicadores de sade na ateno mulher, por sua vez

no controle dos riscos reprodutivos (MOREJN et al., 2008; TORRES; LARDOEY;

LARDOEY, 2011).

A opo por aes educativas um dos caminhos para se trabalhar o risco

reprodutivo em mulheres em idade frtil por profissionais de sade. Segundo

Madureira (2009), as aes educativas tm como objetivo capacitar indivduos e/ou

grupos para assumir ou contribuir na melhoria das condies de sade da

populao. A sade da comunidade depende essencialmente das aes oferecidas

pelos servios de sade, do esforo da prpria populao, do conhecimento, da

compreenso, da motivao, da reflexo crtica e da adoo de prticas de sade.

Isto s possvel com a participao conjunta da comunidade e do servio de

sade.

6 PLANO DE AO

Operacionalizao do Plano de Ao

O Quadro 3 apresenta a operacionalizao do plano de ao.

Quadro 3 - Operacionalizao do plano de ao, ESF Campo Belo, Prudente de Morais, MG, 2016.

PRIORIDADE

ATIVIDADES

PERODO

LOCAL

RECURSOS

SUJEITOS

ENVOLVIDOS

RESPONSVEL

PRODUTOS

ESPERADOS

1. Deficiente controle do risco reprodutivo.

1. Definir pela equipe de trabalho o universo de mulheres em idade frtil e cadastrar as que se identifiquem com algum fator de risco

Primeiro semestre de 2016

UBS Campo Belo.

Fichas de identificao das mulheres

Equipe de Sade da Famlia

Enfermeira ACS

Cadastramento de todas as mulheres em idade frtil com algum fator de risco.

2. Capacitar equipe de sade na identificao de fatores de risco em mulheres em idade frtil.

Maro 2016 UBS Campo Belo.

Materiais didticos

Equipe de Sade da Famlia

Mdico Enfermeira

Profissionais capacitados para identificar fatores de risco em mulheres em idade frtil.

3. Formar grupos de mulheres de risco reprodutivo por micro rea visando desenvolver atividades educativas.

Primeiro semestre 2016

UBS Campo Belo

Material didtico pedaggico.

Mulheres de cada micro rea

Equipe de Sade da Famlia. Maior cuidado das mulheres em relao aos

riscos reprodutivo. Uso de mtodos contraceptivos pelas mulheres consideradas de risco.

4. Definir agenda de atendimento para mulheres de risco reprodutivo (consulta mdica e de enfermagem), priorizando os casos.

Maro 2016 UBS Campo Belo.

Agenda fsica ou informatizada. Formulrios do servio.

Mulheres de cada micro rea.

Mdico Enfermeira Tcnico de Enfermagem ACS

Comparecimento das mulheres s consultas agendadas.

5. Estabelecer parcerias com as escolas da rea de abrangncia da UBS, com foco nas adolescentes, visando realizar atividades educativas.

A cada trs meses.

Escolas da rea de abrangncia da UBS.

Material educativo. Material necessrio para confeccionar as aes.

Equipe de Sade da Famlia Professores

Mdico Enfermeira ACS Professores

Melhorar o conhecimento das adolescentes acerca de mtodos contraceptivos. Melhorar o conhecimento sobre gravidez na adolescncia.

6. Garantir o fornecimento de mtodos contraceptivos pela secretaria de sade do municpio.

Permanente UBS B. Campo Belo.

UBS B. Campo Belo.

Secretrio de Sade

Mdico Enfermeira

Disponibilidade de mtodos contraceptivos na UBS.

2.Deficiente educao sanitria da populao.

1.Formar promotores de sade na comunidade para trabalhar em conjunto com os ACS.

Nos primeiros quatro meses do ano.

Micro reas pertencentes UBS.

Materiais necessrios capacitao de pessoas da comunidade (jogos educativos, material de escritrio, papel kraft, EVA, dentre outros

Pessoas da comunidade

Mdico Enfermeira

Formao de promotores de sade das micro reas da UBS

2. Utilizar a rdio local para divulgao das atividades, bem como informar populao sobre medidas sanitrias de higiene. Afixar cartazes no comrcio local.

Permanente A cidade como um todo

Recursos prprios da rdio local; material informativo disponibilizado pela Secretaria de Sade.

Populao em geral.

Secretaria de Sade UBS

Maior conhecimento da populao sobre medidas sanitrias.

3. Realizar palestras educativas na UBS, nas escolas e em espaos da comunidade, pertencentes s micro reas, sobre os principais problemas de sade.

A cada quatro meses.

UBS B. Campo Belo Escolas Espaos da comunidade

Material educativo Material necessrio para construo das aes.

Populao em geral

Equipe de Sade da Famlia

Maior conhecimento da populao sobre os problemas de sade, e como resolv-los.

4. Capacitar representantes de outros setores da comunidade no reconhecimento de problemas de sade, por exemplo, professores das escolas pertencentes s micro reas.

Primeiro semestre/2016

UBS B. Campo Belo

Materiais educativos Material necessrio para construo das aes. TV/Vdeo

Representantes da comunidade.

Mdico Enfermeira

Melhor conhecimento dos representantes da comunidade sobre problemas de sade e como contribuir para sua soluo.

5. Realizar concurso na comunidade com a participao das escolas sobre temas de Promoo da Sade. Exemplo de tema: Por uma comunidade saudvel.

Primeiro semestre/2016

Escolas da comunidade

Material de divulgao (cartazes, etc)

Estudantes e professores

Equipe de Sade Professores

Participao dos alunos. Maior conhecimento dos alunos sobre os problemas de sade da comunidade.

6. Afixar cartazes na sala de espera da UBS informando populao sobre cuidados de sade.

Primeiro semestre/2016

UBS B. Campo Belo

Cartazes informativos

Pessoas da sala de espera

Equipe de Sade da Famlia

Melhor informao da populao sobre como cuidar da sade.

3.Baixa prevalncia de doenas crnicas

1. Capacitar os ACS acerca das principais doenas crnicas presentes na populao, visando busca ativa e melhor registro das doenas.

Primeiro semestre/2016

UBS B. Campo Belo

Material educativo. Material de escritrio. TV/Vdeo.

Populao em geral

Mdico Enfermeira

Melhor conhecimento dos ACS acerca das principais doenas crnicas presentes na comunidade, e de sua importncia na busca ativa. Melhorar os registros das doenas crnicas

2. Utilizar promotores em sade (pessoas da comunidade) para levantamento de doenas crnicas na comunidade.

Primeiro semestre/2016

Micro reas pertencentes UBS.

Formulrios Promotores de sade.

ACS Melhor registro e identificao de casos de doenas crnicas na comunidade.

3. Utilizar recursos existentes na unidade de sade para identificao de doenas crnicas.

Primeiro semestre/2016

UBS B. Campo Belo

Recursos da UBS (aparelhos, etc).

Profissionais da UBS.

Mdico Enfermeira

Melhorar a avaliao dos pacientes na UBS para identificao de doenas crnicas.

4.Elaborar material instrutivo (panfleto, cartilha, outros) visando informar o usurio portador de doena crnica de como se cuidar.

Permanente UBS B. Campo Belo

Material instrutivo Usurios Equipe de Sade da Famlia

Melhor esclarecimento dos usurios acerca de sua doena.

5. Realizar palestras na comunidade (escolas e espaos da comunidade) acerca das doenas crnicas.

Trs vezes ao ano

Micro reas pertencentes UBS.

Material educativo Material necessrio para construo das aes.

Populao e Agentes Comunitrios

Equipe de Sade da Famlia

Melhorar o conhecimento da populao acerca das doenas crnicas.

As aes apresentadas abaixo visam preparar a equipe de sade para atender com

mais qualidade as mulheres consideradas de risco reprodutivo, assim alcanar

melhor ateno sade da me e do feto e cumprir com os propsitos de se reduzir

a mortalidade infantil no pas.

O Quadro 4 apresenta as aes desenvolvidas no plano de ao, com seus

objetivos, atividades, atores envolvidos, perodo, resultados esperados e avaliao.

Quadro 4 - Aes desenvolvidas no plano de ao, ESF Campo Belo, Prudente de Morais, MG, 2016.

AO

OBJETIVOS

ATIVIDADES

ATORES

ENVOLVIDOS

PERODO

RESULTADOS ESPERADOS

AVALIAO

1. Capacitar a equipe de sade no programa de risco reprodutivo

-Elevar o conhecimento da equipe de sade sobre risco reprodutivo, com nfase nos fatores de risco e aes a serem desenvolvidas com as mulheres; - Realizar aes que permitam equipe de sade desenvolver habilidades, tais como liderana e trabalho em equipe.

Curso de capacitao direcionado para a equipe de sade, conforme nvel dos participantes.

- Seminrio com aplicao de tcnicas afetivo-participativas visando trabalho em equipe, liderana e motivao.

-Trabalho de grupo para desenvolver habilidades comunicativas, com tcnicas de persuaso.

-Trabalho de grupo utilizando tcnicas de socializao para alcanar aceitao do coletivo.

Membros da Equipe de Sade da Famlia

Fevereiro 2016

em adiante

Capacitao de todos os membros da equipe de sade.

Maior conhecimento sobre os riscos reprodutivos. Melhor atuao junto s mulheres da rea de abrangncia da equipe.

Avaliar o Nmero de participantes no programa de risco reprodutivo.

Avaliar o trabalho de equipe de sade

Avaliao atravs de instrumento de coleta de dados, sobre o trabalho dos profissionais de sade em cada micro rea.

2. Definir pela equipe de trabalho o universo de mulheres em idade frtil e cadastrar as que se identifiquem com algum fator de risco.

- Cadastrar todas as mulheres em idade frtil.

- Identificar as mulheres que apresentam algum fator de risco associado que as convertam

Capacitao da equipe de sade como forma de preparar os profissionais para identificar e cadastrar mulheres com risco reprodutivo.

Equipe de Sade da Famlia

Mulheres em idade frtil

Maro - Abril 2016

Que se cadastrem todas as mulheres em idade frtil, diferenciando as que apresentam fatores de risco que as convertam em risco reprodutivo.

Porcentagem de mulheres em idade frtil cadastradas em cada micro rea.

- Porcentagem de mulheres classificadas como risco reprodutivo.

em risco reprodutivo.

3. Estabelecer um dia de consulta para a ateno de pacientes com risco reprodutivo e priorizar as pacientes com risco maior para seu controle.

- Determinar um dia de consulta na semana, para as mulheres com risco reprodutivo, priorizando as de maior risco por cada micro rea.

-Realizar avaliao integral das mulheres que permita o controle efetivo de seu risco.

- Acordar com os profissionais do NASF consultas multidisciplinares, se necessrio.

Abrir agenda para atendimento das mulheres de risco reprodutivo, incluindo consultas com outros profissionais de sade, por exemplo, nutricionista.

Mulheres com risco reprodutivo

Mdico

Enfermeira

MARCO 2016 em diante Que as pacientes com risco reprodutivo,

tenham uma consulta garantida e que se realize avaliao integral com melhor controle de seu risco.

Porcentagem de mulheres com risco reprodutivo que comparecem consulta planejada.

Porcentagem de mulheres que precisaram de consultas multidisciplinares. Porcentagem de mulheres que compareceram consulta e esto controladas.

4. Formar grupos de mulheres com risco reprodutivo, por micro rea, para desenvolver atividades de educao sanitria, como dinmicas de grupo.

- Garantir que cada micro rea forme seu grupo de mulheres com risco reprodutivo;

- Estabelecer um programa de atividades educativas para ser desenvolvido pela equipe de sade.

Capacitao da equipe de sade visando prepar-la para realizar atividades de educao sanitria, como dinmicas de grupo.

Mulheres com risco reprodutivo Equipe de Sade da Famlia

Maro 2016 em diante.

Que as mulheres que no tinham seu risco em controle, usando um mtodo anticoncepcional para evitar a gravidez o alcancem. O controle de sua doena crnica.

Porcentagem de mulheres que fazem parte dos grupos por cada micro rea.

Porcentagem de mulheres que compareceram s atividades educativas. Porcentagem de mulheres que conhecem os riscos reprodutivos.

- Definir os agentes comunitrios como protagonistas desta ao.

5. Contemplar a participao dos homens nas atividades desenvolvidas na UBS com respeito sade sexual e reprodutiva, como verdadeiros parceiros responsveis pela concepo.

- Incorporar os homens em atividades desenvolvidas para o melhor controle do risco reprodutivo.

Realizar atividades educativas sobre educao sexual incluindo a populao masculina.

Parceiros das mulheres com risco reprodutivo.

Marco 2016 em diante.

Que os homens participem em conjunto com as mulheres nas atividades desenvolvidas.

Porcentagem de homens que participaram das aes desenvolvidas.

6.Estabelecer relaes de trabalho com as escolas para desenvolver aes educativas com as adolescentes.

-Realizar atividades integradas com os professores das escolas, da rea de abrangncia da UBS, visando sensibiliz-los sobre a importncia de participao nas aes educativas; -Levar o conhecimento

Realizar atividades educativas nas escolas com participao de professores e adolescentes, como palestras e grupos de adolescentes, voltados para sexualidade, mtodos contraceptivos e DSTs.

Adolescentes

Maro 2016 em diante.

Todas as escolas integradas s atividades educativas desenvolvidas pela equipe de sade e que as adolescentes conheam os efeitos negativos da gravidez na adolescncia, os fatores de risco que podem estar associado, assim como os mtodos anticoncepcionais que podem utilizar.

sobre o tema aos professores para que apoiem as atividades; -Estabelecer um programa educativo para desenvolver nas escolas pela equipe de sade.

-Trocar informaes com os adolescentes sobre mtodos contraceptivos mais seguros para esta idade e uso sistemtico dos mesmos.

7. Incorporar consulta de risco reprodutivo um especialista em Nutrio Diettica.

-Orientar as usurias com dieta inadequada e doenas crnicas, bem como o restante das mulheres que comparecem s consultas, sobre alimentao saudvel.

Realizar atividades educativas sobre alimentao saudvel, tendo participao de um nutricionista.

Usurias que apresentam risco reprodutivo

Maro 2016 em diante.

Que as pacientes que comparecerem s consultas receba orientao nutricional adequada, visando evitar efeitos adversos durante a gravidez.

Trimestral

Porcentagens de mulheres que audem a consultas com doenas crnicas

8. Garantir fornecimento regular pela Farmcia do

-Possibilitar s mulheres consideradas de

Garantir junto ao

Secretrio de Sade

Usurias que apresentam risco reprodutivo

Abril 2016 em diante.

Garantir o suprimento de contraceptivos na UBS e fazer com que

Disponibilidade de mtodos contraceptivos de forma permanente na

municpio, mtodos contraceptivos s UBS.

risco reprodutivo, uso regular de contraceptivos;

fornecimento regular de

contraceptivos estes sejam utilizados adequadamente pelas mulheres com risco reprodutivo.

UBS Porcentagem de mulheres com risco reprodutivo que utilizam contraceptivos

9. Criar um programa educativo que contribua para modificao dos estilos de vida das usurias com risco reprodutivo, que tenham doenas ou fatores de risco associados.

- Incorporar estilos de vida saudvel, atravs da utilizao de tcnicas afetivo-participativas.

Realizar atividades educativas com mulheres em risco reprodutivo, por meio de palestras, e dinmicas de grupos com tcnicas afetivo-participativas.

Usurias que comparecem consulta de risco agendada pela equipe de sade.

Mensal

Que as usurias que tenham uma doena ou um fator de risco associado, incorporem estilos de vida saudveis.

Semestrais porcentagens de mulheres que participam nas reunies ou nas consultas e fazendo avaliao da mudana do estilo de vida da mulheres risco

7 CONSIDERAES FINAIS

Para melhorar a ateno mulher faz-se necessrio, principalmente, a juno entre

os segmentos da sociedade: sade, educao e infraestrutura, atravs da utilizao

de medidas menos complexas s mais complexas.

Optamos por trabalhar neste plano de ao com grupos operativos, aes

educativas, palestras, capacitaes dos profissionais, dentre outras, por

acreditarmos que so viveis, menos complexas, e que poderiam permitir a

participao dos sujeitos envolvidos na interveno.

Pensamos que quando trabalhamos com aes educativas no devemos dispor

somente de espao fsico, recursos materiais e humanos, ou de um assunto

previamente preparado. Nosso papel transcende estes requisitos, ou seja, temos

que pensar primeiramente como envolver o pblico alvo nas nossas atividades.

Considerando ser o foco de nossa interveno os profissionais de sade, devemos

desenvolver estratgias metodolgicas que os motive a participar das atividades.

Outro ponto que nos chama ateno, que, no manejo do risco reprodutivo

aspectos culturais, sociais e econmicos das mulheres devem ser considerados.

necessrio respeitar a realidade delas. Saber o que significa para elas ter risco

reprodutivo; ter uma gravidez com complicaes.

Finalmente, gostaramos de enfatizar que as mulheres em idade reprodutiva,

especialmente aquelas em situaes de vulnerabilidade, alm do acesso aos

servios de sade devem ter oportunidade de estar bem informadas e na melhor

condio fsica possvel antes de engravidar.

REFERNCIAS

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