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Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Ciências Econômicas Departamento de Ciências Administrativas Sistema Empresarial Brasileiro (CAD021) Prof. Luiz Alex Silva Saraiva, Dr.

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Universidade Federal de Minas GeraisFaculdade de Ciências EconômicasDepartamento de Ciências Administrativas

Sistema Empresarial Brasileiro(CAD021)

Prof. Luiz Alex Silva Saraiva, Dr.

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Unidade I

A questão da competitividadede empresas

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Cenário Brasileiro

Passado

Ambiente competitivo homogêneo entre empresas nacional e multinacionais dentro de países ou blocos

Futuro

Ambiente competitivo heterogêneo entre cadeias empresariais globalizadas

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É a soma de eficiências internas e externas.

Não depende apenas de resultados adequados sob a ótica empresarial ou microeconômica; é preciso que haja condições adequadas, nos níveis meso e macroeconômicos para que a competitividade seja efetiva.

Competitividade

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• Competitividade não é apenas capital e infraestrutura. É capacidade organizativa (exemplos: Irlanda e Itália)

• Necessidade de sinergia entre empreendedores.• Precisa estar conectada com o dia a dia dos negócios.• Tem de melhorar a qualidade de vida da comunidade, das

regiões e do país.• Melhorar a maneira de fazer é condição humana.• A história civilização é a história da melhoria dos processos

de geração de bens, produtos, serviços e riqueza.• Competitividade é fazer mais, melhor e diferente.

Questões sobre a competitividade

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Competitividade global

Níveis da competitividade global

Competitividade sistêmica

Competitividade estrutural

Competitividade empresarial

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Competitividade global

Níveis da competitividade global

Competitividade sistêmica

Competitividade empresarial

Competitividade estrutural

GestãoEmpreendedorismoTeoria do negócio

RegiãoSetorCadeias produtivas

EconômicosPolítico-institucionaisInternacionaisSociaisNaturaisCulturaisTecnológicosInfraestruturais

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Os estudos sobre competitividade não possuem um consenso conceitual e de metodologias de avaliação. Percebe-se a convivência de duas famílias de conceitos de competitividade:

1. A competitividade é vista como um desempenho (revelada). Ela é de alguma forma expressa na participação no mercado alcançada por uma firma; é a demanda do mercado que estará definindo a posição competitiva das empresas

2. A competitividade é vista como eficiência (potencial). Busca-se traduzi-la por meio da capacidade da empresa de converter insumos em produtos com o máximo de rendimento.

Competitividade e padrões de concorrência

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• Ambos os enfoques são insuficientes, pois tanto desempenho quanto eficiência são limitados por serem estáticos, sem elucidar as relações causais que mantêm com a evolução da competitividade

• Aqui, a competitividade será definida como a capacidade da empresa formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado

• A competitividade surge como uma característica extrínseca, relacionada ao padrão de concorrência vigente em cada mercado

Competitividade e padrões de concorrência

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Elementos centrais da competitividade

• O elemento básico de análise é a empresa; para se analisar a competitividade foram consideradas quatro áreas de competência empresarial: gestão, inovação, produção e recursos humanos

• Em cada momento do tempo, cada empresa detém um nível de capacitação e apresenta um certo desempenho competitivo

Competitividade e padrões de concorrência

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Elementos centrais da competitividade

• As empresas competitivas seriam simplesmente aquelas de maior capacitação; porém isso é precipitado, já que uma empresa não tem capacitações homogêneas, e estas estão em constante mutação

• O grau de capacitação de uma firma em um dado momento está determinado pelas estratégias competitivas adotadas pela firma em um momento anterior. A busca de novas capacitações é um processo permanente, seja porque os recursos em estoque se depreciam ou porque se tornam obsoletos

Competitividade e padrões de concorrência

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• A relação funcional que une capacitação e estratégia é uma via de duas mãos; se, de um lado, a empresa escolhe estratégias que lhe permitam ampliar suas capacitações em determinadas direções desejadas, a capacitação acumulada atua também como restrição à adoção de estratégias

• Quanto maior o hiato entre capacitações existentes e desejadas, maior o volume de recursos financeiros necessário ou maiores são as necessidades de tempo

• As estratégias visam modificar as capacitações, de modo a adequá-las às metas de desempenho da empresa, mas são por elas limitadas, em um processo de interação dinâmica

Competitividade e padrões de concorrência

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• É no processo de decisão das estratégias empresariais que se deve buscar os elementos analíticos centrais de compreensão da competitividade

• A decisão estratégica envolve avaliações de duas ordens:– - A estratégia deve ser factível– - A estratégia deve ser economicamente atrativa

• Embora o conjunto de formas possíveis de competição seja amplo, em cada mercado predomina uma ou um subconjunto dessas formas como fatores críticos de sucesso competitivo

Competitividade e padrões de concorrência

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• Os padrões de concorrência fornecem as “balizas” estruturais que condicionam o processo decisório das estratégias competitivas das empresas

• Os padrões de concorrência são influenciados pelas características estruturais e comportamentais do ambiente competitivo da empresa

• A competitividade é, portanto, função da adequação das estratégias das empresas individuais ao padrão de concorrência vigente no mercado específico; seriam competitivas as firmas que a cada instante adotassem estratégias competitivas mais adequadas a esse padrão

Competitividade e padrões de concorrência

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• Os padrões de concorrência apresentam duas características que são decisivas para a avaliação da competitividade:

– - São idiossincráticos de cada setor da estrutura produtiva– - São mutáveis no tempo

• A competitividade deve ser percebida como um fenômeno que se plasma no conjunto de firmas e no mercado, este como o verdadeiro espaço de concorrência intercapitalista

• É o padrão de concorrência a variável determinante e a competitividade a variável determinada ou de resultado

Competitividade e padrões de concorrência

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• O estudo da competitividade precisa considerar um grande número de variáveis ligadas às formas de concorrência; avaliar competitividade requer, então, aprofundar o estudo das origens das vantagens competitivas

• As análises de competitividade devem levar em conta simultaneamente os processos internos à empresa e à indústria e as condições econômicas gerais do ambiente produtivo. Para avaliar a “capacidade de formular e implementar estratégias”, é fundamental identificar os fatores relevantes para o sucesso competitivo, verificar a sua importância setorial no presente e a que se pode esperar no futuro próximo

Competitividade e padrões de concorrência

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• São determinantes da competitividade um conjunto de fatores que transcendem o nível da firma, sendo também relacionados à estrutura da indústria e do mercado e ainda ao sistema produtivo como um todo

• Foram definidos três grupos de fatores: os empresariais, os estruturais e os sistêmicos

• Os empresariais são aqueles sobre os quais a empresa detém poder de decisão e podem ser controlados ou modificados através de condutas ativas assumidas

Fatores determinantes da competitividade

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• Os fatores estruturais são aqueles sobre os quais a capacidade de intervenção da empresa é limitada pela mediação do processo de concorrência, estando por isso apenas parcialmente sob sua área de influência

• Os fatores sistêmicos são aqueles sobre os quais a empresa detém escassa ou nenhuma possibilidade de intervir, constituindo parâmetros do processo decisório. Podem ser:

– Macroeconômicos– Político-institucionais– Legais-regulatórios– Infra-estruturais– Sociais– Internacionais

Fatores determinantes da competitividade

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• Os fatores empresariais e sistêmicos apresentam caráter mais genérico, enquanto os fatores estruturais apresentam um nítido caráter setor-específico, refletindo mais diretamente as peculiaridades dos padrões de concorrência presentes em cada ramo produtivo ou em grupos de setores similares

Fatores determinantes da competitividade

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• As estratégias devem ser aderentes ao padrão de concorrência relevante para a empresa

• Percebe-se grande convergência nas trajetórias de evolução dos formatos organizacionais das empresas:

– tendência à diminuição do número de níveis hierárquicos envolvidos nos processos decisórios e maior delegação de poderes

– aumento do fluxo de informações horizontais– alteração das normas que regulam sua relação com fornecedores

e clientes

Fatores empresariais: um novo modelo de empresaprincípios da gestão competitiva

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Competitividade empresarial

Competitividade empresarial (ação)

GestãoEmpreendedorismoTeorias do negócio

Capacidade da empresa de identificar as vantagens e desvantagens em relação a seus concorrentes, sejam eles outras empresas ou produtos, que possam impactar a demanda ou os hábitos de consumo de seus clientes, atuais e potenciais.

Inter-relação de três elementos: a) gestão; b) empreendorismo; e c) teoria do negócio.

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Porque permite analisar a empresa está em relação a:

• Gestão – eficiência dos processos e operação;

• Empreendedorismo – o conhecimento, habilidade e atitude do líder;

• Teoria do Negócio – a eficácia das estratégias.

Por que a competitividade empresarial é importante?

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O que se deve considerar na competitividade empresarial?

EmpreendedorismoConhecimentos

HabilidadesAtitudes

Teoria do negócioFuncionalidade

ConsistênciaSingularidade

GestãoProcessosPessoasFunções

Competitividade empresarial

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• Estratégias centradas na inovação constituem o cerne do comportamento das empresas competitivas

• No contexto internacional, empresas líderes e inovadoras visam crescentemente criar capacitação em áreas tecnológicas nucleares de onde exploram oportunidades para criar e ocupar mercados

• Os departamentos de desenvolvimento de produtos crescem em importância para as empresas

Capacidade inovativa

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• Consagração de um novo paradigma produtivo onde qualidade de produto, flexibilidade e rapidez de entrega, além da racionalização dos custos de produção, passaram a constituir as alavancas básicas da competitividade

• Equipamentos de base microeletrônica são cada vez mais utilizados

• As inovações organizacionais podem ser agrupadas em três conjuntos em função do objetivo perseguido: métodos de economia de tempo e de materiais, métodos de organização do processo de trabalho, e métodos de gestão da qualidade

Capacidade produtiva

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• A tarefa central é de definir e implementar princípios de organização e operação de processos de trabalho indutores de comportamentos que orientem-se para a melhoria contínua da qualidade dos produtos e dos métodos de fabricação

• Novas formas de estruturação das cadeias de comando e de incorporação da mão-de-obra à produção – tripé formado por estabilidade, participação nos processos decisórios e compartilhamento dos ganhos do aumento da eficiência

Recursos humanos

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• Mercado, configuração da indústria e regime de incentivos e regulação da concorrência constituem fatores estruturais decisivos para a competitividade

• As análises das tendências internacionais da competitividade deixam patente a importância do dinamismo do mercado e da elevação do grau de exigência dos consumidores, da existência de configurações industriais adequadas e de um regime de incentivos e regulação da concorrência

Fatores estruturais: competição e colaboração nas cadeias produtivas

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Competitividade estrutural

Competitividade estrutural (articulação)

RegiãoSetorCadeias produtivas

Nível estrutural é onde a organização avalia sua situação competitiva em relação ao seu segmento de atuação, dentro do conceito de cadeia produtiva e da sua região de abrangência.

- Como as empresas e instituições de apoio competitivo estão organizadas com o fim único, e comum, de chegar ao consumidor final com um produto ou serviço mais competitivo.- Eficiência Coletiva de Compras- Eficiência Coletiva de Vendas- Eficiência Coletiva de Operação- Marketing, P&D, Crédito e Tecnologia.

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Porque:

• Quanto mais integrada e completa for a cadeia produtiva de uma região, mais competitivas as empresas desta cadeia provavelmente serão.

• O nível estrutural associa o conceito da cooperação ao da competição.

• Muitos problemas, considerados fora do controle das empresas, podem ser resolvidos no âmbito estrutural, por meio da cooperação.

Por que a competitividade estrutural é importante?

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O que se deve considerar na competitividade estrutural?

Competitividade estrutural

ComprasVendasOperaçõesMarketingP&D – InovaçãoRecursos financeirosGestão e tecnologiaSituação competitivaRepresentação setorial

Existe cooperação?

Reflexão e oportunidadesde cooperação

Avaliação

Influencia o negócio?

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• O dinamismo do mercado é seguramente um dos principais fatores indutores de competitividade

• O crescimento quantitativo do mercado não é condição suficiente para assegurar competitividade; fatores de natureza qualitativa estão igualmente presentes, que podem ser sintetizados na existência de elevado grau de exigência dos consumidores

• Observa-se em todos os setores a difusão de padrões de consumo mais fortemente baseados em tecnologia e mais globalizados

Mercado

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• Outro fator estrutural no nível dos mercados que caracteriza a competitividade é a presença sistemática no mercado internacional

• Este expõe a empresa ao contato com uma clientela mais variada, favorecendo processos de aprendizado e ampliando a capacidade de ajustamento às transformações dos padrões de consumo

• As exportações podem exercer papel importante na consolidação das posições competitivas no próprio mercado local; assim o mercado internacional pode ser visto como um espaço econômico integrado ao mercado local

Mercado

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• A forma como a indústria se organiza deve ser igualmente analisada como fator que influencia a competitividade

• As mudanças nos padrões de concorrência derivadas do surgimento de novas fontes de competitividade e da perda de importância das vantagens competitivas tradicionais levaram a movimentos diferenciados de ajuste das configurações industriais

• Setores de elevada intensidade de capital – redução da diversidade dos produtos ofertados

Configuração da indústria

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• Muitas empresas promoveram um reposicionamento estratégico, voltando-se para o desenvolvimento de produtos de maior conteúdo tecnológico

• Setores de menor intensidade de capital – formação de redes cooperativas horizontais

• A tônica desses arranjos é propiciar uma maior eficiência empresarial ou a disponibilidade de recursos produtivos essenciais para a operação em condições competitivas

• Essa redes permitem enfrentar o aumento da complexidade tecnológica e dos custos das atividades de pesquisa – pesquisa cooperativa

Configuração da indústria

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• Intensificação da cooperação vertical - traço marcante das configurações industriais competitivas

• A formação de amplas parcerias envolvendo produtores, fornecedores, clientes e entidades tecnológicas conduz a relações inter-setoriais fortemente sinérgicas

• A intensificação dessa cooperação é uma resposta natural da indústria aos avanços ocorridos tanto nas tecnologias organizacionais quanto na institucionalidade dos sistemas de tecnologia industrial básica e serviços de informação tecnológica

Configuração da indústria

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• A competitividade também demonstra depender de características comportamentais das empresas

• Ambientes de elevada rivalidade inter-empresarial favorecem a competitividade

• A disposição das firmas competirem nos mercados pode ser fortalecida se o regime de incentivos e regulação a que estão sujeitas for eficaz - para alguns setores são construídos regimes de incentivos e regulação da concorrência especiais

Regime de incentivos e regulação da concorrência

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• São diversas as formas diretas e indiretas através das quais os determinantes sistêmicos exercem papel decisivo sobre a competitividade das empresas industriais

• Oferta – afetam as condições de custos e qualidade em que estão disponíveis os “insumos”

• Procura – definem em que medida e em que termos a sociedade demanda o desempenho competitivo de suas empresas

Fatores sistêmicos: a importância das externalidades

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Competitividade sistêmica

Competitividade sistêmica (posicionamento)

GlobalRegionalLocal

Ocorre tanto no ambiente interno e externo de um país. O resultado destes eventos produz efeito no dia-a-dia das pessoas e das organizações. Refere-se, simultaneamente, a fatores:

- econômicos- político-institucionais- internacionais- sociais- naturais- culturais- tecnológicos- infraestruturais

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Competitividade sistêmica

Fatores econômicos

•taxa de câmbio;•oferta de crédito;•taxa de juros;•taxa de inflação;•renda per capita da população;•tendência sobre o nível de emprego;•potencial de consumo dos mercados de atuação.

Fatores político-institucionais

•tributos;•impostos;•convênios internacionais;•setor sendo regulamentado;•leis de proteção ao consumidor;•legislação trabalhista;•leis de incentivos fiscais

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Porque permite:

• a predição de eventos futuros;

• adaptar estrategicamente a empresa para o novo;

• Atuar cooperativamente com setor ou indústria para influir no espaço

macro (sistêmico);

• atuar corretivamente em processos críticos do negócio;

• qualificar o planejamento.

Por que a competitividade sistêmica é importante?

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O que se deve considerar na competitividade sistêmica?

Competitividade sistêmica

fatores econômicosfatores político-institucionaisfatores internacionaisfatores sociaisfatores naturaisfatores culturaisfatores tecnológicosfatores infraestruturais

Seleção de fatores críticos

Mapeamento de forças motrizes

Análise de ameaças e oportunidades

Identificação de tendências

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• Os principais determinantes macroeconômicos da competitividade podem ser divididos em três grupos:

– Os que dizem respeito ao regime cambial– Os relacionados às políticas de regulação macroeconômica e seus

resultados em termos de nível e estabilidade das taxas de inflação e de crescimento do produto interno

– Os que se referem à natureza e características do sistema de crédito da economia

Determinantes macroeconômicos

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• Incluem um vasto conjunto de instituições, políticas e práticas através das quais o Estado se relaciona ativamente com o setor industrial. Destacam-se:

– Políticas de comércio exterior e tarifária– Política tributária– O uso seletivo do poder de compra do governo– Política científica e tecnológica

• Os efeitos sobre a competitividade podem ser positivos ou negativos de acordo com as tendências do progresso técnico e do quadro da economia internacional

Determinantes político-institucionais

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• Principais - a defesa da concorrência e do consumidor, a defesa do meio ambiente, o regime de proteção à propriedade intelectual e de controle do capital estrangeiro

• As regulações visam também harmonizar as condições de intervenção e regulação do Estado na economia local com as regras recomendadas por organismos multilaterais ou vigentes nos principais blocos de países e parceiros comerciais

• As políticas de defesa da concorrência, consumidor e meio ambiente afetam diretamente a competitividade ao garantir um alto grau de contestabilidade nos diversos mercados

Determinantes legais-regulatórios

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• Tais políticas e instituições podem afetar significativamente a competitividade industrial pelo seu efeito de promover e estimular certas estratégias empresariais e de controlar e coibir outras

• Observa-se também um maior entrosamento entre as regulações e a política comercial

Determinantes legais-regulatórios

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• Os de maior influência sobre a competitividade da indústria local referem-se:

• Energia – afeta fortemente os custos de todo o sistema industrial

• Transportes – uma rede integrada, moderna e eficiente, é elemento importante na determinação da competitividade

• Telecomunicações – a ampla disponibilidade, o baixo custo e principalmente a qualidade da rede de telecomunicações é também fator estratégico para a competitividade da indústria

Determinantes infraestruturais

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• As condições sociais vigentes em uma economia têm importantes efeitos sobre a competitividade das empresas que nela operam, particularmente no que diz respeito à:

– Educação e qualificação a mão-de-obra – influenciam fortemente os níveis de produtividade e a qualidade os produtos

– Natureza das relações trabalhistas – quando menos antagônicas e mais participativas há o aproveitamento das possibilidades de economias de aprendizado pelos trabalhadores

– Padrão de vida dos consumidores – afeta a dimensão e o grau de sofisticação do mercado consumidor interno

Determinantes sociais

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• As práticas internacionais mais avançadas indicam, nas relações entre empresa e trabalho, a valorização de todos os espaços de representação

• A pauta de negociação extrapola o salário para também incorporar a integração empresa-força de trabalho

Determinantes sociais

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• Se referem ao impacto das principais tendências da economia mundial e da forma de inserção internacional da economia local

• Dimensão produtiva – tendências dos fluxos de comércio internacional e dos investimentos externos diretos

• Dimensão financeira – principais tendências dos movimentos internacionais de capital financeiro

• Recrudescimento do uso de medidas protecionistas pelos países industrializados – prejudica a inserção dos países em desenvolvimento nos principais mercados

Determinantes internacionais

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• O ritmo e a direção dos fluxos de investimento externo direto são fatores decisivos no que diz respeito à incorporação de progresso técnico na economia local

• As empresas multinacionais são as principais fontes de introdução de inovações de produtos e processos de nível mundial

• As tendências dos movimentos internacionais de capital financeiro são decisivas para a estabilidade macroeconômica e o crescimento da economia local, definindo o padrão de financiamento externo da economia

Determinantes internacionais

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• Análise de cada um dos fatores em separado;• Exame de quais são os aspectos que realmente importam para o negócio• Reflexão sobre como os aspectos críticos podem impactar, mais ou

menos, o negócio• Mapeamento de tendências nos fatores (de crescimento, estabilidade ou

decréscimo)• Definição da importância para a empresa (alta, média ou baixa)• Identificação dos ambientes mais críticos (sobre os quais há pouca

informação)• Pontuar as principais ameaças e oportunidades para a empresa• Identificãção das forças motrizes que precisam ser continuamente

monitoradas• Especificação de ações para adaptar a empresa para lidar com as

mudanças

Etapas para a reflexão da competitividade sistêmica