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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
AMANDA MARIA RAMOS
FABIANA DE ROSA OLIVEIRA
REISZIANE MEIRE DE FREITAS
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS COM HIPERTENSÃO
ARTERIAL ATENDIDOS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Belo Horizonte
2009
2
AMANDA MARIA RAMOS
FABIANA DE ROSA OLIVEIRA
REISZIANE MEIRE DE FREITAS
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA EM INDIVÍDUOS COM HIPERTENSÃO
ARTERIAL ATENDIDOS EM UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE
Monografia apresentada ao Departamento de Fisioterapia, da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional como pré requisito para obtenção de titulo de graduação em Fisioterapia. Orientador à Dra. Raquel Rodrigues Britto
Belo Horizonte
2009
4
AGRADECIMENTOS
À Deus, fonte de sabedoria, pela força e pela coragem que nos concedeu, estando ao
nosso lado durante os momentos difíceis desta jornada.
Aos participantes desta pesquisa e aos seus familiares, que em momento algum
deixaram de dar sua contribuição.
A todos os professores do departamento de Fisioterapia, em especial à professora
Raquel Rodrigues Britto pela dedicação e orientação constante, nos auxiliando em todas as
horas.
Aos nossos familiares e amigos que nos compreenderam e nos ajudaram nos
momentos mais árduos.
À Universidade Federal de Minas Gerais, que nos proporcionou a oportunidade de
aprender e aprimorar nossos conhecimentos.
5
“O domínio de uma profissão não exclui o seu aperfeiçoamento. Ao contrário, será mestre
quem continuar aprendendo.”
(Pierre Feuter)
6
RESUMO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é uma doença de grande prevalência no Brasil. O
tratamento da mesma envolve além da terapêutica medicamentosa a mudança de hábitos e
estilos de vida. Com isso estudos que relacionem a qualidade de vida a essa doença adquirem
suma importância. O objetivo de nosso trabalho foi avaliar a qualidade de vida em indivíduos
com hipertensão arterial utilizando um questionário genérico, Medical Outocomes Study 36-
Item Short-Form Health Survey (SF-36) e um questionário específico, Mini-Cuestionario de
Calidad de Vida em Hipertensión Arterial (MINICHAL), e associar esses resultados com os
estilos de vida adotados por essas pessoas. Participaram da pesquisa 30 hipertensos, sendo 7
do sexo masculino e 23 do feminino. A média das idades foi 57±7 anos. A maioria dos
entrevistados apresentou sobrepeso. Dentre todos os entrevistados, apenas um não utilizava
medicamento anti-hipertensivo para o controle da pressão arterial. Dos 29 restantes, 93,1%
utilizavam o medicamento anti-hipertensivo corretamente e 6,89% não utilizavam de acordo
com a prescrição médica. Em relação aos hábitos de vida 83% relataram que regulavam o sal
na dieta, 30% se declararam etilistas, o tabagismo foi freqüente em 6,6% dos indivíduos e
50% relataram que praticavam atividade física regular. Os resultados encontrados na escala do
SF-36 mostraram que houve maior comprometimento no domínio “dor”, considerando-se as
médias inferiores a 60 pontos. Mais dois domínios apresentaram médias próximas ao limite de
comprometimento da qualidade de vida apresentando valores entre 60,83 e 61,49, domínios
“desempenho físico” e “estado geral da saúde” respectivamente, índices também considerados
baixos. Os resultados encontrados na aplicação do MINICHAL-BRASIL mostraram que
houve maior comprometimento no domínio Estado Mental. A média do escore total do
MINICHAL-BRASIL, numa escala de 0 a 100, foi de 80,9%. As médias obtidas por domínios
foram bastante próximas, sendo no domínio estado mental de 80,3% e no domínio
manifestações somáticas de 81,7%. Para o instrumento MINICHAL-BRASIL a avaliação da
última pergunta, “Você diria que sua hipertensão e o tratamento da mesma têm afetado sua
qualidade de vida?”; 6,67% (n=2) dos pacientes disseram afetar pouco a qualidade de vida e
90% (n=27) disseram não afetar a qualidade de vida. A identificação da real qualidade de vida
dos hipertensos pode se tornar difícil quando se utiliza questionários de forma isolada. Nosso
estudo vem reforçar a necessidade de associação de instrumentos de avaliação para que se
possa identificar de forma correta a qualidade de vida e com isso interferir corretamente no
tratamento.
Palavras-chaves: Hipertensão arterial sistêmica. Qualidade de vida. MINICHAL. SF-36.
7
ABSTRACT
Hypertension is a disease of high prevalence in Brazil. The treatment involves addition of
drug therapy and changing habits and lifestyles. The studies that relate quality of life to this
disease acquire importance. The aim of our study was to evaluate the quality of life in patients
with hypertension, using a generic questionnaire, Medical Outocomes Study 36-Item Short-
Form Health Survey (SF-36) and a specific questionnaire, Mini-Cuestionario de Calidad de
Vida em Hipertensión Arterial (MINICHAL), and link these results with lifestyles adopted by
these people. The participants were 30 hypertensive patients, 7 males and 23 females. The
mean age was 57 years. The majority of respondents were overweight. Among all
respondents, only one did not use antihypertensive medication to control blood pressure. Of
the 29 remaining patients, 93.1% were using antihypertensive medication correctly and 6.89%
did not use. In relation to habits and lifestyles 83% reported that regulated the salt in the diet,
30% said they consumed alcohol, smoking was frequent in 6.6% of individuals and 50%
reported that regular physical activity. The results on the scale of the SF-36 showed a higher
involvement in "pain", considering the average of less than 60 points. Two more areas
averages close to the limit in quality of life with values between 60.83 and 61.49, areas of
"physical performance" and "general health", respectively, indexes also considered low. The
results in the application of MINICHAL-BRAZIL showed a higher involvement in Mental
State. The average total score of MINICHAL-BRAZIL, on a scale of 0 to 100, was 80.9%.
The means by areas were very close, but in the mental state of 80.3% and in somatic
manifestations of 81.7%. To MINICHAL-BRAZIL instrument the evaluation of the final
question, "Would you say that your blood pressure and treating it have affected their quality
of life?"; 6.67% (n = 2) of the patients said little to affect quality of life and 90% (n = 27) said
they did not affect the quality of life. The identification of the real quality of life of
hypertensive patients can be difficult when using questionnaires in isolation. Our study
reinforces the need for combination of assessment tools that can identify correctly the quality
of life and thereby interfere in the treatment correctly.
Keywords: Hypertension. Quality of life. MINICHAL. SF-36
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Tabela I - Classificação da pressão arterial para maiores de 18 anos.......................................12
Gráfico I - Relação entre homens e mulheres participantes do estudo.................................... 23
Gráfico II - Relação do IMC dos participantes........................................................................ 23
Gráfico III - Proporção do uso correto da medicação entre os participantes.......................... 23
Gráfico IV - Relação do estilo de vida dos participantes......................................................... 24
Tabela II - Valores obtidos nos diferentes domínios do SF-36, entre os 30 portadores de
hipertensão arterial. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2009............................................24
Tabela III – Influência da prática de atividades físicas aeróbicas na qualidade de vida de
pessoas com HAS medida pelo MINICHAL............................................................................25
Tabela IV – Influência da prática de atividades físicas aeróbicas na qualidade de vida de
pessoas com HAS medida pelo SF-36......................................................................................26
Tabela V - Influência do etilismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo
MINICHAL...............................................................................................................................27
Tabela VI - Influência do etilismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo SF-
36...............................................................................................................................................28
Tabela VII - Influência do IMC na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo
MINICHAL...............................................................................................................................29
Tabela VIII - Influência do IMC na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo SF-
36...............................................................................................................................................30
Tabela IX- Influência do tabagismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo
MINICHAL...............................................................................................................................31
Tabela X - Influência do tabagismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo
SF-36.........................................................................................................................................32
9
LISTA DE ABREVIATURAS
HAS - Hipertensão Arterial sistêmica
QV - Qualidade de vida
OMS - Organização Mundial de Saúde
SF-36 - Medical Outocomes Study 36-Item Short-Form Health Survey
MINICHAL - Mini-Cuestionario de Calidad de Vida em Hipertensión Arterial
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................11
1.1. REVISÃO DE LITERATURA .........................................................................................11
1.1.1. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTEMICA..................................................................11
1.1.2. FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS PARA HAS.................................................13
1.1.3. QUALIDADE DE VIDA E HAS...................................................................................14
1.2. JUSTIFICATIVA...............................................................................................................18
1.3. OBJETIVOS......................................................................................................................18
1.4. HIPÓTESES.......................................................................................................................18
2. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 18
2.1. AMOSTRA....................................................................................................................... 19
2.2. ENTREVISTA ESTRUTURADA.................................................................................... 19
2.3. INSTRUMENTOS DE MEDIDA.................................................................................... 19
2.3.1. SF-36.............................................................................................................................. 20
2.3.2. MINICHAL.................................................................................................................... 20
2.4. PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS............................................................. 21
2.5. ANÁLISE DOS DADOS.................................................................................................. 21
3.RESULTADOS ....................................................................................................................22
5.DISCUSSÃO ....................................................................................................................... 33
6.CONCLUSÃO .................................................................................................................... 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................36
APÊNDICES........................................................................................................................... 38
ANEXOS..................................................................................................................................47
11
1. INTRODUÇÃO
A elevação da pressão arterial representa um fator de risco independente, linear e
contínuo para doença cardiovascular. A hipertensão arterial sistêmica (HAS) apresenta custos
médicos e sócio-econômicos elevados, decorrentes principalmente das suas complicações, tais
como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca,
insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades 17.
No Brasil, em 2003, 27,4% dos óbitos foram decorrentes de doenças cardiovasculares,
taxa muito elevada em comparação com outros países. A principal causa de morte em todas as
regiões do Brasil é o acidente vascular cerebral (40% das mortes) seguida por doenças
coronarianas (25%), acometendo as mulheres em maior proporção 17.
Inquéritos de base populacional realizados em algumas cidades do Brasil mostram
prevalência de hipertensão arterial (≥ 140/90 mmHg) de 22,3% a 43,9%. Estudo brasileiro
revelou que, em indivíduos adultos, 50,8% sabiam ser hipertensos, 40,5% estavam em
tratamento e apenas 10,4% tinham pressão arterial controlada (< 140/90 mmHg). Idade
avançada, obesidade e baixo nível educacional mostraram-se associados a menores taxas de
controle 17.
O tratamento da HAS envolve, além da terapêutica medicamentosa, a mudança de
hábitos e estilos de vida. Com isso a qualidade de vida (QV) dos hipertensos pode sofrer uma
interferência direta. Neste sentido, estudos que relacionem a HAS a QV adquirem suma
importância. Na literatura existem poucos estudos mostrando essa relação, sendo que destes, a
maioria utiliza questionários de qualidade de vida não específicos para hipertensos.
1.1. REVISÃO DA LITERATURA
1.1.1. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
A HAS é caracterizada pelo aumento da pressão arterial. Em estudos populacionais, a
pressão arterial tem relação direta com o risco de morte e de eventos mórbidos. Os limites de
pressão arterial considerados normais são arbitrários e, na avaliação dos pacientes, deve-se
considerar também a presença de fatores de risco, lesões de órgãos-alvo e doenças associadas.
Segundo a V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial17 a pressão arterial de pessoas
maiores de 18 anos pode ser classificada como descrito na Tabela I.
12
Tabela I
Classificação da pressão arterial
Classificação Pressão sistólica (mmhg) Pressão diastólica (mmhg)
Ótima <120 <80
Normal <130 <85
Limítrofe 130-139 85-89
Hipertensão estágio 1 140-159 90-99
Hipertensão estágio 2 160-179 100-109
Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110
Hipertensão sistólica isolada ≥ 140 < 90
Tabela I: Valores de referencia para a classificação da pressão arterial de indivíduos maiores de 18 anos. OBS: Quando as pressões sistólica e diastólica de um paciente situam-se em categorias diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da pressão arterial.
O tratamento da HAS envolve a interação da terapia medicamentosa com a não
medicamentosa. Nesta os pacientes devem adotar um estilo de vida saudável, eliminando
hábitos que constituam fatores de risco para a doença. Entretanto, no acompanhamento à
saúde dos pacientes, segundo se observa, é grande a dificuldade para a aquisição de hábitos
saudáveis, pois a tomada de decisão com vistas à superação de hábitos nocivos à saúde, apesar
de necessária, constitui uma decisão pessoal 3.
A boa comunicação entre o profissional de saúde e o paciente é imprescindível para
uma abordagem bem sucedida da hipertensão. Já que o tratamento da hipertensão acompanha
o paciente por toda a vida, é essencial que o profissional de saúde estabeleça uma boa relação
com o paciente, proporcione informações, verbal e escrita, e responda à todas as dúvidas que
o paciente apresentar. Boas informações sobre pressão arterial e hipertensão arterial, sobre
riscos e prognósticos, sobre os benefícios esperados com o tratamento e sobre os riscos e
efeitos colaterais do tratamento serão essenciais para um controle satisfatório da hipertensão 8.
A falha em estabelecer relação e comunicação efetiva com o paciente, geralmente, vai
levar a uma baixa adesão à terapia hipertensiva e ao controle insatisfatório da pressão
arterial8.
13
Uma das melhores maneiras de melhorar a adesão ao tratamento é envolver o paciente
nas decisões das estratégias de tratamento. Outra abordagem seria informar o paciente sobre o
uso e efeitos colaterais do medicamento. Enfermeiras bem treinadas podem contribuir para
melhor aderência ao tratamento, assim como nutricionistas e profissionais capazes de
implementar medidas de estilo de vida 8.
Outras medidas que podem ajudar incluem aferição da pressão arterial em casa e
envolvimento da família do paciente no plano de tratamento 8.
A HAS é uma doença que pode trazer muitas complicações aos pacientes em diversos
âmbitos de saúde. Sendo assim, o tratamento deve ser implementado por uma equipe
multiprofissional para que todas as questões sejam abordadas, elucidadas e solucionadas,
permitindo um controle eficaz da doença.
1.1.2. FATORES DE RISCO MODIFICÁVEIS PARA HAS
Segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial17 há quatro fatores de
risco para a HAS: o excesso de consumo de sódio, o excesso de massa corporal, o consumo
elevado de bebidas alcoólicas e o sedentarismo.
O excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de hipertensão. A relação
entre aumento da pressão arterial e avanço da idade é maior em populações com alta ingestão
de sal. Povos que consomem dieta com reduzido conteúdo deste têm menor prevalência de
hipertensão e a pressão arterial não se eleva com a idade. Em população urbana brasileira, foi
identificada maior ingestão de sal nos níveis sócio-econômicos mais baixos 17.
O excesso de massa corporal é um fator predisponente para a hipertensão, podendo ser
responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão arterial; 75% dos homens e 65% das
mulheres apresentam hipertensão diretamente atribuível a sobrepeso e obesidade. Estudos
observacionais mostraram que ganho de peso e aumento da circunferência da cintura são
índices prognósticos importantes de hipertensão arterial, sendo a obesidade central um
importante indicador de risco cardiovascular aumentado 17.
O consumo elevado de bebidas alcoólicas como cerveja, vinho e destilados aumenta a
pressão arterial. O efeito varia com o gênero, e a magnitude está associada à quantidade de
etanol e à frequência de ingestão. Estudo observacional indica que o consumo de bebida
alcoólica fora de refeições aumenta o risco de hipertensão, independentemente da quantidade
de álcool ingerida 17.
14
O sedentarismo aumenta a incidência de HAS. Indivíduos sedentários apresentam
risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão que os ativos. O exercício aeróbio
apresenta efeito hipotensor maior em indivíduos hipertensos que normotensos. O exercício
resistido possui efeito hipotensor semelhante, mas menos consistente 17.
O controle dos fatores de risco é além de uma forma de tratamento, um meio de se
prevenir que aconteçam maiores complicações da doença.
1.1.3. QUALIDADE DE VIDA E HAS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a QV como “a percepção do
indivíduo de sua posição na vida, no contexto da cultura e sistema de valores nos quais vive e
em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações” 3,4.
As experiências clínicas e as mudanças comportamentais dos indivíduos em face de
tratamentos específicos propiciaram a instituição de medidas na avaliação de respostas do
perfil de saúde dos pacientes. Concomitantes a esse fato surgiram propostas de avaliação da
qualidade de vida obtidas por instrumentos ou escalas 3.
Existem vários instrumentos ou questionários disponíveis que permitem razoável
avaliação da QV de pacientes nas mais diversas doenças. Esses instrumentos podem ser
divididos em dois grupos: os específicos e os genéricos. Os instrumentos específicos
constituem uma maneira alternativa de avaliar determinados aspectos da QV de forma
individual e específica, podendo detectar mudanças dos aspectos estudados. Os instrumentos
genéricos são desenvolvidos e aplicados com a finalidade de refletir a vida dos pacientes em
uma ampla variedade de populações, incluindo aspectos como função, disfunção e bem-estar
emocional e físico 4. Os dois grupos de instrumentos de avaliação não são mutuamente
exclusivos. Cada questionário possui vantagens e desvantagens e, desta forma, sua escolha
deve ser indicada para diferentes circunstâncias. É recomendada a associação dos dois grupos
de instrumentos, pois as informações obtidas em cada um se complementam.
Bulpitt et al. (1976) 5 citam alguns fatores que podem influenciar a QV em indivíduos
com hipertensão arterial, são eles: os efeitos colaterais das drogas, as doenças que podem
estar associadas à HAS, a necessidade de mudança dos hábitos de vida, e também o simples
diagnóstico da doença, o qual provoca, aparentemente, o silêncio do corpo e a lembrança da
doença como fator de mortalidade.
Diversos motivos justificam o interesse da pesquisa em QV, especialmente nos casos
de condições crônicas: conhecimento do impacto da doença sobre as atividades diárias;
15
avaliação do impacto dos tratamentos com intenção de cura, ou como tratamento paliativo,
obtenção de informações que permitam a comparação entre diferentes tratamentos; melhora
nos cuidados e reabilitações; avaliação da preferência do paciente perante o tratamento
proposto e, ainda, o respaldo nas decisões de políticas de saúde direcionadas à diminuição do
ônus representado pela doença 5.
Um estudo descritivo e transversal realizado em um hospital universitário em Campo
Grande, MS (2001) 13, visou avaliar a QV de hipertensos adultos hospitalizados. A amostra
era constituída de 83 pacientes, no qual era aplicado um formulário constituído de 3 partes:
dados sócio-demográficos; dados sobre a qualidade de vida – aplicação do questionário
Medical Outocomes Study 36-Item Short-Form Health Survey (SF-36) e dados de percepção
e gravidade da doença. Os dados foram coletados pelo método de auto-relato por meio de
entrevista com preenchimento do formulário. Houve diferença significativa, em comparação
com os outros itens do instrumento, apenas nas escalas de Estado Geral da Saúde e
Capacidade Funcional. Dessa forma, o autor concluiu que embora a hipertensão seja uma
doença grave que leva a inúmeras complicações, na visão do hipertenso, sua doença não é
grave e não afeta sua QV.
Bardage, C. et al. em 2001 2, realizaram um estudo para descrever a relação entre
hipertensão arterial e QV na população de uma cidade no interior da Suécia, utilizando o SF-
36. Este estudo foi baseado em envio via correio de questionário para 8000 habitantes com
idade entre 20-84 anos da cidade de Uppsala, Suécia, registrados em 1995. Este questionário
era composto por informações sobre saúde, cuidados com a saúde, medicamentos em uso, e
auto-relato da qualidade de vida (SF-36). Dentre as perguntas havia: “Você apresenta outras
complicações ou sintomas?” respostas de diabetes, angina, infarto agudo do miocárdio e
tabagismo eram reservados para análise estatística. No total, 5404 pessoas responderam ao
questionário (68%), sendo que desses, 9,3% se declararam hipertensos. Resultados
encontrados foram que pessoas hipertensas apresentaram menor escore no SF-36 quando
comparados com pessoas normotensas. E pessoas que são hipertensas e apresentam diabetes,
angina, infarto agudo do miocárdio e tabagismo associados apresentam escore menor ainda
que as que eram somente hipertensas. Os autores concluíram que pessoas hipertensas de uma
população em geral, apresentam uma pior QV do que pessoas normotensas. E que fatores
como angina, infarto agudo do miocárdio prévio, diabetes e tabagismo estão associados com
essa pior QV dentre as pessoas hipertensas.
Em 2001 Erickson, S.R. et al.7 fizeram um estudo para testar a hipótese de que
pacientes hipertensos que tomam medicação anti-hipertensiva tem mais sintomas, maior
16
“sofrimento” associado com os sintomas e menor QV em comparação com pacientes
saudáveis. Mais especificamente, hipotetizaram que as maiores diferenças ocorreriam nas
medidas de função física, vitalidade e sintomas depressivos. Foram avaliados 120 sujeitos (60
com HAS e 60 saudáveis) maiores de 30 anos. Foram incluídos no grupo de hipertensão
pacientes com diagnóstico da doença e em tratamento para a mesma. No grupo controle foram
excluídos os pacientes com outras co-morbidades. Os pacientes responderam à um
questionário que incluía idade, gênero, raça, naturalidade, nível de escolaridade, tempo de
diagnóstico de HAS, medicamentos tomados, dose e tempo que tomavam a medicação. Os
sintomas eram identificados usando “Simptom Distress Checklist” modificada e o SF-36 foi
usado para medir QV. Os pacientes hipertensos relataram significativamente mais sintomas
que causavam “sofrimento” e um maior nível total de sofrimento associado com os sintomas
em relação aos pacientes do grupo controle. Em todas as escalas pacientes com hipertensão
apresentaram escore menor (pior função) que os pacientes do grupo controle. E os pacientes
do grupo controle que apresentavam o nível pressórico controlado tiveram escore melhor que
os pacientes hipertensos sem nível pressórico controlado.
Em 2005 Silqueira, S.M.F 15 em sua tese de doutorado realizou um estudo do tipo
transversal com o objetivo de descrever a QV relacionada a saúde de pacientes hipertensos de
uma Unidade Básica de Saúde de Nova Lima, município de Minas Gerais, segundo o
instrumento genérico de avaliação da QV relacionada a saúde SF-36 e avaliar a consistência
interna do presente instrumento por meio dos valores de alfa de Cronbach e de correlação de
produto momento de Pearson entre seus domínios. Foram avaliados 256 pacientes com
diagnóstico de HAS que realizavam o acompanhamento da pressão arterial através da
mensuração periódica, que não apresentavam doenças associadas e não eram obesos. A
maioria deles eram do sexo feminino, idosos, da raça negra, com primeiro grau completo no
nível de escolaridade e com profissão “do lar”. Os resultados demonstraram que houve
consistência nas respostas às questões (alfa de Crobach de 0,92) e que o grupo estudado
apresentou um elevado perfil de saúde, sendo que os menores escores encontrados foram na
dimensão da vitalidade e capacidade funcional e os maiores no aspecto físico, aspecto
emocional e aspecto social. Concluiu-se que o instrumento é valido para avaliar, de forma
multidimensional, o perfil de saúde do grupo considerado e que apesar da HAS ser
considerada um doença crônica de caráter progressivo-degenerativo, não foram encontrados,
neste estudo, resultados que demonstrassem comprometimento dos sujeitos em relação ao seu
perfil de saúde.
17
Também em 2007, Cavalcante et al.4, fizeram um estudo com o objetivo de avaliar em
hipertensos, aspectos qualitativos e quantitativos da QV, pela aplicação do questionário
genérico SF-36, questões com enfoque na sexualidade, autopercepção da QV, número e tipo
de medicamentos utilizados e a interferência na vida sexual. Foram avaliados 100 pacientes
hipertensos com idades entre 40 e 85 anos do Ambulatório Regional de Especialidades –
NGA 34 da cidade de Presidente Prudente (SP), no período de outubro de 2003 a fevereiro de
2004 e com história de HAS há mais de cinco anos. Todos os pacientes estavam sob algum
tipo de tratamento anti-hipertensivo. Foram formados dois grupos: grupo A (n=46) tratamento
padrão e freqüentadores do NGA 34 por cinco anos, grupo B (n=54) recém admitidos para
iniciar o tratamento padrão no NGA 34. Realizou-se coleta de dados realizou-se coleta de
dados que incluíram a idade, o sexo, a raça, o estado civil, o grau de instrução, a renda
familiar em salários mínimos, a duração da HA e as co-morbidades. Questões com enfoque na
sexualidade, autopercepção da QV, número e tipo de medicamentos utilizados e sua
interferência na vida sexual foram aplicadas. O SF-36 foi aplicado em todos os pacientes. Na
avaliação da QV sexual dos dois grupos, além de grande proporção de insatisfação, os
pacientes hipertensos aderidos ao esquema de tratamento relataram maior insatisfação. Os
resultados obtidos para os dois grupos com a aplicação do SF-36 não demonstraram
diferenças na QV, apesar do melhor conhecimento da doença no grupo aderido. Com relação
aos resultados obtidos por meio da aplicação do questionário SF-36, a menor média entre
todos os domínios avaliados foi observada para os aspectos físicos, o que poderia estar
associada à média de idade da amostra. O aspecto emocional apresentou grande variação.
Apenas 10% não relataram variações emocionais, enquanto os outros relataram situações de
tristeza (13%), ansiedade (15%) e nervosismo (34%).
Em 2008, nos Estados Unidos, Hayes et al.9 avaliaram em uma amostra nacionalmente
representativa de pacientes hipertensos: QV auto-relatada, conhecimento dos pacientes de que
possuíam a doença, tratamento dentre aqueles que sabiam da doença e nível pressórico entre
aqueles que estavam em terapia anti-hipertensiva. Foi usada uma amostra de 8303 pacientes
que responderam ao questionário de condição de saúde auto-relatado. Pacientes que se sabiam
hipertensos tiveram escores menores que os pacientes que não se sabiam hipertensos.
Pacientes que relataram uso correto da medicação anti-hipertensiva declararam menor saúde
física que os pacientes que não seguiam a prescrição médica corretamente.
A QV é uma questão que permeia a preocupação de muitos profissionais da saúde. A
identificação de fatores que afetem a QV permite que eles sejam abordados e modificados
com a finalidade de melhorar a vida dos pacientes. A existência de poucos estudos que
18
contenham questionários específicos de QV e HAS dificulta a identificação correta desses
fatores, pois questionários genéricos revelam problemas que muitas vezes não são causados
diretamente pela HAS. Além disso, alguns estudos com questionários genéricos isolados
resultam em diminuição da QV dos hipertensos, o que pode não ser completamente fidedigno
em função de fatores adversos da HAS.
1.2. JUSTIFICATIVA
A grande prevalência da HAS no Brasil associada à existência de poucos estudos que
relacionem a QV a essa doença, justificam a necessidade de pesquisas nessa área. Outro ponto
relevante é que não há na literatura relato da aplicação do MINICHAL na população de Belo
Horizonte.
1.3. OBJETIVOS
O objetivo do estudo foi avaliar a QV em indivíduos com hipertensão arterial
atendidas em Unidades Básicas de Saúde da cidade de Belo Horizonte, utilizando um
questionário genérico (SF-36) e um questionário específico (Mini-Cuestionario de Calidad de
Vida em Hipertensión Arterial - MINICHAL), e associar esses resultados com os estilos de
vida adotados por essas pessoas.
1.4. HIPÓTESES
HA1: Pessoas com hipertensão arterial apresentam comprometimento em sua QV;
HA2: Estilos de vida adotados por pessoas com hipertensão arterial influenciam na QV
das mesmas.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo realizado foi do tipo transversal. Os dados foram coletados no período de
agosto a setembro de 2009 em três Unidades Básicas de Saúde (UBS) da regional nordeste da
cidade de Belo Horizonte: Centro de Saúde São Gabriel, Centro de Saúde São Marcos e
Centro de Saúde Crisostomo de Castro.
19
2.1. AMOSTRA
Os participantes do estudo foram pacientes com diagnóstico de HAS atendidos nas
UBS, com idade entre 18 e 65 anos, que aceitaram responder as perguntas do questionário e
dos formulários de QV e que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da
pesquisa. (Apêndice A)
2.2. ENTREVISTA ESTRUTURADA
A entrevista estruturada foi montada especificamente para este estudo pelas
pesquisadoras e foi composta por duas partes: dados sociodemográficos e controle dos fatores
de risco para a HAS. Sobre os dados sociodemográficos foram coletados: nome, sexo, data de
nascimento, idade, endereço, telefone, nível de escolaridade, renda familiar,
profissão/ocupação, estado civil. A segunda parte da entrevista estruturada, teve como
objetivo identificar se o paciente segue as recomendações de controle dos fatores de risco
modificáveis segundo as V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. A entrevista
consiste de dez perguntas, sendo que a resposta é dada de forma simples (sim/não). As
perguntas são: “Você regula o sal na dieta?”; “ Você ingere bebida alcoólica?”; “Você pratica
atividade física regular (3 vezes na semana/mínimo)?”; “ Você toma os medicamentos anti-
hipertensivos corretamente?”; “Você é fumante?”; “Você é diabético?” “Você apresenta
alguma doença associada (angina, infarto agudo do miocárdio)?”; “Você apresenta colesterol
elevado?”; “Você já apresentou colesterol elevado?”; “Há casos na família de hipertensão
arterial ou doenças cardiovasculares?”. Para o fator de risco obesidade, foi mensurado peso e
altura para o cálculo do IMC, além da medida da circunferência abdominal de cada indivíduo
participante da pesquisa.
2.3. INTRUMENTOS DE MEDIDA
O IMC foi calculado por meio de análise do peso dos pacientes, medido em uma
balança antropométrica, dividido pela altura, medida também pelo estadiômetro da balança
antropométrica, elevada ao quadrado.
A circunferência abdominal foi medida por meio de uma fita métrica flexível de 1,5m.
20
Neste estudo, para análise da QV foram utilizados um questionário genérico, o SF- 36
e um questionário específico para HAS, o MINICHAL (Mini-Cuestionario de Calidad Vida
em Hipertensión Arterial).
2.3.1. SF-36
O SF-36 é um formulário genérico de QV que teve sua utilidade demonstrada na
literatura internacional. No Brasil, foi validado e objeto de adaptação cultural, sendo utilizado
em diferentes áreas da saúde. O SF-36 é um formulário auto-aplicável ou submetido em
entrevista face a face ou por telefone. Foi traduzido e adaptado em 29 países e utilizado entre
diferentes grupos de pacientes, incluindo portadores de hipertensão arterial. Apresenta 36
itens ou questões e é dividido em nove domínios, a saber: 3
1. Estado geral da saúde (GS), com cinco itens;
2. Evolução do estado da saúde (EV), que realiza comparação das condições da saúde atual às
percebidas há um ano, com um item;
3. Capacidade funcional (CF), com dez itens;
4. Desempenho físico (DF), com quatro itens;
5. Aspectos emocionais (AE), com três itens;
6. Aspectos sociais (AS), com dois itens;
7. Dor (DR), com dois itens;
8. Vitalidade (VT), com quatro itens;
9. Saúde Mental (SM), com cinco itens 3.
Para cada item, o paciente deve escolher apenas uma opção. Para cada domínio do SF-
36, os itens são codificados e transformados em escala de zero a 100 pontos, utilizando-se
pontuação e interpretação própria da escala. Dessa forma, obtém-se um escore médio: o maior
escore indica melhor estado da saúde ou QV, e os escores menores pior situação ou QV
prejudicada 3.
Existem contradições na literatura quanto ao ponto de corte na escala do SF-36, dessa
forma, adotaremos em nosso estudo que valores acima de 60 pontos, em uma escala de 0 a
100, indicam uma QV preservada ou boa.
2.3.2. MINICHAL-BRASIL
21
O MINICHAL é o questionário específico mais utilizado para a avaliação da QV em
hipertensos, e é de rápida aplicação. O MINICHAL tem sua versão original em espanhol e já
foi traduzido e adaptado transculturalmente para o Brasil (MINICHAL-BRASIL) 16.
O MINICHAL-BRASIL é composto por 17 questões e dois domínios: Estado Mental e
Manifestações Somáticas. As respostas dos domínios estão distribuídas em uma escala de
frequência do tipo Likert e têm quatro opções de respostas de 0 (Não, absolutamente) a 3
(Sim, muito). O paciente deve responder às questões fazendo referência aos últimos sete dias.
Nessa escala, quanto mais próximo a 0 estiver o resultado, melhor a QV. O domínio Estado
Mental compreende as questões de 1 a 9, sendo a pontuação máxima de 27 pontos. O domínio
Manifestações Somáticas compreende as questões de 10 a 16 e tem pontuação máxima de 21
pontos. A última questão tem como objetivo verificar como o paciente avalia que a
hipertensão e o seu tratamento têm influenciado na sua QV. A versão brasileira apresenta uma
confiabilidade alfa de 0,88 para o domínio Estado Mental e confiabilidade alfa de 0,86 para o
domínio Manifestações Somáticas 16.
Em 2008, Melchiors 12 converteu o escore original do instrumento para uma escala de
zero a cem, sendo zero o pior nível e cem, o melhor nível de qualidade de vida. Essa
conversão foi utilizada para que se pudesse comparar os resultados do MINICHAL-BRASIL
à escala abreviada de QV da OMS (WHOQOL-Bref), que originalmente utiliza esta escala.
Neste estudo fizemos a conversão dos resultados pelas mesmas razões supracitadas.
2.4. PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi composta por: entrevista, aplicação do questionário de QV
genérico – SF-36 e aplicação do questionário de QV específico para hipertensos –
MINICHAL-BRASIL. Em um segundo momento, foi mensurado o peso corporal (kg) e a
altura (m) de cada participante da pesquisa, utilizando balança antropométrica, para o cálculo
do IMC (kg/m²); além da medida da circunferência abdominal, utilizando uma fita métrica.
(Apêndice B)
O MINICHAL, versão em português (MINICHAL-BRASIL) e o SF-36 foram auto-
aplicados com supervisão das graduandas. No caso de sujeito da pesquisa ser analfabeto as
graduandas leram as perguntas e anotaram as respostas. Modelos dos questionários estão em
anexo.
2.5. ANÁLISE DOS DADOS
22
Após a coleta de dados, foi realizada a análise dos mesmos, relacionando os escores
dos dois questionários aplicados e fatores modificáveis e não modificáveis com a QV dos
indivíduos da amostra.
A análise descritiva foi realizada através de tabelas e gráficos de distribuição de
frequência e medidas descritivas como média e desvio padrão.
3. RESULTADOS
Dos 30 (trinta) hipertensos participantes da pesquisa, 7 (23,3%) eram do sexo
masculino e 23 (76,67)% do sexo feminino (Gráfico I). As idades variaram de 40 a 65 anos
com média de 57±7 anos. O nível de escolaridade variou de analfabeto a 3° grau completo,
sendo que 15 participantes (50%) apresentavam o 1° grau incompleto. A média da renda
familiar foi de 2,3 salários mínimos (salário vigente: R$ 450,00).
Dentro da amostra, 4 indivíduos apresentaram IMC normal, ou seja, menor do que
25kg/m²; 16 apresentaram sobrepeso (IMC entre 25 e 30kg/m²); e 10 indivíduos apresentaram
IMC maior que 30kg/m² (33,34% da amostra) e foram classificados como obesos (Gráfico II)
A média da circunferência abdominal dos homens foi de 93,14 cm e entre as mulheres foi de
99,95.
Dentre todos os entrevistados, apenas um não utilizava medicamento anti-hipertensivo
para o controle da pressão arterial. Dos 29 restantes, 93,1% utilizavam o medicamento anti-
hipertensivo corretamente e 6,89% não utilizavam (Gráfico III). Oitenta e três por cento
relataram que regulavam o sal na dieta. Em relação aos estilos de vida, 30% se declararam
etilistas, o tabagismo foi frequente em 6,6% dos indivíduos e 50% relataram que praticavam
atividade física regular. Do total, 30% eram diabéticos e 3,3% apresentavam doenças
cardiovasculares associadas. Em relação à dislipidemia, 36,67% apresentavam colesterol
elevado e 50% já apresentaram, sendo que dentre esses 73,3% realizaram o controle através
da medicação, 20% através da dieta e 6,67% através da atividade física. Além disso, dos 30
hipertensos entrevistados, 93,33% apresentam algum caso de doenças cardiovasculares na
família (Gráfico IV).
23
Gráfico I – Relação entre homens e mulheres participantes do estudo
Gráfico II – Relação do IMC dos participantes
Gráfico III – Proporção do uso correto da medicação entre os participantes
24
Gráfico IV – Relação do estilo de vida dos participantes
0
5
1015
20
2530
35
não
sim
Os resultados encontrados na escala do SF-36 mostraram que houve maior
comprometimento no domínio “dor”, considerando-se as médias inferiores a 60 pontos. Mais
dois domínios apresentaram médias próximas ao limite de comprometimento da QV
apresentando valores entre 60,83 e 61,49, domínios “desempenho físico” e “estado geral da
saúde” respectivamente, índices também considerados baixos (Tabela II).
Tabela II Valores obtidos nos diferentes domínios do SF-36, entre os 30 portadores de hipertensão arterial. Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, 2009.
Domínios * Itens Média ± DP Variação (mínimo-máximo) Capacidade funcional 10 70,67 ± 22,73 25-100 Desempenho físico 4 60,83 ± 40,30 0-100 Dor 2 55,10 ± 29,64 0-100 Estado geral de saúde 5 61,49 ± 19,30 15-92 Vitalidade 4 69,83 ± 18,82 25-100 Aspectos sociais 2 77,50 ± 23,07 25-100 Aspectos emocionais 3 70,00 ± 37,50 0-100 Saúde mental 5 75,73 ± 16,57 32-100 Tabela II: Resultados encontrados nos domínios do SF-36 * Excluiu-se desta tabela o domínio “evolução do estado de saúde” porque se realiza comparação das condições de saúde atual com as percebidas há um ano, não sendo empregadas média ou desvio padrão;
25
Os resultados encontrados na aplicação do MINICHAL-BRASIL mostraram que
houve maior comprometimento no domínio Estado Mental: a média foi de 5,3 pontos,
apresentando desvio padrão de 3,9 com variação de 0 a 15 pontos, sendo que o máximo é 27.
No domínio Manifestações Somáticas a média foi de 3,8 pontos, apresentando desvio padrão
de 3,3 com variação de 0 a 12 pontos, sendo o máximo 21.
A média do escore total do MINICHAL-BRASIL, numa escala de 0 a 100, foi de
80,9%. As médias obtidas por domínios foram bastante próximas, sendo no domínio estado
mental de 80,3% e no domínio manifestações somáticas de 81,7%.
Para o instrumento MINICHAL-BRASIL a avaliação da última pergunta, “Você diria
que sua hipertensão e o tratamento da mesma têm afetado sua QV?”; 3,33% (n=1) dos
pacientes disseram afetar bastante a QV, 6,67% (n=2) dos pacientes disseram afetar pouco e
90% (n=27) disseram não afetar a QV.
Fizemos uma comparação entre os escores dos domínios e pontuação total do
MINICHAL e os escores dos domínios do SF-36 de pacientes: praticantes/não praticantes de
atividades físicas aeróbicas regulares; etilistas/não etilistas; IMC normal/sobrepeso/obesidade
e fumantes/não fumantes.
Com relação à prática de atividade física dos hipertensos, os que praticam atividades
físicas possuem melhores parâmetros tanto no SF-36, quanto no MINICHAL. Isso indica uma
melhor QV dos fisicamente ativos (Tabelas III e IV).
___________________________________________________________________________
Tabela III
Influência da prática de atividades físicas aeróbicas na qualidade de vida de pessoas com HAS
medida pelo MINICHAL
Classificação MINICHAL Total do Estado Manifestações
instrumento mental somáticas
Média (DP) Média (DP) Média (DP)
Praticantes 84,4(11,8) 82,7(14,5) 86,7(10,4)
Não praticantes 77,5(14,5) 78(14,8) 76,8(19,1)
OBS: Foram considerados indivíduos praticantes os que praticam atividade física aeróbica regularmente 30min por dia, 3 a 5 vezes por semana
26 Tabela IV
Influência da prática de atividades físicas aeróbicas na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo SF-36
Classificação SF-36 Capacidade Limitação por Dor Estado geral Vitalidade Aspectos Aspectos Saúde
funcional aspectos físicos Média (DP) de saúde Média (DP) sociais emocionais Mental
Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP)
Praticantes 76,3(19,9) 68,3(41,7) 65,5(22,2) 64,5(19,5) 73(14,6) 81,7(22,1) 84,5(30,5) 81,1(12,9)
Não praticantes 65(24,6) 53,3(38,8) 44,7(33,1) 58,4(19,3) 66,7(22,3) 73,3(24) 55,6(39,2) 70,4(18,5)
OBS: Foram considerados indivíduos praticantes os que praticam atividade física aeróbica regularmente 30min por dia, 3 a 5 vezes por semana
27
Com relação ao etilismo os etilistas apresentaram piores resultados nos quesitos dor
(média de 53,11) e estado geral de saúde (média 60,4) do SF-36, já os não etilistas
apresentaram piores escores nos quesitos limitação por aspectos físicos (média 54,76), dor
(média 55,95) e estado geral de saúde (média 61,95) do mesmo questionário. No questionário
MINICHAL a QV pode ser considerada boa em ambos os grupos sendo que foi um pouco
pior nos não etilistas (Tabelas V e VI).
___________________________________________________________________________
Tabela V
Influência do etilismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo MINICHAL
Classificação MINICHAL Total do Estado Manifestações
instrumento mental somáticas
Média (DP) Média (DP) Média (DP)
Etilistas 82,9(12,9) 84,8(9,5) 80,4(21,9)
Não etilistas 80,2(13,9) 78,5(16,1) 82,3(13,2)
Tabela V: Influência do etilismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo MINICHAL
28
Tabela VI
Influência do etilismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo SF-36
Classificação SF-36
Capacidade Limitação por Dor Estado geral Vitalidade Aspectos Aspectos Saúde
funcional aspectos físicos Média (DP) de saúde Média (DP) sociais emocionais Mental
Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP)
Etilistas 80(22,2) 75(37,5) 53,1(36,3) 60,4(19,3) 72,8(16,8) 77,8(13,7) 70,4(38,9) 75,1(16)
Não etilistas 66,7(22,3) 54,8(40,8) 56(27,3) 62(19,8) 68,6(19,9) 77,4(26,4) 69,8(37,9) 76(17,2)
29
Com relação ao IMC os participantes com IMC normal apresentaram piores escores
nos quesitos dor (média 54,8), limitação por aspecto físico (média 30) e aspectos emocionais
(média 46,68), os considerados com sobrepeso apresentaram pior escore no quesito dor
(média 53,37) e os considerados obesos piores escores nos quesitos dor (média 58,33) e
estado geral de suade (média 56,77) no questionário SF-36. No MINICHAL todos tiveram
boa QV sem alterações relevantes (Tabelas VII e VIII).
___________________________________________________________________________
Tabela VII
Influência do IMC na qualidade de vida de pessoas com HAS Medida pelo MINICHAL
Classificação MINICHAL Total do Estado Manifestações
instrumento mental somáticas
Média (DP) Média (DP) Média (DP)
IMC normal 80,8(8,4) 80,7(9,6) 81(10,6)
Sobrepeso 79,7(15) 78,9(16,4) 80,7(18,3)
Obesidade 83,3(13,7) 82,7(14,6) 84,1(15,1)
30
Tabela VIII
Influência do IMC na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo SF-36
Classificação SF-36 Capacidade Limitação por Dor Estado geral Vitalidade Aspectos Aspectos Saúde
funcional aspectos físicos Média (DP) de saúde Média (DP) sociais emocionais Mental
Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP)
IMC normal 70(28,9) 30(44,7) 54,8(32,3) 67,6(14,4) 73(16,8) 77,5(24) 46,7(44,7) 74,4(19,1)
Sobrepeso 65(24,6) 67,2(37,3) 53,4(34,5) 62,2(19,1) 69,7(17,5) 78,9(19,2) 77,1(33,8) 77(16,2)
Obesidade 81,1(11,4) 66,7(39,5) 58,3(20,3) 56,8(22,7) 68,3(16,2) 75(30,6) 70,4(38,9) 74,2(17,8)
31
Com relação ao tabagismo os não fumantes apresentaram piores escores nos quesitos
dor (média 57,17) e limitação por aspectos físicos (média 58,92), já os fumantes nos quesitos
dor (média 26) e estado geral de saúde (média 57) no questionário SF-36. Já no MINICHAL
os fumantes apresentaram pior escore no quesito manifestações somáticas (média 60). Sendo
os fumantes considerados, portanto, com pior QV do que os não fumantes (Tabelas IX e X).
___________________________________________________________________________
Tabela IX
Influência do tabagismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo MINICHAL
Classificação MINICHAL Total do Estado Manifestações
instrumento mental somáticas
Média (DP) Média (DP) Média (DP)
Não fumantes 81,3(13,5) 80(15) 83(14,6)
Fumantes 76(16,2) 85,2(5,2) 64,3(30,3)
32
Tabela X
Influência do tabagismo na qualidade de vida de pessoas com HAS medida pelo SF-36
Classificação SF-36 Capacidade Limitação por Dor Estado geral Vitalidade Aspectos Aspectos Saúde
funcional aspectos físicos Média (DP) de saúde Média (DP) sociais emocionais Mental
Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP) Média (DP)
Não fumantes 71,4(21,9) 58,9(41) 57,2(28,8) 61,8(19,8) 70,5(18,9) 78,6(23,3) 70,2(37,8) 77(15,7)
Fumantes 60(42,4) 87,5(17,7) 26(36,8) 57(14,1) 60(21,2) 62,5(17,7) 66,7(47,2) 58(25,5)
33
4. DISCUSSÃO
A eficácia de uma intervenção e o tratamento são alvos constantes de pesquisas
envolvendo portadores de HAS. Isso tem levado os pesquisadores a desenvolver melhores
instrumentos para a medida da QV 18. Com esses instrumentos é possível compreender melhor
a doença e propor melhores formas de tratamento.
Uma melhora na qualidade de vida dos pacientes com HAS pode ser observada
quando esse tem um melhor nível educacional e estão trabalhando, além disso, estabilidade
social (indivíduos casados) está associada a um significativo aumento na QV 19.
Observa-se também que indivíduos jovens e homens têm uma melhor QV,
principalmente no que diz respeito ao fator emocional, demonstrando que este tipo de
população tolera mais as doenças crônicas sem se tornar emocionalmente afetadas por elas 19.
Estudos comprovam que o melhor controle da pressão arterial tem um impacto
positivo na QV, sendo um fator independente para a melhora da mesma. Este fato acontece
devido ao não controle da pressão arterial trazer uma maior reação de ansiedade e depressão
e, consequentemente, uma piora na qualidade de vida 19.
A maioria dos entrevistados foi do sexo feminino (n=23; 76,67% da amostra). Isso é
observado talvez em razão das características da mulher como cuidadora e mais atenta aos
aspectos de sua saúde, ocasionando assim uma maior demanda feminina em uma Unidade
Básica de Saúde.
Apesar do critério de inclusão da pesquisa ser de indivíduos com idade entre 18 e 65
anos, a amostra foi composta de indivíduos de 40 a 65 anos, com média de 57±7 anos. Isto se
explica, talvez, pelo fato de que, com o aumento da idade, aumente também a freqüência de
problemas crônicos, dentre eles a hipertensão arterial.
Na análise dos diferentes domínios do SF-36, o maior comprometimento ocorreu no
domínio “dor” (média de 55,10), considerando-se as médias inferiores a 60 pontos. Os
demais domínios, entretanto, apresentaram valores entre 60,83 e 77,50; considerando que a
melhor QV deveria ser 100 pontos, verifica-se o comprometimento em todos os domínios do
SF-36. Esses valores sugerem que, a hipertensão arterial com sua cronicidade, pode levar ao
comprometimento da QV do indivíduo.
Na avaliação do domínio “dor”, que investiga a presença de sofrimento,
fundamentando-se na intensidade da dor, extensão ou interferência nas atividades de vida
diária, observaram-se índices muito baixos (média de 55,10), indicando a interferência deste
fenômeno na vida dos entrevistados. Evidências crescentes apontam a interferência da dor na
34
QV de pacientes com HAS 3,11. A doença hipertensiva é considerada silenciosa e
assintomática. Estudos realizados demonstraram que as pessoas, ao serem questionadas sobre
dor na hipertensão, referiram sintomas como: dores de cabeça, dores no peito, tontura,
alterações nos batimentos cardíacos, alterações visuais e agitações. Conforme se percebe,
apesar de a medicina caracterizar os sintomas como inespecíficos, as pessoas apresentam
como sintomatologia sensações corpóreas bem específicas, que podem causar interferência
nas atividades cotidianas, com prejuízos na QV 1,10.
Ao se avaliar o domínio “desempenho físico”, que pesquisava limitações no tipo e
quantidade de trabalho e o quanto estas limitações dificultam sua realização e das atividades
de vida diária individuais. Encontrou-se prejuízo da QV, (média = 60,83) índice muito
próximo do limite de comprometimento, que pode ter sido influenciado pela média de idade
da amostra assim como relatado por Cavalcante et. al. (2007) 4.
O domínio “estado geral de saúde”, demonstrou o terceiro menor índice (média
=61,49), valor próximo do limite de comprometimento (média 60), provavelmente em
decorrência das manifestações clínicas relacionadas à etiologia da hipertensão arterial e ao
tratamento instituído.
Analisando os índices do questionário MINICHAL-BRASIL, observou-se um maior
comprometimento no domínio Estado Mental (média = 80,3), no entanto os valores do
domínio Manifestações Somáticas (média = 81, 7) e o escore total (80,9) ficaram muito
próximos. Isso demonstra que, segundo o MINICHAL, não há comprometimento na QV,
considerando o limite de comprometimento de média 60; comprovado também com a última
pergunta do questionário, no qual 90% dos entrevistados responderam que a HAS não
interfere na QV.
Baseando nos dados obtidos nos dois questionários, podemos inferir que outros fatores
que não estão ligados à HAS, como presença de co-morbidades e fatores psicossociais,
interferem na QV. Isso pode ser explicado uma vez que houve comprometimento na QV no
SF-36 (questionário genérico), porém quando aplicado um questionário específico
(MINICHAL-BRASIL) não encontrou-se valores que demonstrassem tal comprometimento.
Ao comparar as médias dos escores do MINICHAL e SF-36 de praticantes de
atividades físicas aeróbicas (no mínimo 30min 3x na semana) com os de não praticantes,
todas as médias dos escores dos praticantes foram maiores em comparação aos não praticantes
(Tabela III). O que enfatiza ainda mais a importância da prática de uma atividade física
regular e comprova os benefícios, tanto físicos como emocionais, que tal atividade
35
proporciona para o indivíduo. Sendo assim praticantes de atividades físicas tendem a
apresentar uma melhor QV.
Na comparação das médias dos escores do MINICHAL e SF-36 de fumantes e não
fumantes, os não fumantes obtiveram médias maiores, exceto no domíno Limitação por
Aspectos Físicos do SF-36 - fumantes 87,5(17,7) / não fumantes 58,9(41). Isso demonstra
que tabagistas apresentam uma pior QV em comparação com os não tabagistas, fato já
constatado no estudo de Bardage, C. et al.²
Ao fazer a comparação das médias dos escores do MINICHAL e SF-36 de
etilistas/não etilistas e IMC normal/sobrepeso/obesidade encontramos médias maiores na
maioria dos domínios dos dois questionários em etilistas e obesos. Esse achado é controverso
ao que encontramos na literatura, mas pode ser explicado por viés de admissão e amostragem.
Além disso, no caso dos etilistas, não foi perguntada a quantidade de bebida alcoólica
ingerida, nem a freqüência.
5. CONCLUSÃO
A QV relacionada à HAS é ainda pouco estudada. A maioria dos estudos até hoje
foram feitos com questionários genéricos. Muitos desses estudos apresentam resultados que
indicam a existência de uma pior QV em hipertensos, porém muitas vezes a diminuição da
QV pode ser decorrente de fatores adversos à HAS. Por outro lado, a avaliação da QV apenas
com questionários específicos também pode ficar comprometida em função da subjetividade
do conceito de QV. Nosso estudo vem reforçar a necessidade da associação de questionários
genéricos e específicos para que se possa com maior precisão identificar a real QV dos
pacientes hipertensos e os verdadeiros motivos dessa possível alteração. Mais estudos devem
ser feitos para que se possa chegar a um consenso e, consequentemente, aproveitar os
resultados para se interferir no tratamento de forma clara e objetiva.
36
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.ALVES, M. G. M. A voz do hipertenso: representações sociais da hipertensão arterial. Um estudo de caso em Jurujuba, Niterói-RJ. 1997. Dissertação de Mestrado - Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. 1997. 2.BARDAGE, C. et al. Hypertension and health-related quality of life: na epidemiological study in Sweden. Journal of Clinical Epidemiology, v54, p172-181. 2001. 3.BRITO, D.M.S et al. Qualidade de Vida e Percepção da Doença entre Portadores de Hipertensão Arterial. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v24, p933-940, abril. 2008. 4.CAVALCANTE, M. A. Qualidade de Vida de pacientes Hipertensos em Tratamento Ambulatorial. Arq. Bras. Cardiologia, v89(4), p245-250. 2007. 5.CHALMERS, J. et al. 1999 World Health Organization – International Society of Hypertension Guidelines for the Management of Hypertension. Journal of Hypertension 1999, 17:151±183. 6.CUSACHS, A. R. et al. Relación entre Variables clínicas y terapéuticas y calidad de vida relacionada con la salud en pacientes con hipertensión arterial. Estudio MINICHAL. Med Clin (Barc), v121, p12-17. 2003. 7.ERICKSON, S. R. Perceived symptoms and health-related quality of life reported by uncomplicated hypertensive patients compared to normal controls. Journal of Human Hypertension, v15, p539-548. 2001. 8.Guidelines Subcommittee. 1999 World Health Organization-International Society of Hypertension guidelines for the management of hypertension. J Hypertens. 1999;17:151–183. 9.HAYES, D. K. et al. Health-related quality of life and hypertension status, awareness, treatment, and control: National Health and Nutrition Examination Survey, 2001-2004. Journal of Hypertension, v26, p641-647. 2008. 10.LIMA, M. T.; BUCHER, J. S. N. F; LIMA, J. W. O. A hipertensão arterial sob o olhar de uma população carente: estudo exploratório a partir dos conhecimentos, atitudes e práticas. Cad Saúde Pública, v20, p1079-1087. 2004
37
11.MAGNOBOSCO, P. Qualidade de vida relacionada à saúde do individuo com hipertensão arterial integrante de um grupo de convivência. Dissertação de mestrado - Escola de enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto (SP). 2007. 12. MELCHIORS, A. C. Hipertensão Arterial: Análise dos Fatores Relacionados com o Controle Pressórico e a Qualidade de Vida. Dissertação de mestrado - Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas, Setor de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Paraná. 2008. 13.REIS, M. G. et al. Adultos Hipertensos Hospitalizados: Percepção de Gravidade da Doença e Qualidade de Vida. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v9, p51-57, MAI. 2001. 14.ROBBINS, M. A. et al. Unmedicated blood pressure levels and quality of life in elderly hypertensive women. Psychosomatic Medicine, v. 56, p.251-256, 1994. 15.SILQUEIRA, S.M.F. O questionário genérico SF-36 como instrumento de mensuração da qualidade de vida relacionada a saúde em pacientes hipertensos. 112p. Tese de doutorado – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto. Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. 2005. 16.SCHULZ, R. B. et al. Validação do mini-questionário de qualidade de vida em hipertensão arterial (MINICHAL) para o português (Brasil). Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 90, n. 2. 2008. 17.Sociedade Brasileira de Cardiologia. Sociedade Brasileira de Hipertensão. Sociedade Brasileira de Nefrologia. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. São Paulo; 2006. Disponível em URL: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2006/VDiretriz-HA.asp. Acesso em: 20 maio 2008. 18.YAO, G.; WU, C.-H. Factorial invariance of the WHOQOL-BREF among disease groups. Quality of Life Research, v. 14, p.1881-1888, 2005. 19.YOUSSEF, R. M.; MOUBARAK, I. I.; KAMEL, M. I. Factors affecting the quality of life of hypertensive patients. Eastern Mediterranean Health Journal, v. 11, p.109-118, 2005.
38
APÊNDICES
APÊNDICE A
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para Participação no
Estudo Projeto de Pesquisa: Avaliação da qualidade de vida de indivíduos hipertensão
arterial atendidas em Unidades Básicas de Saúde
Pesquisadores: Prof. Dra. Raquel Rodrigues Britto; Amanda Maria Ramos; Fabiana de Rosa
Oliveira, Reisziane Meire de Freitas.
Instituição: Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade
Federal de Minas Gerais
Endereço: Departamento de Fisioterapia - Av. Antônio Carlos, 6627 - EEFFTO - 3° andar -
Campus Pampulha Fone: 3409-4783
Prezado(a) senhor(a):
Desde já, agradecemos sua colaboração.
Essa pesquisa trata-se de um estudo para obtenção do título de Graduado em
Fisioterapia pelo Departamento de Fisioterapia da Escola de Ed. Física Fisioterapia e Terapia
Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais.
O objetivo desta pesquisa é avaliar a qualidade de vida dos indivíduos com
hipertensão arterial atendidos em Unidades Básicas de Saúde de Belo Horizonte, utilizando
um questionário genérico (SF-36) e um questionário específico (MINICHAL) e associar esses
resultados com o estilo de vida adotado por essas pessoas.
Procedimento: Inicialmente, serão coletadas informações sobre dados pessoais, hábitos de
saúde, medicações utilizadas, presença de doenças e problemas associados, dentre outras.
Em um segundo momento, o(a) senhor(a) irá responder à dois questionários. O SF-36,
que apresenta 36 itens ou questões e é dividido em nove partes: estado geral da saúde;
evolução do estado da saúde, que realiza comparação das condições da saúde atual às
percebidas há um ano; capacidade funcional; desempenho físico; aspectos emocionais;
39
aspectos sociais; dor; vitalidade; saúde mental. Para cada item, o(a) senhor(a) deve escolher
apenas uma opção. Para cada domínio do SF-36, os itens são codificados e transformados em
escala de zero a 100 pontos, utilizando-se pontuação e interpretação própria da escala.
O(a) senhor(a) responderá também ao MINICHAL (Mini-Cuestionario de Calidad
Vida em Hipertensión Arterial), questionário específico mais utilizado para a avaliação da
qualidade de vida em hipertensos e é de rápida aplicação. É composto por 17 questões e dois
domínios (estado mental e manifestações somáticas). Será necessário disponibilizar em torno
de 20 minutos para esta entrevista.
Riscos e Desconfortos: Para assegurar seu anonimato, todas as suas respostas e dados serão
confidenciais. Para isso, o(a) senhor(a) receberá um número de identificação ao entrar no
estudo e o seu nome nunca será revelado em nenhuma situação. Quando os resultados desta
pesquisa forem divulgados em qualquer evento ou revista científica, o(a) senhor(a) não será
identificado, uma vez que os resultados finais serão divulgados caracterizando o grupo de
participantes do estudo.
Benefícios: Embora a informação coletada neste estudo possa não trazer benefícios
diretamente ao senhor(a), os resultados podem ajudar profissionais da área de Cardiologia, a
ampliar seus conhecimentos sobre a qualidade de vida de pacientes hipertensos, fornecendo
informações relevantes para futuras pesquisas nessa área.
Recusa ou Abandono: A sua participação neste estudo é inteiramente voluntária, e o(a)
senhor(a) é livre para recusar participar ou abandonar o estudo a qualquer momento. O(a)
senhor(a) poderá fazer perguntas ou solicitar informações atualizadas sobre o estudo em
qualquer momento do mesmo.
Depois de ter lido as informações acima, se for de sua vontade participar deste estudo,
por favor, preencha o termo de consentimento.
40
TERMO DE CONSENTIMENTO
Declaro que li e entendi as informações referentes a minha participação
no estudo “Avaliação da qualidade de vida de indivíduos com hipertensão arterial
atendidas em Unidades Básicas de Saúde”. Todas as minhas dúvidas foram esclarecidas e
eu recebi uma cópia deste formulário de consentimento.
Desta forma, eu, ________________________________________________
concordo em participar deste estudo.
Assinatura do sujeito ou responsável
Assinatura do pesquisador
Data: _____/_____/_____
Qualquer esclarecimento entrar em contato com:
Amanda Maria Ramos – telefone: (31)8715-2796
Fabiana Rosa de Oliveira – telefone: (31)9154-9089
Reisziane Meire de Freitas – telefone: (31)9814-0220
Profª.Dra. Raquel Rodrigues Britto – telefone: (31)3409-4793
41
APÊNDICE B
Entrevista – HAS
1. Dados pessoais
Nome: Sexo: ( )F ( )M
Data de Nascimento: Idade:
Endereço: Tel:
Nível de escolaridade: Renda Familiar:
Profissão: Estado Civil:
Medicamentos em uso:
2. Possíveis Complicações:
2.1. Obesidade ( ) sim ( ) não IMC:_________
Peso: _________ Altura: ___________ Circ Abdominal: ___________
2.2. Você regula o sal na dieta? ( ) sim ( ) não
2.3. Você ingere bebida alcoólica? ( ) sim ( ) não
2.4. Você pratica atividade física regular (3 x/semana mínimo)? ( ) sim ( ) não
2.5. Você toma os medicamentos anti-hipertensivos corretamente?
( ) sim ( ) não ( ) não se aplica
2.6. Você é fumante? ( ) sim ( ) não
2.7. Você é diabético? ( ) sim ( ) não
2.8. Você apresenta alguma doença cardiovascular associada ( angina, infarto agudo do
miocárdio)? ( ) sim ( ) não
2.9. Você apresenta colesterol elevado? ( ) sim ( ) não
2.10. Você já apresentou colesterol elevado? ( ) sim ( ) não Como controlou?
2.11. Há casos na família de hipertensão arterial ou doenças cardiovasculares?
( ) sim ( ) não
3. Aplicação do Questionário SF-36: 1- Em geral você diria que sua saúde é:
Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim 1 2 3 4 5
42
2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua saúde em geral, agora?
Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco Pior Muito Pior 1 2 3 4 5
3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando?
Atividades Sim, dificulta muito
Sim, dificulta um pouco
Não, não dificulta de modo algum
a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos.
1 2 3
b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.
1 2 3
c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 d) Subir vários lances de escada 1 2 3 e) Subir um lance de escada 1 2 3 f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se
1 2 3
g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3 h) Andar vários quarteirões 1 2 3 i) Andar um quarteirão 1 2 3 j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3 4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2 d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra).
1 2
5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
43
c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz.
1 2
6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?
De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5
7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?
Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave 1 2 3 4 5 6
8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?
De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5
9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.
Todo
Tempo
A maior parte do tempo
Uma boa parte do tempo
Alguma parte do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nunca
a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força?
1 2 3 4 5 6
b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?
1 2 3 4 5 6
c) Quanto tempo você tem se sentido tão deprimido que nada pode anima-lo?
1 2 3 4 5 6
d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo?
1 2 3 4 5 6
e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?
1 2 3 4 5 6
f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido?
1 2 3 4 5 6
44
g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado?
1 2 3 4 5 6
h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?
1 2 3 4 5 6
i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6
10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?
Todo Tempo
A maior parte do tempo
Alguma parte do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nenhuma parte do tempo
1 2 3 4 5 11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? Definitivamente
verdadeiro
A maioria das vezes
verdadeiro
Não sei
A maioria das vezes
falso
Definitiva- mente falso
a) Eu costumo obedecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas
1 2 3 4 5
b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço
1 2 3 4 5
c) Eu acho que a minha saúde vai piorar 1 2 3 4 5
d) Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5
4. Aplicação do Questionário MINICHAL-BRASIL: Nos últimos sete dias...
1. Tem dormido mal?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
2. Tem tido dificuldade em manter suas relações sociais habituais?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
3. Tem tido dificuldade em relacionar-se com as pessoas?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito
45
4. Sente que não está exercendo um papel útil na vida?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
5. Sente-se incapaz de tomar decisões e iniciar coisas novas?( ) Não, absolutamente. ( )
Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
6. Tem se sentido constantemente agoniado e tenso?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
7. Tem a sensação de que a vida é uma luta contínua?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
8. Sente-se incapaz de desfrutar suas atividades habituais de cada dia?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
9. Tem se sentido esgotado e sem forças?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
10. Teve a sensação de que estava doente?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
11. Tem notado dificuldade em respirar ou sensação de falta de ar sem causa aparente?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
12. Teve inchaço nos tornozelos?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
13. Percebeu que tem urinado com mais freqüência?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
14. Tem sentido a boca seca?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
46
15. Tem sentido dor no peito sem fazer esforço físico?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
16. Tem notado adormecimento ou formigamento em alguma parte do corpo?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
17. Você diria que sua hipertensão e o tratamento dessa têm afetado a sua qualidade de
vida?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
47
ANEXOS
ANEXO 1
Versão Brasileira do Questionário de Qualidade de Vida -SF-36 1- Em geral você diria que sua saúde é:
Excelente Muito Boa Boa Ruim Muito Ruim 1 2 3 4 5
2- Comparada há um ano atrás, como você se classificaria sua saúde em geral, agora?
Muito Melhor Um Pouco Melhor Quase a Mesma Um Pouco Pior Muito Pior 1 2 3 4 5
3- Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer atualmente durante um dia comum. Devido à sua saúde, você teria dificuldade para fazer estas atividades? Neste caso, quando?
Atividades Sim, dificulta muito
Sim, dificulta um pouco
Não, não dificulta de modo algum
a) Atividades Rigorosas, que exigem muito esforço, tais como correr, levantar objetos pesados, participar em esportes árduos.
1 2 3
b) Atividades moderadas, tais como mover uma mesa, passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.
1 2 3
c) Levantar ou carregar mantimentos 1 2 3 d) Subir vários lances de escada 1 2 3 e) Subir um lance de escada 1 2 3 f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se
1 2 3
g) Andar mais de 1 quilômetro 1 2 3 h) Andar vários quarteirões 1 2 3 i) Andar um quarteirão 1 2 3 j) Tomar banho ou vestir-se 1 2 3 4- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou com alguma atividade regular, como conseqüência de sua saúde física? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2
48
c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou a outras atividades. 1 2 d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades (p. ex. necessitou de um esforço extra).
1 2
5- Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes problemas com seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)? Sim Não a) Você diminui a quantidade de tempo que se dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades?
1 2
b) Realizou menos tarefas do que você gostaria? 1 2 c) Não realizou ou fez qualquer das atividades com tanto cuidado como geralmente faz.
1 2
6- Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em relação à família, amigos ou em grupo?
De forma nenhuma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5
7- Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?
Nenhuma Muito leve Leve Moderada Grave Muito grave 1 2 3 4 5 6
8- Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com seu trabalho normal (incluindo o trabalho dentro de casa)?
De maneira alguma Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente 1 2 3 4 5
9- Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão, por favor dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente, em relação às últimas 4 semanas.
Todo
Tempo
A maior parte do tempo
Uma boa parte do tempo
Alguma parte do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nunca
a) Quanto tempo você tem se sentindo cheio de vigor, de vontade, de força?
1 2 3 4 5 6
b) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa muito nervosa?
1 2 3 4 5 6
c) Quanto tempo você tem se sentido tão 1 2 3 4 5 6
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deprimido que nada pode anima-lo? d) Quanto tempo você tem se sentido calmo ou tranqüilo?
1 2 3 4 5 6
e) Quanto tempo você tem se sentido com muita energia?
1 2 3 4 5 6
f) Quanto tempo você tem se sentido desanimado ou abatido?
1 2 3 4 5 6
g) Quanto tempo você tem se sentido esgotado?
1 2 3 4 5 6
h) Quanto tempo você tem se sentido uma pessoa feliz?
1 2 3 4 5 6
i) Quanto tempo você tem se sentido cansado? 1 2 3 4 5 6
10- Durante as últimas 4 semanas, quanto de seu tempo a sua saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades sociais (como visitar amigos, parentes, etc)?
Todo Tempo
A maior parte do tempo
Alguma parte do tempo
Uma pequena parte do tempo
Nenhuma parte do tempo
1 2 3 4 5 11- O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você? Definitivamente
verdadeiro
A maioria das vezes
verdadeiro
Não sei
A maioria das vezes
falso
Definitiva- mente falso
a) Eu costumo obedecer um pouco mais facilmente que as outras pessoas
1 2 3 4 5
b) Eu sou tão saudável quanto qualquer pessoa que eu conheço
1 2 3 4 5
c) Eu acho que a minha saúde vai piorar 1 2 3 4 5
d) Minha saúde é excelente 1 2 3 4 5
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ANEXO 2
Questionário MINICHAL-BRASIL: Nos últimos sete dias...
1. Tem dormido mal?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
2. Tem tido dificuldade em manter suas relações sociais habituais?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
3. Tem tido dificuldade em relacionar-se com as pessoas?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito
4. Sente que não está exercendo um papel útil na vida?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
5. Sente-se incapaz de tomar decisões e iniciar coisas novas?( ) Não, absolutamente. ( )
Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
6. Tem se sentido constantemente agoniado e tenso?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
7. Tem a sensação de que a vida é uma luta contínua?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
8. Sente-se incapaz de desfrutar suas atividades habituais de cada dia?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
9. Tem se sentido esgotado e sem forças?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
10. Teve a sensação de que estava doente?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
51
11. Tem notado dificuldade em respirar ou sensação de falta de ar sem causa aparente?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
12. Teve inchaço nos tornozelos?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
13. Percebeu que tem urinado com mais freqüência?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
14. Tem sentido a boca seca?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
15. Tem sentido dor no peito sem fazer esforço físico?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
16. Tem notado adormecimento ou formigamento em alguma parte do corpo?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.
17. Você diria que sua hipertensão e o tratamento dessa têm afetado a sua qualidade de
vida?
( ) Não, absolutamente. ( ) Sim, um pouco. ( ) Sim, bastante. ( ) Sim, muito.