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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA Alan Carlos Barboza Melo Efeito da suplementação sobre a degradabilidade in situ de forragens tropicais de baixa e alta qualidade CUIABÁ 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

Alan Carlos Barboza Melo

Efeito da suplementação sobre a degradabilidade in situ de forragens tropicais de baixa e alta qualidade

CUIABÁ 2015

Alan Carlos Barboza Melo

Efeito da suplementação sobre a degradabilidade in situ de forragens tropicais de baixa e alta qualidade.

Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Joanis Tilemahos

Zervoudakis Orientador do Estágio Supervisionado:

MSc. Renata Pereira da Silva

CUIABÁ 2015

À Deus. Ao meu pai Valdivino (in memoriam).

A minha mãe Telma Lucia.

Ao meu irmão Alex Junior.

Aos meus familiares, “BARBOSA & BARBOZA”

DEDICO!

AGRADECIMENTOS

À DEUS, pela vida e saúde.

A Universidade Federal de Mato Grosso pela oportunidade de realização da

graduação no Curso de Zootecnia.

Aos meus pais pelo ensinamento de vida, amor, compreensão, apoio,

incentivos e confiança.

Ao meu irmão pelo carinho e compreensão em todos os momentos.

A todos os professores da faculdade de agronomia medicina veterinária e

zootecnia, da UFMT.

A todos os amidos da graduação pelo carinho, compreensão, apoio,

incentivos e confiança.

.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição dos suplementos experimentais (% matéria seca)................8 Tabela 2. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel

potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim tanzânia de alta qualidade....................................................................................................10

Tabela 3. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim tanzânia de baixa qualidade....................................................................................................11

Tabela 4. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim marandu de alta qualidade....................................................................................................12

Tabela 5. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim marandu de baixa qualidade....................................................................................................12

Sumário

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1

2. OBJETIVO ............................................................................................................. 3

3. REVISÃO ............................................................................................................... 4

4. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 7

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 9

6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 12

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 13

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 14

RESUMO

Avaliou-se o efeito da suplementação energética ou proteica sobre a degradação

ruminal in situ da matéria seca (MS), de Panicum maximum cv. Tanzânia e

Brachiaria brizantha cv Marandu de baixa e alta qualidade. Foram utilizados quatro

novilhos Nelore, machos, canulados no rúmen, com média de peso de 350kg. Em

cada animal foram incubadas amostras dos diferentes capins nos tempos de 0, 3, 6,

12, 24, 36, 48, 72 e 96 horas. A análise da degradação da matéria seca mostrou que

o capim tanzânia de alta qualidade apresentou maior (P<0,05) degradação da fração

insolúvel potencialmente degradável no rúmen, (fração b) quando foi suplementado

com proteina , 52,967. Verificou-se que para o capim tanzania de baixa qualidade a

taxa de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen,

(fração c), foi influenciada pela suplementação, sendo 3,8%/h para os animais que

receberam suplemento proteico e 2,9%/h para o energetico. A taxa de degradação

da materia seca, a fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen, fração (c),

da Brachiaria brizantha cv Marandu de alta qualidade foi influenciada pela

suplementação. Nao houve diferença da suplementação para os parametros

cineticos da Brachiaria brizantha cv Marandu de baixa qualidade.

Palavras-chave: degradação, forragem, suplementação, valor nutritivo.

1

1. INTRODUÇÃO

O sistema de produção de carne bovina em pastagens tem como grande

desafio a utilização de conhecimentos e alternativas tecnológicas capazes de elevar

a produtividade e a qualidade do produto de forma econômica e sustentável, com

mínimo impacto ambiental. Para tanto, o uso de estratégias de manejo do pasto

associadas à suplementação podem potencializar o desempenho dos animais e

otimizar a utilização dos recursos forrageiros (Reis et al., 2012).

É imprescindível o conhecimento da fisiologia de crescimento das gramíneas

ao longo do ano, pois a produtividade e valor nutritivo destas sofrem variação

sazonal devido às condições climáticas. Esta sazonalidade da forragem não permite

desempenho constante dos animais no decorrer do ano, resultando em baixos

índices zootécnicos (Paulino et al., 2008).

Segundo (Reis et al. 2004) quando a forragem apresentar teor de proteína

bruta menor que 8,0% na matéria seca, a microbiota ruminal poderá apresentar

deficiência em nitrogênio, consequentemente, haverá redução na degradação e

digestibilidade da MS pelos microrganismos ruminais, o que acarreta em diminuição

no consumo de MS e perda de peso.

Vale ressaltar que estratégias de suplementação podem ser utilizadas a fim

de contornar o déficit ou excesso de nitrogênio da forragem. Deste modo, a

suplementação proteica é recomendada para situações em que a forragem

apresenta baixo teor de PB e a suplementação energética para situações em que a

forragem apresenta alto teor de PB uma vez que, pode otimizar a utilização de

nitrogênio da forragem (Paulino et al., 2011).

A quantidade e qualidade dos nutrientes do alimento disponíveis para os

microrganismos ruminais podem ser estimadas pela técnica in situ, que, segundo

Orskov e McDonald (1979), propicia uma estimativa rápida e simples da degradação

dos nutrientes no rúmen, além de permitir o acompanhamento de degradação ao

longo do tempo.

A degradabilidade in situ baseia-se na colocação de pequena quantidade de

um determinado alimento em bolsa porosa não degradável e sua subsequente

inserção (ou incubação) no conteúdo ruminal de animais canulados no rúmen

(Casali 2009). Segundo Cabral (2005), a técnica de sacos de TNT é considerada

2

ideal para simular o ambiente ruminal dentro de determinado regime alimentar,

apesar de o alimento não sofrer os efeitos de mastigação, da ruminação e do

escape ruminal.

Desta forma, objetivou-se avaliar o efeito da suplementação proteica e

energética sob a degradação ruminal da matéria seca, de Brachiaria brizantha e

Panicum maximum de baixa e alta qualidade.

.

3

2. OBJETIVO

Objetivou-se com esse trabalho de conclusão de curso foi avaliar os efeitos da

suplementação energética ou proteica sobre os parâmetros cinéticos da

degradação, in situ, da matéria seca de Brachiaria brizantha e Panicum maximum de

baixa e alta qualidade.

4

3. REVISÃO

A produção de bovinos de corte no Brasil é baseada na utilização de

pastagens tropicais, na região central do Brasil é predominante a ocorrência de

áreas com pastagens cultivadas, e em quase sua totalidade representada por

espécies de gramíneas C4, que possuem melhor adaptabilidade ao clima, sendo

observados principalmente os gêneros Brachiaria e Panicum

(Machado et al., 2010).

As forragens tropicais têm se mostrado mais produtivas que forrageiras de

clima temperado, sendo superiores a 100 kg MS ha/dia, quando manejadas

intensivamente, permitindo taxas de lotação entre 4 e 15 UA/ha na maior parte do

Brasil (Correia, 2006; Ramalho, 2006). Apesar das forrageiras em algumas épocas

do ano não serem consideradas deficientes em proteína bruta (PB), há uma elevada

porção de compostos nitrogenados insolúvel em detergente neutro, considerado de

lenta e incompleta degradação ruminal, o que poderia implicar em carência de

compostos nitrogenados para os microorganismos ruminais para máxima produção

de proteína microbiana (Detmanm et al, 2010), o que possivelmente explica os

ganho adicional com a suplementação durante o período chuvoso do ano.

A utilização de suplementos durante o período chuvoso do ano ainda é

considerada por muitos produtores como desnecessária e ineficiente, sobretudo

quanto ao fornecimento de concentrados proteicos. Isto se deve ao fato de que as

forrageiras no período das chuvas possuem teor de proteína bruta superior a (7%)

(Porto et al., 2009; Zervoudakis et al., 2008), valor este recomendado

por Minson (1990), para não limitar a atividade dos microrganismos ruminais.

No entanto, o pasto durante o período chuvoso do ano não é capaz de

possibilitar ganho de peso próximos aos observados em região de clima temperado

ou quando os animais são confinados, ficando aquém do limite genético dos animais

em pastejo (Poppi & McLennan, 1995). Desta forma, pode-se inferir que em função

de no período das águas também ocorrerem limitações quando ao suprimento de

nutrientes (proteína e/ou energia) aos animais, há potencial nesta época do ano para

o uso de suplementação estratégica de forma viável no aspecto biológico e

econômico.

5

Durante a época das águas, o pasto encontra-se no estádio de

desenvolvimento vegetativo, apresentando maior relação folha:colmo, o que resulta

em maiores teores de PB e menor proporção de frações fibrosas, acarretando em

maior digestibilidade e possivelmente em otimização do desempenho animal, já que

é na folha que se encontram os compostos mais digestíveis das plantas

(Detmanm et al, 2010). Os teores de fibra que permanecem mais baixos durante a

época das águas e com maior fração digestível, devido a menor proporção de lignina

associada, também interferem positivamente no consumo e digestibilidade da

forragem refletindo em maior desempenho animal (Reis et al., 2010).

A utilização de suplementos durante o período da seca tem como objetivo

aumentar o teor proteico da dieta e o fornecimento de proteína degradável no

rumem (PDR), servindo como fonte de composto nitrogenados aos microrganismos

ruminais, satisfazendo as exigências dos animais por intermédio do aumento do

consumo e digestibilidade da forragem, e não através do atendimento direto das

exigências dos animais via suplemento (Sampaio, 2007).

Com base na variação na produção e na qualidade da forragem ao longo do

ano fica evidente a necessidade de fornecer alimentos suplementares aos animais

mantidos em pastagens, quando se deseja maximizar o desempenho animal e

antecipar a idade de abate, tendo em vista que, a magnitude da resposta animal é

dependente da época do ano e das condições do pasto.

Sabe-se que os suplementos formulados devem conter os nutrientes exigidos

por uma categoria animal para determinado desempenho. Deste modo deve-se

avaliar o pasto como a base da dieta durante a recria de bovinos, porém não como

ingrediente único, e nesse contexto tem-se que estudar quais nutrientes são

eficientes em suprir o déficit da forragem e atender as exigências dos animais.

Conhecer a degradabilidade dos alimentos é essencial para formular dietas a

serem fornecidas aos animais, nos cálculos de requerimentos protéicos, e atender

às necessidades dos microrganismos ruminais que, por sua vez, são capazes de

transformar compostos nitrogenados não-protéicos em proteína microbiana,

proporcionando produção mais eficiente (Valadares Filho, 1994; Aroeira et al., 1996).

Teixeira (1997) mencionou que a técnica in situ possui como vantagens a

rápida e fácil execução, a necessidade de pequena quantidade de amostra e o fato

de permitir o contato íntimo entre o alimento e o ambiente ruminal. Portanto, é

considerada como técnica ideal para simular o ambiente ruminal dentro de um

6

determinado regime alimentar específico, apesar de o alimento não sofrer os efeitos

da mastigação, ruminação e do escape ruminal.

Para Deschamps (1994), a degradação ruminal da matéria seca ou das

frações fibrosas, é uma forma de comprovar a expressão da diversidade e arranjos

dos tecidos vegetais, que fazem com que a extração dos nutrientes por parte do

sistema digestivo dos ruminantes seja diferenciada.

Segundo Mehrez e Orskov (1977), a degradação in situ propicia uma estimativa

rápida e simples da degradação dos nutrientes no rúmen, além de permitir o

acompanhamento de degradação ao longo do tempo. Essa técnica vem sendo

utilizada intensivamente por mais de duas décadas, para comparar características

de degradação entre os alimentos e melhorar o conhecimento da digestão ruminal

(Vanzant et al., 1998).

Sob o contexto de forragens tropicais, a degradação ruminal da MS pode

sofre influência do tipo de suplementos alimentar, isto se dá, principalmente, devido

à deficiência de compostos nitrogenados para síntese de enzimas microbianas que

atuam no processo de degradação ruminal da FDN

(Leng, 1990; Paulino et al., 2008; Lazzarini, 2007; Sampaio, 2007).

Lazzarini (2007) avaliou a degradação ruminal de forragem tropical de baixa

qualidade sobre efeitos da suplementação com compostos nitrogenados, verificou-se

que o aumento do nível de PB no rumem via suplemento a valores próximos a 7-8%

incrementou o coeficiente de digestibilidade total da MS e FDN, como efeito da maior

disponibilidade de compostos nitrogenados para síntese de enzima no ambiente

ruminal, o que mostra a interação entre os componentes da dieta

(forragem e suplemento).

Desta forma, dadas às interações forragem e suplemento, a degradação das

foragem isolado deixa de constituir informação nutricional exata, uma vez que sua

utilização dependerá da influência dos demais alimentos (Huhtanen, 1991), tornando

a dieta o ponto chave para avaliações nutricionais.

Diante do pressuposto aqui apresentado, definiu-se como objetivo neste

trabalho de conclusão de curso avaliar os efeitos da suplementação energética ou

proteica sobre a cinética de degradação ruminal da MS de Brachiaria brizantha cv

Marandu e Panicum maximum cv Tanzania de baixa e alta qualidade.

7

4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte da Fazenda

Experimental da UFMT, município de Santo Antônio do Leverger – Mato Grosso,

próximo das coordenadas de 15°47´5´´ Sul e 56°04´ Oeste, com altitude de 140

metros, durante o período das aguas, no mês de novembro de 2014. Foram

utilizados quatro novilhos Nelores canulados no rúmen, com pesos médios iniciais

de 350 kg. Nos 15 dias antecedente a incubação in situ foram destinados à

adaptação dos animais ao suplemento e os últimos 6 dias para a realização da

incubação in situ.

A área destinada aos animais do experimento foi constituída de quatro

piquetes de 0,25 ha cada, formados com Brachiaria brizantha cv. Marandu, providos

de bebedouros e cochos cobertos para fornecimento do suplemento.

Para avaliar a cinética da degradação in situ do capim Tanzânia de alta e

baixa qualidade e capim marandu de alta e baixa qualidade, submetidos a

suplementação proteica ou energética, foi formulado suplementos constituídos de

milho grão triturado, farelo de soja, ureia e mistura mineral

(Tabela 1).

Tabela 1. Composição dos suplementos experimentais (% Matéria seca)

Ingredientes

Suplementos2

Energético Proteico

Milho grão triturado 90 28

Farelo de soja - 56,45

Uréia: Sulfato de Amônia 9:1 - 5,55

Mistura mineral1 10 10

Total 100 100

PB % 8,1 44,2

NDT % 77,6 69,0

Os suplementos foram distribuídos diariamente às 10:00h na quantidade de

0,37% do PCM e diariamente monitorado o consumo e a sobra dos mesmos.

A forragem para avaliação da degradabilidade ruminal in situ foi coletada

através da simulação manual de pastejo. Sendo que, as amostras de baixa

qualidade foram coletadas durante o período seco e apresentavam teor de proteína

bruta (PB) menor que 7%, e as amostras de alta qualidade foram coletadas no

período das águas, sendo provenientes de forragens adubadas e apresentaram 16 e

12 % de PB, respectivamente, para Tanzânia e Brachiaria.

8

Após a coleta, as amostras das forragens foram secas em estufa de

ventilação forçada a 65 oC, moídas em moinho tipo Willey (com peneira de 2,0 mm)

e colocadas em sacos de TNT na quantidade de, aproximadamente, 2,0g de matéria

seca (MS)/saco, a fim de manter uma relação próxima de 20mg de MS/cm2 de área

superficial do saco. Os períodos de incubação corresponderam aos tempos de 0, 3,

6, 12, 24, 48, 72 e 96 horas, sendo os sacos colocados em tempos diferentes para

serem retirados todos ao mesmo tempo do rúmen. Após o período de incubação, os

sacos de TNT foram lavados em água corrente até que esta se apresentasse limpa,

procedendo-se, então, à secagem. A determinação da MS foi feita em estufa

regulada a 65 ºC, por 72 horas. Os dados de degradabilidade in situ da matéria seca

foram obtidos pela diferença observada entre as pesagens efetuadas antes e após a

incubação ruminal e expressos em porcentagem.

A degradabilidade potencial da MS foi estimada, utilizando-se o modelo

matemático proposto por Orskov & McDonald (1979), descrito como

DP = A + B (1- e-ct ), onde: DP = degradabilidade potencial (%) da fração no tempo;

t = tempo de incubação w(h); A = fração solúvel (%); B = fração insolúvel

potencialmente degradável (%); c = taxa fracional constante de degradação da

fração B(%/h). A soma das frações “a” e “b” é o material potencialmente degradável

no rúmen.

9

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os parâmetros cinéticos da degradação da fração solúvel em água (A) do

capim tanzânia de alta qualidade não foi influenciado pela suplementação proteíca

ou energética (P>0,05) (Tabela 2), a degradação da fração solúvel foi 33,35% e

34,95% para a suplementação proteíca e energética, respectivamente.

A taxa de degradação da fração insoluvel potencialmente degradada (fração

b) foi afetada (P<0,05) pela estratégia de suplementação), a suplementação proteica

proporcionou acréscimo de 5,68% na degradação da fração B, importante considerar

que estratégias de suplementação com proteína neste sentido, podem ser

importantes para potencializar a digestão da matéria seca, mesmo em forragens de

boa qualidade, aumentado o aporte de nutrientes para o animal e, por conseguinte o

desempenho dos animais.

No entanto, não foi verificado diferença (P>0,05) para a velocidade de

degradação da fração (b), uma vez que, ambos os suplementos proporcionaram

uma velocidade de 3%/h na degradação da fração (b). Quanto ao capim tanzania de

alta qualidade, destaca-se o elevado valor do somatório das frações a e b, ou seja,

da degradação potencial no rumem, representando 86,32% da materia seca.

Tabela 2. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente

digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim tanzânia de alta qualidade

Parâmetros Tratamento

CV Valor-P

Proteico Energético

A 33,354 34,945 6,14 0,5276 B 52,967a 47,286b 1,61 0,0196 C 0,0366 0,0359 27,01 0,949

Já para o capim tanzânia de baixa qualidade a estratégia de suplementação

não afetou (P>0,05) a degradação ruminal da, fração (a) e da fração (b) (Tabela 3).

Entretanto a taxa de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no

rúmen (c) foi influenciada pela suplementação (P<0,01), sendo 3,8%/h para os

animais que receberam suplemento proteico e 2,9%/h para o energetico. Nota-se

que a suplementação com proteína em forragens de baixa qualidade, tem a

capacidade de aumentar o aproveitamente de fração potencialmente degradável, no

entanto esta fração representa menor proporção na forragem e desta maneira tem

menor impacto na digestibilidade ruminal da forragem.

10

Neste sentido observa-se que a extensão da degradação do capim de baixa

qualidade foi menor do que o capim de alta qualidade, 54,3 e 86,32%,

respectivamente. Pode-se atribuir ao status fisiológico de cada um dos mesmos e

principalmente a maturidade e lignificação da estrutura celular do capim de menor

qualidade, que dificulta o acesso dos microrganismos ao conteúdo celular o desta

maneira a quebra dos compostos estruturais da celula vegetal.

Tabela 3. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim tanzânia de baixa qualidade

Parâmetros Tratamento

CV Valor-P Proteico Energético

a 24.499 24.788 4.42 0.8157

b 29.930 35.799 8.82 0.1802

c 0.038a 0.029b 0.80 0.0008

Há uma tendência da suplementação energética aumentar a degradação das

frações A e B (P<0,1), demonstrando que energia poderia ser limitante neste

sistema, e o aporte extra de carboidratos pela suplementação melhora o

acoplamento entre energia e proteína no rúmen potencializando a degradação da

forragem de boa qualidade. Já a taxa de degradação da fração C é aumentada para

(P<0,05) para suplementação proteica. Neste sentido pode-se considerar que a

quebra da fração lentamente degradável é dependente do teor e perfil de proteína

na dieta.

Tabela 4. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim marandu de alta qualidade

Parâmetros Tratamento

CV Valor-P Proteico Energetico

a 38.510 39.536 0.75 0.0725

b 41.961 51.637 5.17 0.0573

c 0.045a 0.027b 10.45 0.0417

Quanto aos parâmetros cinéticos da degradação da MS, do capim marandu

de baixa qualidade, nota-se que todos os parametros avaliados não foram

influenciados pela suplementação (P>0,1), destaca-se assim que a melhoria na

degradação da fibra com utilização de suplementos é dependente da qualidade da

11

forragem. Sendo que forragens em elevado grau de maturidade, extremamente

lignificadas, não serão mais degradadas com utilização de suplementos, desta

maneira estratégia de suplementação com maior inclusão podem ser utilizadas para

manter o desempenho animal em patameres mais elevados.

Tabela 5. Valores médios estimados das frações solúvel em água (a) e insolúvel potencialmente

digestível no rúmen de bovinos (b) e das taxas de degradação da fração insolúvel potencialmente degradável no rúmen (c), da matéria seca (MS) do capim marandu de baixa qualidade

Parâmetros Tratamento

CV valor-P Proteico Energético

a 21.571 20.686 5.02 0.4923

b 41.716 38.846 8.15 0.4745

c 0.022 0.030 45.02 0.5777

12

6. CONCLUSÕES

A suplementação proteica proporciona acrescimo na degradação da fração b

do capim Tanzania de alta qualidade e maior taxa de degradação do capim

Tanzania de baixa qualidade e do marandu de alta qualidade.

13

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho de conclusão de curso me proporcionou um maior conhecimento

técnico, experiência e criteriosidade no desenvolvimento de experimentos, além de

contribuir para o aumento da minha maturidade pessoal.

O desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso pode evidenciar

alguns aspectos que devo aprimorar profissionalmente.

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REFERÊNCIAS

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CABRAL, L.S.; VALADARES S.C.; ZERVOUDAKIS, J.T.; SOUZA, A.L.; DETMANN, E. Degradabilidade in situ da matéria seca, da proteína bruta e da fibra de alguns alimentos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, n.8, p.777-781, 2005.

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MINSON, D.J. Forage in ruminant nutrition. New York. Academic Press. 1990. 483p.

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PAULINO, M.F.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C. Bovinocultura Funcional nos Trópicos. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 6, 2008. Anais...Viçosa-MG: UFV, 2008. p. 275-306.

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ANEXOS

O item “anexos”, quando existente, deve ser inserido no centro da página em

negrito e CAIXA ALTA, não numerados.

Utilizar a escrita abaixo para anexar o documento, logo no início da página:

Anexo X. Nome do anexo.

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