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Universidade Federal de Mato Grosso Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade SEGUNDO RELATÓRIO PARCIAL DE ATIVIDADES ATRIBUTOS MICROBIOLÓGICOS DO SOLO EM SISTEMAS INTEGRADAS NA REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO Pesquisador responsável: Profa. Dra Daniela Tiago da Silva Campos - UFMT/FAMEV Janeiro - 2014 Cuiabá-MT

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Universidade Federal de Mato Grosso

Faculdade de Agronomia, Medicina Veterinária e Zootecnia

Departamento de Fitotecnia e Fitossanidade

SEGUNDO RELATÓRIO PARCIAL DE ATIVIDADES

ATRIBUTOS MICROBIOLÓGICOS DO SOLO EM SISTEMAS INTEGRADAS NA

REGIÃO NORTE DE MATO GROSSO

Pesquisador responsável:

Profa. Dra Daniela Tiago da Silva Campos - UFMT/FAMEV

Janeiro - 2014

Cuiabá-MT

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SEGUNDO RELATÓRIO PARCIAL

Projeto Agrisus No: PA 1045-12

Título do projeto: Atributos microbiológicos do solo em sistemas integradas na

região norte de Mato Grosso

Interessado: Profa. Dra. Daniela Tiago da Silva Campos

Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO, Avenida Fernando

Correa da Costa, Cuiabá, MT. Fone: (65) 3615-8606. E-mail:

[email protected]

Local da Pesquisa: Experimental – Santa Carmen e Nova Canaã do Norte, MT. Análises

– UFMT/FAMEVZ, Laboratório de Microbiologia do Solo.

Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 26.800,00

Vigência do Projeto: 04/09/12 a 30/12/14

RELATÓRIO PARCIAL DE ATIVIDADES 2013-2

1. RESUMO DO RELATÓRIO

O presente relatório compila os resultados do projeto de pesquisa cadastrado na

Agrisus pelo número PA 1045/12, onde avalia duas áreas distintas de integração lavoura

pecuária e pecuária floresta, sendo elas a ILP, localizada em Santa Carmem, e a iLPF,

localizada em Nova Canaã do Norte, sendo assim os principais resultados encontrados

nessa primeira fase do projeto são:

- iLP: os sistemas de iLP utilizados surtiram diferenças estatística nos parâmetros

microbiológicos avaliados e entre a mata nativa, lavoura e pastagem para as variáveis

enzima e enumeração de micro-organismos. A atividade da enzima B-glicosidase foi

mais intensa na mata nativa, as configurações de iLP-A onde havia soja na safra,

milheto consorciado com Brachiaria ruziziensis, na entressafra e a iLP-C com soja na

safra, milho consorciado com Brachiaria brizantha, na entressafra foram as que mais se

aproximaram aos teores encontrados na mata nativa. Para a enumeração de micro-

organismos os resultados foram bem variados, com destaque a iLP-C que apresentou os

maiores valores, ultrapassando até mesmo a mata nativa. Até o momento estes

resultados demonstram que os sistemas de integração são capazes de manter a qualidade

3

biológica do solo, mesmo após a sua sucessão.

-iLPF: as áreas de iLPF com as diferentes conformações apesentaram diferença

estatística significativa para as variáveis fosfatase ácida e B-glicosidase, e foi possível

verificar que a distancia do pé da planta perene influencia na atividade bem como na

presença dos micro-organismos do solo; aos três metros do pé da planta apresentaram-

se maior número e maior atividade microbiana.

2. INTRODUÇÃO

Este projeto foi elaborado em virtude da demanda de conhecimentos da

dinâmica da microbiota do solo em sistemas de iLP e iLPF. Os trabalhos com os

sistemas integrados no Laboratório de Microbiologia do Solo da UFMT/FAMEV,

campus de Cuiabá, MT iniciaram-se em 2008. Neste período vários ganhos foram

alcançados com os resultados.

No sistema de iLP tivemos a participação de uma aluna de graduação que

desenvolveu seu trabalho de conclusão de curso e atualmente temos outra aluna de

graduação desenvolvendo trabalhos com fungos micorrízicos arbusculares e uma aluna

de mestrado do curso de Pós Graduação em Agricultura Tropical (PPGAT) que tem

como tema da dissertação avaliar a resiliência da iLP nos atributos químicos e

microbiológicos do solo.

Na iLPF já foi concluída uma dissertação no ano de 2012 que teve como tema a

análise dos atributos microbiológicos nos solos. Atualmente, a aluna que desenvolveu

este trabalho está cursando o doutorado no PPGAT e dará continuidade aos trabalhos

com a microbiota do solo. Porém, a iLPF já está no momento em quem se tem pasto e

animais e objetiva-se avaliar qual a influência destes fatores nos atributos

microbiológicos.

No estado de Mato Grosso, em especial a região Norte e Médio Norte, devido à

exploração agrícola e pecuária, com o uso intensivo do solo associado a manejos

inadequados, levou à degradação do solo, perda do potencial produtivo e elevados

custos de produção, além de gerar sérios problemas tanto econômicos como ambientais,

e a necessidade de abertura de novas áreas na região.

A qualidade do solo tem chamado atenção, e a quantificação de alterações nos

seus atributos, decorrentes da intensificação de sistemas de uso e manejo, têm sido

amplamente realizadas para monitorar a produção sustentável dos solos.

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Frente a esta realidade, deve-se buscar alternativas viáveis para utilização

sustentável dos recursos naturais, baseadas em conservação de solo e ambiente,

maximizando o uso de recursos e a produção agropecuária. Nesse contexto, podem-se

destacar práticas agropecuárias, tais como o sistema de plantio direto na palha (SPD) e a

diversificação das atividades, por meio da integração Lavoura-Pecuária (iLP) e

integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF). A inclusão de pastagens e floresta em

áreas agrícolas pode ser uma ferramenta útil na recuperação de áreas degradadas, bem

como um meio para garantir a sustentabilidade deste sistema.

Esses sistemas de produção que integram agricultura e pecuária (iLP), bem

como agricultura, pecuária e floresta (iLPF) são práticas recentes empregadas no Estado

de Mato Grosso, o qual é responsável por uma das maiores produções agrícolas

nacionais. Esses sistemas de manejo buscam maximizar a utilização da área, integrando

grandes culturas como, milho, soja e feijão, com brachiaria, e floresta, com árvores

geralmente utilizadas para reflorestamento, como o eucalipto, mogno e outras florestais.

Para que os sistemas integrados sejam adotados em escala, a realização de

pesquisas nas áreas já instaladas e a demonstração de resultados práticos aos produtores

por meio de dias de campo, palestras e publicações são indispensáveis para que os

mesmos sejam incentivados e os sistemas ganhem âmbito de áreas comerciais. E desta

forma propõe-se este projeto de pesquisa.

3. MATERIAL e MÉTODOS

O trabalho está sendo realizado com solo coletado em duas fazendas particulares

do norte de Mato Grosso. Nestas áreas estão dispostas unidades de referência

tecnológica (URT) da EMBRAPA Arroz e Feijão, nos quais estão um sistema de

integração lavoura-pecuária (ILP), no município de Santa Carmem, e um sistema de

integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), no município de Nova Canaã do Norte.

3.1 Avaliação microbiológica do solo sob Integração Lavoura-Pecuária (ILP)

O trabalho na iLP está sendo conduzido em uma Unidade de Referência

Tecnológica (URT) da Embrapa Arroz e Feijão, no município de Santa Carmem,

localizada na Fazenda Dona Isabina, onde o sistema iLP foi estabelecido em dezembro

de 2006, atualmente está com rotação de lavoura soja e milho safrinha. Estas áreas

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foram georeferenciadas, compostas de piquetes de 20 hectares, com a descrição

apresentada na Tabela 1.

Tabela 1. Descrição da configuração dos tratamentos da iLP, URT Santa Carmem, MT.

Trat. Sistema Configuração anterior e atual do campo Área

01 iLP/ A Sucessão de iLP, que havia cultivo de soja na safra, milheto

consorciado com Brachiaria ruziziensis, na entressafra. Atualmente

com lavoura de soja e milho safrinha.

20 ha

02 iLP/ B Sucessão de iLP, cultivo de arroz na safra, seguido de milho, sorgo ou

milheto consorciado com Brachiaria ruziziensis, na entressafra.

Atualmente com lavoura de soja e milho safrinha.

20 ha

03 iLP/ C Sucessão de iLP, cultivo de soja na safra, milho consorciado com

Brachiaria brizantha, na entressafra. Atualmente com lavoura de soja e milho safrinha.

20 ha

04 iLP/ D Sucessão de iLP, cultivo de Brachiaria brizantha por 1 ano mais gado

com rotação de lavoura por 3 anos. Atualmente com lavoura de soja e

milho safrinha.

20 ha

05 iLP/ E Sucessão de iLP, cultivo de Brachiaria brizantha por 1 ano + gado com

rotação de lavoura por 3 anos. Atualmente com lavoura de soja e milho

safrinha.

20 ha

06 Lavoura Monocultivo de soja (Glycine max (L.) sob manejo convencional. 20 ha

07 Pastagem Pastagem com cultivo de Brachiaria brizantha, há 7 anos. 20 ha

08 Mata

nativa

Mata nativa com caracteristica da região. 20 ha

A coleta de solo foi realizada em setembro/2012, correspondente ao período de

seca na região. Amostras de solo deformadas foram coletadas na profundidade de 0-20

cm para as análises microbiológicas. Onde coletou-se 5 amostras compostas de 3

subamostras simples em cada piquete de todas as áreas descritas anteriormente.

O solo coletado foi homogeneizado, adicionado em sacos plásticos,

devidamente identificados, acondicionados em caixas térmicas contendo gelo e

transportados para ao Laboratório de Microbiologia do Solo da Faculdade de

Agronomia e Medicina Veterinária na Universidade Federal de Mato Grosso, onde

foram armazenados em câmara fria à 4 °C até a execução das análises, para todas as

análises laboratoriais foram feitas triplicatas de cada amostra.

3.2 Avaliação microbiológica do solo sob integração lavoura-pecuária-floresta

(iLPF)

6

O estudo está sendo desenvolvido na Fazenda Gamada, localizada no

município de Nova Canaã do Norte – MT, em uma área experimental de integração

lavoura-pecuária-floresta (ILPF) já instalada desde 2009, constituída por 5 piquetes de 5

ha (250 x 200), conforme Tabela 2. Em março de 2011 a pastagem foi introduzida em

meio a lavoura de grãos (mistura de sementes ao fertilizante), a qual está sendo

pastejada até o presente momento.

Tabela 2. Descrição dos tratamentos da iLPF, em Nova Canaã do Norte, MT.

Sistema Configuração Área

iLPF linha simples

de eucalipto

Faixa de 200 m de largura com povoamento de eucalipto

(Eucalyptus urograndis), em linhas únicas de 250 m de

comprimento separadas entre si por 20 m, com plantio de soja (Glycine max) na safra, milho (Zea mays) na safrinha e

Brachiaria ruziziensis na entressafra, nas entrelinhas.

5 ha

iLPF linha dupla de

eucalipto

Faixa de 200m de largura com povoamento de eucalipto

(Eucalyptus urograndis) distribuídos em sub-faixas compostas

por duas linhas de 250 m de comprimento separadas entre si por

3 m, com distância entre plantas de 2 m e distancia entre sub-

faixas de 20m , com plantio de soja (Glycine max) na safra,

milho (Zea mays) na safrinha e Brachiaria ruziziensis na

entressafra, nas entrelinhas.

5 ha

iLPF linha tripla eucalipto

Faixa de 200 m de largura com povoamento de eucalipto (Eucalyptus urograndis) distribuídos em sub-faixas composta

por três linhas de 250 m de comprimento separadas entre si por

3 m, com distância entre plantas de 2 m e distância entre sub-

faixas de 20 m, com plantio de soja (Glycine max) na safra,

milho (Zea mays) na safrinha e Brachiaria ruziziensis na

entressafra, nas entrelinhas.

5 ha

Rotação

soja/pastagem

Área anteriormente com plantio de soja (Glycine max) na safra,

milho (Zea mays) na safrinha e atualmente Brachiaria

ruziziensis mantida por 3 anos.

5 ha

Mata nativa Área com mata nativa característica da região. 5 ha

Foram amostrados em todos os cinco tratamentos, o solo com três repetições por

tratamento (três faixas/pontos dentro do talhão de 5 ha). As amostras foram retiradas no

sentido transversal às linhas das espécies florestais, partindo do meio da área ocupada

pela pastagem (a 10 m das árvores), até o meio da próxima faixa de pastagem (10 m

após as árvores), ficando as linhas florestais no centro da área de amostragem, conforme

figura abaixo.

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Figura 1. Área desde o início e esquema de pontos de coleta (pontos azuis).

Foram coletados também amostras de solo de mata, localizada próximo à sede

da fazenda, e de lavoura tradicional, sendo 3 pontos por tratamento.

As amostras foram retiradas da camada de 0-20 cm de profundidade nos pontos

a 10 m, 6 m e 3 m florestais para ambos os lados, mais um ponto no sub-bosque

entremeio as florestais, totalizando 7 amostras em cada repetição, com um total de 21

amostras por piquete (resultado das 3 repetições), totalizando 35 amostras de campo.

As análises microbiológicas foram feitas no laboratório de Microbiologia do

Solo, da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Cuiabá – MT.

3.2.1 Procedimento Analítico

No Laboratório de Microbiologia do Solo da Faculdade de Agronomia,

Medicina Veterinária e Zootecnia na Universidade Federal de Mato Grosso, foi

realizado as análises microbiológicas das amostras coletadas na iLP e iLPF.

3.2.1.1 Atividade enzimática

Para a determinação da atividade das enzimas β-glicosidase e fosfatases foram

utilizados os métodos descritos por Tabatabai e Bremner (1969), adaptados como

descrito abaixo.

Enzima β-glicosidase

O substrato utilizado na reação desta enzima foi o p-nitrofenil-β-D-

Glucopiranosídeo 0,05 mol L-1

e uma solução tampão estoque universal modificada

(MUB estoque) preparada para uma solução MUB pH 6 a partir de 200 mL de MUB

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estoque, para 1000 mL de solução, corrigindo o pH com HCl 0,1 mol L-1

.

Amostras de 0,5 g solo foram colocadas em tubos de ensaio separadamente,

utilizando três repetições para cada tratamento. Em seguida foram adicionados 2 mL de

MUB pH 6 e 0,5 mL de p-nitrofenil 0,05 mol L-1

em todos os frascos. Os tubos de

ensaio foram fechados e incubados a 37 °C por uma hora. Após incubação foram

adicionados 0,5 mL CaCl2, 2 mL solução extratora de Tris-Hydroxymetyl-Amino-

Metano (THAM pH 12) e 1 mL de água destilada. Procedeu-se em seguida à filtragem

em papel filtro Whatman n° 02.

A intensidade da coloração amarela do filtrado foi determinada em

espectrofotômetro a 400 nm de absorbância. A quantidade de p-nitrofenol formada em

cada amostra foi determinada com base em curva padrão preparada com concentrações

conhecidas de p-nitrofenol (0, 1, 2, 3, 4, 5 mg de p-nitrofenol para solução em total de 5

mL, aferidos com água destilada). A atividade enzimática foi expressa em μg de p-

nitrofenol liberado por hora por grama de solo seco (μg p-nitrofenol h-1

g solo seco-1

).

Enzimas fosfatases ácida e alcalina

Na fosfatase ácida, o substrato utilizado na reação da enzima foi o p-nitrofenil

fosfato 0,05 mol L-1

em uma solução tampão universal estoque modificada (MUB

estoque) preparada para uma solução MUB pH 6,5, obtida a partir da titulação de 200

mL MUB estoque, para 1000 mL solução, com adição de HCl 0,1 mol L-1

para

regulação do pH.

Amostras de 0,5 g solo foram colocadas em tubos de ensaio separadamente,

utilizando três repetições e um controle, composto por todos os reagentes exceto o solo.

Em seguida foram adicionados 2 mL de MUB em todos os frascos, e 0,5 mL de p-

nitrofenil 0,05 mol L-1

.

Os tubos de ensaio foram fechados e incubados a 37 °C por uma hora e então

levados a agitação por mais uma hora. Após incubação e agitação, foram adicionados

0,5 mL CaCl2 0,5 mol L-1

, 2 mL NaOH 0,5 mol L-1 e 1 mL de água destilada,

procedendo em seguida à filtragem em papel filtro Whatman n° 02. A intensidade da

coloração amarela do filtrado foi determinada em espectrofotômetro a 400 nm de

absorbância.

A quantidade de p-nitrofenol formada em cada amostra foi determinada com

base em curva padrão preparada com concentrações conhecidas de p-nitrofenol (0, 1, 2,

9

3, 4, 5, mg de p-nitrofenol em total de 5 mL, completos com água destilada). A

atividade enzimática é expressa em μg de p-nitrofenol liberado por hora por grama de

solo seco (μg p-nitrofenol h-1

g solo seco-1

).

Para a fosfatase alcalina seguiu-se o mesmo procedimento descrito na fosfatase

ácida, com exceção do pH do MUB, onde foi alcalinizado para pH 11.

3.2.1.2 Contagem de fungos, bactérias, actinomicetos e celulolíticos totais

Para a determinação da comunidade microbiana foi utilizado o método da

diluição seriada e plaqueamento em meio seletivo (Wollum, 1982). A partir das

amostras de 10 g de solo para execução da metodologia.

A partir dessa amostra foi realizada diluição seriada até 10-5. Após a

homogeneização, com auxílio de pipetador automático, foram distribuídos 200 μL de

cada diluição sobre o meio agarizado e uniformizado com o auxílio da alça de Drigalski.

As placas, de 9 cm de diâmetro, foram incubadas invertidas a 26 ± 2 ºC. A avaliação foi

realizada 48 h, 24 h e 5 dias após incubação, respectivamente, contando-se o número de

unidades formadoras de colônias em cada placa.

Os valores obtidos a partir da contagem direta das colônias foram calculados

para unidades formadoras de colônias por mililitro (UFC mL-1

). Foram utilizadas três

placas para cada diluição, e consideradas para cálculos apenas as diluições cujas placas

tinham entre 30 a 300 colônias.

3.2.1.3 Análise estatística dos dados

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo

teste de Kruskal Wallise e Tukey a 1% de probabilidade, utilizando-se o programa

Assistat, versão 7.6, beta 2011 (Silva e Azevedo, 2002).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em virtude de o projeto estar em andamento, aqui apresentamos apenas os resultados

das coletas do período de chuvas na região.

10

4.1 Caracterização microbiológica do solo sob sistemas de iLP

4.1.2. CBM, respiração basal e quociente metabólico do solo

Os resultados dos atributos microbiológicos dos solos responderam

diferentemente nos sistemas. Na Tabela 3 encontram-se os resultados do carbono da

biomassa microbiana (CBM), respiração basal e quociente metabólico.

Os maiores valores do CBM foram encontrados no sistema iLP D (776,69 µg C

g-1

solo seco). Na respiração basal não houve diferença estatística entre os sistemas. O

quociente metabólico, os maiores valores foram encontrados na iLP A (5,82 µg CO2 µg

C mic dia-1

) (Tabela 3).

Tabela 3. Carbono da biomassa microbiana, respiração basal e quociente metabólico do

solo, nos diferentes sistemas avaliados, na camada de 0-20 cm, durante o período de

chuva em 2013, no município de Santa Carmem, MT.

Sistemas CBM

µg C g-1

solo seco

Respiração Basal

µg CO2 g-1

solo seco h-1

q-Metabólico

µg CO2 µg C mic dia-1

iLP A 47,24 c 255,97 a 5,82 a

iLP B 204,09 b 193,04 a 0,94 c

iLP C 86,93 c 215,15 a 2,62 b

iLP D 776,69 a 214,30 a 0,28 c

iLP E 130,39 c 162,42 a 1,34 c

Mata nativa 179,53 b 241,51 a 1,44 c

Rotação 289,13 b 204,09 a 0,71 c

CV (%) 27,77 20,67 60,82 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo

teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

O CBM foi maior no sistema de iLP D, analisando o histórico desta área, esta

conformação foi utilizada nos primeiros cinco anos, sempre com uma cultura anual

(leguminosa) no inverno e duas gramíneas consorciadas (milho, sorgo ou milheto + B.

11

ruziziensis) no verão, mudando esse cenário apenas no ano agrícola de 2010/2011 para

uma gramínea (arroz) no inverno e duas gramíneas no verão (piatã + estilosantes).

Assim ao longo deste histórico a iLP D sempre esteve com três culturas diferentes ao

longo de cada ano agrícola, essa diversificação de culturas em uma mesma área

favoreceu o desenvolvimento da biomassa microbiana do solo.

Chavéz et al., (2011) em seu estudo sobre diversidade metabólica e atividade

microbiana de solos sob iLP, confirma o exposto anterior, e explica que, essa

diversidade de espécies vegetais, proporcionam maiores quantidades de diferentes

substratos (exsudatos liberados pelas plantas) que são utilizados pela microbiota do solo

como fonte de carbono.

Por outro lado, Avarenga e Noce (2005) mencionam que, o acúmulo de palhada

e raízes, proporcionado pela pastagem, tende a proporcionar aumento da matéria

orgânica do solo, proporcionando mais fonte de carbono para os micro-organismos.

Para a respiração basal do solo, não diferiu estatisticamente entre os sistemas de

uso do solo. Para Insam e Domsch, (1988), a biomassa mais eficiente, seria aquela que

perde menos carbono na respiração e incorpora mais à suas células, assim, neste estudo

o sistema de iLP D se destaca, por ter incorporado maior quantidade de CBM e ter

perdido menos carbono pela respiração basal do solo.

Esse olhar crítico sobre a BMS mais eficiente, também foi relatado por Caetano

et al., (2013) e Pezarico et al., (2013), que estudaram indicadores de qualidade do solo,

os mesmos enfatizam a importância da utilização da respiração basal para

complementar os resultados da biomassa microbiana, para posterior inferir sobre o

estado da atividade dessa comunidade.

Valores elevados de qCO2, para alguns autores (Carneiro et al., 2008; Silva et

al., 2010; Gomide et al., 2011, Melloni et al., 2013), podem indicar condições de

estresse, uma vez que, os micro-organismos tendem a consumir mais substrato,

ocorrendo um maior gasto de energia para manutenção da comunidade microbiana.

Neste estudo, para o qCO2 os maiores valores foram encontrados na iLP A. Este

resultado, pode estar relacionado a uma condição de estresse, uma vez que, esta área foi

mantida por 2 anos consecutivos sob cultivo de pastagem (marandu), neste período o

aumentando do pisoteio proporcionado pelos bovinos, pode ter aumentado a

compactação do solo. Apesar de não se ter sido feita esta análise, vários autores (Moura

Filho e Buol, 1972; Camargo e Alleoni, 1997; Siqueira Junior, 2005; Araújo et al.,

12

2007), relatam que a compactação modifica os atributos biológicos, limitando as trocas

gasosas, a infiltração e redistribuição de água, e bem como outros atributos, como os

físicos do solo (aeração, temperatura e resistência) e a disponibilidade de nutrientes.

A qualidade do substrato disponível para decomposição é outro fator a ser

considerado, de acordo com sua composição, podendo ser mais fácil ou não a sua

degradação, como exemplo compostos muito lignificados, são mais lentos a sua

degradação, desta forma a microbiota têm um elevado gasto energético para degradar

esse produto, até à sua incorporação.

Em estudos realizados por Pariz e colaboradores (2008), concluíram que as

espécies forrageiras estudadas, sendo uma delas a Brachiária brizanta cv. marandu,

apresentaram relação C/N alta, sendo que o marandu chegou a ter uma relação C/N de

40, com isso, sua decomposição foi mais lenta que as demais forrageiras estudadas.

Assim, além do condicionante de estresse, a qualidade do substrato, no caso a forrageira

marandu, pode ter colaborado para os elevados valores de qCO2 na iLP A.

Os resultados de Santos (2005) confirmam que o qCO2 pode estar relacionado

com a atividade decompositora da biomassa microbiana, altos valores incluem maior

gasto energético e consequentemente menor eficiência para incorporar o carbono na

célula microbiana.

O sistema integrado de produção na conformação D proporcionou estabilidade

ao metabolismo microbiano, tal fato, pode ter sido favorecido pela diversificação de

culturas em uma mesma área, que como já falado anteriormente, sempre esteve com três

culturas diferentes ao longo de cada ano agrícola, esse fator ao longo dos anos

proporcionou essa estabilidade ao sistema solo.

4.1.3. Atividade enzimática do solo

A atividade das enzimas β-glicosidase, fosfatase ácida e alcalina, e urease do

solo tiveram resultados variáveis entre os sistemas. Em todos os sistemas avaliados, em

geral a mata teve a maior atividade destas enzimas (Tabela 4).

A enzima β-Glicosidase, não houve diferença estatística entre os sistemas. Para a

enzima fosfatase ácida, a mata teve a maior atividade (184,00 µg p-nitrofenol h-1

g solo

seco-1

), diferindo estatisticamente dos demais sistemas. Na fosfatase alcalina, observou-

se que, nos sistemas iLP B e iLP C, tiveram maiores valores desta enzima (171,74 e

13

168,06 µg p-nitrofenol h-1

g solo seco-1

, respectivamente) não diferindo estatisticamente

entre si (Tabela 4).

Na urease do solo, os sistemas de iLP A, iLP B, mata e rotação, apresentaram os

maiores valores desta enzima (440,47 ; 409,03; 419,51; 435,23 µg uréia h-1

g solo seco-

1, respectivamente ), não diferindo estatisticamente entre eles (Tabela 4).

14

Tabela 4. Atividade enzimática do solo, nos diferentes sistemas avaliados, na camada

de 0-20 cm, durante o período de chuvas de 2013, em Santa Carmem, MT.

Sistemas β-Glicosidase Fosfatase Ácida Fosfatase Alcalina Urease

-------------µg p-nitrofenol h-1 g solo seco-1------------- µg uréia h-1 g solo seco-1

iLP A 116,39 a 117,79 b 46,68 b 440,47 a

iLP B 123,94 a 100,02 b 171,74 a 409,03 a

iLP C 123,16 a 107,98 b 168,06 a 361,85 b

iLP D 108,33 a 127,91 b 97,26 b 261,22 c

iLP E 110,67 a 80,09 b 77,03 b 346,13 b

Mata nativa 127,06 a 184,00 a 62,31 b 419,51 a

Rotação 114,05 a 131,59 b 60,78 b 435,23 a

CV (%) 3,94 9,34 11,90 5,65

Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo

teste Scott Knott a 5% de probabilidade.

Em geral a produção de enzimas extracelulares pela microbiota, ocorre quando,

carbono solúvel, nitrogênio e outros nutrientes estão escassos (Koch, 1985). Isso por

que, quando um nutriente está disponível no solo, não há necessidade da célula

microbiana gastar energia para assimilá-lo, uma vez que, já está disponível (Pelletier e

Sygush, 1990; Chróst, 1991; Sinsabaugh e Moorhead, 1994; Wallenstein e Weintraub,

2008).

A enzima β-Glicosidase é uma das mais comuns encontradas no solo. Possui

papel fundamental na degradação da celulose, e ao final do processo, libera glicose

como fonte de energia para os micro-organismos (Makoi e Ndakidemi, 2008).

Ao se considerar que, dentre os principais fatores que afetam a atividade das

enzimas, destacam-se a quantidade e qualidade dos resíduos vegetais (Mendes e Reis

Jr., 2004; Mendes et al., 2009) bem como, o pH, temperatura e umidade do solo

(Ekenler e Tabatabai, 2003), podemos inferir que estes fatores agiram de forma

homogenia nos sistemas avaliados, não sendo possível diferenciar o efeito dos sistemas

de uso do solo sobre esta enzima.

Os sistemas naturais, compostos pela vegetação nativa, ricos em diversidades de

espécies vegetais, conseguem se auto sustentar sem adição de fertilizantes (Conte et al.,

2002). Essa diversidade de espécies vegetais na mata nativa disponibilizam diferentes

substratos para a microbiota (Garcia et al., 1997). Esse fato foi constatado neste estudo,

onde o sistema de mata nativa teve a maior atividade da enzima fosfatase ácida,

diferindo estatisticamente dos demais sistemas, que por sua vez apresentaram resultados

15

homogêneos.

Estes resultados encontram-se de acordo com os vários trabalhos apresentados

em literatura, onde a maior atividade da fosfatase ácida foi apresentada na vegetação

nativa sob diferentes solos (Carneiro et al., 1999; Mendes et al., 2003; Matsuoka, 2001;

Caravaca et al., 2002; Schmitz, 2003; Matsuoka, 2006).

Segundo Gomide et al., (2011), a indução da produção desta enzima pelos

micro-organismos é induzida pela baixa disponibilidade de P no solo. Assim como já

relatado em outros autores que trabalharam com essa e outras enzimas, que não há

necessidade da célula microbiana gastar energia para assimilá-lo, uma vez que, já está

disponível (Pelletier e Sygush, 1990; Chróst, 1991; Sinsabaugh e Moorhead, 1994;

Wallenstein e Weintraub, 2008).

Deve-se destacar também, a contribuição dos altos teores de matéria orgânica,

como contribuinte dos aumentos da atividade da fosfatase ácida na mata. A matéria

orgânica fornece complexos húmicos que mantém a atividade desta enzima no solo

(Dick et al., 1988).

A fosfatase ácida possui extrema importância na mineralização do P orgânico do

solo, especialmente quando se trata de solos do Cerrado, em que a disponibilidade deste

nutriente é restrita (Tabatabai, 1994).

Ainda segundo este autor, a fosfatase alcalina difere da ácida, pelo pH ótimo de

atividade, onde a alcalina age em pH 9 a 10 a ácida em pH 4 a 6,5. Ambas são

secretadas por micro-organismos do solo, e possuem papel importante no ciclo do P.

A fosfatase alcalina teve respostas diferentes quando comparadas com a

fosfatase ácida, onde a iLP B e iLP C tiveram valores mais altos que a mata nativa. O

pH e a qualidade da matéria orgânica nessas iLPs pode ter favorecido este resultado.

Para Gonnety et al., (2012) estudos da atividade das enzimas extracelulares, podem

fornecer informações sobre a disponibilidade temporal e espacial de compostos

orgânicos específicos, como a disponibilidade de C, N e P.

A atividade da urease respondeu de forma homogênea nos sistemas avaliados,

com exceção da iLP C, iLP D e iLP E que tiveram menores valores.

O sistema de uso do solo possui grande influência sobre a atividade da enzima

urease, Marchiori-Júnior (1998) identificou uma redução na atividade da urease,

aproximadamente 33% em solos com pastagens há 10 anos e 72% com algodão, quando

comparados com solos de mata nativa, no Estado de São Paulo.

16

Em estudos com comparações entre sistema de plantio direto (PD) e

convencional (CN), a urease esteve superior no sistema plantio direto. Apresentando

similaridade com os solos sob campo natural em termos da atividade de uma das

enzimas ligadas ao ciclo do N. O resultado foi atribuído aos maiores teores de MO em

PD, o que estimularia a atividade microbiana do solo (Van den Bosshe et al., 2008;

Lisboa et al., 2012).

Sinsabaugh (1994), concluiu que os ensaios enzimáticos oferecem vantagens

quanto à sensibilidade, especificidade e facilidade. Isso por que respondem rapidamente

a perturbações no solo, o que é interessante para o monitoramento da dinâmica espacial

e temporal da atividade microbiana e investigações na ciclagem de nutrientes mediados

por esta.

O plantio direto, sem revolvimento do solo foi relatado como capaz de melhorar

a atividade enzimática do solo (Van den Bossche et al., 2008; Lisboa et al., 2012), e

neste trabalho o plantio direto aliado ao sistema de integração de culturas foi capaz de

se aproximar à mata nativa quanto a produção de enzimas e bem como a produção de

biomassa microbiana, resultados esses positivos para a sustentabilidade do solo.

4.1.4. População de micro-organismos do solo

A população cultivável de bactérias, micro-organismos celulolíticos,

actinomicetos e fungos do solo foram variáveis entre os sistemas e épocas (Tabela 5). A

população de bactérias foi maior na iLP A, iLP B e na mata, estes não diferiram

estatisticamente entre si.

O sistema que favoreceu o desenvolvimento de actinomicetos foi a iLP A, tal

observação também foi constatada neste mesmo sistema para os micro-organismos

celulolíticos. Já a população de fungos do solo foi maior na iLP B (Tabela 5).

Tabela 5. População de micro-organismos cultiváveis do solo, nos diferentes sistemas

avaliados, na camada de 0-20 cm, durante o período de chuvas de 2013, em Santa

Carmem, MT.

Sistemas Bactérias Actinomicetos Mic. Celulolíticos Fungos

----------------Nº UFC x 106 g

-1 solo---------------- Nº UFC x 10

4 g

-1 solo

iLP A 1,42 a 1,33 a 1,38 a 3,69 b

iLP B 1,19 a 1,08 c 1,13 b 4,61 a

iLP C 0,79 b 0,83 e 0,99 c 3,07 c

17

iLP D 0,94 b 0,99 d 1,17 b 2,58 c

iLP E 0,77 b 1,19 b 0,90 c 2,43 c

Mata nativa 1,33 a 1,13 c 0,96 c 2,77 c

Rotação 0,91 b 0,65 f 0,30 d 1,88 d

CV (%) 19,26 8,55 12,78 23,43 Médias seguidas pelas mesmas letras minúsculas na coluna, não diferem estatisticamente entre si,

pelo teste Scott-Knott a 5% de probabilidade.

18

Os sistemas que favoreceram o crescimento bacteriano do solo, foram a iLP A,

iLP B e a mata, provavelmente estimulado pelas culturas, que influenciaram

diretamente sobre as comunidades bacterianas da rizosfera.

Porém, pelo método de diluição seriada, algumas informações são limitadas,

como por exemplo, a diversidade de espécies, que forneceria informações sobre as

comunidades funcionais. Assim, não se sabe se esse número é em quantidade ou

qualidade.

Mas sabe-se que quanto maior o aporte de matéria orgânica, diversificada em

compostos, maior será a diversidade de espécies microbianas (Garcia et al., 1997), o que

seria o ideal ao se pensar em nicho ecológico, onde uma comunidade interage com

outras e atua em partes de determinado processo, como a ciclagem de nutrientes, que

depende de um conjunto de comunidades microbianas funcionais, para exercer tal

função. Neste contexto os sistemas de integração se destacam pela diversificação de

culturas e o não revolvimento do solo, que favorece a diversidade microbiana.

Em geral, a influência do manejo e das culturas sobre as populações de

actinomicetos do solo é menor do que sobre as demais bactérias e os fungos. Devido o

crescimento lento e a baixa capacidade competitiva desses micro-organismos, por não

conseguirem se predominar em substratos orgânicos, onde outros micro-organismos

apresentam capacidade de colonização mais rápida (Siqueira e Franco, 1988; Pereira, et

al., 1999).

Apesar dos actinomicetos apresentarem baixa capacidade competitiva, esses

micro-organismos formam esporos e conídios, essas estruturas, lhes confere resistência

e permite a sua sobrevivência em condições adversas, isso demonstra a importância de

estudos ecológicos das populações de actinomicetos (Williams, et al., 1972; Vobis,

1997).

Na iLP A foram obtidos os maiores valores de micro-organismos celulolíticos.

Tal resultado pode ser atribuído aos resultados de bactérias, onde tiveram resultados

parecidos nos mesmos sistemas. Isso por que, o meio de cultura utilizado para

enumeração de micro-organismos celulolíticos, favorece o crescimento de bactérias,

actinomicetos e fungos, sem distinção. Apenas classifica-os quanto à degradação da

celulose.

Neste sentido, os resultados das populações de bactérias corroboram com os dos

micro-organismos celulolíticos. Podendo inferir, que o tipo de comunidade

19

predominante de micro-organismos celulolíticos está mais associado a bactérias do que

a fungos. Apesar dos fungos também serem notados como positivos a degradação da

celulose, mas não foram tão predominantes neste estudo, quanto às bactérias.

A população de fungos foi favorecida pela iLP B, onde teve o maior número

dessa população. A comunidade de fungos do solo é menor quando comparado com as

de bactérias (Siqueira e Franco, 1988), tais resultados são similares com os obtidos

neste trabalho.

Porém para Perez et al., (2004), a condição da mata, onde há uma grande

deposição de resíduos orgânicos, maior quantidade de raízes e de água retida no solo,

estimulam a comunidade microbiana do solo. Essa comunidade tende a ser maior em

solos em condição de mata do que em solos agrícolas que sofrem perturbações.

Tal resultado não foi observado neste estudo, em geral os solos sob integração

Lavoura-Pecuária, favoreceram o crescimento microbiano. Isso se deve ao aporte de

matéria orgânica, o não revolvimento do solo e a diversificação de culturas em uma

mesma área. O que seria o ideal ao se pensar em sustentabilidade das práticas agrícolas.

Essa preocupação com a sustentabilidade se deve ao fato que, a perda da

biodiversidade gera não somente impactos ecológicos, mas também sociais e

econômicos. Uma vez que, o desequilíbrio ecológico tende a se compensar de alguma

forma, e geralmente mais drástica e dispendiosa.

Os micro-organismos do solo são responsáveis por processos que têm influencia

direta ou indiretamente na produtividade e sustentabilidade dos ecossistemas terrestres.

O método de contagem desses micro-organismos, apesar de ser visto com ressalvas,

ajuda a entender os processos que nele ocorrem, uma vez que, aliando com outros

atributos, ele serve como indicador do impacto de diferentes atividades antrópicas

(Previati et al., 2012).

4.2 Caracterização microbiológica do solo sob sistemas de iLPF, rotação

soja/pastagem e mata nativa

A rotação soja/pastagem apresentou a maior atividade da enzima β-glicosidase,

significativamente maior e diferente dos demais sistemas. Entretanto, o sistema de mata

nativa foi menor e diferente dos demais. Para a atividade da fosfatase ácida, observa-se

20

a mata com maior resultado nesta enzima, enquanto o sistema de iLPF linha tripla de

eucalipto nas distancia 0 e 6 m da planta, foram os menores resultados encontrados.

Resultados da literatura demonstram que a atividade da β-glicosidase é maior em

sistema sem revolvimento do solo, demonstrando o aumento de carbono no solo, devido

à mantença na atividade rizosférica permanente nessa área (Lisboa et al., 2012), porém

esse resultado não vem de encontro ao apresentado na Tabela 5, uma vez que o solo de

mata nativa apresentou os menores resultados.

Porém o relato de Lisboa et al. (2012) vem de encontro com os resultados de

maior atividade na área sob sistema de rotação soja/pastagem e na distância de 3 m da

planta nos três sistemas de iLPF avaliados, uma vez que nessas áreas entra-se a maior

abrangência da atividade rizosférica.

Tabela 6. Atividade das enzimas β-glicosidase e Fosfatase ácida em solo sob

integração Lavoura-Pecuária-Floresta na região Norte de Mato Grosso,

durante o período de chuvas da região, maio de 2013, na profundidade 0-20

cm.

Tratamentos* β-glicosidase Fosfatase ácida

----------- µg p-nitrofenol h-1 g solo seco -1 -----------

LS 0 m 326,54 g 476,05 b

LS 3 m 426,70 b 447,36 ef

LS 6 m 387, 22 e 442,75 ef

LS 10 m 482,76 d 468,68 c

LD 0 m 311,54 fg 461,84 d

LD 3 m 411,69 bcd 410,51 h

LD 6 m 445,52 bc 446,44 de

LD 10 m 207,18 i 426,17 fg

LT 0 m 442,62 bcd 294,70 j

LT 3 m 409,33 cd 388,14 gh

LT 6 m 360,10 ef 278,90 j LT 10 m 371,55 efg 353,66 i

Pasto 706,36 a 243,11 de

Mata 283,90 h 534,22 a *LS – Linha Simples de eucalipto; LD – Linha Dupla de eucalipto; LT – Linha Tripla de eucalipto;

* 0 m, 3 m, 6 m, 10 m distância das coletas em relação ao pé da planta de eucalipto

Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Kruskal Wallis, a 1 % de

probabilidade.

Em um estudo realizado por Chaer e Tótola (2007), avaliando atividade

enzimática em solo de eucalipto, obtiveram para a β-glicosidase, valores menores do

que os encontrados no presente trabalho, sendo nas áreas com vegetação natural as

maiores concentrações, o que não corrobora com os resultados da Figura 1, para a

maioria dos sistemas.

Na atividade enzimática da fosfatase ácida observou-se variação entre as

21

distâncias avaliadas, entretanto não apresenta uma tendência de atividades, como a β-

glicosidase apresentou.

Na literatura foram encontrados valores semelhantes, para a maioria dos

tratamentos avaliados; para uma mesma profundidade de avaliação, Matsuoka et al.

(2003) quantificaram a atividade da fosfatase ácida em solos sob Cerradão e

encontraram valores de 383,1 μg p-nitrofenol g de solo h-1

.

A área do presente estudo é uma transição de Cerrado para Floresta Amazônica e

a atividade média encontrada foi superior ao encontrado por Matsuoka et al. (2003), e

menores aos apresentados por Mendes e Vivaldi (2001), os quais quantificaram a

atividade da fosfatase em 2.421 μg p-nitrofenol g-1

de solo h-1

em solo de Cerradão, na

mesma profundidade.

Os autores Chuderova e Zubeta (1969), Dick (1994) e Matsuoka et al. (2003)

destacam que a atividade das fosfatases está diretamente relacionada aos níveis de P do

solo, além do pH, o qual caracteriza a fosfatase em ácida e alcalina.

Estudos demonstram que a atividade das enzimas fosfatase ácida e β-glicosidase

são afetadas pelas práticas de manejo do solo, sendo verificadas reduções acentuadas

em sistema de manejo convencional, em detrimento dos sistemas considerados

conservacionistas, como o plantio direto (Aon et al., 2001). Esse resultado não foi

evidenciado, entretanto destaca-se o resultado das áreas com maior presença rizosférica,

as quais apresentaram maior atividade destas enzimas.

As enzimas apresentam grande importância para os solos, pois grande parte das

transformações bioquímicas que ocorrem neste ambiente é dependente ou relacionada à

presença de enzimas e a avaliação de suas atividades pode ser útil para indicar se um

solo está desempenhando adequadamente os processos que estão intimamente ligados a

sua qualidade (Reis Junior e Mendes, 2009).

O número de bactérias totais presentes nos solos foi determinado por unidades

formadoras de colônias (UFC), utilizando-se os meios de cultura ágar nutriente, extrato

de solo e celulolítico obteve-se o maior crescimento médio para todos os tratamentos

avaliados (Tabela 6).

22

Tabela 7. Número de Unidades Formadoras de Colônias em meios Batata dextrose ágar

(BDA), Ágar nutriente (AN), Extrato de solo (ES) e Meio Celulolítico (CEL),

em solo sob integração Lavoura-Pecuária-Floresta na região Norte de Mato

Grosso, durante o período de chuvas da região, maio de 2013, na profundidade

0-20 cm.

Tratamentos* UFCs BDA UFCs AN UFCs ES UFCs CEL

x 101 UFCs g solo-1 ------------------- x 103 UFCs g solo-1 -------------------

LS 0 m 7 e 373 d 353 j 260 i

LS 3 m 4 f 318 e 872 d 577 f

LS 6 m 9 b 397 d 1141 b 956 c

LS 10 m 10 a 423 d 686 g 734 e

LD 0 m 6 e 243 g 425 i 387 h

LD 3 m 7 e 834 a 1368 a 1372 a

LD 6 m 9 d 814 c 1060 c 1042 b

LD 10 m 7 c 431 c 824 e 1096 b

LT 0 m 6 e 185 i 210 l 542 g LT 3 m 7 c 272 f 681 g 851 d

LT 6 m 4 g 327 e 528 h 608 f

LT 10 m 4 f 477 b 724 f 711 e

Pasto 2 h 158 j 235 l 178 j

Mata 7 d 228 h 316 j 162 j *LS – Linha Simples de eucalipto; LD – Linha Dupla de eucalipto; LT – Linha Tripla de eucalipto;

* 0 m, 3 m, 6 m, 10 m distância das coletas em relação ao pé da planta de eucalipto

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Kruskal Wallis, a 1 % de

probabilidade.

As áreas de iLPF apresentaram a maior quantidade de micro-organismo nos

quatro meios avaliados. Para a contagem em meio BDA, no qual obtém-se crescimento

fúngico, a iLPF linha simples de eucalipto com distância de 10 m da planta apresentou o

maior número de UFCs, diferente dos demais.

Para os meios AN, onde há crescimento bacteriano, Extrato de Solo, contagem

de UFC de actinomicetos, e Celulolítico, contagem de micro-organismos que

apresentam halo de degradabilidade do meio, composto por celulose, houve um

sincronismo de crescimento, sendo o solo destaque a área sob iLPF linha dupla de

eucalipto com distância de 3 m da planta.

Segundo Gonçalves et al. (1999) e Vargas e Scholles (2000) áreas com presença

de diferentes espécies vegetais exercem maior influência sobre os micro-organismos e

na quantidade de carbono, devido ao acúmulo de matéria orgânica, o que favorece o

crescimento e atividade microbiana na camada superficial do solo. Esta afirmação pode

justificar o maior número de UFC nos sistemas de iLPF, entretanto a mesma relação

poderia ser considerada para mata nativa, a qual possui ainda mais diversidade, porém

não apresentou maior número de UFC em nenhum dos casos.

Em ecossistemas naturais, a cobertura vegetal permanente proporciona proteção

contínua do solo, além de adicionar grandes quantidades de nutrientes principalmente

23

por meio de resíduos. Seus efeitos sobre a comunidade microbiana podem interagir com

os efeitos provocados pelas flutuações hídricas e térmicas que ocorrem durante o ano,

influenciando em menor ou maior grau essas populações (Tsai, 1992).

A adoção de sistemas de iLPF buscam a mesma relação solo-planta apresentado

pelos ecossistemas naturais, pois a integração com espécies florestais é constante e

permanente na área o que beneficia a atividade microbiana do solo, e como pode ser

visualizado na Tabela 3, neste estágio de desenvolvimento do sistema de iLPF, eles

apresentam mais estabilidade no número de UFC que o sistema de mata nativa.

Melloni et al. (2001) afirmam que o manejo do solo para cultivo geralmente

provoca desequilíbrio pronunciado nas populações da comunidade microbiana. Além

disso, defendem que a ocorrência de UFCs em mata nativa tende a ser maior em relação

à de campo, ambas as afirmações não foram observadas no presente trabalho.

Os habitats apresentam grandes diferenças em suas características, de maneira

que um habitat favorável ao crescimento de uma população de organismo pode ser

extremamente nocivo a outro (Madigan, 2004).

5. CONCLUSÕES

Como conclusões preliminares em virtude do projeto estar em andamento, após

1 ano de avaliação dos sistemas de integração Lavoura-Pecuária, sobre as variáveis

microbiológicas: carbono da biomassa; respiração basal; quociente metabólico;

atividade das enzimas β-glicosidase, fosfatase ácida e alcalina, urease; a população de

micro-organismos celulolíticos, actinomicetos, bactérias e fungos do solo, respondem

sensivelmente as alterações em função do uso do solo.

O sistema integrado de produção, em especial a conformação D, onde houve a

maior diversificação de culturas ao logo de cada ano, como grãos e pastagem na mesma

área, este fato favoreceu a estabilidade na estrutura e função da microbiota do solo.

Para as áreas de iLPF, conclui-se que a as atividades de ambas as enzimas

avaliadas não foram beneficiadas pelo sistema, sendo o pasto destaque para o pasto e

fosfatase ácida para a mata. Para crescimento de micro-organismos, a linha simples de

eucalipto a 10 m do pé da planta apresentou maior crescimento de fungos, enquanto que

o sistema com linha dupla de eucalipto aos 3 m do pé da planta foi destaque para os

demais crescimentos, bactérias totais, celulolíticos e actinomicetos.

24

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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26

7. DESCRIÇÃO DAS DIFICULDADES E MEDIDAS CORRETIVAS

Algumas dificuldades foram encontradas no momento da coleta dos solos, uma

vez que devemos primeiramente realizar os gastos e depois solicitar a restituição dos

mesmos. Mas tudo foi sanado da melhor forma. As secretárias da FEALQ/AGRISUS

são muito eficientes e cooperam para que tudo dê certo no final.

8. RELATÓRIO PRÁTICO

A partir de estudos e avaliações nos sistemas de integração Lavoura-Pecuária

(iLP), esses dados poderão contribuir gerando informações do comportamento da

microbiota do solo ao longo do tempo, e a capacidade de manutenção da qualidade

biológica do solo nestes sistemas mesmo após a sua sucessão.

A avaliação do sistema de iLPF quanto a distância do pé da planta perene irá

fornecer dados consistentes para inferirmos sobre o desenvolvimento dos micro-

organismos e as suas interações, sendo que é conhecida interação de diferentes grupos

com respectivas raízes. Além disso, nos dará subsidio para inferir sobre as condições de

ciclagem de nutrientes e de interferência quanto à relação do tipo de matéria orgânica

disponível no solo, bem como a dinâmica das comunidades microbianas frente ao

pastejo de animais na área.

A pesquisa proposta por este projeto demonstra a preocupação científica para

com os recursos naturais, no interesse de estudar e disponibilizar uma tecnologia

sustentável e inovadora com capacidade de recuperar áreas degradadas, conservar o solo

e ainda potencializar a produção no estado de Mato Grosso.

27

9. COMPENSAÇÕES OFERECIDAS À FUNDAÇÃO AGRISUS

A maior compensação oferecida à Fundação Agrisus vem em forma da produção

científica que é alcançada pelos integrantes do projeto. Dentre elas tem-se a participação

em congressos nacionais e internacionais, dias de campo que são realizados pelos

professores e pesquisadores da UFMT, campus de Cuiabá e Sinop, MT e pela Embrapa.

_______________________________________________________

Profa. Dra. Daniela Tiago da Silva Campos

Cuiabá, 16 de Dezembro de 2013.

28

10. ANEXOS

10.1 TRABALHOS PUBLICADOS

ANEXO 1. Aceite do trabalho proveniente dos dados da integração Laovoura-Pecuária-

Floresta, para apresentação no XXXIV Congresso Brasileiro do Solo,

Florianópolis, Julho-Agosto 2013.

29

ANEXO 2. Certificado de apresentação e publicação de trabalho proveniente de dados

da integração Lavoura-Pecuária, para apresentação no XXXIV Congresso

Brasileiro do Solo, Florianópolis, Julho-Agosto 2013.

30

ANEXO 3. Certificado de apresentação e publicação de trabalho proveniente de dados

da integração Lavoura-Pecuária, para apresentação no XXXIV Congresso

Brasileiro do Solo, Florianópolis, Julho-Agosto 2013.

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10.2 FOTOS DA ÁREA DE ILPF

ANEXO 4. Sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta, Maio-2013, Nova Canaã

do Norte, MT.

ANEXO 5. Apresentação dos resultados no Dia de Campo (esquerda) e equipe de

coleta do solo (direita), sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta,

Maio-2013, Nova Canaã do Norte, MT.