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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL DAS EMPRESAS NO CONTEXTO ATUAL JULIA MACEDO NOGUEIRA NOBRE Cuiabá - MT 2019

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL DAS

EMPRESAS NO CONTEXTO ATUAL

JULIA MACEDO NOGUEIRA NOBRE

Cuiabá - MT

2019

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JULIA MACEDO NOGUEIRA NOBRE

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL DAS

EMPRESAS NO CONTEXTO ATUAL

Monografia apresentada a UFMT/Faculdade de

Administração e Ciências Contábeis,

Departamento de Ciências Contábeis, para

obtenção do título de Bacharel em Ciências

Contábeis.

Professor Orientador: Ms. Ney Mussa de Moraes

Cuiabá

Março – 2019

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JULIA MACEDO NOGUEIRA NOBRE

A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE AMBIENTAL DAS

EMPRESAS NO CONTEXTO ATUAL

Monografia defendida e aprovada em __/__/2019 pela banca examinadora

constituída pelos professores:

_________________________________________

Prof. Ms. Ney Mussa de Moraes

Presidente

_________________________________________

Prof. Ms. Adão Ferreira da Silva

Membro

_________________________________________

Prof. Dr. Benedito Albuquerque da Silva

Membro

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, agradeço a Deus por me proporcionar essa conquista, colocando

em minha vida verdadeiros anjos que me auxiliaram durante toda minha trajetória até aqui.

Aos meus pais, Pádua Nobre e Tânia Nobre, minha eterna gratidão por todo amor,

esforço e empenho aplicados em minha educação, transmitindo-me valores e princípios que

levarei por toda minha vida. Agradeço também ao meu marido, Carlos Henrique Barbosa,

pelo apoio incondicional e compreensão nos momento de ausência. Aos meus filhos,

Henrique Nobre Barbosa e Joaquim Nobre Barbosa, minha eterna gratidão por me tornarem

mãe e conseguirem extrair o melhor de mim, mesmo diante das dificuldades.

Aos meus queridos amigos, em especial, Rosane Dallanora, Jéssica Abades e Laura

Fernanda, pela paciência, compreensão e carinho nesses anos de caminhada.

Aos professores do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato

Grosso, em especial ao Prof. Ms. Ney Mussa, por todo conhecimento transmitido, dedicação,

confiança e apoio.

Enfim, a todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização deste

sonho, muito obrigada!

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Balanço patrimonial adaptado ao meio ambiente

Tabela 2 – Balanço Patrimonial Ambiental ou Ecobalanço

Tabela 3 – DRE ambiental

Tabela 4 – Balanço Ambiental

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LISTA DE ABREVIATURAS

BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo

CF Constituição da República Federativa do Brasil

CFC Conselho Federal de Contabilidade

GEE Gases de efeito estufa

IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

ICO2 Índice de Carbono Eficiente

ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial

NBC T Norma Brasileira de Contabilidade Técnica

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Sumário

1. INTRODUÇÃO __________________________________________________________ 7

2. REFERENCIAL TEÓRICO _________________________________________________ 9

2.1 Contabilidade Ambiental __________________________________________________ 9

2.2 Desenvolvimento sustentável ______________________________________________ 9

2.3 A gestão ambiental e a contabilidade ________________________________________ 10

2.4 Evidenciação da Contabilidade Ambiental segundo a NBC T 15 __________________ 12

2.5 Conceitos fundamentais da Contabilidade Ambiental ___________________________ 13

2.5.1. Ativo ambiental ______________________________________________________ 13

2.5.2. Passivo ambiental _____________________________________________________ 13

2.5.3. Custos e Despesas Ambientais ___________________________________________ 14

2.5.4. Receitas Ambientais ___________________________________________________ 15

2.5.5. Demonstrações contábeis adaptadas ao meio ambiente ________________________ 16

3. METODOLOGIA ________________________________________________________ 17

4. ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA E BENEFÍCIOS DA ESTRUTURAÇÃO DA

CONTABILIDADE AMBIENTAL NAS EMPRESAS NO CONTEXTO ATUAL ______ 18

4.1. A contabilidade ambiental no âmbito gerencial _______________________________ 18

4.1.1 Estágios da preservação da diversidade ecológica ____________________________ 19

4.1.2 Pontos positivos e negativos da contabilidade ambiental _______________________ 20

4.2 Marketing Verde ou Ecológico - Passaporte para a competitividade _______________ 22

4.3 Benchmarking Ambiental _________________________________________________ 23

4.4 Responsabilidade Social Corporativa ________________________________________ 25

4.5 Modelo de evidenciação contábil ambiental __________________________________ 25

4.5.1 Demonstrações contábeis relacionadas ao meio ambiente ______________________ 26

4.6 Índices de sustentabilidade da Bolsa de Valores _______________________________ 29

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________________ 31

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ________________________________________ 33

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1. INTRODUÇÃO

A interferência do ser humano sobre os sistemas naturais, causa impactos negativos e

gera comprometimento, o que faz com que se discuta e se implemente cada vez mais ações que,

ao contemplar a questão ambiental, visem defender e preservar o meio ambiente para as

presentes e futuras gerações.

Nesse sentido, em face do aumento da preocupação com a questão ambiental, a

Constituição da República Federativa do Brasil - CF (1988), no art. 225, consagrou o meio

ambiente ecologicamente equilibrado como direito de todos, bem de uso comum e essencial a

qualidade de vida, bem como atribuiu a responsabilidade de sua preservação e defesa não

apenas ao poder público, mas também à coletividade.

Com crescimento da consciência ecológica na sociedade, nos governos e nas próprias

empresas, a sociedade passou a demandar das empresas informações sobre a questão ambiental,

tendo em vista a sua interferência no meio ambiente.

Desse modo, a contabilidade precisou adaptar-se de forma a abranger a relação “meio

ambiente x empresas” para subsidiar as informações que irão compor a denominada

sustentabilidade empresarial. A contabilidade, além do registro de transações econômicas,

passou a registrar eventos ambientais, assumindo o papel de divulgação das ações de gestão

ambiental, com o intuito de prevenir e corrigir danos, bem como salvaguardar o patrimônio

empresarial e nacional.

O modelo de contabilidade atual não se limita aos benefícios econômicos e financeiros

gerados por uma organização, mas também na geração de bem-estar social e promulgação do

meio ambiente e dos ecossistemas sustentáveis. A dimensão e o escopo da contabilidade como

ciência extrapola os limites da racionalidade financeira, administrativa e econômica nas

empresas e na própria sociedade, uma vez que a evolução do pensamento contábil vai além das

estimativas, reconhecimento, mensuração, apresentação, avaliação e divulgação de informação

financeira.

A gestão da qualidade nas empresas passa a exigir a implantação de sistemas

organizacionais e de produção que valorizem os bens naturais, as fontes de matérias-primas e

as potencialidades do quadro humano criativo. Portanto, impõem-se às entidades atividades de

reciclagem, incentivo à diminuição do consumo, controle de resíduos, capacitação permanente

dos quadros profissionais, em diferentes níveis e escalas de conhecimento. A contabilidade

ambiental alinha-se, portanto, aos esforços da sustentabilidade, não somente econômica, mas

sobretudo humana.

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A questão ambiental, pela sua relevância junto à sociedade moderna, passa a ser

incorporada à contabilidade por meio dos demonstrativos contábeis. A ciência contábil passa a

ser facilitadora do uso e compartilhamento de informações ambientais de curto, médio e longo

prazos, visando à otimização da eficiência do uso dos recursos naturais, a fim de reduzir o

impacto, o risco ambiental e os gastos na preservação ambiental.

Assim, ante a forte pressão da sociedade pela credibilidade das entidades no que se

refere à preservação e conservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, o

presente trabalho visa analisar a importância e os benefícios de se estruturar a contabilidade

ambiental nas empresas no contexto atual, estabelecendo mecanismos de aprimoramento de

controle ambiental.

O trabalho está organizado em cinco sessões. A primeira trata da introdução. A

segunda aborda o referencial teórico, que faz uma citação sobre a contabilidade ambiental, o

desenvolvimento sustentável, a gestão ambiental e a contabilidade, a evidenciação da

contabilidade ambiental segundo a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica 15, os conceitos

fundamentais da contabilidade ambiental e as demonstrações contábeis ao meio ambiente. A

terceira parte é a metodologia aplicada ao estudo. A quarta parte trata da importância e

benefícios da estruturação da contabilidade ambiental nas empresas no contexto atual. Já a

quinta e última parte contempla as considerações finais.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Contabilidade Ambiental

A Contabilidade Ambiental é uma vertente da Contabilidade Social e tem como

objetivo fornecer informações que envolvam a interação da empresa com o meio ambiente e

que sejam úteis para a tomada de decisão dos usuários internos e externos.

Para Zanluca (2008), a Contabilidade Ambiental é:

O registro de patrimônio ambiental (bens, direitos e obrigações ambientais) de

determinada entidade, e suas respectivas mutações – expressos monetariamente”, com

o “objetivo de propiciar informações regulares aos usuários internos e externos acerca

dos eventos ambientais que causaram modificações da situação patrimonial da

respectiva entidade.

Tinoco e Kraemer (2008) sustentam que a contabilidade ambiental consiste em um

instrumento para gestão ambiental, já que objetiva-se evidenciar e espelhar a relação das

empresas com o meio ambiente, tanto no sentido de registrar os eventos que ocasionaram

interferência ambiental, quanto na criação de ações preventivas. Consigna ainda que essa

preocupação não se limita às empresas, já que repercute em toda a sociedade.

Enquanto veículo de divulgação das informações ambientais

para shareholders (acionistas) e para stakeholders (parceiros ou atores sociais relevantes), a

contabilidade ambiental pode oferecer ferramentas necessárias ao controle e divulgação do

processo de gestão ambiental implantado pelas empresas, subsidiando o processo de tomada de

decisão.

Nesse sentido, observa-se a importância fundamental da contabilidade ambiental, ao

elaborar modelos de gestão adequados para a entidade, gerar dados ambientais apresentáveis

contabilmente, apresentar relatórios e balanços sociais, além de criar sistemas e métodos de

mensuração dos elementos ambientais, mostrando à entidade as vantagens das ações

relacionadas ao meio ambiente.

2.2 Desenvolvimento sustentável

Longe de ser uma preocupação restrita a governos, o termo desenvolvimento

sustentável é cada vez mais presente nas sociedades as quais, especialmente nos últimos anos e

vêm exigindo a consolidação de um papel mais amplo das empresas frente à coletividade e não

só apenas o de maximização de lucros e criação de riqueza.

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De acordo com Callenbach (1999), os investidores e acionistas estão, com o passar do

tempo, utilizando indicadores de sustentabilidade ecológica, no lugar da estrita rentabilidade,

como critério para avaliar o posicionamento estratégico de longo prazo das empresas.

Em abril de 1987, foi divulgado o Relatório Brundtland, intitulado “Nosso Futuro

Comum”, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações

Unidas (1988), que afirma que o desenvolvimento sustentável significa promover o

desenvolvimento econômico concomitantemente à preservação do meio ambiente, ou melhor,

satisfazer as necessidades das sociedades presentes sem comprometer a capacidade das

sociedades futuras em satisfazer suas próprias necessidades.

Esse tipo de desenvolvimento relaciona crescimento econômico com preservação ao

meio ambiente e apoia-se no equilíbrio entre o lucro e as demandas ambientais e sociais,

permitindo que as necessidades das gerações presentes sejam atendidas, sem que haja prejuízo

no atendimento das gerações futuras.

De acordo com Vellani e Ribeiro (2009, p. 187):

O termo desenvolvimento sustentável define como práticas empresariais sustentáveis

aquelas que conseguem oferecer produtos e serviços que satisfaçam as necessidades

de seus clientes, geram valor aos acionistas e à sociedade sem comprometer a

continuidade da empresa e da sustentabilidade ecológica dos ecossistemas

relacionados com o negócio. Enfim, negócios que consigam se manter lucrativos, mas

sem agredir o equilíbrio da sociedade e sem comprometer a sustentabilidade ecológica

dos sistemas vivos. Isso pode ser alcançado, baseando-se nos conceitos da

ecoeficiência.

O Desenvolvimento Sustentável faz parte do planejamento estratégico de empresas

preocupadas em estimar o impacto negativo de suas atividades, em especial daquelas que

utilizam recursos naturais como fonte de matéria prima. A problemática a ser enfrentada por

essas empresas consiste em encontrar maneiras de reduzir o impacto ambiental decorrente de

suas atividades e, ao mesmo tempo, prestar suporte ao crescimento econômico, já que com os

significativos poderes adquiridos pelos stakeholders (partes interessadas), no curso da

globalização das atividades econômicas, tornou-se fundamental evidenciar o que a empresa está

efetivamente fazendo no campo da sustentabilidade.

2.3 A gestão ambiental e a contabilidade

Nas últimas décadas observa-se grandes mudanças, referentes à preocupação com as

questões sociais e com o meio ambiente o que direciona as empresas a assumirem uma nova

postura, adotando medidas para controlar o impacto de suas atividades no meio em que estão

inseridas.

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As empresas têm adotado estratégias de gestão ambiental por uma série de razões. A

regulamentação governamental tem levado as empresas a cumprir padrões ambientais criando

assim uma série de normas com o intuito das empresas administrarem os resultados ambientais.

A pressão para um bom desempenho ambiental é também exercida por diversas partes

interessadas, incluindo investidores, clientes, entidades não governamentais, comunidades

locais, funcionários, entre outros. Cada vez mais, a comunidade de investimento tem

reconhecido que o desempenho ambiental está intimamente ligado ao valor da empresa, pois

tem uma influência positiva sobre os principais resultados financeiros.

Neste contexto, a contabilidade, vista como um sistema de informações sobre a

situação patrimonial, financeira e econômica das empresas, tem como desafio fornecer também

informações de cunho social e ambiental, auxiliando as empresas na gestão socioambiental.

Como uma ciência social, a contabilidade deve contribuir na gestão socioambiental,

por meio da elaboração de relatórios que demonstrem além dos dados financeiros e econômicos,

a atuação das entidades para a melhoria das condições sociais e as medidas adotadas para a

preservação do meio ambiente.

As demonstrações contábeis usuais, de ordem econômico-financeira, não são

suficientes para explanar com o grau de transparência desejado, a atuação das entidades nas

questões socioambientais, de modo que a divulgação do balanço social tem se tornado uma

prática cada vez mais comum entre aquelas que já descobriram seu potencial informativo, e por

consequência, competitivo. Por meio dele elas apresentam as informações sobre seu

desempenho nas áreas sociais e ambientais.

De acordo com Tinoco e Kraemer (2004, p.32):

Balanço social é um instrumento de gestão e de informações que visa evidenciar, de

forma mais transparente possível, informações financeiras, econômicas, ambientais e

sociais, do desempenho das entidades, aos mais diferenciados usuários, seus parceiros

sociais. O relatório de sustentabilidade por sua vez, é mais abrangente que o balanço

social, pois evidencia as práticas adotadas pelas empresas no intuito de buscar o

desenvolvimento sustentável, através de medidas que possibilitem melhores

condições de vida para a sociedade, e que demonstre atitudes de preservação do meio

ambiente.

Ademais, as empresas também têm se utilizado dos relatórios de sustentabilidade com

o intuito de medir e divulgar o desempenho organizacional enquanto se trabalha rumo ao

desenvolvimento sustentável.

Um relatório de sustentabilidade fornece uma declaração equilibrada e razoável do

desempenho de sustentabilidade da organização, incluindo contribuições positivas e

negativas (GRI, 2006).

As informações geradas pelo balanço social e pelo relatório de sustentabilidade são de

ordem qualitativa e quantitativa, uma vez que procuram evidenciar os processos da gestão

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socioambiental nas organizações, tornando-se um importante instrumento da contabilidade

ambiental.

2.4 Evidenciação da Contabilidade Ambiental segundo a NBC T 15

Em que pese a importância conferida à evidenciação de informações ambientais, até o

momento inexiste no Brasil normalização que obrigue as empresas a fazê-la.

Como observado por Sousa, Bueno e Alves (2013), essa inexistência faz com que a

divulgação voluntária não conte com um padrão a ser seguido pelas empresas, dificultando, por

vezes, a comparação entre elas e a confiabilidade das informações apresentadas, além de

incentivar a apresentação de maior número de questões positivas que negativas.

Com o intuído de contribuir para a melhora desse cenário, o Conselho Federal de

Contabilidade (CFC) aprovou, por meio da Resolução nº 1.003, de 19 de agosto de 2004, a

NBC T 15 – Informações de Natureza Social e Ambiental. Essa norma, que entrou em vigor

em 2006, estabelece procedimentos a serem seguidos pelas empresas para evidenciar

informações de natureza social e ambiental, a fim de mostrar à sociedade sua participação e

responsabilidade social. Importante destacar que tal evidenciação, quando realizada, deve ser

divulgada de maneira complementar às demonstrações contábeis das empresas.

Conforme o item 15.1.2 da NBC T 15 “entende-se por informações de natureza social

e ambiental: a) a geração e a distribuição de riqueza; b) os recursos humanos; c) a interação da

entidade com o ambiente externo; e d) a interação com o meio ambiente” (CFC, 2004).

Observa-se que o último indicador é o que discorre, especificamente, a respeito da

questão ambiental. De acordo com o item 15.2.4.1 da aludida norma, as informações relativas

à interação da empresa com o meio ambiente a serem evidenciadas são:

a) investimentos e gastos com manutenção nos processos operacionais para a melhoria

do meio ambiente; b) investimentos e gastos com a preservação e/ou recuperação de

ambientes degradados; c) investimentos e gastos com a educação ambiental para

empregados, terceirizados, autônomos e administradores da entidade; d)

investimentos e gastos com educação ambiental para a comunidade; e) investimentos

e gastos com outros projetos ambientais; f) quantidade de processos ambientais,

administrativos e judiciais movidos contra a entidade; g) valor das multas e das

indenizações relativas à matéria ambiental, determinadas administrativa e/ou

judicialmente; e, h) passivos e contingências ambientais. (CFC, 2004)

Assim, em que pese a NBC T 15 estabeleça procedimentos a serem seguidos pelas

empresas, torna-se imprescindível uniformizar um modelo e normatizar as questões

relacionadas à evidenciação de informações de natureza ambiental, considerando o papel

significativo do meio ambiente para a contabilidade.

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2.5 Conceitos fundamentais da Contabilidade Ambiental

2.5.1. Ativo ambiental

Ativos ambientais são investimentos que a empresa possui destinado à proteção,

preservação e recuperação ambiental, os quais deverão ser classificados em títulos contábeis

específicos, tais como o ativo circulante ambiental.

De acordo com Ribeiro (2005) os ativos ambientais são constituídos por todos os bens

e direitos possuídos pelas empresas, que tenham capacidade de geração de benefício econômico

em períodos futuros e que visem à preservação, proteção e recuperação ambiental.

Devem ser evidenciados à parte nas demonstrações contábeis para permitir ao usuário

avaliar essas informações e efetuar comparações que denotem o empenho da empresa na

preservação do meio ambiente.

Segundo Tinoco e Kraemer (2008), constituem exemplos de ativos ambientais as

máquinas, os equipamentos e as instalações adquiridas ou produzidas com intenção de amenizar

os impactos causados ao meio ambiente.

2.5.2. Passivo ambiental

De acordo com Tinoco e Kraemer (2008), o passivo ambiental representa privações de

benefícios futuros impostas por legislação e regulamentações ambientais, tais como, taxas,

penalidades e multas por infrações legais relacionadas ao meio ambiente.

Passivo ambiental pode ser conceituado também como toda a agressão que se praticou

ou pratica contra o meio ambiente e consiste no valor dos investimentos necessários para

reabilitá-lo, bem como às multas e indenizações aplicadas na entidade. O reflexo de passivos

ambientais atinge também o patrimônio líquido da empresa, por meio da desvalorização de suas

ações em bolsas de valores.

Conforme Tinoco e Robles (2003) o valor de mercado das ações da empresa estão

relacionados à redução de passivos ambientais. Observa-se também um aumento na valorização

em bolsas pela utilização do Triple Bottom Line, também conhecido como tripé da

sustentabilidade, criado nos anos 1990 por John Elkington, que corresponde aos resultados de

uma organização medido em termos sociais, ambientais e econômicos. A diminuição de risco

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do capital investido e a responsabilidade social e ambiental são fatores de solidez e

representação de capacidade de investimento.

Segundo Paiva (2009), há três condições essenciais para o reconhecimento do passivo,

que se relacionam com as obrigações legais, justas ou construtivas. As legais, como o próprio

nome diz, são relacionadas ao cumprimento da lei ou decisão jurídica aplicada à empresa; as

justas, são obrigações relacionadas à moral ou à ética da empresa; e as construtivas, são

atividades desenvolvidas na cidade auxiliando na educação ambiental da comunidade, entre

outras atividades.

Conforme Paiva (2009) há duas formas de entender, em sua origem, as obrigações

como passivos ambientais: os passivos ambientais normais e os anormais. Como passivos

ambientais normais podem-se entender os decorrentes do processo produtivo, em que há

emissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, com possibilidade de controle, prevenção e,

em alguns casos, de reaproveitamento. Já os passivos ambientais anormais são decorrentes de

situações não passíveis de controle pela empresa e fora do contexto das operações, em que as

perdas são inevitáveis. Como exemplo, um acidente com um reservatório de material tóxico ou

altamente poluente provocado por raio, terremoto, furacão ou outro evento aleatório.

2.5.3. Custos e Despesas Ambientais

Segundo Santos, et al (2001) os custos e despesas ambientais são gastos (consumo de

ativos) aplicados direta ou indiretamente no sistema de gerenciamento ambiental do processo

produtivo e em atividades ecológicas da empresa. Quando aplicados diretamente na produção,

estes gastos são classificados como custo, e se forem aplicados de forma indireta são chamados

de despesa.

Na visão de Ribeiro (1992, p.80):

O valor dos insumos, mão de obra, amortização de equipamentos e instalações do

processo de preservação, proteção e recuperação do meio ambiente, bem como

serviços externos e os gastos para realização de estudos técnicos sobre a metodologia

e procedimentos adequados podem constituir-se em exemplos de custos e despesas

ambientais.

Conforme Martins e Ribeiro (1995, p.31):

Nunca se imputou, e ainda não se imputa à mercadoria produzida, todos os custos

necessários à sua elaboração, pois a empresa agrega ao seu custo de produção somente

o valor de insumos que representam desembolso financeiro por parte da empresa, ou

seja, aqueles pelos quais efetivamente ela paga. Não são computados gastos futuros

que a sociedade terá para repor esses bens, menos ainda o quanto a sociedade futura

sofrerá para não tê-los a disposição, quando não renováveis.

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15

A identificação e mensuração dos custos e despesa sociais são consideradas um dos

principais desafios da Ciência Contábil, por isso devem ser objeto de estudos mais

aprofundados.

De acordo com Laurindo (2014), um exemplo de custo ambiental consiste na mão-de-

obra utilizada nas atividades de controle, preservação e recuperação do meio ambiente. Já a

despesa ambiental é caracterizada, por exemplo, pela seleção e recrutamento de pessoal para

gerenciamento e operação do controle ambiental.

2.5.4. Receitas Ambientais

As receitas ambientais decorrem, conforme Tinoco e Kraemer (2008), de prestação de

serviços especializados em gestão ambiental; venda de produtos elaborados de sobras de

insumos com o processo produtivo; venda de produtos reciclados; receita de aproveitamento de

gases e calor; redução do consumo de matérias-primas; redução do consumo de água; redução

do consumo de energia; participação no faturamento total da empresa com o reconhecimento

de sua responsabilidade com o meio ambiente, considerando, também, o ganho de mercado que

a empresa adquire no momento de reconhecimento da opinião pública sobre sua política

preservacionista, dando preferência a seus produtos.

Ainda conforme Tinoco e Kraemer (2008, p. 190)

Empresas que investem em meio ambiente provocam melhorias em seu desempenho

econômico, financeiro, ambiental e social, incentivando o incremento da

produtividade dos recursos utilizados em seu processo produtivo, que poupadores de

recursos podem ser, por analogia, considerados receitas, além de contribuírem para a

redução de impactos ambientais.

Embora a implantação da gestão ambiental não tenha como objetivo principal gerar

receita para a empresa, e sim, desenvolver uma política responsável acerca dos problemas

ambientais, nada impede que a empresa se beneficie economicamente deste processo, gerando

receitas como, por exemplo, com a venda de produtos elaborados a partir de sobras de insumos

do processo produtivo.

A receita ambiental pode ser todo o ganho que a empresa passa a receber quando a

opinião pública reconhece sua política preservacionista e dá preferência aos seus produtos ou

serviços.

São exemplos de receitas ambientais, segundo Tinoco e Kraemer (2008), a prestação

de serviços especializados em gestão ambiental, a venda de produtos elaborados de sobras de

insumos do processo produtivo e a venda de produtos reciclados.

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2.5.5. Demonstrações contábeis adaptadas ao meio ambiente

As informações sobre impacto ambiental e desempenho operacional da empresa são

evidenciadas por meio das demonstrações contábeis ambientais, as quais serão destinadas aos

usuários internos e externos e são de extrema importância para uma gestão ambiental adequada.

Teixeira (2000) descreve a demonstração ambiental como uma parte do chamado

Relatório sustentável, composto pelos resultados financeiros, desempenho ambiental e impacto

social das atividades da empresa.

Ademais, um dos instrumentos de desempenho da atividades ambientais é o balanço

ambiental, definido por Antunes (2000, p. 07) como:

O balanço ambiental tem por principal objetivo tornar público, para fins de avaliação

de desempenho toda e qualquer atitude das entidades, com ou sem finalidade

lucrativa, mensuráveis em moeda, que a qualquer tempo possam influenciar ou vir a

influenciar o meio ambiente, assegurando que custos, ativos e passivos ambientais

sejam reconhecidos a partir do momento de sua identificação, em consonância com

os Princípios Fundamentais de Contabilidade.

O balanço ambiental é um instrumento de interesse voluntário da empresa,

possibilitando a proteção da sociedade e do meio ambiente, e ainda, retornos financeiros. No

balanço social a empresa mostra o que faz por seus profissionais, dependentes, colaboradores e

comunidade, dando transparência às atividades que buscam melhorar a qualidade de vida para

todos. Ou seja, sua função principal é tornar pública a responsabilidade social empresarial,

construindo maiores vínculos entre a empresa, a sociedade e o meio ambiente.

Teixeira (2000) também descreve algumas metodologias das demonstrações

ambientais e elenca as demonstrações baseadas em metas de desempenho, que consiste na

identificação dos impactos ambientais, estabelecendo metas e medindo sua ação em relação ao

atingimento destas. Cita, ainda, o triplo relatório sustentável, que envolve a combinação das

demonstrações ambientais com as demonstrações financeiras e medidas de desempenho ético,

social e comunitário.

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3. METODOLOGIA

A pesquisa é exploratória, adotando-se como ferramenta a pesquisa bibliográfica,

buscando informações em livros, artigos científicos, revistas, periódicos, trabalhos acadêmicos,

revistas e documentos eletrônicos, com o escopo de se ter uma cognição plena e exauriente

acerca do tema proposto.

De acordo com Lakato e Marconi (1993, p. 103).

A pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já

tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins

jornais, revistas, livros pesquisas, monografias, etc., até meios de comunicação orais

(...) a pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre

certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem,

chegando a conclusões inovadoras.

Neste sentido, também preleciona Gil (2002, p. 44-45):

Consiste em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos

científicos (...) A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de

permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do

que aquela que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se

particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito

dispersos pelo espaço.

E adiciona Vargas (1985, p. 217):

A melhor maneira de se iniciar no preparo de monografias é estudar monografias já

escritas, tomando-se o cuidado de escolherem-se, como exemplos, as de autoria de

pesquisadores experientes (...) Estudar, então, a disposição e separação do texto, a

disposição das figuras e a apresentação da bibliografia, a fim de inteirar, de uma

maneira geral, como os autores o fizeram. Evidentemente, esse conselho é mais

dirigido àqueles que vão escrever pela primeira vez e não tem prática, pois a amplitude

da liberdade de apresentação do tema é tanto maior quanto mais experimentado é o

autor.

Optou-se, outrossim, como método de pesquisa o dedutivo, que consiste em um

método lógico que pressupõe a existência de verdades gerais já afirmadas e que sendo premissas

(bases lógicas), são prestáveis para se chegar, por meio delas, a conhecimentos novos. O

raciocínio dedutivo tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas. Assim, por intermédio

de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise do geral para o particular, chega-

se a uma conclusão, conforme ensina Cruz e Ribeiro (2003, p. 34): “que o método dedutivo

leva o pesquisador do conhecido ao desconhecido com pouca margem de erro”.

Desta forma, lançando mão dos procedimentos e operações metodológicas

supracitadas, foram realizadas as investigações científicas imprescindíveis para a execução

deste trabalho, com o intuito de analisar a importância da contabilidade ambiental das empresas

no contexto atual.

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18

4. ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA E BENEFÍCIOS DA ESTRUTURAÇÃO DA

CONTABILIDADE AMBIENTAL NAS EMPRESAS NO CONTEXTO ATUAL

4.1. A contabilidade ambiental no âmbito gerencial

A contabilidade como um sistema aberto, tem a incumbência de fornecer às empresas

informações sobre o andamento dos negócios. Essas informações podem ser requeridas para o

gerenciamento ou demonstração do resultado econômico-financeiro junto à investidores,

bancos ou governo.

A empresa deve planejar seu próprio sistema de informação, de forma a atender seus

objetivos quer seja de controle, tomada de decisão, apresentação do resultado econômico-

financeiro, dentre outros que julgar necessários.

O sistema de informações contábeis da entidade deve ser capaz de prover informações

monetárias e não monetárias destinadas à tomada de decisão do nível operacional, tático e

estratégico da empresa, desempenhando um papel fundamental no sistema gerencial da

entidade.

Kroetz (2002 p. 31) ressalta que, além do sistema de informações contábeis, o contexto

no qual a empresa está inserida também deve ser observado, bem como as influências que a

entidade exerce sobre o meio externo. A análise de um balanço, por exemplo, pode apresentar

um lucro financeiro em decorrência de danos ambientais não contabilizados.

Nesse sentido, Tinoco e Kraemer (2004, p. 12) consignam que “a contabilidade é o

veículo adequado para divulgar informações sobre o meio ambiente”, sendo um fator de risco

e de grande competitividade.

O fato é que toda a ação de uma empresa sobre o meio onde está inserida causará uma

reação que pode ser positiva, (benefícios gerados à sociedade, preservação ao meio ambiente)

ou negativa (exploração social, danos à natureza) e o despertar para a responsabilidade

socioambiental faz surgir a necessidade de demonstrações que apresentem o que as empresas

têm feito para melhorar sua relação com o meio ambiente. A análise socioambiental da empresa

torna-se, portanto, imprescindível no âmbito gerencial da empresa.

Obter um resultado positivo para acionistas, sociedade e meio ambiente é bastante

significativo e indicativo de que a empresa agregou valor, no entanto, não é o suficiente. Para

Ribeiro (2010), faz-se cada vez mais necessário demonstrar o que realmente está sendo feito.

Reforçando esse entendimento também Freitas e Oleiro (2011) afirmam que a longevidade e o

sucesso das empresas nos mercados atuais requerem além do correto uso dos recursos naturais,

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a divulgação das ações a respeito de sua preservação e correção, por isso a sua importância no

âmbito gerencial.

Indicadores sociais, tais como encargos sociais, previdência privada, segurança e

medicina do trabalho, saúde do trabalhador, educação, corpo funcional, entre outros, passaram

a ser observados pelos gestores das entidades, uma vez que são indicativos de manutenção e

continuidade das empresas no contexto atual.

A Contabilidade Ambiental tem grande importância na geração e processamento das

informações, com identificação e registro de eventos ambientais, dando parâmetros aos gestores

e usuários em suas tomadas de decisões.

Segundo Paiva, (2009, p. 17), o registro e geração de relatórios da contabilidade

ambiental tem a finalidade de “auxiliar na elaboração do planejamento estratégico; servir de

parâmetro no gerenciamento das atividades-alvo e fornecer informações externas no sentido de

prestações de contas dessas atividades”.

As informações de ordem ambiental, geradas pela contabilidade, são de suma

importância para todos os gestores e stakeholders, ao considerar os riscos e benefícios

ambientais de acordo com as particularidades de cada atividade econômica.

Destarte, evidencia-se que a contabilidade ambiental se tornou um instrumento

imprescindível para a empresa dentro no âmbito gerencial, a qual necessita criar cada vez mais

mecanismos de divulgação das questões ambientais que serão utilizados internamente e

externamente pela empresa.

4.1.1 Estágios da preservação da diversidade ecológica

Pfitscher (apud Martendal, 2011, p. 30) descreve sobre os cinco estágios que uma

organização engajada na preservação percorre, desde a fase embrionária até a mais avançada.

Diz ainda que pode haver regressão ou avanços nestes estágios, quais sejam:

Estágio 1:

• A organização não assume responsabilidades perante a sociedade.

• Não promove o comportamento ético.

• Não toma ações em relação ao exercício de cidadania.

Estágio 2:

• A organização reconhece os impactos causados por seus produtos, processos e

instalações.

• Apresenta ações isoladas.

• Busca promover o comportamento ético.

Estágio 3:

• A organização está iniciando a sistematização de um processo de avaliação dos

impactos – formar questões de lista de verificação.

• Exerce liderança em algumas questões de interesse da comunidade.

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• Promove o envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social.

Estágio 4:

• A organização sistematiza os impactos sociais e ambientais – análise de

sustentabilidade.

• Exerce lideranças de interesse da comunidade, de diversas formas.

• Promove o envolvimento das pessoas em esforços de desenvolvimento social,

frequentemente.

Estágio 5:

• A organização pensa na certificação por ações.

• A organização participa de ações não lucrativas.

• Áreas como cultura, assistência social, educação, saúde, meio ambiente e defesa de

direitos são consideradas relevantes.

Assim, considerando a importância atualmente conferida às questões ambientais,

torna-se de suma importância a empresa ter conhecimento acerca de qual nível de consciência

ambiental possui para, em seguida, traças metas ambientais a serem alcançadas, visando uma

maior competividade e integração com as demandas da sociedade.

4.1.2 Pontos positivos e negativos da contabilidade ambiental

De acordo com Tinoco e Kraemer (2004) existem três razoes básicas para uma

empresa adotar a Contabilidade Ambiental:

a) gestão interna: relaciona-se com uma ativa gestão ambiental e seu controle, com o

objetivo de reduzir custos e despesas operacionais e a melhoria da visão e da qualidade

dos produtos; b) exigências legais: as empresas que não tiverem um maior controle de

seus riscos ambientais, podem ter sanções de multas e indenizações; c) demanda dos

partícipes: a empresa, caso não dê a real importância às questões ambientais, está

submetida a sofrer pressões internas e externas.

Os partícipes, segundo Kraemer (2005) podem ser: clientes, administração pública,

diretores, empregados, acionistas, comunidade local, administração pública, clientes,

fornecedores, investidores, bancos e entidades financeiras, seguradoras, organizações

ecológicas, universidades e centros de pesquisas e seus interesses

Ainda segundo Tinoco e Kraemer (2004), para garantir que sejam atendidas as

demandas ambientais a empresa necessita de um Sistema de Contabilidade Ambiental, que tem

como objetivos: a) saber se a empresa cumpre ou não a legislação ambiental; b) ajudar os

diretores da empresa na tomada de decisão e na fixação de uma gestão ambiental; c) detectar as

áreas da empresa que necessitam de atenção especial, ou seja, evidenciar as áreas críticas quanto

aos aspectos ambientais e, d) se a empresa já estiver uma política ambiental estabelecida,

observar se os objetivos ambientais são cumpridos e identificar oportunidades para melhor

gestão dos aspectos ambientais.

Gray e Bebbington (2001) consignam que as empresas sofrem pressão de fatores

positivos e negativos para evidenciar as informações ambientais, bem como que os níveis de

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evidenciação ambiental nos relatórios de uma empresa dependem, principalmente, da sua

cultura organizacional.

Os autores ressaltam, outrossim, que os fatores positivos da evidenciação são:

legitimar as atividades correntes; buscar a atenção da mídia para outra área da empresa;

influência positiva no preço das ações; vantagem competitiva; construir uma imagem positiva

da organização. Como ponto negativo relacionam: os custos diretos e indiretos de evidenciação;

a disponibilidade de dados ambientais; a falta de exigência legal e, por fim, enfatiza que as

prioridades da empresa estão focadas em outras áreas.

Observa-se que os gestores das empresas classificam que o ponto negativo de se

estabelecer uma política de conservação ambiental referem-se aos: a) recursos adicionais

visando à implantação de políticas ambientais; b) recursos adicionais para medidas corretivas

e, c) forte pressão social e governamental para que sejam implantadas tais medidas.

Ao discorrer sobre a dificuldade de se implementar uma política ambiental eficiente

na empresa, Ferreira (2003, p. 33) dispõe que:

O grande desafio do desenvolvimento sustentável envolve diversos obstáculos a

serem superados. As questões desdobram-se; por exemplo, preservar o meio

ambiente, muitas vezes, significa não produzir determinados produtos, ou incorrer em

custos extremamente altos para produzi-los sem afetar o meio ambiente, tornando-os

com isso caros, sem condições de serem adquiridos pelo consumidor final. Um

produto cujo preço não seja competitivo corre o risco de levar uma empresa à falência,

e isso gerariam desemprego e todas as consequências sociais inerentes a essa situação.

Harrington e Knight (2001) mencionam ainda que as empresas administram as

questões ambientais da seguinte maneira:

a) baseada em artifícios: ocorre quando a empresa encerra suas atividades em

determinado local e muda-se para outro, em que os controles sobre as questões

ambientais são menos rigorosos (aspecto negativo – a empresa necessita mudar sua

atividade de local, visando evadir-se dos passivos ambientais e manter-se em

funcionamento); b) baseada em respostas: a empresa não possui programas que

identificam ou administram as questões ambientais, todavia, quando provocada e,

depois de verificado algum incidente ambiental devidamente regulamentado,

responde aos impactos ambientais causados, visando manter-se em consonância com

as leis ambientais (aspecto negativo - pagamento de multas ambientais, por exemplo);

c) baseada na conformidade: a empresa possui programas para identificar e controlar

os riscos ambientais. Conhece a regulamentação, todavia, o custo planejamento

ambiental pode representar uma vantagem ou desvantagem competitiva; d) gestão

ambiental: a empresa gerencia de forma sistemática as questões ambientais,

identificando os aspectos ambientais e os impactos de suas operações, desenvolvendo

políticas, objetivos e metas para administrá-los. A gestão ambiental é uma forma de

reduzir o custo das operações e aumentar a receita e, e) prevenção de poluição:

desenvolvem-se produtos e processos para reduzir os impactos ambientais na fonte,

levando em consideração a seleção de matéria-prima e seu impacto com a extração ou

colheita, tornando os processos os mais eficientes possíveis para reduzir o

desperdício; desenvolvimento sustentável: nesta classificação é considerado o

impacto social, econômico e ambiental de suas atividades, serviços e produtos. A

gestão ambiental é vista com responsabilidade social, moral e ética.

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De acordo com Gray e Bebbington (2001) os assuntos ambientais são discutidos

publicamente e com isso a comunidade de negócios está cada vez mais envolvida, o que tem

dificultado para uma companhia de grande porte declarar a sua não intenção de evidenciar

informações ambientais.

Surge assim, a necessidade de se incentivar e divulgar pesquisas científicas

comprovando que os pontos positivos da implementação de políticas ambientalmente corretas

superam os denominados pontos negativos, garantindo às entidades uma maior consciência

ambiental e, consequentemente, permitindo a viabilidade e continuidade da empresa dentro dos

parâmetros ambientalmente aceitos.

4.2 Marketing Verde ou Ecológico - Passaporte para a competitividade

Os consumidores tornaram-se cada vez mais exigentes quanto à práticas ambientais

responsáveis, o que acabou impulsionando os esforços do marketing das empresas em favor do

meio ambiente. Criou-se, portanto, o denominado de marketing verde, marketing ambiental ou

marketing ecológico.

O marketing verde tem o objetivo de promover meios que sustentem as estratégias

das empresas em relação às atitudes que estas praticam na diferenciação entre outros

concorrentes, é também objeto que agrega valor aos produtos e/ou serviços que tal

empresa oferece ao mercado consumidor. Essa prática inovadora permite a empresa

mostrar para seus clientes, fornecedores, consumidores, sociedade, funcionários e

outros, um conjunto de processos que visam a responsabilidade social e ambiental,

por meio de políticas de ações e projetos sociais que visem ao equilíbrio ambiental,

bem como as políticas ambientais de controle e preservação do meio ambiente.

(RAGASSI e SCARPINELLI, 2003).

O marketing ecológico é representado pelos esforços das organizações em satisfazer

às expectativas dos consumidores por produtos que determinem menores impactos ambientais

ao longo de seu ciclo de vida (produção, embalagem, consumo, descarte), e a divulgação desses

esforços de modo a gerar maior consumo desses produtos e maiores lucros para as empresas.

Isto significa que, durante todas as etapas do ciclo de vida de um produto, seus impactos

ambientalmente negativos foram avaliados e corrigidos para que ele se tornasse não somente

mais saudável para o consumo, como também menos agressivo ao meio ambiente.

De acordo com Tachizawa (2004), o novo contexto econômico caracteriza-se por uma

rígida postura dos clientes, voltada à expectativa de interagir com organizações que sejam

éticas, com boa imagem institucional no mercado e que atuem de forma ecologicamente

responsável. Trata-se de uma ferramenta capaz de projetar e sustentar a imagem da empresa,

junto à sociedade, fornecedores, funcionários e ao mercado.

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Segundo Paiva (2009), quando a empresa passa a valorizar sua relação com o meio

ambiente e a tomar medidas preventivas, sua imagem perante a opinião pública tende a

apresentar conotação diferenciada. Valorizar sua preocupação com o meio ambiente tem um

forte papel, entre outros, na manutenção dos clientes atuais e atração de novos consumidores.

Os gastos com marketing verde devem ser classificados como investimentos, pois além

de mostrar para o público que a sua empresa se preocupa com o meio ambiente, os gastos

desnecessários da empresa também são reduzidos consideravelmente.

O marketing verde incorpora diversas atividades que incluem a modificação de

produtos, mudanças no processo de produção, mudanças nas embalagens, assim como,

adequação das propagandas.

Trata-se de um verdadeiro passaporte para a competitividade, pois ao empregar

estratégias de marketing ambiental, a entidade tende a aumentar sua credibilidade e

legitimidade, definir sua personalidade, área de atuação e imagem, além de agregar valor à

marca junto aos diversos compradores.

Assim, ao adotar o marketing verde, a organização deve informar seus consumidores

acerca das vantagens de se adquirir produtos e serviços ambientalmente responsáveis, de forma

a estimular e/ou despertar o desejo do mercado por esta categoria de produtos. A adoção do

marketing verde torna-se importante, na medida em que, ao divulgar o que tem feito em prol

do meio ambiente, a empresa sensibiliza o consumidor para que ele também participe deste

processo, já que a responsabilidade de preservar os recursos escassos é de todos.

4.3 Benchmarking Ambiental

O benchmarking é uma ferramenta organizacional que consiste na avaliação das

melhores empresas concorrentes ou empreses líderes de outro mercado, com o intuito de se

aprender novas técnicas de gestão.

É característica do benchmarking identificar metas, planejar e tornar práticos os

sistemas de gestão das empresas, por isso a preocupação constante com o benchmarking

ambiental, pois as instituições anseiam permanecer no mercado de forma competitiva.

Segundo Pfitscher (2004, p.48), as fases do benchmarking são divididas em

“identificação do diagnóstico”, que identifica referências para comparar empresas, fazendo,

assim, uma coleta de dados; passando para “projetos de desempenho”, projeta futuros níveis de

desempenho e determina o que comparar; após, tem o “estabelecimento de metas”, onde se

verificam pontos referenciais e estabelecem metas funcionais; parte-se, então, para o

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“desenvolvimento de planos de ação”, implementando ações específicas, monitoramento de

progressos, ajuste dos marcos de referência. Nesta fase, retorna-se ao princípio, iniciando o

ciclo novamente, para verificar o que precisa melhorar na empresa. Verifica-se a posição da

empresa e as práticas relacionadas aos processos, com o intuito de serem estabelecidas novas

metas e, em seguida, alcançar os resultados positivos, com melhora constante da organização.

De acordo com Nunes (2006), o benchmarking é utilizado como parte de um processo

que visa a solução de problemas e ao aperfeiçoamento do sistema organizacional.

As vantagens de se trabalhar com benchmarking ambiental são destacadas por

Lavorato (2007, p. 2) da seguinte maneira:

a) o autoconhecimento empresarial numa comparação com o mercado; b) a construção

de um conhecimento empresarial coletivo no momento da geração e

compartilhamento de informações; c) a criação e aperfeiçoamento de novas práticas

de excelência por meio da inovação e criatividade; d) rapidez e resultados

comprovados por uma metodologia de aprendizado que queima etapas e atinge metas

e, e) um saudável exercício empresarial que troca, soma, reconhece, gera vínculos e

integra setores, e principalmente, cria o hábito das relações.

Lavorato (2007), consigna ainda que, após a observação, é feito um feedback para se

planejar e colocar em ação as técnicas que a organização achar mais oportunas.

Ainda segundo o mesmo autor, esta comparação permite à empresa conhecer seus

pontos fortes e fracos em relação aos seus concorrentes. A utilização do benchmarking não só

é recomendável para as empresas que buscam a liderança por meio da melhoria de seus

processos como também para as líderes, que precisam manter-se atentas à evolução dos seus

concorrentes.

Segundo Dias (2006), o posicionamento ecológico da empresa pode ter reflexos

racionais ou emocionais para a percepção da marca. O posicionamento racional proporciona

informações técnicas ao consumidor, mostrando que durante o ciclo de vida o produto gera

pouco impacto ambiental. Já o reflexo emocional busca associar o produto a experiência de

sensações agradáveis de contato com a natureza.

Destarte, o gasto com o benchmarking ecológico é um investimento de suma

importância para as empresas que buscam além do crescimento, a melhoria continua de seus

processos, com uma redução de seus custos e uma maior competitividade. Ademais, como o

benchmarking é uma análise comparativa entre as empresas do mesmo segmento, quando

aplicado na área ambiental, propaga os investimentos nesta área.

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4.4 Responsabilidade Social Corporativa

Atuar com responsabilidade corporativa tem sido alvo de constantes discussões das

equipes responsáveis pelo desenvolvimento da estratégia empresarial. Afinal, a sociedade, em

seus diversos segmentos, pressiona as empresas a atuarem valorizando o compromisso com as

questões sociais. Ignorar esta pressão é incorrer no risco de fracasso dos negócios.

Conforme assegura Sucupira (2004), a estratégia de atuar sob o lema da

responsabilidade social inclui adotar a ética em todas as ações do dia-a-dia da administração,

ou seja, a ética deve permear todo o processo de tomada de decisão de uma organização. Com

base nos princípios éticos, é lícito reconhecer que os administradores devem administrar as

entidades como se estas fossem agentes sociais no processo de desenvolvimento. Assim, é

fundamental que as empresas assumam o papel não só de produtoras de bens e serviços, mas

de responsáveis pelo bem estar de seus colaboradores, clientes consumidores e da sociedade

como um todo.

Mancini, et. al. (2004, p. 3 a 5) afirmam que as empresas estão buscando a

sustentabilidade que hoje baseia-se em um resultado final tríplice ou Triple Botton Line, que

compreende um conjunto de variáveis de buscam permitir as empresas criarem valor

econômico, social e ambiental.

As empresas são consideradas socialmente responsáveis quando valorizam as questões

éticas e morais no cotidiano de suas ações e, principalmente, preocupam-se com o bem-estar da

comunidade onde estão inseridas. Surgem as empresas cidadãs, as quais publicam seus balanços

sociais como forma de medir o exercício da responsabilidade corporativa de seus negócios.

Assim, levando-se em consideração que as questões ambientais estão intimamente

ligadas à responsabilidade corporativa das empresas, torna-se de extrema importância que o

setor responsável pelo desenvolvimento estratégico e empresarial da entidade observe as

questões ambientais, sociais e éticas das empresas.

4.5 Modelo de evidenciação contábil ambiental

Segundo Laurindo (2014, p. 12) “assim como as empresas utilizam demonstrativos

para informar seus stakeholders a respeito de sua situação econômico-financeira, estas também

devem utilizar instrumentos de demonstração com enfoque apenas ambiental”.

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Silva (2003) apresenta demonstrações específicas para retratar o meio ambiente, quais

sejam: Balanço Patrimonial Ambiental (ou Ecobalanço), Demonstração do Resultado

Ambiental e Balanço Ambiental.

Tinoco e Kraemer (2008) apresentam demonstrações do Balanço Patrimonial e

Demonstração do Resultado do Exercício adaptadas à Contabilidade Ambiental, cujo

conhecimento e aplicação nas empresas são de extrema importância, pois garantem aos usuários

o conhecimento sobre as questões ambientais da entidade.

4.5.1 Demonstrações contábeis relacionadas ao meio ambiente

A forma das demonstrações segue o mesmo padrão dos relatórios emitidos para as

contas tradicionais, tais como: Balancete do Meio Ambiente, Balanço Patrimonial do Meio

ambiente e Demonstração Ambiental do Resultado do Exercício.

De acordo com Herckert (2008), concretizando a credibilidade e importância de se

mensurar dados, surge o Balanço Ambiental, que tem por principal objetivo tornar pública, para

fins de avaliação de desempenho, toda e qualquer atitude que possa ou venha a influenciar o

meio ambiente.

O balanço patrimonial ambiental é exatamente a exteriorização das informações.

Consiste na demonstração contábil destinada a evidenciar, qualitativa e quantitativamente,

numa determinada data, a posição patrimonial e financeira, relacionada ao meio ambiente, da

empresa.

Segue uma proposta de balanço patrimonial adaptada ao meio ambiente, que teve

como base a descrita por Laurindo (apud Tinoco e Kraemer, 2008, p. 12):

Tabela 1 – Balanço Patrimonial adaptado ao meio ambiente

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

Disponível Empréstimos e Financiamentos

Caixa e banco conta movimento Financiamentos ambientais

Aplicações de liquidez imediata Fornecedores

Créditos Fornecedores ambientais

Clientes Obrigações

(-) Duplicatas descontadas Multas por danos ambientais

Subvenções ambientais a receber Taxas por danos ambientais

Créditos por assessoria ambiental Indenizações por danos ambientais

Outros créditos Impostos verdes

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Estoques Restaurações ambientais

Matérias-primas Duplicatas a pagar decorrentes de

aquisições de bens e serviços ambientais

Produtos em processo Remuneração a pagar de mão de obra

ambiental

Produtos acabados NÃO CIRCULANTE

Produtos reciclados e subprodutos Exigível a longo prazo

Insumos ambientais Promissórias a pagar de longo prazo

Embalagens ambientais Empréstimos e Financiamentos (LP)

NÃO CIRCULANTE Financiamentos ambientais

Realizável a longo prazo Fornecedores (LP)

Aplicações de longo prazo Fornecedores ambientais

Investimentos ambientais Obrigações (LP)

Participações permanentes em

outras sociedades

Multas por danos ambientais

Outros investimentos permanents Indenizações por danos ambientais

Participações em fundos de

investimentos ambientais Impostos Verdes

Imobilizado ambiental

Bens em operações

Máquinas e equipamentos

Instalações

Veículos

Edifícios

Móveis e Utensílios PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Bens em operações ambientais Capital Social

(-) Depreciação, amortização e exaustão

acumuladas Reservas de Lucros

Intangível Reservas de Capital

Marcas com certificação ambiental Lucros e Prejuízos Acumulados

(-) Amortização de marcas com certificação

ambiental

Lucros/prejuízos acumulados

Direitos autorais ambientais Resultado do exercício

(-) Amortização sobre direitos autorais

Total do ativo Total do passivo

Fonte: Laurindo (apud Tinoco e Kraemer, 2008, p. 12), adaptado pela autora (2019).

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De forma específica, Silva (2003) sugere o Balanço Patrimonial Ambiental ou

Ecobalanço, a Demonstração do Resultado Ambiental e o Balanço Ambiental, nos seguintes

termos:

Tabela 2 – Balanço Patrimonial Ambiental ou Ecobalanço

Balanço Patrimonial Ambiental - Ecobalanço

Ativo Ambiental Passivo Ambiental

Ativo Circulante Passivo Circulante

Estoques Fornecedores

Despesas Antecipadas Contas a pagar

Provisões para perdas Empréstimos e financiamentos

Ativo Realizável a longo prazo Obrigações sociais e trabalhistas

Estoques Obrigações tributárias e fiscais

Provisões para perdas Provisões para contingências

Ativo permanente Passivo exigível a longo prazo

Investimentos

Imobilizado Patrimônio Líquido

Reservas para coningências

Fonte: Silva (2003, p. 106).

Tabela 3 – DRE ambiental

Demonstração Ambiental do Resultado do Exercício

Receitas Ambientais

(-) Deduções de natureza ambiental

(=) Receita Ambiental Líquida

(-) Custos Ambientais

(-) Custos Ambientais dos produtos vendidos

(=) Lucro ambiental bruto

(-) Despesas de operacionalização do meio ambiente

(=) Resultado ambiental

Fonte: Silva (2003, p. 107).

Tabela 4 – Balanço Ambiental

Balanço Ambiental

1 – Investimentos

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Aquisição de estoques (parcela ainda não consumida)

Aquisição de Imobilizados

Total dos ativos

2 – Custos Operacionais

Salários e treinamentos

Insumos utilizados para redução dos impactos ambientais

Adaptação à legislação

Gastos com divulgação

Total dos recursos operacionais

3 – Redução dos refugos

4 – Economias de custos

Economia de energia elétrica

Economia em transportes

Economia de matéria-prima

Economia de gastos com pessoal (saúde, improdutividade, etc.)

ECONOMIA TOTAL

Fonte: Silva (2003, p. 107).

A utilização de demonstrações ambientais específicas do meio ambiente, são de

extrema importância, pois garante aos usuários o conhecimento específico sobre as questões

ambientais da entidade. Ademais, as demonstrações quando feitas de forma simplificada e de

fácil adoção, que possa ser compreendido pelo público alvo, com a credibilidade de ser

submetida, inclusive, a uma auditoria, são ferramentas de excelência de gestão ambiental, tanto

almejadas pelas empresas nos dias atuais.

4.6 Índices de sustentabilidade da Bolsa de Valores

Ainda no intuito de se estabelecer uma melhor relação entre empresa e meio ambiente,

a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), principal mercado de negociação de ações de

empresas de capital aberto do Brasil, criou dois índices de sustentabilidade, quais sejam: Índice

Carbono Eficiente (ICO2) e Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

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Considerando as preocupações do mundo com o aquecimento global, o ICO2 foi

criado depois de uma parceria entre a B3 e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES).

De acordo com a Bovespa (2019), o ICO2 têm como principal objetivo incentivar as

empresas emissoras de gases de efeito estufa (GEE) a aferir, divulgar e monitorar suas emissões

de GEE, preparando-se, dessa forma, para atuar em uma economia chamada de “baixo

carbono”. Além disso, o índice visa prover o mercado com um indicador cuja performance será

resultante de um portfólio balizado por fatores que incorporam, inclusive, as questões

relacionadas às mudanças climáticas.

A Bovespa, visando criar um ambiente de investimento compatível com as demandas

de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabilidade

ética das corporações criou também o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

Conforme a Bovespa (2019), o ISE é uma ferramenta para análise comparativa da

performance das empresas listadas na B3 sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, baseada

em eficiência econômica, equilíbrio ambiental, justiça social e governança corporativa. A

análise do índice também amplia o entendimento sobre empresas e grupos comprometidos com

a sustentabilidade, diferenciando-os em termos de qualidade, nível de compromisso com o

desenvolvimento sustentável, equidade, transparência e prestação de contas, natureza do

produto, além do desempenho empresarial nas dimensões econômico-financeira, social,

ambiental e de mudanças climáticas.

Destarte, evidencia-se que tais índices contribuem com o avanço das informações

ambientais geradas pela contabilidade, tornando sua análise imprescindível no âmbito interno

e externo das empresas que buscam maior competitividade no mundo atual.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise de pesquisas científicas que tratam sobre a importância da

Contabilidade Ambiental no âmbito das empresas, verifica-se que esta passou a ter um papel

estratégico dentro das entidades, tendo em vista que a sociedade contemporânea evita a

exploração indiscriminada dos recursos naturais, preferindo produtos que não causem danos ou

que tenham o menor impacto ao meio ambiente.

Apesar da Contabilidade Ambiental não ser uma ciência nova, mas sim uma ênfase

nos fatos específicos da área ambiental, o profissional da contabilidade precisa ter competência

necessária para fazer a correta evidenciação das informações relativa ao meio ambiente, pois é

ele o detentor dos dados que serão capazes de influenciar positivamente as organizações e

contribuir para a tomada de decisão em consonância com o desenvolvimento econômico

sustentável.

A evidência, a estimativa e o registro tempestivo dos fatos contábeis na aérea

ambiental evita a apuração de lucros e custos irreais, sendo um instrumento de grande

importância para garantir a continuidade das entidades, pois contribui para um melhor

gerenciamento do recursos aplicados.

Todavia, verifica-se a necessidade de padronização das normas ambientais, com o

intuito de garantir uma maior relevância e credibilidade das informações contábeis ambientais,

além de reduzir a assimetria de dados dos stakeholders.

Considerando que, conforme observado na literatura, ainda temos gestores de

empresas que classifiquem pontos negativos de se estabelecer uma política de preservação

ambiental, torna-se necessário também a disseminação de informações, leituras especializadas

e a participação em eventos na área, com o intuito de se constatar que políticas ambientais trarão

muito mais benefícios do que malefícios para as empresas.

Constata-se, por meio dos trabalhos relacionados ao presente tema, que algumas

empresas desconhecem os benefícios da aplicação da contabilidade ambiental, utilizando-se

desta apenas para amenizar danos que sua operação produz. O incentivo às pesquisas

científicas, seminários e palestras visam propiciar um maior acesso a importância das

informações ambientais para a entidade.

Observa-se, outrossim, a importância de se identificar o estágio de preservação

ambiental das empresas e, a partir de então, utilizando-se dos conceitos de “marketing verde ou

ecológico”, “benchmarketing ambiental”, “responsabilidade social corporativa” e análise dos

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índices de sustentabilidade garantir a continuidade, competitividade e a constante necessidade

de inovação e aprimoramento da entidade para manter-se no mercado.

No que se refere às limitações do presente trabalho, verifica-se que a ausência de

uniformização e transparência de informações relacionadas ao meio ambiente entre as

diferentes entidades dificulta a comparação e análise das informações, bem como as inovações

propostas por meio de estudos científicos na área de contabilidade ambiental. Ademais, torna-

se imprescindível a união entre empresas e universidades no intuito de se aprofundar o

desenvolvimento de pesquisas sobre contabilidade ambiental.

Por fim, sugere-se ampliar o número de pesquisas ambientais realizadas, com o intuito

de detectar as possíveis diferenças regionais no grau de conhecimento da importância da

contabilidade ambiental e suas causas. Recomenda-se também, em futuros trabalhos, fazer uma

análise dos relatórios contábeis publicados, com o objetivo de verificar o que está sendo

registrado da contabilidade ambiental.

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