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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
CURSO DE ZOOTECNIA
ANA PAULA DA SILVA CARVALHO
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA
ALIMENTAÇÃO ANIMAL
CUIABÁ 2014
ANA PAULA DA SILVA CARVALHO
BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO EM INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA
ALIMENTAÇÃO ANIMAL
Trabalho de Conclusão do Curso de Gradação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo
Avelino Cabral
Orientador do Estágio Supervisionado: Med.
Vet. Plínio Araújo Reis
CUIABÁ 2014
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente à Deus que sempre me deu força e
sabedoria para ir em frente. Em especial também aos meus pais Edivaldo e Carmem
que sempre me apoiaram e me proporcionaram o melhor.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pela vida, saúde, coragem,
sabedoria e inteligência para a conquista deste trabalho. Gostaria de agradecer
imensamente também a minha mãe Carmem e meu pai Edivaldo pela educação que
me deram, pela criação sempre me ensinando a andar de maneira correta e porque
não mediram esforços para que eu pudesse realizar esse sonho, sempre se “virando
do avesso” para que eu tivesse o melhor nos estudos e na vida. Agradeço também a
minha irmã Maria Odília pela cumplicidade, convívio, companheirismo e alegria
nesses cinco anos de graduação. À madrinha Bia e a minha vó Odília pelo apoio que
sempre me deram.
Agradeço também aos meus tios Bernardo e Léia, aos meus primos Vicente,
Nádia e Calixto pelo acolhimento quando cheguei à Cuiabá e pelo suporte que me
deram durante a graduação.
Agradeço às minhas grandes amigas Adjanine, Amanda, Anna Flávia, Bruna,
Camila Neves, Francine, Geisa, Isabela e Morgana, Rayanne pois sempre estavam
ali dispostas a me ouvir nos momentos que eu precisava, pela parceria,
cumplicidade, companheirismo, pelas risadas, pelos momentos de confessionário,
pelas festas, enfim vou levar vocês sempre comigo. Agradeço a Deus por ter me
dado à honra de tê-las no meu caminho, como já dizia a canção “Amigo é coisa pra
se guardar do lado esquerdo do peito, dentro do coração”!
Agradeço aos meus amigos da pós Isis, Leni, Géssy, Cinquentinha, Arthur,
Joelson, Camilla, Lilian, Mariane e a todos os outros pelos momentos de alegria e de
ensinamentos que de uma forma ou de outra, vocês transmitiam.
Agradeço aos meus professores Luciano Cabral, Joadil, Janaína, Marinaldo,
Daniel de Paula, Nelcino, Janessa, Rosemary, Maria Fernanda, Lisiane, Heder,
Vânia, Alexandra, Felipe, Ferdinando, Nicolau e Regina, porque acreditaram na
fundação do Curso de Zootecnia na UFMT campus Cuiabá, por todo conhecimento
transmitido, por toda a amizade, pela garra para conseguir o melhor por nós da
Primeira Turma de Zootecnia.
Agradeço ao meu professor orientador desse estágio Carlos Eduardo e a Carla
Heloisa por me proporcionarem a realização do estágio na Empresa Suprenorte, pelo
auxílio e aprendizado que me passaram no decorrer do estágio, na confecção do
trabalho de conclusão de curso e pela paciência comigo.
Agradeço à Empresa Suprenorte Agropecuária Ltda pela disponibilidade em
me receber para realizar esse estágio, abrindo as portas para o que eu precisasse
somando em meus conhecimentos e permitindo desenvolvimento de atividades para
a conclusão do curso.
Agradeço aos professores Daniel de Paula e Joadil pelas orientações,
amizade, ensinamentos no campo profissional e pessoal, durante participação nos
projetos de pesquisa.
Agradeço ao NERP por toda oportunidade que me foi proporcionada.
Agradeço à toda a equipe que trabalha na Fazenda Experimental, que durante
esses anos sempre estavam prontos para ajudar.
Agradeço à Primeira Turma de Zootecnia da UFMT Campus Cuiabá “OS
COLOSTRO”, chegamos ao fim de uma etapa sem desistir, enfrentando desafios e
sempre acreditando, muito obrigada por esses anos que passamos juntos.
Enfim, à todos os meus familiares, amigos e colegas que de alguma forma me
ajudaram durante a graduação o meu MUITO OBRIGADA!
“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo.
Todos nós sabemos alguma coisa. Todos
nós ignoramos alguma coisa. Por isso
aprendemos sempre.”
Paulo Freire
“Por vezes sentimos que aquilo que
fazemos não é senão uma gota no mar.
Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma
gota”.
Madre Teresa de Calcutá
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1
2. OBJETIVO(S) ........................................................................................................... 2
3. REVISÃO ................................................................................................................. 3
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ...................................................................................... 7
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ................................................ 12
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 15
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 16
ANEXOS ....................................................................................................................19
RESUMO
Para controlar a qualidade do alimento produzido e o bom funcionamento de uma
indústria de produtos para alimentação animal são necessários alguns cuidados.
Esses cuidados são geridos por meio do manual de boas práticas de fabricação, que
é baseado em normativas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Observam-se nestas normativas, procedimentos higiênicos, sanitários e
operacionais aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos
ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final, com o objetivo de
garantir a qualidade, conformidade e segurança dos produtos destinados à
alimentação animal. Dessa forma, o presente estágio de conclusão de curso foi
realizado no estabelecimento Suprenorte Agropecuária Ltda, na cidade de
Rondonópolis – MT. Objetivou-se conhecer a rotina de uma fábrica de ração animal,
bem como os meios de manter-se em conformidade com os padrões estabelecidos
pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. De modo geral, há
empenho por parte dos gestores e dos colaboradores da empresa para atender as
exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Palavras-chave: controle de qualidade, níveis de garantia, procedimento
operacional padrão
1
1. INTRODUÇÃO
Uma produção de alimentos segura é a preocupação de todos os elos da
cadeia produtiva. Para isso devem ser tomados alguns cuidados especiais, com
intuito de obter a qualidade e a inocuidade do alimento, o que envolve o controle de
todas as etapas de produção do alimento, desde a recepção de matéria prima até o
destino do produto final.
Para controlar o processo produtivo de alimentos destinados aos animais, o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) exige por meio da
Instrução Normativa 04/2007, de 23 de fevereiro de 2007, a implantação de Boas
Práticas de Fabricação na indústria. Por isso, os estabelecimentos que fabricam,
importam, exportam e comercializam rações, suplementos, premix, núcleos,
ingredientes e aditivos para alimentação animal, devem possuir registros no MAPA.
O MAPA tem como objetivo garantir adequadas condições higiênicas sanitárias nos
processos de fabricação, bem como a conformidade e inocuidade dos produtos
disponibilizados no mercado. E ainda a segurança e a rastreabilidade dos produtos
importados e exportados.
Com toda essa preocupação, o controle de qualidade é aquele que determina
as regras que são cumpridas por um departamento dentro do sistema de produção.
A função deste departamento de fiscalização de qualidade dos ingredientes e
matérias-primas é checar se estes estão, dentro de uma série de testes, adequados
a serem utilizados na produção. A fábrica tem que ser eficiente para que se possa
obter lucratividade na comercialização dos produtos. Uma empresa produtora de
rações tem que possuir um eficiente controle de qualidade dos ingredientes
disponíveis para elaboração e que garantam a qualidade da ração produzida.
As principais normatizações que regulamentam os produtos para alimentação
animal são: Decreto 6296/2007, dispõe sobre a inspeção e a fiscalização
obrigatórias dos produtos destinados à alimentação animal; e as Instruções
Normativas nº 04/2007 e nº 22/2009, que tratam das condições higiênico sanitárias,
boas práticas de fabricação e acondicionamento de produtos para alimentação
animal.
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2. OBJETIVO
Conhecer a rotina de uma indústria de produtos para alimentação animal, bem
como seus meios de manter-se em conformidade com os padrões estabelecidos
pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
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3. REVISÃO
Cada estabelecimento deve possuir um manual de procedimentos de Boas
Práticas de Fabricação (BPF) que contém uma série de medidas que devem ser
adotadas por indústrias de alimento a fim de garantir qualidade higiênico-sanitária e
conformidade dos produtos produzidos. A legislação sanitária federal regulamenta
essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o tipo de indústria de alimentos e
específico, voltadas às indústrias que processam determinadas categorias de
alimentos (ANVISA, 2012). De acordo como a Instrução Normativa nº 04 (MAPA,
2007), boas práticas de fabricação são procedimentos higiênicos, sanitários e
operacionais aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos
ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final, com o objetivo de
garantir a qualidade, conformidade e segurança dos produtos destinados à
alimentação animal.
Todas as operações devem ser realizadas de acordo com o manual de
procedimentos de BPF, seguindo as medidas higiênicas e deve ser claro e preciso o
bastante para que todas as operações sejam executadas conforme o descrito e que
o objetivo esperado de produzir alimentos de forma segura seja atingido (MAPA,
2007).
Manter um controle de qualidade numa indústria de nutrição animal é muito
importante tanto sob o aspecto econômico quanto para a saúde do animal e do
consumidor, utilizando métodos corretos de medidas no estabelecimento de padrões
para monitorar a qualidade da matéria-prima, operações e produto acabado
(CHAVES, 1994). Para Ortega (1988), uma fábrica de ração pode possuir uma
instalação simples, desde que seja eficiente e segura, garantindo qualidade do
produto final.
Um sistema adequado de controle de qualidade de ingredientes garante
selecionar fornecedores de confiança com segurança e obtendo lucro (BUTOLO,
2002). O controle de qualidade inicia-se no momento da compra das matérias
primas, ou seja, a empresa precisa adquirir produtos que irão permitir a elaboração
de ração de alta qualidade, seja ela sanitária ou nutricional (LÁZZARI, 1992). Um
dos principais problemas enfrentados pela indústria de alimentação animal no Brasil
é representado pela falta de uniformidade da maioria das matérias-primas existentes
em nosso mercado (SINDIRAÇÕES, 2002).
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Existem fornecedores exclusivos pela sua competência e idoneidade e por
produzirem matérias-primas com menores variações dos níveis de garantia, melhor
apresentação do produto e por serem criteriosos na sua documentação (certificado
de análise). Este é o primeiro fator para obter qualidade e segurança do processo de
produção e produto acabado (PEREIRA, 2008).
Além dos fornecedores de matéria-prima, o armazenamento é de grande
importância, pois, quando feito de maneira inadequada, interfere na qualidade do
produto e na garantia da segurança (PEREIRA, 2008). No armazenamento é
indicado que cada produto (produto acabado ou matéria-prima) seja identificado. A
identificação é feita com o objetivo de facilitar o trabalho do funcionário, evitando que
o mesmo cometa algum tipo de equívoco em relação ao ingrediente que deverá ser
usado na formulação (CARVALHO, 2013).
De acordo com o SINDIRAÇÕES (2002), produzir rações quer dizer submeter
os ingredientes a alguns processos conhecidos e para isso é necessário que se
tenha controle dos pontos críticos dos processos, visando obter o máximo potencial
nutricional com modificações físicas e/ou químicas nos alimentos.
Para a ANFAL (2002), uma indústria de alimentação animal é tão exigente
quanto uma de alimentos para consumo humano, quanto ao balanceamento dos
nutrientes. O processo é estudado de forma a garantir um produto que satisfaça os
consumidores.
De acordo com a Instrução Normativa n°4 (MAPA, 2007) todo equipamento e
utensílio utilizado nos locais de processamento das rações, que entre em contato
direto ou indireto com o alimento, tem que ser confeccionado com material que não
transmita nada ao alimento, nem sabor, nem odores, resistente à corrosão e capaz
de suportar várias operações de limpeza e desinfecção. Devem ser desenhados,
construídos e instalados de modo a permitir fácil e completa limpeza, desinfecção e
lubrificação.
Os edifícios e instalações devem ser projetados de maneira que seu fluxo de
operações possa ser realizado nas condições higiênicas, desde a chegada da
matéria-prima, durante o processo de produção até a obtenção do produto final. A
empresa deve dispor de espaço adequado para produção, armazenamento de
ingredientes, sacaria vazia até o acondicionamento de produtos acabados,
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obedecendo ao fluxograma de forma a possibilitar um sistema de produção
unidirecional evitando possíveis causas de contaminação cruzada (MAPA, 2007).
As paredes e divisórias devem ser lisas, de fácil limpeza e higienização e não
apresentar frestas e rachaduras. As janelas, portas e outras aberturas devem ser
projetadas de forma a evitar o acúmulo de sujeira e serem de fácil limpeza. As
janelas que se comunicam com o exterior devem ser providas de proteção contra
pássaros (RIBEIRO, 2009).
De acordo com a Instrução Normativa nº 4 (MAPA, 2007), indústria deve estar
em local em que os vizinhos não tragam os riscos de contaminação aos produtos,
deve ser de fácil localização, as vias de trânsito ao redor não pode ter alagamentos
em momento de chuva, o solo deve ser compacto para evitar buraco, sem árvores
frutíferas para não atrair animais.
Todos os produtos de limpeza e desinfecção e lubrificação devem ser
registrados pelo órgão competente, identificados e guardados em local específico,
fora das áreas de processamento dos alimentos. Os lubrificantes que entram em
contato direto ou indireto com os produtos destinados à alimentação animal devem
ser de grau alimentício. O programa de controle das pragas deve ser eficaz e
aplicado de forma contínua. Os estabelecimentos e as áreas circundantes devem
sofrer inspeção periódica com vistas a manter as pragas sob controle. A empresa
deve possuir programa de higienização para as instalações, equipamentos e
utensílios contemplando informações dos produtos utilizados como: nome e
concentração, cuidados no manuseio e preparação das soluções, métodos de
higienização, procedimento operacional, frequência de desinfecção e operadores
responsáveis (CARVALHO, 2013).
A direção do estabelecimento deverá garantir que todos os funcionários
recebam treinamento relativo à higiene pessoal e aspectos higiênico-sanitários para
processamento dos produtos destinados à alimentação animal mediante um plano
de integração de novos funcionários e de treinamento contínuo. Toda pessoa que
trabalhe na área industrial deve usar uniforme adequado, sendo este de uso
exclusivo para o serviço. Nas áreas de manipulação de alimentos, deve ser proibido
todo ato que possa originar contaminação dos produtos, como comer, fumar, tossir
ou outras práticas anti-higiênicas (MAPA, 2007).
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A contaminação cruzada é uma preocupação, pois ocorre quando alguma
coisa que deveria ter ido num local e tão somente nele em um procedimento, na
verdade, foi em outro. Isto pode ser muito comprometedor. Os principais pontos que
devem ser observados e que são críticos neste sentido são: ensilamento de macro e
microelementos; vazamentos em registros, caixas e comportas; transportadores;
silos pulmões (silos para armazenagem temporária de ingredientes) e reservatórios
mal projetados; acerto de rotas manualmente e/ou má sinalização de rotas; tempos
de esvaziamento de rotas controladas manualmente; dosagem errada; troca de
embalagens e de rótulos; falta ou má identificação dos silos, de pilhas. (KLEIN,
1999).
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4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
O estágio curricular foi realizado na empresa Suprenorte Agropecuária Ltda,
na cidade de Rondonópolis, Mato Grosso, no período de 15 de setembro de 2014 a
16 de outubro de 2014 (Figura 1).
Figura 1. Empresa Suprenorte
A empresa de nutrição animal Suprenorte Agropecuária Ltda está há mais de
20 anos no mercado trabalhando com a finalidade de suprir as necessidades com
dedicação para o desenvolvimento da cadeia produtiva da pecuária nacional.
Além de produtos com qualidade, contam com auxílio de profissionais
capacitados proporcionando assistência técnica aos clientes com intuito de obter
maior ganho de peso, primando à responsabilidade social e bem-estar animal.
A Suprenorte, por meio de uma extensa pesquisa em produção animal a
pasto, desenvolveu produtos para atender as necessidades dos rebanhos da região.
Possui uma linha de suplementos minerais, proteicos, energéticos, concentrados,
núcleos para bovinos, sal mineral para equinos e ovinos (Tabela1).
A empresa trabalha com os ingredientes: milho, farelo de soja, torta de algodão,
sorgo, resíduo de feijão, sal branco, com as fontes de minerais fosfato bicálcico,
sulfato de cálcio, flor de enxofre, silicato e os minerais cobalto, cobre, e zinco. O sal
branco, milho, sorgo e resíduo de feijão são armazenados em boxes. Esses boxes
são de alvenaria, concretados para facilitar limpeza (Figura 2). Esses ingredientes
eram transportados através de roscas até o seu silo, depois era triturado e
posteriormente era pesado indo para o misturador.
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Tabela 1. Produtos comercializados pela Suprenorte por nome comercial,
classificação e categoria animal a que se destina.
Nome comercial Classificação Categoria animal
Supre-engorda 40 Suplemento mineral Bovinos em fase de terminação
Supre cria e recria 60 Suplemento mineral Bovinos em fase de cria e recria
Supre cria e recria 80 Suplemento mineral Bovinos em fase de cria, recria e terminação
Suprenorte leite 90 Suplemento mineral Vacas em lactação
Supre equinos Suplemento mineral Equinos na fase de crescimento, reprodução, trabalho
Supre ovinos Suplemento mineral Ovinos nas fases de cria, recria, reprodução e engorda
Supre concentrado Suplemento mineral Bovinos
Supre ureia 10% Suplemento mineral com ureia Bovinos no período da seca
Supre ureia 15% Suplemento mineral com ureia Bovinos no período da seca
Supre cria e recria 60/10%
Suplemento mineral com ureia Bovinos no período da seca
Energético Suplemento mineral proteico Bovinos de corte
Mistura múltipla seca Suplemento mineral proteico Bovinos de corte na época seca
Proteico cria e recria Suplemento mineral proteico Bovinos de corte nas fases de crescimento e terminação
Proteico vacada Suplemento mineral proteico Fêmeas bovinas no período seco
Proteico boiada Suplemento mineral proteico Bovinos nas fases de crescimento e terminação no período seco do ano
Supre creep Ração Bovinos de corte nas fases de cria e recria
Confinamento 16% Ração Bovinos na fase de confinamento
Supre leite 18% Ração Vacas de leite na fase de lactação
Supre leite 22% Ração Vacas de leite na fase de lactação
Supre leite 24% Ração Vacas de leite na fase de lactação
Supre touros Ração Touros
R17 ração ovinos Ração Ovinos
Ração tropa Ração Equinos
Supre núcleo Ração Bovinos
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O ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da Instrução
Normativa 12/2004 determina que os suplementos podem ser denominados em:
suplemento mineral: quando possuir na sua composição, macro e/ou micro elemento
mineral, podendo apresentar, no produto final, um valor menor que quarenta e dois
por cento de equivalente proteico; suplemento mineral com ureia: quando possuir na
sua composição, macro e/ou micro elemento mineral e, no mínimo, quarenta e dois
por cento de equivalente proteico; suplemento mineral proteico: quando possuir na
sua composição, macro e/ou micro elemento mineral, pelo menos vinte por cento de
proteína bruta (PB) e fornecer, no mínimo, trinta gramas de proteína bruta (PB) por
cem quilos de peso corporal; suplemento mineral proteico energético: quando
possuir na sua composição, macro e/ou micro elemento mineral, pelo menos vinte
por cento de proteína bruta, fornecer, no mínimo, trinta gramas de proteína bruta e
cem gramas de nutrientes digestíveis totais (NDT) por cem quilos de peso corporal.
Figura 2. Demonstrativo do box de sorgo (A) e de feijão e de milho (B).
A recepção de matérias-primas era feita de seguinte maneira: produtos
ensacados eram retirados do caminhão por serviço manual dos funcionários, sempre
respeitando as normas de BPF como não colocar os sacos na cabeça sem
capacetes e usando os devidos equipamentos de proteção. Os produtos que
chegavam na empresa em bags, que eram retirados do caminhão com o auxílio da
empilhadeira. Produtos à granel eram descarregados na moega e transportados
para os boxes por meio de roscas (Figura 3).
(A) (B)
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Figura 3. Moega para descarregamento de produtos a granel.
A recepção de embalagens também era feita, observando se estava tudo
conforme a legislação. As embalagens utilizadas são sacos de ráfia. Cada produto
tem sua respectiva embalagem com o rótulo indicando a composição básica, os
eventuais substitutos, os níveis de garantia do produto, as indicações de uso, o
modo de usar e o modo de conservação. As embalagens ainda contêm a data de
validade do produto, data de fabricação, lote, indicação de transgenia e se o produto
é isento de registro no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Conforme a Instrução Normativa 42/2010, alguns produtos são isentos de registro
no Ministério da Agricultura como: o produto destinado à alimentação animal
classificado como suplemento para ruminante, premix, núcleo, concentrado, ração e
os ingredientes, farelo de soja, farelo de trigo, farelo de algodão, farelo de glúten de
milho e gérmen de trigo; os grãos e sementes in natura e fenos, que sofrerem
apenas o processo de moagem e que mantenham as suas características
nutricionais; os ingredientes e aditivos utilizados na alimentação humana e
susceptíveis de emprego na alimentação animal. A isenção de registro de
ingredientes, suplementos para ruminantes, premix, núcleos, concentrados e rações
destinados à alimentação animal não exime o estabelecimento e os responsáveis
técnicos do cumprimento das exigências estabelecidas em atos normativos
específicos e demais normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA. Compete ao Responsável Técnico do estabelecimento a
aprovação das fórmulas, rótulos e embalagens dos produtos isentos de registro e o
preenchimento do respectivo Relatório Técnico de Produto Isento de Registro –
RTPI. O suplemento mineral para equinos era um produto isento de RTPI.
As embalagens de suplementos minerais já vêm com toda essa informação
impressa. Cada suplemento destinado à determinada categoria animal tem uma
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embalagem de uma cor. As embalagens para ração têm um rótulo que é colado e
são armazenadas em lugar específico, separadas de acordo com o produto que
cada uma vai ensacar (Figura 4).
Figura 4. Rótulo de embalagens de ração
O armazenamento de matérias-primas era feito em um galpão. Nesse galpão
era armazenado bags de fosfato bicálcico, sacos de torta de algodão, sacos de
silicato e filtrado de enxofre. Os sacos de filtrado de enxofre, silicato e torta de
algodão ficavam em cima de pallets, os quais eram cobertos com papelão para
evitar contato com a madeira (Figura 5).
Figura 5. Armazenamento de matéria-prima e produtos.
O local para carregamento e descarregamento era coberto, conforme é
exigido pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. (Figura 6).
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Figura 6: Local para Carregamento e Descarregamento de matéria prima e produtos
A empresa era composta de vários setores: a indústria propriamente dita,
setor administrativo, setor de vendas e uma sala para estudos. Durante a realização
do estágio foram visitados todos estes setores.
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5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO
Todos os dias ao chegar à empresa realizava-se uma vistoria em todos os
setores da fábrica (expedição, produção, armazenamento, boxes, vestiários, área
externa e sala onde ficam armazenado os ingredientes para confecção de premix),
para observar se havia algo para ser corrigido. Posteriormente era feita outra
vistoria, anotando se alguns itens estavam em conformidade ou não.
Não foram observadas constantes análises na composição dos ingredientes e
matérias-primas ficando apenas na confiança nos níveis de garantia fornecido pelos
fornecedores. Hoje em dia já existem aparelhos bastante avançados que são
capazes de fazer essas análises de maneira rápida e precisa, é o caso do NIRS
(Near Infrared Spectroscopy), é constituído de uma câmara de leitura ótica e de um
software para tratamentos matemáticos que, por meio de curvas espectrais dentro
da faixa do infravermelho (700-2.500 nanômetros), gera equações para estimar
teores da composição bromatológica do alimento. Sem dúvida, seria um
investimento que poderia ser feito que ajudaria e muito a empresa a manter a
qualidade de seus produtos.
O recebimento foi realizado de forma correta, sempre em local coberto, e era
feito braçalmente caso fossem sacos e com auxílio de empilhadeira caso fossem
bags. Quanto a entrega dos equipamentos de proteção, não havia uma frequência
de entrega, sendo fornecida quando os funcionários pediam. Além disso, foi
realizada a conferência das notas fiscais. Quando chegava matéria prima e a análise
dos níveis de garantia, as informações eram passadas para as devidas planilhas de
BPF. Ainda, avaliava-se veículo que transportava matéria-prima e embalagem,
preenchendo-se as fichas de conformidade. E por fim, retirava-se uma amostra de
matéria-prima do lote para posterior análise. Em seguida, era realizado o
acompanhamento da qualidade no armazenamento de matéria-prima. Os bags ou
sacos sempre deveriam estar sobre pallets, nunca em contato direto com o chão e
também nunca em contato direto com a madeira.
Para todas as atividades, foi necessário conhecer o manual de Boas Práticas
de Fabricação, que visa garantir a qualidade, adequação do produto elaborado,
procedimentos higiênicos, sanitários e operacionais aplicados em todo sistema de
produção, desde obtenção de ingredientes e matéria-prima até a distribuição do
produto final. Este documento deve retratar a empresa, ser exclusivo e intransferível.
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A produção obedecia aos requisitos higiênico-sanitários necessários. Os
ingredientes estavam dentro do padrão estabelecido e sem contaminantes. Evitava-
se sempre a contaminação cruzada, que pode ser levada pela movimentação do
próprio pessoal, uma vez que a linha de produção deve sempre ser unidirecional.
A empresa seguia os procedimentos operacionais padrão (POP),
selecionando fornecedores idôneos que entregam produto no tempo e com
atendimento dos níveis de garantia adequado; tendo práticas higiênicas, como não
tossir, cuspir, fumar e comer na área de produção; aferição de balanças e
equipamentos, manutenção preventiva; controle de pragas e roedores; controle da
qualidade de água. Observou-se que a empresa cumpre com o regulamento de boas
práticas fornecido pelo MAPA, e quando algo não estava em conformidade, logo se
tomava as medidas de ações corretivas para tal fato. Quanto à limpeza e
higienização de instalações, equipamentos e utensílios, havia o preenchimento das
planilhas para indicar a condição de pisos, portas, lixeiras, parede, teto, janelas,
utensílios, detergente, papel toalha, bebedouro, calçada, prateleiras.
Realizava-se o controle de pragas e roedores conforme as recomendações
sendo realizada uma vez por semana, colocando iscas em armadilhas nos pontos
indicados. Para espantar os pombos comprou-se uma cola específica para esse fim,
que se passou sobre as telas no teto da indústria, onde os pombos ficavam.
Também foram esticadas as telas, evitando que os pombos fizessem ninhos. Para o
controle de formigas, aplicava todos os sábados um spray à base de fipronil nos
formigueiros. Para o controle de roedores era utilizado produto em pó (Racumim) e
iscas. Esses venenos eram colocados todos os sábados em armadilhas, que eram
tubos de PVC fixados em pontos estratégicos na indústria.
Quanto ao preenchimento de planilhas para enviar ao MAPA, esta atividade
foi desafiadora, uma vez que a empresa não possuía um técnico responsável por
essa etapa e o aprendizado foi obtido por meio de leitura das normativas e consulta
a outros profissionais.
Durante a realização do estágio foram dados alguns treinamentos pelo médico
veterinário Plinio Araújo. Nesse treinamento pude acompanhar o processo de
produção da empresa e entender melhor a qualidade dos produtos ali fabricados.
Grandes foram as oportunidades dadas pela empresa para exercitar o conhecimento
técnico. Teve-se acesso a boa parte dos documentos da empresa e a empresa
permitiu que desempenhasse o que tivesse que ser feito para corrigir alguma ação
para melhoria do processo de produção.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização desse estágio de conclusão de curso tive a oportunidade de
conhecer e aprender sobre o processo de produção de alimentos destinados à
alimentação animal. Essa é uma área muito importante para nossa formação e foi
pouco abordada durante a graduação.
A empresa na qual fiz o estágio me proporcionou grande aprendizado, uma
vez que abriu as portas para que eu pudesse acompanhar todo sistema de
produção, desde a chegada das matérias-primas até o produto acabado. Também
pude acompanhar um pouco sobre as leis que regem esse sistema e como o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento está inserido dentro do
processo.
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REFERÊNCIAS
ANFAL Manual de boas práticas de fabricação para estabelecimentos de
produtos para alimentação animal. 2002. 48p
ANVISA. 2012. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em
http://www.anvisa.gov.br/alimento/. Acesso em 01 de dezembro de 2014.
BUTOLO, J.E. Qualidade de ingredientes na alimentação animal. Campinas:
Colégio Brasileiro de Alimentação Animal, 2002. 430p.
CARVALHO, T.K.F. Boas Práticas De Fabricação De Ração Na Agropecuária
Jataí Comércio Indústria & Transporte De Produtos Agropecuários Ltda.
Trabalho de Conclusão de Curso. Jataí, 2013.
CHAVES, J. B. P. Controle de qualidade para indústrias de alimentos. Viçosa:
Imprensa Universitária, 1994. 94p.
KLEIN, A. A. Pontos Críticos do Controle de Qualidade em Fábricas de Ração
— Uma Abordagem Prática. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE NUTRIÇÃO
DE AVES, 1 , 1999, Concórdia, SC. Anais. Concórdia: EMBRAPA–CNPSA, 1999, p.
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LÁZARRI, F.A. Qualidade da matéria prima de rações. Umidade, fungos e
micotoxinas. In: Nutrição e alimentação de aves. VII MINI-SEMINÁRIO DO
COLÉGIO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO ANIMAL, Campinas. Anais... p.77-82,
1992.
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução
normativa nº 4, de 23 de fevereiro de 2007. Regulamento técnico sobre as
condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para
estabelecimentos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal e
o roteiro de inspeção. Disponível em:
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visuali
zarAtoPortalMapa&chave=1864199569>. Aceso em: 01 de dezembro de 2014.
17
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Instrução
normativa nº 22/2009. Condições higiênico sanitárias, boas práticas de
fabricação e acondicionamento de produtos para alimentação animal.
Disponível em: <http://
<http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualiz
arAtoPortalMapa&chave=900867338> Acesso em: 01 de dezembro de 2014.
ORTEGA, A. C. A industria de rações: da especialização a integração
vertical. 1988. 167 f. Dissertação - Curso de Programa de Pós-graduação em
Economia, Unicamp, Campinas, SP, 1988.
PEREIRA, L. F. Segurança e Qualidade Na Inspeção de Matérias-Primas em
Fábrica de Alimentos Para Ruminantes. 2008. 52 f. TCC - Curso de Medicina
Veterinária, Universidade Federal de Goiás, Jataí, 2008.
RIBEIRO, K. O. Manual de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para
estabelecimento fabricante de produtos destinados à alimentação
animal. 2009. 169 f. TCC - Curso de Higiene Inspeção de Produtos de Origem
Animal, UFMG, Belo Horizonte, 2009.
SINDIRAÇÕES / ANFAL / ASBRAM. Manual de boas práticas de fabricação para
estabelecimentos de produtos para alimentação animal. Comunicação em
Agronegócios e meio ambiente. São Paulo – SP. p.19-48, 2002. SINDIRAÇÕES /
ANFAL / ASBRAM. Manual de boas práticas de fabricação para estabelecimentos
de produtos para alimentação animal.
.
18
ANEXOS
Anexo 1. Instrução Normativa 04/2007
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
GABINETE DO MINISTRO
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2007
O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO,
no uso da atribuição que lhe confere o art. 2º, do Decreto nº 5.741, de 30 de março
de 2006, tendo em vista o disposto na Lei nº 6.198, de 26 de dezembro de 1974, e
no seu Decreto regulamentador nº 76.986, de 6 de janeiro de 1976, e o que consta
do Processo nº 21000.012692/2006-11, resolve:
Art. 1º Aprovar o REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE AS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-
SANITÁRIAS E DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO PARA
ESTABELECIMENTOS FABRICANTES DE PRODUTOS DESTINADOS À
ALIMENTAÇÃO ANIMAL e o ROTEIRO DE INSPEÇÃO, constantes dos anexos.
Art. 2º Estabelecer o prazo de até 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, após a
publicação desta Instrução Normativa, para a entrega do Plano de Implementação
das Boas Práticas de Fabricação, incluindo o manual, pelos estabelecimentos
fabricantes e fracionadores de alimentos para animais.
Art. 3º Estabelecer o prazo de até 545 (quinhentos e quarenta e cinco) dias, após a
publicação desta Instrução Normativa, para que os estabelecimentos fabricantes e
fracionadores de alimentos para animais atendam às especificações contidas no
Regulamento Técnico e Roteiro de Inspeção.
Art. 4º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Fica revogada a Instrução Normativa SARC nº 01, de 13 de fevereiro de
2003.
LUÍS CARLOS GUEDES PINTO
19
ANEXO I
REGULAMENTO TÉCNICO SOBRE AS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS E
DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO PARA ESTABELECIMENTOS
FABRICANTES DE PRODUTOS DESTINADOS À ALIMENTAÇÃO ANIMAL
1. OBJETIVO
Definir os procedimentos básicos de higiene e de boas práticas de fabricação para
alimentos fabricados e industrializados para o consumo dos animais.
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Aplica-se a todo estabelecimento fabricante ou fracionador de produtos destinados à
alimentação animal. Destina-se ainda aos fiscais federais agropecuários no exercício
das ações de inspeção e fiscalização destes estabelecimentos, bem como para
servir de guia às empresas do setor na elaboração e implementação do Manual de
Boas Práticas de Fabricação com as informações necessárias à segurança e
adequação dos alimentos para animais.
O cumprimento dos requisitos gerais deste Regulamento não exclui o cumprimento
de outros regulamentos específicos em vigor ou que venham a ser publicados.
3. DEFINIÇÕES
Para efeito deste Regulamento, são definidos:
3.1. Boas Práticas de Fabricação - BPF: procedimentos higiênicos, sanitários e
operacionais aplicados em todo o fluxo de produção, desde a obtenção dos
ingredientes e matérias-primas até a distribuição do produto final, com o objetivo de
garantir a qualidade, conformidade e segurança dos produtos destinados à
alimentação animal.
3.2. Contaminação: presença de substâncias ou agentes estranhos de origem
biológica, química ou física que sejam considerados nocivos para saúde dos
animais.
3.3. Contaminação cruzada: contaminação de produto destinado à alimentação
animal com outro produto, durante o processo de produção ou contaminação gerada
20
pelo contato indevido de ingrediente, insumo, superfície, ambiente, pessoas ou
produtos contaminados, que possam afetar a inocuidade do produto.
3.4. Controle da qualidade: conjunto de procedimentos que envolvem programação,
coordenação e execução com o objetivo de verificar e assegurar a conformidade da
matéria-prima, do ingrediente, do rótulo e da embalagem, do produto intermediário e
do produto acabado com as especificações estabelecidas.
3.5. Desinfecção: é a redução, por meio de agentes químicos ou métodos físicos
adequados, do número de microrganismos no ambiente, instalações, maquinários e
utensílios, a um nível que não origine contaminação do produto que será elaborado.
3.6. Higienização: limpeza e desinfecção.
3.7. Limpeza: remoção de qualquer tipo de resíduo indesejável.
3.8. Lote: produto obtido em um ciclo de fabricação, sob as mesmas condições e
tendo como característica a homogeneidade.
3.9. Matéria-prima: toda substância que, para ser utilizada como ingrediente,
necessita ser submetida a tratamento ou transformação de natureza física, química
ou biológica.
3.10. Material de embalagem: qualquer material, inclusive material impresso,
empregado no processo de embalagem de determinado produto. Os materiais de
embalagem podem ser primários ou secundários, de acordo com a existência ou não
de contato direto com o produto.
3.11. Pragas: insetos e todos os animais, tais como gatos e pássaros, capazes de
contaminar direta ou indiretamente os alimentos.
3.12. Procedimento(s) Operacional(is) Padrão(ões) - POP: é a descrição
pormenorizada e objetiva de instruções, técnicas e operações rotineiras a serem
utilizadas pelos fabricantes de produtos destinados à alimentação animal, visando à
proteção, à garantia de preservação da qualidade e da inocuidade das matérias-
primas e produto final e a segurança dos manipuladores.
3.13. Produtos com medicamento: rações, suplementos, premixes, núcleos ou
concentrados que contenham produto de uso veterinário, para emprego em animal
de produção.
21
3.14. Produtos destinados à alimentação animal: substância ou mistura de
substâncias, elaborada, semi-elaborada ou bruta que se emprega na alimentação de
animais.
4. REQUISITOS HIGIÊNICO-SANITÁRIOS DAS INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS
E UTENSÍLIOS
4.1. Localização:
4.1.1. Os estabelecimentos devem estar situados em zonas isentas de odores
indesejáveis e contaminantes. Fora de área de riscos de inundações e alojamento
de pragas. Longe de outras atividades industriais que possam prejudicar a qualidade
dos alimentos para animais, a não ser que haja medidas de controle e segurança
que evitem os riscos de contaminação.
4.1.2. Na localização dos estabelecimentos, é imprescindível a observação de
medidas de controle e segurança que evitem riscos de contaminação dos produtos,
das pessoas e do meio ambiente.
4.2. As vias de trânsito interno devem ter superfície compactada e resistente ao
trânsito sobre rodas, com escoamento adequado, que permita sua limpeza e evite a
formação de poeira.
4.3. Instalações:
4.3.1. Devem ser de construção sólida e sanitariamente adequada.
Todos os materiais usados na construção e na manutenção não devem apresentar
risco ao produto final. Os edifícios devem ser construídos de maneira que permita o
controle eficiente de pragas, de contaminantes ambientais e de outros fatores que
possam causar algum dano ao produto.
4.3.2. A empresa deve dispor de espaço adequado para produção, armazenamento
de ingredientes, sacaria vazia e produtos acabados obedecendo ao fluxograma de
forma a possibilitar a separação entre área de produção e área de armazenamento
de produto acabado e evitar as operações suscetíveis de causar contaminação
cruzada.
22
4.3.3. No caso do estabelecimento fabricante de produtos com medicamentos, este
deve possuir área específica em local separado, identificado, com acesso restrito e
controle de temperatura e umidade, para o armazenamento dos medicamentos.
4.3.4. Devem ser previstos locais específicos, fora da área de produção, para
produtos devolvidos ou recolhidos, materiais tóxicos, materiais de laboratório,
explosivos ou inflamáveis.
4.3.5. As instalações e equipamentos devem estar dispostos de forma a permitir
limpeza adequada.
4.3.6. Devem ser projetados de forma a permitir a separação, por áreas, setores ou
outros meios eficazes, de forma a evitar as operações suscetíveis de causar
contaminação cruzada.
4.3.7. Devem ser projetados de maneira a possibilitar fluxo unidirecional de
operações para que as mesmas possam ser realizadas nas condições higiênicas,
desde a chegada das matérias-primas até a expedição do produto final.
4.3.8. Nas áreas de processamento de alimentos, os pisos devem ser de material
resistente ao trânsito e ao impacto, de fácil drenagem, limpeza ou higienização e,
quando necessário, possuir declive em direção aos drenos. Na área de produção,
devem ser evitados os ralos e quando absolutamente imprescindíveis devem ser do
tipo sifão ou similar, dotados de fechamento e não permitindo a formação de poças.
Da mesma forma, as canaletas, quando absolutamente indispensáveis, devem ser
lisas com declive para o sifão ou similar. Nas áreas onde se armazenem ou
manipulem produtos úmidos, os pisos devem ser impermeáveis e laváveis.
4.3.9. As paredes e divisórias devem ser lisas, sem frestas ou rachaduras, de fácil
limpeza ou higienização. Nas áreas onde se armazenem ou manipulem produtos
úmidos, as paredes e divisórias também devem ser impermeáveis e laváveis.
4.3.10. O teto e as instalações aéreas devem ser construídos ou revestidos de modo
que impeçam o acúmulo de sujeira e que reduzam ao mínimo a condensação e a
formação de mofo. Devem ainda ser de fácil limpeza.
4.3.11. As janelas, portas e outras aberturas devem evitar o acúmulo de sujeira e
serem de fácil limpeza. As que se comunicam com o exterior devem ser providas de
proteção contra pragas. As proteções devem ser de fácil limpeza e boa conservação.
23
4.3.12. As escadas, elevadores de serviço, monta-cargas e estruturas auxiliares,
como plataformas, escadas de mão e rampas devem estar localizados e construídos
de modo a não serem fontes de contaminação.
4.3.13. Nas áreas de elaboração dos produtos, todas as estruturas e acessórios
suspensos devem ser instalados de forma que não dificultem as operações de
limpeza e de maneira a evitar a contaminação direta ou indireta das matérias-primas,
dos produtos e das embalagens.
4.3.14. Os refeitórios devem estar completamente separados dos locais de
manipulação dos produtos e não devem ter acesso direto e nem comunicação direta
com estes locais.
4.3.15. Os estabelecimentos devem dispor de vestiários e banheiros em número
suficiente, separados por sexo, bem iluminados e ventilados, de acordo com a
legislação, convenientemente situados, sem comunicação direta com o local onde
são processados os produtos destinados à alimentação animal e devem permitir o
escoamento sanitário das águas residuais. Os lavabos devem estar providos de
elementos adequados, tais como sabão líquido, detergente, desinfetante para
lavagem das mãos e de meios higiênicos para sua secagem. Os vestiários e
banheiros devem ser mantidos limpos.
4.3.16. As instalações para lavagem das mãos nas áreas de produção, quando a
natureza das operações assim o exigir, devem estar convenientemente localizadas,
serem adequadas e providas de tubulações devidamente sifonadas que transportem
as águas residuais até o local de deságüe.
4.3.17. Todos os locais destinados à lavagem das mãos devem conter avisos sobre
os procedimentos para a correta lavagem ou higienização das mãos.
4.3.18. A instalação para limpeza e desinfecção dos utensílios e equipamentos de
trabalho, quando necessária, deve ser específica para a atividade.
4.3.19. O estabelecimento deve dispor de abastecimento, armazenamento e
distribuição de água suficientes para as operações propostas.
4.3.20. Os estabelecimentos devem dispor de um sistema eficaz de tratamento e
eliminação de águas residuais, aprovado pelo órgão ambiental competente.
24
4.3.21. Os estabelecimentos devem ter iluminação natural ou artificial, que
possibilitem a realização das atividades. As fontes de luz artificial devem estar
protegidas, exceto nas áreas onde não haja presença de produtos expostos, abertos
ou não protegidos, destinados à alimentação animal. As instalações elétricas devem
ser embutidas ou exteriores e, neste caso, estarem perfeitamente revestidas por
tubulações isolantes e presas a paredes e tetos, de maneira a dificultar a deposição
de resíduos de qualquer natureza.
4.3.22. O estabelecimento deve dispor de ventilação adequada de forma a evitar o
calor excessivo, a condensação de vapor e o acúmulo de poeira, com a finalidade de
eliminar o ar contaminado.
No caso de utilização de ventilação forçada, a direção da corrente de ar deve seguir
o fluxo contrário da produção. As aberturas de ventilação devem ser providas de
sistemas de proteção para evitar a entrada de pragas e agentes contaminantes.
4.3.23. O local destinado para lixo e resíduos não aproveitáveis deve ser isolado da
área de produção, de fácil acesso, devidamente identificado, construído de modo a
impedir o ingresso de pragas e evitar a contaminação de matérias-primas e produtos
acabados.
4.3.24. Os produtos resultantes de devolução, recolhimento ou apreensão devem ser
identificados e colocados em setor separado, pelo período mínimo suficiente para
sua destinação final, devendo ser mantidos em condições tais que evitem sua
deterioração e sua contaminação.
4.3.25. As vias de acesso e os pátios devem ser mantidos livres de entulhos, lixo, ou
qualquer material que propicie o estabelecimento e desenvolvimento de pragas.
4.4. Equipamentos e utensílios:
4.4.1. Todo equipamento e utensílio utilizado nos locais de processamento, que
entre em contato direto ou indireto com o alimento, deve ser confeccionado em
material atóxico, que não lhe transmita odores e sabores, resistente à corrosão e
capaz de suportar repetidas operações de limpeza e desinfecção. As superfícies
devem ser lisas, sem frestas e outras imperfeições que possam servir de fonte de
contaminação e comprometer a higiene. O uso de madeira só será
25
permitido para paletes e estrados ou para o armazenamento de sal comum, desde
que não constitua fonte de contaminação e esteja em bom estado de limpeza e de
conservação.
4.4.2. Todos os equipamentos e utensílios devem ser desenhados, construídos e
instalados de modo a permitir uma fácil e completa limpeza, desinfecção e
lubrificação; além disso, devem ser utilizados exclusivamente para os fins a que
foram projetados.
4.4.3. Os equipamentos e utensílios devem ser mantidos em bom estado de
conservação e funcionamento.
4.5. Limpeza, desinfecção e lubrificação:
4.5.1. Todos os produtos de limpeza e desinfecção e lubrificação devem ser
registrados pelo órgão competente, identificados e guardados em local específico,
fora das áreas de processamento dos alimentos. Os lubrificantes que entram em
contato direto ou indireto com os produtos destinados à alimentação animal devem
ser grau alimentício.
4.5.2. Com a finalidade de impedir a contaminação dos produtos destinados à
alimentação animal, toda área de processamento, equipamentos e utensílios devem
ser limpos com a frequência necessária e desinfetados sempre que as
circunstâncias assim o exigirem.
4.5.3. Devem ser tomadas medidas para impedir a contaminação dos alimentos
quando as áreas, os equipamentos e os utensílios forem lubrificados, limpos e
desinfetados com água, detergentes, desinfetantes, lubrificantes ou soluções destes.
Os resíduos desses agentes, que permaneçam em superfície suscetível de entrar
em contato com alimento, devem ser eliminados, mediante um enxágue cuidadoso
com água potável antes que os equipamentos ou utensílios voltem a ser utilizados.
4.5.4. O estabelecimento deve assegurar sua limpeza e desinfecção por meio de
programa específico. Os funcionários devem ser capacitados para execução dos
procedimentos de limpeza e terem pleno conhecimento dos perigos e riscos da
contaminação.
4.5.5. O lixo deve ser manipulado e removido de maneira que se evite a
contaminação dos produtos destinados à alimentação animal e da água.
26
4.5.6. A entrada de animais nas áreas internas e externas dentro do perímetro do
estabelecimento deve ser impedida.
4.5.7. O programa de controle das pragas deve ser eficaz e aplicado de forma
contínua. Os estabelecimentos e as áreas circundantes devem sofrer inspeção
periódica com vistas a manter as pragas sob controle.
4.5.8. Os pesticidas solventes e outras substâncias tóxicas devem estar
devidamente registrados no órgão competente e rotulados com informações sobre
sua toxicidade e emprego. Estes produtos devem ser armazenados em áreas
específicas, e só devem ser distribuídos ou manipulados por pessoal autorizado e
devidamente capacitado.
4.5.9. As roupas e os objetos pessoais devem ser guardados em áreas específicas.
5. REQUISITOS HIGIÊNICO-SANITÁRIOS DO PESSOAL
5.1. A direção do estabelecimento deverá garantir que todos os funcionários
recebam treinamento relativo à higiene pessoal e aspectos higiênico-sanitários para
processamento dos produtos destinados à alimentação animal mediante um plano
de integração de novos funcionários e de treinamento contínuo.
5.2. Toda pessoa que trabalhe na área industrial deve usar uniforme adequado,
sendo este de uso exclusivo para o serviço.
5.3. Nas áreas de manipulação de alimentos, deve ser proibido todo ato que possa
originar contaminação dos produtos, como comer, fumar, tossir ou outras práticas
anti-higiênicas.
5.4. Todos os funcionários que mantêm contato com produtos destinados à
alimentação animal devem submeter-se a exames médicos e laboratoriais
pertinentes, de modo a avaliar a sua condição de saúde antes do início de sua
atividade e repetidos, no mínimo, anualmente enquanto permanecerem na atividade.
Havendo constatação ou suspeita de que o funcionário apresente alguma doença ou
lesão, que possa resultar em contaminação do produto, ele deverá ser afastado da
área de processamento de alimentos.
5.5. O emprego de equipamentos de proteção individual na manipulação de
alimentos, como: luvas, máscaras, tampões, aventais e outros, devem obedecer às
27
perfeitas condições de higiene e limpeza destes. No caso de luvas, o seu uso não
exime o manipulador da obrigação de lavar as mãos cuidadosamente.
5.6. Os visitantes devem cumprir todas as disposições referentes ao uso de
uniformes e higiene pessoal estabelecidas para os funcionários.
6. REQUISITOS HIGIÊNICO-SANITÁRIOS DA PRODUÇÃO
6.1. Requisitos aplicáveis aos ingredientes e matérias-primas:
6.1.1. Todos os ingredientes empregados na produção de alimentos para animais
devem estar registrados no órgão competente do MAPA, salvo aqueles dispensados
de registro em legislação específica.
6.1.2. O estabelecimento não deve aceitar nenhuma matéria-prima ou ingrediente
que contenha parasitas, microrganismos, substâncias tóxicas ou estranhas, que não
possam ser reduzidas a níveis aceitáveis na industrialização. O produto final deve
atender os padrões de identidade e qualidade específicos.
6.1.3. O estabelecimento deve garantir a origem, qualidade e inocuidade da matéria-
prima, ingrediente e embalagem.
6.2. Prevenção da contaminação cruzada:
6.2.1. Devem ser tomadas medidas eficazes para evitar a contaminação por contato
direto e indireto em todas as etapas do processo e fluxo de produção, considerando
instalações, equipamentos, pessoal, utensílios, uniformes e embalagens.
6.2.2. Deve ser estabelecida uma sequência fixa para o processo de fabricação dos
diferentes produtos considerando o emprego de ingredientes de origem animal,
aditivos, produtos veterinários e a sensibilidade das diferentes espécies e categorias.
6.2.3. Considerando o sequenciamento da produção conforme subitem 6.2.2, o
estabelecimento deverá empregar procedimentos de limpeza dos equipamentos que
garantam a inocuidade do produto. O material utilizado nesta operação deverá ser
identificado e armazenado em local próprio.
Estes procedimentos deverão ser validados e verificados periodicamente.
28
6.2.4. Nos casos em que exista risco elevado para a inocuidade dos produtos
destinados à alimentação animal, vinculados à contaminação cruzada, e se
considere que a utilização dos métodos de limpeza não são eficientes, deve-se
utilizar linhas de produção, de transporte, de estocagem e de entrega separadas.
6.2.5. As diferentes matérias-primas e os produtos acabados devem ser identificados
e armazenados em separado.
6.3. Uso da água:
6.3.1. É imprescindível um controle da potabilidade da água, quando esta entra em
contato na elaboração dos produtos ou para a produção de vapor e gelo.
6.3.2. A água não potável utilizada para produção de vapor, que não entre em
contato com os produtos destinados à alimentação animal, a utilizada para apagar
incêndios e outros propósitos, deve ser transportada por tubulações completamente
separadas e identificadas, sem que haja conexão com as tubulações que conduzem
água potável.
6.4. Produção:
6.4.1. A empresa deve dispor de programa de treinamento dos funcionários
contemplando o cronograma dos treinamentos, o conteúdo programático com carga
horária, qualificação dos instrutores, plano de avaliação de eficácia do treinamento
entre outros.
6.4.2. Os funcionários devem estar treinados e capacitados em boas práticas de
fabricação para trabalhar, e supervisionados por pessoal qualificado.
6.4.3. Todas as etapas do processo de fabricação devem ser contínuas, sem
acúmulos de materiais, matérias-primas ou produtos e realizadas de forma a garantir
a inocuidade e integridade do produto final.
6.5. Embalagem:
6.5.1. Todo material deve ser apropriado para o produto a que se destina e para as
condições previstas de armazenamento, devendo também ser seguro e conferir
proteção contra a contaminação.
29
A embalagem deve ser armazenada em condições higiênico-sanitárias, em áreas
específicas para este fim.
6.5.2. As embalagens devem ser de primeiro uso e íntegras, salvo as autorizadas
pelo MAPA em conformidade com a legislação específica. Na área de envase,
devem ficar apenas as embalagens necessárias para uso imediato.
6.6. Controle da qualidade:
6.6.1. Os responsáveis pela qualidade devem ter treinamento e conhecimento
suficientes sobre as boas práticas de fabricação, para poder identificar os perigos
relacionados à inocuidade e qualidade dos produtos destinados à alimentação
animal e estabelecer os processos de controle.
6.7. Documentação e registro:
6.7.1. A empresa deve estabelecer procedimentos para elaboração, emissão,
circulação e controle da documentação.
6.7.2. Devem ser mantidos registros de todos os controles realizados em todas as
etapas do processamento, desde a chegada da matéria-prima até a expedição do
produto acabado.
6.8. Armazenamento, conservação e transporte:
6.8.1. As matérias-primas, ingredientes e os produtos acabados devem ser
armazenados e transportados devidamente rotulados com todas as informações
obrigatórias e em condições que garantam a integridade das embalagens.
6.8.2. As matérias-primas, ingredientes e os produtos acabados devem ser
conservados de forma a garantir a sua inocuidade e integridade, sempre respeitando
a temperatura e umidade adequadas para conservação e a data de validade.
6.8.3. Os veículos utilizados no transporte devem estar limpos e serem projetados e
construídos de forma a manter a integridade das embalagens e dos produtos
destinados à alimentação animal. Os veículos de transporte devem realizar as
operações de carga e descarga em locais apropriados, cobertos e fora da área de
produção e armazenamento.
7. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS PADRÕES (POP)
30
7.1. Devem ser implementados POP contemplando no mínimo os seguintes itens:
a) Qualificação de fornecedores e controle de matérias-primas e de embalagens;
b) Limpeza/Higienização de instalações, equipamentos e utensílios;
c) Higiene e saúde do pessoal;
d) Potabilidade da água e higienização de reservatório;
e) Prevenção de contaminação cruzada;
f) Manutenção e calibração de equipamentos e instrumentos;
g) Controle integrado de pragas;
h) Controle de resíduos e efluentes;
i) Programa de rastreabilidade e recolhimento de produtos (Recall);
7.2. Todos os POP devem ser aprovados, datados e assinados pela direção da
empresa e pelo responsável pelo controle da qualidade. Os POP devem descrever
os materiais e os equipamentos necessários para a realização das operações, a
metodologia, a frequência, o monitoramento, a verificação, as ações corretivas e o
registro, bem como os responsáveis pelas execuções. As ações corretivas devem
contemplar o produto, a restauração das condições sanitárias e as medidas
preventivas.
7.3. Os funcionários, os monitores e os verificadores devem estar devidamente
treinados para execução dos POP.
7.4. Os POP devem ser apresentados como anexo do manual de procedimentos de
Boas Práticas de Fabricação do estabelecimento e acessíveis aos responsáveis pela
execução das operações e às autoridades competentes.
7.5. Os POP referentes à qualificação de fornecedores, de matérias-primas e de
embalagens devem especificar os critérios utilizados e os procedimentos adotados
para a qualificação dos fornecedores e o controle de matérias-primas e de
embalagens. Deve-se prever um local para depósito das não aprovadas.
31
7.6. Os POP referentes às operações de limpeza/higienização de instalações,
equipamentos e utensílios devem conter informações sobre a natureza da superfície
de operação a ser higienizada, método de higienização, produtos utilizados com a
devida concentração, princípio ativo e tempo de ação, temperatura da água,
enxágüe e outras informações que se fizerem necessárias. O desmonte dos
equipamentos deve ser previsto, quando aplicável, e os equipamentos em
manutenção devem estar identificados.
7.7. Os POP referentes à higiene e saúde do pessoal devem especificar, no mínimo,
os procedimentos em relação ao uso e higiene dos uniformes, hábitos higiênicos,
higiene pessoal, higiene antes e durante as operações, exames laboratoriais,
atestados médicos, presença de funcionários com lesões visíveis ou sintomas de
infecções e treinamento específico.
7.8. Os POP referentes à potabilidade da água e higienização de reservatório devem
especificar o padrão de potabilidade microbiológico e físico-químico e abordar as
operações relativas ao controle da potabilidade da água, incluindo todas as etapas:
captação, tratamento, armazenamento, distribuição, pontos de colheita de amostras,
colheita de amostras, análises, monitoramento, ações corretivas, verificação e
registros. Devem estabelecer sempre a frequência da execução das análises, dos
monitoramentos, da verificação e da limpeza dos reservatórios.
7.9. Os POP referentes à prevenção de contaminação cruzada deverão identificar os
possíveis locais e formas de ocorrência de contaminação cruzada, aplicando os
princípios obrigatórios do POP.
7.10. Os POP referentes à manutenção e calibração de equipamentos e
instrumentos devem detalhar as operações de manutenção e calibração de cada
equipamento e instrumento envolvido no processo produtivo.
7.11. Os POP referentes ao controle integrado de pragas devem contemplar as
medidas preventivas e de controle. No caso da adoção de controle químico, os
procedimentos operacionais também devem especificar grupos químicos dos
produtos utilizados, nome, princípio ativo, concentração, local e forma de aplicação
do produto, freqüência de sua utilização, assim como o responsável pela execução
da tarefa. As empresas terceirizadas contratadas devem ter o registro próprio no
Órgão competente.
32
7.12. Os POP referentes ao controle de resíduos e efluentes devem discriminar o
responsável pelo destino dos resíduos além dos itens obrigatórios de um POP.
7.13. Os POP referentes ao programa de rastreabilidade e recolhimento de produtos
(Recall) devem estabelecer como será a rastreabilidade, por meio do histórico de
cada lote ou partida produzidos, desde a origem das matérias-primas utilizadas até o
destino final do produto acabado. Devem ser estabelecidos os procedimentos do
Recall a serem seguidos para o rápido e efetivo recolhimento do produto, a forma de
segregação dos produtos recolhidos e seu destino final, além dos responsáveis pela
atividade.
7.14. Os POP devem ser revisados pelo menos uma vez ao ano e sempre que
houver qualquer modificação nos procedimentos operacionais, visando avaliar a sua
eficiência e ajustando-os se for necessário.
7.15. Todas as etapas descritas nos POP devem ser registradas e a verificação
documentada, para comprovar sua execução.
Esses registros devem ser datados e assinados pelo responsável pela execução de
cada etapa do POP.
8. DOCUMENTAÇÃO E REGISTROS
8.1. O estabelecimento deve manter os registros das reclamações, sugestões e
elogios dos funcionários e consumidores.
8.2. Todos os registros devem ser feitos em formulários próprios, sem rasuras,
preenchidos à tinta, datados, assinados, arquivados em ordem cronológica e
disponíveis para consulta.
8.3. Manutenção dos registros: todos os registros devem ser mantidos pelo período
de no mínimo 2 anos e de 3 anos para produtos com medicamentos.
9. MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE BPF
9.1. Cada estabelecimento deverá possuir um manual de procedimentos próprio e
específico para o estabelecimento, que tenha base científica e que atenda as
exigências do presente Regulamento.
33
9.2. Todas as operações devem ser realizadas de acordo com o manual de
procedimentos de BPF, que deve ser claro e preciso o bastante para que todas as
operações sejam executadas conforme o descrito e que o objetivo esperado seja
atingido.
9.3. O manual de procedimentos pode ser, a critério do estabelecimento, mais
abrangente e mais rigoroso que o presente Regulamento.
Anexo 2. Instrução Normativa 22/2009
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
GABINETE DO MINISTRO
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 22, DE 2 DE JUNHO DE 2009
O MINISTRO DE ESTADO, INTERINO, DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E
ABASTECIMENTO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único,
inciso II, da Constituição, tendo em vista o disposto na Lei nº 6.198, de 26 de
dezembro de 1974, no Decreto nº 6.296, de 11 de dezembro de 2007, e o que
consta do Processo nº 21000.005635/2008-39, resolve:
.Art. 1º Regulamentar a embalagem, rotulagem e propaganda dos produtos
destinados à alimentação animal.
.Art. 2º (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa 30/2009/MAPA)
.Art. 3º O item 14.1, do Anexo I, da Instrução Normativa MAPA nº 29, de 14 de junho
de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação:
"14.1. Os produtos importados de que trata esta Instrução Normativa, para liberação
no ponto de ingresso, deverão estar acondicionados em embalagens apropriadas,
em bom estado de conservação e devidamente rotulados.
Parágrafo único. Os produtos importados para uso exclusivo pelo fabricante poderão
ser liberados no ponto de ingresso sem o rótulo destinado à comercialização, desde
que sejam identificados individualmente na origem com as informações sobre o
produto em português, espanhol ou inglês (lote, data da fabricação, data ou prazo de
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validade, nome e endereço do estabelecimento fabricante, identificação ou nome
comercial em uso do produto no exterior), as quais poderão ser fornecidas por meio
de etiquetas complementares na embalagem original."(NR)
.Art. 4º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ GERARDO FONTELLES
ANEXO I
REGULAMENTO TÉCNICO ACERCA DA EMBALAGEM, ROTULAGEM E
PROPAGANDA DE PRODUTOS DESTINADOS À ALIMENTAÇÃO ANIMAL
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Regulamento estabelece normas específicas sobre embalagem,
rotulagem e propaganda de produtos destinados à alimentação animal.
Art. 2º Para os efeitos desta Instrução Normativa considera-se:
I - Conteúdo ou peso líquido: é a quantidade de produto declarada na rotulagem da
embalagem, excluindo a mesma e qualquer outro objeto acondicionado com o
produto.
II - Empresa integradora: empresa que industrializa ou beneficia produtos de origem
animal obtidos em sistema de produção integrada.
III - País de origem: país onde foi fabricado o produto;
IV - Prazo de consumo: período no qual o produto pode ser consumido ou utilizado,
após aberta a embalagem, sob determinadas condições de conservação e
armazenagem, pré-determinadas pelo fabricante, que assegurem as características
originais do produto.
V - Produtor rural integrado: produtor pecuário que realiza etapa do processo de
produção determinada por empresa integradora conforme estabelecido em contrato
de produção integrada.
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VI - Propaganda: comunicação comercial ao consumidor por qualquer meio, para
promover direta ou indiretamente o comércio do produto.
VII - Sistema de produção integrada: sistema em que o produtor rural integrado e
empresa integradora associam-se para a realização de determinada etapa do
processo produtivo de animais, mediante contrato de produção integrada.
CAPÍTULO II
DA EMBALAGEM, ROTULAGEM E PROPAGANDA
Art. 3º No rótulo do produto embalado ou a granel, destinado à alimentação animal,
devem constar as seguintes informações obrigatórias:
I - classificação do produto;
II - nome do produto;
III - marca comercial, quando houver;
IV - composição básica qualitativa, exceto veículos e excipientes;
V - eventuais substitutivos, quando houver;
VI - níveis de garantia;
VII - conteúdo ou peso líquido;
VIII - tabela de referência nutricional, quando prevista em regulamento específico;
IX - indicação de uso;
X - espécie(s) e categoria(s) de animal(is) a que se destina;
XI - modo de usar;
XII - cuidados, restrições, precauções, contraindicações, incompatibilidades, período
de carência, quando couber;
XIII - a expressão "Produto Isento de Registro no Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento" ou "Produto Registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento sob o nº...."; conforme o caso;
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XIV - nome empresarial, endereço completo, nº de inscrição no CNPJ e telefone de
atendimento ao consumidor do estabelecimento fabricante, fracionador ou
importador;
XV - a expressão "Indústria Brasileira", quando fabricado no Brasil ou a identificação
do país de origem, no caso de produto importado e a expressão: "Produto
Importado".
XVI - nome empresarial e endereço, incluindo o país de origem, do fabricante, no
caso de produtos importados;
XVII - data da fabricação - indicando claramente o dia, mês e o ano em que o
produto foi fabricado;
XVIII - data ou prazo de validade - indicando claramente o dia, o mês e o ano; XIX -
prazo de consumo, quando couber;
XX - identificação do lote: indicar a numeração sequencial do lote;
XXI - condições de conservação;
XXII - o carimbo oficial da inspeção e fiscalização federal, conforme modelo
constante; e
XXIII - a expressão: "Uso Proibido Na Alimentação de Ruminantes", quando houver
ingredientes de origem animal na composição do produto.
Parágrafo único. O rótulo do produto a granel destinado à alimentação animal
fabricado pela empresa integradora, exclusivamente para fornecimento aos animais
produzidos em sistema de produção integrada, fica dispensado do atendimento aos
incisos IV, V, VIII, IX, X, XI, XV, XVI, XVIII, XIX, XXI e XXII deste artigo.
Art. 4 A embalagem, a rotulagem e a propaganda dos produtos destinados à
alimentação animal devem assegurar informações corretas, claras, precisas,
ostensivas e em português sobre suas características, qualidades, quantidade,
composição, garantia, prazo de validade e origem, e sobre possíveis riscos de danos
à saúde animal e à saúde humana. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa
66/2009/MAPA)
37
Art. 5º Os rótulos e as embalagens dos produtos destinados à alimentação animal
devem conter, quando for o caso, terminologias, vocábulos, conceitos, declarações,
sinais, denominações, dizeres, logotipos, símbolos, selos, emblemas, ilustrações ou
outras representações gráficas que indiquem a nocividade ou periculosidade dos
produtos.
Art. 6º O uso de terminologias, vocábulos, conceitos, declarações, sinais,
denominações, dizeres, logotipos, símbolos, selos, emblemas, ilustrações ou outras
representações gráficas relativas aos termos orgânico, ecológico, biodinâmico,
natural, regenerativo, biológico, agroecológico, em língua portuguesa ou em outro
idioma, deve atender aos critérios fixados em normas e regulamentos técnicos
específicos.
Parágrafo único. Os produtos destinados à alimentação animal que contenham,
sejam derivados ou produzidos a partir de Organismo Geneticamente Modificado -
OGM devem atender aos princípios de rotulagem fixados em normas específicas.
Art. 7º O rótulo de produto fabricado sob terceirização deve conter, além das
informações obrigatórias dispostas no art. 29, do Anexo, do Decreto nº 6.296 de
2007, as expressões: "Fabricado por" ... (indicar o nome empresarial, número de
registro do estabelecimento fabricante no MAPA, endereço completo e número de
inscrição no CNPJ do estabelecimento). "Para":... (nome empresarial, número de
registro do estabelecimento contratante no MAPA, endereço completo, número de
inscrição no CNPJ do estabelecimento e telefone de atendimento ao consumidor),
com letras de mesma fonte, tamanho e cor.
Parágrafo único. O carimbo oficial da inspeção e fiscalização federal deverá
identificar a unidade fabril, ou seja, o contratado.
Art. 8º O rótulo de produto importado fabricado sob terceirização no exterior deve
conter, além das informações obrigatórias dispostas no art. 29, do Anexo, do
Decreto nº 6.296 de 2007, as expressões: "Fabricado por" ... (indicar a nome
empresarial, endereço e país de origem do estabelecimento). "Para": (indicar a nome
empresarial, endereço e país de origem do estabelecimento), "Importado por"...
(nome empresarial, número de registro do estabelecimento contratante no MAPA,
endereço completo, número de inscrição no CNPJ do estabelecimento e telefone de
atendimento ao consumidor), com letras de mesma fonte, tamanho e cor.
38
Art. 9º O rótulo de produto fracionado deve conter, além das informações
obrigatórias dispostas no art. 29, do Anexo, do Decreto nº 6.296 de 2007, as
expressões: "Fabricado por..." (nome empresarial, número de registro do
estabelecimento fabricante no MAPA, endereço completo, número de inscrição no
CNPJ do estabelecimento), "Fracionado por ..." (nome empresarial, número de
registro do estabelecimento fracionador no MAPA, endereço completo, número de
inscrição no CNPJ do estabelecimento e telefone de atendimento ao consumidor)
com letras de mesma fonte, tamanho e cor.
Parágrafo único. O carimbo oficial da inspeção e fiscalização federal deverá
identificar o estabelecimento fracionador.
Art. 10. No rótulo de produto registrado para "Distribuição Exclusiva" deverão
constar, além das informações obrigatórias, as expressões: "Fabricado por...": (nome
empresarial, número de registro no Ministério da Agricultura, endereço completo e
número de inscrição no CNPJ do estabelecimento fabricante) e "Distribuído
exclusivamente por...": (nome empresarial, endereço completo e número de
inscrição no CNPJ do distribuidor e telefone de atendimento ao consumidor), com
letras de mesma fonte, tamanho e cor.
Parágrafo único. Para o uso de terminologias e representações gráficas nos rótulos,
embalagens e propagandas que remetam à composição do produto, deverá ser
utilizada a expressão: IMAGEM MERAMENTE ILUSTRATIVA, quando se tratar do
uso de subproduto ou adicionado sabor por meio de aditivos aromatizantes ou
palatabilizantes. (Acrescentado pela Instrução Normativa 39/2014/MAPA)
Art. 11. Os rótulos de produtos fabricados exclusivamente para exportação poderão
ser escritos no todo ou em parte no idioma do país de destino conforme a exigência
daquele país, sendo os dizeres da rotulagem de inteira responsabilidade do
fabricante.
Parágrafo único. O rótulo do produto destinado exclusivamente à exportação deve
conter o número de registro do estabelecimento no MAPA, o nome ou o número de
registro do produto, a identificação do lote, mencionando em português ou em inglês
a expressão "Indústria Brasileira" ou que o produto foi fabricado no Brasil. (Redação
dada pelo(a) Instrução Normativa 30/2009/MAPA)
39
Art. 12. As embalagens e os rótulos dos produtos destinados à alimentação animal
para comercialização em território nacional deverão conter dizeres em língua
portuguesa.
Parágrafo único. É permitido constar textos em outros idiomas, desde que não
infrinjam os princípios gerais de rotulagem, e não sejam conflitantes com o aprovado
em língua portuguesa, sendo estes de inteira responsabilidade do estabelecimento.
(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa 42/2010/MAPA )
Art. 13. O produto importado deverá ser identificado individualmente na origem com
as informações sobre o produto em português, espanhol ou inglês (lote, data da
fabricação, data ou prazo de validade, nome e endereço do estabelecimento
fabricante, identificação ou nome comercial em uso do produto no exterior), e o
rótulo em português com as informações obrigatórias dispostas no art. 29, do Anexo,
do Decreto nº 6.296, de 2007, poderá ser aposto por meio de etiquetas
complementares na embalagem original. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa
30/2009/MAPA)
§ 1º A rotulagem dos produtos importados poderá ser realizada tanto na origem
quanto na empresa importadora e deverá ser realizada antes da comercialização do
produto. (Acrescentado(a) pelo(a) Instrução Normativa 30/2009/MAPA)
§ 2º As embalagens dos produtos importados para uso exclusivo pelo fabricante
poderão conter apenas as informações de que trata o caput deste artigo não sendo
obrigatória a sua rotulagem. (Acrescentado(a) pelo(a) Instrução Normativa
30/2009/MAPA)
CAPÍTULO III
DAS INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS
Art. 14. Os rótulos são específicos para cada produto.
§ 1º As informações obrigatórias devem ser impressas em cor contrastante com o
fundo, em tamanho de letra legível e de forma indelével e não poderão estar
localizadas nas dobras das embalagens, nas costuras ou em qualquer outro local de
difícil visualização.
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§ 2º As informações de composição básica, níveis de garantia, indicação de uso,
espécie e categoria animal a que se destina, modo de usar e, quando houver,
cuidados e restrições, deverão estar agrupadas.
Art. 15. As informações contidas no rótulo devem ser fiéis àquelas aprovadas no
registro do produto ou no relatório técnico de produto isento de registro e previstas
em legislação específica. (Redação dada pelo(a) Instrução Normativa
42/2010/MAPA )
Art. 16. No caso de rótulo de produto em embalagem coletiva (primária e
secundária), a embalagem que corresponder à unidade de venda para o consumidor
deverá conter as informações obrigatórias.
Art. 17. Caso a superfície da embalagem não seja suficiente para conter as
informações obrigatórias de forma legível, o rótulo deverá apresentar, no mínimo, as
seguintes informações: o nome empresarial, a classificação do produto, o número de
registro do produto e do estabelecimento fabricante, a data da fabricação, a data ou
prazo de validade, o lote e restrição de uso quando houver.
Parágrafo único. As demais informações obrigatórias, inclusive aquelas fornecidas
no rótulo do produto, deverão constar em folheto anexo, devendo incluir no rótulo a
seguinte expressão: "Ler folheto anexo antes de usar o produto".
Art. 18. A classificação do produto deve seguir o disposto na legislação específica.
Art. 19. Os ingredientes e aditivos listados como substitutivos devem ser
apresentados na rotulagem em campo denominado Eventuais Substitutivos, que
deve ser colocado após o campo de informações sobre a composição básica.
(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa 42/2010/MAPA )
Parágrafo único. Os aditivos antimicrobiano e anticoccidiano utilizados na
formulação do produto acabado devem ter seus respectivos níveis de garantia,
restrições, contraindicações e período de carência declarados no rótulo, de forma
clara e precisa.
Art. 20. Os aditivos que fazem parte da composição das rações, concentrados,
suplementos e núcleo devem ser declarados na rotulagem ao final da lista dos
ingredientes.
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Art. 21. Os ingredientes ou matérias-primas utilizados como veículos ou excipientes
na composição dos produtos para alimentação animal, poderão ser especificados ou
não no rótulo.
Art. 22. Produtos aprovados para comercialização à granel deverão atender as
exigências do art. 33, do Anexo, do Decreto nº 6.296 de 2007, e terão o conteúdo ou
peso líquido informado na nota fiscal, constando do rótulo a seguinte expressão:
"Produto a Granel".
Art. 23. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa 66/2009/MAPA)
Parágrafo único. (Revogado(a) pelo(a) Instrução Normativa 66/2009/MAPA)
Art. 24. A indicação de uso deverá ser clara e precisa, descrevendo o objetivo do
produto, constando a espécie animal, a respectiva categoria e fase a que se destina.
Parágrafo único. Para ingredientes e aditivos nutricionais, a apresentação da
Indicação de Uso não é obrigatória, devendo constar, no entanto a expressão:
"Ingrediente ou Aditivo nutricional para alimentação animal".
Art. 25. O rótulo deve conter as instruções sobre o fornecimento ou utilização do
produto, incluindo a reconstituição ou diluição (misturas com outros ingredientes),
evitando instruções ambíguas ou que permitam falsas interpretações a fim de
garantir a utilização correta do produto.
Parágrafo único. No rótulo das rações e suplementos, deve ser indicada a
quantidade, a faixa estimada ou recomendada de consumo do produto.
Art. 26. No rótulo do produto devem ser indicadas as informações necessárias sobre
os cuidados, restrições, precauções, contraindicações, incompatibilidades e período
de carência para assegurar o uso correto e seguro do produto.
Art. 27. O rótulo dos produtos destinados a alimentação animal, devem identificar a
origem e procedência dos mesmos, informando:
I - o nome empresarial, o endereço completo, o CNPJ e o telefone de atendimento
ao consumidor;
II - a expressão: "Produto Registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento sob no UF-YYYYY-ZZZZZ"; onde UF, corresponde à Unidade
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Federativa, YYYYY ao número de registro do estabelecimento e ZZZZZ ao número
sequencial do produto, quando couber.
III - o rótulo de produtos importados deverá trazer a expressão: "Produto Importado",
além do disposto nos incisos I e II deste artigo, e indicar o país de origem e o
fabricante do mesmo
Art. 28. As informações referentes às expressões: "Data da fabricação:..." e "Data de
validade:... ou Prazo de validade", o dia, o mês e o ano devem constar do rótulo do
produto de forma visível, legível e indelével.
§ 1º O dia, o mês e o ano devem ser expressos em algarismos arábicos, em ordem
numérica não codificada, com a ressalva de que o mês pode ser indicado com letras,
permitindo abreviar o nome do mês por meio das três primeiras letras do mesmo.
§ 2º Os produtos fracionados deverão manter a data da fabricação, data ou prazo de
validade e prazo de consumo quando couber, definidos pelo fabricante.
Art. 29. É obrigatória a identificação do lote de forma visível, legível e indelével, no
rótulo do produto para que permita sua rastreabilidade.
Art. 30. O rótulo dos produtos deve Indicar claramente as condições adequadas para
a sua conservação, inclusive para os casos em que pode ocorrer alteração do
produto depois de aberta sua embalagem.
Parágrafo único. Quando informado o prazo de consumo, este deve ser declarado
no rótulo, utilizando a expressão: "Depois de aberto, consumir em ....dias".
Art. 31. Somente podem ser utilizadas denominações ou indicações de propriedade
nutricional ou funcional no rótulo quando devidamente comprovadas. (Redação dada
pelo(a) Instrução Normativa 66/2009/MAPA)
Art. 32. Poderá ser ressaltada a presença de determinados ingredientes ou
nutrientes no rótulo dos produtos.
§ 1º Quando se tratar de destaque de ingrediente, o mesmo deve constar
obrigatoriamente na composição básica e o seu quantitativo inserido na formulação
deve ser declarado, em porcentagem, no rótulo do produto. (Redação dada pelo(a)
Instrução Normativa 30/2009/MAPA)
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§ 2º Quando se tratar de destaque de nutriente, o mesmo deverá constar
obrigatoriamente nos níveis de garantia, expresso em valores mínimos. (Redação
dada pelo(a) Instrução Normativa 30/2009/MAPA)
Art. 33. Outras informações poderão constar no rótulo do produto destinado à
alimentação animal, desde que estejam em conformidade com o registro e com a
legislação vigente.
§ 1º As informações que trata o caput deste artigo ficam dispensadas de aprovação
desde que não conflitam com as informações do registro do produto.
§ 2º As informações devem ser de leitura compreensível e não devem levar o
consumidor a equívocos ou enganos.
CAPÍTULO IV
DAS VEDAÇÕES
Art. 34. O rótulo, a embalagem a propaganda de produtos destinados à alimentação
animal, qualquer que seja a sua origem, embalados ou a granel, não devem:
I - conter vocábulos, terminologias, declarações, sinais, denominações, dizeres,
logotipos, símbolos, selos, emblemas, ilustrações, fotos, desenhos ou outras
representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta,
insuficiente, ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão, falso
entendimento ou engano, mesmo por omissão, em relação à verdadeira natureza,
propriedade, efeito, modo de ação, composição, procedência, tipo, qualidade,
quantidade, validade, rendimento ou forma de uso do produto, diferentes daqueles
que realmente apresentem;
II - explorar a superstição, aproveitar-se da deficiência de julgamento e experiência
do consumidor;
III - destacar a presença ou ausência de componentes que sejam intrínsecos ou
próprios de produtos, exceto nos casos fixados em normas específicas;
IV - ressaltar qualidades ou atributos relativos à presença de um componente cuja
concentração não seja suficiente para expressar o efeito de seu uso;
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V - utilizar terminologias, ilustrações ou outras representações gráficas que sugiram
tratamento, prevenção ou cura, ação imunológica, ou relação com doenças,
patologias, intoxicações, infecções e afecções, exceto nos casos fixados em normas
específicas; e (Redação dada pela Instrução Normativa 39/2014/MAPA)
VI - ressaltar qualidades ou atributos que não possam ser demonstrados. (Redação
dada pela Instrução Normativa 39/2014/MAPA)
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 35. O estabelecimento fabricante autorizado a fabricar o mesmo produto em
unidades fabris diferentes com o mesmo nome empresarial poderá utilizar
embalagens e rótulos padronizadas por produto, obedecendo aos seguintes critérios:
I - constar do rótulo o carimbo da inspeção e fiscalização federal, o endereço
completo e o número de inscrição no CNPJ de cada unidade fabril, além das
informações obrigatórias dispostas nesta Instrução Normativa;
II - junto ao carimbo da inspeção e fiscalização federal colocar letras que
identifiquem cada unidade; a letra também será grafada após a data da fabricação
para identificação do local da unidade fabril onde o produto foi fabricado;
III - incluir no rótulo a seguinte expressão: "O estabelecimento fabricante está
identificado pela letra correspondente junto à data da fabricação";
IV - independente de qual unidade seja fabricado, o produto manterá o seu número
original de registro, inclusive os dígitos que identificam o estabelecimento de origem
do registro (Ex: UFXXXXX-YYYYY).
Art. 36. O estabelecimento importador poderá importar um produto registrado por
outra unidade da empresa, desde que esta possua o mesmo nome empresarial e
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esteja registrada na mesma atividade e categoria podendo utilizar embalagens
padronizadas por produtos obedecendo aos seguintes critérios:
I - constar do rótulo o carimbo da inspeção e fiscalização federal, o endereço
completo e o número de inscrição no CNPJ de cada unidade importadora, além das
informações obrigatórias dispostas nesta Instrução Normativa;
II - junto ao carimbo da inspeção e fiscalização federal colocar letras que
identifiquem cada unidade e esta deverá ser grafada após a data da fabricação para
identificação do local da unidade importadora onde o produto foi importado;
III - incluir no rótulo a seguinte expressão: "A empresa importadora está identificada
pela letra correspondente junto à data da fabricação."
IV - independente de qual unidade seja importado, o produto manterá o seu número
original de registro, inclusive os dígitos que identificam o estabelecimento de origem
do registro (Ex: UFXXXXX-YYYYY).
Art. 37. As embalagens e os rótulos dos produtos destinados à alimentação animal
para distribuição gratuita devem seguir os mesmos critérios aprovados para o rótulo
do produto a ser comercializado e constar da expressão "Amostra Grátis".
Art. 38. Deverão constar do rótulo dos produtos destinados à alimentação animal as
informações complementares definidas em regulamentos técnicos específicos.
Art. 39. O presente Regulamento não se aplica aos produtos dispensados da
obrigatoriedade de registro de que tratam os incisos I a III, do art. 20, do Anexo, do
Decreto nº 6.296 de 2007.