universidade federal de goiÁs regional catalÃo...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
REGIONAL CATALÃO – RC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ORGANIZACIONAL
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO ORGANIZACIONAL
LARISSA JULIANA PATROCÍNIO DA SILVA
DESVIOS TÉCNICOS QUE GERAM A LOGÍSTICA REVERSA EM UMA
DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS NO SUDESTE GOIANO
CATALÃO - GO
2017
2
3
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
REGIONAL CATALÃO – RC
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO ORGANIZACIONAL
MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO ORGANIZACIONAL
LARISSA JULIANA PATROCÍNIO DA SILVA
DESVIOS TÉCNICOS QUE GERAM A LOGÍSTICA REVERSA EM UMA
DISTRIBUIDORA DE MEDICAMENTOS NO SUDESTE GOIANO
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Gestão Organizacional da Universidade Federal de Goiás –
Regional Catalão, como requisito parcial para obtenção do
título de Mestre em Gestão Organizacional, linha de pesquisa
Indivíduo, Organização, Trabalho e Sociedade.
Orientador Dr. Vagner Rosalem.
CATALÃO - GO
2017
4
5
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, que me deu força desde sempre e coragem para enfrentar todos os
desafios.
À minha família, que me deu apoio em todas minhas decisões. À Fernanda, que me
ofereceu palavras de apoio quando precisei e me incentivou desde o começo.
Aos amigos que mesmo com minha ausência estão sempre ao meu lado, torcendo por
mim. Em especial, à Bruna que me substituiu todos os momentos que precisei e que me
auxiliou na coleta dos dados e correções.
Ao meu orientador, Dr. Vagner Rosalem, pela confiança, correções e sugestões no
trabalho realizado. A forma como foi conduzida sua orientação foi essencial para todo o
processo e principalmente para meu crescimento pessoal.
À Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão e aos professores que me
abriram a mente para um mundo novo.
À empresa que me forneceu os dados para a pesquisa e que confiou em mim.
Aos colegas do mestrado que também me deram força e me auxiliaram em todos os
momentos que precisei. Em especial, aos amigos Pedro, Fernanda, César e Igor, nossa troca
de experiências foi enriquecedora.
7
A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém viu, mas
pensar o que ninguém ainda pensou sobre aquilo que
todo mundo vê.
Arthur Schopenhauer.
8
RESUMO
Para garantir a qualidade dos medicamentos que vem do fornecedor e vão para clientes, as
distribuidoras precisam conferir a qualidade destes no ato do recebimento. Na conferência
durante o recebimento de medicamentos pelas distribuidoras é preciso verificar se os produtos
físicos correspondem aos da nota fiscal de compra e também as condições de transporte, para
ver se há medicamentos danificados. Nem todos medicamentos recebidos dos fornecedores
pela distribuidora estão em conformidade. Alguns possuem problemas, denominados neste
estudo como desvios técnicos, desse modo, estes medicamentos não podem e não devem ser
repassados aos clientes devendo ser identificados o quanto antes e devolvidos ao fornecedor.
Desvios técnicos são condições apresentadas pelos produtos que durante o processo de
fabricação, transporte ou armazenamento se afastaram dos parâmetros de qualidade
estabelecidos pela ANVISA. Mas as distribuidoras enfrentam dificuldades em realizar a
logística reversa, pois alguns fornecedores, já que possuem grande volume de vendas e criam
empecilhos e burocracia para esta devolução, e também às vezes não querem ter custos a
mais, travando processos e trazendo prejuízos para a distribuidora. O presente trabalho teve
como objetivo identificar, categorizar e quantificar em relação aos aspectos técnicos e
financeiros os desvios que geram devoluções em uma distribuidora de medicamentos.
Primeiramente, o trabalho traz um referencial teórico a respeito do tema e para atingir o
objetivo do trabalho foi realizado um estudo de caso e análise documental de registros em
uma distribuidora de medicamentos. A Distribuidora forneceu os registros de desvios técnicos
realizados no período de 2014 e 2015. Através da análise documental foi criada uma planilha
com os tipos de desvios técnicos, nome do produto, quantidade, classe, lote, laboratório, preço
e validade. Por meio da análise foram identificados e caracterizados todos os motivos pelos
quais foram considerados desvios e geraram devolução. Foram encontrados sete desvios
técnicos: avaria, falta, excedente, validade curta, divergência de lote, troca de produto e erro
de embalagem dos quais foram apresentadas suas características. O valor total encontrado de
prejuízo para a Distribuidora pesquisada foi R$914.864,57 no período estudado. Foi
apresentado um ranking dos fornecedores com maior número de registros e um Check-list
para que a distribuidora de medicamentos possam identificar possíveis Desvios Técnicos.
Palavras-chave: Logística Reversa; Devoluções de medicamentos; Distribuidora de
medicamentos; Desvios Técnicos.
9
ABSTRACT
To ensure the quality of the medicines that come from the supplier and go to clients, the
distributors must check the quality of these at the time of receipt. At the conference during the
receipt of medicines by the distributors, it is necessary to verify that the physical products
correspond to those of the invoice of purchase and the conditions of transport, to see if there
are damaged medicines. Not all medications received from suppliers by the distributor are in
compliance. Some have problems, referred to in this study as Technical Deviations, so these
medicines can not and should not be passed on to customers and must be identified as soon as
possible and returned to the supplier. Technical deviations are conditions presented by the
products that during the manufacturing, transportation or storage process deviated from the
quality parameters established by ANVISA. But distributors face difficulties in performing
reverse logistics, since some suppliers use the power of the brand and create obstacles and
bureaucracy for this return, and also sometimes do not want to have extra costs, locking
Processes and causing losses to the distributor. The present study aimed to identify, categorize
and quantify technical and financial aspects of the deviations that generate returns in a
medicine distributor. First, the work brings a theoretical reference and to achieve the objective
of the study, a case study and documentary analysis of records was carried out at a medicine
distributor. The Distributor provided the records of technical deviations made in the period of
2014 and 2015. Through the documentary analysis, a spreadsheet with the types of technical
deviations and product name, quantity, class, lot, laboratory, price and expiration. Through
the analysis were identified and characterized all the reasons why deviations were considered
and generated devolution. Seven technical deviations were found: defect, lack, surplus, short
validity, batch divergence, product exchange and packaging error from which its
characteristics were presented. The total amount of loss found for the Distributor surveyed
was R$ 914.864,57 in the studied period. A ranking of the suppliers with the highest number
of registrations was presented and a Check-list for distributor of medicines identifies possible
technical deviations.
Key-Words: Reverse Logistic, Returns of medicines; Medicine distributor; Technical
deviations.
10
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 14
1.1 Objetivo Geral .................................................................................................................... 18
1.1.1 Objetivos específicos ....................................................................................................... 18
1.2. Justificativa ........................................................................................................................ 18
2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 20
2.1. Aspectos Legais e Políticos do Setor Farmacêutico Brasileiro ......................................... 20
2.2. Cadeia de Suprimentos Farmacêutica ............................................................................... 22
2.3. Logística e Logística Reversa ............................................................................................ 26
2.4 Logística reversa de pós-venda........................................................................................... 27
2.5. Fatores que influenciam a logística reversa ....................................................................... 28
2.6. Gestão de estoques ............................................................................................................ 29
2.7. Desvios técnicos de medicamentos ................................................................................... 30
3. METODOLOGIA ................................................................................................................. 34
3.1. Referencial Teórico ........................................................................................................... 34
3.2. Estudo de caso como pesquisa........................................................................................... 34
3.3. Coleta de Dados ................................................................................................................. 35
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................................ 37
4.1. Panorama da empresa estudada ......................................................................................... 37
4.2. Processos analisados .......................................................................................................... 38
4.3. Desvios técnicos ................................................................................................................ 40
4.3.1 Avaria .............................................................................................................................. 42
4.3.2. Falta ................................................................................................................................ 43
4.3.3. Troca de Produto ............................................................................................................ 44
4.3.4. Troca de Lote .................................................................................................................. 45
4.3.5. Erro de Embalagem ........................................................................................................ 45
4.3.6. Excedente........................................................................................................................ 46
4.3.7. Validade .......................................................................................................................... 46
4.4. Registros analisados .......................................................................................................... 47
4.5. Proposta de Check-list ....................................................................................................... 52
5. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 55
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 61
11
TERMO DE ANUÊNCIA ...................................................................................................... 63
12
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Cadeia de Suprimentos Farmacêutica ..................................................................... 24
Figura 2: Organograma da empresa pesquisada ..................................................................... 37
Figura 3: Fluxograma do Processo de Recebimento de Medicamentos ................................. 39
Figura 4: Embalagem primária e secundária ........................................................................... 41
Figura 5: Caixa de Embarque .................................................................................................. 41
Figura 6: Embalagem secundária avariada ............................................................................. 42
Figura 7: Caixa de embarque com avaria ................................................................................ 42
Figura 8: Caixa de embarque com falta .................................................................................. 43
Figura 9: Embalagem secundária com falta de embalagem primária ..................................... 43
Figura 10: Troca de produtos .................................................................................................. 44
Figura 11: Lote com erro de impressão .................................................................................. 45
Figura 12: Data de validade borrada ....................................................................................... 46
Gráfico 1: Total de notificações de medicamentos por tipo de notificação, desde a
implantação do NOTIVISA .................................................................................................... 32
Gráfico 2: Porcentagem de desvios técnicos observados no recebimento de medicamentos no
período de 2014 a 2015 ........................................................................................................... 47
13
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Valores da Empresa ............................................................................................... 38
Quadro 2: Quantidade de registros por desvio ........................................................................ 47
Quadro 3: Registros por fornecedor ........................................................................................ 48
Quadro 4: Valores de prejuízos atrelados aos Desvios Técnicos ............................................ 51
14
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CRF – Conselho Regional de Farmácia
GCS - Gestão de Cadeia de Suprimentos
GO - Goiás
MS – Ministério da Saúde
NOTIVISA - Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária
OMS – Organização Mundial da Saúde
PNRS – Programa Nacional de Resíduos Sólidos
POP – Procedimento Operacional Padrão
RAM - Reações Adversas a Medicamentos
RBPPM - Rede Brasileira de Produção Pública de Medicamentos
RDC – Resolução de Diretoria Colegiada
SP – São Paulo
SUS - Sistema Único de Saúde
UFG – Universidade Federal de Goiás
15
1. INTRODUÇÃO
A Constituição Federal em seu artigo 6º assegura a saúde como um direito social
(BRASIL, 1988). Nessa circunstância, os medicamentos ocupam lugar de especial
importância nas estruturas que mantêm a saúde como um valor a ser protegido no Brasil. Da
mesma forma, a atuação das distribuidoras de medicamentos se mostra imprescindível para
que tais produtos rumem das indústrias até os varejistas, atingindo, a partir destes, o
consumidor.
Empresas multinacionais dominam o cenário da indústria farmacêutica brasileira, com
grande capacidade de produção de medicamentos e pequena produção de fármacos (insumos
dos medicamentos), e exportação de apenas uma pequena parcela de sua produção. O
mercado farmacêutico brasileiro está em avanço, na contramão do que ocorre com outros
setores da economia, e um dos motivos é que a expectativa de vida está aumentando a cada
ano, além disso, muitos brasileiros conseguiram ultrapassar a linha da pobreza. Outro fator
que também contribuiu foi a regulamentação dos medicamentos genéricos em 1999, e estes
vêm tomando espaço no mercado das empresas multinacionais (GADELHA et al., 2003). O
mercado farmacêutico, segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no
Estado de São Paulo (Sindusfarma), fechou 2015 em R$ 44,6 bilhões em vendas. E
apresentou uma venda de 3,4 bilhões de unidades total de medicamentos.
Medicamentos são preparações farmacêuticas destinadas a diagnosticar, prevenir,
curar doenças ou aliviar sintomas, sendo produzidos com rigoroso controle técnico para
atender às especificações determinadas pela ANVISA (BRASIL, 2010). O sistema de
produção de medicamentos envolve quatro estágios principais: pesquisa e desenvolvimento
(P&D), fabricação industrial de fármacos, processamento do medicamento e comercialização
e distribuição (GADELHA, 2003).
O caminho dos medicamentos começa pelos fornecedores de insumos, depois pelos
fabricantes (laboratórios), segue pelas distribuidoras que os levam para as farmácias,
drogarias, hospitais, clínicas, centros e postos públicos de saúde e, por fim, chegam ao
consumidor final. Tanto Amaral Junior e Machline (1998) quanto Oliveira e Oliveira (2003)
abordam a importância e os motivos da existência das distribuidoras no mercado. Para Amaral
Junior e Machline (1998), comprar direto das distribuidoras é a principal opção para as
farmácias que não movimentam o volume mínimo necessário para aquisição direta do
fabricante, já Oliveira e Oliveira (2003), por sua vez, afirma que as distribuidoras se mantêm
16
porque o mercado de medicamentos é pulverizado e há um número muito grande de
farmácias. Enquanto o laboratório produz e distribui menos itens, a distribuidora entrega
vários laboratórios e várias apresentações (comprimidos, cápsulas, xaropes, colírios,
injetáveis, etc.).
Os fornecedores de insumos importam e/ou fabricam os mesmos e precisam obedecer
à Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 57/2009 (BRASIL, 2009) e às Boas Práticas de
Fabricação da RDC nº 69/2014 (BRASIL, 2014) para garantirem a qualidade de seus insumos
e permitirem seu uso para a fabricação de medicamentos. A indústria segue a legislação e as
Boas Práticas de Fabricação dispostas na RDC nº 17/2010 (BRASIL, 2010a).
O que torna o medicamento um produto diferenciado em sua logística são suas
peculiaridades no armazenamento, distribuição e transporte nas distribuidoras, por isso, deve-
se seguir rigorosamente toda a legislação (BRASIL, 2006). Um medicamento com a
qualidade comprometida oferece um elevado grau de risco ao paciente, podendo não ter o
efeito medicamentoso esperado, tornando o tratamento ineficaz ou mesmo agravando o
quadro clínico devido às substâncias degradadas que podem produzir efeitos nocivos aos
pacientes, que já estão com a saúde debilitada (MARIN, 2003).
Para garantir a qualidade do medicamento que vem do fabricante e vai para as
farmácias e drogarias, a distribuidora precisa manter a qualidade deste no ato do recebimento.
Na conferência durante o recebimento de medicamentos pelas distribuidoras é preciso
verificar se os produtos físicos correspondem aos da nota fiscal de compra, como
apresentação, quantidade, validade, lote, e também as condições de transporte, para ver se há
medicamentos danificados.
Para que esse procedimento seja eficiente são necessários recursos de comunicação,
equipamentos para transporte dos produtos, instruções de trabalho e a presença de um
fluxograma no local, que contribui para a padronização de conduta entre os colaboradores
(TUMA; CARVALHO; MARCOS, 2009). Pozo (2010) esclarece que o sistema de
informação garante o controle dos resultados obtidos nas organizações. Para o autor, a coleta
de informações sobre os processos executados na empresa gera dados que possibilitam uma
boa administração e a organização do setor.
Uma decisão fundamental para as distribuidoras é a qualificação dos fornecedores, que
possibilita às mesmas obterem o melhor produto para oferecer aos seus clientes. A
importância da seleção de fornecedores elevou as exigências do processo e o tornou mais
complexo devido à quantidade e natureza dos critérios considerados na avaliação dos
17
fornecedores. As distribuidoras se tornam cada vez mais seletivas e exigem mais dos
fornecedores. Essa exigência se constitui como parte dos critérios de avaliação usados para
comparar os fornecedores. Esses critérios podem ser quantitativos e/ou qualitativos (LIMA
JUNIOR; OSIRO, CARPINETTI, 2013) e muitas vezes são conflitantes, como qualidade e
preço, pois quanto maior a qualidade maior o preço (VIANA; ALENCAR, 2012), por isso é
relevante definir métodos para articular diferentes aspectos na avaliação das várias
alternativas. Para esta avaliação pode-se usar também indicadores, de acordo com perdas já
obtidas por culpa de produtos de fornecedores.
Nem todos os medicamentos recebidos do fornecedor pela distribuidora estão de
acordo. Alguns possuem problemas, denominados neste estudo como desvios técnicos, desse
modo, estes medicamentos não podem e não devem ser repassados aos clientes, como
farmácias, drogarias e hospitais, devendo ser identificados o quanto antes e devolvidos ao
fornecedor para um destino final. Desvios técnicos são condições apresentadas pelos produtos
que durante o processo de fabricação, transporte ou armazenamento se afastaram dos
parâmetros de qualidade estabelecidos (RISSI, 2011). Parâmetros estes que estão em
conformidade com as boas práticas estabelecidas pela ANVISA.
Mas as distribuidoras enfrentam dificuldades em realizar a logística reversa, pois
alguns fornecedores, já que possuem grande volume de vendas, usam o poder da marca e
criam empecilhos, muita burocracia para esta devolução, e também às vezes não querem ter
custos a mais, travando processos e trazendo prejuízos para a distribuidora, já que a mesma
necessita gerir este estoque, pois o mesmo é impróprio para comercialização. Os fornecedores
são exemplos de empresas que poderiam adotar a logística reversa como estratégia e
competitividade para a diferenciação de nível de serviço ao cliente (LEITE, 2000).
Os desvios precisam ser identificados no ato do recebimento pelas distribuidoras, já
que elas desempenham o papel de intermediárias entre o fabricante e os consumidores finais,
e devem ser resolvidos para cumprir a exigência da Portaria nº 802/1998, que estabelece que
as distribuidoras têm o dever de manter a qualidade dos produtos que distribuem em todas as
fases de distribuição, sendo responsáveis por quaisquer problemas referentes ao
desenvolvimento de suas atividades (BRASIL, 1998). A necessidade de preservar a qualidade
do medicamento através das boas práticas se deve ao fato de que alterações na qualidade do
medicamento podem ser imperceptíveis visualmente, portanto, é fundamental o controle das
condições de conservação do produto durante toda a cadeia de suprimentos.
18
Um exemplo de desvio técnico é o da divergência entre o lote presente na Nota Fiscal
gerada pelo fabricante e o lote entregue no medicamento. Este pode ser um dos desvios
técnicos que mais gera problemas, pois afeta diretamente a rastreabilidade do lote anterior
citado e as ordens de recolhimento, tanto do fabricante como da ANVISA. O recolhimento de
medicamentos, segundo a RDC n° 55 de 2005 (BRASIL, 2005), visa retirar do mercado
determinado(s) lote(s) com indícios suficientes ou comprovação de desvio de qualidade ou
por cancelamento de registro a ser implantado pelo detentor do registro e seus distribuidores.
Enquanto a RDC nº 54 de 2013 (BRASIL, 2013), que dispõe sobre a implantação do
Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) e procedimentos para rastreamento
de medicamentos em toda a cadeia dos produtos farmacêuticos, está sendo implantada no
país, a única maneira de rastrear um medicamento é por meio de seu lote, por isso a
importância de não haver divergência entre este e a Nota Fiscal, nem estar no sistema da
distribuidora diferente do físico. Em 2016 se iniciam os testes em conformidade com a RDC
nº 54 e com o código bidimensional produzido pela Casa da Moeda. Cada laboratório deverá
fazer testes com três lotes e em 2017 esse procedimento passará a valer para todos os seus
produtos. Com o número do lote se rastreia toda a quantidade adquirida pela distribuidora e
pelos seus clientes, mas a nova tecnologia a ser adotada permitirá o rastreamento e a
identificação única de cada unidade de medicamento.
Os medicamentos com desvios técnicos encontrados em distribuidoras devem ser
devolvidos ao fornecedor para um destino final, ou seja, incinerados. Essas devoluções
desencadeiam uma série de transtornos e custos, como por exemplo, grandes volumes de
devolução, ocupando espaço, demandando tempo, custos e pessoal para providenciar contato
para realizar devoluções e, caso não haja sucesso, haverá prejuízos para a organização. Um
exemplo é o espaço necessário para armazenar estes medicamentos, pois a Vigilância
Sanitária exige um espaço físico fixo para o armazenamento dos mesmos, já definido no
projeto arquitetônico das distribuidoras. Segundo Dias (2008), o problema de se ter um
sistema de estocagem fixo é o risco de desperdício de áreas de armazém, podendo ocasionar a
falta de espaço para um determinado produto e excesso para outro.
Nesse sentido, é necessária uma gestão dos desvios técnicos pelas distribuidoras, para
que tanto estas como os fornecedores possam evitá-los e gerir melhor seu estoque.
Diante deste contexto, levanta-se a questão: quais os desvios técnicos que geram
devoluções de medicamentos em uma distribuidora, quais suas características e quais os
valores atrelados?
19
1.1 Objetivo Geral
Identificar, categorizar e quantificar em relação aos aspectos técnicos e financeiros
os desvios que geram devoluções em uma distribuidora de medicamentos e criar um
Check-list de desvios técnicos.
1.1.1 Objetivos específicos
Os objetivos específicos seguintes visam atingir o objetivo principal da pesquisa,
sendo eles:
Identificar e analisar os problemas no recebimento de medicamentos em
distribuidora que geram devoluções e investigar os desvios técnicos;
Analisar os desvios e caracterizar seus aspectos técnicos para que sejam
identificados por empresas; e
Avaliar os prejuízos que essas devoluções acarretam e realizar um ranking de
fornecedores com mais desvios técnicos e criar um check-list de desvios para ser
usado pela distribuidora
1.2. Justificativa
A literatura a respeito de devoluções de medicamentos e desvios técnicos
farmacêuticos em empresas brasileiras é escassa, o que motiva a investigação no intuito de
ampliar os conhecimentos sobre o tema, pois o que se encontra na maioria dos casos são
trabalhos voltados para a logística reversa a partir do consumidor, ou seja, do bem já
consumido. Após conhecer os desvios técnicos é necessário produzir informações a respeito
dos mesmos, relatar quais e a quantidade destes e usar estar informações para criar um Check-
list de desvios técnicos para que distribuidoras possam usar no Recebimento de medicamentos
e minimizar falhas na identificação dos mesmos. As avarias no transporte realizado pelas
transportadoras entre os fornecedores e a distribuidora tornam estes medicamentos
inutilizáveis, não podendo ser vendidos ao cliente, devendo ser descartados ou incinerados,
trazendo consequências para o Meio Ambiente. As faltas geram transtornos em conferências e
são feitas Notas Fiscais de Devolução, causando prejuízos aos fabricantes. Medicamentos
recebidos com validade curta abaixo do estabelecido pela distribuidora não são repassados aos
20
clientes, pois, pelo tempo curto para ser retirado do estoque e quando chegar ao cliente, três
meses antes do vencimento, já deve ser retirado das prateleiras, o que gera transtorno à cadeia
de suprimentos e mais gastos com transporte para retornar estes produtos ao fornecedor.
A falta de recursos financeiros e recursos de pessoal escassos, falta de sistemas
informatizados e integrados, uma menor relevância da logística reversa em relação a outras
questões e à própria política da empresa, que vê no fluxo reverso apenas custos e não receitas
(RAVI, 2005), somam um peso grande para distribuidoras de medicamentos que não
identificam os desvios e repassam medicamentos com problemas técnicos aos seus clientes.
Nesse sentido, a justificativa para esta pesquisa é a existência de devoluções de
medicamentos em uma distribuidora. Assim, verifica-se a necessidade de estudo e
investigação sobre os principais motivos, bem como a caracterização dos mesmos, já que a
literatura publicada a respeito é restrita.
21
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Conforme Butkovich (1996), a revisão bibliográfica procura transmitir informações do
pesquisador para seus pares, de acordo com pesquisas realizadas sobre o uso de revisões da
literatura. Também busca identificar algumas perspectivas para futuras pesquisas
(NORONHA; FERREIRA, 2000).
De acordo com Noronha e Ferreira (2000), as revisões podem ser classificadas
conforme o propósito, a função, a abrangência e o tipo de análise desenvolvida.
Nesta parte do trabalho se pondera sobre: Aspectos Legais e Políticos do Setor
Farmacêutico Brasileiro, cadeia de suprimentos farmacêutica, logística e logística reversa,
gestão de estoque e desvios técnicos de medicamentos.
2.1. Aspectos Legais e Políticos do Setor Farmacêutico Brasileiro
O Setor Farmacêutico brasileiro foi influenciado principalmente pelo marco
regulatório a partir da década de 1990. Em 1999 foi criada, pelo Ministério da Saúde, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para promover a proteção da saúde da
população por meio do controle sanitário da produção e da comercialização de produtos e
serviços submetidos à vigilância sanitária. Os medicamentos e as indústrias farmacêuticas
estão nesse controle e tais indústrias devem atender a inúmeras regulamentações publicadas
pela ANVISA para se adequarem e fornecerem produtos de qualidade e que não representem
risco ao consumidor (BRASIL, 1999).
No mesmo ano entrou em vigor a Lei n° 9787, que estabelecia o medicamento
genérico. A liberação da comercialização desses medicamentos gerou uma nova dinâmica
competitiva na indústria farmacêutica brasileira, viabilizando o desenvolvimento de empresas
nacionais de maior porte (MOREIRA; PITASSI, 2013). A grande parte da produção brasileira
é de genéricos e é direcionada ao mercado interno, sendo exportada apenas uma pequena
parte, majoritariamente para a América Latina (FRANÇOSO; STRACHMAN, 2013).
A indústria farmacêutica é considerada um dos ramos industriais mais relevantes
economicamente e socialmente, tem como atividade a produção e a comercialização de
medicamentos ou outros produtos voltados para a manutenção e a recuperação da saúde e do
bem-estar dos indivíduos (MESQUITA; SANTORO, 2004).
22
O mercado farmacêutico, segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos
no Estado de São Paulo (Sindusfarma), fechou 2015 em R$ 44,6 bilhões em vendas. As
vendas das distribuidoras de medicamentos no Brasil no primeiro trimestre de 2015, de
acordo com a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos
(ABRADILAN), subiram 19,35% se comparadas com as vendas do mesmo período de 2014,
segundo dados do IMS Health. Neste período, o faturamento do setor alcançou R$ 3,12
bilhões. Considerando as vendas em volume, houve crescimento de 14,48%, e foram
comercializadas ao todo 196,07 milhões de unidades de medicamentos.
O Brasil, segundo Oliveira, Labra e Bermudez (2006), também possui um conjunto de
laboratórios públicos direcionados ao combate das chamadas doenças negligenciadas,
geralmente desconsideradas nas estratégias comerciais das farmacêuticas globais. Os
laboratórios públicos produzem medicamentos, vacinas e soros voltados às necessidades do
Sistema Único de Saúde (SUS), particularmente às políticas e programas de prevenção e
combate a doenças infecciosas (RIBEIRO, 2000). A grande parcela dos medicamentos é
comercializada diretamente com o Ministério da Saúde (MS). Logo, o bom desempenho do
conjunto dos laboratórios públicos tem impacto direto na capacidade de o Estado brasileiro
garantir melhores condições de saúde às populações carentes. Por volta da década de 2000, o
MS concebeu a Rede Brasileira de Produção Pública de Medicamentos (RBPPM)
(MAGALHÃES; ANTUNES; BOECHAT, 2011). A partir disso, percebe-se uma
preocupação do MS em adotar instrumentos que levem à gestão integrada dos laboratórios
públicos brasileiros.
Diante destes eventos, o parque industrial brasileiro de medicamentos desenvolveu
uma capacidade reduzida na produção dos insumos farmacêuticos obtidos das indústrias de
química fina, os fármacos (GADELHA; QUENTAL; FIALHO, 2003). Portanto, importa-se a
quase totalidade desses insumos, considerados os mais onerosos e críticos para a fabricação
de medicamentos. Essa importação gera ineficiências na gestão da cadeia de suprimento dos
laboratórios privados e públicos brasileiros (BASTOS, 2005).
Atualmente a ANVISA responde pelo monitoramento de preços de medicamentos e de
produtos para a saúde, pela concessão de registros de produtos, pelo suporte técnico na
concessão de patentes e pelo controle da propaganda de produtos sujeitos ao regime de
vigilância sanitária (HIRATUKA et al., 2013). A expiração de patentes de medicamentos de
referência e a participação dos medicamentos genéricos são razões que pressionam a indústria
farmacêutica por reduções de custos. O novo cenário de concorrência e as altas exigências de
23
nível de serviço trazem a necessidade de evolução da cadeia de suprimentos de maneira
integrada, para que a indústria possa obter vantagens quanto à eficiência das operações.
Um ponto destacado por Hiratuka et al. (2013) é que grande parte da regulamentação
dos aspectos legais e tributários da cadeia farmacêutica foram instituídos, planejados e
implementados, em sua grande maioria, antes da Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), que instaurou a necessidade de implementação da logística reversa em diversas
cadeias.
2.2. Cadeia de Suprimentos Farmacêutica
Para Pires (2009), a palavra cadeia é comumente utilizada para as terminologias:
cadeia produtiva e cadeia de suprimentos. O que muda é que cadeia produtiva se refere ao
conjunto de atividades que retratam genericamente um setor industrial, já cadeia de
suprimentos é um conceito mais amplo, envolve todas as atividades associadas ao movimento
de bens, desde o estágio da matéria-prima até o usuário final (PIRES, 2009).
O extenso caminho que se expande desde as fontes de matéria-prima, passando pelas
fábricas dos componentes, pela manufatura do produto, pelos distribuidores e chegando ao
consumidor através do varejista constitui a cadeia de suprimento (NOVAES, 2007). Para
Kurien e Qureshi (2011), um passo indispensável para a obtenção de uma vantagem
competitiva na velocidade exigida pela economia digital é a construção de cadeias de
suprimentos. Já para Slack, Chambers e Johnston (2009), a concepção de cadeia de
suprimentos é baseada em empresas que se relacionam por meio de ligações a montante e a
jusante entre seus processos, produzindo valor na forma de produtos e serviços aos
consumidores.
Para Ballou (2006), o gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain
Management) se refere a um conjunto de atividades funcionais que se repetem ao longo do
canal em que há conversão de matéria-prima em produtos finais, ou seja, o gerenciamento da
cadeia de suprimentos é a coordenação do fluxo de produtos a fim de produzir lucratividade e
vantagem competitiva para todo o conjunto integrante desta mesma cadeia.
Já para Bowersox et al. (2014), a gestão de cadeias de suprimentos consiste na
colaboração entre as empresas de forma a estimular o posicionamento estratégico melhorando
a eficácia operacional. Dentro da gestão da cadeia, a logística é uma função necessária para
24
transportar e posicionar geograficamente o estoque. É fundamental que haja envolvimento das
empresas em atender às necessidades dos usuários finais.
A cadeia de suprimentos farmacêutica é composta pela etapa química e pela etapa
farmacêutica. Na etapa química são sintetizados os fármacos que são a matéria-prima dos
produtos farmacêuticos. Em 2010, o setor farmacêutico era composto por 44 empresas
responsáveis por esta etapa, atuando como produtores ou distribuidores de insumos
farmacêuticos. Já a etapa farmacêutica é quando se produz o produto final. Esta é composta
por vários atores interligados responsáveis pelo abastecimento de medicamentos até o
consumidor final, conforme se pode observar na Figura 1. A etapa farmacêutica ocorre nos
laboratórios farmacêuticos que, em alguns casos, subcontratam terceiros para a produção
parcial ou total de alguns produtos (HIRATUKA et al., 2013). Com a criação da RDC nº
25/2007, a ANVISA regulamentou que os laboratórios poderiam terceirizar as etapas de
produção, a análise do controle de qualidade e o armazenamento de medicamentos.
Para elucidar melhor quais atores pertencem à distribuição são apresentados os elos da
cadeia de suprimentos. Segundo Reis e Perini (2008), o primeiro elo formado na cadeia de
suprimentos farmacêutico é dos fornecedores e prestadores de serviços que atendem aos
fabricantes farmacêuticos. Nesse elo, o Brasil é dependente de muitas importações. O
segundo elo é composto pelos fabricantes públicos e privados e onde se realiza a etapa
farmacêutica. Segundo o Conselho Federal de Farmácia, em 2015, o Brasil possuía 456
fabricantes e 64 importadoras de medicamentos.
O terceiro elo é o da distribuição, foco deste trabalho, que é responsável para que o
medicamento que vem dos fabricantes farmacêuticos chegue aos varejistas, hospitais e
clínicas para acesso dos consumidores finais. Este terceiro elo é composto por centrais de
abastecimento do governo, distribuidoras, operador logístico, importadores e centros de
distribuição de empresas privadas. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, em 2015
estavam registradas 4030 distribuidoras de medicamentos. O quarto e último elo é composto
pelos prestadores de serviços de saúde e varejo. No final de todos os elos está o consumidor
final ou paciente.
25
Figura 1 – Cadeia de Suprimentos Farmacêutica
Fonte: Machiline e Amaral Júnior (1998).
No terceiro elo é que se encontra o objeto deste estudo. A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) define que o distribuidor é aquele que exerce “direta ou
indiretamente o comércio atacadista” dos produtos submetidos à vigilância sanitária, segundo
a Lei no 5.991, de 17 de Dezembro de 1973 (BRASIL, 1973). O medicamento possui uma
longa trajetória a percorrer desde que é produzido até chegar à população.
Em 2016, de acordo com o Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO), o
estado de Goiás possui 220 distribuidoras de medicamentos ativas. O polo farmacêutico de
Goiás ocupa a terceira posição no ranking nacional, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio
de Janeiro e se destaca por resultados predominantemente positivos (CASTRO, 2004).
A partir da década de 1990, os laboratórios farmacêuticos pararam de atuar
diretamente com o varejo e começaram a atuar diretamente com distribuidores, de modo a
atingirem o varejo. Este tipo de distribuição necessita de uma maior especialização, pois
existe a responsabilidade de não deixar o mercado desabastecido e ainda é um produto que
possui fiscalização desde sua produção até o ponto de venda. Os distribuidores no Brasil estão
entre os atacadistas que mais possuem moderna tecnologia, estrutura logística impecável,
frota moderna e protegida contra roubos (SAMPAIO; CSILLAG, 2010).
Dentro também do terceiro elo existe o operador logístico, conceito este que surgiu na
primeira década dos anos 2000. O operador logístico assume as atividades de armazenamento
26
de medicamentos de diferentes laboratórios e os direciona para distribuidoras e/ou atacadistas
(SAMPAIO; CSILLAG, 2010).
Além dos comércios físicos de varejo conhecidos que ultrapassam 70 mil farmácias e
drogarias no Brasil (HIRATUKA et al., 2013), existe a possibilidade do consumidor adquirir
medicamentos através de meio eletrônico regulamentado pela RDC nº 44/2009 (BRASIL,
2009), sendo que o estabelecimento que vende on-line deve existir fisicamente e apresentar o
endereço físico, nome do responsável farmacêutico e contato para o consumidor no endereço
eletrônico. Além disso, ele pode importar medicamentos regulamentados através da RDC nº
81/2008 da ANVISA (BRASIL, 2008), o que não impede que este procedimento aconteça por
meios ilegais também (HIRATUKA et al., 2013).
Mais uma mudança neste cenário ocorreu com a criação do Programa Farmácia
Popular em 2011, que beneficiava quase 8 milhões de pessoas por meio de estabelecimentos
próprios e privados credenciados, num total de mais de 20 mil estabelecimentos pelo Brasil
(HIRATUKA et al., 2013).
Com a entrada em vigor da Resolução RDC n°17/2012 (BRASIL, 2012), a ANVISA
determinou que as farmácias passassem também a realizar a atividade de distribuição, desde
que em estabelecimentos distintos. Assim, aparece um novo ator, o Centro de Distribuição das
grandes redes de farmácias no Brasil. O Centro de Distribuição é um armazém com
configuração regional onde são recebidos produtos de diversos laboratórios que são
fracionados a fim de agrupar os produtos em quantidades para serem enviados aos pontos de
venda mais próximos (BOWERSOX; CLOSS, 2001).
Voltando a atenção para o ator de mercado institucional, segundo o Cadastro Nacional
dos Estabelecimentos de Saúde, em Abril de 2016 fazem parte da rede hospitalar brasileira
6630 estabelecimentos, dos quais 21% são municipais, 8% estaduais, 1% federais e 70% são
privados.
Desta maneira, percebe-se que uma cadeia de suprimentos não incorpora somente as
funções que participam diretamente da fabricação de um produto, mas também os demais
envolvidos na mesma, ou seja, fazem parte transportadoras, depósitos, clientes, entre outros
(CHOPRA; MEINDL, 2003). E a cadeia de suprimentos farmacêutica não foge a este
conceito, sendo composta por tantos atores desde os fornecedores até o consumidor final. O
elo de distribuidores se torna a ponte para a chegada do produto que caracteriza a cadeia de
suprimentos até seu destino final para consumo.
27
2.3. Logística e Logística Reversa
Pires (2009) explica que muitas vezes o conceito de Logística é confundido com
Gestão de Cadeia de Suprimentos (GCS). Por isso, o Council of Logistics Management
definiu a Logística como um subconjunto da GCS:
Logística é a parte dos processos da Cadeia de Suprimentos que planeja, implementa
e controla o efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços e informações correlatadas
desde o ponto de origem até o ponto de consumo, como objetivo de atender as
necessidades dos clientes.
O mesmo autor também cita que o Global Supply Chain Forum definiu que GCS é a
integração de processos de negócios desde o consumidor final até os fornecedores originais
que providenciam produtos, serviços e informações que agregam valor para os clientes e
stakeholders (PIRES, 2009).
O setor de distribuição de medicamentos é um dos muitos setores da economia
brasileira que têm apresentado significativos avanços na área de logística (SAMPAIO;
CSILLAG, 2010). A partir dos conceitos apresentados, a Logística atua em todas as etapas da
cadeia de suprimentos farmacêutica, pois é necessário disponibilizar produtos desde os
fornecedores, passando pelos laboratórios, distribuidores, varejistas, até o consumidor final,
garantindo qualidade e quantidade. E são as decisões da Cadeia de Suprimentos que
estabelecem a estrutura operacional em que a logística será desempenhada (BOWERSOX;
CLOSS; COOPER, 2006).
Para Leite (2009), é possível diferenciar quatro áreas operacionais da logística
empresarial atual: a logística de suprimentos, que corresponde às ações necessárias para suprir
as necessidades de insumos materiais; a logística de apoio à manufatura, responsável pelo
planejamento, armazenamento e controle dos fluxos internos da empresa; a logística de
distribuição, que é responsável pela entrega dos pedidos recebidos; e a logística reversa, que é
a mais nova área da logística e é responsável pelo retorno dos produtos de pós-venda e de pós-
consumo e de seu endereçamento a diversos destinos. No presente trabalho o enfoque é dado
à área da logística reversa de produtos pós-venda.
Para Chaves e Batalha (2006), com a preocupação ambiental impulsionada na década
de 1990 novas abordagens foram introduzidas no conceito de Logística Reversa. Empresas de
processamento e distribuição enxergaram na Logística Reversa uma fonte de redução de
perdas.
28
Mas a Logística Reversa só foi citada pela primeira vez na legislação brasileira, na Lei
Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010b), que institui a Política Nacional dos Resíduos Sólidos
(PNRS).
A logística reversa é compreendida como o fluxo de materiais no sentido contrário
àquele que vai dos fornecedores de matérias-primas para o usuário (CORRÊA, 2010). Os
canais de pós-consumo são constituídos pelo fluxo reverso de produtos que tiveram sua
utilidade original encerrada e que retornam ao ciclo produtivo de alguma maneira para reuso,
remanufatura ou reciclagem, já os canais reversos de pós-venda se constituem pelo retorno de
uma parcela de produtos com pouco ou nenhum uso, que fluem no sentido inverso, do
consumidor final para o varejista ou fabricante, do varejista para o fabricante ou entre
empresas, motivados por problemas relacionados à qualidade, término de validade, estoques
excessivos, consignação, etc. (LEITE, 2009). Salienta-se neste estudo a logística reversa de
distribuidor para fornecedor, motivo a ser investigado e caracterizado.
Produtos que se tornam obsoletos, danificados ou não funcionam devem regressar ao
ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou reaproveitados
(GONÇALVES; MARINS, 2006). De acordo com De Brito (2004, p. 21), a logística reversa
é diferente da gestão de resíduos, que se trata da coleta e tratamento de produtos a serem
descartados e suas implicações legais.
2.4 Logística reversa de pós-venda
Logística reversa de pós-venda é a área de planejamento, operação e controle do fluxo
físico e informações de produtos de pós-venda sem uso ou com pouco uso (LEITE, 2003).
Nessa categoria de pós-venda se incluem erros no processamento dos pedidos, garantia dada
pelo fabricante, defeitos ou falhas no funcionamento do produto, avarias no transporte,
mercadorias em consignação, liquidação de estação, pontas de estoque etc. (LEITE, 2009).
Na cadeia reversa de pós-venda de um atacadista, geralmente, o retorno dos produtos
se dá pelos mesmos caminhos da distribuição direta, ou seja, entre os diversos integrantes da
cadeia e entre o consumidor e o distribuidor. Assim, quanto mais elos mais complexas serão
as atividades reversas. Devido a isso, nos últimos anos os gerentes vêm se questionando
acerca das questões relacionadas às devoluções de produtos, seja por varejistas, atacadistas ou
empresas virtuais, pois se assimila que redução de devoluções gera redução de custos
29
logísticos para uma empresa que anseia melhorar o nível de serviço que oferece ao mercado
(ROCHA et al., 2008).
O retorno destes produtos que tiveram pouco ou nenhum uso ocorre em virtude de
problemas, sendo que a responsabilidade é do distribuidor ou fabricante, ou ainda por
insatisfação do consumidor (CHAVES; ALCÂNTARA; ASSUMPÇÃO, 2008).
Há também o recall de produtos com problemas na validade ou problemas observados
após a venda, que são devolvidos por motivos legais ou diferenciação de serviço prestado ao
cliente (GUARNIERI et al., 2005).
Leite (2002) classifica devoluções da logística reversa pós-venda em três categorias:
Comerciais, Garantia/Qualidade e Substituição de Componentes.
Na categoria Comerciais estão as devoluções contratuais e não contratuais. Contratuais
dizem respeito àqueles produtos consignados, substituição de novos produtos, produtos
sazonais e embalagens. Já os não contratuais são aqueles devolvidos por erro do fornecedor
em venda direta, erro de expedição ou qualidade no produto pelo consumidor final. Na
categoria Garantia/Qualidade estão os produtos com defeitos de fabricação, mau
funcionamento, avarias no produto e/ou na embalagem, entre outros. Muitas empresas
consertam ou reformam estes produtos para novamente agregar aos mesmos valor comercial.
Por último, a categoria de Substituição de Componentes, que são aqueles produtos que
recebem consertos e manutenções ao longo de sua vida útil (LEITE, 2002).
2.5. Fatores que influenciam a logística reversa
Para Lacerda (2002), há seis fatores críticos que influenciam a eficiência do processo
de logística reversa. Estes fatores são: a) Bons controles de entrada; b) Processos
padronizados e mapeados c) Tempo de ciclo reduzidos; d) Sistemas de informação acurados;
e) Rede logística planejada; e f) Relações colaborativas entre clientes e fornecedores.
O autor esclarece que Bons controles de entrada são ótimos para evitar retrabalho e
servem para identificar produtos que entram ou não no fluxo reverso, por exemplo, produtos
que deverão ser revendidos, recondicionados ou reciclados. Podem ser fonte de
desentendimento entre cliente e fornecedor pela falta de confiança no motivo dos retornos.
Processos padronizados e mapeados são importantes para se obter controle e melhorias na
logística reversa e tempo de ciclo reduzido, pois um tempo longo agrega custos
desnecessários, pois atrasa a geração de caixa, além de ocupar espaços e outros aspectos.
30
Sistemas de informação, como por exemplo, medição do desempenho dos
fornecedores (avarias nos produtos), auxiliam na negociação, na melhoria do desempenho e
na identificação de abusos de clientes. Sistemas capazes de processar os níveis de variações e
flexibilidade no processo de logística reversa praticamente inexistem no mercado
(LACERDA, 2002). A captação de informações na gestão de retorno dos produtos também
permite entender o motivo de seu retorno e reduzir retornos futuros, ajudando na fabricação,
embalagem e ações de marketing (KIM, 2001).
Ressalte-se que é necessária uma rede logística planejada, pois os processos logísticos
reversos precisam de uma infraestrutura adequada uma vez que usar as mesmas instalações
para o fluxo direto e o reverso pode não ser o melhor. E, por último, tem-se as relações
colaborativas entre clientes e fornecedores, pois são comuns conflitos com relação a de quem
é a responsabilidade sobre os danos causados aos produtos e isto pode provocar transtornos,
como recusa para aceitar devoluções pela indústria, atraso para creditar as devoluções e
medidas de controle onerosas (KIM, 2001).
2.6. Gestão de estoques
Segundo Ballou (2006), estoques são acumulações de matérias-primas, suprimentos,
componentes, matérias em processo e produtos acabados que surgem em numerosos pontos
do canal de produção e logística das empresas. Os problemas de dimensionamento de estoque
estão na relação entre capital investido, custos envolvidos, disponibilidade dos estoques e
demanda (DIAS, 2008). Tratando-se de custos, Leite et al. (2005) afirmam que
tradicionalmente a logística reversa sempre foi vista como um elemento de redução de lucro,
por isso mesmo bastante negligenciada.
A gestão de estoque auxilia a tomada de decisão em inúmeras empresas, sendo um
tema muito explorado no meio acadêmico e empresarial (ROSA; MAYERLE;
GONÇALVES, 2010). Martins (2007) destaca a importância da gestão de estoque, que
possibilita ao gestor a verificação de seu estoque, se o mesmo está sendo bem utilizado,
manuseado, controlado e encontrado.
Para Garcia et al. (2006), manter altos níveis de estoque tem como consequência um
maior custo de armazenagem, obsolescência e perda de oportunidade devido ao capital
empatado. Com uma eficiente administração da armazenagem é possível reduzir estoques,
aperfeiçoar a movimentação e utilização do armazém, reduzir o índice de material obsoleto,
31
precisar as informações, o que traz como consequência a diminuição dos custos, a melhoria da
integração do processo de armazenagem com os demais processos da organização e a
melhoria do atendimento ao cliente (VERÍSSIMO; MUSETTI, 2003).
Empresas tradicionais se preocupam com a melhoria da eficiência de sua cadeia direta,
já a cadeia reversa envolve retornos de crédito, substituição da garantia, trocas, reparos e
perdas. Os sistemas tradicionais de Supply Chain têm sido ineficientes para avaliar o valor de
retorno. Historicamente, estas perdas na cadeia reversa são absorvidas ou simplesmente
aceitas como uma perda da operação (KIM, 2001).
2.7. Desvios técnicos de medicamentos
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a farmacovigilância como o conjunto
de atividades relacionadas à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos
adversos ou outros problemas relacionados a medicamentos. Aos profissionais
especificamente cabe exercer a farmacovigilância informando os casos suspeitos identificados
em seu ambiente de trabalho, como hospitais e postos de saúde, relacionados à falha
terapêutica, alterações gerais, físico-químicas e/ ou organolépticas, pois podem estar
relacionadas a uma fraude. Devem ainda estimular o uso somente de medicamentos de
fabricantes autorizados e registrados (OMS, 2005).
A queixa técnica ou desvio de qualidade é qualquer alteração ou irregularidade de um
produto relacionada a aspectos técnicos ou legais, podendo ou não causar dano à saúde do
indivíduo (OMS, 2005).
A respeito dos aspectos legais, os casos de falsificação relacionados aos medicamentos
puderam ser acompanhados com mais empenho pelas autoridades responsáveis, no intuito de
identificar e combater o comércio de medicamentos clandestinos, focando mais na segurança
e efetividade do produto (CARVALHO, 2005). Segundo a OMS (2005), a responsabilidade
pelo combate a esse tipo de infração é uma ação conjunta da indústria farmacêutica, das
distribuidoras, das drogarias e farmácias, da população e usuários, e dos profissionais de
saúde, sendo que cada um precisa exercer o papel que lhe é cabível dentro do sistema.
Há uma predominância de queixas técnicas em relação às Reações Adversas a
Medicamentos. Isto pode ser consequência da fácil visualização do problema antes mesmo da
utilização do medicamento no paciente. Já as RAM são de difícil identificação, seja por
32
fatores relacionados ao paciente, seja pela própria droga e sua interferência na resposta a um
medicamento (ROZENFELD, 1998).
Para Azulino et al. (2013), é de grande importância traçar o perfil dos produtos de
saúde notificados como queixa técnica para a construção de indicadores, dentre eles, a
qualidade de fabricação dos produtos, auxiliando desta maneira no processo de seleção e
qualificação e na aquisição e qualidade na utilização desses materiais pelos pacientes, e
também subsidiar medidas e possíveis intervenções dos órgãos responsáveis pela
regulamentação de tais produtos.
No Brasil, a vigilância pós-comercialização de produtos voltados à saúde é uma área
que carece de maior investigação (RABELO, 2007). Muitos autores têm escrito trabalhos
relacionados à Farmacovigilância com ênfase na descrição de efeitos adversos relacionados a
medicamentos (COÊLHO, 1998), mas pouco se sabe sobre o desvio de qualidade dos
produtos acabados, cujo estudo também merece uma atenção especial. Um medicamento que
apresenta uma suspeita de desvio de qualidade, como por exemplo, mudança na coloração que
não tenha sido detectada antes da administração ao paciente pode ser a causa de uma reação
adversa. O desvio de qualidade dos medicamentos é o afastamento dos parâmetros de
qualidade estabelecidos para um produto ou processo, regulamentado pela Resolução RDC nº
17 de 2010 (BRASIL, 2010a). Este pode estar relacionado a alterações organolépticas
(mudança de coloração, odor, sabor, turbidez), físico-químicas (precipitação, dificuldade de
dissolução, de homogeneização fotossensibilidade, termossensibilidade) ou gerais (partículas
estranhas, falta de informação no rótulo, problemas de registro, troca de rótulo ou de
conteúdo, rachaduras e bolhas no material de acondicionamento).
Porém, não é feita qualquer recomendação sobre como deve ser realizada a reposição
dos produtos com desvio de qualidade por parte dos fabricantes. Dessa forma, o problema é
resolvido de acordo com as normas estabelecidas pela própria indústria (CAON; FEIDEN;
SANTOS, 2012). Também não é informado, caso as distribuidoras identifiquem esses tipos de
desvios em medicamentos, como devem proceder.
Somente foram encontrados estudos abordando queixas técnicas de medicamentos em
hospitais sentinelas, hospitais estes selecionados pela ANVISA, para notificarem casos de
queixas técnicas e RAM (CAON; FEIDEN; SANTOS, 2012; LIMA et al., 2013). A
ferramenta utilizada para registrar queixas técnicas é o Sistema de Notificações em Vigilância
Sanitária (NOTIVISA). Porém, no sítio eletrônico da NOTIVISA há dados de notificações
tanto de hospitais sentinelas, como de laboratórios de saúde pública, de profissionais liberais,
33
de universidades entre outros. Conforme pode ser observado no Gráfico 1, houve uma
evolução nas notificações de Queixas Técnicas e Eventos Adversos de medicamentos, sendo
predominantemente o primeiro em todos os anos, e com um total de 65.704 notificações.
Gráfico 1 - Total de notificações de medicamentos por tipo de notificação, desde a
implantação do NOTIVISA
Fonte: Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária (NOTIVISA).
Como as distribuidoras se localizam no meio da cadeia, se não identificarem os
desvios técnicos que lhes chegam irão repassar esses produtos aos hospitais, drogarias,
clínicas e até ao consumidor final, provocando transtornos, prejuízos com logística reversa e
podendo também interferir na imagem da empresa.
A literatura também não deixa claro como identificar estes medicamentos com desvios
técnicos e nem possui um padrão. O que mais se aproxima é que a RDC nº44/2009 (BRASIL,
2009) informa que farmácias e drogarias devem estabelecer os critérios para garantirem a
origem e a qualidade dos produtos adquiridos. Esta RDC aborda que estes devem ser
adquiridos de distribuidores legalmente autorizados e licenciados. Portanto, o nome, o número
do lote e o fabricante dos produtos recebidos devem estar na nota fiscal de compra e serem
conferidos no momento do recebimento. A RDC informa também que o recebimento dos
produtos deve ser realizado em área específica e por pessoa treinada e, em conformidade com
o Procedimento Operacional Padrão (POP), é permitido somente o recebimento de produtos
37
2562
3578
4636
5708 6058
7311
54
2135
3142
4015
4945
6796
7278 7449
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Eventos Adversos Queixas Técnicas
34
que atendam aos critérios definidos para a aquisição e que tenham sido transportados de
acordo com as especificações do fabricante. No recebimento deverá ser verificado o bom
estado de conservação, a legibilidade do número de lote e o prazo de validade e realizada a
conferência da autenticidade e origem do produto, a fim de evitar a exposição dos usuários a
produtos falsificados, corrompidos, adulterados, alterados ou impróprios para o uso. Caso
haja suspeita de produtos com estas características, estes devem ser imediatamente separados
dos demais produtos. Todos os outros devem ser armazenados de forma ordenada, seguindo
as especificações do fabricante e sob condições que garantam a manutenção de sua
identidade, integridade, qualidade, segurança, eficácia e rastreabilidade. Estes procedimentos
também podem ser adotados nas distribuidoras de todos os produtos recebidos pelos
laboratórios, já que não há uma legislação a respeito.
35
3. METODOLOGIA
Como propõe Mattar (1996), a coleta de dados será em fontes primárias e secundárias.
Como fonte secundária foi elaborado um referencial teórico a respeito do tema, e pesquisados
dados dos Conselhos Regional e Federal de Farmácia, que forneceram o número de empresas
da cadeia de suprimentos farmacêutica registradas em 2015 e 2016. E, como fonte primária,
realizou-se um estudo de caso por meio de pesquisa e análise de documentos fornecidos pela
empresa estudada.
3.1. Referencial Teórico
O referencial teórico foi construído através de pesquisa em artigos e se utilizou os
descritores: indústria farmacêutica (pharmaceutical industry), cadeia de suprimentos
farmacêutica (pharmaceutical supply chain), logística (logistics) e logística reversa (reverse
logistic) nas bases de dados Periódicos Capes, Banco de Teses Capes, Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações, Scielo, Lilacs, Medline, Spell e Scopus. Também foram
realizadas pesquisas na Biblioteca da Universidade Federal de Goiás (UFG).
3.2. Estudo de caso como pesquisa
Segundo Yin (2011), estudo de caso é uma investigação empírica que analisa um
fenômeno presente dentro de uma situação real, e uma pesquisa exploratória que, segundo
Figueiredo (2007), é uma pesquisa que proporciona uma familiaridade com o problema de
pesquisa, ou seja, torna-o mais compreensível. Também se trata de uma pesquisa descritiva
que explana as características com exatidão de um certo fenômeno ou população, descrevendo
os fatos e eventos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987).
Este trabalho é um estudo de caso realizado através de uma pesquisa documental.
Enquanto o referencial teórico se utiliza fundamentalmente das contribuições de diversos
autores sobre determinado assunto, a pesquisa documental é aquela que se realiza com base
nos documentos de órgãos públicos e privados (TOBAR; YALOUR, 2001) e se vale de
materiais que ainda não receberam tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados
de acordo com o objetivo do trabalho (DIEHL; TATIM, 2004).
De acordo com Sá-Silva et al. (2009):
36
É impossível transformar um documento, é preciso aceitá-lo tal como ele se
apresenta, às vezes, tão incompleto, parcial ou impreciso. No entanto, torna-se,
essencial saber compor com algumas fontes documentais, mesmo as mais pobres,
pois elas são geralmente as únicas fontes que podem nos esclarecer sobre uma
determinada situação. Desta forma, é fundamental usar de cautela e avaliar
adequadamente, com um olhar crítico, a documentação que se pretende fazer
análise.
Em outras etapas, no presente estudo foram obtidas informações complementares
através de observação pessoal de forma não participativa e indireta por meio de visitas
técnicas à empresa estudada.
3.3. Coleta de Dados
Na etapa de coleta de dados foi realizada uma análise documental dos registros de
desvios técnicos de uma Distribuidora de Medicamentos situada em Catalão – GO, que possui
18 distribuidoras ativas em 2016, segundo CRF de Goiás. Esta distribuidora recebe
medicamentos dos fornecedores, identifica e separa aqueles que geram devoluções, classifica-
os e realiza registros. A distribuidora possui estoque de medicamentos que estão aguardando
devolução e estoque que não consegue devolver aos fornecedores.
A empresa foi selecionada por conveniência, é uma das três filiais, situada em Catalão
- GO e funciona desde 2010; 2014 e 2015 são os anos de maior movimento de medicamentos
na mesma. Sua Matriz se localiza em Hortolândia - SP e juntas atendem a região de Goiás,
São Paulo, Espírito Santo e Fortaleza.
A análise dos documentos envolve o período de 2014 e 2015, em que constam os
registros de medicamentos a serem devolvidos e o motivo. Este período foi determinado, pois
desde o funcionamento da empresa a partir de 2010 é o período em que foram padronizados
os registros. Antes a empresa não fazia estes registros e teve prejuízos até estes serem
implantados.
Foi feito um mapeamento dos processos desde a compra dos medicamentos até a
etapa de recebimento e armazenamento dos mesmos pela empresa. A etapa de recebimento é
o momento em que são gerados os relatórios e fotos pela empresa constando os desvios
técnicos. Estes documentos são produzidos para relatar desvios e servem como comprovante
para pedir devolução e ressarcimento por parte dos fornecedores. Através da análise
documental foi realizada uma planilha com os tipos de desvios técnicos, como avarias, faltas,
validade curta, divergência de lote, troca de produto, erros de embalagem (falta de lacre, erro
37
de impressão de lote, erro de impressão de validade, embalagem com defeito) e produto
excedente, com nome do produto, quantidade, classe, lote, laboratório, preço e data de
validade. Também foi feita uma frequência por período, fornecedor, transportadora e valores
de prejuízos por desvios, por mês e por ano. Através dos dados da planilha foi realizada uma
análise quantitativa dos mesmos.
Por meio da análise foram identificados e caracterizados todos os motivos pelos quais
foram considerados desvios e geraram devolução através de fotos e informações contidas nos
registros da empresa. E se procedeu também uma análise quantitativa dos desvios e da
frequência dos mesmos.
38
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1. Panorama da empresa estudada
A empresa selecionada para o estudo concordou em disponibilizar todos os
documentos, registros e fotos de devoluções de medicamentos e documentos relativos aos
procedimentos utilizados. Por ser uma análise documental, não houve necessidade de este
estudo ser submetido a um Comitê de Ética em Pesquisa, porém, a ética foi respeitada e o
pedido de sigilo do nome da empresa também, assim, esta será chamada apenas de
Distribuidora.
A Distribuidora foi fundada em 2009 e opera desde 2010, nos estados de São Paulo,
Goiás, Espírito Santo e Ceará. Possui como Missão viabilizar aos parceiros soluções
estratégicas, inovadoras e comerciais na distribuição de medicamentos, com intuito de
alavancar e consolidar negócios com efetividade e segurança. Como Visão almeja ser líder em
distribuição e prestação de serviço de medicamentos e demais produtos para saúde, beleza e
afins, referência em qualidade e competitividade.
O organograma da Distribuidora é apresentado na Figura 2:
Figura 2 – Organograma da empresa pesquisada
Fonte: documentos da empresa estudada
Diretoria
Diretoria Administrativa
Farmacêutico
(em cada Matriz e Filiais)
Estoque Expedição
Financeiro
Faturamento
Gerente Logístico
Transporte
Recursos Humanos
Gerente Comercial
Compras Vendas Representantes
Diretoria Comercial
39
A Distribuidora apresenta os Valores descritos no Quadro 1:
Quadro 1 – Valores da Empresa
Foco no Cliente Eficiência e
Inovação dos
processos
Capacitação e Valorização
das Pessoas
Obtenção de
Resultados
Antecipar-se e
adaptar-se às
necessidades do
cliente,
oferecendo
melhores
oportunidades,
atuando sempre
com
comprometimento
e credibilidade,
visando à
fidelidade.
Disponibilizar
soluções
integradas, de
alta qualidade e
garantir a
inteligência dos
processos,
tornando-as
inovadoras,
eficientes,
confiáveis e
rentáveis.
As pessoas são os pilares do
desenvolvimento, portanto
sua capacitação, valorização
e iniciativas são
fundamentais para o nosso
sucesso. O respeito, o
trabalho em equipe, o
comprometimento, a
humildade e a simplicidade
são valores vitais. A
responsabilidade social está
em preservar a qualidade de
vida dos colaboradores e
perenizar a empresa.
O resultado é
consequência da
eficácia das
estratégias conjuntas
com os Clientes e
Fornecedores,
sustentado pela
prática dos valores.
Fonte: documentos da empresa estudada
A Distribuidora forneceu todos os registros de desvios técnicos realizados no período
de 2014 e 2015, constituindo-se um total de 315 registros. Os registros continham tipo e
número de registro, data, fornecedor, transportadora, produto, quantidade, lote, validade,
valor, foto e descrição da ocorrência. Todas estas informações foram tabuladas no Microsoft
Excel®, sendo criada uma pasta para todas as fotos e selecionadas as que mais representariam
cada tipo de desvio técnico. Todas as informações da planilha foram reconferidas e
acrescentadas informações sobre os produtos de acordo com seu registro na ANVISA.
A empresa enfrenta dificuldades na Logística Reversa de medicamentos, pois alguns
de seus fornecedores criam empecilhos para a devolução destes medicamentos, demorando
até mais de ano para concluir o processo e possui muito estoque aguardando estes processos.
Alguns fornecedores apenas dão o crédito no valor dos produtos e não realizam a Logística
Reversa por considerar apenas custos para isso e fica a cargo da distribuidora dar um destino
final para esses medicamentos.
4.2. Processos analisados
40
Segundo os documentos de Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) da empresa
pesquisada, o Recebimento de Medicamento envolve vários setores da empresa, os clientes e
fornecedores e transportadoras. Primeiramente, é realizado o pedido pelo cliente ou pelo setor
de estoque da Distribuidora. O setor de compras repassa o pedido aos fornecedores que
separam e a transportadora busca e entrega na Distribuidora os medicamentos. Assim que eles
são descarregados do veículo, o setor de Conferência da Distribuidora já confere os
medicamentos de acordo com o pedido e a nota fiscal e observam as condições das
embalagens, caixas que estejam danificadas, conferem produtos, lote, quantidade e validade.
Após a conferência é realizada uma apuração de produtos com possíveis desvios
técnicos e são realizados os registros e fotos pelo farmacêutico responsável. Após o registro,
são realizadas as ressalvas nos canhotos das notas fiscais e documentos da transportadora,
pois os mesmos só realizam ressarcimentos caso estas ressalvas sejam registradas no
recebimento dos produtos. Após este procedimento, os produtos são encaminhados à área de
devolução da Distribuidora para serem armazenados e ficam aguardando contato da
Distribuidora com o fornecedor para a Logística Reversa e ressarcimento financeiro dos
mesmos.
Os produtos em que não foram encontrados possíveis desvios são enviados direto para
o estoque e armazenamento até que sejam enviados aos clientes. Caso algum produto seja
objeto de Recall por parte dos fornecedores, a Distribuidora realiza a Logística Reversa de
seus clientes até seu armazém para aguardar a coleta por parte dos fornecedores e também
realiza registros dos mesmos.
A partir destes procedimentos analisados foi criado um fluxograma com a sequência
adotada pela Distribuidora para o recebimento de medicamentos, conforme Figura 3:
Figura 3 – Fluxograma do Processo de Recebimento de Medicamentos
41
Fonte: Elaborado pela autora
4.3. Desvios técnicos
Foram identificados sete tipos de Desvios Técnicos, os quais são: Avaria, Falta, Troca
de Lote, Troca de Produto, Erro de Embalagem, Excedente e Validade Curta. A seguir, serão
apresentados cada um com suas características para que possam ser identificados por qualquer
distribuidora de medicamentos e até por outros atores da cadeia logística farmacêutica.
Alguns termos que serão utilizados ao longo do texto: embalagem primária,
embalagem secundária e caixa de embarque. Embalagem primária, segundo a RDC nº 35 de
25 de Fevereiro de 2003 (BRASIL, 2003), é onde fica armazenado diretamente o
medicamento, como o blíster, vidro ou ampola, e secundária é onde a primária fica
armazenada, ou seja, a caixa que contém o nome e as informações a respeito do medicamento
como se observa na Figura 4. Já a caixa de embarque é aquela de papelão, são padronizadas
Chegada de produtos Recebimento
Conferência
Separação
Conferência
Armazenamento de
produtos para
devolução
Estoque de
controlados
Expedição
Estoque em depósito
Separação
42
pelo laboratório e colocam certas quantidades de medicamentos para serem transportados,
conforme Figura 5.
Figura 4 – Embalagem primária e secundária
Fonte: Distribuidora pesquisada
Figura 5 – Caixa de Embarque
Fonte: Distribuidora pesquisada
43
4.3.1 Avaria
Avaria é um tipo de Desvio Técnico em que o medicamento sofre impacto seja no
fornecedor ainda, no transporte, na descarga ou no armazenamento. Este desvio acontece por
erro e falta de cuidado ao manusear este tipo de produto, que é frágil, e impede que o mesmo
seja comercializado, pois os clientes se recusam a aceitar um produto que não está em
perfeitas condições. Em muitas avarias observadas nas fotos fornecidas pela empresa há
embalagens secundárias e caixas de embarque avariadas.
Nos registros foram encontradas avarias por impactos, embalagens molhadas,
rasgadas, sujas, com insetos, vidraria quebrada, conforme Figura 6. Suspeita-se serem
problemas em sua maioria causados pelas transportadoras. Na Figura 7, pode-se observar uma
caixa de embarque com uma marca de sapato, sugerindo que alguém pisou na mesma
ignorando o aviso “Frágil”.
Figura 6 – Embalagem secundária avariada
Fonte: Distribuidora pesquisada
Figura 7 – Caixa de embarque com avaria
44
Fonte: Distribuidora pesquisada
4.3.2. Falta
Falta é um tipo de Desvio Técnico em que falta a caixa inteira de embarque ou a
unidade de medicamento dentro da caixa de embarque, ou, ainda, a embalagem primária
dentro da secundária. Segundo os registros, no primeiro caso quando falta a caixa de
embarque isso acontece por extravio ou erro de separação do fornecedor ou transportadora. Se
localizam a caixa entregam para a Distribuidora, caso não localizem, o fornecedor se
responsabiliza. O segundo caso pode ocorrer por erro do laboratório ou por extravio de
pessoas que tiveram contato com o produto e o terceiro caso sugere erro de fabricação, pois
não foi inserida a embalagem primária na secundária e a caixa foi lacrada como as outras.
Pode-se observar na Figura 8 o segundo caso, em que faltou uma unidade de medicamento na
caixa de embarque, e, na figura 9, a falta de uma embalagem primária dentro da secundária.
Figura 8 – Caixa de embarque com falta
Fonte: Distribuidora pesquisada
Figura 9 – Embalagem secundária com falta de embalagem primária
Fonte: Distribuidora pesquisada
45
Este é o único tipo de Desvio Técnico que não é separado para devolução, apenas é
aguardado o ressarcimento ou crédito do valor do produto.
4.3.3. Troca de Produto
Este terceiro tipo de Desvio Técnico se refere à troca da apresentação de um mesmo
produto ou troca de um produto por outro. Troca esta que pode ser de pedido para a nota fiscal
e de nota fiscal para o produto em si. Como exemplo, nos registros foi encontrado um pedido
em que na nota discriminava que o produto era uma loção e foi entregue o mesmo produto,
mas na forma de xampu, como observado na Figura 10. O reconhecimento deste tipo de
desvio técnico depende da realização da conferência de pedido com a nota fiscal e dos
produtos entregues.
Figura 10 – Troca de produtos
Fonte: Distribuidora pesquisada
46
4.3.4. Troca de Lote
Lote, segundo o conceito apresentado pela ANVISA, é a quantidade de um
medicamento, que se produz em um ciclo de fabricação, cuja característica essencial é a
homogeneidade. E número de lote é a designação impressa na etiqueta de produtos abrangidos
por este Regulamento, que permite identificar o lote ou partida a que este pertence, e, em caso
de necessidade, localizar e rever todas as operações da fabricação e inspeção praticadas
durante a produção. Neste Desvio Técnico o produto recebido está conforme o pedido e a nota
fiscal, porém, o número do lote do medicamento está divergente do que apresenta a nota fiscal
emitida pelo fornecedor.
4.3.5. Erro de Embalagem
De acordo com a denominação apresentada pela ANVISA, embalagem é invólucro,
recipiente ou qualquer forma de acondicionamento removível, ou não, destinado a cobrir,
empacotar, envasar, proteger ou manter os medicamentos. Nesta embalagem constam as
informações com o nome do medicamento, fabricante, número de registro, nome do
farmacêutico responsável, telefone de Serviço de Atendimento ao Consumidor, número do
lote, data de fabricação, data de validade, selo de rastreabilidade ou tinta reativa e lacre de
segurança. O Desvio Técnico de Erro de Embalagem é quando alguma destas características
está errada, com defeito ou ausente, como observado na Figura 11, em que o quarto número
do lote não foi impresso, e na Figura 12, em que a tinta borrou e atrapalha a identificação da
data de validade.
Figura 11 – Lote com erro de impressão
47
Fonte: Distribuidora pesquisada
Figura 12 – Data de validade borrada
Fonte: Distribuidora pesquisada
4.3.6. Excedente
Já excedente é o tipo de Desvio que os medicamentos vêm em quantidade acima do
que foi no pedido ou do que está na nota fiscal. A empresa não pode receber produtos sem
constar na nota fiscal. Este tipo de desvio pode ocorrer tanto por erro do fornecedor, que
enviou a mais, ou pela transportadora, que mistura entregas.
4.3.7. Validade
Segundo a RDC nº35/2003 (BRASIL, 2003), prazo de validade é a data limite para a
utilização do Insumo Farmacêutico definida pelo fabricante, com base nos testes de
estabilidade e mantidas as condições de armazenamento e transportes, estabelecidas pelo
mesmo. O tempo para que o medicamento chegue até a distribuidora, seja vendido para o
varejo e comprado pelo consumidor pode ser grande e o prazo curto para o consumo deste
medicamento, então, a distribuidora estipula um prazo mínimo para que seja aceita a validade
dos medicamentos entregues pelo fornecedor, neste caso, a Distribuidora pesquisada estipulou
que sejam recebidos apenas medicamentos com um ano ou mais de prazo de validade. Neste
caso, o Desvio Técnico aqui apresentado diz respeito àqueles medicamentos em que o
fornecedor entrega com prazo de validade inferior a um ano.
48
4.4. Registros analisados
No total foram analisados 315 registros, distribuídos pelos 7 tipos de desvios técnicos.
Em 2014 houve 67 registros e, em 2015, 248 registros, configurando-se um aumento de
270%. O tipo de desvio técnico em maior quantidade foi avaria e o tipo com a menor
quantidade de registros, apenas um, foi excedente, como observado no Quadro 1 e no Gráfico
2. O mês de 2014 com mais registros foi Dezembro, com um total de 23 e em 2015 foi o mês
de Março com 30 registros.
Quadro 2 – Quantidade de registros por desvio
Desvio Técnico 2014 2015 Quantidade
Avarias 55 179 234
Erro de Embalagem 0 2 2
Excedente 1 0 1
Faltas 9 13 22
Troca de Lote 1 5 6
Troca de Produto 1 2 3
Validade curta 0 47 47 Fonte: Elaborado pela autora
Gráfico 2 – Porcentagem de desvios técnicos observados no recebimento de
medicamentos no período de 2014 a 2015
Fonte: elaborado pela autora
Avarias 74%
Erro de Embalagem
1%
Excedente 0%
Faltas 7%
Troca de Lote 2%
Troca de Produto
1% Validade curta 15%
49
A Distribuidora recebe medicamentos de 23 fornecedores diferentes, dos quais apenas
três não apresentaram nenhum registro de desvios técnicos, como evidenciado no Quadro 2,
criando assim um ranking de registros por Fornecedor. Os fornecedores foram organizados
por ordem decrescente em quantidade de registros de desvios técnicos e o nome de cada
fornecedor foi preservado a pedido da Distribuidora, por isso, foi adotado um número para
representar cada um. O Fornecedor 1 teve uma quantidade de registros discrepante de todos os
outros fornecedores, revelando-se com um fornecedor com alto índice de devoluções de
medicamentos.
Quadro 3 – Registros por fornecedor
Fornecedor Registros
Fornecedor 1 150
Fornecedor 2 28
Fornecedor 3 26
Fornecedor 4 12
Fornecedor 5 12
Fornecedor 6 12
Fornecedor 7 12
Fornecedor 8 11
Fornecedor 9 9
Fornecedor 10 9
Fornecedor 11 8
Fornecedor 12 7
Fornecedor 13 5
Fornecedor 14 4
Fornecedor 15 3
Fornecedor 16 2
Fornecedor 17 2
Fornecedor 18 1
Fornecedor 19 1
Fornecedor 20 1
Fornecedor 21 0
Fornecedor 22 0
Fornecedor 23 0 Fonte: elaborado pela autora
Na análise realizada nos 150 registros de Desvios Técnicos de Avarias foram
encontrados 18 fornecedores diferentes, 14 transportadoras diferentes, 232 notas fiscais
distribuídas nos registros, ou seja, havia mais de uma nota fiscal em vários registros, pois
eram agrupadas no dia do recebimento em um único registro. Foram encontradas também 349
50
apresentações de produtos nos registros e um total de 2819 unidades destes produtos. O que
tinha a menor quantidade era de 1 unidade e a maior quantidade encontrada foi de 115
unidades de um mesmo produto. O menor valor unitário encontrado foi de R$0,60 e o maior
valor foi R$92,37. Em valor total de unidades de cada produto o menor encontrado foi de
R$0,99 e o maior de R$1825,80. No valor total de todos os produtos de todos os registros foi
obtido R$23.874,99. Levando-se em consideração o tipo de medicamento foram encontrados
medicamentos de referência, genéricos, similares e fitoterápicos. Este foi o único tipo de
Desvio Técnico que apresentou um produto controlado de acordo com a Portaria nº344/1998,
que aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle
especial.
Em pesquisa ao site da ANVISA, em Consulta de Produtos, foi verificada a classe
terapêutica de cada medicamento encontrado nos registros e foi encontrado um total de 58
classes terapêuticas e 5 produtos que eram fitoterápicos, não tendo uma classe definida no
referido site. Destas 58 classes, a que obteve maior quantidade de produtos e unidades foi de
similares “Escabicidas e outros Ectoparasiticidas”.
Para a Logística Reversa de Avarias alguns fornecedores apenas dão o crédito para
novos pedidos dos medicamentos com avarias e a distribuidora precisa dar um destino final e
arcar com esses custos, já outros fornecedores até coletam esses medicamentos para destino
final, porém este processo pode durar até mais de ano e ocupa espaço no armazém da empresa
até a conclusão do processo.
Na análise realizada nos 22 registros de Desvios Técnicos de Faltas foram encontrados
8 fornecedores diferentes, 6 transportadoras diferentes, 22 notas fiscais, 36 apresentações de
produtos e 6738 unidades totais.
O menor valor unitário foi R$0,58 e o maior valor encontrado por unidade foi de
R$61,51 e o valor total de produtos que faltaram foi de R$91.516,06. O que tinha a menor
quantidade era de 1 unidade e a maior quantidade encontrada foi de 1848 unidades de um
mesmo produto. Foram encontrados medicamentos de referência, genéricos e similares,
nenhum fitoterápico. Foram encontradas 21 classes terapêuticas em consulta ao site da
ANVISA e dois produtos não apresentavam a classe no referido site. A classe “Anti-
hipertensivo simples” teve maior frequência de Faltas.
No desvio de Faltas a distribuidora não precisa devolver os medicamentos já que os
mesmos não foram entregue, então nesse caso o fornecedor dispõe o crédito do valor do
medicamento que faltou ou repõe o produto de acordo com o estabelecido entre o fornecedor
51
e a Distribuidora, pois cada caso é analisado separado e levado em consideração o
medicamento, como está o estoque e pedidos de clientes.
No Desvio Técnico Troca de Lote se observou que foram originados de quatro
fornecedores diferentes, 50% dos registros eram de medicamentos similares, a classe
terapêutica com maior incidência foi a de “Analgésicos não narcóticos”. O total de unidades
com lote trocado foi de 272 e a unidade com o maior valor foi de R$44,64. O valor total de
Troca de Lotes foi de R$2.595,14.
No Desvio Troca de Lote quando a Distribuidora reconhece o desvio na conferência é
realizado um relatório e o mesmo é passado para o fornecedor para que seja emitida uma
Carta de Correção para a Nota Fiscal e que seja enviada à Secretaria da Fazenda.
O Desvio Técnico Troca de Produtos teve um total de 3 registros, apresentou 3
fornecedores, um registro era de apresentação de produto totalmente diferente, um de forma
farmacêutica divergente e em outro a diferença era da miligrama do produto pedido para o
entregue. No primeiro registro o que chamou atenção foi que o valor dos produtos pedidos era
de R$231,00 e o valor dos produtos entregues no lugar era de R$4636,80, um aumento de
2007% no valor. E no terceiro registro foram entregues 6000 unidades de produto trocado. O
total de prejuízo apenas dos produtos que foram solicitados pela Distribuidora foi de
R$41.887,68.
Neste Desvio de Troca de Produtos a Distribuidora faz o relatório e envia para o
fornecedor, caso o acordo seja a devolução, a Distribuidora emite uma Nota Fiscal de
Devolução dos produtos que não foram entregue e o fornecedor irá realizar a logística reversa
destes medicamentos. Ou então caso a distribuidora tenha interesse, a mesma recebe estes
produtos e assim mesmo gera a devolução do que não foi entregue e o fornecedor emite uma
nova Nota Fiscal com os produtos que foram entregue.
Os dois registros de Desvio por Erro de Embalagem foram de dois fornecedores
diferentes, em um a validade e o lote do medicamento não estavam impressos na embalagem
e no segundo registro os medicamentos não continham ou estavam rompidos os lacres de
segurança. O valor total dos produtos é de R$1.356,60.
Neste Desvio por Erro de Embalagem é impossível a Distribuidora receber estes
produtos e passa-los aos seus clientes, nesse caso então, como pode ser acionada a Vigilância
Sanitária por erro, o fornecedor gera crédito mais rápido e faz a Logística Reversa destes
medicamentos ou deixa a cargo da Distribuidora a destinação final dos mesmos.
52
Em Excedentes não se pode adotar os valores como prejuízos para a Distribuidora,
pois somente são prejuízos ao fornecedor ou à transportadora que enviou produtos a mais. A
quantidade de unidades de medicamentos no único registro foi de 220 unidades e o valor é
desconhecido por não constar em Nota Fiscal. Em Excedentes caso seja interesse da
Distribuidora ficar com os medicamentos, os mesmos podem ser negociados com o
fornecedor, porém outras empresas podem agir de má fé e não emitir relatório dos mesmos e
acabar vendendo estes produtos para lucro.
Em Desvio Técnico por Validade Curta, a Distribuidora adota o prazo de 1 ano como
mínimo de prazo aceito para receber os medicamentos, sendo que todos os fornecedores são
avisados no momento do cadastro e pedido. Todos os medicamentos enviados pelo fornecedor
e que no dia do recebimento apresentem data de validade inferior a um ano são enquadrados
como Desvio Técnico por Validade Curta. O tempo de o medicamento ser recebido, entrar em
estoque, ser vendido, entregue para cliente e chegar ao consumidor final é muito longo e se
for aceito menos que um ano poderá acarretar prejuízos com estoque a vencer para a
Distribuidora, por isso tal prática é adotada. No total dos 47 registros houve 11 fornecedores.
Foram 58 apresentações de produtos, em sua maioria medicamentos de referência.
Apresentaram 35442 unidades de produtos, a unidade de maior valor é de R$143,04 e o valor
total de produtos é de R$753.634,10.
Em Validade Curta a Distribuidora analisa cada caso, pois se o prazo estiver perto de
um ano e serem medicamentos que tem saída rápida poderá ser aceito mas caso o prazo não
justifique aceitar, a Distribuidora já emite a Nota Fiscal de devolução quando o fornecedor
autoriza e o mesmo repõe crédito dos produtos.
Revisando os valores encontrados, é apresentado no Quadro 3 o valor total de prejuízo
para a Distribuidora devido aos Desvios Técnicos, em um total de R$914.864,57 para o
período de 2014 e 2015.
Quadro 4 – Valores de prejuízos atrelados aos Desvios Técnicos
Desvio Técnico VALOR
Avarias R$ 23.874,99
Erro de Embalagem R$ 1.356,60
Excedente -
Faltas R$ 91.516,06
Troca de Lote R$ 2.595,14
Troca de Produto R$ 41.887,68
Validade curta R$ 753.634,10
53
TOTAL R$ 914.864,57 Fonte: Elaborado pela autora
4.5. Proposta de Check-list
Como um dos objetivos deste estudo, propõe-se um Check-list para que a distribuidora
de medicamentos possa identificar possíveis Desvios Técnicos no Recebimento de
Medicamentos. Todos os requisitos estão apresentados no Apêndice A. Na primeira parte do
Check-list devem-se preencher as informações que identifiquem a nota fiscal que será
conferida e a origem da mesma, como fornecedor, transportador, data em que foi apresentada
e a pessoa responsável pelo recebimento da mesma.
Na segunda parte deverão ser preenchidas as informações a respeito de produtos de
acordo com a nota fiscal e quantidade dos mesmos, código, validade, lote e valor. Caso a nota
fiscal apresente grande quantidade produtos que não seja viável anotar todos, é aconselhável
anexar o Check-list à nota fiscal.
Na terceira parte vão as informações de quando os medicamentos já foram
descarregados pela transportadora e a pessoa responsável pelo recebimento precisa verificar
se a quantidade de volumes entregue correspondem à quantidade informada na nota fiscal do
fornecedor. Caso não seja a quantidade exata, tem um campo para informar qual a quantidade
entregue pela transportadora.
Na quarta parte e uma das mais importantes, são apresentadas as etapas a serem
seguidas no ato de conferência no Recebimento dos medicamentos. Cada etapa apresentada
traz uma informação que, caso seja identificada e assinalado o “SIM”, representa desvio
técnico no medicamento recebido.
A quinta e última parte traz a avaliação pós-recebimento destes desvios técnicos pela
distribuidora em relação ao fornecedor. Esta avaliação do fornecedor traz informações
importantes para serem usadas para uma melhor seleção de fornecedores, pois aqueles que
apresentem dificuldades em realizar a Logística Reversa ou não se mostram interessados em
resolver problemas com eficiência podem representar como uma desvantagem em futuros
pedidos a este fornecedor.
54
5. CONCLUSÕES
A busca por evitar prejuízos é uma realidade nas empresas e também em distribuidoras
de medicamentos. O estudo de caso realizado trouxe informações relevantes com relação à
quantidade e a valores de prejuízos ocasionados por Desvios Técnicos em medicamentos.
Um dos objetivos específicos era identificar e analisar os problemas no recebimento de
medicamentos em distribuidora que geram devoluções e então através do Fluxograma criado
de Recebimento de medicamentos, pôde-se ter uma visão geral dos processos e ao observar
todas as etapas e em qual era necessária atenção em relação a devoluções de medicamentos.
Constatou-se que a etapa de conferência era a principal para observar e relatar todos os
desvios técnicos.
O estudo apresentou muitas informações advindas dos registros realizados pela
empresa pesquisada, mas que só foram possíveis através da percepção do farmacêutico em
observar e elaborar estes registros com informações necessárias para utilização da empresa na
realização de devoluções e ressarcimentos. Como objetivo específico também e de maior
interesse para a empresa estudada foi investigar os desvios técnicos que geram devoluções em
distribuidora de medicamentos e avaliar os prejuízos que essas devoluções acarretam. Como
resultado obteve-se os sete tipos de desvios técnicos e suas características e também fotos
para melhor ilustrar. Ao tratar-se dos prejuízos encontrados o valor do desvio técnico
Validade Curta foi expressivo em relação aos demais, sendo 82% de um total aproximado
encontrado de R$915 mil. Já em quantidade de Registros apresentados, Validade Curta fica
em segundo lugar com 47 contra 234 registros de Avarias.
As distribuidoras de medicamentos precisam oferecer treinamentos para seus
colaboradores, enfocando as características aqui apresentadas de cada Desvio Técnico,
características estas apontadas com o intuito de atingir o terceiro objetivo específico, e
disponibilizar estas informações para que o desvio possa ser identificado o mais breve
possível, já que os fornecedores criam empecilhos para que sejam realizadas as devoluções de
medicamentos.
Foi proposto realizar um ranking de fabricantes com mais desvios técnicos e criar um
check-list de desvios para ser usado em distribuidoras. O ranking criado trouxe informações
que podem ser utilizadas pela distribuidora para a realização de uma seleção e qualificação de
fornecedores para que a ocorrência e frequência dos desvios observados possam ser reduzidas.
55
Outras distribuidoras também podem utilizar estas informações para a seleção de fornecedores
e para gerirem seus estoques de devoluções de medicamentos.
Além disso, os fornecedores podem se utilizar destas informações para selecionarem
melhor as transportadoras que levam seus produtos até as distribuidoras de medicamentos e
que geram alguns destes Desvios Técnicos.
O Check-List apresentado é uma ferramenta que não despende de alto investimento
para a distribuidora e serve também para que os colaboradores tenham em mãos um meio de
registro padronizado de todos os Desvios Técnicos observados. Com um feedback ao seu final
as distribuidoras podem avaliar o desempenho dos fornecedores em relação à devolução no
mesmo documento. O Check-List também visa minimizar os casos de medicamentos com
desvios técnicos que não são identificados no processo de Recebimento.
56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AZULINO, A. C. O.; PINTO, A. C. G.; COSTA, M. H. A.; CARVALHO, M. N.;
MOREIRA, A. S.; OLIVEIRA, A. F.; MATO, I. P. Queixas técnicas realizadas pelos
profissionais da saúde, relacionadas aos produtos utilizados em hospital sentinela de Belém-
PA. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, v. 4, p. 13-16, 2013.
BALLOU, R.H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. 5
Edição. Porto Alegre: Bookman, 2006.
BASTOS, Valéria D. Inovação farmacêutica: padrão setorial e perspectivas para o caso
brasileiro. BNDES Setorial, v. 22, p. 271-296, 2005.
BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da
cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001. 594p.
BOWERSOX, D. J; CLOSS, D. J.; COOPER, M. B; BOWERSOX, J. C. Gestão Logística
da Cadeia de Suprimentos. McGraw-Hill / Irwin, Boston. Tradução. 4 ed, 2014.
BRASIL, ANVISA. Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973. Brasília, DF: [s.n], 1973.
Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos
Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras Providências. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5991.htm>. Acesso em: 12 de Outubro de 2015.
______. ANVISA. Portaria nº 802 de 8 de Outubro de 1998. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/1998/prt0802_08_10_1998_rep.html>
Acesso em: 12 de Outubro de 2015.
______. ANVISA. RDC nº 17 de 16 de Abril de 2010. Dispõe sobre as Boas Práticas de
Fabricação de Medicamentos. 2010a. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0017_16_04_2010.html> Acesso
em: 12 de Outubro de 2015.
______. ANVISA. RDC n° 17 de 22 de Março de 2012. Dispõe sobre a alteração da
Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n.º 222, de 28 de dezembro de 2006, que dispõe
sobre os procedimentos de petição e arrecadação eletrônica no âmbito da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA e dá outras providências. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2012/rdc0017_22_03_2012.html> Acesso
em: 8 de Junho de 2015.
______. ANVISA. RDC nº 25 de 29 de Março de 2007. Dispões sobre a terceirização de
etapas de produção, de análises de controle de qualidade e de armazenamento de
medicamentos. 2007. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2007/res0025_29_03_2007_rep.html>.
Acesso em: 28 de Maio de 2016.
______. ANVISA. RDC nº 35 de 25 de Fevereiro de 2003. Determina todos os
estabelecimentos Distribuidores e Fracionadores de Insumos Farmacêuticos o cumprimento
das diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico de Boas Práticas de Distribuição e
57
Fracionamento de Insumos Farmacêuticos. Disponível em:
<https://www.diariodasleis.com.br/busca/exibelink.php?numlink=1-9-34-2003-02-25-35>.
Acesso em: 20 de Setembro de 2016.
______. ANVISA. RDC n° 54 de 10 de Dezembro de 2013. Dispõe sobre a implantação do
sistema nacional de controle de medicamentos e os mecanismos e procedimentos para
rastreamento de medicamentos na cadeia dos produtos farmacêuticos e dá outras
providências. Disponível em: <
http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/c3d2028043c137b784beeee175024b76/rdc0054
_10_12_2013.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em: 12 de Outubro de 2015.
______. ANVISA. RDC nº 44 de 17 de Agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas
Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da
comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e
drogarias e dá outras providências. 2009. Disponível em: < http://cfo.org.br/wp-
content/uploads/2010/02/180809_rdc_44.pdf> Acesso em: 27 de Abril de 2016.
______. ANVISA. RDC nº 55 de 17 de Março de 2005. Disponível em:
<http://www.vigilanciasanitaria.sc.gov.br/index.php/download/category/137-
farmacovigilancia?download=806:resolucao-rdc-n-55-2005> Acesso em: 12 de Outubro de
2015.
______.ANVISA. RDC nº 57 de 17 de Novembro de 2009. Dispõe sobre o registro de
insumos farmacêuticos ativos (IFA) e dá outras providências. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/c2f67f0046f1cc01ab9ebb41cdd33a01/RDC+57
-2009+Registro+-+IFA.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em: 02 de Novembro de 2015
______. ANVISA. RDC n° 69 de 10 de Outubro de 2014. Dispõe sobre os nomes dos
medicamentos, seus complementos e a formação de famílias de medicamentos. Disponível
em: <http://sinfar-rj.org.br/images/pdfs/RDC-59.pdf> Acesso em: 02 de Novembro de 2015.
______. Casa Civil. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Senado Federal. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm> Acesso em:
12 de Outubro de 2015
______. Casa Civil. Lei n° 12.305 de 02 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de
Resíduos Sólidos; altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
2010b. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2010/lei/l12305.htm> Acesso em: 16 de Fevereiro de 2016
______. Ministério Da Saúde. Assistência Farmacêutica na Atenção Básica. Instruções
Técnicas para sua Organização. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
______. Ministério da Saúde. Lei nº 9.782 de 26 de Janeiro de 1999. Define o Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e dá outras
providências, Diário Oficial da União de 27/01/1999.
______. Ministério da Saúde. O que devemos saber sobre medicamentos. Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA), Brasília, 2010c.
58
______. Ministério da Saúde. RDC nº 81 de 5 de Novembro de 2008. Dispõe sobre o
Regulamento Técnico de Bens e Produtos Importados para fins de Vigilância Sanitária.
Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/02dd8800474597549fd3df3fbc4c6735/RDC+n
o++81+2008.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em: 8 de Abril de 2016.
BUTKOVICH, N. J. Reshelving Study of Review Literature in the Physical Science. Library
Resources, v. 40, n. 2, p. 139-144, 1996. Disponível em:
<https://journals.ala.org/lrts/article/view/4922/5947> Acesso em: 21 de Janeiro de 2016.
CAON, S.; FEIDEN, I. R.; SANTOS, M. A. Desvios de qualidade de medicamentos em
ambiente hospitalar: identificação e avaliação das ocorrências. Revista Brasileira de
Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, v. 3, p. 23-26, 2012.
CARVALHO, Arilson C. O impacto negativo da pirataria no cenário mercadológico e as
dificuldades no combate a falsificação. Revista do IBRAC, p.47-84. 2005.
CASTRO, Sérgio D. Sistemas Produtivos Locais no Estado de Goiás: o caso da Indústria
Farmacêutica do Eixo Goiânia - Anápolis (Relatório Final). Fev. 2004.
CHAVES, Gisele de Lorena Diniz; ALCÂNTARA, Rosane Lucia Chicarelli; ASSUMPÇÃO,
Maria Rita Pontes. Medidas de desempenho na logística reversa: o caso de uma empresa do
setor de bebidas. Relatórios de Pesquisa em Engenharia de Produção, Niterói, v.8, 2008.
CHAVES, Gisele de Lorena Diniz; BATALHA, Mário Otávio. Os consumidores valorizam a
coleta de embalagens recicláveis? Um estudo de caso da logística reversa em uma rede de
hipermercados. Gestão & Produção, São Carlos, v. 13, n. 3, p. 423-
434, Dez. 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
530X2006000300006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 2 de Maio de 2016.
CHOPRA, Sunil; MEINDL, Peter. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia,
planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
COÊLHO, H. L. Farmacovigilância: um instrumento necessário. Caderno de Saúde Pública.
1998, 14(4):871-875.
CORRÊA, H. L. Gestão da rede de suprimentos: integrando cadeias de suprimento. 3 ed.
São Paulo: Atlas, 2010.
DE BRITO, M. P. Managing reverse logistics or reversing logistics management? 2004.
327 f. Thesis of doctor – Erasmus University Rotterdam, Netherlands. Disponível em:
<repub.eur.nl/pub/1132/EPS2004035LIS_9058920585_DEBRITO.pdf> Acesso em: 3 de
Abril de 2016.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais. São Paulo: Atlas, 2008.
DIEHL, Astor; TATIM, Denise. Pesquisa em ciências sociais aplicadas: métodos e técnicas.
São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2004.
59
FIGUEIREDO, Nébia. Método e Metodologia na pesquisa científica. 2 ed. São Paulo.
Yendis, 2007.
FRANÇOSO, Mariane S.; STRACHMAN, Eduardo. A indústria farmacêutica no Brasil e na
Índia: um estudo comparativo. Revista de Economia, v. 39, n. 1, p. 91-112, 2013.
GADELHA, C. A. G.; QUENTAL, C., FIALHO, B. C. Saúde e Inovação: uma abordagem
sistêmica das indústrias da saúde. Cadernos de Saúde Pública (ENSP. Impresso), Rio de
Janeiro, v. 19, n.1, p. 47-59, 2003.
GARCIA, E.; REIS, L.; MACHADO, L.; FERREIRA FILHO, V. J. Gestão de estoques:
otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Rio de Janeiro: E-papers, 2006.
GONÇALVES, M. E.; MARINS, F. A. S. Logística reversa numa empresa de laminação de
vidros: um estudo de caso. Gestão e Produção, v.13, n.3, p.397-410, Set/Dez 2006.
GUARNIERI, P., KOVALESKI, J.L., STADLER, C. C., OLIVEIRA, I. V. A caracterização
da logística reversa no ambiente empresarial em suas áreas de atuação: pós-venda e pós-
consumo agregando valor econômico e legal. Tecnologia & Humanismo, Curitiba, v. 19,
n.1, p. 120-131, 2005. Disponível em: <http://www.resol.com.br/textos/e-
book_2006_artigo_57.pdf>. Acesso em: 13 de Julho de 2016.
HIRATUKA, C. et al. Logística Reversa para o setor de Medicamentos. ABDI – Agência
Brasileira de Desenvolvimento Industrial. 2013. Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/6035fe804362f6fbaca0be0eb77d2a7a/Log%C3
%ADstica+Reversa+de+Medicamentos.pdf?MOD=AJPERES> Acesso em: 12 de Agosto de
2015.
KIM, H. Manufacturers profit by managing reverse supply chains. Logistics Management,
2001. Disponível em: < http://www.logisticsmgmt.com/article/CA73190.html> Acesso em:
30 de Junho de 2016.
KURIEN, Georgy P.; QURESHI, Muhammad N. Study of performance measurement
practices in supply chain management. International Journal of Business, Management
and Social Sciences. v. 2, n. 4, p. 19-34, 2011.
LACERDA, Leonardo. Logística Reversa – Uma Visão sobre os Conceitos Básicos e as
Práticas Operacionais Centro de Estudos em Logística, COPPEAD, UFRJ, 2002.
LEITE, P. R.; BRITO, E. P. Z.; MACAU, F. R.; POVOA, A. C. Determinantes da
estruturação dos canais reversos: O papel dos ganhos econômicos e de imagem corporativa.
In: ENCONTRO ANUAL DA ANPAD, 29, 2005, Brasília. Anais... Brasília: Anpad, 2005.
LEITE, P. R. Canais de distribuição reversos, 8ª Parte. Revista Tecnologística, ano VI, n.61,
p.60-67, Dez. 2000.
______. Logística reversa: meio ambiente e competitividade. 2 ed. São Paulo: Pearson,
2009.
60
LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: Nova área da Logística Empresarial. São Paulo:
Ed. Publicare, 2002. Disponível em: <
http://meusite.mackenzie.br/leitepr/LOG%CDSTICA%20REVERSA%20-
%20NOVA%20%C1REA%20DA%20LOG%CDSTICA%20EMPRESARIAL.pdf>. Acesso
em: 11 de Julho de 2016.
LIMA JUNIOR, Francisco Rodrigues; OSIRO, Lauro; CARPINETTI, Luiz Cesar Ribeiro.
Métodos de decisão multicritério para seleção de fornecedores: um panorama do estado da
arte. Gestão & Produção, São Carlos, v. 20, n. 4, p. 781-801, 2013. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
530X2013000400003&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 18 de Novembro de 2015.
LIMA, Paula Ferraz de, et al. Queixas técnicas e eventos adversos a medicamentos
notificados em um hospital sentinela do interior de São Paulo, 2009-2010. Epidemiologiae
Serviços de Saúde, Brasília, v. 22, n. 4, p. 679-686, dez. 2013. Disponível em
<http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-
49742013000400014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 29 maio 2016.
MACHLINE, C.; AMARAL JUNIOR, J. B. C. Avanços logísticos no varejo nacional: o caso
das redes de farmácias. SIMPOI I, 1998.
MAGALHÃES, Jorge L.; ANTUNES, Adelaide M. S.; BOECHAT, Núbia A. Laboratórios
farmacêuticos oficiais e sua relevância para saúde pública do Brasil. RECIIS — Revista
Eletrônica de Comunicação, Informação & Inovação em Saúde, v. 5, n. 1, p. 85-99, 2011.
MARIN, N. et al. Assistência Farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro:
Opas/OMS, 2003.
MARTINS, P.G.; Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 2 ed. São Paulo:
Editora Saraiva, 2007.
MATTAR, F. N. Pesquisa de Marketing. São Paulo: Atlas, 1996.
MESQUITA, Marco A.; SANTORO, Miguel C. Análise de modelos e práticas de
planejamento e controle na indústria farmacêutica. Revista Produção, v. 14, n. 1, p. 64-77,
2004.
MOREIRA, Carlos A. G.; PITASSI, Claudio. Proposta de métrica do nível de capacidade
tecnológica das empresas farmacêuticas brasileiras. Revista de Administração e Inovação,
v. 10, n. 4, p. 229-252, 2013.
NORONHA, D. P.; FERREIRA, S. M. S. P. Revisões da Literatura. In: CAMPELLO, B. S.,
CENDÓN, B. V. E KREMER, J. M. Fontes de Informação para Pesquisadores e
Profissionais. Belo Horizonte: Ed. UFMG, p. 191-198, 2000.
NOVAES, A. G. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação
e avaliação. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
61
OLIVEIRA, Egléubia A.; LABRA, Maria E.; BERMUDEZ, Jorge. A produção pública de
medicamentos no Brasil: uma visão geral. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, n. 11, p. 2379-
2389, 2006.
OLIVEIRA, Josmária Lima Ribeiro de; OLIVEIRA, Sidney Lino de. Logística de
distribuição e controle de estoques em uma distribuidora de medicamentos In: EGEPE –
ENCONTRO DE ESTUDOS SOBRE EMPREENDEDORISMO E GESTÃO DE
PEQUENAS EMPRESAS. 2003, Brasília. Anais... Brasília: UEM/UEL/UnB, 2003, p. 666-
678.
OMS, Organização Mundial da Saúde. Departamento de Medicamentos Essenciais e Outros
Medicamentos. A importância da Farmacovigilância: monitorização da segurança dos
medicamentos. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. 2005. Disponível em:
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/importancia.pdf> Acesso em: 25 de Maio de
2016.
PIRES, S. R. I. Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management):
conceitos, estratégias, práticas e casos. 2 ed. v. 1. São Paulo: Atlas, 2009.
POZO, H. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais: Uma abordagem logística
6 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
RABELO, R. B. Vigilância pós-comercialização de produtos para a saúde: o desafio da
rede sentinela. Dissertação (Mestrado), Fundação Oswaldo Cruz, Recife (PE), 2007.
RAVI, V; SHANKAR R. Analysis of interactions among the barriers of reverse logistics.
Technological Forecasting and Social Change, v. 72, n. 8, p. 1011-1029, 2005.
REIS, A. M. M.; PERINI, E. Desabastecimento de medicamentos: determinantes,
consequências e gerenciamento. Ciência & Saúde Coletiva. Brasília: 2008.
RIBEIRO, Maria T. F. Gestão dos centros de P&D face à competitividade. In: SIMPÓSIO DE
GESTÃO DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, XXI, São Paulo. Anais... São Paulo: ANPAD,
2000.
RISSI, Natália Maria Ninno. Gestão de desvios técnicos no recebimento de medicamentos
na Central de Abastecimento Farmacêutico. 2011. 47 f. Dissertação (mestrado) -
Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina de Botucatu, 2011. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/88093>. Acesso em: 12 de Outubro de 2015.
ROCHA, Alex Sandro da; TEÓFILO, Romero Batista; SOUSA, Priscilla Coitinho de;
SANTOS, Lucielma dos. Logística Reversa como ferramenta de planejamento e controle das
devoluções de mercadorias de uma empresa atacadista. In: SEGeT Simpósio de Excelência
em Gestão e Tecnologia, 2008, Resende -RJ. Anais...,Resende-RJ, 2008.
ROSA, H.; MAYERLE, S. F.; GONÇALVES, M. B. Controle de estoque por revisão
contínua e revisão periódica: uma análise comparativa utilizando simulação. Produção, v. 20,
n. 4, dez. 2010. http://dx.doi.org/10.1590/ S0103-65132010005000052
62
ROZENFELD, S. Farmacovigilância: elementos para a discussão e perspectivas. Caderno de
Saúde Pública, 14(2):237-63, abr. 1998.
SAMPAIO, Mauro; CSILLAG, João Mário. Integração da Cadeia de Suprimentos da
Indústria Farmacêutica. RAI: revista de administração e inovação, Brasil, v. 7, n. 1, p. 109-
130, Maio, 2010. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/rai/article/view/79161>. Acesso
em: 1 de Maio de 2016.
SÁ-SILVA, J. R.; ALMEIDA, C. D.; GUINDANI, J. F. Pesquisa documental: pistas teóricas
e metodológicas. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais, n. 1, 2009.
SLACK, N; CHAMBERS, S; JOHNSTON, R. Administração da Produção. 3 ed. São
Paulo: Atlas, 2009.
TOBAR, F.; YALOUR, M. R. Como fazer teses em saúde pública. Conselhos e ideias para
formular projetos e redigir teses e informes de pesquisa. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2001.
TUMA, I. L.; CARVALHO, F. D.; MARCOS. J. F. Programação, Aquisição e
Armazenamento de Produtos para a Saúde. In: NOVAES, M. R. C. G. et al. Guia de Boas
Práticas em Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde – SBRAFH. São Paulo: Ateliê Vide
o Verso, 2009. Cap. 6.2, p. 149-190.
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à Pesquisa em Ciências Sociais: a pesquisa
qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VERÍSSIMO, Nádia; MUSETTI, Maroel Andreotti. A tecnologia de informação na gestão de
armazenagem. In: XXIII ENEGEP - Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Ouro
Preto, 2003. Anais eletrônicos..., Ouro Pretro, 2003.
VIANA, J. C.; ALENCAR, L. H. Metodologias para seleção de fornecedores: uma revisão da
literatura. Produção (São Paulo. Impresso), v. 22, p. 625-636, 2012. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/prod/2012nahead/aop_0001_0294.pdf> Acesso em: 13 de
Novembro de 2015.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Disponível em: <https://saudeglobaldotorg1.files.wordpress.com/2014/02/yin-
metodologia_da_pesquisa_estudo_de_caso_yin.pdf> Acesso em: 21 de Janeiro de 2016.
63
APÊNDICE A
CHECK-LIST DE RECEBIMENTO DE MEDICAMENTOS
Data: __/__/__ Responsável pelo Recebimento: ___________________
Nota Fiscal:_________________ Nº Pedido de Compra: ______________
Fornecedor: _________________ Transportadora: ____________________
Código Produto Unidades Lote Validade Valor
Quantidade de volumes na Nota Fiscal: ________ A entrega foi parcial ou total? __________
Qual a quantidade de volumes entregues pela Transportadora? ________________
ETAPAS SIM NÃO
As caixas de embarque não estão em perfeitas condições
(amassada, rasgada, molhadas, suja)
Após abrir as que não estão perfeitas, houve alguma avaria interna
Alguma caixa está violada a fita que lacra
Falta unidade dentro da caixa de embarque
Falta embalagem primária na secundária
Falta caixa de embarque
O produto entregue não corresponde ao da nota
O produto entregue não corresponde ao pedido
O lote do produto não corresponde ao da nota
A validade do produto é inferior ao aceitável
Há produto que não consta na nota fiscal
A embalagem secundária falta alguma informação
A embalagem secundária contém erros ou ausência de impressão
O lacre de segurança da embalagem secundária está violado
Avaliação do pós-recebimento
Houve dificuldade de comunicação com o fornecedor? ______________________________
O fornecedor se prontificou em resolver a ocorrência? ______________________________
Qual foi o tempo decorrido para a resolução? ______________________________________
Observações:________________________________________________________________
64
TERMO DE ANUÊNCIA
A empresa Distribuidora de Medicamentos está de acordo com a execução do projeto
de pesquisa intitulado “Desvios técnicos que geram a Logística Reversa em uma distribuidora
de medicamentos no sudeste goiano”, coordenado pela pesquisadora Larissa Juliana
Patrocínio da Silva, desenvolvido na Universidade Federal de Goiás, regional Catalão.
A empresa assume o compromisso de apoiar o desenvolvimento da referida pesquisa
pela autorização da coleta de dados durante o mês de Setembro de 2016.
Declaramos ciência de que nossa instituição é coparticipante do presente projeto de
pesquisa, e requeremos o compromisso da pesquisadora responsável com o resguardo da
segurança dos dados por ela coletados e sigilo do nome da empresa.
Catalão, 30 de Agosto de 2016.
___________________________________________
Assinatura/Carimbo da instituição pesquisada