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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
MESTRADO NACIONAL EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM REDE NACIONAL
(PROFIAP)
DIEGO DA GUIA SANTOS
GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTO DE SERVIÇO EM UMA INSTITUIÇÃO
FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR: UMA ANÁLISE DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE ALAGOAS
MACEIÓ - AL
2017
DIEGO DA GUIA SANTOS
GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTO DE SERVIÇO EM UMA INSTITUIÇÃO
FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR: UMA ANÁLISE DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE ALAGOAS
Dissertação apresentada à Universidade Federal de
Alagoas sob a forma de Relatório Técnico, como parte
das exigências do Programa de Pós-Graduação em
Administração Pública, Mestrado Nacional em
Administração Pública em Rede Nacional (Profiap), para
obtenção do título de Mestre.
Orientação: Prof. Dr. Andrew Beheregarai Finger
MACEIÓ - AL
2017
DIEGO DA GUIA SANTOS
GESTÃO DE CADEIA DE SUPRIMENTO DE SERVIÇO EM UMA INSTITUIÇÃO
FEDERAL DE ENSINO SUPERIOR: UMA ANÁLISE DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE ALAGOAS
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Alagoas
sob a forma de relatório técnico, como parte das exigências
do Programa de Pós-Graduação em Administração Pública,
Mestrado Nacional em Administração Pública em Rede
Nacional - PROFIAP, para obtenção do título de Mestre.
_________________________________________
Diego da Guia Santos
Aprovada em Maceió/AL, _____/______/_______.
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________
Andrew Beheregarai Finger, Dr.
(Orientador – Universidade Federal de Alagoas – UFAL)
_________________________________________
Anderson de Barros Dantas, Dr.
Membro 1 – Universidade Federal de Alagoas – UFAL
_________________________________________
Rafael Teixeira, Phd.
Membro 2 – College of Charleston
AGRADECIMENTOS
A Deus por me dar a condição de lutar por meus objetivos e por tudo que realizou em minha
vida.
Aos meus pais, Dione e Edilson, por todo carinho que sempre demonstraram, por tudo que me
ensinaram e por batalharem e torcerem pelo meu crescimento pessoal e profissional.
A minha esposa, Elízia, por me acompanhar e durante todo esse processo e por ficar ao meu
lado nos momentos mais difíceis, mesmo naqueles que estive ausente, e por comemorar comigo
as vitórias já alcançadas. Sem seu apoio não seria possível, muito Obrigado!
Ao professor Dr. Andrew Finger, por me ensinar, incentivar e orientar com muito empenho e
paciência este trabalho, todos os meus passos durante mais esta etapa da minha formação,
sempre me encorajando a crescer e dar o meu melhor.
A todos que fazem parte do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da UFAL, local onde
trabalho, por me apoiarem e assumirem todas as minhas atribuições no meu período de
afastamento. Em especial aos professores Dr. Iracilda Lima e Dr. Renato Rodarte, gestores da
unidade, que me incentivaram desde o primeiro dia e sempre fizeram o que estava ao alcance
deles para que concluísse esta etapa.
Aos demais colegas de mestrado, por compartilhar os bons e maus momentos, pelos trabalhos
e debates realizados. Agradeço principalmente aos amigos Donizetti Calheiros, Dartagnan
Macedo, Flávio Reis e Cecília Rosset.
A todos os professores do mestrado pelos ensinamentos que contribuíram expressivamente para
a minha formação.
A todos os familiares e amigos que torceram e torcem por mim.
RESUMO
A disseminação do conceito de cadeia de suprimento no setor público e a implantação de ações
estratégicas fundamentadas em gestão de operações em serviços tem se mostrado fundamental
e promissora para o alcance dos objetivos governamentais e melhoria do setor público. Baseado
nisto, o presente estudo trouxe como objetivo analisar a Gestão da Cadeia de Suprimento de
Serviço de Ensino na Universidade Federal de Alagoas, com base no modelo teórico proposto
Ellram, Tate e Billington (2004). Para operacionalizar a pesquisa inicialmente mapeou-se a
cadeia de ensino da instituição por meio de um levantamento documental e entrevistas com
gestores. Após, foram realizadas novas entrevistas com gestores internos que possuem relação
direta com a prestação do serviço “ensino”, análise de documentos oficiais e legais, e consultas
públicas. Os dados foram coletados a fim descrever as ações desenvolvidas pela instituição
quanto aos processos: fluxo de informação, gestão da demanda, gestão da capacidade, gestão
de relacionamento com o cliente, gestão de relacionamento com fornecedor, gestão da entrega
do serviço e gestão do fluxo de caixa. As informações foram colhidas ao longo de seis etapas
da pesquisa e examinados por meio da técnica da análise de conteúdo. Os resultados
evidenciaram uma variação no desempenho da gestão dos processos da CSS de Ensino da
UFAL. Destacaram positivamente a estrutura relacionas ao processo “Fluxo de Informação” e
as ações acadêmicas do “Gestão da Capacidade”. Todavia, nos demais processos as dificuldades
sublinhadas interferem na eficácia de suas práticas, não permitindo à instituição uma boa gestão
da sua CSS de Ensino.
Palavras-chave: Cadeia de Suprimento de Serviço, Gestão de Cadeia de Suprimento de
Serviço, Gestão de Ensino e Universidade.
ABSTRACT
The dissemination of the supply chain concept in the public sector and the implementation of
strategic actions based on service operations management have shown to be fundamental and
promising for the achievement of government objectives and improvement of the public sector.
Based on this, the present study aimed to analyze the Supply Chain Management of Teaching
Service at the Federal University of Alagoas, based on the proposed theoretical model Ellram,
Tate e Billington (2004). In order to operationalize the research, the institution's educational
chain was mapped through a documentary survey and interviews with managers. Afterwards,
new interviews were conducted with internal managers who have a direct relationship with the
provision of the "teaching" service, analysis of official and legal documents, and public
consultations. The data were collected in order to describe the actions developed by the
institution regarding the processes: information flow, demand management, capacity
management, customer relationship management, supplier relationship management, service
delivery management and flow management Of box. The information was collected over six
stages of the research and examined through the technique of content analysis. The results
showed a variation in the performance of the management of the processes of CSS of Teaching
of UFAL. They highlighted positively the structure related to the process "Flow of Information"
and the academic actions of "Capacity Management". However, in the other processes the
underlined difficulties interfere in the effectiveness of their practices, not allowing to the
institution a good management of their CSS of Teaching.
Keywords: Service Supply Chain, Service Supply Chain Management, Teaching Management
and University.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ilustração de uma Típica Cadeia de Suprimento ..................................................... 30
Figura 2: Competição entre unidades de negócios virtuais ..................................................... 32
Figura 3: Modelo SCOR .......................................................................................................... 35
Figura 4: Modelo de Cadeia de Suprimentos de Serviço ........................................................ 38
Figura 5: Modelo IUE-SSC ..................................................................................................... 40
Figura 6: Níveis da Cadeia de Suprimentos ............................................................................ 43
Figura 7: Macroprocessos Finalísticos e de apoio da UFAL .................................................. 53
Figura 8: Esboço de Cadeia de Ensino .................................................................................... 63
Figura 9: Esboço de Cadeia de Ensino após entrevistas .......................................................... 65
Figura 10: Cadeia de Suprimento de Ensino da UFAL ........................................................... 68
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Resultados da Cadeia de Suprimentos baseado nas perspectivas teóricas ............. 29
Quadro 2: Características do serviço ....................................................................................... 33
Quadro 3: Considerações sobre Modelos ................................................................................ 36
Quadro 4: Critérios de validade e confiabilidade na pesquisa qualitativa ............................... 46
Quadro 5: Quadro Teórico ....................................................................................................... 48
Quadro 6: Etapas da pesquisa .................................................................................................. 50
Quadro 7: Macroprocessos Finalísticos Genéricos ................................................................. 53
Quadro 8: Quantitativo de alunos por UA ............................................................................... 56
Quadro 9: Perfil dos entrevistados para mapeamento da cadeia ............................................. 58
Quadro 10: Perfil dos entrevistados para análise de modelo teórico ....................................... 58
Quadro 11: Lista de consultas públicas ................................................................................... 59
Quadro 12: Fases da análise dos resultados ............................................................................ 60
Quadro 13: Resultados (P1) Fluxo de Informação .................................................................. 76
Quadro 14: Resultados (P2) Gestão da Capacidade ................................................................ 81
Quadro 15: Resultados (P3) Gestão da Demanda ................................................................... 85
Quadro 16: Resultados (P4) Gestão do Relacionamento com Clientes................................... 89
Quadro 17: Resultados (P5) Gestão do Relacionamento com Fornecedores .......................... 93
Quadro 18: Resultados (P6) Gestão da Entrega do Serviço .................................................... 98
Quadro 19: Resultados (P7) Gestão do Fluxo de Caixa ........................................................ 101
Quadro 20: Resumo dos Resultados dos Processos de Gestão da CSS na UFAL................. 102
Quadro 21: Plano de Ação ..................................................................................................... 106
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Publicação Anual em Gestão de Operações ............................................................ 24
Tabela 2: Temas Estudados ..................................................................................................... 25
Tabela 3: Setores de Atividade Estudados .............................................................................. 27
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGU - Advocacia Geral da União
ASCOM - Assessoria de Comunicação
AVA - Ambiente Virtual de Aprendizagem
CA - Centro Acadêmico
CAA - Comissões de Auto Avaliação
CCD - Coordenação dos Cursos de Graduação da Pró-reitora de Graduação
CECA - Centro de Ciências Agrárias
CEDU - Centro de Educação
CGU - Controladoria Geral da União
CIEE - Centro de Integração Empresa-Escola
CONAES - Comissão Nacional de Avaliação Educação Superior
CONSUNI - Conselho Universitário
COPEVE - Comissão Permanente de Vestibular
CPA - Comissão Própria de Avaliação
CPAI - Coordenação de Planejamento, Avaliação e Informação
CPPD - Comissão Permanente de Pessoal Docente
CRE - Coordenações Regionais de Ensino
CS - Cadeia de Suprimento
CTEC - Centro de Tecnologia
CURA - Conselho de Curadores
DC - Definição Constitutiva
DCF - Departamento de Contabilidade e Finanças
DO - Definição Operacional
DRCA - Departamento de Registro e Controle Acadêmico
ENADE - Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
ESENFAR - Escola de Enfermagem e Farmácia
FALE - Faculdade de Letras
FAMED - Faculdade de Medicina
FANUT - Faculdade de Nutrição
FAU - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
FDA - Faculdade de Direito
FEAC - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
FOUFAL - Faculdade de Odontologia
FSSO - Faculdade de Serviço Social
GCS - Gestão de Cadeia de Suprimento
GCSS - Gestão de Cadeia de Suprimento de Serviço
GCSSP - Gestão de Cadeias de Suprimento no Setor Público
GO - Gestão de Operações
GOS - Gestão de Operações de Serviço
GPS - Gestão de Patrimônio e Suprimento
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IC - Instituto de Computação
ICAT - Instituto de Ciências Atmosféricas
ICBS - Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
ICHCA - Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes
ICS - Instituto de Ciências Sociais
IEL - Instituto Euvaldo Lodi
IF - Instituto de Física
IFAL - Instituto Federal de Alagoas
IFES - Instituição Federal de Ensino Superior
IGDEMA - Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente
IM - Instituto de Matemática
IQB - Instituto de Química e Biotecnologia
MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
MEC - Ministério da Educação
NDE - Núcleo Docente Estruturante
NTI - Núcleo de Tecnologia da Informação
PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional
PDU - Plano de Desenvolvimento da Unidade
PGF - Procuradoria Geral Federal
PIB - Produto Interno Bruto
PP - Política Pública
PPP - Projeto Político Pedagógico
PROEX - Pró-reitoria de Extensão
PROGEP - Pró-reitoria de Gestão de Pessoas
PROGINST - Pró-reitoria de Gestão Institucional
PROGRAD - Pró-reitoria de Graduação
PROPEP - Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação
RG - Relatório de Gestão
RU - Restaurante Universitário
RUA - Residência Universitária
SAV - Subcomissões de Auto avaliação
SCOR - Supply Chain Operations Reference
SESAU - Secretaria Estadual de Saúde
SIGAA - Sistema Integrado de Gestão das Atividades Acadêmicas
SINFRA - Superintendência de Infraestrutura
SIPAC - Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos
SISU - Sistema de Seleção Unificada
SMS - Secretaria Municipal de Saúde
UA - Unidade Acadêmica
UFAL - Universidade Federal de Alagoas
UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 15
1.1 Contextualização e Problemática....................................................................................... 17
1.2 Objetivos ............................................................................................................................ 19
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 21
2.1 Gestão de Operação de Serviço ......................................................................................... 21
2.2 Caracterização de GOS no Cenário Nacional.................................................................... 23
2.2.1 Produção Anual das Pesquisas em GOS ........................................................................ 24
2.2.2 Análises dos Temas Estudados ....................................................................................... 25
2.2.3 Análises dos Setores ....................................................................................................... 26
2.3 Cadeia de Suprimentos ...................................................................................................... 29
2.4 Gestão de Cadeia de Suprimentos ..................................................................................... 31
2.5 Cadeia de Suprimentos de Serviço .................................................................................... 33
2.6 Modelos Teóricos de Gestão de Cadeia de Suprimentos .................................................. 34
2.6.1 Modelos Teóricos de Gestão de Cadeia de Suprimentos de Serviço ............................. 36
2.7 Gestão de Operações de Serviço no Setor Público ............................................................ 41
2.8 Mapeamento da Cadeia de Suprimentos ........................................................................... 43
3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 46
3.1 Caracterização da Pesquisa ................................................................................................ 46
3.2 Delimitação do Estudo ...................................................................................................... 51
3.3 Técnicas de Coleta de Dados ............................................................................................. 56
3.4 Instrumentos de Coleta de Dados ...................................................................................... 59
3.5 Técnicas de Análise de Dados ........................................................................................... 60
4 RESULTADOS ................................................................................................................... 62
4.1 Cadeia de Ensino da UFAL ............................................................................................... 62
4.1.1 Etapa 1 - Análise de Documentos................................................................................... 62
4.1.2 Etapa 2- Entrevistas ........................................................................................................ 64
4.1.3 Etapa 3 - Validação Final ............................................................................................... 67
4.2 Análise dos Processos de Cadeia de Serviço da UFAL .................................................... 69
4.2.1 (P1) Fluxo de Informação ............................................................................................... 69
4.2.1.1 Descrição das Atividades............................................................................................. 69
4.2.1.2 Dificuldades Identificadas ........................................................................................... 73
4.2.1.3 Soluções Apontadas ..................................................................................................... 75
4.2.2 (P2) Gestão da Capacidade ............................................................................................. 76
4.2.2.1 Descrição das Atividades............................................................................................. 76
4.2.2.2 Dificuldades Identificadas ........................................................................................... 79
4.2.2.3 Soluções Apontadas ..................................................................................................... 80
4.2.3 (P3) Gestão da Demanda ................................................................................................ 81
4.2.3.1 Descrição das Atividades............................................................................................. 81
4.2.3.2 Dificuldades Identificadas ........................................................................................... 83
4.2.3.3 Soluções Apontadas ..................................................................................................... 84
4.2.4 (P4) Gestão do Relacionamento com Cliente ................................................................. 86
4.2.4.1 Descrição das Atividades............................................................................................. 86
4.2.4.2 Dificuldades Identificadas ........................................................................................... 88
4.2.4.3 Soluções Apontadas ..................................................................................................... 88
4.2.5 (P5) Gestão do Relacionamento com Fornecedores ....................................................... 89
4.2.5.1 Descrição das Atividades............................................................................................. 89
4.2.5.2 Dificuldades Identificadas ........................................................................................... 91
4.2.5.3 Soluções Apontadas ..................................................................................................... 92
4.2.6 (P6) Gestão da Entrega do Serviço ................................................................................. 93
4.2.6.1 Descrição das Atividades............................................................................................. 93
4.2.6.2 Dificuldades Identificadas ........................................................................................... 95
4.2.6.3 Soluções Apontadas ..................................................................................................... 97
4.2.7 (P7) Gestão do Fluxo de Caixa ....................................................................................... 99
4.2.7.1 Descrição das Atividades............................................................................................. 99
4.2.7.2 Dificuldades Identificadas ......................................................................................... 100
4.2.7.3 Soluções Apontadas ................................................................................................... 101
4.2.8 Resumo Geral da Análise dos Processos ...................................................................... 102
5 PLANO DE AÇÃO ........................................................................................................... 106
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 111
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 114
APÊNDICES ................................................................................................................... 121
Apêndice A - Roteiro de Entrevista para Mapeamento da Cadeia ................................... 121
Apêndice B - Roteiro de Entrevista .................................................................................. 122
ANEXOS .......................................................................................................................... 124
Anexo 1 – Estrutura Organizacional da UFAL ................................................................ 124
Anexo 2 - Macroprocessos Finalísticos do Ensino ........................................................... 125
Anexo3 – Quantitativo de Alunos por Unidade Acadêmica ............................................. 135
15
1. INTRODUÇÃO
O ensino e as pesquisas envolvendo a temática de Gestão de Operações (GO) sofreram
grandes avanços nas últimas décadas como reflexo da competitividade industrial presente nesse
período (ARKADER, 2003). Esse cenário de competitividade motivou acadêmicos a
desenvolverem uma agenda de pesquisa voltada para operações, com indicações de temas
emergentes e de metodologias de investigação (BUFFA, 1980; AMOAKO-GYAMPAH;
MEREDITH, 1989; SCUDDER; HILL, 1998; PANNIRSELVAM et al., 1999; PRASAD;
BABBER, 2000; BOYER; SWINK; ROSENZWEIG, 2005; GUPTA; VERMA; VICTORINO,
2006; MACHUCA; GONZÁLEZ-ZAMORA; AGUILAR-ESCOBAR, 2007).
Esta evolução da pesquisa científica em Gestão de Operações foi apontada por Arkader
(2003) ao analisar o histórico de publicações dos Anais do ENANPAD, seguido por um exame
das publicações nos periódicos nacionais mais expressivos na área de Administração, e por fim,
apresentar um diagnóstico dos estudos de pesquisadores brasileiros em revistas internacionais
especializadas na área de operações.
A autora, juntamente com Correa, Paiva e Primo (2010), identificou uma convergência
quanto aos temas que são objeto de estudo nas publicações nacionais e internacionais, e
verificou um destaque atual para estudos que abordem processos e conceitos sobre gestão de
cadeia de suprimento e estratégia de operações. Conclusões semelhantes foram percebidas no
estudo de Paiva e Brito (2013), que analisaram as preocupações e métodos de pesquisas de
autores brasileiros da área de Gestão de Operações, no período de 2000 a 2010, com base nas
publicações em revistas nacionais, além da produção desses pesquisadores nos periódicos
internacionais mais relevantes do campo.
A temática foi ainda objeto de estudos de outros autores nacionais que buscaram
identificar os temas mais abordados em Gestão de Operações (PEINADO; GRAEML, 2013;
PAIVA; BRITO, 2013; TEIXEIRA; LACERDA, 2010). No entanto, nestes estudos constatou-
se que, apesar do crescente volume de produção na área GO, algumas vertentes não receberam
destaque proporcional a sua significância econômica, como é o caso da área de serviços.
Machuca, González-Zamora e Aguilar-Escobar (2007) destacaram esta contradição
existente entre a importância do tema serviços e o número de pesquisas que buscaram debater
o mesmo, reconhecendo assim a necessidade urgente de trabalhos que viessem a aprofundar
conhecimentos a respeito da temática. Chase e Apte (2007) reforçaram esta necessidade e
16
urgência de estudos em operações de serviço, área que consideram de alto potencial. Machuca,
González-Zamora e Aguilar-Escobar (2007), ressaltaram ainda a não observância de estudos
conceituais e teóricos sobre Gestão de Operações de Serviço (GOS) no cenário internacional,
aspecto que também tem sido pouco explorado por pesquisadores nacionais, o que demonstra
uma lacuna acadêmica na área de operações e a necessidade de estudos.
Os trabalhos sobre Gestão de Operações em Serviço iniciaram somente a partir da
década de 1970, em meio a estudos gerais de GO. Entretanto, logo passou a ocupar papel de
destaque diante da escassez de ferramentas e técnicas voltadas pra empresas não-
manufatureiras. Após incorporar a temática da qualidade disseminada por volta de 1980, é na
década de 90 que o campo de serviços passa a integrar a lista de componentes fundamentais ao
desenvolvimento de ações de gestão.
A passagem para o século XXI do campo de GOS foi marcada por avanços trazidos pelo
desenvolvimento tecnológico, pesquisas aprofundadas e pela personalização de serviços. Como
resultado, observou-se a introdução do “planejamento” e do desenvolvimento de estratégias a
fim de fornecer melhores serviços a custos menores, além da busca por individualizar as
necessidades dos clientes e potencializar as entregas dos serviços criando um ambiente
favorável de manutenção de altos níveis competitivos.
Ainda assim, alguns temas já consolidados na área de GO, como Gestão de Cadeia de
Suprimento (GCS) e Estratégia de Operações, não figuram entre os principais objetos de
pesquisa no campo de GOS até então, apesar da relevância já comprovada quando abordados
em GO.
Dentro da perspectiva apontada, o presente trabalho procurou contribuir com o avanço
dos estudos da área de operações de serviços, apresentando como objetivo analisar o processo
de Gestão da Cadeia de Suprimento de Serviço com base nos atores que compõem a Cadeia de
Ensino da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). A UFAL foi escolhida como a Instituição
Federal de Ensino Superior da pesquisa por representar um órgão público com grande volume
de serviços e clientes.
Este estudo está estruturado em cinco capítulos. O primeiro apresenta uma introdução
sobre o tema, seguido pela contextualização e os objetivos da pesquisa. O segundo aponta o
referencial teórico com tópicos sobre GOS, GCS e Gestão de Cadeia de Suprimento de Serviço
(GCSS). No terceiro são discutidos os procedimentos metodológicos utilizados (caracterização,
delimitação, técnicas de coleta, instrumentos de coleta e técnica de análise). O quarto capítulo
17
traz o mapeamento da cadeia de suprimento de ensino e a análise do processo de GCSS da
IFES. O quinto expõe um plano de ação com propostas de melhorias. Por fim, as considerações
finais sobre o trabalho.
1.1 - Contextualização e Problemática
O aumento da competitividade no cenário mundial tem modificado o processo de gestão
das empresas nos mais variados segmentos. Tais mudanças influenciaram inclusive a forma de
concorrência entre elas, que deixou de ocorrer entre organizações de forma isolada, emergindo
para concorrência entre Cadeias de Suprimento (CS) (VOLLMANN; GORDON, 1996).
Corroborando com esse entendimento, Di Serio e Sampaio (2001) identificaram que a
sobrevivência de uma empresa depende da integração desta com seus clientes e fornecedores,
não sendo mais suficiente que uma organização adote internamente as melhores práticas se seus
fornecedores oferecem valores acima de mercado ou dispõem de canais de distribuição que não
atendam às expectativas dos clientes.
Lambert e Cooper (2000) também esclareceram que na gestão empresarial moderna as
empresas individuais deixam de concorrer enquanto entidades autônomas e passam a adotar
postura de cadeias de suprimento, entrando na era da concorrência de redes. Em outras palavras,
o que aconteceu no mercado foi a inversão da competição entre marca versus marca ou loja
versus loja, para se adotar uma competição entre fornecedores/marca/loja (cadeia) versus
fornecedores/marca/loja (cadeia). Neste ambiente, a capacidade de gestão se mostra um ponto
chave para o sucesso do negócio.
Zarquetto Filho, Fearne e Pizzolato (2006) observaram ainda que, nas últimas décadas,
muitas empresas iniciaram uma reformulação de suas estratégias competitivas com base no
conceito de Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos vislumbrando o cenário emergente.
Atualmente, este modelo competitivo entre cadeias é essencial pois enfatiza que o
relacionamento entre fornecedores e compradores seja baseado em parceria, com este último
por sua vez, exige-se relacionamento constante e de longo prazo.
Para Parra e Pires (2003), a GCS tem crescido na perspectiva de modelo competitivo
estratégico e gerencial. Enquanto Mentzer et al. (2001) reafirmou que o crescimento da oferta
em parâmetros globais força as organizações a procurar métodos mais eficazes para coordenar
o fluxo de materiais dentro e fora da empresa. Já Baltacioglu et al.(2007) demonstrou que a
18
importância da cadeia de suprimento está diretamente ligada aos benefícios que ela cria para as
empresas que compõe a cadeia, dentre eles, a redução de custos, aumento de receitas, aumento
da satisfação do cliente, além da melhoria na entrega e qualidade do produto ou serviço.
Embora muitos dos conceitos apresentados sobre GCS aborde o ambiente empresarial
privado, no campo público este cenário não é diferente. As crescentes demandas dos cidadãos
nos mais variados segmentos, aliada à necessidade de racionalização de recursos públicos, têm
pressionado os governos a atuarem de forma cada vez mais eficiente, eficaz e efetiva, buscando
implementar ações afirmativas para oferecer serviços de qualidade e atingir resultados que
proporcionem impactos estruturais e infra estruturais relevantes.
Nesse contexto, a disseminação do conceito de cadeia de suprimento no setor público e
a implantação de ações estratégicas fundamentadas em gestão de operações em serviços mostra-
se uma ferramenta promissora para o alcance dos objetivos governamentais.
Para Albuquerque e Primo (2011), o debate sobre práticas de GCS no setor público
reporta inicialmente à forma de aquisição de bens e serviços, bem como ao fato do processo de
compras da administração pública, direta ou indireta, ser vinculado à legislação específica. No
entanto, tomando como base o conceito de gestão de cadeia de suprimento apresentado por
Ellram, Tate e Billington (2004) - gestão da informação, processos, recursos e produtos do
primeiro fornecedor da cadeia ao cliente final – percebe-se que o processo de compras públicas
é apenas um dos muitos vetores que podem ser incorporados à GCS. Além da aquisição de
produtos em si, as informações, processos e recursos precisam ser geridos da forma eficaz e
efetiva, para que as instituições possam alcançar seus objetivos estratégicos.
Diante de tal importância, alguns órgãos públicos têm voltado suas atenções a promover
mecanismos de gestão e acompanhamento de sua cadeia de suprimentos. Entretanto, esses
mecanismos normalmente são pulverizados em planos de gestão mais amplos, como o
planejamento estratégico e seus respectivos planos táticos e operacionais. Tal fator pode
dificultar não só a utilização dos conceitos de GCS, mas a percepção e análise dos benefícios
alcançados com sua aplicação.
Usando como referência o caso da Universidade Federal de Alagoas, verifica-se que o
Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) em vigor, documento de gestão estratégica da
instituição, não apresenta ações explícitas direcionadas à GCS no item que aborda os objetivos
e metas voltados ao desenvolvimento administrativo, conforme consta no Anexo 1. Da mesma
forma, percebe-se ao analisar as demais perspectivas que, embora existam objetivos e metas
19
que prospectam criar e aplicar modelos de gestão, estes não estão sustentados nas práticas de
GCS.
Assim, considerando as contribuições que a GCS pode conceber e a dispersão de tais
conhecimentos nas práticas de gestão da IFES analisada, evidencia-se a necessidade de estudos
que busquem reconhecer e alinhar as ações de GCS em seu ambiente organizacional, a fim de
otimizar o processo de gestão entre os atores envolvidos.
Dessa forma, o presente estudo terá como questão de pesquisa: Como estão estruturados
os processos de Gestão de Cadeia de Suprimento para o serviço “ensino” na Universidade
Federal de Alagoas?
Para realizar a análise dos processos da GCS, como categorias de análise optou-se por
processos específicos de Gestão da Cadeia de Suprimento de Serviço (GCSS) baseados no
modelo de Ellram, Tate e Billington (2004): i) fluxo de informação; ii) gestão da capacidade;
iii) gestão da demanda; iv) gestão do relacionamento com o cliente; v) gestão do relacionamento
com fornecedores; vi) gestão da prestação do serviço; vii) gestão do fluxo de caixa.
Esta pesquisa justifica-se por gerar uma contribuição científica que agrega valor aos
estudos de Gestão de Operações de Serviço e Cadeia de Suprimento de Serviço, na medida que
avança na aplicação dos conceitos e ferramentas para uma área ainda pouco explorada, como a
visão operacional da educação, contribuindo assim para o desenvolvimento desta corrente
teórica (WHETTEN, 2003).
Quanto à perspectiva prática, o estudo pode ser justificado por identificar as ações
vinculadas aos processos de GCSS, além de registrar os membros que compõem a cadeia de
suprimento de serviço de ensino da universidade. Ademais, os resultados sublinhados
orientarão novas políticas públicas no campo educacional e auxiliarão o processo de gestão da
instituição examinada.
1.2 - Objetivos
Diante da problemática apresentada, o presente estudo tem como objetivos:
Objetivo Geral: Analisar a gestão dos processos da Cadeia de Suprimento de Serviço
de Ensino da Universidade Federal de Alagoas.
Objetivos Específicos:
Mapear a Cadeia de Suprimento de Ensino da Universidade Federal de Alagoas;
20
Descrever os processos de GCSS de Ensino (fluxo de informação, gestão da
capacidade, gestão da demanda, gestão do relacionamento com o cliente, gestão do
relacionamento com fornecedores, gestão da prestação do serviço, gestão do fluxo de
caixa).
21
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Esta seção apresentará o embasamento teórico que fundamentará a pesquisa. Assim,
serão abordados tópicos como gestão de operações de serviço, gestão de cadeia de suprimentos,
cadeia de suprimento de serviço e gestão de operações no setor público.
2.1 Gestão de Operação de Serviço
Slack et al. (2008) definiram o gerenciamento de operações como a atividade de
gerenciar recursos e processos para a produção de produtos ou serviços. A origem do campo,
segundo Martins (2009), está fortemente relacionada ao início das primeiras técnicas de
Administração no início do Século XX, com Taylor e Ford.
No entanto, embora Chase e Apte (2007) tenham demonstrado grandes ideias voltadas
para serviço aplicadas por empresas antes mesmo da década de 1950, utilizando inclusive
conceitos da Administração Científica, Johnston (1999) apontou que o foco dos pesquisadores
sempre esteve voltado para os campos de produção, marketing e gestão de bens físicos. Antes
da década de 1950, em países como EUA, os serviços faziam parte do setor terciário da
economia, tendo a agricultura e a indústria como os setores econômicos primário e secundário
(HEINEKE; DAVIS, 2007).
O interesse maior por serviço iniciou na década de 1980, quando acadêmicos e
estudantes perceberam a escassez de ferramentas e técnicas voltadas para empresas não-
manufatureiras orientadas para o cliente (JOHNSTON, 1999). Houve nesse momento, um
progresso substancial no desenvolvimento de abordagens para resolver problemas operacionais
em organizações de serviço (MABERT, 1982).
No Brasil, o avanço dos estudos em GOS ocorreu a partir dos anos 1990 com a
diminuição das barreiras alfandegárias e maior integração da economia brasileira com a
economia mundial (CORREA; PAIVA; PRIMO, 2010).
Johnston (1999, 2005) destacou quatro fases no processo de evolução das pesquisas em
GOS. A primeira, de caráter descritivo, é reconhecida pelo rompimento com pensamento fabril,
apresentando um despertar para a importância do serviço e contato com o cliente. A segunda
possui uma vertente mais conceitual, evidenciando as características e os marcos teóricos da
área. A terceira fase tem uma abordagem empírica, baseada na aplicação de modelos e
22
desenvolvimentos de processos de serviço. Na quarta e última fase, de caráter prescritivo, o
autor destaca o retorno às raízes conceituais a fim de aprofundar a base teórica da temática.
Hoth e Menor (2003) reafirmaram a importância de GOS no campo de operações e
estabeleceram uma análise mais detalhada das peculiaridades dessa área visando preencher a
lacuna conceitual existente sobre o tema. Os autores fundamentaram sua análise do setor de
serviços baseando-se em três fatores: mercado-alvo e clientes, conceito de serviço e arquitetura
de sistemas de entregas de serviço.
Os autores demonstraram ainda que a compreensão do mercado-alvo, assim como em
outros setores, é essencial para o posicionamento do serviço segundo a necessidade do cliente
e o alcance dos indicadores de desempenho estabelecidos. Ao falar de conceito de serviço, Hoth
e Menor (2003) apontaram a necessidade de conhecer todos os elementos tangíveis e intangíveis
arrolados ao serviço prestado. Quanto à arquitetura de sistemas de entregas, eles citaram que
está organizada em torno de três componentes inter-relacionados: escolha de design estratégico;
a execução do sistema de prestação de serviços, renovação e avaliação; e o valor percebido pelo
cliente
Diante da evolução das últimas décadas, o setor de serviços vem alcançando papel
fundamental em economias desenvolvidas (MACHUCA; GONZÁLEZ-ZAMORA;
AGUILAR-ESCOBAR, 2007). Nos EUA, por exemplo, o setor chegou a gerar 80% do
emprego do país já no ano 2000 (HEINEKE; DAVIS, 2007). Já no Brasil, o crescimento do
setor terciário reflete significativamente na economia nacional. Dados do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC apontam que a evolução do Produto
Interno Bruto (PIB) brasileiro tem sido influenciada expressivamente pelo setor de serviço, que
tem suas variações ao longo dos anos acompanhada pela variação do PIB nacional. No período
de 2003 a 2013, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor
de comércio e serviço, passou de 64,7% para 69,4% do valor do PIB, evidenciando sua
importância no âmbito econômico do país.
Além do valor econômico, Johnston (1999) enunciou que a temática tem grande apelo
por existirem inúmeras experiências e dados de pesquisa que podem ser retirados da vida
cotidiana, como o agendamento de leitos hospitalares e serviços de biblioteca. O autor ainda
reforçou a existência de uma janela de oportunidade para acadêmicos de operações
responderem questões fundamentais nas áreas de qualidade, produtividade e eficiência dos
23
negócios do campo de serviço; e também para os importantes, e muitas vezes esquecidos,
negócios sem fins lucrativos e voluntários (JOHNSTON, 2005).
Buscando examinar o progresso dos estudos abordando GOS, pesquisadores passaram
a realizar análises das publicações da área. Dentre as pesquisas internacionais, o trabalho de
Machuca, González-Zamora e Aguilar-Escobar (2007) ganha destaque. Os autores buscaram
analisar os setores, métodos e temas abordados nas pesquisas de GOS, além de demonstrar a
relação entre o número de publicações de GOS em função do tema central de GO. Seu estudo
analisou as publicações em onze periódicos internacionais.
Outro estudo internacional que também merece realce é o de Mabert (1982). Apesar de
não possuir uma análise exaustiva de publicações, o autor revisou o desenvolvimento da
investigação e aplicação de operações de serviço no início da década de 1980, demonstrando
os tipos de pesquisa que estavam sendo conduzidas e as aplicações implementadas.
Também é possível encontrar trabalhos relevantes que fizeram uma atualização geral
dos estudos de GO. Dentre eles, Amoako-Gyampah e Meredith (1989) analisaram as
publicações do campo, no período de 1982 a 1987, por meio de onze revistas científicas. Já
Pannirselvam et al. (1999) analisaram sete revistas relevantes no campo GO no período de 1992
a 1997.
Estudos nacionais demonstraram similarmente uma atualização do campo GO
(ARKADER, 2003; CORREIA; PAIVA; PRIMO, 2010; PEINADO; GRAEML, 2013;
PAIVA; BRITO, 2013). Entretanto, a análise de serviços nesses artigos é restrita ao número de
publicações ao longo dos anos, não aprofundando questões como setores e temas específicos.
Diante da carência de estudos nacionais que atualizem as particularidades do campo de
GOS, o presente estudo apresentará a seguir uma caraterização local da temática. Tais dados
fundamentaram o objeto de estudo desta pesquisa.
2.2 - Caracterização de GOS no Cenário Nacional
Nos últimos anos é notória a importância e a amplitude que o setor de serviços pode
assumir ao tratar de GO. Diante disso, torna-se fundamental direcionar o foco de análise de
novos trabalhos a fim de contribuir para evolução da área.
Portanto, visando orientar a unidade de análise, setores e temas do presente trabalho,
realizou-se um levantamento por meio de uma revisão sistemática dos artigos publicados em
24
âmbito nacional que abordam o tema Gestão de Operações em Serviço, no período de 2004 a
2014, em periódicos classificadas como A1 e A2 no sistema Qualis/Capes na área de
Administração.
Segundo Denyer e Tranfield (2009) a revisão sistemática é uma metodologia específica,
que busca localizar os estudos existentes na área de pesquisa, selecionando, avaliando suas
contribuições, analisando e sintetizando dados, e divulgando as evidências de forma que seja
possível alcançar conclusões claras em relação ao que se conhece e desconhece na área.
Ao final da revisão foram identificados 63 artigos, que passaram por uma análise mais
aprofundada resultando em um número final de 48. Os resultados foram comparados com
estudos anteriores que abordam GOS e GO.
2.2.1 Produção Anual das Pesquisas em GOS
Para observar a significância dos estudos de GOS, bem como a atenção anual dada aos
trabalhos da área, foi feita uma distribuição dos artigos coletados ao longo do período
observado. Os dados apresentados nessa seção justificam o que já foi exposto na
contextualização a respeito da necessidade de novos estudos.
Os resultados demonstram que não ocorreu um aumento regular no número de artigos
sobre GOS ao longo dos anos nos periódicos nacionais de alto impacto. Tais dados contradizem
uma expectativa que existia quanto ao aumento da produção em GOS, fruto da
representatividade que o tema ganhou na década de 1980, verificada por Mabert (1982), Buffa
(1980) e Miller et al. (1981).
Tabela 1 - Publicação Anual em Gestão de Operações
Periódico 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Total
Gestão e Produção 1 1 5 0 2 1 2 4 0 2 0 18
Pesquisa
Operacional 1 0 4 0 1 0 1 2 0 0 0 9
RAP 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 3 7
O&S 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 0 4
RAC 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 1 4
ERA 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 2
RAE Eletrônica 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 2
Contabilidade &
Finanças 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1
RAC Eletrônica 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1
Total 2 2 10 3 5 2 4 10 3 3 4 48
Fonte: Dados da pesquisa.
25
No entanto, estudos anteriores também verificaram um avanço discreto nas publicações
de GOS em relação a GO. Amoako-Gyampah e Meredith (1989) constataram que no período
de 1982 a 1987 o número de publicações em GOS em relação ao total de GO foi de 6,35%. Já
Pannirselvam et al. (1999) fizeram uma atualização das publicações na década de 1990 e
verificaram que apenas 2,71% abordavam especificamente a área de serviço. Machuca,
González-Zamora e Aguilar-Escobar (2007) apontaram que no período de 1997 a 2002 o
número de publicações sobre GOS ainda era muito pequeno, correspondendo a 7,5% do total
de estudos em GO.
Não foram identificadas pesquisas mais recentes que permitissem continuar
demonstrando esta evolução comparativa.
2.2.2 Análises dos Temas Estudados
A Tabela 2 indica os principais temas que foram objeto de estudo e justifica o foco
apresentado no objetivo geral do presente trabalho. A partir dos dados analisados percebe-se
uma predominância para a temática de planejamento (25%) seguido por avaliação de
desempenho (18,8%), qualidade (10,4%) e outsourcing (8,3%).
Tabela 2 - Temas Estudados
Tema Quantidade Percentual
Planejamento 12 25,0%
Avaliação de desempenho 9 18,8%
Qualidade 5 10,4%
Outsourcing 4 8,3%
Custos 3 6,3%
Cadeia de produção 2 4,2%
Compras 2 4,2%
Contratos 2 4,2%
Estratégia 2 4,2%
Logística 2 4,2%
Conceitual 1 2,1%
Inovação 1 2,1%
Produção mais limpa 1 2,1%
TOC 1 2,1%
Trade-off 1 2,1%
Total 48 100,0%
Fonte: Dados da pesquisa.
26
Estes resultados corroboram com o que fora apresentado em estudos anteriores e
reforçam a importância do tema que será analisado. Machuca, González-Zamora e Aguilar-
Escobar (2007), identificaram o tema de planejamento e controle em cadeias de suprimento
como o segundo mais estudado com 9,1%, superado apenas por “design de serviço” (9,3%).
Tema semelhante aparece como terceiro mais analisado no estudo de Mabert (1982), com
13,9%. Design de processos foi também um dos tópicos mais publicados no campo de GO
segundo Amoako-Gyampah e Meredith (1989), ficando em segundo lugar (19,89%), e em
quarto lugar (11,28%) no estudo de Pannirselvam et al. (1999).
Dentre as produções nacionais a respeito de GO, Arkader (2003) demonstrou que nos
primeiros anos da RAE as publicações se concentravam em questões como “gestão de
materiais”, “projeto do trabalho” e “planejamento e controle da produção”. Por fim, a autora
verificou que as abordagens “qualidade” e “produção enxuta” estavam cedendo lugar para
questões mais estratégicas relacionadas ao gerenciamento da cadeia de suprimentos. Tais
conclusões quanto as novas abordagens também foram verificadas por Paiva e Brito (2013) e
Correa, Paiva e Primo (2010).
Paiva e Brito (2013) também demonstraram que os temas “desenvolvimento de novos
produtos” e “operações de serviços” aparecem como o terceiro e quarto mais estudados de GO
nas revistas nacionais, justificando o crescimento em GOS pela relevância econômica que o
setor de serviços vem alcançando mundialmente.
2.2.3 Análises dos Setores
A Tabela 3 demonstra os setores de atividade mais estudados pelas pesquisas nacionais,
fazendo também um recorte quanto a incidência das pesquisas no campo público e privado.
No geral, percebe-se uma predominância dos estudos voltados para saúde (27%),
seguido por transporte com 14,6% e saneamento básico (que incorporam estudos de saneamento
de água, esgoto e resíduos sólidos) com 12,5%.
Na área pública o setor de saúde continua na liderança com 20,8% das publicações,
seguido por saneamento básico com 8,3%. Outros temas de relevância social e econômica não
receberam muito destaque na pauta dos pesquisadores como educação (6,3%), energia (6,3%)
e turismo (2,1%).
27
No campo privado há maior atenção ao transporte (10,6%). Foi ainda identificado um
número discreto de artigos que abordavam simultaneamente o público e privado, além de
estudos conceituais que não se aplicava a categorização proposta.
Outra evidência apresentada na Tabela 3 é o percentual geral de estudos voltados para
o campo público e privado, o que demonstra uma predominância de trabalhos com foco público
(44%), mas também com uma boa representatividade do setor privado (35,4%).
Tabela 3 - Setores de Atividade Estudados
Setor/Indústria Público Privado Público e
Privado Não se aplica Total
Saúde 20,8% 4,2% 2,1% 0 27,1%
Transporte 0 10,6% 4,2% 0 14,6%
Saneamento Básico 8,3% 2,1% 2,1% 0 12,5%
Educação 4,2% 2,1% 0 0 6,3%
Energia 4,2% 0 2,1% 0 6,3%
Alimentação 0 4,2% 0 0 4,2%
Conceitual 0 0 0 4,2% 4,2%
Governo 2,1% 0 2,1% 0 4,2%
Tecnologia 0 4,2% 0 0 4,2%
Academia 0 2,1% 0 0 2,1%
Eletroeletrônico 0 2,1% 0 0 2,1%
Fonografia 0 2,1% 0 0 2,1%
Perícia Criminal 2,1% 0 0 0 2,1%
Serviços de
Massa/Lojas de
serviço
2,1% 0 0 0 2,1%
Sistema Prisional 0 0 2,1% 0 2,1%
Telecomunicações 0 2,1% 0 0 2,1%
Turismo 0 0 2,1% 0 2,1%
Total 44% 35,4% 16,7% 4,2% 100%
Fonte: Dados da pesquisa.
Diante dos dados apresentados e das tendências indicadas por estudos anteriores, o
presente trabalho terá como objeto de estudo a análise do tema planejamento (gestão), voltado
para cadeia de suprimento de serviço no setor educacional público.
Convém justificar que a escolha pelo setor da educação se deve pela: i) sua significância
social; ii) lacuna acadêmica observada pela pequena quantidade de trabalhos publicados.
Dentre os artigos que buscaram investigar processo de gestão de operações de serviços
educacionais e suas especificidades, destaca-se o trabalho de Lacerda e Teixeira (2006), que
analisaram as alterações na área de produção de serviços desenvolvidas por uma escola de
28
ensino profissionalizante. O estudo qualitativo, de caráter descritivo, baseado em um estudo de
casos e análise de dados com triangulações, verificou que a influência da lógica de operações
pode contribuir, de forma significativa, nos mais diversos setores, inclusive nos mais
tradicionais, como é o caso da educação. Uma nova lógica que modifica as operações da
empresa por meio da utilização de conceitos de produção no processo educacional gerou
resultados positivos em termos de rentabilidade e operação.
Já Peinado e Graeml (2013), examinaram a importância atribuída às temáticas da Gestão
de Operações a partir das perspectivas da pesquisa, do ensino e da prática empresarial. O estudo
qualitativo e quantitativo, baseado em uma pesquisa bibliográfica e um survey com professores,
pesquisadores e gestores de GOS, conclui que dois temas figuraram entre os 10 mais presentes
no dia a dia de pesquisadores, professores e praticantes de Gestão de Operações (Estratégias e
políticas de produção e Gerenciamento da qualidade). Três temas (Gerenciamento das
informações de operações, Sistemas de produção enxuta, e Mensuração e melhoria do trabalho)
destacaram-se entre os mais valorizados por pesquisadores e praticantes. Um tema
(Gerenciamento da produção e processos) apresentou-se entre os 10 mais relevantes para
professores e praticantes. Outros dois temas (Gestão da cadeia de suprimentos e Gerência de
projetos) apareceram com frequência na pesquisa e no ensino.
Por fim, Eberle, Milan e Lazzari (2010) identificaram e avaliaram a percepção dos
clientes (alunos) sobre os serviços de uma Instituição de Ensino Superior (IES) da Serra
Gaúcha, no estado do Rio Grande do Sul, por meio da identificação de atributos que têm
impacto sobre a satisfação, bem como de dimensões ou fatores relacionados à qualidade, que
podem ser sugeridos para a busca de um diferencial competitivo em cursos de pós-graduação
(lato sensu). O estudo possui uma abordagem qualitativa e quantitativa, de caráter exploratório
conclusivo, baseado em um survey e entrevistas de profundidade com 521 alunos cursos de pós-
graduação lato sensu regularmente matriculados. Os resultados encontrados nesta pesquisa
sugerem as seguintes possíveis implicações gerenciais a serem adotadas pela Coordenadoria de
Pós-Graduação Lato Sensu da IES em estudo: indicação de um representante de cada Centro
Acadêmico para o Comitê de Pós-Graduação Lato Sensu, avaliação detalhada da situação atual
dos programas (cursos), criação de um “escritório da qualidade” da Pós-Graduação Lato Sensu,
implantação de um setor de relacionamento com os alunos e criação e consolidação de uma
cultura de serviço.
29
Apesar da relevância desses trabalhos, percebe-se um campo aberto para novas pesquisa
e contribuições acadêmicas voltadas para educação.
2.3 Cadeia de Suprimentos
A análise de Cadeias de Suprimentos (CS) têm atraído a atenção de teóricos
organizacionais desde os anos de 1980 (MILES; SNOW, 2007). Isso porque, a economia global
e o aumento das expectativas dos clientes em relação ao custo e ao serviço têm influenciado os
fabricantes a melhorar os processos por meio de suas CS (SWAMINATHAN; SMITH;
SADEH, 1998).
Baltacioglu et al. (2007) expressaram visão semelhante ao afirmarem que no contexto
atual não há possibilidade de uma empresa sobreviver de forma isolada, dessa maneira, as CS
são necessárias para atingir vantagens competitivas no cenário nacional e internacional. Para
Lambert e Cooper (2000) uma das mudanças de paradigma mais significativas da gestão
empresarial moderna está relacionada ao fato das empresas individuais deixarem de competir
como entidades autónomas unicamente, mas sim através de cadeias de suprimentos.
Miles e Snow (2007) demonstraram a evolução da cadeia de suprimentos ao longo de
três períodos. No primeiro momento, o principal objetivo foi tornar as operações e toda a cadeia
de suprimentos mais eficiente. No segundo período o foco mudou de eficiência para eficácia,
ocasião em que empresas começaram a incorporar as ideias e conhecimentos de seus
fornecedores e parceiros na gestão da cadeia de abastecimento. O terceiro e último período, que
corresponde ao momento atual, foi marcado pela aplicação da CS em todos os setores, além de
funcionar de forma eficiente e eficaz no setor da indústria. Os autores também relacionam cada
um dos períodos a uma perspectiva teórica diferente, conforme ilustra o Quadro 1.
Quadro 1 – Resultados da Cadeia de Suprimentos baseado nas Perspectivas Teóricas
Perspectivas Teóricas Resultados na Cadeia de Suprimento
Escolhas Estratégicas
Ao vincular-se a empresas especializadas com estratégias e capacidades
complementares, cada concorrente pode criar sua própria cadeia de
abastecimento. No geral, o desempenho da indústria melhora à medida que
cada cadeia de abastecimento se torna mais eficiente.
Visão baseada em Recursos
Ao incorporar as ideias e conhecimentos de seus parceiros da cadeia de
suprimentos, as empresas proporcionam inovações à rede, bem como a redução
de custos. No geral, a indústria pode ser inovadora, como também eficiente.
30
Gestão do Conhecimento
No futuro, os grupos de empresas em mercados complementares irão formar
redes de colaboração em que o conhecimento é criado e compartilhado para
fins comerciais. Essa rede de organizações será capaz de buscar estratégias de
inovação contínua.
Fonte: Miles e Snow (2007)
Mentzer et al. (2001) definiram uma cadeia de suprimentos como um conjunto de três
ou mais entidades (organizações ou indivíduos) diretamente envolvidas nos fluxos upstream e
downstream de serviços, produtos, finanças e/ou informações, de uma fonte para um cliente.
Para Swaminathan, Smith e Sadeh (1998), a cadeia de suprimentos pode ser nomeada como
uma rede de entidades empresariais autônomas ou semiautônomas coletivamente responsáveis
pelas atividades de aquisição, fabricação e distribuição.
Baltacioglu et al. (2007) seguiram a mesma linha ao apontarem como sendo o contexto
em que os bens, serviços e informações fluem do fornecedor mais distante até o usuário final.
Já Chen e Paulraj (2004) descreveram uma típica CS como uma rede de materiais, informações
e serviços, ligados com as características do fornecimento, transformação e demanda, conforme
apresentada na Figura 1.
Figura 1 – Ilustração de uma Típica Cadeia de Suprimento
Fonte: Adaptado de Chen e Paulraj (2004)
Percebe-se, portanto, que a cadeia de suprimentos pode ter grande influência no
desempenho e na forma de competição de uma empresa, o que demonstra que a maneira com
que é realizado o planejamento e a gestão na relação com os membros da cadeia se torna um
diferencial importante (FINGER, 2011).
31
2.4 Gestão de Cadeia de Suprimentos
O crescente processo de cooperação internacional contribuiu para uma visão de que as
empresas compõem uma rede de cadeia de suprimentos, tal visão potencializou o desafio de
planejar e gerenciar os elementos dessa rede por meio de um processo estratégico de
colaboração (CHEN; PAULRAJ, 2004).
O termo Gestão da Cadeia de Suprimentos (GCS) é relativamente novo, sendo usado
pela primeira vez na década de 80 (COOPER; LAMBERT; PAGH, 1997). Já nos anos 90, após
crescente interesse empresarial e acadêmico, observou-se uma expansão da literatura abordando
GCS, bem como as técnicas para sua implantação (ALVES FILHO et al., 2004).
Para Huan, Sheoran e Wang (2004), o conceito de gestão da cadeia de suprimentos pode
até ser encontrado um pouco antes da década de 60, mas o campo de estudo em si só se formulou
na década de 80, alcançando um aumento significativo de publicações a partir de 1990.
Kouvelis, Chambers e Wang (2006) reafirmaram que a GCS se tornou o tema dominante na
investigação gestão de operações ao analisarem a crescente produção de GCS na revista
Production and Operations Management (POM), no período de 2004 a 2006.
A partir de então, o conceito de GCS tem sido utilizado para aumentar o nível de serviço
demandado por todos os atores envolvidos e aprimorar a eficiência na gestão da cadeia
(OLIVEIRA; LEITE, 2010). Vollmann e Cordon (1996) reforçaram a ideia da busca pela
eficiência no atendimento ao consumidor final, da redução de custos e adição de valor ao
produto/serviço final, tendo a maximização e o estabelecimento de relações sinérgicas entre os
atores da cadeia como um dos objetivos basilares da GCS. Enquanto Pires (1998), enunciou
que as práticas de GCS buscam a simplificação e a obtenção de uma cadeia produtiva mais
eficiente.
Ellram, Tate e Billington (2004) definiram GCS como a gestão da informação,
processos, recursos e produtos do primeiro fornecedor da cadeia ao cliente final, incluindo a
eliminação. Para Parra e Pires (2003) a GCS também pode ser considerada uma visão
expandida, atualizada e holística da administração de materiais, envolvendo a gestão de toda a
cadeia produtiva de forma estratégica e integrada.
Elliott (2012) reconheceu as peculiaridades para cada empresa ao tratar de gestão da
cadeia de suprimentos, mas descreveu sete princípios gerais da GCS: i) segmentação dos
clientes com base nas suas necessidades; ii) customização da rede logística; iii) operações
32
orientadas pela demanda; iv) processo de diferenciação do produto mais próximo do cliente; v)
posicionamento estratégico; vi) desenvolver estratégias de tecnologia abrangentes a toda cadeia
vii) utilização de medidas de desempenho para CS expandida.
Parra e Pires (2003) reafirmaram ainda que a concorrência no mercado tende a acontecer
não mais no nível das unidades de negócios (isoladas) e sim no nível de cadeias produtivas, ou
seja, entre unidades de negócios virtuais. Uma unidade de negócios virtual é formada pelo
conjunto de unidades (normalmente representadas por empresas distintas) que compõem
determinada cadeia produtiva, conforme ilustra a Figura 2.
No entanto, convém ressaltar que, apesar da difusão do termo Gestão da Cadeia de
Suprimento, tanto no meio acadêmico como na prática, alguns autores destacam a existência de
uma considerável variação quanto ao seu significado (MENTZER et al., 2001;
BALTACIOGLU et al.,2007). Isto se deve ao fato do conceito ser definido a partir de um
número de frames diferente, o que gera ambiguidade sobre o que realmente é a gestão da cadeia
de suprimentos. Em segundo lugar, a natureza da rede da CS não é a mesma em todas as
empresas, varia de uma empresa para outra, assim como de produto para produto.
Figura 2 – Competição entre unidades de negócios virtuais
Fonte: Parra e Pires (2003)
Tradicionalmente, o termo GCS tem sido aplicado às indústrias manufatureiras.
Entretanto, diante do crescimento do campo de serviços perante a economia global, torna-se
necessário o avanço de estudos de CS com base em conceitos apropriados as peculiaridades do
setor (BALTACIOGLU et al., 2007).
33
2.5 Cadeia de Suprimentos de Serviço
Apesar da extensa quantidade de trabalhos já dedicados a GCS, o conhecimento da
estrutura de CS em empresas de serviços ainda é escasso, haja visto que a concentração dos
estudos está basicamente voltada à manufatura (BALTACIOGLU et al., 2007; BOON-ITT;
PONGPANARAT, 2011). Ellram, Tate e Billington (2004) reforçaram este posicionamento ao
afirmarem que, apesar das inúmeras definições sobre GCS, todas elas tendem a ter o foco na
transferência física de mercadorias.
Boon-itt e Pongpanarat (2011) definiram a Gestão de Cadeia de Suprimento de Serviço
(GCSS) como uma ferramenta de previsão, planejamento, implementação e controle do
processo de CS, a fim de satisfazer de forma eficiente as necessidades dos clientes. Os autores
destacaram ainda que no passado empresas de serviço utilizavam a GCS visando a eficiência
operacional e redução de custos, mas que atualmente o foco é alavancar a vantagem competitiva
para oferecer melhor serviço ao cliente.
Ellram, Tate e Billington (2004) registraram as singularidades dos serviços ao
conceituar GCSS como sendo a gestão da informação, processos, capacidade, desempenho e
recursos do primeiro fornecedor ao cliente final.
Diante das características que diferenciam o setor de serviço do setor industrial, torna-
se imprescindível a realização de estudos e modelos voltados para campo (BALTACIOGLU et
al., 2007; BOON-ITT; PONGPANARAT, 2011). O Quadro 2 apresenta tais características,
segundo Baltacioglu et al. (2007).
Quadro 2 - Características do serviço
Intangibilidade Serviços não podem ser vistos, tocados ou provados, e está é a principal razão pela qual
uma série de atividades logísticas não podem ser aplicadas em seu fornecimento.
Simultaneidade
Trata-se da necessidade da presença dos clientes para que o serviço seja provido. Em um
cenário de serviço, o cliente geralmente contribui para a produção processo, e uma vez
produzido é simultaneamente seguido pelo consumo. Esse fato leva a uma importante
distinção estrutural na oferta de cadeias de serviços: o processo de produção geralmente
ocorre somente quando o prestador de serviços e o cliente estão presentes no mesmo
ambiente do serviço.
Heterogeneidade
Embora alguns serviços sejam personalizados e padronizados de antemão, o produto final
do serviço nunca é o mesmo. Nesse contexto, cada unidade de prestação de serviços, seja
uma filial ou um funcionário, serve como um único fabricante de
serviço. Heterogeneidade aborda o fato de que os serviços não podem ser facilmente
normalizados.
Perecível
Um serviço não é consumido quando disponível, então não há possibilidade de estocá-lo
para uso futuro. Esta característica torna impossível armazenar os serviços, o que resulta
uma inaplicabilidade total da função de armazenagem nas cadeias de fornecimento de
serviços.
Fonte: Baltacioglu et al. (2007)
34
Buscando preencher esta lacuna acadêmica, diversos autores voltaram suas atenções à
criação de modelos teóricos e práticas de gestão aplicadas à Cadeia de Suprimento de Serviço.
Um dos pioneiros foi o trabalho de Armistead e Clark (1993), que adaptaram um modelo
explorando o conceito de cadeia de valor sugerida por Porter como uma ferramenta estratégica
de estabelecer operações de serviços.
Na década seguinte, Youngdahl e Loomba (2000) forneceram uma definição do papel
do serviço na gestão da cadeia de abastecimento global. Enquanto Sengupta, Heiser e Cook
(2006) compararam o efeito da utilização de estratégias tradicionais de CS no desempenho
operacional e financeiro das empresas dos setores de serviços e manufatura.
2.6 Modelos Teóricos de Gestão de Cadeia de Suprimentos
Diante da importância e da quantidade de publicações que o tema CS alcançou no final
da década de 80 e início de 90, profissionais e acadêmicos se viram na necessidade de
desenvolver modelos para análise de cadeias de suprimentos, inicialmente voltados para o setor
industrial (ELLRAM; TATE; BILLINGTON, 2004). No entanto, apesar do avanço notório para
o campo, Aragão et al. (2004) apontaram que nenhum deles foi capaz de capturar todos os
aspectos da GCS devido ao vasto horizonte de uma cadeia de suprimentos.
Ao tratar de modelos para GCS, o Supply Chain Operations Reference (Modelo SCOR)
é considerado uma referência (ELLRAM; TATE; BILLINGTON, 2004; SELLITO; MENDES,
2006; GANGA, CARPINETTI; POLITANO, 2011). Proposto pelo Supply Chain Council, o
SCOR tem como objetivo amparar as empresas no processo de avaliação de desempenho da
sua cadeia, identificando áreas em dificuldade e desenvolvendo soluções de melhoria
(GONÇALVES; MARINS, 2006).
Para Ganga, Carpinetti e Politano (2011), o modelo possibilita determinar e comparar o
desempenho de toda cadeia de suprimentos, gerando uma linguagem comum e padronizada
entre os agentes da cadeia. Este formato padronizado que facilita a comunicação é considerado
por Huan, Sheoran e Wang (2004) uma das principais forças do modelo. Sellito e Mendes
(2006) complementaram ao registrar que o SCOR inclui técnicas de reengenharia,
benchmarking e medição de desempenho por indicadores.
35
Lockamy III e McCormack (2004) registraram ainda que o modelo fornece uma
linguagem orientada para a comunicação entre os parceiros da CS nas seguintes áreas de
decisão: planejamento, abastecimento, produção, entrega, e mais recentemente, retorno. Estas
áreas destacadas pelos autores são mais conhecidas como os processos que compõem o modelo
e suas relações estão ilustrados na Figura 3.
Figura 3 – Modelo SCOR
Fonte: Adaptado de Baltacioglu et al. (2007)
Após a consolidação de alguns modelos, como é caso do SCOR, acadêmicos tentaram
aplicá-los também em áreas específicas como a de serviços. Ellram, Tate e Billington (2004)
demonstraram que a justificativa para tal tentativa se deve ao fato do objetivo central ser o
mesmo: projetar, gerenciar uma cadeia de suprimentos de forma a atender as necessidades do
cliente a um menor custo. Stewart (1997) apontou inclusive, que o SCOR foi projetado para
permitir que as empresas se comuniquem, comparem e desenvolvam novas práticas de cadeia
de suprimentos dentro e fora do segmento da indústria. Mas, Ellram Tate e Billington (2004)
esclareceram que, ao observar o SCOR em uma perspectiva de cadeia de serviços, seus
processos (planejar, abastecer, fazer, entregar e retornar) não se adaptam completamente devido
às peculiaridades dos serviços. Dessa forma, surge uma nova demanda acadêmica, a criação de
modelos para análise de cadeias de suprimentos de serviço.
36
2.6.1 Modelos Teóricos de Gestão de Cadeia de Suprimentos de Serviço
Dentre os estudos mais reconhecidos voltados para serviço destaca-se o de Ellram, Tate
e Billington. (2004), que desenvolveram um modelo de cadeia de suprimentos apropriado para
o setor, tomando como referência outros três modelos que tinham foco em produto: Global
Supply Chain Forum Framework (GSCF), SCOR e o Modelo de Gestão da Cadeia de
Suprimentos da Hewlett-Packard (H-P). Os autores fizeram uma análise de tais modelos
considerando as contribuições e fraquezas desses quando aplicados aos serviços. O Quadro 3
apresenta considerações sobre cada modelo analisado.
Quadro 3 – Considerações sobre Modelos
Suporte para Serviço Fraqueza para Serviço
H-P
Considera buffers contra incerteza;
Utiliza os níveis de capacidade e flexibilidade
em comparação com o estoque;
Considera troca no nível de capacidade do
prestador de serviços e tempos de espera de
serviço para o cliente;
Serviços não são inventariados;
Dificuldade de mensurar diferenças na
qualidade do serviço;
SCOR Serviços são conduzidos por processo;
Serviço não tem ciclo de retorno;
A separação do processo em produção,
entrega e retorno não se encaixa com
serviço;
GSCF
Incluem participantes do início ao fim da
cadeia, abrangendo tanto fornecedores como
clientes;
Coordenação da informação e integração
melhora o fluxo global da cadeia;
Utiliza uma visão de processo para atender à
demanda incerta.
Serviço não tem ciclo de retorno;
Encaixe com fluxo de produtos e
componentes de mercadorias.
Fonte: Ellram, Tate e Billington (2004)
Observadas as peculiaridades dos modelos, Ellram, Tate e Billington (2004) assumem
a perspectiva de um comprador de serviços e partem do exame das diferenças e semelhanças
fundamentais nas cadeias de fornecimento de bens e as de serviços. Os autores esclareceram
que mesmo dentro do próprio setor de serviço existem variações que exigiriam estudos
detalhados para cada atividade. Assim, o foco dos autores esteve no que denominaram como
cadeia de fornecimento de serviços profissionais.
Após estabelecer as referências e o foco de estudo, os autores apontaram sete processos
de gestão de cadeia de serviço para representar seu modelo:
37
(P1) Fluxo de Informação: trata-se de um processo essencial para qualquer cadeia
eficaz. Suas ações visam alimentar o andamento do serviço com informações
pertinentes aos membros da cadeia. Tais informações iniciam com a identificação da
demanda, passa pela definição do escopo e finaliza junto com a entrega do serviço,
análise de desempenho e feedbacks. Oliveira (2005) também registrou a importância do
processo para se identificar a demanda, dividir informação, estabelecer expectativas,
definir do escopo, estabelecer habilidades e realizar feedback.
(P2) Gestão da Capacidade: corresponde à análise da capacidade interna da empresa
quanto a sua estrutura, ativos e colaboradores. Nesse momento são estimados
investimentos que permitam uma produção adequada do serviço. Ferrante (2012) aponta
o processo como o que descreve os recursos produtivos e as habilidades que representam
a capacidade de produção essencial para satisfazer a demanda estimada.
(P3) Gestão da Demanda: busca identificar a demanda de clientes e suas possíveis
variações. Ellram, Tate e Billington (2004) destacaram a importância desse processo
por conta das peculiaridades do setor de serviço, visto que, pontos como a
impossibilidade de manter estoque influencia diretamente no planejamento da
capacidade produtiva. Oliveira (2005) apontou ainda que em alguns casos o processo
visa criar uma demanda para o serviço que será prestado.
(P4) Gestão do Relacionamento com Cliente: trata da estrutura utilizada para
compreender as reais necessidades dos clientes e concentrar esforços para satisfazê-las.
Ferrante (2012) aponta que operacionalmente a gestão de relacionamento com o cliente
representa um sistema atualizado de informações, que permitem extrair e classificar as
necessidades básicas dos clientes. Da mesma forma, Oliveira (2005) registrou a
relevância de se realizar diversas análises, como por exemplo, segmentar e monitorar a
satisfação dos clientes. Tal processo tem relação direta com o fluxo de informação e a
gestão de entrega do serviço.
(P5) Gestão do Relacionamento com Fornecedores: expressa a estrutura necessária
para o relacionamento com os fornecedores (FERRANTE, 2012). Ellram, Tate e
38
Billington (2004) demonstraram que o processo inicia com a identificação de uma
necessidade a ser adquirida e o levantamento de fornecedores qualificados. Após, o
processo continua com a apresentação de ofertas baseada no escopo, e por fim, a escolha
e contratação do fornecedor. Operacionalmente representa um sistema com informações
dos fornecedores (FERRANTE, 2012). Oliveira (2005) apontou ainda a importância de
gerenciar a qualidade dos fornecedores.
(P6) Gestão da Entrega do Serviço: processo responsável por verificar se a entrega do
serviço está de acordo com o que foi acertado com os clientes.
(P7) Gestão do Fluxo de Caixa: Ellram, Tate e Billington. (2004) registraram a Gestão
do Fluxo de Caixa como sendo o fluxo de fundos, ou simplesmente, pagamentos entre
os membros da cadeia. Este deverá estar orientado por um planejamento que
determinará o calendário e montantes para sua efetivação.
A Figura 4 ilustra o modelo de Ellram, Tate e Billington (2004) e relação entre os
processos de gestão da cadeia de serviço.
Figura 4 – Modelo de Cadeia de Suprimentos de Serviço
Fonte: Ellram, Tate e Billington (2004)
39
Apresentado todo o modelo, convém ressaltar que os processos apontados por Ellram,
Tate e Billington (2004) representam uma situação ideal para GCSS, mas os próprios autores
reconheceram que existe um alto nível de incerteza gerado pelas necessidades dos clientes que
podem impactar diretamente em todo processo. Além disto, os autores também arrolaram
alguns problemas que podem impedir que o modelo ideal seja executado, são eles: i) acordos
firmados sem especificações claras; ii) dificuldade para especificação do serviço; iii)
possibilidade de risco moral por parte dos prestadores de serviço; iv) problemas de gestão.
Apesar das dificuldades apresentadas e de ilustrar uma situação ideal, o modelo proposto
representou um avanço para os estudos de GCSS, tornando-se a partir deste momento referência
para outros trabalhos na aérea, dentre eles está o de Baltacioglu et al. (2007).
Baltacioglu et al. (2007) também verificaram a lacuna quanto à natureza única da
indústria de serviços e propuseram um novo modelo para as GCSS tomando como orientação
o modelo de SCOR e o proposto por Ellram, Tate e Billington (2004).
Denominado Modelo IUE-SSC, abrange as três unidades básicas da cadeia: o
fornecedor, prestador de serviço e o cliente. O fornecedor representa a figura das empresas que
fornecem serviços adicionais ao prestador de serviços, o prestador é a empresa focal da cadeia
que executa o serviço, por fim, o cliente denota o consumidor final. Os autores também elencam
uma série de atividades que são distribuídas ao longo da cadeia e das unidades básicas citadas,
essas estão apresentadas na Figura 5, bem como suas relações. Algumas dessas, inclusive, bem
semelhantes aos processos apresentados no modelo de Ellram, Tate e Billington (2004).
A primeira atividade listada pelos autores é a Gestão da Demanda. Trata-se da função
preliminar da gestão da cadeia que busca aferir e gerenciar a demanda de clientes. Tal processo
é de fundamental relevância para minimizar as incertezas no padrão da demanda e demais
problemas decorrentes da indisponibilidade de estoque.
Já a Gestão de Recursos e Capacidade refere-se à habilidade de balancear a demanda e
a capacidade de prestação do serviço. Esta, que não depende somente do trabalho, mas dos
demais recursos disponíveis na organização.
Há ainda a Gestão de Relacionamento com o Cliente, que busca identificar os principais
clientes e grupos de clientes, internos e externos, para estabelecer um canal contínuo de
informação que oriente na implementação de estratégias corporativas. Enquanto a Gestão de
40
Relacionamento com Fornecedores visa organizar e gerenciar as fontes de suprimentos dos
produtos e serviços através da seleção, acompanhamento e avaliação dos fornecedores.
A próxima atividade é a Gestão da Ordem de Processamento, que está relacionada à
gestão de todos os processos envolvidos no fluxo do pedido, da sua solicitação à entrega ao
cliente final.
Após, a Gestão do Desempenho do Serviço abrange sistemas atualizados para medir,
modificar e premiar o desempenho de serviços a fim de otimizar o desempenho organizacional
e alcançar os objetivos estratégicos estabelecidos. Por fim, os autores registram a Gestão de
Informação e Tecnologia como sendo fundamental para eficácia de todas as outras atividades
citadas, permitindo que, através da distribuição de informação e avanços tecnológicos, as
organizações consigam juntar esforços para garantir a satisfação do cliente.
Figura 5 – Modelo IUE-SSC
Fonte: Adaptado de Baltacioglu et al. (2007)
Após a consolidação de modelos voltados para serviços, cabe aos novos estudos
verificar sua aplicabilidade nos mais variados setores. Baseado nos dados demonstrados na
41
seção 2.2.3, a representatividade do setor público nos estudos de GOS justifica trabalhos que
apliquem tais modelos no segmento.
2.7 Gestão de Operações de Serviço no Setor Público
Diante da magnitude alcançada pelas temáticas de GOS e GCSS ao longo dos anos, sua
aplicação se estendeu também ao setor público. Chegando essa a ser pauta de uma edição
especial de uma revista de alto impacto internacional (Journal of Operations Management) no
ano de 2003 (VERMA et al., 2005).
Com o avanço, outros trabalhos buscaram investigar e contribuir com questões
operacionais no serviço público em diversos campos, como saúde (CHIYOSHI; IANNONI;
MORABITO, 2010; SCARPIN et al., 2008), energia (PESSANHA; SOUZA; LAURENCEL,
2007; TOLEDO et al., 2008), educação (EBERLE; MILAN; LAZZARI, 2010; TOMASSINO;
AQUINO; CARVALHO, 2008), entre outros. Através da produção acadêmica, gestores
públicos puderam utilizar os conhecimentos gerados por tais estudos para otimizar os serviços
oferecidos por meio de Políticas Públicas de gestão.
No entanto, analisar a gestão da cadeia de serviço como uma Política Pública (PP) não
é uma tarefa das mais simples. Isso se deve, primeiramente, ao fato de não existir um conceito
único sobre o que realmente é uma PP (SOUZA, 2003). Em uma abordagem mais tradicional
Lowi (1964) define políticas relacionando-as com os impactos causados ou esperados para a
sociedade. Já Höfling (2001) as apresenta como ações do Estado voltadas a setores específicos
da sociedade, realizadas através dos programas do governo. Para Souza (2006), trata-se do
campo do conhecimento que busca colocar o governo em ação, analisando e propondo
mudanças a este, quando necessário. Secchi (2013) segue o mesmo raciocínio ao conceituá-la
como uma diretriz elaborada para defrontar um problema público. Drumond, Silveira e Silva
(2014) as descrevem como o meio de diversos interesses existentes na sociedade serem
negociados.
Ao investigar uma PP deve-se também registrar outro conceito que está relacionado ao
processo planejamento, implantação e avaliação de uma PP, trata-se da definição de ciclo de
políticas públicas. Souza (2006) aponta que o ciclo é composto pelos seguintes estágios:
definição de agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções, seleção das opções,
implementação e avaliação. Divisão semelhante registou Secchi (2013), separando as fases em:
42
identificação do problema, formação da agenda, formulação de alternativas, tomada de decisão,
implementação, avaliação e extinção da política pública.
Tomando como referência o ciclo proposto por Secchi (2013), o exemplo mais prático
para uma “situação problema” de políticas com foco em Gestão de Cadeias de Suprimento no
Setor Público (GCSSP) está ligado a questões orçamentárias. Isso porque, segundo Tripadalli,
Fernandes e Machado (2011), a manutenção das despesas envolvidas no processo logístico
público constitui uma alternativa complementar para o aumento da eficiência na utilização dos
recursos públicos e para melhorar o desempenho das instituições governamentais.
Tripadalli, Fernandes e Machado (2011) afirmaram ainda que o processo logístico do
setor público necessita de algumas adaptações em suas fases, para que assim possa considerar
tanto técnicas de gestão quanto os aspectos legais que fundamentam as relações e
procedimentos públicos.
Além do que, a ligação entre cada fase, na proporção em que os produtos e materiais se
deslocam em direção ao consumidor, é abalizada na otimização, ou seja, na maximização do
serviço ao cliente, e na diminuição dos custos e dos ativos retidos no fluxo logístico. Os autores
comparam ainda as fases do processo logístico privado com as do público, adequando esses
conceitos à GCSSP, no qual, as fontes assumem o papel dos fornecedores públicos cadastrados
de acordo com a legislação, enquanto os usuários representariam a população em geral e
servidores públicos que efetuam os serviços para a população. (TRIPADALLI; FERNANDES;
MACHADO, 2011).
Apesar das peculiaridades legais e administrativas, Albuquerque e Primo (2011)
enunciaram que não se percebe qualquer limitação quanto a estruturação da CS no setor público,
fazendo-se necessário somente uma adaptação de alguns termos. Quanto às práticas, os autores
demonstraram que algumas podem resultar em perdas significativas à Administração se mal
geridas, como é o caso do processo de cotação de preço para realização de compras. Ressaltando
dessa forma, a importância de novos estudos que tenham como foco a GCS no setor público
como forma de gerar conhecimento cientifico que auxilie o processo de gestão da máquina
pública.
Para garantir o gerenciamento da cadeia de suprimentos, pública ou privada, se faz
necessário inicialmente identificar a estrutura da cadeia por meio do mapeamento dos membros
da CS.
43
2.8 Mapeamento da Cadeia de Suprimentos
Segundo Miccuci e Pizzolato (2008), o primeiro passo para um bom gerenciamento da
cadeia de suprimentos é entender e visualizar a estrutura da rede de suprimentos na qual a
instituição está inserida.
No mesmo sentido, Lambert, Cooper e Pagh (1998) registraram que uma das questões
primordiais à GCS é a compreensão de como a estrutura da cadeia está configurada, destacando
ainda três aspectos base para tal entendimento: i) mapear os membros da cadeia; ii) as
dimensões estruturais da rede; iii) os processos e interações presentes na cadeia.
Quanto aos membros e a estrutura da cadeia, Slack (1993) a divide em três níveis (Figura
6):
Cadeia Interna: compreende o fluxo de informações e materiais entre setores e
departamentos de uma mesma empresa;
Cadeia Imediata: composta pelos fornecedores e clientes imediatos dessa empresa, e
seus respectivos fluxos de informações e materiais;
Cadeia Total: é formada por todos os clientes e fornecedores, suas respectivas cadeias
imediatas e fluxos.
Figura 6 – Níveis da Cadeia de Suprimentos
Fonte: Adaptado de Slack (1993)
Já Lambert, Cooper e Pagh (1998) classificaram os membros da CS como primários e
de apoio. Os membros primários representam as empresas ou unidades de negócios que
desempenham atividades que agregam valor a um determinado produto/serviço, enquanto os
membros de apoio correspondem às empresas que dão suporte aos membros primários da
44
cadeia, fornecendo recursos, conhecimento; mas não participam diretamente no processo de
agregação de valor.
No que diz respeito as dimensões, estas representam subdivisões da cadeia que auxiliam
a compreensão tanto do ambiente micro como o macro. Lambert, Cooper e Pagh (1998)
ilustraram três dimensões estruturais de uma CS: i) estrutura horizontal, representa o número
de níveis da CS; ii) estrutura vertical, aponta o número de empresas em cada nível (fornecedores
ou clientes); iii) posicionamento da empresa foco, define a posição horizontal da empresa foco.
Com base nas divisões expostas, alguns estudos buscaram analisar a cadeia de
suprimentos de instituições de ensino.
Morgan e Silva (2003) realizaram um diagnóstico da cadeia de suprimentos em uma
instituição federal pública de ensino superior em busca de alternativas de redução de custos e
melhoria da qualidade do serviço, com foco nas atividades de aquisição, suprimento,
armazenagem e distribuição de materiais de consumo às unidades administrativas e acadêmicas.
O trabalho identificou que os custos de armazenagem dos produtos poderiam ser diminuídos
caso fossem realizados um número maior de processos de compra com uma quantidade menor
de itens a serem adquiridos em cada compra.
Já Lau (2007), realizou um estudo de caso em uma universidade a fim de implementar
a filosofia de GCS no ambiente do ensino superior. O autor se baseou na análise de três cadeias
de suprimentos da universidade, são elas: i) das matérias-primas, ii) solicitações especiais, iii)
e terceirização. Habib e Jungthirapanich (2009,2010) examinaram a CS de educação, a CS de
pesquisa e a gestão de educação em si, como principais fundamentos da gestão integrada da
cadeia de suprimentos de educação para universidades. Para os autores, os alunos e os projetos
internos e externos são tratadas como matérias-primas das respectivas cadeias, enquanto os
graduados e resultados de pesquisa são os produtos acabados.
Da mesma forma, Murali e Venkata (2012) analisaram os benefícios da cadeia de
suprimentos de ensino para incorporar algumas características das cadeias comerciais e orientar
como a academia pode proceder no realizar desta tarefa. Por fim, Conto, Britto e
Schnorrenberger (2013) apresentaram um modelo de cadeia de valor para uma Instituição de
Ensino Superior, baseado na cadeia de valor de Porter, e destacaram esta estrutura como a
maneira das organizações do setor alcançarem vantagens competitivas. Os autores ainda
subdividiram a cadeia em dois grupos – atividades primárias e de apoio - e listaram os atores
da seguinte forma: as atividades primárias como sendo: i) logística interna, ii) atividades em
45
sala de aula, iii) desenvolvimento de pesquisas e publicações científicas, iv) marketing e
comunicação e, v) serviços; as atividades de apoio seriam: i) infraestrutura da instituição, ii)
gerenciamento de recursos humanos, iii) desenvolvimento de tecnologia e, v) compras e
suprimentos.
Assim, com base no arcabouço teórico apresentado, buscou-se procedimentos
metodológicos que permitissem alcançar os objetivos propostos.
46
3. METODOLOGIA
Nessa seção serão apresentados os procedimentos metodológicos que orientaram o
andamento da pesquisa e os resultados encontrados.
3.1 Caracterização da Pesquisa
O presente estudo analisou a GCSS de Ensino da Universidade Federal de Alagoas
segundo o modelo conceitual proposto por Ellram, Tate e Billington (2004).
Com base no objetivo proposto, o caráter do estudo pode ser classificado como do tipo
descritivo. Collis e Hussey (2005) apontaram que a pesquisa descritiva é utilizada quando se
pretende identificar informações sobre características de um determinado problema ou questão.
Quanto à abordagem, o estudo adotou um perfil qualitativo, visto que, examinou
subjetivamente percepções para obter entendimento de atividades sociais e humanas, neste
caso, o processo de gestão entre os membros da cadeia de suprimento de ensino de um dos
campi da UFAL (COLLIS; HUSSEY, 2005).
Godoy (1995, 2005) enunciou alguns aspectos que caracterizam e devem ser observados
ao realizar uma pesquisa qualitativa: i) o ambiente natural é tido como fonte direta de dados e
o pesquisador como instrumento fundamental; ii) é uma pesquisa descritiva; iii) preocupação
do pesquisador quanto ao significado que as pessoas dão às suas vidas e demais coisas; iv)
utilização do enfoque indutivo na análise dos dados. Já Paiva Júnior, Leão e Mello (2011)
demonstraram a importância de assegurar a validade e confiabilidade em prol da qualidade no
estudo qualitativo através dos critérios ilustrados na Quadro 4. Os autores destacaram que
alguns critérios têm impacto apenas na validade ou confiabilidade, enquanto outros afetam
ambos os aspectos.
Quadro 4 - Critérios de validade e confiabilidade na pesquisa qualitativa
Critério Validade Confiabilidade
Triangulação X X
Reflexividade X
Construção do corpus de pesquisa X X
Descrição clara, rica e detalhada X X
47
Surpresa X
Feedback dos informantes
(validação comunicativa) X X
Fonte: Paiva Júnior, Leão e Mello (2011)
Baseado nos critérios apresentados por Paiva Júnior, Leão e Mello (2011), e, visando
assegurar a validade e confiabilidade da pesquisa, o presente trabalho adotará o critério da
triangulação. Este corresponde ao emprego de diferentes métodos e técnicas visando
transpassar o preconceito e inconsistências de uma abordagem de método único (COLLIS;
HUSSEY, 2005). Denzin (1973) identificou quatro tipos de triangulação: i) triangulação de
dados, para tratar de fontes ou momentos distintos na coleta; ii) de investigador, referindo-se a
diferentes pesquisadores observando o mesmo objeto; iii) de teoria, quando múltiplas
perspectivas são usadas; iv) metodológica, para diferentes abordagens. A pesquisa fará uso da
triangulação de dados através da coleta por meio de documentos, consultas públicas e
entrevistas, conforme será apresentado no item 3.3.
Ainda com base nas classificações propostas por Collis e Hussey (2005), o estudo se
caracteriza como do tipo “aplicado” quanto aos seus resultados, dado que seu exame e
intervenção será realizado em uma unidade de análise específica, o Campus Aristóteles
Calazans Simões (Campus Maceió) da UFAL. Além disso, buscou-se resultados que
possibilitassem a criação de políticas públicas de gestão específicas para a universidade
enquanto órgão público.
Quanto ao procedimento, foi adotado uso do estudo de caso, considerando que o
objetivo básico desse procedimento é explorar e clarificar o fenômeno em análise, optando em
não tratar de hipóteses, mas sim de proposições de pesquisa (YIN, 2015). Para Martins (2008,
p. 1) o procedimento busca “apreender a totalidade de uma situação e, criativamente, descrever,
compreender e interpretar a complexidade de um caso concreto, mediante um mergulho
profundo e exaustivo em um objeto delimitado”.
Ellram (2006), registrou que o método de estudo de caso está se tornando mais
reconhecido em pesquisas que tratam a gestão de operações e cadeia de suprimento como uma
forma fidedigna e valiosa para adicionar insights ao campo, fato que outros tipos de abordagem
não conseguem suprir. Corroborando com a escolha dos procedimentos e da abordagem,
Martins (2008) apontou que o procedimento estudo de caso “pede” uma avaliação qualitativa,
já que seu foco é o estudo de uma unidade social que se analisa profunda e intensamente.
48
A definição dos construtos da pesquisa originou-se na identificação de literatura
relevante sobre a temática em análise. Após exame do arcabouço teórico optou-se por
fundamentar o estudo no modelo teórico proposto por Ellram, Tate e Billington (2004), que
arrola sete processos de gestão voltados à cadeia de suprimento de serviço: i) fluxo de
informação; ii) gestão da capacidade; iii) gestão da demanda; iv) gestão do relacionamento com
o cliente; v) gestão do relacionamento com fornecedores; vi) gestão da prestação do serviço;
vii) gestão do fluxo de caixa. A escolha pelo modelo de Ellram, Tate e Billington (2004) se
justifica por ser um modelo já validado e um dos mais referenciados no campo de serviço, que
serviu de base para modelos subsequentes. Soma-se a isto o fato do presente estudo ampliar a
análise de serviço para o setor público, o que justifica a aplicação de um modelo mais amplo,
visto que não se identificou um modelo direcionado para o setor de serviço público já validado
e com a referência cientifica semelhante ao que será utilizado. Buscou-se dessa forma, verificar
a aplicação dos processos de gestão no setor público e examinar a necessidade de possíveis
adaptações do modelo teórico para estudos futuros.
O Quadro 5 demonstra as definições e os objetivos quanto aos processos do modelo
teórico.
Quadro 5 - Quadro Teórico
Processos Definição Objetivo
(P1) Fluxo de
Informação
Responsável por abastecer os membros da
cadeia com informações sobre as
expectativas, andamento do processo
produtivo, demandas e feedbacks.
Buscou entender como ocorre o
fluxo de informação entre os
membros da cadeia de suprimento
de ensino da UFAL.
(P2) Gestão da
Capacidade
Analisa a capacidade interna da empresa
quanto a sua estrutura, ativos e
colaboradores para prestação do serviço.
Mensurou a capacidade de
“produção do ensino” com base
nos elementos necessários para
prestação do serviço por parte da
universidade.
(P3) Gestão da Demanda Busca identificar a demanda de clientes e
suas possíveis variações.
Analisou como a universidade
gerencia as demandas pelo serviço
“ensino de graduação” por parte
dos seus clientes. Bem como,
demandas secundárias entre
membros, decorrentes da prestação
do serviço.
(P4) Gestão do
Relacionamento com o
Cliente
Estrutura utilizada para compreender as reais
necessidades dos clientes e concentrar
esforços para satisfazê-las.
Apontou a estrutura disponível
para relacionamento com os
clientes. Assim como, as
ferramentas utilizadas pela
universidade e ações para gerir as
informações que estas
disponibilizam.
49
(P5) Gestão do
Relacionamento com
Fornecedores
Estrutura necessária para o relacionamento
com os fornecedores.
Sublinhou as ações voltadas ao
relacionamento da universidade
com seus fornecedores (seleção,
cadastro e avaliação).
(P6) Gestão da Entrega
do Serviço
Processo responsável por verificar se a
entrega do serviço está de acordo com o que
foi acertado com os clientes.
Verificou os mecanismos
utilizados pela universidade para
mensurar a visão dos clientes
quanto fornecimento do ensino,
bem como os instrumentos de
avaliação direcionados aos atores
envolvidos na prestação do serviço.
(P7) Gestão do Fluxo de
Caixa
Gestão de recursos e fundos durante a
realização do serviço.
Enunciou como a UFAL, e mais
especificamente as Unidades
Acadêmicas, gerenciam seus
recursos durante a prestação do
serviço de ensino.
Fonte: Dados da pesquisa
Quanto as atividades finalísticas da universidade, optou-se por direcionar o mapeamento
de cadeia e a análise dos construtos ao “serviço ensino”, e mais especificamente, ensino em
nível de graduação. O Relatório de Gestão 2015 (RG) inscreve as atividades fins da
universidade (ensino, pesquisa e extensão) como Macroprocessos Finalísticos. Dessa forma, o
estudo examinou o Macroprocesso Finalístico Ensino. A escolha pelo macroprocesso citado se
deve ao fato deste ser o serviço predominante nas Unidades Acadêmicas (UA) da universidade.
Convém destacar que, apesar da reconhecida relação existente entre ensino, pesquisa e
extensão, entende-se ser possível analisar a prestação do “serviço ensino” de maneira
independente aos demais. Da mesma forma, tal escolha permitirá a replicação da pesquisa em
outras instituições de ensino superior que não tenham os macroprocessos pesquisa e extensão
tão aprimorados.
Quanto ao mapeamento da cadeia, foram considerados os apontamentos de Lambert,
Cooper e Pagh (1998). Os autores registraram que uma das questões primordiais à GCS é a
compreensão de como a estrutura da cadeia está configurada, destacando ainda três aspectos
base para tal entendimento: i) mapear os membros da cadeia; ii) as dimensões estruturais da
rede; iii) os processos e interações presentes na cadeia.
Quanto à execução, a pesquisa se dividiu nas seguintes etapas:
Etapa 1: Análise de documentos oficiais da UFAL para identificar os atores envolvidos
com o Macroprocesso Ensino;
Etapa 2: Criação de esboço inicial da Cadeia de Suprimento de Ensino da universidade
com base nos documentos examinados na fase 1;
50
Etapa 3: Entrevistas com atores identificados na fase 1 para aperfeiçoar o mapeamento
cadeia;
Etapa 4: Entrevistas com atores apontados na fase 3 como os responsáveis pela
produção do serviço “ensino”, visando:
o Etapa 4.1: Validar a Cadeia de Suprimentos de Ensino da UFAL;
o Etepa 4.2: Analisar o processo de gestão da cadeia com base modelo de Ellram,
Tate e Billington (2004);
Etapa 5: Análise de documentos oficiais da UFAL para identificar ações atuais que tem
relação com os processos do modelo teórico;
Etapa 6: Triangulação dos dados coletados nas entrevistas e documentos, e registro da
descrição das atividades, problemas identificados e soluções apontadas para cada
processo do modelo teórico.
O Quadro 6 demonstra o fluxo com que as etapas foram realizadas.
Quadro 6 - Etapas da pesquisa
Etapas da Pesquisa
Etapas Mapeamento da Cadeia Análise dos Processos de Gestão
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Análise de documentos oficiais
da UFAL para identificar atores
envolvidos com Macroprocesso
Ensino
Criação de esboço inicial
Cadeia de Suprimento de
Ensino da universidade com
base nos documentos
examinados na fase 1
Entrevistas com atores
identificados na fase 1 para
aperfeiçoar o mapeamento da
cadeia.
51
Etapa 4
Etapa 5
Etapa 6
Fonte: Dados da pesquisa
3.2 Delimitação do Estudo
A unidade de análise da pesquisa será o Campus Aristóteles Calazans Simões da
Universidade Federal de Alagoas. A UFAL é uma instituição pública de educação superior,
vinculada ao Ministério da Educação, criada pela Lei Federal nº 3.867, de 25 de janeiro de
1961.
Sua sede está situada no Campus A. C. Simões, que conta com 53 cursos de graduação
distribuídos em 22 Unidades Acadêmicas, atendendo 19.180 alunos. Ainda dispõe na
modalidade de pós-graduação de 39 cursos strictu sensu, sendo 30 mestrados e 9 doutorados,
que envolvem 2.312 alunos, além de 13 especializações (UFAL, 2016).
Em Maceió, ainda possui outras instalações descentralizadas, a listar o Museu de
História Natural, a Usina Ciência, o Museu Théo Brandão, o Espaço Cultural, a Escola Técnica
de Arte, o Centro de Extensão Universitária, a Residência Universitária (hoje situada no
Campus A. C. Simões), a Pinacoteca e Polos de Educação a Distância. Além da sede, a UFAL
possui também unidades nos seguintes municípios: Rio Largo, Murici, Viçosa, Arapiraca,
Penedo, Palmeira dos Índios, Delmiro Gouveia e Santana do Ipanema (UFAL, 2015).
Quanto a sua estrutura acadêmica e administrativa, possui como unidades máximas de
deliberação os seus conselhos superiores: o Conselho Universitário (CONSUNI) e o Conselho
Entrevistas com atores
apontados na fase 3 como os
responsáveis pela produção do
serviço “ensino” para validar
membros da cadeia.
Entrevistas com atores apontados na
fase 3 como os responsáveis pela
produção do serviço “ensino” para
analisar o processo de gestão da
cadeia com base modelo de Ellram,
Tate e Billington (2004)
Análise de documentos oficiais da
UFAL para identificar ações atuais
que tem relação com os processos do
modelo teórico.
Triangulação dos dados coletados nas
entrevistas e documentos, e registro da
descrição das atividades, problemas
identificados e soluções apontadas
para cada processo do modelo teórico
52
de Curadores (CURA). Segundo o art. 8º do Estatuto da UFAL, o CONSUNI é o órgão de
deliberação superior da universidade, contando com representação de docentes, discentes e
técnico-administrativos. Enquanto o CURA está descrito no art. 12° do Estatuto como órgão de
fiscalização econômico-financeira da UFAL, sendo composto por um representante do
Ministério da Educação, um de cada Conselho Regional (Economia, Contabilidade e
Administração), um representante do corpo docente, um do corpo discente e outro do corpo
técnico-administrativo.
Além dos conselhos superiores, a UFAL conta com diversos outros órgãos de
assessoramento, de apoio acadêmico, de apoio administrativo, pró-reitorias e reitoria, conforme
organograma apresentado no Anexo 1.
Estabelecida a estrutura administrativa, são nas UA´s que as atividades de ensino são
realizadas. Segundo PDI em vigor, as UA´s são organizadas por área de conhecimento, e cabe
a elas desenvolver atividades de ensino, pesquisa e extensão, sendo supervisionadas pela
reitoria.
Ainda segundo seu PDI, as UA’s da UFAL estão dispostas em quatro grupos: i)
Centros: Ciências Agrárias (CECA), Educação (CEDU), Tecnologia (CTEC); ii) Escolas:
Enfermagem e Farmácia (ESENFAR); iii) Faculdades: Arquitetura e Urbanismo (FAU),
Letras (FALE), Direito (FDA), Economia, Administração e Contabilidade (FEAC), Medicina
(FAMED), Nutrição (FANUT), Odontologia da UFAL (FOUFAL), Serviço Social (FSSO); iv)
Institutos: Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), Geografia, Desenvolvimento e Meio
Ambiente (IGDEMA); Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA); Ciências Sociais
(ICS); Computação (IC); Física (IF); Ciências Atmosféricas (ICAT); Matemática (IM);
Química e Biotecnologia (IQB).
Quanto às atividades fins da universidade (ensino, pesquisa e extensão), o Relatório de
Gestão 2015 as classifica como Macroprocessos Finalísticos. Tais macroprocessos estão
relacionados e apoiados diretamente por outros processos internos (macroprocessos de apoio),
que resultarão no produto ou serviço oferecidos aos cidadãos (sociedade, alunos, servidores,
instituições, empresas e outros).
A Figura 7 ilustra os responsáveis por cada macroprocesso finalístico e suas relações
como os demais setores.
53
Figura 7 - Macroprocessos Finalísticos e de Apoio da UFAL
Fonte: Relatório de Gestão UFAL (2015)
Com base na Figura 7, percebe-se uma relação direta entre o Macroprocesso Finalístico
Ensino com a Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD) e as UA’s. O próprio Relatório de Gestão
reforça as mesmas unidades como as responsáveis pelo macroprocesso ensino por meio do
Quadro 7. O quadro também demonstra uma visão inicial dos produtos e clientes do
macroprocesso. Já o Anexo 2 aponta de forma mais detalhada todas as metas, produtos/serviços,
clientes e subunidades responsáveis por macroprocesso finalístico ensino.
Quadro 7 - Macroprocessos Finalísticos Genéricos
Macroprocessos Descrição Produtos e Serviços Principais
Clientes
Subunidades
Responsáveis
Ensino
O macroprocesso abrange o
planejamento pedagógico do
curso, seleção, ingresso, aulas
práticas e teóricas, avaliação,
atendimento aos alunos durante
o curso e conclusão. Este
macroprocesso tem por objetivo
disseminar conhecimento para
sociedade através do
desenvolvimento dos alunos.
Cidadão
transformado em
profissional com
conhecimento para
atender à sociedade.
Níveis: graduação e
pós-graduação.
Sociedade,
organizações
públicas e
privadas,
Universidades e
centros de
pesquisas
PROGRAD
Unidades
Acadêmicas
54
Pesquisa
O macroprocesso abrange o
planejamento das linhas de
pesquisa e de seus projetos,
busca de recursos para
viabilizar a pesquisa, celebração
de convênios, execução do
projetos, publicações científicas
e encerramento.
Produção e
disseminação de
conhecimento
através de teses,
artigos, patentes,
dissertações,
exposição em
eventos e entregas
específicas
Sociedade,
organizações
públicas e
privadas,
Universidades e
centros de
pesquisas
PROPEP
Unidades
Acadêmicas
Extensão
O macroprocesso abrange o
planejamento das ações de
extensão, busca de recursos
para viabilizar as ações,
celebração de convênios,
execução do projetos e
encerramento.
Atendimento às
necessidades da
sociedade nos
âmbitos técnico,
cultural e social,
através de cursos,
consultoria,
atendimento à saúde,
ações culturais,
eventos e outras
formas.
Sociedade,
comunidade local,
organizações
públicas e privadas
PROEX
Unidades
Acadêmicas
Fonte: Relatório de Gestão UFAL 2015
Além das responsabilidades enunciadas no Quadro 6, o art. 19º do Estatuto da instituição
aponta outras atribuições que relacionam as UA’s ao macroprocesso ensino.
Art. 19. São atribuições da Unidade Acadêmica, além de outras definidas em seu
Regimento Interno, e no âmbito de sua competência:
I - aprovar e modificar seu Regimento, em sessão(ões) do seu Conselho com quórum
qualificado de 2/3 dos seus membros e por maioria absoluta, submetendo-o à
aprovação superior do Conselho Universitário;
II - fazer constar em seu Regimento as funções gratificadas no âmbito da Unidade;
III - propor a criação, organização e extinção de cursos e programas de educação
superior;
IV - elaborar o projeto pedagógico de seus cursos de educação superior e submetê-lo
à aprovação de seu Conselho;
V - estabelecer e executar planos, programas e projetos de pesquisa e extensão;
VI - propor o número de vagas de seus cursos de educação superior; VII - propor a
celebração de contratos, acordos e convênios;
VIII - gerir-se administrativa e financeiramente no âmbito de sua competência;
IX - atuar como primeira instância disciplinar para todos os membros da comunidade
universitária que se encontrem a ela vinculados ou nela lotados (UFAL, 2006).
Da mesma forma, o art. 16º, § 3º do Regimento enuncia as atribuições que competem à
PROGAD.
Art. 16. Junto à Reitoria funcionarão seis Pró-Reitorias, a saber:
§ 3º À Pró-Reitoria de Graduação compete:
I. planejar, superintender e coordenar as políticas de ensino de graduação da
Universidade;
II. acompanhar e avaliar a elaboração e implementação dos Projetos Pedagógicos dos
Cursos de Graduação da Universidade;
55
III. acompanhar e avaliar as atividades de estágios curriculares e monitoria
relacionados aos Cursos de Graduação da Universidade;
IV. desempenhar outras atribuições compatíveis, conforme dispuser o Regimento
Interno da Reitoria (UFAL, 2006).
No que se refere as estratégias organizacionais da universidade, o PDI apresenta como
missão “produzir, multiplicar e recriar o saber coletivo em todas as áreas do conhecimento de
forma comprometida com a ética, justiça social, desenvolvimento humano e o bem comum”
(UFAL, 2013). Em seguida, o PDI distribui em oito perspectivas seus objetivos estratégicos: i)
UFAL e formação; ii) UFAL e conhecimento; iii) UFAL e sociedade; iv) desenvolvimento
acadêmico; v) desenvolvimento administrativo; vi) pessoas; vii) infraestrutura; viii)
sustentabilidade financeira.
Dentre as perspectivas citadas, a denominada “Desenvolvimento Administrativo” é a
que reúne direcionamentos voltados para práticas gerenciais da universidade. No entanto,
apesar de propor objetivos e metas voltados para formulação de modelos de gestão em diversos
segmentos, percebe-se que poucas ações estão relacionadas à Gestão de Cadeia de Suprimento.
Também é possível identificar metas isoladas nas outras perspectivas que possuem relação com
GCSS. Assim, o conhecimento dos membros da cadeia de ensino da universidade e o
direcionamento de metas baseadas nos processos de GCSS poderá orientar as ações da UFAL
de forma a facilitar o alcance de seus objetivos.
Assim, com base nos dados apresentados, a pesquisa foi delimitada da seguinte maneira:
Quanto a unidade de análise: a UFAL foi escolhida como a Instituição Federal de
Ensino Superior da pesquisa por representar um órgão público com grande volume de
serviços e clientes. Diante da amplitude da estrutura da universidade, optou-se pelo
campus A. C. Simões por nele está concentrado as principais unidades administrativas
da universidade e por comportar o maior número de cursos de graduação ofertados pela
UFAL;
Quanto a escolha do macroprocesso finalístico: conforme já registrado na subseção
anterior, a escolha pelo macroprocesso ensino se deve ao fato deste ser o serviço
predominante nas UA’s da universidade, e por permitir com mais facilidade a replicação
da pesquisa em outras instituições de ensino superior que não tenham os macroprocessos
pesquisa e extensão tão aprimorados;
Quanto aos sujeitos da pesquisa: foram selecionadas, tanto para mapeamento de
suprimento de ensino quanto para a análise do modelo teórico, as unidades apontadas
56
nos documentos oficiais como responsáveis pelo Macroprocesso Processo Finalístico
Ensino, ou seja, PROGRAD e UA’s. Acrescida da Superintendência de Infraestrutura
por se tratar do setor responsável pela gestão de suprimentos da UFAL. A necessidade
de inclusão da SINFRA foi justificada também nas primeiras entrevistas realizadas para
mapeamento, onde citou-se a importância do setor para entendimento da relação da
instituição com seus fornecedores;
Quanto a escolha das UA’s: visando assegurar uma análise mais abrangente, as UA’s
foram divididas em três grupos: i) Unidades Acadêmicas de Ciências Exatas e Naturais;
ii) UA’s de Ciências da Saúde; iii) UA’s de Ciências Humanas e Sociais. Após foram
escolhidas as duas unidades de cada grupo com maior número de alunos. Assim, para
análise do modelo foram selecionadas as seis unidades com maior quantitativo de alunos
com matricula ativa no ano de 2016. Os dados com o quantitativo de alunos por unidade
foram colhidos junto ao setor de atendimento do NTI da UFAL, por meio do chamado
nº 33453. O número de sujeitos se mostrou suficiente para exaurir as informações, visto
que os dados passaram a se repetir a medida que novas entrevistas eram realizadas. A
seguir o Quadro 8, com as UA’s selecionadas.
Quadro 8 - Quantitativo de alunos por UA
Grupos Unidades Acadêmicas
selecionadas
Quantitativo de alunos
Ciências Exatas e Naturais Instituto de Computação 1.338
Centro de Tecnologia 1.213
Ciências da Saúde
Instituto de Ciências
Biológicas e da Saúde 684
Escola de Enfermagem e
Farmácia 609
Ciências Humanas e Sociais
Centro de Educação 3.006
Faculdade de Economia,
Administração e
Contabilidade
2.502
Fonte: Dados da pesquisa
3.3 Técnicas de Coleta de Dados
Yin (2015) sublinhou que as evidencias para estudos de caso podem vir de seis fontes
diferentes: documentos, registros em arquivo, entrevistas, observação direta, observação
participante e artefatos físicos. O autor também apontou alguns princípios primordiais para o
trabalho de coleta de dados na realização do procedimento metodológico, são eles: i) uso de
57
várias fontes de evidencia; ii) dispor de um banco de dados para o estudo de caso; iii)
encadeamento de evidencias. Já Hilsdorf, Rotondaro e Pires (2009), enunciaram a necessidade
de utilização de múltiplas fontes e amostras focadas no objeto para a validade das conclusões
obtidas por meio desse método de pesquisa.
No presente estudo, inicialmente foi feita uma revisão de literatura para fundamentar a
base teórica do trabalho, e uma caracterização da produção nacional de GOS por meio de uma
revisão sistemática para orientar a escolha do foco da pesquisa (Subseção 2.2).
Já para a operacionalização do estudo foram empregadas as seguintes técnicas de coleta
de dados:
a) Análise Documental: a técnica foi utilizada na etapa 1 e etapa 5 da pesquisa. Na
etapa 1 foram usados para mapear a cadeia de suprimento de ensino, enquanto na etapa 5, para
exame das práticas relacionadas aos processos do modelo teórico. Foram coletados documentos
de cunho legal e gerencial, dentre os documentos gerenciais estão: i) Plano de Desenvolvimento
Institucional (PDI); ii) Relatório de Gestão do Exercício 2015; iii) Carta de Serviço ao Cidadão;
iv) Relatório de Auto avaliação do Exercício 2015. Quanto aos documentos legais, lista-se: i)
Regimento da UFAL; ii) Estatuto; ii) Lei nº 8.666/90; iii) Lei nº 10.520/02. Além destes, foram
utilizados relatórios obtidos por meio de consultas públicas. As informações coletadas por esta
técnica buscaram corroborar e valorizar as evidencias oriundas de outras fontes (YIN, 2015).
b) Entrevista: Collis e Hussey (2005) explicaram a técnica como a forma de coletar
dados através de perguntas aos participantes para descobrir o que fazem, pensam ou sentem. Já
Yin (2015) a descreve como uma das mais importantes fontes de informação para um estudo
de caso. A técnica foi utilizada na etapa 3 e etapa 4 da pesquisa. Na etapa 3 foi usada para
mapear a cadeia de suprimento de ensino, enquanto na etapa 4, para validar cadeia de
suprimento de ensino, assim como para exame das práticas relacionadas aos processos do
modelo teórico.
Para as entrevistas da etapa 3 foi selecionado um gestor de cada unidade identificada
como responsável pelo Macroprocesso Processo Finalístico Ensino (PROGRAD e UA), e um
gestor da SINFRA. A escolha dos entrevistados dentre todos os gestores que compõem as
unidades citadas se deu por acessibilidade, ficando assim definidos:
58
Quadro 9 – Perfil dos entrevistados para mapeamento da cadeia
Cargo Tempo de
Universidade
Tempo no
Cargo
Vice-Diretor (Diretor
em Exercício) 11 anos e 5 meses 3 anos
Gerente de Serviços
Gerais 3 anos e 7 meses
1 ano e dois
meses
Coordenador do Curso
de Graduação 8 anos 1 ano
Fonte: Dados da pesquisa
Para etapa 4 foram escolhidos os diretores das seis unidades acadêmicas que possuem
maior quantitativo de alunos com matrícula ativa em 2016, além da Pró-reitora de Graduação
(representante da PROGRAD) e o Superintendente de Infraestrutura (representante da
SINFRA). No entanto, o representante da PROGRAD foi alterado para a Coordenadora de
Cursos de Graduação por indicação da Pró-reitora de Graduação. Quanto ao representante da
SINFRA, registrou-se também a necessidade de alteração visto que o Superintendência estava
em gozo de férias no período da coleta, sendo substituído pelo Gerente de Patrimônio e
Suprimentos.
Após a escolha, foi atribuído um código para cada entrevistado e verificou-se o perfil
destes quanto tempo de universidade, tempo no cargo atual e os outros cargos de gestão que já
ocuparam. O Quadro 10 ilustra os gestores selecionados para entrevistas da etapa 4.
Quadro 10 – Perfil dos entrevistados para análise de modelo teórico
Código Cargo Duração da Entrevista
UA1 Diretor 35 min 52s
UA2 Diretor Não se aplica
UA3 Vice-Diretor 50 min 45s
UA4 Diretor 1h 15 min 49s
UA5 Diretor 34 min 12s
UA6 Diretor 19 min 20s
G1 Gerente de Patrimônio e
Suprimento 1h 2min 44s
G2 Coordenador do Curso de
Graduação 39 min 39s
Fonte: Dados da pesquisa
Em ambas as etapas, as entrevistas foram realizadas pessoalmente, gravadas mediante
autorização do entrevistado, e posteriormente transcritas para auxiliar a análise dos dados. As
entrevistas da terceira etapa ocorreram nos meses de novembro e dezembro de 2016, enquanto
as da quarta etapa, em janeiro de 2017.
59
Registra-se que o entrevistado “UA2” preferiu responder as perguntas do roteiro sozinho
em um momento posterior. Neste caso, foi entregue uma cópia do roteiro de entrevista ao gestor
e foi feita uma explicação da pesquisa e do roteiro para que o mesmo pudesse responder
corretamente. No entanto, algumas de suas respostas precisaram ser descartadas por não
corresponderem ao que estava sendo perguntado. Ainda assim, constatou-se que não seria
necessário repor o sujeito de pesquisa.
3.4 - Instrumentos de Coleta de Dados
Os instrumentos de coleta de dados foram separados de acordo com a técnica utilizada.
a) Instrumento para a Análise Documental: os relatórios citados na técnica
documental foram coletados no portal da universidade, enquanto as legislações em portais de
domínio público. Foram ainda realizadas consultas por meio de canais de informação ao cliente
internos e externos, atendendo aos termos da Lei de Acesso à Informação (Lei n°12.527/11),
para substanciar os dados coletados nas entrevistas e documentos. O Quadro 11 aponta as
consultas realizadas.
Quadro 11 – Lista de consultas públicas
Identificação Canal Utilizado Objetivo
23480.002763/2017-91 Sistema Eletrônico do Serviço de
Informação ao Cidadão (e-SIC)
Consultar o critério de distribuição de
recursos para as Unidades Acadêmicas
utilizados pela UFAL.
34042 Central de Atendimento do
NTI/UFAL
Analisar quais dados podem ser extraídos
pelos gestores (coordenadores/diretores) e
alunos por meio do sistema acadêmico (sie
web), e verificar se o sistema permite algum
tipo de contato direto entre
professores/gestores com os alunos.
33453 Central de Atendimento do
NTI/UFAL
Solicitar o quantitativo de alunos por unidade
com matrícula ativa no ano de 2016.
Fonte: Dados da pesquisa
b) Instrumento para as Entrevista: como instrumento de coleta para as entrevistas das
etapas 3 e 4 foi adotado um roteiro estruturado com perguntas abertas, aplicados pessoalmente
com os gestores selecionados. Na etapa 3 o instrumento teve como objetivo mapear a cadeia de
suprimento de ensino (Apêndice 1). Foi apresentado aos entrevistados um esboço da cadeia de
suprimento de ensino da UFAL com base na análise de documentos a fim de que eles pudessem
acrescentar, retirar ou redistribuir os membros listados anteriormente.
60
Já na etapa 4, o roteiro foi utilizado para: i) verificar o perfil dos entrevistados; ii) validar
a cadeia de suprimento de ensino; iii) analisar o processo de gestão da cadeia com base no
modelo teórico. Primeiramente foi questionado aos respondentes o cargo que ocupam, tempo
de universidade e tempo no cargo que ocupam. Em seguida, buscou-se validar a cadeia de
suprimento de ensino da UFAL com o objetivo de ratificar sua estrutura, seus membros-chave,
nível de integração dos processos, além de outros dados que possam ser significantes para o
objetivo da pesquisa (HILSDORF; ROTONDARO; PIRES, 2009). Nesse momento, os
entrevistados da etapa 4 sublinharam se haveria necessidade de acrescentar, retirar ou
redistribuir os membros apontados na etapa anterior. Por fim, para exame do modelo teórico,
foi apresentado um breve conceito sobre os processos do modelo teórico de Ellram, Tate e
Billington (2004) e questionado sobre as ações desenvolvidas nas unidades.
3.5 Técnicas de Análise de Dados
Após a coleta, optou-se pela técnica de análise de conteúdo para tratamento dos dados.
Collis e Hussey (2005) descreveu a técnica como uma maneira de converter sistematicamente
texto em variáveis numéricas através da qualificação de unidades de código pré-construídas
pelo pesquisador. Dessa forma, o estudo baseou-se nas fases demonstradas por Bardin (2010)
a fim de constatar perspectivas a respeito do construto advindas da sistematização das
informações colhidas nas entrevistas, documentos e consultas públicas.
As fases citadas por Bardin são:
Quadro 12 – Fases da análise dos resultados
Fase Definição Constitutiva (DC) Definição Operacional (DO)
Pré-análise
Corresponde a uma leitura
flutuante das entrevistas transcritas
e demais documentos para
apreender a respeito da relevância
dos dados/documentos coletados e
seleção daqueles que serão
utilizados nas demais fases da
análise.
Primeiramente foi feita a
transcrição das entrevistas dos
gestores e a coleta dos documentos
de gestão e legislações. A seguir,
uma leitura para apreender as
informações que seriam pertinentes
para analisar o modelo teórico do
estudo.
Exploração do material
Trata-se de uma releitura do
material selecionado para definição
de categorias (sistemas de
codificação) e das unidades de
registro (unidade de significação
para contagem de frequência).
Com base em uma leitura mais
aprofundada foram criadas
categorias para cada processo do
modelo teórico. As categorias
foram ainda distribuídas ao longo
de três grupos: descrição das
atividades, dificuldades
identificadas, soluções apontadas.
61
Tratamento dos resultados
Fase em que são realizadas as
interpretações e inferências dos
dados.
Foram realizadas as interpretações
e inferências com base na
triangulação dos dados das
entrevistas, documentos e
consultas públicas.
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme aponta o Quadro 12, na fase de exploração do material os dados coletados
foram distribuídos nas categorias criadas com base na compilação por afinidade dos assuntos
dos relatos. Dessa forma, cada processo (fluxo de informação, gestão da capacidade, gestão da
demanda, gestão de relacionamento com cliente, gestão de relacionamento com fornecedor,
gestão da entrega do serviço e gestão de fluxo de caixa), foram divididos em três grupos
(descrição das atividades, dificuldades identificadas, soluções apontadas) e posteriormente
categorizados a fim de facilitar as interpretações e inferências. Ressalta-se que o grupo das
soluções apontadas é fruto dos relatos dos entrevistados, e não das conclusões do trabalho.
62
4. RESULTADOS
Na presente seção serão apresentados os resultados da pesquisa, divididos em duas
subseções. A primeira descreverá o mapeamento da Cadeia de Suprimento de Ensino da UFAL.
A seguinte examinará os processos de Gestão da Cadeia de Suprimentos de Serviços (GCSS)
com bases nos documentos oficiais da universidade, consultas públicas e entrevistas realizadas
com gestores da instituição.
4.1 Cadeia de Ensino da UFAL
O mapeamento da Cadeia de Ensino da UFAL foi também subdividido em etapas para
permitir uma maior confiabilidade dos resultados que serão apresentados. A primeira etapa
consiste em uma distribuição dos membros da cadeia com base em dados contidos em
documentos oficiais. Na sequência, será apresentada uma atualização dos membros baseado em
entrevistas com gestores. Por fim, a partir de novas entrevistas, será apontada a validação da
cadeia.
4.1.1 Etapa 1 – Análise de Documentos
A primeira etapa do mapeamento teve como fundamento a análise dos documentos da
própria instituição, em especial o Relatório de Gestão de 2015, a fim de identificar os membros
envolvidos na prestação serviço “ensino”.
O Relatório de Gestão é o documento em que são apresentados os aspectos mais
significantes da gestão acadêmica e administrativa da UFAL, buscando, quando possível,
examinar o comportamento evolutivo das variáveis consideradas estratégicas no desempenho
de sua atuação formal (UFAL, 2015).
O documento em questão traz uma subdivisão do Macroprocesso Finalístico Ensino,
detalhando todos os macroprocessos envolvidos e suas respectivas descrições, produtos e
serviços, principais clientes, e subunidades responsáveis, conforme ilustra o Anexo 2.
Com base na análise das informações do Anexo 2, as subunidades responsáveis e
principais clientes foram distribuídos, sendo assim possível apontar um primeiro esboço da
cadeia e de seus membros. Destaca-se que os membros ilustrados se referem, quase em sua
63
totalidade, à Cadeia Interna da instituição. A Figura 8 ilustra o esboço com base na análise de
documentos.
Figura 8 – Esboço de Cadeia de Ensino
Fonte: Dados da pesquisa
Neste esboço inicial não foram incluídos e/ou retirados nenhum órgão ou setor que não
tenha sido citado no documento referência. Assim, como o relatório não indicava fornecedores
específicos ao macroprocesso ensino, não foi possível demonstrá-los nesta etapa.
A distribuição dos órgãos foi feita de acordo com a nomenclatura apresentada na
estrutura organizacional da UFAL (Anexo 1). Percebe-se inclusive, que muitos órgãos que
constam na estrutura organizacional não foram citados nas ações do macroprocesso finalístico
ensino. A seguir um detalhamento dos membros e dos respectivos grupos as quais foram
distribuídos:
a) Órgãos Externos: representam parceiros externos que apoiam na prestação do serviço.
São eles: Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE),
Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL), Instituto Federal
de Alagoas (IFAL), Secretaria Estadual de Saúde (SESAU), Secretaria Municipal de
Saúde (SMS);
b) Pró-reitorias: correspondem às demais pró-reitorias ligadas indiretamente ao ensino.
São elas: Pró-reitoria de Gestão Institucional (PROGINST), Coordenação de
64
Planejamento, Avaliação e Informação (CPAI/PROGINST); Setor de Capacitação da
Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (CAPACITAÇÃO/PROGEP);
c) Órgãos especiais: são órgãos de apoio para assuntos especiais, representado pela
Procuradoria Geral Federal (PGF);
d) Órgãos de Assessoria: órgãos e setores para assessoramentos diversos com poder de
delegação. São eles: Colegiado de Cursos, Núcleo Docente Estruturante (NDE) e Fórum
dos Colegiados;
e) Gestão do Ensino: principais órgãos e setores identificados como os responsáveis pelo
gerenciamento do ensino na universidade. São eles: Coordenação dos Cursos de
Graduação da Pró-reitoria de Graduação (CCD/PROGRAD), Pró-reitoria de Graduação,
Coordenação de Desenvolvimento Pedagógico (CDP/PROGRAD), Gestão de Estágios
Curriculares (GEST/PROGRAD), Unidades Acadêmicas (UA);
f) Gestão: órgãos máximos de gestão da universidade representados pelo Gabinete do
Reitor e Gabinete do Vice-Reitor;
g) Órgãos de Apoio Acadêmico: são responsáveis pelo apoio às atividades acadêmicas
realizadas na instituição. Dentre eles listou-se a Biblioteca.
h) Órgãos de Apoio Administrativo: fornecem suporte administrativo na prestação do
serviço. São eles: Superintendência de Infraestrutura (SINFRA), Núcleo de Tecnologia
da Informação (NTI), Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA);
i) Clientes: correspondem aos beneficiados com a produção do ensino. São eles: Escolas
da Rede Básica Fundamental, Comunidade Internacional, Comunidade Interna,
Comunidade Externa, Comunidade SUS, Ministério da Educação (MEC), Docentes,
PROGEP e UA’s.
Ao término da etapa de mapeamento com base na análise de documentos, o esboço
passou à segunda etapa para confrontar os dados da cadeia sob o ponto de vista de gestores da
universidade.
4.1.2 Etapa 2 – Entrevistas
A segunda etapa teve como fundamento os relatos das entrevistas com gestores lotados
em unidades diretamente ligadas ao macroprocesso finalístico ensino. Por se tratar de uma
continuidade da etapa anterior, foi apresentado aos entrevistados o esboço da cadeia feito com
65
base na análise de documentos, a fim de que pudessem acrescentar, retirar ou modificar
membros da cadeia de ensino da UFAL. Nesta etapa foi possível avançar a estruturação da
Cadeia Interna da instituição, bem como sua Cadeia Intermediária.
Os dados coletados permitiram um novo esboço, como demonstra Figura 9.
Figura 9 – Esboço de Cadeia de Ensino Após Entrevistas
Fonte: Dados da pesquisa
Diante do esboço apresentado na Figura 9, percebe-se uma variação no número de
membros ao longo de toda cadeia, que levou a necessidade inicial de renomear os grupos para
que os membros fossem redistribuídos conforme indicação dos gestores entrevistados. As
mudanças apontadas pelos gestores estão descritas abaixo:
a) Regulamentação e Controle Externo: Partindo do ambiente externo o primeiro grupo
foi o de regulamentação e controle externo. Posteriormente, foi indicada a inserção do
membro “Controladoria Geral da União” (CGU) e mudança do “Ministério da
Educação” (MEC) de cliente para o grupo de regulamentação.
b) Apoio Externo: a presente classe reúne os membros externos que contribuem para a
formação do ensino. Eles foram agrupados de acordo com a função que exercem, apoio
ao estágio ou outras instituições de ensino. Os órgãos de apoio ao estágio correspondem
às instituições que direcionam estudantes ao estágio (IEL, CIEE) e aquelas onde
realizam o estágio (Secretarias estaduais e municipais e demais órgãos públicos). Outro
membro externo está descrito como “Instituições de Ensino Superior (IES)”. Estes
66
representam as demais instituições de ensino superior com quem a universidade exerce
algum tipo de parceria.
c) Produção: tanto na análise de documento como nas entrevistas constatou-se a
PROGRAD como principal gestor do ensino de graduação na universidade, bem como
as UA’s como as principais unidades de produção. Nesta etapa verificou-se a
importância da Superintendência de Infraestrutura (SINFRA) para o processo produtivo,
visto que, apesar de ser um setor de execução, estabelece as principais relações com
fornecedores externos. Assim, deixou de ser um membro de apoio para entrar no
membro da produção.
d) Regulamentação e Controle Interno: este grupo surgiu com a reordenação dos órgãos
de assessoria, órgãos especiais, pró-reitorias e gestão. Constatou-se que todos os órgãos
e setores antes descritos tinham papel fundamental para o andamento da universidade,
mas poderiam ser reorganizados e representados de forma mais enxuta. O que antes era
o grupo gestão (gabinete reitor e vice-reitor) adotou postura de membro. Da mesma
forma as pró-reitorias, que, segundo os gestores, deveriam estar em sua totalidade, não
somente as citadas anteriormente. Já os órgãos de assessoria passaram a ser
representados unicamente por um de seus conselhos superiores, o CONSUNI.
e) Apoio Interno: os setores de apoio administrativo e apoio acadêmico foram reunidos
em um grupo único de apoio interno. Os gestores também apontaram a necessidade de
incluir setores não descritos na fase anterior, como o Restaurante Universitário (RU) e
a Residência Universitária (RUA).
f) Clientes: os clientes identificados anteriormente foram agrupados em três grandes
classes (sociedade, alunos e instituições). Estas conseguem abranger, segundo os
entrevistados, todos os clientes e beneficiados pelo serviço prestado pela universidade.
Cabe um destaque especial ao cliente “aluno”, visto que ele pode ser visto tanto como
cliente, como exposto neste estudo, mas também como uma matéria-prima do processo
de produção que resultara no produto “graduando”, conforme descreveu Habib e
Jungthirapanich (2009,2010). No entanto, pelo atual estudo ter um foco mais voltado
para prestação do serviço, optou-se manter os alunos na condição de clientes do serviço
ofertado pela universidade.
67
g) Fornecedores: na análise de documentos não foi possível localizar membros para o
grupo fornecedor. Diante dos dados coletados junto ao gestor da SINFRA, identificou-
se uma série de fornecedores, que foram agrupados nas seguintes categorias:
Serviços: representam empresas que prestam variados serviços à universidade,
dentre eles: limpeza e conservação, vigilância, manutenção predial, coleta de
resíduos de laboratório, telefonia, reprografia e transporte (abastecimento e
manutenção);
Material: são formadas por instituições que fornecem materiais de consumo,
permanente e de laboratório;
Infraestrutura: correspondem às empresas que realizam obras e serviços
estruturais à UFAL. Convém destacar que a contratação dos membros está
fundamentada na Lei nº 8.666/90 e Lei nº 10.520/02.
Pessoas: tais membros são formados por instituições que fornecem o corpo
docente e técnico da universidade. Estes, não possuem ligação direta com a
SINFRA, mas sim com a Pró-reitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP). Também
não representam inputs contínuo, visto que à medida que entram para o sistema,
permanecem. Ou seja, não são entradas constantes para a prestação do serviço,
assim ao ingressarem na universidade já são inseridos na “produção”.
4.1.3 Etapa 3 – Validação Final
A terceira etapa do mapeamento buscou ampliar o número de entrevistados e garantir a
validação dos dados apresentados nas etapas anteriores. A Figura 10 ilustra a estrutura final da
Cadeia de Suprimento de Educação da UFAL.
68
Figura 10 – Cadeia de Suprimento de Ensino da UFAL
Fonte: Dados da pesquisa
Com base nos novos apontamentos, todos os membros já listados na estrutura anterior
foram confirmados como participantes do processo de produção do ensino. Os respondentes
também assinalaram positivamente a distribuição dos membros quanto à sua atuação na cadeia
(grupos).
Os relatos dos entrevistados sublinharam ainda a necessidade de inclusão do membro
“Advocacia Geral da União (AGU)” no grupo de regulamentação e controle externo. Da mesma
forma, o membro “Ouvidoria” foi inserido no grupo de regulamentação e controle interno. Por
fim, o “CONSUNI” foi ampliado para “CONSELHOS”, para garantir a participação de outros
comitês antes não apontados, como a Câmara Acadêmica da universidade. Esta, que tem
participação direta na deliberação sobre a oferta de novos cursos de graduação.
Percebe-se ao final do mapeamento que os membros identificados se concentraram na
Cadeia Interna e Intermediária da UFAL, não sendo evidenciados outros membros nos fluxos
upstream e downstream que permitissem maior conhecimento sobre a estrutura horizontal da
Cadeia Total com mais níveis. No entanto, como o presente estudo analisará os processos de
GCSS de Ensino com base na visão dos gestores internos (grupo produção), a cadeia
apresentada se mostra suficiente.
69
4.2 Análise dos Processos de Gestão da Cadeia de Serviço da UFAL
Nesta subseção será apresentada a análise dos processos de Gestão de Cadeia de
Suprimento com base em dados provenientes de documentos oficiais da universidade, consultas
públicas e entrevistas com gestores. Os documentos usados estão disponíveis no portal da
instituição. Para consultas, foram utilizados os canais internos disponíveis, bem como o sistema
eletrônico do serviço de informação ao cidadão. Quanto as entrevistas, foram selecionados seis
diretores de unidades acadêmicas (UA1, UA2, UA3, UA4, UA5, UA6), um coordenador de
setor ligado à gestão do ensino (G1), e um coordenador do setor de suprimentos da universidade
(G2).
Por meio dos excertos buscou-se: i) descrever as atividades desenvolvidas pela UFAL
relacionadas a cada processo; ii) identificar as dificuldades envolvidas na gestão e operação do
processo; e iii) demonstrar soluções apontadas pelos entrevistados. Os relatos que enunciam as
descrições, dificuldades e soluções foram categorizados a fim de facilitar as interpretações e
inferências.
Ao final da análise de cada processo foi apontado um quadro com uma síntese dos dados
observados.
4.2.1 (P1) Fluxo de Informação
O primeiro processo trata do fluxo de informação entre os membros da cadeia e este tem
como objetivo substanciá-los com dados pertinentes à prestação do serviço. Tais informações
são indispensáveis para esclarecer expectativas entre os membros da cadeia, analisar o processo
produtivo, identificar demandas e registrar feedbacks.
4.2.1.1 Descrição das Atividades
O estudo constatou que a universidade dispõe de um número significativo de canais
voltados ao compartilhamento de informação ao longo de todo processo produtivo de sua CS.
Os apontamentos dos entrevistados enunciaram ainda que o fluxo está distribuído por meio de
quatro grupos:
70
a) Virtual: nesse grupo a informação é transmitida por intermédio de canais digitais como
sistemas, portal, e-mail, telefone e aplicativos de mensagens;
b) Físico: comunicação estabelecida por memorandos e outros documentos oficiais;
c) Por Representação: observa-se a presença de representantes na transmissão da
informação. Essa representação pode ser institucional, como a Assessoria de
Comunicação (ASCOM), ou acadêmica, como o exemplo do Centro Acadêmico (CA).
d) Pessoalmente: representado por contatos pessoais e diretos entre membros.
No que se refere ao fluxo virtual, observou-se uma participação expressiva de sistemas
informatizados para suporte das atividades administrativas e acadêmicas.
No âmbito administrativo, os gestores sublinharam que o Sistema Integrado de
Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC) corresponde ao meio para inserção e
acompanhamento de informações e demandas, principalmente no que se refere a insumos
necessários a prestação do ensino, conforme aponta o relato:
UA1: “Basicamente toda parte burocrática de informação, ou seja, parte
administrativa, é feita através de sistemas de automação que nós temos na
universidade [...] então nesse sistema nós disponibilizamos nossas demandas por
equipamentos, materiais de consumo, e todos os demais insumos que precisamos para
operar e aí as empresas recebem informação pela internet através deste sistema de
informação”.
Os apontamentos dos entrevistados quanto à funcionalidade do SIPAC corroboram com
o que propõe o manual do sistema formulado pela instituição1. Segundo o documento, o sistema
gerencia, dentre outras ações: as requisições de material, prestações de serviços por pessoa
física e jurídica, suprimento de fundos, almoxarifados, controle patrimonial, compras e
licitações, acompanhamento de entrega de empenhos, controle de obras e manutenções de bens
imóveis, aquisição de exemplares pela biblioteca, faturas de água e energia, controle dos
contratos e convênios celebrados, fluxo de processos e documentos eletrônicos, registro e
pagamento de bolsistas, acompanhamento das despesas com automóveis e combustíveis.
Constatou-se ainda que, por tratar de demandas administrativas, o SIPAC possui relação
direta com fluxo da cadeia interna (fluxo entre membros internos) e também com o fluxo no
sentido downstream da cadeia. Este expressa o contato e demandas direcionadas a fornecedores,
no entanto, foi apontado que esse contato direto entre UA’s e fornecedor é esporádico, pois boa
parte da relação da universidade com seus fornecedores é intermediada pela SINFRA, setor
1 Manual de Sistemas da UFAL disponível no site < https://sistemas.ufal.br/confluence/display/doku/SIPAC>
71
responsável por executar todo processo de compras e gestão de contratos. Dessa forma,
registrou-se que a relação direta entre UA’s e fornecedores limita-se ao instante do recebimento
de material ou serviços. Ademais, existe ainda o contato indireto que se estabelece quando a
UA insere via sistema demandas por serviços ou materiais. No entanto, este também é mediado
pela SINFRA, que recebe a demanda da unidade e encaminha o pedido ao fornecedor.
UA4: “[...]quando você pensa nos fornecedores de uma maneira geral, hoje a gente
está todo inserido nos sistemas, tem até agora esse último que é o memorando
eletrônico. Então todo fluxo de informação hoje está via sistemas informatizados para
o pessoal que estamos denominando fornecedores”.
[Sobre solicitações à Sinfra] G1: “No caso de aquisição a gente só tem uma porta de
entrada que é a requisição no SIPAC, essa requisição vai requerer a definição dos
itens, especificação, cotação, justificativa da contratação; tudo isso é que vai se
materializar em uma requisição que se coloca o sistema e vem para gente”.
UA3: “Porque normalmente os fornecedores quem recebe é a SINFRA [...] nosso
contato com fornecedor é esporádico”.
No que diz respeito aos sistemas direcionados ao fluxo acadêmico, foi consenso entre
os entrevistados a utilização do Sistema Acadêmico “SIE WEB”. No entanto, a Coordenadora
de Cursos de Graduação sublinhou que o sistema acadêmico utilizado pela universidade está
em processo de transição para um novo, o Sistema Integrado de Gestão das Atividades
Acadêmicas (SIGAA). A gestora apontou que este possibilitará, dentre outras funcionalidades,
o contato direto com alunos por meio de mensagem, função não disponível no sistema atual.
Outro canal eletrônico evidenciado pelos entrevistados foi o e-mail. Na universidade,
cada servidor, seja ele técnico ou docente, dispõe de um e-mail institucional fornecido pela
UFAL, além do seu e-mail pessoal. Através desse e-mail, informações oficiais são divulgadas
e mensagens automáticas dos sistemas são enviadas para acompanhamento de demandas. Por
se tratar de um canal com amplo acesso, os gestores arrolaram a preocupação de disponibilizar
informação por meio do canal como forma de atingir o maior número de destinatários em um
curto espaço de tempo. Os excertos abaixo registram tal preocupação ao tratar do fluxo com
alunos e coordenadores.
UA4: “A gente solicita que qualquer coisa que afete a vida do usuário temos o cuidado
de tentar colocar na lista de e-mail e enviar para todos, mesmo os alunos. Os
coordenadores têm esse compromisso, qualquer coisa que a gente altere ou que
estejamos discutindo, todos os alunos sejam informados por e-mail a respeito disso”.
72
[Sobre contato da Prograd com coordenadores] G1: “Então, no ano que passou,
2016, nós estipulamos o que chamamos de e-mail institucional, então não é o e-mail
do coordenador, é o e-mail da coordenação, então a nossa comunicação hoje toda é
primeiro pelo e-mail da coordenação [...] como temos muitos coordenadores, esse e-
mail da coordenação, que é e-mail de grupo, está “linkado” ao e-mail pessoal do
coordenador, então a gente faz essa comunicação via e-mail de coordenação [...] Então
é isso, nosso fluxo de informações é feito primeiramente pelo e-mail institucional da
coordenação que está “linkado” ao e-mail pessoal dos coordenadores”.
Ainda relacionado ao fluxo virtual, relatos descrevem também a utilização de telefone
e aplicativos de mensagens quando o fluxo não exige um procedimento formal. Dessa forma,
busca-se uma maior celeridade na transmissão da informação entre os membros.
Os dados oriundos das entrevistas evidenciaram também o alcance obtido por meio dos
portais institucionais para contato com público interno e externo. No portal da universidade e
das unidades acadêmicas constam informações sobre as principais atividades desenvolvidas
pela instituição, dados acerca de sua estrutura acadêmica e administrativa, além de links
direcionando para outras plataformas, como a do SISU. No entanto, embora registrem a
utilização do portal como importante forma de comunicação, os gestores arrolaram dificuldades
para mantê-los atualizados conforme registros sublinhados a seguir na subseção de
dificuldades.
Além do fluxo virtual, documentos oficiais também foram apontados como forma de
comunicação por parte dos gestores (fluxo físico). Por se tratar de uma instituição pública, os
documentos oficiais seguem o padrão estabelecido pelo Manual de Redação da Presidência da
República. Os apontamentos registraram o memorando físico como documento essencial para
operacionalização do fluxo.
O fluxo por representação foi enunciado ao tratar da relação com os clientes, mais
especificamente os externos à instituição. Nesse ponto, os entrevistados sublinharam a
necessidade de alinhar a informação às políticas pré-estabelecidas pela universidade como
forma de padronizar a fala e não gerar ruídos no fluxo. Quanto ao cliente interno, registou-se a
acessibilidade disponibilizada pelas unidades acadêmicas aos representantes estudantis do CA.
[Sobre canais direto com a sociedade] UA4: “Nós nos alinhamos porque aí é uma
questão de política institucional, a gente a muito tempo não tem tido, e eu sou
concordante dessa linha de pensamento, porque como é uma linha de fala
institucional, normalmente a gente procura a ASCOM para fazer essa fala mais
padronizada e de certa forma não haver nenhum problema de erro de comunicação
com a sociedade em função que a gente não sabia uma ou outra política. Então a gente
procura as instâncias superiores, a gestão central, em especial a Assessoria de
Comunicação para fazer esse atendimento do fluxo da informação em si”.
73
UA1: “A gente procura divulgar via Assessoria de Comunicação da Universidade, que
é uma forma de passar para a comunidade externa todas as informações aos
interessados no curso e optar por tal”.
Por fim, o fluxo pessoal foi arrolado tanto na relação com clientes externos, quando a
UFAL participa ou promove feiras e palestras educativas, quanto na relação com os clientes
internos (estudantes) por meio do contato diário. Outro momento apontado refere-se ao contato
com alunos ingressantes. O entrevistado G1 evidenciou os principais setores envolvidos e as
ações que buscam inserir os alunos no ambiente da universidade, destacando a participação da
Comissão Permanente de Vestibular (COPEVE), pró-reitorias e gestão central. Tais ações
podem ser observadas nos excertos a seguir.
G1: O contato inicial é feito através da COPEVE para confirmação de dados, depois
a recepção de documentos e direcionamento do aluno para o curso naquela primeira
semana de aula onde a PROGRAD se envolve junto com a PROEST e as próprias
coordenações de curso na recepção do que se chama de “feras”, os alunos
ingressantes. Aí se fala, se apresenta a reitora, se apresenta pró-reitoras, se colocam
alguns movimentos dentro da universidade. Não dá para falar tudo porque é um dia,
duas horas três que eles ficam conosco.
G1: “Então depois essa responsabilidade é com a coordenação do curso, esses
desdobramentos de falar as regras da universidade, projeto pedagógico do curso,
matriz curricular, isso é responsabilidade da coordenação do curso que o aluno
escolheu para fazer”.
4.2.1.2 Dificuldades Identificadas
Apesar dos dados sublinharem a relevância dos canais estabelecidos na instituição, os
gestores arrolaram algumas dificuldades na gestão do processo “Fluxo de Informação”. Com
base nas exposições, elas foram classificadas em quatro categorias: i) carência de pessoal; ii)
informalidade; iii) processos internos insuficientes; e iv) comunicação ineficiente.
Os gestores enunciaram a carência de pessoal como um fator de entrave para
gerenciamento do fluxo em alguns canais. Dentre os apontados está manutenção dos portais
institucionais. Segundo relatos de grande parte dos diretores, as unidades não dispõem de um
servidor que mantenha as informações do site atualizadas. Dessa forma, observa-se que o canal
funciona de forma descontinuada, ficando, em alguns casos, mais de um mês sem manutenção,
conforme relato a seguir.
74
Sobre alimentar o portal] UA1: “Sim, é alimentado. Normalmente fazemos isso uma
vez ao mês, por conta, entre outros fatores, da carência de pessoal para fazer isso
diariamente, ou na melhor das hipóteses semanalmente. Mas às vezes a gente leva
mais de um mês para fazer essa atualização justamente por essa carência de pessoal
técnico-administrativo”.
No tocante a necessidade de pessoal, registrou-se ainda uma limitação na habilidade
administrativa para ações que carecem de maior conhecimento técnico, como a gestão do fluxo
de informação durante o processo de compra por parte das unidades, o que compromete a
inserção dos inputs nas solicitações de compra, e consequentemente todos os procedimentos
subsequentes.
Outra dificuldade evidenciada refere-se ao grau de informalidade na relação entre os
membros da cadeia, o que dificulta o acesso e disseminação de informações precisas. Tal fato
deve-se à utilização de canais informais para estabelecer comunicação entre membros. Como
exemplo foram citadas as ligações informais, mensagens de textos por aplicativo e e-mails
pessoais. Os entrevistados inscreveram ainda que utilização de canais informais busca reparar
a comunicação ineficaz e a impossibilidade de comunicação imediata fornecidas pelos canais
formais.
Outro fator relatado refere-se aos procedimentos internos da universidade. Tais
procedimentos se mostraram insuficientes para garantir o fluxo contínuo e correto de
informação ao longo do fornecimento do serviço e suas atividades de suporte. Os relatos
apontaram os procedimentos que envolvem o fluxo de compras de suprimentos das unidades
acadêmicas como o ponto mais crítico.
Nomeou-se similarmente como dificuldade, a ineficiência da comunicação entre atores.
Os excertos registraram alguns problemas no fluxo de canais formais. Como exemplo, listou-
se o tempo de resposta prolongado em demandas por e-mail, memorandos e telefones
institucionais; a rotatividade de pessoal em cargos que exigem conhecimento, o que também
distendem demandas; a subutilização dos portais e murais por parte dos clientes.
Conforme apontado por Ellram, Tate e Billington (2004), o processo fluxo de
informação é essencial à operacionalização cadeia como um todo. Assim, as dificuldades
apontadas representam fator impeditivo não só para o processo em análise, como para gestão
de toda cadeia.
75
4.2.1.3 Soluções Apontadas
Ainda por meio dos apontamentos dos entrevistados foram registradas soluções para
otimizar a gestão do fluxo de informação na universidade, a listar: i) formulários eletrônicos;
ii) canal direto formal; iii) comunidade de prática.
Constatou-se que um dos entraves para fluxo de informação entre os membros da cadeia
é morosidade ou ausência de respostas mediante solicitações por e-mail. Assim, verificou-se
que algumas unidades já fazem uso de formulários eletrônicos para aumentar o número e a
celeridade das respostas demandadas. No entanto, trata-se de uma ferramenta institucional que
nem todas as unidades utilizam por estar vinculada ao conhecimento técnico dos seus servidores
e gestores.
Do mesmo modo, foi apontada a necessidade de um canal formal que permita contato
direto do professor com aluno. Conforme demonstrado anteriormente, o sistema acadêmico SIE
WEB é o principal canal para transmissão de informações acadêmicas do professor ao aluno,
entretanto, não permite contato direto entre tais membros. Ainda segundo registros anteriores,
um novo sistema acadêmico está em fase de implantação e permitirá este fluxo direto,
solucionando o problema destacado. Outrossim, embora não tenha sido registrado na fala dos
gestores, um canal já disponível que permite o contato direto com aluno é o ambiente virtual de
aprendizagem (AVA), quando usado como suporte à disciplina que está sendo ministrada. No
entanto, apesar do AVA ser uma ferramenta formal da universidade, usada principalmente nos
cursos a distância, sua aplicação às disciplinas presenciais é facultativa a cada docente.
Por fim, verificou-se a sugestão da Comunidade de Prática, grupo virtual para
compartilhamento de informações entre os Agentes SINFRA. Este grupo chegou a ser
implantado na universidade, mas ficou obsoleto após a redução do orçamento, e
consequentemente do volume de compras. No entanto, percebe-se que a manutenção das
Comunidades de Prática tornará mais célere o ato de sanar dúvidas e a disposição de orientações
para os procedimentos internos que se mostrarem como gargalos na gestão de compras. Além
disto, permitirá o armazenamento de informações, garantindo que o conhecimento não perca ao
longo da rotatividade de gestores e servidores.
O Quadro 13 apresenta um resumo dos aspectos levantados para o processo Fluxo de
Informação.
76
Quadro 13 – Resultados (P1) Fluxo de Informação
Categorias Subcategorias Definição
Descrição
Virtual Fluxo constituído por canais eletrônicos.
Físico Comunicação estabelecida por memorandos e outros documentos
oficiais
Por Representação Informação transmitida por intermédio de representantes oficiais.
Pessoal Representa o contato pessoal.
Dificuldades
Carência de Pessoal
O número insuficiente de servidores impossibilita a manutenção de
canais de informação e a execução de procedimentos que necessitam de
conhecimentos técnicos específicos.
Informalidade Alta utilização de canais informais para estabelecer comunicação entre
membros.
Procedimentos Internos
Insuficientes
Os procedimentos internos se mostraram insuficientes para garantir o
fluxo contínuo e correto de informação ao longo do da prestação do
serviço.
Comunicação
Ineficiente
Os canais de informação formais subutilizados ou operando de forma
descontinuada.
Soluções
Formulários Eletrônicos Utilizados para otimizar o quantitativo e celeridade da informação.
Canal Direto Formal Institucionalização de canais formais para contato direto com aluno.
Comunidade de Prática Ambiente virtual voltado para troca e armazenamento de informação
entre Agentes SINFRA.
Fonte: Dados da pesquisa
4.2.2 (P2) Gestão da Capacidade
O presente processo tem como objetivo mensurar a capacidade de produção do ensino
com base nos elementos necessários para prestação do serviço por parte da universidade, bem
como apontar como é feita a gestão desses elementos.
4.2.2.1 Descrição das Atividades
Por meio dos relatos foi possível observar que a universidade dispõe de uma série de
elementos que precisam ser geridos e que estão diretamente ligados à capacidade de prestar
seus serviços. Os pontos enunciados foram:
a) Legislações: correspondem aos aspectos legais que a universidade e os cursos precisam
seguir para se tornar habilitados a prestar o serviço;
b) Quantitativo de docente: representa o número de docentes necessários para suprir os
cursos ofertados, com base ainda na qualificação mínima exigida pelas legislações
externas e internas;
c) Quantitativo de técnicos: refere-se ao número de servidores técnicos administrativos
e de laboratórios que auxiliam as atividades de ensino;
77
d) Material e infraestrutura: diz respeito à toda infraestrutura física e de material para
prover demandas das unidades e cursos.
No que se refere às legislações, inicialmente os gestores arrolaram que a universidade
está subordinada ao MEC e às diretrizes curriculares nacionais, tendo cada curso uma diretriz
curricular nacional específica a seguir.
Além das diretrizes nacionais, registrou-se uma outra série de legislações que norteiam
as atividades dos cursos direcionadas a questão ambiental, linguagem de libras, atendimento à
pessoa com necessidade especial, acessibilidade, étnico-racial, compromisso com
afrodescendentes, com o indígena, entre outros pontos.
Os apontamentos demonstraram ainda que o atendimento às orientações legais deve
estar explicitado no Projeto Político Pedagógico do Curso (PPP). Estes que, segundo registro
da Coordenadora de Cursos de Graduação (CG/PROGRAD), deveriam ser revistos pelo
colegiado do curso com seu Núcleo Docente Estruturante (NDE), em média, de quatro a cinco
anos depois de implantado. Os dados sublinharam também a necessidade revisões periódicas
do PPP para atender a atualizações de legislação e novas demandas dos cursos.
Ao tratar das legislações e orientações gerais aos cursos, observou-se a participação da
PROGRAD como setor responsável por nortear e acompanhar as unidades no cumprimento das
imposições legais. Diante da importância em atender as vinculações legais e possuir um PPP
dentro dos padrões estipulados pela UFAL, a PROGRAD estruturou um instrumento para
auxiliar as UA´s nesse sentido.
G1: “Para a gente facilitar a vida dos coordenadores no ano passado nós construímos
o que a gente chamou de manual de organização do projeto pedagógico, então
adaptamos esse material, colocamos a sequência que o projeto pedagógico precisa ter,
colocamos as legislações mínimas que o projeto pedagógico tem que atender e
encaminhamos para todas as coordenações. Então a UFAL hoje tem um padrão de
projeto pedagógico, tanto em termos de sequência de organização geral, quanto em
termo de legitimação, atendendo as legislações nacionais primeiro, depois as locais,
as nossas resoluções. No manual já tem tudo isso explicadinho [...] está pronto e é um
produto importante que a PROGRAD elaborou para os cursos”.
No que concerne ao gerenciamento do quantitativo de docentes, os registros apontaram
que os colegiados dos cursos mensuram com um semestre de antecedência o número de
docentes necessários para o semestre seguinte. Com base nessa análise e no perfil das
disciplinas que constam no PPP, as unidades verificam a necessidade de demandar docentes de
outras unidades, quando se tratam de disciplinas da grade do curso ministradas por professores
78
de outras unidades, e se precisarão de remanejamento interno ou ainda novos concursos, no
caso de algum afastamento ou licença. Constata-se assim, que existe um fluxo contínuo de
prestação do serviço, e que o planejamento visa adequar o número de docentes e disciplinas de
acordo com a demanda do semestre. Essa demanda semestral pode variar de acordo com o
número de entradas de novas turmas e número de professores afastados, por exemplo. Da
mesma forma, aquelas unidades que ofertam cursos com aulas práticas, podem utilizar seus
laboratórios de maneira descontinuada, variando de acordo com a oferta da disciplina ou
disponibilidade de docentes e técnicos.
Ao serem questionados sobre o gerenciamento do quantitativo de técnicos, um dos
diretores destacou a utilização da Carta de Serviço ao Cidadão da UA, importante instrumento
que vem sendo implantado na universidade, e que permite o conhecimento mais detalhado do
fluxo de trabalho da unidade e consequentemente da necessidade de técnicos para auxiliar na
prestação do serviço.
Quanto à gestão de materiais os apontamentos demonstraram que as unidades fazem uso
do histórico de compras dos anos anteriores para estimar demandas futuras. No entanto, não
foram registradas ações voltadas ao acompanhamento do material que vem sendo utilizado ao
longo do ano. Ao tratar do quesito infraestrutura, um dos diretores enunciou a participação do
coordenador dos cursos como um dos atores importantes no diagnóstico de necessidades
estruturais.
UA1: “Então, nas nossas atividades de gestão acadêmica temos como principais atores
as coordenações de curso, então são elas que verificam as necessidades do curso,
carências, necessidade de ampliar laboratórios, verificar problemas estruturais nas
salas de aulas, consertar equipamentos, e aí eles repassam para a direção da unidade,
que irá buscar recursos para solucionar esses problemas”.
Ainda abordando o item material e infraestrutura, registrou-se a participação de recursos
advindos de projetos e editais externos como forma de promover melhorias estruturais às
unidades e abastecê-las com os materiais que precisam.
Por fim, foi sublinhado por um dos diretores a importância do planejamento prévio para
demandas de material e infraestrutura para que a escassez não afete a capacidade da unidade
fornecer o serviço. Este ressaltou que no serviço público as solicitações são executadas até o
mês de outubro, momento no qual o recurso que não foi utilizado é recolhido, o que justifica
uma programação anterior.
79
4.2.2.2 Dificuldades Identificadas
Esta subseção discorrerá sobre as dificuldades arroladas para gestão do processo
“Gestão da Capacidade”, com base nos apontamentos dos respondentes. Tais dificuldades
foram agrupadas em três categorias: i) carência de pessoal; ii) vinculação legal; e, iii) problemas
estruturais.
Assim como no processo “Fluxo de Informação”, a carência de pessoal foi registrada
como um dos entraves que afeta a capacidade de produção das UA’s. Ao tratar da necessidade
de docente, os entrevistados apontaram a existência de uma carga horária docente elevada, que
faz com que os cursos operem seu fluxo produtivo no limite da oferta acadêmica. Dentre as
ações paliativas para reverter tal realidade, listou-se a contratação de professores substitutos.
No entanto, conforme citado por um dos respondentes, mesmo com a contratação de docentes
substitutos a qualidade do ensino é comprometida.
UA4: “Você não pode trabalhar com um fluxo produtivo desse de oferta acadêmica
no seu limite, e o que a gente tem trabalhado nos últimos anos, no limite. Então não
pode acontecer nada, ninguém pode adoecer, ninguém pode pedir afastamento [...]
isso gera uma sobrecarga para algumas pessoas, e aí qualidade do ensino cai [...] e a
gente cria automaticamente uma insatisfação, tanto para o docente que vai participar
da oferta como o aluno que não terá o melhor professor para a disciplina”.
[Sobre levantamento sobre necessidade de pessoal] UA1: “Olha, nós fazemos, mas
não serve muito. Não serve por conta desse desmantelo que é a questão...eu diria que
existe um desequilíbrio muito grande em termos de necessidade de pessoal, e o que
de fato nós temos. Aqui surge eventualmente vagas para realização de concurso, o
governo vai e lança um concurso, mas para o professor que é ainda mais gritante
porque o professor atualmente, desde o ano passado, concurso é só se o professor se
aposentar, aí a vaga permanece, ou se ele falecer, mas não se abre vaga para professor
vaga nova em hipótese alguma desde o ano passado e não tem perspectiva futura. Aí
por isso que é esse monte de professores substitutos e diria que é uma situação
precária. Não vou questionar aqui a capacidade de conhecimento de cada um, mas é
precário porque, por exemplo, se você consegue um emprego lá fora você não vai
largar o emprego lá fora, você vem “pra cá”, assume como substituto porque tem suas
vantagens, você vai ter experiência no setor público, você vai crescer em termos de
conhecimento, mas sabe que em dois anos você não tem mais isso. Então não é a
mesma coisa do professor que é efetivo e que tem dedicação exclusiva e vai trabalhar
nos três eixos, porque substituto não é obrigado, é como se fosse um professor horista
e isso também reflete na qualidade do serviço que a universidade está prestando.”.
Ainda sobre a carência de docentes, foi destacado por um dos entrevistados que este é
um fator impeditivo para realizações de revisões do PPP a cada dois anos. Da mesma forma, os
respondestes evidenciaram as dificuldades para repor o quadro docente quando um dos
80
professores da unidade se afasta para qualificações fora da sede ou está gozando de alguma
licença.
Similarmente, foram elencados problemas resultantes da carência de técnicos. Os
gestores reafirmaram o ponto “sobrecarga” para tratar do acúmulo de atribuições que os
técnicos precisam desempenhar nas unidades por conta da limitação do número de servidores.
Em relação aos técnicos de laboratório, foi enunciada como consequência a subutilização de
equipamentos e laboratórios para ensino.
No que se refere a categoria “vinculação legal”, verificou-se na fala dos gestores as
dificuldades trazidas pela autonomia limitada da gestão da universidade, fruto da subordinação
às legislações e sobretudo da sujeição às diretrizes e políticas do governo federal, que interferem
diretamente na operacionalização dos objetivos e serviços dos demais órgãos federais, como é
o caso da UFAL.
Finalmente, ao tratar das adversidades que afetam a capacidade de produção da UFAL,
a matéria “problemas estruturais” figurou entre um dos mais listados. Foram arroladas
deficiências quanto à estrutura de sala de aula, climatização, serviços telefônicos, internet, entre
outros. Segundo excertos abaixo, tais problemas cresceram ao longo do tempo e trazem grandes
transtornos no apoio à prestação do serviço.
UA4: “Nós avaliamos que hoje toda gestão da capacidade de apoio está defasada para
a demanda da UFAL. A UFAL cresceu e a rede elétrica não cresceu junto [...] a própria
climatização, muitos espaços ocupados criou um problema de ventilação [...] a
universidade não conseguiu acompanhar essas coisas. A universidade não
acompanhou isso”.
UA4: “[...] mais recentemente eu estou muito preocupado com algumas coisas, porque
a gente tem tido alguns problemas no gerenciamento de contratos e por duas vezes
seguidas as fotocopiadoras da universidade tiveram contratos vencidos [...] me
preocupa porque não foi uma vez, foram duas. Os telefones institucionais não foi uma
vez, foram quatro, os celulares dos gestores. O telefone fixo eu já parei de contar
quantas vezes ele parou [...] a rede para os professores darem uma aula usando a
internet, para buscar algo para interagir com o aluno, que é uma das coisas que motiva
e prende o aluno, ela é sofrível nesses blocos e em grande parte da universidade, ela
cai demais [...] há muito retrabalho por conta dessa infraestrutura”.
4.2.2.3 Soluções Apontadas
Com base nos relatos dos entrevistados não foram identificadas propostas e soluções
para o gerenciamento do processo “Gestão da Capacidade”.
Segue abaixo o quadro resumo para o processo em análise.
81
Quadro 14 – Resultados (P2) Gestão da Capacidade
Categorias Subcategorias Definição
Descrição
Legislações Correspondem aos aspectos legais que a universidade e os cursos
precisam seguir para se tornar habilitados a prestar o serviço.
Quantitativo de
docentes
Representa o número de docentes necessários para suprir os cursos
ofertados.
Quantitativo de técnicos Refere-se ao número de servidores técnicos administrativos e de
laboratórios que auxiliam as atividades de ensino
Material e infraestrutura Diz respeito a infraestrutura física e de material para prover demandas
das unidades e cursos
Dificuldades
Carência de pessoal O número insuficiente de docentes e técnicos interfere na capacidade
de prestação do serviço.
Vinculação legal A subordinação às legislações e diretrizes federais interferem na
operacionalização dos objetivos e serviços.
Problemas estruturais Trata das deficiências na estrutura de sala de aula, climatização,
serviços telefônicos, internet, entre outros.
Soluções Não foram registradas propostas e soluções.
Fonte: Dados da pesquisa
4.2.3 (P3) Gestão da Demanda
O processo “Gestão da Demanda” visa analisar como a universidade gerencia as
demandas pelo serviço “ensino de graduação” por parte dos seus clientes. Da mesma forma, o
processo evidenciará a gestão de demandas secundárias entre membros, decorrentes da
prestação do serviço, como por exemplo, demanda por professores de outras unidades,
demandas de material, entre outras.
4.2.3.1 Descrição das Atividades
Observou-se por meio dos relatos dos entrevistados que as demandas relacionadas à
prestação dos serviços de ensino por parte da UFAL podem ser categorizadas em: i) demandas
por novos cursos; ii) por vagas; iii) demandas administrativas.
No que se refere à demanda por novos cursos, os relatos do entrevistado G1 enunciaram
que o procedimento para novas ofertas vinha sendo realizado internamente por professores da
unidade e posteriormente aprovada pela gestão superior. A gestora apontou ainda que os cursos
implantados pela universidade nos anos de 2014 e 2015 não foram precedidos por pesquisa para
avaliar a necessidade da comunidade local e o mercado de trabalho posterior para os graduados,
o que reconhece ser necessário. Destacou ainda, que novos cursos só serão ofertados mediantes
estudos que justifiquem sua viabilidade.
82
Similarmente, um dos diretores reafirmou que, embora exista uma análise da demanda
externa, ainda que de maneira informal, a oferta dos novos cursos se fundamenta na capacidade
interna da unidade em fornecer o curso, ou seja, eles são fruto de uma demanda da unidade.
[Sobre a oferta de novos cursos está ligada a demanda externa] UA5: “Estaria
ligada a questão da demanda externa sim, a gente ouve [...] temos uma capacidade
instalada, tem uma demanda de profissionais de diversas áreas [...] e nós estamos
pensando justamente nisso, não existe nenhuma enquete formal para saber como eu
acho que em outros também não, isso a gente não vê”.
Apesar de não serem evidenciadas pesquisas para justificar a oferta de novos cursos, o
PDI em vigor apresenta uma análise das necessidades de novos campi para o estado de Alagoas
com base no número de alunos matriculados no ensino médio e no supletivo. Segundo o
documento, o estado está dividido em quinze Coordenações Regionais de Ensino (CRE),
estando a UFAL presente em onze delas, o que representa uma cobertura significativa para o
estado. Ainda com base no PDI, tramita no MEC o projeto para um novo campus no munícipio
de Porto Calvo, no litoral norte do estado, que ampliará a oferta de ensino superior pela
universidade federal.
Quanto à demanda por vagas, registrou-se que alguns cursos possuem uma procura
externa maior que outros. Registrou-se nesta condição os cursos de direito, medicina e
odontologia. Em contrapartida, foram apontados cursos que são considerados importantes pelo
papel histórico e multidisciplinar que a universidade exerce, embora não tenham uma procura
externa expressiva. Citou-se como exemplo deste quadro os cursos da área de artes.
Ainda segundo os apontamentos, o quantitativo de vagas de cada curso está registrado
no seu PPP e este número é estabelecido no momento da criação e aprovação do curso pelo
MEC. Sublinhou-se também, que nos momentos de revisão do PPP por parte do colegiado o
número de vagas pode ser revisto. No entanto, caso o colegiado considere razoável alterá-lo,
deverá submeter a proposta para aprovação da Câmara Acadêmica e CONSUNI,
respectivamente, e posteriormente comunicar tal mudança ao MEC.
Outro ponto a ser destacado refere-se às demandas secundárias. Denominou-se
“demandas administrativas” aquelas realizadas por membros da cadeia no decorrer da prestação
do serviço. Neste subgrupo sublinha-se: i) demandas entre aluno e UA’s ii) demandas entre
UA’s; iii) demandas entre UA’s e SINFRA.
No que se refere às demandas dos alunos às UA’s foram apontadas solicitações quanto
a preferência de docentes para ministrar determinadas disciplinas, e por mudanças de horários.
83
Para as demandas entre UA’s registrou-se a sessão de professores para suprir as disciplinas
ofertadas pelos respectivos cursos, mas ministradas por docentes de outras unidades.
Ainda quanto às demandas administrativas observou-se o papel operacional da SINFRA
em executar o que for requerido pelas UA’s. O entrevistado G2 destacou ainda que a SINFRA
não tem um papel estratégico de definição de necessidades e prioridades, ela simplesmente
atende o que for demandado, observando os requisitos postos pela legislação. Dessa forma,
listou-se que cabe a cada UA’s elaborar seu planejamento de material de forma a suprir sua
capacidade de prestação do serviço. Adicionalmente, foi relatado por um dos diretores que foi
criada uma comissão composta por técnicos administrativos para formulação e registros de
demandas comuns às unidades para que sejam efetuadas compras conjuntas, visando assim
otimizar os procedimentos de compra e consequentemente, economizar recursos.
4.2.3.2 Dificuldades Identificadas
Após descrever as atividades, esta subseção ilustrará as dificuldades identificadas para
gerenciamento do processo “Gestão da demanda”. Com base nos relatos, foram elencadas as
seguintes categorias: i) carência de pessoal; ii) ausência de estudos; iii) vinculação legal; iv)
falta de alinhamento estratégico.
Assim como no processo anterior, a carência de pessoal foi registrada como um fator
obstante para os processos de gerenciamento da universidade. Segundo o apontamento de um
dos diretores, os estudos para a análise de demanda são “perda de tempo”, visto que, caso se
verifique a necessidade de ofertar mais vagas, as unidades não teriam um quantitativo de
pessoal suficiente para fornecer o serviço.
Sobre realizar levantamento da demanda externa para ofertar vagas e novos
cursos] UA1: “Acho muito difícil que alguma unidade faça isso, não fazemos. Como
eu disse é um trabalho meramente de perda de tempo, porque de que adianta eu saber
que tenho uma demanda maior do curso de engenharia da computação para ofertar
mais vagas? De que adianta saber isso? Como é que eu vou atender a essa demanda
se eu tenho carência de professor? Muitas coisas que a gente faria aqui se fosse uma
instituição privada, aqui nem se cogita por vivermos engessados com a estrutura, você
não consegue trabalhar de forma planejada, simplesmente na maior parte das vezes
você trabalha de forma reativa, acontece as coisas e você reage. Então você prever eu
há uma demanda maior para o curso, por exemplo saltar de 40 para 80 vagas, é
impossível. Se eu fizer isso eu estou dando um tiro no pé, porque simplesmente eu
vou expandir o curso sem ter recursos humanos suficientes para atender essa
demanda”.
84
Da mesma forma, a necessidade de recursos humanos também se mostrou uma barreira
para as atividades executadas pela Coordenação de Cursos de Graduação da PROGRAD. Com
a responsabilidade de acompanhar mais de cem cursos e seus respectivos PPP, constatou-se que
o setor dispõe de um total de sete técnicos administrativos, o que torna o serviço “desumano” e
“cansativo”, conforme registra a gestora do setor.
Outro problema sublinhado na fala dos respondentes foi a ausência de estudos
direcionados a entender as necessidades de formação da sociedade (demanda social) e o motivo
da escolha dos alunos por cada curso (demanda atual). Conforme já arrolado, os cursos que
iniciaram suas atividades nos últimos anos não tiveram estudos anteriores da demanda social
que justificassem a abertura do curso. Da mesma forma, não foram enunciados estudos para
verificar o motivo da baixa procura por determinados cursos, fato que, de acordo com o gestor
G1, pode ser consequência do desconhecimento sobre a existência do curso ou da profissão.
Similarmente foram inscritas dificuldades para a gestão das demandas administrativas.
A vinculação aos prazos e requisitos legais foram apontados como entrave durante as
requisições de material. Também foram registrados problemas de alinhamento estratégico entre
a gestão central e a SINFRA para definição de agendas e recursos para compra e suprimentos.
Segundo o gestor G2, caberia à PROGINST estabelecer as prioridades de compras da
universidade, direcionar recursos às UA’s com base nessas prioridades e definir o calendário
de compras da UFAL. Assim, ciente das prioridades e do calendário, as UA’s poderiam planejar
com mais precisão suas demandas. Da mesma forma, a SINFRA teria como se programar para
operacionalizar as demandas de acordo com as características e estimativa de volume destas.
Assim, por não haver uma questão estratégica bem alinhada entre PROGINST, SINFRA e as
UA’s, o setor de compras não tem como dimensionar o volume de pedidos ao longo do ano, o
que resulta em operações improvisadas.
[Sobre a previsão de demanda à SINFRA] G2: “[...]essa é uma coisa que a gente
não tem como controlar, as demandas chegam e nós não sabemos quanto vai ser
distribuído de recursos para as unidades, o que vai chegar de demanda para a gente,
para que possamos dimensionar, então é bem na surpresa [...] quando chega a gente
se arruma por aqui, mas é no improviso, se chegar demais a gente tenta ver com o
pessoal do almoxarifado para dá uma força aqui, mas é quando chega”.
4.2.3.3 Soluções Apontadas
85
Os dados coletados também sublinharam soluções propostas pelos gestores. Estas foram
divididas em: i) pesquisas para novos cursos; ii) utilização de vagas ociosas; e, iii) mecanismos
de aproximação da sociedade.
Foi arrolado pela entrevistada G1 a necessidade e o compromisso atual da universidade
em realizar estudos para justificar a escolha dos novos cursos que serão ofertados. Ainda
segundo a gestora, tal procedimento já será aplicado para seleção dos cursos do novo campus
no município de Porto Calvo.
De forma análoga, registraram-se ações para diminuir o número vagas ociosas nos
cursos de graduação, resultantes de desistências ou transferências para outras universidades ou
cursos. Para tanto, foi enunciada a criação de editais de transferência e remoção. Dessa forma,
busca-se suprir parte da demanda pelos cursos ofertados pela UFAL, principalmente aqueles
com maior procura.
Ainda quanto às contribuições, foi sugerido que a universidade buscasse novas formas
de se aproximar da sociedade visando prospectar o conhecimento da comunidade sobre os
cursos oferecidos pela instituição e suas respectivas profissões.
Abaixo, o Quadro 15 exibe os resultados do processo P3.
Quadro 15 – Resultados (P3) Gestão da Demanda
Categorias Subcategorias Definição
Descrição
Demandas por novos
cursos
Propostas de novos cursos são realizadas internamente por professores
da unidade e posteriormente aprovadas pela gestão superior, sem
pesquisa para avaliar a necessidade da comunidade local e o mercado
de trabalho. No entanto, existe pesquisa para necessidades de novos
campi.
Demandas por vagas
Alguns cursos são mais procurados que outros. O quantitativo de vagas
está registrado no seu PPP e este número é estabelecido no momento da
criação e aprovação do curso pelo MEC. O número pode ser revisto
pelo colegiado e submetido à aprovação do MEC.
Demandas
administrativas
Demandas internas realizadas por membros da cadeia para alterar
características do serviço ou supri-lo durante sua execução.
Dificuldades
Carência de pessoal O quantitativo de docentes e técnicos já compromete a capacidade
atual, tornando inviável a análise de novas demandas.
Ausência de estudos
Ausência de estudos direcionados a entender as necessidades de
formação da sociedade (demanda social) e o motivo da escolha dos
alunos por cada curso (demanda atual).
Vinculação legal A vinculação aos prazos e requisitos legais foram apontados como
entrave durante as requisições de materiais (demandas administrativas).
Falta de alinhamento
estratégico
Falta de alinhamento entre PROGINST, UA’s e SINFRA para
programar e operar demandas de compras.
Soluções Pesquisas para novos
cursos
Realização de estudos para justificar a escolha dos novos cursos que
serão ofertados.
86
Utilização de vagas
ociosas
Criação de editais de transferência e remoção para diminuir o número
vagas ociosas resultantes de desistências ou transferência para outras
universidades ou cursos.
Mecanismos de
aproximação da
sociedade
Buscar novas formas de se aproximar da sociedade visando prospectar
o conhecimento da comunidade sobre os cursos oferecidos pela
instituição e suas respectivas profissões.
Fonte: Dados da pesquisa
4.2.4 (P4) Gestão do Relacionamento com Cliente
O processo em análise trata da estrutura disponível para relacionamento com os clientes.
Dessa forma, foram evidenciadas as ferramentas utilizadas pela universidade, assim como as
ações para gerir as informações que estas disponibilizam.
4.2.4.1 Descrição das Atividades
Por meio dos relatos foi possível categorizar as ferramentas usadas pela UFAL para
relacionamento com seus clientes, a listar:
a) Eletrônicas: referem-se aos bancos de dados e sistemas de acompanhemos de alunos;
b) Físicas: correspondem aos cadastros e registros impressos.
Com base nos apontamentos colhidos, constatou-se o sistema acadêmico “SIE WEB”
como principal ferramenta utilizada pela universidade para gestão de relacionamento com os
clientes alunos. Por meio deste é possível classificar os alunos e coletar informações que
auxiliem a gestão acadêmica da unidade/universidade.
Segundo o entrevistado G1, os dados dos alunos são inseridos inicialmente por eles
mesmos no sistema do MEC no instante em que se cadastram para o Exame Nacional do Ensino
Médio e posteriormente no cadastro no Sistema de Seleção Unificada (SISU). A partir do
momento que o estudante confirma a matrícula, a COPEVE coleta os dados no sistema do MEC
e migra para banco de dados do NTI/UFAL. Este banco de dados reúne dados como: endereço,
e-mail, telefone, escola onde estudou, entre outros. Após compilação desses dados, eles são
disponibilizados às UA’s por meio do sistema acadêmico.
Foi apontado ainda que as informações contidas no sistema acadêmico são
disponibilizadas em sua totalidade somente aos coordenadores de curso. Já os docentes,
diretores e os próprios estudantes, tem acesso parcial aos módulos do sistema.
87
Conforme contato com NTI (chamado nº 34042), as informações a respeito dos
estudantes disponíveis no “SIE WEB” para os coordenadores de curso são as seguintes: i)
alunos formados por ano; ii) alunos formados por cliente; iii) alunos integralizados; iv) alunos
matriculados por semestre; v) alunos matriculados no semestre atual; vi) alunos aptos para
participar de eleições institucionais da unidade; vii) alunos por conceito em turmas; viii) alunos
por status; ix) alunos e-mail/endereço por ano de ingresso; x) alunos e-mail/endereço
matriculados; xi) alunos e-mail/endereço formados; xii) alunos por tipo de ingresso; xiii) alunos
por tipo de saída; xiv) alunos sem matrícula em disciplina por curso; xv) alunos possivelmente
concluintes por curso; xvi) e-mail dos alunos por curso.
Além dessas informações, o coordenador tem acesso também àquelas disponibilizadas
aos alunos, a saber: i) dados de matrícula; ii) boletim; iii) históricos; iv) comprovante de
matrícula; v) certidões de vínculo; e, vi) grade curricular. Por fim, estão da mesma forma
disponíveis os dados do módulo utilizado pelos docentes, embora neste o coordenador não tenha
autonomia para efetuar alterações, a ilustrar: i) caderneta; ii) diário; iii) plano de ensino; entre
outros.
Quanto às ferramentas físicas, foi sublinhado pelo gestor UA5 a utilização de fichas
com dados dos alunos por parte das coordenações de curso da sua unidade. Segundo os excertos
do entrevistado, o uso do meio físico se faz necessário, entre outros motivos, para garantir a
segurança das informações.
UA5: “[...] os coordenadores conseguem manter esse acompanhamento tanto de
forma informatizada como também em fichas, as duas coisas são feitas porque ainda
não temos uma segurança e nem um fluxo de informação geral na universidade que
permite que a gente só utilize a parte informatizada”.
No entanto, não foram enunciados instrumentos operacionais para relação com os
clientes “sociedade” e “instituições” listados na cadeia de ensino da UFAL. Estes foram
apontados como beneficiados de forma secundária pela prestação do serviço, na medida que a
formação do aluno contribui para mão-de-obra das instituições e desenvolvimento da sociedade.
Entretanto, com exceção das instituições que foram apontadas como de apoio e regulamentação,
a relação com aquelas nomeadas como clientes foram pouco observadas na fala dos gestores.
Após a descrição das ferramentas do processo em análise, a seguir elenca-se os
problemas detectados.
88
4.2.4.2 Dificuldades Identificadas
No que se refere as dificuldades destacadas para gestão do processo “Gestão de
Relacionamento com Clientes”, registrou-se dois grupos: i) dados insuficientes; e, ii)
acompanhamento dos egressos.
Foi apontado por um dos diretores que, enquanto gestor máximo da unidade, ele não
tem acesso a todos as informações acadêmicas dos cursos de sua unidade. Assim, caso necessite
de algum dado para tomar uma decisão, ele precisará consultar o coordenador do curso ou NTI,
e não obtendo a resposta em tempo hábil poderá perder o prazo da decisão a ser tomada.
[Sobre dados disponíveis no sistema para o diretor] UA4: “Pouquíssimos, eu só
consigo informações sobre os matriculados enquanto diretor. Inclusive eu não consigo
chegar diretamente ao histórico de nenhum aluno enquanto diretor, o que é um
equívoco [...] os acessos são muito limitados, acesso tipo censo mesmo, a gente
precisaria enxergar melhor [...] eu tenho que pedir ao NTI que as vezes passa uma,
duas semanas, aí aquilo que eu precisava para tomar a decisão já perdeu o time”.
Outro ponto inscrito nas dificuldades retrata o relacionamento com os egressos.
Observou-se que poucas unidades executam um acompanhamento dos alunos formados em sua
unidade. Os números, segundo a Coordenadora da CCG/PROGRAD, são que apenas quatro
unidades realizam esse trabalho. Da mesma forma, não foram enunciadas políticas
institucionais para analisar a vida acadêmica e profissional dos alunos pós formação. Assim, as
unidades que realizam o acompanhamento dos seus egressos, o fazem com ações criadas
internamente.
4.2.4.3 - Soluções Apontadas
As soluções evidenciadas pelos entrevistados são decorrências diretas dos problemas
apresentados na subseção anterior, a listar: i) novo banco de dados; ii) acompanhamento dos
egressos.
Visando resolver o problema dos dados insuficientes foi sugerido por um dos diretores
a implantação de um datamine que permita relacionar parâmetros a fim de gerar informações
que o auxiliem na execução de suas atividades.
89
[Sobre dados disponíveis no sistema para o gestor] UA4: “[...]está faltando um BI
mais inteligente, um “datamine”, alguma coisa que ajude a gente a jogar alguns
parâmetros dentro do sistema e obter coisas mais inteligentes para calcular, ao invés
de está pegando dados de maneira aleatória ou ficar construindo base de dados porque
a UFAL não tem essa ferramenta para mim”.
No que diz respeito à relação com os egressos, a necessidade de cadastrá-los e
acompanhá-los foi destacada como uma obrigação institucional. Tal acompanhamento
forneceria, inclusive, informações relevantes sobre os serviços prestados pelas unidades sobre
o que foi importante e o que faltou na formação dos concluintes.
O Quadro 16 com o resumo dos pontos evidenciados na pesquisa.
Quadro 16 – Resultados (P4) Gestão do Relacionamento com Clientes
Categorias Subcategorias Definição
Descrição Eletrônicas
Referem-se aos bancos de dados e sistemas de
acompanhemos/relacionamento com os alunos.
Físicas Correspondem aos cadastros e registros impressos.
Dificuldades
Dados insuficientes Foi apontado acesso limitado para diretores aos dados dos alunos.
Acompanhamento dos
egressos
Observou-se que poucas unidades executam um acompanhamento dos
alunos formados em sua unidade.
Soluções
Novo banco de dados Implantação de um datamine que permita relacionar parâmetros a fim
de gerar um maior número de informações e com mais precisão.
Acompanhamento dos
egressos
Realizar cadastro e acompanhamento de egressos de forma
institucional.
Fonte: Dados da pesquisa
4.2.5 - (P5) Gestão do Relacionamento com Fornecedores
Nesta subseção serão sublinhadas as ações voltadas ao relacionamento da universidade
com seus fornecedores. Dessa forma, foram levantadas questões como os procedimentos para
seleção, cadastro e avaliação de fornecedores. Convém destacar que, por se tratar de uma
autarquia pública federal, a contratação de produtos e serviços obedece às diretrizes da lei de
licitação e contratos (Lei nº 8.666/91) e a lei de pregão (Lei nº 10.520/02).
4.2.5.1 - Descrição das Atividades
A descrição das atividades evidenciadas no processo pode ser dividida em: i) gestão pela
SINFRA; ii) cadastro eletrônico; e, iii) participação das UA’s.
90
Com base nos apontamentos dos entrevistados, constatou-se a Superintendência de
Infraestrutura como gestor central da relação dos fornecedores externos. Foi consenso entre os
diretores que os procedimentos de seleção, cadastro e avaliação de fornecedores são
competência da SINFRA.
Da mesma forma, os gestores das UA’s assinalaram negativamente ao serem
questionados se dispõem de um cadastro interno de fornecedores, tampouco se utilizam
mecanismos de avaliação formal dos serviços recebidos. Foi destacado por um dos diretores
apenas o acompanhamento do serviço e solicitação de reparos no prazo de garantia.
[Sobre controle dos fornecedores quanto ao serviço prestado] UA1: “Controle nós
não temos, mas o IC acredito que seja uma das poucas unidades que cobram os
fornecedores dentro dos prazos de garantia. Por exemplo, a construção desse prédio
mesmo, foi entregue com uma série de defeitos e nós corremos atrás e fizemos todo
esforço que era possível dentro do prazo de garantia da obra para pedir que eles
refizessem parte da obra que não atendeu bem às especificações. Agora mesmo
tivemos a substituição das pastilhas externas do IC, que foi justamente o esforço que
a gente fez para poder obrigar a firma, dentro do prazo contratual da garantia da obra,
fazer essa reposição. E eu digo com toda franqueza, eu estou na universidade há muito
tempo e poucas unidades fazem isso. Não conheço nenhum outro caso deste. Nós
cobramos, o fornecedor que entrega equipamento com defeito a gente devolve,
quando dentro do prazo de garantia dá problema, mandamos ao fornecedor e pede
para que seja feita a troca ou conserto. O laboratório daqui acionou o fornecedor
dentro do prazo de garantia eles substituíram ao invés de tentar o conserto das
máquinas”.
No entanto, embora não tenha sido citado pelos diretores, o coordenador da
GPS/SINFRA (G2) arrolou que o sistema SIPAC contém um cadastro vinculado a nota de
empenho de compra que permite o controle dos fornecedores por parte das unidades. Ainda
segundo o gestor, o procedimento para cadastrar os fornecedores no SIPAC segue os seguintes
passos: i) encerramento do processo de compra com a adjudicação do objeto da licitação; ii)
divulgação do resultado com fornecedores e suas propostas; iii) cadastro dos fornecedores e
propostas no sistema pela SINFRA; iv) empenho e posterior registro por parte do Departamento
de Contabilidade e Finanças (DCF); v) o empenho passa a estar vinculado a um fornecedor e a
uma unidade com uma lista de itens.
Para os fornecedores de serviços (limpeza, segurança, telefonia, manutenção), após
adjudicação da compra por processo licitatório o contrato passa a ter um gestor designado pela
SINFRA. A este servidor cabe acompanhar a prestação do serviço e avaliar se está sendo
cumprido os termos do contrato durante o período de vigência.
91
Observou-se ainda um contrassenso entre as respostas dos diretores e do gestor da
SINFRA ao serem questionados quanto à execução de atividades do processo “Gestão de
relacionamento com o fornecedor”. Enquanto os diretores inscreveram que as atividades são
geridas pela SINFRA, o Coordenador da GPS/SINFRA (G2) sublinhou a possiblidade de parte
do processo ser realizado pelas UA’s via SIPAC.
[Sobre relacionamento com fornecedores] G1: “E as unidades, aquelas que
acompanham mais seus pedidos, elas consultam suas requisições, que estarão
vinculadas a um fornecedor e uma nota de empenho, e a partir daí elas consultam os
contatos do fornecedor no próprio cadastro, contata, registra que ligou, promessas de
entrega deles, enfim, essa funcionalidade é utilizada para a gestão do fornecedor sim”.
Similarmente, o gestor G2 listou a necessidade de participação das UA’s em outro
momento na relação com fornecedores. Trata-se do recebimento de produtos de áreas
específicas entregues no almoxarifado central da universidade. Estes precisam ser atestados por
especialista da área devido as suas especificações. O entrevistado arrolou ainda que foi
desenvolvido um sistema que notifica o gestor da unidade e o seu Agente SINFRA quando uma
nota fiscal chega ao almoxarifado, para que a unidade encaminhe um servidor para atestar o
produto. No caso de produtos comuns, foi inscrito que o próprio almoxarife atesta.
Descritas as atividades para a “Gestão de Relacionamento com Fornecedores”, a seguir
registram-se as dificuldades para gerenciamento do processo.
4.2.5.2 – Dificuldades Identificadas
As dificuldades sublinhadas pelos gestores foram categorizadas em dois grupos, a saber:
i) ausência de avaliação de fornecedores; ii) desconhecimento do SIPAC;
Foi constatado por meio dos apontamentos que a universidade não possui um
instrumento para avaliação de fornecedores que permita mensurar a prestação do serviço ou
produto recebido, o que impossibilita, por exemplo, que a instituição aplique as sanções
previstas na legislação a fornecedores que não cumpram com que foi contratado. Segundo o art.
87º da Lei a nº 8.666/90, a administração poderá aplicar as seguintes sanções ao contratado pela
inexecução total ou parcial do contrato:
Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:
92
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar
com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública
enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida
a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos
resultantes e após decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso anterior.
Observa-se o que os dispositivos legais garantem aos órgãos da administração pública
uma proteção em relação aos fornecedores. No entanto, para que possa valer-se dos mecanismos
listados pela lei, a instituição necessita de instrumentos internos para avaliar seus fornecedores
e posteriormente executar as sanções conforme a lei. Foi sublinhado que a universidade já
utilizou anteriormente um instrumento avaliativo criado por um dos seus servidores, mas o
mesmo precisou se afastar e o sistema de avaliação foi descontinuado.
Por fim, foi evidenciada a subutilização do sistema SIPAC para gerenciamento de
fornecedores por parte das unidades. Conforme citado na subseção de descrição, o sistema
dispõe de módulos que permitem o cadastro e gestão de relacionamento com fornecedores.
Entretanto, ao serem questionados sobre tal relação, os diretores arrolaram ser uma atividade
atribuída e executada pela SINFRA, o que demonstra que as UA’s não utilizam todas as
disponibilidades do sistema para gerenciar a relação com fornecedores.
4.2.5.3 – Soluções Apontadas
No que se refere as soluções apontadas pelos entrevistados, foi sugerida a criação de um
setor de relacionamento com fornecedores (i). Esse setor ficaria responsável por acompanhar,
avaliar e cobrar empresas contratadas pela universidade. Também caberia ao setor abrir
processo para aplicação das sanções legais, em caso de descumprimentos previstos em lei.
Entretanto, o gestor da CCS/SINFRA (G2) registrou que já houve uma iniciativa
anterior para implantar um setor com tais atribuições, mas os servidores lotados na seção foram
redistribuídos e o setor não chegou a ser institucionalizado.
O Quadro 17 indica o resumo dos resultados apresentados para o processo “Gestão do
relacionamento com Fornecedores”.
93
Quadro 17 – Resultados (P5) Gestão do Relacionamento com Fornecedores
Categorias Subcategorias Definição
Descrição
Gestão pela SINFRA A SINFRA foi apontada como gestora central da relação dos
fornecedores externos (seleção, cadastro e avaliação).
Cadastro eletrônico O sistema SIPAC contém um cadastro vinculado a nota de empenho de
compra que permite o controle dos fornecedores por parte das unidades.
Participação das UA’s Gestão dos fornecedores via SIPAC e necessidade de acompanhamento
das entregas para conferências de especificações.
Dificuldades
Ausência de avaliação
de fornecedores
A universidade não possui um instrumento ativo para avaliação de
fornecedores que permita mensurar a prestação do serviço ou produto
recebido.
Desconhecimento do
SIPAC
Subutilização do sistema SIPAC para gerenciamento de fornecedores
por parte das unidades.
Soluções
Setor de
Relacionamento com
Fornecedores
Criação de um setor responsável por acompanhar, avaliar e cobrar
empresas contratadas pela universidade.
Fonte: Dados da pesquisa
4.2.6 – (P6) Gestão da Entrega do Serviço
O presente processo busca analisar se o serviço foi entregue de acordo com o que foi
acordado com o cliente. Dessa forma, verificou-se os mecanismos utilizados pela universidade
para mensurar a visão dos clientes quanto fornecimento do ensino, bem como os instrumentos
de avaliação direcionados aos atores envolvidos na prestação do serviço.
4.2.6.1 – Descrição das Atividades
Por meio dos relatos foi possível constatar que as ações para gestão da entrega do serviço
na universidade dividem-se em: i) papel da CPA/CAA; ii) avaliação dos cursos; e, iii) avaliação
de docente e técnico.
Segundo o art. 5º do Estatuto da UFAL, a qualidade das atividades da universidade “está
vinculada ao processo de planejamento e de avaliação periódica, em função de seus objetivos
institucionais e setoriais de universidade pública e gratuita, voltada para a sociedade”. Tal
processo avaliativo está institucionalizado em três níveis: i) nível básico, por meio das
Comissões de Auto avaliação (CAA), presentes nas UA’s; ii) nível intermediário, com
Subcomissões de Auto avaliação (SAV), temáticas por dimensão avaliativa; e, iii) nível
superior, mediante atuação da Comissão Própria de Avaliação (CPA).
A Comissão Própria de Avaliação (CPA) tem como competências a condução dos
processos de avaliação internos da universidade, com foco nos cinco eixos avaliativos
94
estabelecidos pela Comissão Nacional de Avaliação Educação Superior - CONAES
(planejamento e avaliação, desenvolvimento institucional, políticas acadêmicas, políticas de
gestão, infraestrutura física) (UFAL, 2016).
De acordo com o Relatório Parcial Ciclo Avaliativo 2015 da Comissão Própria de
Avaliação - CPA/UFAL, a auto avaliação institucional faz parte do Sistema Nacional de
Avaliação do Ensino Superior e deve ser aplicada pelas IES do país em consonância com a Lei
nº 10.86/2004 e Portaria do MEC/INEP 2051/2004. Já o Regimento Interno afirma que:
Art. 106. Haverá na Universidade uma Comissão Própria de Avaliação (CPA),
incumbida da coordenação central das atividades de avaliação, de acordo com as
normas estabelecidas pelo Conselho Universitário.
[...]
Art. 108. A CPA define como objetivos:
I. coordenar os procedimentos de construção, sistematização, implantação e
implementação da auto avaliação no âmbito da UFAL;
II. promover uma cultura avaliativa no âmbito da UFAL;
III. estimular a melhoria da qualidade educativa pela otimização das atividades de
ensino, pesquisa e extensão.
A importância das CAA’s e CPA’s no processo avaliativo também foi registrada na fala
dos entrevistados, no entanto foram apontados problemas que limitam as atribuições de ambas
as comissões. Tais dificuldades serão discutidas na subseção a seguir.
Quanto às avaliações dos cursos, evidenciou-se ainda que o MEC utiliza o Exame
Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) como instrumento para acompanhar as
condições do serviço fornecido pelas instituições públicas e privadas de ensino superior. Este
ocorre anualmente, sendo cada curso submetido ao exame a cada três anos (ciclos). No ano de
realização, os alunos ingressantes e os que estão concluindo o curso são cadastrados
automaticamente para a prova, podendo os concluintes ficar impossibilitados de colar grau caso
faltem. A média da nota dos alunos será o valor considerado para análise do curso, e passará a
ser grifada como a nota do curso. Caso a nota do curso seja menor que 2 (dois) em dois ciclos
consecutivos o curso receberá uma visita in loco do MEC. Nesta, serão analisadas as condições
estruturais, pedagógicas e de pessoal do curso. Ao final da visita, um relatório que aponta os
problemas da unidade é emitido. Caso o curso não seja bem avaliado na visita in loco ficará um
ciclo (três anos) com novas matrículas suspensas. Após dois anos receberá nova visita para
avaliar o que foi feito de melhoria. Caso tenha solucionado os problemas, novas entradas são
liberadas, caso não, o curso perde a autorização de oferta e é fechado.
95
No que se refere à avaliação de técnicos e docentes foram sublinhadas as avaliações de
estágio probatório, desempenho e progressão funcional. Estas, passam por comissões
específicas criadas na própria unidade e posteriormente são direcionadas para setores de gestão
de pessoas da UFAL. No caso dos docentes, além da comissão interna, existe um parecer
posterior feito pela Comissão Permanente de Pessoal Docente (CPPD). Destacou-se ainda que
as avaliações de probatório analisam docentes e técnicos em relação as atividades
desenvolvidas, como aquelas ligadas a prestação do serviço ensino. No entanto, as de
progressão não consideram a qualidade da prestação de serviço. Além disto, não são realizadas
avaliações de desempenho para docentes.
Registrou-se também o papel da ouvidoria no controle das atividades desenvolvidas
pelos docentes. Segundo o diretor UA4 “O canal que hoje “pipoca” é a ouvidoria que vem e
diz que um professor não está cumprindo com aquilo que foi acordado”. Tal atribuição também
é registrada no estatuto da universidade ao tratar da atuação da Ouvidoria Geral.
Art. 10. À Ouvidoria Geral, com jurisdição em todos as instâncias administrativas e
acadêmicas da Universidade, compete:
I. Receber e apurar a procedência de reclamações ou denúncias que lhe forem
formalmente dirigidas por membros das comunidades universitária e externa;
II. Receber, encaminhar e acompanhar propostas feitas por membros das
comunidades universitária e externa;
Além das avaliações descritas, observou-se que a universidade ainda dispõe de um
registro do quantitativo de alunos matriculados e formados no Departamento de Registro e
Controle Acadêmico (DRCA) e no próprio sistema acadêmico, que permite acompanhar o
volume de clientes que a instituição está prestando o serviço semestralmente. No entanto, tais
dados atualmente são utilizados apenas para registro, não existindo nenhuma política de
avaliação ou controle com base nesses registros.
4.2.6.2 – Dificuldades Identificadas
Nesta subseção serão inscritas as dificuldades arroladas pelos respondentes para o
processo “Gestão da Entrega do Serviço. Tais dificuldades foram agrupadas em cinco
categorias: i) informalidade; ii) falta de instrumento interno de avaliação; e, iii) situação da
CPA/CAA.
96
Os relatos dos gestores apontaram um alto grau de informalidade na execução de
procedimentos avaliativos. Foram citadas iniciativas aleatórias de docentes e das secretarias
para mensurar feedbacks quanto ao serviço prestado. Da mesma forma, foi sublinhado por um
dos diretores a falta de cientificidade dos procedimentos realizados por parte das UA’s e as
implicações legais que estes podem resultar, conforme excertos a seguir.
[Sobre avaliação do professor por parte da opinião do aluno] UA4: “Isso a gente
não tem como mensurar, tem sido feito esporadicamente, e esporadicamente ele perde
o sentido de ciência para mim. Se ele perde o sentido de ciência, ele perde a validade
técnica. E aí qualquer coisa que eu começar contra um professor que pontualmente
teve o nome dele citado por algo, eu estou sujeito que ele me processe, processe a
universidade por isso, por ele ter sido constrangido, por não existir nenhuma
sistematização daquilo, por ter sido feito aleatoriamente, então o professor vai
constituir um advogado e vai derrubar tudo em dois tempos [...] eu já fui vítima disso,
de achar que resolveria os problemas dessa forma com técnica não científica e não
formal e na hora que eu parti para o primeiro professor ele constituiu um advogado e
quase que tive que pagar uma indenização para ele por causa disso. Então ou a
universidade se estrutura cientificamente, em termos de técnicas corretas, adequadas,
com a regra do jogo muito clara ou eu não me sinto hoje preparado e pronto para fazer
uma intervenção em função da falta desses mecanismos porque tudo que a gente fizer
dessa forma improvisada do jeito que tem se colocado, com listas de aluno pontual,
com uma queixa esporádica, ela não é suficiente, isso é derrubado em qualquer
tribunal”.
Similarmente, foi enunciado por grande parte dos entrevistados a falta de instrumentos
para aferir a qualidade do ensino por parte dos estudantes. Embora tenha sido citada a exigência
legal para tal procedimento, observou-se que os instrumentos disponíveis não são suficientes
para verificar a satisfação dos clientes da universidade, em especial os alunos. Arrolou-se,
inclusive, que tal deficiência pode ser fruto de uma cultura não avaliativa presente na
instituição. No entanto, a universidade já está trabalhando para inserir a avaliação discente no
processo de avaliação institucional, visto que este é um ato obrigatório.
UA3: “Na verdade, é cultural, eu diria que isso é cultura que nós não temos a cultura
de avaliar, muito embora eu acho que é um instrumento riquíssimo de quem tem uma
uma mentalidade mais aberta de receber as críticas, como sendo críticas construtivas
no sentido de minimizar alguma deficiência que venha ocorrendo sempre, e isso aqui
na UFAL é zero, zero mesmo. Eu acho que até com essas pesquisas eu nunca
tive acesso a nenhuma divulgação de resultado”.
Ainda segundo os registros, a conjuntura descrita acima está relacionada a situação atual
da CPA e CAA’s. Embora esteja institucionalmente criada e atuando, segundo o gestor G1, a
97
CPA ainda não opera na plenitude de suas funções. O mesmo verificou-se na fala dos diretores
quantos às CAA’s das unidades, que ou estão desativadas ou em processo de reestruturação.
G1: “Então a avaliação começa a nível macro, a nível de MEC e INEP. A nível micro
a gente não tem instrumento de avaliação porque as Comissões Próprias de Avaliação
na UFAL até hoje não funcionaram [...]. Essa Comissão Própria de Avaliação, eu acho
que ela vai começar a funcionar daqui para frente, porque até então existia no papel
para cumprir tabela, efetivamente não existia, num trabalho efetivo e assertivo de
acompanhamento de processos de fluxo de gestão, era uma coisa que se respondia
para resolver o problema da avaliação do MEC senão a gente não tira nota. Então a
universidade até cai em exigência por não cumprimento disso, mas o trabalho
permanente dessa comissão até hoje não existe”.
Tendo em vista os problemas evidenciados, os gestores propuseram soluções para
otimizar a gestão da entrega do serviço da UFAL
4.2.6.3 – Soluções Apontadas
Os dados coletados expressaram soluções indicadas pelos respondentes. Estas foram
divididas em: i) novos instrumentos de coleta para CPA/CAA; e, ii) instrumento para avaliar a
satisfação do aluno.
O instrumento utilizado pelas comissões de avaliação para coletar dados junto aos
docentes é o e-mail e um questionário disponibilizado no sistema. Ao entrar no sistema os
docentes recebem um aviso informando que o questionário está disponível, no entanto eles tem
a possibilidade de adiar o preenchimento deste e acessar o sistema normalmente, fato que pode
comprometer o número final de respostas.
Dessa forma, um dos diretores propôs que no momento que o questionário de avaliação
fosse disponibilizado, o acesso ao sistema ficasse vinculado à ação de responder o instrumento,
ou seja, para executar suas atividades no sistema o docente precisaria antes responder o
questionário avaliativo da comissão. Entretanto, vincular o acesso ao sistema ao ato de
responder o instrumento de avaliação retiraria o caráter de participação voluntária dos
respondentes. Portanto, verifica-se a necessidade de um instrumento que permita tanto a
voluntariedade do processo quanto uma maior participação da comunidade acadêmica. Convém
destacar a importância de estimular a participação dos atores envolvidos por meio da divulgação
dos benefícios que os procedimentos avaliativos podem gerar.
98
Tal qual descrito anteriormente, foi evidenciada ainda a necessidade de um instrumento
para mensurar a satisfação do aluno quanto ao serviço que vem sendo prestado pela
universidade. Conforme destacou o gestor UA5, tal tema já foi pauta da reunião do CONSUNI
e sugestões foram apresentadas. Entretanto, até o momento, outros instrumentos que não os da
CPA, não foram colocados em prática. Tal perspectiva compromete a percepção da
universidade quanto à satisfação dos alunos, visto que, conforme já apresentado, muitas CAA
não estão em pleno funcionamento.
O Quadro 18 apresenta o resumo do processo em análise.
Quadro 18 – Resultados (P6) Gestão da Entrega do Serviço
Categorias Subcategorias Definição
Descrição
Papel da CPA/CAA
Responsável pela condução dos processos internos de avaliação da
universidade, com foco nos cinco eixos avaliativos estabelecidos pela
Comissão Nacional de Avaliação Educação Superior - CONAES
(planejamento e avaliação, desenvolvimento institucional, políticas
acadêmicas, políticas de gestão, infraestrutura física).
Avaliação dos cursos
O MEC utiliza o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
(ENADE) como instrumento para acompanhar as condições do serviço
fornecido pelas instituições públicas e privadas de ensino superior. Este
ocorre anualmente, sendo cada curso submetido ao exame a cada três
anos (ciclos).
Avaliação de docente e
técnico
Docentes e técnicos são submetidos as avaliações de estágio probatório,
desempenho e progressão funcional. Registrou-se ainda o papel da
ouvidoria na avaliação docente.
Dificuldades
Informalidade Registrou-se um alto grau de informalidade e falta de cientificidade dos
procedimentos avaliativos internos.
Falta de instrumento de
avaliação
Foi enunciada a falta de instrumentos para aferir a qualidade do ensino
por parte dos estudantes. Embora tenha sido citada a exigência legal
para tal procedimento, observou-se que os instrumentos disponíveis não
são suficientes para verificar a satisfação dos clientes da universidade,
em especial os alunos.
Situação da CPA/CAA
Embora esteja institucionalmente criada e atuando, a CPA ainda não
opera na plenitude de suas funções. O mesmo verificou-se na fala dos
diretores quantos às CAA’s das unidades, que ou estão desativadas ou
em processo de reestruturação.
Soluções
Novos instrumentos de
coleta para CPA/CAA
Observou-se a necessidade de novos instrumentos ou nova forma de
aplicação do instrumento atual. Bem como a divulgação dos benefícios
do processo avaliativo visando estimular a participação da comunidade
acadêmica.
Instrumento para avaliar
satisfação do aluno
Apontou-se a necessidade de um instrumento para avaliação da
satisfação do aluno. Observa-se que as CAAs detém um instrumento
direcionado para tal ponto, mas está em desuso em muitas unidades.
Fonte: Dados da pesquisa
99
4.2.7 – (P7) Gestão do Fluxo de Caixa
O processo “Gestão de Fluxo de Caixa” trata do fluxo financeiro entre os membros da
cadeia. No caso da universidade, buscou-se analisar como a UFAL, e mais especificamente as
Unidades Acadêmicas, gerenciam seus recursos durante a prestação do serviço de ensino.
4.2.7.1 – Descrição das Atividades
Está subseção descreverá as atividades envolvidas no processo em análise com base nas
seguintes categorias: i) critérios de distribuição de recursos para as UA’s; ii) divisão por
rubricas; iii) variedade de critérios internos.
No que se refere aos critérios de distribuição de recursos para as unidades acadêmicas,
os diretores apontaram que a universidade dispõe de um modelo que considera como variáveis
o quantitativo de alunos, número de docentes e cursos ofertados pela UA. Tais dados
corroboram com o que foi enunciado pela PROGINST. Ao ser questionado por meio de
consulta pública (23480.002763/2017-91) quanto à distribuição de recursos, o Pró-reitor de
Gestão Institucional sublinhou que o critério adotado pela universidade para material de
consumo é o indicador “aluno equivalente2”. Já para diárias e passagens, o cálculo se baseia no
indicador “professor equivalente”. Este modelo de distribuição e seus respectivos indicadores
tem como referência a matriz de alocação MEC/ANDIFES (Matriz de distribuição
orçamentárias às Universidades).
Embora esteja referendado em um modelo oficial do MEC, foi registrado pelo pró-
reitor que o procedimento adotado ainda não está formalizado institucionalmente. Ainda
segundo este, a PROGINST tem como objetivo amadurecer os indicadores já existentes, e
identificar novos, para assim propor um modelo formal de distribuição de recursos para a
universidade.
Estabelecido o critério de distribuição, observou-se que os recursos direcionados às
unidades são divididos em rubricas. Desta forma, a sua utilização fica vinculada aos elementos
contidos em cada rubrica. Dentre elas listou-se: material de consumo, material permanente,
diárias e passagens, manutenção. Toda movimentação de recurso é feita via sistemas, assim,
2 Indicador utilizado pelo MEC para distribuição de recursos para universidades que considera a proporção de
alunos por cursos.
100
cada UA dispõe de um centro de custo no módulo orçamentário do sistema que permite
acompanhamento e movimentação dos recursos. Quando uma unidade solicita materiais ao
almoxarifado, por exemplo, o recurso sai do centro de custo de UA e é transferido ao centro de
custo do almoxarifado, que utilizará esse recurso para se ressuprir.
Quanto aos critérios internos utilizados pelas UA’s para aplicação dos recursos,
constatou-se que cada unidade estabelece seu próprio método de distribuição com base em
prioridades definidas pela gestão interna. Sublinhou-se por parte da maioria dos entrevistados
que esta definição advém de reuniões do conselho da unidade.
Alguns critérios se repetiram nas falas dos diretores, como por exemplo, a concessão
de diárias e passagens priorizada a docentes convidados para ministrar palestras em eventos ou
que vão apresentar trabalhos científicos. Entretanto, foi destacado também que a medida que o
recurso é gasto ao longo do ano, a utilização dos critérios se torna mais difícil, sobressaindo em
alguns casos, o fator político.
UA1: “Ou seja, não é fácil, a gente vai atendendo por ordem de chegada, mas quando
chega um determinado momento que o recurso começa a se tornar escasso complica
bastante essa distribuição porque no fim a gente tem dificuldade para estabelecer
critérios para essa distribuição [...] e às vezes quem faz mais pressão acaba
conseguindo, quem tem mais tempo de casa se impõe mais, é uma questão muito
política entra nesse momento, quando o recurso está escasso”.
A seguir, listam-se as dificuldades nomeadas para a gestão do processo “Gestão de
Fluxo de Caixa”.
4.2.7.2 – Dificuldades Identificadas
A dificuldades arroladas pelos entrevistados para o presente processo foram
subdivididas em três grupos: i) recursos limitados; ii) necessidade de custeio pessoal; e, iii)
limitação no critério de distribuição.
Os gestores inscreveram a limitação dos recursos como um dos problemas para a gestão
do fluxo financeiro por parte das unidades. Segundo eles, o quantitativo de recursos destinados
às UA’s não é suficiente para suprir o volume de demandas internas, o que compromete a
reposição de materiais essenciais para aulas, como o exemplo dos materiais de laboratórios para
aula prática, bem como a participação de docentes em eventos externos.
101
Como consequência do primeiro problema listado, observou-se também a utilização de
recursos dos próprios professores ou de projetos de pesquisa destes para atender demandas
internas de material e serviços.
Outra dificuldade sublinhada pelos entrevistados refere-se aos critérios de distribuição
de recursos para as unidades. Conforme listado anteriormente, as variáveis consideradas são:
“aluno equivalente” para matérias, e “professor equivalente” para diárias e passagens”. No
entanto, foi arrolado que esses critérios não consideram as peculiaridades de cada unidade, por
exemplo, a necessidade de alguns cursos quanto às aulas práticas em laboratórios. Da mesma
forma, não se observa o número total de alunos e cursos contemplados pela UA. Citou-se o
exemplo do ICBS, que acolhe alunos de doze cursos de ciências da saúde, mas para critério de
distribuição só se considera os dois cursos de ciências biológicas, que são próprios da unidade.
4.2.7.3 – Soluções Apontadas
Como sugestão, registrou-se na fala do entrevistado G1 a criação de um novo método
de distribuição de recursos para as unidades que considere especificidades dos cursos e a correta
amplitude na prestação do serviço, visando dessa forma, solucionar o problema evidenciado na
subseção anterior e destacado pelos gestores.
O Quadro 19 apresenta uma visão geral dos resultados encontrados para o processo
“Gestão do Fluxo de Caixa”.
Quadro 19 – Resultados (P7) Gestão do Fluxo de Caixa
Categorias Subcategorias Definição
Descrição
Critérios de distribuição
de recursos para as
UA’s
A universidade dispõe de um modelo que considera como variáveis o
indicador “aluno equivalente” para material de consumo e o indicador
“professor equivalente” para diárias e passagens.
Divisão por rubricas
A utilização dos recursos fica vinculada aos elementos contidos em
cada rubrica. Dentre elas listou-se: material de consumo, material
permanente, diárias e passagens, manutenção.
Variedade de critérios
internos
Cada unidade estabelece seu próprio método de distribuição com base
em prioridades definidas pela gestão interna.
Dificuldades
Recursos limitados
O quantitativo de recursos destinados às UA’s não é suficiente para
suprir o volume de demandas internas, o que compromete a reposição
de materiais essenciais para aulas.
Necessidade de custeio
pessoal
Observou-se também a utilização de recursos dos próprios professores
ou de projetos de pesquisa destes para atender demandas internas de
material e serviços.
Limitação no critério de
distribuição
Os critérios não consideram as peculiaridades de cada unidade. Da
mesma forma, não se observa o número total de alunos e cursos
contemplados pela UA.
102
Soluções Novo método de
distribuição
A criação de um novo método de distribuição de recursos para as
unidades que considere especificidades dos cursos e a correta amplitude
na prestação do serviço.
Fonte: Dados da pesquisa
4.2.8 – Resumo Geral da Análise dos Processos
Com base nos resultados evidenciados nas subseções acima, percebe-se que foram
identificadas ações para todos os processos de GCSS, seguindo os processos do modelo teórico
de Ellram, Tate e Billington (2004), na Cadeia de Suprimento do Serviço “Ensino” da UFAL.
Visando agrupar os resultados colhidos na pesquisa, o Quadro 20 demonstra um resumo das
conclusões levantadas.
Quadro 20 – Resumo dos Resultados dos Processos de Gestão da CSS na UFAL
(P1) Fluxo de
Informação
Observou-se a utilização de fluxos virtuais (sistemas, portal, e-mail, telefone e
aplicativos de mensagens), físicos (documentos em geral), por representação (CA,
ASCOM) e por contato pessoal. Foram registradas dificuldades para gestão do
processo, como carência de pessoal para manutenção de canais de comunicação, alto
grau de informalidade na relação entre membros, insuficiência de processos internos
que garantam o fluxo contínuo e correto da informação, além de canais subutilizados
e/ou operando de forma descontinuada.
(P2) Gestão da
Capacidade
Verificou-se que a capacidade da instituição para prestar o serviço está vinculada a
legislações internas e externas, ao quantitativo de docentes, quantitativo de técnicos,
sua infraestrutura e manutenção de material. Foram apontadas deficiências que
interferem na capacidade interna geradas pela carência de docentes e técnicos, pela
necessidade de vinculação das ações às legislações, e por problemas estruturais no
ambiente físico da universidade.
(P3) Gestão da
Demanda
Identificou-se que as demandas da instituição são distribuídas por novos cursos, vagas
em cursos já existentes e administrativas para suprir a execução das atividades. Como
entraves, registrou-se novamente a carência de pessoal como fator impeditivo para
expansão e atendimentos de novas demandas. Da mesma forma, não foram apontados
estudos que buscassem entender a demanda social por novos cursos. Há ainda uma
limitação de alinhamento estratégico presente nas demandas administrativas que visam
suprir a manutenção de material e estrutura dos cursos existentes.
(P4) Gestão do
Relacionamento com
o Cliente
Registrou-se que a gestão de dados e relacionamento com clientes ocorre por meios
eletrônicos, representados por sistemas e banco de dados virtuais, e meios físicos, que
correspondem aos cadastros e registros impressos. Como dificuldades foram
observadas a limitação dos dados disponíveis aos gestores das unidades e o
acompanhamento insuficiente dos egressos. Quanto aos demais clientes (instituições e
sociedade) pouco foi observado de institucional para gerenciar o relacionamento.
(P5) Gestão do
Relacionamento com
Fornecedores
Sublinhou-se a SINFRA como gestor central da relação dos fornecedores externos
(seleção, cadastro e avaliação). Foi ainda apontado o sistema SIPAC como ferramenta
disponível para controle dos fornecedores por parte das unidades por meio do cadastro
das notas de empenho. No entanto, foi registrada uma subutilização do mesmo sistema
para gerenciamento de fornecedores por parte das unidades. Observou-se também a
inexistência de um instrumento ativo para avaliação de fornecedores que permita
mensurar a prestação do serviço ou produto recebido.
(P6) Gestão da
Entrega do Serviço
Apontou-se o papel da CPA e CAA’s na condução dos processos de avaliação internos
da universidade, com foco nos cinco eixos avaliativos estabelecidos pela CONAES.
Similarmente, arrolou-se o ENADE como instrumento utilizado pelo MEC para
103
acompanhar as condições do serviço fornecido pelas instituições públicas e privadas
de ensino superior. De forma indireta foram ainda destacadas as avaliações que
técnicos e docentes são submetidos ao longo da carreira. Como dificuldades para a
gestão do processo registou-se a situação da CPA e CAA’s, que ainda não operam na
plenitude de suas funções, a utilização de instrumentos informais para suprir avaliações
internas, e a falta de instrumento para aferir a percepção dos alunos quanto ao serviço
prestado.
(P7) Gestão do Fluxo
de Caixa
Relatou-se que a universidade utiliza um modelo que considera como variáveis o
indicador “aluno equivalente” para material de consumo e o indicador “professor
equivalente” para diárias e passagens. Por se tratar de uma instituição pública, a gestão
e uso de recursos fica vinculada a rubricas e aos elementos contidos em cada rubrica.
Internamente nas unidades, registou-se o emprego de métodos próprios de distribuição
com base em prioridades definidas pela gestão interna. Como problemas que afetam a
gestão do fluxo de caixa, apontou-se a limitação de recursos para suprir as demandas
durante a prestação do serviço, o que resulta na necessidade de custeio por meio de
outras fontes para garantir a continuidade das atividades (pesquisa ou recurso próprio).
Foi ainda enunciada uma limitação no critério de distribuição por parte da
universidade, visto que este não considera as peculiaridades de cada unidade, bem
como, não se observa o número total de alunos e cursos contemplados pela UA.
Fonte: Dados da pesquisa
Com base nos dados apresentados foi possível registrar uma variação no desempenho
da gestão dos processos de CSS de Ensino da UFAL.
Verificou-se que, para a Gestão do Fluxo de Informação, a universidade dispõe de uma
estrutura física e tecnológica suficiente para operacionalizar seu fluxo. Além disso, novos
instrumentos voltados ao setor público, como a Carta de Serviço ao Cidadão, estão otimizando
a comunicação entre os membros da cadeia. Razões estas que, sanadas as dificuldades com
carência de pessoal e uso de canais informais, possibilitará à UFAL um processo eficaz.
Outro processo que se destaca é a Gestão da Capacidade quando se trata do âmbito
acadêmico. Isto porque a instituição já possui normativas e legislações constituídas, além de
órgãos de controle externo atuantes. Entretanto, o fato de gerir bem não significa que a
universidade apresente o quantitativo de técnicos, professores e setores que necessita, e sim que
consegue prestar o serviço com um bom padrão de qualidade com as condições e limitações
que possui. Já no âmbito administrativo, a UFAL ainda encontra dificuldades de gestão
principalmente quando se trata da gestão de materiais e estrutura.
Também foram evidenciados problemas na Gestão da Demanda. Verificou-se que nos
últimos anos a universidade não elaborou pesquisa para identificar a demanda social e
mercadológica por novos cursos, situação crítica que contrapõe ao objetivo do processo.
Todavia, convém reconhecer o esforço da instituição para aproveitar ao máximo as vagas
disponíveis nos cursos, por meio de editais periódicos de transferência interna e externa, e
reopção.
104
Há ainda problemas de gestão ligados ao processo “Gestão de Relacionamento com
Fornecedores”. Primeiramente as ações do processo foram atribuídas a um setor
predominantemente operacional. Outro fator complicador é a inexistência de instrumento
interno de controle de fornecedores, que pode resultar em gastos públicos desnecessários fruto
do retrabalho ou serviços e produtos de má qualidade. Soma-se a isto, a subutilização do
principal sistema (SIPAC) direcionado à gestão de fornecedores.
Já na “Gestão de Relacionamento com Cliente” foi observado uma estrutura direcionada
somente aos alunos, e com poucas práticas associadas à gestão dos demais clientes mostrados
na cadeia (instituições e sociedade). Ainda assim, o sistema acadêmico atual, principal
instrumento de relacionamento com alunos, apresenta uma limitação significativa diante das
necessidades da universidade, não permite contato direto com aluno.
Da mesma forma, outro processo com entrave na gestão é o “Fluxo de Caixa”. Hoje a
universidade possui um mecanismo de distribuição de recursos que não considera as
peculiaridades de cada unidade. Tendo em conta a restrição de recursos que as instituições
públicas convivem anualmente, a utilização de um critério de repasse que atenda a real
necessidade de cada unidade se mostra essencial. Já nas unidades, apesar de cada uma delas
criar seu padrão interno, a gestão tem se mostrado eficiente.
Para a “Gestão da Entrega”, a UFAL possui boas ferramentas para uma análise macro
da instituição, embora algumas não estejam em pleno funcionamento e reativação, como é o
exemplo das CAA’s e CPA. Entretanto, percebe-se o predomínio de ações informais e
esporádicas para realização da análise micro, ou seja, mensurar membros e serviços em cada
unidade no dia a dia.
Assim, de maneira geral observa-se que a universidade dispõe de instrumentos e normas
para gestão de seus processos, no entanto alguns fatores têm interferido na eficácia destes.
Primeiro o nível de informalidade nas ações de comunicação e avaliação institucional, além da
subutilização de sistemas e normas. Em seguida o fator “pessoas” - seja pela carência, pelo
conhecimento técnico, ou rotatividade – tem interferido nos resultados, na manutenção e
eficácia das práticas gerenciais. Tal fato pode ser percebido ao se analisar os problemas
evidenciados em cada processo, no qual, grande parte das dificuldades estão associadas às ações
de seus servidores, sejam eles técnicos ou docentes.
Foi ainda evidenciado que a GCSS de Ensino da UFAL possui uma concentração de
práticas voltadas para a cadeia interna, e outras poucas para a imediata. Embora neste estudo
105
não tenha sido possível precisar, há indícios que a limitação de ações e o conhecimento dos
gestores sobre cadeia total, seja fruto de uma gestão voltada ao setor público. Tal fato é
claramente verificado no fluxo direcionado aos fornecedores. Estes que, por motivos legais, só
tornam-se conhecidos ao finalizar um processo licitatório, por exemplo.
106
5. PLANO DE AÇÃO
Esta seção tem como objetivo propor um plano de ação com o intuito de minimizar as
dificuldades constatadas no presente estudo. Para isto foram consideradas as sugestões
apontadas pelos gestores entrevistados, bem como os documentos e legislações a fim de não
confrontar requisitos legais e estratégias de gestão. O Quadro 21 sintetiza as propostas do plano,
separados pelos processos de gestão.
Quadro 21 – Plano de Ação
Processo
Vinculado Nº O Que Quem Como
Quando
(previsão)
Resultados
(almejados)
Mapeamento da
Cadeia 1
Formalizar a
Cadeia de
Suprimento de
Ensino da UFAL
PROGRAD
e Reitora
Inserção da
Cadeia em
Relatórios de
Gestão
Agosto/17
Reconhecer
membros
envolvidos na
prestação do ensino
e promover ações
para prospectar
fluxo e relação entre
membros
(P1) Fluxo de
Informação
2
Difundir
conhecimento dos
servidores quanto
aos serviços
operacionais e
administrativos
PROGEP e
UA's
Maior divulgação
de manuais e
treinamento
contínuo de
rotinas
administrativas
Setembro/17
Aumentar eficácia e
celeridade nos
procedimentos
administrativos
3
Ampliar a
comunicação
formal direta com
alunos
PROGRAD
e NTI
Implantação do
novo sistema
acadêmico e
incentivo a maior
utilização do
AVA por parte
dos docentes
Dezembro/17
Utilização de mais
canais formais
diretos
4
Otimizar a
comunicação com
cliente externo
UA e NTI
Atualização dos
portais e criação
da Carta de
Serviços das UA's
Dezembro/ 17
Portais em pleno
funcionamento e
publicação da Carta
de Serviço de cada
UA
5
Aprimorar
procedimentos de
compras e
aquisições
SINFRA
Reativação da
Comunidade de
Prática e
treinamento
contínuo dos
servidores
Setembro/17
Ativação da
Comunidade de
Prática e
treinamentos
inseridos no
cronograma de
capacitação ao
longo do ano
(P2) Gestão da
Capacidade 6
Diminuir impacto
da carência de
pessoal (Técnicos
administrativos e
de laboratório)
PROGEP e
UA's
Levantamento do
quantitativo de
técnicos por
unidade e
redistribuição de
atribuições
Outubro/17 Plano de cargos e
atribuições
107
7
Realizar
melhorias
infraestruturas
UA's e
SINFRA
Criação de um
Plano Anual de
Melhorias
Infraestruturas
Dezembro/ 17
Diminuição de
obras e
manutenções
reativas e
crescimento de
obras preventivas e
melhorias
(P3) Gestão da
Demanda
8
Estabelecer
critérios para
novos cursos
PROGRAD
Realização de
Pesquisas para
Identificar Novas
Demandas
Novembro/
17
Alinhar a
necessidade local à
capacidade da
universidade em
fornecer novos
cursos
9
Ampliar
conhecimento da
sociedade quanto
aos cursos da
UFAL
UA's
Participação em
feiras e
divulgação de
eventos internos
para público
externo
Dezembro /17
Possibilitar à
sociedade conhecer
os cursos e
respectivas
profissões
fornecidas pela
universidade
(P4) Gestão do
Relacionamento
com o Cliente
10
Expandir volume
de informação aos
gestores
PROGRAD
e NTI
Ampliação do
acesso do sistema
aos diretores de
unidade
Agosto/17
Maior volume de
informação
disponível aos
diretores facilitando
a tomada de decisão
quando necessária
11 Acompanhamento
dos Egressos
PROGRAD
e UA's
Realizar cadastro
e
acompanhamento
de egressos de
forma
institucional.
Dezembro/ 17 Banco de dados de
egressos
(P5) Gestão do
Relacionamento
com o
Fornecedor
12
Aprimorar
práticas e relação
com fornecedores
Reitora/
SINFRA/
UA
Reativação de
Setor de
Relacionamento
com
Fornecedores,
Comunidade de
Prática e Agente
SINFRA
Outubro/17
Aperfeiçoar a
gestão de
fornecedores
13 Realizar controle
de fornecedores SINFRA
Criação de
cadastro de
fornecedores e
instrumento de
avaliação
Dezembro/ 17
Monitorar serviços,
produtos e
fornecedores.
Aplicação de
sanções nos casos
previstos em lei
(P6) Gestão da
Entrega do
Serviço
14
Nomear
Comissões de
Avaliação
PROGRAD
e UA's
Criação de GT
para ativar CAA's Setembro/17
CAA's de todas as
UA's e CPA em
pleno
funcionamento
15
Aperfeiçoar
procedimentos de
avaliação
PROGRAD/
UA/CAA/
CPA
Aprimorar
instrumento de
avaliação
utilizado (formato
e/ou modo de
aplicação)
Novembro/
17
Novo instrumento
de avaliação
108
(P7) Gestão do
Fluxo de Caixa 16
Amadurecer os
indicadores de
distribuição de
recursos para as
UA's
PROGINST
Criação de GT
para formular
indicadores com
variáveis que
considerem as
peculiaridades de
cada unidade e o
volume real de
alunos que
atendem
Outubro/17
Novo instrumento
de distribuição de
recursos que
proporcione uma
distribuição mais
apropriada
Fonte: Dados da pesquisa
A primeira ação sugerida no plano é formalizar a Cadeia de Suprimento de Ensino da
universidade. Dessa forma, os membros envolvidos na prestação de ensino serão facilmente
identificados. Ademais, tal ação servirá como ponto de partida para conhecimento de novos
membros e o avanço da análise dos processos da cadeia total da universidade.
A ação seguinte visa estimular a disseminação de conhecimento entre os servidores da
universidade. Para isto, faz-se necessária a inserção de cursos de atualização no programa anual
de capacitação da instituição, e organização de canais de acesso a manuais relacionados aos
processos de GCSS de Ensino. Atualmente, os manuais institucionais estão espalhados em
variados canais.
A seguir, sugere-se a implantação do novo sistema acadêmico para otimizar a
comunicação com os alunos. Conforme foi apontado, já existe um cronograma para que o novo
sistema entre em funcionamento, bastando neste caso, manter o cronograma estabelecido para
sua implantação.
Também verificou-se a necessidade de atualização dos portais institucionais das UA’s.
Este é um importante instrumento de comunicação com clientes, mas está funcionando de forma
descontinuada em muitas unidades. Propõe-se designar um servidor para atualizar o portal e
posteriormente delegar a gestão do mesmo entre os setores da unidade. Dessa forma, caberá a
coordenação de graduação monitorar as informações sobre a graduação no portal, e a
coordenação de pós-graduação as informações sobre a pós-graduação no portal, por exemplo.
A próxima ação sugerida é aprimorar procedimentos de compras por meio da reativação
da Comunidade de Prática e treinamentos. Foi registrada na fala do gestor “G2” que a
Comunidade de Prática era um importante ambiente para sanar dúvidas e trocar conhecimento.
Como era realizado no ambiente Moodle, para reativá-la é necessário somente atualizar o
contato dos servidores responsáveis por compras na unidade e cadastrá-los no ambiente.
Foi ainda proposto um levantamento do quantitativo de técnicos em cada unidade para
uma posterior redistribuição das atribuições dos servidores. Considerando que a carência de
109
pessoal é um dos principais problemas enfrentados para gestão dos processos na universidade,
cabe a cada unidade realizar ações voltadas a gestão de pessoas. Assim, caberia às UA’s listar
o quantitativo de técnicos e de serviços a serem realizados, e distribuí-los de maneira
equilibrada para não sobrecarregar e nem subutilizar os recursos humanos da unidade.
Para amenizar os problemas estruturais que as UA’s e demais setores enfrentam ao
longo do ano, recomenda-se um plano anual de manutenção preventiva. Para isso, seria
elaborado um cronograma anual para revisar cada instalação da universidade, diminuindo assim
as ações de manutenção reativa e garantindo maior durabilidade da infraestrutura da instituição.
A ação seguinte visa incentivar o avanço de pesquisas para oferta de novos cursos de
graduação. Já existe uma análise para novos campi e um indicativo da PROGRAD que novos
cursos só serão ofertados mediante pesquisa da real necessidade local. Dessa forma, propõe-se
a criação de um instrumento que examine a necessidade local e confronte com a capacidade da
universidade em ofertar o curso.
Outra iniciativa importante é ampliar a participação da UFAL em feiras e eventos para
divulgação dos cursos disponíveis na universidade. Também é possível promover um momento
para que escolas possam levar seus alunos às unidades como forma de conhecer novos cursos
e profissões, auxiliando inclusive, a escolha dos alunos para a profissão a seguir.
Durante a pesquisa reconheceu-se também a necessidade de expandir o acesso dos
diretores às informações disponíveis no sistema acadêmico dos cursos de sua unidade. Para tal
ação, é necessário realizar uma solicitação de mudança de perfil no Núcleo de Tecnologia da
Informação.
Verificou-se da mesma forma, a indispensabilidade de aprimorar o acompanhamento
dos egressos. Assim, indica-se a elaboração de um banco de dados de egressos que permita
acompanhar o aluno após a conclusão do curso. Tais dados se mostram significativos para
manter relação com egressos, bem como para aferir sobre o impacto do serviço prestado na vida
do aluno pós universidade. Para manter o banco de dados seria necessário um instrumento de
coleta amostral, tendo em vista a quantidade de graduados semestralmente.
Para a gestão do relacionamento com fornecedores foi sugerido reativar o “Setor de
Relacionamento com Fornecedor”, a ferramenta on-line “Comunidade de Prática” e a função
do “Agente SINFRA”. Com essas ações acredita-se ser possível aperfeiçoar a gestão dos
fornecedores e monitorar com mais qualidade os produtos e serviços realizados na universidade.
110
Para controle, e mais especificamente, para aplicação de sanções, utilizar-se-iam os
instrumentos previstos na legislação vigente.
Por fim, a última ação propõe a criação de um GT para amadurecer os indicadores
utilizados na distribuição de recursos às UA’s, propondo ao final, um novo instrumento,
composto por indicadores com variáveis que considerem as peculiaridades de cada unidade e o
volume real de alunos que atendem.
Apesar de reconhecer a importância das ações propostas no plano, muitas destas exigem
planejamento e pessoal para executá-las, o que pode resultar em dificuldades em adotar os
prazos previstos e até mesmo a implantação das ações indicadas.
111
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como objetivo analisar o processo de Gestão da Cadeia de
Suprimento de Serviço com base nos atores que compõem a cadeia de ensino da Universidade
Federal de Alagoas. Para isto, inicialmente foi realizado um mapeamento da Cadeia de
Suprimento de Ensino da UFAL, e em seguida foram analisados os processos de GCSS
proposto pelo modelo teórico de Ellram, Tate e Billington (2004).
Quanto aos procedimentos metodológicos foram utilizadas entrevistas com gestores
internos que possuem dentro de suas atribuições relação direta com a prestação do serviço na
universidade, análise de documentos oficiais e legais e consultas públicas. Os dados foram
colhidos ao longo de seis etapas da pesquisa e foram examinados por meio da técnica da análise
de conteúdo.
Como resultado do primeiro objetivo específico, apresentou-se o mapeamento da cadeia
de ensino. Este possibilitou observar que os setores centrais a prestação do serviço na
universidade são as Unidades Acadêmicas, como principais executoras do serviço, a
PROGRAD, como gestora central, e a SINFRA por seu papel operacional de suprir as unidades
em termos de material e infraestrutura. Cabe também a esta, ser o principal elo entre a
universidade e seus fornecedores de serviços, material e infraestrutura. Constatou-se ainda a
presença de alguns setores/órgãos voltados para regulamentação e controle, e outros
desempenhando funções de apoio ao longo da cadeia de ensino. Registrou-se da mesma forma,
que a estrutura da cadeia está centrada na cadeia interna e imediata da instituição, não sendo
possível nesse momento, avançar em outros níveis horizontais e ampliar a cadeia total.
Ao tratar do segundo objetivo específico o estudo sublinhou: i) as atividades
desenvolvidas pela UFAL relacionadas a cada processo do modelo teórico; ii) as dificuldades
envolvidas na gestão e operação do processo; e iii) soluções apontadas. Por meio da análise dos
processos de gestão foram constatadas práticas gerenciais voltadas a todos os processos de
GCSS (fluxo de informação, gestão da capacidade, gestão da demanda, gestão do
relacionamento com o cliente, gestão do relacionamento com fornecedores, gestão da prestação
do serviço, gestão do fluxo de caixa).
No caso da IFES analisada, constatou-se que a mesma dispõe de um número
significativo de ferramentas para gerir seus processos. No entanto, algumas dessas ainda estão
em fase de implantação, como o novo sistema acadêmico, e outras existem, mas não são bem
112
operadas por servidores e gestores, o que dificulta a efetividade dos seus resultados, como o
exemplo das CAA’s. Tais dados apontam que a universidade conta com uma estrutura que
permite, mesmo com carências, garantir a gestão dos processos de CSS de Ensino, caso otimize
suas práticas internas.
Ainda quanto à gestão dos processos foi possível evidenciar uma variação no
desempenho da gestão dos processos CSS de Ensino da UFAL. Destacaram-se positivamente a
estrutura relacionada ao processo (P1) Fluxo de Informação e as ações acadêmicas da (P2)
Gestão da Capacidade. Todavia, nos demais processos as dificuldades sublinhadas interferem
na eficácia de suas práticas, não permitindo à instituição uma boa gestão da sua CSS de Ensino.
Dentre os problemas demonstrados foram apontados um alto grau de informalidade nas
ações de comunicação e avaliação institucional, além da subutilização de sistemas e normas
estabelecidas por órgãos superiores, como aqueles ligados aos procedimentos de compras e
controle de fornecedores. A carência de pessoal foi apontada similarmente como um dos
problemas que mais afeta a instituição.
Observou-se também que as práticas gerenciais estão concentradas na cadeia interna e
imediata da instituição, o que reforça a importância de avançar com estudo para uma análise da
cadeia total. Há indícios que esta visão centrada pode ser fruto do campo público, o que, caso
comprovado com novas pesquisas, justificaria uma adaptação do modelo teórico e a proposição
de um novo modelo que considerasse as peculiaridades das instituições públicas.
Como contribuição, o estudo buscou ampliar a aplicação dos processos de GCSS no
setor público, e mais especificamente para o ambiente organizacional de uma IFES. Diante da
amplitude do serviço “ensino” e do número de clientes envolvidos, o emprego de conceitos e
ferramentas direcionadas à gestão de cadeias de serviço podem colaborar para o alcance de
melhores resultados organizacionais quando estes são de conhecimento de seus gestores.
Sob o ponto de vista prático, o estudo contribui ao descrever os processos de GCSS na
perspectiva de uma IFES, bem como por identificar práticas utilizadas para cada processo, as
principais dificuldades enfrentadas para o seu gerenciamento, além por apresentar soluções para
as práticas gerenciais que vinham se mostrando ineficientes ou ineficazes. Possibilitando assim,
uma análise por parte da instituição estudada, e de instituições do mesmo ramo, quanto a
efetividade de suas ações e a necessidade de possíveis correções.
Como contribuição teórica o estudo demonstra que, embora tenham sido apontadas
práticas para todos os processos, o modelo teórico apresenta limitações de análise para este tipo
113
de organização (instituições públicas), uma vez que as características do objeto (serviço de
educação e público), podem não ser analisadas da melhor forma por fatores como análise de
demanda e relacionamento com fornecedores. Da mesma forma, foram observadas variáveis
vinculadas ao setor público pouco exploradas pelo modelo teórico, como exemplo da variável
“fator político”. Do mesmo modo, a ampliação do diagnóstico para outro macroprocesso da
instituição, como pesquisa e extensão, pode interferir nos fatores analisados. Diante disso, pode-
se chegar a possível conclusão que a proposta de um novo modelo teórico possa ser
fundamental.
Como limitação, lista-se o recorte da análise com base em uma única IFES. Dessa forma,
os dados apontados podem representar uma realidade local ou regional quanto às práticas
gerenciais. Outrossim, o exame fundamentado unicamente no macroprocesso ensino acaba
desconsiderando a inter-relação do ensino com a pesquisa e extensão.
Para as pesquisas futuras, sugere-se uma replicação da análise dos processos de GCSS
em outra instituição de ensino superior a fim de comparar os procedimentos e ampliar os
conhecimentos sobre tais práticas em organizações federais de ensino. Pode-se ainda ampliar o
objeto de análise e comparar com a práticas adotadas por uma universidade privada.
114
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121
CLIENTES
UA’s
APÊNDICES
Apêndice A- Roteiro de Entrevista para Mapeamento da Cadeia
Esboço de Cadeia de Ensino
1) Diante da ilustração da Cadeia de Ensino da UFAL o sr. (a) acrescentaria algum outro
setor da UFAL e/ou órgão externo? Se sim, qual?
2) Retiraria algum setor da UFAL e/ou órgão externo? Se sim, qual?
3) Desmembraria algum setor da UFAL e/ou órgão externo? Se sim, qual?
4) Juntaria algum setor da UFAL e/ou órgão externo? Se sim, qual?
5) Alteraria a posição de algum setor da UFAL e/ou órgão externo? Se sim, qual?
6) Quais são os clientes “do ensino” da UFAL?
7) Quais são os fornecedores para o funcionamento do ensino?
8) Quais são os parceiros para o funcionamento do ensino?
9) Quais os principais órgãos reguladores para o funcionamento do ensino?
ESCOLA DA REDE
BÁSICAFUNDAMENTAL
COMUNIDADE
INTERNACIONAL
COMUNIDADE
INTERNA
COMUNIDADE SUS
IEL CIEE SESAU SMS IFAL UNCISAL
ORGÃOS EXTERNOS
SINFRA
PRÓ-REITORIAS
ORGÃOS ESPECIAIS
ORG ASSESSORIA
GESTÃO ENSINO
GESTÃO
CPAI/PROGINST CAPACITAÇÃO/PROGEP
PROCURADORIA
NDE COLEGIADOS DE CURSOS FÓRUM DOS COLEGIADOS
CCG /PROGRAD CPD/PROGRAD
CCG
GEST/PROGRAD
GABINETE REITOR GABINETE VICE-REITOR
ORG APOIO ADM NTI
UA’s
PROGINST
PROGRAD
CCG
DRCA
ORG APOIO ACADEMICO BIBLIOTECA
ORGÃOS INTERNOS
COMUNIDADE
EXTERNA
DOCENTES
MEC
PROGEP
122
Apêndice B – Roteiro de Entrevista
Este questionário é um instrumento de coleta de dados para confecção de um Relatório Técnico de conclusão do
curso de Mestrado Profissional em Administração Pública em Rede Nacional – PROFIAP/UFAL. O objetivo da
pesquisa é analisar o processo de gestão entre os atores que compõem a Cadeia de Suprimento de Serviço da
Universidade Federal de Alagoas. A universidade possui três macroprocessos finalísticos – ensino, pesquisa e
extensão – esta pesquisa analisará somente o macroprocesso ensino.
Roteiro de Entrevista
Código do entrevistado:
01. Perfil:
a) Cargo ou função:
b) Tempo de universidade:
c) Tempo no cargo ou função atual:
d) Possui experiências anteriores de gestão? Se sim, qual?
02. Relações entre membros da cadeia.
Seu setor foi identificado como membro da Cadeia de Ensino da Universidade. Com base no
esboço abaixo o sr. (a) acrescentaria algum outro setor e/ou órgão?
Fonte: Dados da Pesquisa
03. Os próximos questionamentos buscam analisar os processos de gestão da cadeia de serviço.
ID Processos Atividades
P1 Fluxo de Informação É o processo que compartilha informações entre fornecedores e
clientes e procura estabelecer as possíveis especificações dos
123
serviços, as possíveis habilidades exigidas dos prestadores de
serviços, as possíveis expectativas do nível de serviço necessário e
a expectativa da demanda.
P2 Gestão da Capacidade
É o processo que identifica os recursos produtivos e as habilidades
que representam a capacidade de produção necessária para atender
a demanda estimada.
P3 Gestão da Demanda
É o processo que trata de identificar a demanda dos clientes e as
possibilidades de variação dessa demanda. A gestão da demanda é
fundamental para determinar a capacidade de produção do prestador
de serviços.
P4 Gestão de Relacionamento
com o Cliente
É o processo que trata da estrutura necessária para o relacionamento
com os clientes. Operacionalmente, representa um sistema
atualizado de informações relativas as diferentes classificações de
clientes e suas necessidades específicas. É fundamental para bem
compreender as necessidades dos clientes e requer monitoramento
para garantir que a entrega do serviço corresponda ao que ficou
definido no fluxo de informação.
P5 Gestão de Relacionamento
com Fornecedores
É o processo que trata da estrutura necessária para o relacionamento
com os fornecedores. Começa pela correta identificação dos fatores
de produção e de suas respectivas especificações. A seguir, os
fornecedores potenciais devem ser identificados e qualificados.
Operacionalmente, representa um sistema atualizado de
informações relativas às diferentes classificações dos fornecedores.
P6 Gestão da Entrega do Serviço O processo que trata da entrega do serviço de acordo com o que foi
combinado com o cliente.
P7 Fluxo de Caixa Representa o fluxo financeiro entre fornecedores e clientes.
A análise será feita com base em cada processo segundo perguntas como:
a) Quais atividades são desenvolvidas?
b) Como são realizadas? (Formal/Periodicidade/Digital/Diretamente)
c) Quem são os responsáveis pelas atividades/processo?
d) Quais as dificuldades encontradas no decorrer do processo?
e) As práticas passam por revisão?
f) Como as atividades são avaliadas?
124
ANEXOS
Anexo 1 – Estrutura Organizacional da UFAL
125
Anexo 2 - Macroprocessos Finalísticos do Ensino
Pró-Reitoria de Graduação - PROGRAD
Órgão central do sistema acadêmico da UFAL, tem por competências:
a) planejar, superintender e coordenar as políticas de ensino de graduação da Universidade;
b) acompanhar e avaliar a elaboração e implementação dos Projetos Pedagógicos dos Cursos de Graduação da Universidade;
c) acompanhar e avaliar as atividades de estágios curriculares e monitorias relacionados aos Cursos de Graduação da Universidade;
Macroprocessos Descrição Produtos e Serviços Principais Clientes Subunidades
Responsáveis
Promover a organização,
a implantação e o
acompanhamento dos
cursos de graduação
Criação do curso;
Acompanhamento de cursos já existentes;
Atualização das matrizes curriculares em
função das normativas vigentes;
Atualizar regularmente as resoluções,
regimentos, etc;
Credenciamento de docentes; Nomeação de
coordenadores.
Curso criado e em funcionamento;
Melhoria na qualidade da
Graduação da UFAL.
Comunidade
Interna e Externa CCG/PROGRAD
Prestar apoio técnico aos
Colegiados dos Cursos,
no processo de
elaboração/ atualização de
seus Projetos Pedagógicos
Capacitação dos colegiados de curso e do
NDE;
Atualização das normativas vigentes;
Atualização e Reformulação dos projetos
pedagógicos.
NDE atuante;
Projetos de Curso atualizados;
Cursos bem avaliados;
Egressos inseridos no mercado de
trabalho.
Comunidade
Interna e Externa CCG/PROGRAD
Participar efetivamente
dos Fóruns Colegiados da
Graduação, contribuindo
na formalização das
decisões coletivas
Realização de reuniões mensais com os
coordenadores de curso;
Proposta de instruções normativas;
Resoluções acadêmicas atualizadas;
Comunidade
Interna PROGRAD
126
Acompanhar o processo
de autorização para
funcionamento,
reconhecimento e
renovação de
reconhecimento dos
Cursos de Graduação
Acompanhamento do preenchimento do
formulário eletrônico;
Articulação com a Procuradoria Institucional
e Colegiados de Curso;
Capacitação do NDE;
Sensibilização dos alunos dos cursos
envolvidos com o processo de avaliação;
Cursos Autorizados (fora da Sede),
reconhecidos ou renovados;
Cursos bem avaliados;
Matrizes curriculares atualizadas;
Ações de melhorias diversas
realizadas;
Comunidade
Interna
NDE/PROGRAD;
PROCURADORIA
INSTITUCIONAL;
COLEGIADOS DE
CURSO; PROGINST;
SINFRA;
BIBLIOTECA; NTI
Coordenar as atividades
de programação da oferta
acadêmica dos Cursos de
Graduação
Estudo das áreas de interesse de acordo com
os PPCs;
Análise da CH docente por UAs / Curso;
Auxiliar na oferta acadêmica dos cursos de
graduação;
Otimizar a relação Docente/CH/Disciplinas;
Análise da aptidão e acompanhamento da
associação do docente para oferta
acadêmica;
Distribuição de vagas otimizadas;
Oferta acadêmica atendida;
Docentes associados;
Comunidade
Interna e UAs;
PROGEP
CCG e
CDP/PROGRAD
Apoiar as Unidades
Acadêmicas no processo
de formação dos
Colegiados dos
Cursos, favorecendo a
participação de todos os
segmentos
Acompanhamento do processo de formação
dos colegiados, observando a
representatividade das classes docente,
discente e servidor-técnico.
Colegiados de Curso implantados. Comunidade
Interna CCG/PROGRAD
Participar da elaboração e
divulgação do Calendário
Acadêmico;
Prestar atendimento ao
público interno e externo,
sobre questões ligadas aos
Cursos de Graduação
Elaboração do calendário acadêmico da
UFAL, após a discussão no Fórum dos
Colegiados
Suporte para os alunos, professores e
coordenadores de curso sobre as resoluções
acadêmicas e outras questões relacionadas
com o ensino de graduação.
Elaboração do manual do aluno.
Calendário acadêmico de
Graduação aprovado pelo Conselho
Universitário;
Manual do Aluno;
Professores e
Coordenadores
Capacitados;
Público externo devidamente
informado.
Comunidade Interna e
Externa PROGRAD
Assessorar o
Departamento de Registro Informar ao DRCA as portarias de
reconhecimento dos cursos de graduação; Diplomas atualizados;
Comunidade Interna e
Externa PROGRAD e DRCA
127
e Controle Acadêmico -
DRCA nas questões
curriculares
Suporte na elaboração dos Editais de
Reopção e Transferência;
Suporte nos requerimentos de matrícula e
processos de aproveitamento de estudos dos
alunos da UFAL;
Informações dos alunos envolvidos nos
programas de mobilidade acadêmica.
Editais publicados;
Matrículas realizadas;
Históricos escolares dos alunos
atualizados;
Propor normas e
procedimentos
acadêmicos, objetivando
o adequado
desenvolvimento dos
cursos de graduação
Elaboração de instruções normativas
direcionadas com o ensino de graduação.
Instruções normativas diversas
elaboradas (TCC, Estágio
Supervisionado, Conteúdos de
prática pedagógica, curricularização
da extensão, condução dos 20%
EaD nos cursos presenciais etc.)
Comunidade Interna PROGRAD
Manter atualizado o
banco de dados no
Sistema Acadêmico
(SIEWEB), no que for
pertinente aos currículos
Cadastro das matrizes curriculares dos novos
cursos de graduação da UFAL;
Inserção de disciplinas eletivas dos cursos
em andamento;
Atualização das cargas horárias dos cursos
de graduação;
Inserção das informações relacionadas com
o ENADE.
Históricos escolares atualizados;
Matrizes curriculares atualizadas. Comunidade Interna
CCG/PROGRAD e
NTI
Coordenar a distribuição
do Espaço Físico para as
atividades de ensino,
adequando às condições
estruturais à demanda,
considerando a oferta
acadêmica
Definição dos espaços físicos para viabilizar
a oferta acadêmica dos Cursos de Graduação
da UFAL.
Oferta acadêmica alocada;
Espaços físicos compartilhados;
Otimização de ocupação dos
espaços físicos.
Comunidade Interna CCG/PROGRAD
Manter atualizado o
banco de dados no
Sistema Acadêmico
(SIEWEB), no que for
pertinente à oferta
acadêmica e espaço físico
Definição dos prazos para inserção da oferta
acadêmica dos cursos nos semestres
regulares e nos cursos de férias;
Atualização dos espaços físicos das unidades
acadêmicas no SIEWEB;
Oferta acadêmica inserida no
SIEWEB;
Coordenadores capacitados. Comunidade Interna
CCG/PROGRAD;
NTI e SINFRA
128
Capacitação dos novos coordenadores de
curso com relação ao processo de cadastro e
consulta da oferta acadêmica;
Acompanhamento do processo de associação
das disciplinas da oferta acadêmica de
professores externos da Unidade Acadêmica.
Coordenar as atividades
dos administradores dos
blocos de salas de aula
Alocação dos Administradores de Bloco nos
blocos de sala de aula;
Acompanhamento e avaliação do
desempenho dos administradores de bloco;
Planejamento do gerenciamento dos recursos
didáticos dos blocos de sala de aula (data-
show, apagador, pincel atômico, etc).
Administradores de bloco
capacitados;
Planejamento semestral do processo
de compra dos insumos.
Comunidade Interna CCG/PROGRAD e
SINFRA
Realizar estudos relativos
às condições da
infraestrutura para a
graduação, que subsidiem
a Pró-Reitoria no
processo de Planejamento
e
Avaliação Institucional
Acompanhamento dos relatórios de
avaliação do MEC das visitas in loco;
Acompanhamento dos relatórios do
ENADE;
Acompanhamento do relatório de avaliação
institucional.
Plano de ação com vistas ao
atendimento das demandas
relacionadas com a infraestrutura da
UFAL.
Comunidade Interna PROGRAD e
SINFRA
Identificar e providenciar
junto aos setores
competentes, os materiais
e serviços indispensáveis
ao andamento regular das
atividades de ensino
Planejamento do gerenciamento dos recursos
didáticos dos blocos de sala de aula (data-
show, apagador, pincel atômico, etc).
Planejamento do gerenciamento dos
recursos didáticos dos blocos de
sala de aula (data-show, apagador,
pincel atômico, etc).
Comunidade Interna CCG e SINFRA
Coordenar e avaliar as
políticas referentes aos
estágios curriculares
supervisionados do ensino
de graduação
Elaboração e manutenção das diretrizes
institucionais referentes aos estágios;
Elaboração e manutenção da documentação
pertinente aos estágios, tais como: TCE,
Modelo de Relatórios Semestrais, Fichas de
Avaliações bimestrais, formulários diversos
etc;
Normatização dos Estágios
(Resoluções, Notas técnicas,
Formulários, Fichas de cadastros,
modelos de TCE e de Plano de
Atividades, Termos de Rescisão,
modelos de relatórios e de
avaliações), disponíveis também em
formato digital;
Comunidade Interna CCG/PROGRAD
GEST e NTI
129
Assessorar a criação e implantação de
instrumentos técnicos digitais para
gerenciamento e administração dos estágios.
Página sobre estágios no site
institucional da universidade,
página em redes sociais online
(facebook) e Módulo de
Gerenciamento anexo ao sistema
acadêmico (antigo MGE, atual
SIGAA)
Emissão de documentos e
comunicação oficial (declarações,
pareceres, despachos, memorandos,
ofícios, etc)
Assegurar o cumprimento
da legislação e das
normas pertinentes ao
estágio, na sua relação
com o projeto pedagógico
de cada curso
Emitir declarações, análises, despachos e
pareceres técnicos relativos a estágio junto
aos PPC de cada graduação da UFAL;
Orientar quanto a dúvidas, questionamentos
e problemas decorrentes do excesso ou falta
de informação sobre os temas ligados aos
estágios nos PPC;
Fazer cumprir os ditames legais, prescritos
nas normas institucionais e na legislação
federal, junto as coordenações de estágios
dos cursos.
Atendimento técnico especializado
quanto aos temas e dúvidas ligadas
aos estágios;
Capacitação dos Corpo docente e
técnico quanto aos temas ligados
aos estágios;
Formação da Comissão de Estágio
Curricular para assessoramento aos
cursos de graduação.
Comunidade Interna
CDP e
CCG/PROGRAD;
GEST; Fórum dos
Colegiados; Setor de
Capacitação/PROGEP
.
Assessorar os colegiados
de curso na definição das
condições para aprovação
e credenciamento dos
campos de estágio, a fim
de garantir padrões de
qualidade do estágio
Assessoramento técnico junto as
coordenações de estágios no
desenvolvimento das diretrizes particulares
referentes aos estágios de cada curso;
Capacitar o corpo docente dos cursos de
graduação para os processos relativos e
pertinentes aos fluxos e rotinas dos estágios;
Capacitar o corpo técnico das unidades
acadêmicas para os processos relativos e
pertinentes aos fluxos e rotinas dos estágios.
Formação, reuniões e capacitação
do corpo docente dos cursos de
graduação;
Formação e capacitação do corpo
técnico das unidades acadêmicas.
Comunidade Interna
CCG e
CDP/PROGRAD;
GEST; Setor de
Capacitação/PROGEP
Assessorar os colegiados
de cursos e representantes
dos campos de estágio na
avaliação global do
Capacitar o corpo docente dos cursos de
graduação para os processos relativos e
pertinentes aos fluxos e rotinas dos estágios;
Formação, reuniões e capacitação
do corpo docente dos cursos de
graduação;
Comunidade Interna e
Externa
CCG, GEST e
CDP/PROGRAD;
Setor de Capacitação
/PROGEP
130
estágio, nos campi e no
curso Capacitar o corpo técnico das unidades
acadêmicas para os processos relativos e
pertinentes aos fluxos e rotinas dos estágios;
Orientar as empresas concedentes quanto as
rotinas e fluxos dos estágios na UFAL;
Receber orientação das empresas
concedentes quanto as rotinas e fluxos dos
estágios em campo.
Formação e capacitação do corpo
técnico das unidades acadêmicas;
Reuniões com empresas
concedentes para ajustes técnicos.
Acompanhar o processo
de estágio, promovendo
troca de experiências e
incentivando atividades
integradas
Promoção, apoio, parceria e participação em
eventos ligados a temática dos estágios.
Participação em caráter de parcerias
com empresas concedentes de
estágios e outras IES no CAIITE
2014.
Comunidade Interna e
Externa
CCG e
GEST/PROGRAD;
GVR/UFAL; IFAL;
CIEE-AL; IEL-AL;
UNCISAL; SESAU-
AL
Manter organizado e
atualizado o cadastro dos
estagiários e das
empresas, escolas e/ou
escritórios e o arquivo de
outros dados referentes
aos estágios, no sistema
Arquivar, controlar e salvaguardar convênios
para concessão de estágios, quanto a
vigência e seu cumprimento legal;
Encaminhar as Coordenações de Estágios
dos cursos documentações de estágios dos
alunos das graduações encaminhadas a
GEST pelas empresas concedentes.
Desenvolvimento de planilhas e
relatórios anuais acerca do
quantitativos de convênios
ativos/inativos, de estágios
iniciados e concluídos e de alunos
segurados;
Conclusão dos cursos de graduação.
Comunidade Interna e
Externa
CCG/PROGRAD;
GEST;
CPAI/PROGINST
Contribuir no esforço
institucional de captação
de recursos, para
viabilizar estágios
curriculares
Procurar parcerias institucionais através de
projetos de pesquisa ou de intercâmbio para
realização de estágios obrigatórios.
Campus para realização dos
estágios obrigatórios;
Convênios para concessão de
estágios supervisionados
curriculares obrigatórios.
Comunidade Interna e
Externa CCG/PROGRAD;
GEST; GR e GVR
Promover a divulgação de
experiências de estágios,
entre a
Comunidade universitária
e o público em geral
Promoção, apoio, parceria e participação em
eventos ligados a temática dos estágios.
Participação em caráter de parcerias
com empresas concedentes de
estágios e outras IES no CAIITE
2014.
Comunidade Interna e
Externa
CCG/PROGRAD;
GEST;
GVR;
IFAL;
CIEE-AL;
IEL-AL;
UNCISAL;
SESAU-AL
131
Providenciar, junto aos
setores competentes, a
formalização de convênio
e credenciamento de
empresas e escritórios,
para concessão de estágio
de complementação de
ensino e aprendizagem
escolar
Contatar e cadastrar empresas/campos de
estágios;
Realizar análise prévia de modelos de
minutas de convênios externos, emitindo
pareceres técnicos e encaminhar a PF-UFAL
em casos de dúvidas ou questionamentos
pertinentes.
Convênios para concessão de
estágios supervisionados
curriculares.
Comunidade Interna e
Externa
CCG/PROGRAD;
GEST;
CPAI/PROGINST
GR
PF-UFAL
Ampliar as oportunidades
de prática para o
estudante, no processo
ensino-aprendizagem,
mediante sua inserção no
mundo laboral
Manter contato com empresas concedentes
de estágios em busca de ofertas ou de
ampliação das atuais;
Realizar divulgação de vagas e ofertas de
estágios.
Página em redes sociais online
(facebook). Comunidade Interna e
Externa
CCG/PROGRAD;
GEST;
CIEE-AL;
IEL-AL;
UNCISAL;
SESAU-AL;
SMS-PMM-AL
Proporcionar, pela via do
estágio, a interação da
universidade com outros
segmentos sociais;
Promoção, apoio, parceria e participação em
eventos ligados a temática dos estágios;
Representação institucional em eventos
promovidos pelos parceiros e
empresas/concedentes.
Participação em eventos sociais
promovidos pelos concedentes,
como CIEE e IEL/AL;
Participação em caráter de parcerias
com empresas concedentes de
estágios e outras
IES no CAIITE 2014.
Comunidade Interna e
Externa
CCG/PROGRAD;
GEST;
GVR/UFAL;
IFAL;
CIEE-AL;
IEL-AL;
UNCISAL;
SESAU-AL;
SMS-PMM-AL
Adotar outras
providências, no âmbito
de suas atribuições, para o
pleno cumprimento de
seus objetivos
Controlar o fluxo de inclusão e exclusão de
alunos da graduação no seguro de Acidentes
Pessoais Coletivos da Universidade;
Fiscalizar e orientar quanto ao contrato de
seguros de acidentes pessoais coletivos da
UFAL;
Emitir declarações, análises, despachos e
pareceres técnicos diversos relativos a
processos de estágios diversos;
Seguros de acidentes pessoais
coletivos para alunos da graduação;
Reuniões com empresas
concedentes, colegiado dos cursos
de graduação e com o corpo
discente para orientações e busca de
soluções para dúvidas,
questionamentos e problemas
inerentes aos estágios;
Comunidade Interna e
Externa
CCG/PROGRAD;
GEST;
SINFRA;
PROGINST;
GR;
PF-UFAL
132
Atender as demandas das Coordenações de
Estágios e dos Cursos de Graduação sempre
que solicitado;
Atender as demandas discentes ligadas aos
estágios;
Atender as demandas da sociedade civil
quanto aos estágios da UFAL;
Atualização das normas
institucionais e específicas de
alguns cursos de graduação.
Acompanhamento das
atividades docentes na
graduação
Análise da carga horária docente;
Acompanhamento dos processos
pedagógicos e conteúdo didático da oferta;
Preenchimento da Pagela Eletrônica e
digitação de notas;
Carga horária otimizada para
atender a oferta de acordo com os
PPCs;
Inserções de notas inseridas de
acordo com os instrumentos legais;
Comunidade
Interna e
MEC; CDP/PROGRAD
Formação Continuada
para os docentes da
graduação;
Recepcionar os docentes recém-empossados,
proporcionando-lhes formações específicas
relacionadas ao contexto da UFAL e ao
exercício da docência superior;
Gerar oportunidades de formações aos
docentes que visem a reflexão sobre o
exercício da docência superior,
estabelecendo inter-relação entre ensino,
pesquisa, extensão;
Disponibilizar aos docentes formações que
visem a reflexão sobre a gestão acadêmica e
gestão para o desenvolvimento institucional.
Docentes aptos para aplicarem
novas metodologias de ensino e
aprendizagem;
Redução dos índices de retenção e
evasão;
Aumento da taxa de sucesso por
curso.
Comunidade
Docente CDP/PROGRAD e
PROFORD
Pesquisar, propor e
articular a criação de
novos cursos de
graduação para a UFAL
Criação de cursos de acordo com pesquisas,
proporcionando desenvolvimento loco-
regional e aptidões regionais;
Cursos criados, processo de
interiorização em processo de
consolidação;
Comunidade
Interna e
Externa CDP/PROGRAD
Propor Parcerias com
Secretarias de Educação
Estadual e Municipais,
assim como outras
Instituições
governamentais e não
governamentais, para
desenvolver programas e
Projetos Especiais de apoio pedagógico e
pesquisa educacional;
Incentivo a novas práticas de ensino-
aprendizagem;
Manter um eixo comum de formação de
qualidade, em um processo intencional,
articulado e capaz de se retroalimentar,
Acompanhamento e viabilizar a
execução dos programas PIBID,
LIFE, OBEDUC, Novos Talentos, e
Pro-docência, entre os cursos de
licenciaturas envolvidos.
Comunidade
Interna e
Externa
Escolas da
Rede Básica e
Fundamental
CDP/PROGRAD
133
fortalecer a Educação
Básica no Estado de
Alagoas
gerando um movimento progressivo de
aperfeiçoamento da formação docente.
Avaliar, discutir, e propor
novas políticas e novos
procedimentos para os
processos seletivos de
acesso aos cursos de
graduação da UFAL, tais
como PSS, Transferência
e Matrícula de
Diplomados, entre outros
Acompanhar as reformular os processos
seletivos de ingresso na UFAL;
Adotar novos procedimentos de seleção;
Publicitar as vagas ociosas e realizar
processos de ocupação;
Proporcionar uma maior mobilidade
acadêmica e induzir a reestruturação, mais
ágil, eficaz e segura para a seleção de
candidatos ao ensino superior.
Processo seletivo implementado;
Demanda de vagas aptas no EMEC
preenchidas;
Vagas ociosas ocupadas;
Comunidade
Interna e
Externa CDP/PROGRAD
Promover formas de
divulgação dos diversos
programas, junto à
comunidade acadêmica e
aos demais interessados; e
manter articulação com os
órgãos e instituições de
fomento
Promover articulação com as Coordenações
de Cursos e Direção das Unidades dos
programas institucionais de apoio e inovação
pedagógica.
Programas divulgados;
Acesso a produtos de inovação
pedagógica e de pesquisa;
Articulação consolidada para
melhor andamento dos programas e
políticas da instituição.
Comunidade
Interna e
Externa CDP/PROGRAD
Atender aos participantes
dos programas especiais,
de acordo com a
legislação específica;
recebendo, avaliando e
emitindo os documentos
pertinentes
Cooperação entre o MEC e as embaixadas
para ingresso dos alunos estrangeiros
selecionados cursar gratuitamente a
graduação;
Atender as demandas do PEC-G e outros
convênios institucionais entre a UFAL e
outros países;
Acompanhamento e gestão de programas de
educação permanente em saúde
(PETSAUDE, PROSAUDE,
PROVAB E MAIS MÉDICOS).
Concessão de vagas para atender a
demanda do MEC/MRE, de acordo
com critérios das instituições
envolvidas;
Diplomas emitidos dos concluintes
direcionado ao
MEC;
Discentes e profissionais
capacitados com práticas de ensino-
aprendizagem, de acordo com a
política de educação.
Comunidade
Internacional;
Comunidade do
SUS;
Comunidade
Interna;
CDP/PROGRAD
Monitorar, aperfeiçoar e
expandir os programas
especiais já existentes,
assim como analisar a
viabilidade de novos
Criação e acompanhamento de Programas de
Monitoria e de Apoio Acadêmico que
possuem concepções de aprendizagem social
e atividade ativa do aluno na graduação.
Discentes com acompanhamento
didático pedagógico realizada;
Auxilio pedagógico em disciplinas
básicas e específicas realizadas
Comunidade
Interna e
Externa CDP/PROGRAD
134
programas que atendam
às necessidades da
Instituição e da Sociedade
Objetiva auxiliar o discente por meio de
orientações acadêmicas, formas de
acessibilidade e formação de conceitos
básicos e específicos inerentes a cada curso.
Elaborar, junto aos setores
competentes da UFAL, o
Plano
Anual de Monitoria,
estabelecendo: função,
remuneração, recursos
financeiros, critérios para
seleção, vagas e outros
itens relacionados
Despertar no segmento discente o interesse
pela docência, estimulando o
desenvolvimento de habilidades relacionadas
ao seu exercício, promover a melhoria do
ensino de graduação através da interação dos
monitores com os segmentos docentes e
discentes e auxiliar o professor em suas
atividades acadêmicas de ensino, associadas
com a pesquisa e a extensão;
Criação do Comitê de Acompanhamento e
avaliação do programa de monitoria;
Plano de Monitoria entregue
semestralmente, com os objetivos e
distribuição das bolsas e dos
objetivos do programa para atender
a demanda acadêmico-pedagógica
da UAs.
Comunidade
Interna CDP/PROGRAD
Fonte: Relatório de Gestão da UFAL, 2015
135
Anexo 3 – Quantitativo de Alunos por Unidade Acadêmica
UNIDADES ACADÊMICAS - CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
Instituto de Computação
Ciência Da Computação - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 13
Ciência Da Computação - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 337
Engenharia De Computação - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 219
Sistemas De Informação - Ensino a Distância - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 769
Total 1338
Centro de Tecnologia
Engenharia Ambiental E Sanitária - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 164
Engenharia Civil - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 448
Engenharia De Petróleo - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 178
Engenharia Química - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Anual 2
Engenharia Química - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 411
Engenharia Química - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 2
Engenharia Química - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 8
Total 1213
Instituto de Matemática
Matemática - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Integral - Semestral 513
Matemática - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 3
Matemática - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 82
Matemática - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 3
Matemática - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 9
Matemática - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 204
Matemática - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 22
Matemática - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 346
Total 1182
Instituto de Química e Biotecnologia
Química - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 26
Química - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 159
Química - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 4
Química - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 6
Química - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 186
Química - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 12
Química - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 386
Química Tecnológica E Industrial - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 204
Total 983
Instituto de Física
Física - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Integral - Semestral 256
Física - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Anual 5
Física - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 159
Física - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 2
Física - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 191
Total 613
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Arquitetura E Urbanismo - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 9
Arquitetura E Urbanismo - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 401
Total 410
UNIDADES ACADÊMICAS - CIÊNCIAS DA SAÚDE
Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde
Ciências Biológicas - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 26
Ciências Biológicas - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 254
Ciências Biológicas - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 5
136
Ciências Biológicas - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 120
Ciências Biológicas - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 2
Ciências Biológicas - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 277
Total 684
Escola de Enfermagem e Farmácia
Enfermagem - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 273
Farmácia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 314
Farmácia (Análises Clínicas) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Anual 22
Total 609
Faculdade de Medicina
Medicina - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Anual 1
Medicina - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 447
Total 448
Faculdade de Nutrição
Nutrição - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Anual 2
Nutrição - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 324
Total 326
Faculdade de Odontologia
Odontologia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 307
Total 307
UNIDADES ACADÊMICAS - CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
Centro de Educação
Educação Física - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 363
Educação Física - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 18
Educação Física - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 362
Educação Física - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 19
Pedagogia - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Integral - Anual 6
Pedagogia - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Integral - Semestral 955
Pedagogia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 3
Pedagogia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 790
Pedagogia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 5
Pedagogia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 485
Total 3006
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Administração - Ensino a Distância - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 92
Administração - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 49
Administração - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 411
Administração - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 29
Administração - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 477
Administração Pública - Ensino a Distância - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 189
Ciências Contábeis - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 4
Ciências Contábeis - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 198
Ciências Contábeis - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 9
Ciências Contábeis - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 504
Ciências Econômicas - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 7
Ciências Econômicas - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 205
Ciências Econômicas - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 12
Ciências Econômicas - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 316
Total 2502
Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes
Biblioteconomia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 1
Biblioteconomia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 249
Dança - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 186
137
Filosofia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 7
Filosofia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 285
História - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 88
História - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 94
História - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 10
História - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 11
História - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 393
Música - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 1
Música - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 27
Música (Canto) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 1
Música (Canto) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 2
Música (Canto) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 10
Música (Educação Musical) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 78
Música (Instrumento) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 12
Teatro - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 17
Teatro - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 179
Total 1651
Faculdade de Letras
Letras (Espanhol) - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Integral - Semestral 149
Letras (Espanhol) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 90
Letras (Espanhol) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 90
Letras (Francês) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 60
Letras (Inglês) - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 51
Letras (Inglês) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 104
Letras (Inglês) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 95
Letras (Português - Espanhol) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 11
Letras (Português - Espanhol) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 19
Letras (Português - Literatura) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 7
Letras (Português) - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 39
Letras (Português) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 141
Letras (Português) - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 157
Letras Libras - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 57
Total 1070
Centro de Ciências Agrárias
Agroecologia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 63
Agronomia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Anual 7
Agronomia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 432
Engenharia De Energias Renováveis - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Vespertino - Semestral 106
Engenharia Florestal - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Vespertino - Semestral 95
Zootecnia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Anual 8
Zootecnia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 291
Total 1002
Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente
Geografia - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Integral - Semestral 196
Geografia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 10
Geografia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 154
Geografia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 8
Geografia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 193
Geografia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 9
Geografia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Semestral 171
Geografia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 5
Geografia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 194
Total 940
138
Faculdade de Direito
Direito - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 4
Direito - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 487
Direito - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 12
Direito - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 295
Total 798
Curso de Comunicação Social
Comunicação Social (Jornalismo) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 2
Comunicação Social (Jornalismo) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 179
Comunicação Social (Jornalismo) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 13
Comunicação Social (Jornalismo) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 192
Comunicação Social (Relações Públicas) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 157
Comunicação Social (Relações Públicas) - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno -
Semestral 174
Total 717
Faculdade de Serviço Social
Serviço Social - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 6
Serviço Social - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 310
Serviço Social - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 3
Serviço Social - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 362
Total 681
Instituto de Ciências Sociais
Ciências Sociais - Ensino a Distância - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Integral - Semestral 156
Ciências Sociais - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Anual 10
Ciências Sociais - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Integral - Semestral 192
Ciências Sociais - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 28
Ciências Sociais - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Integral - Anual 4
Ciências Sociais - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Anual 11
Ciências Sociais - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Noturno - Semestral 278
Total 679
Instituto de Psicologia
Psicologia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 3
Psicologia - Presencial - Campus Maceió - Formação de Psicólogo - Diurno - Anual 6
Psicologia - Presencial - Campus Maceió - Formação de Psicólogo - Diurno - Semestral 392
Psicologia - Presencial - Campus Maceió - Licenciatura Plena - Diurno - Anual 11
Total 412
Instituto de Ciências Atmosféricas
Meteorologia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Anual 4
Meteorologia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Diurno - Semestral 172
Meteorologia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Anual 3
Meteorologia - Presencial - Campus Maceió - Bacharelado - Noturno - Semestral 96
Total 275
Fonte: Chamado NTI/UFAL nº 33453