universidade federal de alagoas (campus...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
(CAMPUS ARAPIRACA)
O USO DA MATEMÁTICA COMO FERRAMENTA
LINGUISTICA ESTRUTURANTE DO PENSAMENTO
QUÍMICO, UM DESAFIO ENFRENTADO PELOS DOCENTES
DO ENSINO MÉDIO.
Orientador: Prof. Dr. Vinicius Del Colle
Arapiraca-AL
2013
Cristiano Tenório dos Santos
1
INTRODUÇÃO
É inegável que uma das principais (para não dizer a
principal) características do ser humano é a
necessidade de comunicar-se.
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A criança, desde seus primeiros momentos de vida,
está imersa em um sistema de significações sociais.
Os adultos procuram ativamente incorporá-la à
reserva de ações e significados produzidos e
acumulados historicamente.
FONTANA, R. A. C. SMOLKA, A. L. B. GÓES, M. C. R. NOGUEIRA A. L. H.
LACERDA, C. B. F. OLIVEIRA, I. M.A Linguagem e o outro no espaço
escolar. Vygotsky e a construção do conhecimento. Campinas-SP.
Papirus, 1993. (coleção magistério: Formação e trabalho pedagógico). 2008
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QUAIS OS ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO?
Fote http://www.grupoescolar.com/pesquisa/elementos-da-
comunicacao.html
Figura 1- Fatores necessários à comunicação.
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CÓDIGO:
Sistema de elementos linguísticos e de regras
para combiná-los, conhecido tanto pelo emissor
como pelo receptor. Quando se considera a
comunicação verbal, o código é uma Língua em
sua modalidade oral ou escrita.
Fote http://www.grupoescolar.com/pesquisa/elementos-da-comunicacao.html
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E A LINGUAGEM DAS CIÊNCIAS EXATAS?
A confiabilidade é, portanto, uma das características mais
importantes da ciência, pois a distingue do conhecimento popular,
não científico.
CAMPELLO, B. S. Fontes de Informação Para Pesquisadores e Profissionais. Ed. UFMG. MG, 2003.
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Na comparação entre estas culturas, a linguagem
utilizada é também uma fonte de diferenciação
importante, pois, ao contrário do que ocorre no
cotidiano, a ciência, normalmente, vale-se da
matemática como forma de expressar seu
pensamento.
PIETROCOLA, M. A Matemática como Estruturante do Conhecimento Físico. Cad. Cat. Ens. Fis, V. 19, n.1: P.89-109,
Florianópolis-SC, agosto de 2012.
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E SE O ALUNO NÃO SOUBER OS CÓDIGOS
USADOS PELA CIÊNCIA?
Sem o conhecimento dos códigos usados
há uma barreira na comunicação.
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Muitos docentes atribuem o fracasso de seus alunos
à falta de conhecimentos matemáticos, esse discurso
permeia a vida de muitos discentes que se deparam
com uma química que pouco os envolve, e estes por
sua vez passam a se distanciar da disciplinas por
não ver sentido lógico nos conteúdos passados pelos
docentes.
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OBJETIVOS:
OBJETIVO GERAL
Identificar os problemas relacionados a dependências
estabelecidas pelos docentes e discentes quanto ao uso
da matemática como linguagem estruturante do
pensamento químico.
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar a influência da matemática nos conteúdos da
química.
Estabelecer os assuntos e o ano que mais dependem
dessa relação.
Identificar a visão dos discentes e docentes ao referido
tema.
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METODOLOGIA
Aplicação de questionários
Docentes e Discentes
Analise dos Questionários
Entrevista com os
discentes.
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RESULTADOS E DISCURSÃO
(I)
Figura 1- (I) Apresenta a visão dos alunos da terceira (3ª) série do EM quanto a
disciplina química. (II) Apresenta a visão dos alunos da primeira (1ª) série do EM
quanto a disciplina química.
(II)
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Aluno 1: “Acho a química muito complicada, mais gosto (aluno do 3° ano do
médio).”
Aluno 2: “Gosto de química principalmente da parte prática (aluno do 3º anodo
médio).”
Aluno 3: “Não gosto de química, não consigo entender quase nada, parece que
estou estudando outra língua. (aluno do 2 ano do médio).”
Aluno 4: “Acho a química uma matéria complicada, mas gosto dela (aluno do 2
ano do médio).”
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Aluno 3: “Não sei o por quê de estudar química,
não vejo utilidade.”
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Pietrocola estabelece que “Os conteúdos das ciências,
quando comparados àqueles presentes na vida cotidiana,
apresentam uma série de barreiras para seu ensino: os
conceitos nela presentes são por demais abstratos
mantendo uma relação indireta com as situações presentes
no cotidiano;....” .
PIETROCOLA, M. A Matemática como Estruturante do Conhecimento Físico. Cad. Cat. Ens. Fis, V. 19, n.1: P.89-109,
Florianópolis-SC, agosto de 2012.
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Figura 2- (I)Visão dos alunos da Terceira (3ª) série do EM referente à disciplina de
química. (II)Visão dos alunos da primeira (1ª) série do EM referente à disciplina de
química.
(I) (II)
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(I)
Figura 3- (I) Visão da dificuldade dos alunos da terceira (3ª) série do Ensino Médio e
(II) Visão da dificuldade dos alunos da primeira (1ª) série do Ensino Médio, quando
confrontados com assuntos de química que utilizam da matemática como uma de
suas linguagens.
(II)
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Aluna 2: “A química fica mais complicada quando “junta”
com a matemática (aluno do 3º ano do médio).”
Aluno 3: “Acho que a química depende da matemática,
tem muitas formulas ( aluno do 2º ano do médio).”
Aluno 4: “Quando a química “envolve” a matemática as
“coisas’ ficam muito difíceis (aluno do 2o ano do médio).”
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Figura 4 - Ferramentas apontadas pelos discentes da terceira (3ª) série do
EM, durante seu período de estudo da disciplina química. 20
Figura 5 - (I) Visão dos alunos da terceira (3ª) série do EM sobre as aulas que
utilizam ferramentas alternativas. (II) da primeira (1ª) série do EM sobre as aulas
que utilizam ferramentas alternativas
(I) (II)
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Figura 6 – (I) Visão da dificuldade enfrentada pelos alunos da terceira (3ª) série do EM
das disciplinas do eixo das exatas; (II) Visão da dificuldade enfrentada pelos alunos
da primeira (1ª) série do EM das disciplinas do eixo das exatas; para melhor
visualizar as porcentagens optou-se por usar outro formato de gráfico.
(I) (II)
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(I)
Figura 7- (I) Visão dos discentes da terceira (3ª) série do EM referente ao contato
com seu professor. (II) Visão dos discentes da primeira (1ª) série do EM referente
ao contato com seu professor
(II)
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(I)
Figura 8 - (I) Visão dos discentes da terceira (3ª) série do EM sobre o que os impede de
ter o contato com os docentes. (I) Visão dos discentes da primeira (1ª) série do EM
sobre o que os impede de ter o contato com os docentes.
(II)
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VISÃO DOCENTE
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Professor A - Com relação aos conteúdos relacionados a
matemática básica.
Professor B - Base matemática e leitura e interpretação.
Professor C - A falta de uma base sólida- alunos do EM
que não sabem as quatro operações e tem dificuldade na
leitura .
100% dos professores entrevistados acreditam que o
fraco desempenho dos alunos deve-se a falta de
conteúdos básicos de matemática.
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“No que se segue, partimos do princípio de que toda situação de ensino e
aprendizagem deve agregar o desenvolvimento de habilidades que
caracterizem o “pensar matematicamente”. (p.70 grifo nosso).
BRASIL. Orientações Curriculares Para O Ensino Médio, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Ministério Da Educação, Secretaria De
Educação Básica. Brasília, 2006. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf>
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PROFESSORES PRESANDO PELA
QUANTIDADE???
Quantidade
X
Qualidade
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A grande importância da área de Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias no desenvolvimento
intelectual do estudante do ensino médio está na
qualidade e na quantidade de conceitos, aos quais se
busca dar significado nos quatro componentes
curriculares: Física, Química, Biologia e Matemática.
(Brasil, p.102. Grifo nosso)
BRASIL. Orientações Curriculares Para O Ensino Médio, Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Ministério Da Educação, Secretaria De
Educação Básica. Brasília, 2006. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_02_internet.pdf>
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QUAL A INFLUÊNCIA DA MATEMÁTICA NA
DISCIPLINA QUE VOCÊ LECIONA?
P1- Muito importante, principalmente nos segundo
ano.
P2- Muita a compreensão de gráficos e cálculos
estão presentes no dia a dia da disciplina.
P3- Total. Em especial no 2º ano uso mais tempo
para ensinar multiplicar, dividir e regra de três do
que química.
P4- Muito importante, principalmente no segundo
ano.
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Ano Assunto
1ª Estequiometria das reações
químicas
2ª Gases
2ª Eletroquímica
2ª Equilíbrio Químico e pH
2ª Termoquímica
Tabela 1- Lista de conteúdos relatados pelos docentes como os que possuem mais
dependência da matemática. 31
Apenas 75% dos professores entrevistados
possuem algum tipo de contato com os
docentes de matemática das referidas
escolas, porem na maioria das vezes este
contato não refere-se diretamente a ações
que minimizem a falta de conteúdo
matemáticos nos discentes.
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PROFESSOR E- Sim, discutimos os conteúdos do
cotidiano relacionados a pressão.
PROFESSOR F- Sim, e a aflição é a mesma. A falta de
conhecimentos básicos por parte dos alunos.
PROFESSOR G- Sim, sempre que possível combinamos
a ordem dos assuntos para facilitar o processo.
PROFESSOR H- Não.
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CONCLUSÕES
Com aplicação dos questionários, pode-se notar que os objetivos foram alcançados.
Ficou evidente que existe diversas barreiras entre a linguagem química e a matemática, uma vez que ela é um dos impedimentos da linguagem de vários assuntos da química.
Verificou-se que o maior problema, ainda reside no fato da falta de ações eu diretamente beneficie os discentes, afim de suprir essas dependências, e ainda um equivoco de alguns docentes quando indagados a alguns aspectos metodológicos que poderiam auxiliar os mesmo no desenvolvimento de sua disciplina.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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