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ELTON JOSÉ FERREIRA CHAVES LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: AVALIAÇÃO DOS CONTEÚDOS DE BIOTECNOLOGIA E ENGENHARIA GENÉTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS João Pessoa 2014

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ELTON JOSÉ FERREIRA CHAVES

LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: AVALIAÇÃO DOS

CONTEÚDOS DE BIOTECNOLOGIA E ENGENHARIA GENÉTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

João Pessoa

2014

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ELTON JOSÉ FERREIRA CHAVES

LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: AVALIAÇÃO DOS

CONTEÚDOS DE BIOTECNOLOGIA E ENGENHARIA GENÉTICA

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Biológicas (Trabalho Acadêmico

de conclusão de Curso), como requisito

parcial à obtenção do grau de Licenciado

em Ciências Biológicas da Universidade

Federal da Paraíba.

Orientador (a): Profa. Dra. Maria de Fátima Camarotti

João Pessoa

2014

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Catalogação na publicação

Universidade Federal da Paraíba

Biblioteca Setorial do CCEN

C512l Chaves, Elton José Ferreira.

Livros didáticos de biologia do ensino médio: avaliação dos conteúdos de

biotecnologia e engenharia genética / Elton José Ferreira Chaves. – João

Pessoa, 2014.

104p. : il. –

Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) Universidade Federal

da Paraíba.

Orientadora: Profª. Drª. Maria de Fátima Camarotti.

1. Biotecnologia - Ensino e aprendizagem. 2. Engenharia genética.

I. Título.

UFPB/BS-CCEN CDU 60:37 (043.2)

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ELTON JOSÉ FERREIRA CHAVES

LIVROS DIDÁTICOS DE BIOLOGIA DO ENSINO MÉDIO: AVALIAÇÃO DOS

CONTEÚDOS DE BIOTECNOLOGIA E ENGENHARIA GENÉTICA

Monografia apresentada ao Curso de

Ciências Biológicas, como requisito parcial

à obtenção do grau de Licenciado em

Ciências Biológicas da Universidade

Federal da Paraíba.

Data:_________________________________

Resultado: ____________________________

BANCA EXAMINADORA:

Profª. Dra. Maria de Fátima Camarotti – DME/CE/UFPB

Orientadora

Profª. Dra. Eliete Lima de Paula Zárate – DSE/CCEN/UFPB

Avaliadora

Prof. Dr. Jorge Chaves Cordeiro – DME/CE/UFPB

Avaliador

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Dedicatória

Dedico este trabalho a vocês que sempre

me fizeram acreditar na realização dos

meus sonhos e trabalharam muito para

que eu pudesse realiza-los, meus pais,

Cezário e Vicência.

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AGRADECIMENTOS

A esta universidade (Universidade Federal da Paraíba), seu corpo docente,

direção e administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte

superior.

A minha orientadora, Profª. Dra. Maria de Fátima Camarotti, pelo suporte no

pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções e incentivos.

Aos avaliadores, Profª. Dra. Eliete Lima de Paula Zárate e Prof. Dr. Jorge

Chaves Cordeiro, por aceitarem fazer parte da banca de avaliação.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigado.

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RESUMO

Antes de o homem entender os processos que levaram ao desenvolvimento da

biotecnologia ele já a utilizava para produzir diversos produtos de seu interesse, tal

como vinhos e pães. Atualmente, a biotecnologia difere em diversos aspectos, e é

entendida como uma atividade multidisciplinar, e pode ser dividida de duas formas –

Biotecnologia tradicional e Biotecnologia moderna – de acordo com as técnicas

utilizadas. Devido às tantas tecnologias desenvolvidas, surgiram preocupações quanto a

estas inovações sobre o poderio do homem sobre a natureza e sobre si mesmo, podendo

estas serem utilizadas contra a humanidade e a natureza. A ética e a bioética,

apresentam os pressupostos necessários para o consentimento da sociedade e do

indivíduo, sobre o balizamento necessário para suas ações. No que se refere ao conteúdo

de Biotecnologia e Engenharia genética nos livros didáticos de Biologia, muitas vezes

este é o único e também o melhor material didático disponível para o aluno. Portanto, os

conhecimentos sobre este tema quando presentes no livro didático auxiliam o trabalho

docente e, principalmente, permitem ao aluno ser introduzido no debate das implicações

éticas, morais, políticas e econômicas da Biotecnologia e Engenharia genética na

sociedade. Sendo assim, esse trabalho, tem como importância definir a qualidade do

conteúdo referente ao tema Biotecnologia e Engenharia genética nos livros didáticos de

Biologia utilizados no ensino médio, dentre aqueles aprovados e presentes no guia do

PNLD/2012. Para isso foram analisados sete livros didáticos segundo os cinco critérios:

caracterização do tema, linguagem, figuras e ilustrações utilizadas, exercícios propostos

e os tipos de enfoques relacionados ao tema Biotecnologia e Engenharia genética. A

pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira etapa consistiu na utilização dos

pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa qualitativa, através da pesquisa

bibliográfica e do método descritivo. Na segunda etapa da pesquisa foi utilizada a

análise de conteúdo a partir da análise temática a fim de estabelecer os tipos de

enfoques. Os resultados obtidos mostraram que alguns livros abordaram o tema de

forma descritiva, com clareza e objetividade, utilizando um projeto gráfico bem

elaborado, entendendo as necessidades cognitivas do leitor. Dentre os livros analisados,

quatro apresentaram os três tipos de enfoques. No entanto, um dos livros didáticos

apresentou maior destaque, devido à presença de discussões melhor elaboradas que

instigam aos questionamentos éticos a respeito do tema analisado. Conclui-se que parte

desses resultados parece ser um reflexo positivo da extensa bibliografia elaborada pelo

governo federal – com auxílio de professores de todo o Brasil – a fim de nortear o

ensino através de parâmetros e orientações curriculares.

Palavras-chave: Biotecnologia. Livro didático. Análise de conteúdo.

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ABSTRACT

Before the man understand the processes that led to the development of biotechnology

he already used it to produce various products of interest, such as wine and bread.

Currently, biotechnology differs in several respects, and is understood as a

multidisciplinary activity, and can be divided in two ways - traditional and modern

Biotech - according to the techniques used. Due to many technologies developed,

concerns have arisen about these innovations on the power of man over nature and over

himself, which may be used against humanity and nature. The ethics and bioethics,

present the necessary conditions for the consent of the individual and society, about the

need for delineating their actions. With regard to the content of Biotechnology and

Genetic Engineering in Biology textbooks often this is the only and also the best

teaching materials available to the student. Therefore, knowledge about this topic when

present in the textbook help the teacher work and mainly allow students to be

introduced in the discussion of the ethical, moral, political and economic implications of

biotechnology and genetic engineering in society. Thus, this work is to define the

importance of quality content on the topic Biotechnology and Genetic Engineering in

biology textbooks used in high school, and among those present approved in the

PNLD/2012 guide. Characterization of the theme, language, figures and illustrations

used, the exercises and types of approaches related to the topic Biotechnology and

Genetic Engineering: For this seven textbooks according to the five criteria were

analyzed. The study was divided into two stages. The first step consisted in the use of

theoretical and methodological principles of qualitative research, through literature and

the descriptive method. In the second stage of the research content analysis from

thematic analysis to establish the kinds of approaches was used. The results showed that

some books have addressed the topic in a descriptive manner, clearly and objectively,

using a well-crafted graphic design, understanding the cognitive needs of the reader.

Among the books analyzed, four had three types of approaches, however, one of the

textbooks showed greater prominence due to the presence of better prepared to instigate

discussions of ethical questions regarding the subject discussed. We conclude that some

of these results seems to be a positive reflection of the extensive bibliography compiled

by the federal government - with the help of teachers throughout Brazil - in order to

guide instruction through curriculum guidelines and parameters.

Keywords: Biotechnology. Textbook. Content analysis.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Multidisciplinaridade da Biotecnologia........................................................17

Figura 2 Analogia sobre atuação de enzimas de restrição na obra de Amabis e Martho

(2009)............................................................................................................51

Figura 3 Ilustrações utilizadas no livro de Bizzo (2012). Estas fazem uso

inapropriado do tamanho. A) Mudas de soja transgênica; B) Partículas virais

da Hepatite B; C) Representação da molécula de DNA...............................52

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LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 Definições da Biotecnologia por diferentes grupos e organizações ao

longo de 21 anos.......................................................................................16

Quadro 2 Aplicações da Biotecnologia em diferentes setores da sociedade...........18

Quadro 3 Produtos gerados a partir da aplicação da Biotecnologia nos diferentes

setores da sociedade.................................................................................20

Quadro 4 Termos chave encontrados após realizar a leitura flutuante nos livros

didáticos selecionados..............................................................................36

Quadro 5 Categorias estabelecidas para os livros didáticos selecionados e as

respectivas unidades de registros que as compõe....................................55

Tabela 1 Diretriz de pesquisas em engenharia genética (transgenia) e genômica por

instituições privadas e públicas no Brasil................................................21

Tabela 2 Organismos geneticamente modificados regulamentados pelo CTNBio e

produzidos no Brasil................................................................................24

Tabela 3 Títulos dos capítulos referentes ao tema analisado..................................38

Tabela 4 Textos de apoio encontrados nos livros didáticos selecionados

relacionados com o tema Biotecnologia e Engenharia genética..............44

Tabela 5 Termos chave encontrados nos livros didáticos selecionados. Estes estão

relacionados a técnicas utilizadas em Biotecnologia e Engenharia

genética....................................................................................................47

Tabela 6 Resumo dos resultados obtidos em relação às figuras e ilustrações

utilizadas nos livros didáticos selecionados.............................................48

Tabela 7 Indicadores de enfoque listados estabelecidos após análise de conteúdo

dos livros didáticos selecionados.............................................................56

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

BRBIOTEC Associação Brasileira de Biotecnologia

CEBRAP Centro Brasileiro de Análise e Planejamento

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CNBS Conselho Nacional de Biossegurança

CTNBio Comissão Técnica Nacional de Biossegurança

DNA Ácido desoxirribonucleico

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

ESALQ Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz

FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo

FUNDECITRUS Fundo de Defesa da Citricultura

GM Geneticamente Modificado

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INL Instituto Nacional do Livro

LD Livro didático

LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

MCT Ministério de Ciência e Tecnologia

MEC Ministério da Educação e Cultura

OGM Organismo Geneticamente Modificado

PNLD Plano Nacional do Livro Didático

PCNEM Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio

PCN Parâmetros Curriculares Nacionais

RNA Ácido ribonucleico

UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e

Cultura

UNICAMP Universidade Estadual de Campinas

UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro

UFPR Universidade Federal do Paraná

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 15

1.1 BIOTECNOLOGIA TRADICIONAL E BIOTECNOLOGIA MODERNA ........... 17

1.2 O IMPACTO DA BIOTECNOLOGIA NA SOCIEDADE ..................................... 19

1.3 ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS ........................................ 22

1.4 CLONAGEM ........................................................................................................... 25

1.5 ÉTICA, CIÊNCIA E SOCIEDADE ......................................................................... 26

1.6 A LEGISLAÇÃO DA BIOTECNOLOGIA NO BRASIL ....................................... 27

1.7 HISTÓRICO E POLÍTICA DO LIVRO DIDÁTICO NO BRASIL ........................ 28

1.8 O LIVRO DIDÁTICO DE BIOLOGIA E A BIOTECNOLOGIA .......................... 29

2 OBJETIVOS ................................................................................................................ 32

2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................. 32

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 32

3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 33

3.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................... 33

3.1 OBJETO DE ESTUDO ............................................................................................ 34

3.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................. 35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................ 38

CONCLUSÃO ................................................................................................................ 58

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 60

APÊNDICES .................................................................................................................. 66

ANEXOS ........................................................................................................................ 93

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INTRODUÇÃO

Antes de o homem entender a biologia, ele já utilizava a biotecnologia para

produzir vinhos e pães. Entretanto, não restam dúvidas de que a biotecnologia do século

XXI difere em diversos aspectos daquela quando este termo foi citado pela primeira vez

no século anterior para descrever processos de produção de vinhos, derivados lácteos,

pães e outros (BORÉM, 2005).

Entre a biotecnologia tradicional e as inovações biotecnológicas existe um

histórico de acontecimentos, estudos e desenvolvimento científicos que são relevantes

para o entendimento da biotecnologia moderna, que por sua vez é abordada

intensamente nos livros didáticos de Biologia.

Apesar de o termo biotecnologia ter sido utilizado pela primeira vez em 1919 na

Hungria pelo engenheiro agrícola Károly Ereky, as primeiras aplicações nesta área

datam de antes mesmo do início do cristianismo. Os processos fermentativos de grãos

de cereais para produção de bebidas alcóolicas era conhecido pelos sumérios e

babilônios antes do ano 6.000 a.C. Por volta do ano 2.000 a.C., os egípcios que já

dominavam a fabricação de cerveja por meio de processos fermentativos, passaram a

emprega-lo também na fabricação de pães (VILLEN, 2002). No entanto, não eram

conhecidos os causadores das fermentações. Ainda na Idade Antiga, os processos para

destilação de álcoois realizados primeiramente na China, Egypto e Mesopotâmia

tinham, sobretudo, propósitos medicinais, mas também visavam à criação de bálsamos,

essências e perfumes. Embora os microrganismos fossem utilizados de maneira

desconhecida por essas civilizações, foi à descoberta das células por Robert Hooke, em

1665, que desencadeou a onda de descobertas em Biologia. Cerca de 10 anos depois, o

cientista Anton Van Leeuwenhoek construiu um microscópio óptico comum de

ampliação de 270 vezes que lhe permitiu visualizar pela primeira vez, os

microrganismos (BORÉM, 2005).

Somente 170 anos depois, entre 1835 a 1855, os cientistas Matthias Schleiden,

Theodore Schwann e Rudolph Virchow enunciam a teoria celular, que é sustentada por

três grandes pilares:

1. Todos os seres vivos, exceto os vírus, são formados por células e pelos seus

produtos, logo, as células são as unidades morfológicas dos seres vivos;

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2. As atividades fundamentais que caracterizam a vida ocorrem dentro da

célula. Portanto, as células são as unidades funcionais ou fisiológicas dos

seres vivos;

3. Novas células formam-se pela reprodução de outras células preexistentes,

por meio da divisão celular;

Outros questionamentos surgiram diante dos recentes conhecimentos,

incentivando ainda mais a comunidade científica a desmistificar a Biologia. Nos anos

entre 1863 e 1886, o cientista francês Louis Pasteur propôs uma técnica de conservação

de alimentos denominada de Pasteurização (1863); identificou como sendo a levedura o

agente responsável pela fermentação alcóolica (1876) e utilizou microrganismos para

obter vacinas contra o antraz e a cólera (1881) (MALAJOVICH, 2012).

Entre outros questionamentos, o porquê dos filhos apresentarem características

semelhantes a dos pais, levou o monge Gregor Johann Mendel a desvendar os segredos

da hereditariedade, utilizando o cruzamento de ervilhas com diferentes cores e flores. O

estudo realizado por Gregor Mendel foi publicado em 1865, mas o seu reconhecimento

pela sociedade científica só ocorreu anos depois, intitulando-o como “pai da Genética”.

No século XX a ocorrência das duas Guerras Mundiais estimulou avanços na

área biotecnológica, como a produção do álcool glicerol por processos microbiológicos,

que por sua vez era necessário em grandes quantidades para fabricação de explosivos; a

produção de antibióticos, que foi o grande marco da fermentação industrial, onde

durante a segunda guerra mundial os antibióticos passaram a integrar os processos

fermentativos, principalmente nos Estados Unidos, baseando-se inicialmente na síntese

da penicilina e, posteriormente, da estreptomicina. Ainda no século XX, o surgimento

da Biologia Molecular e da Informática trouxeram novos horizontes para o

conhecimento científico. Em 1953 a descoberta da estrutura helicoidal do DNA pelos

cientistas James Watson e Francis Crick proporcionou um marco para a genética

(BORÉM, 2005).

O DNA é a molécula que quando transcrita em RNA, tem a capacidade de

codificar para proteínas através de processos intracelulares que estão bem estabelecidos

na literatura (NELSON; COX, 2011). Essas proteínas executam a maior parte das

funções celulares e são responsáveis por vias metabólicas. Essas vias por sua vez geram

todos os produtos orgânicos secundários, como lipídios e carboidratos que compõem os

tecidos animais, e a celulose nas plantas etc. (BORÉM, 2005). Com isso, o

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entendimento da estrutura e propriedades do DNA proporcionou um crescimento

acelerado da biotecnologia a partir da década de setenta com o desenvolvimento da

engenharia genética, que é um ramo da ciência que implica na modificação do material

genético (ALMEIDA, 1984)

Atualmente, a biotecnologia abrange diversas áreas de conhecimento que

decorre da ciência básica, da ciência aplicada, e de outras tecnologias, e tem sido vista

como uma forma de aplicar ciência em beneficio do homem e da sociedade

(MALAJOVICH, 2012). Alternativas inéditas que há décadas eram consideradas ficção,

é hoje, parte do cotidiano. A preservação da vida em condições artificiais, a clonagem

para fins terapêuticos, melhoramento genético, utilização de transgênicos, entre outras

linhas de pesquisa, demonstram a expansão do poderio científico-tecnológico da

biotecnologia moderna (PENA, 2004).

Tais inovações biotecnológicas têm provocado discussões que esbarram em

princípios éticos e religiosos. Para Borém (2005), os avanços da biotecnologia levam as

pessoas a pensarem que os cientistas estão indo contra os princípios religiosos, ou como

diz o próprio autor: “brincando de ser Deus”. Em uma discussão a respeito dos aspectos

filosóficos dos impasses entre ciência e ética, Birchal (2004) propõe um “diálogo” entre

ambos, onde ela analisa as contribuições da ciência para com a ética e a regulação da

própria ciência pela ética (BIRCHAL, 2004 ).

As preocupações geradas por tais inovações biotecnológicas/tecnológicas se

referem ao crescimento dos poderes do homem sobre a natureza e sobre si mesmo,

podendo estas serem utilizadas contra a humanidade1 e a natureza

2 (DRUMOND, 2007;

BIRCHAL, 2004). Potter (1971) em seu livro “Bioethics: bridge to the future” propõe

uma ampla discussão acerca dos avanços da aplicação da biotecnologia para a definição

de diretrizes éticas a fim de impedir o abuso da tecnologia contra a humanidade e a

natureza. No entanto, a palavra bioética assim como alguns dos pressupostos teórico-

filosóficos foi citada pela primeira vez pelo alemão Fritz Jahr (1927) no artigo intitulado

“Bioética: uma revisão do relacionamento ético dos humanos em relação aos animais e

plantas” (PESSINI, 2013; apud JAHR, 1927).

Organizações internacionais como a UNESCO a fim de estabelecer uma conduta

ética promulgou a Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos

1

O termo humanidade se refere aos seres humanos, ao povo, engloba o conjunto de características à

natureza humana.

2 Em sentido mais amplo, o termo natureza é equivalente ao “universo físico” ou “mundo natural”. Faz

referência ao mundo físico e a vida em geral, excluindo os objetos construídos pelo homem.

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Humanos em 11 de Novembro de 1997, e em 19 de Outubro de 2005 a Declaração

Universal sobre Bioética e Direitos Humanos (DRUMOND, 2007).

No Brasil, o uso da biotecnologia moderna foi aprovado segundo o projeto de lei

de iniciativa do então Senador Marco Maciel, a Lei 8.974 em 05 de Janeiro de 1995,

chamada de Lei de Biossegurança. Esta lei estabelece normas para o uso das técnicas de

engenharia genética e liberação no meio ambiente de Organismos Geneticamente

Modificados (OGM), e, sobretudo, representa o alicerce sobre a qual vem sendo

construído o sistema de biossegurança no Brasil (BRASIL, 1995). Em 20 de Dezembro

de 1995, foi publicado o decreto 1.752 que teve por finalidade regulamentar a Lei

8.974/95 e conferir a vinculação, composição e competências do CTNBio, que por sua

vez tem como função fiscalizar a liberação de OGM no meio ambiente; emitir parecer

técnico sobre o desenvolvimento e o progresso técnico e científico da Biossegurança e

áreas afins, objetivando a segurança dos consumidores e da população em geral, com

permanente cuidado à proteção do meio ambiente (BRASIL, 1995). Atualmente, a

regulação pública em matéria de biotecnologia é realizada por meio da Lei 11.105 em

24 de Março de 2005, decreto 5.591/2005 em 22 de Novembro de 2005, assim como

pelos diversos instrumentos normativos publicados pelo CTNBio e CNBS (BRASIL,

2005).

Apesar dos anos dedicados a estudos científicos referentes à biossegurança dos

produtos, como também os processos jurídicos desenvolvidos que regulam a utilização

da biotecnologia no Brasil, tudo isso parece ser irrelevante diante de discursos sem

fundamento técnico-científico (MEIRA, 2011). No Brasil, por exemplo, o uso da

biotecnologia é regulamentado por lei desde 1995, no entanto, certos temas da

biotecnologia ainda causam discussões e controvérsias para a sociedade. O uso de

produtos transgênicos, por exemplo, ainda sofre uma resistência e apreensão no que se

refere à ética e ao uso, e boa parte das discussões é alimentada por grupos contrários aos

transgênicos, que não têm cunho científico ou técnico (PAIVA, 2011).

O desafio para pesquisadores e empresas envolvidas, é ressaltar os ganhos e

vantagens da biotecnologia, destacando os testes que são realizados e o envolvimento de

órgãos consultivos ao Governo Federal, que regulam a permissão da comercialização de

produtos desenvolvidos por técnicas biotecnológicas. Mesmo assim, pesquisas mostram

que grande parte da população brasileira ainda não se sente bem informada sobre os

avanços da biotecnologia moderna (MENOSSI, 2004).

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A informação científica é o alicerce para o desenvolvimento tecnológico e

científico de uma nação. Sendo assim, destaca-se a importância das escolas ao acesso de

informações dessa área científica – a Biotecnologia – pela população.

Na escola de ensino médio, entre os recursos didáticos para exploração e

entendimento do tema, pode-se destacar o livro didático (LD), este, por sua vez, é tido

como a principal referência da grande maioria dos professores como também um

instrumento direcionador do processo de ensino aprendizagem (DELIZOICOV;

ANGOTT; PERNAMBUCO, 2002; FILHO, 2005). Esse recurso didático pedagógico

pode fornecer subsídios necessários para aquisição do conhecimento por meio da

reflexão, esclarecimento de técnicas, conceitos utilizados na biotecnologia, aproximação

do conteúdo ao cotidiano do aluno, assim como atualizações decorrentes dos avanços

tecnológicos e as perspectivas a ela vinculadas (FILHO, 2005). Entretanto, existe uma

carência em estudos que analisam esses conceitos em LD de Biologia do ensino médio,

podendo estes conter erros, desatualização e não contextualização com a realidade dos

alunos, tornando-se um problema para o processo de ensino-aprendizagem da disciplina

(BATISTA, CUNHA; CÂNDIDO, 2010).

Nesse contexto, promove-se nesse estudo uma análise de conteúdo dos LD de

Biologia de maior presença nas escolas da rede estadual de João Pessoa, dentre aqueles

aprovados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD).

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Károly Ereky (1919) definiu a biotecnologia como sendo uma ciência de

métodos que permite a obtenção de produtos a partir de matéria-prima, mediante a

intervenção de organismos vivos. Substituindo “intervenção de organismos” por

“manipulação e utilização de processos celulares e moleculares” pode-se diferenciar a

biotecnologia pelas tecnologias utilizadas para gerar determinados produtos

(MALAJOVICH, 2012). Portanto, as definições para a biotecnologia podem variar de

acordo com os interesses de grupos ou organizações envolvidas (Quadro 1).

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Quadro 1 – Definições da Biotecnologia por diferentes grupos e organizações ao longo de 21

anos.

Sigla

Nome por extenso do (a)

grupo/organização Definição Ano

OECD

Organization for

Economic Co-Operation

and Development

A aplicação dos princípios da ciência e da

engenharia no tratamento de matérias por agentes

biológicos na produção de bens e serviços. 1982

OTA Office of Technology

Assessment

Biotecnologia, de uma forma abrangente, inclui

qualquer técnica que utiliza organismos vivos

para obter ou modificar produtos, melhorar

plantas e animais, ou desenvolver

microrganismos para usos específicos.

1984

EFB European Federation of

Biotechnology

Uso integrado da bioquímica, da microbiologia e

da engenharia para conseguir aplicar as

capacidades de microrganismos, células

cultivadas animais ou vegetais ou parte dos

mesmos na indústria, na saúde e nos processos

relativos ao meio ambiente.

1988

ONU Organização das Nações

Unidas

Qualquer aplicação tecnológica que utilize

sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus

derivados, para fabricar ou modificar produtos ou

processos para utilização específica.

1992

BIO Biotechnology Industry

Organization

Biotecnologia é "bio" + tecnologia, isto é o uso

de processos biológicos para resolver problemas

ou fazer produtos úteis.

2003

Fonte: Adaptado de Malajovich, 2012, p. 2.

Nesse contexto, pode-se definir a biotecnologia de maneira ampla como sendo

uma atividade multidisciplinar – porque envolve disciplinas que são coordenadas para

um resultado desejado –, que faz uso de agentes biológicos para produzir bens e

serviços, englobando tecnologias de diversos níveis, desde a fermentação até a

manipulação gênica (Figura 1). Partindo desta definição, divide-se a biotecnologia em:

biotecnologia tradicional e biotecnologia moderna (FIGUEIREDO; PENTEADO;

MEDEIROS, 2006; MALAJOVICH, 2012).

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Figura 1 – Multidisciplinaridade da Biotecnologia.

Fonte: Adaptado de VILLEN, R. A. 2002.

1.1 BIOTECNOLOGIA TRADICIONAL E BIOTECNOLOGIA MODERNA

No passado, atividades como: domesticação de animais, transformação de

alimentos, o uso das propriedades curativas de certas plantas, cultivo de vegetais, entre

outros, eram realizadas a partir do conhecimento empírico/prévio, ou seja, ignoravam

completamente a existência dos microrganismos e as leis da hereditariedade. No século

XIX, a revolução industrial aumentou a demanda de mão de obra para a indústria,

impulsionando a migração da população rural para a cidade. Com o aumento da

população nas cidades, as condições sanitárias assim como as doenças e a fome,

tornam-se próximas ao cotidiano da sociedade. Logo, a compreensão dos fenômenos

biológicos tornara-se indispensável para responder às necessidades da sociedade

naquela época. A partir de 1850 nascem novas áreas do conhecimento: a Microbiologia,

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Bioquímica, Genética 3, Química Industrial e a Engenharia Agrícola (MALAJOVICH,

2012). Essas áreas de conhecimento compõe o arcabouço intelectual da Biotecnologia

Tradicional, que por sua vez, teve, e tem atualmente diversas aplicações, principalmente

na indústria (Quadro 2).

Quadro 2 – Aplicações da Biotecnologia em diferentes setores da sociedade.

Setor industrial

Aplicação da Biotecnologia tradicional

Têxtil Utilização de enzimas produzidas por microrganismos

(celulase) para suavizar o jeans.

Alimentícia

Produção de iogurtes probióticos;

Uso de ácidos orgânicos produzidos por

microrganismos para adoçar refrigerantes e lanches.

Papel

Utilização de enzimas produzidas por microrganismos

(celulase) para confecção de diferentes texturas de

papel.

Combustível

Produção de etanol de segunda geração (etanol

produzido por rota enzimática), conhecido também

como bioetanol. Este pode ser utilizado também

pela indústria farmacêutica.

Saúde

Utilização de metabólitos secundários produzidos por

microrganismos para produção de antibióticos, como

por exemplo, a penicilina.

Fonte: Adaptado do site PQBio – Argenbio4.

Sendo assim, a biotecnologia tradicional é constituída de um determinado

conjunto de técnicas que utilizam seres vivos encontrados na natureza ou até mesmo

melhorados pelo homem a fim de exercer determinada função produtiva

(FIGUEIREDO; PENTEADO; MEDEIROS, 2006). Segundo Carvalho (1996) e

Silveira (2002), tais técnicas correspondem ao isolamento, à seleção a olho nu e os

cruzamentos genéticos naturais entre espécies compatíveis; a fermentação por

microrganismos como, por exemplo, a produção de antibióticos, álcool combustível,

vinho, cerveja e outrem.

3 O conhecimento da Genética utilizado na biotecnologia tradicional diz respeito às leis da

hereditariedade de Mendel e os avanços da Genética até antes do entendimento da estrutura da molécula

de DNA por Watson e Crick em 1953.

4 Disponível em: http://www.porquebiotecnologia.com.ar/index.php?action=cuaderno&opt=5&

tipo=1&note=1; Acesso em 26 set. 2014, 15:32.

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A estrutura helicoidal da molécula de DNA proposta por Watson e Crick (1953),

sem dúvida alguma foi um divisor de águas para a biotecnologia. Mas foi em 1973 que

a divisão da Biotecnologia em Tradicional e Moderna ficou evidenciada. Neste ano,

Boyer e Cohen elucidaram uma técnica onde era possível cortar e em seguida juntar a

molécula de DNA, ao qual eles fizeram uso desta para transferir um gene a um

organismo de outra espécie, mudando o seu “programa” genético (BORÉM, 2005)..

Depois desse ocorrido, ficou claro que a biotecnologia não seria mais a mesma. A

biotecnologia moderna utiliza de técnicas não naturais de seleção, transformação

genética e otimização metabólica em organismos vivos naturais para obter outros

organismos vivos não encontrados na natureza (FIGUEIREDO; PENTEADO;

MEDEIROS, 2006).

Um dos principais campos de pesquisa da biotecnologia moderna é a engenharia

genética. Esta, por sua vez, utiliza técnicas da biologia molecular para introduzir genes

(características) de determinado interesse industrial em outro organismo de interesse. O

organismo transformado, ou seja, o que recebeu o segmento de DNA passa a ser

chamado de Organismo Geneticamente Modificado (OGM) (FIGUEIREDO;

PENTEADO; MEDEIROS, 2006).

1.2 O IMPACTO DA BIOTECNOLOGIA NA SOCIEDADE

Ciência e tecnologia se fazem presentes em todos os setores da vida da

sociedade atual, e estas por sua vez causaram profundas transformações econômicas,

sociais e culturais. As aplicações científicas são indispensáveis para o desenvolvimento

das sociedades, conduzindo à pesquisa funções políticas e a necessidade de percepção

da trilogia tecnologia/ciência/sociedade (TONIAL, et al., 2011).

A biotecnologia vem ocupando um lugar de destaque na história da ciência. Não

se trata mais de promessas ou de perspectivas futuras. As aplicações biotecnológicas

estão inclusas no dia a dia e tratam de plantas resistentes a doenças, plásticos

biodegradáveis, detergentes mais eficientes, biocombustíveis, e também processos

industriais menos poluentes, biorremediação de poluentes, testes de diagnóstico, novos

medicamentos, etc. (Quadro 3) (MALAJOVICH, 2012).

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Quadro 3 – Produtos gerados a partir da aplicação da Biotecnologia nos diferentes setores da

sociedade.

Setores

Tipos de produtos, Processos e Serviços

Energia

Etanol, Biogás e outros combustíveis derivados da biomassa.

Seleção de microrganismos e aproveitamento de diferentes resíduos

para a obtenção de energia.

Meio Ambiente

Butanol, acetona, glicerol, ácidos, vitaminas etc;

Agentes biológicos (plantas, enzimas, microrganismos, etc.);

Biorremediação;

Desenvolvimento de produtos biodegradáveis.

Agricultura

Adubo, silagem, biopesticidas, biofertilizantes, mudas de plantas

livres de doenças, mudas de árvores para reflorestamento;

Plantas com características como maior valor nutritivo e resistência a

pragas e condições adversas (ambientais ou de cultivo).

Pecuária Embriões, animais com características novas (transgênicos);

Vacinas e medicamentos para uso veterinário;

Alimentação

Panificação (pães e biscoitos), laticínios (queijos, iogurtes e outras

bebidas lácteas), bebidas (cervejas, vinhos e bebidas destiladas) e

aditivos diversos (shoyu, monoglutamato de sódio, adoçantes etc.);

Proteína de célula única (PUC) para rações, alimentos de origem

transgênica com propriedades novas.

Saúde

Antibióticos e medicamentos para diversas doenças;

Hormônios e vacinas;

Anticorpos monoclonais.

Fonte: Malajovich, 2012, p. 3.

No Brasil, segundo um estudo realizado pela Fundação Biominas (2007), as

pesquisas em biotecnologia estão concentradas em quatro áreas principais: agricultura,

insumos, saúde animal e saúde humana. Freire-Torres et al. (2014) complementam

sobre o desenvolvimento da biotecnologia no Brasil, afirmando que o país tem tido

êxito na área de saúde humana, apresentando progressos e soluções consideráveis e são

também concentradas e muito dependentes do Estado, principalmente aos que compõe a

região sudeste, especificamente nas grandes e pequenas cidades do estado de São Paulo.

Segundo o Brazil Biotech Map 2011, realizado pelo BRBIOTEC e CEBRAP, estimou

um número de 237 empresas de biotecnologia no Brasil, e a maioria destas exercem

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atividades concentradas na área de saúde humana. Dentre essas atividades, pode-se

citar: terapia gênica, estudos com células-tronco, clonagem terapêutica, vacinas, e

outros (OLIVEIRA; SPENGLER, 2014).

Quanto à agricultura, a aplicação da biotecnologia moderna no país marcou a

entrada de uma nova era. A possibilidade de gerar plantas geneticamente modificadas

(GM), com novas características, representa o maior impacto da biotecnologia moderna

no setor, aumentando a produtividade, contribuindo para redução de custos de produção

e para o desenvolvimento de práticas menos agressivas ao meio ambiente (SILVEIRA;

BORGES. BUAINAIN, 2005).

O Brasil é detentor do país que tem grande biodiversidade e o mais rico em

plantas, animais e microrganismos, tendo cerca de 20% do total existente. É também

detentor do título de grande player no mercado mundial de produtos agrícolas,

destacando-se principalmente pelas pesquisas na área de engenharia genética e genômica,

estas, realizadas, principalmente, por instituições públicas e privadas (SILVEIRA;

BORGES. BUAINAIN, 2005). O grande marco da pesquisa em agropecuária no Brasil

foi à criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (EMBRAPA) em 1973,

que atualmente está envolvida no desenvolvimento de técnicas agropecuárias, pesquisa

técnico-científica e promoção de agronegócios nos níveis local, regional e nacional

(BORGES; SILVEIRA, 2014). Na Tabela 1, estão apresentados alguns dos produtos

resultantes de pesquisa em engenharia genética (transgenia) e genômica nas instituições

privadas e públicas no Brasil.

Tabela 1 – Diretriz de pesquisas em engenharia genética (transgenia) e genômica por instituições

privadas e públicas no Brasil.

Produtos

Instituição

Engenharia genética

Plantas que produzem hormônios

EMBRAPA/UNICAMP

Mamão resistente ao vírus da manda anelar

EMBRAPA

Feijão tolerante ao vírus do mosaico dourado

EMBRAPA

Soja tolerante à herbicida

EMBRAPA

Milho com alto teor de metionina

EMBRAPA

Milho e Sorgo resistente à alumínio

EMBRAPA

Batata resistente a vírus

EMBRAPA

Arroz resistente a insetos

UFRJ

Laranja resistente a vírus

Alellyx

Maracujá resistente a doenças

Esalq

Eucalipto com maior produção de celulose Esalq

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Continuação da Tabela 1.

Produtos

Instituição

Genômica5

Xylella fastidiosa

FAPESP e Fundecitrus

Genoma Cana

FAPESP e Canavialis

Programa Genoma do Estado do Paraná

UFPR/MCT/CNPq

Programa Genoma do Estado do Rio de Janeiro

UFRJ/MCT/CNPq

Rede Genômica no Estado da Bahia

UNICAMP/MCT/CNPq

Genoma da Laranja

Alellyx

Genoma Xanthomonas

FAPESP

Projeto Forests

FAPESP

Genoma da Banana

EMBRAPA

Leifsonia xyli

FAPESP

Genoma do Café EMBRAPA

Fonte: Silveira, Borges, Buainain, 2005, p.106-107.

Sendo assim, a biotecnologia não é apenas uma ciência, mas uma forma de

aplicar ciência em benefício do homem e da sociedade (RATLEDGE, 1992), já que

pode gerar lucros e diversas vantagens para muitos setores econômicos e sociais.

1.3 ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS (OGM)

Corresponde-se a OGM, toda entidade biológica cujo material genético

(DNA/RNA) foi alterado por meio de técnicas da engenharia genética, de maneira que

não ocorrera naturalmente, ou seja, os OGM apresentam um ou mais genes exógenos

integrando o seu material genético, a fim de expressar a característica do organismo

doador. Para Chaves (2006), as técnicas utilizadas pela tecnologia do DNA

recombinante ou engenharia genética são fundamentais para manipulação da molécula

de DNA, estas são responsáveis pela separação de fragmentos, amplificação e

sequenciamento de DNA, isolamento de genes e clonagem molecular.

Segundo Mansur (2003), existe diferentes tipos de OGM que podem apresentar

riscos e/ou benefícios específicos, dependendo da espécie e do gene que foi introduzido,

criando perspectivas para diversas áreas, principalmente a área biomédica e agrícola.

5 Em biotecnologia, genômica corresponde a toda informação hereditária de um organismo que está

codificada em seu DNA, inclusive os íntrons.

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Em 1994 foi introduzido no mercado o primeiro alimento GM, o tomate Flavr

SavrTM

, este apresenta retardo no amadurecimento sem déficits na suculência e maciez.

Atualmente, existe uma quantidade considerável de alimentos GM de origem vegetal,

como: morango, mamão, manga, pimentão, algodão, batata, abóbora, arroz, trigo e

outros. Além de propiciar um ganho no ponto de vista econômico das indústrias, a

aplicação de determinados OGM pode ser utilizada para compensar o déficit nutricional

de determinados alimentos utilizados por diversos povos, a exemplo do arroz. Este

apresenta deficiência de Vitamina A, o que pode ocasionar em cegueira. Assim, o arroz

GM, apresenta quantidades significativas de beta-caroteno (precursor da Vitamina A) e

foi denominado de arroz dourado (golden rice) (RUSSEL, 2004). Além do arroz, outros

alimentos foram desenvolvidos e são utilizados em vários países, como por exemplo:

batatas com capacidade de absorver menor quantidade de óleo, amendoins com menor

quantidade de alérgenos, bananas contendo vacina contra Hepatite B, oleaginosas

contendo óleos mais saudáveis, grãos de soja contendo altos níveis de lisina e ácido

oleico entre outros (XAVIER; LOPES; PETERS, 2009)

A biotecnologia oferece também alternativas aos ingredientes utilizados na

alimentação, como milho e soja resistentes a insetos e tolerantes a herbicidas. Sem a

necessidade da utilização de volumes massivos de inseticidas e herbicidas, o impacto

ambiental e os custos diminuem, o produto ganha maior qualidade e menores riscos de

perdas (XAVIER; LOPES; PETERS, 2009).

Todavia, o consumo de produtos GM ainda gera uma grande repercussão em

relação aos riscos à saúde humana e animal. Esses fatores têm promovido diversas

discussões éticas, incentivando a divulgação de informações e uma maior participação

da população nas discussões. Em função dos OGM utilizados na agricultura, diversas

pesquisas foram desenvolvidas a fim de comparar a qualidade nutricional das

variedades geneticamente modificadas com a das variedades comerciais

tradicionalmente utilizadas, no entanto, até o momento não foram encontradas

diferenças nutricionais significativas entre elas (PADGETTE et al., 1996;

FLACHOWSKY et al., 2007). Na Tabela 2 estão apresentados os produtos GM

legalizados para comércio no Brasil.

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Tabela 2 – Organismos geneticamente modificados regulamentados pelo CTNBio e produzidos

no Brasil.

Produto Nome comercial Organismo doador Característica Detentor da

tecnologia

Soja Roundup Ready Agrobacterium tumefaciens THA MONSANTO

Cultivance Arabidopsis thaliana TH BASF e

EMBRAPA

Liberty Link Streptomyces viridochromogenes TH BAYER

Liberty Link Streptomyces viridochromogenes TH BAYER

Intacta RR2 PRO Agrobacterium tumefacien/

TH MONSANTO

Bacillus thuringiensis

Milho YieldGard Bacillus thuringiensis RIB MONSANTO

Liberty Link Streptomyces viridochromogenes TH BAYER

TL Bacillus thuringiensis/

RI & TH SYNGENTA Streptomyces viridochromogenes

Roundup Ready

2 Agrobacterium tumefaciens TH MONSANTO

TG Zea mays TH SYNGENTA

Herculex Bacillus thuringiensis/

Streptomyces viridochromogenes RI & TH D.A

YR

YieldGard/RR2

Agrobacterium tumefaciens/

Bacillus thuringiensis TH & RI MONSANTO

TL/TG

Bacillus thuringiensis/

Streptomyces

viridochromogenes/

Zea mays

RI & TH SYNGENTA

Viptera -

MIR162 Bacillus thuringiensis RI SYNGENTA

HR

Herculex/RR2

Bacillus thuringiensis/

Streptomyces

viridochromogenes/

Agrobacterium tumefaciens

RI & TH DU PONT

Algodão Bolgard I Bacillus thuringiensis RI MONSANTO

Roundup Ready Agrobacterium tumefaciens TH MONSANTO

Liberty Link Streptomyces hygroscopicus TH BAYER

Bolgard I Bacillus thuringiensis/ RI & TH MONSANTO Roundup Ready Agrobacterium tumefaciens

Widestrike

Bacillus thuringiensis/

Streptomyces

viridochromogenes

RI & TH D.A

Bolgard II Bacillus thuringiensis RI MONSANTO

GlyTol Zea mays TH BAYER

TwinLink Bacillus thuringiensis/

RI & TH BAYER Streptomyces hygroscopicus

Feijão Empraba 5.1

BGMV - Bean Golden Mosaic

Virus RVMDF EMBRAPA

A Tolerante a herbicida;

B Resistente a inseto;

Fonte: Adaptado de Ministério da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento – Secretária de Defesa

agropecuária6.

6 Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/portal/pls/portal/!PORTAL.wwpob_page.show

?_docname=1324452.PDF; Acesso em 28 set. 2014, 16:15.

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1.4 CLONAGEM

O termo clone (do grego klon, significa “broto”) foi citado primeiramente em

1903 pelo botânico Herbert J. Webber, e tem como significado “uma colônia de

organismos que de forma assexuada deriva de um único progenitor”. Desde então, o

termo é utilizado pelos cientistas até os dias atuais (RUMJANEK, 2001).

Durante determinada época, só era promovida a clonagem em plantas e

protozoários. A partir de 1930, alguns experimentos foram realizados a fim de se

produzir seres idênticos, através da técnica de cisão gemelar artificial (bipartição), a

qual pode referenciar como sendo uma modalidade impropria da clonagem. A prática da

cisão gemelar em zootecnia tem se difundido principalmente em estábulos como

incentivo a perpetuação de certos exemplares selecionados (ABDELMASSIH, 2002).

Foi o nascimento da ovelha Dolly no ano de 1997 que significou um avanço

tecnológico para o mundo científico e inquietante para a opinião pública. Neste ano, a

clonagem foi de fato realizada, pois não se tratava mais de uma cisão gemelar e sim de

uma reprodução assexual agâmica que produziu um ser biologicamente igual ao doador

e inquietante para a opinião pública, devido à formulação de hipóteses da aplicação da

clonagem à espécie humana. Desde então a clonagem tem sido utilizada para objetivos

específicos de estudo, ao qual pode-se definir como: clonagem reprodutiva e clonagem

terapêutica (ABDELMASSIH, 2002).

A Clonagem reprodutiva corresponde a técnicas laboratoriais utilizadas para

produzir uma duplicata de um indivíduo existente. Baseia-se na remoção do núcleo de

um óvulo e substituição por outro núcleo de outra célula somática. Após a fusão e

contínua diferenciação até a fase chamada de blastocisto, ocorre à implantação do

embrião na cavidade uterina. Após o período gestacional surge um indivíduo com

patrimônio genético idêntico ao do doador da célula somática.

A Clonagem terapêutica é também um conjunto de técnicas laboratoriais ao qual

se assemelha a clonagem reprodutiva, diferindo somente no fato do blastocisto não ser

introduzido em um útero de “aluguel”. Este é utilizado em laboratório para a produção

de células-tronco (totipotentes) a fim de produzir tecidos ou órgão para transplante. As

células-tronco são classificadas em dois tipos: células-tronco embrionárias e células-

tronco adultas. As de origem embrionária (também chamadas de pluripotentes) são

células indiferenciadas capazes de dar origem a diferentes tipos celulares, enquanto as

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de origem adulta são diferenciadas e capazes de dar origem a apenas um tipo celular

(ABDELMASSIH, 2002).

1.5 ÉTICA, CIÊNCIA E SOCIEDADE

A relação entre a ciência e a ética nas últimas décadas tornou-se central na

prática científica. Um estudante de iniciação científica atualmente encontra muitos mais

questionamentos do que há vinte ou trinta anos atrás. Questões como a ética na pesquisa

com animais e seres humanos; tornar útil ou nocivo os desdobramentos de um

conhecimento; se deve ou não tornar o conhecimento objeto de propriedade, são

questionamentos que ocorrem frequentemente na sociedade atual (BIRCHAL, 2012).

Birchal (2004), define a ética ou a moral de duas maneiras:

[...] domínio dos costumes, dos hábitos (vocábulo grego ethos e o

latino morus referem-se ambos aos costumes humanos, daí falarmos

da ética dos romanos ou da moral vitoriana) (p.1).

[...] trabalho de reflexão ou de busca de fundamentação para estes

hábitos ou costumes. [...] temos a ética como disciplina filosófica ou

filosofia moral, que pergunta sobre as origens e o fundamento – a

“consistência”, poderia dizer – dos costumes e, sobretudo, das regras

que os regem (p.1).

Sendo assim, tem-se a ética como um campo de questionamento fundamental na

geração de propostas filosóficas sobre o que seja a boa regra ou a boa vida (BIRCHAL,

2004). Do ponto de vista prático, a finalidade da ética e da moral são semelhantes.

Ambas são responsáveis pela indagação e construção de bases filosóficas que auxiliam a

conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e por ensinar a melhor forma

de agir.

Devido às tantas tecnologias desenvolvidas desde o redescobrimento das Leis de

Mendel, algumas destas tecnologias despertam até mesmo entre os pesquisadores de

engenharia genética, dúvidas, discussões e preocupações a respeito de suas futuras

aplicações, as quais podem ferir os princípios éticos da sociedade. Técnicas como a

manipulação do DNA versus a produção de humanos em laboratório, a eugenia nas

primeiras divisões celulares no processamento da fecundação assistida, diagnóstico

precoce de doenças hereditárias tardias, entre outras, estão cada vez mais próximas da

sociedade. As preocupações geradas por tais inovações biotecnológicas/tecnológicas se

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referem ao crescimento dos poderes do homem sobre a natureza e sobre si mesmo,

podendo estas serem utilizadas contra a humanidade e a natureza (DRUMOND, 2007;

BIRCHAL, 2004) .

A ética, e principalmente a Bioética, apresentam os pressupostos necessários

para o consentimento da sociedade como também para o indivíduo, sobre o balizamento

necessário para suas ações perante os questionamentos supracitados e outrem. O

oncologista Van Renssealaer Potter (1971) em seu livro “Bioethics: bridge to the future”

propõe uma ampla discussão acerca dos avanços da aplicação da biotecnologia para a

definição de diretrizes éticas a fim de impedir o abuso da tecnologia contra a

humanidade e a natureza (POTTER, 1971).

Segundo Reich (1978), a bioética tem como princípios básicos: a Autonomia

(respeito ao autogoverno), a Beneficência (atendimento aos interesses do indivíduo) e a

Justiça (entendida como a equidade na distribuição dos bens e serviços).

No entanto, é necessário entender que a bioética não está pautada em restrições,

limites ou vetos. A bioética se baseia no pluralismo moral, no desejo livre, “desde que

as decisões não invadam a liberdade e os direitos de outros indivíduos e outras

sociedades”. O uso do diálogo e tolerância são algumas das categorias utilizadas pela

bioética a fim de manter o convívio entre sociedades de posturas morais diferentes.

(GARRAFA, 2000).

1.6 A LEGISLAÇÃO DA BIOTECNOLOGIA NO BRASIL

No Brasil, o uso da biotecnologia moderna foi aprovado segundo o projeto de lei

de iniciativa do então Senador Marco Maciel, a Lei 8.974 em 05 de Janeiro de 1995,

chamada de Lei de Biossegurança. Esta lei estabelece normas para o uso das técnicas de

engenharia genética e liberação no meio ambiente de Organismos Geneticamente

Modificados (OGM), e, sobretudo, representa o alicerce sobre o qual vem sendo

construído o sistema de biossegurança no Brasil (BRASIL, 1995). Em 20 de Dezembro

de 1995, foi publicado o decreto 1.752 que teve por finalidade regulamentar a Lei

8.974/95 e conferir a vinculação, composição e competências do CTNBio, que por sua

vez tem como função fiscalizar a liberação de OGM no meio ambiente; emitir parecer

técnico sobre o desenvolvimento e o progresso técnico e científico da Biossegurança e

áreas afins, objetivando a segurança dos consumidores e da população em geral, com

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permanente cuidado à proteção do meio ambiente (BRASIL, 1995). Atualmente, a

regulação pública em matéria de biotecnologia é realizada por meio da Lei 11.105/2005

em 24 de Março de 2005, decreto 5.591/2005 em 22 de Novembro de 2005, assim como

pelos diversos instrumentos normativos publicados pelo CTNBio e CNBS (MEIRA,

2011).

1.7 HISTÓRICO E POLÍTICA DO LIVRO DIDÁTICO NO BRASIL

Entende-se por livro didático, uma obra escrita com objetivo de ser utilizada

para direcionar o ensino formal escolar (SOARES, 2002). No Brasil, as políticas

públicas para o livro didático foi instituída no Estado Novo7, pelo Ministério da

Educação, com a criação do Instituto Nacional do Livro (INL), por meio do Decreto-Lei

nº 93, de 21 de Dezembro de 1937. Posteriormente foi criada a Comissão Nacional do

Livro Didático (CNLD) pelo Decreto-Lei nº 1.006, de 30 de Dezembro de 1938, no

então governo do Presidente da República Getúlio Vargas. O CNLD tinha como

competência avaliar as condições de produção, importação e utilização do livro didático

(BRASIL, 1939). Tal comissão pode ter surgido devido a certa preocupação do governo

Vargas em controlar o conteúdo dos livros didáticos (HALLEWELL, 1985). Nessa

época o Estado era caracterizado como censor no uso desse material didático, e este, era

considerado um instrumento para ensino de política e ideologia. De 1938 até 1985,

ocorreram variadas formas de controle sobre o livro didático brasileiro.

No país já redemocratizado, foi instituído o Programa Nacional do Livro

Didático (PNLD) através do Decreto nº 91.542, de 19 de Agosto de 1985. O PNLD

apresentou modificações significativas em relação à forma como o livro didático era

colocado no governo anterior, trazendo princípios de aquisição e distribuição universal

gratuita para os alunos da rede pública de ensino.

Em seu Artigo 2º, o decreto que legisla o PNLD estabelece a avaliação rotineira

dos livros inscritos à distribuição pelo programa. Posteriormente, no início de 1990

houve uma maior participação direta do Ministério da Educação e Cultura (MEC) na

7 Nomeação do regime político ocorrido no Brasil, fundado pelo então Presidente da

República Getúlio Vargas, em 10 de novembro de 1937, e durou até 29 de outubro de 1945.

Este regime foi caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e

autoritarismo.

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avaliação do livro didático, expondo um projeto pedagógico composto por Parâmetros

Curriculares Nacionais e dos Guias do livro didático. Em 1993, o MEC criou uma

comissão de especialistas encarregada de aperfeiçoar o processo de avaliação dos livros

didáticos, e assim melhorar a sua qualidade (SANTOS et al., 2008). Atualmente, é

exigido que os novos livros correspondem às atuais diretrizes de uma educação do

século XXI – propostas nos Parâmetros Curriculares Nacionais e nos Guia do livro

didático com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), nº

9.394, de 20 de Dezembro de 1996 –, aonde os valores, a alfabetização científica e

tecnológica, a capacidade de resolver problemas e aprender são elementos estruturantes

essenciais do livro didático (BRASIL, 2000).

Nessa perspectiva, é ciente que o livro didático não deve ser usado como fonte

de conhecimentos a serem transmitidos pelo professor, a fim de serem memorizados

pelos alunos. Segundo Krasilchik (2011), o livro didático deve servir de base para

discussão em sala de aula e não como mais uma fonte de informação.

1.8 O LIVRO DIDÁTICO DE BIOLOGIA E A BIOTECNOLOGIA

No que se trata sobre o contexto educacional contemporâneo, o professor exerce

papel central, onde ele deve ser capaz de suscitar nos alunos, experiências pedagógicas

significativas, diversificadas e alinhadas com a sociedade em que estão inseridos. O

livro didático por sua vez, como retratado na seção anterior, surgiu como um

complemento para o ensino formal, reproduzindo valores da sociedade e reforçando a

ideia de aprendizagem a partir da memorização e informação. Atualmente, os LD

podem ser definidos como constituintes de um elo na cadeia de comunicação verbal

estabelecida por alunos e professor (NUNES-MACEDO et al., 2003). O Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirma que os LD são praticamente o único

material – de âmbito informativo do conhecimento – impresso de que muitos alunos

brasileiros dispõem principalmente os da rede pública de ensino.

Nessa perspectiva, o livro didático como uma das ferramentas didáticas de

ensino, tem papel relevante. Depois da democratização do ensino, e a nova realidade

que ela produziu, os conceitos escolares e os princípios metodológicos passaram a ser

veiculados também pelos livros didáticos.

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Os Parâmetros Curriculares Nacionais, mais conhecidos como PCN – já citados

anteriormente – compreende uma coleção de documentos que compõem a grade

curricular para o ensino fundamental e médio.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM) inserem a

Biologia na área “Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias”. A tecnologia

neste âmbito permite contextualizar os conhecimentos, permitindo ao jovem

contemporâneo compreender a tecnologia como um processo de conexão por diversos

conhecimentos e suas aplicações tecnológicas. Especificamente para o ensino de

Biologia, esse documento diz que o educando deve ser capaz de apontar relações entre o

desenvolvimento e conhecimento tecnológico considerando a conservação e natureza da

vida, como também princípios de desenvolvimento sustentável. Portanto, o autor de um

livro didático de Biologia deve considerar a contextualização do desenvolvimento

tecnológico como um dos conteúdos estruturantes da obra, neste caso, a Biotecnologia,

por ser um grande tema da atualidade do cotidiano da vida do professor e do aluno.

No ano de 2002, o Ministério da Educação elaborou as Orientações

Educacionais Complementares aos PCNEM lançado em 1990, conhecida como PCN+.

Esse documento, por sua vez, apresenta uma abordagem considerável sobre a

Biotecnologia. Em suma, o documento trata de sugestões de um possível “feedback”

entre as competências gerais estabelecidas pelos PCNEM, e as competências específicas

em cada área e disciplina.

Na competência “analisar, argumentar e posicionar-se criticamente em relação a

temas de ciência e tecnologia” na área de Ciências da Natureza, Matemática e suas

tecnologias presente nos PCNEM, os PCN+ sugerem a seguinte correspondência para o

tema Biotecnologia, que por sua vez está inserido no ensino da Biologia:

Comparar diferentes posicionamentos de cientistas, ambientalistas,

jornalistas, sobre assuntos ligados á Biotecnologia (produção de

alimento transgênico, terapia gênica, clonagem) avaliando a

consistência dos argumentos e a fundamentação teórica (BRASIL,

2002; p. 37).

Sobre o caráter ético do conhecimento científico e tecnológico:

Reconhecer a importância dos procedimentos éticos na aplicação das

novas tecnologias para o diagnóstico precoce de doenças e do uso dessa

informação para promover a saúde do ser humano sem ferir a sua

privacidade e dignidade. (...) avaliar a importância do aspecto

econômico envolvido na utilização da manipulação genética em saúde:

o problema das patentes biológicas e a exploração comercial das

descobertas das tecnologias de DNA (BRASIL, 2002; p. 40).

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No mesmo documento – PCN+ – é proposto uma organização das competências

em seis temas estruturadores, são eles: 1) Interação entre os seres vivos; 2) Qualidade de

vida das populações humanas; 3) Identidade dos seres vivos; 4); Diversidade da vida; 5)

Transmissão da vida, ética e manipulação gênica; 6)Origem e evolução da vida.

No tema Identidade dos seres vivos é apresentada uma unidade temática

denominada “Tecnologias e manipulação do DNA” – que por sua vez está inserida nos

conhecimentos da Biotecnologia e Engenharia genética –, esta por sua vez aborda

orientações que em resumo diz que: O aluno deve saber identificar, em textos de

divulgação científica, as tecnologias utilizadas na transferência de DNA entre

organismos (DNA Recombinante; enzimas de restrição, clonagem molecular); deve

entender a importância de fazer um levantamento de informações sobre a participação

da engenharia genética nas diferentes áreas da sociedade; saber relacionar entre os

organismos manipulados geneticamente aqueles que são considerados benéficos e os

que representam riscos para a população humana.

Dentro do tema transmissão da vida, ética e manipulação genética encontra-se

uma unidade sobre as aplicações da Engenharia genética – que também condiz com os

conhecimentos da Biotecnologia e Engenharia genética – e aborda também orientações

que em resumo diz que: O aluno deve entender e identificar as técnicas moleculares de

detecção precoce de doenças, o papel da terapia gênica e compreender a natureza do

projeto genoma; entender os benefícios e perigos da manipulação genética, abordando

questionamentos éticos.

Como já citado, muitas vezes o livro didático é o único e também o melhor

material didático disponível para o aluno. Portanto, os conhecimentos sobre este tema

quando presentes no livro didático auxiliam o trabalho docente e, principalmente,

permitem ao aluno ser introduzido no debate das implicações éticas, morais, políticas e

econômicas da Biotecnologia e Engenharia genética na sociedade.

Sendo assim, esse trabalho, tem como importância definir a qualidade do

conteúdo referente ao tema Biotecnologia e Engenharia genética em livros didáticos.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Verificar os livros didáticos de Biologia utilizados no ensino médio no que se

refere aos conteúdos dos capítulos referentes ao tema Biotecnologia e Engenharia

genética.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Analisar os livros didáticos de Biologia de maior presença nas salas de

aula do ensino médio do estado da Paraíba, dentre aqueles aprovados e

distribuídos pelo PNLD/2012;

Analisar a abordagem do tema Biotecnologia e Engenharia genética dos

livros didáticos de Biologia selecionados quanto à caracterização do

tema;

Analisar os livros didáticos de Biologia selecionados quanto à

linguagem, figuras e ilustrações utilizadas;

Analisar os livros didáticos de Biologia selecionados quanto aos

exercícios propostos em relação à temática;

Verificar os tipos de enfoques sobre o tema Biotecnologia e Engenharia

genética nos livros didáticos de Biologia selecionados.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa foi dividida em duas etapas. A primeira etapa consistiu na utilização

dos pressupostos teórico-metodológicos da pesquisa qualitativa, através da pesquisa

bibliográfica e do método descritivo. Segundo Marconi e Lakatos (2010), as

metodologias qualitativas apresentam um foco na interpretação que os próprios

integrantes têm da situação sob estudo, em vez da quantificação; ênfase no

entendimento e não num objetivo predeterminado e certa preocupação com o contexto.

A pesquisa bibliográfica segundo Gil (2008) é desenvolvida com base em material já

elaborado, constituído principalmente de artigos científicos e livros. Marconi e Lakatos

(2010) acrescentam afirmando que a pesquisa bibliográfica trata-se também do

levantamento e seleção da bibliografia sobre o assunto que está sendo pesquisado. O

método de pesquisa descritivo por sua vez pretende descrever os fatos e fenômenos de

determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987).

Na segunda etapa da pesquisa foi utilizada a metodologia segundo Silva e

Carvalho (2012) que por sua vez foi inspirada na pesquisa qualitativa da Análise de

Conteúdo de Bardin (2011) a fim de estabelecer os tipos de enfoques veiculados sobre o

tema Biotecnologia e Engenharia Genética nos livros didáticos selecionados.

Para Bardin (2011, p.44) a Análise de conteúdo é entendida como:

[...] um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando

obter por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do

conteúdo das mensagens e indicadores (quantitativos ou não) que

permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de

produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

A Análise Temática foi selecionada como metodologia para análise de conteúdo,

onde segundo Bardin (2011), a Análise Temática é uma das formas que melhor se

adequa a investigações qualitativas, que por sua vez apresenta três etapas que

constituem a aplicação desta metodologia de análise: 1) Pré-análise; 2) Exploração; 3)

Tratamento dos resultados e interpretação. Segundo Bardin (2011) a Análise Temática

consiste principalmente em descobrir os núcleos de sentido que compõem a

comunicação e cuja presença de aparição pode significar alguma coisa para o objetivo

analítico escolhido.

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3.2 OBJETO DE ESTUDO

Para realização do estudo foram selecionadas as obras didáticas de Biologia

aprovadas e presentes no guia do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2012)

(Anexo A-G), como também, as obras didáticas de Biologia mais utilizadas no estado

da Paraíba. Dentre as coleções selecionadas, o critério de presença de objeto de estudo –

que no caso dessa pesquisa foram os temas Biotecnologia e Engenharia genética – no

LD foi tido como critério de seleção. Sendo assim, os livros didáticos selecionados

foram:

LOPES, S; ROSSO, S. Bio. v.2. São Paulo: Saraiva, 2010.

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia das populações. v.3. São Paulo:

Moderna, 2009.

BIZZO, N. Novas bases da Biologia: O ser humano e o futuro. v.3. São

Paulo: Ática, 2012.

LINHARES, S; GEWANDSZNADJER, F. Biologia Hoje. v.3. São Paulo:

Ática, 2011.

SANTOS, F. S; AGUILAR, J. B. V; OLIVEIRA, M. M .A. de. Biologia: Ser

Protagonista Biologia. v.3 São Paulo: Edições SM, 2010.

PEZZI, A. C; GOWDAK, D, O; MATTOS, N. S. Biologia: Citologia,

Embriologia e Histologia. v.1. São Paulo: FTD, 2010.

MENDONÇA, V; LAURENCE, J. Biologia. v.3. São Paulo: Nova Geração,

2010.

Após o contato com a Secretaria de Estado da Educação da Paraíba, tomou-se

ciência que as escolas da rede estadual da Paraíba utilizavam duas obras específicas que

continham o tema Biotecnologia e Engenharia Genética (Anexo H) – dentre aquelas

aprovadas e distribuídas pelo PNLD/2012 – são elas:

1. LOPES, S; ROSSO, S. Bio. v.2. São Paulo: Saraiva, 2010.

2. AMABIS, J. M; MARTHO, G. R. Biologia das populações. v.3. São

Paulo: Moderna, 2009.

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3.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para a análise crítica do conteúdo das obras foram utilizados os critérios

estabelecidos segundo Rosa e Mohr (2010), e adaptações, onde os mesmos propuseram

sete critérios de análise. No entanto, para esta pesquisa foram utilizados quatro critérios

dos sete estabelecidos pelos autores, são eles: 1) caracterização da presença do tema; 2)

linguagem utilizada; 3) figuras e ilustrações utilizadas; 4) exercícios propostos. Fora os

critérios preestabelecidos, foram analisados também a presença de questionamentos

éticos a respeito do tema. Os critérios selecionados foram transcritos na forma de

questionário, a fim de organizar e otimizar o processo de análise (Apêndice A). As

obras foram analisadas individualmente de acordo com todos os critérios supracitados.

Para a análise de caracterização do tema foi observado se o livro didático

apresentava um capítulo exclusivo para o tema Biotecnologia ou Engenharia genética,

ou se ambos estavam presentes em um único capítulo, e se havia a presença de textos de

apoio e contexto histórico do tema. Na linguagem utilizada foi observada se o texto

apresentava coesão; presença de termos técnicos; presença de um glossário para

palavras utilizadas no texto. Quanto à análise das figuras e ilustrações utilizadas foi

observado o tipo de ilustração utilizada (esquema, desenho ou fotografia), qualidade e

nitidez das ilustrações e se as figuras são adequadas e correlacionadas com o texto ao

qual estão referenciadas. Para análise da relação do conteúdo com a vida cotidiana

dos alunos foi observado se houve aproximação do conteúdo com o cotidiano dos

alunos. Na análise dos exercícios propostos e questionamentos éticos foi verificado se

existia atividade proposta e se a mesma envolvia trabalho individual ou em grupo e se o

texto principal apresentava algum questionamento ético a respeito do tema.

A fim de estabelecer os enfoques relacionados ao tema Biotecnologia e

Engenharia genética nos LD selecionados foi realizada uma leitura flutuante8 das obras

selecionadas, e em seguida elaborada uma lista de termos-chave referente aos temas

Biotecnologia e Engenharia genética (Quadro 4). Para estes termos-chave foi analisado

à frequência absoluta e relativa de aparição no texto principal dos capítulos referentes

ao tema Biotecnologia e Engenharia genética dos livros selecionados. No Apêndice B

está apresentado o questionário utilizado para organização desses resultados.

8 Uma leitura flutuante corresponde ao primeiro contato com os documentos a serem analisados. É a partir

da leitura flutuante que surge às primeiras hipóteses e objetivos do trabalho (BARDIN, 2011).

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Quadro 4 – Termos chave encontrados após realizar a leitura flutuante nos livros didáticos

selecionados.

Manipulação do DNA Código genético Biossegurança

Biblioteca de DNA Vacina gênica Nanotecnologia

Clonagem de DNA Generapia Produção agrícola

DNA fingerprint Genética molecular Vacina

Análise de DNA Genoma Embrapa

DNA Genes CTNBio

DNA recombinante Transgênicos Biologia molecular

Vacina de DNA Clonagem de plantas Enzimas de restrição

Religião Clonagem de animais Biotecnologia

Ética Clonagem terapêutica OGM

Moral Clonagem molecular Anticorpo

Ecoética Clonagem de seres humanos Antibiótico

Bioética Clonagem Cromossomos

Terapia gênica Proteoma Diagnóstico

Análise genética Amniocentese Melhoramento

Clonagem gênica Aborto terapêutico PGH

Genética Clássica Célula vegetal PCR

Genômica In vitro Eletroforese

Manipulação genética Microrganismo Insulina

Doenças genéticas Hibrido

Engenharia genética Células-tronco

Aconselhamento genético Laboratório

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Tendo os termos chave listados, foram estabelecidas categorias de análise para

cada livro didático (capítulos ao qual o tema analisado estava inserido), e que por sua

vez – tais categorias – abrangem codificações e descrições para os termos chave. Para

isso, foi utilizado um conjunto de elementos que auxiliaram na análise dos textos no que

se refere à compreensão dos núcleos de sentidos da mensagem de cada unidade de

registro. Os elementos utilizados estão descritos a seguir:

Unidade de contexto (categoria): unidade de compreensão para codificar a

unidade de registro e corresponde ao segmento da mensagem, cujas dimensões

são superiores às da unidade de registro (BARDIN, 2011).

Unidade de registro: unidade de significação a codificar, que corresponde ao

segmento de conteúdo considerado como unidade base para a categorização

(BARDIN, 2011).

Termo chave: termos que se encontram presentes nas unidades de registro e

servem para selecionar tais unidades.

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As categorias formadas estão descritas a seguir:

Engenharia genética;

Biotecnologia moderna;

Biotecnologia moderna aplicada na saúde;

Metodologia técnico-científica utilizada em Biotecnologia moderna e

Engenharia genética;

Biossegurança;

Questões éticas;

Por seguinte, foi feito um agrupamento dessas categorias e assim foi possível

originar três indicadores de enfoques:

Enfoque relacionado às tecnologias de manipulação do DNA: nesse

indicador estão inclusas as categorias Engenharia genética, Biotecnologia

moderna, Metodologia técnico-científica utilizada em Biotecnologia

moderna e Engenharia genética.

Enfoque relacionado a questões éticas: nesse indicador estão inclusas

as categorias Biossegurança e Questões éticas.

Enfoque relacionado à genética humana e saúde: nesse indicador está

inclusa apenas a categoria Biotecnologia moderna aplicada na saúde.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As obras apresentaram determinados aspectos falhos em algum dos critérios

analisados, no entanto, estes problemas não são caracterizados como “graves” e não

comprometem os livros. Isto se deve ao refinamento no cuidado da produção e

publicação de livros didáticos desde 1985, onde o Ministério de Educação estabeleceu

um processo de avaliação obrigatória dos livros didáticos.

Caracterização do tema

Todas as obras analisadas apresentaram um capítulo relativo ao tema

Biotecnologia e Engenharia genética. Alguns dos autores não citaram diretamente os

substantivos “Biotecnologia e Engenharia genética” para definir o capítulo, estes por

sua vez optaram por outras palavras e substantivos que resumem o tema. Na Tabela 3

estão apresentados os títulos dos capítulos referentes ao tema analisado.

Tabela 3 – Títulos dos capítulos referentes ao tema analisado.

Livro didático

Título do capítulo

Bio v.2

Lopes e Rosso, 2010 Biotecnologia

Biologia das populações v.3

Amabis e Martho, 2009 Aplicações do conhecimento genético

Novas bases da Biologia

Bizzo, 2012 Biologia Molecular e Biotecnologia

Biologia hoje v.3

Linhares e Gewandsznadjer, 2011 A tecnologia do DNA

Biologia: Ser protagonista Biologia

Santos et al., 2010 Biotecnologia

Biologia. v.1

Pezzi, Gowdak e Mattos, 2010 Biotecnologia

Biologia v.3

Mendonça e Laurence, 2010

Biologia molecular do gene: síntese

proteica e engenharia genética

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

O livro de Lopes e Rosso (2010) caracteriza o tema Biotecnologia e Engenharia

Genética no capítulo 11, finalizando a unidade de genética e intitulada como

“Biotecnologia” (Tabela 3). O capítulo apresenta 21 páginas dedicadas ao conteúdo,

divididas em 12 seções (incluindo introdução ao conteúdo), das quais sete podem ser

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citadas como principais, devido à relevância atual do tema. As sete seções principais

são: DNA recombinante; Clonagem de DNA; Terapia gênica; Vacinas gênicas;

Clonagem; Organismos transgênicos; Aconselhamento genético. Para cada uma das

seções supracitadas os autores utilizaram o primeiro parágrafo para definir o tema da

seção, e o texto restante para caracterização e exemplificações de termos técnicos e

metodologias utilizadas no dia a dia de profissionais da área.

A seguir é apresentado trechos de parágrafos do capítulo analisado do livro de

Lopes e Rosso (2010) ao qual se refere à estrutura de caracterização do tema no texto

principal do capítulo:

[...]. A molécula de DNA associada ao novo trecho inserido é

denominada DNA recombinante (p.392).

[...]. A técnica central na tecnologia do DNA recombinante é o

isolamento de moléculas de DNA e sua inserção no DNA de outro

organismo (p.391).

[...]. Clonagem de DNA significa produzir inúmeras cópias idênticas

de um mesmo fragmento da molécula de DNA (p.392).

[...] os plasmídeos. Estes são utilizados como vetores, pois não

contêm genes essenciais à vida das bactérias. Os plasmídeos podem

ser manipulados, e as bactérias continuam vivendo e se reproduzindo

normalmente (p.392).

[...]. Uma vez quebrado o DNA, isolam-se fragmentos de diferentes

tamanhos, que são separados por uma técnica chamada eletroforese

(p.393).

[...] terapia gênica. Essa técnica consiste em substituir o alelo

anormal que causa doença pelo alelo normal (p.397).

[...]. Organismos transgênicos são aqueles que recebem genes de

outras espécies de seres vivos (p.403).

O livro de Amabis e Martho (2009) caracteriza o tema Biotecnologia e

Engenharia Genética no capítulo oito, finalizando a unidade de genética e intitulada

como “Aplicações do conhecimento genético” (Tabela 3). O capítulo apresenta 22

páginas dedicadas ao conteúdo, divididas em quatro seções, que por sua vez estão

divididas em subseções. As seções e subseções são: Melhoramento genético –

Produção de novas variedades, Propagação de variedades úteis, Problemas decorrentes

do melhoramento; Aconselhamento genético e prevenção de doenças hereditárias –

Aconselhamento genético; A Genética Molecular e suas aplicações – Enzimas de

restrição, Clonagem molecular do DNA, Misturando genes entre espécies: transgênicos;

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Desvendando o genoma humano – O projeto Genoma Humano. Para algumas das

seções e subseções estruturantes do capítulo, os autores utilizam o primeiro parágrafo

para fazer uma abordagem histórica, citando alguns eventos que proporcionaram o

desenvolvimento e concretização do tema, e o texto restante para definição,

caracterização e exemplificações de termos chave e técnicos, como também

metodologias utilizadas no dia a dia de profissionais da área e vice-versa.

A seguir é apresentado trechos de parágrafos do capítulo analisado do livro de

Amabis e Martho (2009) ao qual se refere à estrutura de caracterização do tema no texto

principal do capítulo:

[...]. Em 1909, o geneticista norte-americano George H. Shull (1874-

1954) descobriu que o cruzamento de duas determinadas variedades

de milho produzia plantas mais vigorosas [...] (p.158).

[...]. A cultura de tecidos vegetais consiste em retirar uma pequena

porção de tecido vivo de uma planta e cultivá-la em um meio nutritivo

[...] (p.159).

[...] campo da Genética humana podem orientar um casal sobre os

riscos de vir a ter filhos com alguma doença hereditária; esse tipo de

orientação constitui o aconselhamento genético (p.162).

[...]. No início dos anos 1970 descobriu-se que certas enzimas

bacterianas, denominadas endonucleases de restrição podiam cortar

a molécula de DNA em pontos específicos [...] (p.164).

[...]. Outra maneira de clonar um segmento de DNA é introduzindo-o

no cromossomo de um vírus bacteriano, que atua como vetor de

clonagem (p.169).

O livro de Bizzo (2012) caracteriza o tema Biotecnologia e Engenharia genética

no capítulo seis, iniciando a unidade referente à Evolução biológica e intitulada como

“Biologia molecular e biotecnologia” (Tabela 3). O capítulo apresenta 27 páginas, no

entanto, apenas dez são dedicadas ao conteúdo de Biotecnologia e Engenharia genética.

O conteúdo destas páginas está dividido em duas seções e suas respectivas subseções,

são elas: Biotecnologia – Heterose, A tecnologia do DNA, Amplificação e identificação

do DNA; Organismos geneticamente modificados – Genes humanos em bactérias, A

vacina transgênica, Alimentos transgênicos. Para as seções e subseções estruturantes do

capítulo, o autor utiliza um dos parágrafos para fazer uma citação que envolva

abordagem histórica, citando também alguns eventos que levam ao desenvolvimento da

seção ou subseção, e o texto restante para definição e exemplificações de termos chave,

metodologias utilizadas no dia a dia de profissionais da área, como também o

esclarecimento sobre a contribuição de empresas nacionais envolvidas com pesquisa em

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biotecnologia.

A seguir é apresentado trechos de parágrafos do capítulo analisado do livro de

Bizzo (2012) ao qual se refere à estrutura de caracterização do tema no texto principal

do capítulo:

[...]. A década de 1970 viu surgir um novo horizonte de pesquisas

com diversas descobertas referentes à manipulação do DNA (p.196).

[...]. A eletroforese é uma técnica que submete macromoléculas

eletricamente carregadas a uma corrente elétrica [...] (p.196).

[...]. Em 1983 foi publicado um artigo descrevendo como o DNA da

bactéria E. coli tinha sido alterado, produzindo DNA recombinante

(p.200).

[...]. A Embrapa, empresa estatal brasileira, desenvolve diversas

plantas transgênicas (p.202).

O livro de Linhares e Gewandsznadjer (2011) caracteriza o tema Biotecnologia e

Engenharia genética no capítulo oito, finalizando a unidade de genética e intitulada

como “A tecnologia do DNA” (Tabela 3). O capítulo apresenta 12 páginas dedicadas ao

conteúdo e estão divididas em seis seções e suas respectivas subseções, são elas: A

tecnologia do DNA recombinante – Cortando o DNA: Enzimas de restrição;

Aplicações da Engenharia Genética – Clonagem do DNA e construção do DNA

recombinante; Análise do DNA – Aplicações; Terapia Gênica; Projeto Genoma

Humano; Animais e Vegetais Transgênicos – Animais Transgênicos, Plantas

Transgênicas. Para as seções e subseções estruturantes do capítulo, os autores utilizaram

definições objetivas, exemplificações de termos e metodologias, como também o

esclarecimento sobre a contribuição de empresas nacionais envolvidas com pesquisa em

biotecnologia.

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O livro de Santos et al. (2010) caracteriza o tema Biotecnologia e Engenharia

Genética no capítulo oito, finalizando também a unidade referente a genética e

intitulada como “Biotecnologia” (Tabela 3). O capítulo apresenta 11 páginas divididas

em duas partes, que por sua vez estão subdivididas em seções, são elas: Ação gênica –

Um gene, uma enzima, Um gene, um polipeptídio, O fluxo da informação gênica,

Genética de seres eucarióticos e procarióticos; Melhoramento genético e

biotecnologia – Seleção artificial, Engenharia genética. Para as seções estruturantes do

capítulo, os autores utilizam de definições também objetivas, abordagem histórica de

determinados temas, exemplificações de termos e metodologias, como também o

esclarecimento sobre a contribuição de empresas nacionais envolvidas com pesquisa em

biotecnologia.

A seguir é apresentado trechos de parágrafos do capítulo analisado do livro de

Santos et al. (2010) ao qual se refere à estrutura de caracterização do tema no texto

principal do capítulo:

As enzimas de restrição são aquelas capazes de "cortar" uma

molécula de DNA em pontos específicos (p.119).

[...] um gene é uma unidade de informação hereditária que se

expressa determinando uma característica (fenótipo) (p.115).

Um passo importante na elucidação do modo de ação dos genes

foi dado em 1941 pelos pesquisadores estadunidenses George Wells

Beadle (1903-1989) e Edward Lawrie Tatum (1909-1975), em seus

estudos com Neurospora crassa, o fungo vermelho do pão (p.115).

[...]. Uma molécula de DNA cortada com determinado tipo de enzima

de restrição fornece pedações de DNA que podem ser separados de

acordo com o seu tamanho e carga elétrica, por meio da eletroforese

(p.119).

[...]. Esses OGM foram desenvolvidos pela Embrapa, um dos centros

de excelência no melhoramento genético animal e vegetal (p.120).

O livro de Mendonça e Laurence (2010) caracteriza o tema Biotecnologia e

Engenharia genética no capítulo dez, finalizando também a unidade referente à genética

e intitulada como “Biologia molecular do gene: síntese proteica e engenharia genética”.

O capítulo apresenta 15 páginas, no entanto, apenas oito são dedicadas ao conteúdo de

Biotecnologia e Engenharia genética e está dividida em quatro seções, são elas:

Organismos geneticamente modificados (OGM); Projeto Genoma; Terapia gênica;

Clonagem. Para as seções estruturantes do capítulo, os autores utilizam de definições

contextualizadas, perfazendo uma abordagem histórica de determinados temas,

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exemplificações de termos chave, como também o esclarecimento sobre a contribuição

de empresas nacionais envolvidas com pesquisa em biotecnologia.

A seguir é apresentado trechos de parágrafos do capítulo analisado do livro de

Mendonça e Laurence (2010) ao qual se refere à estrutura de caracterização do tema no

texto principal do capítulo:

[...]. Ao selecionar as sementes dos frutos mais doces, ou o boi mais

forte do rebanho para a reprodução, o ser humano promove

melhoramento genético (p.197).

[...]. Em 1990, teve início o PGH, que contou com o apoio de

instituições públicas e particulares de vários países, inclusive no

Brasil (p.199).

[...]. As primeiras tentativas de clonagem em animais, [...], foram

feitas em 1952, com células de anfíbios. Os primeiros resultados

positivos, com obtenção de girinos clonados, aconteceram em 1970

(p.201).

[...]. Os OGM são os que possuem em seu DNA fragmentos de DNA

de indivíduos de outra espécie (p.197).

[...]. Técnicas como essa têm sido utilizadas para clonar outros

mamíferos, como o caso da bezerra Vitória, obtida como resultado de

pesquisas com clonagem feitas pela Embrapa (p.202).

O livro de Pezzi, Gowdak e Mattos (2010) caracteriza o tema Biotecnologia e

Engenharia genética no capítulo 11, finalizando também a unidade referente à genética

e intitulada como “Biotecnologia”. O capítulo apresenta 11 páginas dedicadas ao

conteúdo de Biotecnologia e Engenharia genética e está dividida em oito seções e

subseções, são elas: DNA, “o livro de receitas”; O DNA recombinante – Tesouras

químicas; Organismos geneticamente modificados (OGM); Clonagem – A clonagem

em plantas; Projeto Genoma Humano; Terapia gênica; Células-tronco;

Nanorrobótica medicinal. Para algumas das seções e subseções estruturantes do

capítulo, os autores utilizam o primeiro parágrafo para fazer uma abordagem histórica,

citando alguns eventos que proporcionaram o desenvolvimento e concretização do tema,

e o texto restante para definição de termos chave, como também metodologias utilizadas

no dia a dia de profissionais da área.

A seguir é apresentado trechos de parágrafos do capítulo analisado do livro de

Pezzi, Gowdak e Mattos (2010) ao qual se refere à estrutura de caracterização do tema

no texto principal do capítulo:

Os ácidos nucleicos foram isolados em 1869, e no início de

1930 os termos desoxirribonucleico (DNA) e ribonucleico (RNA)

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passaram a ser utilizados, pois suas estruturas químicas se tornaram

conhecidas (p.114).

Em meados de 1990, um consórcio público internacional de

cientistas e pesquisadores começou o sequenciamento dos genes da

espécie humana, isto é, do nosso genoma [...] (p.119).

[...] um organismo que recebe genes de outra espécie é um

transgênico, isto é, um OGM (p.116).

A terapia gênica será responsavel pela substituição de genes

defeituosos, por outros normais [...] (p.119).

O método do DNA fingerprint ou impressão digital de DNA,

utilizado pela medicina e pela justiça para identificação individual e

reconhecimento de paternidade [...] (p.122).

A presença de textos de apoio (texto paralelo) ao assunto analisado está

devidamente apresentada na Tabela 4.

Tabela 4 – Textos de apoio encontrados nos livros didáticos selecionados relacionados com o

tema Biotecnologia e Engenharia genética.

Livro didático Titulo do texto de apoio Fonte

Bio v.2

Lopes e Rosso, 2010

Bioética como ética aplicada à

genética Artigo científico

Biologia das populações v.3

Amabis e Martho, 2009

Desdobramentos do Projeto Genoma

Humano Artigo científico

Biologia: Ser protagonista

Biologia v.3

Santos et al., 2010

Vacina de DNA é esperança no

tratamento da tuberculose Jornal impresso

Biologia v.1

Pezzi, Gowdak e Mattos, 2010

...transgênicos, você sabia que o

milho transgênico poderia reduzir a

fome na África?

Jornal impresso

...células-tronco, saiba que existem

diferenças entre a utilização de

células-tronco embrionárias e adultas.

Revista científica

...nanotecnologia, saiba mais algumas

aplicações dessa nanociência. Revista científica

Biologia v.3

Mendonça e Laurence, 2010 Os exames de DNA nos tribunais Revista científica

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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Os textos de apoio ou “textos paralelos” ao assunto consistiam em textos

adaptados de jornal acadêmico ou artigo científico. Além da atualização de conteúdos, a

tendência crescente do uso de textos de divulgação científica em livros didáticos tem

sido ilustrada por vários estudos que destacam diferentes funções que tais textos podem

vir a desempenhar no contexto do ensino formal, como por exemplo: instigadores de

debate; estruturadores de aula; práticas de leitura; motivadores de aula (AIRES et al.,

2003; MARTINS et al., 2004). Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) – citados

na fundamentação teórica desta pesquisa – ressaltam a importância de o estudante ter

contato com outros tipos de textos informativos – como artigos científicos, jornais,

revistas – a fim de ampliar o seu universo textual (BRASIL, 2000).

Os eventos históricos que proporcionaram o desenvolvimento da Biotecnologia

– por seguinte, a Engenharia Genética – se fazem importantes no arcabouço intelectual

do texto principal de vários livros. Os livros de Amabis e Martho (2009), Bizzo (2012),

Santos et al. (2010), Mendonça e Laurence (2010) e principalmente o de Pezzi, Gowdak

e Mattos (2010) apresentaram certa preocupação em citar alguns dos principais eventos

históricos importantes desta área. Pezzi et al. (2010) explora bem os eventos históricos

no fim do capítulo, onde é apresentado ao leitor uma linha do tempo que retrata os

principais eventos que proporcionaram o desenvolvimento da Biotecnologia – e por

seguinte a Engenharia genética (Anexo I).

Segundo os PCN+ (2002), “compreender o conhecimento científico e o

tecnológico como resultados de uma construção humana, inseridos em um processo

histórico e social” é uma competência necessária para a formação no que se refere à

contextualização sociocultural do aluno (BRASIL, 2002).

Em suma, a obra de Lopes e Rosso (2010) e Amabis e Martho (2009)

caracterizam o tema de forma contextualizada, permeando os conhecimentos básicos da

Biolotenologia moderna e Genética molecular, assim como suas aplicações na indústria,

economia, e principalmente na pesquisa e saúde. Na obra de Bizzo (2012), o tema é

caracterizado de forma confusa, devido ao fato de que o conteúdo referente ao capítulo

de Biotecnologia e Engenharia genética está inserido na unidade intitulada “Evolução

Biológica”, o que não convêm com o bloco dois da ficha de avaliação do PNLD/2012,

no que diz respeito à organização entre as unidades estruturadoras (BRASIL, 2012).

Por segundo, o autor caracteriza o tema de forma bastante resumida, focando em temas

como a tecnologia do DNA, análise do DNA e organismos geneticamente modificados,

deixando de citar assuntos importantes, como: aplicações da manipulação do material

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genético na saúde. Já a obra de Linhares e Gewandsnadjer (2011) caracteriza o tema de

forma mais resumida, priorizando definições e exemplos da aplicação da Biotecnologia

moderna e Engenharia genética na indústria, economia, pesquisa e saúde. Nas obras de

Santos et al (2010), Pezzi, Gowdak e Mattos (2010) e Mendonça e Laurence (2010), os

autores caracterizam o tema também de forma contextualizada, porém resumida – para

não dizer superficial – permeando os conhecimentos básicos da Genética clássica,

Biotecnologia moderna e Genética Molecular e suas aplicações na pesquisa e saúde.

Linguagem utilizada

O texto principal de todos os livros apresentou coesão do tipo sequencial. Esta,

por sua vez estabelece relações semânticas e/ou programáticas possibilitando a

interpendência entre os elementos do texto. Para Koch (2004) a coesão compreende a

ligação, relação, a conexão entre as palavras, expressões ou frases do texto. Segundo

Melo e Gomes (1999), a coesão é um fator textual que se faz necessário à construção

textual e ao entendimento do texto, pois produz uma relação de dependência entre os

enunciados que o compõe. O escritor/falante – no caso dos livros didáticos, o autor –

detém a habilidade para falar/escrever, a fim de produzir os grupos de enunciados que

compõe um texto, que por sua vez são frases interligadas, não aleatórias e que

constroem um significado (MELO; GOMES, 1999). Koch (2004) complementa

afirmando que a coesão textual consiste em processos de sequencialização que

asseguram uma ligação linguística significativa entre os elementos que ocorrem na

superfície textual.

Todos os livros analisados apresentaram indescritivelmente a citação de termos

técnicos no decorrer do texto principal, principalmente ao que se diz respeito à técnica

da eletroforese. Na Tabela 5 estão listados os termos técnicos encontrados em cada

livro. Estes são importantes para a alfabetização cientifica do aluno, no entanto, nenhum

livro apresentou um glossário, que é extremamente importante para temas como

Biotecnologia e Engenharia genética, devido à necessidade do conhecimento de termos

chave e técnicos que requerem uma maior atenção quanto a sua função no entendimento

do texto. No Apêndice C é apresentado um modelo de glossário referente ao tema

Biotecnologia e Engenharia genética. Este pode vir a ser utilizado como material

complementar para auxiliar no entendimento do conteúdo.

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Tabela 5 – Termos técnicos encontrados nos livros didáticos selecionados. Estes estão

relacionados a técnicas utilizadas em Biotecnologia e Engenharia genética.

Livro didático Termo técnico

Bio v.2

Lopes e Rosso, 2010

Eletroforese

Clonagem molecular

PCR

Amniocentese

DNA fingerprint

Biologia das populações v.3

Amabis e Martho, 2009

Clonagem molecular

Eletroforese

Novas bases da Biologia v.3

Bizzo, 2012

PCR

Eletroforese

Biologia hoje v.3

Paulino e Gewandsznadjer, 2011

Eletroforese

PCR

DNA fingerprint

Biologia: Ser protagonista Biologia v.3

Santos et al., 2010 Eletroforese

Biologia v.1

Pezzi, Gowdak e Mattos, 2010 Eletroforese

Biologia v.3

Mendonça e Laurence, 2010

Eletroforese

Vacina gênica

Vacina de DNA

Fonte: Dados da Pesquisa, 2014.

Como foi visto a algumas seções atrás, a Biotecnologia e a Engenharia genética

englobam vários conceitos e conhecimentos de processos tais como organismos

geneticamente modificados, clonagem molecular, processos industriais, produtos de

fermentação, entre outros. Tais conhecimentos estão sendo cada vez mais abordados por

autores em livros didáticos. Os conhecimentos adquiridos a partir dos conceitos e dos

processos permitem o desenvolvimento de competências dos alunos associada a uma

visão de mundo atualizada (SERRALHEIRO; FREIRE, 2002; ROTA; IZQUIERDO,

2003). O professor é também responsável de informar seus alunos sobre os aspectos

científicos e técnicos básicos da Biotecnologia bem como seus métodos e realizações.

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Figuras e ilustrações utilizadas

Os livros analisados apresentaram esquemas, figuras e fotografias como

ilustrações didáticas. Na Tabela 6 é apresentado um resumo dos resultados obtidos.

Tabela 6 – Resumo dos resultados obtidos em relação às figuras e ilustrações utilizadas nos

livros didáticos selecionados.

Livro didático Ilustração

utilizada

Projeto gráfico

(Pontos positivos)

Projeto gráfico

(Pontos negativos)

BIO v.2

Lopes e Rosso, 2010

Fotografia

Figura

Esquema

Apresenta 23 ilustrações;

As ilustrações analisadas estão

localizadas próximas ao texto

ao qual estão fazendo

referência, e auxiliam direta-

mente no entendimento do

conteúdo;

Todas as ilustrações apresen-

tam legenda de cunho descri-

tivo seguida de outra legenda

que informa valores referentes

à escala e cores quando neces-

sário.

Não estão referen-

ciadas no texto prin-

cipal.

Biologia das

populações v.3

Amabis e Martho,

2009

Fotografia

Figura

Esquema

Apresenta 22 ilustrações;

As ilustrações analisadas estão

referenciadas próximas ao

texto auxiliando no entendi-

mento do conteúdo;

Presença de legenda de cunho

descritivo.

Faz uso de analogias

que pode vir a cons-

truir um conhecimen-

to errôneo;

Não apresenta infor-

mação a respeito de

escala e cores utiliza-

das nas ilustrações.

Novas bases da

Biologia v.3

Bizzo, 2012

Fotografia

Figura

Apresenta 15 ilustrações;

As ilustrações estão referen-

ciadas no texto principal e

localizadas próximas a ele;

Presença de legenda de cunho

descritivo.

As ilustrações não

contribuem para o

entendimento do

conteúdo;

As ilustrações apre-

sentam tamanho ina-

propriado, tornando

o texto da página ao

qual estão localiza-

das pequeno e com

pouca informação;

Não apresenta infor-

mação a respeito de

escala e cores utiliza-

das nas ilustrações.

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Continuação da Tabela 6.

Livro didático Ilustração

utilizada

Projeto gráfico

(Pontos positivos)

Projeto gráfico

(Pontos negativos)

Ser protagonista

Biologia v.3

Santos et al, 2010

Fotografia

Figura

Esquema

Apresenta 13 ilustrações;

As ilustrações analisadas estão

referenciadas próximas ao

texto como também durante a

leitura do mesmo, auxiliando

no entendimento do con-

teúdo;

Presença de legenda de cunho

descritivo em apenas algumas

ilustrações e de outra referente

às cores utilizadas.

Não apresenta infor-

mação a respeito de

escala das ilustrações;

Falta de organização

das ilustrações na pá-

gina.

Biologia Hoje v.3

Linhares e

Gewandsznadjer,

2011

Fotografia

Figura

Esquema

Apresenta 12 ilustrações;

As ilustrações analisadas estão

localizadas próximas ao texto

como também possuem

referência no mesmo, auxilian-

do diretamente no entendimen-

to do conteúdo;

Algumas das ilustrações apre-

sentam legenda de cunho des-

critivo e informações referen-

tes à escala e cores quando

necessário.

Faz uso de represen-

tações errôneas sobre

a morfologia da cé-

lula.

Biologia v.1

Pezzi, Gowdak e

Mattos, 2010

Fotografia

Figura

Esquema

Apresenta 11 imagens;

As ilustrações analisadas estão

localizadas próximas ao texto

ao qual estão fazendo

referência, e auxiliam direta-

mente no entendimento do

conteúdo;

Algumas das ilustrações apre-

sentam legenda de cunho des-

critivo e informações referen-

tes à escala e cores quando

necessário;

Legenda que informa a fonte.

-

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Continuação da Tabela 6.

Livro didático Ilustração

utilizada

Projeto gráfico

(Pontos positivos)

Projeto gráfico

(Pontos negativos)

Biologia v.3

Mendonça e

Laurence, 2010

Fotografia

Esquema

Apresenta 8 imagens;

As ilustrações estão referen-

ciadas no texto principal e

localizadas próximas a ele;

Presença de legenda de cunho

descritivo.

As ilustrações não

contribuem para o

entendimento do

con- teúdo;

Não apresenta infor-

mação a respeito de

escala e cores utiliza-

das nas ilustrações.

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

O papel da imagem/ilustração é importante dentro do livro didático, pois

funciona como uma ferramenta pedagógica que auxilia na fixação de conceitos e

exemplificações. E para entender tal função cognitiva, o pressuposto da Teoria da

Aprendizagem Significativa de Ausubel, apresentada por Moreira e Masini (1982) diz o

seguinte:

[...] aprendizagem significativa é um processo pelo qual uma nova

informação se relaciona com um aspecto relevante da estrutura de

conhecimento do indivíduo (p.7).

[...]. A aprendizagem significativa ocorre quando a nova informação

ancora-se em conceitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva

de quem aprende (p.7).

Para que ocorra uma melhor compreensão do novo conhecimento, é conveniente

relaciona-lo ao conhecimento prévio, ou seja, o universo de ideias e coisas que o

indivíduo já conhece. Durante o desenvolvimento da criança, a associação e percepção

de imagens a um sistema de signos é uma condição para o desenvolvimento da

linguagem escrita, esta por sua vez, tende a ser mais ágil e facilmente compreendida do

que a linguagem escrita. Sendo assim, ao utilizar ilustrações/imagens como

complemento do texto, é possível que esta possa assumir uma condição anterior para

compreensão do conhecimento (DELEGÁ, 2012).

No entanto, atualmente existe uma abundância de imagens mostradas na

sociedade que domina todas as mídias. Nakamoto (2010) contribui para esta temática

dizendo o seguinte:

[...] Nesse caso, as crianças estariam acostumadas a essa abundância e

perceberiam o livro didático como algo natural, ou seja, a leitura deste

seria feita sem problemas ou falta de compreensão do todo [...] No

entanto, isso não é possível se falta à criança conhecimento prévio ou

letramento para fazer a conexão necessária para entender o todo.

Estaríamos então superestimando o poder de ler da criança ao

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apresentar o livro didático com aspecto da internet ou de outras

mídias. Além disso, mesmo que a criança esteja acostumada com a

abundância de imagens, isso não significa que vai ter a compreensão

crítica dos possíveis significados das imagens, o que demandaria a

atuação e mediação do professor (p. 105).

Na obra de Amabis e Martho (2009) encontra-se o uso de analogias para

exemplificar as técnicas que envolvem o uso de enzimas de restrição (Figura 3).

Figura 2 – Analogia sobre atuação de enzimas de restrição na obra de Amabis e Martho

(2009).

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Na Figura 3, o autor discrimina uma “cola” como sendo a DNA ligase, que por

sua vez é uma enzima que tem função de refazer ligações entre porções de DNA, e por

isso, desempenha um importante papel na reparação do DNA. Na mesma figura, o autor

discrimina uma “tesoura” como sendo uma enzima de restrição, estas por sua vez,

desfazem ligações específicas no DNA, gerando assim, diversas porções de DNA.

Quase que rotineiramente, os autores de livros didáticos usam de analogias com

assuntos que pertencem ao cotidiano do aluno ao invés do conhecimento científico. Duir

(1991) e Bachelard (1996) apud Giraldi e Souza (2006) demonstram certa preocupação

ao apontar os perigos do uso de analogias, pois estas podem gerar concepções

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equivocadas do ponto de vista científico. Já a autora Krasilchik (2011), contribui

afirmando que o uso e a busca por semelhanças e analogias nas diferentes áreas do

conteúdo auxiliam na compreensão dos conhecimentos biológicos. Segundo Giraldi e

Mortimer (1998) apud Souza (2006), é necessário que se compreenda que tal linguagem

representa “uma forma radicalmente diferente de construir a realidade discursivamente”.

No livro de Bizzo (2012) ocorre uma fragmentação da informação, o que

pressupõe que o indivíduo que estar lendo seja capaz de entender as associações entre

diversos fragmentos de informação. Até mesmo para um indivíduo adaptado a profusão

de imagens da era digital, esse ainda é um processo mental difícil e complexo

(DELEGÁ, 2012). Além disso, uma composição de página predominantemente visual

tem como consequência à sintetização do texto escrito, no qual muitas vezes a

informação é perdida (Figura 3).

Figura 3 – Ilustrações utilizadas no livro de Bizzo (2012). Estas fazem uso inapropriado do

tamanho. A) Mudas de soja transgênica; B) Partículas virais da Hepatite B; C) Representação da

molécula de DNA.

A

B

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Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

Então, novamente aos pressupostos da Teoria da Aprendizagem Significativa de

Ausubel, que segundo Delegá (2012), assumisse que:

[...] sem o conhecimento prévio adequado (que nesse caso, se resume

à capacidade intelectual de fazer as devidas associações entre as várias

partes do conteúdo fragmentado) o projeto gráfico pode parecer

amigável à criança, mas ela não consegue fazer as conexões

necessárias para compreender o conteúdo como um todo, e o

conhecimento a ser aprendido se dispersa, torna-se confuso

(DELEGÁ, 2012).

A fragmentação deixa de cumprir seu papel como forma lúdica de orientação do

texto e acaba dificultando a compreensão.

Quando devidamente utilizada – respeitando o conhecimento prévio e a

formação intelectual do aluno, como também tornar ciente de que o uso de analogias é

uma forma diferente de entendimento e não a realidade científica – a ilustração

associada ao texto viabiliza o conhecimento, incentiva a leitura e instiga a descoberta do

novo saber (DELEGÁ ,2012).

Quanto às legendas, os livros de Lopes e Rosso (2010), Linhares e

Gewandsznadjer (2010) e Pezzi, Gowdak e Mattos (2010) apresentaram legendas bem

elaboradas que auxiliam na alfabetização visual do leitor.

C

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Segundo as diretrizes do alfabetismo visual, a legenda direciona a leitura da

imagem, permitindo assim a não interpretação livre da mesma. O indivíduo capaz de ler

o texto imagético por si só – sem auxílio de legenda – é considerado alfabetizado

visualmente (DONDIS, 1997).

Exercícios propostos

Todos os livros analisados apresentaram exercícios relacionados ao assunto de

Biotecnologia e Engenharia genética. A maioria desses exercícios era coerente com o

tema, no entanto, apenas o livro de Lopes e Rosso (2010) apresentou atividades que

estimulavam e ampliavam a informação ou o conhecimento do aluno sobre o tema.

Questionamentos éticos

Ao que se refere a posicionamento e questionamentos éticos sobre o tema

analisado, apenas as obras de Lopes e Rosso (2010) e Amabis e Martho (2009)

apresentaram discussões a respeito do tema analisado. A obra de Lopes e Rosso (2010)

além de fazer citações referentes à ética de uso de determinadas técnicas, apresenta um

quadro intitulado “Tema para discussão” ao qual contêm um texto de apoio intitulado,

“Bioética como ética aplicada e Genética”. Já a obra de Amabis e Martho (2009)

apresenta argumentos éticos pontuais durante a leitura do texto principal,

principalmente no que se refere ao uso de determinadas técnicas laboratoriais.

Para Tizioto e Araújo (2007) “é função da escola se preocupar em formar

cidadãos aptos a interpretar e avaliar as informações recebidas acerca dos avanços

científicos e suas implicações éticas.” Temas como células-tronco, fertilização in vitro,

clonagem terapêutica, etc., é importante de serem trabalhados – além do conhecimento

biológico – pelo fato de servirem também como auxilio aos alunos – tanto no âmbito

pessoal como no social – acerca das questões relacionadas à manipulação da vida em

laboratório (DRUMOND, 2007).

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Indicadores de Enfoque

Foi encontrado um total de 1.249 unidades de registros (Quadro 5).

Quadro 5 – Categorias estabelecidas para os livros didáticos selecionados e as respectivas

unidades de registros que as compõe.

Livro didático Categoria

Quantidade

de unidade

de registro

Total

Bio v.2

Lopes e Rosso, 2010

Engenharia Genética 98

299

Biotecnologia moderna 135

Biotecnologia moderna aplicada à saúde 22

Metodologia técnico-científica utilizada em

Biotecnologia moderna e Engenharia genética 15

Questões éticas 29

Biologia das populações v.3

Amabis e Martho, 2009

Engenharia Genética 93

306

Biotecnologia moderna 167

Biotecnologia moderna aplicada à saúde 27

Metodologia técnico-científica utilizada em

Biotecnologia moderna e Engenharia genética 10

Questões éticas 9

Novas bases da Biologia v.3

Bizzo, 2012

Engenharia Genética 38

87 Biotecnologia moderna 43

Biossegurança 1

Metodologia técnico-científica utilizada em

Biotecnologia moderna e Engenharia genética 5

Biologia Hoje v.3

Linhares e

Gewandsznadjer, 2011

Engenharia Genética 113

201

Biotecnologia moderna 76

Biotecnologia moderna aplicada à saúde 7

Metodologia técnico-científica utilizada em

Biotecnologia moderna e Engenharia genética 5

Biologia: Ser

protagonista Biologia

v.3

Santos et al.,2010

Engenharia Genética 54

123

Biotecnologia moderna 58

Biotecnologia moderna aplicada à saúde 6

Metodologia técnico-científica utilizada em

Biotecnologia moderna e Engenharia genética 2

Biossegurança 3

Biologia v.1

Pezzi, Gowdak e Mattos,

2010

Engenharia Genética 42

109

Biotecnologia moderna 63

Biossegurança 1

Biotecnologia moderna aplicada à saúde 2 Metodologia técnico-científica utilizada em

Biotecnologia moderna e Engenharia genética 1

Biologia v.3

Mendonça e Laurence, 2010

Engenharia Genética 41

124 Biotecnologia moderna 73

Biotecnologia moderna aplicada à saúde 9

Metodologia técnico-científica utilizada em

Biotecnologia moderna e Engenharia genética 1

Total 1.249

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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As categorias Biotecnologia moderna e Engenharia genética foram as que mais

se destacaram em termos de quantidade de número de registro. O livro de Amabis e

Martho (2009) apresentou a maior quantidade de registros, seguido – em ordem

decrescente – da obra de Lopes e Rosso (2010) e Linhares e Gewandsznadjer (2010). As

obras de Mendonça e Laurence (2010), Santos et al. (2010), Pezzi, Gowdak e Mattos

(2010) e Bizzo (2012) apresentaram quantidade de número de registro inferior a 150, o

que leva a um caráter resumido do tema Biotecnologia e Engenharia genética nestas

obras.

Quanto aos indicadores de enfoques, os resultados obtidos estão apresentados na

Tabela 7.

Tabela 7 – Indicadores de enfoque listados estabelecidos após análise de conteúdo dos livros

didáticos selecionados.

Indicador de enfoque

Frequência relativa (%)

Bio v.2. Lopes e Rosso, 2010

Enfoque relacionado a tecnologias de manipulação do DNA; 82,94

Enfoque relacionado a questões éticas; 9,70

Enfoque relacionado à genética humana e saúde; 5,02

Biologia das populações v.3. Amabis e Martho, 2009

Enfoque relacionado a tecnologias de manipulação do DNA; 88,24

Enfoque relacionado a questões éticas; 2,94

Enfoque relacionado à genética humana e saúde; 8,82

Novas bases da Biologia v.3. Bizzo, 2012

Enfoque relacionado a tecnologias de manipulação do DNA; 98,85

Enfoque relacionado a questões éticas; 1,15

Biologia hoje v.3. Linhares e Gewandsznadjer, 2011

Enfoque relacionado a tecnologias de manipulação do DNA; 96,52

Enfoque relacionado à genética humana e saúde; 3,48

Ser protagonista v.3. Santos et al. 2010

Enfoque relacionado a tecnologias de manipulação do DNA; 92,68

Enfoque relacionado a questões éticas; 2,44

Enfoque relacionado à genética humana e saúde; 4,88

Biologia v.1. Pezzi, Gowdak e Mattos, 2010

Enfoque relacionado a tecnologias de manipulação do DNA; 97,30

Enfoque relacionado a questões éticas; 0,9

Enfoque relacionado à genética humana e saúde; 1,8

Biologia v.3. Mendonça e Laurence, 2010

Enfoque relacionado a tecnologias de manipulação do DNA; 92,74

Enfoque relacionado à genética humana e saúde; 7,26

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

As obras de Lopes e Rosso (2010), Amabis e Martho (2010), Santos et al. (2010)

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57

e Pezzi, Gowdak e Mattos (2010) apresentaram os três tipos de indicadores durante o

desenvolvimento do tema ao longo do texto principal. O enfoque predominante em

todas as obras está relacionado às Técnicas e manipulação do DNA, onde todas

estabeleceram uma frequência relativa acima dos 80% (Tabela 7). As obras de Lopes e

Rosso (2010), Amabis e Martho (2009), Bizzo (2012), Santos et al. (2010) e Pezzi et al.

(2010) foram às únicas a apresentarem o indicador Questões éticas, correspondendo a

9,63% e 2,94%, 1,15%, 2,44% e 0,9% de frequência relativa, respectivamente (Tabela 7).

De modo geral, todos os livros apresentaram temas atuais que envolvem o

conhecimento da Biologia, como técnicas e manipulação do DNA e aplicações das

tecnologias do DNA na saúde, sendo a obra de Bizzo (2012) exceção para este último

item. A predominância do indicador técnicas e manipulação do DNA pode estar

relacionada com a maior quantidade de unidades de registro que compõe as categorias

estruturantes deste indicador (Apêndice D-J).

No entanto, chama-se a atenção para o indicador Questões éticas, pois,

atualmente, já é ciente da necessidade de um suporte ético para as pesquisas

biotecnológicas atuais, principalmente pelo impacto que estas podem vir a causar na

sociedade e no ambiente. Deve-se ser ciente também, da importância do livro didático

como um dos materiais necessários para o processo de ensino-aprendizagem

(VERCEZE; SILVINO 2014). É perceptível à falta de importância que a maioria dos

livros didáticos selecionados têm para com este tema – ética – quando associado à

Biotecnologia e Engenharia Genética. Segundo os PCN, no que diz respeito à

contextualização sociocultural do aluno, “reconhecer e avaliar o caráter ético do

conhecimento tecnológico e utilizar esses conhecimentos no exercício da cidadania” é

uma competência necessária no ensino de Biologia e fundamental para formação do

aluno. Sendo assim, se faz importante a presença desses questionamentos nos livros

didáticos de Biologia (BRASIL, 2000). Como já citado, apenas as obras de Lopes e

Rosso (2010), Amabis e Martho (2009), Pezzi, Gowdak e Mattos (2010) e Santos et al.

(2010) apresentaram uma abordagem ética sobre o tema analisado.

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58

CONCLUSÃO

A Biotecnologia se faz presente em muitos setores da sociedade. Desde a sua

descoberta, a humanidade soube valorizar a importância e utilização dos seres vivos na

Biotecnologia em função de beneficio próprio. Partindo desse sentido, o livro didático

de Biologia é importante para os professores e alunos como uma ferramenta didática de

fácil acesso para o ensino desse tema, o qual deve ser abordado de forma clara e

objetiva, expondo argumentos, técnicas e conteúdos necessários para a sua

compreensão. Tendo isso, o aluno estará de posse de uma ferramenta didática confiável,

que lhe permite refletir e participar ativamente de assuntos relacionados à Biotecnologia

e Engenharia genética, como também estar consciente dos progressos científicos desta

área do conhecimento.

A abordagem do tema foi considerada significativa, pois foi possível constatar

como de fato, diferentes autores abordam o tema Biotecnologia e Engenharia Genética.

Praticamente alguns livros analisados mostraram o tema de forma descritiva, com

clareza e objetividade, utilizando um projeto gráfico bem elaborado, entendendo as

necessidades cognitivas do leitor. As obras de Lopes e Rosso (2010), Amabis e Martho

(2009), Linhares e Gewandsznadjer (2011), Pezzi, Gowdak e Mattos (2010) e Santos et

al. (2010) foram as que obtiveram uma melhor abordagem do tema Biotecnologia e

Engenharia Genética no que se refere aos critérios analisados (Caracterização do tema;

Linguagem utilizada; Figuras e ilustrações utilizadas; Exercícios propostos;

Questionamentos éticos). No entanto, a obra de Lopes e Rosso (2010) apresentou maior

destaque, devido à presença de discussões melhor elaboradas que instigam aos

questionamentos éticos a respeito do tema analisado.

Parte desses resultados parece ser um reflexo positivo da extensa bibliografia

elaborada pelo governo federal – com auxílio de professores de todo o Brasil – a fim de

nortear o ensino através de parâmetros e orientações curriculares. As escolas são as

beneficiárias de todo este processo, pois cabe a elas escolher entre os títulos disponíveis,

aqueles que melhor atendem ao seu projeto político pedagógico. Com isso, os resultados

apresentados mostraram que os livros didáticos de Lopes e Rosso (2010) e Amabis e

Martho (2009) que são os mais utilizados nas escolas de ensino médio do estado da

Paraíba apresentam uma abordagem significativa para aprendizagem do tema analisado.

Além disso, o livro didático é uma ferramenta que não deve ser trabalhada sozinha. Para

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59

que o educando seja capaz de construir o conhecimento associando ao seu cotidiano,

faz-se necessária a presença do professor-mediador, pois este irá orienta-lo durante todo

o processo de aprendizagem como também na utilização dos conteúdos disponíveis nos

livros didáticos. Além disso, a escolha de um bom livro didático de Biologia faz a

diferença na alfabetização científica do educando, pois esta irá servir como uma

ferramenta de acesso aos conhecimentos acumulados.

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66

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

Livros didáticos de Biologia do ensino médio: avaliação dos conteúdos de

Biotecnologia e Engenharia genética - Elton José Ferreira Chaves

Análise dos Livros Didáticos de Biologia

Tema: Biotecnologia e Engenharia Genética

Livro:_________________________________________________________________

Autor(res):_____________________________________________________________

Editora:________________________________________________________________

Volume:______________________________________________________________

Ano:_________________________________________________________________

OBS:__________________________________________________________________

1 Caracterização do tema

1.1 – O livro apresenta um (ou mais) capítulo(s) exclusivo para o tema

Biotecnologia e Engenharia Genética?

( ) Sim, ambos estão presentes

( ) Sim, apenas o tema Biotecnologia

( ) Sim, apenas o tema Engenharia Genética

( ) Não apresenta

1.2 – O tema é abordado através de textos de apoio provenientes de jornais,

revistas, sites, entre outros meios de comunicação?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual o meio de comunicação utilizado? _________________________

1.3 – Apresenta uma abordagem histórica sobre o tema?

( ) Sim ( ) Não

2 Linguagem utilizada

2.1 – O texto principal referente ao capítulo onde o tema está inserido está bem

explicado?

( ) Sim ( ) Não

2.2 – O texto principal, em algum momento faz referência ou valoriza algum termo

técnico envolvido com o tema?

( ) Sim ( ) Não

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67

CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE A

Livros didáticos de Biologia do ensino médio: avaliação dos conteúdos de

Biotecnologia e Engenharia genética - Elton José Ferreira Chaves

Análise dos Livros Didáticos de Biologia

Tema: Biotecnologia e Engenharia Genética

2.3 – Existe a presença de um glossário para palavras utilizadas no texto?

( ) Sim ( ) Não

3 Figuras e ilustrações utilizadas

3.1 – Apresenta fotos, gráficos, esquemas ou ilustrações?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, quais os tipos de ilustrações utilizados?___________________________

3.2 – Estes:

- Apresentam qualidade e nitidez? ( ) Sim ( ) Não

- Apresentam legendas corretas? ( ) Sim ( ) Não

- Têm coerência com o texto? ( ) Sim ( ) Não

- Auxiliam na compreensão do texto? ( ) Sim ( ) Não

- Apresentam fontes atuais? ( ) Sim ( ) Não

( ) Não há dados relativos á fonte

4 Exercícios propostos e questionamentos éticos

4.1 – Há exercícios sobre o tema? ( ) Sim ( ) Não

4.2 – Estes exercícios:

- São coerentes com o tema? ( ) Sim ( ) Não

- Estimulam reflexão e raciocínio? ( ) Sim ( ) Não

4.3 – Aborda questões éticas? ( ) Sim, quais _______

( ) Não

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68

APÊNDICE B – ANÁLISE SEMÂNTICA DOS LIVROS DIDÁTICOS

Análise dos Livros Didáticos de Biologia

Tema: Biotecnologia e Engenharia Genética

Livro:________________________________________________________________

Autor(res):____________________________________________________________

Editora:______________________________________________________________

Volume:______________________________________________________________

Ano:_________________________________________________________________

Temáticas

Termo - chave Capítulo Página Parágrafo Frequência

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APÊNDICE C – GLOSSÁRIO

A

Anticorpo Molécula protéica produzida por células especializadas em vertebrados superiores com função

imunológica; o mesmo que imunoglobulina (Ig), proteína multimérica, com dois tipos de peptídeos, um

de cadeia leve e outro de cadeia pesada (H2L2).

Antibiótico Classe de compostos naturais ou sintéticos que inibem o crescimento ou causam a morte de

microrganismos.

Amniocentese Procedimento para retirar células fetais visando à diagnose pré-natal, amostrando-se o fluido amniótico

de uma fêmea grávida.

Aconselhamento genético O aconselhamento genético consiste em verificar a probabilidade de uma doença genética ocorrer em

uma família.

B

Biotecnologia 1. Tecnologia que gera produtos e processos de origem biológica.

2. Espectro ou conjunto de tecnologias moleculares aplicadas ao estudo de microrganismos, plantas e

animais.

Biologia molecular Biologia das macromoléculas; ciência que estuda os processos biológicos em nível molecular.

Biossegurança Matéria que estuda os riscos potenciais da biotecnologia para a saúde humana e animal, bem como

para o ambiente.

Biblioteca de DNA Coleção de cDNAs, obtida por clonagem de regiões expressas do genoma a partir de RNAs

mensageiros, transcritos em cDNA por tanscrição reversa.

Bioética Ramo da ética que trata do potencial impacto do desenvolvimento das ciências biológicas nas

sociedades humanas.

C

Clonagem terapêutica Uso de células-tronco para produzir, in vitro, tecidos ou órgãos para transplante.

Clonagem Propagação, multiplicação a partir de um indivíduo, uma célula ou molécula, gerando uma população

geneticamente idêntica.

Células-tronco Célula embrionária que tem potencial para originar células diferenciadas, inclusive células

germinativas, por ser pluripotente.

Cromossomos Corpos nucleares que contêm o material genético, incluindo os genes responsáveis pela diferenciação e

atividade da célula e sequências não codificadoras.

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE C

CTNBio Comissão técnica interdisciplinar que regulamenta a pesquisa e o uso comercial de OGM na indústria e

agropecuária brasileiras.

Clonagem de DNA Clonagem de uma sequência codificadora de um gene, a partir da transcrição reversa de seu RNAm.

Código genético Linguagem da Genética Molecular que traduz o significado das trincas de nucleotídeos

E

Engenharia genética

Conjunto de técnicas de biologia molecular que resulta na construção de moléculas de DNA

quiméricas ou recombinantes. Ver tecnologia do DNA recombinante.

Ética Campo de questionamento fundamental na geração de propostas filosóficas sobre o que seja a boa

regra ou a boa vida.

Eletroforese Técnica usada para separar misturas complexas de macromoléculas, normalmente proteínas e ácidos

nucléicos. Seu princípio é submeter amostras, aplicadas em pequenos poços de uma matriz porosa

submersa em um tampão, a um campo elétrico. As moléculas migram a uma taxa que é dependente de

sua carga elétrica e de seu peso molecular.

EMBRAPA Abreviação de Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária

Enzimas de restrição Classe de enzimas microbianas que clivam o DNA após reconhecer uma sequência específica. O

mesmo que endonuclease de restrição. Podem encontrar poucos sítios (de corte raro) ou clivar todo o

genoma (corte frequente).

G

Genética molecular Área da Genética que estuda a estrutura, organização e função dos ácidos nucléicos (transcrição e

tradução), bem como os processos de regulação da expressão gênica.

Genoma 1. Conjunto das seqüências de nucleotídeos (expressas ou não) que constituem o material genético de

uma espécie, vírus ou organela.

2. Complemento cromossômico haplóide (do inglês, haploid set) de uma espécie.

Gene Unidade transmitida de geração a geração durante a reprodução sexual ou assexual. Sequência de

nucleotídeos capaz de sofrer transcrição, ou seja, dar origem a moléculas de RNA, e que inclui as

regiões líder e trailer, bem como os íntrons.

Genética Clássica A Genética clássica consiste nas técnicas e métodos da genética, anteriores ao advento da biologia

molecular.

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE C

Genômica Ciência que estuda o genoma dos organismos a partir de seu seqüenciamento, com vistas a entender

sua estrutura, organização e função.

H

Híbrido Aquele que deriva do cruzamento entre pais distintos, contrastantes para uma ou mais características.

I

Insulina Hormônio peptídico segregado pelo pâncreas que regula o nível de glicose no sangue dos mamíferos.

In vitro Expressão latina que designa todos os processos biológicos que têm lugar fora dos sistemas vivos, no

ambiente controlado e fechado de um laboratório e que são feitos normalmente em recipientes

de vidro.

L

Laboratório Espaço físico devidamente equipado com instrumentos de medida próprios para a realização

de experimentos e pesquisas científicas.

M

Manipulação do DNA

Conjunto de técnicas de biologia molecular que resulta na construção de moléculas de DNA

quiméricas ou recombinantes. Ver tecnologia do DNA recombinante.

Microrganismo Classe de organismos visível apenas ao microscópio, que inclui certas algas, bactérias, fungos,

protozoários e vírus.

N

Nanotecnologia Estudo de manipulação da matéria numa escala atômica e molecular.

O

OGM Abreviação de organismo geneticamente modificado.

P

Proteoma Conjunto de todas as proteínas de um organismo.

PGH Esforço internacional para o mapeamento do genoma humano e a identificação de todos

os nucleótidos que o compõem.

PCR Da sigla inglesa, Polimerase Chain Reaction.

T

Terapia gênica Conjunto de procedimentos para tratar de um portador de doença genética utilizando-se tecnologias de

DNA recombinante. Pode ser praticada in vivo.

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE C

Transgênico Indivíduo no qual um transgene foi integrado ao seu genoma.

V

Vacina de DNA Vacina que consiste na injeção de um fragmento específico de DNA para estimular uma resposta

imune.

Vacina Preparação morta ou atenuada de patógenos que pode induzir à formação de anticorpos no hospedeiro

e assim produzir imunidade contra o patógeno.

Fonte: Conselho de informações sobre Biotecnologia9

9 Disponível em: <http://cib.org.br/biotec-de-a-a-z/glossario/>; Acesso em 18 nov. 2014.

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APÊNDICE D – FICHA DE AVALIAÇÃO DA OBRA DIDÁTICA SELECIONADA “BIO”

DE LOPES E ROSSO (2010)

Categoria Componente de

registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Célula vegetal

"Assim, qualquer gene pode ser

introduzido em uma célula vegetal

utilizando-se essa ferramenta

oferecida pela própria natureza."

1 0,33

In vitro

"Dessa forma originam-se vírus in

vitro, ou seja, em laboratório." 3 1,00

Transgênico

"Organismos transgênicos são

aqueles que recebem genes de outras

espécies de seres vivos."

10 3,34

Engenharia

genética

"A engenharia genética possibilita a

manipulação de moléculas de DNA." 6 2,01

Gene

"[...] é possível produzir insulina

clonando o gene humano em bactérias

e estimulando-o para que entre em

atividade."

53 17,73

Engenharia

genética

Enzimas de

restrição

"Os cientistas conseguem isolar o

DNA viral e, utilizando enzimas de

restrição [...].".

7 2,34 32,78

Manipulação do

DNA

"[...] enzimas de restrição. A

descoberta dessas enzimas permitiu

grandes avanços na manipulação do

DNA."

2 0,67

DNA

recombinante

"A molécula de DNA associada ao

novo trecho inserido é denominada

DNA recombinante."

5 1,67

OGM

"Nas plantas, os métodos empregados

na obtenção de organismos

transgênicos (organismos

geneticamente modificados - OGM)

[...]."

1 0,33

Anticorpos

"O produto da atividade desses genes é

purificado e pode atuar como vacina,

[...] estimua a produção de anticorpos

específicos."

1 0,33

Insulina

"A produção de certos hormônios [...]

já tem sido realizada por meio de

técnicas de clonagem [...]. É o caso da

insulina [...]."

8 2,68

Antibiótico

"Nos plasmídeos estão, em geral,

genes que conferem às bactérias

resistência a antibióticos."

1 0,33

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE D

Categoria Componente de

registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Biotecnologia

moderna

Microrganismo

"Ao se reproduzir, esses

microrganismos multiplicam as

moléculas recombinantes [...]."

1 0,33

Genoma "É importante frisar que não se clonam

indivíduos, mas sim genomas, [...]." 8 2,68

Cromossomo "Os cromossomos humanos cotêm

cerca de 35 mil genes [...]." 9 3,01

Análise do DNA "[...] identificação de pessoas com base

na análise do DNA [..]." 4 1,34

DNA

"Os cientistas conseguem isolar o

DNA viral e, utilizando enzimas de

restrição [...].".

66 22,07

Biologia

Molecular

"Utilizando as técnicas da Biologia

Molecular, os cientistas estão

avançando em mais uma área

importante [...]."

4 1,34

Clonagem

"A produção de certos hormônios [...]

já tem sido realizada por meio de

técnicas de clonagem [...]."

25 8,36 45,15

Células-tronco

"[...] não é permitida por lei, mas a

clonagem terapêutica, que é feita com

a finaldiade de produção de células-

tronco, sim."

1 0,33

Laboratório

"[...]insulina extraída do pâncreas de

ratos criados em laboratório[...]." 4 1,34

Biblioteca de

DNA

"Clonando-se vários trechos das

moléculas de DNA de uma espécie, é

possível formar uma biblioteca de

DNA."

1 0,33

Proteoma

"Proteoma é um termo relativamente

novo, que significa o conjunto de

proteínas expressas por um genoma."

8 2,68

Biotecnologia

"[...] a Biotecnologia corresponde a

técnicas que têm permitido ao ser

humano utilizar organismos para obter

produtos de seu interesse."

4 1,34

Terapia gênica

"A terapia gênica é outra área em

expansão que envolve essas técnicas." 8 2,68

Biotecnologia

moderna

aplicada à

saúde

Diagnóstico

"Por meio dessa técnica também é

possível [...] para fazer diagnósticos

antes do nascimento."

8 2,68 7,36

Doenças

genéticas

"[...] as informações que podem ser

obtidas em diagnóstico pré-natal sobre

doenças genéticas em fetos."

1 0,33

Clonagem

terapêutica

"[...] não é permitida por lei, mas a

clonagem terapêutica, que é feita com

a finaldiade de produção de células-

tronco, sim."

1 0,33

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE D

Categoria Componente de

registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Biotecnologia

moderna

aplicada à

saúde

Aconselhamento

genético

"Os avanços na engenharia genética

nos últimos anos têm permitido [...]

melhorias no serviço de

aconselhamento genético."

4 1,34

Metodologia

técnico-

científica

utilizada em

Biotecnologia

moderna e

Engenharia

genética

Eletroforese

"[...] quebrando o DNA, isolam-se

fragmentos de diferentes tamanhos,

que são separados por uma técnica

chamada eletroforese."

2 0,67

Clonagem de

DNA

"Clonagem de DNA significa produzir

inúmeras cópias idênticas de um

mesmo fragmento da molécula de

DNA."

2 0,67 5,02

PCR "A técnica da PCR foi desenvolvida

em 1985 pelo bioquímico Kary Mulis." 4 1,34

Amnioncentese

"Com a amniocentese, obtêm-se as

mesmas informações que no exame das

vilosidades coriônicas [...]."

1 0,33

DNA fingerprint

"O DNA fingerprint tem sido útil para

identificação de pessoas, [...] sobre a

possível participação de suspeitos em

crimes e para testes de paternidade."

6 2,01

Religião

"[...] a questão do aborto envolve

aspectos religiosos, éticos e morais que

merecem ampla discussão [...]."

1 0,33

Questões

éticas Ética

"A possibilidade de clonagem,

inclusive a humana, tem levantado

intensas discussões éticas."

19 6,35 9,70

Bioética

"[...] Bioética são formas novas da

ética aplicada que caracterizam a

soceidade, a cltura e os valores morais

da civilização conteporânea."

6 2,01

Ecoética

"A Ecoética e a Bioética são formas

novas da ética aplicada que

caracterizam a soceidade, a cltura e os

valores morais da civilização

conteporânea."

1 0,33

Moral

"[...] a questão do aborto envolve

aspectos religiosos, éticos e morais

que merecem ampla discussão [...]."

2 0,67

Total 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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APÊNDICE E – FICHA DE AVALIAÇÃO DA OBRA DIDÁTICA SELECIONADA

“BIOLOGIA DAS POPULAÇÕES” DE AMABIS E MARTHO (2010)

Categoria Componente de

registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Gene

"[...] a capacidade de resistir a

doenças etc., são condicionadas por

genes que interagem fortemente com

fatores ambientais."

45 14,71

Hibrido

" Essas plantas foram denominadas

híbridas, termo utilizado também

para designar o produto do

cruzamento entre linhagens diferentes

[...]."

6 1,96

DNA

recombinante

" cortar o DNA de plasmídios,

emendá-lo a um outro DNA e

introduzir a molécula produzida -

DNA recombinante - [...]."

4 1,31

Engenharia

Genética

Enzimas de

restrição

" As enzimas de restrição são

enzimas bacterianas que atuam como

"tesouras moleculares [...]."

14 4,58 30,39

Antibiótico

" Cohen trabalhava com plasmídios

bacterianos, tentando isolar genes para

resistência a antibióticos."

1 0,33

Engenharia

genética

" As técnicas da engenharia genética

tornaram possível introduzir um gene

humano em um camundogo."

6 1,96

In vitro

" [...] é necessário fazer a fecundação

in vitro [...]." 1 0,33

Insulina

" A insulina foi a primeira proteína

humana produzida por engenharia

genética."

5 1,63

Transgênicos

"Os organismos que recebem e

incorporam genes de outra espécie são

chamados de transgênicos."

11 3,59

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE E

Categoria Componente de

registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

DNA "[...] sequências de pares de bases

específicas em moleculas de DNA." 81 26,47

Microrganismo

"[...] microrganismos que constituem

nossos alimentos básicos foram

domesticadas e "melhoradas" em

diferentes regiões do mundo."

1 0,33

Melhoramento

"O melhoramento consiste em

selecionar e aprimorar as qualidades

das esécies tendo em vista usa

utilização pelos seres humanos."

5 1,63

Genética

molecular

"[...] a descoberta das enzimas de

restrição permitiu um grande avanço

na Genética Molecular."

2 0,65

Biotecnologia

Moderna Análise do DNA

"É cada vez maior o número de genes

deletérios identificados pelas novas

técnicas de análise do DNA [...]."

1 0,33 54,58

Cromossomos

" A região mediana do cromossomo,

onde se localiza os genes não

essenciais [...]."

22 7,19

PGH

" O Projeto Genoma Humano teve

ínicio oficialmente em outubro de

1990 [...]."

8 2,61

Fungo

"[...] um segmento de DNA plasmidial

capaz de se multiplicar em células da

levedura, comportando-se como um

dos cromossomos desse fungo."

1 0,33

Biologia

molecular

"Até agora o genoma completo de

mais de 25 organismos microbianos

foram sequenciados, incluindo a E.

coli, na qual a Biologia Molecular

[...]."

1 0,33

Genômica

"[...] a era da análise genômica

representa um novo começo [...]." 11 3,59

Genoma

" Agora que o genoma de vários

organismos inferiores foi totalmente

sequenciado [...]."

34 11,11

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE E

Biotecnologia

moderna

aplicada à

saúde

Doenças

genéticas

" preocupar em procurar

aconselhamento genético se já teve

alguma criança [...] afetados por

doenças genéticas."

8 2,61

8,82

Exame

" costuma-se realizar exame de DNA

de uma célula dos embriões antes da

implatanção no útero da mãe."

6 1,96

Diagnóstico

" Atualmente é possível diagnosticar

certas doenças genéticas graves ainda

durante a vida intra-uterina."

5 1,63

Geneterapia

" [...] geneterapia. Teoricamente,

seria possível substituir ou adicionar

na pessoa doente uma copia correta do

alelo alterado [...]."

3 0,98

Aconselhamento

genético

" preocupar em procurar

aconselhamento genético se já teve

alguma criança [...] afetados por

doenças genéticas."

5 1,63

Metodologia

técnico-

científica

utilizada em

Biotecnologia

moderna e

Engenharia

genética

Clonagem

molecular

[...] multiplicação da célula bacteriana

transformada, constitui um clone

molecular, daí a metodologia para

obtê-lo ser denominada clonagem

molecular."

8 2,61

3,27

Eletroforese

" [...] os fragmentos obtidos na reação

de sequenciamento, o que é feito por

meio da técnica de eletroforese."

2 0,65

Questões

éticas

Moral

"Os conhecimentos biológicos têm

afetado cada vez mais a vida das

pessoas, seja pelas possibilidades de

sua aplicação nos campos da

produzção de alimentos e da saúde,

seja pelos conflitos morais e éticos

decorrentes [...]."

3 0,98

2,94

Ética

"Apesar da metodologia ainda não ser

realidade, muitos já se preocupam

com os problemas éticos que ela pode

trazer."

6 1,96

Total 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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APÊNDICE F – FICHA DE AVALIAÇÃO DA OBRA DIDÁTICA SELECIONADA

“NOVAS BASES DA BIOLOGIA” DE BIZZO (2012)

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Engenharia

genética

Gene

"Mas a técnica foi aperfeiçoada e

permite a identificação de genes

codificadores a partir de seus

produtos."

10 11,49

DNA

recombinante

"[...] um artido descrevendo como o

DNA da bactéria E. coli tinha sido

alterado, produzindo DNA

recombinante [...]."

3 3,45

Enzimas de

restrição

"[...] enzimas que conseguem desfazer

ligações químicas do DNA

reconhecendo pontos específicos, as

chamadas enzimas de restrição.

5 5,75

Manipulação

do DNA

"Muitas delas, como veremos adiante,

resultam de sofisticadas tecnologias de

manipulação do DNA."

1 1,15 43,68

OGM

"Esses organismos têm sido chamados

de organismos geneticamente

modificados, mas nem sempre têm

genes de outras espécies [...]."

1 1,15

Insulina

"A insulina humana tem 51

aminoácidos dispostos em duas

cadeias.

8 9,20

Anticorpo

"[...] podem ser reconhecidas pelo

sistema de defesa humano, que fabrica

anticorpos contra elas."

1 1,15

Vacina "O vírus da hepatite B poderia ser

usado diretamente como vacina." 2 2,30

Transgênico

"Os produtos transgênicos passam por

um processo de desenvolvimento, teste

e liberação."

7 8,05

Biotecnologia

moderna

Biologia

molecular

"O conhecimento das bases da genética

e da biologia molecular tem permitido

uma série de aplicações tecnológicas

[...]."

1 1,15

49,43

Produção

agrícola

"Uma das primeiras aplicações da

genética ocorreu na produção agrícola." 1 1,15

Melhoramento

"[...] onde os milenares processos de

melhoramento genético artesanal

cederam lugar a centros tecnológicos

especializados."

1 1,15

DNA

"Elas permitiram picotar o DNA em

segmentos específicos, o que

possibilita produzir segmentos

comparáveis entre indivíduos."

33 37,93

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE F

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Biotecnologia

moderna

Análise

genética

"Em 2010, uma análise genética de

múmias do Egito permitiu indentificar

relações de parentesco e até mesmo

infecções."

1 1,15

Enzimas

"[...] o DNA pode se desnaturar, ou

seja, separar as duas hélices

complementares, iniciar sua replicação

e completá-la, com a enzima DNA

polimerase."

5 5,75

Embrapa

"A Embrapa, empresa estatal brasileira

desenvolve diversas plantas

transgênicas."

1 1,15

Biossegurança CTNBio

"[...] os produtos transgênicos devem

receber aprovação do CTNBio para

liberação comercial."

1 1,15 1,15

Metodologia

técnico-

científica

utilizada em

Biotecnologia

moderna e

Engenharia

genética

PCR

"É possível aumentar a quantidade de

DNA, ou seja, amplicar a molécula, e

para isso se utiliza uma técnica

denominada PCR.

1 1,15

5,75

Eletroforese

"A eletroforese é uma técnica que

submete macromoléculas eletricamente

carregadas a uma corrente elétrica que

atravessa uma substância gelatinosa

[...]."

4 4,60

Total 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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APÊNDICE G – FICHA DE AVALIAÇÃO DA OBRA DIDÁTICA SELECIONADA

“BIOLOGIA HOJE” DE LINHARES E GEWANDSZNADJER (2011)

Categoria Componente de

registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Gene

"[...] uma biotecnologia que transfere

genes (DNA) de um organismo para

outro".

43 21,4

56,2

Engenharia

genética

Trata-se de mais uma aplicação da

engenharia genética, uma

biotecnologia que transfere genes

(DNA) de um organismo para outro".

7 3,5

Transgênico "As bactérias com DNA recombinante

são um exemplo de transgênicos". 39 19,4

DNA

recombinante

"As bactérias com DNA

recombinante são um exemplo de

transgênicos".

8 4,0

Engenharia

genética

Enzimas de

restrição

"Algumas se defendem contra esse

ataque produzindo enzimas especiais,

chamadas de enzimas de restrição,

que fragmentam o DNA do vírus e

impedem sua reprodução".

7 3,5

Antibiótico

"[...], no qual estão, com frequência,

genes que dão a elas resistência a

antibióticos".

1 0,5

Insulina

"Organismos transgênicos são aqueles

que sofreram modificações em seu

DNA, como é o caso das bactérias que

produzem insulina humana".

7 3,5

OGM

"Organismos nos quais se tenha

introduzido DNA de outra espécie ou

DNA modificado da mesma espécie

são chamados OGM ou transgênicos".

1 0,5

Biotecnologia

moderna

Genoma

"Em 2007, uma empresa argentina

anunciou o nascimento de quatro vacas

que possuem em seu genoma o gene

responsável pela produção de insulina

humana".

6 3,0

DNA

"Organismos transgênicos são aqueles

que sofreram modificações em seu

DNA, como é o caso das bactérias que

produzem insulina humana".

53 26,4

Clonagem de

DNA

"Esse processo de produção de cópias

idênticas de DNA é chamado

clonagem de DNA, clonagem

molecular ou clonagem gênica".

1 0,5

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE G

Categoria Componente de

registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Clonagem

molecular

"Esse processo de produção de cópias

idênticas de DNA é chamado

clonagem de DNA, clonagem

molecular ou clonagem gênica".

1 0,5

37,8

Clonagem

gênica

"Esse processo de produção de cópias

idênticas de DNA é chamado

clonagem de DNA, clonagem

molecular ou clonagem gênica".

1 0,5

Análise do DNA

"O exame pode ser feito mesmo depois

da morte do suposto pai: pela

exumação do cadáver ou pela análise

do DNA de parentes".

1 0,5

PGH

"Iniciado em 1990, o PGH procura

descobrir a posição de cada gene no

cromossomo e estabelecer a sequencia

de bases de cada gene".

2 1,0

Biotecnologia

moderna Cromossomo

"Iniciado em 1990, o PGH procura

descobrir a posição de cada gene no

cromossomo e estabelecer a sequencia

de bases de cada gene".

1 0,5

Proteoma

"O estudo do proteoma, como é

chamado, se põe a determinação da

sequência de bases nitrogenadas pelo

Projeto Genoma, [...]".

2 1,0

Genômica

"O grande desafio da chamada "era

genômica" é a determinação da

coleção de proteínas expressas pelo

genoma, [...]".

1 0,5

Embrapa

"No Brasil, a EMBRAPA produz soja

resistente a herbicida; mamão, batata e

feijão imunes a certos vírus; [...]".

2 1,0

Biotecnologia

"Essa utilização de microrganismos,

plantas e animais para a produção de

substâncias úteis ao ser humano é

chamada de biotecnologia".

3 1,5

Microrganismos

"Essa utilização de microrganismos,

plantas e animais para a produção de

substâncias úteis ao ser humano é

chamada de biotecnologia".

2 1,0

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE … · Figura 2 Analogia sobre atuação de enzimas de restrição na obra de Amabis e Martho ... babilônios antes do ano 6.000 a.C. Por

83

CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE G

Categoria Componente de

registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Biotecnologia

moderna

aplicada na

saúde

Diagnóstico

"O diagnótico pode ser feito quando

conhecemos o gene responsável pela

doença".

3 1,5

3,5

Doença genética

"As técnicas de engenharia genética

podem ser usadas para diagnóstico e

tratamento de diversas doenças

genéticas".

1 0,5

Terapia gênica

"A terapia gênica ou geneterapia é um

procedimento muito complexo e ainda

em fase experimental, que consiste em

corrigir a deficiência da produção de

uma proteína que não funciona, [...]".

1 0,5

Geneterapia

"A terapia gênica ou geneterapia é um

procedimento muito complexo e ainda

em fase experimental, que consiste em

corrigir a deficiência da produção de

uma proteína que não funciona, [...]".

1 0,5

Aconselhamento

genético

"Ajudar no aconselhamento genético,

que analisa as chances de um casal

transmitir doenças hereditárias para o

filho".

1 0,5

Metodologia

técnico-

científica

utilizada em

Biotecnologia

moderna e

Engenharia

genética

Eletroforese "O processo é chamado separação em

gel de eletroforese". 1 0,5

2,5

DNA fingerprint

"Por isso esse exame é denominado

impressão digital genética ou

impressão digital (DNA fingerprint)".

1 0,5

PCR

"A técnica do PCR foi criada por Kary

Mullis em meados da década de 1980 e

lhe rendeu, em 1993, o prêmio Nobel

de Química".

3 1,5

Total 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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84

APÊNDICE H – FICHA DE AVALIAÇÃO DA OBRA DIDÁTICA SELECIONADA

“BIOLOGIA: SER PROTAGONISTA” DE SANTOS et al. (2010)

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Genes

"[...]um gene é uma unidade de

informação hereditária que se

expressa determinando uma

característica."

34 28,33

43,9

Engenharia

genética

"[...] as técnicas de engenharia

genética, que permitem manipular

diretamente o genoma dos

organismos [...]."

3 2,50

DNA

recombinante

"As enzimas ligantes unem os

segmentos formando um DNA

recombinante."

2 1,67

Engenharia

genética Transgênico

"[...] organismos transgênicos são

criados quando o fragmento de DNA

inserido provém de outra espécie."

5 4,17

Enzima de

restrição

"As enzimas de restrição são

aquelas capazes de "cortar" uma

molécula de DNA em pontos

específicos."

2 1,67

OGM

"OGM são aqueles cujo genoma foi

alterado por meio de técnicas de

engenharia genética."

6 5,00

Manipulação

genética

"A manipulação genética por meio

da tecnologia do DNA recombinante

é uma forma de melhoramento

genético."

1 0,83

Anticorpo

"[...]transgênicos. Podem-se

desenvolver organismos que

produzem substâncias como

anticorpos e hormônios."

1 0,83

Biotecnologia

moderna

Genoma

"O genoma da maioria dos

organismos procarióticos consiste em

apenas um cromossomo, geralmente

circular."

7 5,83

Insulina

"[...] Hebert Boyer, na Califórnia,

conseguiu produzir insulina humana

após inserir esse gene na bactéria

Escherichia coli."

1 0,83

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85

CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE H

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Clonagem de

plantas

"Clonagem de plantas é utilizada

para obter cópias de indivíduos com

alguma característica de interesse,

ocmo maior resistências às pragas."

1 0,83

47,2

Clonagem de

animais

"A clonagem de animais também

visa obter cópias idênticas de

individuos que apresentem, por

exemplo, maior produção de leite ou

carte."

1 0,83

Clonagem de

seres humanos

"A clonagem de seres humanos tem

fins terapêuticos, como a produção de

órgãos ou tecidos para transplantes,

evitando-se assim, a rejeição."

1 0,83

Melhoramento

genético

"Atualmente, técnicas mais

convencionais de melhoramento

genético convivem com as técnicas

da engenharia genética [...]."

4 3,33

Biotecnologia

moderna Clonagem

"A clonagem ocorre de maneira

natural em espécies que se

reproduzem assexuadamente."

6 5,00

Biotecnologia

"[...] definiu Biotecnologia como

"qualquer" aplicação tecnológica que

usa sistemas derivados para fazer ou

modificar produtos ou processos."

2 1,67

DNA

"[...] é preciso primeiro isolar um

fragmento de DNA contendo um ou

mais genes de interesse econômico,

científico ou médico."

28 23,33

Genética

molecular

"A genética molecular propiciou o

desenvolvimento da biotecnologia

[...]"

2 1,67

Genética

Clássica

"De acordo com a genética clássica,

um gene, é uma unidade de

informação hereditária que se

expressa determinando uma

característica."

1 0,83

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86

CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE H

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Biotecnologia

moderna

Laboratório

"[...] técnicas da engenharia genética,

que permitem manipular diretamente

o genoma dos organismos e também

construir sequências de DNA em

laboratório."

1 0,83

Cromossomo

"O genoma da maioria dos

organismos procarióticos consiste em

apenas um cromossomo, geralmente

circular."

2 1,67

Embrapa

"Esses OGM foram desenvolvidos

pela Embrapa, um dos centros de

excelência no melhoramento genético

animal e vegetal."

1 0,83

Biotecnologia

moderna

aplicada à

saúde

Doença

genética

"Após localizar um gene envolvido

na expressão de uma doença genética

é possível estudar sua sequência de

DNA e seu produto proteico."

1 0,83

4,9

Terapia gênica

"Com a compreensão dos

mecanismos genéticos e moleculares

de uma doença, é possível

desenvolver a terapia gênica."

5 4,17

Metodologia

técnico-

científica

utilizada em

Biotecnologia

moderna e

Engenharia

genética

Eletroforese

"Uma molécula de DNA cortada com

determinado tipo de enzima de

restrição fornece pedações de DNA

que podem ser separados de acordo

com o seu tamanho e carga elétrica,

por meio da eletroforese."

2 1,67 1,67

Biossegurança

CTNBio

"Essa lei determina que as variedades

de transgênicos sejam analisadas e

aprovadas por duas comissões antes

de ser produzidas em escala

comercial: CTNBio e o CNBS.

1 0,83

2,4

Biossegurança

"No Brasil, a regulamentação para

produção e comercialização de

transgênicos é estabelecida pela Lei

de Biossegurança [...]."

2 1,67

Total 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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87

APÊNDICE I – FICHA DE AVALIAÇÃO DA OBRA DIDÁTICA SELECIONADA

“BIOLOGIA” DE PEZZI, GOWDAK E MATTOS (2010)

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Engneharia

genética

" A palavra associada principalmente

a atividades relacionadas à

Engenharia genética."

4 3,6

37,84

Genes

"Genes que determinam

características desejadas são

utilizados no melhoramento genético

de muitas espécies."

22 19,8

Enzimas de

restrição

" Enzimas de restrição, descorbetas

no inicio da decada de 1970, são

capazes de cortar a molécula de DNA

em determinados pontos, de modo

controlável."

4 3,6

Engenharia

genética

DNA

recombinante

" A técnica do DNA recombinante

consiste em extrair de bactérias os

seus plasmídios, ou seja, pequenos

aneis de DNA espalhados, ou seja,

pequenos aneis de DNA espalhados

no citoplasma."

5 4,5

OGM

"[...] um organismo que recebe genes

de outra espécie é um transgênico,

isto é, um OGM."

1 0,9

Transgênico

"[...] um organismo que recebe genes

de outra espécie é um transgênico,

isto é, um OGM."

5 4,5

Insulina

" Em 1976, uma empresa de

engenharia genética conseguiu

produzir uma proteína humana, a

insulina, por meio de uma bactéria

[...]."

1 0,9

Cromossomos

"Já foram localizados os

cromossomos e os genes

responsáveis por muitas doenças

hereditárias que afetam a espécia

humana [...]."

1 0,9

Biotecnologia

moderna Clonagem

" A técnica de clonagem ainda é

altamente experimental, difícil de ser

realizada e ainda não liberada no

Brasil."

4 3,6

Genética

molecular

" As descobertas da genética

molecular, posteriores ao

conhecimento da molécula do DNA,

principalmente técnicas de sua

manipulação, permitiram o

desenvolvimento [...] da engenharia

genética."

1 0,9

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88

CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE I

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

DNA

"As bases nitrogenadas do DNA

representam um alfabeto químico de

apenas quatro letras [...]."

29 26,1

56,76

Biotecnologia

"Biotecnologia é um conjunto de

técnicas que envolvem a

manipulação do material genético de

seres vivos, com fins industriais ou

medicinais."

2 1,8

Embrapa

"[...] os pesquisadores da Embrapa

obtiveram outro clone, a bezerra

Vitória, desenvolvida a partir da

fusão de um ovócito anucleado de

uma vaca adulta [...]."

4 3,6

Biotecnologia

moderna PGH

"[...] genoma, aquele livro de receitas

que reúne as instruções para a

produção de todas as moléuclas que

compõe o ser humano. Então, teve

início o PGH."

3 2,7

Proteoma

"[...] o Projeto Proteoma que

prentede identificar as dezenas de

milhares de proteínas da espécie

humana [...]."

1 0,9

Células-tronco

"Células-tronco são células

indiferenciadas capzaes de dar

origem a qualquer tipo de célula."

8 7,21

Melhoramento

genético

"Genes que determinam

características desejadas são

utilizados no melhoramento

genético de muitas espécies."

1 0,9

Genoma

" O genoma está escrito com um

alfabeto de quatra letras - as quatro

bases nitrogenadas [...]."

6 5,41

Laboratório

" Uma técnica de clonagem vegetal

realizada em laboratório é o cultivo

de células embrionárias retiradas de

gemas dormentes."

2 1,8

Nanotecnologia

"[...] nanotecnologia trabalha com a

matéria maniplando átomo por átomo

[...]."

1 0,9

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89

CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE I

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Biotecnologia

moderna

aplicada na

saúde

Terapia gênica

" A terapia gênica será responsavel

pela substituição de genes

defeituosos, por outros normais [...]"

1 0,9

2,70

Vacinas de

DNA

"Vacinas de DNA, como a

ancunciada para a prevenção e cura da

tuberculoso, também utilizam a

técnica do DNA recombinante."

1 0,9

Biossegurança Biossegurança

" A nova lei Brasileira de

Biossegurança libera, apenas, o uso

de embriões congelados nas clínicas

de fertilidade há mais de 3 anos e

doados pelos genitores."

1 0,9 0,9

Metodologia

técnico-

científica

utilizada em

Biotecnologia

moderna e

Engenharia

genética

DNA

fingerprint

" O método do DNA fingerprint ou

impressão digital de DNA, utilizado

pela medicina e pela justiça para

identificação individual e

reconhecimento de paternidade [...]."

3 2,7 2,70

Total 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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APÊNDICE J – FICHA DE AVALIAÇÃO DA OBRA DIDÁTICA SELECIONADA

“BIOLOGIA” DE MEDONÇA E LAURENCE (2010)

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Engenharia

genética

"O conjunto de técnicas que

permitem a manipulação de genes e

alteração de seres vivos é chamado

de engenharia genética."

4 3,23

33,06

Genes

"[...] o ser humano consegue

modificar as características de um

indivíduo alterando diretamente seus

genes."

18 14,5

2

DNA

recombinante

"O material genético que recebe

genes provenientes de outros

organismos é chamado de DNA

recombinante."

3 2,42

Engenharia

genética

Enzimas de

restrição

"[...] as enzimas de restrição, como

são chamadas, são utilizadas nos

laboratórios de biologia molecular,

para isolar e obter genes de

interesse."

3 2,42

OGM

"Os OGM são os que possuem em

seu DNA fragmentos de DNA de

indivíduos de outra espécie."

4 3,23

Transgênico

"As técnicas de produção de

transgênicos são variadas e

dependem, entre outros fatores, do

ser vivo que será modificado."

7 5,65

Insulina

"[...] já existem bactérias

transgênicas sintetizando insulina

humana, sob orientação médica

[...]."

1 0,81

In vitro

"Essa modificação é feita em

laboratório (in vitro) [...]." 1 0,81

Biotecnologia

moderna

Biotecnologia

"O termo biotecnologia resulta da

união de bio (vida), techno

(técnicas) e logos (estudos).

3 2,42

Microrganismo

s

"A utilização de microrganismos na

produção de alimentos é um dos

exemplos mais antigos de

biotecnologia."

2 1,61

DNA

"Os OGM são os que possuem em

seu DNA fragmentos de DNA de

indivíduos de outra espécie."

34 27,4

2

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE … · Figura 2 Analogia sobre atuação de enzimas de restrição na obra de Amabis e Martho ... babilônios antes do ano 6.000 a.C. Por

91

CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE J

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

PGH

"Em 1990, teve início o PGH, que

ocntou com o apoio de instituições

públicas e particulares de vários

países [...]."

3 2,42

58,87

Genoma

"Chama-se genoma ao conjunto de

todos os genes encontrados nas

células de um organismo."

12 9,68

Clonagem de

DNA

"[...] cópias do material genético,

todas idênticas, portando o DNA

recombinante. É o que se chama de

clonagem de DNA [...]."

1 0,81

Clonagem

gênica

"[...] cópias do material genético,

todas idênticas, portando o DNA

recombinante. É o que se chama de

clonagem de DNA, ou clonagem

gênica."

1 0,81

Clonagem

"A clonagem pode ser entendida

como a obtenção de indivíduos ou

de estruturas idênticas ao que foi

selecionado.

6 4,84

Biotecnologia

moderna Embrapa

"Técnicas como essa têm sido

utilizadas para clonar outros

mamíferos, como o caso da bezerra

Vitória, obtida como resultado de

pesquisas com clonagem feitas pela

Embrapa."

1 0,81

Código

genético

"Essa troca de genes pode ocorrer

até entre células de indivíduos de

espécies diferentes, pois o código

genético, constituído de sequencia

de nucleotídos [...]."

1 0,81

Biologia

molecular

"[...] as enzimas de restrição, como

são chamadas, são utilizadas nos

laboratórios de biologia molecular,

para isolar e obter genes de

interesse."

2 1,61

Melhoramento

genético

"Ao selecionar as sementes dos

frutos mais doces [...], o ser humano

promove melhoramento genético."

1 0,81

Cromossomo

"Estima-se que, com seus 23 pares

de cromossomos, o ser humano

apresentasse mais de 100 mil genes

[...]."

2 1,61

Laboratório

"Essa modificação é feita em

laboratório (in vitro) [...]." 4 3,23

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CONTINUAÇÃO DO APÊNDICE J

Categoria Componente

de registro Exemplo F.A

F.R

(%)

F.R

(%)

Biotecnologia

moderna

aplicada na

saúde

Aconselhament

o genético

"Exames que indicam a presença ou

ausência de certos alelos, causadores

de doenças, podem auxiliar as

pessoas no planejamento familiar

(aconselhamento genético)."

1 0,81

7,26

Vacina gênica

"A vacina gênica, ou vacina de

DNA é mais uma promissora técnica

em desenvolvimento, para o

combate de doenças infecciosas

[...]."

2 1,61

Vacina de

DNA

"A vacina gênica, ou vacina de

DNA é mais uma promissora técnica

em desenvolvimento, para o

combate de doenças infecciosas

[...]."

2 1,61

Terapia gênica

"A terapia gênica consiste no

tratamento de doenças causadas por

apenas um alelo de um único gene,

pela introdução do alelo normal

[...]."

4 3,23

Metodologia

técnico-

científica

utilizada em

Biotecnologia

moderna e

Engenharia

genética

Eletroforese

"[...] fragmentos gerados pelo corte

do DNA, em laboratório, terão

tamanho maior ou menor, e poderão

ser separados por eletroforese."

1 0,81 0,81

Total 100

Fonte: Dados da pesquisa, 2014.

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ANEXO A – OBRA DIDÁTICA AVALIADA E PRESENTE NO GUIA DO PNLD/2012

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ANEXO B – OBRA DIDÁTICA AVALIADA E PRESENTE NO GUIA DO PNLD/2012

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ANEXO C – OBRA DIDÁTICA AVALIADA E PRESENTE NO GUIA DO PNLD/2012

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96

ANEXO D – OBRA DIDÁTICA AVALIADA E PRESENTE NO GUIA DO PNLD/2012

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97

ANEXO E – OBRA DIDÁTICA AVALIADA E PRESENTE NO GUIA DO PNLD/2012

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ANEXO F – OBRA DIDÁTICA AVALIADA E PRESENTE NO GUIA DO PNLD/2012

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ANEXO G – OBRA DIDÁTICA AVALIADA E PRESENTE NO GUIA DO PNLD/2012

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100

ANEXO H – Reserva técnica de livros didáticos do Estado da Paraíba

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ANEXO I – ABORDAGEM HISTÓRICA APRESENTADA SOBRE O TEMA

BIOTECNOLOGIA NA OBRA DE PEZZI, GOWDAK E MATTOS (2010).