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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE ENGENHARIA – CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA AVALIAÇÃO FENOLÓGICA, PRODUTIVIDADE, CURVA DE CRESCIMENTO, QUALIDADE DOS FRUTOS E CUSTOS DE PRODUÇÃO DE AMOREIRA-PRETA CV. TUPY LÍSIA BORGES ATTÍLIO Engenheira Agrônoma Dissertação apresentada à Faculdade de Engenharia do Câmpus de Ilha Solteira - UNESP, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Agronomia – Especialidade em Sistemas de Produção Vegetal. Ilha Solteira - SP Janeiro/2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE ENGENHARIA – CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

AVALIAÇÃO FENOLÓGICA, PRODUTIVIDADE, CURVA DE CRESCIMENTO,

QUALIDADE DOS FRUTOS E CUSTOS DE PRODUÇÃO DE AMOREIRA-PRETA CV.

TUPY

LÍSIA BORGES ATTÍLIO

Engenheira Agrônoma

Dissertação apresentada à Faculdade de

Engenharia do Câmpus de Ilha Solteira -

UNESP, como parte dos requisitos para

obtenção do grau de Mestre em

Agronomia – Especialidade em Sistemas

de Produção Vegetal.

Ilha Solteira - SP

Janeiro/2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE ENGENHARIA – CÂMPUS DE ILHA SOLTEIRA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

AVALIAÇÃO FENOLÓGICA, PRODUTIVIDADE, CURVA DE CRESCIMENTO,

QUALIDADE DOS FRUTOS E CUSTOS DE PRODUÇÃO DE AMOREIRA-PRETA CV.

TUPY

LÍSIA BORGES ATTÍLIO

Engenheira Agrônoma

ORIENTADORA: Profa Dra Aparecida Conceição Boliani

Dissertação apresentada à Faculdade de

Engenharia do Câmpus de Ilha Solteira -

UNESP, como parte dos requisitos para

obtenção do grau de Mestre em

Agronomia – Especialidade em Sistemas

de Produção Vegetal.

Ilha Solteira - SP

Janeiro/2009

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Aos meus queridos pais, João

Roberto Attílio e Paulina Estela Borges

Attílio, que sempre me incentivaram e

apoiaram em todas minhas escolhas. Meu

muito obrigada pela confiança, amor e

oportunidade!

DEDICO

Aos meus irmãos Allan e Dênia pela

amizade e carinho.

Ao meu noivo Castellane, por todo

amor, ajuda, paciência, amizade,

confiança e apoio. Te amo!

OFEREÇO

“Hoje me sinto mais forte Mais feliz quem sabe. Só levo a certeza De que muito pouco eu sei. Eu nada sei...” Almir Sater/Renato Teixeira

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Agradecimento especial

A Deus pelas oportunidades, condições para que fossem alcançadas,

sempre dando força para superar os momentos difíceis!

Obrigada por tudo!

À orientadora, Aparecida Conceição Boliani, por toda dedicação,

compreensão e paciência. Aprendi muito com a sua orientação e amizade! Muito

obrigada pela oportunidade, apoio e ensinamentos!

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Agradecimentos

À Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (FE), pelo ensino de qualidade.

A todos os meus amigos que contribuíram para a realização deste trabalho e me

ensinaram que quem tem amigos, tem tudo na vida!

Aos professores: Aparecida Conceição Boliani, Luiz de Souza Corrêa, Pedro

César dos Santos, Regina Maria Monteiro de Castilho, Jacira dos Santos Isepon, Kátia

Luciene Maltoni e Marlene Cristina Alves, pelo exemplo e ensinamentos.

Ao funcionário Delcir Sambugari, por toda dedicação e atenção despendida

durante o trabalho de campo.

Agradeço, também, aos meus colegas e amigos de faculdade, que

proporcionaram um ambiente amistoso e propício ao aprendizado, além de todos os

momentos de alegria e amizade que ficarão guardados para sempre: Ana Paula Sato

Ferreira, Danila Comelis Bertolin, Elisângela Dupas, Erica Rodrigues Moreira, Flávia

Aparecida Mariano, Franciele Louise Melo, Jesus Maira Lopez, Juan Galvis, Letícia

Lisboa Oliveira, Lina Paola Carrilo Garces, Luciano Chinen, Maria Cecília Cavallini,

Maysa Mazzola, Rosana Sanae Onodera, Simone Aparecida Silva, William Takao, e a

todos que, direta ou indiretamente, e de forma especial, colaboraram em mais uma

etapa da minha vida.

Aos grandes amigos conquistados neste ano, que tanto me incentivaram e

ajudaram Geovane Lima Guimarães, Graziela Cáceres Carpejane, Adriano Silva Lopes.

Obrigada pela amizade, experiência, ensinamentos e conselhos!

A minha família, por todo amor e carinho.

Ao meu noivo, por todo companheirismo, amizade, amor e paciência.

A todos que, de uma maneira ou outra colaboraram para o êxito deste trabalho.

O MEU MUITO OBRIGADA!

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AVALIAÇÃO FENOLÓGICA, PRODUTIVIDADE, CURVA DE CRESCIMENTO,

QUALIDADE DOS FRUTOS E CUSTOS DE PRODUÇÃO DE AMOREIRA-PRETA CV.

TUPY

Autora: Lísia Borges Attílio Orientadora: Aparecida Conceição Boliani

RESUMO

A amoreira-preta, pertence ao gênero Rubus, da família Rosaceae, faz parte do grupo

das espécies conhecidas como pequenas frutas. Atualmente, a cultura encontra-se

difundida nos Estados do Sul e Sudeste, ocupando o segundo lugar dentre as

pequenas frutas, em produção e área cultivada. Trata-se de uma planta rústica, que

apresenta frutas de alta qualidade nutricional e valor econômico elevado. As

tradicionais regiões produtoras encontram-se ao sul do país, com produção de

novembro a fevereiro, gerando uma oportunidade àqueles que produzem fora desta

época do ano, o que poderá refletir-se em remuneração maior da fruta. Não existem

trabalhos envolvendo a cultura na região. Com o presente trabalho, objetivou-se

estudar a fenologia, produtividade, qualidade dos frutos da amora-preta cv. Tupy, bem

como seu custo de implantação e produção para o primeiro ano de produção da cultura

na região de Selvíria-MS. O trabalho foi realizado durante o ano de 2007, na Fazenda

de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP, Câmpus de Ilha Solteira, localizada no

município de Selvíria (MS). Conclui-se que nas condições estudadas, a amoreira-preta,

cultivar Tupy teve elevada porcentagem de brotação; a produção de frutos se concentra

nas gemas terminais dos ramos; o início de florescimento e produção foi antecipado,

adiantando a colheita, comparada com as regiões tradicionalmente produtoras, porém

podem ocorrer modificações de ano pra ano, em função das condições climáticas. A

produtividade no primeiro ano de produção foi de 3.000 kg ha-1, e o retorno econômico

foram satisfatórios, podendo a cultura ser indicada para fruticultores da região.

Palavra-chave: Rubus sp., fenologia, produção, crescimento dos frutos.

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Abstract

EVALUATION PHENOLOGY, PRODUCTIVITY, GROWTH CURVE, FRUIT QUALITY

AND PRODUCTION COSTS OF THE BLACKBERRY CV. TUPY

The blackberry, genus Rubus in the family Rosaceae, is part of the group of species

known as small fruit. Currently, the crop is widespread in the South and Southeast,

occupying the second place among small fruit in production and cultivated area. This is

a rustic plant, fruit presents high-quality nutritional and economic value. The traditional

producing regions are located to the south of the country, with production from

November to February, creating an opportunity for those who produce outside this time

of year, which may reflect itself in higher remuneration of fruit. There are few works

involving the crop. This research was aimed to study the phenology, productivity, quality

of the fruit of blackberry-black cv. Tupy, and their cost of deployment and production in

the first year in Selvíria-MS. The research was conducted during the year 2007, on

UNESP's farm, Ilha Solteira campus, in Selvíria-MS. It follows that under the conditions

studied, the blackberry, Tupy percentage of shooting was high, the fruit production is

concentrated in the terminal buds of the branches; the beginning of flowering and

production was anticipated, the harvest ahead, compared with the traditional producing

regions, but there may be changes from year for years, depending on the weather.

Productivity in the first year of production was 3000 kg ha-1, and economic return were

satisfactory, the culture can be indicated for small producers in the region.

Password: Rubus sp., Phenology, production, growth of fruits.

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LISTA DE FIGURAS Capítulo 3. Avaliação fenológica da amoreira-preta cv. Tupy

01. Vista geral da área experimental de amoreira-preta cv. Tupy em

espaldeira, no espaçamento de 3,0 x 1,0 m, em início de florescimento.

Selvíria-MS, 2007........................................................................................... 29

02. Vista superior de uma amoreira-preta, com destaque dos ramos primário

(1) e secundários (2). Selvíria-MS, 2007........................................................

29

03. Números de gemas e respectivas porcentagens de produção de frutos.

Produção de amora-preta cv Tupy. Selvíria-MS.............................................

32

04. Estádios fenológicos, segundo Antunes (1999). 0- Botão fechado; 1- Botão

aberto; 2- Flor aberta; 3- Perda de pétalas; 4- Inchamento dos frutos com

restos florais; 5- Inchamento dos frutos sem restos florais; 6- Mudança de

verde para avermelhada; 7- Totalmente vermelha; 8- Início de

escurecimento das bagas; 9- Totalmente preta, da amoreira-preta cv.

Tupy. Selvíria-MS, 2007................................................................................. 33

05. Número de dias após a poda para a ocorrência dos estádios fenológicos:

B- Brotações. 0- Botão fechado; 1- Botão aberto; 2- Flor aberta; 3- Perda

de pétalas; 4- Inchamento dos frutos com restos florais; 5- Inchamento dos

frutos sem restos florais; 6- Mudança de verde para avermelhada; 7-

Totalmente vermelha; 8- Início de escurecimento das bagas; 9- Totalmente

preta, da amoreira-preta cv. Tupy. Selvíria-MS, 2007.................................... 36

06. Representação fenológica das fases à partir da emissão do botão floral a

fruto maduro em relação ao número de dias com contagem iniciada a partir

da fase 0 para frutos de amoreira-preta cultivada em região tropical. 0-

Botão fechado; 1- Botão aberto; 2- Flor aberta; 3- Perda de pétalas; 4-

Inchamento dos frutos com restos florais; 5- Inchamento dos frutos sem

restos florais; 6- Mudança de verde para avermelhada; 7- Totalmente

vermelha; 8- Início de escurecimento das bagas; 9- Totalmente preta.

Selvíria-MS, 2007........................................................................................... 37

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Capítulo 4. Curva de crescimento de amora-preta cultivar Tupy

01. Diâmetro dos frutos em relação aos dias após a emissão do botão floral

para amora-preta. Selvíria-MS, 2007............................................................. 43

02. Comprimento dos frutos em formação a partir da queda das pétalas, até a

colheita, contagem iniciada a partir da fase 0 (botão fechado) para frutos

de amoreira-preta. Selvíria-MS, 2007............................................................. 44

Capítulo 5. Produtividade e qualidade dos frutos de amoreira–preta

cultivar Tupy

01. Distribuição da produção de amora-preta cultivar Tupy no primeiro ano de

produção (kg ha-1) ao longo do período de colheita. Selvíria-MS, 2007......... 51

02. Distribuição da produção relativa de amora-preta cultivar Tupy no primeiro

ano de produção (%) ao longo do período de colheita. Selvíria-MS, 2007.... 52

LISTA DE TABELA

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Capitulo 3. Avaliação fenológica da amoreira-preta cv. Tupy

01. Resultados de análise da amostra de solo da área experimental obtida para a profundidade

de 0-0,2 m, Selvíria–MS, 2007............................................................................

28

02. Quantidade de gemas por ramo, porcentagem de gemas que brotaram e

porcentagem de brotos que produziram frutos. Selvíria, 2007............................

32

03. Estádios fenológicos, para amoreira-preta cv. Tupy em dias após a poda com

maior freqüência de ocorrência de cada estádio. Data de início e fase plena

de cada um dos estádios. Selvíria-MS, 2007......................................................

34

Capítulo 5. Produtividade e qualidade dos frutos de amoreira–preta cultivar

Tupy

01. Médias de massa, diâmetro, comprimento, pH, Acidez Titulável (AT) e Sólidos

Solúveis (SS), de amora-preta, cultivar Tupy. Selvíria-MS, 2007........................

53

Capítulo 6. Análise econômica da implantação e produção de amora-preta

cultivar Tupy

01. Descrição dos materiais quantidade e valor em reais para a montagem de 1

ha de espaldeira para sustentação de amoreira preta, espaçamento de 3,0 x

1,0 m, com densidade de plantio de 3.333 plantas ha-1. Selvíria-MS, 2007.......

60

02. Descrição das operações e materiais, especificação das unidades, valor

unitário, quantidade e valor total para implantação e condução de 1° ano de

amoreira preta. Valores estimados para 1 ha, com densidade de plantio de

3.333 plantas ha-1. Selvíria-MS, 2007............................................................

61

03. Descrição das operações e materiais, especificação das unidades, valor

unitário, quantidade e valor total para 2° ano de amora-preta. Valores

estimados para 1 ha, com densidade de plantio de 3.333 plantas ha-1, com

produção de 3.000 kg ha-1. Selvíria-MS, 2007.....................................................

63

04. Estimativa ha-1 ano-1 de produção, preços e índice de lucratividade para

o segundo ano da cultura da amora-preta. Selvíria-MS, 2007...................

64

LISTA DE APÊNDICE

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Figura 01 Valores mensais de precipitação, umidade relativa e temperatura

no período de julho a novembro de 2007. Selvíria –MS.....................

73

SUMÁRIO

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1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 14

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ 16

2.1 Classificação Botânica e descrição da planta.................................................. 16

2.2 Importância econômica.................................................................................... 17

2.3 Aspectos nutricionais da amora-preta.............................................................. 18

2.4 Características do cultivar Tupy....................................................................... 18

2.5 Fenologia......................................................................................................... 19

2.6 Uso de Reguladores vegetais.......................................................................... 20

2.7 Poda................................................................................................................. 23

3 AVALIAÇÃO FENOLÓGICA DA AMOREIRA-PRETA CV. TUPY................... 24

3.1 Introdução........................................................................................................ 25

3.2 Material e Métodos........................................................................................... 27

3.2.1 Caracterização da área experimental.............................................................. 27

3.2.2 Implantação e acompanhamento do experimento........................................... 28

3.2.3 Avaliações fenológicas..................................................................................... 30

3.3 Resultados e Discussão................................................................................... 31

3.3.1 Porcentagem e posição das gemas brotadas.................................................. 31

3.3.2 Época e período de cada fase fenológica........................................................ 33

3.4 Conclusões...................................................................................................... 38

4 CAPÍTULO III – CURVA DE CRESCIMENTO DOS FRUTOS DA

AMOREIRA-PRETA CULTIVAR TUPY...........................................................

39

4.1 Introdução........................................................................................................ 40

4.2 Material e Métodos........................................................................................... 41

4.2.1 Caracterização da área experimental.............................................................. 41

4.2.2 Implantação da cultura e acompanhamento do experimento.......................... 42

4.3 Resultados e Discussão................................................................................... 42

4.3.1 Curva de crescimento dos frutos..................................................................... 42

4.4 Conclusões...................................................................................................... 44

5 CAPITULO IV – PRODUÇÃO E QUALIDADE DOS FRUTOS DE

AMOREIRA-PRETA CULTIVAR TUPY...........................................................

45

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5.1 Introdução........................................................................................................ 47

5.2 Material e Métodos........................................................................................... 48

5.2.1 Caracterização da área experimental.............................................................. 48

5.2.2 Características avaliadas................................................................................. 49

5.2.2.1 Produtividade................................................................................................... 49

5.2.2.2 Características físico-químico dos frutos......................................................... 49

5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO....................................................................... 50

5.3.1 Produtividade................................................................................................... 50

5.3.2 Características físicas e químicas dos frutos................................................... 52

5.4 Conclusões...................................................................................................... 54

6 CAPÍTULO V – ANÁLISE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO E

PRODUÇÃO DE AMORA-PRETA CULTIVAR TUPY......................................

55

6.1 Introdução........................................................................................................ 56

6.2 Material e Métodos........................................................................................... 58

6.3 Resultados e Discussão................................................................................... 60

6.4 Conclusões...................................................................................................... 65

7 CONCLUSÕES GERAIS................................................................................. 66

REFERÊNCIAS................................................................................................ 67

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1 INTRODUÇÃO

A amora, junto com a framboesa, o morango e o mirtilo fazem parte do grupo das

espécies conhecidas como pequenas frutas. Este grupo é bastante difundido na maior

parte das tradicionais regiões produtoras de frutas, principalmente no estado do Rio

Grande do Sul. A procura por estas frutas pelo consumidor é resultante da atratividade

atribuída à cor e sabor, bem como os benefícios para a saúde devido à presença de

antioxidantes. Estas características conferem um cenário promissor para o cultivo das

pequenas frutas, sobretudo no Brasil, onde seu cultivo é muito incipiente, comparado

com países como Estados Unidos, Chile e Itália (HOFFMANN et al., 2005).

Trata-se de uma planta rústica, que apresenta frutas de alta qualidade nutricional

e valor econômico significativo, cujo cultivo vem crescendo nos estados do Rio Grande

do Sul e de São Paulo. Em Minas Gerais, suas qualidades agronômicas vêm sendo

trabalhadas como uma das opções para a pequena propriedade agrícola (ANTUNES,

2002).

No Brasil, estima-se que existam 300 ha plantados desta rosácea, nas regiões

do sul de Minas Gerais; no estado de São Paulo na região de Jundiaí; Curitiba e

Palmas no Paraná; e também com cultivos em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Estes cultivos, em sua maioria, são em pequenas propriedades. A fruta fresca

tem grande mercado. Em algumas regiões, como no Rio Grande do Sul, nos municípios

de Pelotas, Antônio Prado e Vacaria, pequenas cooperativas já transformam a

produção em geléias e sucos (ANTUNES, 2005 citado por ANTUNES et al., 2006).

No Rio Grande do Sul, a cultura tem tido grande aceitação pelos fruticultores,

devido ao baixo custo de produção, facilidade de manejo, rusticidade e pouca utilização

de defensivos agrícolas.

A produtividade pode alcançar até 10.000 kg ha-1 ano-1 (ANTUNES, 2002).

Segundo Santos et al. (1997) a produção de amoreira-preta para regiões de clima

temperado é de 5.000, 7.500, 12.000 kg ha-1 para o primeiro, segundo e terceiro ano de

produção, respectivamente.

Extratos de amora-preta têm efeito anti-mutagênico (TATE et al., 2006) e

anticarcinogênico para as linhagens humanas de câncer de útero, câncer de cólon

(LAZZE et al., 2004), câncer oral, câncer de mama, câncer de próstata (SEERAM et al.,

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2006) e câncer de pulmão (DING et al., 2006). A amora-preta contém pectina em

abundância, uma fibra solúvel que ajuda a reduzir os níveis de colesterol no sangue,

atuando na prevenção de enfermidades cardiovasculares e circulatórias (STOCLET et

al., 2004); no combate a osteoporose, devido a sua concentração elevada de cálcio, em

média 46 mg 100g-1 de fruto (TODA FRUTA, 2006); no diabetes e no mal de Alzheimer

(ABDILLE et al., 2005). É muito recomendável aos que têm o organismo saturado de

ácidos, como os que sofrem de reumatismo, gota e artrite (TODA FRUTA, 2006).

A amoreira-preta produz em ramos de ano, os quais são eliminados após a

colheita. Enquanto alguns ramos estão produzindo, outras hastes emergem e crescem,

renovando o material para a próxima produção (FACHINELLO et al., 1994).

A produção de amora-preta fora dos picos de oferta da fruta poderá ser uma

opção bastante interessante economicamente, como se verifica para outras frutas,

como, por exemplo, o morango produzido entre janeiro e março, que alcança mais que

o dobro dos preços comparados aos da safra normal (ANTUNES, 2002).

Sendo planta exigente em frio, os aspectos fenológicos da amoreira-preta podem

variar de ano para ano, em função do acúmulo de horas de frio ter sido ou não

satisfeito. A produção concentrada de amoras a partir de novembro, nos principais

estados produtores, causa redução de preço, devido ao maior volume ofertado. A

antecipação da oferta de frutas, seja pelo manejo da cultura, seja pelas condições

climáticas existentes numa região, pode criar uma oportunidade de mercado bastante

favorável ao fruticultor (ANTUNES, 2002).

A floração da amoreira-preta ’Tupy’ no Rio Grande do Sul dá-se da terceira

dezena agosto à segunda dezena de setembro, e colheita da terceira dezena de

novembro à segunda de dezembro (SANTOS; RASEIRA, 1988). Entretanto, para

regiões de clima quente são poucas as informações envolvendo a cultura.

Tendo em vista a escassez de trabalhos com a amoreira-preta em região

tropical, e a necessidade de pesquisas relacionadas ao aspecto fenológico da cultura,

com este trabalho objetivou-se estudar a fenologia, curva de crescimento dos frutos,

produtividade, qualidade dos frutos e custo de produção da amora-preta, cv Tupy, na

região de Selvíira-MS.

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Classificação botânica e descrição da planta

A amoreira-preta, pertence ao gênero Rubus, família Rosaceae, na qual existem

outros gêneros de importância como Malus, Prunus, Pyrus, Prunus (ANTUNES, 2002).

Tem como centro de origem a Ásia, e sua introdução na Europa ocorreu por volta do

século XVII. No Brasil, a amoreira, em especial a negra, cresce bem em toda parte,

podendo ser encontrada de forma subespontânea em praticamente todas as regiões do

país (EMPRESA BRASILEIA DE PESQUISA AGROPECUARIA-EMBRAPA, 2006).

A caracterização do gênero Rubus é de difícil realização, devido à diversidade do

hábito de crescimento das plantas e distribuição das espécies. Muitas delas têm

sistema radicular perene e ramos bianuais. Algumas espécies produzem no topo dos

ramos, bem como em porções inferiores dos ramos de segundo ano. Muitas espécies

são decíduas, enquanto outras vegetam o ano todo (MOORE, 1986). Os tipos de

reprodução vão de sexuada a apomítica. Algumas espécies são semelhantes à videira,

com ramos prostrados (ELLIS et al., 1991).

A amoreira-preta é uma espécie arbustiva, de porte ereto ou rasteiro, que produz

frutos agregados, com peso de 4 a 7 g, de coloração negra e sabor ácido a doce ácido.

Apresenta espinhos em seus principais cultivares comerciais, o que exige do fruticultor,

na colheita, muito cuidado com sua integridade física, bem como com a da qualidade do

fruto. São plantas que produzem em ramos de ano, sendo eliminados após a colheita.

Enquanto alguns ramos estão produzindo, outras hastes emergem e crescem,

renovando o material para a próxima produção (FACHINELLO et al., 1994).

Apresenta ramos castanhos e eretos, cobertos de pequenos espinhos e

apresentando folhas alternas imparifolioladas. Estas são verdes e brilhantes na página

superior, brancas e tomentosas na inferior. Os cachos lassos de flores brancas formam-

se na axila das folhas de ramos do ano precedente, estes morrem no fim da vegetação.

O fruto verdadeiro da amoreira é denominado de mini drupa ou drupete, no qual

existe uma pequena semente, sendo que a sua junção forma o que é chamado de fruto

agregado (POLING, 1996).

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A temperatura é um dos principais fatores limitantes à produção de amora-preta.

A cultura requer uma combinação de horas de frio com temperatura abaixo de 7,2oC,

nas estações mais frias, variando de 100 a até 1.000 horas, em função da

espécie/cultivar, e calor abundante, nas estações mais quentes, para que ocorram

adequadas brotação, floração e produtividade. Por essas razões, a cultura da amora-

preta é recomendada, principalmente, para o Estado do Rio Grande do Sul e para as

regiões de microclima de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais

(SILVEIRA, et al., 2007).

No Rio Grande do Sul, a amoreira-preta tem tido grande aceitação pelos

fruticultores, devido ao baixo custo de produção, facilidade de manejo, rusticidade e

pouca utilização de defensivos agrícolas. A produtividade pode alcançar até 10.000 kg

ha-1 ano-1 (ANTUNES, 2002).

2.2 Importância econômica

O cultivo da amora-preta é recente no Brasil, sendo os primeiros acessos

introduzidos em 1974 pela Embrapa Clima Temperado. Atualmente, a cultura encontra-

se difundida nas regiões Sul e Sudeste, ocupando o segundo lugar dentre as pequenas

frutas em produção e área cultivada, isto é, 1.300 toneladas e 110 hectares,

respectivamente (PAGOT; HOFFMANN, 2003).

Segundo levantamento executado pela EMATER-RS, relativo ao ano de 2003, a

amora, dentre as pequenas frutas é a mais cultivada na região dos Campos de Cima da

Serra, no Rio Grande do Sul (EMPRESA DE ASSISTENCIA TÉCNICA E EXTENSÃO

RURAL-EMATER/ASCAR, 2004). As informações estatísticas sobre a produção e

comercialização de amora-preta, no Brasil, são muito escassas (ANTUNES, 2002).

Entretanto, segundo a evolução de preços e volume apresentados pela CEASA-RS, a

safra gaúcha no ano de 2006 iniciada em outubro, obteve preços de US$ 3,03, 1,31 e

1,24, em outubro, novembro e dezembro, respectivamente (CENTRAIS DE

ABASTECIMENTO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL- CEASA-RS, 2007).

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Pode haver alguma oferta sazonal, como em agosto de 1997, em que o preço

do quilo da amora-preta alcançou US$ 4,58, frutas estas provenientes de São Paulo

(ANTUNES, 2002). Para o ano de 2005, todo volume de amora preta ofertada no

CEASA-RS, foi de origem gaúcha (CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL- CEASA-RS, 2007).

2.3 Aspectos nutricionais da amora-preta

Assim como o restante das pequenas frutas, pode ser comercializada na forma in

natura, doces e geléias, polpas, sucos, congeladas, semi-processadas dentre outras

(THIER, 2005).

A amora-preta caracteriza-se pela presença de compostos polifenólicos,

principalmente antocianinas e flavonóis (GRANADA et al., 2001). Apresenta como

características da forma in natura, alto conteúdo de água, 10 % de carboidratos,

elevado conteúdo de minerais, vitaminas B, A e cálcio (ANTUNES, 2002), contém ainda

cerca de 20 mg 100 g-1 de vitamina C, quantidade relativamente baixa se comparada

com outras pequenas frutas como framboesa com 30mg 100g-1 e morango com 80 mg

100 g-1 (AGAR et al., 1997).

2.4 Características do cultivar Tupy

Foram lançados no Brasil diversos cultivares de amora-preta, provenientes do

cruzamento de cultivares trazidos, principalmente dos Estados Unidos. Dentre os

cultivares lançados no Brasil, encontramos o Ébano, Negrita, Tupy, Guarani,

Caingangue (ANTUNES, 2002).

O cultivar Tupy foi originado do cruzamento entre ‘Uruguai’ x ‘Comanche’,

realizado na Embrapa Clima Temperado em 1982 (ANTUNES, 2002). É o mais

plantado no México, o terceiro maior produtor mundial de amoras-pretas (EMBRAPA,

2007). Apresenta plantas de porte ereto, com espinhos. Produz frutos grandes com

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peso médio de 6 gramas, coloração preta e uniforme, sabor equilibrado em acidez e

açúcar, consistente e firme, semente pequena, película resistente e aroma ativo. É

recomendado para o consumo in natura, pelo fato de apresentar baixa acidez

(SANTOS; RASEIRA, 1988), sendo o valor da acidez próximo a 1 % de ácido cítrico.

A floração do 'Tupy', no Rio Grande do Sul, dá-se do final de agosto à segunda

dezena de setembro e a colheita na terceira dezena de novembro à segunda de

dezembro (SANTOS; RASEIRA, 1988).

Antunes (1999) analisando o comportamento do cultivar Tupy, sustentado em

espaldeira dupla, com espaçamento de 0,7 x 3 m, em Poços de Caldas, observou

produtividade de 7,54 t ha-1 e 7,25 t ha-1, em primeiro e segundo ano de produção, nas

safras de 1997/1998 e 1998/1999 respectivamente.

2.5 Fenologia

Os poucos trabalhos existentes sobre fenologia da amora-preta representam

referências valiosas, porém seus resultados nem sempre podem ser extrapolados de

uma região para outra. Portanto, se fazem necessários estudos sobre o comportamento

de cada um dos cultivares em cada região. O comportamento fenológico dos diferentes

cultivares e espécies do gênero Rubus spp. depende dos fatores genéticos, ambientais,

condições edafoclimáticas além dos tratos culturais. Cada cultivar apresenta uma

reação diferente quando submetido a diferentes condições do meio. Informações sobre

o comportamento das amoreiras-pretas em região tropical são escassas. A avaliação

fenológica poderá ser de fundamental importância para introdução da cultura na região

como alternativa de fonte de renda para pequenos fruticultores.

Para recomendar uma espécie ou variedade em uma região, é necessário

conhecer o comportamento da mesma para as condições edafoclimaticas (ANTUNES,

1999).

De Fina e Ravelo (1973) definiram a fenologia como o ramo da ecologia que

estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do

ambiente. A fenologia visa avaliar sistematicamente as mudanças periódicas na

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aparência e constituição dos seres vivos por causas ambientais. Portanto a observação

dos processos periódicos visíveis é o objetivo básico da fenologia (PASCALE;

DAMARIO, 2004). A caracterização fenológica mediante estádios de desenvolvimento

permite maior detalhamento na descrição do ciclo da planta, em relação à utilização das

fases, já que estas podem ser demasiadamente distanciadas no tempo. Desta maneira,

torna-se possível utilizar a fenologia para finalidades bem mais específicas, como em

adubações de cobertura, em tratamentos fitossanitários, ou na observação de um

evento importante qualquer como uma geada ou um déficit hídrico, associados a

estádios bem definidos (PASCALE; DAMARIO, 2004).

O conhecimento da fenologia, mesmo atualmente, é baseado nas observações

de estádios de desenvolvimento externamente visíveis, ou seja, estádios fenológicos,

como, por exemplo, a germinação das sementes, emergência das gemas,

desenvolvimento das folhas, floração. A organização das datas fenológicas

proporciona informações ecológicas importantes sobre a duração média dos diferentes

estádios fenológicos das espécies (LARCHER 2006).

Antunes (1999), observando o comportamento das variedades de amoreira-

preta Seleção 3/97, Brazos, Tupy, Cherokee, Caingangue, Guarani, Ébano e

Comanche, na região de Poços de Caldas, constatou que para os cultivares Brazos,

Tupy e Ébano ocorreram variações entre as safras de 97/98 e 98/99 com diferentes

intervalos entre as fases 0 equivalente a botão fechado e 9 equivalente a frutos

totalmente pretos, o que pode significar maior flexibilidade destes cultivares em relação

às variações ambientais. O intervalo entre fase 0 e 9 para os cultivares estudados por

Antunes (1999), foi em média de 48,37 para a safra de 97/98 e de 54,62 dias para a

safra de 98/99. Para a variedade Tupy o intervalo entre a fase 0 e 9 foi de 40 dias para

a safra 97/98 e de 52 dias para a safra 98/99.

2.6 Uso de reguladores vegetais

Sendo planta exigente em frio, os aspectos fenológicos da amoreira-preta podem

variar de ano para ano, em função desta exigência em frio ter sido ou não satisfeita. A

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produção concentrada de amoras a partir de novembro, nos principais estados

produtores, causa redução de preço, devido ao maior volume ofertado. A antecipação

da oferta de frutas, seja pelo manejo da cultura, seja pelas condições climáticas

existentes numa região, pode criar uma oportunidade de mercado bastante favorável ao

fruticultor (ANTUNES, 2002).

Possui características de adaptação climática muito variada, podendo encontrar

cultivares com exigência em frio desde 100 horas até cultivares que exigem 1000 horas

de frio abaixo de 7,2 ºC para quebra da dormência. Já foram observadas espécies no

Hemisfério Norte (EUA, onde seu cultivo racional se iniciou no século passado), no

círculo Ártico, e muitas ilhas oceânicas, comprovando sua ampla adaptação a

diferentes condições climáticas (EMBRAPA, 2006).

Um dos principais mecanismos envolvidos na quebra de dormência de plantas

frutíferas de clima temperado está relacionado à indução pela injúria oxidativa (PINTO

et al., 2007). Pérez e Lima (2005), tanto a aplicação de cianamida hidrogenada como a

exposição ao frio inibiram a atividade da catalase, a principal enzima responsável pela

degradação do H2O2 em gemas de videira.

Os produtos utilizados para a quebra de dormência, como o óleo mineral,

cianamida cálcica (CaCN2), nitrato de potássio (KNO3), cianamida hidrogenada (H2CN2)

e paclobutrazol, podem uniformizar e antecipar a brotação e a floração em

determinadas condições, como verificado em pessegueiro, pereira, videira e macieira

(MANN et al., 1994). Pesquisas realizadas demonstraram que, dentre os produtos

disponíveis no mercado, a cianamida hidrogenada é o mais eficiente composto químico

para a quebra de dormência (GEORGE; NISSEN, 1993).

A cianamida hidrogenada desenvolve uma ação semelhante à produzida pelo

frio na redução da enzima catalase nos tecidos vegetais, com o aumento da atividade

da pentose fosfato, induzindo à quebra de dormência nas plantas decíduas. A

cianamida hidrogenada é especialmente recomendada para as situações em que a falta

de frio invernal origina brotações tardias e irregulares e também quando se pretende

estimular a precocidade da colheita (CIANAMIDA HIDROGENADA, 2007)

A cianamida hidrogenada tem sido utilizada na fruticultura em vários países, com

efeitos em diferentes processos biológicos e fisiológicos da planta. A quebra de

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dormência com a cianamida hidrogenada já é empregada comercialmente na videira

(MIELE et al., 1998, BOTELHO et al., 2002, figueira (NORBERTO et al., 2001,

COELHO et al., 2003), caquizeiro (MIZOBUTSI et al., 2003) entre outras espécies.

Miele et al. (1998), ao estudarem o efeito da época de aplicação da cianamida

hidrogenada na quebra de dormência de videira cultivar Cabernet Franc, verificaram

que a cianamida hidrogenada na concentração de 2% pode ser aplicada até 14 dias

após a realização da poda seca, desde que as gemas estejam dormentes.

Coelho et al. (2003) estudando diferentes práticas culturais para antecipar a

produção de figos verdes, concluíram que, a aplicação de cianamida hidrogenada

antecipa início da colheita em figueiras podadas entre 1o junho e 1o de julho.

Norberto et al., (2001) ao estudarem o efeito de época de poda associado à

aplicação de cianamida hidrogenada e o uso da irrigação na produção antecipada de

figos verdes concluíram que o emprego da cianamida hidrogenada associado à

irrigação nas plantas podadas em 30 de maio aumentou significativamente a produção

total, bem como aumentou e antecipou a produção da primeira colheita; e as plantas

podadas no período de 15 de abril a 15 de maio, pulverizadas com cianamida

hidrogenada associadas a irrigação, aumentaram em 28 % o número de frutos e

em 38 % o comprimento de ramos.

Mizobutsi et al. (2003) estudaram o efeito da aplicação da cianamida

hidrogenada associada ao óleo mineral, no caquizeiro em Viçosa, concluíram que a

cianamida hidrogenada (7,8 g ia L-1 ) acrescido de óleo mineral (8,0 mL L-1 ) quebraram

a dormência e antecipam a brotação, o florescimento e a colheita no caquizeiro

variedade Rubi e não alteraram a firmeza da polpa, nem a massa dos frutos.

2.7 Poda

A amoreira-preta produz em ramos de ano, os quais são eliminados após a

colheita. Enquanto alguns ramos estão frutificando, outras hastes emergem e crescem,

renovando o material para a próxima produção (FACHINELLO et al., 1994).

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A produção de amora-preta fora dos picos de oferta da fruta poderá ser uma

opção bastante interessante economicamente, como se verifica para outras frutas,

como, por exemplo, o morango produzido entre janeiro e março, que alcança preços de

mais do dobro da safra normal (ANTUNES, 2002).

Em grande parte dos Estados da região Sudeste brasileira, verifica-se que

chuvas de verão se encerram no final de março, dando início a um período de

outono/inverno seco e com temperaturas amenas (AMORIM et al., 2005), período

favorável à produção de frutos, principalmente em virtude da redução de podridões

(ANTUNES, 2002).

Visando à produção fora dos picos de oferta da fruta, Antunes et al. (2006)

realizaram um trabalho, na região de Caldas-MG, executando a poda de verão em

pomar não irrigado, com as variedades de amoreira-preta: Comanche, Ébano,

Caingangue, Cherokee, Guarani, Tupy e Brazos, e uma seleção denominada 97, sendo

que as plantas foram sustentadas em espaldeira dupla, num espaçamento de plantio de

0,70 x 3,0 metros, observaram que a poda de verão influenciou negativamente no

período de colheita, produção por planta, produção estimada por hectare e peso médio

de frutos. Porém entre as variedades que mais produziram fora de época, 'Comanche'

(3,26 t ha-1) e 'Tupy' (2,93 t ha-1) foram as que mais se destacaram. Entretanto ‘Brazos’,

‘Ebano’ e a Seleção 97 não frutificaram fora de época. No entanto, as variedades que

tiveram produção neste período não tiveram a produção da safra afetada.

Em videira, cv. Syrah, tem-se utilizado a técnica para indução de produção

extemporânea no sul de Minas Gerais (AMORIM et al., 2005).

Amorim et al. (2005) tentando obter produção extemporânea da videira cultivar

Syrah, nas condições do sul de Minas Gerais concluíram que é possível a obtenção de

um ciclo vegetativo e produtivo da videira durante o outono a partir de uma poda de

frutificação realizada em ramos lignificados durante o mês de janeiro.

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3 AVALIAÇÃO FENOLÓGICA DA AMOREIRA-PRETA CV. TUPY

Resumo

A amoreira-preta, pertence ao gênero Rubus da família Rosaceae e faz parte do

grupo das espécies conhecidas como pequenas frutas, sendo bastante difundido na

maior parte das regiões frutícolas tradicionais principalmente no Rio Grande do Sul.

Trata-se de uma planta rústica, que apresenta frutas de alta qualidade nutricional e

valor econômico significativo. As regiões tradicionais produtoras encontram-se ao sul do

país, com produção de novembro a fevereiro, gerando uma oportunidade àqueles que

produzem fora desta época do ano, o que poderá ocasionar numa melhor remuneração

da safra extemporânea. A antecipação da oferta de frutas, seja pelo manejo da

cultura, seja pelas condições climáticas existentes numa região, poderá criar uma

oportunidade de mercado bastante favorável ao fruticultor. A existência de trabalhos

envolvendo a fenologia da cultura é de extrema importância, porém os resultados não

podem ser extrapolados de uma região para outra. Com o presente trabalho objetivou-

se estudar a fenologia da amoreira-preta cv. Tupy. O trabalho foi realizado na Fazenda

de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual Paulista – Câmpus de Ilha

Solteira, durante o ano de 2007. Utilizaram-se 80 plantas da amoreira-preta cultivar

Tupy, em primeiro ano de produção. Foram avaliadas a porcentagem de gemas

brotadas, época e período de cada fase fenológica de acordo com a metodologia

proposta por Antunes (1999) em função da poda e da emissão do botão floral. De

acordo com as observações, a amoreira-preta teve alta porcentagem de gemas

brotadas, a produção se localiza nas gemas terminais dos ramos, da poda até a

colheita levaram 105 dias e da emissão de botão floral até a colheita 56 dias. As plantas

tiveram a colheita antecipada em relação às regiões tradicionais produtoras.

Palavras-chave: Amora-preta, Rubus sp., estádios fenológicos

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PHENOLOGICAL ASSESSMENT OF BLACKBERRY TUPY

Abstract

The blackberry, family Rosaceae, genus Rubus,, is part of the group of small fruit. As

this group fairly widespread in most traditional fruit-producing regions mainly in Rio

Grande do Sul This is a rustic plant, fruit presents high-quality nutritional and economic

value. The traditional producing regions are located to the south of the country, with

production from November to February, creating an opportunity for those who produce

outside this time of year, which may reflect itself in higher remuneration of fruit. The

anticipation of the supply of fruit, either through crop management, either by weather

conditions in a region, can create a very favorable market opportunity for the producer.

Research about phenology of culture is extremely important, but the results aren’t the

same of other regions. With this work aimed to study the phenology of the blackberry cv.

Tupy in tropical regions. This research was aimed on UNESP farm - Campus Ilha

Solteira, during the year 2007. We used 80 plants of the blackberry, Tupy, in the first

year of production. We estimated the percentage of buds sprouted, season and time of

each phase phenological according to Antunes (1999) depending on the pruning and

floral button. According to the observations, the blackberry had high percentage of

sprouted, the production is located in the terminal of canes, the pruning to harvest and

take 105 days of issuance of a button to harvest 56 days. The plants had the early

harvest in comparison with other regions.

Keywords: Blackberry, Rubus sp., phenological stages

3.1 Introdução

A amora-preta junto como a framboesa, o morango e o mirtilo fazem parte do

grupo das espécies conhecidas como pequenas frutas. Sendo este grupo bastante

difundido na maior parte das regiões frutícolas tradicionais regiões principalmente no

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Rio Grande do Sul. A procura por estas frutas pelo consumidor é resultante, não

somente da atratividade atribuída à cor e ao sabor, mas também aos benefícios para a

saúde do consumidor devido à presença de antioxidantes. Estas características

conferem um cenário promissor para o cultivo das pequenas frutas no Brasil, onde seu

cultivo é insipiente comparado a países como Estados Unidos, Chile e Itália

(HOFFMANN et al., 2005).

Vários trabalhos de melhoramento foram realizados para a cultura, resultando

em diferentes cultivares, um deles é o Tupy, desenvolvido pela Embrapa Clima

Temperado, (SANTOS; RASEIRA, 1988). Este cultivar é o mais plantado no México, o

terceiro produtor mundial de amoras-pretas. Os EUA são os maiores produtores

(EMBRAPA, 2007).

A floração do 'Tupy', no Rio Grande do Sul, dá-se do final de agosto à segunda

dezena de setembro e a colheita na terceira dezena de novembro à segunda de

dezembro (SANTOS; RASEIRA, 1988).

Para recomendar uma espécie ou variedade em uma região, é necessário

conhecer o comportamento da mesma para as condições edafoclimáticas (ANTUNES,

1999).

De Fina e Ravelo (1973) definiram a fenologia como o ramo da ecologia que

estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do

meio ambiente. A fenologia visa avaliar sistematicamente as mudanças periódicas na

aparência e constituição dos seres vivos por causas ambientais. Portanto a observação

dos processos periódicos visíveis é o objetivo básico da fenologia (PASCALE;

DAMARIO, 2004).

O conhecimento da fenologia, mesmo atualmente, é baseado nas observações

de estádios de desenvolvimento externamente visíveis, como, por exemplo, a

germinação das sementes, emergência das gemas, desenvolvimento das folhas,

floração. A organização das datas fenológicas proporcionou informações ecológicas

importantes sobre a duração média dos diferentes estádios fenológicos das espécies

(LARCHER, 2006).

Antunes, (1999), observando o comportamento de diferentes variedades de

amoreira-preta na região de Poços de Caldas, constatou que para os cultivares Brazos,

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Tupy e Ébano ocorreram variações entre as safras de 97/98 e 98/99 com diferentes

intervalos entre as fases 0 e 9, devido as variações climáticas que ocorrem de um ano

para outro o que pode significar maior flexibilidade destes cultivares em relação as

variações ambientais.

Sendo planta exigente em frio, os aspectos fenológicos da amoreira-preta podem

variar de ano para ano, em função desta exigência em acúmulo de horas de frio ter sido

ou não satisfeita. A produção concentrada de amoras a partir de novembro, nos

principais estados produtores, causa redução de preço, devido ao maior volume

ofertado. A antecipação da oferta de frutas, seja pelo manejo da cultura, seja pelas

condições climáticas existentes numa região, pode criar uma oportunidade de mercado

bastante favorável ao fruticultor (ANTUNES, 2002). A cianamida hidrogenada é

especialmente recomendada para as situações em que a falta de frio invernal origina

brotações tardias e irregulares e também quando se pretende estimular a precocidade

da colheita (CIANAMIDA HIDROGENADA, 2007). A região de Selvíria se caracteriza

por ter clima quente, sendo necessário o uso de cianamida hidrogenada, para promover

a quebra de dormência das amoreiras-pretas.

Devido à escassez de trabalhos envolvendo a fenologia da amoreira-preta, com

o presente trabalho, objetivou-se estudar a fenologia da amoreira-preta cultivar Tupy,

dando subsídios para implantação da cultura na região de Selvíria-MS, distribuição da

colheita, propiciando a melhoria da produtividade e qualidade dos frutos

3.2 Material e Métodos

3.2.1 Caracterização da área experimental

O experimento foi realizado na Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Câmpus de Ilha Solteira, localizada no

município de Selvíria (MS), a 20º24'S. e 51º19'O., com altitude média de 335 m.

O clima da região, segundo a classificação de Köppen é do tipo AW, definido

como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno, apresentando

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temperatura média anual de 23,7ºC e precipitação pluvial média anual de 1.300 mm. O

solo, reclassificado segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos

(EMBRAPA, 1999), é um Latossolo Vermelho distroférrico típico muito argiloso, da

região do cerrado.

A área destinada ao experimento foi implantada em 07 de junho de 2006 e

possui 80 plantas de amoreira-preta, propagadas por estacas cv. Tupy, cultivadas com

ramo único, num espaçamento de 3,0 x 1,0m, sustentadas em espaldeira em T, com

0,5m de altura, com densidade de plantio de 3333 plantas ha-1.

Os dados climáticos de temperatura, umidade e precipitação pluvial durante o

período de realização do experimento, são apresentados na Figura 01 (Apêndice).

Foram realizados irrigação na área, para manter o solo com umidade próximo a

capacidade de campo.

3.2.2 Implantação e acompanhamento do experimento

Três meses antes da instalação do experimento, realizou-se a análise de solo da

área experimental, cujos resultados podem ser observados na Tabela 01.

No dia 04/07/2007, realizou-se a poda dos ramos, deixando apenas os ramos

primário e os secundários. Em cada planta deixou-se em média 15 ramos secundários,

tendo cada um deles aproximadamente 35 cm e 11 gemas por ramo (Figuras 01 e 02).

Tabela 01 - Resultados de análise da amostra de solo da área experimental obtida para

a profundidade de 0-0,2 m, Selvíria–MS, 2007.

Prof. pH

CaCl2 M.O. P K Ca Mg H+Al Al T V

m g dm-3 mg dm-3 mmolc dm-3 %

0-0,2 6,1 13 54 2,6 74 24 16 0 116 86

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Figura 01. Vista geral da área experimental de amoreira-preta cv. Tupy em espaldeira,

no espaçamento de 3,0 x 1,0 m, em início de florescimento. Selvíria-MS,

2007.

Figura 02. Vista superior de uma amoreira-preta, com destaque dos ramos primário (1)

e secundários (2). Selvíria-MS, 2007.

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Foram aplicados 20g de KCl planta-1.

De acordo com Santos et al. (1997), o pH recomendado para a cultura é de 5,5 a

6,5, portanto, o solo da área encontrava-se na faixa adequada.

Para quebra da dormência das plantas, no dia seguinte a poda, foi aplicado a

cianamida hidrogenada a 4%, com auxílio de pulverizador costal com jato em leque. Os

ramos foram pulverizados uniformemente até o ponto de escorrimento, usando-se, em

média, 250 mL de calda planta-1.

A cultura é considerada de baixa exigência em tratos culturais. Durante o

trabalho, foram realizados como tratos culturais apenas o controle de formigas e a

realização de capinas para controle de plantas daninhas e de brotações da planta que

surgiam na entrelinha.

3.2.3 Avaliações fenológicas

Por ocasião da poda, foram marcados 4 ramos planta-1 de 80 amoreiras-preta cv.

Tupy. Destes, foram mensurados os comprimentos e o número de gemas.

As gemas dos ramos receberam numeração em ordem crescente partindo do

ramo primário, para estimar a localização da produção de frutos nos ramos.

A cada 5 dias foram realizadas observações quanto ao tempo para brotação

após a poda, anotando as gemas brotadas e as remanescentes.

Para a avaliação do comportamento fenológico, no dia 26/09/2007 foram

etiquetadas 50 flores de diferentes plantas.

Foram considerados os seguintes estádios fenologicos de acordo com Antunes

(1999):

0. Botão fechado: botões ainda estavam fechados.

1. Botão aberto: botões estavam abertos.

2. Flor aberta: flores encontravam-se abertas. Florescimento propriamente dito com

flores visíveis.

3. Perda de pétalas: flores encontravam-se sem pétalas.

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4. Inchamento dos frutos com restos florais: frutos encontravam-se em início de

inchamento e ainda aderidos aos restos florais.

5. Inchamento dos frutos sem restos florais: frutos encontravam-se inchados e sem

apresentarem restos florais.

6. Mudança de coloração de verde para avermelhada: frutos encontravam-se

mudando da cor verde para a cor vermelha.

7. Totalmente vermelha: frutos encontravam-se na cor vermelha.

8. Início de escurecimento das bagas: frutos encontravam-se mudando da cor

vermelha para a cor preta.

9. Totalmente preta: frutos encontravam-se na cor preta.

Foi considerado como data de ocorrência de cada um dos estádios quando o maior

número de gemas marcadas atingia cada um dos estádios. Foram caracterizadas a

duração em dias de cada um dos subperíodos citados, sendo que os mesmos foram

contados a partir da poda.

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.3.1 Porcentagem e posição das gemas brotadas

Os ramos formados a partir de brotações das gemas numeradas de um a dois do

ramo secundário, não tiveram produção de frutos, sendo esta iniciada a partir da

terceira gema, que apresentou a menor porcentagem de produção. A porcentagem de

produção de frutos foi crescente da terceira até a nona gema, com valores de 2%, 5%,

7%, 8%, 10%, 14% e 19%, respectivamente em ordem crescente das gemas. A nona e

décima tiveram mesmo valor de porcentagem de produção de frutos, já a décima

primeira gema teve uma menor porcentagem de produção de frutos (Figura 03).

De acordo com as observações realizadas, constatou-se que as gemas

apresentaram brotação de 90%, porém apenas 80% dessas brotações produziram

frutos (Tabela 02).

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Tabela 02. Quantidade de gemas por ramo, porcentagem de gemas que brotaram e

porcentagem de brotos que produziram frutos. Selvíria, 2007.

Número de gemas por

ramo % de gemas brotadas

% de brotos que

produziram frutos

11 90 80

Figura 03. Números das gemas e respectivas porcentagens na produção de frutos de

amora-preta cv. Tupy. Selvíria-MS, 2007.

Outras pesquisas devem ser realizadas para que se possa determinar o

comprimento ideal dos ramos, por ocasião da poda.

3.3.2 Época e período de cada fase fenológica

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Na Figura 04, observa-se as fases fenológicas da amoreira-preta cultivar Tupy,

segundo Antunes (1999). Sendo possível visualizar as características dos frutos em

cada uma das fases.

Figura 04. Estádios fenológicos, segundo Antunes (1999). 0- Botão fechado; 1- Botão

aberto; 2- Flor aberta; 3- Perda de pétalas; 4- Inchamento dos frutos com

restos florais; 5- Inchamento dos frutos sem restos florais; 6- Mudança de

verde para avermelhada; 7- Totalmente vermelha; 8- Início de escurecimento

das bagas; 9- Totalmente preta, da amoreira-preta cv. Tupy. Selvíria-MS,

2007.

Observando-se a Tabela 03, verifica-se que as brotações das amoreiras-pretas

na região de Selvíria, no ano de 2007, ocorreram em media 13 dias após a realização

da poda (DAP), sendo a mesma considerada como data referência para os estádios

fenológicos.

A fase 0 iniciou-se 42 DAP, tendo seu período de maior quantidade de botões

na avaliação realizada 49 DAP (Tabela 03).

Da fase 0 à fase 1 o tempo foi bastante curto, tendo intervalo de

aproximadamente dois dias. Depois tem início a fase 3 com a queda de pétalas, aos 56

DAP. A fase 4 teve seu pico aos 62 DAP. Depois a fase 5 teve ocorrência plena aos

71 DAP, neste período ocorre o inchamento dos frutos sem alteração da cor verde

(Tabela 03).

A mudança de coloração dos frutos de verde para o vermelho ocorreu em maior

quantidade aos 93 DAP, atingindo a fase 7 aos 99 DAP. Depois desta fase, tem início o

escurecimento, quando atinge a fase 8 caracterizada pela mudança da coloração

0 1 2 7 8 9 4 5 6 3 0 1

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vermelha dos frutos para a cor preta com maior número de frutos em mudança de

coloração aos 102 DAP e os frutos com coloração totalmente preta, fase 9, foram

observados aos 105 DAP a maior quantidade de frutos com coloração totalmente preta

(Tabela 03).

Tabela 03. Estádios fenológicos, para amoreira-preta cv. Tupy em dias após a poda

com maior freqüência de ocorrência de cada estádio. Data de início e fase

plena de cada um dos estádios. Selvíria-MS, 2007.

ESTÁDIOS FENOLÓGICOS Dias após a poda Início Plena

Brotação 13 10/07 a 17/07

0. Botão fechado 49 15/08 a 22/08

1. Botão aberto 51 17/08 a 24/08

2. Flor aberta 53 19/08 a 26/08

3. Perda de pétalas 56 21/08 a 29/08

4. Inchamento dos frutos com restos florais 62 27/08 a 04/09

5. Inchamento dos frutos sem restos florais 71 04/09 a 13/09

6. Mudança de coloração de verde para avermelhada 93 12/09 a 05/10

7. Totalmente vermelha 99 16/09 a 11/10

8. Início de escurecimento das bagas 102 18/09 a 14/10

9. Totalmente preta 105 20/09 a 17/10

Na Figura 05, observa-se que da fase 0 à fase 3 o intervalo foi bastante curto,

tendo apresentado aproximadamente sete dias. Da fase 4 até a fase 5 durou

aproximadamente nove dias. Da fase 5 até a fase 6 teve o maior intervalo, com

duração de 12 dias. Voltando a ter intervalos mais curtos entre as fases 7, 8 e 9 com

aproximadamente 3 dias entre cada um dos estádios fenológicos.

Da fase 0 a fase 9 houve intervalo de 56 dias (Figura 05). Resultados

semelhantes foram encontrados por Antunes (1999), que ao estudar o comportamento

fenológico de diferentes cultivares de amoreira-preta na região de Poços de Calda,

constatou que para o cultivar Tupy da fase 0 a fase 9 houve duração de 40 dias para o

ano agrícola de 97/98 e 52 dias para o ano agrícola de 98/99. Segundo o autor podem

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ocorrer variações nesse intervalo, de acordo com as condições climáticas do ano

agrícola. Sendo que no ano que houve menor insolação, houve um aumento do

intervalo entre a fase 0 e 9.

A data de início de floração observada na cultura, na região de Selvíria, foram

bastante adiantadas comparadas com as datas encontradas por Antunes (1999), que

na região de Poços de Caldas-MG, para o mesmo cultivar observou que as amoreiras-

pretas só iniciaram o florescimento a partir de outubro, tanto no ano agrícola de 97/98

quanto para 98/99. O adiantamento do florescimento em relação ao encontrado por

Antunes (1999) pode ter ocorrido em função da aplicação de cianamida hidrogenada,

além das influências edafoclimáticas distintas para os dois locais.

Os frutos estavam prontos para serem colhidos 105 dias após a poda (DAP)

(Figura 5).

A floração e colheita dos frutos foram antecipadas em relação ao Rio Grande do

Sul, no qual a floração da amoreira-preta ’Tupy’ dá-se da terceira dezena agosto à

segunda dezena de setembro, e colheita da terceira dezena de novembro à segunda de

dezembro (SANTOS; RASEIRA, 1988).

Foram encontrados na literatura apenas dados comparativos para as fases 0 e 9,

uma vez que para cada um dos estádios fenológicos não foram encontrados.

Na Figura 06 observa-se o desenvolvimento do fruto caracterizado em fases,

segundo Antunes (1999) a partir da emissão do botão floral.

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Figura 05. Número de dias após a poda para a ocorrência dos estádios fenológicos: B-

Brotações. 0- Botão fechado; 1- Botão aberto; 2- Flor aberta; 3- Perda de

pétalas; 4- Inchamento dos frutos com restos florais; 5- Inchamento dos

frutos sem restos florais; 6- Mudança de verde para avermelhada; 7-

Totalmente vermelha; 8- Início de escurecimento das bagas; 9- Totalmente

preta, da amoreira-preta cv. Tupy. Selvíria-MS, 2007.

Considerando os estádios fenológicos à partir da fase de botão fechado, teve

duração em média de 36 dias para a formação completa e amadurecimento dos frutos.

O desenvolvimento dos frutos seguiu rápido até o 8º dia correspondendo a fase 3,

depois teve uma redução no desenvolvimento, permanecendo por 12 dias entre a fase

4 e 5, e retomando um rápido desenvolvimento, a partir do 28º dia, quando se

encontrava na fase 6, chegando a fase 9 após oito dias. Caracterizando uma curva do

tipo dupla sigmóide (Figura 06).

O desenvolvimento dos frutos de botão fechado até fruto maduro, levando em

consideração os dados das fases ao longo do tempo, apresentou uma linha de

tendência do tipo duplo sigmóide (Figura 06).

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Figura 06. Representação fenológica das fases à partir da emissão do botão floral a

fruto maduro em relação ao número de dias com contagem iniciada a partir

da fase 0 para frutos de amoreira-preta cultivada em região tropical. 0-

Botão fechado; 1- Botão aberto; 2- Flor aberta; 3- Perda de pétalas; 4-

Inchamento dos frutos com restos florais; 5- Inchamento dos frutos sem

restos florais; 6- Mudança de verde para avermelhada; 7- Totalmente

vermelha; 8- Início de escurecimento das bagas; 9- Totalmente preta.

Selvíria-MS, 2007.

Antunes (1999), ao observar o comportamento das variedades de amoreira-

preta Seleção 3/97, Brazos, Tupy, Cherokee, Caingangue, Guarani, Ébano e

Comanche, na região de Poços de Caldas, constatou que para os cultivares Brazos,

Tupy e Ébano ocorreram variações entre as safras de 97/98 e 98/99 com diferentes

intervalos entre as fases 0 e 9, o que pode significar maior flexibilidade destas cultivares

em relação as variações ambientais. O intervalo entre fase 0 e 9 para as cultivares

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estudados por Antunes (1999), foi em média de 48,37 para a safra de 97/98 e de 54,62

dias para a safra de 98/99. Para a variedade Tupy o intervalo entre a fase 0 e 9 foi de

40 dias para a safra 97/98 e de 52 dias para a safra 98/99.

Na região ocorreu antecipação de colheita, o que proporciona produção no

período de entressafra , com um maior preço para comercialização das frutas, porém

podem ocorrer modificações de ano pra ano, em função das condições climáticas.

3.4 Conclusões

Na região de Selvíria-MS, no ano agrícola de 2007, para a amoreira-preta,

cultivar Tupy conclui-se que:

O cultivo é viável, com produtividade para o primeiro ano de produção de 3000

kg ha-1

• a amoreira apresenta elevada porcentagem de brotação e concentração

de frutos nas gemas terminais dos ramos;

• é possível o cultivo da amora-preta na região, com possibilidade de

produção no período da entressafra das regiões tradicionais produtoras;

• o ciclo da poda à colheita foi menor que observados nas regiões

tradicionais produtoras;

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4 CURVA DE CRESCIMENTO DA AMORA-PRETA CULTIVAR TUPY

Resumo

A amoreira-preta vem sendo bastante cultivada no Rio Grande do Sul, Santa Catarina,

seu cultivo em São Paulo vem aumentando. Com este trabalho objetivou-se estimar a

curva de crescimento dos frutos, para a amoreira-preta cultivada na região de Selvíria-

MS. O trabalho foi realizado de 28 de setembro a 03 de novembro de 2007 na Fazenda

de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual Paulista – Câmpus de Ilha

Solteira. Foram utilizados 60 botões florais fechados, os quais foram marcados e

avaliados 3 vezes por semana, quanto ao diâmetro, comprimento e coloração, até

chegarem ao ponto de colheita, caracterizada por frutos completamente pretos. A partir

da fase de botão floral fechado, levou em média 36 dias para a formação completa e

amadurecimento dos frutos. As medidas de diâmetro dos frutos ao longo do tempo

observado apresentaram comportamento de uma curva do tipo dupla sigmóide. No

início das medidas que começaram no 8º dia, os frutos apresentavam em média 6 mm

de diâmetro, chegando a 22 mm aos 36 dias sendo colhidos, já que se apresentavam

com as bagas totalmente pretas. Os frutos crescem primeiramente em comprimento e

depois tem início o aumento do diâmetro em taxa um pouco menor em relação ao

aumento do comprimento.

Palavres-chave: amora-preta, desenvolvimento dos frutos

CURVE OF GROWTH OF BLACKBERRY TUPY IN TROPICAL REGION

Abstract

The blackberry is being very grown in Rio Grande do Sul, Santa Catarina, its cultivation

is increasing in Sao Paulo. This work aimed to estimate the growth curve of the fruit to

the blackberry cultivated in tropical regions. The study was conducted at the farm of

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Education, Research and Extension of the Universidade Estadual Paulista - Campus of

Single Island. We used 60 buttons closed, which were tagged and observed 3 times a

week, until they reach the stage of harvest, characterized by black fruits completely. The

development of fruit from the button closed up ripe fruit. From the stage of button closed,

it took on average 36 days to complete the formation and ripening fruit. The measures

diameter of the fruit over time were observed behavior of a polynomial curve of the third

order. At the beginning of the measures (8 days) they had on average 6 mm in diameter,

reaching 22 mm to 36 days being collected, which were already in phase 9 (totally black

berries). The first ftuos show growth in length and then you start increasing the diameter

in a slightly lower rate in relation to the increase in length.

Keywords: blackberry-black, fruit development

4.1 Introdução

Nos últimos anos, tem-se dado grande atenção ao cultivo de pequenas frutas.

Espécies como framboesa, mirtilo e amora-preta, despertam o interesse dos

consumidores e também dos fruticultores, devido não somente às suas propriedades

nutritivas, como também pela alternativa de diversificação da fruticultura na propriedade

(CHAVARRIA et. al, 2004).

O fruto verdadeiro da amoreira é denominado de mini drupa ou drupete, no qual

existe uma pequena semente, sendo que a sua junção forma o que é chamado de fruto

agregado, de coloração negra e sabor ácido a doce ácido (POLING, 1996),. A planta

possui espinhos em seus principais cultivares comerciais, o que exige do fruticultor, na

colheita, muito cuidado com sua integridade física, bem como com a da qualidade do

fruto. São plantas que produzem em ramos de ano, sendo eliminados após a colheita.

Enquanto alguns ramos estão produzindo, outras hastes emergem e crescem,

renovando o material para a próxima produção (FACHINELLO et al., 1994).

O cultivar Tupy produz frutas grandes com peso médio de 6 gramas, de

coloração preta e uniforme, sabor equilibrado em acidez e açúcar, consistente e firme,

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semente pequena, película resistente e aroma ativo (SANTOS; RASEIRA, 1988), pode

ser comercializada na forma in natura, ou transformada em doces e geléias, polpas,

sucos, congeladas (THIER, 2005).

Devido à escassez de trabalhos que abordem o desenvolvimento de frutos de

amora-preta e dada à importância de estudos sobre o assunto, com o presente trabalho

objetivou-se estudar o desenvolvimento de frutos de amora-preta cultivar Tupy na

região de Selvíria-MS.

4.2 Material e Métodos

4.2.1 Caracterização da área experimental

O experimento foi realizado na Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Câmpus de Ilha Solteira, localizada no

município de Selvíria (MS), a 20º24'S. e 51º19'O., com altitude média de 335 m.

O clima da região, segundo a classificação de Köppen é do tipo AW, definido

como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno, apresentando

temperatura média anual de 23,7 ºC e precipitação pluvial média anual de 1.300 mm. O

solo, reclassificado segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos

(EMBRAPA, 1999), é um Latossolo Vermelho distroférrico típico muito argiloso, da

região do cerrado.

A área destinada ao experimento foi implantada em 07 de junho de 2006 e

possui 80 plantas de amoreira-preta, propagadas por estacas cv. Tupy, cultivadas com

ramo único, num espaçamento de 3,0 x 1,0 m, sustentadas em espaldeira em T, com

0,5 m de altura, com densidade de plantio de 3333 plantas ha-1.

Foram realizados irrigação na área, para manter o solo com umidade próximo a

capacidade de campo.

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4.2.2 Implantação da cultura e acompanhamento do experimento

Para determinação das curvas de crescimento dos frutos, no dia 28/09/2007

foram marcados 50 botões florais de mesmo tamanho e posteriormente, a cada dois

dias procederam-se avaliações das medidas de comprimento e diâmetro, iniciadas a

partir da fase de botão fechado até a colheita com os frutos totalmente pretos. Para

estas avaliações foi utilizado paquímetro digital, com precisão de 0,01 mm.

4.3 Resultados e Discussão

4.3.1 Curva de crescimento dos frutos

As medidas de diâmetro e comprimento começaram a ser realizadas a partir do

8º dia após a fase de botão, período caracterizado pela perda de pétalas das flores,

passando o início do inchamento dos frutos, sendo possível realizar medidas de

diâmetro e comprimento.

As medidas de diâmetro dos frutos, ao longo do tempo observado, resultaram

numa equação de terceiro grau ou uma dupla sigmóide (Figura 01).

No início das medidas que se iniciaram a partir do 8º dia, os frutos tinham, em

média, 6 mm de diâmetro; aos 20 dias atingiram, em média 12 mm, se mantendo em

crescimento mais lento até aos 28 dias, data em que tinham, em média, 14 mm de

diâmetro, iniciando uma curva de crescimento acentuado aos 26 dias chegando a 22

mm aos 36 dias (Figura 01) quando foram colhidos, posto que se apresentavam em

ponto de colheita com as bagas totalmente pretas.

Os comprimentos dos frutos em formação ao longo do tempo resultaram uma

linha de tendência de uma curva polinomial de terceiro grau ou dupla sigmóide.

Iniciando no 8º dia com 8 mm de comprimento e apresentando aumento gradual de

comprimento com acréscimo de 2 mm a cada dois dias, atingindo na fase de colheita

com os frutos totalmente pretos o comprimento de 22,75 mm (Figura 02).

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Figura 01. Diâmetro dos frutos em relação aos dias após a emissão do botão floral para

amora-preta. Selvíria-MS, 2007.

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Figura 02. Comprimento dos frutos em formação a partir da queda das pétalas, até a

colheita, contagem iniciada a partir da fase 0 (botão fechado) para frutos de

amoreira-preta. Selvíria-MS, 2007.

Fazendo uma comparação entre as Figuras 01 e 02, observa-se que os frutos

apresentaram um menor tempo para o aumento do comprimento em relação ao

aumento em diâmetro. Os frutos, no ponto de colheita, tinham o comprimento maior que

o diâmetro.

4.4 Conclusões

Nas condições em que foi realizado o trabalho, pode se concluir que:

• os frutos apresentaram curva de crescimento do tipo duplo sigmóide tanto para

comprimento quanto para diâmetro; com maior velocidade de crescimento do 26º

ao 36º dia após a emissão do botão floral.

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5 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DOS FRUTOS DE AMOREIRA-PRETA

CULTIVAR TUPY

Resumo

A amoreira-preta é uma planta rústica que se caracteriza por apresentar frutos de alta

qualidade nutricional. A cultura vem sendo cultivada em vários estados brasileiros,

sendo recomendada como opção para pequenos fruticultores. Porém para que se

possa recomendar seu plantio para uma determinada região é necessário conhecer o

comportamento da mesma para as condições edafo-climáticas locais, bem como

estudar sua produtividade e qualidade de seus frutos. Com este trabalho objetivou-se

avaliar a produtividade e as qualidades físicas e químicas das amoras-pretas cultivar

Tupy. O trabalho foi realizado no município de Selvíria-MS na Fazenda de Ensino,

Pesquisa e Extensão da UNESP. Para estimar a produtividade da cultura que se no

primeiro ano de produção, foram colhidos, contados e analisados frutos de 80 plantas

cultiva Tupy, conduzidas em espaldeira no espaçamento 3,0 x 1,0 m iniciando a

colheita quando tiveram os primeiros frutos com coloração preta e cessando-a quando

se observou diminuição da produção de frutos. As colheitas tiveram início no dia

26/09/2007, terminando no dia 08/11/2008 ficando, portanto a produção distribuída por

43 dias de colheita, quando a produção de frutos diminuiu consideravelmente. O pico

de colheita ocorreu dos 16 aos 21 dias após o início das colheitas, atingindo o máximo

de 500 kg ha-1 aos 21 dias. Valor que corresponde a 17 % do valor total produzido. As

plantas produziram em média 0,9 kg planta-1, totalizando 3.000 kg ha-1. Os frutos

apresentaram massa de 6,6g, teor de sólidos solúveis de 8,6º Brix, acidez titulável de

2,12 % de ácido cítrico de polpa e pH de 3,02. A amoreira-preta apresentou um amplo

período de colheita.

Palavras-chave: Rubus sp., produtividade, cultivar Tupy, amora-preta

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PRODUCTIVITY AND QUALITY OF FRUITS OF BLACKBERRY TUPY

Abstract

The blackberry is a plant that is characterized by rustic lodge fruits of high quality. The

crop is being cultivated in several Brazilian states and is recommended as an option for

small producers. But so that we can recommend a culture for a given region is

necessary to know the behavior of the same conditions for the environment and study its

productivity and quality of fruit produced. With this study aimed to evaluate the

productivity and quality of the physical-chemical-black berry cultivar Tupy, grown in

tropical regions. The study was conducted in the municipality of Selvíria-MS in FEPE

UNESP, Ilha Solteira Campus. To estimate the productivity of culture that is the first year

of production, were collected, counted and analyzed fruits of 80 plants grown Tupy, in

spacing 3.0 x 1, 0 m starting to harvest when they had the first fruits with color and black

ceasing it was observed when a large decrease in production of fruit. The harvest began

on 26/09/2007, which corresponds to 84 days after pruning ending on 08/11/2008

getting so the production was distributed by 43 days of harvest when the fruit production

has fallen considerably. The maximum of production occurred from 16 to 21 days after

the beginning of harvest, reaching a maximum of 500 kg ha-1 to 21 days. It’s 17% of the

total amount produced. Each plant produced 0.9 kg, totaling 3000 kg ha-1. The fruits

were mass of 6.6 g. Soluble solids content of 8.6 ° Brix, acidity of 2.12% citric acid and

and pH 3.02. The blackberry presented a broad period of harvest.

Key words: Rubus sp., Productivity, cultivate Tupy, blackberry

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5.1 Introdução

A amoreira-preta é considerada como uma planta rústica, apresenta frutas de

alta qualidade nutricional e valor econômico significativo, cujo cultivo vem crescendo

nos estados do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Em Minas Gerais, suas qualidades

agronômicas vêm sendo trabalhadas como uma das opções para a pequena

propriedade agrícola (ANTUNES, 2002).

Apresenta como características da forma in natura, alto conteúdo de água, 10 %

de carboidratos, elevado conteúdo de minerais, vitaminas B, A e cálcio (ANTUNES,

2002), contém ainda cerca de 20 mg 100g-1 de vitamina C, quantidade relativamente

baixa se comparada com outras pequenas frutas como framboesa com 30 mg 100g-1 e

morango com 80 mg 100g-1 (AGAR et al., 1997).

A amora-preta contém compostos polifenólicos, principalmente antocianinas e

flavonóis (GRANADA et al., 2001). Os extratos dos frutos tem efeito anti-mutagênico

(TATE et al., 2006) e anticarcinogênico para as linhagens humanas de câncer de útero,

câncer de cólon (LAZZE et al., 2004), câncer oral, câncer de mama, câncer de próstata

(SEERAM et al., 2006) e câncer de pulmão (DING et al., 2006). A amora-preta contém

pectina em abundância, uma fibra solúvel que ajuda a reduzir os níveis de colesterol no

sangue, atuando na prevenção de enfermidades cardiovasculares e circulatórias

(STOCLET et al., 2004), no combate a osteoporose, devido a sua concentração

elevada de cálcio em média de 46mg 100g-1 fruto (TODA FRUTA, 2006) no diabetes e

no mal de Alzheimer (ABDILLE et al., 2005). É muito recomendável aos que têm o

organismo saturado de ácidos, como os que sofrem de reumatismo, gota e artrite

(TODA FRUTA, 2006).

Seu consumo, assim como o restante das pequenas frutas, pode ser de

diferentes maneiras como na forma in natura, ou transformados em doces e geléias,

polpas, sucos, congeladas, dentre outros (THIER, 2005).

O cultivar Tupy é resultado do cruzamento entre os cultivares Uruguai x

Comanche, realizado na EMBRAPA Clima Temperado em 1982. Apresenta plantas de

porte ereto, com espinhos. Produz frutas grandes com peso médio de 6 gramas,

coloração preta e uniforme, sabor equilibrado em acidez e açúcar, consistente e firme,

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semente pequena, película resistente e aroma ativo. É recomendado para o consumo in

natura pelo fato de apresentar baixa acidez, em média 1% de ácido cítrico (SANTOS;

RASEIRA, 1988).

A produção de amora-preta para regiões de clima temperado é de 5.000, 7.500,

12.000 kg ha-1 para o primeiro, segundo e terceiro ano de produção, respectivamente.

O cultivo de amora-preta é permanente e a vida econômica de culturas bem

trabalhadas varia de doze a quinze anos (SANTOS et al., 1997).

Devido à escassez de trabalhos sobre a cultura na região, este trabalho

objetivou-se estudar a produtividade da cultura e a qualidade dos frutos de amoreira-

preta, cultivados na região de Selvíria-MS.

5.2 Material e Métodos

5.2.1 Caracterização da área experimental

O experimento foi realizado na Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão da

Universidade Estadual Paulista (UNESP) - Câmpus de Ilha Solteira, localizada no

município de Selvíria (MS), a 20º24'S. e 51º19'O., com altitude média de 335 m.

O clima da região, segundo a classificação de Köppen é do tipo AW, é definido

como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no inverno, apresentando

temperatura média anual de 23,7 ºC e precipitação pluvial média anual de 1.300 mm. O

solo, reclassificado segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos

(EMBRAPA, 1999), é um Latossolo Vermelho distroférrico típico muito argiloso, da

região do cerrado.

A área destinada ao experimento foi implantada em 07 de junho de 2006 e

possui 80 plantas de amoreira-preta, propagadas por estacas cv. Tupy, cultivadas com

ramo único, num espaçamento de 3,0 x 1,0 m, sustentadas em espaldeira em T, com

0,5 m de altura, com densidade de plantio de 3333 plantas ha-1.

Foram realizados irrigação na área, para manter o solo com umidade próximo a

capacidade de campo.

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5.2.2 Características avaliadas

5.2.2.1 Produtividade

Para avaliar a produtividade de amoreiras-pretas cultivar Tupy, foram realizadas a

cada dois dias, as colheitas manuais dos frutos.

Como tratos culturais foram realizadas a poda com 11 gemas/ramos (04/07/2007),

capinas freqüentes para eliminação de plantas daninhas e brotações da cultura na

entrelinha, além da aplicação de cianamida hidrogenada a 4%, sendo pulverizada nos

ramos até o escorrimento, um dia após a poda.

As colheitas foram realizadas no período de 26/09/2007 a 08/11/2007. O período

de colheita total foi de 42 dias, tendo cessado as colheitas quando as plantas

apresentavam baixa produção de frutos, o que torna inviável a colheita. Para estimar a

produção os frutos foram contados e pesados a cada colheita.

5.2.2.2 Características físicas e químicas dos frutos

No pico de colheita em 11/10/2007, com 100 dias após a poda, realizou-se as

análises físico-químicas para avaliar a qualidade dos frutos quanto às características

físicas como: diâmetro, comprimento e massa; e características químicas como: teor de

sólidos solúveis, acidez titulável e pH.

Para essas analises utilizaram-se 120 frutos colhidos ao acaso, de coloração

preta, típica da variedade quando madura.

As análises foram realizadas no laboratório de Tecnologia de Alimentos, do

Departamento de Fitotecnia, Tecnologia de alimentos e Sócio-economia da Faculdade

de Engenharia, UNESP, Câmpus de Ilha Solteira.

Diâmetro dos frutos: Determinado com o auxílio de um paquímetro com 0,01mm de

precisão.

Massa: Avaliada com o auxílio de uma balança de precisão (0,01 g), e expresso em

gramas (g).

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Teor de Sólidos Solúveis (SS): Determinado transferindo-se uma gota do suco da

fruta para o prisma do Refratômetro de Abbe Carl Zeiss e efetuando-se a leitura. Tal

leitura foi corrigida pela tabela de conversão à temperatura de 20 °C, e expresso em

°Brix (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 1985).

Acidez titulável (AT): Determinada por titulação com solução de hidróxido de sódio,

NaOH 0,1 N, de 5 g de suco mais 25 ml de água destilada. O cálculo da acidez foi

realizado segundo as Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz (1985) e expresso em

% de ácido cítrico.

pH: foi determinado utilizando-se 50 mL de suco da fruta, com o auxílio de um

potenciômetro com eletrodo de vidro.

5.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.3.1 Produtividade

As colheitas tiveram início no dia 26 de setembro de 2007, cessando-as no dia 08

de novembro de 2007, quando a produção estava muito baixa em média de 60 kg/ha, o

que inviabilizava a colheita. O período de colheita foi de 43 dias.

O pico de produção ocorreu dos 100 aos 106 dias após a poda, atingindo o

máximo de 500 kg ha-1 aos 106 dias. Valor que corresponde a 17 % do valor total

produzido.

Na Figura 01, observa-se a distribuição da produção da fruta em kg ha-1 e na

Figura 02 em porcentagem, durante o período de colheitas.

Ao iniciar a colheita, a produtividade foi de aproximadamente 80 kg ha-1, com o

passar do tempo à quantidade de frutos colhidos foi sendo crescente, até atingir o pico

de produção aos 106 dias de colheita, com 500 kg há-1, após esse pico de produção

teve tendência a diminuição de forma lenta e gradativa da quantidade de frutos

colhidos, chegando ao final da colheita, com aproximadamente 50 kg ha-1, o que tornou

inviável a colheita devido à pequena quantidade de frutos em ponto de colheita (Figura

01).

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Mesmo utilizando o regulador cianamida hidrogenada, não houve concentração da

colheita, já que as plantas emitiram flores durante um longo período.

As plantas produziram em média 0,9 kg planta-1, totalizando 3.000 kg ha-1.

Valores estes inferiores aqueles citados por Santos et al. (1997) em que a produtividade

de amora-preta para regiões de clima temperado para primeiro ano é de 5.000 kg ha-1,

sendo portanto os valor encontrado para a cultura, em primeiro ano de produção abaixo

dos observados pelos autores.

Os dados de produtividade obtidos neste trabalho estão abaixo daqueles citados

por Santos et al. (1997), o que provavelmente deve ter o corrido em função da diferença

das condições climáticas, épocas de poda e colheita e diferença no sistema de manejo

utilizado.

A produtividade foi baixa em relação as demais regiões produtoras, porém, o fato

da produção ser antecipada viabiliza a produção, uma vez que na entressafra das

demais regiões produtoras o preço de venda da fruta é maior.

Fazendo a correspondência da quantidade de frutos colhidos por colheita para

porcentagem tem-se a Figura 02, na qual se observa o mesmo comportamento da

Figura 01, porém com dados de produção relativa para facilitar a visualização da

produção em relação ao total colhido.

Na Figura 02 é possível visualizar início da colheita, período de pico de

produção, bem como a produção relativa em porcentagem para todo o período de

colheita.

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Figura 01. Distribuição da produção de amora-preta cultivar Tupy no primeiro ano de

produção (kg ha-1) ao longo do período de colheita. Selvíria-MS, 2007.

Figura 02. Distribuição da produção relativa de amora-preta cultivar Tupy no primeiro

ano de produção (%) ao longo do período de colheita. Selvíria-MS, 2007.

P

rodu

ção

rela

tiva

de a

mor

a-pr

eta

(%)

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5.1.1. Características físicas e químicas dos frutos

Foram mensuradas as características físicas: massa em g, diâmetro em mm e

comprimento dos frutos em mm e as químicas: pH, acidez titulável (AT) em % ácido

cítrico e sólidos solúveis (SS) em ºBrix dos frutos, os dados são estão apresentados na

Tabela 01.

Tabela 01. Médias de massa, diâmetro, comprimento, pH, Acidez Titulável (AT) e

Sólidos Solúveis (SS), de amora-preta, cultivar Tupy. Selvíria-MS, 2007.

Massa

(g)

Diâmetro Comprimento pH

AT

(% de ácido cítrico)

SS

(oBrix) (mm)

6,6 21,25 25,75 3,02 1,12 8,6

Os frutos apresentaram massa de 6,6 g, com diâmetro médio de 21,25 mm e

comprimento de 25,75 mm.

Foram observados pH de 3,02, teor de sólidos solúveis totais de 8,6 ºBrix e

acidez titulável de 1,12 % de ácido cítrico.

O valor da massa observado neste trabalho, em média 6,6 g corrobora com os

dados da descrição da cultivar Tupy descritos por Santos e Raseira (1988) que o

descrevem como um cultivar que produz frutos grandes com média de 6 gramas.

Os valores 3,02 de pH diferem dos valores encontrados por Torres (2007) que

para a mesma região de cultivo a amora-preta apresentou-se com pH de 2,62, menor

que o observado neste trabalho, provavelmente devido ao ponto de colheita realizado

por Torres ter sido antecipado em relação ao ponto de colheita realizado neste trabalho.

O valor encontrado para acidez titulável corroboram com os valores observados

por Torres (2007), para a mesma região de estudo deste trabalho, que encontrou

valores de 1,2 % de ácido cítrico de polpa para frutos de amora-preta.

De acordo com Antunes (2003), os teores de sólidos solúveis para o cultivar

Tupy estão entre 9 e 10 ºBrix, e o valor encontrado neste trabalho foi menor, em média

8,6. Porém maior que os observados por Torres (2007) para os frutos de amora-preta

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na mesma região de estudo deste trabalho, que encontrou valores próximos de 5º Brix

para sólidos solúveis.

5.4 Conclusões

Conclui-se que a amora-preta cultivar Tupy, na região de Selvíria (MS)

apresentou um grande intervalo de colheita, e produtividade de 3000kg ha-1. Porém

levando em consideração o valor pagos pelos frutos no mercado, já que a produção

ocorre na entressafra das demais regiões produtoras, é viável economicamente o

cultivo da cultura na região, podendo a mesma ser recomendada para fruticultores da

região.

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6 ANÁLISE ECONÔMICA DA IMPLANTAÇÃO E PRODUÇÃO DE AMORA-PRETA

CULTIVAR TUPY

RESUMO

O cultivo da amora-preta é recente no Brasil. A espécie apresenta elevada

adaptabilidade, baixa exigência em acúmulo de horas de frio, facilidade de manejo,

rusticidade e pouca utilização de defensivos agrícolas. De acordo com dados da cultura

em Minas Gerais, o cultivo da amora-preta tem se mostrado promissor, conseguindo

uma produção antecipada em relação à maioria das tradicionais regiões produtoras,

favorecendo o alcance do mercado consumidor e a rentabilidade do cultivo. É uma fruta

que vem despertando elevada atenção dos consumidores devido à presença de

compostos fenólicos com propriedades antioxidantes. Com este trabalho objetivou-se

analisar economicamente o custo de implantação e primeiro ano de produção da

amora-preta cultivar Tupy, na região de Selvíria-MS. Para estimar a matriz de

coeficientes técnicos, os custos de produção e indicadores de lucratividade, os preços

de venda foram levantados junto a um fruticultor e o restante dos dados de um

experimento implantado na Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão da Universidade

Estadual Paulista (UNESP) - Câmpus de Ilha Solteira, localizada no município de

Selvíria – MS no ano de 2007. Com base nos resultados obtidos no primeiro ano de

produção, conclui-se que a cultura da amoreira-preta na região possui alto índice de

lucratividade; não apresenta custos de produção e manutenção tão elevados; o item

que mais contribui para os custos na implantação são as mudas e na manutenção é a

mão-de-obra utilizada para colheita.

Palavra chave: custo de produção, lucratividade, Rubus sp

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ECONOMIC ANALYSIS OF BLACKBERRY CROP ESTABLISHEMENT, TUPY CULTIVAR

Abstract

Growing blackberry is quite recent in Brazil. The species gets easily adapted, does not

demand very cold weather or the high use of agrochemicals. According to the obtained

data for crops in Minas Gerais, growing blackberry has proved to be promising,

achieving an earlier yield when compared to the other traditional producing areas,

favoring consumers and yields. This fruit has drawn the attention of the consumers due

to the presence of phenolic compounds with anti-oxidizing features. This research was

aimed at analysing blackberry crops economically, grown for the first year in Selvíria-

MS. In order to estimate the technical coefficients matrix, the producing costs and the

profitability indicatives, the prices were surveyed from a producer and the rest of the

data were obtained from an experiment carried out on UNESP's farm, Ilha Solteira

campus, in Selvíria-MS, in 2007. According to the data and the calculated costs, the first

yield, which takes place in the second year after the crop establishment, provides a high

profitability index and may, therefore, be recommended as an alternative crop for

smallholders.

Index terms: producing costs, profitability, Rubus sp.

6.1 Introdução

A amoreira-preta faz parte de um grande grupo de plantas do gênero Rubus.

Este gênero pertence à família Rosaceae, na qual existem outros gêneros de

importância como Malus, Prunus, Pyrus dentre outros para a fruticultura brasileira

(ANTUNES, 2002).

O fruto da amoreira-preta contém 85 % de água, 10 % de carboidratos, além de

ser fonte de compostos funcionais, como ácido elágico e antocianinas (ANTUNES et al.,

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2002). Os frutos podem ser utilizados para consumo in natura, ou para elaboração de

geléias, doces, sorvetes e polpas.

O cultivo comercial da amora-preta no Brasil teve início na década de 70 pela

Embrapa Clima Temperado. A cultura encontra-se difundida nos Estados do Sul e

Sudeste; e dentre as pequenas frutas, perde apenas para o morango em produção e

área cultivada, com 1.300 toneladas e 110 hectares respectivamente (PAGOT;

HOFFMANN, 2003).

A espécie apresenta elevada adaptabilidade e baixa exigência em acúmulo de

frio. Os resultados obtidos na região serrana de Minas Gerais, próxima a Poços de

Caldas, têm sido promissores, possibilitando produção antecipada em relação à maioria

das tradicionais regiões produtoras, favorecendo o alcance do mercado e a

rentabilidade do cultivo (PAGOT; HOFFMANN, 2003).

Trata-se de uma planta rústica, que apresenta frutas de alta qualidade nutricional

e valor econômico significativo, cujo cultivo vem crescendo nos Estados do Rio Grande

do Sul e São Paulo. Em Minas Gerais, suas qualidades agronômicas vêm sendo

trabalhadas como uma das opções para a pequena propriedade agrícola (ANTUNES,

2002).

No Estado de São Paulo, a região de Campos do Jordão é a mais representativa

e em Minas Gerais os primeiros plantios estão sendo realizados em Caldas, Baependi e

Barbacena. Regiões de clima temperado de altitude são as preferencialmente

exploradas (PIO et al., 2008).

No Rio Grande do Sul, a amoreira-preta tem tido grande aceitação pelos

fruticultores, devido ao baixo custo de produção, facilidade de manejo, rusticidade e

pouca utilização de defensivos agrícolas. A produtividade pode alcançar até 10.000 kg

ha-1 ano-1 (ANTUNES, 2002). Segundo Santos et al. (1997) a produção de amoreira-

preta para regiões de clima temperado é de 5.000, 7.500, 12.000 kg ha-1 para o

primeiro, segundo e terceiro ano de produção, respectivamente.

O cultivo de amoreira-preta é permanente e a vida econômica de culturas bem

trabalhadas varia de doze a quinze anos (SANTOS et al., 1997).

Informações sobre produção e comercialização de amora-preta, no Brasil, são

escassas (ANTUNES, 2002). Entretanto, segundo dados apresentados pela CEASA-

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RS, com relação a preços e volume da fruta, na safra gaúcha de 2006 iniciada em

outubro, a fruta alcançou preços de US$ 3,03, 1,31 e 1,24, em outubro, novembro e

dezembro, respectivamente (CENTRAIS DE ABASTECIMENTO DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL- CEASA-RS, 2007). Pode haver alguma oferta sazonal, como em

agosto de 1997, em que o preço do quilo da amora-preta alcançou US$ 4,58, frutas

estas provenientes de São Paulo (ANTUNES, 2002). No entanto, para o ano de 2005,

todo volume de amora preta ofertada no CEASA-RS, foi de origem gaúcha (CENTRAIS

DE ABASTECIMENTO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL- CEASA-RS, 2007).

Embora seja caracterizada como uma fruteira rústica, com baixos custos de

implantação e manutenção, tais informações são escassas.

Com este trabalho objetivou-se avaliar o custo de produção e índice de

lucratividade da cultura da amoreira-preta na região de Selvíria-MS, custo de

implantação e manutenção do primeiro ano de produção, e analisar a viabilidade da

mesma como uma cultura alternativa na região.

6.2 Material e Métodos

O levantamento de dados foi realizado em Selvíria-MS, durante o ano de 2007

de um experimento de primeiro ano de produção com 2 anos de idade realizado na

Fazenda de Ensino Pesquisa e Extensão , da Universidade Estadual Paulista (UNESP)

- Câmpus de Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria-MS, a 20º24'S. e

51º19'O., com altitude média de 335 m e à partir de entrevistas junto a um fruticultor

iniciante no cultivo da fruta no município de Ilha Solteira-SP do qual foram levantados

dados de preços de venda.

O clima da região é classificado como clima tropical úmido com estação chuvosa

no verão e seca no inverno (Aw de Köppen), apresentando temperatura média anual de

23,7 ºC e precipitação pluvial média anual de 1.300 mm. O solo, reclassificado segundo

o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), é um Latossolo

Vermelho distroférrico típico muito argiloso, cuja vegetação original era cerrado.

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A área destinada ao experimento foi implantada em 07 de junho de 2006 e

possui 80 plantas de amoreira-preta, propagadas por estacas cv. Tupy, cultivadas com

ramo único, num espaçamento de 3,0 x 1,0 m, sustentadas em espaldeira em T, com

0,5 m de altura, com densidade de plantio de 3.333 plantas ha-1.

Os tratos culturais realizados na cultura durante a realização do experimento

foram os convencionais recomendados para a cultura nas regiões tradicionais

produtoras.

Para o cálculo da implantação da cultura, considerou-se para gradagem, aração,

calagem, grade niveladora , perfuração dos mourões e montagem a hora máquina de

um trator de 75 cv. 4x2. Para as demais operações mecanizadas, utilizou-se para o

cálculo a hora máquina de um trator com 14cv. 4x2.

Durante o período de realização deste trabalho, foi auferido levantamento dos

tratos culturais e dos insumos e defensivos utilizados para obter o custo operacional de

produção, seguindo a estrutura utilizada pelo Instituto de Economia Agrícola - IEA,

conforme Matsunaga et al. (1976). Para determinação do custo operacional efetivo

(COE), são inclusas as despesas variáveis, representadas pelos dispêndios em dinheiro

com operações mecanizadas, operações manuais e material utilizado. Acrescentando-

se ao COE, outras despesas operacionais, juros de custeio no caso do custo de

implantação e para o primeiro ano de produção, além destes, considerou-se também as

depreciações do pomar e da espaldeira, obtendo-se o custo operacional total (COT).

Nas operações referentes ao sistema de cultivo, foram computados materiais

consumidos e o tempo necessário de máquinas e mão-de-obra para a realização de

cada operação, definindo os coeficientes técnicos em termos de hora máquina, homem

dia e as quantidades utilizadas dos materiais por unidade de área. Os preços médios

foram coletados na região em Real (R$).

Para as despesas manuais considerou-se o valor da diária na região de R$

25,00, a taxa de 8,75 % ao ano sobre a metade do custo operacional efetivo como juros

de custeio e 5 % sobre o COE para outras despesas operacionais.

As depreciações foram calculadas utilizando-se o método linear. Considerou-se

10 anos como vida útil total da amoreira.

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Os dados de produção foram utilizados para estimar os custos com a colheita,

embalagem e para estimar o custo por quilo e o índice de lucratividade.

As colheitas foram realizadas de 26 de setembro a 8 de novembro de 2007, em

intervalos de dois dias entre colheitas, sendo considerado para colheita as frutas que

apresentavam-se com coloração preta.

Para analisar a lucratividade da cultura, foi estimada a receita bruta como o

resultado da quantidade de produção multiplicada pelo preço de venda obtido na feira

local; o lucro operacional foi estimado pela diferença entre a receita bruta e o custo

operacional total (COT) e o índice de lucratividade igual à proporção da receita bruta

que se constitui em recursos disponíveis, conforme recomenda Martin et al. (1997).

6.3 Resultados e Discussão

O valor do investimento inicial em materiais para implantação e construção da

espaldeira em 1 ha, foi de R$ 5.945,40 (Tabela 01). As despesas com os mourões de

eucalipto tratado representaram 81,6 % do total. O tempo estimado para depreciação

da espaldeira foi de 10 anos totalizando R$ 594,54 de depreciação anual.

Tabela 01. Descrição dos materiais quantidade e valor em reais para a montagem de 1

ha de espaldeira para sustentação de amoreira preta, espaçamento de 3,0 x

1,0 m, com densidade de plantio de 3.333 plantas ha-1. Selvíria-MS, 2007.

Decrição – Materiais Unidade Valor unitário (R$) Quant. Valor Total

(R$)

Mourões de eucalipto tratado (1,5mx0,1m) un 7,00 693 4.851,00 Ripas de madeira m 0,80 693 554,40 Arame 8 kg 6,00 90 540,00 Total 5.945,40

O custo operacional total do 1° ano de implantação da cultura foi de R$ 8.792,66,

os itens que mais contribuíram com o valor do COT foram as mudas com 38,26%,

seguida dos fertilizantes que representaram 22,23 %, (Tabela 02).

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Tabela 02. Descrição das operações e materiais, especificação das unidades, valor

unitário, quantidade e valor total para implantação e condução de 1° ano de

amoreira preta. Valores estimados para 1 ha, com densidade de plantio de

3.333 plantas ha-1. Selvíria-MS, 2007.

DESCRIÇÃO Especificação Valor un. Qtde Total (R$) %

A- OPERAÇÕES MECANIZADAS

a1. Preparo do solo

Gradagem HM 42,00 0,86 36,12 0,41

Aração HM 42,00 2 84,00 0,96

Calagem HM 42,00 1,3 54,60 0,63

Grade niveladora HM 42,00 0,84 35,28 0,41

a2. Implantação

Perfuração para mourões HM 42,00 6 252,00 2,89

Montagem dos mourões HM 42,00 3 126,00 1,45

a3. Tratos Culturais

Roçada mecânica (2x) HM 19,00 6 114,00 1,31

Subtotal A 702,00 8,06

B- OPERAÇÕES MANUAIS

b1. Preparo do solo

Calagem HD 25,00 5 125,00 1,44

Adubação das covas HD 25,00 4 100,00 1,15

b2. Implantação

Perfuração das covas de plantio HD 25,00 2 50,00 0,57

Montagem dos mourões HD 25,00 3 75,00 0,86

Plantio HD 25,00 3 75,00 0,86

Tutoramento HD 25,00 2 50,00 0,57

b3. Tratos culturais

Adubação HD 25,00 2 50,00 0,57

Capina química (3x) HD 25,00 3 75,00 0,86

Capina manual (3x) HD 25,00 9 225,00 2,58

Aplicação de formicida HD 25,00 1 25,00 0,29

Subtotal B 850,00 9,76

C. MATERIAL

c1.Fertilizantes

Calcário t 95,00 2 190,00 2,18

Esterco de curral t 25,00 1,6 40,00 0,46

Super simples t 450,00 1 450,00 5,17

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Continuação Tabela 02

Cloreto de Potássio kg 1,13 264 297,79 3,42

Formula 8-28-16 t 1.173,34 1,65 1.936,01 22,23

c2. Mudas

Mudas un 1,00 3.333 3.333,00 38,26

c3. Fitossanitários

Glifosato (3x) L 25,00 6 150,00 1,72

Formicida kg 7,60 2 15,20 0,17

Subtotal C 6.412,00 73,61

Custo operacional efetivo (C.O.E.) 7.964,00 91,43

Outras despesas 398,20 4,57

Juros de custeio 348,43 4,00

Custo operacional total (C.O.T.) 8.710,63

No segundo ano da cultura, teve início a colheita dos frutos, com rendimento

estimado de 3.000 kg ha-1, valores abaixo do encontrado por Santos et al. (1997) em

que a produtividade de amora-preta para regiões de clima temperado, ao sul do Brasil,

para primeiro ano é de 5.000 kg ha-1. Essa menor produtividade ocorre provavelmente

devido a diferença climática, sendo as temperaturas na região de Selvíria muito

elevadas, diferente das condições originais do centro de origem da espécie, favoráveis

ao cultivo da amoreira-preta.

Com o início de produção, foram computados os custos com as colheitas e as

embalagens. As colheitas para o mercado in natura foram realizadas de dois em dois

dias, totalizando aproximadamente 20 colheitas no período de produção, sendo

necessários 2 homens dia-1 para cada colheita.

Ao iniciar a produção o item de maior custo passa a ser o adubo e a mão de obra

com as colheitas.

O COT para o 2° ano foi de R$ 6.467,50 para este ano o item de maior custo foi

o adubo formulado, representando 28,06 % seguido da mão-de-obra com a colheita,

que contribuiu com 15,46 % do COT. O preço por kg de amora-preta produzida no

2°ano foi de R$ 1,62 (Tabela 03).

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Tabela 03. Descrição das operações e materiais, especificação das unidades, valor

unitário, quantidade e valor total para 2° ano de amora-preta. Valores

estimados para 1 ha, com densidade de plantio de 3.333 plantas ha-1, com

produção de 3.000 kg ha-1. Selvíria-MS, 2007.

DESCRIÇÃO Especificação Valor un. Qtde Total (R$) %

A- OPERAÇÕES MECANIZADAS

a3. Tratos Culturais

Roçada mecânica (2x) HM 19,00 6 114,00 1,76

a4. Colheita

Colheita HM 19,00 15 285,00 4,41

Subtotal A 399,00 6,17

B- OPERAÇÕES MANUAIS

b3. tratos culturais

Poda HD 25,00 4 100,00 1,55

Adubação HD 25,00 2 50,00 0,77

Capina química (3x) HD 25,00 3 75,00 1,16

Capina manual (3x) HD 25,00 9 225,00 3,48

Pulverização de cianamida hidrogenada HD 25,00 3 75,00 1,16

Aplicação de formicida HD 25,00 1 25,00 0,39

b4. Colheita

Colheita (20x) HD 25,00 40 1.000,00 15,46

Subtotal B 1.550,00 23,97

C. MATERIAL

c1.Fertilizantes

Esterco de curral t 25,00 1,6 40,00 0,62

Formula 20-5-20 t 1.100,00 1,65 1815,00 28,06

c3. Fitossanitários

Glifosato (3x) L 25,00 6 150,00 2,32

Formicida kg 7,60 2 15,20 0,24

Cianamida hidrogenada L 38,00 8 304,00 4,70

c4. Colheita

Embalagens un 0,20 1.500 300,00 4,64

Subtotal C 2.624,20 40,58

Custo operacional efetivo (C.O.E.) 4.573,20 70,71

Outras despesas 228,66 3,54

Juros de custeio 200,08 3,09

Depreciação do pomar 871,06 13,47

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Continuação Tabela 03

Depreciação da espaldeira 594,50 9,19

Custo operacional total (C.O.T.) 6.467,50

Custo por Kg 2,16

Considerando-se a produtividade média obtida para no segundo ano da cultura,

ou seja, 1º ano de produção, que foi de 3.000 kg ha-1, com o preço de venda obtido na

feira local de R$ 10,00, a Receita bruta foi de R$ 30.000,00, sendo o lucro operacional

de R$ 23.532,50, já que o custo operacional do segundo ano da cultura foi de R$

6.467,50. Obtendo-se, portanto, o índice de lucratividade de 78,44 % e o preço de

equilíbrio de R$ 2,16 (Tabela 04).

Tabela 04 – Estimativa ha-1 ano-1 de produção, preços e índice de lucratividade

para o segundo ano da cultura da amora-preta. Selvíria-MS, 2007. Especificação 2° Ano

Produtividade obtida na região (kg ha-1) 3.000,00

Preço médio obtido na região (R$ kg-1) 10,00

Receita bruta obtida na região (R$) 30.000,00

Custo operacional total (R$) 6.467,50

Lucro operacional (R$) 23.532,50

Índice de lucratividade (%) 78,44

Preço de equilíbrio (R$) 2,16

Considerando-se os custos de implantação, assim como os custos com a

manutenção da cultura, o elevado índice de lucratividade e facilidade de manejo, esta

pode ser recomendada como cultura alternativa para pequenos fruticultores da região,

porém mais estudos devem ser feitos avaliando-se a produtividade média obtidas nos

anos subseqüentes na região o consumo da fruta no mercado regional, além da

possibilidade de processamento dos frutos pelo produtor, agregando valor ao produto.

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6.4 Conclusões

Com base nos resultados obtidos no primeiro ano de produção, conclui-se que:

• a cultura da amoreira-preta na região possui alto índice de lucratividade;

• não apresenta custos de produção e manutenção tão elevados.

• o item que mais contribui para os custos na implantação são as mudas e na

manutenção é a mão-de-obra utilizada para colheita;

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7 CONCLUSÕES GERAIS

Com os dados do trabalho realizado, conclui-se que a amoreira-preta na região

apresenta fácil manejo, baixo custo de implantação e manutenção. O cultivar apresenta

colheitas antecipadas em relação às áreas tradicionais produtoras, podendo ser

recomendada como cultura alternativa para a região. Dados para os próximos anos de

produção da cultura na região devem ser analisados para melhores conclusões.

Novas pesquisas devem ser realizadas:

• Formas de sustentação e podas para a cultura na região.

• Visando analisar a pós-colheita da fruta, que é delicada e precisa de

cuidados especiais no manuseio.

• Processamento da fruta, para agregação de valores ao produto, visando o

aumento da renda do produtor, e o aproveitamento da produção.

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APENDICE

Figura 01- Valores mensais de precipitação, umidade relativa e temperatura no período

de julho a novembro de 2007. Selvíria –MS.