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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Para gostar de ler: identidade e sociedade
AutorAlaine Costa Nader Perusso
Escola de Atuação Escola Estadual João XXIII Ensino Fundamental
Município da escola São Jerônimo da Serra
Núcleo Regional de Educação
Cornélio Procópio
Orientador Dr. Thiago Alves Valente
Instituição de Ensino Superior
Universidade Estadual do Norte do Paraná
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Produção Didáticopedagógica
Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Disciplinas de História e Arte.
Público Alvo Alunos da 6ª série A, período matutino, do Ensino
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
Fundamental.
Localização A Escola Estadual João XXIII Ensino Fundamental
situada na Rua João Pedro Proença, nº500. CEP
86270.000 – São Jerônimo da Serra.
Apresentação: Visto que os alunos do Ensino Fundamental não
possuem o hábito de ler, este trabalho tem como objetivo
incentivar a leitura, criando estratégias e técnicas que
seduzam para o prazer de ler, buscando conhecimentos
para a formação do senso crítico e despertando uma
nova consciência sobre a importância da leitura,
ampliando e transformando sua visão de mundo através
da leitura literária. O acesso aos mais variados textos
possibilita aos alunos estabelecer relações em diferentes
níveis, fornecendo requisitos para que consiga interpretar
o que se lê e possa criar, utilizandose dos
conhecimentos adquiridos através dela. A obra literária
traz uma intertextualidade percebida nos temas, nas
diferentes épocas e nos diálogos constantes entre
obra/autor /leitor. E para a literatura infantil é atribuída a
responsabilidade na formação da consciência de mundo
das crianças e dos jovens. O método a ser utilizado será
o Recepcional, autoras Bordini e Aguiar (1988).
Processase em cinco etapas, favorecendo sempre a
interação entre o texto e o leitor, atribuindo sentido ao
texto e viabilizando a quebra da mesmice que há na
constante confirmação de expectativas. Avaliação do
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
método deve ser uma leitura mais exigente que a inicial
em termos estéticos e ideológicos.
Palavraschave (3 a 5 palavras) Formação leitor; leitura; método Recepcional; prática escolar.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
ALAINE COSTA NADER PERUSSO
PARA GOSTAR DE LER: IDENTIDADE E SOCIEDADE
SÃO JERÔNIMO DA SERRA PR2011
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
ALAINE COSTA NADER PERUSSO
PARA GOSTAR DE LER: IDENTIDADE E
SOCIEDADE
Unidade Didática apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, sob orientação do professor Dr. Thiago Alves Valente.
SÃO JERÕNIMO DA SERRA PR2011
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ Campus de Cornélio Procópio
CENTRO DE LETRAS, COMUNICAÇÃO E ARTES
UNIDADE 01
Para gostar de ler: identidade e sociedadeAlaine Costa Nader Perusso
Apresentação
A sistematização desta unidade didática tem como objetivo auxiliar o
professor PDE na implementação do seu projeto em sala de aula, no terceiro
período do Programa Desenvolvimento de Educação.
Visto que os alunos do Ensino Fundamental não possuem o hábito de ler,
este trabalho tem como objetivo incentivar a leitura, criando estratégias e técnicas
que seduzam para o prazer de ler, buscando conhecimentos para a formação do
senso crítico e despertando uma nova consciência sobre a importância da leitura,
ampliando e transformando sua visão de mundo através da leitura literária. O acesso
aos mais variados textos possibilita aos alunos estabelecer relações em diferentes
níveis, fornecendo requisitos para que consiga interpretar o que se lê e possa criar,
utilizandose dos conhecimentos adquiridos através dela. Embora todos os gêneros
textuais sejam importantes, a obra literária traz uma intertextualidade percebida nos
temas, nas diferentes épocas e nos diálogos constantes entre obra/autor /leitor. E
para a literatura infantil é atribuída a responsabilidade na formação da consciência
de mundo das crianças e dos jovens.
A riqueza polissêmica da literatura é um campo de plena liberdade para o leitor, o que não ocorre em outros textos. Daí provém o próprio prazer pela leitura, uma vez que ela mobiliza mais intensa e inteiramente a consciência do leitor, sem obrigálo a manterse nas amarras do cotidiano. Paradoxalmente, por apresentar um mundo esquemático e pouco determinado, a obra literária acaba por fornecer ao leitor um universo muito mais carregado de informações, porque o leva a participar ativamente da construção dessas, com isso forçandoo a reexaminar concreta (Bordini & Aguiar, 1988, p.15).
2
O método recepcional considera a obra como uma seqüência de saberes, a obra é
um cruzamento de conhecimentos de vários contextos históricos como aponta Aguiar
(p.85) “Quanto mais leitura o indivíduo acumula, maior a propensão para a modificação de
seus horizontes, porque a excessiva confirmação de suas expectativas produz monotonia
que a obra difícil pode quebrar”.
Para se obter esse acúmulo de informação, o aluno deve ter contato com diferentes
textos. Avaliação do método deve ser uma leitura mais exigente que a inicial em termos
estéticos e ideológicos.
Para as autoras:
A teoria da estética da recepção desenvolve seus estudos em torno da reflexão sobre as relações entre narradortextoleitor. Vê a obra como um objeto verbal esquemático a ser preenchido pela atividade de leitura, que se realiza sempre a partir de um horizonte de expectativas. Roche define este como “soma de comportamentos, conhecimentos e ideias préconcebidas com que se depara uma obra no momento de sua aparição e segundo o qual é medida” (1980:10). Por esse caminho, a teoria tenta fechar o círculo entre a abordagem estrutural e sociológica. A obra literária é avaliada, a partir da teoria recepcional, através de descrições de componentes internos e dos espaços vazios a serem preenchidos pelo leitor. Fazse, então, o confronto entre o texto e suas diversas realizações na leitura e explicamse estas se recorrendo às expectativas dos diferentes leitores ou grupos de leitores em sociedades históricas definidas. A obra é tanto mais valiosa quanto mais emancipatória, ou seja, quanto mais propõe ao leitor desafios que as expectativas deste não previam. (p.31).
O método a ser utilizado será o Recepcional, elaborado pelas autoras Maria da
Glória Bordini e Vera Teixeira Aguiar (1988), pois atende às perspectivas das Diretrizes
Curriculares da Língua Portuguesa.
Esse método se processa em cinco etapas, favorecendo sempre a interação entre
o texto e o leitor, atribuindo sentido ao texto e viabilizando a quebra da mesmice que há
na constante confirmação de expectativas:
1. Determinação do horizonte de expectativas; nesta primeira etapa, será realizada
uma investigação junto aos alunos através do diálogo e trabalho em sala de aula
para detectar os horizontes de expectativas indicados pelos seus preconceitos,
estilo de vida, valores, crenças, a fim de prever estratégias de ruptura e
transformação do mesmo.
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2. Atendimento do horizonte de expectativas; a segunda etapa consiste no
atendimento do horizonte de expectativas, em que se proporcionarão à classe
experiências com textos literários que os alunos apreciem e as atividades técnicas
que já dominem e sentem satisfação em expor.
3. Ruptura do horizonte de expectativas; neste capítulo serão introduzidos textos e
atividades propostas que deverá abalar as certezas dos alunos em ternos de
literatura ou de vivência cultural, dando continuidade à etapa anterior;
assemelhandose no tema, tratamento, estrutura ou linguagem; para que o aluno
mesmo ingressando em um campo desconhecido, sintase seguro para continuar
participando do processo.
4. Questionamento do horizonte de expectativas; nesta quarta etapa de
questionamento do material literário trabalhado, quais textos exigiram um nível
mais alto de reflexão, trouxeram um grau maior de satisfação. Farão análises e
comparações das leituras realizadas, detectarão as dificuldades, e neste momento
perceberão que o conhecimento e a vivência que adquiram, facilitarão na
compreensão ainda maior dos textos.
5. Ampliação do horizonte de expectativas; última etapa em que os alunos,
conscientes de suas novas possibilidades de manejo com a literatura, partem para
a busca de novos textos, que atendam as suas expectativas ampliadas no tocante
a temas e composição mais complexos. Este método evolui em espiral, deixando
os alunos mais conscientes com relação à literatura e a vida.
Este projeto será desenvolvido na 6ªsérie A do Ensino Fundamental, período
matutino, em doze encontros, sendo sempre em duas aulas geminadas.
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Terá cinco unidades de acordo com as etapas do método Recepcional, com
abordagem em um tema especifico, contendo textos de fundamentação com sugestões
de atividades a serem trabalhadas com os alunos.
O tema escolhido para a realização desse trabalho foi a desigualdade social. Serão
ofertados aos alunos textos de caráter estético literário, visando uma maior reflexão sobre
atitudes e conceitos na busca da transformação da sociedade contemporânea. A
desigualdade social é elemento cada vez mais presente em nosso cotidiano. Este
fenômeno tem se caracterizado como marco dos grandes centros urbanos, que são
capazes de congregar, em uma mesma localidade, diferentes grupos sociais com
interesse econômicos, políticos, sociais e antagônicos. O objetivo desta prática é
incentivar a reflexão sobre o tema e promover a cidadania a partir dos textos
apresentados sob os mais variados suportes, pois as leituras de obras literárias
favorecem a sensibilização para os aspectos sociológicos e a formação do leitor crítico.
Unidade 1
Nesta primeira etapa, os alunos serão convidados a apreciar aquilo que é de seu
convívio, baseandose que tudo que sabem e acreditam que não irá abalar o seu mundo,
onde estão seguros daquilo que têm conhecimento. Será iniciada com a projeção das
imagens dos vídeos e das leituras dos textos. E a partir disso, o professor observará os
comentários e as reações durante as atividades propostas, sugerindo que comentem o
que mais lhe causou atenção, e que mais o tocou e o que mais lhe causou indignação.
Isto acarretará em um debate informal, oportunizando ao aluno uma participação mais
efetiva na discussão. Esta motivação será feita através dos vídeos: Duas classes... Duas
vidas e da Desigualdade social, respectivamente. Pretende que os alunos analisem,
discutam e se posicionem quanto ao tema desigualdade social.
1º ENCONTRO
Os vídeos estão disponíveis em:
(A) Duas classes... Duas vidas. Disponível em:
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< http://www.youtube.com/watch?v=Fk6ud_dua7M&NR=1&feature=fvwp > Acesso em 13 jun. 2011.
B) Desigualdade social. Disponível em:
< http://www.youtube.com/watch?v=tLHBHjOij3k&feature=related> Acesso em 13 jun.2011.
O professor pedirá aos alunos que leiam os textos jornalísticos abaixo e que
comentem com os colegas de sala de aula o que mais lhe chamou a atenção.
Mas, antes disso, vamos recordar, professor.
O que é mesmo uma notícia? E uma reportagem?
A notícia tem compromisso com a veracidade dos fatos. Aborda com precisão e
clareza os seguintes aspectos essências:
* Qual é o fato e as pessoas nele envolvidos;
* Como se deu o fato;
* Onde e quando ocorreu?
* Suas causas e consequências;
* A sua finalidade.
Nem sempre todos esses dados vão aparecer em uma notícia. Vai depender do
assunto ou do evento a ser divulgado.
A notícia não é constituída apenas por fatos violentos, tragédias,
acontecimentos políticos ou da área econômica. Hoje em dia, esse tipo de notícia é
frequente, mas ela não se restringe apenas a esses temas. Pode focalizar algo já
ocorrido, como também algo que vai acontecer ou que está acontecendo no momento.
A reportagem caracterizase por formar um conjunto de matérias sobre um
mesmo tema, aprofundando um fato ou um conjunto de fatos no tempo e no espaço;
comparamse acontecimentos de épocas passadas com os atuais, fatos semelhantes
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ocorridos em outras localidades; recorrese a depoimentos dados por testemunhas ou
a comentários feitos por personalidades.
ENSINAR e APRENDER: VOLUME 1 Material produzido pelo CENPEC para O Projeto Correção de
Fluxo da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 1988.
Professor perceba o quanto o vídeo aproxima a sala do cotidiano e os textos documentam a realidade, motivando os alunos à aprendizagem e comunicação.
Agora sim, os relatos jornalísticos.
Segunda geração dos excluídos
Moradora do Morro do Carrapato, na Zona Leste de Londrina, a dona de casa
Alexandra Aparecida Germinari, 22, assiste impotente os seis filhos enfrentarem o
mesmo problema que ela vivenciou quando, ainda na primeira série, largou a escola
em função das constantes mudanças da família. “A gente não tinha onde morar vivia
trocando de casa e, assim, acabei sem estudar”, contou ela, que não sabe nem ler e
escrever. Ӄ meu filho mais velho que me ajuda com os bilhetes que as professoras
mandam”, relatou.
Aprisionada pela miséria, ela já manteve os três meninos mais velhos fora da
escola, por um ano, quando eles se mudaram da Zona Sul para o morro. “Não
consegui vagas e eles ficaram em casa. Por causa disso, também parei de receber a
Bolsafamília”, lamentou a mãe que vive apenas da renda obtida pelo trabalho na
reciclagem e conta com a ajuda mensal de um projeto social que leva alimentos aos
moradores do bairro.
Sem comprovante de endereço e falta de acesso à documentação pessoal
básica, também enfrenta dificuldade para atender a burocracia toda vez que vai
providenciar novas matrículas. “Na última vez pensei em até desistir, mas percebi que
não era justo. Não quero que meus filhos fiquem sem trabalho por não saberem ler.”
Incluída entre os moradores do Morro do Carrapato que se mudará para o
Conjunto Vista Bela, construído pela Cohab na Zona Norte, Alexandra anseia pela
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mudança para uma casa de “verdade”, mas preocupase com a possibilidade de
novamente não conseguir vagas para os meninos. “Lá não tem escola, terei que
procurar nos bairros vizinhos”, disse.
Na fila
Também na iminência de se mudar para o Vista Bela, Vilma de Oliveira
Precioto, 38, teme pela vida escolar dos filhos mais novos, quando já ficou um tempo
sem estudar quando a família foi para Borrazópolis (Norte) em busca de oportunidades
de trabalho. “Pelo jeito, vai ser a mesma dificuldade não conseguir vagas”, antecipou a
mãe, cuja filha mais velha, de 19 anos, parou de estudar sem ter concluído a quinta
série. “Quem não tem estudo não consegue trabalho”, preocupouse.
Responsável por cuidar de quatro netos, Maria Aparecida de Barros, 58,
moradora do Jardim Santa Fé (Zona Leste), enfrentou um verdadeiro calvário para
obter vaga para o menino mais velho, de 10 anos, que ficou quase dois anos sem
frequentar a escola por conta das mudanças constantes entre as casas da avó e do
pai. “Fiquei na fila de espera em três colégios, mas não arrumei vaga. Acabei ficando
sem a Bolsafamília e começou a faltar dinheiro para comprar comida, remédios...
Uma criança fora da escola traz muitos problemas.”
A vaga só foi providenciada depois da interferência de voluntários de um projeto
social. Feliz com o retorno do neto aos bancos escolares, ela espera que o menino
consiga recuperar o tempo perdido e, assim, tenha um destino melhor que o dos avós.
“Quando a gente é nova, fica mais fácil aprender. Eu mesma sou muito revoltada
porque não sei ler”, contou. Na casa onde mora o casal de avós e quatro netos,
apenas a menina mais velha, de 12 anos, é plenamente alfabetizada.
AVANSINI. Caroline. Segunda geração dos excluídos. Reportagem. Londrina PR, Folha de Londrina, domingo, 24 abr. 2011.
Grupo é Responsável por Arrastões e costumam agir nos bairros da zona nobre
da capital
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Uma quadrilha formada, na sua grande maioria, por filhos de pessoas de classe
média e alta na zona Leste de Teresina, é apontada como autora do assalto na
residência do Juiz Antônio de Paiva Sales e está sendo investigada pelos policiais
lotados na delegacia do 12º Distrito, no bairro do Planalto Ininga.
De acordo com os levantamentos feitos pela polícia, pelo menos três veículos –
uma camionete, modelo L200, cor preta, um Celta, um Clio um Gol (já apreendido) –
estão sendo utilizados pelo bando nas suas ações criminosas na modalidade arrastão
em residências e empresas. As informações são de que os indivíduos responsáveis já
foram identificados e que as prisões preventivas já estão sendo providenciadas.
Os constantes arrastões ocorridos nas residências da zona Leste, geralmente
com o uso de veículos nas fugas, levou a polícia a fazer um levantamento mais
criterioso e descobriu que em alguns desses assaltos, os carros usados não eram
produtos de furto ou roubo, devido a inexistência de boletins de ocorrências neste
sentido pelos proprietários, levando os policiais que estão trabalhando nestes casos a
desconfiar que os carros “quentes” (legais) e partiram para as suas identificações,
consequentemente, dos proprietários e usuários nos dias dos assaltos. Este trabalho
levou os policiais a identificar alguns dos indivíduos e até a apreender um veículo,
modelo Gol, que teria sido usado em um desses assaltos.
Arrastão na casa do juiz
O assalto aconteceu no dia 17 de fevereiro, no início da tarde. Os bandidos não
só fizeram um “rapa” na residência do magistrado, como renderam e humilharam as
pessoas que estavam na casa localizada na zona Leste de Teresina. Um policial do
Rone, que não estava a serviço, também foi rendido no assalto que rendeu aos
bandidos joias, dinheiro, note book e ainda o computador que armazenava as imagens
do circuito interno de TV.
OLIVEIRA, Apoliana. Grupo é responsável por arrastões e costumam agir nos bairros da zona nobre da capital. Notícia. Teresina PI. Disponível em: < http://180graus.com/geral/bandodejovensdeclassealtaeinvestigadonazonaleste411567.html> Acesso em 10 jun.2011.
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O professor organizará a turma em círculo, formando um grande grupo, trazendo
questões pertinentes à desigualdade social, onde os alunos, com a discussão poderão
perceber o grau elevado de complexidade que o tema proposto possui. Nesta análise
surgirão temas como:
A) Vídeos: Fome, miséria, emprego, desemprego, lixo, doenças, riqueza, luxo,
dinheiro.
B) Jornal: Bolsafamília, vagas nas escolas, assalto, violência, insegurança,
analfabetismo.
Após o debate, a turma será divida em equipes para confeccionarem cartazes com
desenhos representativos, que serão preenchidos por tirinhas coloridas contendo palavras
que expressarão suas opiniões, sentimentos, intolerâncias e esperanças. Será um
momento de reflexão sobre como podemos adotar práticas sociais para amenizar a
desigualdade em nossa comunidade.
Pretendese que a partir dessas atividades, os alunos se sintam motivados para o
estudo do tema proposto.
Unidade II
Depois da reflexão das questões pertinentes ao tema desigualdade social, e tendo
despertado o interesse dos alunos pela temática, passamos para próxima etapa do
método. Os alunos serão convidados para audição da musica “O Meu Guri” de Chico
Buarque de Holanda, depois serão solicitados a ouvirem a letra. Na sequência, lemos à
letra e passaremos a discutir as impressões nela contida. Após as discussões,
convidaremos toda a turma para cantar. O mesmo procedimento será feito com a música
“Rap da felicidade” de Cidinho e Doca.
2º ENCONTRO
10
O Meu Guri Chico Buarque
O meu guri
Chico Buarque/1981
Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
BUARQUE, Chico. Meu Guri. Disponível em: < http://www.vagalume.com.br/chicobuarque/omeuguri.html#ixzz1PT4VBRmi> Acesso em 15 jun. 2011.
Rap da Felicidade Cidinho e Doca
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Eu só quero é ser feliz
Andar tranqüilamente
Na favela onde eu nasci
É...
E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar
Fé em Deus DJ
Eu só quero é ser feliz
Andar tranqüilamente
Na favela onde eu nasci
É...
E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar
Mas eu só quero
É ser feliz, feliz, feliz, feliz, feliz
Onde eu nasci
Ham
E poder me orgulhar
E ter a consciência
Que o pobre tem seu lugar
Minha cara autoridade eu já não sei o que fazer
Com tanta violência eu sinto medo de viver
Pois moro na favela e sou muito desrespeitado
A tristeza e alegria que caminham lado a lado
Eu faço uma oração para uma santa protetora
Mas sou interrompido a tiros de metralhadora
Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela
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O pobre é humilhado, esculachado na favela
Já não aguento mais essa onda de violência
Só peço autoridades um pouco mais de competência.
Cidinho Doca. O Rap da Felicidade. Disponível em: < http://www.vagalume.com.br/mcscidinhoedoca/rapdafelicidade.html#ixzz1PNtvbHBX> Acesso em 14 jun. 2011.
Após ouvirem e refletirem sobre as músicas, será apresentado uma crônica, mais
um gênero textual para aprofundamento sobre o tema.
A crônica conta a história de dois amigos de infância que na fase adulta seguem
rumos opostos em suas vidas. Mostra que ter identidade própria, descobrir quem somos é
muito importante, e também ressalta a escola como fator que interfere positivamente na
mudança na vida das pessoas.
A crônica difere da notícia, e da reportagem porque, embora utilizando o jornal ou a
revista como meio de comunicação, não tem por finalidade principal informar o
destinatário, mas reflete sobre o acontecido. Desta finalidade resulta que, neste tipo de
texto, podemos ler a visão subjetiva do cronista sobre o universo narrado. Assim, o foco
narrativo situase invariavelmente na 1ª pessoa.
Poeta do quotidiano, como alguém chamou ao cronista dos nossos dias, apresenta
um discurso que se move entre a reportagem e a literatura, entre o oral e o literário, entre
a narração impessoal dos acontecimentos e a força da imaginação. Diálogo e monólogo;
diálogo com o leitor, monólogo com o sujeito da enunciação. A subjetividade percorre todo
o discurso.
A crônica não morre depressa, como acontece com a notícia, mas morre, e aqui se
afasta irremediavelmente do texto literário, embora se vista, por vezes, das suas
roupagens, como a metáfora, a ambiguidade, a antítese, a conotação, etc.
A sua estrutura assemelhase à de um conto, apresentando uma introdução, um
desenvolvimento e uma conclusão.
13
Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/jmatafer/jornal/cronica.htm> Acesso em: 12 jul. 2011.
BANDIDOS E POLÍCIASMoacyr Scliar
Os dois nasceram e se criaram na favela, os dois eram amigos e brincavam juntos
e a brincadeira predileta era a de bandido e polícia. O problema sempre havia sido quem
seria o que; a julgar pela televisão, o bonito era ser polícia, mas ali na favela eles não
estavam certos disto. Ao contrário, os traficantes, os bandidos, muita vezes ajudavam a
gente pobre. Por outro lado, eles viam tevê e na tevê, sim, os bandidos eram bandidos e
os policiais eram policiais.
Por fim, decidiram entregar a questão à sorte; era no par ou ímpar que eles
decidiam quem representaria a transgressão. Nos tiroteios imaginários às vezes morria
um, às vezes morria outro; eram amigos o bastante para aceitar o sacrifício em nome da
lealdade.
Apesar de tudo a vida acabou por separálos. Um deles conseguiu frequentar
escola, aprendeu alguma coisa, e acabou — talvez lembrando as brincadeiras da infância
— entrando na polícia. O outro não quis estudar, arranjou um biscate aqui, outro ali, e
terminou — talvez lembrando as brincadeiras da infância — juntandose a um bando de
traficantes. Dinheiro fácil de ganhar, muita gente andava em busca de droga, era só
assegurar o abastecimento.
Ele se vestia bem, tinha mulheres, tinha carro, não podia se queixar da sorte.
Contudo, havia algo que o perturbava: um sonho, que voltava sempre e sempre. Neste
sonho, ele se mirava no espelho. De repente, a sua própria imagem saía, avançava
contra ele, tentava estrangulálo. Acordava trêmulo, banhado de suor. Um dia este
pesadelo vai me matar, murmurava, com a sensação de que algo estava para acontecer.
E aconteceu. Uma noite, um garoto veio correndo avisar o bando; a polícia estava
invadindo a favela. É grana que eles querem, gritou o chefe, puxando a arma.
“Vão é levar chumbo!”
Espalharamse. Na escuridão, ele corria entre as casinholas quando de repente
viuse diante de um vulto. Pára aí, gritou uma voz, que ele imediatamente
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reconheceu, era o seu amigo de infância, o garoto com quem brincava na favela.
Poderia correr para ele, gritando, sou eu , cara, o teu amigo — mas nesse
momento lembrouse do sonho, da ameaça que durante tanto tempo o perseguira.
Não hesitou, disparou toda carga do revólver contra o policial, que caiu.
Foi até ele. Agonizante, o amigo o reconheceu:
“Quem é mesmo o polícia, quem é mesmo o bandido?”, foi sua última pergunta.
Uma pergunta para a qual nenhum dos dois tinha resposta.
Texto extraído do livro: LOPES, Vera, LARA, Anésia. TUDO DÁ TRAMA. Belo Horizonte: Editora Dimensão, 1977. Pág.128.
Em seguida será proposta aos alunos uma discussão em grande grupo sobre os
questionamentos:
• Pobreza gera violência?
• Quais são os problemas que levam algumas crianças ao roubo?
• Até que ponto os pais são responsáveis pelas atitudes dos filhos? E a sociedade
também é responsável?
• O que é felicidade?
• A escola é um fator que pode realmente mudar a vida de alguém?
3º ENCONTRO
Utilizando a TV Multimídia, o professor iniciará a sua aula com leitura de imagens de dois vídeos onde os alunos assistirão cenas chocantes da violência urbana em nosso país.
A) Cidinho Doca. História de Tito. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cV9mUoZYen4&feature=related> Acesso em 04 ago. 2011.
B) PENSADOR, Gabriel. Violência Urbana no Brasil. Disponível em< http://www.youtube.com/watch?v=lpnpYEdEC0Q.> Acesso em 04 ago. 2011.
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A partir disso, o professor perguntará aos alunos se já presenciaram cenas como
as dos vídeos e se a resposta for positiva, o professor pedirá aos alunos que relatem os
fatos.
Sugerese uma nova atividade. A turma será dividida em dois grupos, sendo que
o primeiro ficaria responsável em dramatizar a música “Rap da Felicidade” de autoria de
Cidinho e Doca, estilo musical atual, de finalidade crítica e apreciada pela maioria da
sala. O mesmo acontecerá com o outro grupo, com a música de grande sucesso de
Chico Buarque de Holanda “O meu guri”. Após despertar o gosto por essa atividade, os
alunos perceberão que elas dialogam entre si. Em fase disso, será proposto que os
alunos formem duplas e elaborem paródias das músicas estudadas.
4º ENCONTRO
O professor pedirá aos alunos que socializem suas narrativas com a turma. Após
as apresentações, os alunos serão encaminhados ao laboratório de informática onde
passarão ao trabalho de edição de seus textos no computador. Digitarão e farão a
revisão de questões relacionadas ao formato de sua produção, ortografia, pontuação e
vocabulário. Depois que finalizarem sua produção, imprimirão cópias para que sejam
expostas no mural da escola.
UNIDADE III
Com o objetivo de sensibilizar os alunos, serão projetadas imagens do fotógrafo
documental Sebastião Salgado denunciando a fome no mundo, que fotografa somente em
pretoebranco, pois entende que essa técnica concentra a emoção e permite que a
imagem seja interpretada pelo o que ela é.
5º ENCONTRO
16
Sebastião Salgado. Fome em preto e branco. Disponível em: <http://obviousmag.org/archives/2010/08/a_fome_em_preto_e_branco__sebastiao_salgado.html> Acesso em 25 jun. 2011.
17
Sebastião Salgado. Continente esquecido. Disponível em: <http://topicos.estadao.com.br/fotossobresebastiaosalgado/salgadoregistracontinenteesquecido765dfb15ef1549418d0fce957c69e232> Acesso em 25 jun. 2011.
E a tela “Os Retirantes” de Cândido Portinari, (19031962), será outra leitura
explorada.
Professor é importante repassar aos alunos as informações abaixo:
Em 1942, durante a estadia em Nova Iorque, Portinari vê uma obra que o impressiona,
Guernica. A guerra vista por Pablo Picasso, duma forma cubista e sem a utilização das
cores. O mundo, nesta época, está em guerra. Da Europa não param de chegar relatos
dramáticos. A morte está em todo o lado. E no Brasil, o sofrimento é provocado pela
natureza. O nordeste é atingido por grandes secas que trazem consequências gravosas
para os camponeses. Famílias inteiras fugiam da seca do nordeste à procura de
emprego. Estas cenas marcaram a vida do menino e do pintor. Percebese bem isto na
obra “Os Retirantes”, onde o pintor expressa a degradação de uma parcela significativa
de brasileiros trabalhadores e sofredores.
18
PORTINARI. Cândido. OS RETIRANTES. Disponível em: < http://www.proa.org/exhibiciones/pasadas/portinari/salas/portinari_retirantes.html>Acesso em 27 jun. 2011.
Os Retirantes, produzidos em 1944, expõe o sofrimento dos migrantes
representados por pessoas magérrimas e com expressão que transmitem sentimentos de
fome e miséria. Fugiam dos problemas provocados pela seca, pela desnutrição e pelos
altos índices de mortalidade infantil no nordeste. Contribuíram para essa migração a
desigualdade social, no nordeste.
A tela retrata nove pessoas desnutridas. Dois homens adultos, duas mulheres
adultas, cinco crianças. Um homem mais idoso. Uma mulher que segura uma criança
transmite um olhar de angústia e desespero. A mulher mais jovem de cabelos longos e
negros transmite um enorme desgosto que retrata seu sofrimento. Segura uma trouxa
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branca que supostamente é de roupas e no braço direito, uma criança recém nascida. Ao
seu lado, o seu marido, chapéu na cabeça, com uma mão segura a criança e com a outra
mão segura um pedaço de pau, com uma trouxa de roupa. Há duas crianças, sendo que
uma delas é um menino, pois está com a genitália à mostra. E esta mesma criança possui
um abdômen avantajado, enfatizando as questões do saneamento básico e água tratada.
No céu, há vários pássaros pretos retratando a morte. O pintor aproxima um pássaro ao
cajado formando o desenho de uma foice representando a morte. No chão há grande
quantidade de pedras e ossos, mostrando a grande pobreza.
Após a exploração da leitura das imagens, extraindo a idéia da linguagem humana
e social, partimos para outra atividade, onde será proposto que façam à releitura da obra
ou das fotos, refletindo suas observações e opiniões do mundo em que vivemos.
Solicitaremos a colaboração da professora de Arte, para a confecção das molduras
dos trabalhos, quanto à sua estética, para a exposição na Galeria de Artes da escola.
Como tarefa de casa, pediremos aos alunos que registrem em seus cadernos a
biografia da escritora Lygia Bojunga Nunes.
6º ENCONTRO
A biografia da autora será explorada e a TV Multimídia será utilizada como suporte
técnico. Dando continuidade ao processo, será apresentado à sala de aula, como função
social da literatura o livro intitulado Tchau (1984), de Lygia Bojunga Nunes, contendo
quatro contos inseridos; sendo que um deles é a narrativa O bife e a pipoca. Par iniciar a
professora colocará o título no quadro, lançando os questionamentos: qual seria o
assunto abordado no conto e também quais seriam as relações entre as palavras “bife” e
“pipoca”?
Após várias hipóteses levantadas pelos alunos, à professora, como forma de
motivar a turma para a leitura, lerá as duas primeiras partes.
Serão distribuídos exemplares do conto para a sala e se fará uma roda de leitura
do mesmo.
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Professor, um resumo sobre o conto.
Este conto estruturase em torno de dois garotos, colegas de escola, Tuca e
Rodrigo, personagens pertencentes à realidade oposta. Tuca é morador de favela com
mais dez irmãos, sendo a irmã mais velha responsável por eles. Trabalha lavando carros
para ajudar nas despesas da casa. Filho de mãe alcoólatra e de um pai que abandonou a
família. Aluno bolsista de uma escola particular onde também estuda Rodrigo, menino rico
e filho único de uma família estruturada nos moldes convencional, pai e mãe. Apesar das
personagens possuírem realidades tão contrastantes, tão diferentes, constróise uma
amizade sincera e com muitas revelações, que transpõe a todas as dificuldades
encontradas.
A amizade dos meninos inicia, quando Rodrigo explica a matéria, ao colega, que
está encontrando dificuldade na aprendizagem.
O conto é dividido em dez partes. Algumas contam o cotidiano dos personagens e
outras partes são cartas que Rodrigo escreve a Guilherme, amigo que se mudou para
Pelotas, Rio Grande do Sul, contando as novidades da escola e de seu amigo: Tuca.
E outras partes são situações constrangedoras para ambos, visto que a realidade
de cada um é muito diferente.
Certo dia, Tuca convida o amigo para visitar a favela para comer pipoca, em
retribuição ao convite, Rodrigo propõem que primeiro almocem juntos em seu
apartamento e depois subirem o morro. É neste momento em que se percebe nitidamente
a distância entre suas realidades. Ao chegar ao apartamento, Tuca vê a suntuosidade do
ambiente e fica muito nervoso que deixa cair o bife no tapete. Em sua visita Rodrigo
depara com a mãe do colega embriagada e trancada em um quarto. Episódio que gera
conflito e encerra a amizade. Mas ao final do conto, o retorno do relacionamento amistoso
em uma pescaria onde Tuca ensina Rodrigo a pescar.
A autora expõe temas que intrigam o leitor: desigualdade social, alcoolismo,
trabalho infantil, abandono dos filhos pelos pais. É uma narrativa que desperta na criança
ou no adolescente o gosto pela leitura. É uma leitura instigante, provocativa envolvendo o
leitor a uma realidade tão próxima a de muitas crianças de nosso país.
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O que é um conto?
É um texto curto que pertence ao grupo dos gêneros narrativos ficcionais. Caracterizase
por ser condensado, isto é, por apresentar poucas personagens, poucas ações e tempo e
espaço reduzidos.
CEREJA. William Roberto; MAGALHÃES. Thereza Cochar. Português: Linguagens. São Paulo: Atual, 1998.
7º ENCONTRO
O professor iniciará a sua aula conversando com os alunos sobre a frequência com
que suas famílias leem ou escrevem cartas. Após os comentários, o professor pedirá a
eles que leiam à carta que Rodrigo envia ao amigo Guilherme, onde relata sua angústia
quando rompe a amizade com Tuca, extraída do conto “O bife e a pipoca”.
Ao término da leitura da carta, o professor estimulará os alunos a tecer comentários
a respeito do assunto e das inferências contidas na correspondência.
Será solicitado aos alunos que respondam à carta enviada ao personagem
Guilherme.
Professor, não se esqueça de mostrar aos alunos os elementos presentes em
todas as cartas: remetente, destinatário, local e data, evocação e desfecho.
Carta de amigo
Guilherme
Depois que você foi morar aí no Rio grande do Sul eu fiquei sabendo que
é uma coisa muito chata a gente viver sem um maior amigo por perto.
Mas aí apareceu o Tuca.
E sentou no mesmo lugar que você sentava.
E foi por causa dele que eu fiquei sabendo que eu quero ser professor.
E a gente ficou amigo.
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E ele não tem pai nem ninguém pra ser transferido pro Sul.
Eu comecei a achar que a nossa amizade ia durar.
Mas não durou: hoje a gente brigou.
E o pior é que eu não entendi por quê.
Foi lá na favela onde ele mora.
E eu tive que descer aquele morro todinho assim: sem entender mais
nada.
Sem entender por que o Tuca, de repente, ficou com tanta raiva de
mim.
Sem entender por que aquele mundo de gente não pode viver feito à
gente e tem que viver lá na favela do jeito horrível que eles vivem.
Sem entender por que, com tanto colega na classe, foi logo acontecer
de eu ficar amigo é do Tuca.
E aí se acabou: não fiquei mais numa boa. Pra ser franco, eu fiquei na
pior.
Achei que só você ia me entender, por isso eu estou te escrevendo.
Mas já estou começando a achar que nem você vai compreender.
Paciência: vou mandar a carta assim mesmo.
Rodrigo
Após, os alunos serão convidados a socializarem suas cartas com a sala de aula,
para que todos reflitam sobre a importância da amizade. Como a perda de amigos nos
entristece e uma amizade sincera nos fortalece nas batalhas da vida.
Será exposto no pátio da escola um painel com formato de saquinho de pipocas,
onde as cartinhas ficarão à mostra para apreciação de toda a escola.
Como tarefa para o próximo encontro, será solicitada aos alunos que registrem em
seus cadernos a biografia de Mark Twain.
UNIDADE IV
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8º ENCONTRO
Para iniciar esta unidade, será abordada com os alunos a biografia do grande
romancista americano solicitada como tarefa de casa.
Mark Twain (1835 1910), que na verdade se chamava Samuel Langhorne
Clemens. Seu pseudônimo está relacionado com a profundidade das águas do rio
Mississipi “marca de duas braças”. Foi o precursor do realismo norteamericano. Seus
livros retratavam as paisagens, as peculiaridades e o folclore de seu povo. Twain teceu
uma crítica bem humorada da sociedade da época. Extensa é a lista de obras publicadas
por ele: As aventuras de Tom Sawyer (1876), O príncipe e o mendigo (1882), Vida no
Mississipi (1883), Um ianque na corte do Rei Arthur (1889), O Homem que Corrompeu
Hadleyburg (1900) e muitas outras.
O livro “O príncipe e o mendigo” (1882), foi o primeiro romance histórico de Twain.
O autor escolheu como herói dessa história, o príncipe de Gales, Eduardo VI Tudor. No
livro percebese uma crítica à rígida educação inglesa. As crianças eram criadas como
pequenos adultos, com muitos compromissos e responsabilidades. Educadas para
representar a nobreza. Twain valorizava a infância e o seu modo particular de ver as
coisas, pregava liberdade à criança. Sua obra apresenta um conjunto de situações
políticas, sociais, econômicas e culturais que são apresentadas pelas suas personagens e
colocadas em discussão, através da visão crítica e realista apresentando características
próprias, respeitando o mundo infantil integrada num contexto social e cultural surgindo na
criança julgamento provocado pela linguagem crítica e realista da obra literária.
Twain pensou em agradar à querida filha Susie e acertou em cheio ao escrever “O
príncipe e o mendigo”. O livro possui todas as características de uma aventura dramáticas
até o seu final emocionante. A historia focaliza dois meninos idênticos que trocam de
roupa e de vida. Um, Edward Tudor, passando de príncipe de Gales para a mais completa
pobreza e o outro, Tom Canty, um mendigo, que tomará decisões que envolvem milhares
de vidas. Ao morrer o rei Henrique VIII, a situação dos dois meninos poderá tornarse
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imutável. Mas ao final da história, os dois garotos retomam as suas verdadeiras
identidades e o rei legítimo, Edward é coroado.
Será dado um prazo para que os alunos leiam este livro. Como a narrativa possui
muitos detalhes do século XVI, a interdisciplinaridade com a disciplina de História
ampliará os conhecimentos e situações da época, na parte econômica, artística, religiosa
do reinado de Henrique VIII.
9º ENCONTRO
Após a leitura do livro, será utilizada mais uma ferramenta tecnológica, o Data
show para a exibição do filme “O príncipe e o mendigo”, com duração aproximadamente
de 129 min. Através do filme, o professor ensina estratégias de leitura, e aplicam ao
mesmo tempo, atividades que promoverão habilidade de interpretação e o despertar do
gosto pela leitura.
10º ENCONTRO
Neste momento, o professor pedirá que a turma forme um círculo para que
atividade lúdica seja aplicada, estimulando raciocínio lógico e o prazer pelo conhecimento.
A dinâmica de grupo “fio condutor” estabelece que o material utilizado seja confeccionado
pelo professor, onde vários fios de lã, de medidas diferentes, uns 50 cm, 80 cm outras
com até 1m, muitas cores, serão emendados uns aos outros, formando um novelo.
A professora iniciará a história desenrolando o novelo e quando mudar a cor da lã
transferese a outro narrador da história. Será uma estratégia utilizada para avaliar como
procedeu a leitura do livro “O príncipe e o mendigo”, constatando através da participação
o grau de interesse e curiosidade pela obra citada.
Aproveitando a história da amizade e camaradagem dos personagens Edward e
Tom, os alunos participarão de atividade reflexiva e confeccionarão frases para a
ornamentação do pátio da escola sobre o questionamento:
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“Se você fosse um príncipe ou uma princesa, o que faria para transformar a vida de
um amigo”?
UNIDADE V
O professor poderá sugerir a leitura de outras obras relacionadas ao tema:
11º ENCONTRO
1 CUNHA. Marcelo Carneiro da, Antes que o mundo acabe.
Daniel é um garoto normal, com uma vida normal. Tem uma namorada chamada
Mim, e o Lucas é o seu melhor amigo. Mora com sua mãe e o padrasto, Antônio. Só que
certo dia, uns envelopes começam a chegar, mudando a vida de todos. Os envelopes
vêm de um fotógrafo e têm coisas para contar e mostrar.
2 AMADO. Jorge, Os Capitães de areia.
O romance Capitães de areia tratase um grupo de crianças abandonadas, que
vivem num trapiche no areal do cais de Salvador. O grupo é liderado por Pedro Bala, é
composto por meninos que vivem às margens das convenções, praticam pequenos furtos
para sobreviverem. Tornamse homens muito cedo. Possuem vida sexual, roubam e
enfrentam a polícia. Mas apesar disso, são meninos cheios de sonhos e heróis ao lutarem
por justiça, dignidade e liberdade.
3 DUMAS. Alexandre, O homem da máscara de ferro.
O romance conta que a França estava sobre o reinado de Luís XIV, um monarca
vaidoso e autoritário. Aramis exmosqueteiro do rei Luís XIII, pretendia livrar o país da
tirania do herdeiro do trono. Ajudado por seu amigo Porthos, ele planejou a substituição
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de Luís XVI por Filipe, seu irmão gêmeo. Entretanto Fouquet, súdito leal ao rei, e
D’Artagnan, capitão dos mosqueteiros, impediram o sucesso do plano.
4 GREEN. Roger Lancelyn, Robin Hood.
Robert Fitzooth, filho de uma nobre normanda e de um nobre saxão, está prestes a
casar com Marian quando recebe voz de prisão: sua identidade secreta fora descoberta.
R era o sabotador que chefiava o bando de foradalei que se refugiava na floresta de
Sherwood, na Inglaterra. Fiel ao Rei Ricardo I, Coração de Leão, que partira numa
cruzada e desaparecera. Fitzooth era visto com desconfiança por João, irmão do rei, que
usurpava o trono na ausência de Ricardo e pretendia a mão de Marian. A partir da voz de
prisão, tem inicio uma serie de aventuras do herói que roubava dos ricos para distribuir
aos pobres, e personificaram o ódio dos camponeses contra a opressão, a injustiça e a
miséria.
12º ENCONTRO
Será realizado um Café colonial para encerramento do projeto com apresentações
das paródias pelos alunos. A sala será ornamentada com mural expondo trabalhos
produzidos neste período. Ocorrerá, também, um bingo literário e a cartela será um livro
de literatura, concorrendo a um prêmio ofertado pelo Banco do Brasil. Todo material
adquirido será doado à biblioteca da escola. Serão convidados a participar os
professores, diretores, equipe pedagógica, APMF e os pais.
AVALIAÇÃO
No Método Recepcional o leitor é o ponto principal e verificase que só obterá êxito,
a partir do momento em que os alunos se sintam motivados e seguros a novas leituras,
superando seus horizontes e expectativas. O método parte do próprio conhecimento dos
alunos e a leitura literária tende a ficar cada vez maior quando o aluno é capaz de analisar
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textos literários nas entrelinhas. A literatura será valorizada, à medida que sua função
formativa e o seu poder de formar cidadãos críticos e reflexivos se efetivem.
REFERÊNCIAS AMADO. Jorge, Os Capitães de Areia. Rio de Janeiro: Record, 2004.
ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. A Formação do Leitor: alternativas metodológicas. . Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.
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CEREJA. William Roberto; MAGALHÃES. Thereza Cochar. Português: Linguagens. São Paulo: Atual, 1998. CIDINHO & DOCA. História de Tito Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=cV9mUoZYen4&feature=related> Acesso em 04 ago.2011
CIDINHO & DOCA. O Rap da Felicidade. Disponível em: < http://www.vagalume.com.br/mcscidinhoedoca/rapdafelicidade.html#ixzz1PNtvbHBX> Acesso em: 14 jun. 2011.
CUNHA. Marcelo Carneiro da, Antes que o Mundo Acabe. Porto Alegre: Editor Projeto, 2000.
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Duas Classes... Duas Vidas. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=Fk6ud_dua7M&NR=1&feature=fvwp > Acesso em: 13 jun. 2011.
DUMAS. Alexandre, O Homem da Máscara de Ferro. São Paulo: Scipione, 2002.Ensinar e aprender: volume 1 Material produzido pelo CENPEC para O Projeto Correção de Fluxo da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, 1988.
AVANSINI. Caroline. Segunda Geração dos Excluídos. Reportagem. Londrina PR, Folha de Londrina, domingo, 24 abr. 2011.
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GREEN. Roger Lancelyn, Robin Hood. São Paulo: Scipione, 2001.
LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. A Formação da Leitura no Brasil. São Paulo: Editora Ática, 2009.
LOPES, Vera; LARA, Anésia. Tudo dá Trama. Belo Horizonte: Editora Dimensão, 1977.
NUNES, Lygia Bojunga. Tchau. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2008.
OLIVEIRA, Apoliana. Grupo é Responsável por Arrastões e Costumam Agir nos Bairros da Zona Nobre da Capital. Notícia. Teresina PI. Disponível em: < http://180graus.com/geral/bandodejovensdeclassealtaeinvestigadonazonaleste411567.html> Acesso em 10 jun. 2011.
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PENSADOR, Gabriel. Violência Urbana no Brasil. Disponível em< http://www.youtube.com/watch?v=lpnpYEdEC0Q.> Acesso em 04 ago. 2011.
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TWAIN, Mark. O Príncipe e o Mendigo. São Paulo: Scipione, 1998 (Série Reencontro).