escolas literárias - quinhentismo

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Page 1: Escolas Literárias - Quinhentismo
Page 2: Escolas Literárias - Quinhentismo

Principais características Ocorreu entre 1500 e 1600 – Século 16. Contexto – Descobrimento do Brasil/ Momento que a cultura

europeia foi introduzida. Literatura de informação (cartas à coroa portuguesa sobre os

índios e as riquezas brasileiras) e catequese (peças e poemas cristãos para a conversão dos indígenas).

- Ufanista – Exaltavam a terra conquistada.- Descritiva- Religiosa- Assombro (por parte dos euroupeus sobre os costumes

indígenas.- Uso exagerado de adjetivos (para convencer a coroa que o Brasil

era um “bom negócio”.

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Note que, nesse período, ainda não se trata de literatura genuinamente brasileira, pois não revela a visão do homem brasileiro. Trata-se de uma literatura ocorrida no Brasil, ligada ao Brasil, mas que fala sobre a visão, as ambições e as intenções do homem europeu em busca de novas terras e riquezas. A literatura daquela época se prendeu, basicamente, à descrição da terra e do índio, ou a textos escritos pelos viajantes, jesuítas e missionários.

Literatura informativa: A Carta de Caminha inaugurou a Literatura Informativa sobre o Brasil. Este tipo de literatura, também conhecido como literatura dos viajantes, tem a função de fazer um levantamento da “terra nova”, de sua floresta e fauna, de seus habitantes e costumes, que se apresentaram muito diferentes dos europeus. A principal característica da carta é a exaltação da terra, de modo assombroso diante de tanto exotismo e exuberância do país tropical. Com relação à linguagem, o louvor à terra transparece no uso exagerado de adjetivos.

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Carta de CaminhaCarta a el-Rei Dom Manuel sobre o achamento do BrasilSenhor, posto que o capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta Vossa terra nova(...) E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até terça-feira d’ oitavas de Páscoa, que foram 21 dias d’Abril, que topamos alguns sinais de terra (...) E à quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves, a que chamam fura-buchos. Neste mesmo dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra, isto é, primeiramente d’um grande monte, mui alto e redondo, e d’outras serras mais baixas ao sul dele e de terra chã com grandes arvoredos, ao qual monte alto o capitão pôs o nome o Monte Pascoal e à terra A Terra de Vera Cruz. (...) E dali houvemos vista d’homens, que andavam pela praia, de 7 ou 8, segundo os navios pequenos disseram, por chegaram primeiro. (...) A feição deles é serem pardos, maneira d'avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas. E estão acerca disso com tanta inocência como têm em mostrar o rosto. (...) Ali andavam entre eles três ou quatro moças, bem moças e bem gentis, com cabelos muito pretos, compridos, pelas espáduas; e suas vergonhas tão altas e tão çarradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha. (...) E uma daquelas moças era toda tinta, de fundo a cima, daquela tintura, a qual, certo, era tão bem feita e tão redonda e sua vergonha, que ela não tinha, tão graciosa, que a muitas mulheres de nossa terra, vendo-lhes tais feições, fizera vergonha, por não terem a sua como ela. (...) O capitão, quando eles vieram, estava assentado em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por estrado, e bem vestido, com um colar d'ouro mui grande ao pescoço. (...) Um deles, porém, pôs olho no colar do capitão e começou d'acenar com a mão para a terra e despois para o colar, como que nos dizia que havia em terra ouro. E também viu um castiçal de prata e assim mesmo acenava para a terra e então para o castiçal, como que havia também prata. (...)Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre-Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo; por causa das águas que tem! Porém, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (...)

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Literatura jesuítica: Os conquistadores tinham um espírito religiosos e salvacionista, por essa razão, dezenas de religiosos acompanhavam as expedições a fim de converter os gentios.

- Instalaram o ensino público no país, fundaram os primeiros colégios. - Executavam peças teatrais de caráter pedagógico, inspirado em

passagens bíblicas; Era o instrumento mais utilizado para moralizar os costumes índios e os catequizar. Para isso, os jesuítas chegaram a aprender a língua tupi e os índios não eram apenas espectadores das peças teatrais, mas também atores, dançarinos e cantores.

- Produziram documentos que informavam aos superiores na Europa o andamento dos trabalhos.

Os principais jesuítas responsáveis pela produção literária da época foram o padre Manuel da Nóbrega, o missionário Fernão Cardim e o padre José de Anchieta.

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Cordeirinha linda,Como folga¹ o povo,Porque vossa vinda Lhe dá lume² novo!Cordeirinha santa,De Jesus querida,Vossa santa vidaO Diabo espanta.Por isso vos canta

Com prazer o povo,Porque vossa vindaLhe dá lume novo.

Nossa culpa escuraFugirá depressa,

Pois vossa cabeçaVem com luz tão pura.

Vossa formosuraHonra é do povo,

Porque vossa vindaLhe dá lume novo.

 

Virginal cabeça,Pela fé cortada,

Com vossa chegadaJá ninguém pereça; 

Vinde mui depressaAjudar o povo,

Pois com vossa vindaLhe dais lume novo.

Vós sois cordeirinhaDe Jesus Formoso;

Mas o vosso Esposojá vos fez Rainha.

Também padeirinhaSois do vosso Povo,

pois com vossa vinda,Lhe dais trigo novo.

¹folga: se alegra²lume: luz

A Santa Inês