universidade estadual do cearÁ faculdade de …§ão.pdf · cÃes com doenÇas endÓcrinas ......

70
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS GLÍCIA MENESES COSTA QUANTIFICAÇÃO DE COLÁGENO EM LESÕES DE PELE EM CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS FORTALEZA CEARÁ 2017

Upload: duongdien

Post on 09-Nov-2018

218 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS

VETERINÁRIAS

MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

GLÍCIA MENESES COSTA

QUANTIFICAÇÃO DE COLÁGENO EM LESÕES DE PELE EM

CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS

FORTALEZA – CEARÁ

2017

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

2

GLÍCIA MENESES COSTA

QUANTIFICAÇÃO DE COLÁGENO EM LESÕES DE PELE EM CÃES

COM DOENÇAS ENDÓCRINAS

Dissertação apresentada ao Curso de

Mestrado Acadêmico em Ciências

Veterinárias do Programa de Pós-

Graduação em Ciências Veterinárias da

Faculdade de Veterinária da Universidade

Estadual do Ceará, como requisito parcial à

obtenção do grau de mestre em Ciências

Veterinárias. Área de Concentração:

Reprodução e Sanidade Animal. Linha de

Pesquisa: Reprodução e sanidade de

carnívoros, onívoros, herbívoros e aves.

Orientadora: Profa. Dra. Janaina Serra Azul

Monteiro Evangelista.

Fortaleza – CEARÁ

2017

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

3

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

4

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

5

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Maria Iracema Meneses Costa e Geraldo Antônio da Costa por todo

apoio que sempre recebi, pelo amor e dedicação incondicional e pela educação que tive

o privilegio de receber.

Aos meus irmãos, Vanessa Meneses de Carvalho e Lucas Meneses Costa que me

dedicam o verdadeiro amor de irmãos e amizade.

Ao Ivo Maia que desde o primeiro momento que escutou que eu estava pensando em me

dedicar à vida acadêmica, me incentivou e apoiou.

A minha orientadora Dra. Janaina Serra Azul por ter aceitado me orientar num projeto

diferente do que ela estava acostumava trabalhar e por todo conhecimento dividido.

Ao corpo docente e funcionários do curso de Pós-graduação em Ciências Veterinárias.

A Dra Régia Patrocinio e ao Dr. Dalgimar Bezerra de Menezes pela colaboração neste

projeto.

Aos membros da banca por terem aceitado participar da mesma.

Aos integrantes do MEC, por toda cooperação e ajuda prestada durante esse processo.

Em especial à Steffi, Nina, Félix Jr e João Alison pelas contribuições em alguns

momentos de dúvida.

Aos médicos veterinários que contribuíram encaminhando seus pacientes para a

participação no estudo. Em especial à Laís Paiva, Msc. Kelliani Mucida e Dr. Daniel

Viana.

Aos amigos que me apoiaram e ficaram felizes ao saberem da minha caminhada na vida

acadêmica.

A Deus por me guiar sempre;

A todos vocês, obrigada!

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

6

RESUMO

A dermatologia e a endocrinologia veterinária são especialidades em ascensão. As

dermatopatias endócrinas caninas representam 8,6% dos atendimentos dermatológicos,

sendo o sintoma clássico a alopecia bilateral simétrica não pruriginosa. As doenças

endócrinas sistêmicas mais frequentemente relacionadas às alterações cutâneas são o

hipotireoidismo (HpT) e o hiperadrenocorticismo (HAC). Ainda não há um padrão

histopatológico determinado das lesões cutâneas para cada uma dessas patogenias.

Desta forma, o objetivo deste estudo foi caracterizar morfologicamente por meio de

análise macroscópica, microscópica e imunohistoquímica as lesões dermatológicas em

cães com as endocrinopatias citadas. Foram utilizadas biópsias de peles de 24 cães que

foram divididos em 3 grupos de 8 cães com HAC, Hpt e 8 cães pertencentes ao grupo

controle, sem lesões dermatológicas evidentes. Esses fragmentos foram processados

pelas técnicas habituais histológicas com posterior confecção de lâminas para análise ao

microscópio. As colorações utilizadas foram Hematoxilina-Eosina (HE), Ácido

periódico de Schiff (PAS), Azul de toluidina, Tricrômio de Masson (TM) e Picrossirius

red (PSR). Outras secções foram marcadas por imunohistoquímica com anticorpos

Tireoglobulina, TSH e ACTH e revelados pela diaminobenzidina (DAB). Todo o

protocolo experimental foi submetido ao comitê de ética para experimentação animal

(CEUA), protocolo nº 1534880-2016. Uma analise quantitativa aleatória foi realizada

nas secoes de TM e PSR. Houve uma maior quantificação da percentagem de área de

colágeno nos animais com endocrinopatias usando a técnica PSR (hipotireoidismo = 47

± 0.89 e hiperadrenocorticismo = 44 ± 0.9). Houve um aumento estatisticamente

significativo da percentagem de área de colágeno dérmico em animais endocrinopatas

quando comparados aos animais do grupo controle (hipotireoidismo = 64 ± 0.082,

hiperadrenocorticismo = 51 ± 1 e controle = 57 ± 0.64) usando a técnica de coloaração

TM. Uma diferença estatisticamente significativa foi observada entre entre a técnica TM

e a PSR nos 3 grupos estudados, p <0.0001. Concluiu-se que que existe uma

superprodução de colágeno em na pele de pacientes com hipotireoidismo e

hiperadrenocorticismo.

Palavras-chave: hipotireoidismo. hiperadrenocorticismo. dermatopatias endócrinas.

exame histopatológico. imunohistoquímica.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

7

ABSTRACT

Veterinary dermatology and endocrinology are specialties on rise. The canine endocrine

dermatopathies account for 8.6% of dermatological consultations, the classic symptom

being non-pruriginous symmetric bilateral alopecia. The systemic endocrine diseases

most frequently related to skin changes are hypothyroidism (HpT) and

hyperadrenocorticism (HAC). There is still no established histopathological pattern of

skin lesions characteristic for each of these pathogens. Thus, the aim of this study was

to characterize the dermatological lesions in dogs with the mentioned endocrinopathies

by means of macroscopic, microscopic and immunohistochemical analysis. Skin

biopsies were used in 24 dogs that were divided into 3 groups of 8 dogs with HAC, 8

with Hpt and 8 dogs belonging to the control group, without evident dermatological

lesions. These fragments were processed by the classic histology techniques with

subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid of

Schiff (PAS), toluidine blue, Masson’s Trichrome (MT) and Picrossirius red (PSR).

Other sections were marked by immunohistochemistry with antibodies Thyroglobulin,

TSH and ACTH and revealed by diaminobenzidine (DAB). The entire experimental

protocol was submitted to the Ethics Committee for Animal Experimentation (CEUA),

Protocol No. 1534880-2016. Random quantitative analysis was performed on MT and

PSR sections. There was a greater quantification of percentage of collagen area in

endocrinopathic animals (hypothyroidism = 47 ± 0.89 and hyperadrenocorticism = 44 ±

0.9) using PSR. There was a statistically significant percentage of dermal collagen area

in endocrinopathic animals when compared to control animals (hypothyroidism = 64 ±

0.082, hyperadrenocorticism = 51 ± 1 and control = 57 ± 0.64) using MT staining. An

statistically significant difference was observed between Masson’s trichrome technique

and picrosirius red staining technique under polarized light in the 3 groups studied , p

<0.0001. Then, we may conclude that an overproduction of collagen was demonstrated

in the skin of patients with hypothyroidism and hyperadrenocorticism.

Keywords: hypothyroidism. Hyperadrenocorticism. endocrine dermatopathies.

histopathological examination. Immunohistochemistry.

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

8

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Fotomicrografia de pele normalde cão. Junção

dermoepidérmica......

14

Figura 2 - Digital analysis of lateral trunk skin sections from dogs with

hypothyroidism and hyperadrenocorticism, stained by

Picrosirius red under polarization. Representative epidermal-

dermal junction in circular polarization (A, B, C). Binarized

image (B). Regions marked in red corresponding to collagen

deposition in polarization (C). 10x.

57

Figura 3 - Photomicrographs of lateral trunk skin from control dogs and

dogs with hypothyroidism and hyperadrenocorticism, stained

by Hematoxylin and Eosin, Masson’s Trichrome and Picrosirius

Red. A, B and C. Epidermal-dermal junction from dogs with

normal skin, hypothyroidism skin, hyperadrenocorticism skin

in 1, 2 and 3, respectively. (A1) Control dogs showed normal

epidermal thickness (arrow). (A2) Hypothyroidism dogs showed

acanthosis with áreas of orthokeratosis and parakeratosis that

reaches the light of hair follicles forming keratin plugs

(comedones – thin arrow). Vacuolization of the pilo-erector

muscle (thick arrow). (A3) Hyperadrenocorticism dogs showed

mineralization of dermal collagen (calcinosis cutis – thick

arrows) and inflammatory infiltrate around it (triangles). 10x.

57

Figura 4 - Photomicrographs of lateral trunk skin from control dogs and

dogs with hypothyroidism and hyperadrenocorticism, stained

by Picrosirius Red (A, A1, A2). Photomicrographs B, B1, B2

showed the same area under polarized light. 10x.

58

Figura 5 - Percentage of collagen area found in the skin of dogs with

hypothyroidism and hyperadrenocorticism when compared to

the animals of the control group using the coloring technique of

Picrosirius red under polarized light.

59

Figura 6 - Percentage of collagen area found in the skin of dogs with

hypothyroidism and hyperadrenocorticism when compared to

the animals of control group using the coloring technique of

Masson’s trichrome.

59

Figura 7 - Comparing the use of the two staining techniques to analyze the

percentage of collagen area quantified in the control group,

hypothyroidism group and hyperadrenocorticism group.

60

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACTH Hormônio Adrenocorticotrófic

AINE’S Antiinflamatórios não esterioidais

ALT Alanina aminotransferase

CEUA Comitê de ética para experimentação animal

CRH Hormônio Liberador de Corticotrofina

DAB Diaminobenzidina

FA Fosfatase alcalina

fT3 Triiodotironina livre

fT4 Tiroxina livre

HAC Hiperadrenocorticismo canino

HE Hematoxilina-Eosina

HPD Hiperadrenocorticismo pituitário dependente

HpT Hipotireoidismo

LDDST Teste de supressão com doses baixas de dexametasona

MT Masson’s Trichrome

PAS Ácido periódico de Schiff

PD Polidipsia

PSR Picrossirius red

PU Poliúria

SID Uma vez por dia

rT3 Triiodotironina revertida

T3 Triiodotironina

T4 Tiroxina

TA Tumor na adrenal

TM Tricrômio de Masson

TR Receptor de hormônio da tireoide

TRH Hormônio liberador de tireotrofina

TSH Hormônio estimulante da tireoide

TT3 Triiodotironina total

TT4 tireoxina total

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

10

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................... 11

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................. 13

2.1 A PELE......................................................................................... 13

2.1.1 Epiderme...................................................................................... 14

2.1.2 Membrana basal......................................................................... 15

2.1.3 Derme........................................................................................... 16

2.1.4 Tecido subcutâneo....................................................................... 16

2.2 COLÁGENO................................................................................ 16

2.3 MECANISMO DE REGULAÇÃO FISIOLÓGICA................. 17

2.4 HIPOTIREOIDISMO.................................................................. 18

2.4.1 Classificação do hipotireoidismo............................................... 19

2.4.2 Sinais Clínicos do hipotireoidismo............................................ 20

2.4.3 Alterações Cutâneas no hipotireoidismo.................................. 21

2.4.4 Diagnóstico do hipotireoidismo................................................. 23

2.4.5 Tratamento do hipotireoidismo................................................. 26

2.5 HIPERADRENOCORTICISMO................................................. 27

2.5.1 Classificação do hiperadrenocorticismo................................... 27

2.5.2 Sinais Clínicos do hiperadrenocorticismo................................ 28

2.5.3 Alterações Cutâneas no hiperadrenocorticismo...................... 29

2.5.4 Diagnóstico do hiperadrenocorticismo..................................... 30

2.5.5 Tratamento do hiperadrenocorticismo..................................... 31

2.6 BIOPSIA CUTÂNEA................................................................. 33

2.6.1 Biopsia por “punch”.................................................................. 34

2.6.2 Biopsia elíptica............................................................................ 35

2.6.3 Biopsia excisional........................................................................ 35

2.7 COLORAÇÕES HISTOLÓGICAS........................................... 35

3 JUSTIFICATIVA...................................................................... 37

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA........................................................ 38

5 OBJETIVOS............................................................................... 39

5.1 GERAL........................................................................................ 39

5.2 ESPECÍFICOS............................................................................. 39

6 CAPÍTULO 1............................................................................. 40

7 CONCLUSÕES.......................................................................... 61

8 PERSPECTIVAS....................................................................... 62

REFERÊNCIAS......................................................................... 63

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

11

1. INTRODUÇÃO

A dermatologia e a endocrinologia veterinária são especialidades em ascensão

na prática clínica do médico veterinário. Dos atendimentos realizados em hospitais e

clínicas veterinárias, 18,8% dos casos estão relacionados a problemas dermatológicos,

destas 8,6% são causadas por endocrinopatias (SCOTT & PARADIS, 1990).

No Brasil, Machado et al. (2004), observaram que a prevalência das

dermatopatias era distribuída por grupos de doenças: 44,4% de origem imunopática;

20% parasitária; 12,4% complexo seborreia-disqueratinização; 11,2% bacteriana; 6,4%

fúngica; 2,8% diversas; 2,0% endócrina e 0,4% congênita e hereditária. SOUZA et al.

(2009) encontraram porcentagem pouco maior de 2,6% para as dermatopatias

endócrinas, o que não foi observado por Gonçalves et al. (2009) em levantamento

realizado na região centro-oeste brasileira, revelando valor de 0,5% .

No período entre agosto de 1998 e dezembro de 2005, 4107 cães foram

atendidos na Clínica Veterinária Animália (Rio de Janeiro - RJ), destes 809 (19,7%)

foram encaminhados ao setor de Dermatologia, onde 266 (32,9%) apresentavam

dermatopatias associadas ao hipotireoidismo, correspondendo a 6,5% do total de

atendimentos (TEXEIRA, 2008).

A pele é um importante órgão, que possui diversas respostas às lesões, que

podem ser expressas em determinadas doenças. A união de todas as informações

oriundas das lesões cutâneas devem ser processadas de modo a determinar os padrões

de alterações teciduais (HILL, 2005).

Dentre as lesões teciduais encontradas em cães a alopecia assume grande

relevância, principalmente quando está associada a endocrinopatias (FRANK, 2006). Os

tipos de alopecia presentes em cães são a alopecia traumática induzida, alopecia

parasitária, alopecia infecciosa e não inflamatória, podendo ou não apresentar prurido.

(PARADIS & CERUNDOLO, 2003).

A alopecia não inflamatória é um problema frequente em cães, no entanto, a

patogenia deste grupo de doenças ainda permanece incerta e o diagnóstico baseia-se na

anamnese, achados clínicos e laboratoriais e histopatologia de biópsias de pele. Os

prováveis diagnósticos incluem hiperadrenocorticismo (HAC), hipotireoidismo,

hiperestrogenismo, alopecia X e alopecia recorrente do flanco (MÜNTENER, 2012).

Entre as dermatopatias endócrinas pertencentes ao grupo de alopecia não inflamatória,

as mais frequentes em ordem decrescente são hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo,

hiperestrogenismo, nanismo hipofisário (SOUZA et al., 2009).

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

12

Scott et al. (2001), ao estudarem endocrinopatias com reflexos na derme,

observaram que as mudanças provocadas pelo aumento ou pela diminuição de

determinados hormônios podem causar alterações na foliculogênese, no processo de

pigmentação e na epidermopoiese. Com isso, as manifestações cutâneas clássicas das

endocrinopatias incluem alopecia bilateral simétrica, hiperpigmentação, repilação lenta

ou ausente e ausência de prurido (ARIAS & JERICÓ, 1997; PORTO et al., 2008;

SCARAMPELLA, 2011; MÜNTENER, 2012; NUNES et al., 2013).

Os hormônios influenciam e desempenham um papel no processo biológico

normal da pele (GRANDO, 1993). A deficiência na produção dos hormônios sexuais e

tireoidianos modifica todos os componentes da pele, independente da região e

característica anatômica, havendo na associação hipotireoidismo-castração, um

agravamento das alterações cutâneas (FERREIRA et al., 2003).

Através da realização do exame dermatológico pode ser determinada a origem

da alopecia. As alopecias inflamatórias comumente apresentam eritema, pápulas,

pústulas, furúnculos e crostas, diferentemente das alopecias não inflamatórias, que

levam a suspeita de displasias foliculares ou doenças endócrinas. A hiperpigmentação

da pele também é um fator primordial na avaliação dermatológica. Os cães que

apresentam alopecia simétrica devem passar por uma avaliação minuciosa para a

observação de outras alterações cutâneas, como comedões, espessura da pele e

deposições de cálcio (BOND, 2004).

O exame histopatológico é considerado uma das ferramentas mais poderosas em

dermatologia. Para se obter resultados satisfatórios, é importante que o clínico selecione

com precisão os locais a serem biopsiados e preserve cuidadosamente as amostras para

uma análise precisa e fidedigna (SCOTT, 2001 e CAMPANA, 2010).

Em estudo realizado por um grupo de pesquisadores do estado do Rio de

Janeiro, a biópsia de pele, associada ao exame histopatológico, foram os métodos mais

eficientes no diagnóstico do hipotireoidismo, com especificidade de 100% e

sensibilidade de 98,2%. As alterações microscópicas específicas encontradas foram a

hipertrofia com vacuolização dos músculos pilo-eretores e o mixedema. Observou-se

que estas alterações foram encontradas em 97,6% dos animais que tiveram o

diagnóstico da endocrinopatia confirmado pelo exame histopatológico. Devido à

elevada especificidade (100%) e sensibilidade (98,2%), o exame histopatológico foi o

método de diagnóstico mais eficaz para o hipotireoidismo (TEIXEIRA, 2008).

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

13

Scott (1982) observou que diferentes distúrbios endócrinos poderiam cursar com

diversos achados histopatológicos, sendo os mais frequentes são hiperqueratose,

queratose folicular, dilatação folicular, atrofia do folículo piloso, melanose epidérmica e

atrofia das glândulas sebáceas. Esses achados são indicativos de distúrbios endócrinos,

mas não são específicos para nenhuma dermatopatia endócrina.

O diagnóstico definitivo das alopecias é obtido por meio da análise em conjunto

com testes laboratoriais (exame microscópico do pelo, biópsias cutâneas, análises

sanguínea e urinária e testes hormonais) e achados clínicos. O tratamento do paciente

afetado pela alopecia endócrina vai depender da patologia diagnosticada (BOND, 2004).

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 A PELE

A pele constitui o maior órgão do organismo animal. Este órgão recobre toda a

superfície do corpo e desempenha inúmeras funções, tais como: proteção contra lesões;

termorregulação; proteção contra a radiação ultravioleta, entre outros. Além de receber

estímulos do ambiente, devido à abundante inervação sensorial (JUNQUEIRA,

CARNEIRO, 2013; SOUZA et al., 2009ᵃ ; YOUNG et al., 2007).

Este órgão é responsável pelo envio de informações do meio ambiente externo

para o organismo, existindo terminações nervosas na pele para esta função que

transmitem a mensagem para o sistema nervoso central. As células de Merkel são

mecanoreceptores que se localizam na camada basal da epiderme e se apoiam na

membrana basal, presas aos queratinócitos através dos desmossomos. Na base destas

células há uma estrutura em forma de disco, onde são inseridas fibras nervosas

aferentes, que conduzem impulsos para o sistema nervoso central (YOUNG et al.,

2007).

A pele participa do processo de termorregulação através das glândulas

sudoríparas, vasos sanguíneos e tecido adiposo. Os melanócitos produzem a melanina,

este pigmento é responsável pela proteção contra os raios ultravioleta. Estas células se

localizam na junção da derme com a epiderme ou na camada basal, entre os

queratinócitos. O aminoácido tirosina é transformado em dopa que, por sua vez, produz

a dopa-quinona. Esta, após várias transformações, converte-se em melanina para isso é

necessária à participação da enzima tirosinase (SOUZA et al., 2009ᵃ).

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

14

A pele é dividida morfologicamente em três camadas principais: a epiderme, a

derme (figura 1) e a hipoderme.

Figura 1. Fotomicrografia de pele normal de cão corada pelo método HE. Junção

dermoepidérmica onde observamos a presença da epiderme seguida pela derme

papilar. A fotomicrografia mostra a presença de folículos pilosos e de uma

arteríola. Microscópio Nikon® Eclipse Nis 4.0 com câmera acoplada Nikon® DS

RI1. Objetiva de 10x.

Fonte: arquivo do autor.

2.1.1 Epiderme

A epiderme tem origem mesodérmica e é a camada mais externa da pele, sendo

constituída por um epitélio estratificado, pavimentos e queratinizado. É composta por

diferentes células epiteliais, sendo os queratinócitos os mais abundantes e são os

produtores de queratina. As outras células encontradas na epiderme são os melanócitos

(produtoras de melanina), as células de Langerhans (responsáveis por reconhecer

antígenos) e as de Merkel (mecanoreceptores) (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2013;

SOUZA et al., 2009ᵃ ; YOUNG et al., 2007).

A pele possui quatro padrões anatômicos que variam em diversos aspectos,

principalmente, em relação à espessura da mesma, sendo mais espessa e complexa na

palma da mão e na planta dos pés. Nestes locais, a pele é composta por cinco camadas

que se distribuem, na seguinte configuração:

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

15

Camada Basal: nesta camada as células são prismáticas ou cubóides e

basófilas. É o limite final da epiderme, logo a baixo está a derme. Responsável

ao lado da camada espinhosa pela renovação constante da epiderme,

apresentando intensa atividade mitótica (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2013;

SOUZA et al., 2009ᵃ).

Camada Espinhosa: nesta região as células são cubóides ou ligeiramente

achatadas. Possui feixes de filamentos de queratina (tonofilamentos) que estão

presentes nas curtas expansões entre os citoplasmas. Essas expansões

citoplasmáticas se mantem unidas com as células vizinhas por meio dos

desmossomos, dando às células um aspecto espinhoso (JUNQUEIRA,

CARNEIRO, 2013; SOUZA et al., 2009ᵃ).

Camada Granulosa: os queratinócitos começam a perder a forma poliédrica e

vão se tornando achatadas na medida que se aproxima da superfície. As células

contêm grânulos basófilos e eletro-densos que são chamados de grânulos de

querato-hialina. Estes interagem com as tonofibrilas de citoqueratinas e juntos

irão produzir uma matriz amorfa que vai preenchendo gradativamente as células,

as tornando queratinizadas (SOUZA et al., 2009ᵃ ; YOUNG et al., 2007).

Camada Lúcida: composta por uma delgada camada de células achatadas,

eosinófilas e translúcidas. As células perderam seus núcleos e organelas

citoplasmáticas que foram digeridos por enzimas lisossomais. Ainda apresenta

desmossomos entre as células (SOUZA et al., 2009ᵃ ; YOUNG et al., 2007).

Camada Córnea: composta por escamas queratinizadas, as células estão

mortas, achatadas e não apresentam núcleos. Existe uma descamação constante

(JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2013; SOUZA et al., 2009ᵃ ; YOUNG et al.,

2007).

Na pele fina, as camadas granulosa e lúcida não estão presentes, apresentando

uma camada córnea muito reduzida (SOUZA et al., 2009ᵃ ; YOUNG et al., 2007).

2.1.2 Membrana basal

A membrana basal é responsável por manter a arquitetura da pele, sendo a

separação dermoepidérmica responsável pela fixação e aderência com a derme através

de hemidesmossomos. Na microscopia de luz utilizando a coloração HE, a região da

membrana basal é de difícil identificação. Os cortes corados pelo ácido periódico de

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

16

Schiff (PAS) podem demostrar a presença dessa zona, principalmente nos coxins, no

plano nasal e nas junções mucocutâneas de cães e gatos (AFFOLTER, V.K. & MOORE

K, 1994).

2.1.3 Derme

A derme é constituída de tecido conjuntivo propriamente dito, rico em colágeno

e fibras elásticas. É a responsável pela junção da pele ao tecido subcutâneo. As papilas

dérmicas são saliências na superfície externa irregular. Estas acrescem área de contato

da derme com a epiderme, aumentando a aderência entre a epiderme e a derme papilar.

Nesta camada encontramos vasos sanguíneos e linfáticos, glândulas sebáceas e

sudoríparas, nervos e folículos pilosos que são estruturas derivadas da epiderme

(JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2013; SOUZA et al., 2009ᵃ ; YOUNG et al., 2007).

Existem duas camadas que compõem a derme, onde o limite entre estas duas

regiões são poucos distintos: a superficial e a profunda.

Camada Papilar: é mais delgada e formada por tecido conjuntivo frouxo, que

forma as papilas dérmicas. Contém fibras colágenas muito delicadas, tramadas

com delgadas fibras elásticas. Possui arteríolas, alças capilares e vênulas,

capilares linfáticos e delicadas terminações nervosas sensitivas, como os

corpúsculos de Meissner.

Camada Reticular: é a mais espessa e constituída por tecido conjuntivo denso

não modelado. Como a derme superficial contem muitas fibras colágenas e

elásticas, responsável pela elasticidade da pele.

2.1.4 Tecido subcutâneo

Formado por tecido adiposo (panículo adiposo) compartimentalizado por septos

de tecido conjuntivo frouxo. Esta região une a derme aos órgãos subjacentes. O

panículo adiposo é uma reserva de energia que proporciona proteção contra o frio

(YOUNG et al., 2007).

2.2 COLÁGENO

O colágeno é uma proteína fundamental na constituição da matriz extracelular

do tecido conjuntivo, sendo o principal componente deste tecido e desempenha um

papel chave na arquitetura e integridade da sua matriz extracelular (GARTNER &

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

17

HIATT, 2007; WHITTAKER, 1991). É componente proteico mais abundante do corpo,

representa cerca de 1/3 de todas as proteínas (MILLER, 1976).

A síntese do colágeno ocorre intracelularmente em pequenas porções, depois

sendo exportado para fora da célula, onde, através da ação de enzimas polimerizantes, é

definido numa estrutura em hélice-tripla. Cada uma destas 3 "fitas" de proteínas são

formadas quase absolutamente por glicina (representando 1/3 da sequência), prolina e

lisina , e por mais dois aminoácidos que são modificados pelos ribossomos:

a hidroxiprolina e a hidroxilisina (TAZIMA et al., 2008).

Existem vários tipos de colágeno presente no corpo, sendo que a maior parte dos

tecidos encontrados no corpo é composta principalmente por fibras colágenas tipo I e

III. O colágeno tipo I é o mais abundante e o mais encontrado, ele é o maior

componente da pele, sendo responsável pela força tensora e possuindo elasticidade

limitada (JUNQUERIA et al., 1978).

O colágeno tipo III é confere resistência para a distensibilidade estrutural, porém

possui uma força tensora limitada e normalmente tende a estar associado com o tipo I

(JUNQUERIA et al., 1978). Inúmeras técnicas de colorações histológicas são utilizadas

com o intuito de diferenciar o tecido conjuntivo e aprimorar o estudo deste, assim

existem colorações especificas para corar fibras colágenas.

2.3 MECANISMOS DE REGULAÇÃO FISIOLÓGICA

O organismo possui vários mecanismos para regular os hormônios produzidos e

excretados pelas diversas glândulas endócrinas (CUNNINGHAM, 2004). Daremos

ênfase nos eixos hipotálamo-hipófise-tireoide e hipotálamo-hipófise-córtex da adrenal,

pois a partir deles teremos ideia de como ocorrem os distúrbios que levam ao

hipotireoidismo e ao hiperadrenocorticismo canino.

A regulação do eixo da tiroide depende da síntese e secreção diária de tiroxina

(T4). A produção de hormônios da tireoide é diretamente controlada pelo hormônio

estimulante da tireoide (TSH), que é produzido e secretado pelas células tireotróficas da

hipófise. Já a liberação de TSH é regulada pela produção de hormônio liberador de

tireotrofina (TRH), sendo este produzido em neurônios específicos no núcleo

paraventricular do hipotálamo (DUKES, 2007).

O T4 tem um papel em inibir respectivamente a síntese de TRH pelo hipotálamo

e de TSH na hipófise. Se houver uma redução na síntese de T4, nem o hipotálamo nem

as células tireotróficas são inibidas e tanto a TRH como a TSH aumentam sua liberação.

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

18

Em contrapartida, havendo um aumento na síntese de T4, produz-se uma maior

conversão de T4 em triiodotironina (T3), com inibição da TRH e da TSH. Os níveis

plasmáticos de hormônios tireoidianos são constantemente mantidos pelo mecanismo de

feedback negativo, que envolve a hipófise e o hipotálamo. Hormônios da tireoide livres

asseguram o bom funcionamento deste mecanismo de feedback. Os glicocorticoides e

andrógenos também inibem a secreção de TSH (CUNNINGHAM, 2004; DIXON,

2001).

O hipotálamo produz o hormônio liberador de corticotropina (CRH) que

estimula a hipófise a produzir e liberar a corticotropina (ACTH). A secreção dos

glicocorticoides pelas zonas fasciculada e reticular é controlada então por este eixo

hormonal. Esse eixo é controlado por um sistema de feedback negativo, no qual os

glicocorticoides inibem a liberação de CRH, o que resulta na diminuição da secreção de

ACTH pela hipófise. Existem evidências de que os glicocorticoides possuiriam efeito de

feedback negativo sobre a hipófise (CUNNINGHAM, 2004, DUKES, 2007).

2.4 HIPOTIREOIDISMO

O hipotireoidismo é a endocrinopatia mais frequentemente observada em cães e

tem como característica uma anormalidade estrutural e/ou funcional na glândula, o que

acarreta numa deficiência na produção dos hormônios tireoidianos (ETTINGER &

FELDMAN, 2010). Os hormônios da tireoide estimulam os diferentes órgãos e tecidos

do corpo, pois regulam a atividade de enzimas e proteínas que participam do

metabolismo celular. Assim sendo, causam grande variedade de sinais clínicos

sistêmicos observados nesta patologia.

A principal função da tireoide é controlar o metabolismo do organismo através

da secreção de seus hormônios: T4 e T3. Ambos são derivados iodados do aminoácido

tirosina e responsáveis pelo efeito fisiológico da glândula. É importante destacar que,

além das células foliculares que produzem os hormônios, a tireoide possui células

parafoliculares, produtoras de calcitonina (CUNNINGHAM, 2004; DUKES, 2007).

O hipotireoidismo é uma causa comum de alopecia em seres humanos e em

animais, especialmente em cães (DOSHI, BLYUMIN, KIMBALL, 2008; TSUJIO et

al., 2008; ARTANTAS, 2009). No folículo piloso humano, o receptor do hormônio da

tireoide (TR) participa do desenvolvimento do pelo (SCARAMPELLA, 2011; MORAN

& CHATTERJEE, 2015). Entretanto, poucas pesquisas são realizadas para estudar mais

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

19

profundamente os TRs e o pelo ou o mecanismo fisiopatológico responsável pela

alopecia causada pelo hipotireoidismo (TSUJIO et al., 2008).

Segundo a literatura, as raças com maior predisposição a sofrer esta patologia

são: Golden Retriever, Doberman Pinscher, Setter Irlandês, Schnauzer Miniatura,

Dachshund, Cocker Spaniel, Airdale Terrier, Boxer, Caniche, Borzoi, Beagle, Setter

irlandês e Old English Sheepdog (SCOTT-MONCRIEFF, 2007). Porém, em estudo

realizado por Teixeira (2008), os animais sem padrão racial definido foram os cães mais

acometidos pelo hipotireoidismo.

A idade em que os primeiros sinais clínicos começam surgir é bastante variável,

sendo que a idade média dos cães ao diagnóstico é de 7 anos (SCOTT-MONCRIEFF,

2007; NELSON & COUTO, 2009).

A predisposição sexual ainda é um fator de impasse entre os autores, alguns

dizem que existe predileção pelas fêmeas e outros dizem não existir predileção sexual

(PANCIERA, 1994; DIXON et al., 1999) . Em estudo realizado por Teixeira (2008),

dos 266 cães hipotireoideos, 154 eram fêmeas (57,9%), das quais 44 castradas e 110

não-castradas, 112 eram machos (42,1%), 32 castrados e 80 não-castrados,

demostrando não haver diferenças estatísticas em relação ao sexo.

Devido à sintomatologia bem diversificada e a associação aos resultados

laboratoriais variáveis ou dúbios, em parte, pela marcada flutuação fisiológica dos

valores dos hormônios tireoidianos, chegar ao diagnóstico definitivo do hipotireoidismo

difícil e o diagnóstico diferencial exaustivo. Apesar desses fatos, é o distúrbio endócrino

mais diagnosticado em cães (SCOTT et al., 2001; SCOTT-MONCRIEFF, 2007).

2.4.1 Classificação do Hipotireoidismo

O hipotireoidismo canino se classifica como primário, secundário ou terciário, e

ainda de ocorrência natural ou iatrogênica (FERGUNSON, 2007; SCOTT-

MONCRIEFF, 2007; ETTINGER & FELDMAN, 2010). A origem dessa

endocrinopatia ainda é extremamente discutida, e sua causa pode ter origem adquirida

ou genética.

As principais formas do hipotireoidismo primário são a tireoidite linfocítica

autoimune e a atrofia idiopática da tireoide. Ambas são bem frequentes, com cerca de

50% dos casos da doença são causados pela tireoidite linfocítica (KEMPPAINEN &

CLARK, 1994). A principal característica histológica da tireoidite linfocítica é a

presença um infiltrado linfocítico e de macrófagos que destroem a região folicular e

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

20

inviabilizam a produção de hormônios pela glândula (SCOTT et al., 2001; PORTO et

al., 2008).

Na atrofia idiopática há perda do parênquima e substituição por tecido adiposo e

fibras de tecido conjuntivo. Ocorre a degeneração individual das células foliculares com

a exfoliação das células dentro do coloide (ETTINGER & FELDMAN, 2010). A

presença de infiltrado inflamatório não é observada, mesmo em áreas onde os pequenos

folículos ou restos foliculares estão presentes (NELSON & COUTO, 2009).

O hipotireoidismo secundário é raro, e os distúrbios hipofisários, como

hiperplasia ou neoplasia desta glândula, causam a redução das funções tireoidianas

(SCOTT et al., 2001). As alterações associadas ao hipotálamo são classificadas como

uma causa central, mas ainda não foram descritas em cães, sendo citadas como

hipotireoidismo terciário (NELSON & COUTO, 2009; ETTINGER & FELDMAN,

2010).

O hipotireoidismo congênito é raramente diagnosticado em cães, tendo como

possíveis causas a deficiência de iodo, déficits na enzima tiroperoxidase ou defeitos no

desenvolvimento da glândula tireoide. O defeito na secreção de TSH é uma causa

menos comum, e o déficit de receptores de TSH ou TSH anômalo também podem ser a

origem da doença (SCOTT et al., 2001; CASTILLO et al., 2001; NELSON & COUTO,

2009).

O hipotireoidismo iatrogênico pode ser causado por administração de fármacos

antitireoidianos, tratamento com iodo e também tireoidectomia (SCOTT-MONCRIEFF,

2007).

2.4.2 Sinais Clínicos do hipotireoidismo

Os hormônios tireoidianos influenciam a função de muitos órgãos e tecidos de

diferentes sistemas, e por esse motivo os sinais clínicos sistêmicos do hipotireoidismo

são inespecíficos e de natureza bastante variável, raramente assumindo aspectos

característicos. Os sinais mais comuns desta endocrinopatia são os relacionados com o

decréscimo do metabolismo e às alterações dermatológicas. Menos comum, porém bem

documentados, são as manifestações neurológicas, efeitos no sistema cardiovascular, no

sistema reprodutor feminino, e incontáveis sinais clínicos observados no

hipotireoidismo congênito (SCOTT-MONCRIEFF, 2007; ETTINGER & FELDMAN,

2010).

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

21

Muitos cães apresentam propensão ao aumento de peso, mesmo sem aumentar o

consumo de alimento. Grande parte dos cães afetados pelo hipotireoidismo apresenta

algum grau de retardamento mental, letargia, intolerância ou aversão a exercícios. O

surgimento destes sinais ocorre de maneira gradual e insidiosa, muitas vezes não sendo

reconhecidos pelo proprietário. (NELSON &COUTO, 2009; SCOTT-MONCRIEFF,

2007).

O sistema nervoso central e periférico pode ser afetado pelo hipotireoidismo. Em

um estudo retrospectivo com 66 cães hipotireoideos, as anormalidades neurológicas

foram descritas em 29% dos cães, embora nem todos os sinais neurológicos descritos

possam ser atribuídos ao hipotireoidismo (PANCIERA, 1994). As causas da disfunção

neurológica no hipotireoidismo são pouco compreendidas. A deficiência de ATP leva

ao desequilíbrio na atividade da bomba de Na⁺/K⁺, podendo causar um retardamento do

impulso nervoso e uma disfunção dos nervos periféricos (SCOTT-MONCRIEFF, 2007).

A neuropatia periférica é a manifestação neurológica melhor documentada. Os

cães acometidos apresentam intolerância ao exercício, fraqueza, ataxia especialmente

dos membros pélvicos, tetraplegia ou paralisia, défices proprioceptivos e diminuição

dos reflexos espinhais (ETTINGER & FELDMAN, 2010).

As manifestações oftálmicas relacionadas ao hipotireoidismo incluem lipidose

corneal, úlcera de córnea, uveíte, glaucoma secundário, ceratoconjuntivite seca,

entretanto esses sinais não são comprovados cientificamente (FRANK, 2006).

A deficiência dos hormônios da tiroide possui o potencial de comprometer a

função cardíaca, sendo a bradicardia um sinal clínico observado quando realizado

exame clínico e ausculta (SCARAMPELLA, 2011). A fibrilação é a anormalidade

reportada no eletrocardiograma (SCOTT-MONCRIEFF, 2007).

As alterações reprodutivas atribuídas ao hipotireoidismo nas fêmeas incluem

ginecomastia e galactorreia em 25% das cadelas não castradas (SCOTT et al., 2002;

SCARAMPELLA, 2011). O provável motivo destes sintomas deve-se ao aumento

presumível da estimulação geral da hipófise pela TRH (DIXON, 2004). Outras

manifestações observadas são estros silenciosos, intervalo entre estro prolongado, falha

no ciclo estral, número reduzido de filhotes na ninhada, aborto espontâneo, filhotes

fracos ou natimortos e inércia uterina (ETTINGER & FELDMAN, 2010). As alterações

reprodutivas mais frequentemente encontradas nos machos são perda da libido

(CASTILLO, 2011), infertilidade e atrofia testicular (FRANK, 2006).

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

22

2.4.3 Alterações Cutâneas no hipotireoidismo

Os hormônios tireoidianos são extremamente importantes na manutenção da

função cutânea, eles desempenham papel regulatório na diferenciação epidérmica, em

parte por seus efeitos sobre os queratinócitos (DOSHI, BLYUMIN & KIMBALL,

2008). Assim, os sintomas dermatológicos constituem alterações importantes nos

animais com hipotireoidismo. Alguns dos sinais podem ser comuns a outras

dermatopatias endócrinas, tais como: hiperadrenocorticismo e hiperestrogenismo. A

principal característica é a alopecia simétrica bilateral não inflamatória, não pruriginosa,

e face trágica associada a outras alterações cutâneas (SCOTT et al., 2001; NELSON &

COUTO,2009; MÜNTENER et al., 2012).

Os sinais dermatológicos surgem mais tardiamente, quando a secreção de T4

está gravemente afetada. Entorno de 20% dos cães com hipotireoidismo não irão

apresentar alopecia generalizada, no entanto é comum observar a presença de seborreia

seca ou oleosa (CASTILLO, 2011).

A diminuição dos hormônios da tireoide mantém os folículos pilosos na fase

telógena e inibe a fase anágena, isso acarreta sinais de pelagem fosca, ressecada e

quebradiça (SCOTT et al., 2001; MÜNTENER et al., 2012). Tsujio et al. (2008)

observaram que grande parte dos folículos pilosos de ratos tireoidectomisados,

encontravam-se na fase telógena, além de demonstrarem uma atrofia folicular

envolvendo redução de espessura da bainhas externa e interna da raiz do folículo piloso.

A queda de pelos costuma ser o primeiro sintoma percebido pelo proprietário, ocorre de

forma bilateral e simétrica comumente na região dorsal do pescoço, ventral e lateral do

tórax, abdômen e cauda, a cabeça e as extremidades costumam ser poupadas (SCOTT-

MONCRIEFF, 2007). Uma característica bem marcante é a alopecia localizada na

cauda (SCOTT et al., 2001).

A hiperpigmentação é frequentemente observada em cães com hipotireoidismo,

o mecanismo de como ela ocorre ainda é desconhecido (SCOTT-MONCRIEFF, 2007;

SCARAMPELLA, 2011). A hiperpigmentação usualmente inicia-se nas áreas com

alopecia, essa alteração de pigmentação também atinge a região inguinal e faces mediais

dos membros. Nos cães acometidos por dermatopatias endócrinas, as áreas

hiperpigmentadas também podem apresentar hiperqueratose, quando relacionadas ao

prurido e a inflamação crônica da pele (SCOTT et al., 2001; SCOTT-MONCRIEFF,

2007).

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

23

Outras características dermatológicas são formação de comedões e cicatrização

lenta. Os comedões são lesões que comumente estão presentes também no

hiperadrenocorticismo, bem como a demodicose e displasia folicular (SCOTT et al.,

2001; SCOTT-MONCRIEFF, 2007).

Uma característica bastante comum nessa endocrinopatia é a seborréia seca, ela

surge na falta dos hormônios tireoidianos, pois a ausência destes acarreta descontrole da

secreção da glândula sebácea e deficiência na maturação celular nas camadas mais

superficiais de epiderme. Já a seborréia oleosa ocorre devido ao acúmulo de secreção na

glândula sebácea, que não consegue excretá-la (SCOTT et al., 2001; NELSON &

COUTO, 2009). As glândulas ceruminosas das orelhas e as glândulas sebáceas são

sueperestimuladas causando otite ceruminosa. O excesso de secreção predispõe ao

desenvolvimento de infecções secundárias (SCOTT et al., 2001).

Os hormônios tireoidianos estimulam a proliferação dos fibroblastos e a síntese

de colágeno, esses hormônios influenciam a espessura da pele por meio da regulação da

síntese e do catabolismo dos glicosaminoglicanos. A ausência de hormônios

tireoidianos leva à redução da atividade dos fibroblastos e o metabolismo do colágeno é

alterado. As feridas cutâneas cicatrizam mais devagar e, em áreas sujeitas a trauma,

pode-se observar uma deposição excessiva de tecido fibroso (SCARAMPELLA, 2011).

Em cães com hipotireoidismo, devido ao catabolismo mais lento dos

glicosaminoglicanos, o excesso de ácido hialurônico se acumula na derme, levando à

retenção de água. O mixedema resultante confere à pele maior espessura e uma

temperatura inferior a normal (SCARAMPELLA, 2011). O mixedema é normalmente

observado na face dos cães, ao redor da região frontal temporal, observa-se tumefação e

engrossamento das pregas cutâneas faciais, e as pálpebras superiores caídas, gerando a

famosa expressão facial trágica (SCOTT-MONCRIEFF, 2007).

O hipotireoidismo canino predispõe a infecções bacterianas recorrentes na pele,

sendo a piodermite reportada em 10-23% dos casos. Infecções por Malassezia sp. e a

demodicose também foram reportadas (SCOTT-MONCRIEFF, 2007).

2.4.4 Diagnóstico do hipotireoidismo

A obtenção do diagnóstico definitivo do hipotireoidismo canino é baseado no

histórico e nos achados clínicos que são sugestivos da doença, aliando-se a esses dados

os resultados dos exames laboratoriais e a resposta a terapia hormonal (CASTILLO,

2011). Muitas vezes é extremamente difícil confirmar esta doença; o diagnóstico final é

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

24

algumas vezes baseado na resposta positiva à terapia de substituição de T4

(KEMPPAINEN & BEHREND, 2001).

As alterações analíticas incluem anemia não regenerativa, normocítica e

normocrômica (DIXON, 2001; FRANK, 2006). As alterações bioquímicas mais

consistentes são hiperlipidemia, usualmente atribuída a hipercolesterolemia e, com

menor frequência, hipertrigliceridemia (FRANK, 2006; CASTILLO, 2011). Por vezes

observa-se aumento moderado das enzimas hepáticas ALT e FA (CASTILLO, 2011).

A biópsia cutânea revela achados sugestivos de dermatoses hormonais, como

hiperqueratose ortoqueratótica, dilatação folicular e/ou atrofia, folículos pilosos

predominantemente em fase telógena, atrofia das glândulas sebáceas, melanose

epidérmica e queratinização triquilemal excessiva (Müntener et al., 2012; Rojko et al.,

1978; Scott 1982, Scott et al., 2001).

A biopsia cutânea também pode revelar achados histopatológicos bastante

sugestivos de hipotireoidismo como a vacuolização e hipertrofia dos músculos pilo-

eretores que ocorrem em 74% dos cães acometidos por essa patogenia, o mixedema

também é uma características observadas nesses animais (TEIXEIRA, 2008). Müntener

et al. (2012) observaram uma baixa porcentagem de folículos pilosos na fase anágena,

além da existência do espessamento da derme e da epiderme.

No estudo realizado por Teixeira (2008), do total de 266 animais com

diagnóstico de hipotireoidismo, em 218 (81,9%), a histopatologia foi utilizada como

método de diagnóstico para a doença. Em 214 (98,2%) animais, foram observadas

alterações sugestivas de hipotireoidismo, enquanto em apenas quatro cães (1,8%) não

haviam sinais desta endocrinopatia, pelo exame microscópico da pele. Para as condições

onde o estudo foi realizado, biópsia de pele e o exame histopatológico, este foi o

método mais eficaz no diagnóstico do hipotireoidismo com especificidade de 100% e

sensibilidade de 98,2%.

Em um estudo realizado no Japão, a biopsia de pele pôde revelar através da

imunohistoquímica que existiu um decréscimo na expressão do TR e na atividade

proliferativa celular dos folículos pilosos em ratos tireoidectomizados, ou seja, com uma

falta de hormônios tireoidianos e isso resultou no retardo do crescimento do pelo

(TSUJIO et al., 2008).

Os hormônios tireoidianos mais frequentemente mensurados são, T4 total (TT4),

T3 total (TT3) e T4 livre (fT4). As concentrações de T3 livre (fT3) e T3 revertida (rT3)

são menos usadas (ETTINGER e FELDMAN, 2010).

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

25

A mensuração de T4 sérica pode ser utilizada como teste de triagem para o

diagnóstico de hipotireoidismo (NELSON & COUTO, 2009). A dosagem única da

concentração de TT4 no soro por radioimunoensaio só é valida se o valor estiver dentro

da normalidade ou elevado. Isso é significativo, pois o hipotireoidismo pode ser

excluído se valores normais forem encontrados. No entanto, um nível baixo de T4 não é

suficiente para a confirmação de hipotiroidismo (DIXON, 2001). Os cães com

hipotireoidismo podem, na grande parte dos casos, ser distinguido de cães normais com

base na concentração plasmática matinal de TT4 baixa, no entanto várias doenças não

tireoidianas e a administração de diferentes fármacos, incluindo glicocorticoides,

sulfamidas, anticonvulsivantes, AINE’S e agentes de radiocontraste, podem diminuir

“falsamente” as concentrações séricas de T4 (DIXON, 2001; KEMPPAINEN &

BEHREND, 2001; FERGUSON, 2007).

A fT4 é a fração de tiroxina circulante que não se conjugou com as proteínas

plasmáticas (normalmente 0,1% da TT4). A mensuração de fT4 provém uma análise da

concentração de hormônio disponível para os tecidos, foi demonstrado que existe uma

alta correlação entre o estado clínico do animal e a quantidade de T4 livre (DIXON,

2001; FERGUSON, 2007). A acurácia da medição é a chave para distinguir condições

ligadas a distúrbios na concentração plasmática de hormônio da tireoide relacionado às

doenças ou ao uso de fármacos (KEMPPAINEN & BEHREND, 2001; FERGUSON,

2007).

A concentração de TSH basal normalmente se encontra aumentada em cães com

hipotireoidismo (DIXON, 2001). O TSH é considerado a melhor ferramenta de

avaliação do eixo hipófise-tireoide, além de ser o marcador mais sensível para

determinar a funcionalidade dessa glândula. O aumento do TSH pode ser levado em

conta para o diagnóstico do hipotireoidismo, independente dos valores de T4

(CASTILLO, 2011).

Segundo Dixon (2001) a prova de estimulação com TSH é o método diagnóstico

mais confiável para a função da tiroide em cães. O princípio por trás deste teste é a

avaliação da concentração de TT4 despois da administração de TSH. É considerado o

teste ouro para a avaliação da função da glândula tireoide (KEMPPAINEN &

BEHREND, 2001; FERGUNSON, 2007). Entretanto, de acordo com Kemppainen e

Behrend (2001), o uso do teste de estimulação com TSH é insatisfatório. A

administração de TSH resulta em baixo ou inconsistente aumento plasmático de TT4

em cães eutireoideos.

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

26

Existem vários diagnósticos diferenciais para o hipotireoidismo, entre eles temos

hiperadrenocorticismo canino (HAC), dermatoses responsivas às alterações dos

hormônios sexuais, alopecia X, alopecia dos mutantes de cor, alopecia cíclica do flanco,

alopecia congénita adenite sebácea, efluvio telogênico/defluxo anagênico, alopecia de

padrão, dermatofitose, demodicose, pioderma superficial (SCARAMPELLA, 2011;

MÜNTENER et al., 2012).

2.4.5 Tratamento do Hipotireoidismo

O tratamento do hipotireoidismo tem como objetivo normalizar o eixo hipófise-

tiroide e os níveis de T4 em circulação (CASTILLO, 2011). No hipotireoidismo

primário o tratamento é continuo, por tanto o paciente será tratado por toda a vida

(SCOTT et al., 2002).

Recomenda-se o tratamento com levotiroxina sintética, com a finalidade de

restabelecer o estado de eutiroideo sem suprimir o eixo hipófise-tiroide (NELSON &

COUTO, 2009; CASTILLO, 2011). A dose recomendada de levotiroxina é de 11-22

µg/kg, administrada uma ou duas vezes ao dia, o ideal é começar com a dose mais baixa

e depois ir aumentando a dosagem gradualmente até alcançar a concentração desejada

(CASTILLO, 2011; TVARIJONAVICIUTE, 2013). Quando a medicação é

administrada juntamente com a alimentação ocorre uma diminuição da

biodisponibilidade do fármaco. O tratamento com a levotiroxina preserva a regulação

normal da conversão de T4 para T3, desta forma permite-se a regulação fisiológica das

concentrações de T3 nos tecidos, diminuindo o risco de hipertireoidismo iatrogênico

(ETTINGER & FELDMAN, 2010).

Quando existe uma absorção inadequada de T4, o tratamento com T3 sintética é

recomendado, pois a absorção gastrointestinal de T3 é de 100%. Entretanto, esse

tratamento não é o mais recomendado, pois este hormônio possui uma meia vida curta,

sendo necessário administra-lo três vezes ao dia. Além disso, é a causa mais comum de

hipertireoidismo iatrogênico (ETTINGER & FELDMAN, 2010).

O tratamento corrige a maioria das alterações cutâneas e metabólicas do

hipotireoidismo. Os animais tendem a perder o peso que haviam ganhado antes do

início do tratamento (TVARIJONAVICIUTE, 2013). Os cães com algumas mudanças

comportamentais, tendo como exemplo a letargia e a depressão, exibem uma resposta

rápida a levotiroxina (2-4 semanas). A resposta dermatológica ocorre de maneira mais

lenta e isso deve ser informado ao proprietário. A melhora das manifestações cutâneas

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

27

iniciais demora, no geral, cerca de quatro semanas para começar a ser percebida. A

maioria dos animais mostra a completa ou parcial recuperação da pele ao final de três

ou quatro meses, o crescimento do pelo pode levar mais tempo em raças de pelo longo

(SCOTT et al., 2002).

O acompanhamento do tratamento deve ser realizado a cada dois meses, com

colheita de amostras sanguíneas 3-4 horas após a administração da levotiroxina.

Dependendo dos resultados a dose do hormônio deve ser ajustada. Na sequência, a

reavaliação pode ser efetuada com uma periodicidade de 6-12 meses com a percepção

da melhora do paciente (CASTILLO, 2011).

2.5 Hiperadrenocorticismo (Síndrome de Cunshing)

O hiperadrenocorticismo é uma condição comum em cães e pode ser definida

como resultado de mudanças físicas e bioquímicas de uma exposição prolongada e

inapropriada de altas concentrações plasmáticas de cortisol. Essa desordem também é

conhecida como síndrome de Cushing (KOOISTRA & GALAC, 2009). Os principais

sinais clínicos no cão são poliúria, polidipsia, polifagia, barriga pendulada e mudanças

na pele e no pelo, como alopecia bilateral (NELSON & COUTO, 2009).

As raças pequenas exibem sinais clínicos mais clássicos e numerosos que as

raças de porte grande. Os animais idosos são mais sensíveis aos efeitos catabólicos dos

glicocorticoides e geralmente manifestam sinais clínicos mais exacerbados e mais cedo

que os mais jovens (SCOTT et al., 2002).

O HAC é frequentemente observado em raças pequenas, especialmente em

Poodle miniatura, Boxer, Dachshnund, Beagle e Boston Terrier (FRANK, 2006;

GRECO, 2007). Não se observa uma diferença significativa na predisposição sexual no

hiperadrenocorticismo pituitário-dependente (HPD), no entanto, as fêmeas

normalmente, desenvolvem cerca de três vezes mais tumores adrenocorticais que os

machos (BLATTER, 2012).

Os glicocorticoides influenciam o crescimento do pelo e a pigmentação do

folículo através da sua ligação a receptores intracelulares específicos existentes nas

células da epiderme interfolicular e nas células basais dos folículos pilosos

(SCARAMPELLA, 2011).

2.5.1 Classificação do Hiperadrenocorticismo

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

28

O hiperadrenocorticismo canino pode ser classificado em: iatrogênico e

endógeno. Este último pode ocorrer devido a tumores na glândula adrenal ou ser

pituitário dependente (CUNNINGHAM, 2004).

A forma iatrogênica, em muitos casos é devida à administração de

glicocorticoides para o tratamento de uma gama de alergias, doenças autoimunes,

inflamatórias e neoplásicas. O desenvolvimento dos sinais clínicos devido ao excesso de

glicocorticoides depende da severidade e duração do tratamento. A administração de

corticosteroides causa a indução e manutenção da supressão do eixo hipotalâmico-

hipófise – córtex da adrenal (KOOISTRA & GALAC, 2009).

A forma endógena mais comum de hiperadrenocorticismo é a pituitário-

dependente (HPD), afetando cerca de 85% dos casos (FRANK, 2006; KOOISTRA &

GALAC, 2010). Normalmente ocorre uma hipersecreção de ACTH por um adenoma

corticotrófico na hipófise (FRACASSI et al., 2007; KOOISTRA & GALAC, 2010)

resultando hiperplasia adrenocortical bilateral e em consequência um excesso de

produção de cortisol (SCARAMPELLA, 2011). Este excesso leva à falha do mecanismo

de feedback negativo sobre o ACTH. A síndrome é observada em cães adultos e com

maior incidência em animais idosos, em média de nove anos de idade (NELSON &

COUTO, 2009; SCARAMPELLA, 2011; BLATTER et al., 2012).

Os tumores adrenocorticais são responsáveis por 15 a 20% dos casos de

hiperadrenocorticismo endógeno. Estes tumores secretam de forma exagerada

glicocorticoides (KOOISTRA & GALAC, 2010). Normalmente, estas neoplasias

(adenomas ou adenocarcinomas) são unilaterais, não respondendo ao mecanismo de

controle do eixo hipotálamo-hipófise. Comumente se observa uma atrofia da glândula

contralateral (SCARAMPELLA, 2011).

2.5.2 Sinais Clínicos do hiperadrenocorticismo

A síndrome de Cushing costuma ter um início insidioso e progride lentamente

com o passar dos meses. A maioria dos proprietários interpreta o surgimento dos sinais

como uma consequência da idade avançada do seu animal (HERRTAGE, 2004).

Nos animais afetados por esta patologia são reconhecidos sinais sistémicos, que

variam conforme os glicocorticoides prejudicam o metabolismo dos diferentes órgãos.

A poliúria/polidipsia (PU/PD) constituem o sinal sistêmico inicial mais comum e pode

preceder as alterações cutâneas típicas da doença, em cerca de 6 a 12 meses

(SCARAMPELLA, 2011). Outra característica frequente é a polifagia, geralmente, os

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

29

proprietários tendem a deixar de lado este sinal, atribuindo-o a um estado saudável do

cão. O abdômen abaulado está presente em cerca de 90 a 95% dos cães afetados. Essa

característica se deve ao fato da redistribuição de gordura nas diversas áreas do

abdómen, da hepatomegalia, da bexiga urinária grande, cronicamente cheia e fraqueza

dos músculos abdominais (NELSON & COUTO, 2009). Letargia, fraca tolerância ao

exercício, respiração ofegante e claudicação são provavelmente sinais de fraqueza

muscular (ETTINGER &FELDMAN, 2010). Estes cães desenvolvem com frequência

infecção do trato urinário, podendo ser assintomáticos (FRANK, 2006).

Manifestações clínicas incomuns do HAC canino podem incluir sinais de

hipertensão, tromboembolismo pulmonar, diabetes mellitus, glomerulonefrite,

pielonefrite, pancreatite aguda, calcificação bronquial, sinais neurológicos, como

polineuropatia, miopatia, mudanças comportamentais, cegueira ou pseudomiotonia

(SCOTT et al., 2002; FRANK, 2006; GRECO, 2007; BLATTER et al., 2012).

2.5.3 Alterações Cutâneas no hiperadrenocorticismo

As manifestações dermatológicas do HAC incluem alopecia, que geralmente é

simétrica e bilateral, normalmente, a cabeça e as extremidades são poupadas, este sinal

clínico ocorre devido ao efeito inibitório do cortisol na fase anágena do folículo piloso.

O restante do pelo permanece sem brilho e seco porque se encontra na fase telógena. A

pele dos cães afetados por HAC é adelgaçada, hipotônica, frágil, seca e com pouca

elasticidade. São observadas flebectasia, comedões, hiperpigmentação cutânea,

pioderma e atrofia dérmica, demodiciose secundária e seborreia (SCARAMPELLA,

2011; GRECO, 2012; DOERR et al., 2013), sendo também resultado da circulação

excessiva de glicocorticoides e estão associadas ao aumento do catabolismo proteico e à

atividade enzimática destes hormônios.

Em cães afetados com HAC é normal encontrar a presença de infeções

(bacterianas, fúngicas e parasitárias) cutâneas secundárias. Os animais com infeções

deste tipo respondem de forma ineficaz ao tratamento e surgem recaídas, pouco tempo

depois de cessar o mesmo. Quando há uma fraca resposta à antibioticoterapia, é

recomendada a realização de raspagens cutâneas para detectar a possível presença de

demodicose (SCOTT et al., 2002).

A calcinose cutânea é uma ocorrência incomum, mas é uma característica

dermatológica em cães com HAC (FRANK, 2006; DOERR et al., 2013). Comumente

as áreas afetadas apresentam-se firmes, sob a forma de placas irregulares, inflamadas,

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

30

muito eritematosas, duras, pruríticas e dolorosas na pele ou por baixo desta. Esse sinal é

formado pela deposição de sais minerais inorgânicos e insolúveis na derme, subcutâneo

e raramente na epiderme. Geralmente a localização mais comum para estes depósitos

são a linha dorsal média, pescoço, abdómen ventral e áreas inguinais (ETTINGER &

FELDMAN, 2010; SCARAMPELLA, 2011; DOERR et al., 2013).

2.5.4 Diagnóstico do hiperadrenocorticismo

O diagnóstico do HAC canino baseia-se na suspeita clínica de acordo com o

histórico e exame clínico. Para a confirmação é necessário à realização de exames

laboratoriais, tais como hemograma, bioquímica sérica e urianálise completa com

cultura. A ultrassonografia abdominal, a analise histopatológica de biopsia de pele, a

tomografia computadorizada e a ressonância magnética também são exames que

auxiliam na confirmação do diagnóstico (ETTINGER & FELDMAN, 2010).

As mensurações hormonais são componentes essenciais no diagnóstico de HAC,

entretanto, estes não devem ser usados isoladamente e sim utilizados para confirmar a

suspeita clínica do médico veterinário. A mensuração do cortisol plasmático basal

matinal, sozinha não tem valor no diagnóstico de HAC, pois a secreção deste hormônio

nos cães é de natureza episódica, com variação ao longo do dia. Desta forma, a

mensuração de cortisol no soro só apresenta grande valia em provas de estimulação ou

supressão (NELSON & COUTO, 2009).

Os testes utilizados na prática clínica são os teste de supressão com doses baixas

de dexametasona (LDDST), o teste de estimulação por ACTH e a taxa

cortisol/creatinina na urina (KOOISTRA & GALAC, 2010).

No tese de supressão com dose baixa de dexametasona utiliza-se uma dose de

dexametasona de 0,01mg/kg/IV nos cães sob suspeita, são obtidas amostras plasmáticas

para determinar os níveis de cortisol imediatamente antes, 4 e 8 horas após

administração do glicocorticoide externo. Dosagens de cortisol plasmático às 8 horas

superiores a 40 nmol/L em cães com sintomatologia suspeita são confirmatórias para

HAC. As adrenais deixam de ser estimulada e, um cão com HPD, o cortisol plasmático

diminui até cerca de 3 ou 4 horas após administração da dexametasona, despois desse

período ocorre uma subida abrupta e seu valor encontra-se aumentado 8 horas após a

supressão. (PETERSON, 2007; GILOR & GRAVES, 2011).

No teste de estimulação com ACTH é administrada uma dose suprafisiológica de

5 µg/kg/IV, então serão coletadas amostras plasmáticas antes e uma hora depois da

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

31

aplicação hormonal. Em cães com HAC hipófise dependente, a capacidade do córtex da

adrenal de secretar cortisol é bem maior quedo que nos cães saudáveis, e o córtex da

adrenal é responsivo a ACTH. Na maioria dos cães com hiperadrenocorticismo HPD, a

concentração de cortisol pós ACTH será maior do que nos cães saudáveis. Este teste

permite distinguir entre HAC espontâneo e HAC iatrogênico, no entanto não é viável

para distinguir entre HPD e TA (PETERSON, 2007; GILOR & GRAVES, 2011).

Estudos realizados em seres humanos e em cães demonstram que o cortisol do

pelo está elevado em cães com hiperadrenocorticismo. A mensuração do cortisol no

pelo representa um novo método para acessar a superprodução de glicocorticoides em

cães e deve ser mais utilizada no futuro como um ensaio não invasivo para diagnosticar

o hiperadrenocorticismo em cães (OUSCHAN, KUCHAR & M€OSTL, 2013).

No hemograma observamos um leucograma de stress, caracterizado por

neutrofilia, eosinopenia, linfopenia, monocitose, também pode se observar trombocitose

(BOUJON et al., 1991; FRANK, 2006). As alterações bioquímicas mais frequentes são

(cerca de 90% dos casos) o aumento da fosfatase alcanina (FA) e da alanina

aminotransferase (ALT); pode ocorrer hiperglicemia ou a glicose, encontra-se no limite

superior dos valores de referência; encontra-se a presença de hipercolesterolemia e a

concentração de ureia no sangue pode estar normal ou diminuída (SCOTT et al., 2002;

FRANK, 2006; GRECO, 2007; BLATTER et al., 2012).

Na urianálise é encontrada uma diminuição da densidade urinária específica

(<1.010), bacteriúria, podendo haver glicosúria, proteinúria, com taxa

proteína/creatinina aumentada (> 1,0) e presença de cristais de oxalato de cálcio

(BOUJON et al., 1991; FRANK, 2006; GRECO, 2007).

O diagnóstico de imagem é utilizado como método auxiliar nos casos de HAC.

A ultrassonografia pode mostrar uma hepatomegalia, bexiga urinária distendida,

cálculos urinários, aumento das glândulas adrenais. Este aumento pode ser bilateral, por

hiperplasia adrenal bilateral em HPD, ou unilateral, por presença de tumores

adrenocorticais (PETERSON, 2007).

A biópsia cutânea pode ser usada para o diagnóstico desta síndrome. O exame

pode revelar alterações compatíveis com endocrinopatia, queratinização triquilemal,

atrofia dos folículos pilosos, hiperpigmentação epidérmica, atrofia das glândulas

sebáceas, calcinose cutânea e mineralização distrófica (MÜNTENER, 2012; DOERR,

2013). O exame histopatológico também pode mostrar pioderma secundário;

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

32

granulomas por corpos estranhos, estes associados à mineralização distrófica (SCOTT

et al., 2002).

2.5.5 Tratamento do Hiperadrenocorticismo

O tratamento do hiperadrenocorticismo pode ser realizado através da terapia

medicamentosa, cirúrgica e da radioterapia, o sucesso de cada uma delas varia bastante

em cada individuo. As medicações que podem ser utilizadas para o tratamento do HAC

incluem a administração de mitotano, trilostano, ketoconazol ou l-deprenyl (GRECO,

2007).

A maioria dos cães responde bem ao uso do mitotano. O objetivo da terapêutica

em paciente com HPD é induzir a um hipoadrenocorticismo que seja suficiente para

manter as necessidades fisiológicas do paciente, mas que este não responda a

estimulação continua do ACTH de um cão com HPD não tratado. Isso requer duas

etapas de tratamento a indução e a manutenção. Durante a fase de indução são

administradas 50 mg/kg/SID por 30 dias, após esse período se inicia a fase de

manutenção com a administração de uma dose de 25 mg/kg semanalmente durante um

mês. No terceiro dia desse período de indução, a terapia de reposição com

glicocorticoide e mineralocorticoide é iniciada e deve ser mantida ao longo da vida do

paciente. O monitoramento consiste na realização do teste de estimulação com ACTH

primeiramente a cada poucas semanas e depois a cada 3ou 4 meses; o cortisol pós

ACTH deve estar dentro dos padrões de normalidade. O mitotano deve ser administrado

com comida (GRECO, 2007; BROWN & GRAVES, 2007).

O trilostano (Vetoryl®) é um inibidor competitivo da 3-β-hidroxiesteroide

desidrogenase e bloqueia a produção do cortisol e da aldosterona. Estudos em cães com

HAC demonstraram que o trilostano é um inibidor efetivo de esteroides e que está

envolvido com mínimos efeitos colaterais (GRECO, 2007; BROWN & GRAVES,

2007). As doses recomendadas são: 30 mg/SID para animais que pesam menos de 5kg;

60 mg/SID para cães com peso entre os 5 e os 20 kg; e 120 mg/SID para cães com peso

superior a 20 kg. A reavaliação com o exame de estimulação com ACTH deve ser

realizada com 2 e 4 semanas e depois a cada 3 meses. O teste deve ser efetuado 2 a 6

horas após a administração do trilostano. A concentração plasmática do cortisol deve

encontrar-se dentro dos padrões de normalidade (BROWN & GRAVES, 2007).

O cetoconazol é um antifúngico que inibe a síntese do ergosterol, sendo usado

para tratamentos reversíveis de cães com hiperadrenocorticismo. Uma dose de 15

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

33

mg/kg/SID é dividida e oferecida duas vezes ao dia, essa dose é aumentada lentamente

(a cada 3 semanas) para 30 mg/kgSID, também dividida duas vezes ao dia. O

cetoconazol não é frequentemente utilizado em cães devido ao seu preço alto e também

por poder causar uma anemia severa devido ao seu uso continuo. O principal uso desse

medicamento é como um preparativo para os animais que irão passar pelo processo de

adrenolectomia ou radioterapia. Os níveis de cortisol após a estimulação com ACTH

devem estar de acordo com os padrões de normalidade (GRECO, 2007).

O tratamento cirúrgico do HAC consiste na adrenolectomia unilateral, um pré e

pós-operatório adequado é essencial para a obtenção de bons resultados. Suplementação

com glicocorticoides deve ser iniciada imediatamente antes da cirurgia para prevenir

uma síndrome de abstinência devido à cirurgia (GRECO, 2007).

A radioterapia é um método efetivo no tratamento de HPD, associado à baixa

morbidade (SCOTT et al, 2002), porém é uma terapia extremamente dispendiosa e

prolongada (3 semanas de duração). Entretanto, os sinais clínicos podem levar meses

para regredirem nos animais tratados desta forma (GRECO, 2007).

Com o controle do HAC, a pele pode exibir no início, um aumento da

descamação e da pigmentação, o crescimento de pelo novo ocorre, porém pode

apresentar textura e coloração diferentes das normais. Os sinais sistêmicos são

resolvidos de forma mais lenta (SCOTT et al, 2002).

2.6 Biopsia cutânea

A biopsia de pele aliada ao exame anatomopatológico é um procedimento

complexo. Esse exame possui inúmeras variáveis envolvidas para que se alcance o

objetivo de um diagnóstico correto e preciso. A partir do momento em que o médico

veterinário toma a decisão de realizar uma biopsia de pele até aquele em que recebe o

laudo da análise microscópica, diversos fatores podem interferir no sucesso da biopsia.

O resultado do exame é influenciado diretamente pelas etapas de decisão quanto ao

local anatômico e a lesão de pele que será colhida, qual técnica de biópsia será utilizada,

identificação, manuseio e fixação do fragmento, a maneira adequada de preencher a

requisição do exame anatomopatológico, análise macroscópica do fragmento de pele,

processamento histológico e confecção das lâminas, análise microscópica com

confecção do laudo e por fim a interpretação corretada do resultado do laudo

anatomopatológico (WERNER, 2009; CURTIS, 2001; LINDER, 2001).

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

34

Tradicionalmente a biopsia de pele com o estudo histopatológico é utilizado para

elucidação do diagnostico. Tumores ou lesões cutâneas onde se suspeitem de

malignidade e doenças inflamatórias de pele com diagnóstico clínico dúbio precisam de

um estudo mais profundo e preciso para definição do tratamento e da conduta médica. O

exame histopatológico também é utilizado para confirmar o diagnóstico clínico firmado

pelo médico veterinário. E este exame oferece com frequência o suporte de que o

médico veterinário precisa para tomar certas decisões terapêuticas. (WERNER, 2009;

CURTIS, 2001; LINDER, 2001).

Ironicamente, o patologista frequentemente é mais capaz de ajudar o clínico a

descartar certos diagnósticos diferenciais do que confirmar uma etiologia específica,

exemplo: alérgica, endócrina ou ectoparasitária. Entretanto, a correta classificação de

uma doença é o primeiro passo para um diagnóstico definitivo, de modo que descartar

diagnóstico é tão importante quanto confirmá-lo (CURTIS, 2001).

2.6.1 Biopsia por “punch”

Essa técnica de biópsia cutânea envolve o uso de um "punch" de pele, que está

disponível no mercado em diferentes tamanhos, entretanto os patologistas preferem os

com diâmetro mínimo de 6 mm. O procedimento é realizado utilizando-se um punch

para a coleta de pele com o auxilio de um anestésico local. Uma vez sedado, o local a

ser coletado deve ser cortado usando tesoura, a direção do crescimento do pelo

observada e a área delineada com uma caneta marcadora antes da injeção subcutânea de

0,5 a 1,0 mL de cloridrato de lidocaína a 1% ou 2%. A preparação do local com álcool,

etc., deve ser evitada, pois o material de diagnóstico pode ser removido da superfície da

pele. Uma vez que a pele é anestesiada, a biópsia com punch deve ser realizada

utilizando uma combinação de movimentos rotativos de pressão direta e unidirecional e

deve avançar para a profundidade da camada de gordura subcutânea. O pedaço de pele

destacada é então suavemente levantado em uma borda usando uma agulha estéril ou

uma pinça fina com dentes de rato e quaisquer marcas aderentes de gordura excisadas.

O excesso de sangue pode ser absorvido com um cotonete antes de colocar a amostra

em um recipiente com pelo menos 10 vezes seu volume de solução de formalina

tamponada 10%. A ferida é fechada rotineiramente e a região onde foi realizado o

procedimento pode então ser limpa. Aconselha-se que sejam colhidas múltiplas biópsias

representativas das lesões cutâneas que afetam o animal. No caso de pequenas pápulas,

pústulas e nódulos, as lesões devem ser excisadas na sua totalidade. O patologista deve

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

35

receber detalhes adequados do animal, história da doença e sinais clínicos e

dermatológicos específicos para maximizar a informação que ele / ela pode fornecer ao

veterinário. Quando se suspeita de doença infecciosa (por exemplo, dermatofitoses,

leishmanioses, infecção por micobactérias), devem ser solicitadas colorações especiais

no momento da submissão (TOLOSA et al., 2003; CURTIS, 2001; LINDER, 2001).

2.6.2 Biopsia elíptica

Esse tipo de técnica é particularmente útil para amostragem de lesões ulceradas,

a biópsia elíptica permite ao patologista que ele alinhe a amostra ao longo do seu eixo

longo para seccionamento, garantindo que a zona de junção entre a pele ulcerada e não

ulcerada não seja perdida durante o processamento. Contanto, que a elipse não seja

muito grande, este procedimento pode ser realizado sob sedação e anestesia local, mas

em amostras maiores é necessário o requerimento de anestesia geral. A preparação e a

fixação da amostra são realizadas como descrito no tópico anterior (CURTIS, 2001;

LINDER, 2001).

2.6.3 Biopsia excisional

Quando necessário remover uma massa epidérmica ou dérmica inteira por

motivos de saúde ou estética, a biópsia excisional de rotina pode ser realizada e uma

margem periférica de tecido saudável deve ser incluída sempre que possível. O nódulo

como um todo deve ser levado para o exame histopatológico. Grandes nódulos devem

ser transectados a intervalos de 1 cm para permitir a penetração adequada da solução de

formalina (CURTIS, 2001; LINDER, 2001).

2.7 Colorações histológicas

As colorações histoquímicas são fundamentais para visualizar os tecidos ao

microscópio de luz. As células e o material extracelular são usualmente transparentes e

os corantes ajudam na visualização das estruturas teciduais. Os corantes utilizados para

corar tecidos que foram anteriormente fixados são chamados corantes não vitais, como a

hematoxilina, eosina, fucsina, entre outros (TOLOSA et al., 2003).

Os corantes são compostos orgânicos aromáticos e coram seletivamente os

componentes teciduais, como as células e a matriz extracelular. De acordo com a carga

iônica, os corantes podem ser ácidos, básicos ou neutros. Os corantes ácidos possuem

carga elétrica negativa e afinidade por componentes básicos do tecido (catiônico (+)).

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

36

Sendo as estruturas coradas por corantes ácidos chamadas acidófilas, como, o

citoplasma e matriz extracelular. Um corante ácido bastante utilizado é a eosina. Os

corantes básicos possuem carga elétrica positiva e afinidade por componentes ácidos do

tecido (aniônico (-)). Sendo as estruturas coradas pelos corantes básicos chamadas

basófilas, como o núcleo. Um corante básico comumente utilizado é a hematoxilina

(TOLOSA et al., 2003; GARTNER & HIATT, 1999).

Normalmente para início de uma pesquisa utiliza-se uma coloração que

proporcione uma visão global de todo o tecido, esta irá permitir a identificação dos

elementos teciduais, propiciando uma análise histológica inicial. A coloração pela

hematoxilina (H) e pela eosina (E) cumpre de forma adequada esse papel. Nesta

coloração, os núcleos impregnados pela hematoxilina, são visualizados em roxo. O

citoplasma e os espaços intercelulares são visualizados em rosa e são corados pela

eosina (TOLOSA et al., 2003; GARTNER & HIATT, 1999).

As colorações de tricrômio são ditas específicas para corar fibras colágenas. A

coloração pelo tricrômio de Masson é uma destas técnicas e é bastante utilizada

(CONSTANTINE & MOWRY, 1968). É utilizada também para analisar

quantitativamente as fibras colágenas, conferindo coloração azul a todas estas fibras,

porém não permite a diferenciação entre os tipos I e III (TOLOSA et al., 2003).

A coloração por PSR tem sido usada como um método específico para a

detecção de colágeno em seções de tecido (JUNQUEIRA et al., 1979). Permite uma

análise qualitativa das fibras colágenas, por meio das diferentes interferências de cores,

intensidade e birrefringência dos tecidos corados. Consegue diferenciar as fibras tipo I e

tipo III. Nessa coloração as fibras do tipo I aparecem como fibras grossas, altamente

birrefringentes na cor vermelha e as fibras do tipo III se aparecem em feixes finos, com

fraca birrefringência na cor amarelo-esverdeado (JUNQUERIA et al., 1978).

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

37

3. JUSTIFICATIVA

As dermatopatias endócrinas causam desconforto e queda na qualidade de vida dos cães

de companhia, levando os proprietários a questionamentos sobre as causas e

consequências destas patologias na saúde dos cães e assim às intervenções médicas

veterinárias. Mediante essa problemática faz-se necessário um estudo mais aprofundado

sobre as lesões dermatológicas causadas por endocrinopatias, com o intuito de facilitar o

diagnóstico preciso, proporcionando aos cães a instituição de uma terapia mais efetiva,

que possibilite a melhoria na sua qualidade de vida, sanidade e bem estar animal.

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

38

4. HIPÓTESE CIENTÍFICA

Existem diferenças histopatológicas entre as Dermatopatias Endócrinas

(hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo) que permitem caracterizar com detalhes as

alterações morfológicas as quais a pele sofre quando os cães são acometidos por uma

destas desordens.

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

39

5. OBJETIVOS

5.1 Geral

Caracterizar microscopicamente as lesões de pele em cães com

hiperadrenocorticismo e hipotireoidismo.

5.2 Específicos

Identificar os pacientes com hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo,

comprovados mediante diagnóstico clínico, laboratorial (bioquímico e testes

hormonais) e de imagem, e que tenham lesões dérmicas;

Caracterizar morfologicamente e quantitativamente o colágeno presente na pele

dos cães diagnosticados com hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo;

Diferenciar microscopicamente por imunohistoquímica a localização da

tireoglobulina, TSH e ACTH nas camadas da epiderme e derme em pacientes

com hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo;

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

40

6. CAPÍTULO 1

Análise Morfológica de Colágeno Dérmico em Cães com Hipotireoidismo e

Hiperadrenocorticismo: um Avaliação Quantitativa

Morphological Analysis of Dermal Collagen in Dogs with Hypothyroidism and

Hyperadrenocorticism: a Quantitative Assessment

Periódico: Microscopy Research and Technique

(Submetido em 16 de Junho de 2017)

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

41

MORPHOLOGICAL ANALYSIS OF DERMAL COLLAGEN IN DOGS WITH

HYPOTHYROIDISM AND HYPERADRENOCORTICISM: A QUANTITATIVE

ASSESSMENT

COSTA, G. M. 1*; ARAUJO, S. L. 1; XAVIER JÚNIOR, F. A. F. 1; MORAIS, G. B. 1;

SILVEIRA, J. A. M. 2; SOARES, W. C. 3; VIANA, D. A.⁴; EVANGELISTA, J. S. A.

M. 1

1 Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará

2 Departamento de Fisiologia e Farmacologia, Universidade Federal do Ceará

3 Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará

⁴ PATHOVET Anatomia Patológica e Patologia Clínica Veterinária

Running title: POLARIZATION MICROSCOPY FOR QUALITATIVE

EVALUATION OF COLAGEN IN SKIN OF DOGS WITH HYPOTHYROIDISM

AND HYPERADRENOCORTICISM.

*Corresponding author. Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias,

Faculdade de Veterinária, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará,

Brazil. Av. Dr. Silas Munguba, 1700 – Campus Itaperi – 60740-903 – Fortaleza,

Ceará, Brazil. Tel.: +55 (85) 3101.9889; fax: +55 (85) 3101.9850. E-mail

address: [email protected] (G. M. Costa).

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

42

RESEARCH HIGHLIGHTS

Collagen quantification using Masson’s Trichrome and Picrosirius red under

circular polarization is tool for analyzing morphological changes in the dermis of

canine patients with Hypothyroidism and Hyperadrenocorticism.

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

43

ABSTRACT

Canine endocrinopathies can cause characteristic dermatological alterations,

such as hypothyroidism and hyperadrenocortism. Collagen fibers play a vital

role in maintaining structural integrity and also in determining tissue function

since the collagen is the main component in the dermis. The aim of this study

was to quantify the main component in the dermis, the total collagen content in

lateral trunk skin of dogs with endocrine dermatopathologies and comparing the

relative usefulness of picrosirius red with that by Masson’s trichrome (MT)

technique when applied to the delineation of dermal collagen in paraffin

sections. Skin samples were taken from the lateral trunk area of dogs with

hypothyroidism (n=8) and hyperadrenocorticism (n=8) were obtained and

analyzed by Hematoxylin and Eosin (HE), Masson’s Trichrome (MT) and

Picrosirius red under circular polarized light (PSRp). Random quantitative

analysis was performed on MT and PSRp sections. There was a greater

quantification of collagen area percentage in endocrinopathic animals

(hypothyroidism = 47 ± 0.89 and hyperadrenocorticism = 44 ± 0.9) using PSRp.

There was a statistically significant percentage of dermal collagen area in

endocrinopathic animals when compared to control animals (hypothyroidism =

64 ± 0.082, hyperadrenocorticism = 51 ± 1 and control = 57 ± 0.64) using MT

staining. An statistically significant difference was observed between MT

technique and PRSp technique under polarized light in the 3 groups studied , p

<0.0001.Then, it has been concluded that an overproduction of collagen was

demonstrated in the skin of patients with hypothyroidism and

hyperadrenocorticism.

Keywords: canine endocrinopathies; skin; picrosirius red; masson’s trichrome

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

44

INTRODUCTION

Canine endocrinopathies can cause characteristic dermatological alterations

like symmetrical bilateral alopecia, hyperpigmentation and absence of pruritus,

being these changes observed in several dogs affected by hypothyroidism and

hyperadrenocorticism (Scarampella, 2011). Hypothyroidism is the most

frequently observed endocrinopathy in dogs and hyperadrenocorticism is a fairly

common condition in those animals (Ettinger & Feldman, 2010; Kooistra &

Galac, 2009).

Cutaneous biopsy reveals findings suggestive of hormonal dermatoses such as

orthokeratotic hyperkeratosis, follicular dilatation and atrophy, predominantly

telogenic hair follicles, sebaceous gland atrophy, epidermal melanosis, and

excessive tricolemal keratinization (Müntener et al., 2012; Rojko et al., 1978;

Scott, 1982; Scott et al., 2001). Different degrees of inflammation, acanthosis,

parakeratosis, epidermal or folliculitis were observed in the histopathology of

hypothyroid animals (Scott, 1982).

Rojko et al. (1978) observed that there might be histologic evidence of

myxedema (separation of dermal collagen fibers together with deposition of

amorphous basophilic mucin –like material) in some dogs with hypothyroidism.

The collagen fibers play a vital role in maintaining structural integrity and also in

determining tissue function (Whittaker, 1991), since the collagen is the main

component in the dermis of the adult skin (Miller, 1976).

Usually, stains such as Masson’s trichrome and others forms of trichrome were

used to detect collagen fibers in tissue sections. These methods are not very

accurate to reveal very thin collagen fibers and, under certain situations, may

lead to a substantial underestimation of the collagen content (Kiernan, 2002;

Whittaker, Kloner, Boughner, & Pickering, 1994). Trichrome stains have

tendency to fade over time (Sweat et al, 1964); therefore, Picrosirius red (PSR)

was recommended for collagen staining since it doesn’t fade within a few month

and it stains fine collagen fibers more intensely and significantly increase their

birefringence (Constantine & Mowry, 1968).

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

45

The aim of this study was to quantify main component in the dermis, the total

collagen content in lateral trunk skin of dogs with endocrine dermatopathologies

and compare the relative usefulness of picrosirius red with Masson’s trichrome

(MT) technique when applied to the delineation of dermal collagen in

histological sections from animals with this pathologies.

MATERIAL AND METHODS

1. Experimental animals

The experimental group consisted of 16 dogs of different breeds, both sexes,

being 6 males and 10 females, aged between 2 and 14 years (7±2,5 years) and

evaluated in the Veterinary Hospital from State University of Ceará and private

veterinary clinics, Ceará, Brazil from march 2016 to march 2017. The animal

inclusion criteria were history of hypothyroidism or hyperadrenocorticism

through clinical and laboratory evaluation. The control group was compost of 2

healthy males and 6 healthy females.

2. Ethical aspects

This experiment was approved by the Ethics Committee for Animal Use of

Estate University of Ceara, according to the principles of the Brazilian College

of Animal Experimentation (CEUA 1534880/2016 – Memo no. 11585871-7/10).

All data were anonymously analyzed and a written consent was signed by the

animals’ owners.

3. Sample preparation

In this study, skin samples were taken from the lateral trunk area of 8 healthy

dogs, 8 dogs with hypothyroidism and 8 dogs with hyperadrenocorticism. The

samples were collected, fixed in 10% buffered formalin and processed by

standard histological processing techniques. Sections (4 µm) were stained by

Hematoxylin-Eosin (HE), Masson’s Trichrome (MT) and Picrosirius red (PSR)

modified technique by Constantine and Mowry (1968). The slides were

analyzed under light microscopy (Nikon® Eclipse Ni with an attached Nikon®

DS RI1camera).

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

46

4. Digital and quantitative analysis by image area

The quantitative analysis of cutaneous fibrosis per field area was performed

according to a modified technique by Morais et al. (2017). The morphometric

study of tissue sections stained by MT and PSR was performed by NIS

Elements software version 4.2. Skin sections stained by PSR were analyzed

separately under polarized light.

Random fields (n = 10) from the lateral trunk skin of each slide stained by PSR

(100X) were captured with circular polarization (Nikon® Eclipse Cipol

microscope with an attached Nikon DS-Ri2 digital camera). Digital images of

histological sections stained by MT were captured in a standardized way (100X)

through a trinocular microscope (Nikon® Eclipse Ni with an attached Nikon®

DS RI1camera). Random fields (n = 10) were captured from the skin biopse of

each animal (100X).

The captured images (TIFF format; 1608 x 1608 pixels, corresponding to 11

MB) were used to quantify the collagen present in the skin of the animals

affected by endocrine dermatopathologies. An initial arithmetic subtraction of

the background lighting was performed and images were readjusted to a RGB

Stack Model Software. Then, these images were adjusted by the threshold tool

and areas related to cutaneous fibrosis were delimited with subsequent

quantification of total collagen per area in each analyzed field.

The collagen area of each captured skin images was calculated and expressed

as a percentage of the total image area. The percentage of the total area

quantified in 10 random fields for each skin biopsy from each animal was

obtained according to the mathematical formula (R areas quantified%/10). All

measurements derived from the analysis were automatically transferred to a

Microsoft Excel spreadsheet and subjected to statistical analysis.

5. Picrosirius Polarized (PSRp)

The aim of this technique was distinguishing birefringent (bright) from

birrefringent (dark) materials. Captured skin color images were binarized (black

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

47

and white) and birefringent regions, which correspond to positive staining, were

converted to white. A threshold was set in and black areas were excluded, the

remaining white area volume was quantified in relation to the captured field area

(Morais et al., 2017) (Figure 1).

6. Statistical analysis

Data were expressed as mean and standard error of mean (p < 0.05) and

analyzed using the statistical software GraphPad PRISM® v7.0 (GraphPad

Software, CA, USA). In the collagen area evaluation, all the tables and graphs

that evaluated the quantification parameters were studied according to the

variable staining method and the data compiled in the status of the animal.

Differences between animal status were compared using One-Way ANOVA.

Differences between same status of animals with different staining among

groups were compared by Two-Way ANOVA, followed by Sidak post-test. The

statistical analysis was also used for the quantification of total collagen area by

regression model with Spearman's correlation coefficient and values of p <0.05.

RESULTS

1. Histopathological skin findings in hypothyroidism and

hyperadrenocorticism dogs

Control dogs showed normal epidermal thickness. Some animals had epidermal

hyperkeratosis areas and mild epidermal pigmentation. Most of hair follicles

were in telogen phase (Figure 2).

Hypothyroidism dogs had hyperpigmentation and caudal alopecia (7 dogs,

87,5%) All dogs had excessive epidermal scale. In this group was observed

concomitant clinical evidence of seborrhea (scales, crusts, rancid odor but

without pruritus) was observed. Skin histopathological sections of dogs with

hypothyroidism showed irregular acanthosis with areas of orthokeratosis and

parakeratosis that reaches the light of hair follicles, forming keratin plugs

(comedones). Vacuolization of the pilo-erector muscle was observed in 6 (75%)

dogs with hypothyroidism (Figure 2). The dermis presented inflammatory

infiltrate distributed mainly in the superficial dermis, consisting mainly of mast

cells.

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

48

Dogs with hyperadrenocorticism showed alopecia areas, however with different

degree of alopecia and hyperpigmentation. Abdominal distention and striae

were also observed in these animals. All dogs showed epidermal atrophy and

hyperkeratois. An excessive trichilemmal keratinization, follicular dystrophy or

follicular atrophy and sebaceous glands atrophy were increased in this group.

Mineralization of dermal collagen (calcinosis cutis) was present in 4 dogs

(50%), with a inflammatory infiltrate around it, consisted mainly of mast cells

(Figure 2).

2. Quantitative analysis of skin collagen and correlations

Quantative analysis of the collagen area percentage found in the skin of dogs

with hypothyroidism and hyperadrenocorticism when compared to the control

group using Picrosirius red under polarized light technique showed a significant

statistical difference (p <0.0001). It is suggested that presence of collagen fibers

(Figure 3). There was a greater quantification of percentage of collagen area in

endocrinopathic animals (hypothyroidism = 47 ± 0.89 and hyperadrenocorticism

= 44 ± 0.9). However, there was no statistical difference between animals

affected by hypothyroidism and hyperadrenocorticism (Figure 4).

Using Masson's trichrome staining, a statistically significant percentage of

dermal collagen area in endocrinopathic animals was observed when compared

to control animals (hypothyroidism = 64 ± 0.082, hyperadrenocorticism = 51 ± 1

and control = 57 ± 0.64). In this staining, a statistically significant difference was

observed between the animals with hypothyroidism and hyperadrenocorticism

(p <0.0001). The animals affected by hypothyroidism had a greater

quantification of percentage of dermal collagen area (Figure 5).

Comparing the use of the two staining techniques to analyze the percentage of

collagen area quantified in the groups studied, a statistically significant

difference was observed between Masson’s trichrome technique and Picrosirius

red staining technique under polarized light in the 3 groups studied (p <0.0001)

(Figure 6). The technique of Masson’s trichrome staining quantified a higher

percentage of collagen in the skin of the animals of the 3 groups (Figure 6).

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

49

DISCUSSION

The histopathological findings in this study in hypothyroidism and

hyperadrenocorticism dogs are compatible with described for hormonal

dermatosis (Müntener et al., 2012; Rojko et al., 1978; Scott, 1982; Scott et al.,

2001). These authors described sebaceous gland atrophy, epidermal

melanosis, excessive tricolemal keratinization, orthokeratotic hyperkeratosis,

follicular dilatation and atrophy and predominantly telogenic hair follicles.

Our results showed sebaceous glands atrophy; however, Rojko et al. (1978)

didn’t find sebaceous atrophy in dogs with hypothyroidism, only in

hyperadrenocorticism dogs. The presence of comedones were reportrd in dogs

affected by hyperadrenocorticism and hypothyroidism (Müntener et al., 2012)

and this study demonstrated the same thing. Mineralization of dermal collagen

(calcinosis cutis) was presented in 4 dogs (50%), and Rojko et al. (1978) found

a lower percentage. This sinal was not always present but was typical in

hyperadrenocorticism dogs.

The biochemical properties and morphopysiological characteristics of the skin

were based on the deposition of collagen types I, III and V which coassemble

into an unique macromolecule to form heterotypical fibers (Gelse et al., 2003;

Birk et al., 1990). Skin biopsy was normally used as a diagnostic procedure

since it revealed collagen accumulation in the dermis histopatologic features

(Martin et al., 2012).

Morphological changes in collagen fibrils have been described from quantitative

data at different sites in different circumstances, including normal growth

(Moore & De Beaux, 1987), changes due to anabolic steroids (Michna, 1986),

ageing (Breiteneder-Geleff et al., 1990) and repair (Wilson et al., 1990).

Morphological abnormalities of collagen have also been demonstrated as a

feature of different types of dysplasia including systemic sclerosis (Pasquali et

al., 1989; Martin et al., 2012), aspartylglycosuria (Nanto-Salonen et al., 1984)

and Ehlers-Danlos syndrome (EDS) in humans and domestic animals, although,

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

50

in the latter condition, only a few reports have provided quantitative information.

Brown et al. (1993) first reported a study on the collagen fibril morphology in an

EDS-like condition in rabbits, a major greater variability of dermal collagen fibrils

was founded when compared with normal rabbit skin. These changes were

statistically significant in terms of fibril area, fibril perimeter, volume density and

'form factor', a measure of irregularity of fibril shape.

Marijianowski et al. (1995) showed, in a quantitative study, that the total

collagen increased significantly in human hearts with dilated cardiomyopathy.

These changes in the intramyocardial collagen might be clinically relevant sime

they may affect cardiac rigidity and, therefore, eventually might render the heart

less compliant. Then, excess of collagen in tissues can cause disturbance in

their function.

Thyroid hormones stimulate fibroblast proliferation and collagen synthesis;

these hormones influenced the thickness of the skin by regulating synthesis and

catabolism of glycosaminoglycans. The absence of thyroid hormones leads to

reduced fibroblast activity and altered collagen metabolism. The cutaneous

wounds heal more slowly and in areas subject to trauma, excessive deposition

of fibrous tissue may be observed. In dogs with hypothyroidism, due to the

slower catabolism of glycosaminoglycans, excess hyaluronic acid accumulates

in the dermis leading to water retention. The resulting myxedema gives the skin

a thicker and lower temperature (Scarampella, 2011). In this study, there was a

greater amount of collagen percentage area in the lateral trunk skin of dogs with

hypothyroidism leading to deposition of fibrous tissue in the skin of dogs with

hypothyroidism.

Cortisol is responsible for the appearance of thin skin and diminished elasticity,

especially in the ventral region of dogs with hyperadrenocorticism (Mooney &

Peterson, 2004; Faure, 2006). The literature reports that dermatologic changes

that were seen in dogs with hyperadrenocorticism occurred because

glucocorticoids caused inhibition of fibroblast proliferation and collagen

production (Scott, 2001). Rojko et al. (1978) concluded that a general decrease

in dermal thickness was recognized in association with a decrease in fibrillarity,

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

51

and an increase in the amorphous nature of the thick collagen fibers of the

reticular dermis in the skin of dogs with hyperadrenocorticism. In our study,

animals with hyperadrenocorticism showed a greater quantification of

percentage of collagen area when compared to healthy dogs. This higher

percentage of collagen in this study may be due to the healing process of

dermatological lesions secondary to hyperadrenocorticism observed in the

studied animals.

Despite their documented limitations, staining methods such as Van Gieson’s

and different trichromes stainings are still used as specific for collagen. Many

published reports that used PSR staining for collagen did so in combination with

polarized light, with brightfield illumination to detect collagen (Moon et al., 2004;

Nart et al., 2004; Ophof et al., 2004). However, through this approach, either

collagen fiber color or brightness was uniform; in deep red appear the thicker

fibers, while in bright pink appear the thin fibers and they can be difficult to see.

Some studies used a computer-generated conversion of original color image to

black and white image based on the assignment of positive (red) collagen

staining to white. Non-collagen and interstitial space assigned to black for

attempting to quantify collagen content (Nart et al., 2004). This approach has

the potential to underestimate collagen content, especially in tissues containing

large amounts of thin fibers and provide just assessment of collagen content.

Rich & Whittaker (2005) emphasized circularly polarized light’s ability to reveal

structural detail and extend the initial application (collagen content

measurement) to assessment of the hue and spatial distribution of fibers. They

demonstrated that the combination of Picrosirius red staining, circularly

polarized light, and hue analysis provides a powerful tool for structural analysis

of collagen fibers.

The MT techniques intensely stain collagen fibers. Other areas like the basal

membrane are not selectively stained, not allowing the differentiation of these

structures during quantification, particularly when there were very thin collagen

fibers, which could have different colors in the same tissue section (Constantine

& Mowry, 1968; Montes & Junqueira, 1991; Street et al., 2014; Taboga & Vidal,

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

52

2003). The histological staining of MT allows the quantitative visualization and

analysis of the collagen fibers of the connective tissue giving is blue coloration

to all these fibers, but a background dyed stained red often becomes a

challenge to distinguish pure colors observed (Street et al., 2014). Our study

used PSR with circularly polarized light and MT to assess collagen content. MT

technique showed a greater quantify of collagen when compared with PSR with

circularly polarized light.

Our study goes against what Constantine and Mowry (1968) reported. These

authors showed that sections stained by PSR under polarization allowed to

distinguish and highlight thin fibers from collagen deposition in fibrotic regions,

as well as to increase fiber refrangibility in polarization. In their study, sirius red

did not impart birefringence to structures that lack it normally. This helps

distinguish collagen from other substances that are also stained by sirius red.

Constantine and Mowry (1968) reported that in a sample of dermal eccrine

cylindroma, stained with Picrosirius red F3BA with no additional counterstains

besides the picric acid, the hyaline material present in and around the tumor

lobules was bright red. When viewed by polarized light, the hyaline was not

birefringent, whereas collagen was intensely. May be this doesn’t happen with

tissues stain by MT. The exact technique and the counterstains used with dyes

that stain collagen determine largely their selectivity and adequacy for this

purpose.

Therefore, our study was the first in which collagen have been visualized and

quantified in skin of dogs with hypothyroidism and hyperadrenocorticism and

the results were compared with the skin of healthy dogs.

After analyzing our results it was possible to conclude that an overproduction of

collagen was demonstrated in the skin of patients with hypothyroidism and

hiperadrenocorticism. Collagen quantification could be an excellent tool for

analyzing the morphological changes that happened in dermis of canine

patients with endocrinopathies. Although, it is necessary more studies to

analyze which collagen fiber type is involved in this process. Our results have

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

53

validated the use of both methods of stain, MT and PSR in the polarized light

microscopy for dermatopathies.

ACKNOWLEDGMENTS

We thank Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (NUTEC),

Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES),

Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq) and Fundação Cearense de Apoio ao

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) for providing all resources

necessary for this study development.

REFERENCES

Breiteneder-Geleff S, Mallinger R, Bock P. 1990. Quantitation of collagen fibril

cross section profiles in ageing human veins. Human Pathology 21, 1031-1035.

Birk DE, Fitch JM, Babiarz JP, Doane KJ, Linsenmayer TF. 1990. Collagen

fibrillogenesis in vitro: interaction of types I and V collagen regulates fibril

diameter. J Cell Sci 95, 649–57.

Brown PJ, Young RD, Cripps PJ. 1993. Abnormalities of collagen fibrils in a

rabbit with a connective tissue defect similar to Ehlers-Danlos syndrome.

Research in Veterinary Science 55,346-350.

Constantine VS, Mowry W. 1968. Selective staining of human dermal collagen.

J Invest Dermat 50(5), 414-418.

Ettinger SJ, Feldman EC. 2010. Hypothiroidism and Hyperadrenocorticism.

Textbook of Veterinary Internal Medicine. 7th edition. Elsever Saunders.

Gelse K, Poschl E, Aigner T. 2003. Collagens: strutcture, function and

byosynthesis. Adv Drug Deliv Ver 55, 1531–46.

Kiernan JA. 2002. Methods for connective tissue. In: Histological and

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

54

Histochemical Methods. Theory and Practice. (Kiern9an JA, ed). 3rd edn. pp.

144-163. Arnold: London.

Kooistra HS, Galac S. 2009. Recent Advances in the Diagnosis of Cushing’s

Syndrome in Dogs. Vet Clin Small Anim 40, 259–267.

Marijianowski MMH, Teeling P, Mann J, Becke AE. 1995. Dilated

cardiomyopathy is associated with an increase in the type I/type III collagen

ratio: a quantitative assessment. J Am Coll Cardiol 25, 1263-72.

Michna, H. 1986. Organisation of collagen fibrils in tendon: changes induced by

an anabolic steroid. II A morphologic and stereographic analysis. Virchows

Archiv (Cell Pathology) 52, 87-98.

Miller EJ. 1976. Biochemical characteristics and biological significance of the

genetically distinct collagens. Molec Cell Biochem 13, 165-192.

Moon JCC, Reed E, Sheppard MN, Elkington AG, Ho SY, Burke M, Petrou M,

Pennell DJ (2004) The histologic basis of late gadolinium enhancement

cardiovascular magnet ic resonance in hypertrophic cardiomyopathy. J. Am.

Coll.Cardiol 43, 2260-2264.

Mooney CT, Peterson ME. 2004. Feline hyperthyroidism. BSAVA Manual of

Canine and Feline Endocrinology. Third Edition 95-111.

Moore MJ, De Beaux A. 1987. A quantitative ultrastructural study of rat tendon

from birth to maturity. Journal of Anatomy 153, 163-169.

Montes GS, Junqueira LCU. 1991. The use of the picrosiriuspolarization

method for the study of the biopathology of collagen. Memorias do Instituto

Osvaldo Cruz 86, 1–11.

Morais GB, Viana DA, Silva FMO, Xavier Júnior FAF, Farias KM, Pessoa CD’Ó,

Silveira JAM, Alves APNN, Mota MRL, Silva FDO, Sampaio CMS, Verdugo

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

55

JMG, and Evangelista JSAM. 2017. Polarization microscopy as a tool for

quantitative evaluation of collagen using picrosirius red in diferente stages of

CKD in cats. Microsc Res Tech. 80, 543–550.

Müntener T, Schuepbach-Regula G, FranK L, Rüfenacht S, Welle MM. 2012.

Canine noninflammatory alopecia: a comprehensive evaluation of common and

distinguishing histological characteristics. Dermatology Veterinary 23, 206–44.

Nanto-Salonen K, Pelliniemi LJ, Autio S, Kivimaki T, Rapola J, Pentinnen R.

1984. Abnormal collagen fibrils in aspartylglycosuria. Altered dermal

ultrastructure in a glycoprotein storage disorder. Laboratory Investigation gl

464-468.

Nart P, Williams A, Thompson H, Innocent GT. 2004. Morphometry of bovine

dilated cardiomyopathy. J. Comp.Pathol, 130, 235-245.

Ophof R, Maltha JC, Von den Hoff JW, Kuijpers-Jagtman AM. 2004. Histologic

evaluation of skin-derived and collagen-based substrates implanted in palatal

wounds. Wound Repair Regen 12, 528-538.

Pasquali RI, Guerra D, Quaglino D Jr, Vincenzi D, Manzini E, Canossi B,

Manzini CV. 1989. Dermal elastin and collagen in systemic sclerosis. Effect of

D-penicillamine treatment. Clinical and Experimental Rheumatology 7, 373-383.

Rich L, Whittaker P. 2005. Collagen and picrosirius red staining: a polarized

light assessment of fibrillar hue and spatial distribution. Braz J morphol Sci

22(2), 97-104.

Rojko JL, Hoover EA, Martin SL. 1978. Histologic interpretation of cutaneous

biopsies from dogs with dermatologic disorders. Veterinary Pathology 15, 579-

589.

Scarampella F. 2011. Alopécia Endócrina no Cão. Veterinary Focus 21, 40-46.

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

56

Scott DW. 1982. Histopathologic findings in endocrine skin disorders of the dog.

Journal of the American Animal Hospital Association 18, 173-183.

Scott DW, Miller DH, Griffin CE. 2001. Muller & Kirk – Small animal

dermatology. 6th.ed. Philadelphia: Sauders, 1528.

Street JM, Souza ACP, Alvarez-Prats A, Horino T, Hu X, Yuen PST, Star RA.

2014. Automated quantification of renal fibrosis with Sirius Red and polarization

contrast Microscopy. Physiol Rep 2(7), e12088.

Sweat F, Puchtler H, Rosenthal SI. 1964. Sirius red F3BA as a stain for

connective tissue. Arch Pathol 78, 69-72.

Taboga SR, Vidal BC. 2003. Collagen fibers in human prostatic lesions:

histochemistry and anisotropies. J Submicrosc Cytol Pathol 35, 11–16.

Tasanen K, Hamalainen ER, Palatsi R, Oikarinen A. 1996. Quantification of

proα1(I) collagen mRNA in skin biopsy specimens: levels of transcription in

normal skin and in granuloma annulare. J Invest Dermatol 107, 314-317.

Whittaker P, Boughner DR, Kloner RA. 1991. Role of collagen in acute

myocardial infarct expansion. Circulation 84, 2123-2134.

Whittaker P, Kloner RA, Boughner D R, Pickering JG. 1994. Quantitative

assessment of myocardial collagen with Picrosirius red staining and circularly

polarized light. Basic Research in Cardiology 89, 397–410.

Wilson K., Moore MJ., Rayner CR. & Fenton OM. (1990). Extensor tendon

repair: an animal model which allows immediate post-operative mobilisation.

Journal of Hand Surgery, 15, 74-78.

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

57

FIGURE LEGENDS

Figure 1. Digital analysis of lateral trunk skin sections from dogs with

hypothyroidism and hyperadrenocorticism, stained by Picrosirius red under

polarization. Representative epidermal-dermal junction in circular polarization

(A, A1, A2). Binarized image (A1). Regions marked in red corresponding to

collagen deposition in polarization (A2). 10x.

Figure 2. Photomicrographs of lateral trunk skin from control dogs and dogs

with hypothyroidism and hyperadrenocorticism, stained by Hematoxylin and

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

58

Eosin, Masson’s Trichrome and Picrosirius Red. A, B and C. Epidermal-dermal

junction from dogs with normal skin, hypothyroidism skin, hyperadrenocorticism

skin in 1, 2 and 3, respectively. (A1) Control dogs showed normal epidermal

thickness (arrow). (A2) Hypothyroidism dogs showed acanthosis with areas of

orthokeratosis and parakeratosis that reaches the light of hair follicles forming

keratin plugs (comedones – thin arrow). Vacuolization of the pilo-erector muscle

(thick arrow). (A3) Hyperadrenocorticism dogs showed mineralization of dermal

collagen (calcinosis cutis- thick arrows) and inflammatory infiltrate around it

(triangles).10x.

Figure 3. Photomicrographs of lateral trunk skin from control dogs and dogs

with hypothyroidism and hyperadrenocorticism, stained by Picrosirius Red (A,

A1, A2). Photomicrographs B, B1, B2 showed the same area under polarized

light. 10x.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

59

Figure 4. Percentage of collagen area found in the skin of dogs with

hypothyroidism and hyperadrenocorticism when compared to the animals of the

control group using the coloring technique of Picrosirius red under polarized

light.

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

60

Figure 5. Percentage of collagen area found in the skin of dogs with

hypothyroidism and hyperadrenocorticism when compared to the animals of

control group using the coloring technique of Masson’s trichrome.

Figure 6. Comparing the use of the two staining techniques to analyze the

percentage of collagen area quantified in the control group, hypothyroidism

group and hyperadrenocorticism group.

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

61

7. CONCLUSÕES

Conclui-se que houve uma super produção na quantidade de colágeno presente

na pele de cães com hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo quando comparada a

quantidade de colágeno presente na pele de cães sem alterações dermatológicas

percepitíveis.

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

62

8. PERSPECTIVAS

Os resultados deste trabalho demonstraram que existem diferenças na

microscopia da pele de cães com hipotireoidismo e hiperadrenocorticismo. O colágeno

presente na pele sofreu alterações microscópicas estruturais evidentes nessas doenças

endócrinas. No entanto, são ainda necessários estudos mais refinados como a utilização

de outras técnicas como: colorações especificas para colágeno, imunohistoquímica e

microscópio eletrônico para que possamos analisar quais tipos de fibras colágenas

participam dessas alterações morfofisilógicas.

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

63

REFERÊNCIAS

AFFOLTER, V.K. & MOORE K. Histologic features of normal canine and feline skin.

Clin. Dermatol., v. 12, p. 491-497, 1994.

ARIAS, M.V.B. & JERICÓ, M.M. Diabetes mellitus associada a dermatopatia em cão –

relato de caso. Ciência Rural, Santa Maria, v.27, n.4, p. 675-679, 1997.

ARTANTA Ş.Ş., GÜL, Ü., KILIÇ, A., GÜLER, S. Skin findings in thyroid diseases.

European Journal of Internal Medicine, v. 20, p. 158–161, 2009.

BIRK DE, FITCH JM, BABIARZ JP, DOANE KJ, LINSENMAYER TF. Collagen

fibrillogenesis in vitro: interaction of types I and V collagen regulates fibril diameter. J

Cell Sci, v. 95, p. 649–57, 1990.

BLATTER, M.F.C., PRADO, A., GALLELLI, M.F., ANNA, E. D’., IVANIC, J.,

ESARTE, M., MICELI, D. D., GÓMEZ, N.V., CASTILLO, V.A. Blindness in dogs

with pituitary dependent hyperadrenocorticism: Relationship with glucose, cortisol and

triglyceride concentration and with ophthalmic blood flow. Research in Veterinary

Science, v. 92, p. 387–392, 2012.

BOND, R. Investigation of Symmetrical Alopecia in dogs. In: Mooney, CT e Peterson,

ME. Eds. BSAVA Manual of Canine and Feline Endocrinology. 3. ed. Gloucester,

England: British Small Animal Veterinary Association, p. 57-64, 2004.

BRATKA-ROBIA, C. B., EGERBACHER, M., HELMREICH, M., MITTEREGGER,

G., BENESCH, M. & BAMBERG, E. Immunohistochemical localization of androgen

and oestrogen receptors in canine hair follicles. Veterinary Dermatology, v. 13, p.

113–118, 2002.

BREITENEDER-GELEFF S, MALLINGER R, BOCK P. Quantitation of collagen

fibril cross section profiles in ageing human veins. Human Pathology, v. 21, p. 1031-

1035, 1990.

BROWN, G.C & GRAVES, K.T. Hyperadrenocorticism: Treating Dogs.

CompendiumVet.com, mar. p. 132-145, 2007.

BROWN PJ, YOUNG RD, CRIPPS PJ. Abnormalities of collagen fibrils in a rabbit

with a connective tissue defect similar to Ehlers-Danlos syndrome. Research in

Veterinary Science, v. 55, p. 346-350, 1993.

BOUJON, C. E., RITZY, U., ROSSI, G. L., BESTETTI, G. E. A Clinico-pathological

Study of Canine Cushing's Disease Caused by a Pituitary Carcinoma. J. Comp. Path.,

v. 105, 1991.

CAMPANA, A.B. Diagnóstico dermatológico na clínica de cães e gatos. Monografia

(Graduação em Medicina Veterinária) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul,

2010.

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

64

CARDOSO, M.J.L.; MACHADO, L.H.A.; MELUSSI, M.; ZAMARIAN, T.P.;

CARNIELLI, C.M.; JUNIOR, J.C.M.F. Dermatopatias em cães: revisão de 257 casos.

Archives of Veterinary Science, v.16, n.2, p. 66-74, 2011.

CASTILLO, V. Hipotiroidismo Canino. Veterinary Focus. Boulogne, v. 21, n.1, p. 2-

8, 2011.

CASTILLO, V. A.; LALIA, J. C.; JUNCO, M.; SARTORIO, G; MÁRQUEZ, A.G.;

RODRIGUEZ, M. S.; PISAREV, M. A.. Changes in thyroid function in puppies fed a

high iodine comercial diet. Vet Journal, v. 1, n. 161, p. 80-84, 2001.

CERUNDOLO, R.; BENSIGNOR, E. Sex Hormone Dermatoses. In: Guaguére, E;

Prélaud, P; Craig, M. Eds. A Pratical Guide in Canine Dermatology. Merial:

Kaliantis, p. 363-371, 2008.

CONSTANTINE VS, MOWRY W. Selective staining of human dermal collagen. J

Invest Dermat, v. 50, n.5, p. 414-418, 1968.

CUNNINGHAM, J.G. Glândulas endócrinas e suas funções. Tratado de Fisiologia

Veterinária, 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

CURTIS, F.C. Diagnostic Techniques and Sample Collection. Clinical Techmques in

Small Animal Practice, v. 16, n. 4, p. 199-206, 2001.

DIXON, R. Recent developments in the diagnosis of canine hypothyroidism. In

Pratice, p. 328-334, 2001.

DIXON, R.M; REID, S.W.J.; MOONEY, C.T. Epidemiological, clinical,

haematological and biochemical characteristics of canine hypothyroidism. Vet Rec, v.

145, p. 481–487, 1999.

DOBSON, JM.; LASCELLES, BD. Tumours of the dog reproductive system. In:

BSAVA Manual of Canine and Feline Oncology. 2. ed. British Small Animal

Veterinary Association, p. 253-254, 2003.

DOERR, K. A.; OUTERBRIDGE, C. A.; WHITE, S. D.; KASS, P. H.; SHIRAKI, R.;

LAM, A. T. & AFFOLTER, V. K. Calcinosis cutis in dogs: histopathological and

clinical analysis of 46 cases. Veterinary Dermatology, v. 24, p. 355–e79, 2013.

DOSHI, D. N.; BLYUMIN, M. L.; KIMBALL, A. B. Cutaneous manifestations of

thyroid disease. Clinics in Dermatology, v. 26, p. 283–287, 2008.

REECE, W.O. Dukes - Fisiologia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2007.

EIGENMANN, J.E.; POORTMAN, J.; KOEMAN, J.P. Estrogen induced flank alopecia

in the female dog: evidence for local rather than systemic hyperestrogenism. Journal of

the American Animal Hospital Association, v. 20, p. 621–624, 1984.

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

65

ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Hypothiroidism and Hyperadrenocorticism.

Textbook of Veterinary Internal Medicine, [S.l.]: Elsevier Saunders, 2010.

FERGUSON, D. C. Testing for Hypothyroidism in Dogs. Veterinary Clinics Small

Animal Practice, v. 37, p. 647–669, 2007.

FERREIRA, E.; SERAKIDES, R.; NUNES, V.A.; GOMES, M.G.; SILVA, C.M.;

OCARINO, N.M.; RIBEIRO, A.F.C. Morfologia e histoquímica da pele de ratas

hipotireóideas castradas e não castradas. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec, v.55, n.1, 2003.

FRACASSI, F.; GANDINI, G.; DIANA, A.; PREZIOSI, R.; VAN DEN INGH, T.S.;

FAMIGLI-BERGAMINI, P.; KOOISTRA, H.S. Acromegaly due to somatroph

adenoma in a dog. Domestic Animal Endocrinology, v. 32, p. 43–54, 2007.

FRANK, LA. Comparative dermatology—canine endocrine dermatoses. Clinics in

Dermatology, v. 24, p. 317–325, 2006.

GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Atlas colorido de histologia. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 2007

GARTNER, L.P.; HIATT, J.L. Tratado de histologia. Rio de Janeiro: Guanabara

Koogan, 1999.

GELSE K, POSCHL E, AIGNER T. Collagens: strutcture, function and byosynthesis.

Adv Drug Deliv Ver, v. 55, p. 1531–1546, 2003.

GHAFFARI, MS; DEZFOULIAN, O; ALDAVOOD, SJ; MASOUDIFARD, M.

Estrogen-related Alopecia Due to Polycystic Ovaries in a Terrier Dog. Comp. Clin.

Pathol, London, England, v. 18, p. 341-343, 2009.

GILOR, C., GRAVES, T. K. Interpretation of Laboratory Tests for Canine Cushing’s

Syndrome. Topical Review, [S.l.], v. 26, n. 2, 2011.

GRANDO, S. A. Physiology of endocrine skin interrelations. Journal of the American

Academy of Dermatology, v. 28, p. 981-92, 1993.

GRECO, D. S. Hyperadrenocorticism Associated with Sex Steroid Excess. Clinical

Techniques in Small Animal Practice, v. 22, p. 12-17, 2007.

GONÇALVES, V.D; RODRIGUES, L.F.; TEXEIRA, A.S.; MENDONÇA, M.L.;

SILVA, A.C.R.; SEGATO, M.B.R. Prevalência das dermatopatias alérgicas em cães e

gatos na cidade de Rio Verde - GO, BRASIL. In: JORNADA, 5 e MOSTRA

CIENTÍFICA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA, 4, 2009, Rio

Verde - GO. Anais... Rio Verde - GO: Universidade do Rio Verde, 2009.

HERRTAGE, ME. Canine Hyperadrenocorticism. In: Mooney, CT e Peterson, ME.

Eds. BSAVA Manual of Canine and Feline Endocrinology. 3. ed. Gloucester,

England: British Small Animal Veterinary Association, p.150-170, 2004.

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

66

HILL, P. Clinical Approach to Alopecia in Dogs – Will the Hair Grow Back? In:

NORTH AMERICAN VETERINARY CONFERENCE, 2005, Orlando - Florida.

Conference… Orlando – Florida: IVIS, 2005.

JUNQUEIRA, L.; BIGNOLAS, G.; BRENTANI, R. Picrosirius staining plus

polarization microscopy, a specific method for collagen detection in tissue sections.

Histochemical Journal, v. 11, p. 447–455, 1979.

JUNQUERIA, L. C.U; COSSERMELLI, W.; BRETANI, R. Differential staining of

colagens type I, II and III by sirius red and polarization microscopy. Arch. Histol. Jap,

v. 41, n. 3, p. 267-274, 1979.

JUNQUEIRA, L.C. & CARNEIRO, J. Pele e anexos. Histologia Básica. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

KEMPPAINEN, R. J. & BEHREND, E. N. Diagnosis of canine hyperadrenocorticism.

Veterinary Clinics of North America Small Animal Practice, v. 31, n. 5, 2001.

KEMPPAINEN, R. J., CLARK, T. P. Etiopathogenesis of canine hypothyroidism. Vet

Clin North Am Small Anim Pract, v. 3, n. 24, p. 467 – 476, 1994.

KERN, MR. Hyperestrogenism. In: Tilley, LP e Smith Jr, FWK. Blackwell´s Five-

minute Veterinary Consult: Canine and Feline. [S.l.]: Blackwell Publishingl, p. 482-

484, 2009.

KIERNAN JA. Methods for connective tissue. In: Histological and Histochemical

Methods. Theory and Practice. London: Arnold, p. 144-163, 2002.

KOOISTRA, H. S. & GALAC, S. Recent Advances in the Diagnosis of Cushing’s

Syndrome in Dogs. Vet Clin Small Anim, v. 40, p. 259–267, 2009.

KRISTENSEN S. A study of skin diseases in dogs and cats. I. Histology of the hair skin

of dogs and cats. Nord. Vet. Med, v. 27, p. 593-603, 1975.

LINDER, K.E. Skin Biopsy Site Selection in Small Animal Dermatology With na

Introduction to Histologic Pattern-Analysis of Inflammatory Skin Lesions. Clinical

Techmques in Small Animal Practice, v. 16, n.4, p. 207-213, 2001.

MACHADO, M.L.S.; APPELT, C.E. & FERREIRO, L. Dermatófitos e leveduras

isolados da pele de cães com dermatopatias diversas. Acta Scientiae Veterinariae, v.

v.32, n.3, p. 225-232, 2004.

MARIJIANOWSKI MMH, TEELING P, MANN J, BECKE AE. Dilated

cardiomyopathy is associated with an increase in the type I/type III collagen ratio: a

quantitative assessment. J Am Coll Cardiol, v. 25, p. 1263-1272, 1995.

MICHNA, H. Organisation of collagen fibrils in tendon: changes induced by an

anabolic steroid. II A morphologic and stereographic analysis. Virchows Archiv (Cell

Pathology), v. 52, p. 87-98, 1986.

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

67

MILLER EJ. Biochemical characteristics and biological significance of the genetically

distinct collagens. Molec Cell Biochem, v. 13, p. 165-192, 1976.

MOON JCC, REED E, SHEPPARD MN, ELKINGTON AG, HO SY, BURKE M,

PETROU M, PENNELL DJ. The histologic basis of late gadolinium enhancement

cardiovascular magnetic resonance in hypertrophic cardiomyopathy. J. Am.

Coll.Cardiol, v. 43, p. 2260-2264, 2004.

MOONEY, C.T & PETERSON, M.E. Feline hyperthyroidism. Manual of Canine and

Feline Endocrinology. [S.l.]: BSAVA, p. 95-111, 2004.

MOONEY, C.T & PETERSON, M.E. Investigation of simmetrical alopecia in dogs;

Canine Hypothyroidism and Canine Hyperadrenocorticism. Manual of Canine and

Feline Endocrinology. [S.l.]: BSAVA, 2004.

MOORE MJ, DE BEAUX A. A quantitative ultrastructural study of rat tendon from

birth to maturity. Journal of Anatomy, v. 153, p. 163-169, 1987.

MONTES GS, JUNQUEIRA LCU. The use of the picrosiriuspolarization method for

the study of the biopathology of collagen. Memorias do Instituto Osvaldo Cruz, v. 86,

p. 1–11, 1991.

MORAIS GB, VIANA DA, SILVA FMO, XAVIER JÚNIOR FAF, FARIAS KM,

PESSOA CD’Ó, SILVEIRA JAM, ALVES APNN, MOTA MRL, SILVA FDO,

SAMPAIO CMS, VERDUGO JMG, AND EVANGELISTA JSAM. Polarization

microscopy as a tool for quantitative evaluation of collagen using picrosirius red in

diferente stages of CKD in cats. Microsc Res Tech, v. 80, p. 543–550, 2017.

MORAN, C. & CHATTERJEE, K. Resistance to thyroid hormone due to defective

thyroid receptor alpha. Best Practice & Research Clinical Endocrinology &

Metabolism, v. 29, p. 647-657, 2015.

MULLER, G.H, KIRK, R.W., SCOTT, D.W. Cutaneous endocrinology. In: MULLER,

G.H., KIRK, R.W., SCOTT, D.W. Small animal dermatology. Philadelphia: W.B.

Saunders Co., p. 492-560, 1989.

MÜNTENER, T., SCHUEPBACH-REGULA, G., FRANL, L., RÜFENACHT, S. &

WELLE, M. M. Canine noninflammatory alopecia: a comprehensive evaluation of

common and distinguishing histological characteristics. Dermatology Veterinary, v.

23, p. 206–e44, 2012.

NANTO-SALONEN K, PELLINIEMI LJ, AUTIO S, KIVIMAKI T, RAPOLA J,

PENTINNEN R. Abnormal collagen fibrils in aspartylglycosuria. Altered dermal

ultrastructure in a glycoprotein storage disorder. Laboratory Investigation gl, p. 464-

468, 1984.

NART P, WILLIAMS A, THOMPSON H, INNOCENT GT. Morphometry of bovine

dilated cardiomyopathy. J. Comp. Pathol, v. 130, p. 235-245, 2004.

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

68

NELSON, R.W & COUTO, C.G. Disorders of Thyroid Gland and Disorders of the

Adrenal Gland. Small Animal Internal Medicine. 4. ed., [S.l.]: Elsevier, 2009.

NUNES, G.D.L.; CAMPOS, G.C.O.; QUEIROZ, G.F.; FILGUEIRA, K.D.

Hiperestrogenismo em fêmea da espécie canina. In: CONGRESO BRASILEIRO DE

MEDICINA VETARINÁRIA, 40, Salvador – BA, Anais... Salvador – BA, 2013.

OPHOF R, MALTHA JC, VON DEN HOFF JW, KUIJPERS-JAGTMAN AM.

Histologic evaluation of skin-derived and collagen-based substrates implanted in palatal

wounds. Wound Repair Regen, v. 12, p. 528-538, 2004.

OUSCHAN, C., KUCHAR, A. & M€OSTL, E. Measurement of cortisol in dog hair: a

noninvasive tool for the diagnosis of hypercortisolism. Veterinary Dermatology, v. 24,

p. 428–e94, 2013.

PANCIERA, D. L.. Hypothyroidism in dogs: 66 cases (1987-1992) JAVMA, v. 5,

n.204, p. 761-767, 1994.

PARADIS, M e CERUNDOLO, R. An Approach to Symmetrical Alopecia in the Dog.

In: Foster, A; Foil, C. Eds. BSAVA Manual of Small Animal Dermatology. 2. ed.,

Barcelona: British Small Animal Veterinary Association, p. 83-90, 2003.

PASQUALI RI, GUERRA D, QUAGLINO D JR, VINCENZI D, MANZINI E,

CANOSSI B, MANZINI CV. Dermal elastin and collagen in systemic sclerosis. Effect

of D-penicillamine treatment. Clinical and Experimental Rheumatology, v. 7, p. 373-

383, 1989.

PETERSON, M.E. Diagnosis of Hyperadrenocorticism in Dogs. Clinical Techquines

in Small Animal Practice, v. 22, p. 2-11, 2007.

PORTO, R. N. G.; MOURA, V.M.B.D.; SANTIN, A.P.I.; ALVES, C.E.F.; SALES,

T.P.; MATOS, M.P.C.; MIGUEL, M.P.; BRITO, L.A.B. Tireoidite linfocítica canina

em um Bull terrier. Acta Scientiae Veterinariae, v. 36, n.3, p. 285-288, 2008.

RICH L, WHITTAKER P. Collagen and picrosirius red staining: a polarized light

assessment of fibrillar hue and spatial distribution. Braz J morphol Sci, v. 22(2), 2005,

pp. 97-104.

ROJKO J.L, HOOVER E.A, MARTIN S.L. Histologic interpretation of cutaneous

biopsies from dogs with dermatologic disorders. Veterinary Pathology, v. 15, p. 579-

589, 1978.

SCARAMPELLA, F. Alopécia Endócrina no Cão. Veterinary Focus, v.21, n.1, p. 40-

46, 2011.

SCOTT, D. W. Histopathologic findings in endocrine skin disorders of the dog.

Journal of the American Animal Hospital Association, v. 18, p. 173-183, 1982.

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

69

SCOTT-MONCRIEFF, J. C. Clinical Signs and Concurrent Diseases of

Hypothyroidism in Dogs and Cats. Veterinary Clinics Small Animal Practice, v. 37,

p. 709–722, 2007.

SCOTT, DW; MILLER, WH; GRIFFIN, DW. Muller & Kirk’s. Dermatologia en

pequenos animales. Buenos Aires: Intermedica Editorial, p. 816-905, 2002.

SCOTT, D.W. & PARADIS, M. A survey of canine and feline skin disorders seen in a

university practice: Small Animal Clinic, University of Montréal, Saint-Hyacinthe,

Québec (1987-1988). Canadian Veterinary Journal, Otawa: v. 31, n.12, p. 830-835,

1990.

SCOTT, D.W.; MILLER, D.H.; GRIFFIN, C.E. Muller & Kirk – Small animal

dermatology. Philadelphia: Sauders, 2001.

SOUZA, T.M.; FIGHERA, R.A.; KOMMERS, G.D.; BARROS, C.S.L. Aspectos

histológicos da pele de cães e gatos como ferramenta para dermatopatologia. Pesquisa

Veterinária Brasileira, v. 29, n.2, p. 177-190, 2009.

SOUZA, T.M.; FIGHERA, R.A.; SCHIMIDT, C.; RÉQUIA, A.H.; BRUM, J.S.;

MARTINS, T.B.; BARROS, C.S.L. Prevalência das dermatopatias não tumorais em

cães do município de Santa Maria, Rio Grande do Sul (2005-2008). Pesquisa

Veterinária Brasileira, v. 29, n.2, p. 157-162, 2009.

STREET JM, SOUZA ACP, ALVAREZ-PRATS A, HORINO T, HU X, YUEN PST,

STAR RA. Automated quantification of renal fibrosis with Sirius Red and polarization

contrast Microscopy. Physiol Rep., v. 2, n.7, e12088, 2014.

SWEAT F, PUCHTLER H, ROSENTHAL SI. Sirius red F3BA as a stain for

connective tissue. Arch Pathol., v. 78, p. 69-72, 1964.

TABOGA SR, VIDAL BC. Collagen fibers in human prostatic lesions: histochemistry

and anisotropies. J Submicrosc Cytol Pathol., v. 35, p. 11–16, 2003.

TASANEN K, HAMALAINEN ER, PALATSI R, OIKARINEN A. Quantification of

proα1(I) collagen mRNA in skin biopsy specimens: levels of transcription in normal

skin and in granuloma annulare. J Invest Dermatol., v. 107, p. 314-317, 1996.

TAZIMA, M.F.G.S; VICENTE, Y.A.M.V.A; MORIYA, T. Biologia da feriada e

cicatrização. Medicina, v. 41, n. 3, p. 259-264, 2008.

TEXEIRA, A.S.; MENDOÇA, M.L.; GONÇALVES, V.D.; RODRIGUES, L.F.;

SILVA, A.C.R; RIBEIRO, R.G. Estudo retrospectivo das dermatopatias mais

prevalentes em cães e gatos na cidade de Rio Verde - GO, Brasil. In: JORNADA, 5.,

MOSTRA CIENTÍFICA DA FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA, 4., Rio

Verde - GO. Anais... Rio Verde – GO: Universidade de Rio Verde, 2009.

TEXEIRA, R.D.S. Hipotireoidismo em cães dermatopatas: aspectos clínico-

laboratoriais comparados ao exame histopatológico da pele. 2008. 304f. Dissertação

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ FACULDADE DE …§ão.pdf · CÃES COM DOENÇAS ENDÓCRINAS ... subsequent slides analysis. Stains used were Hematoxylin-Eosin (HE), Periodic Acid

70

(Mestrado em Ciências) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de

Janeiro, 2008.

TILLEY, L. P.; SMITH Jr, F. W. K. Blackwell´s five-minute Veterinary Consult:

Canine and Feline. Blackwell publishing, 2009.

TOLOSA, E.M.C.; RODRIGUES, C.J.; BEHMER, O.A.; FREITAS NETO, A.G.

Manual de técnicas para histologia normal e patológica. [S.l.]: Editora Manole,

2003.

TVARIJONAVICIUTE, A.; JAILLARDON, L.; CERÓN,J.J.; SILIART, B. Effects of

thyroxin therapy on different analytes related to obesity and inflammation in dogs with

hypothyroidism. The Veterinary Journal, v. 196, p. 71–75, 2013.

TSUJIO, M.; YOSHIOKA, K.; SATOH, M.; WATAHIKI, Y. & MUTOH, K. Skin

Morphology of Thyroidectomized Rats. Vet Pathol., v. 45, p. 505–511, 2008.

WERNER, B. Biópsia de pele e seu estudo histológico. Por quê? Para quê?

Como? Parte I. Anais Bras Dermatol., v. 84, n. 4, p. 391-395, 2009.

WHITTAKER P, BOUGHNER DR, KLONER RA. Role of collagen in acute

myocardial infarct expansion. Circulation, v. 84, p. 2123-2134, 1991.

WHITTAKER P, KLONER RA, BOUGHNER D R, PICKERING JG. Quantitative

assessment of myocardial collagen with Picrosirius red staining and circularly polarized

light. Basic Research in Cardiology, v. 89, p. 397–410, 1994.

WILSON K., MOORE MJ., RAYNER CR. & FENTON OM. Extensor tendon repair:

an animal model which allows immediate post-operative mobilisation. Journal of

Hand Surgery, v. 15, p. 74-78, 1990.

WITHROW, SJ.; MacEWEN, EG. Tumors of the Male Reproductive System. In: Small

Animal Clinical Oncology. Saunders Company, p. 478-483, 2001.

YOUNG, B; LOWE, J.S; STEVENS, A; HEATH, J.W. Pele. Wheater Histologia

Funcional. Churchill Livingstone, p. 167-185, 2007.