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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG UNU DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL LEANDRO MAGALHÃES MARIANI RODRIGO ALMEIDA FREITAS DIMENSIONAMENTO DE PILARES DE AÇO EM SITUAÇÕES DE INCÊNDIO PELO MÉTODO SIMPLIFICADO E PELO MÉTODO DO INCÊNDIO NATURAL PUBLICAÇÃO N.°: ENC. PF- 008/2010 LUZIÂNIA/GO 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG UNU DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

LEANDRO MAGALHÃES MARIANI RODRIGO ALMEIDA FREITAS

DIMENSIONAMENTO DE PILARES DE AÇO EM SITUAÇÕES DE INCÊNDIO PELO MÉTODO SIMPLIFICADO E PELO MÉTODO DO INCÊNDIO NATURAL

PUBLICAÇÃO N.°: ENC. PF- 008/2010

LUZIÂNIA/GO 2010

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LEANDRO MAGALHÃES MARIANI RODRIGO ALMEIDA FREITAS

DIMENSIONAMENTO DE PILARES DE AÇO EM SITUAÇÕES DE INCÊNDIO PELO MÉTODO SIMPLIFICADO E PELO MÉTODO DO INCÊNDIO NATURAL

PUBLICAÇÃO N.°: ENC. PF- 008/2010

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS.

ORIENTADOR: MSc. Wellington Andrade CO-ORIENTADOR: MSc. Marcos Honorato

LUZIÂNIA/GO

2010

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FICHA CATALOGRÁFICA MARIANI, LEANDRO MAGALHÃES FREITAS, RODRIGO ALMEIDA

Dimensionamento de pilares de aço em situações de incêndio pelo Método Simplificado e pelo Método do Incêndio Natural

[Goiás] 2009. Projeto Final - Universidade Estadual de Goiás. Unidade Universitária de Ciências

Exatas e Tecnológicas. Curso de Engenharia Civil. 1. Incêndio 2. Pilar de aço. 3. Método de cálculo 4. Verificação de dimensionamento. I. ENC/UEG II. Título REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA MARIANI, L.M.; FREITAS, R.A.. Dimensionamento de pilares de aço em situações

de incêndio pelo Método Simplificado e pelo Método do Incêndio Natural. Projeto Final CESSÃO DE DIREITOS NOME DO AUTOR: Leandro Mariani Magalhães e Rodrigo Almeida Freitas. TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE PROJETO FINAL: Dimensionamento de pilares de

aço em situações de incêndio pelo Método Simplificado e pelo Método do Incêndio Natural. GRAU: Bacharel em Engenharia Civil ANO: 2010 É concedida à Universidade Estadual de Goiás a permissão para reproduzir

cópias desta defesa de projeto final e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte deste projeto final pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.

_____________________________ ___________________________ Leandro Mariani Magalhães Rodrigo Almeida Freitas SQS 108 Bloco “C” Ap. 403 SQS 413 Bloco “O” Ap. 108 70.347-030 Asa Sul- DF - Brasil 70.296-150 Asa Sul- DF - Brasil

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LEANDRO MAGALHÃES MARIANI RODRIGO DE ALMEIDA FREITAS

DIMENSIONAMENTO DE PILARES DE AÇO EM SITUAÇÕES DE INCÊNDIO PELO MÉTODO SIMPLIFICADO

E PELO MÉTODO DO INCÊNDIO NATURAL

PROJETO FINAL SUBMETIDO AO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL. APROVADO POR: _________________________________________ Wellington Andrade, MSc. (UEG) (ORIENTADOR) _________________________________________ Marcos Honorato, MSc. (UEG) (EXAMINADOR INTERNO) _________________________________________ Marcus Alexandre Noronha de Brito, MSc. (UNIP) (EXAMINADOR EXTERNO)

DATA: BRASÍLIA/DF, 23 de junho de 2010.

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Dedicamos este trabalho ao Corpo de

Bombeiros Militar do Distrito Federal. Que

seja grande ad eternum!

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AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, nosso Criador e Mestre de todas as nossas decisões.

Ao MSc. Wellington Andrade pelas orientações e dedicação indispensáveis para a

produção e conclusão deste trabalho.

À empresa R.A. ROCHA ENGENHARIA LTDA por ceder cordialmente a licença

do software MIDAS FEA, pois, sem ele, este trabalho não seria possível.

À MSc. Maria de Fatima Magalhães Mariani, minha querida mãe, exemplo de

dedicação, perseverança e persistência no alcance de seus objetivos, responsável pelo meu

caráter e sucesso.

Ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, instituição nobre que busca a

valorização dos seus profissionais por meio da qualificação técnica e intelectual, por me

oportunizar a realização e a conclusão de mais uma graduação.

Finalmente, agradeço à Dulce Helen Lim, minha querida esposa, e aos meus filhos,

Bruna Lim Mariani e Daniel Lim Mariani, pelo apoio e compreensão. Todos sacrificaram o

meu tempo que lhes eram destinados na contrapartida da conclusão deste trabalho.

Leandro Magalhães Mariani

“Mas, na verdade, habitará Deus com os homens na terra? Eis que os céus, e o céu

dos céus, não te podem conter, quanto menos esta casa que tenho edificado?”

Agradeço a Deus por guardar minha entrada e saída. A Jesus Cristo, meu Salvador,

Mestre e Senhor da minha vida, toda honra, glória e louvor!

À minha querida mãe, que me criou em meio a tantas dificuldades e com tanto amor.

Um amor inexplicável, incomparável, ilimitado, incessante, incondicional, sem reservas. Foi

uma grande proeza. Tenho ciência das conseqüências, não serão em vão. Obrigado tudo que

fez, esse curso é reflexo da sua dedicação.

O Senhor foi benevolente comigo e me concedeu mais que uma esposa: uma amiga

e companheira. Mirze, obrigado pela compreensão, calma e paciência. Os momentos de

ausência serão restituídos em dobro. Você é meu orgulho, coroa preciosa.

Ao meu pai, minha família, em especial meus avós.

Ao Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal. Certamente retribuirei.

Aos amigos de sempre: estamos crescendo juntos!

À Empresa AIO Engenharia, do engenheiro Daniel Alexandre Aio, por ceder os

cálculos do perfil utilizado por meio do software Metálicas 3D.

Rodrigo Almeida Freitas

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RESUMO

Uma das preocupações e cautela quanto ao projeto de um edifício em aço se deve ao dimensionamento e comportamento de sua estrutura em situação de incêndio. Sabe-se que quando ocorre um incêndio em um edifício de estrutura metálica, as altas temperaturas geradas durante o sinistro reduzem os valores das propriedades mecânicas do aço, ou seja, diminuem o valor da resistência à tração e de compressão, da resistência ao escoamento e do módulo de elasticidade. Em vista disso, para a construção de um edifício seguro, o incêndio deve ser encarado como um fenômeno possível de ocorrer durante a vida útil do mesmo. Sendo assim, a quantificação das solicitações atuantes durante o incêndio, bem como sua consideração na elaboração do projeto, devem ser tratadas com a mesma preocupação dedicada ao dimensionamento quanto a solicitações devido ao peso próprio e ações variáveis em temperatura ambiente. Entende-se por dimensionamento em situação de incêndio, a verificação dos elementos estruturais e de suas ligações, tendo em vista evitar o colapso da estrutura em um tempo inferior a aquele necessário para possibilitar a fuga dos usuários da edificação e, quando necessário, a aproximação e o ingresso de pessoas e equipamentos para as ações de combate ao fogo. O Método Simplificado se aplica aos elementos estruturais envolvidos pelos gases quentes, no interior de um compartimento em chamas. Ao se usar o Método Simplificado de cálculo para a obtenção dos esforços resistentes, dependendo do tipo de solicitação e do estado limite último, considera-se: de forma simplificada, distribuição uniforme de temperatura, na seção transversal e ao longo do comprimento dos elementos estruturais de aço. O Método do Incêndio Natural é o mais simples modelo representativo de um incêndio real. Dessa forma, conduz a resultados mais confiáveis do que o Método Simplificado. Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise crítica desses dois métodos de dimensionamento quando utilizados no cálculo de pilares de aço.

Palavras chaves: dimensionamento, pilares, incêndio, método.

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ABSTRACT

One of the concerns and care about the design of a building in steel is due to the design and conduct of its structure at a fire. It is known that when occurs a fire in a steel structure building, the high temperatures generated during the disaster reduces the values of the mechanical properties of steel, that means, diminishes the value of tensile and compression resistance, yield resistance and the elasticity module. Therefore, to build a secure building, the fire should be seen as a phenomenon that can occur during the life of building. Thus, the quantification of active requests during a fire as well as their consideration in the design elaboration should be treated with the same concern as the dedicated to design applications due to the weight of its own structure and actions due to varying ambient temperature. Meant by design at a fire situation, the verification of structural components and their connections in order to prevent the collapse of the structure in a time less than that necessary to allow the escape of the building users and, when necessary, the approach and entrance of people and equipment for fire-fighting actions. The Simplified Method is applied to structural elements involved by hot gases, in a compartment in flames. By using the Simplified Method of calculation to obtain the resistant efforts, depending on the type of request and the last state limit, it is considered: in a simplified form, uniform distribution of temperature in the transversal section and along the length of structural elements of steel. The Method of Natural Fire is the simplest model representative of a real fire. Thus, leads to more reliable results than the Simplified Method. This work aims to make a critical analysis of these two methods of design when used in the calculation of steel pillars.

Keywords: dimensioning, pillars, fire, method.

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LISTA DE FIGURAS Figura Página

Figura 1.1. Triângulo do fogo (Estágio Flashover - CBMDF, 2008) ........................................ 2

Figura 1.2. Estágio do flashover (CBMDF, 2008) ................................................................... 3

Figura 2.1. Redução da resistência em função da temperatura (VARGAS e SILVA, 2003). ..... 8

Figura 2.2. Redução do modulo de elasticidade em função da temperatura (VARGAS e SILVA, 2003). ........................................................................................................................ 8

Figura 2.3. Curva do flashover (CBMDF, 2008) ..................................................................... 9

Figura 2.4. Incêndio natural (SBN, 1967) ............................................................................. 12

Figura 2.5. Modelo de incêndio-padrão (SILVA, 2004) ........................................................ 18

Figura 2.6. Curva Temperatura x Tempo ISO 834 (2003) ..................................................... 19

Figura 2.7. Curva temperatura dos gases em função do tempo – ASTM E119 (1998) .......... 19

Figura 2.8. Curva Temperatura x Tempo dos hidrocarbonetos .............................................. 20

Figura 2.9. Comparação das curvas ISO 834 (1978), ASTM E119 (1998) e hidrocarbonetos 21

Figura 2.10. Aplicação de pintura intumescente (DIAS, 2002). ............................................ 25

Figura 2.11. Aspecto do diagrama tensão-deformação dos aços estruturais à temperatura θ, conforme EUROCODE (SILVA, 2004) ................................................................................ 27

Figura 3.1. Configuração deformada do pórtico plano para diferentes cenários ..................... 33

Figura 3.2. (a) Variação dos deslocamentos horizontais no topo do edifício, em função do tempo transcorrido de incêndio obtidos pelo SAAFE; b) idem para deslocamentos verticais (LANDESMANN e BATISTA, 2006). ................................................................................. 34

Figura 3.3. Variação da temperatura com as dimensões do pilar (AZEVEDO, FERREIRA e SILVA, 2006). ...................................................................................................................... 36

Figura 3.4. Variação da temperatura com a carga específica de incêndio (AZEVEDO, FERREIRA e SILVA, 2006). ................................................................................................ 37

Figura 3.5. Gráfico de variação da distância do pilar à parede (AZEVEDO, FERREIRA e SILVA, 2006). ...................................................................................................................... 37

Figura 3.6. Resultados obtidos por meio Super Tempcale (SILVA, CORREIA e RODRIGUES, 2008) ................................................................................................................................... 39

Figura 4.1. Curva Única de Flambagem (λ0 x χ) das Normas AISC (2005) e NBR 8800 (2008). ................................................................................................................................. 40

Figura 4.2. Fluxograma pelo Método Simplificado (SILVA, 2004). ...................................... 41

Figura 4.3. Fluxograma do Método do Incêndio Natural (SILVA, 2004). .............................. 43

Figura 4.4. Planta de denominação e localização dos pilares ................................................ 46

Figura 4.5. Vista Frontal do pórtico central da estrutura do galpão metálico. ........................ 47

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Figura 4.6. Detalhe em planta do pilar analisado. ................................................................. 48

Figura 4.7. Detalhe do pilar principal. ................................................................................. 48

Figura 4.8. MODELO 3D – SEÇÕES .................................................................................. 53

Figura 4.9. Entrada gráfica da seção transversal do pilar ...................................................... 54

Figura 4.10. Entrada gráfica da seção transversal dos elementos componentes da diagonal e montante .............................................................................................................................. 54

Figura 4.11. Entrada gráfica da seção transversal dos elementos componentes do banzo ...... 55

Figura 4.12. Carregamento - Carga Adicional (kN) .............................................................. 55

Figura 4.13. Carregamento – Forro (kN) .............................................................................. 56

Figura 4.14. Carregamento – Sobrecarga (kN) ...................................................................... 56

Figura 4.15. Carregamento – Telhado (kN)........................................................................... 56

Figura 4.16. Entrada gráfica das propriedades mecânicas do material utilizado. ................... 57

Figura 5.1. Dados Gerais de Entrada. ................................................................................... 59

Figura 5.2- Fluxograma usado no presente trabalho para o Método Simplificado. ................ 61

Figura 5.3. Verificação da isenção ........................................................................................ 62

Figura 5.4. Cálculo do Fator de Massividade ........................................................................ 63

Figura 5.5. Cálculo de θcr ..................................................................................................... 64

Figura 5.6. Resultado final de θcr com interpolação final ...................................................... 65

Figura 5.7. Cálculo da TRRF................................................................................................ 65

Figura 5.8. Temperatura do Aço no Incêndio. ....................................................................... 65

Figura 5.9. Fluxograma usado no presente trabalho para o Método do Incêndio Natural. ...... 68

Figura 5.10. Cálculo do grau de ventilação ........................................................................... 70

Figura 5.11.Temperatura do Aço no Incêndio Natural ........................................................... 70

Figura 6.1. Representação das projeções das superfícies dos critérios de Tresca e de Von Mises (JORGE, 2005) .......................................................................................................... 71

Figura 6.2. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 200 ºC........................................... 72

Figura 6.3. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 300 ºC........................................... 73

Figura 6.4. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 400 ºC........................................... 73

Figura 6.5. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 500 ºC........................................... 74

Figura 6.6. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 600 ºC........................................... 74

Figura 6.7. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 700 ºC........................................... 75

Figura 6.8. Tensões na Combinação Última Normal ............................................................. 76

Figura 6.9. Tensões na Combinação Quase Permanente de Serviço ...................................... 77

Figura 6.10. Tensões na Combinação Última Excepcional .................................................... 77

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Figura 6.11. Normal na Combinação Última Normal ............................................................ 78

Figura 6.12. Normal na Combinação Quase Permanente de Serviço ..................................... 78

Figura 6.13. Normal na Combinação Última Excepcional .................................................... 79

Figura 6.14. Reações de Apoio da Combinação Última Normal............................................ 80

Figura 6.15. Reações de Apoio da Quase Permanente de Serviço ......................................... 80

Figura 6.16. Reações de Apoio da Combinação Última Excepcional .................................... 81

Figura 6.17. Deslocamentos X da Combinação Quase Permanente de Serviço ..................... 81

Figura 6.18. Deslocamentos Y da Combinação Quase Permanente de Serviço ...................... 82

Figura 6.19. Peça Estrutural do Pilar Selecionada para a Análise dos Deslocamentos X e Y. . 83

Figura 6.20. Peça Estrutural do Banzo Selecionada para Análise dos Deslocamentos X e Y. . 84

Figura 6.21. Deformação à 200ºC........................................................................................ 84

Figura 6.22. Deslocamento X à 200ºC .................................................................................. 85

Figura 6.23. Deslocamento Y à 200ºC .................................................................................. 85

Figura 6.24. Normal à 200ºC ............................................................................................... 86

Figura 6.25. Reações de Apoio à 200ºC ................................................................................ 86

Figura 6.26. Tensão à 200ºC ................................................................................................ 87

Figura 7.1. Porção Superior Esquerda do Perfil Esquerdo do Pilar Direito do Pórtico Central Estudada. ............................................................................................................................. 89

Figura 7.2. Deformação em Situação de Incêndio. ................................................................ 90

Figura 7.3. Deslocamento do Banzo Inferior Central em Situação de Incêndio. .................... 90

Figura 7.4. Deslocamentos do Banzo Inferior Central em Temperatura Ambiente (20°C). .... 91

Figura 7.5- Deslocamento do Perfil Esquerdo do Pilar Direito em Situação de Incêndio. ...... 91

Figura 7.6. Deslocamento do Perfil Esquerdo do Pilar Direito em Temperatura Ambiente. ... 92

Figura 7.7. Reações de Apoio em Situação de Incêndio. ....................................................... 92

Figura 7.8. Reações de Apoio à Temperatura Ambiente. ....................................................... 93

Figura 7.9. Normal em Situação de Incêndio. ....................................................................... 93

Figura 7.10. Normal à Temperatura Ambiente. ..................................................................... 94

Figura 7.11. Tensão em Situação de Incêndio. ...................................................................... 94

Figura 7.12. Tensão em Temperatura Ambiente. ................................................................... 95

Figura A.1. Deformação à 300ºC ....................................................................................... 100

Figura A.2.Deslocamento X à 300ºC .................................................................................. 100

Figura A.3. Deslocamento Y à 300ºC ................................................................................. 101

Figura A.4. Normal à 300ºC .............................................................................................. 101

Figura A.5. Reações de Apoio à 300ºC ............................................................................... 102

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Figura A.6. Tensão à 300ºC ............................................................................................... 102

Figura A.7. Deformação a 400 ºC ...................................................................................... 103

Figura A.8. Deslocamento X a 400 ºC ................................................................................ 103

Figura A.9. Deslocamento Y a 400 ºC ................................................................................ 104

Figura A.10. Normal a 400 ºC ........................................................................................... 104

Figura A.11. Reações de apoio 400 ºC ................................................................................ 105

Figura A.12. Tensão a 400 ºC ............................................................................................ 105

Figura A.13. Deformação a 500 ºC .................................................................................... 106

Figura A.14. Deslocamento X a 500 ºC .............................................................................. 106

Figura A.15. Deslocamento Y a 500 ºC .............................................................................. 107

Figura A.16. Normal a 500 ºC ........................................................................................... 107

Figura A.17. Reações de apoio 500 ºC ................................................................................ 108

Figura A.18. Tensão A 500 ºC............................................................................................ 108

Figura A.19 . Deformação a 600 ºC ................................................................................... 109

Figura A.20. Deslocamento X a 600 ºC .............................................................................. 109

Figura A.21. Deslocamento Y a 600 ºC .............................................................................. 110

Figura A.22. Normal a 600 ºC ........................................................................................... 110

Figura A.23. Reações de apoio 600 ºC .................................................................................111

Figura A.24. Tensão a 600 ºC .............................................................................................111

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LISTA DE QUADROS Quadro Página

Quadro 2.1. Cálculo do Fator de Massividade para diversos Perfis (ALVA, 2000). ............... 24

LISTA DE TABELAS

Tabela Página

Tabela 2.1. Exemplo de Tabela Destinação/TRRF (PANNONI, 2004) .................................... 7

Tabela 2.2. Condições de isenções para verificação estrutural de situação de incêndio (Silva,

2000) ..................................................................................................................................... 8

Tabela 2.3. Fatores de redução para o aço (SILVA, 2004) ..................................................... 30

Tabela 4.1. Relações numéricas entre os valores de “χ” em função do λ0 (NBR 8800, 2008). 42

Tabela 4.2. Características do perfil metálico utilizado no projeto. ....................................... 49

Tabela 4.3. Valores dos Coeficientes de Ponderação das ações γf=γf1.γf3 (NBR 8800, 2008).

............................................................................................................................................ 52

Tabela 4.4. Valores dos fatores de combinação ψ0 e de redução ψ1 e ψ2 para ações variáveis

(NBR 8800, 2008). ............................................................................................................... 52

Tabela 4.5. Propriedades mecânicas do aço .......................................................................... 57

Tabela 7.1. Análises Realizadas pelo Programa Estrutural MIDAS FEA. .............................. 88

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LISTA DE SÍMBOLOS

∆t – intervalo de tempo (s);

Aa – área exposta ao fogo;

Af – área do piso do compartimento (m2);

Aq – área da superfície do material combustível que pode participar da combustão;

At – área total, incluindo vedação (paredes, piso e teto) e aberturas (m2);

At – área total, incluindo vedação (paredes, piso e teto) e aberturas;

Av – área total das aberturas para o ambiente externo ao edifício, incluindo janelas

que se supõe quebradas durante um incêndio (m2);

c – calor específico do material do elemento vedação (J/KgºC);

Ca – calor especifico do aço (J/KgºC);

cc – calor específico;

Cm – calor específico do material de proteção térmica à temperatura θ, em J/KgºC;

F – fator de massividade;

Fd – valor de cálculo da ação;

FGi,k – valor característico da ação permanente i;

FQi,exc – valor representativo da ação excepcional (ação térmica);

FQj,k – valor característico da ação variável j;

fyd,fi – valor de cálculo da resistência ao escoamento dos aços;

h – altura média da aberturas;

h – fluxo de calor por unidade de área (W/m2);

Hi – potencial calorífico específico de cada componente i do material combustível

(MJ/kg);

hi – altura da abertura i;

J – grau de ventilação ou fator de abertura em m1/2;

kE,θ – coeficientes de redução para efeito das ações térmicas;

ky,θ – coeficientes de redução para efeito das ações térmicas;

l – condutividade térmica do material do elemento de vedação (W/mºC);

lc – condutividade térmica (W/mºC);

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lm – condutividade térmica do material de proteção contra incêndio (W/mºC);

Mi – massa total de cada componente i do material combustível (kg);

mi – coeficiente adimensional que representa a eficiência da combustão de cada

componente do material combustível;

mi Coeficiente adimensional que representa a eficiência da combustão de cada

componente do material combustível.

qfi – valor característico da carga de incêndio específica expresso (MJ/m2);

qfi,k – valor característico da carga de incêndio específica expresso (MJ/m2);

r – massa especifica do material do elemento de vedação (Kg/m3);

ra – massa especifica do aço (Kg/m3);

Rd – valor de cálculo do correspondente esforço resistente;

Rd,fi,θ – valor de cálculo do correspondente esforço resistente, incluindo o efeito da

ação térmica conforme coeficiente de redução;

Sd – valor de cálculo do esforço atuante;

Sd,fi – valor de cálculo dos esforços atuantes, determinado a partir da combinação

última excepcional das ações;

t – Tempo

tm – espessura do material de proteção contra incêndio (m);

V – volume;

Z Módulo Resistente Plástico

γa,fi – coeficiente de ponderação aplicado à resistência do aço, em situação

excepcional;

γg – coeficiente de ponderação das ações permanentes;

γq – coeficiente de ponderação das ações variáveis;

Δθa – variação de temperatura no elemento estrutural de aço, durante um intervalo Δt;

ϑ Grau de Ventilação ou Fator de Abertura

θ g,0 – temperatura dos gases no instante “t” = 0 (ºC);

θ0 – temperatura inicial (ºC);

θa – temperatura do aço (ºC);

θg – temperatura dos gases quentes (ºC);

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ξ Relação entre a quantidade de material combustível e a ventilação

ρm – massa específica do material de proteção contra incêndio (kg/m3);

χ Parâmetro adimensional de redução de resistência do aço comprimido.

Ψ – coeficiente adimensional que representa o grau de proteção ao fogo do material

combustível;

ψ Coeficiente adimensional que representa o grau de proteção ao fogo do material

combustível.

ψ2 – fator de combinação utilizado para a determinação dos valores reduzidos das

ações variáveis nas combinações excepcionais;

ψ2FQ,k – valor quase permanente da ação variável;

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LISTA DE ABREVIATURAS, NOMENCLATURAS, ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ASTM American Society for Testing and Materials

CBMDF Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal

DF Distrito Federal

DST Diretoria de Serviços Técnicos

EUROCODE European Committee for Standardization

ISO International Organization for Standardzation

MS Microsoft

NBR Norma Brasileira Regulamentadora

NFPA National Fire Protection Association

SBN Swedish Buiding Regulations

MJ Mega Joule

PMESP Polícia Militar Estadual do Estado de São Paulo

CBMESP Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo

BSI British Standards Institute

PVC Polyvinyl chloride

SAAFE Sistema de Análise de Fogo em Estruturas

TRRF Tempo Requerido de Resistência ao Fogo

ABAQUS Programa para análise de Elementos Finitos e simulações mecânicas

complexas. Sua sigla deriva da palavra grega ἄβαξ

SAFIR

SAAFE

Programa de Elementos Finitos, que realiza análise não-linear,

desenvolvido para estudo de estruturas sob ação do fogo.

System for Advanced Analysis of Fire Engineering

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xviii

TCRF Tempo Crítico de Resistência Ao Fogo.

SIA Société Suisse des Inginieurs et des Architectes

TRVB TECHNISCHEN RICHTLINIEN VORBEUGENDER

BRANDSCHUTZ - TRVB-Verzeichnis

VULCAN CAD 3D de modelagem, análise e visualização que abrangem projetos

de engenharia, mineração, gerenciamento ambiental, entre outros.

DIN Deutsches Institut fúr Normung

BSI British Standart Institution

TASEF Temperature Analysis of Structures Exposed to Fire

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xix

SUMÁRIO

TÍTULO Página

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................... 1

1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 4

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA ......................................................... 4

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ................................................................................ 5

2 ESTRUTURAS DE AÇO EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO ...................................... 6

2.1 INCÊNDIO NATURAL ........................................................................................... 10

2.1.1 Carga de incêndio ..................................................................................................... 12

2.1.2 Grau de ventilação .................................................................................................... 15

2.1.3 Características térmicas dos materiais de vedação ..................................................... 16

2.1.4 Curvas parametrizadas .............................................................................................. 16

2.2 INCÊNDIO-PADRÃO .............................................................................................. 17

2.2.1 Curva temperatura-tempo, conforme ISO 834 (2003)................................................ 18

2.2.2 Curva temperatura-tempo, conforme ASTM E119 (1998) ......................................... 19

2.2.3 Curvas temperatura-tempo, conforme EUROCODE I (1995) .................................... 20

2.3 DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA NO ELEMENTO ESTRUTURAL ......... 21

2.3.1 Estruturas sem proteção térmica ............................................................................... 21

2.3.2 Estruturas com proteção térmica ............................................................................... 23

2.3.3 Recomendações da NBR 14323 (1999) ..................................................................... 25

2.4 DIAGRAMAS ESTRUTURAIS DO AÇO A ALTA TEMPERATURA ..................... 26

2.4.1 Diagramas tensão-deformação .................................................................................. 27

2.4.2 Fluência .................................................................................................................... 27

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2.5 AÇÕES E SEGURANÇA......................................................................................... 28

2.5.1 Resistência de cálculo ............................................................................................... 28

2.5.2 Resistência última das ações ..................................................................................... 29

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 31

3.1 TRABALHOS RELACIONADOS A ESTRUTURAS DE AÇO EM SITUAÇÃO DE

INCÊNDIO .......................................................................................................................... 31

3.1.1 A Influência da Carga de Incêndio nos Mecanismos da Flambagem Transversal em

Vigas de Edifícios ..................................................................................................... 31

3.1.2 Estudo do comportamento em incêndio real da estrutura de aço em perfis formados a

frio de um edifício residencial ................................................................................... 31

3.1.3 Avaliação do Comportamento Estrutural Inelástico de Pórticos Planos Metálicos sob

Incêndio: Discussão de Prescrições Normativas ........................................................ 33

3.1.4 Análise numérica de vigas mistas aço-concreto em temperatura ambiente e em

situação de incêndio.................................................................................................. 34

3.2 TRABALHOS RELACIONADOS A PILARES DE AÇO EM SITUAÇÃO DE

INCÊNDIO .......................................................................................................................... 35

3.2.1 Determinação da Temperatura em Pilares de Aço Externos a Edificações em Situação

de Incêndio ............................................................................................................... 35

3.2.2 Análise da Resistência de Pilares de Aço Parcialmente Protegidos em Incêndio Natural

................................................................................................................................. 38

3.2.3 Simulação do comportamento ao fogo de pilares de aço em contato com alvenaria ... 38

4 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................... 40

4.1 VERIFICAÇÃO PELO MÉTODO SIMPLIFICADO ............................................... 40

4.2 VERIFICAÇÃO PELO MÉTODO DO INCÊNDIO NATURAL .............................. 42

4.3 PROJETO GALPÃO METÁLICO ........................................................................... 44

4.3.1 Pilares para verificação e análise............................................................................... 45

4.3.2 Combinações de carregamento.................................................................................. 50

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4.4 MODELOS NUMÉRICOS ....................................................................................... 52

5 VERIFICAÇÃO DO MÉTODO DO INCÊNDIO SIMPLIFICADO E NATURAL ... 58

5.1 INFORMAÇÕES INICIAIS ..................................................................................... 58

5.2 FUNCIONAMENTO DA PLANILHA ..................................................................... 58

5.3 DADOS GERAIS DE ENTRADA ........................................................................... 58

5.4 VERIFICAÇÃO PELO MÉTODO SIMPLIFICADO ............................................... 60

5.4.1 Dados de entrada específicos .................................................................................... 60

5.4.2 Cálculos realizados ................................................................................................... 60

5.4.3 Limitações ................................................................................................................ 62

5.4.4 Interface gráfica ........................................................................................................ 62

5.4.5 Dados de saída .......................................................................................................... 66

5.5 VERIFICAÇÃO PELO MÉTODO DO INCÊNDIO NATURAL .............................. 66

5.5.1 Dados de entrada específicos .................................................................................... 66

5.5.2 Cálculos realizados ................................................................................................... 67

5.5.3 Limitações ................................................................................................................ 68

5.5.4 Interface gráfica ........................................................................................................ 69

5.5.5 Dados de saída .......................................................................................................... 70

6 ANÁLISE NUMÉRICA ........................................................................................... 71

6.1 ANÁLISE ELASTOPLÁSTICA .............................................................................. 71

6.1.1 Gráficos tensão-deformação ..................................................................................... 72

6.2 ANÁLISE LINEAR ELÁSTICA .............................................................................. 75

6.2.1 Esforços solicitantes ................................................................................................. 75

6.2.2 Reações de apoio ...................................................................................................... 79

6.2.3 Deslocamentos ......................................................................................................... 81

6.3 ANÁLISE NÃO LINEAR ELASTOPLÁSTICA ...................................................... 82

7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES ............................................ 88

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8 SUGESTÕES PARA ESTUDOS POSTERIORES .................................................... 96

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 97

A. ANEXO – RESULTADO DAS ANÁLISES ELASTOPLÁSTICAS ......................... 99

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1

1 INTRODUÇÃO

O incremento da temperatura dos elementos estruturais das diversas edificações e

obras diversas da Engenharia Civil ocasiona redução das características resistentes das

estruturas. Alguns exemplos resultantes da ação e variação térmica são: redução da

resistência, redução da rigidez e surgimento de esforços solicitantes sobressalentes nas

estruturas hiperestáticas e isostáticas.

Essa ação térmica pode ser originaria em:

Por fluxo de calor (energia em trânsito);

Por radiação;

Por convecção.

Tendo em vista a situação de incêndio em estruturas de Engenharia Civil, ocasião na

qual ocorre as variações térmicas citadas acima com o conseqüente efeito estrutural não

desejado, necessita-se de um padrão para o estudo sistemático das estruturas expostas à

variação térmica (incêndio).

Nessa situação é necessário o estabelecimento de um comportamento-padrão para a

verificação da variação térmica em um incêndio estrutural em decorrência do tempo.

Parâmetros e valores como, por exemplo, máxima temperatura atingida pelas peças estruturais

e graduação do incremento da temperatura na peça, são fundamentais para o eficiente

entendimento e dimensionamento de estruturas em situação de incêndio.

Nesse contexto podem-se citar três casos de comportamentos-padrões para estruturas

de Engenharia Civil em situação de incêndio: curva temperatura-tempo para incêndio de

pequenas proporções (com temperaturas menores e sem riscos a vida humana), Modelo do

Incêndio Natural e Modelo do Incêndio Padrão.

1.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Para uma melhor base e fundamentação em um trabalho de incêndio em estruturas

de aço é necessária a firmeza de alguns conceitos iniciais fundamentais:

Fogo: é uma reação de oxi-redução, combustão exotérmica, que emite luz e

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2

ENERGIA

Presente no início e depois auto-gerada

PRODUTOS DA COMBUSTÃO

CO + CO2

Triângulo do fogo

COMBUSTÍVEL

Madeira

Papel

Plástico

Hidrocarboneto

=

Presença de Carbono

COMBURENTE

Oxigênio (O2)

21% - 14%

Ocorre combustão

7%

Disponível para a combustão

calor por meio de radiação eletromagnética visível e/ou invisível aos olhos

humanos. É necessária a existência do triângulo do fogo para a ocorrência do

fogo;

Triângulo do fogo: figura pedagógica que representa os elementos básicos da

reação de combustão (Figura 1.1). Sua representação esta ligada ao

ensinamento de como o fogo ocorre e como se desenvolve. Os três pilares

básicos para a sustentação do fogo: ter combustível, ter comburente, ter uma

energia inicial de ativação e ocorrer a reação em cadeia. As formas de

prevenção e extinção do incêndio baseia-se também nos três pilares citados

acima, das seguintes formas: retirada de material, abafamento, resfriamento

e extinção química.

Figura 1.1. Triângulo do fogo (Estágio Flashover - CBMDF, 2008)

Incêndio: toda forma de fogo controlado ou não, indesejado pelo homem,

com perdas materiais, danos às estruturas físicas de uma edificação e

usualmente com perdas em vidas humanas. O incêndio possui fases de

acordo com o tempo de duração. Relacionando-se o tempo de duração com a

temperatura atingida podemos traçar uma curva característica do

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3

comportamento do incêndio (Figura 1.2) – essa se denomina “curva do

flashover teórico”.

Figura 1.2. Estágio do flashover (CBMDF, 2008)

Propagação de incêndio: meios pelo qual o incêndio se propaga, invadindo e

incrementando seu poder destrutivo. São as mesmas formas da transmissão

do calor: condução, convecção e irradiação.

Temperatura: grandeza física que quantifica a energia cinética das moléculas

de um determinado corpo ou sistema.

Sinistro: evento, que representa acidentes e destruição, que materializa um

risco que estava pontecializado. O incêndio é um exemplo de um sinistro, no

qual há perdas de bens materiais e vidas humanas.

Proteção passiva, de acordo com a NBR nº 14432 da ABNT (2001), é o

conjunto de medidas incorporado ao sistema construtivo do edifício, sendo

funcional durante o uso normal da edificação e que reage passivamente ao

desenvolvimento do incêndio, não estabelecendo condições propícias ao seu

crescimento e propagação, garantindo a resistência ao fogo, facilitando a

fuga dos usuários e a aproximação e o ingresso no edifício para o

desenvolvimento das ações de combate. Ainda de acordo com a NBR nº

14432 (2001), proteção ativa é o “tipo de proteção contra incêndio que é

ativada manual ou automaticamente em resposta aos estímulos provocados

pelo fogo, composta basicamente das instalações prediais de proteção contra

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4

incêndio” (CAMPOS e CONCEIÇÃO, 2006). A proteção passiva de

estruturas de aço tem por objetivo revestir a peça com produtos que isolem

ou retarde a ação do fogo, proporcionado sua compartimentação e

confinamento, preservando a integridade da peça de aço e evitando o colapso

estrutural.

1.2 OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo principal fazer uma análise crítica dos dois métodos

de dimensionamento em situação de incêndio: Método Simplificado e Método do Incêndio

Natural, quando utilizados no cálculo de pilares de aço.

Para que se permita atingir este objetivo geral do trabalho, são definidos três

objetivos específicos:

Adotar exemplo real de pilares de aço para o dimensionamento em situação

de incêndio;

Efetuar análise numérica pelo Método dos Elementos Finitos;

Construir uma planilha de cálculo para os Métodos Simplificado e Incêndio

Natural no Software MS-Excel.

1.3 JUSTIFICATIVA E RELEVÂNCIA DO TEMA

Uma das preocupações e cautela quanto ao projeto de um edifício em aço se deve ao

dimensionamento e comportamento de sua estrutura em situação de incêndio. Sabe-se que

quando ocorre um incêndio em um edifício de estrutura metálica, as altas temperaturas

geradas durante o sinistro reduzem os valores das propriedades mecânicas do aço.

Em vista disso, para a construção de um edifício seguro, o incêndio deve ser

encarado como um fenômeno possível de ocorrer durante a vida útil do mesmo. Sendo assim,

a quantificação das solicitações atuantes durante o incêndio, bem como sua consideração na

elaboração do projeto, devem ser tratadas com a mesma preocupação dedicada ao

dimensionamento quanto às solicitações devido ao peso próprio e ações variáveis em

temperatura ambiente.

Estes aspectos justificam o tema em estudo, o qual irá colaborar para a literatura

atual com a verificação e dimensionamento de casos de pilares em situação de incêndio, tendo

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em vista evitar o colapso da estrutura em um tempo inferior à aquele necessário para

possibilitar a fuga dos usuários da edificação e, quando necessário, a aproximação e o

ingresso de pessoas e equipamentos para as ações de combate ao fogo.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está divido em oito capítulos, os quais estão dispostos tematicamente

na seguinte forma:

Capítulo 1 – é feita uma breve introdução sobre incêndio, explanando os

aspectos gerais, justificativa e relevância do tema;

Capítulo 2 – neste capítulo o assunto incêndio em estruturas de aço é tratado

de forma mais extensa. São desenvolvidos os conceitos de incêndio natural e

padrão. Ainda são comentados aspectos de normas, diagramas estruturais,

ações e segurança;

Capítulo 3 – Apresentam-se alguns estudos pesquisadores brasileiros

relacionados a trabalhos de estruturas de aço em situação de incêndio e em

específico, pilares de aço em situação de incêndio.

Capítulo 4 – Apresenta-se a metodologia de pesquisa usada para fazer a

análise numérica que serve de base no estudo.

Capítulo 5 – Demonstra-se com aplicou-se a metodologia, expondo como se

utilizou programas computacionais para aplicação de um exemplo de

dimensionamento estrutural em situação de incêndio.

Capítulo 6 – Apresentam-se os resultados dos esforços e deslocamentos

obtidos de um exemplo em temperatura ambiente e em situação de incêndio.

Capitulo 7 – Conclui-se o estudo com uma discussão dos resultados e análise

crítica dos métodos estudados.

Capitulo 8 – Sugestão de Estudos Posteriores.

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2 ESTRUTURAS DE AÇO EM SITUAÇÃO DE INCÊNDIO

A concepção arquitetônica é de fundamental importância para a segurança de

edificações contra incêndio. Ela deve ser racional e balanceada, fundamentada em variáveis

simples previstas nas normas de segurança contra incêndio. Deste modo poderemos ter

soluções muito econômicas respeitando-se as exigências de resistência ao fogo.

A primeira avaliação a ser feita em uma edificação é a possibilidade de se trabalhar

com dimensões que possam caracterizá-la como de baixo risco, o que possibilitaria a isenção

da verificação estrutural, entretanto este procedimento não é usado na prática da maioria dos

empreendimentos. As áreas e as condições são definidas pela NBR 14432 (2001).

As condições para a isenção das verificações de incêndio no projeto estrutural

podem ser simplificadas da seguinte forma:

Edificações com áreas inferiores a 750 m2;

Edificações com até dois pavimentos cuja área total seja menor ou igual a

1500 m2 e carga de incêndio específica inferior a 1000 MJ/m2;

Edificações térreas em geral, respeitadas algumas exceções relativas a carga

de incêndio e compartimentação.

Para a verificação da estrutura quanto à resistência ao fogo, a NBR 14432 (2001)

adota o parâmetro do Tempo Requerido de Resistência ao Fogo, conforme demonstrado na

Tabela 2.1.

A NBR 14432 (2001) define diversos outros critérios de isenção da verificação

estrutural para situação de incêndio. Para melhor conhecimento de tais critérios, deve-se

consultar a norma citada.

Se não for possível a isenção da edificação da proteção passiva das estruturas, o

arquiteto poderá utilizar várias opções que possibilitem unir a estética as soluções

econômicas.

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Tabela 2.1. Exemplo de Tabela Destinação/TRRF (PANNONI, 2004) TEMPO REQUERIDO DE RESISTÊNCIA AO FOGO (TRRF*), EM MINUTOS, SEGUNDO NBR

14432 (2000) Ocupação Altura da Edificação

h < 6m 6m < h < 12m 12m < h < 23m 23m < h < 30m h < 30m Residência 30 30 60 90 120 Hotel 30 60 (30) 60 90 120 Comercial 60 (30) 60 (30) 60 90 120 Escritório 30 60 (30) 60 90 120 Escola 30 30 60 90 120 Locais Públicos 60 (30) 60 60 90 120 Estacionamento Fechado 30 60 (30) 60 90 120 Estacionamento aberto 30 30 30 30 60 Hospital 30 60 60 90 120 Indústria com Baixa Carga de Incêndio 30 30 60 90 120

Indústria com Alta Densidade de Carga de Incêndio

60 (30) 30 30 30 60

Loja com Baixa Densidade de Carga de Incêndio

30 30 30 30 60

Loja com Alta Densidade de Carga de Incêndio 60 60 90 (60) 120 (90) 120

(*) Tempo requerido de resistência ao fogo (TRRF) é definido como sendo o tempo mínimo de resistência de um elemento construtivo submetido ao incêndio-padrão. (a) Valores entre parênteses são válidos para edificações com área ≤ 750 m2. (b) A altura da edificação (h) é a distância compreendida entre o ponto que caracteriza a saída situada no nível de descarga do prédio e o piso do último pavimento, excetuando-se zeladorias, barrilete, casa de máquinas, piso técnico e piso sem a permanência humana.

Quando se tem uma estrutura segura em condições normais de carregamento,

significa dizer que ela tem uma grande probabilidade de resistir aos esforços normais

provenientes das ações externas (vento, gravidade, etc).

Fazendo-se uma analogia para a condição excepcional de um incêndio, a estrutura

com ou sem proteção contra incêndio, deverá ter grande probabilidade de resistir aos esforços

solicitantes em temperatura elevada, de forma a evitar o seu colapso. São aceitáveis

plastificações e ruínas localizadas que não determinem colapso além do local. Nesse caso,

depois de um incêndio, a estrutura só pode ser reutilizada após verificação. Segue abaixo, na

Tabela 2.2, um resumo das condições de isenções conforme Silva (2000).

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Tabela 2.2. Condições de isenções para verificação estrutural de situação de incêndio (Silva, 2000)

Área (m2) Ocupação Carga específica de incêndio Altura Meios de proteção contra

incêndio(1) ≤ 750 Qualquer Qualquer Qualquer

≤ 1500 Qualquer ≤ 1000 MJ/m2 ≤ 2 pavimentos

Qualquer Centros esportivos, term. Pass.(2) Qualquer ≤ 23 m

Qualquer Garagens abertas (3) Qualquer ≤ 30 m

Qualquer Depósitos (4) Baixa ≤ 30 m

Qualquer Qualquer ≤ 500 MJ/m2 Térrea

Qualquer Industrial (5) ≤ 1200 MJ/m2 Térrea

Qualquer Depósitos (5) ≤ 2000 MJ/m2 Térrea

Qualquer Qualquer Qualquer Térrea Chuveiros Automáticos (6)

≤ 5000 m2 Qualquer Qualquer Térrea Fachadas de aproximação (7)

(1) Observadas as recomendações constantes das normas brasileiras em vigor ou, na sua falta, de regulamentos de órgãos públicos. (2) Centros esportivos, terminais de passageiros, construções provisórias, etc. (ver Norma), exceto as regiões de ocupação distinta. Para 23m<h≤30m e h>30m e TRRF deverá ser de 30min e 60min respectivamente e para subsolo com h≤10m e h>10m, o TRRF deverá ser de 60min e 90min, respectivamente. (3) Garagens abertas lateralmente, com estrutura em concreto armado ou protendido ou em aço que atenda às condições construtivas descritas na Norma. (4) Depósitos sem risco de incêndio expressivo, com estrutura em concreto armado ou protendido ou em aço. (5) Observados os critérios de compartimentação constantes das normas brasileiras em vigor ou, na sua falta, de regulamentos de órgãos públicos; (6) Conforme outras Normas Brasileiras; (7) Com pelo menos duas fachadas de aproximação que perfaçam no mínimo 50% do perímetro.

Nesse caso excepcional, as reduções das resistências e da rigidez devem ser

considerados no dimensionamento da estruturas para a garantia da resistência requerida. A

seguir são apresentas dois gráficos (Figura 2.1 e Figura 2.2) retratando a redução da

resistência ao escoamento e do modulo de elasticidade, ambos em função da temperatura, para

os materiais aço e concreto, respectivamente.

Figura 2.1. Redução da resistência em função da

temperatura (VARGAS e SILVA, 2003).

Figura 2.2. Redução do modulo de elasticidade em função da temperatura (VARGAS e SILVA, 2003).

Um dos métodos aplicados para a análise de incêndio em estruturas é Curva

temperatura-tempo de um incêndio. Entretanto, este comportamento será uma ferramenta

pouco utilizada para estruturas de Engenharia Civil, em vista que nesse método trabalhe-se

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com menores temperaturas na região inicial (fase de ignição – Figura 2.3). Neste período não

há riscos à vida humana ou a estrutura e eventuais elementos de prevenção de incêndio, como

por exemplo detectores de fumaça/chama/temperatura, chuveiros automáticos, extintores,

brigada de incêndio etc, poderão ser eficientes e tornar totalmente desnecessário a verificação

de segurança da estrutura (SILVA, 2004).

Figura 2.3. Curva do flashover (CBMDF, 2008)

Existe um momento específico que o incêndio assume proporções maiores, na curva

temperatura-tempo. Ocorre uma inflamação generalizada dos elementos, é um estado

transitório em que os elementos combustíveis se inflamam, entram em ignição quase

simultaneamente gerando uma grande propagação do calor e caracterizando a consolidação do

incêndio. Esse estágio intermediário do incêndio é conhecido com flashover.

Segundo a NFPA 921 (2004), flashover é uma fase transitória do desenvolvimento

de um fogo em compartimento durante o qual as superfícies expostas à radiação térmica

atingem a sua temperatura de ignição mais ou menos simultaneamente. O fogo se propaga

rapidamente por todo o espaço, culminando na participação de todo o compartimento.

A partir do flashover, caso não exista ou não atuem com eficiência as medidas de

prevenção de incêndio, pode haver a necessidade de verificação de segurança da estrutura,

tendo em vista a magnitude do incêndio. Com essa situação deve-se verificar a ação térmica

nos elementos estruturais com um comportamento padrão do incêndio e devido incremento da

temperatura.

Segundo Silva (2004), o comportamento-padrão do incremento de temperatura do

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incêndio é estudado e consolidado através do uso de curvas e gráficos que relacionam

temperatura com o tempo. Esses, por sua vez, têm por base ensaios e/ou modelos matemáticos

aferido por ensaios que tendem a simular a situação de incêndio.

2.1 INCÊNDIO NATURAL

Nesse modelo deve-se considerar a variação de material combustível (carga

incêndio) e a atuação dos diferentes níveis de ventilação que agem sobre o incêndio e o grau

de compartimentação do local/edificação em situação de incêndio.

Para este método a temperatura dos gases respeita as curvas temperatura-tempo

natural, construídas por meio de ensaios ou modelos matemáticos aferidos em ensaios de

incêndio que simulam a real situação de um ambiente sinistrado. Basicamente os ensaios são

realizados em ambiente com aberturas - janelas, não há condições de o incêndio propagar-se

para fora dele em decorrência de isolamento térmico, de estanqueidade, e de resistência dos

elementos de vedação. Essa é uma hipótese simplificadora de forma que entre no estudo

apenas o ambiente em que ocorre o incêndio, não abrangendo prédios vizinhos e/ou

pavimentos adjacentes; a existência de abertura permite a ventilação. Dessa forma, nomeia-se

esse método de incêndio natural compartimentado (SILVA, 2004).

Com o desenvolvimento dos resultados dos ensaios, pode-se observar que as curvas

temperatura-tempo de um incêndio natural irão depender das seguintes variantes:

A carga incêndio existente no ambiente (quantidade e tipo);

O grau de ventilação do ambiente;

As características térmicas do material componente da vedação.

A característica determinante das curvas temperatura-tempo do incêndio natural

compartimentado é a existência de um ramo ascendente e um ramo descendente no gráfico

tempo (min.) X temperatura (ºC). A fase ascendente será a fase de aquecimento e a

descendente será a de resfriamento; dessa forma não haverá crescimento constante da

temperatura dos gases quentes com o tempo. A fase de aquecimento será mais rápida e aguda,

a fase do resfriamento será mais lenta e mais distribuída, conforme características abaixo:

Fase do crescimento: chamas se propagando para os materiais próximos,

combustível ainda em abundância, diminuição da quantidade do oxigênio,

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aumento exponencial da temperatura, entre outros.

Fase do resfriamento: diminuição ou extinção das chamas, combustível não

disponível, baixa concentração de oxigênio, presente muita fumaça, entre

outros (CBMDF 2006).

A NBR 14432 (2001) traz uma eficiente definição de incêndio natural: variação de

temperatura que simula o incêndio real, função da geometria, ventilação, características

térmicas dos elementos de vedação e da carga de incêndio específica.

Silva (2004) aborda que o ponto máximo da curva temperatura-tempo é a máxima

temperatura que os gases aquecidos durante o incêndio atingem e esta ocorre em um tmáx, no

mesmo instante em que o combustível – carga incêndio – se extingue. A duração do incêndio

será normatizada pelo tmáx.

A norma sueca SBN 67 (1967) foi o primeiro trabalho a utilizar o Método do

Incêndio Natural com eficiência e precisão. Um modelo elaborado pelo sueco Pettersson e

outros cientistas suecos e posteriormente franceses, permitiu calcular as curvas temperatura-

tempo de um incêndio natural compartimentado, conforme a Figura 2.4 do incêndio natural.

Este “modelo de Pettersson” adotou as seguintes hipóteses (SILVA, 2004):

O incêndio é restrito a uma área compartimentada, sem a possibilidade de se

propagar para fora dela;

A distribuição de temperatura dos gases é uniforme, em todo o volume do

compartimento;

A fase de aquecimento do incêndio é de ventilação controlada;

O material combustível é formado por madeira;

O material de vedação é composto de concreto, tijolo;

Considera-se o equilíbrio térmico; o calor gerado pela combustão é

distribuído e totalmente dissipado pelos elementos de vedação, por radiação

pelas aberturas e pela troca de calor com o ambiente externo.

Desta forma, pode-se fazer as seguintes inferências:

Quanto maior a carga de incêndio específica no ambiente, maior a

temperatura máxima do incêndio;

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12

Quanto maior o grau de ventilação de um incêndio, maior a temperatura

máxima do mesmo;

Quanto maior a carga de incêndio especifica, maior a duração do incêndio;

Quanto maior o grau de ventilação de um incêndio, menor será sua duração.

Figura 2.4. Incêndio natural (SBN, 1967)

2.1.1 Carga de incêndio

Segundo a Instrução Técnica nº 14 do Corpo de Bombeiros Militares de São Paulo

(2004), carga de incêndio é a soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela

combustão completa de todos os materiais combustíveis em um espaço, inclusive os

revestimentos das paredes, divisórias, pisos e tetos.

Em Estruturas, a carga incêndio é um dos parâmetros essenciais para a temperatura

atingida em incêndios, que por sua vez determina o comportamento das curvas temperatura-

tempo dos gases aquecidos e/ou inflamados que envolvem o material aquecido (SILVA,

2004).

Para a utilização na verificação da segurança estrutural, é necessário que o valor da

carga de incêndio seja calculado de forma precisa, com a necessária avaliação da distribuição

não-uniforme do material combustível na área de piso de compartimento e a variação no

tempo da quantidade desse material; é fundamental a associação dos cálculos a métodos

específicos de quantificação da ação térmica, de análise estrutural e de análise de risco.

Segundo Silva (2004), o valor da carga de incêndio específica é um dos parâmetros

utilizados na verificação da segurança estrutural em detrimento do valor real da carga de

incêndio; o mesmo pode ser obtido por meio de valores básicos - calculados de forma

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13

aproximada – multiplicados por coeficientes de ponderação que levam em consideração

características construtivas como altura, e área construída, sistemas preventivos existentes,

entre outros. Segue conceito de carga de incêndio específica descrito na Instrução Técnica n.º

014 do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de São Paulo (2004): “é o valor da carga de

incêndio dividido pela área de piso do espaço considerado, expresso em megajoule (MJ) por

metro quadrado (m²)”.

Conforme a descrição acima, é notório que a carga de incêndio de um compartimento

será quantificada em relação à área de piso do compartimento (Af) ou também podendo ser

expressa em relação à área de piso total do compartimento (At) – incluindo vedação, paredes,

piso, teto e aberturas; sendo que essa definição é mais adequada, todavia usam-se no Brasil as

referências à área de piso (Af).

A quantificação da carga incêndio – valor característico da carga incêndio especifica

- pode ser calculada da forma abaixo:

(2-1)

Em que:

qfi,k ou simplesmente qfi - valor característico da carga de incêndio específica

(MJ/m2);

Mi - massa total de cada componente i do material combustível, cujo valor tenha

menos de 20% de probabilidade de ser excedido durante a vida útil da edificação (quantil de

80%) (kg).

A determinação da massa de cada componente, conforme aqui estabelecido, permite

admitir que a carga de incêndio seja distribuída uniformemente em Af, conforme a norma

BSI/DD240 (1997). Valores mais realísticos podem ser utilizados desde que a

desuniformidade da distribuição da carga seja considerada na determinação da temperatura

dos componentes estruturais ou quando Af ≤ 100 m2, caso em que o movimento turbulento

dos gases, durante o incêndio, contribui para uniformizar a temperatura, mesmo para uma

distribuição desuniforme da carga de incêndio.

Hi - potencial calorífico específico de cada componente i do material combustível

(MJ/kg)

i ft

iiiikif ouAA

mHMq ...,

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14

At - área total, incluindo vedação (paredes, piso e teto) e aberturas (m2).

Af - área do piso do compartimento (m2)

mi - coeficiente adimensional que representa a eficiência da combustão de cada

componente do material combustível. Sendo m = 1 correspondente à combustão completa e m

= 0 à ausência de combustão durante o processo do incêndio. O EUROCODE 1 (1995)

recomenda, simplificadamente, m = 1. Schleich e Cajot (1997) propõem m = 0,7. Outros

valores podem ser encontrados no suplemento da norma alemã DIN 18230 (1987).

“Ψ” - coeficiente adimensional que representa o grau de proteção ao fogo do material

combustível. Varia entre Ψ =1 para materiais sem proteção e “Ψ” = 0 para materiais com

proteção completa durante o incêndio. Schleich e Cajot (1997) recomendam, salvo estudos

mais precisos, adotar-se “Ψ” = 1. A norma alemã DIN 18230 (1987) fornece outros valores

para Ψ.

Tendo em vista a dificuldade de determinação da carga de incêndio específica

característica qfi, conforme expressão acima, é comum encontrar-se tabelas padronizadas para

cada tipo de ocupação, como por exemplo, os valores recomendados pela norma inglesa

BSI/DD240 (1997) - a mais recente norma internacional sobre o assunto, ou como na norma

suíça SIA 81 (1984) e na norma austríaca TRVB A-126.

De forma a facilitar e tornar mais práticos os cálculos, porem sem desconsiderar a

segurança e precisão dos mesmos, pode-se adotar que a carga de incêndio seja totalmente

formada por madeira, alem de expressar a carga de incêndio equivalente como a massa de

madeira equivalente à soma de todo o material combustível do compartimento estudado por

área de piso (kg de madeira por metros quadrados); isso tudo tendo em vista que o potencial

específico da madeira possui valores semelhantes ao potencial especifico de palha, PVC,

grãos, papel, algodão, roupas, seda, couro e lã (em torno dos limites 17 a 21 MJ/kg). Deve-se

ter atenção especial aos locais que há carga de incêndio de hidrocarbonetos e plásticos, tendo

em vista que seu potencial calorífico específico é em torno de 43,7 e 30 MJ/m2

respectivamente (SILVA, 2004).

Há também a possibilidade do uso de tabelas padronizadas para cada tipo de

ocupação para calculo da carga de incêndio, conforme a tabela C1 da NBR 14432 (2001).

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15

2.1.2 Grau de ventilação

O oxigênio do meio ambiente, na reação de combustão, é o meio que possibilita dar

vidas às chamas, que intensifica e que alimenta o incêndio; o chamado comburente da reação

química de oxidação do material combustível por meio do incêndio.

Utiliza-se como parâmetro de ventilação de um ambiente, para análise experimental

ou numérica de um incêndio, o fator de abertura “휐“, conforme expressão abaixo:

휗 = √ (2-2)

Em que:

“ϑ" – grau de ventilação ou fator de abertura em m1/2;

Av – área total das aberturas para o ambiente externo ao edifício, incluindo janelas

que se supõe quebradas durante um incêndio (m2);

At – Área total, incluindo vedação (paredes, piso e teto) e aberturas;

h – altura média da aberturas = ∑ (hiai) /Av;

hi – altura da abertura i, sendo ∑Ai = Av;

A relação entre a quantidade de material combustível e a ventilação pode ser expressa

da seguinte forma:

휉 = √

(2-3)

Em que:

Aq – Área da superfície do material combustível que pode participar da combustão.

Com essa expressão, pode-se deduzir a seguinte análise: se a quantidade de material

for suficientemente grande ou o grau de ventilação for suficientemente pequeno, isto é, para

altos valores de “ ”, a temperatura dos gases que envolvem as chamas será tão somente do

grau de ventilação. Esse tipo de incêndio denomina-se incêndio de ventilação controlada.

Durante a fase de aquecimento, geralmente considera-se como hipótese simplificadora e a

favor da segurança que o incêndio seja de ventilação controlada. Todavia, um grau de

ventilação maior do que um certo limite ou para quantidade de material combustível abaixo e

certo valor, ou seja, para baixo baixos valores de “ ”, diz-se que o incêndio é controlado pelo

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combustível, ou seja, a temperatura depende somente da carga de incêndio (SILVA, 2004).

2.1.3 Características térmicas dos materiais de vedação

Terceiro determinante da curva tempo-temperatura dos gases quentes que envolvem

as chamas, juntamente com a carga de incêndio e o grau de ventilação, as características

térmicas dos elementos de vedação de um compartimento são fundamentais para compreender

o comportamento de um incêndio natural compartimentado.

Conforme visto no modelo do incêndio natural compartimentado, foi tomado como

cálculo-base o parâmetro c = 1.160J/m2s1/2ºC, em que “ρ” é a massa especifica do

material do elemento de vedação (kg/m3), “c” é o calor específico do material do elemento

vedação (J/kgºC) e “ ” é a condutividade térmica do material do elemento de vedação

(W/mºC).

Valores menores que 1.160J/m2s1/2ºC conduzem a resultados contra a segurança.

Normalmente valores inferiores a 1.160J/m2s1/2ºC podem ser encontrados em compartimentos

construídos por paredes de alvenaria e lajes mistas (pré-moldadas) de concreto e tijolos,

dependendo da espessura do concreto de revestimento da laje. (SILVA, 2004)

Exemplos de valores de materiais usualmente empregados na construção civil:

paredes de alvenaria = 1.600J/m2s1/2ºC e lajes de concreto = 1.230J/m2s1/2ºC; condutividade

térmica e calor específico do concreto de densidade normal: lc = 1,60 (EUROCODE 1, 1995)

e cc = 1.000 (EUROCODE 1, 1995).

2.1.4 Curvas parametrizadas

O EUROCODE 1 (1995) recomenda o uso de curvas parametrizadas para simulação

do incêndio natural em área compartimentada. Para o ramo ascendente, a curva é representada

pela seguinte expressão:

휃 = 1325 1− 0,324푒 , ∗ − 0,204푒 , ∗ − 0,472푒 ∗ (2-4)

푡∗ = 푡Ψ (2-5)

Ψ =,

(2-6)

Em que:

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“θg – temperatura dos gases quentes (°C);

t – tempo em horas.

2.2 INCÊNDIO-PADRÃO

Com o decorrer dos estudos, foi verificado que a curva temperatura-tempo do

incêndio se altera para as diversas situações ensaiadas. Um novo modelo foi estabelecido para

a análise experimental das diversas estruturas, de materiais de prevenção e minimização de

perdas e vidas na ocorrência de sinistro de incêndio. Esse modelo foi consolidado com o

nome de Modelo de Incêndio-Padrão (SILVA, 2004).

Nesse modelo admite-se que a temperatura dos gases do ambiente em chamas

respeite as curvas-padronizadas para o ensaio, a curva temperatura-tempo dos gases.

Esse tipo de curva é bem distinta por possuir apenas uma parte ascendente bem

característica e bem definida, conforme Figura 2.5. Ou seja, a temperatura dos gases sempre

se comporta de forma crescente com o tempo, independe das características do ambiente e da

carga-incêndio.

Por não corresponder a um incêndio real - pois em um sinistro real os gases terão

uma fase descendente do grau de agitação das suas moléculas, os dados obtidos - bem como

suas conclusões, devem ser bem analisados para fornecer padrões para projetos de estruturas

de Engenharia Civil em situação de incêndio.

Importante frisar que pela NBR 14432 (2001), o incêndio-padrão é a elevação

padronizada de temperatura em função do tempo dada pela expressão:

0 345 log 8 1g t (2-7)

em que “t” é expresso em minutos, θ0 é a temperatura inicial (antes do aquecimento,

valor padronizado geralmente em 20ºC) e “θg” é a temperatura em ºC no instante “t”.

Silva (2004) indica que, em relações as limitações desse modelo, há de se considerar

que as curvas recomendadas foram consolidadas somente para ambiente confinados

relativamente pequenos, com área de piso inferior a 100 m2. Há de se considerar que este

modelo quando aplicado a compartimentos com áreas maiores e com ocupações cuja

distribuição uniforme da carga de incêndio não possa ser assegurada, deve ser adaptado,

utilizando-se a carga de incêndio específica em relação à área efetivamente ocupada pelo

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material combustível, ou majorar qfi por coeficientes de segurança que levem em conta a

incerteza referida.

Figura 2.5. Modelo de incêndio-padrão (SILVA, 2004)

2.2.1 Curva temperatura-tempo, conforme ISO 834 (2003)

A ISO 834 (2003) traz a curva temperatura-tempo indicada pela seguinte expressão:

,0 10345 log 8 1g g t (2-8)

em que “t” é expresso em minutos, θ g,0 é a temperatura dos gases no instante “t” =0

(valor padronizado geralmente em 20ºC) e “θg” é a temperatura dos gases no ambiente

sinistrado em ºC no instante “t”.

Importante que na ISO 834 (2003) a curva se comporta de constante e ascendente,

conforme pode se observar na Figura 2.6.

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19

Figura 2.6. Curva Temperatura x Tempo ISO 834 (2003)

2.2.2 Curva temperatura-tempo, conforme ASTM E119 (1998)

Esse padrão foi fundamentada pela proposta do UL (Underwriters Laboratory of

Chicago), a curva característica desse padrão pode ter seu comportamento observado

conforme Figura 2.7, que servia como ferramenta para a fase de aquecimento dos ensaios de

pilares que estavam sendo realizados nas primeiras décadas do século XX; estes por sua vez,

supostamente, subsidiados por dados obtidos em incêndios reais.

Figura 2.7. Curva temperatura dos gases em função do tempo – ASTM E119 (1998)

ISO 834

0200400600800

10001200

0 50 100 150

tempo (min)

Tem

pera

tura

(ºC

)

ASTM E 119

0

200

400

600

800

1000

1200

0 100 200 300 400 500tempo (min)

Tem

pera

tura

(ºC

)

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20

2.2.3 Curvas temperatura-tempo, conforme EUROCODE I (1995)

A norma da União Européia (EUROCODE I, 1995) apresenta três curvas

temperatura-tempo dos gases quentes:

a. Curva padronizada para incêndio em ambientes com material combustível

formado predominantemente por materiais celulósicos. Essa curva

essencialmente se comporta conforme o descrito pela equação da curva

temperatura-tempo da ISO 834 (1978) - Figura 2.6;

b. Curva padronizada para incêndio em ambientes com material combustível

formado por hidrocarbonetos. Segue a seguinte equação:

θg = 1080 (1 - 0,33 e-0,17 t - 0,68 e-2,50 t ) + 20 (2-9)

em que “t” é o tempo em minutos e θg é a temperatura em ºC.

A curva característica também será crescente em todo seu intervalo tendo a

parte final estável conforme Figura 2.8 - Curva Temperatura x

Tempo/EUROCODE hidrocarbonetos. Na Figura 2.9 é apresentada uma

comparação entre os comportamentos das curvas ISO 834 (1978), ASTM

E119 (1998) e hidrocarbonetos.

Figura 2.8. Curva Temperatura x Tempo dos hidrocarbonetos

EUROCODE_hidrocarbonetos

0200400600800

10001200

0 10 20 30 40 50 60tempo (min)

Tem

pera

tura

(ºC

)

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21

Figura 2.9. Comparação das curvas ISO 834 (1978), ASTM E119 (1998) e hidrocarbonetos

c. Curvas parametrizadas. O EUROCODE 1 (1995) indica como alternativa às

demais curvas o uso de curvas padronizadas e curvas que simulam o incêndio

natural em área compartimentada. Estas últimas são denominadas curvas

parametrizadas. Há uma equação para o ramo ascendente e outra para o

descendente.

2.3 DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA NO ELEMENTO ESTRUTURAL

As formas de condução de calor mais atuantes em um incêndio estrutural são a

radiação e convecção. Essas são as duas formas predominantes de transferência de calor às

estruturas metálicas, em detrimento à condução. Esse fluxo de energia – a transmissão do

calor – acarretará o aumento de temperatura nos elementos estruturais (SILVA, 2004).

2.3.1 Estruturas sem proteção térmica

A elevação de temperatura em uma peça estrutural de aço - sem proteção térmica -

em um determinado intervalo de tempo pode ser determinada segundo a NBR 14323 (1999)

pela expressão abaixo; as hipóteses para a dedução das mesmas são: elemento estrutural

Comparação de curvas

0

200

400

600

800

1000

0 20 40 60 80 100 120tempo (min)

tem

pera

tura

(ºC

)

ISO 834ASTM E119hidrocarboneto

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totalmente imerso em um ambiente com chamas, distribuição uniforme da temperatura no

elemento estrutural e fluxo de calor unidimensional no elemento estrutural (SILVA, 2004).

훥휃 = ( ) (2-10)

Em que:

Δθa – variação de temperatura no elemento estrutural de aço, durante um intervalo

Δt; F – fator de massividade, ou seja, a relação entre a área exposta ao fogo (Aa) e o

volume (V) aquecido do elemento estrutural de aço;

ca – calor especifico do aço (J/KgºC);

ρa – massa especifica do aço (Kg/m3);

h – fluxo de calor por unidade de área (W/m2).

Observação: Δt recomendado ≤ 5s, sendo tolerado até valores da ordem de 25.000/F.

Conforme estudos de Silva (2004), com o desenvolvimento da equação para

determinar a variação de temperatura no aço, são traçadas curvas temperatura-tempo dos

gases de elementos de aço para fatores de massividade: 50, 75, 100, 125, 150, 175, 200, 250 e

300 m-1. Com observação das curvas abaixo se verifica que

Quanto menor o fator de massividade maior será o tempo para alcançar

maiores valores de temperatura;

Para intervalos de tempo iguais, as peças com menores fatores de

massividade atingem menores temperaturas;

Quanto maior o fator de massividade, menor será o tempo para alcançar

maiores valores de temperatura;

Para intervalos de tempo iguais, as peça de maior fator de massividade

atingem maiores valores de temperatura do que as peças com menor fator de

massividade.

Realizando uma análise mais detalhada de gráficos obtidos com o desenvolvimento

da expressão acima descrita Silva (2004) traça-se algumas conclusões:

O tempo em que ocorre a máxima temperatura na estrutura de aço aumenta

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com a carga incêndio, diminuindo com o aumento do grau de ventilação e

pouco depende do fator de massividade;

Na estrutura de aço, a temperatura máxima durante um incêndio se eleva com

o aumento do grau de ventilação, desde que, simultaneamente, o fator de

massividade e a carga de incêndio específica sejam altos (F≥ 200 m-1 e qfi ≥

150 MJ/m2 de área total). Em valores menores de F e qfi , a temperatura

máxima no aço aumenta ou diminui, dependendo dos valores de F, qfi e “ϑ”.

Os cálculos do Fator de Massividade levam em consideração o perfil metálico

utilizado e a utilização ou não do material de proteção (Quadro 2.1). No presente estudo será

focado o perfil metálico caixão.

2.3.2 Estruturas com proteção térmica

Em elementos estruturais a temperatura pode ser determinada experimentalmente ou

analiticamente. Em elementos com procedimento ou técnica de revestimentos estrutural com

fins de proteção térmica, os processos de cálculo serão direcionados para a determinação da

espessura do material de proteção (SILVA, 2004).

Nesse ínterim não haverá a existência de nenhum método exclusivamente teórico ou

puramente experimental, mas sim uma composição entre eles. Os procedimentos

experimentais se apoiarão em hipóteses simplificadas e dependerão da aferição rigorosa dos

fornos de aquecimento; estes últimos, por sua vez, muitas vezes calibrados com

desenvolvimento de resultados teóricos. Os métodos predominantemente experimentais

normalmente têm por base a curva padrão e diferenciam-se entre si pelo grau de simulação da

situação estrutural real e estado limite aplicável como temperatura crítica, deslocamento

limite, colapso, entre outros.

Silva (2004) cita que os processos predominantemente teóricos, por sua vez, sempre

serão validados e consolidados com a comprovação experimental. Em geral, as principais

fontes e normas internacionais incluem os métodos analíticos com pequenas diferenças entre

si. Os métodos analíticos destacam-se dos experimentais em sua utilidade para a pesquisa

acadêmica.

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Quadro 2.1. Cálculo do Fator de Massividade para diversos Perfis (ALVA, 2000).

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Segundo Vargas e Silva (2003), a solução mais freqüentemente empregada, para

evitar o aumento excessivo da temperatura das estruturas de aço em situação de incêndio, é

revesti-las com meio de materiais de proteção térmica. Em termos gerais, os materiais de

proteção térmica devem apresentar:

baixa massa específica aparente;

baixa condutividade térmica;

alto calor específico;

adequada resistência mecânica (quando expostos a impactos);

garantia de integridade durante a evolução do incêndio;

custo compatível.

Os tipos de matérias mais comuns usados na construção civil com fins de proteção

térmica estrutural são:

argamassa projetada “cimentitious”;

fibra projetada;

placas (gesso acartonado, placa de lã de rocha, manta cerâmica);

pintura intumescente (Figura 2.10).

Figura 2.10. Aplicação de pintura intumescente (DIAS, 2002).

2.3.3 Recomendações da NBR 14323 (1999)

As recomendações expostas pela NBR 14323 (1999), em concordância com a norma

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européia EUROCODE 3 (1993), afirma que para uma distribuição uniforme de temperatura

na seção transversal, a elevação de temperatura )()( ttt aa ” – em ºC - de um elemento

situado no interior de uma edificação, envolvido por material de proteção térmica, em um

determinado tempo Δt, pode ser determinada por:

1.)()(

)3.(..

)).()(.()()( 10ettt

lcttttF

ttt gg

aam

m

agaa

(2-11)

Sendo que: (2-12)

Em que:

F é o fator de massividade para elementos estruturais envolvidos por material de

proteção contra incêndio (peça protegida), em um por metro;

ca é o calor específico do aço, 600 J/KgºC;

cm é o calor específico do material de proteção térmica à temperatura θ, em J/KgºC;

tm é a espessura do material de proteção contra incêndio, em metro;

θa é a temperatura do aço, admitindo-se que a temperatura na superfície voltada para

o fogo seja igual à temperatura média do elemento, em grau Celsius;

θg é a temperatura dos gases quentes, em grau Celsius;

λm é a condutividade térmica do material de proteção contra incêndio em W/mºC;

ρa é a massa específica do aço, em quilograma por metro cúbico;

ρm é a massa específica do material de proteção contra incêndio em quilograma por

metro cúbico;

∆t é o intervalo de tempo em segundos.

2.4 DIAGRAMAS ESTRUTURAIS DO AÇO A ALTA TEMPERATURA

O aço a altas temperaturas tem suas características físicas e químicas alteradas, assim

como o concreto, diminuindo a sua resistência e rigidez. Em situação de incêndio, estas

características devem ser consideradas no dimensionamento do aço (SILVA, 2004).

Ftcc

maa

mm ....

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27

2.4.1 Diagramas tensão-deformação

A norma européia EUROCODE 3 (1993) recomenda o seguinte diagrama tensão-

deformação (Figura 2.11) conforme ensaios realizados por siderúrgicas da Europa.

Figura 2.11. Aspecto do diagrama tensão-deformação dos aços estruturais à temperatura θ, conforme

EUROCODE (SILVA, 2004)

O elemento estrutural de aço entra em colapso a partir de uma determinada

temperatura, a qual é denominada temperatura crítica (“θcr”). Os pilares e as vigas em aço

possuem temperatura crítica em torno de 500 ºC e 700 ºC; nessas temperaturas o aço tem suas

propriedades mecânicas alteradas; valores de resistência à tração e compressão diminuem

consideravelmente, além da resistência ao escoamento.

2.4.2 Fluência

Silva (2004) cita que a deformação linear considerando a fluência em estruturas de aço

é crescente. Conforme estes estudos, os valores acima de 400 ºC inviabilizam o uso de aço.

Porém, tais estudos se baseiam na curva-padrão temperatura-tempo do incêndio, que,

conforme o Silva, não possui ramo descendente.

Análises tomando como base curvas temperatura-tempo de incêndio conforme o

modelo do incêndio natural, concluem que a deformação por fluência de estruturas de aço

tende a um valor limite. Tais estudos viabilizam a utilização de estruturas de aço em altas

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temperaturas. Porém, segundo Silva(2004) para taxas de aquecimento

menores ou iguais a 50 ºC/min., não há necessidade de considerar o efeito da fluência no

diagrama tensão-deformação, uma vez que a duração dos ensaios obteve tempo suficiente

para atingir o efeito da fluência.

2.5 AÇÕES E SEGURANÇA

Silva (2004) afirma que pode-se utilizar a expressão abaixo para verificar a segurança

do elemento estrutural considerado cada esforço estrutural isoladamente:

d dS R (2-13)

Onde:

dS 푆푑 - valor de cálculo do esforço atuante;

푅푑 - valor de cálculo do correspondente esforço resistente.

O autor cita que em situações de incêndio a expressão utilizada é a seguinte:

, , ,d fi d fiS R (2-14)

Onde:

푆푑,푓푖 - valor de cálculo dos esforços atuantes, determinado a partir da combinação

última excepcional das ações;

푅푑,푓푖,휃 - valor de cálculo do correspondente esforço resistente, incluindo o efeito da

ação térmica conforme coeficiente de redução fornecido por tabela.

2.5.1 Resistência de cálculo

Silva (2004) aborda que, em situação de incêndio, o valor de cálculo da resistência ao

escoamento dos aços (fyd,fi) pode ser calculado conforme a equação, onde a NBR 14323

(2001) adota γa,fi = 1,0:

,,

yyd fi

a fi

ff

(2-15)

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29

2.5.2 Resistência última das ações

Silva (2004) cita que a ação excepcional de incêndio possui reduzida probabilidade de

ocorrer durante a vida útil de uma edificação. As situações de maior probabilidade tais como a

sobrecarga e a ação do vento já possuem valores elevados e são comumente empregados nos

projetos de edificações à temperatura ambiente. Desta forma, os valores de cálculo das ações

em situação excepcional de incêndio são os valores normalmente utilizados a temperatura

ambiente. Conforme a NBR 8681 (1984), segue o cálculo para a combinação última

excepcional destas ações:

, , 2 ,1 1

m n

d gi Gi k q Q exc q j Qj ki j

F F F F

(2-16)

Sendo:

Fd – valor de cálculo da ação;

FGi,k – valor característico da ação permanente i;

FQi,exc – valor representativo da ação excepcional (ação térmica);

FQj,k – valor característico da ação variável j;

γg – coeficiente de ponderação das ações permanentes;

γq – coeficiente de ponderação das ações variáveis;

ψ2 – fator de combinação utilizado para a determinação dos valores reduzidos das

ações variáveis nas combinações excepcionais, e igual ao fator utilizado para a determinação

do valor reduzido das ações variáveis nas combinações quase-permanentes de utilização;

ψ2FQ,k – valor quase permanente da ação variável.

A NBR 14323 (1999) expressa praticamente três fatores de combinações para “ψ2”:

Em locais que não predominância de pesos e equipamentos que permanceçam

fixos por longos períodos de tempo, nem elevadas combinações de pessoas:

0,2.Fq;

Em locais que há predominância de pesos de equipamentos que permaneçam

fixos por longo período de tempo, ou de elevadas concentrações de pessoas:

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30

0,4.Fq;

Em bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens: 0,6.Fq;

Os valores utilizados para as combinações de ações podem ser calculados conforme

normatiza a NBR 14323 (1999). São considerados para efeito das ações térmicas a utilização

de coeficientes de redução ky,θ e kE,θ (Tabela 2.3) como também, em alguns casos, as

solicitações devidas a restrições às deformações térmicas. Ao se empregar o modelo do

incêndio-padrão, a NBR 14323 (1999) permite desprezar as deformações térmicas axiais

(SILVA, 2004).

Tabela 2.3. Fatores de redução para o aço (SILVA, 2004)

Temperatura do aço θa

(ºC)

Fator de redução para o limite do escoamento (aços

laminados a quente) ky,θ

Fator de redução para o limite de escoamento

(aços trefilados) kyo,θ

Fator de redução para o módulo de elasticidade

(todos os aços) kE,θ

20 1,000 1,000 1,0000 100 1,000 1,000 1,0000 200 1,000 1,000 0,9000 300 1,000 1,000 0,8000 400 1,000 0,940 0,7000 500 0,780 0,670 0,6000 600 0,470 0,400 0,3100 700 0,230 0,120 0,1300 800 0,110 0,110 0,0900 900 0,060 0,080 0,0675 1000 0,040 0,050 0,0450 1100 0,020 0,030 0,0255 1200 0,000 0,000 0,0000

Importante frisar que neste estudo não serão focadas as verificações em situação de

incêndio das ligações (seja por parafuso ou por solda). As ligações tendem a ter temperatura

menor que os outros elementos de aço, tendo em vista que o material adicional de aço

presente nas ligações.

O foco deste estudo também não abrangerá o dimensionamento de peças estruturais de

aço submetido à tração. Apenas o dimensionamento de peças comprimidas será estudado.

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31

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 TRABALHOS RELACIONADOS A ESTRUTURAS DE AÇO EM SITUAÇÃO DE

INCÊNDIO

3.1.1 A Influência da Carga de Incêndio nos Mecanismos da Flambagem Transversal em

Vigas de Edifícios

No estudo, Mendes e Almeida (2006) cita os danos causados a estruturas de aço

submetidas a altas temperaturas considerando o fenômeno do flashover, onde ocorre uma

expansão e um aumento da intensidade das ações da alta temperatura na estrutura.

O autor revisa os conceitos de flambagem e descreve os cálculos para dedução da

equação que determina o valor crítico de carga. O autor relaciona esta carga crítica ao

carregamento último concentrado que causa o colapso da viga pela flambagem transversal em

temperatura ambiente e ao valor de cálculo em situação de incêndio.

Para a proteção térmica da estrutura, o autor cita as seguintes possibilidades:

argamassa projetada; tintas intumescentes; mantas; placas de gesso acartonado e; argamassa

de vermiculita.

Por fim, o autor reconhece que os estudos relacionados ao mecanismo da flambagem

transversal para determinação de temperatura crítica em estruturas metálicas são pouco

explorado pelos pesquisadores, além de não ser previsto em normas. Há uma infinidade de

parâmetros que deveria ser considerada nos cálculos. O autor cita ainda que a necessidade das

pesquisas considerarem os métodos avançados de análise estrutural que envolvam gradiência

térmica e que sejam considerados parâmetros relacionados à temperatura ambiente,

temperatura de incêndio e a flambagem.

3.1.2 Estudo do comportamento em incêndio real da estrutura de aço em perfis formados a

frio de um edifício residencial

Fakury et al (2005) estuda e avalia neste artigo científico o comportamento de

estruturas de aço ao fogo de um incêndio estrutural. Visa avaliar as condições posteriores ao

incêndio, bem detalhar as características do aço empregado e analisar a forma de

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32

dimensionamento utilizada.

O objeto de estudo é um apartamento de 44,29 m2, de um conjunto habitacional

construído em 1998 em Limeira – SP. O conjunto habitacional é formado por quatro blocos

idênticos, com 4 (quatro) pavimentos por bloco e 8 (oito) apartamentos por pavimento. A

edificação foi submetida a este incêndio em 2002; é formada por vigas e pilares de perfis de

aço formados a frio.

O incêndio não foi combatido com eficácia; todavia, não se propagou para outros

apartamentos e outros cômodos – principalmente – devido à compartimentação do

apartamento.

Os perfis de aço são formados a frio, em seção caixão. Os pilares têm 200 mm de

altura e 100 mm de largura. As vigas possuem dimensões idênticas; porém, com perfis

diferentes entre si. As ligações entre pilares são adotadas como rígidas. Os elementos

estruturais não possuíam revestimento contra fogo; todavia, podem ser considerados

parcialmente protegidos pelo contato com a alvenaria.

O início do incêndio se deu na sala, houve desprendimento de pedaços de lajotas pré-

moldadas de cerâmica da laje. A estrutura de aço não entrou em colapso. Nas paredes não

ocorreram fissuras e nem nas lajes. O incêndio não se propagou para outros cômodos e/ou

apartamentos devido à compartimentação.

Foram realizados ensaios para verificação da caracterização do aço empregado nos

pilares e vigas, bem como determinação da resistência de escoamento, à ruptura, além da

determinação da temperatura atingida pelo aço durante o incêndio. Os valores encontrados

foram: aço estrutural patinável, fy=445 MPa e temperatura alcançada pelo aço de 712 ºC.

Relativo à análise estrutural, como ações permanentes foram considerados os pesos

próprios dos materiais construtivos e estruturais; decorrente do uso, uma sobrecarga de 1,5

kN/m2 nos pisos, 0,5 KN/m2 na cobertura e 3,0 KN/m2 nas escadas. Foram desprezados os

esforços solicitantes decorrentes do gradiente térmico além dos provindos das expansões

térmicas.

Ao final das verificações, observa-se a relação entre a maior força solicitante de

compressão e o maior momento fletor solicitante com os respectivos esforços resistente foram

0,40 e 0,63 respectivamente. Com exceção de um pilar, todos os outros pilares encontravam-

se com reserva de resistência. Um dos pilares entrou em condição de colapso estrutural.

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33

Os autores concluíram que os procedimentos de cálculo normatizados são

conservadores para dimensionamento das estruturas de aço, demandando-se mais estudos e

pesquisas a fim de otimizar as soluções de projeto em situação de incêndio.

3.1.3 Avaliação do Comportamento Estrutural Inelástico de Pórticos Planos Metálicos sob

Incêndio: Discussão de Prescrições Normativas

No artigo, Landesmann e Batista (2006) aborda a utilização do Programa SAAFE

(Sistema de Análise Avançada de Fogo em Estruturas) como ferramenta numérico-

computacional na análise de estruturas planas aportiçadas sob exposição ao fogo, todas

formadas por perfis “I” ou “H”. Tal programa possui solução menos custosa que as mais

comuns desenvolvidas com o Método dos Elementos Finitos.

A seguir, o autor descreve as etapas processadas na análise desenvolvida pelo

programa SAAFE, ou seja, a análise térmica e a análise estrutural. A análise térmica consiste

num modelo não-linear de análise de transferência de calor, levando-se em consideração, ou

não, da presença de material de proteção contra incêndio.

Já a análise estrutural utiliza um procedimento baseado no conceito refinado de rótulas

plásticas, adaptado à formulação geral do elemento plano de viga-coluna. Tal procedimento

utiliza um conjunto de funções polinomiais de quarto-grau, as quais são obtidas por meio de

um processo analítico.

No artigo, o autor cita a aplicação do modelo em um pórtico plano não-contraventado

de onze andares sob situação de incêndio. São analisados quatro cenários de exposição ao

fogo e a partir dos resultados foi possível estimar o tempo necessário para a estrutura alcançar

sua capacidade limite de resistência e o tempo crítico de resistência ao fogo (TCRF).

Figura 3.1. Configuração deformada do pórtico plano para diferentes cenários

(LANDESMANN e BATISTA, 2006).

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34

Conforme a Figura 3.1, o autor apresenta uma comparação do comportamento

estrutural do pórtico e afirma que as regiões diretamente expostas ao fogo, apresentam

maiores deformações e conseqüentemente maiores esforços solicitantes.

Ilustrando com a Figura 3.2, o autor cita que o incêndio afeta indiretamente o restante

da estrutura, quanto a deslocamentos verticais e horizontais, no topo da primeira coluna à

direita.

Figura 3.2. (a) Variação dos deslocamentos horizontais no topo do edifício, em função do tempo transcorrido de

incêndio obtidos pelo SAAFE; b) idem para deslocamentos verticais (LANDESMANN e BATISTA, 2006).

Desta forma, o autor conclui que os resultados numéricos obtidos pelo programa

SAAFE são válidos, possuindo respostas semelhantes às geradas pelo programa de Elementos

Finitos SAFIR. Sendo assim, o programa SAAFE pode ser utilizado na simulação numérica

de estruturas de aço exposta a situações de incêndio.

3.1.4 Análise numérica de vigas mistas aço-concreto em temperatura ambiente e em

situação de incêndio

Neste artigo, Kirchof et al (2005) estuda as estruturas de vigas-mistas abordando o seu

comportamento em temperatura ambiente e em situação de incêndio. O autor propõe a

elaboração de modelos numéricos tridimensionais para viga mista aço-concreto simplesmente

apoiada, por meio da utilização do programa ABAQUS versão 6.3-1, elaborado com base no

Método dos Elementos Finitos.

O autor revisa os conceitos de viga mista realizando uma breve abordagem de vigas

mistas aço concreto e de estruturas de aço e mista aço-concreto em situação de incêndio. O

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35

autor aborda a importância da normatização para tais estruturas devido às mudanças

significativas nas propriedades mecânicas dos materiais devido à ação térmica. São citadas a

NBR 14323 - Dimensionamento de estruturas de aço de edifícios em situação de incêndio

(1999) e a NBR 14432 – Exigências de resistência ao fogo de elementos construtivos das

edificações (2001).

A análise em temperatura ambiente foi realizada por modelos numéricos utilizando-se

o código de cálculo ABAQUS versão 6.3-1, elaborado com base no Método dos Elementos

Finitos. O autor cita as condições de contorno cujo modelo numérico foi construído baseando-

se nas geometrias apresentadas por Huang, Burgess e Plank (1999), e as relações constitutivas

adotadas que foram do tipo elasto-plástico perfeito, associada ao critério Von Mises.

Para a análise em situação de incêndio, os modelos numéricos de vigas mistas

simplesmente apoiadas foram baseados nos mesmos Elementos Finitos utilizados para a

situação em temperatura ambiente.

As simulações do comportamento dos materiais estudados em função da temperatura

foram realizadas a partir dos modelos matemáticos descritos na EUROCODE 2 (1992), que

trata do dimensionamento das estruturas de concreto em situação de incêndio, e conforme o

EUROCODE 4 (1994) que trata do dimensionamento das estruturas mistas aço-concreto em

situação de incêndio. As condições de contorno e de carregamento utilizadas foram baseadas

conforme as usadas nos ensaios experimentais em situação de incêndio, realizados em vigas

mistas simplesmente apoiadas e descritos por Wainman e Kirby (1988 apud HUANG;

BURGESS; PLANK, 1999).

A partir disso, o autor demonstra os resultados obtidos e conclui o estudo citando que

o elemento finito S4R apresentou resultado satisfatório quando comparado com resultados

experimentais, ao contrário do elemento C3D8R. O autor conclui também que para melhores

resultados faz-se necessário a consideração de fatores tais como outros critérios de ruptura

para o concreto, além da utilização de outros elementos disponíveis na biblioteca do

ABAQUS e de rotinas que desconsiderem a parcela tracionada do concreto.

3.2 TRABALHOS RELACIONADOS A PILARES DE AÇO EM SITUAÇÃO DE

INCÊNDIO

3.2.1 Determinação da Temperatura em Pilares de Aço Externos a Edificações em Situação

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de Incêndio

Azevedo, Ferreira e Silva (2006) inicia o artigo citando os estudos de verificação da

necessidade de revestimento contra fogo para elementos estruturais de aço externos à

edificação. Em situação de incêndio, as estruturas internas estão intensamente expostas ao

calor proveniente do fogo. No caso das estruturas externas, elas estão em menor contato com

o calor do incêndio, porém estão expostas aos fenômenos de transferência de calor, tais como

a radiação e a convecção. Após isto, o autor faz uma revisão dos conceitos de transferência de

calor e equilíbrio térmico.

O método estudado pelo autor é o de Margaret Law, que utiliza uma grande quantidade

de expressões para determinar a temperatura do aço. Desta forma, foi necessário o

desenvolvimento de um programa para análise dos dados, denominado ExteelFire.

O método consiste na consideração da convecção dos gases e a radiação das chamas

proveniente das janelas. No estudo, foi analisada a variação da temperatura de um pilar junto

a um determinado compartimento em função dos parâmetros verificados no processo.

Figura 3.3. Variação da temperatura com as dimensões do pilar (AZEVEDO, FERREIRA e SILVA, 2006).

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37

Figura 3.4. Variação da temperatura com a carga específica de incêndio (AZEVEDO, FERREIRA e SILVA,

2006).

Ao se estudar os efeitos da ventilação forçada e da ventilação natural foi possível

observar que, a superfície receptora da radiação é aumentada conforme aumentam-se as

dimensões do pilar, segundo exemplificado na Figura 3.3.

Pela figura 3.4 depreende-se que o calor interno do compartimento depende do

material combustível presente, como também depende do comburente. Conforme a figura 3.5,

pode-se inferir que em ambas as temperaturas diminuiram devido ao afastamento da fonte de

calor.

O autor cita pretensão de pesquisas posteriores implementando cálculo da temperatura

de vigas externas.

Figura 3.5. Gráfico de variação da distância do pilar à parede (AZEVEDO, FERREIRA e SILVA, 2006).

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3.2.2 Análise da Resistência de Pilares de Aço Parcialmente Protegidos em Incêndio Natural

Ferreira, Claret e Santolin (2006) inicia o artigo citando a redução da resistência do

aço não protegido em situações de incêndio. Uma forma de garantir a estabilidade estrutural

do aço sob incêndio é a proteção passiva. Apesar de existirem métodos avançados de análise

estrutural e térmica que visam reduzir a espessura da proteção passiva, esta proteção é muito

onerosa.

No artigo estudado, o autor propõe uma metodologia que trata-se de uma técnica de

proteção parcial onde a proteção passiva é aplicada somente nas mesas do perfil. Atualmente,

toda a seção do perfil de aço é protegida.

O autor cita a metodologia específica empregada no estudo e faz uma revisão na

literatura citando os conceitos de incêndio padrão e natural, carga de incêndio, grau de

ventilação e as curvas de incêndios naturais dadas pelo EUROCODE 1 (1991).

A análise térmica utilizada no estudo foram realizadas pelo TASEF, software baseado

no método de Elementos Finitos cuja principal função é descrever o histórico de temperaturas

em uma estrutura submetida a um gradiente térmico. As análises estruturais foram realizadas

pelo programa VULCAN, onde o autor descreve o sistema e o método utilizado pelo

programa para as análises.

Os resultados do estudo demonstraram que há necessidade de proteção passiva para

alcançar níveis aceitáveis de resistência e que a proteção parcial é viável para tempos

requeridos de resistência ao fogo de 30 e 60 minutos, tanto para curvas de incêndio padrão

quanto para as de incêndio natural. O autor cita também que há uma economia considerável

no material utilizado para a proteção passiva.

Nos tempos requeridos de 90 e 120 minutos, a proteção parcial não alcançou níveis

satisfatórios considerando as curvas de incêndio padrão, porém, para curvas de incêndio

natural, a resistência ao fogo foi satisfatória.

3.2.3 Simulação do comportamento ao fogo de pilares de aço em contato com alvenaria

Neste artigo científico, Silva, Correia e Rodrigues (2008) tratam da análise do

comportamento do aço mediante ação de variação de temperatura ante análises de programas

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e experimentos, ao final comparando e validando-as.

Os elementos de aço perdem capacidade resistiva mediante aquecimento em incêndio.

Aumenta-se a resistência ao fogo das estruturas de aço adicionando materiais de revestimento

contra fogo ou integrando-se às alvenarias. Estas possuem um comportamento favorável –

devido á proteção das superfícies ao fogo – e desfavorável – devido ao gradiente térmico.

Situações de proteção total e parcial de alma e mesa e em duas posições relativas da alma,

perpendicular ou paralela ao forno foram ensaiadas. As simulações numéricas foram

executadas com o programa Super Tempcale, o qual permite encontrar isotermas, ou seja,

campo de temperatura, conforme exemplificado na Figura 3.6.

Figura 3.6. Resultados obtidos por meio Super Tempcale (SILVA, CORREIA e RODRIGUES, 2008)

As normas podem prever uma análise de distribuição de temperatura uniforme em

elementos estruturais isolados; todavia, em elementos robustos há não uniformidade na

distribuição de temperaturas, com valor médio inferior ao do caso das estruturas isoladas. O

emprego de métodos simplificados leva à determinação da temperatura com valores muito

acima das normais, além de desconsiderar os esforços adicionais devido ao gradiente térmico.

Tendo em vista a disposição da peça mediante ao fluxo de calor e ao contato com a

alvenaria, considerando ainda dois tipos de peças “I”, foi estabelecido quatro tipos de ensaio.

O tipo de vinculação não interfere de forma relevante no resultado final.

Comparando-se os resultados experimentais com os de origem numéricas, observa-se

que, em sua maioria, são similares. Diferenças notáveis foram responsabilizadas devido às

desconsiderações do programa.

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40

4 METODOLOGIA DE PESQUISA

4.1 VERIFICAÇÃO PELO MÉTODO SIMPLIFICADO

Neste tópico serão apresentadas, de uma forma simplificada, as etapas usadas na

planilha desenvolvida para dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio

pelo Método Simplificado.

A planilha foi construída basicamente seguindo o fluxograma proposto por Silva

(2004). Entretanto há algumas modificações, em especial os cálculos realizados no terceiro

processo: “Determinar θcr”. Deve-se observar que, nesse processo, a NBR 8800 (1986) sofreu

alterações, eliminando todas as quatro curvas antigamente existentes (a, b, c e d). Atualmente

a NBR 8800 (2008) adota, juntamente com a norma americana AISC (2005), a curva 2P

(Figura 4.1) como curva única de flambagem, gerando o parâmetro adimensional “χ”.

Figura 4.1. Curva Única de Flambagem (λ0 x χ) das Normas AISC (2005) e NBR 8800 (2008).

O fluxograma apresentado na Figura 4.2 expõe o Método Simplificado. Em relação ao

objetivo deste estudo, deve-se atentar para os seguintes detalhes no fluxograma a seguir: não

serão estudados todos os elementos estruturais da edificação, mas será focado um pilar

principal de um pórtico central (ver Item 4.3); existem tabelas que fornecem expressões

usualmente empregadas para o cálculo do fator de massividade de perfis comerciais de aço

estrutural (maiores detalhes no quadro 2.1).

O procedimento simplificado – adaptado para verificação de pilares em situação de

incêndio – está demonstrado a seguir:

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41

Figura 4.2. Fluxograma pelo Método Simplificado (SILVA, 2004).

Determinar os tempos requeridos de resistência ao

fogo (TRRF)

Determinar θa

θa< θcr

Determinar o material de proteção térmica

O

Verificar se a edificação é isenta dos requisitos de

resistência ao fogo.

Conforme isenções de verificação de

segurança estrutural da NBR

14432(2000)

A edificação é isenta?

O

SIM Não é necessário

dimensionar material de proteção

Determinar o fator de massividade de cada

elemento estrutural (pilares).

Determinar θcr

퐹 =푝푒푟í푚푒푡푟표 푒푥푝표푠푡표 푎표 푓표푔표á푟푒푎 푑푎 푠푒çã표 푡푟푎푛푠푣푒푟푠푎푙

Conforme NBR 8800(2008) e NBR 14323(1999)

Conforme NBR 14432(2000)

∆휃 = 퐹

푐 휌 ℎ̇

SIM Não há necessidade de material de proteção

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42

4.2 VERIFICAÇÃO PELO MÉTODO DO INCÊNDIO NATURAL

Por vez, neste item serão apresentadas, de forma simplificada, as etapas usadas na

planilha desenvolvida para dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio

pelo Método do Incêndio Natural.

A planilha também foi construída basicamente seguindo o fluxograma proposto por

Silva (2004) no livro Estruturas de Aço em Situação de Incêndio. Entretanto, segue as

mesmas recomendações anteriormente ditas no item 4.1 em relação ao terceiro processo:

“Determinar θcr”; observando que a NBR 8800 (1986) sofreu alterações, eliminando todas as

quatro curvas antigamente existentes (a, b, c e d) e substituindo-as pela curva citada na Figura

4.1 ou pela Tabela 4.1 que relaciona o valor de “χ” em função do índice de esbeltez “λ0”.

Tabela 4.1. Relações numéricas entre os valores de “χ” em função do λ0 (NBR 8800, 2008). λ0 0,00 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06 0,07 0,08 0,09 λ0 0,0 1,000 1,000 1,000 1,000 0,999 0,999 0,998 0,998 0,997 0,997 0,0 0,1 0,996 0,995 0,994 0,993 0,992 0,991 0,989 0,988 0,987 0,985 0,1 0,2 0,983 0,982 0,980 0,978 0,976 0,974 0,972 0,970 0,968 0,965 0,2 0,3 0,963 0,961 0,958 0,955 0,953 0,950 0,947 0,944 0,941 0,938 0,3 0,4 0,935 0,932 0,929 0,926 0,922 0,919 0,915 0,912 0,908 0,904 0,4 0,5 0,901 0,897 0,893 0,889 0,885 0,881 0,877 0,873 0,869 0,864 0,5 0,6 0,86 0,856 0,851 0,847 0,842 0,838 0,833 0,829 0,824 0,819 0,6 0,7 0,815 0,81 0,805 0,8 0,795 0,79 0,785 0,78 0,775 0,77 0,7 0,8 0,765 0,76 0,755 0,75 0,744 0,739 0,734 0,728 0,723 0,718 0,8 0,9 0,712 0,707 0,702 0,696 0,691 0,685 0,68 0,674 0,669 0,664 0,9 1 0,658 0,652 0,647 0,641 0,636 0,63 0,625 0,619 0,614 0,608 1

1,1 0,603 0,597 0,592 0,586 0,58 0,575 0,569 0,564 0,558 0,553 1,1 1,2 0,547 0,542 0,536 0,531 0,525 0,52 0,515 0,509 0,504 0,498 1,2 1,3 0,493 0,488 0,482 0,477 0,472 0,466 0,461 0,456 0,451 0,445 1,3 1,4 0,44 0,435 0,43 0,425 0,42 0,415 0,41 0,405 0,4 0,395 1,4 1,5 0,39 0,385 0,38 0,375 0,37 0,365 0,36 0,356 0,351 0,347 1,5 1,6 0,343 0,338 0,334 0,33 0,326 0,322 0,318 0,314 0,311 0,307 1,6 1,7 0,303 0,3 0,296 0,293 0,29 0,286 0,283 0,28 0,277 0,274 1,7 1,8 0,271 0,268 0,265 0,262 0,259 0,256 0,253 0,251 0,248 0,246 1,8 1,9 0,243 0,24 0,238 0,235 0,233 0,231 0,228 0,226 0,224 0,221 1,9 2 0,219 0,217 0,215 0,213 0,211 0,209 0,207 0,205 0,203 0,201 2

2,1 0,199 0,197 0,195 0,193 0,192 0,19 0,188 0,186 0,185 0,183 2,1 2,2 0,181 0,18 0,178 0,176 0,175 0,173 0,172 0,17 0,169 0,167 2,2 2,3 0,166 0,164 0,163 0,162 0,16 0,159 0,157 0,156 0,155 0,154 2,3 2,4 0,152 0,151 0,15 0,149 0,147 0,146 0,145 0,144 0,143 0,141 2,4 2,5 0,14 0,139 0,138 0,137 0,136 0,135 0,134 0,133 0,132 0,131 2,5 2,6 0,13 0,129 0,128 0,127 0,126 0,125 0,124 0,123 0,122 0,121 2,6 2,7 0,12 0,119 0,119 0,118 0,117 0,116 0,115 0,114 0,113 0,113 2,7 2,8 0,112 0,111 0,11 0,11 0,109 0,108 0,107 0,106 0,106 0,105 2,8 2,9 0,104 0,104 0,103 0,102 0,101 0,101 0,1 0,099 0,099 0,098 2,9 3 0,097 - - - - - - - - - 3

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43

O fluxograma determinado pela Figura 4.3. Fluxograma do Método do Incêndio

Natural (SILVA, 2004). representa um modelo mais representativo de um incêndio real, sendo

considerado mais confiável que o modelo gerado na Figura 4.2; entretanto deve-se atentar

para algumas limitações indicadas no Item 5.5.3.

Figura 4.3. Fluxograma do Método do Incêndio Natural (SILVA, 2004).

Determinar θcr de cada elemento estrutural

θa< θcr

Aumentar tm

O

Traçar o diagrama (ou tabela) temperatura-tempo dos gases

quentes

Curvas Parametrizadas

conforme EUROCODE

1(1995)

Traçar diagrama (ou tabela) temperatura-tempo de cada elemento estrutural, para tm

arbitrado

Determinar θa em cada elemento estrutural

Equação 2.10

Máxima temperatura do aço

Conforme NBR 8800 (2008) e NBR 14323 (1999)

SIM Utilizar tm (ou menor possível)

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44

4.3 PROJETO GALPÃO METÁLICO

Para aplicação dos métodos acima descritos, foi objeto de estudo um galpão metálico

que servirá de depósito. O galpão possui os seguintes dados e características abaixo:

Cidade de Locação: Brasília-DF.

Destinação da edificação: Depósito – Galpão.

Sistemas Preventivos Existentes: Saídas de Emergência, Sinalização de

Emergência, Iluminação de Emergência, Extintores de Incêndio, SPDA e

Hidrantes de Parede.

Sistemas Preventivos Inexistentes: Brigada de Incêndio, Chuveiros

Automáticos (Sprinkler), Detecção Automática, Central de Gás, Reservatório

de água exclusivo para combate a incêndio.

Situação: Não executada (fictícia).

Pavimentos: 01 (um) um pavimento térreo, não há mezaninos e nem subsolo.

Altura total: 5,74 m.

Altura da laje do piso do ultimo pavimento: 0 m (cota do logradouro público).

Área construída: 2.700 m2.

Área de maior pavimento: 2.700 m2.

Aberturas: 2 (duas) aberturas de 4m x 10m e 2 (duas) aberturas de 4m x 8m nas

faces laterais do Galpão.

Grau de Ventilação (ou fator de abertura) “ϑ” = 0,0436 m-1.

Descrição da atividade principal: armazenagem de papel para reciclagem.

Classificação conforme NBR 14432 (2000) quanto ao uso: J – Depósito // J-2

Depósito de médio e alto risco => edificações que armazenam alimentos,

madeira, papel, tecidos e outros.

Classificação conforme NBR 14432 (2000) quanto ao TRRF: J-2 em função de

Classe de altura de edificação P1 (h<6m).

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45

Classe do material combustível predominante: Classe “A” – Sólido.

Fatores de combinação para carga acidental (“ψ2”) em situação de incêndio:

0,6 – Bibliotecas, arquivos, oficinas e garagens.

Fatores de combinação para carga acidental (“ψ2”) para pressão dinâmica do

vento: 0,0 – estruturas gerais.

Considerações efetuadas para cálculos:

Materiais combustíveis presentes no local com potencial calorífico específico

semelhante;

Materiais combustíveis presentes no local distribuídos uniformemente na área

de piso da edificação;

Não há material de acondicionamento para os papéis.

4.3.1 Pilares para verificação e análise

O Método Simplificado e o método do incêndio-padrão devem ser impostos a todos os

elementos estruturais. Ou seja, pelo os métodos devem abranger a integralidade estrutural da

edificação como um todo. Entretanto, o propósito desse estudo é analisar o dimensionamento

de pilares de aço em situação de incêndio; por isso, será somente focado a verificação de

pilares.

De forma ainda a concentrar estudos, será analisado o dimensionamento do pilar

metálico mais solicitado da estrutura. De acordo com os dados obtidos no projeto estrutural

do galpão metálico, o pórtico central será o elemento mais solicitado na edificação.

A análise foi realizada no pilar locado conforme o exposto na Figura 4.4, Figura 4.6,

Figura 4.5 e Figura 4.7.

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46

Figura 4.4. Planta de denominação e localização dos pilares

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47

Figura 4.5. Vista Frontal do pórtico central da estrutura do galpão metálico.

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48

Figura 4.6. Detalhe em planta do pilar analisado. Figura 4.7. Detalhe do pilar principal.

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49

Os pilares com maiores esforços são o pilares P15 a P28, semelhantes entre si, com

mesmas características e submetidos aos mesmos esforços. Cada pilar metálico forma um

conjunto duplo interligado entre si, conforme indicado na Figura 4.7. Cada pilar de um

conjunto é formado por um perfil caixão de 150mm (base) X 450 mm (altura) X 6,35 mm

(espessura), de aço ASTM A-36 ou MR 250, de perfil laminado.

É importante observar que cada conjunto de dois pilares de aço forma um pilar

composto de sustentação do pórtico; todavia, para as análises com os métodos estudados, cada

um será analisado separadamente. Ainda, em relação aos pilares de aço, de acordo com o

projeto estrutural, todos são iguais em características construtivas, sendo também submetidos

aos mesmos esforços:

Compressão: 10 tfm ou 100 KN;

Não será analisado o pilar sobre esforço de tração;

Não serão considerados momentos (flexo-compressão) no pilar, para fins de

dimensionamento em situação de incêndio.

Os dados do perfil metálico utilizado no projeto (pilares P15 a P28) estão apresentados

na Tabela 4.2. Tabela 4.2. Características do perfil metálico utilizado no projeto.

Valor Unidade Tipo do perfil caixão metálico

Tipo de aço ASTM A36

Comprimento longitudinal do perfil 540 cm

Altura da seção transversal 450 mm

Comprimento da seção transversal 150 mm

Ix (Momento de inércia – eixo “x”) 8.893,43 cm4

Iy (Momento de inércia – eixo “y”) 17.687,45 cm4

Resistência à compressão η = ≤ 1 0.1296 adimensional

Módulo de Elasticidade do Aço – “E” 20.000 kN/cm2

Altura total do perfil – “d” 540 cm

Espessura da alma – “tw” ou “t0” 6,35 mm

Área Bruta- "AG" 74,59 cm2

Raio de Giração Mínimo da Seção Bruta – “ry” (Direção Y-Y) 6,56 cm

Raio de Giração Mínimo da Seção Bruta – “rx”(Direção X-X) 15,51 cm

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50

4.3.2 Combinações de carregamento

Os carregamentos de uma edificação são definidos pela combinação das ações que têm

probabilidades não desprezáveis de atuarem simultaneamente sobre a estrutura, durante um

período pré-estabelecido (NBR 8800, 2008). A escolha da combinação sempre será tomada

sobre aquela a qual oferecer os maiores esforços a estrutura, com efeitos mais desfavoráveis.

Nesse estudo trabalharemos sobre três combinações de cargas:

a) Combinação Última Normal: É aquela calculada sob o uso e/ou destinação

previsto da edificação. Devem ser usadas quantas combinações forem

necessárias para verificar as condições de segurança em relação aos estados-

limites últimos aplicáveis. Em cada cálculo devem constar as ações

permanentes e a ação variável principal, com seus valores característicos e

demais ações variáveis (não principais) com seus valores minorados.

퐹 = ∑ 훾 퐹 , + 훾 퐹 , + ∑ (훾 휓 퐹 , ) (4-1)

onde:

FGi,k representa os valores característicos das ações permanentes;

FQ1;k é o valor característico da ação variável considerada principal para a

combinação;

FQj,k representa os valores característicos das ações variáveis que podem atuar

concomitantemente com a ação variável principal.

Em nosso estudo usaremos os seguintes fatores:

γg=1,4;

γqa=1,5 (demais ações variáveis);

ψ0=0,6 e

ψ0=0,7.

b) Combinação Quase Permanente de Serviço: são aquelas que podem atuar

durante grande parte do período de vida da estrutura, são utilizadas para efeito

Número de perfis utilizados 2 (perfil composto soldado)

Parâmetro de flambagem – “K” 2,1 adimensional

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de longa duração; ou que provoque deslocamentos excessivos que não

provoquem danos a outros componentes da construção.

퐹 = ∑ 퐹 , +∑ (휓 퐹 , ) (4-2)

Onde em nosso estudo usaremos:

ψ21=0,3 (vento) e

ψ22=0,4 (sobrecarga).

c) Combinação Última Excepcional: Essas combinações derivam de ações

excepcionais de proporções catastróficas; devem ser levadas em consideração

em determinadas construções nas quais essas ações extraordinárias não podem

ser desprezadas. A cada carregamento excepcional corresponde uma única

combinação última excepcional de ações, na qual devem figurar as ações

permanentes e a ação variável excepcional, com seus valores característicos, e

as demais ações variáveis com probabilidade não desprezível de ocorrência

simultânea, com seus valores reduzidos de combinação (NBR 8800, 2008).

퐹 = ∑ 훾 퐹 , + 퐹 , + ∑ (훾 휓 , 퐹 , ) (4-3)

Em que FQ,exc é o valor da ação transitória excepcional.

Em nosso estudo usaremos os seguintes fatores:

γg=1,2 (Tabela 4.3);

γq=1,0; e

ψ0=0,7 (sobrecarga - Tabela 4.4).

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Tabela 4.3. Valores dos Coeficientes de Ponderação das ações γf=γf1.γf3 (NBR 8800, 2008).

Combinações

Ações Permanentes (γg) Diretas

Indiretas Peso próprio de estruturas

metálicas

Peso próprio de estruturas

pré-moldadas

Peso próprio de estruturas moldadas no

local e de elementos

construtivos industrializa

dos e empuxos

permanentes

Peso próprio de elementos construtivos industrializa

dos com adições in

loco

Peso próprio de elementos construtivos em geral e

equipamentos

Normais 1,25 (1,00)

1,30 (1,00)

1,35 (1,00)

1,40 (1,00)

1,50 (1,00)

1,20 (0)

Especiais ou de construção

1,15 (1,00)

1,20 (1,00)

1,25 (1,00)

1,30 (1,00)

1,40 (1,00)

1,20 (0)

Excepcionais 1,10 (1,00)

1,15 (1,00)

1,15 (1,00)

1,20 (1,00)

1,30 (1,00)

0 (0)

Combinações

Ações Variáveis (γq)

Efeito de Temperatura Ação do vento Ações Truncadas

Demais ações variáveis, incluindo as decorrentes do uso e ocupação.

Normais 1,20 1,40 1,20 1,50 Especiais ou

de construção 1,00 1,20 1,10 1,30

Excepcionais 1,00 1,00 1,00 1,00

Tabela 4.4. Valores dos fatores de combinação ψ0 e de redução ψ1 e ψ2 para ações variáveis (NBR 8800, 2008).

Ações γf2 Ψ1 Ψ2 Ψ3

Ações Variáveis causadas pelo uso e

ocupação

Locais em que não há predominância de pesos e de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, nem de elevadas concentrações de pessoas

0,5 0,4 0,3

Locais em que há predominância de pesos e de equipamentos que permanecem fixos por longo períodos de temo, ou de elevadas concentrações de pessoas

0,7 0,6 0,4

Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens e sobrecargas em coberturas 0,8 0,7 0,6

Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0

Temperatura Variações uniformes de temperatura em relação à média anual local 0,6 0,5 0,3

Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos

Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3 Vigas de rolamento de pontes rolantes 1,0 0,8 0,5 Pilares e outros elementos ou subestruturas que suportam vigas de rolamento de pontes rolantes 0,7 0,6 0,4

4.4 MODELOS NUMÉRICOS

Os modelos numéricos utilizados foram construídos no programa MIDAS FEA –

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Advanced Nonlinear and Detail Analysis System V2.9.6, com licença cordialmente cedida

pela empresa R.A. ROCHA ENGENHARIA LTDA. A seguir na Figura 4.8 é apresentada a

discretização em Elementos Finitos do pórtico principal da estrutura conforme exposto

anteriormente na Figura 4.5.

Para discretização da estrutura se utilizou elementos de treliça na composição da

estrutura da cobertura e pilares. A escolha dos elementos de treliça ocorreu em função da

complexidade da análise elastoplástica feita neste trabalho. A redução de um grau de liberdade

por nó proporcionou uma melhor performance para a convergência dos algoritmos na análise

elastoplásticas, a qual será apresentada no Capítulo 6.

O eixo adotado para o sentido positivo das direções “x”, “y” e “z” para a modelagem

numérica será conforme exposto na Figura 4.8.

Figura 4.8. MODELO 3D – SEÇÕES

A entrada gráfica das seções dos elementos componentes da estrutura podem ser

observadas na Figura 4.9, Figura 4.10 e Figura 4.11.

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Figura 4.9. Entrada gráfica da seção transversal do pilar

Figura 4.10. Entrada gráfica da seção transversal dos elementos componentes da diagonal e montante

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Figura 4.11. Entrada gráfica da seção transversal dos elementos componentes do banzo

Para a análise estrutural numérica foram adotados os seguintes carregamentos: carga

adicional, forro, sobrecarga e telhado, conforme a Figura 4.12, Figura 4.13, Figura 4.14 e

Figura 4.15, respectivamente. As análises numéricas linear e não-linear elastoplástica foram

realizadas na condição de serviço da estrutura, por meio da Combinação Quase Permanente

de Serviço.

Figura 4.12. Carregamento - Carga Adicional (kN)

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Figura 4.13. Carregamento – Forro (kN)

Figura 4.14. Carregamento – Sobrecarga (kN)

Figura 4.15. Carregamento – Telhado (kN)

A seguir, na Tabela 4.5, podem ser observadas as propriedades mecânicas do aço

utilizado nas análises numéricas. A entrada gráfica das propriedades mecânicas do material no software MIDAS FEA pode ser observada na Figura 4.16.

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Tabela 4.5. Propriedades mecânicas do aço

Peso específico (kN/m3) Modulo de elasticidade (kN/m2)

Coeficiente de Poisson

75,0 200.000.000,0 0,3

Figura 4.16. Entrada gráfica das propriedades mecânicas do material utilizado.

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58

5 VERIFICAÇÃO DO MÉTODO DO INCÊNDIO SIMPLIFICADO E NATURAL

5.1 INFORMAÇÕES INICIAIS

Para o cálculo das verificações e dimensionamento, foi produzida uma planilha no

aplicativo MS-Excel. O método de cálculo utilizado na produção da planilha foi baseado no

método proposto por Silva (2004).

A seguir, será explicado o funcionamento da planilha para a verificação do

dimensionamento de estruturas de aço utilizando-se o Método Simplificado e o Método do

Incêndio Natural.

5.2 FUNCIONAMENTO DA PLANILHA

Como já abordado, a planilha para verificação utilizando o Método Simplificado, se

baseia no fluxograma proposto por Silva (2004). No caso do Método do Incêndio Natural, o

cálculo da temperatura dos gases em incêndio difere do Método Simplificado. No fluxograma

adotado por Silva (2004), o método natural possui a peculiaridade de assumir em seu cálculo

a utilização de material de proteção térmica.

Na verificação pelo Método do Incêndio Natural, Silva (2004) aborda no fluxograma o

diagrama de temperatura-tempo para os gases e para os elementos estruturais. Na produção da

planilha, o cálculo foi objetivo, se atendo apenas no cálculo da temperatura dos gases e do aço

no tempo arbitrado na entrada. É importante diferenciar a especificidade de cada planilha,

Método Simplificado e Método do Incêndio Natural.

5.3 DADOS GERAIS DE ENTRADA

Apesar de haver dois métodos de dimensionamento de aço em situação de incêndio, as

análises efetuadas foram todas trabalhadas em cima de uma única planilha, de forma que

possibilite ao engenheiro calculista comparar os resultados obtidos. Nesse contexto, há dados

de entrada comuns para funcionamento do Método Simplificado e Método do Incêndio

Padrão. Esses dados comuns estão demonstrados abaixo por meio de um fluxograma simples:

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Figura 5.1. Dados Gerais de Entrada.

Dados gerais de entrada

Altura do perfil metálico- "d" Módulo de Elasticidade do Aço - "E”

Base do perfil metálico - "b" Espessura da alma - "tw" ou “t0”

Raio de Giração Mínimo da Seção Bruta - "rx" (Direção X-X)

Raio de Giração Mínimo da Seção Bruta - "ry" (Direção Y-Y)

Momento de Cálculo -"Msd" Número de perfis metálico

utilizados

Tipos de Apoio Parâmetro de flambagem - "K"

Coeficiente γa

Esforço Solicitado de Cálculo -"Nsd"

Força normal atuante (situação de incêndio) -"Nfi,sd"

Limite de Escoamento - "fy" Coeficiente γa,fi

Carga Específica de Incêndio (Mj/m2) Área (m2)

Altura da edificação (m) Uso/Destinação da atividade/ocupação

Existência e Profundidade subsolo Sub-ocupação

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60

5.4 VERIFICAÇÃO PELO MÉTODO SIMPLIFICADO

A partir dos dados gerais de entrada inseridos pelo usuário, a planilha calcula a

temperatura crítica de dimensionamento e a temperatura do aço no tempo (t) em situação de

incêndio, considerando o Método Simplificado de dimensionamento de estruturas de aço

proposto por Silva (2004). Neste método, além dos dados gerais de entrada, são necessários

dados adicionais diversos da situação e do compartimento e em análise.

5.4.1 Dados de entrada específicos

Tempo - t (min): instante desejado para o cálculo da temperatura do aço. É

representado pela TRRF.

Fator de Massividade F (1/m): calculado pela planilha, a partir das dimensões do perfil

“caixão” inserido pelo usuário.

Condutividade térmica do material de proteção - λm (W/m°C): inserido manualmente,

conforme o material de proteção escolhido.

Espessura do material de proteção - tm (m): arbitrada e inserida manualmente.

5.4.2 Cálculos realizados

A primeira necessidade do dimensionamento de aço em situação de incêndio é

verificar se a edificação proposta é isenta da verificação em situação de incêndio (Figura 5.3).

Verificada essa condição (não é isenta no caso do galpão metálico em estudo) passa-se para o

cálculo do Fator de Massividade (Figura 5.4).

Determinado o Fator de Massividade pode-se com estabelecer a temperatura crítica do

aço (Erro! Fonte de referência não encontrada. a Figura 5.6), que normalmente varia entre

500ºC a 700ºC. Após a determinação da temperatura crítica, necessita-se calcular a

temperatura do aço para efetuar a devida comparação com a temperatura crítica. Para o

cálculo da temperatura do aço, deve-se inicialmente determinar o TRRF (Figura 5.7)

conforme tabela da NBR 14323 (1999). Com o TRRF calcula-se a temperatura do aço, e

assim permite-se fazer a comparação entre os valores encontrados, objetivando definir a

necessidade do material de proteção. Segue fluxograma utilizando neste presente trabalho

com vista à verificação dos pilares de aço em situação de incêndio (Figura 5.2).

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61

Determinar os tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF)

Determinar θa do referido pilar

θa< θcr

Determinar o material de proteção térmica

O

Verificar se o galpão é isento da verificação estrutural em

situação de incêndio.

Área (m2): 2700 – Uso: depósito de papéis para

reciclagem - Carga Específica de Incêndio:

4544,1 Mj/m2 - Altura 0 m

A edificação é isenta?

O

Determinar o fator de massividade do pilar P15/28 do

pórtico central (pilares semelhantes)

Determinar θcr do referido pilar

퐹 =푝푒푟í푚푒푡푟표 푒푥푝표푠푡표 푎표 푓표푔표á푟푒푎 푑푎 푠푒çã표 푡푟푎푛푠푣푒푟푠푎푙

Conforme NBR 8800(2008) e NBR 14323(1999)

Conforme NBR 14432(2000)

∆휃 = 퐹

푐 휌 ℎ̇

Figura 5.2- Fluxograma usado no presente trabalho para o Método Simplificado.

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62

5.4.3 Limitações

Esse método é válido para qualquer edificação (SILVA, 2004), todavia – por vezes –

pode-se interpretado por menos econômico.

5.4.4 Interface gráfica

Nessa etapa são mostrados os procedimentos e interfaces da planilha utilizada para

avaliar os resultados do pilar do pórtico proposto em questão. As entradas de dados estão

destacadas na cor verde escuro.

A planilha formulada representa uma pasta de trabalho do MS-Excel constituída por

cinco planilhas. Na primeira planilha estão contidas as informações para os casos de isenção

de verificação de segurança estrutural (Figura 5.3).

Figura 5.3. Verificação da isenção

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63

A próxima planilha “Fator de Massividade” calcula os dados relacionados às

dimensões do perfil caixão, tais como o fator de massividade e a área de aço (Figura 5.4).

Figura 5.4. Cálculo do Fator de Massividade

A temperatura crítica do pilar estudado é calculada na planilha “Temp. Crítica” da

pasta de trabalho. Todo o roteiro proposto por Silva (2004) para o cálculo da temperatura

crítica está contido nesta planilha, conforme o exposto na Erro! Fonte de referência não

encontrada. e Figura 5.6. Os valores tabelados de θcr, ky,θ e kE,θ são buscados numa planilha

oculta.

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64

Figura 5.5. Cálculo de θcr

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65

Figura 5.6. Resultado final de θcr com interpolação final

Para a verificação da temperatura do aço em situação de incêndio e dimensionamento

do pilar, o tempo requerido para o cálculo é buscado na planilha de Cálculo da TRRF (Figura

5.7)

Figura 5.7. Cálculo da TRRF

Na planilha “Temp. Aço – Simplificado” é realizado o cálculo da temperatura do aço

em situação de incêndio. O dimensionamento pode ser realizado com a inserção dos dados do

material de proteção térmica. Os cálculos são realizados por uma iteração oculta, a partir de

uma rotina desenvolvida no ambiente macro do MS-Excel (Figura 5.8).

Figura 5.8. Temperatura do Aço no Incêndio.

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66

5.4.5 Dados de saída

Os resultados finais calculados pela planilha apresentados como dados de saída para o

exemplo em estudo foram os seguintes:

Temperatura dos gases quentes: 945,34 ºC

Temperatura do aço sem material de proteção: 939,81 ºC

Temperatura do aço com material de proteção: 599,41 ºC

5.5 VERIFICAÇÃO PELO MÉTODO DO INCÊNDIO NATURAL

A partir dos dados de entrada inseridos, a planilha calculou a temperatura do aço no

tempo (t) numa situação de incêndio, considerando o Método do Incêndio Natural proposto

por Silva (2004). Neste método, além dos dados necessários para o cálculo utilizando o

Método Simplificado, foram necessários dados adicionais: o grau de ventilação do

compartimento e características dos materiais de vedação do compartimento em análise.

5.5.1 Dados de entrada específicos

Os dados de entrada para o cálculo da temperatura do aço utilizando o Método do

Incêndio Natural foram os seguintes:

Temperatura inicial do aço - θa,0 (°C): temperatura do aço no instante zero. Em seus

exemplos, Silva (2004) adota 20 ºC.

Tempo - t (min): instante desejado para o cálculo da temperatura do aço. É

representado pela TRRF.

Fator de Massividade F (1/m): calculado pela planilha, a partir das dimensões do perfil

“caixão” inserido pelo usuário.

Grau de ventilação ϑ (√푚): calculado pela planilha considerando as aberturas

existentes, estas por sua vez inseridas manualmente de acordo com o compartimento

analisado.

Características térmicas do material de vedação - 휌푐휆 (J/m²√s °C): calculado e

inserido manualmente na planilha.

Condutividade térmica do material de proteção - λm (W/m°C): inserido manualmente,

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67

conforme o material de proteção escolhido.

Condutividade do material de proteção - cm (J/kg°C): inserida manualmente, conforme

as características do material de proteção escolhido.

Massa específica do material de proteção - ρm (kg/m3): inserida manualmente,

conforme as características do material de proteção escolhido.

Espessura do material de proteção - tm (m): arbitrada e inserida manualmente.

5.5.2 Cálculos realizados

Inicialmente, a planilha calculou o coeficiente “ψ”, o qual relaciona as características

térmicas do material de vedação e o grau de ventilação do compartimento. Este coeficiente é

utilizado por Silva (2004) no ajuste da variável tempo (t) para o cálculo da temperatura dos

gases em situação de incêndio (θg).

Utilizando o Método do Incêndio Natural, a planilha calculou a temperatura dos gases

em situação de incêndio (θg), a partir dos dados disponíveis e conforme a Equação do ramo

ascendente das curvas parametrizadas da EUROCODE 1 (1995).

A temperatura do aço foi calculada conforme o método proposto por Silva (2004) para

estruturas sem proteção térmica, tal como o exposto no Item 2.3.1 deste trabalho. No caso do

uso de material de proteção, o cálculo foi realizado conforme a recomendação da NBR 14323

(2000) e EUROCODE 3 (1993), utilizando-se a Equação 2.10. Para isto, faz-se necessário o

coeficiente “Φ” (Equação 2.11), que foi calculado pela planilha.

O dimensionamento é verificado a partir da comparação da temperatura do aço em

relação à temperatura crítica. O cálculo da temperatura crítica é realizado conforme o

indicado nos cálculos realizados no Método Simplificado de dimensionamento.

O fluxograma usado nesse trabalho para o Método do Incêndio Padrão segue na Figura

5.9. Fluxograma usado no presente trabalho para o Método do Incêndio Natural.

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5.5.3 Limitações

O Método do Incêndio Natural conduz a resultados mais precisos que o modelo do

incêndio-padrão. Entretanto a curva do incêndio natural segue algumas limitações: a

Determinar θa do referido pilar

θa< θcr

Aumentar espessura do material de proteção

O

Temperatura dos gases quentes no tempo (t)

휃 = 1325[1− 0,324푒 , ∗

− 0,204푒 , ∗

− 0,472푒 ∗]

Temperatura do pilar (P15 a P28) no tempo (t), considerando

a espessura do material de proteção

Equação 2.10

Temperatura máxima do aço no pilar

Determinar θcr do referido pilar Conforme NBR 8800 (2008) e NBR 14323

(1999)

Figura 5.9. Fluxograma usado no presente trabalho para o Método do Incêndio Natural.

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69

temperatura no ambiente em chamas deve ter distribuição uniforme (ambientes de pequena

área – 100 m2) e o incêndio ocorre sem a possibilidade de se propagar para fora dele, em

decorrência das características de isolamento térmico de estanqueidade e de resistência dos

elementos de vedação (SILVA, 2000). Tendo em vista esses fatores, o Método deverá seguir

os seguintes parâmetros ao ser aplicado:

Temperatura do ambiente em chamas deverá ter distribuição uniforme

(sugestão de aplicação para ambientes de área pequena – por volta de 100 m2);

50 ≤ 푞 , ≤ 1000 ( );

0,02 ≤ 휗 ≤ 0,20 (√푚);

1000 ≤ 휌푐휆 ≤ 2000 (퐽/푚 푠 ⁄ °퐶);

Limitações instruídas por recomendações e legislações dos Corpos de

Bombeiros Estaduais ou do Distrito Federal.

5.5.4 Interface gráfica

Abaixo, está demonstrada a interface da planilha do MS-Excel de entrada dos dados

para a verificação utilizando o Método do Incêndio Natural. A entrada dos dados para o

cálculo da temperatura crítica, a TRRF e o fator de massividade estão em outra tela, já

demonstrada na interface do método do incêndio simplificado.

O grau de ventilação do compartimento é calculado na planilha Grau de Ventilação a

partir dos dados das aberturas existentes no compartimento em estudo (Figura 5.10).

Na tela, há a indicação de que as células verdes representam dados de entrada que

devem ser inseridos manualmente (Figura 5.11). Nas células de outras cores, os dados são

inseridos automaticamente pela rotina de cálculo da planilha.

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70

Figura 5.10. Cálculo do grau de ventilação

Figura 5.11.Temperatura do Aço no Incêndio Natural

5.5.5 Dados de saída

Os resultados finais calculados pela planilha apresentados como dados de saída para o

exemplo em estudo foram os seguintes:

Temperatura dos gases quentes: 950,88 ºC;

Temperatura do aço sem material de proteção: 945,29 ºC;

Temperatura do aço com material de proteção: 588,88 ºC.

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6 ANÁLISE NUMÉRICA

6.1 ANÁLISE ELASTOPLÁSTICA

Para o modelo numérico da análise elastoplástica foi utilizado o critério de Von Mises.

Este critério, também conhecido como a teoria do deslocamento de 퐽 , foi formulado por Von

Mises em 1913 e sugere que a plastificação ocorre quando o invariante de desvio das tensões

퐽 alcança um valor crítico, conforme a equação abaixo:

퐽 − √훷(훼) = 0 (6-1)

Onde:

Φ(α ) - é a dependente do parâmetro de endurecimento;

(α) - é o raio da superfície de plastificação.

Tal equação parte da expressão da tensão efetiva (휎):

휎 = 3퐽 (6-2)

Dessa forma, o critério de Von Mises, quando comparado a outros critérios, é menos

conservador que o critério de Tresca (Figura 6.1). Pode ainda ser caracterizado como um caso

particular do critério de Beltrami numa situação onde a energia de deformação volumétrica

possa ser considerada desprezível.

Figura 6.1. Representação das projeções das superfícies dos critérios de Tresca e de Von Mises (JORGE, 2005)

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6.1.1 Gráficos tensão-deformação

A seguir, são apresentados os gráficos das funções elastoplásticas utilizadas para a

análise não-linear da estrutura, através do critério Von Mises. Os gráficos tensão x

deformação representam a não-linearidade do comportamento do material aço em situação de

incêndio. Foram construídas as curvas para as temperaturas de 200 ºC, 300 ºC, 400 ºC, 500

ºC, 600 ºC e 700 ºC, conforme demonstradas na Figura 6.2, Figura 6.3, Figura 6.4, Figura 6.5,

Figura 6.6 e Figura 6.7.

Figura 6.2. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 200 ºC

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73

Figura 6.3. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 300 ºC

Figura 6.4. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 400 ºC

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Figura 6.5. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 500 ºC

Figura 6.6. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 600 ºC

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Figura 6.7. Curva tensão x deformação do pilar de aço a 700 ºC

6.2 ANÁLISE LINEAR ELÁSTICA

Através do programa computacional MIDAS FEA calculou-se os esforços solicitantes,

as reações de apoio e os deslocamentos nas peças estruturais do pórtico central. Os resultados

da análise numérica são apresentados a seguir para a combinação Última Normal, Quase

Permanente de Serviço e Última Excepcional.

Para todas as considerações, utiliza-se a Combinação Última Normal no

dimensionamento da treliça, a Combinação Quase Permanente de Serviço para analisar o

comportamento da estrutura tendo em vista os efeitos de longa duração na grande parte do

período da estrutura, e a Combinação Última Excepcional – por fim – representa os

carregamentos da estrutura em uma eventual situação de incêndio (devido a sua ação curta e

baixa probabilidade de acontecimento).

6.2.1 Esforços solicitantes

Aqui se apresentam os resultados dos esforços solicitantes nos pilares dos pórticos nas

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três combinações conforme apresentadas no item 4.3.2. Através do programa MIDAS FEA

expõe-se as tensões e forças axiais nas peças.

Os resultados da análise linear para as combinações Última Normal e Última

Excepcional (Figura 6.8, Figura 6.10, Figura 6.11 e Figura 6.13) foram utilizados para a

verificação e dimensionamento do pilar de aço utilizando a planilha. Para a situação da

Combinação Quase Permanente de Serviço, os resultados foram utilizados em comparação à

análise não-linear da estrutura de aço (Figura 6.9 e Figura 6.12).

Figura 6.8. Tensões na Combinação Última Normal

No gráfico apresentado anteriormente (Figura 6.8), pode-se observar que a Tensão

mais elevada, para a Combinação Última Normal, encontra-se nas extremidades dos pilares,

com intensidade de 21.498,2 kN/m2.

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Figura 6.9. Tensões na Combinação Quase Permanente de Serviço

Conforme gráfico apresentada anteriormente, pode-se observar que a Tensão SXX

mais elevada nos pilares, para a Combinação Quase Permanente, foi de 15.001 kN/m2.

Figura 6.10. Tensões na Combinação Última Excepcional

Para a Combinação Última Excepcional, o maior valor de Tensão SXX, nos pilares

analisados, foi 15.519,8 kN/m2, como pode ser visto na Figura 6.10.

Os valores máximos para as Forças Normais, como eram de se esperar, apresentam o

mesmo comportamento das Tensões Máximas, sendo -120,1 kN, -84,2 kN e -87,1 kN para as

combinações Última Normal, Quase Permanente e Última Excepcional, respectivamente.

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Estes dados podem ser observados nas Figuras 6.11, 6.12 e 6.13, a seguir.

Figura 6.11. Normal na Combinação Última Normal

Figura 6.12. Normal na Combinação Quase Permanente de Serviço

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79

Figura 6.13. Normal na Combinação Última Excepcional

6.2.2 Reações de apoio

Aqui se apresentam os valores das reações de apoio dos pilares dos pórticos nas três

combinações conforme apresentadas no item 4.3.2, obtidas pelo programa de análise

estrutural em Elementos Finitos MIDAS FEA.

Os resultados da análise linear para as combinações Última Normal e Última

Excepcional podem ser visualizadas na Figura 6.14 e Figura 6.16. Para a situação da

Combinação Quase Permanente de Serviço, os resultados estão expostos na Figura 6.15.

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Figura 6.14. Reações de Apoio da Combinação Última Normal

A Reação de Apoio do pilar direito conforme gráfico apresentado na Figura 6.14 na

Combinação Última Normal na temperatura ambiente foi 127,7 kN.

Figura 6.15. Reações de Apoio da Quase Permanente de Serviço

A Reação de Apoio do pilar direito na Combinação Quase Permanente na temperatura

ambiente foi 89,1 kN, conforme gráfico apresentado na Figura 6.15.

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Figura 6.16. Reações de Apoio da Combinação Última Excepcional

Para a Combinação Última Excepcional, a Reação de Apoio do pilar direito foi 92,1

kN, de acordo com o gráfico apresentado na Figura 6.16.

6.2.3 Deslocamentos

Aqui se apresentam os valores dos deslocamentos do pórtico na Combinação Quase

Permanente de Serviço conforme apresentada no item 4.3.2, Através do programa MIDAS

FEA na Figura 6.17 e Figura 6.18.

Figura 6.17. Deslocamentos X da Combinação Quase Permanente de Serviço

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De acordo com o gráfico apresentado anteriormente, o valor de Deslocamento X para

a porção superior esquerda do perfil esquerdo do pilar direito, na temperatura ambiente para a

Combinação Quase Permanente de Serviço, foi 0,0808 cm. O banzo inferior central obteve

um deslocamento de 0,162 cm.

Figura 6.18. Deslocamentos Y da Combinação Quase Permanente de Serviço

Analisando o gráfico apresentado anteriormente na Figura 6.18, observa-se que o valor

de Deslocamento Y para a porção superior esquerda do perfil esquerdo do pilar direito, na

temperatura ambiente para a Combinação Quase Permanente de Serviço, foi 0,105 cm. O

banzo inferior central obteve um deslocamento de -2,93 cm.

6.3 ANÁLISE NÃO LINEAR ELASTOPLÁSTICA

A análise não-linear elastoplástica foi realizada com foco na situação de incêndio,

mais especificamente às temperaturas de 200°C, 300°C, 400°C, 500°C, 600°C e 700°C. É

importante observar que a partir da temperatura de 700°C o programa não convergiu os

algoritmos numéricos para a carga solicitante, apresentando assim um comportamento

coerente com a Carga Crítica calculada no Capítulo 5 deste trabalho, com intensidade 614,6

°C.

Os resultados deste estudo foram obtidos com o apoio dos gráficos tensão x

deformação relacionados no Item 6.1.1, os quais correspondem ao comportamento estrutural

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83

do aço ASTM A36 às temperaturas de 200ºC, 300ºC, 400ºC, 500º, 600ºC e 700ºC. Deste

modo, se construiu as análises não-lineares abaixo expostas (Figuras Figura 6.21. Deformação

à 200ºC a Figura 6.26. Tensão à 200ºC).

As figuras aqui apresentadas serão relacionadas apenas ao comportamento da estrutura

de aço à temperatura de 200 ºC. As demais temperaturas (300ºC, 400ºC, 500º e 600ºC) serão

apresentadas no Anexo - A.

Importante frisar nesse tópico que não foram considerados nesse estudo momentos

solicitantes (flexo-compressão) nas peças. Haverá apenas carregamentos verticais atuantes.

Serão estudados – para o deslocamento X e Y – o banzo inferior central da treliça e a

parte superior esquerda do perfil metálico esquerdo do conjunto duplo de pilar direito do

pórtico central (conforme Figura 6.19 e Figura 6.20). Para os parâmetros Deformação, Força

Normal e Tensão serão analisados para os maiores valores solicitantes existentes na peça

estrutural.

Figura 6.19. Peça Estrutural do Pilar Selecionada para a Análise dos Deslocamentos X e Y.

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84

Figura 6.20. Peça Estrutural do Banzo Selecionada para Análise dos Deslocamentos X e Y.

A seguir, na Figura 6.21, pode-se observar o maior valor de Deformação EXX para o

perfil do pilar com intensidade de -7,23 x 10-5 m/m.

Figura 6.21. Deformação à 200ºC

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Figura 6.22. Deslocamento X à 200ºC

O valor de Deslocamento X para a porção superior esquerda do perfil esquerdo do

pilar direito, conforme Figura 6.22, foi 0,246 cm. O banzo inferior central apresentou

Deslocamento em X de 0,121 cm.

Figura 6.23. Deslocamento Y à 200ºC

O valor de Deslocamento Y para a porção superior esquerda do perfil esquerdo do

pilar direito, conforme Figura 6.23, foi 0,106 cm. O banzo inferior central apresentou

Deslocamento em X de -2,93 cm.

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Figura 6.24. Normal à 200ºC

A Normal máxima para os pilares foi de 81,11 kN. A Reação de Apoio do pilar direito

foi 85,18 kN e a Tensão SXX máxima para os pilares foi de -14.466,90 kN/m2. Estes

resultados podem ser observador as seguir, nas Figuras 6.24, 6.25 e 6.26, respectivamente.

Figura 6.25. Reações de Apoio à 200ºC

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Figura 6.26. Tensão à 200ºC

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7 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS E CONCLUSÕES Com o uso do programa MIDAS FEA, foi realizada uma análise linear à temperatura

ambiente e uma análise não linear com Critério de Von Mises para os elementos da treliça

plana. Através do uso do programa computacional foram obtidos os gráficos de análise

relacionados na Tabela 7.1.

Tabela 7.1. Análises Realizadas pelo Programa Estrutural MIDAS FEA.

ANÁLISE LINEAR

NORMAL ÚLTIMA QUASE PERMANENTE

ÚLTIMA EXCEPCIONAL

DESLOCAMENTO X ------ 20°C ------ DESLOCAMENTO Y ------ 20°C ------ FORÇA NORMAL 20°C 20°C 20°C REAÇÃO DE APOIO 20°C 20°C 20°C TENSÃO 20°C 20°C 20°C

ANÁLISE NÃO LINEAR QUASE PERMANENTE

DEFORMAÇÃO 200 °C 300 °C 400°C 500°C 600°C DESLOCAMENTO X 200 °C 300 °C 400°C 500°C 600°C DESLOCAMENTO Y 200 °C 300 °C 400°C 500°C 600°C FORÇA NORMAL 200 °C 300 °C 400°C 500°C 600°C REAÇÃO DE APOIO 200 °C 300 °C 400°C 500°C 600°C TENSÃO 200 °C 300 °C 400°C 500°C 600°C

É importante considerar que a combinação Normal Última e Última Excepcional

foram utilizadas somente para o dimensionamento da estrutura de treliça.

O eixo adotado para o sentido positivo das direções “x”, “y” e “z” para a modelagem

numérica será conforme exposto na Figura 4.8.

A análise principal será voltada para o pórtico central da estrutura. O pórtico é

sustentado por dois conjuntos de perfis metálicos que formam cada pilar. O pilar direito é

formado por um conjunto de dois perfis metálicos conjugados.

Para todos os efeitos aqui estudados, os dois perfis formadores do pilar trabalharão

igualmente e suportarão os mesmos esforços. Desta forma, podem-se considerar semelhantes

ações e esforços entre os dois perfis formadores do pilar direito do pórtico.

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Figura 7.1. Porção Superior Esquerda do Perfil Esquerdo do Pilar Direito do Pórtico Central Estudada.

Para os deslocamentos “X” e “Y”, serão feitas análises da porção superior esquerda do

perfil esquerdo do pilar (Figura 7.1). Para as demais análises (deformação, tensão, normal e

reações de apoio) serão sempre levados em consideração o maior esforço solicitante existente

na peça metálica.

Será inclusa nas análises - apenas a título de complementação do trabalho, tendo em

vista que o presente estudo volta-se ao estudo de pilares - da parte central do banzo inferior

treliça (Figura 6.20). Essas análises do banzo central inferior ratificarão os resultados da

planilha desenvolvida no MS-Excel.

A partir dos dados obtidos com os gráficos da análise numérica, construiu-se gráficos

que demonstram o comportamento da estrutura em temperatura ambiente (20°C) e no decorrer

de um incêndio.

O programa não convergiu nenhum dado após a temperatura de 600 ºC. Isso –

fortemente – valida as planilhas em MS-Excel desenvolvidas, tendo em vista que o valor de

temperatura crítica encontrado para o colapso da estrutura foi aproximadamente 614,6 ºC.

Em relação aos resultados alcançados por meio dos diagramas obtidos pela análise

numérica podemos expressar os comentários descritos a seguir.

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Figura 7.2. Deformação em Situação de Incêndio.

Deformação: a deformação do perfil esquerdo do pilar direito – tomado isoladamente

– caracteriza-se como uma crescente compressão de acordo com o aumento da temperatura e

respectivo agravamento da situação (Figura 7.3). Após a temperatura de 300ºC, a deformação

pode ser considerada constante; após o valor de 500ºC a deformação torna a crescer. Aos

600ºC, a estrutura alcança seu nível máximo de deslocamento.

Figura 7.3. Deslocamento do Banzo Inferior Central em Situação de Incêndio.

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Figura 7.4. Deslocamentos do Banzo Inferior Central em Temperatura Ambiente (20°C).

Deslocamentos: Em relação ao deslocamento “y” (vertical) da parte central do banzo

inferior da treliça, observa-se que ele comporta-se crescentemente cedendo para baixo,

conforme Figura 7.3 (os valores são negativos como era de se esperar devido à fadiga da

treliça). O deslocamento horizontal do banzo inferior central será positivo (Figura 7.3).

A temperatura ambiente de 20 ºC (Figura 7.4), o deslocamento encontrado é coerente

com a evolução dos deslocamentos encontrados com o incremento da temperatura.

Figura 7.5- Deslocamento do Perfil Esquerdo do Pilar Direito em Situação de Incêndio.

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Figura 7.6. Deslocamento do Perfil Esquerdo do Pilar Direito em Temperatura Ambiente.

Em relação ao deslocamento do perfil metálico esquerdo do pilar direito, conclui-se

que o deslocamento vertical e horizontal serão positivos (Figura 7.5). Quando comparados aos

resultados dos deslocamentos à temperatura ambiente, os valores do deslocamento horizontal

e vertical em situação de incêndio – devido à dilatação do aço com a ação do calor – são

maiores e crescentes (comparação da Figura 7.5 com Figura 7.6).

Figura 7.7. Reações de Apoio em Situação de Incêndio.

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Figura 7.8. Reações de Apoio à Temperatura Ambiente.

Reações no Apoio: as reações no apoio podem ser consideradas constantes desde a

temperatura ambiente (Figura 7.8) até o agravamento do incêndio (Figura 7.7). Isto ocorreu

tendo em vista que foi considerado para a análise apenas o carregamento da estrutura, o qual

se manteve constante no decorrer da análise. Foi a partir destas reações que o algoritmo para

análise numérica foi calibrado, possibilitando a convergência dos resultados das demais

solicitações.

Tendo em vista os diferentes coeficientes de ponderação, os valores da reação no apoio

de projeto (combinação normal última) foram maiores do que os valores da normal da

combinação excepcional; que por sua vez, esses últimos foram maiores do que a situação

quase permanente (Figura 7.8). Como esperado, esta peculiaridade também caracterizou os

valores ponderados à temperatura ambiente das normais (

Figura 7.10) e tensões (Figura 7.12).

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Figura 7.9. Normal em Situação de Incêndio.

Figura 7.10. Normal à Temperatura Ambiente Normal

A força axial no perfil analisado demonstrou um comportamento crescente de

compressão em situação de incêndio, e após a temperatura de 300ºC permaneceu constante,

tendo um aumento na temperatura de 600ºC (Figura 7.9). O comportamento compressivo se

explica principalmente devido à consideração apenas do carregamento da estrutura na análise

numérica, o que acarretou uma reação vertical de compressão no eixo do pilar. Os valores

obtiveram pouca variação quando comparados aos resultados à temperatura ambiente

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(combinação quase permanente -

Figura 7.10).

Figura 7.11. Tensão em Situação de Incêndio.

Figura 7.12. Tensão em Temperatura Ambiente.

Tensão: A tensão máxima do perfil esquerdo do pilar direito caracterizou como uma

crescente compressão, desde a análise linear à temperatura ambiente até a análise não-linear

com o incremento da temperatura (Figura 7.11 e Figura 7.12). Estes resultados eram

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esperados para os valores das tensões, já que possui relação direta com os valores das forças

axiais.

Por conclusão, este estudo possibilitou verificar a aplicação do Método Simplificado e

o de incêndio natural para dimensionamento de estruturas de aço em situação de incêndio. A

planilha produzida permitiu analisar os resultados de temperatura crítica do pilar do exemplo

estudado.

A temperatura que o pilar de aço deve resistir em situação de incêndio (TRRF) foi

calculada com o uso da planilha. O Método do Incêndio Natural resultou em níveis de

temperatura mais baixos que o Método Simplificado. Esta situação demonstra a possibilidade

de maior economia no uso de material de proteção térmica quando utilizado o Método do

Incêndio Natural, conclusão que ratifica a literatura consultada.

Apesar de ser economicamente mais viável, foi verificado que o Método do Incêndio

Natural para dimensionamento possui limitações de cálculo que podem influir em desfavor da

segurança. As curvas parametrizadas utilizadas no método representam situações reais

específicas de níveis de ventilação e dimensões de compartimento, podendo não ser aplicadas

na análise do comportamento real de uma estrutura com parâmetros distintos.

O presente estudo provavelmente tornar-se-á base teórica para uma futura possível

criação de Norma Técnica do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal para a

“Verificação das Estruturas de Aço em Situação de Incêndio”.

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8 SUGESTÕES PARA ESTUDOS POSTERIORES

Para estudos posteriores, sugere-se:

1. Análise da ação do vento no dimensionamento de pilares de aço em situação de

incêndio e o comportamento das ações de tração e compressão na estrutura devido à

variação de temperatura;

2. Análise dos resultados deste trabalho a partir de uma simulação com o uso do

aplicativo Fire Dynamic Simulator (FDS)1;

3. Comparação dos resultados dos métodos utilizados neste estudo com resultados de

ensaios experimentais em treliças metálicas;

4. Verificar os métodos de dimensionamento de estruturas metálicas em situação de

incêndio em exemplos de pórtico espacial.

1 O Fire Dynamic Simulator (FDS), em português, “Simulador de Dinâmica do Incêndio”, é um aplicativo computacional desenvolvido pelo National Institute of Standards and Technology (NIST) que simula o fluxo do fogo e da fumaça em um incêndio. A rotina do programa foi desenvolvida baseando-se na solução numérica de equações relacionadas ao fluxo do fogo, enfatizando o fluxo de calor transportado pela fumaça (MCGRATTAN et al, 2009).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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MCGRATTAN, Kevin et al. Fire Dynamics Simulator (Version 5): Technical Reference Guide. NIST special publication 1018-5. National Institute of Standards and Technology. U.S. Department of Commerce. Gaithersburg, MD, USA, 2009. MENDES, L. C. ; ALMEIDA, E. D. C. A Influência da Carga de Incêndio nos Mecanismos da Flambagem Transversal em Vigas de Edifícios. In: Jornadas Sulamericanas de Engenharia Estrutural, 22. Campinas: maio 2006. Anais... p. 23-33.

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PANNONI, FÁBIO DOMINGOS. Princípios da Proteção de Estruturas Metálicas em Situação de Corrosão e Incêndio. 3º Edição. 2004

POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO/Corpo de Bombeiros. Carga de Incêndio nas Edificações e Áreas de Risco. INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 14/2004 SCHLEICH, J.B; CAJOT, L.G. Global fire safety concept for buildings. La Revue de Métallurgie-Cahier d’Informations Techniques. 94(1) p. 129-149. Paris. janeiro de 1997.

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A. ANEXO – RESULTADO DAS ANÁLISES ELASTOPLÁSTICAS

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Figura A.1. Deformação à 300ºC

Figura A.2.Deslocamento X à 300ºC

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Figura A.3. Deslocamento Y à 300ºC

Figura A.4. Normal à 300ºC

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Figura A.5. Reações de Apoio à 300ºC

Figura A.6. Tensão à 300ºC

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Figura A.7. Deformação a 400 ºC

Figura A.8. Deslocamento X a 400 ºC

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Figura A.9. Deslocamento Y a 400 ºC

Figura A.10. Normal a 400 ºC

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Figura A.11. Reações de apoio 400 ºC

Figura A.12. Tensão a 400 ºC

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Figura A.13. Deformação a 500 ºC

Figura A.14. Deslocamento X a 500 ºC

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Figura A.15. Deslocamento Y a 500 ºC

Figura A.16. Normal a 500 ºC

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Figura A.17. Reações de apoio 500 ºC

Figura A.18. Tensão A 500 ºC

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Figura A.19 . Deformação a 600 ºC

Figura A.20. Deslocamento X a 600 ºC

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Figura A.21. Deslocamento Y a 600 ºC

Figura A.22. Normal a 600 ºC

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Figura A.23. Reações de apoio 600 ºC

Figura A.24. Tensão a 600 ºC