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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE SEGURANÇA PÚBLICA (CEGESP) CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS CILOMI SOUTO ARRAZ DOUTRINA DA ATIVIDADE OPERACIONAL NO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO AMAZONAS: DA DIVERSIDADE À UNIDADE GOIÂNIA - GO 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE

SEGURANÇA PÚBLICA (CEGESP)

CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS

CILOMI SOUTO ARRAZ

DOUTRINA DA ATIVIDADE OPERACIONAL NO CORPO DE

BOMBEIROS MILITAR DO AMAZONAS:

DA DIVERSIDADE À UNIDADE

GOIÂNIA - GO

2015

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CILOMI SOUTO ARRAZ

DOUTRINA DA ATIVIDADE OPERACIONAL NO CORPO DE

BOMBEIROS MILITAR DO AMAZONAS:

DA DIVERSIDADE À UNIDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a conclusão do Curso de Especialização (Latu Sensu) em Gerenciamento de Segurança Pública, da Universidade Estadual de Goiás, ministrado em parceria com o Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.

Orientador: TC QOCBM Carlos S. S. P. A. Franco

GOIÂNIA - GO

2015

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Doutrina da Atividade Operacional no Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas: da

Diversidade à Unidade

Cilomi Souto Arraz¹

RESUMO

O artigo destaca a existência de diversas doutrinas operacionais em vigor no Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas e suas consequências no seio da Corporação. Procura evidenciar a necessidade da busca pela unidade doutrinária, harmonizando-se os conhecimentos para uma melhor atuação operacional. Para tanto, foram apresentadas as principais doutrinas operacionais utilizadas no CBMAM, suas origens e utilização pelos Instrutores/Monitores na prática docente e, também, realizado trabalho de campo. Foram apresentadas as principais instituições bombeiro militar do país, responsáveis pela formação/especialização dos docentes bombeiros do Amazonas. Constatou-se um elevado nível na formação/especialização dos Instrutores/Monitores, tanto do ponto de vista acadêmico, quanto operacional. Os mesmos reconheceram a importância de se possuir manuais doutrinários próprios e foram, em sua maioria, voluntários para torná-los reais, visando à uniformização da atividade bombeiro militar no Estado do Amazonas.

Palavras-chave: Manuais Doutrinários, Atividade Operacional, Corpo de Bombeiros.

ABSTRACT

The article shows the existence of various operational doctrines taking place in the Fire Department of the State of Amazonas and its consequences within the Corporation. It seeks to put in evidence the need to search for doctrinal unity, harmonizing the knowledge for better operating performance. Therefore, the main operational doctrines used in CBMAM were presented, its origins and use by instructors / monitors in teaching practice and also was conducted field work. It was presented the most important Fire Department institutions in the country, responsible for training / specialization of the Amazonas‟s Firefighters. It was found a high level in training / specialization of instructors / monitors, both from the academic point of view, as operational. They recognized the importance of owning their own doctrinal manuals and were mostly volunteers to make them real, aiming at standardizing the firefighter activity in the state of Amazonas. Keywords: Doctrinal Manuals, Operational activity, Fire Department. _____________ ¹ Capitão do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas e Pós-graduando do Curso de Especialização

em Gerenciamento de Segurança Pública. Convênio UEG/SSP/Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.

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INTRODUÇÃO

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) tem em suas fileiras

Oficiais e Praças formados e/ou especializados em diversas instituições Bombeiro

Militar do País. Somado a este fato, tem-se a carência de Manuais de Bombeiros

próprios, isto é, organizados e produzidos pela Corporação. Essa situação favorece

a existência de uma diversidade de doutrinas operacionais, que são disseminadas

por meio das instruções regulares.

É neste cenário que esta pesquisa se insere, como uma importante

ferramenta para compreender as facetas dessa diversidade, em vistas ao

aperfeiçoamento dos processos educacionais no CBMAM.

Burmester (2012, p. 15), quando discorre sobre o poder da informação afirma

que, mais importante que deter a informação, é a capacidade de filtrar e compartilhar

essa informação, agregando valor. Nesse sentido, mais importante que deter muitos

manuais de bombeiros de diversas fontes, é a forma em que esses conhecimentos

são selecionados, estruturados, com agregação de valor para o usuário a que se

destina: os Bombeiros do Amazonas.

Segundo Chiavenato (2010, p. 430) “a aprendizagem organizacional constitui

a palavra de ordem nas organizações bem-sucedidas para promover a mudança”,

sendo este fato, um dos motivos pelos quais se faz necessário o presente estudo;

A Corporação precisa melhorar seus processos educacionais, pois “quanto

mais as empresas dominam o conhecimento, tanto maior a sua vantagem

competitiva” (CHIAVENATO, 2010, p. 397). Nesta mesma ótica, Franco (2011), em

seu Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização em Gestão Estratégica,

ratifica que:

Embora existam defensores da tese de que a administração pública não enfrenta concorrência, esta recebe pressão, especialmente dos próprios usuários, pelo aumento na qualidade de seus processos, a fim de melhor atendê-los (FRANCO, 2011, p. 13).

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Cabe destacar que a atividade de ensino no Corpo de Bombeiros Militar do

Amazonas é executada pelo Instituto Integrado de Ensino de Segurança Pública do

Estado do Amazonas, em seu Campus IV (IESP-IV), conforme a Lei Delegada nº

064, de 4 de maio de 2007 e a Lei nº 3.205, de 27 de dezembro de 2007, ambas leis

estaduais. O IESP-IV possui em seu quadro de efetivo, civis e militares com

formação na área da docência, utilizando-se para a formação e especialização dos

bombeiros militares, majoritariamente, instrutores e monitores do próprio CBMAM

(AMAZONAS, 2015b).

O presente estudo procurou fomentar a discussão sobre a importância de

padronização dos macroprocessos operacionais do CBMAM, ou seja, um conjunto

doutrinário, produzido e organizado por membros da Corporação, o qual deve servir

de base para o conhecimento e atuação Bombeiro Militar (BM) nas ocorrências

Operacionais atendidas por seus integrantes.

Nesta linha geral de ação, buscou-se atingir os seguintes objetivos

específicos: Apresentar os macroprocessos operacionais do CBMAM, identificar

quais as origens das práticas metodológicas adotadas para a execução dos

procedimentos operacionais do CBMAM, pesquisar a percepção dos multiplicadores

e facilitadores do processo de ensino e aprendizagem sobre a diversidade

doutrinária das atividades operacionais do CBMAM e sua interferência na

uniformidade de atuação operacional e oferecer sugestões visando à criação de

Grupos de Trabalho para confecção de Manuais de Bombeiros, para o CBMAM.

1. DESENVOLVIMENTO

1.1. REVISÃO DA LITERATURA

1.1.1. Macroprocessos operacionais do CBMAM

O Artigo 144, § 5º da Constituição Federal, atribui aos Corpos de Bombeiros

Militares, além das atribuições definidas em lei, a execução de atividades de Defesa

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Civil (BRASIL, 2015).

Em consonância com a Carta Magna, a Constituição Estadual do Amazonas,

em seu inciso 2º, do Art. 116, no que se refere às atividades que lhe competem, traz

a seguinte redação (AMAZONAS, 2015a):

II – Ao Corpo de Bombeiros Militar: a) planejamento, coordenação e execução de atividades de Defesa Civil; b) prevenção e combate a incêndio, busca e salvamento; c) realização de perícias de incêndio relacionadas à sua competência; d) socorro de emergência.

E a Lei Delegada nº 089, de 18 de maio de 2007 (Lei de Organização Básica

do CBMAM – LOB/CBMAM), em seus incisos I a V, do Art. 2º, definem as finalidades

do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (AMAZONAS, 2015c):

I - atuação na defesa civil estadual e nas funções de proteção da incolumidade e do socorro das pessoas em caso de infortúnio ou de calamidade; II – exercício das atividades de polícia administrativa para a prevenção e combate a incêndio, bem como para o controle de edificações e seus projetos, visando a observância de requisitos técnicos contra incêndio e outros riscos; III - proteção, busca e salvamento de pessoas e bens; IV - atuação no socorro médico de emergência pré-hospitalar; V - proteção e salvamento aquáticos.

O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, por meio de seu Boletim Geral nº

092, de 19 de maio de 2014, acrescentou às finalidades, atividades e atribuições, já

prescritas em Lei, às unidades integrantes do Comando de Bombeiros da Capital

(CBC), as seguintes competências (CBMAM, 2014):

b. As unidades integrantes da estrutura organizacional do CBC tem as seguintes competências, sem prejuízo de outras ações e atividades previstas em seu regimento interno: b.1. Centro de Operações Bombeiro Militar (COBOM) - controle, coordenação, serviços de comunicações, estatísticas e ações operacionais; b.2. Batalhão de Bombeiros Especial (BBE) - coordenação, fiscalização, controle e execução de atividades administrativas e operacionais de salvamento, busca, resgate e emergências médicas. b.2.1. Destarte, decido acrescentar as seguintes unidades subordinadas ao BBE: - Seção de Resgate - realizar atividades operacionais de resgate e emergências médicas; - Seção de Corte de Árvores - realizar atividades operacionais de poda e corte de árvores; - Grupamento de Salvamento Aquático - realizar atividades operacionais de prevenção e salvamento aquático.

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b.3. Batalhão de Incêndio Florestal e Meio Ambiente (BIFMA) - prevenção e combate a incêndio florestal e queimadas, socorro ao meio ambiente, em conformidade com a lei. b.3.1. Destarte, decido acrescentar as seguintes unidades subordinadas ao BIFMA: - Seção de Captura de Animais - realizar atividades operacionais de busca, resgate e captura de animais; - Seção de Controle de Insetos - realizar atividades operacionais de controle de insetos; - Grupamento de Busca e Resgate em Ambientes de Selva - realizar atividades operacionais de busca e resgate em ambientes de selva.

Faz-se mister destacar, ainda, a estatística das ocorrências, de fato atendidas

pela Corporação. A tabela a seguir refere-se ao resumo das ocorrências atendidas

pelo CBMAM no período de janeiro a junho de 2015:

Tabela 1: Natureza das ocorrências atendidas entre janeiro a junho de 2015

Naturezas de Maior Vulto Quantidade Percentual

SALVAMENTO, BUSCA E RESGATE 798 36%

AÇÃO DE PREVENÇÃO 545 25%

INCÊNDIO 304 14%

SERVIÇOS 263 12%

ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR 123 6%

ACIDENTES 109 5%

OCORRÊNCIA SEM ATUAÇÃO 36 2%

OCORRÊNCIA ADMINISTRATIVA 29 1%

Total 2207 100%

Fonte: Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas, 2015.

Para cada natureza informada, há uma variedade de tipos de ocorrências,

todas as quais, podem ser enquadradas em alguma atividade, finalidade ou

atribuição, determinadas nas legislações afins.

1.1.2. Manuais doutrinários das atividades operacionais bombeiro militar

No presente estudo, entende-se por “doutrina” a definição citada nas

Instruções Gerais para a Organização e Funcionamento do Sistema de Doutrina

Militar Terrestre (SIDOMT):

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Conjunto de princípios, conceitos, normas e procedimentos. Fundamentada principalmente na experiência, destinada a estabelecer linhas de pensamento e a orientar ações, exposta de forma integrada e harmônica. Em uma visão mais abrangente, os princípios e conceitos compõem o espectro filosófico da doutrina, enquanto as normas e procedimentos determinam, de modo pragmático, a práxis, ou seja, o processo de execução ou a prática de uma ou várias ações pré-estabelecidas. (BRASIL, 2015b).

A Doutrina da Atividade Operacional pode ser comparada, em parte, no que

se denomina nas corporações civis, de Cultura Organizacional, pois:

A cultura organizacional envolve a soma dos valores, costumes, tradições e significados que fazem de uma organização algo único e diferente [...] É fundamental para o dia a dia das organizações que tenham conceitos bem definidos, disseminados e compreendidos para que todos se alinhem na busca da condução dos objetivos. (BURMESTER, 2012, p. 92).

Para Gasalla (2007, p. 25) “A cultura organizacional é uma espécie de

sedimento que foi se juntando a partir de comportamentos organizacionais

anteriores” e “[...] o fator mais nocivo para uma empresa é não ter uma cultura”.

(apud BURMESTER, 2012, p. 88). Neste sentido, é almejável uma definição e

alinhamento dos conhecimentos operacionais da Corporação, de modo que todos os

Bombeiros Militares (BM) possam estar “alinhados” nas ações institucionais.

Robbins; Finley (1997, p. 114) em seu livro “Por que as Equipes não

Funcionam” afirma: “Ter uma visão claramente comunicada, por outro lado, permite

aos funcionários e membros de equipe medirem seus valores e comportamentos em

comparação com o padrão da empresa”, dessa forma, pode-se fazer uma analogia

com a importância de se comunicar um padrão de conhecimentos doutrinários

operacionais para que o membro da equipe BM possa guiar sua atuação.

Em contato realizado com 20 (vinte), das 27 (vinte e sete) instituições

bombeiros militares no país, por meio das informações disponíveis no site do

Conselho Nacional de Comandantes Gerais das Polícias Militares e Corpos de

Bombeiros Militares – CNCG (www.cngc.gov.br), verificou-se que 12 (doze) já

haviam produzido manuais doutrinários próprios e que 8 (oito) se utilizavam de

manuais produzidos por outras corporações. Com as demais 7 (sete) Corporações,

não se conseguiu contato.

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1.1.3. A diversidade doutrinária e sua utilização no CBMAM

Instituições comprometidas com sua missão buscam desempenhar suas

atividades da melhor forma possível, e, em se tratando de instituição estatal, preza

pelo princípio da eficiência (Art. 37, Constituição Federal).

A respeito do que vem a ser „eficiência‟, o Instrumento para Avaliação da

Gestão Pública Ciclo 2008/2009 do Ministério do Planejamento, assim a define:

“fazer o que precisa ser feito com o máximo de qualidade ao menor custo possível.

Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de buscar a melhor

relação entre qualidade do serviço e qualidade do gasto” (BRASIL, 2015c).

José María Gasalla, em seu livro A Nova Gestão de Pessoas – O talento

executivo escreveu sobre a importância de se aproveitar a informação e

conhecimento disponível à organização:

Esse é necessariamente o papel daqueles que gerenciam o conhecimento, que tratam de „descobrir‟ o grau de conhecimento disponível e posteriormente elaboram mecanismos que possibilitem seu máximo aproveitamento por todos a fim de possibilitar a transformação da empresa (GASALLA, 2007, p. 34)

Ao se ter em mente o que é ser eficiente e, ainda, que são as pessoas, os

agentes de qualquer atuação operacional na Corporação, o texto de Chamon (2008,

p. 199) “[...] o desenvolvimento das competências organizacionais está diretamente

ligado ao desenvolvimento das competências individuais e das condições dadas pelo

contexto” reflete bem a ideia de que a instituição deve criar mecanismos para facilitar

o aperfeiçoamento técnico-profissional de seus colaboradores, isso em prol da

própria instituição e da sociedade em geral.

Gasalla (2007), ao falar sobre o correto funcionamento das organizações,

escreveu:

O perigo reside no funcionamento caótico, descontrolado, no qual não seja possível visualizar uma linha de ação, um senso de harmonia, um equilíbrio. Contudo, uma organização que defende um aprendizado contínuo ensinará a procurar, identificar, selecionar, discriminar e compartilhar informação e conhecimento. (GASALLA, 2007, p. 34, 35).

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Segundo Chiavenato (2010, p. 368) “O treinamento constitui o núcleo de um

esforço contínuo desenhado para melhorar as competências das pessoas e,

consequentemente, o desempenho organizacional”.

Desse modo, caberá aos gestores da área de ensino da corporação,

harmonizar os conhecimentos doutrinários disponíveis ao CBMAM, que, por sua vez,

culminará em melhor desempenho operacional.

1.1.4. Criação de Grupos de Trabalho para confecção de Manuais de

Bombeiros para o CBMAM

Da análise do que já foi exposto neste artigo, bem como a compreensão de

que,

uma razão importante pela qual os grupos são criados é facilitar a realização de tarefas. Um grupo consegue, muitas vezes, maior sucesso, por um esforço conjunto, do que um número igual de pessoas trabalhando separadamente. Na realidade, muitas metas são atingíveis somente por meio da cooperação entre os membros do grupo. (VECCHIO, 2008, p. 212).

percebe-se a importância da criação de Grupos de Trabalho (GT), para confecção

de Manuais de Bombeiros para o CBMAM, de modo que todos os integrantes da

corporação possam atuar, cooperando uns com os outros, em unidade de técnicas e

táticas operacionais, ou seja, de doutrina.

Weisinger (1997, p. 150), comenta: “o sucesso do funcionamento de uma

equipe, um departamento ou um grupo tem relação direta com a eficácia da

comunicação entre seus membros nas situações de grupo”. Nisto, traz-se à baila, o

esforço comunicativo necessário para os GT que poderão ser criados, os quais

precisarão manter “[...] as críticas orientadas para o aperfeiçoamento: „Como

podemos tornar nosso processo mais eficiente‟” (WEISINGER, 1997, p. 154),

principalmente ao considerarmos que os grupos serão heterogêneos, como

heterogênea é a formação dos Instrutores/Monitores da Corporação.

Franco (2011, p. 20) diz que “a informação é um recurso de poder, tendo em

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vista que é capaz de mudar toda a sociedade através de desenvolvimento e

aplicação de conhecimento”. Por certo, os GT, ao produzir conhecimento doutrinário

para a Instituição, mudá-la-á, desenvolvendo-a a patamares mais elevados.

Em consonância com Franco (2011), a citação sacra se faz obrigatória: “e não

vos conformeis com o tempo presente, mas transformai-vos pela renovação da

vossa mente [...]” (BIBLIA SHED, 1997). Que os bombeiros militares do Amazonas

possam se renovar, com as melhores técnicas e táticas, ao invés de permanecerem

estagnados no „tempo presente‟ da simples aceitação dos manuais externos à

Corporação.

1.2. METODOLOGIA

O desenvolvimento desta pesquisa se deu de forma descritiva, pois segundo

Gil (2002, p. 42) “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição

das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o

estabelecimento de relações entre variáveis”.

Como exemplifica Gil (2002, p.43), os procedimentos adotados para a coleta

de dados foram tanto as fontes de “papel”, ou seja, as pesquisas bibliográficas e

documentais, quanto os dados fornecidos por pessoas, neste caso, o levantamento,

e, mais especificamente, o questionário.

A pesquisa documental foi realizada junto ao Centro de Operações Bombeiro

Militar, fins de análise das ocorrências atendidas pela Corporação no ano de 2015. O

questionário foi direcionado aos Instrutores e Monitores do Corpo de Bombeiros

Militar do Amazonas.

A pesquisa bibliográfica foi realizada, conforme preconiza Gil (2002): “a

pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado,

constituído principalmente de livros e artigos científicos”.

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Os dados foram analisados de forma qualitativa, pois “a análise qualitativa

depende de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão

da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam

a investigação” (GIL, 2002, p. 133), o que de fato ocorreu, quando da obtenção dos

diversos dados coletados e suas análises correlacionadas.

O universo pesquisado foi o de Instrutores e Monitores do CBMAM. Foram

enviados questionários aos 77 (setenta e sete) Instrutores e Monitores em atividade,

junto ao Campus IV do IESP.

1.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

A pesquisa, realizada por meio de questionário, composto por 10 (dez)

questões, foi direcionada aos Instrutores e Monitores da Corporação. Responderam

ao questionário 32 (trinta e dois) Instrutores/Monitores. As respostas evidenciaram

fatores basilares para a presente pesquisa, norteadores para a melhoria dos

processos educacionais do CBMAM.

A primeira questão, “Marque um “X” na maior formação acadêmica do Sr.(a)”,

teve o objetivo de verificar o nível acadêmico dos Instrutores/Monitores e sua relação

com outros fatores, tais como: Tempo que ministra instrução na Corporação e quais

disciplinas ministra.

Os resultados coletados para essa questão foram animadores, visto que 26

(vinte e seis) Instrutores/Monitores, ou seja, 86,67% do total analisado possuem

curso superior. Destes, 9 (nove) possuem pós-graduação (representando 28,1% do

total) e 1 (um) Instrutor/Monitor declarou possuir a titulação de Mestre. Apenas 6

(seis) Instrutores/Monitores possuem apenas o Ensino Médio, representando 18,7%

do total.

Não paira dúvidas sobre a capacitação acadêmica dos Instrutores/Monitores

do CBMAM, os quais buscaram capacitar-se profissionalmente, além dos limites das

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instruções operacionais e administrativas da corporação. Burmester (2012, p.10) nos

lembra que “A fonte do poder real nas organizações parece estar ligada à

capacidade de acesso a recursos e informação e à habilidade para repassá-los para

os subordinados”. Assim, a Corporação já possui os recursos humanos necessários

para alavancar a melhoria de seus processos educacionais (e consequente melhoria

do atendimento operacional), sendo importante aprimorar o fluxo de conhecimento

entre os Instrutores/Monitores e a efetivo BM em geral.

A segunda questão, “Durante suas atividades operacionais na Corporação,

alguma vez o Sr.(a) vivenciou discrepâncias entre o que o Sr.(a) aprendeu e o que

outros Bombeiros fazem (por terem aprendido daquela forma)?”, procurou verificar

se há, entre os bombeiros do Amazonas, diferenças doutrinárias na formação BM,

comprovadas na prática operacional dos Instrutores/Monitores.

Os resultados a essa questão foram os esperados pelo pesquisador, pois 31

(trinta e um) Instrutores/Monitores responderam que “Sim” e apenas 1 (um)

respondeu que “Não”.

A terceira questão “A quanto tempo o Sr.(a) ministra instrução no CBMAM?”

procurou mensurar a experiência docente dos Instrutores/Monitores da Corporação.

No livro A Arte da Guerra, Sun Tzu ensinou: “Alguém que não está familiarizado com

as montanhas e florestas, gargantas e desfiladeiros, com a forma dos charcos e

pantanais, não pode fazer avançar o exército” (SAWYER, 2006, p. 91).

Os resultados dessa questão nos revelam que os docentes da Corporação

estão “familiarizados com o terreno” do ensino, pois: 24 (vinte e quatro)

Intrutores/Monitores têm mais de 5 (cinco) anos de docência, ou seja, 75% do total,

e 8 (oito) tem menos de 5 (cinco) anos de docência, representando 25% do total.

Cabe lembrar, contudo, que docentes capazes, por si só, não é fator de sucesso no

processo de ensino-aprendizagem, como Chiavenato (2010, p. 398) nos traz à

memória: “Mas o conhecimento não é formado ao acaso. Ele precisa ser

administrado. A gestão do conhecimento é o processo através do qual as

organizações geram valor a partir de seu capital ou ativos intelectuais”.

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A quarta questão é o cerne deste estudo: “O Sr.(a) acredita que há

diversidade de doutrinas operacionais (neste trabalho, doutrina operacional

aproximasse da ideia de Procedimento Operacional Padrão) em vigor no

CBMAM?”. Procurou-se mensurar a percepção dos Instrutores/Monitores sobre o

assunto.

Os resultados dessa questão foram idênticos aos da segunda: 31 (trinta e

uma) respostas para o “Sim” e apenas 1 (uma) para o “Não”. Estes resultados não

são surpreendentes, considerando a heterogeneidade da formação dos Bombeiros

Militares do Amazonas (a ser analisada nas questões 8 (oito) e 9 (nove) do presente

estudo).

A quinta questão, em sintonia com a segunda e quarta questões, “Caso a

resposta anterior seja Sim, a diversidade de doutrinas operacionais utilizadas na

Formação BM, no CBMAM, dificulta a uniformidade de atuação operacional?”

procurou saber a opinião dos Instrutores/Monitores sobre as consequências dessa

diversidade de doutrinas operacionais.

Os resultados também foram semelhantes às segunda e quarta questões,

sendo 25 (vinte e cinco) respostas “Sim”, 3 (três) “Talvez” e 3 (três) “Não”. Ou seja,

para a maioria dos Instrutores/Monitores pesquisados, a diversidade de doutrinas

operacionais em vigor no CBMAM dificulta a uniformidade de atuação operacional.

A sexta questão, “Ao longo de sua carreira profissional no CBMAM, o Sr.(a) já

teve acesso a quantos materiais didáticos (voltados para a formação BM) produzidos

por nossa Corporação?” teve o intuito conhecer um pouco mais sobre a história da

Instituição no que se refere a produção de conhecimentos escritos, voltados para a

atividade operacional, pois “O conhecimento é mais do que uma pessoa ou grupo de

pessoas sabe e conhece. Ele é também o que a organização sabe e conhece –

continuamente agregado a partir de fontes internas e externas por anos e décadas”

(CHIAVENATO, 2010, p. 398).

Os resultados obtidos nesta pergunta refletem, em parte, a pouca importância

que a Corporação vem dispensando à questão do conhecimento doutrinário, visto

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que a maioria dos pesquisados, 23 (vinte e três), nunca entraram em contato com

qualquer material didático produzido pela Corporação. Por outro lado, 9 (nove)

Instrutores/Monitores relataram ter tido contado com publicações doutrinárias da

Corporação, mas esse contato, não resultou em fonte para o processo de ensino-

aprendizagem no Corpo de Bombeiros, como se infere dos resultados obtidos da

questão 9 (nove).

A questão 7 (sete), “Qual o grau de importância que o Sr.(a) daria para a

necessidade do CBMAM possuir manuais doutrinários próprios?” buscou fortalecer o

entendimento sobre a necessidade de se possuir tais manuais. Esta questão se

alinha à questão de nº 10 (dez).

Os resultados obtidos foram animadores, visto que 25 (vinte e cinco) dos

docentes (78,13%) consideraram o tema extremamente importante, 6 (seis)

consideraram o assunto importante ou muito importante e apenas 1 (um) considerou

de pouca importância a necessidade de se possuir manuais doutrinários próprios.

As respostas obtidas nesta questão harmonizam-se com Chiavenato (2010,

p.397): “Nas organizações, o conhecimento está embutido em documentos, rotinas,

processos, práticas e normas organizacionais” e,

O programa de treinamento deve estar associado com as necessidades estratégicas da organização. Comprar pacotes de treinamento, isto é, programas já prontos e vendidos como produtos enlatados e fechados, nem sempre soluciona as necessidades da organização. (CHIAVENATO, 2010, p. 374)

A questão de nº 8 (oito) “Informe até três Disciplinas que o Sr.(a) ministra e a

principal fonte bibliográfica utilizada” procurou identificar as fontes doutrinárias

das atividades docentes na Corporação. Do número de vezes em que foram

citadas as origens das fontes bibliográficas utilizadas para fundamentar o

conhecimento das disciplinas ministradas pelos docentes, construiu-se a

tabela a seguir:

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Tabela 2: Fontes doutrinárias das atividades docentes no CBMAM

Fontes Doutrinárias Quantidade de Citações

CBM-SP 35

CBM-DF 14

Livros e Legislações Civis Diversas 13

CBM-ES 7

Exército Brasileiro 4

CBM-PA 2

CBM-RJ 2

Manuais Americanos 2

PM-AM 2

CBM-AM 1

CBM-GO 1

CBM-PR 1

Marinha do Brasil 1

TOTAL 85

Fonte: Elaborado pelo Autor (2015)

A supremacia do Corpo de Bombeiros Militar da Polícia Militar do Estado de

São Paulo, aqui abreviado com a sigla CBM-SP, como fonte doutrinária majoritária

em vigor no CBMAM, é notória, com 35 (trinta e cinco) citações de um total de 85

(oitenta e cinco). Em segundo lugar na lista, aparece o Corpo de Bombeiros do

Distrito Federal, com 14 (catorze) menções. O Corpo de Bombeiros Militar do Estado

do Espírito Santo aparece em terceiro lugar, com 7 (sete) citações, dentre as

Instituições que mais contribuem para o arcabouço doutrinário do CBMAM.

A questão de número 9 (nove), “Em relação a sua formação profissional,

informe até três Cursos de Formação/Especialização que o Sr.(a) tenha realizado

fora do CBMAM (ou com instrutores de fora, ministrando curso no CBMAM)” visa ter

uma ideia mais clara a respeito das distintas origens na formação/especialização dos

Instrutores/Monitores da Corporação. Segue abaixo a tabela com os dados obtidos:

Tabela 3: Locais de formação/especialização dos instrutores/monitores do CBMAM

LOCAIS DE FORMAÇÃO/ESPECIALIZAÇÃO Quantidade de

Cursos/Especializações

CBM-DF 21

CBM-SP 16

CBM-PA 6

CBM-ES 4

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Força Nacional de Segurança 4

Instituições Civis 4

CBM-RJ 3

EUA 2

CBM-AC 2

CBM-MA 2

CBM-MG 2

CBM-PE 2

CBM-GO 1

CBM-PR 1

CBM-SC 1

Marinha do Brasil 1

TOTAL 72

Fonte: Elaborado pelo Autor (2015)

Novamente, assim como ocorreu na questão de número 8 (oito), aqui, se

verifica as mesmas Instituições BM nas quatro primeiras posições, quando se refere

à formação dos bombeiros militares do Amazonas, a saber, os Corpos de Bombeiros

do Distrito Federal, São Paulo, Pará e Espírito Santo. Deve-se ressaltar, contudo,

que os dados obtidos acima, se referem há uma amostra, e não contempla o total

dos Instrutores/Monitores da Corporação, mas sim, apenas aqueles que

responderam ao questionário elaborado neste estudo.

A décima questão, “O Sr.(a) seria voluntário para compor um Grupo de

Trabalho fins elaboração de Manual de Bombeiros, em sua área de atuação?”

procura verificar se haverá voluntários para a confecção de manuais, considerando

um provável esforço da corporação, neste sentido, à curto prazo.

Os dados coletados são favoráveis a uma política de valorização do

conhecimento institucional, havendo muitos voluntários, pois 27 (vinte e sete) dos

docentes responderam “Sim”, 4 (quatro) responderam “Talvez” e apenas 1 (um)

declarou não ser voluntário para participar de confecção de manuais para a

Corporação.

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este artigo salientou a questão da diversidade de doutrinas operacionais em

vigor no CBMAM, evidenciado a pouca importância que a Corporação dá ao tema

atualmente. Tal fato expõe todos os bombeiros militares do Amazonas a uma

atuação operacional desvinculada de bases doutrinárias comuns, podendo causar

uma menor qualidade dos serviços prestados à sociedade amazonense.

Ressaltou que a grande quantidade de manuais doutrinários disponíveis não

garante a sintonia dos trabalhos executados, mas sim podem causar um

funcionamento operacional caótico, sem uma linha de ação clara aos executores.

Neste sentido, recomendou um gerenciamento voltado para a harmonização e

unificação dos conhecimentos doutrinários existentes no Corpo de Bombeiros.

Pelo trabalho de campo, constataram-se as principais instituições bombeiros

militares do país que mais contribuem com a formação/especialização dos

bombeiros do Amazonas. Verificou-se ainda, as principais fontes doutrinárias

utilizadas pelos docentes da Corporação. Nisto, se inferiu o peso da

responsabilidade que se dá ao indivíduo – instrutor/monitor – na formação dos

bombeiros, ao invés desta responsabilidade ser direcionada para a própria

Instituição. Tal situação ocorre por não haver um conjunto sinérgico de doutrinas e

processos educacionais na Corporação.

Foi evidenciada a competência dos instrutores/monitores do CBMAM, bem

como a intenção legítima de participarem ativamente da elaboração de manuais

doutrinários próprios, visando minimizar o impacto das discrepâncias causadas pela

diversidade doutrinária, hoje existente.

Neste contexto, a formação de Grupos de Trabalho (GT) para a elaboração de

manuais doutrinários próprios para o CBMAM encontra guarida no corpo docente

institucional, bem como se fará necessário assim proceder, para que a Corporação

possa progredir na melhoria dos processos educacionais, em prol da comunidade.

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REFERÊNCIAS

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Portaria nº 002/CBC-2014, redefine competências dos órgãos de assistência e assessoramento e dos órgãos de execução, no âmbito do Comando de Bombeiros da Capital. Manaus, 2014. ______. Centro de Operações Bombeiro Militar: Ocorrências atendidas pelo CBMAM - Janeiro a Junho de 2015. Manaus, 2015. FRANCO, Carlos Sérgio Souza Pinto de Almeida. Sistema Integrado de Controle Administrativo: Experiência do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. 2011. 99 f. Monogragia (Especialização em Gestão Estratégica) - Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, Brasília, 2011. FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico: Explicação das Normas da ABNT. 17. ed. Porto Alegre: Dáctilo Plus, 2015. GASALLA, José María. A Nova Gestão de Pessoas: O talento executivo. São Paulo: Saraiva, 2007. GIL, Antônio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002 INSTITUTO INTEGRADO DE ENSINO DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DO AMAZONAS. Contatos dos docentes. Manaus, 2015. ROBBINS, Harvey; FINLEY, Michael. Por que as Equipes não Funcionam: O que não deu certo e como torná-las criativas e eficientes. Rio de Janeiro: Campus, 1997. SAWYER, Ralph D. A Arte da Guerra: Sun-Tzu, Sun-Pin. Tradução para o Inglês, introdução e comentário de Ralph D. Sawyer; colaboração de Mei-Chun Lee Sawyer: Tradução a partir do inglês de Ana Aguiar Cotrim. São Paulo: Martins Fontes, 2006. VECCHIO, Robert P. Comportamento Organizacional: Conceitos básicos. São Paulo: Cengage Learning, 2008. WEISINGER, Hendrie. Inteligência Emocional no Trabalho: Como aplicar os conceitos revolucionários da I.E. nas suas relações profissionais, reduzindo o estresse, aumentando sua satisfação, eficiência e competitividade. Rio de Janeiro: Objetiva, 1997.

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APÊNDICE

QUESTIONÁRIO AOS INSTRUTORES E MONITORES DO CBMAM

Saudações! Peço a colaboração do Sr.(a) em responder o questionário

abaixo; seu auxílio contribuirá bastante com o meu trabalho. O presente questionário

é destinado a todos os militares que atuam (ou atuaram) como

Instrutores/Monitores no CBMAM nos últimos dois anos. As seguintes perguntas

servirão de base ao Artigo Científico a ser apresentado como Trabalho de Conclusão

de Curso (TCC) do CAO que estou realizando. Atenciosamente, Cap QOBM Cilomi

Souto Arraz.

1. Marque um “X” na maior formação acadêmica do Sr.(a):

( ) Ensino Fundamental ( ) Pós-Graduado

( ) Ensino Médio ( ) Mestre

( ) Ensino Superior ( ) Doutor

2. Durante suas atividades operacionais na Corporação, alguma vez o Sr.(a)

vivenciou discrepâncias entre o que o Sr.(a) aprendeu e o que outros

Bombeiros fazem (por terem aprendido daquela forma)?

( ) Sim ( ) Não

3. A quanto tempo o Sr.(a) ministra instrução no CBMAM?

( ) Menos de 5 anos ( ) de 20 a 25 anos incompletos

( ) de 5 a 10 anos incompletos ( ) de 25 a 30 incompletos

( ) de 10 a 15 anos incompletos ( ) mais de 30 anos

( ) de 15 a 20 anos incompletos

4. O Sr.(a) acredita que há diversidade de doutrinas operacionais (neste

trabalho, doutrina operacional aproximasse da ideia de Procedimento

Operacional Padrão) em vigor no CBMAM?

( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez

5. Caso a resposta anterior seja Sim, a diversidade de doutrinas operacionais

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utilizadas na Formação BM, no CBMAM, dificulta a uniformidade de atuação

operacional?

( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez

6. Ao longo de sua carreira profissional no CBMAM, o Sr.(a) já teve acesso a

quantos materiais didáticos (voltados para a formação BM) produzidos por

nossa Corporação?

( ) Nenhum ( ) Até 5

( ) de 6 a 10 ( ) Mais de 10

7. Qual o grau de importância que o Sr.(a) daria para a necessidade do CBMAM

possuir manuais doutrinários próprios?

( ) Extremamente importante ( ) Pouco importante

( ) Muito importante ( ) Sem importância

( ) Importante

8. Informe até três Disciplinas que o Sr.(a) ministra e a principal fonte

bibliográfica utilizada: (Exemplo: Combate a Incêndio Urbano - Manual do

Corpo de Bombeiros de São Paulo; Salvamento em Altura - Manual do Corpo

de Bombeiros do Espírito Santo)

Disciplina Ministrada Fonte Bibliográfica Utilizada

9. Em relação a sua formação profissional, informe até três Cursos de

Formação/Especialização que o Sr.(a) tenha realizado fora do CBMAM (ou

com instrutores de fora, ministrando curso no CBMAM): (Exemplo: Curso de

Especialização em Salvamento em Altura – Instrutores do CBM-ES; Curso de

Mergulho Autônomo – Instrutores do CBM-PA; Curso de Aperfeiçoamento de

Sargentos - Corpo de Bombeiros de Roraima; Curso de Bombeiros para

Oficial - Corpo de Bombeiros de São Paulo; etc).

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Curso de Formação e/ou Especialização Local da Formação e/ou

Especialização

10. O Sr.(a) seria voluntário para compor um Grupo de Trabalho fins elaboração

de Manual de Bombeiros, em sua área de atuação?

( ) Sim ( ) Não ( ) Talvez

Muito Obrigado por sua colaboração!