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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL JAMILE OLIVEIRA PAIM IMPLANTAÇÃO DE OBRA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA Feira de Santana Dezembro de 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

JAMILE OLIVEIRA PAIM

IMPLANTAÇÃO DE OBRA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA

Feira de Santana Dezembro de 2010

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JAMILE OLIVEIRA PAIM

IMPLANTAÇÃO DE OBRA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA

Projeto de Pesquisa apresentado como Trabalho Final de Curso ao Departamento de Tecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), para obtenção da graduação de Bacharel em Engenharia Civil. Orientador: Prof. Dr. Silvio Roberto Magalhães Orrico.

Feira de Santana

Dezembro de 2010

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JAMILE OLIVEIRA PAIM

IMPLANTAÇÃO DE OBRA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ESTUDO DE CASO NA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA

Projeto de Pesquisa apresentado como Trabalho Final de Curso ao Departamento de Tecnologia, da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), para obtenção da graduação de Bacharel em Engenharia Civil.

Feira de Santana, BAHIA, 23 de dezembro de 2010.

______________________________________________________________________

Orientador: Professor Silvio Roberto Magalhães Orrico Universidade Estadual de Feira de Santana

______________________________________________________________________

Professora Sandra Maria Furiam Dias

Universidade Estadual de Feira de Santana

______________________________________________________________________

Professora Rosa Alencar Santana de Almeida

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

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RESUMO

Tendo em vista a importância do esgotamento sanitário para a população,foi

avaliada a causa das interferências e problemas que ocorrem durante a execução

da obra, mais especificamente na obra de esgotamento sanitário da Bacia do Subaé

no município de Feira de Santana. Além de comparar o projetado e o executado de

determinados serviços e materiais, para isso foi utilizada a planilha de medição da

obra, mais especificamente da 31ª medição datada de 07 de dezembro de 2010. Foi

possível observar que as interferências causadas por desapropriações, redes

existentes (água, gás e drenagem pluvial) e tipos de solos não previstos alteram o

andamento da obra, aumentando o seu prazo de execução.

Palavras – chave: Esgotamento sanitário, Bacia do Subaé; Saneamento básico,

Obra de Esgotamento Sanitário.

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ABSTRACT

Knowing the importance of sanitary sewer for a population, it was measured the

interferences cause and problems which occurred during a construction, more

precisely in the sanitary sewer work at Bacia do Subaé in Feira de Santana. Besides

projecting and executing certain services and using certain materials, by using the

measure construction spread sheet, exactly on the thirty-first measurement

December 7, 2010. It was possible to observe interferences caused by

expropriations, extant system (of water, gas and pluvial drainage) and not forecasted

kinds of soils change the construction proceeding, extending the construction

deadline.

Keywords: sanitary sewer, Bacia do Subaé; basic sanitation, construction of sanitary

sewer.

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AGRADECIMENTOS

A Deus que sem dúvida foi a minha fonte de perseverança.

Aos meus Pais que sempre me apoiaram e me deram exemplo de dignidade.

Ao meu irmão Rodrigo, que sempre nas horas mais críticas resolvia meus problemas com o editor de

texto entre outros tantos.

Às minhas amigas que contribuíram direta ou indiretamente para o andamento deste trabalho:

Adriana, Nara, Thiara e Vanessa.

Ao meu orientador Silvio Orrico pela paciência.

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RELAÇÃO DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa da Localização das Sub-bacias – S.E.S. Subaé.. ..................... 6

Figura 2 - O ramal condominial e suas alternativas de localização...........................11

Figura 3 – Esquema de sistema de coleta, transporte, tratamento e disposição final

de esgoto sanitário.....................................................................................................13

Figura 4 - Pontaleteamento.................................................................................... ...18

Figura 5 - Escoramento contínuo 1...................................................................... .....18

Figura 6 – Escoramento contínuo 2...........................................................................19

Figura 7 – Escoramento metálico madeira.................................................................19

Figura 8 – Sinalização................................................................................................24

Figura 9 - Abertura de vala.........................................................................................25

Figura 10 – Interferência – rede de água 60mm........................................................26

Figura 11 – Desapropriação na Travessa Rodeio (Sub-bacia B6).............................29

Figura 12 – Travessia BR-324....................................................................................31

Figura 13 – Assentamento de Tubo em PVC – 150mm.............................................37

Figura 14 – Recomposição de Pavimentação – Paralelo...........................................37

Figura 15 - Escavação Mecanizada de Vala – solo de 1ª categoria – profundidade de

2,00 a 4,00m...............................................................................................................37

Figura16 Escoramento Contínuo em Madeira profundidade de até

4,00m............................................................................................... .........................37

Figura 17 – Rebaixamento de Lençol Freático...........................................................38

Figura 18 – Execução de Ligações Intradomiciliares.................................................38

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RELAÇÃO DE TABELAS

Tabela 1 – Extensão de rede por Bacia.....................................................................21 Tabela 2 – Extensão de rede por diâmetro................................................................22 Tabela 3 – Comparativo entre serviços e materiais projetados e executados.. ........34

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 1

1.1 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 3

1.2 OBJETIVOS ................................................................................................. 3

1.2.1 Objetivo Geral ........................................................................................... 3

1.2.2 Objetivo Específico .................................................................................... 3

2 METODOLOGIA ............................................................................................. 4

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 7

3.1BREVE HISTÓRICO SOBRE O SANEAMENTO .......................................... 7

3.2 CONCEITO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ........................................... 8

3.2.1 Constituição do Esgoto .............................................................................. 9

3.2.2 Caracterização da Qualidade dos Esgotos...............................................10

3.2.3 Tipos de Sistemas de Esgotos ................................................................ 11

3.2.4 Partes Constitutivas do Sistema .............................................................. 12

3.2.5 Classificação do Tratamento de Esgoto .................................................. 14

3.2.6 Construção das Redes de Esgoto Sanitário ............................................ 14

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................. 21

4.1 SERVIÇOS INICIAIS .................................................................................. 23

4.2 ABERTURA DE VALA ................................................................................ 24

4.3 INTERFERÊNCIAS POR OUTRAS OBRAS .............................................. 26

4.4 DESAPROPRIAÇÃO OU FAIXA DE SERVIDÃO ....................................... 28

4.5 TIPOS DE SOLOS NÃO PREVISTO..........................................................30

4.6 DESVIO DE TRÁFEGO .............................................................................. 30

4.7 TRAVESSIA DA BR-324 ............................................................................ 31

4.8 LIGAÇÃO PREDIAL ................................................................................... 31

4.9 COMPARATIVO ENTRE O PROJETADO E O EXECUTADO.....................32

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 39

ANEXOS............................................................................................................43

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1

1 INTRODUÇÃO

De acordo com o Censo realizado pelo IBGE no ano de 2010 a cidade de Feira de

Santana possui 542.476 habitantes, sendo a segunda maior cidade do estado da

Bahia e se localiza em um dos maiores entroncamentos rodoviários do interior do

país. Este aspecto reflete em sua economia, pois torna o setor do comércio o de

maior importância econômica. Fica situada sob as bacias hidrográficas do Subaé,

Jacuípe e Pojuca. Segundo o diagnóstico dos serviços de água e esgoto –

2008realizado pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o

índice de atendimento urbano de água na cidade de Feira de Santana é de 78,6%, já

o índice de coleta de esgoto é de 52,9%, sendo que 100% do esgoto coletado é

tratado. Podendo assim observar que ainda existe um déficit entre os percentuais de

atendimento urbano de água e o índice de coleta de esgoto, ou seja, estas áreas

ainda demandam uma soma de recursos para investimento.

As obras de esgotamento sanitário proporcionam melhorias nos níveis de higiene

dos indivíduos visando reduzir as chances de adoecimentos causados por agentes

patogênicos, outro benefício obtido como consequência é a geração de empregos

para a população. Fazendo parte do saneamento básico, o esgotamento sanitário

contribui, juntamente com o abastecimento de água, a drenagem de água pluvial e a

coleta de lixo, na economia do estado, pois segundo a FUNASA (2006) para cada R$

1,00 investido no setor de saneamento economiza-se R$ 4,00na área de medicina

curativa. Mas apesar da sua importância de acordo com a Pesquisa Nacional de

Saneamento Básico 2008 – IBGE, o esgotamento sanitário atinge apenas 55,2% dos

municípios brasileiros. É o serviço que apresenta menor taxa se comparados com o

abastecimento de água (99,4%), com a drenagem urbana (94,5%) e com a coleta de

lixo (100%). Portanto há uma grande demanda de instalação desse serviço e para

isso torna-se necessário um aperfeiçoamento das suas técnicas e otimização dos

recursos aplicados para que se amplie ao máximo a cobertura desse serviço.

Em virtude da obra de esgotamento sanitário ser uma obra que ocorre no sub-solo

ela é sujeita a imprevistos que muitas vezes só são percebidos no momento da

escavação. Estes podem ser o aparecimento de rocha no local, a presença de

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outros dutos de redes já implantadas (rede de telefonia, de gás, de água e de

drenagem de água pluvial) decorrente de um cadastro equivocado, ou mesmo a

passagem da rede coletora ser projetada em área particular.

Estes problemas não previstos no momento da elaboração do projeto podem vir a

modificar o projeto e/ou alterar o quantitativo de serviços e preços, ou até mesmo

aumentar o tempo de execução da obra interferindo de maneira significativa na

mesma, acarretando no aumento do custo da obra.

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1.1 JUSTIFICATIVA

A abordagem deste tema surge da necessidade da obtenção de conhecimento

relativo ao andamento de uma obra de implantação de esgoto sanitário e em virtude

de a mesma apresentar uma série de problemas durante a sua execução. No

entanto quando é possível detectar a interferência previamente torna-se

perfeitamente viável optar por uma solução mais barata e exequível, evitando

possíveis atrasos na obra entre outros transtornos causados pelos imprevistos.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Este trabalho visa analisar as interferências ocorridas durante a execução de uma

obra de implantação de esgotamento sanitário da bacia do Subaé localizada na

cidade de Feira de Santana, além de fazer a avaliação da diferença ocorrida entre o

projetado e o executado da obra em questão.

1.2.2 Objetivo Específico

Comparar a meta física prevista e a realizada da obra do SES;

Comparar os quantitativos de materiais e de serviços previstos de execução e os

executados;

Avaliar os principais fatores e tópicos determinantes para mudanças nos

projetos.

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2 METODOLOGIA

O objeto de pesquisa é uma obra de implantação de esgotamento sanitário da bacia

do Subaé da cidade de Feira de Santana-Bahia, iniciada no ano de 2008com

previsão de conclusão em 2010, no entanto a mesma teve o seu prazo estendido

para junho de 2011, através de dois aditivos de prazo de 142 e 180 dias. Trata-se de

uma obra com o valor de R$ 32,3 milhões, financiada pelo programa “Saneamento

Para Todos”, com recurso de R$ 29 milhões do Governo Federal, tendo como gestor

a Embasa que participa com R$ 3,3 milhões.

A obra estudada faz parte do investimento na área de infraestrutura social e urbana

do Plano de Aceleração do Crescimento – PAC, referente ao programa do Governo

Federal que tem como um dos objetivos realizar obras de infraestrutura nas áreas de

transporte, energia, saneamento, habitação e recursos hídricos.

A obra objeto deste estudo visa atender cerca de 165.400 habitantes com a

execução de aproximadamente 10.800 unidades de ligações intradomiciliares,

beneficiando os seguintes bairros: 35º Batalhão de Infantaria, Brasília, Centro,

Conjunto Feira VII, Conjunto Jomafa, Lagoa Salgada, Parque Panorama, Ponto

Central, Santa Mônica II e Tomba. Como pode ser observado na Figura 1 - Mapa da

Localização das Sub-bacias – SES Subaé.

Em virtude da necessidade da revisão do projeto, o comparativo entre o executado e

o projetado foi realizado tomando como base os valores da Planilha de Ajustes e

Desvio – PAD, pois a mesma possui valores mais atuais que a planilha do contrato.

A pesquisa realizada é em parte de cunho quantitativa, onde foram comparadas as

quantidades projetadas e executadas, e também de cunho qualitativa em razão da

análise dos problemas existentes no momento da execução, ou seja, as

interferências que serão descritas no decorrer desta pesquisa. A obra visa ampliar o

sistema já existente na Bacia de Esgotamento Sanitário do Subaé na cidade de

Feira de Santana.

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O material a ser coletado consiste em informações da literatura técnica, documentos

da referida obra e o relato da própria pesquisadora que teve a oportunidade de

trabalhar na mesma.

Através de materiais disponibilizados pela empresa que executa a obra, tais como

fotos, relatórios, plantas, entre outros foram observados os locais onde ocorreram

transtornos decorrentes do aparecimento das interferências.

Avaliação dos principais fatores e tópicos determinantes para mudanças nos

projetos

Foram coletadas informações referentes aos dados físicos (materiais e serviços) da

implantação, tanto os valores previstos como os efetivamente realizados e

comparados a meta física prevista e a realizada;

Comparativo dos quantitativos de materiais e de serviços previstos e os realizados;

Para os materiais o indicador é a extensão de tubulação assentada, pois além de ser

o material de maior representatividade na composição do custo de materiais, é um

indicador direto da amplitude de realização da obra.

Com relação aos serviços optou-se em coletar dados referentes a Volume de

Escavação (manual e mecanizada para os diversos tipos de solo); Escoramento,

Esgotamento da Vala, Recuperação de pavimentação, Ramais e Caixas de ligação

intradomiciliar. São serviços que têm representatividade significativa na composição

do custo total dos serviços.

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Figura 1 – Mapa da localização das Sub-bacias – SES Subaé

ALMEIDA

TIRADENTES

PRAÇA

P/ SALVADOR

P/ FEIRA DE SANTANA

P/ FEIRA DE SANTANA

P/ SALVADOR

P / FEIRA DE SANTANA

P / SALVADOR

AVIÁRIO

P / SALVADOR

P / FEIRA DE SANTANA

PRAÇA

MACÁRIOBARRETO

[6] SUB-BACIA C1

[2] SUB-BACIA B6

[3] SUB-BACIA B7

[4] SUB-BACIA B8

[5] SUB-BACIA B10

[7], [8] SUB-BACIA C2, C3

[9] SUB-BACIA D2

[10] SUB-BACIA D3

[11] SUB-BACIA D4[14] SUB-BACIA D7

[12]SUB-BACIA D5.1

LEGENDA:

[1] Sub-bacia A1 - Centro e Ponto Central

[2] Sub-bacia B6 - Brasília

[3] Sub-bacia B7 - Conj. Jomafa

[4] Sub-bacia B8 - Tomba

[5] Sub-bacia B10 - 35º Batalha de Infantaria

[6] Sub-bacia C1 - Tomba

[7] Sub-bacia C2 - Feira VII

[8] Sub-bacia C3 - Parque Panorama

[9] Sub-bacia D2 - Santa Mônica II

[10] Sub-bacia D3 - Santa Mônica II

[11] Sub-bacia D4 - Santa Mônica II

[12] Sub-bacia D5.1 - Lagoa Salgada

[13] Sub-bacia D5.2 - Lagoa Salgada

[14] Sub-bacia D7 - Santa Mônica II

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE O SANEAMENTO

Segundo Jordão e Pessoa (1995) a fixação do homem ocorre decorrente das

disponibilidades das fontes de energia necessárias à sua subsistência; sendo as

principais fontes de energia: luz solar, ar, água e alimento. O homem ao consumir

estas fontes de energia termina por gerar diversos tipos de resíduos, sendo os

principais o esgoto, o lixo e as partículas na atmosfera. E com o comodismo natural

do homem, o contato entre resíduos e fontes de energia é facilitado, tornando as

fontes de energia impuras ao ponto de até chegarem a ser inadequadas ao consumo

humano de maneira saudável.

Tsutiya e Sobrinho (1999) relatam que a Cloaca Máxima de Roma foi construída no

Século VI Antes de Cristo e é considerado o primeiro sistema planejado e

implantado de esgotamento sanitário no mundo. Ela servia de controle para a

malária, pois tinha como função propiciar a drenagem superficial, além de receber

parte dos esgotos domésticos das áreas adjacentes ao fórum Romano. Na Europa

medieval existiam estruturas similares aos drenos Romanos, no entanto era proibido

o lançamento de excretas humanos. Dessa forma, as excretas eram dispostas nas

ruas até que houvesse chuva ou lavagem que carregavam excretas para a rede de

drenagem pluvial, que por sua vez descarregava no rio mais próximo.

Segundo Fernandes (1997) D. Pedro II, temendo afastar os parceiros comerciais do

Brasil devido à proliferação de pestes e doenças contagiosas, contratou ingleses

para a elaboração e implantação do sistema de esgotamento para as principais

cidades brasileiras - Rio de Janeiro e São Paulo, surgindo assim às primeiras ações

na área de esgotamento sanitário no Brasil.

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3.2 CONCEITO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO

Segundo a OMS – Organização Mundial da Saúde - saneamento é o controle de

todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos

nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. O Saneamento básico é

compreendido de: abastecimento de água, sistema de esgoto sanitário, manejo de

águas pluviais e disposição adequada de lixo.

FUNASA (2006, p.154) conceitua o esgoto doméstico como:

é aquele que provém principalmente de residências, estabelecimentos

comerciais, instituições ou quaisquer edificações que dispõe de instalações

de banheiros, lavanderias e cozinhas. Compõem-se essencialmente da

água de banho, excretas, papel higiênico, restos de comida, sabão,

detergentes e águas de lavagem.

Carlos Fernandes (1997, p. 31 e 32)

Para que sejam esgotadas com rapidez e segurança as águas residuárias

indesejáveis, faz-se necessário a construção de um conjunto industrial que

compreende canalizações coletoras funcionando por gravidade, unidades

de tratamento e de recalque quando imprescindíveis, obras de transporte e

de lançamento final, além de uma série de órgãos acessórios

indispensáveis para que o sistema funcione e seja operado com eficiência.

Esse conjunto de obras para coletar, transportar e dar o destino final

adequado às vazões de esgoto compõe o que se denomina de Sistema de

Esgoto.

A implantação do sistema de esgotamento sanitário tem com objetivo proporcionar à

população usuária melhores condições de higiene, segurança e conforto,

culminando em uma maior força produtiva em todos os níveis.

A FUNASA (2006) menciona que no aspecto econômico têm-se os seguintes

objetivos: reduzir os casos de doença, que proporciona a diminuição da mortalidade

e o aumento da vida média do ser humano; com o tratamento de doenças evitáveis,

reduzir as despesas; com a prevenção da poluição dos mananciais, diminuir o custo

do tratamento da água destinada ao abastecimento; incentivar o turismo controlando

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a poluição das praias e de locais de lazer; preservar os criadouros de peixes assim

como a fauna aquática.

O esgotamento possui na importância sanitária os seguintes objetivos: evitar que

sejam poluídos o solo e os mananciais de abastecimento de água; evitar que os

vetores tenham contato com as fezes; promover novos hábitos higiênicos à

população; atender o senso estético e promover o conforto.

De acordo com Nuvolari (2003) de um modo geral as questões ecológicas (fauna e

flora) também são refletidas na economia, pois preservando os recursos hídricos e

as terras marginais e a jusante, estes serão utilizados em sua forma plena no

desenvolvimento humano: no abastecimento, irrigação, geração de energia,

navegação, entre outros.

3.2.1Constituição do Esgoto

De acordo com a norma brasileira (NBR) 9.648 o esgoto sanitário é constituído por

esgoto doméstico: que é gerado a partir do uso da água para as necessidades

fisiológicas e higiene humana; por esgoto industrial: que se trata do despejo líquido

advindo dos processos industriais; pela água de infiltração: que se refere a toda

água vinda do subsolo que penetra nas canalizações; e pela contribuição pluvial

parasitária: é a parcela de escoamento superficial da água da chuva que é absorvida

pela rede de esgoto sanitário.

Sperling (1996) menciona que a infiltração no sistema de esgotamento pode ser

originada de tubos defeituosos, conexões, juntas ou paredes de poços de visitas. E

que diversos fatores influenciam na quantidade de água infiltrada, como por

exemplo, o tipo de tubulação, tipo de junta utilizada, extensão de rede coletora, área

servida, tipo de solo, profundidade do lençol freático e densidade populacional.

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3.2.2 Caracterização da Qualidade dos Esgotos

O esgoto é constituído por 99,87% de água, 0,04% de sólidos sedimentáveis, 0,02%

de sólidos não sedimentáveis e 0,07% de substâncias dissolvidas. E a qualidade do

esgoto é dada por três grupos de características: físicas, químicas e biológicas.

Nas características físicas são observadas as grandezas referentes à: matéria

sólida, temperatura, odor, cor e turbidez. As características químicas são

classificadas, de acordo com a origem do esgoto, em dois grupos: da matéria

orgânica e da matéria inorgânica. Já biologicamente o esgoto pode ter origem

orgânica onde é constituído basicamente de compostos de proteínas, carboidratos,

gorduras e óleos, e uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas e origem inorgânica é

formado pela presença de areia e de substâncias minerais dissolvidas.

A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) trata-se da quantidade de oxigênio

dissolvido utilizada pelos microorganismos para a estabilização da matéria orgânica

em decomposição.

Quanto maior a DBO, maior será o grau de poluição orgânica do corpo d’água. Este

parâmetro é importante para conhecer o grau de poluição de uma água residuária, o

que permite dimensionar estações de tratamento de esgoto e verificar a sua

eficiência.

Outro parâmetro utilizado é a DQO que tem como objetivo mensurar o consumo de

oxigênio que ocorre durante a oxidação química de compostos orgânicos em uma

amostra, em condições ácidas e sob ação do calor.

Pela maior rapidez de avaliação a DQO possui vantagem com relação à DBO, além

disso, o primeiro engloba não somente a demanda de oxigênio satisfeita

biologicamente, mas também tudo que é susceptível de demandas de oxigênio, mais

especificamente aos sais minerais oxidáveis.

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3.2.3 Tipos de Sistemas de Esgotos

O sistema de esgoto sanitário pode ser unitário, separador parcial ou separador

absoluto. O primeiro é dado quando as águas de residuárias, de infiltração e pluviais

escoam por um mesmo sistema. Já no segundo sistema uma parcela das águas de

chuva, advindas de telhados e pátios das edificações, se junta com as águas

residuárias e as águas de infiltração em um único sistema. No terceiro sistema as

águas residuárias se somam às águas de infiltração e se veiculam em um sistema

independente, enquanto as águas pluviais escoam por um sistema de drenagem

pluvial totalmente independente.

O sistema de esgoto pode ser individual ou coletivo, o primeiro corresponde a

sistemas utilizados para que o atendimento seja unifamiliar, normalmente fossa

séptica e um dispositivo de infiltração no solo (sumidouro, irrigação sub-superficial),

já o segundo visa atender maiores populações e pode ser um sistema unitário

(combinado). O sistema separador pode ser convencional ou condominial, onde o

primeiro é composto por coletor, interceptor, ramal predial, coletor tronco, enquanto

que o outro é constituído de ramal intramuros e rede básica.

Figura 2 - O ramal condominial e suas alternativas de localização.

Fonte: Melo, 2008, p. 35

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3.2.4 Partes Constitutivas do Sistema

O sistema de esgoto sanitário é composto por:

Rede coletora de esgotos – conjunto de condutores subterrâneos e obras que

visam coletar o esgoto para um determinado local de convergência das

vazões;

Coletor tronco - tubulação que recebe contribuições apenas de outros

coletores;

Estação Elevatória de Esgoto (EEE) – conjunto de equipamentos que se

destina a recalcar as vazões de esgoto coletados a montante;

Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) – local onde o esgoto coletado é

tratado com finalidade de adequar à natureza sem prejuízos;

Ligação predial – trecho de coletor localizado entre a casa do usuário até a

rede coletora;

Poço de visita (PV) – órgão acessório que possibilita a visita para inspeção e

manutenção preventiva ou corretiva da rede;

Tubo de queda – dispositivo acoplado ao poço de visita que permite que a

vazão coletada a montante deságue no fundo do poço, facilitando assim a

manutenção;

TIL – tubulação de inspeção e limpeza, que tem como finalidade possibilitar a

inspeção e a limpeza dos trechos de rede a partir da superfície sendo que o

operador não tem contato com o coletor;

TL – quando o TIL é um prolongamento da extremidade de montante do

coletor, chama-se de terminal de limpeza.

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13

Figura 3 - Esquema de sistema de coleta, transporte, tratamento e disposição final de esgoto

sanitário. Fonte: Nuvolari, 2003, p. 40

Para a concepção de sistemas de esgotos sanitários existe a necessidade de

desenvolvimento de uma série de atividades tais como a coleta de dados e

características da comunidade: localização, infraestrutura existente, cadastro dos

sistemas de abastecimento de água, de esgoto sanitário, de rede de drenagem

pluvial, de telefone, de energia elétrica entre outros, as condições sanitárias atuais;

índices estatísticos de saúde; ocorrências de moléstias hídricas; estudos, projetos e

levantamentos existentes.

Eduardo Jordão e Constantino Pessoa (1995, p. 20)

A contribuição de esgotos depende de inúmeros fatores, entre os quais

convém salientar os mais importantes: região atendida, atividades

desenvolvidas, atividades industriais, hábitos de higiene, nível social-

econômico, nível cultural e inúmeras causas comportamentais. Obviamente,

a produção de esgoto está condicionada à disponibilidade de água.

De acordo com Sobrinho e Tsutiya (1999) na elaboração do projeto de um sistema

de esgoto sanitário é preciso obter a concepção que tem com objetivos: verificar do

funcionamento do sistema atual, escolher de maneira mais adequada diante das

alternativas (econômica, ambiental e viabilidade técnica), estabelecer os parâmetros

básicos de projeto, pré dimensionar o sistema de acordo com as alternativas

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14

adotadas, estabelecer diretrizes gerais de projeto e estimar as quantidades de

serviços a serem executados, quantificar e identificar os fatores que interferem na

execução do projeto de esgoto.

Segundo Heller (1995) na área de controle de vetores em virtude da

descontinuidade dos programas e da falta de articulação entre as instâncias

institucionais está havendo o ressurgimento de endemias como a leptospirose, a

leishmaniose e a dengue.

Barros (1995) menciona que como solução para estes problemas o município dispõe

de vários instrumentos legais de planejamento tais como: Plano Diretor como

instrumento de básico da ação urbanística, Plano Plurianual, Diretrizes

Orçamentárias e Orçamento Anual.

3.2.5 Classificação do Tratamento de Esgoto

O tratamento de esgoto pode ser classificado em:

Preliminar - que se utiliza de mecanismos físicos de sedimentação os sólidos

grosseiros são removidos;

Primário - que visa remover os sólidos sedimentáveis com o auxílio de

mecanismos estritamente físicos;

Secundário - que tem como objetivo retirar matéria orgânica e eventualmente

matéria orgânica utilizando mecanismos biológicos;

Terciário – remove poluentes específicos ou mesmo poluentes não

suficientemente retirados na fase anterior.

3.2.6 Construção das Redes de Esgoto Sanitário

Planejamento;

Locação da vala;

Remoção da pavimentação;

Escavação;

Assentamento de tubulação;

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Escoramento das paredes laterais das valas.

Planejamento:

Segundo a Constituição Federal é de responsabilidade dos municípios organizar e

prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços

públicos de interesse local não excluindo os níveis estadual e federal de também

atuar no setor.

De acordo com Barros (1995), em decorrência da ausência de planejamento do

saneamento e da descontinuidade da atuação administrativa, passam a existir

diversos problemas que podem afetar o meio ambiente como, por exemplo, a

ineficiência de recursos para investir em saneamento básico, a poluição dos

recursos hídricos em especial de mananciais de abastecimento de água das

cidades; a deficiência no sistema de drenagem favorecendo a enchentes; a

inadequada disposição do lixo; a diminuição das áreas verdes e a poluição do ar.

Locação da vala:

Segundo a norma brasileira (NBR) 12266, vala é a abertura realizada no solo,

podendo ser feita de forma mecânica ou manual, com determinada seção

transversal, destinada a receber tubulações.

De acordo com Nuvolari (2003) é necessário ter cuidado com as possíveis

interferências causadas pela existência de obras enterradas no momento da

preparação para construção de rede de esgoto.

Della Nina (1966) menciona que caso a obra a ser realizada ocorresse em ruas

virgens a abertura de vala seria feita de forma simples, pois não seriam encontradas

estruturas ou tubulações.

Como o sistema de tubulação funciona por gravidade, o projeto pode ser

inviabilizado em virtude da ocorrência de interferências. Deverá ocorrer

anteriormente a execução da obra um estudo cuidadoso do trecho da mesma,

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consultando as plantas de cadastro, além de realizar sondagens para verificação da

localização das interferências (NUVOLARI, 2003).

Remoção da pavimentação:

Para iniciar a execução da rede de esgoto é preciso remover a pavimentação

existente para que a vala possa ser escavada.

Quando a pavimentação em questão é asfáltica, é utilizado o martelete pneumático

ou a picareta para execução do corte e a remoção do material é realizada com o

auxílio de retroescavadeiras ou de fôrma manual utilizando-se de alavancas e

picaretas. Quando a pavimentação é com paralelepípedos a remoção é realizada

manualmente com o uso de picaretas ou alavancas (NUVOLARI, 2003).

Escavação:

De acordo com norma brasileira (NBR) 12266 a escavação trata-se da remoção do

solo, desde a superfície natural do terreno até a cota especificada no projeto.

Segundo Della Nina (1966) para a abertura de vala podem-se utilizar dois tipos de

processo: mecânico e o manual. A escavação mecanizada ocorre como o próprio

nome diz com o uso de máquinas como a escavadeira e a retroescavadeira, que é

apropriada para escavar desde areia até rocha branda. Já a escavação de forma

manual possui como força propulsora a máquina humana, que se utiliza de

ferramentas como picareta, enxada, alavanca e pá com o intuito de fazer a

escavação, podendo também usar o balde em terrenos com argila muito mole com

material orgânico.

Nuvolari (2003) prefere classificar as escavações de vala como convencional e

especiais. A convencional também é conhecida como método destrutivo, onde a vala

é escavada do ponto onde será assentado o tubo até a superfície. Este método deve

ser utilizado em trechos curtos para que haja o rápido aterramento. Já as

escavações especiais são: sistema de cravação horizontal (pipe-jacking), tunnelliner,

túnel mineiro, mini-shield e a escavação de valas em solos rochosos.

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De acordo com Drösemeyer (2004) o método pipe-jackingconsiste na abertura de

túneis, instalando de forma subterrânea tubos pré-moldados, utilizando cravação

dinâmica ou estática.

Nuvolari (2003) menciona o tunnelliner é normalmente utilizado com o intuito de

ultrapassar obstáculos como aterros de considerável altura em ferrovias, ruas e

rodovias. São realizados a escavação e o transporte de forma manual e a contenção

é obtida utilizando chapas de aço corrugadas que são instaladas segmento por

segmento, sendo estes aparafusados, formando por fim a tubulação.

Segundo Nuvolari (2003) o túnel mineiro é usado tanto em travessias como em

redes muito profundas (acima de 5,00m). A escavação se dá com seção quadrada

ou retangular, e ocorre assim como o transporte do solo de forma manual e a

contenção é realizada com o uso de pranchões de madeira.

A escavação ocorre em função tipo do solo: rocha decomposta, solo e rocha viva.

Os dois primeiros já se aplicam a métodos já descritos acima, enquanto a rocha a

sua extração pode ser a frio ou a fogo.

O desmonte a fogo é realizado com o uso de explosivos, sendo preciso a

autorização do Ministério da Defesa (Exército) que restringe a sua manipulação dos

mesmos. Já o desmonte a frio pode ser feito com o uso de cunhas hidráulicas ou

utilizando o rompedor pneumático.

Escoramento de paredes laterais das valas:

De acordo com Della Nina (1966) o escoramento trata-se de todo e qualquer

processo que visa manter alguma coisa na posição desejada, nos momentos em

que não é possível manter-se sozinha pelo tempo necessitado.

O escoramento ocorre basicamente por dois motivos: quando o operário está

assentando a tubulação ou realizando outro tipo de serviço dentro da vala, trazendo

risco à vida do mesmo, podendo vir a óbito em razão do soterramento e em

momentos em que a tubulação deve ser assentada na vala e o material das paredes

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da vala não pode escorregar, pois pode vir a modificar a cota em que a tubulação

deve ser assentada.

Tipos de escoramento:

De acordo com a norma brasileira (NBR) 12266 os tipos de escoramento mais

utilizados são: pontaleteamento, escoramento comum (contínuo ou descontínuo),

escoramento especial (macho-fêmea) e escoramentos metálicos.

Figura 4 - Pontaleteamento.

Fonte: NBR 12.266, 1992, p. 12

Figura 5 - Escoramento contínuo 1.

Fonte: adaptado de NBR 12.266, 1992, p. 14

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Figura 6 – Escoramento contínuo 2.

Fonte: NBR 12.266, 1992, p. 15

Figura 7 – Escoramento metálico madeira.

Fonte: adaptado de NBR 12.266, 1992, p. 16

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Drenagem e rebaixamento de lençol freático:

Segundo a norma brasileira (NBR) 12.266 o esgotamento trata-se da operação de

retirada de água da vala, permitindo o desenvolvimento dos trabalhos em seu

interior.

Caso ocorra a inundação da vala em virtude da ocorrência de chuvas ou até a

infiltração do lençol freático, deverá ser feita a drenagem da vala utilizando-se de

bombas, que normalmente são submersíveis (NUVOLARI, 2003).

De acordo com a norma brasileira (NBR) 12.266o rebaixamento de lençol trata-se de

um processo que visa eliminar ou diminuir o fluxo de água do lençol freático para

dentro da vala, utilizando para isto um sistema apropriado.

O esgotamento da vala torna-se necessário quando no momento do assentamento

da tubulação a vala se encontre inundada, tornado inviável ou dificultando a

realização do serviço, além de poder provocar a instabilidade do fundo da

escavação e o desmoronamento da vala.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os trabalhos realizados pela empresa executante incluem o fornecimento de toda a

mão de obra, materiais, serviços e equipamentos necessários à construção da obra,

compreendendo:

Desmatamento e limpeza das áreas necessárias à execução das obras;

Execução de rede coletora e ligações intradomiciliares;

Execução de estação elevatória;

Ampliação da estação de tratamento de esgoto;

Execução de Linha de Recalque;

Projeto de instalação elétrica da estação elevatória projetada;

Montagem de todos os equipamentos e estruturas necessárias às obras.

O projeto base trata-se da ampliação da estação de tratamento e de rede coletora

com aproximadamente 222 km de extensão, sendo constituído de duas vertentes

principais; a mais importante é composta pelas Bacias A, B e C, cujo esgotamento é

realizado pelo Interceptor existente ABC; a segunda bacia é a Bacia D, cujo

esgotamento cabe ao Interceptor D contemplado nesta obra. A tabela a seguir

apresenta a extensão de rede por bacia.

Tabela 1 – Extensão de rede por Bacia.

-

Bacia Extensão (m)

A 46.055,52

B 55.921,00

C 59.324,00

D 43.647,00

INT. ABC 6.930,00

INT. D 6.143,00

INT. C-LD 3.286,00

Total 221.306,52

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Tabela 2 – Extensão de rede por diâmetro.

Além dessas obras, o projeto também prevê duas estações elevatórias nas Sub-

bacias D4 e C9, denominadas de EE D4 e EE C9 respectivamente. Além de

contemplar a execução de uma caixa de areia composta por duas câmeras de

sedimentação, uma caixa de distribuição que contém dez vertedouros, dez DAFAs,

doze leitos de secagem, sendo que dois já foram implantados em período anterior à

obra, três lagoas aeradas facultativas e três lagoas de polimento.

Devido à necessidade de revisão do projeto, foi verificada que na ampliação da

Estação de Tratamento de Esgoto, seria necessário construir uma lagoa de

polimento, uma lagoa de aeração e dois DAFAs, além da exclusão da EE C9.

Abaixo foram listados fatores críticos que normalmente interferem nas previsões de

serviços e prazos da obra:

SERVIÇOS INICIAIS;

ABERTURA DE VALA;

INTERFERÊNCIAS POR OUTRAS OBRAS;

DESAPROPRIAÇÃO OU FAIXA DE SERVIDÃO;

Diâmetro (mm) Extensão (m)

150 182.732,43

200 9.318,09

250 4.993,00

300 3.115,00

350 2383,00

400 3024,00

500 3226,00

600 3981,00

700 1604,00

800 2127,00

900 4334,00

1.000 469,00

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TIPOS DE SOLOS NÃO PREVISTO;

DESVIO DE TRÁFEGO;

TRAVESSIA SOBRE RODOVIA;

LIGAÇÃO PREDIAL.

4.1 SERVIÇOS INICIAIS

Inicialmente para que o projeto de rede de esgoto sanitário fosse feito foi necessária

a realização de um levantamento topográfico para locação da obra, que tem como

objetivo situar o projetista com relação às cotas da área a se implantar o sistema.

Estas cotas orientam a localização mais adequada para a rede de esgoto sanitário,

além de nortear a direção em que o fluxo deverá acontecer. No serviço de topografia

foi realizado o estaqueamento e neste momento foram identificados trechos onde a

rede deveria passar, porém as áreas não se tratavam de ruas, e sim de terrenos

particulares. Essa informação foi repassada para o Setor de Engenharia que

verificou existência de alternativa de desvio de rede. Em casos da não existência

dessa alternativa, informa-se a Embasa para que tome conhecimento e inicie o

processo de desapropriação.

Equipes encarregadas de cadastrar as quadras que compõem à sub-bacia foram a

campo e coletaram os dados necessários para cadastrar a quadra onde

posteriormente foram locadas as redes e os ramais.

Por se tratar de uma obra que depende da declividade, em razão do escoamento em

conduto livre, o levantamento topográfico é de grande importância para que haja o

bom funcionamento da rede de esgoto. Além deste aspecto, também deve ser

respeitada a inclinação mínima da tubulação, que varia de acordo com o diâmetro e

com o material que constitui a mesma. Isto corre com o intuito de evitar o acúmulo

de resíduos, ou seja, favorecer a auto limpeza dos condutos, além de contribuir para

que o sistema não venha a ser inviabilizado.

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Outro aspecto a ser considerado com relação à topografia é a existência de rede de

esgoto anterior à obra, pois a depender da situação a nova rede a ser implantada

deve ser entroncada na rede antiga, o que limita a “cota de chegada” devido à rede

existente. Nesse caso, a rede a ser construída tem que se adaptar à cota necessária

para que o sistema escoe adequadamente o esgoto.

De posse do levantamento topográfico e de dados referentes à região o projetista

dimensionou a rede e gerou uma ordem de serviço contendo detalhes da execução

da mesma. Nesta ordem de serviço constam dados como: extensão da rede,

logradouro, cota do terreno, cota do projeto, declividade do trecho, diâmetro do

coletor, profundidade da vala e localização dos poços de visita. Após autorização

dada pelo cliente, a execução do trecho foi liberada e a ordem de serviço foi

encaminhada para o campo para que a mesma fosse executada conforme o projeto.

4.2ABERTURA DE VALA

O logradouro onde foi realizado o trecho de rede coletora foi sinalizado informando

da realização da obra através de placas, que também divulgam o telefone para

reclamações relativas à obra e direcionam os desvios. A vala foi sinalizada e isolada

com a cerca apropriada, com o intuito de evitar acidentes e a entrada de estranhos

no trecho da obra, como pode ser observado na figura abaixo.

Figura 8 – Sinalização.

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No campo, a rede foi locada e o pavimento foi retirado para a execução do trecho,

geralmente as ruas são pavimentadas com asfalto ou com paralelepípedo. No caso

de asfalto, para fazer o corte, utiliza-se a máquina poli-corte, juntamente com a

picareta que auxilia na retirada da camada do pavimento ou mesmo utilizando a

retroescavadeira. Quando se tratava de pavimento de paralelepípedo a remoção foi

executada manualmente com o auxílio da picareta, e em seguida a vala foi aberta

com o auxílio de retroescavadeira ou mesmo de forma manual utilizando-se de

picareta e pá.

Juntamente com a retroescavadeira o operário montou o escoramento; pendurou a

placa de escoramento na concha da máquina e orientou o operador onde esta foi

fixada. Por fim o operador da retroescavadeira fixou a placa batendo a concha na

mesma até que se tornou segura como pode ser observado na Figura 9.

Figura 9 – Abertura de vala.

No momento da escavação a vala foi medida em sua profundidade, até que a

mesma alcançasse a cota especificada na ordem de serviço. Após esta etapa a

tubulação foi assentada por operários, os mesmos com o auxílio da mira, juntamente

com o nivelador verificaram a cota do tubo assentado e realizaram ajuste quando

necessário.

Após o assentamento da tubulação ocorreu o reaterro da vala, normalmente com o

mesmo material retirado, caso o mesmo se tratasse de um material adequado. Neste

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processo o material foi depositado acima da tubulação em camadas que foram

compactadas utilizando o compactador chamado de “sapo” mecânico ou a placa

vibratória. O reaterro ocorreu até que o terreno atingisse o mesmo nível da rua.

Então a recomposição do pavimento foi realizada, com asfaltado ou paralelepípedo.

Em locais onde a retroescavadeira não tinha espaço necessário para realizar o

serviço de escavação, foi necessária a utilização da escavação manual, que se trata

de um processo mais lento, diminuindo o ritmo da execução da escavação.

No momento da escavação mecanizada, ocorreu a ruptura de tubulações da rede de

água, sendo necessário que a Embasa tomasse conhecimento do fato para que a

mesma interrompesse o fornecimento de água e a rede fosse reparada. Este fato

normalmente ocorria quando o cadastro se encontrava equivocado ou mesmo na

sua inexistência.

4.3 INTERFERÊNCIAS POR OUTRAS OBRAS

Algumas interferências foram detectadas apenas no momento da execução da rede,

como por exemplo, a descoberta de rede de água, rede de gás, rede de drenagem e

rede de esgoto existente. Na figura abaixo se pode verificar a interferência causada

pela rede de água.

Figura 10 – Interferência – rede de água 60mm.

Este tipo de interferência surge em razão de cadastros que são realizados de

maneira equivocada ou até mesmo a sua não realização. Desta forma passou a

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existir a necessidade de remanejamento da rede, mudança de cota da aplicação da

rede coletora ou até mesmo o aumento da extensão da rede coletora pelo motivo da

mesma não atender a cota em redes existentes.

No caso de interferência causada por tubulação de água onde a rede existente

interceptou o traçado projetado, o assentamento do tubo deverá foi reavaliado,

interferindo no remanejamento da rede além de implicar no aumento da

profundidade da mesma, que também interferiu no entroncamento da rede de esgoto

existente.

Antes da execução da rede de esgotamento foi verificada no cadastro a existência

de rede de gás, caso houvesse, o processo de esgotamento deve ser mais

cauteloso, utilizando a escavação manual. Isto porque se a rede de gás for atingida

no momento da escavação poderá acontecer vazamento da substância causando

transtorno à população e aos consumidores de gás natural, pois o dano na rede

prejudicaria o fornecimento do gás, além de poder haver a perda de vidas. Por este

motivo fez-se necessário a presença de um técnico da Bahiagás portando

equipamento adequado com o intuito de fazer a sondagem da rede de gás,

orientando por qual caminho a escavação deveria ocorrer. Vale salientar que a

Bahiagás sinaliza a presença da rede de gás utilizando marcos, placas de concreto

espaçadas acima da tubulação de gás, além de outras formas de sinalização.

Pela necessidade de aumentar a profundidade da rede, decorrente da existência das

interferências foi necessário o aumento da extensão de rede coletora da Rua da

Colônia - sub-bacia B6, para que a cota do interceptor existente fosse atendida e

ocorresse o entroncamento da rede.

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4.4 DESAPROPRIAÇÃO OU FAIXA DE SERVIDÃO

Outros tipos de interferências são relativos à passagem da rede coletora por

terrenos particulares, onde se torna necessário o processo de desapropriação ou

criação de uma faixa de servidão.

No caso da obra estudada, houve locais em que foi necessária a desapropriação ou

a criação de uma faixa de servidão e que tinham sido descobertos no momento da

execução, o que acarretou na prática a mudança do local de execução da rede. Até

que a questão fosse resolvida com o proprietário, passando a equipe a executar o

serviço em outro trecho da rede de esgoto sanitário, onde não houvesse este

impedimento, o que gerou uma desmobilização que poderia ser evitada.

Mas antes que fosse cogitada a possibilidade de desapropriação ou faixa de

servidão, o setor de engenharia foi informado sobre a situação para que o mesmo

avaliasse a existência de alguma alternativa. Caso não houvesse outra solução a

Embasa era informada para que se iniciassem os trâmites do processo de

desapropriação.

Os dois tipos de procedimentos, tanto a desapropriação como a faixa de servidão,

eram iniciados com o registro fotográfico da área referida, anexando ao Cadastro

Técnico Social cópia da identidade do proprietário, cópia da escritura do terreno,

croqui da área contendo a rede coletora. No Cadastro Técnico Social contém dados

do proprietário, bem como detalhes sobre a situação do imóvel se o mesmo é

próprio, alugado ou emprestado, além de indicar se há instalações prediais ou

elétricas, a área a ser desapropriada ou criada faixa de servidão em metro linear.

Também era mencionado o número de pavimentos caso houvesse a existência de

imóvel no terreno, a constituição das paredes existentes, o tipo de cobertura, o piso,

além de avaliar a existência de cobertura vegetal e benfeitorias e o tipo de

pavimento da rua.

A partir do preenchimento Cadastro Técnico Social era encaminhada a

documentação ao cliente Embasa, para dar seguimento ao processo de negociação

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com o proprietário do terreno, caso o mesmo concordasse em ser indenizado. Caso

contrário a questão passava a ser judicial.

Atrasos decorrentes do processo de desapropriação acontecem de fato, em razão

de ser um processo longo. A equipe executora do serviço de assentamento de

tubulação é obrigada a se desmobilizar e mudar a frente de serviço até que a

situação da desapropriação seja resolvida, deixando o trecho à jusante sem ser

executado e tendo que retornar ao mesmo após a desapropriação.

Decorrente da existência de casas no local onde o interceptor D trecho 7 – sub-bacia

D5 - seria locado, tornou-se necessária a mudança do “caminhamento” da rede,

culminado no aumento da extensão do interceptor.

Foi necessário solicitar que aproximadamente quinze áreas fossem desapropriadas

ou transformadas em faixa de servidão, para que as redes de esgotamento

projetadas fossem executadas, como a ilustrada abaixo na sub-bacia B6 – Travessa.

Rodeio.

Figura 11 – Desapropriação na Travessa Rodeio (Sub-bacia B6).

Em virtude da dificuldade encontrada pelo processo de desapropriação da área

destinada a implantação da Estação Elevatória D, o projetista propôs que a EE fosse

relocada para uma área pertencente à Embasa.

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4.5 TIPOS DE SOLOS NÃO PREVISTOS

Também foi possível detectar imprevistos relativos ao tipo de solo encontrado no

momento da escavação, onde se pode verificar a presença de solo rochoso em local

não previsto, tornando-se necessário o uso de martelete ou rompedor ou até mesmo

a utilização de explosivos para o desmonte da rocha. Para tanto foram utilizados

equipamentos não previstos na escavação, equipamentos estes locados (martelete,

perfuratriz) e a utilização dos serviços de detonação com autorização do Exército

Brasileiro.

Existiu também o encontro de solos onde o lençol freático era superficial e inundava

a vala, necessitando assim do esgotamento das águas que era feito através de

bombas. Quando havia a presença de água na vala, mas se trata de um terreno

firme, o assentamento foi realizado sobre um lastro de brita.

No trecho de rede, após a travessia da BR-324, locado no Aviário, de acordo com o

projeto a rede passaria por um local, que foi constatado em campo como solo

rochoso, e com o agravante de ser próximo a uma rede de gás, não podendo assim

utilizar explosivos para o desmonte da rocha. Desta forma optou-se por relocar a

rede para uma área próxima a original.

4.6 DESVIO DE TRÁFEGO

Quando ocorria a situação em que a obra de esgotamento sanitário impedisse que o

tráfego da rua fluísse de forma natural, fazia-se necessário a comunicação do fato à

Superintendência Municipal de Trânsito informando a rua que seria realizada a obra

e a previsão da duração do serviço. Esse procedimento foi realizado com o intuito de

comunicar a necessidade da alteração do trajeto dos veículos em especial dos

ônibus urbanos e alertar à Prefeitura sobre a execução da obra naquela localidade.

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31

4.7 TRAVESSIA DA BR-324

Na concepção do projeto da rede de esgoto foi detectada a necessidade de se

realizar uma travessia na BR-324. O método escolhido foi o túnel liner, que se trata

de um método não destrutivo, com o objetivo de não interromper o tráfego da

rodovia. Para que este processo ocorresse foi necessário que a empresa executante

do serviço entrasse com um processo junto ao DNIT - Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes - solicitando a autorização para a realização da obra

de travessia, localizada entre o km 522,37 e km 522,54, possuindo 49,22m de

extensão. A obra foi iniciada em 19 de outubro de 2009 e foi finalizada em 15 de

junho de 2010, sendo que a liberação para a execução do serviço ocorreu em 03 de

setembro de 2009 e o processo foi iniciado aproximadamente seis meses antes.

Figura 12 – Travessia BR-324.

4.8 LIGAÇÃO PREDIAL

Quando a rede estivesse executada e a estação de tratamento de esgoto se

encontrasse pronta para funcionar então, era possível fazer a ligação entre a casa

do morador e a rede de esgoto para que este fosse encaminhado para tratamento.

Neste momento foi preciso desviar o fluxo das águas residuais, que antes se

destinavam à fossa, para a rede coletora. Existiu a ocorrência de casos onde os

moradores que por motivo de desconhecimento não informavam da existência de

mais de uma fossa, tornando o processo de ligação incompleto e necessitando

maior tempo para a conclusão.

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Outro empecilho ocorreu quando no momento da ligação percebeu-se que a

tubulação vinda da casa do morador ficava situada abaixo da cota da caixa já

instalada no passeio do mesmo, impossibilitando a saída das águas residuais da

casa. Neste caso foi necessário refazer o serviço, aumentando a profundidade da

caixa para que fosse possível fazer a junção entre a mesma e a tubulação saída da

casa do morador.

Também ocorreu no momento da sondagem, problemas relacionados a localização

da fossa, onde esta não foi realizada com o devido cuidado e a caixa foi instalada

em local inadequado, não sendo possível fazer a ligação entre a tubulação de águas

residuais advinda da casa do morador e a caixa de forma direta. Dessa forma

tornou-se necessária a existência de uma caixa de passagem entre estes dois

pontos.

4.9 COMPARATIVO ENTRE O PROJETADO E O EXECUTADO

Estes dados foram retirados da planilha da 31ª Medição da Obra do SES Subaé

realizada no dia 07 de dezembro de 2010. Para efeito de preenchimento da Tabela 3

- Comparativo entre serviços e materiais projetados e executados - foram levados

em consideração os seguintes parâmetros: assentamento e montagens,

recomposição de pavimento, escavação de terra, escoramento, esgotamento, caixa

e ramais das ligações intradomiciliares.

De acordo com a Tabela 3 abaixo podemos verificar que dos serviços observados a

maioria foi executado quase na totalidade. Foi possível verificar que o serviço de

Escoramento contínuo em madeira – executado nas profundidades até 3,00 m

ultrapassava o valor da Planilha de Ajustes e Serviços – PAD, isto é, previa-se

executar uma determinada quantidade de serviço, no entanto a quantidade do

mesmo a ser executado foi superior. O procedimento para este tipo de situação é

estornar o valor excedente e incluí-lo de forma equiparada em outro tipo de serviço

ajustando a planilha. Neste caso calcula-se o valor excedente do serviço e este

depois de medido é lançado em outro serviço que o percentual não alcançou a sua

totalidade.

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33

Com relação ao rebaixamento de lençol freático, apenas 6% da quantidade estimada

pela PAD foi executada, isto se deu em virtude da ausência da necessidade deste

processo.

Vale salientar que a empresa executante solicitou dois aditivos de prazo alegando

atraso nos processos de desapropriações necessários para a execução da rede

coletora, interceptores e a EE D, pela dificuldade executiva referente às redes do

interceptor causadas pelas grandes profundidades associada com a existência de

rocha e água e também pelo estudo que se fez necessário para modificação do

traçado do interceptor D devido a interferência com a rede do gasoduto da Bahiagás.

Este estudo, por ser inédito impossibilita a comparação com outras referências.

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Descrição Unidade

Quantidade Percentual Executado com relação ao PAD

(%) Executada Planilha de Ajustes

e Desvios

ASSENTAMENTO E MONTAGENS

ASSENTAMENTO DE TUBOS EM PVC RIG. PB JE- ESGOTO - DN 150mm m 71.020,43 71.092,98 99,90

ASSENTAMENTO DE TUBOS EM PVC RIG. PB JE- ESGOTO - DN 200mm m 4.074,50 4.074,50 100,00

ASSENTAMENTO DE TUBOS EM PVC RIG. PB JE- ESGOTO - DN 250mm m 2.386,55 2.574,29 92,71

ASSENTAMENTO DE TUBOS EM PVC RIG. PB JE- ESGOTO - DN 300mm m 1.697,60 1.697,60 100,00

ASSENTAMENTO DE TUBOS EM PVC RIG. PB JE- ESGOTO - DN 350mm m 291,00 291,00 100,00

ASSENTAMENTO DE TUBOS EM PVC RIG. PB JE- ESGOTO - DN 400mm m 1.003,00 1.003,00 100,00

ASSENTAMENTO DE TUBOS EM CONCRETO, PB JE- ESGOTO - DN 500mm m 2.457,70 3.599,64 68,28

ASSENTAMENTO DE TUBOS EM CONCRETO, PB JE- ESGOTO - DN 600mm m 1.131,50 1.624,50 69,65

ASSENT. DE TUBOS EM PVC RIG. PB JE- ESGOTO - DN 100 mm03) m 19.416,46 22.000,00 88,26

RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTOS

RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTAÇÃO C/ PEDRA OU PARALELO, C/ APROVEITAMENTO DE 100% DO MATERIAL LEVANTADO

m2 31.096,86 32.342,36 96,15

RECOMPOSIÇÃO DE PAVIMENTAÇÃO C/ CONCRETO BETUMINOSO USINADO A QUENTE, EM TRINCHEIRA, INCLUSIVE IMPRIMAÇÃO

m2 630,40 631,97 99,75

ESCAVAÇÃO DE TERRA

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 1ª CAT. EXECUTADA C/ PROFUND. ATÉ 1,50m

m3 8.259,90 9.551,67

86,48

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 2ª CAT. EXECUTADA C/ PROFUND. ATÉ 1,50m

m3 6.662,47 6.662,47

100,00

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 1ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 1,51m E 3,00m

m3 1.810,16 1.810,16

100,00

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 2ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 1,51m E 3,00m

m3 602,89 602,89

100,00

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 1ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 3,01m E 4,50m

m3 - -

-

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 2ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 3,01m E 4,50m

m3 47,99 47,99

100,00

ESCAV. MECANIZ. DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 1ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 0 A 2,00m

m3 37.991,95 43.041,42

88,27

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35

Descrição Unidade

Quantidade Percentual Executado com

relação ao PAD (%) Executada Planilha de Ajustes e Desvios

ESCAV. MECANIZ. DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 2ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 0 A 2,00m

m3 12.353,18 12.353,18

100,00

ESCAV. MECANIZ. DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 1ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 2 A 4,00m

m3 56.390,08 58.547,15

96,32

ESCAV. MECANIZ. DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 2ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 2 A 4,00m

m3 2.519,73 2.519,73

100,00

ESCAV. MECANIZ. DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 1ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 4 A 6,00m

m3 27.569,08 35.406,43

77,86

ESCAV. MECANIZ. DE VALAS - ESGOTO - EM SOLO DE 2ª CAT. EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 4 A 6,00m

m3 - - -

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM LAMA EXECUTADA C/ PROFUND. 1,50m m3 4.252,38 4.959,12 85,75

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM LAMA EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 1,51 E 3,00m

m3 496,63 543,53

91,37

ESCAV. MANUAL DE VALAS - ESGOTO - EM LAMA EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 3,01 E 4,50m

m3 - - -

ESCAV. DE VALAS - ESGOTO - EM ROCHA BRANDA EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 0 A 2,00m C/ USO DE ROMPEDOR PNEUMÁTICO m

3 1.194,25 1.364,01

87,55

ESCAV. DE VALAS - ESGOTO - EM ROCHA SÃ, EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 2 A 4,00m C/ USO DE EXPLOSIVO, INCL. PROTEÇÃO m

3 812,60 2.997,20

27,11

ESCAV. DE VALAS - ESGOTO - EM ROCHA SÃ, EXECUTADA ENTRE AS PROFUND. DE 4 A 6,00m C/ USO DE EXPLOSIVO, INCL. PROTEÇÃO m

3 2.251,11 2.991,28

75,26

ESCORAMENTO

ESCORAMENTO CONTÍNUO EM MADEIRA (TIPO CANCOEIRA), EXECUTADO NAS PROFUNDIDADES ATÉ 3,00 m, EM SOLO S/ PRESENÇA DE ÁGUA

m2

131.575,90 93.597,15 140,58

ESCORAMENTO CONTÍNUO COM PRANCHA METÁLICA C/ H ATÉ 3,00m m2 61.450,96 104.630,68 58,73

ESCORAMENTO CONTÍNUO COM PRANCHA METÁLICA C/ H ACIMA DE 3,00m m2 65.240,23 72.454,37 90,04

ESGOTAMENTO

CUSTO ADICIONAL POR m³ ESCAVADO, P/ ESGOTAMENTO DE VALA m3 2.050,56 2.093,91 97,93

ESGOTAMENTO C/ CONJUNTO MOTO-BOMBA DE SUPERFÍCIE E SUBMERSA h 5.315,60 72.454,37 7,34

REBAIXAMENTO DE LENÇOL FREÁTICO C/ PONTEIRAS FILTRANTES EM VALAS, ESTÁGIO SIMPLES, CRAVAÇÃO DE PONTEIRA C/ JATEAMENTO DE ÁGUA m 40,00 671,00

5,96

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36

Descrição

Unidade

Quantidade Percentual Executado com relação ao PAD

(%) Executada

Planilha de Ajustes e Desvios

CAIXAS DA LIGAÇÕES INTRADOMICILIARES

CAIXA P/ LIGAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO, EM ANEL DE CONCRETO PRÉ MOLDADO DN=0,40m, e=7cm, EM PROF. ATÉ 0,40m, INCL. TAMPA DE CONCRETO ARMADO C/ e=0,07m (CLP TIPO IV) DP1003-06

unid. 5,00 4.750,00

0,11

CAIXA P/ LIGAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO, EM ANEL DE CONCRETO PRÉ MOLDADO DN=0,40m, e=7cm, EM PROF. ATÉ 0,60m, INCL. TAMPA DE CONCRETO ARMADO C/ e=0,07m (CLP TIPO IV) DP1003-06

unid. 880,00 5.800,00

15,17

CAIXA P/ LIGAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO, EM ANEL DE CONCRETO PRÉ MOLDADO DN=0,60m, e=7cm, EM PROF. ATÉ 0,60m, INCL. TAMPA DE CONCRETO ARMADO C/ e=0,07m (CLP TIPO IV) DP1003-06

unid. 1,00 150,00

0,67

CAIXA P/ LIGAÇÃO PREDIAL DE ESGOTO SANITÁRIO, EM ANEL DE CONCRETO PRÉ MOLDADO DN=0,60m, e=7cm, EM PROF. ATÉ 0,80m, INCL. TAMPA DE CONCRETO ARMADO C/ e=0,07m (CLP TIPO V) DP1003-06

unid. 1,00 20,00

5,00

RAMAIS DAS LIGAÇÕES INTRA -DOMICILIARES EXECUÇÃO DE LIGAÇÕES INTRA-DOMICILIARES, EM PISO CERÂMICO, DN 100mm, S/ FORNEC. DO MAT. HIDRÁULICO

m 146,97 567,00

25,92

EXECUÇÃO DE LIGAÇÕES INTRA-DOMICILIARES, EM PISO DE CONCRETO SIMPLES, DN 100mm, S/ FORNEC. DO MAT. HIDRÁULICO m 3.453,62 9.074,43

38,06

EXECUÇÃO DE LIGAÇÕES INTRA-DOMICILIARES, EM PISO EM TACO DE MADEIRA, DN 100mm, S/ FORNEC. DO MAT. HIDRÁULICO m - - -

EXECUÇÃO DE LIGAÇÕES INTRA-DOMICILIARES, EM TERRENO NATURAL, DN 100mm, S/ FORNEC. DO MAT. HIDRÁULICO m 679,95 17.861,60

3,81

Tabela 3 – Comparativo entre serviços e materiais projetados e executados.

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Figura 13 – Assenta mento de Tubo em PVC – 150mm. Figura 14 – Recomposição de Pavimentação – Paralelo

Figura 15 – Escavação Mecanizada de Vala Figura 16 – Escoramento contínuo em Madeira

Solo de 1ª categoria Profundidade de 2,00 a 4,00m. Profundidades de até 3,00m.

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Figura 17 – Rebaixamento de Lençol Freático

Figura 18 –Execução de Ligações Intradomiciliares

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39

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de desapropriação ou de faixa de servidão deve ser iniciado tão logo for

possível, preferencialmente antes do início da execução da obra, pois este pode vir

a se tornar um processo delongado, interferindo diretamente no não cumprimento do

planejamento da obra. O que pode acarretar no atraso da mesma, tornando o seu

custo oneroso. Por esta razão faz-se necessário um estudo prévio para identificar as

áreas a serem desapropriadas ou criadas faixas de servidão. Deste modo seria

evitado o atraso dos serviços prejudicando o início do funcionamento de todo o

sistema. Confirmando a afirmação, os processos de desapropriação foram

resolvidos em um prazo que variava de três a dezoito meses.

Em razão do projeto e do estudo da demanda ter sido feito no ano de 1997 e a obra

ter sido iniciada em 2008, existiu a necessidade de ampliar a extensão das redes

coletoras de algumas sub-bacias. Uma vez que o projeto básico não contemplar

essas áreas antes inabitadas. No entanto também houve a situação onde a

execução da rede de esgotamento da sub-bacia D5.2 não foi realizada em virtude do

baixo índice de habitação e falta de recursos.

Outro motivo de aumento de extensão de rede foi ocorrência de interferências com

redes enterradas, que provocaram o aumento da profundidade da rede de esgoto

impossibilitando o entroncamento da mesma com o interceptor existente.

O serviço de execução dos ramais das ligações intradomiciliares, possui uma

diferença discrepante ao se comparar o projetado e o executado. Isto se dá em

razão de ser um serviço de baixa produtividade, além de possuir baixo preço por

metro executado, o que reduz sensivelmente o número de empreiteiros interessados

na execução do serviço.

Quando comparados os quantitativos de materiais e serviços projetados e os

executados é possível observar que a maioria dos itens foi executada em sua

totalidade. Apesar disso, houve casos em que não existiu a necessidade de

execução total do serviço ou até mesmo itens que não foram executados.

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Com relação à autorização necessária para a realização da obra de travessia na BR-

324, já que a mesma era prevista desde o projeto base, seus trâmites deveriam ser

providenciados desde o início da obra, pois se trata de um processo delongado que

interfere no prazo da obra.

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41

REFERÊNCIAS

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sistemas de esgoto sanitário, 1986.

Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR-9.649, Projeto de redes coletoras

de esgoto sanitário, 1986.

___ NBR-12.266, Projeto e execução de valas para assentamento de tubulação

de água esgoto ou drenagem urbana, 1992.

BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. rev. -

Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006. Disponível

em:http://www.funasa.gov.br/Web%20Funasa/pub/pub01.htm. Acessado em: 14 de

janeiro de 2010.

BRASIL. GOVERNO FEDERAL. Programa de Aceleração do Crescimento. 2007.

Disponível em: http://www.agenciabrasil.gov.br/media/arquivos/2007/01/22

/pac_internet .pdf/download. Acessado em: 15 de abril 2010.

BARROS, R. T. V., COSTA, A. M. L. M., HELLER, L.. Manual de Saneamento e

Proteção Ambiental para os Municípios; V.2 Escola de Engenharia da UFMG.

Belo Horizonte, 1995.

COPASA. Processos de TratamentoDisponível em: http://www.copasa.com.br/

cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=34. Acessado em: 15 de maio 2010.

DELLA NINA, E. Construção de Redes Urbanas de Esgotos. Ao Livro Técnico.

Rio de Janeiro, 1966.

DRÖSEMEYER, A. Contribuição ao estudo da execução de túneis em

‘’pipejacking”. Rio de Janeiro; 2004. Disponível em:

http://www.coc.ufrj.br/index.php?option=com_content&task=view&id=3163&Itemid=1

78.

FERNANDES, C. Esgotos sanitários. Editora Universitária. João Pessoa, 1997.

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42

IBGE. Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008.Disponível

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=1691&id_pagina=1. Acessado em: 22 de agosto de 2010.

IBGE. Dados do Censo 2010. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/censo2010/dados_divulgados/index.php?uf=29. Acessado

em: 08 de novembro de 2010.

IBGE. Produto Interno Bruto dos Municípios 2004. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=76

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MELO, J. C.; Sistema condominial: uma resposta ao desafio da universalização

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TSUTIYA,M. T.; SOBRINHO, P. A. Coleta e transporte de esgoto sanitário.

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Universidade de São Paulo. São Paulo, 1999.

VON SPERLING, M. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias;

V.2. Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de

Minas Gerais. Belo Horizonte, 1996.

SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO. Diagnóstico

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Acessado em 10 de maio de 2010.

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ANEXOS

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