universidade estadual de campinas faculdade de …...um índice de concordância ≥ 80%. no...
TRANSCRIPT
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE ENFERMAGEM
ANDERSON NERI GUIDO
ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO DO CRITICAL NURSING SITUATION
INDEX PARA A CULTURA BRASILEIRA
CAMPINAS
2017
ANDERSON NERI GUIDO
ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO DO CRITICAL NURSING SITUATION
INDEX PARA A CULTURA BRASILEIRA
ORIENTADORA: PROFA. DRA. EDINÊIS DE BRITO GUIRARDELLO
CAMPINAS
2017
Dissertação apresentada à Faculdade de Enfermagem da
Universidade Estadual de Campinas como parte dos requisitos
exigidos para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde.
Área de concentração: Enfermagem e Trabalho
ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL
DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO
ANDERSON NERI GUIDO, E ORIENTADO PELA
PROFA. DRA. EDINÊIS DE BRITO GUIRARDELLO.
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): Não se aplica.
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-4541-2378
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Ciências Médicas
Ana Paula de Morais e Oliveira - CRB 8/8985
Guido, Anderson Neri, 1977-
G942a Adaptação cultural e validação do critical nursing situation index para a
cultura brasileira / Anderson Neri Guido. – Campinas, SP: [s.n.], 2017.
Orientador: Edinêis de Brito Guirardello.
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de
Enfermagem.
1. Cuidados críticos. 2. Segurança do paciente. 3. Avaliação em enfermagem. 4.
Estudos de validação. I. Guirardello, Edinêis de Brito,1960-. II. Universidade Estadual de
Campinas. Faculdade de Enfermagem. III. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em outro idioma: Cultural adaptation and validation of the critical nursing
situation index for brazilian culture
Palavras-chave em inglês:
Critical care
Patient safety
Nursing assessment
Validation studies
Área de concentração: Enfermagem e Trabalho
Titulação: Mestre em Ciências da Saúde
Banca examinadora:
Edinêis de Brito Guirardello [Orientador]
Janete de Souza Urbanetto
Renata Cristina Gasparino
Data de defesa: 24-07-2017
Programa de Pós-Graduação: Enfermagem
BANCA EXAMINADORA DA DEFESA DE MESTRADO
ANDERSON NERI GUIDO
ORIENTADOR: Edinêis de Brito Guirardello
MEMBROS:
1. PROFA. DRA. Janete de Souza Urbanetto
2. PROFA. DRA. Renata Cristina Gasparino
Programa de Pós-Graduação em ciências da saúde da Faculdade de
Enfermagem da Universidade Estadual de Campinas.
A ata de defesa com as respectivas assinaturas dos membros da banca
examinadora encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno.
Data: DATA DA DEFESA 24/07/2017
Dedicatória
À minha esposa, cujo auxílio e incentivo foram fundamentais para o desenvolvimento
desse trabalho, eu jamais teria tido sucesso sem o seu apoio.
À minha família, pelo suporte durante essa jornada.
Agradecimentos
Agradeço profundamente à minha orientadora Prof. Dra. Edinêis de Brito Guirardello,
que com sua dedicação e paciência, dentro e fora da sala de aula, tornou possível a
produção desta dissertação.
Aos colegas da UTI pelo acolhimento e pela constante colaboração durante todo o
tempo em que lá estive.
Resumo
A enfermagem possui relevante papel na garantia e manutenção da segurança do paciente,
principalmente na Unidade de Terapia Intensiva local responsável por atender pacientes
gravemente enfermos. Para assegurar a qualidade da assistência de enfermagem nesse
ambiente faz-se necessário o desenvolvimento de instrumentos válidos e confiáveis
capazes de avaliar a adesão aos protocolos. Este estudo teve como objetivo: Adaptar e
validar o Critical Nursing Situation Index (CNSI) para a cultura Brasileira. Este
instrumento foi desenvolvido com a finalidade de mensurar situações críticas ocorridas
durante a assistência de enfermagem ao paciente crítico adulto. É composto de 84
descrições de situações críticas divididas em oito domínios: cuidados básicos de
enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva (14 itens), ventilação mecânica (20 itens),
acessos venosos (infusão e medidas) (10 itens), administração de fluidos (cinco itens),
ritmo cardíaco e circulação (oito itens), medicação (10 itens), nutrição enteral (seis itens),
cuidados de higiene e controle de dispositivos (11 itens). Para o procedimento
metodológico de adaptação cultural foram utilizadas as etapas de tradução, síntese, retro-
tradução, avaliação por comitê de juízes e pré-teste com 30 enfermeiros. Para avaliar a
validade de constructo convergente, por meio do cálculo do coeficiente de correlação de
Spearman, foram aplicados os instrumentos CNSI – versão brasileira e os instrumentos
Acute Physiology and Chronic Health Disease Classification System II e Nursing
Activitys Score em uma amostra de 101 pacientes com um período de internação nas
unidades de 24 a 30 horas. Para avaliar a confiabilidade interavalidor, realizou-se a
observação simultânea de uma nova amostra de 50 pacientes, com a análise do Índice de
Correlação Intraclasse (ICC) e do coeficiente Kappa. As etapas de tradução, síntese e
retro-tradução foram consideradas adequadas e a avaliação pelo comitê de juízes obteve
um índice de concordância ≥ 80%. No pré-teste, o tempo médio de preenchimento do
instrumento foi de 16,7 min (dp± 7,4). No que se refere a validade da CNSI - versão
brasileira, obteve-se correlação positiva considerada moderada com valores de r=0,41
(p<0,0001) quando comparado o CNSI e o NAS e r=0,48 (p<0,0001) na correlação do
CNSI com o APACHE II. Com esses resultados pode-se afirmar que o CNSI – versão
brasileira é um instrumento válido e confiável capaz de quantificar a adesão ou não adesão
da equipe de enfermagem aos protocolos institucionais.
Descritores
Cuidados Críticos, Segurança do Paciente, Avaliação em Enfermagem, Estudos de
Validação.
Linha de pesquisa: Gerenciamento dos Serviços de Saúde e de Enfermagem
Abstract
Nursing has an important role in guaranteeing and maintaining patient safety, especially
in the Intensive Care Unit a place responsible for treating critically ill patients. To ensure
the quality of nursing care in this environment, it is necessary to develop a valid and
reliable instruments capable of evaluating adherence to protocols. This study aimed to:
Adapt and validate the Critical Nursing Situation Index (CNSI) for the Brazilian culture.
This instrument was developed with the purpose of measuring critical situations that
occurred during nursing care for adult critically ill patients. It consists of 84 descriptions
of critical situations divided into eight domains: basic nursing care(14 items), mechanical
ventilation (20 items), venous lines (measures and infusion) (10 items), fluids
administration (five items), heart rate and circulation (eight items), medication (10 items),
enteral nutrition (six items), hygiene care and device control (11 items). For the
methodological procedure of cultural adaptation, the stages of translation, synthesis,
retro-translation, evaluation by committee of judges and pre-test with 30 nurses were
followed. In order to evaluate the convergent construct validity, the CNSI - Brazilian
version and the instruments Acute Physiology and Chronic Health Disease Classification
System II and Nursing Activity Score were applied in a sample of 101 patients with a
period of hospitalization of 24 to 30 hours and was calculated the Spearman's correlation
coefficient. In order to evaluate inter-rater reliability, we performed the simultaneous
observation of a new sample of 50 patients, with the analysis of the Intraclass Correlation
Index (ICC) and the Kappa coefficient. The stages of translation, synthesis and back
translation were considered adequate and the evaluation by the judges' committee
obtained a concordance index ≥ 80%. In the pre-test, the mean filling time of the
instrument was 16.7 min (dp ± 7.4). As regards the validity of the CNSI - Brazilian
version, a positive correlation was considered moderate with values of r = 0.41 (p
<0.0001) when compared to CNSI and NAS and r = 0.48 (p <0 ,0001) in the correlation
of CNSI with APACHE II. With this results it can be affirmed that the CNSI - Brazilian
version is a valid and reliable instrument able to quantify the adherence or non-adherence
of the nursing team to the institutional protocols.
Key words
Critical Care, Patient Safety, Nursing Assessment, Validation Studies.
Lista de ilustrações, quadros, tabelas e gráficos
Figura 1 – Procedimento metodológico de tradução e adaptação cultural: representação
gráfica das etapas do procedimento de adaptação cultural. Beaton et al, 2007. Campinas
2017 ................................................................................................................................ 21
Quadro 1 – Categorização do coeficiente Kappa. Campinas, 2017............................... 27
Manuscrito 1
Quadro 1 – Modificação dos itens do CNSI após reunião presencial dos juízes,
Campinas, 2017............................................................................................................... 34
Tabela 1 – Resultados obtidos utilizando o instrumento de avaliação de aplicabilidade,
Campinas, 2017............................................................................................................... 35
Manuscrito 2
Tabela 1 – Número de pacientes, média e desvio padrão das variáveis idade, APACHE
II, NAS e Índice do CNSI dos 101 pacientes admitidos na UTI, divididos por
especialidade. Campinas, 2017....................................................................................... 49
Gráfico 1 – Dispersão entre o índice do CNSI – Versão brasileira e o NAS ................ 50
Gráfico 2 – Dispersão entre o índice do CNSI – Versão brasileira e APACHE II ........ 51
Tabela 2 – Descrição do número de situações críticas, itens em risco, índice do CNSI e
maior e menor índice do CNSI por item do domínio. Campinas, 2017 .......................... 52
Tabela 3 – Kappa (Média) entre os domínios. Campinas, 2017 .................................... 53
Lista de abreviaturas e siglas
APACHE II – Acute physiology and chronic health disease classification system II
BT1 – Retro-tradução 1
BT2 – Retro-tradução 2
CAAE – Certificado de apresentação para apreciação ética
CDC – Center of disease control
CEP – Comitê de ética em pesquisa
CNSI – Critical nursing situation index
CTI - Centro de terapia intensiva
ICC – Intraclass correlation coefficient
NAS – Nursing activities score
SAS – Statistical analysis system
T1 – Tradução 1
T12 – Síntese das traduções
T2 – Tradução 2
TCLE – Termo de consentimento livre e esclarecido
UTI – Unidade de terapia intensiva
Sumário
1. Introdução ................................................................................................................... 15
2. Hipóteses .................................................................................................................... 18
3. Objetivos ..................................................................................................................... 19
3.1. Geral ..................................................................................................................... 19
3.2. Específicos ........................................................................................................... 19
4. Método ........................................................................................................................ 20
4.1. Escolha do instrumento ........................................................................................ 20
4.2. Tipo de estudo ...................................................................................................... 20
4.3. Procedimento metodológico de tradução e adaptação cultural ............................ 20
4.3.1. Tradução do instrumento para a língua portuguesa do Brasil ................................... 21
4.3.2. Síntese das traduções ................................................................................................. 22
4.3.3. Retro-tradução ........................................................................................................... 22
4.3.4. Avaliação pelo comitê de juízes ................................................................................ 22
4.3.5. Pré-teste ..................................................................................................................... 23
4.4. Avaliação da validade e confiabilidade do CNSI – versão brasileira .................. 23
4.4.1. Local do estudo ......................................................................................................... 23
4.4.2. População e amostra .................................................................................................. 24
4.4.3. Instrumentos de coleta de dados ................................................................................ 24
4.5. Procedimento de coleta de dados ......................................................................... 25
4.6. Avaliação da validade do CNSI – versão brasileira ............................................ 26
4.7. Avaliação da confiabilidade do CNSI – versão brasileira ................................... 26
4.8. Tratamento e análise dos dados ........................................................................... 27
5. Aspectos éticos ........................................................................................................... 28
6. Resultados ................................................................................................................... 28
6.1. Manuscrito 1 ........................................................................................................ 29
6.2. Manuscrito 2 ........................................................................................................ 41
7. Discussão geral ........................................................................................................... 60
8. Limitações .................................................................................................................. 62
9. Conclusão geral .......................................................................................................... 62
10. Referências ............................................................................................................... 64
11. Apêndices ................................................................................................................. 68
11.1 Apêndice 1 .......................................................................................................... 68
Versão T1 ............................................................................................................................ 68
11.2 Apêndice 2 .......................................................................................................... 70
Versão T2 ............................................................................................................................ 70
11.3 Apêndice 3 .......................................................................................................... 72
Versão síntese ...................................................................................................................... 72
11.4 Apêndice 4 .......................................................................................................... 74
Retro-tradução 1 (BT1) ....................................................................................................... 74
11.5 Apêndice 5 .......................................................................................................... 76
Retro-tradução 2 (BT2) ....................................................................................................... 76
11.6 Apêndice 6 .......................................................................................................... 78
CNSI – Versão brasileira pré-final ...................................................................................... 78
11.7 Apêndice 7 .......................................................................................................... 81
Instruções de preenchimento do CNSI - versão brasileira .................................................. 81
11.8. Apêndice 8 ......................................................................................................... 83
Avaliação da praticabilidade de instrumentos ..................................................................... 83
11.9. Apêndice 9 ......................................................................................................... 83
Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE).......................................................... 83
11.10. Apêndice 10 ..................................................................................................... 87
CNSI – Versão brasileira ..................................................................................................... 87
12. Anexos ...................................................................................................................... 90
12.1. Anexo 1 .............................................................................................................. 90
The critical nursing situation index ..................................................................................... 90
12.2 Anexo 2 ............................................................................................................... 93
Autorização para tradução do instrumento .......................................................................... 93
12.3. Anexo 3 .............................................................................................................. 93
Parecer consubstanciado do CEP ........................................................................................ 93
12.4. Anexo 4 ............................................................................................................ 101
Autorização da diretoria de enfermagem do CTI .............................................................. 101
15
1. Introdução
A enfermagem possui importante papel na promoção da segurança do paciente(1).
Essa responsabilidade se intensifica no ambiente específico da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) à medida que os profissionais precisam prestar atenção, tanto na
gravidade do paciente, quanto na complexidade e variedade dos inúmeros equipamentos
inerentes a este ambiente(2). Esses fatores tornam a busca da qualidade do cuidado de
enfermagem e a segurança do paciente um desafio contínuo aos enfermeiros que atuam
nesse local uma vez que a excelência na execução do cuidado está atrelada à prestação de
um serviço de alta qualidade, seguro, centrado no paciente além de eficiente, inclusive
em relação ao tempo dispendido para tal(3).
Em relação aos cuidados críticos, esses desafios podem ser superados por meio da
capacitação da equipe de modo a promover uma assistência de enfermagem qualificada(3),
além disso, para garantir assistência segura ao paciente é necessário mensurar a
performance da equipe de saúde por meio de métodos válidos e confiáveis, capazes de
aferir a qualidade do cuidado(4).
As rotinas diárias da UTI estão susceptíveis a erros, representando constante
desafio à segurança dos pacientes ali atendidos. Trata-se de uma unidade complexa, com
processos de tomada de decisão que geralmente necessitam ser rápidos, muitas vezes
baseados em dados incompletos, propiciando a esse ambiente índices de erros mais altos
que em outros setores do hospital(5). Independentemente do motivo da internação os
pacientes dependem substancialmente da atuação da equipe de enfermagem durante seu
tratamento, uma vez que cabe a esses profissionais a maioria das atividades de cuidados
diretos ao paciente. Portanto, a enfermagem ocupa um papel privilegiado na detecção e
impedimento de ocorrências de eventos adversos(6).
Durante a realização de suas atividades diárias os profissionais de enfermagem
realizam constantes visitas à beira do leito permitindo, assim, a identificação e correção
de muitas situações consideradas críticas no cuidado de enfermagem(6). Tais situações são
definidas como qualquer evento observado que não corresponde ou está em desacordo
com protocolos e padrões de enfermagem considerados como sendo boas práticas,
adotadas no âmbito da execução das atividades de terapia intensiva(7).
16
Devido a essas características, os serviços de terapia intensiva apoiam-se em uma
série de protocolos que norteiam as atividades de tratamento e cuidado(8) e o uso desses
recursos favorece a qualidade do cuidado, reduzindo tempo de internação e, como
consequência, os custos do serviço(9). Por protocolo, entende-se uma estrutura clara ou
abordagem algorítmica do cuidado que proporciona aos membros da equipe
multiprofissional instruções precisas a serem seguidas, constituindo ações individuais ou
agrupadas em pacotes (bundles) de modo a organizar o cuidado ou estabelecer um
caminho clínico(10).
O uso de protocolos pode reduzir significativamente os riscos da assistência, como
demonstrado no estudo de Pronovost e seus colaboradores(11) que após instaurar um
bundle de cinco cuidados baseados em evidências clínicas como: lavagem de mãos,
precaução de barreira máxima para inserção do cateter central, limpeza da pele com
solução de clorhexidine, evitar o sítio femoral se possível e remoção imediata de cateteres
desnecessários, recomendados pelo Center of Disease Control (CDC), reduziu a taxa de
incidência de infecção de corrente sanguínea em UTIs de 0,62 para 0,34 em 18 meses.
Estima-se que ocorram 82000 infecções de corrente sanguínea associadas ao
cateter central, sendo que 31665 mortes são atribuídas a esse tipo de evento adverso
anualmente em UTIs nos Estados Unidos. Tal situação gera um custo médio anual por
caso que varia entre US$ 11971 a US$ 56000 para atender pacientes que desenvolvem
esse tipo de infecção(12), o que enfatiza a utilização desse bundle pois, além de
proporcionar uma assistência de melhor qualidade, permite a economia de recursos ao se
evitar condição tão prejudicial ao paciente. Tamanha é a importância desses dados que
um outro estudo aponta que erros de assistência à saúde podem ocupar a terceira maior
causa de morte nos Estados Unidos(13).
Porém, as atividades de cuidado de enfermagem apresentam dificuldades para
serem aferidas, além de raramente se coletarem informações sobre essas atividades pelos
serviços de saúde. O efeito notório dessa relação está refletido nos poucos estudos que
associam o cuidado de enfermagem com os resultados obtidos juntos aos pacientes(14).
Diante desse panorama a constante busca pela qualidade do cuidado é uma importante
meta dos sistemas de saúde. Em UTIs essa busca se torna ainda mais evidente uma vez
que os pacientes atendidos nesse ambiente apresentam alta complexidade de cuidado e
requerem profissionais competentes e comprometidos para que se realize ações de
17
cuidado e monitoramento, com qualidade, nas 24 horas de assistência direta ao
paciente(15).
Uma vez que indicadores podem prover conhecimento sobre uma estrutura ou
aspectos do processo de cuidado, relacionando-os com o resultado obtido junto ao
paciente, e que protocolos estão associados com as boas práticas na busca de melhores
desfechos, faz-se necessário a obtenção de instrumentos válidos e confiáveis capazes de
aferir a adesão da equipe aos protocolos institucionais.
O Critical Nursing Situation Index (CNSI) é um instrumento com a finalidade de
mensurar situações críticas de enfermagem ocorridas durante a assistência ao paciente
adulto(7). Foi desenvolvido para uso em UTI adulto e posteriormente adaptado para UTI
pediátrica(16), considerado um dos pilares da iniciativa segurança em primeiro lugar do
Erasmus MC Sophia Children’s Hospital, por proporcionar a avaliação e atualização dos
protocolos de terapia intensiva além de julgar o impacto da adesão ou não adesão à esses
protocolos na incidência de eventos adversos relacionados à assistência à saúde(17).
Para preencher a lacuna existente no Brasil no tocante a instrumentos com essa
finalidade, realizou-se este estudo.
18
2. Hipóteses
Duas hipóteses foram testadas:
a) Quando maior a carga de trabalho de enfermagem aferida pelo Nursing Activities
Score (NAS), maior será o índice do CNSI – versão brasileira.
b) Quanto maior a gravidade clínica do paciente, aferida pelo Acute Physiology and
Chronic Health Disease Classification System II (APACHE II), maior será o
índice do CNSI – versão brasileira.
19
3. Objetivos
3.1. Geral
Realizar a adaptação cultural e validação do Critical Nursing Situation Index
(CNSI) para a cultura brasileira.
3.2. Específicos
Verificar a praticabilidade de aplicação do Critical Nursing Situation Index–
Versão brasileira
Avaliar a validade do Critical Nursing Situation Index – Versão brasileira
Avaliar a confiabilidade do Critical Nursing Situation Index – Versão brasileira
20
4. Método
4.1. Escolha do instrumento
O CNSI foi desenvolvido por Binnekade e seus colaboradores(7) para ser uma
ferramenta capaz de avaliar a qualidade e segurança do cuidado de enfermagem em UTI
adulto (Anexo1) e tem como princípio a mensuração de situações críticas definidas como
desvios ou erros que podem ser observados e evitados, uma vez que estão relacionados
ao aumento do risco à segurança do paciente(18).
O instrumento é composto de 84 descrições de situações críticas de enfermagem
divididas em oito domínios: cuidados básicos de enfermagem em UTI (14 itens),
ventilação mecânica (20 itens), acessos venosos (infusão e medidas) (10 itens),
administração de fluidos (cinco itens), ritmo cardíaco e circulação (oito itens), medicação
(10 itens), nutrição enteral (seis itens), cuidados de higiene e controle de dispositivos (11
itens)(7).
As opções de respostas para cada item observado são: verdadeiro (presença de
situação crítica), falso (ausência de situação crítica) ou não aplicável. A soma dos itens
classificados como verdadeiros refletem o número de situações críticas enquanto que a
soma dos itens identificados como verdadeiros e falsos determinam o número de itens em
risco. O instrumento gera um índice que é a porcentagem dos itens verdadeiros em relação
aos itens em risco e quanto maior o índice, mais desvios de protocolos foram encontrados
e, por consequência, pior a qualidade da assistência prestada(7).
4.2. Tipo de estudo
Trata-se de um estudo metodológico, caracterizado pelos processos de
desenvolvimento e avaliação de instrumentos de coleta de dados tendo a psicometria
como aspecto mais significativo a ser avaliado(19).
4.3. Procedimento metodológico de tradução e adaptação cultural
A adaptação cultural de instrumentos de medida para uso em outros idiomas
necessita seguir as etapas recomendadas para que possa alcançar equivalência (cultural,
idiomática, semântica e conceitual) entre o instrumento original e a versão traduzida para
21
a língua alvo. Não basta apenas uma boa tradução linguística, mas deve-se considerar a
adaptação cultural para obtenção de equivalências entre diferentes culturas(20).
A tradução e adaptação cultural do instrumento foi realizada seguindo as etapas:
tradução do instrumento para a língua portuguesa, síntese das traduções, tradução de volta
para o idioma original, avaliação das traduções por um grupo de especialistas e, por fim,
pré-teste(21)(Fig1).
Figura 1 - Procedimento metodológico de tradução e adaptação cultural: representação
gráfica das etapas do procedimento de adaptação cultural. Beaton et al, 2007. Campinas
2017
4.3.1. Tradução do instrumento para a língua portuguesa do Brasil
Previamente ao procedimento de tradução e adaptação cultural, obteve-se a
autorização dos autores para uso do instrumento (Anexo 2).
Na primeira etapa foi realizada a tradução do instrumento em inglês para o
português do Brasil, e teve a participação de dois tradutores independentes, com fluência
nos idiomas inglês e português do Brasil e que possuíam a língua portuguesa do Brasil
como materna. Um dos tradutores, com formação em psicologia, foi informado sobre os
objetivos do instrumento e conceitos implicados. Já o segundo tradutor, com formação
em línguas, não recebeu nenhum tipo de informação a respeito dos objetivos do
instrumento. Esta etapa resultou em duas versões traduzidas do instrumento (T1 e T2)
(Apêndices 1 e 2).
22
4.3.2. Síntese das traduções
Nesta fase, as duas versões (T1 e T2) produzidas na etapa anterior, foram
analisadas pelos pesquisadores com a finalidade de se elaborar a versão síntese (T12).
(Apêndice 3)
4.3.3. Retro-tradução
A retro-tradução constituiu a terceira etapa do processo de adaptação cultural.
Neste momento a versão síntese foi traduzida novamente para a língua inglesa por outros
dois tradutores independentes que possuíam essa língua como materna. Os mesmos não
receberam nenhum tipo de informação sobre os propósitos do estudo. Essa etapa gerou
duas novas versões (BT1 e BT2). (Apêndices 4 e 5)
4.3.4. Avaliação pelo comitê de juízes
A versão síntese foi submetida à avaliação por um comitê de seis juízes composto
por um metodologista, um linguista, dois enfermeiros atuantes em terapia intensiva e dois
fisioterapeutas. O objetivo desta etapa foi avaliar as equivalências: semântica, idiomática,
conceitual e cultural entre a versão original e a versão síntese obtendo-se, também, a
validação do conteúdo do instrumento.
A equivalência semântica considera a transferência de significados entre as
línguas, observando a gramática e vocabulário, de modo a atingir efeito similar nos
sujeitos que utilizam diferentes línguas. A equivalência idiomática é um desdobramento
da equivalência semântica e considera as adaptações necessárias para traduzir expressões
que não apresentam significado em seu sentido literal, são expressões coloquiais,
informais ou gírias que muitas vezes são difíceis ou inviáveis de se traduzir literalmente.
As equivalências conceitual e cultural objetivam explorar os conceitos principais e suas
definições nas populações envolvidas(22).
Os juízes receberam um convite formal com orientações sobre o trabalho a
executar assim como um quadro contendo todas as versões produzidas nas etapas
anteriores. Foram solicitados a avaliar os 84 itens do instrumento de forma quantitativa
ao julgarem as equivalências em uma escala dividida em quatro graus de concordância (1
– item não equivalente, 2 – impossível avaliar sem revisão do item, 3 – equivalente, mas
necessita alterações, 4 – absolutamente equivalente). Foi estabelecido um grau de
23
consenso ≥ 80%(23) para cada item avaliado. Os itens que a princípio não atingiram essa
taxa de concordância foram, então, discutidos em reunião com os juízes, revistos e
modificados até a obtenção de consenso. Além disso, esta fase estabeleceu a validade de
conteúdo, determinada pela avaliação dos juízes considerando o instrumento traduzido.
Ao final desta etapa gerou-se a versão pré-final do instrumento (Apêndice 6).
A tradução do instrumento leva em consideração pequenos ajustes e modificações
de modo a torná-lo mais abrangente para uso na cultura brasileira e em diferentes
instituições de saúde do território nacional. Tais adaptações são necessárias uma vez que
protocolos institucionais possuem particularidades e variam entre instituições de um
mesmo país. Esses ajustes não comprometem a validade da ferramenta e são
recomendados pelo autor do instrumento uma vez que o princípio do CNSI é baseado na
mensuração de desvios ou erros observáveis e evitáveis no cuidado de enfermagem, não
se tratando de uma lista imutável de itens que deve ser rigorosamente copiada para ser
utilizada em outras instituições de saúde(18).
4.3.5. Pré-teste
Para a realização do pré-teste foram solicitados 30 enfermeiros atuantes em terapia
intensiva, incluindo os 4 turnos de trabalho (manhã, tarde, noite par e noite ímpar). Esses
profissionais foram informados sobre o objetivo do estudo e receberam instruções
específicas que foram elaboradas para realizar a aplicação da versão pré-final do
instrumento (Apêndice 7). Foram solicitados a avaliar o tempo de aplicação e a responder
o questionário de avaliação da aplicabilidade de instrumentos(24)(Apêndice 8). Além
disso, pediu-se que expressassem suas opiniões sobre itens que necessitavam de revisão.
Obteve-se assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice
9) de todos os participantes. Após essa etapa, foi produzida a versão final do instrumento
(Apêndice 10) para utilização nos procedimentos de validação.
4.4. Avaliação da validade e confiabilidade do CNSI – versão brasileira
4.4.1. Local do estudo
Esse estudo foi realizado em uma instituição de nível terciário e quaternário que
atende pacientes provenientes da região metropolitana de Campinas e, também de outras
regiões do estado de SP e outros estados do território nacional. Trata-se de um Centro de
Terapia Intensiva (CTI) contendo sete UTIs divididas em três áreas físicas diferentes.
24
A primeira área física abriga as unidades de neurologia, com sete leitos, unidade
pós-operatória, com dez leitos divididos em especialidades de cirurgia cardíaca, cirurgia
vascular, cirurgia torácica, urologia e, por fim, unidade coronariana com cinco leitos. A
segunda área abriga as unidades de trauma e medicina interna, com 20 leitos no total
divididos em três postos de enfermagem. Para finalizar, a terceira área física, uma unidade
que atende pós-operatório de transplantes contendo nove leitos. A equipe de enfermagem
é composta por enfermeiros e técnicos de enfermagem responsáveis pela assistência
direta aos pacientes.
4.4.2. População e amostra
Para avaliar a validade de constructo utilizou-se a validade convergente, pois esta
refere-se a uma busca para outras medidas do constructo, utilizando duas outras
ferramentas para se realizar uma análise correlacional(19).
O tamanho amostral para avaliar a validade convergente do instrumento por meio
da estimação da correlação entre o índice obtido do instrumento e os escores dos
instrumentos NAS e APACHE II foi de no mínimo 84 sujeitos. Para este objetivo
considerou-se a metodologia de um cálculo amostral para estimar um coeficiente de
correlação de Spearman. Nesse cálculo foi assumido um nível de significância de 5%, um
poder do teste de 80%, uma estimativa para o coeficiente de correlação igual a 0,30, que
segundo Cohen(25) pode ser considerado um coeficiente de grau médio, e um coeficiente
de correlação igual a zero como hipótese nula. Para realizar o cálculo amostral utilizou-
se o software G*Power® 3.1.9.2(26, 27).
Para a Avaliação da confiabilidade realizou-se a dupla coleta de dados de 50
pacientes sendo este número considerado adequado para esse tipo de análise.(31)
4.4.3. Instrumentos de coleta de dados
4.4.3.1. Critical Nursing Situation Index (CNSI) – versão brasileira
A versão final do processo de adaptação cultural do Critical Nursing Situation
Index foi submetida ao procedimento de avaliação de sua validade e confiabilidade
(Apêndice 10).
25
4.4.3.2. Nursing Activities Score (NAS)
O NAS, instrumento desenvolvido por Miranda e seus colaboradores(28), adaptado
e validado para a cultura brasileira por Queijo e Padilha(29) e tem como objetivo mensurar
a carga de trabalho de enfermagem de forma individualizada, considerando cada paciente
em suas necessidades de cuidado.
É um instrumento composto por um total de 23 itens, sendo alguns mutuamente
excludentes, distribuídos em sete domínios (atividades básicas, suporte ventilatório,
suporte cardiovascular, suporte renal, suporte neurológico, suporte metabólico e
intervenções específicas). O escore obtido com a pontuação do NAS, que pode variar de
0% a até 177% (ou seja o tempo completo de 1.8 profissionais de enfermagem) representa
a porcentagem de tempo gasto por profissional de enfermagem, por turno, na assistência
direta ao paciente(28).
4.4.3.3. Acute Physiology and Chronic Health Disease Classification System II
(APACHE II)
O APACHE II é um escore prognóstico útil para delinear o perfil de gravidade
dos pacientes internados em UTI. Essa ferramenta avalia 12 variáveis fisiológicas, que
somadas a pontuação atribuída a idade e a presença de doenças crônicas gera uma
pontuação capaz de estratificar grupos prognósticos dos pacientes admitidos nessa
unidade. Altos índices avaliados por essa ferramenta estão relacionados com pior
prognóstico e maior risco de morte(30).
A pontuação desse instrumento varia de 0 a 71, porém o autor aponta que não
observou escores maiores do que 55. Pontuações de 35 ou mais estão associadas com
90% de mortalidade, tanto de pacientes em tratamento clínico quanto cirúrgico(30).
4.5. Procedimento de coleta de dados
Para a análise da validade convergente foram avaliados 101 pacientes admitidos
nesse CTI entre os meses de novembro de 2016 e fevereiro de 2017, com no mínimo 24
e no máximo 30 horas de internação, independentemente do motivo de admissão e
condição clínica. A coleta de dados para a validação do instrumento foi realizada pelo
pesquisador por meio de observação do leito, dos dispositivos e equipamentos ligados ao
paciente bem como análise de prontuário. Para a coleta de dados foram utilizados os três
26
instrumentos descritos: CNSI - Versão brasileira, a qual foi o foco da validação do estudo;
versão em português do Nursing Activities Score (NAS) e Acute Physiology and Chronic
Health Disease Classification System II (APACHE II), que auxiliaram na testagem de
hipóteses para validação do constructo.
Para a Avaliação da confiabilidade foi realizada com aplicação simultânea do
CNSI – Versão brasileira pelo pesquisador e outro profissional enfermeiro com
experiência em UTI e especialmente instruído para desempenhar essa função. Nesta etapa
não houve comunicação entre o pesquisador e o segundo profissional a respeito das
observações e avaliações realizadas. Realizou-se a coleta simultânea de 50 sujeitos nesta
fase(31).
4.6. Avaliação da validade do CNSI – versão brasileira
A validade é determinada pela capacidade de um instrumento medir exatamente o
que ele se propõe a medir(32). Para estabelecer essa qualidade empregou-se a validade de
constructo convergente(19) utilizando-se o NAS e o APACHE II para testar as seguintes
hipóteses:
Hipótese 1 – Quando maior a carga de trabalho de enfermagem aferida pelo NAS,
maior será o índice do CNSI – Versão brasileira.
Hipótese 2 – Quanto maior a gravidade clínica do paciente, aferida pelo índice
prognóstico APACHE II, maior será o índice do CNSI – Versão brasileira.
Tais hipóteses justificam-se segundo publicações que sugerem uma associação
entre a carga de trabalho de enfermagem e a prevalência de eventos adversos relacionados
ao cuidado(33-38). Outros estudos demonstram que um dimensionamento inadequado da
equipe de enfermagem está associado com erros de medicações(39), quedas de pacientes(40,
41), aumento do número de infecções hospitalares(42-44) e aumento da mortalidade(45, 46).
4.7. Avaliação da confiabilidade do CNSI – versão brasileira
Denomina-se confiabilidade a capacidade de um determinado instrumento para
mensurar de forma consistente um atributo, determinando a proporção de precisão ou
imprecisão da aferição. Esse tipo de avaliação leva em consideração a capacidade do
27
instrumento produzir os mesmo resultados em medidas repetidas, sua coerência e
precisão(19).
Para esse estudo utilizou-se a confiabilidade interavaliador, pois trata-se de um
instrumento que depende de observação direta de um determinado comportamento e,
portanto, precisa ser sistematicamente registrado(19).
4.8. Tratamento e análise dos dados
A validade convergente foi determinada por meio do cálculo do coeficiente de
correlação de Spearman(47) entre o índice obtido do instrumento e os escores obtidos dos
instrumentos NAS e APACHE II. Estes coeficientes variam de -1 a 1, onde valores mais
próximos de -1 indicam uma relação negativa ou inversa entre as variáveis, valores
próximos a 1 uma relação positiva e valores próximos a 0 indicam ausência de correlação.
Cohen(25) sugere a seguinte classificação dos coeficientes de correlação: 0,1 a 0,29 (fraca),
0,30 a 0,49 (moderada) e maior ou igual a 0,50 (forte).
Para avaliar a confiabilidade interavaliador com relação ao índice obtido no
instrumento calculou-se o coeficiente de concordância intraclasse (Intraclass Correlation
Coefficient – ICC)(48), os autores sugerem que valores superiores a 0,75 são indicativos
de boa confiabilidade. Para avaliar a confiabilidade interavaliador com relação aos
resultados dos itens do instrumento foi calculado o coeficiente Kappa(49). Landis e
Koch(50) propuseram a seguinte categorização para o coeficiente Kappa (Quadro 1):
Quadro 1 - Categorização do coeficiente Kappa. Campinas, 2017.
Coeficiente Kappa Força da concordância
menor que zero poor (pobre)
0,00 – 0,20 slight (desprezível)
0,21 – 0,40 fair (suave)
0,41 – 0,60 moderate (moderada)
0,61 – 0,80 substantial (substancial, grande)
0,81 – 1,00 almost perfect (quase perfeita)
Em todas as análises foi considerado um nível de significância igual a 5% e os
softwares estatísticos Statistical Analysis System® (SAS) versão 9.4 e SPSS® versão 22
foram utilizados para a realização das mesmas.
28
5. Aspectos éticos
O projeto foi registrado na Plataforma Brasil (Certificado de Apresentação para
Apreciação Ética (CAAE): 57789716.1.0000.5404) e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (CEP) da UNICAMP – Campus Campinas (Parecer nº 1.693.664) (Anexo 3).
Foi solicitada autorização da diretoria de enfermagem do CTI para proceder com a coleta
de dados e obteve-se resposta favorável da instituição (Anexo 4).
Anteriormente ao processo de adaptação cultural, foi obtida autorização do autor
do instrumento original para proceder com sua adaptação para a cultura brasileira (Anexo
2).
Durante o pré-teste do CNSI – Versão brasileira 30 enfermeiros atuantes do CTI
foram informados quanto aos objetivos do estudo e conceitos envolvidos conforme
descrito na etapa de pré-teste. Esses participantes receberam uma via do TCLE (Apêndice
10) e a segunda via assinada pelos participantes foi arquivada pelo pesquisador.
Obteve-se dispensa do TCLE a ser assinado pelos pacientes uma vez que se tratou
de um estudo observacional que não interferiu nas rotinas diárias da unidade e não obteve
dados pessoais dos mesmos.
6. Resultados
Os resultados desta pesquisa estão apresentados em formato de dois manuscritos:
Manuscrito 1 - Adaptação cultural do Critical Nursing Situation Index para a
cultura brasileira
Manuscrito 2 – Avaliação da Validade e Confiabilidade do Critical Nursing
Situation Index – Versão brasileira
29
6.1. Manuscrito 1
Adaptação cultural do Critical Nursing Situation Index para a cultura brasileira
Cultural adaptation of the Critical Nursing Situation Index for Brazilian culture
Autores
Anderson Neri Guido
Edinêis de Brito Guirardello
Instituição: Faculdade de Enfermagem, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo,
SP, Brasil
Conflitos de interesse: não há conflitos de interesse a declarar.
2977 palavras
Resumo
Objetivo: Traduzir e adaptar o Critical Nursing Situation Index para a cultura brasileira.
Método: Estudo metodológico de adaptação cultural que empregou as etapas de tradução,
síntese das traduções, retro-tradução, avaliação por comitê de juízes e, por fim, a etapa de
pré-teste com a participação de 30 enfermeiros atuantes em terapia intensiva. A
aplicabilidade do instrumento foi avaliada por meio do questionário de aplicabilidade de
instrumentos. Resultados: Obteve-se a versão brasileira do Critical Nursing Situation
Index, a validação de conteúdo foi realizada mediante obtenção de equivalência
semântica, idiomática, cultural e conceitual. Dessas avaliações participaram 6 juízes e o
índice de concordância correspondeu a ≥ 80%. As etapas de tradução, síntese e retro-
tradução foram consideradas adequadas pelos juízes e, dos 84 itens que compõe o
instrumento, apenas 4 sofreram modificações. O tempo médio de preenchimento do
instrumento na etapa de pré-teste foi de 16,7 min (dp± 7,4). Conclusão: O processo
metodológico de adaptação cultural do Critical Nursing Situation Index foi concluído
com sucesso e o instrumento apresentou grau satisfatório de compreensão global e
aplicabilidade.
Descritores: Cuidados Críticos, Segurança do Paciente, Avaliação de Enfermagem,
Estudos de Validação.
30
Introdução
A enfermagem possui importante papel na promoção da segurança do paciente(1).
Essa responsabilidade se intensifica no ambiente da Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
à medida que os profissionais que ali atuam precisam prestar atenção, tanto na gravidade
do paciente, quanto na complexidade e variedade dos inúmeros equipamentos inerentes a
este ambiente(2).
Devido a essas características, os serviços de terapia intensiva apoiam-se em uma
série de protocolos que norteiam as atividades de tratamento e cuidado(3) e o uso desses
recursos favorece a qualidade do cuidado, reduzindo o tempo de internação e, como
consequência, os custos do serviço(4). Por protocolo, entende-se uma estrutura clara ou
abordagem algorítmica do cuidado que proporciona aos membros da equipe
multiprofissional instruções precisas a serem seguidas, constituindo ações individuais ou
agrupadas em pacotes (bundles) de modo a organizar o cuidado ou estabelecer um
caminho clínico(5).
O uso de protocolos pode reduzir significativamente os riscos da assistência, como
demonstrado por Pronovost e seus colaboradores que após instaurar um bundle de cinco
cuidados baseados em evidências clínicas como: lavagem de mãos, precaução de barreira
máxima para inserção do cateter central, limpeza da pele com solução de clorhexidine,
evitar o sítio femoral se possível e remoção imediata de cateteres desnecessários,
recomendados pelo Center of Disease Control (CDC), reduziu a taxa de incidência de
infecção de corrente sanguínea de 0,62 para 0,34 em 18 meses(6).
Estudos norte-americanos estimam que anualmente ocorram 82000 infecções de
corrente sanguínea associadas ao cateter central, sendo que 31665 mortes são atribuídas
a esse tipo de evento adverso. Tal situação gera um custo médio anual por caso que vai
de US$ 11971 a US$ 56000 para atender pacientes que desenvolvem esse tipo de
infecção(7), de modo que utilizar esse bundle, além de proporcionar uma assistência de
melhor qualidade, permite a economia de recursos ao se evitar condição tão prejudicial
ao paciente. Outro estudo aponta que os erros relacionados a assistência à saúde podem
ocupar a terceira maior causa de morte nos Estados Unidos(8). Portanto, para garantir
assistência segura ao paciente é necessário mensurar a performance da equipe de saúde
por meio de métodos válidos e confiáveis, capazes de aferir a qualidade do cuidado
prestado(9).
31
Durante a execução de suas atividades diárias os profissionais de enfermagem
realizam constantes visitas à beira do leito do paciente e, por ocupar essa posição
privilegiada na atenção à saúde, esse profissional tem a capacidade de identificar e
corrigir diversas situações consideradas críticas no cuidado de enfermagem(10). Tais
situações são definidas como qualquer evento observado que não corresponde ou está em
desacordo com protocolos e padrões de enfermagem considerados como sendo boas
práticas clínicas, adotadas no âmbito da execução de atividades de terapia intensiva(11).
O Critical Nursing Situation Index (CNSI) é um instrumento com a finalidade de
mensurar situações críticas de enfermagem ocorridas durante a assistência ao paciente
adulto(11). Foi desenvolvido para uso em UTI adulto e posteriormente adaptado para UTI
pediátrica(12), considerado um dos pilares da iniciativa segurança em primeiro lugar do
Erasmus MC Sophia Children’s Hospital, por proporcionar a avaliação e atualização dos
protocolos de terapia intensiva além de julgar o impacto da adesão ou não adesão à esses
protocolos na incidência de eventos adversos relacionados à assistência à saúde(13).
O instrumento é composto de 84 descrições de situações críticas de enfermagem
divididas em oito domínios: Cuidados básicos de enfermagem em UTI (14 itens),
ventilação mecânica (20 itens), acessos venosos (infusão e medidas) (10 itens),
administração de fluidos (cinco itens), ritmo cardíaco e circulação (oito itens), medicação
(10 itens), nutrição enteral (seis itens), cuidados de higiene e controle de dispositivos (11
itens)(11).
As opções de respostas para cada item observado são: verdadeiro (presença da
situação crítica), falso (ausência de situação crítica) ou não aplicável. A soma dos itens
classificados como verdadeiros refletem o número de situações críticas enquanto que a
soma dos itens identificados como verdadeiros e falsos determinam o número de itens em
risco.
O instrumento gera um índice que é a porcentagem dos itens verdadeiros em
relação aos itens em risco, quanto maior o índice, mais desvios de protocolos foram
encontrados e, por consequência, pior a qualidade da assistência prestada(11).
Com o propósito de disponibilizar uma ferramenta capaz de avaliar adesão aos
protocolos institucionais e instrumentalizar as equipes de enfermagem de terapia
intensiva para executar tais avaliações, o presente estudo teve como objetivo realizar a
adaptação cultural do Critical Nursing Situation Index (CNSI) para a cultura brasileira.
32
Método
Trata-se de um estudo metodológico de tradução e adaptação cultural do CNSI
para a realidade brasileira. Optou-se pela abordagem descrita por Beaton(14) seguindo os
passos de tradução, síntese das traduções, retro-tradução, avaliação por comitê de juízes
e pré-teste. Destaca-se que antes de iniciar o processo de adaptação cultural, obteve-se
autorização do autor do instrumento para proceder com o procedimento e parecer
favorável do comitê de ética em pesquisa da instituição – sob o número do Certificado de
Apresentação para Apreciação Ética (CAEE) 57789716.1.0000.5404
Na primeira etapa do processo de adaptação cultural ocorreu a tradução do
instrumento por dois tradutores independentes, ambos com fluência na língua inglesa e
tendo a língua portuguesa do Brasil como língua materna. Ressalta-se que um dos
tradutores não recebeu informações sobre os objetivos e conceitos que envolvem o
instrumento. Esta etapa resultou em duas versões (T1 e T2). Em seguida, realizou-se a
síntese das versões pelos pesquisadores obtendo-se a versão síntese (T12).
A retro-tradução foi realizada por dois tradutores independentes com fluência na
língua portuguesa do Brasil e com a língua inglesa como materna. Eles tiveram como
objetivo traduzir a versão síntese de volta para o inglês. Esse procedimento tem como
finalidade checar a validade da tradução e verificar a existência de discrepâncias no
significado e no conteúdo entre o instrumento original e o instrumento traduzido(14).
As versões produzidas foram submetidas à avaliação por um comitê de seis juízes
composto por um metodologista, um linguista, dois enfermeiros atuantes em terapia
intensiva e dois fisioterapeutas. O objetivo desta etapa foi avaliar as equivalências:
semântica, idiomática, conceitual e cultural entre versão original e versão síntese
obtendo-se também, a validação do conteúdo do instrumento.
A equivalência semântica visa a transferência de significados entre as línguas,
considerando a gramática e vocabulário, de modo a atingir efeito similar nos sujeitos que
utilizam diferentes línguas. A equivalência idiomática é um desdobramento da
equivalência semântica e considera as adaptações necessárias para traduzir expressões
que não apresentam significado em seu sentido literal, são expressões coloquiais,
informais ou gírias que muitas vezes são difíceis ou inviáveis de traduzir literalmente. As
equivalências conceitual e cultural objetivam explorar os conceitos principais e suas
definições nas populações envolvidas(15).
33
Os juízes receberam um convite formal com orientações sobre o trabalho a
executar assim como um quadro contendo todas as versões produzidas nas etapas
anteriores. Foram solicitados a avaliar os 84 itens do instrumento de forma quantitativa
ao julgarem as equivalências em uma escala dividida em quatro graus de concordância (1
– item não equivalente, 2- impossível avaliar sem revisão do item, 3 – equivalente, mas
necessita alterações, 4 – absolutamente equivalente). Foi estabelecido um grau de
consenso ≥ 80%(16) para cada item avaliado. Os itens que a princípio não atingiram essa
taxa de concordância foram, então, discutidos em reunião com os juízes, revistos e
modificados até a obtenção de consenso. Além disso, os juízes julgaram o instrumento de
forma qualitativa definindo, assim, a validade de conteúdo do mesmo. Ao final desta
etapa gerou-se a versão pré-final do instrumento.
Na etapa de pré-teste participaram 30 enfermeiros de terapia intensiva de um
hospital universitário do interior do estado de São Paulo. Esses profissionais foram
informados sobre o objetivo do estudo e receberam instruções específicas que foram
elaboradas para realizar a aplicação da versão pré-final do instrumento (Apêndice 7).
Foram solicitados a avaliar o tempo de aplicação e a responder o questionário de avaliação
da aplicabilidade de instrumentos(17). Além disso, foram solicitados a expressar suas
opiniões sobre itens que necessitavam de revisão.
Resultados
As etapas iniciais de tradução, síntese e retro-tradução foram realizadas sem
dificuldades uma vez que durante o processo de validação das equivalências realizado
pelos juízes apenas quatro itens obtiveram percentual de concordância abaixo de 80%. Os
itens 17 e 63 apresentaram 50% de concordância em todas as equivalências avaliadas,
enquanto que o item 4 apresentou concordância de 67% nas equivalências semântico-
idiomática e o título do oitavo domínio (T8) obteve 67% de concordância na categoria
equivalência cultural.
O quadro 1 demonstra os itens com menos de 80% de concordância que foram
discutidos em reunião realizada com os juízes, de modo a compor a versão pré-final do
instrumento (Quadro 1).
34
Quadro 1 - Modificação dos itens do CNSI após reunião presencial dos juízes, Campinas,
2017.
Itens Critical Nursing
Situation Index Versão síntese Versão final
4
Entrance of the
isolation room is not
marked as such
O quarto em precaução
não possui sinalização
conforme protocolo da
instituição
O quarto em precaução
(isolamento) não está
identificado como tal
17 No manual inflation
according to protocol
Sem fisioterapia
respiratória de acordo
com o protocolo
Ausência de insuflação
manual (manobra com
AMBU®) de acordo com
o protocolo
63
No supportive
continuous flush
infusion in patient
with cardiogenic
medication
Sem infusão continua
para lavagem de suporte
em pacientes com
medicação cardiogênica
Ausência de infusão
continua para lavagem de
suporte em pacientes
recebendo droga(s)
vasoativa(s)
T8
Hygienic care and
control of parts and
devices items
Cuidados de higiene e
controle de partes e
dispositivos
Cuidados de Higiene e
Controle de Dispositivos
Com relação ao item 4, as questões levantadas foram acerca das palavras
precaução e isolamento, uma vez que ambas as palavras são utilizadas em diferentes
realidades do território nacional. Foi então sugerido adicionar a palavra “isolamento”
entre parênteses para facilitar a compreensão do item. O item 17 apresentou dificuldade
semelhante, pois no Brasil é muito comum o uso da marca registrada AMBU® para
descrever o dispositivo de bolsa – válvula unidirecional – máscara utilizado para realizar
procedimentos que necessitam de insuflação manual. Desse modo optou-se pelo
parêntese explicativo mantendo a marca registrada desse tipo de equipamento.
O item 63 apresentou dificuldades para a realização de sua tradução pois trata-se
de uma prática incomum no Brasil, devido a essa dificuldade foi necessário recorrer ao
autor da versão original do instrumento de modo a adquirir maiores informações sobre
esse protocolo para obtenção da versão pré-final do processo de tradução e adaptação
cultural. Por fim, os juízes observaram que o uso da palavra partes, no título do oitavo
domínio, não correspondia ao uso comum na cultura brasileira, optando por suprimir essa
palavra na tradução. Após esses ajustes os itens revisados atingiram 100% de consenso e
as modificações foram incorporadas à versão pré-final do instrumento a qual foi
submetida ao pré-teste.
35
Durante o pré-teste o tempo de preenchimento médio do instrumento foi de 16,7
minutos (dp± 7,4) com tempo mínimo de preenchimento de 5 e máximo de 35 minutos.
É importante ressaltar que os enfermeiros preencheram o instrumento enquanto
desempenhavam suas funções cotidianas durante o horário de trabalho e, portanto,
tiveram que lidar com as costumeiras interrupções e demandas que surgiram ao longo do
plantão. Acerca da compreensão das instruções para aplicação do instrumento e facilidade
para entender e assinalar os itens do instrumento, obteve-se os resultados demonstrados
pela Tabela 1:
Tabela 11 - Resultados da avaliação de aplicabilidade do instrumento na etapa de pré-
teste, Campinas, 2017.
Após essas etapas obteve-se a versão final do instrumento “Critical Nursing
Situation Index” – Versão brasileira (Apêndice 10)
Discussão
Os instrumentos de medidas desenvolvidos em outras línguas e outras culturas não
podem ser simplesmente traduzidos devido as importantes diferenças culturais e
linguísticas. Portanto, o processo de tradução e adaptação cultural requer seguir as etapas
recomendadas do modelo adotado(18), atentando para aspectos linguísticos, semânticos,
culturais e conceituais.
Nesse estudo as etapas de tradução, síntese, retro-tradução, avaliação por comitê
de juízes e pré-teste foram realizadas de forma satisfatória. Durante a reunião presencial
a composição multidisciplinar do comitê de juízes permitiu uma rica discussão dos itens
e de sua tradução. A avaliação de equivalências foi realizada tanto de forma quantitativa
ao se estabelecer a concordância, quanto qualitativa de modo que todos os juízes
Questões
Discordo
Totalmente
Discordo
Parcialmente
Não tenho
Opinião
Concordo
Parcialmente
Concordo
Totalmente
n % n % n % n % n %
Eu achei fácil
entender as
instruções do
instrumento
0 0 4 13,3 1 3,4 12 40 13 43,3
Eu achei fácil
entender os itens do
instrumento 0 0 2 6,7 0 0 21 70 7 23,3
Eu achei fácil
assinalar os itens do
instrumento 0 0 4 13,3 1 3,3 8 26,7 17 56,7
36
opinaram sobre a tradução dos itens do instrumento fornecendo valiosas sugestões para
composição da versão pré-final.
Apenas o item 63 “Ausência de infusão continua para lavagem de suporte em
pacientes recebendo droga(s) vasoativa(s)” precisou ser abordada com o Dr. Binnekade
além de maior discussão durante a reunião presencial com os juízes. Trata-se de uma
prática utilizada principalmente com sistemas de bomba de infusão de seringa que são
acopladas a uma bomba de infusão volumétrica contendo solução salina que atua como
veículo das medicações vasoativas altamente concentradas contidas nas seringas(19). Tal
protocolo minimiza os riscos de infusões dessas drogas pois ao se acrescentar um
cristaloide como veículo, o volume do sistema atua como um reservatório das medicações
que estão sendo infundidas(20). Entretanto, essa prática não é comum em nossa cultura e
esse item acarretou em diversos apontamentos, por parte dos enfermeiros participantes do
pré-teste, sobre qual o significado dessa prática.
É fundamental destacar que o CNSI pode e deve ser modificado segundo a
realidade da instituição onde ele será aplicado, tais adaptações são necessárias uma vez
que protocolos institucionais possuem particularidades e variam entre instituições de um
mesmo país. Esses ajustes não comprometem a validade da ferramenta e são
recomendados pelo autor do instrumento uma vez que o princípio do CNSI é baseado na
mensuração de desvios ou erros observáveis e evitáveis no cuidado de enfermagem, não
se tratando de uma lista imutável de itens que deve ser rigorosamente copiada para ser
utilizada em outras instituições de saúde(21).
A respeito da aplicabilidade do instrumento 83,3% dos enfermeiros concordaram
parcialmente ou totalmente com a afirmação “Eu achei fácil entender as instruções do
instrumento” enquanto que 93,3% dos enfermeiros concordaram parcialmente ou
totalmente com a afirmação “Eu achei fácil entender os itens do instrumento”, por fim,
83,4 % dos enfermeiros participantes do pré-teste concordaram parcialmente ou
totalmente com a facilidade de assinalar os itens do instrumento.
Com relação ao domínio ventilação mecânica, foi apontado por alguns
enfermeiros que tais avaliações devem ser realizadas pela equipe de fisioterapia, pois
muitos afirmaram “não conhecer” ou “não dominar” as informações ou regulagens de
parâmetros utilizados no ventilador mecânico. Tal particularidade pode ser explicada
devido ao fato de que o ambiente complexo da UTI precisa de educação continuada de
37
qualidade para a equipe de enfermagem, inclusive envolvendo o uso de equipamentos
como o ventilador(22). Um estudo realizado no Brasil apontou que as principais
dificuldades relatadas pela equipe de enfermagem ao prestar cuidados ao paciente crítico
em ventilação mecânica foram: falta de conhecimento sobre os cuidados; falta de
segurança ao manipular o ventilador e falta de cursos de aperfeiçoamento(23).
Portanto, considerando que existe uma lacuna no tocante a instrumentos
destinados a identificação e prevenção de falhas que prejudiquem a segurança do
paciente, e levando-se em consideração a capacidade do CNSI em auxiliar a observação
e, consequentemente, em quantificar a adesão ou não adesão da equipe de enfermagem
aos protocolos institucionais, essa ferramenta pode contribuir de forma substantiva para
a avaliação e melhoria do cuidado de enfermagem prestado ao paciente com alto nível de
complexidade, quadro comum àqueles internados na UTI.
Conclusão
Este estudo realizou a adaptação cultural do CNSI para a cultura brasileira de
maneira satisfatória. Trata-se de uma ferramenta capaz de avaliar e quantificar a adesão
da equipe de enfermagem de terapia intensiva aos protocolos institucionais de modo a
corroborar com a identificação de falhas que possam pôr em risco a segurança dos
pacientes atendidos nessas unidades. O processo de adaptação cultural seguiu a estrutura
metodológica recomendada pela literatura, atingindo o objetivo proposto de elaborar a
versão brasileira do instrumento.
Ressalta-se a necessidade de testes adicionais para avaliar as propriedades
psicométricas, por meio da utilização de outras medidas de avaliação da confiabilidade e
validade, considerando que o presente assegurou apenas a validade de conteúdo da
ferramenta.
Agradecimentos
Nosso agradecimento aos profissionais de enfermagem que participaram deste
estudo e ao hospital que autorizou a realização da pesquisa.
Colaborações
Guido A. N. colaborou com a concepção do estudo, coleta de dados, análise e
interpretação dos dados, redação do artigo, revisão crítica do conteúdo intelectual e
aprovação da versão final a ser publicada.
38
Guirardello E.B. colaborou com a concepção do estudo, análise e interpretação dos dados,
redação do artigo, revisão crítica do conteúdo intelectual e aprovação da versão final a
ser publicada.
Referências
1. Te Beest H, van der Starre C, Tibboel D, van Dijk M. Nursing protocol violations:
detect, correct and communicate. Nurs Crit Care. 2013;18(2):79-85.
2. Zeraati M, Alavi NM. Designing and validity evaluation of Quality of Nursing Care
Scale in Intensive Care Units. J Nurs Meas. 2014;22(3):461-71.
3. De Vos M, Graafmans W, Keesman E, Westert G, van der Voort PHJ. Quality
measurement at intensive care units: which indicators should we use? J Crit Care.
2007;22(4):267-74.
4. Hammond JJ. Protocols and guidelines in critical care: development and
implementation. Curr Opin Crit Care. 2001;7(6):464-8.
5. LeBlanc JM, Kane-Gill SL, Pohlman AS, Herr DL. Multiprofessional survey of
protocol use in the intensive care unit. J Crit Care. 2012;27(6):738.e9-17.
6. Pronovost P, Needham D, Berenholtz S, Sinopoli D, Chu H, Cosgrove S, et al. An
intervention to decrease catheter-related bloodstream infections in the ICU. N Engl
J Med. 2006;355(26):2725-32.
7. Pronovost PJ, Watson SR, Goeschel CA, Hyzy RC, Berenholtz SM. Sustaining
Reductions in Central Line–Associated Bloodstream Infections in Michigan
Intensive Care Units A 10-Year Analysis. Am J Med Qual.
2015:1062860614568647.
8. Makary MA, Daniel M. Medical error—the third leading cause of death in the US.
BMJ. 2016;353:i2139.
9. Pronovost PJ, Berenholtz SM, Ngo K, McDowell M, Holzmueller C, Haraden C, et
al. Developing and pilot testing quality indicators in the intensive care unit. J Crit
Care. 2003;18(3):145-55.
10. Wassenaar A, Boogaard M, Hooft T, Pickkers P, Schoonhoven L. ‘Providing good
and comfortable care by building a bond of trust’: nurses views regarding their role
in patients' perception of safety in the Intensive Care Unit. J Clin Nurs. 2015;24(21-
22):3233-44.
39
11. Binnekade JM, de Mol BA, Kesecioglu J, de Haan RJ. The Critical Nursing
Situation Index for safety assessment in intensive care. Intensive Care Med.
2001;27(6):1022-8.
12. De Neef M, Bos AP, Tol D. Safety as a criterion for quality: The Critical Nursing
Situation Index in paediatric critical care, an observational study. Intensive Crit
Care Nurs. 2009;25(6):341-7.
13. Van der Starre C, Van der Tuijn Y, Tibboel D. Patient safety management system
in pediatric ICUs. Yearbook of intensive care and emergency medicine: Springer;
2006. p. 745-54.
14. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-
cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. IWH.
2007;1(1):1-45.
15. Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural
adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemio.
2015;68(4):435-41.
16. Polit-O'Hara D, Beck CT. Essentials of nursing research: Methods, appraisal, and
utilization: Lippincott Williams & Wilkins; 2006.
17. Coluci MZO, Alexandre NMC. Development of a questionnaire to evaluate the
usability of assessment instruments. Rev enferm UERJ. 2009;17(3):378-82.
18. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of
cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976).
2000;25(24):3186-91.
19. Rooke GA, Bowdle A. Syringe pumps for infusion of vasoactive drugs: mechanical
idiosyncrasies and recommended operating procedures. Anesth Analg.
1994;78(1):150-6.
20. Lovich MA, Doles J, Peterfreund RA. The impact of carrier flow rate and infusion
set dead-volume on the dynamics of intravenous drug delivery. Anesth Analg.
2005;100(4):1048-55.
21. Binnekade JM, Vroom MB, De Mol BA, De Haan RJ. The quality of intensive care
nursing before, during, and after the introduction of nurses without ICU-training.
Heart Lung. 2003;32(3):190-6.
22. Guilhermino MC, Care GCC, Inder KJ, Epid GDC, Sundin D, Kuzmiuk L, et al.
Nurses’ perceptions of education on invasive mechanical ventilation. J Contin Educ
Nurs. 2014;45(5):225-32.
40
23. Melo EM, Teixeira CS, Oliveira RT, Almeida DT, Veras Jeglf FNM. Cuidados de
enfermagem ao utente sob ventilação mecânica internado em unidade de terapia
intensiva. Rev Enf Ref. 2014; 4 (1): 55-63.
41
6.2. Manuscrito 2
Validação do Critical Nursing Situation Index - Versão Brasileira
Validation of the Critical Nursing Situation Index - Brazilian Version
Autores
Anderson Neri Guido
Edinêis de Brito Guirardello
Instituição: Faculdade de Enfermagem, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo,
SP, Brasil
Conflitos de interesse: não há conflitos de interesse a declarar.
3342 Palavras
Resumo
Introdução: A unidade de terapia intensiva (UTI) é um ambiente que demanda alto grau
de conhecimento de seus profissionais, dentre esses, a enfermagem desempenha
importante papel na promoção da segurança dos pacientes. No entanto, suas atividades
apresentam dificuldades para serem aferidas. Uma vez que indicadores podem prover
conhecimento sobre o processo de cuidado, relacionando-os com os resultados obtidos
junto ao paciente, e que protocolos estão associados com as boas práticas, faz-se
necessário a obtenção de instrumentos válidos e confiáveis capazes de aferir a adesão da
equipe aos protocolos institucionais.
Objetivo: Avaliar a validade e confiabilidade do Critical Nursing Situation Index (CNSI)
– Versão brasileira.
Método: Estudo metodológico que observou 101 pacientes entre 24 e 30 horas de
internação em UTI para a estabelecer a validade de constructo convergente utilizando o
coeficiente de correlação de Spearman com a aplicação do CNSI – versão brasileira e os
instrumentos Acute Physiology and Chronic Health Disease Classification System II e
Nursing Activitys Score. Para avaliar a confiabilidade interavalidor, realizou-se a
observação simultânea de 50 pacientes, utilizando o Índice de Correlação Intraclasse
(ICC) e o coeficiente Kappa.
42
Resultados: O instrumento apresentou índice de correlação de Spearman considerado
moderado. Em relação a confiabilidade o instrumento apresentou ICC de 0,93
demonstrando excelente concordância. O Kappa médio foi de 0,88 (DP ± 0,18)
considerado quase perfeito.
Conclusão: O CNSI – Versão brasileira é um instrumento válido e confiável capaz de
quantificar a adesão ou não adesão da equipe de enfermagem aos protocolos
institucionais.
Descritores: Cuidados Críticos, Segurança do Paciente, Avaliação de Enfermagem,
Estudos de Validação.
Introdução
A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é um ambiente específico que demanda de
seus profissionais alto grau de conhecimento, tanto da complexidade e variedade dos
equipamentos ali empregados, quanto da gravidade dos pacientes atendidos por essa
unidade(1). A enfermagem ocupa importante posição uma vez que executa a maior parte
dos cuidados diretos ao paciente, desempenhando importante papel na promoção da
segurança dos pacientes atendidos nesse ambiente(2). Esses fatores tornam a busca da
qualidade do cuidado de enfermagem e a segurança do paciente um desafio contínuo aos
enfermeiros que atuam nesse local uma vez que a excelência na execução do cuidado de
enfermagem está atrelada à prestação de um serviço de alta qualidade, seguro, centrado
no paciente, além de eficiente, inclusive em relação ao tempo dispendido para tal(3).
Durante a realização de suas atividades diárias os profissionais de enfermagem
realizam constantes visitas à beira do leito permitindo, assim, a identificação e correção
de muitas situações consideradas críticas no cuidado de enfermagem(4). Tais situações são
definidas como qualquer evento observado que não corresponde ou está em desacordo
com protocolos e padrões de enfermagem considerados como sendo boas práticas,
adotadas no âmbito da execução de atividades de terapia intensiva(5).
No entanto, as atividades de cuidado de enfermagem apresentam dificuldades para
serem aferidas, além de raramente se coletarem informações sobre essas atividades pelos
serviços de saúde. O efeito notório dessa relação está refletido nos poucos estudos que
associam o cuidado de enfermagem com os resultados obtidos juntos aos pacientes(6).
Diante desse panorama a constante busca pela qualidade do cuidado é uma importante
43
meta dos sistemas de saúde. Em unidades de terapia intensiva essa busca se torna ainda
mais evidente uma vez que os pacientes atendidos nesse ambiente apresentam alta
complexidade de cuidado e requerem profissionais competentes e comprometidos para
que se realize ações de cuidado e monitoramento, com qualidade, nas 24 horas de
assistência direta ao paciente(7).
Uma vez que indicadores podem prover conhecimento sobre uma estrutura ou
aspectos do processo de cuidado, relacionando-os com o resultado obtido junto ao
paciente, e que protocolos estão associados com as boas práticas na busca de melhores
desfechos, faz-se necessário a obtenção de instrumentos válidos e confiáveis capazes de
aferir a adesão da equipe aos protocolos institucionais e como essa adesão afeta o cuidado
e o desfecho do paciente criticamente enfermo.
O Critical Nursing Situation Index (CNSI) é um instrumento com a finalidade de
mensurar situações críticas de enfermagem ocorridas durante a assistência ao paciente
gravemente enfermo(5). Foi desenvolvido para uso em UTI adulto e posteriormente
adaptado para UTI pediátrica(8), considerado um dos pilares da iniciativa segurança em
primeiro lugar do Erasmus MC Sophia Children’s Hospital, por proporcionar a avaliação
e atualização dos protocolos de terapia intensiva além de julgar o impacto da adesão ou
não adesão à esses protocolos na incidência de eventos adversos relacionados à
assistência à saúde(9).
Essa ferramenta foi previamente submetida ao processo de adaptação cultural e
este estudo tem como objetivo avaliar a validade e confiabilidade do CNSI - Versão
brasileira.
Método
Trata-se de um estudo metodológico, caracterizado pelos processos de
desenvolvimento e avaliação de instrumentos de coleta de dados tendo a psicometria
como aspecto mais significativo a ser avaliado(10). Destaca-se que antes da execução desse
estudo obteve-se parecer favorável do Comitê de Ética em Pesquisa da instituição – sob
o número do Certificado de Apresentação para Apreciação Ética (CAEE)
57789716.1.0000.5404
44
Local do estudo
Esse estudo foi realizado em uma instituição de nível terciário e quaternário que
atende pacientes provenientes da região metropolitana de Campinas e, também de outras
regiões do estado de SP e outros estados do território nacional. Trata-se de um Centro de
Terapia Intensiva (CTI) contendo sete UTIs divididas em três áreas físicas diferentes.
A primeira área física abriga as unidades de neurologia, com sete leitos, unidade
pós-operatória, com dez leitos divididos em especialidades de cirurgia cardíaca, cirurgia
vascular, cirurgia torácica e urologia e unidade coronariana com cinco leitos. A segunda
área abriga as unidades de trauma e medicina interna, com 20 leitos no total divididos em
três postos de enfermagem. Por fim, a terceira área física, uma unidade que atende pós-
operatório de transplantes contendo nove leitos. A equipe de enfermagem é composta por
enfermeiros e técnicos de enfermagem responsáveis pela assistência direta aos pacientes.
Instrumentos de coleta de dados
CNSI – Versão brasileira
O CNSI foi traduzido e adaptado para a cultura brasileira, seguindo as etapas
recomendadas: tradução por dois tradutores independentes, síntese das traduções, retro-
tradução, avaliação por comitê de juízes e pré-teste. Sua versão final foi submetida, neste
estudo, ao procedimento de validação por meio da avaliação de sua validade e
confiabilidade.
O instrumento é composto de 84 descrições de situações críticas de enfermagem
divididas em oito domínios: cuidados básicos de enfermagem em UTI (14 itens),
ventilação mecânica (20 itens), acessos venosos (infusão e medidas) (10 itens),
administração de fluidos (5 itens), ritmo cardíaco e circulação (8 itens), medicação (10
itens), nutrição enteral (6 itens), cuidados de higiene e controle de dispositivos (11 itens)
(5).
As opções de respostas para cada item observado são: verdadeiro (presença da
situação crítica), falso (ausência de situação crítica) ou não aplicável. A soma dos itens
classificados como verdadeiros refletem o número de situações críticas enquanto que a
soma dos itens identificados como verdadeiros e falsos determinam o número de itens em
45
risco. O instrumento gera um índice que é a porcentagem dos itens verdadeiros em relação
aos itens em risco, quanto maior o índice, mais desvios de protocolos foram encontrados
e, por consequência, pior a qualidade da assistência prestada(5).
Nursing Activities Score (NAS)
O NAS, instrumento desenvolvido por Miranda e seus colaboradores(11), adaptado
e validado para a cultura brasileira por Queijo e Padilha(12) tem como objetivo mensurar
a carga de trabalho de enfermagem de forma individualizada, considerando cada paciente
em suas necessidades de cuidado.
É um instrumento composto por sete domínios (atividades básicas, suporte
ventilatório, suporte cardiovascular, suporte renal, suporte neurológico, suporte
metabólico e intervenções específicas) com um total de 23 itens, alguns mutuamente
excludentes. O escore obtido com a pontuação do NAS representa a porcentagem de
tempo gasto por profissional de enfermagem, por turno, na assistência direta ao paciente.
Acute Physiology and Chronic Health Disease Classification System II (APACHE II)
O APACHE II é um escore prognóstico útil para delinear o perfil de gravidade
dos pacientes internados em UTI. Essa ferramenta avalia 12 variáveis fisiológicas, que
somadas a pontuação atribuída a idade e a presença de doenças crônicas gera uma
pontuação capaz de estratificar grupos prognósticos dos pacientes admitidos nessa
unidade(13).
A pontuação desse instrumento varia de 0 a 71, porém o autor aponta que não
observou escores maiores do que 55. Pontuações de 35 ou mais estão associadas com
90% de mortalidade, tanto de pacientes em tratamento clínico quanto cirúrgico(13).
Procedimento de coleta de dados
Para avaliar a validade de constructo utilizou-se a validade convergente, pois esta
refere-se a uma busca para outras medidas do constructo, utilizando duas outras
ferramentas para se realizar uma análise correlacional(10).
Para a análise da validade convergente foram avaliados 101 pacientes admitidos
nesse CTI, com período de internação entre 24 e até no máximo 30 horas,
independentemente do motivo de admissão e condição clínica. A coleta de dados para a
46
validação do instrumento foi realizada pelo pesquisador por meio de observação do leito,
dos dispositivos e equipamentos ligados ao paciente bem como análise de prontuário e
resultados de exames laboratoriais. Para a coleta de dados foram utilizados os três
instrumentos descritos: CNSI - Versão brasileira, a qual foi o foco da validação do estudo;
versão em português do NAS e o APACHE II, que auxiliaram na testagem de hipóteses
para validação do constructo.
Para a Avaliação da confiabilidade realizou-se a dupla coleta de dados de 50
pacientes sendo este número considerado adequado para esse tipo de análise(29).
Avaliação da validade do CNSI – Versão brasileira
A validade é determinada pela capacidade de um instrumento medir exatamente o
que ele se propõe a medir(14). Para estabelecer essa qualidade utilizou-se a validade de
constructo convergente(10) utilizando-se o NAS e o APACHE II para testar as seguintes
hipóteses:
Hipótese 1 – Quando maior a carga de trabalho de enfermagem aferida pelo NAS,
maior será o índice do CNSI – Versão brasileira.
Hipótese 2 – Quanto maior a gravidade clínica do paciente, aferida pelo índice
prognóstico APACHE II, maior será o índice do CNSI – Versão brasileira.
Tais hipóteses justificam-se segundo publicações que sugerem uma associação
entre a carga de trabalho de enfermagem e a prevalência de eventos adversos relacionados
ao cuidado(15-20). Outros estudos demonstram que um dimensionamento inadequado da
equipe de enfermagem está associado com erros de medicações(21), quedas de pacientes(22,
23), aumento do número de infecções hospitalares(24-26) e aumento da mortalidade(27, 28).
Avaliação da confiabilidade do CNSI – Versão brasileira
Denomina-se confiabilidade a capacidade do instrumento de mensurar de forma
consistente um atributo, determinando a proporção de precisão ou imprecisão da aferição.
Esse tipo de avaliação leva em consideração a capacidade do instrumento produzir os
mesmo resultados em medidas repetidas, sua coerência e precisão(10).
47
Para esse estudo utilizou-se a confiabilidade interavaliador, pois trata-se de um
instrumento que depende de observação direta de um determinado comportamento e,
portanto, precisa ser sistematicamente registrado(10). Essa avaliação foi realizada com a
aplicação simultânea do CNSI – Versão brasileira, pelo pesquisador e outro profissional
enfermeiro com experiência em UTI e especialmente instruído para desempenhar essa
função. Nesta etapa não houve comunicação entre o pesquisador e o segundo profissional
a respeito das observações e avaliações realizadas. Realizou-se a observação simultânea
de 50 sujeitos para essa etapa(29).
Tratamento e análise dos dados
A validade convergente foi determinada por meio do cálculo do coeficiente de
correlação de Spearman(30) entre o índice obtido do instrumento e os escores obtidos dos
instrumentos NAS e APACHE II. Estes coeficientes variam de -1 a 1, onde valores mais
próximos de -1 indicam uma relação negativa ou inversa entre as variáveis, valores
próximos a 1 uma relação positiva e valores próximos a 0 indicam ausência de correlação.
Cohen(31) sugere a seguinte classificação para os coeficientes de correlação: 0,1 a 0,29
(fraca), 0,30 a 0,49 (moderada) e maior ou igual a 0,50 (forte).
Para avaliar a confiabilidade interavaliador com relação ao índice obtido no
instrumento calculou-se o coeficiente de concordância intraclasse (Intraclass Correlation
Coefficient – ICC)(32), os autores sugerem que valores superiores a 0,75 são indicativos
de boa confiabilidade. Para avaliar a confiabilidade interavaliador com relação aos
resultados dos itens do instrumento foi calculado o coeficiente Kappa(33). Landis e
Koch(34) sugerem que índices de 0,61 a 0,80 são considerados substanciais e de 0,81 a
1,00 considerados quase perfeitos.
Em todas as análises foi considerado um nível de significância igual a 5% e os
softwares estatísticos Statistical Analysis System® versão 9.4 e SPSS® versão 22 foram
utilizados na realização das mesmas.
Resultados
Para avaliação da validade convergente foram observados 101 pacientes
admitidos no CTI descrito, a média de idade dos pacientes foi de 53,78 (DP ±18,09). Em
relação ao sexo, 55,40% eram do sexo masculino. Quanto ao tipo de tratamento, 79.20%
48
dos pacientes se enquadraram em tratamentos cirúrgicos enquanto que apenas 20,80%
foram admitidos para tratamento clínico. A média do APACHE II foi de 15,25 (DP ±
7,63) e do NAS foi de 81,87 (DP ± 14,20). Ressalta-se que a especialidade de
gastroclínica apresentou o maior índice do CNSI e as maiores médias de APACHE II e
NAS enquanto que a especialidade de cabeça e pescoço apresentou as menores médias
do NAS e APACHE II. Porém a especialidade de neurocirurgia apresentou o menor índice
de CNSI. As características dos pacientes observados, divididos por especialidade, podem
ser observadas na Tabela 1.
49
Tabela 1 - Número de pacientes, média e desvio padrão das variáveis idade, APACHE II, NAS e Índice do CNSI dos 101 pacientes admitidos
na UTI, divididos por especialidade. Campinas, 2017.
Especialidades
Características
Pacientes Idade CNSI APACHE II NAS
% (n) Média (DP)* Média (DP)* Média (DP)* Média (DP)*
Cabeça e pescoço 2,97 (3) 55,67 (13,28) 9,68 (14,29) 9,33 (3,06) 57,83 (9,13)
Cirurgia cardíaca 18,81 (19) 59,47 (14,60) 8,96 (5,91) 12,26 (5,34) 83,58 (13,83)
Cirurgia torácica 3,96 (4) 47 ,00 (10,23) 9,86 (7,55) 10,00 (2,16) 74,15 (8,64)
Cirurgia trauma 6,93 (7) 34,43 (16,92) 17,15 (6,17) 18,71 (11,09) 90,26 (10,52)
Cirurgia vascular 6,93 (7) 70,57 (6,50) 12,73 (2,49) 12,71 (2,93) 76,91 (11,06)
Gastrocirurgia 4,95 (5) 51,20 (16,78) 13,25 (5,10) 16,40 (12,46) 81,86 (14,68)
Gastroclínica 3,96 (4) 57,25 (5,12) 19,19 (2,18) 22,25 (9,00) 94,68 (8,56)
Medicina interna 11,88 (12) 47,50 (19,54) 15,82 (5,30) 21,17 (8,16) 89,57 (9,91)
Nefrologia 2,97 (3) 36,33 (17,21) 17,02 (1,46) 17,00 (4,00) 76,73 (15,72)
Neurocirurgia 18,81 (19) 52,32 (18,46) 6,39 (5,11) 12,26 (5,48) 78,08 (12,08)
Neuroclínica 4,95 (5) 48,40 (23,63) 14,80 (4,86) 10,71 (9,81) 74,34 (22,76)
Ortopedia 7,92 (8) 61,63 (21,84) 15,68 (8,43) 19,13 (7,55) 88,73 (14,52)
Urologia 4,95 (5) 63,80 (11,01) 7,34 (5,63) 15,20 (4,09) 76,50 (17,52)
* DP = Desvio Padrão
50
Ao utilizar o coeficiente de Spearman(30) para comparar os índices obtidos entre o
NAS e o CNSI – Versão brasileira obteve-se o valor de r=0,41, (p<0,0001) de modo a
comprovar que quanto maior a carga de trabalho demandada pelo paciente, a mais desvios
de protocolo ele é submetido, confirmando a hipótese 1. O gráfico 1 representa a
dispersão do coeficiente de correlação entre o CNSI em relação ao NAS, demonstrando
a clara linha de tendência ascendente:
Gráfico 1 – Dispersão entre o índice do CNSI – Versão brasileira e o NAS
Ao se realizar o mesmo procedimento para comparar os índices obtidos entre o
APACHE II e o CNSI - Versão brasileira obteve-se o valor de r=0,48 (p<0,0001),
demonstrando que existe uma correlação positiva entre os scores do CNSI – versão
brasileira e o APACHE II de modo a comprovar a hipótese 2. O gráfico 2 representa a
dispersão da correlação entre índice do CNSI em relação ao APACHE II, demonstrando
clara linha de tendência ascendente:
51
Gráfico 2 – Dispersão entre o índice do CNSI – versão brasileira e APACHE II
O preenchimento completo do instrumento em cada paciente ocupou entre cinco
a dez minutos por aplicação, foram observadas 495 situações críticas dentre 3924 itens
em risco, obtendo-se um índice geral de 12,61 situações críticas por 100 itens em risco,
com menor valor de 6,95 (domínio medicação) sendo que o item 67 “Medicação
endovenosa contínua combinada com medicação endovenosa intermitente” apresentou o
maior índice dentro desse domínio (20,37). O maior valor de desvios foi de 31,58 no
domínio de nutrição enteral sendo que o item 69 “Ausência de mensuração do resíduo
gástrico durante terapia de nutrição enteral” demonstrou o maior valor de desvio (87,50)
(Tabela 2).
52
Tabela 2 Descrição do número de situações críticas, itens em risco, índice do CNSI e maior e menor índice do CNSI por item do domínio.
Campinas, 2017.
Situações
críticas
Itens em
risco Índice
Item por domínio com
maior valor do índice CNSI
Item por domínio com
menor valor do índice CNSI
Cuidados básicos de enfermagem
em UTI 183 1031 17,75 100 – item 1 0 – item 10
Ventilação Mecânica 42 373 11,26 34,5 – Itens 19 e 23 0 – item 27
Acessos endovenosos (infusão e
medidas) 59 533 11,07 64,5 – item 44 0 – item 42
Administração de fluidos 32 306 10,46 15,8 – item 48 1 – item 45
Ritmo cardíaco e circulação 63 564 11,17 50 – itens 51 e 52 0 – item 54
Medicação 43 619 6,95 20,4 – item 67 0 – item 64
Nutrição enteral 30 95 31,58 87,5 – item 69 0 – item 70
Cuidados de higiene e controle
de dispositivos 43 403 10,67 34,6 – item 83 0 – item 78
Total 495 3924 12,61
53
Para avaliar a confiabilidade do instrumento, 50 pacientes foram simultaneamente
avaliados por dois observadores, sem que houvesse comunicação entre eles, esse número
de sujeitos é considerado adequado para se realizar os cálculos do Coeficiente de
Correlação Intraclasse (ICC) e o Kappa(29). O ICC obtido entre os avaliadores foi de 0,93.
A média do Kappa foi de 0,88 (DP ± 0,18) com variações entre os domínios conforme
demonstrado na tabela 3.
Tabela 3 – Kappa (Média) entre os domínios. Campinas, 2017.
Domínios Kappa (Média) DP*
Cuidados Básicos de enfermagem em UTI 0,83 0,17
Ventilação Mecânica 0,93 0,12
Acessos endovenosos (infusão e medidas) 1,00 0,00
Administração de fluidos 0,94 0,11
Ritmo cardíaco e circulação 0,85 0,11
Medicação 0,89 0,11
Nutrição enteral 0,99 0,02
Cuidados de higiene e controle de dispositivos 0,77 0,18
* DP = Desvio Padrão
Discussão
As rotinas diárias da UTI estão susceptíveis a erros, representando constante
desafio à segurança dos pacientes ali atendidos. Trata-se de uma unidade complexa, com
processos de tomada de decisão que geralmente necessitam ser rápidos, muitas vezes
baseados em dados incompletos, propiciando a esse ambiente índices de erros mais altos
que em outros setores do hospital(35). Independentemente do motivo da internação os
pacientes dependem substancialmente da atuação da equipe de enfermagem durante seu
tratamento, uma vez que cabe a enfermagem a maioria das atividades de cuidados diretos
ao paciente. Portanto, esse profissional ocupa um papel privilegiado na detecção e
impedimento de ocorrências de eventos adversos(4).
Os serviços de terapia intensiva apoiam-se em uma série de protocolos que
norteiam as atividades de tratamento e cuidado(36) e o uso desses recursos favorece a
qualidade do cuidado, reduzindo o tempo de internação e, como consequência, os custos
(37). Por protocolo, entende-se uma estrutura clara ou abordagem algorítmica do cuidado
que proporciona aos membros da equipe multiprofissional instruções precisas a serem
seguidas, constituindo ações individuais ou agrupadas em pacotes (bundles) de modo a
organizar o cuidado ou estabelecer um caminho clínico(38). Porém, para garantir
54
assistência segura ao paciente é necessário mensurar a performance da equipe de saúde
por meio de métodos válidos e confiáveis, capazes de aferir a qualidade do cuidado(39).
O CNSI – versão brasileira apresentou índice de correlação de Spearman de 0,41,
considerado moderado quando comparado a carga de trabalho mensurada pelo NAS e
0,48, também considerado moderado quando comparado ao índice prognóstico APACHE
II. Desse modo, as duas hipóteses foram confirmadas, demonstrando que quanto maior a
carga de trabalho e a gravidade clínica do paciente, a mais desvios de protocolo ele é
submetido. Com isso valida-se o constructo demonstrando que o CNSI – Versão brasileira
é um instrumento válido.
Ademais, o instrumento apresentou ICC de 0,93 demonstrando excelente
concordância entre os índices obtidos pelos dois avaliadores. O Kappa médio foi de 0,88
considerado quase perfeito. Houve pequena variação do Kappa entre os domínios sendo
que o domínio cuidados de higiene e controle de dispositivos apresentou o menor valor,
0,77, ainda considerado substancial, enquanto que o domínio de acessos venosos (infusão
e medidas) apresentou valor 1, considerado quase perfeito. Com isso pode se afirmar que
o CNSI – Versão brasileira é um instrumento confiável, capaz de aferir a adesão aos
protocolos institucionais, podendo ser utilizado para avaliar como essa adesão impacta
no desfecho dos pacientes atendido em UTI.
Considerando que erros de assistência à saúde podem ocupar a terceira maior
causa de morte nos Estados Unidos(40), torna-se relevante o uso de instrumentos como o
CNSI, de modo a mensurar em que grau os protocolos desenvolvidos para padronizar e
garantir cuidado de qualidade são implementados pela equipe de terapia intensiva. Além
disso, o estudo demonstra que um dimensionamento adequado da equipe de enfermagem
é fundamental para que se possa implementar os protocolos institucionais uma vez que
uma maior carga de trabalho limita o alcance das atividades da equipe de enfermagem.
Portanto, o CNSI é um instrumento válido e confiável capaz de observar e
quantificar a adesão ou não adesão da equipe de enfermagem aos protocolos
institucionais, essa ferramenta pode contribuir de forma substantiva para a avaliação e
melhoria do cuidado de enfermagem prestado ao paciente com alto nível de complexidade
de cuidado, quadro comum àqueles internados na UTI.
55
Conclusão
Este estudo realizou a validação do CNSI – versão brasileira, que demonstrou ser
uma ferramenta válida e confiável capaz de avaliar e quantificar a adesão da equipe de
enfermagem de terapia intensiva aos protocolos institucionais de modo corroborar com a
identificação de falhas que possam pôr em risco a segurança dos pacientes atendidos nessa
unidade. Estudos de validação em diferentes instituições são recomendados para que se
possa avaliar os pormenores específicos para cada unidade em que o instrumento será
aplicado.
Limitações
O fato de selecionar pacientes com até 30 horas de admissão, limita o estudo a
pacientes com menor tempo de permanência na UTI, esse fato pode explicar a alta
porcentagem de pacientes em tratamento cirúrgico, uma vez que a tendência desses
pacientes é permanecer menos tempo na unidade, permitindo uma rotação maior dos
leitos cirúrgicos em relação aos leitos de pacientes clínicos. Dessa forma, embora o estudo
aponte que 79.21% dos pacientes se enquadraram em tratamentos cirúrgicos, esse
resultado pode não retratar a realidade da UTI quando considerado um maior tempo de
internação.
Outra limitação causada por limitar a escolha dos pacientes recém internados se
deve ao fato de que alguns itens do instrumento não se aplicam a pacientes com curto
período de internação. Assim, alguns itens do instrumento não foram detectados,
impossibilitando o cálculo da consistência interna da ferramenta por meio do KR-20.
Agradecimentos
Nosso agradecimento aos pacientes que participaram deste estudo e ao hospital que autorizou
a realização da pesquisa.
Colaborações
Guido A. N. colaborou com a concepção do estudo, coleta de dados, análise e
interpretação dos dados, redação do artigo, revisão crítica do conteúdo intelectual e
aprovação da versão final a ser publicada.
56
Guirardello E.B. colaborou com a concepção do estudo, análise e interpretação dos dados,
redação do artigo, revisão crítica do conteúdo intelectual e aprovação da versão final a
ser publicada.
Referências
1. Zeraati M, Alavi NM. Designing and validity evaluation of Quality of Nursing Care
Scale in Intensive Care Units. J Nurs Meas. 2014;22(3):461-71.
2. Te Beest H, van der Starre C, Tibboel D, van Dijk M. Nursing protocol violations:
detect, correct and communicate. Nurs Crit Care. 2013;18(2):79-85.
3. Baid H, Hargreaves J. Quality and safety: reflection on the implications for critical
care nursing education. Nurs Crit Care. 2015;20(4):174-82.
4. Wassenaar A, Boogaard M, Hooft T, Pickkers P, Schoonhoven L. ‘Providing good
and comfortable care by building a bond of trust’: nurses views regarding their role
in patients' perception of safety in the Intensive Care Unit. J Clin Nurs. 2015;24(21-
22):3233-44.
5. Binnekade JM, de Mol BA, Kesecioglu J, de Haan RJ. The Critical Nursing
Situation Index for safety assessment in intensive care. Intensive Care Med.
2001;27(6):1022-8.
6. Lucero RJ, Lake ET, Aiken LH. Nursing care quality and adverse events in US
hospitals. J Clin Nurs. 2010;19(15‐16):2185-95.
7. Dubose J, Teixeira PG, Inaba K, Lam L, Talving P, Putty B, et al. Measurable
outcomes of quality improvement using a daily quality rounds checklist: one-year
analysis in a trauma intensive care unit with sustained ventilator-associated
pneumonia reduction. J Trauma. 2010;69(4):855-60.
8. de Neef M, Bos AP, Tol D. Safety as a criterion for quality: The Critical Nursing
Situation Index in paediatric critical care, an observational study. Intensive Crit
Care Nurs. 2009;25(6):341-7.
9. Van der Starre C, Van der Tuijn Y, Tibboel D. Patient safety management system
in pediatric ICUs. Yearbook of intensive care and emergency medicine: Springer;
2006. p. 745-54.
10. LoBiondo-Wood G, Haber J. Nursing research: Methods and critical appraisal for
evidence-based practice: Elsevier Health Sciences; 2014.
11. Miranda DR, Nap R, de Rijk A, Schaufeli W, Iapichino G, members of the TWG.
Nursing activities score. Crit Care Med. 2003;31(2):374-82.
57
12. Queijo AF, Padilha KG. Nursing Activities Score (NAS): adaptação transcultural e
validação para a língua portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(SPE):1018-25.
13. Knaus WA, Draper EA, Wagner DP, Zimmerman JE. APACHE II: a severity of
disease classification system. Crit Care Med. 1985;13(10):818-29.
14. Streiner DL, Norman GR, Cairney J. Health measurement scales: a practical guide
to their development and use: Oxford university press; 2014.
15. Donchin Y, Gopher D, Olin M, Badihi Y, Biesky MRNB, Sprung CL, et al. A look
into the nature and causes of human errors in the intensive care unit. Crit Care Med.
1995;23(2):294-300.
16. Abramson NS, Wald KS, Grenvik ANA, Robinson D, Snyder JV. Adverse
occurrences in intensive care units. Jama. 1980;244(14):1582-4.
17. Wright D, Mackenzie SJ, Buchan I, Cairns CS, Price LE. Critical incidents in the
intensive therapy unit. Lancet Planet Health. 1991;338(8768):676-8.
18. Buckley TA, Short TG, Rowbottom YM, Oh TE. Critical incident reporting in the
intensive care unit. Anaesthesia. 1997;52(5):403-9.
19. Beckmann U, Baldwin I, Durie M, Morrison A, Shaw L. Problems associated with
nursing staff shortage: An analysis of the first 3600 reports submitted to the
Australian incident monitoring study (AIMS-ICU). Anaesth Intensive Care.
1998;26(4):396.
20. Nolan TW. System changes to improve patient safety. BMJ. 2000;320(7237):771.
21. Blegen MA, Vaughn T. A multisite study of nurse staffing and patient occurrences.
Nurs Econ. 1998;16(4):196.
22. Unruh L. Licensed nurse staffing and adverse events in hospitals. Med Care.
2003;41(1):142-52.
23. Krauss MJ, Evanoff B, Hitcho E, Ngugi KE, Dunagan WC, Fischer I, et al. A case‐
control study of patient, medication, and care‐related risk factors for inpatient falls.
J Gen Intern Med. 2005;20(2):116-22.
24. Fridkin SK, Pear SM, Williamson TH, Galgiani JN, Jarvis WR. The role of
understaffing in central venous catheter-associated bloodstream infection. Infect
Control Hosp Epidemiol. 1996;17(03):150-8.
25. Kovner C, Jones C, Zhan C, Gergen PJ, Basu J. Nurse staffing and postsurgical
adverse events: an analysis of administrative data from a sample of US hospitals,
1990-1996. Health Serv Res. 2002;37(3):611-29.
58
26. Stone PW, Mooney-Kane C, Larson EL, Horan T, Glance LG, Zwanziger J, et al.
Nurse working conditions and patient safety outcomes. Med Care. 2007;45(6):571-
8.
27. Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM, Sochalski J, Silber JH. Hospital nurse staffing
and patient mortality, nurse burnout, and job dissatisfaction. Jama.
2002;288(16):1987-93.
28. Estabrooks CA, Midodzi WK, Cummings GG, Ricker KL, Giovannetti P. The
impact of hospital nursing characteristics on 30‐day mortality. Nurs Res.
2005;54(2):74-84.
29. Terwee CB, Bot SDM, de Boer MR, van der Windt DAWM, Knol DL, Dekker J,
et al. Quality criteria were proposed for measurement properties of health status
questionnaires. J Clin Epidemiol. 2007;60(1):34-42.
30. Pagano M, Gauvreau K. Princípios de bioestatística: Thomson Learning; 2004.
31. Cohen J. Statistical power analysis for the behavioral sciences. 2a ed. New Jersey:
Lawrence Erlbaum associates; 1988. 474p p.
32. Portney LG, Watkins MP. Foundations of clinical research: applications to practice:
FA Davis; 2015.
33. Fleiss JL, Levin B, Paik MC. Statistical methods for rates and proportions: John
Wiley & Sons; 2013.
34. Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data.
Biometrics. 1977:159-74.
35. Rothschild JM, Landrigan CP, Cronin JW, Kaushal R, Lockley SW, Burdick E, et
al. The Critical Care Safety Study: The incidence and nature of adverse events and
serious medical errors in intensive care*. Crit Care Med. 2005;33(8):1694-700.
36. De Vos M, Graafmans W, Keesman E, Westert G, van der Voort PHJ. Quality
measurement at intensive care units: which indicators should we use? J Crit Care.
2007;22(4):267-74.
37. Hammond JJ. Protocols and guidelines in critical care: development and
implementation. Curr Opin Crit Care. 2001;7(6):464-8.
38. LeBlanc JM, Kane-Gill SL, Pohlman AS, Herr DL. Multiprofessional survey of
protocol use in the intensive care unit. J Crit Care. 2012;27(6):738.e9-17.
39. Pronovost PJ, Berenholtz SM, Ngo K, McDowell M, Holzmueller C, Haraden C, et
al. Developing and pilot testing quality indicators in the intensive care unit. J Crit
Care. 2003;18(3):145-55.
59
40. Makary MA, Daniel M. Medical error—the third leading cause of death in the US.
BMJ. 2016;353:i2139.
60
7. Discussão geral
Os instrumentos de medidas desenvolvidos em outras línguas e outras culturas não
podem ser simplesmente traduzidos devido a importantes diferenças culturais e
linguísticas. Portanto, o processo de tradução e adaptação cultural requer seguir as etapas
recomendadas(21), sendo necessário atentar para aspectos linguísticos, semânticos,
culturais e conceituais.
Nesse estudo as etapas de tradução, síntese, retro-tradução, avaliação por comitê
de juízes e pré-teste foram realizadas de forma satisfatória. A avaliação de equivalências
foi realizada tanto de forma quantitativa ao se estabelecer a concordância, quanto
qualitativa de modo que todos os juízes opinaram sobre a tradução dos itens do
instrumento fornecendo valiosas sugestões para composição da versão final.
É fundamental destacar que o CNSI pode e deve ser modificado segundo a
realidade da instituição onde ele será aplicado, tais adaptações são necessárias uma vez
que protocolos institucionais possuem particularidades e variam entre instituições de um
mesmo país. Esses ajustes não comprometem a validade da ferramenta e são
recomendados pelo autor do instrumento uma vez que o princípio do CNSI é baseado na
mensuração de desvios ou erros observáveis e evitáveis no cuidado de enfermagem, não
se tratando de uma lista imutável de itens que deve ser rigorosamente copiada para ser
utilizada em outras instituições de saúde(18).
A respeito da aplicabilidade do instrumento grande parte dos enfermeiros
concordaram totalmente com as afirmações: “Eu achei fácil entender as instruções do
instrumento” enquanto que a maioria concordou parcialmente com a afirmação “Eu achei
fácil entender os itens do instrumento”, por fim, mais da metade dos enfermeiros
participantes do pré-teste concordaram totalmente com a facilidade de assinalar os itens
do instrumento.
O CNSI – versão brasileira apresentou coeficiente de correlação de Spearman de
0,41, considerado moderado quando comparado a carga de trabalho mensurada pelo NAS
e 0,48, também considerado moderado quando comparado ao índice prognóstico
APACHE II. Desse modo, as duas hipóteses foram confirmadas, demonstrando que
quanto maior a carga de trabalho e a gravidade clínica do paciente, a mais desvios de
61
protocolo ele é submetido. Com isso valida-se o constructo demonstrando que o CNSI –
Versão brasileira é um instrumento válido.
Interessante notar que o autor do instrumento original encontrou resultados
semelhantes com relação à gravidade dos pacientes avaliados indicando que os pacientes
atendidos pela medicina interna (média de APACHE II - 21,2) apresentam maior
gravidade do que quando comparados a pacientes submetidos a cirurgia cardíaca (média
de APACHE II – 12,3), por exemplo. Outro aspecto a ser comparado são as diferenças
encontradas nos índices do CNSI por domínio entre os instrumentos original e
culturalmente adaptado. Binnekade et al(7) apontou que o domínio de cuidados básicos de
enfermagem apresentou o maior índice do CNSI - 27, enquanto que a Versão brasileira
apresentou índice de 18. O menor índice do CNSI da versão original foi no domínio
administração de medicamentos – índice 5, o mesmo foi apontado na versão brasileira,
porém com índice de 7.
Foram observadas 495 situações críticas dentre 3924 itens em risco utilizando o
CNSI – Versão brasileira, obtendo-se um índice geral de 13 situações críticas por 100
itens em risco, o mesmo índice geral de 13 foi obtido pelo instrumento em sua versão
original(7).
Ademais, o instrumento apresentou ICC de 0,93 demonstrando excelente
concordância entre os índices obtidos pelos dois avaliadores, esse cálculo não foi
realizado para o instrumento original. O Kappa médio foi de 0,88 considerado quase
perfeito, a versão original do instrumento apresentou Kappa médio de 0,83. Houve
variação do Kappa entre os domínios sendo que o domínio cuidados de higiene e controle
de dispositivos apresentou o menor valor, 0,77, ainda considerado substancial, enquanto
que o domínio de acessos venosos (infusão e medidas) apresentou valor 1, considerado
quase perfeito.
Portanto trata-se de um instrumento válido e confiável, capaz de aferir a adesão
aos protocolos institucionais, podendo ser utilizado para avaliar como essa adesão
impacta no desfecho dos pacientes atendido em UTI. Considerando que erros de
assistência à saúde podem ocupar a terceira maior causa de morte nos estados unidos(40),
torna-se relevante o uso de instrumentos como o CNSI, de modo a mensurar em que grau
os protocolos desenvolvidos para padronizar e garantir cuidado de qualidade são
implementados pela equipe de terapia intensiva.
62
Além disso, o estudo demonstra que um dimensionamento adequado da equipe de
enfermagem é fundamental para que se possa implementar os protocolos institucionais
uma vez que uma maior carga de trabalho limita o alcance das atividades da equipe de
enfermagem.
Portanto, considerando que existe uma lacuna no tocante a instrumentos
destinados a identificação e prevenção de falhas que prejudiquem a segurança do
paciente, e levando-se em consideração que o CNSI – Versão brasileira é um instrumento
válido e confiável capaz de observar e quantificar a adesão ou não adesão da equipe de
enfermagem aos protocolos institucionais, essa ferramenta pode contribuir de forma
substantiva para a avaliação e melhoria do cuidado de enfermagem prestado ao paciente
com alto nível de complexidade de cuidado, quadro comum àqueles internados na UTI.
8. Limitações
O fato de selecionar pacientes com até 30 horas de admissão, limita o estudo a
pacientes com menor tempo de permanência na UTI, esse fato pode explicar a alta
porcentagem de pacientes em tratamento cirúrgico, uma vez que a tendência desses
pacientes é permanecer menos tempo na unidade, permitindo uma rotação maior dos
leitos cirúrgicos em relação aos leitos de pacientes clínicos. Dessa forma, embora o estudo
aponte que 79.21% dos pacientes se enquadraram em tratamentos cirúrgicos, esse
resultado pode não retratar a realidade da UTI quando considerado um maior tempo de
internação.
Outra limitação causada por limitar a escolha dos pacientes recém internados se
deve ao fato de que alguns itens do instrumento não se aplicam a pacientes com curto
período de internação. Assim, alguns itens do instrumento não foram detectados,
impossibilitando o cálculo da consistência interna da ferramenta por meio do KR-20.
9. Conclusão geral
Este estudo realizou a adaptação cultural do CNSI para a cultura brasileira, trata-
se de uma ferramenta capaz de avaliar e quantificar a adesão da equipe de enfermagem
de terapia intensiva aos protocolos institucionais de modo corroborar com a identificação
de falhas que possam pôr em risco a segurança dos pacientes atendidos nessa unidade. O
63
processo de adaptação cultural seguiu a estrutura metodológica recomendada pela
literatura, atingindo o objetivo proposto de elaborar a versão brasileira do instrumento.
Além disso realizou-se a validação do instrumento, comprovando que o CNSI –
Versão brasileira é uma ferramenta válida e confiável capaz de avaliar e quantificar a
adesão da equipe de enfermagem de terapia intensiva aos protocolos institucionais de
modo corroborar com a identificação de falhas que possam pôr em risco a segurança dos
pacientes atendidos nessa unidade.
64
10. Referências
1. Te Beest H, van der Starre C, Tibboel D, van Dijk M. Nursing protocol violations:
detect, correct and communicate. Nurs Crit Care. 2013;18(2):79-85.
2. Zeraati M, Alavi NM. Designing and validity evaluation of Quality of Nursing Care
Scale in Intensive Care Units. J Nurs Meas. 2014;22(3):461-71.
3. Baid H, Hargreaves J. Quality and safety: reflection on the implications for critical
care nursing education. Nurs Crit Care. 2015;20(4):174-82.
4. Pronovost PJ, Berenholtz SM, Ngo K, McDowell M, Holzmueller C, Haraden C, et
al. Developing and pilot testing quality indicators in the intensive care unit. J Crit
Care. 2003;18(3):145-55.
5. Rothschild JM, Landrigan CP, Cronin JW, Kaushal R, Lockley SW, Burdick E, et
al. The Critical Care Safety Study: The incidence and nature of adverse events and
serious medical errors in intensive care*. Crit Care Med. 2005;33(8):1694-700.
6. Wassenaar A, Boogaard M, Hooft T, Pickkers P, Schoonhoven L. ‘Providing good
and comfortable care by building a bond of trust’: nurses views regarding their role
in patients' perception of safety in the Intensive Care Unit. J Clin Nurs. 2015;24(21-
22):3233-44.
7. Binnekade JM, de Mol BA, Kesecioglu J, de Haan RJ. The Critical Nursing
Situation Index for safety assessment in intensive care. Intensive Care Med.
2001;27(6):1022-8.
8. de Vos M, Graafmans W, Keesman E, Westert G, van der Voort PH. Quality
measurement at intensive care units: which indicators should we use? J Crit Care.
2007;22(4):267-74.
9. Hammond JJ. Protocols and guidelines in critical care: development and
implementation. Curr Opin Crit Care. 2001;7(6):464-8.
10. LeBlanc JM, Kane-Gill SL, Pohlman AS, Herr DL. Multiprofessional survey of
protocol use in the intensive care unit. J Crit Care. 2012;27(6):738.e9-17.
11. Pronovost P, Needham D, Berenholtz S, Sinopoli D, Chu H, Cosgrove S, et al. An
intervention to decrease catheter-related bloodstream infections in the ICU. N Engl
J Med. 2006;355(26):2725-32.
12. Pronovost PJ, Watson SR, Goeschel CA, Hyzy RC, Berenholtz SM. Sustaining
Reductions in Central Line–Associated Bloodstream Infections in Michigan
65
Intensive Care Units A 10-Year Analysis. Am J Med Qual.
2015:1062860614568647.
13. Makary MA, Daniel M. Medical error—the third leading cause of death in the US.
BMJ. 2016;353:i2139.
14. Lucero RJ, Lake ET, Aiken LH. Nursing care quality and adverse events in US
hospitals. J Clin Nurs. 2010;19(15‐16):2185-95.
15. Dubose J, Teixeira PG, Inaba K, Lam L, Talving P, Putty B, et al. Measurable
outcomes of quality improvement using a daily quality rounds checklist: one-year
analysis in a trauma intensive care unit with sustained ventilator-associated
pneumonia reduction. J Trauma. 2010;69(4):855-60.
16. de Neef M, Bos AP, Tol D. Safety as a criterion for quality: The Critical Nursing
Situation Index in paediatric critical care, an observational study. Intensive Crit
Care Nurs. 2009;25(6):341-7.
17. Van der Starre C, Van der Tuijn Y, Tibboel D. Patient safety management system
in pediatric ICUs. Yearbook of intensive care and emergency medicine: Springer;
2006. p. 745-54.
18. Binnekade JM, Vroom MB, De Mol BA, De Haan RJ. The quality of intensive care
nursing before, during, and after the introduction of nurses without ICU-training.
Heart Lung. 2003;32(3):190-6.
19. LoBiondo-Wood G, Haber J. Nursing research: Methods and critical appraisal for
evidence-based practice: Elsevier Health Sciences; 2014.
20. Beaton D, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Recommendations for the cross-
cultural adaptation of the DASH & QuickDASH outcome measures. IWH.
2007;1(1):1-45.
21. Beaton DE, Bombardier C, Guillemin F, Ferraz MB. Guidelines for the process of
cross-cultural adaptation of self-report measures. Spine (Phila Pa 1976).
2000;25(24):3186-91.
22. Epstein J, Santo RM, Guillemin F. A review of guidelines for cross-cultural
adaptation of questionnaires could not bring out a consensus. J Clin Epidemio.
2015;68(4):435-41.
23. Polit-O'Hara D, Beck CT. Essentials of nursing research: Methods, appraisal, and
utilization: Lippincott Williams & Wilkins; 2006.
24. Coluci MZO, Alexandre NMC. Development of a questionnaire to evaluate the
usability of assessment instruments. Rev enferm UERJ. 2009;17(3):378-82.
66
25. Cohen J. Statistical power analysis for the behavioral sciences. 2a2a ed. New Jersey:
Lawrence Erlbaum associates; 1988. 474p p.
26. Faul F, Erdfelder E, Lang A-G, Buchner A. G* Power 3: A flexible statistical power
analysis program for the social, behavioral, and biomedical sciences. Behavior
research methods. 2007;39(2):175-91.
27. Faul F, Erdfelder E, Buchner A, Lang A-G. Statistical power analyses using G*
Power 3.1: Tests for correlation and regression analyses. Behavior research
methods. 2009;41(4):1149-60.
28. Miranda DR, Nap R, de Rijk A, Schaufeli W, Iapichino G, members of the TWG.
Nursing activities score. Crit Care Med. 2003;31(2):374-82.
29. Queijo AF, Padilha KG. Nursing Activities Score (NAS): adaptação transcultural e
validação para a língua portuguesa. Rev Esc Enferm USP. 2009;43(SPE):1018-25.
30. Knaus WA, Draper EA, Wagner DP, Zimmerman JE. APACHE II: a severity of
disease classification system. Crit Care Med. 1985;13(10):818-29.
31. Terwee CB, Bot SDM, de Boer MR, van der Windt DAWM, Knol DL, Dekker J,
et al. Quality criteria were proposed for measurement properties of health status
questionnaires. J Clin Epidemiol. 2007;60(1):34-42.
32. Streiner DL, Norman GR, Cairney J. Health measurement scales: a practical guide
to their development and use: Oxford university press; 2014.
33. Donchin Y, Gopher D, Olin M, Badihi Y, Biesky MRNB, Sprung CL, et al. A look
into the nature and causes of human errors in the intensive care unit. Crit Care Med.
1995;23(2):294-300.
34. Abramson NS, Wald KS, Grenvik ANA, Robinson D, Snyder JV. Adverse
occurrences in intensive care units. Jama. 1980;244(14):1582-4.
35. Wright D, Mackenzie SJ, Buchan I, Cairns CS, Price LE. Critical incidents in the
intensive therapy unit. Lancet Planet Health. 1991;338(8768):676-8.
36. Buckley TA, Short TG, Rowbottom YM, Oh TE. Critical incident reporting in the
intensive care unit. Anaesthesia. 1997;52(5):403-9.
37. Beckmann U, Baldwin I, Durie M, Morrison A, Shaw L. Problems associated with
nursing staff shortage: An analysis of the first 3600 reports submitted to the
Australian incident monitoring study (AIMS-ICU). Anaesth Intensive Care.
1998;26(4):396.
38. Nolan TW. System changes to improve patient safety. BMJ. 2000;320(7237):771.
67
39. Blegen MA, Vaughn T. A multisite study of nurse staffing and patient occurrences.
Nurs Econ. 1998;16(4):196.
40. Unruh L. Licensed nurse staffing and adverse events in hospitals. Med Care.
2003;41(1):142-52.
41. Krauss MJ, Evanoff B, Hitcho E, Ngugi KE, Dunagan WC, Fischer I, et al. A case‐
control study of patient, medication, and care‐related risk factors for inpatient falls.
J Gen Intern Med. 2005;20(2):116-22.
42. Fridkin SK, Pear SM, Williamson TH, Galgiani JN, Jarvis WR. The role of
understaffing in central venous catheter-associated bloodstream infection. Infect
Control Hosp Epidemiol. 1996;17(03):150-8.
43. Kovner C, Jones C, Zhan C, Gergen PJ, Basu J. Nurse staffing and postsurgical
adverse events: an analysis of administrative data from a sample of US hospitals,
1990-1996. Health Serv Res. 2002;37(3):611-29.
44. Stone PW, Mooney-Kane C, Larson EL, Horan T, Glance LG, Zwanziger J, et al.
Nurse working conditions and patient safety outcomes. Med Care. 2007;45(6):571-
8.
45. Aiken LH, Clarke SP, Sloane DM, Sochalski J, Silber JH. Hospital nurse staffing
and patient mortality, nurse burnout, and job dissatisfaction. Jama.
2002;288(16):1987-93.
46. Estabrooks CA, Midodzi WK, Cummings GG, Ricker KL, Giovannetti P. The
impact of hospital nursing characteristics on 30‐day mortality. Nurs Res.
2005;54(2):74-84.
47. Pagano M, Gauvreau K. Princípios de bioestatística: Thomson Learning; 2004.
48. Portney LG, Watkins MP. Foundations of clinical research: applications to practice:
FA Davis; 2015.
49. Fleiss JL, Levin B, Paik MC. Statistical methods for rates and proportions: John
Wiley & Sons; 2013.
50. Landis JR, Koch GG. The measurement of observer agreement for categorical data.
Biometrics. 1977:159-74.
51. De Vos M, Graafmans W, Keesman E, Westert G, van der Voort PHJ. Quality
measurement at intensive care units: which indicators should we use? J Crit Care.
2007;22(4):267-74.
68
11. Apêndices
11.1 Apêndice 1
Versão T1
THE CRITICAL NURSING SITUATIONS INDEX (T1)
CUIDADOS BÁSICOS DE ENFERMAGEM EM UTI
1 Nenhum inventário de culturas bacterianas após transferência de outro hospital.
2 Atraso na coleta de culturas bacterianas por mais de 2 horas (apesar de pedido por escrito)
3 Não realização de avaliação de risco para lesões do tipo úlceras por pressão
4 Entrada do quarto em isolamento não marcada como tal
5 Os olhos do paciente estão claramente contaminados
6 Uso incorreto da Escala de Coma de Glasgow
7 Paciente não é mobilizado de acordo com as instruções
8 A posição do paciente não está de acordo com as instruções
9 Ausência de evacuação por mais de 3 dias, nenhuma intervenção
(dia 4)
10 Ausência de mensuração da produção de urina para avaliação do balanço hídrico
11 Não há registros do plantão anterior (48h)
12 Não há registros sobre a família ou parentes
13 Não há registros sobre a altura e peso do paciente nos formulários da UTI (todos os formulários da
UTI)
14 Não há lista de temperatura atualizada (últimas 48h)
VENTILAÇÃO MECÂNICA
15 Discrepância entre o registro e o ajuste real dos parâmetros de ventilação mecânica
16 Ausência da avaliação do PEEP intrínseco de hora em hora durante ventilação controlada a pressão
17 Ausência de inflação manual de acordo com o protocolo
18 Ausência de aspiração endotraqueal de acordo com o protocolo
19 Ausência de indicação clara de mudanças nos parâmetros de ventilação mecânica
20 Reposicionamento do tubo endotraqueal em desacordo com o protocolo
21 Nenhuma amostra de gasometria arterial colhida em até uma hora da remoção do tubo endotraqueal
22 Terapia de inalação durante a ventilação mecânica não está de acordo com as instruções
23 Mudança de posição do paciente na cama em desacordo com o protocolo
24 Condensação visível entre o sistema de conexão e o tubo endotraqueal
25 Condensação acumulada nos tubos do sistema
26 Condensação visível no ramo aquecido (Ramo Inspiratório)
27 Sistema humidificador não funciona (desligado)
28 Ausência de monitoramento de oximetria de pulso e capnografia em paciente na posição prona
29 Ausência de Sistema fechado de aspiração endotraqueal em paciente na posição prona.
30 Ausência de humidificador conectado à válvula de oxigênio na configuração básica do painel da
UTI (Reserva no caso de mal funcionamento do ventilador)
31 A configuração básica de UTI não apresenta um sistema de aspiração endotraqueal completo (e
funcionando)
32 Ausência de solução estéril de NaCL para flush endotraqueal na configuração básica de UTI
33 Ajuste incorreto do fluxo durante a ventilação mecânica em modalidade espontânea
34 Ajuste de pressão máxima do parâmetro de ventilação mecânica excede os limites prescritos
ACESSOS ENDOVENOSOS (INFUSÃO E MEDIDAS)
35 Não há registro da introdução do cateter venoso central
36 Não há registro da introdução do cateter arterial
37 Cateter de Swan-Ganz “in situ” por mais de 4 dias
38 Cateter central “in situ” por mais de 6 dias
39 Cateter arterial “in situ” por mais de 6 dias
40 Uma ou mais tampas (vermelha) faltando no acesso arterial
41 Uma ou mais tampas faltando no cateter de Swan-Ganz
42 Uma ou mais tampas faltando no acesso venoso periférico
43 Bolsa de soro vazia no sistema pressórico
44 Pressão insuficiente no Sistema pressórico
ADMINISTRAÇÃO DE FLUIDOS
45 Ausência de avaliação de balanço hídrico de 6 em 6 horas
69
46 Bolsa de sangue está conectada em paciente sem pulseira de identificação
47 Bolsa de sangue não foi conferida e checada por um Segundo enfermeiro
48 Sistema de flush não foi registrado ou foi incorretamente registrado no formulário de balanço
hídrico da UTI
49 Nem todas as infusões realizadas no paciente foram registradas no formulário da UTI
RITMO CARDÍACO E CIRCULAÇÃO
50 Ausência do ECG de rotina feito na admissão
51 Pressão arterial invasiva não conferida com esfigmomanometro (ultimas 24h)
52 Nenhum estudo hemodinâmico realizado em pacientes com cateter de Swan-Ganz
53 Monitoramento incorreto do ritmo cardíaco (frequência)
54 Alarme sonoro do ritmo cardíaco está permanentemente desligado
55 Alarme sonoro das curvas de pressão está permanentemente desligado
56 Limites de alarme do ritmo cardíaco e da pressão arterial não estão ajustados adequadamente
57 Ponto de referência do dispositivo de pressão não está nivelado na altura correta
MEDICAÇÃO
58 Medicações prescritas não foram administradas ou não estão checadas
59 Medicação e.v. prescrita para infusão prolongada não está conectada
60 Discrepância entre a taxa de infusão de medicação e.v. prescrita e real
61 Medicação e.v. de infusão prolongada conectada ao paciente não está anotada no formulário da UTI
62 Medicação e.v. preparada não conferida por um segundo enfermeiro e não foi checada de acordo
com o protocolo
63 Ausência de infusão de flush de suporte continuo em pacientes com medicação cardiogênica
64 Via de acesso não utilizadas não está tampada
65 Medicação endovenosa conectada na via errada
66 Medicação endovenosa de via exclusiva está combinada com outra medicação
67 Medicação endovenosa está combinada com medicação de flush intermitente ao invés de
medicação de flush contínuo
NUTRIÇÃO ENTERAL
68 Sem registro da data de introdução do cateter enteral
69 Sem mensuração do resíduo gástrico durante terapia de nutrição enteral
70 Ingesta de dieta enteral menor do que 75% do valor prescrito sem razão específica
71 Cateter enteral pós-pilórico não lavado de acordo com o protocolo
72 Troca da dieta enteral excede o tempo permitido
73 Paciente em decúbito dorsal horizontal enquanto recebe dieta enteral
CUIDADOS DE HIGIENE E CONTROLE DE PARTES E DISPOSITIVOS
74 Dispositivo de dreno de tórax vaza ar
75 Selo de água do dispositivo de dreno de tórax ausente ou insuficiente
76 Dispositivo de inalação não foi trocado de acordo com o protocolo
77 Sistema fechado de aspiração traqueal não trocado de acordo com o protocolo
78 Equipamento de ventilação mecânica não trocado de acordo com o protocolo
79 Sistema de infusão de nutrição parenteral total não trocado de acordo com o protocolo
80 Curativo do cateter venoso central não trocado de acordo com o protocolo
81 Fixação do cateter arterial não trocado de acordo com o protocolo
82 Sistema de mensuração de pressão venosa central e pressão arterial invasiva não trocados de acordo
com o protocolo
83 Equipo de soro não trocados de acordo com o protocolo
84 Curativos de inserção de cateteres para infusão não trocados de acordo com o protocolo
70
11.2 Apêndice 2
Versão T2
THE CRITICAL NURSING SITUATIONS INDEX (T2)
CUIDADOS BÁSICOS DE ENFERMAGEM NA UTI
1 Sem histórico de culturas bacterianas quando transferência de outro hospital
2 Cultura bacteriana atrasada por mais de 2h (apesar de estipulação escrita)
3 Sem risco de avaliação de úlceras de pressão
4 Entrada do quarto de isolamento não marcada como tal
5 Olhos do paciente estão claramente contaminados
6 Uso incorreto da Escala de Coma de Glasgow
7 Paciente não é mobilizado de acordo com as instruções
8 Posição do paciente não está em acordo com as instruções
9 Sem defecação por mais de 3 dias, sem intervenção (dia 4)
10 Sem coleta de produção urinária para avaliação do equilíbrio dos fluidos
11 Sem registro de turno anterior (48h)
12 Sem registro sobre família ou parentes
13 Sem registro sobre o peso e altura do paciente na ficha da UTI (todas as fichas da UTI)
14 Sem lista atualizada de temperaturas (últimas 48h)
VENTILAÇÃO MECÂNICA
15 Discrepância entre o registro e o ajuste real da ventilação mecânica
16 Sem PEEP intrínseca de hora em hora durante ventilação de pressão controlada
17 Sem inflação manual de acordo com o protocolo
18 Sem aspiração endotraqueal de acordo com o protocolo
19 Sem marcação clara das mudanças no ajuste da ventilação mecânica
20 Realocação do tubo endotraqueal em desacordo com o protocolo
21 Sem amostra de gasometria retirada em até 1h após remoção do tubo endotraqueal
22 Terapia de inalação durante ventilação mecânica em desacordo com as instruções
23 Mudança da posição do paciente na cama em desacordo com o protocolo
24 Condensado visível entre a conexão dos tubos e o tubo endotraqueal
25 Condensado acumulado nos tubos
26 Condensado visível nos fios aquecidos (Inspiração) dos tubos
27 Sistema de umidificação não funciona (está desligado)
28 Sem monitoramento de pulsoximetria e capnografia do paciente em decúbito ventral
29 Sem conexão a um sistema de aspiração endotraqueal fechado do paciente em decúbito ventral.
30 Sem dispositivo de água acoplado ao tubo de oxigênio em uso na configuração básica da UTI
(suporte em caso de respirador com mau funcionamento)
31 Sem sistema de aspiração endotraqueal completo (e em funcionamento) na configuração básica da
UTI
32 Sem solução de NaCl estéril para lavagem endotraqueal na configuração básica da UTI
33 Ajuste de fluxo incorreto durante ventilação mecânica em respiração espontânea assistida
34 Ajuste máximo de pressão da ventilação mecânica excede os limites prescritos
35 Sem registro de introdução de cateter venoso central
36 Sem registro de introdução de cateter arterial
37 Cateter de Swan-Ganz in situ por mais de 4 dias
38 Cateter venoso central in situ por mais de 6 dias
39 Acesso arterial in situ por mais de 6 dias
40 Uma ou mais tampas (vermelhas) faltando do acesso arterial
41 Uma ou mais tampas faltando do cateter de Swan-Ganz
42 Uma ou mais tampas faltando do cateter periférico
43 Bolsa de lavagem vazia no sistema de pressão do cateter
44 Pressão insuficiente na bolsa
ADMINISTRAÇÃO DE FLUIDOS
45 Sem avaliação de equilíbrio de fluidos a cada 6 horas
46 Bolsa de concentrado de célula está conectada ao paciente sem o número de registro
47 Bolsa de concentrado de célula não foi verificada e aprovada por um segundo enfermeiro
48 Sistema de lavagem não foi calculado (ou está incorreto) no equilíbrio de fluidos da ficha da UTI
71
49 Nem todas as infusões do paciente estão registradas na ficha da UTI
RITMO CARDÍACO E CIRCULAÇÃO
50 Nenhum ECG feito na admissão
51 Pressão arterial sanguínea não confrontada com a pressão de esfigmomametria (acima de 24)
52 Sem perfil hemodinâmico do paciente com um cateter de Swan-Ganz
53 Monitoramento incorreto do ritmo cardíaco (frequência)
54 Alarme sonoro para o ritmo cardíaco está permanentemente desligado
55 Alarme sonoro para curvas de pressão está permanentemente desligado
56 Limites de alarme do ritmo cardíaco e pressão arterial não estão ajustados adequadamente
57 Ponto de referência e aparelho de pressão não instalados na altura correta
MEDICAÇÃO
58 Medicação(ões) prescrita(s) não administradas ou aprovadas
59 Medicação IV prescrita para administração prolongada não conectada
60 Discrepância entre milímetro/hora atual e milímetro/hora prescrito na medicação IV
61 Medicação IV prolongada conectada não registrada na ficha da UTI
62 Medicação IV preparada não verificada novamente e aprovada de acordo com o protocolo
63 Sem infusão contínua para lavagem de suporte em pacientes com medicação cardiogênica
64 Lúmens não usados das linhas de infusão não são tampados
65 Medicação intravenosa conectada com lúmen errado
66 Medicação intravenosa para infusão única combinada com outra medicação
67 Medicação intravenosa combinada com uma lavagem intermitente ao invés de contínua
NUTRIÇÃO ENTERAL
68 Sem registro de introdução do tubo de alimentação
69 Sem medida de retenção durante alimentação pelo tubo gástrico
70 Ingestão de menos de 75% da alimentação prescrita via tubo sem razão específica
71 Tubo duodenal não lavado de acordo com as instruções
72 Mudança de alimentação via tubo excede o tempo permitido
73 Paciente em posição horizontal enquanto recebe alimentação de tubo gástrico
CUIDADOS DE HIGIENE E CONTROLE DE PARTES E DISPOSITIVOS
74 Dispositivo para drenagem torácica a vácuo vazando ar
75 Selo d’água do dispositivo para drenagem torácica é insuficiente ou está ausente
76 Dispositivos de inalação não foram renovados de acordo com o protocolo
77 Sistema de aspiração endotraqueal não renovado
78 Equipamento de ventilação mecânica não foi trocado de acordo com o protocolo
79 Sistema de infusão para nutrição parenteral total não renovado de acordo com o protocolo
80 Bandagem do cateter venoso central não renovada de acordo com o protocolo
81 Bandagem do cateter arterial não renovada de acordo com o protocolo
82 Cateteres de pressão intravenosa e intra-arterial não renovados de acordo com o protocolo
83 Sistemas de infusão padrão não renovados de acordo com o protocolo
84 Bandagens dos locais de introdução de infusão não renovadas de acordo com o protocolo
72
11.3 Apêndice 3
Versão síntese
The Critical Nursing Situations Index (T12)
Cuidados Básicos de Enfermagem em UTI
1 Sem histórico de culturas bacterianas quando transferência de outro hospital
2 Coleta de culturas bacterianas atrasada por mais de 2 horas (apesar de pedido por escrito)
3 Sem avaliação de risco para úlceras por pressão
4 Entrada do quarto em isolamento não marcada como tal
5 Olhos do paciente estão claramente contaminados
6 Uso incorreto da Escala de Coma de Glasgow
7 Paciente não é mobilizado de acordo com as instruções
8 Posição do paciente não está de acordo com as instruções
9 Ausência de evacuação por mais de 3 dias, sem intervenção
(dia 4)
10 Ausência de mensuração da produção de urina para avaliação do balanço hídrico
11 Sem registros do turno anterior (48h)
12 Sem registros sobre a família ou parentes
13 Sem registros sobre o peso e a altura do paciente nos formulários da UTI (todos os formulários da
UTI)
14 Sem lista de temperatura atualizada (últimas 48h)
Ventilação Mecânica
15 Discrepância entre o registro e o ajuste real dos parâmetros de ventilação mecânica
16 Sem avaliação do PEEP intrínseco de hora em hora durante ventilação controlada a pressão
17 Sem inflação manual de acordo com o protocolo
18 Sem aspiração endotraqueal de acordo com o protocolo
19 Sem registro claro de mudanças nos parâmetros de ventilação mecânica
20 Reposicionamento do tubo endotraqueal em desacordo com o protocolo
21 Nenhuma amostra de gasometria arterial colhida em até uma hora da remoção do tubo endotraqueal
22 Terapia de inalação durante a ventilação mecânica em desacordo com as instruções
23 Mudança de posição do paciente na cama em desacordo com o protocolo
24 Condensação visível entre o sistema de conexão e o tubo endotraqueal
25 Condensação acumulada nos tubos
26 Condensação visível no ramo aquecido (Ramo Inspiratório)
27 Sistema de umidificação não funciona (desligado)
28 Ausência de monitoramento de oximetria de pulso e capnografia em paciente na posição prona
29 Ausência de Sistema fechado de aspiração endotraqueal em paciente na posição prona.
30 Ausência de humidificador conectado ao fluxometro de oxigênio na configuração básica do painel
da UTI (suporte no caso de mal funcionamento do ventilador)
31 A configuração básica de UTI não apresenta um sistema de aspiração endotraqueal completo (e
funcionando)
32 Sem solução de NaCL estéril para lavagem endotraqueal na configuração básica de UTI
33 Ajuste incorreto do fluxo durante a ventilação mecânica em modalidade espontânea assistida
34 Ajuste máximo de pressão da ventilação mecânica excede os limites prescritos
Acessos Endovenosos (infusão e medidas)
35 Sem registro da introdução do cateter venoso central
36 Sem registro da introdução do cateter arterial
37 Cateter de Swan-Ganz “in situ” por mais de 4 dias
38 Cateter central “in situ” por mais de 6 dias
39 Cateter arterial “in situ” por mais de 6 dias
40 Uma ou mais tampas (vermelha) faltando do acesso arterial
41 Uma ou mais tampas faltando do cateter de Swan-Ganz
42 Uma ou mais tampas faltando do acesso venoso periférico
43 Bolsa de soro vazia no sistema pressórico
44 Pressão insuficiente no Sistema pressórico
Administração de Fluidos
45 Sem avaliação de balanço hídrico a cada 6 horas
73
46 Bolsa de sangue está conectada em paciente sem pulseira de identificação
47 Bolsa de sangue não foi conferida e checada por um segundo enfermeiro
48 Sistema de lavagem não foi registrado ou foi incorretamente registrado no formulário de balanço
hídrico da UTI
49 Nem todas as infusões realizadas no paciente foram registradas no formulário da UTI
Ritmo Cardíaco e Circulação
50 Nenhum do ECG feito na admissão
51 Pressão arterial invasiva não conferida com esfigmomanometro (ultimas 24h)
52 Nenhum estudo hemodinâmico realizado em pacientes com cateter de Swan-Ganz
53 Monitoramento incorreto do ritmo cardíaco (frequência)
54 Alarme sonoro para o ritmo cardíaco está permanentemente desligado
55 Alarme sonoro das curvas de pressão está permanentemente desligado
56 Limites de alarme do ritmo cardíaco e pressão arterial não estão ajustados adequadamente
57 Ponto de referência do dispositivo de pressão não está nivelado na altura correta
Medicação
58 Medicação(ões) prescrita(s) não administrada(s) ou checada(s)
59 Medicação e.v. prescrita para infusão prolongada não conectada
60 Discrepância entre a taxa de infusão de medicação e.v. prescrita e real
61 Medicação e.v. de infusão prolongada conectada ao paciente não está anotada no formulário da UTI
62 Medicação e.v. preparada não conferida novamente e checada de acordo com o protocolo
63 Sem infusão continua para lavagem de suporte em pacientes com medicação cardiogênica
64 Via de acesso não utilizadas não está tampada
65 Medicação endovenosa conectada na via errada
66 Medicação endovenosa de via exclusiva está combinada com outra medicação
67 Medicação endovenosa combinada com medicação de infusão intermitente ao invés de medicação
de infusão contínua
Nutrição Enteral
68 Sem registro de introdução do cateter enteral
69 Sem mensuração do resíduo gástrico durante terapia de nutrição enteral
70 Ingesta de dieta enteral menor do que 75% do valor prescrito sem razão específica
71 Cateter enteral pós-pilórico não lavado de acordo com o protocolo
72 Troca da dieta enteral excede o tempo permitido
73 Paciente em decúbito dorsal horizontal enquanto recebe dieta enteral
Cuidados de Higiene e Controle de Partes e Dispositivos
74 Dispositivo de dreno de tórax a vácuo vazando ar
75 Selo de água do dispositivo de dreno de tórax ausente ou insuficiente
76 Dispositivos de inalação não foram renovados de acordo com o protocolo
77 Sistema fechado de aspiração traqueal não renovado de acordo com o protocolo
78 Equipamento de ventilação mecânica não foi trocado de acordo com o protocolo
79 Sistema de infusão de nutrição parenteral total não renovado de acordo com o protocolo
80 Curativo do cateter venoso central não renovado de acordo com o protocolo
81 Fixação do cateter arterial não renovado de acordo com o protocolo
82 Sistema de mensuração de pressão venosa central e pressão arterial invasiva não trocados de acordo
com o protocolo
83 Equipo de soro não renovado de acordo com o protocolo
84 Curativos de inserção de cateteres para infusão não renovados de acordo com o protocolo
74
11.4 Apêndice 4
Retro-tradução 1 (BT1)
The Critical Nursing Situations Index (BT1)
Basic ICU nursing care
1 There’s no history/record of bacterial cultures after being transferred from another hospital
2 Delay in the collection of bacterial cultures for more than 2 hours (despite written request)
3 There’s no assessment of risk for pressure sores
4 The isolation room is not marked as indicated by the institution protocol
5 The patient's eyes have signs of contamination
6 Incorrect use of the Glasgow Coma Scale
7 The patient isn’t mobilized according to the protocol
8 The patient isn’t positioned in accordance with the protocol
9 Absence of defecation for more than 3 days and no intervention on day 4
10 There’s no control of the urine volume to evaluate the fluid balance
11 No registers of previous shift according to protocol
12 There aren’t records about family or relatives
13 There aren’t records on patient's weight and height in the ICU forms according to the protocol
14 Not updated record of the temperature according to the protocol
Mechanical ventilation
15 There’s discrepancy between the registry and the actual adjustment of mechanical ventilation
parameters
16 There isn’t intrinsic PEEP assessment record according to the protocol for pressure-controlled
ventilation
17 No respiratory physiotherapy according to the protocol
18 Endotracheal suctioning procedure not in accordance with the protocol
19 There’s no record of changes in mechanical ventilation parameters
20 The repositioning of the endotracheal tube not in accordance with the protocol
21 No arterial blood gas collection records within one hour after removal of the endotracheal tube
22 Inhalation therapy during mechanical ventilation isn’t in accordance with the protocol
23 The change of the patient’s decubitus in bed isn’t in accordance with the protocol
24 Visible condensation (water or fluid) between the system connection and the endotracheal tube
25 Accumulated condensation (water or fluid) in the endotracheal tube
26 Visible condensation (water or fluid) in the heated branch (Inspiratory)
27 The humidification system does not work or is off
28 There’s no monitoring of pulse oximetry and/or capnography in a patient in the prone position
29 Absence of endotracheal aspiration closed system in a patient in the prone position
30 Absence of humidifier connected to the oxygen flow meter in the basic configuration of the ICU panel (support in
case of malfunction of the ventilator)
31 There’s no complete and up and running endotracheal suction system in the basic ICU configuration
32 No sterile NaCl solution for endotracheal wash in the basic configuration of ICU
33 Incorrect flow adjustment during mechanical ventilation in assisted spontaneous mode
34 The maximum adjustment of mechanical ventilation pressure exceeds the prescribed limits
Intravenous access (infusion and measures)
35 There’s no record of the central venous catheter introduction
36 There’s no record of the arterial catheter introduction
37 Pulmonary artery catheter "in situ" for more than 4 days
38 Central catheter "in situ" in disagreement with the protocol (dwell time or condition)
39 Arterial catheter "in situ" in disagreement with the protocol (dwell time or condition)
40 One or more missing caps on arterial access
41 One or more missing caps on the pulmonary artery catheter
42 One or more missing caps from peripheral venous access
43 One or more missing caps from peripheral venous access
44 System pressure bag with insufficient pressure
Fluid administration
45 There’s no record of the evaluation of the water balance according to the protocol
46 Blood bag without registration number is installed in the patient
75
47 Blood bag was not checked and endorsed for a second nursing professional
48 Pressure washing bag system is not registered or is incorrectly registered in the water balance of ICU
form
49 Not all infusions performed in the patient were recorded in the ICU form
Cardiac rhythm and circulation
50 No ECG done on admission according to protocol
51 Invasive arterial blood pressure not conferred with sphygmomanometer according to protocol
52 No hemodynamic study made in patients with pulmonary artery catheter
53 Incorrect monitoring of heart rate (frequency)
54 Sound alarm for heart rate is permanently off
55 Sound alarm of pressure curves is permanently off
56 Alarm limits of heart rate and blood pressure aren’t set properly
57 Reference point and invasive pressure sensor isn’t level at the correct height
Medication
58 Prescribed medication(s) not administered or checked
59 Prescribed i.v. medication for prolonged infusion not connected
60 Discrepancies between the prescribed i.v. medication infusion rate and real infusion rate
61 I.V. Medication for prolonged infusion connected to the patient isn’t noted in the ICU form
62 Prepared i.v. medication without double-checking and endorsement according to the protocol
63 No continuous infusion for supporting washing in patients with cardiogenic medication
64 Unused access line is not capped
65 Intravenous medication connected in the wrong lumen
66 Intravenous medication for exclusive infusion is combined with another medication
67 Intravenous medication combined with intermittent infusion medication rather than continuous
infusion medication
Enteral nutrition
68 No registration of the enteral catheter introduction
69 No measurement of gastric residue during enteral nutrition therapy
70 Intake of less than 75% of prescribed enteral feeding without specific reason
71 Post-pyloric enteral catheter not washed according to the protocol
72 Change of enteral feeding exceeds the allowed time
73 Patient in the supine position while receiving enteral feeding
Patient in the supine position while receiving enteral feeding
74 Vacuum chest tube device leaking air
75 Water seal of the chest tube device missing or insufficient
76 Inhalation devices have not been renewed in accordance with the protocol
77 Closed tracheal suction system not renewed in accordance with the protocol
78 Mechanical ventilation equipment not changed according to the protocol
79 Total parenteral nutrition infusion system not renewed in accordance with the protocol
80 Central venous catheter dressing not renewed in accordance with the protocol
81 Arterial catheter dressing not renewed in accordance with the protocol
82 Central venous pressure measurement and invasive blood pressure system is not changed according to
the protocol
83 Unrenowned intravenous line according to the protocol
84 Dressings of peripheral catheters insertion not renewed in accordance with the protocol
76
11.5 Apêndice 5
Retro-tradução 2 (BT2)
The Critical Nursing Situations Index (BT2)
Basic ICU nursing care
1 There is no history/record of bacterial cultures after being transferred from another hospital
2 Delay in collection of bacterial cultures for more than 2 hours (despite written request)
3 There is no assessment of risk for pressure sores
4 The isolation room is not marked as indicated by the institution protocol
5 The patient's eyes have signs of contamination
6 Incorrect use of the Glasgow Coma Scale
7 The patient isn’t mobilized according to the protocol
8 The patient isn’t positioned in accordance with the protocol
9 Absence of defecation for more than 3 days and no intervention on day 4.
10 There is no control of the urine volume to evaluate the fluid balance
11 No registers of earlier shift according to protocol
12 There are not records about family or relatives
13 There are not records on patient's weight and height in the ICU forms according to the protocol
14 Not up-to-date record of the temperature according to the protocol
Mechanical ventilation
15 There is discrepancy between the registry and the actual adjustment of mechanical ventilation
parameters
16 There is not intrinsic PEEP assessment record according to the protocol for pressure-controlled
ventilation
17 No respiratory physiotherapy according to the protocol
18 Endotracheal suctioning not in accordance with the protocol
19 There is no record of changes in mechanical ventilation parameters
20 Repositioning of the endotracheal tube not in accordance with the protocol
21 No blood gas collection records within one hour after removal of the endotracheal tube
22 Inhalation therapy during mechanical ventilation is not in accordance with the protocol
23 The change of the patient’s position in bed is not in accordance with the protocol
24 Visible condensation (water or fluid) between the system connection and the endotracheal tube
25 Accumulated condensation (water or fluid) in endotracheal tube
26 Visible condensation (water or fluid) in the heated portion (Inspiratory)
27 The humidification system does not work or is switched off
28 There is no monitoring of pulse oximetry and/or capnography in a patient in the prone position
29 Absence of a closed endotracheal aspiration system in a patient in the prone position
30 Absence of humidifier connected to the oxygen flow meter in the basic configuration of the ICU panel
(support in case of malfunction of the ventilator)
31 There is no complete and up and running endotracheal suction system in the basic ICU configuration
32 Absent sterile NaCl solution for endotracheal wash in the basic configuration of ICU
33 Incorrect flow adjustment during mechanical ventilation in assisted spontaneous mode
34 The maximum adjustment of mechanical ventilation pressure exceeds the prescribed limits
Intravenous lines (infusion and measures)
35 There is no record of the introduction of the central venous catheter
36 There is no record of the introduction of the arterial catheter
37 Swan-Ganz catheter "in situ" for more than 4 days
38 Central catheter "in situ" in disagreement with the protocol (dwell time or condition)
39 Arterial catheter "in situ" in disagreement with the protocol (dwell time or condition)
40 One or more caps missing on arterial access
41 One or more missing caps on the pulmonary artery catheter
42 One or more missing caps from peripheral venous access
43 System pressure bag with empty IV bag
44 System pressure bag with insufficient pressure
System pressure bag with insufficient pressure
45 There is no record of the evaluation of the water balance according to the protocol
46 Blood bag without registration number is installed in the patient
77
47 Blood bag was not checked and endorsed for a second nursing professional
48 Pressure washing bag system is incorrectly or not registered in the water balance of ICU form
49 Not all infusions performed in the patient were recorded in the ICU form
Cardiac rhythm and circulation
50 No ECG made on admission according to protocol
51 Invasive arterial blood pressure not checked with sphygmomanometer according to protocol
52 No hemodynamic study made in patients with Swan-Ganz catheter
53 Incorrect monitoring of heart rhythm (frequency)
54 Sound alarm for heart rhythm is permanently off
55 Sound alarm for pressure curves is permanently off
56 Alarm limits of heart rhythm and blood pressure are not set properly
57 Reference point and invasive pressure sensor is not level at the correct height
Medication
58 Prescribed medication(s) not administered or endorsed
59 Prescribed i.v. medication for prolonged infusion not connected
60 Discrepancies between the prescribed i.v. medication infusion rate and real infusion rate
61 I.V. Medication for prolonged infusion connected to the patient is not noted in the ICU form
62 I.v. medication prepared without double-checking and endorsement according to the protocol
63 No continuous flush infusion in patients with cardiogenic medication
64 Unused access line is not capped
65 Intravenous medication connected with the wrong lumen
66 Intravenous medication for exclusive infusion is combined with another medication
67 Intravenous medication combined with intermittent flush medication instead continuous flush
medication
Enteral nutrition
68 No registration of the introduction of enteral catheter
69 No measurement of gastric residue during enteral nutrition therapy
70 Intake of less than 75% of prescribed enteral feeding without specific reason
71 Duodenal enteral catheter not flushed according to the protocol
72 Change of enteral feeding exceeds the allowed time
73 Patient in horizontal position while receiving enteral feeding
Hygiene care and control of parts and devices
74 Vacuum thoracic drain leaking air
75 Water seal of the thoracic drain missing or insufficient
76 Inhalation devices not renewed in accordance with the protocol
77 Closed tracheal suction system not renewed in accordance with the protocol
78 Mechanical ventilation equipment not changed according to the protocol
79 Total parenteral nutrition infusion system not renewed in accordance with the protocol
80 Central venous catheter bandage not renewed in accordance with the protocol
81 Arterial catheter bandage not renewed in accordance with the protocol
82 Central venous pressure measurement and invasive blood pressure system is not changed
according to the protocol
83 Intravenous line not renewed according to the protocol
84 Bandages of peripheral catheters insertion not renewed in accordance with the protocol
78
11.6 Apêndice 6
CNSI – Versão brasileira pré-final
Critical Nursing Situations Index
Versão Brasileira Pontuação
V F N/A
Cuidados Básicos de Enfermagem em UTI
1 Ausência de histórico/registro de culturas bacterianas após
transferência de outro hospital.
2 Cultura bacteriana atrasada por mais de 2 horas (apesar de
pedido por escrito)
3 Ausência de avaliação de risco para úlceras por pressão
4 O quarto em precaução (isolamento) não está identificado como
tal
5 Os olhos do paciente estão visivelmente contaminados
6 Uso incorreto da Escala de Coma de Glasgow
7 O paciente não é mobilizado de acordo com as instruções
8 A posição do paciente não está de acordo com as instruções
9 Ausência de evacuação por mais de 3 dias e sem nenhuma
intervenção no 4º dia
10 Ausência de controle do débito urinário para avaliação do
balanço hídrico
11 Ausência de registro do turno anterior
12 Ausência de registro sobre família ou parentes
13 Ausência de registro sobre a altura e peso do paciente nos
formulários da UTI
14 Ausência de registro atualizado de temperatura (ultimas 48
horas)
Ventilação Mecânica
15 Discrepância entre o registro e o ajuste real dos parâmetros de
ventilação mecânica
16 Ausência de registro da PEEP intrínseca, de hora em hora,
durante ventilação de pressão controlada
17 Ausência de insuflação manual (manobra com AMBU®) de
acordo com o protocolo
18 Ausência de aspiração endotraqueal de acordo com o protocolo
19 Ausência de registro claro de mudanças nos parâmetros de
ventilação mecânica
20 Reposicionamento do tubo endotraqueal em desacordo com o
protocolo
21 Ausência de amostra de gasometria arterial em até uma hora
após remoção do tubo endotraqueal
22 Terapia de inalação durante ventilação mecânica não está de
acordo com as instruções
23 Mudança de decúbito do paciente no leito não está de acordo
com o protocolo
79
24 Condensado visível (água ou secreção) entre a conexão do
circuito respiratório e o tubo endotraqueal
25 Condensado acumulado (água ou secreção) no circuito
respiratório
26 Condensado visível (água ou secreção) no circuito inspiratório
da ventilação mecânica
27 O sistema de umidificação não funciona (está desligado)
28 Ausência de monitorização da saturação de oxi-hemoglobina
periférica (oximetria de pulso) e capnografia do paciente em
posição prona
29 Ausência de sistema fechado de aspiração endotraqueal em
pacientes na posição prona
30 Ausência de umidificador conectado ao fluxômetro de oxigênio
na configuração básica do painel da UTI (suporte no caso de
mal funcionamento do ventilador)
31 Ausência de sistema de aspiração endotraqueal completo (e
funcionando) na configuração básica do painel da UTI
32 Ausência de solução estéril de NaCL 0,9% para flush
endotraqueal na configuração básica do painel da UTI
33 Ajuste de fluxo incorreto durante a ventilação mecânica no
modo assistido
34 O ajuste máximo de pressão da ventilação mecânica excede os
limites prescritos (seguros)
Acessos Endovenosos (infusão e medidas)
35 Ausência de registro da inserção do cateter venoso central
36 Ausência de registro da inserção do cateter arterial
37 Catetes de Swan-Ganz “in situ” por mais de 4 dias
38 Cateter central “in situ” em desacordo com o protocolo (tempo
de permanência ou condição)
39 Cateter arterial “in situ” em desacordo com o protocolo (tempo
de permanência ou condição)
40 Uma ou mais tampas faltando no acesso arterial
41 Uma ou mais tampas faltando no cateter de Swan-Ganz
42 Uma ou mais tampas faltando no acesso venoso periférico
43 Bolsa de soro vazia no sistema de bolsa pressórica
44 Pressão insuficiente no sistema de bolsa pressórica
Administração de Fluidos
45 Ausência de avaliação de balanço hídrico de acordo com o
protocolo
46 Bolsa de sangue sem número de registro está instalada no
paciente
47 Bolsa de sangue não foi conferida e checada por um segundo
profissional de enfermagem
48 Volume de fluidos utilizados para lavagem (flush) não foi
mensurado (ou está incorreto) no formulário de balanço hídrico
da UTI
49 Nem todas as infusões administradas no paciente estão
registradas no formulário da UTI
Ritmo Cardíaco e Circulação
80
50 Ausência do ECG de rotina feito na admissão
51 Pressão arterial invasiva não conferida com esfigmomanômetro
de acordo com o protocolo
52 Ausência de estudo hemodinâmico realizado em pacientes com
cateter de Swan-Ganz
53 Monitoramento incorreto do ritmo cardíaco (frequência)
54 Alarme sonoro do ritmo cardíaco está permanentemente
desligado
55 Alarme sonoro para curvas de pressão está permanentemente
desligado
56 Limites de alarme do ritmo cardíaco e pressão arterial não estão
ajustados adequadamente
57 Ponto de referência e dispositivo de pressão invasiva não está
nivelado na altura correta
Medicação
58 Medicações prescritas não foram administradas ou não estão
checadas
59 Medicação endovenosa prescrita para infusão prolongada não
conectada
60 Discrepância entre a taxa de infusão de medicação endovenosa
prescrita e real
61 Medicação endovenosa de infusão prolongada conectada ao
paciente não está anotada no formulário da UTI
62 Medicação endovenosa preparada sem dupla verificação e
checagem de acordo com o protocolo
63 Ausência de infusão continua para lavagem de suporte em
pacientes recebendo droga(s) vasoativa(s)
64 Via de acesso não utilizada não está tampada
65 Medicação endovenosa conectada no lúmen errado
66 Medicação endovenosa de via exclusiva combinada com outra
medicação
67 Medicação endovenosa contínua combinada com medicação
endovenosa intermitente.
Nutrição Enteral
68 Ausência de registro de introdução do cateter enteral
69 Ausência de mensuração do resíduo gástrico durante terapia de
nutrição enteral
70 Ingestão de menos de 75% da alimentação enteral prescrita sem
razão específica
71 Cateter enteral pós-pilórico não lavado de acordo com as
instruções
72 Troca do frasco de dieta enteral excede o tempo permitido
73 Paciente em decúbito horizontal enquanto recebe dieta enteral
Cuidados de Higiene e Controle de Dispositivos
74 Dispositivo de dreno de tórax em aspiração vazando ar
75 Selo d’água do dispositivo de dreno de tórax ausente ou
insuficiente
76 Dispositivos de inalação não trocados de acordo com o
protocolo
81
77 Sistema fechado de aspiração traqueal não trocado de acordo
com o protocolo
78 Equipamento de ventilação mecânica não trocado de acordo
com o protocolo
79 Sistema de infusão de nutrição parenteral não trocado de acordo
com o protocolo
80 Curativo do cateter venoso central não trocado de acordo com o
protocolo
81 Curativo do cateter arterial não trocado de acordo com o
protocolo
82 Sistema de mensuração de pressão venosa central (PVC) ou
pressão arterial invasiva não trocados de acordo com o
protocolo
83 Equipo de soro não trocado de acordo com o protocolo
84 Curativo de inserção de cateteres periféricos não trocados de
acordo com o protocolo
V F
Pontuação Total
A - Situações Críticas (V) =
B - Itens em Risco (V + F) =
Índice (%)
(A*100/B) =
11.7 Apêndice 7
Instruções de preenchimento do CNSI - versão brasileira
82
CNSI - Objetivo
Este instrumento foi desenvolvido com a
finalidade de mensurar situações críticas
ocorridas durante a assistência de enfermagem ao
paciente adulto atendido em UTI.
É composto de 84 descrições de situações críticas
de enfermagem divididas em 8 domínios:
Cuidados básicos de enfermagem em UTI (14
itens), ventilação mecânica (20 itens), acessos
venosos (infusão e medidas) (10 itens),
administração de fluidos (5 itens), ritmo cardíaco
e circulação (8 itens), medicação (10 itens),
nutrição enteral (6 itens), cuidados de higiene e
controle de dispositivos (11 itens)
CNSI - Instruções de Preenchimento
As opções de respostas para cada item observado
são:
Verdadeiro (presença da situação
crítica)
Falso (ausência de situação crítica)
Não aplicável
A soma dos itens classificados como verdadeiros
refletem o número de situações críticas enquanto
que a soma dos itens identificados como
verdadeiros e dos itens considerados falsos
determinam o número de itens em risco.
O instrumento gera um índice que é a
porcentagem de situações críticas por itens em
risco, quanto maior esse número, menos os
protocolos institucionais estão sendo
implementados e consequentemente pior é a
qualidade da assistência.
Os itens devem ser checados observando-se o
prontuário do paciente, os formulários da UTI
tais como a planilha de sinais vitais e balanço
hídrico, a prescrição médica, as anotações de
enfermagem além de observação direta do
paciente a beira do leito.
Cuidados básicos de enfermagem em UTI
Item 7 – Posição do paciente referente ao
protocolo de mudança de decúbito
Item 8 – Uso correto de superfícies de apoio tais
como coxins e proteção de calcanhares
Ventilação Mecânica
Item 23 – Afere a cabeceira elevada em pacientes
sob ventilação mecânica
Acessos venosos (infusão e medidas)
Item 48 – Todo o volume de líquido utilizado
para flush deve estar computado no formulário de
balanço hídrico, inclusive volumes
administrados pelo cateter enteral.
Ritmo cardíaco e circulação
Item 53 – Qualquer interferência não resolvida
ou ausência de sinal de ECG contínuo é
considerado erro.
Item 56 – Considera-se desvio ajustes de alarme
discrepantes ou incompatíveis com os padrões
estabelecidos, ex. Ajuste de alarme de frequência
cardíaca máxima de 160bpm.
Nutrição enteral
Item 71 – qualquer identificação de resíduos de
dieta enteral ou presença de medicação no lúmen
da porção visível do cateter enteral que não está
em uso é considerado desvio.
Cuidados de higiene e controle de dispositivos
Itens 78, 79, 80, 82, 81, 82, 83 e 84 – Observar o
protocolo de troca da instituição, os
equipamentos, dispositivos e curativos devem
estar marcados com a data da instalação/troca.
83
11.8. Apêndice 8
Avaliação da praticabilidade de instrumentos
Avaliação da Praticabilidade do CNSI – Versão Brasileira
Considerando o instrumento que você acabou de preencher, por favor circule o
número que melhor representa a sua resposta quanto as seguintes afirmações:
Eu achei fácil entender o treinamento do instrumento.
1 Discordo
Totalmente 2
Discordo
Parcialmente 3
Não tenho
opinião 4
Concordo
Parcialmente 5
Concordo
Totalmente
Eu achei fácil entender os itens do instrumento.
1 Discordo
Totalmente 2
Discordo
Parcialmente 3
Não tenho
opinião 4
Concordo
Parcialmente 5
Concordo
Totalmente
Eu achei fácil assinalar os itens do instrumento.
1 Discordo
Totalmente 2
Discordo
Parcialmente 3
Não tenho
opinião 4
Concordo
Parcialmente 5
Concordo
Totalmente
11.9. Apêndice 9
Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)
84
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Conforme Resolução CNS 466/2012)
Título da Pesquisa: Adaptação cultural e validação do “Critical Nursing Situation
Index” para a cultura brasileira
Responsável pelo projeto: Anderson Neri Guido
1. Justificativa da pesquisa e objetivos da pesquisa:
O profissional enfermeiro possui relevante papel na manutenção da segurança do
paciente. Para realização da avaliação do desempenho desse profissional é necessário
utilizar instrumentos capazes de medir a qualidade da assistência prestada pela equipe de
enfermagem. O objetivo deste estudo será realizar a adaptação e validação do instrumento
“Critical Nursing Situation Index” (CNSI) para a cultura brasileira. Este instrumento tem
como objetivo avaliar situações potencialmente perigosas que estão atreladas a riscos à
segurança do paciente e precisam ser evitadas.
2. Procedimentos a que você será submetido:
Você receberá treinamento em como aplicar o CNSI – Versão Brasileira adaptada
e será solicitado(a) a realizar a aplicação desse instrumento. Em seguida, deverá
preencher um questionário que irá avaliar a aplicabilidade do CNSI – Versão Brasileira
adaptada. O treinamento dura em média 30 minutos e será realizado em sala de aula
adequada para esse fim. A aplicação do instrumento pode levar de 10 a 15 minutos em
média. Responder ao questionário de aplicabilidade do CNSI – Versão Brasileira
adaptada consome cerca de 5 minutos totalizando um dispêndio de tempo médio de 50
minutos.
3. Aspectos éticos:
Não há riscos previsíveis com sua participação neste estudo. Possíveis
desconfortos podem ser provocados pelo tempo necessário para o treinamento e aplicação
do instrumento ou por falar sobre o assunto.
4. Benefícios:
Você não receberá benefícios diretos com o estudo, nem nenhum tipo de ajuda
financeira. A presente pesquisa não irá gerar nenhum custo para sua participação. Os
resultados desta pesquisa poderão fornecer informações valiosas para a busca da melhoria
da qualidade da assistência de enfermagem e da segurança dos pacientes atendidos na
instituição.
4. Esclarecimentos e Direitos:
A qualquer momento, você poderá obter esclarecimentos sobre todos os
procedimentos utilizados na pesquisa e nas formas de divulgação dos resultados. Terá,
Rubrica:____________________
1/3
85
também, a liberdade e o direito de recusar a sua participação ou retirar seu consentimento
em qualquer fase da pesquisa, bastando entrar em contato com o pesquisador. É
importante ressaltar que tanto sujeitos como empresas envolvidas não receberão qualquer
ressarcimento financeiro pela participação no estudo, tampouco poderão utilizá-lo como
meio de propaganda de seus serviços.
Em caso de dúvidas sobre o estudo, você pode entrar em contato com o
pesquisador pelos seguintes meios:
Pesquisador responsável: Anderson Neri Guido
Telefone do Pesquisador: (19) 98155-6045, e-mail: [email protected],
Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação no estudo, você pode
entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP): Rua: Tessália
Vieira de Camargo, 126; CEP – 13083-887 Campinas – SP; telefone (19) 3521-8936; fax
(19) 3521-7187; e-mail: [email protected].
Comitê de Ética em Pesquisa/PRP/UNICAMP
https://www.prp.unicamp.br/pt-br/cep-comite-de-etica-em-pesquisa
5. Confidencialidade e avaliação dos registros
A sua identidade e seu nome serão mantidas em total sigilo (não serão divulgados)
por tempo indeterminado tanto pelo pesquisador como pela instituição onde será realizada
a pesquisa. Os resultados obtidos serão analisados e alocados em tabelas, figuras ou
gráficos e poderão ser divulgados em palestras e revistas que falem de temas relacionado
a saúde, nacionais ou internacionais, de acordo com as normas/leis legais regulatórias de
proteção nacional ou internacional.
Rubrica:____________________
2/3
86
DECLARAÇÃO DE CONSENTIMENTO
Eu, ............................................................................................................., portador(a) da
Carteira de identidade nº ................................................. expedida pelo Órgão
_____________, por me considerar devidamente informado(a) e esclarecido(a) sobre o
conteúdo deste termo e da pesquisa a ser desenvolvida, expresso livremente meu
consentimento para inclusão na fase de pré-teste do CNSI. Afirmo ainda que recebi cópia
desse documento por mim abaixo assinado.
Campinas, ....... de .................. de 2016.
_______________________________________________
Assinatura do participante
6. Responsabilidade do Pesquisador
Asseguro ter cumprido as exigências da resolução 466/2012 CNS/MS e
complementares na elaboração do protocolo e na obtenção deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Asseguro, também, ter explicado e fornecido uma
cópia deste documento ao participante. Informo que o estudo foi aprovado pelo CEP
Número do Parecer: XXXXX. Comprometo-me a utilizar o material e os dados obtidos
nesta pesquisa exclusivamente para as finalidades previstas neste documento ou conforme
o consentimento dado pelo participante.
Campinas, ....... de .................. de 2016.
________________________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável
3/3
87
11.10. Apêndice 10
CNSI – Versão brasileira
The Critical Nursing Situations Index - Versão Brasileira
Pontuação
V F N/A
Cuidados Básicos de Enfermagem em UTI
1 Ausência de histórico/registro de culturas bacterianas após transferência de outro
hospital.
2 Cultura bacteriana atrasada por mais de 2 horas (apesar de pedido por escrito)
3 Ausência de avaliação de risco para úlceras por pressão
4 O quarto em precaução (isolamento) não está identificado como tal
5 Os olhos do paciente estão visivelmente contaminados
6 Uso incorreto da Escala de Coma de Glasgow
7 O paciente não é mobilizado de acordo com as instruções
8 A posição do paciente não está de acordo com as instruções
9 Ausência de evacuação por mais de 3 dias e sem nenhuma intervenção no 4º dia
10 Ausência de controle do débito urinário para avaliação do balanço hídrico
11 Ausência de registro do turno anterior
12 Ausência de registro sobre família ou parentes
13 Ausência de registro sobre a altura e peso do paciente nos formulários da UTI
14 Ausência de registro atualizado de temperatura (ultimas 48 horas)
Ventilação Mecânica
15 Discrepância entre o registro e o ajuste real dos parâmetros de ventilação mecânica
16 Ausência de registro da PEEP intrínseca, de hora em hora, durante ventilação de
pressão controlada
17 Ausência de insuflação manual (manobra com AMBU®) de acordo com o protocolo
18 Ausência de aspiração endotraqueal de acordo com o protocolo
19 Ausência de registro claro de mudanças nos parâmetros de ventilação mecânica
20 Reposicionamento do tubo endotraqueal em desacordo com o protocolo
21 Ausência de amostra de gasometria arterial em até uma hora após remoção do tubo
endotraqueal
22 Terapia de inalação durante ventilação mecânica não está de acordo com as
instruções
23 Cabeceira do leito paciente não está de acordo com o protocolo
24 Condensado visível (água ou secreção) entre a conexão do circuito respiratório e o
tubo endotraqueal
25 Condensado acumulado (água ou secreção) no circuito respiratório
26 Condensado visível (água ou secreção) no circuito inspiratório da ventilação
mecânica
27 O sistema de umidificação não funciona (está desligado)
28 Ausência de monitorização da saturação de oxi-hemoglobina periférica (oximetria
de pulso) e capnografia do paciente em posição prona
29 Ausência de sistema fechado de aspiração endotraqueal em pacientes na posição
prona
30 Ausência de umidificador conectado ao fluxômetro de oxigênio na configuração
básica do painel da UTI (suporte no caso de mal funcionamento do ventilador)
31 Ausência de sistema de aspiração endotraqueal completo (e funcionando) na
configuração básica do painel da UTI
32 Ausência de solução estéril de NaCL 0,9% para flush endotraqueal na configuração
básica do painel da UTI
33 Ajuste de fluxo incorreto durante a ventilação mecânica no modo assistido
34 O ajuste máximo de pressão da ventilação mecânica excede os limites prescritos
(seguros)
88
Acessos Endovenosos (infusão e medidas)
35 Ausência de registro da inserção do cateter venoso central
36 Ausência de registro da inserção do cateter arterial
37 Catetes de Swan-Ganz “in situ” por mais de 4 dias
38 Cateter central “in situ” em desacordo com o protocolo (tempo de permanência ou
condição)
39 Cateter arterial “in situ” em desacordo com o protocolo (tempo de permanência ou
condição)
40 Uma ou mais tampas faltando no acesso arterial
41 Uma ou mais tampas faltando no cateter de Swan-Ganz
42 Uma ou mais tampas faltando no acesso venoso periférico
43 Bolsa de soro vazia no sistema de bolsa pressórica
44 Pressão insuficiente no sistema de bolsa pressórica
Administração de Fluidos
45 Ausência de avaliação de balanço hídrico de acordo com o protocolo
46 Bolsa de sangue sem número de registro está instalada no paciente
47 Bolsa de sangue não foi conferida e checada por um segundo profissional de
enfermagem
48 Volume de fluidos utilizados para lavagem (flush) não foi mensurado (ou está
incorreto) no formulário de balanço hídrico da UTI
49 Nem todas as infusões administradas no paciente estão registradas no formulário da
UTI
Ritmo Cardíaco e Circulação
50 Ausência do ECG de rotina feito na admissão
51 Pressão arterial invasiva não conferida com esfigmomanômetro de acordo
com o protocolo
52 Ausência de estudo hemodinâmico realizado em pacientes com cateter de Swan-
Ganz
53 Monitoramento incorreto do ritmo cardíaco (frequência)
54 Alarme sonoro do ritmo cardíaco está permanentemente desligado
55 Alarme sonoro para curvas de pressão está permanentemente desligado
56 Limites de alarme do ritmo cardíaco e pressão arterial não estão ajustados
adequadamente
57 Ponto de referência e dispositivo de pressão invasiva não está nivelado na altura
correta
Medicação
58 Medicações prescritas não foram administradas ou não estão checadas
59 Medicação endovenosa prescrita para infusão prolongada não conectada
60 Discrepância entre a taxa de infusão de medicação endovenosa prescrita e real
61 Medicação endovenosa de infusão prolongada conectada ao paciente não
está anotada no formulário da UTI
62 Medicação endovenosa preparada sem dupla verificação e checagem de acordo com
o protocolo
63 Ausência de infusão continua para lavagem de suporte em pacientes
recebendo droga(s) vasoativa(s)
64 Via de acesso não utilizada não está tampada
65 Medicação endovenosa conectada no lúmen errado
66 Medicação endovenosa de via exclusiva combinada com outra medicação
67 Medicação endovenosa contínua combinada com medicação endovenosa
intermitente.
Nutrição Enteral
68 Ausência de registro de introdução do cateter enteral
69 Ausência de mensuração do resíduo gástrico durante terapia de nutrição enteral
70 Ingestão de menos de 75% da alimentação enteral prescrita sem razão específica
71 Cateter enteral pós-pilórico não lavado de acordo com as instruções
72 Troca do frasco de dieta enteral excede o tempo permitido
73 Paciente com cabeceira do leito horizontal enquanto recebe dieta enteral
89
Cuidados de Higiene e Controle de Dispositivos
74 Dispositivo de dreno de tórax em aspiração vazando ar
75 Selo d’água do dispositivo de dreno de tórax ausente ou insuficiente
76 Dispositivos de inalação não trocados de acordo com o protocolo
77 Sistema fechado de aspiração traqueal não trocado de acordo com o protocolo
78 Equipamento de ventilação mecânica não trocado de acordo com o protocolo
79 Sistema de infusão de nutrição parenteral não trocado de acordo com o protocolo
80 Curativo do cateter venoso central não trocado de acordo com o protocolo
81 Curativo do cateter arterial não trocado de acordo com o protocolo
82 Sistema de mensuração de pressão venosa central (PVC) ou pressão arterial
invasiva não trocados de acordo com o protocolo
83 Equipo de soro não trocado de acordo com o protocolo
84 Curativo de inserção de cateteres periféricos não trocados de acordo com o
protocolo
V F
Pontuação Total
A - Situações Críticas (V) = B - Itens em Risco (V + F) = Índice (%)
(A*100/B) =
90
12. Anexos
12.1. Anexo 1
The critical nursing situation index
The Critical Nursing Situations Index
Score
True False Not
Applicable
Basic ICU Nursing Care
1 No inventory of bacterial cultures upon transfer from another hospital
2 Bacterial culture delayed for more than 2h (despite written arrangement)
3 No risk of pressure sores assessment
4 Entrance of the isolation room is not marked as such
5 Patient’s eyes are clearly contaminated
6 Incorrect use of Glasgow Coma Scale
7 Patient is not mobilized according to instructions
8 Patient’s position is not in agreement with instructions
9 No defecation for more than 3 days, no intervention (day 4)
10 No collection of urine production for assessment of fluid balance
11 No records of earlier shift (48h)
12 No records on family or relatives
13 No records on patient’s length and body weight on the ICU chart (all ICU
charts)
14 No up-to-date temperature list (past 48h)
Mechanical Ventilation
15 Discrepancy between registration and actual adjustment of mechanical
ventilation
16 No hourly intrinsic PEEP during pressure-controlled ventilation
17 No manual inflation according to protocol
18 No endotracheal suction according to protocol
19 No clear marking of changes in adjustment of mechanical ventilation
20 Relocation of endotracheal tube not according to protocol
21 No blood gas sample taken within 1h after removal of endotracheal tube
22 Inhalation therapy during mechanical ventilation not in agreement with
instructions
23 Change of patient’s position in bed not according to protocol
24 Visible condensate between the tubal connection and the endotracheal tube
25 Condensate piled up in tubes
26 Visible condensate in the heated wire (Inspiration) tubes
27 Humidifying system does not function (is switched off)
28 No pulsoximetric and capnographic monitoring of patient in the prone
position
29 No connection to a closed endotracheal suction system of patient in the prone
position
30 No water set with connected oxygen tubing in basic ICU set-up (back-up in
case of malfunctioning ventilator)
31 No complete (and functioning) endotracheal suction system in basic ICU set-
up
91
32 No sterile NaCl solution for endotracheal flush in basic ICU set-up
33 Incorrect flow adjustment during mechanical ventilation in assisted
spontaneous breathing
34 Maximum pressure adjustment of mechanical ventilation exceeds prescribed
limits
Intravenous Lines (infusion and measurement)
35 No record of introduction of central venous line
36 No record of introduction of arterial line
37 Swan-Ganz catheter in situ for more than 4 days
38 Central venous line in situ for more than 6 days
39 Arterial access in situ for more than 6 days
40 One or more (red) caps missing on arterial access
41 One or more caps missing on the Swan-Ganz catheter
42 One or more caps missing on peripheral line
43 Empty flush bag in line pressure system
44 Insufficient pressure on flush bag
Administration of Fluids
45 No 6-hourly assessment of fluid balance
46 Packed cell bag is connected to the patient without PC number registration
47 Packed cell bag is not checked and endorsed by a second nurse
48 Flush system is not, or incorrectly, measured on the fluid balance of the ICU
chart
49 Not all infusions of the patient are recorded on the ICU chart
Cardiac Rhythm and Circulation
50 No routine ECG made on admission
51 Arterial blood pressure not checked against sphygmomanometric pressure
(past 24)
52 No hemodynamic profile made of patient with a Swan-Ganz catheter
53 Incorrect monitoring of cardiac rhythm (frequency)
54 Sound alarm for heart rhythm is permanently switched off
55 Sound alarm for pressure curves is permanently switched off
56 Alarm margins of heart rhythm and arterial pressure not adequately adjusted
57 Reference point and pressure device not installed at the correct height
Medication
58 Prescribed medication(s) not administered or endorsed
59 Prescribed i.v. medication for prolonged administration not connected
60 Discrepancy between actual and prescribed milliliter/hour for i.v. medication
61 Connected prolonged i.v. medication not recorded on the ICU chart
62 Prepared i.v. medication not double-checked and endorsed according to
protocol
63 No supportive continuous flush infusion in patient with cardiogenic
medication
64 Unused lumina of infusion lines are not capped
65 Intravenous medication connected with wrong lumen
66 Intravenous medication for solitary infusion combined with other medication
67 Intravenous medication combined with a intermittent flush instead of a
continuous flush
Enteral Nutrition
68 No record of introduction of feeding tube
69 No retention measurement during gastric tube feeding
70 Intake of prescribed tube feeding less than 75% without specific reason
71 Duodenal tube not flushed according to instructions
92
The Critical Nursing Situations Index (84 items); each item scores ‘true, ‘false’ or ‘not
applicable’
72 Change of tube feeding exceeds allowed time
73 Patient is in horizontal position while receiving gastric tube feeding
Hygienic Care and Control of Parts and Devices Items
74 Vacuum device of thoracic drain leaks air
75 Water seal of thoracic drain device is missing or insufficient
76 Inhalation devices not renewed according to protocol
77 Closed endotracheal suction system not renewed
78 Mechanical ventilation equipment not changed according to protocol
79 Infusion system for total parenteral feeding not renewed according to protocol
80 Bandage of central intravenous line not renewed according to protocol
81 Bandage of arterial line not renewed according to protocol
82 Intravenous and intra-arterial pressure lines not renewed according to protocol
83 Standard infusion systems not renewed according to protocol
84 Bandages of introduction sites for infusion not renewed according to protocol
True False
Total Score
Critical Situations (True Items) = Items at Risk (True + False) =
93
12.2 Anexo 2
Autorização para tradução do instrumento
Autorização do Professor Dr. Jean M. Binnekade para adaptação cultural do CNSI
12.3. Anexo 3
Parecer consubstanciado do CEP
94
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO DO CRITICAL NURSING
SITUATION INDEX PARA A CULTURA BRASILEIRA
Pesquisador: Anderson Neri Guido Área Temática:
Versão: 2
CAAE: 57729716.1.0000.5404 – Número do Parecer: 1.693.664
Instituição Proponente: Hospital de Clínicas da UNICAMP
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
Apresentação do Projeto:
RESUMO: A enfermagem possui relevante papel na garantia e manutenção da segurança do paciente,
característica ainda mais evidente no âmbito da unidade de terapia intensiva (UTI), pois trata-se de um
ambiente complexo, que utiliza tecnologia avançada e inúmeros medicamentos vasoativos. Além disso, é
uma unidade onde se realiza vários procedimentos invasivos com o objetivo de atender pacientes
gravemente enfermos. Para assegurar a segurança e qualidade da assistência de enfermagem nesse
ambiente, minimizando a exposição do paciente a eventos adversos, faz-se necessário o desenvolvimento
de instrumentos válidos e confiáveis capazes de avaliar essas características. Este estudo tem como
objetivo: Adaptar e validar o Critical Nursing Situation Index (CNSI) para a cultura Brasileira. Este
instrumento tem a capacidade de aferir desvios de protocolos, considerados como sendo situações críticas
nas práticas de enfermagem. Para o procedimento metodológico de adaptação cultural será utilizado as
etapas de tradução, síntese, retro-tradução, avaliação por comitê de especialistas e pré-teste. Para a
avaliação da confiabilidade será considerada a confiabilidade interavaliador por meio do coeficiente kappa
e para estabelecer a validade do constructo será realizada a comparação entre o CNSI com os instrumentos
Nursing Activities Score e o Acute Physiology and Chronic Health disease Classification System II.
INTRODUÇÃO: A enfermagem possui importante papel na promoção da segurança do paciente (Te Beest
et al., 2013). Essa responsabilidade se intensifica no ambiente específico da Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) à medida que os profissionais precisam prestar atenção, tanto na gravidade do paciente, quanto na
complexidade e variedade dos inúmeros equipamentos inerentes a este ambiente (Zeraati e Alavi, 2014).
Esses fatores tornam a busca da qualidade do cuidado de enfermagem e a segurança do paciente um desafio
contínuo aos enfermeiros que atuam nesse local, uma vez que a excelência na execução do cuidado de
enfermagem está atrelada à prestação de um serviço de alta qualidade, seguro, centrado no paciente além
de eficiente, inclusive em relação ao tempo dispendido para tal (Baid e Hargreaves, 2015). Em relação aos
cuidados críticos, esses desafios podem ser superados por meio da capacitação da equipe de modo a
COMITÊ DE ÉTICA EM
PESQUISA DA UNICAMP -
CAMPUS CAMPINAS
95
promover uma assistência de enfermagem qualificada (Baid e Hargreaves, 2015), pois para garantir
assistência segura ao paciente é necessário mensurar a performance da equipe de saúde por meio de métodos
válidos e confiáveis, capazes de aferir a qualidade do cuidado (Pronovost et al., 2003). As rotinas diárias
da UTI estão susceptíveis a erros, representando constante desafio à segurança dos pacientes ali atendidos.
É uma unidade complexa, com processos de tomada de decisão que geralmente necessitam ser rápidos,
muitas vezes baseados em dados incompletos, propiciando a esse ambiente índices de erros mais altos que
em outros setores do hospital (Rothschild et al., 2005). Independentemente do motivo da internação os
pacientes dependem substancialmente da atuação da equipe de enfermagem durante seu tratamento, uma
vez que cabe a enfermagem a maioria das atividades de cuidados diretos ao paciente. Portanto, esse
profissional ocupa uma posição privilegiada na detecção e impedimento de ocorrências de eventos adversos
(Wassenaar et al., 2015). As atividades realizadas pelos profissionais de enfermagem, que costumam estar
em contato contínuo com o paciente fazendo constantes visitas à beira do leito, permitem a identificação e
correção de muitas situações consideradas críticas no cuidado de enfermagem (Wassenaar et al., 2015).
Tais situações são definidas como qualquer evento observado que não corresponde ou está em desacordo
com protocolos e padrões de enfermagem considerados como sendo boas práticas, adotadas no âmbito da
execução de atividades de terapia intensiva (Binnekade et al., 2001). Por protocolo, entende-se uma
estrutura clara ou abordagem algorítmica do cuidado proporcionando aos membros da equipe
multiprofissional instruções precisas a serem seguidas, constituindo ações individuais ou agrupadas em
pacotes (bundles) de modo a organizar o cuidado ou estabelecer um caminho clínico (Leblanc et al., 2012).
O uso de protocolos pode reduzir significativamente os riscos da assistência, como demonstrado no estudo
de Pronovost e seus colaboradores (2006) que após instaurar um bundle de cinco cuidados baseados em
evidências clínicas como: lavagem de mãos, precaução de barreira máxima para inserção do cateter central,
limpeza da pele com solução de clorhexidine, evitar o sítio femoral se possível e remoção imediata de
cateteres desnecessários, recomendado pelo Center of Disease Control (CDC), reduziu a taxa de incidência
de infecção de corrente sanguínea em UTIs de 0,62 para 0,34 em 18 meses (Pronovost et al., 2006). Estima
-se que ocorram 82000 infecções de corrente sanguínea associadas ao cateter central, sendo que 31665
mortes são atribuídas a esse tipo de evento adverso anualmente em UTIs nos Estados Unidos. Esses casos
geram um custo médio anual por caso que vai de US$ 11971 a US$ 56000 para atender pacientes que
desenvolvem esse tipo de infecção (Pronovost et al., 2015), de modo que utilizar tal pacote de medidas,
além de proporcionar uma assistência de melhor qualidade, permite a economia de recursos ao se evitar
condição tão prejudicial ao paciente. Porém, as atividades de cuidado de enfermagem apresentam
dificuldades em serem aferidas, além de raramente se coletarem informações sobre essas atividades pelos
serviços de saúde. O efeito notório dessa relação está refletido nos poucos estudos que associam o cuidado
de enfermagem com os resultados obtidos juntos aos pacientes (Lucero, Lake e Aiken, 2010). Para que se
possa avaliar tais atividades, faz-se necessário a obtenção de instrumentos válidos e confiáveis capazes de
realizar esse tipo de análise. O “Critical Nursing Situation Index” (CNSI), é um instrumento desenvolvido
com a finalidade de mensurar situações críticas de enfermagem ocorridas durante a assistência ao paciente
adulto (Binnekade et al., 2001).
HIPÓTESE: No momento e validação do instrumento traduzido serão testadas as seguintes hipóteses:
Hipótese 1 – Quando maior a carga de trabalho de enfermagem aferida pelo NAS, maior será o índice do
CNSI – Versão brasileira adaptada.
Hipótese 2 – Quanto maior a gravidade clínica do paciente, aferida pelo índice prognóstico APACHE II,
maior será o índice do CNSI – Versão Brasileira adaptada.
96
METODOLOGIA PROPOSTA: Escolha do Instrumento: O CNSI foi desenvolvido por Binnekade e seus
colaboradores (Binnekade et al., 2001) para ser uma ferramenta capaz de avaliar a qualidade e segurança
do cuidado de enfermagem em UTI adulto (Anexo1), tem como princípio a mensuração de desvios ou erros
que podem ser observados e evitados, uma vez que estão relacionados ao aumento do risco à segurança do
paciente (Binnekade et al., 2003). Tipo de Estudo: Trata-se de um estudo metodológico, caracterizado pelos
processos de desenvolvimento e avaliação de instrumentos de coleta de dados tendo a psicometria como
aspecto mais significativo a ser avaliado (Lobiondo-Wood e Haber, 2014). Procedimento metodológico de
adaptação cultural: A adaptação cultural de instrumentos de medida para uso em outros idiomas necessita
seguir as etapas recomendadas para que possa alcançar equivalência (cultural, idiomática, semântica e
conceitual) entre o instrumento original e a versão traduzida para a língua alvo. Não basta apenas uma boa
tradução linguística, mas deve-se considerar a adaptação cultural para obtenção de equivalências entre
diferentes culturas (Beaton et al., 2007). A tradução e adaptação cultural do instrumento será realizada
seguindo as seguintes etapas: Tradução do instrumento para a língua portuguesa, síntese das traduções,
tradução de volta para o idioma original, avaliação das traduções por um grupo de especialistas e, por fim,
pré-teste (Beaton et al., 2000). Previamente ao procedimento de tradução e adaptação cultural, obteve-se a
autorização dos autores para uso do instrumento. Para a última etapa do procedimento de tradução e
adaptação cultural, serão convidados 30 enfermeiros que atuem em terapia intensiva. Os mesmos serão
informados quanto aos objetivos do estudo e conceitos envolvidos. Aqueles que concordarem em participar
desta etapa serão solicitados a assinar o termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) (Apêndice 1)
e receberão orientações quanto a forma de aplicação e preenchimento do CNSI – Versão Brasileira
adaptada. Validação do CNSI - Versão Brasileira adaptada Local do Estudo: Esse estudo será realizado em
uma UTI de um hospital de ensino do interior de São Paulo. Trata-se de uma instituição de nível terciário
e quaternário que atende pacientes provenientes da região metropolitana de Campinas e, também, de outras
regiões do estado de SP e outros estados do território nacional. Procedimento de Coleta de Dados:
Previamente a coleta de dados o estudo será submetido à apreciação do comitê de ética em pesquisa por
meio da plataforma Brasil, a etapa de coleta somente terá início após aprovação desse comitê. A coleta de
dados será realizada por meio de observação do leito e dos dispositivos e equipamentos ligados ao paciente
além da análise de prontuário. Para a coleta de dados serão utilizados três instrumentos: a) CNSI - Versão
Brasileira adaptada, a qual será foco da validação do estudo; b) versão em português do Nursing Activities
Score (NAS) e c) Acute Physiology and Chronic Health disease Classification System II (APACHEII), os
quais auxiliarão na testagem de hipóteses para validação do constructo. Avaliação da validade: Para
estabelecer essa qualidade utilizaremos a avaliação da consistência interna do instrumento e a validade de
constructo convergente (Lobiondo-Wood e Haber, 2014) utilizando-se o NAS e o APACHEII para testar
as seguintes hipóteses: Hipótese 1 – Quando maior a carga de trabalho de enfermagem aferida pelo NAS,
maior será o índice do CNSI – Versão brasileira adaptada. Hipótese 2 – Quanto maior a gravidade clínica
do paciente, aferida pelo índice prognóstico APACHE II, maior será o índice do CNSI – Versão Brasileira
adaptada. Avaliação da Confiabilidade: Para esse estudo utilizar-se-á a confiabilidade interavaliador, pois
trata-se de um instrumento que depende de observação direta de um determinado comportamento e,
portanto, precisa ser sistematicamente registrado (Lobiondo-Wood e Haber, 2014).
METODLOGIA DE ANÁLISE DE DADOS: A validade convergente será estimada por meio do cálculo
do coeficiente de correlação de Pearson ou Spearman (Pagano e Gauvreau, 2004) entre o índice obtido do
instrumento e os escores obtidos dos instrumentos NAS e APACHE. A definição de qual coeficiente será
utilizado será baseada na distribuição dos dados. Estes coeficientes variam de -1 a 1, onde valores mais
97
próximos de -1 indicam uma relação negativa ou inversa entre as variáveis, valores próximos a 1 uma
relação positiva e valores próximos a 0 indicam ausência de correlação. Cohen (1988) sugere a seguinte
classificação dos coeficientes de correlação: 0,1 a 0,29 (fraca), 0,30 a 0,49 (moderada) e maior ou igual a
0,50 (forte). Para avaliar a confiabilidade interavaliador com relação ao índice obtido no instrumento será
estimado o coeficiente de concordância intraclasse (Portney e Watkins, 2009). Portney e Watkins (2009)
sugerem que valores superiores a 0,75 são indicativos de boa confiabilidade. Para avaliar a confiabilidade
interavaliador com relação aos resultados dos itens do instrumento será calculado o coeficiente Kappa
(Fleiss et al, 2003) A análise da consistência interna do instrumento será avaliada por meio do cálculo do
coeficiente de Kuder–Richardson Fórmula 20 (KR-20) (Kuder e Richardson, 1937). Este coeficiente varia
de 0 a 1, onde valores maiores indicam existir confiabilidade entre as medidas. Este coeficiente é utilizado
para o mesmo propósito do coeficiente alfa de Chronbach, porém para os casos onde os itens do instrumento
apresentam respostas dicotômicas. Para todas as análises será considerado um nível de significância igual
a 5% e os softwares estatísticos SAS versão 9.4 e SPSS versão 22 para a realização das mesmas.
Critérios de INCLUSÃO E EXCLUSÃO: Não há.
Objetivo da Pesquisa:
OBJETIVO
PRIMÁRIO:
Realizar a adaptação cultural e validação do Critical Nurse Situation Index (CNSI) para a cultura brasileira.
OBJETIVO SECUNDÁRIO:
Avaliar a validade do Critical Nurse Situation Index – Versão brasileira
Avaliar a confiabilidade do Critical Nurse Situation Index – Versão brasileira.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Segundo informações do pesquisador:
RISCOS: Não há riscos previsíveis com sua participação neste estudo. Possíveis desconfortos podem ser
provocados pelo tempo necessário para o treinamento e aplicação do instrumento ou por falar sobre o
assunto.
BENEFÍCIOS: Você não recebera benefícios diretos com o estudo, nem nenhum tipo de ajuda financeira.
A presente pesquisa não irá gerar nenhum custo para sua participação. Os resultados desta pesquisa poderão
fornecer informações valiosas para a busca da melhoria da qualidade da assistência de enfermagem e da
segurança dos pacientes atendidos na instituição.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
Este protocolo se refere ao Projeto e Pesquisa intitulado " ADAPTAÇÃO CULTURAL E VALIDAÇÃO
DO CRITICAL NURSING SITUATION INDEX PARA A CULTURA BRASILEIRA" cujo pesquisador
responsável é Anderson Neri Guido com a colaboração da pesquisadora participante Profa. Dra. Edinêis de
Brito Guirardello. A pesquisa foi enquadrada na área “Ciências da Saúde e embasará a tese de Mestrado do
pesquisador. Segundo as Informações Básicas do Projeto, a pesquisa tem um orçamento estimado em R$
1.500,00 (Hum mil e quinhentos reais) com recurso próprio e cronograma apresentado contempla o início
da pesquisa para setembro de 2016, com término para janeiro de 2017. Serão abordados ao todo, 30
enfermeiros que receberão treinamento para aplicação de instrumento adaptado e solicitação para avaliar a
aplicabilidade do mesmo. A obtenção de um instrumento culturalmente adaptado para a realidade brasileira,
98
válido e confiável, será capaz de aferir situações consideradas críticas no cuidado de enfermagem em UTI
adulto.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Foram analisados os seguintes documentos:
1-Informações básicas do projeto;
2-Projeto detalhado;
3-folha de rosto;
4-TCLE;
5-Cronograma;
6-Orçamento;
7-Carta resposta;
8-Comprovante de vínculo;
9-Autorizações.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
De acordo com o documento anexado à Plataforma “carta_resposta_ao_cep.pdf” as seguintes alterações
foram feitas no Projeto:
ITEM 1: Na adequação “Deve haver rubrica do pesquisador e participante nas páginas iniciais do TCLE”.
Resposta: Realizado adequação no documento.
ADEQUADO
ITEM 2: Entende-se que os termos “VIA” e “CÓPIA”, mesmo que similares do ponto de vista semântico,
não têm o mesmo significado prático, já que o primeiro compreende o documento original, enquanto o
segundo pode não ser fiel ao documento primário. Desta forma, não se deve utilizar o termo “CÓPIA” para
designar o documento, mas “VIA”.
Resposta: Realizado adequação no documento
ADEQUADO
ITEM 3: Solicitamos que seja assegurado, de forma clara e afirmativa, que o participante de pesquisa tem
direito à indenização em casos de danos decorrentes da pesquisa Resposta: Assegurado o direito de
indenização no documento.
ADEQUADO
ITEM 4: Inserir endereço de trabalho completo do pesquisador incluindo horários, no TCLE.
Resposta: Realizado adequação no documento
ADEQUADO
ITEM 5: Quais são as empresas participantes deste projeto? O pesquisador deverá esclarecer e informar o
nível de participação destas empresas junto ao referido projeto.
Resposta: Não há empresas participando do projeto, esse parágrafo foi suprimido do documento.
ADEQUADO
ITEM 6: Descrever Critérios de inclusão e exclusão.
Resposta: Realizado descrição na plataforma. A mesma já consta no corpo do projeto.
ADEQUADO
ITEM 7: O projeto prevê para a aplicação do instrumento em pacientes, incluindo consulta a prontuário
"coleta de dados será realizada por meio de observação do leito e dos dispositivos e equipamentos ligados
99
ao paciente além da análise de prontuário."- Sendo assim há a necessidade de TCLE para os participantes
no qual os dados dos prontuários serão utilizados.
Resposta: Quanto a este aspecto, gostaríamos de esclarecer que a solicitação de dispensa do TCLE para os
pacientes justifica-se pelo fato de que não haverá nenhuma intervenção com o paciente e será observado
“as conformidades” dos dispositivos médicos, tais como o fechamento adequado de acessos vasculares e
sua correta identificação. Quanto ao registro no prontuário, será consultada as informações de dois índices
numéricos coletados diariamente pela equipe da UTI, são eles o NAS e o APACHE II. Reiteramos que não
será coletado nome, idade, sexo, diagnóstico médico ou qualquer outra informação pessoal do participante.
Dessa forma, não haverá qualquer interferência nas rotinas da UTI e será assegurado sigilo absoluto sobre
todas as informações pessoais dos participantes. Além disso, caso seja encontrada quaisquer condições que
coloquem em risco a integridade e segurança dos pacientes acomodados nos leitos observados, estas serão
prontamente reportadas para a supervisão do setor. Portanto solicitamos dispensa do TCLE a ser assinado
por parte dos pacientes participantes da pesquisa.
ADEQUADO
Outros documentos que acompanham o protocolo de pesquisa:
No documento anexado à plataforma “TCLEcorrigido%20(1).pdf” para enfermeiros da pesquisa, as
alterações (incluir número de página e espaço para rubrica) foram feitas.
ADEQUADO
Considerações Finais a critério do CEP:
- O sujeito de pesquisa deve receber uma via do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, na
íntegra, por ele assinado (quando aplicável).
- O sujeito da pesquisa tem a liberdade de recusar-se a participar ou de retirar seu consentimento
em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao seu cuidado (quando aplicável).
- O pesquisador deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no protocolo aprovado. Se o
pesquisador considerar a descontinuação do estudo, esta deve ser justificada e somente ser realizada após
análise das razões da descontinuidade pelo CEP que o aprovou. O pesquisador deve aguardar o parecer do
CEP quanto à descontinuação, exceto quando perceber risco ou dano não previsto ao sujeito participante
ou quando constatar a superioridade de uma estratégia diagnóstica ou terapêutica oferecida a um dos grupos
da pesquisa, isto é, somente em caso de necessidade de ação imediata com intuito de proteger os
participantes.
Página 08 de
- O CEP deve ser informado de todos os efeitos adversos ou fatos relevantes que alterem o curso
normal do estudo. É papel do pesquisador assegurar medidas imediatas adequadas frente a evento adverso
grave ocorrido (mesmo que tenha sido em outro centro) e enviar notificação ao CEP e à Agência Nacional
de Vigilância Sanitária – ANVISA – junto com seu posicionamento.
- Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao CEP de forma clara
e sucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada e suas justificativas e aguardando a aprovação
do CEP para continuidade da pesquisa. Em caso de projetos do Grupo I ou II apresentados anteriormente
à ANVISA, o pesquisador ou patrocinador deve enviá-las também à mesma, junto com o parecer
aprovatório do CEP, para serem juntadas ao protocolo inicial.
- Relatórios parciais e final devem ser apresentados ao CEP, inicialmente seis meses após a data
deste parecer de aprovação e ao término do estudo.
100
-Lembramos que segundo a Resolução 466/2012 , item XI.2 letra e, “cabe ao pesquisador apresentar dados
solicitados pelo CEP ou pela CONEP a qualquer momento”.
Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:
Tipo
Documento
Arquivo Postagem Autor Situação
Informações
Básicas do
Projeto
PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS
_DO_P ROJETO_712143.pdf
19/08/2016
07:51:39
Aceito
Outros TCLEcorrigido.pdf 19/08/2016
07:51:00
Anderson
Neri Guido
Aceito
Outros carta_resposta_ao_cep.pdf 19/08/2016
07:48:35
Anderson
Neri Guido
Aceito
Outros carteirinha.pdf 24/06/2016
10:46:38
Anderson
Neri Guido
Aceito
Outros autoriza.pdf 24/06/2016
10:46:01
Anderson
Neri Guido
Aceito
Projeto
Detalhado /
Brochura
Investigador
adaptacaoculturalcnsi.pdf 10/05/2016
17:02:20
Anderson
Neri Guido
Aceito
Folha de Rosto folharosto.pdf 10/05/2016
16:56:52
Anderson
Neri Guido
Aceito
Declaração de
Pesquisadores
autorizacao.pdf 08/05/2016
17:46:16
Anderson
Neri Guido
Aceito
TCLE /
Termos de
Assentimento /
Justificativa de
Ausência
tcle.pdf 08/05/2016
17:42:55
Anderson
Neri Guido
Aceito
Cronograma Cronogramaatividades.pdf 08/05/2016
17:38:53
Anderson
Neri Guido
Aceito
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
CAMPINAS, 24 de Agosto de 2016
Assinado por:
Renata Maria dos Santos Celeghini
(Coordenador)
101
12.4. Anexo 4
Autorização da diretoria de enfermagem do CTI