universidade estadual de londrina · artes marciais (oler et. al. 1991; pieter e lufting, 1994),...

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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ GEDER HARAMI HARAMI LONDRINA – PARANÁ 2008

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Universidade Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE

CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE

KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ

GEDER HARAMI HARAMI

LONDRINA – PARANÁ 2008

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GEDER HARAMI HARAMI

INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE

KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para sua conclusão. Orientador: Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira

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GEDER HARAMI HARAMI

INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM

CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________ Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira

Universidade Estadual de Londrina Orientador

______________________________________

Prof. Dr. Antonio Carlos Dourado Universidade Estadual de Londrina

Membro

______________________________________ Prof. Dr. José Antonio Guelli Camargo

Universidade Estadual de Londrina Membro

Londrina, 25 de Novembro de 2008

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DEDICATÓRIA

A Cristo, pelo seu sacrifício, me concedendo força e graça.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela graça alcançada e por ter me dado força e saúde para

realizar essa monografia.

A minha mãe, minha grande patrocinadora e que me ajudou em tantos

momentos com suas orações.

Ao meu querido orientador por ter gastado sua tinta vermelha me ajudando,

para que esse trabalho fosse realizado com seriedade e competência, pelas dicas e

apoio.

Pela minha família de Londrina, pois sem eles muita coisa seria diferente.

Também agradeço às crianças, adolescentes e aos professores que com

muito carinho e educação me acolheram em seus espaços de treinamento para a

coleta dos dados.

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HARAMI, Geder Harami. INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ. Trabalho de Conclusão de Curso. 41p. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2008.

RESUMO

É crescente o número de praticantes credenciados de artes marciais, pois os

referenciais teóricos e a busca constante da seriedade pedagógica e disciplinar

como prática filosófica de vida contribui para torná-lo um esporte sério, com maior

embasamento técnico-científico. A lesão desportiva em geral ocorre por falha no

funcionamento neuromuscular do mecanismo ósteo-articular solicitados por

determinados gestos esportivos. É pouca a produção brasileira com pesquisas

relacionadas ao Karatê e o perfil de seus atletas, com relação às lesões desportivas

entre crianças e adolescentes, fazendo-se necessária maiores informações sobre a

necessidades destes jovens na prevenção de lesões. Este estudo tem por objetivo

verificar a incidência de lesões em atletas de Karatê da categoria infanto-juvenil e

juvenil, da cidade de Londrina, Paraná. O estudo foi composto por 46 alunos de

Karatê, sendo 31 do sexo masculino e 15 do sexo feminino. A seleção da amostra

não excluiu alunos por tipo de estilo praticado. Para averiguar os locais mais

freqüentes de lesões ocorridas nos praticantes foi utilizado o questionário proposto

por Barsottini et al. (2006). O tratamento dos dados utilizou estatística descritiva, e o

teste de Spearman´s (p<0.05) e envolveu uma entrevista individual. A combinação

dos resultados e indicadores de lesão foram descritos na forma de freqüência. O

pacote estatístico utilizado foi o SPSS, versão 13.0. Os resultados indicaram uma

alta incidência de lesões de caráter leve nos membros inferiores, superiores e

dedos, sem afastamento do treino. A correlação entre incidência de lesão e tempo

de treinamento em anos apresentou uma correlação negativa. O soco aparece

como causa principal dessa incidência em atletas com menos de 1 ano de

treinamento.

Palavras-chave: Lesão; esporte; criança e adolescente; karatê.

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HARAMI, Geder Harami. INCIDENCE OF SPORT INJURIES IN CHILDREN AND ADOLESCENTS PRACTITIONERS OF KARATÊ OF THE CITY OF LONDRINA, PARANÁ. Final Paper. 41p. Bachelorship Course in Physical Education. Physical Education and Sport Center. State University of Londrina, 2008.

ABSTRACT

The number of practitioners of martial arts is increasing, as the theorists references

and the constant search for pedagogyc seriousness and diciplinary as philosophy

life practice helps to make it a serious sport, with more technical-scientific basement.

The sport injury generally occurs by a failure in the neuromuscular working from the

osteo muscular mechanism provoked by certain sports gestures. In this case, any

practitioner of motor activities, may be subject to the lodgement of injuries. It is not

enough the brazilian production with searchs related to the karate and its athlets

profile, relating the sports injuries between children and adolecents, and the need of

professionals who work directly with these practitioners, being necessary more

informations about the necessity of prevention of injuries for young people. This

study has as objective to verify the incidence of injuries of karate class children and

youth, in the city of Londrina, Parana. The study was composed by 46 karate

students, 31 male and 15 female. The selection of the sample did not exclude

students by type of style practiced. To investigate the places of most frequents

injuries occured in the karate practitioners was used a questionnare proposed by

Barsottini et al(2006). The data processig was made by descripive statistics the

Spearman’s test (p<0,05), involving an individual interview. The arrangement of

results and indicators of injuries were compared by distribution as frequency. The

statistical package used the SSPS, version 13.0. The results demonstrate a lesions

the caracter light, rate in the members inferior, superior and fingers. The correlation

between lesion incidence when elapsing of time of training in years, describes a

negative correlation, resulting in a lesions incidence decrease when elapsing of time,

the punch appears as main cause.

Key Words: Injury; Sport; child and adolescent; Karate.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição da amostra referente a porcentagem entre meninos e

meninas. ................................................................................................ 21

Figura 2 - Incidência de lesão durante a prática do treinamento. ......................... 22

Figura 3 - Distribuição da amostra de acordo com o nível de Graduação no Karatê.

.............................................................................................................. 22

Figura 4 - Distribuição da incidência de lesões conforme a região do corpo:

membros superiores (antebraço e braço), inferiores (coxa, joelho,

panturrilha, tornozelo e calcanhar), tronco (costas, peito, abdomem e

pescoço), cabeça (lesões faciais) e dedos (lesões nos metacarpos e

metatarsos)............................................................................................ 23

Figura 5 - Distribuição da incidência de lesão originária por golpes dos próprios

praticantes (socos, defesa, chute e lesão originária do treinamento

sozinho). ................................................................................................ 23

Figura 6 - Distribuição da incidência de lesão originária por golpes do adversário

(socos, defesa e chutes). ...................................................................... 24

Figura 7 - Distribuição do grau das lesões: leve (sem afastamento do treino);

moderada (houve afastamento de um dia de treino); e grave (houve

afastamento maior que um dia de treino). ............................................. 25

Figura 8 - Incidência de lesão antes do início da pratica do Karatê (N=46). .......... 25

Figura 9 - Percepção de dor constante durante o treinamento. .............................. 26

Figura 10 - Distribuição da amostra referente ao tempo de treinamento em anos

(N=46). .................................................................................................. 27

Figura 11 – Freqüênca semanal das sessões de treinamento de Karatê. ............. 27

Figura 12 – Praticantes que realizam atividade física sistematizada fora do ambiênte

do karatê. ............................................................................................. 28

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Distribuição da amostra entre os seis aos dezessete anos (N=46).. ..... 21

Tabela 2 - Correlação entre tempo de prática em anos e incidência de lesões

(N=46). .................................................................................................. 28

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11

1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 12

1.2 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 13

1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO................................................................................ 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 14 2.1 Técnicas do Karatê ......................................................................................... 14

2.2 Benefícios do Karatê ....................................................................................... 14

2.3 O Treinamento Precoce .................................................................................. 15

2.4 Lesões Desportivas ........................................................................................ 15

2.5 Lesões no Karatê ............................................................................................ 16

2.6 Classificações das lesões ............................................................................... 17

2.7 Instrumentos na Averiguação de Lesões ........................................................ 17

3 METODOLOGIA............................................................................................. . 19 3.1 Tipo de estudo..................................................................................... ......... 19

3.2 A amostra do estudo..................................................................................... . 19

3.3 Instrumentos.................................................................................................. 19

3.4 Procedimentos............................................................................................... 19

3.5 Análise Estatística......................................................................................... . 20

4 RESULTADOS............................................................................................... . 21

5 DISCUSSÃO.............................................................................................. ... . 30

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 32

REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………… 32

ANEXOS ................................................................................................................ 37 ANEXO A ................................................................................................................ 38

ANEXO B ................................................................................................................ 40

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1 INTRODUÇÃO

É crescente o aumento de participantes credenciados em instituições de

artes marciais (OLER et. al. 1991; PIETER e LUFTING, 1994), pois os referenciais

teóricos buscando uma constante seriedade pedagógica e disciplinar como prática

filosófica de vida tem constituído uma a base fundamentada em um esporte sério

com embasamento técnico-científico.

O Karatê, no Brasil não é praticado popularmente como o futebol, vôlei,

natação, entre outros. Necessitando assim de maior embasamento com relação à

produção de dados que analisem de forma mais detalhada o perfil dos praticantes

de karatê. Estudos que venham averiguar sua prática devem ser realizados, pois o

esporte tem um papel importante com relação à adoção do jovem a um estilo de

vida saudável, além de melhorar a aptidão física (National Federation of State High

School Associations, 2006). Essa falta de dados prejudica a intervenção do

professor com relação às lesões mais freqüentes.

Estudo realizado por Moreira (2003) destaca os valores presentes no Karatê

contemporâneo como dignidade, honra, trabalho, formação do caráter, persistência

e humildade, resultando em uma prática que abrange não apenas movimentos, mas

sim um modo de aprendizagem, podendo resgatar valores sociais. Esses valores

podem ser construídos através das experiências cotidianas, para além do ambiente

de treino.

Diferentes estudos têm demonstrado os riscos e os benefícios de diferentes

modalidades esportivas, porém cabe aos pais e aos responsáveis analisar o esporte

verificando se os efeitos são positivos para a pratica da atividade (PERSONNE,

1983; COELHO, 1988; MOREIRA, 2003).

Entre os inúmeros estilos, a essência da palavra karatê quer dizer “caminho

das mãos vazias”. O estilo Shoto-kan foi o primeiro a ser reconhecido e

demonstrado de forma pública no Japão no ano de 1922, e seu criador, o mestre

Gichin Funakoshi levou-o à sua popularização e o tornou moderno. Como foi aceito

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pelo governo japonês, o karatê Shoto-kan, se organizou em uma associação a

Japanese Karatê Association (JKA), que por sua vez tem aumentado o número de

filiados em todo o mundo. Outras organizações japonesas também fundaram

entidades e associações, que contribuíram para a difusão do karatê como o

conhecemos hoje.

1.1 JUSTIFICATIVA

O propósito deste trabalho foi de identificar a incidência e a distribuição de

lesões em atletas de Karatê, nas categorias infanto-juvenil e juvenil de Londrina,

Paraná, com o fim de facilitar a compreensão de como, onde e por que as lesões

acontecem, de forma que esses fatores possam ser prevenidos no futuro (CAINE &

MAFFULLI, 2005).

Este estudo visa facilitar a compreensão a respeito do perfil do praticante de

Karatê, especificamente com relação à origem e a freqüência de suas lesões,

desenvolvidas ou não durante o tempo de treinamento.

Segundo Aguiar et al., (2004), Domingues et al. (2005) e Plancher (1996),

quando se conhecem as causas que levam ao aumento da incidência de lesões em

praticantes de modalidades desportivas, é possível adotar medidas preventivas e/ou

de intervenções em tempo real. Essa idéia implica o pressuposto dos fatores

causais na ocorrência da lesão durante a prática de atividade física, mas também

aponta os meios de evitá-la ou diminuí-la.

Em função disso, torna-se necessário que os profissionais que atuam

diretamente com esses praticantes tenham maiores informações sobre as

necessidades das crianças e adolescentes na prevenção de lesões durante o

treinamento.

É imprescindível ter conhecimento prévio dos locais de maior incidência de

lesões para que assim possam ser reduzidas durante a prática esportiva. Desta

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forma, pode-se oferecer aos professores de Karatê maior embasamento científico

na orientação profissional, objetivando evitar acidentes que resultem em lesões.

1.2 OBJETIVOS a)- OBJETIVO GERAL

• Verificar a incidência de lesões em praticantes de karatê da categoria infanto-

juvenil e juvenil da cidade de Londrina-Paraná, bem como a sua origem e

freqüência durante o tempo de treinamento.

b)- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Descrever as lesões mais freqüentes ocorridas durante o treinamento diário por

segmento corporal e gravidade dessas lesões.

• Correlacionar a incidência de lesões com o tempo de treinamento (em anos) e

com a graduação no Karatê.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Serão abordados os seguintes tópicos voltados à fundamentação teórica do

estudo: As técnicas do Karatê, benefícios do Karatê, o treinamento precoce, lesões

esportivas, lesões no Karatê, classificação de lesões e instrumentos na averiguação

de lesões.

2.1 Técnicas Do Karatê

O karatê é dividido basicamente em três modalidades: o kihon, que é a

execução dos movimentos básicos como socos, chutes e defesas sem a presença

de um oponente, os katas, que envolvem movimentos pré-determinados, forma

didática de ensinar os alunos iniciantes, lapidando os movimentos aprendidos no

kihon, sendo praticado sem a presença de um oponente e o kumite, que é a prática

das habilidades acumuladas, kihon e kata, em sua forma prática, na presença de

um adversário. O treinamento do karatê, composto pelas três técnicas, desenvolve

uma gama de movimentos e experiências, além de ser um requisito na participação

de campeonatos. Por mais que um atleta goste ou execute de forma mais precisa

uma dentre essas modalidades, a junção dos três elementos traz harmonia

individual.

2.2 Benefícios Do Karatê

Zílio (1994) afirma que, para a execução de uma habilidade esportiva, a

criança e o adolescente deve ser orientada para suas reais capacidades, pois

ganhar e perder no esporte são experiências importantes na vida do aluno. O

sucesso transmite uma sensação de satisfação pessoal e o fracasso tem o seu

valor na qualidade de incentivo para uma nova tentativa possibilitando futuro êxito.

As atividades e movimentos que o karatê engloba contribuem, entre outros

fatores, a uma melhor fixação da massa óssea, pois envolvem a realização de

exercícios compostos por impactos dos membros inferiores e superiores, podendo

acarretar em uma melhor absorção de cálcio, gerando uma vida adulta com menor

probabilidade no risco de doenças associadas ao sistema esquelético (BASS, et. al.

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2007; KISS, 2007; KARAM et. al, 1999).

Os jovens compõem uma grande parte dos participantes que adentram no

mundo das artes marciais (SILVA et. al. 2004), além das diferentes faixas etárias

que esta prática abrange. O karatê pode propiciar também benefícios fisiológicos,

porém são observados alguns benefícios no âmbito fisiológico, tais como a melhora

da flexibilidade, força, equilíbrio (VIOLAN et. al. 1997), aumento da agilidade e

decréscimo no tempo de reação (LAYTON, 1993).

2.3 O Treinamento Precoce Quando falamos de pratica desportiva precoce ou a prática sistemática do

esporte antes da puberdade, de forma competitiva ou durante o programa de treino,

com elevada freqüência de treinamento, objetivando alcançar resultados ou pratica

forçada do exercício (PERSONNE, 1983; COELHO, 1988; MARQUES, 1991;

BOMPA, 2002) relatam que a prática precoce e o aumento do volume e carga de

treinamento acima do recomendado para jovens no karatê podem contribuir para o

acarretamento de lesões, não apenas físicas, mas também no âmbito psicológico,

como a depressão e estresse por overtreining.

As habilidades motoras, pessoais e as necessidades sociais devem ser

estimuladas através do esporte (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE MEDICINA

ESPORTIVA, 1997). Filin (1996) indica que no processo de treinamento com as

crianças tem como prioridade o desenvolvimento das qualidades físicas, formação

motora e compreensão do que esta sendo ensinado proporcionando à criança

saúde com qualidade de vida.

2.4 Lesões Desportivas

Todo o esporte gera uma sobrecarga no aparelho locomotor

independentemente da modalidade. Com a sobrecarga no organismo as

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capacidades fisiológicas do organismo podem ser comprometidas, neste sentido à

instalação de um processo patológico (PEDRINELLI, 2002).

Domingues (2005) descreve as lesões como decorrentes da prática esportiva

considera como Lesões Desportivas, todos os tipos de agravos ocorridos durante a

realização de atividade física. Já Gonçalves (1997) relata que a lesão desportiva

ocorre por falha de funcionamento neuromuscular do mecanismo ósteo-articular

solicitados por determinados gestos esportivos. Nesse sentido, qualquer praticante

de atividades motoras, pode estar sujeito à instalação de lesões.

Neste sentido, as lesões desportivas agudas são ocorrências provenientes

de acidentes e imprevistos, essas lesões ocorrem em geral por falta de segurança

no local de treinamento, equipamentos inapropriados durante a pratica esportiva,

como calçados e falta de equipamentos na proteção, como nos esportes de contato

(BOMPA, 2002, KRAEMER & FLECK, 2001).

Enquanto as lesões desportivas crônicas são geradas a partir da ação

repetitiva de gestos desportivos. As lesões agudas, por serem de caráter

imediatista, são tratadas com maior preocupação, tanto no âmbito do pronto socorro

a vitima como na sua forma de tratamento, porém as lesões crônicas causadas

pelas repetidas execuções de movimento ou por excesso de uso, tem atraído menor

atenção, acarretando nos atletas danos difíceis de serem tratados, pelo próprio

descaso do atleta, que não vê nesse tipo de lesão um mal para a sua carreira,

quanto para a equipe médica que averigua o caso no seu estado mais grave, a

lesão propriamente dita (TORRES, 2004).

2.5 Lesões no Karatê

No mundo do Karatê a realização dos golpes e movimentos, objetivando uma

maior precisão e autonomia de movimento, o praticante deve realizar movimentos

consecutivos, como em alguns esportes, compondo assim uma grande parte do seu

tempo de treinamento. A repetição dos movimentos traz ao praticante a autonomia

do movimento, sendo muito útil durante a luta, pois o tempo total de contato em

uma seqüencia de golpes duram poucos segundos e a ação rápida leva-o a

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defender, atacar ou contra-atacar. Essa prática repetitiva, quando não executada

com a devida técnica e forma correta, tem levado muitos praticantes a se

lesionarem (GRARRICK J.G. e WEBB D.R. 2001), além das lesões que ocorrem

comumente nesse tipo de esporte de contato físico (BOMPA, 2002, KRAEMER &

FLECK, 2001).

2.6 Classificações das lesões

Alguns pesquisadores (WERNIG et. al. 1991, FAULKNER et,. al,.1993,

CUNNINGHAM & CUNNINGHAM, 1996) estudam não apenas os tipos de lesões

com suas respectivas variáveis, mas também suas origens e ocorrência.

Intervenções almejando a diminuição das lesões podem melhorar o desempenho

dos praticantes de modalidades desportivas. Peterson & Reström, (1989) Vieira

(2001) e Faulkner et, al. (1993) identificam como fatores de risco à ocorrência de

lesões aspectos tanto intrínsecos quanto extrínsecos ao indivíduo, classificação que

lhes possibilita subdividi-las em dois grupos constituem o primeiro, fatores

intrínsecos, tem como característica a idade, sexo, estatura, composição corporal,

nível de aptidão física, período de tratamento da lesão, questões nutricionais e

características psicológicas e sociais. Já o planejamento, periodicidade e

intensidade da atividade física, condições atmosféricas e equipamentos (acessórios,

calçados e vestuário) a serem usados durante a execução da atividade física, tipo

de modalidade desportiva a praticar, local de treino e instalações desportivas

consideram-se como fatores extrínsecos.

2.7 Instrumentos na Averiguação de Lesões

Os exames físicos são a primeira forma de avaliar as possíveis lesões o

método de palpação pode ser utilizado no local lesionado. A fonte da lesão

geralmente esta associada à área de maior sensibilidade, inchaço, aumento de

temperatura no local e vermelhidão são os principais diagnósticos (AGUIAR et,. al,.

2004).

O exame radiográfico é o mais comum no diagnóstico de lesões, trata-se de

uma chapa tirada do local lesionado caracterizando por áreas de calefação óssea,

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fusão precoce das placas epifisárias e alterações morfológicas, como o alargamento

da epífise óssea e presença de corpos livres articulares.

Outros métodos de avaliação também tem sido utilizados como a cintilografia

com radionuclídeo, na forma de imagem, também conhecida pelos nomes de

cintigrafia e gamagrafia, é um procedimento que permite assinalar num tecido ou

órgão interno a presença de um radiofármaco que é acompanhado em seu percurso

graças à emissão de radiações gama. Este exame tem sido amplamente utilizado

na averiguação de lesões por excesso de uso (MARTIRE J. R. 1987). Outras

técnicas de imagem utilizam a tomografia computadorizada e ressonância

magnética, sendo empregados nos casos de não constatação das lesões pelos

métodos descritos acima, mas pela contínua presença de dor.

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3. METODOLOGIA

3.1 Tipo de estudo

Este estudo se utilizou da metodologia descritiva, e posteriormente

metodologia correlacional em algumas variáveis (NELSON e THOMAS, 2002).

3.2 A amostra do estudo

Fizeram parte deste estudo um total de 46 alunos de Karatê (31 do sexo

masculino e n=15 do sexo feminino), selecionados aleatoriamente,

independentemente do estilo de Karatê praticado, provenientes da cidade de

Londrina, Paraná.

3.3 Instrumentos

O questionário (Anexo A) foi composto por perguntas abordando diferentes

áreas da prática desportiva, a primeira parte abordara os diferentes tipos de lesões

decorrentes do treinamento, a segunda parte será composta por questões

envolvendo o tempo de pratica e a terceira parte compõe as atividades fora do

karatê, como outras atividades físicas.

Algumas análises foram empregadas para observar a correlação entre o

tempo de treinamento semanal, tempo total de treinamento em meses/anos,

graduação e origem das lesões por segmento corporal com a incidência de lesões.

3.4 Procedimentos

Os dados foram coletados nas seguintes academias: Unida Karatê,

Academia Oguido e Associação Londrinense da cidade de Londrina Paraná, sendo

que apenas uma instituição não autorizou a coleta de dados. O ambiente de coleta

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era o mesmo que os alunos realizavam o treinamento, foi adotada a forma de

entrevista individual, e caso necessário, a solicitação da presença do (a)

responsável, para solucionar as dificuldades do aluno a responder ao questionário.

Os alunos foram informados e esclarecidos sobre a natureza da pesquisa,

assinando o Termo de Consentindo Livre e Esclarecido através do termo de

responsabilidade aprovado pela Comissão Examinadora.

Para averiguar os locais mais freqüentes de lesões ocorridos nos praticantes

o questionário proposto por Barsottini et al. (2006) foi adotado e modificado para

melhor atender os objetivos específicos deste trabalho (ANEXO A). Para obter

informações referentes às lesões, foram inseridas questões referentes ao tipo de

lesão, local anatômico, mecanismo de lesão e período de treinamento. Além a

origem das lesões e seus locais mais freqüentes, este estudo se propôs a descrever

o tempo de treinamento semanal, tempo total de treinamento em meses/anos, se

realiza a prática de algum esporte fora o Karatê de forma sistematizada, realização

de qualquer tipo de programa de treinamento que o ajude no karatê, como por

exemplo, treinamento com pesos.

3.5 Análise Estatística

O tratamento estatístico utilizou-se de análise descritiva para as

características amostra/populacional através da freqüência averiguando a

distribuição das lesões nas diferentes variáveis.

Foi realizado o teste de normalidade Shapiro Wilkins dos dados para

averiguar a distribuição da amostra. A distribuição dos dados não foram normais. E

em conseqüência foi utilizado o teste não paramétrico de Spearman's para as

correlações. O índice adotado foi de p<0,05, sendo utilizado o Pacote Estatístico

SPSS versão 13.0.

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4. RESULTADOS

A distribuição dos dados na forma de freqüência, porcentagem e as

correlações estão expressas na forma de gráficos e tabelas a seguir.

Tabela 1. Distribuição da amostra entre os seis aos dezessete anos.

Idade (anos) N 6 2 7 2 9 3

10 3 11 2 12 5 13 4 14 6 15 10 16 8 17 1

Total 46

Masculino

Feminino

Figura 1. Distribuição da amostra referente a porcentagem entre meninos e meninas.

Os resultados indicam que ocorreu um maior número de praticantes na

faixa etária dos 12 aos 16 anos (71,7%). Com relação ao gênero ocorreu uma

predominância do sexo masculino (67,4%).

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simnão

Figura 2. Incidência de lesão durante a prática do treinamento.

A freqüência das lesões não obteve grande disparidade 52.2% da

amostra relataram já terem sofrido algum tipo de lesão durante o treinamento,

contra 47.8% que não relataram ter sofrido qualquer tipo de trauma

decorrente do treinamento.

0

2

4

6

8

10

12

14

branca amarela vermelha laranja verde roxa marrom

Figura 3. Distribuição da amostra de acordo com o nível de Graduação no Karatê.

Grande parte da amostra se concentrava nas primeiras graduações,

demonstrando que os alunos ainda não tiveram uma vivência e contato

aprofundado com algumas técnicas, principalmente as defesas.

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0

2

4

6

8

10

12

MembroSuperior

MembroInferior

Tronco Cabeça Dedos

Figura 4. Distribuição da incidência de lesões conforme a região do corpo: membros superiores (antebraço e braço), inferiores (coxa, joelho, panturrilha, tornozelo e calcanhar), tronco (costas, peito, abdomem e pescoço), cabeça (lesões faciais) e dedos (lesões nos metacarpos e metatarsos).

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Soco Defesa Chute Treino

Figura 5. Distribuição da incidência de lesão originária por golpes dos próprios praticantes (socos, defesa, chute e lesão originária do treinamento sozinho).

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0

1

2

3

4

5

6

Soco Defesa Chute

Figura 6. Distribuição da incidência de lesão originária por golpes do adversário (socos, defesa e chutes). (houve afastamento de um dia de treino); e grave (houve afastamento maior que um dia de treino).

As regiões corporais mais lesionadas durante o treinamento foram:

membros inferiores, superiores e dedos, respectivamente. Quando analisada

a origem das lesões, observa-se que os alunos se lesionavam mais durante a

pratica do treinamento, lesões ocasionadas pelo próprio praticante, por

exemplo: torções de tornozelo, lesões por excesso de uso e quedas. Em

seguida pode-se perceber a ocorrência de lesões em função de chutes mal

executados e socos, respectivamente. Não foram citadas ocorrências de

lesões decorrentes de defesas executadas pelo praticante.

Já a origem das lesões originadas por golpes com um oponente,

observamos uma alta ocorrência de chutes seguida de socos como fonte de

lesões. Novamente não foram relatadas lesões ocasionadas por defesas.

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0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Leve Moderada Grave

Figura 7. Distribuição do grau das lesões: leve (sem afastamento do treino); moderada (houve afastamento de um dia de treino); e grave (houve afastamento maior que um dia de treino).

Houve uma grande incidência de lesões de caráter leve, alguns alunos

relataram ter se lesionado durante o treinado, porém não procuraram ajuda

médica além de não terem se afastado do treino mesmo com a presença da

dor. Três alunos relataram terem sofrido lesões de caráter moderado e dois

de caráter grave, porém nenhum relatou ter procurado ajuda médica.

SimNão

Figura 8: Incidência de lesão antes do início da pratica do Karatê (N=46)

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Os alunos que relataram terem sofrido algum tipo de trauma antes da

prática do karatê relataram descreveram lesões de caráter moderado e

grave, como lesão óssea (quebra de braço, mão, perna e pé), atropelamento

(lesões faciais, corporais e lesão dos óssos), quedas, trorções que resultaram

em imobilizações e outras que necessitasem de pronto atendimento médico.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Sim Não

Figura 9: Percepção de dor constante durante o treinamento.

Uma grande parte da amostra não relatou a presença de dor constante

durante o treinamento. Foi perguntado ao praticante se ele sentia dor em

alguma região do corpo sendo explicado para o aluno a diferença entre dor

decorrente do treinamento (dores musculares e decorrentes do tempo de

treinamento, como dor nas articulações). Para os dez alunos que relataram

sentirem dor durante o treino, foi realizada a averiguação dos dados do

questionário, indicando que a sua predominância ocorreu nas dores em nível

de articulações.

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0

5

10

15

20

25

<1 Ano 2 Anos 3 Anos >3 Anos

Figura 10: Distribuição da amostra referente ao tempo de treinamento em anos (N=46).

0

5

10

15

20

25

30

35

1 Vez 2 Vezes 3 Vezes >3 Vezes

Figura 11: Freqüênca semanal das sessões de treinamento de Karatê.

A amostra foi constituída em sua maioria de praticantes iniciantes, com

tempo de treinamento menor que um ano e praticantes com mais que três

anos de treinamento. Quando reportada a freqüência do treinamento semanal

averiguamos que em maioria os atletas treinava três vezes na semana, mais

que três vezes, e duas vezes na semana. Nenhum aluno reportou treinar

apenas uma única sessão na semana.

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SimNão

Figura 12: Praticantes que realizam atividade física sistematizada fora do ambiênte do Karatê.

Ao observar a realização de atividades físicas sistematizadas fora do

ambiente de treino, foi averiguado que uma grande parte dos alunos

realizavam outras atividades (natação, futebol, vôlei, entre outras). Apenas

um aluno relatou realizar atividades de preparação física que o ajudasse no

treinamento.

Tabela 2: Correlação entre tempo de prática em anos e incidência de lesões (N=46).

Variáveis

Correlação

Nível

Tempo em anos x lesão 0.37* Fraca Graduação x lesão 0.46* Fraca Tempo x lesões MS 0,51* Fraca Tempo x Soco 0,82** Alta Tempo <1 ano x Soco 0,46* Fraca Graduação x Lesão 0,17 Não Significativa * p<0.05 ** p<0,01

A tabela indica a análise de correlação entre a prática do treinamento

(em anos) e a incidência de lesões. Observa-se uma correlação negativa,

sugerindo que com ao passar dos anos de treinamento há uma tendência de

diminuição na incidência dessas lesões. Ou ainda, que possivelmente a

prática do Karatê serve como proteção às lesões. Quando é correlacionada a

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incidência de lesões com o nível de graduação no Karatê não foi encontrada

correlação significativa. Isso indica que a graduação não é um parâmetro

para a previsão de lesões.

Uma análise dos golpes mais aplicados que resultaram em lesões nos

diferentes segmentos corporais demonstra uma fraca correlação entre o soco

e a incidência de lesões. Lesões nos membros superiores também têm

correlação com o decorrer do tempo de treinamento, principalmente o soco

para praticantes com menos de um ano de treino.

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5. DISCUSSÃO

Técnicas incorretas são as causas mais comuns na incidência de lesões

causadas em função do excesso na repetição nos saltos e movimentos

incorretos tecnicamente. Deve-se tomar cuidado e dar a devida atenção a

esses tipos de lesões, pois o seu uso excessivo têm levado muitos atletas a

se lesionarem de forma severa (BOMPA, 2002, KRAEMER & FLECK, 2001).

Descrever o perfil das lesões nas diferentes modalidades esportivas

realizando um levantamento detalhado dos dados é determinante (ALCÁZAR,

s/d apud ECKENER, 1996). Segundo um estudo realizado por Eitner et al.

(1984), as lesões mais típicas durante a pratica do karatê são contusões do

calcanhar, entorse de tornozelo causadas por tendinites e sobrecarga

persistente da articulação, lesão de menisco, entorse de punho e dedos além

de pequenas lesões capsulares.

Neste estudo as lesões mais freqüentes foram: membros inferiores e

superiores, seguidos dos dedos. Os praticantes não relataram terem se

afastado do treino, como descrito na figura 7, onde a decorrência das lesões

eram de caráter leve.

Materiais esportivos, proteções e vestuário adequado são

indispensáveis na proteção de qualquer modalidade desportiva além das

técnicas de defesa para a segurança do atleta (ARENO, s/d apud ECKENER,

1996). Os praticantes de Karatê neste estudo não relataram terem sofrido

nenhuma lesão decorrente da execução da defesa, evidenciando uma maior

orientação voltada para a importância das defesas passadas aos alunos.

Quando executada de forma correta, ela é eficiente como mediadora na

diminuição das lesões.

Ainda são poucos os estudos que relacionam a prática do treinamento

diário com a incidência de lesões. Nenhum artigo foi encontrado na base de

dados da SIELO, PUBMED e LILACS descrevendo a incidência de lesões em

atletas de Karatê nas categorias infanto-juvenil e juvenil durante a fase de

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treinamento. Os trabalhos encontrados são em sua maioria relacionados à

distribuição das lesões durante campeonatos, também são observados

estudos que comparam lesões entre diferentes estilos de karatê (MACAN et

al. 2006; HALABCHI et al. 2007; GRAHAM et al. 2007; ORTU et al. 2006;

BUSE, 2006; ZETARUK et al. 2005; CRITCHLEY et al. 1999).

Um estudo realizado por Eckener (1996) descreve o perfil de diferentes

lesões em atletas de Karatê durante o treinamento e campeonatos. Um

questionário foi aplicado a 41 atletas vinculados a clubes no Estado da Bahia,

todos faixas pretas. Os dados demonstraram que as principais lesões e seus

respectivos locais eram: os metatarsos, pernas e pés, ante braço, perna e

tórax, entorses, sendo que a defesa foi a principal causador das lesões.

Diferentemente deste estudo que distribuiu as lesões nos membros inferiores,

superiores e dedos, quando nos referimos as lesões causadas por defesa,

não foram encontradas constatações deste tipo.

Zetaruk et al. (2005) não achou nenhuma relação estatística entre idade

e lesão em prática de karatê, diferentemente deste estudo que ao

correlacionar a idade com a incidência de lesão encontrou uma correlação

negativa na ocorrência das lesões através do tempo em anos. Porém quando

nos referimos à graduação que seria em teoria um bom fator que reduziria as

lesões (ECKENER, 1996), as correlações encontradas nesse estudo não

apresenta nenhuma relação entre essas vaiáveis.

Quando é analisada a parte aberta do questionário averiguando a

gravidade das lesões, os alunos relatavam terem sofrido lesões leves, sem

afastamento do treinamento. Tiveram lesões na forma de torções, inchaços,

dor constante, conseqüência de alguma batida, entre outras, porém nenhum

relatou ter procurado ajuda médica para tratamento ou terem se afastado dos

treinos com o objetivo de se recuperarem do trauma. Isso também ocorreu

nos casos moderados e graves, com a diferença de afastamento nesses dois

últimos. Isso nos mostra que ainda faltam maiores instruções por parte do

professores orientando seus alunos a procurarem auxilio médico imediato

logo após a ocorrência da lesão.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo indicou que a maior incidência de lesões ocorreu nos

membros inferiores, superiores e dedos, não ocorreram lesões decorrentes

de defesas. Verificou-se que as lesões tiveram origem durante o treino, se

machucavam sozinhos, seguido de lesões decorrentes de chutes e socos.

A análise correlacional entre a prática do treinamento (em anos) e a

incidência de lesões, descreve uma correlação negativa, possivelmente a

prática do Karatê serve como proteção às lesões Já a incidência de lesões

com o nível de graduação no Karatê não observou correlação significativa.

Lesões nos membros superiores também têm correlação com o decorrer do

tempo de treinamento, principalmente o soco para praticantes com menos de

um ano de treino. Os fatores limitantes deste estudo foram o tamanho reduzido da

amostra, a amplitude da amostra e a falta de comparação entre as categorias

infanto-juvenil e juvenil, já que a amostra foi constituída de estilos diferentes

de Karatê, impossibilitando essa interação.

Para futuros estudos algumas variáveis podem trazer melhores

informações com relação a incidência das lesões em praticantes infanto-

juvenis e juvenis como o desenvolvimento maturacional, idade, altura e peso,

já que esses são fatores que contribuem na incidência de lesões o longo do

tempo (BOMPA, 2002).

Uma análise realizada com a ajuda de um médico/ortopedista com o

histórico detalhado das crianças e adolescentes deve ser utilizada para

melhor descrever as lesões não identificadas neste estudo. Equipamentos

utilizados e metodologia de ensino são variáveis que contribuem como

fatores preventivos, outros estudos analisando diferentes ambientes, devem

ser averiguados para melhor compreensão do perfil das lesões em relação

aos fatores extrínsecos.

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ANEXOS

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ANEXO A

Questionário Aplicado aos Praticantes de Karatê Idade _______ anos Sexo ( ) masc. ( ) fem. Graduação _____________________ 1 - Qual parte do corpo que foi afetada? ( ) joelho ( ) punho ( ) cabeça ( ) tornozelo ( ) cotovelo ( ) dedos ( ) pés ( ) mãos ( ) quadril ( ) ombro ( ) coluna ( ) outras ________________ 2 - Sua lesão foi proveniente de: ( ) um golpe do adversário ( ) próprio golpe ( ) outros fatores________________________________________________________ 3 - Qual o golpe aplicado ou recebido durante a lesão? ______________________________________________________________ 4 - Em decorrência de sua lesão: ( ) não houve afastamento de treino – leve ( ) houve afastamento de um treino – moderado ( ) houve afastamento maior que um dia de treino – grave 5 - Já sofreu alguma lesão séria antes de iniciar a pratica do kartê? Sim ( ) não ( ) Qual:_________________________________________________________ 6- Você sente dores em alguma parte de seu corpo durante o treino? Sim ( ) não ( ) Onde:_________________________________________________________ 7- Ha quanto tempo você pratica karatê? ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) 3 anos ( ) mais que três anos 8- Quantas vezes por semana você treina? ( ) 1 vez por semana ( ) 2 vezes por semana ( ) 3 vezes por semana ( ) mais que 3 vezes por semana 9 Você gosta de praticar karatê? Sim ( ) não ( ) Porquê:_______________________________________________________ 10- Você realiza alguma atividade física ou esporte fora do karatê? Sim ( ) não ( ) Qual:_________________________________________________________

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Informo que fui informado sobre o direito de privacidade de identificação de dados pessoais. _________________________________________ de acordo.

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ANEXO B

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA-UEL CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS

CONSENTIMENTO INFORMADO

1. O questionário desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Centro

de Educação Física e Desportos (CEFD), procura através desta carta informar sobre

a importância da averiguação das leões em atletas juvenis e infanto-juvenis.

2. O pesquisador do estudo: INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM

CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE KARATÊ DO MUNICÍPIO DE

LONDRINA PARANÁ. Requisita minha participação neste estudo de conclusão de

curso.

3. Eu fui informado de que o propósito da pesquisa é examinar a ocorrência de lesões

decorrentes do treinamento de karatê.

4. Não existem procedimentos alternativos disponíveis para este estudo, ou seja:

somente através do questionário o pesquisador poderá chegar ao resultado que

espera.

5. Eu compreendo que os resultados da pesquisa podem ser publicados, mas minha

identidade nunca será revelada. Para certificar-se disto, meu nome e minhas

informações serão transformados em números ao final da pesquisa.

6. Eu fui avisado de que a pesquisa na qual estarei participando não envolve risco.

7. Eu fui informado que não serei remunerado pela minha participação.

8. Eu fui informado que quaisquer dúvidas que tiver em relação à pesquisa ou à minha

participação, antes ou depois do meu consentimento, serão respondidas pelo aluno

Geder Harami Harami, residido e domiciliado na Rua São Vicente, 423 Centro – CEP

86026-030– Londrina-PR. Telefones: (43) 9959-2426.

9. Eu compreendo que em caso de dúvidas sobre os meus direitos como um

sujeito/participante desta pesquisa, ou sentir que fui colocado em risco, poderei

contatar os órgãos competentes.

Nome do participante do questionário:

___________________________________________________________________

Assinatura:

____________________________________________________________________

Data: _____/_____/ 2008.

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AUTORIZAÇÃO DO PAI OU RESPONSÁVEL

Autorizo meu filho ___________________________________________

A participar do presente estudo, após lido o termo de consentimento e concordado com

suas normas, não restando dúvidas sobre sua realização.

Londrina, ____ de _______________ de 2008.

Nome por extenso: ___________________________

Assinatura: _________________________________

Nome do investigador: Geder Harami Harami

Assinatura do investigador:_________________________________

Data: _____/______/ 2008.