universidade estadual de londrina · artes marciais (oler et. al. 1991; pieter e lufting, 1994),...
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Universidade Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE
KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ
GEDER HARAMI HARAMI
LONDRINA – PARANÁ 2008
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GEDER HARAMI HARAMI
INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE
KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Desportos da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial para sua conclusão. Orientador: Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira
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GEDER HARAMI HARAMI
INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ
COMISSÃO EXAMINADORA
______________________________________ Prof. Dr. Arli Ramos de Oliveira
Universidade Estadual de Londrina Orientador
______________________________________
Prof. Dr. Antonio Carlos Dourado Universidade Estadual de Londrina
Membro
______________________________________ Prof. Dr. José Antonio Guelli Camargo
Universidade Estadual de Londrina Membro
Londrina, 25 de Novembro de 2008
4
DEDICATÓRIA
A Cristo, pelo seu sacrifício, me concedendo força e graça.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela graça alcançada e por ter me dado força e saúde para
realizar essa monografia.
A minha mãe, minha grande patrocinadora e que me ajudou em tantos
momentos com suas orações.
Ao meu querido orientador por ter gastado sua tinta vermelha me ajudando,
para que esse trabalho fosse realizado com seriedade e competência, pelas dicas e
apoio.
Pela minha família de Londrina, pois sem eles muita coisa seria diferente.
Também agradeço às crianças, adolescentes e aos professores que com
muito carinho e educação me acolheram em seus espaços de treinamento para a
coleta dos dados.
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HARAMI, Geder Harami. INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE KARATÊ DA CIDADE DE LONDRINA, PARANÁ. Trabalho de Conclusão de Curso. 41p. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2008.
RESUMO
É crescente o número de praticantes credenciados de artes marciais, pois os
referenciais teóricos e a busca constante da seriedade pedagógica e disciplinar
como prática filosófica de vida contribui para torná-lo um esporte sério, com maior
embasamento técnico-científico. A lesão desportiva em geral ocorre por falha no
funcionamento neuromuscular do mecanismo ósteo-articular solicitados por
determinados gestos esportivos. É pouca a produção brasileira com pesquisas
relacionadas ao Karatê e o perfil de seus atletas, com relação às lesões desportivas
entre crianças e adolescentes, fazendo-se necessária maiores informações sobre a
necessidades destes jovens na prevenção de lesões. Este estudo tem por objetivo
verificar a incidência de lesões em atletas de Karatê da categoria infanto-juvenil e
juvenil, da cidade de Londrina, Paraná. O estudo foi composto por 46 alunos de
Karatê, sendo 31 do sexo masculino e 15 do sexo feminino. A seleção da amostra
não excluiu alunos por tipo de estilo praticado. Para averiguar os locais mais
freqüentes de lesões ocorridas nos praticantes foi utilizado o questionário proposto
por Barsottini et al. (2006). O tratamento dos dados utilizou estatística descritiva, e o
teste de Spearman´s (p<0.05) e envolveu uma entrevista individual. A combinação
dos resultados e indicadores de lesão foram descritos na forma de freqüência. O
pacote estatístico utilizado foi o SPSS, versão 13.0. Os resultados indicaram uma
alta incidência de lesões de caráter leve nos membros inferiores, superiores e
dedos, sem afastamento do treino. A correlação entre incidência de lesão e tempo
de treinamento em anos apresentou uma correlação negativa. O soco aparece
como causa principal dessa incidência em atletas com menos de 1 ano de
treinamento.
Palavras-chave: Lesão; esporte; criança e adolescente; karatê.
7
HARAMI, Geder Harami. INCIDENCE OF SPORT INJURIES IN CHILDREN AND ADOLESCENTS PRACTITIONERS OF KARATÊ OF THE CITY OF LONDRINA, PARANÁ. Final Paper. 41p. Bachelorship Course in Physical Education. Physical Education and Sport Center. State University of Londrina, 2008.
ABSTRACT
The number of practitioners of martial arts is increasing, as the theorists references
and the constant search for pedagogyc seriousness and diciplinary as philosophy
life practice helps to make it a serious sport, with more technical-scientific basement.
The sport injury generally occurs by a failure in the neuromuscular working from the
osteo muscular mechanism provoked by certain sports gestures. In this case, any
practitioner of motor activities, may be subject to the lodgement of injuries. It is not
enough the brazilian production with searchs related to the karate and its athlets
profile, relating the sports injuries between children and adolecents, and the need of
professionals who work directly with these practitioners, being necessary more
informations about the necessity of prevention of injuries for young people. This
study has as objective to verify the incidence of injuries of karate class children and
youth, in the city of Londrina, Parana. The study was composed by 46 karate
students, 31 male and 15 female. The selection of the sample did not exclude
students by type of style practiced. To investigate the places of most frequents
injuries occured in the karate practitioners was used a questionnare proposed by
Barsottini et al(2006). The data processig was made by descripive statistics the
Spearman’s test (p<0,05), involving an individual interview. The arrangement of
results and indicators of injuries were compared by distribution as frequency. The
statistical package used the SSPS, version 13.0. The results demonstrate a lesions
the caracter light, rate in the members inferior, superior and fingers. The correlation
between lesion incidence when elapsing of time of training in years, describes a
negative correlation, resulting in a lesions incidence decrease when elapsing of time,
the punch appears as main cause.
Key Words: Injury; Sport; child and adolescent; Karate.
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Distribuição da amostra referente a porcentagem entre meninos e
meninas. ................................................................................................ 21
Figura 2 - Incidência de lesão durante a prática do treinamento. ......................... 22
Figura 3 - Distribuição da amostra de acordo com o nível de Graduação no Karatê.
.............................................................................................................. 22
Figura 4 - Distribuição da incidência de lesões conforme a região do corpo:
membros superiores (antebraço e braço), inferiores (coxa, joelho,
panturrilha, tornozelo e calcanhar), tronco (costas, peito, abdomem e
pescoço), cabeça (lesões faciais) e dedos (lesões nos metacarpos e
metatarsos)............................................................................................ 23
Figura 5 - Distribuição da incidência de lesão originária por golpes dos próprios
praticantes (socos, defesa, chute e lesão originária do treinamento
sozinho). ................................................................................................ 23
Figura 6 - Distribuição da incidência de lesão originária por golpes do adversário
(socos, defesa e chutes). ...................................................................... 24
Figura 7 - Distribuição do grau das lesões: leve (sem afastamento do treino);
moderada (houve afastamento de um dia de treino); e grave (houve
afastamento maior que um dia de treino). ............................................. 25
Figura 8 - Incidência de lesão antes do início da pratica do Karatê (N=46). .......... 25
Figura 9 - Percepção de dor constante durante o treinamento. .............................. 26
Figura 10 - Distribuição da amostra referente ao tempo de treinamento em anos
(N=46). .................................................................................................. 27
Figura 11 – Freqüênca semanal das sessões de treinamento de Karatê. ............. 27
Figura 12 – Praticantes que realizam atividade física sistematizada fora do ambiênte
do karatê. ............................................................................................. 28
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição da amostra entre os seis aos dezessete anos (N=46).. ..... 21
Tabela 2 - Correlação entre tempo de prática em anos e incidência de lesões
(N=46). .................................................................................................. 28
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 11
1.1 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 12
1.2 OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 13
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO................................................................................ 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................... 14 2.1 Técnicas do Karatê ......................................................................................... 14
2.2 Benefícios do Karatê ....................................................................................... 14
2.3 O Treinamento Precoce .................................................................................. 15
2.4 Lesões Desportivas ........................................................................................ 15
2.5 Lesões no Karatê ............................................................................................ 16
2.6 Classificações das lesões ............................................................................... 17
2.7 Instrumentos na Averiguação de Lesões ........................................................ 17
3 METODOLOGIA............................................................................................. . 19 3.1 Tipo de estudo..................................................................................... ......... 19
3.2 A amostra do estudo..................................................................................... . 19
3.3 Instrumentos.................................................................................................. 19
3.4 Procedimentos............................................................................................... 19
3.5 Análise Estatística......................................................................................... . 20
4 RESULTADOS............................................................................................... . 21
5 DISCUSSÃO.............................................................................................. ... . 30
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 32
REFERÊNCIAS…………………………………………………………………………… 32
ANEXOS ................................................................................................................ 37 ANEXO A ................................................................................................................ 38
ANEXO B ................................................................................................................ 40
11
1 INTRODUÇÃO
É crescente o aumento de participantes credenciados em instituições de
artes marciais (OLER et. al. 1991; PIETER e LUFTING, 1994), pois os referenciais
teóricos buscando uma constante seriedade pedagógica e disciplinar como prática
filosófica de vida tem constituído uma a base fundamentada em um esporte sério
com embasamento técnico-científico.
O Karatê, no Brasil não é praticado popularmente como o futebol, vôlei,
natação, entre outros. Necessitando assim de maior embasamento com relação à
produção de dados que analisem de forma mais detalhada o perfil dos praticantes
de karatê. Estudos que venham averiguar sua prática devem ser realizados, pois o
esporte tem um papel importante com relação à adoção do jovem a um estilo de
vida saudável, além de melhorar a aptidão física (National Federation of State High
School Associations, 2006). Essa falta de dados prejudica a intervenção do
professor com relação às lesões mais freqüentes.
Estudo realizado por Moreira (2003) destaca os valores presentes no Karatê
contemporâneo como dignidade, honra, trabalho, formação do caráter, persistência
e humildade, resultando em uma prática que abrange não apenas movimentos, mas
sim um modo de aprendizagem, podendo resgatar valores sociais. Esses valores
podem ser construídos através das experiências cotidianas, para além do ambiente
de treino.
Diferentes estudos têm demonstrado os riscos e os benefícios de diferentes
modalidades esportivas, porém cabe aos pais e aos responsáveis analisar o esporte
verificando se os efeitos são positivos para a pratica da atividade (PERSONNE,
1983; COELHO, 1988; MOREIRA, 2003).
Entre os inúmeros estilos, a essência da palavra karatê quer dizer “caminho
das mãos vazias”. O estilo Shoto-kan foi o primeiro a ser reconhecido e
demonstrado de forma pública no Japão no ano de 1922, e seu criador, o mestre
Gichin Funakoshi levou-o à sua popularização e o tornou moderno. Como foi aceito
12
pelo governo japonês, o karatê Shoto-kan, se organizou em uma associação a
Japanese Karatê Association (JKA), que por sua vez tem aumentado o número de
filiados em todo o mundo. Outras organizações japonesas também fundaram
entidades e associações, que contribuíram para a difusão do karatê como o
conhecemos hoje.
1.1 JUSTIFICATIVA
O propósito deste trabalho foi de identificar a incidência e a distribuição de
lesões em atletas de Karatê, nas categorias infanto-juvenil e juvenil de Londrina,
Paraná, com o fim de facilitar a compreensão de como, onde e por que as lesões
acontecem, de forma que esses fatores possam ser prevenidos no futuro (CAINE &
MAFFULLI, 2005).
Este estudo visa facilitar a compreensão a respeito do perfil do praticante de
Karatê, especificamente com relação à origem e a freqüência de suas lesões,
desenvolvidas ou não durante o tempo de treinamento.
Segundo Aguiar et al., (2004), Domingues et al. (2005) e Plancher (1996),
quando se conhecem as causas que levam ao aumento da incidência de lesões em
praticantes de modalidades desportivas, é possível adotar medidas preventivas e/ou
de intervenções em tempo real. Essa idéia implica o pressuposto dos fatores
causais na ocorrência da lesão durante a prática de atividade física, mas também
aponta os meios de evitá-la ou diminuí-la.
Em função disso, torna-se necessário que os profissionais que atuam
diretamente com esses praticantes tenham maiores informações sobre as
necessidades das crianças e adolescentes na prevenção de lesões durante o
treinamento.
É imprescindível ter conhecimento prévio dos locais de maior incidência de
lesões para que assim possam ser reduzidas durante a prática esportiva. Desta
13
forma, pode-se oferecer aos professores de Karatê maior embasamento científico
na orientação profissional, objetivando evitar acidentes que resultem em lesões.
1.2 OBJETIVOS a)- OBJETIVO GERAL
• Verificar a incidência de lesões em praticantes de karatê da categoria infanto-
juvenil e juvenil da cidade de Londrina-Paraná, bem como a sua origem e
freqüência durante o tempo de treinamento.
b)- OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Descrever as lesões mais freqüentes ocorridas durante o treinamento diário por
segmento corporal e gravidade dessas lesões.
• Correlacionar a incidência de lesões com o tempo de treinamento (em anos) e
com a graduação no Karatê.
14
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Serão abordados os seguintes tópicos voltados à fundamentação teórica do
estudo: As técnicas do Karatê, benefícios do Karatê, o treinamento precoce, lesões
esportivas, lesões no Karatê, classificação de lesões e instrumentos na averiguação
de lesões.
2.1 Técnicas Do Karatê
O karatê é dividido basicamente em três modalidades: o kihon, que é a
execução dos movimentos básicos como socos, chutes e defesas sem a presença
de um oponente, os katas, que envolvem movimentos pré-determinados, forma
didática de ensinar os alunos iniciantes, lapidando os movimentos aprendidos no
kihon, sendo praticado sem a presença de um oponente e o kumite, que é a prática
das habilidades acumuladas, kihon e kata, em sua forma prática, na presença de
um adversário. O treinamento do karatê, composto pelas três técnicas, desenvolve
uma gama de movimentos e experiências, além de ser um requisito na participação
de campeonatos. Por mais que um atleta goste ou execute de forma mais precisa
uma dentre essas modalidades, a junção dos três elementos traz harmonia
individual.
2.2 Benefícios Do Karatê
Zílio (1994) afirma que, para a execução de uma habilidade esportiva, a
criança e o adolescente deve ser orientada para suas reais capacidades, pois
ganhar e perder no esporte são experiências importantes na vida do aluno. O
sucesso transmite uma sensação de satisfação pessoal e o fracasso tem o seu
valor na qualidade de incentivo para uma nova tentativa possibilitando futuro êxito.
As atividades e movimentos que o karatê engloba contribuem, entre outros
fatores, a uma melhor fixação da massa óssea, pois envolvem a realização de
exercícios compostos por impactos dos membros inferiores e superiores, podendo
acarretar em uma melhor absorção de cálcio, gerando uma vida adulta com menor
probabilidade no risco de doenças associadas ao sistema esquelético (BASS, et. al.
15
2007; KISS, 2007; KARAM et. al, 1999).
Os jovens compõem uma grande parte dos participantes que adentram no
mundo das artes marciais (SILVA et. al. 2004), além das diferentes faixas etárias
que esta prática abrange. O karatê pode propiciar também benefícios fisiológicos,
porém são observados alguns benefícios no âmbito fisiológico, tais como a melhora
da flexibilidade, força, equilíbrio (VIOLAN et. al. 1997), aumento da agilidade e
decréscimo no tempo de reação (LAYTON, 1993).
2.3 O Treinamento Precoce Quando falamos de pratica desportiva precoce ou a prática sistemática do
esporte antes da puberdade, de forma competitiva ou durante o programa de treino,
com elevada freqüência de treinamento, objetivando alcançar resultados ou pratica
forçada do exercício (PERSONNE, 1983; COELHO, 1988; MARQUES, 1991;
BOMPA, 2002) relatam que a prática precoce e o aumento do volume e carga de
treinamento acima do recomendado para jovens no karatê podem contribuir para o
acarretamento de lesões, não apenas físicas, mas também no âmbito psicológico,
como a depressão e estresse por overtreining.
As habilidades motoras, pessoais e as necessidades sociais devem ser
estimuladas através do esporte (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE MEDICINA
ESPORTIVA, 1997). Filin (1996) indica que no processo de treinamento com as
crianças tem como prioridade o desenvolvimento das qualidades físicas, formação
motora e compreensão do que esta sendo ensinado proporcionando à criança
saúde com qualidade de vida.
2.4 Lesões Desportivas
Todo o esporte gera uma sobrecarga no aparelho locomotor
independentemente da modalidade. Com a sobrecarga no organismo as
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capacidades fisiológicas do organismo podem ser comprometidas, neste sentido à
instalação de um processo patológico (PEDRINELLI, 2002).
Domingues (2005) descreve as lesões como decorrentes da prática esportiva
considera como Lesões Desportivas, todos os tipos de agravos ocorridos durante a
realização de atividade física. Já Gonçalves (1997) relata que a lesão desportiva
ocorre por falha de funcionamento neuromuscular do mecanismo ósteo-articular
solicitados por determinados gestos esportivos. Nesse sentido, qualquer praticante
de atividades motoras, pode estar sujeito à instalação de lesões.
Neste sentido, as lesões desportivas agudas são ocorrências provenientes
de acidentes e imprevistos, essas lesões ocorrem em geral por falta de segurança
no local de treinamento, equipamentos inapropriados durante a pratica esportiva,
como calçados e falta de equipamentos na proteção, como nos esportes de contato
(BOMPA, 2002, KRAEMER & FLECK, 2001).
Enquanto as lesões desportivas crônicas são geradas a partir da ação
repetitiva de gestos desportivos. As lesões agudas, por serem de caráter
imediatista, são tratadas com maior preocupação, tanto no âmbito do pronto socorro
a vitima como na sua forma de tratamento, porém as lesões crônicas causadas
pelas repetidas execuções de movimento ou por excesso de uso, tem atraído menor
atenção, acarretando nos atletas danos difíceis de serem tratados, pelo próprio
descaso do atleta, que não vê nesse tipo de lesão um mal para a sua carreira,
quanto para a equipe médica que averigua o caso no seu estado mais grave, a
lesão propriamente dita (TORRES, 2004).
2.5 Lesões no Karatê
No mundo do Karatê a realização dos golpes e movimentos, objetivando uma
maior precisão e autonomia de movimento, o praticante deve realizar movimentos
consecutivos, como em alguns esportes, compondo assim uma grande parte do seu
tempo de treinamento. A repetição dos movimentos traz ao praticante a autonomia
do movimento, sendo muito útil durante a luta, pois o tempo total de contato em
uma seqüencia de golpes duram poucos segundos e a ação rápida leva-o a
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defender, atacar ou contra-atacar. Essa prática repetitiva, quando não executada
com a devida técnica e forma correta, tem levado muitos praticantes a se
lesionarem (GRARRICK J.G. e WEBB D.R. 2001), além das lesões que ocorrem
comumente nesse tipo de esporte de contato físico (BOMPA, 2002, KRAEMER &
FLECK, 2001).
2.6 Classificações das lesões
Alguns pesquisadores (WERNIG et. al. 1991, FAULKNER et,. al,.1993,
CUNNINGHAM & CUNNINGHAM, 1996) estudam não apenas os tipos de lesões
com suas respectivas variáveis, mas também suas origens e ocorrência.
Intervenções almejando a diminuição das lesões podem melhorar o desempenho
dos praticantes de modalidades desportivas. Peterson & Reström, (1989) Vieira
(2001) e Faulkner et, al. (1993) identificam como fatores de risco à ocorrência de
lesões aspectos tanto intrínsecos quanto extrínsecos ao indivíduo, classificação que
lhes possibilita subdividi-las em dois grupos constituem o primeiro, fatores
intrínsecos, tem como característica a idade, sexo, estatura, composição corporal,
nível de aptidão física, período de tratamento da lesão, questões nutricionais e
características psicológicas e sociais. Já o planejamento, periodicidade e
intensidade da atividade física, condições atmosféricas e equipamentos (acessórios,
calçados e vestuário) a serem usados durante a execução da atividade física, tipo
de modalidade desportiva a praticar, local de treino e instalações desportivas
consideram-se como fatores extrínsecos.
2.7 Instrumentos na Averiguação de Lesões
Os exames físicos são a primeira forma de avaliar as possíveis lesões o
método de palpação pode ser utilizado no local lesionado. A fonte da lesão
geralmente esta associada à área de maior sensibilidade, inchaço, aumento de
temperatura no local e vermelhidão são os principais diagnósticos (AGUIAR et,. al,.
2004).
O exame radiográfico é o mais comum no diagnóstico de lesões, trata-se de
uma chapa tirada do local lesionado caracterizando por áreas de calefação óssea,
18
fusão precoce das placas epifisárias e alterações morfológicas, como o alargamento
da epífise óssea e presença de corpos livres articulares.
Outros métodos de avaliação também tem sido utilizados como a cintilografia
com radionuclídeo, na forma de imagem, também conhecida pelos nomes de
cintigrafia e gamagrafia, é um procedimento que permite assinalar num tecido ou
órgão interno a presença de um radiofármaco que é acompanhado em seu percurso
graças à emissão de radiações gama. Este exame tem sido amplamente utilizado
na averiguação de lesões por excesso de uso (MARTIRE J. R. 1987). Outras
técnicas de imagem utilizam a tomografia computadorizada e ressonância
magnética, sendo empregados nos casos de não constatação das lesões pelos
métodos descritos acima, mas pela contínua presença de dor.
19
3. METODOLOGIA
3.1 Tipo de estudo
Este estudo se utilizou da metodologia descritiva, e posteriormente
metodologia correlacional em algumas variáveis (NELSON e THOMAS, 2002).
3.2 A amostra do estudo
Fizeram parte deste estudo um total de 46 alunos de Karatê (31 do sexo
masculino e n=15 do sexo feminino), selecionados aleatoriamente,
independentemente do estilo de Karatê praticado, provenientes da cidade de
Londrina, Paraná.
3.3 Instrumentos
O questionário (Anexo A) foi composto por perguntas abordando diferentes
áreas da prática desportiva, a primeira parte abordara os diferentes tipos de lesões
decorrentes do treinamento, a segunda parte será composta por questões
envolvendo o tempo de pratica e a terceira parte compõe as atividades fora do
karatê, como outras atividades físicas.
Algumas análises foram empregadas para observar a correlação entre o
tempo de treinamento semanal, tempo total de treinamento em meses/anos,
graduação e origem das lesões por segmento corporal com a incidência de lesões.
3.4 Procedimentos
Os dados foram coletados nas seguintes academias: Unida Karatê,
Academia Oguido e Associação Londrinense da cidade de Londrina Paraná, sendo
que apenas uma instituição não autorizou a coleta de dados. O ambiente de coleta
20
era o mesmo que os alunos realizavam o treinamento, foi adotada a forma de
entrevista individual, e caso necessário, a solicitação da presença do (a)
responsável, para solucionar as dificuldades do aluno a responder ao questionário.
Os alunos foram informados e esclarecidos sobre a natureza da pesquisa,
assinando o Termo de Consentindo Livre e Esclarecido através do termo de
responsabilidade aprovado pela Comissão Examinadora.
Para averiguar os locais mais freqüentes de lesões ocorridos nos praticantes
o questionário proposto por Barsottini et al. (2006) foi adotado e modificado para
melhor atender os objetivos específicos deste trabalho (ANEXO A). Para obter
informações referentes às lesões, foram inseridas questões referentes ao tipo de
lesão, local anatômico, mecanismo de lesão e período de treinamento. Além a
origem das lesões e seus locais mais freqüentes, este estudo se propôs a descrever
o tempo de treinamento semanal, tempo total de treinamento em meses/anos, se
realiza a prática de algum esporte fora o Karatê de forma sistematizada, realização
de qualquer tipo de programa de treinamento que o ajude no karatê, como por
exemplo, treinamento com pesos.
3.5 Análise Estatística
O tratamento estatístico utilizou-se de análise descritiva para as
características amostra/populacional através da freqüência averiguando a
distribuição das lesões nas diferentes variáveis.
Foi realizado o teste de normalidade Shapiro Wilkins dos dados para
averiguar a distribuição da amostra. A distribuição dos dados não foram normais. E
em conseqüência foi utilizado o teste não paramétrico de Spearman's para as
correlações. O índice adotado foi de p<0,05, sendo utilizado o Pacote Estatístico
SPSS versão 13.0.
21
4. RESULTADOS
A distribuição dos dados na forma de freqüência, porcentagem e as
correlações estão expressas na forma de gráficos e tabelas a seguir.
Tabela 1. Distribuição da amostra entre os seis aos dezessete anos.
Idade (anos) N 6 2 7 2 9 3
10 3 11 2 12 5 13 4 14 6 15 10 16 8 17 1
Total 46
Masculino
Feminino
Figura 1. Distribuição da amostra referente a porcentagem entre meninos e meninas.
Os resultados indicam que ocorreu um maior número de praticantes na
faixa etária dos 12 aos 16 anos (71,7%). Com relação ao gênero ocorreu uma
predominância do sexo masculino (67,4%).
22
simnão
Figura 2. Incidência de lesão durante a prática do treinamento.
A freqüência das lesões não obteve grande disparidade 52.2% da
amostra relataram já terem sofrido algum tipo de lesão durante o treinamento,
contra 47.8% que não relataram ter sofrido qualquer tipo de trauma
decorrente do treinamento.
0
2
4
6
8
10
12
14
branca amarela vermelha laranja verde roxa marrom
Figura 3. Distribuição da amostra de acordo com o nível de Graduação no Karatê.
Grande parte da amostra se concentrava nas primeiras graduações,
demonstrando que os alunos ainda não tiveram uma vivência e contato
aprofundado com algumas técnicas, principalmente as defesas.
23
0
2
4
6
8
10
12
MembroSuperior
MembroInferior
Tronco Cabeça Dedos
Figura 4. Distribuição da incidência de lesões conforme a região do corpo: membros superiores (antebraço e braço), inferiores (coxa, joelho, panturrilha, tornozelo e calcanhar), tronco (costas, peito, abdomem e pescoço), cabeça (lesões faciais) e dedos (lesões nos metacarpos e metatarsos).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Soco Defesa Chute Treino
Figura 5. Distribuição da incidência de lesão originária por golpes dos próprios praticantes (socos, defesa, chute e lesão originária do treinamento sozinho).
24
0
1
2
3
4
5
6
Soco Defesa Chute
Figura 6. Distribuição da incidência de lesão originária por golpes do adversário (socos, defesa e chutes). (houve afastamento de um dia de treino); e grave (houve afastamento maior que um dia de treino).
As regiões corporais mais lesionadas durante o treinamento foram:
membros inferiores, superiores e dedos, respectivamente. Quando analisada
a origem das lesões, observa-se que os alunos se lesionavam mais durante a
pratica do treinamento, lesões ocasionadas pelo próprio praticante, por
exemplo: torções de tornozelo, lesões por excesso de uso e quedas. Em
seguida pode-se perceber a ocorrência de lesões em função de chutes mal
executados e socos, respectivamente. Não foram citadas ocorrências de
lesões decorrentes de defesas executadas pelo praticante.
Já a origem das lesões originadas por golpes com um oponente,
observamos uma alta ocorrência de chutes seguida de socos como fonte de
lesões. Novamente não foram relatadas lesões ocasionadas por defesas.
25
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Leve Moderada Grave
Figura 7. Distribuição do grau das lesões: leve (sem afastamento do treino); moderada (houve afastamento de um dia de treino); e grave (houve afastamento maior que um dia de treino).
Houve uma grande incidência de lesões de caráter leve, alguns alunos
relataram ter se lesionado durante o treinado, porém não procuraram ajuda
médica além de não terem se afastado do treino mesmo com a presença da
dor. Três alunos relataram terem sofrido lesões de caráter moderado e dois
de caráter grave, porém nenhum relatou ter procurado ajuda médica.
SimNão
Figura 8: Incidência de lesão antes do início da pratica do Karatê (N=46)
26
Os alunos que relataram terem sofrido algum tipo de trauma antes da
prática do karatê relataram descreveram lesões de caráter moderado e
grave, como lesão óssea (quebra de braço, mão, perna e pé), atropelamento
(lesões faciais, corporais e lesão dos óssos), quedas, trorções que resultaram
em imobilizações e outras que necessitasem de pronto atendimento médico.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Sim Não
Figura 9: Percepção de dor constante durante o treinamento.
Uma grande parte da amostra não relatou a presença de dor constante
durante o treinamento. Foi perguntado ao praticante se ele sentia dor em
alguma região do corpo sendo explicado para o aluno a diferença entre dor
decorrente do treinamento (dores musculares e decorrentes do tempo de
treinamento, como dor nas articulações). Para os dez alunos que relataram
sentirem dor durante o treino, foi realizada a averiguação dos dados do
questionário, indicando que a sua predominância ocorreu nas dores em nível
de articulações.
27
0
5
10
15
20
25
<1 Ano 2 Anos 3 Anos >3 Anos
Figura 10: Distribuição da amostra referente ao tempo de treinamento em anos (N=46).
0
5
10
15
20
25
30
35
1 Vez 2 Vezes 3 Vezes >3 Vezes
Figura 11: Freqüênca semanal das sessões de treinamento de Karatê.
A amostra foi constituída em sua maioria de praticantes iniciantes, com
tempo de treinamento menor que um ano e praticantes com mais que três
anos de treinamento. Quando reportada a freqüência do treinamento semanal
averiguamos que em maioria os atletas treinava três vezes na semana, mais
que três vezes, e duas vezes na semana. Nenhum aluno reportou treinar
apenas uma única sessão na semana.
28
SimNão
Figura 12: Praticantes que realizam atividade física sistematizada fora do ambiênte do Karatê.
Ao observar a realização de atividades físicas sistematizadas fora do
ambiente de treino, foi averiguado que uma grande parte dos alunos
realizavam outras atividades (natação, futebol, vôlei, entre outras). Apenas
um aluno relatou realizar atividades de preparação física que o ajudasse no
treinamento.
Tabela 2: Correlação entre tempo de prática em anos e incidência de lesões (N=46).
Variáveis
Correlação
Nível
Tempo em anos x lesão 0.37* Fraca Graduação x lesão 0.46* Fraca Tempo x lesões MS 0,51* Fraca Tempo x Soco 0,82** Alta Tempo <1 ano x Soco 0,46* Fraca Graduação x Lesão 0,17 Não Significativa * p<0.05 ** p<0,01
A tabela indica a análise de correlação entre a prática do treinamento
(em anos) e a incidência de lesões. Observa-se uma correlação negativa,
sugerindo que com ao passar dos anos de treinamento há uma tendência de
diminuição na incidência dessas lesões. Ou ainda, que possivelmente a
prática do Karatê serve como proteção às lesões. Quando é correlacionada a
29
incidência de lesões com o nível de graduação no Karatê não foi encontrada
correlação significativa. Isso indica que a graduação não é um parâmetro
para a previsão de lesões.
Uma análise dos golpes mais aplicados que resultaram em lesões nos
diferentes segmentos corporais demonstra uma fraca correlação entre o soco
e a incidência de lesões. Lesões nos membros superiores também têm
correlação com o decorrer do tempo de treinamento, principalmente o soco
para praticantes com menos de um ano de treino.
30
5. DISCUSSÃO
Técnicas incorretas são as causas mais comuns na incidência de lesões
causadas em função do excesso na repetição nos saltos e movimentos
incorretos tecnicamente. Deve-se tomar cuidado e dar a devida atenção a
esses tipos de lesões, pois o seu uso excessivo têm levado muitos atletas a
se lesionarem de forma severa (BOMPA, 2002, KRAEMER & FLECK, 2001).
Descrever o perfil das lesões nas diferentes modalidades esportivas
realizando um levantamento detalhado dos dados é determinante (ALCÁZAR,
s/d apud ECKENER, 1996). Segundo um estudo realizado por Eitner et al.
(1984), as lesões mais típicas durante a pratica do karatê são contusões do
calcanhar, entorse de tornozelo causadas por tendinites e sobrecarga
persistente da articulação, lesão de menisco, entorse de punho e dedos além
de pequenas lesões capsulares.
Neste estudo as lesões mais freqüentes foram: membros inferiores e
superiores, seguidos dos dedos. Os praticantes não relataram terem se
afastado do treino, como descrito na figura 7, onde a decorrência das lesões
eram de caráter leve.
Materiais esportivos, proteções e vestuário adequado são
indispensáveis na proteção de qualquer modalidade desportiva além das
técnicas de defesa para a segurança do atleta (ARENO, s/d apud ECKENER,
1996). Os praticantes de Karatê neste estudo não relataram terem sofrido
nenhuma lesão decorrente da execução da defesa, evidenciando uma maior
orientação voltada para a importância das defesas passadas aos alunos.
Quando executada de forma correta, ela é eficiente como mediadora na
diminuição das lesões.
Ainda são poucos os estudos que relacionam a prática do treinamento
diário com a incidência de lesões. Nenhum artigo foi encontrado na base de
dados da SIELO, PUBMED e LILACS descrevendo a incidência de lesões em
atletas de Karatê nas categorias infanto-juvenil e juvenil durante a fase de
31
treinamento. Os trabalhos encontrados são em sua maioria relacionados à
distribuição das lesões durante campeonatos, também são observados
estudos que comparam lesões entre diferentes estilos de karatê (MACAN et
al. 2006; HALABCHI et al. 2007; GRAHAM et al. 2007; ORTU et al. 2006;
BUSE, 2006; ZETARUK et al. 2005; CRITCHLEY et al. 1999).
Um estudo realizado por Eckener (1996) descreve o perfil de diferentes
lesões em atletas de Karatê durante o treinamento e campeonatos. Um
questionário foi aplicado a 41 atletas vinculados a clubes no Estado da Bahia,
todos faixas pretas. Os dados demonstraram que as principais lesões e seus
respectivos locais eram: os metatarsos, pernas e pés, ante braço, perna e
tórax, entorses, sendo que a defesa foi a principal causador das lesões.
Diferentemente deste estudo que distribuiu as lesões nos membros inferiores,
superiores e dedos, quando nos referimos as lesões causadas por defesa,
não foram encontradas constatações deste tipo.
Zetaruk et al. (2005) não achou nenhuma relação estatística entre idade
e lesão em prática de karatê, diferentemente deste estudo que ao
correlacionar a idade com a incidência de lesão encontrou uma correlação
negativa na ocorrência das lesões através do tempo em anos. Porém quando
nos referimos à graduação que seria em teoria um bom fator que reduziria as
lesões (ECKENER, 1996), as correlações encontradas nesse estudo não
apresenta nenhuma relação entre essas vaiáveis.
Quando é analisada a parte aberta do questionário averiguando a
gravidade das lesões, os alunos relatavam terem sofrido lesões leves, sem
afastamento do treinamento. Tiveram lesões na forma de torções, inchaços,
dor constante, conseqüência de alguma batida, entre outras, porém nenhum
relatou ter procurado ajuda médica para tratamento ou terem se afastado dos
treinos com o objetivo de se recuperarem do trauma. Isso também ocorreu
nos casos moderados e graves, com a diferença de afastamento nesses dois
últimos. Isso nos mostra que ainda faltam maiores instruções por parte do
professores orientando seus alunos a procurarem auxilio médico imediato
logo após a ocorrência da lesão.
32
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo indicou que a maior incidência de lesões ocorreu nos
membros inferiores, superiores e dedos, não ocorreram lesões decorrentes
de defesas. Verificou-se que as lesões tiveram origem durante o treino, se
machucavam sozinhos, seguido de lesões decorrentes de chutes e socos.
A análise correlacional entre a prática do treinamento (em anos) e a
incidência de lesões, descreve uma correlação negativa, possivelmente a
prática do Karatê serve como proteção às lesões Já a incidência de lesões
com o nível de graduação no Karatê não observou correlação significativa.
Lesões nos membros superiores também têm correlação com o decorrer do
tempo de treinamento, principalmente o soco para praticantes com menos de
um ano de treino. Os fatores limitantes deste estudo foram o tamanho reduzido da
amostra, a amplitude da amostra e a falta de comparação entre as categorias
infanto-juvenil e juvenil, já que a amostra foi constituída de estilos diferentes
de Karatê, impossibilitando essa interação.
Para futuros estudos algumas variáveis podem trazer melhores
informações com relação a incidência das lesões em praticantes infanto-
juvenis e juvenis como o desenvolvimento maturacional, idade, altura e peso,
já que esses são fatores que contribuem na incidência de lesões o longo do
tempo (BOMPA, 2002).
Uma análise realizada com a ajuda de um médico/ortopedista com o
histórico detalhado das crianças e adolescentes deve ser utilizada para
melhor descrever as lesões não identificadas neste estudo. Equipamentos
utilizados e metodologia de ensino são variáveis que contribuem como
fatores preventivos, outros estudos analisando diferentes ambientes, devem
ser averiguados para melhor compreensão do perfil das lesões em relação
aos fatores extrínsecos.
33
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37
ANEXOS
38
ANEXO A
Questionário Aplicado aos Praticantes de Karatê Idade _______ anos Sexo ( ) masc. ( ) fem. Graduação _____________________ 1 - Qual parte do corpo que foi afetada? ( ) joelho ( ) punho ( ) cabeça ( ) tornozelo ( ) cotovelo ( ) dedos ( ) pés ( ) mãos ( ) quadril ( ) ombro ( ) coluna ( ) outras ________________ 2 - Sua lesão foi proveniente de: ( ) um golpe do adversário ( ) próprio golpe ( ) outros fatores________________________________________________________ 3 - Qual o golpe aplicado ou recebido durante a lesão? ______________________________________________________________ 4 - Em decorrência de sua lesão: ( ) não houve afastamento de treino – leve ( ) houve afastamento de um treino – moderado ( ) houve afastamento maior que um dia de treino – grave 5 - Já sofreu alguma lesão séria antes de iniciar a pratica do kartê? Sim ( ) não ( ) Qual:_________________________________________________________ 6- Você sente dores em alguma parte de seu corpo durante o treino? Sim ( ) não ( ) Onde:_________________________________________________________ 7- Ha quanto tempo você pratica karatê? ( ) 1 ano ( ) 2 anos ( ) 3 anos ( ) mais que três anos 8- Quantas vezes por semana você treina? ( ) 1 vez por semana ( ) 2 vezes por semana ( ) 3 vezes por semana ( ) mais que 3 vezes por semana 9 Você gosta de praticar karatê? Sim ( ) não ( ) Porquê:_______________________________________________________ 10- Você realiza alguma atividade física ou esporte fora do karatê? Sim ( ) não ( ) Qual:_________________________________________________________
39
Informo que fui informado sobre o direito de privacidade de identificação de dados pessoais. _________________________________________ de acordo.
40
ANEXO B
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA-UEL CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
CONSENTIMENTO INFORMADO
1. O questionário desenvolvido na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Centro
de Educação Física e Desportos (CEFD), procura através desta carta informar sobre
a importância da averiguação das leões em atletas juvenis e infanto-juvenis.
2. O pesquisador do estudo: INCIDÊNCIA DE LESÕES DESPORTIVAS EM
CRIANÇAS E ADOLESCENTES PRATICANTES DE KARATÊ DO MUNICÍPIO DE
LONDRINA PARANÁ. Requisita minha participação neste estudo de conclusão de
curso.
3. Eu fui informado de que o propósito da pesquisa é examinar a ocorrência de lesões
decorrentes do treinamento de karatê.
4. Não existem procedimentos alternativos disponíveis para este estudo, ou seja:
somente através do questionário o pesquisador poderá chegar ao resultado que
espera.
5. Eu compreendo que os resultados da pesquisa podem ser publicados, mas minha
identidade nunca será revelada. Para certificar-se disto, meu nome e minhas
informações serão transformados em números ao final da pesquisa.
6. Eu fui avisado de que a pesquisa na qual estarei participando não envolve risco.
7. Eu fui informado que não serei remunerado pela minha participação.
8. Eu fui informado que quaisquer dúvidas que tiver em relação à pesquisa ou à minha
participação, antes ou depois do meu consentimento, serão respondidas pelo aluno
Geder Harami Harami, residido e domiciliado na Rua São Vicente, 423 Centro – CEP
86026-030– Londrina-PR. Telefones: (43) 9959-2426.
9. Eu compreendo que em caso de dúvidas sobre os meus direitos como um
sujeito/participante desta pesquisa, ou sentir que fui colocado em risco, poderei
contatar os órgãos competentes.
Nome do participante do questionário:
___________________________________________________________________
Assinatura:
____________________________________________________________________
Data: _____/_____/ 2008.
41
AUTORIZAÇÃO DO PAI OU RESPONSÁVEL
Autorizo meu filho ___________________________________________
A participar do presente estudo, após lido o termo de consentimento e concordado com
suas normas, não restando dúvidas sobre sua realização.
Londrina, ____ de _______________ de 2008.
Nome por extenso: ___________________________
Assinatura: _________________________________
Nome do investigador: Geder Harami Harami
Assinatura do investigador:_________________________________
Data: _____/______/ 2008.