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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO NILANA RODRIGUES DE SOUZA APRENDIZAGEM ATIVA EM ADMINISTRAÇÃO: Um Estudo da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) na Graduação BIGUAÇU 2012

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO

NILANA RODRIGUES DE SOUZA

APRENDIZAGEM ATIVA EM ADMINISTRAÇÃO:

Um Estudo da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) na Graduação

BIGUAÇU

2012

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NILANA RODRIGUES DE SOUZA

APRENDIZAGEM ATIVA EM ADMINISTRAÇÃO:

Um Estudo da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) na Graduação

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) como requisito parcial de qualificação de Mestre em Administração. Orientador: Prof. Miguel Angel Verdinelli, Dr.

Biguaçu

2012

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NILANA RODRIGUES DE SOUZA

APRENDIZAGEM ATIVA EM ADMINISTRAÇÃO:

Um Estudo da Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) na Graduação

Esta Dissertação foi julgada adequada e aprovada pelo Programa de Pós-Graduação em Administração - Curso de Mestrado Acadêmico em Administração da Universidade do Vale do Itajaí.

Área de Concentração: Organizações e Sociedade

Biguaçu (SC), 13 de agosto de 2012.

_________________________________ Prof. Dr. Carlos Ricardo Rossetto

Coordenador do Programa

BANCA EXAMINADORA

_________________________________ Prof. Dr. Miguel Angel Verdinelli

UNIVALI - Biguaçu Orientador

___________________________________ Profª. Drª. Anete Alberton

UNIVALI - Biguaçu Avaliadora

___________________________________ Prof. Dr. Edmundo Escrivão Filho

USP Avaliador

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Agradeço primeiramente a Deus,

que nem nas piores dificuldades pelas quais passei fez com que eu perdesse a vontade de crescer e continuar a aprender.

Aos meus pais, Mauro e Vera,

pelo carinho e colo, pela força, e compreensão em todos os momentos da minha vida. Nas alegrias e nas conquistas comemoraram junto comigo e nas decepções e

períodos de desânimo me disseram palavras de incentivo, sempre ao meu lado.

A minha irmã, Naiana, pelas conversas e pela paciência por me suportar quando estive mais estressada.

A toda a minha família,

pelo carinho e por acreditar em mim.

A todos os meus amigos, em especial a Ana, Graça, Thiago, Elvis, Leo, Deosir,

que foram grandes companheiros e incentivadores durante o todo o percurso. Foram muitas “aulas”, auxílios, muita conversa, muitas risadas e alguns chopps, que com

certeza contribuíram direta ou indiretamente para o alcance do nosso objetivo. Posso dizer sem medo de errar que o mestrado me deu de presente grandes amigos

que continuarão fazendo parte da minha vida e da minha história.

Ao meu orientador Miguel Angel Verdinelli, por todo o aprendizado, pelas orientações presenciais e pelo MSN, pelo total

acompanhamento e dedicação, pela paciência nos meus momentos de ansiedade e amizade.

Aos professores da UNIVALI de Biguaçu e Itajaí

que disponibilizaram suas disciplinas para a aplicação da minha pesquisa: Cláudia, Anete, Crisanto, Antônia, Rossetto e José Roberto.

Ao Programa de Mestrado da UNIVALI,

em especial a Caroline, Rafaela, Lurdes e a Cristina pela dedicação, paciência e companheirismo.

A todos,

OBRIGADA!

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RESUMO

Este estudo teve como objetivo avaliar a utilização do método de Aprendizagem Baseada em Problemas em disciplinas do curso de graduação em Administração. A fim de responder ao problema de pesquisa e aos objetivos propostos optou-se pela abordagem quantitativa exploratória do tipo survey. A coleta de dados ocorreu através de aplicação de questionários referente a fatores facilitadores e fatores limitantes à 109 alunos do curso de administração após os mesmos participarem de uma experiência inovadora de ensino-aprendizagem utilizando o método em estudo (PBL). Como resultado constatou-se que 77% aceitaram a metodologia, sendo deste valor 25% com grande aceitação e 52% consideraram o método facilitador de forma moderada. No questionário aplicado sobre os fatores limitantes no processo de aprendizagem, verificou-se que apenas 26% perceberam a metodologia como muito limitante. Os alunos possuem estilos diferentes de aprendizagem, e nem todos possuem facilidade para desempenhar um papel mais ativo ou colaborativo durante este processo, deste modo se deve observar cada turma individualmente em que o PBL for aplicado. Palavras-chave: aprendizagem ativa, ensino-aprendizagem, aprendizagem baseada em problema

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ABSTRACT

This study evaluates the use of the Problem-Based Learning method in the disciplines of the undergraduate degree in Business Administration. In order to answer the research problem and achieve the proposed objectives, an exploratory quantitative approach was used, of the survey type. The data was collected through questionnaires relating to facilitating and limiting factors, which were applied to 109 business administration students, after they had taken part in an innovative teaching-learning experiment, using the method under study (PBL). It was found that 77% of the students accepted the methodology, and these of these, 25% accepted it wholeheartedly, while 52% accepted it with some reservations. In the questionnaire relating to limiting factors in the learning process, it was found that only 26% of the students saw the method as too limiting. Students have different learning styles, and not all find it easy to play a more active and collaborative role during this process. Therefore, each group in which PBL is applied should be seen in isolation. Keywords: active learning, teaching and learning, problem-based learning

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Como ocorre o processo de aplicação do PBL. ......................................... 33

Figura 2: Passos do processo de aprendizagem do esquema convencional. ........... 34

Figura 3: Passos do processo de aprendizagem no PBL. ......................................... 35

Figura 4: Características do PBL e seus processos cognitivos ................................. 37

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Distribuição dos discentes segundo o gênero. ......................................... 50 Gráfico 2: Distribuição dos discentes segundo o período ......................................... 51 Gráfico 3: Distribuição dos discentes segundo o campus ......................................... 51 Gráfico 4: Percepção dos Fatores Facilitadores do aprendizado utilizando PBL ...... 53 Gráfico 5: Percepção dos Fatores Facilitadores de aprendizado utilizando PBL para

o campus Biguaçu .................................................................................... 54 Gráfico 6: Percepção dos Fatores Facilitadores de aprendizado utilizando PBL para

o campus Itajaí ........................................................................................ 54 Gráfico 7: Percepção dos Fatores Limitantes do aprendizado utilizando PBL .......... 55 Gráfico 8: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL pouco

facilitadora. ............................................................................................... 59 Gráfico 9: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL moderada. ....... 60 Gráfico 10: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL muito

facilitadora ................................................................................................ 61 Gráfico 11: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL pouco limitante.

................................................................................................................. 65 Gráfico 12: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL moderadamente

limitante .................................................................................................... 66 Gráfico 13: Respondentes que consideraram a metodologia do PBLmuito limitadora

................................................................................................................. 66 Gráfico 14: Relação Dimensões e Soma .................................................................. 69 Gráfico 15: Relação da fase dos alunos vs. soma total das respostas ..................... 70 Gráfico 16: Fase dos alunos com o fator determinante: Prática. ............................... 71 Gráfico 17: Fase dos alunos com o fator determinante: Trabalho em grupo. ............ 72 Gráfico 18: Fase dos alunos com o fator determinante: Habilidades Individuais. ..... 73 Gráfico 19: Relação Dimensões e Soma .................................................................. 76 Gráfico 20: Relação da fase dos alunos vs. soma total das respostas ..................... 77 Gráfico 21: Fase dos alunos com o fator determinante: Falta de informação. .......... 79 Gráfico 22: Fase dos alunos com o fator determinante: Desperdício de tempo. ....... 80 Gráfico 23: Fase dos alunos com o fator determinante: Inexperiência. ..................... 81

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Características de atividades centradas na aprendizagem. ..................... 17

Quadro 2: Os sete passos do PBL ............................................................................ 32

Quadro 3: Os setes passos do PBL. ......................................................................... 32

Quadro 4: PBL 4x4. ................................................................................................... 39

Quadro 5: Metodologia aplicada para o treinamento. ................................................ 39

Quadro 6: PBL em diversas áreas do conhecimento. ............................................... 40

Quadro 7: Elementos de limitação para aplicação do PBL. ...................................... 43

Quadro 8: Fatores Facilitadores da utilização do Método do Caso para Ensino ....... 46

Quadro 9: Fatores Determinantes da utilização do Método do Caso para Ensino .... 47

Quadro 10: Fatores determinantes da utilização do Método do Caso para Ensino... 47

Quadro 11: Esquema de aplicação do método ......................................................... 48

Quadro 12: Análise descritiva dos resultados ........................................................... 52

Quadro 13: Análise descritiva dos resultados dos campi Biguaçu e Itajaí ................ 53

Quadro 14: Descritiva Limitantes dos Resultados ..................................................... 55

Quadro 15: Teste t dos resultados Biguaçu e Itajaí (FACILITADORES) ................... 56

Quadro 16: Análise fatorial facilitadores com carga 0,7 ............................................ 57

Quadro 17: Análise fatorial facilitadores com carga 0,59 .......................................... 58

Quadro 18: Descritiva Fatores Facilitadores ............................................................. 59

Quadro 19: Análise fatorial limitantes com carga 0,7 ................................................ 62

Quadro 20: Análise fatorial limitantes (Varimax) com carga 0,6 ................................ 63

Quadro 21: Análise fatorial limitantes (Varimax) com carga 0,55 .............................. 64

Quadro 22: Descritiva Fatores Limitantes ................................................................. 65

Quadro 23: Teste de Scheffe (facilitadores) para comparações pareadas ............... 69

Quadro 24: Teste de Scheffe(limitantes) para comparações pareadas .................... 76

Quadro 25: Teste de Scheffé (limitantes) para comparações pareadas ................... 80

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10

1.1 Objetivo Geral ........................................................................................................ 13

1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 13

1.3 Justificativa ............................................................................................................ 14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 16

2.1 Aprendizagem Ativa .............................................................................................. 16

2.2 Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) .................................................... 18

2.3 O Problema ............................................................................................................ 22

2.4 Abordagem Pedagógica ....................................................................................... 25

2.5 O Papel do Professor e do Estudante no PBL .................................................... 28

2.6 Processo de Aprendizagem do PBL .................................................................... 31

2.6.1 Efeitos cognitivos do PBL ..................................................................................... 36

2.6.2 Aprendizagem baseada em problemas para grandes grupos .............................. 38

2.6.3 Treinamento metodológico para exercício das competências para o PBL ........... 39

2.6.4 PBL em diversas áreas do conhecimento ............................................................ 40

2.7 Dificuldades do Uso do Método ........................................................................... 41

3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 44

3.1 Delineamento da Pesquisa ................................................................................... 44

3.2 Demilitação da População e Amostra.................................................................. 45

3.3 Instrumento e Coleta de Dados ............................................................................ 45

3.4 Aplicação do estudo ............................................................................................. 48

3.5 Técnica de Análise de Dados ............................................................................... 49

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ......................................... 50

4.1 Análise Descritiva da População Pesquisada .................................................... 50

4.2 Análise Descritiva da Percepção dos Estudantes .............................................. 52

4.3 Análise Univariada ................................................................................................ 56

4.4 Análise Fatorial dos Dados .................................................................................. 56

4.5 Análises Univariadas Facilitadores – ANOVA .................................................... 67

4.5.1 Relação das dimensões fatores facilitadores vs. soma total respostas ................ 67

4.5.2 Relação da fase dos alunos vs. soma total das respostas ................................... 70

4.5.3 Análises da relação das fases dos alunos vs. fatores facilitadores ...................... 71

4.6 Análises Univariadas Limitantes – ANOVA ......................................................... 75

4.6.1 Análises da relação das dimensões fatores limitantes vs. soma total respostas .. 75

4.6.2 Relação da fase dos alunos vs. soma total das respostas ................................... 77

4.6.3 Análises da relação das fases dos alunos vs. fatores limitantes .......................... 78

CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 83

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 86

APENDICES ................................................................................................................. 92

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1 INTRODUÇÃO

Mudanças têm ocorrido no perfil do estudante de administração, no que diz

respeito à questão profissional, requerendo destes não só os conhecimentos

específicos da área, como também o desenvolvimento de competências múltiplas e

a visão holística do mundo dos negócios.

Hoje, o estudante se beneficia da quantidade e da velocidade da informação

que é passada a ele, criando nesse jovem, características diferentes dos jovens de

épocas anteriores. Este novo cenário leva os estudantes a não desejarem mais

saber somente “como” funciona, mas, sim, fazer funcionar, interagir com a realidade,

representando, portanto, um desafio às aulas expositivas tradicionais (SOARES,

2008b). Mesmo com o apoio de recursos audiovisuais, as aulas podem continuar

sem atrativo para esse novo perfil de discente.

Siqueira et al. (2009) salienta que um dos grandes desafios no ensino atual é

fazer com que o mesmo ocorra de forma atraente para o estudante. Para que isso

ocorra é necessário fazer que o processo de aprendizagem seja na maioria das

vezes prazeroso, que instigue a imaginação dos alunos e que haja o

desenvolvimento de um discente ativo.

De acordo com Andrade (2002), docentes, discentes e instituições de ensino

devem pesquisar, discutir e experimentar alternativas com o objetivo de melhorar de

todas as formas o processo de ensino-aprendizagem, preenchendo as lacunas

geradas pela continuidade dos métodos tradicionais. Isso faz com que as

Instituições de Ensino Superior (IES) busquem metodologias, métodos e meios

pedagógicos diferentes dos normalmente utilizados, saindo de uma abordagem em

que o professor assume uma posição ativa e o estudante, uma posição passiva.

Procura-se, assim, ir em direção a uma metodologia de ensino-aprendizagem

que esteja centrada no estudante onde o mesmo desempenha um papel mais ativo

(SOARES; ARAÚJO, 2008).

Conforme Nérici (1977, p. 277), método de ensino é "o conjunto de momentos

e técnicas logicamente coordenados, tendo em vista dirigir a aprendizagem do

educando para determinados objetivos". Método de ensino, exposto de uma maneira

simples, é o caminho para se atingir um objetivo. Os métodos são os meios

adequados para realizar objetivos. Cada área do conhecimento desenvolve métodos

próprios.

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11

No método tradicional de ensino, o professor é o centro do processo, utiliza-

se de aulas expositivas na maior parte do tempo. Este tipo de instrução no ensino

tem sido criticado por alguns fatores: falta de atenção para temas de grande

relevância, pouco incentivo ao trabalho em equipe, o não desenvolvimento de

habilidades de investigação nos alunos, e também, para interpretação inadequada

do contexto de grandes questões e problemas (ZABIT, 2010).

Antigamente bastava o professor ter domínio do conteúdo para que os

estudantes aprendessem. Os cursos universitários eram poucos e os estudantes

passavam pelo crivo de uma seleção rigorosa para entrar, para tanto, eram

automotivados. Hoje, com um maior número de pessoas tendo acesso ao ensino

superior, a qualidade e a capacitação dos docentes têm sido também discutidas,

merecendo maior atenção por parte dos mesmos (SOARES, 2008b).

É necessário se adaptar a novos modelos de formação centrada na

aprendizagem dos alunos. Portanto, entende-se ser necessário modificar os

modelos, os métodos e as estratégias de ensino utilizadas no processo de ensino e

aprendizagem no ensino superior. Neste sentido, há quatro circunstâncias que são

essenciais para produzir um aprendizado efetivo do aluno: a) uma base de

conhecimento bem estruturada, b) um contexto motivacional apropriado, c) atividade

por parte do estudante, d) interação com os outros (ARIAS-GUNDÍN; FIDALGO;

GARCIA, 2008).

Frente às necessidades de se alcançar as características elencadas acima, a

estratégia de ensino-aprendizagem baseada em problemas (Problem Based

Learning – PBL) é uma metodologia de trabalho que apresenta potencialidades que

oportunizam a qualificação do processo ensino-aprendizagem.

A aprendizagem baseada em problemas, mais conhecida como PBL, surgiu

no final dos anos 60, na McMaster University Medical School, Canadá, e, em pouco

tempo, difundiu-se pelo mundo, em várias Universidades, principalmente, nas

escolas de Medicina (PENAFORTE, 2001).

A metodologia PBL foi desenvolvida a partir do melhor conhecimento do

modo de aprendizado e da compreensão do funcionamento da memória humana.

Está baseado na mudança do processo de aprendizado, com o aluno passando a

desempenhar papel ativo e preponderante em sua educação. O aluno deixa de ser

um elemento passivo, exposto à informação por meio de aulas e passa a buscar o

conhecimento para resolução de problemas.

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Como o nome já diz, PBL é uma metodologia em que um problema definido

serve de base pra orientar o processo de aprendizagem dos alunos. Utiliza-se como

ponto de partida um problema similar ao que o estudante poderá encontrar no futuro

durante seu exercício profissional, o que permite ativar os conhecimentos prévios

existentes e detectar suas próprias necessidades de aprendizagem.

O ensino contextualizado, ou seja, o ensino em uma situação próxima

daquela na qual o conhecimento será utilizado, aumenta a compreensão, a retenção

e o aprendizado. Soares (2008a) complementa que o PBL estrutura o conhecimento

dentro de um contexto específico e faz o aluno defrontar-se com problemas

concretos, o que pode potencializar o desenvolvimento do raciocínio lógico,

favorecendo o desenvolvimento de habilidades de estudo autodirigido.

Enquanto o método tradicional expõe primeiro o conteúdo ao aluno e,

posteriormente, se busca sua aplicação na resolução de um problema, a

metodologia do PBL defende que é através de um problema que se identifica as

necessidades de aprendizagem, e a busca pela informação necessária para a

resolução do mesmo (ITESM, 2011).

O aluno de receptor passivo de informações passa a assumir um papel ativo,

responsável e autônomo, com critérios para selecionar e classificar o conhecimento.

Troca-se também o papel do professor: de um transmissor de conhecimento para

um orientador e um guia para o estudante.

Adicionalmente, o PBL tende a promover a motivação para o aprendizado e o

desenvolvimento de habilidades para a autoaprendizagem. Ele favorece soluções

interdisciplinares, ao trabalhar com problemas complexos ainda sem solução. Os

estudantes têm de aprender a relacionar conhecimentos de áreas distintas, já que os

problemas da vida real não apresentam a divisão acadêmica em matérias e

disciplinas (ARAÚJO; SASTRE, 2009).

Como ponto de partida, o método é centrado no estudante e se inicia com um

problema real ou simulado, procurando estímulos a solucionar o problema em

questão, por meio do desenvolvimento de habilidades e atitudes positivas e

pensamento crítico.

O problema é um conjunto de situações em um dado contexto, e possibilita

integrar conhecimentos de diferentes áreas. Para examiná-lo e resolvê-lo o

estudante, guiado por um professor, observa, lista o que sabe e o que não sabe,

busca, analisa, julga, avalia e troca informações (GÁLVEZ et al., 2006).

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Gálvez et al (2006) afirmam que o PBL considera que o estudante é

responsável pelo próprio aprendizado. Utiliza-se, para tanto, estratégias de

motivação intrínseca, já que o aluno se sente estimulado a buscar conhecimentos

por si só.

Este método visa um conhecimento mais consistente e duradouro sobre o

tema pesquisado. Desse modo, os alunos aprendem a aprender, tornando-se

responsáveis pela própria aprendizagem. “Aprender não é como encher um copo

com água, é um processo ativo de pesquisa e criação baseado no interesse, na

curiosidade e experiência do aprendiz e deve traduzir-se em ideias, conhecimentos

e habilidades mais abrangentes”. (ARAÚJO; SASTRE, 2009, p. 25).

Segundo Gülsençen e Kubat (2006), este método têm se mostrado bem

sucedido em comparação com os currículos tradicionais no que diz respeito à

motivação interna e retenção em longo prazo do conhecimento adquirido.

Diante deste contexto, a presente pesquisa visa responder a seguinte

questão-problema: “Qual é a percepção dos alunos quanto à utilização do PBL no

ensino de graduação em Administração”?

1.1 Objetivo Geral

Avaliar a utilização da metodologia de aprendizagem baseada em problemas

em disciplinas dos cursos de graduação em Administração da Univali.

1.2 Objetivos Específicos

Para se atingir ao objetivo geral foram delineados os seguintes objetivos

específicos:

a) Selecionar e aplicar problemas, com a metodologia de ensino PBL, em

disciplinas de graduação.

b) Avaliar os fatores facilitadores do PBL.

c) Avaliar os fatores limitantes do PBL.

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1.3 Justificativa

O papel da educação superior no desenvolvimento de profissionais com

capacidade para criticar, articular, refletir, contextualizar, globalizar, reunir e aplicar o

conhecimento tem sido constantemente discutido.

A aprendizagem baseada em problemas, comumente denotada pela sigla em

idioma inglês PBL (Problem Based Learning), é uma metodologia de ensino que

consiste em um processo centrado no estudante, permitindo que ele seja capaz de

crescer em sua autonomia alcançando uma maior maturidade (SIQUEIRA et al.,

2009). Esta autonomia permite que o futuro gestor faça da construção do

conhecimento um meio para refletir acerca da práxis no campo da administração, o

que é fundamental durante o processo de formação acadêmica.

Tendo em vista a importância de o administrador ser preparado para lidar com

as mais variadas situações que irá encontrar em sua vida profissional, o método PBL

aparece como instrumento metodológico que amplia o olhar do estudante no sentido

de discutir problemas, vivenciar a tomada de decisão, desenvolver o raciocínio

crítico e analítico. Estas habilidades serão fundamentais para seu desempenho e

crescimento profissional e aproximam o processo ensino-aprendizagem da

realidade.

A presente pesquisa pretende contribuir com a área da educação em

administração buscando entender as expectativas da utilização do PBL em um

grupo de alunos, avaliando os fatores facilitadores e limitantes por eles percebidos,

visando contribuir no processo de aprendizagem e na formação de alunos com visão

e pensamento críticos.

Este trabalho poderá servir de base para outras instituições que também

desejem aplicar esta técnica pedagógica, tendo em vista que a maior parte das

instituições de ensino superior compartilha dos mesmos problemas e anseios de

melhoria em relação ao processo educacional como um todo. De igual forma,

acredita-se que a composição deste estudo possa contribuir para a sociedade e para

a comunidade científica por se tratar de uma pesquisa aplicada em um cenário real,

traduzindo as necessidades e demonstrando os resultados obtidos.

No campo da Administração é importante ressaltar que a utilização do PBL

enquanto estratégia de ensino-aprendizagem é válida tendo em vista que a

“Administração não é uma ciência exata: respostas certas dependem de muitos

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15

fatores, incluindo os objetivos que estão sendo buscados e as suposições feitas”

(IKEDA, 2006, p.153). Neste sentido, o professor precisa promover situações que

levem os alunos à reflexão e que exijam diferentes soluções, já que quando eles

adentrarem o mercado de trabalho serão colocados frente a frente com inúmeros

problemas que irão solicitar a capacidade argumentativa, autonomia, participação,

colaboração, entre outras habilidades que esta metodologia permite desenvolver.

Moran (2000) afirma que vale a pena conhecer as competências dos alunos

que compõem cada classe e é ao conhecê-los que se torna possível elencar os

instrumentos que priorizam a construção e o compartilhamento de conhecimentos.

Neste sentido, a presente pesquisa faz-se relevante visto que irá oportunizar o

levantamento de informações acerca da utilização do PBL nos cursos de

administração enquanto instrumento metodológico priorizando as reflexões acerca

da importância do aluno no processo de ensino e aprendizagem.

Na sequência serão abordados os fundamentos teóricos referentes à

aprendizagem ativa, sua definição e principais características; aprendizagem

baseada em problemas, com histórico e principais abordagens; o que é o “problema”

e o papel do professor e do aluno com a aprendizagem baseada em problemas.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A presente fundamentação teórica fornece embasamento sobre métodos

ativos de aprendizagem, focando na metodologia de aprendizagem baseada em

problemas.

2.1 Aprendizagem Ativa

Do conceito de aprendizagem ativa é possível encontrar variados

significados, já que não existe uma única definição para o termo (NAVARRO, 2006).

Dewey (1916) define este tipo de aprendizagem como aquilo que acontece quando o

aluno estuda. Ikeda (2005) complementa ao colocar que a aprendizagem ativa

ocorre por iniciativa do aluno mediante estímulo do professor, o que desenvolve

habilidades complexas que serão necessárias para a vida profissional. Assim sendo,

cabe considerar a aprendizagem ativa como o estímulo ao aluno cuja culminância é

a construção do conhecimento individual que pode ocorrer sob vários aspectos.

De acordo com Navarro (2006) os aspectos que envolvem a aplicação da

aprendizagem ativa envolvem desde a transmissão de informações ao

desenvolvimento de habilidades dos estudantes, a realização de tarefas que

requerem processos de pensamento de certa complexidade, a participação ativa dos

estudantes na hora de aprender, o questionamento das próprias crenças e valores,

entre outras. A reflexão é colocada por Schön (1983) como sendo um processo de

busca, teste e avaliação de entendimentos, habilidade fundamental a ser

desenvolvida no processo de formação do administrador, pois é neste processo que

o estudante reflete sobre suas vivências, interpretando e generalizando as mesmas

de forma a ampliar a formação de suas estruturas mentais.

Lowman (2004, p.194) afirma que a aprendizagem ativa,

refere-se a muitas técnicas que têm o objetivo de encorajar os alunos a realizar mais trabalhos do curso, durante as aulas. Tais técnicas, acredita-se, têm, maior probabilidade de fazer com que eles sejam participantes ativos e não passivos das aulas (Bonwell e Eison, 1991; Duffy e Jones, 1995; Meyers e Jones, 1993). Ao solicitar aos estudantes que falem, ouçam, escrevam, leiam ou reflitam, a meta é sempre promover o envolvimento em

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seu próprio aprendizado, de maneira que reflita seus estilos de aprendizagem individual e preferências.

Logo, quando o aluno é estimulado por meio de diferentes metodologias de

ensino e são oferecidos instrumentos para que ele avance no desenvolvimento de

habilidades é sinal que a aprendizagem ativa está compondo o planejamento do

professor. Moran (2000) afirma que educar é colaborar para que todos os agentes

(alunos e professores – nas escolas e organizações) façam dos processos de

aprendizagem uma constância em suas vidas. Dessa forma, o autor acredita que

estes momentos permitem que o aluno construa sua identidade, assim como seu

caminho profissional e pessoal.

Brown (2003 apud NAVARRO, 2006) elenca as seguintes características de

atividades centradas na aprendizagem:

Atividades centradas na aprendizagem

1 São mais voltadas ao aluno e a sua aprendizagem do que na mera transmissão de conteúdos. 2 Respeitam as potencialidades e as singularidades dos alunos. 3 Proporcionam oportunidades para que os alunos possam ter êxito em sua aprendizagem. 4 Funcionam de acordo com as características dos estudantes. 5 São variadas, correspondem às formas preferidas de aprendizagem de uns com os outros. 6 Potencializam o trabalho corporativo, atendendo a dimensão social de aprendizagem. 7 Há mais importância para compreender significados do que memorizar conceitos. 8 Adotam distintos formatos e permitem aos alunos tomar decisões em seu desenvolvimento. 9 Realizam-se em diferentes contextos. 10 São avaliados de forma diferente em função das competências que tentam potencializar.

Quadro 1: Características de atividades centradas na aprendizagem. Fonte: Adaptado de Brown (2003 apud NAVARRO, 2006, p. 176).

Com as atividades referidas no quadro 01, para que o processo ensino-

aprendizagem tenha como foco o estudante é necessário promover estratégias que

se definam como momentos de interação e instrução com os alunos, a fim de fazer

com que os mesmos pensem sobre as coisas que estão fazendo (BONWELL;

EISON, 1991). É fundamental que o professor, neste contexto, permita que seus

alunos atuem de maneira colaborativa, individualmente ou em grupos, encontrando

a forma mais proveitosa para o compartilhamento e a construção de conhecimentos.

Para a aprendizagem ativa o componente motivacional é pré-requisito

fundamental, já que as pessoas são levadas a participar do grupo pela necessidade

de solucionar problemas encontrados na atividade profissional. Os problemas são,

geralmente, diversificados e, portanto, a flexibilidade do grupo é exigida, o que

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consiste em outra forte característica deste tipo de aprendizagem, qual seja, a

aprendizagem baseada em problemas (PBL) logo a ser abordada.

2.2 Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL)

A aprendizagem baseada em problemas veio da necessidade de romper com

a postura dos estudantes em relação à transmissão de informações, na qual estes

assumem o papel de meros agentes passivos, preocupados em memorizar

conteúdos e recuperá-los quando necessário.

Conforme Barrows (1996 apud RIBEIRO, 2005), o PBL surgiu da insatisfação

dos estudantes diante da grande quantidade de conteúdos vistos como irrelevantes

à prática médica, e também, do fato de se finalizar o curso com muitos conceitos,

mas poucas habilidades e estratégias ligadas à aplicação de informações para um

diagnóstico.

A aprendizagem baseada em problemas teve origem no final dos anos 60,

quando um grupo de inovadores na Universidade de McMaster em Hamilton,

Canadá, decidiu realizar uma reforma na educação médica através de um novo

currículo que se baseasse fundamentalmente no estudo de problemas

(PENAFORTE, 2001).

Para Martins (2002, p. 77), o PBL "originou-se provavelmente na Case

Western Reserve University Medical School (EUA)", mas, McMaster foi quem trouxe

o PBL à frente, no final dos anos 60, implantando o mesmo no curso de medicina.

Esta metodologia se desenvolveu com o objetivo de melhorar a qualidade na

educação médica. Mudando a orientação de um currículo voltado para uma coleção

de temas e exposições do professor, para um currículo integrado e orientado em

problemas da vida real que para a solução, integram diferentes áreas do

conhecimento (ITESM, 2011).

Atualmente há um consenso entre os educadores de que o aprendizado

deveria ser mais centrado no aluno, que deveria dispor de mais carga horária para

atividades de pesquisa e de estudo (UNIVERSIDADE, 2011).

O PBL busca levar ao estudante um conhecimento mais denso, com

estratégias e comportamentos aplicáveis, fazendo isto por meio de leituras,

discussões em grupos, levando os estudantes a adquirirem habilidades de resolver

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problemas e a despertar o raciocínio crítico (SOARES, 2008a).

Corroborando com a ideia do autor supramencionado, Navarro (2006) afirma

que a aprendizagem baseada em problemas representa uma estratégia eficaz e

flexível que, partindo das ações dos estudantes é possível melhorar a qualidade da

aprendizagem universitária em aspectos diversos.

Conforme as estratégias e técnicas didáticas do ITESM - Instituto Tecnológico

y de Estudios Superiores de Monterrey (2011), o método PBL possui as seguintes

características:

É um método de trabalho ativo, no qual os alunos participam

constantemente da aquisição de conhecimento.

O método se orienta a partir da solução de problemas que são

selecionados e criados para desenvolver a aprendizagem de certos

objetivos de conhecimento.

A aprendizagem é centrada no aluno e não no professor.

É um método que estimula o trabalho colaborativo em diferentes

disciplinas, e se trabalha em pequenos grupos.

Os cursos com esse modelo de trabalho se abrem a diferentes disciplinas

do conhecimento.

O professor se converte a um facilitador ou tutor de aprendizagem.

Gálvez et al. (2007) também lista as características do método, sendo:

O estudante é o centro da aprendizagem e o professor se coloca

estrategicamente na periferia, de onde oferece suporte aos alunos.

É um procedimento baseado em fundamentos teóricos e que supõe que o

estudante se compromete ativamente na construção de seus

conhecimentos e que durante a aprendizagem aplica seus conhecimentos

prévios.

Utiliza estratégias de motivação intrínseca. O desejo de aprender é do

próprio aluno, e o mesmo se sente estimulado a buscar conhecimentos

por si só.

Currículo organizado em torno de problemas holísticos que possibilitem

aos alunos uma aprendizagem integrada.

Maior parte da formação em um contexto de pequenos grupos.

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Enfatiza como objetivo promover habilidades necessárias para a

aprendizagem durante toda a vida.

Para Savery (2006), esta abordagem de ensino vem sendo usada com

sucesso e continua a ganhar aceitação em várias disciplinas. A abordagem centrada

no aluno que o capacita à realização de pesquisas, integra teoria e prática, e aplica

conhecimentos e habilidades buscando desenvolver uma solução viável para um

problema definido.

Corroborando com a ideia de Savery (2006), Ponti Jr. (2009) afirma que o

PBL é uma estratégia de ensino que encoraja os estudantes a resolver problemas

em grupos. O problema é a peça fundamental do aprendizado e normalmente possui

mais de uma solução.

O PBL é um método centrado na discussão por pequenos grupos de

estudantes, acerca de um problema apresentado, sob a supervisão de um tutor.

Encoraja o aprendizado individual do estudante para um conhecimento mais

profundo, tornando-o responsável pela própria aprendizagem (SCHMIDT, 1993).

Trata-se de um rompimento com o modelo tradicional de ensino-aprendizagem: ao invés de um professor transmitir conhecimento ao aluno, é o aluno o responsável pela busca de conhecimento necessário à solução de dado problema. Trabalhando em pequenos grupos e coletivamente, os alunos devem pesquisar e resolver problemas complexos, relacionados à realidade do mundo em que vivem (CARVALHO, 2006, p. 5).

Este método de aprendizagem tem como característica principal, permitir um

maior envolvimento do aluno no processo de aprendizagem, fazendo com que o

mesmo desenvolva o hábito da pesquisa, para que seja um sujeito ativo na captação

do conhecimento, permitindo que o ensino se dê de forma mais agradável,

reduzindo a existência de resistência à aprendizagem (SIQUEIRA et al., 2009).

Savery (2006, p. 17) contrapõe afirmando que a aprendizagem baseada em

problemas parece ser mais do que uma moda passageira na educação, no entanto,

esta abordagem de ensino tem sólidos fundamentos filosóficos e epistemológicos. O

PBL apresenta-se como uma metodologia que vem para contribuir e enriquecer o

processo ensino-aprendizagem e, portanto, é válido para complementar o ensino.

Ivama e Ito (1997, p.15) explicam que o fato de o PBL ter mais de 30 anos de

desenvolvimento, e ainda não ter sido diminuído, comprova que não é uma moda,

pois, se assim fosse, "tenderia ao fracasso, cairia no descrédito e desapareceria

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juntamente ao detrito de outras modas educacionais do passado". Faz-se necessário

permitir que os professores conheçam os fundamentos desta metodologia e

percebam quão significativa ela pode ser se incorporada ao planejamento de ensino.

Este método possui características de aprendizagem contextualista,

colaborativa e construtivista por excelência. O seu processo têm recentemente

chamado a atenção da comunidade de pesquisa educacional (MOUST; VAN

BERKEL; SCHMIDT, 2005).

Muitas das preocupações que motivaram o desenvolvimento da aprendizagem baseada em problemas nas escolas médicas são retomadas hoje no ensino de graduação [...] As organizações profissionais, agências governamentais, e outros exigem uma mudança na forma como ciência é ensinada, bem como o que é ensinado (WHITE, 1996, p. 1).

Todo o conhecimento necessário para a solução do problema é adquirido

depois que os estudantes começam a trabalhar com a situação problemática, ou

seja, a confrontação com o problema desencadeia o processo de aprendizagem e as

reflexões que são promovidas neste processo servem de base para a atuação

profissional do aluno.

“O método PBL valoriza, além do conteúdo a ser aprendido, a forma como

ocorre o aprendizado, reforçando o papel ativo do aluno neste processo, permitindo

que ele aprenda como aprender” (SOARES, 2008a, p. 126), ou seja, um dos

principais fundamentos deste método é ensinar o aluno a aprender, permitindo que

ele busque o conhecimento nos inúmeros meios de propagação de conhecimento

disponíveis.

De acordo com Kanet e Barut (2003), no PBL as equipes de estudantes

trabalham juntas em problemas do mundo real, em cooperação com os negócios

locais. Assim que os estudantes reconhecem a natureza do problema, e que o

conhecimento é relevante, são conduzidos a discussões e auto estudo. A

aprendizagem é objetivamente orientada e os estudantes têm razão para aprender.

Segundo Martín e Dolores (2009), os objetivos da metodologia de

aprendizagem baseada em problemas são:

Capacitar os alunos a construir seu conhecimento sobre a origem dos

problemas vida real.

Incentivar a aprendizagem do aluno ativo.

Ensinar o aluno a aprender.

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Integrar a teoria com a prática cotidiana.

Incentivar o trabalho em equipe.

O PBL é desenvolvido em grupos, e um dos objetivos principais desta

abordagem é o desenvolvimento de habilidades para solução de conflitos, em

contextos que representem casos reais, trabalho em equipe e troca de informações

e experiências, no qual um aprende com o outro. Todas as habilidades

desenvolvidas neste trabalho coletivo configuram as capacidades necessárias aos

alunos no sentido de (re)construírem e trocarem conhecimentos tornando a

aprendizagem dinâmica.

Por último se pode ressaltar que uma das tarefas mais importantes da

metodologia de PBL é com relação a adequação do problema, o que verá a seguir.

2.3 O Problema

Na metodologia de aprendizagem baseada em problemas, o problema é um

conjunto de situações em um dado contexto, novo para o estudante, em que a

utilização dos sistemas por si só não é suficientemente conhecida, mas devem ser

usados elementos precisos de conhecimento e entendimento (GÁLVEZ et al., 2007).

Os mesmos autores afirmam que para discutir e resolver um problema, o

aluno, orientado por um tutor, observa, lista o que sabe e o que não sabe, analisa,

julga, avalia, reflete e troca informações. Ele se utiliza dos conhecimentos adquiridos

para gerar ideias, perguntas, hipóteses e soluções.

Uma das tarefas mais importantes da metodologia do PBL é a definição

adequada do problema a ser aplicado, pois o mesmo serve de ponto de partida para

o processo de aprendizagem (GÁLVEZ et al., 2006).

O objetivo de um problema é provocar uma discussão produtiva entre os

participantes. Ao fim desta discussão os alunos devem eleger os objetivos de estudo

que permitam o aprofundamento de conhecimento sobre o tema gerador do

problema.

A essência de um bom problema é a aquisição de conhecimentos

disciplinares, o desenvolvimento de habilidades analíticas, colaboração entre os

estudantes, e o uso de habilidades de comunicação. Na aprendizagem baseada em

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problemas, os problemas geralmente não são bem definidos, exigindo que os alunos

definam questões-chave para refinar suas pesquisas, organizar as informações e

avaliar uma série de conclusões possíveis (HOTCHKISS, 2002).

De acordo com Ribeiro (2005), na escolha dos problemas um dos critérios

que mais interfere no PBL é o nível de estruturação. Quanto menos estruturado o

problema, ou seja, menos informações e mais perguntas não respondidas, maiores

as chances de desenvolver habilidades de solução de problemas.

Segundo a metodologia de ensino da Universidade Estadual de Londrina

(2011) um bom problema deve ter as seguintes qualidades:

Ser simples e objetivo, evitar pistas falsas que desviem a atenção do

grupo do tema principal: um enunciado muito complexo pode confundir os

participantes, pois possui muitas situações problema, tornando difícil a

visualização da questão principal proposta. Além de possuir um número

muito grande de objetivos de aprendizado, desmotivando o aluno.

Ser motivador, despertar o interesse do aluno pela discussão: um bom

problema deve propor situações sobre as quais o aluno já tenha algum

conhecimento prévio. Uma situação completamente nova e desconhecida

impede a discussão do grupo já que nenhum de seus membros poderá

oferecer qualquer contribuição.

Já Hotchkiss (2002) afirma que um bom problema possui os seguintes

elementos-chave:

Estudantes precisam de mais informação do que é inicialmente

apresentado a eles. A falta de informação no problema irá ajudá-los a

decidir quais ações são necessárias para a resolução.

Não há nenhuma maneira direita ou fórmula fixa para a realização da

investigação; cada problema é único.

Estudantes tomam decisões e fornecem soluções para problemas do

mundo real. Isto significa que não pode haver uma única resposta.

A qualidade dos problemas não afeta somente o funcionamento do grupo

tutorial; influencia também o tempo empregado pelos estudantes, o seu interesse

pela aprendizagem autodirigida e pelo assunto discutido em sala de aula.

Sakai e Lima (1996) salientam sobre as orientações que a Faculdade de

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Medicina da Universidade de Maastricht-Holanda adota na construção de

problemas: (i) consistir de uma descrição neutra do fenômeno para o qual se deseja

uma explicação no grupo tutorial; (ii) ser formulado em termos concretos; (iii) ser

conciso; (iv) ser isento de distrações; (v) dirigir o aprendizado a um número limitado

de itens; (vi) dirigir apenas a itens que possam ter alguma explicação baseada no

conhecimento prévio dos estudantes; (vii) exigir não mais que em torno de 16 horas

de estudo independente dos estudantes para que seja entendido completamente um

ponto de vista científico.

Genericamente, a utilização do PBL promove situações de: (i) integração; (ii)

motivação e (iii) aprendizagem profunda, citadas por Araújo et al (2010). Estes

momentos são necessários ao aluno para que ele se depare com situações que irão

compor sua vida profissional e que, durante a vida acadêmica precisam ser

abordadas com a intenção de inseri-lo na realidade fazendo uso da teoria para

buscar soluções.

Os autores supracitados colocam ainda algumas desvantagens da

metodologia como (i) tutores que não podem ensinar; (ii) recursos humanos; (iii)

modelos de papéis/funções e (iv) sobrecarga de informações. No campo da

administração, no entanto, é relevante considerar que as situações mencionadas no

parágrafo anterior são necessárias durante o processo ensino-aprendizagem e, no

contexto acadêmico precisa ser visto relacionando teoria e práxis. No que se refere

às desvantagens da utilização do método, cabe colocar que o administrador lida o

tempo todo com a sobrecarga de informações e precisa saber administrá-las.

Em se tratando dos recursos humanos, é possível mencionar as soluções que

os gerentes precisam encontrar com frequência para lidar com esta questão e,

finalizando, sobre os tutores que não podem ensinar, pode ser colocada a

dificuldade encontrada nas organizações quando um funcionário centraliza suas

funções e atribuições e, em caso de ausência, prejudica todo o andamento da

empresa. Logo, se estas questões forem expostas aos alunos, já é possível iniciar a

aplicação do PBL buscando alternativas viáveis para solucionar estes dilemas,

conforme se passa a dissertar no próximo tópico sobre o papel do professor e do

estudante no PBL.

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2.4 Abordagem Pedagógica

O método de Aprendizagem Baseado em Problemas (PBL) surgiu da

dificuldade que os alunos da área médica sentiam quando finalizavam o curso e

percebiam a vasta quantidade de conceitos estudados frente às poucas experiências

que segundo Barrows (1986) dificultavam a construção de um diagnóstico mediante

as informações disponíveis.

Cabe dizer que as metodologias tradicionais de ensino atribuíam ao professor

o papel de detentor do conhecimento. Neste sentido, Soares e Araújo (2008)

afirmam que para uma aula expositiva no ensino superior, basta que o professor

tenha domínio do conteúdo, visto que os alunos por serem adultos, são auto-

motivados.

Sobre a abordagem tradicional, o estudioso John Dewey foi o pioneiro a

contrapor o enfoque da obediência e submissão muito presente nas escolas da

época. Freire (1987) denominava a prática educativa como “educação bancária”, já

que os professores “depositavam” os conhecimentos nos alunos.

Com a proposta do aprender fazendo, Dewey (1916) afirmava que princípios

como cooperação, iniciativa e originalidade eram capazes de liberar as

potencialidades do indivíduo. Tais potencialidades podem ser percebidas no

decorrer do presente texto, onde a Aprendizagem Baseada em Problemas apresenta

as habilidades que pode desenvolver.

Neste sentido, o PBL surgiu como forma de integrar aluno e professor, o que

conforme Kalatzis (2008) permite que os alunos assumam a responsabilidade pela

escolha dos domínios que irão explorar, exercitando a autonomia e dedicando ao

professor o papel de facilitador da aprendizagem. Esta relação permite que o futuro

profissional tome suas próprias decisões.

A possibilidade de aplicar os conceitos estudados de maneira prática

integrando as disciplinas estudadas, segundo Barrows (1986), configura a maneira

mais útil de aproximar a realidade da sala de aula. A Aprendizagem Baseada em

Problemas, ao explorar diferentes formatos de desafios, permite que a criatividade,

raciocínio lógico, capacidade de trabalhar em grupo, entre outras habilidades, sejam

desenvolvidas no processo de instrução.

Pautar o trabalho pedagógico em ações intencionadas, segundo Costa e

Siqueira-Batista (2004) é fundamental no sentido de exercitar a autonomia dos

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sujeitos. Assim sendo, cabe considerar relevante que a relação entre professor e

aluno seja horizontal, onde o professor é o sujeito que orienta e também aprende e o

aluno é o indivíduo que constrói e compartilha com seu professor.

Na relação entre professor e aluno, reciprocidade intelectual e cooperação,

segundo Mizukami (1986) são fundamentais, pois o professor deve propor

problemas e desafiar seus alunos, ficando na condição de investigador, orientador e

coordenador. É fundamental ainda que o educador seja crítico e não fique reduzido

a um memorizador que repete frases e ideias inertes (FREIRE, 1999).

Toda a sua obra é voltada para uma teoria do conhecimento aplicada à educação, sustentada por uma concepção dialética em que educador e educando aprendem juntos numa relação dinâmica na qual a prática, orientada pela teoria, reorienta essa teoria, num processo de constante aperfeiçoamento. (FREIRE, apud GADOTTI, 2008, p. 253)

Segundo Mizukami (1986) o ensino regido por princípios piagetianos que

estão em consonância com a proposta do PBL está baseado na pesquisa,

investigação, erros e alunos que solucionam problemas; diferentemente das

metodologias tradicionais que priorizam a aprendizagem de fórmulas, nomes e

definições. Paulo Freire, também mencionado por Mizukami (1986) complementa

afirmando que não devem existir restrições em se tratando do processo ensino-

aprendizagem, o fato é que deve-se atribuir amplo significado à ambos, sem deixar

que um ou outro torne-se prioridade.

Esta educação que desafia e instiga os aprendentes é denominada por Paulo

Freire como “Educação Problematizadora”, onde a aprendizagem é vista como um

constante processo de construção que pode ser revisto e reavaliado a todo

momento. Ainda para Freire (1999, p.25) “Quem ensina aprende ao ensinar e quem

aprende ensina ao aprender”, e nesta relação é que a Aprendizagem Baseada em

Problemas pode ser utilizada como ferramenta pedagógica com foco na qualificação

do processo ensino-aprendizagem.

Em se tratando dos conflitos cognitivos originados pelo PBL, Costa e

Siqueira-Batista (2004) afirmam que é necessário refletir sobre a importância de

utilizar metodologias para promover uma educação que forme sujeitos autônomos,

que sejam capazes de tomar suas próprias decisões. Estas capacidades só serão

desenvolvidas, segundo os autores, se os alunos forem expostos aos conflitos

cognitivos que os encaminhem à necessidade de fundamentar julgamentos e ações

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éticas.

No que se refere à filosofia educacional, o PBL pode ser comparado ao

construtivismo, conforme Camp (1996), visto que não considera o conhecimento

absoluto e sim, construído a partir do conhecimento prévio de cada indivíduo.

Para a psicologia cognitivista citada por Ribeiro e Mizukami (2005), já que a

aprendizagem é a construção de novos conhecimentos, relacionando os novos com

os prévios. A Aprendizagem Baseada em Problemas cumpre esta premissa ao

utilizar os casos para que os estudantes busquem soluções.

Esta relação entre o PBL e o construtivismo se caracteriza em função da ação

construída na interação, em que o sujeito e o objeto do conhecimento se relacionam.

Com isso, é possível afirmar que o conhecimento tácito e explícito definidos por

Nonaka e Takeuchi (1997) como sendo, o primeiro, individual, que envolve crenças

pessoais, emoções e perspectivas; enquanto o segundo é aquele formal que pode

ser encontrado expresso em alguma linguagem configuram os resultados

alcançados com a utilização do PBL já que a troca de informações e conhecimentos

tácitos acabam sendo sistematizados e formalizados, tornando-se explícitos e

contribuindo para a disseminação do conhecimento.

O vaivém entre conhecimentos prévios e os novos que aparecem com o PBL,

faz com que os estudantes organizem o que está armazenado na memória, o que

Schimdt (1993) denomina estrutura cognitiva. A estrutura cognitiva também foi

estudada por Ausubel (apud MOREIRA, 1985) e definida como sendo o

armazenamento de informações e a organização das mesmas pelo ser que aprende.

Ainda sobre o construtivismo, é fundamental mencionar os estudos de Jean

Piaget, em que o estudioso afirmava que a aprendizagem ocorria quando os alunos

eram colocados diante de situações que necessitassem de solução. Para Goulart

(1998), Piaget definia esta interação com os conceitos de assimilação, acomodação

e adaptação.

Pode-se dizer que o aluno assimila as novas informações e conceitos com o

PBL, as acomoda em suas estruturas cognitivas e, posteriormente, se adapta e

relaciona os conhecimentos prévios com os novos. Moreira (1985) afirma que a

aprendizagem só ocorre quando o esquema de assimilação sofre acomodação.

Como os alunos do ensino superior são adultos e carregam consigo uma

bagagem considerável de experiências, Soares e Araújo (2008) colocam que o foco

do trabalho com o PBL deve ser assegurar que o aluno desenvolva suas habilidades

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profissionais. Estas habilidades perpassam aspectos relativos à consciência,

reflexão, criticidade e o espírito científico.

A aprendizagem, segundo Dewey (apud GADOTTI, 2008), acontece mediante

as conexões estabelecidas com aquilo que os indivíduos fazem. O significado da

aprendizagem decorre das experiências com o mundo e o que isto representa para o

indivíduo.

Com a utilização do PBL enquanto estratégia educacional, as vivências do

trabalho em grupo orientado pelo professor permitem que os alunos desenvolvam

habilidades necessárias na vida profissional através da busca por soluções, tomada

de decisões e avaliação dos processos.

Na concepção de Freire (1999), a aprendizagem decorre da relação entre

educador e educando onde o primeiro deve dialogar sobre situações concretas. A

utilização de problemas concretiza esta proposta permitindo que os alunos

vivenciem aquilo que os espera na vida profissional.

No que se refere ao papel dos professores, cabe considerar que uma

metodologia como o PBL necessita de um entendimento quanto à importância de

priorizar a autonomia dos alunos, o que nem sempre é encarado de forma positiva

pelos educadores. Segundo Anastasiou e Alves (apud SOARES; ARAÚJO, 2008)

existe uma dificuldade em fazer os docentes lidarem com estratégias diferenciadas,

visto que a predominância da aula expositiva é evidente. Por isso, os autores

recomendam que os professores universitários adquiram também conhecimentos

relacionados à educação.

2.5 O Papel do Professor e do Estudante no PBL

O PBL traz mudanças para o papel dos professores e estudantes. Os

professores passam a ser tutores que tem a função de “orientar, explicar conceitos,

sanar dúvidas com relação aos requisitos do problema e às tarefas a serem

cumpridas” (RIBEIRO, 2005, p. 61).

Segundo a Queen’s University (2011), um bom tutor dever possuir as

seguintes características: conhecimento, atributos pessoais (responsabilidades) e

habilidades.

Na aprendizagem baseada em problemas, é de suma importância que os

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discentes assumam a responsabilidade pela sua formação. Preparando-se assim,

para sua futura vida profissional, onde se depararão com situações desconhecidas e

terão, que por si só, buscar o conhecimento necessário frente a uma grande

diversidade de fontes possíveis (COSTA; SIQUEIRA-BATISTA, 2004).

Para aplicação do método, é necessária maior participação do professor no

planejamento, no trabalho cooperativo na escola e tomada de decisões. De acordo

com Cyrino e Toralles-Pereira (2004), para a integração das disciplinas, o professor

deverá ser criativo e se preocupar não só com “o que”, mas com o “por que” e o

“como” o estudante aprende.

O tutor deve ser ativo, utilizando indagações pertinentes durante as

discussões para estimular e facilitar a aprendizagem, levando os discentes a

refletirem em todas as direções e encorajando-os a estabelecerem conexões.

Na visão de Mennin e Majoor (2002, p. 2), o tutor tem o papel de auxiliar:

[...] o grupo a fixar padrões para aprofundar e ampliar o conhecimento, desenvolver habilidades de raciocínio, melhorar as habilidades de comunicação, adotar comportamentos e atitudes profissionais, bem como desenvolver habilidades de auto-avaliação e de avaliação dos seus pares.

Neste sentido, o tutor auxilia e facilita a aprendizagem sem ser a fonte

primária de informações, usando as próprias perguntas dos estudantes para

estimular o pensamento.

Como o PBL enfatiza a aplicação de conhecimentos, os estudantes são

motivados a exercer sua criatividade e pensar fora da sala de aula na resolução de

problemas. Os alunos são avaliados e classificados com base no seu pensamento

crítico, demonstrado nas soluções propostas para os problemas, na qualidade do

trabalho em equipe e na participação individual (SAN TAN; FRANK NG, 2006).

Neste contexto, o trabalho realizado durante a aplicação do PBL acontece

mediante dois papéis de destaque: os líderes e os secretários. Conforme Iochida

(2001), os líderes são responsáveis pelo “gerenciamento” dos encontros do grupo e

das discussões, garantindo a participação de todos, enquanto os secretários

registram tudo o que foi dito (etapas da discussão), facilitando a participação de

todos os integrantes. Além disso, fazem anotações da lista de objetivos, referências

a serem usadas e, ao final, entregam um relatório ao tutor.

Ao longo do processo, os alunos devem adquirir responsabilidade e confiança

no trabalho realizado, desenvolvendo assim, habilidade de dar e receber críticas

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30

orientadas para a melhoria do desempenho e do processo do trabalho em grupo

(ITESM, 2011).

Para Woods (2003), a aprendizagem ocorre realmente não só quando os

estudantes se sentem responsáveis pela sua própria aprendizagem, e sim, quando

cumprem as seguintes tarefas:

Exploração do problema, levantamento de hipóteses, identificação de

questões de aprendizagem e elaboração das mesmas;

Tentativa de solução do problema com seu conhecimento prévio,

observando a vinculação com seu conhecimento atual;

Identificação do que não sabem e do que precisam saber para resolver ou

se aproximarem do problema;

Priorização das questões de aprendizagem, estabelecimento de metas e

objetivos, alocação de recursos, de modo a saberem o que, quando e

quanto é esperado deles;

Planejamento e delegação de responsabilidades para o estudo autônomo

da equipe;

Compartilhamento de novo conhecimento de modo que todos na equipe

aprendam;

Aplicação do conhecimento na solução do problema;

Avaliação do novo conhecimento, da solução do problema e da eficácia

do processo utilizado e reflexão sobre o processo.

O papel do líder e do secretário deve ser compreendido e desempenhado por

todos do grupo, se possível. Assim, cada estudante tem a oportunidade de ser líder,

secretário e componente do grupo de estudo, o que trará uma vasta experiência em

cada função, uma visão diferenciada de trabalho em equipe (SOARES, 2008b).

Assim sendo, o papel do aluno no PBL engloba a responsabilidade pelo seu

processo de formação enquanto sujeito que parte em busca de conhecimento e o

tutor coopera atuando no sentido de promover junto aos alunos momentos em que a

tomada de decisão é coletiva focando sempre por que e como os alunos constroem

o conhecimento, ou seja, a importância do processo de aprendizagem.

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31

2.6 Processo de Aprendizagem do PBL

O método PBL, para Iochida (2001), é ideal para os estudantes que têm

iniciativa para estudar por conta própria, que já estão acostumados a formular

objetivos de aprendizado flexíveis, que aprendam melhor com a leitura e discussão,

e consideram desejável que seu aprendizado seja sempre em um contexto

empresarial.

O processo de aprendizagem é estruturado através de um ciclo básico de

atividades desenvolvidas pelos grupos tutoriais, compostos por oito a dez

estudantes, com a ajuda de um tutor ou facilitador. O ciclo inicia-se, quando os

estudantes, reunidos em um primeiro encontro com seu facilitador, são

apresentados a um problema.

De acordo com Gálvez et al. (2007), os três componentes básicos do

processo de aprendizagem baseada em problemas são: grupo de processos,

abordagem à questão de estudo ou problema e processo de aprendizagem

independente. Esses passos estão inter-relacionados e possuem o mesmo nível de

importância para que o estudante alcance os objetivos estabelecidos.

O problema é apresentado e os alunos formulam objetivos de aprendizado a

partir da discussão em grupo. Na segunda fase, após os participantes estudarem

individualmente fora do grupo, os alunos rediscutem o problema de acordo com os

novos conhecimentos adquiridos.

A situação problema é elaborada ou selecionada pelo professor, podendo ser,

portanto, um caso real ou simulado. No caso de simulações de casos reais, o aluno

é envolvido emocionalmente pelo problema, sentindo a responsabilidade de suas

ações, as incertezas de sua formulação teórica e de suas hipóteses (HIROTA,

2001).

Além disso, o aluno vivencia a complexidade de sua atividade profissional, a

qual exige abordagem interdisciplinar e sistêmica, preparo emocional, avaliação de

riscos e conhecimentos técnicos.

Schmidt (2001) divide o PBL em sete passos conforme o quadro 02:

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32

PASSOS AÇÕES

1 Esclarecer termos e expressões no texto do problema. 2 Definir o problema. 3 Analisar o problema. 4 Sistematizar análise e hipóteses de explicação, ou solução, do problema. 5 Formular objetivos de aprendizagem. 6 Identificar fontes de informação e adquirir novos conhecimentos individualmente. 7 Sintetizar conhecimentos e revisar hipóteses iniciais para o problema.

Quadro 2: Os sete passos do PBL Fonte: Adaptado de Schmidt (1983 apud SCHMIDT, 2001, p. 36).

Para Moust, Van Berkel e Schmidt (2005, p. 667), “os sete passos são

estratégias que os estudantes usam para explicar mecanismos, processos ou

princípios subjacentes dos fenômenos descritos em um problema”. Os autores

apresentam a mesma estratégia, detalhando cada passo no quadro 03:

PASSOS AÇÕES

1 Descrição do problema. 2 Definição do problema; que significa: Descrever exatamente que fenômenos têm

que ser explicados ou compreendidos. 3 Brainstorm: Usando seu conhecimento prévio e sentido comum, tentativa de

produdir possíveis explanações diferentes. 4 Elaboração das explanações propostas: tentar construir uma teoria pessoal coerente

e detalhada dos processos subjacentes aos fenômenos. 5 Formulação de objetivos de aprendizagem para a aprendizagem autodirigida. 6 Tentativa de preencher as lacunas em seu conhecimento com o autoestudo. 7 Compartilhamento de suas bases de informações com o grupo e tentativa de

integração do conhecimento adquirido, em uma explanação apropriada para os fenômenos. Verificação de suficiência do conhecimento. Avaliação do processo de aquisição de conhecimento.

Quadro 3: Os setes passos do PBL. Fonte: Adaptado de Moust, Van Berkel e Schmidt (2005, p. 667).

Todas as partes devem se relacionar de forma sincronizada, evitando assim,

que a retroalimentação do sistema seja comprometida. De acordo com Iochida

(2001) e Park (2006), demonstrado na figura 1 a seguir, o processo precisa:

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33

Figura 1: Como ocorre o processo de aplicação do PBL. Fonte: Iochida (2001) e Park (2006)

A figura 1 explicita a forma como o processo de aplicação do PBL ocorre. O

primeiro passo é o esclarecimento do problema, onde é necessária a leitura atenta

para compreender o contexto. Então, professor e aluno identificam os principais

aspectos a serem solucionados por meio de pesquisas, entrevistas, busca

bibliográfica, etc. Neste momento, cada membro da equipe deve levantar no mínimo

uma hipótese sem sofrer influência, crítica ou pressão da equipe.

Posteriormente, inicia-se a discussão dos problemas onde são identificados

os conhecimentos prévios dos alunos. É fundamental que esta sessão tutorial seja

entendida como uma oportunidade para aprender e que o respeito pela opinião dos

outros se faça presente.

Após a discussão, o secretário deverá sintetizar as informações relacionando

os problemas com as contribuições dos conhecimentos prévios. Os alunos irão

explorar as possibilidades da tomada de decisão avaliando os pontos positivos e

negativos buscando um consenso.

Depois do estudo do problema é fundamental formular os objetivos de

aprendizado. O grupo deverá decidir o que é mais importante a ser estudado, sendo

que a pesquisa deve ser pautada na busca de informações de fontes diversificadas

e na discussão do grupo.

Finalmente, após a integração das informações é realizada uma segunda

sessão para resolver o problema, mas sem a pretensão de esgotar as discussões.

Cada equipe faz a sua análise e apresenta para o grande grupo, incluindo as

referências usadas.

PBL

Esclarecer problemas Listar as hipóteses Discutir os problemas

Resumir Formular os objetivos

do aprendizado Retorno

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34

Esses passos sistematizados ajudam o estudante a aprender por meio do

PBL através da sugestão de um roteiro a seguir na aplicação do ensino pelo

professor/tutor, por meio do método baseado em problemas.

A base do PBL é que os alunos aprendam fazendo. É um sistema centrado

no aluno pelo qual os estudantes, trabalhando em pequenos grupos, geram as

informações necessárias para responder, ou resolver um problema ou tarefa

específica (FORSYTHE, 2002). Deste modo, o esforço colaborativo pode dar lugar a

novos insights que não estavam presentes antes do problema ser apresentado.

Na figura 2 fica evidente como se dá o processo de aprendizagem no

esquema convencional. Inicialmente, o aluno ou o grupo de alunos expõem o que se

deve saber, posteriormente a informação é aprendida e então é definido o problema

em que o conceito aprendido será aplicado.

Figura 2: Passos do processo de aprendizagem do esquema convencional. Fonte: Adaptada de Dirección (2011, p. 8).

Já no método PBL, após a apresentação do problema, busca-se a

identificação da necessidade de aprendizagem e é neste contexto que a

aprendizagem ocorre, pois após a resolução do problema inicial outros são

identificados para posterior solução. Este esquema está apresentado na figura 3,

logo a seguir:

Expõe-se o que se

deve saber Aprende-se a informação

Problema para aplicar o que foi

aprendido

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35

Figura 3: Passos do processo de aprendizagem no PBL. Fonte: Adaptada de Dirección... (2011, p. 8).

Carvalho (2006, p. 6) cita que a aprendizagem baseada em problemas é “uma

apropriação didática da forma como as pessoas, especialmente adultos, constroem

seu conhecimento no dia-a-dia. Desta forma, apresentados aos problemas, os

estudantes não vão à busca de uma única resposta certa”. Seu aprendizado

acontece através da busca de possíveis respostas ao problema. Há a necessidade

de interpretação, coleta de informações, tentativas de soluções até que se chegue a

alguma conclusão.

No entender de Navarro (2006), entre as competências mais importantes na

aprendizagem baseada em problemas, se destacam a identificação de problemas

relevantes no contexto profissional, a consciência da própria aprendizagem, o

planejamento das estratégias utilizadas para aprender, o pensamento crítico, a

tomada de decisões, a aprendizagem autodirigida, a cooperação entre os colegas,

as habilidades de avaliação e autoavaliação, a resolução de conflitos, a

aprendizagem permanente e as habilidades sociais.

A aprendizagem baseada em problemas favorece também a criatividade e a

inovação, porque exige do aluno o contato com outras ideias e pessoas para

encontrar soluções criativas e inovadoras, sem manual nem tradição que sirva de

guia (ARAÚJO; SASTRE, 2009). Este método inovador que incentiva a

aprendizagem dos alunos tem como objetivo integrar teoria e prática por meio do

trabalho em equipe, com o objetivo de melhorar a qualidade do ensino (MARTÍN;

DOLORES, 2009) os alunos tornam-se participantes ativos na sua aprendizagem,

eles constroem seu conhecimento baseado em problemas da vida real.

A discussão em grupo é mais efetiva, pois mesmo os que não participam

ativamente encontram-se envolvidos no que é chamado de „elaboração oculta‟

O problema é apresentado

Identifica-se a necessidade de aprendizagem

Dá-se a aprendizagem

Resolve-se o problema e

identificam novos

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36

(MOUST et al., 1986 apud SCHMITD, 2001). Ademais, “o PBL também estimularia a

motivação epistêmica dos alunos, mediante a colocação e discussão em sala de

aula de problemas relevantes a seu futuro exercício profissional” (RIBEIRO, 2005, p.

35), fazendo com que o aluno dedique mais tempo ao estudo, proporcionando um

melhor desempenho escolar.

Aprender resolvendo problemas profissionais ensina a lidar com eles

futuramente. É um processo educativo natural por meio do qual os alunos aprendem

a solucionar situações problemáticas reais ao enfrentá-las.

O PBL fornece um rico ambiente de aprendizagem em que os alunos

identificam o que precisa ser estudado e aprendido e examinam os problemas

enfrentados (GIBBS, 1992 apud FORSYTHE, 2002). Os problemas são usados

como uma ferramenta para alcançar tanto a base de conhecimentos necessários

quanto as habilidades para resolvê-los.

Para Park (2006), durante o processo de PBL, os estudantes vão atrás da

informação, comparam a informação, tomam suas decisões com base nas

informações reunidas, implementam soluções e refletem sobre os processos de

resolução do problema. O processo de planejar, implementar, avaliar e refletir é

repetido, o que exige que os estudantes sejam cada vez mais ativos.

2.6.1 Efeitos cognitivos do PBL

Mais que uma metodologia, o PBL configura-se como uma estratégia

educacional, fornecendo aos estudantes um processo de aprendizagem autodirigido,

no qual os mesmos constroem ativamente seu conhecimento e é a partir de

problemas e trabalho colaborativo que os alunos aprendem de forma

contextualizada, formulam seus próprios objetivos de aprendizagem e apropriam-se

de um saber único.

Segundo Schmidt (2001), o PBL produz, no processo de aprendizagem dos

estudantes efeitos cognitivos como a (i) ativação do conhecimento prévio, que

facilita a compreensão de novas informações; (ii) elaboração sobre conhecimentos

prévios através de discussão em pequenos grupos, o que enriquece as redes

semânticas desenvolvidas, facilitando a recuperação do conhecimento; (iii)

reestruturação do conhecimento de modo a encaixá-lo no problema a ser resolvido;

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37

(iv) aprendizagem contextualizada onde o problema serve como estrutura de

armazenamento de pistas que auxiliam na recuperação de conhecimentos

relevantes que podem ser utilizados em problemas similares encontrados

posteriormente; (v) percepção da relevância do assunto a ser aprendido e (vi)

motivação intrínseca que é ampliada pela discussão do problema, visto que quando

as pessoas se envolvem com um tema, elas procuram saber mais sobre ele.

A motivação e a responsabilidade do estudante aumentam quando a solução

para o problema e o processo cabe a ele próprio. O problema é um estímulo, um

contexto que cria uma oportunidade de aprendizagem para os alunos. Ele deve

desafiar e em certo ponto desenvolver a sua capacidade.

A figura 4 apresenta a dinamicidade do PBL e a relação com os processos

cognitivos, onde o problema precisa ser contextualizado de maneira relevante para

posterior análise inicial feita pelo grupo em que ativa seus conhecimentos prévios,

estrutura as informações, aprende colaborativamente e sente-se motivado. Depois

disso, o auto estudo encaminha os alunos à reestruturação, crescimento e ajuste

dos conhecimentos, o que lhes permite integrar e aplicar os mesmos dando origem

ao feedback.

Figura 4: Características do PBL e seus processos cognitivos Fonte: Adaptada de Moust, Van Berkel e Schmidt (2005, p. 668).

Aprendizagem em um

contexto relevante

Problema

Análise inicial no grupo tutorial

Ativação conhecimento prévio. Estruturação de informação. Elaboração cognitiva. Motivação intrínseca. Aprendizagem colaborativa.

Auto-estudo

Reestruturação. Crescimento. Ajuste do conhecimento.

Síntese de novos conhecimentos

Integração e aplicação dos conhecimentos adquiridos. Feedback nos processos de aprendizagem. Aprendizagem colaborativa.

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O PBL pode ser visto como um exemplo de um ambiente, que promove a

aprendizagem ativa, construtiva, contextual, cooperativa e dirigida por objetivos. Os

alunos que participam deste método tendem a apresentar forte habilidade na

aplicação do conhecimento e desenvolvimento em relação à comunicação entre

colegas, pois o PBL obriga a discussão do assunto com os outros estudantes

(FORSYTHE, 2002)

De acordo com Ponti Jr. (2009) o objetivo do PBL na educação superior é

desenvolver as seguintes características: a) integração do conhecimento com

diferentes áreas, b) a autonomia em aprender a trabalhar, c) trabalho em grupo, d) a

auto-avaliação, e) desenvolvimento de atividades intelectuais em níveis mais altos

como, a análise, síntese e avaliação, f) pensamento crítico e a capacidade de

argumentação.

De acordo com as circunstâncias educativas, a metodologia do PBL vem se

adaptando continuamente, aplicando-se em países, contextos e disciplinas cada vez

mais distintas. Deixou de ser um método trabalhado em sala de aula, com um

número reduzido de alunos e, passou a ser um método trabalhado fora da classe

com um número mais significativo de participantes, como se verá o método

trabalhado com grandes grupos.

2.6.2 Aprendizagem baseada em problemas para grandes grupos

Denominado de PBL 4x4, esta metodologia utiliza-se de artigos científicos

como problemas e é composta por quatro passos: 1) análise inicial; 2) pesquisa; 3)

resolução e; 4) avaliação. E se realiza em quatro cenários de trabalho: classe

completa; grupo sem tutor; tutoria em grupo; e trabalho individual (MARTÍN et al.,

2006).

A seguir, o quadro 4, demonstra o enunciado:

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39

Análise

Os alunos analisam o problema, ativando o seu conhecimento prévio e compartilhando-o dentro do pequeno grupo. Devem definir os conhecimentos necessários para a resolução do problema e devem determinar um plano de ação, repartindo as tarefas entre os participantes do grupo.

Pesquisa Os participantes investigam por conta própria e obtém informações de diversas fontes, estudam, compartilham, discutem e constroem o conhecimento.

Resolução Os alunos reanalisam e resolvem o problema, e preparam um documento ou apresentação oral para ajudar na transmissão da sua solução.

Avaliação Os membros de cada grupo comunicam a solução ao tutor e ao resto da turma. Nesta fase os alunos, o professor e o problema também são avaliados.

Quadro 4: PBL 4x4. Fonte: Adaptado de Martín et al., 2006.

A vantagem do PBL 4x4 comparado ao PBL baseado nos sete passos

(Quadro 3), reside no fato de que por meio de um treinamento metodológico inicial

eficaz, realizado com a classe completa e aplicação de normas e instruções claras,

os grupos de alunos trabalham intensivamente sem a intervenção do professor e

fora do horário de aula (MARTÍN et al., 2006). A maior parte do trabalho é executada

sem tutor e em equipes, o que permite a aplicação do método em turmas com

grande número de alunos.

2.6.3 Treinamento metodológico para exercício das competências para o PBL

Martín et al (2006) apresentam o treinamento metodológico para o exercício

das competências necessárias ao PBL, de acordo com o quadro 05.

TEMÁTICA SEMINÁRIO

Objetivo e método PBL Desenvolvimento de competências profissionais por meio do PBL

Busca bibliográfica Uso de softwares de busca bibliográfica

Leitura de artigos Por que se deve aprender a ler artigos? Como ler um artigo?

Preparação da apresentação oral Como preparar uma apresentação de um artigo? Como usar programas para preparar uma apresentação e postá-la na internet?

Apresentação oral e discussão Como apresentar oralmente e dialogar com o público?

Exemplo de apresentação oral Demonstração do uso da metodologia de preparação e apresentação que tem sido ensinado

Quadro 5: Metodologia aplicada para o treinamento. Fonte: Adaptado de Martín et al. (2006, p. 177).

É importante a realização das atividades iniciais prévias do PBL com todos os

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estudantes reunidos na classe. Os grupos se formam de modo que os alunos

escolham os seus companheiros livremente, e cada grupo escolhe qual artigo irá

trabalhar dentro de uma lista de artigos previamente selecionados pelos professores.

(MARTÍN et al., 2006).

Cada grupo tem a programação das realizações das tutorias, porém as

mesmas só ocorrem quando os alunos já tiverem pesquisado e alcançado uma série

de objetivos de trabalho e aprendizagem pré-estabelecidos.

2.6.4 PBL em diversas áreas do conhecimento

PBL no ensino é conhecido por ter máximo impacto positivo na produção de

competências profissionais entre os licenciados em muitas disciplinas educacionais

(ZABIT, 2010). O conceito de PBL demonstra de forma geral, ser bem sucedido,

pelas diversas pesquisas e trabalhos realizados nas diversas áreas do

conhecimento.

A Universidad de Pais Vasco fez a relação dos cursos e a metodologia já foi

aplicada como método de ensino. Todos os cursos citados no quadro abaixo, com

exceção de Artes e Ciências Contábeis foram levantados pela universidade (UPV,

2011).

CURSOS

Administração Desenho Gráfico Engenharia Civil

Antropologia Desenho Industrial Engenharia Eletrônica

Arqueologia Economia Engenharia Industrial

Arquitetura Educação Engenharia Mecânica

Artes Enfermagem Literatura

Biologia Farmácia Matemática

Ciências Contábeis Filosofia Medicina

Ciências da Comunicação Física Medicina Veterinária

Jornalismo Geografia Psicologia

Publicidade História Química

Direito Informática Sociologia

Quadro 6: PBL em diversas áreas do conhecimento. Fonte: Modificado de UPV/EHU (2011)

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41

Assim como em diversas áreas profissionais, os pesquisadores em métodos

de ensino dispõem de esforços no sentido de evoluir as técnicas de aprendizagem

de forma a superar as dificuldades no ensino das diversas áreas do conhecimento

(ARAUJO; RODRIGUES, 2006).

Costa e Siqueira Batista (2004) mencionam a sólida base interacionista de

Piaget que influenciou significativamente o desenvolvimento de teorias aplicáveis na

educação. Estas teorias apontam para a necessidade da formação de um sujeito

através de constantes e sucessivas interações (experiências com o meio). Neste

contexto, o PBL se justifica tendo em vista que em todas as áreas de conhecimento

é necessário que os estudantes tenham contato com a práxis durante a formação.

No entanto, é fundamental que os professores ampliem os olhares sobre suas

metodologias. Anastasiou e Alves (2003 apud SOARES; ARAÚJO, 2003) afirmam

que a predominância das aulas expositivas reforçam a mera transmissão de

conteúdos prontos, o que coloca os alunos numa posição passiva. Assim sendo,

cabe a cada área de conhecimento desenvolver metodologias específicas,

adequadas às necessidades de aprendizagem de seus alunos.

Sobre o avanço da tecnologia, Araújo e Rodrigues (2009) afirmam que a

facilidade do acesso permite que os alunos pesquisem mais. Cabe ao professor

estimular os educandos a buscar, conhecer e reestruturar informações e

conhecimentos a fim de torná-los ativos no processo de aprendizagem.

Em se tratando das habilidades necessárias para a prática profissional,

Navarro (2006) questiona se os habilitados as possuem após a universidade. O

autor Galvéz et al (2007) corrobora quando coloca a importância de ocorrer uma

renovação na prática docente afirmando que os resultados de aprendizagem

dependem da metodologia utilizada pelos professores. Com isso, percebe-se a

relevância de os professores focarem o processo ensino-aprendizagem nos alunos,

permitindo que eles pesquisem, articulem, discutam, decidam, solucionem e avaliem.

Referente o método PBL, quanto à sua aplicação, deve-se ressaltar que

apresenta determinadas dificuldades, como se verá adiante.

2.7 Dificuldades do Uso do Método

Uma mudança repentina na metodologia de ensino aplicada em cursos

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consolidados envolve alguns fatores complexos, como a aceitação das

transformações, a infraestrutura, a necessidade de currículos paralelos durante o

processo de migração, e outros pontos importantes (CARDOSO JUNIOR, 2007).

Aprendizagem baseada em problemas pode apresentar algumas dificuldades

logísticas para os instrutores. Quando confrontados com um problema, os alunos

precisam de oportunidades de rever e aperfeiçoar o seu pensamento, encontrar o

conteúdo necessário para uma análise minuciosa, e testar hipóteses (HOTCHKISS,

2002).

Gálvez et al. (2006) listam algumas dificuldades referente à aplicação do

método PBL, sendo:

Grupos de trabalho pouco numerosos. Neste sentido é levada em

consideração a configuração atual da maioria dos modelos das

universidades.

Exige uma distribuição de espaço diferente das faculdades convencionais,

com muito mais salas para o trabalho em pequenos grupos.

Aumento dos recursos de informática e bibliográficos.

Tempo e dedicação, tanto por parte dos alunos quanto dos professores,

sobretudo nas etapas iniciais do processo.

Não se pode garantir que a solução de um problema atual servirá para a

solução de um futuro, o que pode constituir em uma limitação da própria

metodologia.

Dificuldade tanto dos professores quanto dos alunos para trabalhar em

grupo.

A dificuldade da mudança de mentalidade e cultura dos professores.

A exigência do trabalho de todos os alunos, o que nem sempre acontece.

Quando alguns alunos não participam de determinadas etapas,

especialmente na fase inicial, exercem uma influência negativa na

dinâmica grupal.

Dificuldade para realizar um controle individualizado dos estudantes.

Os alunos sofrem com a falta de conhecimento prévio e não estão

habituados a este sistema de trabalho.

A maior parte dos cursos que utilizam o PBL são os recém-criados, pois

utilizam desta abordagem desde a concepção original. A preocupação com o

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ensino/aprendizagem é constante e muitos estudos têm se dedicado a entender

melhor como os princípios educacionais e os mecanismos de aprendizagem

orientadores do PBL funcionam na prática (CARDOSO JUNIOR, 2007).

No quadro 7, relacionam-se os elementos de limitação para aplicação do PBL

segundo Gálvez (2007).

ELEMENTOS DE LIMITAÇÃO PARA APLICAÇÃO DO PBL

Quanto ao professor Quanto ao aluno

O PBL se baseia na colaboração de professores de diferentes áreas do conhecimento, por isso exige um trabalho em equipe por parte dos professores. A limitação fica evidente nas reais dificuldades existentes no trabalho em conjunto, em parte devidas as próprias condições de trabalho e organizacional da universidade;

O método requer muito tempo e dedicação por parte dos alunos;

A dificuldade na troca da mentalidade e cultura docente. A transformação do papel dos professores na metodologia do PBL que visa ser um “facilitador de conhecimento” é na prática algo difícil de alcançar;

Os estudantes podem ter dificuldades para realizar o trabalho em equipe, especialmente em grupos onde os alunos determinam, não tendo o controle direto por parte do professor;

Alguns professores tendem a ser muito diretivos, e quando eles orientam os alunos para uma determinada direção, mesmo indiretamente, eles estão desvirtuando a metodologia do PBL.

Dificuldades para realizar um controle individualizado dos estudantes.

Quanto aos recursos humanos e materiais Quanto à própria metodologia O PBL requer grupos pouco numerosos, neste sentido supõe elevados custos com pessoal, o que acarreta grandes dificuldades levando em conta a configuração atual dos modelos universitários;

Dificuldade de alcançar a interdisciplinaridade real de todos os âmbitos do estudo.

Exige uma distribuição de espaços diferentes dos centros universitários convencionais, com muito mais salas para trabalho em pequenos grupos e aumento de recursos informáticos e bibliográficos.

Quadro 7: Elementos de limitação para aplicação do PBL. Fonte: Adaptado de Gálvez (2007)

Os aspectos considerados como elementos de limitação para aplicação da

metodologia do PBL podem ser organizados em grandes quatro âmbitos: professor,

aluno, recursos humanos e materiais necessários e, a própria metodologia (GÁLVEZ

et al., 2007).

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44

3 METODOLOGIA

Neste capítulo, apresenta-se a metodologia para conduzir a pesquisa.

Também é discutida a delimitação da pesquisa e o detalhamento dos procedimentos

de coleta e análise de dados, o que irá contribuir para a avaliação do leitor acerca da

confiabilidade do estudo.

3.1 Delineamento da Pesquisa

O objetivo do estudo foi de analisar a aplicação de um dos métodos de

aprendizagem ativa, ou seja, a aprendizagem baseada em problemas em turmas de

graduação do curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí. As

disciplinas foram selecionadas em comum acordo com os professores.

Quanto à natureza das variáveis é uma pesquisa quantitativa, exploratório-

descritivo em relação ao seu objetivo, pois pouco se conhece sobre o assunto na

área da Administração.

Para a coleta de dados foi aplicado o método survey que segundo Malhotra

(2001) é uma pesquisa na qual se fazem vários questionamentos aos participantes:

sobre seu comportamento, intenções, atitudes, percepção, motivações,

características demográficas e de estilo de vida, e a análise dos resultados foram

feitas através de métodos estatísticos univariados e multivariados: análise de

frequências, testes t, ANOVA e análise fatorial exploratória.

A pesquisa tem abordagem exploratória, pois se trata de uma “pesquisa

empírica, cujo objeto é a formulação de questões ou de um problema” (CORRÊA;

WALKER, 2010, p. 10). Sendo também descritiva, a fim de conhecer e interpretar a

realidade, através da observação, descrição, classificação e interpretação de fatos.

As pesquisas descritivas visam descobrir a associação entre variáveis,

permitindo em alguns casos ter uma visão mais ampla dos problemas, Hair et al.

(2006, p. 86) afirma que “os planos de pesquisa descritiva em geral são estruturados

e especificamente criados para medir as características descritas em uma questão

de pesquisa”.

Para a elaboração da pesquisa, optou-se por uma abordagem quantitativa,

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uma vez que é mais adequada para apurar as ideias e atitudes dos entrevistados, já

que se utiliza de instrumentos padronizados.

No desenvolvimento do referencial teórico, buscaram-se reunir informações

relacionadas à área de aprendizagem ativa, os tipos de métodos que compõe esta

metodologia, principalmente a aprendizagem baseada em problemas, desde sua

definição, até a estrutura do processo de aprendizagem, de modo a que servissem

como base para definir o tipo de investigação e, assim, alcançar o objetivo

pretendido.

3.2 Demilitação da População e Amostra

Para a efetivação do projeto aqui apresentado, optou-se pela delimitação do

estudo com alunos de graduação em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí, em Santa Catarina.

A escolha das turmas nas quais foi aplicada a pesquisa se fez em consenso

com os professores, de acordo com a disponibilidade das disciplinas. A atividade do

PBL e o instrumento de pesquisa foi administrado a 109 alunos matriculados em 6

turmas distintas no final do semestre de 2011.

O problema aplicado aos alunos como atividade de aprendizagem baseada

em problemas foi o mesmo em todas as turmas para facilitar a avaliação da

metodologia.

3.3 Instrumento e Coleta de Dados

A coleta de dados para mensuração e análise dos resultados desta pesquisa

foi realizada no mês de outubro a dezembro de 2011. Como ferramenta para a coleta

de dados para o estudo optou-se pelo uso de questionário, pois o mesmo é usado

para levantar dados quantitativos de um número maior de indivíduos e de uma

maneira relativamente rápida e eficiente.

O questionário utilizado na pesquisa de campo (Apêndice B) foi concebido

para avaliar a percepção de discentes quanto aos fatores facilitadores e limitantes

que os mesmos detectaram quanto à utilização da aprendizagem baseada em

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problemas como método de ensino-aprendizagem.

A percepção foi medida através de uma escala intervalar de 1 a 7 para cada

questão do questionário. Se os alunos assinalassem 1 para determinada afirmação,

correspondia ao valor mínimo percebido como fator facilitador/limitante, e caso

assinalassem 7 correspondia ao valor máximo percebido como fator

facilitador/limitante .

Utilizou-se como base o questionário desenvolvido por Miles, Bigs e Schubert

(1986), e reaplicado com algumas modificações pelos autores Jennings (2000 e

2002), Chang (2003) e Chang et al (2005), que verificaram as habilidades e

conhecimentos adquiridos através de metodologias ativas, entre elas o método do

caso, simulações e projetos.

Miles, Bigs e Schubert (1986) no estudo de comparação dos resultados

adquiridos pelos alunos de simulação de negócios e de método de caso para o

ensino no curso de política comercial, verificaram uma série de fatores facilitadores

apontados pelos alunos, os quais estão descritos no quadro 8 a seguir.

Quadro 8: Fatores Facilitadores da utilização do Método do Caso para Ensino

Fonte: Baseado em Miles; Bigs e Schubert (1986).

Jennings (1996) desenvolveu uma pesquisa com os docentes e acadêmicos da

graduação e da pós-graduação do Reino Unido envolvidos no ensino da gestão

estratégica, no qual foram identificados no estudo os principais fatores que

Fatores Facilitadores Aquisição de conhecimentos sobre a operação de uma empresa

Amplia a visão de Administração dos alunos, integrando assuntos e departamentos

Desenvolvimento da capacidade analítica

Desenvolve a compreensão para resolução de problemas

Desenvolve a habilidade de tomada de decisão em informações incompletas

Desenvolve a confiança para resolução de problemas práticos

Amplia a competência para o planejamento e das operações

Desenvolve a capacidade de implementar ideias e planos

Desenvolve a habilidade de trabalhar independentemente

Consciência de seus próprios sentimentos e crenças

Desenvolve a habilidade em fornecer informações para os membros do grupo

Resulta um interesse para o grupo

Desenvolve a habilidade em ajudar as pessoas a resolverem conflitos

Desenvolve as habilidades de comunicação interpessoal e de ouvir

Desenvolve a eficácia em resolver problemas em grupo

Experiências de novos comportamentos

Aquisição de novos comportamentos

Aumento na ilustração de alguns pontos específicos, questões e princípios de gestão

Aquisição de conhecimentos sobre si na atividade da gestão

Exige que os estudantes trabalhem com problemas reais

Clareza das atividades profissionais

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facilitaram e que limitaram a aplicação do método, conforme demonstrado no

Quadro 9.

Limitadores Facilitadores

Disponibilidade de tempo para os

estudantes;

Possibilidades de análise;

Recursos para os casos;

Falta de material.

Aquisição de conhecimentos;

Desenvolvimento de análise e síntese;

Entre teoria e a prática, ajudar a retenção em longo prazo

deste acordo;

Transferência de conhecimentos e técnicas em sala de aula

para os administradores da organização;

Desenvolver habilidades de comunicação interpessoal e

ouvir;

Aumento na ilustração de alguns pontos específicos,

questões e princípios de gestão;

Fornecer aos gestores uma posição neutra em que eles estão

livres para explorar os problemas, porque eles são seus

próprios;

Desenvolver a autoanálise, atitudes, confiança;

Responsabilidade de desenvolver o julgamento e sabedoria;

Dar vida ao ensino;

Os alunos ganham envolvimento intelectual e emocional

com o realismo em ambientes de instrução.

Quadro 9: Fatores Determinantes da utilização do Método do Caso para Ensino

Fonte: Baseado em Jennings (1996).

Orlandsky (1986), também já havia identificado em sua pesquisa os principais

fatores que limitaram e que facilitaram o uso do caso para ensino (Quadro 10)

Quadro 10: Fatores determinantes da utilização do Método do Caso para Ensino Fonte: Baseado em Orlandsky (1986).

Limitadores Facilitadores

Não se pode colocar em prática as medidas e

atitudes expostas;

As hipóteses podem variar;

Os casos não simulam a realidade;

A prática dos professores é questionada;

Valores que nem sempre são questionados;

Pouca troca de informação;

Não se pode passar facilmente do abstrato para o

concreto;

Os casos nem sempre podem reforçar os princípios

básicos da aprendizagem;

Necessidade básica de um curso de lógica;

Leva mais tempo para ensinar com o método de

caso;

A rigidez das estruturas das classes;

A ética não é enfatizada;

Os casos são frustrantes;

Dificuldade de passar do abstrato para o concreto;

Subjetividade no sistema de avaliação;

Pensar logicamente;

Sentimento de importância;

Aprendizagem ativa;

Conservar a informação;

Esforço mental;

Desenvolver habilidades intelectuais;

Melhora a habilidade de comunicação;

A aprendizagem é acumulada;

Os casos ampliam os conceitos;

Falar de maneira convincente em grupos;

Os alunos aprendem a lidar com a

insegurança;

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Os resultados do estudo de Orlandsky (1986) revelaram que os participantes

da pesquisa, 291 graduados pela Escola Superior de Darden estão satisfeitos com a

sua formação e sentiram que o tempo e o esforço envolvido na aprendizagem pelo

método de caso valeram a pena.

A partir dos estudos já realizados referentes à diferentes tipos de métodos

ativos, optou-se por aplicá-lo também na aprendizagem baseada em problemas.

Desse modo, o questionário final foi aplicado com as devidas adaptações de

acordo com o tema abordado: aprendizagem baseada em problemas, incluindo

inclusive algumas questões abortadas pelos autores na pesquisa bibliográfica.

Para tabulação e análise de todos os dados coletados, foi utilizada a planilha

eletrônica Microsoft Excel® e o software Statistica ®. Através deles foram feitas

análises descritivas e análises univariadas e multivariadas.

3.4 Aplicação do Estudo

Após a definição das turmas de graduação nas quais foram aplicadas o PBL,

elaborou-se um esquema para a aplicação do método, descrito no Quadro 11.

PERÍODO ASSUNTO MÉTODO

1ª parte (15 min.) Explicação do processo e do método PBL Expositiva

2ª e 3ª parte (15 min.) Entrega do Problema a ser pesquisado e resolvido Leitura do problema (individual)

PBL

4ª parte (30 min.) Problema em grupo (com discussão do assunto) PBL

5ª e 6ª parte (30 min.) Conclusão do problema, apresentação dos resultados, finalização do método e preenchimento do questionário de avaliação do PBL.

PBL

Quadro 11: Esquema de aplicação do método Fonte: Modificado a partir de Soares e Araújo (2008).

Após a explicação do método, as turmas foram divididas em grupos de no

máximo seis pessoas, onde receberam o problema para ser resolvido. O problema

no primeiro momento foi lido individualmente para que, em seguida, houvesse uma

discussão entre os integrantes sobre a definição dos passos seguidos

posteriormente (quais áreas deveriam pesquisar, quais conhecimentos deveriam

adquirir para a possível resolução).

Os alunos foram liberados da sala de aula para que pudessem pesquisar e

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adquirir embasamento teórico na biblioteca e no laboratório de informática. Feita a

pesquisa, os grupos se reuniram novamente para discutir as possíveis soluções e

chegar a uma única conclusão.

Com a finalização da atividade, os alunos preencheram e entregaram o

questionário.

A aplicação do método e da pesquisa foi realizada pela pesquisadora e o

tempo disponibilizado foi o mesmo para o desenvolvimento de cada etapa do estudo

conforme Quadro 09. Além disso, o mesmo problema foi utilizado em todas as

turmas, buscando assim, trabalhar nas mesmas condições em toda a população

pesquisada.

3.5 Técnica de Análise de Dados

Através da utilização do software Microsoft Excel®, montou-se a base de

dados com todos os dados primários coletados. Estes foram exportados para um

software estatístico, o Statistica®, versão 8.0.

A partir do processamento dos dados, foram realizadas as análises

estatísticas que compreenderam em métodos multivariados (Análise Fatorial) e

univariados (Analise de frequências, comparação de médias por teste t e por

ANOVA).

Por meio da Análise Fatorial avaliaram-se as relações entre as variáveis. Para

a determinação de corte entre os fatores foi utilizado o critério de Kaiser, que implica

um autovalor mínimo de 1,00 (HAIR et al., 2009).

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4 ANÁLISE DOS DADOS E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capitulo serão avaliados os dados e discutidos os resultados obtidos a

partir da coleta de dados. Apresenta-se inicialmente o perfil dos respondentes, bem

como seu gênero, o período e o campus da universidade em que se estudam.

Também se apresentam os dados obtidos em relação à percepção dos estudantes

do curso de Administração quanto à utilização da aprendizagem baseada em

problemas como metodologia ativa de aprendizagem em disciplinas no 2º semestre

de 2011.

4.1 Análise Descritiva da População Pesquisada

A coleta de dados foi realizada entre os meses de outubro de 2011 a

dezembro de 2011 na Universidade do Vale do Itajaí. A população da pesquisa

constituiu-se por discentes de graduação do curso de Administração.

O Gráfico 1 exibe que a maioria dos participantes da pesquisa é do sexo

feminino, enquanto somente 40% são do sexo masculino.

Gráfico 1: Distribuição dos discentes segundo o gênero. Fonte: A autora

Os mesmos discentes foram classificados no Gráfico 2, de acordo com o

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período em que estavam cursando quando participaram da pesquisa. Dos 109

entrevistados, o 7º período foi o que teve mais participantes com 39%, seguido do 4º

período com 29%. O 3º e o 5º período tiveram a participação do mesmo número de

discentes, ou seja, 11%, e o sexto período somente 10% de todos os entrevistados.

Gráfico 2: Distribuição dos discentes segundo o período Fonte: A autora

Em seguida verifica-se o campus de cada estudante participante da atividade

com o PBL, já que a pesquisa foi realizada em dois campi da UNIVALI. Observa-se

que a maioria dos entrevistados pertencia ao campus de Biguaçu com 69%

conforme se exibe no Gráfico 3.

Gráfico 3: Distribuição dos discentes segundo o campus Fonte: A autora

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Em relação ao perfil dos discentes participantes da pesquisa pode-se dizer

que: 60% são do sexo feminino, 39% estão no 7º período do curso e 69% estudam

no campus de Biguaçu.

A seguir serão expostos os dados obtidos em relação à percepção dos

estudantes quanto à utilização da aprendizagem baseada em problemas como

metodologia ativa de aprendizagem no curso de Administração.

4.2 Análise Descritiva da Percepção dos Estudantes

Neste momento são mostrados os resultados descritivos dos dados coletados

com relação à percepção dos alunos do campus de Biguaçu e do campus de Itajaí

quando aos fatores que facilitam e que limitam o aprendizado utilizando a

aprendizagem baseada em problemas como metodologia de ensino.

Inicialmente apresentam-se os dados a partir da soma da resposta de todos

os alunos quanto aos fatores facilitadores, independente do campus pertencente.

DESCRITIVA FACILITADORES DOS RESULTADOS

Variável Média Mediana Mínimo Máximo Quartil Inf. Quartil Sup. Desvio Pad.

SOMA 159,52290 160,00000 50,00000 210,00000 145,00000 179,00000 27,38971

Quadro 12: Análise descritiva dos resultados Fonte: A autora

No tópico seguinte, através da analise univariada será verificado se as duas

médias, as calculadas para cada campus, são iguais estatisticamente.

A partir dos valores apresentados definiram-se três dimensões quanto à

percepção dos alunos em relação à facilidade de aprendizado com a utilização do

método. As categorias foram: pouco (desde o valor mínimo até o quartil inferior), ou

seja, 50 a 145 pontos, moderado (desde o quartil inferior até o quartil superior), 145

a 179 pontos, e muito (do quartil superior até o valor máximo) 179 a 210 pontos.

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Gráfico 4: Percepção dos Fatores Facilitadores do aprendizado utilizando PBL Fonte: A autora

Analisada a resposta dos 107 participantes, apenas 23% consideraram a

metodologia como pouco facilitadora no processo de aprendizagem, 52% avaliaram

que o PBL facilita moderadamente o aprendizado e 25% tiveram grande aceitação,

consideram a atividade como muito facilitadora.

A partir dos dados coletados pode-se afirmar que o resultado foi satisfatório,

da mesma maneira que no trabalho de Escrivão Filho e Ribeiro (2007), onde o PBL

foi aplicado em quatro turmas de administração, nas quais 90% dos alunos

avaliaram a experiência de forma positiva.

Em seguida a mesma análise, porém com os dados discriminados de acordo

com a resposta dos alunos de cada campus, Biguaçu e Itajaí.

DESCRITIVA DOS RESULTADOS BIG E ITAJAÍ (FACILITADORES)

Variável Média Mediana Mínimo Máximo Quartil Inf. Quartil Sup. Desvio Pad.

Big 157,14670 159,00000 50,00000 210,00000 137,00000 177,00000 29,58346

Itj 164,76470 162,00000 129,00000 205,00000 147,00000 187,00000 21,24897

Quadro 13: Análise descritiva dos resultados dos campi Biguaçu e Itajaí Fonte: A autora

De acordo com os valores apresentados acima, fez-se a mesma análise da

soma da resposta de todos os alunos, só que desta vez verificou-se as dimensões

de percepção dos alunos de Biguaçu e de Itajaí separadamente.

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Gráfico 5: Percepção dos Fatores Facilitadores de aprendizado utilizando PBL para o campus Biguaçu Fonte: A autora

Como demonstrado no Gráfico 5, mais da metade dos alunos que

participaram da pesquisa em Biguaçú consideraram que o PBL facilita

moderadamente o aprendizado, 25% viram a metodologia como muito facilitadora

do aprendizado e 20% perceberam poucos facilitadores.

Gráfico 6: Percepção dos Fatores Facilitadores de aprendizado utilizando PBL para o campus Itajaí Fonte: A autora

Como se exibe no Grafico 6, em Itajaí, exatamente 50% do alunos avaliaram

a Aprendizagem Baseada em Problemas como uma forma de aprender moderada,

26% acharam uma forma muito facilitadora de aprender e 24% não aprovaram a

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metodologia, compreenderam poucos facilidadores.

Para dar andamento a análise de resultados, neste momento, apresenta-se

os dados a partir da soma da resposta de todos os alunos quanto aos fatores

limitantes, independente do campus pertencente.

DESCRITIVA LIMITANTES DOS RESULTADOS

Variável Mediana Mínimo Máximo Quartil Inf. Quartil Sup.

SOMA 71,00000 29,00000 121,00000 57,00000 90,00000

Quadro 14: Descritiva Limitantes dos Resultados Fonte: A autora

Assim como nos fatores facilitadores definiram-se três dimensões quanto à

percepção dos alunos em relação à limitação no aprendizado com a utilização do

método: pouco (desde o valor mínimo até o quartil inferior), moderado (desde o

quartil inferior até o quartil superior) e muito (do quartil superior até o valor máximo).

Gráfico 7: Percepção dos Fatores Limitantes do aprendizado utilizando PBL Fonte: A autora

Verificada a resposta dos 109 participantes, constatou-se que 25%

consideraram a metodologia como pouco limitadora no processo de aprendizagem,

49% avaliaram que o PBL limita de forma moderada o aprendizado e 26%

perceberam a metodologia como muito limitante.

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4.3 Análise Univariada

Feito uma comparação de médias entre os alunos respondentes de Biguaçu

com os alunos respondentes de Itajaí através do test t para variáveis independentes,

verificou-se que as médias são estatisticamente iguais, conforme demonstrado no

quadro abaixo:

TESTE t DOS RESULTADOS BIG E ITAJAÍ (FACILITADORES)

Grupo 1 vs. Grupo 2 Média G1 Média G2 Valor t df p

Big vs. Itj 157,14670 164,76470 -1,35040 107,00000 0,17974

Quadro 15: Teste t dos resultados Biguaçu e Itajaí (FACILITADORES) Fonte: A autora

Após a comparação de médias, verificou-se através da análise fatorial,

quantos fatores foram gerados para os facilitadores e quantos fatores foram gerados

para os limitantes.

4.4 Análise Fatorial dos Dados

O objetivo da análise fatorial é determinar a composição das inter-relações de

um número significativo de variáveis, resultando em um conjunto de fatores comuns,

conforme Hair et al. (2005). Para tanto, inicialmente foram utilizadas as 30 variáveis

dos fatores facilitadores.

Inicialmente, se utilizou uma carga fatorial mínima de 0,70 para cada variável,

nos 6 fatores encontrados usando o critério de Kaiser.

Observe-se o quadro 13 a seguir, registrando a análise com a carga fatorial

mínima de 0,70:

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ANÁLISE FATORIAL FACILITADORES COM CARGA 0,7

Variável Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4 Fator 5 Fator 6

Q1 -0,67444 0,260798 0,307241 -0,235311 -0,161959 0,046809

Q2 -0,60985 0,336706 0,002085 -0,301541 -0,151962 0,157517

Q3 -0,76163 0,169077 0,255715 0,045707 -0,243083 0,060016

Q4 -0,62004 0,017435 -0,002128 -0,485604 -0,034499 0,203637

Q5 -0,75953 0,049652 0,016161 0,139206 -0,146529 0,064697

Q6 -0,69855 0,028441 -0,166145 0,006161 -0,174676 0,258050

Q7 -0,66285 0,049286 0,144700 -0,088540 -0,360704 0,014138

Q8 -0,72339 0,219605 0,092256 0,056513 -0,074062 0,261697

Q9 -0,60514 0,260590 -0,113501 0,112681 0,271433 0,357139

Q10 -0,75783 0,180646 -0,084263 0,022682 0,211810 0,099010

Q11 -0,71949 0,035429 0,276535 -0,249881 0,321939 0,058286

Q12 -0,60812 -0,168472 0,389854 -0,205009 0,373730 -0,067929

Q13 -0,67391 -0,037138 0,394928 0,059767 0,103693 -0,100197

Q14 -0,60292 -0,083105 0,386212 0,355036 0,314565 0,044478

Q15 -0,72116 0,053752 0,123011 0,037338 -0,214962 -0,440704

Q16 -0,57179 -0,345910 0,172179 0,073202 -0,306294 -0,363440

Q17 -0,62716 -0,344630 0,028559 0,160254 0,135234 -0,001424

Q18 -0,59413 -0,503240 -0,002889 0,080323 -0,282358 0,221703

Q19 -0,63674 -0,566140 0,081688 0,072543 -0,056388 0,078146

Q20 -0,64826 -0,325052 -0,255086 0,176402 -0,059971 0,261205

Q21 -0,53715 -0,550951 -0,224004 -0,057563 -0,113695 -0,000686

Q22 -0,57769 -0,302856 -0,369360 -0,372734 0,156573 0,064574

Q23 -0,57007 -0,007427 -0,278541 -0,353241 0,095604 -0,195554

Q24 -0,68448 -0,083216 -0,161236 -0,239988 0,149318 -0,367528

Q25 -0,72227 0,122879 -0,218116 0,055814 0,141617 -0,350912

Q26 -0,67429 0,101219 -0,351681 0,295699 0,142790 -0,107714

Q27 -0,72531 0,320885 -0,176848 0,213900 -0,155472 -0,068218

Q28 -0,71949 0,396380 -0,093968 0,112818 -0,094877 -0,035702

Q29 -0,68554 0,385158 -0,194554 0,130822 0,000832 -0,137808

Q30 -0,61572 -0,120116 -0,043087 0,243662 0,284048 0,030529

Var Expl 13,16841 2,173861 1,429276 1,287355 1,236733 1,156793

Total 0,43895 0,072462 0,047643 0,042912 0,041224 0,038560

Quadro 16: Análise fatorial facilitadores com carga 0,7 Fonte: A autora

Como as cargas fatoriais estavam relativamente baixas, optou-se por utilizar o

valor de 0,59. Buscando um melhor encaixe no plano gráfico foi efetuada a rotação

dos fatores utilizando-se do método Varimax Normalizado.

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58

ANÁLISE FATORIAL FACILITADORES COM CARGA 0,59

Variável Fator 1 Fator 2 Fator 3

Q2 0,596858 0,095278 0,234748

Q5 0,591579 0,369142 0,323417

Q6 0,592601 0,425497 0,135044

Q8 0,617340 0,204847 0,405602

Q9 0,624229 0,098838 0,307524

Q10 0,669410 0,199512 0,402699

Q11 0,381152 0,184790 0,708670

Q12 0,125690 0,258835 0,799699

Q13 0,311520 0,208099 0,712624

Q14 0,286332 0,149910 0,676313

Q18 0,144367 0,756653 0,233361

Q19 0,078834 0,776373 0,424900

Q20 0,363904 0,712492 0,141727

Q21 0,117671 0,810209 0,093796

Q22 0,299932 0,617902 0,116549

Q25 0,643481 0,297003 0,236336

Q26 0,693556 0,307259 0,081835

Q27 0,802902 0,202052 0,125069

Q28 0,792723 0,106145 0,194925

Q29 0,792083 0,084800 0,170275

Var Expl 5,675202 3,547915 3,128806

Total 0,283760 0,177396 0,156440

Quadro 17: Análise fatorial facilitadores com carga 0,59 Fonte: A autora

Após Rotação Varimax normalizada verificou-se que as questões Q1, Q3, Q4,

Q7, Q15, Q16, Q17, Q23, Q24, Q30 não atingiram carga fatorial necessária. Optou-

se então por excluí-las e o constructo ficou então representado por 3 fatores:

F1 – Q2, Q5, Q6, Q8, Q9, Q10, Q25, Q26, Q27, Q28 e Q29 = Prática

F2 – Q18, Q19, Q20, Q21 e Q22 = Trabalho em grupo

F3 – Q11, Q12, Q13 e Q14 = Habilidades individuais.

Através dos fatores encontrados, pode-se fazer relação com a pesquisa de

Soares (2008b), que através da aplicação do PBL em uma turma de graduação em

Ciências Contábeis verificou que os estudantes adquiriram conhecimento na área,

capacidade de resolução de problemas (prática), tiveram melhorias na sua

comunicação em grupo (trabalho em grupo), desenvolveram habilidades

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59

(habilidades individuais) e adquiriram confiança.

Com a definição dos fatores pôde-se comparar as respostas de cada aluno de

acordo com cada fator.

Foram feitas análises descritivas dos fatores para obtenção do valor da

mediana, a mínima, a máxima, quartil inferior, quartil superior de cada um dos

construtos.

DESCRITIVA FATORES FACILITADORES

Variável Mediana Mínimo Máximo Quartil Inf. Quartil Sup.

Prática 57 34 77 48 64

Trabalho em grupo 28 14 35 25 32

Habilidades individuais 21 9 27 17 24

Quadro 18: Descritiva Fatores Facilitadores Fonte: A autora

A partir dos valores apresentados definiram-se três dimensões quanto à

percepção dos alunos em relação à facilidade de aprendizado com a utilização do

método: pouco (desde o valor mínimo até o quartil inferior), moderado (desde o

quartil inferior até o quartil superior) e muito (do quartil superior até o valor máximo).

Logo, o gráfico 8, revela o percentual dos respondentes que consideraram a

metodologia do PBL como pouco facilitadora.

Gráfico 8: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL pouco facilitadora. Fonte: A autora

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Somente no 6º e no 7º período apresentaram respondentes que consideraram

a metodologia do PBL como pouco facilitadora no processo de aprendizado em

todos os três fatores. O que de certa forma é um resultado surpreendente, pois se

espera de alunos dos últimos períodos que os mesmos tenham mais maturidade

para serem mais ativos na busca de novos conhecimentos, além da motivação em

aproximar toda teoria adquirida à prática.

Gráfico 9: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL moderada. Fonte: A autora

Quanto aos alunos que avaliaram a metodologia como moderadamente

facilitadora no aprendizado nos quesitos: prática, trabalho em equipe e habilidades

individuais, os resultados foram bastante diversificados. Houve respondentes de

todos os períodos onde a metodologia foi aplicada, conforme exibido no Gráfico 9.

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Gráfico 10: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL muito facilitadora Fonte: A autora

A metodologia foi avaliada como muito facilitadora para o aprendizado por um

número significativo de alunos do 4º período, e por alguns alunos do 7º período.

Todos os quesitos tiveram aceitação pelos alunos, corroborando com a pesquisa de

Araujo (2010), na qual afirmou que o método pôde possibilitar por meio de resolução

de problemas reais ou bem próximos a realidade, a curiosidade, a busca e a

pesquisa.

Após toda a análise dos fatores facilitadores partiu-se para a análise dos

fatores limitantes. Para tanto, foram utilizadas as 21 variáveis. Utilizando-se o critério

de Kaiser e uma carga fatorial de 0,70 para cada variável, foram encontrados 4

fatores.

Para um melhor encaixe no plano gráfico, assim como para os fatores

facilitadores, foi efetuado a rotação dos fatores utilizando-se do método Varimax

Normalizado para os limitantes.

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ANÁLISE FATORIAL LIMITANTES COM CARGA 0,7

Variável Fator 1 Fator 2 Fator 3 Fator 4

Q1 -0,666277 -0,382286 0,381771 0,053645

Q2 -0,695188 -0,404579 0,135410 0,260483

Q3 -0,682334 -0,407218 0,260892 0,001453

Q4 -0,565451 -0,498481 0,147717 0,259317

Q5 -0,465080 0,342562 0,394206 0,302435

Q6 -0,652243 -0,243033 0,090125 -0,052161

Q7 -0,719871 -0,063330 0,072934 0,154176

Q8 -0,635609 0,039955 0,382651 -0,337944

Q9 -0,572176 0,261621 0,122281 -0,287287

Q10 -0,609304 0,438143 0,138185 0,004109

Q11 -0,664363 -0,061919 -0,217422 -0,269271

Q12 -0,695443 0,001749 -0,032994 -0,386155

Q13 -0,681027 0,028492 -0,116619 -0,025857

Q14 -0,629493 -0,210973 -0,300073 -0,440618

Q15 -0,705521 0,276302 0,065859 0,009763

Q16 -0,640037 0,418291 0,237381 0,006605

Q17 -0,607343 0,434680 0,148691 0,197298

Q18 -0,720616 0,077820 -0,332902 0,025894

Q19 -0,663492 0,054409 -0,522986 0,270553

Q20 -0,627206 0,113008 -0,495079 0,221443

Q21 -0,716414 -0,052993 -0,359616 0,096338

Var Expl 8,902592 1,680584 1,596846 1,040380

Total 0,423933 0,080028 0,076040 0,049542

Quadro 19: Análise fatorial limitantes com carga 0,7 Fonte: A autora

Após a rotação verificou-se que o fator 4 não possuía nenhuma variável

relevante. Optou-se então por excluí-lo e o constructo ficou então representado por 3

fatores.

Feita a Varimax Normalizada novamente os dados utilizando-se 3 fatores com

carga fatorial maiores do que 0,56 obteve- se os valores conforme demonstrado no

quadro 17 a seguir:

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ANÁLISE FATORIAL LIMITANTES (VARIMAX) COM CARGA 0,6

Variável Fator 1 Fator 2 Fator 3

Q1 0,806906 0,274547 0,096658

Q2 0,737126 0,163688 0,308477

Q3 0,783724 0,211408 0,201382

Q4 0,736185 0,031694 0,216948

Q5 0,180625 0,675347 -0,018106

Q6 0,578718 0,232353 0,322035

Q7 0,481304 0,387692 0,381556

Q8 0,488234 0,553112 0,087820

Q9 0,186250 0,555277 0,260311

Q10 0,087619 0,706439 0,274924

Q11 0,328773 0,226736 0,577047

Q12 0,377163 0,371790 0,451943

Q13 0,315298 0,344714 0,509872

Q14 0,381410 0,065872 0,617254

Q15 0,227572 0,613961 0,386914

Q16 0,160207 0,754411 0,214855

Q17 0,093338 0,707678 0,265333

Q18 0,212809 0,303428 0,706266

Q19 0,118625 0,169525 0,820906

Q20 0,067846 0,202983 0,778111

Q21 0,292861 0,197586 0,721507

Var Expl 3,961702 3,882320 4,335999

Total 0,188652 0,184872 0,206476

Quadro 20: Análise fatorial limitantes (Varimax) com carga 0,6 Fonte: A autora

Após Rotação Varimax nornalizada verificou-se que as questões Q7, Q8, Q9,

Q12 e Q13 não atingiram carga fatorial necessária. Optou-se então por excluí-las.

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ANÁLISE FATORIAL LIMITANTES (VARIMAX) COM CARGA 0,55 EXTRAÇÃO COMPONENTES

Variável Fator 1 Fator 2 Fator 3

Q1 0,823077 0,272392 0,084886

Q2 0,751717 0,187947 0,302538

Q3 0,792587 0,199849 0,213704

Q4 0,754612 0,030308 0,203111

Q5 0,223334 0,711509 -0,050180

Q6 0,567811 0,235903 0,324945

Q10 0,120707 0,707986 0,264120

Q11 0,358781 0,222974 0,576493

Q14 0,352830 -0,003262 0,652457

Q15 0,233712 0,621705 0,433331

Q16 0,164199 0,763607 0,218713

Q17 0,102813 0,739865 0,265940

Q18 0,206590 0,282391 0,736279

Q19 0,130312 0,195722 0,809266

Q20 0,079752 0,215996 0,753941

Q21 0,307755 0,207354 0,723419

Var Expl 3,333124 2,987961 3,716687

Total 0,208320 0,186748 0,232293

Quadro 21: Análise fatorial limitantes (Varimax) com carga 0,55 Fonte: A autora

O constructo representado por 3 fatores ficou classificado da seguinte

maneira:

F1 – Q1, Q2, Q3, Q4 e Q6 = Falta de informação

F2 – Q5, Q10, Q15, Q16 e Q17 = Desperdício de tempo

F3 – Q11, Q14, Q18, Q19, Q20 e Q21 = Inexperiência

Com os fatores já definidos pôde-se fazer uma análise das respostas de cada

aluno de acordo com cada fator.

Foram feitas análises descritivas dos fatores para obtenção do valor da

mínima, a máxima, quartil inferior, quartil superior de cada um dos construtos.

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DESCRITIVA FATORES LIMITANTES

Variável Mediana Mínimo Máximo Quartil Inf. Quartil Sup.

Falta de informação 16 6 35 12 22

Desperdício de tempo 17 5 35 13 22

Inexperiência 21 7 39 14 27

Quadro 22: Descritiva Fatores Limitantes Fonte: A autora

Assim como nos fatores facilitadores, a partir dos valores apresentados,

definiram-se três escalas quanto à percepção dos alunos em relação à limitação de

aprendizado com a utilização do método: pouco (desde o valor mínimo até o quartil

inferior), moderado (desde o quartil inferior até o quartil superior) e muito (do quartil

superior até o valor máximo).

Gráfico 11: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL pouco limitante. Fonte: A autora

O 4º, 6º e 7º período apresentaram respondentes que consideraram a

metodologia do PBL com poucos limitantes durante o processo de aprendizagem em

todos os três fatores: falta de informação, desperdício de tempo e inexperiência.

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Gráfico 12: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL moderadamente limitante Fonte: A autora

Somente o 3º período não apresentou nenhum aluno que avaliasse a

metodologia como moderadamente limitante em todos os três quesitos. Quanto aos

outros períodos que consideraram a metodologia desta forma, apresentaram um

número significativo de alunos, principalmente no 5º período, conforme exibido no

Gráfico 12.

Gráfico 13: Respondentes que consideraram a metodologia do PBL muito limitadora Fonte: A autora

Quanto aos alunos que avaliaram a metodologia como muito limitadora nos

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quesitos falta de informação, desperdício de tempo e inexperiência, os resultados

foram bastante diversificados. Houve respondentes de todos os períodos onde a

metodologia foi aplicada, com exceção do 6º período. O número significativo no 3°

período pode ser justificado pelo fato de os alunos estarem no início do curso e

ainda não possuir segurança o suficiente para assumirem um perfil ativo.

Através das análises apresentadas acima, é possível apresentar os seguintes

resultados:

Pouco Facilitadora – Somente a 6ª (9%) e 7ª (12,5%) fase apresentaram

respondentes que consideraram a metodologia do PBL como pouco facilitadora para

o aprendizado em todos os três fatores: falta de informação, desperdício de tempo e

inexperiência.

Moderadamente Facilitadora – Todas as fases participantes da pesquisa

apresentaram respondentes que consideraram os três fatores como sendo

moderadamente facilitador para o aprendizado.

Muito Facilitadora – Somente alunos da 4ª (23%) e da 7ª (10%) fase

apresentaram respondentes que consideraram a metodologia do PBL como muito

facilitadora para o aprendizado em todos os três fatores: falta de informação,

desperdício de tempo e inexperiência.

Pouco Limitadora – A 4ª (16%), 6ª (9%) e 7ª (5%) fase apresentou

respondentes que consideraram a metodologia como pouco limitadora em todos os

três fatores: falta de informação, desperdício de tempo e inexperiência.

Moderadamente Limitadora – Somente o 3º período não apresentou

nenhum aluno que avaliasse a metodologia como moderadamente limitante em

todos os três quesitos.

Muito Limitadora – Com exceção do 6º período, todos os períodos

apresentaram respondentes que consideraram a metodologia como muito limitadora

no processo de aprendizagem.

4.5 Análises Univariadas Facilitadores – ANOVA

4.5.1 Relação das dimensões fatores facilitadores vs. soma total das respostas

Esta análise permite verificar o relacionamento das dimensões estabelecidas

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pela autora a partir das respostas dos alunos, com a soma total das respostas de

todas as questões, independe do fator que pertencem.

As categorias foram estabelecidas de acordo com a resposta de cada aluno.

Alunos que revelaram em todos os três fatores (prática, trabalho em grupo e

habilidades individuais) respostas com valores que iam do valor mínimo até o quartil

inferior de cada um dos três fatores, se enquadravam na dimensão “pouco”.

Os respondentes que tiveram respostas com valores que iam do quartil

inferior até quartil superior em todos os três fatores, foram considerados

“moderados”, e onde os resultados apresentados no fator prática, trabalho em grupo

e habilidades individuais foram do quartil superior até a máxima foram categorizados

como “muito”.

Os alunos em que os valores das respostas foram diferentes entre os três

fatores e sendo assim pertenciam a dimensões distintas, foram denominados de

“misto”.

Foi desenvolvida uma análise de variância, ANOVA, a fim de verificar se a as

dimensões atribuídas pela autora estão realmente relacionados com a soma das

respostas dos alunos.

Para isto foi testado à seguinte hipótese:

H0: não há diferenças nas médias

H1: as médias são diferentes

Caso o valor atribuído a “α” na análise estatística for maior que “p” (α > p), ou

seja, se a significância do teste (α) for maior que a significância do resultado (p),

rejeita-se H0 e parte-se para as análises posteriores.

Para os dados analisados, verifica-se que p=0,000, portanto é menor que α (α

= 0,05), desta forma rejeita-se o H0 e conclui-se que alguma das medias é diferente

na comparação simultânea.

Como houve significância na comparação simultânea das médias, usou-se o

teste a posteriori de Scheffé para as comparações em pares.

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TESTE DE SCHEFFE(FACILITADORES) PARA COMPARAÇÕES PAREADAS

TESTE POSTERIORI

Total {1} 159,45 {2} 156,77 {3} 195,62 {4} 115,17

{1} misto 0,937014 0,000000 0,000002

{2} moderado 0,937014 0,000000 0,000029

{3} muito 0,000000 0,000000 0,000000

{4} pouco 0,000002 0,000029 0,000000

Quadro 23: Teste de Scheffe (facilitadores) para comparações pareadas Fonte: A autora

Isto significa que os respondentes pertencentes ao grupo 3 e 4, que

consideraram a metodologia como muito e pouco facilitadora, manifestam de

maneira mais evidente suas percepções sobre o metodologia, já as que compõem

os grupos 1 e 2 não mostram diferenças entre si.

Total; LS Means

Current effect: F(3, 103)=30,167, p=,00000

Effective hypothesis decomposition

Vertical bars denote 0,95 confidence intervals

misto moderado muito pouco

Total

80

100

120

140

160

180

200

220

Som

a

Gráfico 14: Relação Dimensões e Soma Fonte: A autora

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70

A fim de verificar se a fase em que se encontra os alunos que participaram da

pesquisa está relacionados com a soma da resposta das questões, foi desenvolvida

uma nova ANOVA.

4.5.2 Relação da fase dos alunos vs. soma total das respostas

Verifica-se que p = 0,33919, portanto é maior que α (α = 0,05), desta forma se

aceita o H0 e conclui-se que não há diferença na comparação simultânea das

médias, não houve significância.

Fase; LS Means

Current effect: F(4, 102)=1,1462, p=,33919

Effective hypothesis decomposition

Vertical bars denote 0,95 confidence intervals

3 4 5 6 7

Fase

135

140

145

150

155

160

165

170

175

180

185

So

ma

Gráfico 15: Relação da fase dos alunos vs. soma total das respostas Fonte: A autora

Através do gráfico 15 se pode afirmar que não houve nenhuma diferença

significativa entre as fases quanto às percepções dos alunos.

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71

4.5.3 Análises da relação das fases dos alunos vs. fatores facilitadores

Foi desenvolvida a ANOVA, a fim de verificar se a as fases em que os alunos

se encontram estão relacionados com a soma das respostas dadas para cada um

dos fatores.

Para isto foi testado à seguinte hipótese:

H0: não há diferenças nas médias

H1: as médias são diferentes

No primeiro momento comparou-se a fase dos alunos com o fator

determinante: Prática.

Verifica-se que p= 0,33989, é maior que α (α = 0,05), e, portanto se aceita o

H0 e conclui-se que não houve significância na comparação simultânea das médias.

Gráfico 16: Fase dos alunos com o fator determinante: Prática. Fonte: A autora

No fator prática, houve crescimento e declínio de forma alternativa entre as

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72

fases.

Através da análise descritiva conforme mostrado no gráfico 16, pode-se

afirmar que o fator prática na metodologia utilizada foi avaliado pela maioria como

sendo moderadamente facilitadora no processo de aprendizado.

Outra análise feita foi à relação da fase dos alunos com o fator determinante:

Trabalho em grupo.

Verifica-se que p= 0,26187, é maior que α (α = 0,05), e, portanto se aceita o

H0 e conclui-se que não há diferenças entre as médias, não houve significância na

comparação simultânea.

Gráfico 17: Fase dos alunos com o fator determinante: Trabalho em grupo. Fonte: A autora

No segundo fator, trabalho em grupo, houve crescimento da 3ª fase para a 4ª,

pode-se inferir que os alunos se sentiram mais confiantes de suas ideias, e trocaram

mais informações. Na 5ª fase os alunos não perceberam tanto que o trabalho em

grupo havia facilitado o aprendizado. Para a 6ª e 7ª fase houve um crescimento

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gradativo, mas não muito expressivo.

De qualquer maneira pode-se observar que na análise descritiva que

contemplou todos os fatores, conforme apresentado no gráfico 17, os alunos em sua

maioria perceberam pouco o fator trabalho em grupo como sendo facilitador durante

o processo de aprendizagem.

Para finalizar a análise ANOVA dos fatores em relação à fase, apresenta-se a

relação da fase dos alunos com o último fator determinante facilitador: Habilidades

Individuais.

Verifica-se que p= 0,38824, é maior que α (α = 0,05), aceita-se o H0 e com

isso pode-se afirmar que não houve significância na comparação simultânea das

médias.

Gráfico 18: Fase dos alunos com o fator determinante: Habilidades Individuais. Fonte: A autora

No fator habilidades individuais, houve um declínio referente à percepção dos

alunos quanto ao fator como sendo facilitador para o aprendizado. A 3ª fase foi a

que mais considerou facilitador dentre todas as fases participantes. Pode-se

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interpretar que por estarem no início do curso, os alunos ainda não tenham contato o

suficiente com a administração, e com o uso do PBL veem a possibilidade de um

maior contato com o próprio curso. Já na 7ª fase, onde apresentou um crescimento

nos resultados, o motivo seja o inverso dos participantes da 3ª fase, na 7ª os alunos

estão mais maduros e já possuem conhecimento prévio e teoria o suficiente para

trabalhar com a prática.

Assim como no fator trabalho em grupo, as habilidades individuais foram

pouco notadas como algo facilitador durante o exercício do PBL, conforme mostrado

no gráfico 18.

É possível apresentar os seguintes resultados quanto às ANOVAS descritas

acima:

Resultado 1 – Quanto à relação das dimensões facilitadoras com a soma das

respostas de todos os alunos, os grupos que consideraram a metodologia como

muito e pouco facilitadora, manifestaram de maneira mais evidente suas percepções

sobre a metodologia.

Resultado 2 – Quanto à relação da fase com a soma das respostas dos

alunos, as respostas não apresentaram significância na comparação simultânea das

médias. Nenhuma diferença significativa entre as fases.

Resultado 3 – Quanto à relação da fase com o fator Prática, as respostas não

apresentaram significância na comparação simultânea das médias. Nenhuma

diferença significativa entre as fases.

Resultado 4 – Quanto à relação da fase com o fator Trabalho em grupo, as

respostas não apresentaram significância na comparação simultânea das médias.

Nenhuma diferença significativa entre as fases.

Resultado 5 – Quanto à relação da fase com o fator Habilidades individuais,

as respostas não apresentaram significância na comparação simultânea das médias.

Nenhuma diferença significativa entre as fases.

Na análise feita dos Facilitadores, a única ANOVA que apresentou diferença

entre as médias foi a relação das dimensões facilitadoras estabelecidas pela autora,

com a soma de todas as respostas dos alunos.

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75

4.6 Análises Univariadas Limitantes – ANOVA

4.6.1 Análises da relação das dimensões fatores limitantes vs. soma total das

respostas

Foi desenvolvida uma análise de variância, ANOVA, a fim de verificar se a as

dimensões atribuídas pela autora estão realmente relacionados com a soma das

respostas dos alunos.

Assim como nos fatores facilitadores, as categorias nos limitantes foram

estabelecidas de acordo com a resposta de cada aluno. Alunos que revelaram em

todos os três fatores (falta de informação, desperdício de tempo e inexperiência)

respostas com valores que iam do valor mínimo até o quartil inferior de cada um dos

três fatores, se enquadravam na dimensão “pouco”.

Os respondentes que tiveram respostas com valores que iam do quartil inferior

até quartil superior em todos os três fatores, foram considerados “moderados”, e

onde os resultados apresentados nos fatores falta de informação, desperdício de

tempo e inexperiência foram do quartil superior até a máxima foram categorizados

como “muito”.

Os alunos em que os valores das respostas foram diferentes entre os três

fatores e sendo assim pertenciam a dimensões distintas, foram denominados de

“misto”.

Para isto foi testado à seguinte hipótese:

H0: não há diferenças nas médias

H1: as médias são diferentes

Caso o valor atribuído a “α” na análise estatística for maior que “p” (α > p) se

aceita o H0.

Verifica-se que p= 0,000, portanto é menor que α (α = 0,05), desta forma

rejeita-se o H0 e conclui-se que alguma das medias é diferente na comparação

simultânea.

Como houve significância na comparação simultânea das médias, usou-se o

teste a posteriori de Scheffé para as comparações em pares.

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TESTE DE SCHEFFE (LIMITANTES) PARA COMPARAÇÕES PAREADAS

TESTE POSTERIORI

Total {1} 72,652 {2} 106,90 {3} 37,250 {4} 70,600

{1} misto 0,000001 0,000005 0,965874

{2} muito 0,000001 0,000000 0,000002

{3} pouco 0,000005 0,000000 0,000087

{4} moderado 0,965874 0,000002 0,000087

Quadro 24: Teste de Scheffe(limitantes) para comparações pareadas Fonte: A autora

Isto significa que as respondentes pertencentes ao grupo do 2º e 3º

dimensão, que consideraram a metodologia como muito e pouco limitadora,

apresentaram médias estatisticamente distintas com as demais dimensões.

Total; LS Means

Current effect: F(3, 105)=25,532, p=,00000

Effective hypothesis decomposition

Vertical bars denote 0,95 confidence intervals

misto muito pouco moderado

Total

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

So

ma

Gráfico 19: Relação Dimensões e Soma Fonte: A autora

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Foi desenvolvida uma nova ANOVA, a fim de verificar se a fase em que se

encontram os alunos que participaram da pesquisa está relacionada com a soma da

resposta das questões.

4.6.2 Relação da fase dos alunos vs. soma total das respostas

Verifica-se que p = 0,21497 portanto é maior que α (α = 0,05), desta forma

aceita-se o H0 e conclui-se que não há diferença na comparação simultânea das

médias, não houve significância.

Fase; LS Means

Current effect: F(4, 102)=1,4760, p=,21497

Effective hypothesis decomposition

Vertical bars denote 0,95 confidence intervals

3 4 5 6 7

Fase

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

100

So

ma

Gráfico 20: Relação da fase dos alunos vs. soma total das respostas Fonte: A autora

O gráfico 20 demonstra que a fase que mais se diferencia dentre todas, é a

3ª. Da mesma forma que apresentaram um bom resultado quanto aos fatores

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facilitadores, os alunos desta fase também perceberam limitações. Pode-se inferir

que alem de estarem ansiosos pelo contato com a prática, os alunos apresentam

mais dificuldade por estarem no início do curso, ansiosos, abertos a novas

experiências e desafios. Apesar do resultado da 3ª fase, não houve nenhuma

diferença significativa entre as fases quanto às percepções dos alunos.

4.6.3 Análises da relação das fases dos alunos vs. fatores limitantes

Foi desenvolvida a ANOVA, a fim de verificar se a as fases em que os alunos

se encontram estão relacionados com a soma das respostas dadas para cada um

dos fatores.

Para isto foi testado à seguinte hipótese:

H0: não há diferenças nas médias

H1: as médias são diferentes

No primeiro momento comparou-se a fase dos alunos com o fator

determinante: Falta de informação.

Verifica-se que p= 0,84770, é maior que α (α = 0,05), e, portanto se aceita o

H0 e conclui-se que não houve significância na comparação simultânea das médias.

A seguir o gráfico 21 demonstra aludido acima.

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Fase; LS Means

Current effect: F(4, 102)=,34391, p=,84770

Effective hypothesis decomposition

Vertical bars denote 0,95 confidence intervals

3 4 5 6 7

Fase

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

F1

Gráfico 21: Fase dos alunos com o fator determinante: Falta de informação. Fonte: A autora

No fator falta de informação houve crescimento e declínio de forma alternativa

entre as fases, mas nenhuma de forma significativa.

Durante a análise descritiva, gráfico 21, pode-se observar que o PBL foi

avaliado como muito limitante neste quesito pelos alunos.

Na pesquisa de Galvez (2006), este fator também foi avaliado como limitante,

quando o autor afirma que não se pode garantir que a solução de um problema

servirá para a solução de um mesmo problema no futuro.

A próxima análise feita foi à relação da fase dos alunos com o fator

determinante: Desperdício de tempo.

Como apresentados nos gráficos abaixo, verifica-se que p= 0,01019, é menor

que α (α = 0,05), e, portanto rejeita-se o H0 e conclui-se que há diferenças

significantes entre as médias.

Como houve significância na comparação simultânea das médias, usou-se o

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teste a posteriori de Scheffé para as comparações em pares.

TESTE DE SCHEFFÉ (LIMITANTES) PARA COMPARAÇÕES PAREADAS

Fase {1} 21,667 {2} 15,806 {3} 16,806 {4} 13,273 {5} 18,000

3 0,094080 0,280703 0,030758 0,492138

4 0,094080 0,999958 0,837796 0,675126

5 0,280703 0,999958 0,869673 0,918424

6 0,030758 0,837796 0,869673 0,263185

7 0,492138 0,675126 0,918424 0,263185

Quadro 25: Teste de Scheffé (limitantes) para comparações pareadas Fonte: A autora

Isto significa que a média dos respondentes pertencentes à 3ª e 6ª fase

apresentaram médias estatisticamente diferentes com as demais. A 3ª fase se

destacou pela média acima das outras e a 6ª fase pela média mais baixa, conforme

exibido no gráfico 22.

Fase; LS Means

Current effect: F(4, 102)=3,4966, p=,01019

Effective hypothesis decomposition

Vertical bars denote 0,95 confidence intervals

3 4 5 6 7

Fase

8

10

12

14

16

18

20

22

24

26

28

F2

Gráfico 22: Fase dos alunos com o fator determinante: Desperdício de tempo. Fonte: A autora

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Para finalizar a análise ANOVA dos fatores em relação à fase, apresenta-se a

relação da fase dos alunos com o último fator determinante limitante: Inexperiência.

Verifica-se que p= 0,28558, portanto é maior que α (α = 0,05), desta forma se

aceita o H0 e conclui-se que não há diferença na comparação simultânea das

médias, não houve significância.

Fase; LS Means

Current effect: F(4, 102)=1,2729, p=,28558

Effective hypothesis decomposition

Vertical bars denote 0,95 confidence intervals

3 4 5 6 7

Fase

12

14

16

18

20

22

24

26

28

30

F3

Gráfico 23: Fase dos alunos com o fator determinante: Inexperiência. Fonte: A autora

Na avaliação da inexperiência, os resultados não apresentaram diferença

significativa. De forma geral, este fator foi considerado moderadamente limitante no

processo de aprendizagem conforme demonstrado no gráfico 23.

A falta de comprometimento que pode ser relacionada de certa forma com a

inexperiência é citada no trabalho de Galvez (2006) quando comenta em sua

pesquisa a exigência do trabalho de todos os alunos durante o uso do PBL, o que

nem sempre acontece, fazendo com que a dinâmica grupal sofra influência negativa

pelos demais que não tem interesse em participar da atividade.

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Portanto, é possível apresentar os seguintes resultados quanto às ANOVAS

descritas acima:

Resultado 1 – Quanto à relação das dimensões limitadoras com a soma das

respostas de todos os alunos, os grupos que consideraram a metodologia como

muito e pouco limitadora, manifestaram de maneira mais evidente suas percepções

sobre a metodologia.

Resultado 2 – Quanto à relação da fase com a soma das respostas dos

alunos, as respostas não apresentaram significância na comparação simultânea das

médias. Nenhuma diferença significativa entre as fases.

Resultado 3 – Quanto à relação da fase com o fator Falta de informação, as

respostas não apresentaram significância na comparação simultânea das médias.

Nenhuma diferença significativa entre as fases.

Resultado 4 – Quanto à relação da fase com o fator Desperdício de tempo, as

médias dos alunos pertencentes a 3ª e 6ª fase se destacaram dos demais neste

fator.

Resultado 5 – Quanto à relação da fase com o fator Inexperiência, as

respostas não apresentaram significância na comparação simultânea das médias.

Nenhuma diferença significativa entre as fases.

Na análise feita dos Limitantes, as únicas ANOVAS que apresentaram

diferença entre as médias foram: a relação das dimensões limitadoras,

estabelecidas pela autora, com a soma de todas as respostas dos alunos; e a

relação da fase dos alunos com o fator Desperdício de tempo.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista as mudanças ocorridas no perfil do estudante de administração,

e considerando a necessidade de adaptar novos modelos de formação centrada na

aprendizagem dos alunos, como já visto na revisão da literatura desse estudo, entende-

se necessário a modificação dos modelos tradicionais, em que o professor é o centro do

processo, e utiliza de aulas expositivas na maior parte do tempo.

Frente às essas necessidades, essa pesquisa teve como principal objetivo

avaliar a utilização da metodologia de aprendizagem baseada em problemas em

disciplinas dos cursos de graduação em Administração.

Neste capítulo são apresentadas as conclusões do trabalho. As mesmas seguem

a ordem dos objetivos específicos estabelecidos para o estudo e de forma a responder

o objetivo geral. Também são apresentadas as recomendações e sugestões para

trabalhos futuros relacionados ao mesmo tema.

Em relação ao primeiro objetivo específico, que foi selecionar e aplicar

problemas, com a estratégia de ensino PBL, em disciplinas de graduação, pode-se

afirmar que foi executado. A partir de leituras e pesquisas, foi elaborado um problema

de quatro linhas referente a um fato verídico: a queda da sétima maior empresa dos

Estados Unidos (Enron) e uma das maiores empresas de energia do mundo, ocorrido

em 2001, de forma que os alunos pudessem buscar um conhecimento maior sobre o

assunto, para assim nortear o processo de resolução do mesmo juntamente com os

colegas.

No problema (Apêndice A) foi apresentada uma breve descrição sobre o caso e,

pediu-se para relacionar o fato com a importância das auditorias nas empresas. Como

os alunos não tinham nenhum conhecimento sobre a Enron, tiveram que assumir uma

postura ativa na busca de informações sobre o ocorrido, para assim ter condições de

relacionar com o que estava sendo solicitado.

Além de investigar o caso, os alunos pesquisaram sobre auditorias e assuntos

relacionados que pudesse auxiliar na conclusão do problema.

As turmas onde a metodologia do PBL foi aplicada foram selecionadas em

comum acordo com os professores da graduação de Biguaçu e de Itajaí que tinham

disponibilidade de ceder aulas para a aplicação do método. A metodologia foi aplicada

nas turmas de 3º, 4º, 5º e 7º fase no campus de Biguaçu, e nas turmas de 6º e 7º do

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campus de Itajaí.

No que se refere ao segundo objetivo específico, que foi avaliar o uso do PBL, foi

cumprido por meio da aplicação de um questionário respondido pelos alunos após a

atividade. Contendo perguntas que abordavam os possíveis fatores facilitadores e

limitantes que possibilitaram o aprendizado através do método proposto (Apêndice B).

Foi possível identificar com base nas respostas do questionário referente aos

fatores facilitadores que, 77% aceitaram a metodologia, sendo deste valor 25% com

grande aceitação e 52% consideraram o método facilitador de forma moderada.

Ribeiro e Mizukami (2005, p. 142), concluiu em sua pesquisa que “a principal

vantagem salientada pelos estudantes foi atribuída ao fator motivacional, estimulou o

desenvolvimento de habilidades interpessoais e de investigação”.

No questionário aplicado sobre os fatores limitantes no processo de

aprendizagem, verificou-se que apenas 26% perceberam a metodologia como muito

limitante.

Apenas os alunos do 4º período e do 7º período consideraram a metodologia

muito facilitadora, o que confirma a ideia inicial de que alunos no final do curso são mais

maduros, com vasto conhecimento e propensos a serem mais ativos.

E com base nas respostas do questionário dos fatores limitantes foi possível

identificar que, parte dos alunos das últimas fases onde a pesquisa foi aplicada, 4º, 6º e

7º período, considerou o método com poucos limitantes em todos os fatores durante o

processo de aprendizagem, o que pode ser concluído que a metodologia é mais

aconselhável à utilização nas fases finais.

Escrivão Filho e Ribeiro (2007) salientam que os alunos possuem estilos

diferentes de aprendizagem, e nem todos podem se adaptar a um ambiente de

aprendizagem auto-dirigida e colaborativa, de forma que se deve observar a turma

individualmente em que o PBL está sendo aplicado.

Desse modo, espera-se que essa pesquisa possa ter contribuído com o ensino

de administração, e, consequentemente, com a formação dos estudantes ao apresentar

um método que, como todos os outros, possui seus pontos fortes e fracos, porém que

busca, de forma ativa, capacitar o egresso do curso de Administração para o mercado

de trabalho.

A pesquisadora durante a aplicação da pesquisa constatou que nenhum

professor das turmas em que o PBL foi aplicado conhecia a metodologia e trabalhavam

somente de forma tradicional em suas aulas.

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O interesse pela maior parte dos discentes em relação a uma nova metodologia

de aprendizagem foi visível. Por diversas vezes a pesquisadora foi questionada quanto

a mais informações sobre o PBL e outras metodologias ativas. Segundo os discentes, é

muito melhor aprender aliando a teoria com a prática.

Podem-se descrever algumas limitações que ocorreram no processo de

pesquisa. A primeira é devido ao tempo prolongado para aprovação do questionário

final, no qual acarretou em um atraso para o início da coleta de dados.

A coleta foi efetuada no final do semestre de 2011, o que restringiu o número de

turmas de aplicação do PBL, pois os professores já possuíam um cronograma que

deveria ser cumprido, e que cada vez ficava mais difícil de modificá-lo.

A segunda limitação diz respeito ao tempo disposto para a resolução do

problema. Os poucos professores que disponibilizaram suas turmas para a aplicação da

pesquisa, liberavam a turma na metade da aula para o final, o que fazia com que nem

todos os alunos ficassem para participar da atividade. Quem participava tinha pouco

tempo para a realização do PBL.

A terceira limitação está relacionada ao problema, pois o mesmo foi aplicado em

todas as turmas, independente de fase e disciplina a fim de uma melhor avaliação da

metodologia. Porém como o problema não tinha condições de atender ao plano de

ensino das disciplinas aplicadas, isto pode ser considerado um fator desmotivador para

os alunos.

Sugerem-se a realização de pesquisas futuras, a replicação desse estudo em

outros períodos e em outros momentos, como no início do semestre, onde os alunos

estão mais motivados e dedicados às aulas.

Outra sugestão é a aplicação do estudo em uma única turma, fazendo o

acompanhamento do início, meio e fim do semestre, podendo alternar com outros tipos

de metodologias, comparando-as.

Uma maneira de melhorar o desempenho dos alunos e torná-los mais

participativos no processo de aprendizagem seria olhar cada turma individualmente,

conhecendo o estilo de aprendizagem de cada aluno, o que melhor representa a forma

como o aluno aprende. Quando o docente conhece seus alunos, ele pode adaptar suas

aulas de acordo com os estilos presentes na turma, utilizando de estratégias diferentes

das utilizadas no método tradicional, tornando assim a aula mais atrativa e envolvente

para os discentes.

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APENDICES

Apêndice A

Problema

Universidade do Vale do Itajaí- UNIVALI

Curso de Administração (Noite) – Centro de Educação Biguaçu Aplicação da metodologia de ensino Aprendizagem Baseada em Problemas. Nome:_________________________________

Enron – A queda da sétima maior empresa dos Estados Unidos e uma das maiores

empresas de energia do mundo.

O caso Enron ficou conhecido como exemplo do uso da contabilidade para

manipular mercados e do aproveitamento da informação a favor dos executivos.

Fato esse que nos leva a reflexão acerca da fragilidade que existiu nos órgãos de

fiscalização. Acerca deste fato, qual a importância da auditoria nas empresas?

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Apêndice B

Questionários

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