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Faculdade de Administração Ética e Responsabilidade Social nas Empresas Relatório Final – Problema 02 1. Introdução Após análise da situação – problema, o grupo fez o seguinte questionamento: “Como atingir um equilíbrio profissional beneficiando terceiros e atingindo o lucro?”. 2. Justificativa Para os integrantes do grupo, estudar tal assunto nos fez analisar e discutir a respeito da Ética Profissional. A pesquisa contribuiu para maior conhecimento e crescimento dos alunos, tanto profissionalmente como pessoalmente. Todos conseguiram captar os conceitos e interpretá-los. 3. Hipóteses 4. Objetivo O grupo tinha como objetivo se conscientizar da Ética Profissional, além de entender mais sobre as características de um profissional ético na administração de uma empresa: seus valores, obrigações, deveres e o valor individual e social da profissão. Este objetivo foi alcançado. 5. Metodologia A pesquisa dos conceitos que tomamos por relevantes foi feita em sala de aula, na biblioteca, em livros e artigos, e pela internet, em sites acadêmicos. Distribuímos os conceitos entre os integrantes e cada um, depois de pesquisados, apresentou os conceitos aos outros. 6. Avaliação Após as pesquisas, todos os conceitos contribuíram para maior conhecimento dos alunos. Agora saberemos, caso precise, debater sobre alguns assuntos que ligam a ética profissional e sua importância no mundo contemporâneo. 7. Etapas e Cronograma 1

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Faculdade de Administração Ética e Responsabilidade Social nas Empresas

Relatório Final – Problema 02

1. Introdução

Após análise da situação – problema, o grupo fez o seguinte questionamento: “Como atingir um equilíbrio profissional beneficiando terceiros e atingindo o lucro?”.

2. Justificativa

Para os integrantes do grupo, estudar tal assunto nos fez analisar e discutir a respeito da Ética Profissional.

A pesquisa contribuiu para maior conhecimento e crescimento dos alunos, tanto profissionalmente como pessoalmente. Todos conseguiram captar os conceitos e interpretá-los.

3. Hipóteses

4. Objetivo

O grupo tinha como objetivo se conscientizar da Ética Profissional, além de entender mais sobre as características de um profissional ético na administração de uma empresa: seus valores, obrigações, deveres e o valor individual e social da profissão. Este objetivo foi alcançado.

5. Metodologia

A pesquisa dos conceitos que tomamos por relevantes foi feita em sala de aula, na biblioteca, em livros e artigos, e pela internet, em sites acadêmicos. Distribuímos os conceitos entre os integrantes e cada um, depois de pesquisados, apresentou os conceitos aos outros.

6. Avaliação

Após as pesquisas, todos os conceitos contribuíram para maior conhecimento dos alunos. Agora saberemos, caso precise, debater sobre alguns assuntos que ligam a ética profissional e sua importância no mundo contemporâneo.

7. Etapas e Cronograma

O tempo disponível foi distribuído entre discussão do problema alcançado, pesquisa em livros na biblioteca e na internet, reunião dos conceitos estudados e, posteriormente à apresentação, foi elaborado o relatório final.

8. Equipe Responsável

Na etapa de pesquisa cada integrante pesquisou o conceito que lhe cabia, como exposto abaixo:

Caroline Bellucci – (5) Ética profissional nas ambiências profissionais, (6) Código de ética do Administrador.

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Reynaldo Lara – (1) Valor social da profissão, (2) Valor individual da profissão, utilidade e expressão ética, (7) Consciência de grupo, (8) Amor pelo trabalho.

Ricardo Grassi – (3) Os deveres profissionais, (4) Aspectos especiais de relações profissionais.

Alessandro Pizatto – (9) Consciência Profissional e (10) Distúrbios de personalidade (como ganância e ambição) X Ética.

9. Conclusão

O problema em questão trata-se de como um profissional pode atingir um equilíbrio em seu trabalho beneficiando terceiros, como também obter lucros, agindo com ética, buscando a conscientização do grupo e amor ao seu trabalho.

Após análise dos conceitos pesquisados, percebe-se que toda empresa foi criada para obter lucro, e atualmente o foco deveria estar na valorização das pessoas para obter maximização dos resultados ou lucros. Para que o profissional possa conseguir esse equilíbrio, é preciso que a empresa foque nas pessoas para a obtenção de resultados, motivando-as e fazendo-as trazer o esperado lucro ao final do ciclo. Coloquemos o lucro como um resultado do trabalho que fazemos com as pessoas dentro da organização, servindo-as para que elas possam dar o melhor de si rumo ao alcance dos objetivos da empresa. Com os departamentos mantendo uma relação de mútuo apoio e comprometimento ético, temos um melhor sincronismo no desempenho de tarefas.

O profissional, bem como a empresa, deverá traçar um código de ética para colocar em prática dentro da organização e orientar os colaboradores a segui-lo da melhor maneira possível.

É necessário deixar de lado a ganância, incentivar trabalho em equipe, para criar uma conscientização de grupo, buscando aprender a lidar com as divergências de ideias e diferentes personalidades. Assim, será possível que o colaborador execute o trabalho de maior qualidade.

Por fim todas essas condutas éticas se resumem em dever profissional em geral que nada mais é que uma serie de atitudes e ações que se devem tomar dentro de qualquer organização tais como: competência, aprimoramento constante, respeito às pessoas, privacidade, tolerância, flexibilidade, fidelidade, envolvimento,  correção de conduta, boas maneiras, responsabilidade, corresponder à confiança que é depositada em você.

(1) Valor social da profissão

É fundamental ter sempre em mente que há uma série de atitudes que não estão descritas nos códigos das diversas classes profissionais, mas que são comuns a todas as atividades que uma pessoa pode exercer.

Atitudes de generosidade e cooperação no trabalho em equipe, mesmo quando a atividade é exercida solitariamente em uma sala, ela faz parte de um conjunto maior de atividades que dependem do bom desempenho desta.

Uma postura pró-ativa, ou seja, não ficar restrito apenas às tarefas que lhe foram dadas e não permitir que uma tarefa seja mal feita, contribuem para o engrandecimento do trabalho. Para isso, toda profissão sugere que seja exercida em função de seus semelhantes, recebendo em troca a dignidade e, conseqüentemente, permite o enriquecimento material.

Para Fritzen (2013), o trabalho constitui uma função social na medida que realiza quem o faz e atende satisfatoriamente o destinatário dos serviços. A natureza da atividade profissional está vinculada à necessidade social. Os profissionais prestam serviços em função da demanda.

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Por isso, surgem cada vez mais profissões especializadas, com relevante utilidade e bem-estar social.

O desenvolvimento pessoal, familiar e institucional mobilizam o progresso da sociedade e do país. A imensa responsabilidade do profissional de servir essencialmente para o crescimento social resulta em qualidade de vida maior para toda coletividade. Cada profissional representa uma unidade de trabalho, uma parte do todo social. A soma do esforço de cada unidade, expressa o nível de consciência, beneficiando em maior ou menor grau toda a sociedade.

Muitas oportunidades de trabalho surgem quando existe um olhar aberto e receptivo, com a preocupação em ser um pouco melhor a cada dia, seja qual for a atividade profissional. É a dimensão de que é preciso sempre continuar melhorando, aprendendo, experimentando novas soluções, criando novas formas de exercer as atividades, sujeito a mudanças, nem que seja mudar, às vezes, pequenos detalhes, mas que podem fazer uma grande diferença na realização profissional e pessoal.

O autor ainda comenta que as normas e princípios de cada profissão são elaboradas com o objetivo de proteger os profissionais, a categoria como um todo e as pessoas que dependem daquele profissional. No entanto, há muitos aspectos não previstos especificamente e que fazem parte do comprometimento do profissional em ser eticamente correto.

(2) Valor individual da profissão, utilidade e expressão.

“A profissão, como a prática habitual de um trabalho, oferece uma relação entre necessidade e utilidade, no âmbito humano, que exige uma conduta especifica para o sucesso de todas as partes envolvidas – quer sejam os indivíduos diretamente ligados ao trabalho, quer sejam os grupos, maiores ou menores onde tal relação se insere.O valor profissional deve acompanhar-se de um valor ético para que exista uma integral imagem de qualidade. Quando só existe a competência técnica e científica e não existe uma conduta virtuosa, a tendência é de que o conceito, no campo do trabalho, possa abalar-se, notadamente em profissões que lidam com maiores riscos” (SÁ, 2001, p.137).

(3) Deveres Profissionais

Segundo o decreto-lei º 486/99 de 13/11/1999, os deveres profissionais são os seguintes: o segredo profissional; a segregação patrimonial; a não utilização de valores mobiliários, de outros instrumentos financeiros ou de dinheiro fora dos casos previstos em lei ou regulamento e defesa do mercado.

Todas as capacidades necessárias ou exigíveis para o desempenho eficaz da profissão são deveres éticos.

Sendo o propósito do exercício profissional a prestação de uma utilidade a terceiros, todas as qualidades pertinentes à satisfação da necessidade, de quem requer a tarefa, passam a ser uma obrigação perante o desempenho. Logo, um complexo de deveres envolve a vida profissional, sob os ângulos da conduta a ser seguida para a execução de um trabalho.

SÁ (1998), diz que esses deveres impõem-se e passam a governar a ação do indivíduo perante seu cliente, seu grupo, seus colegas, a sociedade, o Editado e especialmente perante sua própria conformação mental e espiritual. Distinguem-se, pois, os valores nas tarefas e também a importância destas em face da conduta humana observável perante a execução.

No dizer de Simpson, tais distinções, por si sós, já seriam suficientes para a consideração científica do estudo da questão. Uma vez eleito o trabalho que desempenhará com

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habitualidade, o ser se compromete com todo um agregado de deveres éticos, pertinentes e compatíveis com a escolha a ser desempenhada.

Existem aspectos de uma objetividade, volvida ao trabalho, que apresenta particularidades próprias e também peculiares a cada especialização, ou seja, há um complexo de valores pertinentes a cada profissão. É lícito, pois, falar de uma ética profissional, como algo amplo, e de uma ética profissional aplicada e determinada profissão, como algo restrito.

Quando escolhemos o que fazer, devemos consultar nossa consciência: se a tarefa é, realmente, a desejável, a condizente com que nos apraz, e se possuímos pendor para realizá-la. Porém nem sempre a escolha coincide com a vocação, mas deita a eleição, inicia-se um compromisso entre o indivíduo e o trabalho que se propõe a realizar. Tal compromisso, essencial, está principalmente volvido para a produção com qualidade, ou seja, para a materialização de todo um esforço, no sentido de que consiga oferecer o melhor trabalho.

Isto não significa, todavia, que ninguém possa tornar-se um apaixonado adepto de outro conhecimento, tendo escolhido o que não era movido pelo que entendia estar vocacional, pois muitos profissionais de uma área que acabaram por se notabilizar em outras, em razão de suas genialidades e até da descoberta de aptidões que eles mesmos desconheciam.

Em suma, quando houver suficiente consciência individual, capaz de distinguir a nocividade de certa mídia eletrônica, das notícias fabricadas ao sabor de dinheiro, para promover uma opinião conduzida, e quando educação envolver-se pelo essencial, pelo ético, então a interação processar-se-á.

(4) Aspectos especiais de relações profissionais

Não se pode negar que existem ambientes distintos onde as condutas humanas se processam, se vive no trabalho e o profissional convive com diversas e específicas formas de relacionamento. Conforme a ambiência onde se realizam as tarefas, espécies de condutas também podem variar para as relações profissionais.

SÁ (1998) comenta que diversos são os aspectos especiais ou condições ambientais, sob os quais podemos observar a atuação do profissional, em seus espaços e relações no trabalho, mas, basicamente, encontramos os seguintes, ou seja, os do ser como: empregado, no qual o profissional segue uma linha de dependência hierárquica e pode ocupar cargos consultivos, diretivos ou executivos; autônomo, no qual o profissional pode exercer diferentes tipos de tarefas, desde as mais singelas até as mais complexas, mas exerce amplamente a sua liberdade no campo da vontade; como sócio de uma sociedade fechada, pode decidir como majoritário ou ser subordinado à vontade de seu grupo, apesar de possuir o poder de decisão e de controle, tem, todavia, uma conduta empresarial a cumprir; já nas grandes organizações, um profissional é ainda mais envolvido e quase, apenas, passa a ser um pequeno algarismo em um volumoso total, pois depende de muitas estruturas que exercem diferentemente suas vontades e aí, então, pouca autonomia possui.

Pode ocorrer um fato, que obriga o profissional a praticar o que não acha recomendável, mas que foi decidido por outros e que podem ter até menor capacidade que a sua. Em suma, existem variações de ambientes que tornam complexo o quadro da conduta humana, com notórias variações do exercício da conduta humana, com notórias variações do exercício da vontade do ser humano.

O autor complementa que como a ação da personalidade do profissional varia com os ambientes, a tendência é de que quanto mais impessoal tornar-se o processo da decisão e tanto menos ética é possível que venha a será conduta, se um sistema rígido de normas não obrigar à prática da virtude. Parecendo assim lógico que quanto mais a pessoa humana venha a perder a sua importância para uma organização, tanto menos ética poderá ser sua atuação, pois enfraquece sua condição de vontade e esta seu compromisso com os benefícios humanos.

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Portanto não é o que beneficia só a um grupo que pode ser considerado como conduta ética. O que pode favorecer a grupos pode prejudicar a maioria, ou seja, não existem duas éticas: aquela de um grupo de um ambiente fechado e aquelas de todos.

(5) Ética Profissional nas Ambiências Empresariais

A empresa prestadora de serviços profissionais tem sido considerada como eminentemente pessoal, quer pelo Direito Civil, quer pelo Direito Fiscal, bastando, observar qual o tratamento que às mesmas tem-se dispensado. Não é essencialmente, a exploração de capitais, mas de serviços humanos que formam o núcleo da atividade. Desejar, pois, assumir uma conduta institucional em termos absolutos, para justificar atos praticados perante a ética profissional parece-nos temeroso.

Uma empresa prestadora de serviços só se justifica se existirem profissionais competentes para a execução de um tipo de trabalho, logo, tenha o tamanho que tiver, será sempre dependente de atitudes dimanadas do ser humano.

O profissional é quem constitui a empresa. Tudo o que dimanar dessa organização, ainda que realizado por auxiliares, terá sempre a responsabilidade ética dos criadores. Os nomes de fantasias, as denominações que possam ser dadas a tais empresas, são apenas referencias que não agem por si mesmas, mas, sempre, em decorrência da vontade dos que estabelecem as normas de conduta a serem praticas.

Não é sem razão que os Conselhos Profissionais, como órgãos fiscalizadores, exigem existência e a ostensiva determinação do responsável técnico.

Outras entidades congêneres, como a Ordem dos advogados, impedem, inclusive, a constituição de empresa para a pratica da profissão, tal exigência não impede a associação de profissionais da área, permite o trabalho em comunhão, mas não aceita a figura institucional.

Tem-se observado que o serviço profissional em empresa tende à massificação e com esta surge o risco de perda de qualidade daquele.

Muitos problemas já podem ser evitados com bons métodos operacionais e supervisão de alta qualidade, paralelamente há treinamentos eficazes, mas para isto parece diluir-se na medida em que a dimensão da empresa começa a alcançar o gigantismo.

As questões éticas no campo profissional empresarial podem ser agravadas em face da dimensão empresarial.

O zelo, a pontualidade, o sigilo, etc., nem sempre são atitudes que se conseguem quando as estruturas empresariais se desenvolvem, crescem ou alcançam divisões espaciais de maior monta.

Uma coisa é controlar a qualidade das vendas de um produto em todo o mundo e outra é a de serviços profissionais, notadamente de determinados ramos que exigem uma somatória apreciável de conhecimentos especializados e gerais.

A corrupção, a ineficiência, a ineficácia, a negligência, a omissão, etc., são lesões às virtudes que encontramos em quase todas as organizações estatais, e nas maiores empresas em razão e suas dimensões e da quantidade e qualidade de pessoal que envolvem.

Algumas empresas de grande porte chegam a atos abusivos contra a sociedade, contra o ser humano, e contra o estado, conforme se tem comprovado, em decorrência do poder que possuem e da capa protetora que lhes envolvem, especialmente a de uma impersonalidade.

Todavia, como as médias e pequenas empresas possuem a maior influência de seus titulares, conseguem maiores graus de ética profissional, atuam de formas diferentes e pode até provocar condutas não virtuosas.

Entender que há uma eticidade aceitável e competente para substituir a Ética, na vida profissional, é abdicar da razão, do compromisso com o trabalho como o valor social, da dignidade do ser como essência da vida.

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As ambiências são espaços onde as relações profissionais se processam, incompetentes, por eles mesmos, para reformar as essências das virtudes.

O profissional, pelo fato de estar em uma empresa, não deixa de produzir a conduta e nem esta, seja qual for, poderá alterar conceitos já consagrados como éticos, pelo simples fato se ser na ambiência onde é produzida.

A ética capitalista do trabalho

Se o trabalho como fator de enriquecimento pessoal era proibido na Idade Média, legitima-se agora, na ética da sociedade capitalista, como tábua de salvação divina. A riqueza não é mais vista como pecado, mas como estando de acordo com a vontade de Deus. Trata-se de uma vontade que se confunde com os interesses do mercado e do lucro, e que valoriza o trabalho enquanto força passível de gerar riqueza. Ele deixa de existir apenas para atender às necessidades humanas básicas. Sua finalidade principal é produzir riqueza acumulada.

Max Weber, em sua "Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" diz que esta necessidade de acumulação de riquezas ultrapassou os limites do bom senso comercial e passou a ser um fim em si mesmo, uma concepção de vida, um ethos.

“De fato, o summum bonum desta "ética", a obtenção de mais e mais dinheiro, combinado com o estrito afastamento de todo gozo espontâneo da vida é, acima de tudo, completamente destituído de qualquer caráter eudemonista ou mesmo hedonista, pois é pensado tão puramente como uma finalidade em si, que chega a parecer algo de superior à "felicidade" ou "utilidade" do indivíduo, de qualquer forma algo de totalmente transcendental e simplesmente irracional. O homem é dominado pela produção do dinheiro, pela aquisição encarada como finalidade última de sua vida. A aquisição econômica não mais está subordinada ao homem como meio de satisfazer as suas necessidades materiais. Esta inversão do que poderíamos chamar de relação natural, tão irracional de um ponto de vista ingênuo, é evidentemente um princípio orientador do capitalismo, tão seguramente quanto ela é estranha a todos os povos fora da influência capitalista. Mas, ao mesmo tempo, ela expressa um tipo de sentimento que está inteiramente ligado a certas idéias religiosas. Ante a pergunta: Por que se deveria "fazer dinheiro do ganho dos homens?”O próprio Benjamim Franklin, embora fosse um deísta pouco entusiasta, responderia em sua autobiografia com uma citação da Bíblia, com que seu pai, intransigente calvinista, sempre o assediou em sua juventude: "Se vires um homem diligente em seu trabalho, ele estará acima dos reis"” (WEBER, 1974, p.187).

A ociosidade, mesmo entre as classes abastadas, passou a ser sinônimo de negação de Deus. Só se mostrava a verdadeira fé pelo trabalho incessante e produtivo. O trabalho era a oração moral burguesa e capitalista. Quem se resignasse à pobreza não merecia a salvação divina.

Teóricos do novo sistema descobriram no trabalho a fonte de toda riqueza individual e coletiva. Em 1776, Adam Smith (1723-1790), afirmava que a riqueza de uma nação dependia essencialmente da produtividade baseada na divisão do trabalho. Por essa divisão, as operações de produção de um bem, que antes eram executadas por um único homem (artesão), são agora decompostas e executadas por diversos trabalhadores, que se especializam em tarefas específicas e complementares.

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Com a produção mecanizada, o trabalho é glorificado como a essência da sociedade do trabalho. Não se concebe mais a possibilidade de existir ordem social fora da moral do trabalho produtivo.

Segundo Adam Smith, uma das características do ser humano, capaz de diferenciá-lo dos outros animais é uma certa propensão para trocar coisas. Essa propensão torna necessária a divisão do trabalho.

Outra diferença apontada por Adam Smith é que o homem, contrariamente a maioria dos animais, que ao se tornarem adultos ficam auto-suficientes, é muito dependente de seus semelhantes.

Existindo a necessidade de cooperação, mas tendo de conviver com seus impulsos egoístas, as sociedades elaboraram regras e leis morais para regular as ações humanas. As bases para a construção dessas regras são criadas a partir de uma espécie de "jogo de interesses". Ou seja, se necessitamos da ajuda das grandes multidões para vivermos e é impossível fazer amizade com todos eles para obter sua benevolência, podemos então mostrar ao outro que lhe é vantajoso nos dar o que precisamos, num sistema de trocas.

A ética capitalista defende a idéia de que o bem estar da coletividade é melhor obtido se apelarmos não ao altruísmo das pessoas, mas à defesa de seus interesses em relações de mercado. Desta forma o egoísmo (defesa do interesse próprio) é apresentado como a melhor forma de solucionar os problemas de um grupo social.

A eficácia econômica do sistema de mercado passou a ser o critério supremo para todos os juízos morais. A eficácia (critério técnico) passou a ser o critério ético fundamental. A ética capitalista é uma "ética" reduzida a uma questão puramente técnica.

Também fica claro, que a revolução tecnológica dos séculos XVIII e XIX, mais do que um progresso, significou a generalização de um projeto de controle social. As teses das classes dominantes revelam que o desejo de expansão de mercado e de aumento de suas riquezas passava pela necessidade da universalização dessa nova ordem social.

O que estava em jogo era o fim da autonomia do trabalho artesanal e a reunião e domesticação dos trabalhadores na fábrica. A divisão do trabalho defendida por Adam Smith teria a função de destruir o saber-fazer do artesão, subordinando-o à nova tecnologia da maquinofatura.

Para que essa sociedade voltada para o trabalho se viabilizasse, houve necessidade de construir um corpo disciplinar que envolvesse todos os indivíduos dentro e fora da fábrica. A ordem burguesa da produtividade tornava-se a regra que deveria gerir todas as instâncias do social. Para isso, instituiu-se um discurso moralizante que visava cristalizar no conjunto da sociedade a ética do tempo útil.

O tempo útil do trabalho produtivo deveria funcionar como um "relógio moral" que cada indivíduo levaria dentro de si.O uso do tempo que não de forma útil e produtiva, conforme o ritmo imposto pela fábrica, passou a ser sinônimo de preguiça e degeneração. Só o trabalho produtivo, fundado na máxima utilização do tempo dignificava o homem.

A empresa dos dias atuais é um imenso cosmos, no qual o indivíduo nasce, e que se apresenta a ele, pelo menos como indivíduo, como uma ordem de coisas inalterável, na qual ele deve viver. Obriga o indivíduo, na medida em que ele é envolvido no sistema de relações de mercado, a se conformar às regras de ação capitalistas. O fabricante que permanentemente se opuser a estas normas será economicamente eliminado, tão inevitavelmente quanto o trabalhador que não puder ou não quiser adaptar-se a elas será lançado à rua sem trabalho. (WEBER, 1974)

Para tornar vitoriosa a nova ordem, procurou-se eliminar qualquer forma de resistência. Impôs-se um modelo de sociedade em que só o trabalho produtivo fabril imperava. Quem se encontrasse fora desse modelo era expurgado da sociedade. A grande massa de europeus que

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imigraram para América no século XIX pode ser tomada como exemplo desse expurgo (WEBER, 1974).

A ética do consumo

Aristóteles afirmava que tudo que o homem precisava para ter uma vida cômoda já havia sido descoberto. O homem encontrava-se materialmente realizado e só lhe restava dedicar-se à elevação do espírito. Portanto, apesar de haver sentenciado a realização material, o filósofo grego indicava a impossibilidade da satisfação absoluta do homem.

No começo do século XX, os economistas mostravam-se preocupados com a possibilidade de chegar o dia em que as famílias seriam proprietárias de todos os bens disponíveis no mercado, pois assim o sistema entraria em colapso. Graças à impossibilidade da satisfação humana, a economia de mercado encontra-se hoje a pleno vapor.

Parece que, de algum modo, a idéia da realização sempre esteve ligada à satisfação material. Nas economias de mercado, ela em geral se reduz ao consumo de bens materiais, ou para proporcionar mais lazer, ou para ostentar a aparência de poder.

É comum ouvirmos que realização significa "vencer na vida". E esse "vencer" é basicamente acumular bens materiais e ostentar poder.

É "vencedor" aquele sujeito que possui carro do ano, veste-se com as melhores griffes e, de preferência, freqüenta os locais badalados.

Essa nova forma de encarar o mundo passou a ser hegemônica em nossa sociedade e já está interiorizada em cada um de nós, dentro de nosso processo de socialização. Os meios de comunicação de massa ainda reforçam esta dinâmica social como sendo "a realidade" e considerando absurdos e irracionais toda e qualquer proposta alternativa.

A obsessão pelo vencer - que é a mesma pelo poder - é uma das principais características das sociedades modernas. A partir dela, torna-se muito difícil qualquer ética de convivência solidária. A vontade individual de vencer predomina, não importando os meios para realizá-la. Símbolo da civilização moderna, o consumismo egocêntrico produz a barbárie, em que as relações sociais se transformam em uma arena - vence o mais forte ou o mais esperto. É a ética da "Lei de Gerson", onde quero tudo para mim, como o mínimo de esforço e no menor espaço de tempo possível.

Neste mundo de individualismo, a ética pode muito facilmente se transformar em "o que não prejudica ninguém está OK", ou, "o que os outros conseguem fazer impunemente deve estar certo", ou mesmo "se ninguém souber, está tudo bem". O que há de errado, por exemplo, se alguns atletas usam drogas (anabolizantes) para aumentar sua performance se não estão prejudicando ninguém, além deles mesmos? O que há de errado em receber seguro desemprego e trabalhar ao mesmo tempo? Afinal, o governo pode pagar por isso... O que há de errado em contratar um engenheiro só para assinar um projeto? Todo mundo faz isso e sai tão mais barato.

Mesmo que aceitássemos como válido esse estilo de vida, quantas pessoas em nossa sociedade conseguiriam acompanhá-lo? Como seria possível imaginar encontrar tal realização num país como o Brasil, onde a maioria da população vive abaixo da linha de pobreza? Não se percebe que, para a maioria da população, a possibilidade de vencer é uma ilusão construída e incentivada pela própria sociedade de consumo. A criação dessa expectativa esconde um fato fundamental: esse "paraíso dos vencedores" não é destinado a todos, mas apenas a uma minoria. Com certeza aos cinco ou dois por cento mais ricos da população.

De qualquer modo, será que esses "vencedores" encontram efetivamente uma realização no consumismo, ou apenas se submetem a uma angústia? Não seria por acaso essa a causa dos desajustes sociais nos países ricos?

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O universo empresarial é o que mais reflete este modelo e muitas organizações, acreditam que devem ter como objetivo o lucro a qualquer custo, principalmente se puderem ser conseguidos em detrimento da concorrência e até mesmo dos clientes. E num ambiente em que vale tudo, como no competitivo mundo empresarial, as considerações éticas são as primeiras a perder o valor.

As administrações das empresas preocupam-se em verificar a precisão da contabilidade e tomar providências cada vez mais enérgicas para que haja qualidade em seus produtos e serviços, mas na maioria das vezes não procede a nenhuma revisão sistemática de sua ética onde essa revisão é muito mais necessária.

Na maioria das empresas, o simples levantar-se de uma consideração ética numa discussão, exige coragem, já que a questão costuma ser considerada pela administração mais como fonte de problemas que de oportunidades, pois existe a crença de que a conduta ética pode não ser a melhor para os negócios.

(6) Código de Ética Profissional

As relações de valor que existem entre o ideal moral traçado e os diversos campos da conduta humana podem ser reunidas em um instrumento regulador.

Tal conjunto racional, com o propósito de estabelecer linha idéias éticas, já é uma aplicação desta ciência que se consubstancia em uma peça magna, como se uma lei fosse entre partes pertencentes a grupamentos sociais.

Uma espécie de contrato de classe gera o Código de Ética Profissional e os órgãos de fiscalização do exercício passam a controlar a execução de tal peça magna.Tudo deriva, pois, de critérios de condutas de um indivíduo perante seu grupo e o todo social.

O interesse no cumprimento do aludido código passa, entretanto, a ser de todos. O exercício de uma virtude obrigatória torna-se exigível de cada profissional, como se uma lei fosse, mas com proveito geral.

Cria-se a necessidade de uma mentalidade ética e de uma educação pertinente que conduza a vontade de agir, de acordo com o estabelecido. Essa disciplina e atividade é antiga, já encontrada nas provas históricas mais remotas, e é uma tendência natural na vida das comunidades.

É inequívoco que o ser tenha sua individualidade, sua forma de realizar seu trabalho, mas também o é uma norma comportamental deva reger a prática profissional no que concerne a sua conduta, em relação aos seus semelhantes.

Toda comunidade possuí elementos qualificados e alguns que tergiversam na prática das virtudes; seria utópico admitir uniformidade de conduta.

A disciplina, entretanto, através de um contato de atitudes, de deveres, de estados de consciência, e que deve formar um código de ética, tem sido a solução, notadamente nas classes profissionais que são egressas de cursos universitários.

Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos, e especialmente evitar que se macule o bom nome e o conceito social de uma categoria. Se muitos exercem a mesma profissão, é preciso que uma disciplina de conduta ocorra.

Código de ética das empresas

A Ética empresarial pode ser considerada um valor da organização que assegura sua sobrevivência e bons resultados. Geralmente a ética empresarial é vista como o comportamento de uma empresa.

Quando a empresa tira vantagem de clientes – como exemplo: abusando do uso dos anúncios publicitários – de início ela pode ter um lucro em curto prazo, mas terá a confiança

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perdida, forçando o cliente a consumir produtos da concorrência. Além disso, recuperar a imagem da empresa não vai ser fácil como da primeira vez.

O código de ética é um instrumento criado para orientar o desempenho de empresas em suas ações e na interação com seu diversificado público.

Se cada empresa elaborasse seu próprio código, especificando sua estrutura organizacional, a atuação dos seus profissionais e colaboradores poderia orientar-se através do mesmo. O sucesso da empresa depende das pessoas que a compõe, pois são elas que transformam os objetivos, metas, projetos e até mesmo a ética em realidade.

De acordo com o CFA (2013):CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO ADMINISTRADOR(Aprovado pela Resolução Normativa CFA nº 353, de 9 de abril de 2008)

I - De forma ampla a Ética é definida como a explicitação teórica do fundamento último do agir humano na busca do bem comum e da realização individual.II - O exercício da profissão de Administrador implica em compromisso moral com o indivíduo, cliente, empregador, organização e com a sociedade, impondo deveres e responsabilidades indelegáveis.III - O Código de Ética Profissional do Administrador (CEPA) é o guia orientador e estimulador de novos comportamentos e está fundamentado em um conceito de ética direcionado para o desenvolvimento, servindo simultaneamente de estímulo e parâmetro para que o Administrador amplie sua capacidade de pensar, visualize seu papel e torne sua ação mais eficaz diante da sociedade.

CAPÍTULO IDOS DEVERES

Art. 1º São deveres do Administrador:I - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, defendendo os direitos, bens e interesse de clientes, instituições e sociedades sem abdicar de sua dignidade, prerrogativas e independência profissional, atuando como empregado, funcionário público ou profissional liberal;II - manter sigilo sobre tudo o que souber em função de sua atividade profissional;III - conservar independência na orientação técnica de serviços e em órgãos que lhe forem confiados;IV - comunicar ao cliente, sempre com antecedência e por escrito, sobre as circunstâncias de interesse para seus negócios, sugerindo, tanto quanto possível, as melhores soluções e apontando alternativas;V - informar e orientar o cliente a respeito da situação real da empresa a que serve;VI - renunciar, demitir-se ou ser dispensado do posto, cargo ou emprego, se, por qualquer forma, tomar conhecimento de que o cliente manifestou desconfiança para com o seu trabalho, hipótese em que deverá solicitar substituto;VII - evitar declarações públicas sobre os motivos de seu desligamento, desde que do silêncio não lhe resultem prejuízo, desprestígio ou interpretação errônea quanto à sua reputação;VIII - esclarecer o cliente sobre a função social da organização e a necessidade de preservação do meio ambiente;IX - manifestar, em tempo hábil e por escrito, a existência de seu impedimento ou incompatibilidade para o exercício da profissão, formulando, em caso de dúvida, consulta ao CRA no qual esteja registrado;

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X - aos profissionais envolvidos no processo de formação do Administrador, cumpre informar, orientar e esclarecer sobre os princípios e normas contidas neste Código.XI - cumprir fiel e integralmente as obrigações e compromissos assumidos, relativos ao exercício profissional;XII - manter elevados o prestígio e a dignidade da profissão.

CAPÍTULO IIDAS PROIBIÇÕES

Art. 2º É vedado ao Administrador:I - anunciar-se com excesso de qualificativos, admitida a indicação de títulos, cargos e especializações;II - sugerir, solicitar, provocar ou induzir divulgação de textos de publicidade que resultem em propaganda pessoal de seu nome, méritos ou atividades, salvo se em exercício de qualquer cargo ou missão, em nome da classe, da profissão ou de entidades ou órgãos públicos;III - permitir a utilização de seu nome e de seu registro por qualquer instituição pública ou privada onde não exerça pessoal ou efetivamente função inerente à profissão;IV - facilitar, por qualquer modo, o exercício da profissão a terceiros, não habilitados ou impedidos;V - assinar trabalhos ou quaisquer documentos executados por terceiros ou elaborados por leigos alheios à sua orientação, supervisão e fiscalização;VI - organizar ou manter sociedade profissional sob forma desautorizada por lei;VII - exercer a profissão quando impedido por decisão administrativa do Sistema CFA/CRAs transitada em julgado;VIII - afastar-se de suas atividades profissionais, mesmo temporariamente, sem razão fundamentada e sem notificação prévia ao cliente ou empregador;IX - contribuir para a realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la, ou praticar, no exercício da profissão, ato legalmente definido como crime ou contravenção;X - estabelecer negociação ou entendimento com a parte adversa de seu cliente, sem sua autorização ou conhecimento;XI - recusar-se à prestação de contas, bens, numerários, que lhes sejam confiados em razão do cargo, emprego, função ou profissão, assim como sonegar, adulterar ou deturpar informações, em proveito próprio, em prejuízo de clientes, de seu empregador ou da sociedade;XII - revelar sigilo profissional, somente admitido quando resultar em prejuízo ao cliente ou à coletividade, ou por determinação judicial;XIII - deixar de cumprir, sem justificativa, as normas emanadas dos Conselhos Federal e Regionais de Administração, bem como atender às suas requisições administrativas, intimações ou notificações, no prazo determinado;XIV - pleitear, para si ou para outrem, emprego, cargo ou função que esteja sendo ocupado por colega, bem como praticar outros atos de concorrência desleal;XV - obstar ou dificultar as ações fiscalizadoras do Conselho Regional de Administração;XVI - usar de artifícios ou expedientes enganosos para obtenção de vantagens indevidas, ganhos marginais ou conquista de contratos;XVII - prejudicar, por meio de atos ou omissões, declarações, ações ou atitudes, colegas de profissão, membros dirigentes ou associados das entidades representativas da categoria.

CAPÍTULO IIIDOS DIREITOS

Art. 3º São direitos do Administrador:

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I - exercer a profissão independentemente de questões religiosas, raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, condição social ou de qualquer natureza discriminatória;II - apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições, quando as julgar indignas do exercício profissional ou prejudiciais ao cliente, devendo, nesse caso, dirigir-se aos órgãos competentes, em particular ao Tribunal Regional de Ética dos Administradores e ao Conselho Regional de Administração;III - exigir justa remuneração por seu trabalho, a qual corresponderá às responsabilidades assumidas a seu tempo de serviço dedicado, sendo-lhe livre firmar acordos sobre salários, velando, no entanto, pelo seu justo valor;IV - recusar-se a exercer a profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho sejam degradantes à sua pessoa, à profissão e à classe;V - participar de eventos promovidos pelas entidades de classe, sob suas expensas ou quando subvencionados os custos referentes ao acontecimento;VI - a competição honesta no mercado de trabalho, a proteção da propriedade intelectual sobre sua criação, o exercício de atividades condizentes com sua capacidade, experiência e especialização.

CAPÍTULO IVDOS HONORÁRIOS PROFISSIONAIS

Art. 4º Os honorários e salários do Administrador deverão ser fixados, por escrito, antes do início do trabalho a ser realizado, levando-se em consideração, entre outros, os seguintes elementos:

I - vulto, dificuldade, complexidade, pressão de tempo e relevância dos trabalhos a executar;II - possibilidade de ficar impedido ou proibido de realizar outros trabalhos paralelos;III - as vantagens de que, do trabalho, se beneficiará o cliente;IV - a forma e as condições de reajuste;V - o fato de se tratar de locomoção na própria cidade ou para outras cidades do Estado ou do País;VI - sua competência e renome profissional;VII - a menor ou maior oferta de trabalho no mercado em que estiver competindo;VIII - obediência às tabelas de honorários que, a qualquer tempo, venham a ser baixadas, pelos respectivos Conselhos Regionais de Administração, como mínimos desejáveis de remuneração.

Art. 5° É vedado ao Administrador:I - receber remuneração vil ou extorsiva pela prestação de serviços;II - deixar de se conduzir com moderação na fixação de seus honorários, devendo considerar as limitações econômico-financeiras do cliente;III - oferecer ou disputar serviços profissionais, mediante aviltamento de honorários ou em concorrência desleal.

CAPÍTULO VDOS DEVERES ESPECIAIS EM RELAÇÃO AOS COLEGAS

Art. 6° O Administrador deverá ter para com seus colegas a consideração, o apreço, o respeito mútuo e a solidariedade que fortaleçam a harmonia e o bom conceito da classe.

Art. 7° Com relação aos colegas, o Administrador deverá:

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I - evitar fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras;II - recusar cargo, emprego ou função, para substituir colega que dele tenha se afastado ou desistido, visando a preservação da dignidade ou os interesses da profissão ou da classe;III - evitar emitir pronunciamentos desabonadores sobre serviço profissional entregue a colega;IV - evitar desentendimentos com colegas, usando, sempre que necessário, o órgão de classe para dirimir dúvidas e solucionar pendências;V - tratar com urbanidade e respeito os colegas representantes dos órgãos de classe, quando no exercício de suas funções, fornecendo informações e facilitando o seu desempenho;VI - na condição de representante dos órgãos de classe, tratar com respeito e urbanidade os colegas Administradores, investidos ou não de cargos nas entidades representativas da categoria, não se valendo dos cargos ou funções ocupados para prejudicar ou denegrir a imagem dos colegas, não os levando à humilhação ou execração;VII - auxiliar a fiscalização do exercício profissional e zelar pelo cumprimento do CEPA, comunicando, com discrição e fundamentadamente aos órgãos competentes, as infrações de que tiver ciência;

Art. 8° O Administrador poderá recorrer à arbitragem do Conselho Regional de Administração nos casos de divergência de ordem profissional com colegas, quando for impossível a conciliação de interesses.

CAPÍTULO VIDOS DEVERES ESPECIAIS EM RELAÇÃO À CLASSE

Art. 9° Ao Administrador caberá observar as seguintes normas com relação à classe:I - prestigiar as entidades de classe, propugnando pela defesa da dignidade e dos direitos profissionais, a harmonia e a coesão da categoria;II - apoiar as iniciativas e os movimentos legítimos de defesa dos interesses da classe, participando efetivamente de seus órgãos representativos, quando solicitado ou eleito;III - aceitar e desempenhar, com zelo e eficiência, quaisquer cargos ou funções, nas entidades de classe, justificando sua recusa quando, em caso extremo, achar-se impossibilitado de servi-las;IV - servir-se de posição, cargo ou função que desempenhe nos órgãos de classe, em benefício exclusivo da classe;V - difundir e aprimorar a Administração como ciência e como profissão;VI - cumprir com suas obrigações junto às entidades de classe às quais se associou, inclusive no que se refere ao pagamento de contribuições, taxas e emolumentos legalmente estabelecidos;VII - acatar e respeitar as deliberações dos Conselhos Federal e Regional de Administração.

CAPÍTULO VIIDAS INFRAÇÕES DISCIPLINARES

Art. 10 Constituem infrações disciplinares sujeitas às penalidades previstas no Regulamento do Processo Ético do Sistema CFA/CRAs, aprovado por Resolução Normativa do Conselho Federal de Administração, além das elencadas abaixo, todo ato cometido pelo profissional que atente contra os princípios éticos, descumpra os deveres do ofício, pratique condutas expressamente vedadas ou lese direitos reconhecidos de outrem:I - praticar atos vedados pelo CEPA;

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II - exercer a profissão quando impedido de fazê-lo ou, por qualquer meio, facilitar o seu exercício aos não registrados ou impedidos;III - não cumprir, no prazo estabelecido, determinação de entidade da profissão de Administrador ou autoridade dos Conselhos, em matéria destes, depois de regularmente notificado;IV - participar de instituição que, tendo por objeto a Administração, não esteja inscrita no Conselho Regional;V - fazer ou apresentar declaração, documento falso ou adulterado, perante as entidades da profissão de Administrador;VI - tratar outros profissionais ou profissões com desrespeito e descortesia, provocando confrontos desnecessários ou comparações prejudiciais;VII - prejudicar deliberadamente o trabalho, obra ou imagem de outro Administrador, ressalvadas as comunicações de irregularidades aos órgãos competentes;VIII - descumprir voluntária e injustificadamente com os deveres do ofício;IX - usar de privilégio profissional ou faculdade decorrente de função de forma abusiva, para fins discriminatórios ou para auferir vantagens pessoais;X - prestar, de má-fé, orientação, proposta, prescrição técnica ou qualquer ato profissional que possa resultar em dano às pessoas, às organizações ou a seus bens patrimoniais.

CAPÍTULO VIIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 11 Caberá ao Conselho Federal de Administração, ouvidos os Conselhos Regionais e a categoria dos profissionais de Administração, promover a revisão e a atualização do CEPA, sempre que se fizer necessário.

Art. 12 As regras processuais do processo ético serão disciplinadas em Regulamento próprio, no qual estarão previstas as sanções em razão de infrações cometidas ao CEPA.

Art. 13 O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Administração manterão o Tribunal Superior e os Tribunais Regionais, respectivamente, objetivando o resguardo e aplicação do CEPA.

Art. 14 É dever dos CRAs dar ampla divulgação ao CEPA.

(7) Consciência de Grupo

A consciência de grupo, assim como tudo, parece haver uma certa tendência para a organização. Esse todo depende de uma disciplina comportamental e de conduta guiado pela característica do trabalho executado. É necessário então, uma conduta humana, que chamamos de ética.

“Sabemos que a conduta do ser humano tende ao egoísmo, repetimos, mas para os interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas em princípios de virtude. Como só a atitude virtuosa tem condições de garantir o bem comum, a ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício geral” (SÁ, 2001, p.114).

Percebemos que o egoísmo e o individualismo têm aumentado em um mundo cada vez mais capitalista; dentro de uma empresa, é necessário, pois, adotar uma tutela sobre o

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trabalho, através de normas éticas, para mostrar ao grupo que é preciso que cada um ceda alguma coisa para receber muitas outras.

“Parece-me pouco entendido, por um numero expressivo de pessoas, que existe um bem comum a defender e do qual elas dependem para o bem-estar próprio e o de seus semelhantes. Esse referido ‘comum’, como afirmou Maritain, atinge ‘o todo e as partes” (SÁ, 2001, p.115).

A verdadeira Consciência Grupal só é experimentada num Grupo quando o indivíduo encontrou a si mesmo. Ele pode então cooperar com o Grupo e dele se beneficiar, sem perder sua individualidade, sua própria autonomia e responsabilidade. A Consciência de Grupo dá estímulo e suporte ao seu direito de se expressar de modo singular. O equilíbrio adequado entre as necessidades do Grupo e as do indivíduo é uma decorrência natural e assim o Grupo passa a ser, na verdade, uma extensão do indivíduo, onde ele pode operar como um livre agente.

Também podemos nos perceber como uma parte de algo maior que a soma de nossos relacionamentos individuais. Um grupo ou uma instituição sinergética é aquela configurada de modo que uma pessoa, ao buscar seus objetivos "egoístas" automaticamente também está ajudando os outros: e que ao procurar ajudar os outros, ser-lhes útil é ser "altruísta", também e automaticamente obtém vantagens "egoístas". Quer dizer, é uma resolução da dicotomia entre egoísmo e altruísmo, mostrando muito claramente que a oposição entre ambos esses termos ou sua exclusão mútua é função de uma cultura pouco desenvolvida. Em outras palavras, o conflito entre interesses pessoais e coletivos, em seus diferentes graus, é indicativo direto da debilidade de sinergia e carência de "Consciência de Grupo".

David Spangler, pensador contemporâneo e autor de diversos livros, fala sobre a COMUNIDADE DE CONSCIÊNCIA: "jamais há um momento em que não estamos em comunidade e nossa prática é despertar para a experiência da comunhão". Eis aí o sentido amplo de comum-unidade.

É muito importante que ajudemos uns aos outros a desenvolver potenciais e evoluir conscientemente. Em um Grupo, à medida que cada membro se desenvolve e progride, a consciência total do Grupo aumenta. E todos se beneficiam igualmente disso.

"É extremamente valioso perceber que somos parte do corpo da humanidade e o afetamos diretamente com cada pensamento e sentimento que emitimos. Num Grupo, esses pensamentos e sentimentos se expandem em espirais cada vez mais amplas. Isso acontece o tempo todo, de modo positivo ou negativo, quer estejamos conscientes disso ou não." (Sara Marriott).

O desenvolvimento do processo grupal em si é um grande mistério e a Consciência de Grupo cria um campo de ressonância que facilita o aprendizado e o fluir do próprio processo. A Vida em comum-unidade é um "estado de ser" que catalisa o crescimento pessoal dentro de um Grupo e o crescimento do Coletivo dentro do Todo.

Devemos valorizar a contribuição de cada pessoa. A combinação de qualidades como atuação, coragem e eficiência (vontade), cuidado, confiança e vínculo (coração), entendimento, visão e integridade (mente), de modo equilibrado, resultam numa poderosa integração.

Em essência, a Consciência de Grupo nasce da grande força de Atração, que faz do ser humano um ser social, capaz de criar relacionamentos e vínculos afetivos, sobre o plano pessoal. Consideramos que o ser humano se compõe das dimensões físico-biológica, psicológica, social, cultural, histórica, ambiental e espiritual. Somente com o despertar da dimensão espiritual do ser humano, a Consciência de Grupo torna-se, enfim, o estado chamado pelos antigos sábios como Consciência Universal.

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"Aprendendo o verdadeiro significado da Consciência de Grupo, paramos de olhar para nós mesmos como um ser separado de todos os outros e começamos a ver nosso elo com toda a humanidade, com a Natureza e o Cosmos. Nessa realização, aprendemos a ciência e a arte da Cooperação." (Torkom Saraydarian).

(8) Amor ao trabalho

De acordo com Shinyashiki (2007), o prazer está em se entregar totalmente, de maneira que você e o seu trabalho sejam uma coisa única. O prazer de ser bom no que faz é a maior recompensa que um campeão pode receber. É preciso tomarmos consciência, porém, que o trabalho não significa desperdiçar dois terços da vida em troca de dinheiro no fim do mês.

Trabalho é muito mais do que desperdiçar o dia inteirinho para garantir a noite, desperdiçar toda a juventude para garantir a velhice. Trabalho é, na verdade, o desabrochar da alma. Ele pode ser a almejada fonte da eterna juventude. O trabalho propicia alegria, chances de aprendizado, desafios.

PrazerCada um de nós deve sentir muito prazer no trabalho. No entanto, a maioria das pessoas

ainda trabalha única e exclusivamente para sobreviver. Mas, à medida que recuperam o seu valor, podem realizar sua vocação. Se seu trabalho é fonte de angústias, pare e reflita sobre os seguintes pontos: será que estou no lugar certo? Será que estou no emprego que corresponde ao meu talento? Será que tenho competência para fazer o que estou fazendo? São questões básicas. Se não está feliz, mude de profissão, de emprego, ou aprenda mais para conseguir um lugar melhor.

FelicidadeApesar dos problemas que sempre vão aparecer, o trabalho precisa ser um caminho para a

felicidade e para a realização, e não um sacrifício.PaixãoÉ hora de as pessoas assumirem que têm prazer no trabalho. É preciso perceber que não

se deve trabalhar para receber algo em troca – dinheiro, aplausos ou prêmios. Na verdade, essas coisas são importantes, mas decorrem de um trabalho realizado com paixão.

EntregaO prazer está em se entregar totalmente, de maneira que você e o seu trabalho sejam uma

coisa única. O prazer de ser bom no que faz é a maior recompensa que um verdadeiro campeão pode receber. Portanto, não se desvie de seu caminho apenas para receber alguns aplausos. Se nos doarmos por inteiro, teremos resultados por inteiro.

(9) Consciência Profissional

Profissionais narcisistas são enamorados de si mesmos. Sua vaidade se baseia em um ego que se enfeita para que os outros o adorem. Amparam-se largamente no delírio pela onipotência, caminham em direção aos excessos, a volúpia, ao poder e seus vícios, e, portanto, são completamente despidos de qualquer fundamento social. O mundo existe a sua volta para lhe servir. Ser paparicado é seu objetivo maior.

Energia e tenacidade para alcançar realização profissional podem muito bem estar incluídos entre os atributos de quem alimenta comportamentos narcisos. Com efeito, os novos paradigmas do trabalho exigem dos trabalhadores grande disposição para mudanças, onde devem ser capazes de se ajustarem rapidamente às transformações ocasionadas em ambientes profissionais e às inovações tecnológicas, o que requer auto-desenvolvimento, despertar de atitudes criativas e adoção de uma adequada visão analítica da realidade onde atua. É necessário, ainda, ampla compreensão das atividades em que estão inseridas, excelente

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capacidade de comunicação, tanto oral quanto escrita, aptidão para resolver problemas e tomar decisões, de forma autônoma.

Para Sanchotene (2009), não obstante, é o capital humano que vai tomando lugar do capital financeiro, à medida em que ocorrem avanços tecnológicos e são inseridas variáveis intelectuais em processos de produção, onde ao homem são reservados os processos cognitivos, relegando às máquinas a tarefa de esforço repetitivo. E, nesses ambientes, o espírito de corpo revela-se uma questão imperiosa, pois esse somente existe onde haja consciência coletiva.

O autor complementa que essa, por sua vez, em atitudes assumidas por pessoas que saibam harmonizar emoções e pensamentos, em função da evolução do ambiente em que convivem, incluindo elas próprias. Para que haja desenvolvimento de grupo, é necessário que hajam decisões de grupo, em busca de soluções aos problemas inerentes ao processo de transformação. Envolve, portando, questões éticas. E, nesse sentido, é necessário que se leve em conta que um ambiente de trabalho não serve apenas para satisfazer necessidades pessoais, mas para propiciar transformações a todos os seus integrantes, iguais em sua condição humana, porém diferentes no que se refere às formas de pensar e de agir.

E isso implica em cada indivíduo conhecer a si mesmo. Em levar em conta que o êxito profissional não depende de sorte, de magia, de colegas ou de seu chefe, mas constitui resultado do esforço inteligente e eficaz de cada um. A felicidade está nas mãos de quem trabalha, ao saber afastar comportamentos negativos e emoções prejudiciais, gerindo com habilidade todas as questões da vida. Apesar dos altos e baixos que ela enseja, o êxito profissional apoia-se na construção de um estado interior que independa das flutuações de humor.

As verdadeiras transformações acontecem de dentro para fora e se expressam através da serenidade interior, capaz de nutrir sentimentos nobres, nascendo dali a motivação para a construção de um ambiente de trabalho otimista, a partir de atitudes de empatia, cooperação e ligação social.

É do interior que vem a certeza de que somos frutos do amor e dele dependemos para uma existência plena, fazendo-nos cultivá-lo dentro de nós, para termos o que oferecer aos demais, como símbolo do respeito à vida, que nos concede existência, à dignidade, que nos liga à nossa humanidade, a nosso projeto de vida, de nos tornarmos trabalhadores conscientes, mas acima de tudo cidadãos que encontram uma razão maior para sua existência. E esse estado de ser não nasce pronto, mas deve ser construído por cada um.

(10) Distúrbios de personalidade (como ganância e ambição) X Ética

Os Transtornos de Personalidade, também referidos como Perturbações da Personalidade, formam uma classe de transtorno mental que se caracteriza por padrões de interação interpessoais tão desviantes da norma, que o desempenho do indivíduo tanto na área profissional como em sua vida privada pode ficar comprometido. Na maior parte das vezes os sintomas são vivenciados pelo indivíduo como "normais" (eu-sintônico), de forma que a diagnose somente pode ser estabelecida a partir de uma perspectiva exterior..

Mais do que outros transtornos mentais, os transtornos da personalidade apresentam o perigo de uma estigmatização do paciente. Isso de deve sobretudo à terminologia, que sugere um transtorno de toda a personalidade do indivíduo e, muitas vezes, está ligada a juízos morais com relação ao paciente. Os atuais sistemas de classificação (DSM-IV e CID-10) - que utilizam o método descritivo e não etiológico - permitiram o desenvolvimento de novas abordagens, que procuram descrever tais transtornos como transtornos da interação interpessoal e levaram ao desenvolvimento de novos tratamentos psicoterapêuticos.

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Lista de transtornos de personalidade definidos no DSM-IV-TR

Cluster/Grupo B (transtornos dramáticos, imprevisíveis ou irregulares)Transtorno de personalidade narcisista ― Pessoas arrogantes, orgulhosas e que se acham superiores e mais especiais que os outros. De primeira, esses indivíduos passam uma grande impressão de que são metidos, egoístas ou antipáticos, demonstram pouca empatia para com os outros, não se importam com sentimentos alheios e podem ser frios emocionalmente. Quase sempre se acham "os melhores", "os mais lindos", "os mais ricos" etc. e exigem ser atendidos pelos melhores médicos, pelos melhores professores e outros "melhores" profissionais por causa de seu sentimento de superioridade. Diferentemente do histriônico, narcisistas podem se cuidar em excesso (vaidosos) para mostrar às outras pessoas o quanto são mais "bonitos" e anseiam por elogios não para receber atenção, mas apenas para mostrar que são supostamente superiores às outras pessoas.

4. Referências Bibliográficas

CATALISA. Consciência de Grupo: A essência da Cooperação. Revista Jogos Cooperativos, N. 3 - Ano II - Fevereiro de 2003. Disponível em: http://www.catalisa.org.br/component/content/article/70/37. Acesso em: 01 de abril de 2013.

CFA - CONSELHO FEDERAL DE ADMINISTRAÇÃO. Código de Ética do Administrador. Disponível em: http://www2.cfa.org.br/codigo-de-etica. Acesso em: 01 de abril de 2013.

FRITZEN, A. O valor social da profissão. Disponível em: https://sites.google.com/site/aloisiofritzen/Home/eticaapresentacao/etica_conteudos/valor_social_profissional. Acesso em: 01 de abril de 2013.

LOPES, S. A. Ética Profissional. 5ª edição. Ed. Atlas. São Paulo: 2004.

Sá, A. L. Ética Profissional. 2ª Ed. São Paulo: Atlas, 1998.

SÁ, A. L. Ética Profissional. São Paulo: Atlas, 2001.

SANCHOTENE, F. L. Consciência Profissional: de si ou para si. 2009. Disponível em: http://paginadofernando.blogspot.com.br/2009/02/consciencia-profissional-de-si-ou-para.html. Acesso em: 30 de março de 2013.

SHINYASHIKI, R. Trabalho e amor são a base da realização do ser humano. 2007. Disponível em: http://gambare.uol.com.br/2007/01/07/trabalho-e-amor-sao-a-base-da-realizacao-do-ser-humano/. Acesso em: 01 de abril de 2013.

WEBER, M. Ensaios de sociologia. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1974.

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