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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
KARINA LINO MOLIN
COLEÇÃO MODA PRAIA PARA MULHERES MADURAS
Balneário Camboriú
2006-I
1
KARINA LINO MOLIN
COLEÇÃO MODA PRAIA PARA MULHERES MADURAS
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso Design de Moda, Centro de Educação Superior de Balneário Camboriú, Universidade do Vale do Itajaí.
Orientadora: Profª. MSc. Eng. Jacqueline Keller
Balneário Camboriú
2006-I
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DEDICATÓRIA
À minha mãe Suênia cujo imenso
talento e dedicação tem sido para mim
exemplo e estímulo
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RESUMO
O público formado pelas pessoas que já passaram dos 50 anos está crescendo muito no Brasil, e nos próximos anos provavelmente será um forte mercado consumidor. Pesquisas comprovam que a grande maioria das pessoas que se encontram nesta faixa etária, buscam as cidades litorâneas para desfrutar de sua aposentadoria ou férias. No entanto, as indústrias de moda praia ainda não se preocupam efetivamente com esta realidade e prova disto, são os reduzidos números de marcas, direcionadas especificamente para as mulheres maduras, assim como a insatisfação destas perante os produtos disponíveis no mercado, conforme verificado nas pesquisas de campo. Este projeto pretende identificar as preferências, os desejos e a realidade do público em questão, assim como a situação atual do produto no mercado através de pesquisas bibliográficas e de campo, com o intuito de vislumbrar a projeção de uma coleção de moda praia e uma marca, destinadas às mulheres maduras; que possua um composto mercadológico coerente com o perfil e estilo de vida deste público.
4
ABSTRACT
The third age is a public that is growing a lot in Brazil, and in the next years it will probably became a strong consuming market. The greatest majority of the people who are in this age search for the beach cities to enjoy its retirement. However the fashion industry for beach wear is not yet effectively worried with this reality, to prove that, there are a small brand number that directed specifically to the woman with this age, as much as the no satisfaction from them in front of the available products on the market. This project intend, beyond this context, to identify the preferences, the desires and the reality of this consumer, as well as the current situation of the product in the market through bibliographical and field research, intending to glimpse the projection of a brand for a beach wear collection destined to the women with ages above 50 years possessing a coherent marketing composition with the profile and life style of this public.
5
LISTA DE FIGURAS
Figura 01. Terceira idade..................................................................................................... 17
Figura 02. Idosa atual .......................................................................................................... 20
Figura 03. Idosas tradicionais.............................................................................................. 20
Figura 04 Fluxograma do Planejamento de Coleção........................................................... 20
Figura 05. Poltrona Lago, da Driade, design do francês Philippe Starck............................ 29
Figura 06. Vestuário da marca Rosa Chá. ........................................................................... 29
Figura 07 Jovens anos 60 .................................................................................................... 32
Figura 08 Idosas na passarela ............................................................................................. 34
Figura 09 Encontro do poder grisalho ................................................................................. 35
Figura 10 Mosaico da antiguidade....................................................................................... 36
Figura 11 Primeiras roupas de banho .................................................................................. 37
Figura 12 Micheline Bernardini dentro do primeiro biquíni, em 1946 ............................... 37
Figura 13 Biquínis década de 50 ......................................................................................... 38
Figura 14 Maiô Catalina 2005/06........................................................................................ 40
Figura 15 Maiô engana mamãe ........................................................................................... 40
Figura 16 Brigitte Bardot aos 20 anos ................................................................................. 42
Figura 17 Brigitte Bardot aos 70 anos ................................................................................. 42
Figura 18 A nova terceira idade .......................................................................................... 44
Figura 19 Nilse Soares Leal pintando ................................................................................. 72
Figuras 20 Primeiras obra de Nilse .................................................................................... 73
Figura 21Nilse com pássaro ................................................................................................ 73
Figura 22 Tecidos pintados à mão com a técnica marmorização com gel .......................... 74
Figura 23 Tecidos pintados à mão com a técnica Tye-dye.................................................. 74
Figura 24 Tecidos pintados à mão com a técnica guta ........................................................ 75
Figura 25 Pescadores no amanhecer.................................................................................... 75
Figura 26 Os pescadores e a ilha de Balneário Camboriú .................................................. 75
Figura 27 Os braços de Balneário Camboriú ..................................................................... 75
Figura 28 Avenida Atlântica de Balneário Camboriú ......................................................... 76
Figura 29 Fundo do mar de Balneário Camboriú ............................................................... 76
Figura 30 Navio pirata ........................................................................................................ 76
Figura 31 O barqueiro ........................................................................................................ 76
6
Figura 32 Ilha de Balneário Camboriú ................................................................................ 76
Figura 33 Painel semântico da Temática............................................................................. 77
Figura 34 Biquíni floral ...................................................................................................... 78
Figura 35 Maiô de ondas .................................................................................................... 78
Figura 36 Maiô tigrado ....................................................................................................... 78
Figura 37 Maiô floral .......................................................................................................... 79
Figura 38 Maiô náutico ...................................................................................................... 79
Figura 39 Maiô liso ............................................................................................................ 79
Figura 40 Maiô floral........................................................................................................... 79
Figura 41 Maiô de nervuras ................................................................................................ 79
Figura 42 Maiô de listras .................................................................................................... 79
Figura 43 Biquíni floral com saída ..................................................................................... 80
Figura 44 Maiô azul ............................................................................................................ 80
Figura 45 Biquíni floral azul ............................................................................................... 80
Figura 46 Maiô com canga .................................................................................................. 80
Figura 47 Maiô preto e branco ........................................................................................... 80
Figura 48 Biquíni com blusa ............................................................................................... 80
Figura 49 Maiô Lenny verão 2006 corrente ........................................................................ 81
Figura 50Maiô Lenny verão 2006 bolas.............................................................................. 81
Figura 51 Maiô Lenny verão 2006 floral............................................................................. 81
Figura 52 Biquíni da marca Água de coco. Verão 2005/06 ................................................ 83
Figura 53 Biquíni da marca Água Doce. Verão 2005/06 .................................................... 84
Figura 54 Biquíni da marca Rosa Chá. Verão 2005/06....................................................... 84
Figura 55 Biquíni da marca Movimento. Verão 2005/06.................................................... 85
Figura 56 Cartela de cor verão 2007 Clariant...................................................................... 86
Figura 57 Painel Semântico tendências .............................................................................. 87
Figura 58 Painel semântico Público Alvo ........................................................................... 89
Figura 59 Painel semântico conceito ................................................................................... 90
Figura 60 Cartela de tecido.................................................................................................. 96
Figura 61 Cartela de aviamentos ......................................................................................... 97
Figura 62 Cartela de cores ................................................................................................... 98
Figura 63 Cartela de estampas............................................................................................. 99
Figura 64 Cartela de estampas........................................................................................... 100
Figura 65 Alternativa 01.................................................................................................... 106
7
Figura 66 Alternativa 01.1................................................................................................. 106
Figura 67 Alternativa 02.................................................................................................... 106
Figura 68 Alternativa 03.................................................................................................... 107
Figura 69 Alternativa 03.1................................................................................................. 107
Figura 70 Alternativa 04.................................................................................................... 107
Figura 71 Alternativa 04.1................................................................................................. 107
Figura 72 Alternativa 05.................................................................................................... 108
Figura 73 Alternativa 06.................................................................................................... 108
Figura 74 Alternativa 06.1................................................................................................. 108
Figura 75 Alternativa 07.................................................................................................... 109
Figura 76 Alternativa 07.1................................................................................................. 109
Figura 77 Alternativa 08.................................................................................................... 109
Figura 78 Alternativa 08.1................................................................................................. 109
Figura 79 Alternativa 09.1................................................................................................. 110
Figura 80 Alternativa 09.................................................................................................... 110
Figura 81 Alternativa 10.................................................................................................... 110
Figura 82 Alternativa 11.................................................................................................... 110
Figura 83 Alternativa 12.1................................................................................................. 111
Figura 84 Alternativa 12.................................................................................................... 111
Figura 85 Alternativa 13.................................................................................................... 111
Figura 86 Alternativa 14.................................................................................................... 112
Figura 87 Alternativa 14.1................................................................................................. 112
Figura 88 Alternativa 15.................................................................................................... 113
Figura 89 Alternativa 16.................................................................................................... 113
Figura 90 Alternativa 17.1................................................................................................. 113
Figura 91 Alternativa 17.................................................................................................... 113
Figura 92 Alternativa 18.................................................................................................... 114
Figura 93 Alternativa 19.................................................................................................... 114
Figura 94 Alternativa 20.................................................................................................... 114
Figura 95 Alternativa 20.1................................................................................................. 114
Figura 96 Alternativa 21.1................................................................................................. 115
Figura 97 Alternativa 21.................................................................................................... 115
Figura 98 Alternativa 22.................................................................................................... 115
Figura 99 Alternativa 22.1................................................................................................. 115
8
Figura 100 Alternativa 23.................................................................................................. 116
Figura 101 Alternativa 24.................................................................................................. 116
Figura 102 Alternativa 25.................................................................................................. 116
Figura 103 Alternativa escolhida 1.................................................................................... 116
Figura 104 Alternativa escolhida 2.................................................................................... 118
Figura 105 Alternativa escolhida 3.................................................................................... 118
Figura 106 Alternativa escolhida de saída de banho 1 ...................................................... 118
Figura 107 Alternativa escolhida de saída de banho 2 ...................................................... 118
Figura 108 Alternativa escolhida de saída de banho 3 ...................................................... 118
Figura 109 Modelagem maiô barcos ................................................................................ 120
Figura 110 Modelagem busto maiô barcos........................................................................ 120
Figura 111 Modelagem costas maiô barcos ...................................................................... 120
Figura 112 Modelagem biquíni fundo do mar frente ....................................................... 120
Figura 113 Modelagem maiô barcos e biquíni fundo do mar superior ............................ 120
Figura 114 Modelagem Biquíni fundo do mar e maiô ilha lateral ................................... 120
Figura 115 Modelagem maiô ilha frente .......................................................................... 120
Figura 116 Modelagem maiô ilha costas .......................................................................... 120
Figura 117 Modelagem maiô ilha parte superior .............................................................. 120
Figura 118 Modelagem vestido ........................................................................................ 121
Figura 119 Modelagem camisa.......................................................................................... 121
Figura 120 Corte dos tecidos modelos volumétricos......................................................... 121
Figura 121 Costura modelos volumétricos........................................................................ 121
Figura 122 Modelo volumétrico vestido com projeto da pintura ..................................... 121
Figura 123 Modelo volumétrico da camisa ...................................................................... 121
Figura 124 Modelo volumétrico maiô barcos frente ........................................................ 122
Figura 125 Modelo volumétrico maiô braços costas ........................................................ 122
Figura 126 Modelo volumétrico maiô ilha frente ............................................................. 122
Figura 127 Modelo volumétrico maiô ilha costas ............................................................ 122
Figura 128 Modelo volumétrico biquíni frente ................................................................ 122
Figura 129 Modelo volumétrico biquíni costas ................................................................ 122
Figura 130 Encaixe e risco das peças ............................................................................... 123
Figura 131 Riscos ............................................................................................................. 123
Figura 132 Riscos da parte superior biquíni fundo do mar .............................................. 123
Figura 133 Corte lycra....................................................................................................... 123
9
Figura 134 Corte lycra....................................................................................................... 124
Figura 135 Corte lycra....................................................................................................... 124
Figura 136 Corte da saída musseline a tesoura ................................................................. 124
Figura 137 Testes das tintas na lycra ................................................................................ 125
Figura 138 Tintas aquarela Seda Collor ........................................................................... 125
Figura 139 Recipiente com tinta aquarela e gel com 4 tons de verdes para pintura maiô 125
Figura 140 Tintas aquarela marca Prince ......................................................................... 125
Figura 141 Busto do maiô Ilha preso no bastidor com taxas parar esticar a peça com intuito
que a tinta penetre no tecido ............................................................................................. 125
Figura 142 Bustos desenhando ......................................................................................... 125
Figura 143 Maiô preso com alça ...................................................................................... 126
Figura 144 Busto pronto ................................................................................................... 126
Figura 145 Aplicação produto guta .................................................................................. 126
Figura 146 secagem da guta ............................................................................................. 126
Figura 147 Maiô barco sendo pintado .............................................................................. 126
Figura 148 Secagem do Maiô............................................................................................ 126
Figura 149 Nós no tecido ................................................................................................. 127
Figura 150 Aplicação da tinta com contas gotas nos nós ................................................. 127
Figura 151 Espalhamento da tinta com auxilio de plástico .............................................. 127
Figura 152 Tecido pintado ................................................................................................ 127
Figura 153 Tecido pintado secagem ................................................................................. 127
Figura 154 Tecido pronto ................................................................................................. 127
Figura 155 Canga presa no bastidor ................................................................................. 128
Figura 156 Desenho peixe ................................................................................................ 128
Figura 157 Pintura do peixe com pincel fino ................................................................... 128
Figura 158 Peixes pintados com guta colorida ................................................................. 128
Figura 159 Aplicação das tintas azuis com tecido umedecido ......................................... 128
Figura 160 Aplicação do sal ............................................................................................. 128
Figura 161 Secagem ......................................................................................................... 128
Figura 162 Canga pronta ................................................................................................... 128
Figura 163 Croqui maiô ilha ............................................................................................. 130
Figura 164 Croqui maiô barco........................................................................................... 134
Figura 165 Croqui biquíni fundo do mar .......................................................................... 137
Figura 166 Croqui vestido ................................................................................................ 140
10
Figura 167 Croqui camisa faixa ........................................................................................ 143
Figura 168 Croqui canga .................................................................................................. 146
Figura 169 Foto modelo final maiô ilha com camisa ....................................................... 149
Figura 170 Foto modelo final maiô ilha com camisa fechada........................................... 150
Figura 171 Foto modelo final maiô ilha com camisa aberta ............................................. 150
Figura 172 Foto modelo final maiô ilha ........................................................................... 150
Figura 173 Foto modelo final maiô ilha 2 ......................................................................... 151
Figura 174 Foto modelo final maiô barco com camisa .................................................... 151
Figura 175 Foto modelo final maiô barco com bolsa........................................................ 152
Figura 176 Foto modelo final maiô barco costas ............................................................. 153
Figura 177 Foto modelo final maiô barco com flor .......................................................... 153
Figura 178 Foto modelo final maiô barco com colar ........................................................ 154
Figura 179 Foto modelo final biquíni fundo do mar ........................................................ 155
Figura 180 Foto modelo final biquíni fundo do mar com canga....................................... 156
Figura 181 Foto modelo final biquíni fundo do mar com flor ......................................... 156
Figura 182 Foto modelo final biquíni fundo do mar com canga presa no busto .............. 157
Figura 183 Foto modelo final biquíni fundo do mar e maiô ilha ..................................... 157
Figura 184 Pesquisa inpi ................................................................................................... 160
Figura 185 Tag costas........................................................................................................ 162
Figura 186 Tag frente ....................................................................................................... 162
Figura 187 Embalagem frente ........................................................................................... 163
Figura 188 Embalagem constas......................................................................................... 163
Figura 189 Sacola retangular de papel .............................................................................. 164
Figura 190 Sacola quadrada de plástico ............................................................................ 164
Figura 191 Etiqueta frente ................................................................................................. 165
Figura 192 Etiqueta de composição................................................................................... 165
Figura 193 Etiqueta de cuidados com o produto ............................................................... 165
Figura 194 Outdoor primeira opção .................................................................................. 166
Figura 195 Outdoor segunda opção................................................................................... 166
Figura 196 Envelope timbrado .......................................................................................... 167
Figura 197 Impressos ........................................................................................................ 167
Figura 198 Cartão de visita................................................................................................ 167
Figura 199 chaveiro........................................................................................................... 168
Figura 200 Guarda sol ....................................................................................................... 168
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Média de idade .................................................................................................. 57
Gráfico 2: Escolaridade ....................................................................................................... 58
Gráfico 3: Sobre a moda...................................................................................................... 58
Gráfico 4: Oferta de produtos.............................................................................................. 59
Gráfico 5: Produtos de moda............................................................................................... 60
Gráfico 6: Lojas de varejo ................................................................................................... 60
Gráfico 7: Lojas que compravam com freqüência moda praia , na região do Vale do Itajaí61
Gráfico 8: Sobre a mídia...................................................................................................... 63
Gráfico 9: Em relação à freqüência de compra ................................................................... 63
Gráfico 10: Preferência por peça de roupa para ir a praia ................................................... 64
Gráfico 11: Dificuldades encontradas nos maiôs e biquínis existentes hoje no mercado. .. 64
Gráfico 12: Preferência por tonalidade de cores ................................................................. 65
Gráfico 13: Preferência por estilo de estampa..................................................................... 65
Gráfico 14: Diversos usos de maiôs e biquínis.................................................................... 66
Gráfico 15: Incômodos encontrados nos maiôs e biquínis disponíveis no mercado ........... 66
Gráfico 16: Satisfação em relação aos biquínis e maiôs encontrados no mercado ............. 67
Gráfico 17: Preferência por modelagem de biquíni............................................................. 67
Gráfico 18: Preferência por modelagem de biquíni parte de cima ...................................... 68
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Planejamento da coleta de dados primários primeiro e segundo questionários .. 23
Quadro 2 Planejamento da coleta de dados visita técnica comercial .................................. 24
Quadro 3 Planejamento da coleta de dados, entrevista a artista. ......................................... 24
Quadro 4 Cronograma geral ................................................................................................ 27
Quadro 5 Planejamento da coleta de dados primários primeiro e segundo questionários . 57
Quadro 6 Planejamento da coleta de dados primários primeiro e segundo questionários .. 62
13
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Diagnóstico ergonômico.................................................................................... 102
Tabela 2: Análise das características físicas e a roupa de banho....................................... 103
Tabela 3: Tabela de medidas industriais femininas........................................................... 104
Tabela 4: Tabela de medidas industriais femininas, busto, decotes e pence ..................... 105
Tabela 5: Tabela de medidas adaptado da Empresa Areia Pura........................................ 119
14
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................................ 02
ABSTRACT ....................................................................................................................... 03
LISTA DE FIGURAS........................................................................................................ 10
LISTA DE GRÁFICOS .................................................................................................... 11
LISTA DE QUADROS...................................................................................................... 12
LISTA DE TABELAS....................................................................................................... 13
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 17
1.1 Delimitação do tema .................................................................................................... 21
1.2 Problema ...................................................................................................................... 21
1.3 Justificativa .................................................................................................................. 21
1.4 Objetivo geral............................................................................................................... 22
1.4.1 Objetivos específicos.................................................................................................. 22
2 METODOLOGIA .......................................................................................................... 23
2.1 Cronograma ................................................................................................................ 27
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................. 28
3.1 Design ........................................................................................................................... 28
3.2 Moda ............................................................................................................................. 30
3.3 Vestuário ..................................................................................................................... 31
3.4 Linha do tempo: Segmento de moda praia .............................................................. 35
3.5 Público Alvo: Mulheres maduras............................................................................... 40
3.5.1 Estética, a aparência das pessoas com mais idade...................................................... 42
3.5.2 Ter mais idade Atualmente ........................................................................................ 43
3.5.3 A imagem das pessoas com mais idade nas sociedades modernas e a mídia............. 44
3.5.4 O mercado consumidor .............................................................................................. 46
3.6 Materiais para moda praia ........................................................................................ 49
3.7 Coleção de moda ......................................................................................................... 51
3.8 Tendências.................................................................................................................... 53
15
4 PESQUISA DE CAMPO .............................................................................................. 57
4.1 Análise geral dos questionários .................................................................................. 68
4.2 Visitas às lojas de Balneário Camboriú..................................................................... 69
4.2.1 Análise geral das visitas às lojas de Balneário Camboriú ......................................... 71
5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO...................................................................... 71
5.1 Temática ....................................................................................................................... 71
5.1.1 A arte da artista plástica Nilse Soares Leal ................................................................ 76
5.2 Estado do design .......................................................................................................... 78
5.2.1 Análise das imagens .................................................................................................. 81
5.3 Concorrência e oportunidades de mercado............................................................... 82
5.4. Tendências segmento de moda praia no verão 2006/2007 ...................................... 83
5.4.1 Tendências utilizadas pelas principais marcas brasileiras para o verão 2006 ............ 85
5.4.2 Apostas para verão 2006/07 ....................................................................................... 88
5.5 Perfil do consumidor ................................................................................................... 90
5.6 Portifólio ...................................................................................................................... 90
5.6.1 Conceito da coleção.................................................................................................... 90
5.6.2 Release da coleção...................................................................................................... 90
5.6.3 Briefing ....................................................................................................................... 92
5.6.4 Cartela de tecidos, cores, estampas, aviamentos. ....................................................... 94
5.6.5 Ergonomia ................................................................................................................ 101
5.6.6 Geração de alternativas............................................................................................. 105
5.6.6.1 Alternativas escolhidas .......................................................................................... 117
6 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO................................................................... 119
6.1 Modelagem ................................................................................................................. 119
6.2 Modelo volumétrico................................................................................................... 121
6.2.1Testes e adequações................................................................................................... 122
6.3Risco e corte ................................................................................................................ 123
6.4 Beneficiamento (pintura a mão)............................................................................... 124
6.5Fichas técnicas ............................................................................................................ 130
6.6 Modelos finais ............................................................................................................ 149
7 COMPOSTO MERCADOLÓGICO .......................................................................... 158
7.1 Marketing................................................................................................................... 158
16
7.2 Identidade visual da marca....................................................................................... 159
7.2.1 Divulgação do produto ............................................................................................. 161
7.3 Mercado de atuação .................................................................................................. 168
7.3.1 Sistema de distribuição, preços e ponto de venda. ................................................... 168
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 170
REFERENCIAS .............................................................................................................. 173
17
1 INTRODUÇÃO
O público formado pelas pessoas que possuem mais de 50 anos ou está crescendo a
cada dia. Lage (2004) afirma que será a faixa etária que mais irá crescer nos próximos anos,
esta realidade está gradativamente se refletindo no cenário de consumo da população
brasileira em particular, pois este público possui um poder de compra maior, com uma
expectativa de vida mais longa e ainda ativa na sociedade. Com isso, surgem novos clientes
com diferentes necessidades (figura 1).
Os produtos de moda direcionados para o público formado por pessoas com mais de
50 anos no Brasil não são muito explorados, existem poucas lojas ou marcas que realmente
trabalham direcionados para este segmento.
Uma hipótese para essa reduzida oferta tem sua base de acordo com Gibra (1994, p.
32) quando afirma que a sociedade acredita que o potencial de consumo da terceira idade é
pequeno e são menos consumistas mais acomodados e retraídos na sua libido.
No entanto, outra hipótese contraditória à afirmação anteriores conforme Lage (2004)
seria que de três em cada dez idosos praticamente sustentam toda a sua família. De acordo
com o autor, dados da Pesquisa de "Indicadores Sociais Municipais", realizada pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) afirma que, a partir dos dados do Censo 2000,
revela que 27% dos idosos são responsáveis por até 90% do rendimento de suas famílias.
Afirma Parodi (2004) que segundo dados do IBGE, o rendimento mensal dos idosos
brasileiros gira em torno de R% 657,00. A média da região Sul é de R$ 661,00 e de Santa
Figura 1: Terceira idade Fonte: site bradescocapitalizacao.com.br
18
Catarina, R$ 631,00. Um outro dado muito significativo que contesta o fato deste público
possuir pouco poder de compra é de acordo com Braga (2006) os consumidores com mais de
60 anos gastaram de modo geral 13,6 bilhões de Reais em compras com cartão de créditos em
2005 ou 10,7% do total movimentado pela indústria de cartão de crédito de todo o país de
127,6 bilhões de Reais, um dado relevante segundo o autor é o fato de que o rendimento
médio de aposentados e pensionistas que fazem uso de cartão de créditos no Brasil , ser de
780,20, 11,2% maior que a renda da população com menos de 59 anos.
As estatísticas ainda revelam que o Brasil é um país que envelhece rapidamente. De
acordo com Veras (2003) o número de idosos passou de 2 milhões em 1950, para 6 milhões
em 1975, para 15,4 milhões em 2002, significando um aumento de 700% e estima-se ainda
que em 2020 a população idosa alcance os 32 milhões. Estes números são muito significativos
e fazem uma grande diferença no mercado consumidor.
De acordo com Parodi (2004) a região sul é a terceira em número de idosos. São 2,3
milhões de habitante na região Sul, são 2.305.348 habitantes acima dos 60 anos, sendo 55,3%
de mulheres.
Estes dados revelam o grande potencial na região sul especialmente o estado de Santa
Catarina em relação a estes novos consumidores, sendo assim é possível verificar algumas
iniciativas positivas no Estado comoa existência de duas universidades que de acordo com
Parodi (2004) já tem cursos voltados exclusivamente para esse público, assim como na cidade
de Balneário Camboriú onde foram criados os meses da Melhor Idade que é entre março e
maio.Os equipamentos turísticos e as atrações promovem atividades direcionadas para este
público.
Dentro deste contexto, a Cidade de Balneário Camboriú em particular exerce uma
forte influência no estado em relação ao público formado por pessoas de mais idade. Roggia
(2004) afirma que hoje, cerca de 150 mil idosos passam anualmente pela cidade, sem contar
aqueles que acabam por ficar definitivamente na cidade. Esse público aquece a economia,
movimenta o comércio, hotéis, restaurantes, bares e o setor imobiliário. Movimentam
aproximadamente US$ 3 milhões por ano em Balneário Camboriú e uma boa fatia desse
montante vai para o setor hoteleiro, no entanto, percebe-se o baixo incentivo de compra de
produtos de moda direcionados a este significativo público.
Afirma Schmid (2004) que o aumento da população idosa no Brasil abrirá brechas
para um novo nicho de mercado principalmente para as empresas de varejo de
moda.Rodrigues (2001) confirma este fato ao dizer que moda, vestuário, além de decoração e
19
meio ambiente compõem a lista de interesses especiais das pessoas com mais de 50 anos no
Brasil.
Mesmo sendo promissor o segmento da terceira idade, a sociedade moderna ocidental
de modo geral possui uma visão ainda preconceituosa em relação aos consumidores desta
faixa etária. Afirma Gibra (1994, p. 32) que são os ímpetos de mudanças e de valorização da
juventude, conceitos fundamentados na esteira da Revolução industrial, que acabam por
desvalorizar a velhice, pois não contribuem ativamente no mercado de trabalho e possuem
certas limitações.
Sena (2003, p. 47) afirma que a valorização do novo e a associação do jovem ao belo,
fazem com que caracterizem o velho como fora de uso.
Ao observar os veículos de comunicação de massa, não é difícil perceber o estereótipo
associado ao idoso que são manifestados através de caricaturas pretensiosamente engraçadas,
chatas, doentes, ranzinzas entre outras interpretações negativas. SegundoGibra (1994, p. 32)
seguramente o marketing e a propaganda, no Brasil, desconhece o consumidor que se
encontra com mais idade. Em outros países como nos Estados Unidos está realidade está
mudando rapidamente, pois foi percebido o potencial consumidor desta faixa etária, e de
acordo com oautoreste país já atingiu em cheio este mercado consumidor. Sendo este um
mercado muito bem desenvolvido em relação a produtos de consumo em massa, é
significativa a importância que direcionam ao mercado consumidor formado pelos idosos.
Dentro deste contexto Ferla (2001, p. 2) afirma que as mulheres americanas com mais
de 65 anos gastaram 14,7 bilhões de dólares em roupas em 1999, quase o quanto foi gasto
pelas consumidoras de 25 a 34 anos fato este que confirma o potencial consumidor
especificamente no mercado de moda.
No campo da moda a consumidora com mais idade está começando em passos lentos a
conquistar o seu espaço, pois nos últimos anos foi possível visualizar vários estilistas
mundialmente conhecidos como Helmut Lang e Issey Miyake utilizarem em seus desfiles,
modelos mais velhas.
Observando as mulheres com mais idade atualmente, conforme figura número 2 não é
difícil perceber que elas não são mais aquelas senhoras tradicionais (figura 3), que gostam de
ficar em casa somente se preocupando com a família, que fazem trabalhos manuais, vestem-se
de maneira muito simples e discreta.
20
Hoje elas são mais vaidosas, ativas e consumistas, e estes fatores refletem na forma
como se expressam esteticamente; almejam por produtos que estejam adequados com suas
necessidades e seus desejos. Sendo a moda um incitador de sonhos é mais do que urgente que
se direcione a este nicho de consumidor para que as empresas não percam consumidores que
daqui a algum tempo serão a maioria. É de grande importância desenvolver produtos onde a
mulher com mais idadeexpresse uma imagem positiva, saudável e sensual, pois o mundo está
se encaminhando para este novo universo.
A respeito destas novas mulheres, Veras (2003, p. 13) afirma que a maior
concentração deste público ocorre, nas áreas litorâneas.
Estas informações são de muita importância principalmente na área de produtos de
moda praia. Tal segmento especificamente para o público formado pelas mulheres com mais
idade é pouco explorado, com poucas marcas especializadas. Não há dúvidas que existe uma
consumidora que anseia em ser atendida nas suas necessidades, porém de uma maneira mais
sensível e criativa do que as praticadas hoje.
Devido a estes fatores, este projeto destina-se ao desenvolvimento de uma coleção de
moda praia com modelos adequados as novas necessidades e anseios desta consumidora,
através de pesquisas e estudo sobre o público. Para que seja atingido este segmento de
mercado de uma forma mais consistente, foi verificada a necessidade de projeção de uma
marca específica juntamente com toda a identidade visual e comunicação destinada a este
público, com um slogan que reflita aspectos positivos de possuir mais idade, com o intuito de
incitar o desejo de consumo e colaborar positivamente para melhor aceitação e qualidade de
vida destas mulheres contribuindo assim coma sociedade como um todo.
Figura 3: Idosas tradicionais Fonte: site edubarcellos.com.br Figura 2: Idosa atual
Fonte: Site corpoperfeito.com. Br
21
1.1 Delimitação do tema
A coleção desenvolvida no projeto destina-se ao segmento de moda praia
primavera/verão 2006/07, direcionado a mulheres com idade entre 40 a 70 anos que
residam no litoral e costumam freqüentar praias, piscinas e clubes.
1.2 Problema
A mudança do estilo de vida frente à falta de produtos de moda praia adequados às
novas necessidades das mulheres maduras.
1.3 Justificativa
É inegável que existe atualmente um acanhado apelo por consumo de produtos de
moda praia, destinados ao público formado pelas mulheres que já passaram dos 50 anos ou já
estão na terceira idade, fato este se confirma pela escassez de oferta de produtos destinados
especificamente a este segmento de modo geral. Os empresários e a mídia brasileira não se
preocupam efetivamente com este mercado consumidor que cresce cada vez mais no país.
Há poucos indícios de estudos sobre o segmento de moda praia destinada a este nicho
de mercado, que é atualmente uma grande tendência de consumo. Um dos motivos que
afirmam esta tendência é por que a expectativa de vida aumentou consideravelmente nos
últimos anos, devido aos avanços da medicina e das tecnologias que proporcionaram uma
melhor qualidade de vida, uma nova aparência e conseqüentemente proporcionam a aparição
de novas necessidades de consumo.Outros aspectos relevantes para o desenvolvimento do
projeto são: primeiramente, o fato de o Brasil possuir um grande conhecimento em criação de
produtos de moda praia; em seguida, o sucesso que as marcas nacionais possuem a nível
mundial assim como o fato da moda praia brasileira ser lançadora de tendências, assim como
possuir a rua que mais possui lojas de biquínis no mundo a rua Cabo Frio localizada do estado
do Rio de Janeiro e em terceiro, o fato deste mercado está em franco desenvolvimento. No
entanto para o público em questão, encontra-se em defasagem, pois não possui
disponibilidade de produtos adequados ao atual perfil e estilo de vida do consumidor, o que
confirmam assim uma oportunidade de mercado para o profissional de design de moda.
22
1.4 Objetivo geral
Desenvolver uma coleção de moda praia para mulheres maduras, de estilo coerente
com as necessidades do público em questão, que possua as tendências de moda, ergonomia e
estética em seus modelos, e que possua uma linguagem adequada ao mercado consumidor.
1.4.1 Objetivos específicos
• Pesquisar bibliografias, em livros, revistas e diversos materiais interessantes aos assuntos
abordados no projeto, como design, moda, segmento de moda praia, pessoas com mais
idade, e para levantamento de dados que forneça informações plausíveis para o
desenvolvimento do projeto e justifique sua necessidade para o mercado.
• Pesquisar em diversos meios a vida das pessoas com mais idade atualmente, com o intuito
de identificar suas particularidades, preferências de consumo em relação à moda, formas
de lazer e de compra entre outros aspectos relevantes para o desenvolvimento do presente
projeto.
• Definir as cores, de acordo com a temática proposta e para que a mini coleção esteja
adequada com as necessidades vigentes do público.
• Desenvolver uma coleção de moda praia que esteja de acordo com o corpo e preferências
estéticas das mulheres maduras, para que as mesmas sintam-se mais felizes, incluídas na
sociedade de consumo e possuam mais opções de compra.
• Promover a valorização de uma imagem positiva da mulher madura na mídia, no mercado
consumidor e na sociedade. Para que este nicho de consumidor sinta-se incluído na
realidade de mercado e satisfeito com produtos destinados a ele e por conseqüência sinta
prazer em comprar produtos de moda praia. Através de um composto mercadológico
adequado às mulheres da terceira idade, que estimule a compra dos produtos.
23
2 METODOLOGIA
A metodologia científica utilizada para orientar a fundamentação teórica do projeto foi
a de Lakatos (2001). Foram utilizadas pesquisas bibliográficas e históricas em fontes
impressas como livros e catálogos, em meios audiovisuais através de sites e programas de
televisão e publicações em revistas.
Para orientar as tarefas de projeto e organizar o fluxo das atividades foi confeccionado
um cronograma, de acordo com a metodologia científica definida anteriormente.
As pesquisas de campo e de mercado possuirão um processo que consiste de acordo
com Kotler e Armstrong (1993) em: definição do problema e dos objetivos da pesquisa,
desenvolvimento do plano de pesquisa para coleta de dados de informação, implementação do
plano de pesquisa, coleta e análise dos dados e interpretação e apresentação dos resultados.
A pesquisa se deu através da aplicação de dois questionários, sendo que o primeiro
possuirá perguntas abertas, dicotômicas, de múltipla escolha. Foram compostas também, de
questões fechadas, não-estruturadas, e as perguntas serão destinadas ao público a fim de
detectar as primeiras informações relevantes ao problema do projeto. Para auxiliar na coleta,
foi utilizado o planejamento da coleta de dados primários de Kotler e Armstrong (1993).
Metodologia de
pesquisa
Formas de contato
Plano de
amostragem
Instrumentos de
pesquisa
Observação Entrega pessoal Gráficos estatísticos
Percentuais
E interpretações de
cada resposta e geral
Questionário
Quadro 1: Planejamento da coleta de dados primários primeiro e segundo questionários Fonte: Kotler e Armstrong (1993).
O segundo questionário foi aplicado especificamente às mulheres com idade acima de
50 anos, com o intuito de verificar as necessidades específicas sobre o segmento de moda
praia. A estrutura do questionário foi a mesma do anterior.
Foram realizadas visitas programadas comerciais a 04 lojas localizadas no Centro de
Balneário Camboriú, todas do segmento de moda praia, que comercializam produtos para
mulheres com mais idade, objetivando: a verificação da oferta de produtos neste setor, as
marcas que estão disponíveis no mercado, informações a respeito dos modelos que mais
24
vendem as cores e estampas e, quais as exigências deste tipo de cliente e outras informações
plausíveis para o projeto.
O roteiro aplicado para a realização da pesquisa foi auxiliado pela tabela de Kotler e
Armstrong (1993).
Metodologia de pesquisa
Formas de contato
Plano de amostragem
Instrumentos de pesquisa
Visitas às lojas que comercializam produtos de moda praia para mulheres maduras. Dados que serão observados: - oferta de produtos neste setor, -as marcas que estão disponíveis no mercado. -informações a respeito dos modelos que mais vendem as cores e estampas.
Pessoal
Análises gerais das respostas através de texto.
Entrevista não estruturada
Quadro 2: Planejamento da coleta de dados visita técnica comercial Fonte: Kotler e Armstrong (1993).
Para desenvolverem-se os produtos, foi utilizada a metodologia de planejamento de
coleção de Keller (2004), que se divide em:
1- Temática
Será realizada uma entrevista com a artista plástica Nilse Soares Leal. Para obtenção
de informações plausíveis para o desenvolvimento da temática de inspiração da coleção.
Metodologia de pesquisa Formas de
contato
Plano de amostragem
Instrumentos de pesquisa
Visitas à casa da entrevistada Dados que serão observados: - estilo artístico - inspirações e temas
utilizados nas obras - peculiaridades pessoais
Pessoal
- Análise da
visita - Registro
fotográfico
Entrevista não estruturada
Quadro 3: Planejamento da coleta de dados: entrevista a artista Fonte: Kotler e Armstrong (1991).
25
Depois de realizada a análise, foi desenvolvida um relatório em forma de texto com o
resultado das entrevistas, onde foram extraídas informações utilizadas para o desenvolvimento
da temática e realização de um painel semântico de inspiração.
2- Pesquisas bibliografias
Foram utilizadas algumas fontes já referenciadas da fundamentação teórica, incluindo
o estado do design, para verificação dos produtos existentes no mercado que atendem este
mesmo público; as análises da concorrência para detectar as oportunidades de mercado; as
tendências do segmento de moda praia no verão 2006/2007 e as tendências utilizadas pelas
principais marcas brasileiras para o verão 2006 para a verificação dasapostas para o verão
2007.
3- O portifólio de Coleção
Nesta etapa foi definido o conceito dos produtos, onde serão determinadas as diretrizes
da coleção. Posteriormente, foi desenvolvido o release da coleção onde serão expostos,
através de texto os detalhes que envolvem a coleção, descrevendo as informações sobre os
materiais e acabamentos que foram utilizados, assim como formas das peças, temática,
tendências e cores que serão utilizadas. Através dobriefing foi definido opúblico-alvo e
delimitado o segmento. Nesta etapa foram desenvolvidas cartelas de cores, de aviamentos,
estampas e de tecidos. Na seqüência foram abordados questões ergonômicas para
posteriormente executar as gerações de alternativas através de desenhos livres de croquis, com
base na temática e nos painéis semânticos.
4- Desenvolvimento do produto
Foram realizadas as definições dos modelos e as modelagens que fizeram parte da
coleção. Foram desenvolvidos modelos volumétricos e na seqüência,realizados testes e
adequações antropométricas através de provas dos modelos que depois de finalizados, passam
para a ficha técnica do produto.
5- Composto Mercadológico (4p’s)
Nesta etapa foram definidos os atributos do Produto (embalagem, etiqueta, etc) e
também as estratégias de promoção (estratégias de vendas) e definidos os pontos de venda
(distribuição).
26
• Metodologia para design de vestuário planejamento de coleção
Figura 4: Fluxograma do Planejamento de Coleção Fonte: Keller, 2004
1 - TEMÁTICA
2 - PESQUISAS - bibliográfica -histórica- Campo - público-alvo - Tendências -segmentos- mercado- materiais
3 - PORTFÓLIO COLEÇÃO
- Release - Público-Alvo - Segmento - Cartela de Cores - Cartela de Aviamentos- Cartela de Tecidos -Aspectos ergonomia - Geração de Alternativas (croquis)
4 - DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
- Modelagem - Modelo Volumétrico (protótipo) - Testes e Adequações - Ficha Técnica - Modelo final
5 -COMPOSTO MERCADOLÓGICO – 4 P´s
- Atributos do Produto (embalagem, etiqueta, etc) - Promoção (estratégias de vendas) - Ponto (Distribuição)
27
2.1 Cronograma TCC Karina Molin 2005/06
Atividades Ago. Set. Out. Nov. Mar. Abr. Maio Jun. 1-Preparação do projeto de pesquisa
-----
2-Definição de tema e objetivos da pesquisa
-----
3-Pesquisas bibliográficas, histórica, tendências, segmentos, mercado. Em livros, revistas, sites, outros TCC.
----- ----
4-Escolha de metodologias, técnicas e ferramentas de projetos.
----- ----
5-Escolha temática ---- 6-Pesquisa de campo ---- ---- 6.1-Aplicação do primeiro questionário público em geral
----
6.2-Análise do questionário ---- 6.3-Aplicação de entrevista ---- 6.4-Observações assimétricas (informal) da vida real no local de uso do produto
----
6.5-Visitas a lojas do segmento de moda praia na cidade de Balneário Camboriú
----
6.5- Análise do questionário 6.6- Aplicação do segundo questionário
----
7-Portifólio da coleção ---- 7.1-Release da coleção ---- ----- 7.2-Cartela de cores aviamentos e tecidos.
-----
7.3-Definição de público-alvo segmento e conceito
-----
8-Entrega do projeto para orientadora
------
Apresentação ------ 9-Geração de alternativas ------ 10-Escolha das alternativas ------ 11-Modelagem /Modelo volumétrico
------
12-Testes e adequações/ modelo final
------
13-Ficha técnica/ modelo final e Composto mercadológico
------
14-Entrega Final ----- Quadro 4: Cronograma geral Fonte: Molin, 2006
28
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 Design
“O design é tudo aquilo que torna uma coisa cotidiana mais usável ou desejável”,
afirma Carelli (2004, p. 84). Definir design é algo muito complexo e até mesmo contraditório,
pois sua importância evoluiu no decorrer dos anos e dos surgimentos de novas necessidades.
No princípio, o design era sinônimo de transformação de produtos recém lançados em
artefatos agradáveis, ou seja, maquiagens dos produtos, somente eram responsáveis pela
estética. E seu surgimento deu-se pela necessidade de diferenciar produtos dos concorrentes
quando começou a produção em escala industrial.
Santos (2000, p. 12) afirma que:
O papel do design comumente atribuído ao processo de design o de “maquiador de produtos” -mais uma vez se mostra completamente ineficiente, fazendo com que as organizações passem a repensar o design de produtos como um processo fundamentalmente importante e um fator crítico para o seu sucesso, dentro de uma abordagem que poderíamos definir como gestão estratégica do design.
Atualmente o design possui uma definição muito mais ampla e significa um domínio
que se manifesta em diversas áreas do conhecimento e está presente no cotidiano das pessoas,
ele visa inventar algo novo com uso da criatividade para suprir as vontades das pessoas, é
voltado para o futuro para prever o que as pessoas vão querer comprar e como vão querer, ou
seja, o que elas vão desejar e sonhar. Necessita ser inovador para poder suprir as necessidades
das pessoas. O design está direcionado a estética e para a beleza, a formas harmônicas e
desarmônicas que atraiam os olhares e aguce os sentidos, que cause um sentimento uma
reação, pois deve refletir emoções.
Está presente em todo o desenvolvimento do produto, e não somente em sua estética.
Afirma Vieira (2004) que:
O design se destaca como um dos principais fatores para o sucesso de uma empresa, desde o desenvolvimento de produtos e serviços até sua comercialização, por meio da otimização de custos, embalagens, material promocional, padrões estéticos, identidade visual, adequação de materiais, fabricação e ergonomia. Além disso, também é um fator essencial de estratégia de planejamento, produção e marketing.
29
Diante desta afirmação é possível verificar o amplo e importante papel que o designer
possui dentro de uma organização, pois além dos fatores acima mencionados é possível dizer
que o design é uma ação que desenvolve produto com o objetivo de torná-lo mais competitivo
no mercado, atraente aos clientes através de sua função e estética, integrada com as
necessidades e desejo dos mesmos, e viáveis a empresa.
Dentro deste contexto Santos (2000) diz que:
O processo de design tem se transformado, cada vez mais, em um dos principais diferenciais de qualidade que um produto ou empresa podem ter, gerando vantagens competitivas, valores agregados e melhor posicionamento de produtos e marcas com relação aos seus competidores no mercado.
Estas afirmações relatam a atividade de design estando ligado diretamente com a
qualidade final do produto, fator este muito importante dentro de uma economia globalizada.
Observando as informações até então mencionadas, é possível fazer uma conexão do
design com a moda, pois já que esta última encontra-se no mesmo patamar do design, uma
vez que ela é uma expressão estética e está presente em diversas manifestações, seja no
mobiliário ou no vestuário, ou como afirma Lipovestsky (1989, p. 24) nos gostos e nas idéias.
Possui também, como uma de suas finalidades desenvolverem produtos atraentes para atender
as atuais e futuras necessidades específicas de clientes potenciais, sendo elas funcionais e
emocionais.
De acordo com Jobs (2004, apud CARELLI, p. 86) o design é a alma das criações
humanas. Este autor afirma então que o design é o principal responsável pela criação de
produtos consumidos pelo homem, de modo geral seja ela uma cadeira como ilustra a figura
05, ou um vestuário como ilustra a figura 06.
Figura 5: Poltrona Lago, da Driade, design do francês Philippe Starck Fonte: site revistacasaejardim.globo.com
Figura 6: Vestuário da marca Rosa Chá. Fonte: site modaeconsultoria.com.br
30
3.2 Moda
Ferreira (1989, p. 368) afirma que “moda é o uso, hábito ou estilo geralmente
aceitável, variável no tempo, e resultante de determinado gosto, meio social, região entre
outros”. Esta afirmação define a moda de uma maneira ampla e com uma sistemática
renovação.
Joffily (1997, p. 27), no entanto defende que “moda é o fenômeno social ou cultural,
de caráter mais ou menos coercitivo, que consiste na mudança periódica de estilo, e cuja
vitalidade provém da necessidade de conquistar ou manter uma determinada posição social”.
Esta autora, porém define a moda como sendo um reflexo social e histórica das civilizações, a
maneira de se expor ao mundo com uma nova pele. Transmite uma informação sobre a pessoa
individualmente e sobre a cultura, estando ligada principalmente à distinção de classes
sociais, hierarquias, status e comportamento.
É possível afirmar através das observações sobre a moda atual que ela é um desejo
massificado, lúdico e efêmero, que possui um pequeno período de duração, pois está ligado
com a mudança e renovação. É arte, ou seja, uma forma de expressão de sentimentos e estado
de espírito desempenha a função de provedora de prazer estético e afeta em diversas áreas.
Dentro deste contexto Lipovestsky (1989, p. 24) diz que a moda está presente no mobiliário e
nos objetos decorativos, na linguagem e nas maneiras, nos gostos e nas idéias dos artistas e
nas obras culturais.O autor afirma ainda que “Moda é um dispositivo social caracterizado por
uma temporalidade particularmente breve, por reviravoltas mais ou menos fantasiosas,
podendo por isso, afetar esferas muito diversas da vida coletiva e é o vestuário por excelência
a esfera apropriada para desfazer o mais exatamente possível a meada do sistema da moda”
conclui o autor.
Com base nestes posicionamentos é possível dizer que a moda é mutável e está
presente em todas as manifestações humanas, pois está diretamente ligado a comportamento,
atitude, contexto histórico e social; encontrada nos produtos como aviamentos, vestuário,
acessórios, calçados e jóias.
Sendo a moda responsável por desenvolver produtos atraentes para determinados
públicos, que possuam formas, funções e linguagens adequadas às desejadas pelos mesmos.A
moda encontra no design o processo mais eficaz de desenvolvê-los.
É possível alegar que moda e o design caminham juntos com mesmos propósitos, pois
suas funções pretendem atender as necessidades humanas com graus de importância às vezes
distintos. De acordo com afirmações de Baudot (2000) a moda está fortemente ligado a
31
expressão estética e a conceitos multiformes de um produto Carelli (2004) alega que o design
está associado à excelência da função ou seja a usabilidade,que atenda a uma necessidade de
mercado.
A atual realidade do mercado é globalizada como afirma De Masi (2000) ao dizer que
a vida inteira é globalizada, pois o mundo inteiro escuta as mesmas canções, assiste aos
mesmos filmes e tende aos mesmos consumos.
Diante destas afirmações é possível dizer que com um mercado composto por diversos
concorrentes mundiais, com uma infinidade de produtos, somente a excelência da função, da
qualidade, dos processos produtivos ou a estética não são elementos suficientes para se
manter ou conquistar novos mercados. E necessário que haja uma união destas vertentes e é
neste contexto que o design e a moda unem-se fortemente podendo então ser escrito através
da expressão design de moda.
O profissional que atua na área de design de moda possui além da função segundo
Vieira (2004) de tornar o produto mais atraente para o cliente através de seus formas, e apelos
de marketing, mais usáveis através da ergonomia, e mais rentáveis para empresa devido à
metodologia de projeto, técnicas e ferramentas que diminuem a margem de erro e direcionam
a criação de uma forma organizada facilitando o cumprimento de prazos, possui a missão de
associar a vontade de criar com a necessidade de produzir.
3.3 Vestuário
Soares (1944) define vestuário, como sendo um conjunto das peças de roupa que se
veste: traje, ou seja, um vestuário habitual.
O vestuário evoluiu com o tempo e decorrer da historia, e segundo Lipovestsky (1989,
p. 24) é o vestuário por excelência a esfera apropriada para desfazer o mais exatamente
possível a meada do sistema da moda. É possível através de observações dos vestuários das
pessoas, coligar a época, contexto histórico, sociológico e sentimentos das pessoas que os
vestiam, assim como também identificar a mudança das linguagens dos vestuários. Motta
(1998) diz que a roupa não revela tão somente um saber coletivo social, tradicional, numa
sociedade complexa marcadamente individual, a roupa é capaz de revelar algo a respeito da
subjetividade do individuo que o usa.
De acordo com Embacher (1999, p. 27) a história da vestimenta pode nos fornecer
uma visão panorâmica da importância que o vestuário assumiu ao longo do tempo e de como
a cultura predominante em cada momento o influenciou.
32
A respeito da vestimenta dos idosos, ou seja das pessoas com mais idade no decorrer
dos tempos, é possível detectar de acordo com Gonçalves (2002, p. 157) que foi somente a
partir da década de 60 que começou a existir tendências de roupas direcionadas para o público
jovem e outra para o público de meia – idade, e afirma ainda que, quem ousasse desrespeitar
essa regra acabava sendo mal visto na sociedade, pois até então as roupas usadas pelos jovens
e pessoas de mais idade não possuíam bruscas diferenças.A figura 07 representa a roupas
utilizadas pelas jovens na década de 60.
Fazendo uma viagem no tempo, até o inicio dos povos antigos, a vestimentas eram
usadas de modo geral para três finalidades principais como relata Embacher (1999, p. 28) ao
dizer que eram usadas para proteção,pudor e enfeite.
No entanto, com o desenvolvimento das civilizações, as vestimentas passaram a
possuir significados muito mais profundos, pois na antiguidade clássica os gregos e romanos,
de acordo com Embacher (1999, p. 29) suas vestimentas procuravam realçar a beleza das
formas humanas, com pequenas distinções sociais, já na Idade Média, com sua estrutura
feudal fechada e hierárquica, as vestimentas já representavam a mentalidade da época
caracterizada pelo estilo gótico, e foi justamente nesta época, na segunda metade do século
XIV com a ascensão da burguesia, que as roupas masculinas e femininas adquiriram novas
formas, e surge o que se pode chamar de “moda”. Dentro deste contexto afirma ainda
Embacher (1999, p. 35) que se no início do século as roupas pareciam expressar a
personalidade do homem e até suas fantasias, agora na Idade Média dão as pessoas à
aparência de membros de uma casta aristocrática, tornando assim a vestimenta elemento de
extrema importância para a distinção social, constituindo de um sinal de privilégio. A tradição
até então é elemento de extrema importância, sendo as pessoas de mais idade possuidoras de
Figura 7: Jovens anos 60 Fonte: site folha.uol.com.br
33
valorização e idolatria pelos seus conhecimentos e experiências, responsáveis por passar a
diante a cultura já pré-estabelecida.
No entanto, o autor diz que foi entre os séculos XVIII-XIX, com a revolução
industrial, movimento que representou a vitória do capitalismo como força de produção
econômica, que ocorreram várias rupturas a respeito do vestuário. É neste momento que se
desencadeia uma ruptura com o passado, o “velho” desmorona e “novo” ganha espaço. Neste
momento os trajes femininos, em particular, sofreram com maior nitidez rompimentos com o
passado, pois com o novo estilo de vida não podiam mais vestir trajes tão elegantes e pouco
práticos. Assegura o autor que foi neste momento que o esporte tem forte influência sobre o
vestuário, devido à tendência do uso de trajes informais. É possível perceber que neste
momento histórico a cultura jovem começa a plantar suas sementes, e inicia a desvalorização
da imagem do idoso.
Entre os anos 1900 a 1914, segundo Baudot (2002) as pessoas começaram a entrar em
automóveis e entregar-se ás delícias da vida ao ar livre. E foi partir deste momento que a
moda começa a mudar constantemente. E se as mudanças representam a própria moda como
afirma Palomino (2003), é neste momento no século 20 que a dinâmica da moda muda com
inúmeras diferenças, é possível dizer que os avanços tecnológicos nas áreas da comunicação
contribuiram imensamente para esta nova realidade.
Foi no final dos anos 50 e inicio dos anos 60, como dito no início do texto, que as
vestimentas dos jovens realmente se distanciaram drasticamente das utilizados pelos mais
velhos, segundo Embacher (1999) que foi nesta ocasião que as moças já demonstravam uma
tendência para a moda própria fugindo dos modismos de suas mães. De acordo com Palomino
(2003) a entrada do elemento jovem no mercado, com a independência sexual obtidas com o
advento da pílula anti-concepcional, mudam a estrutura da moda.
Baudot (2002) diz que é neste momento que a juventude é vivida como uma entidade,
dotada de poder de compra e de um mercado que lhe é próprio, é necessário ser e parecer
jovem. É, no entanto como atesta Embacher (1999) nos anos 90 que as pessoas começaram a
sofrer fortemente com a idéia que um dia irão envelhecer.
Se observar o sistema de moda vigente atualmente é possível perceber que estas
correntes ainda possuem uma grande influência na maneira de se pensar sobre a moda. Motta
(1998) diz que as idades da vida estão representadas nas roupas, e parecem marcar
todas as passagens em nossa sociedade. E afirma a autora que:
34
A roupa de pessoas mais velhas é uma roupa discreta, neutra, não há exageros estilísticos, não há fofos e babados e modismo. O corte e a padronagem dos tecidos são discretos e tradicionais, nada de transparência e decotes e nada que adere ao corpo.É uma roupa embora feminina , onde a sedução e a tensão erótica ,estão ausentes, é uma roupa neutra, linha vertical, saias retas.Nada pretende a acentuação das curvas femininas antes disfarçam.
A autora conclui ainda que a roupa, como o resto de toda a aparência das mulheres
idosas, está absolutamente fora de moda. Não é questão de estar fora de moda, é como se
estivessem à parte da moda.
No entanto, afirma Gonçalves (2002) que na moda atual, felizmente, não existe mais
preconceitos com a idade, o que define o que pode ou não pode ser ideal para cada faixa etária
é o tipo de corpo e as atividades sociais e profissionais.
O site Webfashion diz que a moda tem mostrado no decorrer da historia sua vocação
para a mudança e para quebra de paradigmas. Certamente a moda para a terceira idade ou seja
mulheres com mais idadeé um paradigma que precisa ser quebrado como ilustra a figura
número 08 que exemplifica um estilo de roupa adotado por algumas mulheres destepúblico
em um desfile de moda.
Uma iniciativa sobre a questão de produtos e serviços destinados ao público em
questão, segundo o site Webfashion, é o “Encontro do poder grisalho”, como ilustra a figura
numero 09 este evento está no seu 5º ano e no ano de 2005 abriu pela primeira vez espaço
para a moda com este foco, este evento ocorreu nos dia 19 a 22 de maio de 2005 em São
Paulo, com o objetivo principal de mudar o padrão estético da moda para mulheres mais
velhas, pois de acordo com o site Webfashion, há bem pouco tempo se acreditava que
Figura 8: Idosas na passarela Fonte: uol.com. br
35
principalmente para os idosos, a moda era assunto para gente jovem, porém atualmente
constitui-se em um nicho interessante e que deve ser bem aproveitado.
Estas visões a respeito da moda para mulheres mais velhas, incitam a pensar sobre a
atual realidade dos produtos destinados a idosos, e conseqüentemente a maneira como estão
atualmente consumindo, e principalmente como daqui para frente vão se comportar.
3.4 Linha do tempo: Segmento de moda praia
Como abordado anteriormente o segmento de vestuário destinado às mulheres com
mais idade já está despertando para este novo nicho de consumidora. Neste contexto a de
moda praia, é um dos mais importantes do Brasil; muito promissor em um contexto nacional e
internacionalmente.
De acordo com Feghali e Dywer (2001) a moda praia tornou-se um dos segmentos
mais admirados e explorado pelo mundo. Afirmam ainda que se há uma roupa nacional
reconhecida lá fora, como sinônimo de beleza qualidade e originalidade, essa roupa é o
biquíni. “A cultura da praia nos dá a dianteira em relação a outros países”.
Para que se possa compreender melhor este segmento, atualmente, torna-se necessário
que se observe sua evolução do decorrer dos tempos.
De acordo com a Revista Textília (2005), as informações que se tem, sobre o motivo
pelo qual as pessoas começaram a tomar banho de mar, está relacionado com a saúde.Na
Figura 9: Encontro do poder grisalhoFonte: site webfashion
36
segunda metade do século 19, as mulheres da alta sociedade banhavam-se no mar como se
fosse extensão dos tratamentos de spa.
Sobre o aparecimento das primeiras roupas de banho Gonçalves (2002), diz que os
romanos já usavam duas peças para praticar esportes conforme figura 10, porém, só se têm
relatos sobre o surgimento do maiô de duas peças em 1946.
Figura 10: Mosaico da antiguidade Fonte: informefashionbrasil.terra.com.b
Dentro deste contexto Preitas (2005) diz que, somente no início do século XIX quando
os esportes começaram a ganhar popularidade, especialmente a natação, as pessoas
começaram ir à praia. Surgiu então, a necessidade de se criar um traje para as mulheres se
banharem em piscinas e praias. Esses trajes eram compostos por um "calção" até o joelho,
uma túnica, uma capa longa amarrada nos ombros, meia e sapatos como ilustra figura 11.
Na década de 20 o estilista francês Jean Patou, de acordo com Garcia (2005) se
destacou na linha "sportswear" e revolucionou os trajes de banho e da moda praia. O site
informefashionbrasil diz que ele renovou a malharia da época, assim como a roupa de praia, e
levou manequins norte-americanas bem altas para desfilar suas coleções, o que não era hábito
Figura 11: Primeiras roupas de banho Fonte: informefashionbrasil.terra.com.br
37
comum na época. Garcia (2005) afirma ainda, que Patou teve a sensibilidade de perceber que
seu trabalho se beneficiaria se ele se preocupasse em usar tecidos cada vez mais adaptáveis
aos modelos que queria criar.
Gonçalves (2002) complementa que Jean Patou foi o primeiro costureiro a abrir uma
loja especializada em roupas de banho em 1924, na cidade de Deauville, um elegante
balneário Francês.
Neste momento histórico na década de 20, de acordo com Gonçalves (2002), estar
bronzeada já era moda, e surge a primeira loção para peles delicadas se exporem ao sol.O
“Huille de Chaldée” ,criação de Patou. Nos anos 30 surgiu o maiô de duas peças, conhecido
por “maillot de bain”, pouco recomendado para mocinhas de boa família.
O biquíni como se conhece hoje afirma Preitas (2005) só foi apresentado ao público
em 1946, por Louis Réard, em Paris. O parisiense Jacques Heim reclama a autoria. Não se
sabe ao certo a legitimidade da invenção. Sobre o assunto Beltrão (2004, p.8) diz que:
O biquíni foi inventado pelo Francês Luis Reard, um engenheiro mecânico desempregado que cuidava do ateliê da mãe, o traje dividido em duas peças, que revelam mais do que cobrem o corpo, caiu como uma bomba para a sociedade do pós-guerra. Por volta dos anos de 1946, e como não poderia de ser diferente, foi batizado de biquíni, nome da ilha que os EUA estavam utilizando para testar suas devastadoras bombas atômicas.
Preitas (2005) diz ainda que a precursora desta nova invenção foi à dançarina de
Cassinos, Micheline Bernerdini, nas piscinas públicas de Paris como mostra a figura número
12, a qual ganhou fama pelo feito e as fotos da controvertida invenção ganharam as primeiras
páginas dos jornais.
De acordo com Preitas (2005) o novo traje era muito devastador e fez com que poucas
mulheres tivessem a coragem de exibir-se usando o biquíni. No início somente Micheline
Benardini, conforme figura 12, que se apresentava nua em espetáculos musicais noturnos,
teve coragem de exibí-lo.
Figura 12: Micheline Bernardini dentro do primeirobiquíni, em 1946 Fonte: Folha.uol.com.br
38
A arrebatadora invenção, de acordo com Beltrão (2004, p. 9) pode ser considerado
despudorada e ofensiva à moral e aos bons costumes, foi proibida em vários países da Europa;
a até o Vaticano divulgou um comunicado condenando a invenção. Nos EUA correntes de
decências pressionaram os estúdios de cinema a evitar aparição nas telas, de atrizes utilizando
traje tão indecente.
Na década de 50, de acordo com o site cena urbana, eram os concursos de Miss que
apresentavam as tendências do verão. Segundo o site informe fashion brasil, foi nesta década
que os biquínis passaram a entusiasmar as francesas e uma delas em especial seria a
responsável por esse entusiasmo - a atriz Brigitte Bardot, cujo corpo escultural era ainda mais
valorizado com o novo modelo. Mas, seria preciso mais uma década para que o biquíni
realmente decolasse.
No Brasil, segundo Beltrão (2004) as vedetes Carmem Verônica e Norma Tamar
foram às precursoras no fim da década de 50, exibindo-se na praia de Copacabana. Na figura
13 é possível visualizar os modelos de biquínis utilizados nos grandes centros nesta década.
No entanto esta ousada invenção de acordo com Preitas (2005) só se popularizou na
década de sessenta devido à revolução sócio-cultural que acontecia no mundo, entre elas o
surgimento da pílula anticoncepcional e a eclosão da liberação feminina. Com as mulheres
buscando sua independência, o biquíni era uma forma de expressar a liberdade
Foi no Brasil, país de mulheres portadoras de curvas estonteantes, com vastos
quilômetros de praias, com clima tropical e povo caloroso, que a ousada invenção encontrou a
total harmonia para sua aparição. Coube a brasileira Elvira Pagã, segundo Galvão, (2003),
Figura 13: Biquínis década de 50 Fonte: cenaurbana.com.br
39
vedete paulista radicada no Rio de Janeiro, a qual possuía inigualável beleza, as primeiras
aparições do traje na praia de Copacabana, o que atraia muitos olhares, tanto da platéia
masculina como de crianças curiosas que gostavam de observá-la.
Galvão, (2003) afirma ainda que em meio à ditadura militar instaurada em 1964, o
biquíni já tinha conquistado várias adeptas, chegou a ser proibido no país por decreto do então
presidente Jânio Quadros. Porém, tal repressão não vingaria muito tempo e no final da década
de sessenta a ousada Leila Diniz ( atriz), grávida, foi à praia de Ipanema, usando biquíni, feito
este de grande controvérsia. Foi o primeiro registro de uma mulher grávida que expunha sua
barriga usando biquíni.Os biquínis foram gradualmente tornando-se uma prática popular no
país. Segundo Beltrão, (2004) o famoso traje de banho brasileiro foi alvo de inspirações de
músicas como: “Garota de Ipanema” - homenagem às moças de corpo dourado através da
musa da época,Helô Pinheiro, que encantou o poeta Vinicius de Morais ao desfilar, ‘cheia de
graça”, a caminho do mar .
Sobre o assunto, Galvão (2003) nos diz que:
Vinte e seis anos depois do Francês Luois Reard o inventor dos biquínis a partir dos anos setenta, a modelo Rose Di Primo, considerada o maior símbolo sexual brasileiro da época, reinventou o biquíni em Ipanema. Base da improvisação, em meio sem querer, ela cortou aqui a cola, criando a “tanga”, uma estreitíssima faixa de pano abaixo da cintura, em forma de V. A tanga, a versão mais sumaria do biquíni, foi vista pela primeira vez na Europa durante a década de cinqüenta.A tanga evadiu as praias do Rio para seguida conquistar praias brasileiras e depois o planeta.
De acordo com Galvão (2003), após o surgimento da tanga no Brasil foi que o país
começou efetivamente a ser considerado o maior representante do biquíni mundialmente e,
sua imagem começa a ser exportada em catálogos turísticos.
É preciso ressaltar ainda, de acordo com Galvão (2003) que várias formas de roupas
de banho conviviam nas areias cariocas na década de sessenta - o "duas peças", modelo para
as mais senhoras e o chamado "engana mamãe”, como ilustra a figura 15 tendo na frente à
modelagem de um maiô sendo as costas reveladas como um biquíni. E também o famoso
maiô americano Catalina, como mostra a figura 14, o "maiô das misses", representado até
hoje no Brasil com exclusividade pelo Grupo Águia, fundado em 1937.
40
Foi através da beleza da mulher brasileira que se fez a passagem da moda para a mídia
e do Brasil para o mundo. A mulher brasileira se torna um dos maiores trunfos do país, depois
do samba e do futebol, como celebra o clichê turístico, afirma Palomino (2003).
Porém, segundo Galvão (2003) em meio a este jogo de esconder e revelar começa a se
proliferar as confecções de beachwear no Rio de Janeiro e algumas cidades do Nordeste.
A partir dos anos noventa, os tecidos com inovações têxteis começaram a aparecer
cada vez mais rápido.Várias empresas começaram a despertar para a real importância deste
mercado nacional e mundial e marcas importantes começam a surgir, no entanto, ao procurar
atualmente empresas que destinam maiôs e biquínis para mulheres com mais idade é possível
encontrar uma lacuna com uma grande oportunidade de mercado.
3.5 Público alvo: mulheres maduras
Nos últimos anos começou a se ouvir falar mais freqüentemente sobre o fato das
pessoas ficarem mais velhas, ou seja, sobre o aumento do considerável número de pessoas
com idades superiores há 50 anos. São reportagens de televisão, diversas revistas, jornais e
sites que discutem e refletem sobre a atual imagem, e importância social das pessoas que
estão passando a viver cada vez mais e melhor.
A respeito da denominação, ou seja, aos termos com os quais se podem designar as
pessoas que já passaram da fase da juventude e antes mencionada como somente “velhas”, é
plausível dizer que se encontra em ampliação, pois é possível verificar a presença de diversas
denominações como afirma Néri (2000, p. 7) ao dizer que entre as denominações mais
Figura 14: Maiô Catalina 2005/06 Fonte: Catalina.com.br
Figura 15: Maiô engana mamãe Fonte: Folha.uol.com.br
41
comuns podemos lembrar: adulto maduro, idoso, pessoa de meia idade, maturidade, idade
madura, maior idade, melhor idade, idade “legal”, de mais idade e o mais comum terceira
idade, (termo estabelecido pela ONU, que aos 60 anos de idade demarca o início da velhice
nos países em desenvolvimento e 65 anos nos países desenvolvidos, o Brasil adota esta
denominação), porém as pessoas têm pavor de ser chamadas de velhas ou idosas. O
aparecimento da expressão Terceira Idade deu margem a ações de marketing que consideram
o surgimento de um novo mercado para os produtos do mundo capitalista pós-industrial. No
entanto para o projeto foi escolhida a denominação “madura”, pois possibilita uma maior
abrangência de faixa etária e representa de uma maneira positiva, o fato de ser mais velhas.
A grande parte das pessoas atualmente ainda referem-se à velhice como algo que está
longe delas que preferem evitar ou desconhecem, pois estes termos remetem preconceitos em
relação à velhice que se expressão por reações de afastamento, desgosto, ridicularização e
negação, além disto, a velhice está vinculada à idéia de incapacidade.
No entanto, é perceptível que estão surgindo modificações de pensamentos, atitudes e
importâncias sociais em relação às pessoas que estão ficando mais velhas. Afirma Néri (2000,
p. 8) que a respeito deste tema é possível dizer que é muito comum, hoje em dia as pessoas
dizerem que “velhice não existe” e que “velhice é um estado de espírito” ou que a vida
começa aos 40 anos.
Observa-se que a passos lentos esta realidade vem se modificando, pois com as
mudanças de hábito de vida desta faixa etária proporcionaram o surgimento de novos
conceitos.
O idoso atualmente vive em uma sociedade menos preconceituosa do que a tempos a
trás e este fenômeno proporciona uma mudança de hábito de vida. Eles estão ficando mais
saudáveis, com uma vida sexual mais ativa e satisfatória, fato este impulsionado com os
avanços da medicina com os compridos contra a impotência sexual, dos cosméticos que
proporciona uma aparência jovem torna-os mais atraentes e desejáveis por mais tempo, e
afirma Pinheiro (2005) que a internet também ajudou imensamente, pois proporcionou mais
opções de relacionamento das pessoas divorciadas, solteiras ou viúvas, pois são diversos sites
de procura de pares.
Os que possuem mais tempo livres estão viajando, participando de bingos e programas
direcionados a eles.
Mediante estas informações é possível verificar que estas ações estão proporcionadas à
mudança do perfil das mulheres maduras. Outro aspecto que se observa hoje é que as pessoas
42
cada vez mais aparentam ter menos idade, do que se via antigamente, ou seja, a estética e
aparência das pessoas com mais idade está se modificando.
3.5.1 Estética, a aparência das pessoas com mais idade
Estética segundo Sacconi (2001) significa beleza das formas, harmonia.Com o avanço
da idade várias modificações físicas ocorrem, a aparência e estética se modificam.
De acordo com Santos (2000) biologicamente o envelhecimento caracteriza-se por ser
um processo natural, dinâmico e progressivo.
As mudanças ocorridas com o envelhecimento de acordo com Cardoso (2002) são:
perda da elasticidade da pele devido à perda de suporte subcutâneo, aparecimento de rugas,
diminuição da força de 25% a 30% diminuição da massa muscular, cabelos brancos,
diminuição da acuidade visual. Há uma diminuição da mobilidade das diversas articulações,
redução da estrutura, redução da caixa torácica e diminuição do funcionamento do aparelho
locomotor e do equilíbrio. Os sistemas internos funcionam de maneira menos eficientes com
alterações metabólicas, diminuição da capacidade pulmonar, da produção hormonal,
enrijecimento de cartilagens e artérias, diminuição das funções hepáticas entre outras
modificações, no entanto é importante ressaltar que as mudanças físicas vindas com o
envelhecimento, afirma Cardoso (2002) é um processo individual e se desenrola durante a
vida, com aprendizagem e mudanças sucessivas e cumulativas.
Através da figura 16, que ilustra a atriz Brigitte Bardot aos 20 anos e na figura 17 com
70 anos, é possível verificar as mudanças físicas ocorridas com o envelhecimento.
Figura 16: Brigitte Bardot aos 20 anos Fonte:site bbc.co.uk
Figura 17: Brigitte Bardot aos 70 anosFonte:site bbc.co.uk
43
E são essas mudanças físicas ocorridas com o envelhecimento que levam as pessoas a
rejeitá-la, pois afirma Cardoso (2002) que “a exagerada valorização do corpo jovem resulta do
apreço pela eficiência na produção e pela força física”, assim como o corpo do velho, não se
insere no padrão de beleza vigente.
Atualmente o que se percebe é a aparência estética e a saúde das pessoas com mais
idade estão modificando-se. Este fenômeno é devido a um momento da história em que as
preocupações com a estética corporal são intensas e permeiam fortemente o imaginário e o
cotidiano de todas as pessoas, e em especial esta faixa etária.
Novas tecnologias possibilitam alterações no formato do corpo, pois tem-se
atualmente um cenário diferente de anos atrás. O que possibilitou esta mudança foi o
desenvolvimento da medicina em especialidades como a geriatria e, os avassaladores métodos
de rejuvenescimentos que incluem cirurgias plásticas.Os tratamentos estéticos como afirma
Pinheiro (2005), estão sendo mais utilizados, pois evitam as cirurgias plásticas e auxiliam com
eficiência as rugas e á flacidez facial em um curto período de tempo. Tratamentos estes como
peeling a laser, injeção de colágeno entre outros e cremes que prometem a eterna juventude.
O corpo das pessoas com mais de 50 anos estão se modificando, pois estão praticando
mais ginásticas, esportes e cuidando com a alimentação.
Asseguram Popcorn e Marigold (1997, p. 297) que há anos, as pessoas pareciam
velhas, elas usavam ternos, chapéus e luvas até mesmo no verão. Hoje em dia se vivencia a
presença de pessoas com idades superiores á 60 anos e que são considerados símbolos de
sensualidade como Sean Connery, Paul Newman, Antônio Fagundes, Raul Cortez (todos
atores) entre outros que fazem sucesso com as mulheres de várias idades
3.5.2 Ter mais idade atualmente
O que se observa atualmente é que as pessoas que se encontram com idades superiores
a 50 anos querem se afastar da imagem construída a anos pela sociedade ocidental moderna
de que a velhice é sinônimo de incapacidade, tristeza, solidão e feiúra.Eles almejam pelo seu
espaço na sociedade, alguns optam por esconder a idade através da utilização de roupas
utilizadas por jovens como afirma Popcorn e Marigold (1997, p. 290) ao dizer que agora
estamos vendo uma série de anúncios de moda para mulheres maduras que mostram
minissaias xadrezes pregueadas ou tênis com ponta de borracha, outros não escondem a idade
assumem que não são mais jovens porém pessoas maduras experientes que possuem
qualidades que só o tempo pode trazer Néri (2000, p. 10) diz que estas qualidades são frutos
44
da experiência que tornam as pessoas mais prudente, pacientes,tolerantes e bons ouvintes,
assim como o gosto por ensinar o que aprendeu ao longo da vida e a preocupação com o bem
estar dos outros. São aquelas pessoas que assumem seus cabelos brancos com muito orgulho
como mostra a figura 18.
Figura 18: O novo estilo de vida da terceira idade Fonte: Site zipsaude.com.br
Verifica-se que são duas vertentes até certo ponto opostas, porém com um mesmo
propósito “uma nova imagem do idoso na sociedade”. Estas pessoas não aceitam mais serem
desvalorizados ou serem denominados de maneiras pejorativas, querem e estão exigindo uma
maior valorização. Estas mudanças de pensamentos garante Cardoso (2002, p. 78) estão
influenciando a maneira com que conduzem as modificações da imagem que as pessoas com
mais idade tem de si mesmas diferindo de um indivíduo para outro.
Ser uma pessoa com mais idade, madura, entre outras denominações, atualmente é
fazer parte da sociedade, é cuidar da saúde e do bem estar físico, estético e mental. Em alguns
casos principalmente em países mais desenvolvido, é possível dizer ainda que éter uma vida
sexual ativa e uma ocupação profissional.
No entanto, é importante ressaltar que esta realidade é percebida com maior facilidade
pelas pessoas de classe social um pouco mais elevada, pois está ligada com as influências do
meio ambiente. Em se tratando de Brasil, é observado que ainda não se adaptou as essas
grandes mudanças ocorridas e o idoso está longe de sentir-se efetivamente integrado a tais
mudanças. Cardoso (2002, p. 82) conclui que não restam dúvidas de que a sociedade deve se
preparar para modificar seu comportamento em relação ao idoso, respeitando-os e procurando
soluções objetivas para seus problemas, pois a imagem e estilo de vida deste público
atualmente e daqui a alguns anos possivelmente irá se modificar.
45
3.5.3 A imagem das pessoas maduras nas sociedades modernas e a mídia
A sociedade moderna se caracteriza pela valorização da juventude com a associação
do belo, busca incessantemente pelo novo, conceitos de acordo com Almeida (1998, p. 39)
fundamentadas nas esteiras da revolução Industrial onde a velhice passou a ser marginalizada
e significar degeneração, decadência, não apresentando certos atributos típicos das idades
mais jovens, menos agilidade, destreza, força, vigor, equilíbrio, tônus muscular caracterizando
sem serventia, já que não podem mais efetivamente contribuir na rotina de trabalho.
Estes conceitos perduram até hoje e prejudicam a imagem dos idosos em nossa
sociedade. Acarretando muitos atributos simbólicos que fazem parte do imaginário social, que
reforçam a idéia de discriminação dos indivíduos envelhecidos.
De acordo com Sena (2003, p. 46) ao analisar-se a imagem do idoso nas sociedades
capitalistas,veremos que a mesma é marcada, sobretudo por significações pouco aprazíveis.
Este tipo de ação infelizmente ainda existe na sociedade atual e é o que faz com que estes
clientes sejam esquecidos no mercado consumidor de modo geral, medidas inteiramente não
condizentes com as estatísticas que apontam o crescente envelhecimento da população.
Assegura Leite (1993) que a imagem do idoso começou a ser retratada na televisão nos
anos 70 de forma negativa. Esta prática era uma constante na época onde eles representavam
menor importância e visibilidade, culminado nos anos 80 onde eram retratados na mídia de
forma desagradável e negativa.
Devido a atuações preconceituosas, as pessoas que se encontram fazendo parte da
terceira idade acabam sendo em muitas ocasiões, indesejadas, agredindo o padrão de beleza e
produção estabelecida pela sociedade, incorporando-se, dessa forma negativamente ao
imaginário social.
Ações praticadas pela mídia atualmente vigoram, propositais ou não, a imagem dos
idosos, pois fazendo uma análise nos conteúdos das propagandas e dos comerciais veiculados
em emissoras de televisão, em que, na maioria, o idoso é retratado como uma pessoa chata,
senil, ranzinza e um transtorno familiar onde se evidencia o reforço de uma imagem
profundamente negativa da velhice e, conseqüentemente, a disseminação de estigmas e
preconceitos ao envelhecimento e as pessoas que o vivem (SENA, 2003, p. 47).
Estes fatos afetam em muito, a perpetuação desta imagem negativa, pois é o marketing
comercial, uma forte ferramenta da visão que a sociedade possui hoje do universo da velhice.
Assim como a mídia, o marketing, principalmente o brasileiro, seguramente de acordo
com Gibra (1994, p. 32) desconhecem o consumidor da terceira idade e o trata através de
46
esteriótipos que desatendem importantes necessidades de consumo dos segmentos de pessoas
de mais idade muitas vezes até agindo de forma que não existissem.O autor ainda observa que
os preconceitos e estereótipos associados ao idoso ainda manifesta na propaganda, através de
caricaturas pretensiosas e engraçadas.Estas associações não vão de encontro às necessidades e
realidades atuais dos consumidores com mais idade .
3.5.4 O mercado consumidor
“O mercado consumidor é constituído por todos os indivíduos e famílias que compram
ou adquirem produtos e serviços para consumo pessoa”, afirma Kotler e Armstrong (1993).
Vários meios de comunicação apontam o promissor mercado formado pelas pessoas
que se encontram com mais idade. A grande maioria dos autores argumenta que a
considerável elevação dos índices demográficos desta população está gerando um novo nicho
de mercado com um grande potencial de consumo em grande parte dos países e especialmente
no Brasil.
Afirma Veras (2003, p.6) que o Brasil é um país que envelhece a passos largos, e diz
que no início do século XX, um brasileiro vivia em média 33 anos e hoje a expectativa de
vida ao nascer dos brasileiros atinge os 68 anos. Estas informações reafirmam o significativo
mercado que está se formando, pois se as pessoas estão vivendo mais tempo, elas vão
continuar consumindo produtos e necessitaram que os mesmos sejam adequados às suas
necessidades específicas.
Dentro deste contexto, diz Parente (2000, p.90) que entre os diferentes segmentos, o
maismarcante é o formado por pessoas com mais de 60, pois,chegou a quase triplicar nas
últimas décadas e alcançado um índice bem acima da taxa de crescimento brasileira.O autor
afirma ainda que as regiões mais desenvolvidas apresentam maior percentual dos segmentos
mais velhos do que as regiões pobres. Em números seriam ,de acordo com o site Nutrinews
(2005) que existem atualmente no Brasil, 8,9 milhões de pessoas com mais de 60 anos de
idade, representando 5,2% da população total.
Diante deste rico cenário é possível verificar a imensidão de pessoas que fazem parte
da considerada terceira idade no Brasil. Os ventos soam a favor para este segmento há
expectativa de um acelerado aumento nas próximas décadas; pois as novas descobertas da
medicina e o avanço da tecnologia farão com que as pessoas adoeçam menos e contribuirão
para uma melhor qualidade de vida. As expectativas é que em um período de apenas 70 anos
(1950 a 2020), a população brasileira estará crescendo 5 vezes, enquanto o grupo etário dos
47
maiores de 60 anos estará se ampliando em 16 vezes (Veras 2005).Outras pesquisas apontam
que em 2025 a população brasileira com idade acima de 65 anos representará 19%
(Nutrinews, 2005), representando de acordo com Veras (2003,p.9) 1.900 milhões de pessoas,
montante equivalente á faixa da população infantil de 0 a 14 anos.
Mediante as afirmações acima citadas não há dúvidas sobre o verdadeiro universo a
ser explorado, porém algumas questões dentro desta realidade são muito importantes, pois
como será que este novo consumidor vai ser? O quê e como ele vai querer comprar? Quais as
características que desejarão nos produtos? Entre outras diversas indagações que deverão ser
levadas em consideração, se a há o interesse de atingir este consumidor.
O site Nutrinews (2005) descreve que o idoso do novo século será um dos pivôs da
organização das sociedades e dos mercados, exigirá mais autonomia, assistências
especializadas. Exigirá ser tratado como cliente e não como doente, não aceitará viver no
ostracismo ou ser objeto de rejeição ou desprezo e não abrirá o direito de se sentir atraente e
sedutor.
Outra previsão positiva que pode ser citado sobre este assunto é de que terão muito
mais dinheiro nas próximas décadas e disposição para gastar, e vão se transformar na maior
força econômica do mercado consumidor, chegando até mesmo a tomar o lugar dos jovens
como centro das atenções nos campos político, social e econômico adverte o site Nutrinews
(2005).
Ações muito diferentes necessitarão serem efetuadas pelos empresários que atuam
neste setor, pois atualmente existe uma enorme defasagem de produtos e serviços
especializados que atendam efetivamente este consumidor, que possui características
específicas. Raramente encontra-se lojas especializadas destinadas a este público específico
assim como apelo de consumo, principalmente no campo da moda. Este setor no Brasil ainda
é muito defasado, não existe uma real e efetiva preocupação com este nicho.
Na presente realidade de mercado onde as mudanças são tantas e estão presentes em
todos os setores e esta realidade é muito contraditória, sobre este contexto afirma Néri (2000,
p.125) que mesmo nos eventos e atividades mais comuns de nossas vidas como fazer
compras, temos opções como escolher entre ir a loja mais próxima de nossas casas, fazer a
compra pela internet ou pelo telefone, ou ir diretamente a um supermercado que funcionem 24
horas todos os dias da semana.
As opções são tantas, a concorrência está extremamente acirrada e os empresários
ainda não se ativeram ao imenso mercado disponível e ávido por consumir. Porém, no mundo
globalizado onde as informações são em tempo real e vem de diferentes lugares dando
48
condições de produtos oriundos de outros países chegarem e serem facilmente utilizados pelos
clientes. É necessário agir rápido e de uma forma coerente para não perder mercado para estes
concorrentes que são mundiais.
Se não forem desenvolvidos produtos para atender os nossos clientes internos
provavelmente eles irão consumir produtos estrangeiros e será perdido um significativo
mercado consumidor. Ressalta Cardoso (2002) que as empresas devem criar produtos
pensando nessa faixa etária para que não percam os consumidores que daqui a algum tempo
serão a maioria.
Nos Estados Unidos o consumidor da terceira idade já possui seu lugar estabelecido,
os empresários possuem estratégias específicas para atender estes clientes que são mais
amadurecidos, mais racionais, menos impulsivos, exigentes, criteriosos, experientes conclui
Gibra (1994, p. 32). Especialmente possuem uma característica específica que o diferencia
dos demais, eles são geralmente mais fiéis que os jovens. De acordo com Parente (2000, p.
91) o consumidor da terceira idade necessita de um atendimento mais cordial e atencioso,
maior participação do vendedor na seleção de produtos, sinalização de produtos com letras
maiores, e serviços mais personalizados.
Na moda, as idosas americanas também saem na frente, pois já existe um apelo
comercial para elas, reflexo disto foi a edição de uma das revistas mais conceituadas no
universo: a Vogue norte-americana que dedicou sua publicação de agosto de 2001 ao público
das mulheres maduras, com o tema “a edição da idade” como confirma o Ferla (2001).Diz
ainda que a decisão de Wintour, a editora-chefa da revista, foi movida menos por pesquisas de
mercado do que por instinto editorial e pelas insistências não exatamente sutil de leitoras. As
mulheres de mais de 65 anos gastaram uss$ 14,7 bilhões em roupas em 1999, quase tanto
quanto o que foi gasto pelas consumidoras de 25 a 34 anos que constituem o público alvo da
Vogue norte americana e a editora está pensando em transformar essa iniciativa numa edição
anual destaca Ferla (2001).
Dentro desta conjuntura, o profissional que atua na área de design de moda possui
como uma de suas competências a responsabilidade de detectar as necessidades dos clientes
as brechas de mercado a fim de atendê-los de forma satisfatória. O designer está diretamente
ligado com as tendências comportamentais e de consumo deve assim como os empresários,
como dito anteriormente, ater-se a esta realidade e a partir daí, desenvolver produtos para o
público mais velho que sejam mais usáveis e desejáveis, a fim de estimular o consumo.
Os produtos, especialmente os de moda, necessitam ser democráticos para atender os
diversos segmentos, pois este setor não está restrito somente a uma elite social, econômica,
49
etária ou limitada a alguns segmentos da indústria. Deve atingir a todos de modo geral com a
mesma preocupação e dedicação com um conhecimento bem fundamentado que não ceda
lugar a atitudes preconceituosas e nem subestimem ao potencial de consumo de alguns
segmentos.
É importante levar em consideração as mudanças do comportamento do consumidor
com mais idade para que seja possível desenvolver produtos e serviços adequados as suas
necessidades. Afirmam Kotler e Armstrong (1993) que é imprescindível verificar os vários
fatores que influenciam o comportamento do consumidor, tais como características culturais,
sociais, pessoais e psicológicas. Os autores afirmam ainda que os consumidores maduros mais
ativos e saudáveis possuem muitas necessidades e desejos parecidos com os dos jovens. Eles
desejam parecer tão jovens como se sentem. Com este novo perfil o consumidor idoso sofre
atualmente diferentes influências que impulsionam o seu comportamento.
3.6 Materiais para moda praia
Verificado o segmento e o público alvo que se destina este projeto, e levantadas
informações que segundo Kotler e Armstrong (1993) comprovam que os consumidores
maduros estão mais atualizados de modo geral, passa-se agora a identificar os diversos
materiais, evoluções no setor e novas tecnologias para a confecção de produtos,
especificamente para moda praia, destinados a este público.
Os materiais usados para confeccionar artigos de moda praia sofreram grandes
evoluções no decorrer das décadas e do progresso da tecnologia.
De acordo com O’Hara (1989) o estilista Jean Patou, responsável pela revolução das
roupas de banho, foi um dos pioneiros a realizar pesquisas junto a indústria francesa têxtil
Bianchini-Ferier e Rodiner sobre tecidos que se adaptam a trajes de esporte e banho.
Afirma O’Hara (1989) que no final do século XIX os maiôs de natação eram
confeccionados de lã (massa de fibras fortes e flexíveis que forma o pelo de certos animais,
como o carneiro).
A partir da década de 40 segundo Leão (2003) “os maiôs começaram a ter os seus
tamanhos reduzidos. As praias deixaram de ser locais somente de diversão e campo de
atletismo, para se tornarem um local de conquistas”. Os trajes reduzidos antecipavam a
disponibilidade, como uma vitrine.
50
Com a Segunda Guerra Mundial, surgiram novos materiais, e um especialmente traria
uma evolução para os maiôs da época, era a invenção do fio de “Náilon”. Assegura O’Hara
(1989) que o náilon foi o resultado de um programa de pesquisas iniciado em 1927 pelo
Wallace H. Carothes na Du Pont Compnay, no Delaware. Segundo o site cenaurbana que o
maiô de náilon afinava a cintura, realçava os quadris e ajustava-se melhor ao corpo, devido a
um franzido interno. Garante Leão (2003) que entre os tecidos sintéticos, o náilon era
preferido pela resistência, elasticidade e facilidade de tingimento.
Na década de 50 de acordo com o site cenaurbana, os maiôs de banho utilizados pelas
beldades (cujas medidas eram 90-60-90 e tornozelo 21) eram escuros e feitos de Helanca.
Conforme Galvão (2005) Helanca é a marca de fantasia de um fio enrugado e elástico da
Heberleim Patent Corporation, utilizado desde meados do século XX em tecidos que
precisam de elasticidade.
Diz Leão (2003) que foi nas Olimpíadas de Melbourne em 1956 que os maiôs de seda
com algodão estiveram bastante em evidência, conforme o autor na década de 70 que os jogos
Olímpicos de Munique em 1972 foram o trampolim para que a Lycra se tornasse um tecido
muito utilizado em roupas de natação e de banho.Galvão (2005) assegura que a Lycra é uma
fibra sintética lançada em 1958 pela indústria DU Pont de Delaware, Estados Unidos, sendo
elástica, resistente à abrasão e ao ser esticado volta à forma original.
A autora afirma ainda que:
Atualmente a Lycra é adicionada em pequenas quantidades sobe os variados tecidos de biquínis e peças de beachwear: algodão, tricô, náilon, acrílico entre outros. Lycraé o fio inteligente porque pode ser misturado a qualquer fibra natural, artificial ou sintética, adicionando os benefícios de conforto, caimento, liberdade de movimento e uma maior durabilidade. A sua importância é tamanha que não se pensa mais em Moda Praia sem pensar em Lycra. De fato Lycra faz a diferença! Devido as suas potencialidades tecnológicas, sempre aceleradas, é exigido alto nível de qualidade para os produtos que desejam ser homologados com a fibra.
Atualmente é perceptível que o segmento de moda praia possui muita tecnologia
empregada em tecidos e acabamentos como, por exemplo, biquíni que quando molhado - pela
água do mar, da piscina ou da ducha – surge uma estampa, tecidos bacteriostáticos com
propriedades UVA/AVB, corte a layser com silicone fundido, elástico líquido, isolamento
térmico entre outros. (Glavão 2005). Segundo a revista Costura Perfeita (2004) que a empresa
Rosset possui a linha F-action que possui uma composição muito tecnológica que lhe confere
maior durabilidade e capacidade de retorno, respirabilidade, transpirabilidade, proteção UV e
secagem rápida.
51
São várias as pesquisas realizadas neste setor, pois algumas empresas buscam agregar
valor na confecção de seus produtos através do desenvolvimento de novas fibras pode-se citar
a Dupont (EUA) que irá produzir comercialmente, em menos de um ano, a primeira biofibra
de milho com características semelhantes à lycra, afirma o site jorplast (2005). Sobre esta
pesquisa é importante destacar as questões ambientais que envolvem a produção de tecidos
sintéticos já que a fibra mais usada para desenvolver produtos destinados à moda praia faz
parte desta classificação é importante que se atenha a este detalhe, principalmente se há o
interesse de exportação.
Segundo a revista ITT1 (2005) os tecidos que farão parte do book de tecidos para verão
2007 são:
• Jérsei opaco nos temas Folk, crochê e jeans.
• Lenatex Praia estampado.
• Miame.
• Lycra opaca.
• Light.
• Lycra Praia.
• Fandi crochê de micro Amni.
• Jacquard com fundo colorido.
• Lycra Matt.
• Lycra Quite.
No entanto é necessário definir os rumos de cada coleção de moda, seus recursos e
objetivos pra uma melhor escolha de matérias prima.
3.7 Coleção de moda
O conceito de coleção de moda a qual conhecemos hoje sofreu várias modificações no
decorrer do tempo.
Segundo Treptow (2003) até a metade do século XIX não existia a profissão do
criador. As roupas eram confeccionadas por artesões que seguiam as instruções de quem
encomendava. Era uma relação de cliente e executador. Foi na década de 1850 com o
surgimento do estilista Charles Worth que se começou a criar o conceito de coleção de moda, 1ITT International Textiles Textília.Moda praia –Book de tecidos 2006.ano IX, 57,ago./set. 2005.
52
em que havia cliente e criador. Afirma Vincent-Ricahd (1989, P.56) que foi a partir da
chegada de Worth e o seu conceito de criador, o qual permitiu que as linhas da moda se
tornassem bem mais rigorosas e evoluírem com rapidez, ao ritmo das mudanças de estação.
No entanto, o primeiro registro sobre lançamentos de coleção de moda está ligado
segundo Treptow (2003, p. 41) aos eventos organizados pelas maisons (dentre outras a de
Worth) em que as clientes eram convidadas assistir o desfile das criações.A autora afirma
ainda que neste primeiro momento não existia um estilo comum nas peças apresentadas assim
como o estilo pessoal do criador e os padrões de moda vigentes não possuíam uma linguagem
padronizada. Foi na década de 1930 assegura a autora, que a estilista Elsa Schiaparelli
começou a propor coleções com temas específicos.
Surge então a “coleção de moda” como conhecemos atualmente sendo por definição
segundo Rech (2002, p. 68) “um conjunto de produtos, com harmonia do ponto de vista
estético ou comercial, cuja fabricação e entrega são previstos para determinada época do ano”
No entanto, afirma Treptow (2003, p. 43) que “muitas empresas ainda não possuem
esses conceitos e seus estilistas desenvolvem produtos a partir da cópia ou adaptação de
tendências internacionais, sem qualquer ocorrência.” Afirma ainda a autora que uma coleção
deve ser coerente e deve contemplar o perfil do consumidor, a identificação ou imagem da
marca, temas de coleção e propostas de cores e materiais e principalmente necessita de uma
metodologia para o processo de criação.
Treptow (2003) Sugere que inicialmente inicie definindo o perfil do consumidor, em
qual segmento ele se enquadra, nichos e hábitos de consumo. Depois de determinado, sugere
que se desenvolva uma marca para dar alma ao produto e estudar o marketing, criar uma
identificação e imagem da marca, possuindo partes abstratas e tangíveis. Após estas etapas
realizadas passe-se então para a gestão do design através da determinação dos aspectos
produtivos, mercadológicos e financeiros.
É necessário fazer conforme a autora uma análise sobre a capacidade produtiva, das
coleções anteriores, e do calendário de vendas. Na seqüência parte-se para as pesquisas de
moda que incluem pesquisa de tendências, de concorrentes, pesquisas tecnológicas, de
vocações regionais, pesquisas de tema de coleção. Sobre este último aspecto a autora afirma
que o tema de uma coleção é a historia, o argumento, a inspiração dela. E a escolha do tema
pode surgir a partir de pesquisas junto a escritórios de estilo, porém assegura a autora, não
deve se limitar a reproduzir as tendências pesquisadas no exterior e sim apresentar uma
proposta que esteja de acordo com o estilo do seu criador.
53
A partir daí, parte-se para o planejamento da coleção que deve possuir: cronogramas,
parâmetros, dimensão, métodos da unidade de estoque e do faturamento médio ideal,
pesquisas de tendências vigentes para a estação, briefing, inspirações,execução da cartela de
cores,tecidos e aviamentos que serão utilizadas,
Estas etapas são designadas por Rigueral (2003), como sendo a “estruturação da
coleção” que são ações que levarão ao êxito da coordenação. Sendo a coordenação uma
relação com o conceito do belo, ou harmonia e equilíbrio Rigueral (2003), afirma que para se
realizar uma boa coordenação de moda é preciso basear a informação do momento, ou seja, as
tendências que permeiam o momento, porém, sem perder o bom senso de levar em conta o
perfil do consumidor específico.
3.8 Tendências
Sacconi (2001) define tendências como sendo um movimento que prevalece numa
determinada direção; evolução natural; probabilidade, características; predisposição,
propensão ou inclinação à determinada coisa.
As tendências são perceptíveis em vários lugares, e influenciam qualquer
desenvolvimento de serviços e produtos, pois estão diretamente ligadas ao comportamento
das pessoas, ou seja, o que elas vão querer possuir e consumir.
Segundo Sodré (2004) as tendências de comportamento mundiais estão cada vez mais
velozes e difíceis de serem acompanhadas. O autor diz que as tendências comportamentais
que irão guiar os mercados consumidores nos próximos anos são:
• Nostalgia: Pessoas que buscam no seu passado a segurança e o equilíbrio para
enfrentar o futuro.
• Saúde holística: Cada vez mais as pessoas buscam o bem estar de corpo, mente e
alma e espírito. Exemplo desta tendência é o crescente interesse por técnicas
orientais.
• Idade de espírito: Essa tendência anula o tradicional conceito de idade. Propõe que
ela hoje seja determinada por gostos e atitudes, e não por quantos anos viveu.
• Alívio: A ascensão de esportes de impacto como o boxe
• Comunidades urbanas: As pessoas residem mais próximas umas das outras, porém
também ficam distantes.
54
Asseguram Popcorn e Marigold (1997) que as tendências servem como indicadores
prévios de como as pessoas estão se sentindo que novos produtos serão procurados, porém, é
importante ressaltar dizem as autoras, que tendência é diferente de modismo, pois modismo é
um sucesso de curta duração e as tendências são amplas.
Sobre o comportamento dos modismos, Salomom (2002) afirma que os modismos
verdadeiros duram um ano ou menos e as principais fontes são brinquedos, novidades,
televisão, dança e música. Eles não são utilitários, não desempenham nenhuma função
significativa, são freqüentemente adotados de impulso; as pessoas não passam por tomada de
decisão racional antes de adotá-los e eles difundem-se rapidamente, obtém rápida aceitação e
duram pouco. Asseguram o autor que algumas orientações ajudam a prever se as inovações
perdurarão como tendências longo prazo ou serão apenas modismos. É necessário observar se
a inovação proposta se enquadra em mudanças básicas no estilo de vida, verificar quais são os
reais benefícios e se possui a disponibilidade de ser personalizada.
Na esfera da moda, é inegável observar através de sua desenvoltura histórica que as
tendências possuem grande importância para o desenvolvimento de coleção, pois sendo a
moda hoje mais do que nunca, um desejo que de certo modo torna-se massificado, devido ao
crescimento da comunicação e informação frutos da globalização, as tendências possuem o
objetivo de satisfazê-los de modo a influenciar todos os gostos.
A respeito do surgimento das tendências de moda, Treptow (2003) afirma que:
A tendência surgiu com o próprio fenômeno de moda, a partir do renascimento. Nessa época, a adoção de novos padrões visuais ainda não era uma constante e a quebra de tradição era vista com reservas. Todavia alguns grupos vanguardistas enxergavam na adoção de novos valores não uma ruptura com o passado, mas um processo de evolução.
Atualmente usar as tendências funcionam como um filtro que pode fazer com que o
negócio evite maus, inícios certificam Popcorn e Marigold (1997). Todos os anos são
lançadas tendências de moda para direcionar as empresas no desenvolvimento de seus
produtos.
As tendências na esfera da moda segundo Rigueral (2003), diz que a partir dos anos 80
as releituras de moda começaram a nortear as coleções de moda; como também é possível
observara forte presença nos últimos anos e utilizações de temas como:
• Retrô: Retorno ao passado, sendo a década de 70 a mais utilizada.
• Romântico: Motivos delicados, camponeses entre outros.
55
• Cultura: A forte utilização de culturas de países e folclores é o que podemos
chamar de volta as raízes.
• Ambiente: Motivos como náuticos, carnavalesco entre outros.
• Funcionalidade: Através da presença de uniformes de trabalho, de esportes etc.
• Ideologia: Como os movimentos sociais dos hippies, punks, dândis,budistas entre
outros.
Através de tantas informações e influências vindas de diversos meios e locais é
possível perceber que ao contrário de épocas passadas onde era necessário combinar peças
que compunham um mesmo estilo; hoje é a mistura de estilos e de elementos, até mesmo
contraditórios, que possuem a tradução da modernidade. Fato este confirmado como assegura
Rigueral (2003), ao expor que mais de um estilista acreditaram num mesmo caminho e
começaram a surgir repetições e certos padrões, que são misturas de estações, décadas e
conceitos numa mesma coleção ou única peça, situação esta que justifica o autor, ser o reflexo
da globalização.
Por estes motivos é importante que as indústrias estejam atentas às tendências que
estão norteando a moda, para desenvolverem produtos que estejam de acordo com as
necessidades e expectativas do público alvo, ou até mesmo surpreendê-los com inovações.
Analisando as últimas tendências, verificou-se que as mesmas apresentaram uma linha
seqüencial de representações, crescentes utilizações de temas étnicos e de décadas. Segundo
Rigueral (2003), o estilista da Maison Dior utilizou em sua coleção de verão 2002/03 a
releitura dos nos 70, onde trouxe toda e irreverência da época. Boriello (2004) diz que a
marca Dolce & Gabanna no verão 2004/05 utilizou também referências fortes vindas dos anos
70. Com a grande utilização de diversas referências étnicas verificou-se a crescente
valorização da utilização cultura brasileira no âmbito nacional e internacional.
É a tendência do chamado “tropicalismo” de acordo com a revista Vogue (2005) é o
que está ocorrendo atualmente um resgate da cultura brasileira e do orgulho brasileiro. As
leituras são diversas, como a utilização da flora de fauna brasileira e até mesmo regional,
como assegura a revista Vogue ao dizer que as grifes apostam em estampas que enaltecem o
Brasil tropical como foi a caso na marca Osklen ao utilizar imagens do Rio de janeiro, querem
e tem a fauna e á flora cariocas.
56
As cores das bandeiras nacionais também estão presentes em diversas coleções Vogue
(2005):
As cores que dominaram o verão 2006 são as da bandeira nacional. A tessuti, por exemplo, fez uma coleção toda em amarelo-ouro, azul, branco e um pouco de verde. Desfilada na historia Ilha Fiscal no Rio, a coleção é inspirada nos desenhos dos pintores que retratam a natureza e o povo brasileiro no século 17.
Percebe-se, no entanto que as tendências que estão guiando as coleções brasileiras nos
últimos anos oferecem um retorno às raízes e a valorização de toda a riqueza da cultura de
vários povos e em especialmente do Brasil.
Entretanto, de acordo com site Guiajeanswear as mulheres com mais idade em especial
não seguem rigorosamente uma determinada tendência de moda, mas procuram vestuários
que reflitam uma tendência atual e que esteja de acordo com seu estilo. Para identificar e
conhecer melhor este público torna-se necessário a realização de pesquisas de campo
direcionadas.
57
4 PESQUISA DE CAMPO
Após coleta de informações em revistas, livros, e sites torna-se indispensável a coleta
de dados direcionados ao público em questão, para que se possa levantar informações
específicas para o problema do projeto
O desenvolvimento do plano de pesquisa de campo para coleta de dados se fez através
da aplicação de dois questionários para o público alvo do projeto
A primeira pesquisa de campo foi realizada com 30 mulheres com o intuito de coletar
informações a respeito do mercado, para verificar a necessidade da realização deste trabalho,
e auxiliar a definição do problema de projeto.
Os questionários foram aplicados no período do dia 1º ao dia 15 de setembro de 2005
em diversos locais como a ‘Casa da Sogra” na cidade em Balneário Camboriú SC.
Distribuídos porta em porta, diretamente ao público de interesse.A metodologia aplicada para
a realização da pesquisa foi auxiliada pelo quadro de Kotler e Amstrong (1991).
Metodologia de pesquisa
Formas de contato
Plano de amostragem
Instrumentos de pesquisa
Observação Entrega pessoal Gráficos estatísticos Percentuais E interpretações de cada resposta e geral
Questionário
Quadro 5: Planejamento da coleta de dados primários primeiroe segundo questionários 2 Fonte: Kotler e Armstrong (1991).
Pergunta 1: Os questionários foram aplicados em mulheres com idades superiores há
quarenta anos sendo a média:
40%
30%
30%
De a 40 a 55 anos De 55 a 65 anos Acima de 65 anos
Gráfico 1: Idade
58
Interpretação das respostas:
A maioria das mulheres que responderam o questionário encontra-se com idade de 40
a 55 anos. Porém houve um equilíbrio de idade o que proporcionou respostas coerentes e com
riquezas de informações. Foi percebido no decorrer das análises dos questionários que a idade
interferia nas respostas.
Pergunta 2: Outro fator que foi abordado no questionário foi sobre a escolaridade:
40%
30%
23%
7%
Ensino Fundamental Ensino Médio Superior Outros
Gráfico 2: Escolaridade
Interpretação das respostas:
Foi percebido que a escolaridade, é um fator que também está relacionado com as
respostas, pois quanto maior o nível de instrução da pessoa, mais detalha são as respostas e
mais elas se preocupam com a moda.
Pergunta 3: Entrando no universo da moda
43%
37%
20%
Muito importante Importante Pouco importante
Gráfico 3: Importância, em sua opinião, de estar de acordo com as tendências de moda
59
Interpretação das respostas:
Vários aspectos foram abordados, porém a grande maioria das mulheres justificou-se
que estar na moda faz com elas sintam-se bem, felizes, fazendo parte do grupo, que eleva a
auto-estima, tornam-se mais jovens, porque se cuidam e se valorizam.
Um aspecto interessante citado na justificativa foi o fato de que na idade em que se
encontram é necessário estarem bem vestidas, se cuidarem para ficarem mais bonitas, pois
quando se é jovem, tudo fica bom, porém, quando se tem certa idade é necessário se cuidar
mais. Outra questão abordada foi que a moda é muito importante sim, porém os modismos
não, e o conforto é algo fundamental.
Em um dos questionários foi abordado que as roupas que o mercado oferece para
mulheres com idade superior a 50 anos são “cafonas”, e na terceira idade é necessário estar
“chick”.
Um fator que foi observado foi que as mulheres que encontravam com idade entre 40 a
55 anos todas responderam que a moda era algo muito importante para se sentirem bem. E
quanto maior o grau de escolaridade maior a importância de estar na moda.
Pergunta 4-A respeito da oferta de produtos
70%
30%
Sim Não
Gráfico 4: Em sua opinião, existe uma boa oferta de produtos na área de moda, como sapatos, roupas e acessórios, para mulheres de sua idade? Interpretação das respostas:
Ao contrário das expectativas, a grande maioria das mulheres aponta que atualmente
existe uma boa oferta de produtos, no entanto, afirmam que somente nos últimos anos que
começaram a surgir produtos mais adequados às necessidades delas.
60
Pergunta 5-Sobre os produtos de moda:
30%
10%60%
Roupas para festa Roupas para ginástica Roupa para a praia, biquinis, maiôs, etc.
Gráfico 5:: Quais os produtos de maior dificuldade no mercado na área de moda?
Interpretação das respostas:
Esta questão confirmou que existe uma grande necessidade de produtos destinados ao
segmento de moda praia, o quem vem de encontro a necessidade de se realizar produtos nesta
área. Mesmo sendo o Vale do Itajaí um local de inúmeras praias e lojas, foi detectado que
existe aí uma necessidade de mercado, já que foi apontado nas pesquisas que a maior
dificuldade de encontrar produtos na área de moda, foi neste segmento moda praia, o qual é
bastante visado nesta região.
Pergunta 6 -A respeito de lojas de varejo:
17%
73%
10%
Sim muitas, há uma boa oferta Não, poucas, somente em alguns segmentos Não nenhuma
Gráfico 6: Você conhece lojas especializadas com produtos direcionados para mulheres da sua idade?
Interpretação das respostas:
A grande maioria das mulheres apontou a falta de lojas que ofereçam produtos
direcionados a elas. Abordaram o fato de que as lojas que são direcionadas para mulheres de
61
suas idades não possuem produtos que elas gostem. As lojas direcionadas a jovens possuem
produtos bonitos, porém que não estão de acordo com suas numerações.
Pergunta 7 - Pergunta aberta o qual solicitava que citasse 3 lojas que compravam com
freqüência moda praia , na região do Vale do Itajaí.
Interpretação das repostas:
Muitas mulheres se abstiveram nesta questão,sendo que os motivos foram diversos
como, por não conhecerem nenhuma loja específica ou por justificarem que compravam onde
na vitrine estivessem expostos produtos dos quais gostassem.
No entanto as lojas mais citadas nas repostas foram:
• Dom João (Balneário Camboriú)
• Sibara (Balneário Camboriú)
• Giorama (Itajaí)
• FIP (Blumenau)
• Pé no chão (Balneário Camboriú)
Pergunta 9: Sobre a mídia:
10%
63%
27%
Muito Raramente Nunca
Gráfico 7: Em sua opinião os meios de comunicação como televisão, revistas, catálogos, preocupam-se como consumidor de sua idade?
Interpretação das respostas:
A maioria das respostas apontou que a mídia não se preocupa com as consumidoras de
idade acima de 40 anos, porém foi abordado que atualmente a sociedade está mudando e já se
percebe um tímido estímulo ao consumo de produtos de moda.
62
• Interpretação geral das respostas do primeiro questionário.
O primeiro questionário trouxe respostas a várias questões que auxiliaram a
formulação do problema de projeto e aos objetivos do mesmo.
O fato dos produtos de moda praia serem os possuidores de maior dificuldade no
mercado vem de encontro à definição do segmento a ser explorado, assim como a falta de
interesse da mídia, e das lojas de varejo em relação e estas promissoras consumidoras.
Os consumidores estão muito interessadas em moda e que se preocupam cada vez
mais em estarem de acordo com as tendências de moda vigentes.
• Segundo questionário:
O segundo questionário foi aplicado com 30 mulheres, com o intuito de gerar
informações para auxiliar o desenvolvimento da coleção. O objetivo da pesquisa foi coletar
dados a respeito dos maiôs e biquínis disponíveis do mercado, a freqüência de compra, a
preferência por peça, “as dificuldades percebidas nos modelos existentes”, as preferências por
tonalidade de cores e estampas, “sobre os diversos usos dos maiôs e biquínis”, a satisfação em
relação a essas peças e, preferências de modelagens.
A metodologia aplicada para a realização da pesquisa foi auxiliada pelo quadro de
Kotler e Armstrong (1991).
Metodologia de pesquisa
Formas de contato
Plano de amostragem
Instrumentos de pesquisa
Observação Entrega pessoal Gráficos estatísticos Percentuais E interpretações de cada resposta e geral
Questionário
Quadro 6: Planejamento da coleta de dados primários primeiro e segundo questionários Fonte: Kotler e Armstrong (1991).
Os questionários foram aplicados no período do dia 20 ao dia 30 de setembro 2005 em
diversos locais como ‘Casa da Sogra” na cidade de Balneário Camboriú SC. Distribuídos de
porta em porta, diretamente ao público de interesse.
63
Pergunta numero 1: Em relação à freqüência de compra
46%
16%
6%
32%
1vez por ano 2 vezes por ano Mais de 2 vezes Raramente
Gráfico 8: Com que freqüência você costuma comprar maiôs e biquínis?
Interpretação das respostas:
Observou-se que as maiorias das mulheres compram uma vez por ano ou raramente,
biquíni e maiôs, este fato pode ser considerado uma baixa procura por produtos e pode estar
ligado com a falta de apelo de consumo para estimular a compra, ou a falta de oferta de
produtos que atraiam este tipo de consumidora.
Pergunta número 2: Preferência por peça de roupa para ir a praia.
70%
30%
Maiôs Biquinis
Gráfico 9: O que você prefere vestir para ir à praia?
Interpretação das respostas:
A maioria das mulheres optou por maiôs e citaram que utilizam com freqüência devido
às imperfeições do corpo, porque disfarçam, é mais confortável e sentem-se melhor. Uma das
entrevistadas citou que gosta de usar maiôs no final da tarde para passear na praia.
64
Pergunta 3: Sobre as dificuldades encontradas nos maiôs e biquínis existentes hoje no
mercado.
25%
35%
36%
4%
Tamanhos inadequados Estilo não agradável Poucas opção de modelos Poucas opções de cores
Gráfico 10: Quais as maiores dificuldades que você encontra na hora de comprar biquínis e maiôs?
Interpretação das respostas:
As respostas a esta questão foram equilibradas, significando que há uma considerável
dificuldade nos 3 primeiro itens. No entanto a falta de opções por cor cores épouco
considerável, significando uma boa oferta.A maior dificuldade está relacionada ao estilo que
não está de acordo com suas preferências.
Pergunta 4: Preferência por tonalidade de cores
27%
41%
32%
Cores neutras Cores fortes e vibrantes Cores sóbrias
Gráfico 11: Quais as cores que você prefere para biquínis e maiôs?
Interpretação das respostas:
Nesta questão também se percebe um equilíbrio de respostas, variando de acordo com
o gosto específico das pessoas. Porém as cores fortes e vibrantes então em alta para esta
consumidora.
65
Pergunta 5: Preferência por estilo de estampa
21%
14%
37%
21%
7%
Florais e bem coloridas Estampas discretas com cores neutrasEstampas com motivos diversos coloridos Preferem lisos sem estampasA que tiver na moda
Gráfico 12: Você prefere que tipos de estampas?
Interpretação das respostas:
As estampas com motivos diversos estão sendo as preferências destas consumidoras
vindo logo atrás os tecidos lisos e florais. Percebe-se que esta consumidora possui um gosto
eclético e aceita vários tipos de motivos de estampas.
Pergunta 6: Sobre os diversos usos de maiôs e biquínis
52%
48%
Sim Não
Gráfico 13: Você costuma praticar algum tipo de exercício utilizando roupas de banho como biquínis ou maiôs?
Interpretação das respostas
Percebe-se que houve praticamente um empate de respostas nesta questão, no entanto
a maioria das mulheres pratica esportes utilizando maiôs e biquínis.
66
Pergunta 7:Sobre os diversos usos de maiôs e biquínis
53%
27%
10%
10%
Abstiveram-se Caminhadas Natação Ginástica
Gráfico 14: Se sua resposta foi sim, responda qual tipo de exercício costuma praticar com este vestuário? Interpretação das respostas
O exercício mais realizado pelas consumidoras é a caminhada. Foram também citados
a hidroginástica e a musculação.
Pergunta 8: Sobre os incômodos encontrados nos maiôs e biquínis disponíveis no mercado.
57%19%
12%
12%
As alças são impróprias caem ou machucam As cavas apertamOs elásticos apertam Dificuldade de colocar sozinha
Gráfico 15:O que lhe incomoda em relação a maiôs e biquínis?
Interpretação das respostas
A grande maioria das consumidoras reclama a respeito das alças que caem ou
machucam. Citaram também as costuras fracas, “a falta de oferta de sutiãs de bojo que são
difíceis de encontrar”, o fato de não gostarem de costas muito cavadas, “a modelagem muito
pequena”, falta de bojo forrado, e uma pessoa citou que gosta de alças que cruzem atrás, pois
assim não caem com facilidade.
67
Pergunta 9: Sobre a satisfação em relação aos biquínis e maiôs encontrados no mercado
8%
27%
65%
Muito satisfeita Satisfeita Pouco satisfeita
Gráfico 16: Vocês está satisfeita com os biquínis e maiôs que o mercado oferece para sua idade?
Interpretação das respostas
É notório que a grande maioria das mulheres não está satisfeitas com os produtos
disponíveis.
Pergunta 10: Preferência por modelagem de biquíni parte de baixo.
58%
8%
19%
15%
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4
Gráfico 17: Qual modelo de parte de baixo de biquíni que você prefere?
68
Interpretação das respostas
Foi perceptível que as maiorias das mulheres optam por modelos de parte de baixo de
biquínis mais altas e com cavas discretas
Pergunta 11: Preferência por modelagem de biquíni parte de cima.
12%
61%
15%
12%
Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4
Gráfico 18: Qual modelo de parte de cima de biquíni que você prefere?
Interpretação das respostas
A parte de cima mais estruturada e de alças levemente largasfoi a opção que mais
agradou as mulheres.
4.1 Análise geral dos questionários
Os resultados desta pesquisa trouxeram informações específicas sobre a atual situação
do produto no mercado através da visão dos clientes potenciais das preferências de consumo.
Percebeu-se que existe um grande público para este segmento, no entanto a freqüência de
compra ainda encontra-se baixa. Este dado pode estar relacionado com o perfil de compra
deste tipo de consumidor, ou seja, ele não compra com tanta freqüência, devido ao fato de eles
69
utilizarem por mais tempo o produto, o qual então necessita ser durável, com estilo definido e
que não seja modismo.
A falta de estímulo de marketing focalizando esta consumidora pode ser um dos
fatores da baixa procura, pois dificilmente encontram-se imagens de mulheres mais velhas
usando biquínis ou maiôs, ou seja, as mulheres não possuem referência e nem se identificam
nas propagandas, revistas etc.
Em relação ao produto em si, optaram por maiôs, pelo fato de proporcionar melhor
estética ao corpo, no entanto alegam que os estilos apresentados no mercado não estão
coerente com os desejados, isto reflete a carência de produtos focalizados para esta
consumidora.
O fato de o maiô ser a peça preferida não significa que ele deve esconder todo o corpo
ou ser feio e sem graça ou de cores escuras. Ele deve sim proporcionar mais beleza e
elegância ao corpo, valorizar a feminilidade da mulher, e disfarçar as imperfeições trazidas
com o tempo e também proporcionar conforto.
4.2 Visitas às lojas de Balneário Camboriú
Para verificar a oferta de biquínis para mulheres com mais idade, foram visitadas lojas
do centro da cidade de Balneário Camboriú.
Foram realizadas as entrevistas no dia dois setembro de 2005, não estruturadas com
vendedoras a fim de obter informações a respeito das marcas que estão disponíveis no
mercado, sobre os modelos que mais vendem as cores e estampas. Quais as exigências deste
tipo de cliente e outras informações plausíveis para o projeto. O roteiro aplicado para a
realização da pesquisa foi auxiliado pela tabela de Kotler e Armstrong (1991).
Foram visitadas no dia 07 de setembro de 2005, as lojas Thaiamar, Pé no Chão, Manga
Rosa, Casa dos biquínis. Estas lojas foram escolhidas, pois ofertarem produtos direcionados a
mulheres de mais idade e produtos.
A primeira loja visitada foi a Thaiamar, localizada na Avenida Atlântica. Nesta loja de
acordo com a vendedora Joeli, as mulheres com idade superior a 60 anos preferem maiôs,
pouco cavados, de cores escuras e estampas discretas, predominando o floral, porém, as
mulheres mais “modernas” optam por cores mais vibrantes e florais mais coloridos. Preferem
maiôs e biquínis bem forrados e com alças largas.
Não há uma boa saída de modelos tomara que caia, devido à insegurança e
desconforto. Um fato relatado pela vendedora é o de que as clientes gostam de combinar
70
maiôs ou biquínis com cangas de tecido leve (poliamida) ou camisões de crepe, geralmente da
mesma cor do biquíni ou estampa.
As peças mais vendidas para mulheres com idade acima de 60 anos são os da marca
Catalina, porém, a loja também oferece outras marcas como: Único, Mel Caju, e RioMar
todas destinadas a mulheres clássicas e maduras.
A segunda loja visitada foi a de nome Pé no Chão, localizada no Calçadão da Avenida
Central, nesta loja a vendedora Luciane falou sobre as preferências dos modelos de maiôs e
biquínis que estão diretamente relacionados ao tipo físico da pessoa. Também afirmou que os
maiôs são os mais vendidos para senhoras e que estas optam por modelos mais fechados na
parte de trás e pouco cavados na parte da frente. Com relação às cores, as que mais tem saída
são as discretas como azul escuro, verde e lisas, assim como estampas florais, as mais
“ousadas” optam por estampas que possuem peles de animais. Quanto aos biquínis, elas
preferem à parte de baixo mais alta com cavas amenas, e parte de cima bem estruturada se
retas (com alça removível), porém com uma modelagem maior.
Um detalhe destacado pela vendedora foi que nos maiôs da marca Lenny, existe um
elástico de sustentação do busto na parte interna que ajuda na estruturação dos seios, o que
agrada as consumidoras.
A marca mais vendida para senhoras na loja é a Lenny devido sua modelagem maior e
modelos mais clássicos.
A terceira loja foi a Manga Rosa, localizada na Avenida Atlântica, nesta loja não havia
muitas opções para senhoras, somente alguns maiôs básicos, a vendedora falou que as
estampas mais vendidas eram as florais e as de cores preto e branco.
A ultima loja foi à Casa do Biquíni localizada do Shopping Atlântico, na Avenida
Brasil, nesta loja havia maiôs e biquínis com poucos detalhes, cores neutras e a marca vendida
na loja é Água Mundi.
4.2.1 Análise geral das visitas às lojas de Balneário Camboriú
Nas visitas realizadas às lojas foram percebidas que os produtos destinados às
senhoras com idade acima de 50 anos, não possuem muitas inovações, sejam de materiais ou
detalhes como bordados, pedrarias ou aplicações, por exemplo, restringindo-se às estampas
florais e pequenas variações de modelos na parte superior. Em todas as lojas visitadas foi
ressaltada a preferência por maiôs e cavas discretas, assim como saídas de banho combinando
com o biquíni ou maiôs.
71
5 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
5.1 Temática
As tendências de moda estão voltadas para a valorização da cultura, etnias, o que
pode-se chamar de tendência Folk e também para a valorização da natureza a fim de regatar
suas riquezas, formas e expressões, como abordado no capítulo sobre tendências. O Brasil e
sua tropicalidade neste contexto possui destaque especial, pois foi verificado através das
pesquisas bibliográficas que várias marcas apostaram nela como tema em suas criações nos
últimos anos.
Sendo o Brasil um país de várias praias e localidades com peculiaridades distintas de
uma exuberante natureza, de um povo miscigenado e alegre, inspirações não faltam.
Embalado nesta tendência a temática que irá conduzir a coleção foi resgatar em uma
localidade do sul do país a representação do Brasil e suas mais belas praias.
A cidade escolhida para representar o clima praiano e com espírito de eternas férias foi
Balneário Camboriú, com todo seu charme, alegria e belíssimas paisagens naturais,
possuidora de uma grande orla marítima e roteiro de viagens de muitas mulheres maduras ,
que optam vir veranear em Balneário Camboriú, que é uma das principais praias do sul do
país, especialmente no mês de março, muitas até mesmo optam por vir desfrutar sua
aposentadoria nesta cidade.
Em busca de referências para melhor representar o tema, foram realizadas várias
visitas ao arquivo histórico de Balneário Camboriú, e no meio de fotos, livros e mapas
encontro-se o catálogo do grupo de artista plástico de Balneário Camboriú (GAP). E foi
através deste acontecimento que chegou-se a definição da escolha da representação da cidade
Balneário Camboriú desejada, pois uma das obra, “O navio Pirata” da artista Nilse Soares
Leal, se destacou em meio a tantas riquezas artistas presentes neste catálogo, pois
representava exatamente a chave que despertaria a criatividade para o desenvolvimento da
coleção.
Foi através das obras de Nilse, residente da cidade de Balneário Camboriú, que esta
historia foi contada. A artista que pinta Balneário de uma maneira clássica e romântica,
destacando suas paisagens naturais com toda sua luminosidade, cores e charme.
Foi através de releitura das obras desta artista que a cidade de Balneário Camboriú foi
referenciada.
72
Para coletar informações sobre a vida e a arte da artista escolhida para ser foco da
temática da coleção, foi necessário realizar uma entrevista informal na residência da mesma.
5.1.1 A arte da artista plástica Nilse Soares Leal
A entrevista foi realizada no dia 01 de outubro de 2005 na casa da artista, com o
intuito de sua aprovação para a utilização de obras para o trabalho acadêmico, assim como
proporcionar um melhor conhecimento sobre sua vida e arte.
A artista tem 58 anos, nasceu em Indaial no estado de Santa Catarina, porém passou
sua infância na cidade de Camboriú, local onde obteve as maiores referencias e se apaixonou
pelo mar e seus encantos. No entanto, sua família mudou-se para Blumenau onde viveu até
seus 29 anos quando casou e foi morar na cidade de São Paulo. Lá ela trabalhava como
contadora até seus 40 anos.Sempre gostou de arte, porém devido às circunstâncias da vida só
pôde buscar sua verdadeira vocação após se aposentar.A figura 19 apresenta a artista em seu
estúdio atual pintado.
Figura 19: Nilse Soares Leal pintando Fonte: Molin, 2006
Começou a fazer cursos de desenho, de pintura em tecido em tela, artesanato e todas as
maneiras possíveis de extravasar seus sentimentos e criatividade. O seu primeiro quadro foi à
ilha da Cidade de Balneário Camboriú, que pintou através da referência de um cartão postal
que havia guardado, conforme figura 20.
73
Figura 20: Primeira obra de Nilse Fonte: Molin,2006
Após a realização de seu primeiro trabalho, logo se destacou perante os outros alunos
que freqüentavam os cursos e verificou-se que se tratava de uma artista. Ela própria descobriu
que seu sonho, não era só um sonho, ela possuía o “dom” e consciente disto começou a trilhar
sua história, agora não na contabilidade e sim no mundo da arte.
Além de seu “dom” artístico, possui valores especiais que a torna mais singular, pois
sempre viveu em harmonia com a natureza, cuidando de animais adoentados. Sempre
valorizando e zelando por tudo que é da natureza, como mostra a figura 21, o cuidado com os
animais.
Figura 21: Nilse com pássaro Fonte: Molin, 2006
Os seus primeiros trabalhos comercializados foram os realizados em seda, pois fez um
curso na cidade de São Paulo.
Só com a aposentadoria de seu marido, o seu outro sonho poderia ser realizado, ou
seja voltar para a cidade de Balneário Camboriú; a qual identifica como sendo um local com
74
boa qualidade de vida e uma grande fonte de inspiração. Destaca a grande rotatividade de
pessoas e de culturas que sempre renova a alma da cidade, o que para a artista significa “volta
para casa”.
Foi a cidade de Balneário Camboriú sua fonte de inspiração, que a artista começou a
explorar realmente toda sua potencialidade, começou a dar aula para passar para outras
pessoas a alegria de pintar. Para incrementar sua renda, realizava pinturas em lenços e cangas
para clientes que a procuravam e trabalhou para uma indústria na cidade de Brusque onde
fazia estamparia através de pinturas manuais. Utilizava várias técnicas de pintura em seda
como:
• Batik (parafina); de acordo com o site gemart, esta técnica consiste no tingimento após a
impermeabilização de certas partes da tela (seda pura, algodão e couro). As áreas
recobertas com cera (cera quente de abelha+parafina) ficam impermeabilizadas e não
retém o tingimento. Com a ajuda da cera e banhos sucessivos de tinta, os tons são
sobrepostos.
• Marmorização (Gel), técnica que trabalhada com gel e aquarela.
• Tie-dye (Amarrações), estas palavras significam "amarrar e tingir" em inglês. De acordo
com o site arte educação é um método antiqüíssimo, e também muito simples, de tingir os
tecidos em manchas de tintas. Diferentemente dos outros métodos para tingir tecidos, com
esse sistema você não pode obter desenhos com contornos preciosos, mas apenas
desenhos simples e irregulares.
• Estamparia com Guta (Formas definidas); de acordo com o site prince esta é uma Técnica
tradicional e básica da pintura em seda onde os motivos e desenhos são bem definidos
através de contornos feitos com gutta incolor, ouro, prata, cobre e etc.
Figura 22: Tecidos pintados a mão com a técnica Marmorização com gel Fonte: Molin,2006
Figura 23: Tecidos pintados a mão com a técnica Tye-dye Fonte: Molin,2006
75
Figura 24: Tecidos pintados à mão com a técnica guta Fonte: Molin,2006
No entanto, sua maior identificação de manifestação artística foi através da pintura em
tela. Ciente disto se associou ao GAP (Grupo de Artistas Plásticos de Balneário Camboriú).
Sua primeira exposição como participante do GAP, foi no dia 9 de julho de 2003 para a
comemoração de 39 anos da cidade de Balneário Camboriú onde apresentou a obra
“pescadores no amanhecer”, figura 25.
Figura 25: Pescadores no amanhecer Fonte: Nilse Soares Leal
Após sua primeira exposição, suas obras foram muito requisitadas e se destacou na
exposição. E no mês de abril de 2004 realizou sua primeira exposição sozinha, no espaço
cultural do Marambaia Cassino Hotel, possuindo como tema “Balneário Camboriú uma
história de amor”. Expões as obras conforme ilustram as figuras de 26 a 32.
Figura 26: Os pescadores e a ilha de Balneário Camboriú Figura 27: Os braços de Balneário Camboriú Fonte: Nilse Soares Lea Fonte: Nilse Soares Leal
76
Figura 28: Avenida Atlântica de Figura 29: Fundo do mar de Balneário Camboriú Balneário Camboriú Fonte: Nilse Soares Lea Fonte: Nilse Soares Leal
Figura 30: Navio pirata Figura 31: O barqueiro Fonte: Nilse Soares Leal Fonte: Nilse Soares Lea
Figura 32: A ilha de Balneário Camboriú Fonte: Nilse Soares Leal
77
Segundo a artista, a arte surge através da cor e de uma forma, utilizando e explorando
bases diferentes. Assim a artista define a arte e justifica que não é somente através de uma tela
que se expõe uma idéia, ela pode ser realizada em diversas bases, ou seja, superfícies
diferentes.
A artista para realizar suas obras estuda o que deseja retratar, vai até os locais várias
vezes, em diversas horas do dia para verificar a luminosidade, e detalhes e peculiares. Faz
esboços de vários ângulos para começar efetivamente sua obra. A luz e a sombra lhe fascinam
muito e dentro deste contexto o estilo impressionismo é o seu preferido. No entanto a artista
pinta seus quadros de forma clássica e acadêmica. Suas maiores fontes de inspiração são as
marinas, as praias, os pescadores e seus barcos e a natureza de Balneário Camboriú.
Muitas de suas obras já estão presentes em outros países como Itália e França, e o seu
próximo passo será participar em uma exposição nacional em São Paulo.
A artista conclui que, a estética está relacionada indiscutivelmente com a beleza e
harmonia das formas.
Após a realização da entrevista e fazendo um contexto geral da temática e inspiração
do projeto, foi desenvolvido um painel semântico, para auxiliar na identificação de
referenciais para o desenvolvimento da coleção.
Figura 33: Painel semântico temática. Fonte: Molin, 2006
78
5.2 Estado do design
Com a temática já escolhida o próximo passo é verificar como as marcas de moda
praias brasileiras estão atuando no mercado.
Para a verificação dos produtos de moda praia que estão disponíveis no mercado
atualmente direcionados a mulheres com mais idade, foram realizadas pesquisas para
identificar quais marcas de moda praia que estão atuando neste segmento de mercado.
No entanto, não foi detectada uma marca que utilizasse este público alvo especificamente,
prova disto que em nenhum dos catálogos, sites visitados, páginas editoriais possuíam
imagens de mulheres mais velhas utilizando o produto. Foram detectadas com o auxílio das
visitas técnicas que algumas marcas também atendem ao público formado por estas mulheres.
Foi verificado que o grupo Águia (empresa Americana com sede no Rio de Janeiro) possue
várias marcas que atendem a este público, tais como: Catalina, Manvar, Praia Brasil, Águia,
Praia do sol e Club del sol. Outra marca que também atende este público, citada na pesquisa
de campo foi a Lenny (marca do Rio de Janeiro)
• Catalina
A linha mais comercial da empresa e por isso mesmo, líder do segmento Clássico,
apresentando produtos com qualidade, conforto e boas modelagens a preços competitivos. O
tradicional "Maiô das Misses" tornou-se conhecido nos concursos das décadas de 50 e 60 é o
destaque esta marca. Sua coleção renova o conceito da marca pois utiliza modelos
diferenciados, em tecidos e estampas exclusivas, voltadas para a mulher clássica e elegante
conforme ilustra as figuras de 34 a 36.
Figura 34: Biquíni floral Figura 35: Maiô de ondas Figura 36: Maiô tigrado Fonte: Site aguia.com.Br Fonte: Site aguia.com.Br Fonte: Site aguia.com.br
79
• Manvar
Possui fabrica em Petrópolis, pelo grupo Águia; apresenta modelos para sua clientela
tradicional. As figuras de 37 a 42 apresentam a coleção 2005/2006
Figura 37: Maiô floral Figura 38: Maiô náutico Figura 39: Maiô liso Fonte: Site aguia.com.br Fonte: Site aguia.com.br Fonte: Site aguia.com.br
Figura 40: Maiô floral Figura 41: Maiô de nervuras Figura 42: Maiô de listras Fonte: Site aguia.com.br Fonte: Site aguia.com.br Fonte: Site aguia.com.br
80
• Praia Brasil
Principal produto de exportação da empresa; a linha oferece criatividade brasileira,
apresentando um padrão de design jovem e arrojado como ilustra as figuras de 43 a 45.
Disponível unicamente nas lojas franqueadas.
Figura 43: Biquíni floral com saída Figura 44: Maiô azul Figura 45: Biquíni floral azul Fonte: Site agui.com.br Fonte: Site agui.com.br Fonte: Site agui.com.br
• Club del Sol
Distribuído com exclusividade no Brasil pelo Grupo Águia, dirigida ao público classe
A, a Linha apresenta estampas exclusivas e acabamentos sofisticados. Conforme figuras 46 a
48.
Figura 46: Maiô com canga Figura 47: Maiô preto e branco Figura 48: Biquíni com blusa Fonte: Site aguia.com.br Fonte: Site aguia.com.br Fonte: Site aguia.com.br
81
• Lenny
É um marca de moda praia brasileira do Rio de Janeiro com estilo sofisticado e
Glamourosa. A coleção de verão 2005/07 estão ilustradas nas figuras de 49 a 51.
Figura 49: Maiô Lenny verão Figura 50: Maiô Lenny verão 2006 bola Figura 51: Maiô Lenny verão 2006 floral 2006 corrente Fonte:site estadao.com.br Fonte:site estadao.com.br Fonte:site estadao.com.br
5.2.1 Análise das imagens
Percebeu-se que as marcas anteriormente mencionadas utilizam muito, o maiô como
prioridade, em todas as coleções.
Em relação a formas, os decotes são discretos e as cavas mais amenas. Nos biquínis
estão presentes, as cinturas altas e estruturadas assim como as partes de cima com alças
largas; prevalecem assim como maiôs inteiros, sem muitas fendas e aberturas.
Possuem muita estamparia prevalecendo os motivos florais e paradisíacos, porém,
percebe-se que não existem muitos detalhes artesanais e aplicação de aviamentos. As saídas
de banho combinados com o maiô ou biquíni fazem-se presente praticante de todas as marcas
do Grupo Águia.
5.3 Concorrência e oportunidades de mercado
Verifica-se através das pesquisas do estado do design, da visita técnica às lojas que
comercializam produtos de moda para mulheres maduras e da pesquisa em sites e revistas de
82
moda que, este segmento em particular possui uma grande deficiência no mercado, o qual se
faz presente na linguagem e no posicionamento que o produto apresenta e não
necessariamente com a disponibilidade do produto em si. Existem diversas empresas no
Brasil que fabricam maiôs e biquínis e muitas delas desenvolvem modelos destinados a
mulheres mais velhas, porém, não com um direcionamento específico. Este fato seria uma
oportunidade de inovação a ser explorada no mercado, ou seja, desenvolver uma coleção
destinada a este público com uma linguagem definida e coerente com as expectativas, focado
no novo estilo de vida presente hoje no mercado.
Um aspecto observado foi que os modelos mais incrementados, com detalhes
diferenciados são direcionados às mulheres mais jovens e os modelos clássicos, sem muitos
enfeites e detalhes, são para mulheres maduras. No entanto, através da aplicação dos
questionários verificou-se que as mulheres maduras da atualidade estão cada vez mais atentas
para a moda e para a estética.O prazer de estar bonita e atualizada está relacionado com a
qualidade de vida e bem estar desta nova geração. Sendo assim, avalia-se que é necessário
desenvolver uma coleção com diferencial e detalhes que agregam valor ao produto e estimule
a compra.
Um fator curioso levantado no estado do design é que a marca que mais se aproxima
do perfil do segmento em questão, possui maior identificação com o público, não é de origem
brasileira, é americana (EUA), pertencente ao Grupo Águia. Fato este, muito contraditório,
pois se o Brasil lança tendências de moda praia como se explica que para as mulheres
maduras são os americanos que estão dominando o mercado?
Esta pergunta pode ser respondida pelo fato dos americanos estarem mais atentos a este nicho
de mercado e os brasileiros muito focados para os jovens.
5.4 Tendências do segmento de moda praia no verão 2006/2007
Como relatado nas pesquisas, a nova geração das mulheres com mais idade estão
buscando produtos que estejam de acordo com as tendências e linguagens de moda atuais,
devido a este fato as tendências de moda foram levadas em considerações na hora do
desenvolvimento da coleção.
Para identificar as tendências que irão influenciar o segmento de moda praia no verão
2006/2007 torna-se necessário observar as tendências que foram utilizadas no verão anterior
Sobre as tendências de moda praia de verão 2005/06 afirma a revista ITT Textiles
(2005) que as cores vibrantes foram as preferidas da estação, o azul cobalto, com padronagens
83
aleatórias estiveram em alta, assim como as combinações geométricas, grafismos de folha,
animais, motivos de pena e silhuetas de borboleta, as formas estiveram assimétricas com a
presença de frentes únicas, com referências de técnicas artesanais e étnicas.
Afirma ainda a revista que as coleções nacionais apresentaram-se muito variadas e as
inspirações dos trópicos estiveram produzidas em estampas de coqueiro, paisagens tropicais
oceanos e a vida que neles existem. As padronagens florais e de folhagens estiveram muito
presentes, como de hibiscos no estilo havaiano e rosas. Houve espaço ainda para as imitações
de peles de animais como o de tigre. Nas cores, os tons primários como amarelo azul e verde,
vermelhos e os mais fortes como o pink.
Depois de analisados as tendências previstas pela Revista ITT tornou-se necessário
verificar quais foram as apostas realmente utilizadas pelas principais marcas brasileiras para o
verão 2006.
5.4.1 Tendências utilizadas pelas principais marcas brasileiras para o verão 2006
Os maiores representantes do segmento de moda praia brasileiro apresentaram suas
coleções nas passarelas e suas apostas na estação.
De acordo com a revista ITT Textilia (2005), as marcas e suas respectivas apostas são:
• Água de Coco
Esta marca propôs um passeio por várias ilhas, à coleção é requintado tanto nas formas
como em materiais, foram dois os temas. Pop Artificial e Natural Chic.
Figura 52: Biquíni da marca Água de coco. Verão 2005/06 Fonte: site modaeconsultoria
84
• Água Doce
Apostou no clima romântico e na alegria de ir à praia e de poder exibir o corpo, elege
as flores para enfeitar biquínis, maiôs e saídas.
A pós-praia com vestidos e batas foi o destaque da grife junto a biquínis com estampas
florais, de joaninha e enfeites de coração. As cores vibrantes surgiram em biquínis mais
abusados. Presença do jeans na moda praia de acordo com Magalhães (2005).
Figura 53: Biquíni da marca Água Doce. Verão 2005/06 Fonte: site modaeconsultoria
• Rosa Chá
Inspirou-se nas raízes do Brasil, levando o Sertão a sua passarela com muitos volumes
e apelo artesanal. Mostraram, em tecidos de algodão e Lycra, estampas e artesanatos em
temas brasileiros. Os sutiãs com bojos estruturados e muitos detalhes de babados, renda e
macramé, fizeram parte da coleção com modelagem mais ampla, com calcinhas de laterais
largas e cós acinturados.
Figura 54: Biquíni da marca Rosa Chá. Verão 2005/06 Fonte: site modaeconsultoria
85
• Movimento
Buscaram inspirações no calmo e azul mar de Fernando de Noronha, numa coleção
marcada pelas cores fortes e pelas estampas de paisagens, ondas flores tropicais e listras.
Destaque ainda para os bordados à mão, crochê e estampas em silk. Misturou modelos dos
anos 60 em estampas atuais, muito coloridas. Além das batinhas, as
calcinhas têm laterais mais largas e os sutiãs surgem em vários modelos. Destaque
para os maiôs tipo engana-mamãe com recortes assimétricos.
Figura 55: Biquíni da marca Movimento. Verão 2005/06 Fonte: site modaeconsultoria
5.4.2 Apostas para verão 2006/07
Depois de verificados as diretrizes que estão guiando a moda e os acontecimentos de
modo geral, tudo indica que a utilização de temas étnicos e da valorização da cultura
brasileira e de suas regiões assim como a fauna e a flora irão continuar com força total para o
verão 2007. Com esta corrente vêm o detalhe artesanal e a utilização de diversos materiais
inusitados como mistura de texturas e utilização de pedras brasileiras, entre outros. Aspectos
que identifiquem toda a magia do Brasil com sua exuberante fauna e flora dos trópicos, pois
com a violência, as corrupções políticas proporcionaram um escapismo da realidade e as
pessoas vão querer usar algo que as deixem felizes e que as façam sentir-se no paraíso. O
colorido a festa das flores provavelmente também se farão presente no próximo verão, pois os
maiores representantes da época e as misturas de estampas e de estilos também marcarão
presença, assim como a mistura de detalhes rústicos com tecidos tecnológicos.
De acordo com Palomino (2006) no evento Fashion Business verão 2007 o holandês
Gert Van de Keulen, diretor criativo do Studio Leu Edelkoort, explanou em sua palestra sobre
tendências de verão de 2006/07/08 afirmando que a natureza e o bem estar são temas em alta
86
no verão que vem. Afirma ainda que o naturalismo vem inspirando a moda, o design e o
comportamento mundiaL, pois a mesma oferece o melhor design do mundo.Um dos conceitos
apresentados foram, as formas orgânicas como corais, cristais e esponjas, tons naturais de azul
e verde e tons inspirados em flores, frutas, minerais e peles de animais.
Os desfiles de Nova York e Londres antecipam as vertentes do vestuário do verão
2007. Foram vistos nas passarelas do Olympus Fashion Week e na London Fashion Week de
acordo com Giuriatti (2006) muita cautela e sobriedade, o tailleur está de volta assim como os
suéteres de gola em “v”, saias na altura dos joelhos, cintura imperial e um pouco mais alta e
boleros.Foi evidente a utilização da inspiração vinda dos anos 50 em quase todas as coleções,
com a presença das cinturas bem marcadas como apresentou as marcas: Betsey Johnson,
Carlos Miele, Bill Blass, Diane Von Furstenberg, Donna Karan entre outros. Os tecidos mais
presentes foram à seda e cetim sendo que os materiais naturais também marcaram presença.
As cores mais presentes ficaram na gama dos cremes, ocres, beges, dourados, palha, e
perolados.
Com relação as cores que serão apostas para o verão 2007 o site guiajeanswear
antecipou esta informação conforme ilustra cartela a seguir.
Figura 56: Cartela de cor verão 2007 Clariant Fonte:site guiajeanswear.
87
É importante levar em consideração a tendência comportamental do público alvo do
presente projeto, que são mulheres com mais idade, que possuem valores específicos, sendo o
conforto a principal responsável e a estética a segunda, na hora da decisão de compra. Neste
segmento observou-se através das análises dos questionários que as mulheres desta faixa
etária gostam de estar de acordo com as tendências de moda vigentes, no entanto necessitam
que se utilize uma linguagem que elas identifiquem esteticamente, e principalmente valorizem
as formas do corpo em um jogo de esconder e revelar.
Com base nas pesquisas foi desenvolvido um painel semântico que representa as
principais tendências que foram utilizadas na coleção.
Figura 57: Painel semântico tendências Fonte: Desenvolvido pela aluna
88
5.5 Perfil do consumidor
Para definir o perfil de um grupo de consumidor é necessário analisar fatores culturais,
sociais e pessoais.
• Aspectos culturais e sociais
Os avanços tecnológicos e o desenvolvimento da medicina geriátrica esta
prolongamento a expectativa de vida e em breve as pessoas com idades acima de 50 anos,
serão em maior quantidade e estarão mais presentes no mercado de trabalho até mesmo na
política e principalmente no mercado consumidor, pois estão mais ativos e independentes,
participam com freqüência de eventos e viagens.
• Aspectos pessoais
Em relação aos aspectos pessoais as pessoas com mais idade estão se exercitando
mais, cuidando com a saúde, beleza e estética, estão sofrendo transformações na vida
amorosa.Possuem mais dinheiro para gastar consigo mesmos, desejam produtos e serviços
que atendam suas necessidades particulares.São mais fiéis, menos impulsivos, mais exigentes,
possuem muito tempo para efetuar compras, são mais criteriosos e desejam sentirem-se mais
sedutores.
Analisando os textos anteriores percebe-se que as pessoas de mais idade atualmente,
devido às mudanças de comportamento, estão conseqüentemente possuindo necessidades
específicas em relação a produtos e em especialmente de moda, sendo este o reflexo do estilo
de vida.
Estas consumidoras tem vidas mais ativas na área social, são exigentes e se preocupam
com o corpo, com a mente, com a saúde; estão modificando sua aparência tornando-se menos
frágeis, mais bonitas e charmosas.
Com relação a maneira de se vestirem um estudo realizado pelo Instituto de
Investigação de Mercado de Frankfurt HML-modemarketing de acordo com o site
Guiajeanswear afirma que as mulheres que estão com idade entre 40 a 64 anos podem ser
divididas em 3 grupos, de acordo com o estilo de preferências no vestuário.Segundo o site
uma em cada cinco dos onze milhões referidos pertence ao grupo das mais discretas e muitas
delas tem o nível de formação baixa, utilizam na sua grande parte tamanhos grandes e suas
89
compras de vestuário estão mais ligadas na funcionalidade e não tanto na moda, o site afirma
ainda segundo o estudo da HML que as mulheres que gostam de estar na moda é estimado em
2,8 milhões e para estas terem um aspecto exterior cuidado é importante.No entanto não
seguem rigorosamente uma determinada tendência de moda, mas procuram vestuários que
reflitam uma tendência atual e que esteja de acordo com seu estilo. Para este grupo, as marcas
de referências são importantes na oferta, no entanto, no momento da compra, as mulheres já
não consideram tanto a marca.O terceiro grupo, das mulheres entre 40 a 64 anos de idade,para
a metade do grupo estudado, segundo o site, a moda e o vestuário já não desempenham o
papel principal nas suas vidas, para elas os fatores relevantes são o preço e o aspecto prático.
A seguir painel semântico com imagens que representam o estilo de vida atual das
mulheres maduras.
Figura 58: Painel semântico Publico Alvo Fontes: Desenvolvido pela acadêmica
90
5.6 Portifólio
5.6.1 Conceito da coleção
Estar atualizado e de bem com a vida, são formas de manter as pessoas felizes. As
mulheres que já passaram dos 50 anos estão cada vez mais ativas, atuais, vivendo mais e
melhor e ainda, mais femininas e sensuais. A coleção de moda praia destinada ao verão de
2006/07 é direcionada a esta nova mulher, que com o passar do tempo ficou mais madura e
consciente em relação ao seu bem estar. Esta mulher é feliz com sua idade e com o seu corpo,
porém, os traços trazidos com o passar do tempo necessitam de cuidados e pequenos
“disfarces” especiais.
O bem feito e durável são qualidades muito consideradas por esta consumidora, que
desejam possuir produtos que as acompanhe, que as deixem seguras e confortáveis em
qualquer situação. Querem ainda produtos que facilitem o seu dia-a-dia com a manutenção e,
diminuindo as exigências dos cuidados com as peças.A beleza se faz presente nos detalhes
que se encarregam por chamar a atenção a certos locais e disfarçar outros, assim como
agregar valor e incitar o desejo, sendo este o principal conceito a ser utilizado.
O painel a seguir faz referência aos principais conceitos utilizados e definidos para a
coleção.
Figura 59: Painel semântico conceito Fonte: : Desenvolvido pela acadêmica
91
5.6.2 Release da coleção
A coleção de moda praia 2006/07 traz para a estação, referências de uma das mais
belas praias do estado de Santa Catarina. As férias da estação de calor serão nas areias da
cidade de Balneário Camboriú e suas belas paisagens. Esta história será contada através das
obras da artista Nilse Soares Leal, a qual representa a cidade de Balneário Camboriú através
de telas, com charme, beleza e de uma forma clássica e romântica.
A ilha, o fundo do mar, as praias, os barcos, os peixes, e toda a natureza de Balneário
Camboriú foram resgatados das pinturas da artista e aparecerão referenciadas nas estampas e
formas, nas cartelas de cores e nos detalhes da coleção. As obras escolhidas para serem
ilustradas na coleções foram: Os barcos, Fundo do mar e a Ilha deste balneário.
A coleção possui maiôs, biquínis e saídas de banhos modernos, adequados para
satisfazer os gostos e especialmente respeitando as diferenças do corpo da mulher madura, a
qual se considera sensual e consciente de seu corpo, feliz com sua idade e que preza pelo bem
estar.
Para reforçar a sensualidade e o romantismo desta mulher, foram resgatados o
encantamento e feminilidade dos anos 50, onde foi trazido todo o glamour da década que se
fará presente na coleção através da utilização de listras, das formas que evidenciam a cintura,
os decotes bem marcados e as amarrações. Os franzidos e sobreposições de transparências
foram resgatados dos gregos e romanos, pois proporcionam leveza e feminilidade para a
estação de calor.
Assimetrias e o jogo de revelar e esconder fará com que as formas do corpo da mulher
se tornem mais exuberantes, proporcionando mais confiança e personalidade a elas.
Para os materiais foi reservada a grande novidade da estação, a utilização de seda
pintada à mão, que será utilizado em detalhes das saídas de banho, com o intuito de acariciar a
pele, além de proporcionar conforto e bem estar às mulheres maduras. A lycra Praia (86% PA
E 14% PUE) será o tecido dos maiôs e biquínis, (pois possui boa durabilidade).
As argolas, miçangas, canutilhos e pedras brasileiras também marcarão presença em
detalhes que enriquecerão a coleção e proporcionarão todo o charme.
As cores serão resgatadas dos quadros pintados pela artista Nilsa Soares Leal, que
passeia entre : vermelho, azul mar e amarelo por do sol. As cores sóbrias como o azul náutico
e preta noite, também estarão presentes. A cor que remete a natureza não poderia estar de fora
desta paisagem, o verde musgo e verde claro com um toque de amarelo.
92
5.6.3 Briefing
Segmento: Moda praia
Forma de uso: Vestuário para ir à praia, piscina ou usar para caminhadas no final do dia.
Produto: Moda praia feminina, confeccionada com matéria prima e acabamento de qualidade
que segue tendências de moda e possui um diferencial estético em suas propostas.
Conceito: Atual, moderno, ergonômico, durável, belo e adequado com a necessidade e que
proporcione bem estar. Valoriza o corpo das mulheres normais.
Público-alvo:
Idade: 40 a 70 anos
Sexo: Feminino
Classe social: Média/alta
Características culturais:
Mulheres maduras, que cuidam do corpo e da mente, que valorizam produtos de qualidade
tanto funcional como emocional.
Escolaridade: Não exigida
Ocupação profissional: Aposentados, e pessoas que possuam renda ou trabalham em
negócios próprios.
Como fala o consumidor?
O cliente é exigente, bem informado procura produtos para satisfazer seus desejos e
necessidades, busca o diferente, a novidade, porém, prioriza o conforto , praticidade e estética.
São mais amadurecidos, mais racionais, menos impulsivos, criteriosos, experientes e
93
exigentes. Procuram estar na moda, porém, seus gostos particulares são prioridade, pois são
menos influenciáveis.
Principais valores morais:
Atitude, personalidade e experiência acima de tudo.
Pontos positivos:
Este mercado ainda é muito pouco explorado
Pontos negativos:
Não há ainda uma cultura de consumo de produtos de moda por estes clientes.
Locais de circulação dos produtos:
Lojas da marca ou especializadas no setor. Localizadas na cidade de Balneário Camboriú e
diversas cidades litorâneas do estado de Santa Catarina e do País.
Qual o problema a ser resolvido?
Desenvolver uma coleção de moda praia para mulheres com mais idade com estilo, tendências
de moda, ergonomia, que possua uma linguagem adequada para este público
Problemas atuais dos produtos no mercado
Este segmento especificamente está praticamente estagnado e é muito difícil encontrar marcas
especializadas com direcionamento para este tipo de público. Estes produtos são geralmente
encontrados em marcas que desenvolvem produtos para jovens e confeccionam em tamanhos
maiores para atender esta secundária consumidora.
Há poucas opções de modelos e os estilos não agradam as consumidoras.
94
Concorrentes:
Catalina,Manvar, Águia e Club del Sol e Lenny
Parâmetros da coleção:
10- Biquínis
15- Maiôs
Total de 25 peças
Mix de produto
A coleção possuirá saídas de banho que complementara os looks como:
1-calça
8-vestidos
2-cangas
1-camisão
1-saia
Total de 13 peças
5.6.4 Cartela de tecidos, cores, estampas, aviamentos
Foram desenvolvidas, cartelas com o intuito de orientar e definir os rumos da coleção.
Como também, pelo fato de ser um instrumento do planejamento de coleção.
Os tecidos escolhidos foram:
• Para os biquínis e maiôs Lycra praia (86% poliamida e 14% elastano) por ser um
tecido que possui muita resistência à abrasão, rápida secagem, alta elasticidade e
durabilidade em contato com cloro e água do mar, é o tecido mais utilizado no
mercado para a fabricação de moda praia.
• Para os forros do biquíni, o tecido 100% poliamida, por ser o mais utilizado na
indústria, e possuir alta resistência a rotura e desgaste, reduzida absorção de
umidade, rápida secagem, grande poder de resistência contra insetos nocivos e
apodrecimento e altíssima elasticidade.
95
• Para as saídas de banho foi escolhida a seda pura por ser um tecido nobre, muito
macio, leve, que não provoca irritação a pele e aceita muito bem a pintura manual,
porém, é um tecido que exige mais cuidado em sua manutenção, mas sendo ele
empregado nas saídas de banho as quais não necessitaram de lavagens constantes
não comprometerá a peça.
Os aviamentos escolhidos foram:
• Pedras brasileiras,miçangas e canutilhos , pois são tendência detectada nas
pesquisas e valorizam as peças.
• Flor artesanal feita de tecido musseline para enfeitar as peças.
• Bojo, (poliéster+poliuretano) para dar uma maior sustentação ao busto.
• Elástico especial para praia 8cm de largura e elástico com acabamento
• Linhas (100% poliéster)
• Argolas, para enfeitar as peças, feitas de inox.
• Barbatana de plástico para dar mais sustentação ao busto
• Espuma de poliuretano para ser colocado no busto.
• Ferro para sutiã, para firmar o busto.
96
• Painéis
Figura 60: Cartela de tecido Fonte: Molin, 2006
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Figura 61: Cartela de aviamentos Fonte: Molin, 2006
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Figura 62: Cartela de cores Fonte: Molin, 2006
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Figura 63: Cartela de Estampas Fonte: Molin, 2006
100
Figura 64: Cartela de Estampas Fonte: Molin, 2006
101
5.6.5 Ergonomia
Depois de realizado o briefing e determinados às diretrizes da coleção, é necessário
avaliar as questões ergonômicas para que assim se possa desenvolver as alternativas de forma
mais adequada para o público.
De acordo com Iida (1990) ergonomia significa o estudo do trabalho ao homem. O
presente projeto tem uma acepção bastante abrangente,pois ocorre entre o homem e seu
trabalho de uma forma geral.O autor afirma que a ergonomia estuda o homem, suas
características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais, influência de sexo, idade,
treinamento e motivação, estuda as máquinas e os produtos, ou seja, todos os materiais que o
homem utiliza, as características do ambiente físico, e as informações e comunicações
existentes entre os elementos de um sistema.
Segundo o site da ABERGO (2006) a palavra ergonomia deriva do grego (trabalho) e
nomos (normas, regra, leis), e esta disciplina explora os domínios da ergonomia física que
este relacionado às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e
biomecânica, ergonomia cognitiva que se refere aos processos mentais e a ergonomia
organizacional que concerne à otimização dos sistemas sócio-técnicos, incluindo suas
estruturas organizacionais, políticas e de processos.
Para o referido trabalho será utilizada a ergonomia física, pois seus conhecimentos
estarão presentes nas análises antropométricas, e de biomecânicas das peças .
De acordo com Iida (1990, p. 89) a antropometria trata das medidas físicas do corpo
humano. O autor explana que foi a partir da década de 40 que iniciou a necessidade de
medidas antropométricas cada vez mais detalhada e confiável, e este fato foi provocado pela
necessidade da produção em massa.
Conforme as afirmações anteriores, as roupas assim como todos os produtos que são
fabricados em massa necessitam possuir medidas padrões para que possam ser facilmente
aceitos pelos consumidores. Este elemento é mais problemático dentro do campo da moda,
pois existe, especialmente em nosso país, uma grande mistura de raças as quais possuem
características físicas bem distintas e isso dificulta uma padronização única confiável.
Particularmente o público em questão, mulheres com mais idade, possuem medidas e
características físicas distintas das mulheres jovens, e estes aspectos necessitam possuir um
destaque especial para que o produto satisfaça suas clientes.
A idade é um dos fatores que influenciam as medidas do corpo, pois de acordo com
Iida (1990, p. 102) durante as diversas fases da vida o corpo das pessoas sofrem mudanças de
102
forma e proporção. Segundo o autor, o processo de envelhecimento inicia-se de forma
pronunciada após os 30 anos, quando o organismo vai perdendo gradativamente sua
capacidade funcional, e depois do 50 anos começa gradativamente a diminuir, as mulheres
afirma o autor diminuem 2,5 cm até os 80 anos.
Nas pesquisas de campo realizada com 30 mulheres residentes da cidade de Balneário
Camboriú, (presentes no capitulo 4 deste projeto) foi possível verificar alguns aspectos
particulares em relação a modelagens preferidas e problemas verificados nos maiôs e biquínis
disponíveis atualmente no mercado, assim como nas visitas feitas às lojas.
Através das repostas das pesquisas de campo foi possível realizar um diagnóstico
ergonômico: Tabela 1: Diagnóstico ergonômico PROBLEMAS REQUISITOS CUSTOS
HUMANOS HIPÓTESES
Cavas muito apertadas nas coxas
Cavas maiores Causa dores nas partes comprimidas
Má circulação sangüínea
Fissuras na pele
Fazer uma modelagem mais anatômica que acompanhe as curvas das coxas
Alças que machucam ombros e caem na execução dos movimentos
Alças que não machuquem, e de segurança nos movimentos.
Deformação nos ombros,
Dores nos ombros costas
Alças mais largas Com modelagem
adequada
Costuras grossas Costuras que não incomodem.
Irritação na pele desconforto
Costuras finas Linhas especiais Costuras pelo lado
de fora Sem costura
Cavas muito altas
Cavas mais rasas Desconforto estético
Modelagem mais rasa que acompanhe a curva da perna
Partes de cima dos biquínis e maiôs que causam insegurança
Reforçar parte de cima Desconforto na execução dos movimentos
Desconforto estético
Utilização de bojo Utilização de
forros reforçados Aros de metal
Materiais que se desgastam rapidamente perdendo sua eficiência
Materiais que durem mais
Perdendo sua eficiência, pode não sustentar adequadamente, causado desconforto.
Utilizar materiais que durem mais como: tecido de Lycra praia
Parte inferior da calcinha muito baixa
Aumentar calcinha Desconforto estético
Fazer modelagem com calcinha mais alta
Fonte: Molin, 2006.
103
Mediante o resultado da pesquisa verifica-se que as modelagens dos biquínis e maiôs
disponíveis no mercado estão com alguns problemas. No entanto, é necessário levar em
consideração alguns aspectos como a faixa de idade de cada cliente, estilo de vida, valores
pessoais e tipo de corpo de cada um, pois estes aspectos influenciam diretamente no gosto e
escolha de modelos. Foi verificado que as mulheres com idade superior a 60 anos preferem
maiôs, pouco cavados, as mulheres mais “modernas” (ou seja, senhoras também de 60 anos)
optam por cores mais vibrantes e florais mais coloridos.
Devido a estes fatores o planejamento de coleção deste projeto possuirá um mix de
modelos direcionados a mulheres modernas, para segmentar o mercado e atingi-lo de forma
mais acertado. A diferença do tipo físico de cada cliente é um aspecto que deve ser levado em
consideração em qualquer segmento, e devido a isto a coleção possuirá modelos diferentes
para atingir cada tipo físico, levando em consideração que o Brasil é um país formado por
povos diferentes, o que ocasionou uma grande miscigenação, conseqüentemente diferentes
tipos e características físicas.
Para auxiliar a definição dos modelos mais apropriados para cada tipo físico, foi
realizada uma tabela com as análises das características físicas e a roupa de banho mais
adequada de acordo com os princípios dos autores Rigueral (2005) e Gonçalves (2002).
Tabela 2: Análise das características físicas e a roupa de banho Características do corpo Objetivo Proposta Tronco curto alongar Tops com detalhes em “v” calcinhas de
cavas discretas, listras e recortes nas verticais, e cintura baixa no biquíni, estampas pequenas e parte inferior escuras.
Tronco longo Evidenciar tronco e rosto Modelos de 2 peças, com cavas altas que alongam as pernas, a parte superior deve ser discreta e as listras sempre na vertical.Decotes canoas, quadrados e redondos.
Tronco grande Diminuir Alças cruzadas centralizadas reduzem costas largas, criando uma área de interesse no centro.Cavas pequenas na parte superior e detalhes que não chamem atenção.Já na parte inferior listras horizontais, cores claras, cós baixo.
Quadris largos diminuir Recortes, listras e motivos horizontais na área do busto e verticais nos quadris.Decote frente única e alça fina.
104
Características do corpo Objetivo Proposta Seios grandes Diminuir Peças mais largas no busto, recortes
segurando-o, cor superior menos importante, decotes “v”, calças médias, alças Largas e bojo modelador.
Corpo volumoso Diminuir Modelos com recortes anatômicos e forros para manter o corpo firme. Maiôs com laterais fechadas ou recortes laterais em cores escuras.
Corpo magro Aumentar Franzidos, drapeados e cores claras, listras horizontais, estampas vistosas, xadrezes, pois e florais
Fonte: Adaptado de Rigueral 2005.
Em posse destas informações é possível traçar e selecionar a variedade de modelagens
as quais farão parte da coleção, pois assim como nas pesquisas bibliográficas, nos
questionários e nas visitas comerciais foi verificado que as preferências dos modelos de maiôs
e biquínis estão diretamente relacionados ao tipo físico da pessoa.
Dentro deste contexto, nas pesquisas de campo foram detectados também que quanto
aos biquínis, elas preferem a parte de baixo mais alta com cavas amenas e partes de cima bem
estruturadas, porém com uma modelagem maior.Pois 61% optaram pela parte de cima mais
estruturada e de alças levemente largas e 35% optaram por modelos de parte de baixo de
biquínis mais altas e com cavas discretas.
Levando em consideração todas as informações levantas sobre ergonomia e
modelagem e pelo fato desta coleção ser direcionada a produção industrial, torna-se
imprescindível a definição da tabela de medidas que foi utilizada como padrão na confecção
da peças.
Tabela 3: Medidas industriais femininas
Tamanhos PP (40) P(42) M (44) G (46) GG (48) Perímetro do busto 88 92 96 100 106 Perímetro da Cintura 68 72 76 82 88 Perímetro do Quadril 94 98 102 106 112 Comprimento do Corpo 40 42 44 46 48 Comprimento das Costas 37 38 39 40 41 Comprimento do Seio 24 24,5 25 25,5 26 Comprimento da Manga 56 57 58 59 60 Comprimento da Manga Curta 23 24 25 26 27 Comprimento da Manga ¾ 41 42 43 44 45 Perímetro do Braço 33 34 35 36 38 Perímetro do Punho 20.5 21 21,5 22 22,5 Altura da Calça 108 110 112 113 114
105
Tamanhos PP (40) P(42) M (44) G (46) GG (48) Perímetro da Boca 27/36 28/38 29/40 30/42 31/44 Comprimento da Saia 55 56 58 60 62 Comprimento do Ombro 12 12 12,5 13 13,5 Comprimento da Pence 5 6 6 7 7 Degolo 6.6 6.8 7.0 7.1 7.3 Caída do ombro 4.8 4.9 5.0 5.05 5.15 Tamanho retângulo 95 x 54 98 x 56 102 x 58 106 x60 110 x 63 Comp. gancho 25 26 27 28 29 Perímetro Joelho 40 42 44 46 48
Fonte: Silveira, 2006.
Tabela 4: Medidas industriais femininas, busto , decotes e pence Tamanho Do Busto Profundidade Pence-Frente Decote Costas
70 a 80 cm 4 cm 1 cm
80 a 90 cm 5 cm 1,5 cm
90 a 100 cm 6 cm 2 cm
100 a 110 cm 7 cm 2.5 cm
110 a 120 cm 8 cm 3 cm Fonte: Silveira, 2006.
5.6.6 Geração de alternativas
Através das observações das cartelas de cores, do release, das questões ergonômicas e
da temática foram desenvolvidas as peças que farão parte a coleção. As preferências do
publico alvo, levantadas através dos questionários e das pesquisas bibliográficas foram de
extrema importância para a decisão das peças da coleção.
A coleção foi desenvolvida visando atender os diferentes gostos e físicos das mulheres
maduras brasileiras. Possuindo assim biquínis com alças largas para mulheres que possuem
seios maiores e necessitam de uma maior sustentação, para não prejudicar a coluna e distribuir
melhor o peso, alças finas se o desejo for uma menor marca no bronzeamento indicado para
mulheres de busto pequeno.
Para compor os conjuntos com harmonia os detalhes também foram pensados, para
destacar ou o busto ou a parte inferior de acordo com o corpo e gosto de cada cliente.
Serão utilizados três quadros como tema de inspiração para as formas e estampas da
coleção, “Os barcos de Balneário Camboriú, Fundo do mar de Balneário Camboriú e a ilha de
Balneário Camboriú” Pois possuem elementos de referencias distintos entre si assim como
boa gama de cores, no entanto possuem uma ligação entre si que é o fato de remeterem idéia
de praia.
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5.6.6.1 Alternativas escolhidas
Destas alternativas selecionadas para fazer parte da coleção três peças e seus
complementos foram escolhidas para serem confeccionadas, pois apresentaram uma melhor
expressão do conceito, tema, e também foi levado em consideração, a opinião de algumas
mulheres deste público para as escolhas da alternativas a serem confeccionadas.
Sendo a proposta deste projeto, o desenvolvimento de coleção de moda praia para
mulheres maduras com a inserção de uma marca específica para este público e este sendo a
primeira apresentação ao mercado, foram selecionados peças com uma linguagem comercial.
A utilização de modelagens que ao mesmo tempo em que revelam o corpo o cobrem
com charme, elegância, conferem a usuária destas peças, sensualidade, mas com discrição, as
cores ora fortes e contrastantes e ora pastéis e escuras atendem a diversos gostos e tons de
peles do publico alvo.
As peças escolhidas remetem de uma maneira sutil, mas com notória identificação a
ligação das pinturas da Artista Nilse Soares Leal com as estampas presentes nos modelos.
Após esta seleção, as peças foram revisadas e modificadas alguns aspectos, modeladas
e produzidas.
118
119
6 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO
6.1 Modelagem
Com base nas tabelas de medidas já pré-definidas no capitulo da ergonomia e
juntamente com a tabela de medidas disponibilizada pela empresa Areia Pura de Balneário
Camboriú, a qual trabalha com biquínis e maiôs e possui uma modelagem específica para as
mulheres com mais idade, foi realizada a tabela de medidas para o projeto, o qual sofreu
algumas modificações após a prova dos modelos.
Esta tabela foi escolhida par auxiliar, devido à diversidade existente no mercado e pela
disponibilidade da empresa em ceder sua tabela, a qual utiliza no mercado, para ser utilizada
no projeto. Tabela 5: Medidas adaptado da Empresa Areia Pura
Tamanhos PP P M G GG
Busto 68 69 70 71 72
Quadril 69 70 71 72 73
Entrepernas 8 8 8 8 8
Altura sunquini frente 25,50 26,50 27,50 28,50 29,50
Altura sunquini costas 27 28 29 30 31
Altura corpo do maio tomara que caia frente 49 50 51 52 53
Altura corpo do maio tomara que caia costas 43 44 45 46 47
Altura corpo do maiô taça frente 50 51 52 53 54
Altura corpo do maiô taça costas 48 49 50 51 52
Comprimento busto maiô taça e sutiã taça 12 13 14 15 16
Largura busto maiô taça e sutiã taça 14 15 16 17 18
Comprimento alças 27 28 29 30 31 Fonte:Molin 2006
Com as medidas definidas passa-se para a elaboração da modelagem, das peças dos
biquínis, maiôs e saídas de banho. O tamanho escolhido para serem confeccionados foi o
tamanho pequeno (ver ficha técnica) devido o fato de possivelmente serem desfilados por
modelos na apresentação do trabalho.
120
Figura 109: Modelagem maiô barcos Figura 110: Modelagem busto maiô barcos Figura 111: Modelagem costa maiô barcos Fonte:Molin,2006. Fonte: Molin,2006. Fonte: Molin,2006.
Figura 112: modelagem biquíni fundo Figura 113: Modelagem maiô barcos, Figura 114: Modelagem Biquíni do mar frente e biquíni superior fundo do mar maiô ilha lateral Fonte:Molin,2006. Fonte: Molin,2006 al busto Fonte: Molin,2006.
Figura 115: Modelagem maiô Ilha frente Fonte: Molin,2006.
Figura 116: modelagem maiô Ilha costas Fonte:Molin,2006.
Figura 117: modelagem maiô Ilha parte superior Fonte: Molin,2006.
121
6.2 Modelo volumétrico
Figura 118: Modelagem vestido Fonte:Molin,2006.
Figura 122: Modelo volumétrico do vestido com projeto da pintura Fonte:Molin,2006.
Figura 123: Modelo volumétrico da camisa Fonte:Molin,2006.
Figura 119: Modelagem camisa Fonte:Molin,2006.
Figura 120: Corte dos tecidos modelos volumétricos Fonte:Leal,2006.
Figura 121: Costura dos modelos volumétricos Fonte:Leal,2006.
122
6.2.1Testes e adequações
No estudo dos modelos volumétricos foi verificada a necessidade de realizar algumas
alterações nas peças para melhorar sua estética e função, tais como:
• Aumentar o decote do vestido 3cm e inserção de amarração para que o vestido
fique preso ao corpo e melhor colocação abaixo da cintura.
• Diminuição de 2cm da cava da manga da camisa.
• Diminuição da largura das alças do maiô com a Ilha de Balneário Camboriú,
devido a limitação do maquinário.
Figura 124: Modelo volumétrico maiô barco frente Fonte:Molin,2006.
Figura 125: Modelo volumétrico maiô barco Costas Fonte:Molin,2006.
Figura 126: Modelo volumétrico maiô Ilha frente Fonte:Molin,2006.
Figura 127: Modelo volumétrico maiô Ilha Costas Fonte:Molin,2006.
Figura 128: Modelo volumétrico biquíni frente Fonte:Molin,2006.
Figura 129: Modelo volumétrico Biquíni Costas Fonte:Molin,2006.
123
• Diminuição da medida do entre pernas dos dois maiôs e do biquíni.
• Diminuição da alça da parte de cima do biquíni.
• Aumentar a cava do maio com a ilha de Balneário Camboriú.
• Aumentar a cava do vestido para uma melhor movimentação dos braços.
• A opção por colocar espuma na parte de cima do maiô com a ilha de Balneário
Camboriú, do maiô barço e biquíni fundo do mar, para melhorar sua estética.
• Afastar alça do biquíni nas costas.
• Colocar fechos atrás do maiô ilha e biquíni.
6.3 Risco e corte
Após a realização dos ajustes nas peças passou para o risco e corte da lycra e
musseline. O tecido musseline (substituindo a seda por ser um material semelhante e de valor
mais acessível) por se um tecido plano foi cortado com tesoura, mas o biquíni e os maiôs
foram cortados com faca devido o fato de escorregarem ao serem cortados. As peças que
foram pintadas,foram cortados primeiro, pois é necessário pintar antes de fechar as peças para
dar um bom acabamento.
Figura 130: Encaixe e risco das peças Fonte:Molin,2006.
Figura 131: Risco Fonte: Molin,2006.
Figura 132: Risco da parte superior biquíni fundo do mar Fonte:Molin, 2006.
Figura 133: Corte da lycra Fonte: Molin, 2006.
124
6.4 Beneficiamento (pintura a mão)
As partes que serão pintadas cortadas, fazem parte da próxima etapa, a pintura das
peças.As peças foram pintadas na casa da artista Nilse Soares Leal a qual auxiliou todo o
processo de pintura manual.
Inicialmente foram realizados testes com as tintas nos tecidos para verificar qual seria
a tinta mais adequada para ser utilizada.Foi feito teste com a tinta de tecido a qual não teve
resultado positivo na lycra, pois após 72 horas foi lavado e a tinta escorreu.A tinta aquarela
foi a que melhor fixou-se na lycra, já para as saídas de banho a tinta para seda foi a que teve
melhor resultado.
Figura 134: Corte da lycra Fonte:Molin,2006
Figura 135: Corte da lycra Fonte:Molin,2006
Figura 136: Corte da saída musseline a tesoura Fonte: Molin,2006.
125
Após decididos às tintas e cores que serão utilizadas, as peças foram presas e esticadas
em bastidores para serem então pintadas.Foram colocados nos recipientes vários tons de tintas
para fazer misturas na hora da pintura, assim como um gel específico para misturar com a
tinta aquarela para dar mais consistência na hora da pintura e a tinta não escorrer.
Figura 139: Recipiente com tintas aquarela e gel com 4 tons de verdes para a pintura do busto do maiô inspirado na ilha .Fonte Molin, 2006.
Figura 138:Tintas aquarela seda Color Fonte: Molin,2006.
Figura 140: Tintas aquarela da marca Prince Fonte:Molin,2006.
Figura 141: Busto do maiô ilha preso no bastidor com taxas para esticar a peça com o intuito que a tinta penetre no tecido.Fonte:Molin,2006.
Figura 142: Busto desenhado: Após preso foi desenhado a lápis as folhas para guiar a pintura Fonte: Molin,2006
Figura 137: Testes das tintas na lycra Fonte: Molin, 2006
126
Para a parte da frente do maiô inspirado nos barcos e a parte inferior frontal do biquíni
no fundo do mar, conforme ilustram as figuras acima foi utilizado o produto Guta, pois este
produto delimita o local onde a tinta será atingida.Como estas estampas são localizadas e
definidas, a melhor maneira, segundo a artista Nilse, é a utilização da guta.Este produto deve
ser aplicado sobre a peça em quantidade generosa para que passe para a parte de trás no
tecido, isolando de maneira segura o local.Após pintando o tecido deve-se lavar a peça para
retirar o produto e secagem.
Figura 145: Aplicação do produto guta: na parte inferior do biquíni Fonte: Molin, 2006
Figura 143: Maio preso com alças. Fonte: Molin, 2006
Figura 146: Secagem da guta Fonte: Molin, 2006
Figura 147: O maiô barco sendo pintada Fonte: Leal, 2006 Figura 148: Secagem do Maiô
Fonte: Molin, 2006
Figura 144: Busto pronto Fonte: Molin,2006
127
Para a saída de banho do maiô inspirado nos barcos, foi realizada a técnica tie-dye.
Esta técnica consiste em fazer nós no tecido e tingí-los para obter manchas os tecidos de
forma irregular, as figuras a seguir ilustram a técnica.
Figura 149: Nós no tecido Fonte: Molin, 2006
Figura 150: Aplicação da tinta com contas gotas nos nós Fonte: Molin, 2006
Figura 151: Espalhamento da tinta com auxilio de plástico Fonte: Leal, 2006
Figura 152:Tecido pintado Fonte: Molin, 2006
Figura 153: Tecido pintado secando: para poderser desfeito o nó e verificar o resultado Fonte: Molin, 2006
Figura 154: Tecido pronto Fonte: Molin, 2006
128
Para a canga foi realizada a técnica úmido sobre úmido, esta técnica consiste na
pintura com tinta aquarela com o tecido molhado, foi aplicado sal de cozinha para
proporcionar um efeito diferenciado de pingos.
Figura 162:Canga pronto Fonte: Molin, 2006 Figura 161: Secagem
Fonte: Molin, 2006
Figura 158: Peixes pintados com guta colorida Fonte: Molin, 2006
Figura 159: Aplicação das tintas azuis com o tecido umedecido Fonte: Molin, 2006
Figura 160: Aplicação do sal Fonte: Molin, 2006
Figura 155: Canga presa no bastidor Fonte: Molin, 2006
Figura 156: Desenho dos peixes Fonte: Molin, 2006
Figura 157: Pintura do peixe com pincel fino Fonte: Molin, 2006
129
Depois de realizados as pinturas nas peças foi verificado que é necessário empregar
muito tempo para a realização das peças o que em escala industrial inviabilizaria este
processo devido o alto custo e baixa produtividade, principalmente as pinturas nas peças de
lycra, e nestas peças a tinta aquarela não apresentou um bom desempenho em grandes
extensões de pintura como por exemplo no maiô barco, no entanto, em pequenos desenhos
como no maiô ilha a tinta apresentou um bom comportamento após a secagem.Devido a este
fator é sugerido que nas peças de lycra sejam utilizados processos industriais, como a técnica
de quadros automáticos, pois agilizaria a fabricação.Esta técnica é uma evolução da
estamparia a quadro manual, nele, o tecido é colocado sobre um tapete (manta), que se
movimenta na medida do encaixe do desenho, enquanto os quadros permanecem no lugar.
No entanto, nas saídas de banho podem ser mantidas as técnicas manuais, pois
agregariam valores às peças além do fato do tecido plano, a seda, aceitar melhor a tinta
agilizando assim sua pintura.
6.5 Ficha técnica
Figura 163: Croqui maiô ilha Fonte: Molin, 2006
131FICHA TÉCNICA DE PRODUTO MAIÔ ILHA
DESCRIÇÃO: Maiô ilha Código do Produto: 1222 PP P M G GG Código do Molde: 05 Data:07/05/06 40 42 44 46 48
Grade
X Tecido Composição Fornecedor Código -
Cores Largura Rendimento
ou Gramatura
Preço em R$
ICMS Prazo Consumo
lycra 86% poliamida 14% elastano
Rossete 01 branco 06 verde amarelado.
1,40 15,00 ------ ---------- 0,90
Forro 100% poliamida
Rossete 01 branco 1,40
5,00 0,95
Observação: Opção 1:Pintura manual no busto tinta aquarela Opção 2: Estampa com quadro automáticos, estampa a gel (3 quadros) Depois de estampado, vai para ser bordado as folhas e galhos com canutilho verde a miçanga marrom Escala de 1/10
Desenho Técnico
Frente
Costas
Aviamentos Composição Código Fornecedor R$/Unidade Consumo R$/Peça Costura/Acabamento Argola Inox 05 Nomeia
aviamentos1,50 1 1,50
Barbatana Plástico 10 Nomeia aviamentos
0,05 2 0,10
( X ) Reta ( X )Elastiqueira ( ) 2 Agulhas ( ) ( ) 3 Agulhas ( ) ( X ) Overloque ( )
132Elástico especial para praia 8cm
12 Nomeia aviamentos
0,20 0,70cm 0,20
Canutilho verde 29 Nomeia aviamentos
0,50 10 gramas
0,50
Miçanga marrom
96 Nomeia aviamentos
0,50 0,50 gramas
0,25
( ) Interloque ( ) ( X) Galoneira ( ) ( ) Trançadeira ( ) ( ) Caseadeira ( ) ( ) Botoneira
OBSERVAÇÃO Custos com mão-de-obra R$/Peça
Corte 10reais Costura 20 reais
Acabamento 10 reais Bordado -------------Estampa 10 reais Lavação
Estilo: Moda praia
Produto: Maiô tomara que caia
Financeiro: ------------------------------
Produção: -------------------------
Outros
PLANO DE CORTE
133
SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Código da Operação
DESCRIÇÃO OPERACIONAL
TP (Tempo Padrão)
Máquina
APARELHO/DISPOSITIVO/ ACESSÓRIOS
Unir forro com costa
1mt Overloque
Unir costas com forro da frente 2mt Overloque Fechar lateral 2mt Overloque Pregar barbatana 6mt Reta Unir busto com frente 4mt Overloque Fechar costas 7 mt Overloque Colocar elástico costas parte inferior 4mt Elastiqueira Fechar lateral 5mt Overloque Elástico na cava 2mt Elastiqueira Acabamento arrebatar o elástico 3 mt Galoneira Colocar elástico das costas parte superior 3mt Elastiqueira Rebater elástico 3mt Galoneira Colocar elástico na faixa das costas com o
busto 5mt Elastiqueira
Rebater elástico pregando com o viés junto com a argola frente
5mt galoneira
Colocar fecho costas e viés para alças 4mt Reta Colocar alças na argola 3mt Reta
TOTAL 1 hora
134
Figura 164: Croqui maiô barco Fonte: Molin, 2006
135FICHA TÉCNICA DE PRODUTO MAIÔ BARCO
DESCRIÇÃO: Maiô Barco Código do Produto: 1225 PP P M G GG Código do Molde: 30 Data:07/05/06 40 42 44 46 48
Grade
X Tecido Composição Fornecedor Código -
Cores Largura Rendimento
ou Gramatura
Preço em R$
ICMS Prazo Consumo
lycra 86% poliamida 14% elastano
Rossete 01 branco 10 azul 09 vermelho
1,40 15,00 ------ ---------- 0,90
Forro 100% poliamida Rossete 01 branco
1,40
5,00 0,90
Observação: Opção 1:Pintura manual tinta aquarela core azul e vermelho Opção 2: Estampa com quadro automáticos, a gel (2 quadros) Depois de estampado vai para a bordadeira para colocar canutilhos nas listras vermelhas e azuis Escala 1/10
Desenho Técnico
Frente
Costas
Aviamentos Composição Código Fornecedor R$/Unidade Consumo R$/Peça Costura/Acabamento Ferrinhos para sutiã
Metal 19 Nomeia aviamentos
0,05 2 0,10
Elástico especial para praia 8cm
12 Nomeia aviamentos
0,20 0,70cm 0,20
Viés para taça 100% pomiamida
20 Rosset 0,03 0,40cm 0,30
( x ) Reta ( x)Elastiqueira ( ) 2 Agulhas ( ) ( ) 3 Agulhas ( ) ( x ) Overloque ( ) ( ) Interloque ( ) ( x ) Galoneira ( ) ( ) Trançadeira ( )
136Viés 70%
poliamida 30% elastano
Nomeia aviamentos
0,50 0,60cm 0,50
Canutilho vermelho e azul
50 Nomeia aviamentos
0,50 10 gramas
0,50
Argola Inox 05 Nomeia aviamentos
1,50 1 1,50
( ) Caseadeira ( ) ( ) Botoneira
OBSERVAÇÃO Custos com mão-de-obra R$/Peça
Corte 10reais Costura 20 reais
Acabamento 10 reais Bordado 3,00 Estampa 25 reais Lavação
Estilo: Moda praia
Produto: Maiô taça
Financeiro: ------------------------------
Produção: -------------------------
Outros PLANO DE CORTE
SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Código da Operação
DESCRIÇÃO OPERACIONAL
TP (Tempo Padrão)
Máquina
APARELHO/DISPOSITIVO/ ACESSÓRIOS
Unir frente e costas com forro 10mt Overloque Limpar peças 10mt Overloque Fechar lateral 3mt Overloque Limpar busto pregando no maio 4mt Overloque Colocar viés para o ferrinho e colocar alças
Juntamente com a argola 3mt Reta
Costurar elástico nas costas e cavas 7 mt Elastiqueira Acabamento arrebatar o elástico 3 mt Galoneira Colocar viés no busto junto com alça 4mt Galoneira para viés TOTAL 44 minutos
137
Figura 165: Croqui biquíni fundo do mar Fonte: Molin, 2006
138FICHA TÉCNICA DE PRODUTO BIQUINI FUNDO DO MAR
DESCRIÇÃO: Biquíni fundo do mar Código do Produto: 1229 PP P M G GG Código do Molde: 19 Data:07/05/06 40 42 44 46 48
Grade
X Tecido Composição Fornecedor Código -
Cores Largura Rendimento
ou Gramatura
Preço em R$
ICMS Prazo Consumo
lycra 86% poliamida 14% elastano
Rossete 01 branco 21 azul 02 preto
1,40 15,00 ------ ---------- 0,90
Forro 100% poliamida Rossete 01 branco
1,40
5,00 0,90
Observação: Opção 1:Pintura manual na parte inferior tinta aquarela azul turquesa e guta incolor Opção 2: Estampa com quadro automáticos, a gel (1 quadros) Após a estampa realizada a peça inferior frontal vai para bordadeira Escala 1/10 Desenho Técnico
Frente
Costas
Aviamentos Composição Código Fornecedor R$/Unidade Consumo R$/Peça Costura/Acabamento Espuma 100%
poliuretana 10 Nomeia
aviamentos0,05 2 0,10
Elástico especial para praia 8cm
80% elastano 20% algodão
12 Nomeia aviamentos
0,20 0,70cm 0,20
Elástico c/ acabamento
80% elastano 20% algodão
21 Nomeia aviamentos
1,0 0,50cm 0,50
Flor artesanal Musseline 40 4,00 1 4,00
( X ) Reta ( X )Elastiqueira ( ) 2 Agulhas ( ) ( ) 3 Agulhas ( ) ( X ) Overloque ( ) ( ) Interloque ( ) ( X) Galoneira ( ) ( ) Trançadeira ( ) ( ) Caseadeira ( )
139Canutilho azul 52 Nomeia
aviamentos0,50 0,50
gramas 0,25 ( ) Botoneira
OBSERVAÇÃO Custos com mão-de-obra R$/Peça
Corte 10reais Costura 20 reais
Acabamento 10 reais Bordado 5 reais Estampa 10 reais Lavação
Estilo: Moda praia
Produto: Biquíni
Financeiro: ------------------------------
Produção: -------------------------
Outros PLANO DE CORTE
SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Código da Operação
DESCRIÇÃO OPERACIONAL
TP (Tempo Padrão)
Máquina
APARELHO/DISPOSITIVO/ ACESSÓRIOS
Unir forro com costa calcinha
1mt Overloque
Unir costas com forro da frente calcinha 2mt Overloque Fechar lateral calcinha 2mt Overloque Colocar elástico nas cavas 3mt Elastiqueira Unir busto com frente 4mt Galoneira Rebater costura 7 mt Overloque Unir bustos com forro 4mt Overloque Unir meio com busto 3mt Overloque Pregar elástico nas costas 5mt Elastiqueira Pregar elástico c/ acabamento no busto e alça 3mt Reta Acabamento arrebatar o elástico 3 mt Galoneira Pregar viés no busto 5mt Reta Colocar ferrinho 3mt Galoneira
140
Figura 166: Croqui vestido Fonte: Molin, 2006
141
FICHA TÉCNICA DE PRODUTO VESTIDO
DESCRIÇÃO: vestido Código do Produto: 1221 PP P M G GG Código do Molde: 02 Data: 07/05/06 40 42 44 46 48
Grade
x Tecido Composição Fornecedor Código -
Cores Largura Rendimento
ou Gramatura
Preço em R$
ICMS Prazo Consumo
Musseline 50% seda 50%poliéster
Revolução tecidos
01 branco
1,40 19,16 ------ ---------- 1,80
Observação: Pintura manual na faixa frontal, tinta aquarela verde a ocre Escala 1/10
Desenho Técnico
Frente
Costas
Aviamentos Composição Código Fornecedor R$/Unidade Consumo R$/Peça Costura/Acabamento
( x ) Reta ( )Elastiqueira ( ) 2 Agulhas ( ) ( ) 3 Agulhas ( ) ( x ) Overloque ( ) ( ) Interloque ( ) ( ) Galoneira ( ) ( ) Trançadeira ( ) ( ) Caseadeira ( ) ( ) Botoneira
OBSERVAÇÃO Custos com mão-de-obra R$/Peça
Corte 5 reais Costura 5 reais
Acabamento 10 reais
Estilo: Moda praia
Produto: vestido
Financeiro: ------------------------------
Produção: -------------------------
Bordado 10
142
PLANO DE CORTE
SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Código da Operação
DESCRIÇÃO OPERACIONAL
TP (Tempo Padrão)
Máquina
APARELHO/DISPOSITIVO/ ACESSÓRIOS
Unir ombros 3 mt Reta Unir laterais 5mt Reta Acabamento na barra 3mt Overlock Virar a barra do vestido 4mt Reta Cortar faixa para acabamento interno de 2cm
de largura 2mt Tesoura
Unir faixa de acabamento na parte frontal do vestido
10 mt Reta
Virar tira de acabamento e costurar na barra da peça
30mt Reta
Fazer abertura na lateral 6 mt Reta acabamentos 10 mt Reta Passadoria 3mt ferro TOTAL 1:30 minutos
Frente Costas
143
Figura 167: Croqui camisa faixa Fonte: Molin, 2006
144FICHA TÉCNICA DE PRODUTO CAMISA
DESCRIÇÃO: Camisa com faixa Código do Produto: 1221 PP P M G GG Código do Molde: 02 Data:07/05/06 40 42 44 46 48
Grade
x Tecido Composição Fornecedor Código -
Cores Largura Rendimento
ou Gramatura
Preço em R$
ICMS Prazo Consumo
Musseline 50% seda 50%poliéster
Revolução tecidos
01 branco
1,40 19,16 ------ ---------- 1,60
Observação: Pintura manual na faixa técnica tye-dye nas cores azul turquesa e vermelho púrpura. Escala 1/10 Desenho Técnico
Frente
Costas
Aviamentos Composição Código Fornecedor R$/Unidade Consumo R$/Peça Costura/Acabamento Botões forrados Com musseline
03 Nomeia aviamentos
0,40 4 1,60
( x ) Reta ( )Elastiqueira ( ) 2 Agulhas ( ) ( ) 3 Agulhas ( ) ( x ) Overloque ( ) ( ) Interloque ( ) ( ) Galoneira ( ) ( ) Trançadeira ( ) ( ) Caseadeira ( ) ( ) Botoneira
OBSERVAÇÃO Custos com mão-de-obraEstilo: Produto: Financeiro: Produção: R$/Peça
145Corte 5 reais
Costura 5 reais Acabamento 10 reais
Bordado -------------Estampa 5 reais Lavação
Moda praia Camisa ------------------------------
-------------------------
Outros PLANO DE CORTE
SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Código da Operação
DESCRIÇÃO OPERACIONAL
TP (Tempo Padrão)
Máquina
APARELHO/DISPOSITIVO/ ACESSÓRIOS
Fechar laterais 4 mt Reta Acabamento na barra das magas 3mt Overloque Acabamento na barra 3mt Overloque Virar a barra da camisa 4mt Reta Cortar faixa para acabamento interno de 2cm
de largura 2mt Tesoura
Unir faixa de acabamento na parte frontal da camisa
10 mt Reta
Virar tira de acabamento e costurar na barra da peça
30mt Reta
Fazer caseado 6 mt Reta Fechar lateral da faixa 3 mt Reta TOTAL 1 hora
Frente Costas
146
Figura 168: Croqui canga Fonte: Molin, 2006
147FICHA TÉCNICA DE PRODUTO CANGA
DESCRIÇÃO: canga Código do Produto:1222 PP P M G GG Código do Molde: 03 Data:07-05-06 40 42 44 46 48
Grade
x Tecido Composição Fornecedor Código -
Cores Largura Rendimento
ou Gramatura
Preço em R$
ICMS Prazo Consumo
Musseline 50% seda 50%poliéster
Revolução tecidos
01 branco
1,40 17,85 ------ ---------- 1,50
Observação: Pintura a mão técnica úmido sobre úmido com 2 peixes pintados com guta branca e azul turquesa, fundo tinta aquarela azul turquesa e azul petróleo. Depois de pintado vai para bordadeira para ser bordado os 2 rabos dos peixes com canutilho amarelo Escala 1/10
Desenho Técnico
Frente/costas
Aviamentos Composição Código Fornecedor R$/Unidade Consumo R$/Peça Costura/Acabamento Canutilho amarelo 05 Noemia
aviamentos 0,50 10
gramas 0,50
( x ) Reta ( )Elastiqueira( ) 2 Agulhas ( ) ( ) 3 Agulhas ( ) ( x ) Overloque ( ) ( ) Interloque ( ) ( ) Galoneira ( ) ( ) Trançadeira ( ) ( ) Caseadeira ( ) ( ) Botoneira
OBSERVAÇÃO Custos com mão-de-obra R$/Peça
Corte 5 reais Costura 5 reais
Acabamento Bordado 2,50 Estampa 15 reais
Estilo: Moda praia
Produto: Canga simples
Financeiro: ------------------------------
Produção: -------------------------
Lavação
148
PLANO DE CORTE
SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Código da Operação
DESCRIÇÃO OPERACIONAL
TP (Tempo Padrão)
Máquina
APARELHO/DISPOSITIVO/ ACESSÓRIOS
Fazer acabamento nas bordas 7 mt Reta /overlock Passadoria 3mt ferro
6.6 Modelos finais
Figura 169: Foto modelo final maiô ilha com camisa Fonte: Molin, 2006
150
Figura 170: Foto modelo final maiô ilha com camisa fechada Fonte: Molin, 2006
Figura 171: Foto modelo final maiô ilha com camisa aberta Fonte: Molin, 2006
151
Figura 172: Foto modelo final maiô ilha Fonte: Molin, 2006
Figura 173: Foto modelo final maiô ilha 2Fonte: Molin, 2006
152
Figura 174: Foto modelo final maiô barco com camisa Fonte: Molin, 2006
153
Figura 176: Foto modelo final maiô barco costas Fonte: Molin, 2006
Figura 175: Foto modelo final maiô barco com bolsa Fonte: Molin, 2006
154
Figura 178: Foto modelo final maiô barco com colar Fonte: Molin, 2006
Figura 177: Foto modelo final maiô barco com flor Fonte: Molin, 2006
155
Figura 179: Foto modelo final Biquíni fundo do mar Fonte: Molin, 2006
156
Figura 180: Foto modelo final Biquíni fundo do mar com canga Fonte: Molin, 2006
Figura 181: Foto modelo final Biquíni fundo do mar com flor Fonte: Molin, 2006
157
Figura 182: Foto modelo final Biquíni fundo do mar com canga presa no busto Fonte: Molin, 2006
Figura 183: Foto modelo final Biquíni fundo do mar e maiô ilha Fonte: Molin, 2006
158
7 COMPOSTO MERCADOLÓGICO
7.1 Marketing
De acordo com Treptow (2003) a palavra marketing vem do inglês.Sua origem é
“Market”, mercado.A autora afirma que não existe uma tradução direta para o português, no
entanto o que mais se aproxima seria “comercialização”.
Marketing vai além da simples compra e venda de produtos.Trata-se de um conjunto
de técnicas utilizadas para melhor aproveitar as oportunidades surgidas no mercado diz
Treptow (2003), pois visa atender às necessidades e desejos, gerando satisfação aos
compradores e lucro para os vendedores.
Segundo De Carli (2002) o marketing estuda a complexa relação entre o projeto de um
produto, seu preço, sua comunicação, sua disponibilidade no mercado e a satisfação do cliente
depois de efetuada a compra. O marketing instaura o diálogo entre a produção e o uso, é
mediador na economia do mercado, complementa a autora.
Sendo o marketing uma forte arma de diferenciação, é capaz de medir a satisfação dos
clientes, é indispensável a utilização de suas técnicas para inserir e manter um produto no
mercado.Diante desta realidade foi verificado que existe pouca exploração desta ferramenta
nos produtos destinados a mulheres maduras.O que se observa é a inexpressividade de um
marketing direcionado e focado diretamente a este público, o qual possa se identificar com o
produto e sentir-se encantado pelo mesmo.
Diante de tantas informações que bombardeiam as pessoas todos os dias, conseguir o
olhar preferencial é uma tarefa árdua e dificultosa, no entanto é necessário se sentir atraídos
de alguma forma para escolher por um produto, e o marketing direcionado neste momento,
apresenta-se como um fator de decisão.
A coleção desenvolvida neste projeto atinge mulheres que se encontram com mais
idade, no entanto que ainda são bonitas e charmosas e que os traços trazidos pelo tempo
somente contribuem para que elas sejam mulheres de verdade.
Através dos dados detectados nas pesquisas bibliográficas e de campo, é possível
afirmar a inexpressível existência de marcas de produtos moda que sejam direcionados para
esta consumidora. Devido a este fator foi desenvolvida uma marca e identidade visual
direcionada.
159
7.2 Identidade visual da marca
De acordo com Strunck (2001) identidade visual acontece quando um nome ou idéia é
representada visualmente sob determinada forma, ou seja, é um conjunto de elementos
gráficos que irão formalizar a personalidade visual de um nome, idéia, produto ou serviço.
Atualmente para que uma empresa alcance o sucesso é indispensável que possua uma boa
imagem que cause uma boa impressão à primeira vista. Isto porque conforme Strunck (2001)
desde que nascemos começamos a nos acostumar com um mundo de símbolos e logotipos, os
quais são úteis a quem produz, vende e consome, porque distinguem e identificam a marca
num contexto complexo global.
Segundo Tavares (1998) marca é:
Um nome, termo signo, símbolo ou design, distinto ou combinado coma função de identificar a promessa de benefícios, associada a bens ou serviços que aumenta o valor de um produto, além de seu propósito fundamental, tendo uma vantagem diferencial sustentável simbólica.A marca é um dos ingredientes que as empresas utilizam em suas estratégias para diferenciar sua oferta. As empresas procuram ser as únicas a atenderem expectativas de grupos de consumidores específicos.
A partir destes princípios, foi idealizada uma marca com intuito de diferenciar o
produto no mercado, agregar valor e fornecer uma série de atributos aos consumidores.A
marca foi desenvolvida associada ao perfil do público alvo da coleção.
O objetivo da marca é inicialmente atingir o mercado da região do Vale do Itajaí, pois
através de pesquisas, comprovou-se que há carência de produtos de moda praia adequada para
mulheres com mais idade.Após a inserção e possível aceitação dos produtos, os investimentos
serão feitos em diversas regiões litorâneas brasileiras.
Para a escolha da marca foi levado em consideração o sobre nome da autora da
coleção Lino Molin. Segundo Rigueiral (2005) a decisão escolher nomes de famílias tem a
vantagem de demandar custos menores de desenvolvimento de marca e de promoção para
fixação de marca.
Devido as estes fatores o nome da marca é:
Logotipo:
A nome da marca foi abreviado para melhor fixação e sonoridade, assim como ter
fácil leitura a qualquer idioma.A utilização da palavra “Beach” foi escolhida, pois faz
160
referência ao segmento o qual o produto faz parte. É de origem inglesa, pois é uma língua
universal e uma das mais aceitas do mundo, assim como é de fácil pronúncia.
O alfabeto padrão escolhido para a marca foi de acordo com Strunck (2001) o
grupo das letras decorativas a Bradley Hang ITC , pois apresentam variações de desenhos,
sem perda de qualidade em suas características formais, e são as mais adequadas para
serem eleitos como padrão, pois se prestam melhor a classificar hierarquicamente e
ordenar as informações, além de conferir ritmo às diagramações.
As palavras inicias ‘LM’ fazem referência a uma marca que poderá estar vinculada
a outros segmentos do mercado, somente mudando a palavra que acompanha o
logotipo.Isto facilitará a extensão de linhas sem confundir os clientes.
A cor padrão escolhida para o logotipo é vermelha e foi escolhida para representar
o símbolo por ser quente, pois ela representa energia, sugere motivação, atividade e
vontade. Ele atrai vida nova e pontos de partida inéditos. O vermelho está associado ao
calor e à excitação, com a iniciativa e a disposição para agir, com o espírito de
pioneirismo que nos eleva.
De posse destas informações e definições foi realizada uma pesquisa no Instituo
Nacional da Propriedade Industrial, para verificar se já existe no mercado essa marca no
segmento de vestuário, para que a mesma posso ser patenteada, conforme mostra a figura
a seguir.
Figura 184: Pesquisa inpi Fonte:site inpi
161
7.2.1 Divulgação do produto
De acordo com Martins (2005) percebe-se atualmente a inserção de uma tendência
de marketing até então não praticada, é a publicidade direcionada ao enorme grupo de
pessoas que podem estar longe de figurar em editais de moda.A autora afirma que ser bela
reza um novo mandamento em propaganda, é uma questão de ponto de vista.Algumas
empresas já começaram a praticar este novo tipo de mídia, pois perceberam que está na
hora de adotar um perfil de comunicação que adapte os produtos aos anseios da maioria
das mulheres.
Destaca Martins (2005) que a marca “Dove” adotou esta nova estratégia inclusiva
da beleza que visa estimular as mulheres a valorizar suas características físicas e criar sua
própria imagem, em vez do que é ditado pela sociedade, sendo que com esta estratégia, a
marca já contabiliza lucros, pois ocorreu um aumento de vendas de 30%, conclui a
autora.
Aproveitando desta nova tendência o slogan da primeira campanha da marca será
“Beleza, para mulheres de verdade”. Foi escolhido este tema para explorar toda beleza
das mulheres maduras que foi representado por “mulheres de verdade”.
As mulheres independentes de idade necessitam sentirem-se bonitas e atraentes e
vincular uma imagem positiva, o que desperta nas consumidoras vontades de superação
de uma forma tangível que certamente estimulará o consumo dos produtos fornecidos pela
marca e facilitará a identificação pelas consumidoras. A ligação com o tema de
divulgação da primeira campanha estará presente em todo o material da empresa como
tag,embalagens, sacolas, etiqueta, outdoor, impressos e brindes
A utilização da temática da primeira coleção da marca também estará presente na campanha e
nos diversos materiais através do complemento “A arte de ser eternamente bonita” fazendo
ligação com a utilização da arte.
162
• Tag
De acordo com Rigueral (2005) os tags valorizam a coleção assim como é um recurso
que serve para evidenciar a marca, a tematização ou segmentar produto, é uma sinalização
que valoriza e destaca. Afirma ainda a autora que a utilização de recursos e materiais
relacionados ao segmento podem proporcionar a criação do clima ou da ambientação que se
associará com o produto.
Devido a estes fatores, a marca LM beach possuirá um tag o qual possuirá o slogan e a
imagem da campanha e da coleção, assim como dicas na hora de escolher o biquíni ou maiô
ideal.Seu material será de papelão e alça de plástico.
Figura 186: Tag frente Fonte: Molin, 2006.
Figura 185: Tag costas Fonte: Molin, 2006.
163
• Embalagem
As embalagens do produto é uma forma de comunicação direta com o mercado
consumidor, além de proteger e transportar o produto.A embalagem para os produtos será de
plástico azul transparente contendo a imagem da campanha publicitária de lançamento da
marca. Em seu verso possuirá instruções para cuidados com o do produto.
Será em forma de sacola desta forma a consumidora pode levar e guardar seu produto
adequadamente.
Figura 187: Embalagem frente Fonte: Molin, 2006.
Figura 188: Embalagem constas Fonte: Molin, 2006.
164
• Sacola
A sacola também é um forte apelo de marketing e estimula o consumo, além de
valorizar o produto. A marca possuirá dois tipos de sacolas, uma retangular feita de papel com
alça de mão de poliéster, contendo somente a marca e imagem da campanha e a outra em
plástico de formato quadrado.
Figura 189: Sacola retangular de papel Fonte: Molin, 2006.
Figura 190: Sacola quadrada de plástico Fonte: Molin, 2006.
165
• Etiquetas
O uso interno de etiquetas é obrigatório, pois nelas devem contar todas as informações
exigidas pela legislação em vigor, e também são usadas para reforçar a identidade do produto
e são geralmente afixas nas peças por costuras. Foram desenvolvidos duas etiquetas uma
contendo as informações sobre a composição do material , origem e CNPJ do fabricante e
outra, contendo informações sobre o tamanho e cuidados com o produto.
Figura 191: Etiqueta frente Fonte: Molin, 2006.
Figura 193: Etiqueta de composição Fonte: Molin, 2006.
Figura 192: Etiqueta de cuidados com o produto Fonte: Molin, 2006.
166
• Outdoor
O outdoor é um bom instrumento de divulgação, e devido a este fator a marca possuirá
distribuída em locais estratégicos como, clubes e nas estradas onde levam às praias
freqüentadas pelas consumidoras como, por exemplo, a praia central de Balneário Camboriú.
Nela conterá o slogan da campanha o telefone e endereço da loja.
Figura 194: Outdoor primeira opção Fonte: Molin, 2006.
Figura 195: Outdoor segunda opção Fonte: Molin, 2006.
167
• Impressos e cartões de visita
Todos os impressos que circularão com o nome da marca possuirão uma padronização
para manter a identidade, proporcionado assim uma melhor associação do cliente com a
marca.Afirma Strunck (2001) que desde o mais simples cartão de visitas até o mais complexo
catálogo, devem apresentar uma relação entre si.
Figura 196: Envelope timbrado Fonte: Molin, 2006.
Figura 197: Impressos Fonte: Molin, 2006.
Figura 198: Cartão de visita Fonte: Molin, 2006.
168
• Brindes
Para agraciar as clientes que efetuarem compras nas lojas serão distribuídos chaveiros
contendo o nome da marca e a imagem da campanha.Para estimular as compras será feita uma
promoção na qual a cliente que ao comprar indicar três amigas (às quais também efetuarem
compras de qualquer valor) ganharão um guarda sol personalizado.
7.3 Mercado de atuação
O produto será direcionado para o mercado nacional, em cidades litorâneas, sendo que
é evidente que o mercado consumidor de produtos de moda direcionados a pessoas de mais
idade está em grande crescimento.
Um diferencial no mercado será o apelo estético das peças que possuem o objetivo de
valorizar o corpo da mulher madura de forma elegante, sensual e atual. Através da mídia
pretende-se valorizar e divulgar o prazer e a beleza de ser uma mulher com mais idade.
7.3.1 Sistema de distribuição, preços e ponto de venda.
Os produtos serão distribuídos de forma direta através de lojas exclusivas da
marca para atingir o mercado com maior cobertura controlada, maior rapidez, efetuar uma
Figura 199: chaveiro Fonte: Molin, 2006.
Figura 200: Guarda sol Fonte: Molin, 2006.
169
venda mais especializada principalmente se tratando do público de mulheres com mais
idade o qual preferem um atendimento mais direcionado e exclusivo, devido ao fato de
possuir mais tempo para comprar e serem mais exigentes. As lojas exclusivas também
auxiliam a empresa a conhecer melhor seus clientes e provocar maior aceitação dos
produtos.
Os pontos de vendas da marca estarão adequados ao público. Estes devem remeter
boas imagens associadas ao envelhecimento saudável, conceito que permeará todo o
desenvolvimento da marca e da coleção. O ponto de venda como uma forte arma na hora
da decisão de compra, deve estar totalmente imerso neste conceito.
Os sistemas de preços dos maiôs e biquínis irão acompanhar os praticados pela
concorrência, e ficarão em torno de R$ 70,00 a R$ 250,00 reais, porém as saídas de banho
que serão feitas de seda pura pintadas a mão e bordadas serão um diferencial da marca e
produto de maior valor agregado, girando em torno de R$ 100,00 a R$ 500,00 reais,
dependendo do detalhamento da pintura, a quantidade de bordados e seda utilizada na
peça.
170
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste projeto de graduação, com a realização de várias pesquisas e análises foi
possível comprovar a deficiência de produtos de moda praia adequados às novas necessidades
e desejos das mulheres que passaram dos 50 anos, mesmo existindo produtos para este
público, fato verificado nas pesquisas de campo, que também mostraram que as mulheres não
estão satisfeitas com os modelos disponíveis, devido ao fraco apelo estético.
O objetivo geral do projeto foi alcançado pelo fato das peças desenvolvidas possuírem
estética adequada às preferências do público, (o qual solicitou mais detalhes dos produtos
existentes no mercado), respeitando as diferenças do corpo sem, no entanto, deixar de
ressaltar sua beleza.
As pesquisas bibliográficas comprovam o crescimento do público ao qual se destina
este projeto e o grande nicho de mercado que está se abrindo, assim como as mudanças de
necessidades, devido ao novo estilo de vida de uma grande parcela destas mulheres.
Mudanças devido à evolução da medicina geriátrica, que está prolongando os anos de vida,
tornando-os de melhor qualidade. Os avanços tecnológicos da estética estão proporcionando
um aspecto mais jovial; e a elevação do poder de consumo, que permite uma maior
participação na vida social de modo geral, são características marcantes deste início do
terceiro milênio.
As pesquisas de campo os questionários, as visitas comerciais e observação do
público, identificaram necessidades e desejos particulares,tais como: preferência pelo
consumo de produtos mais duráveis e confortáveis, preferência por um atendimento mais
personalizado e o fato de optarem por produtos que estão em sintonia com a moda vigente,
porém que não sejam provenientes de modismos.
A inovação proposta focou uma nova estética aos produtos de moda praia destinado as
mulheres maduras; através da utilização de estampas diferenciadas, do emprego de cores mais
vibrantes e modelagens mais ousadas, sem deixar de respeitar as limitação do corpo. O
produto foi concebido com uma proposta focalizada ao público; estimulando o desejo de
compra e valorizando a imagem da mulher, através do slogan da campanha, que faz um apelo
positivo. Esta nova linha tem o intuito de proporcionar uma diferenciação do produto e
satisfazer o cliente, elevando conseqüentemente a freqüência de venda dos mesmos.
A escolha da temática “A arte de Nilse Soares Leal” objetivou transferir a tendência de
moda utilizada, que valoriza a cultura e as riquezas do Brasil. A opção pela região de
171
Balneário Camboriú, sua atmosfera praiana e o espírito de eternas férias, recaiu em de três
obras da artista Nilse, as quais representam a ilha, os barcos e o fundo do mar de deste
balneário.
Devido a qualidade da pintura, riqueza de detalhes, o estilo acadêmico e clássico da
artista e o fato destes requisitos estarem expostos nestas obras proporcionaram entusiasmo a
inspiração para a criação das estampas.
A transferência de informações das obras para gerar as formas e estampas das peças,
referenciam de forma sutil as obras da mesma, através da utilização de elementos de seus
quadros, porém sem ser uma mera passagem de sua pintura. A escolha pela artista Nilse
Soares Leal foi um acontecimento muito feliz no projeto, pois além de possuir um grande
talento artístico, Nilse é detentora de valores pessoais extremamente positivos, sempre muito
prestativa e amável. Foi nesta etapa do projeto que ocorreu uma profunda sinergia entre a obra
de arte e a arte da moda. Ao transferir para o tecido os elementos das telas descobriu-se que as
percepções estéticas necessárias é pintura de um quadro encontra relação com a produção de
uma peça de vestuário, uma vez que ambas incitam o despertar de sentimentos.
As limitações encontradas no decorrer do projeto se fizeram presentes nas questões
ergonômicas; devido à escassa bibliografia sobre o segmento em questão, nas tabelas de
medidas devido à falta da padronização de medidas. Especialmente para o público do projeto
surgiu a necessidade de optar-se por uma tabela (empresa Areia Pura) já existente no
mercado, porém introduzindo-se algumas modificações para uma melhor adequação.
Outra limitação foi o fato da identificação da inviabilidade econômica encontrada na
pintura manual das peças de lycra em escala industrial, pois devido o grau de detalhamento
necessário, ocasiona baixa produtividade e principalmente o fato da dificuldade de encontrar
tintas adequadas para este tecido que possa ser pintado em grandes extensões. A alternativa
encontrada para a solução desta limitação foi à utilização de estamparia industrial. No
entanto, para as saídas de banho de seda, foi possível utilizar a pintura manual, pois este
tecido aceita melhor a tinta, tornado o processo de pintura mais rápido além do fato da pintura
manual tornar a peça única, agregando valor.
A sugestão para dar continuidade a este projeto é destiná-lo a exportação, de biquínis e
maiôs com estampas inspirados em artistas regionais e saídas de banho pintado à mão e
bordadas. A sazonalidade deste segmento, fato do Brasil ser um grande lançador de
tendências neste setor e a grande aceitação e valorização de produtos com detalhes artesanais
e personalizados, contribuem para o consumo do produto nos mercados exteriores. Com o
intuito de agregar valor às peças pintadas à mão, bordadas e destinadas à exportação seria
172
muito interessante à utilização da mão de obra de senhoras de grupos de terceira idade, pois
desta forma além de estar contribuindo para a sociedade, estará adicionando valor social à
marca e proporcionado uma melhor aceitação e incentivo no mercado exterior.
Dentro da idéia de realizar coleções de moda praia destinada a mulheres maduras com
temática voltada à valorização de artistas regionais, é válido a criação de outras coleções que
explorem diversos tipos de arte da região de Balneário Camboriú, passiveis de serem
aplicadas em um grande número de segmentos da moda, pois o entusiasmo e a energia dos
jovens associados ao conhecimento dos mais experientes pode resultar excelente processo de
produção criativa.
173
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