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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – GERAL Leonardo Nelson Silveira ANÁLISE DO SISTEMA DE RATEIO DA EMPRESA HIGIE-PLUS COTTONBABY São José 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉ

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO – GERAL

Leonardo Nelson Silveira

ANÁLISE DO SISTEMA DE RATEIO DA EMPRESA

HIGIE-PLUS COTTONBABY

São José 2007

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Leonardo Nelson Silveira

ANÁLISE DO SISTEMA DE RATEIO DA EMPRESA

HIGIE-PLUS COTTONBABY

Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação –

apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de

Bacharel em Administração da Universidade do Vale do

Itajaí.

Professor Orientador: Daniel Augusto de Souza

São José

2007

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Leonardo Nelson Silveira

ANÁLISE DO SISTEMA DE RATEIO DA EMPRESA HIGIE-PLUS COTTONBABY

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final

pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação Finanças da Universidade do

Vale do Itajaí, em [dia, mês e ano – constante da ata de aprovação]

Profª. MSc. Luciana Bervian Merlin Univali – CE São José

Coordenador (a) do Curso

Banca Examinadora:

Profº. MSc. Daniel Augusto de Souza

Univali – CE São José Professor Orientador

Profº. Dr. Sidnei Vieira Marinho

Univali – CE São José Membro

Profª. MSc. Osvaldo Faria de Oliveira

Univali – CE São José Membro

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iii

Dedico este trabalho à minha família, fonte de

carinho, amor e segurança. Pessoas as quais estarão

sempre presentes no meu coração.

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iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por proporcionar-me a conclusão de mais uma importante

etapa.

A minha Família e principalmente, meu pai Nelson Antônio Silveira, minha mãe Cleusa

Antunes Silveira, aos meus irmãos Luciano Nelson Silveira e Leandro Nelson Silveira que

são as pessoas nas quais eu devo todo o meu desenvolvimento intelectual e pessoal.

A minha namorada Thays Ibagy pelo carinho, auxílio e companhia durante esses meses de

trabalho intenso.

Aos meus amigos e colegas de faculdade, companheiros e parceiros de vários momentos que

sempre estarão guardados em minha memória.

Ao meu orientador Prof. Daniel Augusto de Souza pelo interesse, contribuição e dedicação

nesse trabalho.

Aos colaboradores da Higie-Plus COTTONBABY que me auxiliaram no trabalho e pela

oportunidade que a empresa me proporcionou de desenvolver este projeto.

Enfim a todos que colaboraram para que eu concluísse com êxito mais uma etapa da minha

vida.

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v

“De tudo ficaram três coisas: a certeza de que

estamos sempre começando, a certeza de que é

preciso continuar e a certeza de que podemos ser

interrompidos antes de terminar...

Fazer da interrupção um caminho novo... da

queda, um passo de dança, do medo, uma escada...

do sonho, uma ponte e da procura, um encontro”.

(Autor Desconhecido)

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RESUMO

SILVEIRA, Leonardo Nelson. Análise do sistema de rateio da empresa Higie-Plus COTTONBABY. 2007. 61 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração Geral) – Universidade do Vale do Itajaí, São José, 2007.

Cada vez mais os custos são informações fundamentais para a tomada de decisão das

empresas. Esses custos bem trabalhos geram confiabilidade e agilidade no processo decisório

além de formarem uma estratégia competitiva. O estudo tem por objetivo analisar o atual

sistema de rateio de custos utilizado pela empresa Higie-Plus Cottonbaby visando uma

acuracidade na sua distribuição e focalizando uma melhor distribuição dos custos indiretos de

fabricação. Para atender ao objetivo geral, é necessário seguir etapas correspondentes aos

objetivos específicos os quais foram definidos como levantamento e avaliação do atual

sistema de rateio, identificação dos custos diretos e indiretos de fabricação, análise dos atuais

sistemas de rateio e proposta de um sistema mais preciso. A realização do estudo justifica-se

por permitir competência e segurança na formação dos preços de venda da empresa objeto do

estudo e proporcionar ao autor a aplicação prática do conhecimento obtido junto a literatura

especializada e durante a graduação. As técnicas de pesquisa utilizadas foram: bibliográficas,

em obras e artigos complementares recomendados pelo orientador e documental. Na coleta de

dados, foram utilizadas fontes primárias (entrevista não estruturada) e secundárias, com

abordagem quantitativa. O resultado da pesquisa identificou algumas falhas no sistema atual

realizado na empresa, geradas na distribuição dos custos indiretos de fabricação. O que se

pôde concluir é que houve uma morosidade na atualização dos dados na planilha de rateio e

também uma base desprovida de fundamentação teórica para o rateio dos mesmos, sendo

realizada apenas por conhecimento empírico. Com base nessa situação, foi proposto um novo

sistema de rateio dos custos o qual é recomendado para a utilização prática.

Palavras-chave: Critérios de rateio, competitividade, custos.

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ABSTRACT

SILVEIRA, Leonardo Nelson. Análise do sistema de rateio da empresa Higie-Plus COTTONBABY. 2007. 61 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Administração Geral) – Universidade do Vale do Itajaí, São José, 2007.

Each time more the costs are basic information for the taking of decision of the companies.

These costs works generate trustworthiness and agility in the power to decide process besides

forming a competitive strategy well. The study it has for objective to analyze the current

system of divide of costs used by the company Higie-Plus Cottonbaby aiming at a precision in

its distribution and focusing one better distribution of the indirect costs of manufacture. To

take care of to the general objective, it is necessary to follow corresponding stages to the

specific objectives which had been defined as survey and evaluation of the current system of

divide, identification of the costs indirect right-handers and of manufacture, analysis of the

current systems of I divide and proposal of a more necessary system. The accomplishment of

the study is justified for allowing to ability and security in the formation of the prices of sell

of the company object of the study and providing to the author the practical application of the

gotten knowledge together specialized literature and during the graduation. The used

techniques of research had been: bibliographical, in workmanships and complementary

articles recommended by the documentary person who orientates and. In the collection of

data, primary sources had been used (interview not structuralized) and secondary, with

quantitative boarding. The result of the research identified some imperfections in the carried

through current system in the company, generated in the distribution of the indirect costs of

manufacture. What if it could conclude is that it had a slowness in the update of the data in the

spread sheet of divide and also a base unprovided of theoretical recital for divide it of the

same ones, being carried through only for empirical knowledge. With base in this situation, a

new system was considered of divides of the costs which are recommended for the practical

use.

Key-words: Criteria of divide, competitiveness, costs.

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Faturamento médio do primeiro quadrimestre de 2007 .......................................... 36

Tabela 2: Percentual de rateio utilizado para folha de pagamento ......................................... 46

Tabela 3: Rateio dos custos fixos em valores monetários ...................................................... 47

Tabela 4: Distribuição por MOD dos custos indiretos por setor ............................................ 48

Tabela 5: Rateio atual e proposto por folha de pagamento .................................................... 49

Tabela 6: Rateio atual e proposto por custos fixos ................................................................ 51

Tabela 7: Custos de energia elétrica ..................................................................................... 53

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Lista de Ilustrações

Figura 1: As empresas antes de 1970 e atualmente ........................................................................... 05

Figura 2: A divisão dos custos em fixos e variáveis .............................................................. 14

Figura 3: Distribuição dos custos no sistema variável ........................................................... 17

Figura 4: Esquema de critérios de gastos .............................................................................. 28

Figura 5: Distribuição dos CIF da empresa Diretas S.A. pelas unidades físicas e pelos custos

de MP ................................................................................................................. 30

Figura 6: Distribuição dos CIF da empresa Diretas S.A. pelos custos diretos, mão de obra

direta e comparação entre as distribuições dos CIF ............................................. 31

Figura 7: Comparação entre os custos unitários em $; um, decorrentes dos vários critérios... 32

Figura 8: Região de atuação da empresa ............................................................................... 45

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Lista de Quadros

Quadro 1: Custos de não-produção ....................................................................................................... 11

Quadro 2: Critério de rateio .................................................................................................. 27

Quadro 3: Folha de pagamento ............................................................................................. 40

Quadro 4: Capacidade de produção setor hastes flexíveis ..................................................... 41

Quadro 5: Capacidade de produção setor lenços umedecidos ............................................... 42

Quadro 6: Capacidade de produção setor de algodões .......................................................... 43

Quadro 7: Capacidade de produção setor de absorventes ...................................................... 43

Quadro 8: Estrutura comercial Higie-Plus Cottonbaby ......................................................... 44

Quadro 9: Total dos custos indiretos de fabricação ............................................................... 47

Quadro 10: Resumo do rateio dos custos .............................................................................. 52

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SUMÁRIO Resumo .......................................................................................................................................................... vi

Abstract ........................................................................................................................................................ vii

Lista de tabelas ............................................................................................................................................ viii

Lista de Ilustrações ........................................................................................................................................ ix

Listas de Quadros ........................................................................................................................................... x

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1

1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA..................................................................... 2

1.2 OBJETIVOS ............................................................................................................ 3

1.2.1. Objetivo Geral .......................................................................................... 3

1.2.2. Objetivos Específicos ................................................................................ 3

1.3 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 3

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................. 5

2.1 COMPETIÇÃO NO MERCADO ................................................................................... 5

2.2 CUSTOS ................................................................................................................. 6

2.2.1. Custos no setor produtivo ........................................................................ 10

2.2.2. Vantagem de Custo ................................................................................. 11

2.3 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS ................................................................................. 13

2.3.1. Classificação pela variabilidade ............................................................. 13

2.3.2. Classificação pela facilidade de alocação ............................................... 14

2.3.3. Classificação pelo auxílio à tomada de decisões ..................................... 15

2.3.4. Classificação pela facilidade de eliminação ............................................ 16

2.4 MÉTODOS DE CUSTEIO ......................................................................................... 16

2.4.1. Custeio Variável ou Direto ...................................................................... 16

2.4.2. Custeio por absorção .............................................................................. 18

2.4.2.1 Custeio por absorção integral ........................................................... 19

2.4.2.2 Custeio por absorção ideal ................................................................ 19

2.4.3. Custeio UEP – Método da unidade de esforço de produção .................... 20

2.4.4. Custeio Meta ........................................................................................... 22

2.4.5. Custeio baseado em atividades – ABC ..................................................... 22

2.4.6. Centro de custos ou RKW ........................................................................ 24

2.5 CRITÉRIOS DE RATEIO ......................................................................................... 26

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO ...................................................................................... 33

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .......................................................................... 33

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA ........................................................... 34

3.3 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................... 35

3.4 TRATAMENTO E ANÁLISE DE DADOS ..................................................................... 35

4 RESULTADOS DA PESQUISA .................................................................................. 36

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 57

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 60

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1 INTRODUÇÃO

A empresa Cottonbaby atua no mercado de higiene pessoal, trabalhando com produtos

como hastes flexíveis com pontas de algodão, lenços umedecidos, absorventes higiênicos e

produtos no segmento de algodão hidrófilo1.

Verificou-se, junto à área comercial da empresa, que a concorrência nos segmentos

onde a empresa atua vem se tornando muito mais competitiva ao longo dos anos, tanto nos

pontos de venda, merchandising e preço, quanto na localização privilegiada dos concorrentes,

pois esta empresa localiza-se ao sul do país e seus principais concorrentes localizam-se no

sudeste.

A situação da competição descrita acima, aliada às necessidades de se alcançar

melhores níveis de desempenho organizacional, resgata a importância de um estudo mais

apurado para a formulação de estratégias que auxiliem a Cottonbaby a acompanhar o nível de

exigência do mercado.

A direção da empresa colocou como prioridade a necessidade de dar ênfase na

estratégia do preço. Sendo assim, as informações dos custos têm assumido papel de destaque

na referida organização e, diante desta realidade, será realizado um estudo científico buscando

um modelo de gestão de custos moderno, prático e de fácil aplicação para que o objetivo

proposto neste projeto seja alcançado.

1 Algodão hidrófilo: algodão com um alto nível de absorção.

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1.1 Descrição da situação problema

A Cottonbaby é uma empresa jovem, fazendo no próximo ano 15 anos de existência e,

como muitas empresas brasileiras, possui uma estrutura familiar. Atualmente, a empresa está

se transformando para poder acompanhar o crescimento e a competitividade do mercado de

higiene pessoal, no qual disputa seu espaço neste mercado com grandes marcas de expressão

nacional e até mesmo internacional, como Jonhson&Jonhson, YORK, Topz, entre outras.

A forte concorrência percebida pela empresa Cottonbaby motivou a elaboração de uma

nova política comercial, a fim de restabelecer a competitividade de seus produtos.

Neste momento, percebeu-se que existe alguma distorção no sistema de rateio da

empresa. Tal distorção foi percebida quando conversado com o administrador da empresa,

que ao aplicar o rateio dos custos não utilizou ferramentas como bases científicas para a

distribuição das bases de rateio. Partiu-se então para à análise da planilha de custos e

distribuição dos mesmos aos produtos.

Nesta situação, Fukumoto e Freitas (2000, p. 1) ilustram que a “[...] necessidade de

conhecer melhor seus custos cresce, à medida que a concorrência aumenta e que o país se

desenvolve”. Assim, conclui-se que é necessário utilizar novos e acurados modelos de

gerenciamento dos custos.

A direção da empresa constatou que sem uma metodologia bem definida, torna-se

cada vez mais difícil tomar decisões, pois a empresa vem apresentando crescimento. Tal

constatação adveio da diferença dos preços dos produtos comercializados pela empresa em

comparação com os preços praticados pela concorrência.

Trata-se de um problema interno à organização. Ao tentar fazer com que seu produto

seja competitivo no mercado, depara-se muitas vezes com o problema de não estarem claros

seus custos e, com isso, surge a insegurança de tomar decisões precipitadas, assim, a empresa

perde poder de negociação imediata com os clientes corporativos, pois demora muito tempo

para avaliar cada negociação.

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1.2 Objetivos

Os objetivos são os resultados pretendidos pelo estudo e dividem-se em geral e

específicos.

1.2.1. Objetivo Geral

A presente proposta de trabalho tem como objetivo geral a realização de um estudo

sobre o sistema de rateio da empresa Higie-Plus Cottonbaby, visando uma acuracidade na

distribuição do rateio dos custos.

1.2.2. Objetivos Específicos

a) Levantar e avaliar a atual estrutura do sistema de rateio;

b) Identificar os custos diretos e indiretos;

c) Analisar os atuais critérios de rateio;

d) Elaborar uma nova planilha de rateio que seja mais precisa.

1.3 Justificativa

Espera-se que este projeto possa contribuir para o aumento da eficiência nas tomadas

de decisões, com informações confiáveis baseadas cientificamente através do estudo dos

custos e das formas de rateio desses custos.

Com o desenvolvimento deste trabalho, pretende-se formar um referencial teórico que

venha auxiliar os administradores da empresa Cottonbaby com o aumento da confiabilidade

na formação do preço de venda de seus produtos. Adicionalmente, pretende-se que este

referencial permita o gerenciamento e a atualização periódica dos custos, contribuindo para a

estratégia de mercado da empresa.

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Corroborando com esta justificativa, Bornia (2002), cita que os sistemas de custos

devem ter acurada mensuração do valor agregado ao longo de toda cadeia produtiva, como

base para a tomada de decisões estratégicas e operacionais. Nesse sentido, é fundamental a

correta compreensão dos princípios de custeio e de sua aplicação no dia a dia da empresa.

Saber escolher dentre os diversos métodos de custo o que melhor supre com informações de

qualidade as necessidades de gestão dos negócios pode ser determinante para a sua vantagem

competitiva.

Hernandez (2001, p. 301) explica que “Custos mal rateados podem distorcer os

resultados apurados. Assim sendo, é necessário o máximo de atenção ao se definirem os

critérios de rateios dos custos indiretos, principalmente os fixos”.

Tal contribuição irá refletir em maior segurança nas negociações das vendas dos

produtos junto aos clientes, por exemplo, grandes varejistas, atacadistas e distribuidores, uma

vez que cada um destes segmentos demandam negociações específicas para suas

necessidades.

A empresa na qual esta sendo desenvolvido este projeto conta com profissionais como

contador responsável pelos levantamentos dos custos contábeis, administrador que faz

levantamentos dos custos de produção e o diretor presidente, além do pesquisador autor deste

projeto de conclusão de curso, os quais atuam no processo atual de formação de preço e

levantamento de custos.

Outro aspecto que justifica a realização deste projeto é a dimensão que a empresa

tomou, uma vez que não comporta mais um sistema de custeio atrelado somente às

experiências administrativas, neste caso é preciso uma base científica, e sistemas confiáveis

para poder administrar de forma eficiente e segura.

Este projeto também irá colaborar para a sociedade acadêmica da Univali, como

ferramenta de estudo científica e auxiliará novos acadêmicos nos seus projetos no futuro.

Por fim, este projeto será de grande importância para o autor, pois será aprofundado

um assunto explorado por poucos acadêmicos os quais, a grande maioria, procura fugir dessas

matérias ao longo do seu processo de graduação. O intento do acadêmico é tornar-se um

gestor na área de custos, preparando, assim, para que no futuro possa atingir o objetivo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a realização de um estudo sobre sistema de custeio da empresa objeto do trabalho

é necessária à adoção de metodologias fundamentadas em pesquisas científicas, o que exige

do autor apresentar argumentos baseados em fundamentação teórica.

Esta fundamentação abrange a parte do estudo caracterizada pela leitura de autores,

como por exemplo Antonio Cezar Bornia e Elizeu Martins, abordando os conceitos das

variáveis a serem diagnosticadas. Para a melhor compreensão do estudo que está sendo

proposto, nessa parte do trabalho serão abordados os seguintes temas: competição de

mercado, custos, gestão estratégica dos custos, classificação dos custos, métodos de custeio e

critério de rateio de custos.

2.1 Competição no Mercado

A partir da segunda metade dos anos 70, os principais países ocidentais

industrializados começaram a sentir o impacto da prática de uma nova forma de competição

global, por parte dos países como o Japão, Coréia do Sul, Taiwan e outros, afirma Nakagawa

(1991).

Descobriu-se, então, que na raiz das tecnologias avançadas de produção e novas

filosofias de gestão empresarial, tais como just-in-time (JIT), Total Quality Control (TQC),

Computer Aided Design (CAD), Computer Aided Manufacturing (CAM), Flexible

Manufacturing System(FMS), e Computer Integrated Manufacturing(CIM), estava, na

verdade a implementação da “ Filosofia da Excelência Empresarial”.

FIGURA 1: As empresas antes de 1970 e atualmente Fonte: Nakagawa (1991)

ANTES DE 1970 AS EMPRESAS COMPETIAM PRINCIPALMEN-

TE COM BASE NOS CUSTOS

ATUALMENTE AS EMPRESAS PRECISAM COMPETIR COM

BASE NA QUALIDADE + FLE-XIBILIDADE

SISTEMA FORD SISTEMA TOYOTA

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6

Desde então, e intensificando-se cada vez mais no decorrer dos anos 80, as empresas

despertaram para a nova realidade. Novas tecnologias avançadas de produção e filosofias de

gestão empresarial começaram a ganhar espaço e maior atenção, tanto em nível das próprias

empresas como em nível de acadêmicos e pesquisadores.

Foi nesse ambiente que se intensificou a necessidade de se desenvolver uma forma de

integração conceitual e sistêmica entre os processos de controle gerencial e de gestão de

manufatura, conforme Nakagawa (1987).

A evolução tecnológica e econômica no âmbito global exige das empresas um

contínuo processo de aprimoramento para realização de suas atividades, visando se manter no

mercado que se torna cada vez mais competitivo. Hernandez (2001) considera que para

sobrevivência no mundo dos negócios é imprescindível o perfeito gerenciamento dos ganhos

e dos custos. Os gestores, portanto, devem direcionar esforços para adequada apuração,

análise, controle e gerenciamento dos custos de produção de bens e serviços.

Dentre os problemas que preocupam os gestores de empresas que estão buscando

transformar-se em “Manufaturadoras de Classe Mundial”, destaca-se o seguinte:

Os sistemas tradicionais de custeio têm gerado distorções no custo dos produtos ao alocarem os custos indiretos de fabricação (CIF) utilizando critérios de rateio geralmente arbitrário, além de um número muito limitado de bases de apropriação, que usualmente têm sido horas de mão-de-obra direta ou horas-máquinas; (NAKAGAWA, 1991,p 35).

Para acompanhar as tecnologias de produção e gestão, é fundamental às organizações

disponibilizarem informações sobre os segmentos necessários para o desenvolvimento de um

sistema de custeio efetivo, indispensável para competir em igualdade com seus concorrentes

na busca da liderança de mercado.

2.2 Custos

Bornia (2002) considera que análise de um sistema de custos pode ser efetuada sob

dois pontos-de-vista. No primeiro, chamado de princípio de custeio, analisa-se se o tipo de

informação gerada é adequado às necessidades da empresa e quais seriam as informações

importantes que deveriam ser fornecidas. Essa discussão está intimamente relacionada com os

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objetivos do sistema, pois a relevância das informações depende de sua finalidade. Assim, o

que é importante para uma decisão pode não ser válido para outra.

No segundo ponto-de-vista, chamado de método de custeio, leva-se em consideração a

parte operacional do mesmo, ou seja, como os dados são processados para a obtenção das

informações.

Para Backer (1974) a contabilidade dos custos ocupa-se da classificação, agrupamento,

controle e atribuição dos mesmos. A partir desses dados, o contador de custos calcula, relata e

analisa o custo do desempenho de diferentes funções, como a operação de um processo,

fabricação de um produto ou execução de projetos.

Porém com o crescimento das empresas e avanço dos sistemas produtivos, constatou-

se que as informações fornecidas pela contabilidade de custos teriam utilidade no processo

gerencial. Os sistemas de custos são úteis para a gerência da empresa, pois auxiliam o

controle e as tomadas de decisões, assumindo o papel de sistema de informação gerencial.

Os custos com caráter gerencial é um mecanismo utilizado para a melhoria contínua,

um procedimento estratégico para alcançar vantagens competitivas. Segundo CRC (1995,

p.28) esse caráter garante funções como:

a) Possibilita simulações;

b) Fornece custo, qualidade e medidas de performance necessários ás informações

financeiras, operacionais e estratégicas;

c) Permite a visão da organização sob a ótica de processos;

d) Explicita a realidade operacional;

e) Simplifica relatórios gerenciais;

f) Unifica áreas técnicas e administrativas;

g) Dá suporte a fatores chave de sucesso.

Segundo Nakagawa (1991), a utilização da informação sobre custos está diretamente

relacionada com a correta apropriação de custos, para fins de elaboração de relatórios

gerenciais. Em casos de alocações globais e incorretas de custos baseadas em suposições

inadequadas sobre os padrões de comportamento de custos e relações de causa e efeito

distorce a informação e conduzem os gestores a tomarem decisões ineficazes

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A alocação dos custos aos produtos é feita por meio de métodos de custos, os quais

serão apresentados posteriormente. Todavia, antes de se alocar os custos aos produtos é

necessário analisar qual é a parcela destes que deve ser levada em consideração, sendo a etapa

relacionada com o princípio de custeio. Enfim, o sistema de custos define qual informação é

importante e deve ser considerada para, em seguida, analisar como será operacionalizada.

A área de custos apresenta terminologia própria cuja interpretação é feita, em muitos

casos, de maneira errônea. Os termos utilizados são:

a) Desembolso

É o ato do pagamento de um gasto e que pode ocorrer em momento diferente do gasto.

(BORNIA, 2002, p.39).

Acrescentando, Hernandez, et al. (2001, p.15), definem “desembolso como saídas de

dinheiro do caixa ou do banco para pagamento de uma compra efetuada à vista ou de

uma obrigação assumida anteriormente”.

b) Gasto

É o consumo de bens e serviços. Para Bornia (2002, p.39) é o valos dos insumos

adquiridos pela empresa, independente de terem sidos utilizados ou não. Hernandez et

al. (2001, p.16) afirmam que os gastos ocorrem a todo momento e em qualquer setor

de uma empresa.

É importante salientar que gasto gera um desembolso, mas nem todo desembolso

proverá de um gasto. Para Martins (2003, p. 25) só existe gasto no ato da passagem

para a propriedade da empresa do bem ou serviço, ou seja, no momento em que existe

o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado em

pagamento.

c) Despesa

Hernandez, et al. (1999, p.16), definem despesa como gastos relativos aos bens e

serviços consumidos no processo de geração de receita e manutenção dos negócios da

empresa. As empresas têm despesas para gerar receitas e não para produzir seus bens e

serviços.

É o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não

identificados com a fabricação. São atividades executadas fora do âmbito da

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fabricação e estão geralmente divididas em administrativa, comercial e financeira.

(BORNIA, 2002, p. 40).

Sendo assim, a despesa é o gasto relativo as áreas administrativas e comerciais, é o

gasto utilizado no processo da venda do produto ou serviço.

As despesas podem ser classificadas em fixas ou variáveis. As fixas são os valores

gastos com a estrutura da empresa, para o seu funcionamento, ocorrem

independentemente de terem os serviços executados ou do volume de vendas

Em Hernandez, et al. (1999), as despesas permanecem constantes dentro de

determinada faixa de atividades geradoras de receitas, independem do volume de

vendas ou de prestação de serviço, ou seja, uma alteração no volume de receita para

mais ou para menos não altera o valor total da despesa.

Já as despesas variáveis são valores gastos no ato da venda, acompanham o volume de

produção e, consequentemente, estão ligadas a obtenção de receita pela empresa.

d) Perda

A perda normalmente é vista, na literatura contábil, como o valor dos insumos

consumidos de forma anormal. As perdas são separadas dos custos, não sendo

incorporadas nos estoques e sim apropriadas diretamente no resultado do período.

(BORNIA, 2002, p.41)

Já para Hernandez et al (2001, p.17) a perda é um gasto anormal ou involuntário que

não gera um novo bem ou serviço e tampouco receitas. Esses gastos não mantêm

nenhuma relação com a operação da empresa e geralmente ocorrem de fatos não

previstos. Os gastos, então, não mantêm nenhuma relação com a operação da empresa

e geralmente ocorrem de fatos não previstos.

e) Desperdício

São gastos incorridos nos processos produtivos ou de geração de receitas e que possam

ser eliminados sem prejuízo da qualidade e quantidade dos bens, serviços ou receitas

geradas. Esses desperdícios não podem ser repassados aos preços e sua identificação e

eliminações de forma ideais podem determinar o sucesso ou fracasso de um negócio.

(HERNANDEZ, et al. 1999 p. 18). Para Bornia (2002, p. 41), desperdício é o esforço

econômico que não agrega valor ao produto da empresa e nem serve para suportar

diretamente o trabalho efetivo.

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2.2.1. Custos no setor produtivo

As empresas do setor industrial (produtivo) fornecem produtos tangíveis que foram

transformados em outros produtos, diferentes daqueles adquiridos junto aos fornecedores. As

empresas do setor comercial fornecem produtos tangíveis nas mesmas condições físicas em

que foram adquiridos. O setor industrial difere do setor comercial uma vez que os produtos

adquiridos dos fornecedores são transformados para depois serem vendidos aos clientes.

Para Horngren et al.(2000, p.26) os gastos ativados das empresas comerciais e

industriais podem ser classificados em custos ou investimentos. Para o setor produtivo,

situação da empresa objeto de estudo, os custos são gastos ativados associados à aquisição e

conversão de matérias-primas em mercadorias para venda. Os investimentos são os gastos

ativados ligados a aspectos do negócio que não seja estoque.

O processo de produção, ou seja, a transformação ou processamento de matérias

primas em produtos acabados envolve três tipos de custos, sendo eles:

a) Custos de materiais diretos

São os custos de aquisição de todos os materiais que posteriormente se tornam parte

do objeto do custo e que podem ser identificadas com o objeto de custo de maneira

economicamente viável (HORNGREN, 2000, p.29).

b) Custos de mão-de-obra direta

São os salários e benefícios pagos aos colaboradores que exercem funções diretamente

ligadas ao processo produtivo, como, por exemplo, operadores de máquinas e

trabalhadores de linha de montagem.

c) Custos indiretos de fabricação

São todos os custos que não podem ser identificados individualmente como parte do

objeto de custo, como energia, aluguel, seguro e remuneração da gerência.

Atkinson et al. (2000) considera que nas organizações do setor produtivo existem,

também, os custos de não-produção, sendo todos os outros custos não envolvidos durante a

produção. Abaixo, segue quadro com os custos de não-produção:

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Custo de distribuição São os gastos que ocorrem durante o ato de entrega do produto final ao cliente.

Custos de venda São os gastos e despesas com o pessoal responsável pelas vendas, incluindo

comissões e despesas do escritório comercial

Custos de divulgação

São as despesas com propaganda e publicidade

Custos com pesquisa e

desenvolvimento São as despesas com o processo de planejamento para o desenvolvimento de novos

produtos a serem apresentados ao mercado.

Custos gerais e

administrativos

São os gastos com os salários e benefícios dos demais trabalhadores, como

presidente, contadores e advogados.

Quadro 1: Custos de não- produção Fonte: Adaptado de Atkinson (2000)

Para a definição do preço de venda de um produto, seus custos devem estar bem

alocados e com apuração adequada propiciando, então, que a organização obtenha um retorno,

ou seja, o lucro. Além do lucro, a empresa deve buscar uma posição competitiva no mercado,

a frente da concorrência. Para que isso seja possível, ela precisa possuir a vantagem de custo,

que será descrita a seguir.

2.2.2. Vantagem de Custo

Para possuir uma vantagem de custo, uma organização deve apresentar a soma dos

custos de execução de todas as suas atividades com um valor mais baixo do que seus

concorrentes. A vantagem de custo apresenta desempenho superior, caso a empresa ofereça

um nível aceitável de valor comparado ao do comprador, desde que ela não seja anulada pelo

fato de seus preços serem inferiores aos seus concorrentes.

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Segundo Porter (1992, p. 91), existem duas maneiras importantes de uma empresa

obter uma vantagem de custo:

Controlar condutores dos custos: Uma empresa pode obter uma vantagem com respeito aos condutores dos custos de atividades de valor, representando uma proporção significativa dos custos totais. Re-configurar a cadeia de valores: Uma empresa pode adotar uma forma diferente e mais eficiente de projetar, produzir, distribuir ou comercializar o produto.

Porter (1992, p.11), ressalta a importância da estratégia de liderança de custo ela é

alcançada em uma indústria a partir da aplicação de um conjunto de políticas funcionais

orientadas para esse objetivo. Dessa forma, baixo custo em relação aos concorrentes é a

preocupação de toda empresa que se alinha à estratégia de liderança nos custos, com isso a

posição de baixo custo significará para a empresa retornos acima da média, apesar das

intensas forças competitivas. Essa posição de custo total baixo geralmente exige alta

participação de mercado ou outras posições vantajosas.

A lógica estratégica da liderança no custo geralmente exige que uma empresa seja

líder no custo. Pois existe de um modo geral a rivalidade, dentro dessa competição acirrada

cada ponto de parcela de mercado é considerado crucial.

Em decorrência dos custos, a empresa pode tomar decisão de preço com base nesses

levantamentos determina quanto custará esse produto ou serviço, podendo utilizar hipóteses

nos concorrentes e custos. (HORNGREN, et al. 2004).

Para Atkinson (2000) em mercados altamente competitivos, a abordagem de mercado

é lógica. Os bens produzidos ou serviços oferecidos por uma empresa são muito semelhantes

aos produzidos ou oferecidos por outros, de modo que as empresas não têm influência sobre

os preços. As empresas escolhem as configurações de preços, produtos e serviços com base

nas previsões de comportamento dos clientes e da reação dos concorrentes, num processo de

análise de sensibilidade.

A decisão final do preço, do produto e do serviço é efetuada após a avaliação dessas

influências externas sobre o preço, juntamente com a decisão dos custos de produção e venda

do produto. Neste contexto, o Benchmarking (comparação) assume importante função na

determinação do preço final dos produtos ou serviços oferecidos para os clientes. Consiste

num processo de comparação dos processos e práticas que a empresa aplica como o

procedimento da concorrência.

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De acordo com a abordagem do custo mais margem, o preço é primeiramente

estabelecido com base nos custos de produção e venda do produto. O custo, de modo típico,

recebe um acréscimo, correspondente a um retorno razoável. Em suma, as forças do mercado

estabelecem o percentual de Markup (montante de lucro somado aos custos estimados para a

ordem de serviço a fim de obter o preço de oferta) e, portanto, o preço final. (ATKINSON,

2000).

2.3 Classificação de custos

São encontradas nas bibliografias de vários autores da área de custo diferentes

nomenclaturas para a classificação de custos. Isto porque o contador de custo classifica e

nomeia os tipos de custos de modo diferenciá-los, facilitando o entendimento. Bornia (2002,

p. 41) considera necessária a diferenciação entre custo total e custo unitário. . “O Custo total é

o montante despendido no período para se fabricarem todos os produtos; o custo unitário é o

custo para se fabricar uma unidade de produto”.

Para o autor existem quatro tipos principais para classificar os custos, sendo eles: pela

variabilidade, pela facilidade de alocação, pelo auxílio à tomada de decisões e pela facilidade

de eliminação, os quais serão explicados a seguir.

2.3.1. Classificação pela variabilidade

A classificação pela variabilidade faz a relação dos custos de acordo com o volume de

produção, dividindo em custos fixos e variáveis. Os custos fixos são aqueles que ocorrem em

independente do nível de atividade, mantêm-se os mesmos com as alterações no volume de

produção. Já os custos variáveis modificam-se proporcionalmente ao nível de atividade,

estando ligados diretamente à produção.

Para Bornia (2002, p.43) “a separação dos custos em fixos e variáveis é o fundamento

do que se denomina custos para a tomada de decisão, fornecendo muitos subsídios

importantes para as decisões da empresa”.

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Quanto aos custos fixos, relaciona-se parte dos desperdícios que são despendidos

independentemente do nível de produção e atividades ou utilização de insumos. Ao mesmo

tipo de custo, é importante ressaltar que, considerando determinado período de tempo, ele

apresenta certo valor, mas pode haver variação ao considerar um período de tempo maior.

Nos custos variáveis é importante salientar que a variabilidade de um custo existe em

relação a um denominador específico.

Figura 2: A divisão dos Custos em fixos e variáveis Fonte: Bornia (2002)

Tem-se, portanto, através da classificação pela variabilidade, dois tipos de custos,

sendo os fixos os quais seus valores independem do volume de produção e do nível de

atividades e os variáveis cujo valor é proporcional às alterações no nível de produção. Além

de fixos ou variáveis, os custos podem ser classificados de acordo com o grau de dificuldade/

facilidade de identificação e alocação, como será tratado a seguir.

2.3.2. Classificação pela facilidade de alocação

Para Bornia (2002, p.43) os custos podem ser separados em diretos e indiretos de

acordo com a facilidade de identificação dos mesmos com um produto, processo, centro de

trabalho ou qualquer outro objeto.

Os custos diretos são os gastos fáceis, objetivos e diretamente apropriáveis ao produto

acabado, ou seja, são aqueles que podem identificados como pertencentes a determinados

produtos. Sua alocação e análise são consideradas simples. Para Haussmann (2001, p. 116),

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custo direto “é aquele gasto que pode ser quantificado de imediato em termo físicos e

monetários em relação ao produto fabricado”.

Os custos indiretos são os gastos incorridos dentro do processo de produção os quais

não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou

atividade operacional. Para que sejam atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos,

torna-se necessário o uso de rateios e estimativas.

Corroborando a esta informação, Hausmann (2001, p. 120) comenta que:

Custo Indireto é aquele gasto que não pode ser quantificado de imediato em relação ao produto fabricado, necessitando-se, portanto, aplicar o método de rateio, para dimensionar o valor do gasto indireto incidente sobre cada unidade do produto acabado ou em elaboração.

Utilizando a classificação dos custos pela facilidade de alocação, têm-se os

custos diretos que são os identificáveis facilmente durante o processo produtivo, já que são

visíveis no produto final e, também, os custos indiretos que demandam a aplicação de rateios

por não serem reconhecidos com facilidades no processo de elaboração. Por possuírem um

caráter gerencial, os custos são utilizados durante o processo decisório e podem ser

classificados conforme descrição a seguir.

2.3.3. Classificação pelo auxílio à tomada de decisões

Bornia (2002, p. 44) considera que os custos podem ser considerados pela sua

relevância para uma determinada tomada de decisão. Sendo assim, podem ser considerados

em relevantes ou não-relevantes.

Custos relevantes são aqueles que se alteram dependendo da decisão tomada. Já os

custos não-relevantes são os que independem da decisão tomada.

É importante ressaltar que esta classificação é feita considerando-se uma única decisão

a ser tomada, com isso válida apenas para aquela decisão. Caso haja necessidade de outra

decisão, a classificação pode sofrer alterações.

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2.3.4. Classificação pela facilidade de eliminação

Através desta classificação, Bornia (2002) diferencia os custos em dois tipos, o

primeiro em fixos elimináveis ou evitáveis que são aqueles que podem ser facilmente

eliminados caso a empresa tenha necessidade de encerrar suas atividades ou paralisar sua

produção em determinado período de tempo.

O segundo tipo considera os custos fixos não elimináveis os quais não são passíveis de

eliminação em curto prazo.

Com todos os tipos de custos já identificados e classificados, o próximo passo na

elaboração de um sistema de custos é a apropriação dos mesmos utilizando um método de

custeio que atenda as necessidades da organização. As empresas possuem características e

necessidades específicas o que exige um custeio adequado ao seu ramo de atividade e ao seu

processo produtivo. Assim, o custeio pode ocorrer de diferentes maneiras que serão descritas

na seqüência.

2.4 Métodos de custeio

O método de custeio é a apropriação de custos, é a forma de adaptar, calcular os custos

associados a cada produto produzido. Assim, existem vários métodos de custeio como: o

custeio variável ou direto; custeio por absorção o qual pode ser subdividido em custeio de

absorção integral e custeio por absorção ideal. Além desses métodos tradicionais, existem o

custeio UEP, o custeio meta, o custeio baseado em atividade, conhecido como ABC e o

método de centro de custos, o RKW. Vistos de forma restrita, identificam o tratamento pelo

sistema aos custos fixos.

2.4.1. Custeio Variável ou Direto

No custeio variável, ou direto, apenas os custos variáveis são relacionados aos

produtos, sendo os custos fixos considerados como custos do período. (BORNIA, 2002, p.55).

Este é muito conhecido por custeio direto, mas é mais utilizado como variável porque esse

método significa apropriação de todos os custos variáveis, sejam eles diretos ou indiretos e tão

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somente dos variáveis. Martins (2001, p. 215) afirma que “custeio direto pode dar a impressão

de que só se apropriariam os custos diretos, mas isso não é verdade”.

Nesse tipo de custeio somente os custos variáveis são apropriados aos produtos, sendo

que os custos fixos são transferidos diretamente para o resultado do exercício.

Corroborando com esta afirmação, CRC de São Paulo (1995), diz:

O sistema de custeio direto ou variável prevê uma apropriação de caráter gerencial, considerados apenas os custos variáveis dos produtos vendidos; os custos fixos ficam separados e considerados despesas do período, indo diretamente para o resultado.

Para Haussmann (2001) esse método proporciona mais rapidez às informações de

natureza decisória para a organização. Ou seja, o custeio variável está relacionado com a

utilização de custos para o apoio a decisões de curto prazo, sendo relevantes os custos

variáveis e os custos fixos não já que independem da produção.

Para Horngren, et al. (2004, p. 26) custos diretos são relativos ao objeto de custos em

particular, e podem ser rastreados para aquele objeto de custo de forma economicamente

viável. Custos indiretos de um objeto de custo são relativos ao objeto de custo particular, mas

não podem ser rastreados para aquele objeto de custo de forma economicamente viável.

Figura 3: Distribuição dos custos no custeio variável Fonte: Dados primários

CUSTOS

VARIÁVEIS

CUSTOS FIXOS

PRODUTO PERÍODO

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Na figura acima se retrata como os custos são distribuídos no método do custeio

variável: os custos fixos são considerados como custos do período, enquanto relacionam-se

aos produtos os custos variáveis.

Em CRC de São Paulo (1995, p. 38), o custeio variável aperfeiçoa os “resultados

operacionais da empresa com base na identificação do mix mais adequado de vendas”. Assim

proporciona o “conhecimento da margem de contribuição efetiva de cada produto ou linha de

produto”. Contudo,

o sistema sofre restrições de ordem tributária, os resultados apurados não são reconhecidos pela Receita Federal para fins de cálculo do lucro real. O sistema também não recebe um conhecimento técnico do ponto de vista contábil tradicional.

Sendo assim, pode-se concluir que o custeio variável ou direto preenche as

necessidades gerenciais na tomada de decisões, porém não é aceito no meio contábil

tradicional.

2.4.2. Custeio por absorção

O custeio por absorção é aquele que faz debitar ao custo dos produtos todos os custos

da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou

variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do critério é revelador dessa

particularidade, ou seja, o procedimento é fazer com que cada produto ou produção (ou

serviço) absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados à fabricação. (LEONE,

1991, p. 238).

Para Martins (2001), custeio por absorção é o método derivado da aplicação dos

princípios de contabilidade geralmente aceitos e consiste na apropriação de todos os custos de

produção aos bens elaborados, todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são

distribuídos para todos os produtos feitos.

O CRC São Paulo (1995, p.36) afirma que custeio por absorção significa a apropriação

aos produtos fabricados pela empresa, de todos os custos incorridos no processo de

fabricação, quer sejam de comportamento fixo ou variável.

No custeio por absorção existe a subdivisão em absorção integral e ideal.

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2.4.2.1 Custeio por absorção integral

No custeio por absorção integral, todos os custos, diretos ou indiretos, fixos ou

variáveis são alocados à produção de bens ou a prestação de serviços.

Para Bornia (2002), este sistema relaciona com a variação de estoques, o uso da

contabilidade de custos como suporte da contabilidade financeira que se presta para gerar

informações para usuários externos a empresa.

2.4.2.2 Custeio por absorção ideal

No custeio por absorção ideal, todos os custos também são computados como custos

dos produtos. Contudo, os custos relacionados com insumos usados de forma não eficiente

(desperdícios) não são alocados aos produtos. (BORNIA, 2002, p. 56).

O custeio por absorção ideal tem como função o auxílio no controle de custos e apoio

ao processo de melhoria contínua da empresa. São apropriados todos os custos de produção,

sendo fixo ou de variáveis, diretos ou indiretos e excluídos todos os desperdícios, como

ociosidade, re-trabalho, refugos e ineficiências no processo produtivo.

Para Bornia (2002), um aspecto importante é que o custeio ideal, por si só, não faz

com que a organização elimine desperdícios e sim dá o subsídio de informações para que a

administração tome as medidas necessárias para sua diminuição ou eliminação.

Leone (2000, p.406), conclui:

O custeamento por absorção destina-se a auxiliar a gerência no processo de determinação da rentabilidade e de avaliação patrimonial. Aparentemente, sua filosofia básica alia-se aos preceitos contábeis geralmente aos fundamentos do “regime de competência”.

Apesar do método de custeio ser utilizado pela contabilidade financeira para

elaboração de Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados e Avaliação de Estoques, ele

não é totalmente lógico e pode falhar como instrumento gerencial.

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2.4.3. Custeio UEP – Método da unidade de esforço de produção

O método da unidade de esforço de produção (UEP) teve suas origens na França na

época da Segunda Guerra Mundial e veio para o Brasil no início dos anos 60. Esse método

baseia-se na unificação da produção para simplificar o processo e a mensuração do

desempenho da empresa é feita por meio de custos e medidas físicas de eficiência, eficácia e

produtividade.

O método UEP considera no custo unitário dos produtos os custos das matérias-primas

consumidas e os custos de transformação. Quanto às matérias-primas consumidas, é obtido

sem dificuldades nas fichas técnicas dos produtos o custeio de cada produto. Assim, o método

UEP preocupa-se basicamente com os custos de transformação, também conhecidos como

custos de conversão ou de agregação.

Em uma empresa com um amplo mix de produtos, a alocação de custos para cada

produto é mais complexa comparada a uma empresa monoprodutora, já que a mensuração dos

custos de transformação é uma das maiores dificuldades. O método UEP objetiva mensurar

estes custos através das unificação da produção em uma unidade de medida, a UEP que serve

como denominador comum de todas as atividades fabris da empresa.

A unificação da produção no método UEP, segundo Bornia (2002), advém do conceito

teórico de esforço de produção. Os esforços de produção significam todo esforço utilizado

para transformar a matéria-prima nos produtos acabados da empresa. Desta forma, a mão-de-

obra (direta e indireta), a energia elétrica utilizada na produção, a manutenção do

equipamento, o controle de qualidade, o trabalho intelectual de planejamento da produção,

enfim, tudo o que se relaciona com a produção da empresa gera esforços de produção.

Corroborando Martins (2003, p. 312),

O principal objetivo é simplificar o processo de cálculo e alocação de custos a vários produtos, mensurar a produção de diversos itens no mesmo período e, com isso, administrar, controlar custos e avaliar desempenho.

Segundo Wernke, para que o método UEP seja implantado, a organização deve seguir

algumas fases, sendo elas:

a) divisão da fábrica em postos operativos que é um conjunto formado por uma ou

mais operações de transformação homogêneas as quais apresentam característica

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semelhante para todos os produtos e que coincide com a máquina ou posto de

trabalho;

b) determinação dos índices de custos horários por posto operativo que são apurados

de acordo com o consumo de insumos por parte dos postos operativos;

c) escolha do produto-base que é aquele com maior representação da estrutura de

produção da fábrica;

d) cálculo dos potenciais produtivos de cada posto produtivo que são obtidos

dividindo os custos/hora pelo custo do produto-base o que significa a quantidade de

esforço de produção gerada pelo funcionamento do posto durante uma hora;

e) determinação dos equivalentes dos produtos em UEP que é o valor em UEP de cada

produto sendo obtido através da multiplicação do potencial produtivo do posto

operativo pelo tempo de passagem do produto pelo mesmo cujo total é somado a cada

produto;

f) mensuração da produção total em UEP;

g) cálculo dos custos de transformação.

Este método proporciona vantagens para a organização como informações para

definição de preços de produtos; identificação de gargalos produtivos e definição de máquinas

e pessoal; medidas de desempenho; programação e planejamento da produção; definição da

capacidade de produção; viabilidade econômica de novos equipamentos ou processos, entre

outros. Todavia, ele apresenta restrições no custeamento total dos produtos já que não

mensura as operações que não estão diretamente ligadas ao processo de produção, não

relaciona as despesas de estrutura e não considera a parcela de custos devida a perdas.

Conclui-se então que o método UEP é próprio para o setor produtivo, sendo criado

como uma alternativa para facilitar o cálculo dos custos e controle do desempenho em

empresas multiprodutoras já que apresentam um composto de produtos e seu custo unitário

não pode ser obtido através da divisão dos custos totais pelo período como é feito facilmente

em organizações que fabricam um só produto.

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2.4.4. Custeio Meta

Também conhecido como “custeio-alvo”, o custeio meta é caracterizado como um

processo de planejamento de lucros devido a crescente competitividade entre as empresas em

um mercado em constante modificação onde o preço passa a ser formado praticamente em

função da oferta e da procura. (MARTINS, 2003, p. 223).

Para Cogan (2000, p.95), o custeio meta foi desenvolvido para ter a certeza do lucro

final, conforme afirmação abaixo:

A necessidade de se garantir o lucro final previsto para os produtos/serviços, em que todas as despesas são absorvidas, levou ao desenvolvimento a partir dos anos 90, de um novo paradigma no gerenciamento de custos – o custeio meta utilizado originalmente na indústria japonesa.

Hernandez, et al. (1999 p. 226) afirmam que o custeio meta “é o custo obtido pela

subtração de um preço estimado (ou preço de mercado) da margem de lucratividade desejada,

com o objetivo de atingir um custo de produção (incluindo custos de engenharia e/ou

marketing) igualmente desejado”.

Esse tipo de custo representa o custo baseado nas condições de mercado, calculado

tendo como parâmetro o preço de venda necessário para se obter determinada participação no

mercado. O sistema de controle de custos corresponde ao valor que os consumidores desejam

pagar pelo produto ou serviço. (COGAN, 2000, p. 95).

2.4.5. Custeio baseado em atividades – ABC

Para Martins (2003), o avanço tecnológico, o aumento da complexidade dos sistemas

de produção, a crescente concorrência e os esforços para se manterem competitivas fazem

com que as organizações tenham um contínuo aumento nos seus custos indiretos. Isto exige

das empresas melhor alocação destes custos para evitar distorções no cálculo do custo total,

garantindo o lucro no ato da venda.

Considerando o exposto, as empresas norte-americanas começaram a desenvolver na

década de 70, um método que buscasse informações para melhor apropriação dos custos

indiretos. Iniciou-se, então, o desenvolvimento do sistema de custeio por atividade, o ABC

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cujo objetivo é distribuir os custos indiretos sob a relação de causa e efeito entre o consumo

de recursos e as atividades que agregam valor aos produtos, eliminando, com isto, as

atividades que não agregam valor desenvolvido pela instituição. Assim, diz-se que o sistema

ABC surgiu com o propósito da apropriação mais precisa e adequada dos custos indiretos.

Para Nakagawa (1994, p. 63), o custeio ABC permite a evidenciarão de custos mais

apurados, sendo muito importante para a eficácia do sistema de informação e para a gestão

econômica das empresas, pois podem antecipar as ações dos gestores com intuito de

minimizar e/ou eliminar os erros de decisões e contribuir para a otimização do lucro da

empresa. O sistema, portanto, tem como objetivo auxiliar a gestão do processo de mudanças e

adaptações necessárias para que a organização mantenha-se competitiva a nível global.

Haussmann (2001, p. 126) afirma que este sistema surgiu tendo a premissa básica que

produtos consomem atividades, que por sua vez consomem recursos. São as atividades

realizadas nas empresas que consomem recursos as quais são consumidas pelos produtos.

Bornia (2002, p.122) acrescenta:

O custeio baseado em atividades pressupõe que as atividades consomem recursos, gerando custos, e que os produtos utilizam tais atividades, absorvendo seus custos. Assim, os procedimentos do ABC consistem em seccionar a empresa em atividades, compreender o comportamento dessas atividades, identificando as causas dos custos relacionadas com elas, e, em seguida alocar os custos aos produtos de acordo com as intensidades de uso.

Corroborando, Nakagawa (1991, p. 40) considera o custeio baseado em atividades

com “uma metodologia desenvolvida para facilitar a análise estratégica de custos relacionados

com as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma empresa”.

Hernandez, et al. (1999, p.226), complementam,

ABC é uma técnica de controle e alocação de custos que permite identificar os processos e as atividades existentes nos setores produtivos, auxiliares ou administrativos de uma organização, seja qual for sua finalidade; identificar, analisar e controlar os custos envolvidos nesses processos e atividades; atribuir os custos aos produtos, tendo como parâmetros à utilização dos direcionadores (ou gestores) de custos.

O sistema ABC possui centro de custos bem detalhados para melhor alocá-los aos

produtos. Bornia (2002, p. 124) estabelece quatro fases para o cálculo dos custos dos produtos

através do ABC: mapeamento das atividades, alocação dos custos às atividades, redistribuição

dos custos das atividades indiretas até as diretas e cálculo dos custos dos produtos.

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As informações geradas pelo ABC servem de apoio à gerência para direcionarem

atenção às atividades responsáveis pelos custos, possibilitando melhor controle dos custos

fixos e melhor monitoramento dos seus impactos. O método é utilizado como instrumento de

controle gerencial, sendo um modelo de apoio a decisões de longo prazo e identificador de

elementos que agregam valor ao produto.

2.4.6. Centro de custos ou RKW

O método dos centros de custos, originalmente batizado de RKW (Reichskuratorium

für Wirtschaftlichkeit), ou método das seções homogêneas é a técnica de alocação de custos

mais usada no Brasil e no mundo pelas empresas. Segundo Aquino (1999, p. 28), o "método

fundamenta-se no princípio de que é possível atribuir a cada seção, unidades de trabalho,

através das quais possa-se medir toda a produção da seção, mesmo que esta seja

diversificada".

O método é desenvolvido em duas fases. Na primeira, calcula-se os custos totais do

período para cada centro de custos. Na segunda, os custos são alocados dos centros aos

produtos.

Para Aquino (1999) "um centro de custos é uma unidade mínima de produção na qual

acumula-se os custos para posterior alocação aos produtos". Os centros de custos são

definidos em função de aspectos referentes à homogeneidade, organização, localização e

responsabilidade.

Conforme a função que desempenham, os centros de custos classificam-se em

produtivos, auxiliares, de vendas e comuns (Neto, 1987). Os produtivos são os que

contribuem diretamente com a produção. Os auxiliares têm como função básica a execução de

serviços, não atuando diretamente sobre o produto. Os de vendas referem-se aos setores

encarregados exclusivamente da realização das vendas dos produtos terminados. Os comuns

não estão diretamente relacionados à produção e sua função é fornecer serviços para outros

centros.

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O emprego do método do centro de custos requer num primeiro momento, que a

empresa seja dividida em centros de custos e calculado o custo total para cada centro. Após,

os custos são alocados dos centros produtivos aos produtos. Para chegar a este estágio, os

custos dos centros auxiliares são antes distribuídos aos centros produtivos através de bases de

rateio e, em seguida, os custos acumulados nos centros de custos produtivos são alocados aos

produtos.

Existem algumas restrições associadas a este método. Uma delas refere-se à sua

primeira fase que, segundo Bornia (1997 p. 40), "funciona bem em ambientes modernos de

fabricação, propiciando as informações de quanto foi despendido e quais centros de custos são

os responsáveis pelo gasto". Porém, na determinação do custo dos produtos e, principalmente,

na identificação das perdas, o método deixa muito a desejar, porque não trabalha com

atividades. Assim, fica difícil a diferenciação entre custos e perdas nos vários centros de

custos, o que dificulta o uso do método no aperfeiçoamento constante do processo produtivo.

Aquino (1999, p. 29) aponta uma segunda restrição do método de centros de custos:

"(...) para que este seja realmente operacional, as seções devem ser poucas. No caso de

fábricas multiprodutoras é bastante difícil o uso do método. Ter-se-ia que dividir a fábrica em

um número muito grande de seções o que, além de difícil, torna os cálculos demasiadamente

complexos e longos".

Dentre suas vantagens o método do centro de custos possibilita uma melhor

distribuição dos custos indiretos para cada tipo de produto e um melhor controle - não muito

eficaz em fábricas multiprodutoras com muitos centros de custos. Nestas fábricas utilizando-

se o método com poucos centros de custos, ameniza-se os problemas ligados ao controle,

restando ainda problemas originários do uso de bases inadequadas de rateio.

O método de centro de custos é um dos métodos mais comuns utilizados no Brasil e no

mundo segundo Bornia (2002) e Aquino (1999), é um método muito eficiente nas indústrias,

mas tem limitações nas empresas que fabricam mais de um produto, a seguir serão

apresentados os critérios de rateio.

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2.5 Critérios de Rateio

Critérios de rateios são formas de distribuição dos custos indiretos, fabricação dos

produtos, centro de custos, centro de despesas ou receitas geradas, contudo, em menor ou

maior grau, certo subjetivismo inerente ao desconhecimento preciso da cota de custos alocada

a cada produto.

Todos os custos indiretos só podem ser apropriados, por sua própria definição, de

forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de

comportamento de custos etc. A primeira medida a ser tomada é a separação entre custos e

despesas e, já aqui, começam a surgir esses aspectos subjetivos inerentes a todo processo de

rateio. (MARTINS, 2003, p. 79)

Representam os critérios utilizados para a distribuição dos gastos indiretos aos

produtos, centros de custos, centros de despesas ou receitas geradas. Esses critérios, muitas

vezes, são subjetivos e arbitrários, podendo provocar distorções nos resultados finais.

(HERNANDEZ, 2001, p. 26)

Hernandez et al. (2001, p.26) acrescenta ainda que “não há critérios de rateio que

sejam válidos para todas as empresas e sua definição depende do gasto que estiver sendo

rateado, do produto ou centro de custo que esteja sendo custeado e da relevância do valor

envolvido. A principal regra para determinação de critérios de rateio é o bom senso”.

Apresentam-se a seguir , no quadro 2, alguns critérios que podem ser utilizados para rateio de

gastos indiretos:

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Gastos Classificação Possível critério

Depreciação de maquinas industriais Custo do produto Quantidades produzidas ou tempo de utilização

de máquinas

Mão-de-obra indireta Custo do produto Tempo de utilização mão-de-obra direta

Material Indireto Custo do produto Consumo de material direto

Depreciação do edifício industrial Custo do produto Área ocupada por cada linha de produção

Depreciação do edifício industrial Custo do centro de custo Área ocupada por cada centro de custo

produtivo ou auxiliar

Gastos com refeitório industrial Custo do centro de custo Quantidade de refeições servidas

Energia elétrica consumida pela

fábrica

Custo do centro de custo Energia consumida por máquinas e

equipamentos de cada centro de custos

Energia consumida pelas máquinas Custo do produto Quantidade produzida ou tempo de utilização

de máquinas

Gastos com refeitório administrativo Despesas administrativas Quantidade de refeições servidas

Depreciação do edifício

administrativo

Gasto do centro de despesas Área ocupada em cada área administrativa

Gastos com propaganda e publicidade Despesa de venda Receitas geradas por produto anunciado Quadro 2: Critérios de rateio Fonte: Hernandez, et al (1999)

Para Martins (2003, p.67) centro de custos, é uma unidade mínima de acumulação de

custos indiretos, podendo muitas vezes um departamento ser um centro de custos.

Para que possa ser caracterizado com tal, um centro de custo deveria:

a) Ter uma estrutura de custos homogênea;

b) Estar concentrado num único local;

c) Oferecer condições de coleta de dados de custos.

Antes da atribuição aos produtos, é necessário que sejam distribuídos pelos diversos

departamentos para que uma melhor alocação seja realizada. Faz-se então uma investigação

sobre a ligação entre cada custo e departamento onde foi incorrido como se pode destacar:

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a) Aluguel: é um centro de custo comum a produção toda, e há necessidade de adoção de algum critério para sua distribuição aos diversos departamentos.

b) Energia elétrica: a empresa mantém medidores para consumo de força em alguns departamentos e um outro para o resto da empresa.

c) Materiais indiretos: por meio das requisições consumidas na administração geral da produção.

d) Mão-de-obra indireta: o apontamento demonstra salários e encargos da administração geral da produção.

e) Depreciação das maquinas: controles do imobilizado.

As informações geradas pelo os centros de custos são de fundamental importância,

pois tem propósito dar suporte ao planejamento e controle das atividades executadas, bem

como no processo decisório e na avaliação de resultados. Se essa distribuição de custos for

realizada de forma eficiente alavancará um resultado satisfatório na tomada de decisão dos

gestores envolvidos.

Figura 4: Esquema de critérios de gastos Fonte: Hernadez et al. (1999)

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De acordo com a figura 4, Hernandez et al. (1999, p.29) destacam que:

a) os gastos variáveis, por natureza, são quase sempre diretos. Entretanto, por

praticidade, muitos são apropriados de forma indireta, ou seja, por rateio.

b) um custo indireto em relação aos produtos pode ser indireto em relação aos centros

de custos. Por exemplo, a depreciação de máquinas é um custo indireto em relação aos

produtos, pois será sempre apropriada ao rateio. Todavia, essa mesma depreciação

pode ser alocada ao centro de custo em que esteja localizada sem necessidades de

rateios, ou seja, de forma indireta;

c) a classificação dos gastos não depende apenas de sua natureza, mas, principalmente,

do objetivo de sua utilização.

Segundo Bornia (2002) o método mais simples para a alocação dos custos indiretos

aos produtos poderia ser denominado método de rateio simples, que consiste simplesmente

em distribuir os custos de acordo com um critério qualquer.

O autor acima citado coloca como exemplo: vamos supor que a empresa diretas S.A.

fabrica três produtos: D1, D2 e D3. Seus respectivos custos de MP são de $15.000 e $ 25.000.

Os custos de MOD são $5.000, $15.000, $10.000 para D1, D2 e D3, respectivamente. Os CIF

totalizaram $18.000 e foram produzidas 1.000 unidades de D1, 2.000 unidades de D2 e 2.000

unidades de D3. Vamos calcular os custos unitários dos produtos, considerando, como base de

distribuição dos CIF, (a) as unidades físicas, (b) os custos de MP, (c) os custos diretos

(MP+MOD) e (d) os custos de MOD. Essas distribuições são apresentadas nas figuras 5, 6 e 7

as tabelas A4.1, A4.2, A4.3 e A4.4. (Bornia, 2002, p. 176).

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Figura 5: Distribuição dos CIF da empresa Diretas S.A. pelas unidades físicas e pelos custos de MP Fonte: Bornia (2002)

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Figura 6: Distribuição dos CIF da empresa Diretas S.A. pelos custos diretos, mão de obra direta e comparação entre as distribuições dos CIF Fonte: Bornia (2002)

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Figura 7: Comparação entre os custos unitários em $;um, decorrentes dos vários critérios Fonte: Bornia (2002)

Na figura 7 são apresentados os custos unitários decorrentes dos diferentes critérios

empregados. O custo unitário é a soma da matéria prima, mão de obra direta e custo indireto

fixo.

Segundo Bornia (2002) no exemplo considerado, a escolha do critério não altera

significativamente os custos dos produtos, isso ocorre porque os CIFs não representam muito

quando comparados com o restante dos custos, se as CIFs tivessem maior representatividade

com certeza o critério utilizado teria um peso maior na sua relevância.

Bornia (2002) também cita que de todos os critérios apresentados acima, a MOD é o

que melhor representa os CIFs, pois também esta relacionada ao trabalho de transformação. A

MP normalmente não tem nenhuma identificação com os CIFs, sendo, usualmente uma base

pobre de distribuição. As unidades físicas apresentam o mesmo problema. Se , na

transformação, houver muitas operações em máquinas, o tempo de equipamento (horas-

máquina) seria, provavelmente, um melhor critério para a alocação dos CIFs aos produtos.

De qualquer maneira, a distribuição direta não permite que se proceda a uma boa

análise dos custos indiretos, não importa qual seja o critério de distribuição empregado, só

sendo aceitável quando tais custos não forem importantes.

O exemplo citado por Bornia 2002), será adaptado para a aplicação na atual planilha

de rateio dos custos indiretos, da empresa Higie-Plus Cottonbaby.

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

A descrição do método deste projeto tem como objetivo apresentar, conceitos já

fundamentados, a caracterização da pesquisa, bem como apresentar conceitos e exemplos

sobre os métodos utilizados para a coleta de dados, como seu tratamento e análise dos

mesmos.

3.1 Caracterização da pesquisa

Toda pesquisa implica em levantar dados de diversas fontes, utilizando diferentes

métodos e técnicas. Para Lakatos e Marconi (1992, p.43), esses dados podem ser levantados

de duas maneiras, através da pesquisa de campo ou pesquisa de laboratório, “ambas se

utilizam às técnicas de observação direta intensiva (observação e entrevista) e de observação

direta e extensiva (questionário, formulário)”. Em Vergara (1998, p. 44) são apresentados dois

critérios básicos: quanto aos fins de uma pesquisa e quanto aos meios de investigação. Quanto

aos fins, uma pesquisa pode ser:

a) Exploratória: é realizada em área de pouco conhecimento acumulada e

sistematizada.

b) Descritiva: expõe característica de determinada população ou de determinado

fenômeno, não tem compromisso de explicar os fenômenos que descreve, embora

sirva de base para tal explicação.

c) Explicativa: tem como principal objetivo torna algo inteligível, justificar-lhe os

motivos. Visa esclarecer quais fatores contribuem de alguma forma, para a ocorrência

de determinado fenômeno.

d) Metodológica: é o estudo que se refere a instrumento de capitação ou de

manipulação da realidade. Esta, portanto, associada a caminhos, formas, maneiras,

procedimentos para atingir determinado fim.

e) Intervencionista: tem como principal objetivo interpor-se, interferir na realidade

estudada, para modificá-la. Não se satisfaz, portanto, em apenas explicar.

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Quanto aos meios de investigação, podem ser uma pesquisa de campo, laboratório,

documental, pesquisa-ação, bibliográfica experimental.

Nesta pesquisa será abordado o método de pesquisa de campo, que segundo Vergara

(1998, p. 45) é uma investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um

fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo.

Desta forma, quanto à natureza, serão utilizados abordagens qualitativas e

quantitativas. Em Richardson (1999, p. 79), a abordagem qualitativa “é a forma adequada para

entender a natureza de um fenômeno, explorando particularmente as técnicas de observação e

entrevistas, mostrando o quanto esses instrumentos penetram na complexidade de um

problema”.

Segundo Gil (1999, p.45), “pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser

quantificável, o que significa traduzir em números, opiniões e informações para classificá-los

e analisá-los”.

Esta pesquisa terá como propósito estabelecer uma proposta na estruturação do

sistema de custeio. A pesquisa procura inicialmente identificar a necessidade e existência de

métodos e princípios de custeio, identificando aquele método de custeio que potencialmente

trará mais benefícios e que se adaptem à realidade da empresa.

3.2 Contexto e participantes da pesquisa

O projeto está sendo desenvolvido dentro da própria organização, especificamente no

setor financeiro, que é o setor responsável em elaborar os custos dos produtos, utilizando-se

das informações disponibilizadas pela empresa.

O presente projeto terá como participantes, o supervisor de campo, o acadêmico e o

professor orientador e, havendo a necessidade, serão entrevistados o diretor comercial e os

demais funcionários do setor financeiro.

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3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados

A coleta de dados será realizada através de fontes primárias, que provém de

documentos originários da empresa como, por exemplo, planilhas de centro de custos,

organograma, relatórios, entrevistas informais com os diretores e usuários das informações de

custos. Além dessas fontes, será utilizado o acompanhamento dos processos dos relatórios de

custo.

Segundo Andrade (1999, p.41), fontes primárias são “obras ou textos originais,

materiais ainda não trabalhados sobre determinado assunto”. E fontes secundárias “referem-se

a determinadas fontes primárias, isto é, são constituídas pela literatura originada de

determinadas fontes primárias e constituem-se em fontes de pesquisas bibliográficas”.

3.4 Tratamento e análise de dados

Será analisada a atual estrutura sugerindo uma nova forma de utilizar os critérios de

rateio. Assim, de modo quantitativo, serão mostrados dados comparativos com o atual sistema

de rateio.

Passando-se a fase da coleta de dados, dá-se início a fase de análise e interpretação

destes dados, em seguida, a adequação dos controles existentes às necessidades da

organização.

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4 RESULTADOS DA PESQUISA

Atualmente a HIGIE-PLUS apresenta um ciclo de crescimento moderado e com

sólidos fundamentos, ocupando destaques em todo o território nacional. Hoje produz 23 itens

de higiene pessoal, e tem destacada participação no mercado brasileiro, especialmente no

Sul/Nordeste, com diversas citações no “TOP FIVE”, o prêmio para produtos que mais se

destacam na lembrança dos consumidores brasileiros. As suas principais marcas são

Cottonbaby, Baby Plus, Suave Contato e Affetto.

A HIGIE-PLUS é uma empresa genuinamente brasileira, que busca conquistar seu

espaço todos os dias, através de bons produtos e de boas e sólidas parcerias comerciais.

Produtos desenvolvidos:

a) Linha de hastes flexíveis com pontas de algodão Cottonbaby;

b) Linha de algodão Cottonbaby – bola e rolo;

c) Linha de lenços umedecidos Cottonbaby – pote e refil;

d) Linha de absorventes higiênicos Affetto e Suave Contato.

A infra-estrutura da fábrica é dividida em três áreas. A primeira corresponde a área de

produção, manufatura e depósito com 1200m²; a segunda corresponde ao beneficiamento de

algodão com 850m² e, por fim, um depósito auxiliar com 500m².

PRODUTO QTD (CX) VALOR (R$) HASTE 72 X 75 12284 444.803,64

LENÇO POTE 24 X 70 5317 187.849,61 LENÇO REFIL 24 X 70 6095 184.495,65 ALGODÃO 72 X 50 528 41.970,72 ALGODÃO 80 X 25 111 7.254,96 ABSORVENTE 48 X 08 602 26.319,44 TOTAL 892.694,02

Tabela 1: Faturamento médio do primeiro quadrimestre de 2007 Fonte: Dados Primários

Os recursos humanos da empresa são compostos por 90 colaboradores diretos

divididos em dois turnos e operando em 18 máquinas de beneficiamento e produção de itens.

A folha de pagamento será apresentada em detalhamento a seguir.

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Quadro 3: Folha de pagamento Fonte: Dados Primários

Os custos de folha de pagamento, apresentados no quadro 3, têm o valor total mensal

de R$ 105.618, 17 (cento e cinco mil, seiscentos e dezoito reais e dezessete centavos).

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Quanto ao levantamento da capacidade produtiva, a empresa estudada é dividida em

quatro setores de produção de produtos acabados.

O setor das Hastes Flexíveis é composto por quatro máquinas automáticas que

fabricam atualmente cinco tipos de produtos: cartuchos com 280 hastes, cartuchos com 200

hastes, cartuchos com 150 hastes, cartuchos com 75 hastes e potes com 150 hastes.

Quadro 4: Capacidade de produção setor hastes flexíveis Fonte: Dados primários

O setor de Lenços Umedecidos possui uma linha de produção automática para a

fabricação de Potes com Lenços Umedecidos de 70un e 400un e uma outra linha para a

produção de Refil de 70un e 300un de Lenços Umedecidos.

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Quadro 5: Capacidade de produção setor lenços umedecidos Fonte: Dados primários

O Setor de algodão é composto por duas linhas de produção, a linha de algodão em rolo

com 25g/un, e a linha de algodão em bolas de 50g e 95g nas cores brancas e coloridas.

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Quadro 6: Capacidade de produção setor de algodões Fonte: Dados primários

No Setor de Absorventes trabalha somente uma máquina semi-automática com reposição

de material manual, na qual produz um único produto, Absorvente higiênico feminino com

abas.

Quadro 7: Capacidade de produção setor de absorventes Fonte: Dados primários

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A estrutura comercial da HIGIE-PLUS Cottonbaby conta em todas as suas frentes de

atuação, colaboradores selecionados por qualificação e capacidade, treinados para melhor

atender ao mercado.

Quadro 8: Estrutura comercial Higie-Plus Cottonbaby Fonte: Dados primários

A empresa Higie-Plus Cottonbaby atua em âmbito nacional e conta com representantes

e distribuidores em quase todo território nacional.

O mapa apresentado na seqüência mostra as regiões onde a empresa atua, e seus

percentuais de faturamento por estado, dados fornecidos pela empresa, esses valores referem-se

a média de faturamento no ano de 2006.

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Figura 8: Região de atuação da empresa Fonte: Dados primários

A tabela que será apresentada a seguir, mostra em percentual e em valores o rateio no

qual a empresa vem utilizando para a sua folha de pagamento. Na vertical estão todos os

setores que não estão ligados diretamente a produção e na horizontal estão as famílias de

produtos nos quais serão inseridos os custos de rateio da folha de pagamento.

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Tabela 2: Percentual de rateio utilizado para folha de pagamento Fonte: Dados Primários

A tabela 2 apresentou a planilha de rateio dos custos fixos de folha de pagamento ,

custos indiretos de fabricação.

Na tabela 3, a seguir, serão apresentados em percentual e em valores os rateios dos

custos fixos, na vertical os custos e suas nomenclaturas e na horizontal as famílias de produtos

nos quais estes custos serão inseridos, custos indiretos de fabricação.

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Tabela 3: Rateio dos custos fixos em valores monetários Fonte: Dados primários

TOTAL DOS CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO R$ Folha de pagamento dos funcionários indiretos R$ 70.366,17 Despesas fixas mensais R$ 46.545,00 TOTAL R$ 116.911,17

Quadro 9: Total dos custos indiretos de fabricação Fonte: Dados primários

No quadro 9 apresentado acima, existe uma distribuição de custos nas famílias de

produtos. Após uma conversa com o responsável pela formulação de custos da empresa Sr.

Nelson A. Silveira, observou-se que esta distribuição é feita de forma aleatória, somente com

o conhecimento do mesmo e sua experiência de trabalho, sem um embasamento científico ou

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mesmo uma outra forma de avaliação como número de funcionários do setor, tempo de

produção horas trabalhadas ou a identificação dos custos dos postos operativos.

Baseando-se nestas informações e no objetivo da pesquisa que é avaliar o rateio dos

custos, será somente trabalho a forma de rateio, sendo elaborado uma nova distribuição dos

custos utilizando a mesma base e os mesmos valores que são utilizados atualmente.

Os custos apresentados, porém serão embasados cientificamente e a distribuição destes

custos para cada um dos setores e suas famílias de produtos respectivamente.

Após análise baseando-se no método científico da distribuição dos custos utilizando a

MOD como critério de rateio em que Bornia (2002), sugere como um bom método a ser

utilizado para a distribuição dos custos indiretos.

Abaixo segue uma tabela com a distribuição dos custos indiretos utilizando a Mão de

Obra Direta, como critério de rateio.

Tabela 4: Distribuição por MOD dos custos indiretos por setor Fonte: Dados primários

A seguir segue tabela com os critérios de rateio, distribuídos em um quadro

comparativo, com os rateios utilizados pela empresa atualmente e o critério proposto

demonstrando a variação em percentuais. Esses rateios são referentes à folha de pagamento

dos custos indiretos.

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Tabela 5: Rateio atual e proposto por folha de pagamento Fonte: Dados primários

Após a apresentação da planilha da tabela 5 será feita uma avaliação do quadro em

relação a atual distribuição e a sugestão proposta, essa avaliação apontará os maiores e os

menores percentuais de cada custo.

Expedição: O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 91,18%, já o setor de

absorventes teve um decréscimo de 54,78%.

Manutenção: O setor de lenço teve um crescimento nos custos de 38,46%, já o setor de

absorventes teve um decréscimo de 60%.

Administração-Produção: O setor de hastes teve um crescimento nos custos de

96,97%, já o setor de lenço teve um decréscimo de 64,71%.

Qualidade/ Químico: O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 103,13%, já

o setor de algodão teve um decréscimo de 68,57%.

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Administração: O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 58,54%, Já o

setor de lenço teve um decréscimo de 51,35%.

Pró-Labore: O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 58,54%, já o setor de

lenço teve um decréscimo de 51,35%.

Transportes: O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 116,67%, já o setor

de absorventes teve um decréscimo de 65,33%.

De acordo com os dados apresentados na tabela 6, são descritos cada um dos itens

com os maiores e menores percentuais de variação. Pôde-se identificar que houve uma

variação enorme entre os setores, sendo o que teve a maior variação foi o setor de hastes

flexíveis. Quanto ao rateio dos custos dos setores referentes mão de obra indireta, 100% dos

itens apresentaram variação para cima, agregando maiores valores.

Nos setores de absorvente, lenço e algodão, somente 1 item teve aumento nos custos.

A seguir segue tabela com planilha dos critérios de rateio, distribuídos em um quadro

comparativo com os rateios utilizados pela empresa atualmente e o critério proposto

demonstrando a variação em percentuais. Esses rateios são referentes aos custos fixos.

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Tabela 6: Rateio atual e proposto por custos fixos

Fonte: Dados primários

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A tabela 6 mostra a diferença dos custos anteriores com os atuais, porém houve uma

mudança muito significativa, pois os setores de fralda e curativos que eram terceirizados, hoje

não constam mais na linha de produtos da empresa, sendo assim os custos que antes eram

rateados nestes setores tiveram que ser divididos entre os outros setores que são: Hastes

flexíveis, Lenços umedecidos, Absorventes e Algodões.

Em seguida será apresentado o procedimento utilizado como rateio destes custos, que

estão alocados na tabela que foi apresentada anteriormente e também apontará os maiores e os

menores percentuais de cada um destes índices.

Custo Rateio Proposto

Telefone Faturamento por produto

Energia Elétrica Consumo das máquinas por setor

Seguro Empresarial Valor do maquinário

Água (Casan) Número de colaboradores por setor

Aluguel Espaço em metro quadrado ocupado

por setor

Combustível Faturamento por setor

Sistema /

contabilidade

Pela utilização do sistema

Manutenção de

Informática

Faturamento por setor

Material de

Expediente

Faturamento por setor

Diversos Gastos realizados por setor

SCI Faturamento por setor

Laboratório/ EAN Número de caixas produzidas

Copa Faturamento por setor

Manutenção de

máquinas

Gastos realizados por setor

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Quadro 10: Resumo do rateio dos custos Fonte: Elaborado pelo autor

O quadro 1 apresentou de forma resumida a proposta de rateio dos custos fixos. A seguir, será

detalhado a forma de rateio.

Telefone: Este índice foi muito difícil de ser avaliado, pois não é possível identificar

exatamente quanto dos gastos com telefonia são efetuados para cada família de produtos.

Desta forma o critério de distribuição destas despesas foi o percentual de faturamento destes

produtos. O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 66,07%, já o setor de

absorventes teve um decréscimo de 90,20%.

Energia elétrica: O procedimento foi encontrar os percentuais através dos

equipamentos em cada área e a potência instalada de cada um. Dentre os equipamentos

instalados nos setores, o rateio dos custos de energia elétrica foram distribuídos de acordo

com o seu consumo. O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 59%, já o setor de

absorventes teve um decréscimo de 45,33%. A tabela 7 a seguir apresenta os valores

correspondentes ao consumo da energia elétrica por maquinário dos setores.

Para todos os rateios propostos baseados em faturamento, serão utilizados os valores de acordo com apresentado na tabela 1 encontrada na página 36.

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Tabela 7: Custos de energia elétrica. Fonte: Dados Primários

Seguro Empresarial: Para efetuar o rateio do seguro empresarial, foi verificado

juntamente com o setor de contabilidade da empresa, avaliando assim os equipamentos por

setores, foi feito um levantamento dos valores das máquinas e seus acessórios e distribuído

conforme seu valor de importância. O setor de algodão teve um crescimento nos custos de

50%, já o setor de absorventes teve um decréscimo de 33,33%.

Casan: Este índice foi rateado pelo número de funcionários que trabalham nos setores.

Subentende-se que quanto mais funcionários trabalham naquele setor, mais consumo de água

haverá para limpeza de banheiros, escritórios, parque fabril, etc. O setor de hastes teve um

crescimento nos custos de 116,67%, já o setor de absorventes teve um decréscimo de 65,33%.

Aluguel: O rateio do aluguel é feito de acordo com a metragem quadrada ocupada pelo

setor. O setor de algodão teve um crescimento nos custos de 90%, já o setor de absorventes

teve um decréscimo de 40%.

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Combustível: Para o rateio do combustível foi avaliado o transporte de mercadorias

feita pelo veículo, os produtos transportados para cada setor ex: Hastes, Lenço, absorvente,

algodão. Baseou-se, portanto, para critério de rateio o faturamento da empresa por cada setor.

O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 66,07%, já o setor de absorventes teve

um decréscimo de 90,20%.

Sistema/ Contabilidade: Os custos referentes a contabilidade e software da empresa,

foi divido de forma linear, todos os setores absorveram os custos de forma igual. O setor de

algodão teve um crescimento nos custos de 150%, já todos os outros setores tiveram um

decréscimo de 16,67%.

Manutenção de Informática: O rateio de manutenção de informática foi feito baseado

no faturamento médio da empresa. Entende-se que quanto mais se fatura um produto mais

material de informática se consome. O setor de hastes teve um crescimento nos custos de

66,07%, já o setor de absorventes teve um decréscimo de 90,20%.

Material de Expediente: O rateio de material de expediente foi baseado no faturamento

médio da empresa. Entende-se que quanto mais se fatura um produto mais material de

expediente se consome. O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 66,07%, já o

setor de absorventes teve um decréscimo de 90,20%.

Diversos: A empresa considera diversos, gastos que não estão relacionados acima, e

que são irrelevantes para criar uma conta. Esses gastos foram rateados de forma linear, onde

todos os setores absorvem de forma igual os custos. O setor de algodão teve um crescimento

nos custos de 150%, já todos os outros setores tiveram um decréscimo de 16,67%.

SCI: serviço de consulta ao crédito, esse índice é rateado baseado no faturamento da

empresa. O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 66,07%, já o setor de

absorventes teve um decréscimo de 90,20%.

Laboratório/ EAN: O rateio é realizado conforme o número de caixas produzidas,

esses exames são realizados por amostragem, quanto mais o setor produz mais exames são

feitos e o rateio é baseado nesse critério. O setor de hastes teve um crescimento nos custos de

13,33%, já o setor de absorventes teve um decréscimo de 23,33%.

Copa: O rateio da copa é baseado no faturamento médio dos setores. O setor de hastes

teve um crescimento nos custos de 66,07%, já o setor de absorventes teve um decréscimo de

90,20%.

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Manutenção de máquinas: As manutenções preventivas da empresa são custos

exclusivos de cada setor, sendo que o critério de rateio é baseado nos gastos de realização dos

serviços que são fixos e mensais. O setor de hastes teve um crescimento nos custos de 50%, já

o setor de absorventes teve um decréscimo de 33,33%.

Conforme apresentado os dados da planilha e descritos cada um dos itens acima com

os maiores e menores percentuais de variação, pôde-se identificar que houve uma variação

enorme entre os setores, mas o setor que teve maior variação foi o setor de hastes flexíveis

onde no rateio dos custos dos setores que representam os custos fixos da empresa, 85,7% dos

itens tiveram variação negativa agregando mais custos.

No setor de absorvente essa variação foi de 100% positiva desonerando custos, no

setor de lenços essa variação foi de 50%, metade dos itens desoneraram e a outra metade

agregou custos, e no setor de algodão também em 50% dos itens houve variações tanto

positivas como negativas.

Após a avaliação da planilha comparativa que foi aplicada, pode-se afirmar que houve

uma variação significativa na distribuição dos custos nas bases de rateio. Essa variação, se

aplicada na planilha de custos utilizada atualmente pela empresa, resultará em uma mudança

nos preços de venda dos produtos da empresa. Essa mudança, porém não se pode afirmar que

será positiva para a empresa. É necessário que se faça uma análise nos preços praticados pelo

mercado e com os preços resultantes da aplicação do método, para a partir daí saber se os

novos preços resultantes desta aplicação ficariam competitivos no mercado. Mesmo sem um

método científico, o administrador consegue fazer com que a empresa seja saudável

financeiramente utilizando seu próprio método, mas o estudo serve para comparar e até

mesmo aprimorar falhas que podem estar ocorrendo no sistema de custos praticado

atualmente pela empresa.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo proposto inicialmente identificou o problema e definiu os objetivos a serem

atingidos. Assim, descreve-se a seguir cada um deles e o resultado obtido. Com a finalização

do estudo pode-se ter uma visão diferenciada do que a organização aplicava na prática,

daquilo que se vê na literatura oferecida e a realidade percebida no meio organizacional.

No presente estudo também foi realizada uma pesquisa bibliográfica com vários

autores renomados, com o intuito de aprimorar os conhecimentos do pesquisador no que tange

à administração atual na área de gestão de custos a fim de aplicá-los na empresa a qual atua.

Toda empresa que tem como meta atingir a supremacia no seu segmento deve ater-se

aos mínimos detalhes na elaboração de suas estratégias perante o mercado.

Na visão do acadêmico, é de extrema importância o direcionamento de esforços e

aplicação do conhecimento no setor que desenvolve e aplica os custos para a formação do

preço de venda, procurando estar sempre atento às oportunidades de mercado, acompanhando

as tendências, necessidades e desejos do consumidor, mantendo seu produto equiparado com

o preço ofertado pela concorrência.

A Cottonbaby é uma empresa jovem, completando no próximo ano 15 anos de

existência e, como muitas empresas brasileiras, possui uma estrutura familiar. Atualmente, a

empresa está se transformando para poder acompanhar o crescimento e a competitividade do

mercado de higiene pessoal no qual disputa seu espaço com grandes marcas de expressão

nacional e até mesmo internacional, como JONHSON&JONHSON, YORK, TOPZ, entre

outras.

Conforme exposto na situação problema e confirmado na realização da pesquisa,

existem distorções no sistema de rateio da empresa. Tais distorções foram percebidas quando

conversado com o administrador da empresa que, ao aplicar o rateio dos custos, não utilizou

ferramentas científicas para a distribuição das bases de rateio. Partiu-se, então, para a análise

da planilha de custos e distribuição dos mesmos aos produtos. Essa distorção pode

comprometer alguns itens, favorecendo certos produtos e prejudicando outros, ou seja, o

rateio mal distribuído pode tirar a competitividade de produtos que são extremamente

competitivos.

O objetivo geral estipulado para a realização deste trabalho foi pesquisar em literaturas

um método de rateio que melhor se adequasse ao ramo de atividade da empresa, buscando

uma melhor distribuição destes rateios e embasando-se em métodos científicos. Neste

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trabalho foi utilizado o modelo do livro ANÁLISE GERENCIAL DE CUSTOS do Dr.

Antonio Cezar Bornia (2002), doutor em engenharia de produção pela UFSC e professor do

programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da UFSC.

O primeiro item dos objetivos específicos foi levantar e avaliar a atual planilha de

rateio utilizada pela empresa. Esse estudo foi extremamente fundamental para que o restante

dos objetivos fossem alcançados, pois com esses dados foi possível buscar as informações

necessárias para dar seqüência ao trabalho. Visivelmente, nessas informações foram

identificados que nas planilhas já haviam distorções nos rateios.

O segundo objetivo foi identificar os custos diretos e indiretos de fabricação, esses

dados foram levantados, mas somente os custos indiretos é que foram trabalhados, pois o

objetivo proposto era fazer o rateio dos custos indiretos de fabricação.

No terceiro objetivo, foi feita a análise da atual planilha de rateio e foi constatado que

nessa planilha não havia critério científico, sendo que essa distribuição é feita de forma

empírica somente com base na experiência do administrador. Um exemplo que pode ser

citado é a planilha dos custos fixos, onde o administrador distribui os custos todos iguais

determinando um percentual também fixo para cada item o qual deveria ser avaliado o item a

ser distribuído, como no caso do aluguel, no trabalho apresentado o critério de distribuição foi

a metragem quadrada utilizada pelo setor.

No quarto e último objetivo foi elaborada uma planilha comparativa, que demonstra os

atuais critérios de rateio e os critérios propostos pelo acadêmico a qual demonstra a diferença

em percentual conseqüente da aplicação do novo método. O setor que teve o maior impacto

com o novo método foi o de hastes flexíveis, que dos 21 itens de rateio, teve 19 agregações de

custos e somente 2 sofreram redução. Já o setor de absorvente foi o que mais teve benefícios,

sendo que dos 21 itens, 20 foram desonerados e somente 1 houve aumento de custo. Os

setores de lenços umedecidos e algodão também tiveram um saldo positivo dos 21 itens

rateados, onde 13 desoneraram custos e 8 agregaram.

Recomenda-se que a empresa utilize o método estudado pelo acadêmico ou utilize

algum outro método que tenha bases científicas de autores renomados de preferência,

podendo assim tomar decisões com muito mais confiabilidade.

Cabe ressaltar a importância desse estudo tanto no âmbito profissional quanto no

pessoal, pois como o estudo abrangeu vários aspectos estudados ao longo do curso de

administração, sendo possível para o acadêmico colocar em prática algumas teorias estudadas

em sala, principalmente nas matérias relacionadas a custos. O estudo proporcionou um

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resultado gratificante para o acadêmico haja vista que o mesmo possui um enorme desejo de

efetivamente trabalhar na área de custos da empresa e continuar seus estudos aprimorando

ainda mais seus conhecimentos nesta área e colaborando para o crescimento sustentável da

empresa Higie-Plus COTTONBABY.

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