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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ ANA CAROLINY DE LIMA QUEIROZ GILMARA CARMILETE DA CRUZ CONTRIBUIÇOES DA ATENÇÃO HUMANIZADA NO PROCESSO DE PARTO/NASCIMENTO: Uma revisão integrativa Biguaçu 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

ANA CAROLINY DE LIMA QUEIROZ

GILMARA CARMILETE DA CRUZ

CONTRIBUIÇOES DA ATENÇÃO HUMANIZADA NO PROCESSO DE

PARTO/NASCIMENTO:

Uma revisão integrativa

Biguaçu

2010

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ANA CAROLINY DE LIMA QUEIROZ

GILMARA CARMILETE DA CRUZ

CONTRIBUIÇOES DA ATENÇÃO HUMANIZADA NO PROCESSO DE

PARTO/NASCIMENTO:

Uma revisão integrativa

Biguaçu

2010

Monografia apresentada como requisito parcial

para a graduação em Enfermagem pela

Universidade do Vale do Itajaí – Centro de

Educação Superior Ciências da Saúde de

Biguaçu – Curso de Enfermagem. Professora Orientadora: Msc. Eliana Wiggers.

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AGRADECIMENTOS DE ANA

Agradeço a Deus por me guiar, me proteger e me iluminar. Por me dar forças para

prosseguir na caminhada diária.

Aos meus pais Hérico e Andréia, pela vida e pelo amor dado a mim. Obrigada pela maneira

como me educaram e por me incentivarem a seguir em frente, me encorajando e fazendo com

que eu me sentisse capaz.

Ao meu padrasto Osnildo, agradeço pela educação que me deu, pelos ensinamentos, pelo

incentivo e por estar sempre disposto a me ajudar.

Aos meus irmãos Gabriel, João Vitor e André, pelas alegrias compartilhadas e pelo carinho.

Ao meu noivo Paulo Henrique, por todo o amor e carinho. Agradeço por compreender as

vezes em que te troquei pelos livros e por horas na frente do computador, e por me incentivar

e acreditar em mim, quando o cansaço e o desânimo me levavam a pensar que eu não iria

conseguir.

A toda a minha família, pelas alegrias vividas e pelo apoio. Agradeço em especial a minha

tia Mylene por compartilhar comigo suas experiências, pelos ensinamentos e por se mostrar

sempre disponível para me ajudar; e a minha avó Carmelita pelo seu carinho, atenção e

amor.

A D. Édia, Marilene, Henrique, Philipe, João e Vinícius, pela acolhida, pela paciência e

compreensão durante meus momentos de estudo.

A todos os meus amigos, que sempre estiveram ao meu lado. Obrigada por todos os

momentos vividos com vocês, pelas boas risadas, pelo apoio e por torcerem por mim.

A todos os funcionários da Clínica Médica Trindade, pelo incentivo e compreensão, e por

me ajudarem durante essa caminhada.

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A minha amiga e dupla de TCC, Gilmara, pelo companheirismo, amizade, por compartilhar

comigo seu conhecimento e por participarmos juntas na construção deste trabalho.

A todos os colegas de turma, em especial a Eliane, Júlia, Juliana Trierveiler e Maristela

pela amizade, pelas risadas, pelas caronas, pela motivação e por me ensinarem tantas coisas.

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AGRADECIMENTOS DE GILMARA

Em primeiro lugar agradeço a DEUS pela vida, por tudo que me proporciona, pela

oportunidade de lutar por um futuro melhor, por ter me dado forças para não desanimar e

saúde para continuar e prosseguir na caminhada diária. Por me guiar, me proteger, me

iluminar e por todas as bênçãos em minha vida.

Agradeço aos meus pais GILMAR ANTÔNIO DA CRUZ E CARMILETE FRANCISCA

DOS SANTOS DA CRUZ, não consigo encontrar palavras pra explicar o que sinto por

vocês e pra dizer o quantos vocês são importante na minha vida. Muito obrigada pela vida,

amor, dedicação, companheirismo, educação, compreensão, pelo constante apoio e

disposição em me ajudar no que eu precisar, sem medir esforços. Obrigada por vocês

existirem e participarem dos momentos mais difíceis e felizes desta caminhada. “Eu tenho

tanto, prá lhe falar. Mas com palavras, não sei dizer. Como é grande o meu amor, por

vocês”. Amo, amo, amo, amo muito vocês!!!

Aos meus familiares em geral, que amo muito, obrigada pelo grande incentivo, amor e

atenção.

A equipe do 2° andar do Hospital Governador Celso Ramos, obrigada pelo incentivo e

apoio, em especial a equipe do noturno - Ana Tadielo, Acácio, Anair, Dalva, Fabiana,

Gildete, José Lohn, Jussara, Nereu, Karim,Reginalda e Tânia.

A todos os meus amigos, que estão ou estiveram ao meu lado. Obrigada por todos os

momentos vividos, pelo carinho, apoio e por torcerem por mim.

As minhas companheiras, colegas e amigas de estágio, Eliane Proencio, Júlia Machado,

Juliana Trierveiler, Gizelle Coutinho e Eliete Freitas, pela amizade, risadas, choros,

desabafos, nervosismo e até pelas caronas. Obrigado por me acolherem. “Foi bom, estar

com vocês. Brincar com vocês. Deixar correr solto, o que a gente quiser. Em qualquer faz de

conta, a gente apronta. É bom ser moleque, enquanto puder. Ser super humano, boneco de

pano. Menino menina, que sabe o que quer. Se tudo que é livre, É super incrível. Tem cheiro

de bala, capim e chulé, Doce, doce, doce, a vida e um doce, vida e mel”. Muito obrigada!

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A ANA CAROLINY DE LIMA QUEIROZ minha parceira e amiga de TCC obrigada pelo

apoio, carinho, força, ajuda, atenção, amizade, pelo aprendizado e dedicação por esses

meses que trabalhamos juntas na construção deste trabalho, pela sua compreensão e

profissionalismo. “Amigo é coisa para se guardar, no lado esquerdo do peito. Mesmo que o

tempo e a distância digam não. Mesmo esquecendo a canção. O que importa é ouvir, a voz

que vem do coração. Pois seja o que vier, venha o que vier. Qualquer dia, amigo, eu volto, a

te encontrar. Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar”. Muito obrigada a você!

E finalmente, agradeço a todos que de alguma forma me ajudaram direto ou indiretamente a

completar essa etapa da minha vida. MUITO OBRIGADA a todos vocês!

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AGRADECIMENTOS DA DUPLA

A orientadora Prof.ª Msc Eliana Wigers por ter nos aceito como orientandas, pelo seu

envolvimento no estudo, pelas horas dedicadas e pelo seu incentivo. TODO O NOSSO

CARINHO E ADMIRAÇÃO.

A Banca examinadora por ter aceitado o convite e disponibilizado tempo para avaliar este

estudo, contribuindo para a qualidade deste.

A todos os professores, pelo conhecimento transmitido durante estes anos, pela experiência

compartilhada e pelos ensinamentos.

Ao Rafael (Laboratório de Anatomia) e ao Maicon (Xerox), por estarem sempre dispostos a

nos ajudar, mesmo quando queríamos o impossível. OBRIGADA POR TUDO!

A todos os colegas de turma, que durante essa caminhada estiveram ao nosso lado,

compartilhando conhecimento e experiências.

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 - Tipo de formação dos autores dos artigos.

GRÁFICO 2 - Tipo de estudo realizado.

GRÁFICO 3 - Região de publicação dos artigos.

GRÁFICO 4 - Periódicos de publicação dos artigos.

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LISTA DE SIGLAS

BEDENF - Base de Dados de Enfermagem

GM – Gabinete do Ministro

LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MEDLINE - Literatura Internacional em Ciências da Saúde

OMS – Organização Mundial da Saúde

PNHAH - Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar

PHPN - Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento

PNH - Política Nacional de Humanização

SciELO - Scientific Electronic Library Online

ReHuNa - Rede pela Humanização do Parto e Nascimento

SUS – Sistema Único de Sáude

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina

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CONSIDERAÇOES DA ATENÇÃO HUMANIZADA NO PROCESSO DE

PARTO/NASCIMENTO: UMA REVISÃO INTEGRATIVA.

Ana Caroliny de Lima Queiroz1,

Gilmara Carmilete da Cruz

2

RESUMO

A movimentação pela humanização da saúde no Brasil ainda é muito recente. E é com base na

humanização que novas propostas de reestruturação da saúde do país estão surgindo.

Acompanhando este movimento, a assistência prestada à mulher durante o trabalho de parto

vem sendo modificada constantemente. O estudo tem como objetivo deste estudo foi

sintetizar as contribuições dos artigos publicados no período de 1999 a 2009 que abordam

atenção humanizada no processo de parto/nascimento. Para isso, realizamos um estudo

bibliográfico com abordagem quantitativa e qualitativa, cuja metodologia baseou-se nas

leituras do material de pesquisa, bem como na análise e síntese dos resultados de vários

estudos. O levantamento bibliográfico foi realizado através das bases de dados BEDENF,

LILACS, MEDLINE e biblioteca SciELO, utilizando os descritores enfermagem obstétrica,

parto humanizado e humanização da assistência. A seleção dos artigos foi realizada mediante

a leitura dos resumos, a fim de confirmar a temática proposta e realizar ou não a inclusão dos

mesmos. Ao final selecionamos 30 artigos, que foram utilizados na elaboração do estudo.

Através dos dados obtidos, observamos que a grande maioria dos artigos tem como autores

enfermeiros docentes, o tipo de artigo predominante é de pesquisa, a região que mais publica

é a Região Sudeste. A realização deste estudo levou-nos ainda, a refletir que a humanização

do parto não significa apenas a realização de novas técnicas, mas sim o respeito à fisiologia

do parto e ao direito da mulher te ter um atendimento com qualidade e de poder fazer escolhas

durante esse momento tão importante na sua vida. A síntese dos artigos nos permitiu entender

que já existem modificações no atendimento a mulher durante o parto, mas que ainda há um

longo caminho a ser percorrido. Observamos que a humanização na saúde é uma proposta

nova e que vem sendo cada vez mais discutida por gestores e profissionais de saúde.

Entendemos que toda a equipe de enfermagem, por estar diretamente ligada a assistência, tem

um papel muito importante no processo de humanização.

Palavras–chave: Enfermagem obstétrica, parto humanizado, humanização da assistência.

_______________________________________________

1Discente do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.

E-mail: [email protected] 2Discente do 8º período do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.

E-mail: [email protected]

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CONSIDERATIONS OF HUMANIZED CARE IN THE PROCESS OF DELIVERY /

BIRTH: AN INTEGRATIVE REVIEW.

Ana Caroliny de Lima Queiroz1,

Gilmara Carmilete da Cruz

2

ABSTRACT

Healthcare humanization process is still in its emergent stage in Brazil. It is based on it that

new proposals for restructuring the country's health are emerging. Following this progress, the

assistance provided to women during labor is being changed constantly. The aim of this study

was to synthesize the contributions of articles published between 1999 to 2009 that address

human attention in the process of child delivery and birth. To do so, a bibliographic review

was done aiming qualitative and quantitative data - using as methodology readings of research

material, as well as analysis and synthesis of the results of several studies. This review was

conducted through the databases from BEDENF, LILACS, MEDLINE and SciELO library

using the keywords obstetrical nursing, childbirth humanization and humanized care as search

filter. We selected the articles by reading the summaries, to confirm the proposed subject and

decide whether or not to include them. Thirty papers were then selected to be used in the

study. Through the data, we observed that the vast majority of articles are written by nursing

teachers. The predominant types of articles were research articles and the Brazilian Southeast

Region was the one with the most number of researches. This study has led us also reflect

that the humanization of birth is not only the realization of new techniques, but what about the

physiology of childbirth and women's right to have you a quality service and be able to make

choices during that crucial moment in his life. The summaries of articles allowed us to

understand that there are already changes in the care of women during childbirth, but there is

still a long way to go. We observed that the humanization of health is a new proposal that is

being increasingly discussed by managers and health professionals. We believe that nursing

staff, for being directly linked to care, has a very important role in the humanization process.

Keywords: Obstetric nursing, humanized delivery, childbirth humanization.

_______________________________________________

1Discente the 8th period of the Undergraduate Program in Nursing at the University of Vale do Itajai -

UNIVALI. E-mail: [email protected] 2Discente the 8th period of the Undergraduate Program in Nursing at the University of Vale do Itajai -

UNIVALI. E-mail: [email protected]

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................ 14

2 OBJETIVOS..................................................................................................................... 17

2.1 Objetivo Geral........................................................................................................... .... 17

2.2 Objetivos Específicos.................................................................................................... 17

3 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 19

3.1 Entendendo o que é humano e o que é humanidade.................................................. 19

3.2 Conceituando humanização......................................................................................... 20

3.3 Humanização na Saúde................................................................................................. 21

3.3.1 Políticas de humanização........................................................................................... 22

3.3.2 Humanização na assistência de enfermagem........................................................... 23

3.3.3 Contextualizando o processo de parto e nascimento.............................................. 24

3.3.4 Humanização no processo de parto e nascimento................................................... 26

4 METODOLOGIA............................................................................................................ 28

4.1 Tipo de estudo................................................................................................................ 28

4.2 Coleta de dados e amostra............................................................................................ 29

4.3 Resultados...................................................................................................................... 29

5 ANALÍSE DOS DADOS................................................................................................. 32

5.1 Características dos artigos........................................................................................... 32

5.1.1 Tipo de formação dos autores dos artigos................................................................

32

5.1.2 Tipo de estudo realizado. .......................................................................................... 33

5.1.3 Região de publicação dos artigos.............................................................................. 34

5.1.4 Periódicos de publicação dos artigos........................................................................

35

5.2 Síntese dos artigos.........................................................................................................

35

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 51

REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 53

ANEXOS..........................................................................................................................

.

56

ANEXO A – Recomendações da OMS no atendimento ao parto normal.................. 57

ANEXO B – Lei Nº 11.108, de 7 de abril de 2005......................................................... 60

APÊNDICES................................................................................................................... 61

APÊNDICE A – Tabelas de identificação dos artigos encontrados...........................

62

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Fonte: http://imagem05.vilamulher.terra.com.br/interacao/original/53/direitos-das-gestantes-53-40.jpg. Acesso

em: 5 jun. 2010.

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO

Observa-se que a movimentação pela humanização da saúde no Brasil é recente.

Segundo Ayres (2005), é com base na humanização que novas propostas de reestruturação da

saúde no país estão surgindo. Como exemplo podemos citar a criação da Política Nacional de

Humanização, conhecida como HumanizaSUS, em 2003, pelo Ministério da Saúde com o

objetivo de incentivar a prática da humanização. (BRASIL, 2003).

Acompanhando este movimento, também a assistência prestada à mulher durante o

trabalho de parto vem sendo cada vez mais discutida no Brasil. Apesar da grande

movimentação existente com relação à humanização do parto, o país ainda apresenta a

maioria de seus partos realizados no âmbito hospitalar e uma das maiores taxas de cesáreas no

mundo. O índice elevado de cesáreas juntamente com a alta taxa de mortalidade materna e

perinatal torna necessário a revisão das práticas adotadas durante a assistência ao parto. O

processo do nascimento sofreu muitas modificações ao longo dos anos. Muitas destas

modificações foram feitas para conveniência de quem realizava o parto, interferindo assim na

maneira natural da mulher parir. Os avanços tecnológicos fizeram com que o parto tornasse

cada vez mais desumanizado. A mulher, desta forma, passou a ser passiva neste processo.

(BRUGGEMANN, 2003).

Em 1993, criou-se a ReHuNa, Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, com

o intuito de reunir pessoas e instituições que acreditam na humanização do parto e

nascimento. A partir daí outros eventos relacionados ao assunto aconteceram. Em 1996 a

OMS publicou o manual Maternidade Segura – assistência ao parto normal: um guia prático,

no qual continham recomendações para assistência ao parto (ANEXO A), orientando para o

que deve e o que não deve ser feito no processo do parto. Esta classificação foi baseada em

evidencias científicas concluídas através de pesquisas feitas no mundo todo. Seguindo essas

recomendações foram implantadas em diversas regiões do país maternidades e casas de parto

baseadas na assistência humanística. Em 2000, o Ministério da Saúde cria o Programa de

Humanização do Pré-Natal e Nascimento do SUS, através das portarias nº 569, 570, 571 e

572. Ainda nesse ano, aconteceu em Fortaleza a Conferência Internacional sobre

Humanização do Nascimento, chamando atenção do mundo para esta temática.

(BRUGGEMANN, 2003; BRASIL, 2000).

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O interesse em pesquisar sobre esse assunto surgiu durante o estágio do quinto

período realizado no Centro Obstétrico do Hospital Regional de São José Dr. Homero de

Miranda Gomes, campo de estágio desta universidade, onde os cuidados humanizados

prestados à mulher chamaram nossa atenção e nos instigaram a pesquisar sobre o assunto.

Esta idéia foi reforçada durante nossa participação como ouvinte da VII Jornada Científica da

Maternidade do Hospital Universitário – UFSC, onde observamos como as ações de

humanização no parto estão se expandindo por todo o Brasil.

Após vivenciar estas experiências surgiu o interesse em pesquisar sobre os trabalhos

publicados nessa área. Desta forma despertamos para o seguinte questionamento: Quais as

contribuições dos artigos publicados no período de 1999 a 2009 com abordagem na atenção

humanizada no processo de nascimento?

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Fonte: http://www.idcomsc.com/imagens/noticias/210/MANUAL%20CURSO%20GESTANTES-CURVAS.jpg

Acesso em: 05 jun. 2010.

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OBJETIVOS

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Realizar uma investigação bibliográfica dos artigos publicados no período de 1999 a

2009 com abordagem na atenção humanizada no processo de nascimento.

2.2 Objetivos Específicos:

Identificar a formação dos autores dos artigos selecionados;

Identificar os tipos de estudo realizados;

Identificar quais regiões do país publicam mais sobre o tema;

Identificar em quais periódicos estão publicados os artigos;

Destacar as contribuições dos artigos selecionados.

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Fonte:http://www.unimed.com.br/portal/conteudo/materias/1251918898021Gestantes_2.jpg Acesso em: 05 jun. 2010.

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REVISÃO DE LITERATURA

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Entendendo o que é humano e o que é humanidade

Para que possamos definir o que é humanização, é necessário entender o que é

humano e o que humanidade. A seguir, citamos algumas reflexões baseadas em Baremblitt

apud Collet, Oliveira e Vieira (2006), para entender como esse processo se deu ao longo da

história.

De acordo com Baremblit apud Collet, Oliveira e Vieira (20006) o sentido das

palavras humano e humanidade têm muito mais de diferente do que de comum no decorrer da

História. Nas comunidades primitivas a diferença entre os animais e os homens era pouco

clara e, em algumas dessas comunidades a expressão ―ser humano‖ era utilizada de maneira

coletiva, já que o pronome pessoal eu não existia. Contudo, a condição de humano era

destinada apenas aos membros do clã ou da tribo, sendo que os ―outros‖ não se encaixavam

nesta posição.

Conforme os autores supracitados, nos Impérios orientais, o único considerado

humano era o Imperador Déspota, filho direto do Deus, que mesmo sendo um ser divino era o

único ser parecido ao que hoje chamamos de humano. Dessa forma, nem nobres nem escravos

eram intitulados de ―humanos‖. Já em outras civilizações imperiais, humanos eram

exclusivamente os membros da sociedade em pauta, todos os que não pertenciam a essa

comunidade, inclusive os estrangeiros, não eram tidos como humanos. Foi dentro do Império,

e a partir da religião judaica das colônias do Oriente Médio, que nasceu o humanismo do

Cristianismo primitivo, onde a concepção das virtudes era modelo de humanidade. Foi grande

a contribuição ao conceito de humanidade e à prática da humanização que surgiu através da

ética e da organização social implícitas nesse Cristianismo.

Durante a Idade Média, o conceito de Humanidade era muito negativo. Nesta época

animais eram julgados como humanos, por cometerem delitos, e os não católicos, os

heréticos, as supostas feiticeiras não faziam parte da humanidade por serem colocados como

demônios. Colombo, quando chegou as Américas e deparou-se com os indígenas, tinha

dúvidas se os selvagens eram humanos, iguais aos conquistadores, ou se eram diferentes,

inferiores, chegando á inumanidade ou à animalidade. Isso foi colocado em suas cartas

endereçadas à rainha de Espanha. A Reforma trouxe um conceito de homem próprio da

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Modernidade, dotado da razão científica, mas submetido ao culto, ao trabalho e à produção de

bens de troca. (BAREMBLIT apud COLLET, OLIVEIRA e VIEIRA, 2006)

No início da Modernidade, as revoluções norte-americana, francesa e inglesa tinham

como ideais a liberdade, a igualdade e a fraternidade, que ainda hoje são considerados quase

sinônimos de condição humana universal e desejável. Nessa época todos os tipos de homens

foram intitulados humanos e componentes de uma espécie comum, chamada de Humanidade.

(BAREMBLIT apud COLLET, OLIVEIRA e VIEIRA, 2006)

3.2 Conceituando humanização

Num mundo onde os lucros e o capitalismo são os objetivos primordiais e que a

tecnologia e os equipamentos mais modernos tomam conta da sociedade, torna-se um tanto

difícil falar em humanização.

Oliveira, Bruggemann e Fenilli (2003), conceituam o ser humano, segundo Paterson e

Zderad, como sendo "um ser individual que necessariamente relaciona com os outros seres no

tempo e no espaço" e, assim entendemos que está em contínuo processo de aprendizagem

durante sua existência e, que no decorrer desta, constrói seu caráter humano. Porém muitos

desconhecem o sentido e a razão da palavra e do ato de humanizar.

Bruggemann (2003) acredita que a humanização consiste em respeitar à dignidade e à

natureza humana, considerando a essência, singularidade, totalidade e subjetividade do

homem, e compreender a experiência do ser humano no processo vivenciado.

Para Enfermeira, Psicopedagoga Tânia Baraúna, humanizar significa manter o respeito

com os outros como se fosse a si mesmo, é fazer para o próximo àquilo que gostaria que lhe

fizesse, colocar-se no lugar do próximo e, nunca tratando ou reconhecendo o ser humano

como uma peça, número, doença, e sim ajudar de maneira humana como se fosse a si

próprio. (BARAÚNA, 2003).

Na visão de Oliveira (2001), humanizar, caracteriza-se em realizar as tarefas

desenvolvidas com alegria, com o coração, com respeito ao próximo. Doar-se de maneira

sincera e leal ao outro e saber ouvir não só as palavras mas também o silêncio.

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De acordo com Betts, em artigo publicado no Portal Humaniza1, a humanização

depende do respeito às diferenças existentes entre as pessoas, aceitando as opiniões e as

decisões dos outros, através da nossa capacidade de falar e ouvir, é garantir o respeito com

dignidade ética, é reconhecer o sofrimento humano, as percepções de dor ou de prazer

expressadas pelo sujeito, reconhecendo-as através da comunicação. Pois as coisas do mundo

só se tornam humanas quando permeadas pelo diálogo com nossos semelhantes.

E para que as ações de humanização possam ser implementadas, cada um de nós tem

que valorizar o ser humano, fortalecer as relações de trabalho, principalmente a união e o

trabalho em conjunto, fomentar a construção de autonomia, fortalecer o controle social com

caráter participativo, democratizar as relações de trabalho e valorizar os profissionais

atuantes. (COLLET; OLIVEIRA; VIEIRA, 2006).

3.3 Humanização na Saúde

Na década de 70, a enfermeira Wanda Horta, autora da teoria das Necessidades

Humanas Básicas, já chamava atenção para a importância da humanização. Segundo ela ―Se a

consciência da humanização não for percebida, sentida, assimilada significativamente por

todos nós, tudo continuará como está e tenderá a desumanização‖. (HORTA, 1979).

A humanização na assistência à saúde não se efetuará se estiver centrada somente em

fatores externos ou no usuário. (BACKES; LUNARDI FILHO; LUNARDI, 2006).

Pode-se dizer que

[...] ambiente de saúde humanizado é aquele que contempla, em sua estrutura física, tecnológica, humana e

administrativa, a valoração e o respeito à dignidade da pessoa humana, seja ela paciente, familiar ou o próprio profissional que nele trabalha, garantindo condições para um atendimento de qualidade. (BACKES; LUNARDI FILHO; LUNARDI, 2006, p.222).

Para a construção de uma cultura de humanização é necessário tempo, quebra de

paradigmas e participação de todos os atores do sistema. Para humanizar a assistência à saúde

é importante expressar-se através das palavras, e isso é valido tanto para os usuários como

1 Ausência de ano na publicação por ser endereço eletrônico.

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para os profissionais de saúde, de forma a compreender que os mesmos fazem parte do

conjunto do diálogo. Esse diálogo pode contribuir para promover as ações, campanhas,

programas e políticas assistenciais de humanização, tendo como fundamentos a ética, o

respeito, o reconhecimento mútuo, a solidariedade e responsabilidade. (RIO GRANDE DO

SUL, 2005).

3.3.1 Politicas de humanização

Segundo Fortes (2004), as políticas governamentais relacionadas à humanização na

atenção à saúde começaram a surgir no final da década de 90.

Lançado em 2001 pelo Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Humanização da

Assistência Hospitalar (PNHAH) surge com o objetivo de modificar o atendimento aos

usuários no ambiente hospitalar público. O enfoque do programa era na necessidade de

transformar culturalmente o ambiente hospitalar, guiada pela humanização no atendimento ao

usuário. Este programa, além da preocupação com o atendimento ao usuário, mostrou também

a preocupação com a valorização, a capacitação e o desenvolvimento dos trabalhadores do

setor saúde, já que estes são os responsáveis pelo cuidado. (FORTES, 2004).

Através do surgimento do PNHAH cria-se um modelo de trabalho voltado para a

humanização dos serviços hospitalares públicos de saúde. Sua meta é propor ações

relacionadas à mudança na assistência ao cliente, dando qualidade aos serviços oferecidos por

estas instituições. (BECK et al, 2007).

Em 2003, o Ministério da Saúde percebe a necessidade de expandir a proposta de

humanização além do ambiente hospitalar e cria a Política Nacional de Humanização (PNH)

também denominada de HumanizaSUS. O objetivo desta política é atingir a todos níveis de

atenção à saúde, buscando um novo modelo de atenção aos usuários e da gestão de processos

de trabalho. O HumanizaSUS surge com a proposta de melhorar os aspectos organizacionais

do sistema e dos serviços de saúde para tornar possível o desenvolvimento de medidas

humanizadoras. Desta forma são resgatados os princípios e diretrizes da construção do SUS,

contidos nas leis e atos regulamentadores, tais como assistência integral, universalidade,

hierarquização e regionalização de serviços, além do controle social. (FORTES, 2004;

BRASIL, 2003).

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Se tratando de políticas relacionadas ao processo de humanização no

parto/nascimento, o Ministério inicia com a regulamentação através da portaria nº 163, de 22

de setembro de 1998, que permite a realização do parto normal, sem distócias, realizados por

enfermeiros obstetras. Em 1999, institui os Centros de Parto Normal, através da portaria, GM

985, de 05 de agosto de 1999. Mais tarde, já dentro da área técnica de saúde da mulher, cria o

Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento do SUS (PHPN), que apresenta o

direito à humanização da assistência obstétrica e neonatal como condição para o

acompanhamento adequado a mulheres e recém-nascidos, através das portarias nos 569, 570,

571 e 572 publicadas no ano 2000. (BRUGGEMANN, 2003; BRASIL, 2000).

Em 2005 esse programa sofre alguns ajustes com a instituição da Política Nacional

de Atenção Obstétrica e Neonatal, através da Portaria nº 1067 de 4 de julho de 2005.

(BRASIL, 2005)

3.3.2 Humanização na assistência de enfermagem

A enfermagem é uma profissão que se desenvolveu através dos séculos, e buscando

longo da história, promover o bem estar do ser humano, atuando na promoção da saúde,

prevenção de enfermidades, no transcurso de doenças e agravos, nas incapacidades e no

processo de morrer.

A partir da Revolução Industrial teve um impulso considerável, em pesquisas, técnicas

e novos conceitos. A ciência obteve um grande avanço a partir do momento em que se aliou à

tecnologia, beneficiando-se dos princípios científicos e dos equipamentos mais sofisticados.

Com esse avanço científico, tecnológico e a modernização de procedimentos, vinculados à

necessidade de se estabelecer controle, o enfermeiro passou a assumir encargos

administrativos, afastando-se gradualmente do cuidado ao paciente, surgindo com isso à

necessidade de resgatar os valores humanísticos da assistência de enfermagem. (ZEN &

BRUTSHER apud BEDIN, RIBEIRO, BARRETO, 2005).

A humanização no atendimento exige dos profissionais da saúde, o respeito ao

próximo, estando este presente ou nao e independente do seu estado de consciencia . A

realização do cuidado com o ser humano deve se manifestar em atitudes que valorizam a vida

humana. Humanizar o cuidado é acolher o ser humano em sua fragilidade do corpo,

compreendendo sua angústia, dor, tristeza e doença.

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Para Vila e Rossi (2002, p.17) a

humanização deve fazer parte da filosofia de enfermagem. O ambiente físico, os recursos materiais e tecnológicos não são mais significativos do

que a essência humana. Esta sim irá conduzir o pensamento e as ações da equipe de enfermagem, principalmente do enfermeiro, tornando-o capaz de criticar e construir uma realidade mais humana [...]

Estudo realizado por Amestoy, Schwartz e Thofehrn (2006) mostra que alguns

profissionais enxergam a humanização como a incorporação do amor nas relações

profissionais e também como a capacidade de se colocar no lugar do outro, agindo desta

forma com respeito e dignidade pelo paciente. Através dos relatos de alguns profissionais, as

autoras descrevem que estes são benevolentes e atenciosos com os pacientes, e que mesmo

com todo o desgaste e carga de sofrimento psíquico, conseguem exercer o cuidado com amor,

ternura, cordialidade e compaixão.

Por outro lado, Amestoy, Schwartz e Thofehrn (2006, p. 448) mostram que

[...] outros profissionais não compreendem, claramente, a humanização do processo de trabalho e sentem-se pouco valorizados dentro do ambiente hospitalar. Isso pode estar ocorrendo por tratar-se de um tema novo, abordado há pouco tempo nas instituições de saúde, já que até então, a ênfase nas escolas de enfermagem estava no modelo biomédico, isto é, no processo saúde-doença, com base num currículo fragmentado em que o ser humano é visto como peças de uma máquina.

3.3.3 Contextualizando o processo de parto e nascimento

De acordo com Melo apud Santos (2002), no princípio as mulheres não recebiam

nenhum cuidado no momento de parir, tinham seus filhos sozinhas, isoladas. A gravidez não

despertava o interesse coletivo. A assistência ao parto começa sua história quando as próprias

mulheres passam a se auxiliar no momento do parto e a trocarem experiência sobre o assunto.

Na Antigüidade, o ato de parir não tinha muita importância para a sociedade. Este era

um processo no qual as mulheres auxiliavam umas as outras e onde os homens não tinham

participação. Numa próxima etapa da história o homem passou a acompanhar a mulher

durante o trabalho de parto permanecendo junto a ela durante este momento e auxiliando no

que fosse necessário. Mais adiante, o homem deixou de participar ativamente do processo,

permanecendo junto à mulher apenas como observador. Até chegar num momento onde o

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homem foi totalmente excluído e o parto passou a ser um processo exclusivamente feminino.

Nesta época, surgiram as parteiras, que eram mulheres consideradas pela comunidade como

as pessoas mais experientes no assunto. (SANTOS, 2002).

O acompanhamento do trabalho de parto e do parto acontecia nos domicílios, onde a

mulher recebia assistência, normalmente de uma parteira ou de uma ―aparadeira‖, e contava

com o apoio da família. (TANAKA apud BRÜGGEMANN; PARPINELLI; OSIS, 2005).

Como a gravidez e o parto não eram considerados doença, tal assunto não fazia parte

dos currículos médicos. Sendo assim, os médicos não tinham conhecimento sobre este

assunto. O contato com as parteiras era evitado por estas pertencerem às classes sociais mais

baixas. As enfermarias dos hospitais só eram destinadas às parturientes que tivessem alguma

complicação, caso contrário, as parteiras nunca levavam as mulheres a estes ambientes.

(ROUSH apud SANTOS, 2002).

No século XVI, na Alemanha, a Igreja Católica decretou uma lei que colocou as

parteiras sob a sua autoridade, obrigando-as a assistirem aulas que ensinavam a realizar o

batismo em caso de emergência e ouvir as confissões finais da parturiente que estivesse por

morrer, somente se o padre não estivesse disponível. Além disso, eram orientadas a denunciar

casos de aborto, conduta ofensiva à crença católica, crianças nascidas de relações não

matrimoniais e o uso de métodos contraceptivos. (SCHEUERMANN apud SANTOS, 2002).

Segundo Towsend apud Santos (2002), as situações de risco materno e/ou fetal

inseriram os cirurgiões ao processo de parto. Estes foram, aos poucos, ganhando espaço no

atendimento às parturientes. Novas técnicas obstétricas foram sendo desenvolvidas abrindo as

portas para campo da medicina.

A medicina adotou a prática de parir como sendo uma atribuição sua, inicialmente este

processo ocorreu na Europa nos séculos XVII e XVIII. (BRENES, 1991).

François Mauriceau, considerado o principal responsável por estabelecer a obstetrícia

como uma especialidade da medicina, enxergava a gravidez e o parto como um processo

patológico. Foi ele quem afirmou que a posição horizontal para o parto seria mais confortável

para a mulher e mais adequada para o médico. (SANTOS, 2002).

No século XX, mais expressivamente depois da Segunda Guerra Mundial, em nome da

redução das elevadas taxas de mortalidade materna e infantil, ocorre a institucionalização do

parto, passando do domicilio para o hospital, e conseqüentemente a sua medicalização.

(TANAKA apud BRÜGGEMANN; PARPINELLI; OSIS, 2005).

Santos (2002, p.57), conclui que ―a mudança de postura no parto foi, portanto, uma

evolução natural da mudança do conceito sobre a gravidez — fisiológica versus patológica.‖

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3.3.4 Humanização no processo de parto e nascimento

O parto é um evento esperado e cheio de significados tanto para a gestante, quanto

para seus familiares. Por ser um momento tão especial deve ser respeitado e conduzido da

melhor maneira pelos profissionais de saúde.

Atualmente, o atendimento ao parto, no Brasil, é feito na sua grande maioria em

âmbito hospitalar. A gestante é tratada como paciente, já que se trata de um modelo médico

e/ou tecnológico, onde o parto ocorre com uma série de intervenções e o médico é o principal

responsável pelo atendimento. Na ausência de complicações, o atendimento ao parto pode ser

feito por um enfermeiro (a) obstetra. (BRASIL, 2001).

Buscando modificar esse modelo, surge então a humanização no processo de parto e

nascimento. Segundo Tornquist (2002), no Brasil o movimento social pela humanização do

parto e nascimento iniciou no final da década de 1980. Neste período observou-se a

organização de algumas associações de tipo não governamental e redes de movimentos

identificadas principalmente com a crítica ao modelo medicalizado de assistência, dentre elas

destacou-se a ReHuNa. Esta rede, criada em 1993, é formada por profissionais e usuários dos

serviços de saúde, conta com representantes em todo o país. A ReHuNa tem desenvolvido

ações importantes para a implementação efetiva desta proposta. Pode-se citar, entre essas

ações, a realização de campanhas como a que defendeu o direito à presença do acompanhante

durante o trabalho de parto e que contribuiu para a criação da Lei Federal nº 11.108, de 7 de

abril de 2005 (ANEXO B) que garante esse direito a todas as usuárias do SUS.

A humanização do parto promove situações que proporcionam o bem-estar da mulher

e reduz riscos para ela e para o bebê, trazendo assim conforto e segurança para a gestante e

para o acompanhante. (REIS e PATRÍCIO, 2005).

Há diversos conceitos de humanização do parto, entre eles um que traz que

―humanizar o parto é respeitar e criar condições para que todas as dimensões do ser humano

sejam atendidas: espirituais, psicológicas, biológicas e sociais.‖ (LARGURA apud CASTRO

e CLAPIS, 2005, p. 961).

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Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_RX_aW0Ei1g/SJRUWbt7I/AACc/zhOTwY5FNmo/s320/Gravida+urso.jpg

Acesso em: 05 jun. 2010.

______________________

METODOLOGIA

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4 METODOLOGIA

4.1 Tipo de estudo

Trata-se de um estudo bibliográfico com abordagem quantitativa e qualitativa, do tipo

revisão integrativa, cuja metodologia baseia-se nas leituras do material de pesquisa, bem

como em sua análise e síntese dos resultados de vários estudos.

Segundo Appolinário (2007) o termo pesquisa bibliográfica significa ―Pesquisa que se

restringe à análise de documentos‖.

Para Gil (2002)2,

[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os

estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

As estapas da pesquisa bibliográfica compreendem a leitura, seleção, fichamento e

arquivo dos tópicos de interesse para a pesquisa em pauta. O objetivo é conhecer as

contribuições científicas que se efetuaram sobre determinado assunto. (FERRARI, 1982).

Para Mendes, Silveira e Galvão (2008) a revisão integrativa constitui as pesquisas

realizadas sobre determinado assunto construindo uma conclusão a partir de muitos estudos

realizados separadamente, mas que investigam problemas idênticos ou similares. Esses

mesmos autores acreditam que a revisão integrativa produz um saber fundamentado e

uniforme para os enfermeiros realizar uma prática clínica de qualidade, permitindo agilidade

na divulgação do conhecimento, torna os resultados de pesquisas mais acessíveis. É um

método de pesquisa que possibilita conclusões gerais a respeito de uma particular área de

estudo, através da síntese de múltiplos estudos publicados. Para a enfermagem é um método

valioso, pois muitas vezes os profissionais não dispõem de muito tempo para realizar a leitura

de todo o conhecimento científico disponível.

Souza, Silva e Carvalho (2010 p. 103) consideram a revisão integrativa como ―[...] a

mais ampla abordagem metodológica referente às revisões, permitindo a inclusão de estudos

experimentais e não-experimentais para uma compreensão completa do fenômeno analisado.‖

2 Documento não paginado.

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A construção da revisão integrativa é constituída por seis etapas, sendo elas:

identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a elaboração da

revisão integrativa; estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de

estudos/amostragem ou busca na literatura; definição das informações a serem extraídas dos

estudos selecionados/categorização dos estudos; avaliação dos estudos incluídos na revisão

integrativa; interpretação dos resultados; apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

4.2 Coleta de dados e amostra

O levantamento bibliográfico foi realizado através das bases de dados BEDENF (Base

de Dados de Enfermagem), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências

da Saúde), MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde) e biblioteca SciELO

(Scientific Electronic Library Online) e utilizando os descritores enfermagem obstétrica,

parto humanizado, humanização.

O levantamento abrangeu os artigos publicados no período de 1999 a 2009.

Para esta revisão foram utilizados os seguintes critérios de inclusão e exclusão:

Critério de inclusão:

Artigos disponíveis em texto completo;

Relacionados a humanização do processo de parto e nascimento.

Critérios de exclusão:

Teses e dissertações;

Relatórios técnicos

Artigos em que não encontra-se disponivel o texto completo.

4.3 Resultados

Na base de dados BEDENF foram encontrados 27 artigos utilizando o cruzamento dos

três descritores, estando 15 desses artigos disponíveis para leitura do texto completo.

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Na base de dados LILACS foram encontrados um total de 27 artigos utilizando juntos

os descritores parto humanizado, enfermagem obstétrica e humanização. Deste total, 13

estavam disponíveis para leitura completa do texto.

Na base de dados MEDLINE, não foram encontrados artigos cruzando os descritores

parto humanizado, enfermagem obstétrica e humanização. Entre o cruzamento dos descritores

parto humanizado e humanização, enfermagem obstétrica e humanização e parto humanizado

e enfermagem obstétrica também não foram localizados artigos. Quando isolados os

descritores, não localizamos artigos com o descritor parto humanizado, também com o

descritor enfermagem obstétrica, porém com o descritor humanização foram localizados 42

artigos. Desta forma, optamos por não utilizar nenhum artigo desta base de dados.

Na biblioteca SciELO foi encontrado 1 artigo cruzando os descritores parto

humanizado, enfermagem obstétrica e humanização. No cruzamento entre parto humanizado e

enfermagem obstétrica foram localizados 2 artigos. Cruzamos ainda os descritores parto

humanizado e humanização, no qual encontramos 10 artigos, e os descritores enfermagem

obstétrica e humanização encontrando 6 artigos. Quando isolados os descritores, encontramos

27 artigos de parto humanizado, 244 artigos de humanização e 62 artigos de enfermagem

obstétrica. Utilizamos para seleção dos artigos apenas os artigos referentes ao descritor parto

huamanizado, o artigo onde foi cruzado os tres descritores e os artigos de cruzamento entre

enfermagem obstétrica e humanização. Nessa biblioteca, todos os artigos estavam disponiveis

para leitura do texto completo.

Após a localização dos artigos foi criada uma tabela para cada base de dados

(APÊNDICE A) com o objetivo de identificar cada artigo e verificar se ele estava ou não

disponível para leitura. Com as tabelas prontas foi possível comparar se os artigos estavam

disponíveis em mais de uma base de dados. A seleção dos artigos foi realizada mediante a

leitura dos resumos, a fim de confirmar a temática proposta e realizar ou não a inclusão dos

mesmos. Em alguns casos, o mesmo artigo foi encontrado em mais de uma base de dados.

Utilizando os critérios de inclusão e exclusão, já citados, selecionamos 30 artigos

para realizar a análise.

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Fonte: http://www.danone.com.br/activia/img/fotoGestante.jpg Acesso em: 05 jun. 2010.

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ANALÍSE DOS DADOS

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5 ANALÍSE DOS DADOS

O levantamento das características dos artigos, que incluíram tipo de formação dos

autores, tipo de estudo realizado, região de publicação, periódico de publicação dos artigos,

foi o primeiro passo para realizar a análise destes. Criamos gráficos que possibilitassem expor

os resultados encontrados de acordo com os objetivos propostos por este estudo. O segundo

passo foi constituído pela síntese e análise dos artigos.

5.1 Características dos artigos

5.1.1 Tipo de formação dos autores dos artigos

11%

21%

51%

7%5% 1% 4%

Enfermeiro

Enfermeiro Obstétra

Enfermeiro Docente

Acadêmico

Médico

Médico Obstétra

Médico Docente

Gráfico 1 – Tipo de formação dos autores dos artigos.

Como mostra o gráfico acima, do total de 82 autores, 51% (42 autores) eram

enfermeiros docentes, seguido por 21% (17 autores) enfermeiros obstetras, 11% (9 autores)

enfermeiros, 7% (6 autores) acadêmicos, 5% (4 autores) médicos, 4% (3 autores) médicos

docentes e por fim 1% (1 autor) médico obstetra. Podemos compreender dessa forma, que a

enfermagem tem grande interesse pelo assunto, pois é dela o maior número de publicações.

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Entendemos ainda, que os enfermeiros assistenciais mesmo sendo os que lidam diretamente

com a assistência ao parto, não são os que mais publicam, sendo dos enfermeiros docentes,

habituados a realizar pesquisas e grandes interessados em produzir conhecimento, o maior

número de publicação de artigos.

5.1.2 Tipo de estudo realizado

77%

7% 10%3% 3%

Pesquisa

Relato de Experiência

Revisão

Reflexão

Opinião

Gráfico 2 – Tipo de estudo realizado

Através dos dados expostos no gráfico acima, observamos que 77% (23 artigos)

correspondem a artigo de pesquisa, 10% (3 artigos) a artigo de revisão, 7% (2 artigos) a relato

de experiência, 3% a reflexão (1 artigo), e 3% a opinião (1 artigo). Observamos que a grande

maioria de estudos foi de pesquisa, este fato pode ser explicado levando em consideração que

a grande parte dos artigos provem de monografias e teses que geralmente realizam pesquisas.

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5.1.3 Região de publicação dos artigos

0% 13%

10%

57%

20%

NORDESTE

CENTRO_OESTE

SUDESTE

SUL

Gráfico 3 – Região de publicação dos artigos

Este gráfico nos possibilita observar que a Região Sudeste é quem mais tem

publicações no país, com 57% (17 artigos). Apenas os estados do Rio de Janeiro (6 artigos) e

de São Paulo (11 artigos) realizaram as publicações dessa região. Seguido da região Sudeste,

aparece à região Sul, com 20% (6 artigos) das publicações, sendo Paraná (2 artigos) e Santa

Catarina (4 artigos) os estados das publicações. A Região Nordeste aparece com 13% (4

artigos), onde apenas os estados da Bahia (1 artigo), Piauí (1 artigo) e Rio Grande do Norte (2

artigos) tiveram publicações sobre o assunto. Na Região Centro-Oeste encontramos 10% (3

artigos) das publicações, no qual Distrito Federal (1 artigo) e o estado de Minas Gerais (2

artigos) forma responsáveis pelas publicações. A região Norte não apareceu em nenhum dos

artigos pesquisados.

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5.1.4 Periódicos de publicação dos artigos

13%

17%

7%

3%7%13%

7%

3%

7%

3%

7%

13%

Revista de enfermagem UERJ

Revista Latino-americana de Enfermagem

Revista Escola de Enfermagem USP

Escola Anna Nery Revista de Enfermagem

Interface

Revista Brasileira de Enfermagem

Ciência e Saúde Coletiva

Revista Saúde Pública

Revista Brasileira Saúde Materno Infantil

Texto e Contexto Enfermagem

Caderno Saúde Pública

Acta Paulista Enfermagem

Gráfico 4 - Periódicos de publicação dos artigos

Encontramos artigos publicados em 12 periódicos. Observamos, através deste gráfico,

que entre os artigos que selecionamos para a pesquisa, 17% (5 artigos) estavam publicados na

Revista Latino-americana de Enfermagem, seguidos por Revista Brasileira de Enfermagem,

Revista de Enfermagem UERJ e Acta Paulista Enfermagem, ambas com 13% (4 artigos) cada.

As publicações Revista Escola de Enfermagem USP, Interface, Ciência e Saúde Coletiva,

Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil e Caderno de Sáude Pública aparecem com 7%

(2 artigos) cada. Por fim, Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Revista de Saúde

Pública e Texto e Contexto de Enfermagem aparecem com 3% (1 artigo) cada.

5.2 Síntese dos artigos

Para realizar a síntese dos artigos, denominamos cada um deles com um número, que

foram identificados no quadro abaixo com o título e com os autores.

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ARTIGO

TÍTULO DO ARTIGO AUTORES

Artigo 1 A enfermeira obstétrica: agente estratégico na

implantação de práticas do modelo humanizado em

maternidades.

Jane Márcia Progianti; Ricardo José

Oliveira Mouta.

Artigo 2 Assistência à parturiente por enfermeiras obstétricas no

projeto Midwifery: um relato de experiência.

Rejane Marie Barbosa Davim; Luiz

Gonzaga de Medeiros Bezerra.

Artigo 3 Centro de parto normal e assistência obstétrica centrada

nas necessidades da parturiente.

Nilce Xavier de Souza Machado;

Neide de Souza Praça.

Artigo 4 Doulas na assistência ao parto: concepção de

profissionais de enfermagem.

Denise da Silva Santos; Isa Maria

Nunes.

Artigo 5 Ensino da prevenção e reparo do trauma perineal nos

cursos de especialização em enfermagem obstétrica.

Joyce da Costa Silveira; Maria

Luiza Gonzalez Riesco.

Artigo 6 Humanização e desmedicalização da assistência à

mulher: do ensino à prática.

Carla Fabíola Sampaio de Moura;

Gertrudes Teixeira Lopes; Tânia

Cristina Franco Santos

Artigo 7 O cuidado em saúde no ciclo gravídico-puerperal sob a

perspectiva de usuárias de serviços públicos.

Cristina Maria Garcia de Lima

Parada; Vera Lúcia Pamplona

Tonete.

Artigo 8 Parto humanizado na percepção das enfermeiras

obstétricas envolvidas com a assistência ao parto.

Jamile Claro de Castro; Maria José

Clapis.

Artigo 9 Relação entre posição adotada pela mulher no parto,

integridade perineal e vitalidade do recém-nascido.

Ricardo José Oliveira Mouta; Diva

Thereza dos Santos Pilotto; Octavio

Muniz da Costa Vargens; Jane

Márcia Progianti.

Artigo 10 A humanização e a assistência de enfermagem ao parto

normal

Fernanda Maria de Jesus S. Pires

Moura; Cilene Delgado Crizostomo; Inez Sampaio Nery; Rita de Cássia

Magalhães Mendonça; Olívia Dias

de Araújo; Silvana Santiago da

Rocha

Artigo 11 Aplicação das ações preconizadas pelo Ministério da

Saúde para o parto humanizado em um hospital de Santa Catarina.

Adriana Elias dos Reis; Zuleica

Maria Patrício.

Artigo 12 Apoio no nascimento: percepções de profissionais e

acompanhantes escolhidos pela mulher.

Odaléa Maria Brüggemann; Maria

José Duarte Osis; Mary Angela

Parpinelli.

Artigo 13 Atenção ao parto por enfermeiros na Zona Leste do

município de São Paulo

Nádia Zanon Narchi.

Artigo 14 Avaliação da assistência ao parto em maternidade

terciária do interior do Estado de São Paulo, Brasil.

Fernanda Cristina Manzini; Vera

Therezinha Medeiros Borges;

Cristina Maria Garcia de Lima

Parada.

Artigo 15 Casa de parto: simbologia e princípios assistenciais Luiza Akiko Komura Hoga.

Artigo 16 Cuidado e conforto durante o trabalho de parto e parto:

na busca pela opinião das mulheres.

Telma Elisa Carraro, Roxana

Knobel; Vera Radünz; Sonia Maria

Könzgen Meincke; Marlei Fátima

Cezarotto Fiewski;

Ariane Thaise Frell; Marisa da Silva

Martins; Caroline Vasconcellos Lopes; Andressa Berton.

Artigo 17 Desafios na implantação de uma política de humanização

da assistência hospitalar ao parto.

Marcos Augusto Bastos Dias; Rosa

Maria Soares Madeira Domingues.

Artigo 18 Estratégias não farmacológicas no alívio da dor durante o

trabalho de parto: pré-teste de um instrumento.

Rejane Marie Barbosa Davim;

Gilson de Vasconcelos Torres; Eva

Saldanha de Melo.

Artigo 19 Expectativas sobre a assistência ao parto de mulheres

usuárias de uma maternidade pública do Rio de Janeiro,

Marcos Augusto Bastos Dias; Suely

Ferreira Deslandes.

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37

Brasil: os desafios de uma política pública de

humanização da assistência.

Artigo 20 Humanização e eqüidade na atenção ao parto em

município da região Sul do Brasil

Elizabeth Eriko Ishida Nagahama;

Silvia Maria Santiago.

Artigo 21 Humanização na atenção a nascimentos e partos: breve

referencial teórico

Daphne Rattner

Artigo 22 Infecção puerperal sob a ótica da assistência humanizada

ao parto em maternidade pública.

Elisângela Euripedes Resende

Guimarães; Tânia Couto Machado

Chianca; Adriana Cristina de

Oliveira.

Artigo 23 O processo de parto e nascimento: visão das mulheres

que possuem convênio saúde na perspectiva da fenomenologia social.

Miriam Aparecida Barbosa Merighi;

Geraldo Mota de Carvalho; Vivian Pontes Suletroni.

Artigo 24 O significado dado pelo profissional de saúde para

trabalho de parto e parto humanizado.

Alessandra dos Santos Mabuchi;

Suzete Maria Fustinoni.

Artigo 25 Parteiras-enfermeiras e Enfermeiras-parteiras: a interface

de profissões afins, porém distintas.

Ruth Hitomi Osawa; Maria Luiza

Gonzales Riesco; Maria Alice

Tsunechiro.

Artigo 26 Parto vertical em hospital universitário: série histórica,

1996 a 2005.

Odaléa Maria Brüggemann; Roxana

Knobel; Eli Rodrigues Camargo

Siebert; Antônio Fernando Boing;

Halana Faria de Aguiar Andrezzo.

Artigo 27 Percepções de puérperas sobre a vivência de parir na

posição vertical e horizontal.

Michele Edianez Gayeski; Odaléa

Maria Brüggemann.

Artigo 28 Pesquisas acadêmicas sobre humanização do parto no

Brasil: tendências e contribuições.

Adriana Lenho de Figueiredo

Pereira; Maria Aparecida

Vasconcelos Moura; Ivis Emília de

Oliveira Souza; Maria Antonieta

Rubio Tyrrel; Marléa Chagas Moreira.

Artigo 29 Práticas de atenção ao parto e os desafios para

humanização do cuidado em dois hospitais vinculados ao

Sistema Único de Saúde em município da Região Sul do

Brasil.

Elizabeth Eriko Ishida Nagahama ;

Silvia Maria Santiago.

Artigo 30 Vivenciando o parto humanizado: um estudo

fenomenológico sob a ótica de adolescentes.

Zuleyce Maria Lessa Pacheco de

Oliveira; Anézia Moreira Faria

Madeira.

Quadro 1- Identificação dos artigos

O artigo 1 trata de um estudo histórico-social que analisou as estratégias utilizadas

para implantar o modelo humanizado na Maternidade Municipal Leila Diniz, localizada no

Rio de Janeiro. Este estudo contribuiu para expor de que forma foi realizado o processo de

humanização nesta maternidade. O resultado do estudo mostra que durante a implantação do

modelo humanizado dentro da maternidade os profissionais médicos não adotaram esta

prática e a grande importância que teve a enfermeira obstetra Jane Baptista Quitete Monteiro,

já que foi a única a incorporar as práticas humanizadas, na divulgação do modelo humanizado

dentro do campo obstétrico do município do Rio de Janeiro.

O artigo 2 compartilha uma experiência vivida por duas enfermeiras obstétricas na

Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN), situada na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, dentro do Projeto Midwifery, que

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é um modelo de assistência ao parto que respeita a naturalidade deste e segue uma linha

humanizada. Dentro da maternidade foi criada uma unidade denominada de Midwife, onde é

utilizado este modelo. Neste local quem presta assistência ao parto é a enfermeira obstetra,

que conta com apoio médico somente quando necessário. O resultado da experiência

vivenciada mostra que a utilização do modelo Midwifery possibilita envolvimento e

participação de toda a equipe de enfermagem e da parturiente nesse processo, resulta na

satisfação do profissional e das mulheres assistidas e no reconhecimento da equipe médica

quanto ao trabalho realizado com base neste modelo. Este estudo contribui para que se tenha

conhecimento do trabalho desenvolvido nesta maternidade e dos benefícios da utilização

deste modelo.

O artigo 3, mostra o interesse de duas enfermeiras em substituir o termo ―assistência

humanizada‖ por ―assistência obstétrica centrada nas necessidades da cliente‖. A proposta da

substituição do termo se deve ao fato de que as autoras acreditam que a assistência não deve

ser baseada apenas em procedimentos e normas técnicas pré-estabelecidas, mas sim na

individualidade, na autonomia e nos valores da cliente como um todo. Este estudo leva o

leitor a refletir sobre a proposta feita pelas autoras, contribuindo assim para que surjam novas

discussões e opiniões sobre o assunto.

O artigo 4 foi realizado por duas enfermeiras docentes com auxiliares de enfermagem,

técnicos de enfermagem e enfermeiros, todos funcionários de um centro obstétrico de uma

maternidade pública em Salvador, Bahia, com o objetivo de conhecer a concepção destes na

participação das doulas na assistência a mulher durante o trabalho de parto. O resultado deste

estudo evidenciou que os profissionais de enfermagem acham importante a presença das

doulas, pois estas prestam apoio emocional, substituem a família, ajudam à equipe e oferecem

orientações úteis para a evolução do trabalho de parto. A realização deste estudo contribui

para que a questão da incorporação das doulas em centros obstétricos seja repensada e

discutida por gestores e profissionais de saúde.

O artigo 5 foi realizado em instituições de ensino que ofereceram a especialização em

enfermagem obstétrica no período de 1995-2005, no município de São Paulo. Os

entrevistados foram questionados sobre elementos que fundamentam o ensino da assistência

ao parto e do cuidado perineal e citaram a importância dos enfermeiros obstétricos atuarem na

assistência pré-natal, terem uma formação voltada para a valorização do parto normal

humanizado, ter conhecimento para executar intervenções básicas para manejo da assistência

ao parto normal e para detectar anormalidades e encaminhar a mãe e o recém-nascido para um

nível mais complexo de assistência. As autoras constataram que os conhecimentos científico,

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teórico e prático são indispensáveis e que o ensino não pode estar desvinculado da prática.

Este estudo contribui para que se tenha conhecimento da forma que esta sendo conduzido o

ensino da assistência ao parto nos cursos de especialização em enfermagem obstétrica.

O artigo 6 trata de um estudo histórico-social, que buscou discutir a inserção da

Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FENF/UERJ) na

humanização e desmedicalização da assistência à mulher no município do Rio de Janeiro. Os

resultados desse estudo mostraram que a Faculdade de Enfermagem da Universidade do

Estado do Rio de Janeiro, teve papel importante no processo de humanização e

desmedicalização da assistência à saúde da mulher no município do Rio de Janeiro, devido a

sua contribuição para o desenvolvimento científico e transformação social e que esse processo

foi constituído por três etapas: a implantação do Projeto de Extensão de Consulta de

Enfermagem no pré-natal de baixo risco, a qualificação de enfermeiras obstétricas para a rede

municipal de saúde e o processo de criação e implantação da Casa de Parto David Capistrano

Filho.

O artigo 7 buscou conhecer o entendimento de puérperas sobre o cuidado em saúde no

período pré-natal, no parto e no puerpério, em um contexto regional de serviços públicos de

saúde do interior paulista. Os resultados do estudo mostraram que as puérperas ainda vem o

parto como um momento de considerável medicalização, ligado a rotinas e resistente a

humanização. As mulheres participantes do estudo consideraram-se tratadas como

coadjuvantes e relataram ausência de vínculo com os profissionais durante o processo

assistencial. Este estudo é importante para que se tenha conhecimento de como é realizado o

atendimento nos serviços públicos de saúde do interior paulista e para que, a partir da situação

relatada, mudanças no atendimento possam ocorrer.

O artigo 8 busca identificar a visão das enfermeiras obstétricas de uma maternidade do

interior do Estado de São Paulo sobre a humanização da assistência ao parto. Os resultados

desse estudo mostraram que as enfermeiras entendem que o processo de humanização como

uma imposição da política governamental e que o objetivo desse processo é diminuir as taxas

de cesarianas e melhorar a assistência prestada à mulher. Elas acreditam que para que haja

mudança no modelo de atendimento a mulher deve tem que ser colocada como protagonista

do processo. As autoras colocam que houve sim um avanço na busca da humanização, mas

que ainda existem distorções sobre esse processo. Esse estudo é de grande valia para que se

entenda como os profissionais que estão envolvidos diretamente com a assistência no

processo de parto/nascimento vêem a humanização e que através disso possam ser

desenvolvidos estratégias para se trabalhar com o assunto.

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O artigo 9 trata da relação existente entre a posição adotada pela mulher durante o

parto com a integridade perineal e vitalidade do recém nascido. O objetivo desse estudo é

analisar essa relação. Os resultados demonstraram que independente da posição adotada pela

mulher as episiotomias foram inferiores a 30%, o que esta dentro das recomendações feitas

pela OMS. A vitalidade da criança foi considerada mais freqüente, com Apgar maior que 7

entre o primeiro e o quinto minuto de vida, nos partos verticais quando comparados aos partos

horizontais. A realização desse estudo torna-se importante para que se possa avaliar as

vantagens relacionadas a posição que a mulher adota para parir.

O artigo 10 teve como objetivo identificar a produção científica sobre humanização e

assistência de enfermagem ao parto normal através de um estudo bibliográfico de artigos

científicos da base de dados da SCIELO-Brasil, no período 2000 a 2007. A análise do estudo

revelou que a assistência à mulher no período gravídico puerperal no Brasil, está focada no

modelo biomédico, centralizando na permanência e aumento do número de procedimentos

invasivos e intervencionistas do parto, sem a participação da mulher ou familiar apesar do

movimento da humanização defender o parto natural e fisiológico realizado por enfermeira.

Em conseqüência dessa assistência tem crescido os altos índices de morbimortalidade materna

e perinatal. As autoras chegaram a conclusão que assistência de qualidade e humanizada ao

parto e nascimento privilegia o respeito, dignidade e autonomia das mulheres, o estimula o

papel ativo da mulher no processo de parto, e que profissionais devem ser comprometidos em

seguir esse modelo.

O artigo 11 foi realizado em um centro obstétrico de um hospital do Estado de Santa

Catarina com o objetivo de analisar a aplicação das ações preconizadas pelo Ministério da

Saúde (MS) para o parto humanizado. Participaram desse estudo, parturientes e seus recém–

nascidos, acompanhantes e os profissionais da equipe de saúde que atenderam essas mulheres.

Ao analisar os dados, obtidos através de observação, entrevistas e análise documental, as

autoras chegaram a conclusão de que ainda há limitações da equipe de saúde para colocar em

prática as ações preconizadas pelo MS no cotidiano da assistência. Elas observaram ainda,

que as gestantes e os acompanhantes não cobram seus direitos, geralmente por desconhecerem

os mesmos. Ao final, as autoras ressaltam que é necessário envolver os profissionais de saúde

no processo de aprendizagem, buscando estimulá-los ao retorno ao parto mais natural

possível, e proporcionar as gestantes e acompanhantes conhecer seus direitos para que de fato,

o trabalho de parto torne-se mais humanizado. A realização desse estudo nos mostra que

apesar das orientações do MS, a assistência humanizada ainda é pouco realizada na prática.

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O artigo 12 busca descrever a percepção de profissionais da saúde sobre prestar

assistência à parturiente na presença do acompanhante por ela escolhido e a percepção desses

acompanhantes sobre essa experiência. Foram entrevistados os profissionais da saúde e os

acompanhantes no centro obstétrico de uma maternidade em Campinas, São Paulo. Os

resultados demonstraram que inicialmente existia uma idéia negativa por parte dos

profissionais em prestar a assistência na presença do acompanhante. Após a experiência os

profissionais passaram a ver positivamente a presença deste durante o processo. Foi

observado ainda, que os profissionais mostraram que não houve diferença em prestar

assistência com acompanhante durante o trabalho de parto e, consideraram importante o apoio

do acompanhante não tendo problema em prestar assistência na sua presença. Com relação a

percepção dos acompanhantes, esses relataram que se sentiram bem recebidos pelos

profissionais, que perceberam mudanças positivas na assistência e que sentiram satisfeitos e

recompensados com a experiência. As autoras ressaltam que este estudo poderá contribuir

para estimular a implementação da atual legislação em vigor no Brasil, abrindo a

possibilidade para que todas as parturientes tenham apoio de uma pessoa de sua escolha

durante o processo de nascimento.

Artigo 13 trata de um estudo realizado por uma enfermeira docente, com o objetivo de

analisar a atenção ao parto pelos enfermeiros dos seis hospitais públicos da zona leste do

município de São Paulo. Os dados foram coletados através de questionário respondidos por

dirigentes de enfermagem e 38 enfermeiros. Os resultados do estudo mostraram que os

enfermeiros encontram dificuldades na assistência, como o enfrentamento de decisões

médicas na determinação de condutas contrárias à humanização e a evidencias cientificas, o

excesso de trabalho por falta de recursos humanos, o sentimento de desvalorização pelo

serviço público de saúde e por não contarem com condições dignas de trabalho. Dessa forma,

a autora concluiu que para que os enfermeiros coloquem em prática a atenção qualificada ao

parto, eles devem contar com estruturas favoráveis e com o fortalecimento de sua identidade

profissional. A autora acredita que as estruturas públicas de São Paulo devem revisar suas

políticas, para garantir a implementação dos programas já existentes e das diretrizes do

Sistema Único de Saúde (SUS) no que se refere à melhoria da atenção a gestante e materno-

infantil.

O artigo 14 foi realizado na maternidade e na unidade de neonatologia de uma

instituição hospitalar do interior do Estado de São Paulo, com os objetivos de avaliar a

estrutura e o processo de assistência ao parto e ao recém-nascido desenvolvidos no local. A

coleta de dados foi feita através de entrevista com o gestor da maternidade, análise de

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prontuários e observação de partos. Foram avaliados os recursos humanos e físicos e o

processo de atenção a parturiente e ao recém-nascido. Os resultados demonstraram que com

relação ao recursos humanos o numero de médicos por plantão estava em proporção adequada

ao número de leitos, o mesmo aconteceu com técnicos e auxiliares de enfermagem. Já o

número de enfermeiros, principalmente na área obstétrica, estava inadequado. Com relação

aos recursos físicos destaca-se a inexistência de quartos pré-parto, parto e pós-parto (PPP) e

ausência de espaço físico impedindo a presença de acompanhante e que a parturiente

deambulasse no pré-parto. As práticas que devem ser estimuladas foram consideradas

satisfatórias, diferindo da análise dos prontuários, onde nenhum procedimento mostrou-se

satisfatório. Já o preenchimento do partograma foi considerado satisfatório. Na assistência ao

recém-nascido apenas foi considerado insatisfatório o aleitamento na primeira hora de vida e

o contato pele a pele. As autoras concluíram que algumas práticas consideradas úteis no parto

normal, ainda são pouco adotadas nessa maternidade e colocaram que os resultados desse

estudo podem contribuir para reflexão e debate entre gestores e profissionais envolvidos no

cuidado.

O artigo 15 trata-se de estudo etnográfico da primeira Casa de Parto vinculada ao

Programa Saúde da Família. O objetivo deste foi identificar, através das profissionais que

atuavam no local, os símbolos que permeavam as idéias, crenças, valores e práticas e os

princípios que orientavam a assistência prestada na Casa de Parto. Os resultados mostraram

que as profissionais atribuíam um grande valor a Casa como um espaço de inovações nas

práticas obstétricas. No âmbito assistencial, observou-se que o trabalho realizado na Casa é

voltado para melhorar a qualidade do atendimento oferecida a gestante e a sua família. Com

relação a ser enfermeira da casa, elas demonstraram que isso representa ser um importante

personagem na história obstétrica brasileira, já que nesse local se desenvolve um modelo de

assistência inovador. A autora conclui que o preparo e o envolvimento das profissionais

fazem a diferença na assistência prestada na Casa, que presta o cuidado centrado na pessoa e

nas suas particularidades. A autora acredita que o trabalho desenvolvido na Casa pode servir

como referência as instituições formadoras e aos profissionais atuantes nas futuras casas de

parto que estão em projeções.

O artigo 16 busca avaliar a opinião das mulheres puérperas sobre os métodos

utilizados para seu cuidado e conforto durante o trabalho de parto e parto. Os dados foram

coletados em três locais diferentes, HU/UFSC (SC), HE/UFPEL (RS) e HU/UNIOESTE

(PR), a partir de entrevistas com as puérperas. Os resultados apontaram que a dor foi citada

como a principal causa de mal-estar nos três hospitais, seguidas por outras causas como:

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pouca atenção, falta de paciência e de privacidade e a limitação no que se refere à

preocupação e à ansiedade, enfatizando que estas ninguém poderia ajudar a resolver. Por

outro lado, algumas puérperas relataram que receberam atenção da equipe, e que o tratamento,

o atendimento, a alegria, a segurança, o conforto e o cuidado foram positivos para seu bem-

estar na situação vivenciada. Por fim, os autores desejam que os resultados desta pesquisa

venham a contribuir na reflexão sobre a importância do incentivo ou desencorajamento do uso

de determinadas técnicas e tecnologias na incorporação de novas condutas para um cuidado

mais adequado e seguro, ajudando na prevenção de distócias e complicações bem como

prevenindo a morte materna.

O artigo 17 teve como objetivo discutir as dificuldades de implantação de um novo

modelo de assistência ao parto de baixo risco na estrutura hospitalar e na sistematização de

um campo de trabalho da enfermeira obstétra. Os resultados do estudo demonstram o modelo

brasileiro de assistência ao parto, ainda é em sua grande maioria, intervencionista. A

introdução da enfermeira obstétrica na assistência ao parto de baixo risco, apesar de não

garantir a mudança no modelo assistencial, é apontada como medida eficaz na redução de

medidas médicas desnecessárias e como essencial para a melhoria no atendimento prestado a

mulher, já que estas dão maior suporte emocional a mulher e a sua família. A implantação da

enfermeira obstétrica na assistência ao parto de baixo risco, deve vir acompanhada de

medidas de apoio para sua concretização. É necessária a criação de programas de treinamento

e aperfeiçoamento que além de abordar o conhecimento cientifico deve levar em consideração

os aspectos afetivos envolvidos no processo de parto. Por fim, as autoras ressaltam que a

humanização da assistência ao parto sofre influência direta da instituição, mas que a sua

efetiva implantação sempre vai depender da relação existente entre o profissional de saúde e a

mulher, já que estes são os seres envolvidos no processo. Este estudo possibilita refletir sobre

a atual assistência ao parto e sobre uma possível mudança no modelo assistencial.

O artigo 18 tem como objetivo avaliar a efetividade de Estratégias Não

Farmacológicas (ENF) no alívio da dor de parturientes para fazer parte de um instrumento a

ser utilizado em uma pesquisa de doutorado. O estudo realizou-se na unidade de parto

humanizado de uma maternidade escola em Natal, Rio Grande do Norte. Os resultados

demonstraram que das 6 ENF utilizadas, duas (deambulação e balanço pélvico) obtiveram

percentuais abaixo do critério de aceitação preestabelecido e foram rejeitadas, enquanto

exercícios respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral e banho de chuveiro

tiveram índices satisfatórios e foram consideradas aprovadas nas ENF e portanto, adequadas

para serem utilizadas no instrumento de pesquisa. Os autores concluíram que essa pesquisa

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possibilitou a identificação das ENF viabilizando assim a aplicação destas e contribuindo na

busca da humanização no processo de assistência as parturientes.

O artigo 19 tem como objetivo conhecer as informações que as gestantes possuem

sobre a humanização da assistência ao parto, a experiência de atendimento em partos

anteriores e suas expectativas, enquanto usuárias das maternidades públicas do Município do

Rio de Janeiro, com relação ao atendimento ao parto que esperam receber na gravidez atual.

As mulheres pesquisadas estavam entre o oitavo e o nono mês de gestação. Os resultados

demonstraram que as mulheres entrevistadas desconheciam o conceito de humanização da

assistência ao parto. Com relação a experiência vivenciada no seu(s) parto(s) anterior(es) as

mulheres, de forma geral, analisaram como positiva. Todas as mulheres entrevistadas

relataram ter apoio do companheiro ou da família na gestação atual e consideraram esse apoio

muito importante já que entendem que nesse período a mulher encontra-se mais frágil.

Quando questionadas sobre o que seria um atendimento ideal, o grupo respondeu que seria

uma recepção rápida no momento da chegada à maternidade, e a atenção de uma equipe

educada, cuidadosa e paciente no cuidado durante o trabalho de parto e parto. A possibilidade

do acompanhante surgiu como uma situação nova para as mulheres, que disseram não ter

passado por essa experiência em partos anteriores. Concluiu-se que as mulheres não tem

conhecimento sobre a proposta de humanização da assistência ao parto e nem da política

municipal de saúde que engloba seus preceitos. A única inovação que algumas já tinham

conhecimento é da presença do acompanhante. Os autores destacam a importância da criação

de uma política que possibilite às mulheres vivenciar, nas maternidades públicas, esse

processo não apenas como uma questão de saúde, mas também como um acontecimento

social e afetivo.

O artigo 20 busca descrever as características sócio-demográficas e obstétricas de

mulheres atendidas em dois hospitais vinculados ao SUS, no município de Maringá - Paraná,

e identificar fatores associados à qualidade da atenção e os possíveis predisponentes às

iniqüidades no atendimento ao parto. Apos analisar os dados, as autoras observaram que o

perfil da parturiente que se beneficiou de atenção mais qualificada foi marcada por três

características: menores de 19 anos, ensino médio completo e não ter antecedentes de

cesariana. A iniqüidade no cuidado foi marcada pela oferta desigual dos procedimentos que

qualificam a atenção, relacionadas às práticas assistenciais e determinadas por fatores

individuais, contextuais. As autoras ressaltam que os profissionais de saúde têm grande

influencia na definição das práticas de atenção e do tipo de parto, e por isso se faz importante

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sensibilizar e educar esses profissionais para que se possa implementar as práticas de

humanização.

O artigo 21 tem como objetivo realizar um breve referencial teórico sobre

humanização na atenção a nascimentos e parto. Após revisar a literatura a autora concluiu que

a falta de qualidade a atenção esta relacionada aos estáveis índices de mortalidade materna. A

relação interpessoal, à qual a humanização está fortemente associada, interfere muito na

qualidade da assistência. Identificou-se, neste estudo, um forte movimento internacional que

aborda a humanização da atenção a nascimentos e partos como uma resposta à mecanização

na organização do trabalho profissional e à violência institucional. A autora salienta que o

termo humanização tem diversos significados e por isso deve ser identificado em qual

situação ele é adotado para que se entenda o real sentido que lhe é conferido.

O artigo 22 tem como objetivo caracterizar as puérperas submetidas ao parto

humanizado, determinar a incidência e o intervalo de manifestação das infecções puerperais e

verificar a associação entre a infecção e os fatores de risco. A população estudada foi

composta pelos prontuários de todas as puérperas que passaram pela experiência do parto

humanizado na Maternidade Nascer Cidadão, em Goiânia, GO. Foram analisados 5.718

prontuários de puérperas, desse total 59% eram mulheres com idade acima de vinte anos, a

média de peso adquirida durante a gestação foi de 12,2kg. A incidência de infecção puerperal

encontrada no estudo foi de 2,92%, taxa considerada baixa de acordo com a literatura. Todas

as infecções encontradas foram diagnosticadas e notificadas no período de pós-alta hospitalar.

Segundo as autoras as variáveis idade, peso, ruptura de membranas, tempo de ruptura das

membranas, característica do líquido amniótico, tipo de anestesia e uso de antimicrobiano

profilático, não se comportaram como fatores de risco para a infecção puerperal, sendo a

duração do trabalho de parto, o número de toques cervicais e o parto cesariano as variáveis

consideradas fatores de risco. As autoras acreditam que a assistência humanizada ao parto está

sendo bastante favorável à realização de partos normais e a diminuição de cesarianas,

contribuindo dessa forma para a redução nos índices de infecção puerperal e reforçam a

necessidade de implantação de um serviço de controle de infecção hospitalar eficaz, que

estabeleça medidas de prevenção e controle dessas.

O artigo 23 busca compreender o processo de parto e nascimento na perspectiva das

mulheres que possuem convênio saúde. As mulheres entrevistadas definiram o processo de

parto e nascimento como uma experiência maravilhosa, gratificante e fantástica, é ―único‖,

―sublime‖, ―difícil de colocar em palavras‖, ―experiência mágica‖ e ―experiência que deixa

fora do ar‖. O fato de opinar sobre o tipo de parto, contar com a presença do marido na sala de

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parto e confiar no profissional que a assistiu foram bastante evidenciados pelas mulheres e

considerados parte de um atendimento de qualidade. Concluiu-se ao final do estudo, que as

mulheres que possuem convênio saúde e são atendidas em instituições privadas tem

sentimentos diferentes com relação ao processo de parto e nascimento das mulheres que não

tem acesso a este tipo de atendimento. Os autores ainda destacam que independente do seu

plano de saúde a mulher deve ter uma assistência digna e respeitosa, onde os seus direitos

sejam cumpridos.

O artigo 24 tem por objetivo compreender o que os profissionais de saúde

responsáveis por atender as parturientes entendem por trabalho de parto e parto humanizado.

A pesquisa foi desenvolvida em um Centro Obstétrico de um hospital publico de São Paulo, a

partir de entrevistas com sete médicos e quatro enfermeiras. Após analisar os dados, as

autoras observaram que o profissional de saúde, de uma maneira geral, entende a

humanização no parto e nascimento como um benefício e um direito da mulher, respeitando

os princípios do Ministério da Saúde. Ainda assim, observou-se certa desarmonia no

entendimento de humanização com relação ao que é feito na prática. Os resultados também

demonstraram que existem muitas dificuldades e limitações enfrentadas pelos profissionais na

realização da assistência. Ao final, as autoras concluíram que apesar dos profissionais

conhecerem bem os benefícios de uma assistência acolhedora, ainda há um longo caminho

para que haja uma melhora no atendimento. A assistência à parturiente continua com rotinas

hospitalares rígidas, onde a mulher não opina e nem participa do processo de parto. E a

humanização no processo de parto e nascimento continua como uma política governamental

que ainda esta longe de ser eficaz dentro das instituições, apesar de ter ótimos princípios.

Pensamos que este estudo se faz importante por expor a situação encontrada dentro de uma

instituição de saúde com relação à assistência humanizada, que apesar de ser compreendida

pelos profissionais ainda não é posta em prática por inúmeras situações.

O artigo 25 tem como objetivo aprofundar a compreensão do significado da retomada

do curso de graduação em Obstetrícia, tanto no contexto mais amplo da história humana,

como no momento atual da assistência ao parto e nascimento no Brasil. Aspectos históricos

mostram que a relação entre parteiras e enfermeiras nunca foram amistosas. Parteiras e

enfermeiras, segundo as autoras, gastam energia e talento de forma errada e são incapazes de

identificar as lutas comuns. A formação de um novo profissional não-médico justifica-se se

for para dotá-lo de um perfil de atuação focado na mulher e nos processos assistenciais e

educativos desenvolvidos através de interação e parceria. A formação da nova obstetriz,

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enfatizará os aspectos fisiológicos, emocionais e socioculturais do processo reprodutivo de

acordo com os princípios que orientam o ensino de enfermeiras e enfermeiras obstétricas.

Este artigo 26 tem como objetivo descrever a evolução do número de partos

horizontais e verticais na maternidade do Hospital Universitário da Universidade Federal de

Santa Catarina (HU/UFSC), e avaliar a associação desses com a taxa de cesáreas, de

internações de recém-nascidos em unidade de tratamento intensivo e a necessidade de

transfusões sanguíneas maternas. Foram analisados todos os partos, internações de recém-

nascidos em unidade de tratamento intensivo e transfusões sanguíneas maternas realizados de

1996 a 2005. As autoras observaram que a taxa de partos verticais cresceu consideravelmente

de 1996 até 2005. Em 1996 a porcentagem encontrada foi de 5,4% e em 2005 de 52,3%. Foi

calculada uma variação média anual, onde o parto vertical aparece com +20,8% e o parto

horizontal com -15,2%. O numero de recém-nascidos internados na unidade de tratamento

intensivo diminuiu 6,1% ao ano, e o de transfusões sanguíneas maternas diminuiu 5,2% ao

ano. O aumento da realização de partos na posição vertical está de acordo com as

recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde. Ao final do

artigo, as autoras sugerem a realização de novas pesquisas sobre as posições de parir para que

novas variáveis possam ser analisadas.

O artigo 27 buscou conhecer as percepções das puérperas sobre a vivência de parir na

posição vertical e horizontal, identificando os aspectos positivos e negativos de cada posição.

Foram realizadas entrevistas com 10 puérperas. De acordo com os dados coletados, as autoras

observaram que os aspectos positivos sobre a posição vertical estão relacionados à sensação

de conforto, possibilidade de movimentação, redução do esforço expulsivo e da dor e

participação mais ativa da mulher, em contrapartida o desconforto e falta de intervenções

obstétricas foram mencionados como aspectos negativos da posição vertical. Os aspectos

positivos da posição horizontal, relatados pelas puérperas, foram a realização de intervenções,

especialmente a episiotomia, a sensação de ser ―ajudada‖ e o conforto pela possibilidade de

permanecer deitada. O desconforto e dificuldade para fazer força foram apontados como os

aspectos negativos dessa posição. Os aspectos positivos da posição vertical e negativos da

posição horizontal relatados pelas puérperas vão de encontro com as evidencias cientificas.

Entendemos que a realização dessa pesquisa contribui para reforçar ainda mais essas

evidências.

O artigo 28 tem como objetivo realizar um levantamento das pesquisas acadêmicas

realizadas no Brasil nos programas de pós-graduação strictu sensu acerca da humanização do

parto e nascimento, de forma a identificar a distribuição temporal, regional, por abordagem

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metodológica e área de conhecimento, e analisar as contribuições desta produção acadêmica

para a prática assistencial. Foram encontrados 30 resumos nas bases de dados pesquisadas,

sendo 26 dissertações e 4 teses. A maioria destas pesquisas (66,7%) foi desenvolvida em

programas de pós-graduação da região sudeste. Mais da metade (53,3%) foi realizada em

programas de pós-graduação de enfermagem. A metodologia qualitativa foi a mais utilizada

(80%). Nas sínteses dos resultados e conclusões das pesquisas os aspectos ético-póliticos

tiveram predominância (66,7%) sobre os aspectos técnicos. As autoras acreditam que as

pesquisas brasileiras de pós-graduação scrictu sensu sobre humanização do parto e

nascimento contribuem para a reflexão e a crítica da prática assistencial. Essas pesquisas

propõem mudanças do paradigma técnico-cientifico na formação dos profissionais e na

atitude desses frente aos direito humanos e sociais.

O artigo 29 teve como objetivo caracterizar a assistência hospitalar ao parto em dois

hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde no Município de Maringá, Paraná, Brasil, e

identificar obstáculos e aspectos facilitadores para implantação do cuidado humanizado,

baseando-se na percepção das mulheres sobre a atenção recebida. Os resultados mostraram

que as instituições pesquisadas seguem um modelo assistencial marcado por rotinas

hospitalares e focado no profissional médico como condutor do processo. Os obstáculos para

implantação do cuidado humanizado encontrados foram o desconhecimento das mulheres e de

seus acompanhantes sobre os direitos reprodutivos na atenção ao parto e nascimento; a atitude

de resignação das mulheres e de seus familiares; a falta de orientação e preparo do

acompanhante; a relação assimétrica entre profissional de saúde e parturiente; a insuficiência

e negação da informação; as más condições estruturais; o despreparo da equipe para acolher o

acompanhante; a participação incipiente da equipe multiprofissional na assistência; a prática

institucional e profissional, que não incorporou integralmente ao cuidado obstétrico a idéia do

parto como evento familiar e direito reprodutivo. Já alguns fatos observados pelas autoras

como, a adesão da equipe de enfermagem aos métodos não-farmacológicos de alívio da dor, a

presença da doula no hospital 2, a permissão do acompanhante no trabalho de parto para a

maioria das mulheres no hospital 1, a inserção do acompanhante masculino, o apoio verbal e

não-verbal dos profissionais de saúde, o acolhimento da parturiente e a atuação do

profissional anestesista foram aspectos que contribuíram a humanização do cuidado. Por fim

as autoras concluíram que diversos fatores institucionais, denotaram barreiras que, em seu

conjunto, dificultaram a implantação do modelo humanizado na assistência ao parto e

nascimento.

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O artigo 30 busca compreender o que significa para as adolescentes passarem pelo

parto chamado de humanizado. O estudo foi realizado com puérperas adolescentes, que

passaram pela experiência do parto considerado humanizado. Os resultados foram agrupados

nas seguintes categorias: Pré-parto/Parto: o corpo sendo controlado; Pré-parto/Parto: misto de

dor e de prazer; Parto Humanizado: a assistência esperada e desejada. Com relação a primeira

categoria observou-se, através do relato das parturientes, uma relação de distanciamento entre

o profissional e elas. Os sentimentos expressados pela parturiente no momento não se

mostram importantes, a eficiência e resolutividade falam mais alto. Na categoria pré-

parto/parto: misto de dor e de prazer, a dor apareceu constantemente nas falas das

adolescentes. Os momentos de pré-parto e parto são momentos caracterizados por muita dor,

seguidos por alegria e prazer no momento de expulsão do bebê. A terceira categoria mostra

que as adolescentes são encorajadas a participar ativamente do trabalho de parto, escolher sua

companhia, utilizar técnicas de relaxamento e escolher a posição que lhe proporcione bem-

estar. É oferecido ainda, apoio físico e emocional por profissionais de psicologia, pela equipe

de enfermagem e por qualquer outro profissional que venha a entrar em contato com elas. Ao

final as autoras concluem que a adolescente, naquele momento, não é apenas um corpo físico,

e sim um corpo envolto por muitos sentimentos. Entendemos que este estudo contribui para

que os profissionais que prestam assistência ao parto reflitam sobre o atendimento oferecido.

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Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_gtQRS1TDzJg/SQJ80HIdc0I/AAAAAAQA/10timWhsFlM/s320/gestação.JPG

Acesso em: 05 jun. 2010.

___________________________

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo nos possibilitou compreender no que consiste o processo humanizado de

parto/nascimento e identificar o que é publicado sobre o assunto.

Delineamos, através da analise dos dados, um perfil dos artigos publicados no Brasil

entre os anos de 1999 a 2009 que abordavam atenção humanizada no processo de

parto/nascimento. Concluímos que a grande maioria dos autores (51%) eram enfermeiros

docentes, que os artigos de pesquisa predominaram (77%) sobre os outros tipos de estudo e

que a região que mais publicou artigos sobre o assunto foi a região Sudeste (57%). Com

relação aos periódicos em que estavam publicados esses artigos encontramos números bem

próximos, dessa forma, compreendemos que nenhum periódico se sobressaiu na publicação

de artigos sobre o tema.

A síntese dos artigos nos permitiu entender que já existem modificações no

atendimento a mulher durante o parto, mas que ainda há um longo caminho a ser percorrido.

Entendemos que a realização deste estudo se faz importante para os profissionais de

saúde, para a academia, para as gestantes e para os serviços de saúde. Com relação aos

profissionais de saúde, acreditamos que as experiências relatadas nos artigos fazem com que

os profissionais repensem e reflitam sobre o tipo de e assistência prestada, contribuindo dessa

forma para mudança no atendimento. Com relação à academia, entendemos que este estudo

traz uma proposta diferenciada já que realiza uma revisão integrativa, tipo de estudo que

observamos não ser muito utilizado e que permite o uso de vários estudos, tanto quantitativos

como qualitativos, além de tornar a pesquisa sobre determinado assunto mais prática e

dinâmica. Para as gestantes, compreendemos que este material traz informações fundamentais

para que ela conheça seus direitos e que entenda como deve ser prestada a assistência

humanizada no processo de parto/nascimento. E por fim, percebemos a utilidade do estudo

para criação de novas propostas e políticas de humanização ao parto dentro dos serviços de

saúde.

Observamos que a humanização na saúde é uma proposta nova e que vem sendo cada

vez mais discutida por gestores e profissionais de saúde. Entendemos que toda a equipe de

enfermagem, por estar diretamente ligada a assistência, tem um papel muito importante no

processo de humanização. A realização deste estudo levou-nos ainda, a refletir que a

humanização do parto não significa apenas a realização de novas técnicas, mas sim o respeito

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à fisiologia do parto e ao direito da mulher te ter um atendimento com qualidade e de poder

fazer escolhas durante esse momento tão importante na sua vida.

Após a gratificante experiência de transcorrer sobre este tema, percebemos que o

enfermeiro é um profissional fundamental para implementação do processo humanizado do

parto/nascimento e que trabalhos realizados por estes sobre o assunto tem grande importância,

já que acreditamos que a maior dificuldade em implementar o parto humanizado, está na

resistência dos profissionais em contribuir e realizar intervenções que muitas vezes são

desnecessárias, e a realização desses trabalhos pode ajudar na reflexão e discussão dos

profissionais sobre o assunto.

Acreditamos que as fragilidades na prestação da assistência humanizada, além da

resistência dos profissionais, está relacionada à falta de políticas efetivas que realmente façam

funcionar esse serviço. O espaço físico e os recursos materiais são outros fatores que muitas

vezes dificultam a assistência. Ao nosso ver a assistência humanizada traz diversos

benefícios a mulher e acreditamos que a conscientização desses benefícios pelos profissionais

de saúde é o que vai fazer com que realmente ocorra a mudança no atendimento.

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ANEXOS

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ANEXO A – Recomendações da OMS no atendimento ao parto normal

1. Práticas no parto normal demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas:

1.1- Planejamento individual determinando onde e por quem o parto será realizado.

1.2- Avaliação de risco durante o pré-natal, reavaliado a cada contato e no momento do

trabalho de parto.

1.3- Monitoramento do bem estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto.

1.4- Oferecimento de liquido por via oral durante o trabalho de parto.

1.5- Respeito a escolha da mulher sobre o local do parto.

1.6- Fornecimento de assistência obstétrica no nível mais periférico onde o parto for seguro.

1.7- Respeito ao direito da mulher a privacidade no local do parto.

1.8- Apoio emocional pelos prestadores de serviço durante o trabalho de parto e parto.

1.9- Respeito a escolha da mulher sobre seus acompanhantes durante o trabalho de parto.

1.10- Fornecimento as mulheres de todas as informações e explicações que desejam.

1.11- Métodos não invasivos e não farmacológicos de alívio da dor, como massagens e

técnicas de relaxamento, durante o trabalho de parto.

1.12- Monitoramento fetal por meio de ausculta intermitente e vigilância das contrações

uterinas por palpação abdominal.

1.13- Uso de materiais descartáveis e descontaminação adequada de reutilizáveis.

1.14- Uso de luvas no exame vaginal, no parto e no manuseio da placenta.

1.15- Liberdade de posição e movimento durante o trabalho de parto.

1.16- Estimulo as posições não supinas durante o trabalho de parto.

1.17- Monitoramento cuidadoso do progresso do trabalho de parto, uso do partograma.

1.18- Administração profiláticas de ocitocina no terceiro estágio do parto em mulheres com

risco de hemorragia pós-parto.

1.19- Condições estéreis ao cortar o cordão.

1.20- Prevenção da hipotermia do bebê.

1.21-Prevenção da hemorragia neonatal com uso da vitamina K.

1.22- Prevenção da oftlamia gonocócica com o uso de nitrato de prata ou tetraciclina.

1.23- Contato cutâneo direto, precoce entre mãe e filho e apoio ao inicio da amamentação na

primeira hora após o parto.

1.24- Alojamento Conjunto.

1.25- Suprimir a lactação em mães portadoras de HIV.

1.26- Exame rotineiro da placenta e membranas ovulares.

1.27- Uso rotineiro de ocitocina, tração controlada do cordão, ou sua combinação, durante o

terceiro estágio do parto.

2. Práticas no parto normal claramente prejudiciais ou ineficazes e que devem ser

eliminadas:

2.1- Uso rotineiro de enema.

2.2- Uso rotineiro de tricotomia.

2.3- Infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto.

2.4- Cateterização venosa profilática de rotina.

2.5- Uso rotineiro da posição supina durante o trabalho de parto.

2.6- Exame retal.

2.7- Uso de pelvimetria por raios X.

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2.8- Administração de ocitócitos antes do parto de um modo que não se permita controlar seus

efeitos.

2.9- Usos rotineiro da posição de litotomia.

2.10- Esforços de puxos prolongados e dirigidos (manobra de Valsalva) durante o segundo

estágio do trabalho de parto.

2.11- Massagem e distensão do períneo durante o segundo estágio do trabalho de parto.

2.12- Uso de comprimidos orais de ergometrina no terceiro estágio do trabalho de parto com o

objetivo de evitar hemorragia.

2.13- Uso rotineiro de ergometrina por via parenteral no terceiro estágio do trabalho de parto.

2.14- Lavagem uterina rotineira após o parto.

2.15- Revisão (exploração manual) rotineira do útero após o parto.

2.16- Uso liberal ou rotineiro da episiotomia.

2.17- Toques vaginais freqüentes e por mais de um examinador.

2.18- Manobrade Kristeller ou similar, com pressões inadequadamente aplicadas ao fundo

uterino no período expulsivo.

2.19- Prática liberal decesariana.

2.20- Aspiração nasofaríngea de rotina em recém-nascidos normais.

2.21- Manutenção artificial dearfrio na sala departo durante o nascimento.

3. Práticas no parto normal em que não existem evidencias para apoiar suar

recomendação e devem ser utilizadas com cautela até que novas pesquisas esclareçam a

questão:

3.1- Métodos não-farmacológicos de alívio da dor durante o trabalho de parto, ervas, imersão

em água e estimulação de nervos.

3.2- Pressão no fundo uterino durante o período expulsivo.

3.3- Manobras relacionadas a proteção ao períneo e do pólo cefálico no momento do parto.

3.4- Manipulação ativa do feto no momento do parto.

3.5- Clampeamento precoce do cordão umbilical.

3.6- Estimulação do mamilo para aumentar a contratilidade uterina durante o terceiro estágio

do parto.

4. Práticas no parto normal freqüentemente utilizadas de modo inadequado:

4.1- Restrição hídrica e alimentar durante o trabalho de parto.

4.2- Controle da dor por agentes sistêmicos.

4.3- Controle da dor por analgesia peridural.

4.4- Monitoramento eletrônico fetal.

4.5- Uso de mascara e aventais estéreis durante a assistência ao trabalho de parto.

4.6- Exames vaginais repetidos ou freqüentes, especialmente por mais de um prestador de

serviço.

4.7- Correção da dinâmica uterina com a utilização de ocitocina.

4.8- Amniotomia precoce de rotina no primeiro estágio do parto.

4.9- Transferência rotineira da parturiente para outra sala no início do segundo estágio do

trabalho de parto.

4.10- Cateterização da bexiga.

4.11- Estímulo para o puxo quando se diagnostica a dilatação cervical completa, antes que a

4.12- própria mulher sinta o puxo.

4.13- Adesão rígida a uma duração estipulada do segundo estágio do trabalho de parto, se as

condições da mãe e do feto forem boas e se não houver progressão do trabalho de parto.

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4.14- Parto operatório.

4.15- Exploração manual do útero após o parto.

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ANEXO B – Lei Nº 11.108, de 7 de abril de 2005

Senado Federal

Subsecretaria de Informações

LEI Nº 11.108, DE 7 DE ABRIL DE 2005

Altera a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para garantir às parturientes o direito à

presença de acompanhante durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, no

âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.

O VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA

REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O Título II "Do Sistema Único de Saúde" da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990,

passa a vigorar acrescido do seguinte Capítulo VII "Do Subsistema de Acompanhamento

durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato", e dos arts. 19-J e 19-L:

"CAPÍTULO VII

DO SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DURANTE O TRABALHO DE PARTO,

PARTO E PÓS-PARTO IMEDIATO

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - SUS, da rede própria ou

conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um)

acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato.

§ 1º O acompanhante de que trata o caput deste artigo será indicado pela parturiente.

§ 2º As ações destinadas a viabilizar o pleno exercício dos direitos de que trata este artigo

constarão do regulamento da lei, a ser elaborado pelo órgão competente do Poder Executivo.

Art. 19-L. (VETADO)"

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de abril de 2005; 184º da Independência e 117º da República.

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA

Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto

Humberto Sérgio Costa Lima

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APÊNDICES

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6263�

APÊNDICE A – Tabelas de identificação dos artigos encontrados

Tabela da Lilacs:

Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo Texto compl.

07/03/10 Lilacs Enfermagem

obstétrica/

parto

humanizado/

humanização

.

Moura,

Carla

Fabíola

Sampaio de;

Lopes,

Gertrudes

Teixeira;

Santos,

Tânia

Cristina

Franco.

Humanização e

desmedicalização

da assistência à

mulher: do ensino

à prática

Rev. enferm.

UERJ;17(2):182-

187, abr.-jun.

2009.

Estudo histórico-social, que teve como objetivo discutir a inserção da

Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(FENF/UERJ) na humanização e desmedicalização da assistência à mulher

no município do Rio de Janeiro. As fontes primárias foram documentos

escritos, legislações e depoimentos orais obtidos no período de janeiro a

março de 2008. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

e respeitou os requisitos da Resolução nº 196/96. Os resultados

evidenciaram que a FENF/UERJ contribuiu para a humanização da

assistência à mulher, o que ocorreu na implantação da consulta de

enfermagem no pré-natal de baixo risco, na qualificação de enfermeiras

obstétricas para a rede municipal de saúde e no processo de criação e

implantação da Casa de Parto David Capistrano Filho, demonstrando que

os docentes tiveram papel relevante no processo de humanização e

desmedicalização da assistência à mulher .

SIM

07/03/10 Lilacs Progianti,

Jane Márcia;

Mouta,

Ricardo José

Oliveira.

A enfermeira

obstétrica: agente

estratégico na

implantação de

práticas do

modelo humanizado em

maternidades

Rev. enferm.

UERJ;17(2):165-

169, abr.-jun.

2009.

Estudo histórico-social que objetivou analisar as estratégias utilizadas para

implantar o modelo humanizado na Maternidade Municipal Leila Diniz,

localizada no Rio de Janeiro. O período estudado foi de 1996 - 1998. As

fontes primárias constituíram-se de documentos oficiais da Secretaria

Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, uma dissertação de mestrado e o

depoimento de uma enfermeira, obtido através da entrevista semiestruturada. Os conceitos de Pierre Bourdieu apoiaram a análise que

seguiu três etapas: ordenação, classificação e articulação dos dados. Os

resultados apontaram que, durante o processo de inserção dos profissionais

no modelo humanizado, duas estratégias foram utilizadas: a realização de

oficinas de sensibilização e a nomeação de uma enfermeira obstétrica para

assessorar a implantação de práticas humanizadas. Concluímos que as

sensibilizações não foram eficientes para que os profissionais médicos

incorporassem os valores do modelo humanizado e a posição ocupada pela

enfermeira lhe conferiu poder simbólico no campo obstétrico humanizado.

SIM

07/03/10 Lilacs Santos,

Denise da

Silva;

Doulas na

assistência ao

parto: concepção

Esc. Anna

Nery Rev.

Estudo descritivo, exploratório. Objetivou descrever a concepção das

profissionais de enfermagem sobre a participação das doulas na assistência

à mulher no trabalho de parto. Utilizou abordagem qualitativa com

SIM

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63

Nunes, Isa

Maria.

de profissionais

de enfermagem Enferm;13(3):58

2-589, jul.-set.

2009.

entrevista semiestruturada. Os sujeitos foram 11 auxiliares/técnicas de

enfermagem e 5 enfermeiras (os) atuantes no centro obstétrico de uma

maternidade pública em Salvador, Bahia. Os resultados apontaram para

três categorias: da ideia à realidade da iniciativa ôdoulas na sala de partoö;

facilidades e dificuldades com a presença destas. Constata-se que essa

iniciativa objetivou preencher a lacuna do acompanhante no centro

obstétrico da instituição. Dentre as facilidades identificadas, têm

relevância a substituição da família e o conforto físicoproporcionado à

mulher, e, como dificuldades, observam-se a indefinição do papel e a falta

de clareza no limite de atuação das doulas. Apreendeu-se que as depoentes

reconhecem a importância da atuação da doula, mas enfatizam problemas

decorrentes da forma de inserção das doulas no serviço.

07/03/10 Lilacs Brandão,

Sandra

Maria

Oliveira

Caixeiro.

Vivência do

acolhimento da

mulher

encaminhada da

Casa de Parto

David Capistrano

Filho à unidade de

referência

Rio de Janeiro;

s.n; 2008. 141 p.

ilus, tab.

Com base na Teoria da Diversidade e Universalidade do Cuidado Cultural

proposta por Madeleine Leininger e fundamentada na diretriz do

acolhimento da Política Nacional de Humanização, este estudo de natureza

qualitativa objetivou discutir o acolhimento da mulher encaminhada da

Casa de Parto David Capistrano Filho (CPDCF) para a unidade de

referência e descrever a vivência do parto desta mulher. Para tal, foi

utilizado como técnica de coleta de dados a entrevista em dois grupos

focais. Os sujeitos do estudo foram puérperas que realizaram o pré-natal na

CPDCF e que foram encaminhadas à unidade de referência por terem

desenvolvido o risco na gestação. De acordo com análise de conteúdo

proposta por Bardin, obtivemos como resultado duas grandes categorias: o

acolhimento da mulher encaminhada da CPDCF na unidade de referência e a vivência do processo de parto e nascimento da mulher encaminhada da

CPDCF para a unidade de referência. Os resultados apontam que o

encaminhamento à unidade de referência é fonte geradora da vivência do

choque cultural, envolvendo, principalmente, sentimentos de medo, receio,

tristeza e decepção. A pesquisa apontou que os partos aconteceram em um

contexto que distanciou a mulher de seus familiares, companheiros e bebê

afetando os vínculos e a formação dos laços de apego. Concluímos que o

acolhimento foi baseado em uma assistência medicalizada, rotineira,

fundamentado nas práticas do modelo tecnocrático, ainda vigente e atuante

na rotina assistencial da unidade de referência e que o atendimento na

unidade de referência não alcançou a essência da diretriz do acolhimento

do Ministério da Saúde.

SIM

07/03/10 Lilacs Carvalho,

Jovaca

Bittencourt

Atitude do pai

diante do

nascimento

Rev.

RENE;9(4):82-

O estudo teve o objetivo de compreender as atitudes do homem durante o

processo de parturição da companheira. Os dados foram obtidos através de

entrevista semi-estruturada junto a 10 homens que acompanharam o

NÃO

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64

Leite de;

Brito,

Rosineide

Santana de.

90, out.-dez.

2008.

nascimento de seus filhos. Essa etapa ocorreu em duas maternidades no

município de Natal û RN no ano de 2004, as quais adotam o princípio da

humanização da assistência. Os depoimentos foram tratados conforme o

método de análise de conteúdo segundo Bardin. Desse processo emergiram

três categorias: atendendo às necessidades da companheira, presença do

companheiro na sala de parto e atitudes de agradecimentos, analisadas a

luz do interacionismo simbólico conforme Blumer. Os resultados

evidenciaram que os homens interagem com suas mulheres e respondem

com atitudes de cuidados, ajuda, apoio e encorajamento. Costatamos que

as atitudes do pai na sala de parto, são influenciadas mediante a interação

dele, com os profissionais que assistem a sua companheira no parto.

07/03/10 Lilacs Goldman,

Rosely

Erlach;

Nascimento,

Simone

Renata

Rodrigues;

Lotti, Raquel

Pacheco

Valente;

Santos,

Álvaro da

Silva.

A prática da

episiotomia no

parto humanizado

Nursing (São

Paulo);10(115):5

50-554, dez.

2007. ilus, graf.

O objetivo desta investigação é conhecer a frequência e a situação perineal

de parturientes. Trata-se de estudo descritivo e retrospectivo, realizado em

um Centro de Parto Humanizado de um hospital público, localizado na

região sul da cidade de São Paulo, no período de agosto de 2004 a

setembro de 2005. Os dados foram obtidos no livro de registro de partos

aplicado um questionário à equipe de enfermeiras obstetras. Dentre os

principais resultados destacou-se que 77,8 por cento dos partos foram

realizados sem episiotomia, 53,3 por cento dos períneos foram íntegros e

45, 6 por cento com presença de trauma perineal. Os critérios adotados

para a realização da episiotomia pelas enfermeiras obstetras foram: rigidez

perineal, sofrimento fetal agudo, presença de mecônio e tamanho fetal. A

frequência de episiotomia no Centro de Parto Humanizado é considerada

adequada, e sua prática depende da experiência do profissional que assiste ao parto, o que conduz a um menor grau de intervenção.

NÃO

07/03/10 Lilacs Azevedo,

Leila Gomes

Ferreira de.

.

Estratégias de luta

das enfermeiras

obstétricas para

manter o modelo

desmedicalizado

na Casa de Parto

David Capistrano

Filho

Rio de Janeiro;

s.n; 2008. 112 p.

ilus.

Pesquisa descritiva com abordagem qualitativa, que teve como objeto as

estratégias de luta das enfermeiras obstétricas para preservar o espaço

institucional da CPDCF como lócus no desenvolvimento do cuidado

humanizado. Selecionou como objetivos: descrever o habitus profissional

das enfermeiras que atuam na CPDCF; analisar a posição das enfermeiras

obstétricas na CPDCF e no campo hospitalar e discutir as estratégias

utilizadas pelas enfermeiras obstétricas para manterem o modelo

humanizado. Utilizou para apoiar a análise os conceitos de campo, habitus,

capital, violência simbólica e poder simbólico sob a ótica de Pierre

Bourdieu. A pesquisa foi realizada com quatorze enfermeiras que

trabalham na CPDCF. Os dados foram coletados através de entrevista semi

estruturada e analisados pelo método de análise de conteúdo de Bardin.

Foram evidenciadas duas categorias: 1) O habitus profissional das enfermeiras obstétricas que atuam na CPDCF profissional cujas

SIM

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65

subcategorias expressaram os motivos da inserção na enfermagem e

enfermagem obstétrica, as disposições incorporadas pela enfermeira

obstétrica da CPDCF em sua formação profissional e a Renovação do

habitus; 2) A posição e estratégias utilizadas pelas enfermeiras obstétricas

para manterem o modelo da CPDCF, cujas subcategorias evidenciaram a

posição e estratégias utilizadas pelas enfermeiras na CPDCF e a posição e

estratégias utilizadas pelas enfermeiras da CPDCF no hospital de

referência. Os resultados evidenciaram que as enfermeiras obstétricas da

CPDCF utilizam estratégias eficientes para a manutenção do modelo

humanizado na casa e ocupam posição de prestígio porque o campo

favorece o desenvolvimento de suas habilidades de acordo com o seu

habitus desmedicalizado

07/03/10 Lilacs Mouta,

Ricardo José

Oliveira.

A reconfiguração

do espaço social

da Maternidade

Leila Diniz: a luta

das enfermeiras

obstétricas pela

implantação do

modelo

humanizado de

assistência ao

parto

Rio de Janeiro;

s.n; 2009. 131 p.

ilus.

Trata-se de um estudo de natureza histórico-social, cujo objeto é as

estratégias de luta das enfermeiras obstétricas pela ocupação do espaço

hospitalar de assistência ao parto durante o processo de implantação da

assistência humanizada na Maternidade Leila Diniz. A delimitação

temporal do estudo abrange o período de 1996 a 1998. Os objetivos da

pesquisa são: Descrever as circunstâncias da inserção das enfermeiras

obstétricas na assistência ao parto humanizado na Maternidade Leila

Diniz; Analisar as estratégias de luta utilizadas pelas enfermeiras

obstétricas para implantar as práticas humanizadas de assistência ao parto

na Maternidade Leila Diniz; e Discutir os efeitos das estratégias de luta

utilizadas pelas enfermeiras obstétricas para implantar as práticas

humanizadas de assistência ao parto na Maternidade Leila Diniz. O estudo apóia-se teoricamente nos conceitos desenvolvidos pelo sociólogo Pierre

Bourdieu e utilizou o método da história oral temática. Na análise, houve a

articulação de documentos escritos e depoimentos orais. Os resultados da

pesquisa evidenciam que a enfermeira obstétrica participou como agente

estratégico da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro com o

objetivo de divulgar e implantar o modelo humanizado na Maternidade

Leila Diniz; desenvolveu estratégias de luta simbólica eficientes para a

ocupação do campo pela enfermeira obstétrica e neste processo de

reconfiguração da assistência ao parto na Maternidade Leila Diniz, ganhou

autonomia no campo obstétrico hospitalar

SIM

07/03/10 Lilacs Florentino,

Lucia

Cristina;

Gualda,

Dulce Maria

A participação do

acompanhante no

processo de

nascimento na

perspectiva de

Nursing (São

Paulo);10(110):3

19-323, jul. 2007.

ilus.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa direcionada para a melhoria da

assistência ao parto, com o objetivo de compreender a perspectiva dos

profissionais de enfermagem que atuam no centro-obstétrico do Hospital

Universitário da Universidade de São Paulo frente a um processo de

mudança organizacional. A mudança pró-ativa foi favorecer a participação

NÃO

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66

Rosa.

humanização do acompanhante durante a internação da parturiente no centro obstétrico.

A coleta de dados ocorreu através de entrevistas, antes e após a mudança,

tendo suas análises levado ao reconhecimento e compreensão das

ansiedades e mecanismos de defesa individuais, das estratégias coletivas

de defesa/ aceitação frente aos problemas decorrentes dessa mudança. Na

primeira fase, os profissionais demonstraram insegurança surgindo, após a

implantação, experiências positivas que favoreceram o fortalecimento da

equipe.

07/03/10 Lilacs Rabelo,

Leila

Regina.

A competência

das enfermeiras

obstétricas na

atenção ao parto

normal hospitalar

Porto Alegre; s.n;

2006. 126 p.

Esta dissertação enfoca a percepção de enfermeiras obstétricas sobre sua

competência na atenção ao parto normal institucionalizado...

NÃO

07/03/10 Lilacs Silveira,

Joyce da

Costa;

Riesco,

Maria Luiza

Gonzalez.

Ensino da

prevenção e

reparo do trauma

perineal nos

cursos de

especialização em

enfermagem

obstétrica

Rev. enferm.

UERJ;16(4):512-

517, out.-dez.

2008.

O estudo teve como objetivo descrever os elementos que fundamentam o

ensino da assistência ao parto normal na prevenção e reparo do trauma

perineal nos cursos de especialização em enfermagem obstétrica. Foi

desenvolvido com abordagem qualitativa, em 10 instituições de ensino que

ofereceram a especialização em enfermagem obstétrica no período de

1995-2005, no município de São Paulo. Foram entrevistados nove

coordenadores e 10 professores dessas instituições. As falas foram

submetidas à análise de conteúdo e categorizadas como: o trauma perineal e sua prevenção; e elementos que fundamentam o ensino da assistência ao

parto e do cuidado perineal. Constatou-se que os conhecimentos científico,

teórico e prático são indispensáveis e que o ensino não pode estar

desvinculado da prática. Essa prática deve ser feita em laboratório, com

todo o equipamento necessário para que o aluno adquira habilidade na

reparação do trauma perineal e deve propiciar a experiência no cuidado à

mulher durante o parto.

SIM

07/03/10 Lilacs Mouta,

Ricardo José

Oliveira;

Pilotto, Diva

Thereza dos

Santos;

Vargens,

Octavio

Muniz da

Costa;

Progianti,

Relação entre

posição adotada

pela mulher no

parto, integridade

perineal e

vitalidade do

recém-nascido.

Rev. enferm.

UERJ;16(4):472-

476, out.-dez.

2008. tab.

O objetivo deste estudo foi analisar os partos assistidos por enfermeiras

obstétricas, relacionando a posição da cliente adotada para o parto com a

preservação perineal e a vitalidade dos recém-nascidos, em uma

maternidade pública no município do Rio de Janeiro, em 2005. Constituiu-

se em estudo observacional descritivo, com abordagem quantitativa,

desenvolvido a partir da análise documental. Foram analisados os registros

de 1715 partos assistidos por enfermeiras obstétricas nessa instituição. Os

resultados mostraram que a escolha da posição vertical pelas parturientes

nos partos, assistidos por enfermeiras obstétricas, resultou em índice

menor de episiotomia. As lacerações perineais, quando ocorreram, foram

em sua maioria de primeiro grau. Nesses partos, o escore de Apgar no

SIM

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67

Jane Márcia.

primeiro e quinto minutos foram sempre superiores a sete. O atendimento

realizado pelas enfermeiras obstétricas na instituição, oportunizando a

posição vertical, evidencia uma atitude menos intervencionista que protege

a integridade da mulher.

07/03/10 Lilacs Davi, Rejane

Marie

Barbosa; Torres,

Gilson de

Vasconcelos

; Caldas,

Rosângela

de Medeiros;

Dantas,

Janmilli da

Costa. /

Obstetric

Enfermeiras

obstétricas na

humanização do alívio da dor de

parto: um relato

de experiência

Nursing (São

Paulo)11(124):4

24-429, set. 2008.

Este estudo teve como objetivo relatar a experiência na humanização ao

parto vivenciada por enfermeiras obstétricas no alívio da intensidade da

dor de parturientes na fase ativa durante o trabalho de parto. Utilizamos estratégias não farmacológicas para o alívio da dor como as técnicas de

exercícios respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral,

deambulação e banho de chuveiro. O local de estudo foi a unidade de parto

de uma maternidade pública de Natal/RN, na Região Nordeste do Brasil.

Concluímos que as estratégias não farmacológicas utilizadas foram

efetivas no alívio da dor das parturientes durante a fase ativa do trabalho

de parto.

NÃO

07/03/10 Lilacs Pereira,

Adriana

Lenho de

Figueiredo;

Moura,

Maria

Aparecida

Vasconcelos

.

Relações de

hegemonia e o

conflito cultural

de modelos na

assistência ao

parto

Rev. enferm.

UERJ;16(1):119-

124, jan.-mar.

2008.

O artigo objetiva discutir as relações de hegemonia no conflito cultural dos

modelos e práticas assistenciais ao parto no sistema de saúde brasileiro,

segundo o referencial teórico de Gramsci. Foi fundamentado no conceito

de hegemonia e foi estabelecida sua relação com a discussão dos

princípios gerais dos modelos de assistência ao parto. A cultura

hegemônica é representada pelo modelo de parto medicalizado e a contra-

hegemonia foi instituída pelo movimento social denominado humanização

do parto e nascimento. O referencial de Gramsci esclarece quanto aos

aspectos ideológicos, culturais e políticos envolvidos nas relações de

hegemonia existentes no conflito de modelos assistenciais em saúde. Este

referencial adquire particular relevância para a enfermagem obstétrica

como agente da mudança cultural e na concretização do cuidado sensível e

humano à mulher e família que vivenciam o processo do nascimento.

NÃO

07/03/10 Lilacs Costa,

Rafael

Ferreira da.

As práticas

educativas na casa

de parto David

Capistrano Filho

sob a ótica do

cuidado cultural

Rio de Janeiro;

s.n; 2007. 72 p.

ilus.

Este estudo qualitativo resultou da experiência que adquiri como

enfermeiro obstetra da Casa de Parto David Capistrano Filho (CPDCF).

Ali, passei a observar e questionar o porque naquele espaço, construído

para o desenvolvimento de ações sob a visão do modelo humanizado, as

enfermeiras obstétricas apóiam-se nas práticas de educação em saúde

como instrumento do cuidar. Os objetivos foram os seguintes: 1)Refletir

como as enfermeiras utilizam a educação em saúde como instrumento do

Cuidado Cultural; 2) Descrever as práticas educativas desenvolvidas na CPDCF; 3)Analisar as repercussões das práticas educativas na vida das

NÃO

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68

mulheres cuidadas, na Casa de Parto, à luz dos conceitos de negociação e

reestruturação da Teoria do Cuidado Cultural. O referencial teórico

também enfocou a Educação em Saúde e seu encontro com o cuidado

cultural. As entrevistadas foram dezesseis mulheres que deram à luz e

participaram dos grupos educativos e das consultas puerperais da Casa de

Parto. A coleta de dados foi feita por meio da entrevista semi-estruturada

com a seguinte pergunta orientadora: ôQuais as repercussões das práticas

educativas vivenciadas na CPDCF em sua vida?ö Após a análise de

conteúdo foram identificadas duas categorias: 1) as repercussões das

práticas educativas sobre a vivência do ciclo gravídico-puerperal; 2) as

repercussões das práticas educativas nas atitudes e nos discursos das

mulheres e de suas famílias. Os resultados mostraram que as práticas

educativas foram reestruturantes na vivência tranqüila experimentada

durante a gestação, na formação do vínculo materno durante a gravidez, no

exercício da genitalidade na gestação, nas sensações vividas no parto, na

postura da mulher frente ao seu trabalho de parto e no cuidado do recém-

nascido.

07/03/10 Lilacs Lopes,

Alessandréa

Silva.

A vivência de

privacidade pelas

parturientes no

cotidiano

hospitalar: uma

contribuição para

o cuidar em enfermagem

obstétrica

Rio de Janeiro;

s.n; 2007. 69 p.

ilus.

No cotidiano das maternidades do município do Rio de Janeiro, apesar dos

esforços de alguns gestores públicos e das enfermeiras obstétricas,

presenciamos hospitais cheios, normas rígidas que obriga a mulher

despojar-se de suas roupas e de seus familiares. Nesse campo, a

enfermagem obstétrica está inserida no movimento de humanização que

tem se preocupado com a gravidez e parto como um direito reprodutivo.

Dentre os princípios que norteiam o cuidado das enfermeiras obstétricas, construídos por Progianti e Vargens (2004), destacamos o que diz que a

enfermeira obstétrica deve defender o respeito à privacidade e a segurança

da parturiente. Esse princípio está fundamentado na fisiologia do parto,

pois como explica Odent (2000), a mulher possui um mecanismo inato de

parir que não necessita de intervenções e requer um ambiente seguro, com

baixo estimulo racional e com privacidade. Assim, este estudo parte da

premissa que a vivencia da privacidade no trabalho de parto é fundamental

para a sua fisiologia e questiona como a mulher vivencia a privacidade no

cotidiano hospitalar que é um ambiente adverso para tal propósito. Esta

pesquisa teve como objeto a vivência de privacidade pelas parturientes no

cotidiano hospitalar e seus objetivos foram: analisar como as mulheres

compreendem a sua privacidade na experiência de parir no cotidiano

hospitalar e discutir as estratégias de vivência de privacidade pela

parturiente no cotidiano hospitalar. Utilizou-se como referencial teórico o

cotidiano e a privacidade por Michael Maffesoli (1984) e as estratégias de

SIM

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69

enfrentamento do cotidiano desfavorável à privacidade classificadas por

ele. É um estudo descritivo com abordagem qualitativa no qual foram

realizadas entrevistas semi-estruturadas com dez puérperas que pariram de

parto normal em uma maternidade municipal do Rio de Janeiro. Para a

categorização dos dados seguimos os passos da análise de conteúdo de

Bardin (1977).

07/03/10 Lilacs Pereira, Adriana

Lenho de

Figueiredo.

O processo de implantação da

caso de parto no

contexto do

Sistema Único de

saúde: uma

perspectiva do

referencial teórico

de Gramsci

Rio de Janeiro; s.n; dez. 2007.

xiii,169 p. ilus,

tab.

Estudou-se o processo de implantação da primeira Casa de Parto do Sistema Único de Saúde (SUS) da cidade do Rio de Janeiro através de

pesquisa qualitativa objetivando identificar os determinantes sócio-

culturais do processo de implantação da Casa de Parto; analisar as relações

de hegemonia e contra-hegemonia constituídas neste processo de

implantação e discutir suas implicações políticas para a enfermagem

obstétrica...

NÃO

07/03/10 Lilacs Parada,

Cristina

Maria

Garcia de

Lima;

Tonete, Vera

Lúcia

Pamplona.

O cuidado em

saúde no ciclo

gravídico-

puerperal sob a

perspectiva de

usuárias de

serviços públicos

Interface

comun. saude

educ;12(24):35-

46, jan.-mar.

2008.

O objetivo do trabalho foi apreender as representações sociais de puérperas

sobre o cuidado em saúde no período pré-natal, no parto e no puerpério,

em um contexto regional de serviços públicos de saúde do interior paulista.

Seguindo a abordagem de pesquisa qualitativa, os dados foram colhidos

por meio de entrevistas semi-estruturadas, realizadas em 2004, e

organizados segundo o método do Discurso do Sujeito Coletivo, tendo o

Programa de Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN) como

referencial teórico para discussão dos resultados. A perspectiva das

puérperas sobre o cuidado em saúde no ciclo gravídico-puerperal

evidenciou a importância das relações interpessoais, a essencialidade da

qualidade técnica do atendimento e a propriedade da percepção de que o

sujeito da atenção é a mulher e, como tal, dela deve participar

efetivamente. Conclui-se que as diretrizes do PHPN devem ser

incorporadas de forma mais ampla nas práticas de saúde voltadas à mulher,

recomendando-se a adoção de indicadores específicos para avaliação das

dimensões do cuidado evidenciadas por este estudo.

SIM

07/03/10 Lilacs Arivabene,

João Carlos.

Método mãe-

canguru:

vivências

maternas e

contribuições para

a enfermagem

Rio de Janeiro;

s.n; dez. 2007.

ix,107 p. graf.

Estudo de natureza qualitativa, tendo como objeto "as vivências das mães

no Método Mãe-Canguru" e como objetivos: descrever as vivências das

mães no MMC, analisar as vivêncais das mães à luz dos princípios do

MMC e discutir as contribuições das mães a partir dos significados das

vivências no MMC para as ações de enfermagem. Como referencial

teórico, utilizamos as normatizações de atenção humanizada ao recém-

nascido de baixo-peso e, também, da Maternidade Segura do Ministério da Saúde.

NÃO

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70

07/03/10 Lilacs Machado,

Nilce Xavier

de Souza;

Praça, Neide

de Souza. (

Centro de parto

normal e

assistência

obstétrica

centrada nas

necessidades da

parturiente

Rev. Esc.

Enferm.

USP;40(2):274-

279, jun. 2006.

Levando em conta os vários estudos e reflexões a respeito do novo modelo

de assistência ao parto e nascimento (assistência humanizada), e

trabalhando como enfermeira obstétrica em um Centro de Parto Normal,

surgiu o questionamento a respeito desse conceito, devido às diversas

conotações dadas a esse termo. Este artigo foi produzido com a finalidade

de divulgar nossa proposta de substituição da expressão ôassistência

humanizada ao partoö, por ôassistência obstétrica centrada nas

necessidades da parturienteö, e de discorrer como essa assistência é

prestada no Centro de Parto Normal do Hospital Geral de Itapecerica da

Serra (SP), que segue um protocolo de condutas obstétricas e normas

preconizadas pelo Ministério da Saúde.

SIM

07/03/10 Lilacs Barros, Lena

Maria; Silva,

Raimunda

Magalhães

da.

Atuação da

enfermeira na

assistência à

mulher no

processo de

parturição

Texto &

contexto

enferm;13(3):37

6-382, jul.-set.

2004.

Nosso objetivo neste trabalho foi conhecer a atuação da enfermeira de

centro obstétrico na assistência à mulher no processo de parturição. É um

estudo de campo do tipo descritivo, realizado em quatro maternidades

públicas de São Luís - MA, de abril a julho de 2002, após consentimento

dos sujeitos, respeitando os aspectos éticos. Participaram do estudo, 21

enfermeiras de Centro Obstétrico. O agrupamento das falas feito pela

técnica de Análise de Conteúdo possibilitou a organização da categoria

ôatuação da enfermeira na assistência à mulher no processo de parturiçãoõ

com as sub-categorias: assistência temporal na trajetória do nascimento e

maneira de cuidar na trajetória natural do nascimento. Ao término do

estudo, evidenciamos que a enfermeira de centro obstétrico atua junto a

mulher com ações diretas e passivas (observando, protegendo); indiretas

(administrando) e com participação mais efetiva, tomando decisões e influenciando a ação e o comportamento desta (oferecendo cuidado

solidário e obstétrico)

NÃO

07/03/10 Lilacs Moura,

Escolástica

Rejane

Ferreira;

Silva, Raimunda

Magalhães

da.

Assistência

humanizada ao

parto a partir de

uma história de

vida tópica

Acta paul.

enferm;17(2):14

1-147, abr.-jun.

2004.

Trata-se de pesquisa do tipo estudo de caso, que tomou por base uma

história de vida tópica experienciada na década de 80, trazendo por

objetivo refletir sobre a humanização da assistência ao parto e nascimento

em nosso meio, no sentido de provocar e estimular aqueles que lidam

nessa área do cuidado para desenvolverem uma assistência menos violenta. A história de vida revelou sérios obstáculos à qualidade da assistência

obstétrica que, analisados à luz da humanização, foram identificados como

atitudes desrespeitosas, negligentes e violentas, devendo ser banidas do

campo do cuidado à saúde, o que parece estar, infelizmente, ainda se

repetindo no cenário da assistência obstétrica no Brasil, o que se constata

na fala de mulheres e na mobilização do Ministério da Saúde pela

humanização do parto e nascimento, através do lançamento de um

programa de âmbito nacional. Vale destacar o investimento na formação

NÃO

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71

de enfermeiras obstétricas, reconhecendo-as como profissionais que

legalmente podem realizar o parto normal sem distorcia, bem como a

necessidade das próprias mulheres exercerem sua cidadania, no sentido de

exigirem seus direitos relacionados à saúde reprodutiva.

07/03/10 Lilacs Silva,

Larissa

Mandarano da; Clapis,

Maria José.

Compreendendo a

vivência materna

no primeiro contato com seu

filho na sala de

parto

Acta paul.

enferm;17(3):28

6-291, jul.-set.

2004.

A literatura demonstra que a humanização da assistência ao parto favorece

o desenvolvimento natural da relação mãe-filho nos primeiros minutos de

vida, resultando no fortalecimento de seus vínculos e reduzindo danos em longo prazo. O primeiro contato entre mãe e filho em sala de parto,

preconizado como um dos procedimentos para humanização da

assistência, possibilita uma relação intensa após o nascimento e a

formação do vínculo materno. Este primeiro contato permancerá na

memória de ambos, devendo ocorrer com harmonia, calma e tranquilidade.

OBJETIVO: compreender a vivência materna no primeiro contato mãe-

filho após o parto. METODOLOGIA: os dados foram obtidos por meio de

uma entrevista semi-estruturada, partindo da questão norteadora: Como foi

seu primeiro contato com o bebê? Participaram do estudo 12 puérperas

assistidas em uma maternidade conveniada ao Sistema Único de Saúde, no

município de Ribeirão Preto, São Paulo. A análise baseou-se na proposta

de interpretação qualitativa, através do método de análise de conteúdo

proposto por Bardin (1977). RESULTADOS: foram identificadaas as

categorias temáticas: "as condições de parto interferindo no contato

imediato mãe-filho" e "as vivências maternas no primeiro contato com o

recém-nascido". Os dados expressaram aspectos positivos do primeiro

contato mãe-filho em sala de parto, reduzindo a ansiedade materna. O tipode parto interfere no primeiro contato, sendo que a cesárea e alguns

procedimentos como a analgesia e episiotomia dificultam o primeiro

contato mãe-filho, interferindo no estabelecimento dos laços afetivos.

NÃO

07/03/10 Lilacs Wolff, Leila

Regina.

Representações

sociais de

mulheres sobre

assistência no trabalho de parto

e parto

Rio de Janeiro;

s.n; dez. 2004.

198 p. tab, graf.

A pesquisa teve como objeto de estudo as representações das mulheres

sobre a assistência no trabalho de parto e parto, utilizando-se da Teoria das

Representações Sociais, e como objetivos descrever, analisar e discutir as

representações das mulheres sobre essa assistência com perspectivas de humanização..

NÃO

07/03/10 Lilacs Progianti,

Jane Márcia;

Vargens,

Octavio

Muniz da Costa.

As enfermeiras

obstétrcias frente

ao uso de

tecnologias não

invasivas de cuidado como

Esc. Anna

Nery Rev.

Enferm;8(2):194

-197, ago. 2004.

O presente trabalho apresenta o olhar de enfermeiras obstétricas sobre o

processo de desmedicalização da assistência ao parto considerando o uso

de tecnologias não invasivas de cuidado de enfermagem. Mostra uma

concepção ecológica de parto que compreende o não invadir a natureza,

portanto, o parto como um evento fisiológico, natural. Aponta esse raciocínio como sendo hoje absolutamente contrário ao pensamento

NÃO

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72

estratégias na

desmedicalização

do parto

mecanicista que deu origem à obstetricia médica. Apresenta e define

tecnologias não invasivas de cuidado de enfermagem obstétrica. Conclui

defendendo o emprego dessas tecnologias na assistência ao parto como

alternativa segura e eficaz no processo de sua desmedicalização

07/03/10 Lilacs Castro,

Jamile Claro

de; Clapis, Maria José.

Parto humanizado

na percepcão das

enfermeiras obstétricas

envolvidas com a

assistência ao

parto

Rev. latinoam.

enferm;13(6):96

0-967, nov.-dez.

2005.

O presente estudo, utilizando abordagem qualitativa, objetivou identificar

a percepcão das enfermeiras obstétricas sobre humanizacão da assistência

ao parto, bem como evidenciar, através dos discursos, as acões desenvolvidas no processo de nascimento e os fatores dificultadores da

implementacão dessa assistência. Foram sujeitos deste estudo 16

enfermeiras de uma maternidade do interior do Estado de São Paulo.

Seguindo a proposta do Discurso do Sujeito Coletivo, os dados foram

coletados através de entrevistas semi-estruturadas, microgravadas,

transcritas e organizadas para tabulacão e análise. As enfermeiras

entrevistadas relataram que o processo de humanizacão se deu como uma

estratégia política que objetiva a melhoria da assistência e o resgate do

parto mais natural possível e que acreditam na necessidade de mudanca de

paradigma para que o processo se concretize. Os resultados evidenciaram,

ainda, que as enfermeiras se apresentam mais integradas ao parto como um

processo e não como um evento

SIM

07/03/10 Lilacs Davim,

Rejane

Marie

Barbosa;

Bezerra,

Luiz

Gonzaga de

Medeiros.

Assistência à

parturiente por

enfermeiras

obstétricas no

Projeto

Midwifery: um

relato de

experiência

Rev. latinoam.

enferm;10(5):72

7-732, set.-out.

2002.

Este estudo destaca os modelos assistenciais de enfermagem que

valorizam a mulher no processo do trabalho de parto, parto e nascimento.

Descreve a assistência humanizada prestada à parturiente por enfermeiras

obstétricas no Projeto Midwifery de uma maternidade escola. Ressalta que

a prática desses modelos possibilita a participacão ativa do enfermeiro no

processo de trabalho de parto, parto e nascimento, proporcionando,

fundamentalmente, satisfacão à parturiente e ao profissional

SIM

(indisponível

no momento)

Tabela da Scielo

Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo Texto

compl.

26/03 scielo Parto

humanizado

Oliveira,

Zuleyce Maria

Lessa Pacheco

de and

Vivenciando o parto

humanizado: um

estudo fenomenológico

sob a ótica de

Rev. esc. enferm.

USP, Jun 2002,

vol.36, no.2,

p.133-140. ISSN

Este estudo teve por objetivo compreender o que significa para as

adolescentes passarem pelo parto dito humanizado. Paraisso, utilizei a

fenomenologia como trajetória de pesquisa, para chegar a essência do

fenômeno. Participaram do estudooito adolescentes que foram atendidas no

sim

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73

Madeira,

Anézia

Moreira Faria

adolescentes.

0080-6234 Hospital Sofia Feldman, instituição filantrópica, sem fins lucrativos -

BeloHorizonte/MG. Para a coleta de dados utilizei observação de campo e

entrevista aberta. O estudo possibilitou apreender trêscategorias de análise:

Pré-parto/Parto: o corpo sendo controlado; Pré-parto/Parto: misto de dor e de

prazer; PartoHumanizado: a assistência esperada e desejada.

26/03 scielo Parto

humanizado

Hoga, Luiza

Akiko Komura.

Casa de parto:

simbologia e princípios assistenciais.

Rev. bras.

enferm., Out 2004, vol.57,

no.5, p.537-540.

ISSN 0034-7167

A primeira Casa de Parto vinculada ao Programa Saúde da Família possui

simbologia específica. Objetivou-se identificar os símbolos que permeiam as idéias, crenças, valores e práticas e os princípios que orientam a assistência

prestada na Casa de Parto. O método de pesquisa foi a etnografia e a história

oral temática, o recurso empregado para entrevistar enfermeiras obstétricas da

Casa. Resultados: A Casa possui o valor simbólico da inovação da assistência

ao parto e o cuidado humanizado à gestante é o princípio que norteia as

práticas. Considerações finais: A simbologia da Casa e as práticas de cuidado

desenvolvidas constituem referência às demais Casas de parto em proposição

no Brasil e devem ser conhecidas pelas enfermeiras obstétricas.

sim

26/03 scielo Parto

humanizado

Castro, Jamile

Claro de and

Clapis, Maria

José

Parto humanizado na

percepção das

enfermeiras obstétricas

envolvidas com a assistência ao parto.

Rev. Latino-Am.

Enfermagem, Dez

2005, vol.13,

no.6, p.960-967.

ISSN 0104-1169

O presente estudo, utilizando abordagem qualitativa, objetivou identificar a

percepção das enfermeiras obstétricas sobre humanização da assistência ao

parto, bem como evidenciar, através dos discursos, as ações desenvolvidas no

processo de nascimento e os fatores dificultadores da implementação dessa

assistência. Foram sujeitos deste estudo 16 enfermeiras de uma maternidade

do interior do Estado de São Paulo. Seguindo a proposta do Discurso do

Sujeito Coletivo, os dados foram coletados através de entrevistas semi-

estruturadas, microgravadas, transcritas e organizadas para tabulação e

análise. As enfermeiras entrevistadas relataram que o processo de

humanização se deu como uma estratégia política que objetiva a melhoria da

assistência e o resgate do parto mais natural possível e que acreditam na

necessidade de mudança de paradigma para que o processo se concretize. Os

resultados evidenciaram, ainda, que as enfermeiras se apresentam mais

integradas ao parto como um processo e não como um evento.

sim

26/03 scielo Parto

humanizado

Reis, Adriana

Elias dos and

Patrício,

Zuleica Maria

Aplicação das ações

preconizadas pelo

Ministério da Saúde

para o parto

humanizado em um

hospital de Santa Catarina.

Ciênc. saúde

coletiva, Dez

2005, vol.10,

p.221-230. ISSN

1413-8123

A mudança do cenário domiciliar do nascimento para o hospitalar fez emergir

nova cultura de atendimento à mulher parturiente, provocando desvalorização

do potencial do cuidado humano, em suas características culturais e afetivas, e

gerando desconforto e até agravos à saúde da mulher e do seu recém-

nascido.Tendo em vista essa realidade, o Ministério da Saúde criou diretrizes

para orientar as ações das equipes de saúde no processo de parir. O foco deste

estudo foi analisar, de forma qualitativa, a aplicação dessas ações

preconizadas em um centro obstétrico de um hospital do Estado de Santa

Catarina. Participaram como sujeitos do estudo onze parturientes e seus recém-nascidos e acompanhantes e os profissionais da equipe de saúde que

sim

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74

atenderam essas mulheres. A análise dos dados, levantados por observação

participante, entrevista e análise documental, mostrou limitações da equipe de

saúde para incorporar as referidas diretrizes no cotidiano da assistência, bem

como das gestantes e acompanhantes em estimular essa prática, especialmente

pelo desconhecimento que têm de seus direitos. Isto reforça a importância

dessas diretrizes serem trabalhadas no pré-natal junto às gestantes e seus

familiares.

26/03 scielo Parto

humanizado

Carraro,

Telma Elisa et

al.

Cuidado e conforto

durante o trabalho de

parto e parto: na busca

pela opinião das mulheres.

enferm., 2006,

vol.15, no.spe,

p.97-104. ISSN

0104-0707

A obstetrícia moderna considera o parto um evento médico-cirúrgico e adota

um modelo de assistência tecnicista. Esperava-se que os avanços tecnológicos

auxiliassem o trabalho dos cuidadores, proporcionando condições e tempo

para ser e estar junto à parturiente. No entanto, esse avanço tecnológico e

científico mostra uma enorme fragilidade no que se refere ao cuidado.

Realizou-se uma pesquisa quali-quantitativa, descritiva prospectiva, que

avaliou a opinião das mulheres puérperas sobre os métodos utilizados para seu

cuidado e conforto durante o trabalho de parto e parto. Este trabalho é um

recorte dos dados qualitativos, focando os sentimentos das mulheres puérperas

durante esta vivência. Com os resultados, pretende-se contribuir na adaptação

dos métodos de cuidado e conforto, proporcionando um trabalho de parto

humanizado, reforçando na parturiente a confiança em si mesma e na equipe,

facilitando e incentivando o parto normal e o exercício saudável da

sexualidade, bem como a prevenção das mortes maternas.

sim

26/03 scielo Parto

humanizado

Rolim, Karla

Maria

Carneiro and

Cardoso,

Maria Vera

Lúcia Moreira

Leitão

O discurso e a prática

do cuidado ao recém-

nascido de risco:

refletindo sobre a atenção humanizada.

Rev. Latino-Am.

Enfermagem, Fev

2006, vol.14,

no.1, p.85-92.

ISSN 0104-1169

Este estudo identificou a opinião da enfermeira acerca da humanização do

cuidado ao récem-nascido (RN) de risco na Unidade de Terapia Intensiva

Neonatal (UTIN) e a seus familiares. Foi utilizado como referencial teórico-

metodológico a Teoria de Paterson e Zderad (1976). O cenário para execução

desse estudo foi a UTIN de uma maternidade pública na cidade de Fortaleza-

CE, no período de abril a julho de 2003. Os sujeitos da pesquisa foram seis

enfermeiras atuantes na UTIN. Realizou-se entrevistas com as enfermeiras

participantes do estudo. As temáticas extraídas dos discursos das participantes

foram: humanização, sensibilização, conscientização e cuidado. Conclui-se

que, no cuidado humanizado de bebês de alto risco, é imprescindível a comunhão do discurso com a prática.

sim

26/03 Scielo Parto

humanizado

Osawa, Ruth

Hitomi,

Riesco, Maria

Luiza

Gonzales and

Tsunechiro, Maria Alice

Parteiras-enfermeiras e

Enfermeiras-parteiras:

a interface de profissões afins, porém distintas.

Rev. bras.

enferm., Out

2006, vol.59,

no.5, p.699-702.

ISSN 0034-7167

Em 2005, com a criação do Curso de Graduação em Obstetrícia da

Universidade de São Paulo, as discussões em torno dos modelos de formação

de profissionais não-médicos para a assistência ao parto foram reaquecidas. O

objetivo do estudo é aprofundar a compreensão do significado da retomada do

referido Curso no momento atual da assistência ao parto e nascimento. Os

eventos do passado que influenciaram nos modelos de assistência ao parto por não-médicos foram considerados: a aprovação da lei das parteiras na

sim

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75

Inglaterra, em 1902, com a inclusão de sua prática ao sistema de saúde oficial,

a marginalização do trabalho da parteira tradicional nos Estados Unidos da

América e os momentos emblemáticos das disputas de enfermeiras e

obstetrizes (parteiras) no Brasil.

26/03 scielo Parto

humanizado

Dias, Marcos

Augusto

Bastos and Deslandes,

Suely Ferreira

Expectativas sobre a

assistência ao parto de

mulheres usuárias de uma maternidade

pública do Rio de

Janeiro, Brasil: os

desafios de uma política

pública de

humanização da

assistência

Cad. Saúde

Pública, Dez

2006, vol.22, no.12, p.2647-

2655. ISSN 0102-

311X

Analisamos as expectativas de gestantes, usuárias de uma maternidade pública

no Município do Rio de Janeiro, Brasil, sobre a assistência que receberam no

parto e a avaliação que fazem do atendimento recebido em partos anteriores. A metodologia pautou-se pela análise temática de entrevistas realizadas entre

o oitavo e o nono mês de gravidez. Foram analisadas informações das

mulheres sobre humanização da assistência ao parto, experiências relativas à

assistência recebida em parto(s) anterior(es), seu ideal de atendimento ao

parto eminente e sobre a atenção da equipe de saúde. Os resultados mostram

que as expectativas estão centradas em três elementos principais: admissão

rápida na internação, garantia de vaga na maternidade e o atendimento por

uma equipe atenciosa e competente que cuide de sua saúde e do seu bebê. As

informações discordantes sobre a qualidade da assistência na maternidade

trazem para essas mulheres uma tensão a mais nesse momento já que, a seu

ver, a qualidade do cuidado dependerá mais de sorte do que da rotina

institucional. A partir dessas expectativas, os autores avaliam os desafios da

política de humanização da assistência ao parto em implantação nesse

município.

sim

26/03 scielo Parto

humanizado

Brüggemann,

Odaléa Maria,

Osis, Maria

José Duarte

and Parpinelli,

Mary Angela

Apoio no nascimento:

percepções de

profissionais e

acompanhantes escolhidos pela mulher.

Rev. Saúde

Pública, Fev

2007, vol.41,

no.1, p.44-52.

ISSN 0034-8910

Descrever a percepção de profissionais da saúde sobre prestar assistência à

parturiente na presença do acompanhante por ela escolhido, e a percepção dos

acompanhantes sobre essa experiência. MÉTODOS: Realizou-se estudo

qualitativo, a partir de ensaio clínico randomizado controlado. A amostra

estudada foi intencional e definida por saturação de informação. Foram

entrevistados 11 profissionais da saúde e 16 acompanhantes no centro

obstétrico de uma maternidade em Campinas, SP, de outubro de 2004 a março

de 2005. Empregou-se a técnica de análise temática de discurso, utilizando-se

as figuras metodológicas: idéia central, expressões-chave e o discurso do

sujeito coletivo. RESULTADOS: Entre as idéias centrais dos profissionais destacaram-se: não houve diferença em prestar assistência com acompanhante

durante o trabalho de parto e parto; com o acompanhante ocorreram mudanças

positivas na assistência; o acompanhante dá apoio emocional à parturiente,

que fica mais satisfeita, segura e tranqüila; existem muitos aspectos positivos

no comportamento e participação das parturientes com acompanhante; o

acompanhante não causou problema e fez o profissional ter atitude mais

humana e menos rotineira. As principais idéias centrais dos acompanhantes

foram: sentimentos positivos, emoção, satisfação com a experiência; poder

sim

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76

ajudar ao dar apoio emocional; sentir-se bem recebido pelos profissionais.

CONCLUSÕES: Os profissionais da saúde consideraram importante o apoio

do acompanhante não tendo sido observado problema em prestar assistência

na sua presença. Os acompanhantes se sentiram satisfeitos e recompensados

com a experiência. Não foram detectados conflitos de opinião entre os

envolvidos.

26/03 scielo Parto humanizado

Pereira, Adriana

Lenho de

Figueiredo et

al.

Pesquisa acadêmica sobre humanização do

parto no Brasil:

tendências e contribuições.

Acta paul. enferm., Jun 2007,

vol.20, no.2,

p.205-215. ISSN

0103-2100

Realizamos um levantamento das pesquisas acadêmicas brasileiras dos programas de pós-graduação stricto sensu acerca da humanização do parto e

nascimento, de forma a identificar a distribuição temporal, regional, por

abordagem metodológica e área de conhecimento, e analisar as contribuições

desta produção acadêmica para a prática assistencial. MÉTODOS: Pesquisa

exploratória e descritiva. Os dados foram coletados através dos resumos de

teses e dissertações disponíveis em bases de dados de bibliotecas virtuais,

BIREME e CAPES. RESULTADOS: Foram encontradas 26 dissertações e 4

teses no período de 1987 a 2004. A maioria (20; 66,7%) foi desenvolvida em

programas de pós-graduação da região Sudeste. Mais da metade (16; 53,3%)

do total foi realizada em programas de pós-graduação de enfermagem. A

metodologia qualitativa foi a mais utilizada (25; 80%). Os aspectos ético-

políticos da assistência predominaram (20; 66,7%) sobre os aspectos técnicos

nas sínteses dos resultados e conclusões das pesquisas estudadas.

CONCLUSÃO: As pesquisas de pós-graduação propõem mudança de

paradigma técnico-científico, na formação profissional, na atitude profissional

frente aos direitos humanos e sociais, e uma redefinição de papeis

profissionais das enfermeiras e parteiras.

sim

26/03 scielo Parto

humanizado

Guimarães,

Elisângela

Euripedes

Resende,

Chianca,

Tânia Couto

Machado and Oliveira,

Adriana

Cristina de

INFECÇÃO

PUERPERAL SOB A

ÓTICA DA

ASSISTÊNCIA

HUMANIZADA AO

PARTO EM

MATERNIDADE PÚBLICA

Rev. Latino-Am.

Enfermagem, Aug

2007, vol.15,

no.4, p.536-542.

ISSN 0104-1169

Trata-se de estudo epidemiológico, tipo coorte, prospectivo e não concorrente,

sobre infecção puerperal sob a ótica da assistência humanizada ao parto.

Objetivou-se caracterizar as puérperas submetidas ao parto humanizado;

determinar a incidência das infecções puerperais, bem como o intervalo de

manifestação, além de verificar a associação entre a infecção e os fatores de

risco. Os dados foram obtidos de 5.178 prontuários de puérperas que

passaram pela experiência do parto humanizado. Verificou-se taxa de incidência de infecção puerperal acumulada de 2,92%. Os fatores de risco

associados à infecção puerperal na modalidade de parto cesáreo foram a

duração do trabalho de parto (p = 0,002) e o número de toques (p = 0,011).

Nenhuma variável se comportou como fator de risco para infecção na

modalidade parto normal; porém, o parto cesariano comportou-se como

importante fator de risco para a infecção puerperal (p = 0,000). Considerando

que o modelo atual de assistência humanizada ao parto tem buscado mudança

de paradigma nas práticas assistenciais, sendo bastante favorável ao parto

Sim

ingles

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77

normal, acredita-se que esse modelo possa estar contribuindo diretamente para

a redução nos índices de infecção puerperal. Reforça-se aqui a necessidade de

estimular a realização de partos normais e a diminuição de cesarianas.

26/03 scielo Parto

humanizado

Nascimento,

Enilda

Rosendo do,

Rodrigues, Quessia Paz

and Almeida,

Mariza Silva

Indicadores de qualidade

da assistência pré-natal

em Salvador - Bahia

Acta paul.

enferm., Sept

2007, vol.20,

no.3, p.311-315. ISSN 0103-2100

OBJETIVO: Analisar indicadores de qualidade da assistência pré-natal

prestada por serviços públicos de saúde de Salvador/Ba, após a implantação

do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento (PHPN).

MÉTODOS: Estudo quantitativo realizado nas unidades básicas de saúde de Salvador que aderiram ao Programa de Humanização no Pré-natal e

Nascimento . RESULTADOS: Baixo percentual de gestantes inscritas no

Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento realizaram seis

consultas de pré-natal (9,76%); mais da metade dessas mulheres realizaram

todos exames básicos e houve baixo percentual das que compareceram à

consulta de puerpério (5,66%). Ademais, apenas 5,66% concluíram a

assistência pré-natal. CONCLUSÃO: assistência pré-natal em Salvador,

prestada através do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento no

ano 2002, caracteriza-se por baixa cobertura pelas unidades de saúde tanto de

consultas pré-natais quanto de exames básicos e consulta puerperal

Sim

ingles

26/03 scielo Parto

humanizado

DAVIM,

Rejane Marie

Barbosa

TORRES,

Gilson de

Vasconcelos

e MELO,

Eva Saldanha

de.

Estratégias não

farmacológicas no

alívio da dor durante o trabalho de parto: pré-

teste de um

instrumento

Rev. Latino-Am.

Enfermagem

[online]. 2007,

vol.15, n.6, pp.

1150-1156. ISSN

0104-1169. doi:

10.1590/S0104-

11692007000600

015.

Estudo descritivo objetivando avaliar a efetividade de Estratégias Não

Farmacológicas (ENF) no alívio da dor de parturientes para fazerem parte de

um instrumento de pesquisa a ser utilizado em tese de doutoramento. Para

avaliar as ENF, utilizou-se a Escala Analógica Visual (EAV) com 30

parturientes, tendo como local de pesquisa a unidade de parto humanizado de

uma maternidade escola em Natal, RN. Verificou-se que, das seis ENF

(exercícios respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral,

banho de chuveiro, deambulação e balanço pélvico), duas foram excluídas

após o pré-teste (deambulação e balanço pélvico), por apresentarem

dificuldades de aceitação pelas parturientes. As demais (exercícios

respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral e banho de

chuveiro), com índices satisfatórios de aceitação e efetividade, demonstraram

ser efetivas na redução da dor dessas parturientes, sendo, portanto, adequadas

para a utilização no instrumento de coleta de dados na tese de doutoramento.

sim

26/03 scielo Parto

humanizado

Merighi,

Miriam

Aparecida

Barbosa,

Carvalho,

Geraldo Mota

de and Suletroni,

O processo de parto e

nascimento: visão das

mulheres que posuem

convênio saúde na

perspectiva da

fenomenologia social

Acta paul.

enferm., Dez

2007, vol.20,

no.4, p.434-440.

ISSN 0103-2100

OBJETIVO: Este estudo objetivou compreender o processo de parto e

nascimento na perspectiva das mulheres que possuem convênio saúde.

MÉTODOS: A partir das questões norteadoras: Como foi o processo de

parto? Fale-me da assistência que recebeu. Foi como esperava?, analisou-se os

dados segundo o referencial da Fenomenologia Social. RESULTADOS: Os

resultados mostraram que essas mulheres puderam opinar sobre o tipo de

parto, contar com a presença do marido na sala de parto e confiar no profissional que a assistiram. Para essas mulheres a experiência foi

sim

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78

Vivian Pontes maravilhosa e gratificante. CONCLUSÕES: A vivência do processo de parto

e nascimento, na perspectiva das mulheres que possuem convênio saúde

difere dos sentimentos vivenciados pelas mulheres que não têm acesso a este

tipo de atendimento. No entanto, independente do plano de saúde, não se pode

negligenciar nem os direitos das usuárias, nem os deveres de uma assistência

digna, que possa viabilizar o atendimento humanizado.

26/03 scielo Parto humanizado

Nagahama, Elizabeth

Eriko Ishida

and Santiago,

Silvia Maria

Humanização e eqüidade na atenção ao

parto em município da região Sul do Brasil.

Acta paul. enferm., 2008,

vol.21, no.4,

p.609-615. ISSN

0103-2100

OBJETIVOS: Identificar fatores associados à qualidade da atenção e possíveis predisponentes de iniqüidades no cuidado ao parto, a partir das

características sócio-demográficas e obstétricas de mulheres atendidas em

dois hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde no município de

Maringá-Paraná. MÉTODOS: Estudo transversal, conduzido mediante

pesquisa em prontuário hospitalar e entrevistas com 569 puérperas. Sete

indicadores de qualidade classificaram a assistência em excelente, boa,

regular e insatisfatória. Utilizou-se o teste Qui-quadrado para estabelecer

associação entre variáveis. RESULTADOS: As mulheres eram jovens, com

companheiro fixo, ensino médio completo, sem atividade econômica

remunerada e de baixo nível sócio-econômico. A iniqüidade no cuidado foi

marcada pela oferta desigual dos procedimentos que qualificam a atenção,

determinada por fatores individuais, contextuais e, especialmente, relacionada

às práticas assistenciais. CONCLUSÃO: Três características compuseram o

perfil da parturiente que se beneficiou de atenção mais qualificada: ter menos

de 19 anos, ensino médio completo e não ter antecedentes de cesariana.

sim

26/03 scielo Parto

humanizado

MABUCHI,

Alessandra

dos Santos e

FUSTINONI,

Suzete Maria.

O significado dado pelo

profissional de saúde

para trabalho de parto e parto humanizado.

Acta paul. enferm.

[online]. 2008,

vol.21, n.3, pp.

420-426. ISSN

0103-2100. doi:

10.1590/S0103-

21002008000300

006.

OBJETIVO: Compreender o significado que o profissional de saúde que

atende a parturiente, dá para trabalho de parto e parto humanizado.

MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com perspectiva

fenomenológica. Foram entrevistados sete médicos e quatro enfemeiras que

atuavam no Centro Obstétrico de um hospital público do Município de São

Paulo. RESULTADOS: Após a análise dos dados emergiram dois subtemas:

Compreendendo trabalho de parto e parto humanizado como um conjunto de

medidas assistenciais e de comportamento diferenciado, e Identificando falhas

na busca de humanização da assistência, os quais ao serem sintetizados deram origem ao fenômeno maior da experiência dos sujeitos: Vivenciando a

desarmonia entre teoria e prática na busca pela humanização da assistência.

CONCLUSÃO: O estudo evidenciou que ainda há discordância referente ao

que se entende por parto humanizado e o que se realiza na prática. A

humanização continua sendo uma política governamental longe de se tornar

eficaz, não apenas pelos déficits na infra-estrutura ou escassez financeira, mas

pela carência de contato com a temática, contribuindo para que a assistência,

oferecida seja, muitas vezes, despersonalizada e desumana.

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79

26/03 scielo parto

humanizado

Grangeiro,

Gisele

Ribeiro,

Diógenes,

Maria

Albertina

Rocha and

Moura,

Escolástica

Rejane

Ferreira

Atenção Pré-Natal no

Município de Quixadá-

CE segundo

indicadores de processo do SISPRENATAL.

Rev. esc. enferm.

USP, Mar 2008,

vol.42, no.1,

p.105-111. ISSN

0080-6234

Pesquisa descritiva, documental, que objetivou analisar os indicadores de

processo do Sistema de Informação do Pré-natal (SISPRENATAL), em

Quixadá-CE. Estudaram-se 1.544 cadastros de gestantes no período de 2001 a

2004. Os dados foram coletados de fevereiro a abril de 2005 no

SISPRENATAL, implantado no setor de Epidemiologia da Secretaria

Municipal de Saúde. Os resultados foram apresentados em tabela única e

analisados à luz da literatura atual e experiência acumulada das autoras.

Verificou-se percentual crescente de gestantes com indicador de, no mínimo,

seis consultas, todos os exames básicos, teste anti-HIV, imunização

antitetânica e consulta puerperal de 2001 a 2004, ou seja, zero, 2,6, 5,68 e

21,11%, respectivamente. É necessário, pois, uma melhora na utilização do

Sistema, assim como a leitura sistemática dos indicadores de processo, no

sentido de obter subsídios para a melhoria da qualidade da assistência pré-

natal.

SIM

26/03 scielo parto

humanizado

Parada,

Cristina Maria

Garcia de

Lima and

Tonete, Vera

Lúcia

Pamplona

O cuidado em saúde no

ciclo gravídico-

puerperal sob a

perspectiva de usuárias

de serviços públicos

Interface

(Botucatu), Mar

2008, vol.12,

no.24, p.35-46.

ISSN 1414-3283

O objetivo do trabalho foi apreender as representações sociais de puérperas

sobre o cuidado em saúde no período pré-natal, no parto e no puerpério, em

um contexto regional de serviços públicos de saúde do interior paulista.

Seguindo a abordagem de pesquisa qualitativa, os dados foram colhidos por

meio de entrevistas semi-estruturadas, realizadas em 2004, e organizados

segundo o método do Discurso do Sujeito Coletivo, tendo o Programa de

Humanização do Pré-natal e Nascimento (PHPN) como referencial teórico

para discussão dos resultados. A perspectiva das puérperas sobre o cuidado

em saúde no ciclo gravídico-puerperal evidenciou a importância das relações

interpessoais, a essencialidade da qualidade técnica do atendimento e a propriedade da percepção de que o sujeito da atenção é a mulher e, como tal,

dela deve participar efetivamente. Conclui-se que as diretrizes do PHPN

devem ser incorporadas de forma mais ampla nas práticas de saúde voltadas à

mulher, recomendando-se a adoção de indicadores específicos para avaliação

das dimensões do cuidado evidenciadas por este estudo.

SIM

26/03 scielo parto

humanizado

Nagahama,

Elizabeth Eriko Ishida

and Santiago,

Silvia Maria

Práticas de atenção ao

parto e os desafios para humanização do

cuidado em dois

hospitais vinculados ao

Sistema Único de Saúde

em município da

Região Sul do Brasil

Cad. Saúde

Pública, Ago 2008, vol.24,

no.8, p.1859-

1868. ISSN 0102-

311X

O objetivo do estudo foi caracterizar a assistência hospitalar ao parto em dois

hospitais vinculados ao Sistema Único de Saúde no Município de Maringá, Paraná, Brasil, e identificar obstáculos e aspectos facilitadores para

implantação do cuidado humanizado, pautando-se na percepção das mulheres

sobre a atenção recebida. Tratou-se de estudo exploratório-descritivo, com

desenho transversal, conduzido mediante pesquisa em prontuário hospitalar e

entrevistas realizadas com 569 mulheres atendidas nos dois hospitais, no

período de março de 2005 a fevereiro de 2006. A caracterização da assistência

hospitalar foi realizada tomando-se por base quatro indicadores de qualidade

na assistência no trabalho de parto e parto recomendados pela Organização

SIM

Page 81: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

80

Mundial da Saúde. Os dados apontaram para um modelo assistencial marcado

pelo peso da herança higienista nas rotinas hospitalares e nas práticas

profissionais, centrado no profissional médico como condutor do processo. Os

fatores institucionais, identificados nas dificuldades de organização

institucional e na estrutura física, as rotinas hospitalares e, sobretudo, a prática

e postura individuais dos profissionais de saúde denotaram barreiras que, em

seu conjunto, dificultam a implantação do modelo humanizado na assistência

ao parto e nascimento.

26/03 scielo parto

humanizado

Brüggemann,

Odaléa Maria

and Parpinelli,

Mary Ângela

Utilizando as

abordagens

quantitativa e

qualitativa na produção do conhecimento.

Rev. esc. enferm.

USP, Set 2008,

vol.42, no.3,

p.563-568. ISSN

0080-6234

O debate sobre as diferenças entre os métodos quantitativo e qualitativo é

freqüente, havendo posições favoráveis e contrárias acerca da sua integração.

Delinear uma pesquisa que contemple as duas abordagens gera dúvidas e

inquietações sobre como utilizá-las sem ferir o rigor dos métodos, a

especificidade, a sofisticação metodológica e reflexiva de cada uma delas. O

objetivo é relatar e discutir a utilização da abordagem quantitativa (ensaio

clínico controlado randomizado) e qualitativa para avaliar e compreender a

inserção do acompanhante de escolha da mulher durante o trabalho de

parto/parto, desempenhando o papel de provedor de apoio. A utilização das

duas abordagens possibilitou aproximar as múltiplas facetas envolvidas nessa

prática e avaliá-la tanto na dimensão explicativa quanto na compreensiva,

uma vez que pôde ser realizada com olhares complementares.

SIM

26/03 scielo parto

humanizado

Rattner,

Daphne. Humanização na

atenção a nascimentos e

partos: breve

referencial teórico

Interface

(Botucatu), 2009,

vol.13, suppl.1,

p.595-602. ISSN

1414-3283

Apesar da ampliação da cobertura da atenção pré-natal e hospitalização do

parto, houve estabilização no coeficiente de mortalidade materna em valores

relativamente altos, atribuída aqui à qualidade inadequada da atenção. Um dos

componentes do processo de assistência é a relação interpessoal, à qual tem

sido associado o conceito de humanização. Identifica-se um forte movimento

internacional que aborda a humanização da atenção a nascimentos e partos

como uma resposta à mecanização na organização do trabalho profissional e à

violência institucional, com crescente produção teórica. Todavia, o termo é

polissêmico e faz-se necessário, ao deparar-se com a expressão, identificar

que perspectiva está sendo adotada e qual o sentido que lhe é conferido.

SIM

26/03 scielo parto

humanizado

Almeida,

Cristiane

Andréa

Locatelli de

and Tanaka,

Oswaldo

Yoshimi

Perspectiva das

mulheres na avaliação

do Programa de

Humanização do Pré-

Natal e Nascimento

Rev. Saúde

Pública, Fev

2009, vol.43,

no.1, p.98-104.

ISSN 0034-8910

OBJETIVO: Analisar a importância da inclusão da perspectiva das mulheres

na avaliação do Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: Estudo qualitativo realizado

em base a dados primários coletados para a avaliação do Programa de

Humanização do Pré-Natal e Nascimento, do Ministério da Saúde, em 2003,

em sete municípios das cinco regiões do Brasil, selecionados a partir de dados

extraídos de sistemas de bancos de dados oficiais já existentes. Um dos atores

considerado fundamental para a coleta de informações foi a mulher atendida pelo Programa, abordada por meio de dezesseis grupos focais realizados em

SIM

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81

unidades de saúde. Para o tratamento dos dados empíricos foi utilizado o

método do Discurso do Sujeito Coletivo. A análise e discussão foram

realizadas com o apoio dos conceitos em saúde pública de acessibilidade e

Saúde Paidéia. ANÁLISE DOS RESULTADOS: O Programa estudado

normatiza para todos os serviços de saúde do país os procedimentos para a

atenção ao pré-natal e o parto e os fluxos a serem observados. A análise do

discurso das gestantes, nos grupos focais realizados, trouxe clareza quanto à

dissonância existente entre muitas dessas recomendações e os desejos e

necessidades da mulher, o que faz com que ela procure traçar para si um outro

fluxo de atendimentos. Esta ocorrência traz prejuízos ao vínculo que

estabelece com o serviço de saúde, além de dificuldades de controle pelo

serviço do seguimento real que está sendo oferecido. CONCLUSÕES: A

reflexão realizada do Programa, tomando por base a perspectiva das mulheres

atendidas, identificou aspectos cuja consideração no momento da avaliação

poderia resultar em maior efetividade e humanização do controle pré-natal

oferecido.

26/03 scielo parto

humanizado

Manzini,

Fernanda

Cristina,

Borges, Vera

Therezinha

Medeiros and

Parada,

Cristina Maria Garcia de

Lima

Avaliação da

assistência ao parto em

maternidade terciária

do interior do Estado

de São Paulo, Brasil

Rev. Bras. Saude

Mater. Infant.,

Mar 2009, vol.9,

no.1, p.59-67.

ISSN 1519-3829

OBJETIVOS: avaliar a estrutura e o processo de assistência ao parto e ao

recém-nascido desenvolvidos na maternidade e na unidade de neonatologia de

uma instituição hospitalar de nível terciário do interior do Estado de São

Paulo, Brasil. MÉTODOS: estudo descritivo, transversal, voltado para a

análise da adesão às normas preconizadas pelo Ministério da Saúde e

Organização Mundial da Saúde em relação ao parto, avaliando-se os recursos

existentes e as atividades desenvolvidas durante a assistência. Os dados foram

colhidos nos anos de 2004 e 2005, a partir de entrevista com o gestor da maternidade, análise de 293 prontuários amostradose observação de 29 partos

realizados. RESULTADOS: a avaliação da estrutura evidenciou a

disponibilidade de equipamentos, instrumentais e medicamentos, de obstetra,

pediatra e anestesista eausência de quartos de pré-parto, parto e puerpério.Na

análise do processo observouse, entre outras,frequências regulares

relacionadas à verificação de pressão arterial e ausculta dos batimentos

cardíacos fetais; o preenchimento do partograma foi satisfatório; na

assistência ao recém-nascido, foram insatisfatórios o aleitamento na primeira

hora de vida e ocontato pele a pele. CONCLUSÕES: algumas práticas úteis

no partonormal foram pouco utilizadas. Percebese uma tendência à

incorporação de práticas baseadas em evidências científicas, quando se

considerou a realização de procedimentos como tricotomia, enteroclisma e

episiotomia, demonstrando uma mudançapositiva na assistência ao parto.

SIM

26/03 scielo parto

humanizado

GAYESKI,

Michele Percepções de

puérperas sobre a

Rev. Latino-Am.

Enfermagem

Estudo qualitativo, cujo objetivo foi conhecer as percepções das puérperas

sobre a vivência de parir na posição vertical e horizontal, identificando os SIM

Page 83: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

82

Edianez e

BRUGGEMA

NN, Odaléa

Maria.

vivência de parir na

posição vertical e

horizontal

[online]. 2009,

vol.17, n.2, pp.

153-159. ISSN

0104-1169. doi:

10.1590/S0104-

11692009000200

003.

aspectos positivos e negativos de cada posição. Foram entrevistadas 10

puérperas no alojamento conjunto de um hospital universitário. Após análise

temática - Discurso do Sujeito Coletivo - emergiram os aspectos positivos da

posição vertical: mais cômoda; favorece a movimentação; reduz o esforço

expulsivo; favorece a participação da parturiente; sendo o desconforto e a

falta de intervenção obstétrica apontados como negativos. Quanto à posição

horizontal, os aspectos positivos foram: o parto é mais rápido, gera segurança

e sensação de ser ajudada e os negativos estiveram relacionados ao

desconforto e dificuldade para fazer força. Os discursos sobre os aspectos

positivos da posição vertical e negativos da horizontal destacam-se de forma

mais intensa e frequente e estão congruentes com as evidências científicas

26/03 scielo parto

humanizado

Brüggemann,

Odaléa Maria

et al

Parto vertical em

hospital universitário:

série histórica, 1996 a 2005.

Rev. Bras. Saude

Mater. Infant.,

Jun 2009, vol.9,

no.2, p.189-196.

ISSN 1519-3829

OBJETIVOS: descrever a evolução do número de partos horizontais e

verticais na maternidade do Hospital da Universidade Federal de Santa

Catarina, Brasil, e avaliar a associação dos mesmos com a taxa de cesárea, de

internações dos recém-nascidos em unidade de tratamento intensivo e semi-

intensivo e as transfusões sanguíneas maternas. MÉTODOS: estudo

descritivo -série histórica. Foram incluídos todos os partos, as internações dos

recémnascidos na Unidade de Terapia Intensiva e as transfusões sanguíneas

maternas ocorridas de 1996 até 2005. Para testar as tendências, utilizou-se o

método de Prais-Winsten para regressão linear generalizada.

RESULTADOS: em 1996 a porcentagem de partos verticais era 5,4% e em

2005 foi 52,3%. A variação média anual dos partos verticais foi de +20,8%

(p=0,007) e dos partos horizontais de -15,2% (p<0,001). Os partos cesáreos

apresentaram tendência de estabilidade. Houve diminuição no número de recém-nascidos internados na unidade de terapia intensiva neonatal de 6,1%

ao ano (p=0,001) e de transfusões sanguíneas ou hemoderivados (5,2% -

p<0,01). CONCLUSÕES: o aumento de partos verticais em relação aos

demais está em consonância com as evidências científicas e recomendações

da Organização Mundial da Saúde. Essa prática foi incorporada

gradativamente pelos profissionais da equipe de saúde.

SIM

26/03 scielo parto humanizado

Silva, Laura Johanson da,

Silva, Leila

Rangel da and

Christoffel,

Marialda

Moreira

Tecnologia e humanização na

Unidade de Terapia

Intensiva Neonatal:

reflexões no contexto do

processo saúde-doença

Rev. esc. enferm. USP, Set 2009,

vol.43, no.3,

p.684-689. ISSN

0080-6234

Trata-se de reflexão acerca da tecnologia e da humanização do cuidado ao recém-nascido, tendo como preceito teórico o processo saúde-doença. São

estabelecidos alguns paralelos entre as concepções de saúde e de doença, e

suas influências em nosso modelo de agir e pensar nos espaços da assistência,

como sujeitos do cuidado neonatal. O método mãe-canguru é apresentado

como tecnologia relacional, que propõe o acolhimento da unidade família-

bebê na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, valorizando as vivências e

necessidades primordiais de afetividade e compreensão.

SIM

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83

Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo Texto

compl.

26/03 scielo Parto

humanizado

/

enfermage

m

obstétrica/h

umanização

.

MABUCHI,

Alessandra

dos Santos e

FUSTINONI,

Suzete Maria.

O significado dado pelo

profissional de saúde

para trabalho de parto

e parto humanizado

Acta paul. enferm.

[online]. 2008,

vol.21, n.3, pp.

420-426. ISSN

0103-2100. doi:

10.1590/S0103-

21002008000300

006.

OBJETIVO: Compreender o significado que o profissional de saúde que

atende a parturiente, dá para trabalho de parto e parto humanizado.

MÉTODOS: Trata-se de uma pesquisa qualitativa com perspectiva

fenomenológica. Foram entrevistados sete médicos e quatro enfemeiras que

atuavam no Centro Obstétrico de um hospital público do Município de São

Paulo. RESULTADOS: Após a análise dos dados emergiram dois subtemas:

Compreendendo trabalho de parto e parto humanizado como um conjunto de

medidas assistenciais e de comportamento diferenciado, e Identificando falhas

na busca de humanização da assistência, os quais ao serem sintetizados deram

origem ao fenômeno maior da experiência dos sujeitos: Vivenciando a

desarmonia entre teoria e prática na busca pela humanização da assistência.

CONCLUSÃO: O estudo evidenciou que ainda há discordância referente ao

que se entende por parto humanizado e o que se realiza na prática. A

humanização continua sendo uma política governamental longe de se tornar

eficaz, não apenas pelos déficits na infra-estrutura ou escassez financeira, mas

pela carência de contato com a temática, contribuindo para que a assistência,

oferecida seja, muitas vezes, despersonalizada e desumana.

sim

Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo

26/03 scielo Enfermagem/

obstétrica/

humanização

Dias, Marcos

Augusto

Bastos and

Domingues,

Rosa Maria

Soares

Madeira

Desafios na implantação

de uma política de

humanização da

assistência hospitalar ao

parto

Ciênc. saúde

coletiva, Set

2005, vol.10,

no.3, p.699-705.

ISSN 1413-8123

Os objetivos deste ensaio são discutir as dificuldades de implantação de um novo modelo

de assistência ao parto de baixo risco na estrutura hospitalar e na sistematização de um

campo de trabalho da enfermeira obstetra. Sob uma nova perspectiva do cuidado da

parturiente, os autores fazem uma reflexão sobre o modelo de atuação dessa categoria

profissional, dos possíveis resultados positivos decorrentes dessa nova assistência e do

conflito gerado pela divisão de um espaço até então de domínio exclusivo da categoria

médica e do conseqüente choque de modelos de cuidados.

26/03 scielo Enfermagem

obstétrica/

humanização

Castro, Jamile

Claro de and

Clapis, Maria

José

Parto humanizado na

percepção das

enfermeiras obstétricas

envolvidas com a

assistência ao parto.

Rev. Latino-Am.

Enfermagem, Dez

2005, vol.13,

no.6, p.960-967.

ISSN 0104-1169

O presente estudo, utilizando abordagem qualitativa, objetivou identificar a percepção das

enfermeiras obstétricas sobre humanização da assistência ao parto, bem como evidenciar,

através dos discursos, as ações desenvolvidas no processo de nascimento e os fatores

dificultadores da implementação dessa assistência. Foram sujeitos deste estudo 16

enfermeiras de uma maternidade do interior do Estado de São Paulo. Seguindo a proposta

do Discurso do Sujeito Coletivo, os dados foram coletados através de entrevistas semi-

estruturadas, microgravadas, transcritas e organizadas para tabulação e análise. As

enfermeiras entrevistadas relataram que o processo de humanização se deu como uma

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84

estratégia política que objetiva a melhoria da assistência e o resgate do parto mais natural

possível e que acreditam na necessidade de mudança de paradigma para que o processo se

concretize. Os resultados evidenciaram, ainda, que as enfermeiras se apresentam mais

integradas ao parto como um processo e não como um evento.

26/03 scielo Enfermagem

obstétrica/

humanização

Machado,

Nilce Xavier

de Souza and Praça, Neide

de Souza

Centro de parto normal e

a assistência obstétrica

centrada nas necessidades da

parturiente

Rev. esc. enferm.

USP, Jun 2006,

vol.40, no.2, p.274-279. ISSN

0080-6234

Levando em conta os vários estudos e reflexões a respeito do novo modelo de assistência

ao parto e nascimento (assistência humanizada), e trabalhando como enfermeira obstétrica

em um Centro de Parto Normal, surgiu o questionamento a respeito desse conceito, devido às diversas conotações dadas a esse termo. Este artigo foi produzido com a finalidade de

divulgar nossa proposta de substituição da expressão "assistência humanizada ao parto",

por "assistência obstétrica centrada nas necessidades da parturiente", e de discorrer como

essa assistência é prestada no Centro de Parto Normal do Hospital Geral de Itapecerica da

Serra (SP), que segue um protocolo de condutas obstétricas e normas preconizadas pelo

Ministério da Saúde

26/03 scielo Enfermagem obstétrica/

humanização

Moura, Fernanda

Maria de Jesus

S. Pires et al.

A humanização e a assistência de

enfermagem ao parto

normal

Rev. bras. enferm., Ago

2007, vol.60,

no.4, p.452-455.

ISSN 0034-7167

Estudo bibliográfico que buscou identificar a produção científica sobre humanização e assistência de enfermagem ao parto normal. As fontes foram artigos científicos da base de

dados da SCIELO-Brasil, período 2000 a 2007. Obtivemos como resultado da busca 13

artigos que foram agrupados nas seguintes áreas temáticas: medicalização do parto,

humanização da assistência ao parto, acompanhante no parto e atuação da enfermeira

obstétrica. A análise apontou que o paradigma atual é centralizado na intervenção do

parto, apesar do movimento da humanização defender o parto natural e fisiológico

realizado por enfermeira.. Conclui-se que assistência de qualidade e humanizada ao parto

e nascimento privilegia o respeito, dignidade e autonomia das mulheres, com resgate do

papel ativo da mulher no processo parturitivo.

26/03 scielo Enfermagem

obstetrica

MABUCHI,

Alessandra

dos Santos e

FUSTINONI,

Suzete Maria.

O significado dado pelo

profissional de saúde

para trabalho de parto e

parto

Acta paul.

enferm. [online].

2008, vol.21, n.3,

pp. 420-426.

Este já foi encontrado com os 3 cruzamentos

26/03 scielo Enfermagem

obstétrica/

humanização

Narchi, Nádia

Zanon.

Atenção ao parto por

enfermeiros na Zona

Leste do município de

São Paulo

Rev. bras.

enferm., Ago

2009, vol.62,

no.4, p.546-551.

ISSN 0034-7167

Com o objetivo de analisar a atenção ao parto pelos enfermeiros dos seis hospitais

públicos da zona leste do município de São Paulo foi realizado estudo descritivo-

exploratório, de outubro de 2006 a junho de 2007, com dirigentes de enfermagem e 38

enfermeiros que responderam questionário, indicando a frequência com que realizavam

atividades relativas à assistência, bem como os obstáculos ao seu trabalho. Os resultados

mostraram que os enfermeiros não dispunham de meios para operacionalizar o cuidado

devido às barreiras institucionais e organizacionais com que se defrontavam. Conclui-se

que para que possam exercer plenamente sua profissão na atenção ao parto os enfermeiros

devem contar com estruturas mais favoráveis e fortalecer sua identidade profissional, o

que pressupõe maior qualificação e poder

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85

Data Base Descritores Autores Título Fonte Resumo Texto

compl.

26/03 BDENF enfermagem

obstétrica/

parto humanizado/

humanização da

assistência

Mouta, Ricardo

José Oliveira.

A reconfiguração do

espaço social da

Maternidade Leila

Diniz: a luta das

enfermeiras

obstétricas pela

implantação do

modelo humanizado

de assistência ao

parto

Rio de Janeiro;

s.n; 2009. 131 p.

ilus.

Trata-se de um estudo de natureza histórico-social, cujo objeto é as

estratégias de luta das enfermeiras obstétricas pela ocupação do espaço

hospitalar de assistência ao parto durante o processo de implantação da

assistência humanizada na Maternidade Leila Diniz. A delimitação temporal

do estudo abrange o período de 1996 a 1998. Os objetivos da pesquisa são:

Descrever as circunstâncias da inserção das enfermeiras obstétricas na

assistência ao parto humanizado na Maternidade Leila Diniz; Analisar as

estratégias de luta utilizadas pelas enfermeiras obstétricas para implantar as

práticas humanizadas de assistência ao parto na Maternidade Leila Diniz; e

Discutir os efeitos das estratégias de luta utilizadas pelas enfermeiras

obstétricas para implantar as práticas humanizadas de assistência ao parto na

Maternidade Leila Diniz. O estudo apóia-se teoricamente nos conceitos

desenvolvidos pelo sociólogo Pierre Bourdieu e utilizou o método da história

oral temática. Na análise, houve a articulação de documentos escritos e

depoimentos orais. Os resultados da pesquisa evidenciam que a enfermeira

obstétrica participou como agente estratégico da Secretaria Municipal de

Saúde do Rio de Janeiro com o objetivo de divulgar e implantar o modelo

humanizado na Maternidade Leila Diniz; desenvolveu estratégias de luta simbólica eficientes para a ocupação do campo pela enfermeira obstétrica e

neste processo de reconfiguração da assistência ao parto na Maternidade Leila

Diniz, ganhou autonomia no campo obstétrico hospitalar.

SIM

26/03 BDENF enfermagem

obstétrica/

parto humanizado/ humanização da

assistência

Mouta, Ricardo

José Oliveira;

Pilotto, Diva Thereza dos

Santos; Vargens,

Octavio Muniz

da Costa;

Progianti, Jane

Márcia.

Relação entre

posição adotada pela

mulher no parto, integridade perineal

e vitalidade do

recém-nascido

Rev. enferm.

UERJ;16(4):47

2-476, out.-dez.

2008. tab.

O objetivo deste estudo foi analisar os partos assistidos por enfermeiras

obstétricas, relacionando a posição da cliente adotada para o parto com a

preservação perineal e a vitalidade dos recém-nascidos, em uma maternidade pública no município do Rio de Janeiro, em 2005. Constituiu-se em estudo

observacional descritivo, com abordagem quantitativa, desenvolvido a partir

da análise documental. Foram analisados os registros de 1715 partos

assistidos por enfermeiras obstétricas nessa instituição. Os resultados

mostraram que a escolha da posição vertical pelas parturientes nos partos,

assistidos por enfermeiras obstétricas, resultou em índice menor de

episiotomia. As lacerações perineais, quando ocorreram, foram em sua

maioria de primeiro grau. Nesses partos, o escore de Apgar no primeiro e

quinto minutos foram sempre superiores a sete. O atendimento realizado

pelas enfermeiras obstétricas na instituição, oportunizando a posição vertical,

evidencia uma atitude menos intervencionista que protege a integridade da

mulher.

SIM

Page 87: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

86

26/03 BDENF enfermagem

obstétrica/ parto

humanizado/

humanização da

assistência

Silveira, Joyce

da Costa;

Riesco, Maria

Luiza Gonzalez.

Ensino da prevenção

e reparo do trauma

perineal nos cursos

de especialização

em enfermagem

obstétrica /

Rev. enferm.

UERJ;16(4):51

2-517, out.-dez.

2008.

O estudo teve como objetivo descrever os elementos que fundamentam o

ensino da assistência ao parto normal na prevenção e reparo do trauma

perineal nos cursos de especialização em enfermagem obstétrica. Foi

desenvolvido com abordagem qualitativa, em 10 instituições de ensino que

ofereceram a especialização em enfermagem obstétrica no período de 1995-

2005, no município de São Paulo. Foram entrevistados nove coordenadores e

10 professores dessas instituições. As falas foram submetidas à análise de

conteúdo e categorizadas como: o trauma perineal e sua prevenção; e

elementos que fundamentam o ensino da assistência ao parto e do cuidado

perineal. Constatou-se que os conhecimentos científico, teórico e prático são

indispensáveis e que o ensino não pode estar desvinculado da prática. Essa

prática deve ser feita em laboratório, com todo o equipamento necessário para

que o aluno adquira habilidade na reparação do trauma perineal e deve

propiciar a experiência no cuidado à mulher durante o parto

SIM

26/03 BDENF parto humanizado/

enfermagem

obsterica/

humanização da

assistência

Florentino,

Lucia Cristina;

Gualda, Dulce

Maria Rosa.

A Participação do

Acompanhante no

Processo de

Nascimento na

Perspectiva de

Humanização

Nursing (São

Paulo);10(110)

:319-323, jul.

2007. ilus.

Trata-se de uma pesquisa qualitativa direcionada para a melhoria da

assistência ao parto, com o objetivo de compreender a perspectiva dos

profissionais de enfermagem que atuam no centro-obstétrico do Hospital

Universitário da Universidade de São Paulo frente a um processo de mudança

organizacional. A mudança pró-ativa foi favorecer a participação do

acompanhante durante a internação da parturiente no centro obstétrico. A

coleta de dados ocorreu através de entrevistas, antes e após a mudança, tendo

suas análises levado ao reconhecimento e compreensão das ansiedades e

mecanismos de defesa individuais, das estratégias coletivas de defesa/

aceitação frente aos problemas decorrentes dessa mudança. Na primeira fase, os profissionais demonstraram insegurança surgindo, após a implantação,

experiências positivas que favoreceram o fortalecimento da equipe

NAO

26/03 BDENF parto humanizado/

enfermagem

obstétrica/

humanização da

assistência

Davi, Rejane

Marie Barbosa;

Torres, Gilson

de Vasconcelos;

Caldas, Rosângela de

Medeiros;

Dantas, Janmilli

da Costa

Enfermeiras

Obstétricas na

Humanização do

Alívio da Dor de

Parto: um relato de experiência

Nursing (São

Paulo);11(124)

:424-429, set.

2008.

Este estudo teve como objetivo relatar a experiência na humanização ao parto

vivenciada por enfermeiras obstétricas no alívio da intensidade da dor de

parturientes na fase ativa durante o trabalho de parto. Utilizamos estratégias

não farmacológicas para o alívio da dor como as técnicas de exercícios

respiratórios, relaxamento muscular, massagem lombossacral, deambulação e banho de chuveiro. O local de estudo foi a unidade de parto de uma

maternidade pública de Natal/RN, na Região Nordeste do Brasil. Concluímos

que as estratégias não farmacológicas utilizadas foram efetivas no alívio da

dor das parturientes durante a fase ativa do trabalho de parto.(AU

NAO

23/03 [BDEN

F ID

parto humanizado/

enfermagem

obstétrica/ humanização da

Moura, Maria

Aparecida

Vasconcelos; Araújo, Carla

Necessidades e

expectativas da

parturiente no parto humanizado: a

Rev. enferm.

UERJ; 10(3):

187-193, set.-

A falta de conhecimento das intercorrências da evolução do trabalho de parto

submete a parturiente às imposições e condutas da equipe profissional, o que

a impede de questionar, de expressar ou realizar seus desejos e até de se movimentar na evolução do trabalho de parto na maternidade. Esta pesquisa

Page 88: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

87

assistência Luzia França;

Flores, Paula

Vanessa Peclat;

Muniz, Priscila

de Azeredo;

Braga, Marina

Ferreira

qualidade da

assistência

dez. 2002. tem por objetivo analisar a percepção da parturiente quanto à assistência ao

parto humanizado, frente às suas necessidades e expectativas. A pesquisa é

qualitativa, com técnica de entrevista temática, semi-estruturada e observação

participativa. O referencial teórico apóia-se na qualidade de assistência à

saúde da mulher (MOURA, 1997). Participaram do estudo 20 mulheres no

pós-parto imediato, garantindo-se seu anonimato e demais princípios éticos.

Esta pesquisa, realizada em 2001, teve como cenário uma Maternidade do

Município do Rio de Janeiro. Os resultados mostram o desconhecimento das

parturientes sobre o parto humanizado e a necessidade de reconhecerem seus

direitos na assistência. Suas expectativas estão diretamente voltadas para o

acesso ao serviço de atendimento específico ao parto e para a assistência

oferecida

26/03 BDENF Humanização da

assistência/

parto humanizado/

enfermagem

obstétrica

Rabelo, Leila

Regina

A competência das

enfermeiras

obstétricas na

atenção ao parto

normal hospitalar

Porto Alegre;

s.n; 2006. 126 p.

. Esta dissertação enfoca a percepção de enfermeiras obstétricas sobre sua

competência na atenção ao parto normal institucionalizado

NAO

26/03 BDENF humanização da

assistência/ parto

humanizado/

enfermagem

obstétrica

Costa, Rafael

Ferreira da.

As práticas

educativas na casa

de parto David

Capistrano Filho sob

a ótica do cuidado

cultural

Rio de Janeiro;

s.n; 2007. 72 p.

ilus.

Este estudo qualitativo resultou da experiência que adquiri como enfermeiro

obstetra da Casa de Parto David Capistrano Filho (CPDCF). Ali, passei a

observar e questionar o porque naquele espaço, construído para o

desenvolvimento de ações sob a visão do modelo humanizado, as enfermeiras

obstétricas apóiam-se nas práticas de educação em saúde como instrumento

do cuidar. Os objetivos foram os seguintes: 1)Refletir como as enfermeiras

utilizam a educação em saúde como instrumento do Cuidado Cultural; 2)

Descrever as práticas educativas desenvolvidas na CPDCF; 3)Analisar as

repercussões das práticas educativas na vida das mulheres cuidadas, na Casa

de Parto, à luz dos conceitos de negociação e reestruturação da Teoria do

Cuidado Cultural. O referencial teórico também enfocou a Educação em

Saúde e seu encontro com o cuidado cultural. As entrevistadas foram

dezesseis mulheres que deram à luz e participaram dos grupos educativos e

das consultas puerperais da Casa de Parto. A coleta de dados foi feita por meio da entrevista semi-estruturada com a seguinte pergunta orientadora:

ôQuais as repercussões das práticas educativas vivenciadas na CPDCF em

sua vida?ö Após a análise de conteúdo foram identificadas duas categorias: 1)

as repercussões das práticas educativas sobre a vivência do ciclo gravídico-

puerperal; 2) as repercussões das práticas educativas nas atitudes e nos

discursos das mulheres e de suas famílias. Os resultados mostraram que as

práticas educativas foram reestruturantes na vivência tranqüila experimentada

durante a gestação, na formação do vínculo materno durante a gravidez, no

SIM

Page 89: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

88

exercício da genitalidade na gestação, nas sensações vividas no parto, na

postura da mulher frente ao seu trabalho de parto e no cuidado do recém-

nascido.

26/03 BDENF humanização de

assistência/ parto

humanizado/

enfermagem obstétrica

Pereira, Adriana

Lenho de

Figueiredto;

Moura, Maria Aparecida

Vasconcelos.

Relações de

hegemonia e o

conflito cultural de

modelos na assistência ao parto

Rev. enferm.

UERJ;16(1):11

9-124, jan.-mar.

2008.

O artigo objetiva discutir as relações de hegemonia no conflito cultural dos

modelos e práticas assistenciais ao parto no sistema de saúde brasileiro,

segundo o referencial teórico de Gramsci. Foi fundamentado no conceito de

hegemonia e foi estabelecida sua relação com a discussão dos princípios gerais dos modelos de assistência ao parto. A cultura hegemônica é

representada pelo modelo de parto medicalizado e a contra-hegemonia foi

instituída pelo movimento social denominado humanização do parto e

nascimento. O referencial de Gramsci esclarece quanto aos aspectos

ideológicos, culturais e políticos envolvidos nas relações de hegemonia

existentes no conflito de modelos assistenciais em saúde. Este referencial

adquire particular relevância para a enfermagem obstétrica como agente da

mudança cultural e na concretização do cuidado sensível e humano à mulher

e família que vivenciam o processo do nascimento.

NAO

26/03 BDENF humanização da

assistência/parto

humanizado/

enfermagem

obstetrica

Pereira, Adriana

Lenho de

Figueiredo.

Atuação da

enfermeira

obstétrica na política

pública de

humanização ao

parto no Rio de

Janeiro

REME rev.

min.

enferm;10(3):2

33-239, jul.-set.

2006.

Considerando a abordagem dialética , este estudo objetivou analisar a práxis

da enfermeira na política pública de humanização ao parto e nascimento,

identificando suas concepções objetivas e subjetivas, no âmbito de sua

assistência ao parto.

NAO

26/03 BDENF humanização da

assistência/parto

humanizado/

enfermagem

obstetrica

Barros, Lena

Maria; Silva,

Raimunda

Magalhães da.

Atuação da

enfermeira na

assistência à mulher

no processo de

parturição /

Texto &

contexto

enferm;13(3):3

76-382, jul.-set.

2004.

Nosso objetivo neste trabalho foi conhecer a atuação da enfermeira de centro

obstétrico na assistência à mulher no processo de parturição. É um estudo de

campo do tipo descritivo, realizado em quatro maternidades públicas de São

Luís û MA, de abril a julho de 2002, após consentimento dos sujeitos,

respeitando os aspectos éticos. Participaram do estudo, 21 enfermeiras de

Centro Obstétrico. O agrupamento das falas feito pela técnica de Análise de

Conteúdo possibilitou a organização da categoria ôatuação da enfermeira na

assistência à mulher no processo de parturiçãoõ com as sub-categorias:

assistência temporal na trajetória do nascimento e maneira de cuidar na

trajetória natural do nascimento. Ao término do estudo, evidenciamos que a

enfermeira de centro obstétrico atua junto a mulher com ações diretas e

passivas (observando, protegendo); indiretas (administrando) e com

participação mais efetiva, tomando decisões e influenciando a ação e o

comportamento desta (oferecendo cuidado solidário e obstétrico).

NAO

26/03 BDENF humanização da

assistência/parto

Machado, Nilce

Xavier de Souza;

Centro de parto

normal e assistência Rev. Esc. Levando em conta os vários estudos e reflexões a respeito do novo modelo de

assistência ao parto e nascimento (assistência humanizada), e trabalhando SIM

Page 90: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

89

humanizado/

enfermagem

obstetrica

Praça, Neide de

Souza.

obstétrica centrada

nas necessidades da

parturiente

Enferm.

USP;40(2):274

-279, jun. 2006.

como enfermeira obstétrica em um Centro de Parto Normal, surgiu o

questionamento a respeito desse conceito, devido às diversas conotações

dadas a esse termo. Este artigo foi produzido com a finalidade de divulgar

nossa proposta de substituição da expressão ôassistência humanizada ao

partoö, por ôassistência obstétrica centrada nas necessidades da parturienteö,

e de discorrer como essa assistência é prestada no Centro de Parto Normal do

Hospital Geral de Itapecerica da Serra (SP), que segue um protocolo de

condutas obstétricas e normas preconizadas pelo Ministério da Saúde.

26/03 BDENF humanização da

assistência/parto

humanizado/

enfermagem

obstetrica

Davim, Rejane

Marie Barbosa;

Bezerra, Luiz

Gonzaga de

Medeiros.

Assistência à

parturiente por

enfermeiras

obstétricas no

Projeto Midwifery:

um relato de

experiência

Rev.

latinoam.

enferm;10(5):7

27-732, set.-out.

2002.

Este estudo destaca os modelos assistenciais de enfermagem que valorizam a

mulher no processo do trabalho de parto, parto e nascimento. Descreve a

assistência humanizada prestada à parturiente por enfermeiras obstétricas no

Projeto Midwifery de uma maternidade escola. Ressalta que a prática desses

modelos possibilita a participacão ativa do enfermeiro no processo de

trabalho de parto, parto e nascimento, proporcionando, fundamentalmente,

satisfacão à parturiente e ao profissional.

SIM

26/03 BDENF humanização da

assistência/parto

humanizado/

enfermagem

obstetrica

Progianti, Jane

Márcia;

Vargens,

Octavio Muniz

da Costa.

As enfermeiras

obstétrcias frente ao

uso de tecnologias

não invasivas de

cuidado como

estratégias na

desmedicalização do

parto

Esc. Anna

Nery Rev.

Enferm;8(2):1

94-197, ago.

2004.

O presente trabalho apresenta o olhar de enfermeiras obstétricas sobre o

processo de desmedicalização da assistência ao parto considerando o uso de

tecnologias não invasivas de cuidado de enfermagem. Mostra uma concepção

ecológica de parto que compreende o não invadir a natureza, portanto, o parto

como um evento fisiológico, natural. Aponta esse raciocínio como sendo hoje

absolutamente contrário ao pensamento mecanicista que deu origem à

obstetricia médica. Apresenta e define tecnologias não invasivas de cuidado

de enfermagem obstétrica. Conclui defendendo o emprego dessas tecnologias

na assistência ao parto como alternativa segura e eficaz no processo de sua

desmedicalização.

NAO

26/03 BDENF humanização da

assistência/parto

humanizado/

enfermagem

obstetrica

Silva, Larissa

Mandarano da;

Clapis, Maria

José

Compreendendo a

vivência materna no

primeiro contato

com seu filho na

sala de parto

Acta paul.

enferm;17(3):2

86-291, jul.-set.

2004.

A literatura demonstra que a humanização da assistência ao parto favorece o

desenvolvimento natural da relação mãe-filho nos primeiros minutos de vida,

resultando no fortalecimento de seus vínculos e reduzindo danos em longo

prazo. O primeiro contato entre mãe e filho em sala de parto, preconizado

como um dos procedimentos para humanização da assistência, possibilita

uma relação intensa após o nascimento e a formação do vínculo materno. Este

primeiro contato permancerá na memória de ambos, devendo ocorrer com

harmonia, calma e tranquilidade. OBJETIVO: compreender a vivência

materna no primeiro contato mãe-filho após o parto. METODOLOGIA: os

dados foram obtidos por meio de uma entrevista semi-estruturada, partindo da

questão norteadora: Como foi seu primeiro contato com o bebê? Participaram

do estudo 12 puérperas assistidas em uma maternidade conveniada ao

Sistema Único de Saúde, no município de Ribeirão Preto, São Paulo. A análise baseou-se na proposta de interpretação qualitativa, através do método

NAO

Page 91: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

90

de análise de conteúdo proposto por Bardin (1977). RESULTADOS: foram

identificadaas as categorias temáticas: "as condições de parto interferindo no

contato imediato mãe-filho" e "as vivências maternas no primeiro contato

com o recém-nascido". Os dados expressaram aspectos positivos do primeiro

contato mãe-filho em sala de parto, reduzindo a ansiedade materna. O tipode

parto interfere no primeiro contato, sendo que a cesárea e alguns

procedimentos como a analgesia e episiotomia dificultam o primeiro contato

mãe-filho, interferindo no estabelecimento dos laços afetivos.

26/03 bdenf Parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

HUMANIZACAO

Moura,

Escolástica

Rejane Ferreira;

Silva, Raimunda

Magalhães da.

Assistência

humanizada ao parto

a partir de uma

história de vida

tópica

Acta paul.

enferm;17(2):1

41-147, abr.-

jun. 2004.

Trata-se de pesquisa do tipo estudo de caso, que tomou por base uma história

de vida tópica experienciada na década de 80, trazendo por objetivo refletir

sobre a humanização da assistência ao parto e nascimento em nosso meio, no

sentido de provocar e estimular aqueles que lidam nessa área do cuidado para

desenvolverem uma assistência menos violenta. A história de vida revelou

sérios obstáculos à qualidade da assistência obstétrica que, analisados à luz da

humanização, foram identificados como atitudes desrespeitosas, negligentes e

violentas, devendo ser banidas do campo do cuidado à saúde, o que parece

estar, infelizmente, ainda se repetindo no cenário da assistência obstétrica no

Brasil, o que se constata na fala de mulheres e na mobilização do Ministério

da Saúde pela humanização do parto e nascimento, através do lançamento de

um programa de âmbito nacional. Vale destacar o investimento na formação

de enfermeiras obstétricas, reconhecendo-as como profissionais que

legalmente podem realizar o parto normal sem distorcia, bem como a

necessidade das próprias mulheres exercerem sua cidadania, no sentido de

exigirem seus direitos relacionados à saúde reprodutiva.

NAO

26/03 bdenf Parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

HUMANIZACAO

Castro, Jamile

Claro de.

Parto humanizado

na percepção dos

profissionais de

saúde envolvidos

com a assistência ao

parto

Ribeirão Preto;

s.n; dez. 2003.

136f p.

Considerando que o ato fisiológico de parir e nascer passou a ser visto como

patológico, onde se privilegia a assistência medicalizada e despersonalizada,

o presente estudo através de uma abordagem qualitativa, teve como objetivo

evidenciar, através dos discursos das enfermeiras e médicos obstetras, as

ações desenvolvidas no processo de nascimento, com vistas à humanização

da assistência; e identificar fatores que têm dificultado a implementação dessa

assistência. Foram sujeitos deste estudo 25 profissionais de saúde da Maternidade do Complexo Aeroporto-MATER, localizada em Ribeirão Preto,

interior do estado de São Paulo, distribuídos da seguinte forma: sete (7)

enfermeiras residentes do primeiro ano de enfermagem obstétrica, quatro (4)

enfermeiras residentes do segundo ano de enfermagem obstétrica, quatro (4)

enfermeiras contratadas; 2 residentes medicina do primeiro ano de

ginecologia e obstetrícia; 3 residentes medicina do segundo ano de

ginecologia e obstetrícia e 5 médicos obstetras contratados. A organização

dos dados constou da transcrição dos discursos microgravados nas entrevistas

SIM

Page 92: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

91

e tabulação, seguindo a proposta do Discurso do Sujeito Coletivo. Os

resultados demonstraram que as enfermeiras entendem que o processo de

humanização se deu como uma estratégia política que objetiva a melhoria da

assistência, e o resgate do parto mais natural possível, desmedicalizando a

assistência. Acreditam que para existir há necessidade de uma mudança de

paradigma. Consideram ainda, que na implementação deste modelo, sentem-

se impedidas/barradas pelos médicos. No entanto os médicos referiram como

responsável ao processo da humanização a política governamental para

diminuição de gastos, julgando como parto humanizado aquele em que se

permite a presença do acompanhante e analgesia precoce. Em relação às

barreiras apontaram a infra-estrutura física e pessoal.

26/03 bdenf Parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

HUMANIZACAO

Pereira, Sandra

Valéria Martins.

Análise da

implementação de

uma abordagem de

cuidar de

enfermagem junto à

mulher no ciclo

gravídico-puerperal:

uma aproximação

do modelo de Orem,

sistemas de

classificação da

prática de

enfermagem e as diretrizes de

humanização do

parto /

Goiânia; s.n;

dez. 2004. 502f

p.

A humanização da assistência obstétrica tem sido prioridade no país. Os

princípios são a qualidade da assistência, atendimento à cidadania e resgate

ao protagonismo da mulher no processo de gestação e parturição, que são

congruentes às premissas da Teoria Geral de Orem, cujo conceito central é o

autocuidado apoiado nos princípios de ajuda, práxis e liberdade humana. A

implementação de tecnologias de cuidar cientificamente aceitas, além de

contribuir com a humanização do cuidado aumenta a visibilidade da

enfermagem junto á equipe multidisciplinar de saúde. Desenvolvemos um

estudo de caso clínico, tipo antes e depois, quase experimental, junto a uma

mulher primípara, que foi acompanhada durante seis meses do ciclo

gravídico-puerperal de baixo risco (janeiro a julho/2004), a partir da 36ª

semana gestacional, numa maternidade segura do interior do estado de Goiás.

Objetivamos analisar os resultados alcançados pela mulher ao longo da assistência de enfermagem á luz da Teoria geral de Orem, dos princípios de

humanização e dos Sistemas de classificação da prática de enfermagem

(North American Nursing Diagnosis Association-NANDA; Nursing

Interventions Classification - NIC; Nursing Outcomes Classification - NOC)

em relação às diretrizes das políticas públicas de humanização do pré-natal e

nascimento. O método de coleta de dados foi o Processo de Enfermagem

fundamentado na Teoria Geral de Orem, que abrangeu a avaliação da agência

do autocuidado e autocuidado dependente da mulher, identificação dos

Diagnósticos de Enfermagem (DE) da taxonomia II da NANDA e avaliação

dos resultados de enfermagem segundo a NOC. Conclusão: foram realizadas

28 Consultas de Enfermagem. ...(AU)

SIM

26/03 BDENF Parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

HUMANIZACAO

Lima, Simone

Pedrosa

O cuidado

humanístico como

foco institucional:

um estudo sobre

Natal; s.n; dez.

2004. 128f p.

Os relacionamentos voltados a ajudar o outro são conceituados como

terapêuticos, sendo a empatia, elemento fundamental e facilitador desse

relacionamento e conseqüente processo de humanização da assistência em

saúde. O presente estudo tem como objetivos, identificar o nível de empatia

SIM

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92

empatia dos

profissionais de

saúde na área

obstétrica

dos profissionais do setor obstétrico de um hospital universitário reconhecido

pela assistência humanística prestada às parturientes e a percepção das

mulheres receptoras do cuidado acerca da empatia demonstrada no

atendimento. Realizamos uma pesquisa de abordagem quanti/qualitativa, na

qual participaram do estudo, os 47 profissionais que atuam no setor obstétrico

(13 médicos, 12 enfermeiros, 22 técnicos de enfermagem) e uma amostra

intelectual de 101 mulheres atendidas por esses profissionais durante o

período de estudo. Dados foram coletados através das escalas Jefferson de

Empatia dos Profissionais de Saúde (EJEPS) e Percepção do Paciente sobre a

Empatia dos Profissionais de Saúde (PPEPS) e duas questões abertas iniciais,

objetivando verificar as opiniões subjetivas sobre a empatia prestada durante

o atendimento. Utilizamos análise estatística descritiva e inferencial para os

dados quantitativos e análise temática das respostas às questões abertas.

Foram identificadas cinco categorias que representam ps aspectos que os

profissionais valorizam no relacionamento com as mulheres: envolvimento

emocional, comunicação, ambiente acolhedor, visão integral e o

conhecimento técnico-científico. Na análise quantitativa, o escore de empatia

encontrado nos profissionais foi, em média, de 120,40, sendo o máximo possível 140. Neste estudo, o EJEPS apresentou um coeficiente alfa de

Cronbach de 0,83 demonstrando um nível aceitável de confiabilidade com

essa população. Consideramos, portanto, que esses profissionais apresentam

um bom nível de empatia quando comparados com outras populações

observadas com o EJEPS.

26/03 BDENF Parto humanizado/ enfermagem

obsttrica/

HUMANIZACAO

Moura, Carla Fabíola Sampaio

de; Lopes,

Gertrudes

Teixeira; Santos,

Tânia Cristina

Franco.

Humanização e desmedicalização da

assistência à mulher:

do ensino à prática

Rev. enferm.

UERJ;17(2):18

2-187, abr.-jun.

2009.

Estudo histórico-social, que teve como objetivo discutir a inserção da Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

(FENF/UERJ) na humanização e desmedicalização da assistência à mulher no

município do Rio de Janeiro. As fontes primárias foram documentos escritos,

legislações e depoimentos orais obtidos no período de janeiro a março de

2008. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e respeitou os

requisitos da Resolução nº 196/96. Os resultados evidenciaram que a

FENF/UERJ contribuiu para a humanização da assistência à mulher, o que

ocorreu na implantação da consulta de enfermagem no pré-natal de baixo

risco, na qualificação de enfermeiras obstétricas para a rede municipal de

saúde e no processo de criação e implantação da Casa de Parto David

Capistrano Filho, demonstrando que os docentes tiveram papel relevante no

processo de humanização e desmedicalização da assistência à mulher.

SIM

26/03 BDENF Parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

Progianti, Jane

Márcia; Mouta,

Ricardo José

A enfermeira

obstétrica: agente

estratégico na

Rev. enferm.

UERJ;17(2):16

Estudo histórico-social que objetivou analisar as estratégias utilizadas para

implantar o modelo humanizado na Maternidade Municipal Leila Diniz,

localizada no Rio de Janeiro. O período estudado foi de 1996 - 1998. As

SIM

Page 94: Universidade do Vale do Itajaí - siaibib01.univali.brsiaibib01.univali.br/pdf/Ana Caroliny Queiroz, Gilmara Carmilete da... · vocês e pra dizer o quantos vocês são importante

93

HUMANIZACAO Oliveira. implantação de

práticas do modelo

humanizado em

maternidades

5-169, abr.-jun.

2009.

fontes primárias constituíram-se de documentos oficiais da Secretaria

Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, uma dissertação de mestrado e o

depoimento de uma enfermeira, obtido através da entrevista semiestruturada.

Os conceitos de Pierre Bourdieu apoiaram a análise que seguiu três etapas:

ordenação, classificação e articulação dos dados. Os resultados apontaram

que, durante o processo de inserção dos profissionais no modelo humanizado,

duas estratégias foram utilizadas: a realização de oficinas de sensibilização e

a nomeação de uma enfermeira obstétrica para assessorar a implantação de

práticas humanizadas. Concluímos que as sensibilizações não foram

eficientes para que os profissionais médicos incorporassem os valores do

modelo humanizado e a posição ocupada pela enfermeira lhe conferiu poder

simbólico no campo obstétrico humanizado.

26/03 BDENF Parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

HUMANIZACAO

Brandão, Sandra

Maria Oliveira

Caixeiro.

Vivência do

acolhimento da

mulher

encaminhada da

Casa de Parto David

Capistrano Filho à

unidade de

referência

JÁ TEM NO LILACS SIM

26/03 BDENF Parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

HUMANIZACAO

Aquino,

Gilvania Magda

Luz de.

O cuidado no parto

normal pela

enfermeira obstetra

na perspectiva da

puérpera.

Natal; s.n; dez.

2003. 105f p.

O parto normal, fisiológico, humanizado e realizado por profissional

habilitado, é uma das estratégias adotadas mundialmente para reverter os

altos índices de mortalidade materna. A enfermeira obstetra, qualificada nessa

perspectiva, presta assistência à mulher no ciclo grávido-puerperal, o que

suscita uma reflexão acerca da extensão com que suas ações atendem aos

aspectos de humanização no cuidar. É um estudo descritivo de abordagem

qualitativa sobre a atuação da enfermeira obstetra, qualificada na assistência

no parto normal, na perspectiva da mulher atendida. O propósito foi analisar a

percepção da mulher assistida no parto normal, pela enfermeira obstetra,

acerca do cuidado recebido e do atendimento às suas expectativas. Os

aspectos do parto humanizado, apontados pela literatura, e a Teoria de Consecução de Metas de King nortearam o trabalho. O material empírico foi

coletado por meio de entrevistas realizadas no domicílio, com uma amostra

intencional composta de 12 mulheres que foram atendidas durante o parto por

enfermeiras obstetras na Maternidade Escola Januário Cicco, Natal/RN, no

período de março a junho de 2003, e que se encontravam entre o 3º e o 10º

dia pós-parto. Observamos que as mulheres ansiavam um bom atendimento e

tinham medo da solidão e da desatenção dos profissionais, que, quando não

confirmados no cuidado recebido da enfermeira, essas expectativas cederam

NAO

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lugar a sentimentos de segurança e confiança. As mulheres descreveram o

cuidado recebido como competente, atencioso, afetivo e completo, sem, no

entanto, deixar de identificar alguns desencontros. Participaram do processo

de nascimento fazendo algumas solicitações e consideram o cuidado recebido

como um privilégio e não como direito. As mulheres reconhecem o saber

técnico da enfermeira, mas salientam os aspectos psicossociais da sua relação

da sua relação com a enfermeira durante o cuidado.

26/03 BDENF Parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

HUMANIZACAO

Valverde,

Rosimar Camilo.

Humanização no

parto:

representações

sociais de

enfermeira(o)s.

Salvador; s.n;

dez. 2002. 81f

p.

O presente estudo teve como objeto as representações sociais da(o)s

Enfermeira(o)s aluna(o)s do Curso de Especialização em Enfermagem

Obstétrica acerca da assistência humanizada ao parto. Foi desenvolvido em

um serviço público da cidade de Salvador-BA. A teoria das representações

sociais foi utilizada como referencial para a construção, tendo em vista que o

objetivo proposto foi: analisar as representações sociais da(o)s enfermeira(o)s

aluna(o)s do Curso de Especialização em Enfermagem Obstétrica acerca da

assistência humanizada ao parto. Para sua construção busquei o suporte da

abordagem qualitativa, pois, dessa forma os significados das ações dos

sujeitos puderam emergir a partir das construções socioculturais dos

indivíduos. A entrevista semi-estruturada e observação participante foram

utilizadas para fins de coleta dos dados, possibilitando às enfermeira(o)s

desvendarem, a partir das questões: O que é para você assistência humanizada

ao parto? e Como se expressa para você a assistência humanizada ao parto? a

representação acerca da temática. Os resultados, foram analisados a partir da

proposta de Bardin, constituindo-se em temas e categorias, que possibilitaram

evidenciar a representação. A assistência humanizada ao parto foi representada como partejar, um cuidado singular e integral que se estabelece

junto às mulheres. No entanto, a(o)s enfermeira(o)s também representam a

assistência humanizada ao parto como um tipo de atendimento para além dos

procedimentos técnicos e uso da tecnologia. Humanizar a assistência ao parto

é associar esses fatores ao estar junto às mulheres e, não apenas ao seu lado, é

ao mesmo tempo a descoberta e a possibilidade de compartilhar cada um dos

sentimentos expressos verbalmente ou não, sejam eles medos, dores ou

alegrias.

NAO

26/03 BDENF parto humanizado/

enfermagem

obsttrica/

humanizacao

Azevedo, Leila

Gomes Ferreira

de

Estratégias de luta

das enfermeiras

obstétricas para

manter o modelo

desmedicalizado na

Casa de Parto David

Capistrano Filho /

Rio de Janeiro;

s.n; 2008. 112 p.

ilus

JÁ TEM NO LILACS SIM

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