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Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy” UNIGRANRIO Daniel de Brito Prata Influência da esterilização nas propriedades mecânicas do instrumento Reciproc R25 Duque de Caxias 2016

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Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”

UNIGRANRIO

Daniel de Brito Prata

Influência da esterilização nas propriedades mecânicas do instrumento

Reciproc R25

Duque de Caxias 2016

2

Daniel de Brito Prata

Influência da esterilização nas propriedades mecânicas do instrumento

Reciproc R25

Dissertação apresentada à Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy” como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia.

Área de concentração: Endodontia

Orientadores: Victor Talarico Leal Vieira

Edson Jorge Lima Moreira

Duque de Caxias

2016

3

CATALOGAÇÃO NA FONTE/BIBLIOTECA - UNIGRANRIO

P912i Prata, Daniel de Brito.

Influência da esterilização nas propriedades mecânicas do instrumento Reciproc R25 / Daniel de Brito Prata. – 2016.

36 f.: il.; 30 cm.

Dissertação (mestrado em Odontologia) – Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy”, Escola de Ciências da Saúde, 2016.

“Orientador: Prof°. Victor Talarico Leal Vieira”. “Co-Orientador: Prof°. Edson Jorge Lima Moreira”. Bibliografia: f. 30-32.

1. Odontologia. 2. Endodontia. 3. Microscopia eletrônica de varredura. 4. Esterilização. 5. Fadiga. I. Vieira, Victor Talarico Leal. II. Moreira, Edson Jorge Lima. III. Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza Herdy. IV. Título.

CDD – 617.6

4

5

Agradecimentos

A Deus, pelo dom da vida e pela luz que iluminou meu caminho e me

direcionou quando não sabia para onde ir.

Aos meus pais: Pedro Eustáquio da Rocha Prata e Rosane Nepomuceno de

Brito Prata, que nunca deixaram faltar amor, carinho e o que mais fosse

necessário para minha criação e que sempre estiveram ao meu lado desde

antes do meu primeiro passo.

A minha namorada: Franciele Patrícia da Silva Muchick pelo amor, carinho,

respeito e suporte que deu durante toda minha vida acadêmica.

Aos professores: Victor Talarico Leal Vieira e Edson Jorge Lima Moreira, pela

orientação e ajuda neste trabalho e por colaborar diretamente na minha

formação científica.

Aos professores: Henrique Antunes, Ricardo Carvalho, Oswaldo Fonseca,

Thais Accorsi, Katiana Vidal e Emmanuel Nogueira pelo companheirismo

sempre existente desde a minha graduação.

Muito

obrigado!

6

―O fracasso é a

oportunidade de se

começar de novo

inteligentemente.

(Henry Ford)

7

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da esterilização nas propriedades

mecânicas do instrumento Reciproc® R25 (VDW, Munique, Alemanha). Foram realizados

ensaios de flexão em cantilever 45°, flexão rotativa, estereomicroscopia e microscopia

eletrônica de varredura. A estereomicroscopia avaliou o ângulo da ponta, ângulo da

hélice, conicidade e diâmetro da ponta dos instrumentos. A microscopia eletrônica de

varredura avaliou a superfície de fratura após o ensaio de flexão rotativa dos

instrumentos para verificar possíveis diferenças entre os grupos estudados. O teste de

flexão em 45º determinou a força para flexão nos instrumentos originais e autoclavados,

e o ensaio de flexão rotativa o tempo de vida em fadiga. Foram analisados 4 grupos. O

grupo 1 foi composto pelos instrumentos como recebido, os demais grupos foram

compostos por instrumentos esterilizados 2, 4 e 6 vezes, cada um com 10 instrumentos,

totalizando um n de 40 instrumentos Reciproc® R25. O teste estatístico realizado para

comparação da flexibilidade e do tempo para a fratura foi o ANOVA com nível de

significância em 5%. Quanto à caracterização, os instrumentos atenderam a

recomendação da norma ANSI/ADA nº101. A microscopia eletrônica de varredura não

demonstrou diferenças no acabamento e na superfície de fratura dos instrumentos como

recebidos e autoclavados. Os dados obtidos nos ensaios de flexão em 45º e flexão

rotativa não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos

testados (p>0,05). A autoclavagem dos instrumentos Reciproc® R25 não interferiu em

suas propriedades mecânicas.

Palavras chave: Instrumentos endodônticos; autoclavagem; resistência à fadiga; liga

M-Wire; flexão rotativa; flexão em 45°.

8

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the influence of sterilization on the mechanical

properties of Reciproc® R25 instrument (VDW, Munich, Germany). Bending tests were

performed in 45° cantilever, rotating bending, stereomicroscopy and scanning electron

microscopy. The stereomicroscopy assessed the tip angle, helix angle, taper and tip diameter

of the instruments. The scanning electron microscopy evaluated the surface fracture after

rotating bending test to check for possible differences between the groups. The bending test

at 45° determined bending force to the original and autoclaved instruments, and rotating

bending test time fatigue life. 4 groups were analyzed. Group 1 was composed of the

instruments as received, the other groups were composed of sterile instruments 2, 4 and 6

times, each with 10 instruments, totaling a n of 40 instruments Reciproc® R25. The statistical

test performed to compare the flexibility and time to fracture was the ANOVA with significance

level of 5%. As for the characterization, instruments met the recommendation of ANSI / ADA

101. The scanning electron microscopy showed no difference in the finish and the fracture

surface of the instruments as received and autoclaved. The data obtained in the flexural tests

on 45 and rotating bending showed no statistically significant difference between the tested

groups (p> 0.05). The autoclaving of Reciproc® R25 instruments did not interfere in their

mechanical properties.

Key words: Endodontic instruments; autoclaving; fatigue resistance; alloy M-Wire; rotating

bending; 45 ° flexion.

9

LISTA DE NOTAÇÕES E ABREVIATURAS

ANSI – American National Standards Institute

ADA – American Dental Association

D0 – Diâmetro medido na base da ponta do instrumento endodôntico

DSC – Differential scanning calorimetry (calorimetria por varredura diferencial) EMF – Efeito memória de forma

ISO – International Organization for Standardization

MEV – Microscopia eletrônica de varredura

NiTi – Liga de níquel-titânio

NITINOL – Níquel-Titânio Naval Ordnance Laboratory

SCR – Sistema de canais radiculares

SE – Superelasticidade ou Pseudo-elasticidade

10

SUMÁRIO

1 Introdução ............................................................................................................................ 11

2 Revisão de literatura .......................................................................................................... 13

3 Objetivos do estudo ........................................................................................................... 17

4 Materiais e métodos .......................................................................................................... 18

4.1 Avaliação morfométrica .............................................................................................. 19

4.1.1 O ângulo da ponta ................................................................................................. 20

4.1.2 Ângulos das hélices .............................................................................................. 20

4.1.3 Conicidade dos instrumentos .............................................................................. 21

4.1.4 A base da ponta .................................................................................................... 21

4.2 Avaliação no Microscópio eletrônico de varredura (MEV) .................................... 22

4.3 Ensaio de flexão em 45º ............................................................................................. 22

4.4 Ensaios de Flexão Rotativa ........................................................................................ 23

4.5 Análise estatística ........................................................................................................ 23

5.1 Morfometria .................................................................................................................. 24

5.2 Avaliação no Microscópio eletrônico de varredura (MEV) .................................... 25

5.3 Ensaio de flexão em 45° ............................................................................................ 27

5.4 Ensaio de flexão rotativa (fadiga) ............................................................................. 27

6 Discussão ............................................................................................................................ 29

8 Referências Bibliográficas ................................................................................................. 31

11

1 Introdução

A endodontia vem sofrendo mudanças em relação à modelagem do sistema

de canais radiculares (SCR), tanto na vertente biológica quanto na mecânica. O aço

inoxidável é uma liga amplamente utilizada, que permite uma boa instrumentação em

canais “retos”. Entretanto, durante a instrumentação de canais curvos, por não ser

flexível, erros de procedimento como perfurações radiculares, desvio na trajetória

original do canal, degrau apical e fratura do instrumento endodôntico eram

recorrentes. Fez-se então necessário o desenvolvimento de instrumentos que

proporcionassem uma melhor modelagem do SCR nessas condições críticas, que

fosse mais resistente e flexível vencendo as limitações mecânicas da liga de aço

inoxidável.

Após a introdução da liga de NiTi na endodontia em 1988 por Walia et al.,

instrumentos rotatórios fabricados com esta liga começaram a ser estudados e

utilizados em âmbito clínico.

A maior flexibilidade da liga de NiTi está associada principalmente à uma

propriedade especial do material, a superelasticidade ou pseudo-elasticidade (SE),

que segundo Vieira (2010), faz com que o material retorne a sua forma original após

uma deformação macroscópica superior a seu limite elástico aparente. Este

comportamento é distinto do aço inoxidável, que se deforma plasticamente com uma

menor deformação, em tensões aplicadas no material que superem seu limite de

escoamento.

A liga M-Wire é oriunda de um tratamento termomecânico específico que visa

melhorar as propriedades mecânicas dos instrumentos fabricados com ela. A liga M-

Wire possui três fases, a austenita, a martensita e a fase-R, em temperatura ambiente

(ALAPATI et al. 2009). Os estudos de Ye et al. (2012) demonstraram maior resistência

em instrumentos fabricados em liga M-Wire do que em instrumentos similares

fabricados em NiTi convencional devido a sua microestrutura cristalina na fase

martensítica.

A performance do instrumento de NiTi é associada ao histórico de tratamento

térmico (YE et al. 2012), porém mesmo que a indústria tenha melhorado o desenho

do instrumento, sua cinemática de utilização e criado novas ligas, a fratura por fadiga

continua sendo um ponto preocupante na prática endodôntica.

12

Apesar de o instrumento ter sido estudado por alguns autores (AL HADLAY

et. al. 2010; LOPES, 2013; YE, 2012), o efeito da autoclavagem nas propriedades

mecânicas dos instrumentos ainda não está bem esclarecido (VIANA et. al. 2006).

A VDW (Ballaigues – Suiça), fabricante de instrumentos endodônticos de

NiTi, possui um sistema que está sendo amplamente utilizado no país. A orientação

do fabricante é que ele seja de uso único. Porém, alguns profissionais esterilizam e

reutilizam na tentativa de obter maior lucro no tratamento.

Na a tentativa de redução da ocorrência de fratura, os fabricantes criam

mecanismos para que o instrumento seja utilizado somente uma vez. Como por

exemplo, o instrumento Reciproc® (VDW, Munique, Alemanha). Ele possui um anel

colorido em sua haste de fixação, que após um ciclo de esterilização sofre expansão

inviabilizando uma nova inserção no contra ângulo.

Os usuários do sistema vêm buscando novas alternativas para melhorar o

custo benefício para o uso do instrumento na prática clínica, e realizam esterilização

química ou térmica. Todavia, os efeitos dos ciclos térmicos de autoclavagem nas

propriedades mecânicas dos instrumentos, principalmente da liga M-wire, ainda são

desconhecidos. A esterilização pode não modificar a liga, piorar ou melhorar as suas

propriedades mecânicas. Em razão dessa realidade, este trabalho teve como objetivo

avaliar a influência que o processo de autoclavagem exerce sobre as propriedades

mecânicas dos instrumentos Reciproc®.

13

2 Revisão de literatura

As ligas de NiTi foram introduzidas no mercado com a promessa de ser um

material mais flexível e com menor risco de fratura do que a liga de aço. A propriedade

que chamou atenção e fez com que seu uso se tornasse cada vez maior foi a

superelasticidade ou pseudo-elasticidade, o que permite que o material ultrapasse

seu limite de escoamento e volte a forma inicial.

A fim de continuar o processo de evolução da liga, novas formas de

fabricação foram sendo desenvolvidas. Tratamentos térmicos após usinagem ou

torção com objetivo de alterar as condições superficiais do material e a microestrutura

começaram a ser utilizadas para que o material fosse cada vez mais flexível.

Segundo os estudos de Johnson et al. (2008), ensaios comparativos entre

uma liga experimental de Niti (M-Wire NiTi, Dentsply Tulsa Dental Specialties) e a

ProFile 25/.04 fabricada em Nitinol 508 mostraram uma diferença estatisticamente

significante onde a liga experimental apresentou 4 vezes mais resistência à fadiga.

As ligas de NiTi possuem característica polimórfica. Essa característica faz

com que o ambiente, forças e temperatura aplicadas ao material influenciem suas

propriedades. Quando a liga NiTi é submetida a temperatura e/ou tensão distintas

ocorre uma mudança em sua estrutura cristalina, alterando também suas

propriedades. A estrutura do material pode ser definida com a utilização de difração

de Raios X ou DSC (Differential Scanning Calorimetry). Essa alteração na estrutura

cristalina e organização espacial dos átomos na liga podem conferir ao material certas

propriedades, como o efeito memória de forma (EMF) e a superelasticidade ou

pseudo-elasticidade.

Hoje são conhecidas três fases principais para a liga de NiTi sendo elas a

fases austenítica, encontrada quando o material está sob alta temperatura e/ou baixa

tensão, fase na qual o material é mais rígido. Martensítica, encontrada quando o

material está sob baixa temperatura e/ou alta tensão onde o material se apresenta

mais flexível e fase R, que é uma fase de transição entre as fases austenítica e

martensítica.

A liga M-Wire é uma liga de NiTi que foi criada a partir de novos processos de

fabricação (modificações químicas e tratamento termo mecânico) que resultaram em

um material que é composto por 3 fases cristalinas (austenita, martensita e fase r).

(ALAPATI et al. 2009). Este tratamento térmico proporciona à liga de NiTi

14

propriedades melhores que a liga convencional (LIU, 2009; Lopes et al. 2013; Uygun

et al. 2015). Sabe-se que os ciclos térmicos (ZHAO et al. 2015) e mecânicos (VIEIRA,

2013) podem influenciar nas propriedades mecânicas dos materiais, e estudos devem

ser feitos de modo a investigar estas modificações.

O instrumento Reciproc® e sua cinemática reciprocante, viram como uma

nova forma de terapia endodontica, onde “um único instrumento é o necessário para

criar uma forma ideal para a limpeza química, salvo em algumas exceções” (YARED.

2011).

Fabricado em liga de NiTi M-Wire, este instrumento possui conicidade de

0,08mm/mm que fornece um incremento adequado para que as tensões superficiais

sejam distribuídas por sua superfície e devido a sua liga superelastica, possui grande

resistência a fadiga.

Segundo Yared (2013) o maior benefício do sistema Reciproc® é sua

simplicidade.

Já foram estabelecidas orientações para a utilização de instrumentos Reciproc® para o preparo do canal radicular; eles incluem ângulos no sentido horário e anti-horário, configurações de velocidade no motor, pressão aplicada no instrumento, movimento bicadas e escovação com o instrumento, preparo do canal sem estabelecer um glide path, e a necessidade de estabelecer um glide path em alguns casos. (Yared. 2013)

As características externas dos instrumentos, como por exemplo, sua seção

transversal, D0 e conicidade, são fatores que influenciam na resistência e vida útil do

material tanto quanto as propriedades mecânicas que são derivadas da liga utilizada

para a fabricação do instrumento.

Estudos comparativos realizados por Lopes et al. (2013), associaram a

resistência a fadiga e resistência à torção com o design do material, em especial sua

seção transversal.

Segundo Schafer et al. (2003) quando comparados instrumentos com seções

transversais em forma de U e seções triangulares, seções triangulares se mostram

mais resistentes à flexão.

Conforme instrumentos são introduzidos ao mercado, uma necessidade de

novos estudos para caracterizar os mesmos é gerada (VIEIRA 2013), e para tal

análise utilizasse o estereomicroscópio que tem por objetivo de averiguar se as

especificações exigidas pela norma nº 101 da ANSI/ADA estão sendo atendidas pelo

15

fabricante. Tal estudo possibilita ao pesquisador avaliar o nível de controle que o

fabricante possui sob o dimensionamento dos instrumentos produzidos.

Outro objetivo é verificar a compatibilidade dimensional dos instrumentos que

serão estudados, uma vez que a geometria pode influenciar nos resultados

mecânicos e funcionar como um viés.

A microscopia eletrônica de varredura é um tipo de exame utilizado em

diversos estudos para avaliar o acabamento superficial (LOPES et al. 2010). Além de

mostrar se existe algum defeito na superfície do instrumento, é possível realizar uma

análise da superfície de fratura avaliando o aspecto da mesma. (LOPES et al., 2011;

LOPES et al., 2010; LOPES et al., 2013; RODRIGUES et al., 2011; VIEIRA 2011;

ZHAO et al. 2015).

Os ensaios mecânicos, são testes realizados por pesquisadores nos

instrumentos para estudar suas propriedades. Os principais ensaios mecânicos em

endodontia são os ensaios de flexão em 45°, flexão rotativa e resistência ao torque.

O ensaio de flexão em cantilever ou flexão em 45º, é realizado com o objetivo

de avaliar o quão flexível o material testado é. Sua importância consiste na previsão

do comportamento dos instrumentos que serão fabricados a partir do material, sejam

limas endodônticas, grampos ou brocas. Segundo Elias & Lopes (2007) quanto mais

flexível for a lima endodôntica menor será o desvio da trajetória original do sistema

de canais radiculares.

Ainda de acordo com Elias & Lopes (2007) o ensaio de flexão consiste em

aplicar uma carga compressiva em uma direção perpendicular ao longo eixo do

instrumento e medindo a resistência do material ao dobramento (deformação

elástica).

Como resultado esse teste apresenta o módulo de elasticidade, resiliência e

resistência à tensão/flexão.

De acordo com a regulamentação nº 101 da ADA, os ensaios poderiam ser

realizados utilizando arcos com ângulos de 30°, 45° ou 90°.

É um tipo de ensaio que apresenta uma simulação das forças incidentes

sobre o instrumento no momento do uso clínico. Através do uso de um canal artificial

curvo, geralmente metálico, e o acionamento do instrumento, é possível estimar o

“tempo de vida” do material ou sua resistência à fadiga.

16

Esta metodologia já foi utilizada em vários estudos (MOREIRA, 2006;

RODRIGUES 2011; LOPES et al, 2013; VIEIRA, 2013), afim de investigar diversas

hipóteses de ordem clínica.

Este teste, pode ser utilizado em vários tipos de estudo, Moreira (2006)

utilizou-se do teste para avaliar uma associação entre os efeitos da esterilização na

vida em fadiga do NiTi convencional. Enquanto Vieira (2013) avaliou o efeito da fadiga

na flexibilidade de instrumentos.

Devido ao grande número de instrumentos e técnicas lançadas todos os anos

este tipo de ensaio pode ser largamente utilizado para vários tipos de estudo.

17

3 Objetivos do estudo

O objetivo geral: Testar a hipótese nula (Ho) de que a esterilização não

modifica as propriedades mecânicas dos instrumentos Reciproc® R25.

Objetivos específicos:

(1) realizar a morfometria dos instrumentos Reciproc® R25 através de

estériomicroscopia;

(2) avaliar a superfície de fratura dos instrumentos como recebido e após as

os ciclos de esterilização através de microscopia eletrônica de varredura;

(3) realizar ensaio de flexão em 45º dos instrumentos como recebido e após

2, 4 e 6 ciclos de esterilização e;

(4) realizar ensaio de flexão rotativa dos instrumentos como recebido e após

2, 4 e 6 ciclos de esterilização.

18

4 Materiais e métodos

Para o estudo foram utilizados 40 instrumentos Reciproc® R25 (VDW), um

cronômetro digital, e uma autoclave Baumer modelo B080E série 8900057 (São

Paulo – Brasil), que foi programada para operar à uma temperatura entre 120°C e

130°C, com pressão de 1,8Kg/cm² por 60 minutos.

Fig. 4.1 Autoclave Baumer, utilizada para realização do estudo

Os instrumentos foram divididos em 4 grupos, onde o grupo I foi testado como

recebido pelo fabricante, sem passar por processo de autoclavagem; o grupo II foi

autoclavado 2 vezes, o grupo III foi autoclavado 4 vezes e o grupo IV foi autoclavado

6 vezes. Os grupos esterilizados foram deixados em temperatura ambiente (25°) por

30 minutos para que resfriassem entre os ciclos de esterilização. Cada grupo foi

submetido ao ensaio de flexão a 45° e posteriormente ao ensaio de flexão rotativa.

19

Fig. 4.2 Blister contendo parte dos instrumentos utilizados no estudo

Para realização dos ensaios após a esterilização, os anéis que impedem que

o instrumento seja encaixado no contra ângulo foram cortados e removidos utilizando-

se uma lâmina de bisturi.

4.1 Avaliação morfométrica

Para a morfometria foi utilizada uma lupa OPTICAM com sistema de captura

de imagem pixeLINK modelo PL- a662 (Ottawa, Canada). As imagens obtidas foram

capturadas e analisadas pelo programa Tsview 7 versão 7.1. A avaliação

micro morfométrica foi realizada para verificar a proximidade entre todas as medidas

dos instrumentos e se os mesmos atendem a exigência da norma ANSI/ADA nº 101.

Fig. 4.3 Lupa Opticam, que foi utilizada para caracterização dos instrumentos

20

4.1.1 O ângulo da ponta

Para avaliação do ângulo da ponta foi utilizada uma ferramenta que permite

aferir diretamente com um traçado das tangentes que convergem da ponta do

instrumento como sugerido por Lopes & Siqueira Jr (2010).

Fig. 4.4 Caracterização do ângulo da ponta de um dos instrumentos.

4.1.2 Ângulos das hélices

Foram aferidos três ângulos de hélice para cada instrumento. Foram

padronizados os ângulos compreendidos entre D0 e D1, D4 e D5 e D6 e D7. A

escolha destes ângulos foi de acordo com a resolução da imagem. Devido não

apresentar um bom foco nas extremidades, foram utilizadas as hélices

mencionadas para evitar um viés no estudo.

Fig. 4.5 Caracterização do ângulo da hélice

21

4.1.3 Conicidade dos instrumentos

A conicidade dos instrumentos foi medida através do cálculo da diferença

entre dois diâmetros bem definidos no instrumento e a divisão deste valor pela

distância entre estes pontos. Conforme exemplificado abaixo.

Onde C é a conicidade, Dn e Dn’ são os diametros do instrumento (Dn>Dn’)

e d é a distância entre Dn e Dn’

4.1.4 A base da ponta

A base da ponta foi medida para cada instrumento a 1 mm da ponta

tangenciando a margem na parte superior e inferior do instrumento. A tolerância da

norma ANSI/ADA nº101 admite uma variação de até 10% no D0 dos instrumentos.

Fig. 4.6 Tangente utilizada para verificar o diâmetro inicial dos instrumentos

22

4.2 Avaliação no Microscópio eletrônico de varredura (MEV)

Um Microscópio Eletrônico de Varredura JEOL Modelo LSM 5800LV (São

Paulo, SP, Brasil) foi utilizado para avaliar a superfície de fratura, buscando diferença

entre os grupos testados e para verificar o modo de fratura.

4.3 Ensaio de flexão em 45º

Os ensaios de flexão em 45º foram realizados no laboratório de ensaios

mecânicos da Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO), utilizando-se a máquina

de ensaio universal EMIC DL200 MF (São José dos Pinhais, PR, Brasil). A célula de

carga utilizada foi de 20N.

Os instrumentos foram ensaiados dentro da norma número 101 da

ANSI/ADA. Uma morsa de aço protegida com uma lâmina de cobre projetada para o

ensaio foi utilizada para imobilizar o instrumento à 3mm da ponta conforme a norma

estabelece, e esta foi afixada através de um mandril Jacob em uma morsa com

angulação ajustada em 45º conforme ilustrado na figura 3.7.

Fig. 4.7 Ensaio de flexão em 45°

Os ensaios de flexão em 45° foram realizados após o término do ciclo de

esterilização.

23

4.4 Ensaios de Flexão Rotativa

A flexão rotativa foi realizada utilizando um motor VDW Silver, utilizando a

programação “Reciproc All”, que teve seu contra ângulo fixo em uma estrutura

projetada para realização do ensaio. Os instrumentos foram introduzidos em um canal

simulado metálico cilíndrico, afixado em uma morsa, com diâmetro interno de 1,4 mm

e uma angulação de 45°, para simular no instrumento as forças que seriam aplicadas

sobre o mesmo durante a instrumentação de um canal natural com este tipo de

curvatura (MOREIRA, 2006).

A B

C

Fig. 4.8 (A) Imagem do dispositivo (MOREIRA 2006); (B) Representação do canal utilizado no

trabalho; (C) Representação do ensaio de flexão rotativa.

4.5 Análise estatística

Os resultados dos ensaios de flexão em 45º, e flexão rotativa foram

submetidos à análise de variância (ANOVA) com nível de significância (α) em 5%.

24

5 Resultados

5.1 Morfometria

Os resultados da morfometria realizada através de esteromicroscopia estão

apresentados nas tabelas 5.1 e 5.2.

INSTRUMENTO D0 D3 D6 CONICIDADE

1 25 43 62 6,3 2 24 43 64 7,0 3 25 45 65 6,7 4 23 35 54 6,3 5 25 44 64 6,7

X + DP 24,4 + 0,9 42 + 4,0 61,8 + 4,5 6,6 + 0,3 CV 3,7% 9,5% 7,2% 4,5%

Tab. 5.1 Resultados dos diâmetros em D0, D3, D6 e da conicidade dos instrumentos Reciproc® R 25.

Durante a caracterização foi possível observar que as pontas dos

instrumentos apresentam ângulo de transição, que de acordo com Lopes & Siqueira

Jr (2010), possui relação com desvios em curvaturas severas.

Fig. 5.1 Imagens de microscopia óptica da ponta dos instrumentos Reciproc® R25. (A) ângulo de

transição. (B) Região onde foi aferida o diâmetro D0 (base da ponta).

B

A

A

25

INSTRUMENTO PONTA HÉLICE 1 HÉLICE 2 HÉLICE 3

1 72 30 28 24

2 74 20 28 26

3 66 21 30 25

4 70 23 30 24

5 84 23 30 30

X + DP 73,2 + 6,7 23,4 + 3,9 29,2 + 1,1 25,8 + 2,5

CV 10,9% 16,6% 3.7% 9.6%

Tab. 5.2 Valores em graus dos ângulos das pontas e das hélices dos instrumentos Reciproc® R25

onde 1ª Hélice corresponde à hélice entre D0 e D2, 2ª Hélice corresponde à hélice entre D4 e D5, 3ª Hélice corresponde à hélice entre D6 e D7.

5.2 Avaliação no Microscópio eletrônico de varredura (MEV)

As imagens foram obtidas em duas ampliações distintas, 150x e 1500x, para

visualização da superfície de fratura de maneira geral e das microcavidades típicas

do mecanismo de fratura por fadiga.

Fig. 5.3 Superfície de fratura do instrumento Reciproc® R25 como recebido em 150x (A) e

1500x (B).

26

Fig. 5.4 Superfície de fratura do instrumento Reciproc® R25 com 2 ciclos em 150x (A) e

1500x (B).

Fig. 5.5 Superfície de fratura do instrumento Reciproc® R25 com 4 ciclos em 150x (A) e

1500x (B).

Fig. 5.6 Superfície de fratura do instrumento Reciproc® R25 com 6 ciclos em 150x (A) e

1500x (B).

27

5.3 Ensaio de flexão em 45°

A força obtida no ensaio de flexão em 45º dos instrumentos Reciproc® R25

(n=10) estão apresentados na Tabela 5.3.

INSTRUMENTO GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4

X + DP 443,97 + 30,84 444,9 + 16,47 438,54 + 14,93 458,31 + 31,46

CV 6,9% 3,7% 3,4% 6,8%

Tab. 5.3 Valores das forças (gf) para flexionar os instrumentos Reciproc® R25 até 45º.

Não houve diferença estatisticamente significante entre os resultados dos

grupos testados p> 0,05 (p = 0,339).

Fig. 5.7 – Curvas força x deformação dos instrumentos. Curva preta, como recebido. Curvas vermelha, laranja e roxa representando 2, 4 e 6 ciclos de esterilização respectivamente. Não houve

diferença estatisticamente significante entre as forças obtidas (p>0,05).

5.4 Ensaio de flexão rotativa (fadiga)

A média, desvio padrão e coeficiente de variação do tempo obtido no ensaio

estão disponíveis na Tabela 5.4.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

0 2 4 6 8 10 12 14

28

INSTRUMENTO GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 GRUPO 4

X + DP 161,80 + 18,63 159,80 + 11,41 174,40 + 17,27 146,20 + 18,39

CV 11,5% 7,1% 9,9% 12,5%

Tab. 5.4 Valores do tempo em segundos, até a fratura dos instrumentos Reciproc® R25.

Não houve diferença estatisticamente significante entre os resultados dos

grupos testados p>0.05 (p = 0,107).

29

6 Discussão

O item 6.7.1.3 da norma ANSI/ADA 101 de 2001 coloca que os instrumentos

devem ser esterilizados 5 vezes para verificar possível corrosão dos mesmos. A

corrosão dos instrumentos por esterilização modificaria sua superfície, e poderia

influenciar no seu número de ciclos para a fratura. A superfície de acabamento possui

relação com a vida em fadiga (LOPES et al. 2010; LOPES et al. 2016).

Alguns trabalhos adotam 5 ciclos de esterilização, porém divididos em etapas

(SERENE et. al., 2002; CANALDA-SAHLI et. al., 1998). Assim como nestes trabalhos,

a autoclavagem por etapas foi adotada, possibilitando a avaliação da influência do

número de ciclos de autoclavagem nas propriedades mecânicas dos instrumentos. A

realização de 2, 4 e 6 ciclos de autoclavagem não fica distante da padronização da

norma, além de representarem uma realidade clinica principalmente em relação ao

tratamento de dentes unirradiculares.

Apesar de não ter ocorrido alterações nas propriedades mecânicas dos

instrumentos em relação aos ciclos de esterilização outros fatores devem ser levados

em conta. A capacidade de corte e o acúmulo de trincas durante a utilização devem

ser levados em conta no âmbito clínico. Ao perder a capacidade de corte, o operador

se obriga a aumentar o carregamento vertical sobre o instrumento para alcançar o

ápice radicular, o que aumenta o risco de fratura.

São necessários novos estudos relacionando a autoclavagem com a

capacidade de corte e com a nucleação e propagação de trincas para que os

mecanismos de fratura possam ser explicados melhor. Apesar da autoclavagem não

beneficiar ou prejudicar, em casos onde não haja utilização do instrumento e ocorra

contaminação do mesmo, a esterilização não causará prejuízo em suas propriedades

mecânicas.

Alguns trabalhos demonstram que as ligas de NiTi são sensíveis temperatura

(VIEIRA, 2013; MOREIRA, 2006; THOMPSON, 2000), portanto os ciclos de

autoclavagem poderiam modificar a microestrutura e as propriedades mecânicas dos

instrumentos. Não foi o que ocorreu neste estudo, onde as hipóteses nulas não foram

rejeitadas para flexão em 45º e para a fadiga cíclica (p>0,05). Dentro das limitações

deste estudo, não houve interferência da autoclavagem na flexibilidade e na vida em

fadiga dos instrumentos, demonstrando que a liga é estável quando submetida a

esterilização.

30

7 Conclusão

Não houve influência do ciclo de esterilização nas propriedades mecânicas da

liga M-wire dos instrumentos Reciproc® R25 (p>0,05).

Após a caracterização micromorfométrica foi possível determinar que os

instrumentos Reciproc® R25 atendem as exigências da norma da ADA nº 101, sendo

assim é seguro afirmar que o fabricante possui um controle das medidas dos

instrumentos.

A microscopia eletrônica de varredura permitiu determinar que a fratura por

fadiga dos instrumentos Reciproc® R25 é do tipo dúctil. As superfícies de fratura dos

instrumentos submetidos as autoclavagens apresentaram mesmo aspecto.

A esterilização não influenciou na flexibilidade dos instrumentos Reciproc®

R25 quando estes foram autoclavados 2, 4 e 6 vezes.

A esterilização não influenciou na vida em fadiga dos instrumentos Reciproc®

R25 quando estes foram autoclavados 2, 4 e 6 vezes.

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ANEXOS

Relatórios obtidos pelos ensaios de flexão em 45º como recebido, 2, 4 e 6

esterilizações.

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