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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM Curso de Administração - CAD Gildene de Carvalho Monteiro RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE: Um estudo em um Supermercado potiguar. PAU DOS FERROS - RN 2013

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Page 1: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ......resultados e permanecer no mercado. Nesse contexto, esse estudo utilizou-se de índices para investigar o comportamento econômico-financeiro

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia - CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Gildene de Carvalho Monteiro

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE: Um estudo em um Supermercado potiguar.

PAU DOS FERROS - RN 2013

Page 2: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ......resultados e permanecer no mercado. Nesse contexto, esse estudo utilizou-se de índices para investigar o comportamento econômico-financeiro

Gildene de Carvalho Monteiro

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE: Um estudo em um Supermercado potiguar.

Relatório Final de Curso apresentado ao Curso de Administração/CAMEAM/UERN, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Professor Orientador: Francisco Jean Carlos de Souza Sampaio

Área: Finanças

PAU DOS FERROS - RN 2013

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COMISSÃO DE ESTÁGIO

Membros:

___________________________________

Gildene de Carvalho Monteiro Aluno

____________________________________

Francisco Jean Carlos de Souza Sampaio Professor Orientador

____________________________________

Francisco Genecy Monteiro Supervisor de Estágio

____________________________________

Edivaldo Rabelo de Menezes Coordenador de Estágio Supervisionado

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Gildene de Carvalho Monteiro

ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE PEQUENO PORTE: Um estudo em um Supermercado potiguar.

Este Relatório Final de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de

BACHAREL EM ADMINISTRAÇÃO

e aprovado em sua forma final pela Banca Examinadora designada pelo Curso de

Administração/CAMEAM/UERN, Área: Finanças

Pau dos Ferros/RN, em _____ de __________________ de __________.

BANCA EXAMINADORA

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Francisco Jean C. de Souza Sampaio

Orientador – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Pedro Davi Vieira Aragão

Examinador – UERN

Julgamento: _______ Assinatura: _______________________________________ Francisco Cleiton da Silva Paiva

Examinador – UERN

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Este trabalho é dedicado a Deus, em especial, por

ter me dado força durante esses cinco anos de

curso, a meio de dificuldades. Por ter me iluminado

nas decisões mais difíceis e por ter me guiado ao

longo do curso para trilhar o caminho mais correto

possível.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, pela vida e saúde que me proporciona, pela imensa força espiritual a mim

concedida, para a realização desse trabalho, sem Ele eu nada seria.

Aos meus pais, José Pedro Monteiro e Maria José de Carvalho Monteiro, pelo amor,

dedicação e por terem me proporcionado essa oportunidade de um futuro promissor, principalmente a

minha querida mãe, que por tantas vezes abdicastes teus sonhos para realizar os meus sempre

procurando me proporcionar um futuro melhor, dando todo apoio e compreensão ao longo dessa árdua

caminhada.

A minha amiga, companheira e namorada, Nayara Negreiros, pela compreensão, carinho,

atenção e pela força e apoio nos momentos mais delicados e de dificuldades.

Aos meus amigos e colegas de curso, que durante todos os períodos demonstraram total

companheirismo, ajuda e amizade. Em especial a meus caros e sempre presente colegas de trabalhos

escolares: Marcos Tiago, Itamar Bruc, Kendisom Monteiro e Ernandes Batista dos quais tornaram essa

trajetória muito mais alegre, descontraída e especial.

Ao Mestre, professor, Francisco Jean Carlos de Souza Sampaio, pela grande contribuição e

orientação deste trabalho.

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"O lucro é o prêmio dos que se afastam com

sucesso dos tipos normais de procedimento; o

prejuízo é a punição dos que, por preguiça, aderem

a métodos obsoletos. O indivíduo é livre para

mostrar o que pode fazer de modo melhor do que

os outros."

(Ludwig von Mises)

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RESUMO

O cenário econômico-financeiro que as empresas se defrontam nos dias atuais é muito dinâmico e interativo, principalmente no que se refere as micro e pequenas empresas. É necessário que as empresas se organizem e criem mecanismos de avaliação de sua performance visando melhorar seus resultados e permanecer no mercado. Nesse contexto, esse estudo utilizou-se de índices para investigar o comportamento econômico-financeiro da empresa comercial Mercadinho Monteiro adotando a seguinte problemática: Qual o desempenho econômico-financeiro do supermercado potiguar nos últimos cinco exercícios anuais?. No intuito de responder a esse questionamento teve-se como objetivo geral analisar a situação econômico-financeira do supermercado potiguar nos últimos cinco exercícios anuais. O trabalho encontra-se fundamentado em literatura pertinente a área em estudo, abordando em especial as características e conceitos do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, a análise através dos índices de liquidez, índice de estrutura de capital e índice de rentabilidade, tendo por base relevante autores como Marion (2010) e Matarazzo (2003). Neste sentido o presente trabalho apresenta uma pesquisa de caráter descritiva, tal que procura descrever as características econômico-financeiras da empresa Mercadinho Monteiro através dos índices, e explicativa, por que visa aprofundar-se no conhecimento da realidade econômica e financeira da empresa, analisando cada índice, visando identificar a razão, o porquê de seus valores e o que isso representa para a empresa. Em relação ao método foram utilizadas a pesquisa documental tendo em vista a análise dos relatórios contábeis e bibliográfica pela utilização de fórmulas que possibilitam a formatação dos índices. A abordagem da pesquisa e de caráter quanti-qualitativo, tendo em vista a mensuração e interpretação do desempenho da empresa em estudo. Foi aplicado o censo tendo em vista o caráter finito do universo da pesquisa, onde foram coletados os dados referentes aos exercícios de 2008 a 2012 da empresa juntamente com um questionário aplicado ao administrador da empresa. O tratamento de dados foi executado com o auxilio do Microsoft Excel. Através da análise da empresa dentre os períodos verificou-se que a mesma apresenta um desempenho decrescente em relação a sua liquidez reduzindo sua capacidade de pagamento a cada ano. Com a pesquisa observou-se que a empresa está cada vez mais endividada e fornece menos garantias para o pagamento de suas obrigações, e sua rentabilidade apresenta grandes oscilações fazendo com que seu desempenho econômico seja discreto em relação ao seu potencial. Tais resultados acendem um alerta para a empresa e sinalizam que as projeções não são positivas, implicando que se faz necessário a gestão tomar ações e atitudes que melhorem o quadro econômico-financeiro da empresa. Palavras-Chave: Desempenho Econômico-Financeiro; Demonstrações Contábeis; Índices; Liquidez; Estrutura de Capital; Rentabilidade.

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ABSTRACT

The economic-financial companies are facing nowadays is very dynamic and interactive, especially with regard to micro and small enterprises. It is necessary for companies to organize and develop mechanisms for assessing their performance to improve results and stay in the market. In this context, this study used indexes to investigate the behavior of economic and financial trading company Mercadinho Monteiro adopting the following problem: What is the financial performance of the RN supermarket for the past five fiscal years?. In order to answer this question had been aimed at analyzing the economic and financial situation of the supermarket potiguar the past five fiscal years. The work is based on a literature study area, addressing in particular the features and concepts of the Balance Sheet and the Statement of Income, through the analysis of liquidity ratios, index capital structure and profitability index, based on relevant authors as Marion (2010) and Matarazzo (2003). In this sense, this paper presents a survey of descriptive character, such that attempts to describe the characteristics of the economic-financial company Mercadinho Monteiro through the indices, and explanatory, that aims to deepen the knowledge of the economic and financial reality of the company, analyzing each index to identify the reason why your values and what it represents for the company. Regarding the method was used to document research in view of the financial reporting and analysis of the literature by using formulas that enable the formatting of the contents. The research approach and the quantitative and qualitative character, in view of the measurement and interpretation of the performance of the company under study. Census was applied in view of the finiteness of the survey, where data were collected for the years 2008 to 2012 the company along with a questionnaire to the company administrator. Data processing was performed with the help of Microsoft Excel. Through analysis periods among the company found that the same performance is decreasing in relation to its liquidity reducing its ability to pay each year. With the research showed that the company is increasingly indebted and provides fewer guarantees for the payment of its obligations, and its profitability has large swings causing its economic performance is understated in relation to its potential. These results illuminate a warning signal for the company and that the projections are not positive, implying that it is necessary to take management actions and attitudes that improve the economic and financial framework of the company. Keywords: Economic-Financial Performance; Financial Statements; Index; Liquidity; Capital Structure; Profitability.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABREVIATURAS

R$ - Reais

SIGLAS

BP - Balanço Patrimonial

CDL - Câmera de Dirigentes Lojistas

CMV - Custo das Mercadorias Vendidas

CPF - Cadastro de Pessoas Físicas

DLPA - Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados

DFC - Demonstração dos Fluxos de Caixa

DVA - Demonstração do Valor Adicionado

DRE - Demonstração do Resultado do Exercício

DOAR - Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos

EPP - Empresa de Pequeno Porte

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

LAIR - Lucro antes do Imposto de Renda

MPEs - Micro e Pequenas Empresas

SEBRAE - Sistema Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

RN - Rio Grande do Norte

UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURAS

Figura 1 - Organograma da empresa Mercadinho Monteiro. .................................................................17

Figura 2 - Encarte Rede Lajedo de Supermercados, abril 2011. ...........................................................17

Figura 3 - Entrega do carro 0 km a cliente do Mercadinho Monteiro, “promoção sua mãe merece”, maio

2011. .......................................................................................................................................................18

QUADROS

Quadro 1 - Estrutura da DRE de acordo com a Lei das S.A. (6.404/76). ...............................................26

Quadro 2 - Fórmula do índice de liquidez corrente. ...............................................................................29

Quadro 3 - Fórmula do índice de liquidez seca. .....................................................................................30

Quadro 4 - Fórmula do índice de liquidez geral. ....................................................................................31

Quadro 5 - Fórmula do índice de liquidez imediata. ...............................................................................32

Quadro 6 - Fórmula do índice de participação de capitais de terceiros sobre recursos totais. ..............34

Quadro 7 - Fórmula do índice de garantia do capital próprio ao capital de terceiros. ............................35

Quadro 8 - Fórmula do índice de composição do endividamento. .........................................................36

Quadro 9 - Fórmula do índice do giro do ativo. ......................................................................................37

Quadro 10 - Fórmula do índice de margem líquida. ...............................................................................39

Quadro 11 - Fórmula do índice de rentabilidade do ativo.......................................................................40

Quadro 12 - Fórmula do índice de rentabilidade do patrimônio líquido. .................................................41

Quadro 13 - Quadro-resumo dos índices. ..............................................................................................43

Quadro 14 - Dados patrimoniais do Ativo da empresa Mercadinho Monteiro dentre os períodos de

2008 a 2012. ...........................................................................................................................................51

Quadro 15 - Dados patrimoniais do Passivo da empresa Mercadinho Monteiro dentre os períodos 2008

a 2012. ....................................................................................................................................................52

Quadro 16 - Dados da DRE dentre os períodos 2008 a 2012. ...............................................................53

Quadro 17 - Quadro resumo dos resultados dos objetivos específicos. ................................................68

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TABELAS

Tabela 1 - Elenco de contas envolvidas no cálculo dos índices de liquidez. ..........................................54

Tabela 2 - Elenco de contas envolvidas no cálculo dos índices de estrutura de capital .........................54

Tabela 3 - Elenco de contas envolvidas no cálculo dos índices de rentabilidade ...................................55

Tabela 4 - Índices de liquidez da empresa Mercadinho Monteiro. ..........................................................56

Tabela 5 - Índice de estrutura de capital da empresa Mercadinho Monteiro. .........................................58

Tabela 6 - Índices de rentabilidade da empresa Mercadinho Monteiro. .................................................60

GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução dos índices de liquidez da empresa Mercadinho Monteiro. ..................................57

Gráfico 2 - Evolução dos índices de estrutura de capital. ......................................................................59

Gráfico 3 - Evolução do índice de rentabilidade (giro do ativo). .............................................................61

Gráfico 4 - Evolução dos índices de rentabilidade. ................................................................................61

Gráfico 5 - Relação ativo circulante e passivo circulante da empresa Mercadinho Monteiro, 2012. ......63

Gráfico 6 - Relação ativo circulante (sem estoques) e passivo circulante da empresa Mercadinho

Monteiro, 2012. .......................................................................................................................................63

Gráfico 7 - Relação percentual do capital próprio com o capital de terceiros, 2012. .............................65

Gráfico 8 - Crescimento anual das receitas e despesas da empresa Mercadinho Monteiro. .................66

Gráfico 9 - Distribuição do lucro bruto da empresa Mercadinho Monteiro, 2012. ..................................66

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SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

EPÍGRAFE

RESUMO

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................15

1.1 Caracterização da organização .....................................................................................................16

1.2 Situação problemática ....................................................................................................................18

1.3 Objetivos .........................................................................................................................................19

1.3.1 Geral ..............................................................................................................................................19

1.3.2 Específicos.....................................................................................................................................19

1.4 Justificativa .....................................................................................................................................19

2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................................21

2.1 Importância do conhecimento do desempenho econômico-financeiro .....................................21

2.1.1 Índice como parâmetro de desempenho ........................................................................................22

2.2 Balanço Patrimonial (BP) ...............................................................................................................23

2.2.1 Ativo ...............................................................................................................................................24

2.2.2 Passivo ..........................................................................................................................................25

2.3 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) ........................................................................25

2.4 Índices de Liquidez .........................................................................................................................28

2.4.1 Índices de liquidez corrente ...........................................................................................................29

2.4.2 Índice de liquidez seca ...................................................................................................................30

2.4.3 Índice de liquidez geral ..................................................................................................................31

2.4.4 Índice de liquidez imediata .............................................................................................................31

2.5 Estrutura de Capital ........................................................................................................................33

2.5.1 Participação de capitais de terceiros sobre recursos totais ...........................................................33

2.5.2 Garantia do capital próprio ao capital de terceiros .........................................................................34

2.5.3 Composição do endividamento ......................................................................................................35

2.6 Índices de Rentabilidade ................................................................................................................36

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2.6.1 Giro do ativo ...................................................................................................................................37

2.6.2 Margem líquida ..............................................................................................................................38

2.6.3 Rentabilidade do ativo ...................................................................................................................39

2.6.4 Rentabilidade do patrimônio líquido ...............................................................................................41

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...........................................................................................44

3.1 Tipo de pesquisa .............................................................................................................................44

3.2 Universo e amostra .........................................................................................................................46

3.3 Coleta de dados ..............................................................................................................................47

3.4 Tratamento dos dados....................................................................................................................47

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................................................49

4.1 Identificações dos dados, que constam no BP e DRE da empresa, necessários para o cálculo

dos índices de estrutura de capital, liquidez e rentabilidade. ...........................................................49

4.2 Avaliação do desempenho econômico-financeiro da empresa comercial

Mercadinho Monteiro ............................................................................................................................55

4.2.1 Análise dos índices de liquidez ......................................................................................................56

4.2.2 Análise dos índices de estrutura de capital ....................................................................................58

4.2.3 Análise dos índices de rentabilidade ..............................................................................................60

4.3 Planejamento econômico-financeiro para a empresa comercial Mercadinho Monteiro ...........62

5. CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES .....................................................................68

5.1 Conclusões......................................................................................................................................68

5.2 Sugestões ........................................................................................................................................69

5.3 Recomendações .............................................................................................................................70

REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................72

APÊNDICES ...........................................................................................................................................74

APÊNDICE A - Questionário ..................................................................................................................75

APENDICE B - Lista de acompanhamento das atividades de estágio .......... Erro! Indicador não definido.

ANEXOS .................................................................................................................................................82

ANEXO A - Balanço Patrimonial da Empresa Mercadinho Monteiro 2008 a 2012 .................................83

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ANEXO B - Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Mercadinho Monteiro

2008 a 2012 ............................................................................................................................................88

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15

1. INTRODUÇÃO

A conjuntura econômico-financeira que as empresas se deparam nos dias atuais é muito

dinâmica e volúvel. No que se refere às micro e pequenas empresas isso se mostra mais presente, em

função da quantidade de empresas e da concorrência acirrada existente. Tal cenário requer maior

competência e organização das empresas, exigindo um planejamento adequado e objetivo visando

melhorar seus resultados para permanecer no mercado.

Deste modo a utilização de índices como parâmetros de avalição econômico-financeira, se

mostra uma ferramenta de grande relevância para as empresas, tendo em vista possibilitar a avaliação

de sua performance e fornecer informações que apontam sobre seus pontos fracos e fortes,

favorecendo um planejamento econômico-financeiro mais profundo e eficiente.

Este trabalho analisa o desempenho econômico-financeiro da empresa comercial Mercadinho

Monteiro, uma empresa potiguar de pequeno porte, localizada na cidade de São Miguel, Rio Grande do

Norte (RN). Visando avaliar seu desempenho através de índices na perspectiva de sua liquidez, de sua

estrutura de capital e de sua rentabilidade.

A estrutura do trabalho é composta por cinco capítulos enfocando todas as etapas para a

elaboração do estudo. O capítulo 1 aborda a temática do trabalho, o mesmo abrange a definição do

tema e do problema, e traz a caracterização da empresa foco de estudo. Logo em seguida evidencia-se

a situação problemática, os objetivos gerais e específicos, finalizando com a justificativa.

O capítulo 2 aprecia o aporte teórico utilizado, tendo em vista dar suporte e credibilidade a

pesquisa, onde foi realizado a revisão da literatura a conteúdos relacionados ao tema e propósitos do

trabalho, dos quais foram abordados sobre algumas demonstração contábeis, assim como as

características, especificidades e subdivisões de cada índice econômico-financeiro.

Em relação ao capítulo 3, foram descritos os procedimentos metodológicos utilizados na

pesquisa, abordando o tipo de pesquisa, o método utilizado, o caráter da pesquisa e sua abordagem.

Também foram identificados o universo da pesquisa e a forma como foi realizada a coleta e tratamento

dos dados.

No que refere ao capítulo 4 é abordado a análise e discursão dos resultados obtidos pela

pesquisa, onde são descritos, demostradas e analisadas as informações colhidas durante a pesquisa

de forma a atender os objetivos específicos deste trabalho.

E por fim o capítulo 5 contempla as conclusões da pesquisa que respondem ao objetivo geral

do estudo, bem como propõe sugestões tendo em vista a melhora das condições financeiras e

econômicas da empresa em estudo e recomendações que sugerem ampliações do tema ou maior

abrangência na área acadêmica.

Page 17: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ......resultados e permanecer no mercado. Nesse contexto, esse estudo utilizou-se de índices para investigar o comportamento econômico-financeiro

16

1.1 Caracterização da organização

Este trabalho será realizado na empresa comercial Mercadinho Monteiro, empresa individual

varejista de pequeno porte, cuja Razão Social é Francisco Genecy Monteiro, CNPJ: 05.981.449/0001-

00, localizada na Rua José Augusto, Centro, Município de São Miguel-RN. Empresa presente no

mercado há mais de 7 (sete) anos.

O início se deu quando o então proprietário, antes cobrador de ônibus por cinco anos de uma

empresa sediada no estado de São Paulo, resolveu abandonar o emprego e retornar a sua cidade

natal, São Miguel, cidade do interior do RN cuja população segundo o Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE, 2010) é de aproximadamente 22.157 (vinte e dois mil, cento e cinquenta e sete)

habitantes, sua economia é basicamente agropecuária, sendo uns dos maiores produtores de milho do

Estado, e conta também com um número significativo de estabelecimentos comerciais, abrangendo

não só a demanda local como cidades circunvizinhas, tais como: Coronel João Pessoa, Venha-Ver,

Lagoa-Nova, dentre outras.

Já em São Miguel-RN, passados três meses de sua chegada, o Sr. Francisco resolveu investir

parte de suas economias na compra de um imóvel e daí partiu a ideia de montar seu comércio.

Comprou prateleiras, algumas garrafas de bebidas, alguns fardos de arroz, açúcar, feijão, e uma

pequena variedade de produtos de higiene e limpeza. Assim, nasceu a empresa Mercadinho Monteiro

que contava apenas com duas pessoas, o proprietário e um funcionário.

O Mercadinho Monteiro trabalha com a seguinte missão: Oferecer produtos e serviços de

qualidade aos clientes, buscando atender satisfatoriamente suas expectativas. Tendo como visão: Ser

uma empresa reconhecidamente líder na cidade por oferecer produtos, serviços e atendimento ao

cliente de alta qualidade.

O Mercadinho Monteiro é uma Empresa de Pequeno Porte (EPP), tal como dispõe o artigo 2º

da lei complementar nº 139 de 2011, determinando que empresas que aufiram em cada ano calendário

receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$

3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) são consideradas EPP.

A contabilidade da empresa é terceirizada, sendo executada pela ME Assessoria Contábil, a

mesma é localizada na Rua José Augusto, em São Miguel-RN, tendo como responsável a Contadora

Mônica Estevam Pessoa.

Atualmente, a empresa conta com 7 (sete) funcionários sendo cinco efetivos e dois que

trabalham quinzenalmente, sendo distribuídos da seguinte forma: 2 (dois) funcionários no caixa, 2

(dois) atendentes e 1 (um) responsável pelas entregas das mercadorias. No período denominado pelo

proprietário “período de pagamento” referente ao pagamento do benefício aposentadoria do Instituto

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17

Nacional do Seguro Social (INSS) são integrados mais 2 (dois) funcionários, que auxiliarão os caixas

no atendimento ao cliente, tendo como responsabilidade principal a arrumação de feiras. Conforme

está ilustrado no organograma na figura 1, abaixo:

Figura 1 - Organograma da empresa Mercadinho Monteiro.

Fonte - Empresa Mercadinho Monteiro, 2013.

A empresa desde meados de 2011 é associada à Rede Lajedo de Supermercados, a mesma é

sediada na cidade de Pau dos Ferros-RN sendo composta por 16 associados espalhados por cidades

do Alto Oeste Potiguar. Periodicamente e em datas estratégicas são lançadas as promoções e

mensalmente são definidos entre os associados os produtos do encarte.

Abaixo algumas imagens:

Figura 2 - Encarte Rede Lajedo de Supermercados, abril 2011.

Fonte - Rede Lajedo Supermercados, 2013.

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18

Figura 3 - Entrega do carro 0 km a cliente do Mercadinho Monteiro, “promoção sua mãe merece”, maio 2011.

Fonte - Rede Lajedo de supermercados, 2013.

A empresa trabalha com vendas a vista e/ou com prazos mensais, sendo que quase totalidade

das vendas a prazo são para aposentados, pensionistas e funcionários públicos. Seus principais

clientes, e em maioria são da zona rural. A empresa faz entregas para os clientes residentes na cidade

de são Miguel ou áreas próximas, aos demais em grande parte, a entrega das mercadorias e realizada

junto aos “carros de linha” (transportes alternativos mais utilizados por residentes rurais).

1.2 Situação problemática

O cenário econômico-financeiro que as empresas se defrontam nos dias atuais é muito

dinâmico e interativo. No que diz respeito às EPP, elas estão acompanhas por uma gama significativa

de empresas que atuam no mesmo segmento, e fazem com que esse mercado se dê numa

concorrência acirrada.

No município de São Miguel-RN, e cidades circunvizinhas, existe um número significativo de

empresas comercias que atuam no mesmo ramo e disputam uma fatia desse mercado. Os

supermercados e mercadinhos estão a cada dia, mais próximos das residências, ocupando os mais

distintos locais e bairros da cidade.

Tal cenário requer maior competência e organização das empresas, exigindo um planejamento

adequado e objetivo visando melhorar seus resultados para permanecer no mercado. Diante disso,

surge a importância de situar a empresa no tocante ao seu desempenho. Assim elabora-se a seguinte

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19

problemática: Qual o desempenho econômico-financeiro do Supermercado potiguar, durante os

últimos cinco exercícios financeiros?

1.3 Objetivos

1.3.1 Geral

Analisar a situação econômico-financeira do Supermercado potiguar nos últimos cinco

exercícios financeiros.

1.3.2 Específicos

Identificar os dados, que constam no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado do

Exercício da empresa, necessários para o cálculo dos índices de estrutura de capital, liquidez e

rentabilidade.

Avaliar a situação econômico-financeira da empresa comercial.

Elaborar um planejamento econômico-financeiro para a empresa em estudo.

1.4 Justificativa

O mundo contemporâneo, principalmente no referente aos negócios, é caracterizado por um

ambiente mutável e flexível. O cenário econômico que as empresas estão inseridas passa

constantemente por modificações, isto se deve em especial a combinação de significativas inovações

tecnológicas e com a ampla integração econômica mudando rotineiramente as “regras do jogo”. Em

dado publicado pelo (SEBRAE, 2011) no anuário do trabalho na micro e pequena empresa, aponta que

no Brasil 99% dos estabelecimentos são micro e pequenas empresas, e que o setor comercial

responde por 51,5% do total destas empresas, cerca de 3,1 milhões de Micro e Pequenas Empresas

(MPEs) no comércio. A quantidade de empresas é expressiva e o mercado está a cada dia mais

saturado.

Para permanecer no mercado as empresas precisam adaptar-se a essa nova conjuntura, onde

é exigida da empresa maior profissionalismo para se manterem atuante no mercado. Em estudo do

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20

(SEBRAE, 2011) com empresas constituídas a partir de 2006, indica que a taxa de mortalidade das

empresas comerciais do País (Brasil) a partir de dois anos de sua constituição é de 27,8%, levando-se

em conta o mesmo período no RN os números são ainda mais preocupantes sendo que 36,8% das

empresas encerram suas atividades.

Um dos fatores que são determinantes para o insucesso das MPEs é a falta de planejamento

financeiro, ele representa a fonte dos recursos para que as atividades operacionais se desenvolvam

eficientemente. Sem projeções financeiras confiáveis, sem um controle financeiro eficiente, sem uma

constante e sequencial tomada de decisões financeiras ótimas nenhuma empresa terá condições de

oferecer para seus clientes o produto desejado, com uma qualidade adequada, a um bom preço, no

momento que o mercado demanda.

Segundo Marion (2011, p. 16): “A contabilidade é importante no processo de tomada de

decisão porque coleta todos os dados econômicos, mensurando-os monetariamente, registrando-os e

sumarizando-os em forma de relatórios ou de comunicados”. Hoje finanças é reconhecidamente a área

para a qual convergem todas as outras, pois sem resultados a empresa não tem lucro e sem lucro a

empresa pode fechar.

Esse estudo se propõe a viabilizar as empresas, informações sobre seu desempenho

econômico-financeiro e promover a utilização de indicadores de desempenho como ferramentas

auxiliar no processo decisório de melhor gestão dos recursos financeiro e condução das suas

atividades. Aponta Matarazzo (2003, p.148): “Assim como um médico usa certos indicadores, como

pressão e temperatura, para elaborar um quadro clínico do paciente, os índices financeiros permitem

construir um quadro de avaliação da empresa.”.

O trabalho visa avaliar o desempenho econômico-financeiro da EPP de São Miguel-RN, cidade

do interior que assim como milhares espalhadas pelo País visam o lucro e buscam a permanência e

sobrevivência no mercado comercial em especial no varejo, utilizando-se dos índices de liquidez,

endividamento e rentabilidade.

Os índices de liquidez e endividamento retratam aspectos da situação financeira, enquanto o

índice de rentabilidade evidenciam as variáveis econômicas. Eles permitem diagnosticar a empresa

pontualmente em cada característica especifica, fornecendo informações concretas e delimitadas de

deficiências, dificuldades, alterações ou fragilidades econômico-financeiras, permitindo a gestão

empresarial ajustar e corrigir eficientemente essas irregularidades.

Esse estudo objetiva despertar nas instituições de pequeno porte e as demais, a valorização e

busca de práticas financeiras e administrativas baseadas em critérios e parâmetros, ou seja, atitudes

proativas e profissionais, sem achismo. Com utilização de ferramentas eficazes que favoreçam a

consecução de resultados positivos.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

Este capítulo tem como finalidade expor a literatura científica que proporcionou suporte técnico

e teórico para desenvolver a análise do referente trabalho e alcançar a finalidade proposta pelo objetivo

geral do estudo em questão, sendo que são apresentados aspectos quanto à importância do

conhecimento do desempenho econômico-financeiro, os dois principais tipos de demonstrações

contábeis: Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, e os principais índices de

liquidez, de estrutura de capital e de rentabilidade.

2.1 Importância do conhecimento do desempenho econômico-financeiro

Qualquer organização, independente do ramo ou setor, para sobreviver no mercado, precisa no

mínimo gerar lucros, ou recursos suficientes para cumprir suas obrigações e despesas. Do contrário

não sobreviverá. Essa é a realidade do mundo capitalista, se não se consegue gerar receitas como

fazer para cobrir as despesas?

Uma opção seria recorrer a terceiros, a bancos, investidores. Mas nos negócios, tudo tem seu

preço. Será viável para a empresa recorrer a capitais externos? A empresa conseguirá honrar com

esses compromissos?

Para responder essas questões, e várias que surgem, principalmente nas dificuldades

financeiras elas ficam mais evidentes, é necessário essencialmente que a empresa se conheça, saiba

onde se encontra não no sentido logístico da palavra, mas no que se refere a desempenho econômico-

financeiro.

A análise das demonstrações financeiras ou contábeis é um mecanismo fundamental à

geração de informações sobre o desempenho organizacional, a situação econômico-financeira das

empresas e, até mesmo, com relação a seu gerenciamento.

A avaliação sobre a organização tem por finalidade detectar os pontos fortes e fracos do

processo econômico e financeiro da organização, mostrando a evolução durante os períodos,

objetivando propor alternativas de curso futuro a serem tomadas e seguidas pelos gestores da mesma.

A expressão indicadores econômico-financeiros denota todo o tipo de indicadores baseados

em dados econômicos e financeiros de determinada entidade, podendo ser expostos em valores

monetários absolutos, valores relativos ou taxas de variação, tempo, entre outros.

Apesar de estarem interligados e devam ser analisados de forma integrada, precisamos diferir

o que se refere uma situação econômica ou situação financeira. É possível uma empresa desfrutar de

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uma situação financeira ótima, mas uma situação econômica péssima, ou vice-versa, assim também

como as duas situações, sejam positivas ou negativas.

Matarazzo (2003, p. 262), ressalta a distinção entre econômico e financeiro:

Econômico: Refere-se a lucro, no sentido dinâmico, de movimentação. Estaticamente, refere-se ao patrimônio líquido. Financeiro: Refere-se a dinheiro. Dinamicamente, representa a variação de Caixa. Estaticamente, representa o saldo de caixa. O termo financeiro tem significado amplo e restrito. Quando encarado de forma restrita, refere-se a Caixa; quando seu significado é amplo, refere-se a Caixa Circulante Líquido.

Tomando por exemplo, uma empresa está momentaneamente com elevada quantia no caixa,

advindos de um empréstimo junto ao banco. Por outro aspecto, a maioria do capital e dos bens dessa

empresa e de origem de terceiros, até o imóvel é alugado. O que se percebe, a grosso modo, é que

financeiramente a curtíssimo prazo ela está bem, mas economicamente o quadro é preocupante.

Marion (2010, p. 1): “Poderíamos dizer que só teremos condições de conhecer a situação

econômico-financeira de uma empresa por meio dos três pontos fundamentais de análise: Liquidez

(Situação Financeira), Rentabilidade (Situação Econômica) e Endividamento (Estrutura de Capital)”.

Com isso evidencia-se a importância da aplicabilidade dos índices para a melhor compreensão

e conhecimento da situação econômico-financeira da Organização, sendo uma ferramenta considerável

e de grande utilidade para a condução de ações que possibilitem uma gestão eficiente dos recursos

financeiros da empresa.

2.1.1 Índice como parâmetro de desempenho

Através da análise correlacionada dos índices de liquidez, rentabilidade e estrutura do capital,

pode-se avaliar a saúde econômica e financeira da empresa comparando seus desempenhos, medindo

a capacidade de pagamento a curto/longo prazo, além da medição da rentabilidade em função dos

investimentos e patrimônio líquido.

Índice é uma ferramenta de mensuração para análise da performance da empresa em

determinado período, sobre o aspecto do desempenho econômico-financeiro, estabelecendo bases

para ações e decisões, determinando valores e resultados em seus diferentes segmentos.

É um instrumento de auxílio para tomada de decisões favorecendo condutas eficientes que

conduzam para ganhos financeiros e de capital, tornando a administração do investimento mais

racional, mas centrada, e consciente das suas potencialidades e dificuldades.

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Os índices revelam aspectos, características da Organização, que talvez fossem ignoradas, ou

até mesmo não percebidas. Para Matarazzo (2003, p. 147), “Um índice é como uma vela acesa num

quarto escuro”.

Os índices são obtidos a partir da relação entre contas ou grupos de contas das

Demonstrações Financeiras ou Contábeis, as mais utilizadas são: Balanço Patrimonial e Demonstração

do Resultado do Exercício.

2.2 Balanço Patrimonial (BP)

Entre os tipos de demonstrações contábeis existentes, o BP é tido como um dos mais

importantes, se não o mais importante, nele estão agrupadas uma variedade de contas, que fazem

referencia aos bens, direitos e obrigações da organização em dada ocasião ou período.

De acordo com Assaf Neto (2009, p. 67): “O balanço apresenta a posição patrimonial e

financeira de uma empresa em dado momento”. Matarazzo (2003, p. 41), define que: “É a

demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – Ativo, assim como as obrigações –

Passivo Exigível – em determinada data”.

O BP, a grosso modo, é uma espécie de fotografia em dado instante do patrimônio da

empresa, mostrando o que ela possui, seja, em dinheiro, mercadorias, imóveis e etc., o que ela deve, a

fornecedores, em empréstimos, em impostos e etc., sendo que essas variáveis podem resultar em

lucro ou prejuízo para a empresa.

A origem do termo BP é descrita por Iudícibus (2009, p. 31):

A expressão balanço decorre do equilíbrio: Ativo = Passivo + PL, ou da igualdade: Aplicações = Origens. Parte-se da ideia de uma balança de dois pratos em que sempre se encontra a igualdade. Só que, em vez de denominar-se balança, denomina-se, no masculino, balanço. A expressão patrimonial origina-se do Patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e obrigações. Daí origina-se a expressão Patrimônio Líquido, que significa a parte líquida do patrimônio, a riqueza líquida da empresa num processo de continuidade, a situação líquida. Juntando as duas expressões, forma-se o Balanço Patrimonial, o equilíbrio do patrimônio, a igualdade patrimonial.

O Balanço é estruturado em duas colunas. Tal como uma balança que remete a igualdade ou

equiparação, a coluna do lado direito e do lado esquerdo devem ter em sua totalidade valores iguais.

Tendo em vista (MARION, 2010), tomando por base a Lei nº 11.941\09, o autor destaca que o

BP é composto por três agrupamentos principais: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Evidenciando

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que, o Ativo é composto pelo Ativo Circulante, e Ativo Não circulante. O Passivo por sua vez é formado

por contas do Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e Patrimônio Líquido.

2.2.1 Ativo

No Ativo são elencados todos os bens e direitos de posse e controle da Entidade, que possam

ser mensurados em dinheiro, sendo que as variáveis ou contas do Ativo são organizadas em

conformidade com sua liquidez, ou seja, de acordo com a velocidade com que podem ser

transformados em dinheiro.

Pode ser tido como bens: imóveis, instalações, veículos, estoques, dinheiro, e etc. em relação

a direitos podemos citar: duplicatas a receber, títulos a receber, ações, dentre outros.

Para considerar um ativo como circulante, Marion (2010, p. 52) destaca duas características

em especial: “a) se espera que seja realizado, ou mantido para venda, negociação ou consumo dentro

de 12 meses seguintes à data do balanço; ou b) é um ativo em dinheiro ou equivalente, cuja utilização

não está restrita”.

Ou seja, o Ativo Circulante é composto por itens que sejam realizáveis no curto prazo, ou

durante o período, é estruturado por um grupo de contas de maior liquidez, tendo a conta caixa como

item mais líquido.

Já o Ativo Não Circulante é caracterizado por grupos de contas de menor liquidez, cuja

realização ocorre a prazos maiores. Em grande parte são ativos que não se objetiva a venda, pois são

capitais usados para operacionalização, como o imóvel que a empresa utiliza e está localizada,

máquinas, móveis e equipamentos, e etc.

De acordo com Marion (2010, p. 52): “O grupo de „não Circulante‟ deverá ser desdobrado em

ativo realizável a longo prazo, investimentos, ativo imobilizado e ativo intangível”. Essas contas

representam os ativos da empresa numa perspectiva de intervalo de período maiores.

Do lado direito do BP são destacadas as contas que evidenciam as responsabilidades da

empresa, representadas pelo Passivo e Patrimônio Líquido. Tais obrigações são descritas por Iudícibus

(2009, p. 30): “No Passivo, há as obrigações exigíveis (reclamáveis) com terceiros e, por isso, também

é conhecido como Capitais de Terceiros. No Patrimônio Líquido, há as obrigações com os proprietários

da empresa”.

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2.2.2 Passivo

O Passivo representa a origem dos recursos, sejam próprios (Patrimônio Líquido) ou de

terceiros (Passivo circulante ou Não circulante), quaisquer que sejam, imobilizado, investimentos ou

dinheiro, suas fontes de capitais surgem no Passivo.

Suas contas são organizadas tendo por base sua exigibilidade, ou seja, as contas com

vencimentos mais próximos devem estar elencadas no primeiro grupo, denominado Passivo Circulante.

As obrigações com prazos mais dilatados são classificadas no segundo grupo, conhecido como

Passivo Não Circulante.

Sobre o Passivo Circulante descreve Iudícibus (2009, p. 36): “São obrigações que

normalmente são pagas dentro de um ano: contas a pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias

ou matérias primas, impostos a recolher (para o governo), empréstimos bancários [...]”.

Tais obrigações devem ser quitadas no curso do período seguinte, são dívidas de curto prazo,

tendo em média 30 dias, 60 dias, 90 dias podendo chegar a 360 dias, variando conforme o ramo da

empresa e periodicidade de suas demonstrações contábeis.

Em relação ao Passivo Não Circulante, (MARION, 2010), observa que, esse grupo de contas

são realizadas a prazos prolongados, posteriores ao exercício seguinte, sendo superiores a 12 (doze)

meses, tendo como principal conta do subgrupo, o Exigível a Longo Prazo. Que representa um

obrigação da empresa junto a terceiros a longo prazo.

Existem também recursos de origem dos proprietários, dos donos da empresa, conhecidos

como Capitais Próprios, tais valores são demostrados no Patrimônio Líquido. Descreve Matarazzo

(2003, p.64): “O Patrimônio Líquido representa os recursos dos acionistas formados por Capital –

dinheiro ou bens – entregues pelos acionistas à empresa ou por lucros gerados pela empresa [...]”.

O Patrimônio Líquido é resultante da diferença entre o Ativo e Passivo, e mensura as

aplicações originárias de recursos próprios, tendo como principais contas: capital social, reservas de

capital, reserva de lucros.

2.3 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

A DRE expõe ordenadamente o conjunto de operações relativas as receitas e despesas

conseguidas em dado período, geralmente um ano.

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Para Assaf Neto (2009, p. 84), “A demonstração de resultados do exercício visa fornecer, de

maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízo) auferidos pela empresa em determinado

exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido”.

Em relação a DRE observa Iudícibus (2009, p. 38-39): “É apresentada de forma dedutiva

(vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou

prejuízo)”. Abaixo é exposto o modelo básico da DRE:

Quadro 1 - Estrutura da DRE de acordo com a Lei das S.A. (6.404/76).

RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS

( - ) Deduções, descontos concedidos, devoluções

( - ) Impostos sobre vendas

= RECEITA LÍQUIDA

( - ) Custo dos produtos vendidos e dos serviços prestados

= LUCRO BRUTO

( - ) Despesas de vendas

( - ) Despesas administrativas

( - ) Despesas financeiras líquidas

( - ) Outras despesas operacionais

( + ) Outras receitas operacionais

= LUCRO OPERACIONAL

( - ) Despesas não operacionais

( + ) Receitas não operacionais

( ± ) Saldo da conta de correção monetária

= LUCRO ANTES DO IMPOSTO DE RENDA

( - ) Provisão para imposto de renda = LUCRO LÍQUIDO ANTES DE PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES

( - ) Participações

( - ) Contribuições

= LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO

= LUCRO POR AÇÃO

Fonte - Assaf Neto, 2009.

Tal como visualizado no quadro 1, a DRE e composta por diversas variáveis, cada variável ou

conta de resultado tem suas características e importância. Por isso é interessante conhecer um pouco

mais sobre as principais contas que compõe a DRE.

A Receita Líquida corresponde a Receita Bruta ou vendas totais do período, subtraída de todas

as deduções sobre as vendas, tais como, descontos, impostos sobre as vendas, devoluções de

mercadorias e etc. É interessante ter em mente que tal como evidencia Iudícibus (2009, p. 41), “[...]

deduções são ajustes (e não despesa) realizados sobre a Receita Bruta para se apurar a Receita

Líquida”.

O Lucro Bruto é resultado da diferença entre a Receita Líquida e Custo dos Produtos vendidos.

Iudícibus (2009, p. 41) caracteriza que “Lucro Bruto é a diferença entre a Venda de Mercadorias e o

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Custo dessa Mercadoria Vendida, sem considerar despesas administrativas, de vendas e financeiras.

Para uma empresa prestadora de serviços o raciocínio é o mesmo [...]”.

Em relação ao Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) as empresas do ramo comercial, são

evidenciadas pela função de aquisição de mercadorias para serem revendidas no mercado, repetindo

ciclicamente este processo. De acordo com Matarazzo (2003, p. 70), o CMV de tais empresas é obtido

pelo somatório do estoque inicial das mercadorias, no início do período, mais as compras líquidas

menos o estoque final existente do exercício.

O Resultado Operacional, que poderá ser Lucro ou Prejuízo Operacional decorre do resultado

de todas as receitas, despesas e custos operacionais, ou o Lucro Bruto subtraído das despesas

operacionais. Cita Matarazzo (2003, p. 71): “As despesas Operacionais, segundo a lei das S.A.,

compreende as despesas necessárias para a empresa funcionar, isto é, vender, administrar e financiar

suas atividades”.

São despesas que são vivenciadas diariamente ou rotineiramente pela Organização, tais como

despesas com funcionários, com materiais de escritório, pagamento de juros ou desconto concedidos,

tais fatores pode corroborar positivamente ou negativamente no Lucro Operacional.

O Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) é resultado do Lucro Operacional deduzido das

atividades não operacionais, como por exemplo, uma padaria que se desfaz de seu veículo, e o vende,

pensando em adquirir um mais novo. Isso poderá representar ganhos ou percas de capital,

influenciando no Ativo Não Circulante da empresa. Já que não é atividade principal uma padaria vender

carro, seria para uma concessionária, o que não é o caso.

Após o LAIR e deduzidas as provisões para o imposto de renda, e devidas participações nos

lucros se existirem, de funcionários, administradores, acionistas e etc. se é obtido o Lucro Líquido, o

qual é de fato o valor apropriado pela empresa, e que passará a fazer parte do Patrimônio Líquido da

Organização.

A DRE e BP se complementam e se interagem, sendo influenciadas dentro de seu grupo de

contas, e por elas, e também por aspectos característicos, a outro grupo de contas. Tal dinamismo

reflete a atenção e sensibilidade necessária das empresas em direcionar suas ações, tudo está

interligado, uma atitude equivocada pode gerar efeitos em vários aspectos financeiros e econômicos da

empresa.

Essas relações entre as contas, quando analisadas, se traduzem em índices que geram

informações consideráveis e uteis para condução eficiente das atividades empresariais.

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2.4 Índices de Liquidez

Os índices de liquidez representam a situação financeira da empresa, são obtidos através da

razão entre variáveis do Ativo Circulante em relação a suas dívidas, extraídos do BP da empresa.

Através do índice pode-se mensurar a capacidade de pagamento da empresa em determinado período,

fornecendo informações que possibilitam avaliar seu desempenho financeiro.

A liquidez pode ser definida como o grau de conversão de um ativo em dinheiro, sendo que,

um ativo é tão mais líquido quanto mais fácil for de transformá-lo em notas e moedas. Podendo ser

entendida como a mensuração de interesse que o mercado tem em negociar esse ativo.

Os índices de liquidez são medidas de avaliação da capacidade financeira da empresa em

honrar seus compromissos para com terceiros. Tais índices para Marion (2010, p. 73):

São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constitui uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando: longo prazo, curto prazo ou prazo imediato.

Um BP bem estruturado com a correta classificação das contas pela contabilidade irá gerar

índices de qualidade para uma melhor tomada de decisão dos gestores, através desse índice a

empresa poderá medir se a sua base financeira é sólida, e se a mesma tem a capacidade de honrar

seus compromissos no período de referência.

De acordo com (MATARAZZO, 2003), uma empresa com bons índices de liquidez deve atentar

também para outras variáveis como prazo, renovação de dívidas dentre outros, para que retrate de fato

sua capacidade de pagar suas dívidas.

Tais variáveis apontadas por Matarazzo pode representar para a empresa o ponto de equilíbrio

financeiro, sendo decisiva para que a Organização consiga se planejar financeiramente e tenha um boa

capacidade de solvência. Caso não se consiga esse equilíbrio a tendência é que a empresa tenha

dificuldades em honrar suas obrigações.

Já bem ressalta Assaf Neto (2009, p. 185): “Assim sendo ao se apresentar esse desequilíbrio,

diz-se que a empresa está assumindo um maior risco financeiro, ou seja, elevou-se a probabilidade,

pelo menos teórica, de a empresa não saldar seus compromissos nas condições contratadas”.

A empresa deve acompanhar período a período a evolução dos índices, onde suas variações

devem ser um alerta para os proprietários, e motivo de estudo para os gestores. Daí a importância da

empresa utilizar os indicadores de liquidez, como forma de antecipar, e evitar agravantes maiores nas

suas finanças.

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2.4.1 Índices de liquidez corrente

O índice de liquidez corrente demostra se no curto prazo, em média um ano, se os ativos serão

capazes de cobrir as obrigações de curto prazo. Ressalta Iudícibus (2009, p. 94): “È um índice muito

divulgado e frequentemente considerado como o melhor indicador da situação de liquidez da empresa”.

Esse índice pode ser obtido pelo quociente do Ativo Circulante com o Passivo Circulante,

conforme expresso no quadro 2:

Quadro 2 - Fórmula do índice de liquidez corrente.

Ativo Circulante

Liquidez Corrente = Passivo Circulante

Fonte - Marion, 2010.

Efetuado o cálculo, o índice indicará de acordo com (MATARAZZO, 2003) quanto a empresa

possui no Ativo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo circulante. Quanto maior for esse índice,

melhor será e maior será a capacidade da empresa em honrar seus compromissos de curto prazo.

Nesse sentido valores superiores a R$ 1,00 em linhas gerais disporá que a capacidade

financeira da empresa é positiva. Mas não necessariamente valores inferiores a R$ 1,00 indica que a

empresa não conseguirá cumprir suas obrigações.

De acordo com (MARION, 2010) a liquidez corrente não exibe a qualidade das variáveis no

Ativo Circulante, tais como evidenciar em quais condições se encontra o estoque, se existe

sincronização entre recebimentos e pagamentos e as especificidades do ramo do negócio. Observa

Marion (2010, p. 76):

Um índice de LC de 0,86 é deficiente para uma indústria, mas não o será para uma empresa de transporte coletivo. Veja que uma empresa de ônibus (transportes) não apresenta índices como Duplicatas a Receber (pois não vende a prazo) e Estoques (pois não operam com mercadorias). Assim está o Ativo Circulante “enxugado” de dois itens que normalmente engordam esse grupo na indústria e no comércio.

Conclui-se que a interpretação do índice não deve restringir-se somente ao número obtido, mas

atentar a demais fatores, pois cada ramo de negócio tem suas particularidades. Para efeito de

diagnóstico da realidade da empresa frente ao mercado ela deve se comparar a seus concorrentes e a

empresas que atuam no mesmo ramo.

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2.4.2 Índice de liquidez seca

O índice de liquidez seca objetiva demostrar a capacidade de pagamento da empresa no curto

prazo desconsiderando os estoques, os quais são considerados como elementos de menor liquidez do

Ativo Circulante. É obtido pelo quociente do Ativo Circulante menos os estoques em relação ao Passivo

Circulante. Conforme o quadro 3 abaixo:

Quadro 3 - Fórmula do índice de liquidez seca.

Ativo Circulante - Estoques

Liquidez Seca = Passivo Circulante

Fonte - Marion, 2010

A análise através do índice de liquidez seca, de acordo com (MATARAZZO, 2003) evidencia o

quanto a empresa detém no seu Ativo Líquido para cada R$ 1,00 de obrigações de curto prazo, em

linhas gerais quanto maior for o índice melhor.

É um índice mais conservador e cauteloso, já que não inclui os estoques fazendo com que seu

resultado seja invariavelmente menor em relação ao índice de liquidez corrente. Pois não

necessariamente os valores dos estoques declarados pelas empresas condizem com a realidade do

mercado e os mesmos estão expostos a riscos.

Em relação ao índice de liquidez seca afirma Iudícibus (2009, p. 96):

Esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação de liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte incerteza. Por outro lado, estamos eliminando as influências e distorções que a adoção deste ou daquele critério de avaliação de estoques poderia acarretar, principalmente se os

critérios foram mudados ao longo dos períodos.

Afirma Matarazzo em relação aos estoques (2003, p. 174): “Estoques: correm o risco de roubo,

obsoletismo, deterioração e de não serem vendidos e, portanto, de não serem convertidos em dinheiro,

não servindo para pagamentos de dívidas”. É um risco que depende da empresa, do mercado e da

conjuntura econômica.

Evidentemente a análise financeira de curto prazo da empresa deve observar as características

do setor da empresa e de seu mercado atuante, e analisado em conjunto com os demais índices para

saber se de fato determinado o valor do índice representa ser ruim ou bom para a empresa.

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2.4.3 Índice de liquidez geral

O índice de liquidez geral demostra a capacidade de pagamento da empresa do curto ao longo

prazo, tomando por consideração o BP da empresa correlacionando as variáveis do Ativo da empresa

em relação a suas obrigações ou dívidas.

Esse índice pode ser obtivo pelo quociente do somatório do Ativo circulante mais o Realizável

a Longo Prazo em relação ao somatório do Passivo Circulante mais o Exigível a Longo Prazo.

Conforme o quadro 4, abaixo:

Quadro 4 - Fórmula do índice de liquidez geral. Ativo circulante + Realizável a Longo Prazo

Liquidez Geral = Passivo circulante + Exigível a Longo Prazo

Fonte - Marion, 2010.

De acordo com (Matarazzo, 2003) o índice de liquidez geral representa o quanto a empresa

detém no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada R$ 1,00 de divida total. Num contexto

geral quanto maior for o índice melhor será a capacidade da empresa em saldar suas obrigações.

Como os demais índices, atenta (MARION, 2010) devem-se observar três variáveis essenciais

na interpretação dos valores:

Não tomar qualquer indicador de forma isolada, devendo associa-los entre si;

Avaliar o indicador em uma série de períodos, no mínimo três;

Confrontar os índices revelados com índices-padrão, tomado como base empresas do

mesmo ramo de atividade;

Na análise dos índices de liquidez, tendo o entendimento dessa interatividade entre as

variáveis e as especificidades das empresas, possibilita a mensuração adequada da situação

financeira. Seja na avaliação do índice de liquidez total ou nos demais, essa sistemática favorece ao

diagnóstico correto da capacidade de solvência da empresa e avaliação do seu desempenho

financeiro.

2.4.4 Índice de liquidez imediata

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O índice de liquidez imediata evidencia a capacidade momentânea da empresa em saldar seus

compromissos de curto prazo. Mensurando o que a empresa tem de disponibilidades no caixa, Banco

ou em outros ativos de alta liquidez em relação a suas dívidas de curto prazo.

A liquidez imediata de acordo com Assaf Neto (2009, p. 190), “Revela a porcentagem das

dívidas a curto prazo (circulante) em condições de serem liquidadas imediatamente”. Em relação ao

índice, Iudícibus (2009, p.93) conceitua que ele “[...] representa o valor de quanto dispomos

imediatamente para saldar nossas dívidas de curto prazo”.

A obtenção do índice de liquidez se dá através do quociente das disponibilidades do Ativo pelo

Passivo Circulante, como demostrado no quadro 5, abaixo:

Quadro 5 - Fórmula do índice de liquidez imediata.

Disponibilidade: (Caixa + Bancos + Aplicações de Curtíssimo Prazo)

Liquidez Imediata = Passivo circulante

Fonte - Marion, 2010.

De acordo com (MARION, 2010), o índice de liquidez imediata demostra quanto a empresa

possui de disponibilidade momentânea, para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo. Dispõe em

conhecer na essência o poder da empresa reagir rapidamente no cumprimento de suas obrigações

exigíveis de curto prazo.

Aponta Assaf Neto (2009, p. 190): “Esse quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse

das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente de reduzida

rentabilidade”.

Observa-se que não é interessante manter elevados valores disponíveis de liquidez, pois isso

pode se traduzir em perda, desvalorização dos disponíveis, principalmente dinheiro. Afirma Marion

(2010, p. 81): “Sem dúvida, a empresa deverá manter certos limites de segurança, não desejando o

analista obter índices altos, pois o Caixa e Bancos perdem o poder aquisitivo com a inflação”.

A liquidez imediata das empresas é influenciada por uma série de fatores, tais como as

oscilações do mercado financeiro, a situação econômica do País, o ramo de negócio e etc., tais que

essas variáveis podem estimular ou não os investimentos, ou recomendar cautela, ou seja, manter uma

liquidez elevada.

Para que se tenha uma análise correta da situação financeira da organização é preciso

conhecer o tipo de empresa e sua politica de vendas: se a maior parte das vendas é a vista, ou a

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prazo, se é a prazo de quanto tempo, como estão distribuídas, se é, em 30 dias, 60 dias, 180 dias, ou

estão fracionadas nesses períodos.

Na interpretação do índice de liquidez imediata é necessário ter essa visão macro, e utilizar

outros indicadores para que se possa entender se de fato o desempenho financeiro é eficiente e

satisfatório.

2.5 Estrutura de Capital

Esse grupo de índices de estrutura de capital evidencia a situação financeira da empresa,

apreciando o seu nível de endividamento, possibilitando analisar qual o percentual de recursos de

terceiros frente aos recursos próprios da empresa.

Destaca Iudícibus (2009, p. 97): “Estes quocientes relacionam as fontes de fundos entre si,

procurando retratar a posição relativa do capital próprio com relação ao capital de terceiros. [...] indicam

a relação de dependência da empresa com relação a capital de terceiros”.

Para (MARION, 2010) o endividamento da empresa é sadio quando a mesma recorre a dívidas

visando ampliar sua capacidade produtiva, modernizar sua tecnologia dentre outras atitudes que se

revertam em aplicações produtivas. No entanto empresas por ineficiência, por não cumprir seus

compromissos em dia que recorrem a recursos de terceiros para saldar outras dívidas serão grandes

candidatas a falência.

Através dos índices de estrutura de capital somos informados dos vencimentos ou prazos

realizáveis dos recursos de terceiros, se serão de curto prazo ou longo prazo e a que proporção está

distribuído.

2.5.1 Participação de capitais de terceiros sobre recursos totais

O índice de participação de capitais de terceiros sobre recursos totais mostra o quanto do Ativo

Total é financiando com recursos alheios, expresso em percentagem. Mostrando o nível de

endividamento da empresa e a sua dependência de recursos terceiros (fornecedores, bancos, recursos

trabalhistas e etc.).

O capital de terceiros é formado pela soma do Passivo Circulante com o Exigível a Longo

Prazo. O capital próprio corresponde ao Patrimônio Líquido da empresa, são recursos originários do(s)

proprietário(s) da empresa ou decorrente de suas operações sociais. O índice de participação do

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capital de terceiros, pode ser obtido tendo como fonte os valores do BP da empresa, conforme fórmula

abaixo:

Quadro 6 - Fórmula do índice de participação de capitais de terceiros sobre recursos totais.

Exigível Total

Participação do Capital de terceiros = Exigível Total + Patrimônio Líquido

Fonte - Marion, 2010.

Esse índice demostrado no quadro 6, de acordo com (MARION, 2010) é de cunho quantitativo

visando mensurar o percentual dos recursos totais originários de terceiros e aqueles que provem de

recursos próprios. Indica que para cada R$ 1,00 de recursos totais, tal valor é de recursos alheios e tal

valor é de recursos próprios.

Do ponto de vista estritamente financeiro quanto maior a relação capital de terceiros frente

Patrimônio Líquido, menor a liberdade de decisões financeiras da empresa ou maior a dependência a

esses terceiros. O que implica que quanto menor for essa participação alheia no capital da empresa

melhor será.

No tocante a obtenção de lucro, o capital de terceiros pode ser vantajoso para a empresa,

desde que a remuneração paga por esses capitais seja inferiores ao lucro conseguido com a sua

aplicação nos negócios. Tal como destaca Iudícibus (2009, p. 98):

Se a taxa de despesas financeiras sobre o endividamento médio se mantiver menor que a taxa de retorno obtida pelo uso, no giro operacional, dos fundos obtidos por empréstimos, a participação de capitais de terceiros será benéfica para a empresa, desde que isto não determine situação de liquidez insustentável em determinados dias, semanas ou meses do ano.

Evidentemente o índice de participação de capital de terceiros evidencia objetivamente analisar

o aspecto financeiro, e o risco de insolvência não focando outros aspectos relacionados ao lucro ou

prejuízo.

2.5.2 Garantia do capital próprio ao capital de terceiros

O índice de garantia do capital próprio ao capital de terceiros indica em termos percentuais, o

volume de recursos próprios da empresa em relação a sua dívida total, objetivando levantar a

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proporção entre o capital próprio e o capital alheio, visando demostrar a politica de obtenção e

Aplicação de recursos adotada pela empresa.

Com base nos valores correspondentes do BP da empresa, o índice de garantia do capital

próprio pode ser encontrado pelo quociente entre o Patrimônio Líquido e o Exigível Total, conforme o

quadro 7, abaixo:

Quadro 7 - Fórmula do índice de garantia do capital próprio ao capital de terceiros.

Patrimônio Líquido

Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros = Exigível Total

Fonte - Marion, 2010.

O índice referente ao quadro 7 de acordo com (MARION, 2010) relaciona em unidades

monetárias quanto existe de garantias do capital próprio para cada R$ 1,00 de capital de terceiros.

Quanto maior for o índice melhor, já que dará a empresa maior capacidade de solvência e segurança

na quitação de seus compromissos financeiros assumidos.

De acordo com (IUDÍCIBUS, 2009) um número expressivo de empresas que vão a falência têm

como característica comum, possuir um alto quociente de capitais de terceiros, evidentemente não

necessariamente a empresa por possuir um índice baixo de garantia irá a falência, mas representa um

alerta a empresa já que praticamente todas as empresas que declaram falência apresenta esse

contexto.

Percebe-se que é imprescindível para a empresa avaliar-se, tomar conhecimento, para

entender a sua realidade financeira, e a utilização de ferramentas de mensuração da sua estrutura de

capital pode ser decisivo para o futuro e ou continuidade da empresa. Possibilitando um pontapé inicial

para um planejamento eficiente, que auxilie e possibilite medidas que tragam resultados efetivos.

2.5.3 Composição do endividamento

O índice de composição do endividamento indica quanto da dívida total da empresa deverá ser

paga a curto prazo, informando em percentuais o quanto corresponde as obrigações circulantes ou de

menores prazos. Objetivando caracterizar quanto do capital de terceiros são exigíveis a um curto prazo.

Através dos dados colhidos no BP, o índice de composição do endividamento é obtido pelo

quociente do Passivo Circulante e o Exigível Total, conforme demonstrado do quadro 8, abaixo:

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Quadro 8 - Fórmula do índice de composição do endividamento.

Passivo Circulante

Composição do Endividamento = Exigível Total

Fonte - Marion, 2010.

É um índice que representa uma medida de qualidade do Passivo da empresa em termos de

prazos, já que compara o montante das dívidas com vencimentos de curto prazo em relação ao

endividamento total da empresa. Em linhas gerais quanto menor for o índice melhor, já que não exigirá

grandes esforços num curto prazo para liquidar suas dívidas exigíveis.

Destaca (MATARAZZO, 2003) que um elevado número de dívidas a curto prazo pode gerar

grandes dificuldades para a empresa honrar esses compromissos, já que num pequeno intervalo de

tempo não é fácil gerar grandes recursos especialmente as pequenas empresas. Diferentemente no

longo prazo a empresa dispõe de tempo para construir recursos para pagar suas dívidas.

Admite-se que quanto mais curto o vencimento das parcelas, maior o risco oferecido pela

empresa, é característica essencial para que se busque ou mantenha a eficiência financeira da

empresa a administração dos prazos e dos períodos de suas obrigações, favorecendo uma situação

tranquila, permitindo uma condução financeira segura da empresa.

2.6 Índices de Rentabilidade

Os índices desse grupo visa mensurar a capacidade econômica das empresas medindo o

quanto uma empresa está sendo lucrativa ou não, indicando qual a geração de receitas sobre cada

unidade monetária investida. Matarazzo (2003, p.175) observa que: “Os índices deste grupo mostram

qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto, qual

o grau de êxito econômico da empresa”.

Os índices de rentabilidade têm por base a utilização de algumas variáveis da DRE e do BP,

correlacionando seus valores objetivando analisar a lucratividade e retorno do investimento.

Destaca Marion (2010, pág. 129):

Expressar a rentabilidade em termos absolutos tem utilidade informativa bastante reduzida. Afirmar que a General Motors teve lucro, digamos, de $ 5 bilhões em 20X6, ou que a Empresa Descamisados Ltda. teve lucro de $ 200 mil, no mesmo período pode impressionar no sentido de que todo mundo vai perceber que a General Motors é uma empresa muito grande e a outra, muito pequena, e só; não refletirá, toda via, qual das duas deu o maior retorno.

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Neste sentido, observa-se que a rentabilidade não se restringe apenas em mensurar valores

absolutos, mas em evidenciar a taxa de lucro que é apropriado pela empresa. Independente dos

valores investidos, uma empresa pequena pode apresentar uma rentabilidade maior que uma empresa

de maior porte, basta que o percentual de retorno sobre o capital investido seja superior.

De acordo com Iudícibus (2009, p. 105) “[...] devemos relacionar um lucro de um

empreendimento com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo, para analisar quão

bem se saiu a empresa em determinado período”.

Algumas variantes se mostram mais adequadas por vezes, em determinados tipos de negócios

para representar com mais abrangência a dimensão do lucro, tais como o valor do ativo total, ou do

volume de vendas, ou do patrimônio liquido, dentre outras, variando de acordo com a aplicação

realizada.

2.6.1 Giro do ativo

O índice de giro do ativo visa mensurar a eficiência que com que a empresa utiliza seus

recursos para gerar receitas. Correlaciona em um dado período as Vendas Líquidas com o Ativo Total

do empreendimento, objetivando medir a capacidade de gerar valores da empresa em relação ao

investimento realizado.

De acordo com (MATARAZZO, 2003) o êxito de uma empresa se deve em especial ao volume

de vendas adequado, pois existe uma relação direta entre a quantidade de vendas e o montante

investido. Analisar isoladamente o volume de vendas da empresa não é suficiente para dizer que uma

empresa vende muito ou pouco.

A eficiência da empresa está no giro de seus ativos, o qual se deve a correlacionar o total de

vendas do período com todo capital investido. Através do quociente de variáveis da DRE e BP, pode

ser obtido o giro do ativo, conforme quadro 9, abaixo:

Quadro 9 - Fórmula do índice do giro do ativo.

Vendas Líquidas

Giro do Ativo = Ativo

Fonte - Matarazzo, 2003.

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Através do índice de giro do ativo é possível mensurar quanto a empresa vendeu para cada R$

1,00 investido. Em linhas gerais quanto maior for o valor do índice melhor, favorecendo assim ao

desempenho comercial eficiente e satisfatório da empresa.

Destaca Assaf Neto (2009, p. 242) que o giro do investimento, “[...] permite que se conheça

principalmente o desempenho das aplicações realizadas, ou seja, a capacidade dos investimentos em

produzir receitas operacionais”.

É importante que a empresa faça um acompanhamento de seu despenho em vários períodos,

observando a evolução do índice e como se comporta a cada período. Se o índice está crescente e se

apresenta a cada período maior, o desempenho a grosso modo é bem satisfatório, mas do contrário,

ele a cada período se mostra menor, isso pode ser um alerta de risco que algo está errado e precisa

ser observado.

Essa evolução negativa de desempenho comercial da empresa pode ter diferentes causas

segundo Matarazzo (2003, p. 177):

a) Retração do mercado como um todo: o mercado passou a comprar menos produtos,

diminuindo as vendas de todas as empresas do ramo. b) Perda da participação de mercado: a empresa perdeu mercado para outros

concorrentes que sabem vender melhor ou têm produtos mais competitivos. c) Estratégia da empresa: a empresa aumenta seus preços; dispõe-se a vender menos,

mas com margem de lucro maior, compensando assim a queda das vendas.

O giro do ativo é bastante dependente do setor de atuação da empresa e sua análise deve

sempre ser combinada com a análise de um ou mais indicadores de rentabilidade em especial a

margem líquida, que será abordada a seguir.

2.6.2 Margem líquida

A margem líquida é um indicador que mensura percentualmente o Lucro Líquido que a

empresa obteve em relação ao seu faturamento num determinado período. Medindo a eficiência e

viabilidade da empresa, mostrando o que de fato é apropriado de lucro pelo(s) proprietário(s).

No índice de margem líquida já são deduzidas todas as despesas, inclusive o Imposto de

Renda, ele é obtido através do quociente do Lucro Líquido com as Vendas Líquidas da empresa num

determinado espaço de tempo, geralmente um ano, variando a critério da empresa ou de seus

administradores.

Conforme visualização no quadro 10, abaixo:

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Quadro 10 - Fórmula do índice de margem líquida.

Lucro Líquido

Margem Líquida = x100 Vendas Líquidas

Fonte - Matarazzo, 2003.

De acordo com (MATARAZZO, 2003), a margem líquida demostra o quanto a empresa auferiu

de lucro para cada R$ 100,00 vendidos. Quanto maio for o índice, melhor para os investidores e para a

empresa. Já que uma Margem liquida crescente é sinônimo de maiores receitas e lucros maiores.

Entretanto é comum em algumas situações que o aumento das Vendas se traduz em margem

líquida inferior, isso pode está ligado a uma série de fatores, dentre os quais enumero: ineficiência

produtiva, aumento das despesas, politica de preços, alto valor agregado do produto e etc., variando

com as características da empresa, do setor de Mercado e de suas peculiaridades.

Enfatiza em relação à margem líquida, Iudícibus (p. 106, 2009):

Este quociente, apesar dos esforços constantes para melhorá-lo, comprimindo despesas e aumentando a eficiência, apresenta-se baixo ou alto de acordo com o tipo de empreendimento. Por exemplo, normalmente na indústria automobilística (ou de refino de petróleo) tem margens pequenas e valor de venda muito alto, o inverso pode ocorrer para pequenos negócios comerciais, industriais etc.

Observa-se que uma margem líquida satisfatória difere consideravelmente entre os ramos de

negócios e setores das empresas, por exemplo, uma margem líquida de 2% ou menos não seria fora

do comum para um supermercado, enquanto uma margem líquida de 9% seria baixa para uma

joalheria.

Portanto é necessário, mais que colher o valor do índice, interpretá-lo com dinamismo,

promovendo a interação com os demais índices, especialmente os de rentabilidade, e identificar as

particularidades do ramo de negócio, favorecendo assim ao melhor diagnóstico da realidade econômica

da empresa.

2.6.3 Rentabilidade do ativo

A rentabilidade do ativo é um índice que mede o retorno do ativo total de uma empresa e qual a

eficiência que este esta demostrando para a composição de sua rentabilidade. Visa demonstrar a

lucratividade de um empreendimento como um todo, independente de onde vierem os recursos, sejam

valores de origem de terceiros ou de investimentos próprios.

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É um índice de grande relevância, e merece destaque especial conforme evidencia Iudícibus

(2009, p. 109), “[...] consideramos o retorno sobre o ativo como um dos quocientes individuais mais

importantes de toda a Análise de Balanços, porque representa a medida global de desempenho da

empresa e leva em conta todos os fatores envolvidos”.

Tendo por base, variáveis do BP e DRE, o índice de rentabilidade do ativo pode ser obtido

através do quociente do Lucro Líquido da empresa pelo seu Ativo, conforme é exposto no quadro 11,

abaixo:

Quadro 11 - Fórmula do índice de rentabilidade do ativo.

Lucro Líquido

Rentabilidade do Ativo = x100 Ativo

Fonte - Matarazzo, 2003.

De acordo com (MATARAZZO, 2003), o índice de rentabilidade do ativo revela quanto a

empresa aufere de lucro para cada R$ 100,00 de investimento total, demostrando percentualmente o

potencial de geração de lucro por parte da empresa. Quanto maior for o índice, melhor, já que

demostrará que a empresa conseguirá recuperar seu capital investido num intervalo de tempo menor.

É um indicador muito conveniente para acompanhamento da evolução ao longo do tempo da

empresa, o percentual obtido mostra a eficiência da aplicação dos ativos e quanto de lucro eles estão

produzindo, através deles pode-se prever qual o tempo necessário para que se recuperem os

investimentos feitos na empresa.

A rentabilidade do ativo é tratada como Taxa de Retorno sobre Investimentos-TRI por Marion

(2010, p. 156) informando que a TRI:

Pode ser obtida por meio da multiplicação da Margem de Lucro pelo Giro do Ativo. As empresas que ganham mais na margem, normalmente ganham no preço. As empresas que ganham mais no giro, visam quantidade. A rentabilidade de uma empresa é obtida por meio de uma boa conjugação entre Preço e Quantidade, ou seja, entre Margem (lucratividade) e Giro (produtividade): Margem de Lucro x Giro do Ativo = TRI

A margem líquida e o giro do ativo exercem influencia decisiva sobre a rentabilidade do ativo,

uma queda de rendimento dos investimentos, em grande parte está ligada a uma dessas variáveis ou

propriamente as duas, variando conforme a eficiência e ramo da empresa.

Observa Assaf Neto (2009, p. 242), “Decisões inadequadas de investimentos, como ativos

ociosos ou pouco rentáveis, inadimplência, estoques de baixo giro etc., levam inevitavelmente a uma

diminuição da rotação do ativo com reflexos evidentes sobre a rentabilidade do capital investido”.

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Isso remete que a rentabilidade do ativo varia na proporção em que a empresa consegue ser,

eficiente ou não, na combinação de seus recursos, e no modo como ela concilia e ajusta suas variáveis

visando aumentar sua lucratividade.

2.6.4 Rentabilidade do patrimônio líquido

O índice de rentabilidade do patrimônio líquido mede percentualmente o retorno obtido com o

investimento do capital próprio, ou a rentabilidade sobre os recursos próprios investidos no negócio por

uma empresa.

De acordo com (ASSAF NETO, 2009), o índice é de importância singular para o acionista,

proprietário ou investidor, já que mensura o retorno de seu investimento, favorecendo a identificação do

tempo necessário para que se consiga recuperar o valor aplicado.

Através do índice de rentabilidade do patrimônio líquido pode-se mensurar o regresso sobre o

investimento dos proprietários na empresa, objetivando prever o período de tempo necessário para o

investidor recuperar seu capital investido. O que possibilita ao investidor analisar e comparar o

desempenho da rentabilidade de seu investimento com os demais, e observar a viabilidade desse

investimento.

Utilizando como referência a DRE e o BP, o índice de rentabilidade pode ser obtido pelo

quociente do Lucro Líquido pelo Patrimônio Líquido Médio, conforme ilustrado no quadro 12, abaixo:

Quadro 12 - Fórmula do índice de rentabilidade do patrimônio líquido.

Lucro Líquido

Rentabilidade do Patrimônio Líquido = x100 Patrimônio Líquido Médio

Fonte - Matarazzo, 2003.

De acordo com (MATARAZZO, 2003), a rentabilidade do patrimônio líquido revela quanto à

empresa aufere de lucro para cada R$ 100,00 de capital próprio investido, demostrando

percentualmente o potencial de retorno do capital para o investidor. Quanto maior o índice, melhor, já

que demostrará que investidor conseguirá recuperar seu capital investido num intervalo de tempo

menor.

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Destaca Matarazzo (2003, p. 181):

O papel do índice de Rentabilidade do Patrimônio Liquido é mostrar qual a taxa de rendimento do capital próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta de Poupança, CDBs, Letra de Câmbio, Ações, Alugueis, Fundos de Investimentos, etc. Com isso se pode avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções.

A expectativa em relação às empresas é que elas proporcionem rendimentos excedentes aos

seus donos ou investidores, que sejam superiores as aplicações oferecidas pelo mercado, tais como

títulos públicos, de renda fixa, dentre outros. Pois é um investimento de risco elevado, e não há

garantias concretas de sua rentabilidade.

No entanto observa-se em diversos setores e empresas desvios e desequilíbrios na

rentabilidade, ora com períodos acima das taxas de mercado, ora abaixo, e em alguns momentos

equivalentes. A atividade comercial é caracterizada por essas oscilações, no entanto, cabe ao

investidor avaliar o índice numa perspectiva abrangente, integrada aos demais índices, para que se

possa de fato entender se há viabilidade no investimento.

Em seguida no quadro 13, temos as principais informações, colocadas resumidamente dos

índices de liquidez, estrutura de capital e rentabilidade.

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Quadro 13 - Quadro-resumo dos índices.

SITUAÇÃO ÍNDICE FÓRMULA INDICA INTERPRETAÇÃO

Liquidez Liquidez Corrente Ativo Circulante Quanto a empresa possui de Ativo Circulante Quanto maior, melhor. Passivo Circulante para cada R$ 1,00 de Passivo Circulante. Liquidez Seca Ativo Circulante – Estoques Quanto a empresa possui de Ativo Líquido Quanto maior, melhor. Passivo Circulante para cada R$1,00 de obrigações de Curto Prazo. Liquidez Geral Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo Quanto a empresa detém no Ativo Circulante e Quanto maior, melhor. Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo Realizável a Longo Prazo para cada R$1,00 de dívida total. Liquidez Imediata Disponibilidade Quanto a empresa possui de disponibilidade Quanto maior, melhor. Passivo Circulante momentânea, para cada R$ 1,00 de Dívida de Curto Prazo.

Estrutura de Capitais Participação de Capitais de Terceiros Exigível Total Quanto a empresa possui de recursos de tercei- Quanto menor, melhor. Sobre Recursos Totais Exigível Total + Patrimônio Líquido ros para cada R$ 1,00 de recursos totais. Garantia do Capital Próprio ao Patrimônio Líquido Quanto a empresa tem de garantias de Capital Quanto maior, melhor. Capital de Terceiros Exigível Total Próprio para cada R$ 1,00 de Terceiros. Composição do Endividamento Passivo Circulante Qual o percentual de Obrigações de Curto Prazo Quanto menor, melhor. Exigível Total em relação ás obrigações totais.

Rentabilidade Giro do Ativo Vendas Líquidas Quanto a empresa vendeu para cada R$ 1,00 Quanto maior, melhor. Ativo de investimento total. Margem Líquida Lucro Líquido x100 Quanto a empresa obtém de lucro para cada Quanto maior, melhor. Vendas Líquidas R$ 100,00 vendidos. Rentabilidade do Ativo Lucro Líquido x100 Quanto a empresa obtém de lucro para cada Quanto maior, melhor. Ativo R$ 100,00 de investimento total. Rentabilidade do Patrimônio Líquido Lucro Líquido x100 Quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ Quanto maior, melhor.

Patrimônio Líquido Médio 100,00 de capital próprio investido, em média, no

exercício.

Fonte - Adaptado de Marion (2010), Matarazzo (2003).

FINANCEIR

A

ECONÔMIC

A

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44

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O referente capítulo tem como finalidade explicar a sistematização das etapas do trabalho de

pesquisa, descrevendo os procedimentos metodológicos empregados na pesquisa, e como esses

métodos foram trabalhados para atingir os resultados propostos pelo estudo em questão. Com isso o

presente capítulo abordará o tipo de pesquisa nos seus variados aspectos, a dimensão de seu universo

e a amostra, e como foi realizada a coleta de dados e o tratamento de dados.

3.1 Tipo de pesquisa

A pesquisa é a ferramenta cientifica pela qual se permite conhecer algo mais profundamente

ou sobre aspectos até então ignorados, é um processo de aprendizagem visando solucionar ou

entender determinado fato ou problema.

Em relação a pesquisa caracteriza Gil (2010, p. 1):

Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser adequadamente relacionada ao problema.

Em relação à pesquisa atenta Marconi e Lakatos (2009, p. 43): “Significa muito mais do que

apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos

científicos”.

De acordo com (GIL, 2010) as pesquisas quanto a seus objetivos podem ser classificadas em:

pesquisas exploratórias, pesquisas descritivas, pesquisas explicativas.

A pesquisa exploratória enfoca o conhecimento ou investigação de problemas e fenômenos

com poucos estudos a seu respeito, visando propiciar base referencial para pesquisas futuras. Martins

(2010, p. 38), observa: “trata-se de abordagem adotada para a busca de maiores informações sobre

determinado assunto. Possui um planejamento flexível, e é indicada quando se tem pouco

conhecimento do assunto. Tem a finalidade de formular problemas e hipóteses para estudos

posteriores”.

A pesquisa descritiva objetiva descrever as características de determinado fenômeno,

população ou experiência, analisando as características e relações entre as variáveis que fazem parte

do processo ou objeto de estudo. Gil (2010, p. 28) afirma que: “Algumas pesquisas descritivas vão

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além da simples identificação da existência entre as variáveis, e pretendem determinar a natureza

dessa relação”.

A pesquisa explicativa procura apontar os fatores ou características que fazem com que

ocorram determinado fenômeno ou fato. De acordo com Gil (2010, p. 28) “Estas pesquisas são as que

mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois tem como finalidade explicar a razão, o porquê

das coisas”.

Neste sentido o presente trabalho apresenta uma pesquisa de caráter descritiva, tal que

procura descrever as características econômico-financeiras da empresa Mercadinho Monteiro através

dos índices, e explicativa, por que visa aprofundar-se no conhecimento da realidade financeira e

econômica da empresa, analisando cada índice, visando identificar a razão, o porque de seus valores e

o que isso representa para a empresa.

Em relação aos métodos de pesquisas empregados, foram utilizadas a pesquisa bibliográfica e

a pesquisa documental:

A utilização do método bibliográfico se deu pela pesquisa de vários autores referentes ao

estudo do problema os quais forneceram conhecimentos teórico-empíricos que nortearam o trabalho

desenvolvido, dos quais foram extraídas as fórmulas para formatação dos índices.

Pesquisa bibliográfica – Para Martins (2010, p. 35): “trata-se de um estudo para conhecer as

contribuições científicas sobre determinado assunto. Tem como objetivo recolher, selecionar, analisar e

interpretar as contribuições teóricas já existentes sobre determinado assunto”.

Sobre a pesquisa bibliográfica descreve Gil (2010, p. 30):

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente. Essa vantagem torna-se particularmente importante quando o problema de pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço. Por exemplo, seria impossível a um pesquisador percorrer todo o território brasileiro em busca de dados sobre população ou renda per capita; todavia, se tem a sua disposição uma bibliografia adequada, não terá maiores obstáculos para contar com as informações requeridas.

Em relação a pesquisa documental o referente trabalho utilizou-se de arquivos, fotos e

relatórios contábeis da empresa. Tais relatórios foram fornecidos pela contadora responsável, sendo o

BP e a DRE dos últimos cinco exercícios anuais, de 2008 a 2012.

Pesquisa documental – Observa Martins (2010, p. 35): “tem por finalidade reunir, classificar e

distribuir os documentos de todo gênero dos diferentes domínios da atividade humana”.

Em relação à pesquisa documental considera Gil (2010, p. 31):

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46

A modalidade mais comum de documento é a constituída por um texto escrito em papel, mas estão se tornando cada vez mais frequentes os documentos eletrônicos, disponíveis sob os mais diversos formatos. O conceito de documento, por sua vez, é bastante amplo, já que este pode ser constituído por qualquer objeto capaz de comprovar algum fato ou acontecimento.

A abordagem da pesquisa é de caráter quanti-qualitativo. Tal tratamento quantitativo se

caracteriza em razão do levantamento de dados e cálculos efetuados visando mensurar o desempenho

econômico-financeiro da empresa. A abordagem qualitativa é evidenciada na interpretação desses

dados, valores, índices e no levantamento de melhorias econômico-financeiras para a empresa.

Aponta Figueiredo e Souza (2011, p. 96):

Do ponto de vista metodológico, embora se trate de métodos de natureza distinta, não se pode pensar em oposição entre as investigações quantitativa e qualitativa. Ao contrário, é de se esperar que esses métodos se completem, no sentido de que o estudo quantitativo pode gerar questões para serem aprofundadas qualitativamente, e vice-versa.

Com isso a abordagem da pesquisa quanti-qualitativo visou retratar e demostrar de forma mais

apropriada e fidedigna a realidade e o entendimento das variáveis econômico-financeiras envolvidas no

trabalho.

3.2 Universo e amostra

Marconi e Lakatos (2008, p. 27) definem: “Universo ou população: é o conjunto de seres

animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica em comum”.

Corrar e Theóphilo (2008, p. 20) acrescentam que: “Quanto ao tamanho, à população

classifica-se em finita ou infinita. São finitas as que possuem um tamanho limitado e infinitas aquelas

cujos números de elementos é ilimitado”.

A presente pesquisa é de caráter finito, tal que o universo pode ser mensurado e abrangido em

sua totalidade, no trabalho foram coletados e levantados todos os relatórios existentes da empresa,

mais precisamente os últimos cinco exercícios anuais, de 2008 a 2012.

Apesar da empresa ter mais de 7 (sete) anos de existência, a mesma não confeccionava

relatórios nos períodos iniciais de sua atividade, especificamente nos primeiros dois anos, com isso a

pesquisa se ateve a utilizar os relatórios possíveis e existentes da empresa, que compreende os

últimos cinco anos.

Na realização de uma pesquisa podem ser utilizados, como ferramentas de mensuração da

população ou totalidade dos elementos, a amostra ou censo.

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47

A amostra de acordo com Gil (1999, p. 100) representa: “Subconjunto do universo ou

população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou

população”.

De acordo com (CORRAR e THÉOPHILO, 2008) o censo permite maior precisão já que se

utiliza de todos os elementos da população, principalmente quando se trata de população reduzida é

tido como mais adequado.

Para a presente pesquisa foi utilizado o censo já que a pesquisa é de caráter finito e serão

pesquisados todos os elementos do universo.

3.3 Coleta de dados

Conforme Cooper e Schindler (2003, p. 223): “As fontes de informação são normalmente

classificadas em três níveis: fontes primárias, fontes secundárias e fontes terciárias”. Os referidos

autores, ao abordarem da fonte primária dizem que se trata de dados não interpretados ou

processados de forma que retrate objetivamente a cerca do que é a variável, sendo considerada com

melhor fonte de informações, por que não se corre o risco de obter informações distorcidas ou já

filtradas.

A coleta de dados do presente trabalho ficou constituída especialmente pela pesquisa

documental, sendo colhidos os relatórios contábeis existentes da empresa compreendidos entre 2008 a

2012. Mas especificamente o BP e a DRE de 2008, 2009, 2010, 2011 e 2012.

Tais relatórios de propriedade privada e acesso restrito foram possibilitados a pesquisa através

de autorização da empresa Mercadinho Monteiro que permitiu acesso irrestrito à pesquisa. Estes

relatórios são originários de fontes primárias, já que se tratam de dados brutos e não interpretados.

Foi utilizado também como forma de captação de dados um questionário, Para melhor

entendimento de algumas variáveis econômico-financeiras e como forma de possibilitar o feedback

para a empresa, através de um planejamento que será disponibilizado a gestão da empresa após a

conclusão da pesquisa.

3.4 Tratamento dos dados

.

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48

O tratamento dos dados para Gil (2008, p. 153): “[...] objetivam tornar os dados válidos e

significativos. Para tanto são utilizados procedimentos estatísticos que possibilitam estabelecer

quadros, diagramas e figuras que sintetizam e põem em relevo as informações obtidas”.

O tratamento de dados remete a eficiência e fidedignidade no processamento e organização

das variáveis objetivando a extração de informações que condizem com a realidade do objeto em

estudo.

Destaca Andrade (2009, p. 141): “[...] os dados não apresentam importância em si mesmos; a

relevância está no fato de, através dos dados, chegar-se às conclusões, procedendo-se a avaliações e

generalizações; inferências de relações causais que conduzem à interpretação”.

A presente pesquisa se utilizará como ferramenta auxiliar no tratamento de dados, planilhas do

Microsoft Excel, possibilitando a resolução dos diversos índices de liquidez, estrutura de capital e

rentabilidade, dando suporte para criações de quadros e gráficos.

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49

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O Presente capítulo tem como objetivo maior realizar uma análise da situação econômico-

financeira da empresa comercial Mercadinho Monteiro tendo por base dados do BP e da DRE da

empresa entre o período do ano 2008 ao ano de 2012, assim como propor planos de ação que visem a

melhora do desempenho da empresa sobre a perspectiva de liquidez, estrutura de capital e de

rentabilidade.

4.1 Identificações dos dados, que constam no BP e DRE da empresa, necessários para o cálculo

dos índices de estrutura de capital, liquidez e rentabilidade.

Tendo em vista o objetivo do trabalho que visa a utilização dos índices para fins de analisar a

situação econômico-financeira da empresa dentre os períodos, foram filtrados os dados pertinentes e

indispensáveis ao cálculo dos índices.

No quadro 14 estão elencados os dados do BP referentes ao Ativo da empresa dentre o

período de 2008 a 2012 com seus respectivos valores, tal Ativo é composto por contas distribuídas no

Ativo Circulante e Ativo Não Circulante.

No que diz respeito ao quadro 15 estão relacionados os dados do BP referentes ao Passivo da

empresa dentre os exercícios de 2008 a 2012 com seus devidos valores, sendo o Passivo composto

por contas do Passivo Circulante, Passivo Não Circulante e pelo Patrimônio Líquido.

Em relação ao quadro 16 são apresentados os valores relativos da DRE compreendendo os

períodos de 2008 a 2012, tal demonstração apresenta as receitas e despesas anuais da empresa

comercial Mercadinho Monteiro.

Com isso os quadros 14, 15 e 16 fornecem todos os dados de forma simplificada e

generalizada acerca dos valores relativos no tocante as contas patrimoniais e contas de resultado da

organização em estudo.

No que concerne as tabelas 1, 2 e 3 foram delimitadas as contas envolvidas no cálculo dos

índices, as quais foram identificadas de acordo com as fórmulas descritas na fundamentação teórica,

sendo utilizados seus respectivos valores correspondentes ao período de 2008 a 2012.

Na tabela 1 estão especificadas as contas necessárias e envolvidas no cálculo dos índices de

liquidez, nos seus variados tipos: liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata, tais

índices correlacionam contas patrimoniais do Ativo e Passivo da empresa.

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50

Em relação a tabela 2 estão restringidas as contas necessárias no cálculo do índice de

estrutura de capital, em suas variadas vertentes: participação de capital de terceiros sobre recursos

totais, garantia do capital próprio ao capital de terceiros e composição do endividamento. Sendo

envolvidas contas patrimoniais do Passivo e Patrimônio Líquido da organização.

Por fim na tabela 3 estão encontra-se expostos as contas necessárias no cálculo do índice de

rentabilidade nas suas variadas características: giro do ativo, margem líquida, rentabilidade do ativo e

rentabilidade do patrimônio líquido. Tal como se observa são envolvidos contas patrimoniais e contas

de resultado da empresa.

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51

Quadro 14 - Dados patrimoniais do Ativo da empresa Mercadinho Monteiro dentre os períodos de 2008 a 2012.

CONTAS PATRIMONIAIS

ATIVO 2008 2009 2010 2011 2012

ATIVO CIRCULANTE R$ 6.311,78 R$ 12.028,60 R$ 26.047,68 R$ 53.121,30 R$ 109.879,73

Caixa R$ 1.657,86 R$ 272,86 R$ 450,00 R$ 1.257,19 R$ 2.449,97

Contas a Receber R$ 3.210,59 R$ 5.320,86 R$ 14.110,26 R$ 23.566,54 R$ 53.622,99

(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa -R$ 128,42 -R$ 212,83 -R$ 423,31 -R$ 471,33 -R$ 1.072,46

Estoques R$ 1.571,75 R$ 6.647,71 R$ 11.910,73 R$ 28.768,90 R$ 54.879,23

ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 7.550,00 R$ 11.171,75 R$ 8.000,00 R$ 14.000,00 R$ 21.678,04

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO R$ 350,00 R$ 1.571,75 R$ 0,00 R$ 800,00 R$ 4.478,04

Duplicatas a Receber

IMOBILIZADO

Computadores e Impressoras

R$ 8.000,00

(-) Depreciação Acumulada de Computadores e Impressoras

-R$ 1.600,00

Móveis e Utensílios R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 R$ 8.000,00 R$ 12.000,00 R$ 12.000,00

(-) Depreciação Acumulada de Móveis e utensílios -R$ 800,00 -R$ 1.600,00 -R$ 2.400,00 -R$ 3.600,00 -R$ 4.800,00

Veículos

R$ 4.000,00 R$ 4.000,00 R$ 6.000,00 R$ 6.000,00

(-) Depreciação Acumulação de Veículos

-R$ 800,00 -R$ 1.600,00 -R$ 1.200,00 -R$ 2.400,00

TOTAL DO ATIVO R$ 13.861,78 R$ 23.200,35 R$ 34.047,68 R$ 67.121,30 R$ 131.557,77

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

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Quadro 15 - Dados patrimoniais do Passivo da empresa Mercadinho Monteiro dentre os períodos 2008 a 2012.

CONTAS PATRIMONIAIS

PASSIVO 2008 2009 2010 2011 2012

PASSIVO CIRCULANTE R$ 4.033,78 R$ 7.442,72 R$ 18.957,35 R$ 38.529,96 R$ 101.547,07

Fornecedor R$ 2.729,00 R$ 4.522,73 R$ 11.993,72 R$ 20.023,06 R$ 45.579,54

Salários a Pagar R$ 100,00 R$ 150,00 R$ 600,00 R$ 1.500,00 R$ 4.000,00

Aluguéis a Pagar R$ 100,00 R$ 100,00 R$ 250,00 R$ 500,00 R$ 1.000,00

Impostos a Pagar R$ 104,78 R$ 169,99 R$ 350,87 R$ 1.536,90 R$ 2.976,57

Contas a Pagar R$ 1.000,00 R$ 2.500,00 R$ 5.762,76 R$ 14.970,00 R$ 47.990,96

PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 0,00 R$ 3.800,00 R$ 4.500,00 R$ 10.000,00 R$ 9.000,00

PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Duplicatas a Pagar R$ 0,00 R$ 3.800,00 R$ 4.500,00 R$ 10.000,00 R$ 9.000,00

PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 9.828,00 R$ 11.957,63 R$ 10.590,33 R$ 18.591,34 R$ 21.010,70

Capital Social R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 9.500,00 R$ 9.500,00

Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 328,00 R$ 2.457,63 R$ 1.090,33 R$ 9.091,34

Resultado do Exercício R$ 328,00 R$ 2.129,63 -R$ 1.367,30 R$ 8.001,01 R$ 2.419,36

TOTAL DO PASSIVO R$ 13.861,78 R$ 23.200,35 R$ 34.047,68 R$ 67.121,30 R$ 131.557,77

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

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Quadro 16 - Dados da DRE dentre os períodos 2008 a 2012.

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 2008 2009 2010 2011 2012

RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS R$ 31.433,00 R$ 50.995,80 R$ 105.260,39 R$ 337.163,48 R$ 522.206,67

( - ) Deduções, descontos concedidos, devoluções

( - ) Impostos sobre vendas -R$ 1.257,32 -R$ 2.039,83 -R$ 4.210,42 -R$ 18.442,84 -R$ 35.718,94

= RECEITA LÍQUIDA R$ 30.175,68 R$ 48.955,97 R$ 101.049,97 R$ 318.720,64 R$ 486.487,73

( - ) Custo das Mercadorias Vendidas -R$ 24.140,36 -R$ 36.536,51 -R$ 80.629,46 -R$ 254.056,37 -R$ 387.404,24

= LUCRO BRUTO R$ 6.035,32 R$ 12.419,46 R$ 20.420,51 R$ 64.664,27 R$ 99.083,49

( - ) Despesas Operacionais

Aluguel -R$ 1.200,00 -R$ 1.200,00 -R$ 3.000,00 -R$ 6.000,00 -R$ 12.000,00

Alvará funcionamento -R$ 50,00 -R$ 50,00 -R$ 80,00 -R$ 150,00 -R$ 150,00

Agua, Luz e Telefone -R$ 650,00 -R$ 700,00 -R$ 1.450,00 -R$ 6.000,00 -R$ 8.400,00

Material Limpeza -R$ 350,00 -R$ 350,00 -R$ 400,00 -R$ 590,00 -R$ 670,00

Salários -R$ 1.200,00 -R$ 1.800,00 -R$ 7.200,00 -R$ 18.000,00 -R$ 42.000,00

Provisão para devedores duvidosos -R$ 1.257,32 -R$ 2.039,83 -R$ 3.157,81 -R$ 6.723,26 -R$ 10.444,13

Despesas com veículo (combustível, manutenção, emplacamento) R$ 0,00 -R$ 1.050,00 -R$ 2.000,00 -R$ 3.500,00 -R$ 4.200,00

Outras despesas operacionais -R$ 1.000,00 -R$ 1.900,00 -R$ 3.300,00 -R$ 5.700,00 -R$ 8.800,00

( + ) Outras receitas operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

= LUCRO OPERACIONAL R$ 328,00 R$ 3.329,63 -R$ 167,30 R$ 18.001,01 R$ 12.419,36

( - ) Despesas não operacionais

Retiradas Pró-labore R$ 0,00 -R$ 1.200,00 -R$ 1.200,00 -R$ 10.000,00 -R$ 10.000,00

= LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 328,00 R$ 2.129,63 -R$ 1.367,30 R$ 8.001,01 R$ 2.419,36

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

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54

Tabela 1 - Elenco de contas envolvidas no cálculo dos índices de liquidez.

ÍNDICES CONTAS PATRIMONIAIS

ATIVO PASSIVO

Liquidez Geral

Caixa Contas a Receber Estoques Duplicatas a Receber

Fornecedor Salários a Pagar Aluguéis a Pagar Impostos a Pagar Contas a Pagar Duplicatas a Pagar

Liquidez Corrente Caixa Contas a Receber Estoques

Fornecedor Salários a Pagar Aluguéis a Pagar Impostos a Pagar Contas a Pagar

Liquidez Seca Caixa Contas a Receber

Fornecedor Salários a Pagar Aluguéis a Pagar Impostos a Pagar Contas a Pagar

Liquidez Imediata Caixa

Fornecedor Salários a Pagar Aluguéis a Pagar Impostos a Pagar Contas a Pagar

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

Tabela 2 - Elenco de contas envolvidas no cálculo dos índices de estrutura de capital

ÍNDICES CONTAS PATRIMONIAIS

PASSIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Participação de Capital de Terceiros sobre Recursos Totais

Fornecedor Salários a Pagar Aluguéis a Pagar Impostos a Pagar Contas a Pagar

Capital Social Lucros ou Prejuízos Acumulados Resultado do Exercício

Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros

Fornecedor Salários a Pagar Aluguéis a Pagar Impostos a Pagar Contas a Pagar Duplicatas a Pagar

Capital Social Lucros ou Prejuízos Acumulados Resultado do Exercício

Composição do Endividamento

Fornecedor Salários a Pagar Aluguéis a Pagar Impostos a Pagar Contas a Pagar Duplicatas a Pagar

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

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Tabela 3 - Elenco de contas envolvidas no cálculo dos índices de rentabilidade

INDICES CONTAS PATRIMONIAIS CONTAS DE RESULTADO

ATIVO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Giro do Ativo

Caixa Contas a Receber Estoques Duplicatas a Receber Computadores e Impressoras Móveis e Utensílios Veículos

Vendas Líquidas

Margem Líquida

Lucro Líquido Vendas Líquidas

Rentabilidade do Ativo

Caixa Contas a Receber Estoques Duplicatas a Receber Computadores e impressoras Móveis e Utensílios Veículos

Lucro Líquido

Rentabilidade do Patrimônio Líquido

Capital Social Lucros ou Prejuízos Acumulados Resultado do Exercício

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

4.2 Avaliação do desempenho econômico-financeiro da empresa comercial Mercadinho

Monteiro

A avaliação da performance econômico-financeiro da empresa Mercadinho Monteiro foi

executada tendo por base fundamental o BP e a DRE dos exercícios de 2008, 2009, 2010, 2011 e

2012. Através desses dados foi possível a execução dos cálculos dos indicadores de desempenho da

empresa. Tais resultados serão apresentados nos tópicos subsequentes.

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56

4.2.1 Análise dos índices de liquidez

Os índices de liquidez refletem a situação financeira tendo em vista a capacidade de

pagamento da empresa em período de curto e a longo prazo. Na empresa Mercadinho Monteiro foram

analisados os índices de liquidez tomando por base R$ 1,00 (um real) de recursos, onde quanto maior

for o índice melhor, tendo por orientação os autores abordados no referencial teórico. Abaixo na tabela

4 encontram-se os valores relativos de cada índice distribuídos em vários períodos.

Tabela 4 - Índices de liquidez da empresa Mercadinho Monteiro.

2008 2009 2010 2011 2012

Índice de Liquidez Geral 1,65 1,21 1,11 1,11 1,03

Índice de Liquidez Corrente 1,56 1,62 1,37 1,38 1,08

Índice de Liquidez Seca 1,18 0,72 0,75 0,63 0,54

Índice de Liquidez Imediata 0,41 0,04 0,02 0,03 0,02

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

Analisando os índices de liquidez geral da empresa demostrado na tabela 4, observa-se que a

empresa apresentou durante os períodos uma capacidade de saldar seus compromissos de curto e

longo prazo. Doravante percebe-se que essa capacidade vem sendo reduzida gradualmente a cada

exercício, o que indica um alerta para a empresa aumentando o risco de insolvência. Tal que em 2008

para cada R$ 1,00 (um real) de dívidas que a empresa possuía ela detinha R$ 1,65 (um real e sessenta

e cinco centavos) de ativos para saldá-las, já em 2012 para cada R$ 1,00 (um real) de dívidas totais a

empresa tinha 1,03 (um real e três centavos) de ativos para satisfazer seus débitos.

No que se refere aos índices de liquidez corrente da empresa, para o período analisado

percebe-se que a mesma deteve uma capacidade de liquidar suas obrigações de curto prazo

satisfatória durante o período, doravante vale salientar conforme exposto na tabela 4 que a cada

período o índice apresenta uma redução. Em 2009, por exemplo, para cada R$ 1,00 (um real) de

dívidas de curto prazo a empresa possuía R$ 1,62 (um real e sessenta e dois centavos) disponíveis a

curto prazo, logo em 2012 para cada unidade monetária de dívidas circulantes ou de curto prazo a

empresa tinha disponível R$ 1,08 (um real e oito centavos).

Quanto a sua liquidez seca, observasse que a empresa vem aumentando sua dependência em

relação ao uso do estoque como garantia dos pagamentos das obrigações a curto prazo. Em 2008 o

índice de liquidez seca foi de R$ 1,18 (um real e dezoito centavos) já a partir de 2009 o índice se

manteve abaixo de R$ 1,00 (um real), em 2011, por exemplo, para cada R$ 1,00 (um real) de dívidas

exigíveis de curto prazo a empresa dispunha de R$ 0,63 (sessenta e três centavos) de valores

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57

referentes ao seu caixa e contas a receber. Evidencia-se por este indicador que a empresa vem

perdendo sua capacidade solvência a curto prazo indicando uma necessidade cada vez maior no uso

de seus estoques para se manter solvente.

Em relação à liquidez imediata, o Mercadinho Monteiro não apresenta boa capacidade de

liquidar de forma instantânea suas dívidas de curto prazo, sendo que em 2012 para cada R$ 1,00 (um

real) de obrigações de curto prazo a empresa tinha em caixa R$ 0,02 (dois centavos). Usualmente as

empresas mantem disponibilidades baixas fazendo a aplicação desses recursos em outras atividades,

porém os valores apresentados do Mercadinho Monteiro são bastante inexpressivos e, não fornecem

quaisquer segurança para cobrir necessidades eventuais ou inesperadas, ficando assim vulnerável a

fatores externos.

Gráfico 1 - Evolução dos índices de liquidez da empresa Mercadinho Monteiro.

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

A análise conjunta dos índices de liquidez sugere que a empresa possuía no seu ativo recursos

necessários ao pagamento de suas obrigações de curto e longo prazo, mas se vê cada vez mais

dependente de sua capacidade de geração de recursos para efetuar o pagamento de suas dívidas,

principalmente a prazos mais curtos.

De acordo com o administrador proprietário da empresa Mercadinho Monteiro, o prazo médio

concedido pelos seus fornecedores é de 30 dias e que o prazo que a empresa concede a seus clientes

são em sua maioria de 30 dias. Tais fatores indicam que maior parte das movimentações financeiras

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58

são circulantes, sendo necessária uma sincronização eficiente para que a empresa honre seus

compromissos.

Pode ser observado no gráfico 1 a evolução dos índices de liquidez da empresa Mercadinho

Monteiro, visualmente percebe-se que a liquidez da empresa está em declínio onde os índices de uma

forma geral se apresentam tendenciosamente menor período após período, o que requer uma atenção

maior da empresa quanto a seu desempenho financeiro, aumentando o risco de insolvência e de não

conseguir arcar com seus compromissos nos próximos exercícios.

4.2.2 Análise dos índices de estrutura de capital

Os índices de estrutura de capital destacam a situação financeira apreciando o seu nível de

endividamento, na análise foram utilizados os índices de estrutura com base em R$ 1,00 (um real) de

recursos, conforme descrito no referencial teórico. Estes estão a seguir discriminados e analisados.

Tabela 5 - Índice de estrutura de capital da empresa Mercadinho Monteiro.

2008 2009 2010 2011 2012

Participação de Capital de Terceiros 0,29 0,48 0,69 0,72 0,84

Garantia de Capital Próprio ao Capital de

Terceiros

2,44 1,06 0,45 0,38 0,19

Composição do Endividamento 1,00 0,66 0,81 0,79 0,92

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

Em relação a participação de capitais de terceiros sobre recursos totais da empresa

Mercadinho Monteiro, a situação no seu aspecto quantitativo é tida como preocupante, observando a

tabela 5, em 2012 por exemplo, de cada R$ 1,00 (um real) dos recursos totais, R$ 0,84 (oitenta e

quatro centavos) são de capitais de terceiros. Ou seja, 84% dos recursos da empresa em sua

totalidade são de capitais de terceiros, isso torna a empresa mais vulnerável e insegura quanto ao

cumprimento de suas obrigações. Tal situação pode ser mais confortável se a empresa for rentável já

que o lucro não distribuído irá compor o patrimônio liquido, reduzindo o endividamento. Daí a

necessidade da análise conjunta para conhecer melhor a realidade da empresa, a qual será feita mais

adiante.

No que se refere a garantia de capital próprio ao capital de terceiros fica evidente que a

empresa não dispõe de recursos próprios suficientes que possam efetivamente garantir o pagamento

de recursos advindos de capital de terceiros. Tomando 2011 por base, observasse que para cada R$

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1,00 (um real) de capital de terceiros existia R$ 0,38 (trinta e oito centavos) de capital próprio como

garantia, sendo que essa garantia no exercício seguinte se torna ainda menor, sendo de R$ 0,19

(dezenove centavos). Percebe-se que a empresa opera com risco elevado de insolvência tendo em

vista que não detém bens suficientes próprios que garantam o pagamento de suas dívidas.

Quanto a composição do endividamento da empresa verifica-se por meio da tabela 5, que as

dívidas são em grande parte de curto prazo. Tal que em 2012 para cada R$ 1,00 (um real) de dívidas

existentes, R$ 0,92 (noventa e dois centavos) correspondiam a dívidas de curto prazo, principalmente

de obrigações com fornecedores. Ou seja, 92% das dívidas totais da empresa são de curto prazo, tal

fator gera desconfiança quanto ao cumprimento de obrigações.

Cabe considerar que tais recursos advindos de terceiros são originários em grande parte dos

fornecedores e os mesmos não exigem juros quando evidentemente realizado nos seus devidos

prazos, tal fator exige sincronia de pagamentos entre as compras realizas e contas a receber. Segundo

o gestor da empresa ele não faz um planejamento financeiro detalhado, mas procurar ajustar suas

dívidas de acordo com os valores a receber.

Abaixo temos a progressão dos índices de estrutura de capital, tal como ser visualizado no

gráfico 2, os índices de participação de capital de terceiros e de composição do endividamento estão

em ascendência enquanto que o índice de garantia de capital próprio está em declínio. Com isso fica

evidenciado que a empresa a cada período se utiliza cada vez mais, de recursos de terceiros para

desenvolver suas atividades e fornece menos garantias quanto a quitação de seus débitos.

Gráfico 2 - Evolução dos índices de estrutura de capital.

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

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O que se percebe olhando conjuntamente os índices de estrutura de capital é que a empresa

não está conseguindo equilibrar de forma sadia a utilização de capital de terceiros e também utilizar

eficientemente a proporção na distribuição de prazos para efetuar o pagamento de suas obrigações. De

forma que aparentemente e tendenciosamente a situação só tem a evoluir, afetando a liquidez da

empresa e consequente tornando uma empresa financeiramente frágil.

4.2.3 Análise dos índices de rentabilidade

Os índices de rentabilidade evidenciam a capacidade econômica na perspectiva de sua

lucratividade. Na tabela 6 estão discriminados os índices de rentabilidade da empresa mercadinho

Monteiro, tal que o giro do ativo foi calculado e analisado na base unitária, e os demais em dados

percentuais, conforme abordado no referencial teórico.

Tabela 6 - Índices de rentabilidade da empresa Mercadinho Monteiro. 2008 2009 2010 2011 2012

Giro do Ativo 2,18 2,11 2,97 4,75 3,70

Margem Líquida 1,09% 4,35% -1,35% 2,51% 0,50%

Rentabilidade do Ativo 2,37% 9,18% -4,02% 11,92% 1,84%

Rentabilidade do Patrimônio

Líquido

2,28% 14,79% -9,50% 55,58% 16,81%

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

No índice de rentabilidade giro do ativo a empresa obteve uma evolução positiva na maioria

dos períodos, apenas em 2009 o índice sofreu uma pequena variação abaixo do desempenho do

período anterior. Em 2011 a empresa obteve seu melhor desempenho tal que para cada R$ 1,00 (um

real) investido a empresa vendeu R$ 4,75 (quatro reais e setenta e cinco centavos), tal desempenho se

deve especialmente ao aumento das vendas que teve um ótimo desempenho durante os exercícios.

Em relação a margem líquida observa-se que ela se mostrou irregular durante os períodos,

alternando bons e maus momentos. Em 2010, por exemplo, a empresa apresentou um resultado

negativo apresentando prejuízos, porem posteriormente a empresa apresentou resultados positivos,

em 2011 a margem líquida da empresa foi de 2,51%, o que significa dizer que para cada R$ 100,00

(cem reais) vendidos a empresa obteve de lucro R$ 2,51 (dois reais e cinquenta e um centavos).

Quanto a rentabilidade do ativo o mesmo demostra instabilidade dentre os períodos alternando

momentos bons e ruins da rentabilidade. Em 2011 a empresa alcançou sua melhor rentabilidade R$

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11,92%, já em 2012 ele teve um de seus menores índices de rentabilidade sendo de 1,84%, ou seja,

em 2012 para cada R$ 100,00 (cem reais) de investimento total a empresa obteve um lucro de R$ 1,84

(um real e oitenta e quatro centavos).

No tocante à rentabilidade do patrimônio liquido o desempenho foi inconstante, apresentando

flutuações positivas e negativas, como em 2010 onde a empresa apresentou um prejuízo de 9,50%,

mas em sua maioria o resultado pode ser visto como razoável, onde conseguiu manter em maior parte

um rendimento superior a grande parte dos títulos de mercado, que oscilam em torno de 6%. Tendo

2012 como base, apesar da performance inferior ao do período anterior a empresa auferiu para cada

R$ 100,00 (cem reais) de capital próprio investido o equivalente a 16,81 (dezesseis reais e oitenta e um

centavos) de lucro.

Abaixo temos representado graficamente a progressão gráfica dos índices de rentabilidade,

onde o giro do ativo é representado com referência na base unitária e os demais são demostrados

percentualmente.

Gráfico 3 - Evolução do índice de rentabilidade (giro do ativo).

Fonte – Dados da pesquisa, 2013.

Gráfico 4 - Evolução dos índices de rentabilidade.

Fonte – Dados da pesquisa, 2013.

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62

Analisando de forma integrada os índices de rentabilidade percebe-se que a empresa

mercadinho monteiro deteve um giro de ativo elevado em contraponto sua margem líquida foi

relativamente baixa oscilando e demostrando certa volatilidade nos períodos, tal aspecto se refletiu na

rentabilidade do ativo e na rentabilidade do patrimônio liquido. Convém observar, conforme o gráfico 4,

que a medida que a margem líquida evoluiu ascendentemente ou descendentemente dentre os

períodos , os outros indicadores progrediram no mesmo sentido. O que nos sugere que o principal

entrave da rentabilidade da empresa foi sua margem líquida.

Tal situação pode ser melhor compreendida ao analisarmos a DRE da empresa, onde

percebemos que as receitas aumentaram significativamente e as despesas operacionais cresceram

abruptamente, o que nos sugere que a empresa vende muito e tem uma receita liquida boa mais suas

despesas acabam por reduzir consideravelmente o lucro e consequentemente a rentabilidade da

mesma.

Em linhas gerais conclui-se que a rentabilidade da empresa foi razoável, apesar do

desempenho negativo em 2010, a empresa progrediu auferindo lucros nos demais períodos, porém

cabe destacar que a mesma demostra grande volatilidade dentre os períodos e não consegue

resultados melhores devido a seu elevado número de despesas.

4.3 Planejamento econômico-financeiro para a empresa comercial Mercadinho Monteiro

O trabalho em questão delineou uma proposta de condução de algumas atividades entendidas

como importantes, objetivando a melhora dos indicadores financeiros e econômicos da empresa

fazendo com que ela se solidifique e ganhe estabilidade em seus exercícios posteriores.

Tendo em vista os índices de liquidez da empresa percebe-se que a mesma tem demostrando

perda progressiva da capacidade de pagamento ao longo dos períodos, principalmente no que tange a

prazos mais curtos.

Utilizando dados do BP de 2012 referente ao ativo circulante e passivo circulante pode ser

visualizado no gráfico 5, que a empresa apoderou-se de recursos nos seu ativo circulante suficiente

para cumprir suas obrigações circulantes, porem cabe salientar que não existe uma distância

considerável entre as variáveis, o que exige de forma mais aguda que a empresa se apodere de fato de

seus recursos do ativo para que cubra sua obrigações.

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Gráfico 5 - Relação ativo circulante e passivo circulante da empresa Mercadinho Monteiro, 2012.

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

Doravante quando o estoque não é utilizado para efeito de análise, conforme apresentado no

gráfico 6, percebe-se que a empresa dispõe apenas de pouco mais da metade dos recursos

necessários para tais obrigações. Tais situações evidenciam que a empresa apresenta dificuldades de

liquidez a curto prazo, sendo dependente dos estoques para garantir sua liquidez corrente e que

depende do giro dos mesmo para angariar recursos.

Gráfico 6 - Relação ativo circulante (sem estoques) e passivo circulante da empresa Mercadinho Monteiro, 2012.

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

Existem dois fatores principais que afetam e reduzem a liquidez a curto prazo da empresa,

diminuição do ativo circulante ou aumento do passivo circulante, com isso o que se tem a fazer para

melhorar o desempenho é tomar ações que aumente o seu ativo circulante ou reduza seu passivo

circulante.

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No que tange ao ativo, um fator que poderia aumentar a liquidez da empresa seria o aumento

do nível de estoques, porém a empresa já é dependente deles em relação a sua liquidez de longo

prazo e também provém de poucos recursos próprios para isto e teria que, por exemplo, recorrer a

terceiros para financiá-los, o que não melhoraria em nada sua situação, e estoques em excesso

representam custos, correm o risco de ficar velhos e obsoletos, não sendo assim viável.

A implementação de uma politica bem definida de crédito aos clientes, tais como conceder aos

clientes crédito em compras compatíveis com sua renda mensal, fazer pesquisas e procurar

informações em relação a novos clientes, como consultas do Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e

utilizar de fato as ferramentas da Câmera de Dirigentes Lojistas (CDL), favoreceria a minimização das

perdas, e maximizaria os valores a receber para empresa.

Em relação as contas a receber é preciso estabelecer critérios e metodologias em relação as

cobranças, para que esta atividade assuma o seu grau de importância. No que diz respeito aos

inadimplentes estabelecer um sistema de cobranças periódicas, de forma a persuadi-los a cumprir e

pagar seus débitos em atrasos, tal ação traria recursos para o caixa da empresa.

Percebe-se ao observar o BP que os fornecedores representam uma parcela significativa dos

recursos financeiros da empresa, com isso faz necessário que a empresa analise se o nível de

compras é de fato indispensável, e evite comprar desnecessariamente, em excesso, tendo em vista

diminuir suas obrigações e com isso aumentar sua capacidade de saldar seus compromissos.

A capacidade de pagamento no curtíssimo prazo é muito pequena, quando se toma por base

as disponibilidades da empresa. É preciso que a empresa reserve um maior percentual de recursos

para o caixa da empresa, visando suprir as necessidades diárias e dar maior suporte e segurança

contra fatos imprevistos ou inesperados da organização.

A empresa também apresenta valores expressivos em relação a contas a pagar, sendo que em

2012 tal conta se mostrou a de maior valor. Faz necessário que a empresa reavalie suas dívidas

contraídas durante o exercício e as planeje, tal que evite o acúmulo progressivo e desproporcional das

obrigações pertinentes a contas a pagar, e monitore suas ações tendo em vista reduzir gradativamente

os valores da conta e como consequência o Passivo Circulante.

Em relação ao passivo, uma alternativa interessante seria negociar prazos maiores com seus

fornecedores, que atualmente segundo o proprietário é em torno de 30 (trinta) dias, buscar sempre

intervalos de tempos maiores tendo em vista propiciar o ciclo de pagamentos das dívidas além do

suficiente para que a empresa consiga gerar os recursos. Tendo em vista melhorar sua liquidez a

prazos mais curtos, aumentando seu capital de giro.

Em relação a sua estrutura de capital ele é composto em maior parte por capital de terceiros e

suas obrigações são em maioria a curto prazo, o que a torna frágil financeiramente.

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Gráfico 7 - Relação percentual do capital próprio com o capital de terceiros, 2012.

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

Conforme exposto e visualizado no gráfico 7 a empresa trabalha em sua maioria com recursos

de terceiros, tal que sua participação só tem aumentado a cada período. Para que a empresa possa

reverter esse quadro e melhorar sua capacidade financeira é preciso que ela melhore sua

rentabilidade.

A empresa apresenta um potencial interessante quanto as vendas onde detém um

considerável giro do ativo, doravante não consegue traduzir esse desempenho em lucro liquido, ou

seja, apropriar-se de fato de capital para fortalecer o patrimônio da empresa.

Do ponto de vista das despesas, percebe-se que a mesma evoluiu significativamente a cada

exercício, conforme se observa no gráfico 8, em 2010 as despesas cresceram em 126% enquanto que

no mesmo período as receitas cresceram 106%, em 2012 apesar da empresa ter obtido lucro as

despesas cresceram mais do que as receitas. Ou seja, a empresa não está se planejando

financeiramente , agindo ineficientemente na coordenando e utilização de seus recursos.

Será importante que a empresa reavalie suas despesas investigando o que pode ser

melhorado e quais gastos podem ser reduzidos. Atentar se está havendo desperdício de insumos,

sejam equipamentos, ferramentas ou mão-de-obra, cabe salientar que em 2012 as despesas com

funcionários representaram quase metade das despesas totais da organização, de acordo com dados

da DRE. Em relação ao pró-labore, será importante que não se aumente o valor das retidas mensais,

se possível reduzir, isso será benéfico para a empresa.

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Gráfico 8 - Crescimento anual das receitas e despesas da empresa Mercadinho Monteiro.

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

As despesas afetam diretamente o lucro da empresa, reduzindo-o e, quanto maior for as

despesas maior será o impacto sobre o lucro e sobre a rentabilidade da empresa. Tais fatores

favorecem e predispõe a empresa a problemas financeiros, por não conseguir gerar recursos

suficientes para sua operacionalização.

Gráfico 9 - Distribuição do lucro bruto da empresa Mercadinho Monteiro, 2012.

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

Ao entendimento do autor, o principal entrave para o crescimento de forma sustentável e

consolidada da empresa, está no elevado nível de despesas que a mesma desfruta, impactando

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negativamente sobre sua margem líquida e fazendo com que os demais indicadores de rentabilidade

seja afetados

Outra alternativa, para a empresa melhorar a rentabilidade seria a mesma optar por um

reajuste nos preços vendas das mercadorias, de modo que aumente sua margem líquida,

evidentemente a empresa deve analisar o mercado e a concorrência de modo que se verifique a

viabilidade de tal atitude. Caso contrário poderá impactar negativamente sobre as vendas e agravar

ainda mais sua situação econômica.

Não e o foco desse trabalho abordar análise de custos, mas é necessário que a empresa

busque informações a respeito e procure conhecer a relação entre custos fixos e variáveis e como

utilizá-los para definir o preço de venda das mercadorias, isso permitirá a empresa ferramentas que

ajudarão na formulação correta e adequada do preço de venda, favorecendo uma maior eficiência

financeira e econômica.

Caso a empresa não consiga reduzir suas despesas fixas e variáveis será fundamental que as

controle e monitore de modo que não se propagem desregradamente, avaliando cada nova despesa e

sua necessidade, e por outro lado é indispensável elevar as receitas, procurar ainda mais ampliar seu

nível de vendas.

A empresa maximizando seus resultados econômicos com uma politica correta de preços, de

vendas e tendo um nível eficiente de despesas, irá agregar valor a empresa e a seu patrimônio. Tal

cenário propiciará uma maior capacidade de financia-se e de aumentar seu percentual de recursos

próprios, possibilitando uma capacidade de pagamento superior e implicando numa estrutura de capital

mais sólida e consistente.

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5. CONCLUSÕES, SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

Este trabalho buscou evidenciar a importância da utilização de indicadores de desempenho

como ferramenta para avaliar os resultados econômico-financeiros da empresa comercial varejista

Mercadinho Monteiro.

5.1 Conclusões

A problemática foi integralmente atendida dentro dos propósitos da pesquisa, onde se observa

a relevância dos mecanismos utilizados para mensuração do desempenho financeiro e econômico,

mostrando que os índices fornecem parâmetros fundamentais tendo em vista o diagnóstico, correção e

execução de ações na organização visando o alcance de resultados positivos.

Os objetivos foram plenamente atendidos e responderam de forma satisfatória a finalidade do

estudo. Abaixo no quadro 17 temos de forma objetiva as conclusões relativas aos objetivos específicos

da pesquisa.

Quadro 17 - Quadro resumo dos resultados dos objetivos específicos.

Objetivo 1 Os dados contábeis foram identificados e fomentaram satisfatoriamente o cálculo dos índices econômico-financeiros.

Objetivo 2

Quanto à liquidez a empresa apresentou capacidade de saldar seus compromissos de longo prazo, porém demostrou dificuldades a curto prazo, mostrando dependência do estoque como garantia de pagamento das obrigações e provêm de poucas disponibilidades no caixa.

Em relação à estrutura de capital ele é composto em maioria por recursos de terceiros, sendo grande parte das obrigações a curto prazo, apresentando a cada período menos garantias próprias em relação ao capital de terceiros.

A rentabilidade se mostrou inconstante e volátil dentre os períodos, se traduzindo em retornos discretos abaixo do potencial da empresa.

Objetivo 3 O planejamento evidenciou ações para elevar o Ativo e\ou reduzir as obrigações, tendo em vista aumentar a liquidez e favorecer o aumento do capital próprio. Destacou as despesas como principal entrave econômico e sugeriu ações para melhora da rentabilidade da empresa.

Fonte - Dados da pesquisa, 2013.

As informações obtidas descrevem e explicam categoricamente a performance da empresa

estudada durante os períodos analisados, e indicam a empresa ações que podem ser úteis para

desenvolver seu planejamento econômico-financeiro.

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Em relação ao desempenho financeiro na perspectiva de liquidez da Empresa Mercadinho

Monteiro, conclui-se que os resultados auferidos são aceitáveis, porem preocupantes, em especial a

mesma apresenta dificuldades a prazo mais curtos, sendo que a empresa apresenta uma perda

gradativa da sua capacidade de pagamento a cada ano, o que indica que as tendências não são

favoráveis.

Tendo em vista a atividade financeira na concepção de sua estrutura de capitais da empresa

Mercadinho Monteiro os resultados não foram bons e são preocupantes, a empresa é composta em

sua maior parte por capital de terceiros e suas dívidas são em maioria a curto prazo, tais fatores

aumentam a sensibilidade da empresa a fatores externos e alargam o risco de insolvência e não

cumprimento das obrigações.

No que diz respeito a performance econômica tendo em vista a rentabilidade da empresa

Mercadinho Monteiro averígua-se que são aceitáveis os resultados, porem aquém do potencial

existente da organização, apresentando grande oscilações dentre os períodos de forma que não

apresenta uma consistência e solidez em sua rentabilidade.

O que se percebeu na analise econômico-financeira com os dados coletados na pesquisa foi

que a empresa cresceu de maneira desordenada, sem um planejamento definido, sem um

direcionamento, onde a organização e controle de seus recursos não foram utilizados de forma

adequada, implicando em resultados inexpressivos, se traduzindo em percentuais de lucros retidos

menores para empresa e numa capacidade de pagamento discreta.

5.2 Sugestões

Tendo em vista a realidade econômico-financeira da empresa, seria importante para a empresa

buscar orientação junto ao Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresa (SEBRAE), o

mesmo é um grande parceiro da micro e pequenas empresas e se dispõe a fornecer informações sobre

inovações no negócio e aperfeiçoar a gestão administrativa e financeira, além de promover consultorias

e cursos no intuito de profissionalizar as práticas adotadas pela empresa visando torná-la mais

competitiva. Tais aspectos são relevantes para a empresa e uma parceria com o SEBRAE só tem a

acrescentar para a organização.

Através do SEBRAE seria oportuno a empresa buscar conhecimento a cerca dos custos, os

tipos existentes e suas características, e como se dá a formulação adequada do preço de venda das

mercadorias. Com isso a empresa pode planejar melhor suas atividades econômicas principalmente no

referente a receitas e despesas da mesma.

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É oportuno que a empresa análise as demonstrações contábeis apresentadas pelo contador,

buscando esclarecimento com o mesmo para compreender a conjuntura das demonstrações, pois elas

representam um importante instrumento para o processo de tomada de decisões em diferentes níveis,

por fornecer informações patrimoniais, financeiras e econômicas da entidade em geral, e tais informes

não podem ser ignorados ou desprezados pela empresa.

Outra perspectiva relevante e que a empresa invista na fomentação dos dados do fluxo de

caixa, alimentando diariamente com todas as informações pertinentes a entradas e saídas de recursos

financeiros, nesse sentido poder saber exatamente quais os valores a receber, e quais os valores a

pagar com as obrigações assumidas e qual será o saldo disponível em dado momento. O fluxo de

caixa é um recurso fundamental para os gestores saberem com precisão qual a situação financeira da

empresa e, com base no resultado, decidir os caminhos a seguir.

Tendo em vista o fluxo de caixa, procurar observar o ciclo financeiro de suas operações de

forma precisa, para que se possa administrar corretamente o capital de giro da empresa, e com isso

poder maximizar a eficiência na sincronização das entradas e saídas correntes da empresa.

Será significativo utilizar-se dos relatórios contábeis e fazer sua análise de forma mais assídua,

no mínimo duas vezes para cada exercício, facilitando o direcionamento correto das ações e

monitoramento e melhoria de distorções entre o planejado e o executado, com isso promover a busca

do profissionalismo da organização e tornar a administração financeira mais eficiente.

Em relação a concessão de crédito será fundamental que a empresa aperfeiçoe sua politica,

tendo em vista possibilitar vendas mais seguras e que não rendam despesas adicionais para a

empresa, a parceria com CDL é elementar, doravante é essencial que a empresa mercadinho monteiro

se utilize das informações e ferramentas que o órgão dispõe.

É conveniente que a empresa busque o aperfeiçoamento de sua gestão como um todo e em

especial a financeira, buscar novos conhecimentos e informações em relação as práticas adotadas,

objetivando gerar um contexto favorável para a implementação de melhorias contínuas nos processos

de finanças e descobrir gargalos que reduzem a eficiência da organização.

5.3 Recomendações

A pesquisa desenvolvida nesse trabalho teve como foco essencial demostrar a importância dos

índices econômicos e financeiros como ferramenta auxiliar de gestão financeira nas micro e pequenas

empresas, com base nessa temática, esse trabalho pode ser explorado sob vários aspectos e

direcionado a vários públicos.

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Primeiramente o referente trabalho pode servir de alicerce para demais pesquisas acadêmicas

na área financeiras, podendo se ampliar a temática do trabalho estudando os índices sobre outras

perspectivas tal como a análise por índice padrão proposta por José Carlos Marion ou manter a mesma

linha de pesquisa abordando outros índices, como os índices de atividade, que trabalham sobe o

enfoque de prazos médios e giro do estoque.

Outro ponto crucial seria ampliar as demonstrações contábeis utilizadas, tais como utilizar para

o estudo e análise além do BP e DRE outras demonstrações como a Demonstração de Lucros ou

Prejuízos Acumulados (DLPA), Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), Demonstração do Valor

Adicionado (DVA) e Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).

E por fim a pesquisa visa despertar nas organizações a importância da contabilidade e de suas

ferramentas na administração, objetivando propagar o conhecimento das técnicas de análise através

de indicadores econômicos e financeiros. Tendo em vista os benefícios que as mesmas provêm para o

planejamento e direcionamento das ações da empresa no seu cotidiano.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Questionário

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Pesquisa: ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE

PEQUENO PORTE: Um estudo em um Supermercado potiguar.

1. Perfil do Administrador/Proprietário: Nome:

Tempo que atua no comércio: Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

Cargo: Idade:

Tempo no cargo: Nível de Escolaridade:

Dados da Empresa: Mercadinho Monteiro

2. Em relação ao capital da empresa é constituído?

( )Por sociedade ( ) Empresário Individual

3. Qual o sistema tributário?

( ) SIMPLES ( ) Lucro Real ( ) Lucro Presumido

4. A contabilidade da empresa é feita:

( ) Na empresa ( ) Por escritório de contabilidade

5. As Demonstrações Contábeis são apresentadas e entregues a empresa?

Não ( ) Sim ( ). Em que período?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6. Essas demonstrações são analisadas?

( ) Não ( ) Sim

Caso não desconsidere a questão número 7.

7. Por quem e com quais objetivos?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

8. É de conhecimento da empresa que dos dados fornecidos pelas demonstrações financeiras é

possível calcular diversos índices através dos quais pode ser obtida uma visão ampla da

situação econômica ou financeira da sua empresa?

( ) Não ( ) Sim

9. A empresa se utiliza ou utilizou de algum tipo de empréstimo ou financiamento durante sua

existência? Se sim, por qual objetivo?

( ) Não ( ) Sim

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

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76

10. Analise de desempenho econômico-financeiro quanto a suas diversas variáveis: Muito Insatisfatório (MI) Insatisfatório (I) Nem Satisfatório Nem Insatisfatório (NSNI)

Satisfatório (S) Muito Satisfatório (MS)

Em relação ao desempenho da empresa atualmente, julgue os aspectos do quadro 1: Item Quadro 1 MI I NSNI S MS

10.1 O nível das vendas da empresa

10.2 A Capacidade de pagamento da empresa

10.3 A Rentabilidade do Investimento

10.4 O Lucro Líquido

10.5 A Quantidade de dívidas com fornecedores

10.6 Ao número de despesas

10.7 O que é efetivamente recebido das Contas a Receber

10.8 O Nível de Estoque

10.9 O Nível de Inadimplência

10.11 Outro, especificar:

10.12

11. Em relação às vendas, qual é, na sua maioria, o prazo que a empresa propicia aos seus

clientes para efetuar o pagamento de suas compras?

( ) 15 dias ( ) 30 dias ( ) 60 dias ( ) Acima de 60 dias

12. A empresa tem o conhecido do percentual de vendas a vista e a prazo?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

13. A empresa realiza Planejamento Financeiro ou algum tipo de controle financeiro?

( ) Não ( ) Sim

Por quais razões?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

14. A empresa dispõe de algum sistema ou programa que se utiliza para ter informações do

seu desempenho financeiro?

( ) Não ( ) Sim

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77

APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO RESPONDIDO

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN

Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração - CAD

Pesquisa: ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE

PEQUENO PORTE: Um estudo em um Supermercado potiguar.

1. Perfil do Administrador/Proprietário: Nome: Francisco Genecy Monteiro

Tempo que atua no comércio: 7(sete) anos Gênero: ( x ) Masculino ( ) Feminino

Cargo: Administrador/Proprietário Idade: 36 anos

Tempo no cargo: 7(sete) anos Nível de Escolaridade: Ensino Fundamental

Dados da Empresa: Mercadinho Monteiro

2. Em relação ao capital da empresa é constituído?

( )Por sociedade ( x ) Empresário Individual

3. Qual o sistema tributário?

( x ) SIMPLES ( ) Lucro Real ( ) Lucro Presumido

4. A contabilidade da empresa é feita:

( ) Na empresa ( x ) Por escritório de contabilidade

5. As Demonstrações Contábeis são apresentadas e entregues a empresa?

Não ( ) Sim ( x ). Em que período?

Elas são apresentadas uma vez a cada período, no final do ano.

6. Essas demonstrações são analisadas?

( x ) Não ( ) Sim

Caso não desconsidere a questão número 7.

7. Por quem e com quais objetivos?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

8. É de conhecimento da empresa que dos dados fornecidos pelas demonstrações financeiras é

possível calcular diversos índices através dos quais pode ser obtida uma visão ampla da

situação econômica ou financeira da sua empresa?

( x ) Não ( ) Sim

9. A empresa se utiliza ou utilizou de algum tipo de empréstimo ou financiamento durante sua

existência? Se sim, por qual objetivo?

( ) Não ( x ) Sim

Na compra de alguns equipamentos como prateleiras novas e um veículo, uma

moto para auxiliar nas entregas objetivando atender as necessidades operacionais da

empresa.

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10. Analise de desempenho econômico-financeiro quanto a suas diversas variáveis: Muito Insatisfatório (MI) Insatisfatório (I) Nem Satisfatório Nem Insatisfatório (NSNI)

Satisfatório (S) Muito Satisfatório (MS)

Em relação ao desempenho da empresa atualmente, julgue os aspectos do quadro 1: Item Quadro 1 MI I NSNI S MS

10.1 O nível das vendas da empresa X

10.2 A Capacidade de pagamento da empresa X

10.3 A Rentabilidade do Investimento X

10.4 O Lucro Líquido X

10.5 A Quantidade de dívidas com fornecedores X

10.6 Ao número de despesas X

10.7 O que é efetivamente recebido das Contas a Receber X

10.8 O Nível de Estoque X

10.9 O Nível de Inadimplência X

10.11 Outro, especificar:

10.12

11. Em relação às vendas, qual é, na sua maioria, o prazo que a empresa propicia aos seus

clientes para efetuar o pagamento de suas compras?

( ) 15 dias ( x ) 30 dias ( ) 60 dias ( ) Acima de 60 dias

12. A empresa tem o conhecido do percentual de vendas a vista e a prazo?

Não sei precisar, mas trabalhamos em maior parte com vendas a prazo, acredito

que 80% de nossas vendas são a prazos, pois em nossa cidade se não vender fiado não se

consegue se manter no mercado.

13. A empresa realiza Planejamento Financeiro ou algum tipo de controle financeiro?

( ) Não ( x ) Sim

Por quais razões?

Não faço um planejamento financeiro detalhado, mas tendo ajustar minhas

contas e despesas de modo que sejam cumpridas e pagas em suas devidas datas, com isso

vou controlando minhas compras de acordo com os valores que vejo que certamente

estará disposto a empresa, sempre tentando não exceder o meu limite financeiro.

14. A empresa dispõe de algum sistema ou programa que se utiliza para ter informações do

seu desempenho financeiro?

( x ) Não ( ) Sim

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE – UERN Campus Avançado Professora Maria Elisa de Albuquerque Maia – CAMEAM

Curso de Administração - CAD Coordenação de Estágio Supervisionado - CES

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Rodovia Br 405, Km 03, Pau dos Ferros/ RN - CEP: 59900-000 Email: [email protected] – fone/fax: 3351-2560/33513909

APÊNDICE B - LISTA DE ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO

Nome do Aluno(a): GILDENE DE CARVALHO MONTEIRO Organização em que realiza o Estágio: MERCADINHO MONTEIRO

Mês: NOVEMBRO / DEZEMBRO Área do estágio: FINANCEIRO

Data

Assinatura do aluno(a)

Hora

Atividade Realizada Entrada Saída

20/11/2012 7:00 13:00 Ambientação da empresa, conhecimento dos setores da empresa e das suas

instalações.

23/11/2012 7:00 13:00 Observação das atividades gerais da empresa (atividades do caixa, atendimento,

sistema de entregas de mercadoria).

27/11/2012 7:00 13:00 Conhecimento do perfil dos principais consumidores.

30/11/2012 7:00 13:00 Observação do nível de estoque da empresa.

04/12/2012 7:00 13:00 Observação das características na realização de compras.

07/12/2012 7:00 13:00 Observação da reposição das mercadorias das prateleiras (o que se utiliza pra

minimizar avarias e produtos vencidos).

11/12/2012 7:00 13:00 Observação das características das vendas (a vista e a prazo).

14/12/2012 7:00 13:00 Conhecimento da contabilidade e de seu responsável, e do sistema tributário da

empresa.

18/12/2012 7:00 13:00 Conhecimento dos produtos de maior margem, de maior giro ou rotatividade.

21/12/2012 7:00 13:00 Conhecimento das principais receitas e despesas da empresa.

São Miguel , 23 de Dezembro de 2012. ________________________________________________

(local) (dia) (mês) (ano) Carimbo e assinatura do Supervisor

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LISTA DE ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO

Nome do Aluno(a): GILDENE DE CARVALHO MONTEIRO Organização em que realiza o Estágio: MERCADINHO MONTEIRO

Mês: JANEIRO / MAIO / JUNHO Área do estágio: FINANCEIRO

Data

Assinatura do aluno(a)

Hora

Atividade Realizada Entrada Saída

11/01/2013 7:00 13:00 Auxilio no processo de atendimento ao cliente.

14/01/2013 7:00 13:00 Seleção de cadastros de clientes inadimplentes.

18/01/2013 7:00 13:00 Redação de carta cobrança aos clientes inadimplentes.

21/01/2013 7:00 13:00 Seleção e organização dos boletos referentes a contas a pagar (selecionando quanto a

sua exigibilidade, dividindo-os semanalmente).

25/01/2013 7:00 13:00 Colaboração nas atividades do caixa.

28/05/2013 7:00 13:00 Conhecimento das atividades desempenhadas pelo gestor na rede lajedo de

supermercados.

31/05/2013 7:00 13:00 Acompanhamento de reunião entre os associados da Rede Lajedo de Supermercados.

04/06/2013 7:10 13:10 Sugestões de modificações na arrumação de mercadorias de algumas gôndolas.

07/06/2013 7:00 13:00 Redação de carta cobrança aos clientes inadimplentes.

11/06/2013 7:00 13:00 Atualização dos cadastros de clientes.

São Miguel , 14 de Junho de 2013. ________________________________________________

(local) (dia) (mês) (ano) Carimbo e assinatura do Supervisor

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Rodovia Br 405, Km 03, Pau dos Ferros/ RN - CEP: 59900-000 Email: [email protected] – fone/fax: 3351-2560/33513909

LISTA DE ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES DE ESTÁGIO

Nome do Aluno(a): GILDENE DE CARVALHO MONTEIRO Organização em que realiza o Estágio: MERCADINHO MONTEIRO

Mês: JUNHO / JULHO Área do estágio: FINANCEIRO

Data

Assinatura do aluno(a)

Hora

Atividade Realizada Entrada Saída

14/06/2013 7:00 13:00 Sugestão da implementação das ferramentas da CDL.

18/06/2013 7:04 13:04 Consulta no sistema SPC Brasil de clientes duvidosos.

21/06/2013 7:06 13:06 Suporte no atendimento ao cliente.

25/06/2013 7:00 13:00 Coleta dos relatórios e informações contábeis junto a Contadora.

28/06/2013 7:00 13:00 Organização e localização de arquivos físicos.

09/07/2013 7:09 13:09 Organização e arquivamento de notas fiscais e pedidos.

12/07/2013 7:00 13:00 Redação de carta cobrança aos clientes inadimplentes.

16/07/2013 7:10 13:10 Suporte no atendimento ao cliente.

19/07/2013 7:00 13:00 Colaboração nas atividades do caixa.

23/07/2013 7:00 13:00 Acompanhamento de reunião entre os associados da Rede Lajedo de Supermercados.

São Miguel , 23 de Julho de 2013. ________________________________________________

(local) (dia) (mês) (ano) Carimbo e assinatura do Supervisor

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ANEXOS

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ANEXO A - Balanço Patrimonial da Empresa Mercadinho Monteiro 2008 a 2012

BP DA EMPRESA MERCADINHO MONTEIRO 2008

ATIVO 2008 PASSIVO 2008

ATIVO CIRCULANTE R$ 6.311,78 PASSIVO CIRCULANTE R$ 4.033,78

Caixa R$ 1.657,86 Fornecedor R$ 2.729,00

Contas a Receber R$ 3.210,59 Salários a Pagar R$ 100,00

(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa -R$ 128,42 Aluguéis a Pagar R$ 100,00

Estoques R$ 1.571,75 Impostos a Pagar R$ 104,78

Contas a Pagar R$ 1.000,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 7.550,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 0,00

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Duplicatas a Receber R$ 350,00 Duplicatas a Pagar R$ 0,00

IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 9.828,00

Computadores e Impressoras

(-) Depreciação Acumulada de Computadores e Impressoras Capital Social R$ 9.500,00

Móveis e Utensílios R$ 8.000,00 Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 328,00

(-) Depreciação Acumulada de Móveis e utensílios -R$ 800,00

Veículos

(-) Depreciação Acumulação de Veículos

TOTAL DO ATIVO R$ 13.861,78 TOTAL DO PASSIVO R$ 13.861,78

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84

BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA MERCADINHO MONTEIRO 2009

ATIVO 2009 PASSIVO 2009

ATIVO CIRCULANTE R$ 12.028,60 PASSIVO CIRCULANTE R$ 7.442,72

Caixa R$ 272,86 Fornecedor R$ 4.522,73

Contas a Receber R$ 5.320,86 Salários a Pagar R$ 150,00

(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa -R$ 212,83 Aluguéis a Pagar R$ 100,00

Estoques R$ 6.647,71 Impostos a Pagar R$ 169,99

Contas a Pagar R$ 2.500,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 11.171,75 PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 3.800,00

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Duplicatas a Receber R$ 1.571,75 Duplicatas a Pagar R$ 3.800,00

IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 11.957,63

Computadores e impressoras Capital Social R$ 9.500,00

(-) Depreciação Acumulada de Computadores e Impressoras Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 328,00

Móveis e Utensílios R$ 8.000,00 Resultado do Exercício R$ 2.129,63

(-) Depreciação Acumulada de Móveis e utensílios -R$ 1.600,00

Veículos R$ 4.000,00

(-) Depreciação Acumulação de Veículos -R$ 800,00

TOTAL DO ATIVO R$ 23.200,35 TOTAL DO PASSIVO R$ 23.200,35

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BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA MERCADINHO MONTEIRO 2010

ATIVO 2010 PASSIVO 2010

ATIVO CIRCULANTE R$ 26.047,68 PASSIVO CIRCULANTE R$ 18.957,35

Caixa R$ 450,00 Fornecedor R$ 11.993,72

Contas a Receber R$ 14.110,26 Salários a Pagar R$ 600,00

(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa -R$ 423,31 Aluguéis a Pagar R$ 250,00

Estoques R$ 11.910,73 Impostos a Pagar R$ 350,87

Contas a Pagar R$ 5.762,76

ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 8.000,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 4.500,00

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Duplicatas a Receber R$ 0,00 Duplicatas a Pagar R$ 4.500,00

IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 10.590,33

Computadores e Impressoras Capital Social R$ 9.500,00

(-) Depreciação Acumulada de Computadores e Impressoras Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 2.457,63

Móveis e Utensílios R$ 8.000,00 Resultado do Exercício -R$ 1.367,30

(-) Depreciação Acumulada de Móveis e utensílios -R$ 2.400,00

Veículos R$ 4.000,00

(-) Depreciação Acumulação de Veículos -R$ 1.600,00

TOTAL DO ATIVO R$ 34.047,68 TOTAL DO PASSIVO R$ 34.047,68

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86

BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA MERCADINHO MONTEIRO 2011

ATIVO 2011 PASSIVO 2011

ATIVO CIRCULANTE R$ 53.121,30 PASSIVO CIRCULANTE R$ 38.529,96

Caixa R$ 1.257,19 Fornecedor R$ 20.023,06

Contas a Receber R$ 23.566,54 Salários a Pagar R$ 1.500,00

(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa -R$ 471,33 Aluguéis a Pagar R$ 500,00

Estoques R$ 28.768,90 Impostos a Pagar R$ 1.536,90

Contas a Pagar R$ 14.970,00

ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 14.000,00 PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 10.000,00

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Duplicatas a Receber R$ 800,00 Duplicatas a Pagar R$ 10.000,00

IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 18.591,34

Computadores e Impressoras Capital Social R$ 9.500,00

(-) Depreciação Acumulada de Computadores e Impressoras Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 1.090,33

Móveis e Utensílios R$ 12.000,00 Resultado do Exercício R$ 8.001,01

(-) Depreciação Acumulada de Móveis e utensílios -R$ 3.600,00

Veículos R$ 6.000,00

(-) Depreciação Acumulação de Veículos -R$ 1.200,00

TOTAL DO ATIVO R$ 67.121,30 TOTAL DO PASSIVO R$ 67.121,30

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87

BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA MERCADINHO MONTEIRO 2012

ATIVO 2012 PASSIVO 2012

ATIVO CIRCULANTE R$ 109.879,73 PASSIVO CIRCULANTE R$ 101.547,07

Caixa R$ 2.449,97 Fornecedor R$ 45.579,54

Contas a Receber R$ 53.622,99 Salários a Pagar R$ 4.000,00

(-) Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa -R$ 1.072,46 Aluguéis a Pagar R$ 1.000,00

Estoques R$ 54.879,23 Impostos a Pagar R$ 2.976,57

Contas a Pagar R$ 47.990,96

ATIVO NÃO CIRCULANTE R$ 21.678,04 PASSIVO NÃO CIRCULANTE R$ 9.000,00

ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Duplicatas a Receber R$ 4.478,04 Duplicatas a Pagar R$ 9.000,00

IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 21.010,70

Computadores e Impressoras R$ 8.000,00 Capital Social R$ 9.500,00

(-) Depreciação Acumulada de Computadores e impressoras -R$ 1.600,00 Lucros ou Prejuízos Acumulados R$ 9.091,34

Móveis e Utensílios R$ 12.000,00 Resultado do Exercício R$ 2.419,36

(-) Depreciação Acumulada de Móveis e utensílios -R$ 4.800,00

Veículos R$ 6.000,00

(-) Depreciação Acumulação de Veículos -R$ 2.400,00

TOTAL DO ATIVO R$ 131.557,77 TOTAL DO PASSIVO R$ 131.557,77

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88

ANEXO B - Demonstração do Resultado do Exercício da Empresa Mercadinho Monteiro 2008 a 2012

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCICIO 2008 2009 2010 2011 2012

RECEITA BRUTA DE VENDAS E SERVIÇOS R$ 31.433,00 R$ 50.995,80 R$ 105.260,39 R$ 337.163,48 R$ 522.206,67

( - ) Deduções, descontos concedidos, devoluções

( - ) Impostos sobre vendas -R$ 1.257,32 -R$ 2.039,83 -R$ 4.210,42 -R$ 18.442,84 -R$ 35.718,94

= RECEITA LÍQUIDA R$ 30.175,68 R$ 48.955,97 R$ 101.049,97 R$ 318.720,64 R$ 486.487,73

( - ) Custo das Mercadorias Vendidas -R$ 24.140,36 -R$ 36.536,51 -R$ 80.629,46 -R$ 254.056,37 -R$ 387.404,24

= LUCRO BRUTO R$ 6.035,32 R$ 12.419,46 R$ 20.420,51 R$ 64.664,27 R$ 99.083,49

( - ) Despesas Operacionais

Aluguel -R$ 1.200,00 -R$ 1.200,00 -R$ 3.000,00 -R$ 6.000,00 -R$ 12.000,00

Alvará funcionamento -R$ 50,00 -R$ 50,00 -R$ 80,00 -R$ 150,00 -R$ 150,00

Agua, Luz e Telefone -R$ 650,00 -R$ 700,00 -R$ 1.450,00 -R$ 6.000,00 -R$ 8.400,00

Material Limpeza -R$ 350,00 -R$ 350,00 -R$ 400,00 -R$ 590,00 -R$ 670,00

Salários -R$ 1.200,00 -R$ 1.800,00 -R$ 7.200,00 -R$ 18.000,00 -R$ 42.000,00

Provisão para devedores duvidosos -R$ 1.257,32 -R$ 2.039,83 -R$ 3.157,81 -R$ 6.723,26 -R$ 10.444,13

Despesas com veículo (combustível, manutenção, emplacamento) R$ 0,00 -R$ 1.050,00 -R$ 2.000,00 -R$ 3.500,00 -R$ 4.200,00

Outras despesas operacionais -R$ 1.000,00 -R$ 1.900,00 -R$ 3.300,00 -R$ 5.700,00 -R$ 8.800,00

( + ) Outras receitas operacionais R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

= LUCRO OPERACIONAL R$ 328,00 R$ 3.329,63 -R$ 167,30 R$ 18.001,01 R$ 12.419,36

( - ) Despesas não operacionais

Retiradas Pró-labore R$ 0,00 -R$ 1.200,00 -R$ 1.200,00 -R$ 10.000,00 -R$ 10.000,00

( - ) Provisão para imposto de renda R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00

= LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 328,00 R$ 2.129,63 -R$ 1.367,30 R$ 8.001,01 R$ 2.419,36