universidade do estado do amazonas fundaÇÃo de … · tese apresentada ao programa de...

150
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL DOUTORADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS BAIXA EFICÁCIA DO USO PREEMPTIVO DA AMOXICILINA/CLAVULANATO PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO SECUNDÁRIA EM ACIDENTES BOTRÓPICOS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO E RANDOMIZADO JACQUELINE DE ALMEIDA GONÇALVES SACHETT MANAUS 2017

Upload: others

Post on 22-Jul-2020

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE MEDICINA TROPICAL DR. HEITOR VIEIRA DOURADO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA TROPICAL DOUTORADO EM DOENÇAS TROPICAIS E INFECCIOSAS

BAIXA EFICÁCIA DO USO PREEMPTIVO DA AMOXICILINA/CLAVULANATO PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO SECUNDÁRIA EM ACIDENTES

BOTRÓPICOS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO E RANDOMIZADO

JACQUELINE DE ALMEIDA GONÇALVES SACHETT

MANAUS

2017

Page 2: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

JACQUELINE DE ALMEIDA GONÇALVES SACHETT

BAIXA EFICÁCIA DO USO PREEMPTIVO DA AMOXICILINA/CLAVULANATO PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO

SECUNDÁRIA EM ACIDENTES BOTRÓPICOS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO E RANDOMIZADO

Tese apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em Convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, para obtenção grau de Doutor em Doenças Tropicais e Infecciosas.

Orientador: Prof. Luiz Carlos de Lima Ferreira

Co-orientador: Prof. Wuelton Marcelo Monteiro

MANAUS

2017

Page 3: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

iii

Ficha Catalográfica

S121b Sachett, Jacqueline de Almeida Gonçalves. Baixa eficácia do uso preemptivo da

amoxicilina/clavulanato para prevenção de infecção secundária em acidentes botrópicos na Amazônia Brasileira : ensaio clínico controlado e randomizado / Jacqueline de Almeida Gonçalves. -- Manaus : Universidade do Estado do Amazonas, Fundação de Medicina Tropical, 2017.

150 f. : il.

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017.

Orientador: Profº Drº Luiz Carlos de Lima Ferreira Co-orientador: Prof.º Drº Wuelton Marcelo Monteiro

1.Infecção de ferimentos 2. Antibióticos I. Título.

CDU: 615.28

CDU: 616.936

Ficha Catalográfica elaborada pela Bibliotecária da Escola Superior de Ciências da Saúde – UEA Sheyla Lobo Mota.

Page 4: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

iv

FOLHA DE JULGAMENTO

BAIXA EFICÁCIA DO USO PREEMPTIVO DA

AMOXICILINA/CLAVULANATO PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÃO SECUNDÁRIA EM

ACIDENTES BOTRÓPICOS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA: ENSAIO CLÍNICO CONTROLADO E

RANDOMIZADO

JACQUELINE DE ALMEIDA GONÇALVES SACHETT

“Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de Doutor em Doenças

Tropicais e Infecciosas, aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-

Graduação em Medicina Tropical da Universidade do Estado do Amazonas em

convênio com a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado”.

Banca Julgadora:

______________________________________ Prof. Dr. Luiz Carlos de Lima Ferreira

Presidente

______________________________________ Prof.ª Drª. Maria Cristina Santos

Membro

______________________________________ Prof. Dr. Cleinaldo de Almeida Costa

Membro

______________________________________ Prof.ª Drª. Mônica Santos

Membro

______________________________________ Prof. Dr. Luiz Fernando Passos

Membro

Page 5: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

v

DEDICATÓRIA

Ao meu pai e minha mãe (in memoriam)

que me instruíram para a vida e hoje

consegui lhes dar uma grande

recompensa.

Page 6: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

vi

AGRADECIMENTOS

➢ Inicialmente, agradeço à Deus por trilhar meus caminhos e permitir o

alinhamento desta caminhada.

➢ Agradeço a todos os pacientes que participaram deste estudo.

➢ Ao Dr. Luiz Ferreira, meu orientador, que me concedeu a oportunidade de me

inscrever no programa de doutorado e me inspirou confiança e sabedoria

desde nosso primeiro contato.

➢ Ao Dr. Wuelton, meu co-orientador, que sempre me impulsiona

cientificamente. A cada dia me ensina a ser mais crítica para meu

crescimento como pesquisadora e orientadora, me inspira confiança, partilha

e determinação.

➢ Ao Dr. Marcus Lacerda, exímio pesquisador, que plantou a ideia desta

pesquisa e constantemente estimula a superar obstáculos.

➢ Ao Iran Mendonça, grande aliado e companheiro de pesquisa, que aceitou

conduzir a proposta desde sua construção até o último paciente recrutado.

➢ À equipe médica e de enfermagem do Pronto Atendimento da Fundação de

Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, principalmente Dr. Antônio

Magela e Dr. Silvio Fragoso.

➢ Os profissionais de saúde da enfermaria de Dermatologia Clínica - médicos,

enfermeiros, residentes, técnicos de enfermagem, principalmente Dr. Fábio

Francisconi que cedeu o espaço da enfermaria para internação e

acompanhamento dos pacientes do projeto.

Page 7: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

vii

➢ Aos profissionais pela importante contribuição no laboratório de análises

clínicas da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado,

principalmente Geraldo Majela, Yonne Francis e Rossiclea Monte.

➢ À Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas, em

especial a Hedylamar por colaborar assiduamente nas análises laboratoriais

deste estudo.

➢ Ao Instituto Butantan, principalmente Dra. Ana Moura pela calorosa recepção

e acolhimento no laboratório de Imunologia junto com a Dra. Mônica

Colombini para análise de venenemia dos pacientes.

➢ Às amigas de pesquisa, Sâmella e Eliane, que sempre colaboraram no

projeto e se dedicaram para cumprir este estudo.

➢ Aos estudantes e colaboradores Sanmile Holanda, Fernanda Oliveira,

Ramisés Santos, Josué Brutus, Ana Paula Damião, Elizandra Nascimento e

Alessandra pela assistência técnica laboratorial.

➢ Ao meu fiel companheiro, André, que sempre me apoiou em cada etapa do

doutorado e da vida.

➢ À minha família, em especial minha irmã Mariceli, pelo incentivo e

demonstração de orgulho da minha trajetória profissional.

➢ As minhas amigas – Raquel, Luciane, Isabela, Sibila, que acompanharam de

perto e torceram a cada paciente incluído no estudo, me estimulando em

todos os momentos desta caminhada.

➢ Ao meu Grupo de Pesquisa – CEPCLAM, concebido no período do doutorado

e que me enriquece cientificamente a cada discussão.

Page 8: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

viii

DECLARAÇÃO DAS AGÊNCIAS FINANCIADORAS

Este estudo foi apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do

Amazonas por meio do financiamento do projeto no Programa Pesquisa para o

SUS: Gestão Compartilhada em Saúde - PPSUS, Chamada Pública

FAPEAM/SUSAM-SES-AM/MS/CNPq n. º 001/2013, no período de 24 meses.

Page 9: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

ix

EPÍGRAFE

“A única felicidade da vida está na consciência de ter realizado algo útil em benefício da comunidade. ”

Vital Brasil

Page 10: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

x

RESUMO

Introdução: As infecções bacterianas secundárias por picadas de serpente

contribuem para as altas taxas de complicações que podem levar à perda

permanente de funções e deficiências. Embora estas infecções sejam comuns em

áreas endêmicas, o uso preemptivo de antibióticos com o objetivo de prevenir a

infecção secundária não possui uma política claramente definida. O objetivo deste

trabalho foi estimar a eficácia de amoxicilina/clavulanato para reduzir a incidência da

infecção secundária em pacientes mordidos por Bothrops e, secundariamente,

identificar fatores de risco para infecções secundárias por picadas de serpente na

Amazônia ocidental brasileira. Métodos e Resultados: tratou-se de um ensaio de

superioridade individualmente aleatorizado de dois braços para evitar a infecção

secundária por picadas de serpente Bothrops. O antibiótico escolhido para este

ensaio clínico foi amoxicilina/clavulanato oral por sete dias em comparação com

nenhuma intervenção. Um total de 345 pacientes foram avaliados quanto à

elegibilidade no período de estudo. A partir deste total, 187 cumpriram os critérios

de inclusão e foram randomizados, 93 no grupo intervenção e 93 no grupo controle

não tratado. Todos os participantes randomizados completaram o período de

seguimento de 7 dias. O imunoensaio enzimático confirmou o diagnóstico de

envenenamento por Bothrops em todos os participantes. O desfecho primário foi

definido clinicamente como infecção secundária (abscesso e / ou celulite) até o dia 7

após a admissão. A incidência de infecção até 7 dias após a admissão foi de 35,5%

no grupo de intervenção e 44,1% no grupo controle [RR = 0,80 (IC 95% = 0,56 a

1,15; p = 0,235) ]. A análise de sobrevida demonstrou que o tempo desde a entrada

do paciente até o início da infecção secundária não foi diferente entre o grupo

tratado e o grupo controle (Log-rank = 2,23; p = 0,789). A incidência de infecção

secundária em até 7 dias de seguimento foi associada de forma independente para

fibrinogênio> 400 mg / dL [AOR = 4,78 (IC 95% = 2,17 a 10,55; p <0,001) ], alanina

transaminase > 44 IU / L [AOR = 2,52 (IC 95% = 1,06 a 5,98; p = 0,037) ], Proteína

C reativa> 6,5 mg / L [AOR = 2,98 (IC 95% = 1,40 a 6,35; p = 0,005) ], dor moderada

[AOR = 24,30 (IC 95% = 4,69 a 125,84; p <0,001) ] e acidentes classificados como

moderados [AOR = 2,43 (IC 95% = 1,07 a 5,50; p = 0,034) ]. Conclusões: A

amoxicilina/clavulanato preemptiva não foi eficaz para prevenir infecções

secundárias por picadas de serpente Bothrops. Os marcadores laboratoriais, como

níveis elevados de fibrinogênio, alanina transaminase e proteína C reativa, e

classificação clínica moderada das picadas de serpente, podem predizer o

surgimento de infecção secundária em até 7 dias após o acidente botrópico.

Palavras Chaves: Mordeduras de serpentes, infecção dos ferimentos, antibiótico,

Bothrops, ensaio clínico.

Page 11: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

xi

ABSTRACT

Background: Secondary bacterial infections from snakebites contribute to the high

complication rates that can lead to permanent function loss and disabilities. Although

common in endemic areas, routine empirical prophylactic use of antibiotics aiming to

prevent secondary infection lacks a clearly defined policy. The aim of this work was

to estimate the efficacy of amoxicillin clavulanate for reducing the secondary

infection incidence in patients bitten by Bothrops snakes, and, secondarily, identify

risk factors for secondary infections from snakebites in the Western Brazilian

Amazon. Methods and Findings: This was an open-label, two-arm individually

randomized superiority trial to prevent secondary infection from Bothrops snakebites.

The antibiotic chosen for this clinical trial was oral amoxicillin clavulanate per seven

days compared to no intervention. A total of 345 patients were assessed for eligibility

in the study period. From this total, 187 accomplished the inclusion criteria and were

randomized, 93 in the interventional group and 93 in the untreated control group. All

randomized participants completed the 7 days follow-up period. Enzyme

immunoassay confirmed Bothrops envenoming diagnosis in all participants. Primary

outcome was defined as secondary infection (abscess and/or cellulitis) until day 7

after admission. Secondary infection incidence until 7 days after admission was

35.5% in the intervention group and 44.1% in the control group [RR=0.80

(95%CI=0.56 to 1.15; p=0.235)]. Survival analysis demonstrated that the time from

patient admission to the onset of secondary infection was not different between

amoxicillin clavulanate treated and control group (Log-rank=2.23;

p=0.789).Secondary infections incidence in 7 days of follow-up was independently

associated to fibrinogen >400 mg/dL [AOR=4.78 (95%CI=2.17 to 10.55; p<0.001)],

alanine transaminase >44 IU/L [AOR=2.52 (95%CI=1.06 to 5.98; p=0.037)], C-

reactive protein >6.5 mg/L [AOR=2.98 (95%CI=1.40 to 6.35; p=0.005)], moderate

pain [AOR=24.30 (95%CI=4.69 to 125.84; p<0.001)] and moderate snakebites

[AOR=2.43 (95%CI=1.07 to 5.50; p=0.034)]. Conclusions: Preemptive amoxicillin

clavulanate was not effective for preventing secondary infections from Bothrops

snakebites. Laboratorial markers, such as high fibrinogen, alanine transaminase and

C-reactive protein levels, and severity clinical grading of snakebites, may predict the

occurrence of the secondary infection until 7 days after snakebite.

Keywords: snakebite, wound infections, antibiotic, Bothrops, clinical trial.

Page 12: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

xii

RESUMO LEIGO

A serpente jararaca é responsável por 80-90% das picadas de serpente na

Amazônia brasileira, resultando em lesão na pele e muscular no local da picada,

que muitas vezes evolui para complicações neste local, principalmente infecções

bacterianas. Na Amazônia, a assistência médica demorada é comum e

provavelmente contribui para o aumento de complicações relacionadas à necrose

local e infecções bacterianas, o que pode levar à perda permanente de funções do

corpo e deficiências de movimentos. Mesmo com o grande número de infecções, o

uso rotineiro de antibióticos com o objetivo de prevenir a infecção não possui uma

prescrição médica claramente definida. Neste trabalho, verificamos a eficácia do

antibiótico amoxicilina/clavulanato para reduzir o número de infecção em pacientes

picados por serpentes jararaca e também identificamos fatores relacionados às

infecções a essas picadas. A amoxicilina/clavulanato não foi eficaz para prevenir

infecções por picadas de serpentes jararaca, provavelmente devido à resistência a

este tipo de antibiótico das espécies de bactérias encontradas no local da picada da

jararaca. Este achado destaca a necessidade de conhecimento antecipado da

epidemiologia das infecções por picada de jararaca antes dos testes de antibióticos

preventivos em picadas da mesma. Os exames laboratoriais, como níveis elevados

de fibrinogênio, alanina transaminase e proteína C reativa, e acidentes por jararaca

considerados mais graves, podem ajudar a diagnosticar com precisão essas

infecções.

Page 13: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

xiii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição espacial dos acidentes ofídicos no Estado do Amazonas, de 2007 a 2012. Área de abrangência, com altas taxas de incidência se estende do Nordeste para a região Central do Estado, onde as taxas de incidência são cerca de 150 casos por 100.000 habitantes/ano ....................................................................................... 03

Figura 2 - Serpentes envolvidas nos acidentes em humanos na Amazônia Brasileira. Imagens das oito principais espécies de serpentes responsáveis por envenenamentos são mostradas (A-H) ...... 04

Figura 3 - Distribuição Geográfica das espécies de serpentes

Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus no Brasil .................................. 04

Figura 4 - Complicações locais, resultantes de acidentes botrópicos. ..... 09

Figura 5 – Acidentes ofídicos com infecção secundária A-D. .................. 11

Figura 6 – Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira

Dourado .................................................................................................. 19

Figura 7 – Evolução histórica dos acidentes com serpentes ocorridos

na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado,

Manaus (1974-2012) ............................................................................... 20

Figura 8 – Fita métrica com escala em centímetro ................................. 23

Figura 9 – Termômetro Clínico Digital Infravermelho .............................. 23

Page 14: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

xiv

LISTA DE QUADROS

Quadro 1– Efeitos dos venenos ofídicos de acordo com suas

atividades fisiopatológicas. ..................................................................... 05

Quadro 2 – Número de ampolas de antiveneno indicada para cada tipo

de acidente de acordo com a classificação da gravidade do

envenenamento ...................................................................................... 07

Quadro 3 – Posologia para administração preemptiva da

amoxicilina/clavulanato ........................................................................... 22

Quadro 4 – Descrição dos exames laboratoriais realizados nos

pacientes acompanhados durante 7 dias de acompanhamento .............. 24

Page 15: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

xv

LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E UNIDADES DE MEDIDA

AcMo Anticorpo Monoclonal

ALT Aminotransferase de alanine

Anti Anticorpo

AST Aminotransferase de aspartate

BSA Bovine serum albumin

CK Creatinoquinase

CK-MB Isoenzima MB da creatina quinase

EAS Elementos Anormais e Sedimentos

ELISA Enzyme-linked immunosorbent assay

FMT-HVD Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado

IDSA Infectious Diseases Society of America

IgG Imunoglobulina G

g/dl Gramas por decilitro

FHEMOAM Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas

mg/kg/dia Miligramas por quilo por dia

NNT Números necessários para tratamento efetivo

PBS Phosphate buffered saline

ReBec Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos

RNPC Rede Nacional de Pesquisa Clínica

SAB Soro antibotrópico

Page 16: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

xvi

SABC Soro antibotrópico e anticrotálico

SAC Soro anticrotálico

SAEla Soro antielapídico

SBL Soro antibotrópico e antilaquético

SINAN Sistema de Informação de Agravos de Notificação

TAP Atividade da protrombina

TC Tempo de Coagulação

Page 17: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

xvii

SUMÁRIO

1 Introdução ........................................................................................... 01

1.1 Envenenamentos ofídicos ........................................................... 01

1.1.1 Epidemiologia .................................................................. 01

1.1.2 Espécies envolvidas nos envenenamentos ...................... 03

1.1.3 Manifestações Clínicas ...................................................... 05

1.1.4 Complicações ................................................................... 08

1.2 Infecções Secundárias no acidente ofídico ................................. 09

1.2.1 Frequência ....................................................................... 09

1.2.2 Micro-organismo envolvidos ............................................. 12

1.2.3 Profilaxia e tratamento ...................................................... 13

1.3 Justificativa ................................................................................. 15

2 Objetivos .............................................................................................. 17

2.1 Geral ........................................................................................... 17

2.2 Específicos ................................................................................. 17

3 Materiais e Métodos ............................................................................. 18

3.1 Modelo do Estudo ....................................................................... 18

3.2 Local do Estudo .......................................................................... 18

3.3 Plano Amostral ........................................................................... 20

3.4 Critérios de Elegibilidade ............................................................ 21

3.5 Procedimento de Randomização ................................................ 21

3.6 Intervenção ................................................................................. 21

3.7 Seguimento dos Pacientes ........................................................ 22

3.8 Identificação específica e determinação da Venenemia ............ 25

3.9 Definição de Infecção Secundária ............................................. 25

3.10 Questões Éticas ........................................................................ 26

3.11 Plano Analítico .......................................................................... 27

4 Resultados ........................................................................................... 28

Artigo: Poor Efficacy of Preemptive Amoxicillin Clavulanate for

Preventing Secondary Infection from Bothrops Snakebites in the

Brazilian Amazon: A Randomized Controlled Clinical Trial.

Page 18: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

xviii

5 Discussão ............................................................................................ 79

5.1 Interpretação de eficácia de amoxicilina/clavulanato preemptiva 79

5.2 Fatores associados à infecção bacteriana secundária por picadas

de serpente Bothrops ...................................................................... 82

6 Conclusão ........................................................................................... 84

7 Referências .......................................................................................... 85

Apêndices .............................................................................................. 98

A) Tabela Randomizada

B) Protocolo de Pesquisa

C) Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

D) Termo de Assentimento

Anexos .................................................................................................... 122

I) Parecer do Comitê de Ética da Universidade do Estado do

Amazonas

II) Parecer do Comitê de Ética da FMT-HVD

III) Aprovação do financiamento do projeto pela FAPEAM

IX) Produção Científica em outros estudos no período do doutorado

- Artigos

- Capítulos de Livros

Page 19: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

1

1 INTRODUÇÃO

1.1 Envenenamentos ofídicos

1.1.1 Epidemiologia

O acidente ofídico resulta em uma lesão causada pela picada de uma

serpente, que, muitas vezes desenvolve feridas infligidas pelos dentes do animal

e, consequente envenenamento. Embora estes acidentes ocorram em todo o

mundo, estes envenenamentos pós evento são considerados uma ameaça

importante, sendo atualmente evidenciados como emergentes para o

planejamento de estratégias eficazes no âmbito da saúde pública. Isto é

especialmente verdadeiro em áreas rurais de países tropicais e subtropicais, onde

os acidentes ofídicos são comuns. Contudo, nestes países, o acesso aos serviços

de saúde para a administração da soroterapia é limitado. A verdadeira magnitude

da ameaça à saúde pública representada pelo acidente ofídico nesses países é

desconhecida, o que torna difícil para os profissionais atuantes na saúde pública

otimizarem a prevenção e tratamento desses eventos em seus respectivos países

(1–4).

Em 2013, o Ministério da Saúde registrou 27.181 casos de acidentes neste

país (5). A maior incidência foi observada na região Norte (52,6 casos/100.000

habitantes), seguido pelo Centro-Oeste (16,4/100.000). Estes valores, podem ser

mais elevados em áreas remotas da (6) Amazônia brasileira e podem ser

subestimados devido a uma subnotificação considerável. Nesta região,

trabalhadores do sexo masculino que vivem em áreas rurais, principalmente os

que exercem a agricultura, caça e silvicultura (7,8) são os grupos mais afetados,

sugerindo fortemente um risco ocupacional. Uma pesquisa na comunidade com

população indígena e seringueiros revelou que 13% desses indivíduos tinham sido

mordido por serpente durante a sua vida (7). A incidência dos acidentes com

Page 20: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

2

serpentes correlaciona-se com o período de chuvas mais elevados (9–12),

destacando a vulnerabilidade das comunidades amazônicas, principalmente os

que vivem em áreas ribeirinhas (Fig. 1).

Apesar de escassos, alguns estudos apontaram a identificação da espécie

Bothrops como o tipo agente causador mais comum registrado nos acidentes

ofídicos da Amazônia brasileira (~80%) (13–15). Acidentes com a espécie

Lachesis predominaram na série de casos de Manaus (46,8%) (11) e Cruzeiro do

Sul (51,3%) (10).

No entanto, os autores destacam a possível confusão na identificação da

serpente pela população local uma vez que ambos Bothrops atrox e Lachesis

muta recebem o mesmo nome popular "surucucu" em determinadas áreas da

Amazônia (10).

Na Amazônia brasileira, relativamente poucos acidentes são causados por

serpentes corais (Micrurus sp.) (16) e por cascavéis (Crotalus sp.) (17). O sistema

de vigilância mostra uma taxa global de mortalidade variando de 0,4 para 3,9%

(7,8,10–12).

Neste sentido, a predominância de acidentes em áreas rurais é

particularmente preocupante para algumas regiões da Amazônia, por apresentar

sérios problemas de deslocamento para esses pacientes. Algumas áreas não

possuem acesso rodoviário e o deslocamento ocorre exclusivamente por rios até a

chegada da unidade de saúde mais próxima, o que pode levar horas ou mesmo

dias. Assim, as vítimas de envenenamento por serpentes muitas vezes usam

medicamentos caseiros tradicionais (7), que contribuem para o surgimento de

gravidade, subnotificação dos casos e até mesmo ocorrência de óbitos.

Page 21: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

3

Figura 1 - Distribuição espacial dos acidentes ofídicos no Estado do Amazonas, de 2007 a 2012. Área de abrangência, com altas taxas de incidência se estende do Nordeste para a região Central do Estado, onde as taxas de incidência são cerca de 150 casos por 100.000 habitantes/ano (18).

Os acidentes ofídios associados a esse fator possuem uma média de tempo

até a unidade de saúde muito semelhante nas diversas regiões da Amazônia (15),

mas este tempo é muito maior quando comparado a outras regiões do Brasil (19).

Em estudo retratando casos de acidentes no Estado do Amazonas (1989-1996),

verificou-se que cerca de 29,5% destes tiveram uma demora de atendimento após

6 horas do evento, com uma letalidade estimada em 0,6% (11).

1.1.2 Espécies envolvidas nos envenenamentos

No Brasil, envenenamentos por serpentes são representados pelos gêneros

Bothrops (conhecido como, jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca, comboia),

Page 22: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

4

Crotalus (cascavel), Lachesis (surucucu-pico-de-jaca) e Micrurus (coral

verdadeira) (6). Mordeduras de serpentes não-venenosas também causam lesões,

que, muitas vezes devido a lacerações causadas pelo acidente, podem resultar

em infecção secundária (6,20) (Fig. 2).

Figura 2 - Serpentes envolvidas nos acidentes em humanos na Amazônia Brasileira. Imagens das oito principais espécies de serpentes responsáveis por envenenamentos são mostradas (A-H): Jararaca-do-norte (A) está implicado na maioria das picadas de serpentes em humanos registrados na região da Amazônia brasileira (80% -90%), seguido por Lachesis muta (E) (21).

A distribuição geográfica das espécies de serpentes foi descrita em 2001 (22)

em documentos oficiais, sendo estes, os registros que contemplam o cenário

brasileiro, entretanto, alguns estudos atualizam as informações do seu habitat de

forma pontual (23,24) (10) (Fig. 3).

Figura 3 - Distribuição Geográfica das espécies de serpentes Bothrops, Crotalus, Lachesis e Micrurus no Brasil (22)

Page 23: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

5

1.1.3 Manifestações Clínicas

A maioria dos acidentes, seja por uma serpente venenosa ou não, leva a

algum tipo de efeito local. Pode manifestar-se como uma lesão hiperemiada

praticamente sem dor até lesões extremamente dolorosas e severamente

edemaciadas, dentro de cinco minutos após o evento. O local acometido também

pode apresentar sangramento e bolhas na pele, eventualmente levando à necrose

do tecido. Outros sintomas iniciais comuns incluem letargia, sangramento,

fraqueza, náuseas e vômitos e que indicam reação sistêmica e maior gravidade do

envenenamento. Dependendo do gênero da serpente, os sintomas podem tornar-

se mais graves ao longo do tempo, com sinais de hipotensão, taquipneia,

taquicardia grave, hemorragia interna grave, sensibilidade alterada, insuficiência

renal e falência respiratória (6,20) (Quadro 1).

Quadro 1- Efeitos dos venenos ofídicos de acordo com suas atividades fisiopatológicas (6).

A gravidade clínica do envenenamento por serpente depende da espécie do

animal e das características do paciente, mas existem poucos estudos (18) que

identificam os subgrupos mais vulneráveis e resultados ainda pouco conclusivos.

Na Índia, os fatores relacionados com o paciente, como idade, estado de saúde

anterior e tempo decorrido até que a assistência médica atue como fatores de

Page 24: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

6

risco para gravidade, sequelas e morte (25–29). No mesmo país, os pacientes

internados com sintomas de neurotoxicidade e vômitos (26,28), coagulopatia e

leucocitose (27), hipertensão, albuminúria, mudanças no sangramento e tempo de

protrombina (29) são considerados os mais propensos a desenvolver desfechos

graves. O atraso na administração de antiveneno também foi um fator de risco

para gravidade na Nigéria (30). A síndrome de permeabilidade capilar,

sangramento e paralisia respiratória indicaram fatores de risco para mortalidade

em pacientes que receberam antiveneno na Nigéria e Coreia (31,32).

Na Amazônia, os dados clínicos de envenenamento por Bothrops atrox

mostraram a dor como a manifestação local mais frequente, seguido por edema e

calor à palpação (13,33). Cerca de 25% dos pacientes apresentam manifestações

sistêmicas com frequência de sangramento sistêmico espontâneo em 16-18%

(13,15,33) e insuficiência renal aguda em 10,9% de uma série de casos (33). Um

total de 39,0% dos pacientes desenvolveram complicações secundárias, como a

celulite e abscessos (13). Para neutralizar os efeitos do veneno, a administração

do antiveneno de acordo com a classificação do acidente possui protocolo definido

pelo Ministério da Saúde de acordo com sua gravidade (6) (Quadro 2).

Um melhor conhecimento da gravidade e mortalidade por envenenamento de

serpente poderia levar a uma melhor gestão, e pode reduzir as sequelas e a taxa

de letalidade em localidades remotas na Amazônia brasileira. Para esta realidade,

os fatores de risco para gravidade e letalidade causada por envenenamento de

serpente no estado do Amazonas foram descritos com base das informações

geradas pelas fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de

Notificação (SINAN). Os fatores associados à gravidade foram a idade <15 e <65

anos, a área rural como local de ocorrência, acidentes relacionados ao trabalho,

procura por assistência médica no período superior a 6 horas do acidente. A

letalidade foi descrita como associação para a idade >65 anos e a procura por

assistência médica no período maior que 6 horas do acidente (18).

Page 25: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

7

Quadro 2 – Número de ampolas de antiveneno indicada para cada tipo de acidente de acordo com a classificação da gravidade do envenenamento (34).

O tempo decorrido entre a picada e o atendimento ao paciente foi

principalmente maior que 6 horas (11,18,35), sugerindo que a demora na

soroterapia é um fator de risco para gravidade e letalidade. Esta informação é

essencial para regular de forma mais efetiva a distribuição de antivenenos de

serpentes e terapias de apoio para locais mais úteis e necessários. Além destes

fatores, o uso concomitante de substâncias no local da picada pode agravar as

condições do envenenamento, aumentando a frequência de complicações locais,

resultantes de Bothrops e Lachesis. A gravidade destes acidentes também pode

ser relacionada à composição dos venenos nas espécies da região amazônica

(36).

Page 26: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

8

1.1.4 Complicações

As complicações decorrentes do envenenamento são desencadeadas por

fatores intrínsecos como sistema imunológico, nutrição e comorbidades do

paciente, bem como de fatores extrínsecos relacionados ao ambiente e condutas

no local do acidente realizadas como torniquete e terapias alternativas que

potencializam a ação do veneno e de micro-organismo presentes na flora oral da

serpente (37,38).

Desta forma, a evolução do paciente com piora do quadro, frequentemente

estão relacionadas às injúrias renais 15.0 a 38.0% (29,39–42), com o

desenvolvimento de necrose local 10 a 38.5% (11,37,42) e infecção secundária de

11 a 39% dos casos (11,33,37,42–44). Essas complicações podem necessitar de

procedimentos médicos como debridamento, amputações e diálise (3,7,11,45–47)

(Fig. 4).

Além da evolução patológica, existe também a perda socioeconômica nos

acidentes ofídicos (6,48) que ainda é uma questão totalmente negligenciada no

Brasil. Na Amazônia brasileira, os dados disponíveis também não retratam as

consequências físicas e psicológicas a longo prazo de sobrevivência pós acidente

ofídico (49–51). Porém, como a maioria das vítimas está na faixa etária

economicamente produtiva, o impacto econômico deste agravo possivelmente é

relevante (51).

Page 27: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

9

Figura 4 - Complicações locais, resultantes de acidentes botrópicos. A) Envenenamento na mão; esse paciente chegou 12 horas após a picada no Hospital Municipal de Belterra, com inchaço e bolhas sero-hemorrágicas no membro superior esquerdo e sangue incoagulável. B) Envenenamento grave na mão esquerda; esse paciente chegou 24 horas após a picada na FMT-HVD, apresentando síndrome compartimental no membro superior esquerdo, exigindo fasciotomia. C) Envenenamento na mão esquerda, o paciente chegou 24 horas após a picada na FMT-HVD, com uma extensa área de edema e necrose no membro superior esquerdo e gangrena do quarto dedo. D) O mesmo paciente mostrado em C, após amputação do quarto dedo (na fase de cura) (21).

1.2 Infecções Secundárias no acidente ofídico

1.2.1 Frequência

Atualmente, muito pouco se sabe sobre a frequência de infecções

secundárias, bem como o espectro de bactérias responsáveis por infecções de

feridas em pacientes ofídicos ou mesmo a susceptibilidade aos antimicrobianos.

Alguns estudos evidenciam pontualmente a ocorrência das infecções secundárias

Page 28: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

10

após os acidentes ofídicos (13,33,52–56), caracterizando as lesões e

manifestações clínicas.

A frequência dessas infecções associada à flora oral da serpente, também é

descrita como uma complicação multifatorial caracterizada principalmente pela

presença de fatores como aplicação de torniquete e utilização de terapias locais

alternativas (ervas, óleos e ingredientes indefinidos). Além disso, outras condutas

também podem contribuir para o surgimento das infecções como a ingestão de

misturas nativas, incisões no local do acidente, sucção da lesão entre outros

(7,15,38)

Alguns medicamentos refletem um misticismo em torno do envenenamento

ofídico. Nas regiões de acesso remoto, essas terapias alternativas são muito

utilizadas e encontradas facilmente nessas comunidades como é o caso do

popular ‘Específico Pessoa’. Este composto é citato como possuidor de

componentes que atuam contra determinados venenos de serpente (7). As

terapias alternativas, quando utilizadas, retardam a procura por atendimento

médico, pois inferem uma expectativa de cura. Assim, a vítima está susceptível à

progressão da gravidade e surgimento de complicações com esse aumento do

tempo entre a hora do acidente e a assistência hospitalar para administração do

antiveneno (15,18,29,42).

Contudo, a associação destes fatores potencializam o desenvolvimento das

infecções secundárias de forma expressiva, diagnosticada primordialmente com a

presença de celulites e/ou abscessos (33,37,57) (Fig. 5).

Page 29: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

11

Figura 5 – Acidentes ofídicos com infecção secundária A-D. A) Formação de abscesso com drenagem de secreção purulenta em membro superior direito; B) Presença de necrose e secreção sero-purulenta em mão direita; C) Formação de celulite com tecido flutuante e rubor intenso em dorso do pé esquerdo; D) Infecção com associação de celulite e abscesso após colocação de dreno de penrose em tornozelo do membro inferior direito (Arquivo próprio).

A infecção secundária possui uma ocorrência variada, devido à presença ou

ausência dos fatores influenciadores na população estudada. Em Taiwan os

pacientes apresentaram esta complicação em 44% dos casos, necessitando de

intervenção cirúrgica (44). Na Nigéria, 41.7% das vítimas foram tratadas para

infecção da ferida definida como eritema, calor local, secreção purulenta e febre

(38). Na Colômbia as infecções foram identificadas em 30.8% dos acidentes (42) e

2,5% nos acidentes ocorridos na Índia (27).

No Brasil, as infeções secundárias tiveram prevalência 15.3% para acidentes

botrópicos e laquéticos em Tocantins (53), 4.7% em acidentes botrópicos em São

Paulo/Minas Gerais (58), 15,7% dos pacientes em Goiânia evoluíram com

formação de abscesso no local da picada, com lesão flutuante e secreção

purulenta ou sero-purulenta (59). Em vítimas atendidas no Hospital Vital Brasil do

Page 30: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

12

Instituto Butantan em São Paulo, foram reportados dois estudos de acidentes

botrópicos que mostraram 9,2% e 15,3% de infecções secundárias (60,61). Em

crianças admitidas no Hospital Universitário da UNICAMP também observou-se o

desenvolvimento de infecção (15,1%) em acidentes botrópicos (62).

Nos acidentes botrópicos da região amazônica houve prevalência de infeção

de 8,3% ocorridos em municípios do interior do Amazonas (11) e 39,0% nas

vítimas atendidas na Fundação de Medicina Tropical Dr. Vieira Dourado em

Manaus (33,42).

Um estudo realizado na Costa Rica com 80 crianças avaliou a formação de

abscesso em 11,25% dos casos e identificou fatores de risco para essa evolução

como: protrombina <2%, fibrinogênio <100 g/dl, habitantes de zonas mais

afastadas e lesões ocorridas na parte mais proximal do corpo (37).

1.2.2 Micro-organismo envolvidos

A flora oral de serpente compreende uma ampla gama de microrganismos

aeróbios e anaeróbios. Os micro-organismos encontrados nas presas de diversas

serpentes como Bothrops, víboras, cascavéis e naja, mostraram colonização de

várias bactérias, incluindo Enterobactérias, Morganella spp. e Escherichia coli,

Estreptococos, Aeromonas spp., Staphylococcus aureus, e anaeróbios tais como

Clostridium spp. (54,57,63).

As cavidades orais de 15 cascavéis tiveram bactérias cultivadas, sendo

encontradas 58 cepas aeróbias e 28 cepas anaeróbias. As espécies mais comuns

isoladas foram Pseudomonas aeruginosa, espécies Proteus, Estafilococos

coagulase-negativo, e as espécies de Clostridium (64). Nas culturas de Bothrops

jararaca também foram isoladas Salmonella (27.3%), Citrobacter (26.0%) e

Escherichia (12.3%) (65).

Page 31: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

13

Estudos mostram que, normalmente, tanto bactérias aeróbias quanto

bactérias anaeróbias são responsáveis pelos abscessos, sendo que há

predomínio de enterobactérias aeróbias (principalmente Morganella morganii)

(22,54,66). As bactérias isoladas em abscessos podem incluir espécies presentes

na boca e no veneno das serpentes (67), bem como na pele das vítimas, tais

como Staphylococcus aureus (42,68).

Os abscessos das vítimas de acidentes ofídicos também têm sido estudados

para identificar o agente causador das infecções secundárias. Os bacilos Gram

negativos aeróbicos foram os mais frequentemente identificados, destacando-se a

Morganella morganii isolada em 44,4% das culturas, Escherichia coli 20,2%,

Providencia sp 13,1% e Staphylococcus aureus (8,1%) (59).

1.2.3 Profilaxia e tratamento

A referência dos estudos concentram-se na terapêutica medicamentosa para

a infecção secundária com utilização de diversos antimicrobianos, que apresentam

variáveis relacionadas ao acidente ofídico como a espécie da serpente e a

composição da sua flora oral (55,69). A escolha do antibiótico também apresenta

diversidade terapêutica com indicação de ampicilina/cefalosporina/cloxacilina

(38,43), ciprofloxacino (44,57), clindamicina (69–71), entretanto, alguns estudos

descrevem a sua antibioticoprofilaxia como controversa devido à inexistência de

protocolo específico para o acidente ofídico (57,72).

A antibioticoprofilaxia para infecção secundária em acidentes com serpentes

ainda necessita de evidência científica para o estabelecimento da sua eficácia

(73,74). Em contrapartida, a prevenção de infecções com antibioticoprofilaxia em

outras situações, como procedimentos cirúrgicos, já possuem protocolos

comprovados com ensaios clínicos randomizados (75,76). Desta forma, estes

Page 32: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

14

pacientes se beneficiam com a diminuição da morbidade infecciosa de

procedimentos cirúrgicos por administração precoce de doses de antibióticos

(73,77).

O uso profilático de antibióticos no acidente ofídico tem sido defendido e

recomendado por alguns autores (64), baseados em evidências sobre a flora

bacteriana da cavidade oral e no veneno das serpentes, bem como a

administração de antibióticos de amplo espectro em casos de acidentes graves

(69). A pele da vítima, o vestuário, os materiais utilizados para os primeiros

socorros e o meio ambiente hospitalar também foram implicados como outras

eventuais fontes de infecção bacteriana (22,37,78). Assim, as infecções

secundárias desenvolvidas em pacientes classificados com acidentes graves são,

à princípio, aqueles que poderão ter maiores benefícios com a profilaxia antibiótica

(69,79).

Nos estudos de casos de celulite secundária à mordedura de serpente no

Zimbabwe, foi recomendado que antibióticos da família das penicilinas deveriam

ser frequentemente utilizados profilaticamente (72).

Entretanto, as evidências clínicas para a prevenção da infecção secundária

em acidente ofídico em seres humanos foram reportadas em apenas dois estudos

com randomização de 2 grupos (grupo intervenção e grupo controle). Dentre

estes, um estudo foi realizado com acidentes envolvendo o gênero Bothrops no

Hospital Vital Brasil, sendo que, o grupo experimental recebeu a monoterapia com

cloranfenicol oral para verificar sua eficácia em prevenir infecções secundárias das

lesões (58). Após o acompanhamento da evolução clínica, concluiu-se que não

houve diferença significativa na ocorrência de infecções locais. Entretanto o

desfecho estudado foi abscesso e não outros tipos de infecção bacteriana, tal

como a celulite localizada.

Page 33: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

15

O outro estudo citado foi realizado com acidentes envolvendo o gênero

Crotalus na floresta Amazônica do Equador e os pacientes receberam como

intervenção a administração profilática de gentamicina intravenosa associada ao

cloranfenicol (73). Os resultados também não mostraram diferenças

estatisticamente significativas entre os pacientes tratados com antibióticos e não

tratados. Assim, o uso rotineiro de antibióticos profiláticos para a prevenção das

complicações infecciosas do envenenamento crotálico não pode ainda ser

recomendado.

1.3 Justificativa

O tratamento médico de infecção secundária, necrose e síndrome

compartimental tem sido objeto de controvérsia, em parte por causa da falta de

padronização sobre conceitos e protocolos de gestão. A possibilidade de reduzir

os efeitos locais por meio de medicamentos com atividade anti-inflamatória,

antibioticoterapia precoce para infecção secundária e novos tratamentos

complementares precisam ser mais bem investigadas, observando boas práticas

clínicas e, de preferência, em estudos multicêntricos. As complicações sistêmicas,

tais como sepse e lesão renal aguda são menos conhecidas e a falta de

acompanhamento do paciente, incluindo testes laboratoriais, parecem estar

relacionadas a esta observação (21).

Atualmente, a redução de complicações sistêmicas com a prevenção das

infecções secundárias por picada de animais foi recomendada pela Infectious

Diseases Society of America (IDSA) com utilização de amoxicilina/clavulanato

(70,71). Este guideline evidencia um estudo clínico que mostrou proteção

significativa ao utilizar o referido antibiótico de forma profilática em picada de

animais (74), entretanto, a comprovação científica para eficácia deste

medicamento em acidentes envolvendo animais peçonhentos ainda não foi

evidenciada.

Page 34: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

16

A amoxicilina/clavulanato tem ação sobre bactérias Gram-negativas,

estafilococos e alguma ação sobre anaeróbios, o que torna esse antibiótico

igualmente atrativo para ser usado de forma precoce. Possui boa absorção oral,

boa distribuição em partes moles e tem posologia facilitada, além de estar

facilmente disponível nos mais diversos municípios, em função da sua indicação

para várias outras infecções bacterianas (70,71).

Diante deste contexto, é suscitada a necessidade de novas investigações

utilizando antimicrobianos disponíveis nas redes básicas de atendimento de

saúde, com o propósito de estabelecer condutas clínicas preventivas que

contribuam para a diminuição de agravos e maior resolutividade e prevenção dos

danos à saúde, relacionado à infecção decorrente dos acidentes ofídicos.

Page 35: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

17

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral:

- Avaliar a eficácia da antibioticoterapia precoce na prevenção de

infecções secundárias em pacientes vítimas de acidentes botrópicos.

2.2 Objetivos Específicos:

- Identificar aspectos clínicos dos pacientes envolvidos em acidentes

botrópicos com infecção secundária;

- Estimar a frequência das infecções secundárias em pacientes vítimas

de envenenamentos botrópicos tratados com amoxicilina/clavulanato.

- Identificar os aspectos sociodemográficos dos pacientes envolvidos em

acidentes botrópicos.

Page 36: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

18

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Modelo de estudo

Trata-se de um ensaio clínico randomizado com pacientes vítimas de

envenenamento botrópicos atendidos na Fundação de Medicina Tropical Doutor

Heitor Vieira Dourado, acometidos por acidentes botrópicos no período de

julho/2014 a julho/2016.

3.2 Local de estudo

A Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD)

está situada no município de Manaus-AM, sendo considerada centro de referência

nacional e mundial para o tratamento de enfermidades tropicais, principalmente

aos eventos relacionados a animais peçonhentos.

Atualmente, representa o centro de referência para doenças infecciosas,

parasitárias e dermatológicas do estado do Amazonas, com 40 consultórios

médicos e mais de 250.000 consultas de saúde/ano; 150 leitos, sendo 10 leitos em

Unidade de Terapia Intensiva; 14 leitos dedicados à pesquisa clínica; prontuário

eletrônico para informação médica com sistema iDoctor®, permitindo o

monitoramento mais rápido em ensaios clínicos; Laboratório de Análises Clínicas e

Equipe treinada em Boas Práticas Clínicas) (Fig. 6).

Além disso, desde 2005, a Fundação compõe a Rede Nacional de Pesquisa

Clínica em Hospitais de Ensino (RNPC) que se trata de uma iniciativa do Ministério da

Saúde (MS) e da Ciência e Tecnologia (MCT) para promover as melhores práticas de

pesquisa voltadas às necessidades do Sistema Único. A rede prioriza o

desenvolvimento de ensaios clínicos de medicamentos, procedimentos, equipamentos e

dispositivos diagnósticos, de interesse para o Sistema Único de Saúde. O objetivo desta

Page 37: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

19

rede é que a capacitação regional proveniente da integração nacional dirigida promova

a aceleração do crescimento e da capacidade científica de cada um destes centros.

Desse modo, os centros estarão aptos a desenvolver ferramentas próprias com

capacidade de solucionar desafios específicos do país.

Figura 6 – Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (Arquivo próprio).

Neste sentido, os indivíduos atendidos na rede hospitalar do estado do

Amazonas são encaminhados para o serviço em questão para o tratamento e

acompanhamento dos envolvidos em acidentes ofídicos, pois, esta unidade é

referência para esse tipo de acidente no Estado. Em Manaus, a FMT-HVD é a

única unidade hospitalar que realiza a dispensação de antivenenos ofídicos.

Os acidentes ofídicos hospitalizados na FMT-HVD no período de 1974 a

1984 registraram um total de 514 vítimas. A Figura 7 mostra a série de casos de

1974 a 2012 com aumento da incidência de acidentes ofídicos na década de 1990,

que atingiu o pico em 1998, com 554 casos na FMT-HVD. Desde o início, a

vigilância epidemiológica dos acidentes ofídicos no Estado do Amazonas mostrou

que atividades rurais estão intimamente associadas com a ocorrência deste

problema. Na década de 1990, o desenvolvimento da silvicultura sustentável, a

Page 38: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

20

pesca e a agricultura no Estado foi estimulado como resultado do apoio oficial do

governo para a criação do Programa Zona Franca Verde (9).

Figura 7 – Evolução histórica dos acidentes com serpentes ocorridos na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, Manaus (1974-2012) (9)

3.3 Plano amostral

A população considerada para o presente estudo correspondeu aos

pacientes atendidos pela instituição com acidentes botrópicos, média de 240

pacientes/ano.

O tamanho amostral foi definido levando em consideração os seguintes

parâmetros:

a) Nível de Confiança de 95%;

b) Poder de 80%;

c) Frequência esperada de infecção secundária 40% (33)

d) 50% de redução do risco de infecção;

e) Razão 1:1 entre os pacientes do grupo experimental e grupo controle;

f) Acréscimo de no mínimo 10% de perdas de seguimento.

Page 39: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

21

Dessa forma, foi estimada uma amostra de 93 pacientes para o grupo

experimental e 93 pacientes para o grupo controle.

3.4 Critérios de Elegibilidade

Os pacientes elegíveis para o estudo cumpriram as seguintes características:

a) ter menos de 24 horas após o acidente;

b) não ter utilizado qualquer antibiótico nos últimos 30 dias antes do

atendimento na instituição;

c) não ter realizado a soroterapia para o acidente botrópico atual;

d) não possuir abscesso ou infecção claramente estabelecida no momento

da admissão; ser alérgico ao antibiótico de escolha neste estudo;

e) não estar gestante e;

f) aceitar participar do estudo.

3.5 Procedimento de Randomização

Os pacientes incluídos foram randomizados de forma simples em dois grupos

por tabela randomizada (APÊNDICE A), sendo um grupo em esquema tradicional

de acompanhamento clínico (sem profilaxia antibiótica) e outro no grupo com

tratamento proposto para infecção secundária (com profilaxia de

amoxicilina/clavulanato).

3.6 Intervenção

O antibiótico de escolha foi amoxicilina/clavulanato (875/125 mg) por 7 (sete)

dias, a contar da data da admissão. A posologia para o indivíduo adulto foi 1

comprimido de 12/12 horas e para infantil foi utilizado o medicamento na forma de

suspensão oral pelo cálculo 25/3,6 mg/kg/dia (Quadro 3).

Page 40: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

22

Quadro 3 – Posologia para administração preemptiva da amoxicilina/clavulanato

Posologia – Infantil

25/3,6 mg/kg/dia

2 – 6 anos

(13 - 21 Kg)

5 ml de amoxicilina/clavulanato Suspensão 200mg+28,5mg/5ml

ou

2,5 ml de amoxicilina/clavulanato Suspensão 400mg+57/5ml

2 x ao dia

7 – 12 anos

(22 - 40 Kg)

10 ml de amoxicilina/clavulanato Suspensão

200mg+28,5mg/5ml

ou

5 ml de amoxicilina/clavulanato Suspensão 400mg+57/5ml

2 x ao dia

Posologia – Adulto

875/125 mg

> 12 anos

(mais de 40

Kg)

1 comprimido de amoxicilina/clavulanato 875/125mg 2 x ao dia

3.7 Seguimento dos Pacientes

Antes da administração do antiveneno, os pacientes incluídos responderam a

um questionário semiestruturado contendo variáveis sociodemográficas (sexo,

idade, endereço, peso) e clínico-epidemiológicas (data e horário do acidente, local

do corpo afetado, classificação do acidente, condutas pré-hospitalares, sinais e

sintomas locais e sistêmicos, entro outros).

A avaliação do local do acidente ocorreu da seguinte forma:

a) Dor: intensidade avaliada por escala numérica 0-10;

b) Edema: utilização de fita métrica (escala em centímetros) para

circunferência do membro afetado na proximidade do local do acidente e

no membro contralateral. A extensão do edema também foi avaliada

para mensurar a distância proximal e distal da mordedura da serpente

(Fig. 8);

Page 41: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

23

Figura 8 – Fita métrica com escala em centímetro. Fonte: http://www.google.com.br

c) Temperatura: foi mensurada por termômetro clínico digital infravermelho

MODELO COLOR CHECK AC322, a aferição foi realizada o mais

próximo do local da picada e na região anatômica idêntica do membro

contralateral (Fig. 9).

Figura 9 – Termômetro Clínico Digital Infravermelho. Fonte: http://www.medjet.com.br/

Page 42: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

24

Nesta etapa, os pacientes também foram submetidos a uma coleta de 15 ml

de sangue para a realização dos exames laboratoriais listados no Quadro 2.

Novas coletas foram realizadas nos tempos de 24h, 48h, 72h e 7° dia após

admissão para a realização destes exames, exceto para a venenemia (Quadro 4).

Quadro 4 – Descrição dos exames laboratoriais realizados nos pacientes acompanhados durante 7

dias de acompanhamento.

Tipo de exame Periodicidade da coleta/análise Local de realização

- Teste de Elisa – Venenemia Somente na admissão antes da administração do antiveneno

Butantan

- Hemograma completo, Plaquetas. - Potássio, Sódio, Ureia e Creatinina. - AST/ALT - Velocidade de Hemossedimentação - Proteína C reativa - CK e CK MB - EAS

Na admissão – 24h – 48h – 72h – e 7° dia.

FMT-HVD

- Fibrinogênio; - TAP; - Tempo de coagulação.

Na admissão – 24h – 48h – 72h – e 7° dia.

FHEMOAM

Para maiores detalhes sobre o seguimento dos pacientes, consultar o

Protocolo de Pesquisa (APÊNDICE B).

Os dois grupos foram inicialmente internados por 3 (três) dias e com apenas

um retorno no 7° (sétimo) dia após a inclusão no estudo em atendimento

ambulatorial. O grupo com tratamento convencional recebeu a assistência de

acordo com o protocolo da instituição para acidentes botrópicos. O grupo com a

proposta de intervenção recebeu o mesmo tratamento estabelecido, sendo

adicionada a antibioticoterapia precoce.

Page 43: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

25

3.8 Identificação específica e determinação da Venenemia

A identificação e determinação da venenemia foi realizada pelo exame de

ELISA com AcMo anti-B. atrox + biotina que foi realizado no Instituto Butantan.

As placas foram sensibilizadas com 25 µg/ml de Soro anti-botrópico/laquético

(SBL) do Instituto Butantan em PBS “over night”. As placas foram lavadas e

bloqueadas com PBS contendo 2% de BSA (2h/37⁰C) e em seguida incubadas

com curvas de veneno homólogo ou hetrólogo diluídas em PBS/BSA 1% ou

PBS/BSA 1% contendo soro normal humano diluído 1/5 (2 e ½ h/37⁰C). Após

lavagem, as placas foram incubadas com IgG monoclonal de camundongo anti-B.

atrox conjugada à biotina diluída 1/250 em PBS/BSA 1% contendo 0,05% de

Tween 20 ou com um pool de IgGs monoclonais de camundongo anti-L. muta

conjugadas à biotina diluída 1/500 no mesmo tampão (2 e ½ h/37⁰C). As placas

foram lavadas e incubadas com estreptoavidina-peroxidase na diluição de 1/250,

para o AcMo anti-B. atrox ou 1/500, para o pool de AcMo anti-L. muta, diluídos em

PBS/BSA 1% contendo 0,05% de Tween 20 (30 min./37⁰C). As placas foram

reveladas com adição do substrato cromogênico OPD e H2O2. A leitura da

densidade óptica foi feita a 490nm.

3.9 Definição de Infecção Secundária

A infecção secundária ao acidente botrópico, definida para este estudo como

a presença de celulite e/ou abscesso (70,71) até 48 horas após a admissão em

qualquer um dos grupos foi o desfecho primário. Nestes casos, foi administrado

para tratamento o antibiótico Clindamicina endovenoso 600mg de 6/6 horas ou

conforme resultado do antibiograma para aqueles pacientes dos quais isolaram o

micro-organismo. O surgimento de infecção secundária após 48 horas da

Page 44: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

26

admissão foi considerado como um desfecho secundário e seu tratamento foi

realizado da mesma forma descrita acima.

Para tanto, a celulite foi definida pela presença de sinais locais de inflamação

(eritema, edema, calor e dor) associada à febre, leucocitose, linfangite e/ou

linfadenite (80). O abscesso foi caracterizado pela presença de lesão

individualizada, flutuante, apresentando secreção purulenta ou sero-purulenta

(59,80).

Os indivíduos identificados com infecção secundária foram adicionalmente

avaliados por ultrassonografia e biópsia da ferida (para realização de coloração

pelo Gram e exame histopatológico). A identificação da bactéria no material

coletado foi realizada por cultura automatizada com antibiograma.

Após a alta o paciente foi instruído para que retornasse à FMT-HVD caso

houvesse alguma modificação ou complicações relacionadas ao acidente

botrópico.

3.10 Questões Éticas

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do

Estado do Amazonas (CAAE: 19380913.6.0000.5016 e Número do Parecer:

492.892) (ANEXO I) e da FMT-HVD (CAAE: 19380913.6.3001.0005 e Número do

Parecer: 602.907-0) (ANEXO II) e foi cadastrado no Registro Brasileiro de Ensaios

Clínicos (ReBec): RBR-3h33wy; UTN Number: U1111-1169-1005.

Os pacientes assinaram o TCLE (APÊNDICE C) para participação da

pesquisa. Para os indivíduos menores que 18 anos foi assinado o Termo de

Assentimento (APÊNDICE D) e também houve o consentimento dos pais ou

responsáveis.

Page 45: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

27

3.11 Plano Analítico

As variáveis quantitativas foram calculadas para frequência e proporções e

as variáveis qualitativas foram categorizadas, com realização do cálculo de

médias. Foram utilizados testes estatísticos para definir associação entre as

variáveis por meio da Curva de Sobrevida, Regressão Logística, Qui-quadrado e

Teste Exato de Fisher, com IC 95% e p>0,05.

Page 46: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

28

4 RESULTADOS

Os resultados estão apresentados no artigo abaixo e sua publicação pode ser

consultada conforme referência:

- Sachett et al. Poor Efficacy of Preemptive Amoxicillin Clavulanate for Preventing

Secondary Infection from Bothrops Snakebites in the Brazilian Amazon: A

Randomized Controlled Clinical Trial. PLoS Negl Trop Dis. 2017 Jul

10;11(7):e0005745. Available: https://doi.org/10.1371/journal.pntd.0005745

Page 47: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

29

Poor Efficacy of Preemptive Amoxicillin Clavulanate for Preventing

Secondary Infection from Bothrops Snakebites in the Brazilian

Amazon: A Randomized Controlled Clinical Trial

Amoxicillin Clavulanate for Preventing Secondary Infection from

Bothrops Snakebites

Jacqueline A. G. Sachett1,2, Iran Mendonça da Silva1,2, Eliane Campos Alves1,2, Sâmella

S. Oliveira1,2, Vanderson S. Sampaio1,2,3, Fábio Francesconi do Vale1,4, Gustavo Adolfo

Sierra Romero1,5, Marcelo Cordeiro dos Santos1,2, Hedylamar Oliveira Marques6, Mônica

Colombini7, Ana Maria Moura da Silva7, Fan Hui Wen7, Marcus V. G. Lacerda1,2,8,

Wuelton M. Monteiro1,2,*, Luiz C. L. Ferreira1,2,4

1 Diretoria de Ensino e Pesquisa, Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira

Dourado, Manaus, Brasil

2 Escola Superior de Ciências da Saúde, Universidade do Estado do Amazonas,

Manaus, Brasil

3 Núcleo de Sistemas de Informação, Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas,

Manaus, Brasil

4 Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Amazonas, Manaus, Brasil

5 Núcleo de Medicina Tropical, Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília,

Brasília, Brasil

6 Diretoria de Ensino e Pesquisa, Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia

do Amazonas, Manaus, Brasil

7 Divisão de Desenvolvimento Científico, Instituto Butantan, São Paulo, Brasil

8 Instituto de Pesquisas Leônidas & Maria Deane, FIOCRUZ, Manaus, Brasil

Page 48: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

30

*[email protected]

Abstract

Background

Secondary bacterial infections from snakebites contribute to the high complication rates

that can lead to permanent function loss and disabilities. Although common in endemic

areas, routine empirical prophylactic use of antibiotics aiming to prevent secondary

infection lacks a clearly defined policy. The aim of this work was to estimate the efficacy

of amoxicillin clavulanate for reducing the secondary infection incidence in patients bitten

by Bothrops snakes, and, secondarily, identify risk factors for secondary infections from

snakebites in the Western Brazilian Amazon.

Methods and Findings

This was an open-label, two-arm individually randomized superiority trial to prevent

secondary infection from Bothrops snakebites. The antibiotic chosen for this clinical trial

was oral amoxicillin clavulanate per seven days compared to no intervention. A total of

345 patients were assessed for eligibility in the study period. From this total, 186

accomplished the inclusion criteria and were randomized, 93 in the interventional group

and 93 in the untreated control group. All randomized participants completed the 7 days

Page 49: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

31

follow-up period. Enzyme immunoassay confirmed Bothrops envenoming diagnosis in all

participants. Primary outcome was defined as secondary infection (abscess and/or

cellulitis) until day 7 after admission. Secondary infection incidence until 7 days after

admission was 35.5% in the intervention group and 44.1% in the control group [RR=0.80

(95%CI=0.56 to 1.15; p=0.235)]. Survival analysis demonstrated that the time from

patient admission to the onset of secondary infection was not different between

amoxicillin clavulanate treated and control group (Log-rank=2.23; p=0.789).Secondary

infections incidence in 7 days of follow-up was independently associated to fibrinogen

>400 mg/dL [AOR=4.78 (95%CI=2.17 to 10.55; p<0.001)], alanine transaminase >44 IU/L

[AOR=2.52 (95%CI=1.06 to 5.98; p=0.037)], C-reactive protein >6.5 mg/L [AOR=2.98

(95%CI=1.40 to 6.35; p=0.005)], moderate pain [AOR=24.30 (95%CI=4.69 to 125.84;

p<0.001)] and moderate snakebites [AOR=2.43 (95%CI=1.07 to 5.50; p=0.034)].

Conclusions/Significance

Preemptive amoxicillin clavulanate was not effective for preventing secondary infections

from Bothrops snakebites. Laboratorial markers, such as high fibrinogen, alanine

transaminase and C-reactive protein levels, and severity clinical grading of snakebites,

may help to accurately diagnose secondary infections.

Author summary

Bothrops genus is responsible by 80-90% of the snakebites in the Brazilian Amazon,

resulting in a subcutaneous and muscular lesion at the site of bite, which many times

Page 50: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

32

evolve to local complications, mostly secondary bacterial infections. In this region, late

medical assistance is common and probably contributes to the high complication rates

related to local necrosis and secondary bacterial infections, which can lead to permanent

function loss and disabilities. Even with this high frequency, routine empirical use of

antibiotics aiming to prevent secondary infection lacks a clearly defined protocol. In this

work, we estimated the efficacy of amoxicillin clavulanate for reducing the secondary

infection incidence in patients bitten by Bothrops snakes, and, identified factors related to

secondary infections from snakebites. Amoxicillin clavulanate was not effective for

preventing secondary infections from Bothrops snakebites, probably because of the

resistance to β-lactam antibiotics in bacteria species commonly found infecting the

snakebite site. This finding highlights the need of previous knowledge of the secondary

infections epidemiology as a cornerstone in the preemptive antibiotics trials in snakebites.

Laboratorial markers, such as high fibrinogen, alanine transaminase and C-reactive

protein levels, and severity clinical grading of snakebites, may help to accurately

diagnose secondary infections.

Trial Registration

Brazilian Clinical Trials Registry (ReBec): RBR-3h33wy; UTN Number: U1111-1169-

1005.

Page 51: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

33

Introduction

Bothrops snakebites result in a subcutaneous and muscular lesion at the site of bite, which

many times evolve to local complications [1–5]. In 2015, the Brazilian Ministry of Health

recorded 18,741 snakebites across the country [6]. In this country, a higher incidence is

observed in the Brazilian region (37 cases/100.000 inhabitants). These values could be

higher in remote areas of the Amazon because of the considerable case underreporting

[7]. Snakebites are recorded mostly from remote rural or riverine areas, from where

patients’ rescue to the health units is made exclusively by boat transportation, lasting

several hours or even days [8–10]. Thus, late medical assistance is common and probably

contributes to the high complication rates related to local necrosis [10–12] and secondary

bacterial infections [10–15], that can lead to permanent function loss and disabilities

[3,10,16–19]. It was suggested that secondary bacterial infections from snakebites are

related to the oral and fangs microbiota of the perpetrating snake [20–26]. Besides,

traditional treatment also contributes for the emergence of secondary infections, such as

tourniquet use, local alternative medicines, incision and suction of the bite site [8,18,27].

These factors increase the development of expressive forms of secondary infection, which

has been primarily diagnosed with identification of cellulitis or abscesses [12,13,22].

In the Brazilian Amazon, Bothrops atrox is the most important venomous snake, causing

80-90% of the snake envenomings [28], Despite the wide geographic distribution in the

Amazon, B. atrox venoms share the same family of toxins, as PIII and PI snake venom

metalloproteinase, phospholipase A2, serine proteinase, cysteine-rich secretory protein, L-

Page 52: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

34

amino acid oxidase and C-type lectin-like [29,30] and are characterized by coagulant,

hemorrhagic and proteolytic or acute inflammatory activities [31–33]. Spontaneous

systemic bleeding and acute renal failure are common systemic complications from

Bothrops envenomings [13,34]. Local envenomation range from a painless reddened injury

to intense pain and swelling at the site of bite, starting minutes after the event.

Enlargement of the regional lymph nodes draining the site of bite and bruising can also be

observed some hours after bite, especially if patient delayed in reaching a health service

[33,34]. In the first 24 hours, blistering and tissue necrosis may be evident. Cellulitis or

abscess occurs mostly in the moderate or severe cases, generally as a polymicrobial

infection. Gram-negative bacteria have been implicated in secondary bacterial infection,

which frequency may vary according to region [35]. In Manaus, secondary bacterial

infections were observed in around 40% of the Bothrops snakebites [13].

Several antimicrobial schemes were suggested for the treatment of secondary infections,

but in general these recommendations were not based on good evidences from clinical

trials [36,37]. For example, ampicillin/cephalosporin/cloxacillin [14,27], ciprofloxacin [15,22]

and clindamycin [36,38,39] were previously used for secondary bacterial infections

resulted from snakebites, with variable effectiveness. In the Amazon, basic information

about the bacterial agents responsible by the wound infection is still lacking since

secondary infection diagnosis is mostly based only from clinical features without

microbiological confirmation. Although common in endemic areas, routine empirical

prophylactic use of antibiotics aiming to prevent secondary infection lacks a clearly defined

policy, leading to wasteful inappropriate antibiotic use, which is costly and may promote

bacterial antibiotic resistance [22,40]. Preemptive treatment efficacy of oral

Page 53: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

35

chloramphenicol monotherapy in Bothrops snakebites [41] and intravenous

chloramphenicol plus gentamicin in Crotalus snakebites [42] showed no statistical

difference between patients treated and untreated groups. Nowadays, however, the

Infectious Diseases Society of America (IDSA) guidelines for diagnosis and management

of skin and soft-tissue infections indicate amoxicillin clavulanate to reduce complications

by prevention of secondary infection from animal bites [38,39]. Evidence supporting this

recommendation came from a clinical trial carried out with patients bitten by dogs [43], but

efficacy of this regimen is still not available in snakebites.

The aim of this work was to estimate the efficacy of amoxicillin clavulanate for reducing the

secondary infection incidence in patients bitten by Bothrops snakes, and, secondarily,

identify associated factors for secondary infections from snakebites in the Western

Brazilian Amazon.

Methods and Materials

Ethics Statement

Ethical approval was obtained from the Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor

Vieira Dourado (FMT-HVD) (approval number 492.892/2013). Written informed consent

was obtained from all participants prior to randomization. This study was registered in the

Brazilian Clinical Trials Registry (ReBec): RBR-3h33wy and UTN Number: U1111-1169-

1005.

Page 54: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

36

Study Design and Participants

This was an open-label, two-arm individually randomized superiority trial to estimate the

efficacy of the preemptive amoxicillin clavulanate administration compared to no

intervention for preventing secondary infection from Bothrops snakebites. Clinical trial

was performed at the Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado

(FMT-HVD), in Manaus, Western Brazilian Amazon, from August 2014 to September

2016. This tertiary hospital is the reference in the Amazonas state for snakebites

treatment. In Manaus, FMT-HVD is the only hospital unit that performs the distribution

and administration of snakebite antivenom. At admission, Bothrops snakebites were

diagnosed with basis in clinico-epidemiological characteristics of the patient and, when

the patient brought the snake responsible by the envenomation, by its identification made

by a trained biologist.

Sample size calculation was based on the mean of 240 snakebites/year attended at

FMT-HVD, with an expected frequency of secondary infection of 40% [13], a 50% risk

reduction of infection, at an 80% power and 5% of significance level and an 1:1

randomization ratio. Adding 10% of losses in the follow-up, a sample size of 186

participants was obtained, with 93 patients in the intervention group and 93 in the

untreated group.

Page 55: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

37

Eligibility, randomization and intervention

Patient was eligible if admitted to the hospital with less than 24 hours after the bite,

without antivenom therapy in other hospital and without any sign of secondary infection at

this time. Patients that used any antibiotic in the past 30 days, pregnant women or

patients with previous history of allergic reactions to antibiotics were not included in this

trial.

After application of eligibility criteria, the study pharmacist was contacted to obtain the

allocation group to the patient. Randomization sequences with an allocation ratio of 1:1

were computer-generated by a random table, to the intervention group (preemptive

amoxicillin clavulanate) or to the control group (no preemptive antibiotic prescription). All

laboratory staff was blinded for treatment assignment. The antibiotic chosen for this trial

was oral tablet amoxicillin clavulanate 875/125 mg to adults and 25 mg/kg/day to children

twice per day for seven days, starting at the admission day.

Admission and follow-up procedures

After patient inclusion, demographic and epidemiological information was collected using

a standardized questionnaire, including gender, age (in years), area of occurrence (urban

or rural), anatomical site of the bite, work-related bite (yes or no), time elapsed from bite

to medical assistance (in hours), walking after bite (in minutes), previous history of

snakebite and pre-admission conduits (use of topical or oral medicines, use of tourniquet

Page 56: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

38

and other procedures). A detailed clinical and laboratorial characterization was also made

at this time. Pain assessment was made using the Numerical Rating Scale, with values

rating from 1 to 10 [44]; pain was further classified as absent (rate 0), mild (rated from 1

to 3), moderate (rated from 4 to 7) and severe (rated from 8 to 10). Edema was classified

as absent, mild (affecting 1-2 limb segments), moderate (affecting 3-4 limb segments)

and severe (affecting more than 5 limb segments) [11]. Bite site temperature (oC) was

measured using an infrared digital thermometer (Color Check AC322); the difference

between the bite site temperature and the contralateral limb site was calculated.

Presence of local bleeding, lymphadenitis and necrosis was also assessed. Systemic

signs and symptoms, such as systemic bleeding, signs of acute renal failure, headache,

dizziness and vomiting were recorded from patients. Vital signs (blood pressure, heart

rate, respiratory rate and axillary temperature) were also assessed. All the clinical

information was collected through a standardized clinical registration form. Immediately

after clinical examination, a 15 mL blood sample was taken for laboratorial analysis.

Tests included leukocyte count (cells/µL), fibrinogen (mg/dL), platelet count (number/µL),

hemoglobin (mg/dL), creatine phosphokinase (IU/L), creatine phosphokinase-MB

(ng/mL), erythrocyte sedimentation rate (mm/hour), lactate dehydrogenase (IU/L),

creatinine (mg/dL), urea (mg/dL), aspartate transaminase (IU/L), alanine transaminase

(IU/L), clotting time (in minutes), prothrombin time (in seconds) and C-reactive protein

(mg/dL). An aliquot was submitted to an enzyme immunoassay to confirm Bothrops

envenoming diagnosis and to determine circulating venom levels in all patients [45]. All

the laboratory results were transferred to a standardized registration form.

Page 57: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

39

According to clinical severity, patients were classified using to the Brazilian Health

Ministry guidelines [7]: i) mild cases: local pain, local swelling and bruising for Bothrops;

ii) moderate cases: local manifestations without necrosis and minor systemic signs

(coagulopathy and bleeding, no shock); iii) severe cases: life- threatening snakebite, with

severe bleeding, hypotension/shock and/or acute renal failure.

Both groups were submitted to the same local wound care with daily 0.9% saline

cleaning. Thirty minutes before antivenom therapy, the intervention group of patients took

amoxicillin clavulanate, supervised by a nurse. Twenty minutes after pre-medication with

IV hydrocortisone (500 mg), IV cimetidine (300 mg) and oral dexchlorpheniramine (5 mg),

antivenom therapy was given to all patients from both arms in a dosage corresponding to

the severity grading, according the Brazilian official guidelines [7].

Intervention and control groups were hospitalized for 3 days and returned to the hospital

7 days after admission. A full clinical and laboratory examination were performed 24

hours, 48 hours, 72 hours and 7 days after admission.

Endpoints

The primary efficacy endpoint of this trial was the time free of secondary infection at

snakebite site, defined as the presence of cellulitis and/or abscess [38,39], until 7 days

after hospital admission. The onset of secondary infection until 48 hours at admission

was considered a secondary outcome. Cellulitis was defined by the presence of local

Page 58: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

40

inflammation signs (erythema, edema, bruising and pain) with association to fever,

leukocytosis, lymphangitis and/or lymphadenitis [46]. An abscess was characterized by

individual injuries, floating, presenting purulent secretion or serous-purulent secretion

[46,47]. Two independent observers evaluated all the patients and came to a final

agreement. Patients clinically diagnosed with secondary infection were additionally

evaluated by ultrasonography and a sample collection for microbiology was obtained only

in cases evolving to abscess.

After secondary infection diagnosis, amoxicillin clavulanate was interrupted and patient

was treated accordingly medical discretion.

Statistical Analysis

Before statistical analysis, two independent typists entered information using Epi Info

3.5.1. A study researcher solved disagreements. The primary efficacy analysis was done

on all randomized participants finishing the follow-up (per protocol population). The

primary efficacy endpoint, secondary infection-free at 7 days, was analyzed using

Kaplan-Meier estimates. A two-sided log-rank test was done over the period using a 5%

significance level. Patients that were secondary infection-free at day 7 were censored at

this point. The effect of drug use (amoxicillin clavulanate) was assessed as a single

block. Relative risk, relative risk reduction, absolute risk reduction and number needed to

treat were assessed for primary and secondary outcomes. For the secondary infection

risk analysis, at 48 hours and 7 days of follow-up, explanatory variables were grouped in

Page 59: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

41

hierarchical blocks [48]. Proximal block was composed by laboratory findings at

admission, intermediate block by clinical findings at admission and distal block by

demographic and epidemiological variables. Univariate regression analysis was carried

out for each block individually. Variables with a significance level of p<0.2 were included

in the multivariate analysis by block. All variables with a significance level of p<0.05 in the

multivariate analysis by block were thus included in the overall model (all blocks

together). Crude odds ratios (OR), adjusted odds ratios (AOR) with their respective

confidence intervals were calculated for each hierarchical level and for the overall model.

Accuracy of the final model was evaluated by Hosmer-Lemeshow goodness-of-fit test.

Where zeros caused problems with computation of the OR and 95% CI, 0.5 was added to

all cells [49,50]. Mann-Whitney tests were carried out to assess differences between

median of treated and untreated groups. Statistical analyses were performed using the

STATA statistical package version 13 (Stata Corp. 2013).

Results

Patients’ characterization

A total of 345 patients were assessed for eligibility in the study period. From this total,

187 accomplished the inclusion criteria and were randomized, with 93 in the

interventional group and 94 in the untreated control group. One patient of the control

group was lost to follow up (Fig 1). Enzyme immunoassay confirmed Bothrops

envenoming diagnosis in all included patients.

Page 60: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

42

Epidemiological characterization showed predominance of males (82.3%), mostly

occurring in rural areas (87.1%). The most affected age group was the 21-30 years old

(22.6%). The most affected anatomical site was the foot (66.1%). A total of 40.3% of

cases were classified as work-related bites and 65.6% of the patients walked after the

snakebite. Time elapsed from bite to medical assistance was higher than 3 hours in

42.4% of the cases. Use of topical medicines was informed in 34.4%, oral medicines in

28.5% and tourniquet in 24.7% of the cases (Table 1).

The most frequent manifestations observed at admission were severe pain (46.2%), mild

edema (48.4%) and local bleeding (46.8%). The difference of temperature between the

bite site and the contralateral site was predominantly <1oC (51.9%). The most frequent

systemic manifestations were headache (26.9%), dizziness (14.5%), gingival bleeding

(8.6%), nausea (8.1%) and vomiting (7.0%). Mean axillary temperature was 36.1 oC,

mean heart rate was 79.3 bpm, mean respiratory rate was 20 bpm, mean systolic

pressure (mmHg) was 129.8 mmHg and mean diastolic pressure (mmHg) was 82.6

mmHg. Snakebites were classified as moderate in 48.9% of the cases (Table 2). No

compartmental syndrome, sepsis, gangrene, amputation or death was seen.

Laboratorial characterization revealed mild leukocytosis, hypofibrinogenemia, increased

creatine phosphokinase and creatine phosphokinase-MB activities, increased erythrocyte

sedimentation rate and mildly increased lactate dehydrogenase activity. Clotting time

presented incoagulable in 57.5% of patients. Prothrombin time presented incoagulable in

Page 61: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

43

40.9% of patients. C-reactive protein was >6.5 mg/dL in 18.8% of the cases. Mean blood

venom concentration was 50.9 ng/mL (Table 3). No statistical differences were observed

between treated (median = 12) and untreated (median = 6.5) groups when CRP medians

were compared (Z = -0.161, p-value = 0.872).

Outcome rates and efficacy estimates

Of the 74 patients with secondary infection, cellulitis was diagnosed in 64 and abscess in

29. Secondary infection rates observed in the intervention and control groups are shown

in Table 4. Survival analysis demonstrated that the time from patient admission to the

onset of secondary infection was not different between amoxicillin clavulanate treated

and control group (Log-rank=2.23; p=0.789) (Fig 2). Secondary infection incidence until 7

days after admission was 35.5% in the intervention group and 44.1% in the control group

[RR=0.80 (95%CI=0.56 to 1.15; p=0.235)]. Cellulitis rate was 30.1% in the intervention

group and 38.7% in the control group [RR=0.78 (95%CI=0.52 to 1.16; p=0.279)]. The

abscess rate was 15.1% in the intervention group and 16.1% in the control group

[RR=0.93 (95%CI=0.48 to 1.82; p=0.999)].

Secondary infection incidence until 48 hours after admission was 22.6% in the

intervention group and 36.6% in the control group [RR=0.62 (95%CI=0.38 to 0.98;

p=0.038)]. Actually, survival analysis has shown a later onset of secondary infection in

the treated group (Fig 2). No late secondary infection (after 7 days of follow-up) was

observed.

Page 62: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

44

From the total of 74 patients presenting secondary infections, 88.2% were males and

88.2% occurred in the rural area. The age groups more affected by secondary infections

after snakebite were 31-40 and 51-60 years old, with 20.6% each. Secondary infections

were recorded mostly from bites in the foot (61.8%). Infections were secondary to work-

related snakebites in 41.2%. Time to medical assistance was less than 3 hours after

snakebite in 61.8% of the secondary infections cases. Secondary infections were mostly

observed in moderate snakebites (58.8%). Use of local products was made in 35.5% of

the secondary infections cases and of tourniquets in 26.5%.

Samples from secondary infection injuries were collected for culture from 11 patients,

with 6 positive cases. Microorganisms isolated were Morganella morganii (five cases)

and Staphylococcus aureus (one case).

Factors associated to secondary infections

Considering proximal variables, secondary infections incidence in 7 days of follow-up was

significantly associated to fibrinogen >400 mg/dL [AOR=3.39 (95%CI=1.72 to 6.66;

p<0.001)], alanine transaminase >44 IU/L [AOR=2.21 (95%CI=1.03 to 4.75; p=0.006)]

and C-reactive protein >6.5 mg/L [AOR=3.90 (95%CI=1.98 to 7.69; p=<0.001)].

Regarding intermediate variables, moderate [AOR=11.75 (95%CI=2.47 to 55.86;

p=0.002)] and severe pain [AOR=16.97 (95%CI=2.05 to 340.80; p=0.001)], moderate

[AOR=3.46 (95%CI=1.63 to 7.35; p=0.001)] and severe edema [AOR=3.78 (95%CI=1.20

Page 63: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

45

to 11.90; p=0.023)] and moderate [AOR=2.52 (95%CI=1.32 to 4.82; p=0.005)] and

severe snakebites [AOR=2.80 (95%CI=0.90 to 8.77; p=0.076)]. No distal variable was

associated to secondary infections incidence (Table 5).

In the final multivariate analysis model, secondary infections incidence in 7 days of

follow-up remained significantly associated to fibrinogen >400 mg/dL [AOR=4.78

(95%CI=2.17 to10.55; p<0.001)], alanine transaminase >44 IU/L [AOR=2.52

(95%CI=1.06 to 5.98; p=0.037)], C-reactive protein >6.5 mg/L [AOR=2.98 (95%CI=1.40

to 6.35; p=0.005)], moderate pain [AOR=24.30 (95%CI=4.69 to 125.84; p<0.001)] and

moderate snakebites [AOR=2.43 (95%CI=1.07 to 5.50; p=0.034)] (Table 6).

Secondary infections incidence in 48 hours of follow-up was significantly associated to C-

reactive protein >6.5 mg/L [AOR=4.28 (95%CI=1.81 to 10.14; p=0.001)], moderate

[AOR=5.87 (95%CI=2.06 to 16.74; p=0.001)] and severe pain [AOR=17.89 (95%CI=1.71

to 186.97; p=0.016)]. Preemptive amoxicillin clavulanate was protective for secondary

infections in 48 hours of follow-up [AOR=0.42 (95%CI=0.19 to 0.94; p=0.034)] (S1 File).

Discussion

Preemptive amoxicillin clavulanate efficacy interpretation

Antimicrobial schemes for prevention or treatment of secondary infections from

snakebites are not based on good evidences from randomized clinical trials [36,37].

Although the Infectious Diseases Society of America (IDSA) guidelines for diagnosis and

Page 64: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

46

management of skin and soft-tissue infections indicates amoxicillin clavulanate to reduce

complications by prevention of secondary infection from animal bites [38,39], to the best

of our knowledge this is the first trial assessing the efficacy of this regimen for snakebites.

In this trial, although lower rates of secondary infection was observed in the intervention

group such differences between amoxicillin clavulanate treated and control groups over

a follow-up of 7 days did not achieve statistical significance. Consistently, analysis of the

subgroups of patients who had abscesses or cellulitis presented also not significantly

difference in terms of intervention efficacy. A previous study with oral chloramphenicol

showed a poor efficacy in preventing secondary infection from Bothrops snakebites [41],

although this drug was suggested as a good alternative for the treatment of local

infections which may complicate bites by this snake genus [26,51,52]. Accordingly,

intravenous chloramphenicol plus gentamicin showed no statistical difference between

patients treated and untreated groups in Crotalus snakebites [42]. In a previous study

amoxacillin was also used preemptively without any clinical benefit [53]. In general, these

trials were not guided by the investigation of the bacterial agents responsible by the

snakebite site infection in that area. Indeed, even for routine treatment purposes,

secondary infection diagnosis is mostly based only from clinical features without

microbiological confirmation followed of antimicrobial resistance profile.

Oral microbiota of snakes comprises a wide range aerobial and anaerobial

microorganisms, including Enterobacteriaceae (namelly Morganella spp. and Escherichia

coli), Streptococcus, Aeromonas spp., Staphylococcus aureus and Clostridium spp. [20–

22]. Few reports of microbiological confirmation of bacteria responsible for snakebites

Page 65: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

47

abscesses demonstrated a predominance of aerobics Enterobacteriaceae, mainly

Morganella morganii [20,23,24]. The infection may not be necessarily associated to

snake's mouth flora but also to local disorders induced by venom. The significant

difference present at 48 hours but not at 7th day could be explained by the contamination

between 3rd day and 7th day with origin other than oral microbiota of the snake, such as

patient microbiota or iatrogeny. A limitation of this study was the absence of definitive

identification of bacteria responsible by the infections for most of the participants. From

six bacterial isolations, however, Morganella morganii was present in five snakebite site

infections, however no antibiogram was routinely performed. Resistance to β-lactam

antibiotics in Morganella species is very common and usually mediated by the presence

of chromosomally encoded β-lactamases belonging to the AmpC β-lactamase family.

These β-lactamases are typically inducible in the presence of β-lactam antibiotics [54]. As

a result, agents such as ampicillin, amoxicillin, and first-generation and some second-

generation cephalosporins may be ineffective [55]. This finding highlights the need of

previous knowledge of the secondary infections epidemiology as a cornerstone in the

preemptive antibiotics trials in snakebites.

Secondary infection incidence until 48 hours after admission had a relative risk reduction

of 38.3% for the group using preemptive amoxicillin clavulanate compared to control,

showing that antibiotic regimen delayed the onset of secondary infection among treated

patients. As the preventive effect did not extend until the end of the follow-up, this delay

may represent a severe risk for patients using ineffective preventive antibiotics regimens,

because in the absence of signs of local complications patients are usually discharged

Page 66: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

48

after 48 hours of hospitalization, and may develop secondary infection without proper

medical attention. In the difficulty for riverine and indigenous populations living in remote

areas returning to health centers for treatment of this complication, severe clinical

conditions such as functional loss, amputation, sepsis and even deaths are possible [28].

Although common in endemic areas, our results point that routine empirical prophylactic

use of antibiotics aiming to prevent secondary infection lacks a clearly defined policy,

leading to a costly and wasteful inappropriate antibiotic use, and even a risk for the

patient [22,40]. Unfortunately due to the limited funding, a double-blinded study was not

performed, a possible limitation of the study. Another limitation was the enrollment of

patients with less than 24 hours after the bite, what may have selected those less prone

to develop secondary infection.

Factors associated to secondary bacterial infection from Bothrops snakebites

In Bothrops snakebites, studies mostly describe factors associated to systemic

complications, such as coagulopathy [11,20], acute renal failure [11,56–59] and death

[11,60,61], with extreme age groups and time to medical assistance associated with these

poor outcomes [61]. There is scarce information in relation to local complications,

especially necrosis [59,62] and amputation [63], associated to anatomical region bitten,

systemic bleeding, renal failure, older age and use of tourniquet. Although secondary

bacterial infections were observed in around 40% of the B. atrox snakebites in the Amazon

[13], as confirmed in this work, no epidemiological or clinical predictive marker is known for

this complication.

Page 67: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

49

In this work, secondary infections incidence was significantly associated to higher levels

fibrinogen, alanine transaminase and C-reactive protein, suggesting these laboratorial

markers as auxiliary tools for the diagnosis of secondary infections allied to clinical signs

of cellulitis and abscesses. Fibrinogen is an acute-phase protein and its serum

concentration may be elevated in inflammatory and infectious conditions associated with

vascular damage [64,65]. Even that B. atrox metalloproteinases cleave fibrinogen and

induces a drop of fibrinogen levels with an increase in fibrin/fibrinogen degradation

products (FDP) levels in vivo, with a foremost role in the pathogenesis of coagulopathy

and intravascular hemolysis in the acute envenoming [66,67], the intense inflamatory

reaction linked to secondary infection persisting after the antivenom therapy may trigger

an acute phase reactant response in affected patients. High C-reactive protein paralleling

with high fibrinogen in patients with soft-tissue secondary infections [39]. Our study

suggests that the proinflammatory profile present in secondary infections from snakebites

may be responsible for hepatocellular dysfunction and further elevated alanine

transaminases, as previously reported in patients with sepsis and urinary tract infections

[68–72]. Cellulitis or abscesses occur mostly in the moderate or severe snakebite cases,

as previously reported in southern Brazil [52].

Conclusions and perspectives

The Infectious Diseases Society of America (IDSA) guidelines for diagnosis and

management of skin and soft-tissue infections indicate amoxicillin clavulanate to prevent

secondary infections from animal bites [38,39]. However, in this study, patients did not

benefit from preemptive amoxicillin clavulanate in preventing secondary infection from

Page 68: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

50

Bothrops snakebites. As a perspective, antimicrobial selection to be used in future clinical

trials should be pursued diligently in comprehensive snakebites infection management.

Secondary infections incidence was significantly associated to higher levels fibrinogen,

alanine transaminase and C-reactive protein, suggesting these laboratorial markers as

auxiliary tools for a more accurate diagnosis of secondary infections allied to clinical

evaluation.

Acknowledgments

Initially, we thank all patients that participated of this study. We thank the participation of

medical and nursing staff of the FMT-HVD hospital, mainly Antônio Magela and Silvio

Fragoso. We also thank all health professionals of the Dermatology ward, medical

residents and nursing staff. We had the important contribution of the FMT-HVD clinical

laboratory, namely Geraldo Majela, Yonne Francis and Rossiclea Monte. We thank also

Diego Britto, Sanmile Holanda, Fernanda Oliveira, Ramisés Santos, Josué Brutus, Ana

Paula Damião and Elizandra Nascimento for their technical assistance.

References

1. White J (2000) Bites and stings from venomous animals: a global overview. Ther

Drug Monit 22: 65–8.

2. Chippaux JP (1998) Snake-bites: Appraisal of the global situation. Bull World

Health Organ 76: 515–524.

3. Gutiérrez JM, Theakston RDG, Warrell D (2006) Confronting the neglected

problem of snake bite envenoming: the need for a global partnership. PLoS Med 3:

Page 69: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

51

e150. doi:10.1371/journal.pmed.0030150

4. Kasturiratne A, Wickremasinghe AR, Silva N, Gunawardena NK, Pathmeswaran A,

Premaratna R, et al. (2008) The Global Burden of Snakebite: A Literature Analysis

and Modelling Based on Regional Estimates of Envenoming and Deaths. PLoS

Med 5: 1591–1604. doi:10.1371/journal.pmed.0050218

5. Warrell DA (2010). Snake bite. Lancet 375: 77–88.

doi:http://dx.doi.org/10.1016/S0140-6736(09)61754-2

6. Brazilian Ministry of Health. Sistema de Informação de Agravos de Notificação -

SINAN. In: Ministério da Saúde [Internet]. 2016 [cited 12 Nov 2016]. Available:

http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/20/1-Casos-Ofidismo-

2000-2015.pdf

7. Brazilian Ministry of Health. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância

em saúde [Internet]. Ministerio da Saude, editor. Guia de vigilância em saúde.

Brasília; 2014. Available: http://portalsaude.saude.gov.br

8. Moreno E, Queiroz-Andrade M, Lira-da-silva RM, Tavares-Neto J (2005) Clinical

and epidemiological characteristics of snakebites in Rio Branco, Acre. Rev Soc

Bras Med Trop 2005;38: 15–21. doi:doi:/S0037-86822005000100004

9. Saraiva MG, Oliveira DDS, Filho GMCF, Coutinho LASDA, Guerreiro JV (2012)

Epidemiological profile of snake bites in the State of Paraiba, Brazil, 2005 to 2010.

Epidemiol Serviços Saúde 21: 449–456. doi:10.5123/S1679-49742012000300010

10. Borges CC, Sadahiro M, Dos-Santos MC (1999) Epidemiological and clinical

aspects of snake accidentes in the municipalities of the State of Amazonas, Brazil.

Rev Soc Bras Med Trop 32: 637–646. Available:

Page 70: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

52

http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v32n6/0860.pdf

11. Otero R, Gutiérrez J, Beatriz Mesa M, Duque E, Rodríguez O, Luis Arango J, et al.

(2002) Complications of Bothrops, Porthidium, and Bothriechis snakebites in

Colombia. A clinical and epidemiological study of 39 cases attended in a university

hospital. Toxicon 40: 1107–1114. Available:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12165312

12. Saboriâo P, Gonza M, Cambronero M (1998) Accidente Ofídico en Niños en Costa

Rica: Epidemiología y Deteccíon de Factores de Riesgo en el Desarrollo de

Absceso y Necrosis. Toxicon 1998;36: 359–366.

13. Souza ARB (2002) Snakebite by Bothrops atrox (Lin. 1758) in the State of

Amazonas - Brazil: Study of 212 cases with identified snake. Rev Patol Trop 31:

267–268. Available:

http://www.revistas.ufg.br/index.php/iptsp/article/viewFile/14573/9140

14. Alkaabi JM, Al Neyadi M, Al Darei F, Al Mazrooei M, Al Yazedi J, Abdulle AM

(2011) Terrestrial snakebites in the South East of the Arabian Peninsula: patient

characteristics, clinical presentations, and management. PLoS One 6: e24637.

doi:10.1371/journal.pone.0024637

15. Chen C-M, Wu K-G, Chen C-J, Wang C-M (2011) Bacterial infection in association

with snakebite: a 10-year experience in a northern Taiwan medical center. J

Microbiol Immunol Infect 44: 456–460. doi:10.1016/j.jmii.2011.04.011

16. Ozay G, Bosnak M, Ece A, Davutoglu M, Dikici B, Gurkan F, et al. (2005) Clinical

characteristics of children with snakebite poisoning and management of

complications in the pediatric intensive care unit. Pediatr Int 2005;47: 669–675.

Page 71: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

53

doi:10.1111/j.1442-200x.2005.02134.x

17. David S, Matathia S, Christopher S (2012) Mortality predictors of snake bite

envenomation in southern India: A ten-year retrospective audit of 533 patients. J

Med Toxicol 8: 118–123. doi:10.1007/s13181-011-0204-0

18. Pierini S V, Warrell DA, Paulo A, Theakston RD (1996) High incidence of bites and

stings by snakes and other animals among rubber tappers and Amazonian Indians

of the Juruá Valley, Acre State, Brazil. Toxicon 34: 225–236.

19. Ribeiro LA, Jorge MT (1997) Acidente por serpentes do gênero Bothrops: série de

3.139 casos. Rev Soc Bras Med Trop 30: 475–480.

20. Jorge MT, Mendonça JS, Ribeiro LA, Silva MLR, Kusano EJU, Cordeiro CLS

(1990) Flora bacteriana da cavidade oral, presas de Bothrops jararaca: possível

fonte de infecção no local da picada. Rev Inst Med Trop São Paulo 32: 6–10.

21. Goldstein EJC (1992) Bite wounds and infection. Clin Infect Dis 14: 633–640.

Available: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1562653

22. Garg A, Sujatha S, Garg J, Acharya NS, Parija SC (2009) Wound infections

secondary to snakebite. J Infect Dev Ctries 3: 221–223.

23. Brazilian MInistry of Health. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Diagnóstico

e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília: Fundação Nacional

de Saúde; 2001.

24. Jorge MT, Mendonça JS, Ribeiro LA, Cardoso JLC, Silva ML (1987) Bacilos Gram-

negativos aeróbios em abscessos por acidente botrópico. Rev Soc Bras Med Trop

20: 55.

25. Bastos HM, Lopes LFL, Gattamorta MA, Matushima ER (2008) Prevalence of

Page 72: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

54

enterobacteria in Bothrops jararaca in São Paulo State: microbiological survey and

antimicrobial resistance standards. Acta Sci Biol Sci 30: 321–326.

doi:10.4025/actascibiolsci.v30i3.536

26. Jorge MT, Ribeiro LA, Da Silva MLR, Kusano EJU, Mendonça JS (1994)

Microbiological studies of abscesses complicating Bothrops snakebite in humans:

A prospective study. Toxicon 32: 743–748. doi:10.1016/0041-0101(94)90343-3

27. Michael GC, Thacher TD, Shehu MIL (2011) The effect of pre-hospital care for

venomous snake bite on outcome in Nigeria. Trans R Soc Trop Med Hyg 105: 95–

101. doi:10.1016/j.trstmh.2010.09.005

28. Wen FH, Monteiro WM, Silva AMM, Tambourgi D V., Silva IM, Sampaio VS, et al.

(2015) Snakebites and Scorpion Stings in the Brazilian Amazon: Identifying

Research Priorities for a Largely Neglected Problem. PLoS Negl Trop Dis 9:

e0003701. doi:10.1371/journal.pntd.0003701

29. Calvete JJ, Sanz L, Pérez A, Borges A, Vargas AM, Lomonte B, et al. (2011)

Snake population venomics and antivenomics of Bothrops atrox: Paedomorphism

along its transamazonian dispersal and implications of geographic venom variability

on snakebite management. J Proteomics 74: 510–527.

doi:10.1016/j.jprot.2011.01.003

30. López-Lozano JL, Sousa MV, Ricart CAO, Chávez-Olortegui C, Sanchez EF,

Muniz EG, et al. (2002) Ontogenetic variation of metalloproteinases and plasma

coagulant activity in venoms of wild Bothrops atrox specimens from Amazonian

rain forest. Toxicon 40: 997–1006. doi:10.1016/S0041-0101(02)00096-X

31. Assakura MT, Furtado MF, Mandelbaum FR (1992) Biochemical and biological

Page 73: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

55

differentiation of the venoms of the lancehead vipers (Bothrops atrox, Bothrops

asper, Bothrops marajoensis and Bothrops moojeni). Comp Biochem Physiol Part

B Comp Biochem 102: 727–732. doi:10.1016/0305-0491(92)90071-X

32. Moreira V, Dos-Santos MC, Nascimento NG, Silva HB, Fernandes CM, D’Império

Lima MR, et al. (2012) Local inflammatory events induced by Bothrops atrox snake

venom and the release of distinct classes of inflammatory mediators. Toxicon 60:

12–20. doi:10.1016/j.toxicon.2012.03.004

33. Otero R, Gutiérrez JM, Núñez V, Robles A, Estrada R, Segura E, et al. (1996) A

randomized double-blind clinical trial of two antivenoms in patients bitten by

Bothrops atrox in Colombia. Trans R Soc Trop Med Hyg 90: 696–700.

doi:10.1016/S0035-9203(96)90442-3

34. Pardal PPO, Souza SM, Monteiro MRCC, Fan HW, Cardoso JLC, França FOS, et

al. (2004) Clinical trial of two antivenoms for the treatment of Bothrops and

Lachesis bites in the north eastern Amazon region of Brazil. Trans R Soc Trop Med

Hyg 98: 28–42. Available: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14702836

35. Oliveira SS, Sampaio VS, Sachett JAG, Alves EC, Silva VC, Lima JAA, et al.

Snakebites in the Brazilian Amazon: Current Knowledge and Perspectives. In: P.

Gopalakrishnakone, S.M.A. Faiz, Christeine Ariaranee Gnanathasan, Abdulrazaq

Garba Habib, Ravindra Fernando, Chen-Chang Yang, Carl-Wilhelm Vogel, Denise

V. Tambourgi SAS, editor. Clinical Toxinology. 1st ed. Holanda: Springer

Netherlands; 2016. 22 p.

36. Albuquerque PLMM, Jacinto CN, Silva Junior GB, Lima JB, Veras MSB, Daher EF

(2013) Acute kidney injury caused by Crotalus and Bothrops snake venom: a

Page 74: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

56

review of epidemiology, clinical manifestations and treatment. Rev Inst Med Trop

Sao Paulo 55: 295–301. doi:10.1590/S0036-46652013000500001

37. Cheng AC, Currie BJ (2004) Venomous Snakebites Worldwide with a Focus on the

Australia-Pacific Region: Current Management and Controversies. J Intensive Care

Med 19: 259–269. doi:10.1177/0885066604265799

38. Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, Dellinger EP, Goldstein EJC, Gorbach SL, et

al. (2014) Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and soft

tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of America. Clin

Infect Dis 59: 1–43. doi:10.1093/cid/ciu296

39. Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, Everett ED, Dellinger P, Goldstein EJC, et

al. (2005) Practice Guidelines for the Diagnosis and Management of Skin and Soft-

Tissue Infections. Clin Infect Dis 41: 1373–1406. Available:

http://cid.oxfordjournals.org/

40. Tagwireyi DD, Ball DE, Nhachi CFB (2001) Routine prophylactic antibiotic use in

the management of snakebite. BMC Clin Pharmacol 1: 1–7. doi:10.1186/1472-

6904-1-4

41. Jorge MT, Malaque C, Ribeiro LA, Fan HW, Cardoso JLC, Nishioka SA, et al.

(2004) Failure of chloramphenicol prophylaxis to reduce the frequency of abscess

formation as a complication of envenoming by Bothrops snakes in Brazil: a double-

blind randomized controlled trial. Trans R Soc Trop Med Hyg 98: 529–534.

doi:10.1016/j.trstmh.2003.12.009

42. Kerrigan K, Mertz B, Nelson S, Dye J (1997) Antibiotic prophylaxis for pit viper

envenomation: prospective, controlled trial. World J Surg 21: 369–373. Available:

Page 75: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

57

papers2://publication/uuid/2CEFE28B-F057-4003-94EB-4C292221FF19

43. Brakenbury PH, Muwanga C (1989) A comparative double blind study of

amoxycillin/clavulanate vs placebo in the prevention of infection after animal bites.

Arch Emerg Med 6: 251–256.

44. Huskisson EC (1982) Measurement of pain. J Rheumatol 9: 768–769.

45. Colombini M. Reatividade antigênica cruzada entre os venenos de Bothrops atrox

e Lachesis muta muta e desenvolvimento de um teste imunoenzimático diferencial

para acidentes causados por essas serpentes. Universidade de São Paulo. 2003.

46. Bisno AL, Stevens DL (1996) Streptococcal Infections of Skin and Soft Tissues. N

Engl J Med 1996;334: 240–245.

47. Andrade JG, Pinto RNL, Andrade ALSS, Martelli CMT, Zicker F (1989) Estudo

bacteriológico de abscessos causados por picada de serpentes do gênero

Bothrops. Rev Inst Med Trop São Paulo 31: 363–367.

48. Victora CG, Huttly SR, Fuchs SC, Olinto MT (1997) The role of conceptual

frameworks in epidemiological analysis: A Hierarchical Approach. Int J Epidemiol

26: 224–227. doi:10.1093/ije/26.1.224

49. Pagano M, Gauvreau K. Principles of Biostatistics. 2nd ed. Brooks/Cole, editor.

Belmont: Brooks/Cole; 2000.

50. Deeks J, Higgings J. Statistical algorithms in Review Manager 5 [Internet]. 2010.

Available: http://ims.cochrane.org/revman/documentation/Statistical-methods-in-

RevMan-5.pdf

51. Jorge MT, Nishioka A, Oliveira RB, Ribeiro LA, Silveira PVP (1998) Aeromonas

hydrophila soft-tissue infection as a complication of snake bite: report of three

Page 76: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

58

cases. Ann Trop Med Parasitol 92: 213–217. doi:10.1080/00034989860067

52. Bucaretchi F, Herrera SRF, Hyslop S, Bacarat ECE, Vieira RJ (2001) Snakebites

by Bothrops spp in children in Campinas, São Paulo, Brazil. Rev Inst Med Trop

São Paulo 43: 329–333.

53. Boels D, Hamel JF, Deguigne MB, Harry P (2012) European viper envenomings:

Assessment of ViperfavTM and other symptomatic treatments. Clin Toxicol 50: 189–

196. doi:10.3109/15563650.2012.660695

54. Bush K, Jacoby GA, Medeiros AA (1995) A Functional Classification Scheme for β-

Lactamases and Its Correlation with Molecular Structure. Antimicrob Agents

Chemother 39: 1211–1233. doi:10.1128/AAC.39.6.1211

55. Biedenbach DJ, Jones RN, Erwin ME (1993) Interpretive Accuracy of the Disk

Diffusion Method for Testing Newer Orally Administered Cephalosporins against

Morganella morganii. J Clin Microbiol 31: 2828–2830.

56. Albuquerque PLMM, Silva GB, Jacinto CN, Lima JB, Lima CB, Amaral YS, et al.

(2014) Acute kidney injury after snakebite accident treated in a Brazilian tertiary

care centre. Nephrology 19: 764–70. doi:10.1111/nep.12327

57. Amaral CFS, Rezende NA de, Silva OA da, Ribeiro MMF, Magalhães RA, Reis RJ

dos, et al. (1986) Insuficiência renal aguda secundária a acidentes ofídicos

botrópico e crotálico. Análise de 63 casos. Rev Inst Med Trop Sao Paulo 28: 220–

227. doi:10.1590/S0036-46651986000400003

58. Pinho FMO, Yu L, Burdmann EA (2008) Snakebite-Induced Acute Kidney Injury in

Latin America. Semin Nephrol 28: 354–362. doi:10.1016/j.semnephrol.2008.04.004

59. Ribeiro LA, Gadia R, Jorge MT (2008) Comparison between the epidemiology of

Page 77: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

59

accidents and the clinical features of envenoming by snakes of the genus Bot. Rev

Soc Bras Med Trop 41: 46–49.

60. Ribeiro LA, Albuquerque MJ, Pires de Campos VAF, Katz G, Takaoka NY, Lebrão

ML, et al. (1998) Óbitos por serpentes peçonhentas no Estado de São Paulo:

avaliação de 43 casos, 1988/93. Rev Assoc Med Bras 44: 312–318.

doi:10.1590/S0104-42301998000400010

61. Feitosa EL, Sampaio VS, Salinas JL, Queiroz AM, Silva IM, Gomes AA, et al.

(2015) Older Age and Time to Medical Assistance Are Associated with Severity

and Mortality of Snakebites in the Brazilian Amazon: A Case-Control Study. PLoS

One 10: e0132237. doi:10.1371/journal.pone.0132237

62. Ribeiro LA, Jorge MT, Lebrão ML (2001) Prognostic factors for local necrosis in

Bothrops jararaca (Brazilian pit viper) bites. Trans R Soc Trop Med Hyg 95: 630–

634.

63. Jorge MT, Ribeiro LA, O’Connell JL (1999) Prognostic factors for amputation in the

case of envenoming by snakes of the Bothrops genus (Viperidae). Ann Trop Med

Parasitol 93: 401–408. doi:10.1080/00034989958393

64. Adams R, Passino M, Sachs B, Nuriel T, Akassoglou K (2004) Fibrin mechanisms

and functions in nervous system pathology. Mol Interv 4: 163–176.

doi:10.1124/mi.4.3.6

65. Davalos D, Akassoglou K (2012) Fibrinogen as a key regulator of inflammation in

disease. Semin Immunopathol 34: 43–62. doi:10.1007/s00281-011-0290-8

66. Jacob-Ferreira AL, Menaldo DL, Sartim MA, Riul TB, Dias-Baruffi M, Sampaio S V

(2017) Antithrombotic activity of Batroxase, a metalloprotease from Bothrops atrox

Page 78: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

60

venom, in a model of venous thrombosis. Int J Biol Macromol 95: 263–267.

doi:10.1016/j.ijbiomac.2016.11.063

67. Jacob-Ferreira AL, Menaldo DL, Bernardes CP, Sartim MA, Angelis CD, Tanus-

Santos JE, et al. (2016) Evaluation of the in vivo thrombolytic activity of a

metalloprotease from Bothrops atrox venom using a model of venous thrombosis.

Toxicon 109: 18–25. doi:10.1016/j.toxicon.2015.11.002

68. Szabo G, Romics L, Frendl G (2002). Liver in sepsis and systemic inflammatory

response syndrome. Clin Liver Dis 6: 1045–1066. doi:10.1016/S1089-

3261(02)00058-2

69. Koo DJ, Chaudry IH, Wang P (1999) Kupffer cells are responsible for producing

inflammatory cytokines and hepatocellular dysfunction during early sepsis. J Surg

Res 83: 151–157. doi:10.1006/jsre.1999.5584

70. Dhainaut JF, Marin N, Mignon A, Vinsonneau C (2001) Hepatic response to sepsis:

interaction between coagulation and inflammatory processes. Crit Care Med 29:

S42-47. doi:10.1097/00003246-200107001-00016

71. Campos J, Alende R, Gonzalez-Quintela A (2009) Abnormalities in

aminotransferase levels during acute pyelonephritis. Eur J Intern Med 20: e53–e56.

doi:10.1016/j.ejim.2008.08.011

72. Park JY, Ko KO, Lim JW, Cheon EJ, Yoon JM (2013) Increase in Aminotransferase

Levels during Urinary Tract Infections in Children. Pediatr Gastroenterol Hepatol

Nutr 16: 89–94. doi:10.5223/pghn.2013.16.2.89

Page 79: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

61

Supporting information legends

S1 Checklist. CONSORT Checklist.

S1 File. CONSORT Flow Diagram.

S1 Text. Risk factors for secondary infection in 48 hours of follow-up.

S1 Dataset. Study database.

S1 Appendix. Original Trial Protocol.

S2 Appendix. Ethics Approval Document.

Page 80: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

62

Figures

Fig 1. Flow chart of inclusion. Recruitment of the patients attended by snakebite at

FMT-HVD, allocation and follow-up in the clinical trial.

Page 81: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

63

Fig 2. Time free of secondary infection at snakebite site, until 7 days after hospital

admission, for both groups. Survival analysis demonstrating that the time from patient

admission to the onset of secondary infection was not different between amoxicillin

clavulanate treated and control group (Log-rank=2.23; p=0.789).

Page 82: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

64

Table 1. Demographic end epidemiological characteristics of the randomized patients according to the experimental group.

Characteristics Intervention group (n=93)

Control group (n=93)

Total (n=186)

Number % Number % Number %

Gender Male 78 83.9 75 80.6 153 82.3 Female 15 16.1 18 19.4 33 17.7 Age group (in years) 0-10 8 8.6 5 5.4 13 7.0 11-20 13 14.0 21 22.6 34 18.3 21-30 22 23.7 20 21.5 42 22.6 31-40 11 11.8 16 17.2 27 14.5 41-50 13 14.0 10 10.8 23 12.4 51-60 14 15.0 14 15.1 28 15.1 >60 12 12.9 7 7.5 19 10.2 Area of occurrence Rural 80 86.0 82 88.2 162 87.1 Urban 13 14.0 11 11.8 24 12.9 Anatomical site of the bite Upper limbs 1 1.1 1 1.1 2 1.1 Lower limbs 18 19.4 16 17.2 34 18.3 Hand 12 12.9 15 16.1 27 14.5 Foot 62 66.7 61 65.6 123 66.1 Work-related bite Yes 32 34.4 43 46.2 75 40.3 No 61 65.6 50 53.8 111 59.7 Walking after bite (in minutes) No 33 35.5 31 33.3 64 34.4 5-9 17 18.3 18 19.4 35 18.8 10-29 24 25.8 24 25.8 48 25.8 30-59 12 12.9 15 16.1 27 14.5 >60 7 7.6 5 5.4 12 6.5 Time elapsed from bite to medical assistance (hours) 0-3 53 57.0 54 58.1 107 57.6 4-6 22 23.7 27 29.0 49 26.3 7-12 8 8.6 4 4.3 12 6.5 13-24 10 10.8 8 8.6 18 9.7 Previous snakebite history Yes 14 15.1 12 12.9 26 14.0 No 79 84.9 81 87.1 160 86.0 Use of topical medicines Yes 32 34.4 32 34.4 64 34.4 No 61 65.6 61 65.6 122 65.6 Use of oral medicines Yes 19 20.4 34 36.6 53 28.5

Page 83: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

65

No 74 79.6 59 63.4 133 71.5 Use of tourniquet Yes 25 26.9 21 22.6 46 24.7 No 68 73.1 72 77.4 140 75.3

Table 2. Clinical characterization of the randomized participants according to the

experimental group.

Characteristics Intervention group (n=93)

Control group (n=93)

Total (n=186)

Number % Number % Number %

Local signs Pain Absent 12 12.9 14 15.1 26 14.0 Mild 13 14.0 11 11.8 24 12.9 Moderate 24 25.8 26 28.0 50 26.9 Severe 44 47.3 42 45.2 86 46.2 Edema Mild 50 53.8 40 43.0 90 48.4 Moderate 38 40.9 44 47.3 82 44.1 Severe 5 5.4 9 9.7 14 7.5 Local bleeding Yes 35 37.6 52 55.9 87 46.8 No Difference between bite site and the contralateral site temperature (oC)

No difference 6 6.5 3 3.3 9 4.9 0.1-0.9 49 52.7 47 51.1 96 51.9 1-1.9 19 20.4 26 28.3 45 24.3 2-2.9 13 14.0 11 12.0 24 13.0 >3 6 6.5 5 5.4 11 5.9 Systemic signs and symptoms Headache 26 28.0 24 25.8 50 26.9 Dizziness 12 12.9 15 16.1 27 14.5 Gingival bleeding 9 9.7 7 7.5 16 8.6 Vomiting 8 8.6 5 5.4 13 7.0 Nausea 7 7.5 8 8.6 15 8.1 Vital signs Axillary temperature (o

C)

36.0 1.5 36.2 0.6 36.1 1.1

Page 84: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

66

Heart rate (bpm) 84.0 45.7 74.8 14.6 79.3 33.8 Respiratory rate (bpm) 20.0 2.5 20.0 1.9 20.0 2.9 Systolic pressure (mmHg)

130 19.6 129.6 18.2 129.8 18.9

Diastolic pressure (mmHg)

82.4 12.6 82.7 15.4 82.6 14.0

Snakebite clinical classification Mild 47 50.5 33 35.5 80 43.0 Moderate 41 44.1 50 53.8 91 48.9 Severe 5 5.4 10 10.8 15 8.1

Table 3. Laboratorial characterization of the randomized participants according to the experimental group.

Laboratorial test Intervention group (n=93)

Control group (n=93)

Total (n=186)

Mean (SD)/n (%) Mean (SD)/n (%) Mean (SD)/n (%)

Leukocyte count (cells/µL) 11,600 (8,900) 12,700 (8,700) 12,200 (8,800) Fibrinogen (mg/dL) 204.0 (124.2) 178.4 (94.2) 174.1 (116.6) Platelet (number/µL) 234,500 (74,400) 256,300 (71,200) 245,400 (73,400) Hemoglobin (mg/dL) 14.4 (1.3) 14.4 (1.5) 14.4 (1.4) Creatine phosphokinase (IU/L) 210.8 (179.4) 260.2 (289.6) 235.5 (241.5) Creatine phosphokinase-MB (IU/L) 28.6 (33.2) 27.4 (22.1) 28.0 (28.1) Erythrocyte sedimentation rate (mm/hour)

15.6 (17.6) 15.9 (17.8) 15.8 (17.7)

Lactate dehydrogenase (IU/L) 475.2 (598.0) 435.9 (258.2) 455.6 (459.8) Creatinine (mg/dL) 1.0 (0.3) 1.0 (0.5) 0.9 (0.4) Urea (mg/dL) 32.7 (11.2) 33.3 (13.6) 33.0 (12.4) Aspartate transaminase (UI/L) 29.2 (13.6) 35.0 (25.1) 32.1 (20.3) Alanine transaminase (UI/L) 24.2 (19.4) 27.2 (36.9) 25.7 (29.5) Clotting time (minutes) Normal (4-10) 30 (32.3) 33 (35.5) 63 (33.9) Prolonged (>10) 7 (7.5) 9 (9.7) 16 (8.6) Incoagulable 56 (60.2) 51 (54.8) 107 (57.5) Prothrombin time (seconds) Normal (10-14) 4 (4.3) 8 (8.6) 12 (6.5) Prolonged (>14) 51 (54.8) 47 (50.5) 98 (52.6) Incoagulable 38 (40.9) 38 (40.9) 76 (40.9) C-reactive protein (mg/dL) <6.5 76 (81.7) 75 (80.7) 151 (81.9) >6.5 17 (18.3) 18 (19.4) 35 (18.8) Blood venom concentration (ng/ml) 52.3 (42.0) 49.0 (59.6) 50.9 (50.0)

Reference values: Leukocytes: 4.000-10.000/mm³; Fibrinogen: 200-400 mg/dL; Platelets:

130,000-400.000/mm³; Hemoglobin: 13.0-16.0 g/dL for males and 12.0-14.0 for females;

Creatine phosphokinase: 24-190 IU/L; Creatine phosphokinase-MB: 2-25 IU/L; Erythrocyte

Page 85: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

67

sedimentation rate: <10 mm/hour; Lactate dehydrogenase: 211-423 IU/L; Creatinine: 0.5-1.2

mg/dL for adults and 0.3-1.0 mg/dL for children; Urea: 10-45 mg/dL; Aspartate transaminase: 2-

38 IU/L; Alanine transaminase: 2-44 UI/L; Clotting time: 4-10 minutes; Prothrombin time: 10-14

seconds; C-reactive protein: <6.5 mg/dL.

Table 4. Secondary infection rates of the patients followed up in the clinical trial, according to the experimental group.

Outcome Total (n, %) Intervention group (n, %)

Control group (n, %)

Relative risk

Secondary infection in 7 days 74 (39.8) 33 (35.5) 41 (44.1) 0.80 (0.56 to 1.15) Cellulitis in 7 days 64 (34.4) 28 (30.1) 36 (38.7) 0.78 (0.52 to 1.16) Abscess in 7 days 29 (31.9) 14 (15.1) 15 (16.1) 0.93 (0.48 to 1.82) Secondary infection in 48 hours 55 (29.6) 21 (22.6) 34 (36.6) 0.62 (0.38 to 0.98)

Table 5. Factors associated to secondary infection until 7 days of the snakebite patients attended in the hospital in Manaus, 2014 to 2016.

Variables

Secondary infection Number (%)

Without secondary infection Number (%)

Crude OR (IC95%)

p AOR (IC95%) p

Proximal variables

Leukocyte counts >10.000/mm³ 20 (27.0) 18 (16.1) 1.93 (0.94 to 3.97) 0.072 1.70 (0.73 to4.00) 0.222 Fibrinogen

>400 mg/dL 49 (66.2) 43 (38.4) 3.15 (1.70 to 3.81) 0.000 3.39 (1.72 to6.66) <0.001

Platelet counts <130,000/mm³ 3 (4.1) 8 (7.2) 0.55 (0.14 to 2.14) 0.388 … … Hemoglobin Lower than normal 1 (1.3) 12 (10.7) 0.11 (0.01 to 0.90) 0.039 0.18 (0.02 to1.45) 0.108 Creatine phosphokinase

>190 IU/L 17 (23.0) 15 (13.4) 1.93 (0.90 to 4.16) 0.093 1.61 (0.65 to3.97) 0.304 Creatine phosphokinase-MB

>25 IU/L 15 (20.3) 29 (25.9) 0.73 (0.36 to 1.48) 0.378 … …

Erythrocyte sedimentation rate

>10 mm/hour 64 (86.5) 89 (79.5) 1.65 (0.74 to 3.71) 0.223 … …

Lactate dehydrogenase

>423 IU/L 13 (17.6) 24 (21.4) 0.78 (0.37 to 1.65) 0.519 … … Creatinine Higher than normal 13 (17.6) 14 (12.5) 1.49 (0.66 to 3.39) 0.339 … … Urea

Page 86: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

68

>45 mg/dL 12 (16.2) 16 (14.3) 1.16 (0.51 to 2.62) 0.719 … … Aspartate transaminase

>38 IU/L 18 (19.3) 17 (15.2) 1.80 (0.86 to 3.77) 0.121 0.86 (0.29 to2.52) 0.783 Alanine transaminase >44 IU/L 27 (36.5) 24 (21.4) 2.11 (1.10 to 4.06) 0.026 2.21 (1.03 to4.75) 0.042 Clotting time >14 minutes 3 (4.0) 5 (5.4) 0.67 (0.04 to

10.88) 0.778 … …

Prothrombin time >14 seconds 49 (66.2) 79 (74.1) 1.39 (0.74 to 2.64) 0.321 … … C-reactive protein >6.5 mg/dL 52 (70.3) 42 (37.5) 3.94 (2.10 to 7.38) <0.001 3.90 (1.98 to7.69) <0.001 Blood venom level >50 ng/mL 57 (77.0) 96 (85.7) 0.56 (0.26 to 1.19) 0.132 0.55 (0.23 to1.35) 0.193

Intermediate variables

Pain No pain 37 (50.0) 95 (84.8) 1 … 1 … Mild 12 (16.2) 15 (13.4) 2.05 (0.88 to 4.80) 0.096 1.63 (0.66 to3.98) 0.287 Moderate 18 (24.3) 2 (1.8) 23.11 (5.11 to

104.55) <0.001 11.75 (2.47

to55.86) 0.002

Severe 7 (9.5) 0 (0.0) 38.2 (2.13 to 685.5)

<0.001 16.97 (2.05 to340.80)

0.001

Edema Mild 21 (28.4) 80 (71.5) 1 … 1 … Moderate 37 (50.0) 25 (22.3) 5.64 (2.80 to 5.64) <0.001 3.46 (1.63 to7.35) 0.001 Severe 16 (21.6) 7 (6.2) 8.71 (3.17 to

23.90) <0.001 3.78 (1.20

to11.90) 0.023

Local bleeding Present 5 (6.8) 2 (1.8) 0.25 (0.47 to 1.33) 0.140 0.28 (0.04 to1.81) 0.182

Difference between bite site and the contralateral site temperature (⁰C)

No difference 4 (5.4) 5 (4.5) 1 … … …

0.1-0.9 37(50.0) 59 (53.2) 0.78 (0.20 to 3.11) 0.729 … …

1-1.9 22 (29.7) 23 (20.7) 1.20 (0.28 to 5.24) 0.808 … …

2-2.9 7 (9.5) 17 (15.3) 0.51 (0.11 to 2.50) 0.411 … …

>3 4 (5.4) 7 (6.3) 0.71 (0.12 to 4.32) 0.714 … …

Classification of the bite Mild 22 (29.7) 58 (51.8) 1 … 1 … Moderate 44 (59.5) 47 (42.0) 2.46 (1.30 to 4.68) 0.006 2.52 (1.32 to4.82) 0.005 Severe 8 (10.8) 7 (6.2) 3.01(0.98 to 9.30) 0.055 2.80 (0.90 to8.77) 0.076

Distal variables

Gender Male 63 (85.1) 90 (80.4) 0.71 (0.32 to 1.58) 0.405 … … Area of occurrence Rural 65 (87.8) 97 (86.6) 1.03 (0.55 to 1.89) 0.933 … … Age group in years 0-10 5 (6.8) 8 (7.2) 1 … … … 11-20 10 (13.5) 24 (21.4) 0.67 (0.17 to 2.54) 0.553 … … 21-30 14 (18.9) 28 (25.0) 0.80 (0.22 to 2.90) 0.734 … …

Page 87: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

69

31-60 37 (50.0) 41 (36.6) 0.69 (0.19 to 2.34) 0.569 … … >60 8 (10.8) 11 (9.8) 1.63 (0.28 to 4.92) 0.837 … … Bite site Upper limbs - 2 (1.8) 1 … … … Lower limbs 64 (86.5) 92 (82.2) … 0.991 … … Hand 9 (12.5) 18 (16.0) … 0.991 … … Work-related bite Yes 46 (62.2) 65 (58.0) 0.84 (0.46 to 1.54) 0.575 … … Walking after bite No 24 (32.5) 40 (35.7) 1 … … … 5-9 minutes 10 (13.5) 25 (22.3) 0.67 (0.27 to 1.63) 0.372 … … 10-29 minutes 22 (29.7) 26 (23.2) 1.41 (0.66 to 3.02) 0.376 … … 30-59 minutes 12 (16.2) 15 (13.4) 1.33 (0.54 to 3.32) 0.537 … … >60 minutes 6 (8.1) 6 (5.4) 1.67 (0.48 to 5.76) 0.419 … … Time elapsed from bite to medical assistance

0-3 hours 40 (54.1) 67 (59.8) 1 … … … 4-6 hours 22 (29.7) 27 (24.1) 1.36 (0.69 to 2.71) 0.374 … … 7-12 hours 6 (8.1) 6 (5.4) 1.68 (0.51 to 5.55) 0.399 … … 13-24 hours 6 (8.1) 12 (10.7) 0.84 (0.29 to 2.41) 0.742 … … Previous history of snakebite Yes 14 (18.9) 12 (10.7) 1.94 (0.84 to 4.48) 0.118 1.98(0.84 to4.70) 0.121 Use of topical medicines

Yes 23 (31.1) 40 (35.7) 0.83 (0.44 to 1.55) 0.555 … … Use of oral medicines Yes 23 (31.1) 30 (26.8) 1.23 (0.65 to 2.35) 0.526 … … Use of tourniquet Yes 21 (28.4) 25 (22.4) 0.73 (0.37 to 1.42) 0.350 … …

Reference values: Leukocytes: 4,000-10,000/mm³; Fibrinogen: 200-400 mg/dL;

Platelets: 130,000-400,000/mm³; Hemoglobin: 13.0-16.0 g/dL for males and 12.0-14.0 for

females; Creatine phosphokinase: 24-190 IU/L; Creatine phosphokinase-MB: 2-25 IU/L;

Erythrocyte sedimentation rate: <10 mm/hour; Lactate dehydrogenase: 211-423 IU/L;

Creatinine: 0.5-1.2 mg/dL for adults and 0.3-1.0 mg/dL for children; Urea: 10-45 mg/dL;

Aspartate transaminase: 2-38 IU/L; Alanine transaminase: 2-44 UI/L; Clotting time: 4-10

minutes; Prothrombin time: 10-14 seconds; C-reactive protein: <6.5 mg/dL.

Page 88: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

70

Table 6. Final model of factors associated to secondary infection until 7 days of the snakebite

patients attended in the hospital in Manaus.

Variables

Secondary infection Number, (%)

Without secondary infection Number, (%)

AOR (IC95%) p

Fibrinogen >400 mg/dL 49 (66.2) 43 (38.4) 4.78 (2.17

to10.55) <0.001

Alanine transaminase >44 IU/L 27 (36.5) 24 (21.4) 2.52 (1.06 to 5.98) 0.037 C-reactive protein >6.5 mg/dL 52 (70.3) 42 (37.5) 2.98 (1.40 to 6.35) 0.005 Pain No pain 37 (50.0) 95 (84.8) 1 … Mild 12 (16.2) 15 (13.4) 2.62 (0.99 to 6.88) 0.051 Moderate 18 (24.3) 2 (1.8) 24.30(4.69 to

125.84) <0.001

Severe 7 (9.5) - … … Edema Mild 21 (28.4) 80 (71.5) 1 … Moderate 37 (50.0) 25 (22.3) 1.84 (0.68 to 5.00) 0.229 Severe 16 (21.6) 7 (6.2) 2.03 (0.45 to 9.10) 0.356 Classification of the bite Mild 22 (29.7) 58 (51.8) 1 … Moderate 44 (59.5) 47 (42.0) 2.43 (1.07 to 5.50) 0.034 Severe 8 (10.8) 7 (6.2) 3.64 (0.82 to

16.18) 0.089

S1 File. Risk factors for secondary infection in 48 hours of follow-up.

Considering proximal variables, secondary infections incidence in 48 hours of follow-up

was significantly associated to fibrinogen >400 mg/dL [AOR=1.96 (95%CI=0.99 to 3.89;

p=0.054)], reactive C protein >6.5 mg/L [AOR=3.78 (95%CI=1.85 to 7.72; p<0.001)].

Regarding intermediate variables, moderate [AOR=4.78 (95%CI=1.79 to 12.75; p=0.002)]

Page 89: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

71

and severe pain [AOR=9.93 (95%CI=1.05 to 93.77; p=0.045)] and moderate [AOR=5.87

(95%CI=2.40 to14.39; p<0.001)] and severe edema [AOR=6.22 (95%CI=2.04 to18.88;

p=0.023)]. No distal variable was associated to secondary infections incidence (Table A).

In the final multivariate analysis model, secondary infections incidence in 48 hours of

follow-up was significantly associated to reactive C protein >6.5 mg/L [AOR=4.28

(95%CI=1.81 to 10.14; p=0.001)], moderate [AOR=5.87 (95%CI=2.06 to 16.74; p=0.001)]

and severe pain [AOR=17.89 (95%CI=1.71 to 186.97; p=0.016)] and preemptive

amoxicillin clavulanate [AOR=0.42 (95%CI=0.19 to 0.94; p=0.034)] (Table B).

Table A. Factors associated to secondary infection until 48 hours of the snakebite patients.

Variables

Secondary infection (Number, %)

Without secondary infection (Number, %)

Crude OR (IC95%)

p AOR (IC95%) p

Proximal variables

Leukocyte counts >10.000/mm³ 18 (32.7) 38 (29.0) 1.19 (0.60 to 2.35) 0.614 … … Fibrinogen >400 mg/dL 28 (50.9) 38 (29.0) 2.54 (0.33 to 4.86) 0.005 1.96 (0.99-3.89) 0.054 Platelet counts <130,000/mm³ 2 (3.6) 7 (5.3) 0.67 (0.13 to 3.32) 0.623 … … Hemoglobin Lower than normal 1 (1.8) 7 (5.3) 0.33 (0.04 to 2.73) 0.303 … … Creatine phosphokinase

>190 IU/L 17 (30.9) 24 (18.3) 1.99 (0.97 to 4.11) 0.061 1.25 (0.55-2.84) 0.599 Creatine phosphokinase-MB

>25 IU/L 12 (21.8) 36 (27.5) 0.74 (0.35 to 1.55) 0.422 … … Erythrocyte sedimentation rate

>10 mm/hour 45 (81.8) 103 (78.6) 1.22 (0.55 to 2.73) 0.623 … … Lactate dehydrogenase

>423 IU/L 10 (18.2) 24 (18.3) 1.09 (0.44 to 2.24) 0.982 … … Creatinine

Page 90: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

72

Higher than normal 12 (21.8) 17 (13.0) 1.87 (0.83 to 2.24) 0.133 1.26 (0.51-3.11) 0.616 Urea >45 mg/dL 11 (20.0) 21 (16.0) 1.31 (0.58 to 2.94) 0.514 Aspartate transaminase

>38 IU/L 13 (23.6) 14 (10.7) 2.59 (1.12 to 5.95) 0.025 2.31 (0.95-5.64) 0.066 Alanine transaminase >44 IU/L 19 (34.5) 27 (20.6) 2.03 (1.01 to 4.09) 0.047 1.35 (0.60-3.08) 0.477 Clotting time >14 minutes 2 (3.6) 10 (7.6) 0.43 (0.02 to 9.36) 0.590 … … Prothrombin time >14 seconds 39 (70.9) 108 (82.4) 0.52 (0.24 to 1.17) 0.122 0.84 (0.62-1.19) 0.423 Reactive C protein >6.5 mg/dL 41 (74.5) 48 (36.6) 5.06 (2.51 to

10.23) <0.001

3.78 (1.85-7.72) <0.001

Blood venom level >50 ng/mL 43 (78.2) 110 (84.0) 0.69 (0.31 to 1.51) 0.347 … …

Intermediate variables

Pain No pain 23 (41.8) 99 (75.6) 1 … 1 … Mild 10 (18.2) 22 (16.8) 1.96 (0.82 to

4.69) 0.132 0.82 (0.72-4.65) 0.208

Moderate 17 (30.9) 9 (6.8) 8.13 (3.22 to 20.54)

<0.001 4.78 (1.79-12.75) 0.002

Severe 5 (9.1) 1 (0.8) 21.52 (2.40 to 193.16)

0.006 9.93 (1.05-93.77) 0.045

Edema Mild 8 (14.5) 78 (59.5) 1 … 1 … Moderate 32 (58.2) 39 (29.8) 8.00 (3.37 to

19.00) <0.001 5.87 (2.40-14.39) <0.001

Severe 15 (27.3) 14 (10.7) 10.45 (3.74 to 29.25)

<0.001 6.22 (2.04-18.88) 0.001

Local bleeding Present 5 (9.1) 6 (4.6) 1.48 (0.14 to

1.64) 0.243 … …

Difference between bite site and the contralateral site temperature (⁰C)

No difference 1 (1.8) 11 (8.9) 1 … 1 … 0.1-0.9 14 (25.5) 45 (36.3) 3.42 (0.41 to

28.89) 0.258 2.22 (0.21-2.24) 0.511

1-1.9 17 (30.9) 32 (25.8) 5.84 (0.70 to 49.17)

0.104 3.69 (0.33-39.34) 0.293

2-2.9 9 (16.4) 18 (14.5) 5.50 (0.61 to 49.54)

0.128 3.40 (0.29-39.16) 0.327

>3 4 (25.4) 18 (14.5) 8.56 (0.98 to 74.41)

0.052 9.48 (0.83-108.82)

0.071

Classification of the bite Mild 19 (34.6) 61 (46.6) 1 … 1 … Moderate 31 (56.4) 60 (45.8) 1.66 (1.30 to 4.68) 0.141 1.49 (0.75-2.96) 0.260 Severe 5 (9.0) 10 (7.6) 1.61(0.49 to 5.28) 0.436 1.30 (0.38-4.41) 0.677

Page 91: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

73

Distal variables

Gender Male 49 (89.1) 104

(79.4) 0.47 (0.18 to 1.22) 0.120 0.45 (0.17-1.16) 0.099

Area of occurrence Rural 47 (85.5) 115

(87.7) 1.18 (0.63 to 2.23) 0.606 … …

Age group in years 0-10 3 (5.5) 10 (7.6) 1 … … … 11-20 8 (14.5) 26 (19.9) 1.03 (0.23 to 4.66) 0.974 … … 21-30 10 (18.2) 32 (24.4) 1.04 (0.24 to 4.54) 0.957 … … 31-60 18 (50.9) 50 (38.2) 1.40 (0.30 to 6.49) 0.665 … … >60 6 (10.9) 13 (9.9) 1.54 (0.31 to 7.72) 0.601 … … Bite site Upper limbs 0 (0.0) 2 (1.8) 1 … … … Lower limbs 64 (86.5) 92 (82.2) 0.48 (0.02 to 6.45) 0.979 … … Hand 9 (12.5) 18 (16.0) 1.05 (0.03 to

15.45) 0.999 … …

Work-related bite Yes 35 (63.6) 76 (58.0) 0.79 (0.41 to 1.51) 0.476 … … Walking after bite No 21 (38.2) 43 (32.8) 1 … 1 … 5-9 minutes 6 (10.9) 29 (22.2) 0.42 (0.15 to 1.18) 0.100 0.39 (0.14-1.12) 0.081 10-29 minutes 17 (30.9) 31 (23.7) 1.12 (0.51 to 2.47) 0.773 0.97 (0.43-2.20) 0.937 30-59 minutes 9 (16.4) 18 (13.7) 1.02 (0.39 to 2.66) 0.961 0.94 (0.35-2.55) 0.907 >60 minutes 2 (3.6) 10 (7.6) 1.41 (0.08 to 2.04) 0.276 0.36 (0.07-1.87) 0.223 Time elapsed from bite to medical assistance

0-3 hours 32 (58.2) 75 (57.2) 1 … … … 4-6 hours 15 (27.3) 34 (24.0) 1.03 (0.50 to 2.16) 0.929 … … 7-12 hours 3 (5.5) 9 (6.9) 0.78 (0.20 to 3.08) 0.724 … … 13-24 hours 5 (9.0) 13 (9.9) 0.90 (0.30 to 2.74) 0.855 … … Previous history of snakebite Yes 10 (18.2) 16 (12.2) 1.60 (0.67 to 3.78) 0.287 … … Use of topical medicines

Yes 17 (30.9) 46 (35.1) 0.83 (0.42 to 1.62) 0.580 … … Use of oral medicines Yes 18 (32.7) 35 (26.7) 1.33 (0.67 to 2.64) 0.408 … … Use of tourniquet Yes 16 (29.1) 30 (22.9) 0.72 (0.36 to 1.47) 0.373 … …

Page 92: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

74

Table B. Final multivariate analysis model associated to secondary infection until 48 hours of

the snakebite patients.

Factors With secondary infection (n %)

Without secondary infection (n %)

AOR (IC95%) p

Reactive C protein >6.5 mg/dL 41 (74.5) 48 (36.6) 4.28 (1.81 to 10.14) 0.001 Pain No pain 23 (41.8) 99 (75.6) 1 … Mild 10 (18.2) 22 (16.8) 1.92 (0.69 to 5.38) 0.214 Moderate 17 (30.9) 9 (6.8) 5.87 (2.06 to 16.74) 0.001 Severe 5 (9.1) 1 (0.8) 17.89 (1.71 to

186.97) 0.016

Edema Mild 8 (14.5) 78 (59.5) Moderate 32 (58.2) 39 (29.8) 3.94 (1.52 to 10.21) 0.005 Severe 15 (27.3) 14 (10.7) 2.70 (0.79 to 2.24) 0.112 Preemptive amoxicillin clavulanate

Yes 21 (38.2) 72 (55.0) 0.42 (0.19 to 0.94) 0.034 No 34 (61.8) 59 (45.0)

Page 93: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

75

CONSORT 2010 checklist of information to include when reporting a randomised trial

Section/Topic Item No Checklist item Reported on page No

Title and abstract 1a Identification as a randomised trial in the title Title, page 1

1b Structured summary of trial design, methods, results, and conclusions (for specific guidance see

CONSORT for abstracts) Abstract, page 2-4

Introduction Background and objectives

2a Scientific background and explanation of rationale Introduction, paragr. 1‒3

2b Specific objectives or hypotheses Introduction, paragr. 4

Methods Trial design 3a Description of trial design (such as parallel, factorial) including allocation ratio Methods, Study Design and

Participants, paragr. 1 Methods, Eligibility, randomization and intervention, paragr. 2

3b Important changes to methods after trial commencement (such as eligibility criteria), with reasons

Methods, Eligibility, randomization and intervention, paragr. 1 and 2

Participants 4a Eligibility criteria for participants Methods, Eligibility, randomization and intervention, paragr. 1

4b Settings and locations where the data were collected Methods, Study Design and Participants, paragr. 1 Methods, Admission and follow-up procedures, paragr. 1-3

Interventions 5 The interventions for each group with sufficient details to allow replication, including how and when they were actually administered

Methods, Eligibility, randomization and intervention, paragr. 2

Outcomes 6a Completely defined pre-specified primary and secondary outcome measures, including how and when they were assessed

Methods, Endpoints, paragr. 1

6b Any changes to trial outcomes after the trial commenced, with reasons -

Sample size 7a How sample size was determined Methods, Study Design and Participants, paragr. 2

Page 94: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

76

7b When applicable, explanation of any interim analyses and stopping guidelines -

Randomisation: Sequence

generation 8a Method used to generate the random allocation sequence Methods, Eligibility, randomization

and intervention, paragr. 2

8b Type of randomisation; details of any restriction (such as blocking and block size) Methods, Eligibility, randomization and intervention, paragr. 2

Allocation concealment mechanism

9 Mechanism used to implement the random allocation sequence (such as sequentially numbered containers), describing any steps taken to conceal the sequence until interventions were assigned

Methods, Eligibility, randomization and intervention, paragr. 2

Implementation 10 Who generated the random allocation sequence, who enrolled participants, and who assigned participants to interventions

Methods, Eligibility, randomization and intervention, paragr. 2

Blinding 11a If done, who was blinded after assignment to interventions (for example, participants, care providers, those assessing outcomes) and how

Methods, Eligibility, randomization and intervention, paragr. 2

11b If relevant, description of the similarity of interventions -

Statistical methods 12a Statistical methods used to compare groups for primary and secondary outcomes Methods, Statistical Analysis, paragr. 1

12b Methods for additional analyses, such as subgroup analyses and adjusted analyses Methods, Statistical Analysis, paragr. 1

Results Participant flow (a diagram is strongly recommended)

13a For each group, the numbers of participants who were randomly assigned, received intended treatment, and were analysed for the primary outcome

Results, Patients’ characterization, paragr. 1 Fig 1

13b For each group, losses and exclusions after randomisation, together with reasons Results, Patients’ characterization, paragr. 1 Fig 1

Recruitment 14a Dates defining the periods of recruitment and follow-up Methods, Study Design and Participants, paragr. 1 Methods, Admission and follow-up procedures, paragr. 3 Results, Patients’ characterization, paragr. 1

14b Why the trial ended or was stopped Methods, Study Design and Participants, paragr. 2 Results, Patients’ characterization, paragr. 1

Baseline data 15 A table showing baseline demographic and clinical characteristics for each group Table 1, Table 2 and Table 3

Page 95: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

77

Numbers analysed 16 For each group, number of participants (denominator) included in each analysis and whether the analysis was by original assigned groups

Results, Patients’ characterization, paragr. 1 Fig 1

Outcomes and estimation

17a For each primary and secondary outcome, results for each group, and the estimated effect size and its precision (such as 95% confidence interval)

Results, Outcome rates and efficacy estimates, paragr. 1 Results, Factors associated to secondary infections, paragr. 1-3 Table 4, Table 5 and Table 6

S1 File Fig 2

17b For binary outcomes, presentation of both absolute and relative effect sizes is recommended

Results, Outcome rates and efficacy estimates, paragr. 1 and 2 Table 4 Fig 2

Ancillary analyses 18 Results of any other analyses performed, including subgroup analyses and adjusted analyses, distinguishing pre-specified from exploratory

S1 File

Harms 19 All important harms or unintended effects in each group (for specific guidance see CONSORT for

harms) Results, Outcome rates and efficacy estimates, paragr. 1

Discussion Limitations 20 Trial limitations, addressing sources of potential bias, imprecision, and, if relevant,

multiplicity of analyses Discussion, Preemptive amoxicillin clavulanate efficacy interpretation, paragr. 2

Generalisability 21 Generalisability (external validity, applicability) of the trial findings Discussion, Preemptive amoxicillin clavulanate efficacy interpretation, paragr. 1

Interpretation 22 Interpretation consistent with results, balancing benefits and harms, and considering other relevant evidence

Discussion, Preemptive amoxicillin clavulanate efficacy interpretation, paragr. 1-3

Other information

Registration 23 Registration number and name of trial registry Methods, Ethics Statement, paragr. 1

Protocol 24 Where the full trial protocol can be accessed, if available S2 File

Funding 25 Sources of funding and other support (such as supply of drugs), role of funders In submission system

Page 96: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

78

CONSORT 2010 Flow Diagram

Assessed for eligibility (n=345)

Excluded (n=158) Not meeting inclusion criteria (n=110) Declined to participate (n=0) Other reasons (n=48)

Analysed (n=93)

Excluded from analysis (give reasons) (n=0)

Lost to follow-up (give reasons) (n=0) Discontinued intervention (give reasons) (n=0)

Allocated to intervention (Intervention group) (n=93)

Received allocated intervention (n=93) Did not receive allocated intervention (give

reasons) (n=0)

Lost to follow-up (withdrew consent) (n=1) Discontinued intervention (give reasons) (n=0)

Allocated to intervention (Control Group) (n=94)

Received allocated intervention (n=94) Did not receive allocated intervention (give

reasons) (n=0)

Analysed (n=93)

Excluded from analysis (give reasons) (n=0)

Allocation

Analysis

Follow-Up

Randomized (n=187)

Enrollment

Page 97: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

79

5 DISCUSSÃO

5.1 Interpretação de eficácia de amoxicilina/clavulanato preemptiva

A maioria dos esquemas antimicrobianos para prevenção ou tratamento de

infecções secundárias por picadas de serpente não são baseados em evidências

de ensaios clínicos randomizados (55,69). Embora as diretrizes da Sociedade de

Doenças Infecciosas da América (IDSA), para o diagnóstico e manejo de infecções

cutâneas e de tecidos moles, indiquem amoxicilina/clavulanato para reduzir

complicações por prevenção de infecção secundária por picadas de animais

(70,71), este é o primeiro estudo que avaliou a eficácia deste regime terapêutico

para picadas de serpente.

Neste ensaio, embora tenham sido observadas taxas mais baixas de infecção

secundária no grupo de intervenção, as diferenças entre o tratamento com

amoxicilina/clavulanato e o grupo controle durante um seguimento de 7 dias não

alcançaram significância estatística. Consistentemente, a análise dos subgrupos de

pacientes que tiveram abcessos ou celulite também não apresentaram diferença

significativa em termos de eficácia da intervenção. Um estudo prévio com

cloranfenicol oral mostrou uma fraca eficácia na prevenção de infecção secundária

por picadas de Bothrops (58), embora este medicamento tenha sido sugerido como

uma boa alternativa para o tratamento de infecções locais que podem complicar as

picadas por este gênero de serpente (62,67,82). Por conseguinte, o cloranfenicol

intravenoso associado à gentamicina não mostrou diferença estatística entre os

doentes tratados e o grupo não tratado em acidentes por serpentes do gênero

Crotalus (73). Em um estudo anterior, a amoxacillina também foi usada de forma

preemptiva sem nenhum benefício clínico (83).

Em geral, estes ensaios não foram orientados pela investigação dos agentes

bacterianos responsáveis pela infecção no local da picada de serpente naquela

Page 98: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

80

área. De fato, mesmo para fins de tratamento de rotina, o diagnóstico de infecção

secundária baseia-se principalmente em características clínicas sem confirmação

microbiológica seguida de perfil de resistência antimicrobiana.

A microbiota oral de serpentes compreende uma ampla gama de micro-

organismos aeróbios e anaeróbios, incluindo Enterobacteriaceae (Namelly

Morganella spp. E Escherichia coli), Streptococcus, Aeromonas spp.,

Staphylococcus aureus e Clostridium spp. (54,57,63). Poucos estudos apresentam

confirmação microbiológica de bactérias responsáveis pelos abscessos provocados

por serpentes, dentre estes foram demonstrados predominância de

Enterobacteriaceae, principalmente Morganella morganii (22,54,66). A infecção

pode não estar necessariamente associada à flora da boca da serpente, mas

também aos distúrbios locais induzidos pelo veneno. A diferença significativa

presente até 48 horas do acidente, mas não no 7º dia, pode ser explicada pela

contaminação entre o terceiro dia e o 7º dia com origem diferente da microbiota oral

da serpente, como a microbiota do paciente ou até mesmo iatrogenias.

Uma limitação deste estudo foi a ausência de identificação definitiva de

bactérias responsáveis pelas infecções para a maioria dos participantes. Foram

realizados seis isolamentos bacterianos e a bactéria Morganella morganii foi

identificada em cinco infecções no local da picada da serpente, no entanto, nenhum

antibiograma foi rotineiramente realizado. A resistência aos antibióticos β-

lactâmicos em espécies de Morganella é muito comum e geralmente mediada pela

presença de β-lactamases codificadas cromossomicamente pertencentes à família

AmpC β-lactamase. Essas β-lactamases são tipicamente indutíveis na presença de

antibióticos β-lactâmicos(84). Como resultado, agentes como a ampicilina, a

amoxicilina e a primeira e segunda geração de cefalosporinas podem ser ineficazes

(85). Este achado destaca a necessidade de conhecimento prévio da epidemiologia

das infecções secundárias como pedra angular nos testes de antibióticos

preemptivos em picadas de serpente.

Page 99: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

81

A incidência de infecção secundária até 48 horas após a admissão

apresentou redução de risco relativo de 38,3% para o grupo que utilizou

amoxicilina/clavulanato preemptiva em relação ao controle, mostrando que o

regime de antibióticos atrasou o aparecimento da infecção secundária entre os

pacientes tratados. Como o efeito preemptivo não se estendeu até o final do

seguimento, esse atraso pode representar um risco grave para os pacientes que

utilizam regimes de antibióticos preemptivos ineficazes, porque na ausência de

sinais de complicações locais, os pacientes geralmente são indicados para alta

hospitalar após 48 horas de internação, e podem desenvolver infecção secundária

sem atenção médica adequada.

Diante disso, populações ribeirinhas e indígenas que vivem em áreas remotas

possuem maior dificuldade para retornarem aos centros de saúde para o

tratamento desta complicação, e podem desenvolver condições clínicas severas,

como perda funcional, amputação, sepse e óbito (21). Embora acidentes com

serpentes são comuns em áreas endêmicas, nossos resultados apontam que o uso

preemptivo de antibióticos não possui uma política claramente definida, levando ao

uso de antibióticos de maneira inadequada e dispendiosa, com riscos para o

paciente (57,72).

Considera-se limitações do projeto a não-realização de um estudo duplo-cego

não foi realizado e a admissão de pacientes com menos de 24 horas após a

picada, o que pode ter selecionado aqueles menos propensos a desenvolver uma

infecção secundária.

Page 100: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

82

5.2 Fatores associados a infecção bacteriana secundária por picadas de

serpente Bothrops

Nas picadas de serpente Bothrops, os estudos descrevem principalmente

fatores associados a complicações sistêmicas, como coagulopatia (42,54),

insuficiência renal aguda (41,42,61,86,87) e óbito (18,42,88), com grupos etários

extremos e maior tempo entre o acidente e a assistência médica (18). Há pouca

informação em relação às complicações locais, especialmente necrose (61,89) e

amputação (90), associação à região anatômica picada, sangramento sistêmico,

insuficiência renal, idade avançada e uso do torniquete. Embora tenham sido

observadas infecções bacterianas secundárias em cerca de 40% das picadas de

serpente Bothrops atrox na Amazônia (33), como confirmado neste estudo,

nenhum marcador preditivo epidemiológico ou clínico é conhecido para esta

complicação.

Neste estudo, a incidência de infecção secundária foi significativamente

associada a níveis mais elevados de fibrinogênio, alanina transaminase e proteína

C-reativa, sugerindo esses marcadores laboratoriais como ferramentas auxiliares

para o diagnóstico de infecções secundárias aliadas a sinais clínicos de celulite e

abscessos. O fibrinogênio é uma proteína de fase aguda e sua concentração sérica

pode ser elevada em condições inflamatórias e infecciosas associadas a dano

vascular (91,92). As metaloproteinases do veneno de Bothrops atrox clivam o

fibrinogênio e reduzem seus níveis, gerando um aumento nos níveis de produtos

de degradação de fibrina / fibrinogênio in vivo, com um papel primordial na

patogênese da coagulopatia e hemólise intravascular no envenenamento agudo

(93,94). A intensa reação inflamatória ligada à infecção secundária que persiste

após a terapia com antiveneno pode desencadear uma resposta de reagente de

fase aguda em pacientes afetados. O aumento da proteína C é diretamente

proporcional ao aumento do fibrinogênio em pacientes com infecções secundárias

de tecidos moles (71).

Page 101: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

83

Nosso estudo sugere que o perfil pró-inflamatório presente em infecções

secundárias por picadas de serpente pode ser responsável pela disfunção

hepatocelular e por elevações da alanina transaminases, conforme relatado

anteriormente em pacientes com sepse e infecções do trato urinário [68-72]. As

celulites ou abcessos ocorrem principalmente nos casos de acidentes ofídicos

classificados como moderada ou grave, como relatado anteriormente no sul do

Brasil (62).

Page 102: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

84

6 CONCLUSÃO

As diretrizes da Sociedade de Doenças Infecciosas da América para o diagnóstico

e manejo de infecções cutâneas e de tecidos moles indicam

amoxicilina/clavulanato para prevenir infecções secundárias por picadas de

animais. No entanto, neste estudo, os pacientes não se beneficiaram da

amoxicilina/clavulanato para prevenção da infecção secundária por picadas de

serpentes Bothrops. Assim, diante dos resultados foi observado que:

- os aspectos sociodemográficos dos pacientes envolvidos em acidentes botrópicos

não evidenciaram correlação para a incidência de infecção secundária;

- a infecção secundária teve incidência de 35,5% no grupo intervenção e 44,1% no

grupo controle. O diagnóstico da infecção foi realizado pela presença de celulite

(30,1% no grupo intervenção e 38,7% nos controles) e abscesso (15,1% no grupo

intervenção e 16.1% nos controles);

- aspectos clínicos de intensidade moderada e grave para a dor, o edema e a

classificação nos pacientes envolvidos em acidentes botrópicos foram associados à

infecção secundária;

- a incidência de infecção secundária foi significativamente associada a níveis mais

elevados de fibrinogênio, alanina transaminase e proteína C-reativa;

- o perfil pró-inflamatório presente em infecções secundárias por picadas de

serpente pode ser responsável pela disfunção hepatocelular e por níveis elevados

das transaminases;

- a celulite ou abcessos ocorreram principalmente nos casos de acidentes

botrópicos classificados como moderado ou grave;

- a incidência de infecção secundária até 48 horas após a admissão apresentou

redução de risco relativo de 38,3% para o grupo que utilizou

amoxicilina/clavulanato preemptiva em relação ao controle.

Page 103: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

85

7 REFERÊNCIAS

1. White J. Bites and stings from venomous animals: a global overview. Ther

Drug Monit. 2000;22(1):65–8.

2. Chippaux JP. Snake-bites: Appraisal of the global situation. Bull World Health

Organ. 1998;76(5):515–24.

3. Gutiérrez JM, Theakston RDG, Warrell D a. Confronting the neglected

problem of snake bite envenoming: the need for a global partnership. PLoS

Med [Internet]. 2006 Jun [cited 2014 Dec 19];3(6):e150. Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=1472552&tool=pmc

entrez&rendertype=abstract

4. Kasturiratne A, Wickremasinghe AR, Silva N, Gunawardena NK,

Pathmeswaran A, Premaratna R, et al. The Global Burden of Snakebite: A

Literature Analysis and Modelling Based on Regional Estimates of

Envenoming and Deaths. PLoS Med [Internet]. 2008 [cited 2015 Jan

2];5(11):1591–604. Available from:

http://www.rexano.org/ResponsibleOwnership/10.1371_journal.pmed.005021

8-S.pdf

5. Brasil. Ministério da Saúde. Sistema de Informação de Agravos de

Notificação - SINAN [Internet]. Ministério da Saúde. 2016 [cited 2016 Nov 12].

Available from: http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2016/janeiro/20/1-

Casos-Ofidismo-2000-2015.pdf

6. Brasil. Caderno 14-Acidentes por Animais Peçonhentos. In: Saude M da,

editor. Guia de vigilância epidemiológica [Internet]. 7th ed. Brasília: Ministério

da Saúde; 2009. p. 23. Available from:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_epidemiologica_7

ed.pdf

7. Pierini S V, Warrell DA, de Paulo A, Theakston RD. High incidence of bites

and stings by snakes and other animals among rubber tappers and

Amazonian Indians of the Juruá Valley, Acre State, Brazil. Toxicon. 1996

Page 104: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

86

Feb;34(2):225–36.

8. Waldez F, Vogt RC. Ecological and epidemiological aspects of snakebites in

riverside communities of the lower Purus River, Amazonas, Brazil. Acta Amaz

[Internet]. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; 2009 Sep [cited

2015 Jan 2];39(3):681–92. Available from:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-

59672009000300025&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

9. Feitosa ES, Sampaio V, Sachett J, Castro DB, Noronha M das DN, Lozano

JLL, et al. Snakebites as a largely neglected problem in the Brazilian Amazon:

highlights of the epidemiological trends in the States of Amazonas. Rev Soc

Bras Med Trop. 2015;48(Suppl I):34–41.

10. Bernarde PS, Gomes JDO. Venomous snakes and ophidism in Cruzeiro do

Sul, Alto Juruá, State of Acre, Brazil. Acta Amaz [Internet]. 2012;42(1):65–72.

Available from: http://www.scielo.br/pdf/aa/v42n1/a08v42n1.pdf

11. Borges CC, Sadahiro M, Dos-Santos MC. Epidemiological and clinical

aspects of snake accidentes in the municipalities of the State of Amazonas,

Brazil. Rev Soc Bras Med Trop [Internet]. 1999;32(6):637–46. Available from:

http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v32n6/0860.pdf

12. Nascimento SP. Epidemiological characteristics of snakebites in the State of

Roraima, Brazil, 1992-1998. Cad Saude Publica [Internet]. 2000;16(1):271–6.

Available from: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v16n1/1589.pdf

13. Pardal PP de O, Souza SM, Monteiro MR de C da C, Fan HW, Cardoso JLC,

França FOS, et al. Clinical trial of two antivenoms for the treatment of

Bothrops and Lachesis bites in the north eastern Amazon region of Brazil.

Trans R Soc Trop Med Hyg [Internet]. 2004 Jan [cited 2015 Jan 2];98(1):28–

42. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14702836

14. Sá-Neto RP, Dos-Santos M. Aspectos epidemiológicos dos acidentes ofídicos

atendidos no Instituto de Medicina Tropical de Manaus (IMTM), 1986–92:

estudo retrospectivo. Rev da Soc Bras Med Trop. 1995;28(supl I):171.

15. Moreno E, Queiroz-Andrade M, Lira-da-silva RM, Tavares-Neto J. Clinical

Page 105: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

87

and epidemiological characteristics of snakebites in Rio Branco, Acre. Rev

Soc Bras Med Trop [Internet]. 2005;38(1):15–21. Available from:

http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v38n1/22767.pdf

16. Pardal PP de O, Pardal JS de O, Gadelha MA da C, Rodrigues L da S,

Feitosa DT, Prudente A lúcia da C, et al. ENVENOMATION BY Micrurus

CORAL SNAKES IN THE BRAZILIAN AMAZON REGION: REPORT OF

TWO CASES. Rev Inst Med Trop Sao Paulo [Internet]. 2010 [cited 2015 Mar

17];56(6):333–7. Available from:

http://www.scielo.br/pdf/rimtsp/v52n6/a09v52n6.pdf

17. Pardal PPDO, Silva CLQ Da, Hoshino SDSN, Pinheiro MDFR. SNAKEBITE

BY THE RATTLESNAKE (Crotalus sp) IN PONTA DE PEDRA, MARAJÓ

ISLAND, PARÁ- A CASE REPORT. Rev Para Med. 2007;21(3):69–73.

18. Feitosa EL, Sampaio VS, Salinas JL, Queiroz AM, Silva IM, Gomes AA, et al.

Older Age and Time to Medical Assistance Are Associated with Severity and

Mortality of Snakebites in the Brazilian Amazon: A Case-Control Study. PLoS

One [Internet]. 2015;10(7):e0132237. Available from:

http://dx.plos.org/10.1371/journal.pone.0132237

19. Saraiva MG, Oliveira DDS, Filho GMCF, Coutinho LASDA, Guerreiro JV.

Epidemiological profile of snake bites in the State of Paraiba, Brazil, 2005 to

2010. Epidemiol e Serviços Saúde [Internet]. 2012;21(3):449–56. Available

from: http://scielo.iec.pa.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-

49742012000300010&lng=en&nrm=iso&tlng=en

20. Gold BS, Dart RC, Barish RA. Bites of Venomous Snakes. N Engl J Med.

2002;347(5):347–56.

21. Wen FH, Monteiro WM, Silva AMM, Tambourgi D V., Silva IM da, Sampaio

VS, et al. Snakebites and Scorpion Stings in the Brazilian Amazon: Identifying

Research Priorities for a Largely Neglected Problem. PLoS Negl Trop Dis

[Internet]. 2015;9(5):e0003701. Available from:

http://dx.plos.org/10.1371/journal.pntd.0003701

22. Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Diagnóstico e Tratamento

Page 106: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

88

de Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília: Fundação Nacional de

Saúde; 2001. 120 p.

23. Calvete JJ, Sanz L, Pérez A, Borges A, Vargas AM, Lomonte B, et al. Snake

population venomics and antivenomics of Bothrops atrox: Paedomorphism

along its transamazonian dispersal and implications of geographic venom

variability on snakebite management. J Proteomics [Internet]. 2011 Apr 1

[cited 2014 Dec 15];74(4):510–27. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21278006

24. Bochner R, Fiszon JT, Machado C. A Profile of Snake Bites in Brazil, 2001 to

2012. J Clin Toxicol [Internet]. 2014 [cited 2014 Dec 19];4(3):194. Available

from: http://omicsonline.org/open-access/a-profile-of-snake-bites-in-brazil-to-

2161-0495.1000-194.php?aid=27518

25. Saravu K, Shastry A, Somavarapu V, Kumar R. Clinical profile, species-

specific severity grading, and outcome determinants of snake envenomation:

An Indian tertiary care hospital-based prospective study. Indian J Crit Care

Med [Internet]. 2012 Oct [cited 2015 Mar 16];16(4):187. Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3610449&tool=pmc

entrez&rendertype=abstract

26. Sankar J, Nabeel R, Sankar MJ, Priyambada L, Mahadevan S. Factors

affecting outcome in children with snake envenomation: a prospective

observational study. Arch Dis Child [Internet]. 2013;98(8):596–601. Available

from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23716133

27. Suchithra N, Pappachan JM, Sujathan P. Snakebite envenoming in Kerala,

South India: clinical profile and factors involved in adverse outcomes. Emerg

Med J [Internet]. 2008 Apr 1 [cited 2015 Mar 17];25(4):200–4. Available from:

http://emj.bmj.com/content/25/4/200.abstract

28. Kalantri S, Singh A, Joshi R, Malamba S, Ho C, Ezoua J, et al. Clinical

predictors of in-hospital mortality in patients with snake bite: a retrospective

study from a rural hospital in central India. Trop Med Int Heal [Internet]. 2006

[cited 2015 Mar 17];2(1):22–30. Available from:

Page 107: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

89

file:///C:/Users/Jacqueline/Downloads/Kalantri_et_al-2006-

Tropical_Medicine_&_International_Health.pdf

29. Dharod M V, Patil TB, Deshpande AS, Gulhane R V, Patil MB, Bansod Y.

Clinical Predictors of Acute Kidney Injury Following Snake Bite

Envenomation. N Am J Med Sci [Internet]. 2013 [cited 2015 Mar

17];5(10):594–9. Available from:

http://www.najms.org/temp/NorthAmJMedSci510594-1938391_003218.pdf

30. Ogunfowokan O, Jacob DA, Livinus OL. Relationship between bite-to-hospital

time and morbidity in victims of carpet viper bite in North-Central Nigeria.

West Afr J Med [Internet]. Jan [cited 2015 Mar 17];30(5):348–53. Available

from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22752823

31. Habib AG, Abubakar SB. Factors affecting snakebite mortality in north-

eastern Nigeria. Int Health [Internet]. 2011 Mar [cited 2015 Mar 17];3(1):50–5.

Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24038050

32. Kim JS, Yang JW, Kim MS, Han ST, Kim BR, Shin MS, et al. Coagulopathy in

patients who experience snakebite. Korean J Intern Med [Internet]. 2008 Jun

[cited 2015 Mar 17];23(2):94–9. Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=2686970&tool=pmc

entrez&rendertype=abstract

33. Souza ARB. Snakebite by Bothrops atrox (Lin. 1758) in the State of

Amazonas - Brazil: Study of 212 cases with identified snake. Rev Patol Trop

[Internet]. 2002 [cited 2015 Mar 17];31(2):267–8. Available from:

http://www.revistas.ufg.br/index.php/iptsp/article/viewFile/14573/9140

34. Brasil. Ministerio da Saúde. Secretaria de Vigilancia em Saúde.

Departamento de Vigilancia Epidemiologica. Acidentes por Animais

Peçonhnetos. In: Guia de vigilância em saúde. Ministério. Brasilia: Ministério

da Saúde; 2014. p. 719–38.

35. Lima ACSF, Campos CEC, Ribeiro JR. Epidemiological profile of snake

poisoning accidents in the State of Amapá. Rev Soc Bras Med Trop [Internet].

SBMT; 2009 Jun [cited 2015 Jan 4];42(3):329–35. Available from:

Page 108: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

90

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-

86822009000300017&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

36. Guércio RAP, Shevchenko A, Shevchenko A, López-Lozano JL, Paba J,

Sousa M V, et al. Ontogenetic variations in the venom proteome of the

Amazonian snake Bothrops atrox. Proteome Sci [Internet]. 2006 Jan [cited

2014 Nov 18];4(1):11. Available from:

http://www.proteomesci.com/content/4/1/11

37. Saboriâo P, Gonza M, Cambronero M. Accidente Ofídico en Niños en Costa

Rica: Epidemiología Y Deteccíon de Factores de Riesgo en el Desarrollo de

Absceso Y Necrosis. Toxicon. 1998;36(2):359–66.

38. Michael GC, Thacher TD, Shehu MIL. The effect of pre-hospital care for

venomous snake bite on outcome in Nigeria. Trans R Soc Trop Med Hyg

[Internet]. Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene; 2011 Feb [cited

2014 Dec 19];105(2):95–101. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21035155

39. Pinho FMO, Zanetta DMT, Burdmann EA. Acute renal failure after Crotalus

durissus snakebite: a prospective survey on 100 patients. Kidney Int

[Internet]. 2005 Feb [cited 2015 Mar 17];67(2):659–67. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15673314

40. Rodrigues Sgrignolli L, Florido Mendes GE, Carlos CP, Burdmann E a. Acute

kidney injury caused by bothrops snake venom. Nephron Clin Pract [Internet].

2011 Jan [cited 2014 Dec 19];119(2):c131–7. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21757950

41. Albuquerque PLMM, Silva GB, Jacinto CN, Lima JB, Lima CB, Amaral YS, et

al. Acute kidney injury after snakebite accident treated in a Brazilian tertiary

care centre. Nephrology [Internet]. 2014 Dec [cited 2015 Mar 16];19(12):764–

70. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25123203

42. Otero R, Gutiérrez J, Beatriz Mesa M, Duque E, Rodríguez O, Luis Arango J,

et al. Complications of Bothrops, Porthidium, and Bothriechis snakebites in

Colombia. A clinical and epidemiological study of 39 cases attended in a

Page 109: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

91

university hospital. Toxicon [Internet]. 2002 Aug [cited 2015 Mar

17];40(8):1107–14. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12165312

43. Alkaabi JM, Al Neyadi M, Al Darei F, Al Mazrooei M, Al Yazedi J, Abdulle AM.

Terrestrial snakebites in the South East of the Arabian Peninsula: patient

characteristics, clinical presentations, and management. PLoS One [Internet].

2011 Jan [cited 2014 Dec 19];6(9):e24637. Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3171447&tool=pmc

entrez&rendertype=abstract

44. Chen C-M, Wu K-G, Chen C-J, Wang C-M. Bacterial infection in association

with snakebite: a 10-year experience in a northern Taiwan medical center. J

Microbiol Immunol Infect [Internet]. Elsevier Taiwan LLC; 2011 Dec [cited

2014 Dec 19];44(6):456–60. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21700517

45. Ozay G, Bosnak M, Ece A, Davutoglu M, Dikici B, Gurkan F, et al. Clinical

characteristics of children with snakebite poisoning and management of

complications in the pediatric intensive care unit. Pediatr Int [Internet]. 2005

Dec [cited 2015 Mar 17];47(6):669–75. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16354222

46. David S, Matathia S, Christopher S. Mortality predictors of snake bite

envenomation in southern India-A ten-year retrospective audit of 533 patients.

J Med Toxicol [Internet]. 2012 Jun [cited 2015 Mar 17];8(2):118–23. Available

from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3550238&tool=pmc

entrez&rendertype=abstract

47. Ribeiro LA, Jorge MT. Acidente por serpentes do gênero Bothrops: série de

3.139 casos. Rev Soc Bras Med Trop. 1997;30(6):475–80.

48. Queiroz SJ de. IDENTIFICAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA NO

VENENO DA SERPENTE Bothrops moojeni EM BACTÉRIAS GRAM

NEGATIVAS. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS; 2010.

Page 110: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

92

49. Williams SS, Wijesinghe C a, Jayamanne SF, Buckley N a, Dawson AH,

Lalloo DG, et al. Delayed psychological morbidity associated with snakebite

envenoming. PLoS Negl Trop Dis [Internet]. 2011 Aug [cited 2014 Dec

19];5(8):e1255. Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3149015&tool=pmc

entrez&rendertype=abstract

50. Vaiyapuri S, Vaiyapuri R, Ashokan R, Ramasamy K, Nattamaisundar K,

Jeyaraj A, et al. Snakebite and its socio-economic impact on the rural

population of Tamil Nadu, India. PLoS One [Internet]. 2013 Jan [cited 2014

Dec 19];8(11):e80090. Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=3836953&tool=pmc

entrez&rendertype=abstract

51. Bochner R, Struchiner CJ. Exploratory analysis of environmental and

socioeconomic factors related to snakebite incidence in Rio de Janeiro from

1990 to 1996. Cad Saúde Pública. 2004;20(4):976–85.

52. Fonseca M, Moreira W, Cunha K, Ribeiro A, Almeida M. ORAL MICROBIOTA

OF BRAZILIAN CAPTIVE SNAKES. J Venom Anim Toxins incl Trop Dis.

2009;15(1):54–60.

53. Paula RCMF. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE ACIDENTES

OFÍDICOS ATENDIDOS NO HOSPITAL DE DOENÇAS TROPICAIS DE

ARAGUAÍNA-TO (TRIÊNIO 2007-2009). Dissertação. Instituto de Pesquisas

Energéticas e Nucleares; 2010.

54. Jorge MT, Mendonça JS de, Ribeiro LA, Silva MLR, Kusano EJU, Cordeiro

CL dos S. Flora bacteriana da cavidade oral, presas de Bothrops jararaca:

possível fonte de infecção no local da picada. Rev Inst Med Trop São Paulo.

São Paulo: Rev. Inst. Med. trop. São Paulo; 1990;32(1):6–10.

55. Cheng AC, Currie BJ. Venomous Snakebites Worldwide with a Focus on the

Australia-Pacific Region: Current Management and Controversies. J Intensive

Care Med [Internet]. 2004;19(5):259–69. Available from:

http://jic.sagepub.com/cgi/doi/10.1177/0885066604265799

Page 111: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

93

56. Nicoleti AF. Comparação dos acidentes causados por Bothropoides jararaca

(Serpentes: Viperidae) com e sem envenenamento atendidos no Hospital

Vital Brazil do Instituto Butantan. Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo; 2010.

57. Garg A, Sujatha S, Garg J, Acharya NS, Parija SC. Wound infections

secondary to snakebite. J Infect Dev Ctries. 2009;3(3):221–3.

58. Jorge MT, Malaque C, Ribeiro L a, Fan HW, Cardoso JLC, Nishioka S a, et al.

Failure of chloramphenicol prophylaxis to reduce the frequency of abscess

formation as a complication of envenoming by Bothrops snakes in Brazil: a

double-blind randomized controlled trial. Trans R Soc Trop Med Hyg

[Internet]. 2004 Sep [cited 2014 Dec 19];98(9):529–34. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15251401

59. Andrade JG de, Pinto RNL, Andrade ALSS de, Martelli CMT, Zicker F. Estudo

bacteriológico de abscessos causados por picada de serpentes do gênero

Bothrops. Rev Inst Med Trop São Paulo. 1989;31(6):363–7.

60. Oliveira RB De, Ribeiro LA, Jorge MT. Risk factors associated with

coagulation abnormalities in Bothrops envenoming. Rev Soc Bras Med Trop.

2003;36(6):657–63.

61. Ribeiro LA, Gadia R, Jorge MT. Comparison between the epidemiology of

accidents and the clinical features of envenoming by snakes of the genus Bot.

Rev Soc Bras Med Trop. 2008;41(1):46–9.

62. Bucaretchi F, Herrera SRF, Hyslop S, Bacarat ECE, Vieira RJ. Snakebites by

Bothrops spp in children in Campinas, São Paulo, Brazil. Rev Inst Med Trop

São Paulo. 2001;43(6):329–33.

63. Goldstein EJC. Bite wounds and infection. Clin Infect Dis [Internet]. 1992 Mar

[cited 2015 Jan 7];14(3):633–40. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/1562653

64. Goldstein EJC, Citron DM, Gonzalez H, Russell FE, Finegold SM.

Bacteriology of Rattlesnake Venom and Implications for Therapy. J Infect Dis

[Internet]. 1979;140(5):818–21. Available from:

Page 112: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

94

http://jid.oxfordjournals.org/lookup/doi/10.1093/infdis/140.5.818

65. Bastos HM, Lopes LFL, Gattamorta MA, Matushima ER. Prevalence of

enterobacteria in Bothrops jararaca in São Paulo State: microbiological

survey and antimicrobial resistance standards. Acta Sci Biol Sci [Internet].

2008 Oct 9 [cited 2014 Dec 19];30(3):321–6. Available from:

http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ActaSciBiolSci/article/view/536

66. Jorge MT, Mendonça JS, Ribeiro LA, Cardoso JLC, Silva ML. Bacilos Gram-

negativos aeróbios em abscessos por acidente botrópico. Rev Soc Bras Med

Trop. 1987;20(supl.):55.

67. Jorge MT, Ribeiro LA, Da Silva MLR, Kusano EJU, Mendonça JS de.

Microbiological studies of abscesses complicating Bothrops snakebite in

humans: A prospective study. Toxicon. 1994;32(6):743–8.

68. Gutiérrez JM, Rucavado A, Chaves F, Díaz C, Escalante T. Experimental

pathology of local tissue damage induced by Bothrops asper snake venom.

Toxicon [Internet]. 2009 Dec 1 [cited 2014 Dec 15];54(7):958–75. Available

from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19303033

69. Albuquerque PLMM, Jacinto CN, Silva Junior GB, Lima JB, Veras M do SB,

Daher EF. Acute kidney injury caused by Crotalus and Bothrops snake

venom: a review of epidemiology, clinical manifestations and treatment. Rev

Inst Med Trop Sao Paulo [Internet]. 2013 Jan [cited 2015 Mar 17];55(5):295–

301. Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=4105065&tool=pmc

entrez&rendertype=abstract

70. Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, Dellinger EP, Goldstein EJC, Gorbach

SL, et al. Practice guidelines for the diagnosis and management of skin and

soft tissue infections: 2014 update by the infectious diseases society of

America. Clin Infect Dis [Internet]. 2014 Jul 15 [cited 2014 Dec 15];59(2):1–

43. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24947530

71. Stevens DL, Bisno AL, Chambers HF, Everett ED, Dellinger P, Goldstein

EJC, et al. Practice Guidelines for the Diagnosis and Management of Skin

Page 113: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

95

and Soft-Tissue Infections. Clin Infect Dis [Internet]. 2005;41:1373–406.

Available from: http://cid.oxfordjournals.org/

72. Tagwireyi DD, Ball DE, Nhachi CFB. Routine prophylactic antibiotic use in the

management of snakebite. BMC Clin Pharmacol [Internet]. 2001;1(4):1–7.

Available from:

http://www.pubmedcentral.nih.gov/articlerender.fcgi?artid=59881&tool=pmcen

trez&rendertype=abstract

73. Kerrigan K, Mertz B, Nelson S, Dye J. Antibiotic prophylaxis for pit viper

envenomation: prospective, controlled trial. World J Surg [Internet].

1997;21(4):369–73. Available from: papers2://publication/uuid/2CEFE28B-

F057-4003-94EB-4C292221FF19

74. Brakenbury PH, Muwanga C. A comparative double blind study of

amoxycillin/clavulanate vs placebo in the prevention of infection after animal

bites. Arch Emerg Med. 1989;6:251–6.

75. Scottish Intercollegiate Guidelines Network. SIGN 104 • Antibiotic prophylaxis

in surgery. NHS - SIGN Clin Guidel. 2014;104:1–67.

76. Bratzler DW, Dellinger EP, Olsen KM, Perl TM, Auwaerter PG, Bolon MK, et

al. Clinical practice guidelines for antimicrobial prophylaxis in surgery. Am J

Heal Pharm. 2013;70:195–283.

77. Classen DC, Evans RS, Pestotnik SL, Horn SD, Menlove RL, Burke JP. The

timing of prophylactic adminisration of antibiotics and the risk of surgival-

wound infection. N Engl J Med. 1992;326(5):281–6.

78. Nishioka SA, Silveira PVP. Philodryas patagoniensis bite and local

envenoming. Vol. 36, Revista do Instituto de Medicina Tropical de Sao Paulo.

1994. p. 279–81.

79. Liu P, Shi Z, Lin C, Huang J, Liu J, Chan K, et al. Shewanella infection of

snake bites: a twelve-year retrospective study. Clinics [Internet]. 2012 May 15

[cited 2014 Dec 19];67(5):431–5. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3351262/

80. Bisno AL, Stevens DL. Streptococcal Infections of Skin and Soft Tissues. N

Page 114: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

96

Engl J Med. 1996;334(4):240–5.

81. Cook RJ, Sackett DL. The number needed to treat: a clinically useful measure

of treatment effect. BMJ. 1995;310:452–4.

82. Jorge MT, De S, Nishioka A, De Oliveira RB, Ribeiro LA, Silveira PVP.

Aeromonas hydrophila soft-tissue infection as a complication of snake bite:

report of three cases. Ann Trop Med Parasitol. 1998;92(2):213–7.

83. Boels D, Hamel JF, Deguigne MB, Harry P. European viper envenomings:

Assessment of ViperfavTM and other symptomatic treatments. Clin Toxicol.

2012;50(3):189–96.

84. Bush K, Jacoby G a., Medeiros A a. A Functional Classification Scheme for β-

Lactamases and Its Correlation with Molecular Structure. Antimicrob Agents

Chemother. 1995;39(6):1211–33.

85. Biedenbach DJ, Jones RN, Erwin ME. Interpretive Accuracy of the Disk

Diffusion Method for Testing Newer Orally Administered Cephalosporins

against Morganella morganii. J Clin Microbiol. 1993;31(10):2828–30.

86. Amaral CFS, Rezende NA de, Silva OA da, Ribeiro MMF, Magalhães RA,

Reis RJ dos, et al. Insuficiência renal aguda secundária a acidentes ofídicos

botrópico e crotálico. Análise de 63 casos. Rev Inst Med Trop Sao Paulo

[Internet]. 1986 Aug [cited 2015 Mar 17];28(4):220–7. Available from:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0036-

46651986000400003&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

87. Pinho FMO, Yu L, Burdmann EA. Snakebite-Induced Acute Kidney Injury in

Latin America. Semin Nephrol [Internet]. 2008 Jul [cited 2015 Mar

17];28(4):354–62. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18620958

88. Ribeiro LA, Albuquerque MJ, Pires de Campos VAF, Katz G, Takaoka NY,

Lebrão ML, et al. Óbitos por serpentes peçonhentas no Estado de São Paulo:

avaliação de 43 casos, 1988/93. Rev Assoc Med Bras [Internet]. Associação

Médica Brasileira; 1998 Dec [cited 2015 Mar 17];44(4):312–8. Available from:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-

Page 115: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

97

42301998000400010&lng=en&nrm=iso&tlng=pt

89. Ribeiro LA, Jorge MT, Lebrão ML. Prognostic factors for local necrosis in

Bothrops jararaca (Brazilian pit viper) bites. Trans R Soc Trop Med Hyg.

2001;95:630–4.

90. Jorge MT, Ribeiro LA, O’Connell JL. Prognostic factors for amputation in the

case of envenoming by snakes of the Bothrops genus (Viperidae). Ann Trop

Med Parasitol [Internet]. 1999;93(4):401–8. Available from:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10656041

91. Adams R, Passino M, Sachs B, Nuriel T, Akassoglou K. Fibrin mechanisms

and functions in nervous system pathology. Mol Interv. 2004;4(3):163–76.

92. Davalos D, Akassoglou K. Fibrinogen as a key regulator of inflammation in

disease. Semin Immunopathol. 2012;34(1):43–62.

93. Jacob-Ferreira AL, Menaldo DL, Bernardes CP, Sartim MA, Angelis CD,

Tanus-Santos JE, et al. Evaluation of the in vivo thrombolytic activity of a

metalloprotease from Bothrops atrox venom using a model of venous

thrombosis. Toxicon. 2016;109:18–25.

94. Jacob-Ferreira AL, Menaldo DL, Sartim MA, Riul TB, Dias-Baruffi M, Sampaio

S V. Antithrombotic activity of Batroxase, a metalloprotease from Bothrops

atrox venom, in a model of venous thrombosis. Int J Biol Macromol [Internet].

Elsevier B.V.; 2017;95:263–7. Available from:

http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0141813016317044

Page 116: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

98

APÊNDICE A – TABELA RANDOMIZADA

Page 117: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

99

APÊNDICE B – PROTOCOLO DE PESQUISA

Page 118: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

100

Page 119: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

101

Page 120: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

102

Page 121: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

103

Page 122: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

104

Page 123: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

105

Page 124: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

106

Page 125: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

107

Page 126: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

108

Page 127: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

109

Page 128: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

110

Page 129: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

111

Page 130: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

112

Page 131: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

113

Page 132: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

114

Page 133: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

115

Page 134: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

116

Page 135: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

117

Page 136: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

118

Page 137: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

119

APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Page 138: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

120

Page 139: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

121

APÊNDICE D – TERMO DE ASSENTIMENTO

Page 140: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

122

ANEXO I – Parecer do Comitê de Ética da Universidade do Estado do Amazonas

Page 141: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

123

Page 142: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

124

Page 143: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

125

Page 144: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

126

Page 145: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

127

ANEXO II – Parecer do Comitê de Ética da FMT-HVD

Page 146: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

128

Page 147: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

129

ANEXO III – Aprovação do financiamento do projeto pela FAPEAM

Page 148: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

130

IX - Produção Científica em outros estudos no período do doutorado

- Artigos

SILVA, Bruna Andressa Jung da; FÉ, Nelson Ferreira; GOMES, André Alexandre dos Santos; SOUZA, Anderson da Silva; SACHETT, Jacqueline de Almeida Gonçalves; FAN, Hui Wen; MELO, Gisely Cardoso; MONTEIRO, Wuelton Marcelo. Implication of Tityus apiacas (Lourenco, 2002) in scorpion envenomations in the Southern Amazon border, Brazil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. 2017, vol.50, n.3, pp.427-430. ISSN 0037-8682. http://dx.doi.org/10.1590/0037-8682-0490-2016.

SANTOS, JOÃO HUGO A. ; OLIVEIRA, SÂMELLA S. ; ALVES, ELIANE C. ;

MENDONÇA-DA-SILVA, IRAN ; SACHETT, JACQUELINE A.G. ; TAVARES,

ANTONIO ; FERREIRA, LUIZ CARLOS ; FAN, HUI WEN ; LACERDA, MARCUS

V.G. ; MONTEIRO, WUELTON M. . Severe Hemorrhagic Syndrome After

Lonomia Caterpillar Envenomation in the Western Brazilian Amazon: How Many

More Cases Are There?. Wilderness & Environmental Medicine (Print), v. 28, p.

1-, 2017.

SAMPAIO, VANDERSON SOUZA ; GOMES, ANDRÉ ALEXANDRE ; SILVA,

IRAN MENDONÇA ; SACHETT, JACQUELINE ; FERREIRA, LUIZ CARLOS

LIMA ; OLIVEIRA, SÂMELLA ; SABIDÒ, MERITXELL ; CHALKIDIS,

HIPÓCRATES ; BARBOSA GUERRA, MARIA GRAÇAS VALE ; SALINAS,

JORGE LUIS ; WEN, FAN HUI ; LACERDA, MARCUS VINÍCIUS GUIMARÃES

; MONTEIRO, WUELTON MARCELO . Low Health System Performance,

Indigenous Status and Antivenom Underdosage Correlate with Spider

Envenoming Severity in the Remote Brazilian Amazon. Plos One, v. 11, p.

e0156386, 2016.

MONTEIRO, WUELTON MARCELO ; OLIVEIRA, SÂMELLA SILVA DE

; SACHETT, JACQUELINE DE ALMEIDA GONÇALVES ; SILVA, IRAN

MENDONÇA DA ; FERREIRA, LUIZ CARLOS DE LIMA ; LACERDA, MARCUS

VINÍCIUS GUIMARÃES . Hallux amputation after a freshwater stingray injury in

the Brazilian Amazon. Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Revista, v. 49,

p. 389-392, 2016.

MONTEIRO, WUELTON MARCELO ; DE OLIVEIRA, SÂMELLA SILVA ;

Page 149: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

131

PIVOTO, GUILHERME ; ALVES, ELIANE CAMPOS ; DE ALMEIDA

GONÇALVES SACHETT, JACQUELINE ; ALEXANDRE, CLEBER NUNES ; FÉ,

NELSON FERREIRA ; BARBOSA GUERRA, MARIA DAS GRAÇAS VALE ; DA

SILVA, IRAN MENDONÇA ; TAVARES, ANTONIO MAGELA ; FERREIRA, LUIZ

CARLOS DE LIMA ; LACERDA, MARCUS VINÍCIUS GUIMARÃES . Scorpion

envenoming caused by Tityus cf. silvestris evolving with severe muscle spasms

in the Brazilian Amazon. Toxicon (Oxford), v. 119, p. 1, 2016.

QUEIROZ, AMANDA M. ; SAMPAIO, VANDERSON S. ; MENDONÇA, IRAN ;

FÉ, NELSON F. ; SACHETT, JACQUELINE ; FERREIRA, LUIZ CARLOS L. ;

FEITOSA, ESAÚ ; WEN, FAN HUI ; LACERDA, MARCUS ; MONTEIRO,

WUELTON . Severity of Scorpion Stings in the Western Brazilian Amazon: A

Case-Control Study. Plos One, v. 10, p. e0128819, 2015.

HUI WEN, FAN ; MONTEIRO, WUELTON MARCELO ; MOURA DA SILVA, ANA

MARIA ; TAMBOURGI, DENISE V. ; MENDONÇA DA SILVA, IRAN ; SAMPAIO,

VANDERSON S. ; DOS SANTOS, MARIA CRISTINA ; SACHETT,

JACQUELINE ; FERREIRA, LUIZ CARLOS L. ; KALIL, JORGE ; LACERDA,

MARCUS . Snakebites and Scorpion Stings in the Brazilian Amazon: Identifying

Research Priorities for a Largely Neglected Problem. PLoS Neglected Tropical

Diseases (Online), v. 9, p. e0003701, 2015.

FEITOSA, ESAÚ SAMUEL ; SAMPAIO, VANDERSON ; Sachett, Jaqueline ;

CASTRO, DANIEL BARROS DE ; NORONHA, MARIA DAS DORES NOGUEIRA

; LOZANO, JORGE LUIS LÓPEZ ; MUNIZ, EMIRO ; FERREIRA, LUIZ CARLOS

DE LIMA ; LACERDA, MARCUS VINÍCIUS GUIMARÃES DE ; MONTEIRO,

WUELTON MARCELO . Snakebites as a largely neglected problem in the

Brazilian Amazon: highlights of the epidemiological trends in the State of

Amazonas. Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. Revista, v. 48, p. 34-41,

2015.

FEITOSA, ESAÚ L. ; SAMPAIO, VANDERSON S. ; SALINAS, JORGE L. ;

QUEIROZ, AMANDA M. ; DA SILVA, IRAN MENDONÇA ; GOMES, ANDRÉ A.

; SACHETT, JACQUELINE ; SIQUEIRA, ANDRÉ M. ; FERREIRA, LUIZ

CARLOS L. ; DOS SANTOS, MARIA CRISTINA ; LACERDA, MARCUS ;

MONTEIRO, WUELTON . Older Age and Time to Medical Assistance Are

Associated with Severity and Mortality of Snakebites in the Brazilian Amazon: A

Case-Control Study. Plos One, v. 10, p. e0132237, 2015.

Page 150: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS FUNDAÇÃO DE … · Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical – UEA e FMT Fundação de Medicina Tropical, 2017

132

- Capítulos de Livros

DE OLIVEIRA, SÂMELLA SILVA ; SAMPAIO, V. S. ; SACHETT, JACQUELINE

A.G. ; ALVES, ELIANE C. ; SILVA, V. C. ; LIMA, J. A. A. ; MENDONCA, I. ;

FERREIRA, L. C. L. ; HUI WEN, FAN ; LACERDA, M. V. G. ; MONTEIRO, W. M.

. Snakebites in the Brazilian Amazon: Current Knowledge and Perspectives. In:

P. Gopalakrishnakone, S.M.A. Faiz, Christeine Ariaranee Gnanathasan,

Abdulrazaq Garba Habib, Ravindra Fernando, Chen-Chang Yang, Carl-Wilhelm

Vogel, Denise V. Tambourgi, Steven A. Seifert. (Org.). Clinical Toxinology.

1ed.Holanda: Springer Netherlands, 2016, v. 1, p. 1-22.

SACHETT, JAG; FARIAS, AS. Ações Integradas no atendimento às vítimas de

acidentes com Animais Peçonhentos. In: Associação Brasileira de Enfermagem:

Carmem Elizabeth Kalinowski; Karla Crozeta; Rosa Maria Godoy Serpa da

Fonseca. (Org.). Programa de Atualização em Enfermagem: Atenção Primária e

Saúde: Ciclo 2. 1ed.Porto Alegre: Artmed/Panamericana, 2014, v. 4, p. 139-176.